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Be ART | Outubro 2020

- A sua mais nova revista digital - Mas o que é a Be ART? Somos criatividade, somos arte, somos cultura e lazer, somos viagem, somos esporte e somos especialmente feitos da eterna junção de pessoas incríveis que sempre nos levarão à pratica da máxima "juntos somos mais fortes". Nada disso teria sentido se não pudéssemos mover pessoas e ser vivos e ser VIDA. E por falar de pessoas, a Be Art sai do forno com a maravilhosa Luiza Brunet e sua entrevista exclusiva nos presenteando com essa chave de ouro. Também com uma linda matéria de Cascais com um foco especial na Embaixadora da vila, Lili Caneças; uma entrevista exclusiva com o técnico da seleção feminina brasileira de basquete José Neto em que ele fala sobre o sucesso (e porque não gosta desta palavra). E sim temos incríveis artistas, com destaque ao Alemão, que saiu do rótulo de disléxico para ganhar o mundo com suas cores, Bruno Portella com suas pinturas em chamas e muitos outros que somente folheando a revista, preparada com todo o carinho para vocês, conhecerão. Passamos pela fotografia com a exposição 12/4 realizada em Cascais e que seguirá em outros lugares do mundo com destaque à fotógrafa Graziela Gilioli. Passamos pela gastronomia e viagem com Andrea Colen Sarubbi e sua paixão pela Peregrinação de Compostela e Pães. Falando de viagem, o instagrammer conhecido como Marinho pelo Mundo junto com o companheiro Cláudio Vaz te mostram a Turquia. E isso tudo é só uma pequena mostra de que nossas 114 páginas te brindam. Seremos bimestrais, sempre preparando conteúdos incríveis com interatividade, verdade, muita luz e especialmente muita gratidão. Se quiser fazer parte dessa família, é só nos contactar. @be_art_magazine @pietra.junqueira Sim! É gratuita pra você compartilhar quantas vezes quiser, fazer download, ajudar-nos a crescer e sermos JUNTOS MUITO MAIS FORTES! Pietra Junqueira, editora-chefe.

- A sua mais nova revista digital -

Mas o que é a Be ART?
Somos criatividade, somos arte, somos cultura e lazer, somos viagem, somos esporte e somos especialmente feitos da eterna junção de pessoas incríveis que sempre nos levarão à pratica da máxima "juntos somos mais fortes".

Nada disso teria sentido se não pudéssemos mover pessoas e ser vivos e ser VIDA.

E por falar de pessoas, a Be Art sai do forno com a maravilhosa Luiza Brunet e sua entrevista exclusiva nos presenteando com essa chave de ouro.
Também com uma linda matéria de Cascais com um foco especial na Embaixadora da vila, Lili Caneças; uma entrevista exclusiva com o técnico da seleção feminina brasileira de basquete José Neto em que ele fala sobre o sucesso (e porque não gosta desta palavra).

E sim temos incríveis artistas, com destaque ao Alemão, que saiu do rótulo de disléxico para ganhar o mundo com suas cores, Bruno Portella com suas pinturas em chamas e muitos outros que somente folheando a revista, preparada com todo o carinho para vocês, conhecerão.

Passamos pela fotografia com a exposição 12/4 realizada em Cascais e que seguirá em outros lugares do mundo com destaque à fotógrafa Graziela Gilioli. Passamos pela gastronomia e viagem com Andrea Colen Sarubbi e sua paixão pela Peregrinação de Compostela e Pães. Falando de viagem, o instagrammer conhecido como Marinho pelo Mundo junto com o companheiro Cláudio Vaz te mostram a Turquia. E isso tudo é só uma pequena mostra de que nossas 114 páginas te brindam.

Seremos bimestrais, sempre preparando conteúdos incríveis com interatividade, verdade, muita luz e especialmente muita gratidão.

Se quiser fazer parte dessa família, é só nos contactar.
@be_art_magazine
@pietra.junqueira

Sim! É gratuita pra você compartilhar quantas vezes quiser, fazer download, ajudar-nos a crescer e sermos JUNTOS MUITO MAIS FORTES!

Pietra Junqueira, editora-chefe.

