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Relatório de Conclusão de Curso: Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG

O presente relatório aborda as ações realizadas enquanto estagiário no Núcleo Tecnológico EPAMIG – Uva e Vinho/CECD, de Caldas-MG, na área de Bromatologia. Sob a supervisão da Drª Renata Vieira da Mota, observei, acompanhei e realizei diversas atividades no laboratório, na vinícola e no campo voltadas ao acompanhamento da composição físico química das bagas, elaboração e composição de vinhos e condução de experimentos. Desde casca, mosto e semente até o próprio vinho, foram analisados e comparados com fim de ambos, controle de qualidade e pesquisa na área de viticultura e enologia associadas.

O presente relatório aborda as ações realizadas enquanto estagiário no Núcleo
Tecnológico EPAMIG – Uva e Vinho/CECD, de Caldas-MG, na área de Bromatologia.
Sob a supervisão da Drª Renata Vieira da Mota, observei, acompanhei e realizei diversas
atividades no laboratório, na vinícola e no campo voltadas ao acompanhamento da
composição físico química das bagas, elaboração e composição de vinhos e condução
de experimentos.
Desde casca, mosto e semente até o próprio vinho, foram analisados e
comparados com fim de ambos, controle de qualidade e pesquisa na área de viticultura
e enologia associadas.

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INSTITUTO EDUCACIONAL SÃO JOÃO DA ESCÓCIA – IESJE

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

Guilherme Gonçalves Silva

Relatório de Conclusão de Curso:

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG

Caldas-MG, 09 de janeiro de 2020.


Guilherme Gonçalves Silva

Relatório de Conclusão de Curso:

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG

Relatório técnico apresentado como requisito

parcial para a obtenção do diploma de

Técnico em Química, pelo Instituto

Educacional São João da Escócia - IESJE.

Caldas-MG, 2020


“A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer

o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.”

Platão


AGRADECIMENTOS

Seria impossível, com toda certeza, a realização de todo o trabalho desenvolvido

por mim em laboratório que culminou neste documento, sem o apoio, incentivo e

dedicação intensiva demonstrados pela Dr a . Renata Vieira da Mota 1 durante todo meu

período, como bolsista BICJr e estagiário. Didática impecável, experiência inquestionável

e conhecimento sólido sobre o trabalho em laboratório e fora dele, foram características

que fizeram de minha orientadora alguém estruturante e referencial para o

desenvolvimento do meu perfil profissional e técnico.

Seu trabalho é deveras admirável, suas contribuições para a enologia local e apoio

ao trabalho científico e de desenvolvimento desta comunidade são impressionantes e

com toda certeza merecem todo o reconhecimento que vem recebendo.

No período em que tive a honra de trabalhar com excelentes profissionais no

Núcleo Tecnológico EPAMIG – Uva e Vinho/CECD, constatei quanto a ciência de

alimentos é um campo extraordinário, mais especificamente a Bromatologia e Enologia

aplicadas, ciências finas e que impactam um mercado que produz atualmente mais de

700 mil toneladas de uvas para processamento, somente no Rio Grande do Sul

(IBRAVIN, 2018).

1

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1994),

mestrado em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Ciência dos Alimentos pela

Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais onde

atua no Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com

ênfase em Físico-química e Bioquímica dos Alimentos e das Matérias primas Alimentares, atuando principalmente nos

seguintes temas: carboidratos, ácidos orgânicos e compostos fenólicos e aromáticos em uvas e vinhos e sua relação com

meio ambiente e manejo.


RESUMO

O presente relatório aborda as ações realizadas enquanto estagiário no Núcleo

Tecnológico EPAMIG – Uva e Vinho/CECD, de Caldas-MG, na área de Bromatologia.

Sob a supervisão da Drª Renata Vieira da Mota, observei, acompanhei e realizei diversas

atividades no laboratório, na vinícola e no campo voltadas ao acompanhamento da

composição físico química das bagas, elaboração e composição de vinhos e condução

de experimentos.

Desde casca, mosto e semente até o próprio vinho, foram analisados e

comparados com fim de ambos, controle de qualidade e pesquisa na área de viticultura

e enologia associadas.

Palavras-chave: Relatório de estágio. EPAMIG. Caldas-MG. Bromatologia.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2: Estrutura química da malvidina-3-glicosídeo. (Paixão et al., 2012). ................ 14

Figura 3: Cascas e sementes expostas ao ar livre para secar (SILVA, 2020). ............... 14

Figura 4: Extração de compostos fenólicos em ultra-turrax (SILVA, 2020). ................... 15

Figura 5: Calibração dos tubos a serem centrifugados (SILVA, 2020). .......................... 16

Figura 6: Frascos com extratos metanólicos das cascas prontos para análise (SILVA,

2020). ............................................................................................................................. 17

Figura 7: Inserção dos tubos na centrífuga (SILVA, 2020). ............................................ 17

Figura 8: espectro de absorção UV-vis da malvidina-3-glicosídeo em soluções ácidas e

aquosas (pH = 0.7): () 0.68 mM, (- - -) 0.42 mM, (···) 1 × 10 -5 M. (SANTOS, 1998)........ 18

Figura 9: O equilíbrio da molécula de antociana. (Wahyuningsih et al., 2017). .............. 18

Figura 10: Características espectrais de antocianas purificadas do rabanete

(pelargonidin-3-sophoroside-5-glucoside derivadas) em tampões de pH 1,0 e pH 4,5)

(GIUSTI; WROLSTAD, 2001). ........................................................................................ 19

Figura 11: Leitura da amostra preparada (SILVA, 2020). ............................................... 20

Figura 12: Espectrofotômetro UV-VIS (SILVA, 2020). .................................................... 20

Figura 13: pH 1,0 contra pH 4,5 (respectivamente) em D5 (SILVA, 2020). .................... 20

Figura 14:Classificação geral dos Compostos Fenólicos (GABBARDO, 2009). ............. 22

Figura 15: Reação de substâncias redutoras com reagente de Folin-Ciocalteu. No

exemplo, o ácido gálico, em condição alcalina reage com o complexo fosfomolíbdico do

reagente de Folin-Ciocalteu. Na reação, há a mudança na cor, de amarelo para azul,

indicando que houve redução do complexo fosfomolíbdico (PIRES et al., 2017). ......... 23

Figura 16: Amostras após adição do Carbonato de Sódio (SILVA, 2020). ..................... 24

Figura 17: Amostras após adição do Folin-Ciocalteu (SILVA, 2020). ............................. 24

Figura 18: Repipetador mecânico (SILVA, 2020). .......................................................... 24

Figura 19: pHmetro Micronal® (SILVA, 2020) ................................................................ 25

Figura 20: Refratômetro para leitura do teor de sólidos solúveis totais (°Brix) (SILVA,

2020). ............................................................................................................................. 26

Figura 21: Balança eletrônica hidrostática (INSTRULAB © , 2015). ................................. 28


Figura 22: Espectro da luz visível, A=420nm; B=520nm e C=620nm (TODA MATÉRIA,

2017) - Adaptado. ........................................................................................................... 30

Figura 23: Tubos em aquecimento (com gelo já adicionado) (SILVA, 2020).................. 32

Figura 25: Conjunto montado (SILVA, 2020). ................................................................. 32

