22.06.2020 Views

Teresa Nazar: Freedom and Audacity in the Sixties

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.


Teresa Nazar –

Liberdade e ousadia

nos anos 60

“Na vida não tem sentido ficar apegada às coisas.

Quando se almeja algo novo é preciso abandonar

tudo o que veio antes”

Teresa Nazar

S/Título (da série Astronautas), 1966.

Chapa de ferro, tela de arame, madeira, borracha, tubo de ferro,

plástico e tinta sobre compensado, 122 x 69 cm.

Untitled (from series: Astronauts), 1966.

Iron plate, wire mesh, wood, rubber, iron tube, plastic and paint

on plywood, 122 x 69 cm.

Em circunstâncias diferentes de sua carreira artística, Teresa

Nazar sempre entendeu que a arte é uma forma de ampliação de

conhecimentos. Consciente das múltiplas transformações temporais,

utilizou em suas obras nos anos 1960, como estratégia

básica de comunicação, materiais e técnicas atualizadas, explicitando

e, de certo modo, facilitando a apreensão e a intelecção

das incertezas e das aspirações da sociedade dessa época, em

oposição à massificação crescente pós Segunda Guerra Mundial,

que absorvia os progressos científicos e tecnológicos, consumindo-os

sob a ótica de interesses menores e imediatistas. Entendeu,

com antecedência, que a arte da segunda metade do século XX

não se prestaria apenas para fins expressivos pessoais, de uma

sensibilidade mais ou menos aguda ou de uma visão alienada socialmente

– desligada do seu tempo e das dificuldades pessoais

de seus conterrâneos. Antecedeu assim os preceitos elaborados

pelo principal manifesto da vanguarda brasileira, elaborado e

publicado na cidade do Rio de Janeiro por Hélio Oiticica, Rubens

Gerchman, Lygia Pape, Maurício Nogueira Lima e entre outros,

Lygia Clark, em janeiro de 1967 e conhecido como Declaração de

Princípios Básicos da Vanguarda Brasileira.

Para a artista, viver e criar sempre foi um desafio instigante,

uma relação dialógica estabelecida por intermédio de signos,

formas e cores – vivenciais aos usufruidores de suas criações

plásticas. Um diálogo que tinha como propósito principal ser

expressão mútua, não somente uma forma de falar por outro ou

para o outro, mas com o outro – uma manifestação igualmente

significativa para o público e para a própria artista. Uma maneira

de transpor a impessoalidade da vivência social, capaz de despertar

no ser humano a consciência de si mesmo, de construir ou

de reconstruir seus valores, intensificar experiências, reelaborar

o mundo que o envolve sobre o qual age, mas também que o

pressiona e o modela.

Teresa Nazar, desta forma, compreende a configuração estética

e social dos anos 1960: um tempo dinâmico exposto à

tecnologia que evoluciona e revoluciona o cotidiano – unindo

sentimentos que interferem no processo criativo dos artistas

2 3



e que transcendem o meramente particular para projetar-se

ainda mais a proposta inicial da artista, um confronto direto

americana reflete um mundo agitado, cheio de cartazes lumi-

e cola PVA, parafusos, interruptores, cabos elétricos, arrebites

esteticamente no universal.

com o conturbado momento histórico da época.

nosos, produtos alimentícios e garrafas de coca-cola”. 6

– objetos côncavos ou convexos – convivem formalmente nas

Assim, os fragmentos e os recortes de materiais industrializa-

Ao expor fragmentos e detritos da decantada sociedade tec-

Em depoimento, iconoclasticamente, a autora reforça a sua

composições e alegorias visuais de Teresa Nazar. Metáforas que

dos se transformam em ferramentas primordiais para a sua cria-

nológica, a artista realiza uma experiência estética diferenciada:

independência estética afirmando que as nomenclaturas e as

abrigam objetos, formas e cores vibrantes: operações simbólicas

ção plástica. Uma forma talvez de sinalizar um tempo difícil, não

uma crítica ao estatuto real da contemporaneidade que privilegia

classificações artísticas deviam ser eliminadas: “Chegou um

desvinculadas de relações imediatistas de significados-signifi-

só para o Brasil, sua pátria adotada, mas para o mundo em geral.

os processos produtivos tecnológicos vigentes, em detrimento da

momento que você não precisa dizer: isto é uma pintura, um de-

cantes, somente testemunhas da realidade circundante. Para a

Visionariamente, a pintora entendeu os fatos, hoje considerados

humanidade. Daí a aparente instabilidade criada em suas obras,

senho, uma gravura ou uma escultura. Você pode utilizar todos os

artista, os materiais funcionam como coautores da obra, pois

históricos (o Ato Institucional Número 5, a prisão dos estudantes

tensão permanente entre superfícies e volumes.

materiais escultóricos, gráficos, pictóricos em uma única obra”. 7

expressam intrinsecamente o essencial, o indisfarçável, certa

do 3º Congresso da UNE, a proibição da exposição no Museu de

Felicitada pelos principais críticos de arte brasileira, Teresa

Apesar da não concordância explícita da artista, de sua filia-

verdade inalcançável à arte por outros meios. Os materiais,

Arte Moderna do Rio de Janeiro de artistas brasileiros seleciona-

Nazar aprofundou ainda mais as suas pesquisas estéticas.

ção à Pop-Art, algumas de suas obras (distantes do marketing e

muitas vezes constroem tensões, integrantes e inseparáveis

dos para representar o Brasil na Quinta Bienal de Paris, o Pacto de

Mário Schenberg, ao escrever sobre esta nova fase da artista,

da apologia de consumo) se aproximam, tangenciam conceitu-

do ideário visual concretizado pela artista. Uma cosmogonia

Varsóvia, o fim da Primavera de Praga, as grandes manifestações

afirmou: “Na VIII Bienal, Teresa causou uma grande surpresa

almente esta corrente artística.

visual que redimensiona as discussões sobre a própria criação

estudantis e greves em Paris, o assassinato do líder pacifista

pelo progresso rapidíssimo que realizara em pouco tempo. Ver-

Após ser aclamada pelo crítico Mário Schenberg como “ar-

artística (iniciada por Teresa Nazar com as suas pinturas dos anos

Martin Luther King e até as transgressões criativas do Festival

dadeiro salto. Sua pintura ganhara um arrojo e uma liberdade

tista da vanguarda paulista” e alcançar visibilidade nacional por

1950), para um diálogo mais amplo com diferentes técnicas e

de Woodstock). Enfim, um tempo que exigia posicionamentos

imprevisíveis, graças à sua audácia no emprego de novos ma-

intermédio de suas participações com grande destaque em duas

diversificados materiais, assim os seus quadros avolumam-se e

claros, sem subterfúgios. A artista reformula radicalmente a sua

teriais e a virada para novas formas de realismo... Sua visão do

Bienais Internacionais de São Paulo - a pintora foi convidada

testam os limites sacralizados da pintura: uma tradução parti-

obra situando-a neste novo contexto histórico, traduzindo em

mundo não podia ser transmitida adequadamente pela simples

(em plena ditadura militar) para realizar junto com os mais im-

cular, convincente, sensível de Teresa Nazar.

criações visuais seu engajamento social, estético.

