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Specialised magazine article - Interior Design Project - Commercial/Retail There is a lot of history in this project, the history of a place. From one of the oldest bookstores in the country to a multidisciplinary space that gathers several universes. This is the dream to materialize, the story to be told. Copyright © 2018 by Óscar Figueiredo All rights reserved. No part of this publication may be reproduced, distributed, or transmitted in any form or by any means, including photocopying, recording, or other electronic or mechanical methods, without the prior written permission of the publisher. omfigueiredo@hotmail.com
Specialised magazine article - Interior Design Project - Commercial/Retail
There is a lot of history in this project, the history of a place.
From one of the oldest bookstores in the country to a multidisciplinary space that gathers several universes.
This is the dream to materialize, the story to be told.
Copyright © 2018 by Óscar Figueiredo
All rights reserved. No part of this publication may be reproduced, distributed, or transmitted in any form or by any means, including photocopying, recording, or other electronic or mechanical methods, without the prior written permission of the publisher.
omfigueiredo@hotmail.com
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EDITORIAL
Somos ambivalentes por natureza, somos certeza e
dúvida, erro e acerto. Na essência, somos todos
Pessoa, Fernando Pessoa.
É pela sua “realidade” genial que nasce este projeto
de design de interiores.
Um verdadeiro desafio, embora apelidá-lo assim
pareça demasiado redutor, mais ainda quando, o que
está em causa, é a materialização de um sonho
antigo criando cenários para histórias do futuro.
Há muita história neste projeto, a história de um lugar.
De uma das mais antigas livrarias do país a um
espaço multidisciplinar que agregue os universos da
lingerie, do erotismo e dos chás afrodisíacos. É este o
sonho a materializar, a história que se irá contar.
Óscar Figueiredo
1
A Localização: sítio, pré-existência e
descrição física do espaço
O espaço, em plena baixa de Lisboa, situado entre as
ruas Áurea e dos Sapateiros, carrega em si um valor
cultural imensurável. Mais do que ter albergado uma
das mais antigas livrarias do país, foi a primeira sede
do Modernismo em Portugal e casa mãe da revista
“Orpheu”.
O espaço foi alvo de várias intervenções
desadequadas ao longo dos anos, pelo que restam
poucas marcas do passado, à exceção de alguns
elementos estruturais, típicos da arquitetura
pombalina. Mas neste lugar não conseguimos ficar
indiferentes à presença intangível de Fernando
Pessoa, José de Almada Negreiros e Mário de Sá-
Carneiro.
O espaço divide-se, atualmente, por três áreas
distintas mas contíguas. Duas salas em cada uma
das entradas - rua Áurea e rua dos Sapateiros - e um
espaço central, a partir do qual também se acede às
instalações sanitárias e arrecadação.
A junção de movimento, de fluxo narrativo e de som
permite criar uma experiência mais estimulante e,
acima de tudo, emocional, cativando o espectador
desde a primeira cena, conduzindo-o subtilmente
através de momentos de ironia dramática. Quem não
gosta de uma boa história? Assista e “deixe-se
sonhar”.
https://youtu.be/kCnNlGcEWXk
Toda a solução de design, desde o layout espacial, às
texturas e à paleta de materiais, é centrada na
dimensão religiosa - uma abordagem conceptual
fortemente inspirada numa das temáticas prediletas
de Fernando Pessoa.
Os elementos religiosos servem de referências
dramáticas a cada um dos espaços, tornando-se
protagonistas metafóricos. Símbolos reinterpretados
que assumem novas funções e que marcam e
determinam a sua envolvente. Este dramatismo
assumido, justifica que os restantes elementos de
fundo se unam, assumindo a diferença entre o novo e
o antigo, transmitindo de uma forma quase intrínseca
o nível de sofisticação pretendido.
É fácil deixarmo-nos levar por esta temática e
recorrer, sem pudor, a hipérboles e metáforas.
Estamos perante um equilíbrio difícil de alcançar,
construir cenários estimulantes sem ferir
susceptibilidades, nomeadamente dos espíritos mais
sensíveis.
Pretende-se um espaço conceptual e disruptivo,
capaz de despertar as naturais inquietudes de cada
um, exatamente como conseguia Fernando Pessoa.
Um confronto direto entre libido e crença, conferindo
expressão máxima aos clichês “Pecado Original” e
“Fruto Proibido”.
