Revista para EBD. Set.Dez-2020-Jovens e Adultos
Revista com LIÇÕES ESPECIAIS DA EBD PIB-CABO de setembro a dezembro - 2020
Revista com LIÇÕES ESPECIAIS DA EBD PIB-CABO de setembro a dezembro - 2020
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Organização e montagem:
Presidente: Pr. Marcos André de Barros
Educadora Cristã: Maria de Fátima Santana
Ministro de Int. e Crescimento: Pr. Anderson do Carmo
Criação e edição da capa:
Pr. Anderson do Carmo de Souza
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LIÇÕES ESPECIAIS da EBD PIB Cabo 2020
Setembro a Dezembro
Aprendendo com a nossa História para Edificar uma Igreja
que Cresce no reino de Deus.
Nestas Lições Especiais para o Ano do Cultivo de uma Igreja que
Cresce no Reino de Deus estudando as Escrituras Sagradas queremos unir
isto ao propósito de aprendermos com a nossa História, para tanto trazemos
uma nova coletânea de 17 Lições.
Estas lições propõem uma trajetória reflexiva, histórica e atitudinal,
nela estão unidos propositadamente a memória da presença das
comunidades Batistas no Brasil, e especialmente em Pernambuco,
integrada às ações no campo da evangelização, da educação e da ação
social. Outro tema de destaque nesta revista é o da Mordomia Cristã e a
necessária reflexão crítica das práticas atuais de “culto” em que ocorre a
comercialização a céu aberto dos itens da fé, oferecidos a quem “pagar
mais”, e a estas reflexões unem-se outras meditações sobre Jesus e os
mandamentos.
Diversas foram as fontes de revistas de décadas passadas, mas de
conteúdo e linguagem muito atuais, todas elas produzidas por órgãos
denominacionais com os quais a nossa Igreja tem relação de cooperação e
sustento financeiro. Por isso, agradecemos pela existência destas
instituições e pelos que colaboraram para estas lições, dentre os quais
alguns já se encontram na glória.
Esperamos que Adultos, Jovens e Adolescentes saibam aproveitar
ao máximo as reflexões e os roteiros de estudos aqui sugeridos. Que
também cada professor seja abençoado no uso deste material.
Com Amor.
Pr. Marcos André de Barros.
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Sumário
Lição 01 – Pequena História dos Batistas no Brasil ............. 5
Lição 02 – Compromisso com Missões .............................. 12
Lição 03 – Os Três “T”s ..................................................... 16
Lição 04 – Perseguição aos Batistas em Pernambuco ........ 21
Lição 05 – Compromisso Com a Evangelização ................ 25
Lição 06 – A Comercialização da Fé (I) ............................. 29
Lição 07 – A Comercialização da Fé (II) ........................... 33
Lição 08 – Os Batistas e a Educação .................................. 37
Lição 09 – Compromisso com a Cidadania Responsável... 45
Lição 10 – Compromisso com o Estudo Bíblico ................ 50
Lição 11 – Deus e o nosso Dinheiro ................................... 54
Lição 12 – As Lídias de Pernambuco e a Casa Formosa.... 58
Lição 13 – Uma Bênção Chamada Dízimo ........................ 69
Lição 14 – Consumismo ..................................................... 75
Lição 15 – Compromisso com o Serviço ............................ 80
Lição 16 – Os Batistas de Pernambuco e o Ministério Social
Cristão ................................................................................. 84
Lição 17 – A Alegria do Contentamento ............................ 90
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Lição 01 – Pequena História dos Batistas no
Brasil 1
Leitura diária: Gn. 12:1-9; Sl: 75: 5-10; Sl. 93; Sl. 111: 1-10; Sl. 92: 1-13;
Sl. 147: 1-13; Sl. 126: 3 e 6.
Texto áureo: Mt. 5:12.
PRELIMINARES
Logo após a fundação, em 1845, da Junta de Missões Estrangeirai
da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, hoje, popularmente
conhecida, como Junta de Richmond, surgiu a ideia da abertura pela Junta
de trabalhos missionários em países da América Latina, inclusive o Brasil.
Mas foi somente em 1860 que o primeiro missionário batista norteamericano
chegou à nossa terra. Chamava-se ele Thomas Jefferson Bowen.
Tinha sido missionário na África e de lá se retirou por motivo de saúde.
Mantendo o coração na África veio para o Brasil desejoso de evangelizar
escravos africanos. Pensava em enviar escravos convertidos de volta à
África para lá continuarem o trabalho que ele havia iniciado. Seu sonho
durou pouco tempo e que saibamos não conseguiu resultados concretos.
Retornou aos Estados Unidos em 1861.
Anos mais tarde, após a Guerra de Secessão, muitos norteamericanos
do Sul emigraram para o Brasil no desejo de recomeçar a vida
que a guerra havia arruinado. Dos diversos grupos que vieram, o que
progrediu foi o que se estabeleceu na então Província de São Paulo, em
Santa Bárbara, nas proximidades de Campinas. Depois de estabelecidos,
com suas casas construídas, com as primeiras colheitas recolhidas, esses
imigrantes resolveram organizar suas Igrejas. No ano de 1871 foi
organizada uma Igreja Presbiteriana, em seguida uma Igreja Metodista e,
finalmente, em 10 de setembro daquele ano, uma Igreja Batista. Foi essa a
primeira igreja batista estabelecida em solo brasileiro. Mas era uma Igreja
norte--americana, cujos cultos se realizavam e sempre se realizaram em
língua inglesa e que não efetuava trabalho missionário entre os brasileiros.
A Igreja sentiu, entretanto, que o Brasil era um campo missionário e nesse
sentido apelou à Junta da Convenção do Sul, pedindo-lhe que enviasse
missionários ao Brasil. Por outro lado, o General A. T. Hawthorne,
1 Esta lição foi preparada pelo Pastor Dr. José dos Reis Pereira.
5
veterano da guerra e que estivera no Brasil procurando lugar para novos
imigrantes, gostou tanto de nossa terra que, ao se converter nos Estados
Unidos, tornou- se um verdadeiro campeão no esforço para que fossem'
enviados missionários para cá. Falou em muitos lugares, teve entrevistas
com possíveis missionários, falou à Convenção do Sul e finalmente
conseguiu o que desejava: jovens apresentaram-se para o trabalho
missionário brasileiro, a Convenção aprovou ideia e a Junta se dispôs a
fazer as nomeações. Para o Missionário Zacarias C. Taylor, o General
Hawthorne foi o verdadeiro fundador do trabalho batista brasileiro.
OS PIONEIROS
Zacarias Clay Taylor (1851 - 1919) foi o primeiro a se impressionar
com a propaganda de Hawthorne e a se decidir. Mas desejoso de estudar
mais matriculou-se no Seminário de Louisville e assim coube a William
Buck Bagby (1855-1939) a glória e o privilégio de ser o pioneiro número
um. Bagby era pastor no Estado do Texas e estava noivo de uma jovem
que já decidira entregar sua vida ao trabalho missionário. Anne Luther
(1859 1942) nas suas cartas ao noivo falava de seu ideal missionário
dizendo-lhe, com franqueza, que iria para o campo missionário ainda que
fosse sozinha. Em conversa com Hawthorne, ela já havia decidido a vir
para o Brasil. O noivo, após muita oração, finalmente concluiu que Deus o
estava chamando também. E foi com a firme convicção de que deveriam
vir para o Brasil que eles se apresentaram à Junta. Esta procurou dissuadilos
quanto ao lugar de trabalho, propondo-lhes irem para a China. Mas a
convicção dos dois jovens era firme e convenceu à Junta. Foram nomeados
e embarcaram para o Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1881. Como se
haviam casado em 21 de outubro a viagem era como uma viagem de
núpcias. Feita num veleiro durou 48 dias. Após breve estada no Rio de
Janeiro seguiram para Santa Bárbara, a fim de estabelecerem contacto com
seus patrícios batistas lá existentes e fara aprender a língua portuguesa.
Esse aprendizado foi feito num Colégio presbiteriano existente em
Campinas e também, particularmente, com um brasileiro, Antônio Teixeira
de Albuquerque. Albuquerque (1840-1887) tinha sido padre católico
romano em Alagoas, mas converteu-se pela leitura da Bíblia, Deixou a
batina, casou-se e mudou-se para o Sul. Aqui entrou primeiro para a Igreja
Metodista que os recebeu, a ele e à mulher, sem novo batismo. Mudando
se, novamente, agora para Capivari, nas proximidades de Santa Bárbara,
teve conhecimento da existência de uma Igreja Batista. Prosseguindo em
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seus estudos do Novo Testamento chegou à conclusão que os batistas
estavam com a razão em matéria de batismo e solicitou seu batismo à
Igreja Batista. Foi batizado e consagrado ao ministério no mesmo dia, um
pouco antes da chegada dos Bagby. Foi o primeiro batista e também o
primeiro pastor batista brasileiro.
Enquanto os Bagby estudavam a língua em Campinas, Zacarias
concluiu que não precisava estudar mais face às exigências do trabalho no
Brasil. Os apelos de Bagby para que viesse logo eram insistentes. Taylor e
sua esposa Kate embarcaram para o Brasil justamente um ano após o
embarque dos Bagby.
Reuniram-se em Santa Bárbara os dois casais de missionários e o
ex-padre Albuquerque. Foram tempos de meditação e oração. Finalmente
entenderam ser da vontade de Deus que fossem iniciar seu trabalho
missionário na Bahia. Salvador era a capital eclesiástica do Brasil, era a
segunda cidade do Brasil em população, era um porto movimentado e
também um certo ferroviário. Por outro lado, o que lá havia de trabalho
evangélico era muito pequeno, diferentemente de outras cidades como Rio
e São Paulo já fortemente dotadas de igrejas evangélicas. Deus mostroulhes
a Bahia e essas circunstâncias referidas vieram confirmar o que já
sentiam no coração. Transferiram-se, os três casais para a capital baiana e
ali organizaram, em 15 de outubro de 1882, a primeira igreja batista
brasileira. Eram cinco os membros fundadores porque a esposa de
Albuquerque, Senhorinha, ainda não se havia tornado batista. Mas esteve
depois entre as primeiras pessoas batizadas na novel Igreja. Essa Igreja
marca o início do trabalho batista no Brasil porque era uma igreja
brasileira, com seus cultos em língua portuguesa e com o firme propósito
de evangelizar os brasileiros. Por essa razão o Centenário do trabalho
batista brasileiro foi comemorado em outubro de 1982.
AVANÇO PARA O SUL E PARA O NORTE
De início, na Bahia, Bagby e Albuquerque eram os pregadores
enquanto Taylor estudava diligentemente a língua. Devagar a Igreja foi
crescendo. Em melados de 1884 Taylor já pregava bem em português e a
Igreja chegara aos 25 membros. Foi quando Bagby resolveu descer para o
Rio de Janeiro e abrir na capital do Império uma segunda frente. Uma
convertida na Bahia, Mary O'Rorke, possivelmente ama da filhinha dos
Bagby, acompanhou-os. No Rio encontraram uma senhora batista,
Elizabeth Williams, dona de uma pensão onde os Bagby se hospedaram.
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Na sala da pensão, em 24 de agosto de 1884, com 4 membros fundadores,
foi organizada a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro. Com alguns
intervalos Bagby foi seu pastor até o final do século e a Igreja cresceu
bastante tendo-se estendido seu trabalho às províncias do Rio e de Minas
Gerais.
Em 1885 foi a vez de Antônio Teixeira de Albuquerque deixar a
Bahia. Sentia o apelo de seu torrão natal, Alagoas. Um amigo do tempo em
que era católico e que muito o havia ajudado a dissipar suas dúvidas,
Wandragésilo Melo Lins, o acompanhou — Com Zacarias Taylor presente,
Albuquerque e Melo Lins fundaram, em 17 de maio de 1885, a Primeira
Igreja Batista de Maceió. Foi de dez o total de membros fundadores. Com
duas semanas de pregações por Zacarias Taylor a Igreja começou suas
atividades, hoje centenárias. Quando Albuquerque faleceu, em 1887, a
Igreja já contava com 80 membros.
Albuquerque atrairá do Recife seu amigo Melo Lins. Foi-lhe
precioso auxiliar em Maceió e o próprio Albuquerque providenciou sua
consagração ao ministério em 1886. Logo em seguida Mello Lins retornou
ao Recife para trabalhar como evangelista. Lá foi encontrá-lo um novo
missionário enviado pela Junta norte-americana. Charles D. Daniel, que
fazia parte dos imigrantes de Santa Bárbara, mas retornara aos Estados
Unidos, a fim de estudar para o ministério. Daniel foi quem batizou os
primeiros convertidos recifenses. Em 4. de abril de 1886 foi organizada,
com seis membros fundadores, a Primeira Igreja Batista do Recife. Daniel
esteve à frente da Igreja apenas três meses, findos os quais retornou à
Bahia, deixando o pastorado com Mello Lins que exerceu as funções até
1889.
Assim em quatro anos, quatro igrejas batistas brasileira foram
fundadas. São as Igrejas centenárias, cada uma delas com sua história cheia
de lances impressionantes, cada uma delas expandido seu trabalho através
de outras igrejas fundadas.
GRANDES MISSIONÁRIOS
Os pioneiros William Bagby e Zacarias Taylor foram missionários
notáveis, cuja vida é bem conhecida dos batistas brasileiros. Mas a eles,
naqueles primeiros tempos, vieram juntar-se outros missionários também
notáveis, cuja atividade responde, humanamente falando, não somente pelo
progresso da obra batista do Brasil, mas também pela sólida
fundamentação
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dessa obra. Referimo-nos, particularmente, a William E. Entzminger,
Salomão L. Ginsburg e Eurico Alfredo Nelson, chegados ao Brasil na
última década do século passado. Entzminger (1859-1959) trabalhou
bastante em Pernambuco tendo travado pela imprensa brilhante polémica
com adversários católicos. Era um publicista a quem, muito
adequadamente, foi entregue no início do Século XX a fundação e a
direção da Casa Publicadora Batista e n'0 Jornal Batista. Salomão Luiz
Ginsburg (1867-1927) era também um apaixonado pela página impressa,
mas distinguiu-se, sobretudo, como evangelista e como hinólogo. São de
sua autoria 102 hinos do "Cantor Cristão" e pôde autodenominar-se "o
judeu errante pelo Brasil" porque percorreu quase que todo o território
brasileiro no seu afã de pregar o Evangelho. Foi, no Recife, o fundador do
Seminário Teológico Batista dó Norte do Brasil. Eurico Alfredo Nelson
(1862-1939) foi chamado o "Apóstolo da Amazónia" porque à
evangelização dos Estados amazônicos dedicou toda sua longa vida.
GRANDES OBREIROS BRASILEIROS
Desde cedo começou a projetar-se a liderança nacional. O trabalho
não foi feito somente pelos missionários. falamos de dois pastores
brasileiros naqueles primeiros anos, Antônio Teixeira de Albuquerque e
Wandragésilo Melo Lins. No Rio de Janeiro converteram-se três jovens
que depois vieram a exercer enorme influência na vida batista brasileira,
Francisco Fulgêncio Soren (1869-1933) que veio a ser por trinta e três anos
pastor da Primeira Igreja do Rio e foi o primeiro presidente da Convenção
Batista Brasileira; Tomás Lourenço da Costa, leigo que foi o grande
propulsor da obra de Missões Estrangeiras entre os batistas do Brasil e
Teodoro Rodrigues Teixeira (1821-1950) outro leigo, auxiliar de
Entzminger na Casa Publicadora e n'0 Jornal Batista e que trabalhou no
jornal cerca de quarenta anos. A estes vieram juntar-se muitos outros,
pastores e leigos, de modo que ao ser organizada a Convenção Batista
Brasileira já havia respeitável contingente de nacionais para a formação
das diretorias e das Juntas.
A CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
Em 1907, vinte e cinco anos após a fundação da primeira igreja
batista brasileira já havia, espalhadas pelos vários Estados do Brasil, cerca
de uma centena de Igrejas com mais ou menos 5.000 membros. Tinha
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surgido entre alguns missionários a ideia da organização de uma
Convenção que servisse de estímulo para o progresso do trabalho e que
pudesse coordenar esforços, em base cooperativa, para a realização de
grandes empreendimentos nas áreas de Missões, Evangelização e
Educação. Houve alguma resistência quanto à ideia porque as igrejas eram
poucas e as distancias eram longas. Alguém disse que naquele tempo era
muito mais fácil ir do Rio de Janeiro à França do que ir da capital carioca a
Manaus. Todavia por meio de cartas, de conversas e, sobretudo, pelo Jornal
Batista os propugnadores da ideia perseveraram e foi decidida a
organização da Convenção, na Bahia, cidade duas vezes histórica, para os
brasileiros e para os batistas brasileiros.
A organização da Convenção se deu em junho de 1907 com a
presença de 43 mensageiros, número em seguida aumentado para 45.
Poucos, mas com muita fé e visão. Foram criadas pela Convenção as
Juntas de Missões Nacionais e de Missões Estrangeiras. Outras Juntas
foram criadas visando publicações e educação. No ano seguinte, na
segunda Convenção, realizada no Rio de Janeiro, foi criado o Colégio e
Seminário do Rio de Janeiro. Paralelamente, como órgão auxiliar da
Convenção, foi fundada a União Feminina Missionária.
CRESCIMENTO CONTÍNUO
Ao ser fundada a Convenção já havia trabalho batista em todos os
Estados do Brasil. Convenções estaduais já haviam sido fundadas em São
Paulo, em Pernambuco, no Amazonas, no Rio. A Convenção veio
estimular
grandemente as Igrejas e, cumprindo seus objetivos, coordenou esforços
no sentido de manter trabalho missionário. Com a cooperação das Igrejas
foi possível já em 1911 mandar o primeiro casal de missionários a
Portugal. A partir da década dos vinte, missionar os começaram a ser
enviados a lugares distantes do território nacional: era a obra de Missões
Nacionais. O Seminário do Rio começou a preparar bem os jovens
candidatos ao ministério pastoral o mesmo acontecendo com o Seminário
do Recife, o primeiro a ser fundado, mas que só passou a égide da
Convenção, dez anos depois que esta foi estabelecida. O Jornal Batista
tornou-se órgão oficial da Convenção em 1919 e tem sido um notável traço
de união entre as comunidades batistas brasileiras. A Casa Publicadora, por
sua vez, ampliou grandemente seu trabalho produzindo revistas para as
Escolas Bíblicas Dominicais e outras organizações das Igrejas, livros,
10
folhetos, opúsculos e Bíblias. Missões, Evangelização, Educação,
Educação Teológica e Educação Religiosa têm sido as preocupações da
Convenção e das Igrejas. A obra missionária hoje conta com cerca de 400
obreiros na Junta de Missões Nacionais e mais de cem na Junta de Missões
Mundiais, nome atual da Junta de Missões Estrangeiras, operando em 15
países do mundo. Em termos de evangelização marcaram época as grandes
Campanhas de Evangelização realizadas em 1965, 1969 e 1980. Os
Seminários da Convenção e os das Convenções Estaduais estão lotados de
alunos. Não há crise de vocações. O importante é ter Igrejas para todos
esses vocacionados, mas isto há de ser conseguido se o interesse pela
evangelização não arrefecer. A rede de Colégios Batistas é a maior nas
Denominações Evangélicas e no que diz respeito à Educação Religiosa, a
ênfase atual é ter os crentes muito bem preparados. O ideal é levar as
pessoas a Cristo e depois de convertidas prepará-las para serem
testemunhas do Evangelho de modo a, por sua vez, ganharem outros.
Neste ano de 1985 o número de Igrejas se aproxima dos 4.000 e o
número de membros nessas Igrejas chega a 650 mil. Com um bom
programa de evangelização e de educação religiosa o primeiro milhão de
membros deve ser alcançado ainda nesta década.
ANOTAÇÕES
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Lição 02 – Compromisso com Missões 2
A missão cristã na proclamação de Cristo a todos
os povos
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
(Rm 10.14).
Afirmar que toda a humanidade precisa ser alcançada pelo perdão
de Deus não é novidade para quem conhece a Bíblia. Entretanto, mesmo
tendo conhecimento de que a mensagem do Senhor é universal e extensiva
a todos os povos, ainda há muitos cristãos que vivem em completo estado
de letargia, negligenciando o imperativo de Jesus. Muitos, ainda hoje,
ignoram a sua importância na realização da obra missionária. Nas mais
diversas igrejas do Senhor Jesus existem crentes que ainda não se
conscientizaram que nós somos cooperadores de Deus nesta tão importante
tarefa. Deus conta conosco para que a humanidade ouça e entenda a
genuína mensagem da salvação.
AS NAÇÕES PRECISAM OUVIR QUE A SALVAÇÃO É
PARA TODOS
No texto citado, Paulo demonstra sua preocupação com os judeus e
fala que eles rejeitaram a justiça de Deus e tentaram estabelecer a sua
própria justiça. A leitura que os judeus, na sua maioria, fizeram é que eles
2 Esta lição foi preparada por Júlio César Ravani, pastor na Primeira Igreja Batista de Higienópolis, Rio de
Janeiro, RJ.
12
tinham um Deus particular e exclusivo. Paulo afirma, ainda, que a
mensagem da salvação não é privilégio de um só povo. "Não há diferença
entre judeu e grego..." judeus e gentios são, igualmente, culpados e
precisam da salvação. A possibilidade é para ambos, sem qualquer
limitação de raça ou posição social. Há uma igual oportunidade provocada
pela igual necessidade. "Todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus" (Rm 3.23). Ninguém pode fugir da necessidade de fazer a escolha
entre a vida e a morte. Deus, agora, requer de todos o arrependimento (At
17.30).
Não há um povo criado para a salvação e outro para a perdição. O
que mais sensibiliza os leitores da Bíblia é, exatamente, a universalidade e
a disponibilidade da mensagem de Deus.
A mensagem do evangelho produz fé no coração do homem que a
ouve. A fé leva o homem de qualquer nação a invocar o nome do Senhor e
a descobrir que ele é alvo do amor do Deus de missões, não importando a
sua nacionalidade: "De sorte que a fé é pelo ouvir e o ouvir pela palavra de
Deus".
Há países que estão sedentos por ouvir uma mensagem que fale aos
seus corações. No Leste Europeu, por exemplo, suas autoridades
constituídas cercearam a mensagem cristã por longo tempo. Ensinaram que
o comunismo era suficiente para suprir toda a carência humana. Hoje, com
a queda do regime, aquelas pessoas estão com uma enorme lacuna
espiritual que precisa ser preenchida. Elas estão abertas para qualquer
mensagem. Isto significa que os portadores da mensagem verdadeira
precisam se antecipar aos demais. A carência é tão grande que quem
chegar primeiro, conquista aquele povo. Eles precisam ouvir que a
salvação é para todos. Mas como ouvirão? Há remédio para o vazio
espiritual não só do povo do Leste Europeu como também para todos os
outros povos. A salvação tem uma abrangência universal. Deus não
restringiu a salvação a um grupo. Quem irá dizer isso às nações?
AS NAÇÕES PRECISAM OUVIR QUE SOMENTE JESUS
DÁ SALVAÇÃO A TODOS
"Por que um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o
invocam (Rm 10.12).
A Bíblia está repleta de textos que afirmam que o ser humano só
pode obter salvação crendo no sacrifício vicário de Jesus. Apesar de tudo
isso, ainda há nações inteiras invocando os mais estranhos deuses, por
13
desconhecerem que Jesus é o Senhor do universo. Como, pois, invocarão o
Deus verdadeiro se ninguém for lhes falar do amor de Jesus? A nossa
acomodação e a falta de amor pelas almas perdidas são os dois principais
motivos que impedem de reverter este quadro. Enquanto as pessoas não
ouvirem falar de Jesus, elas estarão impossibilitadas de invocarem o Deus
que desconhecem. Enquanto ignorarem Jesus, será impossível invocar
o Deus verdadeiro. Não podemos persistir no erro de achar que Jesus já é,
demasiadamente, divulgado entre todos os povos. O hinduísmo (a religião
mais popular da índia), por exemplo, cultua milhões de deuses.
Recentemente, foi exibido num programa de televisão um culto religioso
em que as pessoas reverenciavam o deus rato. Os praticantes prostravam-se
diante de um altar onde vários ratos eram colocados em posição de
destaque. Quando o coração humano desconhece o Deus verdadeiro, ele
cria os mais estranhos deuses para cultuar. A falta de Deus debilita a alma.
