APOSTILA - 6º - 7º ANO
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UNIDADE
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Teatro Renascentista
CAPÍTULO 1
TEATRO RENASCENTISTA
Renascimento foi um movimento cultural, considerado um marco do final da Idade Média e
início da Idade Moderna. Teve início na Itália do Século XIV e no decorrer dos séculos XV e XVI espalhou-se
pela Europa.
O Renascimento não atingiu somente a Filosofia, as Artes e as Ciências, fez parte também de uma
gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas. Podemos entender o
Renascimento como elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval. Apesar do
Renascimento ter se espalhado por toda a Europa, foi na Itália, local de seu nascimento que ele teve
maior expressão.
No início do Renascimento, os espetáculos que eram montados e apresentados, eram quase todos
exclusivamente dedicados à reprodução ou a imitação dos clássicos greco-romanos. Nessa época
foi inventada o Prelo, máquina criada para imprimir textos e livros. O alemão Johann Gutenberg é
considerado o inventor da impressão ocidental. Seu primeiro livro impresso foi a Bíblia. No período
de 1450 a 1500, o número de prelos aumentou rapidamente na Europa. Na Itália, por exemplo, entre
1469 e 1500, só na cidade de Veneza, havia 417 prelos.
TEATRO RELIGIOSO E O NASCIMENTO DA RENASCENSA
A igreja católica estava com dificuldades de ser compreendida e assim deu inicio a sua busca
por novos meios de transmitir a palavra de um Deus único, colocando em pratica toda e qualquer
iniciativa que fosse contra aos costumes seculares da humanidade em prol de um cristianismo recém
descoberto. Os artistas, poetas, cantores, atores, malabaristas, sentiram a necessidade de se unirem
para trocar informações, ensinando e aprendendo técnicas diferentes de se fazer arte. As comédias
passaram a ser apresentadas nos palácios dos senhores feudais, havendo assim a necessidade do
artista ser completo, pois precisavam de uma boa concepção cênica para agradar o seu senhor. Surgiu
assim o menestrel, artista que com seu vasto talento procurava entreter o publico e seu senhor.
Porém, a igreja bania artistas desse naipe, então, a maioria ganharia a vida em estradas e, às vezes,
trocavam encenações por alimentos e moradia.
A igreja tinha o poder e utilizava a arte cênica para ensinar os temas religiosos, orientando as
pessoas mais simples a seguir aquela ideia de moralidade, ensinando os sete pecados capitais, velho
testamento e as representações dos demônios na Terra. Até as comédias eram usadas para demonstrar
ao publico as consequências da heresia, o que, causava medo à plateia.
Os temas bíblicos eram abordados em autos que traziam a tona mistérios e elucidações referentes
aos temas religiosos como o fim do mundo e o juízo final.
A principio essas encenações eram em igrejas, porem, com o passar dos anos, tornou-se necessário
a criação de ambientes próprios para as apresentações, já que alguns espetáculos precisavam
de grandes estruturas. As paixões contavam a vida de santos e pessoas importantes do mundo
cristão. Eram verdadeiras biografias que duravam semanas, apresentadas em diversos capítulos.
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A EVOLUÇÃO DO TEATRO
Com o advento do Cristianismo, o teatro não encontrou apoio e foi considerado pela igreja
pagão. O Teatro Renascentista vai do século XV ao XVI, prolongando-se, em alguns países, até o início
do século XVII. O crescimento das cortes de reis e de salões de nobres levou as pessoas a apreciarem
o teatro como diversão.
No final da Idade Média e início do Renascimento foram criadas as companhias de artistas, os
teatros privados e os públicos. A paixão grega pela arte teatral parecia ter ressurgido. Foi nesta época
que passou a ser cobrado ingresso para as apresentações de teatro. Um exemplo entre o teatro antigo
e o moderno é o Teatro Olímpico de Vicenza (1583). O auditório, com degraus em semicírculo,
pode ser considerado como tipicamente romano, mas as construções cênicas, e sobretudo os curiosos
cenários fixos, revelam algo de novo.
Na parede de fundo do palco, pomposamente decorada, aparecem três aberturas, sendo a
central em arco. Por essas aberturas, divisam-se cinco ruas constituídas por cenários sólidos e permanentes,
reproduzindo fachadas de palácios e ruas de uma cidade. Tudo admiravelmente estudado,
permitindo aos atores entrar e sair das casas, dobrar esquinas, etc.
Todo esse luxuoso conjunto de pórticos, estátuas, decorações, cenários, foi obtido com o emprego
de madeira e argila. Para ocultar o madeiramento do telhado foi usado como forro uma tela
esticada, com a pintura de pássaros em voos e outras imagens.
O teatro erudito, imitando modelos greco-romanos, era muito acadêmico, com linguagem
pomposa e temática, sem originalidade. Já o teatro popular manteve viva a herança medieval. As
peças eram cheias de ação e vigor, e o ser humano tratado como o centro das preocupações.
FASES DO RENASCIMENTO
O Renascimento está dividido em três partes, são elas:
- TRECENTO - Século XIV, predominantemente manifestado na Itália. Tem como característica geral:
O rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval- valorização do individualismo e
da detalhes humanos. Estão entre seus representantes: Giotto, Dante Aliguieri, Bocaccio e Petiarca.
- QUATTROCENTO – Século XV, atingiu seu auge espalhando-se pela península itálica. Tem como
atuantes: Masaccio, Mantegna, Botticeli, Laonardo Da Vinci, Rafael, e já no final, Michelangelo. Esses
três últimos são considerados o trio sagrado do Renascimento. Características gerais inspiração
Greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo e experimentalismo.
- CINQUECENTTO – Século XVI, um movimento universal europeu, embora sua decadência tenha
começado. Ocorreram as primeiras manifestações maneiristas e a contra reforma instaura o barroco
como estilo oficial da Igreja Católica. Nicolau Maquiavel atuou na literatura e na pintura, Continua se
destacando Rafael e Michelangelo.