Figura 24 Tubo de tampa esmerilhada e tubo destilador (SILVA, 2020). ....................... 32

Figura 26: Destilador automático Gibertini© (SILVA, 2020). .......................................... 34

Figura 27: Cadinhos com resíduo final (cinzas) (SILVA, 2020). ..................................... 39

Figura 28: Cadinhos em queima no forno Mufla. (SILVA, 2020). ................................... 39

Figura 29: Titulação, análise de alcalinidade das cinzas (SILVA, 2020). ....................... 40

Figura 30: Aferimento do pH (SILVA, 2020). .................................................................. 40

Figura 31: Amostra ao atingir o ponto de viragem (SILVA, 2020). ................................. 41

Figura 32: Amostra antes do ponto de viragem (SILVA, 2020). ..................................... 41


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10

2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 11

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 11

Objetivos específicos ................................................................... 12

2.2 METODOLOGIA ................................................................................. 12

2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .............................................. 12

Análise de compostos fenólicos nas cascas ................................................. 13

Extração ......................................................................................... 14

Centrifugação ................................................................................ 16

Determinação para a concentração total de Antocianinas ........ 17

Determinação de compostos fenólicos totais ............................ 22

Determinação de pH do mosto .................................................... 25

Determinação de Sólidos Solúveis Totais/ºBrix ......................... 26

Determinação por titulometria de acidez total ............................ 26

Determinação da densidade relativa a 20ºC/20ºC ...................... 27

Determinação de Pigmentos polimerizados ............................... 29

Determinação dos Índices de cor real ......................................... 30

Determinação do Índice de Polifenóis Totais ............................. 31

Determinação de flavonóis totais ................................................ 31

Determinação da Acidez volátil ................................................... 33

Determinação da acidez fixa ........................................................ 35

Determinação do teor alcoólico a 20ºC ....................................... 35

Determinação do extrato seco por gravimetria .......................... 38


Determinação de cinzas ............................................................... 38

Determinação de Alcalinidade das cinzas .................................. 40

3. Conclusão .......................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

APÊNDICE ................................................................................................................ 47


1. INTRODUÇÃO

Este documento aborda as metodologias, procedimentos e técnicas observadas e

praticadas durante o estágio realizado na EPAMIG, com enfoque no campo analítico e

experimental das práticas realizadas.

As uvas, assim como seus derivados, possuem compostos funcionais como por

exemplo o resveratrol, um dos principais polifenóis encontrados no vinho que possui

importante atividade antioxidante, contribuindo para a redução do estresse oxidativo

causado por moléculas de radicais livres (SIOCHETTA, 2018). É crescente o interesse

geral da população por alimentos benéficos à saúde(FERRAZIN e GUEDES, 2015), uma

vez que estamos em uma época em que cerca de 80% dos brasileiros buscam uma vida

e alimentação cada vez mais saudáveis (CRUZ, 2018), que proporcionem o bem-estar

físico e consequentemente mental.

A Bromatologia, como ciência aplicada ao estudo da composição dos alimentos,

revolucionou o método de encararmos a alimentação, deixando o caráter primitivo de

sobrevivência para trás e trazendo um aspecto muito mais funcional, eficiente e de saúde

para o dia-a-dia.


2. DESENVOLVIMENTO

Em laboratório, seja na área de pesquisa experimental, controle de qualidade ou

analítica especializada, o rigor do método e suas aplicações são imprescindíveis para a

obtenção de dados corretos e confiáveis para a tomada de decisões, independentemente

dos resultados obtidos modularmente, a confiança de que eles representam, em seu

maior campo possível, a realidade vigente, é imprescindível para o profissional da área

analítica.

O conhecimento profundo do analista sobre as técnicas utilizadas, além da correta

amostragem do material a ser analisado são de extrema importância para que os

resultados obtidos sejam interpretados de forma correta e representem a realidade do

objeto de estudo.

2.1 OBJETIVO GERAL

Entender o funcionamento de um laboratório dentro de uma empresa, através da

participação nas atividades diárias, com aplicação dos conhecimentos previamente

adquiridos durante o decurso em sala, além da aquisição de novas habilidades

consequentes da atividade.


Objetivos específicos

Acompanhar as atividades de pesquisa realizadas no Núcleo Tecnológico UVA e

Vinho da EPAMIG. Realizar análises da composição das bagas e vinhos, além de

acompanhar o processo de elaboração de vinhos tintos, brancos e espumantes.

2.2 METODOLOGIA

Todo procedimento foi previamente orientado pela pesquisadora responsável. No

cotidiano do laboratório, qualquer prática é realizada com o acompanhamento da

metodologia analítica. Os dados obtidos são registrados em planilhas específicas para

cada procedimento, sendo posteriormente tabulados, calculados e avaliados. No caso de

inconsistência entre as réplicas analíticas, repetem-se as avaliações, até obter desvio

satisfatório entre as repetições.

2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

As análises de composição foram realizadas nas cascas, sementes, mosto e

vinho. Para o preparo das frações amostrais, as bagas coletadas no campo foram

contadas e pesadas.

Para a análise do mosto, as bagas foram amassadas manualmente no interior de

saco plástico sem romper demasiadamente as cascas para evitar a turvação excessiva

do mosto. Em seguida filtrou-se o conteúdo através de peneira. O mosto obtido é deixado

em repouso para decantar ou centrifugado a 2000 RPM por 5 minutos para separar as

partículas em suspensão, devendo ser analisado em, no máximo, 2 a 3 horas.


Análise de compostos fenólicos nas cascas

As antocianinas são pigmentos orgânicos de origem vegetal (OANCEA, STOIA e

COMAN, 2012), que compreendem um vasto espectro de cores, variando do vermelho

intenso ao azul (KHOO et al, 2017). Estes compostos podem ser classificados

quimicamente como compostos fenólicos pertencentes ao grupo dos flavonóides, que

estão presentes em diversas espécies vegetais. Além da função de atração de

polinizadores e proteção contra os raios UV nas plantas (BERGQVIST, DOKOOZLIAN e

EBISUDA, 2001), no organismo humano essas moléculas atuam como poderosos

antioxidantes, prevenindo doenças degenerativas e combatendo radicais livres (Figura

1).

Figura 1: Estrutura básica das antocianinas (cátion flavilium). R1, R2: H, OH ou OCH3;

R3: H ou glicosídeo; R4: OH ou glicosídeo (STINTZING e CARLE, 2004).

Normalmente, estes pigmentos são compostos por dois anéis aromáticos unidos

por um ciclo-hexano ligado a um açúcar, glicosídeo. De acordo com o composto presente

nas posições R1 e R2, temos um tipo diferente de antocianina. Nas uvas e vinhos foram

identificados cinco tipos: cianidina, peonidina, delfinidina, petunidina e malvidina. A

molécula mais abundante nas diversas espécies de Vitis vinifera é a malvidina-3-

glicosídeo 2 (Figura 2).

2

Department of Nutrition and Dietetics et al., 2017.


Figura 2: Estrutura química da malvidina-3-glicosídeo. (Paixão et al., 2012).

Com exceção das uvas denominadas tintureiras, as moléculas de antocianinas

responsáveis pela coloração das bagas estão localizadas na casca, mais

especificamente dentro das células que a compõe. Para determinarmos o potencial de

transferência de antocianinas de uma determinada cultivar para seu possível vinho fazse

necessário alguns processos de extração.

