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Revista Mulher Africana

Leia a edição de Fevereiro e Março

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_beleza

cabelos

ao vento

A beleza é viva e única, cada pessoa tem a sua

forma de perceber o que é belo, e mais; cada um tem

a liberdade de manifestar o seu belo

Por Aldemira Rafael

Moda ou Identidade?

Chegámos aos

dias em que temos

mais liberdade

para fazer o que quisermos e viver

como queremos, mas, ainda existem

aqueles que por alguma razão

não conseguem expressar de forma

livre a sua identidade.

Nos dias de hoje temos visto

muitos a usar o cabelo crespo, dos

mais enrolados aos m ais lisos, de

todo o tipo de cores, das mais vivas

às menos coloridas, alguns soltos

(black power) e outros amarrados

(o famoso puff), e a pergunta que

fica no ar é:

Será uma nova moda? Elas cansaram

de alisar o cabelo? Já não

querem mais cortá-lo? Ou elas estão

firmes a assumir a sua verdadeira

Identidade?

Poucas pessoas percebem ou

não vêm o preconceito capilar que

há em nossa sociedade, principalmente

para aqueles que se reconhecem

como negros e querem

usar os seus cabelos crespos de forma

livre. Existem sempre aqueles

comentários desagradáveis, e infelizmente

esses comentários vêm

de pessoas próximas, colegas, professores,

amigos e até mesmo familiares,

que são aqueles em quem

devíamos encontrar forças ou inspiração.

A menina não tem pente em

casa? ou O que se passa com o teu

cabelo, não tem dinheiro para o salão?

Ou ainda porquê que não cortas

o cabelo? Porque esse cabelo lhe

deixa com a aparência de marginal.

Alisa o cabelo, esse tipo de cabelo

não te fica bem.

Em relação a esse tipo de perguntas

e comentários sinto uma

necessidade de dizer e quem sabe

gritar para que mais pessoas nesta

situação como eu possam ouvir e

acreditar que: o cabelo crespo não

é uma moda e sim uma identidade.

Que não vem de uma onda e

sim da aceitação do meu eu, que

mesmo que esse modismo passe eu

continuarei com os meus cabelos

ao vento pois é ele que me define,

e essa definição vai muito além do

que achamos, aparentamos ou do

valor monetário que possuímos.

Padrões para cabelos? Não deviam

existir porque eles são e fazem

parte de quem somos. Dizer

não ao padrão imposto é dizer sim

à sua identidade, é viver a sua diferença

e reconhecer aquilo que lhe

torna único, reafirmando quem

você é.

Deste modo, tiremos de nós essa

versão deturpada sobre cabelos

crespos e cacheados sendo usado

como modismo, seja crespo ou cacheado,

cabelo curto ou longo, alto

ou liso, preto ou azul, use-o, tenha

ele como coroa e não dê ouvidos a

uma sociedade q ue negligencie a

sua natureza.

Empondere-se, enrole-se, encrespe-se

ou cacheia-se, não por

causa de modismo, mas por fazer

parte de si, da sua identidade.

Seja autêntico, seja você por

você e diga;

Meu cabelo não é moda, meu

cabelo é minha identidade.

mulher africana 48 fevereiro 2020

mulher africana 49 fevereiro 2020

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