No passado, foram cultuados bezerros de ouro (Ex 32.4), estátuas
com mãos incandescentes (Moloque) e outros. Hoje, além dos ratos, são
cultuados vacas, pirâmides, parentes falecidos, cristais, astros, gnomos,
duendes etc. O que nós temos feito para mudar esta realidade? O Senhor
Jesus precisa ser conhecido e invocado por todas as nações. Entretanto,
como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
Com certeza, O Senhor de missões se entristece ao ver suas
criaturas prostradas diante de outros deuses, buscando neles o consolo que
só pode ser encontrado na pessoa de Jesus Cristo.
AS NAÇÕES SÓ OUVIRÃO SE CADA CRISTÃO
ASSUMIR SUA TAREFA
Como ouvirão se não há quem pregue? Quão formosos os pés dos que
anunciam coisas boas!
A Igreja primitiva sempre foi conhecida pelo seu ardor missionário.
A vida de homens como Barnabé e Paulo, que atuaram nos primórdios da
igreja primitiva, exemplificam como é valido atender a ordem de Jesus.
Entretanto, com as influências externas e a secularização da fé houve um
período na história da igreja em que missões era um assunto quase
proibido. Pensava-se: "Se Deus quiser salvar os perdidos, ele mesmo fará
isto, sem precisar de missionários". William Carey, considerado o pai das
missões modernas, ouviu esta frase quando buscou ajuda para pregar o
14
evangelho aos hindus da índia em 1792. Ainda bem que Carey ignorou a
voz humana e cumpriu a ordem divina.
Pregar a Palavra de Deus é uma ordem dada por Jesus à sua igreja.
O plano do Senhor é alcançar toda a humanidade por meio de homens e
mulheres salvos pelo seu amor. Como servos submissos, precisamos
cumprir a sua ordem. Não dá para realizar missões sem a participação de
quem é fruto de um trabalho missionário. Se hoje conhecemos e servimos a
Deus, devemos a grandes servos comprometidos com Deus que, no
passado, não mediram esforços; ao contrário, verteram suor, lágrimas e, em
alguns casos, até mesmo seu sangue para que a mensagem da cruz
chegasse até nós.
Nunca se esqueça: Jesus é o nosso maior exemplo missionário. O
seu gesto, ao morrer crucificado no madeiro, encarnou a maior mensagem
de amor já demonstrada à humanidade. Assuma o seu papel. Faça a sua
parte. Cumpra a missão que Deus colocou em suas mãos. Os povos
precisam ouvir falar Jesus,
ANOTAÇÕES
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Lição 03 – Os Três “T”s 3
Utilizando meu tempo, talento e tesouro com
alegria em todos os momentos
Leia a bíblia diariamente
Segunda Mateus 25. 14-30 Como melhor usar o talento;
Terça Efésios 5.15-21 Como melhor usar o tempo;
Quarta Malaquias 3.7-18 Como melhor usar o dinheiro;
Quinta Colossenses 4.2-6 Como melhor usar as oportunidades;
Sexta Filipenses 4.4-9 Como melhor usar a mente;
Sábado 1 Coríntios 6.13-20 Como melhor usar o corpo;
Domingo Provérbios 3.1-10 Bençãos da mordomia
Guarde no Coração
“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele
habitam”. (Sl. 24.1)
Pense e responda
Se Jesus é meu Senhor, como posso servi-lo melhor?
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3 Esta lição foi preparada por Odila Braga de Oliveira.
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Introdução
O general Booth fundou o Exército da Salvação. Quando
interrogado a respeito do seu feito, respondeu: "Vou dizer-vos o segredo:
Deus tem tudo o que há em mim. Há homens com mais mentalidade do
que eu, homens com mais oportunidades do que eu; porém, desde o dia que
senti na alma a condição dos pobres de Londres e foi-me revelado o que
Jesus Cristo pode fazer-lhes, resolvi que Jesus Cristo havia de possuir tudo
o que há em mim. E se houve algum poder no Exército da Salvação é
porque Deus recebia toda a adoração da minha alma, toda força da minha
vontade para com Ele e toda a influência da minha vida." (ALMEIDA,
Natanael de Barros. Tesouro de Ilustrações, Edições Vida Nova, SP, p.45).
Visto que você agora pertence a Deus, a administração da sua vida
(o que se chama mordomia cristã) está em suas mãos, mas não a
propriedade. Paulo pergunta aos crentes de Corinto: "que tens tu que não
tenhas recebido?" (ICo 4.7). Você é administrador das coisas de Deus e
terá que Lhe prestar contas de tudo. Se fizer um bom trabalho, receberá
recompensa. Se administrar mal, será punido na volta do Senhor. Leia a
parábola registrada em Lucas 12.41-48. Essa é a sua história. De tudo terá
que lhe prestar contas. Use bem os seus três "Ts": Talentos, Tempo e
Tesouro.
Talento
"A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a
sua própria capacidade" (Mt. 25.15).
Originalmente, talento era uma medida de peso e moeda da
antiguidade grega e romana. Para nós, talento significa a aptidão natural,
as habilidades, a capacidade de alguém. Uma pessoa talentosa é aquela
que se destaca numa atividade lícita.
Jesus contou aos discípulos a parábola dos talentos (Mt 25-14-30),
exortando-os para que ficassem atentos à Sua volta. Jesus Se refere,
simbolicamente, às habilidades naturais ou espirituais com que se deve
servir a Deus. Leia a parábola e responda.
1) Quantos servos receberam talentos? ____________
2) Quantos talentos o primeiro servo recebeu? __________
E quantos devolveu ao seu senhor? _____________
17
3) Quantos talentos o segundo servo recebeu? ________
E quantos devolveu ao seu senhor? ___________.
4) Quantos talentos o terceiro recebeu? ______________
E quantos devolveu ao seu senhor? ___________
5) O que o senhor disse ao primeiro e ao segundo servo? ___________
6) O que o senhor disse ao terceiro servo? __________
7) O que você aprendeu com esta parábola? ____________
8) Qual é o seu talento? _________________________
9) Que você quer ouvir do seu Senhor? ___________________
Esses talentos envolvem conhecimento e capacidade para servir. O
que você gosta de fazer, sabe fazer e faz bem? Você tem boa voz, toca um
instrumento musical, ensina bem, gosta de visitar, entende de computação,
é eletricista, gosta de escrever, é líder? São habilidades que você recebeu
do Senhor, e a Ele terá que prestar contas "do que sabe" e "como aplicou
essa capacidade". Aplique seus talentos no serviço do Senhor. A seara é
muito grande, e os trabalhadores são poucos (Mt 9.37). Coloque-se à
disposição do seu Senhor e da sua igreja para o trabalho e colha bênçãos
incontáveis.
Tempo
"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.15-16).
Deus lhe dá o tempo, e é sua a responsabilidade de gerenciá-lo da
forma mais útil e saudável possível. Cada momento de sua vida é único e
de sumo valor. Talvez seja a mordomia do tempo a mais difícil de ser
praticada, pois o tempo escapa "pelos vãos dos dedos". Remir o tempo
significa aproveitar cada momento da maneira mais sábia, porque um
minuto perdido é irrecuperável. O néscio, diz Paulo, aplica-o nas coisas do
mundo: jogando, falando da vida alheia, assistindo a programas de
televisão sem nenhum proveito, vasculhando coisas impróprias na Internet,
satisfazendo a carne (Ef 2.1-3). Gasta seu tempo bebendo. Se Jesus voltar
nessa hora, que conta dará do tempo que Ele lhe deu?
18
O investimento mais precioso do tempo é aquele feito nas coisas do
Senhor: estudando a Sua Palavra, meditando, orando - é tempo de
crescimento espiritual, de bem-estar da alma, de frutificação. O tempo que
você passa com os irmãos, cultuando ao Senhor, aprendendo na Escola
Bíblica, orando, é tempo de bênçãos. O tempo investido nos ministérios da
igreja local, aplicando os dons espirituais, é tempo de edificação, de
desenvolvimento da salvação como recomenda Paulo (Fp 2.12).
Talento
Aproveite bem o seu tempo: seja organizado nas suas atividades,
pontual nos seus compromissos; distribua seu tempo com equilíbrio,
dedique o maior tempo possível ao serviço de Deus e em favor do
próximo. Isso é remir o tempo. "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós
me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa" (Ml. 3.8,10).
É Deus Quem lhe dá forças e capacidade para adquirir os bens (Dt
8.18). A mordomia dos bens inclui a mordomia de ganhar e gastar. Na
mordomia do ganhar, o essencial é a honestidade. Nunca aceite a
corrupção. E mais, não faça do dinheiro o principal objetivo de sua vida
(Pv 23.4). "O amor do dinheiro é raiz de todos os males", diz Paulo (ITm
6.10). Na mordomia do gastar, entra a prudência, a responsabilidade, o
autocontrole, a economia (Is 55.2). Cuidado com o consumismo! Ele pode
trazer sérios problemas para a sua vida.
Orçamento do Mês
Salário R$ ___________________(por mês)
Dízimo (10%):
R$ ________________
Poupança (10%):
R$ ________________
Transporte: ônibus/carro R$ ________________
Lanches:
R$ ________________
Roupas/ bijouterias/ maquiagem: R$ ________________
CDs/ DVDs:
R$ ________________
Telefone/ Celular/ Internet R$ ________________
Diversões/viagens:
R$ ________________
Mensalidades na escola/ faculdade: R$ ________________
__________________________ R$ ___________________
__________________________
19
TOTAL GASTO NO MÈS
Sobra para eventualidades
R$ ___________________
R$ ___________________
Se você é casado ou tem sua casa, há outros itens que devem ser acrescentados
(aluguel/prestação de casa, luz, telefone, supermercado, feira, etc).
O gastar com responsabilidade inclui a dádiva da contribuição
cristã: o dízimo e as ofertas (Ml 3.8-10). A palavra dízimo significa décima
parte ou um décimo. Dar o dízimo é o privilégio que você tem de investir
dez por cento de toda sua renda na obra do Senhor. E uma expressão de
generosidade que faz parte da lei do amor (2Co 9.5,8). É um ato de fé nas
promessas de Deus (Ml 3.10) e de gratidão pelas bênçãos recebidas. É
tornar-se participante, com Deus, no desempenho da missão da Igreja que é
ir e pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Como a Igreja poderá
obedecer a essa ordem se não tiver recursos financeiros? Onde estão os
recursos? Respondo: Nas minhas e nas suas mãos, é claro! Abra a sua
Bíblia em 1 Coríntios 16.2 e analise as instruções que Paulo dá à igreja de
Corinto, quanto à contribuição cristã e responda.
1) Quando dar? ______________________________________________
2) Quem deve dar? ___________________________________________
3) Como deve dar? ___________________________________________
4) Quanto deve dar? __________________________________________
A entrega do dízimo e das ofertas representa: bênçãos para a igreja
local, que terá recursos financeiros para o sustento da obra; bênçãos para
você, em cumprimento à promessa de Deus (Ml 3.10). Se você ainda não
teve a grata experiência de contribuir para o Senhor, na sua igreja local,
comece a fazê-lo agora. Não olhe para o valor de seu salário, olhe para a
grandeza e
fidelidade de Deus. Abra a sua Bíblia em Atos 20.35 e complete: "Mais
bem-aventurado é _____________que_____________________ ". Dar é
fundamental no cristianismo: por amor a você. Deus deu o Seu Filho, Jesus
deu a Sua vida; por amor a Ele, você deve entregar seu dízimo, sem se
preocupar com a aplicação que a administração da igreja fará desse
dinheiro.
Hoje, você aprendeu!
1. Tudo o que você tem pertence a Deus.
2. Você é mordomo das coisas de Deus e, de tudo, terá que lhe prestar
contas.
20
Lição 04 – Perseguição aos Batistas em
Pernambuco 4
Texto Bíblico: II Coríntios 4. Texto Básico: II Coríntios 4:8-18.
Leitura Devocional: II Timóteo-3:12. Texto Áureo: II Coríntios -
4:9.
Leituras Diárias:
Segunda - Jeremias -15:15. Terça - Atos-4:1-13.
Quarta - Mateus-10:22. Quinta - Romanos - 8:18.
Sexta - Romanos-8:31-39. Sábado - Mateus-5:11.
Domingo - Mateus-10:22.
INTRODUÇÃO:
O trabalho batista em Pernambuco teve início com a chegada do
casal de missionários, C. D. Daniel e esposa em 30 de março de 1886,
vindos da Bahia. Este missionário e esposa iniciaram o trabalho de
evangelização do povo pernambucano. Este trabalho deu seus frutos e com
dois novos batizados e o Pr. Mello Lins que tinha vindo de Maceió, onde
foi consagrado na 19 Igreja Batista de Maceió, organizaram no dia 04 de
abril de 1886 a 1ª Igreja Batista do Recife e do Estado de Pernambuco. A
19 Igreja foi organizada com seis membros: C. D. Daniel e esposa, o
evangelista e esposa e os dois novos batizados. O trabalho depois não teve
um grande crescimento inicial e o Pr. Daniel foi chamado de volta à Bahia.
Durante seis anos o trabalho ficou reduzido quase a nada, mas ficou ainda
a fé viva em Jesus Cristo nos corações ansiosos por continuar a obra
iniciada.
Em 06 de julho de 1892 chegava ao nosso campo o casal, W. E.
Entzminger e esposa, logo ao chegar reorganizaram a 19 igreja Batista do
Recife com 25 membros. Vinte antigos e cinco novos decididos que foram
logo batizados. Com a reorganização do trabalho, tiveram início as
perseguições.
INICIO DAS PERSEGUIÇÕES:
Informa-nos Salomão Ginsburg no seu livro: Um Judeu Errante no
Brasil que o início das perseguições contra os batistas em Pernambuco, foi
quando, a 1ª Igreja foi reorganizada e o trabalho começou a expandir-se
4 Esta lição foi preparada pelo Pr. José Gleidson Lopes da Silva.
21
pelos bairros do Recife. Iniciou-se com uma discussão entre o pastor
Entzminger e o cónego João Machado de Melo através do Diário da
Pernambuco e o Jornal do Recife em torno dos livros apócrifos da Bíblia.
Este cónego escreveu vários artigos combatendo as Bíblias protestantes
acusando-as de serem mutiladas, alteradas e corrompidas. O pastor
Entzminger realizou um grande trabalho em Pernambuco, evangelizando,
escrevendo artigos nos jornais, construindo templos, etc. depois transferiuse
para o Rio de Janeiro com sua esposa onde ficou servindo ao Senhor.
Veio ocupar o lugar do Pr. Entzminger o missionário Salomão
Ginsburg que ao chegar encontrou os batistas sofrendo uma ferrenha
perseguição liderada pelo frei Celestino de Padovali, tendo o apoio do
bispo de Olinda e Recife. Salomão manteve uma longa discussão com o
citado frei através dos jornais da cidade, resultando daí a criação pelo clero
católico, com sede em Olinda, da Liga Contra os Protestantes, com a
finalidade de combater os batistas. Esta liga existiu até o ano de 1914,
quando foi extinta.
A Liga Contra os Protestantes afirmavam que a Bíblia dos
protestantes era falsa e do outro lado Salomão Ginsburg respondia
ensinando ao público a doutrina bíblica e não respondia diretamente as
acusações. Houve muita discussão pelos jornais, até que não suportando
mais frei Padovali, organizou uma queima pública de Bíblias protestantes,
no dia 27 de setembro de 1903, convidando todo o povo para assistir. O
assunto foi levado para o Congresso Nacional e o Presidente da República
enviou um telegrama ao Governador do Estado, mandando que proibisse
tal ato. Como resultado, a queima posterior foi realizada no pátio do
convento.
EXPANSÃO DO TRABALHO
Na medida em que o trabalho se expandia pelos bairros do Recife,
começaram os problemas gerados pelo catolicismo ferrenho. O clero
católico começou a protestar e a incentivar seus fiéis contra os batistas que
estavam se expandindo, rapidamente.
Fatos interessantes aconteceram que merecem destaque. Um jovem
frade chamado Piani, professor do Colégio Salesiano, começou a investigar
a causa de tanto ódio contra os protestantes, adquiriu uma Bíblia, e como
resultado do seu estudo converteu-se ao protestantismo; na noite de 20 de
outubro de 1905 apresentou-se na 1ª Igreja Batista do Recife e pediu para
dar profissão de fé publicamente, sendo logo depois batizado. O ex-frade
entrou logo no serviço religioso evangélico e mais tarde fez um curso no
22
Seminário de Louisville, EE.UU., recebendo o grau de Doutor em
Teologia.
O trabalho continuava a crescer, apesar das perseguições. No bairro
da Iputinga no dia 15 de novembro de 1905; foi organizada a igreja batista
daquele bairro, hoje igreja Batista do Cordeiro. Nessa ocasião um grupo de
assassinos contratados pelo padre locai foi assistir à inauguração e
agrediram tisicamente os presentes, deixando no local várias pessoas
feridas, outras fugiram apavoradas. Na medida que o trabalho crescia,
foram diminuindo as perseguições porque várias pessoas influentes da
sociedade estavam se convertendo e começando a defender o mesmo. A
perseguição passou então a ser mais cruel no interior do Estado, onde o
Evangelho foi levado pelos irmãos das novas igrejas da capital.
AS PERSEGUIÇÕES EM ALGUMAS CIDADES DE
PERNAMBUCO
Na cidade de Caruaru, houve uma grande reação contra o trabalho
dos protestantes, quando chegou aquela cidade o famigerado frei Celestino
de Padovali, que ao chegar organizou logo uma queima de Bíblias
publicamente, incentivado pelo bispo D. Luiz, que apoiava só frei Padovali
em tais exibições. Houve protesto do Pastor Pedro Campelo, que escreveu
no Jornal do Recife, do dia 20 de novembro de 1906 denunciando o fato e
pedindo às autoridades que punissem o frade, porque o mesmo estava
violando o artigo 185 da Constituição Federal, que proibia
terminantemente tal ação. As perseguições em Caruaru foram
gradativamente diminuindo e no dia 02 de setembro de 1927 saiu um artigo
no jornal Correio Doutrinal, informando que em Caruaru não existia mais
perseguição e que o Evangelho estava sendo pregado livremente, apesar do
receio pelas perseguições do passado.
Outra cidade onde o trabalho foi bastante perseguido foi em
Moreno. O trabalho teve início ali em 1911 e tudo começou quando alguns
elementos liderados por um indivíduo chamado de "Ourive" apedrejaram a
pequena reunião dos protestantes no interior do templo, onde seriam
massacrados se não fosse a pronta intervenção do Sr. Silvio Alimonda, avô
dos atuais donos da firma Alimoda & irmãos, que não sendo protestante na
época, defendeu corajosamente os mesmos no meio da multidão.
Outros fatos importantes aconteceram também em Moreno, como
no dia 03 de fevereiro de 1918, por ocasião da Convenção Batista Estadual,
que não pode se reunir por causa de uma grande manifestação contra os
batistas, vindo a citada convenção a ser realizada na 19 Igreja em Recife.
23
Moreno teve ainda vários fatos ocorridos contra os batistas, mas graças a
Deus tudo passou e ali existem atualmente duas prósperas igrejas e não
mais o espírito hostil contra os protestantes, mas tudo foi conquistado
através de duras lutas e perseguições.
Na cidade de Nazaré da Mata, onde foi construído o Primeiro
Templo Batista do Brasil, a perseguição foi terrível, visto que ali sempre
foi a sede do arcebispado da região. O clero católico local, empreendeu
uma terrível perseguição, ajudado pelos paroquianos, instigados pelos
padre local, invadiram, à noite o salão de cultos, que estava vazio, pois os
crentes já tinham ido para suas residências, juntaram os móveis no meio da
sala, despejaram querosene e atearam fogo. O pastor Entzminger ao ser
informado, procurou o Presidente do Estado, Barbosa Lima, que ficou
indignado com o fato ocorrido; enviou uma grande força policial para
garantir a vida dos fiéis que ali tinham permanecido. Houve outras
perseguições naquela cidade, mas agora existe bem perto da matriz católica
uma próspera Igreja Batista pastorada pelo Vice-Prefeito da cidade. Pr.
Antônio da Paz.
Outras cidades interioramas também sofreram grandes perseguições
citamos apenas como exemplo: Ilhetas, hoje submersa pela barragem do
Carpina, Limoeiro onde o trabalho foi muito difícil e o padre daquela
cidade foi um dos mais terríveis inimigos dos batistas. Hoje em Limoeiro,
temos três igrejas batistas e não mais existe naquela cidade clima de
perseguição, ao contrário os pastores são bem conceituados na cidade.
CONCLUSÃO
Essas perseguições foram reais na vida daqueles que nos
antecederam, foram massacrados, injuriados, difamados, etc. Foram
perseguições de caráter local, regional, motivadas pela perda de prestígio
político, social e religioso de alguns padres que se sentiam ameaçados por
uma nova religião que combatia a idolatria e dogmas da Igreja Católica.
Outro fator importante era o ódio contra os protestantes pelos líderes
políticos locais que se sentiam ameaçados em suas lideranças, haja vista os
batistas pregarem que todos os homens são iguais diante de Deus. Esta
mensagem numa região onde imperava o coronelismo, a submissão aos
patrões, por certo não seria bem recebida e deveria ser combatida com
todas as armas disponíveis e por todos os meios. Em 1920 as perseguições
começaram a declinar. Hoje o trabalho é uma bênção, que devemos aos
pioneiros que suportaram toda hostilidade por amor ao Senhor Jesus
Cristo.
24
Lição 05 – Compromisso Com a Evangelização 5
A missão cristã na anunciação das boas novas
Por que evangelizar? Evangelizar não é uma opção da igreja de Cristo: ela
é uma das razões do existir da igreja, afinal, a ordem de proclamar o
evangelho à toda criatura partiu do próprio Mestre (Mc 16.15). Uma igreja
que não evangeliza, no mínimo, está negligenciando um dos pontos da sua
missão.
A AÇÃO EVANGELIZADORA DE JESUS NAS
COMUNIDADES
Mas o que é evangelizar? Evangelizar é anunciar as boas-novas. E
Cristo estava, justamente, fazendo isto: anunciando boas notícias aos
oprimidos pelo mundo de então (Lc 4.18). A mensagem de Cristo
implicava libertação total do homem, um rompimento radical com o
pecado em todas as suas manifestações. O reino de Deus havia chegado,
importava, agora, crer na mensagem do Messias e dar um novo rumo à
história. Crendo e aceitando essa boa nova, os homens não só seriam
salvos do poder do pecado, mas se tornariam parceiros de Deus na obra de
salvação desse mundo (Mt 4.19). É preciso espalhar a maravilhosa notícia:
O reino de Deus chegou por isso, todos devem se arrepender e aceitar o
projeto de vida de Deus (Mc1.14,15).
5 Esta lição foi preparada por Fábio Ramos, bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do
Brasil, membro da Primeira Igreja Batista de Ponte Paraguai, São Gonçalo, RJ.
25
A forma como Jesus evangelizava deve ser inspiração para todos os
cristãos. A eficácia da mensagem de Cristo era grande porque ele falava
com autoridade (Mt 7.29) e se identificava com os seus ouvintes. Jesus
conhecia bem as necessidades dos seus ouvintes e, com isso, a mensagem
tinha endereço certo. Pensemos se Jesus apenas soubesse que teria de
comunicar as boas-novas do evangelho, mas não conhecesse as dores de
quem habitava na Galileia? Como conseguiria atingir seus objetivos, se
não sofresse com eles as suas dificuldades e não chorasse com eles nas
suas angústias? (Jo 11.33-35). Com certeza, seria apenas mais um rabino
como muitos que lá existiam.
Jesus se incluiu nas comunidades; fez-se excluído com os que
estavam excluídos; falava de maneira que estes entendessem a mensagem
de salvação. Portanto, se quisermos uma evangelização eficaz de nossas
comunidades, de nosso povo é preciso seguir o exemplo do Mestre que
entrou na vida das comunidades de sua época. Até comia com eles
publicanos e pecadores (Lc 5.30), que eram vítimas de um sistema
opressor, pessoas humildes que não tinham perspectiva de vida no mundo
de então.
