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CONTO AO PONTO - Leonardo Pacheco

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Conto ao Ponto

LEONARDO PACHECO

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Conto

ao

Ponto

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Autor: Leonardo Pacheco

Capa: Leonardo Pacheco

Autor Independente

Pacheco, Leonardo

Conto ao Ponto – Contos / Leonardo Pacheco. Sapucaia do

Sul: Autor Independente, 2020.

Páginas: 82

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

1. Literatura Sul-Riogradense. 2. Contos. I. Título

(PRODUÇÃO INDEPENDENTE)

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Apresentação

Este livro você leitor encontrará alguns contos descritos

pelo autor de forma que te envolverá, em assuntos

misteriosos despertando interesse de quem lê.

Conto ao Ponto nos faz pensar. Prende-te. Encontre-se

nas páginas desta obra regada de contos que te fazem

refletir, e mais se delicie entre o mar de linhas.

Surpreenda-se.

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Dedicatória

Dedico a todos ácidos que gostam de histórias

comoventes, envolvendo-se em histórias misteriosas

cheias de amor, ficção. Enfim inúmeras formas de ver a

vida de um modo diferenciado em um mundo estórias.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

O POETA

Um poeta escreveu uma odisséia romântica, criaturas

solitárias em caminhos no tempo uma vida sem medo

nem culpa. Apenas para simplicidade solar e a coragem

submissa lua para iluminar, amar ele andava sem rumo o

amor o pegou sem medo desse modo sentiu a presença

forte e linda da paixão, e cegou os amantes sol e lua

forte abraço para os conhecidos desconhecidos.

Poesia é louca vida embora solitária supere incertezas

quando busco relações improváveis pequenas, distantes

como quem ama hoje, ama sempre por não poder

sonhar contigo continuar a viver mentiras já sonhadas

amargura esta alma desolada.

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De saudades ressuscita sentimentos despe magoas

comove tormentos emudecem espíritos descobre

sentimentos, caminhada calmamente revive saudades

aspira lembranças, pelas andanças agora renasce

remeço que leva ao suicídio!

Sem palavras, sem poesia, sem amor só dor que tristeza!

Recomecemos novamente a estrela, a beleza, a paz são

essenciais do encanto do pronto no infinito no mundo

no e efêmero.

No leito buscando vida negando deidade pedindo

perdão para sua sorte, mesmo assim tudo acaba

qualquer infrator por migalhas corroído opressor,

excluído sou sôo suor, sem pão, sem nada, entretanto

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

proponho teremos oportunidade para sermos de amor

de respeito. Mas pergunto o que aconteceu com o poeta

da odisséia romântica?

Somos nós sonhando o impossível para renascer das

dores do mundo vivido, sentido. Sem ser, sem razão

apenas ser nessa odisséia para celebrar espíritos vazios

nascidos da onde.

No paraíso na luz no imenso mundo, simplesmente

eterno para quem olha com a verdade. É expressada aos

puros, a vida levantar vôo juntos num sonho conjunto

lembrando que tudo é possível, lutar sem desistir

significa persistir no amor ao próximo.

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Que nosso senhor Jesus pregou vida plena bondade

serena, amor à natureza na luta com dignidade para que

o sonho se transforme em realidade.

Dá para compreender e recomeçar a sonhar desde que o

infinito comece agora ou ontem com luz do sol a brilhar,

do vento ecoar, poesia sonora para haver maior

qualidade de vida!

Quais seriam?

Desculpe errei quero sonhar em conjunto precisamos de

amor sincero quem terá?

Ah! Amor, terei-lá novamente amar você o sol no

horizonte se ponha e bruxas mentiras sinceras nos

separem.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Pequenas aparas de mundos imperfeitos com fundo sem

nexo, sem jeito.

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AO TEU ENCANTO

Queria ser para você

O que você é para mim

Recomeçar um começo

Que não tenha fim

Pois você é tudo pra mim

Sendo assim eu quero você

Do começo ao fim

Fim que para mim não existe

Começo sem você

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Mesmo você estando aqui

Perto de mim

Quero você

Assim sempre pertinho

Enchendo-me de carinho

Carinhos que apenas sonho

Em receber algum dia os teus

Pois o meu você já tem

Mesmo que seja apenas em sonho

Enfim sonho você todos os dias

Querendo, esperando, pensando

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Apenas em ganhar um olhar teu

Pois com esse único olhar

Eu chegaria ao céu

E pegaria estrela mais brilhante

Que o universo possa ter

Traria para você

Mas o brilho desta estrela

Não se compara ao encanto teu

Pois o seu encanto junto ao teu

Brilho ofuscaria o desta estrela

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

ENTRE RAZÕES

A manhã surgia devagar no horizonte com uma palidez

transparente.

Lá estava Carol, sentada num banco qualquer

observando os raios de sol que tocavam sua pele branca

de forma suave e delineavam seu delicado corpo. Seus

olhos azuis eram distantes como se estivesse à procura

de alguém entre as árvores.

Os dedos tamborilavam nervosos sobre o banco,

revelando sua ansiedade.

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Ela esperava a chegada de uma antiga paixão na cidade.

O nome dele era Adolfo, um belo rapaz de olhos pretos

como a escuridão. Embora isso, ela ainda o amava.

Então um jovem alto chegou repentinamente por detrás

dos eucaliptos, algo estranho se esconde atrás dos

eucaliptos para um homem, porém não para este que

estava em busca de vingança.

