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Ápices Poéticos

Ápices Poéticos, um livro genuinamente vigoroso, intrínseco e ardente, em que seus encantadores versos e estrofes, edificaram suas arrebatadoras poesias, para a premiação em dezenas de Concursos Literários. A todos, uma ótima leitura!

Ápices Poéticos, um livro genuinamente vigoroso, intrínseco e ardente, em que seus encantadores versos e estrofes, edificaram suas arrebatadoras poesias, para a premiação em dezenas de Concursos Literários. A todos, uma ótima leitura!

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Título original: ÁPICES POÉTICOS

© Copyright 2021, Alberto dos Anjos Costa

Capa

Sidhney Boreas

Revisão e Correção

Alberto dos Anjos Costa

Sidhney Boreas

Diagramação, Arte Finalização e Publicação

Voc3 Boreas Publicações Editora

Contato com o autor

albertodosanjoscosta@yahoo.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

ISBN 978-65-00-26050-2

1ª Edição 2021

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo desta

obra desde que respeitados os direitos autorais e que se conste o nome

do autor em qualquer parte citada.


A todos que amo!



A verve do autor de Ápices Poéticos, em silente

e eloquente solilóquio perceptivo, manifestouse

sobre os nascentes périplos de ilusões, e de

odisseias em encanto, em que as emoções

suscitaram quimeras que ensejaram sensações

em finitude pelo efêmero pulsar que se

encerra, permeado por incógnitas em que o

nada foi vislumbrado pelo viver em quietude

que agora jaz sepulto, e que num átimo estará

olvidado. E a teatralizada vida, sem os augustos

aplausos sucumbe, sem o revelar dos mistérios;

sem as respostas às suas perguntas,

desvendando que o nada fora reverenciado durante

a jornada concluída, pondo termo a sonhos

e desventuras; açoites e alegrias; medo e

coragem; acertos e enganos, a expor as mãos

vazias que nada levam, a não ser o pó que nos

transverte em arremate pelo fugaz tempo que

foi cravado pelo entronizado fim.



Prefácio

EM UM UNIVERSO COMPLEXO com mais de 300 sextilhões

de estrelas, mais de 2 trilhões de galáxias, e cruzando

a linha dos 7,5 bilhões de seres humanos, seria

quase impensável encontramos uma mente tão específica,

única e brilhante dentro desse vasto mundo misterioso

como se estivéssemos procurando uma gota única,

incomparável, dentro de um imenso mar. Mas, é aqui,

nesse admirável volume de originalidade incontestável,

formado por 31 poemas premiados em várias mídias nacionais,

que podemos saber ser possível sim encontrarmos

essa partícula, um poeta de nome Alberto dos Anjos

Costa.

Quando desde os primeiros contatos com a poesia

de Alberto, ao refazer suas antigas publicações de Odisseias

Poéticas e posteriormente de todas as suas obras,

já tinha notado esse talento incomum de colocar as palavras

em seu nível mais elevado. Um simples mortal

apenas diria “olhar tristonho...”; olhar tristonho, melancólico,

sombrio, mas em Alberto a conotação é outra, ele

utiliza sorumbático: “Sorumbático olhar, visualizando desilusões,

com a vontade a quebrantar, pela conquista de

aflições!”. (Ver poema Catarse). Sorumbático, périplos,

conspurca, plangente, fratricida são algumas das inúmeras

palavras que encontramos em seu grande corpo poético.

Dos mais excelsos pensamentos, fica evidente já na

primeira leitura que sua escrita é para as mentes mais

cultas, contudo, quase que em paradigma, ela também

tem um objetivo direto de esclarecer os menos favorecidos.

Em especial, o proletariado. Embora seja profissional

notório do Estado, funcionário público de carreira, o

seu lado humano não foi corrompido. E isso o fez ser

ainda mais sublime, visto firmar o seu talento artístico,

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Ápices Poéticos

intelectual e poético na formação ética de sua estrutura

profissional, podendo receber e atender todo e qualquer

cidadão na forma humana que ele merece.

Quanto às suas ideias, podemos sentir facilmente

a força como as palavras são expelidas, apresentadas a

todos nós como que em erupções de um imenso vulcão,

“... pelo seu sistema aniquilador que trata as pessoas

como objeto descartável; em que a busca é

pelo especioso ter; e não o ser. Em que o ter (matéria)

é o mais importante. O ser (digno) é irrelevante,

fútil e frívolo.”

. . .

“Se você for do contra e se rebelar, estarás desempregado

e marginalizado! Com sonhos e uma família

para sustentar, serás um subserviente martirizado!”

“Achas que os poderosos, vão querer cair? Até uma

guerra poderão fazer, para jamais perder o poder!

Pouco importa se para isso, muitos inocentes vão

sucumbir!”

Os temas são variados, não somente políticos e focados

na desmedida social, mas também envolta da fé,

da esperança e da mística que permeiam nossas vidas.

A vida, afirma ele baseado nas instruções clássicas da

ciência, nasceu na água, evoluiu em terra firme e foi consolidada

no Universo como algo grandioso. Entre ordem

e desordem de um balé planetário, somos em matéria

praticamente insignificante, mas espiritualmente dignificantes.

Quanto ao amor, canta com toda a sua força, reverbera

as mais íntimas frases e nos faz pensar o porquê

de intempestivas paixões que dentro da alma se recobrem

de leviandades, de egos que cegam a consciência

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Alberto dos Anjos Costa

e nos faz esquecer do amor. Seja onde for, na vida cotidiana

e física, ou nas relações hoje cibernéticas, tão conhecidas

como virtuais, nos mantemos conectados, plugados

e à mercê dos preconceitos. Esse mesmo mundo

de relações interpessoais, cria uma áurea de medo e frustrações,

mas também podemos nos manter mais próximos

daqueles que amamos e se encontram distantes,

tipo em uma viagem ou mesmo daqueles que moram em

outros países. Mas será que algum dia a tecnologia também

poderá nos manter próximos daqueles que já partiram

dessa vida? Seja como for, o autor afirma que somos

almas em agonia, adornando o mundo por emoções. Somos

vulcões adormecidos. Somos detalhes, somos requintes!

Ápices poéticos nasce então como a obra mais madura

do autor, desabrochada de sua verve, regada e cultivada

por pensamentos ao longo de toda a sua vida, não

pode ser encarada apenas como um trabalho poético ao

modo clássico estrutural, com seus jargões e versos rimados.

Alberto dos Anjos Costa é o poeta rebelde brasileiro

mais notório desse século. O Brasil que ele pinta não é

refletido pelo espelho, mas visto de dentro, e sua consciência

ecoará para todo o sempre.

Sidhney Boreas*

* Sidhney Boreas é autor, editor e designer gráfico. Como pesquisador

trabalha com foco na educação mimético-poética e

nos estudos sobre o Realismos e Investigações sobre o Insólito.

Formado em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe, é

autor dos livros: À Beira do Além, e de: Ensinando a Filosofar

com Bertrand Russell. Como editor já publicou vários autores

em todo o país e todos os livros de Alberto dos Anjos Costa.

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Apresentação do Autor

A REALIDADE COTIDIANA consignou a sublime inspiração

para a feitura deste livro, que como um rebento, foi

gerado com grande ansiedade, amor e sentimento. De

forma despretensiosa procurei ensejar a reflexão ao leitor,

diante de temas atuais e realistas.

É uma obra singela, com poesias em rima, tornando

a leitura prazerosa, retratando a vida numa linguagem

simples, direta e sincera, espelhando-se na incerteza

da vivência humana com suas luzes e sombras; lágrimas

e sorrisos; vitórias e derrotas; desesperos e esperanças;

vicissitudes que consolidam o cabal aprendizado

para a maturidade humana nesta magnificente odisseia

que é o viver.

Espero que os amigos leitores, aos quais também

dedico este livro, possam sentir a aura de lirismo, que

modestamente procurei fixar.

A boa acolhida pelo público de meus outros trabalhos

poéticos, trouxe-me grande incentivo para a realização

deste, titulado "Ápices Poéticos"; seguindo a mesma

linha poética, aborda assuntos diferenciados, procurando

transmitir aos leitores, a semente da introspecção, refletindo

sobre a eterna luta da sobrevivência em nosso

mundo.

Procurei apresentar de forma autêntica, as inerentes

imperfeições humanas; o bem e o mal permeando o

paraíso; as aflições na realidade do dia a dia; a natureza

cada vez mais vilipendiada; a vida e suas paixões. Apesar

de revelar dissabores telúricos, procurei alentar a confiança,

o otimismo, a resiliência no viver; o acreditar de

um mundo melhor pelo arbítrio de nossa consciência.

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Ápices Poéticos

Pois, como disse o preclaro poeta Augusto dos Anjos,

“Toda razão sem luz dorme infecunda. E é na consciência

lúcida e profunda que vibra o campo da verdade eterna",

muito embora vivenciamos um mundo de triste inversão

de valores, onde aquele que é honesto é taxado de idiota

e estúpido e o que se utiliza de meios fraudulentos é rotulado

de empresário bem sucedido e respeitado pelos

bens que possui, sem se importarem, se esses meios foram

ilícitos. Dizia o sapiente Ruy Barbosa – "De tanto

triunfarem as injustiças; crescer a desonra; agigantar-se

o poder nas mãos dos maus; - O homem chega a desanimar-se

da virtude, a rir-se da honra, e a ter vergonha

de ser honesto". Hoje na atual sociedade o que importa é

o ter e não o ser; infelizmente esta inversão é o que causa

a falta de moralidade na sociedade como um todo; fomenta

a desigualdade e exclusão social, incitando muitas

vezes na pobreza, a corrosão de nobres valores e dissemina

a iniciação pelo ganho mais fácil, com pequenos

roubos e futuros grandes assaltos na absorção em paralelo

de uso e comércio de drogas, comércio de armas e

latrocínios, os quais estarão amparados pela impunidade

e pela lei processual pusilânime e retrógrada, que estimula

e motiva a prática de novos crimes, pois, não existe

nenhum processo de reinserção e ressocialização daquele

infrator, não há investimentos neste sentido, pois,

para os políticos, o processo de modernização do sistema

penal, não produzem votos eleitorais para seus candidatos

de seu Partido Político, que hoje se assemelha mais

à "Cosa Nostra", do que um verdadeiro Partido idealista,

o qual deveria ter a brasilidade em sua essência. Por isso

o sistema prisional brasileiro já está defasado e ultrapassado

em 80 anos e quem o custeia é o povo, através do

pagamento de seus impostos, pois, hoje o gasto com

cada preso do sistema carcerário, custa aos cofres públicos

cerca de R$ 2.400,00 por mês. Neste país, em que

o poder aquisitivo muitas vezes é quem manda, é bom

ressaltar que se existisse a pena de morte, noventa e nove

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Alberto dos Anjos Costa

por cento seriam para os pobres, que não tem condições

financeiras para contratar um bom advogado (apesar da

lei lhe oferecer um defensor público), pois, o rico, tem

ótimos advogados e posses para torná-lo impune perante

a justiça. Pelo contrário, o homem preso, acaba sendo o

alimento, o sustento para advogados, policiais, promotores,

juízes, assistentes sociais, médicos, delegados e serventuários

da justiça. Verificamos impactados e com toda

naturalidade diariamente a hipocrisia e demagogia, nos

vereadores, deputados, senadores e presidentes, e nisto

somos grandes culpados, pois, foram escolhidos pelo

povo, pelo cidadão que em sua repugnância à política

(apolíticos em sua natureza), herança de uma cultura estulta,

ignóbil, especiosa e anacrônica, não analisa, não

pesquisa, não procura conhecer quem será seu representante

na área municipal, estadual ou federal. Outorga poderes

aos políticos e nem se lembra em quem votou; mais

é capaz de saber a formação completa de seu time de

futebol, pois, isso é o relevante para ele. Pão, circo, demagogia,

dissimulações, teatralidade, arbitrariedades e

engodo; este é o jogo num país que teria tudo para ser

uma potência, pelas suas reservas naturais, pela sua riqueza

em seu subsolo, pelo seu espaço continental e pelo

seu povo com um histórico tão pungente, hospitaleiro e

trabalhador. Mais não podemos olvidar e de enfatizar que

são os latifundiários; grandes usineiros, (a antiga oligarquia,

que hoje recebem bilhões de Euros e Dólares de

capitalistas estrangeiros na compra de ações); acionistas

internacionais que buscam aqui em nosso país (esquemas

de fraudes com laranjas e testas de ferro), para que

eles (acionistas e donos de empresas), não sejam identificados.

São estes que dominam o Poder e faz a pobreza

ser necessária para que esse Poder nunca perca sua riqueza

e ostentação. A pobreza, a miséria se faz mister

para que o povo assuma a forma subserviente, para que

sejam espoliados e oprimidos, alimentando com suas

priva-ções a classe mais abastada. Aqui, não existe

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Ápices Poéticos

nenhuma crítica ou censura para com o capitalismo, para

quem são ricos ou milionários; apenas, em minha singela

opinião, acredito eu, que não deveriam ser hipnotizados

pelos lucros, lucros e mais lucros e que deveria existir um

processo mais humano, mais solidário, mais equânime;

uma parte destes lucros deveriam obrigatoriamente serem

revertidos em obras sociais, filantropia e auxílio à comunidade.

Encontraríamos agora muitos questionamentos,

dizendo que, isto é obrigação do Estado, do Governo

Federal! Sim, poderíamos responder. (Estado que pratica

diariamente a extorsão, com impostos, impostos e mais

impostos, a maioria deles abusivos; e se estes impostos

fossem investidos para o bem do povo; revertidos de

forma justa para quem os paga, se não fossem desviados

sorrateiramente para vereadores, prefeitos, deputados,

senadores e presidentes corruptos, com certeza, teríamos

um transporte profícuo; uma educação exemplar; uma

saúde correta; umas segurança em confiança; uma alimentação

saudável e uma moradia condizente ao respeito

que o contribuinte é merecedor. Mais onde está o

Poder Fiscalizador para essas fraudes (maracutaias) que

o povo é obrigado a engolir? Se o Estado não cumpre seu

papel Constitucional, o ônus não deveria recair sobre o

mais fraco, sobre o mais pobre, sobre aquele que procura

a sobrevivência. Sem o capitalismo selvagem, todos ganhariam,

e ganharia a nação, pois um sistema humanizado

faz forte e alicerça a brasilidade e o patriotismo, hoje

tão desprezado, desprestigiado e esquecido (pois, o socialismo

já fez mostra de sua falibilidade, do que o homem

é capaz, em destruir aquele ideal que quiçá fosse bom;

instituindo em seu sistema: o sórdido, o execrável através

de sua inerente imperfeição, como a cobiça, a ganância,

a entronização de ostentar o poder, priorizando o individualismo,

quando o correto seria o coletivo); mais acredito

que os ricos, milionários, deveriam se sentir envergonhados

e constrangidos (o que me parece utopia) de

serem tão ricos num país de humilhados pela pobreza, e

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Alberto dos Anjos Costa

que a igualdade social arregimentaria um país mais justo,

com um controle e um desenvolvimento para o próprio

país; e que estes mesmos ricos e milionários não precisariam

ficar reféns daquilo que criam, estimulam, incitam

e promovem, como a desestrutura social em um país,

que por mais que se esforce, continua sendo retrógrado

e injusto em muitos setores sociais. A Constituição da

República Federativa do Brasil é um bom exemplo, apesar

de ser moderna e uma das mais avançadas do

mundo, anuncia expressamente um salário mínimo que

atenda às necessidades dos cidadãos brasileiros, como:

moradia, educação, transporte, saúde, segurança e alimentação.

Mas os políticos, eleitos pelo povo, são na

maioria das vezes financiados em suas eleições, por bilhões

de reais da elite (Industriais, Latifundiários, Usineiros,

Pecuaristas, vindo dinheiro até do exterior), para depois,

receberem sua recompensa, porque este investimento

não é de graça; e nesta situação é que por conveniência

é aprovado o salário mínimo que não atende ao

seu propósito; na realidade é um salário mínimo confrangedor,

incongruente, procaz, burlesco, contraproducente

e dissentido; fora do escopo constitucional, divergindo de

forma peremptória o que preceitua e determina "Erga Omnes",

(perante todos) , a Lei Magna; nossa Constituição;

que deveria ser a consolidação em plenitude, da equidade,

da dignidade e de um melhor viver, para os cidadãos

da nação brasileira. Vivificar a poesia é dar-lhe sentido,

no amor, no romantismo, nas fantasias, nas imaginações,

na utopia, no sonhar; mais também cantar o real,

o verídico, o atual; os dissabores e infortúnios que martirizam

diariamente a nossa gente. Podemos afirmar que o

legado que nos foi dado, foi o legado da corrupção, da

vantagem a qualquer preço. Parece-me que este mal institucionalizado

hoje, veio desde o tempo que as naus portuguesas

ancoraram em nossas águas e desembarcando

em terra e já lhe deram o nome de Terra de Vera Cruz e

encantados com os aborígenes e as "vergonhas" que se

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Ápices Poéticos

viam; mandou "cobri-las", mas sem antes suborná-los e

corrompê-los, com espelhos, artimanhas, bugigangas e

quinquilharias de toda espécie para conseguir seus intentos.

De lá para cá este mal foi-se enraizando e hoje aí

está, fazendo parte de nossa cultura. Um exemplo disso,

foi o sucateamento ardiloso e dissimulado das ferrovias;

sepultaram o ideal de Irineu Evangelista de Sousa, "Barão

de Mauá". Num país continental como o nosso, com uma

área de mais de 8.500.000 Km2; o vantajoso, o mais

prático e profícuo seria a construção e utilização de linhas

férreas, às quais deveriam ser implantadas de Norte a

Sul; de Leste a Oeste; o qual seria mais econômico, mais

rápido e mais racional. Mais o que aconteceu com as

ferrovias? Simplesmente o transporte ferroviário foi extinto,

eliminado, descartado, rejeitado; fizeram-no descarrilar,

junto com os propósitos da grandiosa utilidade

que nos seria ofertada. E a quem interessaria o aniquilamento

deste ideal? Aos políticos corruptos que se aliaram

às indústrias de petróleo; indústrias automobilísticas; indústrias

de borracha (pneus); empresários de grandes

transportadoras; grandes construtoras; empresários de

transportes de ônibus; lobistas; sindicatos, etc... Houve

grandes investimentos (Bilhões de Reais), para elegerem,

deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes,

para que o ―"lobby", fosse empossado junto à

Câmara dos Deputados, no Senado, no Congresso Nacional

e no Palácio Presidencial; e conseguiram este modelo

que hoje vigora: de rodovias, de caminhões; de fretes

absurdos que encarecem todo o produto consumido

pela população; de tristes acidentes rodoviários; de poluição

incomensurável à diesel; de um sistema retrógrado

e congestionado; de um transporte lento, caro e muitas

vezes inviável pela pouca carga que transporta. Todo este

irracional processo para premiar e tornar milionários alguns,

em detrimento da maioria da população e da nação

brasileira.

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Alberto dos Anjos Costa

Cantar em poesia é isto, expressar de forma sincera,

objetiva e autêntica, que atualmente o Brasil possui

5.570 municípios, isto quer dizer que tem 5.570 prefeitos

dos mais variados partidos, que devem pensar mais

ou menos assim: tenho 04 anos de mandato, estou legalmente

empossado pelo sistema democrático, fui eleito

pelo povo e agora tenho estes 48 meses para: enriquecer

o meu Partido Político; fazer crescer o meu patrimônio e

de meus parentes; homenagear toda a parentada dando

seus nomes a praças, pontes, ruas e viadutos, e enganar

o Tribunal de Contas com os balanços fraudulentos e superfaturados

que prepararei. Todo este engendrar maquiavélico

e pernicioso, tramado por estes políticos, que foram

legalmente empossados pelo povo através do voto;

faz-nos distanciar de tornar-nos um país sério, responsável

e respeitado. Poderíamos simplesmente dizer a frase

que: "cada povo tem o governo que merece", mais para

refletir, seria melhor esta: "Quem não quer raciocinar é

fanático; quem não sabe raciocinar é tolo; quem não

ousa raciocinar é escravo" Expressar a poesia é desabrochar

nossos sentimentos; nossas emoções; nossas sensibilidades

em versos, em prosa, em soneto, em estrofes,

em estância, em poemas. Cantar o que vem genuíno do

coração, fixando-se a aura de lirismo e a munificente pureza

na alma, irradiando a sublime estesia. Poderíamos

explanar centenas de situações que acontecem nesta

nossa nação de multiplicidade racial, neste nosso povo

trabalhador, hospitaleiro, amável, cordato, generoso; mas

também um povo sofrido; de uma vida plangente; em

que falar de política cria asco; um povo apolítico, néscio

politicamente; muitas vezes decepcionado e sem o sentimento

nacionalista e patriótico, que os desmandos, prepotência,

repressões e mortes de inocentes na ditadura;

a ganância corruptiva e a retórica em hipocrisia na democracia

dos governantes republicanos; fizeram-nos

prostrados, ceifando nossos anseios e esperanças de brasilidade.

Ser poeta é isto, usar de lisura, de probidade, de

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Ápices Poéticos

autenticidade, de sinceridade, de coragem, na propagação

de sua obra. É fazer com que os leitores possam refletir,

pensar, interagir e convergir, para um estado de

consciência, dos direitos e deveres de cidadão. Não é só

cantar versos, mas fazer os versos cantarem uma linguagem

de conhecimento, dos obstáculos e das difíceis situações

que passam nosso manso povo brasileiro; ser poeta

é estar em sintonia, em harmonia com os acontecimentos

diários de seu país, de seu povo, de sua nação.

Ser poeta é extinguir medos e receios e cantar em seus

versos a coragem do desabafo dos problemas sociais que

afligem nossa ― "brava gente brasileira, longe vá temor

servil; ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil". E um

dia quem sabe, cantaremos uníssonos, eliminando o pejorativo,

que nos faz um povo sem visão e sem memória,

sepultando o individualismo; de cada qual só pensando

em si; e exaltando a união, a coletividade, para o bem da

própria nação; no patriotismo edificado e não mais na

dispersão, promiscuidade, omissão e silenciar, que tristes

vivenciamos; ― "Não temais ímpias falanges, que apresentem

face hostil; vossos peitos, vossos braços. São muralhas

do Brasil". Pois, um poeta não revela nada em sua

obra, se não se revela a si mesmo.

Sentir o mundo de uma maneira poética é compreender

que neste nosso mundo tão misterioso e ainda desconhecido;

neste nosso maravilhoso planeta Terra em

que sua população se aproxima de 8 bilhões de pessoas;

temos que ter em mente que a raça humana que o habita,

está diariamente destruindo-o; é triste ver o planeta

paulatinamente definhando; mas isso não é surpresa,

pois ― "todo o projeto de construção do ser humano carrega

paradoxalmente a semente da destruição". Ver o

mundo em poesia, não é encontrar pessimismo na rotina

de cada dia, mas ter a consciência de que a esperança

jamais pode morrer, pois, a vida é o agora vivenciado de

perseverança, otimismo, gratidão e de suor e lágrimas;

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Alberto dos Anjos Costa

pois cada um de nós, se formos ver sob uma visão poética,

já somos vitoriosos, pois lutamos incessantemente

contra milhões e ganhamos a corrida pela vontade de viver,

de estarmos aqui em nossos inescrutáveis devaneios,

sonhos e quimeras. Portanto, já começamos vitoriosos, e

isto é simplesmente extraordinário; não podemos desistir

da luta diária, temos que ser recalcitrantes, pois saber

lidar com as frustrações é o grande desafio da vida.

A mente em poesia é conhecer o lado selvagem, a

animalidade que existe inerente ao ser humano e no

aprendizado da vida com a sabedoria necessária, tornar

este lado selvagem e animalesco, mais humanizado,

bondoso, civilizado, movido pela compaixão, pelo amor

a nós e aos outros; sentirmos a candura, a mansidão, a

placidez em nossos atos e ações em respeito ao nosso

mundo para que as futuras gerações possam usufruí-la

também com o mesmo entusiasmo, sentimento e emoção

de partilharmos desta grandiosidade divina que é ter

a vida neste espetacular paraíso em que setenta e cinco

por cento é de água e vinte e cinco por cento de terra;

por coincidência ou não; estes mesmos setenta e cinco

percentuais de água pertencem ao corpo humano. Vivenciar

a poesia é ter o conhecimento de que "não existe

homem tão bom, que submetidos todos seus pensamentos

e ações à Justiça, não mereça ser enforcado dez vezes

durante sua existência". Por isso, temos que nos aprimorar

sempre como seres humanos e aprender sempre e ter

a humildade de seguir nosso trilhar com gratidão, pois,

cada dia de vida, já é uma vitória. Se compreendermos

isto, já será uma relevante experiência de vida. Temos

que ver e sentir o mundo em poesia, pois, do contrário,

criaria apatia, desânimo, desesperança, desencanto. Por

isso, devemos vivenciar a poesia, que é o sonhar, fantasiar,

promover quimeras em nosso caminhar tão efêmero,

e encontrar em nosso mundo, prazer e deleite em devaneios

que poeticamente traduzem em criar, fomentar

dentro de nós o nosso próprio mundo, mas com a

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Ápices Poéticos

dignidade ancorada; na poesia estruturada; na vontade

espargida; na vida sensitiva; na paixão de sentimentos;

no amor de ígneas ações de resplendor; na confiança de

que o amanhã será sempre melhor. Viver a poesia é assim:

sem apegos; com controle; mente positiva; desesperança

demitida; bondade mensageira; equilíbrio espiritual;

venturoso silenciar; natureza em estesia; sol de esperança;

ventos divinos; poder onipotente; chuva que encanta;

vida que pulsa; mar que inebria pelas ondas de

belo canto; paz que acalma no remanso que desabrocha;

lua de prata que irradia ternura em romantismo; canto

dos pássaros que convida a perseverança; vida que vive

a vida da própria vida; árvores que despontam o reverenciar

aos céus, verde de esperança simbolizando magnificentes

troféus; natureza fecunda, relevante riqueza, encontrando-se

moribunda pela avidez em torpeza; Deus

que abençoa no amor em afetividade, espera não destruirmos

a nossa própria felicidade.

O autor Alberto dos Anjos Costa em sua peculiar

modéstia, tempestivamente enfatiza que ver o mundo em

poesia, é se encantar com o canto das gaivotas; é sentir

o pulsar, a vida no verde que contemplamos; é se encantar

com o desabrochar de uma rosa; é se extasiar pelo

nascer e pôr-do-sol; é se maravilhar pela magnificência

do mar e suas ondas; é saborear a brisa e o vento como

o sopro divino; é entender as nossas inerentes imperfeições;

é vivenciar a vida de forma mais humana e civilizada;

é não se martirizar pelas perguntas de onde viemos?

Porque estamos aqui? Para onde vamos? É entender

que o verdadeiro arquiteto do Universo até prova em

contrário somente pode ser algo que transcende a nós

mesmos e que nossa passagem é efêmera e curta e que

as ilusões e desilusões que encontramos é prova de evolução

espiritual e de relevante aprendizado; é viver intensamente

o agora, o presente; pois, o fim é inexorável, e

o que todos nós olvidamos é do ciclo imutável, começo,

meio e fim e de que o amor é a grande semente que

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Alberto dos Anjos Costa

viceja esperança; suprimindo a maldade, eliminando a

angústia, fomentando o otimismo, galvanizando a felicidade

e promovendo a bondade em nossos corações, em

ações positivas revestidas da doce e resplandecente poesia.

Ver o mundo em poesia é trilhar com a bênção de

Deus, num mundo mais ético, mais civilizado, mais humano;

valorizando o livre-arbítrio num direcionamento de

escolhas mais ponderadas, conscientes e altruísticas; é

compreender e entender que estarmos aqui neste paraíso

tão repleto de animosidades religiosas e humanas,

discórdias, beligerância e guerras; é prova da perseverança

que devemos ter e que a poesia neutraliza estes

sentimentos tão destrutivos, instituindo o lenitivo no dia

a dia, reconfortando-nos, apesar de todo negativismo que

encontramos em nosso mundo. Temos que acreditar

sempre que no amanhã haverá o júbilo e a felicidade que

tanto esperamos (na convergência harmônica entre corpo

e espírito), num mundo mais fraterno, mais humilde,

mais solidário, mais bondoso e afetuoso; isto não é utopia

ou devaneio, mas sim o emergir promovido pela etérea

poesia, a qual podemos chamar de esperança.

Ver a vida em poesia é procurarmos conhecer e refletir

sobre o nosso mundo de hoje, sobre o ser humano

com seus estereótipos, com seus medos interiores, com

sua ganância desenfreada, com sua insaciabilidade insana,

com seu individualismo execrável, com seu egoísmo

estulto, com sua ingratidão latente, onde despreza

o que realmente é importante e entroniza o frívolo, o superficial,

o fútil. Evidentemente o Sistema alicerçado por

sofismas também é culpado, pois, com sua demagogia e

hipocrisia incentiva a insensibilidade desumana, mostra

sua falibilidade inserindo a exclusão social, invertendo

valores, priorizando desigualdades e sepultando esperanças.

Sistema este que pulveriza a isonomia que deveria

existir entre os povos; semeando disputas selvagens e

instituindo o ganho do capital como a essência para a

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Ápices Poéticos

própria vida. O homem é formado pelas circunstâncias e

pelo sistema, e é necessário que essas circunstâncias e

o sistema formem humanamente o homem. Como podemos

nos omitir e fechar os olhos ainda hoje de tantas

mortes de crianças em estado de inanição apenas porque

sua pele é escura e sua nação é pobre. Se entendêssemos

que independente de nossas crenças; de nossas raças;

de nossa cor de pele; de nossas diferenças; de nossas

bandeiras; de nossas línguas; somos um só povo habitando

este planeta, com o mesmo sangue, com a

mesma quantidade de ossos, com a mesma quantidade

de neurônios, células, moléculas, átomos, com os mesmos

desejos e sonhos em busca da ínclita felicidade que

encontraremos sempre num mundo vivenciado pela singela

e abençoada poesia, que faz com que as nefastas

paixões humanas sejam diminuídas, esquecidas e eliminadas

nesta fantástica odisseia que é o viver. Enxergar o

mundo em poesia é ter fé com os olhos emprestados de

Deus. O autor Alberto dos Anjos Costa com a poesia latente

em seu espírito contemplativo e seu perspicaz senso

de observação e reflexão introspectiva foi audaz em expor

seus pensamentos poéticos como escritor; houve a natural

temeridade de um neófito autor, a insegurança foi sobrepujada,

mas estava ciente de quão difícil seria este

nobilitado desafio em escrever um livro de poesias; o afã

de homenagear seus pais, e a vontade de transmitir uma

mensagem poética ao leitor, fez com que o receio fosse

suplantado e a pesquisa foi iniciada, precipuamente à

força de vontade , inspiração e ideal de deixar um pouco

de seus pensamentos, pois, um escritor deve revelar-se

por sua obra, pois, do contrário, não estará sendo verdadeiro

e autêntico.

Desta forma partindo do princípio que a passagem

humana pelo paraíso telúrico é efêmera e que contudo

uma obra literária se perpetua pelo valor do sentimento

emanado pelo autor, conseguiu editar os seus livros, os

quais o absorveu de forma enaltecida e inspiradora; dias

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Alberto dos Anjos Costa

e noites e madrugadas na pesquisa por palavras, por rimas

e na etérea busca da fixação em seu singelo trabalho

poético de conteúdo franco e real de seus sentimentos,

onde o ímpeto, a emoção, o extravasar de seu âmago

cristalino e real, e o receio natural por ser seu primeiro

trabalho foram acompanhantes de sua obra e preponderantes

para sua elaboração. A boa crítica e acolhida positiva

de seus poéticos trabalhos, trouxe a inspiração e a

motivação para a elaboração de seu quinto livro titulado

Ápices Poéticos, editado pela Voc3 Boreas Publicações

Editora, através do talentoso e proficiente editor Sidhney

Boreas. O autor agora mais seguro, maduro e ponderado,

foi mais incisivo em seus pensamentos poéticos; foi polêmico

em alguns temas abordados. Porém, desenvolveu

experiência e maturidade, procurando ser criterioso; depois

de exaustivas pesquisas, alicerçadas em estrofes

mais elaboradas. Em todos os livros do autor Alberto dos

Anjos Costa, o que se notabilizou foi a percepção em detalhes

subjetivos e objetivos; foram as observações minuciosas

em acontecimentos cotidianos em nosso dia a dia.

O autor julga ser um singelo artesão de palavras que com

ingente vontade, abnegação, sacrifício e precípua dedicação,

conseguiu consolidar o seu ideal. Para alcançar o

seu escopo na edição de suas obras, o autor salienta as

dificuldades encontradas. Primeiramente enfatiza que

teve que recorrer a empréstimos financeiros, auxílio de

inesquecíveis amáveis amigos e venda de alguns bens

para editar tais obras; a revisão, capa e divulgação, foram

feitas pelo próprio autor, para não inviabilizar o seu projeto

da edição de suas obras. Por um ideal as forças se

multiplicam; somente um idealista obstinado e que acredita

em seu trabalho pode investir tudo em sua obra, faz

do impossível o possível para a realização cultural e o afã

de levar uma mensagem de interação, de esperança,

otimismo, gratidão, reflexão e alento aos seus leitores,

sem o propósito de almejar lucros financeiros, pois suas

obras ainda são vendidas a preço de custo para repor

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Ápices Poéticos

seus gastos; existe até uma parte de sua obra que é reservada

para doações para públicos centros de cultura,

bibliotecas, centros de leitura e estudos e para a maioria

das escolas públicas de São Paulo. É paradoxal que toda

esta vitalidade cultural do autor exista num país que na

maioria das vezes desprestigia e não valoriza de forma

assaz os escritores anônimos que iniciam neste dedicado

e difícil ofício, esquecendo seus incipientes talentos;

ainda não temos a tradição e consciência da grandiosidade

poética ao olvidarmos nossos promissores autores

poéticos. Mas isto está mudando, pois, vemos hoje, vários

websites incentivando a nobre arte, motivando escritores

que participam de concurso e feiras literárias, incentivando

a leitura e valorizando a literatura. Acredito

que num futuro não muito distante haverá a globalização

cultural que incutirá em cada povo a necessidade da cultura,

correndo o risco do povo que não acompanhar esse

desenvolvimento simplesmente perecer intelectualmente.

Ciente que a unanimidade não existe e que a crítica construtiva

fomenta alento para o aperfeiçoamento da obra, o

autor ressalta o seu júbilo pela ressonância positiva de

seus trabalhos poéticos, pois, os leitores conseguiram

captar a aura de sublime sentimento que o autor procurou

transmitir em suas poesias; motivo de imensurável

satisfação pela identificação do leitor para com a obra que

enseja em sua mensagem à reflexão sobre os temas abordados

e de grande incentivo para o aprimoramento e continuidade

de seu trabalho. O autor adscreve que o escritor

que não exalta em seus pensamentos traços autênticos

de seu caráter e personalidade, de seu eu interior, com

certeza sua obra estará predestinada à superficialidade.

Sem máscaras e sem pedantismo, mas revestido da magnânima

humildade, o autor Alberto dos Anjos Costa, enfatiza

que, o viver vitorioso é feito de discernir o livrearbítrio

de maneira construtiva, obedecendo à ponderação

consciente; à sabedoria no distinguir do autocontrole;

pois, se este caminho que seguimos é feito de escolhas,

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26


Alberto dos Anjos Costa

temos que ter a paciência e virtude do aprendizado que

estamos dispostos a perseverar. O autor ressalta que procurou

nestes trabalhos poéticos emanar esmero, perspicácia,

acuidade, empatia e a vontade de levar uma mensagem

poética de conscientização e reflexão, para que

possamos espargir a semente de mudanças positivas,

pois, "se continuarmos fazendo o que sempre fizemos,

continuaremos sendo o que sempre fomos; nada muda,

a não ser que façamos mudar". O novo trabalho poético,

fez com que o autor fizesse muitas pesquisas, com pessoas,

com fatos, com relatos de gente como a gente, em

respeito às idiossincrasias de todos nós, para que o leitor

através de sua sensibilidade, sinta o prazer em apreciar

o labor na emoção do enaltecido sentimento poético que

despretensiosamente será ofertada à posteridade. A todos

aqueles que tiverem a virtuosa boa vontade em ler Ápices

Poéticos, transmito o meu sincero obrigado, desejandolhes

uma ótima leitura!