NÃO SÓ FALAR, MAS FAZER
Quando pensamos em evangelizar, logo lembramos daquela famosa
frase que todo crente conhece: "Precisamos falar de Jesus". Sim, é verdade;
é preciso falar, mas não é apenas isso. O que vamos falar? Que Jesus é o
Filho de Deus e é o Salvador?! Devemos falar isso e fazer algo mais e esse
algo mais vai depender de como vemos a nossa comunidade, nossa cidade
ou nosso bairro. Uma evangelização eficaz será aquela que atinja as
pessoas de forma integral, ou seja, proporcionando salvação dos pecados, e
que as transforme em seres humanos melhores, em cidadãos
compromissados com a justiça e que queiram se tornar promotores da
justiça do reino de Deus, pessoas com espírito e perspectivas renovadas. Se
apenas falarmos para elas que Jesus salva só estaremos repetindo o que,
talvez, elas j á estejam ouvindo pelo rádio, pela T V etc. É preciso que os
cristãos, além de falar de Jesus, realizem as mesmas obras de justiça que
Jesus realizou. (Tg2.17)
26
CONHECENDO A COMUNIDADE E AGINDO
Sabendo que se conhecermos nossos ouvintes seremos mais
eficazes na evangelização, é preciso, então, partir para ações que nos levem
a conhecer as pessoas e suas necessidades. Assim seremos capazes de
desenvolver programas de evangelização que levem às pessoas a
mensagem de salvação e as aproximem, também, da comunhão da igreja
local.
O que pode ser o primeiro passo é a realização de um censo que irá
nos dizer o perfil das famílias que queremos evangelizar. O censo pode ser
realizado apenas em algumas ruas do bairro ou, dependendo do contexto e
do tamanho da Igreja, poderá ser realizado em todo o bairro. Deve-se
preparar um questionário simples, mas que traga informações que revelem
o perfil geral das famílias. O questionário deverá além das perguntas
cadastrais comuns, tais como nome completo e quantidade de moradores
da casa, constar, também, perguntas como: você conhece a igreja batista do
seu bairro? De que forma você acha que a igreja poderia ajudar na vida da
comunidade?
É importante saber, também, se existem enfermos e desempregados
na casa visitada. É preciso que neste momento não se perca de vista que se
trata de uma visitação para se conhecer as pessoas e suas necessidades, a
proclamação virá depois, portanto, deve-se evitar possíveis discussões
quando houver resistências por parte de algumas pessoas entrevistadas.
Existem algumas localidades onde a associação de moradores é
bem organizada e, se esse for o caso da comunidade onde sua igreja está
inserida, os irmãos poderão, também, buscar informações na associação
que os levem a saber mais sobre as carências dos moradores. E m algumas
cidades existem organizações não-governamentais (ONGs) muito atuantes
que, com certeza, serão uma boa opção de pesquisa, além das escolas do
bairro.
Para que nosso trabalho aconteça de maneira organizada, é
necessário que os irmãos conheçam bem uns aos outros. É preciso saber
que tipos de dons e talentos temos para usar nessa obra.
Devemos procurar envolver o maior número de pessoas nessa fase
de inserção no contexto comunitário. Geralmente, não há disponibilidade
de horários simultâneos, então é preciso saber da disponibilidade de cada
membro que participará do trabalho para que seja feita uma divisão
coerente dos grupos, que poderão ser de duas ou três pessoas de visitadores
que farão as entrevistas. Será bom que os grupos tenham, se possível, um
27
irmão, uma irmã e um jovem. Também, será necessário que pessoas
fiquem responsáveis pelos formulários cadastrais, fazendo a consolidação
dos dados colhidos e transformando em relatórios que serão de
fundamental importância para o objetivo final.
Quando for concluída essa fase, deverá ser confeccionado um
relatório geral que vai nos dizer que tipo de pessoas compõem a nossa
comunidade e, de posse dessas informações, seremos capazes de
desenvolver atividades contextualizadas que respondam as inquietações da
comunidade. Quando formos realizar a ação social saberemos quem são
realmente os necessitados; quando proclamarmos o evangelho por meio da
pregação pública, saberemos as ênfases a serem dadas, saberemos quem
são as viúvas da comunidade, os doentes e os órfãos, saberemos quais são
as decepções que já tiveram com grupos religiosos, enfim, saberemos
como proclamar o evangelho de Cristo na linguagem que o nosso povo
entenda, pois nos identificaremos com eles da mesma forma como Cristo
se identificou e, então, a comunidade terá o mesmo sentimento que a
comunidade de Jerusalém tinha em relação aos primeiros cristãos, os quais
"caiam na graça de todo o povo" (At 2.42-47).
ANOTAÇÕES
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Lição 06 – A Comercialização da Fé (I) 6
TEXTO BÁSÍCO Atos 8.4-25
LEITURA DIÁRIA
SECUNDA: Sinais Desfeitos Is 44.21-28 TERÇA: Sinais Enganosos 2 Ts 2.1-12
QUARTA: Profetas Falsos Mt 7.15-23 QUINTA: Profetas da Idolatria Dt 13.1-18
SEXTA: O dedo de Deus Ex 8.16-19 SÁBADO: A queda de Babilónia Is 47.1-15
DOMINGO: O Senhor é Deus 1Rs 18.20-20
Objetivo da lição:
Estabelecer a diferença entre milagre e mágica.
INTRODUÇÃO
Mirassol, 40.000 habitantes, a 460 km de São Paulo vive dias de
agitação religiosa com a imagem da Senhora de Fátima que chora mel e
azeite. As lágrimas são usadas pelos devotos para benzer, acalmar crianças
agitadas, curar picadas de insetos e, como não poderia deixar de ser,
promover curas miraculosas. A cúpula Católica não tem interesse em
estudar a questão. Mas uma freira credita a cura de um antigo problema
digestivo às lágrimas da imagem (milagre em Mirassol. revista Veja,
17/07/96).
Como explicar esse fenómeno? Haveria alguma explicação
científica, sobrenatural, ou tudo não passa de uma grande fraude? Quem
teria interesse em tudo isso? Milagre ou Mágica? O texto básico nos
fornece diretrizes que diferenciam a ação de Deus da magia.
1. MAGIA
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia, "A magia e a feitiçaria são
as maneiras de influenciar indivíduos e acontecimentos por meios
sobrenaturais ou ocultos. O mágico tenta compelir um deus, um demónio
ou um espírito a trabalharem para ele; ou então segue um padrão de
práticas ocultas para inclinar forças psíquicas conforme a sua vontade". A
magia sempre está relacionada na Bíblia, com a feitiçaria bruxaria,
encantamento, astrologia, necromancia e adivinhação (Dt 18.9-12; I s 47.9-
12) Sempre foi condenada por Deus (Lv 19.26;20.27; Dt 18.10-14).
"Ora havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a
mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao
qual todos davam ouvidos, do menor ao maior dizendo: este homem é o
6 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.
29
poder de Deus, chamado o Grande Poder. Aderiram a ele porque havia
muitos que os iludira com mágicas." (At 8.9-11).
O texto nos fala da existência em Samaria, de Simão, o mágico.
Este iludia as pessoas, insinuando ser ele uma emanação de Deus. Ele era,
em essência, um charlatão oriental que representava um sincretismo de
elementos mágicos, judaicos e do paganismo grego. Segundo Irineu, Simão
chegou a desenvolver uma doutrina Simoniana, cujo tema "O grande poder
de Deus" recebeu um esquema Trinitário: Simão apareceu aos samaritanos
como Pai, aos judeus como filho, e ao mundo como o Espírito Santo.
Algumas lições acerca da magia, podemos extrair do texto (At.8.9-11).
1.1. A Magia ilude As Pessoas
"Iludindo o povo de Samaria" (v.9). A palavra "iludir" denota um
estado de confusão mental e emocional: "está fora de si" (Mc 3.21),
"enlouquecer" (2 Co 5.13) "atónitos" (At 2:7). As pessoas que se envolvem
com adivinhadores, prognosticadores, médiuns, agoureiros, feiticeiros,
encantadores, mágicos, astrólogos, necromantes, falsos profetas acham-se
perturbados e confusos. O profeta Isaías diz "passarão pela terra duramente
oprimidos e famintos; e será que, quando tiverem fome, enfurecendo-se,
amaldiçoarão ao seu Rei e ao seu Deus, olhando para cima. Olharão para a
terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados
para densas trevas" (8.21-22). A magia embora possa ser praticada em
conjunto com falsas ideias religiosas, constituísse numa inimiga da religião
verdadeira. Em At 13.4-12, Elimas, o mágico, faz oposição à conversão do
Procônsul Sérgio Paulo. Através da "Doutrina do Senhor" e cheio do
Espírito Santo, o Apóstolo Paulo vence a magia, e o Senhor promove a
conversão do Procônsul.
1.2. A Magia é um Meio de Promoção Pessoal
Através de suas mágicas, Simão se insinuava ao povo Samaritano
como um "Grande Vulto". Com aquela massa confusa e perplexa, Simão se
autoprojeta como uma emanação de Deus. "Este homem é o poder de
Deus, chamado o Grande Poder" (v.10), declarava a massa iludida. No
Brasil hoje, o escritor mais lido e badalado chama-se Paulo Coelho. Ele é
um mago e através dos seus livros tem ganho muito dinheiro, e se auto
promovido internacionalmente, e pior de tudo, tem "encantado" e
"amarrado" a muitos na mentira (Is 47.12-13).
1.3. A Magia Visa Sempre o Lucro Financeiro
A magia está sempre ligada à avareza e a imoralidade. Os escritores
do N.T. usavam a figura de Balaão (Nm 22-24;25.1-3; 31.16) para
30
identificar uma heresia gnóstica surgida no I século (Jd 8; 2 Pe 2.15; Ap
2.14), que misturava assuntos espirituais com interesses financeiros.
Simão provavelmente o criador de uma heresia gnóstica
"Simoniana", que perdurou até o III século, abraçou a fé cristã apenas por
interesse. Isso fica evidente quando ele oferece dinheiro aos Apóstolos em
troca do poder do Espírito Santo (At 8.18-19).0 seu objetivo era ganhar
dinheiro com o Evangelho. A sua mente estava condicionada à prática da
magia que oferece enganoso auxílio espiritual por dinheiro.
2 . MILAGRE
Com a morte de Estevão, levantou-se uma grande perseguição
contra a igreja em Jerusalém e, exceto os Apóstolos, todos foram dispersos.
Os crentes dispersos iam por toda parte pregando a Palavra de Deus (At
8.1,4). Filipe, que havia sido eleito e ordenado para "servir às mesas" (At
6.2,5), tornou-se numa espécie de Evangelista Oficial, e descendo à
Samaria, anunciava-lhes a Cristo. Era um trabalho de evangelização
coletiva (8.12). Filipe também realizava sinais e grandes milagres (At
8.6,13). Algumas lições poderemos extrair dessa narrativa. 2.1. Milagres
Acompanham a Pregação Fiel do Evangelho O significado básico de
"milagre" grego - "semeion") é "sinal", "marca". Necessariamente não tem
um caráter "milagroso" (Mt 26.48; Lc 2.12), mas confirmatório e
autenticador. Os sinais realizados por Filipe estavam coordenados com a
pregação e se constituía marcas legítimas da autoridade divina na era
apostólica (Mc 16.20; At 14.3). Os sinais e milagres são marcas de
legimatação e autoridade divinas do cargo apostólico (2 Co 12.12; Rm
15.18-19).
Quando os milagres são realizados separados da pregação da
Palavra de Deus, eles não têm a sua origem em Deus. A Bíblia nos adverte
que falsos profetas seduzirão os homens para a apostasia, operando sinais e
maravilhas (Mc 13.22; Mt 24.24; Ap 20.7-10; 2 Ts2.3).
2.2. Os Sinais não Promovem a Salvação do Pecador
Os sinais e grandes milagres não são suficientes para promover a fé
salvadora; Simão abraçou a fé apenas intelectualmente, sem se converter
de feto (At 8.13; 21-24). "E assim, a fé vem pela pregação e a pregação
pela Palavra de Cristo" (Rm 10.17). Veja: Lc 16.27-31. Nem mesmo os
milagres realizados por Jesus tinham intuito de persuadir descrentes a
crerem nele - (Mc 8.12).
31
2.3. Os Sinais Verdadeiros Promovem a Jesus
Quando verdadeiros sinais e milagres acontecem, eles não
promovem pessoas ou igrejas, mas a Jesus Cristo. Filipe não se
autopromovia, mas anunciava-lhes a Cristo. "Quando, porém, deram
crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome
de Jesus Cristo, iam sendo batizados. Assim homens como mulheres" (At
8.12).
2.4. O Maior de Todos os Sinais
O maior milagre que uma pessoa pode receber é o perdão dos seus
pecados e a substituição da sua natureza carnal por espiritual (Ez 36.26).
"Mas, para que saibais que o filho do homem tem sobre a terra
autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te ordeno:
Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa. Todos ficaram atónitos davam
glória a Deus e, possuídos de temor, diziam: Hoje vimos prodígios"
(Lc 5.24-26).
2.5. A Evidência do Verdadeiro Milagre
A grande alegria que uma pessoa pode experimentar não se dá
quando ela recebe um milagre físico, mas quando ela se encontra com
Jesus. " E houve grande alegria naquela cidade" (At 8.8).
Antes só havia "ilusão" e sofrimento. Em Jesus há conhecimento e
liberdade. "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).
Jesus disse "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas
trevas, pelo contrário, terá a luz da vida" (Jo 8.12). A luz esclarecedora do
Evangelho produz alegria e satisfação.
CONCLUSÃO
Infelizmente não podemos perceber nitidamente a causa ou a
origem dos fenómenos espirituais. Vemos os efeitos, mas não a causa.
Como cristãos, precisamos provar os espíritos a fim de verificar as suas
origens. O critério principal que Jesus nos fornece é o julgamento da vida
espiritual daquele que opera o fenómeno espiritual (Mt 7.21). "Assim, pois,
pelos seus frutos os conhecereis".
PONTOS PARA DISCUTIR
1. Você conhece alguém envolvido com a magia ou "espiritismo" que
esteja de fato feliz?
2. "Nem todo fenómeno sobrenatural tem a sua origem em Deus".
3. 'Todo milagre que não esteja casado com a integridade moral de
seu agente deve ser visto com extrema desconfiança" - Louis Moden.
32
Lição 07 – A Comercialização da Fé (II) 7
TEXTO BÁSÍCO João 2.13-22
LEITURA DIÁRIA
SECUNDA: O Mercenário Jo 10.7-13 TERÇA: Exploração Comercial 2 Pe 2.14-17
QUARTA: Mecardejando a Palavra 2 Co 2.14-17 QUINTA: Profetizar por Dinheiro Mq 3.1-12
SEXTA: O Perigo das Riquezas Ec 5.8-20 SÁBADO: Salvação Gratuita Is 55.1-13
DOMINCO: A Comercialização no Templo; Jo 2.13-22
Objetivo da lição:
Convencer o aluno de que Jesus é contra a exploração comercial da religião.
INTRODUÇÃO
"Templo é Dinheiro", "Pequenas Igrejas, Grandes Negócios",
"Jesus é o caminho, e a Igreja cobra o pedágio" são algumas das diversas
piadas feitas com a Igreja Evangélica hoje. Igreja tornou-se sinónimo de
Exploração Comercial onde pastores exploram a necessidade e a
ignorância das pessoas menos esclarecidas, trocando alívio espiritual por
dinheiro.
Duas coisas precisam ser ditas. A primeira é que nem todas as
igrejas que se auto denominam evangélicas, são verdadeiramente
evangélicas. A segunda é que à própria Bíblia nos adverte quanto a
existência de falsos pastores e consequentemente de falsas igrejas,
portanto, não devemos ficar surpresos.
A comercialização da fé é a prática religiosa que visa o lucro
financeiro. Ela se acha presente em qualquer religião: Cristianismo,
Catolicismo Romano, Espiritismo, etc. É uma prática tão antiga quanto a
religião. Interessa-nos aqui a comercialização no ambiente evangélico.
1. DEFINIÇÃO DE QUEM A PRÁTICA
Disse Jesus: "Acautelai-vos dos Falsos Profetas que se vos
apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são "lobos
roubadores"(Mt7.15). Os “falsos profetas” são: as autoridades religiosas
dos judeus, como os fariseus (Mt 23.13-36); os impostores como Judas, da
Galileia (At 5.37); os profetas falsos da época cristã (Mt 24.11; 7.21-23);
qualquer indivíduo que ensine coisas que façam outros entrarem no
7 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.
33
"caminho espaçoso". O "Didaquê" (ensino dos apóstolos) refere-se a certas
pessoas, intitulando-as comerciantes de Cristo, pois da religião de Cristo
fazem um meio de vida, um meio de ganhar dinheiro como se fora
qualquer outro negócio. "Lobos roubadores" essa expressão indica que
para conseguir os seus objetivos financeiros, essas pessoas são capazes de
sacrificar as ovelhas. É por isso que Jesus também os chama de "ladrões",
"salteadores" e "mercenários". Eles se aproximam das ovelhas somente
para "'roubar, matar e destruir" (Jo 10.10). Eles transformam igrejas em
"covil de salteadores" (Jr 7.11; Mt 21.13).
2. UM EXEMPLO DE COMO É PRATICADA (Jo. 12.18-8)
A páscoa era a mais importante de todas as festas judaicas (Lv
23.4-8). Segundo a lei, todo homem judeu que residisse dentro de um raio
de 30km de Jerusalém tinha a obrigação de comparecer à festa. É por isso
que Jesus subiu a Jerusalém (Jo 2.13; 6.4; 11.55). Era obrigatório também
o pagamento por parte de cada judeu maior de 19 anos, de um imposto do
templo. Meio ciclo de prata para a manutenção diária dos sacrifícios no
Templo. O valor deveria ser pago anualmente e correspondia quase a dois
dias de salário mínimo. O mais interessante é que este imposto somente
poderia ser pago na moeda judia (ciclos do santuário). As moedas
estrangeiras eram impuras e impróprias para pagar uma dívida a Deus.
Como vinham peregrinos de todas as partes do mundo com todo tipo de
moeda, foi instalado no templo o comércio dos cambistas. Ao trocarem as
moedas, os cambistas cobravam uma grande comissão, explorando assim
os peregrinos. Também havia o comércio de animais. A lei estabelecia o
sacrifício cruento, (Lv 1-7). O animal a ser sacrificado deveria ser perfeito
e sem mancha (Lv 22.20). As autoridades religiosas que eram os
responsáveis pelos negócios realizados no templo (câmbio e venda de
animais), estabeleceram fiscais para examinar as vítimas para o sacrifício.
Se um fiel adquirisse uma vítima fora do templo sem dúvida ao ser
examinada pelos fiscais, seria recusada. O fiel era, portanto, obrigado a
comprar no templo a vítima para o sacrifício, num valor trinta vezes maior.
Tudo isso desencadeou a ira de Jesus. Ele fez um azorrague de
cordas e expulsou a todos do templo. Qual seria a atitude de Jesus hoje, se
estivesse fisicamente conosco, ao contemplar a exploração praticada em
algumas igrejas?
34
3. A REAÇÃO DE JESUS FRENTE À COMERCIALIZAÇÃO DA
FÉ
Jesus Cristo ao contemplar aquela exploração aos peregrinos por
parte das autoridades religiosas, movido pelo zelo, irado, expulsou a todos
do templo (Jo 2.14-16). Quais os motivos que justificam a atitude de Jesus?
3.1. Porque o Comércio da Fé Dessacraliza ou Profana a Religião
Disse Jesus aos comerciantes e cambistas: "Não façais da casa de
meu Pai casa de negócio" (Jo 2.16). A natureza da igreja é espiritual e não
comercial. Não somente o espaço "Casa de Oração", mas também o serviço
a Deus é espiritual. "De graça recebestes, de graça dai"(Mt 10.8).
Aquelas práticas comerciais estabelecidas pelas autoridades
religiosas no templo de Jerusalém, se constituíam uma profanação do
sagrado e uma mudança na essência da religião estabelecida por Deus.
3.2. Porque Jesus Zela pela Pureza de sua Igreja
Ao contemplarem a atitude de Jesus, os seus discípulos se
lembraram do Salmo 69.9: O zelo da tua casa me consumirá (Jo 2.17).
Jesus Cristo zela pela pureza e santidade da sua igreja. "Para apresentar a si
mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,
porém santa e sem defeito" (Ef 5.27). O profetizar, o expelir demónios, o
realizar milagres podem ser feitos em nome de Jesus, mas sem a autoridade
e o poder de Jesus (Mt 7.22). Há muita gente ganhando dinheiro com o
nome de Jesus, sem, contudo, estar fazendo a vontade de Deus: "Então,
lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que
praticais a iniquidade" (IMt 7.23). "Por isso os perversos não prevalecerão
no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" (SI 1.5).
3.3. Porque a Verdadeira Religião jamais Poderá ser Comercializada
pelo Homem. (Jo 2.16-22)
Com a vinda de Jesus todo aparato sacrificial de animais tornou-se
obsoleto. "Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e em
três dias construirei outro, não por mãos humanas" (Mc 14.58). Com a sua
vinda, Jesus pôs fim a todo o ritualismo judaico, substituindo-o por uma
nova forma de relacionamento com Deus. "Mas vem a hora e já chegou,
em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade;
porque são estes que o Pai procura para seus adoradores" (Jo 4.23).
Nenhum sacrifício de animal pode justificar o homem perante Deus. Não
se pode comprar e vender bênçãos genuínas. A salvação é de graça (Is
35
55.1-3). Não é possível adquirir por meio do dinheiro qualquer bênção
espiritual
(At 8.20). Essas "igrejas" que estão comercializando "Bênçãos Espirituais",
estão enganando os seus consumidores. É impossível subornara Deus (Rm
8.32). "Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água
da vida"(Ap 22.17). A comercialização da fé é promovida por falsos
pastores em falsas igrejas. Não se deixe iludir! "Porque surgirão falsos
Cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar,
se possível, os próprios eleitos (...) Não acrediteis" (Mt 24.24, 26). Jesus
nos ordena a não confiar em falsos obreiros ainda que aparentemente
estejam realizando "grandes sinais e prodígios. Estes sinais são grandes
somente no objetivo: enganar. E infelizmente têm enganado a muitos". (2
Ts 2.7-11).
PONTOS PARA DISCUTIR
1. O que é comercialização da Fé?
2. Você conhece alguma igreja que comercializa bênçãos?
3. É possível realizar prodígios sem o poder de Deus?
ANOTAÇÕES
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36
Lição 08 – Os Batistas e a Educação 8
Leituras Diárias / Provérbios 22:1-12; 22:17-29; 23:1-14; 23:15-25;
24:1-9; 24:13-20 e 25.4-11.
Texto Áureo: João 8:32
No Evangelho de São João 8:32 está gravada uma das maiores
mensagens direcionadas ao ser humano: “Conhecereis a Verdade e a
verdade vos libertará". É a instrução o melhor caminho para extirpar da
mente humana os conceitos errados, que conduzem ao engano, a
escravidão da mente, do raciocínio.
E os batistas hão de ser reconhecidos como campeões da luta contra
o obscurantismo. Por isso fundaram escolas primárias, colégios e até
faculdades.
O COLÉGIO AMERICANO BATISTA
A nossa mais antiga escola dedicada à instrução não
exclusivamente
religiosa, em Pernambuco é o C.A.B., que foi organizado em Recife, em
1906. "
A verdadeira origem do Colégio Americano Batista de hoje, devese
a umas aulas que o Dr. Canadá dirigia num casebre perto da 1ª Igreja.
Por efeito da grande controvérsia religiosa em 1903, na cidade do Recife,
converteu-se o padre José Piani; que 34 logo se uniu aos missionários e
passou a funcionar como professor do colégio. Todavia, a instalação, como
tudo mais era pobre e urgia melhorá-la. Um antigo prédio de esquina no
aristocrático Bairro dos Manguinhos, na Praça do Amorim, foi cobiçada
por Cannada e Piani, mas até tentar alugá-lo era uma temeridade. Assim
mesmo encheram-se de ânimo e alugaram o edifício. Havia pouco de tudo,
mas o que mais faltava eram os alunos. Canadá foi á rua e atraiu quatro
meninos que estavam brincando e com eles começaram as aulas. Assim em
1906 era fundado o Colégio Americano GILREATH, nome que em 1916
foi mudado para Colégio Americano Batista."
