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Jornal escolar

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Dia de São

Miguel

Na capa, foto ilustrativa

do momento da Eucaristia,

bem diferente das dos anos

anteriores: apenas com

os representantes de cada

turma e com a Direção.

Capa e Pág. 3

Artes

Alguns trabalhos dos alunos

do Curso de Design, Cerâmica

e Escultura podem ser vistos

e apreciados um pouco por

todo o lado no nosso Colégio.

Uma iniciativa que traz a

arte a toda a comunidade...

Pág. 8

Dia da Filosofia

Na terceira quinta-feira de

novembro, celebra-se o dia

mundial da Filosofia. No

Colégio, houve aulas, de

Filosofia, para os alunos do

5.º ano, debates temáticos e

exposição de trabalhos...

Pág. 14 e 15


// EDITORIAL

A MÁSCARA DO

MENINO JESUS.

Quando em fevereiro deste ano de 2020, ainda o ano

era uma criança, tive a oportunidade de ganhar asas

e ir a Roma com colegas de trabalho e com alunos, não tinha

qualquer noção do que estava para vir, apesar de já se falar em

cem casos de Covid-19, na zona de Milão. Partimos e levámos

na bagagem muita emoção, boa disposição, mas algum receio…

sem sonharmos sequer com o que nos esperava daí a pouco

tempo. Recordo-me que em Roma toda a rotina era ainda isso

mesmo, rotina, muitos turistas, tudo aberto e, não fossem

os canais de televisão a darem todo o destaque aos casos já

existentes, nunca me lembraria do malfadado vírus. No nosso

país, percebíamos que os nossos familiares e amigos estavam

bem mais ansiosos do que nós. A realidade “máscara”, quando

partimos, era ainda intermitente, só algumas pessoas tinham a

preocupação de se esconder do “bicho” (como o apelida a minha

mãe), tanto aqui como em Itália. Mas, nessa altura, ainda só

tínhamos encontrado a ponta do icebergue que nos esmagou

pouco tempo depois. O que se passou nas semanas seguintes

foi alucinante e galopante. Tudo mudou tão de repente, sem

termos tempo para percebermos bem o que se passava e como

agir. Éramos tão felizes e não sabíamos!

Hoje as máscaras fazem parte da nossa indumentária

e o olhar passou a assumir uma importância nunca

imaginada. É pelo olhar que te ris e sorris, que mostras a tua

tristeza, a tua desilusão, enfim os teus sentimentos. Muitas

vezes não podes abraçar, beijar, tocar aqueles de quem mais

gostas, tudo isso nos foi negado! Vivemos hoje como num

cenário de guerra, só com a diferença que a violência física está

mais ausente (Valha-nos isso!), mas os problemas económicos,

os hospitais cheios, as dores físicas e morais, tudo o que em

cenário de guerra assistimos, também hoje o experimentamos.

Vivemos cada dia com medo de contágios, sem podermos,

muitas vezes, ver os nossos familiares, pois estão longe,

em lares ou nos hospitais. Morre-se muitas vezes sozinho

sem se poder haver um último adeus. A solidão tornou- se a

Professora Marta Pereira

companhia de muitas pessoas, principalmente, das pessoas de

quem a vida já exigiu muito e que se veem agora confrontadas

com esta dura realidade.

o Natal aproxima-se e, de facto, dá-me até vontade

Agora de rir quando nos dizem, nomeadamente a elite política,

que querem salvar o Natal. Penso que será mais o Natal que

nos vem salvar a nós. Vivemos uma Páscoa diferente e agora

também nos é pedido que vivamos um Natal diferente, sem

as costumadas e alargadas reuniões familiares. Que assim

seja! Mas que a Esperança no Menino, que mais uma vez nos

lembra que nasceu para nós, não se perca, pelo contrário,

hoje precisamos mais do que nunca dessa mensagem. Somos

cristãos e mensageiros dessa Paz e Esperança. Acredito, que

tudo vai passar, pois a vida já me ensinou que tudo passa, e

acredito que vamos poder a voltar a olharmo-nos sem disfarces,

sem máscaras, com a liberdade dos nossos sorrisos, que vamos

poder voltar a dar os abraços tão desejados…Quando? Não

tenho essa resposta, ninguém tem, mas sei que vai acontecer.

Até lá, o preço a pagar foi e continuará a ser elevado, todavia

são também os momentos difíceis que nos tornam mais fortes

e sairemos daqui com uma lição para a vida - não somos nada;

de um momento para o outro tudo muda. Aprendi que o verbo

que se impõe é o verbo “adaptar”. A capacidade de adaptação

é essencial para sairmos daqui bem. Quanto mais depressa o

fizermos, melhor! Sempre acreditei na capacidade de adaptação

do Homem e esta Pandemia veio confirmar exatamente isso.

Todos nós, professores, funcionários, alunos e

encarregados de ducação provámos ser capazes e

tivemos a capacidade de terminar um ano letivo de uma forma

completamente diferente e de começar outro igualmente

“anormal” e pleno de incertezas. Mas estamos cá e gosto de

dar graças por estarmos bem. Mais uma vez, neste Natal, não

somos chamados a ser super-heróis, nem a sofrer sozinhos.

Somos chamados ao Amor, com um sorriso no olhar, por nós

e pelo próximo.

2 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

DIA DE

SÃO MIGUEL.

Apesar de todas as restrições com que

nos vemos confrontados no dia a dia, o

Colégio de São Miguel celebrou, no dia

29 de setembro, o dia do seu padroeiro

– Arcanjo São Miguel – e contou, uma

vez mais, com a calorosa presença do Sr.

Bispo, D. António Marto.

Na primeira hora da manhã, os alunos

foram desafiados a “ilustrar” o lema

deste ano letivo – “Nunca caminharás

só.” – numa cartolina A6 que foi, depois,

utilizada na construção de um mural.

Entretanto, as turmas do 5.º ano,

juntamente com a Direção, recebiam o Sr.

D. António, junto à portaria, e iniciava-

-se a transmissão online, para que os

restantes alunos, que se encontravam

nas salas de aula, pudessem assistir aos

momentos programados.

Após as palavras de saudação do Sr.

Diretor, Dr. Manuel Lourenço, dirigidas

ao Sr. Bispo D. António Marto, seguiu-

-se o tradicional hastear da bandeira

do Colégio ao som do hino, cantado e

tocado ao vivo. Distinguiram-se, depois,

as alunas Eduarda Gonçalves e Matilde

Vieira que, no ano letivo passado,

alcançaram um honroso 3.º lugar a nível

nacional, no concurso Euroscola, e irão

a Estrasburgo conhecer o Parlamento

Europeu e as alunas Ângela Silva e Mara

Pinto às quais foi atribuído o prémio de

Mérito e Excelência pelos resultados

alcançados, no ano letivo anterior, e

pelos valores de vida evidenciados.

A Eucaristia foi, como habitualmente,

o ponto alto deste dia celebrativo. Ocorreu

no exterior, junto à entrada do edifício

principal e contou apenas com a Direção,

a Direção Pedagógica, um representante

dos funcionários e um representante

de cada turma. O lema deste ano letivo,

“Nunca caminharás só.”, foi o mote para

mensagem que o Sr. D. António quis

deixar a toda a comunidade educativa do

nosso Colégio; destacou a importância da

família e a necessidade de se recuperar o

seu valor e terminou com um alerta: a

necessidade, urgente, de cada um cuidar

desta “casa comum” que é o nosso meio

ambiente.

Para o ano, voltaremos, com certeza,

a celebrar este dia tão importante para

a nossa comunidade educativa sem as

restrições de distanciamento físico.

