26.08.2020 Views

Potenciais riscos de implementação para o piloto do leilão de eficiência energética de Roraima

  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Análise sobre o <strong>leilão</strong><br />

A proximida<strong>de</strong> da <strong>implementação</strong> das ações <strong>de</strong> EE <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> lote, po<strong>de</strong> causar<br />

contaminação, ou seja, unida<strong>de</strong>s que não foram pré-selecionadas <strong>para</strong> receber as ações <strong>de</strong><br />

EE <strong>de</strong>cidam a<strong>de</strong>rir a tais ações. Como ressalta<strong>do</strong> por Angrist e Lavy (1999), os consumi<strong>do</strong>res<br />

que <strong>de</strong>scobrirem que não receberão as ações <strong>de</strong> EE po<strong>de</strong>m, por conta própria, realizarem.<br />

Mecanismos que visam garantir que o grupo <strong>de</strong> controle não receba as ações <strong>de</strong> EE são<br />

fundamentais <strong>para</strong> que a contaminação <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle não inviabilize a correta<br />

averiguação da energia evitada. 15<br />

A escolha <strong>de</strong>ssa meto<strong>do</strong>logia <strong>para</strong> a M&V incorre numa dualida<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo que as<br />

ações <strong>de</strong> EE são importantes <strong>de</strong> serem amplamente a<strong>do</strong>tadas, também é necessário garantir<br />

que somente parte das unida<strong>de</strong>s recebam as ações. A restrição em direcionar as ações <strong>de</strong> EE<br />

apenas ao grupo <strong>de</strong> tratamento, po<strong>de</strong> significar que o potencial <strong>de</strong> ganho com medidas <strong>de</strong> EE<br />

não será totalmente explora<strong>do</strong>. Dessa forma, o objetivo i<strong>de</strong>al po<strong>de</strong>ria estar associa<strong>do</strong> a um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>ras receben<strong>do</strong> as ações <strong>de</strong> EE e uma meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong><br />

M&V que não restringisse a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s que receberiam as medidas <strong>de</strong> EE.<br />

Uma alternativa <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia em que a energia economizada po<strong>de</strong> ser verificada,<br />

mesmo que to<strong>do</strong> o lote receba ações <strong>de</strong> EE, é o controle sintético. Com essa meto<strong>do</strong>logia, a<br />

ampla quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>ras a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> medidas energeticamente eficientes<br />

e o problema da contaminação, não influenciariam na estimação da energia economizada.<br />

Dessa forma, políticas <strong>de</strong> conscientização, por exemplo, po<strong>de</strong>riam ser aplicadas em to<strong>do</strong> o<br />

lote. Além disso, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo que <strong>de</strong>monstrassem interesse em a<strong>do</strong>tar outras<br />

medidas <strong>de</strong> EE po<strong>de</strong>riam fazer, sem a restrição <strong>de</strong> estar alocadas no grupo <strong>de</strong> tratamento.<br />

Diante disso, a intuição <strong>de</strong>ssa meto<strong>do</strong>logia é construir, <strong>para</strong> cada lote, um “lote sintético”,<br />

composto pela média pon<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s ou bairros. Com isso, <strong>de</strong>monstraria como<br />

o consumo <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> lote teria evoluí<strong>do</strong>, caso não fossem a<strong>do</strong>tadas medidas <strong>de</strong> EE.<br />

ALINHAMENTO DOS INTERESSES DAS COMPRADORAS<br />

DE ENERGIA EVITADA<br />

As compra<strong>do</strong>ras, que efetivamente pagarão pela energia a ser evitada, precificada no <strong>leilão</strong><br />

pelas vence<strong>do</strong>ras, serão as distribui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> energia que previamente manifestariam seu<br />

interesse. O montante a ser disponibiliza<strong>do</strong> pela distribui<strong>do</strong>ra será parte <strong>do</strong> 0,5% <strong>de</strong> sua<br />

receita operacional líquida, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo Programa <strong>de</strong> Eficiência Energética. Para cada<br />

megawatt-hora economiza<strong>do</strong> nesse <strong>leilão</strong>, será concedi<strong>do</strong> um crédito <strong>de</strong> energia evitada<br />

a vence<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> lote. As distribui<strong>do</strong>ras participantes comprariam justamente<br />

esses créditos das vence<strong>do</strong>ras no lote <strong>do</strong> <strong>leilão</strong>. Esses créditos, por sua vez, po<strong>de</strong>rão ser<br />

utiliza<strong>do</strong>s pelas distribui<strong>do</strong>ras <strong>para</strong> saldar débitos relativos ao Programa <strong>de</strong> Eficiência<br />

Energética (PEE).<br />

O PEE é conduzi<strong>do</strong> pela ANEEL e tem como objetivo estimular o uso eficiente <strong>de</strong> energia<br />

elétrica em to<strong>do</strong>s os setores da economia, viabilizan<strong>do</strong> projetos que promovam a importância<br />

e a viabilida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> <strong>eficiência</strong> <strong>energética</strong>. O PEE tem si<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1998, mas foi fortaleci<strong>do</strong> com a <strong>implementação</strong> da Lei nº 9.991, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, que<br />

estabelece as regras <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> investimentos em pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

(P&D) e <strong>eficiência</strong> <strong>energética</strong> pelas empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas<br />

15 Angrist, J. Lavy, V. 1999. Using Maimoni<strong>de</strong>s’ rule to estimate the effect of class size on scholastic achievement. The Quarterly Journal of Economics,<br />

114(2), 533-575.<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!