representação gráfica e colorística tradicional”. 1 Em 1966, Fre-

portantes artistas daquela época: Hélio Oiticica, Antonio Dias,

Com esse resgate histórico da produção plástica de Teresa

Objetos subtraídos do cotidiano, industrializados são apro-

derico de Morais acrescentou: “Do último ano para cá, Teresa

Rubens Gerchman, Nicolas Vlavianos, Pedro Escosteguy, Maria

Nazar nos anos 1960, a Galeria Berenice Arvani reforça a opinião

priados como matéria de ressignificação poética. Destituídos de

Nazar transformou radicalmente sua temática, iniciando uma

Helena Chartuni e Carlos Vergara – de um dos mais polêmicos

de Walter Zanini que, em 2005, afirmou que Teresa Nazar “criou

seu destino original, desprovidos de qualquer tipo de glamour,

série interessantíssima sobre vôos de astronautas, na qual usa

eventos da década de 60: o Happening na Avenida São Luís/

múltiplos campos de imagens, construídos através de grande

ganham uma nova potência quando migram para a arte. Denun-

materiais dos mais diversos – placas de metal, restos de objetos

Galeria Atrium de São Paulo, que, segundo Carlos Vergara, foi

liberdade de formas articuladas, singulares... é recorrente o

ciam o estado efêmero da vida, ressignificam valores.

industrializados, etc. – como que a sugerir a mesma ambiência

para desmitificar a arte: “Somos realistas. As coisas devem ser

assemblage de coisas industrializadas ... descobrimos em seus

Os cânones tradicionais do bom gosto, se aplicados à primeira

dos vôos interplanetários... É preciso prestar atenção em Teresa

vistas como são. Vamos tirar o paletó da obra de arte para que

cenários geralmente conturbados, uma presença significativa

vista na obra desta fase da artista, são inutilizáveis. Teresa Nazar

Nazar”. 2 Harry Laus também destacou a sua grande mudança

o público se sinta à vontade para ver”. 8

de razões femininas, sócio-culturalmente e psicologicamente

deliberadamente incorporou e ao mesmo tempo ultrapassou as

artística: “Teresa Nazar abandonou a pintura de cavalete e de-

Em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo Teresa

entre as maiores de um período de luta por emancipações ... A

características artísticas das correntes reinantes da época: Novo

dica-se a serrar, parafusar, pregar elementos dos mais variados

acrescentou “o propósito do apeningue é social e artístico ser-

contribuição de Teresa Nazar permanece.” 11

Dadaísmo, Novo Realismo, Nova Figuração, Pop-Art. Assim como

para a realização de seus quadros. É uma pintora da vanguarda

vindo-se da psicologia do choque para despertar no espectador

Susan Sontag, Teresa Nazar entendeu a significativa contribuição

da estética Camp para aquele período. A pintora decisivamente

paulista”. 3 Antonio Bento, em 1966, reforçou: “A temática ‘pop’ é

adequada às novas realizações da artista... Teresa Nazar utiliza-se

o impacto ante a obra de arte... algo momentâneo, que pode

chocar o meio mostrando a insignificância das coisas e das idéias,

João J. Spinelli

eliminou o que seria assimilável facilmente, substituindo-o

de objetos e chapas prateadas, que revitalizam a sua composi-

o desprezo pelos valores estabelecidos e também algo mais: a

por uma composição vigorosa à margem do caudal da arte de

ção... uma pintura inovadora e anticonformista, baseada numa

validade na escolha dos meios de expressão artística”. 9

1 SCHENBERG, Mário. “Teresa Nazar”. Galeria Atrium, São Paulo, 18 de agosto

imediata intelecção e consecutiva comercialização, à procura

temática da nossa época, como a da navegação sideral, com os

Este evento, um manifesto iconoclasta, na época foi aclama-

de 1966.

de uma arte objetual, entre a pintura e a escultura, uma crítica

seus foguetes, cápsulas e astronautas, heróis modernos empe-

do e ao mesmo tempo detestado pelo público e parte da crítica

2 MORAIS, Frederico. “A melhor Exposição é a de Teresa Nazar”. O Globo, Rio

direta à sociedade industrial de consumo, que lhe possibilitou

nhados na aventura da conquista do cosmo”. 4 O historiador de

de arte. Os críticos mais engajados com a arte contemporânea

de Janeiro, 18 de setembro de 1966.

uma visão particular do mundo, índice da liberdade artística

arte José Roberto Teixeira Leite confirmou: “a artista destacou-se

o defenderam. O diretor do Museu de Arte de São Paulo – MASP,

3 LAUS, Harry. “Coexistência Pacífica”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 16 de

alcançada pela imaginação irrestrita desta artista.

por suas interpretações pictóricas do cotidiano, bem como pela

Pietro Maria Bardi, com discernimento e firmeza afirmou: “a

setembro de 1966.

Independente e livre de objetivos esculturais, os materiais

série de quadros dedicados aos astronautas e aos vôos espaciais,

arte brasileira continua a se desenvolver como estava previsto,

4 BENTO, Antonio. “Os Astronautas de Teresa Nazar”. Última Hora, Rio de

industrializados escolhidos pela artista impulsionam e dinami-

servindo-se então de uma linguagem claramente influenciada

participando sempre, e cada vez com mais intensidade, dos mo-

Janeiro, 16 de setembro de 1966.

zam a composição final da obra: lâminas finas, maleáveis são

pela Pop norte-americana”. 5

vimentos de renovação que surgem agora, uns após outros, em

5 LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário Crítico da Pintura. Rio de Janeiro:

recortadas arqueadas, dobradas, sanfonadas. Além dos metais,

Apesar de Teresa Nazar não concordar, muitos críticos inseri-

toda parte. Para muitos isto é errado; para outros, justo... tudo o

ArtLivre, 1988. p. 349. Verbete Nazar, Teresa.

Teresa Nazar acrescentou em seus painéis materiais plastificados,

ram a sua produção visual na Pop-Art. A artista, em depoimento

que escapa do campo do conhecimento fácil e corriqueiro ainda

6 A Arte de Impacto de Teresa Nazar. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1966

tecidos variados, pregos e até parafusos.

para o Jornal do Brasil, discordou: “Há muito tempo – por ne-

não é aceito”. 10

7 FAAP. Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da

Perfeitamente integrados à composição, adquirem certa

cessidade e obrigação – acabei com a pintura de cavalete. Creio

Ao se apropriar e adequar para a arte objetos e materiais até

Fundação Armando Álvares Penteado. São Paulo, 27 de setembro de 1977.

autonomia de aparência inesperada, incomum. Apesar de optar

nos materiais que procuro e utilizo porque, através deles, chego

hoje relegados culturalmente, a pintora institui formalmente

8 Vamos participar desse apeningue. O Estado de São Paulo, São Paulo, 18 de

pela não utilização de materiais considerados nobres e sacrali-

a concretizar um pedaço do tempo no qual existi”. Em seguida

uma nova leitura, um novo olhar. Para esta artista não existiam

agosto de 1966.

zados pelas artes plásticas, seus painéis superam vicissitudes

completou: “Minha arte é bem distinta daquilo que os pop-art

materiais nobres ou menos nobres. Cabia unicamente ao criador

9 Apeningue, o que é? O Estado de São Paulo. 12 de agosto de 1966

e alcançam densidades unívocas. As emendas e as suturas, re-

americanos mostram em suas obras, pois, sendo o artista um

rever e superar padrões e convenções estipulados por antigas

10 BARDI, Pietro Maria. Simpatia para com o “happening” dos artistas. Diário

solutivamente visíveis ressaltam não apenas as precariedades

termômetro de sua época, ele retratará os símbolos do mundo

gerações de artistas e ou historiadores de arte. Assim, telas

de São Paulo, 17 de agosto de 1966

destes materiais, mas da própria humanidade. As confrontações

que o rodeia dentro de seus limites geográficos. O homem ame-

de arame, palhas de aço (Bombril), tecidos, placas metálicas

11 ZANINI, Walter. Sobre Teresa Nazar. In Tereza Nazar na Vanguarda Paulista.

formais e figurativas aparentemente contraditórias reforçam

ricano não tem tempo de parar para pensar. Por isso a Pop-Art

recortadas ou dobradas, madeira, gesso misturado com estopa

Spinelli. João. [ET alii]. São Paulo. Museu de Arte Brasileira – FAAP - 2005 p. 14

4 5



Teresa Nazar – Freedom and Audacity in the Sixties

“In life, there is no sense in clinging to things.

