O PROGRESSO - 18 de dezembro de 2020
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Agronegócios
Sugestões: Ilya.oprogresso@gmail.com
o progresso C1-6
Sexta, 18 de dezembro de 2020
Sugestões: illya.oprogresso@gmail.com
Sagrima e Embrapa Cocais assinam acordo de cooperação
técnica com foco na cadeia produtiva do arroz
Implantação do Banco de Alimentos fortalece ainda
mais a Política de Segurança Alimentar do Maranhão
Banco de Alimentos está sendo ampliado para atender
grande demanda de doação de alimentos
Desde a sua implantação
em junho de 2019, o Banco de
Alimentos distribuiu mais de
250 toneladas de alimentos.
Coordenado pela Secretaria
de Estado do Desenvolvimento
Social (Sedes), o equipamento
de segurança alimentar
contribui com a diminuição
da fome e do desperdício de
alimentos no Maranhão, arrecadando
legumes, frutas, verduras,
grãos, cereais, massas
frescas, carnes, leites e derivados,
e distribuiu para milhares
de pessoas em situação de
vulnerabilidade social.
Instalado no Centro de Dis-
O Governo do Estado adquiriu
mais de sete toneladas
de alimentos dos agricultores
familiares da zona rural de São
Luís. A produção foi adquirida
por meio de edital do Programa
de Compras da Agricultura
Familiar (Procaf) e
entregue ao Banco de Alimentos,
fortalecendo a produção
dos agricultores da comunidade
Coquilho e movimentando
a economia local.
Oficinas de reaproveitamento
de alimentos e manipulação
Ao longo do ano foram realizadas,
para as instituições
cadastradas no Banco de Alimentos,
oficinas para ensinar
receitas com diversas formas
de reaproveitar os alimentos,
como a utilização de cascas e
sementes para produção de
bolos, sucos e biscoitos.
Para a secretaria adjunta
de Segurança Alimentar e
Nutricional (Sasan), Lourvi-
CENTRO DE TERAPIAS ORIENTAIS - CTO
Medicina Tradicional Chinesa
Pós-Graduação Acupuntura
Capacitação de Profissionais da Área de Saúde
É uma terapia milenar chinesa com mais de 3 mil anos
de existência, reconhecida pela Organização Mundial
de Saúde - OMS e pelos Conselhos Federais de Saúde.
Biomedicina • Enfermagem • Farmácia
Fisioterapia • Medicina • Odontologia
Psicologia • Terapia Ocupacional
Contato: (99) 98110-0575 • (99) 96174-2961
Divulgação: PROCAF/Honório Moreira
tribuição de Hortifrutigranjeiros
(Ceasa), em São Luís, o
Banco de Alimentos conta
com uma equipe multiprofissional
composta por nutricionistas,
técnicos e demais profissionais
que fazem a coleta,
seleção, processamento e distribuição
de alimentos que são
captados junto à rede de doadores.
Para o secretário Márcio
Honaiser, o Banco de Alimentos
é mais uma experiência
exitosa do Governo do Estado
na Política de Segurança
Alimentar, que além de promover
saúde e uma alimentação
de qualidade aos beneficiários,
reduz o desperdício de
comida.
“Desde a sua inauguração,
em junho de 2019, já distribuímos
mais de 250 toneladas de
alimentos. Este ano, mesmo
com as dificuldades da pandemia,
conseguimos retomar
com as atividades em segurança
e ajudando a manter
uma alimentação saudável de
quem mais precisa. Agradecemos
aos parceiros deste
importante trabalho que garante
o direito das pessoas de ter
uma alimentação digna”, afirmou
o secretário.
Ampliação do Banco de
Alimentos
Para atender a grande demanda
de doações e disponibilizar
um serviço de qualidade
aos beneficiários, o Banco
de Alimentos será ampliado e
passará por melhorias nas
suas instalações.
Depois de aderir ao edital de
Seleção Pública de Propostas
para Apoio à Modernização de
Bancos de Alimentos, disponibilizado
pelo Ministério da Cidadania,
o Maranhão foi contemplado
com o valor de R$
500 mil para reformas, instalação
de câmera fria, aquisição
de máquinas, equipamentos e
material de consumo.