Extração

As cascas foram removidas manualmente, lavadas em água destilada e secas em

papel toalha. As sementes também foram separadas da polpa manualmente, lavadas

com água destilada e secas em papel toalha (Figura 3).

Figura 3: Cascas e sementes expostas ao ar livre para secar (SILVA, 2020).


Em seguida, cascas e sementes foram recolhidas e quantificadas por gravimetria,

as amostras embaladas e identificadas foram mantidas em freezer a temperatura de -

20ºC, para reduzir o processo metabólico e evitar a deterioração dos compostos

orgânicos.

Cada amostra congelada de cascas foi posteriormente depositada em um

almofariz, onde adicionou-se nitrogênio líquido à temperatura de 77K 3 que diminui

drasticamente a tenacidade do composto orgânico, sem interagir quimicamente, para que

se observe melhor eficiência na maceração, além de impedir reações bioquímicas

durante este processo. O pó fino resultante foi armazenado em um recipiente plástico e

mantido em ultra freezer a -80ºC.

Para a quantificação do teor de compostos fenólicos totais, uma alíquota de

aproximadamente 150 miligramas foi colocada em um tubo de ensaio, adicionando-se de

10 a 15 mL de metanol acidificado 1% (Metanol + 1% HCl), com o objetivo de extrair ao

máximo a quantidade de compostos fenólicos presentes. Como a substância de interesse

se encontra dentro das células vegetais, faz-se necessária a utilização de um

homogeneizador rompedor de células tipo ULTRA-TURRAX ® (IKA, padronizando o

tempo de processo em 60 segundos a velocidade de 10.000 rpm (Figura 4).

Figura 4: Extração de compostos fenólicos em ultra-turrax (SILVA, 2020).

3

b) HELMENSTINE, Ph.D. Anne Marie. Liquid Nitrogen Facts: Uses, Dangers, and Safety Precautions. [S. l.], 24 nov.

2019. Disponível em: https://www.thoughtco.com/liquid-nitrogen-facts-608504. Acesso em: 19 dez. 2019.


O tubo contendo o extrato metanólico da casca foi envolto em papel alumínio para

proteção contra degradação das antocianinas pela luz e armazenado em geladeira por

12 horas.

Centrifugação

A etapa de centrifugação busca a separação sólido-líquido através da aceleração

centrípeta produzida pelo equipamento programado, para a extração dos compostos

fenólicos, em 8000 RPM e 15 min por ciclo. O sobrenadante assim obtido é recolhido em

balões volumétricos de 50 mL com auxílio de uma pipeta Pasteur.

Para evitar avarias no eixo do rotor é importante que se mantenham os tubos

calibrados em pares nas diagonais, o que pode ser realizado com auxílio de uma balança,

utilizando o metanol acidificado como substância de equiparação entre os extratos

(Figura 5).

Figura 5: Calibração dos tubos a serem centrifugados (SILVA, 2020).

O ciclo deve ser repetido de 4 a 5 vezes, até que não se observe mais resultado

pigmentar significativo na extração (Figura 7).


Figura 6: Inserção dos tubos na centrífuga (SILVA, 2020).

Manter sempre a solução protegida da luz é indispensável para o sucesso do

procedimento como um todo (Figura 6)

Figura 7: Frascos com extratos metanólicos das cascas prontos para análise (SILVA, 2020).

Determinação para a concentração total de Antocianinas

Este teste se baseia no princípio amplamente conhecido para análise de

compostos orgânicos, a espectrofotometria, onde um feixe de luz é emitido pelo

equipamento trespassando a amostra, parte é absorvida e o passante incide sobre um

galvanômetro, que por diferença de emissão e recepção e também utilizando um padrão

de branco, exibe um determinado valor de absorbância para aquela amostra.


De acordo com a literatura existente, o comprimento de onda ideal para a leitura

dos cátions flavilium (malvidin-3-glucoside) é por volta dos 518 nm, que representa o pico

de absorbância para esse tipo molecular (Figura 8).

Figura 8: espectro de absorção UV-vis da malvidina-3-glicosídeo em soluções ácidas e

aquosas (pH = 0.7): () 0.68 mM, (- - -) 0.42 mM, (···) 1 × 10 -5 M. (SANTOS, 1998).

Segundo Giusti e Wrolstad (2001), os compostos de interesse apresentam o ápice

da curva de absorbância quando em solução ácida de pH=1, devido a propriedade de

desprotonação descolorante 4 , perdendo as respectivas características pigmentares em

pH>4 (HOUBIERS et al, 1998) (Figuras 9 e 10).

Figura 9: O equilíbrio da molécula de antociana. (Wahyuningsih et al., 2017).

4

S Wahyuningsih et al 2017 IOP Conf. Ser.: Mater. Sci. Eng. 193 012047.


Figura 10: Características espectrais de antocianas purificadas do rabanete

(pelargonidin-3-sophoroside-5-glucoside derivadas) em tampões de pH 1,0 e pH 4,5)

(GIUSTI; WROLSTAD, 2001).

Para dar início ao método, realiza-se um teste de diluição da amostra com uma

solução tampão em pH=1 de KCl (25mM), levando ao espectrofotômetro para leitura de

imediato, observando-se os valores para absorbância que devem manter-se entre 0,300

e 0,900, regulando o coeficiente de fracionamento entre V TOTAL /V AMOSTRA , para atender a

tais requisitos.

Determinado o valor para diluição de cada amostra, inicia-se a preparação das

triplicatas com ambos os tampões (pH=1 [KCl 25mM] e pH=4,5 [CH3COONa 0,4M]),

deixando os tubos em ambiente privado de incidência de luz por 15min antes da

realização efetiva de leitura da absorbância das alíquotas (Figuras 11, 12 e 13)


Figura 13: pH 1,0 contra pH 4,5 (respectivamente) em D5 (SILVA, 2020).

Figura 12: Espectrofotômetro UV-VIS Figura 11: Leitura da amostra preparada

(SILVA, 2020).

(SILVA, 2020).

Com os valores determinados, inicia-se o cálculo de reversão para unidade

quantitativa respectiva de malvidina-3-glicosídeo por L -1 , através da Lei de Beer, que é

uma equação utilizada para descrever a concentração de uma substância de acordo com

o valor obtido ao se trespassar um feixe de luz visível pela amostra, usando um

espectrofotômetro (absorbância) (HELMENSTINE, 2019) 5 .

A equação de Beer é definida por A = εbc, onde A é o valor da absorbância que

não possui unidade, ε é o coeficiente de absorção molar (coeficiente de extinção) que é

específico para cada molécula e substância de interesse, dado em L.mol -1 cm -1 , b é o

5

b) HELMENSTINE, Anne Marie. Liquid Nitrogen Facts: Uses, Dangers, and Safety Precautions.

Thoughtco., [s.i], p.1-1, 24 nov. 2019. Disponível em: <https://www.thoughtco.com/liquid-nitrogen-facts-

608504>. Acesso em: 09 jan. 2020


caminho ótico pelo qual o feixe atravessa a substância, dado em cm, c é a concentração

do composto na solução, expresso em mol.L -1 .