Fora expulso da cidade por amar Carol, ele a culpava na

mesma proporção em que a amava. Viera para resolver

o que infelizmente aconteceu no passado. Carol ficou

imóvel quando sentiu aquela pele áspera tocar-lhe o

ombro direito, seu coração e os dedos calejados

deslizarem até seu pescoço.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Oi, como vai Carol?

Percebo que a vida foi boa para você, um riso irônico e

amargurado. Ele a olhou como se não houvesse a ela

nem mais um minuto para que o breve e subsequente

instante não existisse. E não houve...

- Olá Adolfo, quanto tempo hein!

Você mudou muito. Respondeu ela.

Sim eu mudei, todos mudam de alguma maneira, mas

nem isso fez com que eu me esquecesse àquilo que

aconteceu... minha partida.

Carol fixou seus olhos no homem que uma vez despertou

seu amor. Não podia reconhecê-lo agora. Havia algo

diferente em seu semblante. Não eram suas cicatrizes,

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nem sua roupa, mas algo em seu olhar que há muito

desaparecera.

Carol sentiu um calafrio percorrer seu corpo, e o medo

fez seu coração bater desenfreado. Ele sacou um

canivete com velocidade, e apontou sua lamina para ela

e disse.

- Você não tem ideia de como tem sido difícil para mim

Carol suspirou, foi por sua causa que estou sendo

renegado e precisei me esconder, mas agora que estou

frente a você eu irei recuperar o tempo perdido. Adolfo

só não sabia que Carol, também viera prevenida num

momento ágil, Carol sacara uma adaga e desarmara o

rapaz. Adolfo, você se esquece que eu não sou uma

mulher frágil como todos pensam. Você conhece meu

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

segredo, sabe que eu sou a verdadeira herdeira do trono

do meu pai.

- Você se esquece de que o trono nunca o pertenceu, e

mesmo que tivesse o pertencido você não é o verdadeiro

herdeiro. Olhamo-nos por um momento podia ver a ira.

Você não é a Carol que a conheci! Mostre-me sua

verdadeira forma.

Foi à beira da praia, e sobe a luz do sol que tudo

começou. Podia me lembrar perfeitamente daquele dia,

o dia em que minha vida se tornou uma comedia, o dia

em que eu realmente aprendi a viver, aprendi a amar, e

acima de tudo aprendi o valor de uma grande amizade.

Uma amizade simples, mas, porém sincera.

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Era que mudaria tudo em minha vida após ser conhecia.

Acordo-me quando Carol veio meio titubeante querendo

dizer algo sobre um amor impossível um amor que

permaneceria até o final de sua existência.

Inicialmente, ri em desdém. Nunca fui de acreditar em

conceitos, conselhos estes que me tiraram do meu “eu

interior” e me levaram a acreditar que sua personalidade

havia de fato mudado.

Carol, ao ver ele não sabia se sorria ou chorava gostava

mesmo daquele rapaz, mas gostava de modo que ele

pensava, mas quando desejava não sentir nada somente

lutava contra conceitos antiquados alguns impuros até...

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Lembrança de sua infância, no velho sitio onde sua avó

morava. Um casarão erguido num terreno plano,

localizado próximo a uma avenida, deveria dar uma

chance ao amor que sentia pelo rapaz!

De repente sua tia apareceu na sua frente dentro do

casarão que foi o palco de suas ilusões de menina rica.

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O BARALHO DA CONTRADIÇÃO

Nunca gostei de paus e ouros. E aqui, refiro-me aos

naipes do baralho. Não sei responder o porquê. Copas e

espadas parecem-me tão suntuosos em seus corações,

que losangos e arvorezinhas perdem todo o esplendor.

Mas por que Copas são representadas por um

coraçãozinho e paus, por um trevo de três folhas? Eu

não tenho idéia. Ando sem tempo para pesquisas e sem

vontade também, afinal tenho que jogar paciência,

analisar os símbolos que vêm impressos nesses

retângulos numerados e escrever uma coisa sem sentido

nenhum. Bom, escrevi isso ali e já me arrependi. Na

verdade, o que eu estou tentando dizer é que não vou

deixar minha zona de conforto para ir atrás da

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

simbologia dos naipes baralhísticos. Pode ser preguiça

mesmo, e eu tenho quase certeza que é. Ou então o

baralho espanhol, que me proporcionou tantas alegrias

há uns cinco anos, nos cassinos de truco na sala de aula,

na hora do intervalo. Eu estava na oitava série, então.

Mesmo sabendo todos os sinais corporais para indicar se

eu tinha manilhas ou não, mesmo conhecendo as

reações dos adversários de cor, eu me perguntava

sempre: por que demônios o copas é uma taça? Nunca

cheguei à resposta alguma, até porque colar o gato na

testa do oponente é bem mais divertido. Parei pra roer

unhas nesse exato momento é o meu grande vício e

pensei que o fato de ouros serem um losango é porque

diamantes "são" losangos e em inglês o nome do naipe é

"diamond". Mas como se diz paus em inglês, se o seu

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desenho é uma arvorezinha idiota? "Dicks"? Deixo no ar

a pergunta, agora tenho que terminar esse joguinho de

freecell que comecei há uns quinze minutos e devido a

esse assomo e inspiração, parei e comecei a escrever

esse texto, o qual você está lendo. Duvido que você vá

sair da sua zona de conforto para pesquisar sobre naipes

de baralho. Viu? Não culpe minha preguiça...