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Sumário

Prefácio ..................................................... 9

Apresentação do Autor .......................................... 13

Erupções do Sentir ...................................... 31

Insopitável Universo ..................................... 37

Atiçada Verve ............................................ 45

Cálidas Notas ............................................ 51

Catarse ................................................... 57

Cintilar de Emoções ..................................... 69

Humano Corpo .......................................... 80

Idiossincrasias ........................................... 88

Indagações ............................................... 95

Lauta Sensações ....................................... 102

Luzente Amor .......................................... 111

Nódoas Vicejantes ..................................... 131

Deuses em Oclusão ................................... 137

Ocaso ................................................... 156

Opróbrios ............................................... 163

Paradigma de Fé....................................... 170

Percepções ............................................. 177

Perscrutar .............................................. 184

Rebentos da Esperança ............................... 190

Revelações ............................................. 200


Sábios Pets ............................................. 206

Sepultar de Ilusões .................................... 219

Simbiose ............................................... 226

Sinceridades ........................................... 239

Sonho em Conquista .................................. 247

Vicissitudes ............................................. 253

Vida Pulsante .......................................... 265

Vilipêndios ............................................. 272

Visceral Ardor .......................................... 278

O Sol da Meia-Noite ................................... 286

Vislumbre Quimérico Olhar ........................... 291

Biografia .......................................................... 297


Alberto dos Anjos Costa

Erupções do Sentir

Neste mundo atual, envolto pela sordidez e corrompido

em sua estrutura pelo seu sistema aniquilador que trata

as pessoas como objeto descartável; em que a busca é

pelo especioso ter; e não o ser. Em que o ter (matéria) é

o mais importante. O ser (digno) é irrelevante, fútil e frívolo.

Vivemos em um mundo de logro; de ardil; de lucro;

de artimanhas e astúcias, em que o dinheiro é o

Deus, pois para a maioria, ele não só fala como faz calar

a boca de muita gente. Dizem que todo o homem

tem o seu preço; uns são mais altos, outros mais baixos;

nossas imperfeições mostram isso. Ao que parece

somos todos corruptos, pois, a ocasião faz o ladrão e a

falta de oportunidade faz a honestidade; é constrangedor

expressar direta, objetiva e honestamente, pois,

causa impacto e polêmica, e cria-se para o autor o estereótipo

de negativista, quando na verdade podemos rotulá-lo

de realista.

Somos confrangidos escravos,

em um sistema consumista;

nossos desejos ensejam travos,

para o sucesso em conquista!

Neste palco de atores,

em que o roteiro é implacável,

vencedores e perdedores,

fazem o show ser deplorável!

Que ordem econômica ordinária,

que produz tantos miseráveis,

tendo uma elite reacionária,

e ascosos políticos imprestáveis!

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31


Ápices Poéticos

Que puta sacanagem,

destes políticos de merda,

com a imunidade em blindagem,

fazendo a nação ser tão lerda!

Este Brasil sem soberania,

sob às ordens do imperialismo,

trata sua gente com tirania,

pondo em prática seu canibalismo!

O processo de acumulação de capital,

também chamado de capitalismo,

substituiu os vassalos do sistema feudal,

pelos servos empregados do Coronelismo!

Entramos em uma armadilha,

que jamais vamos conseguir sair,

os poderosos são uma matilha,

fazendo de tudo para nos ferir!

Se você for do contra e se rebelar,

estarás desempregado e marginalizado!

Com sonhos e uma família para sustentar,

serás um subserviente martirizado!

Achas que os poderosos,

vão querer cair?

Até uma guerra poderão fazer,

para jamais perder o poder!

Pouco importa se para isso,

muitos inocentes vão sucumbir!

Oligarquia gananciosa,

corrompida pelo poder!

São serpentes ardilosas,

que deixam o povo a perecer!

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32


Alberto dos Anjos Costa

O que advém da ilação,

é que vivemos de aparências!

É o especioso em adoração,

na superficialidade da essência!

Mas, neste nosso sistema consumista, individualista e

capitalista, em que o capital é a gana, motivação e entusiasmo;

como pode um chefe de família, que precisa

de comida para prover-se; de pagar aluguel para morar;

filhos e mulher para sustentar; sonhos a realizar; e não

se corromper diante de cabais necessidades, pelo sistema

que devora todos os princípios e valores morais.

Se o homem é formado pelas circunstâncias; é necessário

que essas circunstâncias formem humanamente o

homem. Pois, uma injustiça que se faz a uma pessoa é

uma ameaça que se faz a todas as pessoas. Vivemos

em um mundo em que o ser humano é o maior predador

revestido de desumanidades avassaladoras. O povo

com fome não ouve a razão, não se pacifica com a justiça,

não cede à súplica, pois poderosa é a lei, mas

ainda mais poderosa é a necessidade.

Reverenciamos o nada,

nesta sumária passagem;

a desilusão é venerada,

pelo materialismo tão selvagem!

Oh! Quantas futilidades,

desperdiçaram o nosso tempo!

Somos seres incontroláveis,

querendo mais a todo momento!

Ancorado em transgressões,

pela luta da sobrevivência,

seus princípios sofrem erosões,

que envergonham sua consciência!

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33


Ápices Poéticos

O jeitinho brasileiro,

só nos fez andar para trás!

Este foi o legado dos forasteiros,

que nos colonizaram tempos atrás!

Não existe homem santo!

Somos todos pecadores!

Não me olhe com espanto!

Você faz parte dos infratores!

Nós começamos a refletir,

sobre a odisseia que vivemos,

e a decepção em nosso sentir,

traz a prostração que não queremos!

É pura utopia, diante de nossa essência predatória,

achar que as pessoas vão mudar para melhor, em sua

evolução, pois, para conseguir nossos intentos; somos

capazes de nos tornar um rolo compressor e passar por

cima de milhares de cabeças, sem sentir qualquer dor

de consciência, pois o interesse individual em nossa

era, está acima de tudo. A civilização não suprimiu a

barbárie: aperfeiçoou-a. Haja vista, que a história dos

grandes feitos da humanidade nada mais é que uma

história de grandes crimes. Sob a máscara da temeridade

escondem-se grandes temores. O ser humano e

suas mesquinhas paixões que de forma angustiante

mostra que todo o seu processo de construção paradoxalmente

carrega a semente de sua destruição. “Raspai

a casca do homem civilizado e o selvagem aparecerá”.

Oh! Dubiedade cáustica,

impondo verdades ao inverossímil!

A raça humana procaz exalta,

ígneos deleites por desatinos!

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34


Alberto dos Anjos Costa

As escolhas que fazemos;

as oportunidades que perdemos;

mudam nossos destinos;

suscitam vários caminhos!

Todos com suas máscaras,

a mostrar o que não são!

Protagonistas em devassa,

prostituídos pela ambição!

Oh! Silêncio em sentimento,

pela quietude introspectiva;

a eloquência de pensamentos,

traz instantes refletidos!

Como entender o mistério,

do porquê de nossa existência!

Nossa ignorância não é despautério,

pelos enigmas em evidência!

Neste Brasil de rapinagem,

colonizado por sem-vergonhas;

o legado foi a sacanagem,

pois, a pilhagem era boa!

Em nosso país continental,

de imensas riquezas naturais;

sua pobreza é intencional,

forjada por ações do mal!

Por que de suas lágrimas Brasil?

Quiçá, pelos políticos cafajestes!

Pelos hipócritas com seu ardil!

Tendo a demagogia como peste,

fazendo da República um covil!

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Ápices Poéticos

Oh! Multidões em solitude,

magoadas por desventuras!

Sua passagem em finitude,

é presa por grilhões de conjecturas!

Quantos filhos que partiram!

Quantas mães amarguradas!

As feridas não cicatrizam,

pelas lembranças reavivadas!

Neste universo de suicidas,

onde a morte é benquista!

A vida é esperança destituída,

alteando práticas extremistas!

O diabo está em cada um de nós,

agindo sob várias formas!

A barbárie é porta-voz,

da sandice que nos deforma!

Você é o importante arquiteto,

para a sua sorte ou triste azar!

Deus haverá de estar por perto,

se é o amor que você quer achar!

Em todas verdades existem mentiras!

Todas as respostas são muito dúbias!

Em todos sonhos existem utopias!

A morte encerra todas as dúvidas!

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Alberto dos Anjos Costa

Insopitável Universo

A vida que nasceu na água,

evoluiu em terra firme!

Um universo de amálgamas,

consolidou algo sublime!

Neste balé planetário;

na ordem, da desordem do Universo;

somos ingratos locatários,

pulverizando dois hemisférios!

Oh! Misterioso Universo,

que desnuda nossa ignorância!

De planetas orbitando dispersos,

com estrelas de inefáveis distâncias!

Estamos aqui sozinhos,

neste insondável espaço infinito?

Quanto incomensurável pedantismo,

fomentando nosso egocentrismo!

Somos os superiores e os escolhidos?

Quiçá, vulneráveis microrganismos,

amontoados por pífias paixões,

a revelar ingentes desilusões,

sob um grão de poeira cósmica,

à procura de uma existência lógica,

em nosso castigado paraíso,

ressentido por nossa falta de juízo!

Todos em órbita,

em nossa nave espacial!

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Ápices Poéticos

A odisseia é heroica,

nesta viagem descomunal!

Nosso planeta é extraordinário!

É um jardim a céu aberto;

é tão belo, e é o emissário,

do amor, que ele quer ver por perto!

Nós humanos e pequeninos,

somos um paradoxo da criação!

Construindo e destruindo!

Somos a demência em exaltação!

Neste impenetrável Universo!

Neste desconhecido cosmo fecundo!

Quantas vidas em progresso,

estão distantes de nosso mundo!

Oh! Quanto lamento;

pela insanidade civilizada!

punimo-nos a todo momento,

pela desumanidade enraizada!

Imensidão inescrutável,

com segredos abismais!

Seu poder inexpugnável,

mostra que somos pó, e nada mais!

Quantos homens geniais trouxeram inspirações e esperanças!

Eles eram simples mortais que deixaram boas ações

como lembranças!

Não nascemos para desbravar o desconcertante Universo!

Somos impotentes a contemplar nossa fragilidade para

o insucesso!

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Alberto dos Anjos Costa

Oh! Inóspita vastidão em amplitude,

que traz medo aterrador!

Suas explosões sempre amiúde,

ecoam fins e recomeços em ardor!

Somos tão presos ao tempo,

à sua aleatória ordem!

Somos reféns do espaço,

da sintonia em desordem!

Somos um pingo d’água num oceano!

Somos uma efêmera passagem,

conquistando vastos desenganos!

O Universo dança em sincronia,

sob as leis inexoráveis da gravidade!

Estrelas cadentes inspiram poesias,

ensejam devaneios em etérea vivacidade!

Somos seres de inteligência,

cujo esplendor é a sabedoria!

Nossa percepção em decadência,

consente injustiças todos os dias!

A ganância é uma nefasta doença,

que faz a fraternidade ser utopia!

A beligerância em nossa essência,

aflora o infausto ódio irracional!

Cultivam guerras pela inclemência;

aniquilam vidas pela reverência do mal!

Somos micróbios aglomerados,

contaminando nosso ecossistema!

Funestos predadores conscientizados!

Somos o opróbrio de um iníquo sistema!

Pois, o destruir é o nosso lema!

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Ápices Poéticos

Vida e morte na infinitude do espaço!

Com planetas e estrelas que perecem,

sem adornos de epitáfios!

O Universo em expansão,

na magnitude inimaginável,

nunca saberemos, porque a razão,

de sua existência insopitável!

Neste vácuo do espaço,

onde é gélido e sem sons!

O tempo é aprisionado,

pelas desconexas dimensões!

Sem ar e gravidade, sem emoção em sentimento;

a escuridão é a totalidade de mistérios sem argumentos!

Galáxias, planetas e constelações;

afastados por incógnitas e segredos!

Estrelas na infinidade em explosões!

Vida e morte interagindo sem o medo!

Universo de insondável energia;

de impensáveis temperaturas e radiação!

Seu poder não é ficção imaginativa!

Mas, jamais desvendaremos a sua criação!

Nós aqui no planeta Terra,

a viver numa poeira cósmica!

Quase invisíveis! E a soberba é o que impera!

Celebrando a vida de maneira ilógica!

Nossos ódios! Nossas guerras!

Irão pôr termo ao paraíso!

Pois, dentro de nós existem feras,

que dilaceram nosso juízo!

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Alberto dos Anjos Costa

Sob o vácuo do Universo,

a Terra gira em magia!

O seu encanto é um sucesso,

só pode ser obra divina!

Oh! Universo deslumbrante!

Que instiga fantasias e quimeras!

Eleva um romantismo inebriante,

na estrofe que aqui se manifesta:

“certas pessoas não acreditam, que uma única alma,

nascida no Universo; divida-se em duas e se projete

feito estrelas cadentes na Terra; onde pela força magnética

do amor se reunirão novamente”.

Estamos todos em órbita,

junto ao nosso planeta Terra!

Sua atmosfera tão acólita,

presenteia a vida que prospera!

Esplendorosa nave espacial,

que cinge o astro-rei!

Respeitá-la é sabedoria vital;

pois, é o lar que nos convém!

Tempestades solares, e asteroides gigantes;

enigmáticos quasares neste Universo impactante!

Oh! Quão vulneráveis somos pelas causas aleatórias!

Realidade é o despertar de um sonho em que o viver é

uma vitória!

Neste trilhar imprevisível,

em que o amanhã é incerto!

O agora, deste instante é imprescindível,

pois, o fim sempre estará por perto!

Viemos na hora certa,

neste planeta espetacular!

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Ápices Poéticos

Sem as eras glaciais funestas!

Sem os dinossauros a nos espreitar!

Mas o homem é tolo e ignorante,

investindo em arsenais de guerra!

Ogivas nucleares neste instante,

estão prontas para destruir a Terra!

Oh! Surpreendente Universo,

em que somos pífios parasitas!

A paz seria o amor em sucesso!

Mas nosso rancor só provoca vítimas!

Portanto, porque sempre lamentar,

a sorte numa jornada pulsante!

Porquanto, nunca se contentar,

em um viver de aprendizado constante!

Bilhões de anos a engendrar,

nosso planeta agora fascinante!

Nós, cruéis predadores a destroçar,

esta joia do Universo a todo instante!

Ah! Nossa admirada lua;

que nos acompanha noite e dia!

Estabilizando o eixo da Terra;

inclinando-a com maestria!

As marés e estações do ano,

não haveriam sem a sua garantia!

Sem o Sol, e sem a lua,

a raça humana não existiria!

É uma bênção que se perpetua,

anuindo esperanças, vidas e alegrias!

Tão desconhecidos e desconcertantes,

são os buracos negros avassaladores!

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Alberto dos Anjos Costa

Devoradores com um poderio impressionante,

guardam segredos que se deslocam destruidores!

Tempo e espaço em quarta dimensão!

A razão humana não está preparada,

para assimilar este Universo em expansão!

Aqui! Vamos nos destruindo com a empáfia abraçada!

Contudo, nossa ignorância apresenta-se inviolada!

Neste planeta de interações,

em que o ser humano é favorecido;

vamos experimentando exímias emoções,

sem encontrar o elo perdido!

Ah! Em nosso universo de vaidades;

achamo-nos doutos, em nosso âmago inculto!

Somos narcisistas em enfermidade,

e egocêntricos pelo espírito estulto!

Orbitando nesta poeira cósmica,

somos um grão envolvidos pela futilidade!

Neste Universo em que a ordem é contraditória,

vidas alienígenas, quiçá existam em possibilidade!

Oh! Universo assombroso e impenetrável!

De estrelas titânicas em fusão nuclear!

Moléculas gerando radiações inescrutáveis,

numa potência de imensa energia espetacular!

Ah! Que fascínio é a noite de estrelas;

contemplando-as; vendo seu lume de outrora!

Luzem distantes e mesmo assim podemos vê-las!

Inspiram o nosso mundo pelo êxtase que aflora!

Etéreo azul planeta Terra,

com seus rios e mares exuberantes!

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Ápices Poéticos

A vida; bem supremo; não se encerra;

pela água indispensável ao nosso alcance!

Universo extraordinário e inexplicável,

que revela intangíveis conjecturas;

a perplexidade é incomensurável,

por sua incompreensível estrutura!

Universo em sua quietude irrequieta!

Silente em seu desmedido espaço arrebatador!

Cintilante negrura misteriosa e complexa!

Expandindo-se por fusões em ardor!

Cosmos de encanto e inspirações!

Que em sua poeira está o planeta Terra!

A vida que foi feita por ingentes explosões;

irradia esperanças, para ações mais fraternas!

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Alberto dos Anjos Costa

Atiçada Verve

Oh! Intempestivas paixões! Que dentro d'alma galvaniza

leviandades e nos faz rancorosos e cheios de ódio. Por

que nossa consciência e nosso ego são tão estultos e ignóbeis

a ponto de olvidarmos do amor!

Tudo tem o seu tempo!

Tudo que tem vida aflora!

Todo destino tem seu lamento!

Toda esperança um dia vai embora!

Toda escolha traz aprendizados!

Toda bondade enseja compaixão!

Em todo prazer existem pecados,

Em todo trilhar irradia a emoção!

Lutamos por futilidades,

às quais mostram nossas neuroses!

Somos uma raça insaciável,

instigando vontades ferozes!

Tudo que vive morre!

Todo sonho tem seu fim!

Fugaz existência que descobre,

incertezas e dúvidas neste ínterim!

A humildade foi destituída!

A soberba está empossada!

A raça humana é prostituída,

pela ostentação famigerada!

A insensatez é própria da humanidade,

em que o mais forte é o usurpador!

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Ápices Poéticos

As leis tentam evitar a barbaridade,

perante o ser humano destruidor!

O homem é animal perigoso;

as leis procuram domesticá-lo;

seu âmago é feroz e belicoso,

por isso o seu crime é castigado!

Será que nosso instinto primitivo e selvagem sempre

enaltecerá o nefasto lado desumano que há dentro de

nós? Ah! São de corações piedosos que o mundo clama.

Hoje, corações em compaixão se encontram ausentes;

almas insensíveis recrudescem; o agora, se faz mister

de sentimentos nobres, resplandecidos de ternura, de

dignidade, de carinho e respeito para um trilhar de venturas

e esperanças!

Escolhi crer em Deus,

pois, o amor traz a misericórdia!

Somos a grandiosidade de pigmeus;

com o diabo agindo de várias formas!

As guerras que desde o início da humanidade existiram;

existirão sempre e causarão quiçá, a aniquilação da

raça humana, e o que restar dela viverá como no início,

em cavernas e resignados em lamento pela oportunidade

perdida, por viver num mundo benigno; em um

éden que aniquilamos; num paraíso que mereceria o

nosso respeito e amor; pelo ar; pela terra; pela água;

pelo fogo; pela magnânima beleza que até agora não

encontramos em qualquer outro lugar do Universo, e diante

disso vivenciaremos ingentes tormentos pelo sentimento

de culpa!

E Deus em nosso momento de aflição,

vendo-nos tristes a chorar,

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Alberto dos Anjos Costa

exaltará com ínclita emoção,

estes versos que vou cantar:

O que posso fazer por você,

para não te ver sofrer?

Posso lhe dar um carinho?

Um alento em seu caminho?

Uma palavra de conforto,

com um abraço de um para o outro?

Você deprimida, tão triste!

Tenha fé que você resiste!

Supere a amargura,

em sua mente e coração,

pois a vida continua,

para lhe dar amor e emoção!

Você é importante!

É um universo lindo e brilhante!

Não se entregue como muitos,

que não mais estarão aqui juntos!

Tenha força para ver uma nova aurora,

a inspiração deve vir agora!

O seu problema tem solução!

É só olhar para trás,

e você verá uma multidão,

que não desistiu,

e encontrou a paz!

A vida é mesmo assim!

A autoestima não pode ter fim!

Seu amor-próprio é a esperança,

para um novo dia em perseverança!

Chore, o que puder!

Mas, viva pela vontade!

Me procure quando quiser,

pois, sou o amor em cumplicidade!

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Ápices Poéticos

A criança é a inspiração,

de uma bênção em amor!

É uma aura em vibração,

pelo sentimento em primor!

Rebentar de afeto,

que se torna visível,

com trejeitos diletos,

pela candura aprazível!

Seu nascimento na pureza,

como anjo abençoado,

se deturpa pela frieza,

de um sistema contaminado!

A vasta estupidez humana,

insolente em sua insignificância!

Sua insensatez se inflama,

pelas maldades em predominância!

Vivenciamos a vida,

na certeza da morte!

Curta permanência consumida,

por desencantos e dúbia sorte!

Quantas almas aflitas,

por conhecer desilusões!

O relevante desafio da vida,

é suplantar as frustrações!

O homem de posses com sua ostentação, poder e dinheiro,

é visto como homem bem sucedido e respeitado

por isso, a realidade nos mostra que na maioria das vezes,

para ter a sua riqueza, chafurdou-se pelos seus

atos inescrupulosos; pisou e humilhou muitos, sonegou,

fraudou, furtou, corrompeu e até matou muitos sonhos

de muitas famílias; mas diante de seu poderio econômico,

é idolatrado por ávidos séquitos aduladores e

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48


Alberto dos Anjos Costa

sedentos na busca de seus interesses; estes séquitos

são verdadeiros parasitas, que nada fazem e nada produzem.

Esse abastado homem abjeto, é admirado pela

maioria, e financia políticos que farão dele ainda um

homem mais rico pelos empréstimos que o governo de

forma conivente lhe dará, nas gordas comissões que serão

divididas. Esse é o homem que usa a máscara do

homem de bem, venerado e reverenciado, julgam-lhe

competente, pelas artimanhas, hipocrisias, demagogias

e dissimulações, que em sua plena ganância e ambição

engendra com sua astúcia e ardil o seu iníquo respeito.

Esta casta de pífios empresários,

mamando nas tetas do governo,

pagando percentuais milionários,

para uma Brasília em desgoverno!

Quantos contratos fraudados!

Quantas licitações compradas!

Quanta exploração de assalariados,

vendo sua esperança ser trucidada!

Num país de iletrados,

a sujeição é garantida,

o povo é tratado como gado,

indo para o matadouro todos os dias!

A servidão é bem arquitetada,

em benefício de uns milionários,

assim, a mão de obra fica barata,

em um Brasil de pobres coitados!

Nestes viscerais conceitos,

onde despontam perspicácias;

o ser humano é o eleito,

para deixar o mundo em desgraça!

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49


Ápices Poéticos

Em suas ações selvagens,

estão suas paixões mesquinhas,

com suas vaidades vorazes,

e seus desejos de ruína!

Em sua gana pelo poder,

onde imperam insanidades;

não lhe interessa quem irá sofrer,

desde que satisfeitas suas vontades!

Desdita odisseia humana,

com seus rancores e vinganças!

Sua essência beligerante se inflama,

fixando incertezas e desesperanças!

Se no homem as imperfeições são inerentes,

o que esperar senão uma ganância constante!

O capitalismo é cruel, injusto e indecente,

privilegiando uma casta de meliantes!

Neste mundo que elegeu a hipocrisia,

em que os mentirosos são respeitados,

a sinceridade aviltada é a garantia,

de que os valores morais foram mudados!

Ao expressar esses conceitos,

elevado pela autenticidade,

a intenção é criar efeitos,

para a reflexão em prioridade!

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50


Alberto dos Anjos Costa

Cálidas Notas

O mundo entrelaçado por gélidas máquinas; gente interligada

pela rede que impacta. É a Internet em revolução

interagindo pessoas, incentivando a emoção; nos dominando

numa boa!

Nós estamos conectados,

na primeira maravilha!

O virtual sendo consagrado,

pela internet que vicia!

As pessoas estão plugadas,

em notícias e conhecimentos;

músicas sendo baixadas;

com risos e entretenimento!

Todos em redes sociais,

sentindo-se desinibidos;

privacidades já não são essenciais;

pois agora somos todos amigos!

É o cibernético fazendo sucesso!

Despertando pornografia e pedofilia!

As pessoas buscando sexo;

conseguindo realizar suas fantasias!

Encontros sendo marcados,

pela comunicação imediata!

É o mundo conectado,

por sensações que a internet exalta!

A Internet é assim!

Tudo de bom! Tudo de ruim!

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51


Ápices Poéticos

Ela mostra o que é a raça humana!

Em mentes boas e almas insanas!

Será que seria contraproducente e leviano falar que

“mesmo o melhor homem do mundo, submetidos seus

pensamentos e ações à justiça, mereceria ser enforcado

dez vezes durante sua existência”! “Por isso, não se

deixe enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas

também envelhecem”.

Leis, decretos, normas e ditames;

em defesa dos direitos inalienáveis!

Para formar uma civilização equânime,

impondo limites aos execráveis!

A opção de conviver em sociedade,

obriga às vontades e restrições;

para que o homem tenha dignidade,

no livre-arbítrio de suas ações!

A natureza humana é selvagem,

por isso tem que ser controlada;

a liberdade pode virar libertinagem,

e a comunidade deve ser respeitada!

Ah, liberdade! Agora prisioneira,

em virtude da lei infringida!

A Justiça é mensageira,

de que a maldade deve ser punida!

Porquanto, talvez fosse melhor pensarmos na odisseia

efêmera que trilhamos e descobrirmos o nosso verdadeiro

eu, em nosso âmago, que seremos sempre eternos

pedantes em nossa pífia arrogância, com nossas fragmentadas

e ultrapassados ideais de divisões em bandeiras,

religiões, raça, fronteiras, terras; pois, a terra é uma

só, e somos somente uma raça, mas mesmo assim

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52


Alberto dos Anjos Costa

complicamos, pelo tétrico e plangente passado que faz

do presente um viver de beligerância, disputas, discórdias

e mortes.

Guerras santas diabólicas,

findando sonhos de esperanças!

Pífias religiões não acólitas,

prostituindo a fé pela ignorância!

Oh! Poder onipotente!

Cubra-nos com seu manto,

da misericordiosa compaixão!

Pois, a raça humana vai enlutando,

pelos rancores no coração!

Oh! Guerras de carnificina;

enlutando pela barbaridade!

Não aprendemos a triste sina;

do ódio que sepultará a humanidade!

Quantas armas comercializadas!

Quantos povos desnutridos!

Quanta comida desperdiçada!

Um mundo assim, nem faz sentido!

Mãe África sendo estuprada,

por comandantes corrompidos!

Suas tribos enfeitiçadas,

vão praticando genocídios!

Invisíveis crianças africanas,

que pela cor são segregadas!

Fome e miséria; o preconceito as acompanha!

Pela omissão e descaso vão ser sepultadas!

Potências imperialistas,

patrocinam mercenários!

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Ápices Poéticos

Poderio armamentista,

com seus planos sanguinários!

Sórdido jogo de hipocrisias,

em retóricas disfarçadas!

Ricos países em demagogia,

promovendo nações desmanteladas!

Deveríamos nos sentires envergonhados, mas a falta de

escrúpulos é uma de nossas tristes marcas. Quanta hipocrisia

anuindo legalizações em desvario. Quanta demagogia

estimulando ganhos por proibições dissimuladas.

O tempo é o mais sábio dos conselheiros a mostrar

rotas transviadas.

Não precisamos ser inteligentes,

para sabermos que há algo errado;

o álcool é liberado para toda a gente,

e é um entorpecente legalizado!

Engana-nos o dilema do proibido,

incentivando tráficos internacionais!

Enriquecendo nefastos bandidos,

que pagam favores a policiais!

Nada nos engana mais,

do que nosso próprio julgamento!

Idiossincrasias são normais!

Diferenças devem vir em acolhimento!

Estamos à procura de verdades;

às quais jamais conheceremos!

Dogmas geram ambiguidades!

Nossa existência desconhecemos!

A expressiva luta pela vida,

é conviver com as provações!

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54


Alberto dos Anjos Costa

Desenganos deixam pessoas comovidas,

exaltando a fé pelas orações!

Estamos propensos a tantos riscos,

que nos levam aos contratempos!

Viver é uma aventura de perigos,

que nos trazem muitos tormentos!

A vida é feita de fases;

de alternâncias e mudanças,

com venturas e infelicidades,

com desejos em constância!

Sua sublime paz e tranquilidade,

a qualquer hora podem-se quebrantar!

São os reveses que sem piedade,

lágrimas conseguirão derramar!

Em instantes! Tudo num instante!

Circunstâncias alteram seu destino!

Imprevistos são tão angustiantes!

Acidentes deixam você em martírio!

Por mais que tenhas atenção,

num átimo tudo pode mudar!

Fatalidades causam prostração!

É o infortúnio que não se pode olvidar!

Enfim! Vivemos o incerto!

Em que alegrias e tristezas,

estarão sempre por perto!

Deveras, se pensássemos com sabedoria, uma das

enaltecidas qualidades que muito nos falta, agiríamos

resignados em profusos sorrisos, apesar das contrariedades

diárias, das oposições que vivenciamos, das adversidades

que a vida nos impõe, dos obstáculos que

parecem intransponíveis, mas que o tempo faz mitigar,

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Ápices Poéticos

suavizar e nos faz seguir em frente, pois, para tudo tem

solução e renunciar a alguns propósitos é prova de inteligência

para a evolução através de aprendizados que a

vida se encarrega de nos ensinar. Ri e o mundo rirá

contigo, chores e chorarás sozinho. Para que as portas

se abram, para que as pessoas possam lhe ver como

aquela alma magnética, que cativa empatia e sensibilidade.

Sorrir adoça a alma.

Sorrir ajuda a viver,

haja vista, que nada estará fora de seu alcance

se você tiver os braços compridos.

Sorrir só faz bem,

e renova a confiança!

O otimismo advém,

inspirando assaz bonança!

Sorrir suspende a depressão,

estancando o negativismo!

Os hormônios em ebulição,

deixam sua mente em lirismo!

Sorrir é a felicidade,

no sentimento puro!

São instantes em vivacidade,

dando esperanças ao futuro!

Sorrir inspira a cura,

de todas as desventuras!

Luzindo em sua aura a harmonia,

com o seu coração agora em alegria!

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Alberto dos Anjos Costa

Catarse

Rosto esquálido, cabelos longos, barba por fazer,

olhos estáticos, sem vida, a desfalecer,

corpo machucado, dolorido pela insônia,

espírito desalentado, desunificado de forma errônea.

Já teve sonhos e desejos no seu viver,

de vencedor à derrotado agora jaz,

a sua força e energia foi morrer,

pelo desencanto inclemente que não é fugaz.

Desditoso homem,

que esqueceu de viver,

de amar, de sentir,

entronizou o sofrer,

que o fez desistir!

Acalentou a desesperança,

que lhe trouxe o prostrar,

a amargura que lhe alcança,

fez sua alma chorar!

Coração em flagelo,

sentimentos castigados,

seu trilhar não é mais belo,

seus desejos são sepultados!

Abraçado à solidão,

em desespero silente,

aceitou a rendição,

pela apatia plangente!

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Ápices Poéticos

A mente em melancolia,

num viver morrediço;

pensamentos em agonia,

pelo desencanto inteiriço!

Sorumbático olhar,

visualizando desilusões,

com a vontade a quebrantar,

pela conquista de aflições!

Tétricas imagens,

divagando o seu tempo,

desflorido por miragens,

que instigam o seu tormento!

Naquele corpo oprimido,

naquela alma dilacerada,

o desatino é consumido,

pela negatividade ostentada!

O fim parecia iminente,

naquela vida soçobrada,

as trevas estavam presentes;

a morte já era avistada!

Realidade desditosa,

em que o fel era provado;

lenta morte afrontosa,

pelo desamor que foi coroado!

- Era dia de Natal, uma data que significa a celebração

da esperança. E qual o real motivo para que este homem,

diante de sua renúncia para a vida, se apropriasse

de dores tão profundas, numa data tão auspiciosa?

- Num passado não tão distante, em que primícias em

devaneios acalentavam a inspiração, o amor desponta

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Alberto dos Anjos Costa

entre dois enamorados, produzindo eminente sentimento

de ventura, e de sensações maravilhosas às quais promovem

a união sacramental pelo casamento. Aliança

que se consome por carinhos, beijos e afagos. Afetuosidades

que parecem eternizadas pela semente do amor

sacrossanto. Querência sublime que se completa pela felicidade

de dois corações apaixonados. Vidas em junção

que trilham um caminho perfumado pelas flores das estações.

Tudo parecia caminhar bem, quando, como se

fosse a maldição dos sete anos, o tempo vai mostrando a

implacável rotina das desilusões, em carícias que se arrefecem,

intolerâncias que se elevam em altercações intermitentes.

Tempo, tempo, tempo, que põe em prova o

verdadeiro amor. A vida do casal prossegue com as aparências

superficiais e especiosas, em que amigos os

veem como um amável casal, em que o amor é o liame

que os conduzem juntos. A realidade, que infelizmente

era contrária, oferece a discórdia em seu cotidiano!

Espíritos beligerantes, explodindo desamor

desarmonia num átimo, produzindo grande dor.

Angústia refletindo insegurança e receios,

incompreensão permitindo o findar dos desejos.

Medos e frustrações,

ancoram a apatia,

desvanecem emoções,

subtraem a alegria!

A vida nos ensina,

que aprendemos com o fracasso,

quiçá, nem seja sina,

são nossos erros pascácios.

Teatro de ilusões,

a mostrar fragilidades!

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59


Ápices Poéticos

Inerentes imperfeições,

prostrando nossas vaidades!

Ensaio estertorante,

em almas aplacadas!

Espetáculo lancinante,

nas incertezas convidadas!

Atores em introspecção,

atormentados por suas dores!

Neuroses em reflexão,

com suas dúvidas e temores!

- Incongruências maritais pelo ciúme doentio, que trazem

carências afetivas, e subtração de sentimentos que

deveriam coexistir em reciprocidade, alavancam o vicejar

das decepções do casal para o divórcio realizado, o que

deveras, arrasou aquele desventurado homem.

A lágrima que verte, fazendo o perguntar,

se ele merecia este triste chorar.

Desavenças em seu lar lhe tirando o sentido,

nesse seu caminhar inseguro e aflitivo.

Desencanto no olhar usurpando a beleza,

confundindo sua tolerância com a trágica fraqueza.

Foi o ciúme doentio criando a possessão,

dispersando o partilhar suprimindo a razão.

Contristados corações,

maculando sentimentos,

conhecendo novas emoções,

que ressurtirão fragmentos!

Oh! Quantas desilusões,

com sonhos despedaçados,

em que seres em aflições,

vão vivendo amargurados!

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60


Alberto dos Anjos Costa

Tenebrosa solidão,

em almas repartidas,

encontraram a decepção,

e a inspiração destituída!

- E esta foi a razão que fez

com que para aquele homem,

viessem as suas novas e lúgubres companhias:

a solidão, o desalento e o desespero!

Mas quando amanheceu,

na aurora de um novo dia,

algo de espetacular aconteceu,

modificando a vida que sofria!

- E assim sucedeu-se naquele dia de Natal:

Estava aquele ser desconsolado,

na quietude da letargia,

quando um ruído inusitado,

fez disparar a campainha!

Ele trôpego abriu a porta,

e avistou uma criança,

que lhe pediu em confiança,

breve atenção como resposta!

Aquela castidade em afeto,

disse-lhe que sentia fome;

que seguiu o rumo certo,

para ajudar um deprimido homem!

Naquele doce olhar angelical,

adornado de luz rutilante,

a pureza em aura era celestial,

a revelar ternura deslumbrante!

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61


Ápices Poéticos

Aquele homem agoniado,

mortificado pela sua dor,

viu na mãozinha um papel dobrado,

naquele anjo encantador!

- Perguntou-lhe o que era aquilo, e a meiga inocência

disse-lhe, que o

que segurava, haviam-lhe confiado para entregar a alguém

que abrisse

a porta. Ele ressaltou que agora morava sozinho, e manifestou

interesse

em ler. E aquela graciosa candura de criança, entregou o

papel que

segurava àquele atormentado homem.

Aquela alma mortiça,

que vivenciava o infortúnio,

com a inspiração quebradiça,

sem ter motivo pra orgulho!

Oh! Infelicidade!

Que edifica a morte!

Que arranca da vida suas vontades!

Que põe o fel em sua sorte!

Oh! Tristeza!

Que entreabre a escuridão!

Sepulta sonhos de grandeza!

Castiga a alma e o coração!

- Assim, no luzente Natal, aquele homem leu as cinco

frases escritas, que se destacavam salientes:

“Ainda que sintas perdido e sem forças, lembre-se que

cada dia pode ser o início de algo maravilhoso!”

