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Oliveira&Marinho-Nsat-2015-2

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Correlações dos valores de sucções impostas na placa de pressão e

determinadas com o papel filtro com os valores de sucções

medidas com o tensiômetro de alta capacidade

Orlando Martini de Oliveira

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, oliveiraorlando@hotmail.com

Fernando A. M. Marinho

Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, fmarinho@usp.br

RESUMO: Nos trabalhos desenvolvidos por Oliveira (2004), em sua tese de doutorado, a sucção

dos corpos de prova utilizados nos ensaios de resistência ao cisalhamento, foram impostas e

medidas por diferentes técnicas. Foi utilizado um solo residual de gnaisse compactado nas

condições do ramo seco, umidade ótima e do ramo úmido da curva de compactação obtida com a

energia do Proctor Normal. Em muitos dos ensaios realizados a sucção imposta aos corpos de prova

na placa de pressão e a sucção dos corpos de prova determinadas com o papel filtro foram também

medidas com o tensiômetro de alta capacidade o que possibilitou a obtenção das correlações entre

estes valores. Pode-se observar uma boa correlação entre os valores de sucção dos corpos de prova

impostos pela placa de pressão com os valores medidos com o tensiômetro de alta capacidade. No

entanto, a correlação entre os valores de sucção medidos com o papel filtro e com o tensiômetro de

alta capacidade apresentou um comportamento diferente. Nesta correlação os valores medidos são

praticamente iguais, para as três condições de moldagem, até a sucção da ordem de 50 KPa. Para

sucções maiores que 50 kPa o papel filtro passa a medir um valor maior de sucção, não sendo

identificada nesta correlação variações relacionadas com as estruturas dos corpos de prova

resultantes de suas diferentes condições de moldagem. O valor de sucção de ordem de 50 kPa

corresponde ao inicio da entrada de ar da curva de retenção de água das três condições de

moldagem o que sugere uma redução da continuidade hidráulica entre o papel filtro e o corpo de

prova de forma que a troca de água entre ambos também esteja ocorrendo pela fase de vapor. Neste

sentido pode-se observar uma pequena influência relacionada ao tempo de contato do corpo de

prova com o papel filtro que variou de 7 a 36 dias.

PALAVRAS-CHAVE: Tensiômetro de alta capacidade, Placa de pressão; Papel filtro.

1 INTRODUÇÃO

Existem váras técnicas para se impor e se medir

o valor de sucção de um corpo de prova. Nos

laboratórios de mecânica dos solos não

saturados a imposição de um valor de sucção é

normalmente feita com a utilização de placa de

sucção, placa de pressão e com soluções

colocadas no interior de um dessecador. Nestes

equipamentos os corpos de prova passam a

perder ou absorver água até que sua sucção se

iguale a sucção imposta.

Na placa de pressão, apresentada na

Figura 1, a sucção é imposta à pedra porosa de

alta entrada de ar através de um desnível com o

recipiente conectado a saída de água localizada

em sua base. O corpo de prova deve ser

mantido sobre a pedra porosa até o momento

em que a sua sucção se iguale à sucção imposta

pela mesma. A determinação do tempo de

equilíbrio pode ser feita pelo acompanhamento

da variação do peso do corpo de prova ou pela

observação da saída de água do reservatório

conectado a tubulação da base da pedra porosa.


Pedra porosa

0 5 10 cm

Figura 1 – Representação da placa de pressão (Oliveira,

2004)

Devido ao problema de cavitação da água no

interior da tubulação conectada à base da pedra

porosa a sucção máxima que pode ser aplicada

na placa de pressão é de aproximadamente 80

kPa.

Para se aplicar um valor maior de sucção

deve ser utilizada a placa de pressão que aplica

a técnica da translação de eixos proposta por

Hilf (1956). Neste equipamento, apresentado na

Figura 2, sobre a pedra porosa tem uma câmara

onde se impõe uma pressão de ar. Como a água

presente na pedra porosa esta conectada ao

ambiente externo, que esta submetido a pressão

atmosférica, a sucção imposta corresponde à

pressão de ar aplicada dentro da câmara.

Os corpos de prova são colocados sobre a

pedra porosa até que entre em equilíbrio com a

sucção imposta pela mesma. O tempo de

equilíbrio é determinado pela estabilização do

nível de água da bureta que esta conectada à

tubulação da base deste equipamento (Oliveira

e Marinho, 2006).

Circulação

de água na base

Pedra Porosa

0 10 cm

Bureta

Figura 2 – Representação da placa de pressão (Oliveira,

2004).