Parceria com a agricultura familiar
Cursos sobre reaproveitamento de alimentos são
ofertados pelo Banco de Alimentos
dia Caldas, a capacitação é
importante para trabalhar a
manipulação correta dentro
do aproveitamento integral
dos alimentos e evitar o desperdício.
“O banco oferta a
Divulgação/PROCAF/Honório Moreira
possibilidade de uma aprendizagem
significativa dentro
da produção de alimentos.
Essas pessoas sairão daqui e
serão multiplicadores nas comunidades
onde estão inseridas”,
comentou.
Receitas de bolos, sucos e
sobremesas saudáveis são
ensinadas, como explica Carolline
Abreu, nutricionista do
Banco de Alimentos. “Nós
ensinamos o suco de manga,
enriquecido com a cenoura.
Bolo de macaxeira feito
usando farinha de rosca e
farinha da semente da abóbora
e também bolo de banana
feito com semente da abóbora.
Então, são alimentos
que ajudam a fortalecer nosso
sistema imunológico e evitam
o desperdício”, contou.
Representantes da Sagrima e Embrapa Cocais assinam
acordo de cooperação técnica
A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária
e Pesca do Maranhão (Sagrima) e a Embrapa
Cocais (São Luís, MA) estabeleceram um
termo de cooperação técnica com foco na cadeia
produtiva do arroz para alavancar a produtividade
e a qualidade do arroz produzido no
município maranhense de São Mateus. O convênio
foi assinado, na semana passada, pela chefe-geral
da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes
Mendonça, e pelo secretário da Sagrima, Sérgio
Delmiro.
A Embrapa Cocais irá transferir tecnologias
da Embrapa disponíveis para a cultura do arroz
por meio da implantação de Unidades de Referência
Tecnológicas (URTs) como vitrines tecnológicas
da Embrapa e de capacitações de multiplicadores.
“Esperamos contribuir para a retomada da
rizicultura maranhense, que tem grande importância
socioeconômica e cultural e já esteve em
primeiro lugar na produção do país. Será uma
troca muito profícua: o Estado entra com os
técnicos, produtores e a área de plantio e a Embrapa
com as tecnologias disponíveis, inclusive
cultivares de arroz adaptadas para as variadas
condições edafoclimáticas regionais do nosso
estado”, explicou Maria de Lourdes.
A cooperação iniciará com planos de ação na
área de rizicultura, mas depois será ampliada.
“Mais para frente, a próxima linha de trabalho
será na área de fruticultura em Sistemas Agroflorestais
[SAFs]”, adiantou a chefe da Embrapa
Cocais.
Para o secretário da Sagrima, Sérgio Delmiro,
o acordo de cooperação técnica vem em
um momento muito especial. “Estamos na retomada
do Projeto Salangô II e pensamos em
algumas bases para que a iniciativa tivesse sustentabilidade.
Uma delas é a pesquisa agropecuária
de excelência da Embrapa, porque acredita-se
que a agricultura não pode se desenvolver
sem o conhecimento científico e tecnológico”,
declarou.
Ao todo, serão três URTs implantadas nos
próximos dois anos (safra 2020/2021 e safra
2021/2022), cada uma para os sistemas tecnológicos
propostos: inundado (várzea), arroz de
sequeiro e sequeiro favorecido (irrigado) e Consórcio
Rotacionado para Inovação para a Agricultura
Familiar (Criaf), todas conduzidas com
tecnologias de manejo da cultura do arroz.
Serão organizados treinamentos para multiplicadores
no formato de dias de campo realizados
nas URTs, para que possam verificar na
prática os conhecimentos a serem adquiridos.
“Técnicos e produtores poderão verificar no
campo as tecnologias disponíveis para a rizicultura
e o manejo da cultura desde o preparo do
solo até a colheita”, comentou o analista da
Embrapa Cocais, Carlos Santiago, responsável
pela execução das atividades de transferência de
tecnologia.
