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FICHA TÉCNICA
©2016 Fundação Kissama
fundacao.kissama@gmail.com
PATROCINADOR OFICIAL DA FUNDAÇÃO KISSAMA
Sonangol E.P.
TÍTULO
Muadi, o regresso dos elefantes
TÍTULO DA COLECÇÃO
Estórias para Conservar
AUTORAS
Adjany Costa e Sendi Baptista
CONTRIBUIÇÕES PARA O TEXTO
Ninda Baptista, Renata Carriço e Vladimir Russo
ILUSTRAÇÕES E CAPA
Fernando HUGO Fernandes
MAQUETE
Fátima HELENA Fernandes
COR, LUZ E SOMBRA
André Andrade, Fernando HUGO Fernandes, Gustavo Millane, Mariana Livraes,
Margarida Sousa Marques e Pedro Seiler
FOTOS
©Adjany Costa (Edição de fotos de Flávio Cardoso) e ©James Kydd
EXECUÇÃO GRÁFICA
DAMER Gráficas, S.A.
TIRAGEM
5.000 exemplares
MUADI
o regresso dos elefantes
Depósito Legal nº 7465/2016
1ª Edição: Julho 2016
ISBN: 978-989-98445-7-5
PATROCINADORES
S.M. do Calonda, S.M. do Chitotolo, S.M. do Lumanhe e Projecto de Vida Selvagem do Okavango
Como todos os elefantes, Muadi possuía uma memória extraordinária. Mais do que isso, tinha
Era uma vez uma manada de elefantes que vivia na Namíbia. Era uma família muito unida graças à
4 a importante missão de ensinar tudo o que sabia aos seus descendentes, para garantir a sua
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sabedoria e sensatez da sua matriarca, Muadi, uma elefanta de 58 anos. Com ela podiam atravessar
sobrevivência. Agora tinha chegado a altura de contar um segredo nunca antes partilhado: a história
rios, florestas e savanas sem nada temer.
da sua vida… Principalmente ao seu filhote mais novo, Ondji, agora com um ano de idade.
Como habitualmente, a líder reuniu o grupo à beira do rio depois de mais um longo dia à procura
--Mas se nasceste lá, porque é que nunca voltaste? – questionou o Ondji, curioso.
6 de plantas para comer. Tranquilamente começou por dizer:
--Quando era mais jovem, houve uma guerra longa e violenta. Foi tão grave que até os animais
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--Hoje quero falar-vos da terra onde nasci e para onde nunca voltei… Muito além deste rio, num
ficaram em perigo e tiveram de ir viver para longe. – narrou Muadi com grande tristeza.
lugar chamado Angola.
Contou como tinha sido a sua infância no miombo e nas chanas de Angola, onde pessoas e animais
A história de Muadi comoveu todos, que passaram dias a sonhar com as paisagens paradisíacas que ela
conviviam em harmonia. Não havia grandes perigos para os elefantes, que podiam fazer as suas longas
8 descrevera. Dispostos a conhecer esse lugar, iniciaram aquela que seria a maior jornada das suas vidas.
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caminhadas em lugares onde a água e a comida abundavam. Continuou:
Como sempre, confiariam cegamente no comando da sua líder no regresso ao lugar que abandonara
- Um dia acabou a paz e tivemos de fugir. Fiquei com a minha mãe e irmã, mas perdemos o resto da
décadas atrás… Certamente, esse percurso estava bem presente na sua memória.
manada. Aos poucos, refizemos aqui a nossa família.
Um rinoceronte solitário ouviu o entusiasmo deste grupo de elefantes em início de viagem.
dia em que caçaram a minha mãe para lhe tirarem o corno… Era ainda pequenino quando a perdi
Preocupado, dirigiu-se a eles:
para sempre e fugi.
10 --Percebi pela vossa conversa que estão a caminho de Angola. Também vim de lá há uns anos
Depois de um momento de silêncio, o rinoceronte continuou:
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atrás… Têm a certeza de que querem regressar?
--
Gostaria muito de voltar, mas ainda não ganhei coragem. E também sei que já não há rinocerontes
--Sim… A minha mãe é de lá. Por que é que te vieste embora? – perguntou o Ondji de imediato.
por lá. Nenhum sobreviveu à caça ilegal. Mas desejo-vos muita sorte… E que cheguem bem.
