TFG BEATRIZ MARIA L. ALVES 1ºBIM.
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CENTRO DIA
PARA IDOSOS
A importância dos Centros de Convivência como
equipamento Público
Beatriz Maria Laurindo Alves
TCC I UNIFEV 2020
CENTRO DIA PARA IDOSOS
A importância de centros de convivência como equipamento público
Projeto de Pesquisa apresentado à
UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga
como parte integrante do
TC (Trabalho de Curso) do curso de
Arquitetura e Urbanismo sob a orientação
da professora Ma. Andrea Penha
Gregório Vasconcelos.
VOTUPORANGA
2021
sumário
4
1. APRESENTAÇÃO
18
3. ESTUDOS DE CASO
5
1.1. RESUMO
19
3.1. HILÉA CENTRO DE CONVI-
6
1.2. INTRODUÇÃO
VÊNCIA E MORADIA
7
1.3. OBJETIVOS
24
3.2. CENTRO SOCIAL LUZ SORIANO
7
1.3.1. OBJETIVOS GERAIS
29
3.3. CENTRO GERIÁTRICO DE SANTA
7
1.3.2. OBJETOVS ESPECÍFICOS
RITA
8
1.4. JUSTIFICATIVA
9
1.5. METODOLOGIA
10
2. REFERENCIAL TEÓRICO
32
4. CONCEITO E PARTIDO
11
2.1. O QUE É SER IDOSO?
13
15
2.2. LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE
2.3. ENVELHECIMENTO ATIVO
34
5. BIBLIOGRÁFIA
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Evolução dos grupos etários no Brasil 2010-2060 .................................................... 11
Figura 2: Pessoa em pé com uma bengala ............................................................................... 14
Figura 3: Pessoa em pé com duas bengalas ............................................................................. 14
Figura 4: Medidas mínimas de um banheiro acessível ........................................................... 14
Figura 5: Módulo de referência de projeção de piso ............................................................... 14
Figura 6: Pessoa com andador rígido ....................................................................................... 14
Figura 7: Determinantes do Envelhecimento Ativo ................................................................. 15
Figura 8: Edifício Hiléa .............................................................................................................. 19
Figura 9: Térreo do Hiléa .......................................................................................................... 20
Figura 10: Zoneamento Vertical ............................................................................................... 21
Figura 11: Área externa ............................................................................................................ 22
Figura 12: Área de lazer ............................................................................................................ 23
Figura 13: Sala de Fisioterapia ................................................................................................. 23
Figura 14: Centro Social Luz Soriano ........................................................................................ 24
Figura 15: Planta Baixa de Implantação Centro Social Luz Soriano ......................................... 25
Figura 16: Planta Baixa de Implantação Centro Social Luz Soriano ......................................... 26
Figura 17: Vista para o jardim .................................................................................................. 27
Figura 18: Corte do Projeto do Centro Social Luiz Soriano ..................................................... 28
Figura 19: Vista do Centro Geriátrico de Santa Rita ................................................................ 29
Figura 20: Área de fisioterapia Centro Geriátrico de Santa Rita .............................................. 30
Figura 21: Jardim do Centro Geriátrico de Santa Rita .............................................................. 31
Figura 22: Vista Superior do Centro Geriátrico de Santa Rita .................................................. 31
Apresentação
1
4
1. 1. RESUMO
Este trabalho de pesquisa irá abordar assuntos relacionados
a população idosa e a importância da assistência que deve
ser dada a este grupo com tópicos que tem relação aos centro
de convivência.
Nele serão inseridas teorias e documentos relacionados ao
idoso, com o objetivo de mostrar a importância da atenção e
a priorização que a eles devem ser dadas e garantidas, mostrando
como as hipóteses levantadas podem ou não melhorar
a qualidade de vida na fase do envelhecimento, e analisando
outros fatores determinantes que também irão influenciar
no modo de como é vivida a terceira idade, relacionado
através de pesquisas o que é a velhice e suas as consequências
na vida, as necessidades dos idosos e como é importante
considera-las e como contribuir para a melhor qualidade
de vida deste grupo etário.
Palavras-chave: Envelhecimento. Qualidade de vida. Idoso.
