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setembro - dezembro

2020

acompanhamento crítico

Olhando para Poética


Fractal [livro eletrônico] : acompanhamento

crítico : olhando para poética / curadoria Gisele

Lima e Malu Serafim ; [ realização A Pilastra. --

Brasília, DF : Pilastra, 2021.

PDF

ISBN 978-65-993755-0-7

1. Artes 2. Artes - Catálogos 3. Artes - Crítica

e interpretação 4. Poesia brasileira I. Lima, Gisele.

II. Serafim, Malu. III. A Pilastra.

21-56173 CDD-700


Arthur Lara Camarão

Douglas Ferreiro

Elisa Ferretti

Jaline Pereira

Karoline Carvalho

Velho Banzo

Curadoria

Gisele Lima e Malu Serafim



A Pilastra

06

Olhando para poética

07

Fractal

08

Arthur Lara Camarão: Paradoxo de um

fractal poético

10

Douglas Ferreiro: Sem título

12

Elisa Ferretti: Quebra-Cabeças

14

Jaline Pereira: Esconder para não sentir,

sentir para não esconder

Karoline Carvalho: Os sapatos que não

vi, mas calcei

18

20

Velho Banzo: DoA lém Pro É terno

22

Artistas

24

Curadoras

26


06 _

A Pilastra

A Pilastra, fundada em 2017, é uma casa de

cultura e galeria de arte movida pelo intuito

de exibir jovens artistas em desenvolvimento,

em um ambiente propício ao diálogo crítico e

à troca de experiências.

Como casa de cultura, A Pilastra é sobre ser

e se fazer de apoio a corpos dissidentes,

jovens que encaram o atual cenário cultural

não democratizado e o permeiam como

rizoma. Enquanto galeria se desenvolve

como corpo coletivo, servindo de apoio e

sendo apoiado por jovens artistas das mais

variadas poéticas e suportes.


07 _

Olhando Para Poética

De setembro a dezembro de 2020 o

grupo sob acompanhamento das

curadoras Gisele Lima e Malu Serafim

teve como objetivo lançar um olhar

atento e íntimo à cada uma das poéticas

ali apresentadas.

Encontros online, movidos por

provocações e proposições práticas, a

fim de guiar e impulsionar a busca do fio

condutor, do motor dessas produções e

obras. Atravessades pela ideia de

desenvolver a compreensão acerca dos

seus processos, seja pela autocrítica e

conhecimento, ou seja pelo

compartilhamento de saberes e pela

construção coletiva do pensamento

crítico.

06


Fractal

Gisele Lima e Malu Serafim

_08

Entre o fragmento e o indivisível, o que é pensar poética?

No que consiste o desenvolvimento de um trabalho

imagético senão o processo de olhar para a imagem em si.

Pessoal, imensurável, mas enquanto proposição, o olhar

se torna método.

Feche os olhos. Como você descreveria o que não pode

ser visto, o que se esconde? É preciso aceitar a existência

do invisível, do velado e do escondido. Muitas vezes é no

escuro que revelamos o eu que se projeta no objeto, é

preciso pausar, fechar os olhos para ver, se torna um

silêncio necessário para se fazer poética. Quando todos os

nossos sentidos se ativam em um fundamento instintivo

que se completa no arrebatamento de um encontro,

partindo necessariamente do sujeito que busca a imagem,

imagem que também é sujeito em sua materialidade.

Um fractal se baseia em sua auto semelhança e na

dimensão não inteira. É uma quantidade fracionária e

infinita que representa o grau de ocupação da estrutura

no espaço que a contém. A multiplicação pela ruptura e o

caco como fragmento reprodutor.


09 _

A gota fez-se mar, a lágrima se fez chuva. A música

encontrou no desenho formas de existir no mundo das

imagens, o jogo virou jardim. A sala de casa virou museu e

as nossas histórias viraram pesquisa. A pintura foi tratada,

cirurgicamente, no mesmo espaço que fizemos nossas

camas de palco.