A Inspiração: desenvolvimento do conceito,
ambiente e tendências
Assumindo uma estratégia de comunicação
diferenciadora, recorremos ao storytelling, em jeito de
curta metragem, para transmitir o ponto de partida de
todo o processo criativo. E se este tipo de abordagem
já não é novidade como suporte de comunicação
final, não deixa de surpreender quando utilizado para
transmitir a dimensão inspiracional do projeto. À força
da fotografia, naturalmente estática, mais imediata e
lacónica - discutível - quisemos associar o vídeo com
o seu carácter dinâmico e polivalente. 2
Pretende-se, acima de tudo, que o Design, marcante
e ousado, comunique, mantendo o importante diálogo
com o passado do edifício, proporcionando aos
visitantes uma viagem verdadeiramente estimulante e
cosmopolita.
Branding: identidade corporativa
Uma solução de design para comércio é muito mais
do que criar um espaço memorável. Trata-se de criar
um vínculo sólido entre uma marca e os seus
consumidores. O desafio é conseguir transmitir a
mensagem da marca através do design, sem nunca
perder de vista os objetivos, auxiliando de forma
efetiva no sucesso do negócio.
E sem uma história para se construir, mesmo as mais
impressionantes das lojas pode parecer vazia.
Assim, e tirando partido daquela que é a nossa
história, desenvolvemos uma solução de
comunicação simples mas impactante, evidenciando
uma forte relação entre o negócio e o conceito de
interiores.
No que diz respeito ao nome, principal elemento da
marca, a dimensão da religião e do pecado é
traduzida de forma concreta na palavra Guilty -
culpado(a) - colocada em jeito de pergunta
provocadora, e desconstruída logo de seguida com o
sub-nome don’t blame yourself, como que a assumir
a responsabilidade do pecado.
Já para o desenvolvimento do logótipo, optou-se pela
ausência de símbolos - o símbolo é a própria marca -
e pela identificação das três áreas de negócio,
underwear, erotic shop e bar.
Através de um lettering mais clássico e da utilização
das cores preto, branco e dourado, foi possível
chegar a uma solução flexível, depurada mas, acima
de tudo, sofisticada.
Existem outros fatores, não menos importantes, em
todo o processo de desenvolvimento da identidade
corporativa, nomeadamente o target de clientes e as
marcas a representar ao nível dos espaços de
underwear e erotic shop.
O posicionamento estratégico de negocio, em termos
de publico alvo, é o segmento de luxo pelo que a
escolha das marcas foi, naturalmente, criteriosa.
A escolha recaiu em marcas de alta costura no
segmento da underwear e nigthwear,
internacionalmente reconhecidas.
Carine Gilson, para underwear e nightwear feminino,
e Cadolle para erotic underwear, casa icónica
fundada em 1889 e responsável pela invenção do
soutien.
Para homem foi escolhida a representação da Derek
Rose, empresa também ela centenária, especializada
em underwear e nightwear de luxo.
Para além da exclusividade que aportam, estas
escolhas vêm, acima de tudo, preencher um gap de
mercado, não só ao nível da cidade de Lisboa mas
de todo o país.
3
Com o objetivo de tornar o espaço ainda mais
exclusivo, as opções ao nível da abrangência da
erotic shop foram, também elas, maturadas. A
existência de uma sex shop tradicional na rua dos
Sapateiros - a ocupar o magnífico animatógrafo do
Rossio - e a imagem estereotipada, tradicionalmente
associada a estes espaços, colidiriam com o conceito
do espaço. A opção por comercializar brinquedos
sexuais não seria, certamente, o caminho.
Assim, à lingerie erótica associa-se uma pequena
livraria erótica. E parece quase natural esta opção,
fazendo jus, quer ao autor, que serve de mote
inspiracional, quer ao legado da antiga livraria
Rodrigues. Mas é mais do que isso, esta opção
traduz-se na criação da primeira erotic bookshop do
país, preenchendo assim mais um gap de mercado.
E finalmente, à lingerie e aos livros, juntamos o
universo dos chás afrodisíacos que extravasam as
paredes da erotic shop e ganham expressão maior no
bar, cuja principal temática será a apresentação de
cocktails exclusivos, tendo por base estas infusões.
A função e localização de cada uma das vertentes
de negócio teve, em grande medida, uma
justificação económica. O fluxo de transeuntes,
nomeadamente turistas, o fluxo de tráfego
automóvel, a envolvente sócio-económica e
concorrencial, foram alguns dos aspetos que
determinaram, não só a abrangência das atividades
económicas, como a respetiva redistribuição
programática.
Assim, na entrada pela rua Áurea temos o espaço
dedicado à venda de lingerie, aquela que será a
atividade core e que, simultaneamente, servirá de
catalisador para os restantes espaços. Na zona
central o espaço dedicado à erotic shop, e pela
entrada da rua dos Sapateiros o bar.
