02.09.2020 Views

Revista para EBD. Set.Dez-2020-Jovens e Adultos

Revista com LIÇÕES ESPECIAIS DA EBD PIB-CABO de setembro a dezembro - 2020

Revista com LIÇÕES ESPECIAIS DA EBD PIB-CABO de setembro a dezembro - 2020

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1


Organização e montagem:

Presidente: Pr. Marcos André de Barros

Educadora Cristã: Maria de Fátima Santana

Ministro de Int. e Crescimento: Pr. Anderson do Carmo

Criação e edição da capa:

Pr. Anderson do Carmo de Souza

2


LIÇÕES ESPECIAIS da EBD PIB Cabo 2020

Setembro a Dezembro

Aprendendo com a nossa História para Edificar uma Igreja

que Cresce no reino de Deus.

Nestas Lições Especiais para o Ano do Cultivo de uma Igreja que

Cresce no Reino de Deus estudando as Escrituras Sagradas queremos unir

isto ao propósito de aprendermos com a nossa História, para tanto trazemos

uma nova coletânea de 17 Lições.

Estas lições propõem uma trajetória reflexiva, histórica e atitudinal,

nela estão unidos propositadamente a memória da presença das

comunidades Batistas no Brasil, e especialmente em Pernambuco,

integrada às ações no campo da evangelização, da educação e da ação

social. Outro tema de destaque nesta revista é o da Mordomia Cristã e a

necessária reflexão crítica das práticas atuais de “culto” em que ocorre a

comercialização a céu aberto dos itens da fé, oferecidos a quem “pagar

mais”, e a estas reflexões unem-se outras meditações sobre Jesus e os

mandamentos.

Diversas foram as fontes de revistas de décadas passadas, mas de

conteúdo e linguagem muito atuais, todas elas produzidas por órgãos

denominacionais com os quais a nossa Igreja tem relação de cooperação e

sustento financeiro. Por isso, agradecemos pela existência destas

instituições e pelos que colaboraram para estas lições, dentre os quais

alguns já se encontram na glória.

Esperamos que Adultos, Jovens e Adolescentes saibam aproveitar

ao máximo as reflexões e os roteiros de estudos aqui sugeridos. Que

também cada professor seja abençoado no uso deste material.

Com Amor.

Pr. Marcos André de Barros.

3


Sumário

Lição 01 – Pequena História dos Batistas no Brasil ............. 5

Lição 02 – Compromisso com Missões .............................. 12

Lição 03 – Os Três “T”s ..................................................... 16

Lição 04 – Perseguição aos Batistas em Pernambuco ........ 21

Lição 05 – Compromisso Com a Evangelização ................ 25

Lição 06 – A Comercialização da Fé (I) ............................. 29

Lição 07 – A Comercialização da Fé (II) ........................... 33

Lição 08 – Os Batistas e a Educação .................................. 37

Lição 09 – Compromisso com a Cidadania Responsável... 45

Lição 10 – Compromisso com o Estudo Bíblico ................ 50

Lição 11 – Deus e o nosso Dinheiro ................................... 54

Lição 12 – As Lídias de Pernambuco e a Casa Formosa.... 58

Lição 13 – Uma Bênção Chamada Dízimo ........................ 69

Lição 14 – Consumismo ..................................................... 75

Lição 15 – Compromisso com o Serviço ............................ 80

Lição 16 – Os Batistas de Pernambuco e o Ministério Social

Cristão ................................................................................. 84

Lição 17 – A Alegria do Contentamento ............................ 90

4


Lição 01 – Pequena História dos Batistas no

Brasil 1

Leitura diária: Gn. 12:1-9; Sl: 75: 5-10; Sl. 93; Sl. 111: 1-10; Sl. 92: 1-13;

Sl. 147: 1-13; Sl. 126: 3 e 6.

Texto áureo: Mt. 5:12.

PRELIMINARES

Logo após a fundação, em 1845, da Junta de Missões Estrangeirai

da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, hoje, popularmente

conhecida, como Junta de Richmond, surgiu a ideia da abertura pela Junta

de trabalhos missionários em países da América Latina, inclusive o Brasil.

Mas foi somente em 1860 que o primeiro missionário batista norteamericano

chegou à nossa terra. Chamava-se ele Thomas Jefferson Bowen.

Tinha sido missionário na África e de lá se retirou por motivo de saúde.

Mantendo o coração na África veio para o Brasil desejoso de evangelizar

escravos africanos. Pensava em enviar escravos convertidos de volta à

África para lá continuarem o trabalho que ele havia iniciado. Seu sonho

durou pouco tempo e que saibamos não conseguiu resultados concretos.

Retornou aos Estados Unidos em 1861.

Anos mais tarde, após a Guerra de Secessão, muitos norteamericanos

do Sul emigraram para o Brasil no desejo de recomeçar a vida

que a guerra havia arruinado. Dos diversos grupos que vieram, o que

progrediu foi o que se estabeleceu na então Província de São Paulo, em

Santa Bárbara, nas proximidades de Campinas. Depois de estabelecidos,

com suas casas construídas, com as primeiras colheitas recolhidas, esses

imigrantes resolveram organizar suas Igrejas. No ano de 1871 foi

organizada uma Igreja Presbiteriana, em seguida uma Igreja Metodista e,

finalmente, em 10 de setembro daquele ano, uma Igreja Batista. Foi essa a

primeira igreja batista estabelecida em solo brasileiro. Mas era uma Igreja

norte--americana, cujos cultos se realizavam e sempre se realizaram em

língua inglesa e que não efetuava trabalho missionário entre os brasileiros.

A Igreja sentiu, entretanto, que o Brasil era um campo missionário e nesse

sentido apelou à Junta da Convenção do Sul, pedindo-lhe que enviasse

missionários ao Brasil. Por outro lado, o General A. T. Hawthorne,

1 Esta lição foi preparada pelo Pastor Dr. José dos Reis Pereira.

5


veterano da guerra e que estivera no Brasil procurando lugar para novos

imigrantes, gostou tanto de nossa terra que, ao se converter nos Estados

Unidos, tornou- se um verdadeiro campeão no esforço para que fossem'

enviados missionários para cá. Falou em muitos lugares, teve entrevistas

com possíveis missionários, falou à Convenção do Sul e finalmente

conseguiu o que desejava: jovens apresentaram-se para o trabalho

missionário brasileiro, a Convenção aprovou ideia e a Junta se dispôs a

fazer as nomeações. Para o Missionário Zacarias C. Taylor, o General

Hawthorne foi o verdadeiro fundador do trabalho batista brasileiro.

OS PIONEIROS

Zacarias Clay Taylor (1851 - 1919) foi o primeiro a se impressionar

com a propaganda de Hawthorne e a se decidir. Mas desejoso de estudar

mais matriculou-se no Seminário de Louisville e assim coube a William

Buck Bagby (1855-1939) a glória e o privilégio de ser o pioneiro número

um. Bagby era pastor no Estado do Texas e estava noivo de uma jovem

que já decidira entregar sua vida ao trabalho missionário. Anne Luther

(1859 1942) nas suas cartas ao noivo falava de seu ideal missionário

dizendo-lhe, com franqueza, que iria para o campo missionário ainda que

fosse sozinha. Em conversa com Hawthorne, ela já havia decidido a vir

para o Brasil. O noivo, após muita oração, finalmente concluiu que Deus o

estava chamando também. E foi com a firme convicção de que deveriam

vir para o Brasil que eles se apresentaram à Junta. Esta procurou dissuadilos

quanto ao lugar de trabalho, propondo-lhes irem para a China. Mas a

convicção dos dois jovens era firme e convenceu à Junta. Foram nomeados

e embarcaram para o Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1881. Como se

haviam casado em 21 de outubro a viagem era como uma viagem de

núpcias. Feita num veleiro durou 48 dias. Após breve estada no Rio de

Janeiro seguiram para Santa Bárbara, a fim de estabelecerem contacto com

seus patrícios batistas lá existentes e fara aprender a língua portuguesa.

Esse aprendizado foi feito num Colégio presbiteriano existente em

Campinas e também, particularmente, com um brasileiro, Antônio Teixeira

de Albuquerque. Albuquerque (1840-1887) tinha sido padre católico

romano em Alagoas, mas converteu-se pela leitura da Bíblia, Deixou a

batina, casou-se e mudou-se para o Sul. Aqui entrou primeiro para a Igreja

Metodista que os recebeu, a ele e à mulher, sem novo batismo. Mudando

se, novamente, agora para Capivari, nas proximidades de Santa Bárbara,

teve conhecimento da existência de uma Igreja Batista. Prosseguindo em

6


seus estudos do Novo Testamento chegou à conclusão que os batistas

estavam com a razão em matéria de batismo e solicitou seu batismo à

Igreja Batista. Foi batizado e consagrado ao ministério no mesmo dia, um

pouco antes da chegada dos Bagby. Foi o primeiro batista e também o

primeiro pastor batista brasileiro.

Enquanto os Bagby estudavam a língua em Campinas, Zacarias

concluiu que não precisava estudar mais face às exigências do trabalho no

Brasil. Os apelos de Bagby para que viesse logo eram insistentes. Taylor e

sua esposa Kate embarcaram para o Brasil justamente um ano após o

embarque dos Bagby.

Reuniram-se em Santa Bárbara os dois casais de missionários e o

ex-padre Albuquerque. Foram tempos de meditação e oração. Finalmente

entenderam ser da vontade de Deus que fossem iniciar seu trabalho

missionário na Bahia. Salvador era a capital eclesiástica do Brasil, era a

segunda cidade do Brasil em população, era um porto movimentado e

também um certo ferroviário. Por outro lado, o que lá havia de trabalho

evangélico era muito pequeno, diferentemente de outras cidades como Rio

e São Paulo já fortemente dotadas de igrejas evangélicas. Deus mostroulhes

a Bahia e essas circunstâncias referidas vieram confirmar o que já

sentiam no coração. Transferiram-se, os três casais para a capital baiana e

ali organizaram, em 15 de outubro de 1882, a primeira igreja batista

brasileira. Eram cinco os membros fundadores porque a esposa de

Albuquerque, Senhorinha, ainda não se havia tornado batista. Mas esteve

depois entre as primeiras pessoas batizadas na novel Igreja. Essa Igreja

marca o início do trabalho batista no Brasil porque era uma igreja

brasileira, com seus cultos em língua portuguesa e com o firme propósito

de evangelizar os brasileiros. Por essa razão o Centenário do trabalho

batista brasileiro foi comemorado em outubro de 1982.

AVANÇO PARA O SUL E PARA O NORTE

De início, na Bahia, Bagby e Albuquerque eram os pregadores

enquanto Taylor estudava diligentemente a língua. Devagar a Igreja foi

crescendo. Em melados de 1884 Taylor já pregava bem em português e a

Igreja chegara aos 25 membros. Foi quando Bagby resolveu descer para o

Rio de Janeiro e abrir na capital do Império uma segunda frente. Uma

convertida na Bahia, Mary O'Rorke, possivelmente ama da filhinha dos

Bagby, acompanhou-os. No Rio encontraram uma senhora batista,

Elizabeth Williams, dona de uma pensão onde os Bagby se hospedaram.

7


Na sala da pensão, em 24 de agosto de 1884, com 4 membros fundadores,

foi organizada a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro. Com alguns

intervalos Bagby foi seu pastor até o final do século e a Igreja cresceu

bastante tendo-se estendido seu trabalho às províncias do Rio e de Minas

Gerais.

Em 1885 foi a vez de Antônio Teixeira de Albuquerque deixar a

Bahia. Sentia o apelo de seu torrão natal, Alagoas. Um amigo do tempo em

que era católico e que muito o havia ajudado a dissipar suas dúvidas,

Wandragésilo Melo Lins, o acompanhou — Com Zacarias Taylor presente,

Albuquerque e Melo Lins fundaram, em 17 de maio de 1885, a Primeira

Igreja Batista de Maceió. Foi de dez o total de membros fundadores. Com

duas semanas de pregações por Zacarias Taylor a Igreja começou suas

atividades, hoje centenárias. Quando Albuquerque faleceu, em 1887, a

Igreja já contava com 80 membros.

Albuquerque atrairá do Recife seu amigo Melo Lins. Foi-lhe

precioso auxiliar em Maceió e o próprio Albuquerque providenciou sua

consagração ao ministério em 1886. Logo em seguida Mello Lins retornou

ao Recife para trabalhar como evangelista. Lá foi encontrá-lo um novo

missionário enviado pela Junta norte-americana. Charles D. Daniel, que

fazia parte dos imigrantes de Santa Bárbara, mas retornara aos Estados

Unidos, a fim de estudar para o ministério. Daniel foi quem batizou os

primeiros convertidos recifenses. Em 4. de abril de 1886 foi organizada,

com seis membros fundadores, a Primeira Igreja Batista do Recife. Daniel

esteve à frente da Igreja apenas três meses, findos os quais retornou à

Bahia, deixando o pastorado com Mello Lins que exerceu as funções até

1889.

Assim em quatro anos, quatro igrejas batistas brasileira foram

fundadas. São as Igrejas centenárias, cada uma delas com sua história cheia

de lances impressionantes, cada uma delas expandido seu trabalho através

de outras igrejas fundadas.

GRANDES MISSIONÁRIOS

Os pioneiros William Bagby e Zacarias Taylor foram missionários

notáveis, cuja vida é bem conhecida dos batistas brasileiros. Mas a eles,

naqueles primeiros tempos, vieram juntar-se outros missionários também

notáveis, cuja atividade responde, humanamente falando, não somente pelo

progresso da obra batista do Brasil, mas também pela sólida

fundamentação

8


dessa obra. Referimo-nos, particularmente, a William E. Entzminger,

Salomão L. Ginsburg e Eurico Alfredo Nelson, chegados ao Brasil na

última década do século passado. Entzminger (1859-1959) trabalhou

bastante em Pernambuco tendo travado pela imprensa brilhante polémica

com adversários católicos. Era um publicista a quem, muito

adequadamente, foi entregue no início do Século XX a fundação e a

direção da Casa Publicadora Batista e n'0 Jornal Batista. Salomão Luiz

Ginsburg (1867-1927) era também um apaixonado pela página impressa,

mas distinguiu-se, sobretudo, como evangelista e como hinólogo. São de

sua autoria 102 hinos do "Cantor Cristão" e pôde autodenominar-se "o

judeu errante pelo Brasil" porque percorreu quase que todo o território

brasileiro no seu afã de pregar o Evangelho. Foi, no Recife, o fundador do

Seminário Teológico Batista dó Norte do Brasil. Eurico Alfredo Nelson

(1862-1939) foi chamado o "Apóstolo da Amazónia" porque à

evangelização dos Estados amazônicos dedicou toda sua longa vida.

GRANDES OBREIROS BRASILEIROS

Desde cedo começou a projetar-se a liderança nacional. O trabalho

não foi feito somente pelos missionários. falamos de dois pastores

brasileiros naqueles primeiros anos, Antônio Teixeira de Albuquerque e

Wandragésilo Melo Lins. No Rio de Janeiro converteram-se três jovens

que depois vieram a exercer enorme influência na vida batista brasileira,

Francisco Fulgêncio Soren (1869-1933) que veio a ser por trinta e três anos

pastor da Primeira Igreja do Rio e foi o primeiro presidente da Convenção

Batista Brasileira; Tomás Lourenço da Costa, leigo que foi o grande

propulsor da obra de Missões Estrangeiras entre os batistas do Brasil e

Teodoro Rodrigues Teixeira (1821-1950) outro leigo, auxiliar de

Entzminger na Casa Publicadora e n'0 Jornal Batista e que trabalhou no

jornal cerca de quarenta anos. A estes vieram juntar-se muitos outros,

pastores e leigos, de modo que ao ser organizada a Convenção Batista

Brasileira já havia respeitável contingente de nacionais para a formação

das diretorias e das Juntas.

A CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

Em 1907, vinte e cinco anos após a fundação da primeira igreja

batista brasileira já havia, espalhadas pelos vários Estados do Brasil, cerca

de uma centena de Igrejas com mais ou menos 5.000 membros. Tinha

9


surgido entre alguns missionários a ideia da organização de uma

Convenção que servisse de estímulo para o progresso do trabalho e que

pudesse coordenar esforços, em base cooperativa, para a realização de

grandes empreendimentos nas áreas de Missões, Evangelização e

Educação. Houve alguma resistência quanto à ideia porque as igrejas eram

poucas e as distancias eram longas. Alguém disse que naquele tempo era

muito mais fácil ir do Rio de Janeiro à França do que ir da capital carioca a

Manaus. Todavia por meio de cartas, de conversas e, sobretudo, pelo Jornal

Batista os propugnadores da ideia perseveraram e foi decidida a

organização da Convenção, na Bahia, cidade duas vezes histórica, para os

brasileiros e para os batistas brasileiros.

A organização da Convenção se deu em junho de 1907 com a

presença de 43 mensageiros, número em seguida aumentado para 45.

Poucos, mas com muita fé e visão. Foram criadas pela Convenção as

Juntas de Missões Nacionais e de Missões Estrangeiras. Outras Juntas

foram criadas visando publicações e educação. No ano seguinte, na

segunda Convenção, realizada no Rio de Janeiro, foi criado o Colégio e

Seminário do Rio de Janeiro. Paralelamente, como órgão auxiliar da

Convenção, foi fundada a União Feminina Missionária.

CRESCIMENTO CONTÍNUO

Ao ser fundada a Convenção já havia trabalho batista em todos os

Estados do Brasil. Convenções estaduais já haviam sido fundadas em São

Paulo, em Pernambuco, no Amazonas, no Rio. A Convenção veio

estimular

grandemente as Igrejas e, cumprindo seus objetivos, coordenou esforços

no sentido de manter trabalho missionário. Com a cooperação das Igrejas

foi possível já em 1911 mandar o primeiro casal de missionários a

Portugal. A partir da década dos vinte, missionar os começaram a ser

enviados a lugares distantes do território nacional: era a obra de Missões

Nacionais. O Seminário do Rio começou a preparar bem os jovens

candidatos ao ministério pastoral o mesmo acontecendo com o Seminário

do Recife, o primeiro a ser fundado, mas que só passou a égide da

Convenção, dez anos depois que esta foi estabelecida. O Jornal Batista

tornou-se órgão oficial da Convenção em 1919 e tem sido um notável traço

de união entre as comunidades batistas brasileiras. A Casa Publicadora, por

sua vez, ampliou grandemente seu trabalho produzindo revistas para as

Escolas Bíblicas Dominicais e outras organizações das Igrejas, livros,

10


folhetos, opúsculos e Bíblias. Missões, Evangelização, Educação,

Educação Teológica e Educação Religiosa têm sido as preocupações da

Convenção e das Igrejas. A obra missionária hoje conta com cerca de 400

obreiros na Junta de Missões Nacionais e mais de cem na Junta de Missões

Mundiais, nome atual da Junta de Missões Estrangeiras, operando em 15

países do mundo. Em termos de evangelização marcaram época as grandes

Campanhas de Evangelização realizadas em 1965, 1969 e 1980. Os

Seminários da Convenção e os das Convenções Estaduais estão lotados de

alunos. Não há crise de vocações. O importante é ter Igrejas para todos

esses vocacionados, mas isto há de ser conseguido se o interesse pela

evangelização não arrefecer. A rede de Colégios Batistas é a maior nas

Denominações Evangélicas e no que diz respeito à Educação Religiosa, a

ênfase atual é ter os crentes muito bem preparados. O ideal é levar as

pessoas a Cristo e depois de convertidas prepará-las para serem

testemunhas do Evangelho de modo a, por sua vez, ganharem outros.

Neste ano de 1985 o número de Igrejas se aproxima dos 4.000 e o

número de membros nessas Igrejas chega a 650 mil. Com um bom

programa de evangelização e de educação religiosa o primeiro milhão de

membros deve ser alcançado ainda nesta década.

ANOTAÇÕES

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

11


Lição 02 – Compromisso com Missões 2

A missão cristã na proclamação de Cristo a todos

os povos

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão

naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?

(Rm 10.14).

Afirmar que toda a humanidade precisa ser alcançada pelo perdão

de Deus não é novidade para quem conhece a Bíblia. Entretanto, mesmo

tendo conhecimento de que a mensagem do Senhor é universal e extensiva

a todos os povos, ainda há muitos cristãos que vivem em completo estado

de letargia, negligenciando o imperativo de Jesus. Muitos, ainda hoje,

ignoram a sua importância na realização da obra missionária. Nas mais

diversas igrejas do Senhor Jesus existem crentes que ainda não se

conscientizaram que nós somos cooperadores de Deus nesta tão importante

tarefa. Deus conta conosco para que a humanidade ouça e entenda a

genuína mensagem da salvação.

AS NAÇÕES PRECISAM OUVIR QUE A SALVAÇÃO É

PARA TODOS

No texto citado, Paulo demonstra sua preocupação com os judeus e

fala que eles rejeitaram a justiça de Deus e tentaram estabelecer a sua

própria justiça. A leitura que os judeus, na sua maioria, fizeram é que eles

2 Esta lição foi preparada por Júlio César Ravani, pastor na Primeira Igreja Batista de Higienópolis, Rio de

Janeiro, RJ.

12


tinham um Deus particular e exclusivo. Paulo afirma, ainda, que a

mensagem da salvação não é privilégio de um só povo. "Não há diferença

entre judeu e grego..." judeus e gentios são, igualmente, culpados e

precisam da salvação. A possibilidade é para ambos, sem qualquer

limitação de raça ou posição social. Há uma igual oportunidade provocada

pela igual necessidade. "Todos pecaram e destituídos estão da glória de

Deus" (Rm 3.23). Ninguém pode fugir da necessidade de fazer a escolha

entre a vida e a morte. Deus, agora, requer de todos o arrependimento (At

17.30).

Não há um povo criado para a salvação e outro para a perdição. O

que mais sensibiliza os leitores da Bíblia é, exatamente, a universalidade e

a disponibilidade da mensagem de Deus.

A mensagem do evangelho produz fé no coração do homem que a

ouve. A fé leva o homem de qualquer nação a invocar o nome do Senhor e

a descobrir que ele é alvo do amor do Deus de missões, não importando a

sua nacionalidade: "De sorte que a fé é pelo ouvir e o ouvir pela palavra de

Deus".

Há países que estão sedentos por ouvir uma mensagem que fale aos

seus corações. No Leste Europeu, por exemplo, suas autoridades

constituídas cercearam a mensagem cristã por longo tempo. Ensinaram que

o comunismo era suficiente para suprir toda a carência humana. Hoje, com

a queda do regime, aquelas pessoas estão com uma enorme lacuna

espiritual que precisa ser preenchida. Elas estão abertas para qualquer

mensagem. Isto significa que os portadores da mensagem verdadeira

precisam se antecipar aos demais. A carência é tão grande que quem

chegar primeiro, conquista aquele povo. Eles precisam ouvir que a

salvação é para todos. Mas como ouvirão? Há remédio para o vazio

espiritual não só do povo do Leste Europeu como também para todos os

outros povos. A salvação tem uma abrangência universal. Deus não

restringiu a salvação a um grupo. Quem irá dizer isso às nações?

AS NAÇÕES PRECISAM OUVIR QUE SOMENTE JESUS

DÁ SALVAÇÃO A TODOS

"Por que um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o

invocam (Rm 10.12).

A Bíblia está repleta de textos que afirmam que o ser humano só

pode obter salvação crendo no sacrifício vicário de Jesus. Apesar de tudo

isso, ainda há nações inteiras invocando os mais estranhos deuses, por

13


desconhecerem que Jesus é o Senhor do universo. Como, pois, invocarão o

Deus verdadeiro se ninguém for lhes falar do amor de Jesus? A nossa

acomodação e a falta de amor pelas almas perdidas são os dois principais

motivos que impedem de reverter este quadro. Enquanto as pessoas não

ouvirem falar de Jesus, elas estarão impossibilitadas de invocarem o Deus

que desconhecem. Enquanto ignorarem Jesus, será impossível invocar

o Deus verdadeiro. Não podemos persistir no erro de achar que Jesus já é,

demasiadamente, divulgado entre todos os povos. O hinduísmo (a religião

mais popular da índia), por exemplo, cultua milhões de deuses.

