12.10.2020 Views

sentidos_11_dp_livrofichas_pdfflash2_rdzm 2

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

LIVRO DE

FICHAS

• FICHAS DE DIAGNÓSTICO *

• FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL*

• FICHAS DE GRAMÁTICA*

• CENÁRIOS DE RESPOSTA*

SENTIDOS

11

MARIA JOSÉ PEIXOTO

PORTUGUÊS

ANA CATARINO

ANA FELICÍSSIMO

ISABEL CASTIAJO

*Materiais

disponíveis,

em formato

editável, em:

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


Índice

1. Fichas

de Diagnóstico ................................ 3

2. Fichas

de Compreensão do Oral .................... 13

3. Fichas

de Gramática .................................. 19

3.1 Fichas de Conteúdo Específico .......................... 20

3.2 Fichas Globais ......................................... 27

3.3 Fichas Formação ASA .................................. 35

4. Cenários

de Resposta ................................ 44


1.

FICHAS

DE DIAGNÓSTICO

Materiais disponíveis em formato editável em

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

01.

FICHA DE DIAGNÓSTICO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

GRUPO I

1. Assinale como verdadeiras ou falsas as afirmações que se seguem sobre a poesia trovadoresca.

[4 itens x 4 pontos = 16 pontos]

a. Nas cantigas de amor, o sujeito de enunciação é a donzela apaixonada.

b. Em termos gerais, pode afirmar-se que as características da mulher são as mesmas quer nas

cantigas de amor quer nas de amigo.

c. Uma das temáticas mais frequentes das cantigas de escárnio é a coita de amor.

d. Nas cantigas de escárnio e maldizer é recorrente a crítica de costumes.

2. Selecione a opção correta, baseando-se nos conhecimentos que possui sobre a Crónica de D. João I

de Fernão Lopes.

[2 itens x 7 pontos = 14 pontos]

2.1. A Crónica de D. João I

(A) surge como uma forma de legitimar o reinado de D. João I.

(B) incide sobre os reinados da primeira dinastia e o início da dinastia de Avis.

(C) centra-se nas medidas tomadas por D. João I para iniciar a expansão marítima.

(D) tem como pano de fundo o século XV.

2.2. A figura principal da Crónica de D. João I é

(A) D. João, mestre de Avis, pelo facto de ser o que melhores condições reunia para assumir

o trono português.

(B) D. João de Castela, na medida em que a batalha de Aljubarrota só acontece por este se

querer apoderar do reino de Portugal.

(C) o povo, porque está disposto a sacrificar a própria vida em prol da pátria, e, sem ele, Portugal

perderia a independência.

(D) o conde Andeiro, na medida em que é por causa da sua morte que todos os acontecimentos

relatados na crónica se desenrolam.

3. Preencha os espaços em branco, recuperando os seus conhecimentos sobre a Farsa de Inês

Pereira.

[5 itens x 4 pontos = 20 pontos]

Na Farsa de Inês Pereira são criticados, entre outros, as a. _______________ que ansiavam a

libertação através do casamento; as b._______________, que tinham como ofício arranjar casamentos;

os c._______________ gabarolas e pobretanas; os d._______________ gananciosos e os

membros do e._______________ que não cumpriam os votos de castidade.

EDITÁVEL

4 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

4. Selecione a alternativa que melhor completa a definição respeitante ao estudo que efetuou das

Rimas, de Luís Vaz de Camões.

[11 itens x 2 pontos = 22 pontos]

Na poesia lírica de Camões, por influência de a. Petrarca / Sá de Miranda, a mulher é apresentada

como um ser b. fatal /divino, angélico, com o poder de transformar o Homem e a c. alma / Natureza.

Esta surge como um espaço tranquilo, mágico, conducente ao d. sofrimento / amor e ao e. desespero

/ encantamento – tópicos associados ao conceito de f. locus amoenus / locus horrendus –,

como espelho da alma do poeta ou ainda como g. opositora / testemunha da dor ou da felicidade

do eu lírico. Os temas do h. desconcerto / oportunismo e da i. mudança / amizade, a reflexão de

caráter j. impessoal / pessoal, a representação da amada e a experiência amorosa são algumas

das k. temáticas / ideologias desenvolvidas por este poeta renascentista.

5. Selecione a alternativa que completa adequadamente cada uma das afirmações seguintes respeitantes

à epopeia Os Lusíadas.

[2 itens x 8 pontos = 16 pontos]

5.1. N’ Os Lusíadas, a estrutura interna consiste na seguinte organização da obra:

(A) Proposição, Invocação, Narração e Dedicatória.

(B) Proposição, Dedicatória, Invocação e Narração.

(C) Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração.

(D) Invocação, Proposição, Dedicatória e Narração.

5.2. O plano das reflexões do poeta é constituído por

(A) considerações sobre vários temas, normalmente em consequência dos relatos feitos anteriormente

pelo narrador.

(B) considerações sobre as atitudes de Vasco da Gama e dos marinheiros no decurso da viagem.

(C) desabafos do poeta sobre o sofrimento a que os navegadores estiveram sujeitos.

(D) desabafos sobre o desprezo a que os poetas eram votados em Portugal.

6. Assinale as afirmações, relativas ao capítulo V da História Trágico-Marítima, como verdadeiras

ou falsas.

[3 itens x 4 pontos = 12 pontos]

a. “As terríveis aventuras de Jorge de A. Coelho” é uma narrativa em que se juntam factos heroicos

e apelos de teor religioso.

b. Na viagem são narrados acontecimentos como as lutas contra as adversidades da Natureza.

c. A história narrada situa-se no século XV, aquando da descoberta do caminho marítimo para

a Índia.

SENTIDOS 11 • Livro de Testes • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

5


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

GRUPO II

Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o texto.

Há 30 anos, no Equador…

[10 itens x 5 pontos = 50 pontos]

O Equador deve ser o país sul-americano de que menos se fala. Talvez pela relativa estabilidade

política e ausência de catástrofes naturais, coisas que abundam nos territórios vizinhos. Mas viajar

neste patchwork 1 de culturas há quase 30 anos, foi uma experiência que me deixou memórias

excelentes.

5

Equador, um ilustre desconhecido

10

´

15

20

25

30

35

[…] Pequeno e diversificado, é um país que combina floresta amazónica, planalto andino – onde

despontam uns trinta vulcões, uns mais ativos que outros – e costa marítima. Para não falar no

tesouro que são as ilhas Galápagos, que não visitei.

Na faixa costeira, de clima quente, concentram-se o comércio e a indústria, e cultiva-se a

maior parte dos produtos exportáveis, como banana, café e cacau, escoados através do porto de

Guayaquil. Aqui é o território da maioria privilegiada, por oposição aos territórios mais pobres dos

Andes, a admirável espinha dorsal da América do Sul, que se estende, interminável, da Venezuela

à Terra do Fogo.

Nas montanhas, os habitantes mantiveram-se adversos aos intrusos de outras culturas – proeza

memorável, só conseguida no Peru e na Bolívia. Mas por oposição ao bulício moderno da costa, a

vida continua lenta, incluindo o desenvolvimento da economia local.

Para rematar esta manta geográfica, há que considerar a floresta tropical amazónica – o Oriente,

como aqui é chamado – que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, e que é em grande parte território

bravio e inexplorado.

A capital, Quito, fica a 2650 metros de altitude, o que lhe garante o título de segunda capital mais

alta do mundo (depois de La Paz). Começou por ser um aldeamento fundado no século XV por incas

vindos do Peru, cujas marcas desaparecerem quase completamente, à exceção das quase insignificantes

ruínas de Ingapirca, perto de Cuenca, no sul do país. […]

Para chegar ao Oriente, que começa nas savanas tropicais de Puyo, a estrada serpenteia pelos

contrafortes dos Andes e pode oferecer-nos o milagre de uma visão rápida sobre o cume nevado do

Chimborazo, o monte mais alto do Equador, quase sempre escondido pela neblina. As estradas pioram,

e entramos num mundo verde onde algumas aldeias parecem ter ficado esquecidas à mercê

dos tentáculos retorcidos da selva. É uma luxúria de verdes, cascatas de água castanha que acende

arco-íris suspensos em desfiladeiros e, por fim, o horizonte compacto da selva.

Em Misahuali iniciámos a descida do rio Napo, numa navegação precária que durou uma semana

com uma canoa motorizada, que avançava condicionada por baixios e rápidos traiçoeiros até

Limoncocha, onde nadámos num lago com piranhas, e caimões que só apareciam de noite…

Latacunga, Machachi, Otavalo e Zumbahua são nomes que para sempre conjuram na minha cabeça

as imagens de ponchos coloridos, chapéus de abas estreitas, crianças levadas às costas dentro

de panos com todas as cores do arco-íris, “comedores” de rua, instalados por uma manhã debaixo

de um guarda-sol, pilhas de legumes e batatas que se vendem no chão, nos “mercados índios”. […]

Um dia volto lá…

1

miscelânea, mistura

http://comedoresdepaisagem.com/equador/ (consultado em janeiro de 2016).

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

6 SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

1. A expressão “patchwork de culturas” (l. 3) significa que o Equador

(A) é um país com tradições seculares.

(B) é o país sul-americano cuja cultura é a menos conhecida.

(C) é um país que valoriza o trabalho artesanal.

(D) é um país onde confluem várias culturas.

2. Ao referir os Andes como a “espinha dorsal” (l. 12), o autor

(A) demonstra que os Andes atravessam toda a América do Sul.

(B) dá ênfase à beleza dessa região.

(C) considera os Andes como a região mais pobre da América do Sul.

(D) salienta a dureza da travessia desse território.

3. O texto apresentado possui marcas características de

(A) texto expositivo, porque demonstra de forma clara o tema da viagem.

(B) relato de viagem, pois está presente uma dimensão narrativa, descritiva e um discurso pessoal.

(C) texto de apreciação crítica, uma vez que apresenta uma opinião pessoal sobre uma viagem.

(D) artigo de divulgação científica, pois evidencia rigor e objetividade no vocabulário e na exposição

da informação.

4. No segmento “uns mais ativos que outros” (l. 7), o “que” tem um valor

(A) consecutivo.

(B) comparativo.

(C) causal.

(D) completivo.

5. A função sintática desempenhada pela expressão “o comércio e a indústria”(l. 9) é

(A) sujeito.

(B) complemento direto.

(C) predicativo do sujeito.

(D) complemento indireto.

6. No segmento frásico “É uma luxúria de verdes, cascatas de água castanha que acende arco-íris

suspensos em desfiladeiros” (ll. 28-29) está presente uma

(A) metáfora.

(B) personificação.

(C) sinédoque.

(D) comparação.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

7


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

7. No contexto em que ocorre, “conjuram” (l. 33) é sinónimo de

(A) esbatem.

(B) debatem-se.

(C) anulam.

(D) reúnem em conspiração.

8. Identifique o processo de formação de palavras que deu origem ao vocábulo “completamente”

(l. 22).

9. Classifique as orações subordinadas que integram o seguinte segmento frásico.

“Para chegar ao Oriente, que começa nas savanas tropicais de Puyo, a estrada serpenteia pelos

contrafortes dos Andes e pode oferecer-nos o milagre de uma visão rápida sobre o cume nevado do

Chimborazo” (ll. 24-26).

10. Indique a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal “nos”, na frase apresentada

em 9.

GRUPO III

[50 pontos]

Viajar é não apenas uma forma de lazer, mas também um excelente meio de enriquecimento cultural.

Redija um texto expositivo, de 130 a 150 palavras, em que apresente a importânica de viajar dadas as

experiências que podem ser vivenciadas e que contribuem para o enriquecimento humano.

Considere as seguintes orientações:

− estrutura tripartida do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão);

− respeito pelos mecanismos de coesão e de coerência;

− mobilização de um reportório lexical variado;

− respeito pelo género textual e pelo tema.

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

8 SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

02.

FICHA DE DIAGNÓSTICO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

GRUPO I

1. Assinale como verdadeiras ou falsas as afirmações que se seguem sobre a poesia trovadoresca.

[4 itens x 4 pontos = 16 pontos]

a. A diferença entre as cantigas de amigo e as de amor reside apenas no facto de, nas primeiras, o

sujeito de enunciação ser uma donzela e, nas segundas, um homem.

b. A Natureza é tida, muitas vezes, como confidente da donzela nas cantigas de amigo e, por isso,

surge personificada.

c. Toda a poesia trovadoresca se reveste de uma dimensão satírica.

d. O paralelismo consiste na repetição simétrica de palavras, construções, versos ou de ideias.

2. Selecione a opção correta, baseando-se nos conhecimentos que possui sobre a Crónica de

D. João I, de Fernão Lopes. [2 itens x 7 pontos = 14 pontos]

2.1. A crise de sucessão verificada após a morte de D. Fernando aconteceu porque

(A) o rei não tinha descendência.

(B) dois dos seus filhos reclamavam a legitimidade da coroa.

(C) o seu filho, D. João, mestre de Avis, não agradava à nobreza.

(D) a sua única herdeira estava casada com o rei de Castela.

2.2. Entende-se por afirmação da consciência coletiva o facto de o povo

(A) estar ciente da situação que se vivia em Portugal.

(B) se unir, desenvolvendo ações em defesa da pátria, sacrificando-se por ela.

(C) ter sentido necessidade de ter os mesmos privilégios que a nobreza.

(D) querer impor o herdeiro ao trono que mais lhe agradava.

3. Preencha os espaços em branco, tendo em conta o seu conhecimento sobre a Farsa de Inês

Pereira.

[8 itens x 3 pontos = 24 pontos]

A Farsa de Inês Pereira centra-se nos casamentos da personagem principal, primeiro com o

a. _______________, depois com b. _______________, após ter ficado viúva do primeiro marido.

Na verdade, Inês, cuja principal característica era ser c. _______________, decidiu levar avante

o seu primeiro casamento, ainda que a d. _______________ desaprovasse a sua decisão. Mas a realidade

foi muito diferente daquilo que ela esperava, acabando por ser e. _______________ pelo seu

primeiro marido. Depois da morte deste e tendo aprendido com a vida, decidiu escolher um homem

que já conhecia e que lhe tinha sido apresentado por f. _______________, que estava disposto a

cumprir todos os seus g. _______________. Assim, aproveitando-se dele, pediu-lhe que a levasse às

costas até junto de um h. _______________ .

