O Progresso, edição de 16 de maio de 2020
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POLÍTICA C1-2
CORIOLANO FILHO
Editor Responsável
editoria@oprogressonet.com
- 03 DE MAIO DE 1970 -
SERGIO GODINHO
Diretor Superintendente
diretoria@oprogressonet.com
ILLYA NATHASJE
Diretor Comercial
comercial@oprogressonet.com
SÁBADO, 16 DE MAIO DE 2020
Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde
Saída também repercute entre deputados
A demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, teve repercussão
negativa entre os senadores nesta sexta-feira (15). Os
parlamentares que se manifestaram foram unânimes em afirmar
que o fato aponta despreparo e irresponsabilidade do presidente
da República. Para alguns, Jair Bolsonaro demonstrou
que não pode mais seguir no cargo.
Teich pediu demissão na tarde desta sexta, e deixa o Ministério
da Saúde menos de um mês depois da saída do seu antecessor,
Luiz Henrique Mandetta. A pasta vai para o seu terceiro
ocupante durante a pandemia de covid-19 - que já produziu
mais de 212 mil casos e mais de 14 mil mortes no Brasil. O
novo nome ainda não foi escolhido pelo governo federal. O
atual secretário-executivo, o general do Exército Eduardo Pazuello,
fica no cargo interinamente.
Para o líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), a saída
de Teich "eleva a temperatura" da crise no país. Ele afirma
que o Brasil carece de uma condução "equilibrada" para enfrentar
a pandemia.
"Esperamos que a escolha do futuro ministro seja orientada
por critérios técnicos e que o Ministério da Saúde siga alinhado
com a ciência. É fundamental a adoção de medidas rápidas e
efetivas para que possamos reduzir ao máximo o impacto dessa
calamidade", escreveu ele em rede social. (Agência Senado)
Senadores do Maranhão
A saída de Teich repercutiu
entre os deputados. Para
o deputado Efraim Filho
(DEM-PB), líder do partido
- o mesmo do ex-ministro
Mandetta -, ao contrário do
que afirma Teich, o agora
também ex-ministro não disse
a que veio em seu curto
período no ministério.
"A impressão que fica é
de que ele nunca assumiu
realmente as suas funções.
Desde a saída do ex-ministro
Mandetta, o Ministério da
Saúde teve praticamente um
mês perdido. No momento
mais crítico da pandemia,
deixou a população desorientada,
sem um ponto de referência
de autoridade da saúde,
e a gente espera que isso
possa se organizar daqui por
diante", disse.
Para o deputado André
Figueiredo (PDT-CE), líder
da Oposição, a saída do médico
oncologista demonstra
que Jair Bolsonaro não tem
mais condições de governar.
"Isso corrobora o que estamos
constatando: que o
presidente da República, lamentavelmente,
não tem condição
de administrar o país num
momento como esse. É lamentável
nós vermos que o nosso
país vai ter um terceiro ministro
da Saúde em menos de 60
dias, num momento em que era
necessário fazer o enfrentamento
da pandemia com o mínimo
de competência de uma
equipe vocacionada, e que seja
respeitada na comunidade científica."
Economia
O líder do governo, deputado
Vitor Hugo (PSL-GO), por
outro lado, defende que a saída
de Teich não afeta a capacidade
do governo de continuar cuidando
da saúde dos brasileiros.
Ele também ressaltou a preocupação
com a economia.
"O governo federal tem feito
todos os esforços para salvar
vidas, que é a nossa prioridade,
e também preservar os
empregos dos brasileiros. Centenas
de ações já foram conduzidas
pelo governo federal,
coordenadas pela Casa Civil, e
já foram anunciadas medidas
que ultrapassam R$ 1,7 trilhão",
defendeu ele. Segundo Vitor
Hugo, "o governo seguirá no
Senadores criticam
segunda mudança no
comando do Ministério da
Saúde durante pandemia
Eliziane Gama (Cidadania-MA): "[Teich] foi forçado a
sair porque não concordou com a ideia irresponsável de defender
o uso deliberado da cloroquina e do fim do isolamento
social. É um governo contra a ciência. O covid-19 deve
estar batendo palmas para o governo federal hoje. Com a
pandemia em crescimento, o presidente deixa em frangalhos
a sua principal estrutura de combate. Atitude impensável,
incompreensível!"