--Por causa do meu corno, que é considerado muito valioso por algumas pessoas. Lembro-me do
Os dias de marcha seguiam-se um após o outro. Radiante por finalmente estar em solo angolano depois
de tantos anos, Muadi dirigiu-se aos primeiros animais que encontrou: hipopótamos escondidos no rio.
Surpresos por os verem ali, aproximaram-se:
--
Olá amigos! De onde vêm? Há muito tempo que não víamos elefantes por estas bandas!
--
Boa tarde. Viemos da faixa de Caprivi, estamos a andar há alguns dias. – respondeu a matriarca com
o seu ar imponente.
--
E não têm medo dos humanos? Nós já somos poucos e estamos sempre escondidos nas zonas mais
profundas do rio. Só saímos de noite para comer e muito cuidadosamente, para eles não nos verem.
--
Eles não são assim tão maus no lugar de onde viemos… – ripostou o Ondji.
--
Mas vocês deviam temê-los! Aqui há caçadores que nos perseguem pela nossa carne e temos de ter
sempre muito cuidado… Sorte têm os crocodilos, que os afugentam facilmente!
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Ouvindo falar deles, os crocodilos gritaram:
--
Poder até podemos, mas já pusemos os nossos ovos aqui e não vamos abandonar os ninhos. Têm de
--
Xé! Não é bem assim… Não nos caçam, mas pescam todos os peixes do rio! Somos os maiores crocodilos
estar bem escondidos e protegidos! – disse uma fêmea inquieta.
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de Angola e precisamos de nos alimentar bem, não acham?
--
Sim! Eu já sei que as mães crocodilos tomam bem conta dos seus pequenitos! – retornou o Ondji.
--
Sim, mas vocês podem ir para o outra parte do rio onde há mais comida, ou não? – perguntou o Ondji.
--
Pois! Por isso, assim que eles crescerem, mudaremos logo de lugar! – exclamou agitada.
Após alguns dias de caminhada seguindo o rio Cuito, a manada entrou pela floresta e ouviu de
--
Ahahahahah! Queres mesmo saber? Não os conheces? Pensei que os roliços fossem todos da
repente:
mesma família! – riram as hienas ao longe.
16 --
Epá! Olhem os gorduchos! – estigaram as hienas – Ultimamente temos visto muitos paquidermes
Irritados com a falta de resposta, enxotaram as hienas que se afastaram rapidamente.
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por aqui! Parece que já não têm medo de perder os marfins!
Desanimada, a matriarca decidiu reaproximar-se do rio. Ondji sentia o desalento do grupo e começava
--
Vocês viram outros elefantes? Onde? Foi há muito tempo? – interrogou Muadi esperançosa,
a perguntar-se se algum dia iriam encontrar as maravilhosas terras da memória da sua mãe.
aproximando-se dos carnívoros.
Numa noite, enquanto descansavam da longa marcha, sentiram um cheiro a fumo... Um clarão não
--
De onde vem este fogo? – perguntou o Ondji, tentando à pressa resgatá-lo com a sua tromba.
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muito longe e o pânico dos animais confirmaram: uma queimada! Na confusão da fuga, ouviram
--
São os caçadores! Eles queimam o capim para nos apanharem mais facilmente.
gritos de sofrimento:
Despacha-te! O fogo está quase a chegar! – implorou o nunce ofegante.
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– Socorro! Estou preso! Acudam!
Seguiram os gritos até encontrar um pequeno nunce preso num tronco partido.
Quando enfim conseguiram libertar o pequeno antílope, correram para a floresta até ficarem a
salvo.
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Na aflição da fuga, não repararam para onde se dirigiam. Quando se aperceberam, já era tarde
demais: estavam no território dos leões!
--Ora, ora… Elefantes nas nossas terras. O que fazem vocês aqui? – questionou admirado o
majestoso macho.
Sentiram todos um arrepio na espinha, mas Muadi colocou-se à frente dos restantes, manteve o
sangue frio e respondeu calmamente:
--Fugimos do intenso fogo, como devem calcular… E acabámos por nos desviar da nossa rota.