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

CATALIZANDO SONHOS

Eu sou um catalisador

De emoções por ai afora

Sempre a procura do amor verdadeiro

Quando o dia amanhece

Eu sinto você aqui ainda

Mas quando me dou por mim só

Vejo que tudo não se passou de ilusão

Pois isso tudo só pode ser paixão

Só queria que você ouvisse meu coração

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Por um minuto apenas

Você veria que tudo isso é uma mera ilusão

Mas, sim é a verdadeira forma de amar.

Por você me derreto

Quando simplesmente só quero conquistar seu coração

Pois acredite nisso e me tira dessa solidão

Quero você

Quero estar você

Quero ficar com você

Para o resto da minha vida

Quero que você seja minha

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Só minha...

Minha namorada

Minha amiga

Minha amante

Minha mulher

Para onde quer que eu olhe

É só você quem eu vejo

É só você quem eu quero

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UMA HIERARQUIA DIFERENTE

Hoje acordei feliz, por acordar de novo. Estrela sob a

morte querendo continuar a viver cada dia, embora

fosse difícil como se fosse.

Um pesadelo interminável que tenho sempre como tudo

muda incontrolavelmente num instante quando menos

esperamos as coisas parecem acontecerem de fato.

Isso aconteceu comigo, naquele mesmo dia algo

inesperado aconteceu voltei ao passado. Sem imaginar

que alma negra viesse entrar no meu corpo frio me

deixando tão tremula, frio e sem nenhuma chance de

viver pacificamente. Decidi reagir imediatamente a tudo

aquilo que me rondava desesperada, tremula,

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

procurando tentando me libertar eu tinha morrido ou

apenas voado?

Não sei se estava apenas sonhado ou apenas

enlouquecido, mas estava tudo como nunca imaginei.

Olhei fixamente para o nada e parei tentando entender o

que estava acontecendo, mas cheguei a conclusão que

nada nunca aconteceu de verdade, foi apenas uma

ilusão.

Você nem imagina ou mesmo não compreende o quão

imaginário aquilo foi. Mas isso não era uma simples

ilusão de ótica era a realidade sendo assim, eu tive que

seguir em frente, pois na vida tudo acontece muito

rápido, inclusive este fato que acontecera comigo

naquela noite fria um ano atrás.

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Naquela vez, foi tão real quando eu e você e nosso amor

quem dera que fosse real, mas era um sonho a ser

sonhado ou um pesadelo a ser vivido só sei que é uma

eterna duvida a ser explicada, por minha consciência que

dizia acorde para a realidade ou conquiste seu espaço

assim como fez a tempo atrás, enxugando as lágrimas de

sangue que umedecia seus olhos vermelhos como rubis,

durante toda aquela tormenta que assolara que estava

em minha mente e pulou como pipoca da cadeira de

balanço aparentemente empoeirada.

No sangue, e completamente esquecida pelo tempo. Foi

aí que aconteceu tudo que sempre sonhei em acontecer,

me sentia flutuar nas nuvens cinzentas que enchiam o

céu a derramar toda sua cólera sobre a terra seca, que

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

há tempos não chovia conseqüentemente, alimentando

a catinga.

Matava-a cada minúscula partícula que brotava sem se

arrepender, pois, porém hoje sei que estragou tudo esta

baixa, findando todos os meus sonhos que morrera é

que espero retornar um dia.

Que a vida seja pura e cheia de aventuras, pensando

assim decidi sair pelo mundo para conhecer todas as

coisas que sempre sonhei. E voltar para casa e contar

tudo com todos os detalhes daquela noite inesquecível

que eu jamais imaginei poder vivenciar.

Como por exemplo, o holocausto ocorrido, naquela ilha

misteriosa onde os vulcões têm erupções freqüentes e

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festas tipicamente sensuais e quentes como um tipo de

dança enigmática que faz pessoas virar zumbis. Os

nativos da ilha falavam sobre lendas de seu país que

dizia que desde 1816 lobisomens e vampiros, batalham

entre eles era tão inacreditável que eu podia parar de

ouvir essa lenda, mas continuarei pensando que fosse

possível voltaria atrás e não entraria naquele pesadelo.

Viajei também para um lugar bem distante daqui onde

eu possa finalmente ser aquilo que eu era no começo.

Antes de tudo uma piada tinha tudo haver comigo, mas

não era porque a galinha atravessou a rua outro lado.

Continuando, a cidade chamava cidade das galinhas que

era totalmente dominada pelas trevas dos galos

malvados armados com milhares de bazucas.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Eram aliadas dos coelhos robóticos que queriam fazer o

apocalipse em toda terra. A vida continuava sendo esta

guerra insignificante que derramava muito depois fui

para as terríveis sombras do mundo perdido, seres

amigáveis que esperavam por nós nas montanhas

encantadas nebulosas e frias apenas esperando a aurora

chegar acompanhada dos malditos cânticos dos pássaros

silvestres para sempre assim curtindo a vida.

Mas eu queria sabe o que?

Ir para Lazyton, sportagos apareceu e com sua amiga

começou a cantar foi então que Escobar, o Tayroni, e a

Medonha.

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Os padrinhos mágicos que disseram para a bela

adormecida: - quer dormi?