Weverton (PDT-MA): "Inacreditável! O ministro Nelson
Teich pediu demissão e se tornou, em um mês, o segundo
ministro da Saúde a não aguentar as interferências sem sentido
do presidente. Sem uma política centralizada de saúde,
mais pessoas vão adoecer e morrer de covid-19. O Brasil
está à deriva."
seu curso de proteção de vidas,
e de salvaguarda de empregos
e que nós vamos sair
ainda mais fortes e unidos desse
momento tenso, dessa crise
do Covid-19."
Vários deputados avaliaram
que a divergência entre Bolsonaro
e Teich em torno do uso
da cloroquina no tratamento
dos doentes foi o principal motivo
da saída do ex-ministro.
Especialistas que falaram à
comissão externa da Câmara
que avalia o combate à Covid
19 explicaram que a hidroxicloroquina
é um entre muitos
medicamentos que estão sendo
testados no tratamento da
nova doença, mas a falta de
evidências de sua eficácia
fora dos testes em tubos de
ensaio faz com que ela não
seja incluída como protocolo
geral por entidades médicas.
O líder da Minoria, deputado
José Guimarães (PT-CE),
concorda com a avaliação e
afirmou que os brasileiros
"não são cobaia".
"Bolsonaro quer que o ministro
da Saúde possa usar a
cloroquina para agradar os interesses
americanos. Essa é
a razão principal da demissão
do ministro da Saúde. É um
governo que está aos frangalhos."
(Agência Câmara de
Notícias)
Brasília - O Ministério da Saúde informou
ontem (15) que o ministro Nelson Teich
pediu exoneração do cargo na manhã desta
sexta-feira. No comunicado, a pasta não esclareceu
o motivo da saída. Teich assumiu o
cargo há quase um mês, após a saída do exministro
da Saúde Luiz Henrique Mandetta,
em 16 de abril.
Em curto pronunciamento a jornalistas, Teich
afirmou que deu o melhor de si e que "não
é simples" estar à frente da pasta nesse período
de pandemia de Covid-19.
O ex-ministro não mencionou os motivos
que o levaram ao pedido de demissão. Disse
que não aceitou comandar o ministério pelo
cargo em si, mas sim para ajudar as pessoas.
Ao final de sua fala, fez um agradecimento
ao serviço público e ao presidente.
"Seria muito ruim na minha carreira não ter
Ministro não demorou um mês no cargo
Agência Brasil
tido a oportunidade de atuar no ministério
pelo SUS. Eu nasci graças ao serviço público.
Sempre estudei em escola pública, minha
faculdade foi pública, minhas residências foram
em hospitais federais. Eu fui criado pelo
sistema público", disse.
Nelson Teich afirmou, ainda, que deixa um
plano de trabalho para seu sucessor, com um
programa de testagem para a doença pronto
para ser implementado.
A exemplo do ex-ministro Mandetta, Teich
também divergiu do presidente Jair Bolsonaro
sobre os caminhos para o combate à pandemia
do novo coronavírus no país, como as
medidas de isolamento social e o uso da hidroxicloroquina
no tratamento de pacientes.
No lugar de Nelson Teich, assume interinamente
o general Eduardo Pazuello. (Da Redação
com Informações daAgência Brasil)
Estudo da Unicamp indica lockdown
em SP se isolamento não aumentar
Modelo matemático é capaz de projetar transmissão em outras cidades
São Paulo - Um modelo
matemático desenvolvido na
Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) indica
que, caso o isolamento social
no estado de São Paulo não
aumente nos próximos dias
para conter a disseminação da
covid-19, a adoção de lockdown
(isolamento total obrigatório)
será necessária para evitar
que o sistema público de
saúde atinja o limite da capacidade
de atendimento.