Centros de convivência
5
1.2. INTRODUÇÃO
Ao atingir a terceira idade ocorrem mudanças biológicas tanto no corpo quanto na mente, e com essas mudanças surgem novas
necessidades, também surge a aposentadoria e a busca de um novo papel do idoso na sociedade, consequentemente também surge
o tempo vago, que para alguns idosos pode servir para a prática de atividades que os favoreça, mas para outros, principalmente
os mais desfavorecidos economicamente pode ser um sinônimo de vazio no cotidiano.
Esse trabalho de pesquisa visa conhecer melhor o idoso e como melhorar a qualidade de vida e garantir o envelhecimento saudável
e ativo, para que futuramente sejam colocadas em prática essas melhorias no projeto do centro de convivência, identificando
essas melhorias a partir de análises do que é a velhice, das políticas públicas voltadas para esse grupo etário e o que é o envelhecimento
ativo.
Atualmente existem algumas políticas públicas voltadas para idosos com o objetivo de garantir seus direitos e proporcionar uma
vida mais agradável, essas políticas são intersetoriais e envolvem diferentes setores da cidadania, os centros convivência para idosos
é um tipo de ambiente que trabalha com a inclusão e bem estar dos mesmos.
Como consta na Política Nacional do Idoso, é papel do poder público garantir atendimento aos idosos (BRASIL 1994), os centros de
convivência são um tipo de equipamento público de atendimento aos idosos na área de promoção e assistência social.
É importante que nessa fase da vida o idoso tenha prioridade, seja na saúde, no lazer, na cultura, educação e na assistência social,
garantindo um envelhecimento benéfico e saudável, os centros de convivência contribuem para que esses direitos sejam efetivados,
com atividades que melhoram a sociabilidade e até mesmo o estado de saúde.
Uma das funções deste tipo de projeto é a assistência social, que se aplica tanto para o idoso, quanto para a família. É obrigação da
família, do poder público e da comunidade garantir os direitos do idoso, segundo o Estatuto do Idoso lei 10741/03:
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL,2003)
6
Contudo os projetos de centros de convivência como equipamento público é uma forma de que os direitos dos idosos sejam efetivados
e que eles sejam priorizando quando necessário, dando acesso ao lazer, trazendo melhorias a saúde física e metal, além de
melhorar a vida social
1.3. OBJETIVOS
Neste tópico serão apresentados os objetivos da pesquisa, sendo eles os objetivos gerais e objetivos específicos, descrevendo os
processos para se obter o objetivo geral através dos objetivos específicos.
1.3.1. OBJETIVOS GERAIS
O objetivo geral dessa pesquisa é criar um pré-projeto de um Centro de Convivência para idosos, buscando dados para serem
aplicados no projeto, de modo que os idosos possam ter um envelhecimento saudável e uma vida social melhor.
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar e incluir a norma de Acessibilidade no projeto, visando em um projeto com espaços projetados para a terceira idade;
• Incluir atividades lúdicas para a estimulação cognitiva e atendimento médico visando melhorias na saúde física e neurológica;
• Inserir através do projeto paisagístico maior interação e contato com a natureza;
• Garantir assistência social ao idoso e a família.
• Projetar espaços amplos e funcionais melhorando a locomoção de modo que aumente a autonomia dos idosos;
• Inserir atividades coletivas que melhorem o convívio social.
7
1.4. JUSTIFICATIVA
Como dito anteriormente existem leis que dão prioridades e direitos aos idosos dentro da sociedade. Os centros de convivência
como equipamento público para os idosos são aliados desses direitos e a ausência deste tipo de recurso e atenção pode influenciar
na qualidade de vida dos idosos e de seus familiares, a falta desse recurso como equipamento público pode levar a negligência por
falta de cuidados específicos e por falta de atenção, não só da parte da família, mas também por parte do poder público, este tipo
de assistência é importante pois as famílias com menor poder aquisitivo e sem condição de pagar um cuidador ou por falta de tempo
de proporcionar momentos de lazer para o idoso acabam recorrendo ao deixá-los sozinhos, o que pode ser a porta de entrada
para acidentes domésticos, isso porque na terceira idade é comum que os idosos fiquem mais propensos a problemas de saúde,
como por exemplo o enfraquecimento dos ossos, problemas auditivos, visuais e o pior de todos o Alzheimer que compromete funções
cerebrais, esses problemas de saúde podem contribuir nos acidentes como queda, asfixia, queimaduras, intoxicação entre
outros.
