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Desenho Arquitetônico



Material Teórico

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Responsável pelo Conteúdo:

Prof. Me. Luiz Boscardin

Revisão Textual:

Prof.ª Me. Natalia Conti



Padrões Técnicos e Método de Desenho

• Tipos de linhas;

• Letra técnica;

• Cotas;

• Escalas;

• Desenhando figuras geométricas.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

· Apresentar ao estudante, padrões técnicos utilizados no desenho arquitetônico

como os tipos de linha, cotas e letras técnicas, escalas de

redução e ampliação, e o método de desenho baseado no uso de

linhas de construção.



Orientações de estudo

Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem

aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua

formação acadêmica e atuação profissional, siga

algumas recomendações básicas:

Determine um

horário fixo

para estudar.

Procure manter

contato com seus

colegas e tutores

para trocar ideias!

Isso amplia a

aprendizagem.

Aproveite as

indicações

de Material

Complementar.

Conserve seu

material e local de

estudos sempre

organizados.

Mantenha o foco!

Evite se distrair com

as redes sociais.

Seja original!

Nunca plagie

trabalhos.

Assim:

Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte

da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e

horário fixos como seu “momento do estudo”;

Não se esqueça

de se alimentar

e de se manter

hidratado.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma

alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos

e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você

também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão

sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,

pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o

contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e

de aprendizagem.


UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Tipos de linhas

No desenho arquitetônico utilizaremos três tipos de linhas: contínua, tracejada e

traço ponto (Figura 01).

Figura 1 – Tipos de linha

Fonte: BOSCARDIN,L. 2018

A NBR 8403 define com detalhes os tipos e o escalonamento de larguras de

linhas para uso em desenhos técnicos, mas de maneira resumida, utilizaremos estas

linhas da seguinte maneira:

• Linha contínua: contornos e arestas visíveis; linhas de cotas; linhas de construção

(auxiliares); linhas de chamada; hachuras;

• Linha tracejada: contornos e arestas não visíveis;

• Linha traço-ponto: planos de corte, delimitação de plantas e cortes parciais.

Importante!

Importante!

Como indicado na figura 01, no desenho arquitetônico, a linha traço-ponto é desenhada

com um traço maior e outro menor, em sequência (não se desenha um traço e um ponto,

como sugere o nome desta linha). Nas linhas tracejadas e traço-ponto, a escala dos

elementos que compõem estas linhas deve ser constante do início ao fim do traçado.

Letra Técnica

A estrutura de desenho de uma letra, tecnicamente chamada de “tipo”, é

formada pelos seguintes elementos (Figura 02):

Figura 2 – Estrutura de um tipo

Fonte: BOSCARDIN,L. 2018

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Para tornar a leitura das informações textuais contidas em um desenho arquitetônico

claras e de rápida compreensão, utilizaremos apenas letras técnicas, também

conhecidas como letra bastão (Figura 03):

Figura 3 – Letra bastão

Fonte: BOSCARDIN,L. 2018

Para a execução deste tipo de letra, traçamos incialmente duas linhas auxiliares que

irão definir a altura total dos tipos. Nas letras maiúsculas, as traves deverão ser posicionadas

na metade do comprimento da altura do tipo; nas letras minúsculas, o corpo

principal do tipo ocupa dois terços da altura total, deixando o restante para o desenho

das hastes. Para números, utilizaremos as mesmas definições das letras maiúsculas.

A Figura 03 foi desenhada, para fins apenas explicativos, com o software

AutoCad, onde as linhas auxiliares não são necessárias. Antigamente, antes do

desenho informatizado, o desenhista técnico utilizava o normógrafo (Figura 04)

para desenhar os textos com máxima precisão.

Figura 4 – Normógrafo

Fonte: BOSCARDIN,L. 2018

Como não se aplica mais o uso deste instrumento na vida profissional, iremos

desenhar as letras à mão livre, mas com a maior precisão possível, como indicado

na figura 05:

Figura 5 – Letra bastão à mão livre

Fonte: BOSCARDIN,L. 2018

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Cotas

As informações relacionadas às dimensões de um desenho são informadas

através das cotas. Estes elementos são configurados pelos seguintes componentes

(Figura 06):

Figura 6 – Elementos componentes de uma cota

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Preferencialmente, a unidade utilizada é o metro (m). Para o projeto de mobiliário

podem ser utilizadas as unidades de centímetros (cm) ou milímetros.

1,00m = 100,00 cm = 1000,00 mm

O correto dimensionamento de um desenho é fundamental para sua posterior

execução. Desta forma, o processo de colocação de cotas e a conferência destas

informações devem ser executadas com máxima atenção. Para isso, este processo

deve obedecer às seguintes regras:

• As cotas de um desenho devem ser expressas em uma única unidade.

• Não é necessário indicar a unidade de medida nas cotas. Esta informação deve

ser dada textualmente, de maneira genérica para todo o desenho.

• Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas indicam as verdadeiras

dimensões do objeto que está sendo representado.