- disse não, pois eu vou dançar.

Não devo dormir se não o príncipe não vem me

encontrar outra vez aqui, porém o príncipe era um tolo!

Então ele disse:

- Você vem ou não?

E eu respondi muito indecisa, afinal será que devo sair

com estranhos?

Então voltamos juntos e algo aconteceu um cara parado

pensou o príncipe eu salvei. Voltando para a casa pensei

no seguinte, mudarei minha história daqui em diante.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Vou virar feirante e venderei frutas porque eu preciso de

muito dinheiro.

Assim finalmente poderei ter uma vida mais tranqüila

assim enfeitiçarei todos, com as frutas malditas, mas

espero que o príncipe não me reconheça e muito menos

compre as frutas malditas.

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O GUARDIÃO

Já era manhã no último dia do mês, quando caiu a chuva,

Ele a vislumbrava da janela de sua residência a paisagem

sombria e desolada daquele lugar em que passou a

infância.

A chuva o lembrava de que sua vida era extremamente

depressiva, e ninguém com quem ficar naquele lugar

extremamente sombrio decidiu se matar, mas ouviu uma

bela voz e a voz falava;

-Eu posso fazer você retornar para aquele dia em que ela

foi Para o outro mundo.

Ele perguntou-lhe como isso poderia ser possível.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

A voz respondeu-lhe;

-Está tudo escrito no livro azul da biblioteca, o livro do

Tempo, guardado no subsolo da velha pirâmide Egípcia

do grande Faraó, no meio do interminável deserto, seco,

árido e quente, deserto de Kati.

E o rapaz refletiu, Mas logo depois decidiu, Vou formar

uma equipe, Porque pode ser difícil encarar essa

empreitada sozinho.

-Como posso chegar à pirâmide do grande faraó, e

reencontrar meu amor?

Perguntou o rapaz a voz que lhe falava.

-É extremamente simples, mas a entrada não pode ser

vista a olho nu, precisa ser aberta de uma forma peculiar

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usando o sexto sentido e você precisará de uma pessoa

que possua um interesse parecido, então logo pensou, e

decidiu que a melhor pessoa seria ela, somente ela, sua

grande e irreverente Vizinha da casa da frente, uma

mística estudiosa da arte dos grandes mistérios. Ela era

feia, mas unicamente capaz de abrir a porta secreta e

descobrir o segredo da grande tumba.

Então, valentemente ele foi pegou aquela chave dourada

atravessou a rua e encontrou um papagaio que lhe disse

um enigma:

Neste mundo que se apagara em 2040 sem escolha,

entre música e poesia o mundo ira acabar!

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Na direção norte poderá sua amada salvar, entretanto

um sacrifício necessário será o preço do resgate a amada

antes adormecia em um cavernoso ossuário.

Sangue inocente devera ser derramado, por amor do

ultimo ser vivo que sobrara após 2040, como aceitaram

sua real condição.

Mas o guardião do Tempo estava esperando o homem

capaz de mudar o destino de sua vida, após o triste

desastre.

Ele vivera desolado.

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MEADA SEM FIM

Julia vê o relógio no chão. Um silêncio acusando a dor

interrompida pelo sono.

Apenas o tic-tac continua marcando presença sonora

naquele quarto escuro de repente, a imensidão do mar

nos seus olhos. As lembranças ensaiando lucidez.

Outra vez as lembranças. Fecha os olhos e se entrega as

amargas lembranças de um passado remoto, quando o

mar se derramava na sua pele. Aquele cheiro de

descobertas, da vida pulsando descompassada.

Paixão, amor, amizade. O que sinto agora já que a vida

me levou a outros mares?

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Julia se levanta e caminha até a janela. Lá fora, o céu,

coroado de estrelas parece não perceber sua presença.

Absolvida, na beleza que faz através de sua vidraça não

sente o tempo passar e continua mergulhada em seus

próprios pensamentos.

Mil e tantos são eles. Sobre amores não vividos,

remorsos ruminantes de outrora, alguém a porta traz de

volta a realidade. Aquele olhar, o mesmo as emoções de

agora, somam-se lembranças de outrora. Julia levanta-se

e sorri, lentamente caminha para a porta em busca dos

braços estendido em sua direção supera o medo. Amar

parece assustador. Reage. Firma os artelhos. Firma o

olhar e sorri um riso, que contido estava e neste riso

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revela toda a felicidade que sente neste momento

mágico.

Os corpos se estendem, não é necessário falar, as

palavras fogem. O maior discurso da hora é o abraço, a

emoção é grande e duas lágrimas de felicidade rolam

silenciosas pela face de Julia que sorri tentando

disfarçar.

Porém, o medo da entrega fala mais alto. Julia se lembra

do que acontecera na noite anterior e se afasta, rendese

aos apelos da memória uma porta não aquela parece

mais tentadora, mesmo assim tentando uma desilusão,

tenta encontrar no fundo dos seus pensamentos a

decisão certa.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Ainda na janela, ela lança um olhar de apelo as estrelas

que lá fora brilham intensamente para esquecer de vez,

a desilusão da noite anterior. Julia então feliz novamente

se entrega frágil então se dá o toque, um abraço terno.

Terno e cheio de promessas, neste momento, o silêncio

é total, as palavras são inúteis um abraço entre o sonho

e a realidade como o carnaval de Arlequim. A vida era

apenas aquele segundo, aquele encontro onde a

cumplicidade do silêncio alimenta o desejo de

permanecer por maior tempo nos braços dele.

