A verdadeira história da Pequena Sereia Victoria
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Vovô Lino e vovó Lena
Para Victoria, Nicolas, Juliana e Roberto,
com um amor tão profundo quanto o mar.
De vovô Lino e vovó Lena
Dezembro 2020
Pode haver quem não creia em sereia,
no seu canto, seu encanto.
Quem navega nas águas da imaginação
não nega não.
Vamos contar para Victoria
uma história de sereia.
Tomara que ela creia,
embarque na fantasia
dessa lenda tão bacana.
Igualzinho ao que fazia
sua mamãe Juliana.
CARAVELA
GOLFINHO
OCEANO
TIMONEIRO
NETUNO
SEREIAS
PEIXES
LENDA
- Não estou vendo essa tal Sereiazinha...
- Se afobe não, Menino-Golfinho,
aproveite o momento e creia.
Faça por ora um carinho
na barriga da Mamãe-Sereia.
Lua cheia. Peixes.
Victoria ainda flutua.
Dia vai nascendo...
Tudo tem seu tempo, sua hora.
A pequena Sereia já não frequenta
as águas mansas da placenta.
A imensidão do mar agora se apresenta.
Bate apressado seu coração:
raia... moreia... tubarão...
Mas a Sereiazinha não está só.
No colo da vó busca abrigo,
protegida de todo medo e perigo.
Com o que sonha a menina
em sono profundo?
Será com um mundo
de líquido azul?
Será com a sereia
de canto que encanta?
Me ensina, menina,
a sonhar esse sonho.
No olhar da Pequena Sereia,
o azul do mar
e um brilho de areia.
Nele, reluz um tesouro:
o mistério da Vida,
o vindouro.
Que serzinho é este
que desperta o interesse
de seu irmãozinho?
Ele conta os dedinhos,
lhe faz um carinho.
Por toda a existência
seguirão bem juntinhos:
Golfinho e Sereiazinha.
Flutua em carinho...
Mergulha nas águas claras
do toque de afeto...
No mundo do faz de conta,
Alice entra no espelho,
menina vira sereia,
sereia vira coelho.
O meio até vira ponta,
o fim se torna infinito.
No mundo da fantasia,
tudo vira poesia.
Que faz o Golfinho
no mar de lençóis,
trazendo alegria
para seus papais?
Nadam, bem juntinhos,
Golfinho e Sereiazinha,
bem longe da areia,
bem longe do cais.
Ensina, menino, a Pequena Sereia,
serena,
a boiar no carinho.
Navegam crianças
nos mares tranquilos da infância.
Que tantas histórias
nos pode contar a vovó?
As lendas ouvidas
de outras avós,
os contos de fadas
de lindas sereias
do fundo do mar.
Que mitos bonitos
vovó vai narrar!
Golfinho procura
alguém pra brincar.
Será o tubarão
com sua bravura?
Será a baleia
que vive a pular?
Será uma foca?
Um urso polar?
Quer ser amiguinho
da Sereiazinha.
Espera, Golfinho...
No fundo da toca,
o pequeno serzinho
só quer cochilar...
Espera, que o Tempo
depressa permite
com ela brincar.
Tudo pode... tudo poderia ter sido.
A Fantasia cria o caminho:
Sereiazinha e Golfinho
nadando num mar colorido.
Ria a Pequena Sereia!
Será que ela via
o Golfinho arteiro
pulando, girando,
querendo brincar?
Mergulhava a alegria
em seus olhos de mar!
Embarcam no livro.
Viajam histórias.
Navegam em lendas.
Flutuam em tempos
de antigas memórias.
Golfinho e Pequena Sereia.
Papai-Timoneiro.
A vida é brinquedo,
é folguedo,
é palhaçada,
alegria e fantasia.
Bocejos de verdade
ou desejos de gracejos?
A Pequena Sereia e o Timoneiro
levarão pra vida inteira
a total cumplicidade.
Ondas de carinho.
Vovó,
mamãe,
irmãozinho.
O sono se espraia...
Dormem sereias na areia.
O sonho se instala.
Para travessuras
futuras,
não está sozinho
o Golfinho.
Gostoso sonhar!
Já pronta pra festa
a Sereiazinha.
Um laço de fita
que a fez bem catita
ela quis colocar.
Ficou mais bonita
que a estrela-do-mar!
Convide o Golfinho
pra ser o seu par.
Sereia, Sereiazinha,
Timoneiro e Golfinho.
Flutuam nas águas calmas
da harmonia e do carinho.
Quem nunca viu unicórnios
não conhece a Fantasia!