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

9


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

4. Selecione a alternativa que melhor complete a definição respeitante ao estudo que fez das

Rimas, de Luís Vaz de Camões.

[5 itens x 4 pontos = 20 pontos]

Na poesia lírica de Camões, a medida a. nova / velha, típica de lírica b. medieval / clássica

carateriza-se pela utilização do verso decassilábico e por subgéneros como o c. soneto / lirismo

ao passo que a medida d. nova / velha engloba formas poéticas como a redondilha com e. 5 ou 7

sílabas / 3 ou 6 sílabas.

5. Selecione a alternativa que completa adequadamente cada uma das afirmações seguintes respeitantes

à epopeia Os Lusíadas.

[2 itens x 7 pontos = 14 pontos]

5.1. Os planos narrativos estão organizados da seguinte forma:

(A) plano da História de Portugal, onde se encaixam o plano dos Deuses e o da Viagem.

(B) plano da Viagem, que alterna com o plano dos Deuses, e no qual se encaixa o plano da História

de Portugal.

(C) plano dos Deuses, no qual se encaixa o plano da História de Portugal e o da Viagem.

(D) plano da Viagem, em alternância com o plano da História de Portugal, onde se encaixa o

plano dos Deuses.

5.2. A presença da mitologia na obra

(A) ilustra o valor e a dignidade dos marinheiros portugueses.

(B) constitui uma forma da atenuar o sofrimento dos navegadores.

(C) ilustra a espírito cristão do povo português.

(D) constitui uma das regras da epopeia.

6. Assinale como verdadeiras ou falsas as afirmações que se seguem sobre a História Trágico-

-Marítima – “As terríveis aventuras de Jorge de A. Coelho”.

[3 itens x 4 pontos = 12 pontos]

a. O objetivo da viagem, que era o regresso a Lisboa, não foi atingido.

b. Os marinheiros dirigem-se frequentemente a Deus, pedindo a sua intervenção.

c. Jorge de Albuquerque Coelho é apresentado como um guerreiro destemido e altruísta.

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

10 SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

GRUPO II

Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o texto.

Homem do Gelo poderá ter tido uma gastrite quando foi assassinado

[10 itens x 5 pontos = 50 pontos]

5

10

´

15

20

25

30

35

40

A análise genética dos micróbios gástricos

de Ötzi, a célebre múmia com 5300 anos

descoberta em 1991 num glaciar nos Alpes,

revela a presença de uma bactéria responsável

por doenças estomacais e dá novas pistas

sobre as migrações humanas na pré-história.

Uma equipa internacional de cientistas

detetou e extraiu do estômago do chamado

Homem do Gelo, o ADN de uma bactéria

que hoje infeta cerca de metade da população

mundial e é responsável por gastrites, úlceras

e até cancros. E mais: a sequenciação integral

desse ADN antigo revelou algo de imprevisto

sobre a história das migrações pré-históricas

humanas. […]

Ötzi viveu na Idade do Cobre e morreu assassinado

nos Alpes italianos, muito perto da

fronteira austríaca, há cerca de 5300 anos. Em

1991, foi descoberto num glaciar, mumificado

pelo frio e em perfeito estado de conservação.

Desde então, o seu corpo e indumentária já revelaram

um manancial de informação sobre a

vida quotidiana dos europeus daquela época.

Agora, Frank Maixner e Albert Zink, do Instituto

das Múmias e do Homem do Gelo na

Academia Europeia de Bolzano (EURAC) em

Itália – com colegas da Alemanha, Áustria,

África do Sul e Estados Unidos –, analisaram

geneticamente o conteúdo do estômago de

Ötzi. Descobriram assim que, no dia em ele que

foi morto – ao que tudo indica, na sequência

de uma ferida de seta e de um golpe na cabeça

infligidos por outra(s) pessoa(s) –, talvez estivesse

a sentir-se, ainda por cima, maldisposto

e com dores devido a uma gastrite.

Mais precisamente, os cientistas conseguiram

detetar, no estômago deste homem pré-

-histórico, o ADN característico das bactérias da

espécie Helicobacter pylori. […] Quando analisaram

as proteínas presentes no seu estômago,

45

50

´

55

60

65

70

75

80

tornou-se também claro que o sistema imunitário

de Ötzi já estava a reagir à infeção. […]

Não é possível dizer com certeza se Ötzi estaria

mesmo doente na altura da sua morte,

acrescentam, mas somente que existiam as

condições para isso acontecer.

Contudo, a história contada pelos genes da

bactéria Helicobacter do estômago de Ötzi ainda

reservava uma surpresa: a configuração genética

do micróbio não correspondia ao grupo

de estirpes que os autores esperavam encontrar

num europeu da Idade do Cobre.

“Estávamos à espera de encontrar [o mesmo

tipo de] Helicobacter que afeta os europeus

de hoje”, explica o coautor Thomas Rattei, da

Universidade de Viena (Aústria), no mesmo

comunicado. “Mas o que encontrámos foi (um

tipo) que atualmente é sobretudo observado

na Ásia Central e do Sul.”

Pensa-se que havia inicialmente dois tipos

de estirpes de Helicobacter, um africano e um

asiático, e que, a dada altura, eles se recombinaram

para dar origem às estirpes europeias

atuais. E como as estirpes dos europeus de

hoje são muito mais próximas das estirpes

africanas do que das asiáticas, supunha-se

até aqui que os humanos do Neolítico já eram

portadores desse tipo híbrido. Mas o caso de

Ötzi, cuja bactéria quase não tem vestígios de

estirpes africanas, veio agora mostrar que isso

nem sempre era assim.

O resultado é importante para perceber a

história humana, uma vez que a história das

bactérias que infetam os humanos está estreitamente

ligada às migrações desses seus hospedeiros.

E se Ötzi for de facto representativo

da população daquela época na sua região da

Europa, esta descoberta introduz mais uma

“reviravolta” no complexo percurso da espécie

humana após a sua saída de África, há uns

60 000 anos.

Ana Gerschenfeld, in Público (Ciência), edição online de 8 de janeiro de 2016 (consultado em janeiro de 2016).

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

11


1. FICHAS DE DIAGNÓSTICO

1. Este texto classifica-se como

(A) um artigo de opinião, uma vez que é apresentado um parecer sobre uma descoberta.

(B) uma exposição, na medida em se que transmite informação sobre uma múmia.

(C) um artigo de apreciação crítica, dada a análise valorativa da descoberta.

(D) um artigo de divulgação científica, visto que se expõem novos dados sobre uma descoberta.

2. Ötzi

(A) foi assassinado em 1991.

(B) sucumbiu devido à bactéria encontrada agora pelos investigadores.

(C) foi encontrado em 1991, vários séculos depois de ter morrido.

(D) foi mumificado, depois de ter sido encontrado em 1991.

3. A análise genética dos micróbios gástricos de Ötzi permitiu

(A) eliminar uma bactéria que hoje infeta cerca de metade da população mundial.

(B) descobrir uma nova bactéria, denominada Helicobacter pylori.

(C) comprovar que as estirpes bacterianas dos europeus são originárias de estirpes africanas.

(D) dar mais um passo no conhecimento da evolução da espécie humana.

4. A expressão “do estômago do chamado Homem do Gelo” (ll. 8-9) tem a função sintática de

(A) complemento direto.

(B) complemento oblíquo.

(C) complemento indireto.

(D) complemento do nome.

5. Os processos fonológicos ocorridos na passagem de PERSONA- para “pessoa” (l. 33) são a

(A) assimilação e síncope.

(B) assimilação e apócope.

(C) dissimilação e aférese.

(D) sonorização e síncope.

6. O latim, de que a expressão “Helicobacter pylori” (l. 39) é um exemplo, é um idioma

(A) de substrato do português.

(B) de superstrato do português.

(C) que está na origem dos romanços ou romances.

(D) que provém do português.

7. A oração “que o sistema imunitário de Ötzi já estava a reagir à infeção” (ll. 41-42) classifica-se

como subordinada

(A) substantiva completiva.

(C) sadjetiva relativa restritiva.

(B) substantiva relativa.

(D) adjetiva relativa explicativa.

8. Classifique o termo “ADN” (l. 9) quanto ao processo de formação de palavras.

9. Refira dois exemplos que se constituam como um campo semântico de “cabeça” (l. 32).

10. Sabendo que gastrite provém do termo grego GASTRO que significa estômago, indique duas

outras palavras portuguesas que mantenham o mesmo étimo.

GRUPO III

[50 pontos]

Faça a síntese do texto do Grupo II, reduzindo-o a um quarto da sua extensão (entre 135 a 145 palavras).

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

12 SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


2.

FICHAS DE

COMPREENSÃO

DO ORAL

Os recursos áudio/vídeo estão disponíveis em

e em www.sentidos11.asa.pt.

Também disponível, em

ficha de Compreensão do Oral – género Reportagem.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

13


2. FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL

01.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL — EXPOSIÇÃO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Acompanhe uma apresentação sobre o filme Os Maias e resolva as atividades propostas.

1. Selecione a alternativa que completa adequadamente cada afirmação.

1.1. A sequência fílmica

(A) tem como cenário o jardim do Ramalhete.

(B) descreve o local onde está a ser gravado Os Maias.

(C) relata a vida e a obra do autor de Os Maias.

(D) destaca a rodagem da primeira cena de Os Maias.

1.2. O realizador é

(A) o único indivíduo a dar um depoimento sobre o filme.

(B) um cineasta experiente e conhecedor da obra queirosiana.

(C) um cineasta inexperiente, apesar da sua idade.

(D) um cineasta estrangeiro, mas conhecedor de Os Maias.

1.3. O realizador João Botelho salienta ainda

(A) os aspetos retratados no seu filme.

(B) os documentos usados na rodagem.

(C) o elenco e os papéis atribuídos.

(D) as dificuldades inerentes à gravação.

1.4. Da narrativa queirosiana Os Maias, o realizador

(A) centra-se exclusivamente na relação incestuosa dos dois irmãos.

(B) mantém a narrativa, concentrando-se na intriga principal.

(C) destaca a situação política denunciada pelas personagens.

(D) revela preferência por Ega, o alter-ego de Eça de Queirós.

1.5. João Botelho considera o filme

(A) muito longo para a ação que destacou.

(B) desafiante, considerando os meios técnicos utilizados.

(C) muito ambicioso, tendo demorado dois anos nos preparativos da gravação.

(D) uma excelente crítica à sociedade atual.

2. Assinale como verdadeira ou falsa cada afirmação. Corrija as falsas.

a. O realizador considera Os Maias uma obra desatualizada.

b. É afirmado que a obra levou sete anos a ser escrita.

c. Pouco depois da escrita de Os Maias, Portugal entrou em bancarrota.

d. Na altura, o empréstimo contraído por Portugal levou 90 anos a liquidar.

e. O primeiro a considerar o filme como histórico é Nuno Casanovas.

f. Um palácio situado em Ponte de Lima foi palco das primeiras cenas.

g. A rodagem do filme irá prosseguir em Celorico de Basto.

EDITÁVEL

14 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


2. FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL

02.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL — EXPOSIÇÃO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Visualize uma sequência de caráter expositivo, onde Maria Filomena Mónica se refere ao livro

que lançou com a biografia de Cesário Verde, e assinale as afirmações como verdadeiras ou

falsas.

a. O vídeo inicia-se com a leitura de um poema de Maria Filomena Mónica.

b. O interesse da autora pela poesia do Cesário deve-se ao facto de esta se rever na escrita do poeta.

c. O objetivo desta publicação é criar uma polémica: “Quem é maior? Fernando Pessoa ou

Cesário?

d. Segundo as provas recolhidas, Fernando Pessoa é melhor do que Cesário.

e. Foi Fernando Pessoa quem, 40 anos após a morte de Cesário, disse que este era um grande poeta.

f. Cesário não precisou de heterónimos, mas no final do século XIX já era reconhecido.

g. Os 30 poemas que Cesário deixou foram suficientes para mudar a tradição poética portuguesa.

h. Cesário vê o mundo como se fosse uma criança, tem um olhar cândido.

i. A nível estilístico salientam-se as metáforas fabulosas e a adjetivação original.

j. Muita documentação foi encontrada na quinta de Linda-a-Pastora, antes do incêndio que a destruiu.

k. A biografia de Maria Filomena Mónica baseia-se na correspondência do poeta e contextualiza a

época para melhor se compreender os poemas.

l. O apelo feito no final volta-se para a necessidade de se ouvir o que os professores dizem sobre o

poeta.

1.1. Corrija as afirmações que assinalou como falsas.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

15


2. FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL

03.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL — DEBATE

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Escute atentamente um primeiro segmento de um debate sobre “O estado da Língua” e preencha

os espaços em branco.

O programa radiofónico em análise versa sobre a a.____________________ e tem por base

um estudo realizado em 2008 pelo ISCTE a pedido do b._____________________. Este estudo

revelou que a língua portuguesa tem um valor estimado de c.____________________, ou seja, cerca

de d.____________________ milhões de euros, e que é o idioma oficial de e. ____________________

países, espalhados por f. __________________ continentes, sendo falada há g.___________________

anos, como comprova um dos documentos mais antigos escritos em português: o

h. ____________________.

2. Escute, agora, um segundo segmento e recolha a informação necessária para completar a

tabela.

Moderador

Entidade emissora

Luís Caetano

Rádio Pública

Convidados Sandra Duarte Tavares Carlos Rocha

Habilitações académicas

e atividade desenvolvidas

Tópicos abordados

Opiniões

Doutoranda e mestre em linguística

portuguesa; docente no ISEC; autora e

colaboradora de programas de rádio, com

vários livros publicados, o mais recente

Gramática descomplicada.

Mudanças decorrentes do uso de

abreviaturas.

Os falantes fazem a destrinça entre o

informal e o formal. Logo, c. __________

___________________________________

Ex. 1: d. ___________________________

___________________________________

Ex. 2: e.____________________________

___________________________________

O uso de abreviaturas não tem grande

impacto, sendo que, aliás, elas sempre

existiram.

