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O Progresso, edição de 09 de junho de 2020

O mais antigo jornal de Imperatriz em circulação diária — e terceiro do Maranhão — foi fundado em 3 de maio de 1970.

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POLÍTICA

TERÇA, 09 DE JUNHO DE 2020

C1-3

Temas como Democracia, Eleições Municipais e Pandemia marcam o início

do primeiro Congresso Nacional de Direito Eleitoral do Maranhão

No momento em que se vive, em face das adversidades

e desafios enfrentados no país e no mundo com o atual

cenário de pandemia, que impõe o distanciamento social,

o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, por meio da sua

Escola Judiciária Eleitoral e da Escola Judiciária do Tribunal

Superior Eleitoral realizou, por videoconferência, nesta segunda,

8 de junho, o Congresso Nacional de Direito Eleitoral com

o tema “Democracia, Eleições Municipais e Pandemia”.

O Congresso, que conta com mais de 4 mil inscritos, entre

magistrados, membros do Ministério Público, advogados, servidores

públicos, representantes de partidos políticos, professores,

pesquisadores, estudantes universitários e imprensa, tem

o objetivo de discutir temas relevantes ligados ao estudo do

Direito Eleitoral e atualizar o cidadão acerca das normas recentes

que regularão as eleições municipais vindouras nesse

momento atual.

Ao participar da abertura, o presidente do TRE, desembargador

Tyrone Silva, afirmou ser oportuno os debates, em eventos

desta natureza, com relevantes temas do direito eleitoral,

tão útil ao aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre a matéria,

como reflexões aos questionamentos que sempre nos traz

a matéria eleitoral, inclusive agora, com mais as preocupações

causadas por este grande drama que é a pandemia.

Tyrone Silva destacou que “os temas a serem tratados, além

de dizerem respeito especificamente às eleições municipais e

à sua realização neste momento de crise, trazem uma abordagem

mais universal, que interessa a todos e todo tempo, que é

a Democracia. E nas circunstancias atuais, em que ora ou outra

se insinua colocar à prova a estabilidade de nossa Democracia,

se afigura oportuno reafirmar seus valores, sustentar

seus preceitos, notadamente aqueles preconizados pela nossa

Constituição, de garantia aos direitos fundamentais do cidadão,

O ministro Tarcísio Vieira

Neto, diretor da EJE/TSE, o

desembargador Cleones Cunha

(ex-presidente do TRE-

MA) e o procurador regional

eleitoral Juraci Guimarães Júnior

(TRE-MA) foram as autoridades

que inauguram as

discussões do Congresso Nacional

de Direito Eleitoral do

Maranhão - que ocorreu durante

toda essa segunda, 8 de

junho, por videoconferência.

Eles, mediados pela juíza Lavínia

Coelho (diretora da EJE

do TRE-MA), discutiram o

tema “Democracia Brasileira,

seus avanços, conquistas e

desafios”.

Para o ministro Tarcísio, o

evento está pautado em 3 vetores:

o da democracia, das

eleições municipais e o da pandemia.

“É interessante a ordem

escolhida para essa arrumação.

Percebe-se que as

eleições municipais estão quase

como que enclausuradas,

emparedadas numa praça de

guerra entre questionamentos

severos. De um lado a tônica

democrática, não só aqui

como forma de governo, mas,

também, como único modo de

vida a ser vivida; e de outro

lado a pandemia da Covid-19,

que é fato gerador de profundas

transformações, algumas

de significação perene, em

torno de questões políticas,

sociais, econômicas e jurídicas.

Quanto ao painel em que

faço parte, ele tem um conteúdo

mais geral, como se fosse

um abre alas, em que precisamos

tratar da democracia

Autoridades debatem os efeitos

da pandemia na Democracia

ASCOM TRE-MA

brasileira à luz desses avanços,

conquistas e dos desafios

impostos”.