Outra questão a ser levantada é a da solidão que eles podem vir sentir ao ficarem sozinhos ou por falta de atenção, essa solidão
pode ocasionar a depressão, gerando diferentes sintomas como a ansiedade, irritação e mudanças de comportamento.
Os centros de convivência são lugares adaptados e projetados para eles, com profissionais treinados para todo tipo de cuidado necessário.
As atividades oferecidas pelos centros de convivência também têm como objetivo melhorar a vida social através de atividades coletivas,
ali eles criam um novo papel na vida, novos laços e novas amizades com pessoas que se identificam, pessoas com várias
experencias para se compartilhar, pessoas que viveram em períodos parecidos, , além de melhorar a autoestima, bem-estar, saúde
e de modo geral garantir o envelhecimento saudável.
8
1.5. METODOLOGIA
Para a elaboração da metodologia da pesquisa foram considerados quatro pontos sendo eles a finalidade, objetivo, método e procedimentos.
A metodologia adotada tem como finalidade aplicar no projeto do centro de convivência os conhecimentos adquiridos através da
pesquisa, sendo elas bibliográficas e documental, além disso também tem objeto buscar soluções para o envelhecimento saudável
e aplica-las no projeto arquitetônico, com base de informações e teorias.
O referencial teórico e documental tem como objetivo buscar referencias já existentes sobre o tema, analisando-as de forma qualitativa,
e assim relacionando e interpretando de forma crítica as informações obtidas sobre o tema.
O método de pesquisa verifica as hipóteses já levantas sobre o tema na introdução, esse método é importante pois irá abordar
quais as hipóteses realmente são ou não relevantes para o tema e para o projeto do centro de convivência.
Os procedimentos utilizados na pesquisa foram o referencial teórico, com leitura de livros e de trabalhos acadêmicos de diferentes
autores com diferentes pontos de vista, também foi usado o procedimento de pesquisa documental como leis, normas e estáticas e
também o procedimento de estudo de caso para conhecer as peculiaridades de projetos de centros de convivência e a importância
de cada uma delas.
9
Referencial Teórico
2
10
2.1. O QUE É SER IDOSO?
Atualmente o número populacional de idosos vem aumentando cada vez mais no Brasil, segundo dados de projeção populacional
de 2010 a 2060 do (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, esse número tende a continuar a aumentar de forma considerável,
sendo que em 2040 o número de idosos de 60 anos será maior que adolescentes de 14 anos (IBGE 2019).
Figura 1. Evolução dos grupos etários no Brasil 2010-2060
Fonte: IBGE, 2021.
Conforme a lei 10741/03 do Estatuto do idoso é considerado idoso pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (Estatuto do
Idoso,2003), porém para a Organização das Nações Unidas (ONU) existe uma diferença nessa classificação, em países desenvolvidos
são considerados idosos pessoas com 65 anos ou mais, isso explica porque no estatuto é considerado como idosos pessoas a
partir dos 60 anos, pois o Brasil é considerado um país em desenvolvimento.
11
Nessa fase da vida infelizmente pode ser comum um certo preconceito vindo da sociedade, que seria a prática do Ageísmo, que é
a discriminação pela faixa etária.
Segundo Camarano; Pasinato (2004), além da idade existem outros fatores que definem o conceito de idoso, ou seja a velhice não
deve ser tratada como uma homogeneidade, a velhice chega para todos, mas não do mesmo modo, cada pessoa tem suas peculiaridades
ao envelhecer, o segundo fator que Camaro e Passinato citam se refere as características culturais, sendo que independente
das características culturais do indivíduo vão surgir as mudanças biológicas, ou seja, as alterações que o corpo passa a ter
de forma gradual seja na pele, no sistema nervoso, nos ossos, no sistema imunológico, entre outras mudanças biológicas que surgem
com a velhice, e o e um outro fator por elas citado sobre envelhecer é de como o conceito idoso está classificado na sociedade,
como eles são tratados, sobre as políticas voltada para eles, sobre a assistência e tratamento que eles tem direito e devem
adquiri-los, garantindo assim sua inclusão na sociedade.
Essas mudanças acontecem de modo universal, então é de grande importância que sejam implementadas mais políticas públicas
para os idosos também de modo universal, assim como o envelhecimento, essas políticas devem ser pensadas de modo heterogêneo,
considerando que o envelhecimento pode surgir de modo diferente em cada idoso, evitando também problemas sociais
no mundo, além disso esse grupo etário tende a crescer cada vez mais e com esse crescimento ocorrem mudanças nas necessidades
dos idosos, por isso é importante que as leis sejam sempre atualizadas e adaptadas para essas novas necessidades que podem
surgir com o aumento da população idosa, pois esse aumento não interfere apenas na vida delas, mas também na sociedade
de um modo geral.