Desta maneira descreve, o Pastor" Antônio Neves de Mesquita, no
II vol. da História dos Batistas no Brasil, pg. 29, o aparecimento do C.A.B.
De início o principal objetivo eram os filhos dos crentes,
prejudicados nas escolas públicas, por causa das controvérsias religiosas. A
ideia, entretanto, logo se ampliou como meio de evangelização e interação
na comunidade. Em 1916, como resultado de uma grande campanha
8 Esta lição foi preparada pelo Pr. David Mein.
37
promovida pelo missionário, Dr. H.H. Muirhead nos USA, foi comprado o
solar dos Barões da Soledade, uma das melhores propriedades do Recife, e
ai começam a ser construídas as atuais instalações do Colégio, do
Seminário e do SEC. E interessante ver, uma vez mais, o que o Dr.
Mesquita diz a respeito deste extraordinário acontecimento: "os padres não
gostaram, e soubesse que às ocultas, fizeram vantajosas propostas aos
herdeiros dos barões para fazerem anular a venda feita aos batistas.
Naturalmente até aqui esperavam
os clericais que mais dia, menos dia, os protestantes deixariam o campo,
porque não tinham raízes, mas agora com uma das melhores propriedades,
tudo mudava de figura" - H.B.B.V0I. II, pg. 99.
Outras propriedades foram sendo incorporadas aquela aquisição,
constituindo uma enorme propriedade, hoje desfalcada das áreas onde
estão as pistas da Av. Agamenon Magalhães, o canal, e a escola Barbosa
Lima Sobrinho.
Tudo isso deu origem a um grande progresso do colégio. Em 1917,
sob a liderança de D. Graça Taylor criou o Departamento Normal, para
moças vocacionadas, que em 1919, passou a ser chamado Escola de
Trabalhadoras Cristãs e, depois SEC.
Em 1919, criava-se a Escola Remington e um Instituto Comercial
que preparou muitos especialistas em assuntos comerciais, na cidade do
Recife.
OUTROS COLÉGIOS
Ao Colégio Americano Batista, outros colégios batistas se seguiram:
1. O Colégio Pan-Americano, em Afogados, que durante muito
tempo foi propriedade da então existente Convenção Batista
Pernambucana, e que em 1964 tinha uma matrícula de 1.500 alunos.
2. O Colégio e Escola Técnica de Moreno, da 19 Igreja Batista
daquela cidade que desempenhou um papel importantíssimo na formação
da juventude daquele município.
3. O Colégio Onze de Setembro, funcionando na 19 igreja Batista
de Arcoverde. Fundado em 1969, pelo Pastor Israel Dourado Guerra e que
tem desempenhado uma extraordinária influência na cidade cardeal.
Ex-alunos deste colégio têm ocupados lugares de destaque na
denominação e fora dela. O Dr. Jenessi Sales Cavalcante e o Dr. Francisco
Pereira da Silva, membros do Cordeiro e profissionais respeitados, são
frutos do Onze de Setembro.
A Dra. Lucile Lobo, professora da U.F. de Brasília, ex-aluna do
Onze, promete, como gratidão, dar 2 anos de ensino gratuito ao seu antigo
38
colégio. Quatro filhos do Pr. Guerra, destacados alunos da Universidade,
fizeram toda a sua preparação no colégio da Igreja.
4. Muitos outros colégios, embora, não ligados diretamente à igreja,
mas propriedade de Batistas tem sido destaque na educação em nosso
Estado. O Colégio 7 de setembro, do Prof. Rubem Barros, em Caruaru. O
Ateneu Brasil, do Pr. Viana de Paiva, em Recife, além de muitos outros
que tivera existência mais efémera.
ESCOLAS ANEXAS
Durante muitos anos as nossas igrejas organizaram escolas de
primeiro grau, que funcionavam nas dependências da Educação Religiosa.
As décadas de 50 e 60 foram particularmente férteis no aparecimento
dessas escolas. Em 1964 havia 60 escolas funcionando nas instalações das
igrejas.
Depois dessa data, os poderes públicos começaram a desenvolver
os
seus programas de ensino, a construírem escolas, ao mesmo tempo que as
obrigações sociais e os custos de ensino vieram a tornar quase invariável
esse campo de ação. A Igreja Batista do Cordeiro foi a única que manteve
ininterruptamente a sua escola, administrada pelo Núcleo Social Manoel da
Paz, nome de um ex-pastor da Igreja.
Hoje voltam as igrejas a preocupar-se com a instrução da
juventude. Através de convénios com entidades estatais, com entidades
beneficentes como Visão Mundial e outros, ou simplesmente cedendo
espaço, estão surgindo novamente muitas escolas nas salas ociosas de
nossas igrejas ou congregações: Imperial, Monteiro, Campo Grande,
Bonito, Belo Jardim, Salgadinho, Ev. Casa Amarela, Bezerros, Petrolina,
entre outras igrejas, têm escolas primárias funcionando em suas
instalações.
Texto-João 5:31-39
Texto Áureo - Lucas 10:2
Porque Educação Teológica? Para qualquer serviço é necessário
treinamento — seja o serviço mais simples. Assim como uma pessoa para
tratar do corpo humano necessita de estudar medicina; para conhecer a
jurisprudência precisa de estudar direito; aquele que vai lidar com os
problemas do aluno, e poder interpretar a mensagem de Deus encontrada
na Bíblia deve estudar e se prover das ferramentas necessárias para a sua
39
função. No Antigo Testamento existiam as escolas de profetas; Jesus se
cercou de doze homens a quem ministrou ensinamentos durante quase
treze
anos. Aquele que vai interpretar a Palavra de Deus precisa preparar-se o
melhor possível. Por esta razão existem seminários.
O que se estuda num Seminário Teológico: Um seminário
teológico oferece matérias relacionadas com o estudo da Bíblia, e outras
matérias que ajudem o ministro a conhecer a Bíblia, sua história, sua
geografia, sua mensagem; matérias que ajudem conhecer o homem, suas
necessidades, o seu meio; matérias que ajudem ao ministro relacionar os
problemas à Mensagem das Escrituras. Visto aceitarmos um
multiministério (pastoral, educacional, musical e social) muitos seminários
atualmente têm cursos de especialização nessas várias áreas.
Os primórdios do Seminário Teológico Batista do Norte do
Brasil: Desde o início do trabalho batista no Brasil, os seus iniciadores
tinham a convicção de que o Brasil só poderia ser ganho para Cristo pelos
próprios brasileiros; e para isso seria necessário o preparo de um ministério
brasileiro. No início alguns missionários levavam para as suas casas jovens
que demonstravam capacidade e chamada com o fim de prepará-los para a
tarefa da evangelização. Um destes foi Jefté Hamilton, em Maceió, outro
foi W, E. Entzminger, em Recife, seguido por Salomão Ginsburg.
Salomão Ginsburg solicitou à Junta de Richmond uma verba
paraajudar no custeio deste trabalho.
Em 1902, Salomão Ginsburg com alguns obreiros do Campo
Pernambucano, o missionário Jefté Hamilton de Maceió e outros,
fundaram
o Seminário Batista do Recife. A abertura formal foi na casa de Salomão
Ginsburg, Rua Caminho Novo, 100 (hoje Av. Conde da Boa Vista);
haviam seis alunos para começar; Jefté Hamilton foi o seu primeiro diretor.
Inicialmente os alunos passavam um mês estudando, e um mês
nocampo trabalhando.
Em 1906 W. H. Canadá abriu uma escola anexa a 1ª Igreja Batista
do Recife para educar os filhos dos crentes e jovens vocacionados ao
ministério; por algum tempo as duas escolas. Seminário e Colégio
Gailbreth andaram unidos. Em 1907, com a organização da Convenção
Batista Brasileira e a criação, pela Convenção, de uma Comissão de
Educação Teológica houve uma tentativa de fechar o Seminário do Norte e
fundar um Seminário no Rio; a tentativa foi frustrada, mas em 1908 foi
40
fundado o Seminário e Colégio no Rio por John W. Shepard, mas não em
substituição ao Seminário do Norte.
O Seminário do Norte continuou a crescer, como também o Colégio
sob a direção do Dr. H. H. Muirhead, missionário da Junta de Richmond
que veio ao Brasil exatamente para dirigir as duas instituições. O
Seminário
experimentou crescimento numérico, como também em sua área
patrimonial durante a gestão do Dr. Muirhead. A grande propriedade onde
hoje estão localizados o Colégio Americano Batista, o Seminário de
Educadoras Cristãs, e o Seminário do Norte foi adquirida na sua gestão
como diretor.
Durante o período de 1902 a 1918 os formandos do Seminário
recebiam seus diplomas através do Colégio; mas em 1918 a primeira turma
de Mestre em Teologia formou-se pelo Seminário: José Munguba
Sobrinho, Manoel Tertuliano Cerqueira, e Antônio Neves Mesquita.
Posteriormente Munguba e Mesquita lecionaram no Seminário.
Houve em 1923 uma grande crise administrativa na denominação
que quase causou o fechamento do Seminário - chamava o "Movimento do
Norte", ou o "Movimento Radical".
Foi nesta ocasião que apareceu um segundo Seminário no Recife,
Seminário Teológico Batista Brasileiro. Este Seminário funcionou, embora
precariamente até 1940 em junção com o Colégio Batista Brasileiro, ambos
pertencentes a Convenção Batista Pernambucana.
A crise de 1923 não conseguiu fechar o Seminário. Ele voltou a
funcionar unido ao Colégio, como também a Escola de Trabalhadoras
Cristãs (hoje SEC), que havia sido fundada em 1917 com o fim de preparar
moças vocacionadas para trabalho especial no Reino de Deus.
Dr. H. H. Muirhead, em 1930 foi transferido do Recife para o Rio
de Janeiro com o fim de dirigir o Colégio Batista e o Seminário do Sul;
para substituí-lo na direção do Seminário do Norte, o missionário John
Mein foi transferido do Estado das Alagoas onde trabalhava desde 1920.
O período de 1930 a 1935 foi de crise económica em todo o mundo,
havendo sofrido devido à crise o trabalho missionário. A Junta de
Richmond por vários anos não nomeou novos missionários, os que iam de
férias não voltavam. A crise foi sentida nas instituições batistas no Brasil.
Várias vezes durante este período as instituições foram socorridas
financeiramente pelos próprios missionários dos seus parcos salários.
1936 foi um ano histórico para o Seminário. Na Assembleia da
Convenção Batista Brasileira reunida no Recife, foram formuladas Novas
41
Bases de Cooperação quanto ao trabalho da Junta de Richmond e a
Convenção Batista Brasileira. Um dos resultados das Novas Bases foi a
separação do Seminário do Colégio que estavam unidos desde a crise de
1923.
A separação deu ao Seminário sua própria Junta Administrativa, um
diretor próprio, independência académica, e sede própria. Foi eleito
naquela ocasião como Diretor o Dr. Arnaldo E. Hayes. Mas por motivo de
doença só dirigiu a instituição até 1937. Foi eleito então o Dr. José
Munguba Subrinho, o primeiro brasileiro a dirigir o Seminário. Mas a
eleição do Dr. Munguba gera nova crise administrativa no seio da
Convenção Batista Brasileira.
A crise teve sua culminação com a demissão do Dr. Munguba, a
eleição do Dr. Orlando Rêgo Falcão, e a intervenção da Convenção Batista
Brasileira. A Convenção nomeou um "Interventor" para dirigir o Seminário
durante o ano de 1941. Dr. S. L. Watson, missionário residente no Rio, foi
o interventor. Poucas vezes veio ao Recife durante o ano, ficando o
Seminário sendo dirigido pelo Pr. Lívio Cavalcanti Lindoso e W. C.
Harrison. Esta crise quase que consegue fechar o Seminário do Norte.
A assembleia anual da Convenção Batista Brasileira reunida em
Belo Horizonte em 1942, elegeu como Diretor do Seminário com 'carta
branca' para pôr as coisas em ordem o missionário John Mein. Aqui se dá
início a uma nova época na história do Seminário.
1942 -1952
O Dr. John Mein dirigiu a instituição nesta sua segunda gestão (a
primeira foi de 1930 -1935) durante dez anos.
Vários acontecimentos deste período devem ser enfatizados. (1) A
aquisição da propriedade onde está localizado o Seminário atualmente. A
aquisição foi uma troca com o Colégio Americano Batista de uma área no
Parque Amorim. (2) Na nova propriedade foi construído um prédio onde
está localizada a administração, salas de aula, os cursos de teologia e
educação religiosa, uma sala especial para o ensino de homilética e
dramatologia; e o Santuário que serviu até 1984. Quando o edifício foi
construído também serviu de residência do Diretor, biblioteca, refeitório e
dormitório. (3) Foram adquiridas duas propriedades na Rua Padre Inglês
para residências de Professores. (4) O Corpo Docente foi aumentado, com
a vinda dos professores Harald Schaly, José Florêncio Rodrigues,
Raimundo Kolb, e David Mein para lecionar. (5) Pela primeira vez o
Seminário teve o seu próprio refeitório; antes de 1942 os seminaristas
42
sempre fizeram suas refeições no refeitório do Colégio Americano Batista.
(6) Foi criado um curso noturno para leigos com a finalidade de preparálos
para melhor servir em suas igrejas. O curso existiu de 1951 a 1961.
1953 -1984
Com a aposentadoria do Dr. John Mein foi eleito como novo diretor
o Pr. David Mein. O Seminário tinha naquela ocasião cinquenta e dois
alunos matriculados, sete professores, o edifício principal na Rua Padre
Inglês, o velho pardieiro no Parque Amorim, e as duas casas para
residências de professores na Rua Padre Inglês.
Acontecimentos importantes deste período: (1) Mudanças nas
exigências para ingresso no Seminário. Para o Curso de Bacharel foi
exigido o certificado de conclusão do 2º grau. Para o Curso Médio, o
certificado de 1º grau. O Curso Médio deixou de existir em 1983.
(2) Criação de novos cursos: Em 1960 foram criados os Cursos de
Música Sacra e Educação Religiosa. O primeiro visando preparar ministros
de música sacra para as igrejas; e o curso de educação religiosa para a
preparação de ministros de educação religiosa. Com a criação destes cursos
o Seminário iniciou a aceitação de alunos de ambos os sexos.
Ambos os cursos têm contribuído para modificar o conceito de
música e educação nas igrejas. Atualmente os cursos são dirigidos por Dr.
Fred Spann e Pr. Ray Fleet, respectivamente.
(3) Expansão Patrimonial: Durante este período foram
adicionados ao patrimônio mais treze edifícios: dormitório masculino e
refeitório; dormitório feminino; setenta e sete apartamentos e Kitinetes
para alunos casados; dez apartamentos para professores; edifício para o
curso de música; biblioteca; oficinas e residência do pessoal do refeitório; e
um majestoso Santuário que comporta 1000 pessoas.
(4) Area académica: Além dos cursos já mencionados foram
criados os cursos de pós-graduação (Mestrado) em Teologia, Música Sacra
e Educação Religiosa; o Curso de Educação Religiosa foi também
reconhecido equivalente a Licenciatura Plena pela Secretaria de Educação
e Cultura de Pernambuco e outros Estados.
Desde 1957 o Seminário tem realizado de dois em dois anos
Conferências Teológicas quando os ex-alunos têm oportunidade de voltar e
fazer uma espécie de reciclagem quanto aos seus conhecimentos. Devido
ao grande crescimento numérico do Seminário, as Conferências Teológicas
têm sido substituídas por Simpósios, enfatizando as áreas abrangidas pelos
vários cursos.
43
Além dos três cursos básicos (Teologia, Música e Educação
Religiosa) o Seminário desde 1954 tem mantido um Curso Bíblico por
Correspondência, e mais recentemente criou o Curso de Educação
Teológica por Extensão; ambos para ajudar no preparo da liderança laica
nas igrejas.
(5) Um dos mais importantes setores da vida do Seminário é a
Biblioteca que conta atualmente com 35.000 livros. A Biblioteca são "os
pulmões" da instituição. Nela, alunos e professores, podem encontrar uma
vasta mina de conhecimentos teológicos.
(6) Vida espiritual: O Seminário do Norte tem sempre primado
pela vida espiritual de seus alunos. Realiza cultos quatro vezes por semana;
mantém Sala de Oração para uso de alunos e funcionários; providencia
momentos devocionais diários antes das aulas terem início; e insiste que
cada aluno se identifique com uma igreja local ou nas imediações do
Recife, tendo em vista o seu crescimento espiritual. O aluno cria o seu
próprio ambiente espiritual, e cresce na medida de sua dedicação.
Contribuição do Seminário ao Evangelismo Pátrio
O valor de uma instituição é visto através de seu produto, de seus exalunos.
Formados do Seminário estão espalhados por todo território
nacional, e em alguns países estrangeiros. A maioria exerce pastorados de
grandes e pequenas igrejas; outros estão ligados à instituições Batista
Brasileira, convenções estaduais, e a particulares; já outros estão com
Juntas nacionais e estaduais; alguns servem como missionários das Juntas
de Missões Nacionais, Missões Mundiais, e Juntas estaduais. Vários são
ministros de música ou educação religiosa em igrejas em várias partes do
país.
Um Novo Período
No dia 30 de novembro de 1984 foi empossado como novo Reitor
do Seminário o Pr. Hélio Schwartz Lima, vindo do pastorado da Igreja
Batista Dois de Julho em Salvador. Esperamos que ele tenha o apoio dos
batistas de Pernambuco e que Deus lhe dê a sabedoria para levar o
Seminário de vitória em vitória para a glória de Deus.
Com a posse do Pr. Hélio o Seminário entra num novo período.
44
Lição 09 – Compromisso com a Cidadania
Responsável 9
O cristão e suas responsabilidades de dupla
cidadania
Deve o cristão prestar obediência às leis de seu país, sendo ele cidadão do
reino de Deus? Qual seria a sua resposta diante desta pergunta?
Os Princípios Batistas (documento de identificação dos Batistas
Brasileiros) nos diz o seguinte: "O cristão é cidadão de dois mundos - o
reino de Deus e o Estado político - e deve obedecer à lei de sua pátria
terrena, tanto quanto à lei suprema". Para sermos cidadãos responsáveis
devemos ter a consciência de que antes de mais nada somos cristãos e se
tivermos que fazer uma escolha entre as leis dos homens e a lei de Deus,
devemos obedecer a Deus (At 5.29).
Apesar de o cristão ter o dever de obedecer às leis de seu país, ele, é
também, um cidadão do Reino de Deus, sendo assim ele não pode
concordar com aquilo que existe de errado. Pois, como deve o cristão se
comportar diante de um governo corrupto ou em relação à injustiça social?
Para desenvolvermos uma cidadania responsável para com os princípios do
evangelho do reino de Deus é preciso que obedeçamos a Deus acima de
tudo.
9 Esta lição foi preparada por Ricardo Luiz de Freitas, bacharel e mestre em Teologia pelo Seminário
Teológico Batista do Sul do Brasil, Duque de Caxias, RJ.
45
ANUNCIANDO O EVANGELHO TODO AO SER
HUMANO TODO
O desenvolvimento de uma cidadania responsável dependerá do
cumprimento de uma das primeiras ordenanças deixadas por Jesus: "Ide e
pregai o evangelho" (Mc 16.15). No entanto, este evangelho deve ser
pregado de forma integral, levando o ser humano a possuir dignidade, ter
acesso a justiça, a uma vida digna e eterna por meio de Jesus Cristo.
Um grande exemplo disto é o que acontecia na igreja primitiva
onde os apóstolos, constantemente, davam testemunho da ressurreição de
nosso Senhor Jesus Cristo e a graça de Deus era abundante em cada
coração fazendo, assim, com que estivessem sempre dispostos a ajudar
alguém que necessitasse (At 4.32-35) O anúncio do evangelho não deve se
restringir à pregação somente, mas à realização de obras que ajudem as
pessoas a terem uma vida decente.
E um dos melhores lugares para ajudar na construção de um país
melhor e proporcionar dignidade, é na igreja, mediante o trabalho social
junto com a divulgação do evangelho. O Pacto de Lausanne (documento
teológico dos cristãos evangelicais), no capítulo cinco, nos diz que:
"Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem
procurar não só evidenciar, mas, também, divulgar a retidão do reino em
meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos
transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais.
A fé sem obras é morta" (Tg 2.17).
Não devemos evangelizar sem dar o pão e não devemos dar o pão
sem evangelizar. Evangelho e ação social andam juntos, pois o evangelho
anunciado por Jesus Cristo era um evangelho que transformava o homem
por inteiro e como seus seguidores devemos divulgar este mesmo
evangelho transformador.
Como cidadãos devemos divulgar o evangelho em nossa
vizinhança, mas, também, contribuir para que os necessitados possam ter
algo que comer, os injustiçados sejam socorridos. Aliás, o que você já fez
por aquele seu vizinho que está desempregado?
46
Como igreja, podemos organizar cursos que capacitem os
desempregados a obterem uma profissão que lhes dê condições de sustento.
Podemos, também, realizar os chamados "mutirões sócio-missionários"
onde são oferecidos tratamento dentário, médico, corte de cabelo e junto
com tudo isto é pregado o evangelho.
A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (maior
documento teológico dos batistas brasileiros) confirma a necessidade de
um evangelho que transforme o homem por inteiro dizendo: "Como sal da
terra e a luz do mundo, o cristão tem o dever de participar em todo esforço
que tende ao bem comum da sociedade em que vive. Entretanto, o maior
benefício que pode prestar é anunciar a mensagem do evangelho; o bemestar
social e o estabelecimento da justiça entre os homens dependem
basicamente da regeneração de cada pessoa e da prática dos princípios do
evangelho na vida individual e coletiva".
DENUNCIANDO O ERRO
Como cidadãos brasileiros, temos o dever ético de denunciar todo e
qualquer erro, seja ele no aspecto moral, social, político ou económico. E
como cidadãos do reino de Deus não podemos nos conformar com este
mundo e com as suas formas injustas e pecaminosas (Rm 12.2).
A nossa tarefa não se limita à pregação do evangelho e a ação
social, mas, também, a ação política. Não devemos ficar calados diante da
corrupção, enriquecimento ilícito e estratégias enganadoras de alguns
políticos. Muitas pessoas usam aquela famosa frase: "A culpa é do
governo". N o entanto, quem os colocou no poder? Quem os elegeu? E
quem não os denuncia quando estão errados? Somos nós cidadãos que, na
maioria das vezes nos omitimos. Um cidadão responsável é aquele que
vota com consciência em pessoas que estejam dispostas a realizar um
governo que promova o bem-estar de todos. E nem sempre os melhores
candidatos são aqueles que se dizem "evangélicos".
A Bíblia nos dá exemplos de homens que, com coragem,
denunciaram o erro dos governantes como, por exemplo, o profeta Amós
que denunciou através de suas visões a injustiça contra os pobres e a
distribuição desigual das riquezas (Am 6.1-4). Amós não se intimidou com
47
as ameaças (Am 7.12,13) mas sendo portador das verdades divinas,
denunciou as irregularidades do reinado de Jeroboão.
Como cidadãos brasileiros e do reino de Deus, devemos estar
atentos ao que acontece em nossa sociedade e não devemos nos calar
diante do erro. Para nos considerarmos cidadãos responsáveis devemos
zelar pela justiça e não sermos coniventes com o pecado.
Como igreja, devemos criar comités que recolham denúncias,
realizar abaixo-assinados contra medidas injustas ou para pedir a instalação
de telefones públicos, saneamento básico, também podemos criar espaços
para atendimento jurídico onde o cidadão possa ter acesso á justiça etc. No
entanto, muitos se omitem, pois afinal de contas, "o político" cede o ônibus
de graça para a igreja, aluga o campo de futebol para a mocidade ou
financiou a reforma do templo. No geral, "o político" contribui apenas
com superficialidades que não irão gerar o bem-estar da comunidade.
Você deve agir e pedir forças a Deus para que, assim como o
profeta Amós, você seja um profeta que, com coragem e disposição
denunciou o pecado, pois como ruge o leão e o homem treme, assim você
deve falar daquilo que tem ouvido da parte de Deus, porque se Deus fala,
qual o homem que não profetizará? (Am 3.8).