O estudo, divulgado na terça-feira
(12), é baseado em um
modelo matemático desenvolvido
pelo professor do Instituto
de Geociências da Unicamp
e coordenador do Programa
Especial Indicadores de Ciência,
Tecnologia e Inovação da
Fundação de Amparo à Pesquisa
(Fapesp), o matemático
Renato Pedrosa.
O modelo utiliza dados reais
do crescimento do número
de casos de covid-19 do
mês de abril em São Paulo,
que indicavam taxa de contágio
da doença de 1,49 para o
estado de São Paulo e de 1,44
para a capital. Essa taxa significa
que, no final de abril,
cada 100 paulistas infectados
pelo novo coronavírus transmitiam
covid-19 para 149 pessoas,
em média, ao longo de
um período de cerca de 7,5
dias após se contaminar. No
caso dos paulistanos, habitantes
da capital, 100 deles infectavam
144 pessoas no período
de 7,5 dias.
A taxa de contágio é afetada
diretamente pelo nível de
Brasília - Os pré-candidatos às eleições
municipais de 2020 já podem começar, a partir
desta sexta-feira (15), a arrecadação de recursos
para a sua pré-campanha por meio de
financiamento coletivo pela internet.
De acordo com a Lei das Eleições nº 9.507/
1997, interessados em disputar o pleito em 2020
somente podem contratar as empresas de financiamento
coletivo que estejam cadastradas
na Justiça Eleitoral. A lista de instituições credenciadas
pode ser consultada no portal do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Liberação
Os recursos arrecadados na fase de précampanha
estarão disponíveis ao candidato
apenas depois da candidatura registrada na
Justiça Eleitoral, da obtenção do Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da cam-
isolamento social da localidade
analisada, ou seja, quanto
maior o nível de isolamento,
menor é a taxa de contágio, já
que, com maior isolamento, o
encontro entre as pessoas diminui
e, consequentemente, de
transmissão da doença.
O estudo ressalta que mantidos
esses níveis de contágio,
e as taxas de isolamento que,
em média, estão abaixo dos
50%, os valores projetados
indicam que, ainda em maio,
o sistema público de saúde da
Região Metropolitana de São
Paulo (RMSP) atingirá seu limite
de atendimento, considerando
que o nível de ocupação
de leitos de unidades de
terapia intensiva (UTIs) já
está acima de 80%.
"É urgente que se amplie o
nível de isolamento, provavelmente
acima de 65%, para que
o crescimento da doença nas
próximas semanas, seja contido,
mesmo considerando-se o
efeito da obrigatoriedade do
uso de máscaras. Se isso não
for alcançado, São Paulo terá
que adotar medidas mais drásticas
de contenção, como o lockdown,
ou seja, o isolamento
total obrigatório, como ocorreu
na Itália e na França, caso contrário
estaremos numa situação
insustentável, tanto na capital
como no estado como um
todo", destacou o matemático
em artigo sobre a pesquisa.
O modelo desenvolvido
pode ser usado para projetar
a dinâmica de transmissão da
covid-19 em outras localidades,
já que ele leva em consideração
as variáveis climáticas,
a densidade populacional
e a linha do tempo da instalação
da doença. O matemático
usou dados de 50 estados
norte-americanos e de 110
países, incluindo o Brasil.
(Bruno Bocchini/ABr)
Pré-candidatos já podem arrecadar
verba com financiamento coletivo
Lista de empresas de financiamento online cadastradas está disponível
panha e da abertura de conta bancária específica.
Nos casos em que o pré-candidato não solicitar
o seu registro de candidatura, as doações
recebidas durante o período de pré-campanha
devem ser devolvidas pela empresa arrecadadora
diretamente aos respectivos doadores.
Empresas cadastradas
Até a realização das eleições deste ano, as
instituições interessadas podem, a qualquer
tempo, solicitar sua habilitação ao TSE. A autorização,
contudo, não significa chancela as
empresas quanto à idoneidade e à adequação
de procedimentos e sistemas por elas utilizados
na captação de doações para campanhas.
A lista de requisitos também está no site do
TSE. (Karine Melo/ABr)