E então!

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Julia sentiu-se erguida por braços fortes que a segurava

com carinho, levantando-a em seguida até ao centro do

quarto.

Mas mesmo não querendo a dor interrompida pelo sono

ainda estava lá, fazendo com que Julia recuasse.

Afinal o que sofrer? A angustia de deixá-lo ir.

O medo de deixá-lo ficar.

O que verdadeiramente a impedia?

O que nos impede todos os dias de nos entregarmos, nos

apaixonarmos, de sermo-nos mesmos: o medo de sofrer,

o medo de errar, o medo de parecer ridículo. Mas Julia

em frente, pois seu pior medo era o medo de não viver.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Ela titubeava entre viver aquele momento e poder se

arrepender depois, e o medo de se arrepender por não

vivê-lo. Ainda envolta em seus braços, mais uma vez ela

busca socorro nas estrelas, permanecia no fundo bem lá

no fundo, quase imperceptível a cruel duvida aquela que

você fica com um pé dentro e outro fora, sem saber se

vai ou se fica é crueldade!

Ele sussurrou no seu colo as palavras tão esperadas que

o âmago e pura emoção, o delírio entoa a canção do

brilho da lua que cobre em prata de serem apenas um.

E nesse abraço gostoso, só se ouvia as batidas de seu

próprio coração e ao longe as notas de uma nostálgica

canção.

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O momento de amor foi interrompido por um grito

agudo, o som parecia chegar da rua. Eles caminharam

até a janela uma deliciosa surpresa para ela.

Em uma estrela cadente que brilha em vermelho perola

do sol poente.

Julia surpresa, volta aos braços do amado, porém o grito

não lhe sai do pensamento era tão real que por um

momento ela se cala atenta, na esperança de ouvi-lo

outra vez.

Mas o toque em seus cabelos fez com que desistisse de

outras vozes. Queria estar ali. E não sentiu mais nenhum

medo, quis os sabores daquele amor.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Permitiu aquele atar de nozes, a celebração entre seres

afim se integrando.

Não havia mais o medo, nenhum desencontro. Eles

estavam ali desnudando a alma vivendo o que lhes fora

negado.

Lembrou-se daquela manhã quando se separam como

há desencontros entre os que amam! E possibilidades de

reaver o tempo perdido.

A manhã fez convite para o passeio.

Ela ajeitou os cabelos com as mãos, saíram de mãos

dadas.

Ele disse-lhe:

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- Não tenha medo, amor! Vamos.

Pisaram na areia branca, o mar lambendo seus pés. Ao

longe era possível escutar as vozes da felicidade daquele

momento.

As vozes do passado chamavam por ela, mas não cedia.

Andou com passos escuros de quem sabia a distância

percorrida do quem estava disposto ao encontro!

Este maravilhoso encontro, que só os verdadeiramente

enamorados sentem esta magia que Julia esta sentindo

neste momento.

Ela sabia que após aquele encontro tudo se modificaria,

e para ele jamais nenhuma outra mulher haveria para

ele não importava o tempo em que este encontro

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

aconteceria. Apenas tinha certeza de que um dia ele

seria, mas inesperadamente algo veio nublar aquele

momento mágico.

O sol apareceu e com ele os problemas se tornaram

visíveis fazendo com que eles enxergassem a longa

trajetória, pois era chegado o dia tão esperado, o dia do

encontro há meses marcado e que desta vez não podia

ser adiado.

Fechou os olhos num momento de introspecção, como

quem procura uma saída e sentiu-se abraçada e beijada

por ele. Então decidiu que onde ele marcasse, ela até ele

iria.

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Seus medos e receios ficaram no esquecimento a partir

daquele momento ela decidiu ser feliz, e alada em

sonhos voou! E quando a terra voltou, sentiu-se uma

mulher renovada sonhos que se resumiam em poucas

palavras: ser por ele, muito, muito amada!

Mais um minuto interminável. Sem cérebro não continha

mais seus sonhos, ela se sentia mal como se sua caixa

craniana fosse se partir.

De súbito levantou-se, pegou o casaco, as chaves do

carro e saiu. Não ouviu o telefone tocar e por uma fração

de segundos, por não ter ouvido o telefone tocar perdeu

a mais linda tarde de amor que alguém poderá sonhar.

Por uma fração de segundos.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Com o coração opresso perguntava-se o porque da

ausência, da falta de noticias do vazio que se instalara

em sua vida e pensando em tantos problemas ela se

questiona: não seria melhor desistir?

Sim, desistir seria mais fácil, mas nem sempre o mais

fácil é o melhor. E as lembranças daquelas mãos

passeando quentes andam em cada centímetro de seu

corpo, a fez fraquejar e decidir-se de vez. Finalmente

com ele, iria se encontrar e sabê-lo então se marujo

sedento desse mar-corpo sem horas, sem mais esperas,

a luz pálida de um novo encontro de novo como se ainda

nem tinham se encontrado?

Difícil de explicar e mais difícil ainda de entender.

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O telefone toca. O coração de Julia bate mais forte. Será

ele?

Suspira, hesita. Mas não atende.

Será medo?

Ela pensa.

- Meus Deus!

Chegou à hora tão esperada, e agora!