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A mente que se<br />

abre a uma nova<br />

ideia jamais<br />

voltará a seu<br />

tamanho original.<br />

A L B E R T E I N S T E I N<br />

E despretensiosamente iniciamos<br />

uma nova jornada.<br />

Com a mente inquietamente<br />

criativa de Angela de Oliveira unida<br />

à meu senso de direção ativado<br />

senti que sim, era hora de criar.<br />

Vestindo a capinha da humildade e<br />

me "apoiando em ombros de<br />

gigantes" fui buscar todo o<br />

conhecimento necessário para<br />

poder trazer à vocês leitores uma<br />

linda nova história que se inicia.<br />

A BE <strong>ART</strong> será a NOSSA revista<br />

digital cheia de histórias únicas,<br />

lugares especiais, empresas de<br />

confiança e especialmente<br />

alicerçada em pessoas incríveis.<br />

Sejamos sinceros! De nada adianta<br />

fazer um trabalho primoroso se não<br />

temos com quem compartilhar.<br />

E é disso que a vida é feita! É pra<br />

isso que estou a me dedicar e a<br />

aprender cada novo dia com cada<br />

novo desafio que passa por mim<br />

nessa grande e majestosa missão.<br />

Sim, vocês também acompanharão<br />

nosso crescimento. Não temos<br />

medo de errar e sim de não sermos<br />

capazes de sacudir a poeira e fazer<br />

melhor da próxima vez.<br />

Silvana Mattievich nos presenteia<br />

com seu trabalho magnífico nas<br />

capas da BE <strong>ART</strong>, Angela nos<br />

acaricia com pessoas incríveis<br />

entrando em nosso caminho e<br />

expandindo essa rede de energia<br />

positiva e, eu faço, entrego, confio e<br />

agradeço todas as oportunidades<br />

que a vida me dá de crescer.<br />

A primeira edição da BE <strong>ART</strong> vem<br />

pra arar nosso caminho, trazer<br />

respiro e muita mas muita arte.<br />

Que esta conexão seja de corpo,<br />

alma, gratidão e wi-fi. Que a<br />

tecnologia possa sim nos unir cada<br />

vez mais e que sejamos sempre os<br />

quais em você sempre poderá<br />

contar!<br />

Conheça pessoas<br />

incríveis, descubra a<br />

queridinha de<br />

Portugal, se agracie<br />

com artistas<br />

maravilhosos e seja<br />

presenteado com<br />

esporte, arte, cultura e<br />

viagem.<br />

Tomem fôlego que é<br />

hora de mergulhar!<br />

Pietra Junqueira,<br />

nesse momento<br />

orgulhosamente<br />

identificada como<br />

EDITORA CHEFE.<br />

@be_art_magazine | 02


NETO JOSÉ<br />

de Sucesso<br />

Falando<br />

AHH...CASCAIS!<br />

passeio pela Riviera Portuguesa<br />

Um<br />

E BRASILIDADE<br />

RAIZES<br />

móveis de<br />

Os<br />

neste momento de<br />

E<br />

mudanças, tantos<br />

tantas<br />

dar cor à sua vida.<br />

para<br />

é sobre o que a vida<br />

Não<br />

É sobre como você<br />

traz.<br />

porta diante daquilo<br />

se<br />

mas também<br />

conteúdo,<br />

parte da nossa<br />

fazer<br />

que será contada<br />

história<br />

maneira bimestral.<br />

de<br />

nos resta nada além<br />

Não<br />

gratidão. de<br />

conteúdo<br />

highlights<br />

SEJA BE <strong>ART</strong><br />

FEITO QUE<br />

ANTES<br />

PERFEITO<br />

80<br />

tanta<br />

aprendizados,<br />

chegamos<br />

resiliência,<br />

94<br />

ELA É LUIZA BRUNET<br />

Mãe, mulher, guerreira<br />

ela te apresenta.<br />

que<br />

com esse princípio te<br />

E<br />

04<br />

PORTELLA<br />

BRUNO<br />

arte e o fogo.<br />

A<br />

68<br />

PROFESSOR CHINA<br />

O<br />

basquete para<br />

Ensinar<br />

transformar caminhos.<br />

não só a se<br />

convidamos<br />

com nosso<br />

deliciar<br />

08<br />

CRIA DIVINA<br />

valor humano.<br />

O<br />

10<br />

GILIOLI<br />

GRAZIELA<br />

o hábito.<br />

Transcendendo<br />

72<br />

ALEMÃO <strong>ART</strong><br />

claro, por favor, não<br />

E<br />

dedos e sim use-os<br />

tenha<br />

16<br />

MATTIEVICH<br />

SILVANA<br />

sua arte arquetípica.<br />

E<br />

O dislexo que ganhou o mundo<br />

compartilhar nossa<br />

para<br />

digital por todos<br />

revista<br />

24<br />

POESIA E PÃO<br />

PEREGRINAÇÃO,<br />

além da farinha e do sal.<br />

Muito<br />

76<br />

Patrícia Davel.<br />

meios possíveis e<br />

os<br />

Queremos te<br />

imagináveis.<br />

tocar!<br />

34<br />

BOA NOITE, EU SOU<br />

MUITO<br />

JUNQUEIRA<br />

PIETRA<br />

eu seja luz enquanto ainda<br />

Que<br />

a escuridão.<br />

existir<br />

SIMPLESMENTE<br />

CANEÇAS<br />

LILI<br />

viver de O<br />

Cascais.<br />

85<br />

40<br />

92<br />

CORES DE<br />

AS<br />

DE OLIVEIRA<br />

ANGELA<br />

Colors Connect.<br />

BLOGUEIROS E<br />

DOIS<br />

DESTINO UM<br />

50<br />

OBSESSÃO RETICULAR DE<br />

A<br />

MACHADO<br />

RENÉ<br />

ESTAMOS AQUI:<br />

52<br />

<strong>ART</strong>E EM FOTGRAFIA<br />

12/4<br />

com a arte de<br />

Conecte-se<br />

fotografar.<br />

108<br />

680 98 40 35<br />

+34<br />

@be_art_magazine<br />

instagram|<br />

@be_art_magazine | 03<br />

Conheça a Turquia


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

BRUN<br />

PORTE<br />

@be_art_magazine | 04


O<br />

LLA<br />

(Portman)<br />

Com influências do acadêmico e do<br />

contemporâneo, Portman cria obras<br />

flamejantes em plataformas como telas,<br />

murais e peças customizadas utilizando<br />

variadas técnicas como a espátula para as<br />

telas, o graffiti para os murais e a aerografia<br />

para as peças customizes.<br />

<strong>ART</strong>ISTA PLÁSTICO HÁ 15 ANOS<br />

@be_art_magazine | 05


Desde pequeno, Bruno sempre teve uma<br />

atração pelo fogo - o que nem sempre<br />

acabava bem. Incêndios eram frequentes. O<br />

tempo passou e o pequeno incendiário se<br />

tornou artista plástico. A união desses dois<br />

elementos, gerou a identidade visual e a<br />

temática pelos quais o artista é conhecido<br />

atualmente.<br />

O trabalho de Bruno Portella também<br />

consiste em aplicar, desenvolver ou<br />

adaptar esta identidade para outras<br />

técnicas como grafite, aerografia, tinta<br />

acrílica entre outras e, também em<br />

diferentes plataformas como telas,<br />

painéis e peças.<br />

“Fala Universidades”, do "Terra", em janeiro<br />

de 2019, e no “Almanaque da Cultura”, em<br />

dezembro de 2018, Bruno Portella é um dos<br />

10 artistas brasileiros a serem seguidos em<br />

2019 segundo a curadoria da galeria “Artluv”.<br />

Em outubro de 2019 Portman foi convidado<br />

novamente a participar do '5º Salão<br />

Internacional de Arte Contemporânea de<br />

Alagoas' como artista e desta vez também<br />

como palestrante.<br />

Em suas obras, Portman discute aspectos<br />

da vida contemporânea de uma maneira<br />

cativante e com uma identidade visual<br />

de encher os olhos com suas cores e<br />

contrastes.<br />

Portman possui obras em coleções<br />

particulares em cidades como Miami, San<br />

Diego, Toronto, Amsterdã, Genebra, Zurique,<br />

Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Após<br />

alguns anos de trabalho, Portman foi<br />

convidado a fazer parte do livro “The Art Book<br />

Brasil” lançado em dezembro de 2015 pela<br />

editora Decorbook em Miami, durante a<br />

realização da feira de arte e design “Art Basel<br />

Miami”. Durante os anos de 2015, 2016, 2017,<br />

2018 e 2019 Bruno Portella também<br />

participou do evento “Art Battle Brasil” e<br />

“ArtBattle Amsterdam”. Este é um evento que<br />

ocorre no mundo todo e está ha quinze anos<br />

no Canadá, ha três anos em terras<br />

tupiniquins e recém estreou na Europa. O<br />

artista foi campeão de duas edições<br />

brasileiras realizadas nos meses de<br />

Dezembro de 2015 e Dezembro de 2016 - o<br />

“ArtBattle Lounge Brazil”. Em Junho de 2017 o<br />

artista sagrou-se campeão do primeiro “Art<br />

Battle Amsterdam”. Em Novembro o artista<br />

retornou para a terceira edição do evento<br />

holandês e sagrou-se campeão também do<br />

“ArtBattle #3 Amsterdam”.<br />

Em janeiro de 2017 o Atelier Bruno Portella<br />

foi eleito pela revista 'Vero' como o favorito<br />

de Alphaville e Região entre todos os<br />

estabelecimentos de decoração e galerias de<br />

arte.<br />

Em fevereiro deste mesmo ano foi convidado<br />

pela diretoria do Memorial da América Latina a<br />

expor 3 obras por período indeterminado no<br />

mesmo emblemático local. As pinturas estão em<br />

exposição.<br />

Em 2018 Bruno Portella teve suas obras<br />

publicadas no livro “Who’s Who Brazililan Artists”<br />

da editora Decorbook, que foi lancado em<br />

janeiro. Ele também ganhou neste mesmo mês<br />

o prêmio de 'Artista Destaque' do circuito<br />

mundial de arte “Mares, Cores e Estrela Guia<br />

2017”. Em junho foi selecionado para participar<br />

da “Football Parade” em comemoração à Copa<br />

do Mundo e aos 70 anos do “Sindicato dos<br />

Atletas de São Paulo”.<br />

Em Setembro de 2018, Bruno Portella foi<br />

premiado no Salão de Arte “O Inquérito do Saci”<br />

com a obra “A Próxima Travessura”. Em outubro<br />

do mesmo ano o artista participou do “4º Salão<br />

Nacional de Arte Contemporânea de Alagoas” a<br />

convite do curador da mostra e conforme<br />

matéria publicada nos portais<br />

Prêmio Artista Destaque do<br />

Circuito “Art And Stars” da<br />

galeria Angela Oliveira<br />

(Jan/2019)<br />

2º Colocado overall no Salão de<br />

Arte de Barueri “O Inquérito do<br />

Saci”. (Set/2018)<br />

Prêmio Artista Destaque do<br />

Circuito Mundial de Arte “Mares,<br />

Cores e Estrela Guia”. (Jan/2018)<br />

Bicampeão do ArtBattle<br />

Amsterdam #3 (Nov/2017)<br />

Campeão do ArtBattle<br />

Amsterdam #1 (Jun/2017)<br />

1ª Colocação, para o Atelier<br />

Bruno Portella, na Eleição<br />

“Favoritos de Alphaville” entre<br />

todas as Lojas de decoração e<br />

galerias de arte da região. Eleição<br />

realizada pela revista Vero<br />

(Jan/2017)<br />

Bicampeão do ArtBattle Lounge<br />

Brasil (Dez/2016)<br />

Campeão do ArtBattle Lounge<br />

Brasil (Dez/2015)<br />

@be_art_magazine | 06


www.atelierbrunoportella.com<br />

| portmanilustra<br />

facebook<br />

instagram | @portmanilustra<br />

@be_art_magazine | 07


"Li certa vez que “as cicatrizes falam onde você<br />

esteve, não para onde você vai” e essa frase<br />

passou a ser norteadora em minha caminhada,<br />

decidi ir além, não olhar para os limites e sim<br />

para as possibilidades.... Sonhamos que a<br />

humanidade tenha espaço para a pluralidade e<br />

a diversidade, que o Abel esteja livre dos<br />

olhares julgadores e preconceituosos que<br />

encontrei na minha trajetória por ter cicatrizes<br />

nos braços e que a constituição de cada sujeito<br />

não seja pautada pela luta pelo respeito. Que o<br />

humano se sobreponha a qualquer traço da<br />

individualidade dos sujeitos!"<br />

Deise Wolmer Scherer (mãe do Abel)<br />

instagram | @divinacria_<br />

@be_art_magazine | 09


1 3<br />

Graziela gilioli<br />

www.grazielagilioli.com<br />

@gilioli<br />

1.<br />

INFÂNCIA - kathmandu, nepal<br />

2.<br />

balão adormecido - pienza, toscana, itália<br />

santa fé, novo méxico, estados unidos<br />

3.<br />

2<br />

Nesse nosso mundo tão controverso e complexo às vezes nos<br />

deixamos enganar pela ilusão da eficiência e da urgência da<br />

vida contemporânea. E no emaranhado da modernidade<br />

adquirimos o hábito de viver sem tempo para pensar, como se<br />

fôssemos reféns dos segredos da nossa própria existência.<br />

@be_art_magazine | 11


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

CARMEM NICOLI<br />

é uma mineira que vive nos Estados Unidos há quase 18 anos.<br />

E<br />

la é artista plástica e seu estilo é abstrato no<br />

qual adiciona tridimensionalismo a muitos deles,<br />

feitos com madeira ou papel. No entanto se<br />

interesse mais por produções que usem cores<br />

primárias e suas criações são primordialmente<br />

resultado de um processo orgânico, explorado<br />

com transgressão ao estilo formal e com<br />

experimentação de formas e materiais. Em seu<br />

acervo pessoal há trabalhos que serviram de<br />

sustentação para pesquisas criativas e são<br />

decorrentes da permissão que ela mesmo se dá<br />

no âmbito do experimento - característica que a<br />

faz uma artista vanguardista. Esse aspecto muito<br />

particular da artista é uma referência importante<br />

de sua personalidade, pois revela a busca<br />

incansável por uma nova estética e o despertar<br />

de si mesmo sobre a vida e o contexto em que<br />

atua artisticamente.<br />

Carmem se expressa fluidamente em suas<br />

obras e chama a atenção em seu portfólio o<br />

estilo sensível dos seus abstratos, nos quais<br />

predomina a representação emocional derivada<br />

das pesquisas cromáticas mas principalmente a<br />

aproximação à pintura-matéria, ao<br />

informalismo e ao espacialismo, chegando<br />

mesmo 'a um quê' de arte bruta. Todas essas<br />

características das escolas abstratas da pintura,<br />

em conjunto ou exploradas individualmente no<br />

trabalho da artista, realizam o que o<br />

abstracionismo informal tem de melhor: a<br />

coragem do autodidata em se libertar das<br />

influências de estilos oficiais, o teste autêntico<br />

do espaço e dos materiais e a experimentação<br />

descompromissada com o que já foi feito por<br />

ela, o que está sendo criado e o caminho que<br />

talvez queira ir.<br />

Essa maneira<br />

completamente<br />

autêntica de<br />

pintar é fruto,<br />

portanto, das<br />

experimentações<br />

que ela não se<br />

cansa de fazer<br />

1. QUANDO A NEVE CHEGA, MIXED MEDIA, 40x50, USA, 2014.<br />

2. ASHER, MIXED MEDIA, 40x50, USA, 2012.<br />

3. O GENE, 45x60, USA, 2015.<br />

instagram | @cadeni_arts<br />

www.cadeniarts.com<br />

e na qual prevalece: a<br />

informalidade em<br />

detrimento de uma<br />

premissa oficial do saberfazer,<br />

a harmonia livre e<br />

impulsiva, e a unidade<br />

espacial da criação<br />

arbitrária. São raros os<br />

artistas que se permitem<br />

atuar com tamanha<br />

liberdade na pintura.<br />

por Edna Carla<br />

Stradioto<br />

@be_art_magazine | 12


LUPÉRCIO<br />

MANOEL E SOUZA<br />

por OSCAR D'AMBRÓSIO<br />

<strong>ART</strong>ISTAS<br />

Com trabalhos publicados nas principais revistas e coletâneas<br />

nacionais do setor como: Vogue Nacional, DECOR Year Book, Casa Sul,<br />

Lush, Espaço D, Caras Especial, Top View, Vivre, além de vários<br />

cadernos de arquitetura e decoração de jornais de grande circulação<br />

em todo o país.<br />

Decorador e cenógrafo, atua há mais de 30 anos com projetos<br />

residenciais e comerciais e, há 15 anos empresta seu talento aos mais<br />

importantes eventos corporativos do sul do país. Com formação em<br />

Sociologia, busca inspiração nas cores e no conhecimento adquirido<br />

em constantes viagens ao exterior – visitas a indústrias e escritórios<br />

de design e participação nas principais exposições, feiras de design e<br />

decoração da Europa e Estados Unidos.<br />

Em seus projetos de<br />

decoração de<br />

interiores tem como<br />

premissa básica<br />

atender às<br />

expectativas e estilo<br />

do cliente. “Um bom<br />

projeto tem de<br />

respeitar os anseios<br />

das pessoas e levar<br />

em consideração<br />

seus hábitos e<br />

costumes”.<br />

Na área corporativa,<br />

Lupercio<br />

contextualiza os<br />

cenários em cima da<br />

cultura, da<br />

organização e<br />

conceito da festa. “A<br />

estética sempre<br />

deve estar alinhada<br />

ao posicionamento<br />

estratégico da<br />

empresa ou<br />

identidade do<br />

anfitrião”. Em 2019, depois de 30 anos longe das telas, voltou a se<br />

dedicar ao trabalho de artista plástico e já participou de exposições<br />

individuais no Brasil e na Itália. Em julho de 2019, participou de um<br />

concurso na Itália e foi o vencedor entre artistas do mundo inteiro.<br />

O N Í R I C O S E S P A Ç O S<br />

Paisagens não são iguais para todos. Ao ver um determinado local, cada<br />

pessoa tem uma percepção diferente. Os sentidos apreendem dados<br />

distintos, e essas sensações influenciam a emoção com a qual se fala,<br />

escreve ou se transforma em arte um certo lugar.<br />

As paisagens que Lupercio mostra em seu trabalho visual, porém, são de<br />

outra natureza. Provém de sua. capacidade mental e estilística. de<br />

transformar ideias em<br />

representações visuais.<br />

Vale-se, nesse processo,<br />

de tinta acrílica e areia<br />

sobre tela para construir<br />

seus oníricos espaços.<br />

A principal característica<br />

talvez seja uma mescla<br />

da horizontalidade<br />

tradicional das<br />

paisagens com um<br />

intenso movimento<br />

interno. As imagens que<br />

motivam as nossas<br />

forças interiores<br />

movimentam-se em<br />

busca de respostas<br />

sobre aquilo que se vê.<br />

Alguns vão buscar ali<br />

paradigmas reais de<br />

identificação, como<br />

mares e horizontes.<br />

Porém, o mais<br />

desafiador é se deixar<br />

levar pela intuição. Cada<br />

paisagem imaginária<br />

pode ser vista como forma de penetrar no interior de cada observador.<br />

Assim, o que cada um vê no espaço pictórico é um reflexo de si mesmo. A<br />

obra de Lupercio, dessa maneira, nos conduz, pela sua sensibilidade e<br />

capacidade técnica, ao autoconhecimento.<br />

@be_art_magazine | 13


VERALU<br />

<strong>ART</strong>ISTAS<br />

FORMADA EM PINTURA PELA ESCOLA DE MÚSICA<br />

E BELAS <strong>ART</strong>ES DO PARANÁ (EMBAP) E EM<br />

ESCULTURA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO<br />

PARANÁ (UNESPAR).<br />

Tanto em pintura como escultura tem um olhar<br />

para o corpo, o feminino, suas questões mais<br />

profundas que são evidenciadas nos trabalhos.<br />

Utilizando diversos suportes como papelão ondulado,<br />

telas, papel de algodão cria suas pinturas e esculturas<br />

também em bronze e vidro. Participa de coletivas em<br />

Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Paris e Cascais.<br />

@be_art_magazine | 15


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

@be_art_magazine | 16


@be_art_magazine | 17


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

NEUZA<br />

<strong>ART</strong>ISTA PLÁSTICA E ARQUITETA<br />

PETTI<br />

"Estou desenvolvendo um trabalho na aquarela<br />

objetivando que a luz e planos definidos no<br />

trabalho, conduzam e provoquem no espectador,<br />

uma sensação de mergulho e encantamento.<br />

Durante essa pandemia os trabalhos DEAP BLUE<br />

SEA ,CORAIS entre outros tantos, também me<br />

fizeram mergulhar em novos mundos."<br />

@be_art_magazine | 19


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

ROGÉRIO<br />

MARIANO<br />

Título da série:<br />

Latitudes e<br />

Longitudes<br />

Um dos ofícios do artista é propor<br />

encontros, pensar outras perspectivas,<br />

fazer a visão viciada ater-se ao amplo<br />

novamente. Um fluxo de rio que<br />

contrasta com uma mata ribeirinha<br />

gerando uma combinação única de cor, a<br />

sombra da árvore que se movimenta por<br />

conta dos feixes de luz solar. O que se<br />

aprende e apreende na natureza é que<br />

sua plasticidade intensa de cores é<br />

movimento, encontro e acontecimento<br />

intenso.<br />

Quando a natureza e arte perdem<br />

suas fronteiras e se misturam, irrompem<br />

novos modos de pensar a existência e<br />

nosso pertencimento no mundo.<br />

@be_art_magazine | 20


Há uma poética no vértice<br />

provisório deste contato, um<br />

horizonte ainda não descoberto<br />

(“poeticamente o homem habita”<br />

F. Holderlin).<br />

Talvez esse seja o objetivo de<br />

Rogério Mariano, ao apresentar<br />

estes trabalhos, captar desses<br />

contágios intensos de cor,<br />

sensibilidades novas para novos<br />

contrastes e renovadas percepções<br />

e sensações. Destacar desta<br />

ressonância plástica, com a beleza<br />

enovelada pelo sentido do artista, a<br />

importância de se resgatar a<br />

sensação de que nossa presença só<br />

pode ser no mundo, aliada a esse<br />

essencial natural que é fluxo de vida<br />

e também fluxo de arte.<br />

por Marcelo Soares Mariano<br />

1. AMAZÔNIA - RIO NEGRO E RIO AMAZONAS<br />

2. RIO TEJO - PONTE VASCO DA GAMA<br />

3. AMAZÔNIA - RIO TOCANTINS<br />

4. DELTA DO RIO AMAZONAS<br />

instagram | @rmmariano62<br />

facebook | @rogeriomarianoarte<br />

email | rmmariano@gmail.com


MARCA<br />

www.otro.