Recentemente, foi exibido num programa de televisão um culto religioso

em que as pessoas reverenciavam o deus rato. Os praticantes prostravam-se

diante de um altar onde vários ratos eram colocados em posição de

destaque. Quando o coração humano desconhece o Deus verdadeiro, ele

cria os mais estranhos deuses para cultuar. A falta de Deus debilita a alma.

No passado, foram cultuados bezerros de ouro (Ex 32.4), estátuas

com mãos incandescentes (Moloque) e outros. Hoje, além dos ratos, são

cultuados vacas, pirâmides, parentes falecidos, cristais, astros, gnomos,

duendes etc. O que nós temos feito para mudar esta realidade? O Senhor

Jesus precisa ser conhecido e invocado por todas as nações. Entretanto,

como, pois, invocarão aquele em quem não creram?

Com certeza, O Senhor de missões se entristece ao ver suas

criaturas prostradas diante de outros deuses, buscando neles o consolo que

só pode ser encontrado na pessoa de Jesus Cristo.

AS NAÇÕES SÓ OUVIRÃO SE CADA CRISTÃO

ASSUMIR SUA TAREFA

Como ouvirão se não há quem pregue? Quão formosos os pés dos que

anunciam coisas boas!

A Igreja primitiva sempre foi conhecida pelo seu ardor missionário.

A vida de homens como Barnabé e Paulo, que atuaram nos primórdios da

igreja primitiva, exemplificam como é valido atender a ordem de Jesus.

Entretanto, com as influências externas e a secularização da fé houve um

período na história da igreja em que missões era um assunto quase

proibido. Pensava-se: "Se Deus quiser salvar os perdidos, ele mesmo fará

isto, sem precisar de missionários". William Carey, considerado o pai das

missões modernas, ouviu esta frase quando buscou ajuda para pregar o

14


evangelho aos hindus da índia em 1792. Ainda bem que Carey ignorou a

voz humana e cumpriu a ordem divina.

Pregar a Palavra de Deus é uma ordem dada por Jesus à sua igreja.

O plano do Senhor é alcançar toda a humanidade por meio de homens e

mulheres salvos pelo seu amor. Como servos submissos, precisamos

cumprir a sua ordem. Não dá para realizar missões sem a participação de

quem é fruto de um trabalho missionário. Se hoje conhecemos e servimos a

Deus, devemos a grandes servos comprometidos com Deus que, no

passado, não mediram esforços; ao contrário, verteram suor, lágrimas e, em

alguns casos, até mesmo seu sangue para que a mensagem da cruz

chegasse até nós.

Nunca se esqueça: Jesus é o nosso maior exemplo missionário. O

seu gesto, ao morrer crucificado no madeiro, encarnou a maior mensagem

de amor já demonstrada à humanidade. Assuma o seu papel. Faça a sua

parte. Cumpra a missão que Deus colocou em suas mãos. Os povos

precisam ouvir falar Jesus,

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

15


Lição 03 – Os Três “T”s 3

Utilizando meu tempo, talento e tesouro com

alegria em todos os momentos

Leia a bíblia diariamente

Segunda Mateus 25. 14-30 Como melhor usar o talento;

Terça Efésios 5.15-21 Como melhor usar o tempo;

Quarta Malaquias 3.7-18 Como melhor usar o dinheiro;

Quinta Colossenses 4.2-6 Como melhor usar as oportunidades;

Sexta Filipenses 4.4-9 Como melhor usar a mente;

Sábado 1 Coríntios 6.13-20 Como melhor usar o corpo;

Domingo Provérbios 3.1-10 Bençãos da mordomia

Guarde no Coração

“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele

habitam”. (Sl. 24.1)

Pense e responda

Se Jesus é meu Senhor, como posso servi-lo melhor?

________________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3 Esta lição foi preparada por Odila Braga de Oliveira.

16


Introdução

O general Booth fundou o Exército da Salvação. Quando

interrogado a respeito do seu feito, respondeu: "Vou dizer-vos o segredo:

Deus tem tudo o que há em mim. Há homens com mais mentalidade do

que eu, homens com mais oportunidades do que eu; porém, desde o dia que

senti na alma a condição dos pobres de Londres e foi-me revelado o que

Jesus Cristo pode fazer-lhes, resolvi que Jesus Cristo havia de possuir tudo

o que há em mim. E se houve algum poder no Exército da Salvação é

porque Deus recebia toda a adoração da minha alma, toda força da minha

vontade para com Ele e toda a influência da minha vida." (ALMEIDA,

Natanael de Barros. Tesouro de Ilustrações, Edições Vida Nova, SP, p.45).

Visto que você agora pertence a Deus, a administração da sua vida

(o que se chama mordomia cristã) está em suas mãos, mas não a

propriedade. Paulo pergunta aos crentes de Corinto: "que tens tu que não

tenhas recebido?" (ICo 4.7). Você é administrador das coisas de Deus e

terá que Lhe prestar contas de tudo. Se fizer um bom trabalho, receberá

recompensa. Se administrar mal, será punido na volta do Senhor. Leia a

parábola registrada em Lucas 12.41-48. Essa é a sua história. De tudo terá

que lhe prestar contas. Use bem os seus três "Ts": Talentos, Tempo e

Tesouro.

Talento

"A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a

sua própria capacidade" (Mt. 25.15).

Originalmente, talento era uma medida de peso e moeda da

antiguidade grega e romana. Para nós, talento significa a aptidão natural,

as habilidades, a capacidade de alguém. Uma pessoa talentosa é aquela

que se destaca numa atividade lícita.

Jesus contou aos discípulos a parábola dos talentos (Mt 25-14-30),

exortando-os para que ficassem atentos à Sua volta. Jesus Se refere,

simbolicamente, às habilidades naturais ou espirituais com que se deve

servir a Deus. Leia a parábola e responda.

1) Quantos servos receberam talentos? ____________

2) Quantos talentos o primeiro servo recebeu? __________

E quantos devolveu ao seu senhor? _____________

17


3) Quantos talentos o segundo servo recebeu? ________

E quantos devolveu ao seu senhor? ___________.

4) Quantos talentos o terceiro recebeu? ______________

E quantos devolveu ao seu senhor? ___________

5) O que o senhor disse ao primeiro e ao segundo servo? ___________

6) O que o senhor disse ao terceiro servo? __________

7) O que você aprendeu com esta parábola? ____________

8) Qual é o seu talento? _________________________

9) Que você quer ouvir do seu Senhor? ___________________

Esses talentos envolvem conhecimento e capacidade para servir. O

que você gosta de fazer, sabe fazer e faz bem? Você tem boa voz, toca um

instrumento musical, ensina bem, gosta de visitar, entende de computação,

é eletricista, gosta de escrever, é líder? São habilidades que você recebeu

do Senhor, e a Ele terá que prestar contas "do que sabe" e "como aplicou

essa capacidade". Aplique seus talentos no serviço do Senhor. A seara é

muito grande, e os trabalhadores são poucos (Mt 9.37). Coloque-se à

disposição do seu Senhor e da sua igreja para o trabalho e colha bênçãos

incontáveis.

Tempo

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como

sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.15-16).

Deus lhe dá o tempo, e é sua a responsabilidade de gerenciá-lo da

forma mais útil e saudável possível. Cada momento de sua vida é único e

de sumo valor. Talvez seja a mordomia do tempo a mais difícil de ser

praticada, pois o tempo escapa "pelos vãos dos dedos". Remir o tempo

significa aproveitar cada momento da maneira mais sábia, porque um

minuto perdido é irrecuperável. O néscio, diz Paulo, aplica-o nas coisas do

mundo: jogando, falando da vida alheia, assistindo a programas de

televisão sem nenhum proveito, vasculhando coisas impróprias na Internet,

satisfazendo a carne (Ef 2.1-3). Gasta seu tempo bebendo. Se Jesus voltar

nessa hora, que conta dará do tempo que Ele lhe deu?

18


O investimento mais precioso do tempo é aquele feito nas coisas do

Senhor: estudando a Sua Palavra, meditando, orando - é tempo de

crescimento espiritual, de bem-estar da alma, de frutificação. O tempo que

você passa com os irmãos, cultuando ao Senhor, aprendendo na Escola

Bíblica, orando, é tempo de bênçãos. O tempo investido nos ministérios da

igreja local, aplicando os dons espirituais, é tempo de edificação, de

desenvolvimento da salvação como recomenda Paulo (Fp 2.12).

Talento

Aproveite bem o seu tempo: seja organizado nas suas atividades,

pontual nos seus compromissos; distribua seu tempo com equilíbrio,

dedique o maior tempo possível ao serviço de Deus e em favor do

próximo. Isso é remir o tempo. "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós

me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.

Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na

minha casa" (Ml. 3.8,10).

É Deus Quem lhe dá forças e capacidade para adquirir os bens (Dt

8.18). A mordomia dos bens inclui a mordomia de ganhar e gastar. Na

mordomia do ganhar, o essencial é a honestidade. Nunca aceite a

corrupção. E mais, não faça do dinheiro o principal objetivo de sua vida

(Pv 23.4). "O amor do dinheiro é raiz de todos os males", diz Paulo (ITm

6.10). Na mordomia do gastar, entra a prudência, a responsabilidade, o

autocontrole, a economia (Is 55.2). Cuidado com o consumismo! Ele pode

trazer sérios problemas para a sua vida.

Orçamento do Mês

Salário R$ ___________________(por mês)

Dízimo (10%):

R$ ________________

Poupança (10%):

R$ ________________

Transporte: ônibus/carro R$ ________________

Lanches:

R$ ________________

Roupas/ bijouterias/ maquiagem: R$ ________________

CDs/ DVDs:

R$ ________________

Telefone/ Celular/ Internet R$ ________________

Diversões/viagens:

R$ ________________

Mensalidades na escola/ faculdade: R$ ________________

__________________________ R$ ___________________

__________________________

19


TOTAL GASTO NO MÈS

Sobra para eventualidades

R$ ___________________

R$ ___________________

Se você é casado ou tem sua casa, há outros itens que devem ser acrescentados

(aluguel/prestação de casa, luz, telefone, supermercado, feira, etc).

O gastar com responsabilidade inclui a dádiva da contribuição

cristã: o dízimo e as ofertas (Ml 3.8-10). A palavra dízimo significa décima

parte ou um décimo. Dar o dízimo é o privilégio que você tem de investir

dez por cento de toda sua renda na obra do Senhor. E uma expressão de

generosidade que faz parte da lei do amor (2Co 9.5,8). É um ato de fé nas

promessas de Deus (Ml 3.10) e de gratidão pelas bênçãos recebidas. É

tornar-se participante, com Deus, no desempenho da missão da Igreja que é

ir e pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Como a Igreja poderá

obedecer a essa ordem se não tiver recursos financeiros? Onde estão os

recursos? Respondo: Nas minhas e nas suas mãos, é claro! Abra a sua

Bíblia em 1 Coríntios 16.2 e analise as instruções que Paulo dá à igreja de

Corinto, quanto à contribuição cristã e responda.

1) Quando dar? ______________________________________________

2) Quem deve dar? ___________________________________________

3) Como deve dar? ___________________________________________

4) Quanto deve dar? __________________________________________

A entrega do dízimo e das ofertas representa: bênçãos para a igreja

local, que terá recursos financeiros para o sustento da obra; bênçãos para

você, em cumprimento à promessa de Deus (Ml 3.10). Se você ainda não

teve a grata experiência de contribuir para o Senhor, na sua igreja local,

comece a fazê-lo agora. Não olhe para o valor de seu salário, olhe para a

grandeza e

fidelidade de Deus. Abra a sua Bíblia em Atos 20.35 e complete: "Mais

bem-aventurado é _____________que_____________________ ". Dar é

fundamental no cristianismo: por amor a você. Deus deu o Seu Filho, Jesus

deu a Sua vida; por amor a Ele, você deve entregar seu dízimo, sem se

preocupar com a aplicação que a administração da igreja fará desse

dinheiro.

Hoje, você aprendeu!

1. Tudo o que você tem pertence a Deus.

2. Você é mordomo das coisas de Deus e, de tudo, terá que lhe prestar

contas.

20


Lição 04 – Perseguição aos Batistas em

Pernambuco 4

Texto Bíblico: II Coríntios 4. Texto Básico: II Coríntios 4:8-18.

Leitura Devocional: II Timóteo-3:12. Texto Áureo: II Coríntios -

4:9.

Leituras Diárias:

Segunda - Jeremias -15:15. Terça - Atos-4:1-13.

Quarta - Mateus-10:22. Quinta - Romanos - 8:18.

Sexta - Romanos-8:31-39. Sábado - Mateus-5:11.

Domingo - Mateus-10:22.

INTRODUÇÃO:

O trabalho batista em Pernambuco teve início com a chegada do

casal de missionários, C. D. Daniel e esposa em 30 de março de 1886,

vindos da Bahia. Este missionário e esposa iniciaram o trabalho de

evangelização do povo pernambucano. Este trabalho deu seus frutos e com

dois novos batizados e o Pr. Mello Lins que tinha vindo de Maceió, onde

foi consagrado na 19 Igreja Batista de Maceió, organizaram no dia 04 de

abril de 1886 a 1ª Igreja Batista do Recife e do Estado de Pernambuco. A

19 Igreja foi organizada com seis membros: C. D. Daniel e esposa, o

evangelista e esposa e os dois novos batizados. O trabalho depois não teve

um grande crescimento inicial e o Pr. Daniel foi chamado de volta à Bahia.

Durante seis anos o trabalho ficou reduzido quase a nada, mas ficou ainda

a fé viva em Jesus Cristo nos corações ansiosos por continuar a obra

iniciada.

Em 06 de julho de 1892 chegava ao nosso campo o casal, W. E.

Entzminger e esposa, logo ao chegar reorganizaram a 19 igreja Batista do

Recife com 25 membros. Vinte antigos e cinco novos decididos que foram

logo batizados. Com a reorganização do trabalho, tiveram início as

perseguições.

INICIO DAS PERSEGUIÇÕES:

Informa-nos Salomão Ginsburg no seu livro: Um Judeu Errante no

Brasil que o início das perseguições contra os batistas em Pernambuco, foi

quando, a 1ª Igreja foi reorganizada e o trabalho começou a expandir-se

4 Esta lição foi preparada pelo Pr. José Gleidson Lopes da Silva.

21


pelos bairros do Recife. Iniciou-se com uma discussão entre o pastor

Entzminger e o cónego João Machado de Melo através do Diário da

Pernambuco e o Jornal do Recife em torno dos livros apócrifos da Bíblia.

Este cónego escreveu vários artigos combatendo as Bíblias protestantes

acusando-as de serem mutiladas, alteradas e corrompidas. O pastor

Entzminger realizou um grande trabalho em Pernambuco, evangelizando,

escrevendo artigos nos jornais, construindo templos, etc. depois transferiuse

para o Rio de Janeiro com sua esposa onde ficou servindo ao Senhor.

Veio ocupar o lugar do Pr. Entzminger o missionário Salomão

Ginsburg que ao chegar encontrou os batistas sofrendo uma ferrenha

perseguição liderada pelo frei Celestino de Padovali, tendo o apoio do

bispo de Olinda e Recife. Salomão manteve uma longa discussão com o

citado frei através dos jornais da cidade, resultando daí a criação pelo clero

católico, com sede em Olinda, da Liga Contra os Protestantes, com a

finalidade de combater os batistas. Esta liga existiu até o ano de 1914,

quando foi extinta.

A Liga Contra os Protestantes afirmavam que a Bíblia dos

protestantes era falsa e do outro lado Salomão Ginsburg respondia

ensinando ao público a doutrina bíblica e não respondia diretamente as

acusações. Houve muita discussão pelos jornais, até que não suportando

mais frei Padovali, organizou uma queima pública de Bíblias protestantes,

no dia 27 de setembro de 1903, convidando todo o povo para assistir. O

assunto foi levado para o Congresso Nacional e o Presidente da República

enviou um telegrama ao Governador do Estado, mandando que proibisse

tal ato. Como resultado, a queima posterior foi realizada no pátio do

convento.

EXPANSÃO DO TRABALHO

Na medida em que o trabalho se expandia pelos bairros do Recife,

começaram os problemas gerados pelo catolicismo ferrenho. O clero

católico começou a protestar e a incentivar seus fiéis contra os batistas que

estavam se expandindo, rapidamente.

Fatos interessantes aconteceram que merecem destaque. Um jovem

frade chamado Piani, professor do Colégio Salesiano, começou a investigar

a causa de tanto ódio contra os protestantes, adquiriu uma Bíblia, e como

resultado do seu estudo converteu-se ao protestantismo; na noite de 20 de

outubro de 1905 apresentou-se na 1ª Igreja Batista do Recife e pediu para

dar profissão de fé publicamente, sendo logo depois batizado. O ex-frade

entrou logo no serviço religioso evangélico e mais tarde fez um curso no

22


Seminário de Louisville, EE.UU., recebendo o grau de Doutor em

Teologia.

O trabalho continuava a crescer, apesar das perseguições. No bairro

da Iputinga no dia 15 de novembro de 1905; foi organizada a igreja batista

daquele bairro, hoje igreja Batista do Cordeiro. Nessa ocasião um grupo de

assassinos contratados pelo padre locai foi assistir à inauguração e

agrediram tisicamente os presentes, deixando no local várias pessoas

feridas, outras fugiram apavoradas. Na medida que o trabalho crescia,

foram diminuindo as perseguições porque várias pessoas influentes da

sociedade estavam se convertendo e começando a defender o mesmo. A

perseguição passou então a ser mais cruel no interior do Estado, onde o

Evangelho foi levado pelos irmãos das novas igrejas da capital.

AS PERSEGUIÇÕES EM ALGUMAS CIDADES DE

PERNAMBUCO

Na cidade de Caruaru, houve uma grande reação contra o trabalho

dos protestantes, quando chegou aquela cidade o famigerado frei Celestino

de Padovali, que ao chegar organizou logo uma queima de Bíblias

publicamente, incentivado pelo bispo D. Luiz, que apoiava só frei Padovali

em tais exibições. Houve protesto do Pastor Pedro Campelo, que escreveu

no Jornal do Recife, do dia 20 de novembro de 1906 denunciando o fato e

pedindo às autoridades que punissem o frade, porque o mesmo estava

violando o artigo 185 da Constituição Federal, que proibia

terminantemente tal ação. As perseguições em Caruaru foram

gradativamente diminuindo e no dia 02 de setembro de 1927 saiu um artigo

no jornal Correio Doutrinal, informando que em Caruaru não existia mais

perseguição e que o Evangelho estava sendo pregado livremente, apesar do

receio pelas perseguições do passado.

Outra cidade onde o trabalho foi bastante perseguido foi em

Moreno. O trabalho teve início ali em 1911 e tudo começou quando alguns

elementos liderados por um indivíduo chamado de "Ourive" apedrejaram a

pequena reunião dos protestantes no interior do templo, onde seriam

massacrados se não fosse a pronta intervenção do Sr. Silvio Alimonda, avô

dos atuais donos da firma Alimoda & irmãos, que não sendo protestante na

época, defendeu corajosamente os mesmos no meio da multidão.

Outros fatos importantes aconteceram também em Moreno, como

no dia 03 de fevereiro de 1918, por ocasião da Convenção Batista Estadual,

que não pode se reunir por causa de uma grande manifestação contra os

batistas, vindo a citada convenção a ser realizada na 19 Igreja em Recife.

23


Moreno teve ainda vários fatos ocorridos contra os batistas, mas graças a

Deus tudo passou e ali existem atualmente duas prósperas igrejas e não

mais o espírito hostil contra os protestantes, mas tudo foi conquistado

através de duras lutas e perseguições.

Na cidade de Nazaré da Mata, onde foi construído o Primeiro

Templo Batista do Brasil, a perseguição foi terrível, visto que ali sempre

foi a sede do arcebispado da região. O clero católico local, empreendeu

uma terrível perseguição, ajudado pelos paroquianos, instigados pelos

padre local, invadiram, à noite o salão de cultos, que estava vazio, pois os

crentes já tinham ido para suas residências, juntaram os móveis no meio da

sala, despejaram querosene e atearam fogo. O pastor Entzminger ao ser

informado, procurou o Presidente do Estado, Barbosa Lima, que ficou

indignado com o fato ocorrido; enviou uma grande força policial para

garantir a vida dos fiéis que ali tinham permanecido. Houve outras

perseguições naquela cidade, mas agora existe bem perto da matriz católica

uma próspera Igreja Batista pastorada pelo Vice-Prefeito da cidade. Pr.

Antônio da Paz.

Outras cidades interioramas também sofreram grandes perseguições

citamos apenas como exemplo: Ilhetas, hoje submersa pela barragem do

Carpina, Limoeiro onde o trabalho foi muito difícil e o padre daquela

cidade foi um dos mais terríveis inimigos dos batistas. Hoje em Limoeiro,

temos três igrejas batistas e não mais existe naquela cidade clima de

perseguição, ao contrário os pastores são bem conceituados na cidade.

CONCLUSÃO

Essas perseguições foram reais na vida daqueles que nos

antecederam, foram massacrados, injuriados, difamados, etc. Foram

perseguições de caráter local, regional, motivadas pela perda de prestígio

político, social e religioso de alguns padres que se sentiam ameaçados por

uma nova religião que combatia a idolatria e dogmas da Igreja Católica.

Outro fator importante era o ódio contra os protestantes pelos líderes

políticos locais que se sentiam ameaçados em suas lideranças, haja vista os

batistas pregarem que todos os homens são iguais diante de Deus. Esta

mensagem numa região onde imperava o coronelismo, a submissão aos

patrões, por certo não seria bem recebida e deveria ser combatida com

todas as armas disponíveis e por todos os meios. Em 1920 as perseguições

começaram a declinar. Hoje o trabalho é uma bênção, que devemos aos

pioneiros que suportaram toda hostilidade por amor ao Senhor Jesus

Cristo.

24


Lição 05 – Compromisso Com a Evangelização 5

A missão cristã na anunciação das boas novas

Por que evangelizar? Evangelizar não é uma opção da igreja de Cristo: ela

é uma das razões do existir da igreja, afinal, a ordem de proclamar o

evangelho à toda criatura partiu do próprio Mestre (Mc 16.15). Uma igreja

que não evangeliza, no mínimo, está negligenciando um dos pontos da sua

missão.

A AÇÃO EVANGELIZADORA DE JESUS NAS

COMUNIDADES

Mas o que é evangelizar? Evangelizar é anunciar as boas-novas. E

Cristo estava, justamente, fazendo isto: anunciando boas notícias aos

oprimidos pelo mundo de então (Lc 4.18). A mensagem de Cristo

implicava libertação total do homem, um rompimento radical com o

pecado em todas as suas manifestações. O reino de Deus havia chegado,

importava, agora, crer na mensagem do Messias e dar um novo rumo à

história. Crendo e aceitando essa boa nova, os homens não só seriam

salvos do poder do pecado, mas se tornariam parceiros de Deus na obra de

salvação desse mundo (Mt 4.19). É preciso espalhar a maravilhosa notícia:

O reino de Deus chegou por isso, todos devem se arrepender e aceitar o

projeto de vida de Deus (Mc1.14,15).

5 Esta lição foi preparada por Fábio Ramos, bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do

Brasil, membro da Primeira Igreja Batista de Ponte Paraguai, São Gonçalo, RJ.

25


A forma como Jesus evangelizava deve ser inspiração para todos os

cristãos. A eficácia da mensagem de Cristo era grande porque ele falava

com autoridade (Mt 7.29) e se identificava com os seus ouvintes. Jesus

conhecia bem as necessidades dos seus ouvintes e, com isso, a mensagem

tinha endereço certo. Pensemos se Jesus apenas soubesse que teria de

comunicar as boas-novas do evangelho, mas não conhecesse as dores de

quem habitava na Galileia? Como conseguiria atingir seus objetivos, se

não sofresse com eles as suas dificuldades e não chorasse com eles nas

suas angústias? (Jo 11.33-35). Com certeza, seria apenas mais um rabino

como muitos que lá existiam.

Jesus se incluiu nas comunidades; fez-se excluído com os que

estavam excluídos; falava de maneira que estes entendessem a mensagem

de salvação. Portanto, se quisermos uma evangelização eficaz de nossas

comunidades, de nosso povo é preciso seguir o exemplo do Mestre que

entrou na vida das comunidades de sua época. Até comia com eles

publicanos e pecadores (Lc 5.30), que eram vítimas de um sistema

opressor, pessoas humildes que não tinham perspectiva de vida no mundo

de então.

