CreO Newsletter 1 - abril 2020
Fique a conhecer melhor o projeto Erasmus+ CreO - As Indústrias Culturais e Criativas: novas oportunidades nas indústrias tradicionais.
Fique a conhecer melhor o projeto Erasmus+ CreO - As Indústrias Culturais e
Criativas: novas oportunidades nas indústrias tradicionais.
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Newsletter 1 – Abril 2020
PROJETO CREO: UMA OPORTUNIDADE PARA A INOVAÇÃO
Projeto europeu explora o potencial inovador dos profissionais das indústrias
criativas no setor industrial.
A inovação é um dos grandes desafios
enfrentados pelas empresas.
Independentemente do setor em que
operam, as organizações procuram algo
único para se diferenciarem da
concorrência e obterem vantagem
sobre ela. Procuram colocar novos
produtos ou serviços no mercado,
desenvolver um processo, uma maneira
de gerir negócios ou relações laborais,
ou criar um modelo organizacional que
coloque os seus negócios numa posição
de destaque em comparação com
outros. Para isto, não basta aperfeiçoar
aquilo que já têm ou maximizar as suas
eficiência e eficácia para aumentarem a
competitividade. É necessário produzir
novidade que mude as regras do jogo a
favor das organizações.
No entanto, esta necessidade de
inovação é também vista como uma
tarefa difícil pela maioria das pessoas; e
certamente que o é. São necessários
recursos materiais e humanos para
desenvolver uma ideia, uma visão que
pode levar algum tempo para ser
concretizada. Entre as muitas questões
a serem respondidas, algumas focam-se
no "porquê?" da inovação: Que visão de
negócio queremos alcançar? Em que
nos podemos diferenciar? Quais são os
resultados esperados? Outras questões
centram-se em criar um ecossistema
que permita às organizações procurar e
implementar inovação. De qualquer
forma, ambas as abordagens destacam
os elementos que determinam a
sustentabilidade de um processo de
inovação: a estratégia e os recursos.
Existem grandes especialistas que
ajudam as empresas a projetar e
integrar estruturas sustentáveis
voltadas para a inovação. Retirando
inspiração de um dos conceitos
desenvolvidos por alguns desses líderes
– inovação aberta e estar ciente do
potencial inovador de pessoas
especialmente formadas para gerar
ideias – seis organizações europeia nos
campos da formação, inovação,
trabalho colaborativo e produção
estabeleceram o objetivo de criar um
modelo para auxiliar a integração de um
sistema de inovação na indústria
tradicional. Baseando-o no potencial
inovador das Indústrias Culturais e
Criativas (ICC), que está dependente do
talento das pessoas que fazem parte
delas, estamos a projetar uma
metodologia para integrar profissionais
com formação em criatividade nas
estruturas da indústria tradicional.
Com o apoio da Comissão Europeia, o
Projeto CreO explora o potencial da
rede de Educação e Formação
Profissional e as suas estreitas relações
com as empresas, para que estas
integrem o talento dos formandos de
cursos na área da criatividade.
Newsletter 1 – Abril 2020
O objetivo é promover a inovação no
setor da produção industrial. O corpo
docente destes cursos deve adquirir
competências que lhe permita dotar os
seus formandos de conhecimentos e
aptidões relacionadas com este setor.
Por sua vez, os líderes empresariais do
setor industrial devem saber como
orientar adequadamente estes
formandos durante o tempo que
passam nas suas empresas, enquanto
realizam os seus estágios. O projeto
CreO fornece a metodologia e os
materiais para que ambas as partes
possam enfrentar esses desafios.
O projeto CreO providencia aos
formadores as competências que
devem adquirir – Currículo CreO – e os
conteúdos relacionados com o setor
industrial com os quais devem estar
familiarizados, através das seguintes
unidades de formação:
Unidade 1: A mentalidade das
empresas e as tendências no setor
dos processos de fabrico avançado
Unidade 2: Realidade Virtual e
Realidade Aumentada na Indústria
4.0
Unidade 3: Fabrico aditivo e
Impressão 3D na Indústria 4.0
Unidade 4: Design gráfico para
marketing na Indústria 4.0.