Os equipamentos apresentados

anteriormente neste item são utilizados para se

impor uma sucção aos corpos de prova, no

entanto, existem equipamentos que medem a

sucção. A técnica mais utilizada nos

laboratórios de mecânica dos solos não

saturados é o emprego do papel filtro. O papel

filtro é colocado em contato com o corpo de

prova e posteriormente envolto em filme

plástico, papel alumínio e deixado em repouso

no interior de uma caixa de isopor por por um

período mínimo de 7 dias. Após este período de

tempo é determinado o teor de umidade do

papel filtro que possui uma curva de calibração

que relaciona este valor com a sucção.

Os papéis utilizados para se medir a sucção

são quantitativos do tipo II, tais como o

Whatman n o 42, Fisherbrand 9-790A e

Scheicher & Shuel n o 586. O papel fitro

Whatman n o 42 é o mais difundido

internacionalmente e possui várias propostas de

calibração (Chandler e Gutierrez, 1986; Fawcett

e Collins, 1967; Hamblim, 1981).

Um equipamento mais avançado para se medir

a sucção, e ainda restrita a poucos centros de

pesquisa, é o tensiõmetro de alta capacidade

(TAC), apresentado na Figura 3.

Pedra Porosa

Água

Diafragma

Transdutor Tipo

Entran EPX

Figura 3 – Representação esquemática do tensiômetro de

alta capacidade.

Este equipamento consiste basicamente de um

transdutor, uma pedra porosa e água. O

transdutor é do tipo Entran EPX, acoplado a

uma cápsula de aço inox. Esta cápsula é

composta de uma câmara, com pequeno volume

de água, que está em contato com uma pedra

porosa de alta entrada de ar e um diafragma.

Para se medir o valor da sucção de um

corpo de prova com o tensiômetro de alta

capacidade deve-se garantir que a água presente

em sua estrutura apresente uma continuidade

hidráulica com a água da pedra porosa deste

equipamento. Esta continuidade é garantida

com a utilização de uma pasta preparada com o

mesmo solo e com teor de umidade próxima ao

limite de liquidez.


A pressão sa água presente na estrutura

do corpo de prova é transmitida ao diafragma

do transdutor. O valor da resistência elétrica do

diafragma varia com a sua flexão.

A variação da voltagem é transmitida

para o sistema de aquisição de dados onde é

convertida, através de sua calibração, em

unidades de pressão (kPa). Na Figura 4 é

apresentada uma foto do TAC que fornece uma

idéia de suas dimensões.

Tensiômetro de

Alta capacidade

TAC

Transdutor de

Pressão do TAC

sem a pedra

porosa

Figura 4 – Tensiômetro de alta capacidade da EPUSP

(Marinho, 2005).

2. PROPRIEDADES DO SOLO

Nesta pesquisa foi utilizado um solo residual

de gnaisse retirado do campo experimental da

USP/SP. A amostra de solo foi destorrada e

utilizada apenas a fração granulométrica

passante na peneira de malha de 2 mm. A

constituição granulométrica do solo assim

preparado é de 46% de silte, 26 % de areia fina,

20 % de argila e 6% de areia média,

apresentando limite de liquidez (wl) de 47%,

limite de plasticidade (wp) de 34% e peso

específico dos grãos (s) de 27,1 kN/m 3 .

Na carta de plasticidade de Casagrande este

solo se classifica como um silte de baixa

compressibilidade (ML).

3. PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

E PROCEDIMENTOS DOS ENSAIOS

Os resultados experimentais abordados

neste artigo fazem parte do programa

experimental desenvolvido por Oliveira (2004).

A comparação entre os valores de sucção

impostas na placa de pressão e medidas com o

papel filtro e o TAC foi realizada com os

corpos de prova utilizados nos ensaios de

compressão simples e ensaios triaxiais

realizados na condição não saturada. Com o

intuito de se estudar a influência da estrutura do

corpo de prova nos valores de resistência ao

cisalhamento os mesmos foram moldados em

três diferentes condições da curva de

compactação, apresentadas na Tabela 1.

.

Tabela 1 – Condições de moldagem dos corpos de prova.

Moldagem w (%) d (kN/m 3 ) e S (%) w (%)

Umidade ótima 25.3 15.3 0.77 88.9 38.7

Ramo Seco 17 14.8 0.83 55.4 25.2

Ramo úmido 28.2 14.8 0.83 91.9 41.7

w- Teor de umidade, d – densidade seca, e – índice de vazios, S – Grau

de saturação, w - Teor de umidade volumétrica.

Os corpos de prova foram compactados

estaticamente em cinco camadas no interior de

um molde tripartido. Para os ensaios de

compressão simples estes corpos de prova

foram preparados por umedecimento ou

secagem para que apresentem diferentes valores

de sucção inicial. Os teores de umidade foram

definidos tomando como base a curva de

retenção de água.