VALORIZANDO O INDIVÍDUO
Do que é composto um país? A resposta é simples. U m país é
composto por cidadãos. Porém, o cidadão não tem sido valorizado, tem
perdido o seu valor, o que tem valor é o conhecimento do indivíduo, a sua
habilidade profissional e o resultado final de seu trabalho. No entanto, a
Palavra de Deus mostra que o homem foi feito a sua imagem e semelhança
(Gn 1.26), sendo considerado excelência da criação. Então porque
menosprezamos a pessoa ao nosso lado?
Para desenvolvermos uma cidadania responsável para com os
princípios do evangelho do reino é preciso que valorizemos os cidadãos do
reino, pois somos geração eleita, povo de propriedade exclusiva de Deus (I
Pe 2.9). E, como somos cidadãos de dois reinos, devemos valorizar crentes
e não-crentes. Você e sua igreja tem um papel importante na valorização
48
do indivíduo, você deve lutar para que em sua igreja possam existir
espaços que forneçam educação, cultura e conscientização política para
aqueles que não têm. A igreja deve valorizar tanto os mais humildes como
os mais ricos, pois todos fazemos parte de um mesmo reino.
Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a verdadeira luz (I Pe 2.9).
CONCLUSÃO
Para desenvolvermos uma cidadania responsável é preciso anunciar
o evangelho de transformação integral, não ser conivente com o pecado em
nossa sociedade, agir como profeta denunciando e não se conformando
com o erro (pecado). Estas ações nos levam a valorizar cada indivíduo de
nossa nação onde todos possuem o seu valor e merecem respeito. Que
como cidadãos do reino de Deus possamos ser exemplos de cidadãos para
este mundo.
ANOTAÇÕES
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Lição 10 – Compromisso com o Estudo Bíblico 10
A responsabilidade cristã no estudo e ensino da
Palavra de Deus
Ouvi o testemunho de uma pessoa afirmando que antes de se tornar cristã,
no início de sua aproximação com a igreja, o fazia por conta dos momentos
de "revelação" que ocorriam em tais cultos. Ficava até decepcionada
quando tais coisas não ocorriam.
Provavelmente, você já tenha ouvido coisas semelhantes a essa. São
pessoas que vivem e alicerçam sua fé cristã em ouvir testemunhos ou
mesmo em entoar e ouvir louvores. Certamente cantar e ouvir testemunhos
cristãos é muito bom. Só que alicerçar a fé sobre isso... Seria possível?!
A Bíblia é nossa regra de fé e prática. Isso quer dizer que as
revelações de Deus estão nas Escrituras. Significa que os grandes feitos
dele estão testemunhados na Palavra, e que as maiores de todas as canções
de adoração ao Senhor também lá se encontram. Você quer conhecer mais
a Deus? Leia a Bíblia. Você deseja que Deus transforme sua vida, tratando
do seu coração? Exponha, então, a sua alma à radiação divina (I Jo 1.5) e
meditando na Palavra, deixe que ela apare e pode sua vida segundo o
projeto e ideal do Senhor para sua existência.
Aqui reside um questionamento: Se a Bíblia é tão completa e
importante assim, por que muitos a menosprezam? Na verdade, falta
fidelidade ao estudo da Palavra de Deus. E isso ocorre por três marcantes
10 Esta lição foi preparada por Sérgio R . G . Dusilek, pastor da equipe ministerial da Igreja Comunidade
Batista do Rio, Rio de Janeiro, RJ.
50
ausências: disciplina, reconhecimento de uma necessidade e ausência de
amor a Deus.
AUSÊNCIA DE DISCIPLINA PESSOAL
Fazendo um autodiagnóstico: Quantas vezes por semana ou por dia,
você para, lê e estuda a Bíblia? Veja estou falando de estudar, de parar
tudo para abrir a Palavra; não é lê-la para preencher o tempo ou enquanto
aguarda e fiscaliza o bombeiro consertar a torneira da pia. Se você não
consegue parar para estudar a Bíblia, você precisa de disciplina.
Disciplina não tem, aqui, a conotação de correção ou mesmo de
flagelação. Disciplina é a capacidade de criar e consolidar hábitos. E o
estudo da Bíblia tem de se tornar um hábito, a tal ponto que o não o fazer
deixe sua consciência perturbada. Por que o povo se perdeu (Ez 8)? Porque
não tinha hábito de estudar a Palavra. Não possuía disciplina na busca pelo
Senhor. Perderam a orientação de Deuteronômio 6.4-9.
Estabelecer uma disciplina não é tarefa fácil, mas é imprescindível.
Lembre-se que sua carne (Rm 7) lutará contra seu espírito, procurando
evitar que isso aconteça. O Diabo tentará de todas as formas criar e emular
circunstâncias para evitar essa saudável e necessária prática.
Tenha D I S C I P L I N A! Desenvolva o hábito de estudar a Palavra de
Deus!
GRANDIOSA NECESSIDADE
O que alimenta a nossa alma? E a Palavra de Deus. E sentimos
fome de Deus e de sua Palavra (Is 55; Rm 10.8-15; At 17.10-12; Jo
6.33,35,53-59,68). Cada um de nós precisa sentir-se pitókos (Mt 5.3), isto
é, pobre, necessitado, dependente do Senhor. Todo estudo da Palavra é
proporcional à nossa dependência de Deus. Quanto mais miseráveis,
pobres e necessitados nos sentimos, mais buscamos a Palavra de Deus. E
ela sacia a nossa alma! Em contrapartida, quanto mais soberbos e
orgulhosos ficamos (I P e 5.5,6) menos fome da Palavra vamos sentir.
Porque nosso estômago está sendo preenchido com outras desprezíveis
coisas (Lc 15.16,17).
51
AMOR A DEUS
A Palavra de Deus é clara: ama a Deus quem o obedece (Jo 14.21;
Is 1.19). N ã o foi por causa da desobediência do povo que Deus rejeitou
suas orações e sua adoração (Is 1.11-17; 58.3-9)? Não adianta falar que
ama, dizer que sente que ama, cantar que ama a Deus se isso não tiver eco,
ressonância na vida. E o nome dessa ressonância chama-se obediência. N a
época de Jesus havia um grupo que conhecia a Bíblia de então, que dizia
que a observava, mas que, na verdade, eram pessoas desobedientes.
Estamos falando dos fariseus. Um legalismo tão grande e uma distância tão
abissal do coração divino! Veja o que disse Jesus sobre eles em Mateus
15.13,14e23.
O termómetro de nosso amor e de como está nosso relacionamento
com Deus chama-se obediência. Até que ponto você está disposto a
obedecê-lo? Ou se preferir: até que ponto você de fato o ama? E é aqui que
reencontramos a fidelidade ao estudo da Bíblia, pois como poderemos
obedecer aos decretos divinos, se não os conhecemos (SI 119.11)? Eles, de
fato, precisam ser apreendidos e guardados em nosso coração para que não
pequemos contra o Senhor.
Já pensou em ter prazer na obediência? Isso a Palavra de Deus pode
criar no seu coração, porque ela gera relacionamento com ele. Mas, a
grande questão é: você quer esse relacionamento próximo? Você ama a
Deus nessa intensidade?
COMO APRIMORAR O ESTUDO DA BÍBLIA?
Conscientes da importância vital do estudo da Palavra,
apresentamos uma lista de pequenas sugestões que podem ajudar você a
enriquecer esse momento com Deus:
Procure conhecer e compreender métodos de estudo bíblico. Há
diversos, desde os mais simples aos mais complexos. Por exemplo, em
textos narrativos, como o que forma boa parte dos Evangelhos, você pode
estudar melhor a Bíblia aplicando simples perguntas: Quem? Onde?
Como? O quê? Quando? Por quê? Para quê? Isso, certamente, vai
enriquecer seu estudo.
Em textos doutrinais, procure discernir qual é a palavra-chave e
aprofunde o estudo a partir da mesma. Exemplo: Qual a palavra-chave de
2Corintíos 5.17-21?
52
1. Procurar municiar esse tempo com Deus com uma leitura de um
livro devocional, ou mesmo com algum guia de discipulado (que tal o
Conhecendo Deus e fazendo sua vontade?). Isso, certamente, vai ajudar
você a entender melhor a Palavra de Deus.
2. Procurar, também, sempre que possível, fazer uso de comentários
bíblicos. Os comentários aprofundam o texto, à medida que descortinam o
conteúdo da passagem por meio de uma exegese mais profunda. Quem
sabe você escolhe estudar um livro da Bíblia durante um ano? Aquele que
você mais gosta, a ponto de e até fazer o investimento de adquirir pelo
menos um comentário sobre o mesmo? Creio que cada cristão deveria ser
especialista em pelo menos um livro da Bíblia. Ter a visão generalista, do
todo, mas especialista em, no mínimo, um livro da Palavra de Deus.
3. Fazer a leitura da Bíblia de modo corrente, marcando as passagens
ou trechos que "saltaram" aos seus olhos. Depois, retorne a eles e estude
com mais afinco e cuidado. Caso persista alguma dúvida, procure o pastor
ou mesmo seu professor da E B D.
4. Se tiver acesso à internet, pesquise termos e ouça diferentes
sermões. Há vários e muito bons sermões disponíveis na rede.
5. Orar antes de começar o estudo. Pedir a Deus que fale ao seu
coração e que mude a sua vida. Fique atento ao que Deus irá responder!
Ore, também, no final agradecendo a Deus sua experiência de encontro
com ele, com sua Palavra e com sua vontade.
Que Deus encha esses momentos devocionais de pleno significado em
sua vida. Que você sempre renove o desejo e alimente a fidelidade ao
estudo da Palavra de Deus a fim de que o Deus da Palavra transforme a
cada dia o seu viver (2 C o 3.18).
ANOTAÇÕES
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Lição 11 – Deus e o nosso Dinheiro 11
TEXTO BÁSICO I Crónicas - 29.10-20
LEITURA DIÁRIA
SECUNDA: O Dono do Mundo. Sl. 24 TERÇA: O Filho do Dono Gn 1.26-31
QUARTA: Não te Esqueças Dt 8.11-20 QUINTA: O Cuidado Divino Ne 9.5-37
SEXTA: Duas coisas te Peço Pv 30.7-9 SÁBADO: A Vaidade Humana SI 49
Domingo: Tributo a Deus Sl. 96
Objetivo da lição:
Conscientizar o aluno de que os bens que ele possui pertencem a Deus
INTRODUÇÃO
Deus é o criador de todas as coisas. Logo, somente Ele t em direito
absoluto de propriedade sobre qualquer coisa. "Ao Senhor pertence a terra
e tudo que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (SI 24.1). "'Pois
o que está debaixo de todos os céus é meu" (Jó 41.11).
A relação do homem com as coisas criadas é apenas de mordomia,
isto é, de administração (Gn 1.26-29). "Mordomo" é a tradução do grego
"Ecónomo", que significa, literalmente, aquele que é responsável pela
direção ou administração da casa (Gn 24.2; 39.4; 1Co 4.1). É aquela pessoa
a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e
desenvolvido.
O texto escolhido para explicar a relação DEUS - DINHEIRO -
MORDOMO, é 1 Crónicas 29:10-20. Este é o registro de uma oração feita
pelo rei Davi. Estava ele no fim do seu reinado e da sua vida, já havia
designado Salomão para sucedê-lo, e desejava que este construísse o
templo para o qual já havia, segundo instrução divina, preparado a planta e
solicitado ao povo ofertas voluntárias para a sua construção (1 Cr 28.1-21).
A resposta do povo foi positiva excedendo a expectativa do rei, pois o
tesouro da Casa do Senhor se encheu de ouro, de prata, de bronze, de ferro,
de pedras preciosas, e todos se alegraram porquanto d e coração íntegro,
deram liberalmente esses bens ao Senhor.
11 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.
54
1. QUEM É O DEUS DE DAVI?
“Pelo que Davi louvou ao Senhor perante a congregação toda, e disse:
Bendito és tu. Senhor, Deus de nosso Pai Israel, de eternidade em
eternidade” (v.10).
“SENHOR” é a tradução d o hebraico JAVÉ, nome que foi revelado
pelo próprio Deus, na ocasião da teofania da sarça ardente: "Disse Deus a
Moisés: Eu sou o que sou. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: Eu
sou me enviou a vós outros" (Êx 3.14). Davi, portanto, se dirige ao Deus da
revelação, EU SOU, isto é, o único que de fato existe. EU SOU também
apresenta a Deus como uma pessoa que se relaciona c om outras
personalidades. Davi, portanto, se dirige ao Deus vivo e pessoal (SI 115.8).
“Deus de nosso pai Israel” relembra o patriarca de quem descendeu
toda a nação e também a aliança feita pelo Senhor com este patriarca (Gn.
28.13-15; 33.20). Esta expressão se encontra pela primeira vez em Juízes
5.3, no Cântico de Débora, e frequentemente era utilizada pelos profetas (Is
17.6; Sl. 2.9). Davi, portanto, se dirige ao Deus da História.
“De eternidade em eternidade”, ressalta um atributo de Deus. Na
classificação dos teólogos reformados, eternidade é um atributo
incomunicável de Deus, isto é, uma virtude divina que não tem nenhuma
analogia c om a criatura humana. L. Berkhof a define como “aquela
perfeição divina por meio da qual Ele se eleva sobre todas as limitações
temporais, todas as sucessões de momentos e goza da plenitude de sua
existência num presente indivisível”. Portanto, para Davi, a eternidade
divina, coloca Deus em contraste com todos os deuses efémeros das nações
(SI 90.2 e 102.12).
2. O QUE PERTENCE A DEUS?
“Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a
majestade...” M.W. Estas expressões formam uma antífona que atribui
valores pessoais:
2.1. Grandeza
Emprega-se de modo predominante nas expressões de grandeza e
poder superlativos de Deus. Deus é maior do que todos os deuses (SI
77.13; Ex 18.11), e consequentemente todos os seus atos são grandes e
poderosos (Dt 11.2; Sl. 106.21).
2.2. Poder
55
Sugere a capacidade inerente de Deus para realizar qualquer
atividade material ou espiritual. Para Deus, tudo é possível. (Mt 19.26).
2.3. Honra
Significa o reconhecimento da obra de outra pessoa, dando-lhe a
posição e as honras que merece. Deus é merecedor de toda a honra pela
posição e obra que executa (1 Tm 1.17).
2.4. Vitória
Traduz palavras afins derivadas da raiz "salvar" (cf. o nome Jesus ou
Josué). Em contexto de batalha, a vitória era encarada como uma
intervenção salvadora de Deus (SI 20.5,9; 144.10). A Deus pertence a
vitória! Ou, a Deus pertence a salvação!
2.5. Majestade
Indica elevação, superioridade, excelência, magnificência, nobreza.
Deus, como rei supremo, exerce o seu governo envolto em majestade e
glória (SI 93.1e 95.6).
Por possuir os valores pessoais supracitados, atribuem-se a Deus
agora, valores globais:
“TEU É TUDO QUANTO HÁ NOS CÉUS E NA TERRA” (v.l l).
Toda propriedade pertence a Deus por direito de criação, mas também de
preservação e de redenção (Gn 1.27; At 17.22-28; A p 5.9).
“TEU, SENHOR, É O REINO E TU TE EXALTASTE POR
CHEFE SOBRE TODOS” (v.l l). Deus é TODO- PODEROSO, que tem
em suas mãos o domínio universal e que conhece o fim desde o princípio e
os meios que utilizará para alcançar esse fim. Tudo, sem exceção, está sob
o seu controle e sua vontade é a razão fundamental de tudo o que acontece
(Dn 4.35; Jr 32.17; Mt 28.18; SI 115.3; 135.6; e Rm 9.20).
A conclusão óbvia a que chega Davi é, que, se tudo pertence a
Deus, tudo que o homem é e possui procede de Deus. “PORQUE TUDO V
EM DE TI” (vs. 12-14).
3. QUEM É DAVI E QUEM É O SEU POVO?
“Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar
voluntariamente estas coisas? (v.14). Referia- se às ofertas feitas por ele e
por toda a nação para a edificação do templo de Jerusalém, como se acham
catalogadas nos versos de 1-9, do capitulo 29. Além do adquirido às custas
do erário público, Davi mesmo tinha oferecido 171 toneladas de ouro puro
de Ofir e 400 toneladas de prata. O povo tinha ofertado 255 toneladas de
ouro, 310 toneladas de prata, 1026 toneladas de bronze e 5700 toneladas de
56
ferro. Pelo tamanho da oferta e pelo alto privilégio de ofertar é que Davi
agradece: “Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos e louvamos o teu
glorioso nome" (v.l3).
Mas, quem somos nós? - indaga Davi. Somos MORDOMOS -
responde o mesmo. Nada temos que não proceda do Senhor e somos
administradores dos bens de Deus: Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos
to damos (v.14). Quem somos nós? Somos estranhos(...) peregrinos (...)
como sombra os nossos dias (...) não temos permanência' (v. 15).
4. O QUE É A NOSSA OFERTA?
O ato de ofertar a Deus é um privilégio imerecido concedido por
Deus a nós. E uma GRAÇA. Leia 2 Co 8:1-4. Ali Paulo descreve a
participação dos crentes macedônios na coleta para os pobres da Judeia
como uma graça concedida por Deus. Davi também entendia assim e por
causa disso ele pede a Deus: conserva para sempre no coração do teu povo
estas disposições e pensamentos, inclina-lhe o coração para contigo "
(v.l8). Ofertar é uma disposição interna produzida por Deus no coração e
na mente do cristão. Consequentemente, a oferta é voluntária (v.l4),
abundante (v.l6), sincera e dada com alegria (v.l7).
CONCLUSÃO
“Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”. (Ag
2:9). Toda a riqueza que existe no mundo pertence ao Senhor. Ele é o dono
de tudo. Tudo que temos nos foi dado por Deus e deve estar à disposição
d’Ele. “Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu
braço me adquiriram estas riquezas. Antes te lembrarás do Senhor teu
Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas...” (Dt 8.17-
18)
PONTOS PARA DISCUTIR
1. É Bíblico fazer campanha financeira (ofertório) para construir e reformar
templos?
2. Será que o conceito que tenho de Deus influenciará à minha maneira de
contribuir na Igreja? -
3. “Não contribuo porque sou pobre ou sou pobre porque não contribuo”?
57
Lição 12 – As Lídias de Pernambuco e a Casa
Formosa 12
Leituras diárias: Josué 17:1-6; II Tim. 1.3-10; Luc. 10:38-42 Atos 16:11-
15; João 4:1-12; Atos 9:36-43 I Samuel 1:11-28
Texto Áureo Luc. 1:46-47
1.1. UNIÃO DE SENHORAS
A primeira Sociedade de Senhoras, organizada no nosso Estado foi
na 1ª Igreja Batista do Recife. Em 06 de abril de 1917, já havia cinco
Sociedades que, reunidas no templo da Igreja Batista da Torre,
organizaram a União das Sociedades de Senhoras Auxiliadoras da
Convenção Regional do Norte do Brasil. As cinco sociedades pioneiras do
trabalho estadual foram: 1ª Igreja Batista do Recife, Igreja Batista de
Feitosa, Igreja Batista do Cordeiro, Igreja Batista da Rua Imperial e Igreja
Batista da Torre. A liderança do trabalho feminino no Estado estava com
D. Alina Muirhead, Anna Parker e Joseja da Silva. A 1º presidente foi D.
Alina Muirhead que dirigiu a União até 1919, quando D. Paulina White
assumiu a liderança.
Já em 1917, havia uma preocupação da liderança em promover o
trabalho feminino e nessa época cartas foram enviadas às Sociedades e aos
pastores para promoção da obra.
Em 1922, na Assembleia anual, as Sociedades que alcançaram o
maior número de pontos no certificado de Excelência, forma destacadas em
seu artigo especial no “Batista Regional”, jornal do campo.
Em 31/10/1927, foi eleita a 1ª Líder para o trabalho com Sociedade
de moças, D. Stela Câmara.
Em 1928, em Assembleia Anual na Igreja Batista da Rua Imperial,
com 75 mensageiras, a Sociedade de Senhoras dessa Igreja, recebeu o
estandarte da União por realizar o melhor trabalho no campo.
Em 1931, é comemorado pela 1ª vez em nosso campo o dia de
Oração Mundial.
Em 1933, no dia 23 de junho é comemorado em Pernambuco o
"Jubileu de Prata" da União Geral de Senhoras Batistas do Brasil, no salão
12 Esta lição foi preparada pelas irmãs: Daisy Santos Correia de Oliveira e Lídice Gramacho Feitosa
58
do Colégio Americano Batista com a presença de 115 pessoas e levantada
uma oferta de 281 $000.
Em 30 de outubro de 1940, passamos a ser chamadas de União de
Senhoras Batistas de Pernambuco.
Em 1947, comemorou-se o "Jubileu de Rubi" da União Geral de
Senhoras do Brasil.
Em 30 de outubro de 1949, na Assembleia Anual é nomeada uma
comissão para dar parecer sobre a criação de um orfanato.
Em 1951, nosso campo, foi destaque nacional no trabalho da
Sociedade de Crianças – 1º lugar; Moças em 2º lugar no sustento
missionário e Senhoras em 1º lugar na oferta de Educação Feminina.
Também a 1ª Líder das Mensageiras do Rei é eleita - Otávia Barbosa.
Em 1º de maio de 1956, são iniciadas as atividades do Lar Batista
Elizabeth Mein, sendo orador do culto inaugural o Dr. David Mein.
Nosso campo foi destaque nacional em 1957, em relatórios e
estudos realizados.
Em 1963, foi realizado 1º Acampamento Estadual das Moças e o 1º
Banquete de Rainhas. E no ano seguinte, o 1º Conclave de Mensageiras do
Rei e Embaixadores do Rei.
Nosso 1º Boletim Informativo foi editado em 1964.
O 1º Retiro das Senhoras, aconteceu em 21 de abril de 1965 e o 1º
Congresso de Mensageiras do Rei foi nesse mesmo ano tendo como
oradores os pastores José Florêncio Rodrigues Júnior e Charles Dickson.
Também aconteceu ne nesse ano o 1º Retiro de Crianças.
1.2. UNIÃO FEMININA
Em 1966, o nosso nome passa a ser União Feminina Missionária
Batista Evangelizadora.
Fato importante no trabalho feminino do nosso Estado aconteceu
em janeiro de 1974, quando deu-se a junção das Uniões Femininas
Missionárias, pois havia duas Convenções em Pernambuco. Nesse ano foi
instituída a bolsa da UFMBPE para o SEC, hoje denominada, "Ruth
Meneses".
A UFMBPE tem em suas páginas fatos muito importantes escritas
por vidas como Alina Muirhead, Anna Parker, Josefa da Silva, Paulina
White, Essie Fuller, Fely Mesquita, Bertha Hunt,.Regina Barbosa, Stella
Câmara, Helena Hays, Amazonila Munguba, Áurea Rodrigues, Celina
Azevedo, Elizabeth Oates, Elizabeth Mein, Ruth Menezes, Cleuza Dorta,
Lídice Gramacho Feitosa de Lima, Débora Guimarães, Aríete Rodrigues
59
Baptista, Francisca Cassiano Motta, Luzinete Cunha, Célia Reis, Jedida
Paranaguá e tantas outras que dedicaram seus talentos ao serviço do Senhor
através da União Feminina Missionária Batista.
Com todo esse lastro deixado pelo passado, vivemos no momento
presente, a consolidação dos alvos propostos, o crescimento a expansão do
trabalho e as expectativas de um futuro rico de bênçãos.
Apesar, de sermos um Estado grande em extensão territorial,
situado no Nordeste do Brasil, onde mais de dois terços do território
pernambucano estão mergulhados no semiárido, sofrendo períodos grandes
de estiagem, onde a seca assola várias áreas e o êxodo das populações
acontece.
Onde, a irregular distribuição de renda, o elevado custo de vida e a
maxidesvalorização impedem que possamos fazer diretrizes sem
interrupções, mesmo assim vemos que. Deus nos tem chamado para atuar
nesse exato momento na expansão do seu reino.
Somos Igrejas, concentradas em sua maioria na área litorânea e na
mata, ainda tendo em nosso Estado municípios sem a presença do povo
Batista.