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O Palco Renascentista
No princípio, o palco renascentista era elevado e seu cenário era composto por uma fileira de
casas, que serviam de gabinetes com cortinas de correr. No início do século XX, o cenário passou a
se chamar de “cabine de banho”. O cenário foi a grande invenção do teatro renascentista. Tudo era
construído matematicamente, associando arte e ciências, conseguindo, com isso, um equilíbrio harmonioso
entre o detalhe e o teatro.
1) Responda:
a) Por que o teatro foi considerado pagão?
ATIVIDADE
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b) O que foi usado para ocultar o madeiramento do telhado?
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c) Como era o teatro erudito?
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2) Numere de acordo com a ordem certa.
( 1 ) TRECENTO ( 2 ) QUATROCENTO ( 3 ) CINQUECENTO
( ) Nicolau Maquiavel atuou na literatura e na pintura
( ) Valorização do individualismo e dá detalhes humanos
( ) O rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval
( ) Ocorreram as primeiras manifestações maneiristas
( ) Masaccio, Mantegna, Botticeli, Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo eram atuantes.
( ) Inspiração greco-romana, racionalismo e experimentalismo eram características.
3) Qual a diferença entre os cenários do Renascimento e os de hoje?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 2
ARTISTAS E OBRAS
Muitos foram os artistas que representaram o Teatro Renascentista, dentre eles destacamos os
seguintes:
MAQUIAVEL
Niccoló Machiavelli, mais conhecido
como Maquiavel (1469-1527), não trabalhava
em nenhuma Commedia Dell’ Arte. Escritor
literário e estadista nascido em Florença, na
Itália, era um adaptador de obras de Terêncio.
Ele escreveu uma comédia original, diferentemente
da Commedia Dell’ Arte e das
comédias greco-romanas. “A mandrágora” foi
representada pela primeira vez, no ano de 1512, em Florença, na Itália. Os críticos modernos de
literatura e de teatro consideram esta peça a obra-prima do teatro italiano, pois supera todas as comédias
que já tinham sido escritas anteriormente em originalidade e atrevimento.
“A Mandrágora”
O texto conta a história de Calímaco, um rapaz apaixonado por uma jovem chamada Lucrécia,
casada com Nícia, um advogado velho. O marido deseja desesperadamente um herdeiro, um filho
que Lucrécia não consegue lhe dar. Ele é convencido a pedir ajuda a um “doutor”, que não é outro
senão Calímaco, disfarçado. Este prescreve um remédio feito à base de ervas (a mandrágora) como
um meio de induzir a fertilidade, mas adverte que a primeira pessoa a manter relações sexuais com
Lucrécia morrerá devido aos efeitos da droga. Assim, torna-se necessário encontrar alguém para
tomar o lugar do marido. Calímaco se disfarça de novo de “homem do povo” e consente ser “arrastado”
até o quarto de Lucrécia. Depois de tudo encerrado, Calímaco volta a se disfarçar de doutor e
Nícia sente-se tão grato, que convida o falso doutor a se tornar um frequentador de sua casa...
Maquiavélico
Existem pessoas que só querem se dar bem em tudo e se utilizam de procedimentos astuciosos,
traiçoeiros e enganadores para vencer qualquer situação em que a moral inexiste. Para esse tipo de
gente podemos usar a frase: “Ele é maquiavélico!”.
Isso tudo aconteceu no auge do Renascimento italiano, que se alastrou por toda a Europa. Essa
primeira parte do teatro renascentista dedicada à Itália é importante para reforçarmos que, em
Roma, as tradições greco-romanas terminaram de repente e... 1500 anos depois, recomeçaram na
mesma Roma, na mesma Itália! Outros países também foram fundamentais para o crescimento do
teatro renascentista na Europa, como a Espanha, França e Inglaterra.
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LEONARDO DA VINCI
Artista renascentista italiano foi um dos mais importantes
pintores do Renascimento cultual. Considerado um
gênio, pois se destacou como excelente engenheiro, anatomista,
naturalista e escultor. Quase sempre seus trabalhos
e projetos eram escondidos ou em códigos, seu reconhecimento
veio através da arte.
Em suas pinturas Da Vinci usava cores próximas a realidade,
figuras humanas perfeitas com exposição de sentimentos,
temas religiosos, usava matemática em cálculos
artísticos, imagens principais centralizadas, paisagem de
fundo, detalhismo artístico.
Em seus principais trabalhos temos: Na pintura: Gioconda
(Monalisa), Leda, Dama do Aminho, Madonna Litta,
Anunciação, A Ultima Ceia, Retrato de Musico dentre outros.
Nas invenções encontramos: Maquina escavadora, Maquina
voadora,Maquina a vapor, Paraquedas e outras. Nos
trabalhos científicos podemos destacar: Homem vituviano,
Anatomia do tronco, Estudo de pé e perna, Anatomia do
olho,Estudo de gravidez e embriões. Na arquitetura: Projetos
de cidade, porto e templo centralizado.
CURIOSIDADES
Leonardo Da Vinci e considerado o pai da técnica de Sfumato (técnica que cria
gradientes perfeitos numa pintura, criando luz e sombra).
ALGUMAS FRASES
“A sabedoria e filha da experiencia”; “Quem pouco pensa muito erra”; “A simplicidade
e a maxima sofisticacao”.
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GIL VICENTE
Pai do teatro português, Gil
Vicente também foi musico, ator e encenador.
Sua obra trata de muitos temas, sempre
com uma abordagem caracterizada pela
transição entre a Idade Media e o Renascimento,
ou seja, do pensamento teocêntrico
ao humanista. Ele não só é o primeiro dramaturgo
português como fundou uma tradição
no teatro que inspirou diversas produções
teatrais pelo mundo. Ele destaca-se
também na organização de espetáculos
palacianos, como, festejos de casamentos,
nascimentos, recepção de membros da realeza
e comemoração de datas cristãs como
Páscoa e Natal. Ele aproveitou o prestigio
adquirido na corte para satirizar, através de
suas obras teatrais, os vícios do clero e da
nobreza, com essas obras o dramaturgo realizou uma síntese ibérica e original das tradições
medievais do teatro, retomando os “milagres” e os “mistérios”, com consciência moral renovadora
– própria do Renascimento cristão e erasmiano – suas comedias se revelam na expressão
satírica de humor saboroso e popular, arma de direta eficácia. Recriando assim, em suas farsas
e pastoris os diferentes aspectos da vida de Portugal no século XVI, tanto em Lisboa, com a
revolução marítima e comercial, como no campo com uma linguagem folclórica e costumes
populares.