Já para o desembargador

Cleones Cunha, “vive-se uma

época paradoxal e desafiadora

em que teremos que guardar

a democracia, preservando

os avanços e as conquistas

e, dentre estes, o desafio de

manter a normalidade do processo

eleitoral. Diante do nosso

entorno, da nossa realidade,

assegurar as eleições municipais,

neste ano de 2020, é medida

desafiadora, contudo necessária

para fortalecer, ainda

mais, a nossa democracia”.

O desembargador salientou

que não há democracia sem instituições

sólidas e que apenas

instituições livres e fortes garantem

a democracia, assegurando

direitos políticos. E nesse

contexto, destacou a importância

da Justiça Eleitoral com seus

Tribunais e seus juízes, partidos

políticos e da imprensa, considerados

conquistas do regime

democrático.

Cleones Cunha finalizou

lembrando Bobbio para quem

a Democracia é o governo do

poder visível. “Tudo às claras!

Os nossos procuradores, os

representantes do povo, os

nossos julgadores, todos nos

devem a transparência dos

fatos / leis / números / economia

/ situação social. E agora,

em tempo de pandemia, vigilância,

não para inibir direitos,

mas para coibir excessos”.

Já o procurador regional

eleitoral do Maranhão, Juraci

Guimarães Júnior, fez duas

análises referentes ao papel do

Poder Judiciário, em especial

da Justiça Eleitoral: uma é sobre

seu papel na preservação

da Democracia e outra quanto

ao seu eventual aperfeiçoamento

por meio do ativismo

judicial eleitoral. Começou

suas abordagens lembrando as

características da democracia

no Brasil que passam despercebidas

no dia a dia.

“A democracia é muito

mais que o regime político da

vontade da maioria. Na precisa

lição de Ronald Dworkin,

a legitimidade democrática

não se encontra num simples

critério matemático, mas repousa

em tratar todos os cidadãos

em igual respeito e

consideração. Digo eu, para

finalizar: Respeito. Igualdade.

Liberdade. Eis a essência da

democracia que deve ser diuturnamente

cultivada por todos,

a fim de que, como na

música ‘Olha para o céu’, de

Luiz Gonzaga, do clássico do

São João nordestino, o lindo

balão multicor não vá sumindo

no céu. Que a pluralidade

da democracia não vá se esvaindo

no horizonte”.

Convenções, Registro e o

Fim das Coligações Proporcionais

foi o tema do segundo e

último painel da manhã, cujos

debatedores foram o ministro

Carlos Bastide Horbach

(TSE) e as advogadas Marilda

de Paula Silveira e Isabel

Mota (ambas membros da

ABRADEP), funcionando

como mediador o juiz Bruno

Duailibe (membro efetivo do

TRE-MA).

O ministro Carlos Horbach

começou tratando da autorização,

por parte do TSE, das convenções

partidárias de forma

virtual, porém, contudo, contextualizando

as sucessivas crises

que a Democracia tem passado

desde o início do século XXI

para então falar acerca dos

direitos políticos que estão sofrendo

drasticamente.

“É a quarta grande crise do

século 21 que coloca em xeque

os direitos fundamentais

de maneira global. Estamos

vivendo restrições a liberdades

públicas como o direito de

ir e vir, o direito de ação, o direito

de manifestação. Estamos

vivendo impactos nos direitos

sociais porque haverá aí

o tensionamento dos direitos

do trabalho, de previdência, de

saúde e também impactos nos

direitos políticos, que talvez

sejam os primos pobres dos

direitos fundamentais. Neste

último campo, estamos com

restrições drásticas aos meios

mais elementares de fazer

política, como as convenções,

pedir voto e realizar as próprias

eleições”.

Marilda de Paula falou sobre

o fim das Coligações. Para

ela, as coligações vieram para

o nosso sistema com boa intenção,

favorecendo os pequenos

partidos e viabilizando

eleições de grupos menores,

de menor representatividade.

Porém, a realidade demonstrou

distorções”.