“As escolhas que você faz em sua vida, decidirão o seu

caminho, o seu destino!”

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62


Alberto dos Anjos Costa

“Saber lidar com as frustrações é o grande

desafio da vida!”

“As lágrimas são as últimas palavras quando o coração

perde a voz; se viver é sofrer; o sobreviver é achar

significado no próprio sofrimento!”

“Se todos os conflitos se iniciam no interior de todos nós;

nós é que determinamos o que somos pelo que fazemos!”

- Naquele abençoado dia de Natal, em que o canto dos

pardais soava como uma melodia harmoniosa; em que o

sol auspicioso resplandecia, emitindo fúlgidos raios que

cingiam a placidez; uma aprazível brisa envolveu o seu

corpo; uma clarividência tomou posse de sua alma; um

despertar de autoconhecimento em uma reestruturação

cognitiva, fez com que aquele contristado homem pudesse

sentir galvanizante energia insólita em seu âmago.

Seus pensamentos irromperam-se lúcidos, convergindo

para um discernimento em que a obscuridade se tornou

compreendida. Avivou-se um entendimento perceptivo,

em que o amor-próprio e autoestima, que haviam sido

subtraídos, entreabriram-se recrudescidos pelo nitente

sentimento, que soterrou o medo, a insegurança, a

culpa, o desvigor, o autodestruir, e que agora, como de

forma mágica e abençoada, aspirava e magnetizava uma

nova perspectiva de vida. Num átimo o que parecia

complicado, confuso e insolúvel, transmudou-se para

algo compreensível.

Discernimento em percepção,

harmonizando corpo, mente e alma,

a segurança em sensação,

derribam as dores de tristes traumas.

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63


Ápices Poéticos

Você é seu destino,

nesta aventura do viver,

a mente decidindo,

sua derrota ou o vencer.

A vida em odisseia,

como barco no oceano,

tormentas deletérias,

confiança as suplantando.

Pensamentos positivos,

vão fazer você crescer,

seu esforço faz sentido,

belos frutos irás colher.

- O entorpecimento de outrora, com pensamentos mórbidos

em desistência da vida, o comportamento resignado

de autodestruição, dissipava-se paulatinamente, e um

brilho de esperança em resiliência no olhar daquele alquebrado

homem, ressurgiu como o sublime sentimento

que aflora nos corações de quem ama!

Ah! Felicidade!

Que rutila esperanças!

Traz alento e vivacidade!

Faz nos sentir uma criança!

Ah! Intangível alegria!

Que fecunda ígneos desejos!

Galvaniza sentimentos em harmonia,

irradiando o amor com a ventura em festejo.

- De repente, aquele homem transtornado, sentindo o

espírito do Natal, sorriu para aquela carismática e doce

criança; lembrou-se de que aquele anjo, havia dito que

estava com fome, e disse-lhe: vou trazer-lhe algo para

saciar a sua fome! A bondosa criança pôs-se a rir, e

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64


Alberto dos Anjos Costa

explicou-lhe que a fome que havia dito, significa uma figura

de linguagem, uma metáfora, em que a fome que

tem é de saborear, espargir e despertar a ventura, a esperança,

o amor, a vontade para a vida em corações desiludidos

e desesperançados.

Venha! Me dê a sua mão!

Levante-se do chão!

Você não está sozinho!

Sou o amor em teu caminho!

Não fique quebrantado!

Não se sinta culpado!

Viver são imperfeições,

fraquejando corações!

A fome que havia dito é o desejo ardente de saciar e irradiar

pelo sentimento fraterno e solidário, o propagar do

otimismo, pela busca da felicidade, que é transitória e

fugaz, mas que se encontra na mente de cada um, pois,

felicidade é um estado de espírito; é se apossar de pensamento

positivos em que o entusiasmo possa trazer belas

sensações e emoções em deleite; é aproveitar os

bons momentos que a vida oferece e vivê-los intensamente

de forma harmoniosa e grata. A fome que havia

dito, é a vontade de degustar em olhares antes sombrios,

arruinados e derrotados, a centelha, o ardor, o estímulo

para o recomeçar, com a realização de seus ideais, de

seus sonhos, anseios e desejos, através da determinação

como escolha, para suplantar os obstáculos, decepções

e dificuldades de cada dia, construindo um novo amanhã,

mais evoluído espiritualmente, e alicerçado pela

confiança, perseverança e respeito à dádiva que é a

vida! E disse aquele magnificente anjo, com sua voz maviosa

e pueril, claro que para tudo isso se realizar é

muito difícil, pois do contrário, seria sem graça!

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Ápices Poéticos

A fome em vontade,

do arauto anjo generoso,

é prova que a bondade,

é nosso tesouro mais valioso!

Fluente caridade,

estabelecendo brandura,

exibindo vontade,

dizimando amargura.

- Sim, disse aquele revigorado homem, quando de repente

o telefone da residência toca, ele educadamente

pede licença para atendê-lo, e nota que fora engano. Ao

chegar novamente na porta, repara que aquela virtuosa e

encantadora criança, não mais se encontra, com seus

olhos ele ainda a procura, e seu olhar sobe ligeiramente

para o céu, e surpreendentemente, observa uma luz a

subir vagarosamente até não poder ser mais observada,

diante da infinitude do firmamento. Nisso, duas lágrimas

rolaram pela sua face, a mostrar a emoção e a gratidão

por este bálsamo momento, em que a fé e a esperança

estavam renascidas!

Minha cruz é tão pesada,

que dá vontade de desistir;

olho para trás e vejo sendo carregadas,

cruzes mais pesadas pelo persistir!

Viver é deveras difícil,

pelo sofrimento inerente,

mas a perseverança é indício,

da vontade de seguir em frente!

A vida é bondade,

nascida da compaixão,

o amor em fraternidade,

é ter Deus no coração!

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66


Alberto dos Anjos Costa

Pratiques o bem,

e serás abençoado;

não prejudiques ninguém,

para não seres desonrado!

Amaldiçoada ganância,

que não suporta o repartir!

A vida em consonância,

é caridade a interagir!

A vida em humildade,

revela candura;

o fogo de vaidades,

semeia desventura!

Muitíssimos são os que amam,

pouquíssimos os que sabem amar;

milhões de casais no mundo reclamam,

contumazes traições que trazem o odiar!

Ninguém está satisfeito,

com a vida que tem;

o lamento é perfeito,

para a ignorância em desdém!

O que é o viver,

senão um pulsar de mistérios,

com o agora a prescrever,

verdades sem critérios!

Na quietude do tempo,

em que a vida é passagem;

somos partículas do vento,

no paraíso em hospedagem!

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Ápices Poéticos

A vida é uma chuva passageira,

que se evapora ao cair;

a vida é uma impiedosa mensageira,

de que um dia todos nós vamos partir!

Natal, tempo de nascer, brotar, fazer crescer,

o sentimento de amor, de paz e fraternidade,

é hora de somar, multiplicar o reconhecer,

incutindo aos homens, o espírito de irmandade.

A vida é esta luta incessante, com

a perseverança em nosso coração;

não se prostrar em nenhum instante,

acreditar sempre com Deus em devoção!

Natal, tempo de esperanças;

de suplantar infortúnios

entronizando a serenidade;

semear a fé, firmando otimismo

e bonança; aprendendo com as

provações que fixam a humildade!

Viver é um risco constante, nesta

passagem de ilusões; sua mente é

guia muito importante, para transpor

obstáculos e desilusões!

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Alberto dos Anjos Costa

Cintilar de Emoções

Somos os versos dessa poesia,

irradiando vida por sensações!

Somos almas em agonia,

adornando o mundo por emoções!

Somos tudo;

somos nada;

somos a insipiência absorvida;

somos a escravidão sendo castigada;

somos a verve declinada;

somos a estamina reprimida.

Somos vulcões adormecidos;

somos o amor em ciúme;

somos espíritos carcomidos;

somos a rebeldia em queixume.

Somos a orgia se inflamando;

somos a cocaína sendo inalada;

somos o vício inspirando,

a sodomia depravada.

Somos frutos do nosso tempo e lugar,

alternando posições em movimento,

pensamentos constantes a nos perguntar,

porque estamos aqui neste momento!

Somos a injustiça nauseabunda;

somos a moralidade a desfalecer;

somos a demagogia bem profunda;

somos a hipocrisia a recrudescer.

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69


Ápices Poéticos

Somos detalhes;

somos requintes;

somos o minaz a romper;

somos o desconexo em acinte,

pondo o óbvio para morrer.

Somos o Sol da meia-noite;

somos a lua indo embora;

somos a filosofia fomentando açoites,

pervertendo as ideias ditas agora.

O Sol brilha para nosso planeta viver,

seus raios fúlgidos consolida a existência,

edifica a esperança de um lindo amanhecer!

Somos a juventude a envelhecer,

sentindo o fel, perdendo o lume;

somos o fim a antever,

a fragrância sem perfume.

Somos tudo;

somos nada;

somos a pérola partida;

somos riqueza abandonada;

somos a esperança demitida.

Somos anjos carentes;

somos o malefício empreendedor;

somos a inquisição penitente;

somos o vendaval destruidor.

Somos a certeza de lágrimas;

somos a misteriosa maré;

somos a inquietude magna;

somos o firmamento em fé.

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70


Alberto dos Anjos Costa

Não temos no presente respostas concretas,

nesta efêmera passagem inebriante e secreta,

misteriosa vida fomentando o intrigante,

sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.

Somos orgasmos;

somos pecados;

somos sentimentos a entorpecer;

somos a vida sem marasmos;

somos a metáfora do prazer.

Somos a força oprimida;

somos vontades a falecer;

somos as drogas consumidas;

somos o medo de vencer.

Somos o virtual edificado,

manipulando mentes fragilizadas;

somos computadores contaminados,

pela consciência martirizada.

Nossa íntima natureza nos revela:

Nosso ego, nosso pior inimigo!

Uma fraude que nos engana!

Alimentamos monstros e damos abrigo,

a demônios em nossa mente insana!

Somos a fantasia impura;

somos o cio em sobejo;

somos o sexo em estrutura;

somos o amor sempre em desejo.

Somos a miragem do deserto;

somos a gota no oceano;

somos a inspiração do arquiteto;

somos o porvir em desengano.

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71


Ápices Poéticos

Viver por viver, quiçá seja a solução,

a natureza é suscetível, bela, divina e violenta,

viçosas florestas adornam a imensidão,

terra abençoada e preciosa que a todos assenta.

Somos estrelas cadentes;

somos a poesia lancinante;

somos a insciência inclemente;

somos o sofrimento torturante.

Somos a interação de cosmos e estrelas?

Ou vida incompleta que irradia a ilusão!

Somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?

Ou a semente que constrói que lança a destruição!

Somos o embate virulento;

somos a rocha fragmentada;

somos o pássaro luculento;

somos a liberdade enclausurada.

Somos mentiras;

somos verdades;

somos segredos de fraquezas;

somos monges em simplicidade;

somos a marca da torpeza.

Somos a água em correnteza;

somos a candura prostituída;

somos a hipocrisia em franqueza;

somos a desrazão enaltecida.

O mar é magnífico mundo inexplorado,

dádiva que provê o alimento consagrado,

oceanos que lançam périplos em devaneios,

alteroso alto-mar navegando aventureiros,

águas impetuosas criando ondas ao vento,

melodiosas águas firmando romantismo luculento,

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72


Alberto dos Anjos Costa

alvas ondas que enlevam entoado cantar,

salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.

Somos o aborto ocultado;

somos a desonra em companhia;

somos o incesto generalizado;

somos o feto em arritmia.

Somos a bomba hedionda;

somos a inexatidão dos sentidos;

somos o ferimento com a sonda;

somos a fome dos desvalidos.

Somos a verdade que não existe;

somos a dissimulação perpetrada;

somos o dogma que insiste,

em mentiras reveladas.

Nossa íntima natureza nos revela:

Somos com um computador cheio de vírus!

Somos como uma máquina defeituosa!

Somos a inteligência nos destruindo!

Somos a maldade vergonhosa!

Vivemos em conflitos e frustrações,

semeando o caos angustiante!

Deslealdades em nossas ações!

Mentiras amiúde a qualquer instante!

Somos a vergonha do sucesso;

somos errantes navegadores;

somos culpados pelo progresso;

somos humildes sonhadores.

Somos o esperma ejaculado;

somos a magia em comunhão;

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73


Ápices Poéticos

somos o espermatozoide fecundado;

somos mutantes em conspurcação.

Somos a energia enfraquecida;

somos o trovão cuspindo fogo;

somos a criança em estesia;

somos o destino em malogro.

Estamos num paraíso de exuberante natureza,

o inclemente progresso despreza sua beleza,

maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,

corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.

Somos a transgressão dos costumes;

somos o poder transcendente;

somos a metafísica em negrume;

somos a irreflexão clarividente.

Somos o desalento da pobreza;

somos a anemia homicida;

somos eremitas em tristeza;

somos a pílula fratricida.

Somos a dialética excitante;

somos a retórica dissimulada;

somos a ignorância flagelante;

somos a plêiade alcoolizada.

O que somos afinal?

Bênção divina florindo o jardim!

A erva daninha que usurpa seu igual!

O aleatório começo que conhece o seu fim!

Somos a virgem desvirginada;

somos a paixão em ciúme;

somos a estátua despedaçada;

somos o casamento em azedume.

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Alberto dos Anjos Costa

Somos suicidas em potencial,

com sofrimentos ferindo forte!

Somos o paradoxo enaltecendo o mal,

Um sopro jogado à própria sorte!

A vida é uma odisseia,

de revezes e de conquistas!

É uma sombra que passa!

É uma estrela cadente!

É uma vitória temporária!

É uma chuva complacente!

É uma gota no oceano!

É um grão de areia do deserto!

É um meteoro que vagueia,

sabendo que o seu fim é certo!

Somos a obra escatológica;

somos a política mercenária;

somos a imunidade da escória;

somos a traição incendiária.

O que somos afinal?

Paradoxos em dicotomia!

Corações em arritmia!

Mentes em despautério!

Espíritos em deletério!

Animais em desrazão!

Sensibilidade em extinção!

Almas trilhando errantes!

Incastos seres beligerantes!

Somos o estupro abominável,

fixando trauma e aflição;

somos a pedofilia execrável,

deixando almas em prostração.

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Ápices Poéticos

Somos a chuva laureada;

somos a terra em alegria;

somos palavras interpretadas;

somos momentos de utopia.

Ventos que cantam e sopram o ar em poesia,

brisa acarinhando nossos sentidos em estesia,

ventania que mostra sua energia pujante,

atmosfera benquista, benigna e relevante.

Somos a serpente escamoteada,

assentando ódios bem profundos;

somos a raça eleita estigmatizada,

patrocinando mortes neste mundo.

O que queremos afinal?

Se desprezamos o importante!

Se nossas guerras são constantes!

Se a religião consolida fanáticos!

Se as bandeiras irrompem lunáticos!

Se a raça é discriminada!

Se a cor é estigmatizada!

Se a política é corrupta!

Se a mídia é estulta!

Se a polícia é violenta e mata!

Se a criminalidade nos maltrata!

Se traficantes conhecem a impunidade!

Se a droga já faz parte da menoridade!

Se pedófilos sempre existiram!

Se crianças sucumbiram!

Se as armas são lucro certo!

Se potências fomentam o retrocesso!

Se a fome ainda acontece!

Se a desigualdade recrudesce!

Se a prostituição ficou aceita!

Se a fidelidade foi desfeita!

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Alberto dos Anjos Costa

Se bombas estão sendo armadas!

Se invasões são arquitetadas!

Se a maldade é defendida!

Se a bondade é enfraquecida!

Se a equidade é assassinada!

Se a injustiça é fortificada!

Se a fraternidade está morrendo!

Se o egoísmo está vencendo!

Se a cidade está doente!

Se psicopatas não estão ausentes!

Se o amor é marginalizado!

Se o afeto é pulverizado!

Somos o que desejamos ser;

selvagens domesticados,

que matam a bel-prazer.

Nossas derrotas e vitórias!

Nossas bondades e maldades!

A vida é misteriosa história,

que se escrevem por nossas vontades!

Como podemos sentirmo-nos envergonhados,

se o sistema cria em nós o desonrado!

Como podemos nos achar tão imperfeitos!

se nossas boas ações mostram nosso respeito.

Somos a consciência em aflição,

com incertezas e castigos em nosso viver!

Afã de fazer injustiças com as próprias mãos!

A inexorável certeza é que vamos morrer!

Oh, vida!

De tantos caminhos e atalhos!

Muitas vezes nos desviamos,

por interesses salafrários.

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Ápices Poéticos

Como podemos ter inspirações e vontades,

se o tempo passa sem descobrirmos o que é a verdade!

Como podemos não nos sentirmos desiludidos,

se quem amamos partem para um frio jazigo!

Esperanças que não devem ser sepultadas!

Humanidade de boas ações exaltadas!

Otimismo que não pode ser esquecido!

Um mundo que não deve ser embrutecido!

Somos também o efusivo amor,

cintilando ígneas emoções,

vivenciando átimos de esplendor,

pela bondade em corações!

Ah! O amor!

Que sucumbe rancores!

Que professa o perdão!

Que abraça pecadores,

pela misericórdia e compaixão!

Ah! O amor!

O sempre verdadeiro e sincero amor!

Esquecido! Desprezado! Olvidado!

A percepção é de que escolhemos a dor,

para um mundo que hoje é tão vilipendiado!

Estamos nesta odisseia,

em que o tempo nos vê passar;

vivemos e não temos ideia,

de quando o fim irá chegar!

Oh morte!

De inefáveis mistérios e tétrica comoção!

Transforma em nada o que era crível e relevante!

Suprime encantos expulsa castigos e enterra a emoção!

Quinta-essência quebradiça pulverizada num instante!

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Alberto dos Anjos Costa

De mãos vazias viemos!

Com as mãos vazias partiremos!

A vida foi um mar de ilusões!

Grãos de areia levadas pelo vento,

que sentiram lindos momentos,

que experimentaram sofrimentos,

que conheceram frustrações.

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Ápices Poéticos

Humano Corpo

Num momento de silêncio inerte veio o pensar,

o que significa nossa existência, procurei interrogar,

seus segredos incompreensíveis neste viver interino,

não fazem parte do acaso são guiados pelo destino.

Perguntas sem respostas, são dúvidas, são incógnitas,

mostrando que nossa passagem é o acreditar cheios de

dogmas;

é a vida percorrendo paralelo ao desconhecido,

nossa existência procurando real motivo de seu sentido.

Neste ciclo indecifrável temos que ter a percepção,

de conhecer o nosso corpo para navegar em harmonia;

ele é tão desconhecido por isso vai a explicação,

dessa máquina fantástica que funciona com maestria.

Conquanto, frágil e morrediço, o corpo humano é um milagre

da evolução; é uma máquina incrivelmente complexa

e deslumbrante, cheia de peculiaridades.

Enigmática criação de espetacular funcionalidade, fazendo

com que suas engrenagens sejam maravilhosamente

ajustadas para uma sincronia perfeita e orquestral.

Uma pessoa adulta possui 206 ossos, (O fêmur é o

maior osso do corpo, localiza-se na coxa, no ser humano

adulto de 1,80 m esse osso possui 50 cm. O estribo

(osso que fica na parte interna do ouvido), é o menor

osso do corpo, com cerca de 0,24 cm), porém, o recémnascido

possui 300 ossos, que ao longo do tempo alguns

vão se soldando a outros durante o crescimento,

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80


Alberto dos Anjos Costa

chegando na vida adulta aos 206 ossos. Os ossos representam

quatorze por cento do peso do corpo. Por dia o

coração de um adulto bate cerca de 100 mil vezes.

O coração humano bombeia cerca de 7.500 litros de

sangue por dia. Uma pessoa normal possui cerca de 5

litros de sangue, que são bombeados por todo o organismo

em apenas um minuto. O sangue fora do corpo

coagula-se em seis minutos.

A principal fábrica de sangue é a medula óssea, produz

duzentos mililitros de sangue por minuto. A maior artéria

do nosso corpo é a aorta. Ela mede 3 cm de diâmetro.

Durante os 70 anos que em média dura uma vida, o coração

bate mais de 2,5 bilhões de vezes, a um ritmo

médio de 70 a 75 pulsações por minuto para o adulto.

Com uma média de 70 batidas por minuto, o coração

bate 37 milhões de vezes por ano. Para o coração do recém-nascido,

até dois anos, a média é de 120 a 140

batidas por minuto; conforme ela for crescendo, a frequência

cardíaca vai diminuindo. O estímulo para a contração

do coração é feito por impulsos elétricos, desse

modo, nossa bomba vital (músculo do tamanho de um

punho, que pesa em média 300 gramas), movimenta o

equivalente a 435 toneladas de sangue até que, enfim,

pare de funcionar. Um ser humano adulto possui em

média 650 músculos no corpo, com funções diferentes.

Há muitos deles no rosto: só para sorrir usamos 17 músculos.

E para fazer uma cara bem feia, perto de 42.

Ao caminhar usamos mais de 200 músculos diferentes.

Por cada sílaba que o homem fala, 72 músculos entram

em movimento, para beijar são utilizados 29. Enquanto

adultos sorriem 25 vezes por dia, crianças sorriem 400

vezes. O corpo humano possui 96.500 quilômetros de

veias, artérias e vasos sanguíneos. Se fossem alinhadas,

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81


Ápices Poéticos

elas dariam 2,5 voltas em torno da Terra. Setenta por

cento do corpo humano é composto por água. Estima-se

que 96% do nosso organismo se compõe por 4 elementos

em particular: oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio,

principalmente em forma de água. Os 4% restantes

se compõe por outros poucos elementos e poderíamos

dizer que 99% do corpo é composto por 6 elementos:

oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e

fósforo. Os principais elementos químicos presentes no

corpo humano são: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio,

magnésio, cálcio, fósforo, zinco, cobre, manganês,

flúor, cromo, selênio, molibdênio, cobalto, potássio,

iodo, sódio e ferro. O sono é essencial: uma pessoa comum

só conseguirá ficar 11 dias sem dormir, depois

disso é a morte.

A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano.

A pele de um adulto é suficiente para cobrir uma área de

2 metros quadrados O peso da pele corresponde a cerca

de quinze por cento do total do corpo e abriga quase 18

km de vasos sanguíneos. As glândulas salivares de um

adulto podem produzir cerca de 1,5 litro de saliva por

dia; o corpo humano, produzirá cerca de 10 mil litros de

saliva durante toda a sua vida. O corpo humano perde

600 mil partículas de pele por hora - algo em torno de

0,7 kg em um ano. Um homem de 70 anos, por exemplo,

já perdeu 47 kg de pele durante sua vida. Estimase

que bilhões de toneladas de micro pedaços de pele

morta estejam na atmosfera do planeta. Os ossos humanos

são tão fortes quanto o granito ao sustentar peso.

O corpo humano de um adulto é composto por, aproximadamente,

10 trilhões de células. Um adulto possui

aproximadamente 100 mil fios de cabelo na cabeça,

cada fio cresce entre 15 a 20 centímetro por ano.

Através do suor, urina e respiração um ser humano

adulto elimina cerca de 3 litros de água por dia. O

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82


Alberto dos Anjos Costa

cérebro humano pesa em média 1,5 kg. Este consome

25% do oxigênio que respiramos, e abriga 86 bilhões de

neurônios (células nervosas). Cada centímetro quadrado

da sua pele possui 32 milhões de bactérias. Só na sua

boca são 700 espécies, que diferem dependendo do seu

local de origem. A cera no ouvido, seca ou molhada protege

as orelhas de infecção por interceptação de objetos

estranhos.

Ao espirrar o homem expulsa o ar para fora a uma velocidade

de 160 km/. Uma pessoa adulta inspira em média

400 litros de oxigênio por dia. No momento da concepção,

você passou meia hora sendo uma única célula.

A maior célula do corpo é o óvulo, e a menor é o espermatozoide.

Um par de pés humanos contém 250.000

glândulas sudoríparas. Uma única célula do cérebro humano

pode conter 5 vezes mais informação do que a Enciclopédia

Britânica. Uma pessoa passa em média 20

anos de sua vida dormindo. O corpo humano necessita

de 1,5 a 2 litros de água por dia para não desidratar e

evitar pedras nos rins.

As moléculas de água, não só preenchem todos os espaços

entre células como ajudam a formar as macros células

como proteína e glicogênio. Lubrifica tecidos e articulações;

conduz glicose e oxigênio para o interior das células,

e regula a temperatura.

Um terço de nossa pele é constituída de água, portanto,

ingerir líquidos mantém o viço da pele. Por que piscar?

Um adulto normal fecha os olhos 24 vezes por minuto,

para umidificá-los e limpá-los. As pálpebras funcionam

como fossem limpadores de para-brisas.

Uma pessoa pisca os olhos aproximadamente, 25 mil

vezes por dia. Precisamos piscar para espalhar lágrimas

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83


Ápices Poéticos

pelos olhos. Por dia um adulto produz de 1 a 2 litros de

lágrimas. Todos os pelos em nosso corpo servem como

proteção do corpo; temos cerca de 200 cílios em cada

olho, sendo que um cílio dura de 90 a 150 dias e aí ele

cai, sendo substituído por outro.

A capacidade de ar nos pulmões é de cerca de 5 litros

(seis ou mais nos desportistas), porém somente meio litro

é renovado a cada respiração. Como a frequência

respiratória é de cerca de 15 movimentos por minuto,

respiramos 450 litros de ar em uma hora; 10.800 litros

por dia ou ainda 3,9 milhões de litros em um ano! A

produção diária de gases no ser humano é cerca de 1 a

1,5 litros. A maior parte é de gases que engolimos ao falar

ou comer. Ele vai até o estômago que pode devolvê-lo

pela boca na forma de arroto ou segue para o intestino.

Em média produzimos 150 gramas de fezes por dia.

As unhas das mãos crescem quatro vezes mais rápido

que as dos pés. Nosso estômago produz ácido clorídrico,

ele é necessário para digerir o alimento. Nenhuma superfície

de língua é igual a outra. Assim como a impressão

digital, cada pessoa tem uma única "impressão de

língua". Um homem libera em média 250 milhões de espermatozoide

durante um único ato sexual, produzindo

cerca de 525 bilhões destas células durante toda a sua

vida. A mulher libera apenas cerca de 450 óvulos maduros

durante toda a sua vida. Cada rim contém cerca de

um milhão de filtros individuais. Eles filtram em torno

1,3 litros de sangue por minuto e expelem até 1,4 litros

de urina por dia.

Em nosso corpo, são produzidas pelas glândulas endócrinas

(as principais são a hipófise, a tireoide, as paratireoides,

suprarrenais, o pâncreas e as gônadas {testículos

e ovários}), mais de 50 tipos de hormônios. As principais

proteínas no corpo são: hemoglobina, enzima,

trombina, fibrinogênio, queratina, miosina e actina. O

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Alberto dos Anjos Costa

principal hormônio sexual masculino é a testosterona. Os

hormônios sexuais femininos principais são, o estrógeno

e a progesterona.

O intestino delgado mede entre 6 a 9 metros. O intestino

grosso tem 1,5 metro, mas é 3 vezes mais largo. A comida

leva sete segundos para ir da boca ao estômago.

Como poeta, toda esta interatividade complexa é identificada

com sincronia e afinidade desta maravilhosa máquina

humana, em que tudo que o compõe, interliga a

relevância vital para o seu funcionamento harmonioso, o

que me causa encanto e emoção.

O humano corpo, sempre investigado e pesquisado, oferecendo

sempre novas descobertas. Seu enigma, permanece

inspirando a ciência e a poesia. Indecifrável em sua

essência, fomentando dogmas e fantasias. Como algo

tão exuberante em sua forma e função poderiam simplesmente

ser obra do acaso! Impossível!

O processo evolutivo ao longo de milhões de anos, em

que não sabemos com certeza, quais seriam nossos ancestrais,

suscitam teorias, hipóteses e estudos; mas a

verdade, a certeza, talvez jamais descobriremos. No entanto,

creditamos para uma existência tão fantástica e

espetacular, a um ser onipotente, a uma criação divina e

mística, pois, somente algo que transcende poderia ter o

poder para esta maravilhosa criação que é a vida!

Se Deus não existisse,

teríamos que inventá-lo!

Pois, ele é o amor que persiste,

para um mundo mais civilizado!

Outras suposições advêm de que algo tão sensacional

como o corpo humano, poderia ter sido lançado de microrganismos

interestelares e encontrado em nosso

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85


Ápices Poéticos

planeta os meios necessários para se desenvolverem.

Enfim, a verdade é que realmente a verdade, quiçá jamais

será conhecida! Por isso o poeta, inebriado de êxtase

e enlevo, em seus versos canta:

Deveras misteriosa,

esta criação inolvidável,

de complexidade grandiosa;

humano corpo admirável!

Porquanto, desconhecemos,

de suas engrenagens interativas,

mormente o que sabemos,

é da máquina em sincronia!

Milagre indecifrável,

na vida que se consagra,

a célula multiplicável,

suscitando a forma abençoada!

A porfia iniciou-se no ventre,

no afã do fecundar,

foste guerreiro sobrevivente,

contra milhões em seu triunfar.

Sua luta tão sublime,

pela vida no querer,

foi prelúdio da valentia firme,

privilegiando o seu vencer.

Universo explorado,

no conquistar uterino,

é seu desejo abençoado,

com o desígnio do divino.

Enigma do firmamento,

na dádiva resplandecida,

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Alberto dos Anjos Costa

um anjo luculento,

em pureza enaltecida!

Seu mundo silente,

é de plena serenidade!

Seus chutes impacientes,

corroboram sua ansiedade!

Sementes fertilizadas,

recrescidas em concessão,

almas sendo presenteadas,

pela incerteza da missão.

Decidido pelo tempo,

a hora é aprazada,

a chegada do rebento,

faz a esperança ser abraçada!

A vida! Em nascença!

A contagem regressiva contemplada,

pela realidade que vaticina o seu fim!

A paciência é agora virtude afiançada,

para desabrochar as rosas do jardim!

O choro lancinante,

é o viver sendo consentido!

Noviço lactante,

em que o amor é assistido!

És corpo!

És humano!

É Deus em sua alma!

És espírito em odisseia!

És promessa em cintilante aura!

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Ápices Poéticos

Idiossincrasias

Qual o preço que se paga?

Por andarmos apressados;

pelo tempo implacável,

que nos vê sempre estressados,

respeitando o execrável!

Protelamos nossos sonhos,

pela correria em necessidade!

As preocupações nos tiram o sono,

pelo exigir da responsabilidade!

Transferimos para o futuro,

os passeios e diversões!

Esquecemos que neste mundo,

a vida é feita de emoções!

Adiamos para o amanhã,

os desejos da felicidade,

desprezando nosso afã,

num viver que é brevidade!

O tempo é lépido amiúde,

implacável e austero!

Nossas renúncias em atitude,

são açoites muito severos!

Esquecemos de nós,

numa vida em segundo plano!

Nos sentimos sempre a sós;

damos relevância a desenganos!

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Alberto dos Anjos Costa

Vivemos nos reprimindo,

retendo nossos sentimentos!

Vontades nos oprimindo,

cimentando desalentos!

O dinheiro limitado,

investido na sobrevivência;

é o labor assalariado,

no temor da insolvência!

Vivenciamos a mediocridade,

num progresso consumista;

que nos oferece oportunidades,

de pagar a crédito e não a vista!

Abraçamos a modéstia,

na virtude da hombridade!

Dispensamos grandes festas,

em razão da inseguridade!

É a vida confrangida,

restringindo nossos anseios!

É a incerteza espargida,

de um porvir sem devaneios!

O medo da inadimplência,

de macular o nosso nome,

faz retrair nossa existência,

pelas obrigações que nos consome!

Resignamos a castigos,

vislumbrando esperanças;

procurando novo sentido,

nas alegrias em lembranças!

Empedernido cáustico sistema,

suprimindo belos prazeres!

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Ápices Poéticos

Dificuldades financeiras em cena,

deprimindo humildes seres!

Somos produtos de consumo,

numa sociedade competitiva!

Sentimo-nos moribundos,

estando a alma carcomida!

Neuróticos por natureza,

vamos à cata de ilusões!

A hipocrisia é a certeza,

vivenciando decepções!

Nossos sonhos protelados,

vão deixando-nos embrutecidos!

O viver é desalentado,

num trilhar sem lenitivo!

O sorrir que é bálsamo;

que desperta o otimismo,

foi sepultado pelo falso,

do esplendor do capitalismo!

Somos simples marionetes;

manipulados por digressões!

Vamos passar por vários testes;

vamos sentir as disfunções!

Conheceremos cínicas trapaças,

que nos abraçarão em demagogia!

Traições são as desgraças,

recrudescendo nossas fobias!

Seremos prostituídos pela ganância,

alimentando nossas imperfeições!

Aprenderemos que a desconfiança,

é o sedimentar de aflições!

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Alberto dos Anjos Costa

Esqueceremos de nós mesmos,

como seres descartáveis!

Nossa vida, nossos anseios,

serão adiados para posteridade!

Fúnebre pressa alucinada,

criando ansiedades paranoicas!

Sobrevivência desorientada,

por farsantes de retóricas!

Somos escravos alforriados,

por um sistema vil e torpe!

Vivemos sempre angustiados,

estamos jogados à própria sorte!

Do que adianta se dopar,

por comprimidos da dependência!

Esta opção irá mostrar,

o existir da decadência!

Acalentar a depressão,

é como pensar em suicídio!

É caminhar na escuridão,

à espera de um precipício.

Mas, aqui vou lhe reconfortar,

pois, viver não é pessimismo!

Vá vivendo sem reclamar,

pois, você é o idealismo!

Amanhã, é uma nova aurora!

Fenecer a apatia é sabedoria!

O seu sorriso abrirá as portas,

pela motivação, alento e simpatia!

A sorte! A maravilhosa boa sorte!

Deixará o seu coração em alegria!

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Ápices Poéticos

Nesta curta passagem,

em que o amor é a esperança!

A bondade não é miragem,

pela fé que nos alcança!

A vida! A sublime vida!

Feita de pulsares de indefinições,

Abraça-nos em afã com venturas e ilusões.

Vitórias e derrotas, neste show em aprendizado,

Deixarão nossos sonhos, quiçá quebrantados!

Não pense na morte pela desesperança,

pense na vida com perseverança!

Faça seu trilhar ser reluzente,

pelas escolhas certas e sapientes!

A total felicidade é utopia,

nessa resignada passagem de ilusões!

Você! Somente você é a garantia,

em aprender com o suplantar das decepções!

Não tenha pífios sentimentos!

Não reverencie a sáfia inveja,

Por quê?

A inveja é pusilanimidade cega!

Ela é despautério sórdido!

É a covardia que carrega,

o desprezível como sólito!

A inveja é tacanha!

Possui anseios tábidos!

É centrada em artimanhas,

para ofender os mais sábios!

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Alberto dos Anjos Costa

A inveja é catatônica!

É o inescrupuloso de estultos!

Entronizada por sem-vergonhas,

expondo pensamentos escusos!

A inveja é especiosa!

Reles almas em baixeza!

É a mente venenosa!

É a frustração em torpeza!

A inveja é repulsiva!

É a vontade patogênica!

É travo! É nociva!

É a rivalização epidêmica!

A inveja gera o ódio!

Deseja mal aos outros!

É fétida pelo opróbrio!

É estigma de escrotos!

A inveja é impenitente!

impingindo a insensatez!

É o estertor do insolente,

instigando sua avidez!

A inveja é inferioridade néscia!

Nefanda, lugente e execrável!

Pútrida réu confessa,

que admite o irracionável!

Enfim!

Conquanto!

Nossas intrínsecas imperfeições!

Porquanto!

Em razão de nossas paixões!

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Ápices Poéticos

Deveras! Uma nefasta fraqueza,

arraigada em nossa essência!

A conclusão com aspereza,

é que a inveja é uma merda!

Porquanto!

Tristezas no coração,

semeiam desventuras,

fornecem a escuridão,

propagam amarguras.

Cintile no seu olhar,

a magia do entusiasmo,

seus desejos irão mostrar,

que a vida é um lindo orgasmo!

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Alberto dos Anjos Costa

Indagações

Como posso pedir perdão porque errei!

Se não houve a intenção de eu pecar.

Como posso sentir a depressiva solidão!

Se a vida sem grilhões anseia o libertar.

Não são as armas que matam! São os homens!

Não são os carros que matam! São os homens!