ESPIRAL / 3


// NOTÍCIAS

TODOS JUNTOS!

No dia 14 de setembro, regressaram

ao Colégio os alunos dos cursos de Planos

Próprios; no dia 16, foi a vez dos mais

novos, os do 5.º ano e na, quinta-feira, dia

17, foi o regresso dos restantes alunos

– 6.º ano, terceiro ciclo e secundário

(cursos científico-humanísticos).

Depois da receção junto aos portões do

Colégio, houve um encontro, por ciclos,

nos campos de futebol, onde o Sr. Diretor,

Dr. Manuel Lourenço deu as boas vindas

a todos e referiu as grandes alterações

para este ano letivo, grande parte delas

relacionadas com a prevenção contra a

COVID 19.

Após as palavras do capelão, Pe.

Varela, que relembrou, numa alusão

ao nosso lema do ano, que ninguém

caminhará só e que todos devemos

estar especialmente atentos aos nossos

colegas, cada turma teve um encontro

com o seu Diretor de Turma para receber

as principais informações relativas ao

início deste ano letivo.

As saudades já eram muitas, os

reencontros já aconteceram e as aulas já

começaram! Cabe a cada um de nós ser

o mais responsável possível, cumprindo

as normas apresentadas. Convictos de

que tudo irá correr bem, sabemos, com

certeza, que “Nunca caminharás só”.

O que se deseja é um excelente ano

letivo a todos!

ENSINO SUPERIOR.

É com grande satisfação e com a sensação de dever cumprido que verificamos

que, dos alunos do Colégio de São Miguel que concorreram ao ensino superior,

foram colocados cerca de 93% já na primeira fase. Verificamos, ainda, que destes,

74% tiveram vaga na primeira ou segunda opção. Os nossos alunos foram colocados

em cursos como Medicina, Enfermagem, várias Engenharias, Gestão, Direito,

Gestão de Empresas, Arquitetura, Psicologia, entre outros, em estabelecimentos

de ensino superior como a Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico,

Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade Nova, Universidade

da Beira Interior, IPL – Instituto Politécnico de Leiria, entre outras Universidades e

Politécnicos do país.

Estes resultados reforçam a convicção no projeto educativo que nos orienta

e nos valores que o sustentam e só nos resta desejar, a todos, enormes sucessos

académicos e pessoais.

4 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

NUNCA CAMINHARÁS SÓ!

Toda a comunidade do Colégio de São Miguel foi convidada

a fazer um pequeno apontamento artístico, que resultaria

num mural, e que ilustrasse o lema do Colégio para este ano

letivo: “Nunca caminharás só!”

Nos cacifos dos professores foram deixados dois

fragmentos de papel reciclado para que cada um desse largas

à imaginação. Os alunos foram convidados, no dia de São

Miguel, a mostrarem a sua criatividade num pedaço de cartão

A6. Não houve limites à imaginação e cada um pôde usar o que

quis (lápis de cera, marcadores, esferográficas, lápis, jornais

e revistas para colagens, cola, tesoura, lápis de cor, materiais

reciclados, etc.) e registar a sua interpretação do lema com um

simples desenho, uma palavra / frase, uma colagem, etc.

O resultado final foi surpreendente e o Espiral não quis

deixar de o assinalar!

ESPIRAL / 5


// NOTÍCIAS

A ARTE

EM CONTEXTO ESCOLAR.

Os professores e educadores do Colégio de São Miguel

tiveram, da parte da manhã do dia 9 de setembro, o privilégio

de participar na palestra “A dimensão artística e criativa em

contexto escolar”, proferida pelo Doutor Marco Daniel Duarte.

Partindo do pressuposto de que a Arte é indissociável da

comunicação e do poder, partimos para uma viagem pelo belo

que nos permitiu perceber que teremos sempre de valorizar,

pessoalmente e junto dos nossos alunos, o saber. É este saber,

é este conhecimento da Arte que nos vai permitir, também,

ajudar a mudar mentalidades, porque ele permite, sempre,

uma reflexão séria sobre a condição da vida humana.

Segundo o Doutor Marco, assistimos a uma desumanização

da arte (e do pensamento) e cabe ao professor ter a “Arte” de

ajudar a construir pessoas.

Agradecemos as palavras do orador que nos desafiou

a “conduzir” os nossos alunos para a aprendizagem dos

diferentes conteúdos, também, a partir da Arte.

PROFESSORES

EM FORMAÇÃO.

O Colégio de São Miguel valoriza a

melhoria da qualidade pedagógica, bem

como a inovação ao nível das práticas

pedagógicas atavés do uso de novas

tecnologias em sala de aula. Neste

âmbito, nas semanas de preparação do

início do ano letivo, surgiu uma formação

interna para todos os professores do

departamento de Ciências Físicas e

Naturais com dois momentos distintos:

a aplicação da robótica no ensino da

Física – um método pedagógico inovador

para o estudo dos movimentos que

permite a aprendizagem centrada nos

alunos – e uma saída de campo onde

foram estudados os aspetos geológicos

da região – Reguengo do Fétal, Cortes

e Senhora do Monte – que permitirá

aos professores ligar os conteúdos

disciplinares à realidade local dos nossos

alunos.

O Colégio de São Miguel reinventa-se

no sentido de potenciar os nossos alunos

para o século XXI.

Departamento de Ciências Físicas e Naturais

6 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

VISITA DO

PRESIDENTE DA CÂMARA.

O Colégio de São Miguel recebeu,

no dia 30 de setembro, o presidente

da Câmara Municipal de Ourém, Dr.

Luís Albuquerque, que veio deixar

votos de que este ano corra dentro da

normalidade, tendo em conta o contexto

de pandemia em que vivemos.

Tivemos oportunidade de mostrar

o empenho e profissionalismo que

dispensamos na preparação e execução

de todas as medidas de segurança

para proteção dos nossos alunos e dos

profissionais que cá trabalham, nunca

abandonando a matriz de exigência do

nosso modelo educativo.

MISSÃO NO COLÉGIO.

Outubro é o mês das missões na Igreja. Destaca-se a missão

de todo o cristão de anunciar Jesus Cristo e também o trabalho

de tantos consagrados que deixaram os seus países para levar

o Evangelho a países distantes.

O mês missionário 2020, com o tema “A vida é missão” e

o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) salienta o convite que

todo o cristão recebe para defender e cuidar da vida em todas

as suas dimensões.

A missão veio à Escola. Este ano não pudemos contar com

a presença física de um testemunho missionário, mas o Padre

Simão Pedro dos missionários da Consolata falou aos alunos

do 11.º ano, através de um vídeo por ele gravado e apresentado

na última semana de outubro nas aulas de educação moral

e religiosa católica. O hino missionário cantado pela Banda

Jota, as palavras e as imagens tocaram os corações dos nossos

alunos e, na sua maioria, as consciências despertaram para

a missão e tornaram-se capazes de olhar o outro de um modo

diferente.

Todos ficamos mais certos que a Missão é Simpática.

Professor Fernando Valente

Propriedade

Colégio de São Miguel

Rua D. João Pereira Venâncio, 1

2495-440 Fátima

Telefone: 249531128 | Fax: 249532512

Diretor

Dr. Manuel Lourenço

Diretor Pedagógico

Dr. Virgílio Mota

Coordenação geral e paginação

Prof. Rui Parreira

Coordenadoras

Prof.ª Filomena Baroso

Prof.ª Marta Pereira

Projeto gráfico / capa

Prof.ª Otília Pedro

Equipa dinamizadora

Filipa Ferreira, Inês Pereira,

Laura Carreira, Sofia Lopes

Colaboradores

Prof.ª Alexandra Verdasca, Prof. Álvaro

Madureira, Prof.ª Ana Ferreira, Prof.ª

Carla Luís, Prof.ª Cláudia Santos,

Dr-ª Cristina Silva,

Educadora Elisabete Gomes,

Prof. Fernando Valente,

Prof.ª Hélia Salvado,

Prof.ª Otília Pedro,

Prof. Sérgio Vicente

ESPIRAL / 7


// NOTÍCIAS

A ARTE SAIU À RUA...

