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ANADIA MAIOR

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ANO 2020 | BIMESTRAL | OUTUBRO | NÚMERO 2

ANADIA MAIOR

viver bem, envelhecer melhor

ENTREVISTA

HAVIA CONVIVÊNCIA...

ÍAMOS DEPOIS DE COMER

ATÉ À LOJA CONVERSAR

UM BOCADITO

Rosa dos Anjos Barreto de Seabra,

Ancas

DISTRIBUIÇÃO

GRATUITA


ÍNDICE

ATIVIDADES DECORRIDAS

SETEMBRO | OUTUBRO

ATIVIDADES DECORRIDAS

CRÓNICA As Atividades de Ocupação e

Lazer e o Envelhecimento Ativo

ENTREVISTA | HISTÓRIAS COM ESTÓRIA

ARTIGO Direitos Humanos nos Idosos -

Sinais Invisíveis em Tempos de Pandemia

AGENDA DE ATIVIDADES

3

5

6

8

10

EDITORIAL

A presente edição da Revista Anadia

Maior associa-se à celebração anual do Dia

Internacional da Pessoa Idosa (1 outubro).

A Organização das Nações Unidas criou este

dia para sensibilizar a sociedade para as

questões do envelhecimento e necessidade

de proteger e cuidar desta população.

Neste sentido, queremos partilhar consigo

aquilo em que acreditamos!

Acreditamos que prolongar o tempo médio

de vida da pessoa idosa só por si é muito

pouco, para quem deu tanto e continua a

dar à sociedade. Hoje merece muito mais, ter

uma vida longa, ativa e saudável.

Acreditamos que é urgente repensar a forma

como a sociedade se organiza para apoiar

esta população. Fazê-lo de forma presente,

atenta, interessada e olhar mais para o que

nos une e menos para o que nos

separa.

Acreditamos que é importante

oferecer novas oportunidades,

criar formas alternativas de

participação, convívio e ocupação, para

que sejam integradas na comunidade,

respeitando as suas necessidades, interesses,

direitos, experiências e conhecimentos,

deixando de ser apenas espetadores das

atividades e passem a ocupar o papel

principal.

Por fim, acreditamos em si e numa sociedade

diferente…para si!

Venha sorrir connosco!

Catarina Teixeira,

Coordenadora do Projeto Anadia Maior

TÍTULO Anadia Maior | COORDENADORA Catarina Teixeira | TIRAGEM

6 000 Exemplares | PERIODICIDADE Bimestral | DISTRIBUIÇÃO Gratuita |

INTERVENIENTES Catarina Teixeira, Ana Rita Pinto, Rosa dos Anjos Seabra e

Silvana Marques | DESIGN E PAGINAÇÃO Rita Félix | IMPRESSÃO Tipanadia |

SEDE Rua Fausto Sampaio, Nº 10, 3780-231 Anadia

1 4

2 3

LEGENDA:

1| Sessão Ginástica, Espaços Sénior

2|3 Sessão Origamis, Espaços Sénior

4|5 Sensibilização para as Novas Tecnologias

6| Sessão Técnica Macramé, Espaços Sénior

5

6

3



ATIVIDADES DECORRIDAS

SETEMBRO | OUTUBRO

CRÓNICA

As Atividades de Ocupação e Lazer e o Envelhecimento Ativo

PARA VIVER BEM E

ENVELHECER MELHOR

VENHA PARTICIPAR NAS

NOSSAS ATIVIDADES!

7 11

8 12

9

10

14

LEGENDA:

7| Sessão Instrumentos Musicais, Espaços Sénior

8| Exposição Cultural Associação dos Artistas Plásticos da Bairrada

9|10 Extensão de Cinema na Eira do Cineclub Bairrada, Espaços Sénior

11| Ação de Promoção de Voluntariado Sénior

12|13 Exposição Cultural Poemas de Angelina Pina

14|15 Ação Furtos e Burlas da GNR de Anadia, Espaços Sénior

13

15

Segundo a Organização Mundial de

Saúde, ser ativo é ter participação

constante na vida social, económica,

cultural, espiritual e cívica, ou seja, é

existir muito para além de uma vida

profissionalmente ativa. O Envelhecimento

Ativo aumenta assim as oportunidades

para a saúde, participação e segurança,

melhorando a qualidade de vida desta

população. Por sua vez, envelhecer de forma

saudável é o reflexo dos hábitos de vida, do

apoio e das oportunidades garantidas pela

sociedade a fim de manter e promover a

funcionalidade das pessoas idosas, para que

estas vivenciem aquilo que valorizam.