Existem várias teorias que explicam o envelhecimento, segundo BERGER; POIRIER, (1995) uma forma de explicar o envelhecimento
é o fator psicossocial onde ocorre uma exclusão do idoso na sociedade, e é de grande importância que o idoso procure interagir
e buscar novas atividades no seu cotidiano desfazendo-se dessa exclusão social.
Mesmo tendo uma classificação de idade para esse grupo etário, a forma de envelhecer depende de variáveis fatores como citado
pelos autores, não apenas de ter mais do que 60 ou 65 anos, o envelhecer vai além da idade é um processo gradual que tende
cada vez mais a ser alterado, assim ocorre também com a mudança de idade de diferentes grupos etários, porém diferente das
outras fases da vida a velhice é a última e ocorrem transformações mais drásticas que merecem mais atenção, pois essas mudanças
interferem na saúde e posicionamento social do idoso na sociedade.
12
2.2. LEGISLAÇÃO E ACESSIBILIDADE
Uma das primeiras políticas para idosos é a Política Nacional do Idoso que tem como objetivo garantir seus direitos e sua participação
em meio a sociedade, essa política envolve questões de lazer, cultura, segurança e proteção, saúde, (Brasil 1994).
Atualmente existem várias políticas voltadas para os idosos, porém para o desenvolvimento delas houve um processo, tudo começou
na década de 70 com a lei nº 6.179, de 11 de dezembro de 1994, que seria da previdência social, garantindo uma renda
para pessoas acima de 70 anos, a partir disto foram surgindo novas políticas e processos voltados para idosos em diferentes períodos,
sendo eles:
1974 – Lei nº 6.179, de 11 de Dezembro, Lei que garantia a renda mensal vitalícia para pessoas maiores de 70 anos;
1977 – Lei nº 6.179, de 1º de Setembro de 1977 criando a Previdência e Assistência Social;
1983 – 1ª Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, ocorreu em Viena, com objetivo de discutir melhorias nas políticas para
idosos;
1994 – Lei nº 8.842, de 4 de Janeiro de 1994 a Política Nacional do Idoso;
1999 - Política Nacional do Idoso, Portaria 1395/1999;
2003 - Lei nº 10.741, de 1º de Outubro de 2003, sendo o Estatuto do Idoso.
Uma outra lei que pode se aplicar aos idosos é a lei da acessibilidade, essa lei não é exclusiva aos idosos, porém se encaixa no perfil
de muitos deles, isso porque a lei é voltada para pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida, e no caso dos
idosos pode ser comum que com o processo do envelhecimento seus ossos passem por alterações podendo assim comprometer
a mobilidade, a lei tem como objetivo melhorar o acesso das pessoas de vários modos e diferentes âmbitos, conforme citado na
lei nº 10.098, de 19 de Dezembro, de 2000:
Art. 1 o Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos
nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de
transporte e de comunicação (BRASIL 2000).
13
A Lei de acessibilidade tem objetivos semelhantes a ABNT NBR 9050, além de acessibilidade, essas leis podem promover a inclusão
social. A ABNT NBR 9050 é uma norma que também é voltada para acessibilidade, porém ela é mais voltada para o âmbito da construção
e projetos, como por exemplo ruas, calçadas e estabelecimentos e como eles são planejados.
No caso dos centros de convivência para idosos, é considerar essa norma no planejamento do projeto pode influenciar positivamente
na mobilidade do idoso, com espaços que facilitem todo tipo de locomoção, seja de bengala, andador ou cadeira de rodas,
com amplos espaços de circulação, pisos antiderrapantes, banheiros acessíveis, com portas de fácil abertura, barras de apoio e vaso
sanitário adaptado para o idoso.
Algumas das importantes dimensões para acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida consideradas pela ABNT NBR 9050:
Figura 2: Pessoa em pé com uma bengala
Figura 3: Pessoa em pé com duas bengalas
Figura 4: Medidas mínimas de um sanitário acessível
Fonte: ABNT NBR 9050, 2015.
Fonte: ABNT NBR 9050, 2015.