NÃO SÓ FALAR, MAS FAZER

Quando pensamos em evangelizar, logo lembramos daquela famosa

frase que todo crente conhece: "Precisamos falar de Jesus". Sim, é verdade;

é preciso falar, mas não é apenas isso. O que vamos falar? Que Jesus é o

Filho de Deus e é o Salvador?! Devemos falar isso e fazer algo mais e esse

algo mais vai depender de como vemos a nossa comunidade, nossa cidade

ou nosso bairro. Uma evangelização eficaz será aquela que atinja as

pessoas de forma integral, ou seja, proporcionando salvação dos pecados, e

que as transforme em seres humanos melhores, em cidadãos

compromissados com a justiça e que queiram se tornar promotores da

justiça do reino de Deus, pessoas com espírito e perspectivas renovadas. Se

apenas falarmos para elas que Jesus salva só estaremos repetindo o que,

talvez, elas j á estejam ouvindo pelo rádio, pela T V etc. É preciso que os

cristãos, além de falar de Jesus, realizem as mesmas obras de justiça que

Jesus realizou. (Tg2.17)

26


CONHECENDO A COMUNIDADE E AGINDO

Sabendo que se conhecermos nossos ouvintes seremos mais

eficazes na evangelização, é preciso, então, partir para ações que nos levem

a conhecer as pessoas e suas necessidades. Assim seremos capazes de

desenvolver programas de evangelização que levem às pessoas a

mensagem de salvação e as aproximem, também, da comunhão da igreja

local.

O que pode ser o primeiro passo é a realização de um censo que irá

nos dizer o perfil das famílias que queremos evangelizar. O censo pode ser

realizado apenas em algumas ruas do bairro ou, dependendo do contexto e

do tamanho da Igreja, poderá ser realizado em todo o bairro. Deve-se

preparar um questionário simples, mas que traga informações que revelem

o perfil geral das famílias. O questionário deverá além das perguntas

cadastrais comuns, tais como nome completo e quantidade de moradores

da casa, constar, também, perguntas como: você conhece a igreja batista do

seu bairro? De que forma você acha que a igreja poderia ajudar na vida da

comunidade?

É importante saber, também, se existem enfermos e desempregados

na casa visitada. É preciso que neste momento não se perca de vista que se

trata de uma visitação para se conhecer as pessoas e suas necessidades, a

proclamação virá depois, portanto, deve-se evitar possíveis discussões

quando houver resistências por parte de algumas pessoas entrevistadas.

Existem algumas localidades onde a associação de moradores é

bem organizada e, se esse for o caso da comunidade onde sua igreja está

inserida, os irmãos poderão, também, buscar informações na associação

que os levem a saber mais sobre as carências dos moradores. E m algumas

cidades existem organizações não-governamentais (ONGs) muito atuantes

que, com certeza, serão uma boa opção de pesquisa, além das escolas do

bairro.

Para que nosso trabalho aconteça de maneira organizada, é

necessário que os irmãos conheçam bem uns aos outros. É preciso saber

que tipos de dons e talentos temos para usar nessa obra.

Devemos procurar envolver o maior número de pessoas nessa fase

de inserção no contexto comunitário. Geralmente, não há disponibilidade

de horários simultâneos, então é preciso saber da disponibilidade de cada

membro que participará do trabalho para que seja feita uma divisão

coerente dos grupos, que poderão ser de duas ou três pessoas de visitadores

que farão as entrevistas. Será bom que os grupos tenham, se possível, um

27


irmão, uma irmã e um jovem. Também, será necessário que pessoas

fiquem responsáveis pelos formulários cadastrais, fazendo a consolidação

dos dados colhidos e transformando em relatórios que serão de

fundamental importância para o objetivo final.

Quando for concluída essa fase, deverá ser confeccionado um

relatório geral que vai nos dizer que tipo de pessoas compõem a nossa

comunidade e, de posse dessas informações, seremos capazes de

desenvolver atividades contextualizadas que respondam as inquietações da

comunidade. Quando formos realizar a ação social saberemos quem são

realmente os necessitados; quando proclamarmos o evangelho por meio da

pregação pública, saberemos as ênfases a serem dadas, saberemos quem

são as viúvas da comunidade, os doentes e os órfãos, saberemos quais são

as decepções que já tiveram com grupos religiosos, enfim, saberemos

como proclamar o evangelho de Cristo na linguagem que o nosso povo

entenda, pois nos identificaremos com eles da mesma forma como Cristo

se identificou e, então, a comunidade terá o mesmo sentimento que a

comunidade de Jerusalém tinha em relação aos primeiros cristãos, os quais

"caiam na graça de todo o povo" (At 2.42-47).

ANOTAÇÕES

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

28


Lição 06 – A Comercialização da Fé (I) 6

TEXTO BÁSÍCO Atos 8.4-25

LEITURA DIÁRIA

SECUNDA: Sinais Desfeitos Is 44.21-28 TERÇA: Sinais Enganosos 2 Ts 2.1-12

QUARTA: Profetas Falsos Mt 7.15-23 QUINTA: Profetas da Idolatria Dt 13.1-18

SEXTA: O dedo de Deus Ex 8.16-19 SÁBADO: A queda de Babilónia Is 47.1-15

DOMINGO: O Senhor é Deus 1Rs 18.20-20

Objetivo da lição:

Estabelecer a diferença entre milagre e mágica.

INTRODUÇÃO

Mirassol, 40.000 habitantes, a 460 km de São Paulo vive dias de

agitação religiosa com a imagem da Senhora de Fátima que chora mel e

azeite. As lágrimas são usadas pelos devotos para benzer, acalmar crianças

agitadas, curar picadas de insetos e, como não poderia deixar de ser,

promover curas miraculosas. A cúpula Católica não tem interesse em

estudar a questão. Mas uma freira credita a cura de um antigo problema

digestivo às lágrimas da imagem (milagre em Mirassol. revista Veja,

17/07/96).

Como explicar esse fenómeno? Haveria alguma explicação

científica, sobrenatural, ou tudo não passa de uma grande fraude? Quem

teria interesse em tudo isso? Milagre ou Mágica? O texto básico nos

fornece diretrizes que diferenciam a ação de Deus da magia.

1. MAGIA

Segundo o Novo Dicionário da Bíblia, "A magia e a feitiçaria são

as maneiras de influenciar indivíduos e acontecimentos por meios

sobrenaturais ou ocultos. O mágico tenta compelir um deus, um demónio

ou um espírito a trabalharem para ele; ou então segue um padrão de

práticas ocultas para inclinar forças psíquicas conforme a sua vontade". A

magia sempre está relacionada na Bíblia, com a feitiçaria bruxaria,

encantamento, astrologia, necromancia e adivinhação (Dt 18.9-12; I s 47.9-

12) Sempre foi condenada por Deus (Lv 19.26;20.27; Dt 18.10-14).

"Ora havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a

mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao

qual todos davam ouvidos, do menor ao maior dizendo: este homem é o

6 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.

29


poder de Deus, chamado o Grande Poder. Aderiram a ele porque havia

muitos que os iludira com mágicas." (At 8.9-11).

O texto nos fala da existência em Samaria, de Simão, o mágico.

Este iludia as pessoas, insinuando ser ele uma emanação de Deus. Ele era,

em essência, um charlatão oriental que representava um sincretismo de

elementos mágicos, judaicos e do paganismo grego. Segundo Irineu, Simão

chegou a desenvolver uma doutrina Simoniana, cujo tema "O grande poder

de Deus" recebeu um esquema Trinitário: Simão apareceu aos samaritanos

como Pai, aos judeus como filho, e ao mundo como o Espírito Santo.

Algumas lições acerca da magia, podemos extrair do texto (At.8.9-11).

1.1. A Magia ilude As Pessoas

"Iludindo o povo de Samaria" (v.9). A palavra "iludir" denota um

estado de confusão mental e emocional: "está fora de si" (Mc 3.21),

"enlouquecer" (2 Co 5.13) "atónitos" (At 2:7). As pessoas que se envolvem

com adivinhadores, prognosticadores, médiuns, agoureiros, feiticeiros,

encantadores, mágicos, astrólogos, necromantes, falsos profetas acham-se

perturbados e confusos. O profeta Isaías diz "passarão pela terra duramente

oprimidos e famintos; e será que, quando tiverem fome, enfurecendo-se,

amaldiçoarão ao seu Rei e ao seu Deus, olhando para cima. Olharão para a

terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados

para densas trevas" (8.21-22). A magia embora possa ser praticada em

conjunto com falsas ideias religiosas, constituísse numa inimiga da religião

verdadeira. Em At 13.4-12, Elimas, o mágico, faz oposição à conversão do

Procônsul Sérgio Paulo. Através da "Doutrina do Senhor" e cheio do

Espírito Santo, o Apóstolo Paulo vence a magia, e o Senhor promove a

conversão do Procônsul.

1.2. A Magia é um Meio de Promoção Pessoal

Através de suas mágicas, Simão se insinuava ao povo Samaritano

como um "Grande Vulto". Com aquela massa confusa e perplexa, Simão se

autoprojeta como uma emanação de Deus. "Este homem é o poder de

Deus, chamado o Grande Poder" (v.10), declarava a massa iludida. No

Brasil hoje, o escritor mais lido e badalado chama-se Paulo Coelho. Ele é

um mago e através dos seus livros tem ganho muito dinheiro, e se auto

promovido internacionalmente, e pior de tudo, tem "encantado" e

"amarrado" a muitos na mentira (Is 47.12-13).

1.3. A Magia Visa Sempre o Lucro Financeiro

A magia está sempre ligada à avareza e a imoralidade. Os escritores

do N.T. usavam a figura de Balaão (Nm 22-24;25.1-3; 31.16) para

30


identificar uma heresia gnóstica surgida no I século (Jd 8; 2 Pe 2.15; Ap

2.14), que misturava assuntos espirituais com interesses financeiros.

Simão provavelmente o criador de uma heresia gnóstica

"Simoniana", que perdurou até o III século, abraçou a fé cristã apenas por

interesse. Isso fica evidente quando ele oferece dinheiro aos Apóstolos em

troca do poder do Espírito Santo (At 8.18-19).0 seu objetivo era ganhar

dinheiro com o Evangelho. A sua mente estava condicionada à prática da

magia que oferece enganoso auxílio espiritual por dinheiro.

2 . MILAGRE

Com a morte de Estevão, levantou-se uma grande perseguição

contra a igreja em Jerusalém e, exceto os Apóstolos, todos foram dispersos.

Os crentes dispersos iam por toda parte pregando a Palavra de Deus (At

8.1,4). Filipe, que havia sido eleito e ordenado para "servir às mesas" (At

6.2,5), tornou-se numa espécie de Evangelista Oficial, e descendo à

Samaria, anunciava-lhes a Cristo. Era um trabalho de evangelização

coletiva (8.12). Filipe também realizava sinais e grandes milagres (At

8.6,13). Algumas lições poderemos extrair dessa narrativa. 2.1. Milagres

Acompanham a Pregação Fiel do Evangelho O significado básico de

"milagre" grego - "semeion") é "sinal", "marca". Necessariamente não tem

um caráter "milagroso" (Mt 26.48; Lc 2.12), mas confirmatório e

autenticador. Os sinais realizados por Filipe estavam coordenados com a

pregação e se constituía marcas legítimas da autoridade divina na era

apostólica (Mc 16.20; At 14.3). Os sinais e milagres são marcas de

legimatação e autoridade divinas do cargo apostólico (2 Co 12.12; Rm

15.18-19).

Quando os milagres são realizados separados da pregação da

Palavra de Deus, eles não têm a sua origem em Deus. A Bíblia nos adverte

que falsos profetas seduzirão os homens para a apostasia, operando sinais e

maravilhas (Mc 13.22; Mt 24.24; Ap 20.7-10; 2 Ts2.3).

2.2. Os Sinais não Promovem a Salvação do Pecador

Os sinais e grandes milagres não são suficientes para promover a fé

salvadora; Simão abraçou a fé apenas intelectualmente, sem se converter

de feto (At 8.13; 21-24). "E assim, a fé vem pela pregação e a pregação

pela Palavra de Cristo" (Rm 10.17). Veja: Lc 16.27-31. Nem mesmo os

milagres realizados por Jesus tinham intuito de persuadir descrentes a

crerem nele - (Mc 8.12).

31


2.3. Os Sinais Verdadeiros Promovem a Jesus

Quando verdadeiros sinais e milagres acontecem, eles não

promovem pessoas ou igrejas, mas a Jesus Cristo. Filipe não se

autopromovia, mas anunciava-lhes a Cristo. "Quando, porém, deram

crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome

de Jesus Cristo, iam sendo batizados. Assim homens como mulheres" (At

8.12).

2.4. O Maior de Todos os Sinais

O maior milagre que uma pessoa pode receber é o perdão dos seus

pecados e a substituição da sua natureza carnal por espiritual (Ez 36.26).

"Mas, para que saibais que o filho do homem tem sobre a terra

autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te ordeno:

Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa. Todos ficaram atónitos davam

glória a Deus e, possuídos de temor, diziam: Hoje vimos prodígios"

(Lc 5.24-26).

2.5. A Evidência do Verdadeiro Milagre

A grande alegria que uma pessoa pode experimentar não se dá

quando ela recebe um milagre físico, mas quando ela se encontra com

Jesus. " E houve grande alegria naquela cidade" (At 8.8).

Antes só havia "ilusão" e sofrimento. Em Jesus há conhecimento e

liberdade. "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).

Jesus disse "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas

trevas, pelo contrário, terá a luz da vida" (Jo 8.12). A luz esclarecedora do

Evangelho produz alegria e satisfação.

CONCLUSÃO

Infelizmente não podemos perceber nitidamente a causa ou a

origem dos fenómenos espirituais. Vemos os efeitos, mas não a causa.

Como cristãos, precisamos provar os espíritos a fim de verificar as suas

origens. O critério principal que Jesus nos fornece é o julgamento da vida

espiritual daquele que opera o fenómeno espiritual (Mt 7.21). "Assim, pois,

pelos seus frutos os conhecereis".

PONTOS PARA DISCUTIR

1. Você conhece alguém envolvido com a magia ou "espiritismo" que

esteja de fato feliz?

2. "Nem todo fenómeno sobrenatural tem a sua origem em Deus".

3. 'Todo milagre que não esteja casado com a integridade moral de

seu agente deve ser visto com extrema desconfiança" - Louis Moden.

32


Lição 07 – A Comercialização da Fé (II) 7

TEXTO BÁSÍCO João 2.13-22

LEITURA DIÁRIA

SECUNDA: O Mercenário Jo 10.7-13 TERÇA: Exploração Comercial 2 Pe 2.14-17

QUARTA: Mecardejando a Palavra 2 Co 2.14-17 QUINTA: Profetizar por Dinheiro Mq 3.1-12

SEXTA: O Perigo das Riquezas Ec 5.8-20 SÁBADO: Salvação Gratuita Is 55.1-13

DOMINCO: A Comercialização no Templo; Jo 2.13-22

Objetivo da lição:

Convencer o aluno de que Jesus é contra a exploração comercial da religião.

INTRODUÇÃO

"Templo é Dinheiro", "Pequenas Igrejas, Grandes Negócios",

"Jesus é o caminho, e a Igreja cobra o pedágio" são algumas das diversas

piadas feitas com a Igreja Evangélica hoje. Igreja tornou-se sinónimo de

Exploração Comercial onde pastores exploram a necessidade e a

ignorância das pessoas menos esclarecidas, trocando alívio espiritual por

dinheiro.

Duas coisas precisam ser ditas. A primeira é que nem todas as

igrejas que se auto denominam evangélicas, são verdadeiramente

evangélicas. A segunda é que à própria Bíblia nos adverte quanto a

existência de falsos pastores e consequentemente de falsas igrejas,

portanto, não devemos ficar surpresos.

A comercialização da fé é a prática religiosa que visa o lucro

financeiro. Ela se acha presente em qualquer religião: Cristianismo,

Catolicismo Romano, Espiritismo, etc. É uma prática tão antiga quanto a

religião. Interessa-nos aqui a comercialização no ambiente evangélico.

1. DEFINIÇÃO DE QUEM A PRÁTICA

Disse Jesus: "Acautelai-vos dos Falsos Profetas que se vos

apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são "lobos

roubadores"(Mt7.15). Os “falsos profetas” são: as autoridades religiosas

dos judeus, como os fariseus (Mt 23.13-36); os impostores como Judas, da

Galileia (At 5.37); os profetas falsos da época cristã (Mt 24.11; 7.21-23);

qualquer indivíduo que ensine coisas que façam outros entrarem no

7 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.

33


"caminho espaçoso". O "Didaquê" (ensino dos apóstolos) refere-se a certas

pessoas, intitulando-as comerciantes de Cristo, pois da religião de Cristo

fazem um meio de vida, um meio de ganhar dinheiro como se fora

qualquer outro negócio. "Lobos roubadores" essa expressão indica que

para conseguir os seus objetivos financeiros, essas pessoas são capazes de

sacrificar as ovelhas. É por isso que Jesus também os chama de "ladrões",

"salteadores" e "mercenários". Eles se aproximam das ovelhas somente

para "'roubar, matar e destruir" (Jo 10.10). Eles transformam igrejas em

"covil de salteadores" (Jr 7.11; Mt 21.13).

2. UM EXEMPLO DE COMO É PRATICADA (Jo. 12.18-8)

A páscoa era a mais importante de todas as festas judaicas (Lv

23.4-8). Segundo a lei, todo homem judeu que residisse dentro de um raio

de 30km de Jerusalém tinha a obrigação de comparecer à festa. É por isso

que Jesus subiu a Jerusalém (Jo 2.13; 6.4; 11.55). Era obrigatório também

o pagamento por parte de cada judeu maior de 19 anos, de um imposto do

templo. Meio ciclo de prata para a manutenção diária dos sacrifícios no

Templo. O valor deveria ser pago anualmente e correspondia quase a dois

dias de salário mínimo. O mais interessante é que este imposto somente

poderia ser pago na moeda judia (ciclos do santuário). As moedas

estrangeiras eram impuras e impróprias para pagar uma dívida a Deus.

Como vinham peregrinos de todas as partes do mundo com todo tipo de

moeda, foi instalado no templo o comércio dos cambistas. Ao trocarem as

moedas, os cambistas cobravam uma grande comissão, explorando assim

os peregrinos. Também havia o comércio de animais. A lei estabelecia o

sacrifício cruento, (Lv 1-7). O animal a ser sacrificado deveria ser perfeito

e sem mancha (Lv 22.20). As autoridades religiosas que eram os

responsáveis pelos negócios realizados no templo (câmbio e venda de

animais), estabeleceram fiscais para examinar as vítimas para o sacrifício.

Se um fiel adquirisse uma vítima fora do templo sem dúvida ao ser

examinada pelos fiscais, seria recusada. O fiel era, portanto, obrigado a

comprar no templo a vítima para o sacrifício, num valor trinta vezes maior.

Tudo isso desencadeou a ira de Jesus. Ele fez um azorrague de

cordas e expulsou a todos do templo. Qual seria a atitude de Jesus hoje, se

estivesse fisicamente conosco, ao contemplar a exploração praticada em

algumas igrejas?

34


3. A REAÇÃO DE JESUS FRENTE À COMERCIALIZAÇÃO DA

Jesus Cristo ao contemplar aquela exploração aos peregrinos por

parte das autoridades religiosas, movido pelo zelo, irado, expulsou a todos

do templo (Jo 2.14-16). Quais os motivos que justificam a atitude de Jesus?

3.1. Porque o Comércio da Fé Dessacraliza ou Profana a Religião

Disse Jesus aos comerciantes e cambistas: "Não façais da casa de

meu Pai casa de negócio" (Jo 2.16). A natureza da igreja é espiritual e não

comercial. Não somente o espaço "Casa de Oração", mas também o serviço

a Deus é espiritual. "De graça recebestes, de graça dai"(Mt 10.8).

Aquelas práticas comerciais estabelecidas pelas autoridades

religiosas no templo de Jerusalém, se constituíam uma profanação do

sagrado e uma mudança na essência da religião estabelecida por Deus.

3.2. Porque Jesus Zela pela Pureza de sua Igreja

Ao contemplarem a atitude de Jesus, os seus discípulos se

lembraram do Salmo 69.9: O zelo da tua casa me consumirá (Jo 2.17).

Jesus Cristo zela pela pureza e santidade da sua igreja. "Para apresentar a si

mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,

porém santa e sem defeito" (Ef 5.27). O profetizar, o expelir demónios, o

realizar milagres podem ser feitos em nome de Jesus, mas sem a autoridade

e o poder de Jesus (Mt 7.22). Há muita gente ganhando dinheiro com o

nome de Jesus, sem, contudo, estar fazendo a vontade de Deus: "Então,

lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que

praticais a iniquidade" (IMt 7.23). "Por isso os perversos não prevalecerão

no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" (SI 1.5).

3.3. Porque a Verdadeira Religião jamais Poderá ser Comercializada

pelo Homem. (Jo 2.16-22)

Com a vinda de Jesus todo aparato sacrificial de animais tornou-se

obsoleto. "Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e em

três dias construirei outro, não por mãos humanas" (Mc 14.58). Com a sua

vinda, Jesus pôs fim a todo o ritualismo judaico, substituindo-o por uma

nova forma de relacionamento com Deus. "Mas vem a hora e já chegou,

em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade;

porque são estes que o Pai procura para seus adoradores" (Jo 4.23).

Nenhum sacrifício de animal pode justificar o homem perante Deus. Não

se pode comprar e vender bênçãos genuínas. A salvação é de graça (Is

35


55.1-3). Não é possível adquirir por meio do dinheiro qualquer bênção

espiritual

(At 8.20). Essas "igrejas" que estão comercializando "Bênçãos Espirituais",

estão enganando os seus consumidores. É impossível subornara Deus (Rm

8.32). "Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água

da vida"(Ap 22.17). A comercialização da fé é promovida por falsos

pastores em falsas igrejas. Não se deixe iludir! "Porque surgirão falsos

Cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar,

se possível, os próprios eleitos (...) Não acrediteis" (Mt 24.24, 26). Jesus

nos ordena a não confiar em falsos obreiros ainda que aparentemente

estejam realizando "grandes sinais e prodígios. Estes sinais são grandes

somente no objetivo: enganar. E infelizmente têm enganado a muitos". (2

Ts 2.7-11).

PONTOS PARA DISCUTIR

1. O que é comercialização da Fé?

2. Você conhece alguma igreja que comercializa bênçãos?

3. É possível realizar prodígios sem o poder de Deus?

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

36


Lição 08 – Os Batistas e a Educação 8

Leituras Diárias / Provérbios 22:1-12; 22:17-29; 23:1-14; 23:15-25;

24:1-9; 24:13-20 e 25.4-11.

Texto Áureo: João 8:32

No Evangelho de São João 8:32 está gravada uma das maiores

mensagens direcionadas ao ser humano: “Conhecereis a Verdade e a

verdade vos libertará". É a instrução o melhor caminho para extirpar da

mente humana os conceitos errados, que conduzem ao engano, a

escravidão da mente, do raciocínio.

E os batistas hão de ser reconhecidos como campeões da luta contra

o obscurantismo. Por isso fundaram escolas primárias, colégios e até

faculdades.

O COLÉGIO AMERICANO BATISTA

A nossa mais antiga escola dedicada à instrução não

exclusivamente

religiosa, em Pernambuco é o C.A.B., que foi organizado em Recife, em

1906. "

A verdadeira origem do Colégio Americano Batista de hoje, devese

a umas aulas que o Dr. Canadá dirigia num casebre perto da 1ª Igreja.

Por efeito da grande controvérsia religiosa em 1903, na cidade do Recife,

converteu-se o padre José Piani; que 34 logo se uniu aos missionários e

passou a funcionar como professor do colégio. Todavia, a instalação, como

tudo mais era pobre e urgia melhorá-la. Um antigo prédio de esquina no

aristocrático Bairro dos Manguinhos, na Praça do Amorim, foi cobiçada

por Cannada e Piani, mas até tentar alugá-lo era uma temeridade. Assim

mesmo encheram-se de ânimo e alugaram o edifício. Havia pouco de tudo,

mas o que mais faltava eram os alunos. Canadá foi á rua e atraiu quatro

meninos que estavam brincando e com eles começaram as aulas. Assim em

1906 era fundado o Colégio Americano GILREATH, nome que em 1916

foi mudado para Colégio Americano Batista."