Ao longo do processo de Envelhecimento,

todo o ser humano tende a perder

caraterísticas biológicas, psicológicas e

sociais. A pessoa idosa ao optar por atividades

de pouco movimento, ou deixando mesmo

de as realizar, perde toda a sua mobilidade

e autoestima, ganha desmotivação e pode

mesmo cair em situações de depressão e/ou

isolamento social.

E é aí que o papel do Animador Sociocultural

entra em ação, promovendo o bem-estar

físico e a saúde mental, para que a pessoa se

sinta “viva” novamente. Através de atividades

lúdicas, cognitivas, físicas, sociais e de

desenvolvimento pessoal são asseguradas a

inclusão e participação ativa, a recuperação

da positividade, a constante orientação para

a realidade, a autonomia e independência

da pessoa idosa, bem como a mudança de

pensamentos negativos associados à perda

de capacidades e de papéis sociais. Assim, as

atividades podem ser a chave para manter

o idoso com ânimo pela vida, no contínuo

convívio e nas relações interpessoais, não

se sentindo um “peso para a sociedade” e

criando um sentimento de reconhecimento

e valorização pessoal.

A promoção de um Envelhecimento

Ativo e Saudável ao longo do ciclo de vida

tem sido um caminho apontado como

resposta aos desafios relacionados com

o Envelhecimento da população. Neste

sentido, na minha opinião, o projeto “Anadia

Maior” procura responder a esses desafios

através das atividades de ocupação e lazer

que promove, reconhecendo e salientando o

papel vital das mesmas na saúde em geral e

no dia a dia da pessoa idosa.

Ana Rita Pinto, Animadora Sociocultural do

Projeto Anadia Maior

4 5



CAPA

ENTREVISTA | HISTÓRIAS COM ESTÓRIA

Rosa dos Anjos

Barreto de Seabra

94 anos

Rosa dos Anjos Barreto de Seabra nasceu em Ancas, no dia 18 de dezembro de 1926.

Foi a terceira filha de quatro, dois rapazes e duas raparigas. Naquele tempo disse-

-nos que eram obrigados a ir à escola e que por isso, quando a sua mãe foi viver

para Ancas iniciou o ensino. Conta que levava para a escola um saco do adubo com

asas de sarapilheira com alguns livros e uma ardósia.

Começou a trabalhar aos 5 anos nas terras com os pais, onde cultivavam para

vender. Ia tocar o boi ao engenho, semeava trigo e gostava de afastar os pardais do sobrado. Aos

16 anos já ia a pé para a Costa Nova tocar o boi, com uma carrada de lenha, loiça, batatas e outros

mantimentos. Também aprendeu costura em Arcos com a irmã e foram as primeiras raparigas a

ter bicicletas na terra.

Aos 18 anos iniciou o namoro com Manuel Monteiro. Encontravam-se à porta da sua sala e nos

bailes para dançarem. Neste tempo, gostava muito de cantar e dançar, era alegre. Passados 7 anos

casaram e pouco tempo depois nasceu o primeiro filho. Tiveram 4 filhos com alguma diferença

de idades.

O seu marido em solteiro estabeleceu-se numa loja que o seu pai comprou, o “Café Monteiro”, que

foi uma mercearia e café. Vendiam de tudo. Instalaram o posto de telefone e tiveram a primeira

televisão a preto e branco, em Ancas. Era o ponto de encontro das pessoas, onde tomavam café ou

um copo de vinho e ali ficavam a conversar e a ver televisão. Rosa dos Anjos ajudou sempre o seu

marido na loja, deixando as crianças com a sua mãe. Confessou-nos que o seu amor pela costura

a fazia trazer a máquina para a loja, para dentro do balcão e que costurava ao mesmo tempo que

atendia os fregueses.

Há 5 anos faleceu o seu marido. Hoje, aos 94 anos, vive sozinha em sua casa onde se sente

feliz e conta com o apoio próximo dos filhos. São eles que lhe levam a comida a casa e que cuidam

do seu bem-estar.

Não, não me sinto nada sozinha.

Estou à vontade, tenho a televisão.

Anadia Maior – Conte-nos como é o seu

dia a dia?

Rosa dos Anjos - Levanto-me, como, arrumo

alguma coisita que tenha para arrumar e

sento-me a ver televisão ou vou ao quintal,

regar as plantas e até à janela. Quando podia

ainda ia dar uma volta e visitar a Rosalina.

Agora já fica muito longe. Espreito a serra e

vejo as pessoas entrar para a loja (em frente

à casa).

A.M. – Acha que as pessoas mais velhas

sentem solidão?

R.A. – Ah, algumas… As pessoas estão

sozinhas... mas agora têm uma coisa muito

boa que é a televisão e distraem-se.