Com seus textos religiosos Gil Vicente não pretende difundir religião nem converter pecadores.
Ele tem o objetivo de mostrar como o homem – independente de classe social, sexo, raça
ou religião – e egoísta, orgulhoso, mentiroso e frágil ao tratar de seus desejos da carne e do
dinheiro.
OBRAS
As obras de Gil Vicente que mais destacam-se são as populares, dentre
elas a trilogia das sátiras que compõem o “Auto da Barca do Inferno”
(1516),”Auto da Barca do Purgatório” (1518) e “Auto da Barca do Paraíso”
(1519). Destaca-se também: “O Velho da Horta”, “Auto da Índia” e “Farsa de
Inês Pereira”.
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WILLIAN SHAKESPEARE
William Shakespeare viveu plenamente a vida do seu tempo. Nasceu em Stratford Upon-
-Avon em 1564, dos sete aos quatorze anos estudou na Stratford Grammar School de onde
teve que sair antes de terminar por motivos financeiros. Aos dezoito anos ele casou com
Anne Hathaway com quem teve 3 filhos dos quais dois eram gêmeos. Após o nascimento dos
gêmeos Shakespeare foge para Londres onde começa a sua vida de ator, diretor e sócio de
companhia de teatro, fundando mais tarde, o The Globe Theatre. Shakespeare escreveu
trinta e sete textos teatrais com tipos variados entre romances, comedias e dramas. Ele
é considerado o autor teatral mais importante do Ocidente. Além de retratar em suas
peças a vida humana, Shakespeare resgatou em seus textos a história da própria Inglaterra.
Ele sempre se dedicou à leitura, e era profundo conhecedor do grego, latim e inglês.
São tantas as peças importantes, que fica até difícil destacar alguma, mas podemos citar
entre várias, as seguintes: “Hamlet”, “Rei Lear”, “Otelo”, Macbeth”, “O mercador de Veneza”
e tantas outras. Ele é motivo de inspiração até hoje. Shakespeare é sempre atual,
nunca sai de “moda”. No teatro elisabetano, ainda era proibido a mulher representar.
Logo, a primeira “Julieta” que representou a peça de Shakespeare era um homem!
A contribuição de Shakespeare ao teatro foi imensa, ele trouxe novo realismo psicológico
e profundidade ao drama e criou centenas de personagens vivos, todos mostrando
diferentes individualidades da rica diversidade humana. Quatro Séculos depois, nos
ainda podemos identificar com suas aspirações, os seus pontos fortes e suas fraquezas,
e simpatizar com seus dilemas morais.
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ATIVIDADE
1) Que tradições terminam de repente em Roma e voltaram 1.500 anos depois?
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2) Que artístas representaram o Teatro Renascentista?
_____________________________________________________________________________
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3) Que contribuição Shakespeare trouxe para o teatro?
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4) Cite as obras de Gil Vicente que mais se destacaram:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) O que é a técnica de sfumato?
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6) Qual o objetivo dos textos religiosos de Gil Vicente?
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7) O que dizem os críticos sobre o texto “A Mandrágora”?
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_____________________________________________________________________________
8) O que queremos dizer com a frase “Ele é maquiavélico”?
_____________________________________________________________________________
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9) Em que se destacou Leonardo da Vinci?
_____________________________________________________________________________
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10) Quais os principais trabalhos de Leonardo da Vinci?
_____________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 3
Humanismo é o nome da produção literária do
período situado entre o final da Idade Media e inicio da
Idade Moderna. Ou seja, entre o século XV e XVI. Iniciado
no Século XIV, na Itália, ele se caracteriza pelo estudo
de textos gregos e latinos, transformados em modelos e
fontes de inspiração. O Humanismo português produziu
manifestações literárias de vários gêneros: prosa, poesia e
teatro.
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Teatro dos Humanistas
O início do teatro renascentista aconteceu precisamente em 1486, quando
“Hipólito”, a primeira tragédia de Sêneca, foi montada em Roma. O teatro dos
humanistas, como era também chamado o teatro renascentista, coloca o homem
como centro de tudo, diferentemente do teatro medieval, em que, a Igreja e
Deus eram o centro de tudo.
Este teatro se desenvolve, no início, a partir de atividades de ensino. Várias
universidades e escolas latinas começaram a armar palcos improvisados em seus
pátios, o que iria se alastrar por toda a Europa. Príncipes e cardeais se transformaram
em patronos de teatro; reis, imperadores e papas convidavam para a sua
corte poetas, atores e pintores para organizar suas festas.
Humanista
Era a pessoa que adotava a filosofia do humanismo. Essa teoria tem como base
tudo que é lógico e ético. O homem se transforma no criador de valores morais.
Antes a Igreja era a única criadora desses valores. O humanismo ressuscitou um
novo estudo e o culto das línguas e das literaturas grega e latina.
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CAPÍTULO 4
POESIA PALACIANA
O mercantilismo e outros acontecimentos de âmbito português modificaram
o gosto literário do publico, diminuindo-o quanto a produção lírica e enfraquecendo
a poesia por um Século (1350/1450). No entanto, entre 1438 e 1481, devido
a preferência do Rei Dom Afonso V, abriu-se um espaço na corte lusitana para
a pratica lírica e poética. Essa atividade sobreviveu em Portugal, ainda que num
espaço restrito, e recebeu o nome de Poesia Palaciana. Essa produção tem restrições
quanto ao tema, conteúdo e visões do mundo, pois seus autores, nobres e
fidalgos abordavam temas ligados apenas a realidade palaciana como: montaria,
moda, trajes, festas e outras banalidades.
A diferença mais significativa em relação as cantigas do Trovadorismo e que
as poesias palacianas foram desligadas da musica, ou seja, o texto poético passou
a ser feito para a leitura e ciclamato, não mais para o canto.