Desta maneira descreve, o Pastor" Antônio Neves de Mesquita, no

II vol. da História dos Batistas no Brasil, pg. 29, o aparecimento do C.A.B.

De início o principal objetivo eram os filhos dos crentes,

prejudicados nas escolas públicas, por causa das controvérsias religiosas. A

ideia, entretanto, logo se ampliou como meio de evangelização e interação

na comunidade. Em 1916, como resultado de uma grande campanha

8 Esta lição foi preparada pelo Pr. David Mein.

37


promovida pelo missionário, Dr. H.H. Muirhead nos USA, foi comprado o

solar dos Barões da Soledade, uma das melhores propriedades do Recife, e

ai começam a ser construídas as atuais instalações do Colégio, do

Seminário e do SEC. E interessante ver, uma vez mais, o que o Dr.

Mesquita diz a respeito deste extraordinário acontecimento: "os padres não

gostaram, e soubesse que às ocultas, fizeram vantajosas propostas aos

herdeiros dos barões para fazerem anular a venda feita aos batistas.

Naturalmente até aqui esperavam

os clericais que mais dia, menos dia, os protestantes deixariam o campo,

porque não tinham raízes, mas agora com uma das melhores propriedades,

tudo mudava de figura" - H.B.B.V0I. II, pg. 99.

Outras propriedades foram sendo incorporadas aquela aquisição,

constituindo uma enorme propriedade, hoje desfalcada das áreas onde

estão as pistas da Av. Agamenon Magalhães, o canal, e a escola Barbosa

Lima Sobrinho.

Tudo isso deu origem a um grande progresso do colégio. Em 1917,

sob a liderança de D. Graça Taylor criou o Departamento Normal, para

moças vocacionadas, que em 1919, passou a ser chamado Escola de

Trabalhadoras Cristãs e, depois SEC.

Em 1919, criava-se a Escola Remington e um Instituto Comercial

que preparou muitos especialistas em assuntos comerciais, na cidade do

Recife.

OUTROS COLÉGIOS

Ao Colégio Americano Batista, outros colégios batistas se seguiram:

1. O Colégio Pan-Americano, em Afogados, que durante muito

tempo foi propriedade da então existente Convenção Batista

Pernambucana, e que em 1964 tinha uma matrícula de 1.500 alunos.

2. O Colégio e Escola Técnica de Moreno, da 19 Igreja Batista

daquela cidade que desempenhou um papel importantíssimo na formação

da juventude daquele município.

3. O Colégio Onze de Setembro, funcionando na 19 igreja Batista

de Arcoverde. Fundado em 1969, pelo Pastor Israel Dourado Guerra e que

tem desempenhado uma extraordinária influência na cidade cardeal.

Ex-alunos deste colégio têm ocupados lugares de destaque na

denominação e fora dela. O Dr. Jenessi Sales Cavalcante e o Dr. Francisco

Pereira da Silva, membros do Cordeiro e profissionais respeitados, são

frutos do Onze de Setembro.

A Dra. Lucile Lobo, professora da U.F. de Brasília, ex-aluna do

Onze, promete, como gratidão, dar 2 anos de ensino gratuito ao seu antigo

38


colégio. Quatro filhos do Pr. Guerra, destacados alunos da Universidade,

fizeram toda a sua preparação no colégio da Igreja.

4. Muitos outros colégios, embora, não ligados diretamente à igreja,

mas propriedade de Batistas tem sido destaque na educação em nosso

Estado. O Colégio 7 de setembro, do Prof. Rubem Barros, em Caruaru. O

Ateneu Brasil, do Pr. Viana de Paiva, em Recife, além de muitos outros

que tivera existência mais efémera.

ESCOLAS ANEXAS

Durante muitos anos as nossas igrejas organizaram escolas de

primeiro grau, que funcionavam nas dependências da Educação Religiosa.

As décadas de 50 e 60 foram particularmente férteis no aparecimento

dessas escolas. Em 1964 havia 60 escolas funcionando nas instalações das

igrejas.

Depois dessa data, os poderes públicos começaram a desenvolver

os

seus programas de ensino, a construírem escolas, ao mesmo tempo que as

obrigações sociais e os custos de ensino vieram a tornar quase invariável

esse campo de ação. A Igreja Batista do Cordeiro foi a única que manteve

ininterruptamente a sua escola, administrada pelo Núcleo Social Manoel da

Paz, nome de um ex-pastor da Igreja.

Hoje voltam as igrejas a preocupar-se com a instrução da

juventude. Através de convénios com entidades estatais, com entidades

beneficentes como Visão Mundial e outros, ou simplesmente cedendo

espaço, estão surgindo novamente muitas escolas nas salas ociosas de

nossas igrejas ou congregações: Imperial, Monteiro, Campo Grande,

Bonito, Belo Jardim, Salgadinho, Ev. Casa Amarela, Bezerros, Petrolina,

entre outras igrejas, têm escolas primárias funcionando em suas

instalações.

Texto-João 5:31-39

Texto Áureo - Lucas 10:2

Porque Educação Teológica? Para qualquer serviço é necessário

treinamento — seja o serviço mais simples. Assim como uma pessoa para

tratar do corpo humano necessita de estudar medicina; para conhecer a

jurisprudência precisa de estudar direito; aquele que vai lidar com os

problemas do aluno, e poder interpretar a mensagem de Deus encontrada

na Bíblia deve estudar e se prover das ferramentas necessárias para a sua

39


função. No Antigo Testamento existiam as escolas de profetas; Jesus se

cercou de doze homens a quem ministrou ensinamentos durante quase

treze

anos. Aquele que vai interpretar a Palavra de Deus precisa preparar-se o

melhor possível. Por esta razão existem seminários.

O que se estuda num Seminário Teológico: Um seminário

teológico oferece matérias relacionadas com o estudo da Bíblia, e outras

matérias que ajudem o ministro a conhecer a Bíblia, sua história, sua

geografia, sua mensagem; matérias que ajudem conhecer o homem, suas

necessidades, o seu meio; matérias que ajudem ao ministro relacionar os

problemas à Mensagem das Escrituras. Visto aceitarmos um

multiministério (pastoral, educacional, musical e social) muitos seminários

atualmente têm cursos de especialização nessas várias áreas.

Os primórdios do Seminário Teológico Batista do Norte do

Brasil: Desde o início do trabalho batista no Brasil, os seus iniciadores

tinham a convicção de que o Brasil só poderia ser ganho para Cristo pelos

próprios brasileiros; e para isso seria necessário o preparo de um ministério

brasileiro. No início alguns missionários levavam para as suas casas jovens

que demonstravam capacidade e chamada com o fim de prepará-los para a

tarefa da evangelização. Um destes foi Jefté Hamilton, em Maceió, outro

foi W, E. Entzminger, em Recife, seguido por Salomão Ginsburg.

Salomão Ginsburg solicitou à Junta de Richmond uma verba

paraajudar no custeio deste trabalho.

Em 1902, Salomão Ginsburg com alguns obreiros do Campo

Pernambucano, o missionário Jefté Hamilton de Maceió e outros,

fundaram

o Seminário Batista do Recife. A abertura formal foi na casa de Salomão

Ginsburg, Rua Caminho Novo, 100 (hoje Av. Conde da Boa Vista);

haviam seis alunos para começar; Jefté Hamilton foi o seu primeiro diretor.

Inicialmente os alunos passavam um mês estudando, e um mês

nocampo trabalhando.

Em 1906 W. H. Canadá abriu uma escola anexa a 1ª Igreja Batista

do Recife para educar os filhos dos crentes e jovens vocacionados ao

ministério; por algum tempo as duas escolas. Seminário e Colégio

Gailbreth andaram unidos. Em 1907, com a organização da Convenção

Batista Brasileira e a criação, pela Convenção, de uma Comissão de

Educação Teológica houve uma tentativa de fechar o Seminário do Norte e

fundar um Seminário no Rio; a tentativa foi frustrada, mas em 1908 foi

40


fundado o Seminário e Colégio no Rio por John W. Shepard, mas não em

substituição ao Seminário do Norte.

O Seminário do Norte continuou a crescer, como também o Colégio

sob a direção do Dr. H. H. Muirhead, missionário da Junta de Richmond

que veio ao Brasil exatamente para dirigir as duas instituições. O

Seminário

experimentou crescimento numérico, como também em sua área

patrimonial durante a gestão do Dr. Muirhead. A grande propriedade onde

hoje estão localizados o Colégio Americano Batista, o Seminário de

Educadoras Cristãs, e o Seminário do Norte foi adquirida na sua gestão

como diretor.

Durante o período de 1902 a 1918 os formandos do Seminário

recebiam seus diplomas através do Colégio; mas em 1918 a primeira turma

de Mestre em Teologia formou-se pelo Seminário: José Munguba

Sobrinho, Manoel Tertuliano Cerqueira, e Antônio Neves Mesquita.

Posteriormente Munguba e Mesquita lecionaram no Seminário.

Houve em 1923 uma grande crise administrativa na denominação

que quase causou o fechamento do Seminário - chamava o "Movimento do

Norte", ou o "Movimento Radical".

Foi nesta ocasião que apareceu um segundo Seminário no Recife,

Seminário Teológico Batista Brasileiro. Este Seminário funcionou, embora

precariamente até 1940 em junção com o Colégio Batista Brasileiro, ambos

pertencentes a Convenção Batista Pernambucana.

A crise de 1923 não conseguiu fechar o Seminário. Ele voltou a

funcionar unido ao Colégio, como também a Escola de Trabalhadoras

Cristãs (hoje SEC), que havia sido fundada em 1917 com o fim de preparar

moças vocacionadas para trabalho especial no Reino de Deus.

Dr. H. H. Muirhead, em 1930 foi transferido do Recife para o Rio

de Janeiro com o fim de dirigir o Colégio Batista e o Seminário do Sul;

para substituí-lo na direção do Seminário do Norte, o missionário John

Mein foi transferido do Estado das Alagoas onde trabalhava desde 1920.

O período de 1930 a 1935 foi de crise económica em todo o mundo,

havendo sofrido devido à crise o trabalho missionário. A Junta de

Richmond por vários anos não nomeou novos missionários, os que iam de

férias não voltavam. A crise foi sentida nas instituições batistas no Brasil.

Várias vezes durante este período as instituições foram socorridas

financeiramente pelos próprios missionários dos seus parcos salários.

1936 foi um ano histórico para o Seminário. Na Assembleia da

Convenção Batista Brasileira reunida no Recife, foram formuladas Novas

41


Bases de Cooperação quanto ao trabalho da Junta de Richmond e a

Convenção Batista Brasileira. Um dos resultados das Novas Bases foi a

separação do Seminário do Colégio que estavam unidos desde a crise de

1923.

A separação deu ao Seminário sua própria Junta Administrativa, um

diretor próprio, independência académica, e sede própria. Foi eleito

naquela ocasião como Diretor o Dr. Arnaldo E. Hayes. Mas por motivo de

doença só dirigiu a instituição até 1937. Foi eleito então o Dr. José

Munguba Subrinho, o primeiro brasileiro a dirigir o Seminário. Mas a

eleição do Dr. Munguba gera nova crise administrativa no seio da

Convenção Batista Brasileira.

A crise teve sua culminação com a demissão do Dr. Munguba, a

eleição do Dr. Orlando Rêgo Falcão, e a intervenção da Convenção Batista

Brasileira. A Convenção nomeou um "Interventor" para dirigir o Seminário

durante o ano de 1941. Dr. S. L. Watson, missionário residente no Rio, foi

o interventor. Poucas vezes veio ao Recife durante o ano, ficando o

Seminário sendo dirigido pelo Pr. Lívio Cavalcanti Lindoso e W. C.

Harrison. Esta crise quase que consegue fechar o Seminário do Norte.

A assembleia anual da Convenção Batista Brasileira reunida em

Belo Horizonte em 1942, elegeu como Diretor do Seminário com 'carta

branca' para pôr as coisas em ordem o missionário John Mein. Aqui se dá

início a uma nova época na história do Seminário.

1942 -1952

O Dr. John Mein dirigiu a instituição nesta sua segunda gestão (a

primeira foi de 1930 -1935) durante dez anos.

Vários acontecimentos deste período devem ser enfatizados. (1) A

aquisição da propriedade onde está localizado o Seminário atualmente. A

aquisição foi uma troca com o Colégio Americano Batista de uma área no

Parque Amorim. (2) Na nova propriedade foi construído um prédio onde

está localizada a administração, salas de aula, os cursos de teologia e

educação religiosa, uma sala especial para o ensino de homilética e

dramatologia; e o Santuário que serviu até 1984. Quando o edifício foi

construído também serviu de residência do Diretor, biblioteca, refeitório e

dormitório. (3) Foram adquiridas duas propriedades na Rua Padre Inglês

para residências de Professores. (4) O Corpo Docente foi aumentado, com

a vinda dos professores Harald Schaly, José Florêncio Rodrigues,

Raimundo Kolb, e David Mein para lecionar. (5) Pela primeira vez o

Seminário teve o seu próprio refeitório; antes de 1942 os seminaristas

42


sempre fizeram suas refeições no refeitório do Colégio Americano Batista.

(6) Foi criado um curso noturno para leigos com a finalidade de preparálos

para melhor servir em suas igrejas. O curso existiu de 1951 a 1961.

1953 -1984

Com a aposentadoria do Dr. John Mein foi eleito como novo diretor

o Pr. David Mein. O Seminário tinha naquela ocasião cinquenta e dois

alunos matriculados, sete professores, o edifício principal na Rua Padre

Inglês, o velho pardieiro no Parque Amorim, e as duas casas para

residências de professores na Rua Padre Inglês.

Acontecimentos importantes deste período: (1) Mudanças nas

exigências para ingresso no Seminário. Para o Curso de Bacharel foi

exigido o certificado de conclusão do 2º grau. Para o Curso Médio, o

certificado de 1º grau. O Curso Médio deixou de existir em 1983.

(2) Criação de novos cursos: Em 1960 foram criados os Cursos de

Música Sacra e Educação Religiosa. O primeiro visando preparar ministros

de música sacra para as igrejas; e o curso de educação religiosa para a

preparação de ministros de educação religiosa. Com a criação destes cursos

o Seminário iniciou a aceitação de alunos de ambos os sexos.

Ambos os cursos têm contribuído para modificar o conceito de

música e educação nas igrejas. Atualmente os cursos são dirigidos por Dr.

Fred Spann e Pr. Ray Fleet, respectivamente.

(3) Expansão Patrimonial: Durante este período foram

adicionados ao patrimônio mais treze edifícios: dormitório masculino e

refeitório; dormitório feminino; setenta e sete apartamentos e Kitinetes

para alunos casados; dez apartamentos para professores; edifício para o

curso de música; biblioteca; oficinas e residência do pessoal do refeitório; e

um majestoso Santuário que comporta 1000 pessoas.

(4) Area académica: Além dos cursos já mencionados foram

criados os cursos de pós-graduação (Mestrado) em Teologia, Música Sacra

e Educação Religiosa; o Curso de Educação Religiosa foi também

reconhecido equivalente a Licenciatura Plena pela Secretaria de Educação

e Cultura de Pernambuco e outros Estados.

Desde 1957 o Seminário tem realizado de dois em dois anos

Conferências Teológicas quando os ex-alunos têm oportunidade de voltar e

fazer uma espécie de reciclagem quanto aos seus conhecimentos. Devido

ao grande crescimento numérico do Seminário, as Conferências Teológicas

têm sido substituídas por Simpósios, enfatizando as áreas abrangidas pelos

vários cursos.

43


Além dos três cursos básicos (Teologia, Música e Educação

Religiosa) o Seminário desde 1954 tem mantido um Curso Bíblico por

Correspondência, e mais recentemente criou o Curso de Educação

Teológica por Extensão; ambos para ajudar no preparo da liderança laica

nas igrejas.

(5) Um dos mais importantes setores da vida do Seminário é a

Biblioteca que conta atualmente com 35.000 livros. A Biblioteca são "os

pulmões" da instituição. Nela, alunos e professores, podem encontrar uma

vasta mina de conhecimentos teológicos.

(6) Vida espiritual: O Seminário do Norte tem sempre primado

pela vida espiritual de seus alunos. Realiza cultos quatro vezes por semana;

mantém Sala de Oração para uso de alunos e funcionários; providencia

momentos devocionais diários antes das aulas terem início; e insiste que

cada aluno se identifique com uma igreja local ou nas imediações do

Recife, tendo em vista o seu crescimento espiritual. O aluno cria o seu

próprio ambiente espiritual, e cresce na medida de sua dedicação.

Contribuição do Seminário ao Evangelismo Pátrio

O valor de uma instituição é visto através de seu produto, de seus exalunos.

Formados do Seminário estão espalhados por todo território

nacional, e em alguns países estrangeiros. A maioria exerce pastorados de

grandes e pequenas igrejas; outros estão ligados à instituições Batista

Brasileira, convenções estaduais, e a particulares; já outros estão com

Juntas nacionais e estaduais; alguns servem como missionários das Juntas

de Missões Nacionais, Missões Mundiais, e Juntas estaduais. Vários são

ministros de música ou educação religiosa em igrejas em várias partes do

país.

Um Novo Período

No dia 30 de novembro de 1984 foi empossado como novo Reitor

do Seminário o Pr. Hélio Schwartz Lima, vindo do pastorado da Igreja

Batista Dois de Julho em Salvador. Esperamos que ele tenha o apoio dos

batistas de Pernambuco e que Deus lhe dê a sabedoria para levar o

Seminário de vitória em vitória para a glória de Deus.

Com a posse do Pr. Hélio o Seminário entra num novo período.

44


Lição 09 – Compromisso com a Cidadania

Responsável 9

O cristão e suas responsabilidades de dupla

cidadania

Deve o cristão prestar obediência às leis de seu país, sendo ele cidadão do

reino de Deus? Qual seria a sua resposta diante desta pergunta?

Os Princípios Batistas (documento de identificação dos Batistas

Brasileiros) nos diz o seguinte: "O cristão é cidadão de dois mundos - o

reino de Deus e o Estado político - e deve obedecer à lei de sua pátria

terrena, tanto quanto à lei suprema". Para sermos cidadãos responsáveis

devemos ter a consciência de que antes de mais nada somos cristãos e se

tivermos que fazer uma escolha entre as leis dos homens e a lei de Deus,

devemos obedecer a Deus (At 5.29).

Apesar de o cristão ter o dever de obedecer às leis de seu país, ele, é

também, um cidadão do Reino de Deus, sendo assim ele não pode

concordar com aquilo que existe de errado. Pois, como deve o cristão se

comportar diante de um governo corrupto ou em relação à injustiça social?

Para desenvolvermos uma cidadania responsável para com os princípios do

evangelho do reino de Deus é preciso que obedeçamos a Deus acima de

tudo.

9 Esta lição foi preparada por Ricardo Luiz de Freitas, bacharel e mestre em Teologia pelo Seminário

Teológico Batista do Sul do Brasil, Duque de Caxias, RJ.

45


ANUNCIANDO O EVANGELHO TODO AO SER

HUMANO TODO

O desenvolvimento de uma cidadania responsável dependerá do

cumprimento de uma das primeiras ordenanças deixadas por Jesus: "Ide e

pregai o evangelho" (Mc 16.15). No entanto, este evangelho deve ser

pregado de forma integral, levando o ser humano a possuir dignidade, ter

acesso a justiça, a uma vida digna e eterna por meio de Jesus Cristo.

Um grande exemplo disto é o que acontecia na igreja primitiva

onde os apóstolos, constantemente, davam testemunho da ressurreição de

nosso Senhor Jesus Cristo e a graça de Deus era abundante em cada

coração fazendo, assim, com que estivessem sempre dispostos a ajudar

alguém que necessitasse (At 4.32-35) O anúncio do evangelho não deve se

restringir à pregação somente, mas à realização de obras que ajudem as

pessoas a terem uma vida decente.

E um dos melhores lugares para ajudar na construção de um país

melhor e proporcionar dignidade, é na igreja, mediante o trabalho social

junto com a divulgação do evangelho. O Pacto de Lausanne (documento

teológico dos cristãos evangelicais), no capítulo cinco, nos diz que:

"Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem

procurar não só evidenciar, mas, também, divulgar a retidão do reino em

meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos

transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais.

A fé sem obras é morta" (Tg 2.17).

Não devemos evangelizar sem dar o pão e não devemos dar o pão

sem evangelizar. Evangelho e ação social andam juntos, pois o evangelho

anunciado por Jesus Cristo era um evangelho que transformava o homem

por inteiro e como seus seguidores devemos divulgar este mesmo

evangelho transformador.

Como cidadãos devemos divulgar o evangelho em nossa

vizinhança, mas, também, contribuir para que os necessitados possam ter

algo que comer, os injustiçados sejam socorridos. Aliás, o que você já fez

por aquele seu vizinho que está desempregado?

46


Como igreja, podemos organizar cursos que capacitem os

desempregados a obterem uma profissão que lhes dê condições de sustento.

Podemos, também, realizar os chamados "mutirões sócio-missionários"

onde são oferecidos tratamento dentário, médico, corte de cabelo e junto

com tudo isto é pregado o evangelho.

A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (maior

documento teológico dos batistas brasileiros) confirma a necessidade de

um evangelho que transforme o homem por inteiro dizendo: "Como sal da

terra e a luz do mundo, o cristão tem o dever de participar em todo esforço

que tende ao bem comum da sociedade em que vive. Entretanto, o maior

benefício que pode prestar é anunciar a mensagem do evangelho; o bemestar

social e o estabelecimento da justiça entre os homens dependem

basicamente da regeneração de cada pessoa e da prática dos princípios do

evangelho na vida individual e coletiva".

DENUNCIANDO O ERRO

Como cidadãos brasileiros, temos o dever ético de denunciar todo e

qualquer erro, seja ele no aspecto moral, social, político ou económico. E

como cidadãos do reino de Deus não podemos nos conformar com este

mundo e com as suas formas injustas e pecaminosas (Rm 12.2).

A nossa tarefa não se limita à pregação do evangelho e a ação

social, mas, também, a ação política. Não devemos ficar calados diante da

corrupção, enriquecimento ilícito e estratégias enganadoras de alguns

políticos. Muitas pessoas usam aquela famosa frase: "A culpa é do

governo". N o entanto, quem os colocou no poder? Quem os elegeu? E

quem não os denuncia quando estão errados? Somos nós cidadãos que, na

maioria das vezes nos omitimos. Um cidadão responsável é aquele que

vota com consciência em pessoas que estejam dispostas a realizar um

governo que promova o bem-estar de todos. E nem sempre os melhores

candidatos são aqueles que se dizem "evangélicos".

A Bíblia nos dá exemplos de homens que, com coragem,

denunciaram o erro dos governantes como, por exemplo, o profeta Amós

que denunciou através de suas visões a injustiça contra os pobres e a

distribuição desigual das riquezas (Am 6.1-4). Amós não se intimidou com

47


as ameaças (Am 7.12,13) mas sendo portador das verdades divinas,

denunciou as irregularidades do reinado de Jeroboão.

Como cidadãos brasileiros e do reino de Deus, devemos estar

atentos ao que acontece em nossa sociedade e não devemos nos calar

diante do erro. Para nos considerarmos cidadãos responsáveis devemos

zelar pela justiça e não sermos coniventes com o pecado.

Como igreja, devemos criar comités que recolham denúncias,

realizar abaixo-assinados contra medidas injustas ou para pedir a instalação

de telefones públicos, saneamento básico, também podemos criar espaços

para atendimento jurídico onde o cidadão possa ter acesso á justiça etc. No

entanto, muitos se omitem, pois afinal de contas, "o político" cede o ônibus

de graça para a igreja, aluga o campo de futebol para a mocidade ou

financiou a reforma do templo. No geral, "o político" contribui apenas

com superficialidades que não irão gerar o bem-estar da comunidade.

Você deve agir e pedir forças a Deus para que, assim como o

profeta Amós, você seja um profeta que, com coragem e disposição

denunciou o pecado, pois como ruge o leão e o homem treme, assim você

deve falar daquilo que tem ouvido da parte de Deus, porque se Deus fala,

qual o homem que não profetizará? (Am 3.8).

