03-2021

GLMMG
ção da Maçonaria na Independência dos EUA, na Revolução
Francesa, na libertação das Colônias Hispano-americanas,
na divulgação e luta pelos estados de
natureza política republicana, com a adoção da divisão
dos poderes em legislativo, executivo e judiciário.
No Brasil a Maçonaria tem tido relevante papel
histórico, dentre os quais destacamos: a participação
em vários movimentos de emancipação pátria, que antecederam
a Independência; a Independência do Brasil
de Portugal; o fim da escravatura; a Proclamação
da República (90% do primeiro gabinete republicano
era composto de Maçons), além da constante luta pelo
aperfeiçoamento de nossas instituições e sociedade.
A Maçonaria vem ao longo de sua história dedicando-se
ao aprimoramento do homem, buscando
sempre a melhor forma de sua inserção no meio social,
e para tanto, criou algumas organizações paralelas que
visam atingir toda a Família.
Se a maçonaria se preocupa com os problemas
nacionais e internacionais, com este cenário, qual será
o papel nesta atual evolução? Se pensarmos desde a
sua existência, passamos por todos os principais fatos
e acontecimentos históricos de grande importância
mundial.
“Há, pelo menos, quatro séculos, reunindo
homens de bem, de diferentes classes sociais,
raças, posições políticas e credos, a Maçonaria
também chamada Ordem Maçônica é, antes de
qualquer coisa, uma fraternidade universal, devotada
totalmente ao desenvolvimento humano e
à pratica do bem, herdeira de tradições diversas
de mais de 5.000 anos”.
Em algumas lojas já conseguimos verificar à
utilização de ferramentas e soluções tecnológicas que
de certa forma agilizam e trazem vários impactos diretos.
As Atas de reuniões atualmente já são realizadas
diretamente em computadores, com a guarda de
arquivos digitais, sem à necessidade de papeis e arquivamento
dos mesmos, dispensando espaços físicos
para estas finalidades, a comunicação entre os Irmãos
já ocorre de forma dinâmica por grupos específicos e
restritos de mensagens.
“A Maçonaria não é uma religião, mas
exige de seus membros a crença em um único
princípio criador, regulador, absoluto, supremo
e infinito ao qual denomina Grande Arquiteto do
universo. Aceita em seus quadros tão somente
homens livres e de bons costumes, maiores de 21
anos, sem distinção de raça, credo ou posição social”
Como será a adaptação de um novo membro
nas oficinas nos próximos 10 ou 20 anos tomando
como base a evolução tecnológica que se iniciou?
Hoje em nossas reuniões utilizamos nossos
manuais em papel com toda a ritualística e assim fazemos
o acompanhamento das sessões, seja ela em qualquer
grau. Pensando nestes novos membros em um
horizonte de 10, 20 anos ou mais, caberá por exemplo
a troca dos manuais por tablet, Kindle, smartphones ou
algum dispositivo de leitura de livros digitais, que nos
proporcione esta mesma experiência? Um garoto hoje
que convive com todas estas tecnologias e aquelas que
a cada dia chegam do mercado às nossas casas, escolas
e no dia a dia, irá adaptar-se ao modelo de toda
ritualística atual? Isso pensando no futuro desta fraternidade
universal como já citado acima, reunindo-se
há pelo menos quatro séculos e certamente já passou
pelas últimas três revoluções, mas será esta a quarta
revolução a mais desafiadora por tratarmos tanto das
questões tecnológicas e digitais?
Não venho aqui propor e falar em qualquer
mudança, mas trago estes questionamentos pensando
exatamente nestas interações entre Maçonaria x Futuro
Tecnológico.
Conclusões
Mesmo já existindo um esboço, acredito que
ainda é cedo para determinar todos os impactos que
serão causados pela quarta revolução industrial. Mesmo
assim, é possível afirmar que, em alguns anos, nossas
vidas serão muito diferentes do que é hoje, assim
como ela já é totalmente distinta do que era há uma
década. Pensemos: hoje utilizamos fortemente a tecnologia
e suas ferramentas, e é quase impossível que
alguns trabalhos ocorram sem as mesmas. Podemos
citar aqui (Internet, Smartphones, 5G´s, Uber, Ifood,
Google, Waze, WhatsApp, Internet Bank, Estacionamento
rotativo, entre outros).
Não posso afirmar se a ritualística poderia sofrer
influência pelo mundo digital, pelo mundo da informação
ou mundo moderno, sei que existem comissões,
conselhos e representantes específicos para tratarem
destes assuntos. Agora, a forma como se executa o
ritual, como o exemplo dos livrinhos (manuais), penso
que futuramente ocorrerão mudanças, principalmente
pelos termos abordados neste trabalho. Como um
menino nascido hoje na era tecnológica se comportará
no nosso quadro de obreiros daqui há 25, 30 anos ou
mais?
Nos dias atuais seria viável e porque não utilizarmos
de aplicativos “Apps”, onde todas as informações
e divulgações Maçônicas de reuniões, programações,
eventos, envio de documentos, atualizações,
convocações para cerimônias e toda a parte administrativa.
Sabemos que todos estes processos dependem
de verba e aportes, ou seja, isso não é tão fácil ou simples,
e ao mesmo tempo podem ser morosos.
Essas mudanças também influenciarão fortemente
a sociedade e as pessoas. A vida familiar, globalização,
mercados, etc. terão que ser redefinidos.
Acredito que a Maçonaria com o seu papel de
desenvolvimento do homem e consequentemente daqueles
que estão ao seu redor. Temos que pensar e
em qual será o nosso papel no cenário atual e futuro
de mudanças, assim como fizeram nossos irmãos nas
revoluções anteriores e fatos históricos mundiais e nacionais.
Estamos prontos para esta mudança?
Bibliografia
A Quarta Revolução Industrial, Klaus Schwab.
Tradução Daniel Moreira Miranda – São Paulo: Edi pro,
2019.
Aprendiz Maçom – Ritual Grau I – R.E.A.A, 2017
pgs. 7,9,11.
http://www.glmmg.org.br
https://revistapegn.globo.com/Empreendedo-
rismo/noticia/2016/05/so-48-das-industriasbrasileiras-
-sao-40-diz-cni.html
www.industria40.gov.br
Irmão Wagner de Almeida Machado é membro da
Loja Fraternidade nº 35 (Belo Horizonte/MG) e apresentou o
trabalho “Inovação tecnológica, mundo digital, era da informação,
como fica e qual o papel da Maçonaria?”, dentro de
suas atividades e estudos como Aprendiz Maçom.*
38 | www.glmmg.org.br