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ATIVIDADE
1) Quais os gêneros do humanismo português?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2) Qual a característica do humanismo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3) Que temas eram abordados pelos autores, nobres e fidalgos na poesia palaciana?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
4) O que o humanismo ressucitou?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) Verdadeiro ou falso?
a) Hipólito foi a primeira tragédia de Seneca ( )
b) O homem se transforma no criador de valores imorais no humanismo ( )
c) O humanismo português produziu manifestações literárias de vários gêneros ( )
d) O teatro dos humanistas coloca o homem como centro de tudo, assim como o teatro medieval. ( )
6) Qual a diferença entre teatro humanista e teatro medieval?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
7) Qual a maoir diferença entre a Poesia Palaciana e as Cantigas do Trovadorismo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
8) Quem eram os patronos do teatro?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
9) Onde e quando nasceu o humanismo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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UNIDADE
2
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Na Italia, um país cheio de rígidas regras morais, desabrocha naturalmente em oposição
aos preceitos clássicos a Comedia Renascentista, também conhecida como Commedia
Dell’Arte que tem como característica a criação de um teatro popular italiano utilizando essencialmente
a linguagem do povo.
Seus atores além de ter uma intensa preparação técnica (vocal, corporal, musical),
tinham também total liberdade em cena, dialogando e agindo naturalmente, o que era
imbuído de uma grande dose de verdade. Seus gestos e inflexões vocais casavam-se sempre
com o propósito do teatro. Abriu-se assim um caminho para a mais fascinante época
da hegemonia do ator e do improviso, fazendo com que as ações se tornassem vivas e
verdadeiras. Nas peças não se usava textos, mas roteiros e historia, conhecido como
canovaccio.
Equipados com um cavalete, acoplado a uma carroça para carregar roupas e acessórios,
iam parando de cidade em cidade. Cada historia repetia as mesmas personagens:
Arlequim, Colombina, Pantaleão, Esmeraldina e outros que atendessem a exigência da
região.
Podemos encontrar a Commedia Dell’Arte em denominações como:
Commedia All’Improviso – Fundamentada no improviso.
Commedia A Soggeto – Desenvolvida através de um canovaccio (roteiro).
Commedia Delle Maschere – Comédia de Mascara.
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ATIVIDADE
1) Qual a característica da Commedia dell’Arte?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2) Além de preparação técnica o que mais os atores tinham?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3) Complete:
a) A _____________________ dell’arte tem como _____________________ a criação de um
teatro __________________________________utilizando _____________________________
________________________________.
b) Equipados com um ________________________________ a uma carroça para carregar
_________________ e ____________________, iam parando de _______________________
_______.
4) Quais eram os seus personagens?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) Que denominações podemos encontrar a Commedia dell’Arte?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
6) O que casavacom o propósito do teatro?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
7) O que era usado no lugar dos textos?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
8) Enumere as colunas:
( 1 ) Commedia All’Improviso
( 2 ) Commedia A Soggeto
( 3 ) Commedia Delle Meschere
( ) Desenvolvida através de um roteiro
( ) Comedia de máscara
( ) Fundamentada no improviso
9) Que preparações técnicas os atores deveriam ter?
________________________________________________________________________
10) O que casava com o propósito do teatro?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 2
A Commedia Dell’ Arte na Europa
Em 1545 é encontrado na Itália o registro da formação de uma trupe de
Commedia dell’Arte onde os atores se comprometem em atuarem juntos por determinado
período – fixando direitos e deveres entre eles, caracterizando um
contrato profissional. Essas trupes foram se aperfeiçoando e passaram a apresentar
também em palácios.
Mais tarde, a Commedia dell’Arte sai da Itália e se espalha pela Europa princialmente
pela França.
Esse gênero teatral exerceu fascinação em quase toda Europa por quase três
séculos e influenciou atores, autores e encenadores como: Molière, Shakespeare,
Jean-Luis Barrault e tantos outros.
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CAPÍTULO 3
A Maschera Dell’ Arte
O uso das máscaras na Commedia Dell’ Arte é tão fundamental que este
gênero teatral foi chamado também de Commedia Delle Maschere (comédia
das máscaras). Diferentemente das máscaras do teatro grego, as máscaras da
Commedia Dell’Arte não expressavam tristeza nem alegria. Eram meias máscaras,
sem expressão alguma, que deixavam descobertas a boca e a parte inferior do
rosto dos atores. As expressões faciais, junto com o trabalho corporal, determinavam
o reconhecimento, por parte dos espectadores, dos personagens representados
assim que os atores aparecessem em cena.
ATIVIDADE
1) Que gênero teatral fascinou a Europa no século XVI?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2) Como esse gênero também é conhecido?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3) O que determinava o reconhecimento dos personagens?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
4) Que países europeus a Commedia dell’Arte fascinou?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) Que artístas foram influenciados?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
6) Qual a diferença entre as máscaras do Teatro Grego e as da Commedia dell’Arte?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 4
PERSONAGENS DA COMMEDIA DELL’ARTE
Os atores da Commedia Dell’Arte eram, no sentido original da palavra, artesões
da sua arte, a do teatro. Formam os primeiros ateres profissionais que tiveram como ancestrais
os mimos ambulantes, os prestigiadores e os improvisadores. As performances
seguiam um repertorio de situações como: adultério, velhice, ciúmes, amor. Os personagens
eram identificados através de seus figurinos e máscaras. Eram divididos em três
categorias: os Zanni – personagens da classe social mais baixa, os servos. Os Vecchi –
classe social mais abastada. Os Innamorati – representada pelos amantes, que queriam
se casar.
Arlecchino – também conhecido como Harlequin, é um palhaço.
Um dos zanni. Acrobata, amoral, glutão.É facilmente reconhecível pela
roupa branca e preta com estampa em forma de diamantes O papel
algumas vezes é substituí- do pelo Truffeldino, seu filho. Sua máscara
possui uma testa baixa com uma verruga. Algumas vezes, usa um lenço
negro sob o queixo e amarrado no alto da cabeça. Geralmente, Arlecchino
é o servo do Pantalone, às vezes do Dottore. Ele ama Colombina,
mas ela apenas o faz de idiota.
Brighella – Um trapaceiro, de pouca moral e desmerecedor
de confiança.