VALORIZANDO O INDIVÍDUO

Do que é composto um país? A resposta é simples. U m país é

composto por cidadãos. Porém, o cidadão não tem sido valorizado, tem

perdido o seu valor, o que tem valor é o conhecimento do indivíduo, a sua

habilidade profissional e o resultado final de seu trabalho. No entanto, a

Palavra de Deus mostra que o homem foi feito a sua imagem e semelhança

(Gn 1.26), sendo considerado excelência da criação. Então porque

menosprezamos a pessoa ao nosso lado?

Para desenvolvermos uma cidadania responsável para com os

princípios do evangelho do reino é preciso que valorizemos os cidadãos do

reino, pois somos geração eleita, povo de propriedade exclusiva de Deus (I

Pe 2.9). E, como somos cidadãos de dois reinos, devemos valorizar crentes

e não-crentes. Você e sua igreja tem um papel importante na valorização

48


do indivíduo, você deve lutar para que em sua igreja possam existir

espaços que forneçam educação, cultura e conscientização política para

aqueles que não têm. A igreja deve valorizar tanto os mais humildes como

os mais ricos, pois todos fazemos parte de um mesmo reino.

Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de

propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele

que vos chamou das trevas para a verdadeira luz (I Pe 2.9).

CONCLUSÃO

Para desenvolvermos uma cidadania responsável é preciso anunciar

o evangelho de transformação integral, não ser conivente com o pecado em

nossa sociedade, agir como profeta denunciando e não se conformando

com o erro (pecado). Estas ações nos levam a valorizar cada indivíduo de

nossa nação onde todos possuem o seu valor e merecem respeito. Que

como cidadãos do reino de Deus possamos ser exemplos de cidadãos para

este mundo.

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

49


Lição 10 – Compromisso com o Estudo Bíblico 10

A responsabilidade cristã no estudo e ensino da

Palavra de Deus

Ouvi o testemunho de uma pessoa afirmando que antes de se tornar cristã,

no início de sua aproximação com a igreja, o fazia por conta dos momentos

de "revelação" que ocorriam em tais cultos. Ficava até decepcionada

quando tais coisas não ocorriam.

Provavelmente, você já tenha ouvido coisas semelhantes a essa. São

pessoas que vivem e alicerçam sua fé cristã em ouvir testemunhos ou

mesmo em entoar e ouvir louvores. Certamente cantar e ouvir testemunhos

cristãos é muito bom. Só que alicerçar a fé sobre isso... Seria possível?!

A Bíblia é nossa regra de fé e prática. Isso quer dizer que as

revelações de Deus estão nas Escrituras. Significa que os grandes feitos

dele estão testemunhados na Palavra, e que as maiores de todas as canções

de adoração ao Senhor também lá se encontram. Você quer conhecer mais

a Deus? Leia a Bíblia. Você deseja que Deus transforme sua vida, tratando

do seu coração? Exponha, então, a sua alma à radiação divina (I Jo 1.5) e

meditando na Palavra, deixe que ela apare e pode sua vida segundo o

projeto e ideal do Senhor para sua existência.

Aqui reside um questionamento: Se a Bíblia é tão completa e

importante assim, por que muitos a menosprezam? Na verdade, falta

fidelidade ao estudo da Palavra de Deus. E isso ocorre por três marcantes

10 Esta lição foi preparada por Sérgio R . G . Dusilek, pastor da equipe ministerial da Igreja Comunidade

Batista do Rio, Rio de Janeiro, RJ.

50


ausências: disciplina, reconhecimento de uma necessidade e ausência de

amor a Deus.

AUSÊNCIA DE DISCIPLINA PESSOAL

Fazendo um autodiagnóstico: Quantas vezes por semana ou por dia,

você para, lê e estuda a Bíblia? Veja estou falando de estudar, de parar

tudo para abrir a Palavra; não é lê-la para preencher o tempo ou enquanto

aguarda e fiscaliza o bombeiro consertar a torneira da pia. Se você não

consegue parar para estudar a Bíblia, você precisa de disciplina.

Disciplina não tem, aqui, a conotação de correção ou mesmo de

flagelação. Disciplina é a capacidade de criar e consolidar hábitos. E o

estudo da Bíblia tem de se tornar um hábito, a tal ponto que o não o fazer

deixe sua consciência perturbada. Por que o povo se perdeu (Ez 8)? Porque

não tinha hábito de estudar a Palavra. Não possuía disciplina na busca pelo

Senhor. Perderam a orientação de Deuteronômio 6.4-9.

Estabelecer uma disciplina não é tarefa fácil, mas é imprescindível.

Lembre-se que sua carne (Rm 7) lutará contra seu espírito, procurando

evitar que isso aconteça. O Diabo tentará de todas as formas criar e emular

circunstâncias para evitar essa saudável e necessária prática.

Tenha D I S C I P L I N A! Desenvolva o hábito de estudar a Palavra de

Deus!

GRANDIOSA NECESSIDADE

O que alimenta a nossa alma? E a Palavra de Deus. E sentimos

fome de Deus e de sua Palavra (Is 55; Rm 10.8-15; At 17.10-12; Jo

6.33,35,53-59,68). Cada um de nós precisa sentir-se pitókos (Mt 5.3), isto

é, pobre, necessitado, dependente do Senhor. Todo estudo da Palavra é

proporcional à nossa dependência de Deus. Quanto mais miseráveis,

pobres e necessitados nos sentimos, mais buscamos a Palavra de Deus. E

ela sacia a nossa alma! Em contrapartida, quanto mais soberbos e

orgulhosos ficamos (I P e 5.5,6) menos fome da Palavra vamos sentir.

Porque nosso estômago está sendo preenchido com outras desprezíveis

coisas (Lc 15.16,17).

51


AMOR A DEUS

A Palavra de Deus é clara: ama a Deus quem o obedece (Jo 14.21;

Is 1.19). N ã o foi por causa da desobediência do povo que Deus rejeitou

suas orações e sua adoração (Is 1.11-17; 58.3-9)? Não adianta falar que

ama, dizer que sente que ama, cantar que ama a Deus se isso não tiver eco,

ressonância na vida. E o nome dessa ressonância chama-se obediência. N a

época de Jesus havia um grupo que conhecia a Bíblia de então, que dizia

que a observava, mas que, na verdade, eram pessoas desobedientes.

Estamos falando dos fariseus. Um legalismo tão grande e uma distância tão

abissal do coração divino! Veja o que disse Jesus sobre eles em Mateus

15.13,14e23.

O termómetro de nosso amor e de como está nosso relacionamento

com Deus chama-se obediência. Até que ponto você está disposto a

obedecê-lo? Ou se preferir: até que ponto você de fato o ama? E é aqui que

reencontramos a fidelidade ao estudo da Bíblia, pois como poderemos

obedecer aos decretos divinos, se não os conhecemos (SI 119.11)? Eles, de

fato, precisam ser apreendidos e guardados em nosso coração para que não

pequemos contra o Senhor.

Já pensou em ter prazer na obediência? Isso a Palavra de Deus pode

criar no seu coração, porque ela gera relacionamento com ele. Mas, a

grande questão é: você quer esse relacionamento próximo? Você ama a

Deus nessa intensidade?

COMO APRIMORAR O ESTUDO DA BÍBLIA?

Conscientes da importância vital do estudo da Palavra,

apresentamos uma lista de pequenas sugestões que podem ajudar você a

enriquecer esse momento com Deus:

Procure conhecer e compreender métodos de estudo bíblico. Há

diversos, desde os mais simples aos mais complexos. Por exemplo, em

textos narrativos, como o que forma boa parte dos Evangelhos, você pode

estudar melhor a Bíblia aplicando simples perguntas: Quem? Onde?

Como? O quê? Quando? Por quê? Para quê? Isso, certamente, vai

enriquecer seu estudo.

Em textos doutrinais, procure discernir qual é a palavra-chave e

aprofunde o estudo a partir da mesma. Exemplo: Qual a palavra-chave de

2Corintíos 5.17-21?

52


1. Procurar municiar esse tempo com Deus com uma leitura de um

livro devocional, ou mesmo com algum guia de discipulado (que tal o

Conhecendo Deus e fazendo sua vontade?). Isso, certamente, vai ajudar

você a entender melhor a Palavra de Deus.

2. Procurar, também, sempre que possível, fazer uso de comentários

bíblicos. Os comentários aprofundam o texto, à medida que descortinam o

conteúdo da passagem por meio de uma exegese mais profunda. Quem

sabe você escolhe estudar um livro da Bíblia durante um ano? Aquele que

você mais gosta, a ponto de e até fazer o investimento de adquirir pelo

menos um comentário sobre o mesmo? Creio que cada cristão deveria ser

especialista em pelo menos um livro da Bíblia. Ter a visão generalista, do

todo, mas especialista em, no mínimo, um livro da Palavra de Deus.

3. Fazer a leitura da Bíblia de modo corrente, marcando as passagens

ou trechos que "saltaram" aos seus olhos. Depois, retorne a eles e estude

com mais afinco e cuidado. Caso persista alguma dúvida, procure o pastor

ou mesmo seu professor da E B D.

4. Se tiver acesso à internet, pesquise termos e ouça diferentes

sermões. Há vários e muito bons sermões disponíveis na rede.

5. Orar antes de começar o estudo. Pedir a Deus que fale ao seu

coração e que mude a sua vida. Fique atento ao que Deus irá responder!

Ore, também, no final agradecendo a Deus sua experiência de encontro

com ele, com sua Palavra e com sua vontade.

Que Deus encha esses momentos devocionais de pleno significado em

sua vida. Que você sempre renove o desejo e alimente a fidelidade ao

estudo da Palavra de Deus a fim de que o Deus da Palavra transforme a

cada dia o seu viver (2 C o 3.18).

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

53


Lição 11 – Deus e o nosso Dinheiro 11

TEXTO BÁSICO I Crónicas - 29.10-20

LEITURA DIÁRIA

SECUNDA: O Dono do Mundo. Sl. 24 TERÇA: O Filho do Dono Gn 1.26-31

QUARTA: Não te Esqueças Dt 8.11-20 QUINTA: O Cuidado Divino Ne 9.5-37

SEXTA: Duas coisas te Peço Pv 30.7-9 SÁBADO: A Vaidade Humana SI 49

Domingo: Tributo a Deus Sl. 96

Objetivo da lição:

Conscientizar o aluno de que os bens que ele possui pertencem a Deus

INTRODUÇÃO

Deus é o criador de todas as coisas. Logo, somente Ele t em direito

absoluto de propriedade sobre qualquer coisa. "Ao Senhor pertence a terra

e tudo que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (SI 24.1). "'Pois

o que está debaixo de todos os céus é meu" (Jó 41.11).

A relação do homem com as coisas criadas é apenas de mordomia,

isto é, de administração (Gn 1.26-29). "Mordomo" é a tradução do grego

"Ecónomo", que significa, literalmente, aquele que é responsável pela

direção ou administração da casa (Gn 24.2; 39.4; 1Co 4.1). É aquela pessoa

a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e

desenvolvido.

O texto escolhido para explicar a relação DEUS - DINHEIRO -

MORDOMO, é 1 Crónicas 29:10-20. Este é o registro de uma oração feita

pelo rei Davi. Estava ele no fim do seu reinado e da sua vida, já havia

designado Salomão para sucedê-lo, e desejava que este construísse o

templo para o qual já havia, segundo instrução divina, preparado a planta e

solicitado ao povo ofertas voluntárias para a sua construção (1 Cr 28.1-21).

A resposta do povo foi positiva excedendo a expectativa do rei, pois o

tesouro da Casa do Senhor se encheu de ouro, de prata, de bronze, de ferro,

de pedras preciosas, e todos se alegraram porquanto d e coração íntegro,

deram liberalmente esses bens ao Senhor.

11 Esta lição foi preparada por Arival Dias Casimiro.

54


1. QUEM É O DEUS DE DAVI?

“Pelo que Davi louvou ao Senhor perante a congregação toda, e disse:

Bendito és tu. Senhor, Deus de nosso Pai Israel, de eternidade em

eternidade” (v.10).

“SENHOR” é a tradução d o hebraico JAVÉ, nome que foi revelado

pelo próprio Deus, na ocasião da teofania da sarça ardente: "Disse Deus a

Moisés: Eu sou o que sou. Disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: Eu

sou me enviou a vós outros" (Êx 3.14). Davi, portanto, se dirige ao Deus da

revelação, EU SOU, isto é, o único que de fato existe. EU SOU também

apresenta a Deus como uma pessoa que se relaciona c om outras

personalidades. Davi, portanto, se dirige ao Deus vivo e pessoal (SI 115.8).

“Deus de nosso pai Israel” relembra o patriarca de quem descendeu

toda a nação e também a aliança feita pelo Senhor com este patriarca (Gn.

28.13-15; 33.20). Esta expressão se encontra pela primeira vez em Juízes

5.3, no Cântico de Débora, e frequentemente era utilizada pelos profetas (Is

17.6; Sl. 2.9). Davi, portanto, se dirige ao Deus da História.

“De eternidade em eternidade”, ressalta um atributo de Deus. Na

classificação dos teólogos reformados, eternidade é um atributo

incomunicável de Deus, isto é, uma virtude divina que não tem nenhuma

analogia c om a criatura humana. L. Berkhof a define como “aquela

perfeição divina por meio da qual Ele se eleva sobre todas as limitações

temporais, todas as sucessões de momentos e goza da plenitude de sua

existência num presente indivisível”. Portanto, para Davi, a eternidade

divina, coloca Deus em contraste com todos os deuses efémeros das nações

(SI 90.2 e 102.12).

2. O QUE PERTENCE A DEUS?

“Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a

majestade...” M.W. Estas expressões formam uma antífona que atribui

valores pessoais:

2.1. Grandeza

Emprega-se de modo predominante nas expressões de grandeza e

poder superlativos de Deus. Deus é maior do que todos os deuses (SI

77.13; Ex 18.11), e consequentemente todos os seus atos são grandes e

poderosos (Dt 11.2; Sl. 106.21).

2.2. Poder

55


Sugere a capacidade inerente de Deus para realizar qualquer

atividade material ou espiritual. Para Deus, tudo é possível. (Mt 19.26).

2.3. Honra

Significa o reconhecimento da obra de outra pessoa, dando-lhe a

posição e as honras que merece. Deus é merecedor de toda a honra pela

posição e obra que executa (1 Tm 1.17).

2.4. Vitória

Traduz palavras afins derivadas da raiz "salvar" (cf. o nome Jesus ou

Josué). Em contexto de batalha, a vitória era encarada como uma

intervenção salvadora de Deus (SI 20.5,9; 144.10). A Deus pertence a

vitória! Ou, a Deus pertence a salvação!

2.5. Majestade

Indica elevação, superioridade, excelência, magnificência, nobreza.

Deus, como rei supremo, exerce o seu governo envolto em majestade e

glória (SI 93.1e 95.6).

Por possuir os valores pessoais supracitados, atribuem-se a Deus

agora, valores globais:

“TEU É TUDO QUANTO HÁ NOS CÉUS E NA TERRA” (v.l l).

Toda propriedade pertence a Deus por direito de criação, mas também de

preservação e de redenção (Gn 1.27; At 17.22-28; A p 5.9).

“TEU, SENHOR, É O REINO E TU TE EXALTASTE POR

CHEFE SOBRE TODOS” (v.l l). Deus é TODO- PODEROSO, que tem

em suas mãos o domínio universal e que conhece o fim desde o princípio e

os meios que utilizará para alcançar esse fim. Tudo, sem exceção, está sob

o seu controle e sua vontade é a razão fundamental de tudo o que acontece

(Dn 4.35; Jr 32.17; Mt 28.18; SI 115.3; 135.6; e Rm 9.20).

A conclusão óbvia a que chega Davi é, que, se tudo pertence a

Deus, tudo que o homem é e possui procede de Deus. “PORQUE TUDO V

EM DE TI” (vs. 12-14).

3. QUEM É DAVI E QUEM É O SEU POVO?

“Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar

voluntariamente estas coisas? (v.14). Referia- se às ofertas feitas por ele e

por toda a nação para a edificação do templo de Jerusalém, como se acham

catalogadas nos versos de 1-9, do capitulo 29. Além do adquirido às custas

do erário público, Davi mesmo tinha oferecido 171 toneladas de ouro puro

de Ofir e 400 toneladas de prata. O povo tinha ofertado 255 toneladas de

ouro, 310 toneladas de prata, 1026 toneladas de bronze e 5700 toneladas de

56


ferro. Pelo tamanho da oferta e pelo alto privilégio de ofertar é que Davi

agradece: “Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos e louvamos o teu

glorioso nome" (v.l3).

Mas, quem somos nós? - indaga Davi. Somos MORDOMOS -

responde o mesmo. Nada temos que não proceda do Senhor e somos

administradores dos bens de Deus: Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos

to damos (v.14). Quem somos nós? Somos estranhos(...) peregrinos (...)

como sombra os nossos dias (...) não temos permanência' (v. 15).

4. O QUE É A NOSSA OFERTA?

O ato de ofertar a Deus é um privilégio imerecido concedido por

Deus a nós. E uma GRAÇA. Leia 2 Co 8:1-4. Ali Paulo descreve a

participação dos crentes macedônios na coleta para os pobres da Judeia

como uma graça concedida por Deus. Davi também entendia assim e por

causa disso ele pede a Deus: conserva para sempre no coração do teu povo

estas disposições e pensamentos, inclina-lhe o coração para contigo "

(v.l8). Ofertar é uma disposição interna produzida por Deus no coração e

na mente do cristão. Consequentemente, a oferta é voluntária (v.l4),

abundante (v.l6), sincera e dada com alegria (v.l7).

CONCLUSÃO

“Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”. (Ag

2:9). Toda a riqueza que existe no mundo pertence ao Senhor. Ele é o dono

de tudo. Tudo que temos nos foi dado por Deus e deve estar à disposição

d’Ele. “Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu

braço me adquiriram estas riquezas. Antes te lembrarás do Senhor teu

Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas...” (Dt 8.17-

18)

PONTOS PARA DISCUTIR

1. É Bíblico fazer campanha financeira (ofertório) para construir e reformar

templos?

2. Será que o conceito que tenho de Deus influenciará à minha maneira de

contribuir na Igreja? -

3. “Não contribuo porque sou pobre ou sou pobre porque não contribuo”?

57


Lição 12 – As Lídias de Pernambuco e a Casa

Formosa 12

Leituras diárias: Josué 17:1-6; II Tim. 1.3-10; Luc. 10:38-42 Atos 16:11-

15; João 4:1-12; Atos 9:36-43 I Samuel 1:11-28

Texto Áureo Luc. 1:46-47

1.1. UNIÃO DE SENHORAS

A primeira Sociedade de Senhoras, organizada no nosso Estado foi

na 1ª Igreja Batista do Recife. Em 06 de abril de 1917, já havia cinco

Sociedades que, reunidas no templo da Igreja Batista da Torre,

organizaram a União das Sociedades de Senhoras Auxiliadoras da

Convenção Regional do Norte do Brasil. As cinco sociedades pioneiras do

trabalho estadual foram: 1ª Igreja Batista do Recife, Igreja Batista de

Feitosa, Igreja Batista do Cordeiro, Igreja Batista da Rua Imperial e Igreja

Batista da Torre. A liderança do trabalho feminino no Estado estava com

D. Alina Muirhead, Anna Parker e Joseja da Silva. A 1º presidente foi D.

Alina Muirhead que dirigiu a União até 1919, quando D. Paulina White

assumiu a liderança.

Já em 1917, havia uma preocupação da liderança em promover o

trabalho feminino e nessa época cartas foram enviadas às Sociedades e aos

pastores para promoção da obra.

Em 1922, na Assembleia anual, as Sociedades que alcançaram o

maior número de pontos no certificado de Excelência, forma destacadas em

seu artigo especial no “Batista Regional”, jornal do campo.

Em 31/10/1927, foi eleita a 1ª Líder para o trabalho com Sociedade

de moças, D. Stela Câmara.

Em 1928, em Assembleia Anual na Igreja Batista da Rua Imperial,

com 75 mensageiras, a Sociedade de Senhoras dessa Igreja, recebeu o

estandarte da União por realizar o melhor trabalho no campo.

Em 1931, é comemorado pela 1ª vez em nosso campo o dia de

Oração Mundial.

Em 1933, no dia 23 de junho é comemorado em Pernambuco o

"Jubileu de Prata" da União Geral de Senhoras Batistas do Brasil, no salão

12 Esta lição foi preparada pelas irmãs: Daisy Santos Correia de Oliveira e Lídice Gramacho Feitosa

58


do Colégio Americano Batista com a presença de 115 pessoas e levantada

uma oferta de 281 $000.

Em 30 de outubro de 1940, passamos a ser chamadas de União de

Senhoras Batistas de Pernambuco.

Em 1947, comemorou-se o "Jubileu de Rubi" da União Geral de

Senhoras do Brasil.

Em 30 de outubro de 1949, na Assembleia Anual é nomeada uma

comissão para dar parecer sobre a criação de um orfanato.

Em 1951, nosso campo, foi destaque nacional no trabalho da

Sociedade de Crianças – 1º lugar; Moças em 2º lugar no sustento

missionário e Senhoras em 1º lugar na oferta de Educação Feminina.

Também a 1ª Líder das Mensageiras do Rei é eleita - Otávia Barbosa.

Em 1º de maio de 1956, são iniciadas as atividades do Lar Batista

Elizabeth Mein, sendo orador do culto inaugural o Dr. David Mein.

Nosso campo foi destaque nacional em 1957, em relatórios e

estudos realizados.

Em 1963, foi realizado 1º Acampamento Estadual das Moças e o 1º

Banquete de Rainhas. E no ano seguinte, o 1º Conclave de Mensageiras do

Rei e Embaixadores do Rei.

Nosso 1º Boletim Informativo foi editado em 1964.

O 1º Retiro das Senhoras, aconteceu em 21 de abril de 1965 e o 1º

Congresso de Mensageiras do Rei foi nesse mesmo ano tendo como

oradores os pastores José Florêncio Rodrigues Júnior e Charles Dickson.

Também aconteceu ne nesse ano o 1º Retiro de Crianças.

1.2. UNIÃO FEMININA

Em 1966, o nosso nome passa a ser União Feminina Missionária

Batista Evangelizadora.

Fato importante no trabalho feminino do nosso Estado aconteceu

em janeiro de 1974, quando deu-se a junção das Uniões Femininas

Missionárias, pois havia duas Convenções em Pernambuco. Nesse ano foi

instituída a bolsa da UFMBPE para o SEC, hoje denominada, "Ruth

Meneses".

A UFMBPE tem em suas páginas fatos muito importantes escritas

por vidas como Alina Muirhead, Anna Parker, Josefa da Silva, Paulina

White, Essie Fuller, Fely Mesquita, Bertha Hunt,.Regina Barbosa, Stella

Câmara, Helena Hays, Amazonila Munguba, Áurea Rodrigues, Celina

Azevedo, Elizabeth Oates, Elizabeth Mein, Ruth Menezes, Cleuza Dorta,

Lídice Gramacho Feitosa de Lima, Débora Guimarães, Aríete Rodrigues

59


Baptista, Francisca Cassiano Motta, Luzinete Cunha, Célia Reis, Jedida

Paranaguá e tantas outras que dedicaram seus talentos ao serviço do Senhor

através da União Feminina Missionária Batista.

Com todo esse lastro deixado pelo passado, vivemos no momento

presente, a consolidação dos alvos propostos, o crescimento a expansão do

trabalho e as expectativas de um futuro rico de bênçãos.

Apesar, de sermos um Estado grande em extensão territorial,

situado no Nordeste do Brasil, onde mais de dois terços do território

pernambucano estão mergulhados no semiárido, sofrendo períodos grandes

de estiagem, onde a seca assola várias áreas e o êxodo das populações

acontece.

Onde, a irregular distribuição de renda, o elevado custo de vida e a

maxidesvalorização impedem que possamos fazer diretrizes sem

interrupções, mesmo assim vemos que. Deus nos tem chamado para atuar

nesse exato momento na expansão do seu reino.

Somos Igrejas, concentradas em sua maioria na área litorânea e na

mata, ainda tendo em nosso Estado municípios sem a presença do povo

Batista.