O nosso Colégio está mais bonito…

Quando se entra no edifício principal, não se fica indiferente

às esculturas e às pinturas que vemos expostas, da autoria dos

nossos alunos dos cursos de Design, Cerâmica e Escultura.

A obra da baleia, executada em madeira, metal e lixo,

pertence ao aluno Tiago Patrício e foi um trabalho realizado

no ano letivo passado, 2019/2020, no âmbito da PAT, quando

andava no 12.º D. O cavalo foi realizado pela aluna da mesma

turma, Carina Kondratyuk, também no âmbito da PAT e foi

uma obra executada em pasta de papel sobre uma estrutura

em metal.

As obras tridimensionais, espalhadas no exterior, foram

realizadas, numa primeira fase, pela turma do 11.ºC, no ano

letivo 2019/2020, no âmbito do Projeto de Flexibilidade –

Bgreen. Depois, fomos surpreendidos pelo COVID -19, fomos

todos para casa e as obras ficaram inacabadas. No início deste

ano letivo 2020/2021, como foi necessário recuperar conteúdos

da disciplina de Cerâmica/Escultura, o 11ºD concluiu os

trabalhos recuperando, assim, as aprendizagens do ano letivo

anterior. Todas as obras foram executadas com materiais

reaproveitados/ lixo, essencialmente metais e plástico.

As telas expostas foram realizadas no ano letivo 2019/2020,

no 3.º período em pleno confinamento, no âmbito da disciplina

de Desenho e Pintura. Os alunos reinterpretaram obras de

artistas, transformando-as noutras composições visuais; ou

seja, executaram as obras tentando aplicar caraterísticas

de outros movimentos artísticos, diferentes dos constantes

nas obras originais. Estes trabalhos foram realizados

essencialmente a tinta acrílica e a tinta de óleo; no entanto,

também podemos encontrar algumas colagens.

Professora Carla Luís

8 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

PELOS SEMINÁRIOS...

A Igreja dedicou a semana de 1 a 8 de novembro à oração

pelos Seminários. Neste ano, a fonte de inspiração foi a palavra

do Evangelho: “Jesus chamou os que queria e foram ter com

Ele” (Mc.3, 13), e no nosso Colégio não foi diferente. Não foi

possível a presença física de alguém, mas tivemos a Equipa

responsável pelo Seminário em Família da diocese de Leiria-

Fátima, que aceitou amavelmente o nosso convite e falou aos

alunos do 12.º ano nas aulas de Educação Moral e Religiosa

Católica, através de um vídeo enviado pelo padre Eduardo

Caseiro. Foi apresentada, também, a mensagem do cardeal D.

António Marto para esta Semana.

Esta foi, para os alunos, uma Semana de informação,

conhecimento, sensibilização e oração pelos Seminários.

Que o olhar de Jesus desperte a generosidade e a coragem

dos jovens para o seguirem. E como dizia D. António Augusto

Azevedo, bispo de Vila Real e Presidente da Comissão Episcopal

Vocações e Ministérios, que esta semana dos Seminários tenha

servido para despertar em todos nós três atitudes: gratidão,

compromisso e esperança.

Professor Fernando Valente

DEFENDER A VIDA.

Pela comemoração do quinto aniversário da encíclica “Laudato Sí” do Papa

Francisco, que fala de uma “conversão ecológica”, a disciplina de Educação Moral e

Religiosa Católica (EMRC) associou-se à celebração deste tempo da Criação.

O Departamento Nacional de EMRC desafiou os diferentes secretariados diocesanos

a entrarem na dinâmica, à qual chamou: Causa Comum! Cada secretariado partilhou

algo de maneira a ser possível a sua divulgação no site Educris. A cada diocese foi

atribuído um verbo, sendo que à de Leiria-Fátima coube o verbo “Defender”.

A nossa aluna Rebeca Pereira, do 10.ºC, aceitou o desafio e o seu belo texto

(abaixo) foi publicado no Educris, em nome da nossa Diocese.

Defender a vida é nossa causa comum!

No 5.° aniversário da encíclica “Laudato Si,” o apelo do Papa Francisco nunca foi tão necessário como agora; no contexto de uma pandemia global que

nos leva a repensar as nossas convicções e coloca à prova os nossos valores como cidadãos e cristãos, o cuidado com a casa comum torna-se uma necessidade intransmissível.

De maneira repentina, por causa de um inimigo invisível e letal, temos a oportunidade de sermos retirados dessa prepotência dormente do mundo contemporâneo – o ser

humano não está acima da criação, mas é parte dela e com ela sofre e perece. Como estávamos à espera de continuar saudáveis numa casa doente?

A verdade é que já há muito estamos doentes, infetados pelo vírus da indiferença, da ganância e do individualismo, mergulhados numa cultura do descarte de tudo

e de todos. A situação em que nos encontramos é o reflexo daquilo que crescia em nós – a despreocupação com a natureza, com o próximo e com a vida.

Enquanto pessoas e histórias são reduzidas a estatísticas nos telejornais, escondemo-nos atrás de máscaras, assustados com um cenário dramático que põe a nu e

revela a vulnerabilidade e a fragilidade da nossa condição humana. Fechados em nós mesmos esquecemo-nos que, como discípulos de Jesus, defender a vida não é

só um apelo; é a nossa vocação.

Se nos recusarmos a acolher este chamamento nos nossos corações, jamais seremos capazes de curar o mundo. Assumir o dever de defender a vida é o bem mais

nobre; é o único caminho para o fim desta pandemia. Devemos voltar o nosso olhar para o próximo, abrir os nossos ouvidos às súplicas dos irmãos que sofrem e tornarmo-

-nos protetores desta causa comum. Caso contrário, as gerações futuras, insensíveis à dor do outro e incapazes de sentir compaixão, estarão desabrigadas num planeta

que outrora acolhera o ser humano, mas por ele acabou por ser destruído.

i Referências: FRANCISCO,Papa, 2015 -”Laudato Si”. Tipografia Vaticana. Roma

JUSTINO, João. “Porque queimam a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal”.

disponível em: https://arquimoc.com/artigo-por-que-queimam-amazonia-cerrado-e-pantanal/

ESPIRAL / 9


// ENTREVISTA COM...

Sérgio

Vicente

Natural de Tomar, o professor Sérgio Vicente está no

Colégio há 14 anos e confidenciou-nos que Genebra, o

espaço da sua infância, está no seu coração.

Nesta altura de mais frio, um puré de castanhas com

uma posta de vitela mirandesa grelhada e uns legumes

a acompanhar fazem as suas delícias, mas nada que se

compare com o grande desafio que é ser pai, esposo e

professor.

No Colégio, para além das aulas de Filosofia,

associamo-lo ao grupo da Amnistia Internacional

que dinamiza há já alguns anos, mas, neste ano, tem

um novo desafio: coordenador pedagógico do ensino

secundário...

Espiral (Esp) - Fale-nos do seu percurso académico.

Professor Sérgio Vicente (SV) - Quero aproveitar esta pergunta

para agradecer a todos os meus professores, às instituições

escolares e académicas que frequentei e que me moldaram

naquilo que hoje sou. O meu percurso não foi uma linha reta até à

licenciatura em Filosofia; houve hesitações, recuos e avanços. Mas

olhando retrospetivamente, estou grato pelo que me ajudaram a

ser. É com profundo reconhecimento que os recordo.