No tempo da minha mãe ela vivia na casa

dela e eu ia lá para conversarmos. Tinha a

loja e o posto público do telefone, por isso

não podia fugir daqui. O meu marido andava

por fora a vender. Ia muito até lá à noite

fazer-lhe companhia junto ao lume.

A.M. – Sente diferença desses tempos de

antigamente para agora?

R.A. - A diferença é que era tudo muito

simples, muito humilde. Achava as pessoas

educadas, agora já têm fartura. Nota-se a

diferença... Na minha idade quem passou

as épocas que eu passei sabe dar o valor. A

minha mãe era lavradora, vinha com uma

carrada de milho e enquanto descarregava

as vizinhas juntavam-se a descamisar. No

fim era uma malga de azeitonas, um bocado

de broa e uma caneca cheia com vinho.

A.M. – Sabemos que participa no Club de

Ancas, o que a motiva a frequentar as

atividades?

R.A. – Gosto das atividades, agora nem

tenho ido. Tenho andado mal da perna e não

oiço bem.

O meu pai e os meus tios foram os primeiros

sócios do Club de Ancas.

A.M. – Sente diferenças no seu dia a dia

com a pandemia? O que está a achar

destes tempos?

R.A. – Um tempo assim mais parado. Num

sentido até é bom, porque a pessoa andava

tão aérea que nem dava tempo para pensar.

E isto até faz bem de vez em quando, para

se parar com calma. Como dantes não havia

televisão e não havia nada, era a conversa à

lareira. Sentávamo-nos de volta da fogueira

e conversávamos, rezávamos o terço e

contávamos histórias. Conversava-se sobre

a vida, havia união… Agora não, agora mal

comem já vão embora. A gente já não os vê.

Faz muita falta isso... A convivência entre

os filhos e os pais faz muita falta, não sei

porquê. A família era mais unida e mais

humilde. Agora parece que andam fugidos

uns dos outros. Havia convivência, chegava-

-se à noite e íamos depois de comer até à loja

conversar um bocadito. Não haviam muitos

jornais como há agora.

A.M. – O que acha que podia ser feito

em Anadia para que as pessoas se

encontrem e convivam mais?

R.A. – Têm feito muita coisa boa em Anadia.

Antigamente não havia nada, agora até há

demais. Gostava de conversar mais e contar

mais histórias.

A.M. – Sente-se sozinha?

R.A. – Não, não me sinto nada sozinha. Estou

à vontade, tenho a televisão. A gente agora

liga a televisão e tem sempre companhia,

leio as legendas ou oiço e fico sossegada.

Às vezes dou uma volta pela carreira da

fonte para esticar as

pernas, para não ficar

muito presa. Falo com

amigos, eles dizem

“Venha até aqui!” e eu

respondo “Não, não…”.

Não oiço, então prefiro

estar sozinha. Quando

preciso vou ali à Nídia

(a loja em frente)

buscar alguma coisa.

Sinto-me muito bem…

6 7



ARTIGO

DIREITOS HUMANOS NOS

IDOSOS - SINAIS INVISÍVEIS

EM TEMPOS DE PANDEMIA

Silvana Marques, Coordenadora das Unidades

de Cuidados na Comunidade (UCC)

A pandemia de COVID 19, veio colocar enormes desafios à proteção do

bem-estar e dos direitos humanos da população, revelou e acentuou

desigualdades, afetando significativamente grupos vulneráveis da população,

nomeadamente a pessoa idosa.

Sem dúvida a Pandemia veio colocar em causa alguns dos direitos humanos

que a pessoa idosa tem conquistado ao longo dos tempos, ora vejamos:

INDEPENDÊNCIA

Os idosos devem ter a possibilidade de participar na decisão que determina quando e a que ritmo

tem lugar a retirada da vida ativa. Durante a pandemia mudamos totalmente os ritmos de vida

da pessoa idosa limitando a sua independência.

ASSISTÊNCIA

Os idosos devem ter a possibilidade de gozar os direitos humanos e liberdades fundamentais

quando residam em qualquer lar ou instituição de assistência ou tratamento, incluindo a

garantia do pleno respeito da sua dignidade, convicções, necessidades e privacidade e do direito

de tomar decisões acerca do seu cuidado e da qualidade das suas vidas.

PARTICIPAÇÃO

Os idosos devem permanecer integrados na sociedade, participar ativamente na formulação e

execução de políticas que afetem diretamente o seu bem-estar e partilhar os seus conhecimentos

e aptidões com as gerações mais jovens.

REALIZAÇÃO PESSOAL

Os idosos devem ter acesso aos recursos educativos, culturais, espirituais e recreativos da

sociedade.

DIGNIDADE

Os idosos devem ter a possibilidade de viver com dignidade e segurança, sem serem explorados

ou maltratados física ou mentalmente.