Não são as drogas que matam! São os homens!

Não são as guerras que matam! São os homens!

Como posso me sentir abandonado!

Se Deus sempre estará ao meu lado.

Como posso seguir insensível e embrutecido!

Se o viver deve ser alegre e enternecido.

São os homens ensandecidos pela ignorância,

em sua nefasta essência beligerante;

a mostrar sempre em constância,

suas imperfeições tão inflamantes!

Como posso desejar mais do que tenho!

Se para a maioria são sepultados seus anseios.

Como posso ser tão ávido e ganancioso!

Se em muitos lares falta o sustento precioso.

Vivemos num mundo de hipocrisias,

em que a falsidade é entronizada!

As virtudes são esquecidas,

pelas vontades contaminadas!

O homem! Sempre o homem!

Com seus pensamentos contraditórios,

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Ápices Poéticos

se transformando em lobisomem,

para ensanguentar por suas vitórias!

Como posso me sentir envergonhado!

Se o sistema cria em mim o desonrado.

Como posso achar que tudo é imperfeito!

Se boas ações mostram dignidade e respeito.

Como posso me arrepender de meus atos!

Se o que vejo são atitudes em descompasso.

Como posso na ira dar gritos lancinantes!

Se enfermos clamam pela cura tão distante.

Os hipócritas são enaltecidos,

os sinceros são desprezados,

a nossa sociedade não faz sentido,

glorificando os mentirosos desgraçados!

Como posso estar contristado e na apatia!

Se o Sol brilha refulgindo estesia.

Como posso conquistar a amizade!

Se desprezo e não compreendo a individualidade.

Vaidades! Sempre vaidades!

Recônditas em nosso ser,

vamos fingindo em castidade,

logrando a vida sem a conhecer!

Como posso recalcitrar contra o amor!

Se o mundo chora em guerras cruentas de muita dor.

Como posso olvidar da pungente orfandade!

Se a inocência conhece cedo a tétrica realidade.

Envelhecer não é privilégio;

é um castigo dolorido,

falar o contrário é despautério,

é mitigar o carcomido!

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Alberto dos Anjos Costa

Como posso entender o misterioso!

Se a ignorância gera em mim o estertoroso.

Como posso aprender, se eu não quero!

Se um porvir sem vigor é o que espero.

Muitos que são adorados em altares,

foram levados para o inferno!

Sepultaram muitas verdades,

pelo embuste do que fizeram!

Quantos médicos culpados,

que mataram seus pacientes,

com seus laudos adulterados,

vão vivendo bem contentes!

Como posso não pensar no findar da vida!

Se a juventude foi embora e a velhice é infligida.

Como posso não exaltar a inveja e a cobiça!

Se a perniciosa imperfeição está sempre à minha vista.

Como posso não me sentir tão culpado!

Se meus medos interiores não foram derribados.

Quantas mortes consentidas,

por bombas autorizadas!

Nações não arrependidas,

pelas crianças destroçadas!

Como posso arrebatar-me por um novo dia!

Se o meu mundo foi erguido por heresias.

Como posso fomentar lindos anseios!

Se a desilusão foi ancorada e o fim do ciclo é derradeiro.

Quantas riquezas consolidadas,

que enterraram muitos pobres!

A ganância foi edificada,

pela desonra dos mais fortes!

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97


Ápices Poéticos

Tantas iniquidades inescrupulosas,

de humanos sem humanidade;

em ações tão ardilosas,

requintadas pela crueldade!

Como posso prover e fortificar-me de vontades!

Se o tempo passa sem descobrirmos o que é a verdade.

Como posso não me tornar insaciável!

Se o especioso consumismo é inevitável.

Se o homem é a imagem de Deus,

alguma coisa está errada,

pois, não é possível que filhos seus,

tenham a perversidade em sua jornada!

Como posso extinguir minhas inerentes paixões!

Se sou uma pobre alma repleta de digressões!

Como posso não desaprender com a televisão!

Se manipulam nossas mentes e hipnotizam nossa visão.

Nascemos com a pureza,

como anjos celestiais!

O tempo passa e tornamo-nos a torpeza,

corroendo a consciência, agindo como irracionais!

Como posso não me impactar com a violência!

Se a morte foi banalizada pela impiedade em anuência.

Como posso não me sentir um aprendiz!

Se meu saber é limitado e retifico tudo o que refiz.

Como posso me indignar diante de tanta corrupção!

Se nos calamos para que o Brasil saia da contramão!

Como posso ressurtir os gritos dos injustiçados!

Se nossa gente faz descaso pelos seus filhos ameaçados.

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98


Alberto dos Anjos Costa

Que República de horrores,

que veio a golpe em redenção!

O cidadão sentindo as dores,

desconsolados e em aflição!

Como posso aquiescer com uma nação em desigualdade!

Se " és pátria amada, idolatrada"; "em teu seio ó liberdade".

Como podem macular e prostituir o Congresso Nacional!

Se "nossos bosques têm mais vida", agora jaz seu ideal.

Que educação promíscua é esta?

Que formam despreparados!

Implementando metodologia funesta,

para um futuro de desempregados!

Como negligenciar nossas fronteiras, deixando-as ao léu!

Se contrabando é opróbrio, a droga tem sabor de fel.

Como uma minoria abastada pode ter tanto poder!

Se a maioria de brasileiros têm a servidão para acolher.

A violência recrudescendo,

pela desigualdade coreografada;

negros e pobres desfalecendo,

em prisões desestruturadas!

Como posso silenciar os descalabros que acontecem!

Se faço parte dessa gente, com seus sonhos que se arrefecem.

Como posso propagar nossa cultura magnificente!

Se as escolas consolidadas, encenam aprendizado inconsistente.

Pagamos tantos impostos,

que a maioria são desviados!

Nossos conceitos até estão dispostos,

______

99


Ápices Poéticos

a ver nosso Brasil ser desonrado!

Como posso deixar de falar da burocracia do poder Judiciário!

Se recessos mostram o retrógrado, sem contar o décimo

quarto salário.

Como posso ser omisso de falar do nepotismo no serviço

público!

Se seus altos e privilegiados salários revelam a indecência

pelo absurdo.

Como posso estar "deitado eternamente em berço esplêndido"!

Se os três poderes desta nação, dela se servem de modo

endêmico.

Como posso não lamentar os filhos em ingratidão!

Se seus pais envelheceram e o desamor é a retribuição.

Políticos de ambições dissolutas,

que só mancharam nosso Brasil;

hoje vivem às nossas custas,

ficando ricos pelo ardil!

Como posso não pensar no tempo que passa apressado!

Se o efêmero traz a sina de que o fim já foi lançado.

Como posso ser pedante, soberbo e insipiente!

Se a simplicidade é a sabedoria erigindo o condizente.

Não sabemos de quase nada,

se até somos frutos do acaso,

a sabedoria deve ser abraçada,

pois, viver é um enigma a curto prazo!

Como posso não apregoar a vitória por mais um dia!

Se muitos, não vivenciarão amanhã, a aurora que refulgia.

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100


Alberto dos Anjos Costa

Como posso não poder possuir o que posso!

Se viver são artimanhas para escamotear o que não é

nosso.

Como "um sonho intenso, um raio vívido", se transforma

em favelas!

Se "dos filhos deste solo", não são donos da sua própria

terra.

Como podes ser "gigante pela própria natureza"!

Se o povo desta nação não conhece sua grandeza.

Como posso!

Como posso!

Como posso!

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101


Ápices Poéticos

Lauta Sensações

Sinta o Sol nascendo!

Sinta a flor a desabrochar!

Tua sensibilidade aparecendo;

é o amor a despertar!

Plátanos em sua verticalidade se erguem como altivos

monumentos em que seus píncaros em anseio, almejam

adentrar o portal do firmamento, para acarinhar em gratidão

benevolente, pela vida em dádiva, o abraço de

Deus! Majestosas árvores que em Outono em estação,

veem seus ramos brandindo com vento, e seus galhos,

outrora vicejantes, sentem-se contristados pelo cair de

suas folhas secas, pelo ciclo inexorável das vicissitudes,

que alternam compulsoriamente entre a vida e a morte.

Penalizados, sentirão saudades de suas secas folhas que

partiram, na aliança que se extingue pela necessidade

da imperiosa vida, pois não mais acalentarão o acarinhar

celestial do Sol que irradiava-lhes energia em deleite, fazendo-as

refletir difusamente a luz verde do espectro solar,

e nem o enlevo do cingir divinizado pelo beijo de

Deus, envolto por sons prodigiosos, vicejando uma ínclita

melodia aprazível e benigna, proporcionada por brisas

e ventos que abraçavam-nos em dias e noites, fazendo

com que galhos em ventura e folhas em júbilo,

dançassem lépidos e extasiados pela harmoniosa sinfonia

da natureza, fazendo-os sorrir em regozijo intermitentes,

numa interatividade sinérgica de congraçamento ínclito

e sublime.

Vento brando e fresco no Outono a nos acariciar,

sopro vindo do firmamento assobiando o seu cantar,

______

102


Alberto dos Anjos Costa

é a estação da colheita que nos traz a sustentação,

com suas nuvens que permeiam junto à imensidão.

Fantasias sendo moldadas no espírito de sensibilidade,

devaneios manifestando a sublime espirituosidade,

é a brisa de outono com suas nuvens de algodão,

no sentir extasiante, do universo em contemplação,

são as mãos do divino afagando seu corpo e espírito,

afiançando e exibindo viço do onipotente poder místico.

Seres em vivacidade que silentes em seu sentimento, sofrem

em pungente dor; imperceptível à percepção humana;

pela consternação absorvida pelo seu etéreo sentir,

no iminente adeus às folhas secas irmãs, em que

suas auras agora lacrimejam lancinantes a separação de

amável e fraterna companhia, que as absorvia em sua

vida pulsátil, pelo vicejar de sensações, de devaneios,

de sonhos e de alentadores desejos e emoções, quando

a chuva e os raios de sol, cingiam-lhes, adornando-os de

exultação, esperança e de felicidade em magia, nesta

passagem de vida tão efêmera que fizeram luzir em suas

auras, a dádiva de sua existência, na magnificente, inspiradora

e deslumbrante vida, e que agora com o término

de seu ciclo pela idade que se avançou, se retiram

resignadas em leniência, partindo para sempre desta

odisseia de ilusões!

Oh, morte!

Sepultando devaneios e quimeras!

Cobrindo de véu, o pulsar que se encerra!

Oh, morte!

Findando incruentas dores e ilusões!

Acalentando a quietude,

cessando pecados e ambições!

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103


Ápices Poéticos

Oh, morte!

De inefáveis mistérios e tétrica comoção!

Transforma em nada, o que era crível e relevante!

Suprime encantos, expulsa castigos e enterra a emoção!

Quinta-essência quebradiça, pulverizada num instante!

Como não admirar e se deixar fascinar pela luzente sensibilidade

que permeia nas majestosas árvores, com

seus exuberantes galhos e maravilhosas folhas, com

suas inebriantes flores de eflúvio aprazível, que se reúnem

em inflorescências globosas sobre longos pedúnculos

suspensos, e seus munificentes frutos, que alimentam

a todos, que enfeitam e encantam este nosso paraíso

e inolvidável planeta. Como olvidar de nosso acatamento,

respeito e deferência, pela sua existência em

nosso mundo; o qual nós humanos estamos diariamente

destruindo! Como podemos deixar de reverenciá-las, e

agradecer-lhes pelo convívio florescente e idílico que nos

envolve, e que embeleza o mundo e encanta nossas vidas!

O verde agonizando,

desmatamentos vão matando,

o viver que triste chora,

no conviver que está indo embora.

O progresso que constrói,

é o mesmo que destrói,

a vida que não querem ver,

no verde a perecer.

Verde que faz parte do mundo,

não merece este sofrer,

cego o homem cria o luto,

ignorando a vida em seu morrer.

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104


Alberto dos Anjos Costa

Sua sombra, flores e frutos,

é oferecimento de afeição,

seu destruir viceja um grito mudo,

implorando clemência e compaixão,

rogando respeito e sentimento sem hipocrisia,

pois, até na nossa morte estará como companhia.

Ao nascer novas e viçosas folhas, os galhos regozijam-se

felizes, pois, de agora em diante, não conviverão com a

solidão. Solidão essa, que nós humanos cada vez mais

abraçamos, pela desconfiança, pela deslealdade, pela

falta de sinceridade e pelo ódio aviltante que idolatramos,

vociferando em suas idiossincrasias seu ânimo belicoso.

O que somos afinal?

Bênção divina florindo o jardim!

Ou a erva daninha que usurpa seu igual!

Quiçá, a arrogância que conhece o seu fim!

Não temos no presente respostas concretas,

nesta efêmera passagem inebriante e secreta,

misteriosa vida fomentando o intrigante,

sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.

Somos a ganância fomentando a poluição,

conspurcando a natureza bela, divina e opulenta,

viçosas florestas sendo desmatadas pela desrazão,

que nossa terra abençoada e preciosa muito lamenta.

Caminhamos para a superficialidade pelo vício no apego

virtual, desfocando a realidade para mitigar as nossas

dores, em utopias disformes e desumanizadas, estamos

cada vez mais nos distanciando de nossas ações espirituosas,

construtivas, fraternas e solidárias; cada vez mais

cultuamos as nossas mesquinhas e abomináveis paixões

e sepultamos o que poderíamos ter de melhor que é o

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105


Ápices Poéticos

espírito de humanidade; entronizamos a ganância, glorificando

o frívolo, buscando o dinheiro fácil por meios

sórdidos, invertendo seus valores morais e vangloriando

o conspurcado; pois a vida que hoje vivemos não é a

vida que sonhamos! Oh! Como temos que invejar a vegetação

em verdor, que nos traz alvíssaras sensações e

que deixa crível a auspiciosa esperança!

Fértil paisagem,

assentando a harmonia,

natureza em hospedagem,

reconciliação em companhia.

Nascentes imaculadas,

vertendo virilidade,

são artérias irrigadas,

pela vida em virgindade.

Vastas árvores constituindo

nossos maiores monumentos,

rico legado resistindo,

no progredir tão violento.

Sombras que encantam,

é a mata respeitada,

pássaros que cantam,

é a alegria admirada.

A vida em equilíbrio,

no verde em esperança,

é existência sem martírio,

erigindo a temperança.

Florestas em reverência,

instituindo racionalidade,

é bênção na consciência,

sem o amanhã na mortalidade.

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106


Alberto dos Anjos Costa

Expresso figurativamente, em que galhos e suas folhas,

nos mostram a interação que deve existir para um todo,

na aliança que arrefece e extingue o individualismo, em

prol do coletivo, tão necessário para a união que se espera

neste mundo que chamamos de civilizado, mas

longe disso, já mostrou a insensatez pela fragmentação

ao longo de sua história; nas milhares de guerras acontecidas;

nas milhões de mortes patrocinadas pelo desvario,

que são provas dos desatinos em barbaridade produzidos

pelos animais racionais, que se dizem em sã consciência,

os eleitos para o domínio do planeta! Dizendonos,

na arrogância e pedantismo ignóbil, serem os seres

superiores, e desprezando qualquer outro tipo de vida!

Tantas insidiosas guerras!

Tantas insanas mortes!

Pelo ódio que impera!

Com a vingança vindo mais forte!

O que queremos afinal?

Se a raça é discriminada!

Se a cor é estigmatizada!

Se a política é corrupta!

Se a mídia é estulta!

Se a polícia é violenta e mata!

Se a criminalidade nos maltrata!

Se traficantes conhecem a impunidade!

Se a droga já faz parte da menoridade!

Se pedófilos sempre existiram!

Se crianças sucumbiram!

Se as armas são lucro certo!

Se potências fomentam o retrocesso!

Se a fome ainda acontece!

Se a desigualdade recrudesce!

Se a prostituição ficou aceita!

Se a fidelidade foi desfeita!

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107


Ápices Poéticos

Se bombas estão sendo armadas!

Se invasões são arquitetadas!

Se a maldade é defendida!

Se a bondade é enfraquecida!

Se a equidade é assassinada!

Se a injustiça é fortificada!

Se a fraternidade está morrendo!

Se o egoísmo está vencendo!

Se a cidade está doente!

Se psicopatas não estão ausentes!

Se o amor é marginalizado!

Se o afeto é pulverizado!

No milagre da vida em que plátanos em vegetação latejante

se distinguem; a vida em similaridade como a

nossa é engendrada de forma peremptória, incerta e aleatória.

Neste Universo intransponível, desconhecido e infinito,

a raça humana descobriu que o seu maior predador

é ele mesmo, pois, a sua inteligência sabe que este

ciclo pungente, neste trilhar feito de ações impulsivas, de

atos encobertos por mentiras e verdades, tendo por escopo

o sucesso a qualquer preço; o escamotear das vaidades;

a supressão da equidade, tudo recaindo e culpando

a inerente imperfeição, como se não existisse espaço

para a evolução; para o livre-arbítrio; para a percepção;

para o discernir; para o bom senso, e para o

aprendizado em sabedoria que gera a conscientização e

o poder judicioso. Na essência humana consolida-se um

espírito animoso e beligerante, em que a semente redentora

do amor é deixada ao ostracismo, e que a guerra incontinenti,

entre raças, entre religiões, entre irmãos; é

vista como a vitória da derrota humana! Oh, predatória

raça humana que em sua essência minaz e seu ominoso

egoísmo com sua expertise para o mal, destrói a abençoada

vegetação purificante, o qual deu-nos a chance de

nossa sobrevivência neste mundo, graças à sua louvada

fotossíntese que tornou a nossa atmosfera benigna. Essa

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108


Alberto dos Anjos Costa

nossa existência dependente de inúmeros fatores, como

as variações de nosso satélite, das quatro estações, em

que a lua, em sua relevância espetacular é a protagonista

que faz o planeta cintilar e viver; pelo clima; pelas

marés; pela gravidade e magnetismo que faz nosso planeta

girar na rotação certa; como o astro-rei adornado

com seu majestoso diadema de filigrana, em que seus

rutilantes raios de luz, chegam-nos esplendidamente na

medida certa. Não devemos ser céticos quanto à profusa

vivacidade em árvores com seus galhos e folhas, que exprimem

em sua eloquência silenciosa, sentimentos viscerais

enraizados em sua natureza. Ígneas sensações em

sensibilidade em sua existência milenar. Emoções expressadas

em sua vertical quietude silente, em que nós

humanos não temos o poder para ver, mas que nos corações

em sensibilidade conseguem senti-las!

Não estamos alhures, estamos neste venturoso planeta,

com suas imprescindíveis árvores em vegetação exuberante

merecendo nossa gratidão em benevolência.

Como todo ser pulsante, temos o mesmo ciclo de vida:

nascimento, crescimento e morte!

A vida é feita de escolhas, cabe a cada um de nós fazer

a diferença. A vida pode ser letárgica, moribunda, inerte,

insípida e angustiante; nada muda, a não ser que você

faça mudar! Mas deveras, somente mudará se houver

amor à vida, arraigada pela vontade, ideal, desejo, gana,

arrebatamento, coragem e motivação, que devem estar

ancoradas na alma, no âmago, na mente, no coração.

Com toda essa galvanizante e inspiradora explosão de

pulsativa energia, com certeza o destino da vida irá mudar!

Mas para isso é necessário tentar, e ter a centelha

de algo que será essencial e que está dentro de nós, que

tem raiz amarga mas que proporciona frutos muito doces,

que é a perseverança, em aliança com a virtuosa

paciência; pois, “há muros que só a paciência derruba, e

há pontes que só a perseverança constrói”; que em consonância

com o amor que deve existir à vida, suplantará

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109


Ápices Poéticos

medos, insegurança, receios, temores, fazendo germinar

a confiança em si que deverá irradiar a impetuosidade

em dar o primeiro passo, na determinação de; tentar;

tentar outra vez; tentar sempre. Pois, “se não existir frutos,

valeu o perfume das flores; se não existir flores, valeu

a sombra das folhas; se não existir folhas, valeu a intenção

da semente.” Como as antigas folhas secas que

se foram, e que sentiram o maravilhar de sua existência;

as novas elevam-se em viço e vicejam o despertar da vivacidade.

Porque a vida, a tão extraordinária vida, é feita

de mortes e de ressurreições!

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110


Alberto dos Anjos Costa

Luzente Amor

Sua família rica lhe deu um nome,

Giovanni di Pietro di Barnardone,

o qual fez votos de pobreza,

por ter âmago em candidez.

Rebatizado com nome de Francisco,

teve seus rompantes de festeiro,

mas logo decidiu mudar de vida,

e resolve ser intrépido cavaleiro.

Em suas andanças pelos povoados,

em razão de seu novo ofício,

viu pessoas em exclusão,

mendigando em suplício.

E Francisco questionava em objeção:

como pode haver tanta injustiça,

com tantos vivendo em ostentação,

ao lado de tanta paupérie morrediça.

Nessa iminência, acontece a reflexão por ver o mundo

em iniquidades, e Francisco decide-se pela conversão,

consolidando a Ordem da Fraternidade. E Francisco em

apurada eloquência exortava!

Tantas insidiosas guerras!

Tantas insanas mortes!

Pelo ódio que impera!

Com a vingança vindo mais forte!

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111


Ápices Poéticos

Oh! Poder onipotente!

Cubra-nos com seu manto,

da misericordiosa compaixão!

Pois, a raça humana vai enlutando,

pelos rancores no coração!

Guerras santas diabólicas,

findando sonhos de esperanças!

Pífias religiões não acólitas,

prostituindo a fé pela ignorância!

Francisco de Assis, foi uma alma em bondade, renunciou

à sua boa herança, para abraçar a religiosidade!

Abdicou de sua riqueza, para auxiliar os desvalidos, o

seu amor em franqueza, deixava vidas em abrigo!

E o povo o achava insano por não desejar a riqueza que

vinha de herança. Chamavam-no de louco por escolher a

pobreza. Francisco em sua humildade disse-lhes que a

vida é sabedoria e temperança. E contou a história de

Eclesiastes e de seu infortúnio em razão da riqueza.

Eclesiastes, sábio homem que foi Rei!

Se propôs inquirir em seu coração!

Vaidades, vaidades, foi o que semeei!

Debaixo do sol, o meu trabalho foi em vão!

Gozou de prazeres e de grandes riquezas!

Teve enorme poder e muita sabedoria!

Edificou várias obras de magnificente beleza!

Contemplou o respeito, deleites e hipocrisias!

Recordou todo o seu exaustivo trabalho,

feito por suas mãos e pelo suor perseverante!

Notou que nada é permanente, no labor diário,

observou que tudo são vaidades e aflições inquietantes!

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112


Alberto dos Anjos Costa

Refletiu sobre a sabedoria e a ignorância,

e reconheceu que o estulto vive na escuridão!

Compreendeu que o saber é luz e relevância,

e que a morte é igual, tanto à tolice como à razão!

Porquanto, pensou!

Se a morte do ignaro,

é igual ao do de sabedoria,

do que me adiantou eu ter aplicado,

tanta dedicação, naquilo que eu desconhecia!

E adverti o meu coração,

conquanto, minha alma sentia,

que todo meu saber era ânimo em aflição,

e que existiam vaidades nas obras que eu fazia.

Porque, as memórias,

tanto do sábio,

quanto do inculto,

serão sepultadas igualmente,

pelo esquecimento tão abrupto!

Eu, que fui poderoso, sábio e rei,

senti pelo suor, imensa lassidão,

pela dedicação que me empenhei,

no trabalho do dia a dia que foi só abnegação!

Agora ávidos aparecem os herdeiros,

adquirindo para cuidar do que conquistei!

São ociosos, indolentes e interesseiros!

Por fim, foram vaidades e injustiças que encontrei!"

E o povo intolerante lhe perguntava, qual a vantagem

para você em abraçar a humildade, se os humildes são

os mais humilhados?

E Francisco em seu autocontrole explicou:

______

113


Ápices Poéticos

Ser humilde é uma virtude e já é prova de

ponderação, consciência e sabedoria; pois,

somos átomos vitalizados; células energizadas;

poeira cósmica vertidas do firmamento;

grãos de areia soprados ao vento, trilhando

o ciclo imutável da finitude inexorável da

vida, que o tempo se encarregará de fragmentar.

E Francisco argumentava:

Infelizmente a realidade nos mostra, que o que prevalece

no mundo, é a deletéria inversão de valores; em que o

homem simples e honesto é desprezado, pois, não possui

bens e para a maioria isto é sinal de incompetência,

quando na realidade, se esquecem que um caráter ilibado

é sinal de candura de espírito.

Francisco também observava naquele povoado, que as

pessoas reclamavam demais da vida que tinham, e que

todos se ajoelhavam a pedir, rogar e suplicar para que o

Divino lhes desse uma vida de fartura. Notou que as

pessoas ficavam insatisfeitas pelos seus pedidos não

atendidos, e se expressou quase que em brados.

Vocês são os arquitetos de seus destinos!

Trabalhem com vontade e determinação!

Só reclamar deixarão vocês desatendidos!

Nenhuma porta se abrirá sem obstinação!

Deus! Anda estressado!

Pelas incontáveis súplicas de auxílio!

Atende sempre aos necessitados!

Nunca se esquece de seus filhos!

A Onipotência roga atenção;

para que haja ações de irmandade!

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114


Alberto dos Anjos Costa

Porquanto! Deus em lassidão!

Insiste para que cada um faça a sua parte!

O Criador está cansado;

por pedidos egoístas!

Seu Evangelho foi desvirtuado,

por vaidades consumistas!

A Providência fadigosa,

não suporta mais tanta pressão!

Todos implorando-lhe, por uma vida venturosa!

A maioria mentindo; dizendo-se Cristão!

O Supremo encontra-se infeliz!

Vendo fiéis em fé mistificada!

Indo à missa em domingo feliz;

mas praticando maldades em ações dissimuladas!

Deus clama!

Eu faço o que eu posso,

mas vocês não me ajudam!

Também reclama!

O que vale ajoelhar-se e fazer orações;

se vocês não me têm em seus corações!

Francisco de Assis com a sua aura em cintilante compreensão,

e seu coração em sentimento luzindo empatia,

ressaltava: Porquanto, se continuarmos fazendo o que

sempre fizemos, seremos sempre o que sempre fomos!

Nada muda a não ser que façamos mudar! E também

corroborava: não podemos viver felizes senão formos justos,

sensatos e bons; e não podemos ser justos, sensatos

e bons, sem sermos felizes.

Nossas escolhas fazem o trilhar,

ser alegre ou obscuro.

______

115


Ápices Poéticos

Nossas vontades trarão o conquistar,

de anseios para um lindo futuro.

E pelo firmamento Deus vigiava.

Deus ficava em ventura,

vendo suas boas ações;

a fraternidade em semeadura,

enaltecendo a fé em corações!

O amor era seu alimento,

dedicado aos desamparados,

sua ternura sepultava tormentos,

de carentes espíritos desesperados.

Amava os animais e a natureza;

seu sentimento em esplendor,

mostrava toda sua grandeza,

cultivada pelo amor.

Francisco de Assis foi:

Arrebatamento da simplicidade,

irradiando a benevolência,

ser de luz na humildade,

puro anjo da indulgência.

Alma em serenidade,

magnetizando o otimismo,

seu viver em conformidade,

fez conhecer o altruísmo.

Meiguice no semblante,

ofertando seu amor,

respeitando o semelhante,

socorrendo-o em sua dor.

______

116


Alberto dos Anjos Costa

Anjo em caridade,

no existir de rendição.

Espírito em benignidade,

transluzindo sua afeição.

Sua fé foi abnegação,

na entrega sensibilizante,

prantos em consolação,

no reconforto tão atuante.

Prazeres em rejeição,

no amparo em prioridade,

o próximo em aflição,

recebendo sua fraternidade.

Francisco caminhando certa vez em Assis sua cidade natal,

viu um pobre camponês, contristado e muito mal.

Aquele homem doente,

sentindo intermitentes dores,

vivia um pulsar plangente!

Aflito! Vivenciava temores!

Francisco chegou perto daquele homem e disse-lhe:

Demita sua angústia!

Não caia em prostração!

Enalteça sua astúcia,

procure uma razão!

Aprenda com seus erros,

não crie desesperanças!

Não fique em desterro!

Tenha fé e confiança!

Deixe de lado a prostração,

a tristeza e o desalento!

______

117


Ápices Poéticos

Pois, aceitar a depressão,

é ver a vida em tom cinzento!

Enalteça a serenidade,

a esperança e o otimismo!

Aprenda que as adversidades,

serão constantes em seu caminho!

Sua mente é quem decide;

o ensejar de novas mudanças!

Seu coração é que emite,

os batimentos da perseverança!

Plena felicidade é utopia!

As tristezas fazem parte!

São nos momentos em alegria,

que faz o sorriso ser destaque!

Viver! É exímia coragem!

É se arriscar a cada dia!

Pois, é curta sua passagem!

É necessária luta e ousadia!

Fomente imprescindíveis vontades,

que consolidarão aprendizados!

Desistir! É fragilidade covarde!

É se sentir como derrotado!

Desperte o lindo sol,

que se esconde em você!

Saia desta escuridão,

que só faz você sofrer!

Não insista em reclamar,

da vida que você tem!

A ingratidão em seu trilhar,

te deixará sendo refém!

______

118


Alberto dos Anjos Costa

Revezes acontecem!

Desilusões são encontradas!

Seja forte e não se entregue,

para uma vida desolada!

E Francisco de Assis continuou dizendo:

Faça de seu amanhã,

um dia abençoado!

Cultive ânimo em afã!

Não se sinta mais culpado!

Neste viver de emoções,

de êxtases e encantos;

procure abraçar inspirações!

Demita seus tétricos prantos!

Sua mente é a importância,

de estancar esta solidão!

Cultive a confiança,

para abarcar a redenção!

Não seja inclemente!

Não desperdice este instante!

Pensamentos resplandecentes,

irão mostrar sua alma brilhante!

Eleve sua autoestima!

Alteie seu amor-próprio!

Coloque seu astral pra cima!

E sustarás o melancólico!

O amanhã será um novo dia!

Terás uma vida melhor!

Encontrarás paz e harmonia;

e nem lembrarás do seu pior!

______

119


Ápices Poéticos

Que dádiva!

Sinto bálsamo em teu ser!

Vontades a transparecer!

Vejo agora luz em teu olhar,

redenção em seu trilhar,

sua alma em alento,

sentindo Deus neste momento!

Nesse instante, as folhas das árvores dançavam e bailavam

exultantes pelo suave vento em carinho que as

abraçava em deleite.

As atraentes flores emanavam um perfume agradável, e

compraziam-se em arroubos ao verem a contenda entre

as abelhas em busca de seu inebriante néctar, e com as

libertas borboletas em sua graciosidade pelos movimentos

lépidos de suas coloridas asas que se orquestravam a

contento.

Airosas flores com suas nuances cromáticas que criavam

enlevo, dando um toque de inspiração poética com profusas

sensações em magia, com seu eflúvio cativante fomentava

uma atmosfera em concórdia, em que fragrâncias

eram sentidas como emissoras de afeto para a ascensão

da fraternidade.

O Sol auspicioso resplandecia, emitindo lustrosos raios

que adornavam a mansidão, assentindo na paisagem

um tom dourado na admirável e profusa emoção que

emergia perante opimo sentimento.

Os pássaros ressoavam sons harmoniosos, presenteando

com seu trilar, o despertar de refulgentes sensações em

envolvente júbilo.

O céu azul e belo, contemplava maravilhado a natureza

em sintonia, pelo encanto arrebatador do munificente

______

120


Alberto dos Anjos Costa

amor em aliança, que aflorava em corações em bondade.

Em um átimo, aprazível frescor cingiu o corpo daquele

singelo e humilde camponês; uma radiante luz ornamentou-se

em sua aura espiritual; um despertar animador

floresceu naquele penalizado homem, e como por uma

bênção, sentiu revigorante energia e inefável estamina

em sua essência, subtraindo-lhe toda a angústia e aflição.

Seus conceitos despontaram-se reluzentes e otimistas,

convergindo para transparente sabedoria, em que a ínclita

fé e a perfulgente esperança tornaram-se absorvidas

pela harmoniosa e prodigiosa tríade, que convergiam entre

alma, corpo e mente.

Despertou-se uma compreensão em equilíbrio, em que o

autorrespeito e amor-próprio, que lhe haviam sido subtraídos,

entreabriram-se intensificados pelo vívido sentimento

em percepção, que soterrou o temor, a desesperança,

o martírio, a prostração; e que agora, como encantamento

pelas palavras prolíficas de Francisco de Assis,

aquele pacato e modesto homem que antes estava

em desventura, pudesse desejar e projetar um novo e

edificante horizonte em sua vida.

Outrora, o que parecia um cenário desalentador, mortiço

e arruinado, diante da amargura em sua vida, metamorfoseou-se

para algo cristalino, esperançoso, magnetizante

e encorajador.

Uma multidão que presenciou aquele milagre, circundou

Francisco com cândida afetividade rogando-lhe para que

continuasse a falar.

E Francisco de Assis continuou a se expressar:

______

121


Ápices Poéticos

Para vocês que se sentem soçobrados,

não esqueçam de serem resilientes,

se quiserem um porvir contente.

Porquanto, deveras:

o sorrir é relevante,

para ativar o otimismo!

Pois, a vida é inebriante!

Não abrace o pessimismo!

A mente é a propulsora,

de alegrias ou tristezas!

A esperança é a condutora,

por veres o mundo em beleza!

Resplandeça o coração,

no sentimento positivo!

Pois, andar em contramão,

é a certeza de perigos!

Não reclame! Não lamente!

Já que a vida, são sacrifícios!

Não desista! Sempre tente!

O aprendizado é bem difícil!

Não cultive a ingratidão!

Agradeça por mais um dia!

Ser injusto é motivação,

para encontrares a desarmonia!

Hoje! Muitos morreram!

E você aí está!

Deixe de lado o desespero!

Pois, viver é perseverar!

Com luzente amor, Francisco de Assis continuou:

______

122


Alberto dos Anjos Costa

Sinta o Sol nascendo!

Sinta a flor a desabrochar!

Tuas sensibilidades aparecendo;

é o amor a despertar!

Tudo fácil, não teria graça;

seria uma vida sem sentido.

Tua inconsciência é uma ameaça!

É descontrole! É desequilíbrio!

Os dias são diferentes!

O amanhã será melhor!

Hoje! Com tua fé; ficarás contente!

Incutirá desejos! Não pensarás no pior!

Os erros do passado

já passaram; são imutáveis!

Os desacertos são compensados,

por tuas virtudes formidáveis!

Não esmoreça! Não se entregue

às denegridas tentações!

Sejas forte! Nem se apegue;

a esta vida de ilusões!

Galvanize tua mente,

com vontades alentadoras!

Seja sincero e decente,

sem ideias destruidoras!

A plena felicidade,

é subjetiva; é abstrata!

A vida em simplicidade,

traz ventura de forma exata!

Olhe para trás!

E sentirás compaixão!

______

123


Ápices Poéticos

Verás, quanto sofrimento!

Quantos caíram, e ainda estão no chão!

Derrotas e vitórias,

bondades e maldades!

A vida é misteriosa história,

que se escrevem, por nossas vontades!

Você nesta odisseia,

em que o tempo vê passar;

vive e não tem ideia,

de quando o fim irá chegar!

A vida é mesmo assim!

Vivenciaremos as incertezas!

Início, meio e fim!

Pereceremos! Essa é a certeza!

Porquanto! Viva intensamente!

Não desperdice belos momentos!

Não sejas contraproducente!

Viva o agora! Viva a contento!

Ame a si mesmo!

Desfrute deste mundo!

Sois dádiva! Sois uma estrela!

Sois o tempo em segundos!

Hoje, aqui estamos,

amanhã, ninguém sabe,

o viver que desfrutamos,

faz parte da interinidade.

Nada é nosso,

tudo é emprestado,

somos inquilinos pretensiosos,

de um mundo tão fustigado.

______

124


Alberto dos Anjos Costa

Sentimo-nos onipotentes,

colhemos desenganos,

não somos dono do presente,

nem do futuro que esperamos.

Consideramo-nos proprietários

dos bens que possuímos,

pensar assim é temerário,

é presunção que instituímos.

Ah, que homem Santo! Era o que a multidão exaltava!

Em Francisco de Assis, uma luz irradiava. Todos os admiravam

pela sua:

Consciência tranquila,

feição sorridente,

pensar em harmonia,

viver reluzente.