--O fogo… Esse maldito! Temos de estar sempre atentos! Onde há fogo, há caçadores! – exclamou
uma leoa. – Nenhum humano pode saber que vivemos aqui. Mantemo-nos escondidos, longe do seu
gado e das suas armas.
Afinal, estavam do mesmo lado. Eram todos vítimas da caça ilegal. Os leões deixaram-nos descansar
no seu território até retomarem a sua viagem ao amanhecer.
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Depois de mais uns dias de caminhada, a família encontrou os sinais por que tanto ansiava… As
marcas nas árvores e as pegadas eram inconfundíveis! As hienas afinal diziam a verdade: havia
mais paquidermes por ali!
Pouco depois, depararam-se com uma área sinistra e Muadi parou instintivamente. Pressentia algo
mau. Hesitantes e cuidadosos, seguindo a matriarca, avançavam lentamente até se depararem
com enormes ossadas. Não havia dúvidas: muitos elefantes tinham sido caçados ali.
Assassinados... Apenas pelo seu marfim.
--Vamos voltar, mãe! – implorou o Ondji inquieto. – A tua terra paradisíaca já não existe…
Vamos... Por favor!
A elefanta nem conseguiu responder ao seu filho. Os animais repararam que ela olhava estática
para um ponto no horizonte. Instantes depois também viram… Uma cria do tamanho do Ondji
aproximava-se. E não estava sozinha, vinha um menino com ela!
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Ficaram nervosos com a aproximação… Mas ao verem a atitude firme da sua líder, mantiveram-se
--
Olá Zola. Eu sou a Muadi e esta é a minha família. Estamos a fazer uma grande viagem, a
24 juntos e atentos, aguardando a chegada daquela dupla inesperada.
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regressar às terras de onde saí muito nova. O que te aconteceu? Onde está a tua mãe? Quem
Eram evidentes a tristeza e o desconsolo da elefantinha, mesmo antes de começar a falar:
é este menino que trazes contigo?
– Olá... Eu sou a Zola. Não imaginam como foi bom ver-vos a aproximarem-se!
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A Zola respirou fundo antes de responder:
--A minha família sempre viveu aqui. Apesar dos caçadores, temos conseguido sobreviver e ficar
--Eu sou o Ngozi. Nesta aldeia lutamos todos contra os caçadores furtivos. Já disse à Zola que não
juntos. Perdi-me há uns dias quando fugíamos deles.
abateram nenhum elefante desta vez. Só que eu ainda não sei seguir as pistas e não a consigo
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A pequena cria desmanchou-se em lágrimas e o menino que estava com ela decidiu apresentar-se:
levar até à manada...
Recuperada do choro, Zola acrescentou:
Antes de o menino conseguir responder, ouviram todos o chamamento de uma ave que se aproximava.
28 --Eu também não sei seguir os rastos sozinha… Não tive tempo de aprender. Eles devem estar
Mal pousou, anunciou ofegante:
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preocupados comigo, mas ainda com receio de serem encontrados pelos caçadores.
--Amigos! Sou a Tiali. Tenho uma mensagem de uns elefantes que estão mais à frente! A pequena
Muadi ouviu atentamente o relato dos dois e perguntou:
Zola está por aqui?
--Ngozi, tens a certeza de que a manada da Zola conseguiu escapar?
A mensageira tinha boas notícias! A família da Zola estava bem e ansiosa para reavê-la!
Além de que sentimos muito a vossa falta nestas terras que agora estão tão vazias… – acrescentou
30 --A Zola precisa da nossa ajuda. Este não é o momento de desistir… Os elefantes ainda são
a ave.
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perseguidos, mas agora temos mais pessoas do nosso lado. – explicou Muadi.
--Obrigado por nos renovares a esperança, Tiali! – disse o Ondji motivado, perante a aprovação
--Pessoas e não só, minha cara! Nós que aqui vivemos ajudamo-nos sempre uns aos outros.
da sua mãe.
--Mãe, ainda bem que viemos… Obrigado por não teres desistido e por nos manteres juntos até
Depois de se despedirem de Ngozi, a manada continuou a viagem na companhia da pequena Zola,
aqui. Pressinto que vamos ser felizes e não vamos ter de fugir.