1.3. ESTRUTURA ATUAL
A UFMBPE, tem atingido essas Igrejas através do trabalho
associacional. Estamos assim estruturadas: no Grande Recife (igrejas da
capital e cidades circunvizinhas) temos 7 Associações que, de dois em dois
meses reúnem-se contando com a presença de membros da comissão
executiva. E, no interior mais 5 Associações (Litoral Norte, Norte, Sul,
Agrestina e Sertaneja), cujas reuniões variam entre trimestrais e anuais.
As lideranças das Associações mantêm um elo de ligação com a
Secretaria Executiva, a fim de que a obra seja feita em consonância com os
nossos alvos. Há grandes dificuldades em atendermos aos clamores de cada
Igreja, pois as distâncias físicas e os recursos financeiros escassos nos
impossibilitam de uma maior assistência. Mesmo assim, o trabalho vem
crescendo e. Deus tem levantado líderes que com seus próprios meios,
realizam a obra.
A Comissão Executiva é composta da Diretoria da Assembleia, das
líderes estaduais das organizações missionárias, das presidentes das
Associações, da presidente do Coralouvor (Coral que é formado de
senhoras e moças das nossas Igrejas), da presidente da Junta do Lar Batista
60
Elizabeth Mein (Orfanato para meninas) e das coordenadoras do Curso
Abreviado de Educação Religiosa (Convénio com o SEC).
Em fevereiro de 1980 assume a Secretaria Executiva da UFMBPE,
a Professora Daisy Santos Correia de Oliveira, depois de ter sido Líder
Estadual das Moças, durante 10 anos e ter exercido a -presidência da
Assembleia.
Deus tinha proporcionado a nova secretária executiva uma
excelente escola trabalhando ao lado da grande líder do trabalho feminino
Batista no Estado e no Brasil, Ruth Menezes, a mulher que por vários anos
foi Presidente e Secretária Executiva do nosso Estado, deixando marcas
profundas, de um trabalho sério feito sob a orientação Divina.
O campo para a Professora Daisy Santos Correia de Oliveira, já era
conhecido, suas necessidades e o seu potencial humano, especialmente no
setor das moças, entretanto as responsabilidades aumentaram, a visão teria
de ser mais abrangente e os desafios maiores. Planos foram traçados, alvos
propostos para serem executados a longo, médio e curto prazos.
Outras mulheres são convocadas a darem sua contribuição, Silvia
Pereira, Abia Saldanha Figueredo, Marilene Assunção e Iracy Leite como
presidentes da UFMBPE e cada uma vem colaborar no desenvolvimento
do trabalho feminino batista em Pernambuco.
1.4. GRANDES VITÓRIAS
Nossas ofertas de Educação Feminina têm sido ultrapassadas desde
1980, cujos alvos propostos são sempre o dízimo do alvo da oferta da
UFMBB.
O Boletim Informativo, passou a ser impresso a partir de 1981,
sendo considerado o de melhor apresentação no Brasil Batista
(setorfeminino).
Numa demonstração de fé, adotamos o casal de missionários na
Venezuela Pr. Calixto Patrício e Suely Mieko Patrício (da Junta de Missões
Mundiais), participando do sustento do casal.
Recentemente mais uma missionária foi adotada, Vasti Siqueira, de
Missões Estaduais. Os Acampamentos promovidos petas líderes estaduais
crescem em número e principalmente no aspecto espiritual, onde vidas são
movidas pela ação do Espírito Santo para uma entrega sem reservas ao
Senhor, dizendo como Isaías “Eis-me aqui. Senhor envia-me a mim”.
Congressos Missionários, têm proporcionado uma nova visão das
necessidades de proclamação do Evangelho. Os alvos propostos pela
61
UFMBB para cada ano, são atingidos, porque temos unido as forças e
buscado no Senhor os recursos. “Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” Filipenses 4:13.
Temos alcançado desde o início de nossa história, por várias vezes
lugar de destaque na vida da UFMBB, ultimamente nossa atuação e
desempenho tem aumentado muito e durante as comemorações do
Centenário dos Batistas Brasileiros em Salvador, nossa UFM foi destaque:
Hoje somos:
- 214 Sociedades Femininas - 6.002 sócias
- 85 Sociedades de Moças - 1.827 sócias
- 120 Mensageiras do Rei - 1.761 sócias
- 125 Sociedades de Crianças'- 2.655 sócias
Então, diante de tamanha obra e de limitações financeiras e no
desejo de não sermos pesados a nossa JUNTIVA-PE que fielmente nos
ajuda, mas, que tem grandes responsabilidades, criamos o Plano Unificado
recebendo oferta das organizações femininas missionárias que são
percentualmente destinadas para: o sustento e promoção de âmbito
estadual, a Bolsa de Estudo “Ruth Menezes” no SEC, o Plano de Adoção
da Junta de Missões Mundiais, o Lar Batista “Elizabeth Mein” e a adoção
de uma missionária Missões Estaduais.
Nosso grande empenho no momento é a realização do "Curso de
Preparação dê Líderes", cujos objetivos são:
1. Preparar novas líderes para as organizações da UFMB
2. equipar as pessoas que estão na liderança das
organizações da UFBM, para que possam desenvolver seu trabalho
com mais eficiência e eficácia.
O Curso está dividido em 2 (duas) etapas — a primeira exigência é,
fazer estudo do Manual da UFMB, manual de uma das organizações (SFM,
SM, Conselheira da MR, SC), um livro sobre Doutrinas Batista e um livro
sobre Mordomia. Com os certificados desses livros a aluna fará a 29 etapa,
cujo currículo é composto de três disciplinas: Liderança, Planejamento e
Auxílios, Didáticos; recebendo no final do curso um certificado da
UFMBB. Depois de realizarmos esse Curso partiremos para o de
Aperfeiçoamento de Líderes.
Deus nos tem abençoado sobremaneira durante o decorrer dos anos,
a Ele nossa gratidão, nosso louvor, que em todos os corações esteja o
mesmo cântico "Celebrai com júbilo ao Senhor todos os moradores da
terra, dai brados de alegria, regozijai-vos e cantai, louvores" Salmos 98:4
62
E, o que Deus espera de nós. Senhoras, Moças, Mensageiras do Rei
e Crianças que constituímos essa grande família é que com júbilo
prossigamos.
Textos Bíblicos - Mateus 9: 35-38;
Lucas 9: 57-62 e 10:1 e2; Joel 3:13a
Texto Base - Mateus 9:35-38 Texto Áureo - Mateus 9:38
Desde os tempos de Jesus que as multidões O acompanhavam com
suas dores e necessidades a serem atendidas pelo Mestre. E a Bíblia
registra
que o Mestre não foi alheio a essas necessidades do povo e ao clamor de
muitos. Jesus teve profunda compaixão dos povos "errantes e desgarrados
como ovelhas sem pastor". (Mateus 9: 36) E diante daqueles apelos
veementes das multidões Ele reconheceu a multiplicidade de ministérios
que poderiam ser desenvolvidos pelos obreiros, esclarecendo que “a seara é
realmente grande!!!”, mas concluiu pesarosamente que poucos seriam os
ceifeiros! (Mateus 9:37)
Do tempo de Jesus até os nossos dias essa necessidade de obreiros,
de crentes chamados por Deus para um ministério muito específico no Seu
Reino, tem crescido assustadoramente, considerando se a explosão
demográfica em toda região habitada do planeta, e com esta explosão os
problemas emocionais, sociais, políticos e religiosos se multiplicaram e
estão aí apelando aos crentes em Jesus por uma solução genuína e
duradoura.
Daí a multiplicação também dos diversos tipos de ministérios a
serem desenvolvidos pelos crentes em Jesus Cristo e Sua amada Igreja. Os
Batistas do Brasil têm se conscientizado da sua nobre missão de preparar
ceifeiros para uma seara realmente grande, e em Pernambuco há uma
Escola de preparação de obreiras para esta grande Seara – O SEMINÁRIO
DE EDUCADORAS CRISTÃS.
2.1. PERTODO DE ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA DE
TRABALHADORAS CRISTÃS
O SEMINÁRIO DE EDUCADORAS CRISTÃS originou-se sob o
nome de Escola Normal, em 1917, no Recife, Estado de Pernambuco. Esta
Escola nasceu da grande necessidade de atender ao clamor de moças
crentes, desejosas de estudar a fim de servirem como professoras e obreiras
cristãs nas igrejas.
63
No amanhecer desta grande obra de preparar ceifeiros para a seara
do Mestre, verificou-se logo que a nova instituição não deveria limitar-se
exclusivamente ao preparo de moças para dirigir escolas anexas, mas para
o trabalho integrante nas igrejas, notadamente nas Escolas
Denominacionais. Sociedades de senhoras, crianças e mocidade batista. A
Escola Normal de 1917 matriculou oito alunas que tiveram a orientação de
D. Graça Taylor.
A primeira solenidade de encerramento realizou-se no santuário da
Primeira Igreja Batista do Recife, a 15 de novembro de 1918, recebendo
seus diplomas Josefa Silva Lima e Anísia Duclerc. Ambas foram
convidadas à lecionar no Departamento primário do Colégio Americano
Batista; Josefa assumindo posteriormente a direção, e após um ano de
aperfeiçoamento nos Estados Unidos, criou o Jardim de Infância do CAB,
que despertou interesse em toda a cidade, e serviu de modelo para outros
que foram organizados. Anísia, depois de alguns anos, seguiu para a Bahia
como professora do Colégio Americano Batista, em Salvador e fundou
várias escolas anexas no interior daquele Estado.
Em 1919, D. Paulina White assumiu a diretoria da Escola, que, pela
sugestão do Pai do sociólogo Gilberto Freire passou a designar-se pelo
nome da Escola de Trabalhadora Cristãs, cuja sigla seria ETC, por muito
tempo.
2.2. PERÍODO DE CONSOLIDAÇÃO
Desde os seus primórdios, a ETC despertou a atenção das senhoras
batistas que se interessaram vivamente no progresso da instituição e
chamaram para si a responsabilidade de promoverem o sustento da obra, na
literatura da época — o periódico "Mensagem".
Em 1920, um prédio junto ao Colégio Americano Batista foi
adquirido para ser adaptado à necessidades da ETC.
De 1926 a 1932, D. Essie Fuller (Baptista) assumiu a direção da
ETC desenvolvendo as experiências de ensino e práticas de trabalho
durante as férias.
Da turma de formandas de 1930 destaca-se a veterana obreira Ruth
Almeida (Meneses) que por muitos anos ensinou na ETC e ocupou o cargo
de deã do SEC, além de ser uma líder inconteste do trabalho da União
Feminina Missionária Batista de Pernambuco e no Brasil.
De 1933 a 1947, assumiu a diretoria da ETC D. Mildred Cox
(Mein) e dirigiu de modo inteligente os programas de atividade da Escola.
64
Introduziu inovações necessárias, com a aceitação ou rejeição das alunas
sob a responsabilidade da coletividade dos docentes; estimulou o papel
nobre de um professor que educa obreiras; incentivou o preparo sempre
crescente do mestre; convidou pastores e professores bem preparados para
assumirem a docência da Escola. . .
Um novo edifício é construído em 1937 e concluído em 1940, para
alojar as alunas da ETC e melhorar o programa de ensino.
O primeiro Dia de Educação Feminina foi observado em 1938,
mediante votação do plenário da Assembleia da União Geral de Senhoras,
sendo escolhida a data de 23 de junho, como oportuna para comemoração
anual, por ser o dia do aniversário de organização da União Geral de
Senhoras. Desde então, este dia tem servido de incentivo às igrejas, na
inspiração de vidas jovens ao ministério, e estímulo ao levantamento de
uma oferta de amor por esta causa de preparação de ceifeiros para a seara
do Mestre.
Ano marcante nesta história foi o de 1942, quando a ETC
comemorou as Bodas de Prata, com a dedicação do novo edifício ao
Senhor, que hoje se chama Cox-Taylor. Foi feita a escolha da sigla escolar,
as cores branco e verde, e a divisa permanente. Salmo 144:12b: "Para que
as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas como colunas de
um palácio". O hino oficial escolhido sob o título "Alegria no Labor".
Também foi organizada a Associação de Ex-Alunas, visando unir
as obreiras em atividade nos seus diversos campos, pois a seara é realmente
grande!
De 1947 a 1952 ocupou a direção da ETC a missionária D. Maye
Bell Taylor. Outros planos de desenvolvimento foram realizados; houve
dilatação do então Curso Superior para três anos letivos; as Leis
Trabalhistas entraram em vigor e trouxeram modalidades diferentes de
salários e uma nova organização administrativa.
2.3. PERÍODO DE EXPANSÃO
No período de 1953 a 1979 ocupou a direção da ETC a missionária
D. Martha Hairston que tão sabiamente dirigiu os destinos da Escola por
27 anos.
Foi neste período que a instituição tomou novo impulso e novas
ideias administrativas foram implantadas.
Tendo revelado interesse todo especial pela obra de assistência
social, D. Martha levou a junta da ETC a convidar a missionária D. Edith
65
Vaughn para inaugurar uma obra de serviço socíal-religioso relacionada
com a Escola; seria está a primeira entre muitas Casas da Amizade que
abençoariam o trabalho Batista no Brasil.
As instalações se tornaram pequenas para o desenvolvimento do
programa, e em 1955 inaugurou-se o novo prédio de administração com
salas de aula, gabinetes, secretaria e biblioteca, além da reforma no 19
andar do antigo prédio para internato, atingindo o refeitório e o salão
nobre. Em 1963, o dormitório é ampliado com um edifício anexo sob o
nome de "memorial às Ex-Alunas".
Com a ampliação do curso e o crescente número de matriculadas
aumentou-se o Corpo Docente e a equipe administrativa. Muitos servos do
Senhor têm se dedicado ao ensino nesta instituição com zelo e interesse em
ministrar aulas que inspirem as jovens obreiras em preparo.
Em 1957, a sede própria da Casa da Amizade foi inaugurada e este
serviço assistencial foi grandemente desenvolvido na comunidade e com
um programa de treinamento da aluna-obreira.
Mudou-se o nome da ETC para Seminário de Educadoras Cristãs -
SEC - em 1958. Houve uma profunda reestruturação dos cursos
ministrados: Bacharel em Educação Religiosa (4 anos) para as jovens que
possuíam o 2º ciclo escolar; e o Pedagógico-Religioso, para aquelas que
ingressaram no SEC apenas com o antigo curso ginasial. Áreas de
Especialização são implantadas no Bacharel: Educação Religiosa, Música
Sacra e Serviço Social Religioso.
Novos cursos foram implantados a nível de pós-graduação: os
cursos de Especialização em Educação Religiosa, Ministério Social Cristão
e Missões, sendo o único Seminário Batista no país a ministrar um curso de
Especialização em Missões, visando ao preparo mais específico de
missionárias para atender a uma seara realmente grande.
Uma nova organização administrativa entrou em funcionamento
com as diversas áreas de coordenação: académica, pessoal e finanças,
patrimônio, biblioteca, residência, assuntos comunitários e ministériosocialcristão.
A administração de D. Martha Hairston se caracterizou pela
eficiência, dinamismo e dedicação desta Serva do Senhor, e sua vida de
missionária continua servindo de constante inspiração a todas que
estudaram no SEC e às novas obreiras em preparo.
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2.4. PERTODO DE ATUALIZAÇÃO
Em 1980 tomou posse da direção do SEC, uma ex-aluna, a Profª
Lídice Gramacho Feitosa de Lima, sendo a primeira obreira nacional a
assumir tal função.
Os planos curriculares continuam sendo desenvolvidos e
atualizados visando a atender às múltiplas necessidades de uma
Denominação que cresce aceleradamente.
A equipe administrativa por todo trabalho realizado e, juntos,
missionários, funcionárias e professores, integram um só corpo e um só
ideal — preparar eficientemente as obreiras de hoje para um mundo de
mudanças.
O programa de atualização docente é incentivado atendendo ao
melhor preparo possível do docente.
Novas dependências são construídas e adaptadas a um novo e
dinâmico programa de treinamento.
O maior empreendimento nesta área foi a construção e instalação de
uma cozinha industrial sistema de restaurante, para atendimento a 300
pessoas, se necessário. Tal construção permitiu um novo e mais agradável
visual no refeitório e melhores condições de higiene e trabalho.
Um ponto de destaque é a promoção da Oferta de Educação
Feminina nestes últimos cinco anos! As senhoras e moças batistas
brasileiras têm respondido aos apelos e necessidades desta obra e
continuam firmes no propósito que assumiram no passado de se
responsabilizarem pela Educação religiosa da jovem mulher batista
brasileira. Assim é que alvos desafiadores têm sido ultrapassados todos
esses anos!
CONCLUSÃO:
Durante estes 68 anos de existência o Senhor tem abençoado
ricamente o SEC em todas as áreas de atividade.
Muitas jovens têm sentido a chamada do Mestre. Algumas têm
apresentado desculpas várias para não seguir a Jesus por toda a sua vida.
Mas o nosso Mestre nos adverte: "Ninguém que lança mão do arado e olha
para trás, é apto para o Reino de Deus". (Lucas 9:62)
Mas o Senhor Jesus continua a designar pessoas determinadas para
determinados lugares acertas missões.
Muitas das jovens que estudaram na ETC, hoje SEC, atuaram e
continuam ativando na grande seara do Mestre, nas mais diversas
67
atividades, como: professoras de escolas batistas, missionárias no Brasil e
no Estrangeiro, secretárias de igrejas e Juntas, redatoras de literatura
denominacional; diretoras de Educação Religiosa, regentes de corais e
congregacionais, coordenadoras e obreiras de ministério social cristão,
funcionárias de Casas da Amizade; professoras em seminários e institutos;
coordenadoras diversas, orientadoras de orfanatos; líderes das organizações
missionárias etc.
Apesar de todo esse esforço que o SEC empreende para preparar
obreiras, ainda é pouco para atender às necessidades e aos apelos do
mundo de hoje - E a advertência do Mestre continua presente: “A seara é
realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da Seara
que mande ceifeiros para a sua Seara”. (Mateus 9:37 e 38)
ANOTAÇÕES
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Lição 13 – Uma Bênção Chamada Dízimo 13
TEXTO BÁSÍCO Malaquias 3.10
Malaquias 3 . 10
L E I T U R A D I Á R IA
SECUNDA: A Viúva Pobre Mc 12.41-44 TERÇA: Coleta Para os Necessitados 2 Co 9.1-15
QUARTA: O Dizimo Gn 14.18-24 QUINTA: À Casa do Tesouro Ml 3.6-12
SEXTA: O Dever de Dizimar Lc 11.37-42 SÁBADO: O Valor da Oferta 2 Sm 24.18-25
DOMINGO: O Sacerdócio de Cristo Hb 7.1-10
INTRODUÇÃO
Objetivo da lição:
Incentivar o aluno a ser dizimista.
1. A OFERTA DA VIUVA
“E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observa a
maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos
ricos deitavam muito”. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas
pequenas moedas, que valiam cinco réis.
E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo
que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do
tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua
pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento”. (Mc 12.41-44).
É certo que o ministério de Cristo foi dominado por um sentido de
urgência: “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. Mas ei-lo
assentado diante da arca do tesouro. Não se limita a um relance casual de
vista: assenta-se. Observa como o povo traz o dinheiro à igreja. Verifica
quanto cada um dá. Compara a oferta com os haveres do ofertante. Chama
os discípulos (que talvez não se estivessem dedicando a observar coisa tão
secundária: dinheiro). Ensina-lhes qual princípio rege a avaliação da oferta.
Nem sempre dinheiro é coisa secundária aos olhos de Cristo; vale,
ou não, conforme represente - ou não - real sacrifício para quem o dedica a
Deus. Quando uma pessoa dedica a Deus uma importância que não lhe
faria falta – um sobejo - não dá grande coisa. Pouco importa qual o
montante em algarismos. Mas se alguém tira seu próprio sustento para o
serviço de Deus, dá oferta que Cristo julga valiosíssima.
13 Esta lição foi preparada por Boanerges Ribeiro.
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Que valiam os cinco réis da viúva? Nada. Mas o pão que ela deixou
de comprar, para poder dar ao Senhor sua oferta, essa valia muito. Cristo
ainda observa os fiéis, quando trazem ofertas, e a cada oferta atribui seu
valor. Quanto maior falta nos fizer o que dedicarmos ao Senhor, tanto mais
valioso será para ele. Foi a compreensão deste princípio que levou o rei
Davi a exclamar: “eu não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que
não me custem nada” (2 Sm 24.24).
2 . ORIENTAÇÃO APOSTÓLICA
2 Co 9.1-15. Paulo orienta a igreja para o levantamento de uma
coleta: v. 5 “Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos para
que primeiro fossem ter convosco, e preparassem d'antemão a vossa
bênção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não
como avareza. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também
ceifará”.
EXPOSIÇÃO
1. O DÍZIMO - CONTRIBUIÇÃO DE ALEGRIA
V. 7 “Cada um contribua segundo propôs em seu coração não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama o que dá com alegria”.
V. 10 “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para
comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da
vossa justiça”.
Da contribuição financeira depende nossa vida espiritual. Não é a
igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que
precisamos de trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende
disso. Quem semeia pouco, pouco também ceifará. Ceifará o que?
Dinheiro? Não: frutos de justiça. Veja o verso 10. Isto é, quando a oferta é
grande os frutos da justiça se multiplicam na vida do ofertante. (Não se
esqueça de que a medida de grandeza para a oferta é aquela dada por Cristo
no caso da viúva pobre).
Deus ama ao que dá com alegria. Então, subornaremos Deus com
dinheiro? Ou com dinheiro compraremos ingresso na Eternidade? Tolice.
Quem é ingénuo a ponto de pensar que o Senhor da Glória, de quem é todo
o ouro e toda a prata, se deixará mover pelo som do metal ou pelo tatalar
de cédulas recém (e abundantemente) fabricadas? Mas Deus ama ao que dá
com alegria. Não diz que Deus ama o que foi dado, mas a pessoa que deu.
70
Deus ama ao que dá. Ao que dá com alegria. Não se refere à alegria um
tanto astuta de não ser obrigado a dar mais, mas à alegria de ter podido dar
tanto. Está para encontrar-se a pessoa que, dando com alegria, dá pouco.
2 . O DÍZIMO EM RELAÇÃO A CRISTO E MELQUIZEDEQUE
2.1. Melquizedeque
Génesis 14:18-20, Abraão dá o dízimo a Melquizedeque: “E
Melquizedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do
Deus altíssimo. E abençoou-o, e disse: bendito seja Abraão do Deus
altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus altíssimo,
que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E (Abraão) deu-lhe o dízimo
de tudo." (Ed. Rev. e Corrigida de Almeida).
O dízimo não é apenas um detalhe do sistema religioso expresso na
Lei: é parte da relação normal entre o fiel e Deus.
Quando foi que Abraão deu a Melquizedeque o dízimo de tudo?
sob a lei de Moisés? claro que não. Abraão viveu pela fé e pela fé foi
justificado. É o pai dos que creem. Mas, pelo que parece, o dízimo fazia
parte normal de suas relações com Deus, e ao encontrar um sacerdote
legítimo deu-lhe o dízimo de tudo.
Hebreus 7, interpretação do sacerdócio de Melquizedeque: v.4
“Considerai pois quão grande era este a quem até o patriarca Abraão deu os
dízimos dos despojos.”
V. 8 "E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali,
porém aquele de quem se testifica que viver
2.2. Cristo
V.17 “Porque dele (Cristo) assim se testifica: Tu és sacerdote
eternamente segundo a ordem de Melquizedeque.”
O verso 4 mostra que no caso do dízimo de Abraão uma coisa é
certa; a importância do sacerdócio de Melquizedeque. Este era o tipo de
Cristo. Seu sacerdote era da ordem do sacerdócio de Cristo. Em
Melquizedeque, quem realmente recebia o dízimo era a ordem sacerdotal
que se alicerçava em Cristo, e da presença de Cristo derivava sua
superioridade. Quem foi de fato honrado naquela ocasião foi o sacerdote
eterno da Ordem: Cristo. Veja o verso 8. Diz que naquela ocasião tomou
dízimo aquele de quem se testifica que vive. Ao dar o dízimo a
Melquizedeque, Abraão não estava honrando o indivíduo historicamente
obscuro, mas seu sacerdócio. E desse Sacerdócio Cristo é a consumação.
71
Ao dar seus dízimos Abraão realmente honrava Cristo, sacerdote e rei
eterno.