Fica mais pobre seu mundo,
carecendo de magia.
Quem duvida que sereias
venham de águas profundas
para brincar com esquilos?
Sereias são tão brejeiras...
Seduzem quem no seu canto
se deixa levar pro mar.
Impossível não amar
este serzinho faceiro,
que bota a língua de fora,
com meiguice faz careta.
Eta, que já mergulho
nas águas de tanto encanto!
Papai mergulha no mar
do olhar da Pequena Sereia.
Papai tão longe da areia
só quer saber de nadar
no azul das águas tão claras,
no anil de raras turquesas.
Que revelam esses olhinhos,
esse sorriso matreiro?
Será que viu o Golfinho,
aquele menino arteiro?
Que artes querem contar
os olhos da cor do mar?
Sereiazinha indagou:
Quem é essa que me fita,
molequinha, tão bonita,
igualzinha a quem eu sou?
Que coisa bonita!
Que coisa esquisita!
É algo normal?
É alga marinha?
Talvez um coral!
Eu não tenho ideia...
Será da moreia
o seu filhotinho?
Me diga, Golfinho.
Me mostre, irmãozinho.
Por que destinos longínquos,
por que praias do Pacífico,
em ilhas paradisíacas,
passeiam essas meninas
dos olhos dessa menina?
É um tubarão
atacando o Golfinho?
Um polvo gigante?
Um ser abissal?
Um monstro marinho?
Sem medo... sem susto...
É tudo teatrinho!
A Sereiazinha
querendo aventura,
não apenas carinho.
Embarque na dela, irmãozinho!
Quando e onde Mãe-Sereia
leva a filha pra nadar
lá nas águas da Magia?
É na borda da piscina
assim que a menina acorda.
Não será urso polar
este que pousa o olhar
na Sereiazinha e no Golfinho,
que se curtem com carinho.
Ele usa de astúcia
para a dupla enganar.
Vejam só que o danadinho
tem o pelo de pelúcia.
Mãe-Sereia, em seu passeio,
no carrinho leva as crias.
Sereiazinha e Golfinho,
sentados na Realidade,
mergulham na Fantasia.
Onde há ruas, veem correntes
de águas tão cristalinas
com seus peixes multicores,
corais de tantos formatos
e verdes algas marinhas.
Navegam na embarcação
chamada Imaginação.
Mamãe revive a infância.
É novamente criança.
Sereiazinha-Victoria
quase senta! Tenta...
Cresce a Sereia-Menina
de olhos de vivo mar.
A vida nela palpita.
Em uma pedra distante
da longínqua Dinamarca,
uma sereia, sentada,
observa a vida que passa
com o seu olhar de estátua.
Sereiazinha de Andersen
atravessa tantos tempos,
encanta muitas infâncias.
Será que Sereiazinha
sabe língua de Golfinho
ou estão a conversar
se entendendo pelo olhar?
Batem papo, com certeza,
na linguagem do carinho.
Ela nada nas histórias
contadas pelo irmãozinho.
Sereiazinha Victoria
vai crescendo e já começa
a gostar de ler histórias.
Curte um livro de gatinho.
Como será o bichinho?
Vive em terra, não em mar
como fazem os peixinhos.
O gato anda, não nada,
mas pula que nem golfinho.
Tem o pelo tão macio!
Não há na pele as escamas
como em cauda das sereias.
Os livros são tão bacanas!
A gente aprende com eles.
O Golfinho quis provar
à Pequenina Sereia
que há bichos também no mar
que necessitam mamar:
golfinho, morsa, baleia,
o grande leão-marinho...
Nosso Golfinho-Menino
deu à Sereia Pequena
livro da Foca Paçoca,
escrito por vovô Lino,
parceiro da vovó Lena
A Sereiazinha esperta
gostou da foca poeta!
O abrigo de uma caixa,
que deixa a mãe sossegada,
no mundo da traquinagem
pode até virar jangada.
A pergunta que perdura:
Quem será o mais levado?
O Golfinho em seu barquinho,
levando a Sereiazinha,
ou o papai que propôs
tão arrojada aventura?
Sereiazinha, cuidado
com o Papai-Timoneiro,
comandando tantas artes,
dirigindo travessuras!
Golfinho ganhou da vida
mais que uma irmã, uma amiga.
São ondas de brincadeira
com a Pequena Sereia.
Com muito amor e carinho,
parceiros de diversão,
dão exemplos a terceiros
de uma completa união.
Duas pérolas na concha
da boquinha da menina.
Mais rico está o sorriso
de nossa Sereiazinha.