O meu percurso até ao 10.º ano foi na Suíça, em Genebra, onde

frequentei L’ École de Ranches I e II e Le Cycle d’Orientation du

Renard. Em Portugal, cumpri o meu Secundário na Escola Dr.

Manuel Fernandes, em Abrantes e cheguei à Faculdade de Letras

da Universidade de Lisboa para cursar Línguas e Literaturas

Modernas. Três anos depois, seguindo os conselhos de alguns

professores, sem esquecer o da minha namorada (agora minha

esposa), mudei de curso. Fui para Filosofia e licenciei-me na

Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Se hoje sou quem

sou, muito devo aos exemplos e conselhos dos meus professores.

Esp - Quais são, na sua ótica, as características essenciais para

se ser um bom professor?

SV – Por um lado, a competência científica que nos permite

ter alguma coisa para transmitir; em segundo, a empatia e em

terceiro lugar a capacidade de ler e interpretar o auditório, as

pessoas que temos à nossa frente que é para escolher o exemplo,

escolher as palavras, enfim a expressão para que ela possa tocar

realmente as pessoas, porque a relação pedagógica, se é uma

relação assenta nisso: a capacidade que eu tenho de tocar, de me

fazer ressoar num aluno que está à minha frente,

Esp - De que forma a Filosofia mudou a sua perspetiva sobre

a vida?

SV - Precisamente mostrando-me outras possibilidades, outros

horizontes, outros sentidos e formas para viver. Normalmente

temos tendência a fecharmo-nos um pouco nas nossas crenças

pessoais e a querer absolutizar, ou seja, a querer que os outros

pensem como nós, impondo a nossa verdade. A Filosofia assenta

10 / ESPIRAL


// ENTREVISTA COM...

muito no espaço de liberdade: aceitar que

a pessoa que está à minha frente possa,

efetivamente, ter outra perspectiva, ter

outra crença diferente da minha e ela

ser aceitável. É claro que, depois, nesta

diferença e oposição que pode existir,

construir-se um diálogo, porque um

diálogo na Filosofia constrói-se sempre

na oposição.

Esp - Segundo Thomas Fuller “Não é a

barba que faz o filósofo”. O que nos pode

dizer sobre isto?

SV - Olhando para mim, diria que

Thomas Fuller está errado! A barba, e

se for rija, ainda melhor, é essencial ao

estilo filosófico. Por isso, quem não tem

barba está “out” (fora de moda). Foi uma

provocação, em jeito de brincadeira e

gozo comigo mesmo! Na verdade, se

pela barba entendermos a Filosofia como

uma atividade exclusiva para homens

maduros, Fuller tem razão: a filosofia não

é uma questão de aparência ou idade, é

antes uma experiência de espanto. Não é

por ser homem, ter ou não barba, ter uma

certa idade que somos necessariamente

filósofos. A "maturidade" não deve ser

um pretexto para excluir um adolescente

do contacto com a Filosofia, porque

não é uma questão de maturidade, mas

de candura. A dita "imaturidade" dos

alunos ou ignorância não devem ser um

obstáculo, mas antes uma razão para a

urgência da Filosofia. Sócrates, que era

um velho e barbudo, considerado por

muitos como o modelo do filósofo, passou

o seu tempo a dialogar com os jovens

para que esses pensassem pela própria

cabeça e examinassem as suas vidas,

procurando a verdade. Por isso, tentando

completar a proposta de Fuller, diria que

não é a barba que faz o filósofo é o espanto

que nos permite abrir os olhos e ver de

uma forma nova o banal e o quotidiano

de uma vida.

Esp - O que diria o seu “eu” de há 30

anos sobre o homem que é hoje?

SV - Ui…! Estás velho! Gordo! A ficar

careca! E és um baixote! (não ultrapassei

o meu pai, era um grande objetivo

daquela idade)... Enfim, ao primeiro

olhar, a desilusão! Que só iria aumentar

quando descobrisse que já não jogo

futebol (era uma grande paixão: sonhava

ser o Michael Laudrup da “Dream Team”

do Cruijff). Profissionalmente, um

desastre: Filosofia, naquela idade não

se sabe o que é. A incompreensão iria

também aumentar, até porque queria ser

arquiteto. No fim, com muita paciência da

minha parte, iria mostrar-lhe a alegria e

o entusiasmo que tenho em ser professor

de Filosofia; iria, porque já estaria mais

disponível para me escutar, contar a

minha história com a minha esposa e os

meus filhos e aí ficaria rendido. Naquela

idade já era um sonho ter uma família.

Por isso, ao conhecer aos poucos a minha

vida atual, penso que ficaria orgulhoso

do que alcancei: um trabalho vivido com

paixão e uma esposa e 4 filhos que amo

profundamente.

Esp - Este foi um ano de mudanças

a vários níveis, não só no que toca às

adversidades causadas pela pandemia,

como pelo seu novo cargo como

coordenador de ciclo. De que forma tem

conciliado estas duas “novidades”?

SV - Estou grato à Direção pelo

oportunidade de desempenhar o cargo.

Assumi-o com grande responsabilidade

e sentido de missão. Ser coordenador

é conhecer o colégio e viver o dia a dia

na escola diferentemente. A posição que

ocupo revela-me uma escola em toda a

sua complexidade e profundidade e exige

de mim expor-me muito mais. As pessoas

com quem trabalho conhecem uma faceta

minha a que, antes, não tinham acesso

e vice-versa. Esta dimensão humana do

cargo é entusiasmante e constitui o maior

desafio.

Esp - Sabemos que se tem envolvido

em atividades relacionadas com os

direitos humanos e a ajuda ao próximo.

Essa poderá ser uma forma de deixar o

mundo melhor?

SV - Certamente. O mundo só se torna

melhor porque há pessoas que acreditam

que ele se pode tornar melhor e, mais do

que acreditar, tornam isso possível com a

sua ação, porque só palavras, sobretudo

quando estamos a falar da caridade,

não basta. Eu posso falar muito bem,

ou de alguma forma encantatória sobre

a necessidade do pobre, mas isso não

lhe enche a boca. A caridade começa aí:

temos que ser muito concretos e ir às

necessidades primárias. Por isso, pensem

nos gestos que fazem... têm sempre a

oportunidade de fazer o bem.

Esp - O que o move todos os dias de

manhã?

SV - Ah, o que me move? Ser mais.

Ser melhor do que o dia anterior, porque

há sempre forma de melhorar, e isso

obriga-me a uma revisão de vida para

melhorar as minhas falhas, que são

muitas, mas também as qualidades que

tenho (não podemos estar aqui com falsas

humildades, todos nós temos talentos,

todos nós temos qualidades) e reconhecê-

-las é importante para depois poder

trabalhá-las. Todos nós temos qualidades,

temos competências, temos talentos e eles

ESPIRAL / 11


// ENTREVISTA COM...

servem para estar ao serviço dos outros.

Por isso é que eu abraço a profissão de

professor como uma obra de serviço.

Esp - Acha que as atividades, como as

da Amnistia, em que participa também

fazem parte desse “empurrãozinho” de

manhã?

SV - Fazem. Aliás, a Amnistia começa

por uma dívida, porque começou com uma

aluna no meu primeiro ano cá, em 2006,

que veio ao meu encontro a perguntar

se podia organizar o grupo e eu nem

conhecia a Amnistia. Na altura, ainda era

o Padre Ventura o diretor, conversámos,

foi aceite e, a partir daí, o grupo da

Amnistia, até hoje, tem-se mantido.