3. VALIDADE PERMIANEISTTE DO DÍZIMO
É certo que, mudando-se o sacerdócio, muda-se a lei. Mas nosso
sacerdócio não foi mudado. Abraão deu dízimo a Melquizedeque, e nós
somos representados diante de Deus pelo sacerdote eterno da ordem de
Melquizedeque, Cristo. Portanto permanece o dízimo como parte de nossas
relações com Ele. Em Lucas 11.42, Jesus censura os escribas e os fariseus:
“Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda e toda a
hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas
coisas, e não deixar as outras.”
Não os censura por darem o dízimo, mas por julgarem que o dízimo
substitui a base real das relações com Deus. Sem o amor de Deus o dízimo
não somente é inútil, mas pode tornar-se nocivo, criando na alma o
sentimento de suficiência e satisfação enganosa que poderá perdê-la. E
indispensável, como ponto de partida de nossas relações com Deus, uma
regeneração. Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com
dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo não
devemos deixar de dar o dízimo. E o que Cristo diz. Malaquias 3.10. Deus
manda trazer todos os dízimos à sua Casa: “Trazei todos os dízimos à casa
do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e depois fazei prova
de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abriras janelas do céu, e
não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança.”
4. DÍZIMO - ATO DE FÉ
É claro que dízimo é ato de fé. A um povo empobrecido, cuja
pobreza estava mal dividida, havendo alguns na opulência e muitos na
miséria, Deus manda que, para começar, tragam o dízimo. Primeiro,
mantimento na Casa do Senhor. Depois..., depois, esperar em Deus. O que
ganhavam não lhes bastava para o sustento. Pois bem, então tirassem a
décima parte e a trouxessem ao Senhor. Na casa deles não havia
mantimento bastante e o Senhor queria mantimento na casa dele primeiro.
Antes, era insuficiente. Agora, dizimada a insuficiência, ou Deus lhes daria
mais ou passavam fome. Ou creem na Palavra Divina e trazem o dízimo,
72
ou não creem. Tinham de arriscar em Deus o próprio sustento. Matéria de
fé em Deus, pura e simples.
Você me dirá que para algumas pessoas já o dizimo não é expressão
de fé porque não é parte do sustento, mas sobra perfeitamente. Leve-os até
a arca do tesouro, assente-os ao lado de Cristo para ouvirem a avaliação de
Cristo. Mas trate de seu caso, meu leitor. O dízimo, para você é sacrifício?
Seu ordenado é insuficiente? Há doença em casa, ou parentes a sustentar?
Pois então comece pelo dízimo, como ato de fé na Providência divina.
Leve os seus dízimos à igreja onde você adora a Deus.
5. ADMINISTRAÇÃO DO DÍZIMO
Todos os dízimos à casa do tesouro. Era está um anexo do Templo,
aonde levavam dízimos e ofertas. Não se encontra na Bíblia uma categoria
criada por nós: a do fiel que administra seu próprio dízimo. Todo o dízimo
deve ser levado à Casa de Deus onde damos adoração. É parte dessa
adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num hospital, nem
escrevemos a oração para que a leiam num orfanato: damos a Deus
adoração integral em sua casa. Nada impede que façamos outras ofertas
além do dízimo e as destinemos às causas que nos comovem. Mas o dízimo
é para manutenção do culto, e parte do culto que devemos a Deus.
Ninguém pode ser cristão avulso. Se havemos de administrar o dízimo,
administremo-lo com nossos irmãos, na igreja, participando das
assembleias e das eleições.
CONCLUSÃO
O dízimo, pois, é ato de fé, e parte do culto. Quando o paraquedista
salta no espaço, só poderá fazê-lo com o paraquedas fechado. Este se abre
depois, quando o corpo já se despenhou. O homem que pretende abrir
primeiro seu paraquedas no avião, e saltar com ele aberto, terá de procurar
outra profissão. Se você pretende ter relações com Deus, terá de confiar
nele e em sua Palavra. Se não confiar, procure outro deus. O nosso exige fé
da parte daqueles que o buscam. Pois meu leitor, aceite o convite de Deus
para uma experiência: faça prova de Deus; comece a dar hoje mesmo todo
o dízimo à sua igreja. Atire-se no espaço. É certo que nosso Deus é honesto
e digno de confiança. Até ao dia presente não se conhece caso de pessoa
que confiasse nEle e fosse por Ele abandonada.
73
E assim, trazido ao Senhor como expressão de fé em sua
providência um dinheiro que para nós e nossa família é pão, vestuário e
teto, mas que com alegria trazemos à Casa de Deus, adorando a Cristo,
nosso sacerdote eterno – o dízimo será para nós bênção, e não avareza.
PONTOS PARA DISCUTIR
1. O que é importante em nossa oferta?
2. Eu devo administrar o dízimo?
3. O dízimo é imposto ou ato de mito?
ANOTAÇÕES
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Lição 14 – Consumismo 14
TEXTO BÁSÍCO Mateus 6.25-34
LEITURA DIÁRIA
SEGUNDA: Conformismo com o Mundo Rm 12.1-2
TERÇA: Ansiedade da Vida Mt 6.25-34 QUARTA: Vida de Fé Hb. 11.13-16
QUINTA: Fim da Avareza Lc 12.13-21 SEXTA: Cobiça Tg 4.1-5
SÁBADO: A Liberdade da Terra. Lv 25.8-34 DOMINGO: Dependência de Deus Fp 4.10-20
INTRODUÇÃO
Objetivo da lição:
Persuadir o aluno a combater o consumismo.
Estou convencido de que este é um dos maiores males da nossa
época. Infelizmente a maioria dos cristãos ainda não percebeu o quanto já
foram engolidos por esta síndrome. Parece que nos acostumamos de tal
maneira a conviver com o consumismo de nossa era, que não conseguimos
distinguir com clareza a maneira pela qual devemos nos comportar, como
discípulos de Jesus, diante dele.
Este fato não é muito difícil de ser notado se formos sinceros em
nos autoavaliar. Valorizamos em demasia a estética, o novo, o "bonito" que
são sempre definidos de acordo com os valores e padrões da sociedade. O
que fazemos nós, com palavras, como as de Paulo, em Romanos 12.1-2; de
Jesus, em Mateus 6.33, ou com as do escritor da carta aos Hebreus, que no
contexto da exposição sobre os heróis da fé, fala do valor daqueles que
buscam uma pátria superior (Hb 11.15-16)?
Na verdade, o nosso problema é que vivemos tempos de muita
afluência económica, tecnológica, psicológica entre outras e nos
esquecemos de que o discipulado de Jesus tem um preço.
O surgimento das teologias modernas sobre a prosperidade, a saúde
e o sucesso, têm feito muitos cristãos sinceros perderem o foco central do
compromisso cristão. Como filhos do rei estamos dispostos a desfrutar do
"bónus" (vantagens) do Reino, mas não queremos participar do ónus
(desvantagens), deste mesmo Reino.
Jesus, quando foi definir como seriam os seus seguidores, disse: "se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz
e siga-me" (Lc 9.23). Qualquer que seja a interpretação que se queira dar a
este versículo, ela terá que considerar como parte integrante do discipulado
14 Esta lição foi preparada por Hilton Figueiredo de Oliveira.
75
de Jesus, o sofrimento, o sacrifício, o abrir mão de privilégios e regalias,
por amor daquele a quem queremos seguir.
1. O CORAÇÃO
1.1. O Coração Iludido
EXPOSIÇÃO
A primeira preocupação que devemos ter é a de não nos permitirmos
dominar por algumas ilusões com relação ao consumismo. Estas ilusões
nos fazem pensar que não estamos contaminados por este mal, e que
estamos andando como bons discípulos de Jesus. Geralmente nos iludimos
ao tomar algumas decisões externas e temporárias. Por exemplo: não
comprar muitas roupas novas, não trocar o carro agora, não reformar a
casa, não trocar o carpete, etc...
1.2. O Coração Consciente
Consideremos agora as palavras de Jesus em Mateus 6.19-21. Esta é
uma passagem muito interessante das Escrituras, porém, ela pode ser
entendida de uma forma errada. Muitos ao lerem este trecho do Sermão do
Monte, parecem entender que ao encontrarem o lugar em que está o seu
coração, automaticamente encontrarão o seu tesouro. Há um equívoco
nesta maneira de entender o texto sagrado. O que Jesus está dizendo, é
exatamente o inverso. Se você quer saber onde está o seu coração,
descubra onde está o seu tesouro.
Não adianta apenas ter a atitude certa, é preciso ter a motivação, a
intenção, a disposição e o coração no lugar certo (no tesouro), para
podermos ter atitudes coerentes com as esperadas naqueles que se dizem
seguidores de Cristo.
A grande lição de Jesus é que, se o nosso coração estiver
genuinamente voltado e preocupado com o Reino de Deus (o tesouro),
nossos atos e atitudes expressarão nossa fé e o verdadeiro amor de Jesus.
Consequentemente a primeira mudança radical que precisamos
experimentar não é em nossos atos, mas em nosso coração. Se
conseguirmos cultivar esta disposição, os outros aspectos do problema do
consumismo serão resolvidos como uma feliz e agradável consequência em
nossa vida cristã.
76
2 . AS POSSES MATERIAIS
Hoje em dia somos bombardeados com a ideia diabólica de que
temos direitos irrestritos sobre aquilo que é nosso. Esta ideia é expressa de
forma aceitável através do conceito da individualidade, o qual afirma: "é
problema meu o que eu faço com as minhas coisas (posses), ninguém tem
nada com isto"; e para alguns cristãos: "nem Deus, nem a igreja".
A Bíblia é absolutamente contra este conceito. Ela nos ensina que
todas as coisas pertencem a Deus, portanto devemos tratar o nosso dinheiro
e as nossas posses, com a certeza de que iremos dar contas a Deus daquilo
que fizermos com o que Ele tem nos emprestado.
2.1. De Quem são a s Posses?
Ageu 2.8 - Tudo pertence a Deus. O povo estava desanimado com a
aparência do templo, quando foi surpreendido com esta afirmação do
Senhor. Mais uma vez, o Senhor está mostrando que é impossível ao
homem alcançar o padrão divino sem uma atitude correta de coração.
Levítico 25.23 - neste trecho da Lei de Moisés, Deus é ainda mais
enfático quanto à sua prerrogativa sobre as posses.
Nada pode ser negociado definitivamente pois o único proprietário, na
realidade, é o próprio Deus. A legislação teocrática instituída por Deus
para o seu povo trazia embutida a ideia da redistribuição das riquezas de
maneira justa. Para isto é que foi instituído o Ano do Jubileu.
2.2. O Desejo de Possuir
Êxodo 20.17 - o décimo mandamento é contra toda e qualquer
forma de anseio pelo que não é nosso. Inveja pelas posses do outro, ou até
mesmo o fato de não conseguirmos nos conter diante de uma vitrine, no
desejo de adquirir algo, é cobiça.
Tiago 4.1-3 - este problema é tão sério para o ser humano, que
Tiago associa as guerras, a opressão e o desejo incontrolável de se ter as
coisas, com o pecado da cobiça.
3. O DESAFIO
Que fazer diante de tamanhos desafios? Se realmente cremos na Bíblia
como palavra de Deus, é imprescindível que busquemos nela a orientação
para moldarmos nosso coração, nossa mente e consequentemente nossas
atitudes.
77
4. ATITUDES CRIATIVAS DIANTE DO CORRIQUEIRO DA VIDA
4.1. Trabalho
Para que Deus instituiu o trabalho? Será que foi para podermos
enriquecer e juntar bens? Esta pergunta só tem uma resposta: um sonoro
NÃO.
Efésios 4.28 - Este versículo está falando das mudanças que
acontecem quando alguém se encontra com o Senhor Jesus Cristo. É neste
contexto que Paulo fala sobre o propósito do trabalho. Ele diz: o fruto do
trabalho deve ser usado para administrar a nossa vida, a de nossa família e
a daqueles que não têm como suprir as suas necessidades básicas.
Este último propósito é um desafio muito grande, pois, nos dá uma
perspectiva mais abrangente sobre o que fazer com o fruto do nosso
trabalho, que Deus tão graciosamente nos outorgou. É, no mínimo,
interessante considerar que Deus, quando nos permitiu ter o nosso trabalho,
não pensou apenas no nosso bem estar e no de nossa família.
4.2. Poupança
Uma preocupação e incentivo em nossa cultura atual, é a de
guardarmos o máximo que pudermos, garantindo assim nosso futuro, o de
nossos filhos, e às vezes, até dos nossos netos. É preciso colocar que até
mesmo este cuidado de planejamento e organização financeira, que todos
devemos ter, precisa ser orientado por princípios bíblicos e não apenas
pelas melhores oportunidades ou opções do mercado financeiro.
Em Lucas 12.16-21, Jesus conta a parábola do fazendeiro rico. Ele
ganhou tanto com a sua produção, que não tinha como armazená-la. Ele,
então, decide reestruturar seus depósitos e guardar tudo. Depois disto feito,
ele diz para si mesmo: "descansa, come, bebe e regala-te".
Muitos, hoje em dia, aplaudiriam a atitude deste homem de
negócios. Afinal de contas ele foi muito bem sucedido e garantiu o seu
futuro. Jesus, no entanto, o chama de louco. De quem queremos receber
aplausos? Se temos dinheiro que nos permite oportunidade de poupar, será
que não deveríamos buscar orientação do Mestre sobre como e onde
devemos aplicar este dinheiro? Lembre-se de incluir nesta conversa com
Deus a possibilidade de um investimento que não traga nenhum benefício
financeiro direto, mas que seja bênção na vida de outros.
78
4.3. Prazer
Vamos terminar o nosso estudo corrigindo um possível equívoco
bastante comum, quando este assunto é tratado. Ao analisarmos o
consumismo, podemos incorrer no erro de achar que qualquer tipo de
prazer ou de usufruir dos nossos bens, não é conveniente para o cristão ou
está, de algum modo, ligado ao pecado consumista. Deus está interessado
em que tenhamos prazer e lazer. Em 1 Timóteo 6:17 Paulo exorta aos ricos
que não sejam orgulhosos, porque é Deus quem proporciona tudo para o
nosso prazer.
Devemos nos lembrar de que tudo o deve ser encarado como uma
boa dádiva. Em Fílipenses 4.12, Paulo nos ensina que é preciso aprender a
viver feliz, em toda e qualquer situação.
Se suas necessidades básicas estão supridas, porém, não há sobras,
busque a Deus. Peça a Ele ajuda para encontrar soluções criativas, mas não
abandone o sonho de um tempo gostoso de prazer e lazer para sua família.
Para aqueles que vivem uma situação, na qual, até mesmo as
necessidades básicas não estão sendo supridas, a solução é a mesma:
busque a Deus, confie nele, pois. Ele agirá em seu tempo. Lembre-se ainda
de que o próprio Deus lhe providenciou a família da fé, onde situações
como estas deveriam ser compartilhadas e soluções encontradas permitindo
que mesmo na dificuldade seja possível desfrutar do prazer e do lazer.
E no caso daquele que tem todas as necessidades supridas e ainda
há sobras? O caminho é sempre o mesmo: busque a Deus. O desafio é
desfrutar do que Deus lhe proporcionou, sem perder de vista a
possibilidade de ser bênção para outros.
CONCLUSÃO
Concluindo, devemos ter prazer através do lazer e podemos
desfrutar de todas as dádivas de Deus em nossas vidas. No entanto, não
podemos, jamais, deixar de lado o princípio de que tudo o que Deus nos dá
é para ser bênção na nossa vida e na vida de outros.
PONTOS PARA DISCUTIR
1. Por que o consumismo é um dos maiores males de nossa época?
2. Para que Deus instituiu o trabalho?
8. Qual a relação existente entre dinheiro e prazer? (1 Tm 6.17).
79
Lição 15 – Compromisso com o Serviço 15
A missão da igreja primitiva e a missão da igreja
atual
A primeira coisa que devemos pensar quando falamos de serviço é no
caráter da pessoa que realiza esse serviço. Principalmente quando tratamos
de serviço cristão. Por isso gostaria de introduzir este estudo com um breve
comentário sobre o versículo inicial da carta de Paulo aos Romanos, onde
ele afirma que é "servo de Jesus Cristo".
O texto em sua versão grega traz a palavra "doulos", que ao invés
de ser traduzida como servo, pode ser melhor entendida como escravo. E
deste sentido em grego podemos tirar algumas lições importantes sobre o
caráter de todo aquele homem e mulher que se prontificam a realizar o
serviço cristão.
Uma das primeiras ideias é que um escravo cumpre a vontade de
seu senhor, por necessidade absoluta, sem se importar com sua própria
vontade ou seus sentimentos pessoais. Prevalece, em primeiro lugar, a
vontade de seu senhor. O versículo, portanto, nos ensina que para sermos
fiéis ao serviço de Cristo é preciso negar a nós mesmos e seguir
incondicionalmente a Cristo.
O termo "doulos", também expressa a ideia de que esse serviço diz
respeito àquele que pertence a Cristo; que deve ser realizado por lealdade a
Cristo apenas. Assim como Paulo se via como escravo de Cristo, todo o
cristão deve ter a sua vida em dependência total ao Senhor e, por isso,
15 Esta lição foi preparada por Ricardo Luiz de Freitas, bacharel e mestre em Teologia pelo Seminário
Teológico Batista do Sul do Brasil, Rio de Janeiro, RJ.
80
voltada para a diaconia que é o termo bíblico usado para o serviço ao outro.
A diaconia ou serviço ao outro são necessidades do ministério individual e
coletivo de cada cristão e da igreja.
Por meio da diaconia precisamos demonstrar que, por amor a Cristo
e ao próximo, deixamos nossas vontades, costumes, conforto e manias para
realizar a vontade de Deus. Que através do serviço ao outro, ou seja, a
diaconia, nossa vida seja um exemplo fidelidade ao ministério de Cristo.
JESUS CRISTO, O DIÁCONO
O Novo Testamento possui vários termos para o conceito de servir,
contudo a expressão que mais nos interessa é diakoneo', que possui o
significado especial de serviço inteiramente pessoal, prestado ao outro.
Jesus Cristo, através de seu exemplo de vida, chama os seus servos e
servas para compartilhar das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias
da humanidade. Ele mesmo se apresenta como diácono: "Pois o próprio
Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
em resgate de muitos"(Mc. lO. 45)."'
Quando Jesus se apresenta como diácono, não é apenas para si, mas
é também uma ordem para a comunidade de seus seguidores e seguidoras,
deste modo ele descreve o sentido de sua vida. Contudo, mais do que
solidarizar-se, Jesus ordena aos seus seguidores que respeitem a todos e
sejam servos de todos.
A diaconia é o serviço prestado em benefício da outra pessoa e
neste conceito Jesus estabelece uma oposição ferrenha ao modelo de poder
caracterizado pelas ideias da filosofia grega de seu tempo. Entre os gregos
e romanos, o ideal era ser livre e autónomo e não depender de ninguém.
Assim, Jesus inverte duas polaridades. Por um lado, ele afirma que poder
se dá no serviço, ou seja, que na concepção cristã a autoridade tem o dever
de servir aos demais. Governantes, de acordo com a lógica do mundo, são
os que exercem domínio. Por isto Jesus provoca: líderes são os que servem,
não os que dominam e intimidam. Por outro lado, Jesus também inverte o
pensamento grego (de autonomia e autossuficiência) quando reconhece que
seres humanos necessitam uns dos outros. Diaconia é ir ao encontro das
pessoas que necessitam de ajuda.
O termo diaconia demonstra um elemento fundamental para a vida
do cristão que deve ser não apenas um desejo, mas uma realização no seu
dia-a-dia. Contudo diaconia não é apenas ação social, pois a sua motivação
não é apenas suprir as necessidades sociais, mas procura trabalhar o
81
homem de maneira integral. Como membros da igreja de Cristo, devemos
compreender que é fundamental realizar a diaconia ou o serviço ao outro,
pois assim estamos sendo diáconos uns dos outros assim como Cristo o foi.
A IGREJA E O CHAMADO PARA A DIACONIA
Nos primeiros séculos da era cristã a diaconia da igreja se situava
particularmente na dimensão da caridade'', do servir ao outro. No Novo
Testamento a palavra "diaconia" chegou a ser uma palavra-chave para
caracterizar a participação de todos na vida da igreja. Um bom exemplo é o
apóstolo Paulo, que fala do seu ministério como "diaconia".' O conceito de
"diaconia" descreve ainda no Novo Testamento a ideia de organização
interna da vida comunitária, este princípio leva os membros destas
comunidades a renúncia de títulos e a fraternidade que se enraíza na
caridade.
A igreja é chamada para testemunhar a diaconia de Cristo e, da
mesma forma que Ele assumiu em tudo a condição humana, menos o
pecado, a Igreja igualmente deve compartilhar das alegrias e esperanças,
das tristezas e angústias dos seres humanos. A comunidade de salvos
recebeu a missão de anunciar o Reino de Deus e de estabelecê-lo em todos
os povos. Por isso a igreja deve prestar serviços à comunidade, porque os
ministérios instituídos no período apostólico continuam a partir da igreja e
se revestem de uma característica especial, pois ao mesmo tempo em que
são realidades humanas, estas trazem a marca de seu tempo, de sua origem
e fundamento em Cristo Jesus. É preciso compreender que a diaconia
descrita nas Escrituras e percebida na vivência da igreja primitiva, surge
como uma característica do cristão, um estilo de vida, um modo de ser.
A diaconia na prática das igrejas primitivas não implicava um poder
cúltico ou em privilégios, mas em primeiro lugar era para servir a
comunidade toda "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço (diaconia), para a edificação do corpo de
Cristo".
A diaconia é parte fundamental do ministério da igreja. Qualquer
esforço para cumprir a Lei é diaconia, ministério da morte, ministério do
juízo. A própria fé no Evangelho é diaconia, ministério do Espírito,
ministério da justiça (2 Co. 3.7-9)'. A diaconia é o serviço da igreja no
campo sócio-político-cultural.
82
A REALIZAÇÃO DO SERVIÇO CRISTÃO
O cristão deve realizar o serviço ao outro, seja ele individualmente
ou coletivamente pois a experiência com Cristo gera no homem e na
mulher integrada à igreja um sentimento de abertura aos outros,
sensibilidade aos dramas do subdesenvolvimento, coragem na denúncia
das injustiças sociais, compromisso nos movimentos populares numa
perspectiva de mudança qualitativa da sociedade, crítica política em
relação às manipulações a que as classes dominantes submetem tanto o
Estado quanto a própria igreja.
A igreja e os seus membros devem dar a sua contribuição no
restabelecimento do Reino de Deus, Reino este que não deve ser apenas
enunciado e proclamado, mas sim mostrado. A igreja não pode se deter
sobre si mesma, o exemplo de Cristo a impulsiona para o serviço à
humanidade.
O mundo é o lugar em que temos de testemunhar e servir, sofrer e
morrer por Cristo. Isso implica na consciência do cristão no mundo.
Através da fidelidade aos propósitos de Deus, cristãos e cristãs devem usar
os seus dons e talentos para que o Evangelho de Cristo seja proclamado
integralmente a todos os homens e mulheres.
ANOTAÇÕES
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Lição 16 – Os Batistas de Pernambuco e o
Ministério Social Cristão 16
I - BASE BÍBLICA:
II Coríntios 8:1-14; Gen. 4:9; Luc. 4: 18-19; Fil. 2:3-4; II Cor. 5:18-20; Mat. 5:16;
João 10:9-10; Prov. 17:5; Is. 58:1-10; Mat. 25: 35-36; Luc.10:30-37; Lev. 19.
SUGESTÃO PARA O PROFESSOR: Leia II Cor. 8:1-14 em várias
traduções, estude com a classe versículo por versículo descobrindo a
alegria de participar no ministério de ajuda como fizeram as Igrejas da
Macedónia.
Destaque:
1) os crentes da Macedónia contribuíram financeiramente para os cristãos
de Jerusalém.
2) reconsagraram suas vidas ao Senhor.
3) serviram de exemplo para os crentes da Igreja de Corinto.
4) decorar o v.2: “Apesar de terem passado por muitas dificuldades e
apertos, misturaram sua maravilhosa alegria em sua profunda pobreza, e o
resultado foi uma superabundância de ofertas para os outros.” NTV.