Que come a Sereiazinha?
Mexilhão, ostra, siri,
polvo, tatuí, sarnambi?
Ou a gostosa sardinha?
Aí é que a gente se engana...
Quem não gosta de banana?
A pequena Sereia,
curiosa, tudo toca.
Saboreia em sua boca
as coisas que vê no mundo.
Profundamente conhece
o que chega aos seus sentidos.
Gostinho bom tem a vida!
Um dia, verá o mar,
provará o sal, a areia...
Sentirá o Sol na praia,
o cheiro de maresia...
Ouvirá o som da onda,
que em fina espuma se espraia...
Esse dia vai chegar
pra Pequenina Sereia.
No azul vai mergulhar.
Timoneiro, Golfinho, Sereiazinha,
todos com muito esmero,
vão mantendo a tradição.
Sendo assim,
enfeitam a casa inteira
pra festa do Halloween
antes que venha a bruxinha.
“Comemoremos então!”,
exclama o Timoneiro
com renovado prazer
e animação costumeira.
A seguir, estica a prosa:
“Mas que a gente não se esqueça
do Saci, da Caipora, da Mula sem Cabeça,
do Curupira e do Boto-Cor-se Rosa.”
Por aí ele não para.
Também fala da Iara,
a sereia brasileira.
Eis aí Sereiazinha
no colo do Timoneiro.
E, também, eis o Golfinho
no papel de jardineiro.
De onde vem?
Da Ilha da Fantasia!
O que fazia?
Foi colher alga marinha.
Sereiazinha,
no colinho aconchegada,
não quer saber de mais nada
a não ser dar espiada
no interior da cestinha.
Encontrei, Sereiazinha,
o tão buscado tesouro
neste navio pirata
há tanto tempo afundado!
Muitas pulseiras de prata,
vários colares de ouro!
Sereiazinha tem um plano:
transformar sua boneca
numa sereia de pano.
Que menina mais sapeca!
Serão peixinhos-piloto
grudados no tubarão?
Ou apenas brincadeira
da Pequenina Sereia
e do Golfinho maroto?
Sereiazinha e Golfinho,
companheiros de aventuras,
engatinham nas funduras
do mar da Imaginação.
Que será que eles procuram?
A moreia tão sinistra?
O terrível tubarão?
O guerreiro peixe-espada?
Ou não será nada disto?
Talvez a estrela do mar
eles queiram encontrar...
Um... dois... três...
Sereiazinha balança.
No espaço se lança
pela primeira vez.
Delicioso momento vivido!
Gostoso voar!
Náo é parecido
com o balanço do mar...
Outono! Folhas secas! Folia!
Sereiazinha e Golfinho
nadam num mar de alegria.
Qual dos dois o mais peralta?
Que tal Noel mudar os seus planos?
Deixar o trenó
lá num cantinho do céu,
na garagem da lembrança,
viajar nos oceanos?
Vovô Lino e vovó Lena
vão aprovar a mudança.
Nada contra trenó e renas,
apenas um sabor de novidade:
Papai Noel de jangada,
puxada por hipocampos,
na certa vai encontrar
Sereiazinha e Golfinho
nas águas do verde mar.
Eu sou vovô Lino. Vô com alma de menino. Gosto de
inventar histórias e poesias. Gosto de escrever sobre
meus netos: Nicolas e Victoria. Quando era criança e
adolescente, ia muito nadar na praia das Flechas, em
Niterói, cidade onde moro. Curtia também jogar futebol
nas suas areias. Um dia vou levar a Sereiazinha e o
Golfinho para passearem por lá e conhecerem a linda
Baía de Guanabara.
Eu sou vovó Lena. Vó de coração. Gosto de
escrever poesia, de inventar histórias. Quando
Juliana era pequenina, eu contava para ela a
história de uma sereia que enrolava a cauda.
Neste álbum, volto a falar de sereias - mãe
e filha. Mas também vou mostrar o Golfinho
Nicolas, o Timoneiro Roberto... e sonhar com o
mar, que tem a cor dos olhos de Victoria.
Eu sou o Leo. Timoneiro de outra embarcação.
Também moro com uma sereia mãe e uma
sereiazinha. Fiz o visual deste álbum bem bonito
pra você, Victoria, lembrar pra sempre das suas
aventuras no fundo do mar.
Eu sou a Carol. Já nadei com peixinhos,
tartarugas e fui beijada por golfinho.
Gosto muito de desenhar e fazer origami.
Fiz vários desenhos que ilustram este álbum
e a sereiazinha nadando na capa.
Dezembro de 2020