Sobrevivência pobre,

anuindo esperanças,

positividade tão nobre,

perfilhando confiança.

Francisco feliz,

em bondade ativa:

pobreza que diz,

que a riqueza é subjetiva.

Posses tão simples,

mas sentindo realeza,

existir sem requintes,

beneficência em presteza.

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125


Ápices Poéticos

E mais pessoas simples, em sua maioria, se avolumavam

em torno de Francisco, para ouvi-lo em atenção,

inebriados pela fé em inspiração.

E Francisco de Assis em sua fecunda eloquência dizialhes:

Como posso me sentir abandonado!

Se Deus sempre estará ao meu lado.

Como posso seguir insensível e embrutecido!

Se o viver deve ser alegre e enternecido.

Como posso desejar mais do que tenho!

Se para a maioria são sepultados seus anseios.

Como posso ser tão ávido e ganancioso!

Se em muitos lares falta o sustento precioso.

Como posso estar contristado e na apatia!

Se o Sol brilha refulgindo estesia.

Como posso recalcitrar contra o amor!

Se o mundo chora em guerras cruentas de muita dor.

Como posso não me impactar com a violência!

Se a morte foi banalizada pela impiedade em inclemência.

Como posso não pensar no tempo que passa apressado!

Se o efêmero traz a sina de que o fim já foi lançado.

Como posso ser pedante, soberbo e insipiente!

Se a simplicidade é a sabedoria erigindo o condizente.

Como posso não apregoar a vitória por mais um dia!

Se muitas vidas amanhã, não estarão para vivenciar a

aurora que refulgia.

Francisco de Assis falava de Deus, àquelas almas singelas,

que se sentiam renascidas:

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126


Alberto dos Anjos Costa

Deus é luz,

amor e crença,

força que produz,

amor em benquerença.

Deus é pai,

remetendo provações,

fecundando augusta paz,

acalentando corações.

Deus é onipotência,

combatendo a maldade,

induzindo indulgências,

promovendo caridades.

Deus é alimento,

entronizando branduras,

é a vida em intento,

ressuscitada por curas.

Deus é sabedoria,

fomentando discernimentos,

inspirando alegrias,

transluzindo sentimentos.

Deus é o silenciar,

reluzindo orações,

propagando o esperançar,

demovendo aflições.

Deus é o firmamento,

resplandecendo o Universo,

espiritualidade em lenimento,

facilitando o difícil acesso.

Francisco viu naquela multidão, outrora contristada pelas

aflições, uma luz galvanizante em seus olhares, e sentiu

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127


Ápices Poéticos

que o amor agora em seus corações, era Deus ancorando

sonhos aos seus pares.

E disse Francisco de Assis sobre o amor:

Ah! O amor!

Sincero sentimento,

espargindo o esplendor,

dando à vida o alento,

esperança e vigor.

A bondade é o amor,

nascido da compaixão!

Fazer é o bem é o indutor,

da felicidade e mansidão!

Amar ajuda a viver,

amar deixa-nos mais forte,

amar suaviza o sofrer,

quem ama esquece da morte.

Ah! O amor!

Que faz cuidar de uma planta doente!

Auxilia o necessitado no que mais precisa!

Que ancora a bondade em ações indulgentes!

Respeita os animais no sentir que catalisa!

Ah! O amor!

Que sucumbe rancores!

Que professa o perdão!

Que releva detratores,

na humildade em compaixão!

Ah! O amor!

Em que dele falar é fascinante!

Mas que o seu praticar é que é relevante!

É a boa semente para um mundo melhor!

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128


Alberto dos Anjos Costa

É o casto que produz um sentimento maior!

E Já era noite naquele dia, e aquela multidão em silêncio,

admirava as sublimes palavras de Francisco de Assis:

Cada semente promete uma flor,

cada vida inspira o futuro,

todos caminhos indicam o amor,

para seguirmos a um porto seguro.

Ah! Como é bom sonhar!

Com um mundo em felicidade!

Cândidos sentimentos a despertar,

esperança, poesia e fé na bondade!

Como não admirar e se deixar fascinar pela magnificente

sensibilidade que permeou a essência de Francisco de

Assis, nas suas ínclitas ações de plena bondade, em que

mostrou a sua fraternidade e respeito pelas pessoas; pela

natureza; pelos animais e pela vida!

Como olvidar de sua compaixão; de seu respeito e deferência

que teve ao nosso mundo, o qual nós humanos

estamos diariamente destruindo! Como podemos deixar

de reverenciá-lo e agradecer-lhe pelo seu convívio florescente

e humano que nos envolveu de esperanças, pela

solidariedade vivenciada, que embelezou o mundo e

nossa existência!

O maior legado de Francisco de Assis, foi ter-nos deixado

a percepção em sabedoria de que a humildade é valiosa;

que a fraternidade é abençoada; que a solidariedade é

munificente, e que o amor é a semente de Deus, dandonos

a fé e expectativa para um novo amanhã mais fraterno

e solidário, sem a beligerância e sentimentos pífios

e tacanhos em aflição. Antagonismos e beligerâncias,

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129


Ápices Poéticos

que nós humanos cada vez mais abraçamos, pela desconfiança,

pela deslealdade, pela falta de sinceridade,

pelo rancor, e pelo ódio aviltante que idolatramos.

Entronizamos maldades; semeamos injustiças; conspurcamos

a realidade em atos desumanos. Para mitigar as

nossas dores, decepções e frustrações, estamos cada vez

mais nos distanciando de nossas ações espirituosas,

construtivas, fraternas e solidárias; cada vez mais cultuamos

as nossas mesquinhas e abomináveis paixões, sepultando

o que poderíamos ter de melhor que é o espírito

de humanidade; escolhendo a ganância, glorificando

o frívolo, buscando o dinheiro fácil por meios sórdidos,

invertendo seus valores morais e vangloriando o abominável.

Francisco de Assis também enfatizava:

Que nossa íntima natureza também nos revela,

que possuímos um outro lado maravilhoso:

É o valioso e esplêndido sentimento,

que nos faz também um ser bondoso!

Que devemos ser também:

o cultivar do sublime amor!

Natureza da compaixão e generosidade,

que faz da nossa existência um resplendor,

na paz e harmonia que deve ser nossa vontade!

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130


Alberto dos Anjos Costa

Nódoas Vicejantes

Ainda que serôdio, lerdo e pausado, o Judiciário é letárgico,

anacrônico e malogrado; dependente dos terceirizados,

agilizando um poder estagnado! Segue sendo injudicioso

em sua morosidade, mostrando ser um privilegiado

poder desonroso pela vagarosidade. Desdenhável

empáfia e arrogância de serventuários, com sua indolência

em exorbitância; sobrecarregam o labor de estagiárias,

na lerdice processual em destemperança!

Judiciário de benesses e regalias,

com o nepotismo e iniquidades!

Em sua essência carcomida,

aprecia a secular morosidade!

A lei é deveras um engodo,

ao preceituar sem nenhum estorvo,

que perante ela somos iguais,

e que julgamentos justos são vitais!

Mas não é isso que se vislumbra!

Pois, o rico é o privilegiado;

o pobre vive na penumbra,

com seus direitos vilipendiados!

Oh! Promotores de Injustiças;

que parecem resquícios da Inquisição!

Sua ideologia é morrediça,

pela prepotência da acusação!

Ah, vida! De iniquidades profundas,

despojando direitos em atos sem probidade!

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131


Ápices Poéticos

Eleges almas infamadas e infecundas,

que reprovam o bem, em prol da pravidade!

A injustiça; aprova-a com entusiasmo!

A honradez; deixa-a quebrantada e desfalecida!

Oh, Judiciário! De escopo torto e aleijado!

Por que sua tenção foi prostituída?

Brasil! O que fizeram de ti?

Com seu povo acovardado,

pela submissão em seu sentir!

Com seus anseios postergados,

e o sofrimento a lhe suprir!

Com suas preces sem resposta,

e suas coragens arrefecidas!

A elite sempre disposta,

a fingir que não é bandida!

Política de elites,

financiando governantes,

hipocrisia em acinte,

elegendo o repugnante.

Brasil mistificado,

por partidos em conluio,

anacronismo abençoado,

pelos eleitores do esbulho.

Escolha de fantoches,

em defesa de interesses;

patriotismo em deboche,

protegendo nobres burgueses.

Poucos privilegiados,

dominando grandes riquezas,

milhões de infortunados,

garantindo sonhos da realeza.

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132


Alberto dos Anjos Costa

Em concordatas e falências,

o seu lucro é descomunal,

empresas falsas em evidência;

notas frias em conluio fiscal.

Corroboram com propinas,

subornando servidores,

são como aves de rapina;

são argutos astutos traidores.

Pobreza destroçada,

prostituída pelo Poder,

a ignorância é semeada;

é o mais forte a vencer.

Os políticos na hipocrisia,

em defesa do despojar,

interessa-lhes a paralisia,

vendo sua gente a se ajoelhar.

E por falar em parasitas!

Como está a saúde pública?

Não tem paciente que resista

à desgraça ingente e túmida!

Oh! Pobreza desvalida!

Vendo os seus filhos a morrer!

Suas lágrimas são espargidas,

por erros médicos a se esconder!

O Estado é o guardião,

da saúde de nosso povo!

Assim diz a Constituição!

Mas nos tratam como bobos!

Pagamos tantos impostos,

para um governo que nos insulta!

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133


Ápices Poéticos

Lava Jato, Mensalão e outros troços,

faz da nação uma prostituta!

Nossa gente semianalfabeta,

foi estratégia capitalista;

mão de obra barata e certa,

para uma ignorância sufragista!

Manipulação de mentes,

com artimanhas astuciosas!

Nosso povo sempre contente,

na obediência cega e vitoriosa!

Desestruturada Educação,

para formar a subserviência!

O antipatriotismo era a solução,

para não ter heróis em resistência!

Sem identidade e sem cultura,

nossa gente ainda está!

República libertina e espúria,

sustentando marajás!

Notória mácula em advogados,

que participam de imoralidades!

O seu preço é homologado,

em conluio com as duas partes!

Ávidos se locupletam,

por artimanhas latentes!

Más intenções que revelam,

que o dinheiro é onipotente!

Oh! Padres pedófilos,

desonrando pelo prazer!

Os meninos não são mais católicos,

pelas feridas e pelo sofrer!

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134


Alberto dos Anjos Costa

Oh! Pastores enganadores,

em sermões repetidos e artificiais!

Os dízimos vão para investidores,

afiançando a pobreza de fiéis serviçais!

Vamos ater aos médicos,

com seu o seu voto proeminente!

Seus estudos não formam néscios,

pelo conhecimento complexo e eminente!

Mas em todas as profissões,

têm os bons e os maus!

Existem muitos charlatões,

que são uns putos caras de pau!

Quantos médicos mercenários,

que lucram com as doenças!

São sôfregos pelos honorários!

Doutores negociando a indecência!

Com o juramento hipocrático sepultado,

pela vida de pacientes em comércio!

O seu poder é transplantado,

para fins agora maléficos!

Se quiseres conhecer o dissabor, o arcaico e o mortiço;

envolto em aura de dor, em ambiente não castiço; adentre

a uma Delegacia Policial, e sentirás a pútrida displicência,

em sua maculosa estrutura oficial, corroída pela

fúnebre negligência! Desfilando em jactância, com armas

na cintura; servidores elaboram sindicância pelos

crimes em desventura!

Oh! Que ambiente depressivo,

com seus segredos de horrores;

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135


Ápices Poéticos

o cidadão se sente constrangido,

pelo torpor incitando temores!

Delegacias de polícias degradadas!

Policiais civis ineficientes!

A retrocessão é corroborada,

pelo Corporativismo impudente!

Para que duas polícias?

Se a insegurança é geral!

Mudanças são benquistas!

Rogamos é por igualdade social!

Abusiva conduta,

deslustrando autoridades,

incompetência tão estulta,

absolvida pela impunidade.

Violência policial,

fomentando injustiças,

prepotência ilegal,

capitaneadas por fascistas.

Oh, recônditos pecados!

Que jamais emergirão!

Guardados a sete chaves;

ninguém o julgarão!

Não se deve generalizar,

pois, seria injusto e insensato!

Bons policiais sempre vão estar,

a favor da retidão em seus atos!

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136


Alberto dos Anjos Costa

Deuses em Oclusão

Oh! Justiça alquebrada que se esconde!

Oh! Sorte cruenta por asas doutas!

Mortiças vidas seguem avante,

com iniquidades que não são poucas!

Minazes togas sacrossantas,

em Deuses que elegem a mortalha!

Profusas dores em tétrico pranto;

sustando sonhos em vidas soçobradas!

Cesare Beccaria, que em 1764 escreveu o livro "Dos Delitos

e das Penas", onde influenciado pelas ideias dos filósofos

Montesquieu, Diderot, Rousseau e Buffon, se colocava

contra a tradição jurídica e invocava a razão e o

sentimento. Atacava a violência e a arbitrariedade da justiça,

(posicionava-se contra a pena de morte), esta pena

não é baseada em direito algum, é, apenas, uma guerra

considerada necessária contra um cidadão da sociedade;

fora isto, ela nunca pôs fim ao cometimento de delitos.

Este castigo tem menos efeito do que uma pena de longa

duração; uma pena perpétua pode afastar o crime de

qualquer cidadão. O que a pena de morte proporciona é

um arrependimento fácil de última hora, a perpetuidade

da pena daria uma comparação dos males praticados.

Para finalizar, é dito que nenhum homem tem direito legítimo

sobre a vida de outro.

Expressando-me em algumas frases, ratifico e corroboro

a minha opinião! Nada nos engana tanto quanto o nosso

próprio julgamento! Quantos inocentes, pobres e injustiçados,

deverão morrer para que possamos ter a consciência

da iniquidade abominável que se esconde na eliminação

da vida, pela sentença da pena de morte!

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137


Ápices Poéticos

Você faz seu trilhar,

pelas escolhas feitas,

suas ações irão mostrar,

que sua bondade é bem aceita.

Sua sabedoria é a riqueza,

da relevância de estares aqui,

sua consciência é o que enseja,

o caminho que escolhes a ti.

Não existe homem tão bom, que submetidos todos seus

pensamentos e ações à justiça, não mereça ser enforcado

dez vezes durante sua existência. O ser humano

possui uma linha tênue entre a moralidade e a perversão.

Como dizia Schopenhauer, raspai a casca do homem

civilizado e o selvagem aparecerá. É paradoxal,

mas todo projeto de construção do ser humano carrega

paradoxalmente a semente da destruição.

Oh! Veja ao seu redor!

Um mundo com tantas guerras!

É a rica indústria armamentista,

sepultando irmãos na terra.

Oh! Natureza de expiações!

Que impõe à vida muitas dores!

Fazem do paraíso o inferno de aflições,

pelo ganho aviltante destes impostores!

Olhe em sua volta!

Sinta a sórdida corrupção!

Somos seres tão corruptos!

Sem dignidade e retidão!

Ah, transgressões!

Guardadas em segredo!

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138


Alberto dos Anjos Costa

Pecados não revelados,

que de pensar nos causam medo.

Nossos erros são inerentes na existência em pecado,

o ser humano infligindo atitudes em transgressões,

pensamos ser doutos, sábios e muito mais civilizados,

ocultamos nosso lado selvagem na impiedade das paixões.

Ah, imperfeições!

Que fazem-nos sentir culpados!

Crassos erros em evidência,

a mostrar caráter maculado.

Quantas injustiças praticamos,

de forma aviltante!

Cerrando os olhos para a verdade;

mentindo com desplante.

Oh, vida!

De tantos caminhos e atalhos!

Muitas vezes nos desviamos,

se comportando como sicários!

Juventude inocente sentindo a agonia,

erigindo o epitáfio pela tragédia em cena,

pesadelos e lágrimas em muitas famílias,

na triste realidade que agora acena.

A imperfeição humana é manifesta, e poderíamos expressar

que todos os homens se enganam, mas só os

grandes homens reconhecem que se enganaram!

A pena de morte é a hipocrisia que em homenagem ao

vício, presta à virtude!

A civilização não suprime a barbárie: aperfeiçoa-a!

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Ápices Poéticos

Se o homem é formado pelas circunstâncias; é necessário

que essas circunstâncias formem humanamente o

homem!

Oh! Famílias contristadas;

pelo vício de seus filhos!

A droga entronizada,

vai puxando o gatilho!

Onde foi que erramos?

Para o mundo está insano!

Pelas drogas em epidemia,

que recrescem a cada dia!

Vidas fugazes!

Almas bandidas!

Maldades vorazes!

Famílias feridas!

Porque são heroínas?

Procuradas em sucesso!

Também a cocaína!

Alimentando o desconexo!

Vidas insanas!

Fúnebres pecados!

Morte é a sua gana!

Pranto é o legado!

Vivemos um mundo solapado,

por drogas lícitas e ilícitas,

o ser humano se vê torturado,

por suas fraquezas recidivas.

Mocidade em tentações,

de sentir o diferente,

se drogando por emoções,

na felicidade inconsequente.

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140


Alberto dos Anjos Costa

Vidas impiedosas!

Vontades assassinas!

Trevas criminosas!

Luto é a sua sina!

Menores em prostituição!

Latrocínios acontecendo!

O dinheiro é a razão;

do ser humano ensandecendo!

Olhai em vossa volta!

Verás mordazes hipocrisias!

As drogas tomando conta!

Procuradas noite e dia.

Oh! Infelicidade!

Que edifica a morte!

Que arranca da vida suas vontades!

Que põe o fel em sua sorte!

Aqui no Brasil, nossa Constituição, (uma das mais modernas

do mundo), preceitua que, “todos somos iguais

perante a lei “.

Uma frase linda e esplendorosa, que em nosso Brasil,

encontra-se envolta em retórica, dissimulação e sofismas,

pois, aqui o que vemos é a ostentação do poder

econômico; de privilegiados, em que a lei não os atinge,

pois, a iniquidade está arraigada na essência desta linda

nação!

O que vemos aqui é uma desigualdade social monstruosa,

a qual é a grande desencadeadora da violência, crimes

e atrocidades; pois como dizia o preclaro Rui Barbosa,”

de tanto triunfarem as injustiças; crescer a desonra;

agigantar-se o poder nas mãos dos maus;

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141


Ápices Poéticos

- O homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da

honra, e ater vergonha de ser honesto.” Pois, sim, aqui

no Brasil, muitos dos que são adorados nos altares estão

ardendo no inferno!

O homem e suas demagogias,

se fechardes a porta a todos os erros,

é inevitável que a verdade também fique do lado de fora;

pois, a pobreza incita a promiscuidades, desesperos e

sublevações! Somos uma nação que conheceu o abominável,

injudicioso e repugnante trabalho escravo no período

colonial e imperial, mas é muito triste em saber que

ainda existe o trabalho escravo contemporâneo, conquistado

pela pobreza em razão da desigualdade social. Dados

estatísticos do IBGE de 2020, mostram que 54% da

população brasileira é negra. O povo com fome não ouve

a razão, não se pacifica com a justiça, não cede à súplica!

Mãe África,

ajoelhada em rendição,

lacrimejando sorumbática,

o desterro da nação.

Filhos arrancados,

de tribos tão distantes,

negros sendo destratados,

em porões aviltantes.

Branco egoísmo,

cultuando injustiças,

pele escura sucumbindo,

pela escravidão submissa.

Raízes marginalizadas,

encontrando humilhação,

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142


Alberto dos Anjos Costa

sua cultura desrespeitada,

sobreviventes em sujeição.

Raça negra castigada,

pelo abandono e segregar,

liberdade enclausurada,

condenação a lhes atormentar.

Alforria dissimulada,

destinando preconceitos,

fome não indenizada,

em subempregos nem sendo aceitos.

Negros em rejeição,

outrora em senzalas,

conhecendo a discriminação,

agora em penitenciárias.

O essencial é invisível aos olhos, e nossas virtudes são,

muitas vezes, filhas bastardas de nossos vícios! (este é o

ser humano, uma raça deveras arrogante!). A vida está

cheia de infinitos absurdos, os quais descaradamente

não precisam parecer verossímeis – pois são verdadeiros,

haja vista, que sempre se ouvirão vozes em discordância,

expressando oposição sem alternativa, descobrindo

o errado e nunca o certo, encontrando escuridão

em toda parte e procurando exercer influência sem aceitar

responsabilidade. É mister sentir a empatia, sensibilidade,

respeitabilidades às diferenças, e acima de tudo,

deferência, acatamento, consideração e apreço ao cidadão;

na humanidade que se deve ter por escopo e propósito,

domar o homem, para obstar em sua essência a

animalidade corrosiva e galvanizando o uso da civilidade,

ancorada em seu equânime livre-arbítrio, sábio

discernimento e enaltecimento da coletividade em prol

do bem comum; sepultando o individualismo tão predador!

Mas o âmago do ser humano está revestido de

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143


Ápices Poéticos

injustiças, desumanidades, insensibilidades e desamor,

o que gera à formação das tacanhas e pífias paixões, estruturadas

e sedimentadas, na ganância, egoísmo, ódio,

vingança, animosidades, destruição e morte!

Por que negar a pena de morte?

Porque a vida é bênção divina,

e não somos Deuses em oclusão!

Para que injustiças não sejam assistidas,

pelos inocentes que morrerão na prisão.

Humana consciência abjeta e animalesca,

de paixões abomináveis e de ações tão dantescas!

Incruentas mágoas deixarão como legado,

cáusticas dores lembrarão sonhos pulverizados!

O que nossa natureza nos revela?

Que somos um campo minado!

Somos uma Caixa de Pandora!

Somos o pavio sendo detonado!

Somos a explosão que nos devora,

extinguindo uma nova aurora!

O que é a vida senão uma vitória temporária sobre o que

causa nossa morte inevitável!

Já dizia o eminente Rui Barbosa: A justiça atrasada não

é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta. A justiça

tardia nada mais é que do que injustiça institucionalizada!

Oh! Quantas togas maculadas! Pois, o que dizer

senão, que não se deixem enganar pelos cabelos brancos,

que envergam a toga, pois, os canalhas também envelhecem!

Neste país continental, em que uma minoria, pelo bem

próprio, manipula com o engendrar maquiavélico, tudo o

que poderia ser bom, tornando-o pútrido e infame! Em

que a pobreza e miséria são produtos desses senhores

tão respeitados pelas mídias; às quais também se

______

144


Alberto dos Anjos Costa

comportam com parcialidade, sem isenção, e desinformando

através de matérias pagas ao preço de diamantes!

Sim, a miséria é proposital, pois, dá lucro aos ricos!

A miséria para eles é necessária, para sustentar toda a

classe privilegiada desses perversos parasitas!

Oh! Milionários egocêntricos;

que se servem dos miseráveis!

São desavergonhados e peçonhentos;

impondo a penúria e desigualdades!

Carros e mansões,

joias e muito ouro;

o rico em sonegações,

fraudando com desdouro.

Soberbas em imponência,

o seu Deus é o dinheiro;

são hienas em prepotência,

pelo enriquecimento sorrateiro.

Não se importam com ninguém,

são egoístas por natureza,

furtam, roubam e dizem amém,

tem aversão e asco pela pobreza.

Em concordatas e falências,

o seu lucro é descomunal,

empresas falsas em evidência,

notas frias em conluio fiscal.

Corroboram com propinas,

subornando servidores,

são como aves de rapina,

são argutos astutos traidores.

Poder e ostentação,

______

145


Ápices Poéticos

arrogância e riqueza!

Tudo é ingente ilusão;

é o ego em sua pobreza!

Ignaras vaidades,

a mostrar o superficial,

esquecem que a simplicidade,

traz a candura espiritual.

Orgulho materialista,

com seus valores em inversão,

sistema frívolo e elitista,

em sua sórdida contemplação.

São ricos parasitas,

recrudescendo desigualdades,

por eles a nação é malquista,

usurpando-a com improbidades.

Já se provou a ineficácia da pena de morte, aos milhões

de inocentes que sucumbiram perante a tirania e despotismo,

que imperam em sórdido poder! A ressocialização

do preso aqui no Brasil, é uma utopia; uma demagogia;

uma hipocrisia, num sistema penitenciário já falido há

mais de 80 anos. Temos prisões condenadas pelo anacrônico

e retrógrado sistema penal! Hoje o preso é um

relevante auxílio e arrimo a uma enorme classe de profissionais!

É o sustento para juízes, promotores, policiais,

advogados, serventuários, oficiais, agentes, etc...., o

preso acaba sendo um mantenedor de um sistema que

emprega milhões e que se encontra agonizante e moribundo!

Muito se ganha com os detentos, e que se encontram

como carniça, ou carne se deteriorando, onde

os abutres se locupletam com ardis, artimanhas e dissimulações

em saborosos banquetes! Não se interessa

neste país, algo que viesse ser benéfico ao ser humano;

______

146


Alberto dos Anjos Costa

o que mais se interessa é consolidar o sistema penitenciário,

como algo podre; pois, detento não dá votos!

Como posso não ser vil e maldoso,

se nasci do desamor insidioso!

Como posso não esconder meus segredos de horrores,

se meu viver é um teatro martirizando espectadores!

Mentes em descaminho,

em amizades perigosas!

Vontades em desatino,

formam gangues insidiosas!

Quantos espíritos na prisão,

aflitos e desesperançados!

Castigados pela escuridão,

sentindo o inferno ao seu lado!

Sucumbidos pelas grades,

que lhe ofertam humilhação;

veem a morte em toda parte,

ouvem os gritos da oclusão!

No cárcere de desesperos,

em que o tempo é indiferente;

prostram sonhos de prisioneiros,

em martírios deprimentes!

Porquanto! Não faças ao outro,

o que não queres que façam a ti!

Sua liberdade é o seu tesouro!

Seu livre-arbítrio vai decidir!

Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os

homens! É tão óbvio, que clamo pela indignação! O ouro

e a prata purificam-se pelo fogo; e a alma pelas aflições!

Assim, quantas almas oprimidas, quantos corpos

______

147


Ápices Poéticos

doentes, quantas mentes que se tornam insanas, em

presídios funestos que sepultam vidas diariamente; e arregimentam

e alavancam a formação de homens brutos,

insensíveis, perversos e frios; que para eles a prisão serviu

como escola do crime, e sairão piores como monstros

que perderam o sentido moral; em suas veias correm

o ódio, a veneração pelo mal; tornaram-se o próprio

diabo; em que sua vida agora nada significa; para estes,

viver e morrer é a mesma coisa, pois foi-lhes tirado as

esperanças do amanhã, e fixado o sentimento cruel e

abominável em seus atos hediondos que retornarão para

a vulnerável sociedade!

Oh! Brasil miscigenado!

De humilde povo hospitaleiro!

O pobre é que vive encarcerado!

O rico suborna com seu dinheiro!

Como acreditar naquilo que nos hipnotiza, e deixam-nos

como um ser pusilânime e covarde! Sim, a violência é

produzida por ações e omissões, que desejam um país

em menoscabo! Poderíamos falar, que poderosa é a lei,

mas ainda mais poderosa é a necessidade!

Por que não furtar?

Porque o que é de outro não lhe pertence,

sua lisura e retidão serão sua escora,

sua honestidade é tesouro reluzente,

nas atitudes que estarão à prova.

A raça humana não é indulgente! Estamos sempre impetuosos

para aflorar a nossa animalidade, o nosso instinto

destrutivo, através de animosidades, beligerâncias e maldades!

Raça humana com travos e rancores,

sordidez aplicada por insensíveis predadores!

______

148


Alberto dos Anjos Costa

Insana consciência machucando por prazer,

pondo fel e azedume e ancorando o entristecer!

Por que não odiar?

Porque o clemente perdão é humildade,

o desprezível rancor é maldade,

o impudente ressentimento é flagelo,

e ser beligerante em rancor não é belo!

Humana essência que mata por vontade,

crueldade no coração sem remorso e piedade!

Pífias almas fratricidas que sepultam o amor,

a torpeza é idolatrada no afã destruidor!

Esses respeitados senhores que consentem, aprovam e

autorizam a pena de morte, e tem em seu âmago a fé

onipotente pela sua convicção religiosa, são contraditórios

e paradoxais, pois, acreditam que seu Deus abençoa

as suas nefastas ações! Quando na realidade, Deus deveria

fomentar a humanidade e não atos desumanos!

Quem somos nós para que decidamos a vida e a morte

de alguém! Quantos inocentes não pereceram por erros

de julgamentos! Apenas porque eram pobres e na sua

grande maioria, desprotegidos negros! O que é Deus senão

a bondade que nada mais é do que o amor nascido

da compaixão!

Ah! Casto amor!

Que faz cuidar de uma planta doente!

Auxilia o necessitado no que mais precisa!

Que ancora a bondade em ações indulgentes

que respeita os animais pelo sentir que humaniza!

Ressaltaríamos que para o ser humano desajustado psicologicamente,

com sua mente pervertida e doente com

sintomas de sociopatia psicótica, haveria de existir medidas

restritivas para que a sociedade não sofresse pela

______

149


Ápices Poéticos

insegurança da violência iminente e arrebatadora que

poderia causar danos e mortes. Haveria sim, de ter medidas

coercitivas preventivas, para que esses seres carcomidos

pela degeneração mental, tivessem um tratamento

adequado, haja vista, que quiçá não seja mais recuperável

para um processo de ressocialização; nem por

isso teríamos que eliminá-lo, como uma praga ou um

parasita, pois acima de tudo é um ser humano; irrecuperável,

mais é um ser humano!

A natureza humana,

é como um computador cheio de vírus!

Como uma máquina defeituosa!

Com a inteligência se destruindo,

pela maldade vergonhosa!

O que somos afinal?

Bênção divina florindo o jardim!

Ou a erva daninha que usurpa seu igual!

Quiçá, a dádiva que conhece o seu fim!

O crime não compensa!

É verdade já provada!

Tantas vidas com sentenças,

arrependidas e destroçadas!

Almas mortificadas,

por suas ações funestas!

Tristes vidas aprisionadas,

pelas práticas desonestas!

O bem sempre vence!

A maldade é desgraçada!

Praticar o mal é indecente;

é a consciência infernizada!

______

150


Alberto dos Anjos Costa

Como uma minoria abastada pode ter tanto poder!

se a maioria de brasileiros têm a servidão para acolher.

Como posso aquiescer com uma nação em desigualdade,

se " és pátria amada, idolatrada”; "em teu seio ó liberdade".

Como "um sonho intenso, um raio vívido", se transforma

em favelas!

se "dos filhos deste solo", não são donos da sua própria

terra.

O assunto é tão extenso e complexo, que suscita debates

e questionamentos! Mas, diante disso, o que eu poderia

enfatizar senão afiançando! Quem é o dono da verdade?

Quantas verdades corrompidas!

Quantas falsidades entronizadas!

Quantas vidas infligidas!

Por verdades dissimuladas.

O tempo traz a verdade,

na vida a ser vivida,

mentiras em castidade,

porquanto, vão ser seguidas!

Somos a obra escatológica;

somos a política mercenária;

somos a imunidade da escória;

somos traições incendiárias.

Somos o passado,

presente e futuro,

primor marcado,

empossando o impuro.

Lépida brisa,

em telúrico passeio,

______

151


Ápices Poéticos

formando ventania,

no paraíso em esteio.

É certo que os homens em geral julgam mais pelos olhos

que pela inteligência – pois todos são capazes de ver,

mas poucos estão em condições de compreender o que

veem!

Todo pedante,

é recalcitrante,

ignorando a briosa humildade;

tudo que honra,

também desonra,

mostrando corações sem probidade.

Tudo que vive,

é morte livre,

sepultando êxtase em resplendor;

todo querer,

centelha o prazer,

decretando também nímia dor.

Quantos não expressarão através de uma imagem míope,

estereotipada, estreita, distorcida e ignóbil, que matar

seria o certo, o precípuo e coerente; para esses gostaria

de perguntar-lhes, se fossem os seus filhos que a

pena de morte lhe abraçasse, o que fariam? Será que teriam

o mesmo pensamento algoz, cingido pela insensibilidade

atroz e medíocre?

Quantas vozes em discordância;

que não sabem o que falam!

São pessoas na ignorância!

Estultas bocas que não se calam!

Estão sempre em oposição;

mas não sabem o que querem!

______

152


Alberto dos Anjos Costa

Indoutas almas em desrazão,

com pedantismo onde estiverem!

Nestes recalcitrantes cidadãos!

A sabedoria é sepultada!

O discernimento é olvidado!

A ponderação é enclausurada!

O livre-arbítrio é desvirtuado!

Consumidos por preconceitos,

seus pensamentos são arcaicos!

O aprender não é bem aceito!

O discriminar lhe é simpático!

Não reconhecem seus próprios erros!

Dizem não ao aprendizado!

São intolerantes em destempero;

mostram-se o quanto são ignaros!

Suas opiniões são contraditórias;

não aceitam serem contestados;

a intransigência é notória;

julgando o certo como errado!

Ou seriam tão imperativamente injudiciosos e despidos

de humanidade, que em suas idiossincrasias ratificariam

e corroborariam suas tétricas assertivas!

Quantas injustiças praticamos,

de forma aviltante!

Cerrando os olhos para a verdade;

mentindo com desplante.

Teatro de ilusões,

a mostrar fragilidades!

Inerentes imperfeições,

______

153


Ápices Poéticos

abraçando iniquidades!

Ensaio estertorante,

em almas aplacadas!

Espetáculo lancinante,

em ambiguidades fomentadas!

Atores em introspecção,

a mostrar serem detratores!

Neuroses em reflexão,

instigando seus rancores!

Desperte o lado benévolo de nossa natureza: Respeitar a

tudo e a todos, é sinal de evolução, é sentir-se mais humanizado,

pela sensibilidade e empatia aos atos praticados,

espargindo de forma singela e sábia, o maior dos

sentimentos que devemos praticar, que é o amor à vida,

a nós mesmos e a este admirável mundo, o qual abriga

a nossa existência.

Oh! Quantas práticas destrutivas

a este magnificente mundo que nos acolhe e ensina,

que nos dá a oportunidade tão divina,

de desfrutar a dádiva da abençoada vida!

Devemos superar através do controle, ponderação, e discernimento,

os instintos selvagens, os impulsos destrutivos

que existe inerente dentro de nós! Não somos inimigos!

Mas amigos! Ainda que as nefastas paixões venham

a corroer o nosso coração e a nossa mente, não

devemos romper nossos vínculos afetivos! As energias

místicas que possuímos, serão alimentadas pelas nossas

ações de fraternidade, com o revigorar de esperanças e

serão congraçadas pelos melhores anjos da nossa natureza!

A vida é mesmo assim: um árduo e difícil aprendizado,

cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas,

______

154


Alberto dos Anjos Costa

a fé e a esperança não devem estigmatizar frágeis culpados,

o amor é o sublime vencedor pela fraternidade comungada.

Oh! Tristeza!

Que entreabre a escuridão!

Sepulta sonhos de grandeza!

Castiga a alma e o coração!

Faça de seu amanhã,

um dia abençoado!

Cultive ânimo em afã!

Não se sinta mais culpado!

Neste viver de emoções,

de êxtases e encantos;

procure abraçar inspirações!

Demita seus tétricos prantos!

______

155


Ápices Poéticos

Ocaso

O tempo é lépido amiúde,

implacável e austero!

Ingratidões em atitude,

são açoites muito severos!

A vida foi seguindo!

O tempo foi passando!

A velhice foi surgindo!

E o ocaso foi se avistando!

Com idade avançada,

com mais de oitenta anos,

suas rugas foram conquistadas,

por sacrifícios e desenganos.

Semblante vincado,

por rugas do tempo,

olhar macerado,

denunciando sofrimento.

Cabelos grisalhos,

retratando velhice,

prazeres renunciados,

seu viver sendo vice.

Noites inquietantes,

pelo amado rebento,

preocupações desgastantes,

desfalecimento incruento.

______

156


Alberto dos Anjos Costa

Sentiste a dor incomensurável no seu ser,

sofrimento visceral contíguo ao comprazer,

incertezas no futuro do rebento a chorar,

com amor sua renúncia acabou por chegar.

Esqueceste de si mesma pela relevância do criar,

noites mal dormidas acalentando a sua riqueza,

seus sonhos adiados em virtudes do educar,

agregando afeição no seu sentimento em beleza.

Verdadeiro amor,

vendo a semente brotar,

conhecendo grande dor,

iniciando o seu sacrificar.

Rebentar de incertezas,

auferindo carinhos,

sempre pronta em defesa,

de seu fruto divino.