O Guia de Aprendizagem em Contexto
de Trabalho CreO detalha as diretrizes
que as empresas industriais devem
seguir ao acolherem formandos das
áreas criativas para a realização de
estágios. Além disso, apresenta 5
unidades de formação para facilitar esta
tarefa:
Unidade 1: Aprendizagem baseada
em problemas
Unidade 2: Pensamento criativo e
inovador
Unidade 3: Pensamento crítico
Unidade 4: Aprendizagem
colaborativa
Unidade 5: Ambiente colaborativo
virtual (2.0)
A Internet das Coisas, Impressão 3D,
Realidade Virtual e Realidade
Aumentada, novos materiais,
sustentabilidade energética ou novas
formas de comunicação ou de
realização do trabalho são
oportunidades e desafios com os quais a
indústria precisa de lidar. Deste modo, o
projeto CreO visa, então, a colaboração
entre o potencial inovador de
formandos especializados em
criatividade e pensamento disruptivo e
a inovação que se pretende impulsionar
no setor industrial. Uma colaboração
que, simultaneamente, alarga as
atividades profissionais a que os
formandos das indústrias criativas se
podem dedicar em setores emergentes.
Newsletter 1 – Abril 2020
ESTRUTURAR A INOVAÇÃO ABERTA
Para que a inovação ocorra, é necessário criar processos e espaços que facilitem a
exploração do conhecimento e a troca de ideias e experiências entre as organizações
e pessoas relacionadas com uma área de negócio.
Tal como já descrevemos no nosso
artigo Diversidade para a inovação,
ideias disruptivas e diversidade andam
a par. Esse vínculo é fortalecido quando
a diversidade reúne pessoas com
antecedentes que não são
condicionados pela realidade e pela vida
quotidiana empresarial.
Foi o professor Henry Chesbrough
quem primeiro propôs um modelo de
inovação que foi além das fronteiras
empresariais. Intitulou-o de Inovação
Aberta (IA) e esta é agora uma das
pedras basilares do desenvolvimento de
negócios. As conquistas de empresas
como a Cisco, a Xerox, a GE, a Honeywell
e a Lindt, entre outras, graças à IA, são
exemplos recorrentes nas investigações
e na literatura sobre o tema. No
entanto, como observa o professor
Chesbrough, a IA não é uma estratégia
válida apenas para grandes
corporações. Ela é imperativa para
qualquer organização, qualquer seja o
seu tamanho ou setor, pois todas
precisam de inovar para competir num
ambiente em constante evolução.
A IA facilita este processo. Além de
multiplicar o número de ideias e
soluções criativas oferecidas, é
realmente lucrativa. Todas as empresas
mantêm relações externas com
clientes, fornecedores, parceiros ou até
mesmo concorrentes que compõem a
sua rede de contactos. Reforçar pontes
para que essas conexões se tornem
fonte de ideias é o objetivo do modelo
de Inovação Aberta. Deste modo, ele
tira proveito dessas relações e baseia-se
no uso de conhecimentos externos,
experiências e tecnologia para inovar.
Da mesma forma, tal como Chesbrough
enfatiza, a IA é uma via de dois sentidos,
em que a inovação flui “de fora para
dentro” e “de dentro para fora”. Por
outras palavras, o conhecimento da
própria organização pode ser usado por
terceiros, o que pode levar à exploração
da propriedade intelectual ou ao
acúmulo de spin-offs de negócios.
No entanto, palavras fáceis de escrever,
como colaboração, criatividade ou
abertura não são tão fáceis de colocar
em prática, principalmente quando
envolvem pessoas que têm pouco em
comum. A gestão da diversidade e a
Inovação Aberta propriamente dita
exigem atenção e procedimentos,
dinâmicas que nos permitam libertar a
criatividade interna e explorar a
criatividade externa (Docherty, 2015).
O projeto CreO é uma proposta de
exploração da aprendizagem em
contexto de trabalho/estágios que
todos os formandos do Ensino e
Formação Profissional devem realizar
para obterem as suas qualificações.
Newsletter 1 – Abril 2020
Ao colocar o foco no potencial criativo
dos profissionais da ICC, o projeto CreO
fornece a metodologia e as
ferramentas necessárias para integrar
e consolidar a inovação no setor
industrial, graças a pessoas com
formação criativa, externas às
empresas. A delimitação desta
colaboração é também importante,
incentivando e valorizando a gestão da
reputação de ambas as partes. Este é
um fator crítico na abordagem aos
processos de abertura e é o ponto de
partida para estabelecer uma
colaboração honesta, baseada na
confiança mútua.