Para a análise de antocianinas podemos substituir ε pelo peso molecular 6 da

malvidina que é de 493,4 g.mol -1 e sua absortividade que é de 28 000 M -1 cm -1 , sendo

assim a fórmula ficará descrita da seguinte maneira: Ant =

A×PM ×DF ×Vi

e ×alíquota

, onde são

acrescentados a diluição final (DF = V TOTAL ÷ V ALÍQUOTA ) e o volume inicial do balão (Vi),

a fim de corrigir os fatores de diluição de acordo com o processo de extração, assim como

a variável alíquota que remete a massa de cascas trituradas inicialmente adicionada ao

tubo.

O valor a ser substituído por A na fórmula corresponde à absorbância real, dada

pela fórmula A = (A 520 − A 700 )pH1,0 – (A 520 − A 700 )pH4,5 , onde se é retirado da

absorbância em 520nm o valor respectivo recebido em 700nm devido a turbidez residual.

Como resultado deste cálculo, teremos o valor expresso em mg de malvidina por

g de casca, que a partir daqui começa a ser tratada como antocianina. No caso da análise

de cascas ainda há alguns passos para transformar o valor em mg.g -1 de casca em mg.g -

1

de baga.

O cálculo é realizado relacionando primeiro o valor de antocianinas por grama de

casca com a massa total de cascas da amostra e posteriormente com a massa total das

bagas da respectiva alíquota.

6

National Center for Biotechnology Information. PubChem Database. Malvidin-3-glucoside,

CID=443652, https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Malvidin-3-glucoside (accessed on Dec. 28,

2019).


Determinação de compostos fenólicos totais

O grupo dos compostos fenólicos compreende diversos outros subgrupos (Figura

14), que são geralmente estruturados em hidroxilas e anéis aromáticos, em diferentes

arranjos, assim se dá sua principal propriedade, o fator antioxidante. Em vegetais pode

estar complexado a proteínas ou açucares (MARCO, POPPI e SCARMINIO, 2008),

dessa forma adquire também propriedades de estabilizante de cor, como observado na

polimerização de taninos com antocianinas em vinhos com potencial de envelhecimento.

Figura 14:Classificação geral dos Compostos Fenólicos (GABBARDO, 2009).

Os fenólicos com ação antioxidante interagem, preferencialmente, com o radical

peroxil por ser este mais prevalente na etapa da autoxidação e por possuir menor energia

do que outros radicais, fato que favorece a retirada do seu hidrogênio (ANGELO e

JORGE, 2007).

Os Compostos Fenólicos totais são determinados pelo método colorimétrico Folin-

Ciocalteu, onde há a redução do ácido fosfomolíbdico pelos fenóis em meio alcalino

(Figura 15).


Figura 15: Reação de substâncias redutoras com reagente de Folin-Ciocalteu. No

exemplo, o ácido gálico, em condição alcalina reage com o complexo fosfomolíbdico do

reagente de Folin-Ciocalteu. Na reação, há a mudança na cor, de amarelo para azul,

indicando que houve redução do complexo fosfomolíbdico (PIRES et al., 2017).

Inicialmente realiza-se uma curva de calibração com ácido gálico (5 mg.mL -1 ), em

concentrações de 0,1; 0,2; 0,3; 0,5 e 1,0 mL em cinco balões de 100mL. De cada solução

é pipetado 500µL em três tubos diferentes, em seguida é adicionado 2,5 mL do reagente

Folin-Ciocalteu (10%) e então agitado. Prossegue-se com a adição, depois de 30

segundos e antes de 8 minutos, de 2,0 mL de solução de carbonato de sódio (7,5%)

seguido do banho-maria a 50ºC por 5min.

A absorbância é determinada a 765 nm em cubetas de 1 cm de caminho ótico com

a solução em temperatura ambiente, contra o branco pré-preparado com 500µL de água

destilada no lugar do ácido. O valor da concentração é colocado contra a absorbância

para terminar a absortividade molar ε. Utiliza-se a lei de Beer para determinar a

concentração de fenólicos totais na amostra.

Ao plotar os valores de absorbância obtidos no gráfico de cálculo da regressão

linear da reta é importante observar que 0,998<R<1,0, mantendo assim o padrão de

confiança da respectiva análise.

Estabelecida a curva padrão, parte-se para a determinação do teor de compostos

fenólicos totais no extrato metanólico da casca, ou no vinho. Uma alíquota da amostra é

diluída em solução de metanol acidificado ou água destilada, respectivamente. Uma

alíquota de 500µL da amostra diluída é acrescida de 2,5 mL de reagente Folin (figura 16)


e 2,0 mL de carbonato (figura 17) como descrito acima para a curva padrão. A leitura é

realizada em espectrofotômetro a 765 nm contra o branco contendo água no lugar da

amostra.

Figura 17: Amostras após adição do

Figura 16: Amostras após adição do

Folin-Ciocalteu (SILVA, 2020).

Carbonato de Sódio (SILVA, 2020).

No caso de elevado número de análises a serem realizadas pode-se utilizar um

repipetador mecânico para acelerar o processo de pipetagem (Figura 18).

Figura 18: Repipetador mecânico (SILVA, 2020).

De acordo com a equação de Beer, A = εbc, como já conhecemos o valor do

caminho ótico, da absortividade molar e da absorbância (que deve estar na faixa

0,1<A<0,3), é possível calcular o valor da concentração, expresso em g.L -1 de ácido

gálico 7 na amostra.

7

O ácido gálico é o principal representante molecular dos fenólicos quando se trata de vinhos

(ABE, DA MOTA e GENOVESE, 2007).


Determinação de pH do mosto

Na indústria de alimentos, o pH tem grande importância na conservação.

Alimentos com pH inferior a 4 não apresentam condições para o desenvolvimento do

Clostridium botulinum e por isso podem ser conservados por processos mais brandos,

como pasteurização, fermentação.

O pH é definido durante o desenvolvimento, devido ao metabolismo da planta, pela

extração de minerais do solo, e também durante o processamento.

No caso da uva e derivados, o pH depende de três fatores principais: conteúdo

total de ácidos orgânicos, razão málico/tartárico e quantidade de potássio presente.

A determinação do pH é realizada em equipamento denominado pHmetro, que

deve ser calibrado diariamente em dois tampões pH 4 e pH 7, obtendo no final do

processo um valor de precisão do equipamento que deve estar entre 98% e 102%. O

valor pH 7,0 é o ponto neutro, sendo o tampão pH 4,0 ou pH 10,0 escolhido para

calibração de acordo com o caráter ácido ou básico da amostra.

Figura 19: pHmetro Micronal® (SILVA, 2020)

A determinação do potencial hidrogeniônico da amostra (mosto ou vinho) é

realizada ao deixa-la em contato com os sensores do equipamento (termômetro e

membrana) por 2 min, anotando o valor obtido na planilha da amostra.


Determinação de Sólidos Solúveis Totais/ºBrix

Este método baseia-se na refração da luz pelos açúcares dissolvidos em uma

solução aquosa, de acordo com a quantidade dos raios que são refratados pela solução

açucarada disposta sobre o prisma do equipamento (Figura 20).