Renuncia à liberdade,

dedicando-se noite e dia,

preterindo suas vontades,

entregando-se com alegria.

Prioriza a educação,

resplandecendo o futuro,

o seu rebento é a significação,

na esperança do orgulho.

Irradia sua luminosidade,

participando com ternura,

sublime santa em simplicidade,

heroica mãe pela bravura.

Coração materno,

vivenciando lágrimas e sorrisos,

______

157


Ápices Poéticos

crucificando-se de modo eterno,

morrendo feliz por seus filhos.

Relevância na existência,

numa vida de trabalho,

seu valor em negligência,

no aposentar sem numerário.

Corajosa ao abandono,

dignificando a sua idade,

és soberana sem um trono,

conhecendo a invisibilidade!

Cabelos brancos a nos ensinar,

clamando a nossa atenção,

é a velhice querendo o amar,

sem o desprezo como rendição.

Santos pais esquecidos,

descobrindo a ingratidão,

seu afligir não é merecido,

pela vida em doação.

Heróis sobreviventes,

necessitando de cuidados,

a saúde tão plangente,

conhecendo hospitais lotados.

Vidas amadurecidas,

por alegrias e tristezas,

decepções foram conhecidas,

e suplantadas com firmeza.

Rugas em proeminência,

evidenciadas pelas circunstâncias,

respeitá-las é incidência,

do reconhecimento de sua importância.

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158


Alberto dos Anjos Costa

Terceira idade inocente,

voltando a ser criança,

pureza que de repente,

deixarão lágrimas e lembranças.

O tempo passou,

as rosas murcharam,

a velhice chegou,

todos os sonhos prostraram!

Pele vincada,

alvos cabelos,

costas arqueadas,

passos em apelo!

Trêmulas mãos,

olhar tão distante,

mente em confusão,

lucidez claudicante!

Velhice criança,

rogando atenção,

é o Alzheimer que avança,

clamando compreensão!

Doença que impõe,

a clínica em solução,

o sol agora se põe,

na velhice em rendição!

Vida de aflição e agonia,

no findar das ilusões,

a morte já está em vigia,

e sepultará alegrias e desilusões!

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159


Ápices Poéticos

Oh! Ações fratricidas;

pulverizando a irmandade!

A inveja é homicida!

A herança é a perversidade!

Oh! Hombridade quebrantada;

na retidão em fugacidade!

A ingratidão é exaltada;

anunciando que o dinheiro é a felicidade!

Onde foi que erramos?

Para o mundo está insano!

Pela ganância em epidemia,

que recresce a cada dia!

Quantos asilos lotados!

Quantas mágoas acolhidas!

Quantos pais abandonados!

Quanta frieza infligida!

Gélidos asilos,

presenteados pela solidão,

descaso de pífios filhos,

pondo a velhice em expiação.

Como é triste o envelhecer,

e conviver com a desatenção,

vendo os filhos a embrutecer,

pela impiedade no coração.

Rebentar de insensibilidades,

de rebentos desajuizados,

hoje se esquecem da afetividade,

e do amor para eles ofertados.

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160


Alberto dos Anjos Costa

Mortificado mundo carcomido,

por filhos que só pensam na herança,

colocando os pais em desabrigo,

pela incompreensão e ganância.

Oh! Velhice em desamparo;

agonizando pelo desprezo!

Seus herdeiros ordinários;

estão pensando só no dinheiro!

Natureza humana, com travos e rancores,

sordidez aplicada por insensíveis predadores!

Insana consciência castigando por prazer,

pondo fel e azedume, ancorando o entristecer!

Tétrico envelhecer no ocaso morredouro,

descartados pais demovendo esperanças,

filhas e genros na intolerância em desdouro,

já criando o epitáfio pelo quinhão da herança.

Contristado avelhentar em desalento,

pelo exílio que agora conhecem,

sua descendência impondo tormentos,

na ingratidão aos pais que perecem.

Cabelos brancos voltando a ser criança,

cândidas almas sentindo o viço desvanecido;

alegrias vão estar em lembrança,

e também dores os deixando desiludidos.

Coração chora pelo reconhecimento esquecido,

mágoa incrustada no sentir entristecido,

abnegação sem reconhecimento da gratidão,

arrancando lágrimas pela triste solidão.

A velhice de seus pais roga empatia e respeitar,

abdicaram de sonhos, deram a vida no seu formar,

você agora independente, com dinheiro e fama,

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161


Ápices Poéticos

não é bom filho; com sua ingratidão imersa em lama.

Auxílio de um terno filho em vida deve acontecer;

amor aos pais após a morte não adiantará o arrepender,

peça ao Divino para que seus filhos não siga a ingratidão,

é o efeito de uma causa que converteste em educação,

pura colheita do que plantaste; dividendos da desatenção.

Por que amar os bons pais na velhice?

Para que a morte seja postergada,

para que sintas o orgulho pulsante,

para que aprendas que a vida é obra abençoada,

para que nosso viver seja uma missão dignificante,

pois, a vida é um fantástico maravilhar,

até chegar a hora do tempo findar.

Ah! O amor!

O sempre verdadeiro e sincero amor!

Hoje em dia!

Ignorado! Esquecido! Desprezado!

Por filhos que elegem o desolador!

Pelo descaso aos pais desamparados!

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162


Alberto dos Anjos Costa

Opróbrios

Que Brasil é este?

de políticos tão honestos,

de justiça sem recessos,

de cultura abastada,

de escolas modernizadas!

Onde está a Educação?

Deste país emergente!

Professores sem motivação,

com salários indecentes!

Grande país de hipocrisias!

De aviltantes corrupções!

De políticos em demagogia,

comprando ouro e mansões!

Que Brasil é este?

de pujantes ferrovias,

de metrôs ilimitados,

de ônibus não lotados,

sem caminhões em rodovias!

Que país de contrastes!

Onde ricos proeminentes,

contemplam os miseráveis,

brasileiros sobreviventes!

Que Brasil pujante!

De injustiças sociais!

De pobreza sem saúde,

em corredores de hospitais!

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163


Ápices Poéticos

Por que o sarcasmo Brasil?

Pelos salários avantajados,

Pelos empregos em plenitude,

Pelos trabalhadores não destratados,

Pelas empresas em licitude!

Oh! Brasil Continental!

De riquezas exuberantes!

O seu povo sente-se mal,

pelo trabalho escravo ultrajante!

Por que o escárnio Brasil?

Por ver repartições públicas produtivas,

com os cidadãos bem atendidos!

Pelas aposentadorias construtivas,

de um povo bem assistido!

Oh! Brasil de aposentados!

Vivenciando a mediocridade!

São contribuintes menosprezados!

Discriminados pela terceira idade!

Que Brasil é este?

de salário-mínimo condizente,

de saúde pública decente,

de governo sem prostituição,

sem policiais em corrupção!

Por que te revoltas Brasil!

Por essa casta de pífios empresários,

mamando nas tetas do governo,

pagando percentuais milionários,

para uma Brasília em desgoverno!

Oh, Brasil!

De tantos contratos fraudados!

De tantas licitações compradas!

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164


Alberto dos Anjos Costa

Sentindo a exploração de assalariados!

Vendo sua esperança ser trucidada!

Por que lamentas Brasil?

Pelo país de iletrados,

em que a sujeição é garantida,

pelo povo tratado como gado,

indo para o matadouro todo dia!

A servidão é bem arquitetada,

em benefício de uns milionários,

assim a mão de obra fica barata,

em um Brasil de pobres coitados!

Onde está a segurança?

Que preceitua a Constituição!

O cidadão sem esperança,

não sente orgulho da Nação!

Que Brasil é este?

em que a mídia é desmascarada,

a exclusão social é sepultada,

em que as favelas em extinção,

são provas de conscientização!

Oh! Brasil miscigenado!

De humilde povo hospitaleiro!

O pobre é que vive encarcerado!

O rico suborna com seu dinheiro!

Que Brasil é este?

sem prepotências, injustiças e enganos,

de reforma agrária consolidada,

sem abusivos impostos que geram danos,

a uma população que foi tão martirizada!

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165


Ápices Poéticos

Brasil de extensas terras!

Muitas delas improdutivas!

A reforma agrária que se espera,

é postergada a cada dia!

Que Brasil é este?

de crianças não exploradas,

sem obras públicas superfaturadas,

de violências em extinção,

de brasilidade em exaltação!

Para onde vão os impostos,

que dos cidadãos são recolhidos?

Os opróbrios são tão expostos;

para a corrupção são revertidos!

Por que te decepcionas Brasil?

Por ver um presidente terraplanista,

que entroniza o armamento,

que se abraça com a milícia,

que tem práticas extremistas,

deixando a nação em constrangimento!

Oh! Brasil de tantas caras!

Tire a máscara da vergonha!

O seu povo que tanto trabalha!

Merece que a decência se sobreponha!

Como estamos atrasados,

por não investir em tecnologias!

O futuro do país é declinado,

por só vender matérias-primas!

Minha terra tem fronteiras,

às quais não são fiscalizadas,

a bandidagem sorrateira,

faz a nação ser defraudada!

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166


Alberto dos Anjos Costa

Nosso Exército é relevante!

Nossa Marinha é equipada!

A Aeronáutica é brilhante!

São sanguessugas! Não fazem nada!

Oh! Governo descarado!

Impondo salário-mínimo ordinário!

O rico com seu ardil já preparado,

consolida o castigo aos proletários!

Por que tu entristeces Brasil?

Por ver um Judiciário corrompido,

com salários aviltantes!

Deputados prostituídos,

e um Senado de farsantes!

O povo clama justiça!

A Justiça roga socorro!

Sua lerdeza gera injustiças!

Sua lentidão afiança seu desdouro!

Brasil tão rico e miserável!

Que é amado e odiado!

A elite é cínica e implacável!

Os excluídos são segregados!

Oh! País de meliantes fardados!

Na prepotência de tiranos!

Inocentes cidadãos executados,

pela iniquidade de insanos!

Terra de néscias ingenuidades!

De religiões edificando torpezas!

Plácido povo em ambiguidade!

Pastores e padres aliciando riquezas!

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167


Ápices Poéticos

Brasil de mulheres sensuais!

Desejadas por seus peitos e bundas!

São exportadas por enganos formais!

Prostituídas! Voltam moribundas!

Oh, Brasil!

Em que a formação da pobreza,

é dissimulação arquitetada!

Os ricos para garantir sua riqueza,

fomentam a mão de obra escrava!

Tantos impostos arrecadados,

sem relevantes retornos sociais,

hospitais estão sempre lotados,

tratando cidadãos como animais!

Brasil quiçá de indolentes!

Excluem a coletiva interação!

Estultos eleitores inconsistentes!

Elegem o desinteresse, prejudicando a Nação!

Oh, País! De rota de impunidades!

Desempregos, drogas e violências!

Traficantes recrutando a menoridade,

destruindo famílias, viciando a inocência!

Brasil! O que fizeram de ti?

Nestes desvios de retrocessos!

O povo, só pensa em cada um por si!

Sepultam seu lema de Ordem e Progresso!

Por que choras Brasil?

Quiçá pelos insipientes eleitores,

que elegem a corrupção;

somos todos detratores,

por faltar a conscientização!

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168


Alberto dos Anjos Costa

Que Brasil é este?

de um povo tão politizado,

que sabe escolher seus representantes!

É o Brasil, agora respeitado!

É a nação de heroico brado retumbante!

Ah, Brasil! De sonhos e quimeras!

És a Pátria Amada! Que seu povo espera!

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169


Ápices Poéticos

Paradigma de Fé

Deprimido e derrotado,

João cultivava a tristeza,

seus desejos destroçados,

pelo revés que lhe trouxe a fraqueza.

Aquele homem casado,

pacato e trabalhador,

estava desesperado,

por perder o seu grande amor!

Conhecera na igreja,

a mulher que tanto amava!

O noivado não foi surpresa!

O casamento se aproximava!

Com a casa já construída,

casaram em felicidade!

Joana era tão divertida!

João era suave humildade!

Aquele homem simples,

honesto e trabalhador,

vivia uma vida sem requintes,

no elo que era feito de amor!

João era mestre pedreiro,

gostava do que fazia!

Trabalhava o mês inteiro,

para poupar suas economias!

Sua inspiração era Joana!

Não lhe deixava faltar nada!

______

170


Alberto dos Anjos Costa

A paixão era tamanha,

pois, adorava a mulher amada!

Dois anos se sucederam,

e Joana conheceu o adultério!

Seu amante era um seresteiro,

e guardava o seu pecado em mistério!

Contou seu segredo chorando,

suplicou a João o seu perdão!

Viu que seu amor era o Fernando,

e foi embora com o amante em paixão!

João não era mais esperançoso!

Amargura agora era a companhia!

Perdeu o alento, ficou desgostoso!

Perdeu o encanto com a alvenaria!

O pedreiro João já não trabalha,

e em casa quase não fica!

É no bar que em farra extravasa,

jogando bilhar e bebendo birita!

Martirizado e frustrado pela funesta traição!

A esposa que tanto amava quebrou o juramento,

trocou-lhe pelo amante oferecendo-lhe a rendição!

Desiludido vê agora seus anseios em fragmentos!

Aquele homem ficou doente,

por perder o seu grande amor,

vivia um pulsar plangente,

acalentando o desamor!

Átimo de desesperanças, de amarguras no presente,

coração desalentado, definhando em sofrimento;

abarcado pela solitude no infortúnio deprimente,

cáustica dor em opressão exteriorizando seu tormento.

______

171


Ápices Poéticos

Pungente tristeza prostrando o homem de seu viver,

desistindo da luta, quebrantando seu sonhar,

derribando a alegria, pulverizando seu querer,

corroendo sua alma, enlutando seu trilhar.

Aquele ser passou a questionar!

Se Deus, deveras tem existência!

Pensou!

Por que estou aqui a me quebrantar?

Deveras!

Vivo em desventura e em consequência,

sinto-me castigado pela solidão a me sepultar!

Perdeu a fé! Não tinha mais crença!

Deixou de acreditar em Deus!

Dizia que a criação da onipotência,

era falácia perniciosa de fariseus!

Arrefecido sentimento,

pela fé esquecida,

desacreditou do firmamento,

deixou sua vida embrutecida.

Aquela fisionomia carrancuda, carregada de tristeza, tinha

ideias absurdas;

suicidas em certeza!

Cultivava agora a depressão,

a melancolia, e vivia sempre a lamuriar;

sua companheira era a solidão,

a lúgubre desesperança era seu mortificar!

Não demonstrava sentimentos,

era frio e sem empatia,

sua vida era tormento,

sua mente, a desarmonia!

______

172


Alberto dos Anjos Costa

Dia e noite estava a sofrer,

se dopando com remédios,

não sabia mais o que fazer,

para sucumbir o ingente tédio!

Aquela alma em fragilidade,

insensível e descrente de tudo,

não acreditava em milagre;

o seu viver era de luto!

Sempre foi bom homem, honrado e trabalhador,

teve instantes de venturas, de sorrisos, de quimeras,

travo, revés e reviravoltas, solaparam o seu vigor,

seu espírito é quebradiço; agora é o vício que lhe macera.

Vida póstuma, de um pobre ébrio carcomido,

tétrica realidade, mortificando o seu tempo,

servo do álcool e drogas, que agora são seu lenitivo,

cruel escolha que atiça fúnebre suplício incruento.

Só e desprezado, com a maldição em companhia,

seu horizonte foi enegrecido, sepultando suas vontades,

pensamentos desvairados pelas narinas brancas da cocaína,

injeta na veia o que envenena; a virulenta insanidade.

Extenuado pelas visões, do irreal desditoso alucinante,

corpo e mente desvanecendo pela dependência solenizada,

a oclusão é sinônimo da vida que é irrelevante,

agora jaz um moribundo elegendo sua mortalha.

Quando tudo parecia martirizar, findar e perecer, o extraordinário

despontou: algo de lindo aconteceu! Naquele

exato momento, o vento pela janela aberta adentrou!

______

173


Ápices Poéticos

Trouxe para perto do homem um alento! Um papel com

várias frases escritas que ele pegou!

No papel, encontrava-se uma oração!

O homem começou a lê-la com atenção!

FRATERNA ORAÇÃO, era como se intitulava!

Agora vou transcrevê-la para vossa apreciação:

Ó poderosa força, abençoai-nos e protegei-nos de todo

mal. Mostrai-nos o caminho iluminado por sua luz divina,

e que vossa presença possa estar sempre junto de

nós; orientando-nos e ensinando-nos, para a evolução

do nosso espírito.

Rogamos para que vós que sois a onipotência, irradie

em nossos corações o sentimento do amor, da compaixão,

da esperança.

Suplicamos clemência para nossos atos de imperfeição;

concedei-nos Senhor o vosso perdão.

Deus, Todo-Poderoso, de força benevolente, abençoenos.

Que nos momentos difíceis possamos sentir a magnitude

de tua presença, para podermos com fé, suplantá-los

e crescer espiritualmente neste aprendizado.

Vós que sois a invisível energia que transcende, benigna

e solidária, não nos desampare nos momentos aflitivos,

e que em nossos instantes de júbilo, não nos esqueçamos

de vós.

És a força do Universo, lenitivo para a vida; ensina-nos,

pois, a colher na seara da vida: fé, alegria, perseverança,

solidariedade e harmonia.

Sigamos sua Luz, sintamos sua aura, para conquistarmos

a cada novo dia a centelha do Alento, da Verdade,

da Retidão e da Justiça; que o nosso espírito possa estar

envolto pelo sentimento da humildade; pois, somos partículas

do Firmamento.

Senhor, abençoe nossos entes queridos. Dê-nos Boa

Sorte, Paz, Saúde; consciência para que nossas ações

sejam de respeito e irmandade para com o mundo.

______

174


Alberto dos Anjos Costa

Vós que sois espírito imaculado, livrai-nos dos seres involuídos

que semeiam a maldade; coloque-nos sempre

no caminho do bem, para abraçado a Ti, trilharmos venturosos

e agradecidos nesta dádiva que é o viver.

南 無 妙 法 蓮 華 経

Inescrutáveis sentimentos, irradiou-se ao homem que se

perdeu,

uma luz do firmamento, um benigno Sol resplandeceu!

Aquele homem sem fé e descrente,

ao ler a Fraterna Oração ficou emocionado,

em prantos absorveu uma energia latente,

seu mergulho n'alma reanimou o amor abandonado!

Seu espírito sentimentalizou o resplendor,

quando com vontade e fé começou a orar!

Sentiu estancar de imediato a sua dor!

Uma reluzente paz e harmonia a lhe abençoar!

Abraçou a fé!

Porque as incertezas são etéreas em mistérios florescidos,

seara de grânulos cultivados por entes desconhecidos!

Deus é necessário para prover-nos de esperanças,

para termos fraternidade e o amor sempre em constância.

Da vida que desprezava passou a dar valor,

o amor-próprio e autoestima brotaram em seu coração,

seu derrotar foi mitigado como o desabrochar de uma

flor, ponderação e vontade ensejaram-lhe a superação.

Nefastos vícios da promiscuidade estão agora em reclusão,

a vida foi renascida pelo milagre em castidade,

a bênção espargida fez-lhe conhecer a provação,

os vícios abandonados fomentaram sua liberdade.

A vida é mesmo assim: um árduo e difícil aprendizado,

cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas,

______

175


Ápices Poéticos

a fé e a esperança, não devem abandonar frágeis culpados,

o amor é o sublime vencedor na fraternidade comungada.

A imperfeição é inerente na existência em pecado,

o ser humano infligindo atitudes em transgressões,

pensamos ser doutos, sábios e muito mais civilizados,

omitimos nosso lado selvagem na impiedade das paixões.

Descobriremos ingentes castigos na sociedade de ilusões,

pois, viver é o iminente perigo diante da vulnerabilidade,

a vida é feita de escolhas de imensuráveis emoções,

como estrelas em esplendor procuraremos a felicidade.

João foi aprendendo,

que o tempo traz a compreensão;

sua resiliência recrudescendo,

mandou embora a rendição!

Em júbilo viu sua aflição diminuir!

Sua mente energizando a gratidão!

O seu coração magnetizou o sorrir!

Estava salvo o homem pelo poder da oração!

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176


Alberto dos Anjos Costa

Percepções

Quantos doentes no mundo!

Quantos medicamentos fabricados!

A vida virou produto de consumo,

pelo adoecer que é propositado!

A vida é temporária!

É uma vitória efêmera!

A morte é destinatária,

do fim que nos rodeia!

Tudo que vive é morte livre,

sepultando êxtase em resplendor;

todo querer centelha o prazer,

decretando também nímia dor.

Quantos lucros auferidos,

por indústrias farmacêuticas!

Vão viciando por comprimidos,

na convalescença com tarja preta!

Deveras, fábricas poderosas,

com seu lobby no Congresso!

Impondo leis impiedosas,

em patentes de retrocesso!

Anarquia ufanista,

revelando sua estupidez!

Os políticos vigaristas,

vão nos enganando outra vez!

Quantos vírus produzidos,

por laboratórios camuflados!

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177


Ápices Poéticos

Prometem a cura de combalidos,

mas para o contágio são financiados!

Agora o doente faz parte,

de sórdida cadeia alimentar!

Em que o pobre sem muita sorte,

vai sofrer sem poder se curar!

Errar pela omissão,

é fraqueza de espírito!

Desperte sua compaixão!

Solidarizar-se é tão benigno!

Pare e comece a refletir!

Do porquê de remédios tão caros!

E você poderá assentir,

o ardil e logro destes avaros!

Quantas injustiças praticadas;

engendradas de forma aviltante!

A maldade é entronizada,

pela tétrica avidez infectante!

O silêncio é prudente!

A verdade é virtuosa!

A sabedoria é indulgente!

A mentira é venenosa!

Quanta hipocrisia ocultada,

pelo interesse ganancioso!

A cura é até protelada,

pelo ganho econômico ambicioso!

Não corrigir nossos erros;

é cometer novas faltas!

O aprendizado verdadeiro,

está na percepção que exalta!

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178


Alberto dos Anjos Costa

É a doença fazendo milionários,

através da desgraça humana!

Risos de acionistas majoritários,

pelo sucesso da doença que emana!

Nunca faças a teu semelhante,

o que não gostarias que fizessem a ti!

A empatia é sentimento brilhante!

Causas e efeitos acontecem aqui!

A cura para muitas enfermidades,

poderiam já ter sido realizadas!

É provável que não existam vontades,

pois a doença deve ser conquistada!

A vida é uma contígua sequência,

de mortes e de ressurreições!

Viver é um risco de consequências;

de derrotas, vitórias e ilusões!

O ouro purifica-se pelo fogo!

A alma pelas aflições!

Viver é um grande jogo,

com lágrimas, sorrisos e emoções!

Indústrias maquiavélicas,

que fomentam doenças e mortes!

Onde o sórdido reveste a sua ética,

por um mundo pior e sem sorte!

Oh! Natureza de expiações!

Que impõe à vida muitas dores!

Fazem do paraíso o inferno de aflições,

pelo ultrajante ganho destes impostores!

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179


Ápices Poéticos

Onde foi que erramos?

Para o mundo está insano!

Pelo lucro em epidemia,

que recresce a cada dia!

O que não nos mata,

nos deixa mais forte!

A malignidade enfarta!

Persistir é nossa sorte!

A devoção não está no joelho que se dobra,

mas no coração que se vê dobrar!

Ter fé é ter Deus à sua volta,

para boas ações você praticar!

Se o homem não tem certeza,

a que porto é alcançável;

nenhum vento da redondeza,

se incumbirá de lhe ser favorável!

Saber lidar com as frustrações,

é o conquistar da sabedoria!

As derrotas são invocações,

da perseverança em garantia!

O medo que está em sua mente;

tira a vontade de vencer!

A ousadia é o que consente,

confiança a te enaltecer!

A ignorância é atrevida!

A sabedoria é bem modesta!

A evolução pode ser sentida,

no desprezo do que não presta!

Todo pedante é recalcitrante,

ignorando a briosa humildade;

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180


Alberto dos Anjos Costa

tudo que honra também desonra,

mostrando corações sem probidade.

Não reprima seus sentimentos,

pois reter é perecer!

O encantado amor é luculento,

irradiando orgasmos em seu viver!

O silêncio é tesouro!

É o sol em tua alma!

Falar demais é desdouro;

é tornar-se tolo por palavras!

O céu não conhece a ira!

O inferno desconhece a fúria!

A mulher desprezada destila,

seu veneno por ações impuras!

Sábio é o homem que chega,

a ter consciência de sua ignorância!

A vida é uma odisseia que enseja,

instantes de gratidão em constância!

Tudo que sei é que não sei,

corroborando densa incerteza;

todo mistério instiga prélio,

anuindo respostas sem firmeza.

Ah! Vigorosa ígnea juventude!

A qual foge pelo tempo!

As recordações na velhice amiúde,

criam lágrimas por lindos momentos!

Amar é o resplandecer,

do sentimento em alegria!

Minha amada é o meu prazer!

É minha alma em harmonia!

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181


Ápices Poéticos

A esperança é um empréstimo,

que se toma à felicidade!

É não achar que o viver é péssimo!

É sentir a estesia em vivacidade!

A bondade é o amor,

nascido da compaixão!

Fazer o bem é o indutor,

da felicidade e mansidão!

Voltar atrás é melhor,

que perder-se no caminho!

A consciência é seu bem maior,

para o sucesso de seu destino!

O povo com fome,

não ouve a razão!

Não crê na Justiça!

Só vê ingratidão!

Toda revolta produz escolta,

edificando cáustica insegurança;

todo engano é espartano,

ensinando virtude em relevância.

Muitos são os que amam;

pouquíssimos os que sabem amar!

O amor não é engano!

É fidelidade a congraçar!

O silêncio é a humildade,

do saber de quando se calar!

É o sol em cálida vivacidade,

com os frutos d'alma a madurar!

Eu peço perdão meu Deus!

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182


Alberto dos Anjos Costa

Pelos pecados que cometi!

O amor que o Senhor me deu,

não me contive e dividi!

Todo desejo vem em sobejo,

induzindo tentações e pecados;

todo epitáfio finda o estágio,

fixando descanso e absolvendo culpados.

Um escritor não revela nada;

se em sua obra não se revela a si!

Seu sentir deve criar ínclita aura,

na mensagem que se propõe a cumprir!

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183


Ápices Poéticos

Perscrutar

Fortes explosões,

edificando vidas,

concedendo mutações,

e verdades indefinidas.

Somos poeiras,

escamoteando a humildade,

grãos de areia,

introduzindo tempestades.

Moléculas em sopro,

perdendo o elo,

somos indoutos,

desperdiçando o belo.

Somos o passado,

presente e futuro,

primor marcado,

empossando o impuro.

Lépida brisa,

em telúrico passeio,

formando ventania,

no paraíso em esteio.

Somos estrelas,

nascendo e morrendo,

vontades guerreiras,

que o tempo vai vencendo.

Somos o começo,

meio e fim,

______

184


Alberto dos Anjos Costa

meteoros passageiros,

cintilando o jardim.

Quando nascemos,

já começamos a morrer,

é a verdade que desconhecemos,

nesta odisseia do sobreviver.

O que é a vida?

Senão um mar de ilusões!

Em que esperanças recidivas,

vão suplantando frustrações!

A vida! Em aprazível útero!

Silente na quietude angelical!

Ansiosa em sentir um novo mundo!

Sôfrega pureza desconhecendo o real!

Devaneios e quimeras em um anjo fecundo!

A vida! A efêmera vida!

Que nasce de disputa incessante,

na vontade indômita da semente!

Pináculo da vitória exultante,

em que o tempo será incisivo e inclemente!

Indecifráveis mistérios,

permeando nosso trilhar,

a única certeza sem despautério,

é que toda vida tem seu findar.

Perguntas sem respostas,

vão suscitar reflexões,

o esperançar nos reconforta,

neste orbe de ilusões.

Quiçá quantos vitupérios,

a história adaptou,

______

185


Ápices Poéticos

com mentiras em despautério;

a verdade ela mascarou!

A história! Solerte história,

contracenando ações levianas!

Falsidades cimentando glórias,

forjando heróis que nos enganam!

Oh! Perene ceticismo,

que lança dúvidas producentes!

Fatos adulterados pelo cinismo,

pela impostura vil prevalecente!

Neste universo de incertezas,

onde imperam as leviandades!

As guerras são a certeza,

de que os homens amam a impiedade!

Ah! Instantes aleatórios,

no pulsar de incertezas!

O acaso é peremptório,

anuindo dúvidas indefesas!

Ah! Contíguas casualidades,

que entronizam mistérios!

É a vida em ambiguidades;

amiúde em revertérios!

Vivenciamos o fortuito;

abarcando muitas incógnitas!

Nosso viver irresoluto;

faz a fé ser acólita!

Lúdicos momentos,

mostrarão a felicidade,

tristezas virão com o tempo,

oferecendo-nos a maturidade.

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186


Alberto dos Anjos Costa

Viver é o começo, meio e fim,

presenteado por enigmas,

somos crianças no pré-jardim,

aceitando dogmas como paradigmas.

Como você reagiria,

se soubesse de seu findar?

Que tens apenas mais um dia,

para a sua vida aproveitar!

Quais seriam as lembranças,

nos instantes que se arrefecem?

Quiçá, dos acertos de esperanças!

Talvez, dos erros que não se esquecem!

Com o seu tempo em extinção!

Acaso, fizesse de você bondoso!

Doando sua riqueza a alguma Instituição!

Tornando-se fraterno e caridoso!

Desapegos são criados,

pelo tempo que se esvai!

Egoísmos são postergados,

pela vida que se vai!

Oh! Que ironia!

A morte trazendo candura!

Inspirando altruísmo e filantropia!

Pela solidariedade que promove ventura!

A vida e suas indefectíveis contradições!

Sabemos que um dia morreremos!

Mas alimentamos nossas imperfeições!

Gerando apegos e ganâncias, na vida que temos!

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187


Ápices Poéticos

Ah! Se você tivesse só mais um dia de vida!

Sua alma choraria pelas benevolências preteridas!

Seu espírito lamentaria não ter feito o que gostarias!

Você valorizaria o tempo que lhe resta!

Pois, cada minuto valeria uma vida em festa!

Porém, lágrimas seriam vertidas!

Em razão de não poderes no amanhã,

contemplar este nosso planeta exuberante,

de mistérios inescrutáveis e instigantes,

deste paraíso fantástico e extraordinário,

em que você já não seria ator nesse cenário!

Conquanto, esquecestes em dar-lhe importância,

talvez, pela sua ignóbil arrogância!

Porquanto, no amanhã não estarias aqui,

para também amar, por quem amou a ti!

E este inspirador planeta mãe Terra,

com seu Sol e sua Lua, na esperança que impera,

estariam radiantes, existindo e persistindo,

mesmo que você e suas ilusões já tenham partido!

Nosso mundo com suas estesias,

com suas belezas naturais,

com sua inexpugnável energia incomensurável,

continuaria sentindo o descaso abominável!

Pela raça humana, sendo desprezado e maltratado,

razão de ações de ignorantes e de atos insensatos!

Oh! Quantas práticas destrutivas

a este magnificente mundo que nos acolhe e ensina,

que nos dá a oportunidade tão divina,

de desfrutar a dádiva da abençoada vida!

A vida é simplesmente uma maravilha,

de começo, meio e fim!

É uma estrela em sintonia,

com o magnificente universo sem-fim!

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188


Alberto dos Anjos Costa

Ah! A vida em felicidade!

Que rutila esperanças!

Traz alento e vivacidade!

Faz nos sentir uma criança!

Oh! A vida em tristeza!

Que entreabre a escuridão!

Sepulta sonhos de grandeza!

Castiga a alma e o coração!

Ah! Intangível alegria!

Que fecunda ígneos desejos!

Galvaniza sentimentos em harmonia!

Enaltece o amor! Suscita beijos!

Ah! Vida de inflexões!

Conhecendo altos e baixos!

Vamos seguindo em direções,

que ficarão nossos pedaços!

Oh! Infelicidade!

Que edifica a morte!

Que arranca da vida suas vontades!

Que põe o fel em sua sorte!

A morte nos traz o nada!

Extingue nossas neuroses!

A odisseia é quebrantada,

pelo fim sem apoteose!

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189


Ápices Poéticos

Rebentos da Esperança

Neste dia em alento,

o sol brilha mais forte,

parabéns aos meus rebentos,

que Deus lhe deem muita sorte!

Filhos!

Amigos e companheiros;

com sua ígnea juventude em pureza;

sois espíritos mensageiros,

de ações em amor irradiando a grandeza!

Anjos iluminados,

recebam um beijo de seu genitor;

a honradez será o meu legado;

desejo-lhes um futuro promissor!

Queridos filhos!

Vocês estão em meu coração!

Deus, colocou-os ao meu lado;

para que seu pai não sentisse a solidão!

Sejais justos e honestos, para um trilhar respeitado!

Hoje é um dia enaltecido,

pela retidão que em vocês aflora;

dádiva celestial; presente do divino;

vocês são o amor que me acompanha agora!

Deveras, o pai em seu amor luculento,

irradiando seu ínclito sentimento,

roga aos seus filhos, para que em seus erros desculpaio;

pois seu desejo pelo carinho em abraço,

era de ter feito por vocês muito mais!

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190


Alberto dos Anjos Costa

Copioso sentimento,

saboreando o viver,

inserindo meigo alento,

fomentando o resplandecer.

Filhos no coração,

irradiando felicidade,

descobrindo inspiração,

fantasiando a realidade.

Alma enternecida,

ancorando energia,

rotina sendo vencida,

no amor que refulgia.

Vida confiante,

exaltando mansidão,

o amar inebriante,

florescendo conciliação.

Olhar exuberante,

granjeando simpatia;

filhos, sois a bondade,

pelo amor em companhia.

Aura em afeto,

cultivando a sinceridade,

o amor é seu cetro,

rutilando boa vontade.

Como bom pai que quer o melhor para os seus filhos,

ouçam!

Se vocês quiserem sucesso,

façam o bem pela lídima vontade;

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191


Ápices Poéticos

não criem vaidades em excesso;

cultivem um coração puro e sem maldades!

Não sejais beligerantes,

neste mundo que lhes formarão!

A humildade é virtude relevante;

com ampla fé, nada vos faltarão!

Trilhando o caminho da bondade, e da probidade;

irão sentir o respeito;

sejais amigos, sem animosidades,

e sentirão o dignificar sendo eleito!

Lúdicos momentos,

mostrarão a felicidade,

tristezas virão com o tempo,

oferecendo-nos a maturidade.

Filhos, ser pai é renunciar ao paraíso,

mas acima de tudo é doar-se, e ser amigo!

Porquanto!

Laços de amizade é abrir o coração e partilhar sentimentos;

é respeitar as diferenças, compreendendo a individualidade;

é ser amistoso; é abraçar no sorrir e confortar no sofrimento;

amizade é a simplicidade renunciando a pífias vaidades.

Ser amigo é ser fiel, protetor,

confidente e companheiro;

é suprimir a falsidade e o estulto egoísmo sobranceiro;

amizade é desapego corrigindo erros de atitudes;

é recíproca ponderação acolhida na franqueza em plenitude.

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192


Alberto dos Anjos Costa

Amizade é como um cristal que deve ser lapidado;

é o sensível intangível, cingido pelo elo sagrado;

amizade são palavras congruentes em aprendizado;

opiniões opostas desconsiderando resistência;

corações que se consagram pelo unir abençoado.

Filhos, o que posso lhes asseverar, senão que:

Agradeça pelas dificuldades,

por oferecer-lhe o aprender,

suplantá-las é a oportunidade,

de valorizar o seu viver.

Esforçar-se é relevante,

para ultrapassar os obstáculos,

pois a luta é incessante,

perseverança é o sustentáculo.

Magnificente é o labor,

arraigado na moralidade,

semeadura do esplendor,

no ser em respeitabilidade.

Tenha fé, seja otimista,

acredite em você,

não esmoreça, sempre insista,

bons resultados irás colher.

A vida sem embaraços,

não tem graça, não faz crescer,

paciência é o grande passo,

que mostrará seu fortalecer.

O destino em facilidade,

não lhe ensinará a grande lição,

que todo sucesso não é gratuidade,

é fruto do suor e da abnegação.

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193


Ápices Poéticos

Sei que meus filhos queridos,

irão viver embates e muitos perigos.

Deveras!

Jovens são rebeldes,

vivenciando anarquias;

seus pensamentos hereges,

vendo a vida em utopia.

Vidas aladas, adorando perigos,

liberdade desregrada, defendida por amigos.