Mas, a paixão fala mais alto e ela abre a porta, ansiosa

para estar em seus braços seu coração bate forte

descompassado, mas controlada diz: é você?

Ela ouve batidas fortes na porta ao olhar dentro de seus

olhos ela vê estrelinhas sorrindo, ele é lindo!

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Como ela imaginara!

Um beijo apaixonado aconteceu e Marcos sorri feliz! E

depois com paixão, pensa feliz quem sabe faz a hora,

não espera acontecer. E, ao analisar bem, pensar e

repensar, ela que ela nutria por ele e que a assustava, tal

a intensidade desta paixão decidiu então que precisava

se afastar um pouco. Talvez viajar.

Praia ou montanha?

Indecisa ficou praia muita gente pensou e optou por

Monte verde, sul de Minas cidadezinha como um vilarejo

da Suíça, o fora local maravilhoso, perdido entre

montanhas, de céu azul, frio lareira, Marcos e Vanessa a

testemunhar este insano amor.

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A complexidade do ser humano difere da simplicidade

de uma bela flor.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

ENCONTRO DA DESCOBERTA

Mais um ano de vida, e muita coisa se passou, minha fé

se fortaleceu, meu pensamento em alguns termos

mudou, descobri o amor e também a falsidade, descobri

que nem todas as pessoas pensam da mesma maneira,

algumas têm aquilo que chamo de essência, e outras

têm simplesmente aparência. Vivi momentos que achei

que só existiam em filmes, dei muita risada, fiz coisas

impossíveis, conheci muitas pessoas novas que na qual

não consigo viver sem elas, e me aproximei daqueles

amigos de infância, notei que existe sim esperança, que

a distância não separa as pessoas muito pelo contrario

mostra quem te ama de verdade e quem quer continuar

do teu lado. Descobri que por ser do teu jeito ter a

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diferença no pensamento, nas atitudes, tu vai longe

nessa vida, não precisa se padronizar pelo que as

pessoas fazem, tu não vai ter amigos porque é parceiro

de beber e ficar depois com uma grande ressaca ou de

pegar geral, tu vai ter amigos verdadeiros se for do jeito

que tu é que as pessoas vão te admirar por tudo aquilo

que demonstra quem tu és verdadeiramente, não aquilo

que qualquer um pode fazer. Descobri que a diferença é

essencial, que ninguém esta imune a nada, todo mundo

pode ficar doente, brigar com o melhor amigo, não

conseguir aquele sonho tão desejado, mais isto é a vida,

altos e baixos, obstáculos irão surgir, nunca irão acabar e

cabe a nós saber o que vale a pena seguir, com quem

iremos trilhar novos rumos, ou recomeçá-los.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

AMOR TRISTE

Bela tarde de domingo porque a noite é tão triste?

O sol se vai dormindo e eu aqui encolhido pensando

nela, na esperança de que estejas pensando em mim

aprisionada em uma doce lembrança parece não ter fim.

Ah! Quem me dera-te-lá em meus braços!

Mas estou acordado e a tarde é longa olhando no

relógio, me perco nos ponteiros cada segundo me

questiono.

-Será que tudo foi devaneio?

No mar, é o lugar onde tenho paz, pois lá vejo o seu

coração volta e me faz pensar se um dia foi capaz de

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amar como te amei na verdade eu não mais o sei!

Quanto amor lhe entreguei, e você com sua frieza onde

foi que eu errei?

Talvez um anjo cupido, com sua luz encantada me leve

nas suas asas de volta para minha amada solitária me

encontro pela madrugada buscando em vários rostos o

olhar sincero e profundo que um dia me fez feliz, sem

pudor me fazendo provar o doce sabor do verdadeiro

amor.

Mas já não encontro o que tanto espero entrego-me,

pronto, para meu caderno meu maior amor.

Não é ela.

É meu verso.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

E ao inverso da minha solidão quero apenas você em

meus braços, tocá-la com minha mão beija lá, na boca

fazer de seu amor minha forca, sufocar-te com meu

amor sentir o prazer da dor de amar teu calor sentir uma

vez antes que o frio invada outra vez;

me forçando te acordar desse sonho que pertence a

você coletivo até pode ser. Mas será infinito?

É acho que chegou ao fim.

O amor tem um cheiro uma essência, tão gostosa, que só

sentimos este aroma na pele de quem se gosta.

O amor tem cor quando estamos amando, enxergamos

luzes coloridas, prateadas, reluzindo tudo fica mais

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bonito bem colorido da vontade de lutar por qualquer

objetivo.

O amor tem paladar é um sabor que sentimos, mistura

com mel e doce por mais que o gosto fique sentimos um

sabor de dor e doce.

O amor tem sexo não é incrível?

O amor fica satisfeito só em estar perto.

O amor não tem tempo, nem hora chega a qualquer

momento e às vezes, nem da

tempo, e vem este

sentimento.

O amor não tem vontade própria chega de mansinho e,

se apóia devagarzinho no coração sem dar tempo de

escolher.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

O amor não tem ambição, pois o verdadeiro amor é

puro, pouco importa se tem ou não futuro, o importante

é estar ao lado, e, sempre junto mesmo sem saber por

que e pra que.

O amor não tem ciúme por mais que fique doendo por

dentro, cuida com maior zelo para não ver a pessoa

amada sofrer.

O amor não tem preconceito aumenta a cada momento

sem julgar nem criticar.