Os corpos de prova moldados para os

ensaios triaxiais foram inicialmente colocados

na placa de pressão onde foi imposta aos

mesmos sucções variando entre 50 kPa e 450

kPa.

Após esta etapa de preparação, por

umedecimento, secagem ou utilização da placa

de pressão, parte dos corpos de prova tiveram a

sua sucção medida com o papel filtro. O papel

filtro foi deixado em contato com os corpos de

prova por um período de tempo variando entre

7 e 36 dias.

Nos ensaios de compressão simples e

triaixais, realizados em corpos de prova com

sucção inicial inferior a 500 kPa, foram

medidas as sucções iniciais e feito o

acompanhamento de sua variação durante a

etapa de cisalhamento com a utilização de um

TAC colocado na base dos mesmos.

Os resultados destes ensaios permitiram a

comparação entre os valores de sucção

impostas na placa de pressão, medidas com o

papel filtro e o TAC, avaliando-se a influência


Papel Filtro e Placa de Pressão (kPa)

das diferentes estruturas dos corpos de prova,

relacionadas às suas condições de moldagem, e

do tempo em que o papel filtro ficou em

contato com os mesmos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na Figura 5 estão todos os resultados que

correlacionam os valores de sucção medidos

com o papel filtro e impostos na placa de

pressão com os correspondentes valores

medidos com o TAC.

1000

900

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Papel Filtro - Umidade Ótima

Placa de Pressão - Umidade Ótima

Papel Filtro - Ramo Seco

Placa de Pressão - Ramo Seco

Papel Filtro - Ramo Úmido

Placa de Pressão - Ramo Úmido

0 100 200 300 400 500 600

Tensiômetro (kPa)

Figura 5 – Correlão entre os valores se sucção medidos

com o papel filtro e impostos na placa de pressão e os

valores medidos com o TAC para as três condições de

moldagem.

Os simbolos vazados correspondem aos

valores de sucção impostos na placa de pressão.

A localização destes pontos experiementais

sobre a reta de 45 0 da Figura 5 indica uma boa

correlação com os valores medidos com o TAC.

Apenas para os corpos de prova que foram

compactados no ramo seco se observa uma

dispersão maior dos resultados com o TAC

medindo valores de sucção maiores que os

impostos na placa de pressão a partir de 300

kPa.

No entanto, esta boa correlação não é

observada para a relação entre os valores de

sucção medidos com o papel filtro e o TAC.

Observa-se na Figura 5 que a partir da sucção

da ordem de 50 kPa o papel filtro passa a medir

um valor maior que o TAC e a diferença entre

estes valores passa a aumentar até valores de

sucção em torno de 150 kPa. A partir de 150

kPa a diferença entre os valores medidos se

mantem aproximadamente constante variando

entre 200 e 250 kPa.

Não se observa na Figura 5 a influência das

diferentes estruturas dos corpos de prova devido

à sua condição de moldagem no ramo seco,

umidade ótima e ramo úmido.

Nas Figuras 6, 7 e 8 estão os mesmos

resultados da Figura 5 apresentados

separadamente para cada condição de

moldagem com a indicação, localizada acima

de cada ponto experimental, do tempo em que o

papel filtro ficou em contato com o corpo de

prova. Para a condição de moldagem na

umidade ótima, apresentada na Figura 6, se

observa a influência do tempo de contato do

papel com o corpo de prova. Este fato pode ser

constatado quando se observa os pontos

experiemtais que estão localizados próximos a

reta vertical correspondente à sucção de 400

kPa medida pelo TAC.

Com o aumento do tempo de contato de 7

para 8, 16 e 33 os pontos experimentais vão

gradativamente se aproximando da reta de 45 0

(ver Figura 6), indicando que o valor medido

pelo papel filtro se aproxima do valor medido

pelo TAC. O mesmo pode ser observado nas

Figruas 7 e 8 onde os valores maiores de tempo

de contato, plotados ao lado dos pontos

experimentais, estão mais próximos da reta de

45 0 , indicando que esta tendência independe

das condições de moldagem.


Papel Filtro e Placa de Pressão (kPa)

Papel Filtro e Placa de Pressão (kPa)

Papel Filtro e Placa de Pressão (kPa)

1000

900

800

700

600

500

400

300

200

100

16

7

14

7 14

7

7

7

14 14

10 7

710

33

7

9

10

7 10

27

7

9 7 7 9

9

9

27

9

9 9

8

19

98

8

7 7

9

19

27

9

9

19

19 19 27 27 27 19 7

7

8

8

8

7

16

733 7 33

16

16

0

0 100 200 300 400 500 600

Tensiômetro (kPa)

Figura 6 – Correlação entre os valores se sucção medidos

com o papel filtro e impostos na placa de pressão e os

valores medidos com o TAC para os corpos de prova

moldados nas condições da umidade ótima.