Anjos neófitos,

volitando em insurreição,

riscos imódicos,

nas peripécias em diversão.

Geração indomável,

impaciente e buliçosa,

de vontade irrefreável,

e impulsividade capitosa.

Juventude soberana,

em tórridas aventuras,

de ações tão insanas,

que espelham sua candura.

Pai, tu és o meu herói;

não és produto da ficção,

és a ponte que constrói,

esses versos em emoção!

Seu afeto em prontidão,

garantindo o confortar,

faz engrandecer sua cessão,

na maestria do educar.

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194


Alberto dos Anjos Costa

És herói em resplendor,

no dialogar de ensinamentos,

nobre apóstolo do amor,

ofertando seus sentimentos.

Ri com meus sorrisos,

chora com minha tristeza,

ombro amigo que valorizo,

companheiro em minha defesa.

Vidente de meu sentir,

decifrador de meu olhar,

grande sábio a repartir,

sua experiência em meu trilhar.

Dedicação sendo ressarcida,

pelas carícias de seus rebentos;

és espelho para nossas vidas,

revigorando o nosso respeito.

Pai!

Tu que me destes a fantástica dádiva do viver,

que semeastes o amor sob a bênção do firmamento,

fazendo brotar na seara telúrica o encanto do resplandecer,

que como estrela, irradia sonhos e sentimentos.

Fostes intrépido abdicando de seu tempo e liberdade,

encontrando em mim o alento para o seu lutar,

tivestes a paciência, ternura e um pouco de insanidade,

pois, viver é um mistério que só Deus pode explicar.

Dia e noite, noite e dia seu auxílio era entronizado,

encantavas a ver seu rebento angelical,

você depressa envelhecia,

pelo sacrifício do aprendizado,

seu padecer foi sua hombridade, sua doação era total.

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195


Ápices Poéticos

O desprendimento era a fiança de um porvir de brilhantismo,

pensamentos em devaneios vendo seu tesouro em

vivacidade, revelando a sublime estesia na formação do

companheirismo, carinho do pai herói; instantes que remeterão

saudades.

Pai, és amigo, o confidente o meu abrigo,

és a segurança, o lume do meu trilhar,

espírito protetor, capaz de perder se for preciso,

se para isso tiver que seu filho ganhar.

É, ser pai é um dom divino para um limiar de incertezas,

muitos encontrando afetuosos frutos, promovendo ventura,

afagos e compreensão;

outras vivenciando desamor, solitude, desatenção e pungente

tristeza,

no brado silente do pai que chora por ver seus filhos

abraçando a ingratidão.

Nobres almas infecundas patrocinam o amor,

tomam por filho órfãs crianças, consolidando-se como

verdadeiros pais;

gerar um ser é extraordinário, adotar é o resplendor,

educar é um lapidar contínuo dando brilho aos cristais.

Venerável criador é o pai que se entrega na edificação do

ensinar,

não é só dar existência; mas participar, acolher, amar,

compreender, instituir um ser civilizado, é fazer florescer

na semente germinada a dignidade do seu respeitar,

pelos modos e exemplos de retidão e integridade, que

pelo pai serão realizados.

Filhos, a sapiência é necessária,

diante de nossa imperfeição incendiária!

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196


Alberto dos Anjos Costa

A percepção nos faz crer que,

viver é tão simples,

mesmo assim complicamos,

entronizamos requintes,

fomentamos enganos.

Doce espirituosidade,

é contemplar a natureza,

radiando sensibilidade,

esperança e firmeza.

Alegria no coração,

sentimentos em sorrisos,

erros em perdão,

ressentimentos esquecidos.

Alma sem apegos,

enaltecendo o presente,

vida em desejo,

egoísmo sempre ausente.

Desilusões em aprendizado,

criando maturidade,

sacrifícios apresentados,

dando mais vivacidade.

Brisas em suavidade,

singeleza em frescor,

otimismo na realidade,

extravasando seu amor.

Vida que refulgia,

nobre simplicidade,

desambição em sabedoria,

na certeza da mortalidade.

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197


Ápices Poéticos

Nosso viver é de procura,

no universo em dissensão,

são perguntas sem respostas,

invocando a dispersão, na crença espiritual,

irá crescer sua bondade, mostrará que sua vida, é obra

santa da divindade.

Filhos, somos um sopro do firmamento!

Somos grãos de areia levados pelo vento!

Sementes de vida,

rebentando mistérios,

multiplicando-se em rebeldia,

rutilando dois hemisférios.

Partículas de energia,

alindando açoitada orbe,

sopradas em alegria,

antevendo a própria morte.

Estrelas cintilantes,

pulsando fortes sentimentos,

dores e sorrisos incessantes,

conduzindo a descobrimentos.

Cometas lépidos,

perquerindo o seu pretérito,

buscando elos, vivendo périplos,

gerando ilusões de modo etéreo.

Perfulgente criação,

escolhendo vários destinos;

raios de lume na escuridão,

mostrará Deus em seu caminho.

Somos pingos do Universo,

merecendo justa homenagem,

______

198


Alberto dos Anjos Costa

a emoção é o nosso sucesso,

o amor filial é esta mensagem.

Filhos! Amo-vos muito!

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199


Ápices Poéticos

Revelações

Por que destruir?

Se podemos criar!

Se o amor é o consentir,

do fraterno harmonizar!

Se você não pode

mudar o mundo,

mude o seu mundo!

Se a oportunidade

apareceu e você

a perdeu! Tente!

Não lamente!

Se sentes um

derrotado por não

seres um ser famoso!

Não se esqueça que

convivemos com

fracassos!

Suplantá-los, não é fácil!

Porquanto, se tudo fosse

fácil, a vida não teria graça!

Sua evolução espiritual,

não está nas suas vitórias

e sim em seus momentos

sem glória!

Viverás uma vida de mais

tristezas, do que alegrias!

Portanto, valorize cada dia!

______

200


Alberto dos Anjos Costa

Sentirás decepções! Vazios!

Depressões! Que farão você

debulhar lágrimas!

Mas, cabe a você em seu

livre-arbítrio, seguir a

coragem, na perseverança,

ou a pusilanimidade no desistir!

Controle seu ego, pois ter status

e sucessos, são apenas ilusões!

É você que faz o seu destino!

Não reclame!

Não lamente!

Não seja egoísta!

Olhe para trás e verás

que a sua cruz, não é a

mais pesada!

Verás que a realidade é

dura e implacável!

Verás que pessoas cegas

conseguem enxergar!

Pessoas sem pernas que

conseguem andar!

Pessoas sem braços que

conseguem escrever!

Verás hospitais lotados

por crianças que na esperança,

aguardam seus defeituosos

órgãos, serem transplantados!

Verás mães chorando,

pois, acabaram de perder

seus filhos; e quando arrumarem

o quarto dos filhos que partiram,

______

201


Ápices Poéticos

sentirão as feridas abertas,

que trarão dores, lágrimas e

lembranças dos lindos momentos

de suas crianças!

Conhecerás pessoas

que pensaram em suicídios,

e tiveram coragem para suplantá-los!

O desejo de viver foi mais forte!

Estas pessoas resignaram-se,

pelas provações impostas

pelo aprendizado e pela emoção

venturosa perseverante,

dá vontade de viver!

Revelações de sofrimentos,

os quais nos mostram

que muitos lamentos,

não tem sentido de acontecer!

Porque, o que se passou,

já é passado, não se muda,

pois é imutável; não pode

mais voltar! O agora que é

importante, pois é sempre hora

de recomeçar!

Porque a vida é feita de

mortes e de ressurreições!

Portanto, tenha fé!

Sempre fé!

Tenha fé no que transcende!

Tenha fé sempre em você!

Viver é como carregar

uma montanha nas costas!

Um erro! Um ato! Uma palavra!

______

202


Alberto dos Anjos Costa

Uma ação errada, pode significar

uma vida inteira de sofrimentos!

A vida são instantes aleatórios!

A vida são efeitos de uma causa!

A vida é a lei do retorno!

Em que você é que faz a diferença!

Vai depender exclusivamente de você!

Ter a gana e o entusiasmo, os quais farão

o seu dia reluzente; ou a apatia e prostração,

que sentirás na depressão que trarão uma noite

plangente que parece que nunca acaba!

Lágrimas e sorrisos fazem

parte de sua odisseia! É

relevante e precípuo, você

se amar! Você acreditar e

aprender que seus erros

fazem parte do aprendizado!

É virtude reconhecer quando

se erra e pedir perdão ao

injustiçado! Pois, somos tão

pequeninos; pingos d'água

no oceano! Como meteoros

e cometas, nossa vida se esvai

no tempo que passa!

Nossa passagem neste mundo é tão

efêmera, que vamos perceber

só no final, o quanto perdemos;

o quanto deixamos de fazer o

que gostaríamos de ter feito!

Mas, o tempo dirá que não tem

jeito! Não apegue! Desapegue!

______

203


Ápices Poéticos

Não somos apenas átomos, células,

e profusas alterações químicas!

Somo estrelas! Somos o Universo!

Somos seres revestidos de emoções,

de sentimentos, de sinergias! Somos

a conjunção de estesias, com o nome

de amor!

Por isso, valorize o ser humano que

você é, nas boas ações fraternas; na

compaixão e caridade que se espera!

No altruísmo abençoado que faz a alegria

deste nosso mundo!

O agora é de circunspeção, de atenção

a você! A sabedoria é necessária

para mudar o seu amanhã! Você

é a grandeza, é a magnificente coragem!

Vencer seus medos; seus

enganos; suas fraquezas, mostrará

o quanto neste mundo você

é importante! Pois, no embate com

milhões, você foste o vencedor!

Sua vontade de viver, mostrou que

a vida é competitiva, seja digno;

seja honrado; seja honesto e respeitado!

Vivemos o desenfreado consumismo

em que ter é mais importante que ser!

Seja autêntico, leal e sincero!

Crie positivas energias!

Tente sempre! Tente outra vez!

Mostre a sua nobilitada força

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204


Alberto dos Anjos Costa

nas adversidades que virão!

Tenha entusiasmo! Tenha vontades!

E lute para que a resplandecida

humanidade dentro de você

não se dissipe!

Somos imperfeitos por natureza!

Temos defeitos! Que são muitos!

Mas, seja razoável! Tenha controle!

Seja ponderado em conviver com

as diferenças e nunca se ache dono

da verdade absoluta, pois, isto é

prova de ignorância! Porquanto, nada

nos engana mais que o nosso próprio

julgamento!

Pois, este mundo! De tantos mistérios!

Tão extraordinário e belo!

Precisa de sua humanidade,

para que ele ainda possa

ter esperança no ser que ele

protege e abriga!

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205


Ápices Poéticos

Sábios Pets

Aquele país em Pandemia,

envolto em sonhos e quimeras,

o imaginário resplandecia,

em Pets protagonizando odisseias.

Naquela nação distópica,

abaixo da linha do Equador,

a contaminação não era utópica;

o isolamento suscitava pavor!

Lá onde os Pets,

eram animais eruditos,

alguns os chamavam de Nerds,

pelo ínclito saber inaudito!

Outrora terra tupiniquim,

o extremismo era entronizado,

com os Pets indo ao botequim,

como uma plêiade de indignados!

Naquela pátria onde o povo,

eram subservientes pela pobreza,

bradavam pelo seu socorro,

exclamando palavras em franqueza;

que a escolha era por um cachorro amigo,

do que por um amigo cachorro,

e que políticos em desdouro,

eram parasitas em abrigo!

Os Pets em ígnea inspiração,

no botequim reunidos,

com Jack Daniel’s, em degustação,

desabafavam sobre seu país carcomido!

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206


Alberto dos Anjos Costa

Com os Pets em entusiasmo atiçado, pela sinceridade

florescida, o desabafar foi ativado, por palavras em estrofes

enfurecidas:

Oh! mago humano! O que escondes?

Interesses, covardias,

inseguranças, desonestidades,

injustiças, hipocrisias!

A vasta estupidez humana,

insolente em insignificância!

Sua insensatez se inflama,

pelas maldades em predominância!

Oh! Vida de Tentações!

Num sistema carcomido!

Granjeando decepções!

Ensejando-nos castigos!

A vida é feita de fases;

de alternâncias e mudanças,

com venturas e infelicidades,

com desejos em constância!

Começamos a refletir,

sobre a odisseia que vivemos,

e a decepção em nosso sentir,

traz a prostração que não queremos!

Oh! Dubiedade cáustica,

impondo verdades ao inverossímil!

A raça humana procaz exalta,

ígneos deleites por desatinos!

Judiciário de benesses e regalias,

com o nepotismo e iniquidades!

Em sua essência carcomida,

aprecia a secular morosidade!

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207


Ápices Poéticos

A lei é deveras um engodo,

ao preceituar sem nenhum estorvo,

que perante ela, todos são iguais,

e que julgamentos justos são vitais!

Mas não é isso que se vislumbra!

Pois, o rico é o privilegiado;

o pobre vive na penumbra,

com seus direitos vilipendiados!

Oh! Ser Humano!

Que põe a velhice em desamparo;

agonizando pelo desprezo!

Seus herdeiros tão ordinários;

estão pensando só no dinheiro!

Você é o importante arquiteto,

para a sua sorte ou triste azar!

Seu Deus haverá de estar por perto,

se é o amor que você quer achar!

Em todas verdades existem mentiras!

Todas as respostas são muito dúbias!

Em todos sonhos existem utopias!

A morte encerra todas as dúvidas!

Oh, raça humana!

Em que virtuosas amizades,

se acabaram por mentiras!

Esqueceram que a lealdade,

não machuca a quem se estima!

Oh! Religiões maquiavélicas;

com seus fiéis hipnotizados!

Com doutrinas deletérias,

e dinheiro sendo furtado!

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208


Alberto dos Anjos Costa

A devoção não está no joelho que se dobra,

mas no coração que se vê dobrar!

Sua fé deve ter seu Deus à sua volta,

para boas ações você praticar!

Oh! Juramentos mentirosos;

por perfídias conjugais!

O desamor criando destroços,

pela infidelidade de casais!

Todos com suas máscaras,

a mostrar o que não são!

Protagonistas em devassa,

prostituídos pela ambição!

Neste palco de atores,

em que o roteiro é implacável,

vencedores e perdedores,

fazem o show ser deplorável!

Ah, humanos!

Que reverenciam o nada,

nesta sumária passagem;

a desilusão é venerada,

pelo materialismo tão selvagem!

São penitentes escravos,

em um sistema consumista;

seus desejos ensejam laivos,

para o sucesso em conquista!

Oh! Quantas futilidades,

desperdiçadas em seu tempo!

São seres incontroláveis,

querendo mais a todo momento!

Que ordem econômica ordinária,

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209


Ápices Poéticos

que produz tantos miseráveis,

tendo uma elite eivada e reacionária,

e ascosos políticos imprestáveis!

A natureza humana é selvagem,

por isso tem que ser controlada;

a liberdade pode virar libertinagem,

e a comunidade deve ser respeitada!

A insensatez é própria da humanidade,

em que o mais forte é o espoliador!

As leis tentam evitar a barbaridade,

perante o ser humano tão destruidor!

O homem é animal perigoso;

as leis procuram domesticá-lo;

seu âmago é feroz e belicoso,

por isso o seu crime é castigado!

E a ilustre plêiade de Pets em suas mesas, adornadas

por Chivas Regal, Jack Daniel’s, e Ballantines, desabafavam

em fervor:

O crime não compensa!

É verdade já provada!

Tantas vidas com sentenças,

arrependidas e destroçadas!

Quantos espíritos na prisão,

aflitos e desesperançados!

Castigados pela escuridão,

sentindo o inferno ao seu lado!

Ah, liberdade! Agora prisioneira,

em virtude da lei infringida!

A Justiça é mensageira,

de que a maldade deve ser punida!

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210


Alberto dos Anjos Costa

Porquanto! Não faças ao outro,

o que não queres que façam a ti!

Sua liberdade é o seu tesouro!

Seu livre-arbítrio vai decidir!

O bem sempre vence!

A maldade é desgraçada!

Praticar o mal é indecente;

é a consciência infernizada!

Anarquia ufanista,

revelando sua estupidez!

Os políticos vigaristas,

enganando-os outra vez!

Oh! Escolas públicas desalentas,

Com seus alunos sem aprendizado!

A Educação tão desatenta,

traz um Presidente iletrado!

Oh! Milícias empossadas;

assassinando por vingança!

Chacinas sendo executadas;

deixando a lei sem importância!

Oh, raça humana!

Edificando milionários egocêntricos,

que se servem dos miseráveis!

São desavergonhados e peçonhentos,

impondo a penúria e desigualdades!

Oh, governantes sem clemência!

Com suas guerras de carnificina;

enlutando pela barbaridade!

Não aprenderam a triste sina;

do ódio que sepultará a humanidade!

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211


Ápices Poéticos

Oh! Hombridade quebrantada;

na retidão em fugacidade!

A desonestidade é exaltada;

anunciando que o dinheiro é a felicidade!

Quantos doentes no mundo!

Quantos medicamentos fabricados!

A vida virou produto de consumo,

pelo adoecer que é propositado!

Quantos lucros auferidos,

por indústrias farmacêuticas!

Vão viciando por comprimidos,

na convalescença com tarja preta!

Deveras indústrias poderosas,

com seu lobby no Congresso!

Impondo leis impiedosas,

em patentes de retrocesso!

Quantos vírus produzidos,

por laboratórios camuflados!

Prometem a cura de combalidos,

mas para o contágio são financiados!

Oh, atormentada humanidade!

Com seus doentes fazendo parte,

de sórdida cadeia alimentar!

Em que os pobres sem muita sorte,

vão sofrer sem poder se curar!

Parem e comecem a refletir!

Do porquê de remédios tão caros!

E vocês poderão assentir,

o ardil e o logro destes avaros!

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212


Alberto dos Anjos Costa

Quanta hipocrisia ocultada,

pelo interesse ganancioso!

A cura é até protelada,

pelo lucro econômico ambicioso!

A cura para muitas enfermidades,

poderiam já ter sido realizadas!

É provável que não existam vontades,

pois, a doença deve ser conquistada!

Quantos médicos mercenários,

que lucram com as doenças!

São sôfregos pelos honorários!

Doutores negociando a indecência!

Raça Humana!

Que menospreza o correto!

Desvaloriza a integridade!

O dinheiro é seu Deus funesto;

conspurcando sua sociedade!

A vida é feita de fases;

de alternâncias e mudanças,

com venturas e infelicidades,

com desejos em constância!

Ah, ser humano!

Em que o diabo está em vós,

agindo sob várias formas!

A barbárie é porta-voz,

da sandice que os deforma!

Oligarquia gananciosa,

corrompida pelo poder!

São serpentes ardilosas,

que deixam seu povo a perecer!

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213


Ápices Poéticos

Nós começamos a refletir,

sobre a odisseia que vivemos,

e a decepção em nosso sentir,

traz a prostração que não queremos!

Desdita odisseia humana,

com seus rancores e vinganças!

Sua essência beligerante se inflama,

fixando incertezas e desesperanças!

Oh! Multidões em solitude,

magoadas por desventuras!

Sua passagem em finitude,

é presa por grilhões de conjecturas!

Estamos à procura de verdades;

às quais jamais conheceremos!

Dogmas geram ambiguidades!

Nossa existência desconhecemos!

A humildade foi destituída!

A soberba está empossada!

A raça humana é prostituída,

pela ostentação famigerada!

A expressiva luta pela vida,

é conviver com as provações!

Desenganos deixam pessoas comovidas,

exaltando a fé pelas orações!

Ah, graciosa estesia!

Em que a criança é a inspiração,

de uma bênção em amor!

É uma aura em vibração,

pelo sentimento em primor!

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214


Alberto dos Anjos Costa

Seu nascimento na pureza,

como anjo abençoado,

se deturpa pela frieza,

de um sistema contaminado!

Vós humanos!

Estão propensos a tantos riscos,

que induzem aos contratempos!

Seu viver é um aventurar de perigos,

que lhes trazem muitos tormentos!

Sua sublime paz e tranquilidade,

a qualquer hora podem-se quebrantar!

São os reveses que sem piedade,

suas lágrimas conseguirão derramar!

Em instantes! Tudo num instante!

Circunstâncias alteram seu destino!

Imprevistos são tão angustiantes!

Acidentes deixam você em martírio!

Por mais que tenhas atenção,

num átimo, tudo pode mudar!

Fatalidades causam prostração!

É o infortúnio que não se pode olvidar!

Oh! Dubiedade cáustica,

impondo verdades ao inverossímil!

A raça humana procaz exalta,

ígneos deleites por desatinos!

As escolhas que fazeis;

as oportunidades que perdeis;

mudam vossos destinos;

suscitam vários caminhos!

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215


Ápices Poéticos

Judiciário de benesses e regalias,

com o nepotismo e iniquidades!

Em sua essência carcomida,

aprecia a secular morosidade!

A lei é deveras um engodo,

ao preceituar sem nenhum estorvo,

que perante ela todos são iguais,

e que julgamentos justos são vitais!

Mas não é isso que se vislumbra!

Pois, o rico é o privilegiado;

o pobre vive na penumbra,

com seus direitos vilipendiados!

A vasta estupidez humana,

insolente em sua insignificância!

Sua insensatez se inflama,

pelas maldades em predominância!

Oh, governantes!

Com vossa gente semianalfabeta,

que foi estratégia capitalista;

assim é mão de obra barata e certa,

para uma ignorância sufragista!

Manipulação de mentes,

com artimanhas astuciosas!

Com seu povo sempre contente,

na obediência cega e desastrosa!

Desestruturada Educação,

para formar a subserviência!

O antipatriotismo era a solução,

para não ter heróis em resistência!

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216


Alberto dos Anjos Costa

Oh, humanidade!

Que vivenciam a vida,

na certeza da morte!

Curta permanência consumida,

por desencantos e dúbia sorte!

Quantas almas aflitas,

por conhecer desilusões!

O relevante desafio da vida,

é suplantar as frustrações!

Oh! Raça Humana!

Como entender o seu mistério,

do porquê de sua existência!

A ignorância não é despautério,

pelos enigmas em evidência!

Vida e morte trilhando juntas!

Neste teatro de ilusões!

A ganância ensejando culpas,

ofertando torpezas em multidões!

Oh, humanos!

O seu Deus deve estar sentido,

pela criação de rebentos insanos;

confidenciando ao seu filho,

que talvez foi um grande engano!

Natureza humana com travos e rancores,

sordidez aplicada por insensíveis predadores!

Insana consciência machucando por prazer,

pondo fel e azedume, ancorando o entristecer!

Natureza humana, que mata por vontade,

crueldade no coração sem remorso e piedade!

Pífias almas fratricidas que sepultam o amor,

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217


Ápices Poéticos

a torpeza é idolatrada no afã destruidor!

Natureza humana abjeta e animalesca,

de paixões abomináveis e de ações tão dantescas!

Incruentas mágoas deixarão como legado;

cáusticas dores lembrarão sonhos pulverizados!

Já era de madrugada quando os Pets terminaram os

seus desabafos, e não se davam conta do botequim lotado;

obedecendo-se o distanciamento. Dos olhares admirados,

em rostos mascarados para escapar ao contágio,

e das saudações que ressoavam a magnitude de sua

autenticidade pelos desabafos tão contundentes.

De repente, num silêncio casual, um senhor de idade

avançada, de barba branca e jeito simpático, ri e se levanta

apoiando-se em sua bengala, e em pé com suas

costas arqueadas pelo tempo, levanta o seu copo de cerveja

e diz: uma coisa nesse mundo me causa grande admiração:

é a humanidade dos animais e a animalidade

dos homens. E ele faz um brinde a todos!

______

218


Alberto dos Anjos Costa

Sepultar de Ilusões

Espectros em amálgamas pérfidas,

solapam ilusões quiméricas,

por ciladas que se elevam lépidas,

no embate de ações tétricas!

Devaneios alteiam-se intrusos,

na quietude silente em brandura;

cingindo refletir obtuso,

na introspecção que agora vislumbra!

Vertigens vesânicas recrescem,

ações estertorantes figadais;

soçobram ímpetos e arrefecem,

o viço em rompantes temporais!

Dores alçam-se profusas,

em apatias e prosternação difusas,

obliterando vontades reclusas,

pela pandemia que tanto assusta!

A verve que foi inumada,

fomenta letargia e oclusão!

A vida morrediça e quebrantada,

susta esperanças; denegando a emoção!

Cáustica pandemia beligerante,

de temores e aflições subsidiárias,

de suplícios apavorantes,

e de incertezas incendiárias!

O isolamento ancorando a solidão,

metamorfoseando-se em dores!

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219


Ápices Poéticos

O repulsivo tormento em amplidão,

cinge o nefasto em olhares estertores!

Abismais medos em consistência,

a mostrar nossa vulnerabilidade,

pondo a reflexão em evidência,

de sermos um sopro de brevidade.

Perniciosas fobias em privacidade,

incitando segregação epidêmica,

tratando a velhice com perversidade,

por algozes neuroses sistêmicas.

Ah! Esperança vivificante,

que rejubila e rejuvenesce,

destitua essa dúvida angustiante,

do minaz contágio que nos falece!

Como castigo por nossas ações,

o vírus se eleva copioso,

contaminando corações,

tornando-se um réu insidioso.

Seria uma provação?

Por sermos confessos predadores,

criando nódoas e azedume!

Quiçá, por sermos conscientes destruidores,

vertendo ódios em costume!

Tantas iniquidades inescrupulosas,

de humanos sem humanidade;

em ações tão ardilosas,

requintadas pela crueldade!

Deveras prostituídos,

por egoísmos e futilidades!

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220


Alberto dos Anjos Costa

Sentimo-nos confrangidos,

por olvidarmos da fraternidade!

Inerentes vaidades!

Presunçosa! Convencida!

Soberba em disfarce!

Vaidades consumidas,

pelo individualismo em enlace!

Vaidades! Sempre vaidades!

Recônditas em nosso ser,

vamos fingindo em castidade,

logrando a vida sem a conhecer!

Oh, ambições!

Desprezíveis e necessárias!

Idealizadora de ações,

instigantes e arbitrárias!

Somos seres insaciáveis;

no afã de ter sempre mais!

As conquistas inadiáveis,

deixam-nos brutos animais!

Se o homem é a imagem de Deus,

alguma coisa está errada,

pois, não é possível que filhos seus,

tenham a perversidade em sua jornada!

Somos poeiras,

escamoteando a humildade,

grãos de areia,

introduzindo tempestades!

Moléculas em sopro,

perdendo o elo,

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221


Ápices Poéticos

somos indoutos,

desperdiçando o belo!

Somos o passado,

presente e futuro;

primor marcado,

empossando o impuro!

Lépida brisa,

em telúrico passeio,

formando ventania,

no paraíso em esteio!

Somos estrelas,

nascendo e morrendo,

vontades guerreiras,

que o tempo vai vencendo!

Oh, morte! Que tudo finda!

Que nos exime de toda culpa!

Ensina-nos, que a vida ainda;

é perseverança até o fim da luta!

A vida é uma plêiade de estrelas;

de ígneas sensações em ardor!

A pandemia veio voraz e sorrateira,

adornando a morte e içando a dor!

Vivenciaremos instantes funestos,

que despertarão lágrimas e temores!

O vírus em seu invisível gesto,

empossou incertezas e dissabores!

Quantas ilusões sepultadas!

Quantos desejos subtraídos!

Quantas quimeras encerradas!

Quantos sonhos rescindidos!

______

222


Alberto dos Anjos Costa

Oh, vírus que nos aflige,

deixando-nos mudo de estupor;

infecção que nos inflige,

ingente açoite em furor!

Oh! Heróis que sucumbem,

pelo contágio que se difunde!

A pandemia se incumbe,

de promover cortejos fúnebres!

Muitos serão os escolhidos,

dentre séquitos de atores!

Muitos óbitos serão assistidos,

suscitando desgraça e estertores!

Quanta falta de empatia,

de um governo em deboche,

para ele a morte é a garantia,

de que alguns não tiveram sorte.

Quanta discriminação aviltante,

para pessoas em avançada idade,

muitos dizem que já viveram o bastante,

e de que a morte faz parte da interinidade.

Oh, vírus! Revelastes o desumano,

em nossa própria espécie!

Mostrastes egoísmos e o modo insano,

em gélidos corações que embrutecem!

Desventuras abraçam o isolamento,

com a pútrida ação contra o idoso,

que sente o travo do confinamento,

pelo desprezo tão doloroso!

______

223


Ápices Poéticos

Injustiças! Quantas injustiças!

O mundo já fomentou!

Esperanças morrediças,

pelo desamor que se alastrou!

Nesse sistema de hipocrisias,

onde a indignidade é o deslumbre!

Solapa a sapiência e a põe em paralisia;

excitando o insano que a transfunde!

Como posso não me impactar com a pandemia!

Se a morte nos observa noite e dia!

Como posso não me sentir destroçado!

Se o que vejo é o alento sendo derrotado!

Oh! Quanta insegurança,

num trilhar cáustico e pungente!

O dia a dia com a esperança,

traz o coração sempre contente!

Oh! Imperdoável engodo;

em um mundo dividido!

Este paraíso é um todo!

O amor é decisivo!

Túmulos erigidos pela virulência,

mostram-nos como somos fragilizados!

Consternados ratificamos em penitência,

de que nosso pedantismo é inadequado!

Pensar que uma vida é dispensável,

é desconhecer um universo de querença!

Ilusões fazem parte do inefável!

São sentimentos ornando nossa presença!

Que torpe politicagem,

nas artimanhas pela vacinação!

______

224


Alberto dos Anjos Costa

As mortes são as homenagens,

pelos votos na eleição!

Dois Brasis dentro do Brasil,

com seu povo e suas diferenças!

A Pandemia em seu ardil,

criou a vacinação com desavenças!

E o vírus disse incontinenti!

Brasil, sois uma nação dividida,

em que sua brava gente,

faz a desunião ser acolhida!

Quantos brasileiros partiram,

sepultando suas ilusões!

Silentes pranteiam em seus jazigos,

o findar de suas emoções!

Será que aprenderemos,

nessa angustiosa provação?

Que a pandemia faz nós sofrermos,

se não tivermos o amor no coração!

Porquanto, lutamos tanto,

para não levarmos nada!

A vida é um terno encanto!

A morte é o fim da jornada!

______

225


Ápices Poéticos

Simbiose

No romantismo do enamorar,

floresce a inebriante paixão;

luculentos sentimentos a inspirar,

renitente vontade para a união!

Em dois tudo é melhor,

destituindo a solitude,

o congraçar é bem maior,

pelos desejos em amplitude!

Respeitando individualidades,

diferenças e imperfeições!

A conquista da confiança,

engrandece a fidelidade!

A vida de um casal é volúvel,

feito de instantes que se alternam;

seu trilhar parece dúbio,

pelas fases que se revelam!

A harmonia está na lealdade;

no diálogo em compreensão;

nos carinhos em autenticidade,

no amor em interação!

Viver em aliança,

ensejará renúncia e aprendizado;

meiguices em consonância,

deverão ser ancorados!

Ternura em corações,

que se doam em doces beijos,

______

226


Alberto dos Anjos Costa

sublimes emoções,

vão criar ígneos desejos.

Voluptuosos sentimentos,

inspirando a felicidade,

abraços a contento,

vão despertar a sensualidade.

Os corpos em sedução,

irão sentir a arritmia,

vontades e sofreguidão;

a concupiscência afluía.

O sexo em prazer,

excitará lindas emoções;

recuos também vão acontecer,

pois, fazem parte das presunções!

Segredos entre paredes,

ressonarão orgasmos e gemidos;

frenéticas posições ardentes,

ensandecerão cálidos sentidos;

excitantes palavrões inocentes,

na junção de corpos destímidos!

Ah! Como é mavioso,

quando chegamos ao lar!

Com nosso espírito ditoso,

um beijo vem a nos acalentar!

Contrariedades também existem,

para nos indicar a sabedoria!

Intolerâncias sempre persistem,

pelo egoísmo em sintonia!

As vaidades tão pedantes,

que enganam nosso ego;

______

227


Ápices Poéticos

deixam casais recalcitrantes,

sem ver o lume, porque estão cegos!

Complexo é a convivência,

que traz à tona muitos defeitos;

incompatibilidades na essência,

murchando sonhos, desunindo leitos!

Oh! Como é angustiante,

assistir desavenças entre casais!

É um show impactante,

pelo morrediço de ideais!

Nesta curta passagem,

em que abraçamos as ilusões;

é mister ter coragem,

para o despertar das emoções!

O amor em semeadura,

é lenitivo para o viver!

É estesia na estrutura,

felicitando o conviver!

Quantos relacionamentos duradouros,

envoltos em latentes traições,

que serão sepultados sem desdouro,

pela magnificência das paixões!

Como ludibriar os sentimentos,

pelo fascínio da juventude!

A hipocrisia do juramento,

quebrantarão sua virtude!

Ah! Reluzente juventude!

De ninfas sensualizadas!

De corpos sublimes e ardentes,

que encantam pela beleza irradiada!

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228


Alberto dos Anjos Costa

Seu aroma sedutor, faz criar utopias,

inspirando canções e lindas poesias!

Ah! Nefastos enganos,

que entronizam inverdades!

A dissimulação de puritanos,

põe a demagogia na moralidade!

Quantos diabos viraram santos,

que hoje são idolatrados!

A verdade não traz encantos,

para casais desapaixonados!

Oh! Morfética rotina,

que faz prostrar o alento!

Arrefece vontades repentinas,

sucumbindo ígneos sentimentos!

Quantos casais em desamor,

convivendo por conveniências!

O patrimônio é o ardor,

pela segurança em indulgência!

No jogo de interesses,

que acontece muitas vezes!

Velho rico, com mulher nova;

ou corno ou cova!

O tempo é assaz inclemente!

Deveras inexorável!

A lei da gravidade mutuamente,

soçobra o viço inefável!

Oh! Verdades inverídicas,

a mostrar nossa ignorância!

As mentiras são benquistas,

no perpetuar de alianças!

______

229


Ápices Poéticos

Porquanto! A paternidade é uma carreira que um belo

dia nos é imposta sem que ninguém tenha feito

antes a menor pesquisa quanto à nossa idoneidade:

aí está a razão de existirem tantos pais que têm

filhos e tão poucos filhos que têm pais.

A menstruação atrasada,

cria a metamorfose!

A simbiose é abençoada!

É a vida em apoteose!

Júbilos incomensuráveis,

pela gravidez que desponta!

Mortificações infindáveis,

por casais que não se deram conta!

Poderíamos até expressar,

que é um egoísmo entre dois!

Pois, medos e castigos irão abraçar,

a vida uterina que nascerá depois!

Prelúdio da resignação!

Preliminares da paciência!

Nove meses de gestação,

nas provações em iminência!

O rebento chegou!

Venturas são encetadas!

A família conquistou,

a descendência almejada!

Intróito em que tudo são flores,

desabrochando temperança!

Afetuosidades em primores,

com as diversidades em concordância!

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230


Alberto dos Anjos Costa

Variações na rotina,

pelos cuidados imperiosos;

As responsabilidades do dia a dia,

estressa casais, outrora viçosos!

Desmedida dedicação,

ao renovo que enseja ternura!

Noites mal dormidas pela atenção,

participando com candura!

Infinitas preocupações,

para que o rebento não tenha o pior!

São casais com sensações,

de que o porvir pode ser melhor!

Sonhos protelados!

Vontades em distância!

Anseios renegados,

em prol de sua criança!

Amores repartidos!

Casais divididos!

Afagos diminuídos!

Companheirismo retraído!

Após muitas primaveras,

constelações perderam o brilho,

a esperança não se encerra,

pois, a dádiva é seu filho!

Quanto tempo despendido!

Quanto amor doado!

Quantos pensamentos atribuídos,

para o educar ser venerado!

Doces pais exaltando o participar!

Meigas mães louvando o seu amor!

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231


Ápices Poéticos

Puberdades galvanizando o aventurar!

Alvoradas atando-se ao destemor!

Fantasias que se perdem,

pelas desilusões apossadas!

Lembranças que refletem,

quimeras aprisionadas!

O inexorável tempo avança e seu fruto amadurece,

desabrochar de sua criança, na adolescência de mutações,

rugas vincadas emergidas pela abnegação que

enaltece, filho criado, trabalho dobrado, fomentando inquietações.

Luas que passaram,

para o filho agora em mocidade!

Rugas vincaram,

para genitores sentindo a idade!