Porquê uma dívida? Porque começou

com ela, foi ela a impulsionadora deste

projeto. Eu acarinhei este projeto porque

partiu de uma aluna, porque partiu de

uma iniciativa de alguém inconformada

que queria fazer alguma coisa para

melhorar o mundo. E isso tem que ser

valorizado porque são pessoas assim que

podem fazer a diferença. Se alguém que

propõe um projeto não tivesse ninguém a

estender a mão para puxar, confiar e ter

esperança, não daria. E, nesta altura, sou

eu que vos estendo as mãos para continuar

com o grupo, precisamente para fazer

uma transição, ano a ano; uma espécie

de legado que vocês propõem sempre

às gerações seguintes para continuar

os vossos passos e saberem que têm a

oportunidade, que têm voz para fazer a

diferença, começando aqui na escola mas

também, como já aconteceu duas vezes,

ir até aos campos de concentração, por

causa do tema do Holocausto. Os alunos

tiveram esse sonho e, de facto, lutaram

por ele e conseguiram concretizá-lo.

Esp - Descartes ou Sérgio Livraghi

(neurocirurgião). Que lado escolhe?

SV - São campos diferentes mas se

tivesse que escolher entre um e outro,

de facto, seria difícil porque me sinto

dividido entre duas coisas: o meu corpo

e a minha alma (risos). O meu corpo

porque, efetivamente, preciso de um

neurocirurgião pois as dores (de costas)

são, por vezes, intensas mas ao falar da

alma refiro-me à capacidade de Descartes

tocar a alma/consciência e nós somos

isso. Mesmo com dores nas costas! (risos)

Quero dizer que se a alma tiver mesmo

consistência, a pessoa é capaz de suportar

a dor sentida pois sabe, naquele momento,

aquilo que é mais importante. Mesmo que

esse neurocirurgião conseguisse acabar

com a minha dor, se isso implicasse a

perda da minha alma, então escolheria

a minha alma, escolheria Descartes.

Mas não é dito com grande segurança!!!

(risos)

Esp - Se pudesse voltar atrás no

tempo, mudaria algo?

SV - Passo o cliché... não mudaria

nada! Mudar um acontecimento na nossa

vida é, inevitavelmente, não saber aquilo

que mudaria na sua continuidade, e tudo

aquilo que me compõe, nomeadamente

erros que cometi, e também o que me

permite saber o que há de bom. Precisamos

sempre do reverso da medalha, e isso faz

parte de mim, sou essa história. Assim,

ao mudar uma linha, um capítulo dessa

história, acredito que deixaria de ser

quem sou e não quero procurar ser outro

pois a vida pauta-se para a frente. O meu

avô já dizia: “Tu tens os olhos virados

para a frente, por isso não te esqueças

de os abrir bem e olhar para a frente,

não para trás”. Apenas posso mudar o

amanhã.

Esp - Trabalhar para viver ou viver

para trabalhar?

SV - Trabalhar para viver, no sentido

em que o trabalho tem valor na medida

em que suporta a nossa vida. Não se

deve viver exclusivamente em função do

trabalho pois há outras dimensões que

nos passam ao lado se nos esgotarmos

no trabalho que temos. Acredito que

devemos apostar naquilo que é constante,

ou seja, a família, os amigos e não o

dinheiro e aquisições, que não deverão

ser a prioridade.

Esp - A sua mensagem, neste dias

“estranhos” que vivemos, é…

SV - Vivam cada momento com

fé e esperança. Tenham a certeza de

que “Nunca caminhamos sós!”. A

fraternidade é uma relação a construir

a cada dia, permitindo-nos olhar para

o outro e arrancá-lo das mãos do medo,

do isolamento e do desespero, onde esta

doença da Covid-19 nos parece deixar.

Nós, afinal, não controlamos nada da

Covid-19, por esse motivo temos de

nos esforçar por passar da angústia à

esperança. O futuro acontece agora:

vivamo-lo nas nossas palavras, ações e

pensamentos com fé, esperança e amor.

12 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

É NATAL!

O grupo disciplinar de Expressões

Artísticas assinalou, neste ano letivo, o

nascimento do Menino Jesus com uma

decoração bastante original e muito

bonita.

O elemento principal utilizado, quer

para o presépio, quer para a decoração

de todas as portas foi o arame ao qual se

juntou o cartolina; no caso da árvore de

Natal, o papel e uns fios de nilon deram

forma a este símbolo natalício.

Para compor o cenário, uma palete de

madeira e uma porta antiga preenchem

o chão do estábulo onde o Menino

nasceu...

Para além da beleza de todos estes

elementos, que sirvam, também, para

nos reordar aquilo que nesta época é

essencial: o amor para com o próximo,

a paz e a alegria das quais devemos ser

promotores.

A todos, um Feliz Natal!

SOU FINALISTA! E AGORA?

Para uma parte significativa dos alunos, esta é realmente

uma realidade: o que fazer, depois do 12.º ano de escolaridade?

Trabalhar? Em que área? Continuar a estudar? Para onde?

Para que curso? É um sem fim de questões que passa pela

cabeça dos nossos alunos.

Neste sentido, a Dr.ª Cristina Silva e a Dr.ª Andreia Ramos

(psicólogas) iniciaram há três anos uma formação para

os alunos do 12.º ano que, entre outros aspetos, procura

dar resposta a algumas destas questões, ou, pelo menos,

apresentar algumas possibilidades. Assim, durante seis

sessões, nas aulas de Ética e Deontologia Profissional e

Cidadania e Desenvolvimento desenvolvem, junto dos alunos,

as seguintes temáticas: 1. As saídas pós 12.º ano; 2. Ser

estudante no ensino superior; 3. Dicas comportamentais; 4.

Técnicas de procura de emprego e estágio ;5. Imagem Pessoal

e Corporativa; 6. Simulação (prática).

Os alunos têm manifestado o seu agradecimento pela

iniciativa uma vez que se sentem muito mais esclarecidos

quanto ao futuro, sempre incerto, que se avizinha!

ESPIRAL / 13


// NOTÍCIAS

DIA DA FILOSOFIA.

Em 2002, a UNESCO (Organização

das Nações Unidas para a Educação,

a Ciência e a Cultura) instituiu o Dia

Mundial da Filosofia, que se comemora,

anualmente, na terceira quinta-feira do

mês de novembro. No Colégio, este dia

foi assinalado com algumas atividades:

foram levadas a cabo duas sessões

de Filosofia para crianças do 5.ºano

e foi lançado o desafio aos alunos do

secundário de pensarem e debaterem

sobre a importância do pensamento e da

Filosofia.

Eis o fruto de algumas reflexões

pessoais dos alunos do 11.ºano:

“Uma vida sem pensamentos seria

uma vida sem existência.”

Maria Lopes, 11.ºA

“A Filosofia tem a sua utilidade e a

sua importância no mundo… serve para

questionar, problematizar e incomodar

sobre diversos assuntos e tem a

capacidade de derrotar a ignorância por

intermédio de um pensamento livre e

autónomo.”

Filipa Castanheira, 11.ºE

“É através do ato de pensar, do

pensamento, que nos podemos conhecer

a nós mesmos e à nossa essência;

resolver problemas; ponderar sobre

diversos assuntos; fundamentar

opiniões próprias; aprender; conhecer;

fazer planos…”

Mariana Silva, 11.ºA

“Nunca paramos para pensar porque

é que pensamos.”

Jorge Vieira, 11.ºF

“É possível imaginar uma vida sem

pensamentos? Mesmo que fosse possível,

para um ser humano significaria uma

vida sem existência.