O amor em si próprio acredita quando os olhares se

encontram falam tudo sem precisar abrir a boca. Só

entende quem ama.

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O amor é também tão relativo, quanto um sonho ativo

que ora se almeja, ora se despreza.

É sempre a dor que traz alívio é terço, inteiro ou meia

reza sempre se tem, mas nunca se prova e cá estamos a

versejar novas trovas!

Ao encontrar em meus versos o simples sabor do amor

sonho triste e solitário um dia poder provar desse mel

que pintei com palavras

e adocei o papel agora peço para o vento, que voa sem

direção, que encontre o caminho da minha amada, pois

to morrendo de paixão.

Queria tanto te ter comigo para que juntos possamos

fugir do perigo de esquecermos um amor infinito.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

MANHÃ DE QUARTA-FEIRA

Era uma manhã ensolarada de quarta - feira. Acordei

espreguicei-me todo e voltei a me enrolar num lençol.

Sim, durmo enrolado num lençol, sobretudo para me

proteger das criaturas que perturbam a noite inteira.

O calor é insuportável no quarto onde durmo. Mas ali

posso ouvir minha mente que me inspira com mil

palavras que vem a cair no papel.

Meus escritos vêm a me inspirar em locais calmos, quero

ser um escritor orgulho-me do meu jeito diferente de

querer ser escritor. Afinal, todo escritor é diferente. Mas

quero ser diferente de todos os diferentes.

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Escrever para mim é um sonho. É ver as palavras

caminharem sozinhas, é ver a folha em branco se vestir

de letras, símbolos e rascunhos.

Mas eu falava da manhã daquela quarta - feira. "Quarta -

feira" faz-me pensar nos escritos, que vem a ser

conhecidos de tal certa forma.

Espreguicei-me, precisava me levantar. O dia me

chamava. O sol rasgava a cortina, entrando pela janela.

Um raio maldito de sol me incomodava, a lamber meus

olhos assim como um cão lambuza o rosto do dono, ao

sinal de carinho. Precisava me levantar, mas a vontade

mesmo era de ficar ali para sempre, pensando no que

fazer, aguardando uma inspiração concreta para

começar a escrever. Afinal eu queria ser escritor.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Eu queria apodrecer naquele lugar. Eu queria ser

importante um doutor, um escritor. E aquele quarto

quente abafado, amaldiçoado jamais me veria de novo.

Fui ao sanitário em frente ao quarto levei meu rosto e

voltei, corri para frente do computador.

Pensava em digitar significados de meus pensamentos,

possuía uma maquina em minha frente que ali jogava

palavras que se uniam.

Esta convicção fazia com que me deparasse com meu

próprio pensamento.

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CASO

Num certo dia uma jornalista de um jornal famoso, ia

sempre ao mesmo local para tomar seu gostoso café e

sempre lá numa mesma mesa tinha um cidadão que

tomava sempre seu café lendo seu jornal, a jornalista

sempre o observava, pois sempre esse tal cidadão na

mesa dele sempre aparecia muitas pessoas, a cada

minuto uma diferente e ele sempre as pegava pelas

mãos e baixava a cabeça com os olhos fechados.

Ela sempre notava que ele repetia sempre o mesmo

gesto com cada um que passava por ali.

Num certo dia de tanto observar ele, ela o perguntou:

Porque você faz isso?

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

O homem a respondeu:

Faço isso para ajudar as pessoas.

Ela perguntou:

És vidente?

O cidadão só há olhou e baixou a cabeça.

Então ela o diz:

Vamos ver se és bom mesmo, sentou em frente a ele,

deram as mãos baixou a cabeça e fechou os olhos, o

abriu e lhe disse tudo o que ia acontecer com ela.

Ela jornalista trabalhava num jornal famoso da cidade,

mas não satisfeita queria trabalhar numa revista que era

seu sonho.

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Pois sem ele saber disso, falou tudo corretamente a ela,

apavorada começou a chorar e saiu dali.

Tinha um colega do jornal que era metido à cartomante

e ajudava ela de vez enquando.

No dia seguinte o levou ao mesmo lugar que sempre

tomava seu café, e o cidadão lá estava novamente

sentado no mesmo lugar de sempre, ela foi até ele e o

apresentou o amigo.

E ela novamente deu as mãos ao cidadão e fez com que

seu amigo que não acreditava naquilo tudo de videntes,

ficou impressionado com o que o cidadão a disse tudo

corretamente.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

E com isso seu amigo saiu dali e ela foi atrás dele, ele a

falou você não pode fazer isso todos os dias, você esta

vindo aqui diariamente não faz mais nada sem consultar

esse homem ai.

Vai ter dias que não vai querer atravessar a rua sem

querer falar com ele.

Então ela ficou brava com seu amigo, você não tem o

direito de me dizer o que devo fazer a vida é minha eu

decido, então voltou ao local, mas o cidadão já tinha

saído ela se desesperou.

E perguntou ao dono, cadê ele?

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Acabou de sair, se for atrás talvez o encontre saiu

correndo no meio da multidão, olhava para todos os

lados e não o enxergava.

Então olhou reto e o viu, saiu gritando e o cidadão olhou

para trás e veio falar com ela.

Mas quando estava vindo e foi atravessar a rua, um

carro a atropelou e se desesperou e a multidão tomou

conta cercou-os.