com.br


@be_art_magazine | 26


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

VANESSA<br />

“MAS COMO ME TORNEI<br />

FOTÓGRAFA<br />

PROFISSIONAL?” UMAS<br />

DAS PERGUNTAS<br />

RECORRENTES NAS<br />

MINHAS REDES SOCIAIS.<br />

Nos meus primeiros 10 anos vivendo aqui<br />

em Boston, meu objetivo era construir uma<br />

familia, casar, ter casa própria, ter um<br />

cachorro e engravidar. <strong>Be</strong>m simples!<br />

Tudo foi se encaminhando e como uma<br />

montanha russa as emoções começaram<br />

depois “da grande subida". Eu descobri o<br />

quanto seria difícil para mim engravidar. Eu<br />

não conseguia.<br />

Depois de 5 anos sem sucesso, fiz<br />

inseminação invitro que também não deu<br />

certo, daí então resolvi buscar na área<br />

profissional algo que me fizesse muito feliz!<br />

Foi quando comecei a estudar fotografia –<br />

na época procurei uma profissional que<br />

fosse licenciada aqui e foi amor verdadeiro<br />

desde a primeira classe.<br />

Não parei mais de estudar, de investir na<br />

fotografia, de acordar pensando na<br />

fotografia e de dormir pensando na<br />

fotografia!<br />

Sem dúvidas eu havia encontrado meu<br />

caminho, me sentia plena, útil, e<br />

naturalmente (nosso corpo é perfeito) no<br />

início de 2011, sem tratamento algum<br />

engravidei.<br />

Lara! Uma menina que me acalmou um<br />

pouco em relação a fotografia para viver o<br />

sonho de ser mãe.<br />

Mas como toda montanha russa,<br />

ainda vinha alguns looping. Em 2016<br />

tive o maior susto aqui nos Estados<br />

Unidos: meu irmão caçula, que teve<br />

um câncer muito agressivo, não<br />

resistiu…<br />

E para superar a dor da perda voltei a<br />

dedicar todo o meu tempo a<br />

fotografia. Não foi fácil, sabe? Eu<br />

poderia falar horas aqui sobre a dor<br />

de se sentir sozinha num país que<br />

não é seu, a dor da saudade, mas<br />

prefiro encorajar você a entender que<br />

atrás de todo problema há uma<br />

recompensa. E minha profissão foi<br />

aparecendo cada vez mais em meio a<br />

dor.<br />

NO MEIO DAS FLORES, MINHA LARA<br />

Começou a grande corrida: eu<br />

precisava viver. Comecei a<br />

entregar cartões em todos os<br />

lugares que você possa<br />

imaginar.<br />

Mercados,<br />

Hoje sou especialista em<br />

sessões fotográficas de<br />

newborn, maternidade,<br />

família e ensaios sensuais!<br />

Ficou curiosa? Meus<br />

trabalhos<br />

estão<br />

disponíveis aqui. E quer<br />

saber? Quando você se<br />

sentir pra baixo –<br />

fotografe.<br />

Sou também há 4 anos<br />

fotógrafa da revista<br />

LARA<br />

lanchonetes, padarias, e para<br />

minha surpresa tive muitas<br />

ligações e vários clientes. Abri<br />

meu estúdio próprio em<br />

agosto de 2016 e desde então<br />

venho somando experiências<br />

maravilhosas, oportunidades<br />

de crescimento profissional e social,<br />

projetos e muita gratidão por poder<br />

registrar as pessoas nos momentos mais<br />

felizes delas e por amar muito o meu<br />

trabalho.<br />

Duxbury Neighbors Magazine e<br />

desde de Dezembro de 2019 da<br />

Kingston Living.<br />

Desde de Maio de <strong>2020</strong> sou também<br />

a Publisher da Duxbury Neighbors<br />

Magazine.<br />

Sou membra desde 2016 da PPAM<br />

(Associação de Fotografos<br />

Profissionais de Massachusetts) e<br />

Membra do Duxbury Camera Club<br />

desde 2017.<br />

Em 2018 ganhei o primeiro lugar do<br />

Brazilian Focus Eyes, pelo voto<br />

popular com tema Boston.<br />

Sou a fotógrafa oficial do “Projeto<br />

Mostra sua cara”, projeto criado na<br />

quarenta de <strong>2020</strong> por Margarette<br />

Mattos e Sid Depois.<br />

Um pouco de mim, e minhas<br />

superações para chegar até aqui”.<br />

<strong>Be</strong>st, Vanessa Lara.<br />

VANESSA LARA VIROU<br />

FOTÓGRAFA PROFISSIONAL EM<br />

BOSTON DEPOIS DE UMA PERDA<br />

IRREPARÁVEL.<br />

ELA TEM HOJE 44 ANOS,<br />

CAPIXABA, CASADA, MÃE<br />

DA LARA DE 8 ANOS E REALIZADA<br />

NA PROFISSÃO.<br />

@be_art_magazine | 28


RICO PACE<br />

<strong>ART</strong>ISTAS<br />

Momentos questionáveis<br />

Deixo a brisa suave me envolver, mas não<br />

posso me resguardar da inutilidade dos<br />

fatos, sou humano e tangível, sou destro e<br />

canhoto, mas minha inutilidade volta a<br />

acerbar pelas minhas pieguices... Vamos que<br />

vamos, minha autora intelectual!<br />

Xrx<br />

Na rinha de um momento rançoso, a<br />

discórdia de um fato com o chefe da facção,<br />

resulta na discórdia de quem manda no<br />

pedaço, o grupo sai em direção ao fato,<br />

sequestra e mata o inocente, por ser<br />

inocente... Nada tinha a ver com o sequestro<br />

do sequestrado, que tinha muita grana<br />

aplicada e não fazia questão de perder nada,<br />

muito menos a vida.<br />

Andrômeda<br />

Haverão sóis? Haverão luas? E a composição<br />

do ar? Qual o DNA? As perguntas são<br />

infinitas... O que pode advir nas<br />

possibilidades de algo que nada se sabe<br />

sobre a vida extraterreste?<br />

O pintor olha para o espaço-tempo com<br />

tal liberdade que os seres não seguem os<br />

preceitos de um DNA terráqueo:<br />

carnívoras que produzem seu próprio<br />

alimento, touros alados, animais sem<br />

abdome, gelatinosos, com órgãos<br />

expostos que vagam pelas entranhas do<br />

espaço sideral. Andrômeda se apresenta<br />

na liberdade de voar no imaginário.<br />

Bicho-Papão<br />

Será que são apenas coisas de<br />

crianças? Será que são coisas de<br />

adultos também? Juro que não sei,<br />

enfurno-me nas entranhas para<br />

saber o que é o que, e deixo minha<br />

mente vagar pela desordem dos<br />

fatos. Nas profundezas da mente<br />

descubro algo impensável,<br />

inquestionável, busco em mim,<br />

minhas interrogações, será que<br />

entendo algo ou aquilo que minha<br />

mente me manda para o<br />

consciente? Vaga sina! Mas este<br />

Bicho-Papão vem lá do ‘interiorzão’<br />

desde minha infância, me persegue,<br />

gesticula, apalpa, troca ideias,<br />

manda soluções, e assim no simples<br />

fato de uma soneca viajamos juntos<br />

no aleatório, e trago soluções para<br />

o meu dia-a-dia...<br />

Em algum lugar do tempo?<br />

Não devemos nos arrepender, mas o caos está<br />

no horizonte, que já não enxergamos mais!<br />

Construiremos árvores em bronze e ouro, para<br />

que nossos filhos subam nelas, como nós, em<br />

nossa infância perdida, para que admirem a<br />

paisagem inóspita, sem a linha do horizonte,<br />

no horizonte... Será que chegaremos a este<br />

ponto? Ou vamos reconstruir montes, serras e<br />

a natureza em si, para que nossos filhos<br />

admirem a paisagem que presenciamos ao<br />

longo da vida... Vida longa à natureza!<br />

Carnavália<br />

Um gesto, de um jeito, doutro jeito, e saímos<br />

pelas ruas a brincar com jeito de ser irreal,<br />

pretencioso e jeitoso, a música ao longe e o<br />

samba no pé, sem face sem rosto, fantasia no<br />

corpo e jeito facioso do jeito de ser. Carnavália<br />

vem desde sempre empoderar meu ser, pelas<br />

ruas e avenidas. “Samba meu povo!”. Digna de<br />

um divã! Quem está por traz? E esse cortinado<br />

repleto de mistério.<br />

Covidando19<br />

Só sabemos que nada sabemos!<br />

@be_art_magazine | 29


PESSOAS<br />

SANDRA<br />

REGINA<br />

SANTOS<br />

Formou-se em Educação Física e<br />

Psicologia, se especializou em<br />

Psicologia Analíticas Junguiana,<br />

Geriatria e Gerontologia, Terapias<br />

de Casal e Família, está terminando<br />

a Pós-graduação em Arteterapia.<br />

Desde 2003 participa de<br />

Congressos Nacionais e<br />

Internacionais mostrando<br />

seus estudos.<br />

Sua história corporal teve início na meninice e até<br />

hoje mantém o vínculo com os esportes e com as<br />

artes. Conta que vive rodeada por músicas, danças e<br />

poesias e isso vem da sua ancestralidade. Foi atleta<br />

e dançarina de várias modalidades e como diz,<br />

atualmente tem encontro amoroso com o tango e<br />

tudo que o envolve gera um encantamento que<br />

recheia de alegria sua vida.<br />

É membro de uma<br />

escultura familiar.<br />

É mulher, filha,<br />

mãe, tia e avó de 6<br />

netos. Nasceu em<br />

Itapetininga,<br />

cidade do interior<br />

de São Paulo, mas<br />

há muito tempo<br />

vive no Rio de<br />

Janeiro.<br />

Pela vida criativa e produtiva faz<br />

reverências às mulheres brilhantes<br />

que orientaram sua jornada<br />

acadêmica. Se sente como<br />

semente em terra fértil. Respeito,<br />

admiração, amor e gratidão forra e<br />

sustenta a amizade da Dra. Estrella<br />

Bohadana, filósofa e mitóloga e da<br />

Dra. Heloisa Cardoso, PHD em<br />

Psicologia Junguiana, que<br />

incentivaram sua jornada.<br />

Depois que as duas foram constelar com as estrelas<br />

no céu, segue carreira solo e faz o seu caminho.<br />

Em 2008, publicou seu primeiro livro: 'Jung-um<br />

caminhar pela psicologia analítica'; um livro infantil em<br />

2015: 'Vovó conta histórias dos bichos estudantes';<br />

em parceria com o grupo de mulheres escritoras<br />

@be_art_magazine | 30


lançou contos e poesias, e em 2019, outro título: 'De<br />

quantos deuses somos feitos-família simbólica'. Esta<br />

última é uma obra que dá ao leitor meios para lidar<br />

com o simbolismo do papel e do lugar que ocupa na<br />

família, mostrando os deuses gregos como imagens<br />

arquetípicas, modelos primordiais figurados na<br />

psique. Os deuses são mostrados como matrizes<br />

tipológicas organizadas em padrões, estruturas,<br />

formas e funções revelando a natureza original do<br />

humano.<br />

Como uma jornada de herói, continua seus<br />

estudos e cursos compondo sua cartografia<br />

dinâmica com movimento vivo e claro. Sandra tem<br />

interesse pelas linguagens para se comunicar com o<br />

mundo psíquico e social. Para ela vale a pena investir<br />

nas atualizações sem perder a referência das<br />

tradições que sustentam a história do sujeito. Vale a<br />

pena dar espaço interno para transformações e<br />

ressignificações. Com firmeza ela mantém sua<br />

finalidade de prosperar, somar conhecimentos e<br />

aplicar relacionamentos leves através do prazer e do<br />

lúdico que alegra a alma. Confia na bom uso da<br />

própria potencialidade e criatividade para construir<br />

um mundo melhor, saudável em todos os aspectos<br />

alcançáveis.<br />

Numa conversa descontraída, nos diz que respeita<br />

o universo plural e grandioso que é o ser humano.<br />

Para a evolução é essencial se deixar fluir, se deixar<br />

atravessar pelas artes, pelas tecnologias, filosofias e<br />

ciências, pois o conhecimento leva, eleva e sustenta<br />

o sujeito para que seja um ser mais e melhor. Mas,<br />

assegura que compete a cada um promover ao seu<br />

corpo físico e a sua alma um religare com o 'Self';<br />

compete individualmente e subjetivamente<br />

aproveitar as oportunidades de ampliação da<br />

consciência e consagrar da melhor maneira o espaço<br />

e o tempo que nos cabe.<br />

Sandra acredita na forma da mulher que<br />

transforma, que é potente, corajosa e sobretudo<br />

amorosa. Estamos precisando pôr em pratica a<br />

sororidade, estar mais perto uma das outras, passar<br />

mais tempo juntas para intensificar os sentidos da<br />

vida e celebrar as conquistas. Para Sandra ser<br />

mulher é se ligar à origem - a mãe Terra e se<br />

conectar a Natureza; quando faz isso sente a força e<br />

a coragem vibrando no seu ventre e no seu peito, de<br />

tal modo lhe parece o grandioso amor e a vontade<br />

de viver. Assim, se sente privilegiada no desfrute da<br />

vida.<br />

@be_art_magazine | 31


<strong>ART</strong>ISTAS


@be_art_magazine | 33


PESSOAS<br />

I E T R A<br />

P<br />

u n q u e i r a<br />

J<br />

MUITO BOA NOITE!<br />

eu sou


Vamos ser sinceros - falar de nós mesmos é sempre<br />

estranho. É como se estivéssemos em uma entrevista de<br />

emprego e o intuito é vender o seu peixe pra conseguir<br />

aquela vaga.<br />

Mas aí já começa a ficar difícil. Eu nunca fui a desse tipo.<br />

Entrevista de emprego de verdade fiz somente uma vez<br />

na vida (e esse ano) e foi por telefone. Ou seja, não<br />

espere que saia de mim uma caixinha de moldes préfabricados<br />

porque a 'real realidade' é que todo o meu ser<br />

foi feito de peças sob-medidas. E por favor! Longe de ser<br />

melhor que a de ninguém, vamos deixar bastante claro.<br />

Somente consegui aprender rapidamente a me escutar, a<br />

saber o que me faz feliz, o que me completa e que,<br />

independentemente do que pensam sobre, tenho e terei<br />

sempre a minha consciência como minha melhor amiga e<br />

fiel companheira.<br />

Vamos para os dados: Hoje tenho 31 anos, nasci em<br />

Volta Redonda no Rio de Janeiro, vivi quase toda a minha<br />

vida em Ribeirão Preto no interior de São Paulo. Com 2<br />

anos disse pra minha mãe que queira ser 'CANTOLA'.<br />

Com 13 anos conheci meu marido - que ainda acho<br />

estranhíssimo dizer essa palavra já que, 18 anos juntos<br />

depois, colocamos a aliança no dedo! Sim. Esse agosto<br />

agora. Isso mesmo, 18 anos depois - e ele já era músico<br />

com banda e tudo - e eu ainda com o sonho guardadinho<br />

dentro de mim. As coisas foram se desenrolando e, de<br />

estudar meu violão e cantar pra família, decidi realmente<br />

focar e ser a melhor que posso nessa carreira.<br />

Fui estudar canto lírico. Fiz aulas de música e cursinho<br />

para aí então poder passar e cursar Música na<br />

USP de Ribeirão Preto que, apesar de ser é<br />

faculdade de Música Erudita (que nunca foi a<br />

minha) aprender nunca é demais. Entrei em 2007,<br />

me formei em 2010. Fiz um TCC com um tema na<br />

época somente estudado por 3 pessoas em todo<br />

o mundo. Tirei três 10 dos três professores da<br />

banca e já poderia entrar com esse tema junto<br />

com a faculdade de medicina para o mestrado,<br />

mas não conseguiria. Eu não via a hora de sair de<br />

um dos maiores círculos de ego que eu já tinha<br />

vivenciado e não era nem de longe o que queria<br />

pra minha vida. Para se ter uma ideia, costumávamos<br />

dizer que 'antes de entrar na Usp, todos pensam que são<br />

deuses e quando entram têm certeza de que são'.<br />

Só não ia dar pra mim. Eu queria cantar e poder tocar<br />

diretamente a vida das pessoas. E foi o que fiz por quase<br />

10 anos. Claro que foi maravilhoso mas ao mesmo tempo<br />

absurdamente 'trabalhoso', já que não encontro outra<br />

palavra pra resumir tudo o que fiz. Nunca tivemos<br />

empresário e tudo o que fizemos foi na raça com muita<br />

muitas horas de dedicação. E sim, eu era todas funções<br />

existentes e no fim - também cantava.<br />

Pois é, parando para pensar isso é algo recorrente!<br />

Sempre fui "Bombril - 1001 utilidades" e nada mudou até<br />

o dia de hoje.<br />

Tocamos mmmuuiittoo! De toneladas de barzinhos, a<br />

grandes shows, casamentos, aniversários a casas por<br />

todos os lados, fizemos um delicioso caminho. Mas com o<br />

sertanejo estourado no Brasil e sendo do interior, nosso<br />

pop-rock tinha ainda menos espaço.<br />

E não, eu também não seria capaz de ser um produto da<br />

mídia para agradar aos outros em busca de fama.<br />

E nesse momento sentimos que era hora de sair do Brasil. Sendo<br />

sincera, eu ainda não estava convencida. Eu queria seguir tentando,<br />

mas o lado do casal falou mais alto e começamos a vida na Europa<br />

por Dublin e, a vida de músicos que era de banda seguiu como um<br />

duo. Tocamos na rua e em alguns pubs.<br />

Wow! Quanto crescimento, quanto aprendizado, quanta maturidade<br />

eu ganhei! E foi nesse momento que conhecemos Barcelona de<br />

passeio e só - nos apaixonamos. Sabíamos que era esse o nosso<br />

lugar. O de Dublin que que era para durar um ano durou 7 meses.<br />

Voltamos ao Brasil, fizemos um negócio na praia para a temporada,<br />

vendemos o negócio que foi o pontapé para a vinda à Espanha.<br />

Pode parecer simples e lindo nesse pedacinho de papel, mas só nós<br />

sabemos tudo o que passamos. Nunca foi fácil, sempre foi<br />

persistência, resistência, resiliência e muita, mas muita força de<br />

vontade.<br />

Não conhecíamos ninguém - eu que por muito esforço e<br />

dedicação dos meus pais, havia me formado em inglês, passei a<br />

época da faculdade (4 anos) estudando francês já que achava o<br />

espanhol um idioma muito feio. E no fim das contas vim parar aqui!<br />

E então nem a língua sabíamos (sim que se entende, mas você só<br />

sabe o quanto 'você não sabe nada' assim que chega e tem que<br />

realmente viver todos os dias com a base da comunicação entre<br />

seres humanos sendo praticamente ao estilo de índio).<br />

Então a vida recomeçou. Você é um adulto que volta a ser criança!<br />

Normalmente as pessoas que não saem do país têm aquela<br />

impressão de que você pega um avião e chega num lugar mágico<br />

onde tudo é lindo e fantástico e você está vivendo num sonho.<br />

Pessoas do meu coração - já que a partir de agora posso ser mais eu<br />

e falar com você com um amigo depois de estar sabendo um super<br />

"QUE EU SEJA<br />

LUZ<br />

ENQUANTO<br />

AINDA EXISTIR<br />

A ESCURIDÃO"<br />

resumo da minha vida - não é! Claro que<br />

existem casos e casos, momentos e<br />

momentos, situações e situações. Mas<br />

não tenham dúvidas de que sempre é e<br />

sempre será de um crescimento pessoal<br />

inimaginável!<br />

E aí que cada vez mais fui ganhando<br />

minha força.<br />

E as coisas vão ficando cada vez mais<br />

claras. Eu não sou somente a resposta da<br />

pergunta: Quem é você? Já que a resposta<br />

que se busca é sempre: o que você faz da vida? Com o que você<br />

trabalha?<br />