O painel foi concluído com

o tema de registro de candidatura

com a advogada Isabel

Mota, que levantou a importância

dos registros para o

calendário eleitoral. “É um

marco fundamental para todo

o processo, onde descobriremos

se os pretensos candidatos

vão conseguir a chancela

da justiça eleitoral para disponibilizar

validamente seus nomes.

O que é certo é que para

as eleições de 2020 nós teremos

mais uma vez esse vestibular

inicial que é antes do

vestibular das urnas, o momento

em que a justiça eleitoral

afere se as condições de

elegibilidade estão presentes

naquele pretexto candidato”,

resumiu. (TRE-MA )

TRE-MA realizou, por videoconferência,

o Congresso Nacional de Direito Eleitoral

ASCOM TRE-MA

do pluralismo político, de respeito às instituições, assim como a

perfeita convivência dos poderes constituídos, com a independência

e a harmonia, tão salutares ao equilíbrio social e político,

sustentáculos da ordem democrática, que essa Constituição nos

impõe, a teoria e a história sempre nos ensinou e nos ensina”.

O presidente finalizou agradecendo o compartilhamento e

adesões das várias instituições e entidades de classe e de ensino

que se uniram para a concretização do evento. “Contamos

com a cooperação técnica da Academia Brasileira de Direito

Eleitoral e Político (ABRADEP) e com as seguintes parcerias:

Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA), Comissão

da Advocacia Eleitoral da OAB/MA, Escola Superior da

Magistratura do Maranhão (ESMAM), Ordem dos Advogados

do Brasil (OAB/MA), Universidade Ceuma, Universidade

Estadual do Maranhão (UEMA) e Universidade Federal do

Maranhão (UFMA)”.

O ministro Tarcísio Vieira, membro efetivo do TSE e diretor

da Escola Judiciária Eleitoral, falou da satisfação da parceria

com o Regional maranhense e ressaltou que a temática do evento

está muito calibrada, inclusive em termos topográficos porque

a eleição municipal é a chave das discussões e está situada

entre a democracia, fortemente questionada na seara contemporânea,

e a pandemia que está colocando em xeque muitos

dos dogmas clássicos da matéria eleitoral e do direito em

geral. “Este congresso reúne todos os predicados para se consolidar

como um dos mais relevantes no nosso calendário permanente

de eventos da justiça eleitoral”.

A juíza Lavínia Macedo, membro efetivo do TRE-MA e diretora

da EJE, iniciou seu discurso pedindo permissão para prestar

condolências as quase 40 mil famílias do norte ao sul do

país que perderam entes queridos para o Covid-19. Agradeceu,

assim, a todos os profissionais de saúde que vem desempenhando

com maestria os seus trabalhos.

A magistrada salientou que a crise sanitária econômica que

vem atingindo vários países do mundo, não só o Brasil, em

decorrência do novo coronavírus, vem exigindo dos governantes

e da sociedade civil tomada de decisões extremas a fim de

mitigar, atenuar as consequências desastrosas desse vírus, que

até pouco tempo eram inimagináveis.

“Esse vírus exigiu um novo posicionamento, uma nova vida,

uma nova forma de pensar de cada um de nós e nesse passo,

garantir a realização das eleições municipais permitindo a alternância

de poder em todos os cinco mil e quinhentos e sessenta

e oito municípios desse país. É medida salutar para preservar

o regime democrático de direito. Somos nós, integrantes de

cada Tribunal Regional Eleitoral do país, com o apoio do TSE, e

a partir do trabalho de cada funcionário, que temos o dever de

assegurar essa missão, construindo soluções para enfrentarmos

todas essas adversidades impostas”, pontuou a juíza, que acrescentou:

“como órgão condutor do processo eleitoral que se aproxima,

esse cenário nos impôs um momento de reflexão e união,

apesar de separados fisicamente, com o objetivo de discutir propostas

e alternativas para garantir a realização das eleições

municipais de 2020. Realizar as eleições pode até ser tarefa fácil,

mais é desafiador quando temos que observar regras sanitárias

para tentar diminuir, atenuar e até evitar qualquer risco de

contaminação, preservando assim a saúde de todos os atores do

processo eleitoral, quais sejam, nossos eleitores, nossos servidores,

nossos juízes, promotores eleitorais, advogados, os eleitoralistas,

os estudantes de direito, de fato a pandemia será um novo

marco da história da humanidade”, concluiu.