É retratado como agressivo, dissimulado e egoísta.
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Il Capitano – Forte e imponente, mas não necessariamente
heroico, geralmente usa uniforme militar, mas de forma exagerada e
desnecessariamente pomposa. Conta vantagens como guerreiro e
conquistador, mas acaba desmentido. Capa e espada são adereços
obrigatórios.
Columbina – A contrapartida feminina do Arlecchino. Usualmente
retratada como inteligente e habilidosa. É uma das servas,
uma zanni. Algumas vezes, utiliza roupas com as mesmas
cores do Arlecchino.
Os Innamorati são os amantes. O innamorato e a innamorata
têm muitos nomes. (Isabella era o nome mais
popular usado para a innamorata). Eles são jovens, virtuosos
e perdidamente apaixonados um pelo outro. Eles usam
os trajes mais belos e de acordo com o período e a moda vigente
e nunca usam máscara. Geralmente, cantam, dançam
ou recitam poemas.
Pantalone – Um dos vecchi. Geralmente, muito rico e muito
avarento. O arquétipo do velho pão-duro. Não se preocupa com
mais nada além de dinheiro. O cavanhaque branco e o manto negro
sobre o casaco vermelho fazem parte de seu figurino. Possui
uma filha casadoira ou é ele próprio um cortejador tardio.
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Pedrolino – Também conhecido como Pierrot ou Pedro, é o servo
fiel. Ele é forte, confiável, honesto e devotado a seu mestre. Ele também
é charmoso e carismático e usa roupas brancas folgadas com um
lenço no pescoço.
Pulcinella – Muitas vezes conhecido como “Punch”. O esquisito,
inspirador de pena, vulnerável e geralmente desfigurado. Na maioria
das vezes, com uma corcunda. Muitas vezes, não é capaz de falar e,
por isso, comunica-se através de sinais e sons estranhos Sua personalidade
pode ser a de um tolo, ou de um enganador. Tem a voz estridente
e sua máscara tem um nariz grande e curvo, como o bico de um papagaio.
Scaramuccia – Também conhecido como Scaramouche,
é um pilantra. Usa uma máscara de veludo negro, assim como
também são suas roupas e seu chapéu. Um bufão, geralmente
retratado como um contador de mentiras covarde.
Dottore – O doutor. Visto como o homem intelectual, mas
geralmente essa impressão é falsa. Ele é o mais velho e rico dos
vecchi. Geralmente, interpretado como um pedante, avarento e
sem o menor sucesso com as mulheres. Usa uma toga preta com
gola branca, capuz preto apertado sob um chapéu preto com as
abas largas viradas para cima.
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ATIVIDADE
1) Enumere de acordo com o personagem.
( 1) Dottore
( 2) Innamorate
( 3) Brighella
( 4) Pantalone
(5 ) Arlecchino
( 6) Il Capitano
( 7) Colombina
( 8 ) Pedrolino
( 9 ) Pulcinella
(10) Scaramuccia
( ) É um pilantra. Um bufão, geralmente retratado como
um contador de mentiras, um covarde.
( ) É retratado como agressivo, dissimulado e egoísta.
( ) Usualmente retratada como inteligente e habilidosa.
( ) Não se preocupa com mais nada além de dinheiro.
( ) Geralmente interpretado como um pedante, avarento
e sem o menor sucesso com as mulheres.
( ) Charmoso e carismático usa roupas brancas folgadas
com um lenço no pescoço.
( ) O papel algumas vezes é substituído pelo
Truffeldino.
( ) São jovens virtuosos e perdidamente apaixonados
um pelo outro.
( ) Tem a voz estridente e sua máscara tem um nariz
grande e curvo.
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Farsa de Inês Pereira
Resumo:
Inês Pereira é uma jovem solteira que sofre a pressão constante do casamento,
e reclama da sorte por estar presa em casa, aos serviços domésticos, cansando-se
deles. Imagina Inês casar-se com um homem que ao mesmo tempo seja alegre, bem-
-humorado, galante e que goste de dançar e cantar, o que já se percebe na primeira
conversa que estabelece com sua mãe e Leonor Vaz. Essas duas têm uma visão mais
prática do matrimônio: o que importa é que o marido cumpra suas obrigações financeiras,
enquanto que Inês está apenas preocupada com o lado prazeroso, cortesão.
O primeiro candidato, apresentado por Leonor Vaz, é Pero Marques, camponês
de posses, o que satisfazia a idéia de marido na visão de sua mãe, mas era extremamente
simplório, grosseirão, desajeitado, fatos que desagradam Inês. Por isso Pero
Marques é descartado pela moça.
Aceita então a proposta de dois judeus casamenteiros divertidíssimos, Latão e
Vidal, que somente se interessam no dinheiro que o casamento arranjado pode lhes
render, não dando importância ao bem-estar da moça. Então lhe apresentam Brás da Mata,
um escudeiro, que mostra-se exatamente do jeito que Inês esperava, apesar das desconfianças
de sua mãe.
Eles se casam. No entanto, consumado o casamento, Brás, seu marido, mostra ser
tirano, proibindo-a de tudo, até de ir à janela. Chegava a pregar as janelas para que Inês
não olhasse para a rua. Proibia Inês de cantar dentro de casa, pois queria uma mulher
obediente e discreta.
Encarcerada em sua própria casa, Inês encontra sua desgraça. Mas a desventura
dura pouco pois Brás torna-se cavaleiro e é chamado para a guerra, onde morre nas
mãos de um mouro quando fugia de forma covarde.
Viúva e mais experiente, fingindo tristeza pela morte do marido tirano, Inês
aceita casar-se com Pero Marques, seu antigo pretendente. Aproveitando-se da ingenuidade
de Pero, o trai descaradamente quando é procurada por um ermitão que tinha
sido um antigo apaixonado seu. Marcam um encontro na ermida e Inês exige que Pero,
seu marido, a leve ao encontro do ermitão. Ele obedece colocando-a montada em suas
costas e levando Inês ao encontro do amante.
22
Inspirados na commedia dell’ Arte, vamos fazer o seguinte:
★ A turma irá se dividir em dois grupos.