As Funções: programa, organização e
áreas
A proposta elabora a divisão de um piso com um
programa de valorização de três espaços
comunicantes, para comércio e serviços.
Ocupando uma área total de 129 m 2 , o novo espaço,
à semelhança do anterior, distribui-se por 3 espaços
principais.
Os espaços de maior dimensão em cada um das
entradas – rua Áurea e rua dos Sapateiros - e um
espaço central que une todos os espaços formando
um corredor longitudinal - através do qual se faz a
distribuição interior.
A construir
A demolir
Planta a demolir/proposto
Escala 1:200
1
2
3
5
4
1 Espaço Underwear: 55,6 m 2
4 Zona de Funcionários e Copa: 8,3 m 2
2 Erotic Shop : 13,13 m 2
5 Instalações Sanitárias: 9,2 m 2
Escala 1:100
Planta da proposta e quadro de áreas funcionais
4
O Conceito, a Geometria, as Cores e os
Materiais:
A partir da rua Áurea, e atravessando as centenárias
portas em arco, temos um espaço amplo de pé direto
elevado. A presença do mármore Estremoz branco e
do latão, imprimem, de imediato, um cunho
sofisticado ao ambiente.
Aqui não existe o típico protagonismo dado à zona de
balcão, diluído da sua função com as atuais
dinâmicas dos espaços comerciais. O layout foi
trabalhado para protagonizar um jogo dinâmico entre
dois volumes, em oposição à linearidade do espaço
de exposição que percorre todo o comprimento da
loja.
Entre estes dois volumes - que são espaços de
armazenamento - integralmente revestidos a espelho
gris, surge o primeiro set. Uma zona de exposição,
marcada centralmente por uma zona de estar, cujos
protagonistas são as poltronas Saba e a luminária de
suspensão Tom Dixon. Será neste espaço que serão
expostas as principais peças de cada coleção. A
encimar estes volumes, dois dressers desenhos pelo
autor especificamente para o projeto.
Os expositores em latão, vidro e espelho - estruturas
tubulares de fixação ao piso e laje - inspirados nas
formas curvas das janelas vitrais, imprimem leveza e
deixam a lingerie assumir o protagonismo.
A forrar a parede um sistema de cortinas estilo Wave,
sobre calhas, que podem circular e ocultar o espaço
expositivo após horário de fecho. Desta forma, tornase
possível utilizar esta entrada para acesso aos
restantes espaços.
E antes mesmo de contornar este primeiro set,
deparamo-nos com um momento inesperado. Luzes
de néon, estrategicamente colocadas entre
expositores, reproduzem, de forma invertida, o nome
da marca e brincam com o reflexo do espelho que
reveste o volume oposto. Caso para dizer “Let the
games begin”.
Segue-se a zona dos vestiários. Aqui foram utilizados
dois arcos em pedra – de influência barroca mas
contemporâneos do edifico - resgatados a tempo de
um prédio vizinho, também alvo de profundas
intervenções. A manifesta falta de bom senso de uns,
traduziu-se num ganho adicional para o projeto.
Continuando o percurso, e na passagem para o
espaço seguinte, destacam-se os painéis de espelho
- que emolduram o vão e percorrem todo o pé-direito
da divisão - e que nos remetem para as imponentes
portas dos templos religiosos.
A inscrição “The Chapel”, em latão, colocada no vão,
revestido no mesmo material, anuncia o que se
segue.
A Capela. O espaço central onde habitualmente se
diz que mora a virtude. Aqui destaca-se o teto curvo -
geometria tão característica na arquitetura religiosa
europeia - e o revestimento em latão. O ambiente
monumental é ainda mais reforçado pelo patamar
elevado, situado à esquerda, que remete
metaforicamente para um lugar central de
celebração.
5
6
2
Concept Board: 1. Luminária de suspensão MIRROR
BALL GOLD MEGA PENDANT SYSTEM, Tom Dixon.
2. Portas de armário revestidas a veludo, Bespoke 3.
Poltrona GEO, Saba. 4. Mesa GUBI 2.0, Gubi. 5.
Mesa de Altar Séc. VXIII em Pau Santo entalhado,
autor desconhecido, Cabral Moncada. 6. Luminária
de mesa LUMIÈRE XX 25 th . 7. Sofá NEWMAN,
Munna. 8. Pufe GEO, Saba.
1
8
4
4 5
2
Tableware: 1. Bar Set BARBELL, Jonathan Adler. 2.
Tea Bowl GEORGIA , Jonathan Adler. 3. Tea Set
UNDRESSED, Pols Potten. 4. Bar Set BARBELL,
Jonathan Adler. 5. Bases de Copos COCKTAIL,
Jonathan Adler.