• A informação textual contida nas cotas prevalece sobre medidas calculadas

com base no desenho.

• Planejar a colocação de cotas para que estas sejam compreendidas de maneira

rápida e objetiva por quem lê o desenho. Elas devem ser didáticas o bastante

para que o operário não faça cálculos na obra.

• Evite a repetição de cotas.

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• As cotas devem ser posicionadas paralelamente à direção dos trechos que

estão sendo medidos.

• A altura dos textos que indicam as medidas deve ser igual em todo o desenho.

• Quando existir um empilhamento de linhas de cota, adotar sempre um espaçamento

uniforme entre elas.

• As linhas de cota devem ser totalmente independentes das linhas que compõem

as figuras.

As figuras 07, 08 e 09 trazem exemplos de como figuras de formas variadas

devem ser cotadas:

Figura 7 – Exemplos para a colocação de cotas

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 8 – Exemplos para a colocação de cotas

Fonte: BOSCARDIN, 2018

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UNIDADE

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Figura 9 – Exemplos para a colocação de cotas

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Escalas

Figura 10 – Desenho de uma lapiseira no seu tamanho real (escala 1:1)

Fonte: BOSCARDIN, 2018

A figura 10 exibe o desenho de uma lapiseira em seu tamanho real. Como este

objeto possui pequenas dimensões, a sua representação em tamanho real pode ser

facilmente executada em uma folha de formato A4, por exemplo.

Entretanto, boa parte dos objetos e ambientes representados por desenhos relacionados

às áreas de design, engenharia e arquitetura possuem dimensões que

impossibilitam a sua representação em tamanho real. Tendo em vista esta situação,

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torna-se necessária a adoção de um sistema que possibilite a representação de

objetos de forma reduzida ou ampliada, mas que conserve suas proporções originais.

Para isso, utiliza-se um sistema de escalas que reproduz de maneira uniforme em

um desenho, as relações entre as dimensões existentes no objeto real.

Escala é a relação entre cada medida

do desenho e sua dimensão real.

A utilização de escalas para a representação de um objeto em formato reduzido

ou ampliado obedece a razão entre a medida do desenho e a sua medida real.

Assim, como indicado na Figura 11, podemos representar, por exemplo, a mesma

lapiseira em diferentes escalas:

Figura 11 – Desenhos em escalas diferentes da mesma lapiseira

Fonte: BOSCARDIN, 2018

• A figura 25A mostra um desenho que está na escala 1:1, ou seja, a dimensão

do objeto representado é igual a sua dimensão real.

• A figura 25B mostra um desenho que está na escala 1:2, ou seja, a dimensão

do objeto representado equivale à metade de sua dimensão real 14 ⎞

⎜ = 7cm ⎟.

⎝ 2 ⎠

• A figura 25C mostra um desenho que está na escala 1:5, ou seja, a dimensão

do objeto representado equivale a um quinto de sua dimensão real 14 ⎞

⎜ = 280 , cm ⎟.

⎝ 5 ⎠

As figuras 12 e 13 mostram outros exemplos da mesma relação entre medida real

e medida de representação, agora nas escalas 1:1000 e 1:100, respectivamente.

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Figura 12 – Relação entre o tamanho real de um avião e seu desenho em escala 1:1000

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 13 – Relação entre o tamanho real de um carro e seu desenho em escala 1:100

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Afim de facilitar a execução de desenhos em diferentes escalas, sem a necessidade

de realizar cálculos para conversão das medidas reais para a escala desejada, utiliza-

-se o escalímetro (Figura14).

Figura 14 – Escalímetro

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Os escalímetros tradicionais são réguas caracterizadas por uma secção em formato

de estrela de três pontas, onde em cada uma das seis faces, estão impressas

representações da unidade métrica em diferentes escalas.

Seu uso como ferramenta de desenho é bastante simples: escolhe-se a escala

em que o desenho será executado, realizando a leitura e a direta transferência das

medidas impressas no instrumento, para o papel.

Para utilizá-lo na medição de um desenho existente, o processo é semelhante,

sendo necessário apenas saber em qual escala foi realizado o desenho.

A figuras de 15 a 20 apresentam as principais escalas utilizadas por designers e

arquitetos, além da leitura de algumas medidas referenciais.

Figura 15 – Escala 1:100 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 16 – Escala 1:50 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 17 – Escala 1:20 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Figura 18 – Escala 1:25 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 19 – Escala 1:75 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 20 – Escala 1:125 e medidas referenciais

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Desenhando Figuras Geométricas

Desenharemos agora algumas figuras geométricas para nos familiarizarmos com

nossos instrumentos e desenvolvermos algumas importantes técnicas de desenho.

Para a execução destes exercícios, utilizaremos régua paralela e esquadros, lapiseiras

0.5 e 0.9mm e papel manteiga no formato A2.

Para a execução de linhas ortogonais, utilizaremos a movimentação em conjunto

dos esquadros e da régua paralela, conforme indicado na Figura 21.