Pensar é algo tão banal para nós, que

se pode afirmar que é para o homem

aquilo que o voar é para as águias, ou

até o nadar para os golfinhos.

Pensar é um trabalho árduo,

provavelmente o mais complicado de

todos.

Essa é a explicação do porquê tão

pouca gente se dedicar a fazê-lo.”

Joaquim Pereira, 11.ºF

“Como pensar é humano e necessário,

se não houver pensamento o mundo

fica desgovernado e sem sentido, pois

sem pensamento não há dúvidas e,

por isso, não procuraremos resposta

para os nossos problemas nem

tentaríamos resolvê-los, não haveria

desenvolvimento/evolução. Caso o ser

humano não pensasse, poderia viver

uma vida cheia de ilusões, até mesmo

uma vida inexistente.”

João Ferreira, 11.ºA

“Acredito que pensar é fundamental

se queremos ter uma opinião própria

e um espírito crítico sobre o que nos

rodeia. Se não refletirmos sobre o que

nos é dito e vivenciamos, passaremos

a estar numa situação muito perigosa

em que se nos iludirem, aceitaremos

essa proposição falsa como verdadeira e

consentiremos até o inaceitável.”

Marta Damásio, 11.º A

“Porquê pensar? Porque as

condições que destroem a capacidade

ou a disponibilidade de pensar destroem

também a vida, a qualidade de vida e,

sobretudo, a felicidade.”

Lucas Matias, 11.º A

14 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

DIA DA FILOSOFIA (CONT.).

“Alguém hoje me disse que agi sem

pensar. Mas fiquei a pensar se, estando

eu consciente, será possível não pensar?

De certa maneira, nós sem queremos

estamos sempre a pensar. Logo, se eu não

penso não existo, então desta maneira é

importante pensar. Se não pensas, quem

és tu? És uma ilusão? Algo que não

existe? Ou não és humano?”

Tiago Pereira, 11.º A

“Podemos pensar também sobre nada

ou também sobre o pensamento em si

mesmo.

Usamos o pensamento para resolver

problemas do dia a dia: eja a planear

um fim de semana, ou apenas a tentar

entender a melhor forma de sair de um

problema e chegar à sua solução.”

Tomás Vieira, 11.ºA

“Descartes, matemático e filósofo

francês, defende que ao pensarmos

podemos duvidar daquilo em que

estamos a pensar.

Assim, o ser humano é um ser

pensante. A dúvida é uma prova da

existência do ser humano como ser

pensante.”

Rúben Isidro, 11.ºA

Este também foi um dia diferente

nas aulas de Filosofia. Os "aniversários"

merecem uma atenção especial! ;)

Quem se lembrou? A UNESCO. Todas

as terceiras quintas-feiras de novembro,

celebra-se o papel fundamental que a

Filosofia tem na formação humana.

Assim, o primeiro momento do dia,

foi de oração, como é nosso costume.

Mas as aulas não foram o que costumam

ser! No 10.º B, construímos uma nuvem

de palavras sobre o que filosofar é.

E concluímos com uma composição

criativa e improvisada (pelo Espírito

Santo, certamente! ;)) a partir das

palavras dadas.

No 11.º B, o "aniversário" foi

assinalado com um debate entre os

partidários da teoria da justiça de

Rawls e os da teoria de Nozick. Não

foi fácil para os defensores da teoria

de Rawls... estava em franca minoria

(3/11), mas a argumentação não se mede

pela quantidade de pessoas, mas pela

qualidade argumentativa. E aí, todos

ganharam! Deixaram um professor

orgulhoso com o esforço, empenho,

dedicação e talento manifestados. Viva a

Filosofia!

No 11.º D, o festival de palavras para

descrever o Filosofia continuou. E ainda

houve tempo para um top 3 das palavras

propostas.

Qual venceu? Uma expressão

estranha: “modo avião”. Alguns

perguntarão, o que quer isso dizer?

Perguntem! Sejam curiosos! A Filosofia

também é intrigar para despertar um

encontro. ;) :)

Prof. Sérgio Vicente

ESPIRAL / 15


// NOTÍCIAS

CONCURSO

JUVENES TRANSLATORES.

O Colégio de São Miguel foi uma das 21 escolas do

país (número igual ao dos Eurodeputados portugueses

no Parlamento Europeu) selecionadas para participar no

Concurso “Juvenes Translatores”, um concurso de tradução,

em linha, dirigido às escolas secundárias da União Europeia.

A Ana Sofia, a Laura Carreira, a Inês Pereira, a Sofia Lopes

(todas do 12.º A) e a Telma Conceição (do 12.º B), no dia 26

de novembro, tiveram a missão de traduzir um texto sobre o

tema "Enfrentar tempos difíceis - juntos somos mais fortes".

Este concurso pretende distinguir os melhores jovens

tradutores da União Europeia e promover a aprendizagem de

línguas e a tradução e, para além do enriquecimento pessoal,

os vencedores serão convidados a participar numa cerimónia

de entrega dos prémios, em Bruxelas.

Agora, é aguardar por fevereiro de 2020, altura em que são

divulgados os resultados finais!

FLORESTA AUTÓCTONE.

Os alunos do Colégio de São Miguel

não esqueceram a importância da

floresta mediterrânica para o equilíbrio

e o enriquecimento dos ecossistemas.

No dia 23 de novembro, no âmbito

do programa Eco-Escolas, procederam

à visita dos espaços verdes no Colégio,

identificando as espécies autóctones e

outras exóticas que foram plantadas

ao longo dos tempos. Verificámos que

estamos no bom caminho. Aqui ganham

as autóctones, onde domina o carvalho

cerquinho e a azinheira e outras em

menor número como o medronheiro, o

pilriteiro e o zambujeiro.

Outra particularidade dos nossos

espaços é a presença de um carvalho

cerquinho e de uma azinheira que se

encontram em associação simbiótica

com as trufas negras.

Os alunos da turma A do décimo ano

encerraram este dia com a plantação

de um carvalho cerquinho e procedeuse

à recolha de bolotas para um viveiro

de árvores características da região

de Fátima. As árvores autóctones

continuarão a ser alvo de um projeto a

realizar ao longo do ano letivo e que se

insere no programa Eco-Escolas.

Professor Álvaro Madureira

16 / ESPIRAL


// NOTÍCIAS

A ÁRVORE DE

SOPHIA.

No dia 6 de novembro de 2020, os

alunos do quinto ano do Colégio de São

Miguel celebraram o aniversário do

nascimento da escritora Sophia de Mello

Breyner Andresen, participando num

concurso onde um aluno representante

de cada turma recontou a história “A

árvore”.

A aluna que provou ser a melhor

contadora de histórias do quinto ano foi

a Ana Rita Silva do 5.º B.

Parabéns!

Os alunos da turma do 5.º B

QUEM SOU EU?...

O Teatro São Luiz, o Institut Français du Portugal, o Instituto

Goethe e o Projeto Cosmopolitanismo convidaram o público a enviar

textos e vídeos com resposta a esta questão: “Quem sou eu neste novo

mundo?”. Os alunos do 11.º A responderam ao convite e desenvolveram

trabalhos de grupo na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento.

De todos os trabalhos desenvolvidos, destacam-se os textos “Tudo

é passageiro” e “Crise pandémica: Quem sou eu neste novo mundo?”

que receberam uma Menção Honrosa, tendo, o último, sido eleito com

o terceiro prémio, escolha do público.

O grupo que concorreu na categoria de vídeo recebeu igualmente

uma Menção Honrosa e foi eleito com o primeiro prémio, escolha do

público.

Todos os alunos que participaram estão de parabéns pela reflexão

crítica sobre a crise pandémica.