When you crave something new, you have to leave behind

everything that came before.”

Teresa Nazar

In different circumstances of her artistic career, Teresa Nazar closed down Brazilian Congress –, the imprisonment of students

always felt that art is a form of expansion of knowledge. Aware participating in the 3rd UNE congress, the prohibition of Brazilian

of the multiple temporal transformations, she used in her work in artists, selected to represent Brazil in the Fifth Paris Biennial, of

the Sixties, as a basic communication strategy , modern materials exhibiting their works in the Museu de Arte Moderna of Rio de

and techniques, making the understanding and intellectual acceptance

of the uncertainties and aspirations of society explicit and, student manifestations and strikes in Paris, the murder of pacifist

Janeiro, the Warsaw Pact, the end of the Prague Spring, the large

in some way, easier. This in contrast to the growing massification leader Martin Luther King and even the creative trespasses of the

after World War II, which absorbed the scientific and technological

advances, consuming these from a standpoint of lesser and stands, without subterfuges. The artist reformulates her work

Woodstock Festival). In short, a period that demanded taking clear

shortsighted interests. She understood, in an early stage, that radically, placing it in this new historical context, translating into

art, in the second half of the twentieth century, was not merely visual creations her social and aesthetic engagement.

to be used for personal expression of a more or less refined, but Objects pinched from daily life, industrialized objects, are

socially alienated, sensitivity – disconnected in time and from the appropriated as poetic re-signification matter. Robbed of their

personal difficulties of her fellow citizens. She thus preceded the original destination, without any type of glamour, they acquire a

precepts established in the main manifest of the Brazilian avantgarde,

drawn up and published in the city of Rio de Janeiro by Helio state of life, giving new significance to values.

new potency when migrating to art. They denounce the ephemeral

Oiticica, Rubens Gerchman, Lygia Pape, Mauricio Nogueira Lima The traditional standards of good taste, when applied at first

and, among others, Lygia Clark, in January 1967 and known as sight to the works of this phase of artist, are useless. Teresa Nazar

Declaration of the Basic Principles of the Brazilian Avant-Garde. deliberately incorporated and at the same time exceeded the artistic

characteristics of the then prevailing currents: New Dadaism,

For the artist, living and creating always were a stimulating

challenge, a relationship as a dialogue based on signs, forms and New Realism, New Figuration, Pop-Art. Just as Susan Sontag, Teresa

colors – to be experienced by the observers of her plastic creations. Nazar understood the significant contribution of Camp aesthetics

A dialogue that had as its main purpose mutual expression, not to that period. The painter decidedly eliminated whatever would

just a form of speaking for another or to another, but with the be easy to assimilate, substituting it by a vigorous composition

other – a manifestation as significant for the public as for the artist outside of the mainstream of the art of immediate perception

herself. A way of transposing the impersonality of social experience,

capable of awakening in the human being a self-consciousness, between painting and sculpture, a direct criticism of the industrial

and consecutive marketing, in search of an object-oriented art,

of building or rebuilding his values, of intensifying experiences, consumption society, which provided her with a particular world

of re-elaborating the world that surrounds him and on which he view, an indicator of artistic freedom attained by the boundless

acts, but also which pressures and models him.

imagination of this artist.

Teresa Nazar, in this way, understands the aesthetic and social Independent and free from sculptural objectives, the industrialized

materials chosen by artist drive and energize the final

configuration of the Sixties, a dynamic period exposed to technology

that evolves and revolutionizes day-to-day life – uniting feelings composition of her work: thin, flexible blades are cut, bent, folded

that interfere in the artists’ creative process and transcend the and pleated. Besides metals, Teresa Nazar added to her panels

merely private to project themselves aesthetically in the universe. plastic materials, different fabrics, nails and even screws

Thus, fragments and cuttings of industrialized materials become

essential tools for her plastic creation. A way to signal a difficult acquire a certain autonomy of an unexpected, uncommon appe-

Perfectly integrated into the composition, these materials

period not only for Brazil, her adopted homeland, but also for the arance. In spite of not opting for the use of materials considered

world in general. As in a vision, the painter understood facts that as noble or consecrated by plastic arts, her panels overcome vicissitudes

and attain unambiguous densities. The resolutely today are considered historical (Institutional Decree nr. 5 – which

visible

joints and stitches emphasize not only the precariousness of these

materials, but of humanity itself. The apparently contradictory

formal and figurative confrontations further reinforce the initial

proposal of artist: a direct confrontation with the troubled historic

moment of the period.

Exhibiting fragments and waste of the extolled technological

society, the artist carries out a differentiated aesthetic experience:

a criticism of the royal statute of contemporariness, which

privileges the technological productive processes in force, to the

detriment of humanity. Hence, the apparent instability created in

her works, the permanent tension between surfaces and volumes.

Congratulated by the main Brazilian art critics, Teresa Nazar

went still deeper into her aesthetic research. Mário Schenberg,

when writing about this new phase of the artist, stated “At the

Seventh Biennial Teresa caused a great surprise due to the very fast

progress she made in a short time. A real leap. Her painting gained

an unforeseeable boldness and freedom, thanks to her audacity

in the use of new materials and the turn to new forms of realism.