1.3. ESTRUTURA ATUAL

A UFMBPE, tem atingido essas Igrejas através do trabalho

associacional. Estamos assim estruturadas: no Grande Recife (igrejas da

capital e cidades circunvizinhas) temos 7 Associações que, de dois em dois

meses reúnem-se contando com a presença de membros da comissão

executiva. E, no interior mais 5 Associações (Litoral Norte, Norte, Sul,

Agrestina e Sertaneja), cujas reuniões variam entre trimestrais e anuais.

As lideranças das Associações mantêm um elo de ligação com a

Secretaria Executiva, a fim de que a obra seja feita em consonância com os

nossos alvos. Há grandes dificuldades em atendermos aos clamores de cada

Igreja, pois as distâncias físicas e os recursos financeiros escassos nos

impossibilitam de uma maior assistência. Mesmo assim, o trabalho vem

crescendo e. Deus tem levantado líderes que com seus próprios meios,

realizam a obra.

A Comissão Executiva é composta da Diretoria da Assembleia, das

líderes estaduais das organizações missionárias, das presidentes das

Associações, da presidente do Coralouvor (Coral que é formado de

senhoras e moças das nossas Igrejas), da presidente da Junta do Lar Batista

60


Elizabeth Mein (Orfanato para meninas) e das coordenadoras do Curso

Abreviado de Educação Religiosa (Convénio com o SEC).

Em fevereiro de 1980 assume a Secretaria Executiva da UFMBPE,

a Professora Daisy Santos Correia de Oliveira, depois de ter sido Líder

Estadual das Moças, durante 10 anos e ter exercido a -presidência da

Assembleia.

Deus tinha proporcionado a nova secretária executiva uma

excelente escola trabalhando ao lado da grande líder do trabalho feminino

Batista no Estado e no Brasil, Ruth Menezes, a mulher que por vários anos

foi Presidente e Secretária Executiva do nosso Estado, deixando marcas

profundas, de um trabalho sério feito sob a orientação Divina.

O campo para a Professora Daisy Santos Correia de Oliveira, já era

conhecido, suas necessidades e o seu potencial humano, especialmente no

setor das moças, entretanto as responsabilidades aumentaram, a visão teria

de ser mais abrangente e os desafios maiores. Planos foram traçados, alvos

propostos para serem executados a longo, médio e curto prazos.

Outras mulheres são convocadas a darem sua contribuição, Silvia

Pereira, Abia Saldanha Figueredo, Marilene Assunção e Iracy Leite como

presidentes da UFMBPE e cada uma vem colaborar no desenvolvimento

do trabalho feminino batista em Pernambuco.

1.4. GRANDES VITÓRIAS

Nossas ofertas de Educação Feminina têm sido ultrapassadas desde

1980, cujos alvos propostos são sempre o dízimo do alvo da oferta da

UFMBB.

O Boletim Informativo, passou a ser impresso a partir de 1981,

sendo considerado o de melhor apresentação no Brasil Batista

(setorfeminino).

Numa demonstração de fé, adotamos o casal de missionários na

Venezuela Pr. Calixto Patrício e Suely Mieko Patrício (da Junta de Missões

Mundiais), participando do sustento do casal.

Recentemente mais uma missionária foi adotada, Vasti Siqueira, de

Missões Estaduais. Os Acampamentos promovidos petas líderes estaduais

crescem em número e principalmente no aspecto espiritual, onde vidas são

movidas pela ação do Espírito Santo para uma entrega sem reservas ao

Senhor, dizendo como Isaías “Eis-me aqui. Senhor envia-me a mim”.

Congressos Missionários, têm proporcionado uma nova visão das

necessidades de proclamação do Evangelho. Os alvos propostos pela

61


UFMBB para cada ano, são atingidos, porque temos unido as forças e

buscado no Senhor os recursos. “Posso todas as coisas naquele que me

fortalece” Filipenses 4:13.

Temos alcançado desde o início de nossa história, por várias vezes

lugar de destaque na vida da UFMBB, ultimamente nossa atuação e

desempenho tem aumentado muito e durante as comemorações do

Centenário dos Batistas Brasileiros em Salvador, nossa UFM foi destaque:

Hoje somos:

- 214 Sociedades Femininas - 6.002 sócias

- 85 Sociedades de Moças - 1.827 sócias

- 120 Mensageiras do Rei - 1.761 sócias

- 125 Sociedades de Crianças'- 2.655 sócias

Então, diante de tamanha obra e de limitações financeiras e no

desejo de não sermos pesados a nossa JUNTIVA-PE que fielmente nos

ajuda, mas, que tem grandes responsabilidades, criamos o Plano Unificado

recebendo oferta das organizações femininas missionárias que são

percentualmente destinadas para: o sustento e promoção de âmbito

estadual, a Bolsa de Estudo “Ruth Menezes” no SEC, o Plano de Adoção

da Junta de Missões Mundiais, o Lar Batista “Elizabeth Mein” e a adoção

de uma missionária Missões Estaduais.

Nosso grande empenho no momento é a realização do "Curso de

Preparação dê Líderes", cujos objetivos são:

1. Preparar novas líderes para as organizações da UFMB

2. equipar as pessoas que estão na liderança das

organizações da UFBM, para que possam desenvolver seu trabalho

com mais eficiência e eficácia.

O Curso está dividido em 2 (duas) etapas — a primeira exigência é,

fazer estudo do Manual da UFMB, manual de uma das organizações (SFM,

SM, Conselheira da MR, SC), um livro sobre Doutrinas Batista e um livro

sobre Mordomia. Com os certificados desses livros a aluna fará a 29 etapa,

cujo currículo é composto de três disciplinas: Liderança, Planejamento e

Auxílios, Didáticos; recebendo no final do curso um certificado da

UFMBB. Depois de realizarmos esse Curso partiremos para o de

Aperfeiçoamento de Líderes.

Deus nos tem abençoado sobremaneira durante o decorrer dos anos,

a Ele nossa gratidão, nosso louvor, que em todos os corações esteja o

mesmo cântico "Celebrai com júbilo ao Senhor todos os moradores da

terra, dai brados de alegria, regozijai-vos e cantai, louvores" Salmos 98:4

62


E, o que Deus espera de nós. Senhoras, Moças, Mensageiras do Rei

e Crianças que constituímos essa grande família é que com júbilo

prossigamos.

Textos Bíblicos - Mateus 9: 35-38;

Lucas 9: 57-62 e 10:1 e2; Joel 3:13a

Texto Base - Mateus 9:35-38 Texto Áureo - Mateus 9:38

Desde os tempos de Jesus que as multidões O acompanhavam com

suas dores e necessidades a serem atendidas pelo Mestre. E a Bíblia

registra

que o Mestre não foi alheio a essas necessidades do povo e ao clamor de

muitos. Jesus teve profunda compaixão dos povos "errantes e desgarrados

como ovelhas sem pastor". (Mateus 9: 36) E diante daqueles apelos

veementes das multidões Ele reconheceu a multiplicidade de ministérios

que poderiam ser desenvolvidos pelos obreiros, esclarecendo que “a seara é

realmente grande!!!”, mas concluiu pesarosamente que poucos seriam os

ceifeiros! (Mateus 9:37)

Do tempo de Jesus até os nossos dias essa necessidade de obreiros,

de crentes chamados por Deus para um ministério muito específico no Seu

Reino, tem crescido assustadoramente, considerando se a explosão

demográfica em toda região habitada do planeta, e com esta explosão os

problemas emocionais, sociais, políticos e religiosos se multiplicaram e

estão aí apelando aos crentes em Jesus por uma solução genuína e

duradoura.

Daí a multiplicação também dos diversos tipos de ministérios a

serem desenvolvidos pelos crentes em Jesus Cristo e Sua amada Igreja. Os

Batistas do Brasil têm se conscientizado da sua nobre missão de preparar

ceifeiros para uma seara realmente grande, e em Pernambuco há uma

Escola de preparação de obreiras para esta grande Seara – O SEMINÁRIO

DE EDUCADORAS CRISTÃS.

2.1. PERTODO DE ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA DE

TRABALHADORAS CRISTÃS

O SEMINÁRIO DE EDUCADORAS CRISTÃS originou-se sob o

nome de Escola Normal, em 1917, no Recife, Estado de Pernambuco. Esta

Escola nasceu da grande necessidade de atender ao clamor de moças

crentes, desejosas de estudar a fim de servirem como professoras e obreiras

cristãs nas igrejas.

63


No amanhecer desta grande obra de preparar ceifeiros para a seara

do Mestre, verificou-se logo que a nova instituição não deveria limitar-se

exclusivamente ao preparo de moças para dirigir escolas anexas, mas para

o trabalho integrante nas igrejas, notadamente nas Escolas

Denominacionais. Sociedades de senhoras, crianças e mocidade batista. A

Escola Normal de 1917 matriculou oito alunas que tiveram a orientação de

D. Graça Taylor.

A primeira solenidade de encerramento realizou-se no santuário da

Primeira Igreja Batista do Recife, a 15 de novembro de 1918, recebendo

seus diplomas Josefa Silva Lima e Anísia Duclerc. Ambas foram

convidadas à lecionar no Departamento primário do Colégio Americano

Batista; Josefa assumindo posteriormente a direção, e após um ano de

aperfeiçoamento nos Estados Unidos, criou o Jardim de Infância do CAB,

que despertou interesse em toda a cidade, e serviu de modelo para outros

que foram organizados. Anísia, depois de alguns anos, seguiu para a Bahia

como professora do Colégio Americano Batista, em Salvador e fundou

várias escolas anexas no interior daquele Estado.

Em 1919, D. Paulina White assumiu a diretoria da Escola, que, pela

sugestão do Pai do sociólogo Gilberto Freire passou a designar-se pelo

nome da Escola de Trabalhadora Cristãs, cuja sigla seria ETC, por muito

tempo.

2.2. PERÍODO DE CONSOLIDAÇÃO

Desde os seus primórdios, a ETC despertou a atenção das senhoras

batistas que se interessaram vivamente no progresso da instituição e

chamaram para si a responsabilidade de promoverem o sustento da obra, na

literatura da época — o periódico "Mensagem".

Em 1920, um prédio junto ao Colégio Americano Batista foi

adquirido para ser adaptado à necessidades da ETC.

De 1926 a 1932, D. Essie Fuller (Baptista) assumiu a direção da

ETC desenvolvendo as experiências de ensino e práticas de trabalho

durante as férias.

Da turma de formandas de 1930 destaca-se a veterana obreira Ruth

Almeida (Meneses) que por muitos anos ensinou na ETC e ocupou o cargo

de deã do SEC, além de ser uma líder inconteste do trabalho da União

Feminina Missionária Batista de Pernambuco e no Brasil.

De 1933 a 1947, assumiu a diretoria da ETC D. Mildred Cox

(Mein) e dirigiu de modo inteligente os programas de atividade da Escola.

64


Introduziu inovações necessárias, com a aceitação ou rejeição das alunas

sob a responsabilidade da coletividade dos docentes; estimulou o papel

nobre de um professor que educa obreiras; incentivou o preparo sempre

crescente do mestre; convidou pastores e professores bem preparados para

assumirem a docência da Escola. . .

Um novo edifício é construído em 1937 e concluído em 1940, para

alojar as alunas da ETC e melhorar o programa de ensino.

O primeiro Dia de Educação Feminina foi observado em 1938,

mediante votação do plenário da Assembleia da União Geral de Senhoras,

sendo escolhida a data de 23 de junho, como oportuna para comemoração

anual, por ser o dia do aniversário de organização da União Geral de

Senhoras. Desde então, este dia tem servido de incentivo às igrejas, na

inspiração de vidas jovens ao ministério, e estímulo ao levantamento de

uma oferta de amor por esta causa de preparação de ceifeiros para a seara

do Mestre.

Ano marcante nesta história foi o de 1942, quando a ETC

comemorou as Bodas de Prata, com a dedicação do novo edifício ao

Senhor, que hoje se chama Cox-Taylor. Foi feita a escolha da sigla escolar,

as cores branco e verde, e a divisa permanente. Salmo 144:12b: "Para que

as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas como colunas de

um palácio". O hino oficial escolhido sob o título "Alegria no Labor".

Também foi organizada a Associação de Ex-Alunas, visando unir

as obreiras em atividade nos seus diversos campos, pois a seara é realmente

grande!

De 1947 a 1952 ocupou a direção da ETC a missionária D. Maye

Bell Taylor. Outros planos de desenvolvimento foram realizados; houve

dilatação do então Curso Superior para três anos letivos; as Leis

Trabalhistas entraram em vigor e trouxeram modalidades diferentes de

salários e uma nova organização administrativa.

2.3. PERÍODO DE EXPANSÃO

No período de 1953 a 1979 ocupou a direção da ETC a missionária

D. Martha Hairston que tão sabiamente dirigiu os destinos da Escola por

27 anos.

Foi neste período que a instituição tomou novo impulso e novas

ideias administrativas foram implantadas.

Tendo revelado interesse todo especial pela obra de assistência

social, D. Martha levou a junta da ETC a convidar a missionária D. Edith

65


Vaughn para inaugurar uma obra de serviço socíal-religioso relacionada

com a Escola; seria está a primeira entre muitas Casas da Amizade que

abençoariam o trabalho Batista no Brasil.

As instalações se tornaram pequenas para o desenvolvimento do

programa, e em 1955 inaugurou-se o novo prédio de administração com

salas de aula, gabinetes, secretaria e biblioteca, além da reforma no 19

andar do antigo prédio para internato, atingindo o refeitório e o salão

nobre. Em 1963, o dormitório é ampliado com um edifício anexo sob o

nome de "memorial às Ex-Alunas".

Com a ampliação do curso e o crescente número de matriculadas

aumentou-se o Corpo Docente e a equipe administrativa. Muitos servos do

Senhor têm se dedicado ao ensino nesta instituição com zelo e interesse em

ministrar aulas que inspirem as jovens obreiras em preparo.

Em 1957, a sede própria da Casa da Amizade foi inaugurada e este

serviço assistencial foi grandemente desenvolvido na comunidade e com

um programa de treinamento da aluna-obreira.

Mudou-se o nome da ETC para Seminário de Educadoras Cristãs -

SEC - em 1958. Houve uma profunda reestruturação dos cursos

ministrados: Bacharel em Educação Religiosa (4 anos) para as jovens que

possuíam o 2º ciclo escolar; e o Pedagógico-Religioso, para aquelas que

ingressaram no SEC apenas com o antigo curso ginasial. Áreas de

Especialização são implantadas no Bacharel: Educação Religiosa, Música

Sacra e Serviço Social Religioso.

Novos cursos foram implantados a nível de pós-graduação: os

cursos de Especialização em Educação Religiosa, Ministério Social Cristão

e Missões, sendo o único Seminário Batista no país a ministrar um curso de

Especialização em Missões, visando ao preparo mais específico de

missionárias para atender a uma seara realmente grande.

Uma nova organização administrativa entrou em funcionamento

com as diversas áreas de coordenação: académica, pessoal e finanças,

patrimônio, biblioteca, residência, assuntos comunitários e ministériosocialcristão.

A administração de D. Martha Hairston se caracterizou pela

eficiência, dinamismo e dedicação desta Serva do Senhor, e sua vida de

missionária continua servindo de constante inspiração a todas que

estudaram no SEC e às novas obreiras em preparo.

66


2.4. PERTODO DE ATUALIZAÇÃO

Em 1980 tomou posse da direção do SEC, uma ex-aluna, a Profª

Lídice Gramacho Feitosa de Lima, sendo a primeira obreira nacional a

assumir tal função.

Os planos curriculares continuam sendo desenvolvidos e

atualizados visando a atender às múltiplas necessidades de uma

Denominação que cresce aceleradamente.

A equipe administrativa por todo trabalho realizado e, juntos,

missionários, funcionárias e professores, integram um só corpo e um só

ideal — preparar eficientemente as obreiras de hoje para um mundo de

mudanças.

O programa de atualização docente é incentivado atendendo ao

melhor preparo possível do docente.

Novas dependências são construídas e adaptadas a um novo e

dinâmico programa de treinamento.

O maior empreendimento nesta área foi a construção e instalação de

uma cozinha industrial sistema de restaurante, para atendimento a 300

pessoas, se necessário. Tal construção permitiu um novo e mais agradável

visual no refeitório e melhores condições de higiene e trabalho.

Um ponto de destaque é a promoção da Oferta de Educação

Feminina nestes últimos cinco anos! As senhoras e moças batistas

brasileiras têm respondido aos apelos e necessidades desta obra e

continuam firmes no propósito que assumiram no passado de se

responsabilizarem pela Educação religiosa da jovem mulher batista

brasileira. Assim é que alvos desafiadores têm sido ultrapassados todos

esses anos!

CONCLUSÃO:

Durante estes 68 anos de existência o Senhor tem abençoado

ricamente o SEC em todas as áreas de atividade.

Muitas jovens têm sentido a chamada do Mestre. Algumas têm

apresentado desculpas várias para não seguir a Jesus por toda a sua vida.

Mas o nosso Mestre nos adverte: "Ninguém que lança mão do arado e olha

para trás, é apto para o Reino de Deus". (Lucas 9:62)

Mas o Senhor Jesus continua a designar pessoas determinadas para

determinados lugares acertas missões.

Muitas das jovens que estudaram na ETC, hoje SEC, atuaram e

continuam ativando na grande seara do Mestre, nas mais diversas

67


atividades, como: professoras de escolas batistas, missionárias no Brasil e

no Estrangeiro, secretárias de igrejas e Juntas, redatoras de literatura

denominacional; diretoras de Educação Religiosa, regentes de corais e

congregacionais, coordenadoras e obreiras de ministério social cristão,

funcionárias de Casas da Amizade; professoras em seminários e institutos;

coordenadoras diversas, orientadoras de orfanatos; líderes das organizações

missionárias etc.

Apesar de todo esse esforço que o SEC empreende para preparar

obreiras, ainda é pouco para atender às necessidades e aos apelos do

mundo de hoje - E a advertência do Mestre continua presente: “A seara é

realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da Seara

que mande ceifeiros para a sua Seara”. (Mateus 9:37 e 38)

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

68


Lição 13 – Uma Bênção Chamada Dízimo 13

TEXTO BÁSÍCO Malaquias 3.10

Malaquias 3 . 10

L E I T U R A D I Á R IA

SECUNDA: A Viúva Pobre Mc 12.41-44 TERÇA: Coleta Para os Necessitados 2 Co 9.1-15

QUARTA: O Dizimo Gn 14.18-24 QUINTA: À Casa do Tesouro Ml 3.6-12

SEXTA: O Dever de Dizimar Lc 11.37-42 SÁBADO: O Valor da Oferta 2 Sm 24.18-25

DOMINGO: O Sacerdócio de Cristo Hb 7.1-10

INTRODUÇÃO

Objetivo da lição:

Incentivar o aluno a ser dizimista.

1. A OFERTA DA VIUVA

“E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observa a

maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos

ricos deitavam muito”. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas

pequenas moedas, que valiam cinco réis.

E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo

que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do

tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua

pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento”. (Mc 12.41-44).

É certo que o ministério de Cristo foi dominado por um sentido de

urgência: “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. Mas ei-lo

assentado diante da arca do tesouro. Não se limita a um relance casual de

vista: assenta-se. Observa como o povo traz o dinheiro à igreja. Verifica

quanto cada um dá. Compara a oferta com os haveres do ofertante. Chama

os discípulos (que talvez não se estivessem dedicando a observar coisa tão

secundária: dinheiro). Ensina-lhes qual princípio rege a avaliação da oferta.

Nem sempre dinheiro é coisa secundária aos olhos de Cristo; vale,

ou não, conforme represente - ou não - real sacrifício para quem o dedica a

Deus. Quando uma pessoa dedica a Deus uma importância que não lhe

faria falta – um sobejo - não dá grande coisa. Pouco importa qual o

montante em algarismos. Mas se alguém tira seu próprio sustento para o

serviço de Deus, dá oferta que Cristo julga valiosíssima.

13 Esta lição foi preparada por Boanerges Ribeiro.

69


Que valiam os cinco réis da viúva? Nada. Mas o pão que ela deixou

de comprar, para poder dar ao Senhor sua oferta, essa valia muito. Cristo

ainda observa os fiéis, quando trazem ofertas, e a cada oferta atribui seu

valor. Quanto maior falta nos fizer o que dedicarmos ao Senhor, tanto mais

valioso será para ele. Foi a compreensão deste princípio que levou o rei

Davi a exclamar: “eu não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que

não me custem nada” (2 Sm 24.24).

2 . ORIENTAÇÃO APOSTÓLICA

2 Co 9.1-15. Paulo orienta a igreja para o levantamento de uma

coleta: v. 5 “Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos para

que primeiro fossem ter convosco, e preparassem d'antemão a vossa

bênção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não

como avareza. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também

ceifará”.

EXPOSIÇÃO

1. O DÍZIMO - CONTRIBUIÇÃO DE ALEGRIA

V. 7 “Cada um contribua segundo propôs em seu coração não com

tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama o que dá com alegria”.

V. 10 “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para

comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da

vossa justiça”.

Da contribuição financeira depende nossa vida espiritual. Não é a

igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que

precisamos de trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende

disso. Quem semeia pouco, pouco também ceifará. Ceifará o que?

Dinheiro? Não: frutos de justiça. Veja o verso 10. Isto é, quando a oferta é

grande os frutos da justiça se multiplicam na vida do ofertante. (Não se

esqueça de que a medida de grandeza para a oferta é aquela dada por Cristo

no caso da viúva pobre).

Deus ama ao que dá com alegria. Então, subornaremos Deus com

dinheiro? Ou com dinheiro compraremos ingresso na Eternidade? Tolice.

Quem é ingénuo a ponto de pensar que o Senhor da Glória, de quem é todo

o ouro e toda a prata, se deixará mover pelo som do metal ou pelo tatalar

de cédulas recém (e abundantemente) fabricadas? Mas Deus ama ao que dá

com alegria. Não diz que Deus ama o que foi dado, mas a pessoa que deu.

70


Deus ama ao que dá. Ao que dá com alegria. Não se refere à alegria um

tanto astuta de não ser obrigado a dar mais, mas à alegria de ter podido dar

tanto. Está para encontrar-se a pessoa que, dando com alegria, dá pouco.

2 . O DÍZIMO EM RELAÇÃO A CRISTO E MELQUIZEDEQUE

2.1. Melquizedeque

Génesis 14:18-20, Abraão dá o dízimo a Melquizedeque: “E

Melquizedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do

Deus altíssimo. E abençoou-o, e disse: bendito seja Abraão do Deus

altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus altíssimo,

que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E (Abraão) deu-lhe o dízimo

de tudo." (Ed. Rev. e Corrigida de Almeida).

O dízimo não é apenas um detalhe do sistema religioso expresso na

Lei: é parte da relação normal entre o fiel e Deus.

Quando foi que Abraão deu a Melquizedeque o dízimo de tudo?

sob a lei de Moisés? claro que não. Abraão viveu pela fé e pela fé foi

justificado. É o pai dos que creem. Mas, pelo que parece, o dízimo fazia

parte normal de suas relações com Deus, e ao encontrar um sacerdote

legítimo deu-lhe o dízimo de tudo.

Hebreus 7, interpretação do sacerdócio de Melquizedeque: v.4

“Considerai pois quão grande era este a quem até o patriarca Abraão deu os

dízimos dos despojos.”

V. 8 "E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali,

porém aquele de quem se testifica que viver

2.2. Cristo

V.17 “Porque dele (Cristo) assim se testifica: Tu és sacerdote

eternamente segundo a ordem de Melquizedeque.”

O verso 4 mostra que no caso do dízimo de Abraão uma coisa é

certa; a importância do sacerdócio de Melquizedeque. Este era o tipo de

Cristo. Seu sacerdote era da ordem do sacerdócio de Cristo. Em

Melquizedeque, quem realmente recebia o dízimo era a ordem sacerdotal

que se alicerçava em Cristo, e da presença de Cristo derivava sua

superioridade. Quem foi de fato honrado naquela ocasião foi o sacerdote

eterno da Ordem: Cristo. Veja o verso 8. Diz que naquela ocasião tomou

dízimo aquele de quem se testifica que vive. Ao dar o dízimo a

Melquizedeque, Abraão não estava honrando o indivíduo historicamente

obscuro, mas seu sacerdócio. E desse Sacerdócio Cristo é a consumação.

71


Ao dar seus dízimos Abraão realmente honrava Cristo, sacerdote e rei

eterno.