Talvez fosse o momento de pensar o corpo, no método, o

corpo que pensa a imagem e existe no espaço, no

espelho. Imagem que por sua vez ocupa esse mesmo

lugar. Corpo que enxerga pelos olhos e tem a mesma

imagem gravada em sua retina. A imagem física,

materializada mesmo que num estilhaço de segundo, se

constrói nessa matéria e se reconstrói em consciência.

Infinitos, únicos, geradores de novas possibilidades de

existências pela sua recombinação. Completamente

partidos, cristalizados, cheios de fissuras, nos propomos

neste período de três meses olhar para as imagens que

produzimos. Descobrir os seus pontos de infinitude e de

rompimento. Como quem olha para um caleidoscópio da

própria mente e descobre, brincando, suas novas formas,

cores, sons e materiais.


Arthur Lara Camarão

Paradoxo de um fractal poético, 2020

10_


Olhar para a poética é um paradoxo.

Pois, ela não é um elixir que possa ser plenamente

absorvido pelos olhos,

nem uma paisagem que possa ser intimamente

conhecida pela boca,

mas a junção do todo e dos detalhes.

Dois universos que não conseguimos administrar

simultaneamente.

Querer olhar a poética é como tentar conhecer o mar.

Impossível.

Ele nunca ira evaporar o bastante para caber dentro da

nossa percepção.

Sempre haverão infinitos interiores dentro de cada gota.

Mas eu posso nadar no mar.

Confiar que mesmo não conhecendo os vales e ravinas

que povoam o fundo,

a água ainda vai sustentar meu corpo.

Vou ancorar minha nau,

nesse porto feito de poesia.

Fazer comércio com metáforas,

levar de volta para minha terra, a descoberta de um

mundo novo.

11 _


Douglas Ferreiro

Sem título, 2020

Acrílica sobre tela

100 x 100 cm

Eu não lembro do seu rosto

Eu não lembro de como você é, ou como poderia vir a ser

Eu nunca te vi

Eu nunca toquei em você

Nunca mergulhei no teu abraço

Nunca ouvi barulho nenhum vindo da sua boca

Nunca sorri ao olhar para você

Nunca tive tanta vontade da sua presença como agora

_12


13_


Elisa Ferretti

Quebra-Cabeças, 2020


15_


16_



18_


19_

Jaline Pereira

Esconder para não sentir, sentir

para não esconder, 2020


20_

Karoline Carvalho

Os sapatos que não vi, mas calcei, 2020

Acrílica em papel canson.

21 x 29,7 cm


21 _


Velho Banzo

DoA lém Pro É terno, 2020

22 _


_23


Artistas

Arthur Lara Camarão

É um artista plástico que explora múltiplas linguagens, toda sua produção

sendo permeada pelo interesse pelo fazer artístico como um processo intuitivo e

pelo acúmulo como força poética. Graduando em Artes Visuais pela Universidade

de Brasília, já expôs no Festival Oeste Fotográfico na Argentina, teve uma exposição

solo no Sesc Garagem de Brasília e participou de exposições coletivas. Também

escreve poesias, onde pensa as palavras não apenas como veículos do discurso,

mas como visualidades com potencial latente.

Douglas Ferreiro

De Teresina (PI), é artista visual, educador e pesquisador, atualmente vive e

trabalha em Brasília (DF). Formado em Língua de Sinais Brasileira (UnB), também é

estudante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e faz parte da equipe do

museu universitário Casa Niemeyer (UnB). Em sua pesquisa poética, o artista busca

compreender as socializações e experiências de pessoas pretas, voltando sua

atenção para as infâncias desses sujeitos. Partindo de uma investigação poética que

passa por domínios como o afeto, sexualidade, religião e classe social, entende a

infância não como um estado temporário da existência, uma idade provisória e

efêmera, mas como fase que se relaciona e respinga em outros momentos da vida

de pessoas pretas em um contexto brasileiro.

Elisa Ferretti

18 anos, brasiliense, se descobre como artista todos os dias. Viciada em queijo

quente e tão apaixonada pelo mar que suas tatuagens são uma onda e um barco.