Ex. 1: f. ____________________________

___________________________________

___________________________________

a. _________________________________

___________________________________

___________________________________

___________________________________

b. _________________________________

___________________________________

g. _________________________________

___________________________________

___________________________________

___________________________________

h. _________________________________

___________________________________

___________________________________

___________________________________

O acesso à cultura tornou-se muito

alargado e levantou problemas enormes

para o sistema .

EDITÁVEL

16 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


2. FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL

04.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL — DISCURSO POLÍTICO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Acompanhe o registo fílmico feito a partir da Assembleia de República para apreensão do sentido global.

1. Complete o quadro, após um segundo visionamento.

Orador

a. __________________________________________________________________

Partido político representado

b. __________________________________________________________________

Tema

c. ___________________________ _______________________________________

Posição adotada

d. __________________________________________________________________

e. __________________________________________________________________

Argumentos

____________________________________________________________________

f. __________________________________________________________________

____________________________________________________________________

Exemplo

g. __________________________________________________________________

____________________________________________________________________

2. Selecione a alternativa que melhor complete a definição quanto ao género textual.

Este registo vídeo classifica-se como a. uma exposição sobre um tema / um discurso

político, na medida em que é evidente o caráter b. demonstrativo / persuasivo do emissor,

visível, por exemplo, quando declara que “os partidos políticos devem fazer escolhas, devem

assumir as suas escolhas”. Além disso, o registo apresenta uma natureza predominantemente

c. argumentativa / explicativa e reveste-se de uma dimensão d. ética / simbólica.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

17


2. FICHAS DE COMPREENSÃO DO ORAL

05.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL — DOCUMENTÁRIO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Visione o documentário com o título “Jovem casal trocou a cidade pelo campo e vive de forma

ecológica”, que nos dá conta das transformações ocorridas na vida de um jovem casal.

1. Completa o quadro, após um segundo visionamento, de forma a avaliar a sua compreensão

do documentário.

Local de fixação do casal

a. ______________________________________________________

Formação

académica

do jovem

da jovem

b. ______________________________________________________

c. ___________________________ __________________________

Prioridade estabelecida na compra do terreno

d. ______________________________________________________

________________________________________________________

Processo usado para obtenção de energia

e. ______________________________________________________

Aproveitamento

de resíduos

f. ______________________________________________________

________________________________________________________

Posturas/atitudes

ecológicas

assumidas

Tipo de habitação

selecionada

g. ______________________________________________________

________________________________________________________

Comportamentos

evidenciados

h. ______________________________________________________

________________________________________________________

Vantagens de viver no campo

i. ______________________________________________________

________________________________________________________

EDITÁVEL

18 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.

FICHAS

DE GRAMÁTICA

3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

3.2 FICHAS GLOBAIS

3.3 FICHAS FORMAÇÃO ASA

Durante o primeiro período do ano letivo de 2015/2016, a equipa de autoras do Projeto Sentidos

dinamizou a ação de Formação A GRAMÁTICA À LUZ DOS NOVOS PROGRAMAS DE

PORTUGUÊS E METAS CURRICULARES nas seguintes cidades: Porto, Coimbra, Lisboa e

Faro.

Desta ação resultaram vários trabalhos que, com a devida autorização dos professores

envolvidos, se publicam nesta brochura.

Contudo, na impossibilidade de compilar todos os excelentes trabalhos produzidos pelos

professores participantes que partilharam o seu saber e a sua experiência na formação,

foram selecionados, a título ilustrativo e aleatoriamente, quatro trabalhos, representativos

de cada uma das cidades, e para partilhar com todos os outros professores que, por diferentes

motivos, não puderam estar presentes.

A todos um agradecimento especial da equipa.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

19


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

01.

PROCESSOS FONOLÓGICOS

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Identifique os processos fonológicos que ocorrem na evolução das seguintes palavras.

a. CRUDELE- > cruel

b. APOTECA- > bodega

c. HUMILE- > humilde

d. REGE- > ree > rei

e. SEMPER > sempre

f. ANTE > antes

g. PERSONA- > pessoa

h. SPELUNCA- > espelunca

i. PLUVIA- > chuva

j. DIRECTU- > direito

k. LEGERE > leger > leer > ler

l. MACULA- > mágoa

m. Monótono > monotonia

n. *Parteleira – prateleira

2. Descubra, no crucigrama, os processos fonológicos que identificou nas palavras anteriores.

B I P A L A T A L I Z A C A O A

S I N C O P E M J L E R B S A R

O X Z A R T U Y U Q H X N E S M

N O E T J A K L N O F S A Q G E

O P R V T Y S U J G N M V B E T

R E D U Ç A O E V O C A L I C A

I W A S S I M I L A C A O U A T

Z A S D G U N E S E R E N I S E

A X P A R A G O G E O U L J K S

C S G U O A Z A L I O I A S A E

A Z I R C O B R U J A R E C O T

O T W F X A C Y E S E T O R P O

N M Q E A R T O J Ç K O P I N M

A F E R E S E W T U I O L V Z A

3. Considere os étimos a seguir apresentados e apresente, em duas frases para cada situação,

palavras que integrem esses étimos.

a. VITAb.

LUNAc.

OCULU-

EDITÁVEL

20 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

02.

COMPLEMENTO OBLÍQUO – CASOS ESPECÍFICOS DE REGÊNCIA VERBAL

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Há um número significativo de verbos que selecionam um complemento oblíquo.

1.1. Grande parte destes verbos são regidos de preposição:

abdicar de

abusar de

acabar com

aceder a

acreditar em

aderir a

afastar-se de

apaixonar-se por

apoderar-se de

aspirar a

assistir a

atrever-se a

beneficiar de

brindar a

candidatar-se a

cansar-se de

chegar a/de

concordar com

concorrer a

confiar em

contar com

convencer-se de

crer em

cuidar de

depender de

desconfiar de

desistir de

discordar de

dispor-se a

dotar-se de

duvidar de

encarregar-se de

entrar em

esperar por

falar de/com

fugir de

gostar de

insistir em

interessar-se por

investir em

ir a/para

livrar-se de

morar em

necessitar de

ocupar-se de/com

olhar por

opor-se a

participar em

partir de/para

passar por/em

pensar em

persistir em

reconciliar-se com

precisar de

preocupar-se com

recordar-se de

recorrer a

renunciar a

residir em

sair de

sofrer de

sujeitar-se a

suspeitar de

troçar de

viver em

votar em

zangar-se com

zelar por

[…]

Exs.: (os sublinhados correspondem à função sintática do complemento oblíquo)

Cesário Verde abdicou da proteção dos literatos da época.

Antero de Quental discordava dos apadrinhamentos.

Almeida Garrett acabou com o artificialismo típico do Barroco.

Vieira preocupou-se com os mais desfavorecidos.

Foram muitos os jovens que aderiram à Questão Coimbrã.

Em 1875, muitos assistiram à polémica entre Antero e António Feliciano de Castilho.

Padre António Vieira passou por muitas contestações dos colonos.

Garrett partiu para a Terceira para se juntar às tropas liberais.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

21


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

1.2. Outros, em menor número, não têm regência preposicional. A título exemplificativo:

custar

durar

medir

pesar

portar-se

sentir-se

Exs.: (os sublinhados correspondem à função sintática do complemento oblíquo)

O livro custou 15 euros.

A sessão durou 30 minutos.

A mesa mede dois metros.

O saco pesa 12 quilogramas.

O jovem sentiu-se mal.

A menina porta-se bem.

2. Alguns verbos selecionam complemento direto e complemento oblíquo. É o caso de:

colocar guardar meter transformar

deixar levar pôr

Exs: (os sublinhados correspondem ao complemento oblíquo e os negritos ao complemento direto)

Exercícios

Antero delegou em alguns dos seus companheiros a dinamização das Conferências do Casino.

– Antero delegou-a em alguns dos seus companheiros.

Segundo Vieira, Santo António transformou os descrentes em crentes.

– Segundo Vieira, Santo António transformou-os em crentes.

A angústia existencial levou Antero ao suicídio.

– A angústia existencial levou-o ao suicídio.

Eça de Queirós colocou alguns dos princípios realistas em Os Maias.

– Eça de Queirós colocou-os em Os Maias.

1. Sublinhe, nas seguintes frases, os constituintes que desempenham as funções sintáticas de

complemento direto e circunde os que desempenham a função sintática de complemento

oblíquo.

a. Os colegas do João discordaram da sua escolha.

b. São muitos os jovens que facilmente aderem a campanhas de solidariedade.

c. Os jovens, que são empreendedores, transformam as dificuldades em oportunidades.

d. Muitos estudantes, aproveitando o projeto Erasmus, partem para o estrangeiro.

e. A aula durou, excecionalmente, o dobro do tempo.

f. Esta turma nunca se portou mal.

g. Um aluno arrumado coloca os livros nas respetivas prateleiras.

22 SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

03.

FUNÇÕES SINTÁTICAS

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Identifique as funções sintáticas dos constituintes sublinhados nas frases seguintes.

a. A linguagem do “Sermão de Santo António” é difícil de perceber.

b. Vieira levou os seus sermões até ao Brasil.

c. Padre António Vieira instalou-se em São Salvador da Baía.

d. A ação do orado orador Vieira foi criticada pelos colonos.

e. As manifestações dos colonos brasileiros eram frequentes.

f. Vieira leu alguns dos seus sermões a D. Pedro IV.

g. A beleza do sermão vieiriano resulta da arquitetura da linguagem.

h. Padre António Vieira publicou o seu último sermão na cidade de Pernambuco.

i. Os conhecimentos de Eça de Queirós valeram-lhe o êxito literário.

j. A discussão sobre a literatura ocorre no episódio do jantar no Hotel Central.

k. A diferença entre Os Maias e A ilustre casa de Ramires é enorme.

l. Os alunos consideram a poesia de Antero de Quental fascinante.

m. Antero de Quental pensou nos mais desfavorecidos.

n. Antero viveu infeliz.

o. O livro com a poesia completa de Antero custou 15 euros.

p. Os alunos acharam alguns poemas de Antero depressivos.

q. Os resultados escolares causaram polémica.

r. O professor estava seguro da matéria selecionada.

s. Encontrei o aluno sozinho na sala.

2. Sublinhe e classifique as orações subordinadas nos enunciados a seguir apresentados.

a. Santo António louvava a Deus ainda que criticasse os homens.

b. Os colonos que criticavam as pregações de Vieira quiseram expulsá-lo do Brasil.

c. Vieira ordenou aos colonos que parassem com a exploração dos índios.

d. É provável que os colonos andassem aflitos com as críticas de Vieira.

e. Antero perguntou aos companheiros como correra a sessão no Casino Lisbonense.

f. Os alunos afirmaram que leram “O sentimento dum ocidental”.

g. Alguns alunos perguntaram quem escrevera esse poema.

h. Este jovem ofereceu à colega o livro que os pais lhe tinham dado.

i. Os professores pediram para lermos os poemas expressivamente.

2.1. Indique a função desempenhada pelas orações identificadas.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

23


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

04.

IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Estabeleça a correspondência entre cada uma das orações destacadas na coluna A e a sua

classificação na coluna B.

Coluna A

[A] O texto garrettiano que mais apreciei

foi Frei Luís de Sousa.

[B] Garrett perguntava se o papel do escritor era

o silêncio.

[C] Quem lê atentamente Antero de Quental percebe

a sua angústia existencial.

[D] Eça de Queirós foi tão crítico que chocou

mentalidades.

[E] Ainda que muitos criticassem Cesário, Pessoa

considerou-o um mestre.

[F] Cesário Verde foi inovador mas foi

incompreendido na sua época.

[G] Cesário percorria os locais onde vivia

ou viveu.

[H] Cesário morreu muito jovem, logo não assistiu

ao seu reconhecimento.

Coluna B

[1] Oração coordenada adversativa

[2] Oração subordinada substantiva relativa

[3] Oração subordinada substantiva

completiva

[4] Oração subordinada adjetiva relativa

restritiva e oração coordenada disjuntiva

[5] Oração coordenada conclusiva

[6] Oração subordinada adjetiva relativa

restritiva

[7] Oração subordinada adverbial concessiva

[8] Oração subordinada adverbial

consecutiva

2. Transforme as frases simples em frases complexas, recorrendo a conjunções ou locuções

conjuncionais coordenativas com o valor lógico indicado entre parênteses.

a. Julgo que Cesário era pouco reconhecido. Poucos literatos privavam com ele. (Explicativa)

b. Alguns escritores contemporâneos de Antero consideravam-no um revolucionário. Outros reconheciam

já o seu talento. (Adversativa)

3. Classifique as orações sublinhadas e o “que” que as introduz.

a. Pessoa afirmou que admirava Antero de Quental, Cesário Verde e Camilo Pessanha.

b. Este é o poema de Cesário que mais críticas suscitou.

c. Cesário optou pelo campo para cuidar da sua saúde.

d. Antero ficou tão irritado com Castilho que o desafiou para um duelo.

e. Este texto, que todos os estudantes de Coimbra leram, deu azo a inúmeras especulações.

EDITÁVEL

24 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

05.

COESÃO E COERÊNCIA

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

1. Una as duas frases de cada alínea, subordinando a segunda à primeira.

a. (1) A chuva é essencial, embora a maioria das pessoas não tenha consciência disso.

(2) A chuva é fonte de vida.

b. (1) Cesário reconhece o valor da chuva e do sol para a agricultura.

(2) A atividade comercial de Cesário depende dos recursos naturais.

c. (1) O planeta Terra é essencial à vida humana, apesar de muitos não o preservarem.

(2) Extraímos os nossos alimentos do planeta Terra.

d. (1) Na cidade, as pessoas esquecem que a harmonia do planeta depende do equilíbrio entre os

dias de sol e os dias de chuva.

(2) Na cidade já não se tem noção da origem dos alimentos.

2. Detete o uso indevido do relativo e reescreva o segmento textual, corrigindo-o.

As comemorações do centenário do Orfeu decorreram na reitoria da Universidade do Porto,

cidade cuja eu nasci, e duraram quatro semanas. As atividades que abrilhantaram os festejos

realizaram-se na sala magna onde se assistiu à primeira conferência em que deu início às festividades.