32 Tiali e outras aves. Com eles, a jornada foi bem mais divertida!
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--Filho… – começou Muadi. – Infelizmente nunca estaremos a salvo em lugar nenhum. Seremos
O Ondji estava mais feliz e tranquilo por perceber que afinal as coisas estavam a mudar. Admitiu
sempre atormentados por causa do nosso marfim. Mas agora temos mais gente disposta a
à mãe, sussurrando:
proteger-nos!
--
Pois é… É estranho, porque os humanos são os nossos maiores inimigos mas, sem a sua ajuda
Estavam todos juntos para iniciar uma nova etapa das suas vidas.
também não conseguimos ter sossego, não é?
Mesmo depois de seguir o seu caminho como macho solitário, na memória do Ondji ficaram os
34 --
Sim… É isso mesmo. E comunidades como a do Ngozi fazem toda a diferença. Estas terras
preciosos ensinamentos da sua mãe, e a imagem daquelas terras, com incríveis animais em paisagens
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podem voltar a ser maravilhosas para todos nós.
deslumbrantes. Sonhava com um futuro radiante para todos, em que pessoas e elefantes conviviam
O reencontro da Zola com a família foi um momento mágico de presenciar… Mais uma vez, Muadi
em paz.
tinha sido bem-sucedida na liderança daqueles que mais amava.
Curiosidades sobre os elefantes
Passatempo - Procura e Encontra!
Têm um cérebro enorme
e uma memória fora
do comum. Retêm
conhecimentos sobre o seu
habitat e lembram-se de
cheiros e sons de outros
indivíduos e locais durante
muitos anos!
Costumam comer solo ou
materiais rochosos para obterem
sais minerais que não são muito
abundantes na vegetação.
Conseguem
distinguir os
restos mortais
de elefantes,
reagindo de forma
emotiva, mesmo
que não sejam
da sua família.
Não têm este
comportamento
com esqueletos de
outros animais.
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Comunicam de uma forma muito complexa. Usam
o tacto, a visão, o olfacto e de sons. A maior parte
destes sons são indetectáveis pelo ouvido humano
e alcançam muitos quilómetros…Tantos, que nem
nós humanos ainda conseguimos perceber!
Têm presas (ou marfins) a
nascerem em diferentes
alturas. Nos machos
nascem aos 18 meses e
nas fêmeas aos 27.
Quando estão assustados ou
tristes reconfortam-se uns aos
outros emitindo sons agradáveis e
tocando-se com as trombas.
São considerados uma espécie-chave no seu
habitat pois desempenham funções muito
importantes que por vezes passam despercebidas,
como por exemplo dispersar sementes pelas
fezes que servem de alimento para milhares de
insectos, essenciais para a alimentação de aves,
répteis e pequenos mamíferos. Com as suas longas
migrações, abrem caminho pelo capim e deixam
cair árvores, moldando o ecossistema e permitindo
que nasça nova vegetação.
Solução na página 42
Conhece os animais que a Muadi encontrou durante a sua aventura
A bacia do Cubango-Okavango
Estes são alguns dos animais que existem ou existiram na região do sudeste de
Angola, para onde a manada de Muadi se dirige.
Rio Cuito próximo da sua nascente, Moxico.
Rio Cuito antes da confluência com o rio Cubango, Cuando Cubango.
A bacia do Cubango-Okavango cobre uma grande parte do território angolano, estendendo-se pela Namíbia através da faixa de Caprivi e pelo Delta do
Okavango no Botsuana. Este é um dos maiores deltas internos do mundo e é alimentado maioritariamente pelos rios Cubango e Cuito que nascem no
interior de Angola. A bacia hidrográfica do Cubango-Okavango é um ecossistema único e frágil que joga um papel importante no suporte da vida de
comunidades humanas que dependem dela para as suas actividades de subsistência. É também um habitat vital para animais como elefantes, chitas, leões,
búfalos, hipopótamos e rinocerontes, entre muitos outros.