Na verdade, a idade, não reduz a capacidade de exercício de direitos, não afeta

a cidadania nem justifica uma intervenção protetora ou de substituição da

vontade.

Partilho 10 pequenos gestos que todos nós podemos realizar

e ajudar no cuidado com os idosos neste momento de

pandemia:

1 | Mantenha o distanciamento social e use máscara

2 | Evite aglomerações de pessoas e prefira ambiente

abertos

3 | Observe a sua vizinhança e verifique se algum idoso

precisa de ajuda

4 | Utilize as redes sociais e o telefone para

monitorizar

5 | Valorize a memória e as histórias do idoso

6 | Escute e mantenha o contato afetivo com a

pessoa idosa

7 | Olhe para o idoso com admiração, respeito

e aproveite a sua fonte de saberes

8 | Faça com que o idoso seja valorizado na

família

9 | Proteja os direitos dos idosos

10 | Sejam Felizes

Referências Bibliográficas

CHECKLIST DAS CIDADES AMIGAS DAS PESSOAS IDOSAS - Checklist of essential features of age-friendly

cities; PRINCÍPIOS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AS PESSOAS IDOSAS - Resolução 46/91 da Assembleia Geral

das Nações Unidas, de 16 de dezembro de 1991; RENATO AMORIM DAMAS BARROSO - HÁ DIREITOS DOS

IDOSOS? - JULGAR - N.º 22 – 2014. Coimbra Editora; SITES - https://covid19.min-saude.pt/

8 9



ESPAÇOS SÉNIOR

2ª F

Avelãs de

Cima

14h30 - 15h30

3ª F

Anadia

14h - 15h

4ª F

Vila Nova de

Monsarros

14h - 15h

15h30 - 16h30

AGENDA DE ATIVIDADES

NOVEMBRO | DEZEMBRO

9 NOV GNR Prevenção Rodoviária

23 NOV UCC - Centro de Saúde Estilos de Vida Saudáveis

7 DEZ Cineclub Bairrada Cinema Clássico

14 DEZ

Bombeiros Anadia

(BVA)

3 NOV UCC - Centro de Saúde

Autoproteção e Ativação

de Meios de Socorro

Direitos Humanos

em Época de Pandemia

10 NOV GNR Prevenção Rodoviária

15 DEZ

Bombeiros Anadia

(BVA)

Autoproteção e Ativação

de Meios de Socorro

11 NOV GNR Prevenção Rodoviária

16 DEZ

Bombeiros Anadia

(BVA)

Autoproteção e Ativação

de Meios de Socorro

CENTRO ANADIA MAIOR 15h - 16h

9 NOV Catarina Teixeira Troque o sal pelas ervas aromáticas!

13 NOV

Ação de Promoção de

Voluntariado - Santa Casa

da Misericórdia de

Sangalhos

19 NOV Bombeiros Anadia (BVA)

25 NOV UCC - Centro de Saúde

2 DEZ

Ação de Promoção de

Voluntariado

Casa da Criança e Programa Apoio

Alimentar

Autoproteção e Ativação de Meios de

Socorro

Direitos Humanos em Época de

Pandemia

Centro de Apoio Social de Vila Nova

de Monsarros

4 DEZ Atelier da Maria Decorações de Natal

9 DEZ GNR Internet Segura

16 DEZ UCC - Centro de Saúde

EXPOSIÇÕES CULTURAIS 9h30 - 17h

O Envelhecimento e

Situações de Emergência

5ª F

Amoreira da

Gândara

15h - 16h

5 NOV GNR Prevenção Rodoviária

12 NOV Cineclub Bairrada Cinema na Eira

3 DEZ Cineclub Bairrada Cinema Clássico

10 DEZ

Bombeiros Anadia

(BVA)

Autoproteção e Ativação

de Meios de Socorro

NOV

DEZ

Associação “O Coral da Bairrada”

Club de Ancas - Associação

de Solidariedade Social, Recreio,

Formação e Cultura

6ª F

Vilarinho do

Bairro

14h - 15h

6 NOV GNR Prevenção Rodoviária

27 NOV Cineclub Bairrada Cinema na Eira

11 DEZ

Entidades Participantes:

Bombeiros Anadia

(BVA)

Autoproteção e Ativação

de Meios de Socorro

Inscreva-se nas nossas atividades!

Horário: 9h30 às 17h00 de segunda a sexta-feira

Local: Rua Fausto Sampaio, Nº10, 3780-231 Anadia

Contacto: 231 028 524

(limite máx. 10 participantes por sessão)

Centro de Apoio Social de

Vila Nova de Monsarros

10 11



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