Eu não sou a busca desenfreada por ter. Eu sou o sorriso que levo.<br />

Eu sou a luz que espalho. Eu sou o erro tentando ser acerto. Eu sou<br />

o hoje que vibra com nascer do sol. Eu sou inteira do mar. Eu sou<br />

feliz por que sim. Eu choro porque ainda tenho muito o que<br />

aprender. Eu caio, eu tropeço, eu fico um pouquinho no chão, eu<br />

respiro forte e tomo aquele novo fôlego. E eu sigo.<br />

Sou espírita e não teria outra maneira de me explicar por inteira se<br />

não citasse essa grande parte do meu ser. A doutrina me faz olhar a<br />

vida com outra perspectiva - e isso somente porque eu faço questão<br />

de não ficar com a capa do livro e desprezar o conteúdo.<br />

Parte das minhas manhãs é dedicada à espiritualidade e ser capaz<br />

de sempre estar um degrauzinho à frente do que fui ontem. Nunca<br />

foi entre eu e os outros. Sempre foi eu comigo mesma. Não é viver<br />

numa redoma de vidro se achando a única coisa importante nesse<br />

mundo, totalmente ao contrário - é saber que eu sou a única<br />

responsável por mim e que pra ser instrumento de amor ao outro<br />

eu tenho que me amar e, especialmente me conhecer.<br />

Eu só posso dar aquilo que tenho.<br />

@be_art_magazine | 35


NUNCA SOUBE SER P<strong>ART</strong>E DA MANADA.<br />

SEMPRE QUESTIONEI, SEMPRE FIZ DIFERENTE.<br />

NÃO BEBO, NÃO FUMO, AMO TREINAR, AMO<br />

ME RESPEITAR E COM UM CARINHO MUITO<br />

ESPECIAL, AMO NUTRIR MEU CORPO.<br />

O QUE HOJE ME LEVA A UM NOVO CAMINHO<br />

SEM VOLTA ATRÁS.<br />

Sou responsável por mim. Sou responsável pelo o que atraio. Sou<br />

responsável pelo o que me torno e também sou totalmente<br />

responsável pelo minha morada nesse momento presente. Meu<br />

corpo é um presente e eu tenho que também ser responsável por<br />

ele. Isso são paixões tão profundas que não seria capaz de colocar<br />

tudo em algumas linhas.<br />

Mas o que posso dizer é que hoje, depois de muito fechar os olhos<br />

para uma realidade que ainda não me sentia pronta para enxergar -<br />

já que no momento não tinha as ferramentas e conhecimento que<br />

tenho hoje - não consigo mais colocar no meu prato algo que teve<br />

vida e, estou no período de transição - e sem volta atrás - para o<br />

Whole Food Plant Based. (Para quem não conhece o termo, na<br />

minha alimentação não entra nada que venha de origem animal,<br />

incluindo ovos, leite e claro a carne mas, que foca especialmente em<br />

comer comida de verdade, alimento que nutre - grãos integrais e<br />

tudo o que vem da terra e não de pacotes!) E estou no momento<br />

mais pleno de toda a minha vida.<br />

Sempre treinei muito. São 15 anos de treino. E<br />

foram muitos anos de busca da perfeição,<br />

muitos anos de desequilíbrio alimentar. Muitos<br />

anos achando que ainda me faltava algo e hoje,<br />

encontrei. Sim. Aquela que sempre foi a chata<br />

@be_art_magazine | 36<br />

DAS SURPRESAS DA VIDA,<br />

UMA DAS MAIS INCRÍVEL<br />

FOI A DE CANTAR NO<br />

ANIVERSÁRIO DO<br />

CRISTIANO RONALDO NA<br />

CASA DELE EM 2018.<br />

ASSINANDO UM<br />

CONTRATO<br />

ABSURDAMENTE ALTO<br />

PARA NÃO DIVULGAR<br />

NADA, SÓ PENSO QUÃO<br />

GRATA SOU PELOS<br />

MOMENTOS VIVIDOS<br />

INDEPENDENTEMENTE DO<br />

MEU CAMINHO<br />

PROFISSIONAL HOJE.<br />

da turma por só comer saudável, hoje encontrou a própria<br />

felicidade se tornando 'insuportavelmente saudável!' (esse seria o<br />

momento do emoticon rindo, mas essa vida de escrever pra revista<br />

te faz usar de outras artimanhas, como escrever esse parênteses<br />

gigantes que se resolveria com um sorriso! Não vai dar. Solta o<br />

sorriso


Começando com uma parceria para a<br />

mídia digital com a Angela de Oliveira,<br />

fomos evoluindo e chegando ao que<br />

temos hoje. A cantora que gostava de<br />

falar rapidinho com o público e voltar<br />

ao personagem liberando canções,<br />

hoje se faz ouvir com seu eu jeito de<br />

ser, sem medo de errar, com vários<br />

'trupicões' mas sabendo que a<br />

felicidade sempre estará nessa<br />

constante busca da perfeição.<br />

Imperfeitos que somos, só temos a<br />

certeza de que perfectíveis seremos!<br />

E AINDA HOJE, COM MUITOS<br />

SONHOS EM MENTE, COM<br />

MUITAS DÚVIDAS, COM MUITAS<br />

VÍRGULAS E INTERROGAÇÕES;<br />

QUE APESAR DE NÃO ENXERGAR<br />

A TRILHA LÁ NA FRENTE, TENHO<br />

A MAIS PURA CONFIANÇA E FÉ DE<br />

QUE, ENQUANTO ESTIVER<br />

BUSCANDO SER MELHOR E<br />

SEGUIR CAMINHANDO SEMPRE<br />

EM FRENTE, AQUILO QUE É MEU<br />

ENCONTRARÁ UMA MANEIRA DE<br />

CHEGAR À MIM.<br />

Sem nunca, jamais passar por cima de<br />

ninguém. Sem querer caminhos<br />

curtos. Vamos todos na maravilhosa<br />

filosofia da Dori (peixinha esquecida<br />

do Procurando Nemo): CONTINUE A<br />

NADAR!<br />

Que eu possa te fazer feliz nessa mais<br />

nova empreitada que abracei (e digase<br />

de passagem, estou amando)<br />

construindo pela primeira vez uma<br />

revista digital - essa que você está<br />

lendo neste momento - ou mesmo<br />

com um sorriso leve e de criança ao<br />

me ver em mais um "MUITO BOA<br />

NOITE" nas lives do Janelas e Portas<br />

da Arte ou quem sabe até lá mesmo lá<br />

no meu insta @pietra.junqueira onde<br />

eu sou eu e nada além.<br />

Que sigamos sempre em frente, que<br />

sejamos juntos mais fortes e que eu<br />

possa sempre, sempre ser alguém que<br />

você de alguma forma possa contar!<br />

Obrigada por estar comigo até agora,<br />

siga a viagem nessa linda e tão<br />

carinhosamente preparada, revista<br />

digital.<br />

Que eu seja luz enquanto ainda<br />

existir a escuridão.<br />

@be_art_magazine | 37


PROJETOS<br />

desenterrando<br />

Luiz Augusto Paiva é<br />

presidente da União<br />

Brasileira de Escritores Seção<br />

da Paraíba.<br />

tesouros<br />

Autor de livros de contos e<br />

crônicas. Publica<br />

semanalmente no jornal<br />

“A União”.<br />

É membro da API (Associação<br />

Paraibana de Imprensa).<br />

Está coordenando a edição<br />

da antologia IMAGENS<br />

LITERÁRIAS:<br />

a realidade e o sonho.<br />

@be_art_magazine | 38


O estado da Paraíba é um<br />

pedacinho do Brasil espremido<br />

no nordeste brasileiro, ali nas<br />

menores longitudes das<br />

Américas. Pequenino por<br />

imposição de circunstâncias<br />

históricas está ali bem<br />

apertadinho no mapa. Na carta<br />

geográfica pode-se ver um<br />

gargalo como que se quisessem<br />

dividir o estado ao meio. Foram<br />

terras arrancadas da Paraíba.<br />

Nas latitudes de cima o Seridó<br />

ficou para os potiguares do Rio<br />

Grande do Norte e em baixo o<br />

Pajeú que os pernambucanos se<br />

apossaram. Nesse “pescoço”<br />

sobrou-nos o Cariri, pedaço de<br />

chão do qual o paraibano muito<br />

se orgulha, dado à sua riqueza<br />

cultural. Mas assim é em quase<br />

toda Paraíba. Dos coqueirais do<br />

litoral às caatingas sertanejas<br />

sopra um vento misterioso que<br />

atiça a alma paraibana para tudo<br />

que se relaciona à produção<br />

cultural.<br />

AQUI SE ESCREVE<br />

MUITO E APESAR DAS<br />

DIFICULDADES,<br />

PUBLICA-SE MUITO<br />

TAMBÉM. AS <strong>ART</strong>ES<br />

PLÁSTICAS E AS VISUAIS<br />

SÃO EXTREMAMENTE<br />

REPRESENTATIVAS,<br />

COMO É A MÚSICA SEJA<br />

ELA POPULAR OU<br />

ERUDITA. HÁ UMA<br />

PRODUÇÃO TEATRAL<br />

SIGNIFICATIVA E SE FAZ<br />

CINEMA DE QUALIDADE<br />

NA MEDIDA EM QUE OS<br />

RECURSOS PERMITEM.<br />

DIRIA SEM CAIR NO<br />

EXAGERO QUE NA<br />

PARAÍBA SE RESPIRA<br />

CULTURA.<br />

Aqui se escreve muito e apesar das dificuldades, publica-se<br />

muito também. As artes plásticas e as visuais são<br />

extremamente representativas, como é a música seja ela<br />

popular ou erudita. Há uma produção teatral significativa e<br />

se faz cinema de qualidade na medida em que os recursos<br />

permitem. Diria sem cair no exagero que na Paraíba se<br />

respira cultura. Quem não faz, no mínimo aprecia. Não há<br />

concerto de nossa Sinfônica que a lotação não esteja<br />

completa. Difícil cumprir uma agenda cultural durante a<br />

semana na Capital João Pessoa. É um sarau aqui, o<br />

lançamento de um livro ali, uma sessão de cine-clube acolá,<br />

uma palestra em algum auditório, uma galeria aberta a<br />

alguma exposição. Enfim, a semana precisaria esticar por<br />

mais uns dias para se dar conta de tantos compromissos. Há<br />

problemas, dificuldades e sempre achamos que pode<br />

melhorar. Claro que nem tudo é “um mar de rosas”, mas o<br />

que não falta é gente produzindo e outros tentando fazer<br />

acontecer.<br />

Focando apenas na literatura, da Paraíba surgiram nomes<br />

cujas obras figuram dentre os nossos clássicos. É uma<br />

tradição. Dos que ainda publicam, correríamos o risco de<br />

cometer uma imperdoável injustiça em não citar alguém se<br />

arriscássemos listar autores e obras relevantes no contexto<br />

da literatura paraibana atual, tantos são. Mas, via de regra<br />

nossos autores (há exceções, é claro) não vêem sua obra<br />

atravessar as divisas do estado. Como é certo, deva<br />

acontecer também com os escritores potiguares,<br />

pernambucanos, piauienses, etc, etc... O fato é que publicar<br />

no Brasil é muito difícil. As razões são tantas que não<br />

caberiam numa conversa informal como esta.<br />

Daí surgiu a ideia da antologia<br />

“IMAGENS LITERÁRIAS: a<br />

realidade e o sonho” promovida<br />

pela União Brasileira de<br />

Escritores – Seção da Paraíba.<br />

Foram convidados inicialmente<br />

associados à UBE-PB, em seguida<br />

escritores do estado e por fim de<br />

outros cantos do país. Estão<br />

participando escritores e<br />

escritoras, além da Paraíba, de<br />

Pernambuco (ALANE-PE), Rio<br />

Grande do Norte (UBE-RN) Piauí,<br />

Bahia, Espírito Santo, Goiás, São<br />

Paulo (UBE-SP) e Distrito<br />

Federal.<br />

Não é essa única iniciativa que<br />

fará nossos autores conhecidos<br />

além de nossas divisas e nem o de<br />

outros estados, aqui. Mas é um<br />

começo. Acreditamos, um bom<br />

começo. Numa próxima edição<br />

em 2021, pretendemos lançar em<br />

dois volumes: um de prosa e<br />

outro de poesia, sendo que então<br />

é de nosso intuito que escritores<br />

portugueses participem dessa segunda edição. E com<br />

esse propósito lançamos essa primeira edição também em<br />

terras lusitanas.<br />

A publicação dessa primeira antologia coube a Editora<br />

Mondrongo e à uma comissão formada por escritores<br />

associados a UBE – PB ficou o encargo de selecionar os<br />

textos: crônicas, contos, poesia e artigos.<br />

O lançamento está previsto para 21 de Novembro em<br />

João Pessoa, Natal, Recife no Brasil e em Lisboa (Vila de<br />

Cascais), Portugal.<br />

Foi muita bem recebida entre os nossos escritores a ideia<br />

desse intercâmbio, principalmente a possibilidade de<br />

numa próxima antologia estarmos juntos numa mesma<br />

edição. É de nosso interesse divulgar na imprensa e nas<br />

redes sociais as obras de nossos futuros parceiros<br />

lusitanos.<br />

Estejam certos, essa é a primeira de muitas iniciativas que<br />

pretendemos tomar nesse sentido. É hora de<br />

desenterrarmos alguns tesouros, nós aqui e vocês aí.<br />

@be_art_magazine | 39


ESPORTE<br />

JOSÉ NETO NETO<br />

JOSÉ<br />

por Pietra Junqueira<br />

FALANDO DE<br />

SUCESSO<br />

Ele não é nada mais nada menos do que o técnico<br />

da seleção brasileira feminina de basquete. Com<br />

inúmeros títulos pelos times que já passou, inclusive<br />

o de campeão pan-americano de 2019 com a<br />

seleção brasileira, acaba de entrar para o comando<br />

do time masculino Atlético Petro de Luanda em<br />

Angola, sem deixar a seleção.<br />

Mas deixamos os títulos de lado e o que<br />

encontramos é um menino de sorriso fácil,<br />

um coração que não cabe no peito, muito<br />

conhecimento e muita, mas muita força de<br />

vontade e determinação.<br />

Essa live realizada no grupo do Facebook Janelas e<br />

Portas da Alma com Pietra Junqueira de<br />

entrevistadora, foi ao ar no dia 11 de junho de <strong>2020</strong>,<br />

no pico da pandemia, no qual não poderíamos ter<br />

escolhido outra pessoa mais qualificada e especial<br />

para falar sobre: SUCESSO.<br />

@be_art_magazine | 40


QUANDO A GENTE CHEGA TE APRESENTANDO<br />

VOCÊ DEVE TER AQUELE ORGULHINHO DE<br />

FALAR - NOSSA, EU SOU TUDO ISSO MESMO.<br />

MAS EU TE PERGUNTO, QUEM É O NETO?<br />

Quando a gente tem esse tipo de apresentação<br />

lembramos tudo o que fizemos. O nosso foco é<br />

sempre pra frente e fazendo uma anologia, na vida a<br />

gente tem que ser assim também. Se ficarmos<br />

vivendo de passado deixamos de focar nas coisa que<br />

podem estar na nossa frente e que acabamos<br />

deixando passar. E isso é algo que o esporte ensina.<br />

Costumam me perguntar, qual o jogo mais<br />

importante, eu sempre respondo o próximo. Quando<br />

se escuta o que a gente fez dá até uma massageada<br />

no ego, mas serve também pra ver as capacidades<br />

que temos já que às vezes em momentos de<br />

dificuldades somos condicionados à colocar o<br />

foco na limitação. Mas estas nos<br />

tornam mais fortes e, se lembrarmos<br />

das capacidades que tivemos de<br />

superá-las elas podem nos<br />

condicionar a superar nossa<br />

dificuldade do momento e atingir o<br />

objetivo ali na frente.<br />

TEMOS VÁRIOS VÍDEOS SEUS<br />

FALANDO SOBRE O NETO, TÉCNICO<br />

DENTRO DA QUADRA. O QUE<br />

QUEREMOS SABER É SOBRE O SEU<br />

CAMINHAR. DE ONDE SURGIU ESSE<br />

AMOR PELO ESPORTE?<br />

Sou de Itapetininga e eu sempre fui<br />

praticante de modalidades esportivas.<br />

Na escola eu sempre fiz alguma coisa<br />

ligada ao esporte. Eu fiz atletismo,<br />

joguei handball, basquete e baseball,<br />

que meu pai trabalhava com a colônia<br />

japonesa que tem a cultura do<br />

baseball muito forte e, eu comecei<br />

também a praticar. Só que depois, na<br />

escola, o professor de educação física<br />

Coca (João Trindade Gomes Filho),<br />

uma pessoa que eu tenho uma<br />

gratidão muito grande e era o técnico<br />

da seleção de basquete da cidade, me<br />

convidou para jogar e ali eu me<br />

apaixonei pela modalidade. E por isso<br />

dou muito valor ao trabalho que é<br />

feito na escola, porque eu acredito que dali pode sair<br />

muita coisa. Quando o professor de educação física<br />

faz com que o aluno tenha esse gosto pela<br />

modalidade, por mais que essa pessoa não vire um<br />

jogador ou um técnico de elite, pelo menos ele vai dar<br />

um valor para o esporte. É importante - você vê a<br />

importância desse professor no colégio quando eu<br />

era ainda uma criança e que me despertou o gosto<br />

pelo basquete e olha quanta coisa boa aconteceu a<br />

"Esse é um<br />

momento de<br />

aprendizado.<br />

Que a gente<br />

possa<br />

compartilhar<br />

experiências e<br />

ajudar o outro a<br />

ser melhor,<br />

assim<br />

acabamos<br />

também sendo<br />

melhor com<br />

isso."<br />

partir daí.<br />

Fiquei em Itapetininga até os 17 anos, depois fui pra São<br />

Paulo fazer faculdade de Educação Física na Usp, que era<br />

de período integral onde eu entrava na faculdade 7h30 e<br />

saía 17h30 e dali ia correndo para uma academia em que<br />

trabalhava com avaliação física até umas 21h, 22h da noite<br />

pra me preparar para o próximo dia. No último ano da<br />

faculdade eu ficava de monitor da disciplina - não era um<br />

trabalho porque eu não recebia para isso e, o professor<br />

recebeu uma solicitação do clube Paulistano de São Paulo<br />

pra indicar um aluno para ser um estagiário e trabalhar<br />

como um assistente da escola de esportes do clube<br />

Paulistano. Ele me indicou e eu fui trabalhar com a<br />

escolinha de formação, o mini basquete e fiquei nesse<br />

clube por 16 anos, passando por todas as categorias. E<br />

você tem a felicidade de poder ver um atleta que começou<br />

lá na base depois vê-lo jogando no adulto, depois no alto<br />

nível e ver a evolução daquele aluno que começou com<br />

você. Eu tive a felicidade de um desses<br />

alunos ser o atual capitão da seleção<br />

brasileira e que foi campeão pelo<br />

Barcelona, o Marcelo Huertas. Ele jogou<br />

no Lakers e hoje joga no Tenerife e<br />

ganhou como melhor jogador do<br />

campeonato mundial interclubes e,<br />

quando eu entrei na escolinha ele tinha 8<br />

anos e eu fui técnico dele em<br />

praticamente todas as categorias.<br />

ENTÃO VOCÊ SEMPRE FOI MAIS<br />

TÉCNICO DO QUE JOGADOR, PORQUE<br />

FAZENDO O CONTRAPONTO COM<br />

EMPRESAS, COLOCAR O MELHOR<br />

FUNCIONÁRIO PARA COORDENAR NÃO<br />

QUER DIZER QUE SERÁ O MELHOR EM<br />

GERIR PESSOAS. SÃO DUAS COISAS<br />

COMPLETAMENTE DIFERENTES.<br />

Concordo mil porcento com você, essa é<br />

uma das coisas que a gente discute na<br />

formação de profissional, porque tem<br />

muitos ex-jogadores que querem ser<br />

técnicos, mas você jogar e executar é uma<br />

coisa, você ensinar é controlar não só suas<br />

ações mas a de quem você quer ensinar, é<br />

outra. Eu dou várias palestras corporativas<br />

e me perguntam sempre o que é um<br />

treinador pra mim e eu falo que o<br />

treinador é um gestor de pessoas. Pra<br />

mim um treinador. tem que saber da<br />

modalidade, mas ele tem que saber muito mais da matéria<br />

prima, que é o jogador, o aluno, aquele que está ali para<br />

receber a informação.<br />

NÃO SOMOS SOMENTE MÁQUINAS. SE VOCÊ NÃO ESTÁ<br />

COM A MENTE NO LUGAR, COMO VOCÊ VAI FAZER O<br />

CORPO FUNCIONAR? E ISSO É ALGO QUE VOCÊ DEVE<br />

TER NOTADO, SAINDO DO MASCULINO PARA O<br />

FEMININO - NÓS MULHERES TEMOS HORMÔNIOS<br />

DIFERENTES E MUITAS MULHERES JUNTAS - DEVE TER<br />

SIDO UM POUCO COMPLICADO, NÃO É NÃO?