A calibração é realizada com água destilada, então, cerca de duas gotas do mosto

são adicionadas, o equipamento retorna o valor em ºBrix a 20ºC, ou seja, gsacarose/100gH2O

(METTLER TOLLEDO, 2014). É uma análise muito importante para determinação do

ponto de colheita, devendo ser realizada semanalmente. No caso das uvas viníferas para

processamento de vinhos finos, o ponto ideal de colheita é entre 20 e 25 ºBrix.

Figura 20: Refratômetro para leitura do teor de sólidos

solúveis totais (°Brix) (SILVA, 2020).

Determinação por titulometria de acidez total

Diferentemente do método de pH, a acidez nos informa a soma total de ácidos

dissolvidos no meio (voláteis e fixos), sendo assim, é possível dizer se há acetificação do

fermentado.

Inicialmente prepara-se uma solução 0,1N de NaOH, aferindo seu fator de

correção (fc) contra ácido oxálico 0,1N, que é quimicamente equivalente ao ácido


tartárico 8 , o fc é definido por f c = V ácido ÷ V soda . Então, adiciona-se 5ml da alíquota a 45ml

de H2O destilada em um Erlenmeyer de 125ml, iniciando a titulação contra a soda

cáustica com duas gotas do indicador Fenolftaleína na solução.

Para chegar no resultado desejado deve-se adicionar o hidróxido até atingir o

pH 8,23, então, há a aplicação da seguinte fórmula: Acidez = V gasto de soda×N NaOH × f c

V amostra

× 10 3 ,

o resultado é expresso em mEq.L -1 de ácido. A Instrução normativa de nº 48, de 31 de

agosto de 2018 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob a Lei nº 7.678,

de 8 de novembro de 1988, no Decreto nº 8.198, de 20 de fevereiro de 2014 prevê um

mínimo de 55,0 e máximo de 130,0 mEq.L -1 de acidez total para vinhos e espumantes

expressa em ácido tartárico. A acidez dos vinhos afeta sua estabilidade e coloração,

constituindo-se numa das características gustativas mais importantes (BRASIL, 2014).

Para a determinação da acidez acética, a amostra de vinho é previamente

destilada e o ácido acético recolhido em Erlenmeyer para posterior titulação com a soda.

Determinação da densidade relativa a 20ºC/20ºC

A determinação da densidade é muito utilizada para o acompanhamento do

processo fermentativo, uma vez que o álcool interfere na leitura do conteúdo de açúcar

pelo refratômetro. A balança hidrostática (figura 21) opera com base no princípio de

Arquimedes, considerando o empuxo total de uma massa já determinada submersa em

um volume já conhecido, referenciando-se a água a 20ºC. O resultado é expresso em

g.mL -1 a 20ºC.

Inicialmente, se necessário, retira-se a quantidade excessiva de dióxido de

carbono da amostra ao passa-la através de um papel de filtro comum ou com uso de

vácuo. No caso de bebidas alcoólicas, dá-se preferência pelo uso do papel de filtro para

não reduzir o teor de álcool presente na amostra.

8

“Os ácidos tartárico e málico são os principais componentes responsáveis pela acidez do mosto

da uva.” (RIZZON; SGANZERLA 2007).


Caso o equipamento não possua chip de cálculo integrado, a aplicação da

seguinte equação resultará na obtenção do resultado desejado pela determinação em

curso: D 20 20 = P c−P am

, onde:

P c −P H 2O

Pam= Massa do volume de amostra deslocado pelo corpo de submersão, em gramas.

PH2O= Massa do volume de água deslocado pelo corpo de submersão, em gramas.

Pc= Massa do corpo de submersão em gramas.

Figura 21: Balança eletrônica hidrostática (INSTRULAB © , 2015).


Determinação de Pigmentos polimerizados

Esta análise é realizada nos vinhos, com a finalidade de determinar seu potencial

de armazenamento em relação a preservação da cor.

Os pigmentos polimerizados são caracterizados por antocianas que se ligaram a

taninos, desta forma há uma maior proteção da característica pigmentar do vinho contra

a foto deterioração, ação do metabissulfito de potássio (K2S2O5) e alterações de pH do

meio. Através do método colorimétrico Somer, podemos determinar a quantidade

percentual de pigmentos na forma combinada que são menos sensíveis aos fatores

previamente mencionados.

Primeiramente, é pipetado dentro de dois tubos de ensaios diferentes com

triplicata individual:

Tubo 1: 1mL do vinho + 9mL do meio vínico 12% (5g.L -1 de ácido tartárico

ajustado para pH 3,2 com NaOH 1N) + 40µL da solução sulfurosa (K2S2O5

a 20% - corrigido para 100%)

Tubo 2: Tubo 1: 1mL do vinho + 9mL do meio vínico 12% (5g.L -1 de ácido

tartárico ajustado para pH 3,2 com NaOH 1N) + 40µL de água destilada

Após cinco minutos ao abrigo da luz é realizada a leitura em 420nm e 520nm com

branco de solução hidro alcoólica (meio vínico), obtendo:

A1 = 420 nm com anidrido sulfuroso

A2 = 520 nm com anidrido sulfuroso

A3 = 420 nm com água destilada

A4 = 520 nm com água destilada

O percentual total de pigmentos polimerizados é dado pela seguinte equação:

Pigmentos Polimerizados(%) = (A 1 + A 2 )/(A 3 + A 4 ) × 100.


Determinação dos Índices de cor real

Os vinhos possuem uma variável de cor denominada Tonalidade e outra

denominada Intensidade. Na determinação dos índices de cor estas variáveis são

quantificadas nos comprimentos de onda de 420, 520 e 620nm, que representam os picos

de absorbância de cada pigmento respectivamente: amarelo, vermelho e azul (Figura

22).

Figura 22: Espectro da luz visível, A=420nm; B=520nm e C=620nm (TODA MATÉRIA,

2017) - Adaptado.

No caso de vinhos tintos, utiliza-se uma cubeta de 1 mm de caminho ótico para

permitir a passagem do feixe de luz, uma vez que a amostra não pode ser diluída. Na

cubeta de referência, de mesmo comprimento, utiliza-se água destilada, porém os valores

de absorção, conforme a lei de Beer, devem ser relativos a 1 cm, por isso os resultados

devem ser corrigidos

A intensidade de cor é determinada pela soma do valor de absorbância dos três λ,

como mostrado em I COR = (A 420 + A 520 + A 620 ), e a tonalidade é definida pela fórmula

algébrica linear T = (A 420 /A 520 ), onde todas as unidades são relativas e comparativas

apenas.


Determinação do Índice de Polifenóis Totais

Neste processo é analisada, de forma comparativa, a quantidade de Polifenóis

Totais presentes nos vinhos. Este método utiliza também a espectrofotometria de UV-vis

no comprimento de onda de 280 nm. Nesta faixa, deve-se utilizar uma cubeta de quartzo

(luz deutério) com 10 mm de caminho ótico, pois o vidro absorbe a luz em comprimentos

de onda abaixo de 340 nm (KASVI, 2016).

A amostra deve ser diluída até 100x no caso de vinho tinto e 20x para vinho

branco, sendo o resultado expresso pela fórmula: IPT = A 280 × D, Os valores comuns

são IPT 4-10 para vinhos brancos, 20-25 para rosados, 35-60 para tintos e 50-100 para

vinhos com potencial de guarda. De acordo com CURVELO-GARCIA (1988), cada 20

unidades no índice IPT representam aproximadamente 1 g.L -1 de taninos totais.