E ela dizia você não pode morrer tem que me falar do

meu futuro.

Mas o cidadão não resistiu e veio a falecer, ela entrou

em pânico.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Você não pode fazer isso comigo tem que reagir, mas já

era tarde de mais não tinha volta.

Mas algo veio acontecer ela conseguiu o tão esperado

emprego na revista.

Estava tudo indo muito bem, num certo dia veio a ficar

doente sempre se sentindo mal com dor de cabeça,

tonturas, desmaios.

Mas tudo isso tinha um algo a mais depois de certo

tempo o cidadão o reencarnava nela.

E ela sem entender de nada começou a fazer coisas que

nem ela entendia, seu amigo certo dia fez o mesmo

gesto que o cidadão fazia com todos inclusive com ela,

pegou as mãos dela, e disse vamos você consegue ai

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então ela começou a entender o que estava

acontecendo.

Daí por diante ela passou a fazer o que o cidadão fazia

que fosse ajudar as pessoas.

No começo ficou com muito medo, mas acabou se

acostumando.

E no emprego fazia com todos que estivessem

precisando de ajuda.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

LEMBRAR

Lembrar é fácil pra quem tem memória

Esquecer é difícil pra quem tem coração

Não é tão difícil começar outra história

Trocando ideia com a solidão

E se o silêncio pudesse me ouvir

Ouviria canções que canto calado

Como aquele que espera o que já tem dentro de si

E se o espírito pudesse ouvir

Ouviria um grito cansado

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De que já não cabe em si

Lembrar é fácil pra quem tem vitória

O controle da vida nas próprias mãos

Beleza, atitude, suor e glória

Sucesso, corpo mente sã

Lembrar é fato um tanto esquecido

Das mentes cativas de amores lascivos

Que seja o tempo meu inimigo

Por não deixar que estejas comigo

Se a chuva não disfarçar

As lágrimas vão rolar

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Que não faz mais sentido

Você chorar por não estar comigo

Já que o silêncio não vai me escutar

Já que o espírito não pode ouvir

Você pelo menos pode tentar

Venha comigo não vou desistir

De seguir a vida e sempre te amar

Juntos nós dois podemos sorrir

E se nada der certo, não vou me abater

O caminho do esperto é oposto a "depre"

Eu que tanto falei em ser feliz

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Tenho que ser mais que aquilo, que um dia não quis ser

Nunca indigesto, calado ou abatido, seguirei comigo num

auto-abraço enrustido.

Quero um viva ao meu bem, que já foi teu abrigo

Pra quem a vida passa!

Será que os sinos dobram?

Veja lá na esquina, o riacho de luz

Que um ser humano ouça navegar

Veja lá na esquina uma vida que flui

Que a mulher de branco insiste em alertar

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

PENSANDO

Durante muito tempo achei que não tinha um coração,

que eu não era capaz de sentir nada além de egoísmo e

orgulho.

Que minha dor era fruto de uma vida solitária e sem

perspectiva que criei com cuidado ao longo dos anos.

Um mundo imaginário, cruel e solitário que construí para

evitar que sentimentos reais se abatessem sobre mim.

Por medo de sentir algo eu ergui muros a minha volta

impedindo que qualquer um se aproximasse, achei que

esses muros pudessem me proteger de um mundo ruim

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lá fora, mas acabei criando um mundo bem pior aqui

dentro.

São muros tão altos e sólidos que já não consigo chegar

ao outro lado.

Por medo de sofrer eu cansei de magoar a todos que

amo.

Mas esqueci do que são feitos os relacionamentos,

esqueci que renúncia, compreensão e afeto são

fundamentais para que eles existam.

Enganei-me, confundi minhas crenças com as intenções

dos outros.

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

Passei tanto tempo sozinho e sem confiar em ninguém

que ignorei as pessoas que me cercam também sentem,

também amam.

Desaprendi a amar e ser amado.

Magoei a mim mesmo, afastei meus amigos e fugi de

amores possíveis, porque assim eu evitaria que

partissem meu coração.

No entanto, acabei fazendo-o em pedaços cada vez

menores a cada dia.

Eu errei.

Admito minha culpa por não ser digno do que me foi

dado, por não ser bom, o suficiente, por faltar como

amigo.

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Sou culpado por duvidar da vida, por duvidar do amor e

da sinceridade dos outros.

Eu errei por não dizer eu te amo quando deveria, por me

esconder atrás de uma sinceridade muitas vezes cruel.

Fui mesquinho e egoísta nas minhas ações.

Afastei as pessoas por não me julgar capaz de amá-las

direito ou o suficiente, mas sou eu quem precisa de

amor.

Quero de volta tudo àquilo que rejeitei tudo o que

julguei não precisar e que agora eu preciso

desesperadamente.

Eu preciso de ajuda, a vida me faz falta: Isso não é um

pedido de desculpas, eu poderia passar mil anos me

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Conto ao Ponto por Leonardo Pacheco

desculpando que não seria o bastante, não faria

diferença.

Isso não é mais uma crônica cheia de bobagens que

escrevo quando não consigo dormir.

Isso não é um desabafo igual aos outros que escrevi por

não ter com quem dividir minha angústia.

Não são fragmentos da minha dor, é minha dor por

inteiro.

Isso não é um sonho ruim que não me lembrarei pela

manhã.

Isso é um relato da vergonha e do meu pesar por não

saber viver.

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