Realmente são coisas que a gente vai aprendendo.<br />

Realmente não estava na minha rotina do meu dia a<br />

dia mas é isso, é a gente saber lidar com as diferenças<br />

e, isso também faz parte da capacidade do bom<br />

gestor, porque quando você trabalha com pessoas,<br />

independente dos gêneros, você tem que entender<br />

que uma pessoa é diferente da outra. Cada um tem<br />

uma ação, uma maneira de agir e a gente tem que<br />

estar sensível à esse tipo de necessidade que outro<br />

tem pra que aquilo que você tem como meta seja<br />

atingido. Quando me perguntam sobre essa diferença<br />

de masculino e feminino eu digo que é como mudar de<br />

um time. Porque as vezes mesmo dentro do mesmo<br />

time de um ano para o outro muda um jogador ou<br />

outro, você está acostumado a jogar de um jeito - e<br />

isso é independente do gênero. Você tem que ajustar<br />

o seu propósito ao do outro para ficarem todos na<br />

mesma página. E essa talvez seja uma das missões<br />

mais difíceis e, quando se vai para o feminino ainda<br />

tem o quesito físico, que quer queira ou não é<br />

diferente e você tem que saber lidar com isso.<br />

Até um exemplo curioso, fomos para o pré-olímpico<br />

das Américas na Argentina e a gente fez um jogo<br />

contra os EUA, que tem um time muito difícil de ser<br />

batido. Fizemos um jogo muito bom contra elas, com<br />

um ponto na frente no último quarto onde diziam que<br />

tomar menos de 30 já está ótimo e, no dia seguinte a<br />

gente teve um treino e, antes dele eu passei um vídeo<br />

mostrando todas as coisas boas que a gente fez<br />

deixando elas pra cima já que o jogo do dia seguinte<br />

era contra a Colômbia e tínhamos que ganhar pra<br />

classificar - mas no treino elas estavam super irritadas<br />

quando erravam, aí chamei todos pra tentar acalmálas.<br />

Quando chamo todos vem toda a comissão técnica<br />

e, assim que as jogadoras saíram, a fisioterapeuta, que<br />

já tem bastante experiência com o basquete feminino<br />

disse - olha preciso te falar uma coisa, não sei se você<br />

sabe mas dessas 12 meninas que estão aqui 7 estão<br />

em TPM. E eu -'Pô, mas isso aí não está na minha<br />

programação! Pode deixar que agora estou sabendo e<br />

vou levar diferente'.<br />

EXISTE A IGUALDADE E A EQUIDADE...<br />

O que eu acho errado não é tratar diferente e sim<br />

tratar com diferença. Eu falo sempre para os jogadores<br />

que não tem diferença entre vocês dentro da quadra.<br />

Eu não posso permitir para um jogador mais velho que<br />

ele faça algumas coisas que para o mais novo eu não<br />

permito, porque senão você fica sem critérios. A<br />

diferença entre eles está nos salários deles que eles já<br />

conseguiram com os êxitos que tiveram, que eles<br />

conquistaram. Mas dentro da quadra eu não posso<br />

permitir uma coisa para um que para o outro eu não<br />

permito.<br />

SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO NÃO É OLHAR<br />

COM SEUS OLHOS, É PERMITIR QUE OS OUTROS<br />

TENHA UMA VISÃO DIFERENTE DA SUA. E ISSO QUE<br />

É MUITO DIFÍCIL PORQUE VOCÊ TEM QUE ABRIR A<br />

CABEÇA DE UMA MANEIRA QUE AS PESSOAS NÃO<br />

SÓ PODEM SER DIFERENTES MAS PODEM PENSAR<br />

DIFERENTE DE VOCÊ. VOCÊ DEVE SER CAPAZ DE<br />

FAZER DISSO TUDO UM EQUILÍBRIO PARA SER<br />

ASSIM UMA EQUIPE E, QUE MESMO QUE UM ESTEJA<br />

MELHOR QUE OUTRO EM ALGUM PONTO, MOSTRAR<br />

QUE SOZINHO VOCÊ NÃO É NINGUÉM, SOZINHO O<br />

JOGO NEM COMEÇA...<br />

Exatamente, ainda mais em uma modalidade coletiva,<br />

o nome já diz, você trabalha todo mundo pra estar<br />

numa mesma página, que a gente esteja funcionando<br />

de uma maneira sincronizada, que cada um saiba bem<br />

executar a sua função mas que tenha o mesmo<br />

propósito. No jogo cada um tem uma função mas, tem<br />

que saber que o objetivo é comum. Todo mundo quer<br />

jogar bem pra ganhar o jogo. O propósito é maior e a<br />

gente tem que pensar assim na vida também. Se você<br />

viver de uma maneira isolada você acaba<br />

desrespeitando um dos propósitos da vida que é a<br />

'nós vivermos bem' e não somente 'eu viver bem'.<br />

É O SENTIDO DE COLETIVIDADE QUE ENTRA TÃO<br />

FORTE NESSE MOMENTO DE PANDEMIA QUE<br />

ESTAMOS VIVENDO, NO QUAL EU QUE NÃO TENHO<br />

NENHUM PROBLEMA DE SAÚDE E POR<br />

RESPONSABILIDADE ME CUIDO PARA PROTEGER O<br />

OUTRO.<br />

E olha como a educação física é importante. Porque se<br />

você conscientiza a pessoa da importância de fazer<br />

uma atividade física pra ser saudável, você acaba<br />

dando valor à saúde, acaba transformando isso uma<br />

prioridade e não só quando fica doente - preciso fazer<br />

porque estou obeso, meu colesterol está alto, minha<br />

glicemia está alta - não, você faz antes disso acontecer<br />

e é muito importante passar esses conceitos na escola,<br />

que foca muito na inteligência da matemática, no<br />

português, na biologia; parece que só isso é ser<br />

inteligente, mas imagina você ter tudo isso e não ter<br />

saúde. Você vai usar isso onde?<br />

SOMOS SERES INTEGRAIS, MAS ACABAMOS<br />

INVENTANDO MUITAS DESCULPAS E MUITO<br />

PROBLEMA PRA NÃO FAZER ISSO PELA GENTE...<br />

É porque você não transforma isso numa prioridade.<br />

Você é consciente mas não pratica isso. Por isso nada<br />

substitui a ação. Falar é muito bonito, posso falar<br />

coisas lindas de atividade física e sair daqui fumar um<br />

cigarro, como doce, gordura e querer pregar uma vida<br />

saudável. Não é coerente nem condizente o discurso<br />

com a prática. Então a melhor forma de comunicação<br />

que eu acredito é a atitude, quando você vê aquilo que<br />

outro está fazendo. Muitos me perguntam qual o<br />

melhor curso pra fazer e eu digo - 'encontra uma<br />

equipe que trabalha com excelência e observa o<br />

trabalho'. A melhor maneira de você formar e<br />

educar é pelo exemplo, atitude. O discurso é muito<br />

bonito mas se você não fizer de nada serve.<br />

E UMA VEZ MAIS SOMOS SERES INTEGRAIS, AS<br />

PESSOAS TENDEM A TER DUAS CARAS. EM CASA<br />

SOU UMA PESSOA E NO TRABALHO SOU OUTRA,<br />

MAS NÃO - VOCÊ NETO NÃO DEIXA DE SER O<br />

@be_art_magazine | 42


NETO QUE É EM CASA QUANDO VAI PRA QUADRA<br />

E ISSO SÃO PRINCÍPIOS. E AGORA, NESSE<br />

MOMENTO A GENTE TEM QUE SE OLHAR, OLHAR<br />

PRA DENTRO DE NÓS, O QUE NOS É PRIORIDADE.<br />

ESTANDO LONGE OU PERTO FISICAMENTE, POR<br />

SORTE TEMOS A TECNOLOGIA PRA UNIR, MAS A<br />

PERGUNTA É - ONDE VOCÊ DÁ O FOCO? E FAZER<br />

ASSIM DA SUA VIDA UM CAMINHO DE SUCESSO.<br />

O que você fala é bem bacana. Eu gosto muito de<br />

seguir o que falam muitos líderes e um que eu<br />

considero muito, ainda mais por ser relacionado à<br />

minha área é o <strong>Be</strong>rnardinho. É um cara que eu<br />

gosto muito de ouvir porque também ele lidera pelo<br />

exemplo. Como eu vejo que ele tem atitudes<br />

coerentes com o que eu acredito eu vou ver como<br />

ele faz isso. Eu converso muito com ele, mas eu<br />

também escuto muito as suas palestras e uma coisa<br />

muito interessante que falou é que hoje, muitas<br />

vezes a gente está no mesmo lugar, mas não está<br />

conectado. Você vai numa sala de trabalho e vê um<br />

monte de gente junto, mas ninguém está conectado<br />

com o outro, cada um está conectado com o seu<br />

mundo. Às vezes você está com distâncias de<br />

quilômetros, mas você está conectado, você está<br />

sentindo o que está acontecendo ali.<br />

NESSE MOMENTO TUDO ESTÁ MUITO<br />

EXACERBADO E TEMOS QUE ENCONTRAR O<br />

EQUILÍBRIO. PODEMOS SÓ OLHAR O MAL, COM<br />

AS DOENÇAS E PANDEMIA DE HOJE, OU A GENTE<br />

PODE FOCAR EM TUDO DE BOM QUE ESTÁ<br />

SAINDO DISSO E, ENTENDER QUE SÓ DEPENDE<br />

DO MEU OLHAR. EU SOU O OBSERVADOR.<br />

PODEMOS SER ESPONJA OU SER SER FILTRO,<br />

PODEMOS ABSORVER TUDO OU FILTRAR<br />

AQUILO QUE SE QUER.<br />

Eu acho que o equilíbrio é tudo. Você falou muito<br />

bem. Mais do que o equilíbrio, a consistência. Eu uso<br />

isso muito no meio do esporte - é melhor você ser<br />

consistente do quer ter picos e cair, pico de novo e<br />

cair. E quando a gente fala muito de sucesso, eu não<br />

uso essa palavra ‘SUCESSO’, eu uso mais a palavra<br />

‘ÊXITO’. Você aí na Espanha. escuta muito essa<br />

"Tem um livro o<br />

poder do hábito em<br />

que diz que o<br />

hábito não se<br />

apaga, você deve<br />

criar outro pra que<br />

esse sobressaia. Se<br />

você tem um hábito<br />

ruim, você tem que<br />

criar um bom e ele<br />

tem que ser mais<br />

vezes executado<br />

pra que ele fique<br />

acima desse ruim. E<br />

por isso que o treino<br />

diário é importante<br />

pra que você atinja<br />

o seu objetivo.<br />

Quando você treina<br />

é a mesma coisa da<br />

vida - o treino no<br />

dia a dia é pra<br />

exercitar o que você<br />

vai utilizar no jogo<br />

palavra, mais do que sucesso. A gente tem o costume<br />

de falar ‘boa sorte’, ‘bom jogo’ e sempre que a gente ia<br />

jogar com times de língua espanhola, ao cumprimentálos<br />

eles sempre falavam ‘êxito’. Eu fui assistente de um<br />

técnico argentino, o Ruben Magnano e perguntei pra<br />

ele o por quê. Ele me respondeu que ‘ÊXITO’ é uma<br />

palavra que está linkada muito ao trabalho. Então você<br />

trabalha e você tem o que vocês chamam de<br />

‘SUCESSO’ mas, seria o seu ótimo desempenho tendo<br />

de raiz o trabalho. E o sucesso nem sempre está<br />

relacionado ao trabalho - por exemplo o Big Brother. A<br />

pessoa entra lá e tem sucesso, ele fica famoso - mas o<br />

que ele fez? ele só entrou ali. O médico, doutor do<br />

flamengo falava que - como a gente ganhou, uma,<br />

duas, três, quatro vezes seguidas - 'caramba, é difícil a<br />

gente conseguir isso mas, é ainda mais difícil a gente<br />

chegar aí saindo de onde saímos'. E aí olhar lá de<br />

nossa origem e ver tudo que fizemos pra chegar nesse<br />

lugar, é algo que torna tudo muito mais valioso.<br />

É AQUILO QUE NINGUÉM OLHA. NÃO É O JOGO, É O<br />

TREINO DIÁRIO. NÃO IMPORTA A VONTADE OU A<br />

DOR, VOCÊ SÓ FAZ ACONTECER.<br />

Muita gente quer arrumar uma motivação, mas o que<br />

te faz chegar mais próximo do êxito é a disciplina.<br />

Muitas vezes quando você é disciplinado você sabe o<br />

que quer atingir, muitas vezes você não está motivado,<br />

mas mesmo assim você vai. Você é disciplinado e isso<br />

favorece esse êxito. Você não pode ter essa motivação<br />

extrínseca, você não pode esperar que alguém te<br />

motive. A motivação tem que vir de dentro. Por<br />

exemplo pra mim - quando penso em algo difícil que<br />

eu consegui - Campeão Mundial pelo Flamengo - a<br />

gente ganhou de um time da Euroliga que foi o<br />

Maccabi Tel Aviv - pra mim isso foi o máximo, me<br />

enche de orgulho e não foi fácil! A gente teve que ser<br />

campeão do NBB, campeão da Liga das Américas - que<br />

não foi fácil - e ganhar de um time que tinha um<br />

orçamento onde talvez o que eles gastavam por mês<br />

era o que gastávamos por ano - a diferença era muito<br />

grande, mas a gente conseguiu. Aquilo que vai ficar pra<br />

sempre na sua cabeça pelo êxito, não é fácil.<br />

A dificuldade faz parte<br />

dessa sua trajetória e ela<br />

e que vai facilitar<br />

você atingir seus<br />

objetivos. E na vida<br />

a mesma coisa, você<br />

tem que fazer as<br />

coisas do dia a dia<br />

que vão propiciar<br />

você atingir os seus<br />

objetivos de vida."<br />

valoriza o que você<br />

conseguiu.<br />

DENTRO DA QUADRA,<br />

DO CAMPO OU ONDE<br />

SEJA NO ESPORTE,<br />

VOCÊ ESTÁ COM OS<br />

TREINADORES E AÍ HÁ<br />

UMA HIERARQUIA, UM<br />

RESPEITO . NO<br />

CONTRAPONTO COM<br />

OS PAIS, ELES SEMPRE<br />

@be_art_magazine | 43


SERÃO PAIS E NÃO PODEM<br />

ESTAR NO PATAMAR DE AMIGOS,<br />

ATÉ PODEM SER AMIGOS MAS<br />

VOCÊ DEVE RESPEITO À ELES<br />

QUE TE CRIARAM E, MUITO SE<br />

PERDE NA JUVENTUDE DE<br />

HOJE…<br />

São valores que você está falando<br />

que o esporte tem esses<br />

elementos e pode ser utilizado na<br />

formação e, deve ser enfatizado na<br />

formação do professor lá na escola.<br />

Hoje estamos passando por<br />

momentos muito difíceis, mas estes<br />

momentos têm elementos que,<br />

quem já fez ou faz esporte talvez<br />

tem uma facilidade maior pra<br />

suportar, pra ter uma resiliência<br />

maior. Se você não cumprir regras<br />

e não respeitar o adversário você<br />

vai perder - hoje nosso adversário é<br />

o vírus - e se eu desrespeitar<br />

algumas regras eu vou ficar<br />

infectado. Então eu tenho que<br />

respeitar, trabalhar junto e se a<br />

gente tiver cooperação, que é outra<br />

coisa que o esporte tem, a gente<br />

consegue superar essa dificuldade.<br />

São elementos que o esporte tem e<br />

a gente pode usar para superar<br />

esses momentos difíceis que<br />

estamos passando.<br />

QUANTO MAIS ALTO VOCÊ ESTÁ,<br />

MAIS RESPONSABILIDADES<br />

VOCÊ TEM. COMO VOCÊ, NETO,<br />

COORDENA - É UM TRABALHO DE<br />

MAIS DE ANO PRA CHEGAR<br />

NAQUELE JOGO E FALAR - É<br />

AGORA -<br />

QUAL É O SEU<br />

CONTROLE<br />

PSICOLÓGICO?<br />

EU COMO CANTORA, O<br />

PRÉ ANTES DO PALCO<br />

EU FICAVA SUPER<br />

NERVOSA, TIPO - SERÁ<br />

QUE VOU CONSEGUIR?<br />

AÍ QUANDO SOBE VOCÊ<br />

SE TRANQUILIZA E<br />

FALA, 'OKAY ESSE É MEU<br />

LUGAR MESMO, ESTÁ<br />

TUDO BEM'. MAS O<br />

ANTES, COMO VOCÊ<br />

CONTROLA?<br />

Tempo técnico durante pré olímpico mundial em Bourges | França<br />

NBA BASKET SCHOOL | Girls Camp<br />

Com as campeãs mundiais ex-jogadoras<br />

Adriana Santos, Magic Paula e Hortência<br />

É exatamente isso, você fez<br />

uma comparação que é muito<br />

oportuna. É exatamente isso.<br />

Tem coisas que a experiência te<br />

ajuda muito - já faz muito<br />

tempo que estou como<br />

treinador, antes assistente. A<br />

minha seleção brasileira que eu<br />

participei - e fui como<br />

assistente, foi em 2004. então<br />

olha quanto tempo já passou!<br />

Eu fui em competições de nível<br />

alto internacionais, eu fui pra<br />

mundiais, olimpíadas e agora a<br />

gente foi pra uma competição<br />

com as meninas e eu estava<br />

com a mesma ansiedade. É<br />

claro que o controle disse a<br />

gente consegue fazer melhor. E<br />

aí você diz, você não teve<br />

medo? - é lógico que eu tive, se<br />

eu falar que não tive é mentira,<br />

só que o vencedor e perdedor<br />

eles também têm medo. A<br />

diferença é que o vencedor usa<br />

o medo como um estímulo já o<br />

perdedor olha para o medo e<br />

paralisa, ele não consegue agir.<br />

O medo está nos dois. É a<br />

maneira como você lida com<br />

essa situação que é melhor. E o<br />

como fazer está na experiência,<br />

no dia a dia que vai te<br />

capacitando pra lidar melhor<br />

com isso.<br />

@be_art_magazine | 44


"Ego e vaidade são vilões do<br />

êxito. É difícil achar uma forma<br />

de como você consegue ter<br />

êxito que seja fidedigna.<br />

Mas uma forma muito<br />

fidedigna de você não<br />

ter êxito é valorizar<br />

egos e vaidades.<br />

É uma linha muito tênue entre<br />

a autoestima e a soberba, já<br />

que esta já vai mais para o lado<br />

do ego e vaidade, de um<br />

caráter que não é muito<br />

benéfico para a equipe.<br />

Sim que você tem que ter<br />

autoestima e se sentir capaz,<br />

mas saber esse limite é uma<br />

questão de caráter e valores e<br />

isso é algo para mim que não<br />

se negocia. Eu como líder tenho<br />

que respeitar mas também me<br />

fazer respeitar.<br />

Tem várias coisas que<br />

eu negocio. Eu negocio<br />

salário, contrato,<br />

tempo de treino mas eu<br />

não negocio valores e<br />

caráter".<br />

@be_art_magazine | 45


A Quinta Da Torre nasce do sonho do seu proprietário, José<br />

Manuel Mendes, que, em 1995, adquiriu uma quinta<br />

abandonada e transformou-a no espaço moderno e inspirador<br />

que hoje conhecemos. Envolvida por uma zona de grande beleza<br />

paisagística, a Quinta da Torre apresenta ótimos acessos e<br />

situa-se a poucos minutos do centro da cidade de Marco de<br />

Canaveses. Os vinhos S. Caetano são o resultado da seleção das<br />

melhores uvas da Quinta da Torre. Com um elevado período de<br />

exposição à luz solar e uma área de vinhas que se estende por<br />

doze hectares, a Quinta reúne as condições ideais para fazer<br />

história com castas tradicionais da região como o Azal, Arinto,<br />

Espadeiro, Vinhão, Loureiro, Alvarinho e Avesso.


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

PÉROLA<br />

BONFANTI<br />

Investindo em colaborações multimídia e projetos interativos de arte<br />

urbana apresentou em 2013 os 13 Portais em East Village em Nova<br />

Iorque, em colaboração com a artista Nicolina Tyler e o coletivo de<br />

arte The Free Art Society.<br />

Em 2014, Bonfanti apresentou como curadora e artista o jogo-arte<br />

'4 Ases' criado em colaboração com os artistas Nicolina Tyler,<br />

Zel Nonnenberg e Marília Vasconcellos para a cidade de Viena,<br />

envolvendo o Museu Albertina juntamente com outros institutos do<br />

Hofburg.<br />

Em 2015, deu a palestra 'Urban Art Game' no Gamification Lab<br />

da Universidade Leuphana e apresentou o web-art-game<br />

'Nothing Remains Unseen' no festival de cultura digital DiGRA,<br />

Alemanha. Ainda em 2015 apresentou a palestra 'Site Specific<br />

Urban Art Game' na Universidade Alpen-Adria, Klagenfurt,<br />

Áustria e o Workshop 'Vivências Criativas e Interterritorialismo'<br />

no encontro global 'Emergências' patrocinado pelo Ministério da<br />

Cultura no Rio de Janeiro.<br />

Galeria WOZEN, Lisboa, 2016.<br />

Em 2016 e 2017 ministrou o curso 'Designing an Urban Art Game' em<br />

parceria com Niki Meixner ao longo de dois semestres da<br />

Universidade Alpen-Adria, e desenvolveu o jogo urbano 'Tides of Time'<br />

para o festival de arte de verão de Klagenfurt da UNIKUM. Apresentou<br />

individuais nas galerias DialogArt, de Viena e Wozen, de Lisboa.<br />

Em 2018 ilustrou a nova tradução do livro “Prefácio a Shakespeare”<br />

de Samuel Johnson e em 2019 dando seguimento a sua pesquisa de<br />

estética relacional inaugurou no Rio de Janeiro o estúdio de tatuagem<br />

ritualística e a pesquisa: "Co-criação e Incorporação - Tatuagem<br />

como Rito de Passagem e Experimentação em Estética Relacional".<br />

Galeria WOZEN, Lisboa, 2017.<br />

Portal 6 interactive performance, Avenue A/E 7th Street, 13 Portals, New York City, 2013. Josef Square, 4 Aces, Vienna, 2015.<br />