- Recorde a história do Bom Samaritano (Luc. 10: 30-37) enfatizando a
ordem “cuide dele”. É responsabilidade da Igreja, não só pregar o
Evangelho do Reino de Deus, mas cuidar dos necessitados.
- Na Bíblia há 300 referências sobre os pobres. Deus é sensível à situação
precária do pobre, os dois pecados mais graves para os hebreus eram:
rejeição do culto ao Deus verdadeiro e a opressão aos pobres, estrangeiros,
órfãos e viuvas. (Lev. 19.)
- Na Igreja primitiva do Novo Testamento os pobres não poderiam ser
esquecidos. Jesus condenou os opressores e anunciou o castigo. (Atos
2:44-47, 4:33-37, 6:1-7, 11:28-30, etc.)
II - BASE HISTÓRICA: Hospital Evangélico, Casa da Mizade, Lar
Batista, Cidade Evangélica dos Órfãos, Lar Batista do Ancião, e outros.
SUGESTÃO PARA O PROFESSOR: Conheça pessoalmente estas
instituições através de visita planejada com os seus alunos. Telefone antes
para marcar a visita e saber o que seria de mais necessidade para levar
como presente. Combine com os alunos e visite um domingo à tarde uma
ou mais destas instituições. Lance um desafio aos alunos para não somente
16 Esta lição foi preparada por Ycléa Cervino.
84
levarem dádivas materiais, mas se apresentarem como voluntários, dando
do seu tempo, habilidades e bens para ajudar nestes trabalhos.
— Pense com os alunos na sua própria comunidade, suas
necessidades e carências, e o que a Igreja poderia fazer para supri-las.
Planeje com eles um projeto comunitário onde todos possam participar
procurando soluções conjuntas para aliviar a situação dos pobres, dos
anciãos, das viúvas, das crianças de rua, dos mendigos, dos drogados e
alcoólatras, das prostitutas, dos analfabetos, etc.
— Lembre-se que em qualquer projeto, visita ou movimento de
ajuda ao próximo, o Evangelho deve ser levado em primeiro lugar, e todas
as ações devem ser feitas em nome de Jesus.
1. HOSPITAL EVANGÉLICO:
Rua Frei Jaboatão, 301. Torre. Telefone: 228.0588
O Cristianismo se baseia em três pontos principais: pregar, ensinar
e curar (Lucas 4: 18-19). Cumprindo este ministério surgiu o Hospital
Evangélico, como Associação Beneficente, por um grupo de crentes
batistas e presbiterianos. Dentre eles destacamos: Pr. Pereira Sales, Pr. Joel
de Souza, Pr. Antônio Dorta e Ivo Bosch. Outros grupos evangélicos têm
participado, mas ainda hoje o presidente da Junta Administrativa é um
Batista, o Pr. Antônio Marques Lisboa Dorta e o coordenador também o é,
Dr. Auriel Marques.
O Hospital pertence à Associação Evangélica Beneficente de
Pernambuco que vive das contribuições de seus associados e tem como
presidente o Pr. José Castor de Oliveira, e vice o Pr. Paulo Ortêncio.
Embora mantenha convénio com 58 entidades públicas, o custo da
manutenção de um hospital que se firme no conceito da população como
prestador de bons serviços é muito alto, além das verbas governamentais,
por isto, carece da ajuda das igrejas, tanto das orações, como das ofertas
em serviços e objetos materiais. (Informações obtidas através do Pr.
Antônio Lisboa Dorta)
2. ABRIGO DE VELHOS SALOMÃO GUINSBURG:
(desativado)
No início da década de 1940 a Segunda Igreja Batista da Torre,
devido a uma necessidade imperiosa, organizou o Abrigo de Velhos que
até 1950 abrigou pessoas carentes da Igreja, inclusive diáconos fundadores
85
(José Aurélio e O. Agueda). Após à morte destes, a Igreja precisando de
espaço fechou o Abrigo, continuando, no entanto, a sociedade beneficente
que dava assistência às pessoas da Igreja e de fora, e funcionou até bem
pouco tempo. (Informações do Pr. Antônio Lisboa Dorta)
3. CASA DA AMIZADE DO SEMINÁRIO DE
EDUCADORAS CRISTAS
Rua Othon Paraíso, 132. Torreão. Recife. Telefone: 241.5120.
Há mais de três décadas o Espírito Santo de Deus impulsionou
obreiros aqui no Brasil, como também da outra América, a tomarem
iniciativa para que fosse implantado o abençoado Ministério Social Cristão
que conhecemos como Casas da Amizade.
Em 1952 Miss Edith Vaughn, diretora da Casa da Amizade em
Louisville, Ky., convicta da chamada divina para trabalhar no Brasil foi
nomeada e enviada. Em julho de 1953 a Profª Martha Hairston, nova
diretora da Escola de Trabalhadoras Cristãs (hoje SEC), apresentou à Junta
Cooperativa da instituição um projeto visando convidar a missionária Edith
Vaughn para abrir uma Casa da Amizade.
No dia 11 de maio de 1954 iniciaram as atividades em grupos na
Casa da Amizade do SEC. Cinco membros da Junta cooperativa
colaboraram para o início do trabalho: Lídia Ramalho, Julia Vilar
Rodrigues, Olívia Oliveira, Amazonila Munguba e Celina Azevedo.
Voluntários das Igrejas Batistas mais próximas e dezenove Secistas e
Seminaristas lideram os primeiros grupos. Houve matrícula de 346
pessoas.
A Casa da Amizade é um centro social religioso, departamento de
treinamento para os estudantes do Seminário de Educadoras Cristãs, e de
serviço ao povo da comunidade. É uma agência religiosa, social, recreativa
e educacional atingindo pessoas de todas as faixas etárias, condições
sociais, raças e religiões.
Seus alvos desde o início têm sido: treinamento e serviço. Treinar
as alunas do Seminário que em contato com o povo necessitado aprendem
a usar as melhores técnicas de ajuda ao indivíduo, ao grupo e à
comunidade. Treinar e capacitar lideranças, dentro e fora da comunidade
para atuar na mudança e desenvolvimento da sociedade como um todo.
Coopera com o Estado, a família, a Igreja, a escola, os hospitais, postos de
saúde e demais agências para o desenvolvimento da comunidade.
86
O programa inclui atividades espirituais (cultos, aconselhamento,
estudos bíblicos em grupo, distribuição de literatura evangélica,
testemunho pessoal dos funcionários, encaminhamento às igrejas da
comunidade); saúde (clínica médica, enfermagem, venda de medicamentos
pelo preço do custo, distribuição de amostras grátis, palestras de higiene e
saúde, campanhas de uso de filtros, exame de laboratórios, orientação
alimentar); educação (grupos de estudo, incentivo à instrução, convénio
com colégios da comunidade para obter vagas para todas as crianças em
idade escolar, distribuição de material escolar e farda, banca escolar,
alfabetização de adultos, classes para excepcionais, cursos
profissionalizantes periódicos); sociais (recreação regular orientada com
grupos, festas especiais, casamentos civis e religiosos, cerimónias fúnebres
e conforto às famílias enlutadas, acampamento para jovens e crianças,
passeios ocasionais).
Outros serviços secundários incluem: distribuição de roupas e
sapatos usados, distribuição de alimentos em horas de crise ou calamidade,
cooperação com a Secretaria de Saúde em campanhas de vacinação e na
descoberta de doenças infectocontagiosas, orientação higiénica e alimentar,
cooperação e entrosamento com outras agências de serviço comunidade.
(vide livro: "Milagres na Casa da Amizade", à venda na livraria JUERP).
4. LAR BATISTA ELIZABETH MEIN
Rua General Mena Barreto, 97 Cordeiro - Telefone: 228-4630 Data
de 1949 a ideia da irmã Valdivina Andrade de criar uma casa onde as
crianças órfãs tivessem abrigo, cuidados e carinho. Esta ideia veio
encontrar apoio no coração de um grupo de senhoras e moças batistas que
também compartilharam do mesmo ideal.
Em 1954, a União Feminina da Convenção Evangelizadora de
Pernambuco criou a Junta administrativa com a responsabilidade de
organizar o Lar Batista. O nome escolhido foi em homenagem à dedicada
missionária que muito incentivou as senhoras na concretização deste ideal.
Vencidos os primeiros obstáculos, foi, o mesmo inaugurado com
quatro crianças no dia primeiro de janeiro de 1956 na cidade de Carpina-
PE, sendo Kátia Maria Guimarães a primeira menina a chegar.
A primeira presidente da Junta Administrativa foi a grande
colaboradora, irmã Regina Barbosa, e a primeira orientadora interna a irmã
Beatriz Soares.
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As dificuldades de supervisão e a necessidades das meninas de
frequentarem o curso médio, fizeram que fosse a sede transferida para
Beberibe, município de Olinda, onde funcionou em uma antiga casa de
1963 a 1973, ano em que foi transferido para o Cordeiro. Esta nova sede
passou a funcionar numa casa de dois pavimentos, construída em terreno
doado pelo irmão Alfredo Andrade, grande colaborador desde a fundação.
O Lar Batista abriga, atualmente, 45 crianças, já tendo passado pela
casa uma centena delas. Para sua manutenção tem recebido ajuda da União
Feminina de Pernambuco, Igrejas Batistas, Diaconia, sócios e
colaboradores brasileiros e de outras nacionalidades. Ultimamente tem
recebido ajuda da Legião Brasileira de Assistência e da Fundação de Bem-
Estar do Menor.
(Informações obtidas através de Gedida Nogueira)
5. CIDADE EVANGÉLICA DOS ÓRFÃOS:
Tapera Pernambuco.
O irmão Genaro Barreto, filho de Pernambuco, alma generosa e
cheia de ideais, morava no Rio de Janeiro onde tinha uma vida próspera e
feliz, quando o orfanato nasceu no seu grande coração. Vendeu tudo que
possuía e veio para a sua terra adquirindo uma grande propriedade na
cidade do Cabo onde iniciou em 5 de julho de 1964 a Cidade Evangélica
dos Órfãos.
Neste engenho, chamado Stª Amélia, a instituição ficou por período
aproximado de oito anos, transferindo-se em seguida para o povoado de
Bonança, na cidade de Tapera, BR-232.
Faleceu o irmão Genaro Barreto na data de 29/10/76, mas os seus
filhos continuaram a obra com o mesmo amor. "Não é um ajuntamento de
crianças, mas casas lares que há mais de vinte anos procura cuidar da
criança carente e apresentar uma perspectiva espiritual de vida. Deus pode
transformar pessoas com problemas em cidadãos úteis e capazes de atuar
na sociedade". Esta é a palavra do Pr. Miquéias Barreto, atual diretor
presidente.
Hoje há uma população de 160 pessoas em 11 casas lares, escola,
capela, ambulatório médico-dentário, sala de recreação, biblioteca,
almoxarifado, secretaria e quadras de esporte (26 casas ao todo).
O Orfanato é dirigido por um Conselho Diretor eleito pelos sócios e
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renovado de dois em dois anos, além do diretor presidente, há o diretor
administrativo, o Prof. Silvino José Neto e o capelão, o Pr. Severino
Cardoso.
Em 25 de agosto de 1984 foi organizada a Igreja Batista na Cidade
Evangélica dos Órfãos com 44 membros, sob a direção do Pr. Severino
Cardoso.
Sendo uma instituição particular, no entanto, honra o nome dos
Batistas, pois foi fundada por um ilustre batista, e os diretores e
funcionários são batistas.
(Informações obtidas através do Pr. Miquéias Barreto e do CEO Notícias).
CONCLUSÃO
Pernambuco, embora sendo o Estado que apresenta o maior índice
de desemprego do país, tem a renda per capta terceira menor do mundo, a
maioria das igrejas não poderem sustentar o ministério integral, e em tudo
serem pobres, como as igrejas da Macedónia, não têm esquecido o
ministério da beneficência.
Desde o início do trabalho dos Batistas têm surgido projetos de
alívio e socorro para os pobres e desamparados, no entanto, ainda é pouco,
pois poderíamos ter feito e fazer muito mais.
Hoje os Batistas Pernambucanos estão alargando a sua visão e
novos projetos estão surgindo como o Lar Batista do Ancião, idealizado
pela Associação dos Diáconos, e levado a efeito com a compra de uma
casa no bairro da Várzea. Também projetos em convénio com a Visão
Mundial e a Diaconia, usando as potencialidades das Igrejas em ministérios
comunitários de ajuda ao próximo, se desenvolvem no sentido de
proporcionar o bem-estar do indivíduo e capacitá-lo para participar no
desenvolvimento de sua comunidade.
Não podemos esquecer a atuação da Missão Batista do Norte (Junta
de Richmond) que ajuda na Capital e no Interior do Estado com projetos de
auxílios às carências humanas.
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Lição 17 – A Alegria do Contentamento 17
TEXTO BÁSÍCO Filipenses 4.10-13
LEITURA DIÁRIA
SECUNDA: 0 Temor do Senhor Sl. 128 TERÇA: Contentes com o que Temos 1 Tm 6.6-9
QUARTA: A Felicidade dos Ímpios Sl 73 QUINTA: Ele Conhece Nossas Necessidades Hb 2.10-
18 SEXTA: Tribulações, Motivo de Gozo 1 Pe 4.12-19 SÁBADO: Tesouro em Vasos de Barro 2
Co 4.7-12 DOMINGO: Alegria do Contentamento Fp 4.10-13
Objetivo da lição:
Encorajar o crente a depender da vontade de Deus, tendo nele sua suficiência.
INTRODUÇÃO
Todos nós buscamos durante a vida toda a felicidade. Esperamos,
através da posse de bens e valores que o mundo nos oferece, alcançar essa
felicidade. Na maioria das vezes nos frustramos, quer por não conseguir o
alvo desejado, quer por não alcançar nas nossas realizações a felicidade por
completo. Nesse sentido, encontramos um ditado popular que diz "a
felicidade de pobre dura pouco".
Asafe, no Salmo 73, nos relata sua própria experiência de frustração
por depositar sua felicidade nos bens que aparentemente trazem a
felicidade aos ímpios.
O apóstolo Paulo tem posição diferente, quando relata em
Fíiipenses 4.11b-13 "...pois aprendi a estar satisfeito com o que tenfio. Sei
o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que o
necessário. Aprendi esse segredo e, portanto, sempre e em todo lugar e em
qualquer situação, eu me sinto contente, esteja alimentado ou com fome,
tenha muito ou tenha pouco. Posso enfrentar qualquer coisa com a força
que Cristo me dá" (SBB - Traduzo na linguagem de hoje).
Encontramos a razão de Paulo fazer tal declaração, sob a inspiração
do Espírito Santo, por saber que Deus é a única fonte de felicidade
verdadeira, pois não necessita de nada para fazê-lo assim. E ainda mais.
Deus nos torna tão felizes quanto Ele é. (Jo 1.16, SI 128). De sorte que,
mesmo quando temos pouco daquilo que o mundo oferece, temos bênçãos
espirituais que o Senhor nos dá.
17 Esta lição foi preparada por Vagner Antônio Sanaiote.
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Tanto Paulo, como o escritor da epístola aos Hebreus, nos fala da
alegria em contentar-nos com as bênçãos que o Senhor nos concede,
porque somos guardados pelo Senhor (1 Tm 6.6-9; Hb 13.5).
EXPOSIÇÃO
1. O SEGREDO DESSA FELICIDADE
A felicidade que o mundo oferece, na maioria das vezes, está
baseada nas circunstâncias da vida e em coisas externas ao homem. A
felicidade que Deus nos dá, vem de dentro do nosso coração, e não
depende de qualquer circunstância externa a nós. E por isso que o salmista
Davi exclama "Somente em Deus, ó minha alma espera silenciosa, porque
dele vem a minha esperança" (SI 62.5).
1.1. Felicidade Real e Não Aparente
Quando vemos o ímpio com suas riquezas e sua aparente felicidade,
não podemos contemplar o seu interior, e até mesmo nos esquecemos do
seu final, como ocorreu com o salmista no Salmo 73.2,3,17. A felicidade
dele é aparente e seu final trágico.
A felicidade que Deus nos dá está presente mesmo no meio das
maiores dificuldades (2 Co 4.7-18). Nos entristecemos quando
circunstâncias adversas nos cercam, como todo ser humano; entretanto,
podemos estar capacitados por Deus para mesmo nessas ocasiões
mantermos nosso contentamento (vs. 17, 18).
1.2. Promessa de Socorro
Em segundo lugar, temos a promessa de que o Senhor Jesus é
poderoso para nos socorrer. (Hb 2.18). Ele não somente é poderoso, mas
conhece todas as nossas dificuldades e sofrimentos, pois Ele passou por
todas as provações, sofreu quando tentado, e conhece todas as nossas
necessidades. (Hb 4.15- 16).
O crente, quando aprende o segredo de que Paulo fala, nos
momentos em que passa por problemas não murmura, não resmunga, não
reclama de Deus; pelo contrário, ama a Deus e glorifica o seu nome,
confiado nas promessas de socorro bem presente.
Quando manifesta seu descontentamento pelas dificuldades que
está enfrentando, o faz através da oração. (Fp 4.7; 13).
1.3. De onde Vem a Felicidade
Outro aspecto importante de nossa felicidade é o fato de que ela é
obra de Deus (Fp 4.11,13; 2 Co 12.9; Rm 15.13).
Não se trata de uma aceitação passiva da situação em que nos
encontramos, mas antes, é a certeza positiva de que Deus tem suprido
91
nossas próprias necessidades (Mt 6.25-32; I s 49.13). Podemos então estar
contentes por haver sido satisfeitos pela graça de Deus.
Ela é produzida em nós através de sua palavra e por uma profunda
comunhão entre nós e Deus (Jo 15.11; SI 128.1-4; At 2.46). É fruto da ação
intensa do Espirito Santo em nós (At 13.52; Gl 5.22).
1.4. A Felicidade para Jesus
A alegria do crente, que faz a sua felicidade, está ainda alicerçada
em fazer a vontade de Deus (SI 128.1; Rm 12.2). O cumprir a vontade de
Deus não só opera em nós felicidade, mas também a felicidade deriva do
fato de estarmos fazendo a vontade de Deus.
O próprio Senhor Jesus, quando interpelado por seus apóstolos,
declarou que o que o satisfazia era fazer a vontade daquele que o enviou
(Jo 4.34).
Em João 15.1-11, o Senhor conclui a primeira parte da parábola da
videira, ensinando sobre a necessidade de uma comunhão íntima com o Pai
e a obediência à sua palavra, afirmando "o meu gozo esteja em vós, e o
vosso gozo seja completo", na proporção do cumprimento desse ensino.
1.5. Felicidade Independente de Dificuldade
Ensina nos ainda a palavra de Deus, que a felicidade do crente
ainda persiste, seja qual for a dificuldade que enfrentamos. Alias, é motivo
de gozo para o cristão o fato de poder passar por tribulações por amor de
Cristo. ( 1 Pe 4.12-19; Tg 1.2-4; 2 Co 4.7-12; Rm 5.3; 2 Co 7.4)
Através das tribulações, que são passageiras, não permanecem para
sempre. Deus aperfeiçoa em nós o caráter cristão, e nos conduz a maior
maturidade cristã.
2 . O CAMINHO PARA O CONTENTAMENTO
O caminho para chegarmos a uma vida de contentamento, onde a
alegria da vida cristã pode ser gozada, independentemente das
circunstâncias em que vivemos, passa pelo aprendizado de alguns
princípios bíblicos:
2.1. Negue-se a si mesmo
Existe por aí, uma falsa pregação da palavra de Deus, que anuncia
“aceitem a Jesus e todos os seus problemas serão resolvidos”. Não
encontramos a menor sustentação bíblica para tal afirmação.
Pelo contrário, ao lermos Lc 9.23-24 encontramos: “Se alguém
quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-
92
me” Vida cristã é vida de renúncia, negação a muitos prazeres que o
mundo oferece que são sinónimos de felicidade.
Temos em Jesus o exemplo maior de renúncia (Fp 2.7-8; I s 53.7).
Apesar de toda a sua renúncia. Ele declara que o seu prazer estava em fazer
exatamente a vontade do Pai. “A medida que nos aproximamos do modo
como Cristo viveu, seguindo seu exemplo de abnegação, mais seremos
felizes” (Jeremiah Burroughs).
2.2. Viver na dependência completa de Deus
Sem Deus, nada do que fazemos pode nos satisfazer completamente
( Is 55.2-3). O apostolo Paulo nos ensina que o desenvolvimento da nossa
salvação se dá com temor e tremor, dentro da compreensão de que “é Deus
quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua
vontade”. Isso implica em que a vida cristã autêntica, e, portanto, feliz, se
dá na medida em que as nossas realizações sejam fruto dessa dependência
de Deus, submetendo-nos à sua vontade.
Não há felicidade verdadeira fora da dependência da vontade de
Deus.
2.3. Buscar a satisfação em Jesus
Há um cântico espiritual que diz "satisfação é ter a Cristo, não há
melhor prazer já visto..."
Para o homem as figuras que melhor caracterizam a satisfação
humana é o alimento (“pão e água”). Utilizando essas figuras Jesus nos
ensina que somente nele encontramos completa satisfação para as nossas
vidas (Jo 6.51; Jo 7.37- 38). E ainda complementando esse mesmo ensino,
nos diz "tereis vida, e vida abundante" e "a vossa alegria seja completa" na
medida que o recebamos e dele dependamos.
2.4. Nosso alvo esteja posto no seu reino
Somos forasteiros neste mundo (Hb 11.13-16). Na medida em que
vivemos essa realidade cristã, nossos alvos e objetivos tendem a mudar de
direção e propósitos.
Assim, passamos a nos preocupar com o tesouro ajuntado nos céus, onde a
ferrugem e a traça não destroem, nem o ladrão rouba.
Encaramos as lutas da vida como bom soldado, que participa dos
sofrimentos, como soldados de Cristo (2 Tm 2.3-5). Longe de sua pátria,
sabe que o conforto final será gozado no momento que regressar à Mansão
Celeste.
93
2.5. Goza plenamente as bênçãos que lhe são acrescidas dia a dia
"Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus".
A cada instante Deus tem nos cercados de toda sorte de bênção.
Toda sua criação, a vida, a proteção, e especialmente a Salvação em seu
Filho Jesus. Todas essas coisas que Deus fez, leva-nos a compreender que
Ele é bom, e mesmo em meio às dificuldades podemos ter gozo e paz.
2.6. Compreender que Deus está no comando de todo o Universo
Sua ação é tão completa que Ele nos diz que nenhum fio de cabelo
cai de nossas cabeças, sem que esteja sob o seu inteiro controle.
Em Lc 12.6-7, Mt 6.25-32 encontramos promessas de Deus do seu
cuidado especial para conosco na sua condução de cada detalhe da criação.
Não temos um Deus distante, que depois de ter criado tudo, ausentou-se,
mas um Deus presente como diz o hino "Deus presente está conosco".
CONCLUSÃO
A verdadeira felicidade está desvinculada de qualquer circunstância
ou bem material que o mundo possa oferecer, a despeito de ser esse o
conceito presente neste século.
Ela depende exclusivamente de Deus, que a aplica em nossos
corações, na medida que fazemos a sua vontade.
Podemos, na prática da vida cristã, gozar de pleno contentamento;
mesmo sofrendo por Cristo; mesmo em circunstâncias adversas, por que
são passageiras; mesmo nas provações, que nos edificam e aperfeiçoam
nosso caráter cristão.
PONTOS PARA DISCUTIR
1. Pode o crente entristecer-se com os problemas e dificuldades que lhe
sobrevêm?
2. Quais são as maiores causas de descontentamento na vida cristã?
3. Qual a relação entre nosso contentamento e a promessa da vida futura?
4. Quais os meios de que dispomos, para sermos felizes em qualquer
situação?
5. Onde a compreensão da soberania de Deus influencia nosso
contentamento?
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DIAS, Arival Casimiro. Dinheiro para Igreja: 5ª edição. São Paulo,
Sociedade Cristã Evangélica de Publicações Ltda - SOCEP, 2001.
OLIVEIRA, Odila Braga. Começando a vida cristã: São José do
Campos/SP, ed. Cristã Evangélica, 2018.
RAMOS, André. Centenário dos batistas: Recife: Art Cópia Ltda,
1985.
RAMOS, Fábio. A missão do cristão: Rio de Janeiro, Junta de
Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira
- JUERP, 2009.
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