O ponto alto das solenidades foi o momento onde o cineasta falou do filme cujo retrata

a vida do grupo de intelectuais fundadores da revista.

3. Leia os seguintes segmentos textuais, retirados da revista Saúde & Lar (novembro 2015, p. 24)

que se apresentam de forma desordenada.

(A) Mas é sempre positivo tentar calçar os sapatos da outra parte com a qual temos de conviver.

(B) Assim, quando reivindicares o teu merecido direito à liberdade, não te esqueças de que os

adultos sacrificaram mais do que uma vez esse mesmo direito para satisfazer as tuas necessidades,

ou simplesmente os teus gostos.

(C) Além disso, o teu intenso sentido de justiça não vai permitir que esqueças que a todo o direito

corresponde um dever.

(D) É normal que a tua energia juvenil te leve a pensar que necessitas de, e mereces, uma maior

independência; mas ao mesmo tempo – a sinceridade acima de tudo – dás-te conta de que te

faz falta o apoio dos teus pais e professores.

(E) Os jovens têm dificuldade em compreender algumas das atitudes dos adultos. E é lógico que

assim seja, porque às diferenças de idade juntam-se as provocadas pelas profundas modificações

culturais e sociais com que temos de conviver.

3.1. Ordene-os de modo a obter uma sequência coesa e coerente.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

25


3.1 FICHAS DE CONTEÚDO ESPECÍFICO

06.

MODOS DE RELATO DE DISCURSO

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Leia os seguintes excertos de Os Maias.

1. Destaque frases ou segmentos reveladores da presença dos três modos de relato do discurso.

5

10

Texto A

− E a filha? − perguntou Pedro, que o escutara, sério e pálido.

Mas isso não o sabia o amigo Alencar. Onde a arranjara assim tão loira e bela? Quem fora

a mamã? Onde estava? Quem a ensinara a embrulhar-se com aquele gesto real no seu xale de

Caxemira?...

− Isso, meu Pedro, são

mistérios que jamais pôde Lisboa

astuta devassar e só Deus sabe!

Em todo o caso quando Lisboa descobriu aquela legenda de sangue e negros, o entusiasmo

pela Monforte calmou. Que diabo! Juno tinha sangue de assassino, a beltà do Ticiano era filha de

negreiro! As senhoras, deliciando-se em vilipendiar uma mulher tão loira, tão linda e com tantas

joias, chamaram-lhe logo a “negreira”! […] Assim, depois de passarem em Lisboa o primeiro

inverno, os Monfortes sumiram-se: pois disse-se logo, com furor, que estavam arruinados, que

a polícia perseguia o velho, mil perversidades...

Eça de Queirós, Os Maias (cap. I), Livros do Brasil, 28. a ed., p. 25.

5

10

15

Texto B

Pedro um dia ouviu isto, e escandalizou-se: ela replicou desabridamente: e diante daquela

face abrasada, onde entre lágrimas os olhos azuis pareciam negros de cólera, ele só pôde balbuciar

timidamente:

− É meu pai, Maria...

Seu pai! E à face de toda a Lisboa tratava-a então como uma concubina! Podia ser um fidalgo,

as maneiras eram de vilão. Um “D. Fuas”, um “Barbatanas”, nada mais!...

Arrebatou a filha, e abraçada nela, romperam as queixas por entre os prantos:

− Ninguém nos ama, meu anjo! Ninguém te quer! Tens só a tua mãe! Tratam-te como se

fosses bastarda! […]

E ele, por fim, no seu coração, justificava aquela cólera de mãe que vê desprezado o seu anjo.

De resto, mesmo alguns amigos de Pedro, o Alencar, o D. João da Cunha, que começavam agora

a frequentar Arroios, riam daquela obstinação de pai gótico, amuado na província, porque sua

nora não tivera avós mortos em Aljubarrota! E onde havia outra em Lisboa, com aquelas toilettes,

aquela graça, recebendo tão bem? Que diabo, o mundo marchara, saíra-se já das atitudes

empertigadas do século XVI!

E o próprio Vilaça, um dia que Pedro lhe fora mostrar a pequerruchinha adormecida entre

as rendas do seu berço, sensibilizou-se, veio-lhe uma das suas fáceis lágrimas, declarou, com a

mão no coração, que aquilo era uma caturrice do sr. Afonso da Maia!

Eça de Queirós, Os Maias (cap. II), Livros do Brasil, 28. a ed., pp. 34-35.

EDITÁVEL

26 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.2 FICHAS GLOBAIS

01.

FICHA GLOBAL

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Leia o texto e responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

5

10

15

20

25

30

35

Último Natal descrente

Os crentes e confessos de verdade são quase sempre pessoas sumamente perigosas. Acreditam

em tudo e mais alguma coisa: nas estações do ano, no novo acordo ortográfico, na Europa unida

[…]. Foram elas, sem margem para dúvidas, que mandaram colocar em todos os mupis 1 de Lisboa

um anúncio a uma revista mais ou menos pornográfica (de cujo nome não quero recordar-me)

com uma frase irónica, escrita em letra maiúscula: “EU ACREDITO NO PAI NATAL”. Tanto quanto

me recordo, trata-se de um senhor de provecta idade, muito barbado de branco, um tanto barrigudo

e com um saco cheio de cães e gatos a pender do ombro. Alegre, bonacheirão, um pouco apalermado

– porque só pode ser de um palerma aturar tanta criançada, tanta neve, tanto trenó vindo da

Lapónia e manter, ainda assim, toda aquela bonomia de santo presenteiro.

Não sei quem a disse, mas nunca mais esqueci uma frase justa e lapidar, que vai bem com esta

moral de dezembro e com o meu espírito natalício: “Os ricos têm todas as razões para acreditar

em Deus. Os pobres limitam-se a crer no papa”. Certamente um filósofo. Alemão ou holandês: têm

sempre nomes muito difíceis de fixar.

Tudo em nós sobe da infância para a idade, numa ascensão do sonho para o desencanto da verdade

e da vida. Lembro-me da primeira prenda de Natal que me deram: um pacotinho de alfarrobas vindas

de fora (não existiam nos Açores). Umas vagens quase doces, de uma cor quaresmal imprópria para a

época. Não gostei dessa partida do Menino Jesus, e nunca mais voltei a pôr o sapato na chaminé.

Deixei de crer, cortei relações com ele. Mas isso não obstou a que, muitos e muitos anos mais tarde,

eu lhe tivesse dedicado um breve conto autobiográfico, “Ouro, Incenso e Mirra”, escrito a pedido.

Foi lido na televisão e comoveu os olhos da minha mulher até às lágrimas. Um texto pungente

de poesia e dos seus contrários; desprovido da fé e dos dogmas da catequese, mas tocado pela espiritualidade

do maravilhoso cristão, tal qual o concebemos no Ocidente.

O problema é que, não sendo eu nem pobre nem rico, aquela frase acerca de Deus e do papa não

me assenta bem nem com inteira justeza literária. E agora o tempo, o folgado e rijo e impiedoso

tempo, corre contra mim. Estou para ser avô de uma menina a quem, um dia, espero vir a contar

histórias de Natal que enformem em si o universo do mundo familiar. Esse é desde já um sarilho

ou um desafio para mim, e não pequeno, porque é suposto um avô transmitir crenças e histórias

com final feliz a uma netinha imanentemente amada que virá em breve ao mundo para me salvar

da dor e dos amargores do ceticismo.

Este é, por conseguinte, o último Natal em que não creio (ou não creio nele em sintonia com muitas

outras pessoas). No ano que vem, sim, conto estar de regresso e reconvertido ao presépio, à consoada

e à obra de caridade dos presentes (mesmo sem subsídio de Natal, graças ao Sr. Gaspar – não o

rei Mago, mas aquele lambido das Finanças). Dito o que, venho pedir licença de passagem para o meu

último soneto de ateu – à conta das tais alfarrobas, de Deus e de todos os papas e doutores da Igreja.

Prometo desde já ter mais juízo e ser decente para o ano que vem – não vá pensar-se que serei

um avô degenerado ou que a minha futura netinha não foi suficientemente desejada também pela

fé da família!

João de Melo, in Jornal de Letras, edição online de 21 de dezembro de 2015 (consultado em janeiro de 2016).

Nota: João de Melo escreveu a pedido do JL esta história sobre o Natal.

1 MUPI, marca registada francesa, de Mobilier Urbain Pour l’Information – painel urbano para informações ou publicidade

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

27


3.2 FICHAS GLOBAIS

1. Pelo conteúdo do segundo período do texto, percebe-se que João de Melo

(A) descrê da publicidade.

(B) acredita no pai Natal.

(C) ironiza com todo o tipo de crentes.

(D) critica o acordo ortográfico.

2. O recurso às aspas no primeiro parágrafo justifica-se pelo facto de

(A) citar o título do anúncio visionado.

(B) reproduzir as palavras do pai Natal.

(C) se tratar de um título de um texto.

(D) ser uma citação de uma obra do autor.

3. Com a afirmação “Tudo em nós sobe da infância para a idade, numa ascensão do sonho para

o desencanto da verdade e da vida.” (ll. 14-15), o autor pretende dizer que

(A) só os adultos podem continuar a sonhar.

(B) o desencanto e o sonho são características dos adultos.

(C) a idade ensina-nos a ter consciência da realidade.

(D) ao passarmos para a idade adulta, o sonho torna-se uma constante da vida.

4. O elemento sublinhado em “eu lhe tivesse dedicado um breve conto autobiográfico” (l. 19)

refere-se

(A) ao pai Natal.

(B) à prenda de Natal.

(C) ao sapato na chaminé.

(D) ao Menino Jesus.

5. Na frase “Deixei de crer, cortei relações com ele.” (l. 18) o constituinte sublinhado desempenha

a função sintática de

(A) complemento oblíquo.

(B) modificador restritivo do nome.

(C) complemento do adjetivo.

(D) complemento do nome.

6. A oração “que enformem em si o universo do mundo familiar.” (l. 26) é subordinada

(A) substantiva completiva.

(B) adverbial causal.

(C) adverbial consecutiva.

(D) adjetiva relativa restritiva.

7. A afirmação “No ano que vem, sim, conto estar de regresso e reconvertido ao presépio,

à consoada e à obra de caridade dos presentes” (ll. 31-32) encerra uma

(A) ironia.

(B) enumeração.

(C) comparação.

(D) hipérbole.

8. Divida e classifique as orações presentes no enunciado “Não sei quem a disse, mas nunca

mais esqueci uma frase justa e lapidar, que vai bem com esta moral de dezembro e com o meu

espírito natalício” (ll. 10-11).

9. Identifique o referente do pronome pessoal “a” utilizado na frase anterior.

10. Indique a função sintática dos constituintes sublinhados em “aquela frase acerca de Deus e

do papa não me assenta bem nem com inteira justeza literária” (ll. 23-24).

EDITÁVEL

28 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.2 FICHAS GLOBAIS

02.

FICHA GLOBAL

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Leia o texto e responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

5

10

15

20

25

30

35

Crianças, Livros e Leitura

Para a nossa conversa de hoje decidi trazer como tema os livros e a leitura, sobretudo no que

respeita aos mais novos e ao tempo fora da escola.

Muitos estudos e a experiência mostram que os hábitos de leitura são pouco consistentes entre

as crianças, adolescentes e jovens como, sem surpresa, também o são entre a população em geral.

Por outro lado, também sabemos que a existência de hábitos de leitura e o contacto regular com

livros no ambiente familiar são contributos muito importantes para a construção de percursos escolares

e educativos bem-sucedidos.

Sabemos ainda o quanto é positivo que os pais ou outros “mais crescidos” se envolvam com

as crianças, mesmo em idade de jardim de infância, em práticas de leitura e de atividades com os

livros para, por exemplo, contar histórias a partir das imagens. Lembro-me de ouvir o Mestre João

dos Santos afirmar que as crianças aprendem a ler desde que abrem os olhos.

É verdade que os estilos de vida atuais ou a quantidade de tempo que muitas crianças passam

nas instituições educativas podem minimizar a disponibilidade familiar para este tipo de atividades

depois de dias muito compridos e cansativos para todos.

Também sei que os livros e materiais desta natureza têm uma concorrência fortíssima com outro

tipo de materiais, jogos ou consolas por exemplo, e que nem sempre é fácil levar as crianças a

outras opções, designadamente aos livros.

Apesar de tudo isto, também sabemos todos que é possível fazer diferente, mesmo que pouco

diferente e com mudanças lentas.

Estamos no tempo do Natal, no tempo da família, no tempo dos presentes embora eu sempre

diga que mais do que os presentes importam os futuros que preparamos para os miúdos.

Neste entendimento poderíamos experimentar oferecer livros e tempo para com eles brincar.

Os livros e materiais desta natureza quando usados em comum têm ainda uma mais-valia: alimentam

a relação entre adultos e crianças, um bem de primeira necessidade, como sabem.

A história que se conta a partir das imagens a crianças que ainda não sabem ler ou a leitura

partilhada são patamares motivadores e contributivos para a leitura autónoma, competente, que se

torna uma ferramenta imprescindível para o acesso ao saber, a todos os saberes.

É claro que à escola compete um trabalho de ensino da leitura e também de construção de

hábitos de leitura. Este trabalho imprescindível e continuado, que nem sempre decorre da forma

mais adequada por razões que um dia aqui abordaremos, pode minimizar efeitos da menor atenção

familiar a estes aspetos. No entanto, não é suficiente para dispensar o que nos contextos familiares

pode ser feito a propósito da leitura e da importância dos livros.

Por todas estas razões e de uma forma intencionalmente muito simples, seria desejável que nos

convencêssemos todos, professores, pais e outros intervenientes na vida de crianças e jovens, que

só se aprende a ler, lendo, só se aprende a escrever, escrevendo, só se aprende a andar, andando, só

se aprende a falar, falando, a decidir, decidindo, etc., etc.

José Morgado, in Visão, edição online de 29 de dezembro de 2015 (consultado em janeiro de 2016).

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

29


3.2 FICHAS GLOBAIS

1. Os dois primeiros parágrafos dão conta da falta de hábitos de leitura por parte

(A) dos mais novos.