Figura 5: Módulo de Referência da projeção do piso
Figura 6: Pessoa com andador rígido
Fonte: ABNT NBR 9050, 2015.
Fonte: ABNT NBR 9050, 2015.
Fonte: ABNT NBR 9050, 2015.
14
2.3. ENVELHECIMENTO ATIVO
Com o aumento da população de idosos é importante que os recursos voltados para eles sejam melhorados, com isso a Organização
Mundial da Saúde (OMS) criou o conceito de envelhecimento ativo que envolve políticas sociais e políticas de saúde, não se trata
de um conceito voltado exclusivamente para idosos, mas também para quaisquer pessoas (World Health Organization, 2005).
Existem diferentes tipos de determinantes de envelhecimento ativo como mostra na figura 1:
Figura 7: Determinantes do Envelhecimento Ativo
Fonte: World Health Organization, 2005.
15
Ambiente Físico: É importante que os ambientes físicos sejam pensados para que os idosos possam frequenta-los sem dificuldades,
essa falta de atenção para eles pode influenciar na questão do envelhecimento saudável de modo que se esses espaços físicos não
forem adaptados podem interferir na vida social do idoso, lugares mal projetados e que não garantem uma boa circulação podem
diminuir a vontade desses idosos saírem, o que consequentemente pode gerar o isolamento social.
Para (SALGADO, 1982), uma das alternativas que acabam com o isolamento social de idoso são os clubes e os centro de convivência,
que além de ser um serviço para o idoso, também os incentivam a sair e retornar ao convívio social. Assim então é importante que
o meio físico seja adaptado para eles, para que eles possam ter fácil acesso a esse tipo de recurso;
Determinantes Comportamentais: Segundo (World Health Organization, 2005), essas determinantes comportamentais envolvem
os hábitos do próprio indivíduo, quando esses hábitos são saudáveis eles proporcionam assim o envelhecimento ativo, esses hábitos
podem envolver a alimentação, atividade física, atenção à saúde bucal, ingestão de medicamentos, evitar o tabagismo e a ingestão
de álcool.
Os centros de convivência para idosos também tem uma forte relação com os aspectos comportamentais, isso porque quando esses
centros por serem equipamentos públicos eles também seguem a mesma linha das políticas públicas já citadas nesse trabalho,
com o intuito de garantir direitos e melhor qualidade de vida;
Determinantes pessoais: Já os determinantes pessoais para (World Health Organization, 2005), envolvem as questões da genética e
da biologia, sendo que o cada indivíduo vai envelhecer de acordo com suas vivências, questões genéticas e biológicas, o que remete
o raciocínio de Camarano; Pasinato (2004), refletindo que a velhice deve ser tratada de forma heterogênea, pois cada idoso tem sua
peculiaridade e necessidades no envelhecimento;
Serviços sociais e saúde: Essa determinante envolve serviços voltados a saúde que possam estar melhorando a saúde do indivíduo
de modo que elas possam ter uma expectativa de vida maior ao chegar na fase do envelhecimento, já na questão da assistência social
tem objetivo garantir a igualdade de todos.
16
Serviços sociais e saúde: Essa determinante envolve serviços voltados a saúde que possam estar melhorando a saúde do indivíduo
de modo que elas possam ter uma expectativa de vida maior ao chegar na fase do envelhecimento, já na questão da assistência
social tem objetivo garantir a igualdade de todos.
Determinantes econômicos: Nas determinantes econômicas são citadas três questões importantes para a economia e para o envelhecimento
ativo por (World Health Organization, 2005), sendo trabalho, renda e proteção social.
Algumas dessas questões podem ser facilmente relacionadas aos centros de convivência para idosos, sendo que esses centros são
lugares seguros e para cuidados voltados para idosos garantindo assim a proteção social, já na questão da renda está relacionado
ao fato de que idosos com melhores condições financeiras podem ter fácil acesso aos recursos que proporcionam saúde e lazer,
porém idosos mais desfavorecidos podem depender de equipamentos públicos, como por exemplo os centros de convivência.
17
Estudos de caso
3
18
3.1. HILÉA CENTRO DE CONVIVÊNCIA MORADIA
O Hiléa é um projeto que foi criado e planejado exclusivamente para idosos, está localizado em São Paulo no bairro Morumbi, se
trata de um projeto com função de lazer moradia, hospedagem e saúde, além disso o local conta com áreas e profissionais direcionados
para idosos com Alzheimer.