Her view of the world could not be properly transmitted through

the simple traditional graphic and coloristic representation.“ 1 In

1966, Frederico de Morais added: “Since a year ago, Teresa Nazar

transformed her thematic radically, starting a very interesting

series about space flight, in which she uses the most diverse materials

– metal plates, remains of industrialized objects, etc. – as if

to suggest the same ambience of interplanetary flight…. One must

pay attention to Teresa Nazar.” 2 Harry Laus also highlighted her

great artistic change: “Teresa Nazar abandoned painting on an

easel and now is dedicated to sawing, screwing, fixing the most

diverse elements to execute her paintings. She is a painter of the

São Paulo avant-garde.” 3 Antonio Bento, in 1966, agreed: “The pop

thematic suits the new productions of the artist…. Teresa Nazar

utilizes objects and metal plates, which revitalize her composition…

an innovative and non-conformist painting, based on a current

thematic, like space navigation with its rockets, capsules and astronauts,

modern heroes dedicated to the conquest of cosmos.” 4

Art historian José Roberto Teixeira Leite confirmed: “The artist

stood out through her pictorial interpretations of everyday life, as

well as her series of paintings dedicated to astronauts and space

flight, using here a language clearly influenced by American Pop.” 5

Though Teresa Nazar does not agree, many critics insert her

visual production in Pop-Art. The artist, in an interview for Jornal

do Brasil, disagreed: ”Since long – for need and obligation – I

stopped painting on an easel. I believe in the materials I search for

and use, because through them I manage to make real a piece of

time in which I existed.” Then she concluded: ”My art is very distinct

from what American Pop-arts show in their works, because, the

artist being a thermometer of his time, he will portray the symbols

that surround him within his geographical limits. The American

does not have time to stop and think. Therefore, American Pop-Art

reflects an agitated world, full of neon signs, food products and

Coca-Cola bottles.” 6

In an interview, the artist, iconoclastically, emphasizes her

aesthetic independence, affirming that the artistic nomenclatures

and classifications ought to be eliminated: “A time has come when

you need not say this is a painting, this a drawing, this an etching

or a sculpture. You can use all sculptural, graphic and pictorial

materials in one single work.” 7

In spite of the artist’s explicit disagreement of her association

with Pop-Art, some of her works (far from the marketing and the

apology of consumption) conceptually come near or are tangent

to this artistic current.

After having been acclaimed by critic Mário Schenberg as

“artist of the São Paulo avant-garde” and attain national visibility

through her highlighted participations in two São Paulo

International Biennials, the painter war invited to take part (in

the midst of the military dictatorship) , together with the most

important artists of that period –Helio Oiticica, Antonio Dias,

Rubens Gerchman, Nicolas Vlavianos, Pedro Ecosteguy, Maria

Helena Chartuni and Carlos Vergara - in one of the most polemic

events of the sixties: the Happening at Galeria Atrium / Avenida

São Luis in São Paulo,which according to Carlos Vergara was to

demythicize art: “We are realists. Things ought to be seen as they

are. Let us take the jacket off the work of art so the public feels

at ease watching it”. 8

In an interview to the newspaper O Estado de São Paulo, Teresa

added: “The purpose of this happening is social and artistic, using

shock therapy to awaken in spectator the impact in the face of a

work of art … something momentary that may shock the milieu,

showing the meaninglessness of things and ideas, the disdain for

established values and something else, too: the validity of choosing

means of artistic expression.” 9

This event, an iconoclastic manifestation, was at the time

acclaimed and at the same time detested by the public and part

of the art critics. The critics more engaged in contemporary art

defended it. The director of the Museu de Arte de São Paulo – MASP,

Pietro Maria Bardi, stated with insight and firmness: “Brazilian art

continues to develop as foreseen, always and ever more participating

intensely in the movements of renewal arising now, one

after the other and everywhere. For many this is wrong, for others,

fair… Everything that escapes from the field of easy and routine

comprehension is still not accepted.” 10

On appropriating and adapting to art objects and materials

till now culturally rejected, the painter formally instituted a new

reading, a new view. For this artist there were no noble or less

noble materials. It was solely up to the creator to review and

overcome standards and conventions stipulated by previous generations

of artists and/or art historians. Thus, mesh screens, steel

wool, fabrics, cut or bent metal plates, wood, gypsum mixed with

cotton waste and PVA glue, screws, light switches, electric wiring,

rivets – concave and convex objects – coexist formally in Teresa

Nazar’s compositions and visual allegories. Metaphors that shelter

objects, forms and vibrant colors: symbolic operations not tied to

6 7



any immediatistic relation of significant-meanings, just witnesses

of surrounding reality. For the artist, the materials function as

co-authors of her work, as they intrinsically express the essential,

the undisguisable, a certain truth not reachable by art by other

means. The materials often build tensions, which are an integral

and inseparable part of the visual complex of ideas made real by

the artist. A visual cosmogony that provides a new dimension to

the discussions about artistic creation itself (initiated by Teresa Nazar

with her paintings of the Fifties) to a wider dialogue, including

different techniques and materials, her paintings thus acquiring

more volume and testing the limits of consecrated painting: a

particular, convincing and sensitive translation by Teresa Nazar.

With this historical retrieval of Teresa Nazar’s plastic production

of the Sixties, the Galeria Berenice Arvani endorses the opinion of

Walter Zanini, who in 2005 affirmed that Teresa Nazar created

multiple image fields, built through a great liberty of articulated,

single forms... The assemblage of industrialized things is

recurrent... we discovered in her generally troubled scenarios a

significant presence of feminine reasons, socially, culturally and

psychologically among the most important of a period of battles

for emancipation… The contribution of Teresa Nazar remains.” 11

João J. Spinelli

8

1 Schenberg, Mario. “Teresa Nazar”. Galeria Atrium. São Paulo, August 18, 1966

2 Morais, Frederico. “The best exhibition is Teresa Nazar’s”. O Globo, Rio de

Janeiro, September 18, 1966

3 Laus, Harry. “Pacific Co-existence”. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, September

16, 1966

4 Bento, Antonio. Teresa Nazar’s Astronauts”. Ultima Hora. Rio de Janeiro,

September 16, 1966

5 Leite, José Roberto Teixeira. Dicionário Crítico da Pintura. Rio de Janeiro:

ArtLivre 1988. P. 349 entry Nazar, Teresa

6 The Impact Art of Teresa Nazar. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 1966

7 FAAP. Department of Research and Documenmtation of Brazilian Art of the

Fundação Armando Alvares Penteado. São Paulo, September 27, 1977.

8 Let us take part in this happening. O Estado de São Paulo, São Paulo, August

18, 1966

9 Happening, what is it? O Estado de São Paulo, São Paulo, August 12, 1966

10 Bardi, Pietro Maria. Sympathy with artists’ “happening”. Diario de São Paulo,

August17, 1966

11 Zanini, Walter. About Teresa Nazar. In Teresa Nazar in the São Paulo Avant-Garde.

Spinelli, João (et alii). São Paulo. Museu de Arte Brasileira – FAAP – 2005 p.14

S/Título (da série Astronautas), 1966.

Chapa de ferro, tela de arame, plástico, parafusos, objetos e

tinta sobre compensado, 110 x 80 cm.

Untitled (from series: Astronauts), 1966.

Iron plate, wire mesh, plastic, screws, objects and paint on

plywood, 110 x 80 cm.



S/título (da série Astronautas), 1967.

Chapa de ferro, gesso, pva e tinta sobre compensado, 82x110 cm

Untitled (from series: Astronauts), 1967

Iron plate, gypsum, PVA and paint on plywood, 82x110 cm

11



Série Espacial V, 1967.

Chapa de ferro, tela de ferro, plástico, gesso, pva e tinta

sobre eucatex, 121 x 141 cm

Space series V, 1967.

Iron plate, iron screen, plastic, gypsum, PVA and paint on

plywood, 121 x 141 cm

À Dir., S/título (da série Astronautas), 1966.

Chapa de ferro, tela de arame, plástico, acrílico e tinta

sobre compensado, 110 x 80 cm

on the right, Untitled (from series: Astronauts), 1966.

Iron plate, wire mesh, plastic, acrylic and paint on

plywood, 110 x 80 cm.

12 13



S/Título (da série Astronautas), 1966.

Foguete, 1966.

Chapa de ferro, tela de arame, gesso, vidro, madeira,

Chapa de ferro, tela plástica, gesso, vidro, parafusos, pva

parafusos, pva e tinta sobre compensado, 112 x 226 cm.

e tinta sobre compensado, 80 x 110 cm.