3. VALIDADE PERMIANEISTTE DO DÍZIMO

É certo que, mudando-se o sacerdócio, muda-se a lei. Mas nosso

sacerdócio não foi mudado. Abraão deu dízimo a Melquizedeque, e nós

somos representados diante de Deus pelo sacerdote eterno da ordem de

Melquizedeque, Cristo. Portanto permanece o dízimo como parte de nossas

relações com Ele. Em Lucas 11.42, Jesus censura os escribas e os fariseus:

“Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda e toda a

hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas

coisas, e não deixar as outras.”

Não os censura por darem o dízimo, mas por julgarem que o dízimo

substitui a base real das relações com Deus. Sem o amor de Deus o dízimo

não somente é inútil, mas pode tornar-se nocivo, criando na alma o

sentimento de suficiência e satisfação enganosa que poderá perdê-la. E

indispensável, como ponto de partida de nossas relações com Deus, uma

regeneração. Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com

dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo não

devemos deixar de dar o dízimo. E o que Cristo diz. Malaquias 3.10. Deus

manda trazer todos os dízimos à sua Casa: “Trazei todos os dízimos à casa

do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e depois fazei prova

de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abriras janelas do céu, e

não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior

abastança.”

4. DÍZIMO - ATO DE FÉ

É claro que dízimo é ato de fé. A um povo empobrecido, cuja

pobreza estava mal dividida, havendo alguns na opulência e muitos na

miséria, Deus manda que, para começar, tragam o dízimo. Primeiro,

mantimento na Casa do Senhor. Depois..., depois, esperar em Deus. O que

ganhavam não lhes bastava para o sustento. Pois bem, então tirassem a

décima parte e a trouxessem ao Senhor. Na casa deles não havia

mantimento bastante e o Senhor queria mantimento na casa dele primeiro.

Antes, era insuficiente. Agora, dizimada a insuficiência, ou Deus lhes daria

mais ou passavam fome. Ou creem na Palavra Divina e trazem o dízimo,

72


ou não creem. Tinham de arriscar em Deus o próprio sustento. Matéria de

fé em Deus, pura e simples.

Você me dirá que para algumas pessoas já o dizimo não é expressão

de fé porque não é parte do sustento, mas sobra perfeitamente. Leve-os até

a arca do tesouro, assente-os ao lado de Cristo para ouvirem a avaliação de

Cristo. Mas trate de seu caso, meu leitor. O dízimo, para você é sacrifício?

Seu ordenado é insuficiente? Há doença em casa, ou parentes a sustentar?

Pois então comece pelo dízimo, como ato de fé na Providência divina.

Leve os seus dízimos à igreja onde você adora a Deus.

5. ADMINISTRAÇÃO DO DÍZIMO

Todos os dízimos à casa do tesouro. Era está um anexo do Templo,

aonde levavam dízimos e ofertas. Não se encontra na Bíblia uma categoria

criada por nós: a do fiel que administra seu próprio dízimo. Todo o dízimo

deve ser levado à Casa de Deus onde damos adoração. É parte dessa

adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num hospital, nem

escrevemos a oração para que a leiam num orfanato: damos a Deus

adoração integral em sua casa. Nada impede que façamos outras ofertas

além do dízimo e as destinemos às causas que nos comovem. Mas o dízimo

é para manutenção do culto, e parte do culto que devemos a Deus.

Ninguém pode ser cristão avulso. Se havemos de administrar o dízimo,

administremo-lo com nossos irmãos, na igreja, participando das

assembleias e das eleições.

CONCLUSÃO

O dízimo, pois, é ato de fé, e parte do culto. Quando o paraquedista

salta no espaço, só poderá fazê-lo com o paraquedas fechado. Este se abre

depois, quando o corpo já se despenhou. O homem que pretende abrir

primeiro seu paraquedas no avião, e saltar com ele aberto, terá de procurar

outra profissão. Se você pretende ter relações com Deus, terá de confiar

nele e em sua Palavra. Se não confiar, procure outro deus. O nosso exige fé

da parte daqueles que o buscam. Pois meu leitor, aceite o convite de Deus

para uma experiência: faça prova de Deus; comece a dar hoje mesmo todo

o dízimo à sua igreja. Atire-se no espaço. É certo que nosso Deus é honesto

e digno de confiança. Até ao dia presente não se conhece caso de pessoa

que confiasse nEle e fosse por Ele abandonada.

73


E assim, trazido ao Senhor como expressão de fé em sua

providência um dinheiro que para nós e nossa família é pão, vestuário e

teto, mas que com alegria trazemos à Casa de Deus, adorando a Cristo,

nosso sacerdote eterno – o dízimo será para nós bênção, e não avareza.

PONTOS PARA DISCUTIR

1. O que é importante em nossa oferta?

2. Eu devo administrar o dízimo?

3. O dízimo é imposto ou ato de mito?

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_

74


Lição 14 – Consumismo 14

TEXTO BÁSÍCO Mateus 6.25-34

LEITURA DIÁRIA

SEGUNDA: Conformismo com o Mundo Rm 12.1-2

TERÇA: Ansiedade da Vida Mt 6.25-34 QUARTA: Vida de Fé Hb. 11.13-16

QUINTA: Fim da Avareza Lc 12.13-21 SEXTA: Cobiça Tg 4.1-5

SÁBADO: A Liberdade da Terra. Lv 25.8-34 DOMINGO: Dependência de Deus Fp 4.10-20

INTRODUÇÃO

Objetivo da lição:

Persuadir o aluno a combater o consumismo.

Estou convencido de que este é um dos maiores males da nossa

época. Infelizmente a maioria dos cristãos ainda não percebeu o quanto já

foram engolidos por esta síndrome. Parece que nos acostumamos de tal

maneira a conviver com o consumismo de nossa era, que não conseguimos

distinguir com clareza a maneira pela qual devemos nos comportar, como

discípulos de Jesus, diante dele.

Este fato não é muito difícil de ser notado se formos sinceros em

nos autoavaliar. Valorizamos em demasia a estética, o novo, o "bonito" que

são sempre definidos de acordo com os valores e padrões da sociedade. O

que fazemos nós, com palavras, como as de Paulo, em Romanos 12.1-2; de

Jesus, em Mateus 6.33, ou com as do escritor da carta aos Hebreus, que no

contexto da exposição sobre os heróis da fé, fala do valor daqueles que

buscam uma pátria superior (Hb 11.15-16)?

Na verdade, o nosso problema é que vivemos tempos de muita

afluência económica, tecnológica, psicológica entre outras e nos

esquecemos de que o discipulado de Jesus tem um preço.

O surgimento das teologias modernas sobre a prosperidade, a saúde

e o sucesso, têm feito muitos cristãos sinceros perderem o foco central do

compromisso cristão. Como filhos do rei estamos dispostos a desfrutar do

"bónus" (vantagens) do Reino, mas não queremos participar do ónus

(desvantagens), deste mesmo Reino.

Jesus, quando foi definir como seriam os seus seguidores, disse: "se

alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz

e siga-me" (Lc 9.23). Qualquer que seja a interpretação que se queira dar a

este versículo, ela terá que considerar como parte integrante do discipulado

14 Esta lição foi preparada por Hilton Figueiredo de Oliveira.

75


de Jesus, o sofrimento, o sacrifício, o abrir mão de privilégios e regalias,

por amor daquele a quem queremos seguir.

1. O CORAÇÃO

1.1. O Coração Iludido

EXPOSIÇÃO

A primeira preocupação que devemos ter é a de não nos permitirmos

dominar por algumas ilusões com relação ao consumismo. Estas ilusões

nos fazem pensar que não estamos contaminados por este mal, e que

estamos andando como bons discípulos de Jesus. Geralmente nos iludimos

ao tomar algumas decisões externas e temporárias. Por exemplo: não

comprar muitas roupas novas, não trocar o carro agora, não reformar a

casa, não trocar o carpete, etc...

1.2. O Coração Consciente

Consideremos agora as palavras de Jesus em Mateus 6.19-21. Esta é

uma passagem muito interessante das Escrituras, porém, ela pode ser

entendida de uma forma errada. Muitos ao lerem este trecho do Sermão do

Monte, parecem entender que ao encontrarem o lugar em que está o seu

coração, automaticamente encontrarão o seu tesouro. Há um equívoco

nesta maneira de entender o texto sagrado. O que Jesus está dizendo, é

exatamente o inverso. Se você quer saber onde está o seu coração,

descubra onde está o seu tesouro.

Não adianta apenas ter a atitude certa, é preciso ter a motivação, a

intenção, a disposição e o coração no lugar certo (no tesouro), para

podermos ter atitudes coerentes com as esperadas naqueles que se dizem

seguidores de Cristo.

A grande lição de Jesus é que, se o nosso coração estiver

genuinamente voltado e preocupado com o Reino de Deus (o tesouro),

nossos atos e atitudes expressarão nossa fé e o verdadeiro amor de Jesus.

Consequentemente a primeira mudança radical que precisamos

experimentar não é em nossos atos, mas em nosso coração. Se

conseguirmos cultivar esta disposição, os outros aspectos do problema do

consumismo serão resolvidos como uma feliz e agradável consequência em

nossa vida cristã.

76


2 . AS POSSES MATERIAIS

Hoje em dia somos bombardeados com a ideia diabólica de que

temos direitos irrestritos sobre aquilo que é nosso. Esta ideia é expressa de

forma aceitável através do conceito da individualidade, o qual afirma: "é

problema meu o que eu faço com as minhas coisas (posses), ninguém tem

nada com isto"; e para alguns cristãos: "nem Deus, nem a igreja".

A Bíblia é absolutamente contra este conceito. Ela nos ensina que

todas as coisas pertencem a Deus, portanto devemos tratar o nosso dinheiro

e as nossas posses, com a certeza de que iremos dar contas a Deus daquilo

que fizermos com o que Ele tem nos emprestado.

2.1. De Quem são a s Posses?

Ageu 2.8 - Tudo pertence a Deus. O povo estava desanimado com a

aparência do templo, quando foi surpreendido com esta afirmação do

Senhor. Mais uma vez, o Senhor está mostrando que é impossível ao

homem alcançar o padrão divino sem uma atitude correta de coração.

Levítico 25.23 - neste trecho da Lei de Moisés, Deus é ainda mais

enfático quanto à sua prerrogativa sobre as posses.

Nada pode ser negociado definitivamente pois o único proprietário, na

realidade, é o próprio Deus. A legislação teocrática instituída por Deus

para o seu povo trazia embutida a ideia da redistribuição das riquezas de

maneira justa. Para isto é que foi instituído o Ano do Jubileu.

2.2. O Desejo de Possuir

Êxodo 20.17 - o décimo mandamento é contra toda e qualquer

forma de anseio pelo que não é nosso. Inveja pelas posses do outro, ou até

mesmo o fato de não conseguirmos nos conter diante de uma vitrine, no

desejo de adquirir algo, é cobiça.

Tiago 4.1-3 - este problema é tão sério para o ser humano, que

Tiago associa as guerras, a opressão e o desejo incontrolável de se ter as

coisas, com o pecado da cobiça.

3. O DESAFIO

Que fazer diante de tamanhos desafios? Se realmente cremos na Bíblia

como palavra de Deus, é imprescindível que busquemos nela a orientação

para moldarmos nosso coração, nossa mente e consequentemente nossas

atitudes.

77


4. ATITUDES CRIATIVAS DIANTE DO CORRIQUEIRO DA VIDA

4.1. Trabalho

Para que Deus instituiu o trabalho? Será que foi para podermos

enriquecer e juntar bens? Esta pergunta só tem uma resposta: um sonoro

NÃO.

Efésios 4.28 - Este versículo está falando das mudanças que

acontecem quando alguém se encontra com o Senhor Jesus Cristo. É neste

contexto que Paulo fala sobre o propósito do trabalho. Ele diz: o fruto do

trabalho deve ser usado para administrar a nossa vida, a de nossa família e

a daqueles que não têm como suprir as suas necessidades básicas.

Este último propósito é um desafio muito grande, pois, nos dá uma

perspectiva mais abrangente sobre o que fazer com o fruto do nosso

trabalho, que Deus tão graciosamente nos outorgou. É, no mínimo,

interessante considerar que Deus, quando nos permitiu ter o nosso trabalho,

não pensou apenas no nosso bem estar e no de nossa família.

4.2. Poupança

Uma preocupação e incentivo em nossa cultura atual, é a de

guardarmos o máximo que pudermos, garantindo assim nosso futuro, o de

nossos filhos, e às vezes, até dos nossos netos. É preciso colocar que até

mesmo este cuidado de planejamento e organização financeira, que todos

devemos ter, precisa ser orientado por princípios bíblicos e não apenas

pelas melhores oportunidades ou opções do mercado financeiro.

Em Lucas 12.16-21, Jesus conta a parábola do fazendeiro rico. Ele

ganhou tanto com a sua produção, que não tinha como armazená-la. Ele,

então, decide reestruturar seus depósitos e guardar tudo. Depois disto feito,

ele diz para si mesmo: "descansa, come, bebe e regala-te".

Muitos, hoje em dia, aplaudiriam a atitude deste homem de

negócios. Afinal de contas ele foi muito bem sucedido e garantiu o seu

futuro. Jesus, no entanto, o chama de louco. De quem queremos receber

aplausos? Se temos dinheiro que nos permite oportunidade de poupar, será

que não deveríamos buscar orientação do Mestre sobre como e onde

devemos aplicar este dinheiro? Lembre-se de incluir nesta conversa com

Deus a possibilidade de um investimento que não traga nenhum benefício

financeiro direto, mas que seja bênção na vida de outros.

78


4.3. Prazer

Vamos terminar o nosso estudo corrigindo um possível equívoco

bastante comum, quando este assunto é tratado. Ao analisarmos o

consumismo, podemos incorrer no erro de achar que qualquer tipo de

prazer ou de usufruir dos nossos bens, não é conveniente para o cristão ou

está, de algum modo, ligado ao pecado consumista. Deus está interessado

em que tenhamos prazer e lazer. Em 1 Timóteo 6:17 Paulo exorta aos ricos

que não sejam orgulhosos, porque é Deus quem proporciona tudo para o

nosso prazer.

Devemos nos lembrar de que tudo o deve ser encarado como uma

boa dádiva. Em Fílipenses 4.12, Paulo nos ensina que é preciso aprender a

viver feliz, em toda e qualquer situação.

Se suas necessidades básicas estão supridas, porém, não há sobras,

busque a Deus. Peça a Ele ajuda para encontrar soluções criativas, mas não

abandone o sonho de um tempo gostoso de prazer e lazer para sua família.

Para aqueles que vivem uma situação, na qual, até mesmo as

necessidades básicas não estão sendo supridas, a solução é a mesma:

busque a Deus, confie nele, pois. Ele agirá em seu tempo. Lembre-se ainda

de que o próprio Deus lhe providenciou a família da fé, onde situações

como estas deveriam ser compartilhadas e soluções encontradas permitindo

que mesmo na dificuldade seja possível desfrutar do prazer e do lazer.

E no caso daquele que tem todas as necessidades supridas e ainda

há sobras? O caminho é sempre o mesmo: busque a Deus. O desafio é

desfrutar do que Deus lhe proporcionou, sem perder de vista a

possibilidade de ser bênção para outros.

CONCLUSÃO

Concluindo, devemos ter prazer através do lazer e podemos

desfrutar de todas as dádivas de Deus em nossas vidas. No entanto, não

podemos, jamais, deixar de lado o princípio de que tudo o que Deus nos dá

é para ser bênção na nossa vida e na vida de outros.

PONTOS PARA DISCUTIR

1. Por que o consumismo é um dos maiores males de nossa época?

2. Para que Deus instituiu o trabalho?

8. Qual a relação existente entre dinheiro e prazer? (1 Tm 6.17).

79


Lição 15 – Compromisso com o Serviço 15

A missão da igreja primitiva e a missão da igreja

atual

A primeira coisa que devemos pensar quando falamos de serviço é no

caráter da pessoa que realiza esse serviço. Principalmente quando tratamos

de serviço cristão. Por isso gostaria de introduzir este estudo com um breve

comentário sobre o versículo inicial da carta de Paulo aos Romanos, onde

ele afirma que é "servo de Jesus Cristo".

O texto em sua versão grega traz a palavra "doulos", que ao invés

de ser traduzida como servo, pode ser melhor entendida como escravo. E

deste sentido em grego podemos tirar algumas lições importantes sobre o

caráter de todo aquele homem e mulher que se prontificam a realizar o

serviço cristão.

Uma das primeiras ideias é que um escravo cumpre a vontade de

seu senhor, por necessidade absoluta, sem se importar com sua própria

vontade ou seus sentimentos pessoais. Prevalece, em primeiro lugar, a

vontade de seu senhor. O versículo, portanto, nos ensina que para sermos

fiéis ao serviço de Cristo é preciso negar a nós mesmos e seguir

incondicionalmente a Cristo.

O termo "doulos", também expressa a ideia de que esse serviço diz

respeito àquele que pertence a Cristo; que deve ser realizado por lealdade a

Cristo apenas. Assim como Paulo se via como escravo de Cristo, todo o

cristão deve ter a sua vida em dependência total ao Senhor e, por isso,

15 Esta lição foi preparada por Ricardo Luiz de Freitas, bacharel e mestre em Teologia pelo Seminário

Teológico Batista do Sul do Brasil, Rio de Janeiro, RJ.

80


voltada para a diaconia que é o termo bíblico usado para o serviço ao outro.

A diaconia ou serviço ao outro são necessidades do ministério individual e

coletivo de cada cristão e da igreja.

Por meio da diaconia precisamos demonstrar que, por amor a Cristo

e ao próximo, deixamos nossas vontades, costumes, conforto e manias para

realizar a vontade de Deus. Que através do serviço ao outro, ou seja, a

diaconia, nossa vida seja um exemplo fidelidade ao ministério de Cristo.

JESUS CRISTO, O DIÁCONO

O Novo Testamento possui vários termos para o conceito de servir,

contudo a expressão que mais nos interessa é diakoneo', que possui o

significado especial de serviço inteiramente pessoal, prestado ao outro.

Jesus Cristo, através de seu exemplo de vida, chama os seus servos e

servas para compartilhar das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias

da humanidade. Ele mesmo se apresenta como diácono: "Pois o próprio

Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida

em resgate de muitos"(Mc. lO. 45)."'

Quando Jesus se apresenta como diácono, não é apenas para si, mas

é também uma ordem para a comunidade de seus seguidores e seguidoras,

deste modo ele descreve o sentido de sua vida. Contudo, mais do que

solidarizar-se, Jesus ordena aos seus seguidores que respeitem a todos e

sejam servos de todos.

A diaconia é o serviço prestado em benefício da outra pessoa e

neste conceito Jesus estabelece uma oposição ferrenha ao modelo de poder

caracterizado pelas ideias da filosofia grega de seu tempo. Entre os gregos

e romanos, o ideal era ser livre e autónomo e não depender de ninguém.

Assim, Jesus inverte duas polaridades. Por um lado, ele afirma que poder

se dá no serviço, ou seja, que na concepção cristã a autoridade tem o dever

de servir aos demais. Governantes, de acordo com a lógica do mundo, são

os que exercem domínio. Por isto Jesus provoca: líderes são os que servem,

não os que dominam e intimidam. Por outro lado, Jesus também inverte o

pensamento grego (de autonomia e autossuficiência) quando reconhece que

seres humanos necessitam uns dos outros. Diaconia é ir ao encontro das

pessoas que necessitam de ajuda.

O termo diaconia demonstra um elemento fundamental para a vida

do cristão que deve ser não apenas um desejo, mas uma realização no seu

dia-a-dia. Contudo diaconia não é apenas ação social, pois a sua motivação

não é apenas suprir as necessidades sociais, mas procura trabalhar o

81


homem de maneira integral. Como membros da igreja de Cristo, devemos

compreender que é fundamental realizar a diaconia ou o serviço ao outro,

pois assim estamos sendo diáconos uns dos outros assim como Cristo o foi.

A IGREJA E O CHAMADO PARA A DIACONIA

Nos primeiros séculos da era cristã a diaconia da igreja se situava

particularmente na dimensão da caridade'', do servir ao outro. No Novo

Testamento a palavra "diaconia" chegou a ser uma palavra-chave para

caracterizar a participação de todos na vida da igreja. Um bom exemplo é o

apóstolo Paulo, que fala do seu ministério como "diaconia".' O conceito de

"diaconia" descreve ainda no Novo Testamento a ideia de organização

interna da vida comunitária, este princípio leva os membros destas

comunidades a renúncia de títulos e a fraternidade que se enraíza na

caridade.

A igreja é chamada para testemunhar a diaconia de Cristo e, da

mesma forma que Ele assumiu em tudo a condição humana, menos o

pecado, a Igreja igualmente deve compartilhar das alegrias e esperanças,

das tristezas e angústias dos seres humanos. A comunidade de salvos

recebeu a missão de anunciar o Reino de Deus e de estabelecê-lo em todos

os povos. Por isso a igreja deve prestar serviços à comunidade, porque os

ministérios instituídos no período apostólico continuam a partir da igreja e

se revestem de uma característica especial, pois ao mesmo tempo em que

são realidades humanas, estas trazem a marca de seu tempo, de sua origem

e fundamento em Cristo Jesus. É preciso compreender que a diaconia

descrita nas Escrituras e percebida na vivência da igreja primitiva, surge

como uma característica do cristão, um estilo de vida, um modo de ser.

A diaconia na prática das igrejas primitivas não implicava um poder

cúltico ou em privilégios, mas em primeiro lugar era para servir a

comunidade toda "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o

desempenho do seu serviço (diaconia), para a edificação do corpo de

Cristo".

A diaconia é parte fundamental do ministério da igreja. Qualquer

esforço para cumprir a Lei é diaconia, ministério da morte, ministério do

juízo. A própria fé no Evangelho é diaconia, ministério do Espírito,

ministério da justiça (2 Co. 3.7-9)'. A diaconia é o serviço da igreja no

campo sócio-político-cultural.

82


A REALIZAÇÃO DO SERVIÇO CRISTÃO

O cristão deve realizar o serviço ao outro, seja ele individualmente

ou coletivamente pois a experiência com Cristo gera no homem e na

mulher integrada à igreja um sentimento de abertura aos outros,

sensibilidade aos dramas do subdesenvolvimento, coragem na denúncia

das injustiças sociais, compromisso nos movimentos populares numa

perspectiva de mudança qualitativa da sociedade, crítica política em

relação às manipulações a que as classes dominantes submetem tanto o

Estado quanto a própria igreja.

A igreja e os seus membros devem dar a sua contribuição no

restabelecimento do Reino de Deus, Reino este que não deve ser apenas

enunciado e proclamado, mas sim mostrado. A igreja não pode se deter

sobre si mesma, o exemplo de Cristo a impulsiona para o serviço à

humanidade.

O mundo é o lugar em que temos de testemunhar e servir, sofrer e

morrer por Cristo. Isso implica na consciência do cristão no mundo.

Através da fidelidade aos propósitos de Deus, cristãos e cristãs devem usar

os seus dons e talentos para que o Evangelho de Cristo seja proclamado

integralmente a todos os homens e mulheres.

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

83


Lição 16 – Os Batistas de Pernambuco e o

Ministério Social Cristão 16

I - BASE BÍBLICA:

II Coríntios 8:1-14; Gen. 4:9; Luc. 4: 18-19; Fil. 2:3-4; II Cor. 5:18-20; Mat. 5:16;

João 10:9-10; Prov. 17:5; Is. 58:1-10; Mat. 25: 35-36; Luc.10:30-37; Lev. 19.

SUGESTÃO PARA O PROFESSOR: Leia II Cor. 8:1-14 em várias

traduções, estude com a classe versículo por versículo descobrindo a

alegria de participar no ministério de ajuda como fizeram as Igrejas da

Macedónia.

Destaque:

1) os crentes da Macedónia contribuíram financeiramente para os cristãos

de Jerusalém.

2) reconsagraram suas vidas ao Senhor.

3) serviram de exemplo para os crentes da Igreja de Corinto.

4) decorar o v.2: “Apesar de terem passado por muitas dificuldades e

apertos, misturaram sua maravilhosa alegria em sua profunda pobreza, e o

resultado foi uma superabundância de ofertas para os outros.” NTV.