Figura 8: Edifício Hiléa
Ficha Técnica:
Local: São Paulo – SP
Projeto: 2008
Área do terreno: 2.600m²
Área Construída: 13.400m²
Altura total: 48 m
Pavimentos: 12
Autoria: Aflalo Gasperini Arquitetos
Fonte: Aflato Gaperini Arquitetos
19
O edifício tem duas seções, sendo a base com três andares com áreas comuns e áreas voltadas para atividades clinicas, já os outros
oito andares são destinados para suítes e na cobertura do edifício tem uma UTI, para sempre que for necessário o atendimento.
O primeiro andar do edifício se trata de uma área exclusiva para idosos com Alzheimer, um lugar planejado de acordo com duas
necessidades.
Figura 9: Térreo do Hiléa
Fonte: Daniela Pereira de Freitas (2016)
No programa de necessidades constam diferentes tipos de áreas de uso, áreas para lazer como cinema, livraria, praças e sala de
família, também tem serviços com barbearia, restaurante, café, e também área para atendimentos voltados para a saúde como a
UTI, área de fisioterapia, consultórios e enfermaria.
20
Figura 10: Zoneamento Vertical
Fonte: Daniela Pereira de Freitas (2016)
No piso subterrâneo do local eles tem acesso a diferentes tipos de áreas de lazer, tanto quanto a grande área externa quanto a interna
do edifício tem por objetivo melhorar a circulação e a vida ativa do idoso.
A área externa tem grande espaço para circulação garantindo melhor mobilidade aos idosos, além disso tem bancos e árvores e
muita sombra, sendo também uma área de convivência.
21
Figura 11: Área externa
Fonte: Aflato Gaperini Arquitetos
A área externa tem grande espaço para circulação garantindo melhor mobilidade aos idosos, além disso tem bancos e árvores e
muita sombra, sendo também uma área de convivência.
Na área de lazer é possível se distrair com áreas voltadas para cultura como por exemplo o cinema e a livraria, além da área de alimentação.
22
Figura 12: Área de lazer
Figura 13: Sala de Fisioterapia
Fonte: Aflato Gaperini Arquiteto
Figura 8: Sala de Fisioterapia
O fato de terem áreas voltadas para a saúde no edifício contribuí para um envelhecimento mais saudável, sendo que ali eles têm
fácil acesso a esse tipo de recurso.
23
3.2. CENTRO SOCIAL LUZ SORIANO
O centro social Luiz Soriano é um tipo de centro de convivência voltado para idosos com o objetivo de garantir melhoria na saúde
dos mesmos, nesse centro ocorrem atividades de lazer voltadas para a terceira idade. Os arquitetos do projeto consideraram o
grande crescimento da população dos idosos, e segundo eles a arquitetura seria uma forma de contribuir beneficamente os idosos.
Figura 14: Centro Social Luz Soriano:
Ficha técnica:
Arquitetos: ARQX Architects
Área: 870 m²
Ano: 2014
Fonte: Archdaily (2009)
24
Se trata de um projeto consolidado com a sede da Seção regional da Associação Médica do Porto, que também tem objetivo de
contribuir e inserir atividades que possam melhorar a saúde do idoso no espaço social.
Figura 15: Planta Baixa de Implantação Centro Social Luz Soriano
Fonte: Archdaily (2014)
25
A área externa do centro conta com uma vasta área verde e com muita arborização contribuindo com a integração do idoso com a
natureza, com o ar livre e garantindo momentos de contemplação, além disso o contato com a natureza do local pode contribuir de
várias formas principalmente na questão da saúde. As áreas internas do centro contam com áreas de espaço amplo permitindo ima
boa circulação dos idosos entre um espaço e outro, porém em alguns ambientes do centro social são usadas apenas escadarias, o
que pode também por um lada dificultar a mobilidade, os ambientes também contam com grades portas o que também facilita a
circulação e transição de um lugar para o outro, a maioria de suas janelas são de vidro garantindo um conforto de modo que os ambientes
sejam arejados e com predominância de luz natural, além de permitir uma bela vista para a área externa que conta com um
jardim.
Figura 16: Planta Baixa de Implantação Centro Social Luz Soriano
Fonte: Archdaily (2014)
26
Figura 17: Vista para o jardim
Fonte: Archdaily (2014)
Cada área do local é reservada para algum tipo de atividade específica, tendo nelas ginásio, vestiários, consultórios médicos e
salas de uso misto, nos pisos superiores é reservado para a sala principal e no último piso tem acesso para uma biblioteca.