Determinação de flavonóis totais

Os flavonóis são um subgrupo dos compostos fenólicos flavonóides (HUBER,

2007), caracterizados por contribuir com as características gustativas principais dos

vinhos. Marcados pela presença das procianidinas que, para fins desta análise

quantitativa, são decompostos em cianidina através do aquecimento em meio ácido,

apresentando pico de absorbância em 550nm resultante do anel B (ROBARDS e

ANTOLOVICH,1997).

Em um balão volumétrico de 100 mL adiciona-se 2 mL da amostra, completando

o volume com água deionizada. São preparadas duas baterias de tubos (A e B), em

ambas é colocado 4 mL da amostra diluída, 2 mL de água deionizada e 6 mL de HCl P.A.

A bateria A é composta por tubos de tampa esmerilhada, adaptados para a

inserção de um tubo destilador do tipo cálice, onde é adicionado gelo fragmentado ao

seu redor (Figuras 23, 24 e 25). A bateria B resume-se em tubos de ensaio comuns.

Ambas são então levadas diretamente ao banho-maria pré-aquecido a 100°C por 30 min,


sendo em seguida retiradas para esfriar naturalmente. Aos tubos contendo a amostra é

acrescentado 1 mL de etanol absoluto P.A. e a leitura é realizada a temperatura ambiente

em λ=550nm.

Figura 25 Tubo Figura 24:

Figura 23: Tubos em aquecimento

de tampa

Conjunto

(com gelo já adicionado) (SILVA,

esmerilhada e montado

2020).

tubo destilador (SILVA, 2020).

(SILVA, 2020).

O cálculo 9 de fenóis segue a seguinte equação: Flavonóis = 19,33(A − B), o

resultado é expresso em g.L -1 do composto. Os valores médios de Flavonóis Totais

variam de acordo com o porta enxerto e variedade analisados, entre 3,8 ± 0,1 e 61 ± 2

mg.100g -1 (ABE, DA MOTA e GENOVESE, 2007).

9

19,33 – Representa o coeficiente de extinção molar da cianidina, obtida por hidrólise ácida dos

taninos condensados, para expressar o resultado em g/L (BLOUIN, 1992) (RIBÉREAU-GAYON e

STONESTREET, 1966).


Determinação da Acidez volátil

A fermentação decorrente da ação de bactérias acéticas deprecia a qualidade do

vinho. Nesta fermentação, as bactérias transformam álcool etílico em ácido acético na

presença de oxigênio, devendo ter acompanhamento constante durante o processo de

elaboração do vinho. Por ser um composto volátil, o acético não pode ser mensurado

com precisão pelo item 2.3.7, já que este quantifica os ácidos totais.

Neste método os ácidos voláteis são separados por destilação em arraste a vapor

de água, depois condensados e titulados contra hidróxido de sódio.

O procedimento é iniciado ao se ligar o destilador automático Gibertini © no modo

volátil, realizando uma destilação de controle inicial apenas com água, esperando no

mínimo 30 segundos após a primeira destilação antes de realizar o procedimento com a

amostra, para que assim não haja vapor residual no sistema.

Na ampola do equipamento é adicionado 20 mL do vinho já filtrado para eliminar

o CO2 dissolvido. No caso de amostras com acidez fixa inferior a 6 g/L, deve-se,

acrescentar 1 mL de solução de ácido tartárico a 50% para facilitar a liberação volátil. A

proteção plástica é abaixada, o Erlenmeyer é inserido na balança e a destilação é iniciada

(Figura 26).

Ao completar aproximadamente 240 mL de líquido destilado (valor aferido pela

balança do equipamento) o processo é automaticamente interrompido (entre 6 e 7 min).

Ao destilado são adicionadas algumas gotas do indicador Fenolftaleína a 1% e a amostra

é titulada contra NaOH 0,1N até o aparecimento da cor rosa estável por 10 segundos (pH

8,23)

O cálculo da volátil é indicado pela fórmula: Acidez volátil =

V NaOH ×N NaOH × f c ×f CH 3COOH

V amostra

× 10 3 , e o resultado é expresso em g.L -1 , onde o fator de

correção é determinado contra o ácido acético, sendo que cada grama do ácido é

neutralizado por 1,5 g do hidróxido, o fácido=0,06 e o volume da amostra deve ser de 20

mL.


Figura 26: Destilador automático Gibertini© (SILVA, 2020).

2.3.13.1 Correção da acidez volátil devido a presença de dióxido de enxofre

Após a titulação anterior o valor obtido refere-se ao total de ácidos voláteis, o que

inclui o dióxido de enxofre, por isso executa-se o segundo procedimento com fim de

separar os tipos iônicos.

Este processo começa com a acidificação do meio por uma gota de HCl (1:3),

acrescentando 1 mL de solução amido indicador (1%), titulando contra Iodo molecular

0,01N, até surgimento da cor azul, tomando o volume gasto como n1.

Logo em seguida, o meio é alterado para alcalino com a adição de algumas gotas

da solução de borato de sódio (30g de H3BO3 + 40g de NaOH em qsp de 1L) e alguns

cristais de iodeto de potássio para sensibilizar a viragem do amido, titulando contra I

molecular 0,01N até a coloração azul estável, relacionando o volume gasto a n2.


de: f SO2 = n 1

Duas vias de cálculo são necessárias, a primeira determina fator de SO2 através

+

n 2

10 20

, a segunda retorna o valor quantitativo final a partir da aplicação de:

Volátil corrigida = [(V NaOH−f SO 2 )×N NaOH×f c ]

V amostra

× 10 3 , o resultado é expresso em mEq.L -1 . A

acidez volátil máxima permitida pela legislação é de 20 mEq.L -1 (BRASIL, 2014).

Determinação da acidez fixa

O método para esta análise é bem simples, a partir do momento que já se tem em

mãos os valores de Acidez total (At) e Acidez Volátil (Av), basta realizar o cálculo:

A f = A t − A v , onde o resultado é expresso em g.L -1 de ácido tartárico.

Determinação do teor alcoólico a 20ºC

Ao separar o conteúdo alcoólico da amostra por destilação é possível sua posterior

determinação de grau alcoólico a 20ºC a partir da densidade do destilado obtido.

No balão próprio do destilador Gibertini © , que é aferido por peso, é adicionado

vinho até a marca indicada, então a quantidade é transferida para a ampola do

equipamento, o balão passa por até três lavagens com água destilada que são

adicionadas também na ampola. Em seguida a amostra é alcalinizada pela adição da

suspensão de leite de cal (2M contendo 120 g/litro CaO – solução a 12%), notando-se

alteração da coloração devido à alcalinização.

É acrescentada solução antiespumante, até 3 gotas para vinhos secos e até 10

gotas para vinhos demi secos ou suaves. No balão que receberá o destilado são

colocados aproximadamente de 5 mL de água destilada para evitar a evaporação do

álcool no início da destilação. A ampola é fechada com a proteção de acrílico e a

operação é iniciada, tendo seu fim decretado automaticamente ao coletar-se

aproximadamente 75 mL de destilado determinado por peso. A amostra é resfriada até a

temperatura ambiente, o volume do balão completado com água destilada e a densidade


do destilado determinada em balança hidrostática. A balança utilizada no laboratório já

vem com software que indica a temperatura, densidade e o teor alcoólico do destilado.