7
3
3
1
5
Este espaço é dominado por uma luminária de
suspensão circular, em luzes néon, que reproduz
palavras relacionadas com a dimensão da culpa e do
pecado, peça criada pelo autor especialmente para
este projeto.
Destaca-se também a vitrine de vidro cilíndrica,
equipada com sistemas de ventilação. Pormenor
cénico fulcral, um spot expositivo dinâmico a que
ninguém ficará indiferente. À direita, a parede do
fundo é totalmente revestida a espelho, fazendo-nos
acreditar que este espaço é maior do que na
realidade é. Os dois nichos pré-existentes, opostos e
simétricos, reforçam o carácter cénico-religioso e são
agora utilizados como espaços de exposição, sob os
quais foram colocados dois pequenos sofás,
estrategicamente colocados como potenciadores de
verdadeiros momentos de libertação e onde a
experiência da visita atinge o seu auge. Aqui
perdemo-nos a compreender e contemplar todos os
detalhes de uma estética depurada, de uma
simplicidade poética, quase etérea.
Neste ponto do percurso, a criação de expectativas é
inevitável, como se de uma peregrinação se tratasse.
Atravessando o segundo vão alcançamos o bar, um
espaço rectangular de cerca 42 m 2 , pontuado por
dois arcos em pedra, traços originais da antiga
estrutura e que imprimem ao espaço ordem,
equilíbrio e leveza, elevando-o à imagem de um
espaço salão. Uma porta e um vão, ligam o espaço
ao exterior enquadrando-o no tempo e na geografia
da cidade de Lisboa.
À direita, o acesso à zona de funcionários e
instalações sanitárias, com paredes totalmente
revestidas a espelho gris.
A zona de funcionários - cujo acesso é feito por
intermédio de porta pivotante oculta - com instalação
sanitária própria, cacifos e zona de refeições -
permite o acesso direto à copa de apoio ao bar.
Nas instalações sanitárias, uma zona de vanity
comum, e a instalação sanitária feminina adaptada
para mobilidade condicionada.
De regresso à sala, esqueçamos as metáforas e
reservemos o protagonismo para a peça maior, uma
mesa de altar oitocentista em pau santo. Colocada
centralmente sobre um patamar, consolida a
sensação de amplitude e projeção para o Divino e
assume agora a função de balcão de bar.
Atrás deste, uma estante em forma de cruz revestida
a latão. E este elemento, embora assumidamente
cénico, surge como resposta a um enorme desafio.
Seria fundamental encontrar uma solução que - sem
comprometer a leitura visual dos arcos em pedra, que
delimitam esta parede - permitisse a criação de
espaço expositivo de destaque e, simultaneamente,
enquadrasse e ocultasse a porta de acesso à copa -
sob o braço direito da estrutura.
Em oposição ao balcão de bar encontramos a zona
lounge, fortemente marcada pela textura despida,
quase inacabada de toda a parede norte. Algumas
das paredes foram lavadas a jato de água e despidas
de várias camadas de tinta até revelarem a origem.
As fissuras, algumas já grampedas no passado –
muito comum nas construções pombalinas - ganham
vida e expressão com a aplicação de folha de ouro,
conferindo ao espaço um ambiente “sofisticado
decadente”.
Obra em curso
Pormenor das físsuras
de parede grampedas
A abordagem utilizada no desenvolvimento do
conceito de design, permitiu, não só integrar o novo e
o antigo, como também reinterpretar materiais
históricos.
A opção por manter e evidenciar algumas das
texturas e materiais pré-existentes, para além de
prestar um tributo à história do local, permite que os
novos materiais se assumam e partilhem o
protagonismo.
Com uma paleta de espelho, mármore, latão e
veludo, reforça-se o carácter de sofisticação e
exclusividade dos espaços.
Materiais que com o passar do tempo, e com os
naturais sinais de desgaste, se transformam e se
revestem de maior personalidade.
Paleta de materiais e texturas, sentido horário:
Veludo, Espelho Gris, Reboco, Latão,
Mármore Estremoz Branco (ao centro)
6
Referência especial à geometria dos espelhos que
permitem exagerar o sentido de volume e espaço e,
simultaneamente, auxiliam na escassez de luz
natural.
Iluminação técnica
Light Shadow Adjustable Trim 4 Spots Optic Flood
White, Flos Architectural
Iluminação suspensa
Paleta de cores
A Iluminação: planta de tetos, distribuição e
luminárias
A luz, elemento essencial no design de interiores,
desempenha um papel preponderante neste projeto,
tendo sido pensada de forma a realçar a
expressividade de todo o espaço.