@be_art_magazine | 48


airro do Santo Cristo, durante suas<br />

intensas semanas de trabalho,<br />

vasculhou suas próprias origens<br />

profissionais como publicitário,<br />

assimilando-as à imagética variada e<br />

viva da arte urbana carioca e, mais<br />

recentemente, às possibilidades<br />

artísticas que circundam a ideia de<br />

"pintura abstrata" na atualidade.<br />

Ao sobrepor inúmeras camadas de<br />

tinta reticulada, René se questiona - e<br />

nos questiona - a respeito das sutis<br />

variações visuais e críticas da pintura<br />

abstrata no contexto contemporâneo<br />

e, em particular, da relação entre a<br />

action painting e da Pop (dos EUA) e a<br />

arte brasileira atual. Figuras como<br />

Rubens Gerchman e Jorge Guinle<br />

também se impuseram esse desafio<br />

décadas atrás: o de contextualizar o<br />

legado do norte em pleno paraíso<br />

tropical e caótico do sul.<br />

As pinturas de René Machado não<br />

são meramente processuais, no<br />

sentido de que não são fruto<br />

meramente do acaso, como num jogo<br />

Mas, se em Warhol encontramos uma maior<br />

reprodutibilidade, nas pinturas de Machado, as<br />

inúmeras e compulsivas aplicações de tinta<br />

serigráfica remetem mais à ação inquieta e<br />

gestual de um expressionista abstrato, como<br />

Pollock ou De Kooning e menos à infinidade de<br />

versões de Marilyn ou Mick Jagger feitas por<br />

Warhol. As impressões serigráficas de Machado<br />

não se replicam sobre inúmeras telas, mas se<br />

acumulam sobre algumas poucas, mas<br />

generosas, superfícies pictóricas.<br />

criativo surrealista. Suas camadas de retículas são<br />

cuidadosamente articuladas, com o intuito da máxima sedução<br />

visual. Trata-se de um jogo "sujo" e "malandro" de um<br />

artista madman carioca, que converte o plano .pictórico em<br />

outdoors, nos quais os produtos a serem "vendidos" não se<br />

resumem a um cigarro ou uma estrela pop, mas permanecem<br />

indecifráveis e intangíveis, com o caráter indizível que<br />

acompanha grande parte da pintura abstrata, desde as suas<br />

origens históricas no avant-garde até os quentes dias cariocas<br />

do verão que se anuncia.<br />

A obra de René se insere em uma linhagem de<br />

artistas que buscam vasculhar as possibilidades<br />

da pintura depois dos estrondos técnicos,<br />

visuais e conceituais causados pela Pop Art ou,<br />

ainda, pelas pinturas tragicômicas dos<br />

neoexpressionistas dos anos 1980. Richard<br />

Prince e Cristopher Wool são alguns dos nomes<br />

que na arte atual têm se aventurado a evocar e<br />

reprocessar as obras de nomes como Warhol<br />

ou Sigmar Polke, sem, no entanto, temer as suas<br />

figuras e conquistas históricas singulares. Prince<br />

e Wool podem ser vistos, respectivamente,<br />

como um cowboy e um punk que atuam, com a<br />

displicência saudável a qualquer a artista, sobre<br />

o plano pictórico. René Machado atua de<br />

maneira semelhante na "cidade desespero". No<br />

período em que esteve trancado em seu ateliê<br />

da Fábrica Bhering, no<br />

@be_art_magazine | 51


FOTOGRAFIA<br />

A INPORT REUNIU 12 FOTÓGRAFOS<br />

PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO EM<br />

CASCAIS | PORTUGAL<br />

@be_art_magazine | 52


Como ela mesma diz: ”A mulher<br />

atrás da câmera”, Ana Abrão<br />

(@ana.abrao.photo) faz morada<br />

na costa sul de Portugal. Embora<br />

viva neste mesmo local háquase<br />

duas décadas, Ana é de origem<br />

brasileira – país onde nasceu,<br />

estudou e segui carreira<br />

acadêmica -. Especializou-se<br />

profissionalmente em fotografia<br />

publicitária e casamentos. Almeja<br />

viajar pelo mundo com a sua<br />

câmera em busca de vivenciar<br />

pessoas de culturas diferentes e<br />

através das lentes, refletir o<br />

melhor que há em cada ser, com<br />

as suas mais belas expressões e,<br />

contar cada uma dessas histórias<br />

para o mundo.<br />

@be_art_magazine | 54


Foto jornalista alemão-brasileira,<br />

Ana Bianca Marin<br />

(@anabianca.marin) viajou o<br />

mundo focando suas lentes em<br />

temas que vão além das noticias<br />

do dia. Seu trabalho foi<br />

destacado em meios de<br />

comunicação como: Times<br />

Magazine, The New York Times,<br />

Getty Imagens, Reuters, AP, AFP,<br />

CNN, Deutsche Welle, Estado de<br />

S.Paulo, Globo entre outros.<br />

Atualmente reside em Paraty|RJ<br />

captando momentos que levam o<br />

expectador a se sentir presente<br />

em cada fotografia.<br />

@be_art_magazine | 55


Adriano Bassegio<br />

(@adriano_bassegio<br />

@adrianobassegio) nasceu na<br />

cidade de Barão no estado do Rio<br />

Grande do Sul.<br />

Porém sua família se estabeleceu<br />

na cidade de São Sebastião do<br />

Cai, onde cresceu e atualmente<br />

reside em São Leopoldo. Iniciou<br />

na fotografia em 2008<br />

desenvolvendo esta atividade<br />

como hobby e agora procura<br />

conciliar a fotografia com a sua<br />

profissão (engenharia de<br />

produção, mecânica e<br />

segurança).Continuamente, o<br />

autodidata busca aprimorar sua<br />

técnica e refinar seu olho<br />

fotográfico. Atualmente expõe<br />

seu trabalho em galerias de arte<br />

no Brasil e em mostras ao redor<br />

do mundo.<br />

@be_art_magazine | 56


Ítalo-brasileiro, Paulo Carotini<br />

(@paulocarotinioficial) tem 50<br />

anos e começou a fotografar aos<br />

12 anos de idade, com a câmera<br />

fotográfica de seu pai.<br />

Autodidata, faz uso da fotografia<br />

de maneira que a mesma seja<br />

seu meio de expressão, como<br />

costuma dizer, “escrever com<br />

luz!" Em suas fotografias procura<br />

o contraste e a beleza do corpo<br />

feminino. Intensidade e força são<br />

características marcantes<br />

presentes em seu portfólio nas<br />

tonalidades preto e branco.<br />

@be_art_magazine | 57


Marcelo Soares<br />

(@marcelosoares0902) é<br />

brasileiro, acadêmico, fotógrafo<br />

amador. Já viajou pelo mundo<br />

registrando os seus deleites<br />

visuais em quase meia centena<br />

de países. Mora atualmente na<br />

China onde ensina numa escola<br />

de Design da província de Hunan.<br />

Considera-se um cidadão do<br />

mundo pois também já morou na<br />

Inglaterra e nos Estados Unidos.<br />

Em suas fotos tenta capturar a<br />

serenidade e o olhar apaixonado<br />

de quem adora descobrir novas<br />

culturas, novos mundos e outras<br />

formas de viver.<br />

@be_art_magazine | 58


O carioca <strong>Be</strong>to Machado<br />

(@betofineart) é formado em<br />

jornalismo e exerce a fotografia<br />

de forma autodidata.<br />

Nascido no Rio de Janeiro, já<br />

morou em Nova Iorque, Campo<br />

Grande|MS e, atualmente reside<br />

em Brasília. Com um trabalho<br />

autoral, explora as possibilidades<br />

com uma câmera na mão e a<br />

sensibilidade nos olhos. Seus<br />

trabalhos exploram o poder da<br />

interferência digital e, apesar de<br />

trabalhar com a mesma, tem<br />

fascínio pelas fotos<br />

analógicas.Capturando<br />

livremente imagens de paisagens<br />

e pessoas, gosta de trabalhar<br />

com a fotografia como arte<br />

maior. Nos seus trabalhos digitais<br />

a foto pode ser alterada e<br />

manipulada para provocar os<br />

sentidos.<br />

@be_art_magazine | 59


Portuguesa, natural de Ponta<br />

Delgada da ilha de São Miguel<br />

Açores,<br />

Carmen Paulino<br />

(@carmen_paulino_martins) tem<br />

44 anos. Atualmente reside em<br />

Cascais. Tem como hobby a<br />

fotografia e tudo começou há<br />

uns anos atrás, como assistente<br />

de um fotógrafo profissional.<br />

Estagiou no Museu do Palácio da<br />

Cidadela de Cascais e teve a<br />

oportunidade e o privilégio de<br />

contactar com diferentes artistas,<br />

de diversas áreas culturais nas<br />

várias exposições que ocorreram<br />

no museu. Nas viagens que faz,<br />

tenta captar através do seu olhar,<br />

sensibilidade e instinto, a<br />

essência de cada sítio, pessoas,<br />

culturas e paisagens e reter o<br />

momento através da fotografia.<br />

@be_art_magazine | 60


A carreira de Marcelo Horta<br />

(@marcelohorta028) foi<br />

construída a partir de referências<br />

e vivências múltiplas relacionadas<br />

ao mundo das linguagens<br />

artísticas, transitando pelo<br />

campo da linguagem musical<br />

como DJ; no gerenciamento de<br />

eventos culturais; pelo campo da<br />

modalidade cênica de iluminação<br />

de grandes e renomados nomes<br />

da arte e cultura brasileira e<br />

internacional; em grandes<br />

projetos de Design. Como foto<br />

jornalista, trabalha com estilistas,<br />

artistas, cantores, bandas (...)<br />

Esta vivência tão plural trouxe a<br />

Marcelo Horta, como artista que<br />

é uma qualidade ímpar, que vem<br />

a ser a capacidade de filtrar, nos<br />

liames do cotidiano, através de<br />

suas lentes, recortes carregados<br />

de beleza e poesia. Estabelece<br />

conexões estéticas com a busca<br />

de significação que traga ao olhar<br />

daquele que se entrega à<br />

apreciação de suas imagens, a<br />

profundidade que a abarca.<br />

Desnuda, a partir de sua escolha<br />

dos objetos a serem eternizados<br />

por sua lente, a realidade que lhe<br />

toca e nos convida a participar<br />

das possíveis descobertas de<br />

seus sentidos implícitos e<br />

explícitos.<br />

@be_art_magazine | 61


Fotografa brasileira de origem<br />

italiana, Graziela Gilioli (@gilioli)<br />

foi premiada na Bienal de Roma e<br />

vencedora do concurso<br />

Internacional Biancoscuro Art<br />

Magazine. Fotografou em 40<br />

países nos 4 continentes<br />

trazendo sempre um olhar<br />

humanista sobre a diversidade.<br />

Seus trabalhos já foram expostos<br />

na Suíça (MAG – Montreaux Art<br />

Gallery) e também na Itália<br />

(Roma, Padova e Parma). No<br />

Brasil teve 3 exposições<br />

individuais em São Paulo, sendo<br />

elas: “O olhar que transcende”,<br />

“Veneza Mágica” e “Mulheres”.<br />

@be_art_magazine | 62


Natural de Minas Gerais,<br />

Alcina Morais (@alcinamoraaaiis)<br />

vive no Rio de Janeiro há mais de<br />

40 anos. Publicou livro de poesia<br />

'Olho d’água' em 2011 e foi<br />

selecionado pela Academia de<br />

Letras de Goiás – ALG como um<br />

dos cinco melhores na categoria<br />

poesia, neste mesmo ano.<br />

O mesmo foi publicado na<br />

França (edição bilíngüe) em 2012<br />

e Argentina em 2014 (em<br />

espanhol). Publicou poemas em<br />

Antologias Brasileiras e Revistas<br />

Mexicanas. Atualmente se dedica<br />

a fotografia enfatizando temas<br />

abstratos-urbanos, sempre<br />

registrados nas grandes cidades.<br />

São apresentados em grandes<br />

formatos impressos em papelalgodão.<br />

Participou da IV Bienal<br />

Internacional de Arte<br />

Contemporânea na Argentina em<br />

outubro de 2018. Foi premiada<br />

em 2º lugar e Menção Honrosa<br />

na Categoria Fotografia. Participa<br />

de Exposições, individual no RJ e<br />

coletivas no Brasil e no exterior.<br />

@be_art_magazine | 63


Walter Macedo Filho<br />

(@waltermacedofilho) é fotógrafo,<br />

dramaturgo, diretor de teatro,<br />

roteirista escritor e gestor<br />

cultural. Integrou o Círculo de<br />

Dramaturgia do Centro de<br />

Pesquisa Teatral, coordenado por<br />

Antunes Filho e participou da<br />

primeira turma do Núcleo de<br />

Dramaturgia SESI-British Council.<br />

Em 2018, suas fotos integraram<br />

várias exposições, dentre elas:<br />

Exposição de Arte Brasileira, na<br />

Arte Borgo Gallery em Roma e,<br />

em 2019 participou das mostras<br />

AngelaOliveirArt Galeria, em<br />

Alphaville, Salão de Arte de<br />

Itapetininga, no Centro Cultural e<br />

Histórico de Itapetininga; Salón<br />

de Arte en Barcelona, na Arteria<br />

BCN, em Barcelona; Art<br />

Barcelona, na Nui Art Gallery em<br />

Barcelona; Arte Brasileira em<br />

Roma, na AreaContesa Arte, em<br />

Roma; Vienna Das Meer<br />

undFarben, na Mi Barrio Gallery,<br />

em Viena.<br />

@be_art_magazine | 64


A história de Mário Chrispim<br />

(@mariochrispim) com a<br />

fotografia se iniciou na<br />

adolescência, quando foi<br />

trabalhar em uma loja do gênero.<br />

Certo dia, entre um atendimento<br />

e outro, caiu em suas mãos uma<br />

revista com fotos de Henri Cartier<br />

Bresson e, foi neste momento<br />

que aconteceu um caso de amor<br />

à primeira vista com a arte de<br />

registrar a luz. A vida o levou ao<br />

jornalismo voltado para a<br />

assessoria de comunicação,<br />

atividade na qual ainda exerce.<br />

No entanto, o flerte com a<br />

imagética nunca cessou. Foram<br />

anos apurando o olhar por meio<br />

da contemplação dos mestres<br />

das artes plásticas, vendo horas<br />

de filmes, escrevendo roteiros,<br />

dirigindo vídeos, além de clicando<br />

por vezes aqui e ali.<br />

@be_art_magazine | 65


63 anos é natural de Jundiaí. Já<br />

em Orlando e Americana mas<br />

mpinas como a cidade em que<br />

mprir o seu propósito de vida.<br />

SOR<br />

A<br />

Educador físico, jogador<br />

de basquete master da<br />

Hípica, sua paixão pelo<br />

esporte transcende as<br />

quadras.<br />

Participa efetivamente em<br />

ações sociais, participa no<br />

planejamento, na<br />

arrecadação e entrega de<br />

doações para escolas e<br />

instituições sociais,<br />

levando carinho e<br />

respeito aqueles que<br />

mais necessitam.<br />

Professor China faz a<br />

diferença na vida de<br />

meninos e meninas de<br />

escolas públicas de<br />

Campinas, levando o<br />

esporte, especificamente<br />

o basquete para dentro<br />

delas e assim<br />

incentivando a saúde,<br />

educação e cultura.<br />

Dá aula no ginásio da<br />

AABB da mesma cidade e<br />

com a máxima de ensinar<br />

a essência do esporte,<br />

unindo as famílias e<br />

incentivando a prática do<br />

esporte além dos<br />

cuidados com a saúde, já que sabe e prega<br />

diariamente a educação objetivando formar bons<br />

cidadãos através do basquete.<br />

Em junho criou o "Projeto Contribuir Qualidade de<br />

Vida" (PCQV) que tem um formato de lives de 50<br />

minutos com profissionais do esporte, da aúde,<br />

gestão, educação e outras especialidades sempre<br />

tratando de temas relacionados à qualidade de vida<br />

com muita informação e conteúdo mas levando<br />

essas conversas de maneira totalmente<br />

descontraída.<br />

Também apresenta o programa "Passa Bola<br />

China" entrevistando convidados especiais<br />

falando de basquete masculino e feminino,<br />

abrindo espaço para atletas, técnicos e<br />

profissionais do esporte para debater sobre<br />

oportunidades de melhoria para o esporte.<br />

instagram | chinabasquete<br />

facebook | Antonio Chiqueto Netto<br />

twitter |china_netto<br />

@be_art_magazine | 69


o que é ser artista para Liane<br />

Mas<br />

Briand?<br />

e o deslizar do pincel ou da espátula<br />

nuances<br />

a tela. Atua com diferentes materiais<br />

sobre<br />

utilizar a tinta acrílica que lhe traz<br />

podendo<br />

inspiração abstrata, com misturas mágicas,<br />

a<br />

LIANE BRIAND<br />

LIANE BRIAND<br />

expõe seus trabalhos em<br />

Liane<br />

e galerias na França,<br />

salões<br />

<strong>ART</strong>ISTAS<br />

BRIAND<br />

Liane Briand é autodidata e sua arte é muito ligada à<br />

sua história de vida. Nasceu e cresceu no Brasil, cidade de<br />

Curitiba, estado do Paraná. Desde muito jovem demonstrou<br />

LIANE<br />

interesse pelas artes, iniciando cursos de pintura em ateliêrs<br />

de artistas de renome.<br />

Mais tarde, vindo fixar residência na França por motivo de<br />

matrimônio, continuou procurando aperfeiçoar suas técnicas<br />

em vários cursos e formações artísticas, entre elas a escola<br />

UCAD - 'Union des Arts Decoratifs', no Louvre. Seu objetivo<br />

principal, sempre avançar buscando atender aos seus anseios<br />

artísticos e o desejo de expressar-se através das cores e<br />

materiais diversos.<br />

ela ser artista é ousar as cores, as<br />

Para<br />

as matérias.<br />

técnicas,<br />

É encontrar seu ritmo artístico, transmitindo ao espectador<br />

um estado de surpresa, de paixão ou repúdio mexendo com<br />

seus sentimentos, proporcionando-lhe um momento único. O<br />

mesmo momento único vivido<br />

pelo artista ao criar sua obra.<br />

Em seu trabalho Liane Briand<br />

propões cores vivas, traços<br />

firmes, com pinceladas<br />

inspiradas no impressionismo,<br />

porém à sua maneira própria<br />

de apreender as cores e a<br />

autonomia liberal da sua<br />

linguagem expressiva das<br />

formas fazendo da àgua o<br />

verdadeiro objetivo das suas<br />

obras.<br />

preferÊncia pela<br />

Tem<br />

à oleo, onde aprecia a sutilidade das<br />

tinta<br />

Quanto aos seus artistas preferidos podemos citar<br />

William Turner por suas pinturas esfumadas levando ao<br />

limite entre o figurativo e o abstrato; Monet por<br />

considerá-lo mestre da pintura impressionista. Na arte<br />

contemporânea pode passar longos minutos na frente<br />

de uma tela de Zao-wou-ki<br />

(artista chines) ou Mark<br />

Rothko (artista Americano).<br />

O tema marinho se impôs ao<br />

seu trabalho após observar<br />

os movimentos e reflexos de<br />

barcos. Tema que lhe<br />

oferece a dinâmica das cores<br />

vivas que tanto aprecia (e<br />

que refletem sua<br />

personalidade jovial), bem<br />

como o grafismo das ondas<br />

em movimento. Apesar de<br />

mostrar paisagens marinhas,<br />

os barcos não são seu<br />

sujeito principal. No mais<br />

das vezes eles são apenas figuras geométricas ou<br />

espaços de cor única.<br />

infinitas texturas, associação<br />

possibilitando<br />

nanquins, pigmentos, papéis especiais, etc.<br />

com<br />

Em outros momentos trabalha também a<br />

argila fazendo criações próprias.<br />

Áustria, Bélgica, Portugal<br />

Alemanha,<br />

no Brasil.<br />

e<br />

Reside atualmente na França, nos arredores de Paris,<br />

próximo à Versailles, na cidade de Jouy-en Josas (cidade<br />

da famosa “Toile de Jouy"), onde possui seu atelier e<br />

trabalha como artista além de ministrar cursos de artes<br />

plásticas.<br />

@be_art_magazine | 71


ES<br />

@be_art_magazine | 73


@be_art_magazine | 74<br />

"Fazia grafitti no muro da escola pra<br />

não ser expulso. Eu explodi umas<br />

bombas na escola e um professor de<br />

artes me deu a oportunidade e eu<br />

comecei a fazer no muro."


" E M T E M P O S D I F Í C E I S ,<br />

O Q U E N O S R E S T A<br />

É A A R T E "<br />

A carreira intensa e extensa do jovem artista<br />

é propagada na internet, eventos<br />

beneficentes, exposições, etc... Dito isso, é<br />

com muita humildade e respeito que pedimos<br />

licença para tentar trazer sobre nossa ótica o<br />

fenômeno 'Alemão'.<br />

Lê-se muito: O artista que ganhou o mundo.<br />

Preferimos reformular para: O mundo ganhou<br />

um artista visceral que graças a uma Dislexia<br />

nos brinda a cada pintura, a cada grafite, a<br />

cada projeto com seu olhar para o<br />

surrealismo que nos encanta, nos provoca e<br />

nos arrebata para um universo paralelo de<br />

incontáveis emoções.<br />

Como quase todo adolescente, não sabia<br />

como exteriorizar seus sentimentos<br />

controversos. Rebelde por condição,<br />

desenhava com giz ou blocos de concreto<br />

quebrado nos asfaltos das ruas, conseguindo<br />

desta forma inusitada trazer para si alguns<br />

inconvenientes com as autoridades, que viam<br />

nele um pichador grafiteiro fadado a ser um<br />

vagabundo, sem conseguirem alcançar a<br />

magnitude de seus desenhos que davam cor<br />

e forma a uma cidade urbana, cinza, fria,<br />

despida de alma.<br />

Mas os inadaptados nascem com luz<br />

própria e só precisam de um olhar atento<br />

que lhes indiquem a direção correta. E<br />

essa observação poética partiu de um<br />

professor de artes que sutilmente levou<br />

'Alemão' a deixar de explodir salas de<br />

aula, desperdiçar seu talento em asfaltos<br />

e canalizar sua aptidão nata em muros,<br />

casas, mudando assim o olhar dele e de<br />

todos para a real vocação do jovem:<br />

seduzir o mundo e as pessoas com suas<br />

paletas de cores.<br />

As obras do Alemão mais do que lúdicas,<br />

são uma catarse. Um artista pragmático,<br />

controverso, com discrepâncias que nos<br />

remete a um paradoxo. Sempre em<br />

transformação como artista e ser humano.<br />

A Série Bicicletas, tema de seus quadros<br />

atuais, nos convida a um passeio imaginário<br />

pelos dias, noites e madrugadas, inebriando<br />

nossos sentidos com cores vibrantes e formas<br />

audaciosas que nos levam ao êxtase, ao ápice!<br />

Muito mais do que agradecer um artista, o<br />

Ser Humano Anderson, que de forma vibrante<br />

e coesa faz<br />

sua arte<br />

correr o<br />

mundo e<br />

tocar no<br />

íntimo<br />

pessoas de<br />

sensibilidade<br />

diante de<br />

tamanha<br />

essência<br />

provocando<br />

assim uma<br />

reação<br />

positiva para<br />

a construção<br />

de um mundo melhor.<br />

UM CORAÇÃO GENEROSO, UM<br />

SORRISO ACOLHEDOR, UMA<br />

DOÇURA NAS PALAVRAS E GESTOS.<br />

Alemão, o inadaptado, colecionador de<br />

sonhos, realizados e eternizados através de<br />

suas mãos.<br />

por Patrícia Coelho<br />

@be_art_magazine | 75


é nisto que creio, não é isto que me<br />

Não<br />

não é isto que almejo.<br />

move,<br />

além, vai além, muito além, vai aos<br />

Vou<br />

clientes e pessoas que adquirirem<br />

meus<br />

móveis, sentirem o verdadeiro<br />

meus<br />

a verdadeira paz, o verdadeiro<br />

conforto,<br />

de uma casa, de um lar, é um lugar<br />

sentido<br />

se aprende sobre fé em Deus e o que<br />

onde<br />

onde devemos verdadeiramente<br />

É<br />

em todos os sentidos. E por que<br />

descansar,<br />

levar esta paz através de um móvel?<br />

não<br />

móvel? Não! Um que foi<br />

Qualquer<br />

criado, com base em raizes,<br />

concebido,<br />

que leve paz, a paz que excede<br />

histórias,<br />

BRASIL<br />

...PELE<br />

Ele espera de cada um de nós.<br />

todo o entendimento.<br />

ONDE O VALOR DO TRABALHO É<br />

ENSINADO E CADA UM FAZ A<br />

SUA P<strong>ART</strong>E PARA MANTER O<br />

LAR FUNCIONANDO. É NELE QUE<br />

ADQUIRIMOS A BASE DE<br />

SUSTENTAÇÃO PARA NOSSAS<br />

VIDAS.<br />

LOR DA PELE<br />

...PERGAMINHO<br />

@be_art_magazine | 77


SAÚDE<br />

A <strong>ART</strong>E DO<br />

TRANSPLANTE<br />

Drª Luciana Takata Pontes<br />

CRM| 1117999<br />

CAPILAR<br />

transplante capilar, embora<br />

comumente associado ao Ouniverso masculino, é uma técnica<br />

cirúrgica que cada vez ganha mais<br />

atenção também das mulheres.<br />

Dra Luciana, o que é um transplante<br />

capilar?<br />

O transplante capilar é a redistribuição de<br />

cabelos pelo couro cabeludo. Retiramos<br />

fios de uma área com muitos folículos<br />

definitivos, isto é, sem tendência genética<br />

para calvície e transportamos para uma<br />

área com rarefação capilar onde estão os<br />

fios miniaturizados que possuem genética<br />

para calvície.<br />

Quais as técnicas mais usadas?<br />

As duas principais técnicas são a FUT<br />

(folicullar unit transplantation) e FUE<br />

(folicullar unit extraction). Ambas se<br />

baseiam na implantação dos fios<br />

respeitando as unidades foliculares. A<br />

diferença está na forma de extração da<br />

área doadora. Enquanto na FUT é<br />

realizada uma incisão com a retirada de<br />

uma faixa do couro cabeludo, na FUE cada<br />

unidade folicular é retirada<br />

individualmente com um instrumento de<br />

menos de 1 mm de diâmetro denominado<br />

punch. Cada técnica tem suas indicações<br />

e um cirurgião experiente saberá indicar<br />

qual a melhor técnica para cada paciente.<br />

Além da tecnologia, quais pontos<br />

são, sob seu ponto de vista,<br />

importantes para a realização de<br />

um transplante capilar bem feito?<br />

O transplante capilar bem feito<br />

depende principalmente de dois<br />

fatores: naturalidade e densidade. A<br />

naturalidade depende das mãos do<br />

cirurgião, pois está diretamente<br />

relacionada com o planejamento da<br />

distribuição das unidades foliculares,<br />

com o desenho feito, com a direção e<br />

inclinação dos fios implantados, entre<br />

outros aspectos. Já a densidade é o<br />

fator limitante da cirurgia, pois é<br />

totalmente dependente da qualidade<br />

da área doadora do paciente.<br />

O transplante capilar também é<br />

indicado para mulheres?<br />

O transplante capilar pode ser sim<br />

uma opção no tratamento da calvície<br />

feminina. Ele está indicado<br />

principalmente nos casos de calvície<br />

do tipo androgenética e deve ser<br />

realizado de forma estratégica,<br />

privilegiando as áreas de maior<br />

impacto cosmético. O objetivo da<br />

cirurgia é aumentar a densidade<br />

capilar nessas áreas de forma<br />

permanente e natural e deve ser<br />

sempre associado ao tratamento<br />

clínico para manutenção dos cabelos<br />

existentes.<br />

Dra. Luciana, Clínica Ruston:<br />

Médica dermatologista com<br />

formação e mestrado pela<br />

UNICAMP.<br />

Atua na área de cirurgia<br />

dermatológica e hoje dedica-se<br />

exclusivamente à oncologia<br />

cutânea e cirurgias de<br />

restauração capilar.<br />

Integrante da equipe cirúrgica da<br />

Clínica Ruston, referência<br />

mundial em transplante capilar<br />

desde 2014, onde além da<br />

realização dos casos masculinos,<br />

é a atual responsável pelos casos<br />

femininos.<br />

Esta matéria tem caráter meramente informativo<br />

@be_art_magazine | 79


AHH...CA<br />

CASCAIS<br />

A meia hora de Lisboa,<br />

Cascais – à beira-mar plantado –<br />

não é apenas um paraíso de praias e<br />

ondas para surfar. Os melhores<br />

restaurantes em Cascais, para antes<br />

ou depois do bronze, têm os olhos<br />

colados ao mar. Mas, se as estrelas são<br />

os peixes e o marisco, há mais: alta<br />

cozinha chinesa, caça e estrelas<br />

Michelin. Entre a terra e o mar, o difícil<br />

será escolher se prefere um pargo com<br />

cevadinha e funcho ou uma burrata<br />

italiana da Campânia.<br />

@be_art_magazine | 80


SCAIS!<br />

@be_art_magazine | 81


CASCAIS<br />

Cascais, conhecida como a<br />

Riviera Portuguesa é parte do<br />

distrito e da área metropolitana<br />

de Lisboa.<br />

Em 2016, totalizava 210<br />

889 habitantes<br />

distribuídos por uma área<br />

de 97,40 km².[3]<br />

Pelos seus valores naturais e paisagísticos, tanto a vila como o concelho<br />

conheceram um surto de popularidade que a viram tornar-se no<br />

destino preferido das elites portuguesas e estrangeiras a partir do<br />

Sobre a vila<br />

século XIX.<br />

A vila de Cascais, à semelhança<br />

do que aconteceu nos últimos<br />

anos sobretudo com as cidades<br />

de Lisboa, Porto e Fátima,<br />

tornou-se num dos principais<br />

destinos do turismo em<br />

Portugal, a ponto de ter sido<br />

começada a cobrança de uma<br />

pequena taxa turística nas<br />

dormidas locais.<br />

@be_art_magazine | 82<br />

fotos retiradas da página www.guruwalk.com


NATURAL DE BIRIGUI,<br />

INTERIOR DO ESTADO<br />

DE SP, MAS VIVEU<br />

DESDE OS TEMPOS DE<br />

FACULDADE ATÉ<br />

FORMAR UMA FAMÍLIA<br />

NA CIDADE DE SÃO<br />

PAULO.<br />

Mudou-se para Cascais<br />

há quase 11 anos, meio<br />

que "na contra-mão",<br />

afinal era uma época<br />

em que o Brasil parecia<br />

que iria definitivamente<br />

decolar e Portugal,<br />

assim como toda a<br />

Europa, atravessava<br />

uma profunda crise<br />

econômica.<br />

Deixou para trás uma<br />

pujante vida de<br />

advogada naquela<br />

cidade para atravessar<br />

o oceano na companhia<br />

de seu marido, que fora<br />

transferido para<br />

Portugal, e de seu até<br />

então único filho,<br />

Leonardo.<br />

Daniela Moreira<br />

FIOROTTO RIBEIRO<br />

OA 57.393L<br />

OAB/SP 196.226<br />

+351-910948189<br />

Daniela, que sempre atuou na área de Propriedade<br />

Industrial, mais precisamente registros de marcas<br />

e patentes, vê hoje Cascais muito diferente do<br />

que quando cá chegou.<br />

A cidade vivia tempos pacatos, poucas alternativas<br />

gastronômicas, comércio sem movimento, lojas fechadas e<br />

moral da população em baixa.Isso também refletia na sua<br />

atividade, tanto que, nos primeiros anos em terras lusas,<br />

continuava atendendo praticamente apenas seus clientes<br />

no Brasil, enquanto que aqui raramente havia alguma<br />

demanda.<br />

Mas com tempo tudo mudou. O jogo virou. O Brasil<br />

mergulhou em uma crise sem precedentes e Portugal<br />

emergiu e entrou definitivamente na moda. Veio o segundo<br />

filho, Frederico, e a vontade de voltar ao país, que outrora<br />

lhe acometia com frequência, ficou cada vez menor.<br />

Cascais, assim como Lisboa e outras regiões, viu uma<br />

explosão de novos hotéis, restaurantes, lojas, eventos e<br />

uma afluência cada vez maior de gente de todo o mundo.<br />

Essa guinada gerou também uma onda migratória de<br />

brasileiros que, ao contrário das anteriores, trouxe um perfil<br />

de imigrante diferente, que busca se instalar por aqui em<br />

busca de qualidade de vida e novas oportunidades de<br />

investimento.<br />

Daniela não ficou indiferente a esse movimento. Já<br />

inscrita na Ordem dos Advogados em Portugal,<br />

diversificou sua área de atuação para atender a uma<br />

demanda crescente de processos de nacionalidade,<br />

pesquisa de genealogia, residência, Golden Visa, etc. e<br />

conta com uma equipe de colaboradores<br />

especializada nesse tema.<br />

E apesar da saudade que bate de vez em quando daquela<br />

loucura de São Paulo, Daniela diz que encontra em Cascais<br />

o equilíbrio que busca para ela sua família.<br />

@be_art_magazine | 83


CASCAIS<br />

VIVER EM CASCAIS<br />

MORO EM CASCAIS HÁ 12 ANOS<br />

Meu nome é Dayane Priscila Filleti Dantas, tenho 37 anos e sou empresária. Viver aqui é<br />

simplesmente maravilhoso, já que temos sobretudo qualidade de vida. Cascais é uma vila encantadora<br />

- não é à toa que os Reis da Europa escolheram Cascais para passarem suas férias de veraneio -.<br />