(B) das crianças.

(C) dos adolescentes.

(D) da população em geral.

2. A existência de hábitos de leitura e o contacto com livros

(A) inviabilizam percursos escolares e educativos bem-sucedidos.

(B) potenciam relações familiares mais fortes e mais animadas.

(C) contribuem para percursos escolares e educativos bem-sucedidos.

(D) fazem com que jovens e adultos encarem, mais tarde, os livros com desprezo.

3. As atividades relacionadas com a leitura são afetadas negativamente

(A) pela existência de outros materiais mais apelativos.

(B) pelos estilos de vida atuais e pela falta de tempo.

(C) pelas instituições educativas que não as potenciam.

(D) pelas horas de trabalho exigidas aos adultos.

4. O terceiro parágrafo do texto é constituído por

(A) quatro orações: uma subordinante, duas coordenadas e uma subordinada adverbial.

(B) duas orações: uma subordinante e outra subordinada adjetiva relativa restritiva.

(C) três orações: uma subordinante e duas coordenadas copulativas.

(D) duas orações: uma subordinante e outra subordinada substantiva completiva.

5. Os constituintes sublinhados em “a existência de hábitos de leitura e o contacto regular com

livros no ambiente familiar são contributos muito importantes” (ll. 5-6) têm a função sintática de

(A) sujeito e complemento direto.

(B) modificador do nome restritivo e complemento direto.

(C) sujeito e predicativo do sujeito.

(D) sujeito e complemento oblíquo.

6. A afirmação “Estamos no tempo do Natal, no tempo da família, no tempo dos presentes” (l. 20)

ilustra uma

(A) personificação.

(B) enumeração.

(C) hipérbole.

(D) comparação.

7. O segmento “para o acesso ao saber, a todos os saberes” (l.27) corresponde ao

(A) complemento do adjetivo.

(B) complemento do nome.

(C) modificador do nome apositivo.

(D) modificador do nome restritivo.

8. Identifique no primeiro parágrafo um deítico temporal, explicitando o seu referente.

9. Identifique os processos fonológicos presentes na sequência VERITATE- > verdade.

10. Crie um campo lexical de quatro palavras, considerando o vocábulo “leitura”.

EDITÁVEL

30 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.2 FICHAS GLOBAIS

03.

FICHA GLOBAL

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Leia o texto e responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção

correta.

5

10

15

20

25

Até agora não houve resposta

Há, em Itália, uma instituição fascinante. Na fronteira entre a Toscana e a Úmbria, o povoado de

Pieve Santo Stefano tornou-se a “Cidade do Diário”, porque passou a hospedar, desde os anos 1980,

o arquivo diarístico italiano, uma instituição pública que recolhe escritos de pessoas comuns. Os

documentos são, na sua maioria, correspondência privada, diários que não passaram do caderno

onde foram redigidos, relatos de família ou memórias autobiográficas, e todo um mundo textual

que vai dos livros de receitas aos apontamentos de viagem, dos conta correntes de mercearia a escritos

anónimos de natureza política ou mística, conservados muitos deles em suportes precários

e insólitos. […] Os que constroem o acervo daquele arquivo não foram protagonistas do seu tempo,

não chegaram a ser escutados ou conhecidos senão pelos seus, e ninguém identificou neles nada

de extraordinário. Mas, exatamente por isso, a sua existência reflete sob várias formas (e de forma

ardente, creio) a vida de todos. […] Ora, foi desta instituição que me recordei ao aceder agora ao

volume de relatos de vida dos sem-abrigo que pernoitam na Associação de Albergues Noturnos de

Lisboa. O livro chama-se Pomar, foi em boa hora editado por aquela associação, e deve o trabalho

de antologiador a Rodrigo Barros, que recolheu, com cuidados de antropólogo, o testemunho de

quatro dezenas de informantes, o suficiente para traçar um retrato desarmante do Portugal contemporâneo.

[…] Os protagonistas destas histórias são sobreviventes. Mas são-no todos os dias,

numa infelicidade e num (anti) heroísmo que ignoramos. Das seis da tarde às oito da manhã do

dia seguinte são recebidos no albergue e depois têm a rua. As histórias que contam mostram um

seu retrato. E dão-se a ver: vulneráveis, deslocados, retraídos quando falam da família ou do que

sentem, mas também surpreendentemente expansivos e articulados, autoirónicos, violentados,

desempregados de longo prazo à cata de pequenos expedientes que lhes garantam, uns trocos ou

sem coragem sequer para isso, criativos, suaves, lacónicos, regionais e viajados, com visível prazer

em detalhar as aventuras que viveram ou observando um voto de silêncio como se tivessem a boca

costurada, paranoicos, indefesos, soterrados de solidão, parados e ainda à espera. Ainda à procura?

Um dos textos mais espantosos é de um sem-abrigo que cria uma ficção: “Nasci no planeta XKL

23 Omnipotentis. Sou um chimita. Foi por acidente que a minha nave veio parar aqui à terra. Foi

depois de passarmos por Andrómeda que os problemas começaram… Lá em cima parece tão bonita

a Terra. Cá em baixo é uma confusão. Não me adapto. Construí um emissor para enviar mensagens

de socorro a XKL Omnipotentis. Até agora não houve resposta”.

José Tolentino Mendonça, in A Revista – Expresso, edição 2240, 2 de outubro de 2015, p. 88.

1. A “ Cidade do Diário” é um povoado célebre

(A) por albergar importantes documentos escritos italianos provenientes de eras remotas.

(B) por recolher escritos italianos de inegável valor, embora oriundos de pessoas comuns.

(C) devido à preservação de documentos diversos, escritos por pessoas comuns e que apresentam

apenas valor pessoal.

(D) pela preservação de documentos históricos, recolhidos por pessoas comuns.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

31


3.2 FICHAS GLOBAIS

2. A alusão ao espólio de Pieve Santo Stefano justifica-se

(A) por servir de justificação para o desenvolvimento do tema do texto.

(B) porque se estabelece um paralelo entre a importância desta localidade e a Associação de Albergues

Noturnos de Lisboa.

(C) por ter servido de inspiração para o trabalho da Associação de Albergues Noturnos de Lisboa.

(D) uma vez que é constituído por textos escritos por pessoas comuns tal como a antologia de

Rodrigo Barros, intitulada Pomar.

3. Para indicar o conteúdo do acervo da “Cidade do Diário”, o emissor serve-se de

(A) uma sequência enumerativa.

(B) uma metáfora.

(C) um conjunto de frases exclamativas.

(D) metáforas e comparações.

4. A leitura dos textos da antologia Pomar permite conhecer seres

(A) revoltados com a sociedade que os marginalizou.

(B) ao mesmo tempo vulneráveis e argutos, mas que não perderam ainda a esperança.

(C) que vivem às custas do albergue e não apresentam vontade de mudar de vida.

(D) lunáticos que desconhecem a realidade social do país em que vivem.

5. A utilização dos parênteses em “(e de forma ardente, creio)” (ll. 10-11) justifica-se por se tratar

(A) de uma explicação.

(B) de um comentário irónico à ideia anteriormente expressa.

(C) da clarificação da ideia expressa anteriormente.

(D) de um juízo de valor sobre a ideia anteriormente expressa.

6. O conector “Ora” (l. 11), no contexto em que surge, introduz no discurso

(A) uma ideia de tempo.

(B) um tópico que se opõe ao anterior.

(C) uma progressão, com uma nova ideia que tem como base a anterior.

(D) uma progressão, com uma ideia de alternativa.

7. O conector “como” (l. 23), no contexto em que surge tem um valor

(A) comparativo.

(B) causal.

(C) consecutivo.

(D) aditivo.

8. Indique a função sintática do elemento sublinhado em “Os protagonistas destas histórias são

sobreviventes” (l. 16).

9. Classifique a oração “que contam” (l. 18).

10. Indique a subclasse a que pertence o verbo nascer, no contexto em que surge (l. 25).

EDITÁVEL

32 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.2 FICHAS GLOBAIS

04.

FICHA GLOBAL

Nome: ______________________________________________________ N. O : _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

Leia o texto e responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

5

10

15

20

25

30

Trajeto literário

Tendo nascido em 25 de novembro de 1845, na Póvoa do Varzim, Eça de Queirós morreu em 16

de agosto de 1900, em Paris. Os seus primeiros escritos são os de um jovem que, em meados dos

anos 1860, enuncia um discurso temática e estilisticamente inusitado; são esses textos, publicados

na Gazeta de Portugal (1866-67) e postumamente reunidos nas Prosas bárbaras (1903), que refletem

a imagem de um Eça romântico, com tonalidades satânicas e panteístas.

O trajeto literário queirosiano, depois da Gazeta de Portugal e de uma breve experiência como

jornalista (no Distrito de Évora), passa pela atividade do Cenáculo, que levou à criação do poeta

imaginário C. Fradique Mendes, com Batalha Reis e Antero. Antes das Conferências do Casino, Eça

colabora com Ramalho Ortigão n’O mistério da estrada de Sintra, obra em que se cruzam o enigmático

de extração romântica, o satanismo decadentista, o entramado do relato policial e a análise de

costumes. A dimensão de crítica social e de intervenção cívica emerge em Eça sobretudo quando

das Conferências do Casino (1871) e da publicação d’As Farpas (1871-1872), estas de parceria com

Ramalho; desenrola-se, assim, uma atividade orientada para a reforma de costumes, a exemplo

do que fizera o Flaubert de Madame Bovary e sob a influência de Proudhon e de Taine. A aventura

d’As Farpas materializa-se num conjunto de folhetos, de publicação periódica, onde Eça e Ramalho

fazem o processo crítico da sociedade portuguesa.

É no estrangeiro, como cônsul em Newcastle e em Bristol, que Eça escreve O primo Basílio (1878)

e O crime do padre Amaro (3. a versão: 1880). E é também porque, com exceção de algumas estadias,

se encontra ausente de Portugal, que Eça se vai convencendo das dificuldades de uma escrita que

exigia observação atenta da realidade.

[…] Enquanto cultor do romance, Eça de Queirós constitui, na literatura portuguesa, um caso

absolutamente invulgar de agilidade técnica e de capacidade de ajustamento da linguagem da narrativa

a temas e a motivos que dela careciam.

Eça não se limitou ao culto do romance; no contexto da sua produção, o conto ocupa um lugar

também significativo, não raro em conjugação temática com os romances publicados. Para além

disso, Eça cultivou ainda a crónica; desde o Distrito de Évora, pode dizer-se que jamais o escritor

abandonou um género que requeria uma contínua atenção ao real, nele se exercitando também

a atitude do romancista interessado no contemporâneo. Publicações como a Gazeta de Notícias, A

Atualidade, a Revista moderna e naturalmente a Revista de Portugal foram órgãos privilegiados por

uma escrita cronística que propiciou aos leitores portugueses e brasileiros um contacto estreito

com a vida cultural, política e social da Europa.

https://queirosiana.wordpress.com/trajeto-literario/ (consultado em janeiro de 2016).

1. Os primeiros trabalhos literários de Eça de Queirós

(A) refletem um escritor de índole satânica.

(B) deixam antever um escritor diferente tanto no estilo como nas temáticas abordadas.

(C) foram publicados em 1903.

(D) foram escritos enquanto exerceu a sua atividade no jornal Distrito de Évora.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

33


3.2 FICHAS GLOBAIS

2. A participação do escritor nas Conferências do Casino

(A) originou um conjunto de escritos de natureza policial.

(B) fez nascer a vontade de Eça de participar na vida política portuguesa.

(C) conduziu o autor a uma escrita reflexiva orientada para a crítica de costumes.

(D) determinou uma tendência literária oposta aos princípios veiculados pelos pensadores Proudhon

e Taine.

3. Através da sua obra dispersa por diversos órgãos de imprensa, Eça

(A) deu a conhecer aos portugueses aspetos importantes da vida cultural do país.

(B) divulgou, junto de portugueses e de brasileiros, aspetos importantes da vida literária de Newcastle

e de Bristol.

(C) refletiu abundantemente sobre a vida política de Portugal e da Europa.

(D) permitiu a portugueses e a brasileiros um melhor conhecimento da Europa a nível social, político

e cultural.

4. No contexto em que surge, o verbo refletir (l. 4) classifica-se como

(A) intransitivo.

(B) transitivo direto.

(C) copulativo.

(D) transitivo predicativo.

5. O vocábulo “emerge” (l. 11), no contexto em que surge, pode ser substituído por

(A) some-se.

(B) anula-se.

(C) sobrevém.

(D) cessa.

6. O conector “Para além disso” (ll. 25-26) introduz no discurso

(A) uma síntese das ideias expressas anteriormente.

(B) um novo tópico.

(C) um exemplo que confirma a ideia anteriormente expressa.

(D) um segmento que contraria a ideia anteriormente expressa.

7. No segmento “que jamais o escritor abandonou um género que requeria uma contínua atenção

ao real” (ll. 26-27) verificam-se, respetivamente, uma oração

(A) subordinada adverbial consecutiva e uma oração subordinada adjetiva restritiva.

(B) subordinada adverbial consecutiva e uma oração subordinada adjetiva explicativa.

(C) subordinada substantiva completiva e uma oração subordinada adjetiva explicativa.

(D) subordinada substantiva completiva e uma oração subordinada adjetiva restritiva.

8. Classifique a oração “que levou à criação do poeta imaginário C. Fradique Mendes” (ll. 7-8).

9. Classifique a palavra que introduz a oração “que dela careciam” (l. 23).

10. Transcreva o referente do pronome relativo “que” (l. 30).

EDITÁVEL

34 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.3 FICHAS — FORMAÇÃO ASA

01. CÉLIA

PORTO

SINTAXE E COESÃO

FONSECA · MARIA ALICE MACHADO · MARIA JOSÉ VARANDA · OLGA COELHO

Colégio D. Dinis Escola ES/3 Maia Escola ES/3 Maia Escola ES/3 Maia

Leia atentamente o texto.