Caso não seja possível analisar o conteúdo final por uma balança hidrostática que

compute também o teor alcoólico diretamente, realiza-se o método 2.3.8 com a solução

hidro alcoólica e então converte-se o valor de acordo com a tabela abaixo de BRASIL

(1986):

Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

1,00000 0,0 0,99574 2,9 0,99174 5,8 0,98807 8,7 0,98459 11,6

0,99985 0,1 0,99560 3,0 0,99161 5,9 0,98794 8,8 0,98447 11,7

0,99970 0,2 0,99546 3,1 0,99148 6,0 0,98782 8,9 0,98435 11,8

0,99955 0,3 0,99531 3,2 0,99135 6,1 0,98770 9,0 0,98424 11,9

0,99939 0,4 0,99517 3,3 0,99122 6,2 0,98758 9,1 0,98412 12,0

0,99924 0,5 0,99503 3,4 0,99109 6,3 0,98746 9,2 0,98400 12,1

0,99910 0,6 0,99489 3,5 0,99096 6,4 0,98734 9,3 0,98388 12,2

0,99895 0,7 0,99475 3,6 0,99083 6,5 0,98722 9,4 0,98377 12,3

0,99880 0,8 0,99461 3,7 0,99070 6,6 0,98710 9,5 0,98365 12,4

0,99866 0,9 0,99447 3,8 0,99057 6,7 0,98698 9,6 0,98354 12,5

0,99851 1,0 0,99433 3,9 0,99045 6,8 0,98686 9,7 0,98342 12,6

0,99836 1,1 0,99419 4,0 0,99032 6,9 0,98674 9,8 0,98330 12,7

0,99821 1,2 0,99405 4,1 0,99020 7,0 0,98662 9,9 0,98318 12,8

0,99807 1,3 0,99391 4,2 0,99007 7,1 0,98650 10,0 0,98307 12,9

0,99792 1,4 0,99377 4,3 0,98994 7,2 0,98637 10,1 0,98296 13,0

0,99777 1,5 0,99363 4,4 0,98981 7,3 0,98626 10,2 0,98285 13,1

0,99763 1,6 0,99349 4,5 0,98969 7,4 0,98614 10,3 0,98274 13,2

0,99748 1,7 0,99336 4,6 0,98956 7,5 0,98602 10,4 0,98263 13,3

0,99733 1,8 0,99322 4,7 0,98944 7,6 0,98590 10,5 0,98251 13,4

0,99719 1,9 0,99308 4,8 0,98931 7,7 0,98578 10,6 0,98239 13,5

0,99704 2,0 0,99295 4,9 0,98919 7,8 0,98566 10,7 0,98227 13,6

0,99689 2,1 0,99281 5,0 0,98906 7,9 0,98554 10,8 0,98216 13,7

0,99675 2,2 0,99268 5,1 0,98893 8,0 0,98542 10,9 0,98204 13,8

0,99661 2,3 0,99255 5,2 0,98881 8,1 0,98530 11,0 0,98193 13,9

0,99645 2,4 0,99241 5,3 0,98869 8,2 0,98518 11,1 0,98182 14,0

0,99632 2,5 0,99228 5,4 0,98857 8,3 0,98506 11,2 0,98171 14,1

0,99618 2,6 0,99215 5,5 0,98845 8,4 0,98494 11,3 0,98159 14,2

0,99603 2,7 0,99201 5,6 0,98833 8,5 0,98482 11,4 0,98148 14,3

% vol.

0,99589 2,8 0,99188 5,7 0,98820 8,6 0,98470 11,5 0,98137 14,4


Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

% vol. Dens.

Destil.

0,98126 14,5 0,97786 17,6 0,97467 20,6 0,97152 23,5 0,96812 26,5

0,98115 14,6 0,97775 17,7 0,97456 20,7 0,97141 23,6 0,96800 26,6

0,98103 14,7 0,97764 17,8 0,97445 20,8 0,97130 23,7 0,96789 26,7

0,98092 14,8 0,97754 17,9 0,97435 20,9 0,97118 23,8 0,96777 26,8

0,98081 14,9 0,97743 18,0 0,97424 21,0 0,97107 23,9 0,96766 26,9

0,98070 15,0 0,97732 18,1 0,97414 21,1 0,97096 24,0 0,96754 27,0

0,98058 15,1 0,97721 18,2 0,97404 21,2 0,97084 24,1 0,96742 27,1

0,98047 15,2 0,97711 18,3 0,97393 21,3 0,97073 24,2 0,96730 27,2

0,98036 15,3 0,97700 18,4 0,97382 21,4 0,97062 24,3 0,96719 27,3

0,98025 15,4 0,97690 18,5 0,97371 21,5 0,97051 24,4 0,96707 27,4

0,98014 15,5 0,97679 18,6 0,97360 21,6 0,97040 24,5 0,96695 27,5

0,98003 15,6 0,97668 18,7 0,97350 21,7 0,97028 24,6 0,96683 27,6

0,97992 15,7 0,97657 18,8 0,97339 21,8 0,97017 24,7 0,96671 27,7

0,97981 15,8 0,97646 18,9 0,97328 21,9 0,97006 24,8 0,96660 27,8

0,97970 15,9 0,97636 19,0 0,97894 16.6 0,96994 24,9 0,96648 27,9

0,97959 16,0 0,97626 19,1 0,97317 22,0 0,96984 25,0 0,96636 28,0

0,97948 16,1 0,97616 19,2 0,97306 22,1 0,96974 25,1 0,96624 28,1

0,97937 16,2 0,97605 19,3 0,97295 22,2 0,96961 25,2 0,96612 28,2

0,97926 16,3 0,97595 19,4 0,97285 22,3 0,96950 25,3 0,96601 28,3

0,97915 16,4 0,97584 19,5 0,97274 22,4 0,96938 25,4 0,96588 28,4

0,97905 16,5 0,97574 19,6 0,97263 22,5 0,96927 25,5 0,96576 28,5

0,97883 16,7 0,97563 19,7 0,97252 22,6 0,96916 25,6 0,96565 28,6

0,97872 16,8 0,97553 19,8 0,97241 22,7 0,96904 25,7 0,96553 28,7

0,97862 16,9 0,97542 19,9 0,97230 22,8 0,96893 25,8 0,96541 28,8

0,97851 17,0 0,97531 20,0 0,97219 22,9 0,96881 25,9 0,96529 28,9

0,97840 17,1 0,97521 20,1 0,97208 23,0 0,96870 26,0 0,96517 29,0

0,97829 17,2 0,97511 20,2 0,97197 23,1 0,96858 26,1 0,96505 29,1

0,97818 17,3 0,97500 20,3 0,97185 23,2 0,96847 26,2 0,96493 29,2

0,97807 17,4 0,97489 20,4 0,97174 23,3 0,96835 26,3 0,96480 29,3

% vol.