★ Serão sorteados dois roteiros: “Farsa de Inês Pereira” e “A Mandrágora”.
★ Cada grupo terá que inventar as falas improvisadas dessas histórias.
★ Dentro desses roteiros, os grupos podem “inventar” personagens novos e diferentes.
★ O tempo de preparação é de, no máximo, 20 minutos.
★ Ao final da preparação, cada grupo irá representar a sua história para o outro.
★ Não tenha medo de criar e inventar, inclusive de modificar o final dessas histórias.
★ Representar é sempre muito bom, mesmo para quem não pensa em ser ator profissional.
23
UNIDADE
3
CAPÍTULO 1
Por um Teatro Nacionalista
Um dos grandes aspectos do Renascimento foi o desenvolvimento de um nacionalismo,
que ressaltava, antes de tudo, os heróis do passado. Vários países da Europa, na
época do renascimento, estavam se formando, e o resgate dessas histórias antigas era
muito importante. O teatro renascentista irá trabalhar mais temas de alcance nacional.
Por exemplo, as peças não vão falar mais sobre histórias da sua aldeia ou cidade, mas
do seu país.
A Renascença na Espanha (o século de ouro)
Foi no Século XVI que o Renascimento Cultural ganhou grande
expressão no território espanhol, motivado pela entrada de recursos financeiros
principalmente o ouro e a prata. Estas riquezas serviam para incentivar
o desenvolimento artístico na Espanha.
O Renascimento na Espanha só não foi mais brilhante porque foi, de
certa forma, prejudicado pelo movimento de contra reforma católica, o que
inibiu, em diversos aspectos, o avanço cultural e científico espanhol.
Em termos gerais, principalmente nas artes plásticas, o Renascimento Cultural
na Espanha recebeu várias influências italianas, as quais foram mescladas com
elementos artísticos e culturais espanhois. Essa mistura resultou em um movimento
artístico/cultural muito rico e único.
Durante o apogeu cultural e econômico dessa época, a Espanha
alcancou prestígio internacional e influência cultural em toda a Europa. Tudo
quanto provinha da Espanha foi imitado, se estendeu a aprendizagem e estudo
do idioma espanhol.
24
Lope de Vega (1562-1635)
Escreveu mais de 2.200 peças, das
quais hoje se conservam perto de 500. Foi
soldado de “Invencível Armada” e quase morreu
numa batalha naval que a Espanha travou com
a Inglaterra. A partir daí começou a escrever
e não mais parou. Era especialista em
peças de “capa e espada”, com duelos
verbais e, é claro, duelos de armas. Seus
trabalhos mais conhecidos são “Fuente
Ovejuna” e “Jorge Toledano”.
Calderón de La Barca
Era de origem aristocrata. Suas
peças buscavam sempre uma reflexão
sobre o mundo de seu tempo. Trabalhava
com a realidade e a fantasia como material
de reflexão. Produziu cerca de 120
comédias e 80 autos sacramentais. Suas
peças mais famosas são: “A vida é
sonho” e “O grande teatro do mundo”.
25
O Cenário Espanhol
No início, os espanhóis utilizaram o palco-corral (século XVI). Eram pátios de hospitais
(corrales) que ficavam à disposição da gente de teatro. Esses hospitais, quase
todos, pertenciam à Igreja, que cobrava entradas com propósitos caridosos e dividia o
lucro com os atores. Com o desenrolar do século XVII, as avançadas técnicas de transformação
cênica, como o palco giratório e os teatros com melhor acústica, foram se
espelhando não só pela Espanha, mas por toda a Europa.
O uso das máscaras
As máscaras existem desde a Pré-história, quando o homem ainda não havia
criado a escrita. Algumas máscaras primitivas tinham uma aparência grotesca, porque
eram feitas com o objetivo de espantar os maus espíritos, ligados a crenças de alguns
povos.
Já na Antiguidade, os povos gregos e egípcios faziam máscaras mortuárias, cópias
feitas de pessoas ilustres que ficariam eternizadas como heróis. Algumas chegaram a
ser feitas de ouro, imaginando-se que o espírito retornaria para a pessoa que as usasse;
outras serviam para ornamentar as urnas fúnebres, com o objetivo de relembrar o rosto
dos mortos.
Ainda na Grécia antiga, surge às máscaras teatrais, usadas para substituir o rosto
original do ator, amplificar sua voz e definir a fisionomia do personagem. Hoje, a máscara
é usada em bailes e desfile de carnaval, festas à fantasia, e na sociedade em diferentes
profissões: os médicos e dentistas usam máscaras cirúrgicas, protegendo a si e os pacientes;
o soldador protege-se das fagulhas com uma máscara metálica; os bombeiros utilizam máscaras
especiais. No esporte, o esgrimista, o jogador de futebol americano e o lutador
de boxe olímpico não podem entrar em combate sem sua máscara. Servem para proteção,
mas também servem para a construção de uma identidade, de um imaginário
acerca daquela função na sociedade, o que remete, ainda que de forma longínqua, às
antigas máscaras gregas que serviam para dar rosto aos personagens.
As Máscaras vão caindo em desuso
As máscaras, com o passar do século foram perdendo o seu objetivo, ou sendo adaptadas,
como na Commedia Dell’arte. No Renascimento, quando eram montadas tragédias ou
autos sacramentais, já não mais se utilizavam máscaras o tempo todo. As máscaras
ainda seriam utilizadas nos próximos séculos em algumas comédias e quando as pessoas
escondiam sua face verdadeira, como fantasia ou disfarce.
26
ATIVIDADE
1) O que é teatro nacionalista?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2) Complete:
a) Vários ____________________da Europa, na época do __________________estavam se
___________________, e o ___________________ dessas ____________________________
____ era muito __________________________.
b) Foi no _____________________________ que o ________________________________
__ganhou grande __________________________ no território ________________________.
c) Era especialista _________________________ de _____________________________, com
duelos_____________________ e, é claro, _________________________________
d) Ainda na _______________________________, surge as _____________________________,
usadas para ___________________________ o rosto original do ____________________.