27
Figura 18: Corte do Projeto do Centro Social Luiz Soriano
Fonte: Archdaily (2014)
Uma das desvantagens observadas no projeto é de que para ir até alguns ambientes a única forma de passagem é através de escadarias,
pois se tratando de um projeto voltado para idosos pode ser inacessível para alguns que tenham a mobilidade reduzida.
28
3.3. CENTRO GERIÁTRICO DE SANTA RITA
Uns dos principais objetivos do projeto é a acessibilidade e a autonomia para o idoso, mesmo se tratando de um centro geriátrico
não se trata de um lugar que remeta hospitais, é um lugar para morar e passar o tempo, com ambientes com objetivo de estimular
os sentidos dos idosos.
No projeto foi adotado o conceito de poliatmosfera, que seria uma combinação de cores dividindo um dos espaços do centro em
três partes e com cores diferentes, essa divisão por cores tem objetivo de auxiliar o idoso a identificar onde ele quer ou não quer ir,
quando luz natural entra em contado com as cores os ambientes ficam diferentes uns dos outros, e com isso o idoso também consegue
diferenciar essas áreas.
Figura 19: Vista do Centro Geriátrico de Santa Rita
Fonte: Archdaily (2009)
29
O centro geriátrico conta com diversas áreas voltadas tanto para lazer quanto para a saúde, tendo área para fisioterapia com piscina,
a prática da fisioterapia pode o condicionamento físico dos idosos, contribuindo assim com o envelhecimento ativo, além desses
espaços, o local conta com espaços administrativos, cozinha, sala de jantar e também espaços voltados para a saúde.
Figura 20: Área de fisioterapia Centro Geriátrico de Santa Rita
Fonte: Archdaily (2009)
30
Figura 21: Jardim do centro Geriátrico de Santa Rita
Pelo fato da mobilidade ser uns dos principais objetivos
nesse projeto o arquiteto procurou criar espaços que pudessem
ser facilmente transitáveis, na figura 13 pode-se
observar elementos que contribuem para essa mobilidade,
no piso não tem barreiras que atrapalham o caminho, além
disso também é possível observar uma rampa e corrimões
que também são elementos que facilitam a mobilidade, seja
do idoso mais dependente ou do menos dependente.
Os quartos se confrontam com um jardim central na área
externa, além disso as portar são voltadas para esse jardim,
ali eles podem ter fácil acesso ao contato com a natureza e
Fonte: Archdaily (2009)
também a outros espaços do centro, sem terem que se deslocar
em grandes corredores.
Figura 22: Vista Superior do Centro Geriátrico de Santa Rita
Ficha técnica:
Arquitetos: Manuel Ocaña
Tamanho: 500.000 m² - 1.000.000
m²
Ano: 2003
Localização: Ilhas Baleares, Espanha
Fonte: Archdaily (2009)
31
CONCEITO E PARTIDO
4
32
CONCEITO
O conceito para a elaboração do projeto será o envelhecimento ativo, com base nas pesquisas feitas ficou muito nítido como
o conceito de envelhecimento ativo contribui positivamente com na qualidade de vida, pois além de garantir a inclusão do
idoso em meio a sociedade, também garante a efetivação dos seus direitos e contribuí para uma vida mais saudável, o envelhecimento
ativo engloba várias vertentes que influenciam nessa melhora da qualidade de vida, como a acessibilidade que
implica com o ambiente físico e como ele é projetado e também com a priorização e atenção para as pessoas idosas, que implica
com as suas principais necessidades.
PARTIDO
Para o partido projetual os principais elementos são:
Acessibilidade: A acessibilidade é importante para todos, mas quando se trata de um ambiente projetado para idosos é importante
ser levada em consideração na questão projetual, ambientes espaçosos e seguros que contribuem com uma mobilidade
melhor e sem barreiras.
Neuroarquitetura: Ambientes projetados com características que melhoram a cognição do idoso, influenciando nas funções
neurológicas através da arquitetura, considerando principalmente o raciocínio , memória e a percepção.
Paisagismo terapêutico: O paisagismo terapêutico influencia de forma positiva a saúde física e mental de modo projetual, aplicando
através do paisagismo ambientes que remetem harmonia e conexão com a natureza.
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Bibliografia
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