Untitled (from series: Astronauts), 1966

Rocket, 1966.

Iron plate, wire mesh, gypsum, glass, wood, screws, PVA

Iron plate, plastic screen, gypsum, glass, screws, PVA and

and paint on plywood, 112 x 226 cm.

paint on plywood, 80 x 110 cm.

14 15



Objeto, da série Mulheres, déc. 1970

Alumínio, madeirite, gesso, cola, plástico, ferro e tinta.

55 x 40,5 x 40,5 cm

Object, from series: Women, 1970s

Aluminum, plywood, gypsum, glue, plastic, iron and paint.

55 x 40,5 x 40,5 cm

16 17



Caixa-Objeto, da série Mulheres, 1967.

Alumínio, ferro, tela de arame, tela de plástico, madeira e

tinta. 36 x 62 x 17 cm

Object - Box, from series: Women, 1967.

Aluminum, iron, wire mesh, plastic screen, wood and paint.

36 x 62 x 17 cm

18 19



S/Título (da série Mulheres), déc. 1970

Gesso, tecidos, pva e tinta sobre compensado, 110 x 53 cm

Untitled (from series: Women), 1970s

Gypsum, fabrics, PVA and paint on plywood, 110 x 53 cm

20

À dir., S/Título (da série Mulheres), 1975.

Couro, sisal, gesso, tecido, pva e tinta sobre

compensado, 123 x 53 cm

on the right, Untitled (from series: Women), 1975.

Leather, sisal, gypsum, fabric, PVA and paint on plywood,

123 x 53 cm

21



Tríptico, déc.1960

S/Título (da série Mulheres), déc. 1970

Chapa de alumínio, sisal, resina de poliéster e tinta sobre

Chapa de ferro, sisal, resina de poliéster, gesso, plástico,

compensado, 110 x 161 cm

acrílico, pva e tinta sobre compensado, 83 x 111cm.

Triptych, 1960s

Untitled (from series: Women), 1970s

Aluminum sheet, sisal, polyester resin and paint on

Iron plate, sisal, polyester resin, gypsum, plastic, acrylic, PVA

plywood, 110 x 161 cm.

and paint on plywood, 83 x 111cm.

22 23



Teresa Nazar:

Reflexões Visuais.

Momentos

24

S/ Título, déc. 1960

Chapa de alumínio, sisal, resina de poliéster, gesso,

plástico, pva e tinta sobre compensado, 112 x 162 cm.

Untitled, 1960s

Aluminum sheet, sisal, polyester resin, gypsum, plastic, PVA

and paint on plywood, 112 x 162 cm.

Teresa Nazar nasceu no dia 1º de abril de 1933 em Mendoza,

Argentina. Faleceu em 16 de junho de 2001 em São Paulo, cidade

adotada e amada pela artista.

Antes de vir para o Brasil, recebeu na sua cidade natal uma

formação artística e humanística exemplar ministrada pela

Universidade Nacional de Cuyo, que lhe outorgou, em 1961, uma

bolsa de intercâmbio cultural. A artista, para se aprimorar em

litografia, veio para São Paulo, onde estudou na FAAP com Marcelo

Grassmann e Darel Valença. Este intercâmbio lhe possibilitou,

além de seu aperfeiçoamento em gravura, ser assistente da professora

Hebe de Carvalho na própria FAAP e ser selecionada para

participar como monitora da VI Bienal Internacional de São Paulo.

Estas experiências e o contato direto com os mais importantes

artistas que participaram dessa mostra determinaram, depois

de seu retorno à Argentina, um desejo de voltar a São Paulo e

aqui permanecer. Em entrevista, Teresa Nazar explicou o motivo

dessa sua escolha: “eram anos de grande agitação político-social

e, na capital paulista, florescia um movimento cultural de grande

envergadura. Nela gostaria de realizar o que penso em pinturas.

Depende, no entanto, de várias circunstâncias” 1

Para Vergniaud Gonçalves a artista acrescentou: “Odeio a rotina.

Gosto de São Paulo também porque, quando acordo, nunca

sei o que vai me acontecer. Estou descobrindo um novo mundo.” 2

Em 1962, a artista aqui fixou residência definitiva, instalou

seu ateliê e se casou em 1965 com o escultor grego Nicolas Vlavianos,

com quem teve dois filhos: Myrine e Gabriel.

Desde o início de sua carreira artística em Mendoza, Teresa

Nazar reconfigurou plasticamente a representação da humanidade.

No começo, solidária, registrou aspectos significativos da

cultura dos indígenas argentinos, seus conterrâneos esquecidos

pelo poder público. Esta fase foi elogiada pelo jornal Los Andes,

de Mendoza. Esta publicação destacou de imediato o seu surpreendente

domínio técnico concluindo: “não obstante, apesar

de jovem, em suas composições com figuras indígenas, pode-se

apreciar a incorporação de alguns elementos que já apontam

para um estilo pessoal.” 3

Além dos especialistas em arte da Argentina, os brasileiros

também reconheceram a extensão dos conhecimentos técnicos

compositivos e pictóricos de Teresa Nazar. A sua primeira exposição

individual, aqui apresentada na antiga Galeria Selearte, foi

referendada pelos críticos dos principais jornais paulistas. Geraldo

Ferraz, considerado até hoje um dos críticos mais exigentes do

Brasil, além de valorizar as suas habilidades técnicas afirmou: “A

jovem pintora trata a pintura a óleo em cuidadosa matéria, sobre

ritmos e coloridos de uma conscienciosa elaboração ... Teresa é

25



uma figurativa que não cede a nenhuma transação no mundo

Inquieta e audaciosa, Teresa nunca se acomodou. Ela en-

de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e inclusive

tradicionais do desenho e da pintura a óleo, uma forma irreverente

abstrato... busca, isto sim, correspondências plásticas de vibração

tendeu que a arte está sempre em movimento, sintonizando o

de bienais de São Paulo – as de 1965 e 1967. Nesta última, tam-

distante dos convencionalismos da representação artística em um

ativa e de enquadramentos dinâmicos... tudo isto em favor de

mundo e a humanidade em permanentes mudanças e mutações.

bém conhecida como a “Bienal da Arte Pop”, suas obras foram

momento difícil da história do Brasil, em plena ditadura militar. As-

uma pintura que se arma sem esforço numa espontaneidade

Por isso, nunca aceitou repetir meramente o já alcançado, es-

destacadas pela ousadia formal, técnica e temática incomuns

sim, presentificou e questionou em suas obras, de forma eloquente,

admirável.” 4

truturado de suas criações plásticas. Por isso, liberta, procurava

em paralelo à produção inovadora da representação dos Estados

a permanente equação: razão versus emoção frente às máquinas

Na mesma época, José Geraldo Vieira, Quirino da Silva, Mário

incessantemente os meios libertadores do pensar visualizar e

Unidos que na ocasião expôs obras de Jasper Johns, Andy Warhol,

cada vez mais robotizadas do dia a dia do cidadão comum.

Schenberg e Sergio Milliet também enalteceram esta sua pri-

fazer arte. Assim, a pintora se distanciou cada vez mais de solu-

RoyLichteinstein e entre outros Robert Rauschenberg.