3) O que era palco-corral?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
4) O que as peças de Calderón buscavam?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5) Relacione:
1) Lope de Vega 2) Calderón de La Barca
( ) Auto da Barca do Inferno
( ) Jorge Tolidano
( ) Menestrel
( ) A Vida é um Sonho
( ) O grande Teatro do Mundo
( ) Romeu e Julieta
( ) Farsa de Inês Pereira
( ) Fuente Ovejuna
27
6) O que aconteceu com a Espanha no apogeu cultural e econômico?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
7) Onde o renascimento cultural espanhol recebeu maior influência?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
8) O quê e como perjudicou o renascimento na Espanha?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
9) Que material de reflexão Calderón trabalhava?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
10) Para que eram usadas as máscaras teatrais na Grécia Antiga?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
11) Por que os egípcios e gregos faziam máscaras de ouro?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
12) O que a Igreja fazia para arrecadar dinheiro?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
13) Qual o objetivo das máscaras grotescas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
14) Para que servem as máscaras de hoje?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
28
CAPÍTULO 2
O teatro elisabetano
O teatro elisabetano é um dos grandes marcos da história do Teatro Ocidental depois do
teatro grego, romano e medieval. Destacou-se tanto na época renascentista, que ganhou um
nome próprio. Surgido na Inglaterra, o teatro elisabetano foi chamado assim porque a maior
parte de sua existência corresponde ao reinado da rainha Elizabeth I. O teatro elisabetano não
parou com sua morte, continuando com Jaime I, que começou a reinar em 1603 e foi até 1625, quando
foi decapitado.
Elizabeth I (1533-1625) foi rainha da Inglaterra e Irlanda. Ela tinha uma educação completa
e uma habilidade total no ramo da diplomacia. No início era considerada uma rainha popular,
pois restabeleceu a confiança do povo na monarquia. Adorava as artes de modo geral,
protegendo autores, pintores e músicos em sua corte. A rainha exercia seu poder, apoiando
incessantemente o teatro. O público do teatro elisabetano era essencialmente popular no
sentido mais abrangente da palavra. As peças a que os espectadores assistiam nos teatros
públicos eram os mesmos que a rainha assistia no seu palácio.
O palco elisabetano
Infelizmente, nenhum teatro elisabetano sobreviveu até hoje, pois eram feitos, sobretudo de
madeira. Muitos foram demolidos e outros destruídos por incêndios. Em geral, o teatro elisabetano
era circular, hexagonal e octogonal. Uma parte do teatro ficava ao ar livre. Apenas o palco e as
galerias onde se sentavam as pessoas de poses, ou seja, com dinheiro, eram cobertos. Atualmente
em Londres, existe uma cópia de “The Globe”, o teatro no qual Shakespeare se apresentava e onde
são encenadas atualmente peças renascentistas.
29
Os autores elisabetanos
Eles conseguiram criar universos teatrais dos mais amplos. Inspiraram-se nos romances
gregos históricos, medievais, comédias italianas, histórias de Roma e da própria
Inglaterra, quase sempre utilizando uma enorme quantidade de personagens. Quase
todos escreviam sobre o passado, isto é, histórias que não eram de seu tempo. Os autores
mais importantes do teatro dessa época são Edmund Spencer (1552-15599), Christopher
Marlowe (1564-1593), Bem Jonson (1572-1637) e o maior de todos os tempos:
Shakespeare, o grande.
Romeu e Julieta
Nunca houve história mais triste.
A tragédia de Romeu e Julieta é considerada como o texto mais montado e imitado
de todos os tempos.
A história gira em torno da impossibilidade do amor de duas pessoas que são de
famílias que cultivam um grande ódio entre si.
30
Fragmento, cena II, jardim dos Capuletto.
Romeu e Julieta
A cena
(tradução de F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros e Oscar Mendes, Editora Abril, 1978, PP.
42-43.)
(Julieta está no jardim de sua casa e conversa com Romeu às escondidas)
Julieta – Que homem és tu, assim oculto pela noite, que surpreendes de tal modo
meus segredos?
Romeu - Com um nome, não sei como dizer-te que sou eu! Meu nome, santa adorada,
é odioso para mim mesmo, porque é teu inimigo; e se o tivesse escrito, teria desperdiçado
a palavra.
Julieta – Meus ouvidos não beberam cem palavras ainda dessa língua, mas eu reconheço
o som; não és Romeu? Não és um Montecchio?
Romeu – Nem um nem outro, formosa donzela, se os dois te desagradam.
Julieta – Como chegaste até aqui, diz-me, e por quê? Os muros do jardim são altos e
difíceis de subir e o lugar é a morte, considerando-se quem sejas, se um de meus parentes
aqui te encontrar.
Romeu – Com as leves asas do amor transpus estes muros, porque os limites de pedra
não servem de empecilho para o amor. E o que o amor poder fazer, o amor ousa tentar.
Assim, teus parentes não me são empecilhos.
Julieta – Se te virem, matar-te-ão.
Romeu – Ai! Mais perigos há em teus olhos do que em vinte de suas espadas. Olha-me
somente com doçura e estarei à prova de inimizades deles.
Julieta – Por coisa alguma deste mundo, quereria que te vissem aqui!
Romeu – Tenho o manto da noite para ocultar-me dos olhos de teus parentes. Amame
somente e que eles aqui me encontrem. É melhor que termine minha vida vítima do
ódio que me dedicam do que esperando teu amor, minha morte retardada...
31
CAPÍTULO 3
A França e o Teatro Clássico
Durante o Renascimento, o teatro francês ou o classicismo francês, se caracteriza
como um teatro em que o ator será valorizado como um declamador de textos rimados.
Além disso, nessa época, é criada a primeira companhia oficial de teatro patrocinada
pelo Estado, que irá se chamar de Comédie Française, fundada em 1680, pelo rei Luís
XIV.
O Chique e liberal Teatro Francês
Os teatros renascentistas franceses já são bem parecidos com os teatros que
conhecemos hoje, como, por exemplo, o Teatro Arthur Azevedo em São Luís, no Maranhão,
os teatros de Paris, capital da França, não são como os de Londres e os de Madri
no início do renascimento, que não tinham teto. Assim, graças à acústica do teatro
francês, o ator avançava para frente do palco para declamar suas falas. A França, considerada
um país liberal, com ideias avançadas, desde cedo, recebeu atrizes em seus
palcos.