É nossa Riviera Portuguesa ou Costa azul como é chamada desde a época dos Reis há muitas e muitas<br />

décadas atrás.<br />

Sou feliz pelo fato de poder ter a vista maravilhosa do mar no Guincho, ou passear pelo paredão. Ter a<br />

praia do guincho como o quintal da nossa casa é um tremendo privilégio e não há dinheiro no mundo<br />

que pague. Meu marido é Português e nos conhecemos no chequers e foi amor a primeira vista -<br />

desde então nunca mais nos separamos e até hoje, somos uma família muito feliz.<br />

Temos um casal de filhos maravilhosos - a Fátima com 9 anos e o Francisco com 8. Ela é patinadora<br />

artística e está agora também a iniciar a ginástica acrobática e ele é futebolista. Somos muito<br />

realizados pelos talentos dos nossos atletas.<br />

Eu e meu marido temos uma empresa de turismo na cidade, D&RTOURS e, com uma van de 8 lugares<br />

fazemos passeios turísticos de norte a sul de Portugal tendo também com hospedagens no Algarve,<br />

Norte (Fafe) e Cascais.<br />

INSTAGRAM | @DRTOURS.PT<br />

@be_art_magazine | 84


artista luso brasileiro que vem<br />

O<br />

sua carreira na Europa,<br />

desenvolvendo<br />

Portugal como a sua segunda<br />

elegeu<br />

e a cidade de Cascais como a<br />

pátria<br />

terra do coração.<br />

sua<br />

é um artista multi-facetado.<br />

Rodyner<br />

envolvido com variados<br />

Sempre<br />

está agora preparando a<br />

projetos,<br />

Online "Habemus Artem"<br />

Exposição<br />

parceria com a arte351.pt.<br />

em<br />

RENATO<br />

RODYNER<br />

o andante navegante<br />

Com uma carreira internacional sólida e<br />

reconhecida, já tendo apresentado seus<br />

trabalhos em vários países, nomeadamente,<br />

China no Macau, França em Paris, Avinhon,<br />

Lacoste, Cannes, Hungria em Budapeste,<br />

Espanha em Madri, Barcelona, Astúrias,<br />

Mônaco, Nova York, Equador, Rússia em Moscovo; também está representado na famosa coleção da<br />

Céres Franco Musée, Museo da Agua Portugal, Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro, Centro<br />

Islâmico Arieiro em Lisboa, Centro Português de Serigrafia e em várias coleções; Pierre Cardin, no<br />

Castelo do Marquês de Sade, em Lacoste, Coleção Princesa Stéphanie de Mônaco, entre muitas<br />

outras, bem como registrado em livros como o 100 Artistas Portugueses, Paulo Ferreira e seus<br />

Amigos, Arte98, Arte Contemporânea do Festival Russo de Arte onde ganhou um premio.<br />

@be_art_magazine | 85


CASCAIS<br />

CANEÇAS<br />

LILI<br />

S I M P L E S M E N T E<br />

@be_art_magazine | 86


ada melhor do que começar esta<br />

edição com a Embaixadora de<br />

Cascais, Lili Caneças. NEla, mais do que ninguém, sabe expressar todo seu<br />

carinho por este paraíso lusitano que hoje é<br />

referência na Europa e no mundo.<br />

Natural de Guarda, situada no norte de Portugal,<br />

veio aos 10 anos com os pais para esta Vila na<br />

qual escreveria grande parte da<br />

sua brilhante história pessoal.<br />

O pai era Comandante da<br />

Marinha de Guerra, um prestígio<br />

na época e, a mãe era pianista<br />

clássica mas, se dedicou à família<br />

exercendo esse dom apenas nas<br />

reuniões familiares.<br />

<strong>Be</strong>la, charmosa, elegante,<br />

simpática e carismática recebeu o<br />

título de Embaixadora de Cascais<br />

por de fato externar seu amor por<br />

este lugar em todos os cantos do<br />

mundo, atraindo investimentos<br />

vultosos em segmentos como a<br />

rede hoteleira e em negócios<br />

imobiliários.<br />

Lili não esconde seu amor<br />

pelo Brasil e pelos<br />

brasileiros.<br />

Do Rio de Janeiro em tempos<br />

áureos, guarda grandes<br />

lembranças desde as memoráveis<br />

festas até os encontros<br />

"RODEIA-TE DE<br />

COISAS BELAS,<br />

MAS ACIMA DE<br />

TUDO FAZ DA<br />

SUA VIDA UM<br />

LUGAR DE<br />

GRANDE<br />

BELEZA".<br />

inesperados com ícones do cinema e do jet set<br />

internacional que frequentavam a cidade maravilhosa.<br />

Chegou a desfilar pela Portela em certa ocasião em<br />

que a Mangueira se consagrou campeã.<br />

Segundo Lili, Cascais durante todos<br />

esses anos mudou muito, mas sente que<br />

neste momento está a recuperar o<br />

glamour dos anos 50 quando era uma<br />

terra de reis e pescadores, de grandes<br />

festas e visitantes ilustres.<br />

Para ela viver em Cascais é uma<br />

maneira de se viver com excelência<br />

pois a Vila oferece os<br />

melhores restaurantes,<br />

arte de qualidade, ar<br />

puro e uma natureza<br />

abençoada além é claro<br />

de estar pertinho de<br />

Lisboa.<br />

Viver em Cascais é<br />

uma dádiva !<br />

Ela finalizou esse papo<br />

gostoso conosco<br />

dizendo:<br />

"FIZ TUDO QUE<br />

GOSTARIA DE FAZER<br />

E CONTINUO<br />

FAZENDO PLANOS<br />

PARA O FUTURO".<br />

Agradecemos a Lili<br />

Caneças por essa tarde<br />

maravilhosa ouvindo um<br />

pouco de suas histórias<br />

e vamos acompanhar de<br />

pertinho seus próximos passos, pois sua<br />

luz e alegria de viver nos inspira!<br />

Cita uma frase como lema de sua vida:<br />

"Rodeia-te de coisas belas, mas acima de tudo faz da<br />

sua vida um lugar de grande beleza".<br />

Ela sabe viver com beleza.<br />

por Angela de Oliveira<br />

@be_art_magazine | 87


CASCAIS<br />

instagram | @drtours.pt<br />

Por Dayane Dantas proprietária da empresa de turismo D&R tours de Cascais.<br />

Há hábitos de a que os<br />

portugueses já deviam estar habituados. O<br />

momento em que chega à sala um peixe em<br />

chamas (a receita Furnas do Guincho<br />

é peixe<br />

Os<br />

ao<br />

melhores<br />

sal)<br />

restaurantes<br />

deslumbra<br />

estrangeiros mas também faz virar cabeças até<br />

de quem não come peixe. No Furnas do<br />

Guincho, é costume ver sair um carrinho destes<br />

da cozinha por dia, num aparatoso espectáculo.<br />

E é do mar que vêm as maravilhas que se<br />

comem por lá, seja o marisco fresco ou<br />

cozinhado – a saborosa paella, por exemplo –<br />

ou o famoso peixe. Não contente, há outras<br />

opções imperdíveis, como a açorda de lagosta<br />

ou a cataplana de polvo, para comer na sala<br />

interior ou na esplanada, quando o tempo<br />

estiver para isso.<br />

Explore este roteiro<br />

e, se estiver muito<br />

indeciso, siga<br />

também as nossas<br />

sugestões de pratos.<br />

foto instagram furnas do guincho<br />

PERFEITO PARA:<br />

Um almoço em cima do mar, naqueles dias sem<br />

vento em Cascais.<br />

OBRIGATÓRIO PROVAR:<br />

O bacalhau à lagareiro.<br />

Lambrettazurra<br />

A melhor pizza. É um curioso caso de sucesso<br />

em Cascais – tanto que mudaram em meados<br />

de 2017 para um restaurante maior – de uma<br />

pizzaria napolitana, idealizada por um casal de<br />

brasileiros radicado em Portugal há 25 anos,<br />

famoso por ter criado a marca de biquínis<br />

Marhum. O insólito aconteceu e Humberto, o<br />

homem da família, decidiu mudar de vida,<br />

estudar Itália de uma ponta à outra, arranjar<br />

fornecedores em Nápoles (a burrata vem da<br />

Campânia, por exemplo) e abrir um restaurante<br />

simpático com pizzas de bordas gordas e centro<br />

húmido.<br />

PERFEITO PARA:<br />

Puxar uma conversa com Humberto e deixá-lo<br />

contar tudo sobre os ingredientes das pizzas.<br />

OBRIGATÓRIO PROVAR:<br />

A pizza Caruso, com mozarela de búfala<br />

fresca e espinafres.<br />

foto tripadvisor<br />

@be_art_magazine | 88


Mar do Inferno<br />

Poucos lhe chamam Mar do e preferem<br />

tratá-lo pela alcunha “Lourdes” ou “Dona<br />

Lourdes”. E é à matriarca da família que todos<br />

apelam em dias de verão para conseguir uma<br />

mesa na esplanada (cá entre nós, a sala interior<br />

ainda é melhor, mas shhh…), e a quem todos<br />

agradecem à saída, depois de encherem a<br />

barriga com especialidades de mar vindas ali de<br />

perto. Em caso de muita fome, atire-se à<br />

travessa do mar com robalo, dourada,<br />

camarões, mexilhões e acompanhamentos. Ou<br />

então, fique-se pela mariscada.<br />

foto tripadvisor<br />

PERFEITO PARA:<br />

Poder dizer com propriedade aos cascaenses<br />

que “foi à Lourdes”.<br />

OBRIGATÓRIO PROVAR:<br />

As bruxas de Cascais.<br />

foto website mar do inferno<br />

Sushi O restaurante japonês do hotel Farol Design,<br />

mesmo em cima do mar, não tem só uma das<br />

melhores vistas da zona: tem uma carta criada<br />

pelo sushiman-surfista Nuande Pekel onde<br />

nunca falta peixe fresco. Se depois do almoço<br />

ou antes do jantar quiser dar um mergulho, a<br />

piscina do hotel fica mesmo ali ao lado. E, com<br />

aquela vista, vale cada cêntimo.<br />

foto tripadvisor<br />

PERFEITO PARA:<br />

Ter uma vista incrível do farol de Santa Marta.<br />

OBRIGATÓRIO PROVAR:<br />

O que o chef mandar!<br />

@be_art_magazine | 89


CASCAIS<br />

Por Dayane Dantas proprietária da empresa de turismo D&R tours de Cascais.<br />

Os melhores hotéis<br />

Grande Real Villa Itália Hotel & Spa<br />

Alguma vez dormiu na casa de um rei? Eis a sua grande<br />

oportunidade. A morada do último rei de Itália, Humberto<br />

II em Cascais foi transformada num hotel de luxo, em que<br />

a vista para o mar é tão espectacular que chega a ofuscar<br />

a decoração requintada de Graça Viterbo. De pouco mais<br />

de uma centena de quartos, os menos interessantes são<br />

os que oferecem vista de jardim. Se é para se armar em<br />

monarca, opte pela categoria 'Seaview Retreat' dos<br />

quartos standard, por uma suite ou – por que não? – por<br />

uma penthouse. Em todos irá encontrar amenities da<br />

portuguesa Castelbel. Mas as áreas comuns também são<br />

dignas de família real: destaque para a piscina exterior,<br />

para o spa (inspirado nas termas romanas, com mais de<br />

mil metros quadrados, dez salas de tratamentos, piscina,<br />

sauna, jacuzzi e ginásio) e para o restaurante italiano<br />

<strong>Be</strong>lvedere, com especialidades como risoto de espargos<br />

verdes com vieiras coradas ou cannelloni de pato. Aos fins<br />

de semana, o brunch à Boca do Mar convida pessoas que<br />

não estão hospedadas a fazer parte desta família real.<br />

Pestana Cidadela Cascais<br />

A antiga Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, em Cascais –<br />