Quando questionada sobre as influências da Pop-Art em sua

meira mostra no Brasil. Quirino da Silva admirado escreveu: “sua

ções fáceis e repetitivas impostas pelo ainda insípido mercado

A pesquisa de novas técnicas e materiais insólitos fundamen-

produção plástica, Teresa Nazar respondia: “Para mim a arte

obra é toda estruturada por um desenho forte que se harmoniza

sul-americano de artes visuais. Nazar, até o fim de sua vida, em

tou o processo criativo de Teresa Nazar nos anos 1960. Liberdade,

universal não tem fronteira”, reafirmando, mais uma vez, com

com um colorido depurado.” 5

tempo algum, afastou-se de seus valores pessoais e de suas con-

ousadia e inovação desmedidas, em especial para uma artista que

antecedência o primeiro item da Declaração de Princípios Básicos

José Geraldo Vieira acrescentou: “Teresa Nazar apresenta uma

vicções estéticas. Isenta de proselitismos e de soluções traiçoeiras

dominou com maestria, desde o início de sua carreira, as técnicas

da Vanguarda Brasileira.

objetividade figurativa em teor majestoso ... uma intuitiva com-

da arte, jamais embarcou nas ondas da moda. Só lhe interessava

posição proto-cubista e também expressionista entre Georges

Braque e Rouault ...” Assim Vieira sinalizava as heranças e influ-

a expressão e a representação dos anseios de uma humanidade

livre que também lutasse a favor da liberdade da vida e da arte,

João J. Spinelli

ências positivas dos grandes mestres na obra de Teresa Nazar. 6

suas principais metas de vida.

Para Sergio Milliet: “Teresa Nazar tem a recomendá-la, antes

Uma parte da crítica de arte entendeu esse novo momento

de tudo, um conhecimento perfeito da composição. Uma com-

criador de Teresa, surpresos com seus progressos em tão pouco

posição sem dúvida geométrica, mas não fria, mesmo porque

tempo, muitos críticos a selecionaram e a indicaram para impor-

adquire como predileção pelas curvas, uma sensualidade real-

tantes mostras coletivas, ao lado dos mais significativos artistas

çada ainda pela cor e pelo amor a matéria. A seriedade da sua

plásticos brasileiros dos anos 1960.

arte é ademais, extremamente simpática nesse momento de

Sem medo de errar, avançou cada vez mais em suas pesquisas

tantas seduções estéticas.” 7

de materiais e técnicas inovadoras. Desistiu definitivamente

Já para Mário Schenberg, “a pintura de Teresa Nazar se filia

da pintura a óleo de cavalete, à procura de outros e inusitados

a um expressionismo figurativista de marcado caráter cubista ...

suportes para as suas novas criações. Depois de afirmar que

esta jovem artista possui uma visão vigorosa das paisagens e das

as nomenclaturas e as classificações artísticas precisavam ser

pessoas ... a cor é ainda subordinada ao desenho e à composição

abolidas, rechaçadas, defendeu o uso livre de elementos gráficos,

dos volumes ... que acentuam os vários planos de seus espaços

pictóricos e escultóricos em uma única obra, preconizando um

cubistas, sem constituir o meio principal de expressão.” 8

novo tempo, um novo momento de sua carreira.

Raramente, não só no Brasil, um artista plástico em sua

Com materiais inusitados, Teresa idealizou duas novas séries.

primeira mostra individual conseguiu tanto apoio e o reconhe-

Segundo o crítico Mário Schenberg a sua nova “visão de mundo

cimento de suas qualificações técnicas, temáticas, coloristas e

não podia ser transmitida adequadamente pela simples repre-

compositivas.Apesar do sucesso desta e das outras exposições

sentação gráfica e colorística tradicional.” Para ele, a partir de

apresentadas pela artista nas principais galerias de arte de São

1965, “Teresa continuou a progredir muito. Houve, sobretudo,

Paulo e do Rio de Janeiro (Astréia, Atrium, PetiteGalerie, Goeldi), a

uma transformação radical na sua temática, que se tornou

pintora entendeu que não poderia parar no tempo, se acomodar,

mesmo com essa excelente aceitação dos críticos e dos principais

colecionadores de arte da época. A partir daí, Teresa sentiu

a necessidade de enfrentar novos desafios em sua carreira. Em

entrevista para um jornalista, a pintora afirmou: “Na vida não

tem sentido ficar apegada as coisas. Quando se almeja algo novo

é preciso abandonar tudo o que veio antes.” 9

Apesar de realizada como artista e de ter suas obras disputadas

pelos principais galeristas e colecionadores da época, Teresa

Nazar, paralelamente às suas atividades artísticas, desenvolveu

um profícuo e elogiado trabalho como professora na Faculdade

de Artes Plásticas da FAAP, destacando-se, até hoje, entre os

mais respeitados mestres deste centro universitário.Em depoimento,

entre tantos outros artistas, Alex Vallauri ressaltou

a contribuição das aulas de desenho ministradas na FAAP por

Teresa Nazar, considerando-as de fundamental importância para

a sua formação artística.

atualíssima, tratada de maneira convincente. Basta mencionar

a sua série interessantíssima de quadros sobre os voos dos astronautas

em que utiliza largamente placas e outros elementos

metálicos assim como objetos. O tratamento tão vivo e sugestivo

das figuras é característico de sua fase atual. Também nas telas

sobre temas cotidianos, como no quadro com as mulheres no

cabeleireiro, Teresa revela uma capacidade de apreensão realista

pop muito original e uma eficácia de comunicação artística ... A

posição de destaque de Teresa Nazar na vanguarda da pintura

paulistana se consolidou e, sua presença já se faz sentir mais

amplamente em todo o movimento neo-realista brasileiro.” 10

Nos anos 1960 Teresa Nazar participou das principais manifestações

de vanguarda das artes plásticas brasileiras: do

primeiro happening de São Paulo, junto com Helio Oiticica que

apresentou pela primeira vez em São Paulo neste evento passistas

da Escola de Samba da Mangueira usando os seus Parangolés;

de importantes mostras organizadas por Walter Zanini no Museu

1 Silva. Quirino da. Teresa Nazar. Diário da Noite. São Paulo 13 de julho de

1961

2 Gonçalves, Vergniaud. São Paulo fascina artistas de outras terras. Shopping

News. São Paulo, 23 de julho de 1963

3 Jornal Los Andes. Expone oleos Teresa Nazar. Mendoza, 13 de agosto de 1960

4 Ferraz. Geraldo. Uma artista na paisagem. O Estado de São Paulo. 22 de

março de 1963. p. 7.