À iluminação técnica, dominante no espaço
underwear, associamos uma forte componente de luz
simbólica de carácter mais cénico e pontual.
Mirror Ball Gold Mega Pendant System, Tom Dixon
Ponto de luz
Foco embutido
Luminária de parede
Planta de iluminação
Escala 1:180
Mirror Ball Pendant Gold 25 cm, Tom Dixon
Iluminação de mesa e parede
Relativamente à temperatura da cor, a temperatura
máxima será de 4000k para a iluminação técnica, e
variações entre os 2700k e os 3000k para os
restantes tipos de iluminação.
Lumière XX 25 th,
Foscarini
Passpartout Parete,
Cini & Nils
7
Orçamento: investimento, quantidades e
fabricantes
O orçamento global do projeto é de 150.000,00€. O
valor da nossa proposta totaliza um valor total de
141.786,31€, a que corresponde uma margem de
aproximadamente 5%, fundamental para corrigir
desvios orçamentais.
Estrutura, divisórias e acabamentos (inclui
fornecimento e aplicação de materiais)
27.126,19€
Material sanitário
Upholstery
6.670,00€
45.789,12€
Mobiliário, equipamento e acessórios de decoração
35.095,00€
Mobiliário, equipamento e acessórios de decoração
27.106,00€
GUBI
Coffe Table
859€
TOM DIXON
Luminária Mirror
Ball Pendant 25
cm
400€
SABA
Armchair
3.260€
FOSCARINI
Luminária
Lumiere XX
765€
8
O Espaço: perspetiva, simulação 3D e
renderização
Entrada do espaço underwear. Aqui o layout foi trabalhado para protagonizar um jogo dinâmico
entre dois volumes em oposição à linearidade do espaço de exposição que percorre todo o
comprimento da loja.
Entre estes dois volumes - que são espaços de armazenamento - integralmente revestidos a
espelho gris, destacam-se a luminária de suspensão Tom Dixon e as poltronas Saba
Zona expositiva que se prolonga por todo o comprimento do espaço.
A forrar a parede um sistema de cortinas estilo Wave, sobre calhas, que podem circular e ocultar
o espaço expositivo após horário de fecho. Desta forma, torna-se possível utilizar esta entrada
para acesso aos restantes espaços.
9
Luzes de néon, estrategicamente colocadas entre expositores, reproduzem, de forma invertida, o
nome da marca e brincam com o reflexo do espelho que reveste o volume oposto.
Em destaque Dresser desenhado especialmente para o projeto e luminária de mesa Foscarini.
A inscrição “The Chapel”, em latão, colocada no vão, revestido no mesmo material, anuncia o
que se segue.
Zona dos vestiários. Aqui foram utilizados dois arcos em pedra – de influência barroca mas
contemporâneos do edifico - resgatados a tempo de um prédio vizinho, também alvo de
profundas intervenções.
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Erotic Shop. Este espaço é dominado por uma luminária de suspensão circular, em luzes néon,
que reproduz palavras relacionadas com a dimensão da culpa e do pecado, peça criada
especialmente para este projeto.
Destaca-se também a vitrine de vidro cilíndrica, equipada com sistemas de ventilação.
A parede oposta é totalmente revestida a espelho, fazendo-nos acreditar que este espaço é
maior do que na realidade é. Os dois nichos pré-existentes, opostos e simétricos, reforçam o
carácter cénico-religioso e são agora utilizados como espaços de exposição, sob os quais foram
colocados dois pequenos sofás.
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O bar, espaço pontuado por dois arcos em pedra, traços originais da antiga estrutura.
Uma antiga mesa de altar do séc. XVIII, em madeira de pau santo entalhado, assume o
protagonismo. Colocada sobre um patamar, assume a função de balcão.
Os pufes Saba, permitem uma maior desobstrução visual e, simultaneamente, aumentar o
espaço de circulação.
Perspetiva do espaço a partir da entrada pela rua dos Sapateiros.
Ao fundo, à esquerda, o acesso às instalações sanitárias e zona de funcionários.
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Na zona lounge destaca-se a parede despida de textura até à sua camada original. As fissuras
foram assumidas e retocadas com folha de ouro, conferindo ao espaço um ambiente “sofisticado
decadente.
As luminárias de suspensão Tom Dixon reforçam o caráter cénico do espaço.
A estante em forma de cruz, desenhada para o projeto, reforça o caráter cénico e oculta, sobre o
braço direito, o acesso à copa e zona de funcionários.
Ao centro da estante, o bule e shaker, símbolos do espaço cuja principal temática será a
apresentação de cocktails exclusivos, tendo por base fusões afrodisíacas.
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