património nacional – é agora morada da Pousada de<br />

Cascais, Cidadela Historic Hotel. Com mais de uma<br />

centena de quartos e mais de dez suítes de luxo, quase<br />

todas com vista para o mar, o hotel do grupo Pestana<br />

conta com duas praças ao ar livre, o restaurante Taberna<br />

da Praça com esplanada, a curiosa livraria Déjà Lu, com<br />

livros em segunda mão, e ainda o Museu do Cartoon.<br />

Quem gosta de artes tem de passar obrigatoriamente pela<br />

Cidadela Art District, que reúne galerias, estúdios e um<br />

'project room' com espaço para vários artistas exporem. A<br />

arte se estende a todo o complexo, incluindo até os<br />

quartos e corredores do hotel.<br />

@be_art_magazine | 90


Martinhal Cascais Family Hotel<br />

Nem só de vista para o mar vive o homem e é por isso que<br />

o Martinhal Cascais Family Resort pode muito bem figurar<br />

numa lista dos melhores hotéis em Cascais. Até porque<br />

neste hotel a vista também não é nada de se mandar fora:<br />

verde que nunca mais acaba, ou que não estivéssemos<br />

mesmo no meio do campo de golfe da Quinta da Marinha.<br />

É que, depois de Sagres e de Lisboa, o grupo Martinhal<br />

assentou arraiais bem perto da praia do Guincho, a pensar<br />

em quem vai para Cascais com os miúdos à reboque. O<br />

hotel é 'children friendly', com atividades para os mais<br />

novos se entreterem enquanto os pais relaxam no spa,<br />

apanham sol na piscina ou namoram na cama super king<br />

size. Portanto, pode ficar descansado que não é por levar<br />

os miúdos que a escapadinha tem de ser uma dor de<br />

cabeça ou menos relaxante.<br />

Hotel Intercontinental Estoril<br />

O edifício onde até 2007 viveu o emblemático Hotel<br />

Atlântico, que por sua vez ocupou o Chalet Barahona nos<br />

anos 40 do século XX, foi totalmente remodelado para<br />

acolher mais uma unidade da rede internacional<br />

Intercontinental. Não se deixe enganar pelo tamanho:<br />

apenas os dois primeiros pisos são ocupados por pouco<br />

mais de meia centena de quartos de luxo (nos restantes<br />

existem apartamentos premium). De todos – tal como da<br />

piscina e da varanda onde se servem os pequenosalmoços<br />

quando está bom tempo – vê-se mar, só mar,<br />

nada mais do que mar. O restaurante Atlântico, mesmo ao<br />

lado, está aberto à pessoas que não estão hospedadas no<br />

cinco estrelas e serve essencialmente peixe e marisco,<br />

apesar de ter guardado um espacinho da ementa para os<br />

carnívoros, com uma entrecôte de novilho com batata<br />

doce assada ou um prego do lombo no caco com<br />

manteiga de alho. Não há mesa que não tenha vista para o<br />

oceano, mas se o tempo estiver de feição, não hesite em ir<br />

experimentar a varanda do wine bar Bago du Vin, que<br />

abriu no arranque de 2019 e tem uma enorme oferta de<br />

vinhos, champanhes e espumantes, assim como uma<br />

sugestão de pairing de queijos e charcutaria internacional,<br />

cortada ao momento, para fazer tábuas personalizadas.<br />

@be_art_magazine | 91


CASCAIS<br />

AS CORES DE<br />

ANGELA DE OLIVEIRA<br />

Estou trazendo à Cascais| Lisboa a<br />

COLORS<br />

CONNECT<br />

CONCEPT<br />

Um jeito colorido de ser visto pela vida e de ver a vida.<br />

@be_art_magazine | 92


"Busco cores nas pessoas, nos<br />

ambientes, nas obras de arte,<br />

nas roupas e acessórios, nas<br />

cidades, na natureza, nas<br />

palavras escritas ou cantadas,<br />

nos cheiros, no paladar, nos<br />

altares. Busco prazer".<br />

Garimpo cores nas ruas por onde ando.<br />

Garimpo cores em tudo o que vejo.<br />

Vivendo com arte e pela arte<br />

fui juntando pedacinhos aqui e<br />

ali e colecionando projetos e<br />

criações, sucessos e fracassos,<br />

alegrias e frustrações e fui<br />

também percebendo o quanto<br />

as cores podem ser redentoras.<br />

Dividir descobertas é missão e<br />

festa ainda mais em um projeto<br />

surgido em meio à pandemia.<br />

Olhando o azul do mar de<br />

Cascais, me vesti de azul e<br />

salpiquei de rosas meus dias.<br />

Olhei para o futuro com fé e<br />

esperança, apesar do cansaço<br />

de quem viu repentinamente na<br />

palheta as cores meio<br />

misturados e opacas.<br />

A C o l o r s C o n n e c t<br />

oferece vários serviços com o<br />

objetivo de colorir de fato<br />

seus dias nestas cidades já<br />

coloridas por natureza:<br />

HOME STAGING<br />

BEFORE AND AFTER AT<br />

HOME<br />

BEFORE AND AFTER IN<br />

THE CLOSET<br />

REPRESENTAÇÃO DE<br />

MARCAS E <strong>ART</strong>ISTAS<br />

<strong>ART</strong>E PARA DECORAÇÃO<br />

SOB EMCOMENDA<br />

<strong>ART</strong>E INTERATIVA E<br />

CORPORATIVA ( EVENTOS<br />

DE <strong>ART</strong>E EM ESPAÇOS<br />

EMPRESARIAIS)<br />

TABLE AND P<strong>ART</strong>Y<br />

DECORATION<br />

sigam-me no instagram<br />

@colorsconnect20<br />

"Lavei os pincéis.<br />

Lavei o rosto.<br />

Lavei a alma".<br />

@be_art_magazine | 93


ecuperado. Não há mais<br />

espaço para determinadas<br />

atitudes ou comportamento e é<br />

fundamental que as mulheres<br />

estejam unidas - assim nos<br />

fortalecemos. E sim juntas<br />

podemos mudar o futuro, para<br />

nossas filhas e netas.<br />

O que mais te deixa feliz<br />

nos últimos anos no papel da<br />

mulher?<br />

A compreensão de que não<br />

devemos suportar ficar onde<br />

não queremos. Movimentos<br />

como ‘Me Too’ ou movimentos<br />

anti-racismo; discussão sobre o<br />

feminismo. Aborto, feminicídio e<br />

empreendedorismo ganharam<br />

muita visibilidade e, esta pauta<br />

positiva vem empoderando<br />

milhares de mulheres ao redor<br />

do mundo. Há muito para<br />

avançar, mas existe um<br />

caminho.<br />

De que forma você<br />

equilibra a aceitação do que<br />

não pode transformar e<br />

determinação para mudar<br />

algo?<br />

Sempre fui uma mulher que<br />

lutou para conquistar. Sou<br />

determinada por isso tenho<br />

dificuldade de aceitar 'não' ou<br />

'isso não é possível'. Transformo<br />

possível, se puder luto pra<br />

conseguir e não desisto<br />

facilmente. Não podemos jogar<br />

a toalha na primeira dificuldade.<br />

O papel da mulher encontra<br />

mais resistência nos<br />

homens, ou é a própria<br />

mulher que representa o<br />

maior obstáculo?<br />

Mulheres foram oprimidas e esta resistência precisa ser<br />

quebrada. A mulher precisa o tempo todo provar sua<br />

capacidade. Tem lugares em que ela poderia circular<br />

livremente, como uma carreira política por exemplo,<br />

mas os espaços ainda são poucos. Por isso é muito<br />

importante que nós mulheres estejamos muito unidas<br />

para que possamos ser naturalmente respeitadas, pela<br />

nossa capacidade e responsabilidade que temos na<br />

sociedade ou em uma carreira. Os obstáculos vão<br />

sempre existir, mas também podemos superar.<br />

Você fala rápido, pensa muito e se envolve em<br />

várias frentes. Acredita que esse caminho<br />

multifacetado, é o que deve ser das nossas vidas<br />

daqui para frente?<br />

Justamente por sermos mulheres e termos o privilégio<br />

de ser multifacetadas, podemos fazer várias coisas e ter<br />

uma especialização. Eu sou a própria mulher<br />

extremamente multifacetada e adoro ter essa<br />

característica. Mas é preciso também respeitar as<br />

mulheres mais tranquilas.<br />

Na relação direta com nossos valores, tanto<br />

homens quanto mulheres estão deixando algo<br />

passar. O que acha que é?<br />

Vejo valores morais se perdendo, vejo relacionamentos<br />

abusivos. Precisamos reavaliar nosso comportamento,<br />

resgatar o respeito moral e civil. Entender que uma<br />

união seja entre um homem e uma mulher; entre dois<br />

homens; entre duas mulheres; mulher trans ou homem<br />

trans; etc - o principal sentimento é o respeito.<br />

Como empresária e ativista, acha que já<br />

conseguimos pensar e agir de forma colaborativa,<br />

genuinamente? Ou ainda não?<br />

"ACHO QUE ESTAMOS NO PROCESSO E É<br />

MUITO IMPORTANTE SABER QUE NOSSO<br />

PAPEL NA SOCIEDADE É JUSTAMENTE<br />

EXERCER A CIDADANIA QUE SE TRADUZ EM<br />

OBSERVAR E SE IMPOR, DISCUTIR SOBRE<br />

AÇÕES QUE SEJAM BENÉFICAS PARA A<br />

SOCIEDADE COM UM TODO".<br />

@be_art_magazine | 97


@be_art_magazine | 98


"Sempre fui uma mulher que<br />

lutou para conquistar.<br />

Sou determinada por isso tenho<br />

dificuldade de aceitar não ou<br />

isso não é possível".<br />

@be_art_magazine | 99


Falando de violência contra mulheres ou<br />

assédio moral, violações sexuais contra<br />

vulneráveis, esses são problemas<br />

comportamentais que dizem respeito à<br />

sociedade então temos a obrigação de<br />

posicionarmos imediatamente. Assim<br />

genuinamente contribuímos<br />

para mudar para melhor.<br />

Qual é sua expectativa<br />

para daqui alguns 10 anos<br />

quanto às relações<br />

humanas?<br />

Gostaria de dizer que as<br />

mudança seriam 100%<br />

melhor mas a verdade é que<br />

não se muda em 10 anos um<br />

comportamento humano<br />

assim. Educação é a longo<br />

prazo, porém precisamos<br />

começar hoje. Já.<br />

Para você, qual o papel do<br />

bom humor mesmo em<br />

situações críticas?<br />

Bom humor pode muitas<br />

vezes melhorar muito uma<br />

situação que parece não ter<br />

solução.Bom humor é um<br />

comportamento ótimo.<br />

Podemos sim mudar o curso de muitas<br />

coisas com leveza e bom humor.<br />

"Podemos sim<br />

mudar o curso<br />

de muitas<br />

coisas com<br />

leveza e bom<br />

humor".<br />

Desejo complexo real seria ter certeza que<br />

a educação traz grandes transformações e<br />

muitas oportunidades.<br />

“Eu infelizmente comecei a<br />

trabalhar aos 12 anos de idade<br />

em uma casa de<br />

família, como<br />

empregada<br />

doméstica. Não tinha<br />

condições de cursar<br />

uma faculdade.<br />

Tudo que aprendi foi por<br />

esforço pessoal e muito<br />

trabalho.<br />

Minha escola foi a vida e sou<br />

eternamente grata por isso.<br />

Não tenho vergonha das<br />

minhas origens, jamais me<br />

senti pequena ou<br />

desvalorizada. Sempre me<br />

senti capaz. Sempre gostei<br />

de aprender. Me considero<br />

uma mulher de sorte,<br />

mesmo quando a sorte não<br />

bateu na porta eu a abria e<br />

saia à luta".<br />

Conte para nós, um desejo simples e<br />

um desejo complexo seu?<br />

Desejo simples seria ter uma educação de<br />

qualidade aqui no Brasil e tantos outros<br />

países que não tiveram esta oportunidade.<br />

@be_art_magazine | 100


Fotógrafo | Pino Gomes<br />

Maquiagem | Edilson Ferreira<br />

Perguntas | Andrea Cardoni<br />

Edição e Arte | Pietra Junqueira<br />

@be_art_magazine | 101


<strong>ART</strong>E<br />

Por que<br />

<strong>ART</strong>E?<br />

valorização do diálogo e da<br />

dignidade humana precisam Aestar no centro de quaisquer discussões<br />

sobre arte. Plural por definição, comporta<br />

diversas teorias. Vamos refletir<br />

brevemente sobre duas delas, que são<br />

paradigmas ao se pensar na criação<br />

visual.<br />

O filósofo Platão dizia que a arte imitava<br />

a realidade. Acreditava que havia dois<br />

mundos: o mundo das ideias e o mundo<br />

da existência. O mundo das ideias<br />

reuniria a essência de todas as coisas,<br />

baseado no idealismo e na perfeição. Lá<br />

estariam todas as pessoas e objetos<br />

perfeitos, tudo em um estado de pureza<br />

absoluta.<br />

O mundo da existência seria a nossa<br />

realidade concreta. É o mundo em que<br />

vivemos, em que nada é perfeito. O<br />

sonho dos homens seria exatamente sair<br />

do mundo da existência – que conhecem<br />

– e atingir o da essência – que<br />

desconhecem.<br />

A arte seria exatamente uma<br />

tentativa, mas, segundo Platão,<br />

ela não obtém resultado. Para<br />

realizar uma pintura ou o<br />

desenho, o artista teria como<br />

ponto de partida aquilo que<br />

conhece. Assim atingiria o que<br />

desconhece. O desenho seria,<br />

portanto, uma imitação que<br />

tenta atingir a essência. Cada<br />

obra somente afastaria o<br />

homem do ideal. Seriam cópias<br />

de segunda mão da existência.<br />

Sendo assim, a arte não teria<br />

sentido.<br />

função de desmontar a realidade e remontá-la. Nesse procedimento, o ser<br />

humano atingiria a essência que Platão tanto almejava.<br />

Para Aristóteles, se o artista vai pintar um pássaro, precisa estudar<br />

cuidadosamente todas as suas partes (desmontar) e organizá-las da maneira<br />

que achar melhor (remontar). Fazendo isso, poderia atingir a essência do<br />

pássaro.<br />

A regra seria captar o geral no particular. Ao examinar o pássaro, o artista<br />

verifica o que há nele que o identifica aos outros. Se conseguir, encontra a<br />

essência dos pássaros, não o de um em particular, mas de todos. Uma obra<br />

de arte deveria fazer o mesmo. Ao ver um quadro, portanto, estaríamos<br />

observando aspectos comuns e universais.<br />

Cada artista interpreta o mundo a seu jeito, questionando<br />

o que vê e levando o observador a refletir. A arte<br />

transforma a realidade de infinitas formas, permitindo o<br />

surgimento de diversas possibilidades de entender a vida.<br />

Não há certo ou<br />

errado, mas<br />

incontáveis maneiras<br />

de ver o que está ao<br />

nosso redor.<br />

A arte, portanto, é uma das<br />

formas de expressão mais<br />

completas do homem<br />

porque lida com a<br />

inteligência, a afetividade, a<br />

razão e o sentimento. Tudo<br />

se mistura, permitindo<br />

entender melhor a<br />

complexidade do ser<br />

humano e do mundo em<br />

que vivemos.<br />

Oscar D’Ambrosio<br />

(@oscardambrosioinsta) é<br />

jornalista pela USP, mestre em<br />

Artes Visuais pela Unesp e<br />

doutor em Educação, Arte e<br />

História da Cultura pela<br />

Universidade Mackenzie.<br />

Responsável pelo site<br />

www.oscardambrosio.com.br e<br />

pelo projeto<br />

@arteemtempodecoronavirus<br />

@be_art_magazine | 102


MENTE<br />

andrea@quantuma.com.br


instagram | @ligiamirandacoach<br />

Mindfulness, Neurociência e<br />

DESENVOLVIMENTO HUMANO<br />

MENTE<br />

Durante a pandemia que atingiu o planeta,<br />

em meio a tantas incertezas e<br />

necessidades, nasceu o livro a Revolução<br />

do Home Office – Como a Neurociência e<br />

Mindfulness podem te ajudar a ser mais<br />

criativo e feliz. Escrito por Ligia Miranda,<br />

em parceria com a Senses Aprendizagem,<br />

traz de forma simples e prática os<br />

conceitos de neurociência, e as práticas de<br />

mindfulness.<br />

Ligia, como surgiu a ideia do livro e nos conta um<br />

pouco sobre você?<br />

As restrições impostas pela pandemia foram muito<br />

severas: conseguir conciliar trabalho, tarefas<br />

domésticas, filhos e relacionamentos sem poder sair de<br />

casa tornou-se um desafio imenso. Algumas pessoas<br />

conseguiram se adaptar mais rápido, outras não, e a<br />

partir desta necessidade, surgiu o livro.<br />

Vivi há pouco tempo uma mudança de carreira, sou<br />

engenheira e trabalhei na liderança em grandes<br />

empresas por muito anos. Há três, e decidi trabalhar<br />

com desenvolvimento pessoal e profissional baseado em<br />

mindfulness e neurociências, além de estudar muito, fiz<br />

as adaptações necessárias para esta nova fase.<br />

Interessante, qual é a ligação entre mindfulness,<br />

neurociência e desenvolvimento humano?<br />

Descobri nos protocolos de mindfulness, também<br />

conhecidos como atenção plena, uma nova forma de<br />

lidar com os desafios, aprendi a estar mais presente, a<br />

usar a minha inteligência emocional a meu favor. Mas<br />

como uma boa engenheira, fui buscar a base científica<br />

para este novo contexto, e encontrei na neurociência as<br />

respostas. A partir dos estudos de neuroimagem,<br />

Nesta edição, vamos conversar um pouco<br />

com ela, e trazer mais destes conceitos.<br />

pesquisas comprovam que com as práticas mudamos<br />

fisicamente o nosso cérebro, nos tornando menos<br />

reativos, mais abertos, empáticos e adaptáveis. O nosso<br />

cérebro cria novas conexões, é a neuroplasticidade.<br />

Desenvolvemos os nossos softskills, tão necessários<br />

atualmente.<br />

Como surgiu a parceria com a Senses<br />

Aprendizagem?<br />

A pandemia nos uniu! A procura por programas de<br />

desenvolvimento humano, inteligência emocional e<br />

bem-estar trouxe a oportunidade de trabalharmos<br />

juntos. A rede de consultores da Senses, que já<br />

trabalhava fortemente com o desenvolvimento de<br />

softskills, também se adaptou a esta nova realidade,<br />

criando programas inovadores alinhados a este novo<br />

momento de mundo. E um dos produtos dessa união foi<br />

o lançamento desta publicação.<br />

Para quem quiser participar dos<br />

programas de coaching baseados<br />

em mindfulness e para quem<br />

quiser levar os programas de<br />

desenvolvimento humano,<br />

deixamos aqui nossos contatos.<br />

"Ligia Miranda é Coach, formada em Mindfulness para<br />

adultos e crianças no Brasil, na Unifesp, e no Reino<br />

Unido, na Workplace e na Mindfulness in School Project.<br />

Pós graduanda em Neurociências e Comportamento, e<br />

Trainer em Psicologia Positiva. Idealizadora da<br />

Mindfulness in Company e Consultora da Senses.<br />

Engenheira Química pela Universidade Mackenzie, Pósgraduada<br />

em Petróleo e Gás pela Unicamp formada no<br />

MBA Gestão de Projetos pela FGV. Mais de 25 anos<br />

atuando em grandes multinacionais em áreas técnicas e<br />

gerenciando grandes equipes e projetos."<br />

www.mindulfulness.company<br />

www.sensesaprendizagem.pt<br />

@be_art_magazine | 105


@be_art_magazine | 106


Marcelo<br />

HORTA<br />

PESSOAS<br />

A carreira de Marcelo Horta (@marcelohorta028) foi construída a partir de<br />

referências e vivências múltiplas relacionadas ao mundo das linguagens artísticas,<br />

transitando pelo campo da linguagem musical como DJ; no gerenciamento de eventos<br />

culturais; pelo campo da modalidade cênica de iluminação de grandes e renomados<br />

nomes da arte e cultura brasileira e internacional; em grandes projetos de Design.<br />

Como foto jornalista, trabalha com estilistas, artistas, cantores, bandas (...). Esta vivência<br />

tão plural trouxe a Marcelo Horta, como artista que é uma qualidade ímpar, que vem a<br />

ser a capacidade de filtrar, nos liames do cotidiano, através de suas lentes, recortes<br />

carregados de beleza e poesia.<br />

Estabelece conexões estéticas com a busca de significação que traga ao olhar daquele<br />

que se entrega à apreciação de suas imagens, a profundidade que a abarca. Desnuda, a<br />

partir de sua escolha dos objetos a serem eternizados por sua lente, a realidade que<br />

lhe toca e nos convida a participar das possíveis descobertas de seus sentidos<br />

implícitos e explícitos.<br />

@be_art_magazine | 107


VIAGEM<br />

D<br />

ESTI<br />

NO<br />

Turquia<br />

@be_art_magazine | 108


de olhos<br />

Recomendamos<br />

todos os hotéis que<br />

fechados<br />

Cada um com seu<br />

ficamos.<br />

Não tivemos queixa de<br />

estilo.<br />

nada e isso<br />

absolutamente<br />

nossa estadia ainda mais<br />

tornou<br />

Poder relaxar depois<br />

especial.<br />

um dia cansativo de passeio,<br />

de<br />

o bar, o spa ou até<br />

apreciar<br />

o café da manhã sem<br />

mesmo<br />

problema, são coisas<br />

nenhum<br />

buscamos em um hotel<br />

que<br />

Além dos passeios, pudemos<br />

explorar muito a gastronomia<br />

local. A tradicional comida do<br />

oriente médio, o famoso chá<br />

turco, torna esse lugar mágico.<br />

Aliás o chá é um sinal de<br />

hospitalidade e onde quer que<br />

você vá, dos lugares mais<br />

requintados aos mais simples,<br />

ele será oferecido.<br />

Por isso, aceite-o como<br />

forma de respeito.<br />

Seten Restaurant<br />

CAPADÓCIA<br />

Uma mistura de iguarias culinárias<br />

e com uma paisagem de tirar o<br />

fôlego tornam o Restaurante Seten<br />

Anatolian uma ótima indicação para<br />

suas férias na Capadócia.<br />

Antica Locanda<br />

ISTAMBUL<br />

Os pratos são extremamente<br />

saborosos e preparados com<br />

requinte e qualidade. O ambiente é<br />

muito aconchegante e os donos<br />

são tão agradáveis que nos<br />

sentimos em casa.<br />

Lunar Cappadocia<br />

HOTEL<br />

Nossa primeira noite foi neste<br />

charmoso hotel, cujo dono sr. Numan,<br />

fez questão de nos receber e ser o<br />

mais receptivo possível, tornando<br />

nossa estadia especial e nos dando<br />

uma ótima primeira impressão do<br />

lugar e das pessoas.<br />

Museum Hotel Cappadocia<br />

Só tenho ótimos adjetivos para falar sobre este luxuoso hotel.<br />

Ele chama muita atenção por ser construído nas ruínas, casas<br />

antigas e cavernas restauradas. Em suas hortas são<br />

produzidos e colhidos frutas e vegetais orgânicos e usados<br />

para o café da manhã.<br />

quando viajamos.<br />

@be_art_magazine | 110


House of Medusa<br />

ISTAMBUL<br />

O cardápio é excelente e o preço<br />

justo. Ele oferece amostras da<br />

cozinha turca otomana<br />

predominantemente além de<br />

muitas variedades de vinhos. É um<br />

local bem agradável e acolhedor.<br />

Em Istambul há<br />

muitas coisas a<br />

fazer, mas algo<br />

que nos marcou<br />

foi:<br />

O Tradicional<br />

bairro de Balat:<br />

que é um dos<br />

mais antigos e<br />

espetaculares<br />

de Istambul. As<br />

casas coloridas<br />

ao longo de<br />

suas ruas<br />

inclinadas, os<br />

restaurantes e<br />

cafés<br />

charmosos,<br />

tudos isso<br />

misturado ao<br />

ambiente antigo<br />

nos remeteu a<br />

uma atmosfera<br />

diferente.<br />

Nossa ida à Turquia valeu cada<br />

minuto.<br />

Foram tantas experiências e<br />

aprendizados.<br />

Começando pelos lugares inesquecíveis<br />

nesse país rico em cultura, saboreando<br />

comidas exótica e conhecendo pessoas<br />

gentis e hospitaleiras.<br />

Achamos que 11 dias foram pouco e<br />

por isso queremos voltar ainda esse<br />

ano para curtir ainda mais o sabor e a<br />

cultura desse país que tem tanto a nos<br />

oferecer.<br />

ATÉ A PRÓXIMA!<br />

JW Marriott Istanbul Bosphorus<br />

Raffles Hotel<br />

Que experiência incrível tivemos no Raffles Hotel em Istambul.<br />

Luxo, é com certeza a palavra certa que descreve este hotel. O<br />

atendimento de alta qualidade, a recepção espaçosa, elegante<br />

e com decoração moderna não deixam passar despercebidos.<br />

Ficar no JW Marriott Istanbul<br />

Bosphorus é a certeza de<br />

ter acomodações sempre<br />

limpas, pessoas sempre<br />

dispostas à ajudá-lo, além<br />

da ótima localização.<br />

@be_art_magazine | 111


<strong>ART</strong>ISTAS<br />

franciscoantunes427@gmail.com<br />

francisco.j.antunes<br />

instagram|<br />

Ao longo de milênios, a humanidade vem se<br />

ocupando de encontrar respostas para questões<br />

que a persegue como de onde viemos, o por quê<br />

existimos e as buscamos, em grande parte, na<br />

imersão na espiritualidade. De formas distintas,<br />

diversas culturas vêm encontrando formas de<br />

imergir nesta realidade que transcende nossas<br />

percepções do mundo imediato. Culturas milenares<br />

utilizaram e ainda utilizam da arte em suas diversas<br />

linguagens e modalidades distintas como forma de<br />

conectar-se com a transcendência. Francisco<br />

Antunes, através de sua arte, busca percorrer o<br />

mesmo caminho já trilhado ao longo dos tempos a<br />

partir de sua práxis artística. Utiliza de seu trabalho<br />

com uma arte do encontro – do encontro de si, de<br />

sua arte consigo e num movimento reflexo, com o<br />

outro. Suas obras, apresentadas pelo próprio<br />

artista como abstração lírica, nos traz, ao final, o<br />

que sua própria nomeação a condiciona: lirismo.<br />

Através das formas que se diluem, se<br />

interpenetram, se revelam, desvelam e escondem,<br />

nos trazem como que uma oportunidade de<br />

atravessarmos véus que nos separam de<br />

realidades inanimadas. Suas obras nos convidam a<br />

mergulhar em realidades outras, desconhecidas<br />

pelos nossos sentidos mais superficiais e nos<br />

lançar nesta aventura do aprender vir-a-ser, do<br />

ser-estar-no mundo e a partir deste<br />

autorreconhecimento, avançar para águas mais<br />

profundas, e conectar-se com o transcendente<br />

através de um processo de fruição estética<br />

imersivo nas obras do artista. Não<br />

coincidentemente sua poésis<br />

acaba por nos revelar formalmente, como que um<br />

reflexo do macro e micro universo revelado. É<br />

como que um convite para compartilhar com sua<br />

forma singular de expressar sua ansiedade interior<br />

de transmitir através de sua obra, distintos olhares<br />

sobre realidades que se mostram àqueles que<br />

corajosamente senda Francisco<br />

percorrem sua interior.<br />

Antunes<br />

por Werner Krapf<br />

@be_art_magazine | 112


Carpinelli<br />

<strong>ART</strong>ISTAS<br />

Giovanni<br />

por Oscar D'Ambrosio<br />

O universo da arte abstrata é pleno de<br />

mistérios em todo o seu processo de<br />

criação. Por mais longe da aparente<br />

realidade que esteja, sempre haverá<br />

quem observe uma imagem e diga que<br />

ela se parece a algo identificável no<br />

mundo que entendemos como real.<br />

Talvez seja justamente por permitir que<br />

cada um se perca nessa jornada<br />

imagética, que ela fascina tanto.<br />

Mergulhar nessa jornada de cores,<br />

gestos e formas pode ser uma das<br />

maneiras mais densas de mergulhar na<br />

mente de um artista e no significado da<br />

arte. É como se turbilhões de sinapses<br />

de neurônios lá estivessem à nossa<br />

espera. O curioso é que quanto mais<br />

observamos essas manifestações, maior<br />

é o desejo de mergulhar no gênero<br />

abstrato.<br />

Giovanni Carpinelli traz para esse mundo das sensações<br />

algumas particularidades. Uma delas é o senso de<br />

profundidade. Suas obras são um convite para entrar em<br />

um portal de percepções, em que as cores e tonalidades,<br />

assim como as manchas, trazem a possibilidade de uma<br />

interrogação permanente sobre o que somos e sentimos.<br />

O maior mérito de sua arte está justamente na<br />

possibilidade que ele<br />

abre de entender a arte<br />

como uma expressão<br />

poética que se apresenta<br />

de infinitas maneiras.<br />

Muito mais do que um<br />

campo visual a ser<br />

racionalizado, pode ser<br />

considerado uma área de<br />

percepção do mundo a<br />

ser degustada. É isso que<br />

a arte de Giovanni<br />

Carpinelli propicia.<br />

g.carpinelli@hotmail.com<br />

@be_art_magazine | 113

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