- Recorde a história do Bom Samaritano (Luc. 10: 30-37) enfatizando a

ordem “cuide dele”. É responsabilidade da Igreja, não só pregar o

Evangelho do Reino de Deus, mas cuidar dos necessitados.

- Na Bíblia há 300 referências sobre os pobres. Deus é sensível à situação

precária do pobre, os dois pecados mais graves para os hebreus eram:

rejeição do culto ao Deus verdadeiro e a opressão aos pobres, estrangeiros,

órfãos e viuvas. (Lev. 19.)

- Na Igreja primitiva do Novo Testamento os pobres não poderiam ser

esquecidos. Jesus condenou os opressores e anunciou o castigo. (Atos

2:44-47, 4:33-37, 6:1-7, 11:28-30, etc.)

II - BASE HISTÓRICA: Hospital Evangélico, Casa da Mizade, Lar

Batista, Cidade Evangélica dos Órfãos, Lar Batista do Ancião, e outros.

SUGESTÃO PARA O PROFESSOR: Conheça pessoalmente estas

instituições através de visita planejada com os seus alunos. Telefone antes

para marcar a visita e saber o que seria de mais necessidade para levar

como presente. Combine com os alunos e visite um domingo à tarde uma

ou mais destas instituições. Lance um desafio aos alunos para não somente

16 Esta lição foi preparada por Ycléa Cervino.

84


levarem dádivas materiais, mas se apresentarem como voluntários, dando

do seu tempo, habilidades e bens para ajudar nestes trabalhos.

— Pense com os alunos na sua própria comunidade, suas

necessidades e carências, e o que a Igreja poderia fazer para supri-las.

Planeje com eles um projeto comunitário onde todos possam participar

procurando soluções conjuntas para aliviar a situação dos pobres, dos

anciãos, das viúvas, das crianças de rua, dos mendigos, dos drogados e

alcoólatras, das prostitutas, dos analfabetos, etc.

— Lembre-se que em qualquer projeto, visita ou movimento de

ajuda ao próximo, o Evangelho deve ser levado em primeiro lugar, e todas

as ações devem ser feitas em nome de Jesus.

1. HOSPITAL EVANGÉLICO:

Rua Frei Jaboatão, 301. Torre. Telefone: 228.0588

O Cristianismo se baseia em três pontos principais: pregar, ensinar

e curar (Lucas 4: 18-19). Cumprindo este ministério surgiu o Hospital

Evangélico, como Associação Beneficente, por um grupo de crentes

batistas e presbiterianos. Dentre eles destacamos: Pr. Pereira Sales, Pr. Joel

de Souza, Pr. Antônio Dorta e Ivo Bosch. Outros grupos evangélicos têm

participado, mas ainda hoje o presidente da Junta Administrativa é um

Batista, o Pr. Antônio Marques Lisboa Dorta e o coordenador também o é,

Dr. Auriel Marques.

O Hospital pertence à Associação Evangélica Beneficente de

Pernambuco que vive das contribuições de seus associados e tem como

presidente o Pr. José Castor de Oliveira, e vice o Pr. Paulo Ortêncio.

Embora mantenha convénio com 58 entidades públicas, o custo da

manutenção de um hospital que se firme no conceito da população como

prestador de bons serviços é muito alto, além das verbas governamentais,

por isto, carece da ajuda das igrejas, tanto das orações, como das ofertas

em serviços e objetos materiais. (Informações obtidas através do Pr.

Antônio Lisboa Dorta)

2. ABRIGO DE VELHOS SALOMÃO GUINSBURG:

(desativado)

No início da década de 1940 a Segunda Igreja Batista da Torre,

devido a uma necessidade imperiosa, organizou o Abrigo de Velhos que

até 1950 abrigou pessoas carentes da Igreja, inclusive diáconos fundadores

85


(José Aurélio e O. Agueda). Após à morte destes, a Igreja precisando de

espaço fechou o Abrigo, continuando, no entanto, a sociedade beneficente

que dava assistência às pessoas da Igreja e de fora, e funcionou até bem

pouco tempo. (Informações do Pr. Antônio Lisboa Dorta)

3. CASA DA AMIZADE DO SEMINÁRIO DE

EDUCADORAS CRISTAS

Rua Othon Paraíso, 132. Torreão. Recife. Telefone: 241.5120.

Há mais de três décadas o Espírito Santo de Deus impulsionou

obreiros aqui no Brasil, como também da outra América, a tomarem

iniciativa para que fosse implantado o abençoado Ministério Social Cristão

que conhecemos como Casas da Amizade.

Em 1952 Miss Edith Vaughn, diretora da Casa da Amizade em

Louisville, Ky., convicta da chamada divina para trabalhar no Brasil foi

nomeada e enviada. Em julho de 1953 a Profª Martha Hairston, nova

diretora da Escola de Trabalhadoras Cristãs (hoje SEC), apresentou à Junta

Cooperativa da instituição um projeto visando convidar a missionária Edith

Vaughn para abrir uma Casa da Amizade.

No dia 11 de maio de 1954 iniciaram as atividades em grupos na

Casa da Amizade do SEC. Cinco membros da Junta cooperativa

colaboraram para o início do trabalho: Lídia Ramalho, Julia Vilar

Rodrigues, Olívia Oliveira, Amazonila Munguba e Celina Azevedo.

Voluntários das Igrejas Batistas mais próximas e dezenove Secistas e

Seminaristas lideram os primeiros grupos. Houve matrícula de 346

pessoas.

A Casa da Amizade é um centro social religioso, departamento de

treinamento para os estudantes do Seminário de Educadoras Cristãs, e de

serviço ao povo da comunidade. É uma agência religiosa, social, recreativa

e educacional atingindo pessoas de todas as faixas etárias, condições

sociais, raças e religiões.

Seus alvos desde o início têm sido: treinamento e serviço. Treinar

as alunas do Seminário que em contato com o povo necessitado aprendem

a usar as melhores técnicas de ajuda ao indivíduo, ao grupo e à

comunidade. Treinar e capacitar lideranças, dentro e fora da comunidade

para atuar na mudança e desenvolvimento da sociedade como um todo.

Coopera com o Estado, a família, a Igreja, a escola, os hospitais, postos de

saúde e demais agências para o desenvolvimento da comunidade.

86


O programa inclui atividades espirituais (cultos, aconselhamento,

estudos bíblicos em grupo, distribuição de literatura evangélica,

testemunho pessoal dos funcionários, encaminhamento às igrejas da

comunidade); saúde (clínica médica, enfermagem, venda de medicamentos

pelo preço do custo, distribuição de amostras grátis, palestras de higiene e

saúde, campanhas de uso de filtros, exame de laboratórios, orientação

alimentar); educação (grupos de estudo, incentivo à instrução, convénio

com colégios da comunidade para obter vagas para todas as crianças em

idade escolar, distribuição de material escolar e farda, banca escolar,

alfabetização de adultos, classes para excepcionais, cursos

profissionalizantes periódicos); sociais (recreação regular orientada com

grupos, festas especiais, casamentos civis e religiosos, cerimónias fúnebres

e conforto às famílias enlutadas, acampamento para jovens e crianças,

passeios ocasionais).

Outros serviços secundários incluem: distribuição de roupas e

sapatos usados, distribuição de alimentos em horas de crise ou calamidade,

cooperação com a Secretaria de Saúde em campanhas de vacinação e na

descoberta de doenças infectocontagiosas, orientação higiénica e alimentar,

cooperação e entrosamento com outras agências de serviço comunidade.

(vide livro: "Milagres na Casa da Amizade", à venda na livraria JUERP).

4. LAR BATISTA ELIZABETH MEIN

Rua General Mena Barreto, 97 Cordeiro - Telefone: 228-4630 Data

de 1949 a ideia da irmã Valdivina Andrade de criar uma casa onde as

crianças órfãs tivessem abrigo, cuidados e carinho. Esta ideia veio

encontrar apoio no coração de um grupo de senhoras e moças batistas que

também compartilharam do mesmo ideal.

Em 1954, a União Feminina da Convenção Evangelizadora de

Pernambuco criou a Junta administrativa com a responsabilidade de

organizar o Lar Batista. O nome escolhido foi em homenagem à dedicada

missionária que muito incentivou as senhoras na concretização deste ideal.

Vencidos os primeiros obstáculos, foi, o mesmo inaugurado com

quatro crianças no dia primeiro de janeiro de 1956 na cidade de Carpina-

PE, sendo Kátia Maria Guimarães a primeira menina a chegar.

A primeira presidente da Junta Administrativa foi a grande

colaboradora, irmã Regina Barbosa, e a primeira orientadora interna a irmã

Beatriz Soares.

87


As dificuldades de supervisão e a necessidades das meninas de

frequentarem o curso médio, fizeram que fosse a sede transferida para

Beberibe, município de Olinda, onde funcionou em uma antiga casa de

1963 a 1973, ano em que foi transferido para o Cordeiro. Esta nova sede

passou a funcionar numa casa de dois pavimentos, construída em terreno

doado pelo irmão Alfredo Andrade, grande colaborador desde a fundação.

O Lar Batista abriga, atualmente, 45 crianças, já tendo passado pela

casa uma centena delas. Para sua manutenção tem recebido ajuda da União

Feminina de Pernambuco, Igrejas Batistas, Diaconia, sócios e

colaboradores brasileiros e de outras nacionalidades. Ultimamente tem

recebido ajuda da Legião Brasileira de Assistência e da Fundação de Bem-

Estar do Menor.

(Informações obtidas através de Gedida Nogueira)

5. CIDADE EVANGÉLICA DOS ÓRFÃOS:

Tapera Pernambuco.

O irmão Genaro Barreto, filho de Pernambuco, alma generosa e

cheia de ideais, morava no Rio de Janeiro onde tinha uma vida próspera e

feliz, quando o orfanato nasceu no seu grande coração. Vendeu tudo que

possuía e veio para a sua terra adquirindo uma grande propriedade na

cidade do Cabo onde iniciou em 5 de julho de 1964 a Cidade Evangélica

dos Órfãos.

Neste engenho, chamado Stª Amélia, a instituição ficou por período

aproximado de oito anos, transferindo-se em seguida para o povoado de

Bonança, na cidade de Tapera, BR-232.

Faleceu o irmão Genaro Barreto na data de 29/10/76, mas os seus

filhos continuaram a obra com o mesmo amor. "Não é um ajuntamento de

crianças, mas casas lares que há mais de vinte anos procura cuidar da

criança carente e apresentar uma perspectiva espiritual de vida. Deus pode

transformar pessoas com problemas em cidadãos úteis e capazes de atuar

na sociedade". Esta é a palavra do Pr. Miquéias Barreto, atual diretor

presidente.

Hoje há uma população de 160 pessoas em 11 casas lares, escola,

capela, ambulatório médico-dentário, sala de recreação, biblioteca,

almoxarifado, secretaria e quadras de esporte (26 casas ao todo).

O Orfanato é dirigido por um Conselho Diretor eleito pelos sócios e

88


renovado de dois em dois anos, além do diretor presidente, há o diretor

administrativo, o Prof. Silvino José Neto e o capelão, o Pr. Severino

Cardoso.

Em 25 de agosto de 1984 foi organizada a Igreja Batista na Cidade

Evangélica dos Órfãos com 44 membros, sob a direção do Pr. Severino

Cardoso.

Sendo uma instituição particular, no entanto, honra o nome dos

Batistas, pois foi fundada por um ilustre batista, e os diretores e

funcionários são batistas.

(Informações obtidas através do Pr. Miquéias Barreto e do CEO Notícias).

CONCLUSÃO

Pernambuco, embora sendo o Estado que apresenta o maior índice

de desemprego do país, tem a renda per capta terceira menor do mundo, a

maioria das igrejas não poderem sustentar o ministério integral, e em tudo

serem pobres, como as igrejas da Macedónia, não têm esquecido o

ministério da beneficência.

Desde o início do trabalho dos Batistas têm surgido projetos de

alívio e socorro para os pobres e desamparados, no entanto, ainda é pouco,

pois poderíamos ter feito e fazer muito mais.

Hoje os Batistas Pernambucanos estão alargando a sua visão e

novos projetos estão surgindo como o Lar Batista do Ancião, idealizado

pela Associação dos Diáconos, e levado a efeito com a compra de uma

casa no bairro da Várzea. Também projetos em convénio com a Visão

Mundial e a Diaconia, usando as potencialidades das Igrejas em ministérios

comunitários de ajuda ao próximo, se desenvolvem no sentido de

proporcionar o bem-estar do indivíduo e capacitá-lo para participar no

desenvolvimento de sua comunidade.

Não podemos esquecer a atuação da Missão Batista do Norte (Junta

de Richmond) que ajuda na Capital e no Interior do Estado com projetos de

auxílios às carências humanas.

89


Lição 17 – A Alegria do Contentamento 17

TEXTO BÁSÍCO Filipenses 4.10-13

LEITURA DIÁRIA

SECUNDA: 0 Temor do Senhor Sl. 128 TERÇA: Contentes com o que Temos 1 Tm 6.6-9

QUARTA: A Felicidade dos Ímpios Sl 73 QUINTA: Ele Conhece Nossas Necessidades Hb 2.10-

18 SEXTA: Tribulações, Motivo de Gozo 1 Pe 4.12-19 SÁBADO: Tesouro em Vasos de Barro 2

Co 4.7-12 DOMINGO: Alegria do Contentamento Fp 4.10-13

Objetivo da lição:

Encorajar o crente a depender da vontade de Deus, tendo nele sua suficiência.

INTRODUÇÃO

Todos nós buscamos durante a vida toda a felicidade. Esperamos,

através da posse de bens e valores que o mundo nos oferece, alcançar essa

felicidade. Na maioria das vezes nos frustramos, quer por não conseguir o

alvo desejado, quer por não alcançar nas nossas realizações a felicidade por

completo. Nesse sentido, encontramos um ditado popular que diz "a

felicidade de pobre dura pouco".

Asafe, no Salmo 73, nos relata sua própria experiência de frustração

por depositar sua felicidade nos bens que aparentemente trazem a

felicidade aos ímpios.

O apóstolo Paulo tem posição diferente, quando relata em

Fíiipenses 4.11b-13 "...pois aprendi a estar satisfeito com o que tenfio. Sei

o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que o

necessário. Aprendi esse segredo e, portanto, sempre e em todo lugar e em

qualquer situação, eu me sinto contente, esteja alimentado ou com fome,

tenha muito ou tenha pouco. Posso enfrentar qualquer coisa com a força

que Cristo me dá" (SBB - Traduzo na linguagem de hoje).

Encontramos a razão de Paulo fazer tal declaração, sob a inspiração

do Espírito Santo, por saber que Deus é a única fonte de felicidade

verdadeira, pois não necessita de nada para fazê-lo assim. E ainda mais.

Deus nos torna tão felizes quanto Ele é. (Jo 1.16, SI 128). De sorte que,

mesmo quando temos pouco daquilo que o mundo oferece, temos bênçãos

espirituais que o Senhor nos dá.

17 Esta lição foi preparada por Vagner Antônio Sanaiote.

90


Tanto Paulo, como o escritor da epístola aos Hebreus, nos fala da

alegria em contentar-nos com as bênçãos que o Senhor nos concede,

porque somos guardados pelo Senhor (1 Tm 6.6-9; Hb 13.5).

EXPOSIÇÃO

1. O SEGREDO DESSA FELICIDADE

A felicidade que o mundo oferece, na maioria das vezes, está

baseada nas circunstâncias da vida e em coisas externas ao homem. A

felicidade que Deus nos dá, vem de dentro do nosso coração, e não

depende de qualquer circunstância externa a nós. E por isso que o salmista

Davi exclama "Somente em Deus, ó minha alma espera silenciosa, porque

dele vem a minha esperança" (SI 62.5).

1.1. Felicidade Real e Não Aparente

Quando vemos o ímpio com suas riquezas e sua aparente felicidade,

não podemos contemplar o seu interior, e até mesmo nos esquecemos do

seu final, como ocorreu com o salmista no Salmo 73.2,3,17. A felicidade

dele é aparente e seu final trágico.

A felicidade que Deus nos dá está presente mesmo no meio das

maiores dificuldades (2 Co 4.7-18). Nos entristecemos quando

circunstâncias adversas nos cercam, como todo ser humano; entretanto,

podemos estar capacitados por Deus para mesmo nessas ocasiões

mantermos nosso contentamento (vs. 17, 18).

1.2. Promessa de Socorro

Em segundo lugar, temos a promessa de que o Senhor Jesus é

poderoso para nos socorrer. (Hb 2.18). Ele não somente é poderoso, mas

conhece todas as nossas dificuldades e sofrimentos, pois Ele passou por

todas as provações, sofreu quando tentado, e conhece todas as nossas

necessidades. (Hb 4.15- 16).

O crente, quando aprende o segredo de que Paulo fala, nos

momentos em que passa por problemas não murmura, não resmunga, não

reclama de Deus; pelo contrário, ama a Deus e glorifica o seu nome,

confiado nas promessas de socorro bem presente.

Quando manifesta seu descontentamento pelas dificuldades que

está enfrentando, o faz através da oração. (Fp 4.7; 13).

1.3. De onde Vem a Felicidade

Outro aspecto importante de nossa felicidade é o fato de que ela é

obra de Deus (Fp 4.11,13; 2 Co 12.9; Rm 15.13).

Não se trata de uma aceitação passiva da situação em que nos

encontramos, mas antes, é a certeza positiva de que Deus tem suprido

91


nossas próprias necessidades (Mt 6.25-32; I s 49.13). Podemos então estar

contentes por haver sido satisfeitos pela graça de Deus.

Ela é produzida em nós através de sua palavra e por uma profunda

comunhão entre nós e Deus (Jo 15.11; SI 128.1-4; At 2.46). É fruto da ação

intensa do Espirito Santo em nós (At 13.52; Gl 5.22).

1.4. A Felicidade para Jesus

A alegria do crente, que faz a sua felicidade, está ainda alicerçada

em fazer a vontade de Deus (SI 128.1; Rm 12.2). O cumprir a vontade de

Deus não só opera em nós felicidade, mas também a felicidade deriva do

fato de estarmos fazendo a vontade de Deus.

O próprio Senhor Jesus, quando interpelado por seus apóstolos,

declarou que o que o satisfazia era fazer a vontade daquele que o enviou

(Jo 4.34).

Em João 15.1-11, o Senhor conclui a primeira parte da parábola da

videira, ensinando sobre a necessidade de uma comunhão íntima com o Pai

e a obediência à sua palavra, afirmando "o meu gozo esteja em vós, e o

vosso gozo seja completo", na proporção do cumprimento desse ensino.

1.5. Felicidade Independente de Dificuldade

Ensina nos ainda a palavra de Deus, que a felicidade do crente

ainda persiste, seja qual for a dificuldade que enfrentamos. Alias, é motivo

de gozo para o cristão o fato de poder passar por tribulações por amor de

Cristo. ( 1 Pe 4.12-19; Tg 1.2-4; 2 Co 4.7-12; Rm 5.3; 2 Co 7.4)

Através das tribulações, que são passageiras, não permanecem para

sempre. Deus aperfeiçoa em nós o caráter cristão, e nos conduz a maior

maturidade cristã.

2 . O CAMINHO PARA O CONTENTAMENTO

O caminho para chegarmos a uma vida de contentamento, onde a

alegria da vida cristã pode ser gozada, independentemente das

circunstâncias em que vivemos, passa pelo aprendizado de alguns

princípios bíblicos:

2.1. Negue-se a si mesmo

Existe por aí, uma falsa pregação da palavra de Deus, que anuncia

“aceitem a Jesus e todos os seus problemas serão resolvidos”. Não

encontramos a menor sustentação bíblica para tal afirmação.

Pelo contrário, ao lermos Lc 9.23-24 encontramos: “Se alguém

quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-

92


me” Vida cristã é vida de renúncia, negação a muitos prazeres que o

mundo oferece que são sinónimos de felicidade.

Temos em Jesus o exemplo maior de renúncia (Fp 2.7-8; I s 53.7).

Apesar de toda a sua renúncia. Ele declara que o seu prazer estava em fazer

exatamente a vontade do Pai. “A medida que nos aproximamos do modo

como Cristo viveu, seguindo seu exemplo de abnegação, mais seremos

felizes” (Jeremiah Burroughs).

2.2. Viver na dependência completa de Deus

Sem Deus, nada do que fazemos pode nos satisfazer completamente

( Is 55.2-3). O apostolo Paulo nos ensina que o desenvolvimento da nossa

salvação se dá com temor e tremor, dentro da compreensão de que “é Deus

quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua

vontade”. Isso implica em que a vida cristã autêntica, e, portanto, feliz, se

dá na medida em que as nossas realizações sejam fruto dessa dependência

de Deus, submetendo-nos à sua vontade.

Não há felicidade verdadeira fora da dependência da vontade de

Deus.

2.3. Buscar a satisfação em Jesus

Há um cântico espiritual que diz "satisfação é ter a Cristo, não há

melhor prazer já visto..."

Para o homem as figuras que melhor caracterizam a satisfação

humana é o alimento (“pão e água”). Utilizando essas figuras Jesus nos

ensina que somente nele encontramos completa satisfação para as nossas

vidas (Jo 6.51; Jo 7.37- 38). E ainda complementando esse mesmo ensino,

nos diz "tereis vida, e vida abundante" e "a vossa alegria seja completa" na

medida que o recebamos e dele dependamos.

2.4. Nosso alvo esteja posto no seu reino

Somos forasteiros neste mundo (Hb 11.13-16). Na medida em que

vivemos essa realidade cristã, nossos alvos e objetivos tendem a mudar de

direção e propósitos.

Assim, passamos a nos preocupar com o tesouro ajuntado nos céus, onde a

ferrugem e a traça não destroem, nem o ladrão rouba.

Encaramos as lutas da vida como bom soldado, que participa dos

sofrimentos, como soldados de Cristo (2 Tm 2.3-5). Longe de sua pátria,

sabe que o conforto final será gozado no momento que regressar à Mansão

Celeste.

93


2.5. Goza plenamente as bênçãos que lhe são acrescidas dia a dia

"Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus".

A cada instante Deus tem nos cercados de toda sorte de bênção.

Toda sua criação, a vida, a proteção, e especialmente a Salvação em seu

Filho Jesus. Todas essas coisas que Deus fez, leva-nos a compreender que

Ele é bom, e mesmo em meio às dificuldades podemos ter gozo e paz.

2.6. Compreender que Deus está no comando de todo o Universo

Sua ação é tão completa que Ele nos diz que nenhum fio de cabelo

cai de nossas cabeças, sem que esteja sob o seu inteiro controle.

Em Lc 12.6-7, Mt 6.25-32 encontramos promessas de Deus do seu

cuidado especial para conosco na sua condução de cada detalhe da criação.

Não temos um Deus distante, que depois de ter criado tudo, ausentou-se,

mas um Deus presente como diz o hino "Deus presente está conosco".

CONCLUSÃO

A verdadeira felicidade está desvinculada de qualquer circunstância

ou bem material que o mundo possa oferecer, a despeito de ser esse o

conceito presente neste século.

Ela depende exclusivamente de Deus, que a aplica em nossos

corações, na medida que fazemos a sua vontade.

Podemos, na prática da vida cristã, gozar de pleno contentamento;

mesmo sofrendo por Cristo; mesmo em circunstâncias adversas, por que

são passageiras; mesmo nas provações, que nos edificam e aperfeiçoam

nosso caráter cristão.

PONTOS PARA DISCUTIR

1. Pode o crente entristecer-se com os problemas e dificuldades que lhe

sobrevêm?

2. Quais são as maiores causas de descontentamento na vida cristã?

3. Qual a relação entre nosso contentamento e a promessa da vida futura?

4. Quais os meios de que dispomos, para sermos felizes em qualquer

situação?

5. Onde a compreensão da soberania de Deus influencia nosso

contentamento?

94


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DIAS, Arival Casimiro. Dinheiro para Igreja: 5ª edição. São Paulo,

Sociedade Cristã Evangélica de Publicações Ltda - SOCEP, 2001.

OLIVEIRA, Odila Braga. Começando a vida cristã: São José do

Campos/SP, ed. Cristã Evangélica, 2018.

RAMOS, André. Centenário dos batistas: Recife: Art Cópia Ltda,

1985.

RAMOS, Fábio. A missão do cristão: Rio de Janeiro, Junta de

Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira

- JUERP, 2009.

95

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!