5 Silva. Quirino da. Teresa Nazar. Diário de São Paulo. 8 de março de 1963.

Segundo caderno. P. 2

6 Vieira. José Geraldo. Teresa Nazar. Folha de São Paulo. 12 de março de 1963

7 Milliet. Sergio . Teresa Nazar. Folha de São Paulo. 12 de março de 1963

8 Schenberg Mario. Teresa Nazar. Galeria Selearte. São Paulo. 1963

9 Gonçalves, Vergniaud. São Paulo fascina artistas de outras terras. Shopping

News. São Paulo. 23 de julho de 1963

10 Schenberg Mario. Teresa Nazar. Galeria Atrium, São Paulo. 18 de maio de

1966

26 27



Teresa Nazar: Visual Reflections. Moments

Teresa Nazar was born on April 1, 1933 in Mendoza, Argentina. She elaborated … Teresa is a figurative artist who doesn’t compromise

died June 16, 2001 in São Paulo, the city she adopted and loved. with the abstract world… but she does seek for plastic correspondence

of active vibration and dynamic framing … all this favoring

Before coming to Brazil, she received in her hometown an

outstanding humanistic and artistic education at the Universidad

Nacional de Cuyo, which awarded her in 1961 a cultural On the same occasion, José Geraldo Vieira, Quirino da Silva,

a painting that is effortlessly built on an admirable spontaneity.” 4

exchange scholarship. The artist came to São Paulo to perfect Mário Schenberg and Sergio Milliet also exalted her first exhibition

in Brazil. Quirino da Silva wrote, in amazement: “her work

herself in lithography, studying at FAAP University with Marcelo

Grassmann and Darel Valença. This interchange made it possible is totally structured by a strong drawing that harmonizes with

for her, in addition to improving her engraving skills, to become refined coloring”. 5

the assistant to Professor Hebe de Carvalho at FAAP and be chosen José Geraldo Vieira added: “Teresa Nazar presents a figurative

to participate as guide at the 6th São Paulo International Biennial. objectivity on a majestic note…an intuitive proto-cubistic and also

These experiences and the direct contact with the most important expressionistic composition between Georges Braque and Rouault…”.

Thus, Vieira signaled the legacies and positive influences

artists who participated in this exhibition motivated her wish,

after her return to Argentina, to come back to São Paulo and stay of the great masters on the work of Teresa Nazar. 6

here. In an interview, Teresa Nazar explained the reason for her In the opinion of Sergio Milliet: “Teresa Nazar is commendable,

choice: “those were years of great political and social turmoil and above all, for her perfect knowledge of composition. A composition

that is undoubtedly geometric, but not cold, since it acquires,

in the capital a widespread cultural movement bloomed. Here I

aspired to express in paintings what I felt. It depended, however, through its preference for curves, a sensuality further enhanced

on various circumstances” 1

by the colors and her love for the subject. The serious nature of

To Vergniaud Gonçalves the artist added: “I hate routine. I like her art is also extremely sympathetic in this moment of so many

São Paulo also because, when I awake, I never know what is going aesthetic seductions. 7

to happen to me. I am discovering a new world.” 2

For Mário Schenberg, on the other hand: “Teresa Nazar’s painting

is associated with a figurative expressionism of a markedly

In 1962, the artist set up residence here definitively, installed

her studio and in 1965 she married Greek sculptor Nicolas Vlavianos,

with whom she had two children, Myrine and Gabriel. landscapes and people… color is still subordinated to the drawing

cubistic character…. This young artist has a vigorous view of

Since the beginning of her artistic career in Mendoza, Teresa and the composition of volumes….that stress the various planes

Nazar reconfigured plastically the representation of humanity. of her cubistic spaces, without constituting the main means of

In the beginning, showing solidarity, she portrayed significant expression.” 8

aspects of the culture of the Argentine Indians, her fellow citizens

forgotten by the public authorities. This phase was praised dual exhibition gather so much support and recognition of her

Rarely, not just in Brazil, did a plastic artist in her first indivi-

by the Mendoza newspaper “Los Andes”. This publication also technical, thematic, coloring and composition qualifications. In

emphasized her surprising mastery of technique, concluding: spite of the success of this and other exhibitions, which the artist

“notwithstanding her youth, one can already perceive in her presented in the main art galleries of São Paulo and Rio de Janeiro

compositions with Indian figures, the incorporation of some (Astreia, Atrium, Petite Galerie, Goeldi), the painter felt she could

elements that already indicate a personal style.” 3

not just stop in time and ease off, even with all this excellent

In addition to the Argentine art specialists, Brazilians also acknowledged

the extent of the technical composition and pictorial period. At this point, Teresa felt the urge to face new challenges

acceptance on the part of critics and major art collectors of that

skills of Teresa Nazar. Her first individual exhibition, held in the in her career. In an interview to a journalist, the painter stated:

old Selearte Gallery, was referenced by the critics of the major “In life, there is no sense in clinging to things. When you crave

São Paulo newspapers. Geraldo Ferraz, considered even today something new, you have to leave behind everything that came

one of Brazil’s most demanding critics, in addition to praising before.” 9

her technical skills, stated: “The young painter treats oil painting Though an accomplished artist with works being disputed

as a subject full of care, over rhythms and colors conscientiously by the main galleries and collectors of that time, Teresa Nazar,

in parallel to her artistic activities, developed a productive and

much lauded career as a Professor in the Plastic Arts Department

of FAAP, being considered, until today, one of the most respected

masters of this University. In a testimonial, among other artists,

Alex Vallauri emphasized the contribution of the drawing classes

given by Teresa Nazar, considering them of fundamental importance

to his artistic education.

Restless and daring, Teresa never conformed herself. She

felt that art is always on the move, in tune with the world and

humanity in permanent changes and mutations. Therefore, she

never accepted just repeating what was already attained and

structured in her plastic creations. Therefore, released, she sought

continuously the freeing means of thinking, viewing and making

art. Therefore, the painter distanced herself ever more from the

easy and repetitive solutions imposed by the still insipid South

American visual arts market. Until the end of her life, Nazar never

abdicated from her personal values and aesthetic convictions.

Free from proselytisms and the treacherous solutions of art, she

never embarked on the waves of fashion. She was only interested

in the expression and representation of the yearnings of a free

humanity, which also fought for liberty of life and art, the main

goals of her life.

Some art critics understood this new, creative moment of

Teresa, surprised at the speed of her progress in such a short

time. Many critics chose her and nominated her for important

collective exhibitions, along with some of the most significant

Brazilian plastic artists of the sixties.

Unafraid of erring, she progressed more and more in her research

of innovative materials and techniques. She definitively gave

up oil painting on an easel, looking for other unusual supports for

her new creations. After stating that artistic nomenclature and

classifications should be abolished and rejected, she defended the

free use of graphic, pictorial and sculptural elements in a single

piece of art, proclaiming a new era, a new moment in her career.

With unusual materials, Teresa idealized two new series. According

to critic Mário Schenberg, her new “world vision could

not be adequately transmitted by simple traditional graphic

and coloristic representation”. To him, starting in 1965, “Teresa

continued to make great progress. There was, above all, a radical

transformation in her thematic, which became extremely modern,

treated in a convincing way. Suffice it to mention her very

interesting series of pictures about the space flights, in which

she uses abundantly plates and other metallic elements as well

as objects. The vivid and suggestive treatment of the figures is

characteristic of her current phase. Also on the canvases with

everyday themes, such as women at the hairdresser’s, Teresa reveals

a capability of a very realistic and original pop capture and

an efficient artistic communication… Teresa Nazar’s outstanding

position at the forefront of São Paulo painting was consolidated

and her presence was already widely felt in the whole Brazilian

neo-realistic movement.” 10

In the Sixties, Teresa Nazar took part in the major manifestations

of the avant-garde of the plastic arts in Brazil: from the

first happening in São Paulo, together with Helio Oiticica, who

presented for the first time in São Paulo in this event the dancers

of the Escola de Samba da Mangueira, using their “Parangoles”;

from important exhibitions organized by Walter Zanoni in the

Contemporary Arts Museum of the São Paulo University and including

the São Paulo Biennials of 1965 and 1967. In the latter,

also known as the Pop Art Biennial, her works stood out due to

their formal audacity, uncommon technique and thematic, in

parallel to the innovative production of the US representation,

which on this occasion showed works of Jasper Johns, Andy Warhol,

Roy Lichtenstein and, among others, Robert Rauschenberg.