5

10

15

20

25

30

Um viajante solitário

Caminho sozinho. Quase sempre. É mais bonito, e toda esta caminhada extenuante se justifica

precisamente pela beleza grandiosa e irrepetível desta autoestrada dos primórdios do planeta. Muitas

das rochas visíveis na falésia têm 2000 milhões de anos. O desfiladeiro é bastante mais recente,

qualquer coisa como 50 milhões foi o tempo que o rio precisou para escavar este lenho de cerca de

600 metros de profundidade. Durante os primeiros dois dias, a margem direita é demasiado vertical

para permitir o passo humano e mantenho-me no lado esquerdo do rio.

Enormes calhaus atravancam o caminho, que é por sua vez de areia fina e mole. Ou me encontro

a trepar uma falésia, ou a saltar uma vara, ou a contornar um rochedo, ou a afundar-me na areia. A

marcha é lenta e inglória, mas a paisagem tudo justifica. No primeiro dia percorro sete quilómetros,

no segundo dia, oito. Uma média de um quilómetro por hora. Estou estupefacto e preocupado: com

esta média, quantas semanas serão necessárias para perfazer os 90 quilómetros?

A partir do terceiro dia, as margens alargam-se, o passo agiganta-se. Mas em cada nova curva

do desfiladeiro sou obrigado a atravessar o rio para a margem interior da curva. Sigo a lógica da

erosão: a corrente ataca com mais força o lado de fora, escavando o terreno até ficar apenas a falésia

a pique sobre a superfície da água. No quarto dia, atravesso o rio seis vezes, no quinto dia, oito. No

total dos dias, terei que saltar de margem em margem vinte e duas vezes. Cada travessia implica

um processo lento de tirar a roupa e amarrá-la no topo da mochila, depois colocar a mochila acima

dos ombros e então avançar tateando com um cajado pelo caudal imperscrutável e lamacento;

na margem oposta, o processo oposto de desamarrar a roupa, vestir-me, e secar bem os pés para

não criar bolhas. Perdi completamente de vista o grupo com quem devia caminhar. Prossigo nesta

solidão maravilhada sem qualquer inquietude pelo ambiente inóspito e adverso, movo-me com

precisão instintiva, avanço ligeiro. Como um qualquer nómada paleolítico que tenha vivido aqui.

De vez em quando, encontro outros caminhantes, mas os ritmos das pernas são diferentes, e a

companhia dura pouco. Duas vezes por dia passa um pequeno Cessna lá no alto, transportando

uma meia dúzia de turistas de luxo que talvez me vejam caminhar aqui em baixo. Cada qual tem a

sua perspetiva, porque eu não troco a minha pela deles.

As noites são o melhor destes dias de pasmo e esgotamento. Quando a luz começa a diminuir,

procuro uma praia solitária e seca para passar a noite. Janto frugalmente fruta seca, sopas instantâneas,

arroz pré-cozido, biscoitos, chá. Durmo sem tenda, ao relento, improvisando um abrigo para

a humidade da madrugada. E, antes de adormecer, contemplo durante horas o céu do Sul, devoro

com sofreguidão as estrelas do deserto da Namíbia, as mais límpidas estrelas do mundo. Como se

tivesse medo de as esquecer, um dia, mais tarde, em outros planisférios da vida, em outras andanças

do olhar.

Gonçalo Cadilhe, África acima, Alfragide, Oficina do Livro, 8. a ed, 2007, pp. 43-45.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

35


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

1. Considere as seguintes frases.

(A) “Caminho sozinho.” (l. 1)

(B) “as margens alargam-se”. (l. 12)

(C) “Duas vezes por dia passa um pequeno Cessna lá no alto”. (l. 24)

(D) “que talvez me vejam caminhar aqui em baixo.” (l. 25)

1.1 Identifique as afirmações verdadeiras e falsas.

a. Em (A), o sujeito é indeterminado.

b. De entre as frases elencadas, apenas uma apresenta um sujeito sob a forma de pronome.

c. As frases (B) e (D) apresentam um sujeito composto.

2. Faça corresponder os constituintes presentes (coluna A) à respetiva função sintática (coluna B).

Coluna A

Coluna B

[A] “desta autoestrada” (l. 2)

[B] “para permitir o passo humano” (l. 6)

[C] “lenta e inglória” (l. 9)

[D] “estupefacto e preocupado” (l. 10)

[E] “do desfiladeiro” (l. 13)

[F]“acima dos ombros” (ll. 17-18)

[G] “aqui” (l. 22)

[1] Complemento oblíquo

[2] Predicativo do sujeito

[3] Complemento do nome

[4] Complemento do adjetivo

[5] Modificador do nome restritivo

3. Complete os espaços com a informação requerida. Considere os exemplos apresentados.

Exemplos textuais

“que é por sua vez de areia fina e mole” (l. 7)

Processos /

mecanismos de coesão

Gramatical –

referencial (anáfora)

Justificação

Retoma do referente

“(o) caminho”

“Ou me encontro a trepar” (ll. 7-8) a. b.

“ No primeiro dia percorro sete quilómetros,

no segundo dia” (ll. 9-10)

Lexical - repetição c.

“amarrá-la no topo” (l. 17) d. e.

“ depois colocar a mochila acima dos ombros

e então avançar tateando” (ll. 17-18)

“ Cada travessia implica um processo lento

de tirar a roupa e amarrá-la […] desamarrar

a roupa, vestir-me” (ll. 16-19)

“ Quando a luz começa a diminuir, procuro uma

praia solitária e seca” (ll. 27-28)

Gramatical – Temporal f.

g. h.

i. j.

“Como se tivesse medo de as esquecer” (ll. 31-32) k. l.

EDITÁVEL

36 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

02. ANABELA

COIMBRA

COERÊNCIA E COESÃO + Comemoração do “Dia dos Namorados”

ALEIXO LOURO · EUGÉNIA PARDAL · MARGARIDA ALMEIDA · GORETI MORGADO

AE Ansião EB/S Q. ta das Flores AE Ansião AE Coimbra Centro

Um texto é um conjunto ordenado de enunciados, devidamente

articulados de acordo com critérios de coesão e de coerência

textuais que garantem a progressão harmoniosa do sentido.

Leia os textos A e B, adaptados da fonte indicada no final do

texto B.

5

10

15

Texto A

Depois de bordado o lenço ia ter às mãos do “namorado”

ou “conversado” e era em conformidade com a atitude deste

de usar publicamente ou não, que se decidia o início duma ligação amorosa.

É provável que a origem dos “lenços dos namorados” ou “lenços de pedidos” esteja nos lenços senhoris

dos sécs. XVII-XVIII, adaptados depois pelas mulheres do povo, dando-lhe consequentemente

um aspeto característico.

Mas não é enquanto parte integrante do traje feminino que nos interessa o seu estudo, mas a sua

outra função, não menos importante, e da qual vem o nome: a conquista do namorado.

Antes de tudo, eles faziam parte integrante do traje feminino e tinham uma função fundamentalmente

decorativa. Eram lenços geralmente quadrados, de linho ou algodão, bordados segundo o

gosto da bordadeira.

Para realizar esta obra, a rapariga utilizava os conhecimentos que possuía sobre o ponto de cruz,

adquiridos na infância, aquando da confeção do seu marcador ou mapa.

A moça quando estava próxima da idade de casar confecionava o seu lenço bordado a partir de

um pano de linho fino que porventura possuía ou de um lenço de algodão que adquiria na feira, dos

chamados lenços da tropa.

Os lenços carregam consigo, por isso, os sentimentos amorosos de uma rapariga em idade de casar,

revelados através de variados símbolos amorosos como a fidelidade, a dedicação, a amizade, etc.

5

10

Texto B

É provável que a origem dos “lenços dos namorados” ou “lenços de pedidos” esteja nos lenços

senhoris dos sécs. XVII - XVIII, adaptados depois pelas mulheres do povo, dando-lhe consequentemente

um aspeto característico.

Antes de tudo, eles faziam parte integrante do traje feminino e tinham uma função fundamentalmente

decorativa. Eram lenços geralmente quadrados, de linho ou algodão, bordados segundo o

gosto da bordadeira.

Mas não é enquanto parte integrante do traje feminino que nos interessa o seu estudo, mas a

sua outra função, não menos importante, e da qual vem o nome: a conquista do namorado.

A moça quando estava próxima da idade de casar confecionava o seu lenço bordado a partir de

um pano de linho fino que porventura possuía ou de um lenço de algodão que adquiria na feira,

dos chamados lenços da tropa.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

37


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

15

Para realizar esta obra, a rapariga utilizava os conhecimentos que possuía sobre o ponto de cruz,

adquiridos na infância, aquando da confeção do seu marcador ou mapa.

Depois de bordado, o lenço ia ter às mãos do “namorado” ou “conversado” e era em conformidade

com a atitude deste de usar publicamente ou não, que se decidia o início de uma ligação amorosa.

Os lenços carregam consigo, por isso, os sentimentos amorosos de uma rapariga em idade de casar,

revelados através de variados símbolos amorosos como a fidelidade, a dedicação, a amizade, etc.

http://www.aliancartesanal.pt/site/home.asp?pagina=h (texto adaptado)

1. Identifique, de entre os textos apresentados, aquele que não se evidencia coerente.

1.1. Indique as causas da incoerência.

2. Foque a sua atenção nos mecanismos de coesão gramatical.

2.1. Estabeleça, com base nos textos, a relação entre o conector e o respetivo valor semântico.

A - Conectores

[A] Antes de tudo (l. 9/l. 4)

[B] Mas (l. 7/l. 7)

[C] Para (l. 12/l. 12)

[D] Depois (l. 1/l. 14)

[E] por isso (l. 17/l. 16)

B - Valor semântico dos conectores

[1] Oposição

[2] Tempo

[3] Explicação

[4] Finalidade

[5] Tempo

2.2. Transcreva do primeiro período do segundo parágrafo, do texto B, os elementos que garantem

a coesão temporal.

2.3. Indique o referente do elemento sublinhado na linha 4 (texto B).

2.3.1. Explicite o processo de coesão utilizado.

2.4. Identifique três conectores com diferentes valores, considerando o quarto parágrafo do

texto B (ll. 4-6).

3. Considere os mecanismos de coesão lexical.

3.1. Identifique o processo de coesão utilizado, considerando os elementos destacados nos últimos

parágrafos de ambos os textos.

4. Crie três frases que possam constar de um lenço alusivo ao Dia dos namorados, utilizando

mecanismos de coerência e coesão.

EDITÁVEL

38 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

03. MARIA

FARO

AS MIL E UMA FACES DAS ORAÇÕES NA PROVA FINAL DE 9. O ANO

DA GRAÇA VERÍSSIMO E NATÁLIA NEVES MACHADO CABOZ · MARIA ELISETE GONÇALVES · MARIA TERESA R. PACHECO

Escola EB 2/3 Prof. Paula Nogueira Escola ES Pinheiro e Rosa Escola Sec. João de Deus

1. Atente na frase seguinte.

Caso queiras saber mais de Português, recomendo-te esta gramática.

1.1 Classifique a oração sublinhada.

O que deve fazer?

1. o Assinale a conjunção que introduz a oração subordinada (oração sublinhada).

2. o Classifique-a, substituindo-a por outra de igual valor, caso seja necessário.

3. o Classifique a oração sublinhada.

2. Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.

A frase complexa que contém uma oração subordinada adverbial causal é

(A) Comprei um iogurte diferente para comer ao lanche.

(B) Sempre que tenho oportunidade, vou à praia.

(C) Como li todos os seus livros, conheço bem este autor.

(D) O meu pai garantiu que valia a pena ler esse livro.

O que deve fazer?

1. o Assinale todas as conjunções e/ou locuções das frases apresentadas.

2. o Identifique a oração subordinada causal.

3. o Confirme a sua resposta, substituindo as conjunções/ou locuções de cada alínea por outra de

valor idêntico para verificar qual delas é gramaticalmente correta.

3. Separe as duas orações que constituem a frase complexa que se segue, apresentando cada

uma delas sob a forma de frase simples.

Os alunos que leram Os Lusíadas obtiveram melhores resultados.

O que deve fazer?

1. o Sublinhe as formas verbais.

2. o Circunde o pronome relativo.

3. o Transcreva a oração subordinante e a subordinada, em linhas separadas.

4. o Reconstrua ambas as orações sob a forma de duas frases simples.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

39


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

4. Transforme em frases complexas os pares de frases simples a seguir apresentados, utilizando

conjunções ou locuções conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses.

Faça as alterações necessárias à correção das frases.

a. Não vou convosco ao cinema.

Eu tenho de estudar.

(conjunção ou locução conjuncional subordinativa causal)

b. Estudamos de manhã.

Podemos ainda dar uma volta de bicicleta à tarde.

(conjunção ou locução conjuncional subordinativa condicional)

O que deve fazer?

1. o Selecione a conjunção/locução que vais usar.

2. o Ligue as duas frases através da conjunção/locução, fazendo as alterações necessárias

(evita repetições e adequa os tempos e modos verbais).

5. Considere a frase “Os alunos disseram que a obra era interessante.”

5.1 Classifique a oração sublinhada.

O que deve fazer?

1. o Sublinhe as formas verbais.

2. o Circunde a conjunção subordinativa.

3. o Classifique a oração.

EDITÁVEL

40 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

04. AIDA

LISBOA

EVOLUÇÃO DA LÍNGUA

MALHEIRO · MARIA DO ROSÁRIO LUÍS · PEDRO RODRIGUES

Escola ES/3 Pedro Alexandrino

Leia o texto de Hélia Correia que constitui uma metáfora da evolução da língua portuguesa ao longo do

tempo.

5

10

15

20

25

30

35

Menina e Moça

Ela não esqueceu nunca o tempo em que era uma camponesinha descarada que dançava debaixo

de aveleiras em flor. Ri facilmente e, ao menor pretexto, tira os sapatos, prende as saias com

a mão, parte outra vez ao encontro da sua natureza que aceita mal a convenção e os arrebiques.

Tem o latim por pai, é certo, mas um pai com barba vagabunda, alheio à higiene e às declinações.

Herdou das mouras uma certa languidez, essa demora no olhar que indica a predisposição para o

descuido nos pormenores mais práticos da vida. Atravessou-a o espírito dos Celtas. Está visto que

haveria de nascer versejante e com algum defeito de maneiras. Creio eu que, como em todas as

moçoilas, lhe resulta o desleixo em sedução.