24 _


Jaline Pereira

Graduada em Teoria, crítica e história da arte pela Universidade de Brasília atua

como artista visual desde 2016, desenvolvendo um trabalho voltado à abstração

geométrica com foco em pintura, gravura e desenho. Participou das exposições

coletivas “Plano de onde? Piloto de que?” realizada na Galeria Espaço Piloto –

Brasília-DF (2016); “A.PU.PO” realizada na Galeria XXX Arte Contemporânea, Brasília-

DF (2017); “Espaço Híbrido” realizada na Galeria do Bar 5uinto, Brasília-DF (2017).

Karoline Carvalho

Artista visual e arte educadora, vive e trabalha em Brasília (DF). Seu trabalho

acontece em diversas linguagens, sendo a pintura e o vídeo as mais recorrentes. É

estudante de Artes Visuais pela Universidade de Brasília e atua como aluna

pesquisadora no programa PIBIC (2020-2021). Já trabalhou como mediadora cultural

no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB/DF, sob a coordenação de Yana Tamayo

e em 2019 foi responsável pela cenografia do espetáculo "O FIO DA MEADA" no

Momentos Brasília. Foi selecionada na 2ª edição da Zine Baleia no tema "Heranças

Deslembradas" (2020).

Velho Banzo

É um artista de multilinguístico, nascido em 27/09/1998 na cidade do Gama-

DF. Em seu trabalho sempre busca reivindicar a ancestralidade em primeiro lugar

atua com produção e publicação de Fanzine, Slammer, Slammaster co-criador do

Slam Rodô que acontece toda segunda terça-feira do mês na rodoviária do Gama,

músico, MC & caneteiro da vida. Atualmente tem se dedicado ao mundo da poesia

marginal onde em 2019 representou o DF no Slam BR- Campeonato Brasileiro de

Poesia Falada.

25 _


Curadoras

Gisele Lima

Graduada em Teoria, crítica e história da arte pela UnB, desde 2015 desenvolve

pesquisas que investigam processos de criação, do fazer, do trabalho artístico, da

produção cultural e da curadoria. Como pesquisadora tece sua busca no estudo das

poéticas têxteis e do feminino. Com especial interesse em explorar como afetos se

materializam em pontos, fios e tramas ao mesmo tempo que estes se transmutam

em corpos e vivências. Enquanto curadora, para além da sua atuação na Pilastra, foi

Co-curadora da mostra Triangular – Arte deste século (2019/2020), realizada na

Casa Niemeyer – UnB, melhor exposição coletiva institucional pela revista Select

(2019); Curadora convidada da 14ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de

Curitiba com a mostra Contraforte (2019) e Ganhadora do primeiro edital de

curadoria da Galeria OMA (2018), São Bernardo do Campo – SP, com a mostra

Métrica realizada no mesmo ano.

Malu Serafim

Curadora, produtora e DJ. Graduanda em Artes Visuais pela Universidade de

Brasília (UnB). Realizou, em 2018, a coletiva “Pélago” na Galeria Pilastra e em 2019, a

individual de João Trevisan, “Corpo Breve Instante”, assim como o acompanhamento

da residência do artista holandês Andre Kruysen, que resultou na exposição

Escultura Ama Modernismo, ambas na Galeria Karla Osorio. Já participou como

assistente de produção, acompanhando a Galeria Karla Osorio, em varias feiras de

arte, India Art Fair (Nova Deli), SP Arte, Volta NY, entre outras. Integrante do coletivo

cultural SNM já produziu diversas ocupações urbanas e festas como a Crying Club e

o SNM Sessions.

26_


olhando para poética

acompanhamento crítico

setembro - dezembro

2020

artistas

Arthur Lara Camarão

Douglas Ferreiro

Elisa Ferretti

Jaline Pereira

Karoline Carvalho

Velho Banzo

curadoria

Gisele Lima

Malu Serafim

projeto editorial

Gisele Lima

Monique Andrade

realização

A Pilastra

direção geral

Mateus Lucena

direção geral e criativa

Gisele Lima

assistência de curadoria

e produção

Monique Andrade


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