The search for new techniques and unusual materials was

the fundament of Teresa Nazar’s creative process in the Sixties.

Freedom, boundless audacity and innovation, especially surprising

for an artist who since the beginning of her career mastered

the traditional techniques of drawing and oil painting, led to an

irreverent form, far from the conventionalisms of artistic representation

at a difficult time in the history of Brazil, in the midst of a

military dictatorship. She thus set in the present and questioned

eloquently in her works humanity’s permanent equation: reason

vs. emotion, in face of an ever more robotized machinery in the

ordinary citizen’s day-to-day life.

When asked about the influences of Pop-Art on her plastic

production, Teresa Nazar replied: “For me, art is universal, has no

boundaries”, reaffirming once again the first item of the Declaration

of Basic Principles of the Brazilian Avant-Garde.

João J. Spinelli

1 Silva, Quirino da. Teresa Nazar. Diário da Noite. São Paulo July 13, 1961

2 Gonçalves, Vergniaud. São Paulo fascinates artists from other lands. Shopping

News. São Paulo, July 23, 1963.

3 Newspaper Los Andes. Tereza Nazar exhibits oils. Mendoza, August 13, 1960.

4 Ferraz, Geraldo. An artist in the landscape. O Estado de São Paulo, March 22,

1963. P.7

5 Silva, Quirino da. Teresa Nazar, Folha de São Paulo, March 8, 1963, Second

section, p.2

6 Vieira, José Geraldo. Teresa Nazar, Folha de São Pulo, Marfch 12, 1963

7 Milliet, Sergio. Teresa Nazar. Folha de São Paulo, March 12, 1963

8 Schenberg, Mario. Teresa Nazar. Galeria Selearte. São Paulo, 1963

9 Gonçalves, Vergniaud. São Paulo fascinates artists from other lands. Shopping

News. São Paulo, July 23, 1963.

10 Schenberg, Mario. Teresa Nazar. Galeria Atrium. São Paulo, May 18, 1966

28 29



TERESA NAZAR

Principais Exposições Main Exhibitions

1958 Exposição individual Biblioteca Pública Gal. San Martin, Mendoza, Argentina

1960 Exposição individual Museo de Bellas Artes de San Rafael, San Rafael, Argentina

1963 Exposição individual Galeria Selearte, São Paulo SP

1963 XII Salão Paulista de Arte Moderna, Galeria Prestes Maia, São Paulo SP

1964 Exposição individual Galeria Astréia, São Paulo SP

1964 1 a Exposição Jovem Desenho Nacional, Museu de Arte Contemporânea -MACUSP – São Paulo

SP e Museu de Arte de Belo Horizonte MG

1965 1 o Salão Esso de Artistas Jovens, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro RJ e Museu de Arte

Contemporânea - MACUSP – São Paulo SP

1965 VIII Bienal Internacional de São Paulo – Fundação Bienal – São Paulo SP

1966 Exposição individual Galeria Goeldi, Rio de Janeiro RJ

1966 III Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, Brasília DF

1966 XXI Salão Municipal de Belas Artes, Museu de Arte de Belo Horizonte MG – Menção Honrosa

1966 Happening – Manifesto Apeningue - Coletiva Oito Artistas - Galeria Atrium, São Paulo SP

1966 Salão de Abril da Petite Galerie, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro RJ

1967 IX Bienal Internacional de São Paulo – Fundação Bienal, São Paulo SP

1967 1 a JAC - Jovem Arte Contemporânea - Pintura – Museu de Arte Contemporânea da

Universidade de São Paulo - MACUSP, São Paulo SP –Menção Especial do Júri Internacional

1967 Exposição “Caixas” - Petite Galerie, Rio de Janeiro RJ

1967 IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, Brasília DF

1968 XXIII Salão Municipal de Belas Artes - Museu de Arte de Belo Horizonte MG - Prêmio Aquisição

1968 “9 Artistas do Brooklin” - Galeria Astréia, São Paulo SP

1969 “Arte-Objeto” - Paço das Artes, São Paulo SP

1970 VI Salão de Arte Contemporânea de Campinas – Museu de Arte Contemporânea de Campinas

– MACC – SP – Prêmio Aquisição

1972 “Múltiplos”, Galeria Múltipla de Arte, São Paulo SP

1972 V Panorama da Arte Brasileira - Museu de Arte Moderna, São Paulo SP

1974 VI Panorama da Arte Brasileira – Museu de Arte Moderna - São Paulo SP

1976 “Imigrantes nas Artes Plásticas de São Paulo” - Museu de Arte de São Paulo - MASP - São Paulo SP

1978 “Objeto na Arte, Brasil Anos 60” - MAB - Museu de Arte Brasileira – FAAP, São Paulo SP

1993 “Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 – 1967” – Museu de Arte Moderna de

São Paulo SP

2003 “Israel e Palestina: Dois Estados Para Dois Povos”, Sesc Pompéia - São Paulo SP

2005 Exposição Retrospectiva “Teresa Nazar na Vanguarda Paulista (1965-1975)” - MAB – Museu de

Arte Brasileira – FAAP São Paulo SP

2009 “Recentes na Coleção” – MAB - Museu de Arte Brasileira – FAAP São Paulo SP

2016 “Elas: Mulheres Artistas no Acervo do MAB”, MAB – Museu de Arte Brasileira - FAAP, São Paulo SP

2019 Exposição Individual Teresa Nazar – Liberdade e Ousadia nos Anos 60 – Galeria Berenice Arvani

São Paulo SP

Coleções Públicas Public collections

Universidade Nacional de Cuyo, Mendoza Argentina

Museu Gal. San Martin, Mendoza Argentina

Universidade de Houston, Texas EUA

MACC - Museu de Arte Contemporânea de Campinas SP

O Ônibus, 1975.

Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco Olinda PE

Couro, sisal, resina de poliéster, tecido, plástico, gesso, aço

Fundação Cassiano Ricardo, Museu Municipal de São José dos Campos SP

inox, madeira, pva e tinta sobre compensado, 115 x 166 cm.

Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte MG

The Bus, 1975.

MAC USP - Museu de Arte Contemporânea de São Paulo SP

Leather, sisal, polyester resin, fabric, plastic, gypsum, stainless

MAB - Museu de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo SP

steel, wood, PVA and paint on plywood, 115 x 166 cm

30

MASP - Museu de Arte de São Paulo SP

31



exposição 26 de março a 27 de abril de 2019

exhibition march 26 th to april 27 th 2019

Coordenação/coordination • Berenice Arvani

Assistente de Coordenação/Coordination assistant • Leonardo Guedes

curadoria e textos/curatorship and texts • João Spinelli

Comunicação/press • A4&Holofote Comunicação

Projeto gráfico/graphic design • Fonte Design

tradução/ Translation • mário Povel

Fotografia das obras/photos • Fernando Silveira / FAAP e Sérgio Guerini

agradecimentos / acknowledgments • Myrine Vlavianos e Gabriel Vlavianos

Rua Oscar Freire 540 • cep 01426 000 São Paulo SP

tels 3082 1927 • 3088 2843

galeria@galeriaberenicearvani.com

www.galeriaberenicearvani.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!