CREO – PONTO DE SITUAÇÃO
O Currículo CreO e as Unidades de Formação para formadores do EFP já estão
terminados.
Antes do final de 2019, o projeto CreO
chegou ao final de uma das suas fases
decisivas: a elaboração dos materiais
de formação com os conteúdos que o
corpo docente do Ensino e Formação
Profissional precisa de adquirir para
ajudar os formandos das Indústrias
Culturais e Criativas (ICC) a prosperar
no mundo da indústria. Estes
conteúdos estão distribuídos por 4
Unidades de Formação:
Unidade 1: A mentalidade das
empresas e as tendências no setor
dos processos de fabrico avançado
Unidade 2: Realidade Virtual e
Realidade Aumentada na Indústria
4.0
Unidade 3: Fabrico aditivo e
Impressão 3D na Indústria 4.0
Unidade 4: Design gráfico para
marketing na Indústria 4.0.
encaixa na Indústria 4.0 e a
caracterização geral das empresas que
fabricam produtos desta maneira. Além
disso, apresenta uma breve descrição
das revoluções industriais que
ocorreram e esclarece conceitos
atualmente usados no setor, como
transformação digital. As duas últimas
subunidades detalham as tendências e a
mentalidade das indústrias de fabrico
avançado, com o objetivo de destacar as
oportunidades que elas oferecem aos
formandos das ICC na Indústria 4.0.
Apesar de estas indústrias terem de
responder a desafios diferentes dos do
setor criativo, também enfrentam
desafios globais comuns.
A Unidade 1 tem como objetivo
familiarizar os formadores com a
realidade do setor do fabrico avançado,
esclarecendo o que ele é, como se
Newsletter 1 – Abril 2020
A Unidade 2 é dedicada à Realidade
Virtual e à Realidade Aumentada na
Indústria 4.0, explicando a diferença
entre estes conceitos e descrevendo as
suas evoluções ao longo do tempo. A
Unidade aborda profundamente as duas
realidades, detalhando as etapas de
criação e desenvolvimento de cada uma
delas, incluindo as técnicas, ferramentas
e processos utilizados por cada uma,
assim como as aplicações da Realidade
Virtual e da Realidade Aumentada na
Indústria.
A Unidade 3 apresenta conteúdos
relacionados com o fabrico aditivo e a
impressão 3D, nomeadamente os
processos, os materiais e o software
utilizados, além de explorar as áreas em
que podem ser aplicados. Nela são
também analisados os benefícios e as
limitações de ambos os tipos de
transformação na Indústria 4.0, em
comparação com a manufatura
tradicional.
A Unidade 4 é sobre marketing. Os
tópicos abordados incluem os seus
princípios, as tendências, as estratégias,
a identidade corporativa e a sua
representação visual ao nível da
promoção, os canais de comunicação e
abordagens inovadoras para melhorar
os processos de comunicação interna e
os fluxos de informação nas
organizações.
Todos os conteúdos das Unidades foram
analisados em novembro passado, em
Bilbau – Espanha, por dois especialistas
de cada organização envolvida no
projeto CreO, provenientes de Portugal,
Espanha, Áustria e Eslovénia. As
Unidades serão disponibilizadas às
organizações e profissionais
interessados através da plataforma
online especialmente criada para este
projeto: o Ambiente Virtual de
Aprendizagem CreO. Este é um espaço
virtual de aprendizagem online,
disponível em 5 idiomas – inglês,
português, espanhol, alemão e esloveno
–, onde formadores e empresas
poderão adquirir competências que
facilitam a interação entre o
ecossistema do Ensino e Formação
Profissional das indústrias criativas e o
mundo dos negócios e da indústria.
Atualmente, o consórcio do projeto
continua a desenvolver materiais de
formação para empresas industriais,
projetados para facilitar a integração de
formandos das ICC nessas empresas,
durante os seus estágios curriculares.
Saiba mais sobre o projeto Creo em:
https://creo-project.blogspot.com
https://www.facebook.com/CreoProjectEurope
Para mais informações, contacte:
vmgaiao@isq.pt