Os trabalhos podem ser consultados nos seguintes links:

-“Tudo é passageiro” em: https://de902303-

d1a3-438c-bffe-1a4da7e39764.filesusr.com/

ugd/5bd194_4b464d92c8444b168599712e1b601ce7.pdf

-“Crise pandémica: Quem sou eu neste novo mundo?” em https://

de902303-d1a3-438c-bffe-1a4da7e39764.filesusr.com/ugd/5bd194_

f60d7d639e9143a6869a074352ff7b8d.pdf

ESPIRAL / 17


// FRUTOS // número 38

Espaço dedicado a antigos alunos

Por Liliana Fartaria

Sinto uma estranheza ao começar a escrever esta rubrica!

Poucos anos se passaram desde que fui aluna do

Colégio de São Miguel. Talvez seja pelo sentido do caminho

que se continua a percorrer. Acredito que muitos ex-alunos,

quando confrontados com o mesmo pedido se deparem com

este mesmo sentimento...até fazerem as contas. Volvidos 18

anos, continuo a sentir-me eternamente aluna do Colégio de

São Miguel. Digo “eternamente” porque foi quando os sonhos

e ambições se converteram em combustível para os anos que

se seguiram; o colégio deu-me esse combustível que ainda hoje

perdura. Digo “eternamente” também porque existe gratidão e

a ternura do tempo.

meu percurso académico, diria longo e diversificado,

O permitiu-me ter uma perspetiva do ensino de

excelência que tive. Sinto-me privilegiada não só por ter tido

uma qualidade de ensino bastante acima da média das escolas

do nosso país, como a oportunidade de expandir as minhas

competências pessoais e artísticas, oportunidades essas,

muitas das vezes semelhantes às propostas extracurriculares

de escolas privadas.

Relembro o colégio não como mais uma escola amorfa,

mas uma escola de valores, independentemente da

religião que lhe está no âmago. Dito isto, é impossível não

mencionar o Padre Ventura: uma figura que nos impunha

respeito mas que transpirava claramente a visão de uma escola

ativa nos valores a que se propunha.

Acredito que um aluno não se resume a uma só área

de conhecimento como o sistema de educação o

impõe, e o Colégio de São Miguel permitiu-me expandir todos

os meus interesses artísticos a par da área de Científico-

Natural. Envolvi-me intensamente nos projetos musicais que

o colégio proporcionou e isso definiu a pessoa que sou hoje.

Frequentei o curso, diria tradicional e expectável, de Ciências

Farmacêuticas, na Faculdade de Farmácia da Universidade

de Lisboa e, simultaneamente, o curso de Canto Lírico no

Conservatório Nacional. Na mesma cidade, continuei os meus

estudos musicais na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal,

licenciei-me em Performance Jazz na Escola Superior de

Música de Lisboa e tive a oportunidade de fazer Erasmus em

Graz, Áustria.

Marcaram-me profundamente os vários concertos,

APPAs e festivais em representação do colégio

enquanto cantora. Recordo claramente o concerto no Festival

Interescolas... a imensa plateia do Centro Pastoral Paulo VI

foi de tal forma avassalador para mim, que depois da atuação

precisei de me isolar no camarim por algum tempo. Foi como

um rasgo que descobri a adrenalina e o pânico do palco, a

sensação indescritível que é fazer música com outros músicos

e a amizade e cumplicidade que daí nasce. Também relembro

com saudade as tantas e tantas horas de almoço enfiados na

sala de música a tocar e a ensaiar. Alguns ensaios até “abertos

ao público” – mini concertos de bolso à hora do almoço. Quase

que espontaneamente, brota a vontade adolescente de criar

uma banda de covers fora do contexto escolar. A banda durou

vários anos, e todos nós, de um jeito ou de outro, tornámo-nos

músicos. O colégio ajudou a concretizar a minha paixão pela

música, sem dúvida alguma.

meu ver, um aluno deve procurar expandir as várias

A áreas de interesse e a escola deverá ter um papel

facilitador numa postura holística em relação à educação. Bem

sei que é difícil decidir num ano o que fazer profissionalmente

para o resto da vida. Mas o resto da vida é muito vasto. E a

escolha de um curso não precisa de ditar e limitar as vocações.

São esses limites aparentes que muitas das vezes criam

oportunidades. Um curso pode, simplesmente, e não somente,

ajudar a desenvolver um sentido mais crítico e inteligente

na busca de conhecimento. Posso ser técnica de informática

e depois ser enóloga. Posso ser economista e ser música.

Posso ser designer e agricultora. Não existem limites. Tudo é

impermanente.

18 / ESPIRAL


//FRALDINHAS

QUEM É O/A

FRALDINHAS ?

1. Quem é a sua inspiração?

Sem dúvida que as minhas inspirações são os meus pais que me deram

os valores que agora tento passar para os meus filhos.

2. Qual era a sua brincadeira preferida em criança?

Adorava andar de bicicleta.

3. Miúdos ou graúdos?

Miúdos, porque são mais desafiantes e genuínos;

4. O que a faz perder a paciência?

Talvez quando as pessoas fogem muito à minha ideia… considero-me

bastante teimosa! E isso não ajuda nada…

5. A maior loucura que já cometeu?

Já cometi algumas, mas uma de que lembro foi quando estava com

o meu filho e decidi descer uma rampa de trotinete... acabei com um

hematoma;

6. Em criança, qual a profissão que gostaria de exercer?

A profissão que me fascinava na altura era cabeleireira; sempre adorei

mexer no cabelo das outras pessoas e fazer penteados que na altura

achava que estavam bons( risos).

7. Se amanhã pudesse fazer as malas e partir, para onde iria e quem

levaria?

Levava a minha família para uma ilha porque ainda não tivemos

grandes oportunidades para viajarmos juntos e também porque adoro

uma boa praia.

8. Se pudesse viver um dia sem leis, qual a infração que cometia?

Com certeza excesso de velocidade; há quem diga que tenho o pé pesado.

9. Passado ou futuro?

Futuro, porque o conseguimos moldar com as aprendizagens do

passado.

10. Qual o animal com que mais se identifica?

Leão, porque tento proteger ao máximo as minhas “crias”… seja a

família, sejam os amigos.

11. Duas atividades de tempos livres que a fazem sentir-se realizada

são...

Gosto de fazer caminhadas, principalmente se estas forem à beira-mar

e yoga apesar de agora estar um pouco distante do meu dia a dia.

12. Se a sua vida fosse um filme, que título lhe daria?

“Comer, orar e amar”… acho que essas palavras me definem na

perfeição.

13. Aos alunos diria que...

Diria para aproveitarem a vida com as ferramentas que aqui no colégio

tentamos dar e, claro, para serem felizes.

Educadora Elisabete Gomes

ESPIRAL / 19


// TINTAS

Espaço dedicado à escrita criativa dos alunos

Autorretrato

Penso que não existam palavras suficientes para captar a

essência de alguém - e existem milhares delas. A questão é

que sempre que vamos descrever alguém, as palavras, antes

fragmentos de tinta no papel, tornam-se muito mais; tornam-

-se ferramentas que vão esculpindo diligentemente a imagem

de alguém, ou a imagem que temos daquela pessoa, porque a

verdadeira forma é estranha aos olhos humanos e nem o mais

habilidoso dos artesãos faria jus ao genuíno.

Portanto, quando me pedem para fazer um autorretrato,

digo, sem rodeios, que isso é uma tentativa e nada mais. Válida,

mas falha. Um mero rascunho do que há no mais íntimo de

mim.

Com as mãos trémulas, começo então a esculpir… é

intimidante e um pouco desconfortável pois mais do que um

mero reflexo no espelho, tento enxergar algo cru, sem efeitos

ou filtros para mascarar ou distorcer.