O técnico José Benício dos Santos, da Embrapa
Cocais, também participa da condução dos
trabalhos.
Saiba mais sobre as tecnologias
O Maranhão é o 1º estado produtor de arroz
da Região Nordeste e o 5º produtor nacional,
porém não é autossuficiente na produção deste
cereal. No entanto, tem grande potencial de desenvolvimento,
áreas, solo, clima, além de ser o
arroz um alimento tradicional no estado.
A Embrapa Cocais, em parceria com outras
Unidades da Embrapa, instituições estaduais e
Divulgação
municipais, universidades e ainda iniciativa privada,
vem desenvolvendo grande esforço para
alavancar a cadeia produtiva do arroz no Maranhão.
Para isso, tem feito a transferência do
conhecimento científico e tecnológico da Embrapa,
especialmente de princípios e práticas
agronômicas recomendadas para manejo integrado.
São tecnologias sustentáveis de manejo
adaptadas à realidade do Maranhão que vêm promovendo
a gradativa elevação da produtividade
dessa cultura e melhoria da qualidade dos grãos
produzidos. Denominada Lavoura de alta tecnologia
(LavTec), o acesso a esse conhecimento
científico e tecnológico passa pela construção
de Unidades de Referência Tecnológica
(URTs), instrumento que permite a produtores
e técnicos vivenciarem, na prática, os efeitos
das tecnologias aplicadas.
As culturas são beneficiadas por arranjos
de produção que englobam correção do solo,
preparo de área, adubação equilibrada, espaçamento,
densidade de semeadura, uso de cultivares
mais adaptadas e rústicas, rotação de
culturas, delineamento de cultivo, controle de
plantas invasoras, manejo de pragas e doenças,
colheita e pós-colheita. Entre as cultivares
de arroz recomendadas para as variadas
condições edafoclimáticas do estado estão a
BRS Pepita, BRS Monarca, BRS Sertaneja,
BRS Esmeralda, BRS MA 357, BRS Catiana e
BRS Pampeira. Esse conjunto de informações
tecnológicas ajudam o produtor na tomada de
decisão e promovem o uso racional dos insumos
com elevação da produtividade e da qualidade
do arroz, com redução de custos e consequente
melhoria da sua renda.
Já o Consórcio Rotacionado para Inovação
na Agricultura Familiar (Criaf) é uma tecnologia
que busca a diversificação da produção na
propriedade do agricultor familiar e permite organizar
a produção da família em faixas, separando
as espécies cultivadas de forma que não
haja competição entre elas por nutrientes, água,
luz e espaço. Planta-se arroz, milho, feijão-caupi,
mandioca e batata doce, com ênfase nas
variedades em uso na região e incluindo variedades
bioforticadas. Além do consórcio, o sistema
preconiza a rotação de culturas com uso
de “safrinha”, prática que intensifica o uso da
terra e maximiza o aproveitamento do período
chuvoso. São repassadas a pequenos produtores
técnicas de manejo do solo, manejo de pragas
e doenças, fertilidade e arranjos espaciais,
permitindo o uso mais eficiente da terra com
sustentabilidade, conservação e manejo adequados
do solo.
A adoção do Criaf propicia também a redução
da carga de trabalho. A transferência da tecnologia
é feita diretamente nas comunidades rurais
familiares por meio de Unidades de Referência
Tecnológica (URTs) e com a participação dos
técnicos e produtores das regiões. O objetivo é a
construção do conhecimento e a promoção do
desenvolvimento regional pelo empoderamento
dos atores locais envolvidos. O retorno social é a
melhoria da produtividade, segurança alimentar e
renda do pequeno produtor familiar. Em termos
ambientais, ao incentivar o consórcio e a rotação
de culturas, a tecnologia permite incremento na
ciclagem de nutrientes, melhor e maior manutenção
da biodiversidade, melhoria da conservação
do solo, controle de ervas daninhas, manejo de
pragas e doenças das culturas. Essa é a grande
lógica do sistema: diversificar com sustentabilidade
e aprender fazendo.