1000

900

800

700

600

500

400

7

33

Papel Filtro - Umidade Ótima

Placa de Pressão - Umidade Ótima

Papel Filtro - Ramo Seco

Placa de Pressão - Ramo Seco

7

24

24 24

36

36 7 36

36

36 36 36

7

300

22

22

8

200 7 22 22

22

100

8 8 8 7 22

22 8 8 8 22

0

0 100 200 300 400 500 600

Tensiômetro (kPa)

Figura 7 – Correlação entre os valores se sucção medidos

com o papel filtro e impostos na placa de pressão e os

8

36

valores medidos com o TAC para os corpos de prova

moldados nas condições do ramo seco.

1000

900

800

700

600

500

400

300

200

Papel Filtro - Ramo Úmido

Placa de Pressão - Ramo Úmido

7

20

12

7

7

20

100 12

71220

20

12

0

1212 0 100 200 300 400 500 600

Tensiômetro (kPa)

Figura 8 – Correlação entre os valores se sucção medidos

com o papel filtro e impostos na placa de pressão e os

valores medidos com o TAC para os corpos de prova

moldados nas condições do ramo úmido.

A boa correlação entre os entre os valores de

sucção medidos com o papel filtro e o TAC

para sucções inferiores a 50 kPa, apresentada

nas Figuras 5, 6, 7 e 8, esta provavelmente

relacionada ao fato de ainda não ter ocorrido a

entrada de ar nos corpos de prova, o que

possibilita uma boa continuidade hidráulica

com o papel flltro. As curvas de retenção

obtidas por Oliveira (2004) para as três

condições de moldagem indicam que é para

sucções da ordem de 50 kPa que se inicia a

entrada de ar dos corpos de prova para as três

condições de moldagem.

A partir do valor de sucção de 50 kPa esta

continuidade hidráulica vai diminuindo

necessitando assim de um tempo maior de

contato entre o papel flltro e o corpo de prova

para que o equilíbrio seja atingido. Pelos

resultados apresentados nas Figuras 6, 7 e 8 este

tempo deve ser superior a 30 dias.

20

7


5. CONCLUSÕES

A grande quantidade de ensaios de

resistência ao cisalhamento realizados com

medição da sucção dos corpos de prova com o

papel filtro e o TAC e aplicação de um

determinado valor de sucção com utilização da

placa de pressão possibilitou uma comparação

entre estas diferentes técnicas de laboratório.

Foi constatada uma boa concordãncia

ente os valores de sucção impostos aos corpos

de prova na placa de pressão e posteriormente

medidos com o TAC. No entanto, o mesmo não

pode ser constatado ao se comparar o valor da

sucção medida com o papel filtro e o TAC. A

partir da sucção de 50 kPa o papel filtro passa a

medir um valor de sucção maior. A boa

correlação constatada para sucções inferiores a

50 kPa esta relacionado oa fato de existir uma

boa continuidade hidráulica entre o corpo de

prova e o papel flitro, devido ao fato de os

mesmos ainda estarem saturados e com sucção

inferior a da entrada de ar.

Foi constatada a necessidade de um

tempo de permanência do papel filtro em

contato com o corpo de prova superior a 30 dias

para que o equilíbrio seja alcançado.

Não foi observada nas conclusões acima

a influência da estrutura dos corpos de prova

relacionadas à compactação no ramo seco,

umidade ótima e ramo úmido.

HAMBLIM, A. P. (1981). Filter-Paper Method for

Routine Measurement of Field Water Potential. Journal of

Hydrology, 53, pp. 355-360.

HILF, J. W. (1956). An Investigation of Pore-Water

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Denver, Colorado.

MARINHO, F. A. M. (2005). Os Solos Não Saturados:

Aspectos Teóricos, Experimentais e Aplicados. Livre

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OLIVEIRA, O. M. ; MARINHO, F. A. M. . Evaluation of

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v. 147, p. 1845-1851, 2006.

Oliveira, O. M. 2004. Estudo sobre a resisteˆncia ao

cisalhamento de um solo residual compactado na˜o

saturado, PhD thesis, Escola Polite´cnica da Sa˜o Paulo,

Sa˜o Paulo, Brazil.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq e a FAPESP

pelo suporte financeiro.

REFERÊNCIAS

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Filter-Paper Method of Suction Measurement.

Géotechnique, vol. 36, n o 2, pp. 265-268.

FAWCETT, R.G., COLLIS-GEORGE, N. (1967). A

Filter-Paper Method for Determining the Moisture

Characteristics of Soil. Australian Journal of Experimental

Agriculture and Animal Husbandry, Vol. 7, pp. 162-167.

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