32
A França não tem somente os cômicos
Na França não existia apenas as comédias. Vários autores de dramas também
se destacaram. Esses textos, quase sempre, eram feitos em versos. Dizia-se, falando
desse teatro, que uma rima bem feita valia mais do que uma boa ideia. Destacaram-se
nessa época, dois grandes autores: Pierre Corneille (1606-1684), autor do “O Cid”, e
Jean Racine (1639-1699), que escreveu “Fedra”, inspirada em uma tragédia grega de
Eurípides (“Hipólito”).
Moliére, o rei da comédia.
Moliére, o rei da comédia (1622-1673) é considerado
por estudiosos o maior dramaturgo cômico
de todos os tempos. Ele ousou apresentar
entre outras coisas, frases com elementos inspirados
na commedia dell’arte, em que os autores
com rostos enfarinhados e máscaras coloridas,
caricaturavam personagens importantes da corte
real francesa, expondo-se ao ridículo. Diferentemente
de Shakespeare, ele se inspirava no passado, mas suas histórias desenrolavam-se
no presente. A peça “As preciosas ridículas” foi o seu primeiro sucesso. Moliére
era protegido do rei Luís XIV, que se divertia enormemente com suas comédias.
Nessa época a comédia iria adquirir status de uma arte nobre, graças, antes de tudo,
às comédias de Moliére. Várias peças suas ganharam grande destaque, como “Escola
de Maridos”, “Escola de Mulheres”, “Dom Juan”, “O Avarento”, uma em especial
criou grande polêmica: “O Tartufo”. O personagem-título é um falso devoto que,
usando a religião, introduz-se numa família honesta e deixa casualmente perceber
seus propósitos depravados. A peça é imediatamente proibida pela Igreja e ele enfrenta
até mesmo a oposição do rei. Moliére morre de ataque em pleno palco, quando
representava “O doente imaginário”. Muitos achavam que ele estava brincando
quando começou a passar mal...
33
O Tartufo
A cena
Fragmento, ato III, cena III, Elmire, Tartufo.
(Tradução de Jaci Monteiro, Editora Abril, 1983, p. 75 e 77)
(Nessa cena Tartufo tenta seduzir Elmire, que é esposa de Orgon, que o ajuda financeiramente,
pois acredita que Tartufo é uma pessoa religiosa e caridosa.)
Elmire – Seu zelo inquietou-se demasiado por mim.
Tartufo - Nunca será estimar demais a sua preciosa saúde e, para restabelecê-la, de bom
grado daria a minha.
Elmire - É levar muito longe a caridade cristã e muito lhe fico a dever por tanta bondade.
Tartufo - Faço pela senhora muito menos do que merece.
Elmire- Quis falar-lhe em segredo de um assunto e folgo que ninguém nos esteja espiando.
Tartufo- Estou igualmente encantado e, dúvida, é-me sumamente agradável ver-me as sós
com a senhora. Tenho pedido aos Céus uma ocasião dessas, que até esta hora não mo quis
proporcionar.
Elmire- Quanto a mim, o que desejo é apenas uma conversa em que seu coração se revele e
nada me esconda.
Tartufo- É o que também quero, por favor, especial, é mostrar a seus olhos minha alma inteira
e jurar-lhe aqui mesmo que a oposição que faço de qualquer ódio contra a sua pessoa,
representa antes um transporte do zelo que me arraste, e com intenções puras...
Elmire- Assim o considero, e creio que minha salvação é que lhe dá todos esses cuidados. Tartufo
(aperta-lhe a ponta dos dedos)- Sim, senhora, sem dúvida, e meu fervor é de tal modo...
Elmire- Ufa! Está me apertando muito.
Tartufo- É excesso de zelo. Não poderia passar-me pela cabeça magoá-la e antes teria... (Põe-
-lhe a mão no joelho.)
Elmire- Que faz aí sua mão?
Tartufo- Estou apalpando seu vestido: o tecido é tão macio.
Elmire- Ah! Por favor, não faça isso, sinto muita cócega. (Recua a cadeira e Tartufo
aproxima a dele.)
34
Vamos aproveitar as cenas descritas: “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, “O Tartufo”,
de Moliére.
★ A turma se dividirá em duplas, de preferência de sexos opostos.
★ A dupla lerá os dois fragmentos e escolherá seu preferido.
★ Em seguida, a dupla terá de apresentar algum trabalho teatral com esse texto,
inventando uma continuação da cena.
Vamos dar algumas sugestões que vocês podem fazer:
1- Uma improvisação;
2- Uma leitura Dramatizada (interpretando o que está sendo lido);
3- Uma mímica;
4- A criação de um teatro de bonecos;
5- Outras sugestões podem ser criadas pelas duplas.
35
ATIVIDADE
1) Por que Teatro Elisabetano tem esse nome?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2) Por que a Rainha era considerada popular?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3) O que aconteceu com os Teatros Elisabetanos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
4) De onde vinham as inspirações dos autores Elisabetanos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
5) Quem são os mais importantes autores do Teatro Elisabetano?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
6) Quem foi considerado o maior dramaturgo cômico de todos os tempos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
7) Como o ator era caracterizado no Teatro Francês?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
8) O que era Comèdie Françase?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
36
9) Cpmplete:
a) Esses textos, __________________________ eram _____________ em
________________.
b) Os teatros ___________________________ franceses já são bem___________________
com os____________________ que conhecemos ______________________.
c) Autores com rostos _________________________ e __________________________caracterizavam
______________________________ importantes da ___________________________
_____.
d) A tragédia de _____________________________________ é considerada como o
______________________ mais _________________________ e _______________________
de todos os tempos.
10) Qual a diferença de Molère com relação a Shakespeare?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
11) O que se dizia do Teatro Francês?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
37
O que vamos estudar no próximo
módulo?
A partir da próxima unidade vamos trabalhar alguns textos
de autores mencinonados anteriormente. Se prepare pois
iremos nos divertir montando um lindo espetáculo.
38