Assim, começo pelas asas, não tão grandes, mas fortes o

suficiente para suportar voos longos, longas distâncias para

muito além do horizonte. As penas azuis profundas como o

céu noturno porque o passarinho espera não cometer o mesmo

erro de Ícaro e, por isso, fez da noite seu consolo e sua estrada.

Meus dedos correm pela argila de maneira delicada, tentando

trazer o que vejo para a realidade; as asas são jovens e talvez não

preparadas para grandes altitudes, mas num ato de bravura

- ou loucura - elas parecem levá-lo para ainda mais longe do

ninho; talvez a noite sirva também para isso - esconder o medo

e as lágrimas.

Minhas mãos, então, prosseguem o seu trabalho, passando

das asas para o corpo pequeno e esguio. As penas, não mais

longas e resistentes como as de suas asas, mas curtas e

frágeis; fáceis de serem arrancadas e ainda mais fáceis de

serem repostas. Elas, antes acostumadas com o calor, parecem

inúteis à medida que o pássaro voa para o norte; não que os

pássaros voem para o norte, mas a ambição é um dos defeitos

do nosso passarinho. Mesmo com água fresca e comida ele

recusou-se a permanecer numa gaiola - fosse ela a mais

confortável e segura de todas. E mesmo com toda a cautela,

as noites parecem cada vez mais curtas e essa mesma ambição

começa a chamuscar-lhe as penas.

Cuidadosamente, agora, moldo-lhe as pernas, tão curtinhas

e pequeninas que deixam clara de uma forma quase cómica

que a sua função é unicamente a de dar apoio. Então, por que

é que o passarinho ainda insiste em correr? Pássaro estúpido e

teimoso, ainda insiste em ir contra a própria natureza. Escolhe

pousar no chão porque tem medo de descansar empoleirado

num lugar alto, acostumar-se com a vista e esquecer-se de

voar.

O corpo do pássaro ganha forma e então inicio o trabalho

do rosto, os olhos pequenos e escuros como madeira de ébano,

brilhantes e atentos, mas escorregadios e desconfiados. Olhos

que viram muitas coisas belas, paisagens estonteantes, cores

vivas, alegria e felicidade, mas que também viram como a

vida pode ser cruel e dura, um tipo diferente de beleza, que se

faz ouvir como um grito mesmo em profundo silêncio, uma

vontade sufocante de viver mesmo com tantas batalhas.

Por fim, a ponta dos meus dedos gentilmente repuxa a

argila, esculpindo os outros detalhes do pássaro - ainda muito

jovens para guardarem alguma história. Enquanto termino os

pormenores sinto-me cada vez menos indecisa; de repente, as

medidas, o peso, a textura e a cor do pássaro parecem-me tão

familiares quanto um mapa decorado, ou as ruas que percorro

diariamente. Já não procuro mais a equivalência, mas aprecio

o sentimento que pulsa em mim neste breve momento de

reconhecimento, como a releitura da sua história preferida ou

a lembrança súbita de uma melodia esquecida. O mais puro

sentimento de nostalgia.

Finalmente olho, contemplo-o. Percebo que nunca fui buscá-

-lo, apenas reencontrei o que estava ali. Sei que os aspetos rudes

e imprecisos das minhas mãos inexperientes deixam claro o

facto de ser um trabalho inacabado - sempre em construção,

assim como o horizonte, assim como o pássaro, assim como eu.

Rebeca Pereira, 10.º C

Laços que unem

Os laços que nos unem podem ser afetivos ou de sangue.

Na minha opinião, os mais importantes são os laços afetivos,

que nós vamos criando ao longo da vida, dentro e fora da

família.

Os laços afetivos e os laços de sangue são os dois

importantes, mas prefiro os laços afetivos pois são esses laços

que vou criando aos poucos durante a vida toda. Os laços de

sangue são a família, e são os mais fortes, mas nem sempre é

assim porque, mesmo que eu tenha laços de sangue com uma

pessoa, eu posso não ter afeto por ela, enquanto que existem

pessoas com relações de afeto muito fortes que não têm laços

de sangue.

Na minha opinião, e concluindo, apesar dos laços

de sangue serem eternos, os laços afetivos são os mais

importantes, pois permitem criar relações de amizade, amor

e cumplicidade dentro e fora da família, que contribuem para

o nosso crescimento como pessoa.

Redes Sociais Imparáveis

Na minha opinião, as redes sociais podem ser tão positivas,

como negativas.

Em primeiro lugar, são positivas, porque pode haver um

membro da família ou um amigo que está longe e com as redes

sociais podemos mandar mensagens e fazer videochamadas.

Em segundo lugar, são negativas, porque há pessoas que

são tão viciadas nas redes sociais, que não dão atenção à

família e aos amigos.

Finalmente, concluímos que deve haver sempre tempo

para estar com a família, os amigos e também tempo para

brincar e fazer os trabalhos de casa e outras atividades, sem

estar sempre nas redes sociais.

Rúben Maurício, 5.º B

Santiago Assis, 6.º B

20 / ESPIRAL


//CULTURA / PASSATEMPOS

SÉRIES

&

PODCASTS.

Anne with an E

A série, baseada no livro “Anne of Green

Gables”, conta as aventuras de Anne, uma jovem

órfã de treze anos, que busca amor, aceitação e

um lugar no mundo. No final do século XIX,

Anne é erroneamente enviada para viver com os

irmãos mais velhos,

The Queen’s Gambit

Num orfanato da década de 50, Beth Harmon,

uma menina com nove anos de idade, revela-se

um prodígio do xadrez e inicia uma jornada

improvável para se tornar a melhor jogadora

de xadrez do mundo, enquanto luta contra

problemas emocionais e algumas dependências.

Locke & Key

Trata-se de uma adaptação de uma banda

desenhada...

Após a morte do pai, três irmãos mudam-se

com a mãe para a mansão ancestral do pai, onde

descobrem chaves mágicas que desbloqueiam

poderes... e segredos.

Podcast Universitário

Rafael Vieira, um estudante universitário,

decidiu criar um podcast onde “poderão ouvir

de tudo um pouco sobre a vida universitária”,

desde como entrar na universidade, como tentar

sair, o dia a dia dos estudantes universitários e

a passagem para o mercado de trabalho.

A curiosidade salvou o gato

Cansada de ouvir falar em mezinhas

caseiras milagrosas, Margarida Santos, médica

especializada em medicina geral e familiar e

com um mestrado em nutrição, decidiu criar

este podcast para desmentir alguns mitos; umas

vezes sozinha, outras com convidados...

Dizer

Um podcast diário, onde Pedro Freitas, mais

conhecido por Poeta da Cidade, partilha alguns

poemas, pensamentos, pequenos excertos ou

contos, de autores portugueses e internacionais.

Há ainda espaço para um Clube de Leitura com

opiniões sobre livros lidos no mês.

PASSATEMPOS.

Para rir... Descobre as 7 diferenças. Cartoon.

A minha mãe disse que ia mandar

o meu telemóvel pela janela, ao que eu

respondi:

- Podes mandar, está em modo avião!

- Doutor, o que é que eu faço para

emagrecer?

- Basta mover a cabeça da direita para

a esquerda e vice-versa.

- Quantas vezes?

- Sempre que lhe oferecerem comida!

Dois amigos encontram-se após

muitos anos:

- Casei-me, divorciei-me e já fizemos a

partilha de bens.

- E as crianças?

- O juiz decidiu que ficavam com

quem recebeu mais bens.

- Então ficaram com a mãe?

- Não, ficaram com o advogado.

ESPIRAL / 21


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