Não se ajeita a discursos, a não ser que pisque o olho e sopre malandrice, sermoneando ao

peixe em vez de ao homem, para que o homem se sinta mas não possa acusar o envio da censura.

Mesmo no grande épico lusíada, vemos Camões a rir daquele marinheiro, Veloso de seu nome, que

desceu em muito menos tempo do que o tinha subido um outeiro que escondia nativos assanhados.

Por efeitos de história e crescimento, civilizou-se um pouco, entrou na corte, fez vénia às muitas

modas chegadas do estrangeiro. Viu-se que sufocava no espartilho e que as anemias literárias,

se vão bem com a frágil compleição das inglesas, só conseguem, à nossa, encardir-lhe as feições.

Grandes amores teve ela com Mestre Gil Vicente e foi esse um enlace sem igual na duração e

na intensidade, e, mais, em nunca um do outro se enjoarem, antes encherem de apalpões e viço

as deprimidas salas palacianas. Mesmo nas ligações com gente lacrimosa, como era o caso de

Camilo Castelo Branco, lhe escapa muita vez o estilo ao romantismo para retornar à mão na anca

e à chacota. Se eu quisesse ser má, avançaria que não é ilusão das sombras este buço que vemos

encimar-lhe o lábio superior. Tem uma exuberância de corpo que não leva ao feminismo porque

não precisa de ver filosofada a sua força. Há nela aquela espécie de ardor matriarcal que fez com

que as melhores das nossas heroínas fossem bastante mais impiedosas do que qualquer guerreiro

experimentado.

Quando sofre, porém, sofre com convicção, seguindo o sofrimento em todos os preceitos, o

do choro, o do grito, o do lamento, tudo para ser ouvido a cinco léguas, suplicando o consolo da

vizinhança. O bem que há neste mal é que ele se exprime e que, para se tornar concreto e transmissível,

toma a forma do canto ou do poema, provando-se útil e de muito agrado. Pouco a interessariam

elegância e frialdade de comportamento, que, não dando nas vistas, para si mesmas

acabam por tornar-se inexistentes. O pranto que ela faz quando a desamam foi, parece, a origem do

próprio rio Mondego. A origem do fado, já se sabe, está seguramente no trajeto que entre o peito e

as lágrimas obriga o desgosto a passar pela garganta, sendo que o repuxão final no xaile nos alerta

para grandes reservas reativas. Conseguiu, como poucos o conseguem, ter harmonicamente em si

feitios contrários, o da braveza e o da melancolia, o da mulher da rua e o da menina que se oculta

por trás da cassa da janela.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

41


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

40

45

Saiu para além do mar com os marinheiros, mas não entendeu nada do Império. O que quis foi

dançar e misturar-se. Enquanto eles degolavam e ofendiam, ela deitou-se na frescura das palhotas

e gerou promissoras combinações da espécie. Enquanto a missa e a lei teimavam no latim, ela, a

menina do descaramento, espalhava as filhas pelo mundo fora, numa alegre e opulenta sementeira.

Abriu os braços a fonemas e a deuses que eram até então estrangeiros e hostis mas nela se

deixaram docemente fundir.

Enquanto a nobreza degenera, por secagem do sangue e doçarias, a nossa mocetona continua

trocando afeto em terras de África e Brasil, tomando e oferecendo, e outro não é o segredo da sua

juventude. Menininha que eu vi nas mãos do Mia Couto, a rir da brincadeira que era uma flor rodando

pelos ares abaixo. Menininha que disse estar bem e estar feliz.

Hélia Correia in https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/outros/antologia/menina-e-moca-/616 (consultado em novembro de 2015).

1. Identifique, a partir de expressões retiradas do texto, os diferentes contributos/fases da evolução

da língua portuguesa.

[A]

[B]

Expressões do Texto

“ era uma camponesinha descarada que dançava debaixo

de aveleiras em flor” (ll. 1-2)

“ Tem o latim por pai, é certo, mas um pai com barba vagabunda,

alheio à higiene e às declinações” (l. 4)

[C] “ Herdou das mouras uma certa languidez” (l. 5)

[D] “Atravessou-a o espírito dos Celtas” (l. 6)

[E]

“ Não se ajeita a discursos, a não ser que pisque o olho e sopre

malandrice, sermoneando ao peixe em vez de ao homem”

(ll. 9-10)

“ Mesmo no grande épico lusíada, vemos Camões a rir daquele

marinheiro, Veloso de seu nome” (l. 11)

[F] “ Grandes amores teve ela com Mestre Gil Vicente” (l. 16)

[G]

“Mesmo nas ligações com gente lacrimosa, como era o caso de

Camilo Castelo Branco, lhe escapa muita vez o estilo ao

romantismo” (ll. 18-19)

Contributos/Fases

[1] Português

Contemporâneo

[2] Substrato

[3] Galego-Português

[4] Superstrato

[5] Português Clássico

[6] Transição entre

Português Antigo

e Português Clássico

[7] Latim vulgar

[H]

[I]

“Saiu para além do mar com os marinheiros, mas não entendeu

nada do Império. O que quis foi dançar e misturar-se. Enquanto

eles degolavam e ofendiam, ela deitou-se na frescura

das palhotas e gerou promissoras combinações da espécie”

(ll. 36-38)

“a nossa mocetona continua trocando afeto em terras de África

e Brasil, tomando e oferecendo, e outro não é o segredo da sua

juventude. Menininha que eu vi nas mãos do Mia Couto” (ll. 42-44)

[8] Variedades do

Português não

europeu

[9] Línguas indígenas

africanas, asiáticas

e americanas

EDITÁVEL

42 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


3.3 FICHAS - FORMAÇÃO ASA

2. Indique os processos fonológicos ocorridos nos segmentos sublinhados das seguintes palavras

retiradas do texto:

a. LACRIMA- > “lágrima”

b. FILIA- > “filha”

c. FATU- > “fado”

d. OCULU- > oclu > “olho”

e. MULTU- > “muito”

f. NOSTRA- > “nossa”

g. RIVU- > “rio”

h. SPECIE- > “espécie”

i. LEGE- > lee > “lei”

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

43


4. CENÁRIOS DE RESPOSTA

CENÁRIOS DE RESPOSTA

TESTE DE DIAGNÓSTICO 01 (p. 4)

GRUPO I

1. a. F – (O sujeito de enunciação é o trovador enamorado.);

b. F – (Enquanto nas cantigas de amor, a mulher é um ser

divinizado, quase inatingível, pertencente à aristocracia, a

donzela das cantigas de amigo é um ser terrestre, de cariz

essencialmente popular.); c. F – (Essa é uma das temáticas

mais frequentes das cantigas de amor.); d. V.

2.1. (A); 2.2. (C).

3. a. moças ; b. alcoviteiras; c. escudeiros; d. judeus; e. clero.

4. a. Petrarca; b. divino; c. Natureza; d. amor; e. encantamento;

f. locus amoenus; g. testemunha; h. desconcerto;

i. mudança; j. pessoal; k. temáticas.

5.1. (C). 5.2. (A).

6. a. V; b. V; c. F – (Situa-se na segunda metade do século

XVI, aquando da colonização do Brasil e da implementação

da Rota das Especiarias.)

GRUPO II

1. (D); 2. (A); 3. (B); 4. (B); 5. (A); 6. (A); 7. (D).

8. Derivação por sufixação.

9. Oração subordinada adverbial final e oração subordinada

adjetiva relativa explicativa.

10. Complemento indireto.

GRUPO III

Resposta de caráter pessoal. Sugere-se, contudo, a seguinte

planificação:

Introdução – alusão sumária a aspetos que indiciem a

importância de viajar. Desenvolvimento – descrição das

marcas identitárias de diferentes regiões/países a nível

da cultura, da música, da arquitetura, da gastronomia, de

hábitos da população, … Conclusão – referência a aspetos

que são diferentes dos nossos e que só podem ser conhecidos

se viajarmos, se contatarmos com outras culturas/

povos.

TESTE DE DIAGNÓSTICO 02 (p. 9)

GRUPO I

1. a. F – (Apesar de esta ser uma das diferenças, não é a

única. Em termos temáticos, estes dois tipos de cantigas

diferem também, incidindo as de amor, sobretudo, na coita

amorosa ou no elogio da mulher amada, enquanto as de

amigo, maioritariamente, refletem os sentimentos despertados

pela vivência amorosa – a procura de namorado, a

ausência do amigo ou do reencontro.); b. V; c. F – (A dimensão

satírica está presente, sobretudo, nas cantigas de

escárnio e maldizer.); d. V.

2.1. (D); 2.2. (B).

3. a. Escudeiro; b. Pero Marques; c. preguiçosa; d. mãe;

e. oprimida; f. Lianor Vaz; g. desejos/caprichos; h. ermitão.

4. a. nova; b. clássica; c. soneto; d. velha; e. 5 ou 7 sílabas.

5.1. (B); 5.2. (D).

6. a. F — (Foi cumprido); b. V; c. V.

GRUPO II

1. (D); 2. (C); 3. (D); 4. (B); 5. (A); 6. (C); 7. (A).

8. Sigla.

9. Cabeça no ar; cabeça na lua; cabeça de alho chocho.

10. Gastronomia, gastroenterite, gástrico, …

GRUPO III

Proposta de síntese.

Uma análise ao conteúdo gástrico da múmia Ötzi, descoberta

em 1991 e que se julga ter cerca de 5300 anos,

permitiu descobrir que, na altura do seu assassinato, nos

Alpes italianos, Ötzi estaria contaminado por uma bactéria

da espécie Helicobacter pylori que, atualmente, é a responsável

por um conjunto muito variado de doenças gástricas.

A descoberta permitiu ainda perceber que, ao contrário

do que se esperava, a estirpe encontrada na múmia não

possuía vestígios da estirpe africana, aquela que mais se

assemelha à dos europeus, mas sim da que atualmente

vigora em regiões do centro e do sul da Ásia. Estes dados

acabam, assim, por contrariar a ideia de que o homem do

Neolítico seria portador de uma mistura entre as estirpes

africanas e asiáticas, o que acarreta também implicações

em termos daquilo que se sabe hoje sobre a evolução da

espécie humana.

(143 palavras)

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL 01 (p. 14)

1.1. (D); 1.2. (B); 1.3. (A); 1.4. (B); 1.5. (C)

2. a. F – (uma obra muito atual); b. V; c. V; d. F (levou 99

anos a pagar); e. F (é Nuno Pardal); f. V; g. F –(em Cabeceiras

de Basto).

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL 02 (p. 15)

1 e 1.1. a. F – (O poema é de Cesário Verde.); b. V; c. V;

d. F – (Cesário é melhor do que Pessoa.); e. V;

f. F. – (No final do século XIX era desconhecido.); g. V;

h. V; i. V; j. F – (… foi perdida devido ao incêndio que ocorreu

na quinta.); k. V; l. F – (O apelo é feito à leitura por puro

prazer.)

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL 03 (p. 16)

1. a. importância do português no mundo; b. Instituto

Camões; c. 17% do PIB; d. 28 mil; e. oito; f. quatro; g. oitocentos;

h. Testamento de D. Afonso II.

2. a. Licenciado em Estudos Portugueses; mestre em Linguística;

leitor do Instituto Camões em Oxford; professor e

diretor executivo do “Ciberdúvidas de Língua Portuguesa”.

b. Qualidade do léxico. c. é comum o uso de abreviaturas

na oralidade, em mensagens, em contextos informais, mas

num registo formal não, porque existe a preocupação de

adequar o discurso a esse contexto, optando-se, nesse

caso, por um registo de língua cuidado. d. … numa mensagem

pode usar-se o “pk”, mas num registo formal, usa-se o

“q”. e. Tal como adequamos a indumentária, também temos

de adequar a língua ao contexto situacional. f. Existem

documentos do século XII com bastantes abreviaturas.

g. Para falar bem importa ler textos com qualidade, porque

a leitura traz-nos léxico. h. Os media não fazem um bom

uso do português e o mesmo acontece com alguns políticos

de renome.

EDITÁVEL

44 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


4. CENÁRIOS DE RESPOSTA

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL 04 (p. 17)

1. a. Catarina Martins. b. Bloco de Esquerda. c. Touradas.

d. Assume-se contra os espetáculos tauromáquicos em

Portugal. e. O sofrimento infligido nos animais é brutal e

bárbaro (a ciência comprova-o). f. É uma exigência da modernidade

e é uma exigência ética. g. A Catalunha, que tem

também muita tradição nas touradas, proibiu-as, depois de

uma petição assinada por 180 mil pessoas.

2. Um discurso político; persuasivo; argumentativa; ética.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL 05 (p. 18)

1. a. Aldeia de Soajo. b. Licenciado em osteopatia; c. Licenciada

em microbiologia. d. Ter água potável vinda de

uma nascente e em abundância. e. Painel solar. f. Uso de

um balde para recolha de resíduos metálicos e plásticos.

g. Tendas da Mongólia, com uma estrutura em madeira e

revestidas em lã feltrada e tela. h. Utilização de fraldas de

pano no bebé, compra de roupas em segunda mão, fabrico,

a partir de óleos essenciais, dos produtos de higiene e reaproveitamento

desses produtos para confeção dos detergentes.

i. Em vez de pensarem onde vão ganhar dinheiro,

pensam em como poupá-lo; produzem o que comem; têm

mais liberdade e são mais saudáveis.

TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – Reportagem (Aula Digital)

1. a. Gonçalo Cadilhe; b. Figueira da Foz; c. Bolívia; d. bolero;

e. pais; f. presente; g. 19 meses; h. prancha de surf; i. ao

mundo; j. o avião; k. duas vezes; l. cargueiros; m. 106 mil

quilómetros; n. 38 países; o. três oceanos; p. oito mares

2. a. F – (Revista do jornal Expresso.); b. V; c. V; d. F –

(Acompanhou esses pescadores.); e. V; f. F (Afastava-o

das aldeias antiocidentais.); g. F (Pretende voltar à Turquia

mas não ao Afeganistão.); h. V; i. V; j. F – (Iniciaria a volta

ao mundo em sentido contrário.)

3. [A] – 5; [B] – 6; [C] – 1; [D] – 2; [E] – 3.