Por fim, o coordenador-geral da Academia Brasileira de

Direito Eleitoral e Político, Marcelo Weick Pogliese, agradeceu

a participação da ABRADEP no evento que, junto com os

parceiros, e capitaneados pelo TRE e TSE, deram o ponta-pé

inicial para um conjunto de eventos que devem ocorrer até as

eleições. Ele agradeceu todas as equipes envolvidas e ressaltou

o cuidado que a organização teve em construir mesas de

debates que possam trazer uma possibilidade de reflexão não

só com relação as dificuldades que devemos enfrentar até a

concretização das eleições, mas principalmente uma reflexão

profunda do futuro da nossa democracia.

Eleitoralistas contra a fome e Mulheres na Política

O Tribunal Regional Eleitoral, por meio do seu presidente,

aderiu à campanha “Eleitoralistas contra a Fome” promovida

pela ABRADEP que tem o objetivo de arrecadar valores para

a distribuição de alimentos às pessoas atingidas pela grave crise

de saúde vivida no Brasil e a Comissão de Política de Gênero

e Cidadania do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão,

presidida pela juíza Lavínia Macedo, apresentou um vídeo que

trata do tema “Mulher na Política”, mostrando o depoimento

de várias personalidades de destaque no estado convidando as

mulheres a participarem das eleições.

O vídeo “Mulher na Política” foi produzido pelo Núcleo de

Educação à Distância do TRE-MA da Coordenadoria de Educação

e Desenvolvimento da Secretaria de Gestão de Pessoas.

Ele faz parte de ações totalmente dedicadas a destacarem,

valorizarem e a fortalecerem o papel e a participação feminina

na vida política nacional, estadual e municipal. Os depoimentos

contaram com a colaboração da defensora pública Lindevânia

Martins, da empresária Jacira Haickel, da procuradora da

Mulher Helena Dualibe (Assembleia Legislativa), do cantor e

compositor Zeca Baleiro e Alcione, das juízas Ana Beatriz (65ª

zona eleitoral) e Larissa Tupinambá (3ª Vara de Pedreiras) e

do juiz juiz Gervásio Santos (6ª Vara Cível de São Luís) , da

influenciadora digital Thaynara OG, das servidoras Neila Moraes

(chefe de cartório da 38ª zona eleitoral) e Andréa Expósito

(assessora de membro da Corte do TRE-MA) e da educadora

Maria Alice Prazeres.

A solenidade de abertura do Congresso contou, também,

com o vice-presidente e corregedor regional eleitoral do Maranhão,

desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos; os

membros da Corte: José Gonçalo de Sousa Filho, Bruno Duailibe

e Camilla Ewerton Ramos; do procurador regional eleitoral,

Juraci Guimarães Júnior; representando o poder judiciário

estadual, o vice-presidente do Tribunal de Justiça do estado do

Maranhão, des. José Bernardo Silva Rodrigues (ex presidente

do TRE-MA); desembargador Cleones Carvalho Cunha (expresidente

do TRE); do diretor da Escola da Magistratura do

Maranhão, des. José de Ribamar Froz Sobrinho; do presidente

da Associação dos Magistrados do Maranhão, juiz Angelo Antonio

Alencar dos Santos; do presidente da Ordem dos Advogados

do Brasil- seccional do Maranhão, Thiago Roberto Morais

Diaz; do reitor da Universidade Federal do Maranhão, prof.

Doutor Natalino Salgado; da reitora da Universidade Ceuma,

profa Mestre Cristina Nitz; e o diretor–geral do TRE-MA,

Gustavo Araujo Vilas Boas. (ASCOM TRE-MA)

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