O Delta do Okavango é uma das Sete Maravilhas de África e está inscrito desde 2014 como Património Mundial da UNESCO devido ao seu Valor Universal
Excepcional. Em 2011, foram criados no Cuando-Cubango os Parques Nacionais de Mavinga e de Luengue-Luiana, duas áreas de conservação que permitirão
uma protecção mais efectiva das espécies lá existentes e dos seus habitats. Para que esta protecção englobe também a bacia do Cubango-Okavango é
importante que sejam também estabelecidas áreas de conservação no Moxico e no Bié.
O Projecto da Vida Selvagem do Okavango (Okavango Wilderness Project), implementado pela National Geographic tem desenvolvido acções dedicadas ao
estudo da biodiversidade deste sistema para ajudar na sua protecção.
Vista aérea do Delta do Okavango, Botsuana.
Paisagem do Delta do Okavango, Botsuana.
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Rinoceronte
Hipopótamo
Grou carunculado
Calau gigante
(Pumumu)
Leão
Hiena malhada
Coruja das torres
Peixe tigre
Abelharuco
pequeno
Lontra malhada
Agama das árvores
Abutre de cabeça
branca
Crocodilo
Nunce
Víbora nocturna
Girafa
Morcego orelhudo
Serval
Elefantes no mundo
Elefante da savana
Os elefantes são mamíferos de grande porte que possuem
uma tromba, grandes orelhas e patas dianteiras mais longas
que as traseiras. Graças à tromba conseguem apanhar
pequenas sementes, cavar enormes buracos e remover
ramos, arbustos e árvores inteiras. Usam-na também para
sugar a água antes de a verterem para a boca.
Actualmente, considera-se que existem
três espécies de elefantes:
Elefante africano da savana
Elefante africano da floresta e
Elefante asiático
Elefante asiático Elefante da floresta Elefante da savana
Altura Até 3 m Até 3 m Até 4 m
Peso Até 5 toneladas Até 5 toneladas Até 7 toneladas
Orelhas
Marfins
Distribuição
Muito pequenas, não
cobrindo os ombros
Apenas machos têm,
algumas vezes
Diferentes tipos de
florestas e prados
Ovais, ligeiramente
arredondadas
Mais direitos,
apontando para
baixo. Até 1,5 m
Florestas tropicais
densas
Pontiagudas
Curvos. Até 2,5 m
Florestas, savanas e
chanas
Machos
Altura: 3,2 – 4 metros
Peso: 5.000 – 6.300 kg
Fêmeas
Altura: 2,5 – 3,4 metros
Peso: 2.800 – 3.500 kg
Reprodução: fêmeas a partir dos 8
anos de idade e machos a partir dos
15. Com uma gestação de 22 meses,
as fêmeas dão à luz uma única cria a
cada 3-4 anos. Apesar de alguns viverem
mais de 60 anos, 50% dos elefantes
morrem antes dos 15 anos.
Alimentação: capim, folhas, ramos,
raízes, cascas e frutos. Um adulto
pode ingerir até 300 kg de vegetação
e beber até 220 litros de água por dia.
Organização social: as manadas são
lideradas por uma matriarca (fêmea
maior e mais velha). Os elefantes são
animais sociais e por vezes várias manadas
unem-se formando clãs com
centenas de indivíduos. Os machos
tornam-se solitários, abandonando as
manadas por volta dos 14 anos. Aproximam-se
destas apenas na época de
acasalamento.
Ameaças: Caça furtiva pelos seus
marfins, perda de habitat devido à expansão
humana e poluição das fontes
de água. As manadas livres são cada
vez mais raras. O Botsuana apresenta
a maior população destes elefantes,
com cerca de 200.000 indivíduos.
Distribuição: Angola é um dos poucos
países que tem as duas espécies de
elefante africano: o da floresta, a
Norte do país, e o da savana, a Sul. No
passado estavam distribuídos por todo
o país, excepto no planalto central.
A distribuição e o número actual de
ambas as espécies de elefantes em
Angola não são conhecidas.
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Outras Estórias para Conservar:
Cori, a tartaruga em perigo
Vari, a incrível palanca
Juba, a chita do deserto
Soluções da página 37
Pansu, o gorila do maiombe
Tina, a manatim do Kwanza
Floki, o flamingo aventureiro
As aventuras continuam...