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Casamento de Dirce e Valentim
O pai José Cruz era conhecido como
“Pipoca da Noite” na Ferroviária
Por mais de 20 anos ela permaneceu
trabalhando em uma das laterais do
Gigantão, com sua mesa entre as
colunas do ginásio
Mulher
APAIXONADA PELA VIDA!
Em seu comércio de vender pipocas e amendoins, Dirce Cruz
Vintecinco tornou-se referência e com esse trabalho criou
seus sete filhos, transformando-se num dos maiores exemplos
de fé e perseverança, motivo de orgulho para a família que
sempre a teve como modelo de mulher e mãe.
Fevereiro de 1979. Naquele começo de
noite chego mais cedo ao Gigantão e lá está
“dona Dirce”, com uma mesa entre duas colunas,
no corredor de acesso à cabine de imprensa,
vendendo pipocas. De lá até hoje ela
percorreu um enorme caminho e eu a encontro
poucos dias antes do Dia Internacional da
Mulher, sentada em um sofá no conforto de
uma casa minuciosamente cuidada por seus
filhos. Afastada das suas atividades por recomendações
médicas, “dona Dirce” pouco mudou,
ou quase nada mudou. O sorriso continua
a tomar conta de um rosto que inspira
amor, alegria e esperança, detalhes que vêm
da alma de quem soube atravessar os rigores
do inverno. Com a jornalista Michele
Rampani, ela resumiu uma história de vida e
a importância de se viver para a família.
Ivan Roberto Peroni
Quem é que não conhece a Dona Dirce?
Quem nunca comeu das suas pipocas
em frente ou dentro do Gigantão, onde
manteve seu ponto de vendas por 23 anos.
Ela é uma personagem da história da cidade,
amante dos esportes e incentivadora
das equipes em todas as modalidades. Nessa
sua trajetória ela conheceu muita gente,
e o mais importante, conquistou muitas
amizades.
Nascida em Araraquara, em 16 de fevereiro
de 1943, Dirce é filha de José Cruz e
Olga Santana Cruz, e tinha ao seu lado o irmão
Dirceu Cruz. Seu pai era bastante conhecido,
pois vendia pipoca em todos os jogos
da Ferroviária (Pipoca da Noite), talvez
tenha sido nessa época que o amor de
Dirce pelo time da cidade, a Ferroviária, tenha
aflorado.
Ainda jovem, Dirce, que estudou até o
3º ano do Ensino Fundamental, começou a
trabalhar para ajudar no sustento de casa.
Desde cedo já mostrava ser menina batalhadora,
sem medo do trabalho e decidida.
Essas características a acompanharam por
toda sua vida.
Adolescente, trabalhou por certo tempo
como doméstica, em seguida ainda trabalhou
na exportação de laranja, na Cocisa;
na catação de café e na fábrica de brinquedos
de Roberto Barbieri (A Tendinha).
No período em que esteve na Cocisa,
Dirce conheceu o grande amor da sua vida.
Valentim Vintecinco trabalhava como
carregador de vagão. O amor surgiu de forma
delicada, cheio de surpresas e conquistas.
“Todos os dias ele me enviava alguma
coisa: eram cocadas e coxinhas”, relembra
sorrindo.
O casamento entre Valentim e Dirce
aconteceu em 07 de janeiro de 1961, no
mesmo dia da inauguração do viaduto
“Leonardo Barbieri” ligando o centro da cidade
à Vila Xavier. “Casamos na Igreja
Santa Cruz e morávamos na Vila. O viaduto
fazia a ligação entre esses dois pontos e
ficou marcado em nossa história”.
O casal teve sete filhos: Rosangela, Kátia,
Paulo Valentim, Isabela Cristina, Antônio
Marcos, Wagner Rogério e Elisângela.
Até o momento, já são 10 netos na família.
Valentim e Dirce desfrutaram de
Dirce, sempre tratada
com muito carinho