0,97797 17,5 0,97478 20,5 0,97163 23,4 0,96824 26,4 0,96468 29,4


Determinação do extrato seco por gravimetria

O vinho é composto por substâncias voláteis (como alguns ácidos, álcoois, água,

etc.) e não voláteis (como os açúcares, minerais, etc.) (INSTITUTO ADOLFO LUTZ,

2008). O extrato seco representa os compostos orgânicos e inorgânicos que não

volatilizam a 110°C (SANTIN, 2006).

A análise gravimétrica tem por princípio a diferença de peso entre a amostra úmida

e a amostra seca. Inicialmente, as cápsulas de aço carbono devem ser taradas, ou seja,

ter a massa inicial conhecida. Para isso, são colocadas em estufa durante 2 horas a

105ºC, resfriadas a temperatura ambiente em um dessecador contendo sílica gel tendo

em seguida sua massa determinada em uma balança analítica de seis casas decimais

previamente calibrada.

Um volume de 10 mL de amostra é colocado nas cápsulas devidamente

identificadas e levadas a chapa de aquecimento a aproximadamente 90°C para evaporar

até a consistência de xarope. As cápsulas são então colocadas em estufa na temperatura

de 105ºC durante 1 hora (para alcoólicos) ou 30 min (para não alcoólicos). Ao término do

período são colocadas em dessecador até atingir CAT novamente.

O cálculo é realizado com a seguinte fórmula: Extrato seco =

(Massa pós estufa −Tara)

V amostra

× 10 3 , retornando-nos o valor em g.L -1 de extrato seco.

Determinação de cinzas

Fundamenta-se na quantificação da parte mineral da amostra a partir da

carbonização e volatilização totais de compostos orgânicos da mesma. O conhecimento

da fração mineral do vinho pode indicar, por exemplo, diferenças no solo dos vinhedos,

pela composição mineral ou por excesso de adubação. Também auxilia na interpretação

dos resultados de pH e acidez do vinho.


Para iniciar, deve-se tarar os cadinhos de cerâmica ao inseri-los em um forno Mufla

na temperatura de 600ºC durante 10min, resfriando-os em um dessecador até CAT e

após, mensurá-los em uma balança analítica de seis casa decimais previamente

calibrada, referenciando esta massa como tara.

Posteriormente, adiciona-se 10 mL da amostra nos cadinhos devidamente

identificados, levando-os à carbonização em chapa de cerâmica aquecedora até 350ºC

(aquecer gradualmente para evitar borbulhamento). Prosseguindo, a queima total dos

carbonos será finalizada em um forno Mufla à temperatura de 550 ± 25ºC até que seja

visível apenas um resíduo branco acinzentado (Figuras 27 e 28). Durante esta etapa o

tempo pode variar de dias a até semanas, em via de reduzir o tempo do processo, podese

remover o cadinho da mufla, deixa-lo esfriar, adicionar algumas gotas de água

deionizada ao carbonizado preto ainda não transformado em cinzas, quebrar as

formações com o bastão de vidro, tomando cuidado para não deixar nenhum resíduo na

ferramenta, assim, retornando o cadinho para a mufla logo após a evaporação da água

deionizada residual em uma chapa de cerâmica.

Em seguida resfriar no dessecador. O cálculo para obtenção do resultado é

definido por: Cinzas = (Massa pós mufla−tara)

V amostra

× 10 3 , expresso em g.L -1 de cinzas.

Figura 28: Cadinhos em queima no

forno Mufla. (SILVA, 2020).

Figura 27: Cadinhos com resíduo

final (cinzas) (SILVA, 2020).


Determinação de Alcalinidade das cinzas

A influência das cinzas no pH do vinho é obtida pela análise da alcalinidade.

As cinzas obtidas como descrito em 2.3.17 são umedecidas com água deionizada

fervente. Em seguida, acrescenta-se ao cadinho 3 gotas de metilorange a 1% e 10 mL

de solução de H2SO4 0,1N. O conteúdo é transferido para Erlenmeyer de 125 mL, lavando

excessivamente o cadinho com água deionizada fervente. Os Erlenmeyers contendo as

amostras são cobertos com papel alumínio para evitar a evaporação do conteúdo e

colocados em banho-maria fervente durante 10min, sendo em seguida resfriados

naturalmente até atingir CAT.

O conteúdo é titulado contra NaOH 0,1N até a transição do vermelho-alaranjado

para o laranja em pH 4,0 (a visualização se dá pelo desaparecimento do reflexo vermelho

e surgimento do brilho alaranjado) (Figuras 29 a 32).

Figura 29: Titulação, análise

de alcalinidade das cinzas

(SILVA, 2020).

Figura 30: Aferimento do pH

(SILVA, 2020).


A alcalinidade das cinzas é determinada pela fórmula: Alcalinidade =

(10−V NaOH )×N NaOH

V Amostra Original

× 10 3 , onde o resultado é expresso em mEq.L -1 . O resultado também

pode ser convertido para g.L -1 de K2CO3 ao multiplicar o valor obtido em mEq L -1 pelo

equivalente grama deste composto que é 0,0691.

Figura 32: Amostra antes do

ponto de viragem (SILVA,

2020).

Figura 31: Amostra ao

atingir o ponto de viragem

(SILVA, 2020).


3. Conclusão

Ao observar todo o trabalho realizado no centro de pesquisa integrado, e fazer

parte dele também, pude adquirir experiências memoráveis e de extrema importância

para meu futuro profissional. O contato com o ambiente real de trabalho, ainda mais com

o meio da pesquisa científica, definiu muito melhor a visão que eu já possuía sobre o

funcionamento do mercado de trabalho, assim como as técnicas e procedimentos

aprendidos durante o período são, sem dúvida, engrandecedores para meu perfil técnico.

O estágio me possibilitou acompanhar toda a cadeia de processamento e

tratamento de vinhos e espumantes, assim como, em laboratório, do início ao fim dos

procedimentos padrão de análise, dos principais objetos de observação em vigor.


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APÊNDICE

Nesta seção se encontram imagens relativas aos trâmites intermediários dos

processos mencionados anteriormente, complementando as informações antepostas.

Todas as imagens são de domínio particular do autor.

APÊNDICE B: Calibração da balança analítica.

APÊNDICE A: Centrífuga programada e

rotor angular para 6 tubos.


APÊNDICE C: Calibração

dos tubos da centrífuga.

APÊNDICE D: Inserção das cubetas no carretel no espectrofotômetro.


APÊNDICE G: Estante com configuração de tubos para

centrifugação e extração.

APÊNDICE E: equipamento de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).

APÊNDICE F: Repipetando Folin-Ciocalteu na

determinação de fenólicos.


APÊNDICE I: Titulação na determinação de alcalinidade.

APÊNDICE J: Pipetador

mecânico automático.

APÊNDICE H: Aferindo a bureta

na determinação de alcalinidade.


APÊNDICE K: Equipamento ULTRA-TURRAX ® IKA ®

T18 Basic


APÊNDICE L: Repipetador

mecânico automático.

APÊNDICE M: Suporte

para pipetador.

APÊNDICE N: Pipetando amostras na determinação de

antocianas.


APÊNDICE Q: Resultado da leitura de fenólicos.

APÊNDICE P:Tampões pH 1,0 e pH 4,5.

APÊNDICE O: Arranje de tubos para extração.

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