SOLUÇÕES FICHAS DE GRAMÁTICA

FICHA 01 − Processos Fonológicos (p. 20)

1. a. supressão: síncope – apócope; b. supressão + alteração:

aférese – sonorização; c. inserção: epêntese; d. supressão

+ alteração: síncope – sinérese; e. alteração: metátese;

f. inserção: paragoge; g. alteração + supressão: assimilação

− síncope; h. inserção: prótese; i. alteração: palatalização;

j. alteração: vocalização; k. supressão + alteração:

apócope – síncope – crase; l. supressão + alteração: apócope

– síncope – sonorização; m. alteração: redução vocálica;

n. alteração: metátese

2.

B I P A L A T A L I Z A Ç A O A

S I N C O P E M J L E R B S A R

O X Z A R T U Y U Q H X N E S M

N O E T J A K L N O F S A Q G E

O P R V T Y S U J G N M V B E T

R E D U Ç A O E V O C A L I C A

I W A S S I M I L A Ç A O U A T

Z A S D G U N E S E R E N I S E

A X P A R A G O G E O U L J K S

Ç S G U O A Z A L I O I A S A E

A Z I R C O B R U J A R E C O T

O T W F X A C Y E S E T O R P O

N M Q E A R T O J Ç K O P I N M

A F E R E S E W T U I O L V Z A

3. a. Este jovem tem uma grande vitalidade. / Esta carta

de condução já é vitalícia. b. Ontem estavas com um ar

lunático. /Assistimos ao eclipse lunar. c. Comprei outros

óculos. / Ele tem um problema ocular.

FICHA 02 − Complemento Oblíquo (p. 21)

1. a. “da sua escolha” – complemento oblíquo; b. “a campanhas

de solidariedade” − complemento oblíquo; c. “as

dificuldades” − complemento direto; “em oportunidades”

− complemento oblíquo; d. “o projeto Erasmus” — complemento

direto; “para o estrangeiro” − complemento oblíquo;

e. “o dobro do tempo” − complemento oblíquo; f. “mal”−

complemento oblíquo; g. “os livros” − complemento direto;

“nas respetivas prateleiras” − complemento oblíquo.

FICHA 03 − Funções Sintáticas (p. 23)

1. a. Complemento do nome / complemento do adjetivo;

b. Complemento direto / complemento oblíquo; c. Complemento

oblíquo; d. Complemento do nome / complemento

agente da passiva; e. Complemento do nome / predicativo

do sujeito; f. Complemento direto / complemento indireto;

g. Complemento do nome / complemento oblíquo;

h. Complemento direto / modificador (GV); i. Complemento

do nome / complemento indireto / complemento direto;

j. sujeito / complemento oblíquo; k. Complemento do nome

/ predicativo do sujeito; l. Predicativo do complemento direto;

m. Complemento oblíquo; n. Predicativo do sujeito;

o. Modificador do nome restritivo / complemento oblíquo;

p. sujeito / predicativo do complemento direto; q. Modificador

do nome restritivo / complemento direto; r. Complemento

do adjetivo; s. Predicativo do complemento direto /

complemento oblíquo.

2. e 2.1 a. “ainda que criticasse os homens” – oração subordinada

adverbial concessiva – modificador (de frase); b.

“que criticavam as pregações de Vieira” – oração subordinada

adjetiva relativa restritiva – modificador do nome

restritivo; c. “que parassem com a exploração dos índios”

– oração subordinada substantiva completiva – complemento

direto; d. “que os colonos andassem aflitos com

as críticas de Vieira” – oração subordinada substantiva

completiva − sujeito; e. “como correra a sessão no Casino

Lisbonense” – oração subordinada substantiva completiva

– complemento direto; f. “que leram ‘O sentimento dum

ocidental’” – oração subordinada substantiva completiva

– complemento direto; g. “quem escrevera esse poema” –

oração subordinada substantiva relativa – complemento

direto; h. “que os pais lhe tinham dado” – oração subordinada

adjetiva relativa restritiva – modificador do nome

restritivo; i. “para lermos os poemas expressivamente”

– oração subordinada substantiva completiva – complemento

direto.

FICHA 04 − Identificação e Classificação de Orações (p. 24)

1. [A] – [6]; [B] – [3]; [C] – [2]; [D] – [8]; [E] – [7]; [F] – [1];

[G] – [4]; [H] – [5]

2. a. Julgo que Cesário era pouco reconhecido, pois poucos

literatos privavam com ele; b. Alguns escritores contemporâneos

de Antero consideravam-no um revolucionário

mas outros reconheciam já o seu talento.

3. a. Subordinada substantiva completiva – conjunção subordinativa

completiva; b. Subordinada adjetiva relativa

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

45


4. CENÁRIOS DE RESPOSTA

restritiva – pronome relativo; c. Subordinada adverbial

final – conjunção subordinativa final; d. Subordinada adverbial

consecutiva – conjunção subordinativa consecutiva;

e. Subordinada adjetiva relativa explicativa – pronome

relativo.

FICHA 5 − Coesão e Coerência (p. 25)

1. a. A chuva, que é fonte de vida, é necessária, embora

a maioria das pessoas não tenha consciência disso.

b. Cesário, cuja atividade comercial depende dos recursos

naturais, reconhece o valor da chuva e do sol para a agricultura.

c. O planeta Terra, de onde extraímos os nossos

alimentos, é essencial à vida humana, apesar de muitos

não o preservarem. d. Na cidade já não se tem noção da

origem dos alimentos. As pessoas, aí, esquecem que a harmonia

do planeta depende do equilíbrio entre os dias de sol

e os dias de chuva.

2. As comemorações do centenário do Orfeu decorreram

na reitoria da Universidade do Porto, cidade onde eu nasci,

e duraram quatro semanas. As atividades que abrilhantaram

o evento realizaram-se na sala magna onde se assistiu

à primeira conferência que deu início às festividades.

O ponto alto das solenidades foi o momento em que o cineasta

falou do filme que retrata a vida do grupo de intelectuais

fundadores da revista.

3.1 (E) – (A) – (D) – (B) – (C)

FICHA 6 − Modos de Relato de Discurso (p. 26)

1.

Texto A

Discurso direto

“− E a filha?”

Discurso indireto

“pois disse-se logo, com furor, que estavam arruinados,

que a polícia perseguia o velho, mil perversidades...”

Discurso indireto livre

“Mas isso não o sabia o amigo Alencar. Onde a arranjara

assim tão loira e bela? Quem fora a mamã? Onde estava?

Quem a ensinara a embrulhar-se com aquele gesto real no

seu xale de Caxemira?...”

“Que diabo! Juno tinha sangue de assassino, a beltà do

Ticiano era filha de negreiro! As senhoras, deliciando-se

em vilipendiar uma mulher tão loira, tão linda e com tantas

joias, chamaram-lhe logo a ‘negreira’!”

Texto B

Discurso direto

“[…] balbuciar timidamente:

− É meu pai, Maria...”

“− Ninguém nos ama, meu anjo! Ninguém te quer! Tens só

a tua mãe! Tratam-te como se fosses bastarda!”

Discurso indireto

E o próprio Vilaça, um dia que Pedro lhe fora mostrar a

pequerruchinha adormecida entre as rendas do seu berço,

sensibilizou-se, veio-lhe uma das suas fáceis lágrimas, declarou,

com a mão no coração, que aquilo era uma caturrice

do sr. Afonso da Maia!

Discurso indireto livre

“Seu pai! E à face de toda a Lisboa tratava-a então como

uma concubina! Podia ser um fidalgo, as maneiras eram de

vilão. Um ‘D. Fuas’, um ‘Barbatanas’, nada mais!...”

“E onde havia outra em Lisboa, com aquelas toilettes,

aquela graça, recebendo tão bem? Que diabo, o mundo

marchara, saíra-se já das atitudes empertigadas do século

XVI!”

FICHA GLOBAL 1 (p. 27)

1. (C); 2. (A); 3. (C); 4. (D); 5. (D); 6. (D); 7. (B).

8. “Não sei” – oração subordinante / “quem a disse” – oração

subordinada substantiva relativa / “ mas nunca mais

esqueci uma frase justa e lapidar” – oração coordenada

adversativa / “ que vai bem com esta moral de dezembro e

com o meu espírito natalício” – oração subordinada adjetiva

relativa explicativa.

9. “uma frase justa e lapidar”

10. “acerca de Deus e do papa” – modificador restritivo do

nome /“me” − complemento indireto.

FICHA GLOBAL 2 (p. 29)

1. (D); 2. (C); 3. (A); 4. (D); 5. (C); 6. (B); 7. (A).

8. “hoje” – tem como referência o dia 29 de dezembro de

2015, dia em que é publicada a crónica.

9. síncope – sonorização.

10. livros / biblioteca / arquivo / leitor.

FICHA GLOBAL 3 (p. 31)

1. (C); 2. (D); 3. (A); 4. (B); 5. (D); 6. (C); 7. (A).

8. Predicativo do sujeito.

9. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

10. Verbo principal transitivo indireto.

FICHA GLOBAL 4 (p. 33)

1. (B); 2. (C); 3. (D); 4. (B); 5. (C); 6. (B); 7. (D).

8. Oração subordinada adjetiva explicativa.

9. Pronome relativo.

10. “uma escrita cronística”.

SOLUÇÕES FICHAS DE GRAMÁTICA — Formação

GRUPO 1 — PORTO (Sintaxe e Coesão) (p. 35)

1.1. a. F (subentendido) / b. V / c. F (simples)

2. (A) – (3); (B) – (4); (C) – (2); (D) – (2); (E) – (3); (F) – (1);

(G) – (1).

3. a. Gramatical – frásica.

b. Regência verbal.

c. Repetição da mesma palavra.

d. Gramatical – referencial (anáfora).

e. Retoma do referente “(a) roupa”.

f. Correlação entre os conectores com valor temporal

e os respetivos verbos no infinitivo, dando conta de uma

sucessão de ações.

g. Lexical – antonímia.

EDITÁVEL

46 FOTOCOPIÁVEL

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA


4. CENÁRIOS DE RESPOSTA

h. Relação antagónica entre grupos verbais.

i. Gramatical – Temporal.

j. Correlação entre o conector temporal e os respetivos

tempos verbais.

k. Gramatical – referencial (anáfora).

l. Retoma do referente “as estrelas do deserto da Namíbia”.

GRUPO 02 – COIMBRA (Coerência e Coesão) (p. 37)

1.1 Texto A.

1.2. O texto não tem coerência porque as frases não estão

ordenadas de forma lógica, garantindo a progressão harmoniosa

de sentido.

2.1 (A) – (5); (B)−(1); (C)−(4); (D)−(2); (E)−(3).

2.2 “faziam”, “tinham”.

2.3 “lenços”.

2.3.1 Coesão gramatical (referencial – anáfora)

2.4 “quando”, “que”, “ou”.

3.1 Coesão lexical (substituição – hiperonímia/hiponímia)

4. Sugestões de resposta:

a. Se donzela quiser arranjar, um lencinho terá de lhe comprar.

b. No dia dos namorados os amantes irão celebrar o amor

que os une desde o dia do primeiro olhar.

c. Os jovens reproduzem melodias e partem de mãos bem

dadas. Os lábios selam o seu amor e o corpo a união das

almas.

A título exemplificativo, destaque-se:

a. Coesão gramatical, interfrásica + coesão gramatical,

referencial (anáfora).

b. Coesão gramatical, frásica (concordância) + coesão gramatical,

referencial (anáfora).

c. Coesão gramatical, frásica (concordância) + coesão

gramatical, interfrásica + coesão lexical (hiponímia-hiperonímia).

GRUPO 03 – Faro (As mil e uma faces das orações na prova

final de 9. o ano) (p. 39)

1.1 Oração subordinada adverbial condicional.

2. Seleciona apenas (C).

3. Os alunos obtiveram melhores resultados.

Os alunos leram Os Lusíadas.

4. a. Não vou convosco ao cinema, porque tenho de estudar.

b. Se estudarmos de manhã, podemos ainda dar uma

volta de bicicleta à tarde.

5.1 Oração subordinada substantiva completiva.

GRUPO 04 – Lisboa (Evolução da língua) (p. 41)

1. (A) – (3); (B) – (7); (C) – (4); (D) – (2); (E) – (5); (F) –(6);

(G) – (1); (H) – (9); (I) –(8).

2. a. Sonorização;

b. Palatalização;

c. Sonorização;

d. Síncope + palatalização;

e. Vocalização;

f. Assimilação;

g. Síncope;

h. Prótese;

i. Síncope + sinérese.

SENTIDOS 11 • Livro de Fichas • ASA

EDITÁVEL

FOTOCOPIÁVEL

47


Título

Sentidos 11

Livros de Fichas

Português 11.º Ano

Autoras

Ana Catarino

Ana Felicíssimo

Isabel Castiajo

Maria José Peixoto

Execução Gráfica

CEM, Artes Gráficas, S.A.

Depósito Legal

406 042/16

ISBN

978-888-89-0746-8

Ano / Edição / Tiragem / N.º Exemplares

2016 / 1. a Edição / 1. a Tir. / 7500 Exs.

© 2016, ASA, uma editora do Grupo LeYa

E-mail: apoio@leyaeducacao.com

Internet: www.asa.pt

Livraria Online: www.leyaonline.com

Apoio ao Professor

707 231 231

210 417 495

LIVRARIAS

Aveiro

LeYa em Aveiro

Centro Comercial Glicínias Plaza, Lj 68-70

Rua D. Manuel Barbuda e Vasconcelos

3810-498 Aveiro

Funchal

LeYa no Funchal

Rua do Hospital Velho, 44

Sta. Maria Maior

9060-129 Funchal

Lisboa

LeYa na Buchholz

Rua Duque de Palmela, 4

1200-098 Lisboa

Porto

LeYa na Latina

Rua de Santa Catarina, 2-10

4000-441 Porto

Santarém

LeYa em Santarém

Rua Pedro de Santarém, 41

2000-223 Santarém

Viseu

LeYa na Pretexto

Rua Formosa, 83

3500-135 Viseu

978-888-89-0746-8

www.sentidos11.asa.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!