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Figura 21 – Movimentação de esquadros e régua paralela

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Os desenhos serão executados na escala 1:100. Desta forma, utilizaremos nosso

escalímetro para o correto dimensionamento dos espaços entre as linhas que

compõem a figura geométrica. Nunca utilize o escalímetro para realizar o desenho.

Apoie-o na régua paralela ou no esquadro, como mostra a Figura 22, marcando

levemente o posicionamento das linhas. Em caso de medidas em sequência, deixe

o escalímetro fixo, e vá somando os diversos segmentos de linha.

Figura 22 – Utilizando o escalímetro

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 23 exibe uma forma geométrica composta por linhas que se encontram

em ângulo reto (90°) e suas respectivas dimensões, visando sua execução na

escala 1:100.

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Ao contrário do que se possa imaginar, o desenho desta figura não é feito

em uma etapa só, lendo as medidas e desenhando em sequência as linhas que

compõem a figura final. Para um desenho preciso, executaremos o desenho em

etapas, utilizando linhas de construção para a obtenção da figura final. Para isso,

iremos considerar que a figura em questão está inscrita em uma forma retangular

de 11,5 x 20m, como indicado nas figuras 23 e 24.

Figura 23

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Figura 24

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Com base nas informações fornecidas, desenharemos um retângulo de 11,5 x

20m, bem como todos os seguimentos de reta contidos em seu interior. Esta etapa

de desenho (Figura 25) deve ser feita com lapiseira 0.5mm, e as linhas devem ser

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as mais leves possíveis, pois servirão como linhas de construção para a próxima

etapa de desenho. Não desenhe as linhas de cota ainda. Apenas marque de maneira

correta e discreta os espaçamentos entre linhas.

Figura 25 – Linhas de construção

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Com as linhas de construção concluídas, desenha-se a figura geométrica com

lapiseira 0.9mm (Figura 26), passando o grafite por cima das linhas de construção

apenas nos trechos necessários. Observe que as linhas de construção não foram

apagadas. Elas fazem parte do desenho final e é por este motivo que elas devem

ser traçadas com menor peso possível.

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Para finalizar, desenhe as linhas de cota e faça os textos em letra técnica, de

acordo com o que estudamos na unidade anterior.

Figura 26 – Figura geométrica, linhas de construção e linhas de cota

Fonte: BOSCARDIN, 2018

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A próxima imagem (Figura 27) exibe uma figura geométrica com linhas inclinadas.

A execução, porém, segue os mesmos princípios da anterior.

Figura 27 – Figura geométrica, linhas de construção e linhas de cota

Fonte: BOSCARDIN, 2018

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Para uma figura que possua arcos ou formas circulares (Figura 28), utilizaremos

a mesma sequência:

Figura 28 – Figura geométrica, linhas de construção e linhas de cota

Fonte: BOSCARDIN, 2018

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Além de traçar as linhas de construção, desenharemos com o compasso os círculos

que irão compor os arcos da figura geométrica (Figura 29). Tudo com linhas as

mais suaves possíveis. Como já mencionado, ainda não desenhe as linhas de cota.

Figura 29 – Linhas de construção e círculos

Fonte: BOSCARDIN, 2018

Finalizada esta etapa, desenha-se a figura geométrica com lapiseira 0.9mm

(Figura 30), passando o grafite por cima das linhas de construção apenas nos trechos

necessários. Nos arcos, passe o compasso por cima, como maior pressão.

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UNIDADE

Padrões Técnicos e Método de Desenho

Figura 30 – Linhas de construção e círculos

Fonte: BOSCARDIN, 2018

A técnica baseada no uso de linhas de construção será a que utilizaremos no

decorrer de nossa disciplina. Ela propicia que o desenho seja executado com excelente

precisão e é fundamental, como veremos em breve, na execução de desenhos

técnicos bidimensionais, como plantas, cortes e elevações.

Importante!

Importante!

Pratique! Reproduza estes desenhos e desenhe outras formas geométricas utilizando

linhas de construção.

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Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos

Utilizando o Escalímetro

https://youtu.be/JBH74C0jU2g

Uso do Escalímetro e manuseio dos materiais

https://youtu.be/O9H__P_uToE

Escalas - Vivendo a Matemática

https://youtu.be/MlpfXdvG_04

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Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: 1994: representação

de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.

CHING, F. D. K. Representação gráfica em Arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2011.

LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento

e projeto. Porto Alegre: Bookman, 2011.

LUPTON, Ellen; PHILLIPS, Jennifer Cole. Novos fundamentos do Design. São

Paulo: Cosac Naify, 2008.

MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico 4. Ed. rev. atual. São Paulo:

Edgard Blucher, 2011.

MONTENEGRO, Gildo A. Geometria descritiva. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.

YEE, R. Desenho arquitetônico: um compêndio visual de tipos e métodos. 3. ed.

Rio de Janeiro: LTC, 2012.

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