Asas indomáveis alçando voos independentes,

emoções da mocidade em aventuras tão vorazes,

inerentes tentações ofertando atos inconsequentes,

noviço navegante, descobrindo mundos, desbravando

mares.

Ah, libertos! Nos filhos içam asas,

para périplos em estreia!

Intermitentes ações devassas,

compondo parte de sua odisseia!

Como anjos que alçam voo,

os filhos são gerados para o mundo!

A liberdade é como o ouro,

que reluz sob o sol fecundo!

Cristais quebradiços,

não podem ser lapidados!

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232


Alberto dos Anjos Costa

Ideais postiços,

jamais serão alcançados!

Contristada e iníqua realidade,

que permeia nosso mundo,

decepcionando a terceira idade,

que sente o desapreço tão imundo!

Como é triste o envelhecer,

e conviver com a desatenção,

vendo os filhos a embrutecer´

pela impiedade no coração.

Rebentar de insensibilidades,

de rebentos desajuizados,

hoje se esquecem da afetividade,

e do amor para eles ofertados.

Quantas filhas de merda,

que pela herança descartam seus pais!

A ganância é a morte certa,

da família que agora jaz!

Seria leviano generalizar;

pois, existem filhos muito amáveis!

O bem e o mal sempre vão estar,

neste universo de vulneráveis!

Somos protagonistas em cena,

neste teatro real e profundo,

trilhando de forma plena,

as incertezas do mundo!

Indecifráveis mistérios,

permeando nosso trilhar,

a única certeza sem despautério,

é que toda vida tem seu findar.

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233


Ápices Poéticos

Perguntas sem respostas,

vão suscitar reflexões,

o esperançar nos reconforta,

neste orbe de ilusões.

Conquanto desilusões fazem parte do viver, suplantá-las

é imperativo para continuar a sobreviver!

Na dicotomia de alianças quem vencerá?

A insípida rotina do dia a dia, que enseja, fastio, enfado,

tédio; pois, subtrai afagos e põe fel na cumplicidade! Ou

o amor que perdoa, falhas, imperfeições e erros, aceita

as diferenças e põe a brandura, indulgência, mansidão e

ternura em prol da felicidade!

Plena felicidade é utopia!

As tristezas fazem parte!

São nos momentos em alegria,

que faz o sorriso ser destaque!

Viver! É exímia coragem!

É se arriscar a cada dia!

Pois, é curta sua passagem!

É necessária luta e ousadia!

Neste viver de emoções,

de êxtases e encantos;

procure abraçar inspirações!

Demita seus tétricos prantos!

Por que sorrir?

para sua alma se alegrar,

para sua depressão estancar,

para as portas se abrirem,

para as pessoas sorrirem.

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234


Alberto dos Anjos Costa

Por que cantar?

porque o cantar encanta e rejuvenesce,

cria sinergia e o júbilo recrudesce,

sepulta o amargor e a tristeza vai embora,

harmoniza sua mente na emoção que aflora.

O Sol dentro d'alma,

irradia cantorias,

sublimes sentimentos,

inspiram um novo dia!

Corpo e mente em mansidão,

despertam a esperança,

demitindo a prostração,

pela vontade em aliança!

O Sol dentro d’alma,

semeia o amor,

celebra a harmonia,

espargindo o esplendor!

O Sol dentro d'alma,

cimenta a etérea gratidão,

por estarmos aqui agora,

com bondade no coração.

O Sol dentro d'alma,

gera a estesia do sonhar,

com um mundo mais fraterno,

sem a maldade a nos conspurcar!

Por que reclamar?

se você é são e perfeito,

se sua avidez insaciável é defeito,

se tens mais do que mereces,

se tudo que te satisfaz lhe aborrece.

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235


Ápices Poéticos

Por que odiar?

se o clemente perdão é humildade,

se o desprezível rancor é maldade,

se o impudente ressentimento é flagelo,

ser beligerante e hostilizar não é belo.

Por que trair?

se ser íntegro e leal é honrado,

se o fiel e a probidade são abençoados,

se a traição é uma dissimulada punhalada,

é golpe sem sangue, é ferida não cicatrizada.

Por que mentir?

se a verdade vai chegar,

se a falsidade vai maltratar,

se a mentira é repugnante,

se o enganar é aviltante.

Por que a inveja?

se é sentimento tacanho,

que te deixa em cobiça,

no desejo pífio e insano,

pela conduta quebradiça.

Por que o medo?

se a mente é quem determina,

se a neurose está por dentro,

dominá-la é coragem que anima,

vencê-lo é o suplantar do tormento.

Por que nunca desistir?

porque viver é um eterno lutar,

perseverança cintilará seu trilhar,

porque as dificuldades sempre aparecerão,

e a vontade de tentar ultrapassará a provação.

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236


Alberto dos Anjos Costa

Por que manter o equilíbrio?

porque a ponderação é relevante,

é sabedoria revigorante,

é livre-arbítrio em discernimento,

nem mais e nem menos, transigindo a contento.

Por que não furtar?

porque o que é de outro não lhe pertence,

sua lisura e retidão serão sua escora,

sua honestidade é tesouro resplendente,

nas atitudes que estarão `a prova.

Por que trabalhar?

porque a ociosidade é o que mata,

sua utilidade é o que te exalta,

no labor que é producente,

que traz o respeito proeminente.

Por que sonhar?

porque a realidade é cruel e insensível,

intento de criar lúdico mundo invisível,

de deleites, de fantasias, de candura,

de um viver de devaneios em semeadura.

Por que amar?

porque beijos são energias em sensações,

galvanizam e regozijam corações,

carícias em comunhão de corpos ardentes,

explodindo em orgasmos felizes e contentes.

Por que a fé?

porque as incertezas são etéreas em mistérios florescidos,

seara de grânulos cultivado por entes desconhecidos,

Deus é necessário para prover-nos de esperanças,

______

237


Ápices Poéticos

para termos fraternidade e o amor sempre em constância.

Por que viver?

para que a morte seja postergada,

para que sintas a dádiva pulsante,

para que aprendas que a vida é obra abençoada,

para que nosso viver seja uma missão dignificante.

pois, a vida é um fantástico maravilhar,

até chegar a hora do tempo findar.

Ah, vida! Em simbiose sorvida!

Casais, vivenciando emoções apaixonantes!

A morte também ama a vida!

Levando-a! Libertando-a de aflições lancinantes!

Oh, viver! Em seus mistérios e fascínios!

Oh, morte! Findando o espetáculo em desígnio!

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238


Alberto dos Anjos Costa

Sinceridades

O que faz um casal, que se encontra na paz da união,

na tranquilidade e na reciprocidade do amor, na interação

de pleno convívio entre carinhos, afetos e ternura,

seduzidos pela

impetuosidade sexual de dois jovens enamorados, que

se entregam na sinceridade de seus sentimentos; que de

forma lúdica, se divertem e se acarinham como crianças,

na cumplicidade, e afinidade sentimental; na afetividade

participativa, em lídimos ditosos beijos; em um partilhar

repleto de alegrias, de paz e harmonia, e de olhares resplandecidos

em desejos sublimes por sentirem em seus

corações, o êxtase da etérea felicidade.

No tempo em que o casal destituído de grilhões, de

amarras, livres, leves e soltos; cingidos pela sua sagrada

liberdade, que lhe oferta independência e autonomia,

para compartilharem entre si de regozijos, diversão, passeios,

sem o tempo a lhes cobrar a imperativa responsabilidade

que o rebento há de suscitar. Dois corações em

que o amor cria a mansidão, que galvaniza afetos, meiguices

e afagos, e a renovação de duas almas que se

descobrem no afã de se eternizarem no ígneo sentimento,

que os constrói, que os edifica e os consolida,

como dois amantes deveras apaixonados.

Portanto, o que faz com que estes dois seres, que desfrutam

do verdadeiro e cintilante amor, conectados por

um cálido sentimento de estesia, apossados de ingente

júbilo e ventura, possam, renunciar a tudo isto, ou por

egoísmo, ou vaidade, ou para manterem a linhagem, ou

pela inocência, ou pela procriação da espécie, ou por

sendo seres imperfeitos, e por já terem experimentado o

______

239


Ápices Poéticos

ápice do amor em tórrida paixão, se esgotaram, e a rotina,

o fastio, o tédio e até uma vida a dois insípida, os

incutiram a gostarem de experimentar e de saborear as

incertezas, as dúvidas, o indeterminado e o impreciso,

através dos sofrimentos, das aflições, dos tormentos; intrínsecos

na imperfeição humana; admitindo desta

forma, o estresse, as dissonâncias, as insônias, os antagonismos,

a beligerância, o temerário; e ensejarem a divisão

do amor que outrora era único e indivisível; fragmentando

o relacionamento, com discussões, antipatias,

aborrecimentos, cobranças, discórdias, e pulverizando

o amor, que antes era deleitável, gracioso,

franco, radiante e de uma beleza cândida e magnetizante!

Por tudo isso! O que faz com que este casal, desfrutando

de tanto amor, ainda pensem em serem pais? Excetuando-se

a esta situação, a concepção acidental, aleatória,

que envolve o acaso ou sem intencionalidade!

Seria o amor feito de incomensurável coragem? De um

ato intrépido? De uma escolha heroica? De uma opção

homérica? De ousadia e destemor? Ou seria simplesmente,

certa dose de insanidade e o gosto pelas dores

que o mundo fomenta, na incerteza do amanhã?

O que é a vida?

Senão um mar de ilusões!

Em que esperanças recidivas,

vão suplantando frustrações!

A vida! Em aprazível útero!

Silente na quietude angelical!

Ansiosa em sentir um novo mundo!

Sôfrega pureza desconhecendo o real!

Devaneios e quimeras em um anjo fecundo!

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240


Alberto dos Anjos Costa

A vida! A efêmera vida!

Que nasce de disputa incessante,

na vontade indômita da semente!

Pináculo da vitória exultante,

em que o tempo será incisivo e inclemente!

A vida! Estressante!

Quantas noites de insônia!

Quanto choro retumbante!

O rebento sem cerimônia,

quer o colo aconchegante!

A vida! A célere vida!

Périplos de inebriantes aventuras!

Dádiva de auspicioso prospério!

Vida e morte trilhando juntas,

com incertezas, inseguranças e mistérios!

A incipiente vida!

O rebento que se ama é tão puro!

Faltar o amor é carência perigosa!

Educar é promessa de um bom futuro!

Cultivar o respeito é dignidade briosa!

A vida! Em inconstâncias!

Renúncias e sofrimentos de pais,

que veem um mundo demente e descontrolado!

O perigo estampado em jornais,

pelos assaltos que os deixam desolados!

A vida! Em tom real!

Vitórias e derrotas acontecem sempre!

Lágrimas e sorrisos afluirão de repente!

Decepções conhecerás pela confiança em engano!

Nos sofrimentos aprenderás, o escárnio de insanos!

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241


Ápices Poéticos

A vida! Em perseverar!

As adversidades servirão para conheceres a ti!

Os obstáculos mostrarão que são úteis e necessários!

Dependerá de você, seguir ou desistir!

A perseverança incutirá sua coragem ao temerário!

A vida! Recompensando os pais!

Tanta abnegação e desprendimento,

pela devoção e renúncia auferida!

E qual será a retribuição do rebento,

quando a missão estiver cumprida?

Para muitos a gratidão,

será o pleno reconhecimento!

Para outros a ingratidão;

que invocará lágrimas em desalento!

Quais seriam suas atitudes Pais?

Se o seu filho se tornasse alcoólatra?

Perdendo o emprego e a dignidade!

Fechariam a ele todas as portas?

Ou tentariam lhe recuperar a hombridade?

Oh! Que demagogia dolorida!

Do especioso álcool ingerido,

que é droga consentida!

Funestos narcóticos consumidos,

por receitas permitidas!

Pais! O que vocês fariam?

Se visse que seu rebento é homossexual!

O preconceito seria rigoroso e realçado?

Ou, abraçaria pelo amor o desigual,

compreendendo que a escolha não tem culpados?

Respeitar as diferenças;

é o semear da sabedoria;

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242


Alberto dos Anjos Costa

suprimindo desavenças;

valorizando a harmonia!

Como vocês agiriam Pais?

Se sua filha estivesse em prostituição?

Que a inconsciência gerou a promiscuidade!

A intolerância e abandono entraria no coração?

Ou, acolhê-la-ia, tendo amor e piedade?

Oh! Infaustas almas morrediças!

Que escolheram o errado!

Adentraram em areia movediça;

onde sairão desajustadas!

Pais! Como vocês se sentiriam?

Se descobrisse que seu filho é ladrão?

Que se juntou a amizades dissimuladas!

Denunciá-lo-ia para as grades da prisão?

Ou, fingiriam que não existem vítimas assaltadas?

O crime não compensa!

É verdade já provada!

Tantas vidas com sentenças,

arrependidas e destroçadas!

Como vocês ficariam Pais?

Se soubesse que seu filho é viciado?

Que aleivosos convites levaram-no para a escuridão!

Procurariam Instituição para ele ser desintoxicado?

Ou, deixá-lo-ia em desamparo; em rendição?

Porque as viagens em seus périplos alucinantes?

Reina o vício suicida em venturas angustiantes!

Porque o desejo de tantos em fugir da realidade?

Injetando a própria morte na ilusão da felicidade!

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243


Ápices Poéticos

Pais! Como vocês estariam?

Se aos prantos seu filho viesse a dizer,

que embriagado atropelou um inocente?

Vocês se omitiriam para lhe absolver?

Ou, obrigá-lo-ia a se culpar publicamente?

Os bons tem consciência,

das lágrimas de suas vítimas!

Os maus não tem clemência,

pois, veneram injustiças!

Oh, recônditos pecados!

Que jamais emergirão!

Guardados a sete chaves;

ninguém o julgarão!

Como vocês se comportariam Pais?

Se um pervertido que mora em sua rua,

abusasse de sua filha pelo estupro?

Perdoaria o agressor, mas pedindo sua clausura?

Ou, furtivamente matá-lo-ia num beco escuro?

Oh! Selvagens pervertidos;

estuprando cândida pureza!

É o sexo sem sentido;

fixando traumas e cáustica tristeza!

Esta nua realidade despida de sorte,

exibe o perverso manifestando tragédias!

Acontece mesmo aos que se julgam fortes,

são fatos amargos que se encontram na odisseia!

Sorte! Sorte! Sorte!

Bem aventurada sorte!

Deixando-nos, no lugar,

hora e tempo certo,

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244


Alberto dos Anjos Costa

para que desventuras,

não estejam por perto!

Pais! Em reflexão!

Despertar o instinto selvagem e primitivo,

que se esconde dentro de nós!

Ou usar de ponderação e controle construtivo,

nos riscos que fazem ver o sofrimento atroz!

Pais em suas conclusões finais!

Que a vida tem cenas dantescas!

Que o inferno está nestas tétricas tragédias!

Que ninguém está imune destas ações grotescas!

Que o purgatório é aqui nesta Divina Comédia!

Quantas verdades corrompidas!

Quantas falsidades entronizadas!

Quantas vidas infligidas!

Por verdades dissimuladas.

O tempo traz a verdade,

na vida a ser vivida,

mentiras em castidade,

porquanto, vão ser seguidas!

Você faz seu trilhar,

pelas escolhas feitas,

suas ações irão mostrar,

se suas virtudes foram eleitas.

Conhecerás risos e alegrias!

Conhecerás prantos e tristezas!

Sua ponderação será a garantia,

de livre-arbítrio sem torpezas!

Lutarás por ilusões!

Sentirás a insegurança!

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245


Ápices Poéticos

Viverás intensas emoções!

Com tempestades e bonança!

O tempo trará a suprema verdade,

de que um dia irás partir,

seu coração em fraternidade,

será Deus a te conduzir!

______

246


Alberto dos Anjos Costa

Sonho em Conquista

Trabalhava a terra para suprir nosso sustento,

o corpo esquecido no sentir do desalento,

as mãos calejadas pela dureza do seu labor,

o espírito enfraquecido pelos sonhos em torpor.

Vida lépida como um raio que num átimo se dissipa,

mística, bela e enigmática, parecendo infinita;

era sobrevivente num trilhar entre o azar e a sorte,

revelando no seu pulsar desilusões antes da morte.

O suor sendo vertido parecia não ter valor,

da aurora ao crepúsculo não lamentava a sua dor,

cultivando alimentos para abastecer a cidade,

foste colono sobrevivendo num trilhar de simplicidade,

servidão a céu aberto num porvir em desesperança,

seu valor foi olvidado na grandeza de sua importância.

Depois de mais de um dia de agitado fragor,

nascem as estrelas, prostrando-se a quimera,

irradiando vida, mostrando o fulgor,

desabrochando o descanso, esquecendo-se da guerra.

As estrelas, falam, gritam e suplicam,

de que o tempo não passa, quem passa é você,

para que reflitas um pouco sobre a eterna ilusão,

da distante luz estelar que vemos na escuridão!

Cai a noite, descansa e refresca a alma,

zomba da morte, adoça o sofrer,

seu silêncio é prédica, é brio, é calma,

a noite é esperança que ajuda a viver!

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247


Ápices Poéticos

A pobreza faz brotar novas mudanças,

procurar na cidade a sorte que não alcança,

com coragem, sem dinheiro e algumas trouxas,

carrega pesada cruz na aventura que agora incursa.

Desorientado com seu presente em confusão,

a favela é moradia da simplicidade em retidão,

a resiliência é abraçada pela vontade da conquista,

a alfabetização é indispensável, respeitada e benquista.

O seu despertar é de alento e esperançar;

um novo dia acontecendo a lhe abençoar,

agora ele trabalha e estuda com dedicação,

seu viver tem a ínclita vontade em consideração.

Adversidades hão de estar no percorrer deste caminho!

Obstáculos vão mostrar a superação em seu destino,

fortificando no viver a esperança em seu sonhar,

construindo o seu amanhã pelo afinco de estudar.

O amanhã é de procura na transformação do viver,

o tempo lhe vai cobrando persistência em seu trilhar,

o triunfo todos querendo, muito dinheiro e poder,

sua vitória é diferente, seu objetivo é se formar.

Na educação consolidada

pelo respeito e honestidade,

sua palavra é dignificada,

no sepultar da improbidade.

Num mundo de descaminhos,

de incorreções e incongruências,

seu bom caráter vai construindo,

o forte homem em sua eminência.

Aquele jovem muito aplicado,

agora gostava de ler livros,

______

248


Alberto dos Anjos Costa

à escola ia entusiasmado!

Boas notas eram seu incentivo!

Conseguiu entrar para a Universidade,

para estudar o curso de Letras!

Frequentava as aulas com assiduidade!

Sua abnegação era perfeita!

Seu sonho era ser professor!

Seu idealismo era apaixonado!

O porvir era reluzente e promissor,

pelo saber em que estava focado!

De família honesta e simples,

por isso não tinha recursos!

Vivia uma vida sem requintes!

Trabalhava para pagar o seu curso!

Foram instantes de dificuldades,

num esforço inefável e desmedido;

conseguiu superar adversidades;

diplomar-se era o seu objetivo!

Chamavam-no de Caxias,

por só pensar nos estudos!

Dinheiro quase não tinha!

Não nasceu em berço de luxo!

Baladas em convites,

apareciam a todo momento!

Belas alunas em acintes,

lhe ofereciam divertimento!

Não abraçava a devassidão,

em prol de seu propósito!

Os prazeres em exclusão,

mostrava seu foco heroico!

______

249


Ápices Poéticos

Viu vários amigos desistindo,

do curso e de boas oportunidades!

Ele lá, sempre persistindo,

através de sua força de vontade!

Jovem numa luta incessante,

noite e dia; dia e noite!

Por um desejo edificante!

Quanta renúncia! Quanto açoite!

Tinha em sua mente,

o lema dos pioneiros:

os covardes nunca começam;

os fracos morrem no caminho;

somente os fortes chegam.

Estudava! Estudava! De modo incansável!

De segunda a segunda! Sem fins de semana!

Seu afã! Seu desejo! Seu ideal inquebrantável,

fizeram-no ter uma dedicação quase insana!

Aquele jovem entendia:

que ele era o arquiteto,

de seu próprio destino!

E refletia que a vida, é

feita de escolhas e que

preferia a dor de não ter

vencido, à vergonha de

não ter lutado!

Seu desprendimento valeu a pena,

com o sucesso para o almejado!

A primeira etapa em vitória plena!

O respeito havia conquistado!

E o dia da glória chegou,

para o jovem que investiu na sabedoria!

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250


Alberto dos Anjos Costa

O bacharelado ele conquistou,

pelo sacrifício e suor em cada dia!

O coração do jovem percebia que:

por um ideal as forças se multiplicam!

Compreendia que para lecionar,

enfrentaria grandes adversidades!

Sua primeira aula fez-lhe emocionar,

por ver-se professor, diante das dificuldades!

Aquele jovem obstinado com seu idealismo,

consolida hoje seu apreço e dignidade!

Exerce seu ofício com maestria e profissionalismo;

fez o sonho realizar-se por sua gana e vontade!

Porquanto!

Ficar na inércia,

esperando sucesso,

é vontade egressa,

apeando seu progresso.

Pulsar em desambição,

tolhendo conquistas,

vivência sem emoção,

aceitando a preguiça.

Portas fechadas,

não sendo batidas,

sorte prostrada,

oportunidades perdidas.

A vida em labuta,

de lágrimas e sorrisos,

lassidão na disputa,

sacrifícios recidivos.

______

251


Ápices Poéticos

Apatia é regressão,

incentivando desalento,

você é a aplicação,

seu esforço é o suprimento.

Estancar a desistência,

é renovar o ideal,

empreender em afluência,

alicerçando vigor total.

Agradeça pelas dificuldades,

por oferecer-lhe o aprender,

suplantá-las é a oportunidade,

de valorizar o seu viver.

Esforçar-se é relevante,

para ultrapassar os obstáculos!

Ser guerreiro é extenuante!

Perseverança é o sustentáculo!

Tenha fé, seja otimista,

acredite em você,

não esmoreça, sempre insista,

bons resultados irás colher!

A vida sem embaraços,

não tem graça, não faz crescer,

paciência é o grande passo,

que mostrará seu fortalecer.

O destino em facilidade,

não lhe ensinará a grande lição;

que toda conquista não é gratuidade,

é fruto do suor e da abnegação!

______

252


Alberto dos Anjos Costa

Vicissitudes

Neste tempo de evoluções,

de tecnologias avançadas;

a depressão em multidões,

faz a morte ser acalentada!

Oh! Tristeza!

Que entreabre a escuridão!

Sepulta sonhos de grandeza!

Castiga a alma e o coração!

Estuário de dor,

na aflitiva solitude,

desânimo avassalador,

exasperando vicissitudes.

Átimo de desesperanças no amargor presente;

pulsar desalentado definhando em sofrimento;

abarcada solitude no infortúnio deprimente;

cáustica opressão exteriorizando o tormento.

Pungente depressão prostrando o viver,

arrefecendo a luta, quebrantando o sonhar,

derribando a alegria, pulverizando o querer,

corroendo a alma, enlutando o trilhar.

Medos e frustrações,

ancoram azedume,

desvanecem emoções,

pela apatia em queixume!

Cruzes pesadas,

marcando destinos,

______

253


Ápices Poéticos

pessoas angustiadas,

experimentando desatinos.

Esperanças desfalecidas,

promovendo tristezas!

Venturas esquecidas,

instituindo fraquezas!

Fel em provação,

desnudando lágrimas,

entronizando mortificação,

cimentando almas pálidas.

Vidas despetaladas,

sentindo o esmorecer,

realidade martirizada,

patrocinando o desviver.

Encantos desmoronando,

alteando a desilusão,

via-crúcis irradiando,

cicatrizes no coração.

Vivenciamos tantas frustrações,

que suprime nossas vontades!

Nosso mundo em dissensões,

abraça enganos e inverdades!

Interroga-me!

O que é a verdade?

Dogmas de convenientes ilações?

Enganosas conjecturas da realidade?

Absoluta incerteza sem contestações!

Oh! Veja ao seu redor!

Um mundo com tantas guerras!

É a rica indústria armamentista,

______

254


Alberto dos Anjos Costa

sepultando irmãos na terra.

Oh, raça humana que destrói,

tudo aquilo que constrói!

Suas incorreções em hospedagem,

espargem ações muito selvagens!

Nossa existência revela!

Que somos suicidas em potencial!

Com sofrimentos ferindo forte!

Somos o paradoxo enaltecendo o mal!

Um sopro jogado à própria sorte!

Teatro de ilusões,

a mostrar fragilidades!

Inerentes imperfeições,

anunciando nossas vaidades!

Ensaio estertorante,

em almas aplacadas!

Espetáculo lancinante,

nas incertezas convidadas!

Atores em introspecção,

atormentados por suas dores!

Neuroses em reflexão,

de seus receios e temores!

Você faz seu trilhar,

pelas escolhas feitas,

suas ações irão mostrar,

que sua bondade é bem aceita!

Sua sabedoria é a riqueza,

da relevância de estares aqui;

sua consciência é o que enseja,

o caminho que escolhes a ti.

______

255


Ápices Poéticos

A vida é uma efêmera passagem!

É um instante para lhe admirar!

Viver é fulgente coragem,

é uma incógnita a decifrar.

Nossa existência nos revela;

células galvanizadas,

por antagonismos obscuros!

Sentindo a vida violentada,

pelas guerras em nosso mundo!

Oh! Aleivoso Sistema,

que incita pessoas à prostituição!

Violências e drogas agora em cena,

matando o futuro pela perdição!

Vivemos em conflitos e desilusões,

semeando o caos angustiante!

Infidelidades em nossas ações!

Mentiras amiúde a qualquer instante!

Tantas insidiosas guerras!

Tantas insanas mortes!

Pelo ódio que impera!

Com a vingança vindo mais forte!

Oh! Poder onipotente!

Cubra-nos com seu manto,

da misericordiosa compaixão!

Pois, a raça humana vai enlutando,

pelos rancores no coração!

Onde foi que erramos?

Para o mundo está insano!

Pelas guerras em epidemia,

que recrescem a cada dia!

______

256


Alberto dos Anjos Costa

Oh, âmago humano! O que escondes?

Interesses, covardias,

inseguranças, desonestidades,

injustiças, hipocrisias,

idolatrias e deslealdades!

Olhe em sua volta!

Verás políticos conspurcando!

Num país de miseráveis,

com os poderosos nos furtando!

Na essência de nossa alma,

vicejam paixões mórbidas;

inveja, mentiras, vingança e rancores,

constrangendo Deus pelo circo de horrores!

Oh! Tudo que não presta!

Acaba por si mesmo!

É a lei da causa e efeito!

É o justo mistério sendo feito!

Como não se deprimir,

com esse mundo em apatia!

Com o desamor a descobrir,

uma raça humana sem empatia!

Oh! Infausta depressão!

A qual sucumbe as vontades!

Que nos deixa em prostração!

Que faz esquecer o que é felicidade!

Ela vem lenta e sorrateira,

instalando o desânimo;

sua tristeza é mensageira,

de dor inserida na alma em pânico!

______

257


Ápices Poéticos

Ela suprimi o sorrir!

Tira o desejo de cantar!

Deixa o letárgico lhe assistir,

no afã do desesperançar!

Gera péssima energia,

que retrai os sentimentos!

Deixa o sol escurecendo o dia;

pelo desânimo feito por lamentos!

Oh! Desventurada depressão!

Que solapa todo encanto!

Invoca a solitude e a aflição!

Inflige o ominoso convertido em pranto!

Medra na vida a oclusão!

Prescinde o valor da autoestima!

Traz pensamentos em desorientação!

Faz o pessimismo ir lá para cima!

O amor-próprio é macerado;

deixando você irrelevante!

Seu olhar é contristado,

não deixando ver o exuberante!

Oh, desditosa depressão;

por favor vá embora!

Quero de volta a emoção;

para viver um sublime agora!

Deixe de lado a prostração,

a tristeza e o desalento!

Pois, aceitar a depressão,

é ver a vida em tom cinzento!

Sua mente é quem decide,

o ensejar de novas mudanças!

______

258


Alberto dos Anjos Costa

Seu coração é que emite,

os batimentos da perseverança!

Teu sorrir é relevante,

para ativar o otimismo!

Pois, a vida é inebriante!

Não abrace o pessimismo!

Valorize bem o tempo,

nesta odisseia de incertezas,

com sabedoria e sem lamentos,

na humildade que é a riqueza.

Persevere, nunca desista!

És aprendiz em emoções!

Seja sempre exímio artista,

neste teatro de ilusões!

Plena felicidade é utopia!

As tristezas fazem parte!

São nos momentos em alegria,

que faz o sorriso ser destaque!

Fomente imprescindíveis vontades,

que consolidarão aprendizados!

Desistir é pusilanimidade!

É se sentir como derrotado!

Desperte o lindo sol,

que se esconde em você!

Saia desta escuridão,

que só faz você sofrer!

Não insista em reclamar,

da vida que você tem!

A ingratidão em seu trilhar,

te deixará sendo ninguém!

______

259


Ápices Poéticos

Revezes acontecem!

Desilusões são encontradas!

Seja forte e não se entregue,

para uma vida desolada!

Faça de seu amanhã,

um dia abençoado!

Cultive ânimo em afã!

Não se sinta mais culpado!

O amanhã será um novo dia!

Terás uma vida melhor!

Encontrarás paz e harmonia,

e nem lembrarás do seu pior!

Resplandeça seu coração,

no sentimento positivo!

Pois, andar em contramão,

é a certeza de perigos!

Não reclame! Não lamente!

Já que a vida são sacrifícios!

Não desista! Sempre tente!

O aprendizado é bem difícil!

Não cultive a ingratidão!

Agradeça por mais um dia!

Ser injusto é motivação,

para encontrares a desarmonia!

Hoje! Muitos morreram!

E você aí está!

Deixe de lado o desespero!

Pois, viver é perseverar!

______

260


Alberto dos Anjos Costa

Contemple o Sol nascendo!

Sinta a flor a desabrochar!

Tua sensibilidade recrudescendo,

é o amor a lhe inspirar!

Tudo fácil, não teria graça;

seria uma vida sem sentido.

Tua inconsciência é uma ameaça!

É descontrole! É desequilíbrio!

Os dias são diferentes!

O amanhã será melhor!

Hoje! Com tua fé ficarás contente!

Incutirá desejos! Não pensarás no pior!

Os erros do passado,

já passaram, são imutáveis!

Os desacertos são compensados,

por tuas virtudes formidáveis!

Não esmoreça! Não se entregue

às denegridas tentações!

Sejas forte! Nem se apegue,

a esta vida de sensações!

Galvanize tua mente,

com vontades alentadoras!

Seja sincero e decente,

sem ideias destruidoras!

A plena felicidade,

é subjetiva; é abstrata!

A vida em simplicidade,

traz ventura de forma exata!

Olhe para trás!

E sentirás compaixão!

______

261


Ápices Poéticos

Verás quanto sofrimento!

Quantos caíram, e ainda estão no chão!

Derrotas e vitórias,

bondades e maldades!

A vida é misteriosa história,

que se escrevem por nossas vontades!

Você nesta odisseia,

em que o tempo vê passar;

vive e não tem ideia,

de quando o fim irá chegar!

Tua mente é a propulsora,

de alegrias ou tristezas!

A esperança é a condutora,

por veres o mundo em beleza!

A vida é mesmo assim!

Vivenciaremos as incertezas!

Início, meio e fim!

Pereceremos! Essa é a certeza!

Vivemos nos reprimindo,

retendo nossos sentimentos!

Vontades nos oprimindo,

cimentando desalentos!

Porquanto! Viva intensamente!

Não desperdice belos momentos!

Não sejas contraproducente!

Viva o agora! Viva a contento!

Ame a si mesmo!

Desfrute deste mundo!

Sois dádiva! Sois uma estrela!

Sois o tempo tão fecundo!

______

262


Alberto dos Anjos Costa

Esquecemos de nós,

numa vida em segundo plano!

Nos sentimos sempre a sós;

damos relevância a desenganos!

Esperanças não devem ser pulverizadas!

Humanidade de boas ações exaltadas!

Otimismo que não pode ser esquecido!

Um mundo que não deve ser embrutecido!

As poesias devem ser cantadas,

por estrofes de inspiração abençoada!

Os poetas que cantam alegrias e tristezas,

são tristes pela realidade que sepulta a beleza.

A vida é mesmo assim; um árduo e difícil aprendizado!

Cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas!

A fé e a esperança não devem estigmatizar frágeis culpados!

O amor é o sublime vencedor na fraternidade comungada!

Viver é um risco constante,

nesta passagem de ilusões!

Sua mente é guia relevante,

para transpor obstáculos e decepções!

Dialogue com você;

crie o seu entusiasmo;

viver não é desanimar,

é despertar a vontade;

o sorriso é necessário

para estancar o marasmo;

sua autoestima e amor-próprio,

promoverão a vitalidade!

______

263


Ápices Poéticos

Devemos sorrir!

Para sua alma se alegrar,

para sua depressão estancar,

para as portas se abrirem,

para as pessoas sorrirem.

Viva! Deveras!

Acredite em você!

Teu pulsar é relevante!

És estrela cintilante!

Faça o dia resplandecer!

______

264


Alberto dos Anjos Costa

Vida Pulsante

Choremos a juventude,

e a velhice também;

pois, a primeira sempre foge,

e a segunda sempre vem!

O tempo é implacável,

neste viver de aventuras,

juventude bela e saudável,

ancorada por loucuras!

Átimos extasiantes,

no vigor de energias,

juventude excitante,

de sonhos e utopias!

Mocidade competitiva,

saboreando ígneos prazeres!

Sexualidade intumescida,

pela concupiscência que refulgia!

Arrebatada juventude,

de insanas vontades sexuais,

o sexo em amplitude,

revelando vontades abissais.

Ah, transgressões!

Guardadas em segredo!

Pecados não revelados,

pela juventude em desejo!

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265


Ápices Poéticos

Ah! Revigorante juventude!

Que neste benigno paraíso tropical praiano, cingido pelo

ínclito e primoroso mar e marchetado por veneráveis e

fascinantes montanhas.

Oh! Impetuoso Mar!

De perigos ocultos e iminentes,

insólitas vidas a nadar,

em silente universo magnificente!

Ah! Proeminente Mar!

Como é lindo teu contemplar!

O mar é magnífico mundo inexplorado,

dádiva que provê o alimento consagrado,

oceanos que lançam périplos em devaneios,

alteroso alto-mar navegando aventureiros,

águas impetuosas criando ondas ao vento,

melodiosas águas firmando romantismo luculento,

alvas ondas que enlevam entoado cantar,

salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.

Neste virtuoso e laureado beneplácito climático litorâneo,

impõe-se exíguas indumentárias, as quais fazem vicejar

e recrescer impetuosos sentimentos e lauta sensualidade,

pela inebriante e noviça mocidade, que refulge e

exalta poesia e encanto; − divinizadas ninfas esculturais

sugerem pensamentos voluptuosos, libidinosos e lascivos;

envoltos em terna tentações e benquista luxúria;

resplandecido pelo cálido prazer concupiscente em corpos

torneados pela inspiração e alento divino; engendrado

pela vontade dos Deuses, extasiados pelo júbilo da

estesia e do etéreo amor.

Desponta nessa juventude bela e sedutora, a feminilidade,

entreabrindo por decotes sumários o vislumbrar

afrodisíaco de robustecidos seios de aroma virginal, que

______

266


Alberto dos Anjos Costa

rutilam a libido e ensejam devaneios em carícias, beijos

e afagos, que quiçá pelo magnetismo de auras cósmicas,

convida-os à sucção de aréolas e de mamilos em eminência,

enrijecidos pelo aprazer que a vida lateja em

seus corpos e fazem-se sentir no despertar de latentes

emoções.

Porquanto! Complexo!

O sexo é espontaneidade!

São os sentidos conexos;

sem proibições das ansiedades!

Tórridas sensações,

em anseios sensuais!

Almas em emoções,

satisfazendo paixões carnais!

Ah! Exuberante feminilidade jovial!

Em que no epicentro de seus corpos, destacam-se suas

curvas arrebatadoras que nos remetem a voos quiméricos

e suas inebriantes coxas roliças, lisas como seda; −

algures, encoberta pelo véu do pudor, cintila o seu Sol,

magnânimo, − porta de entrada para o seu âmago, −

que irradia envolvente fragrância em sua ardente atmosfera;

− o qual fascina olhares furtivos e pecaminosos em

sua pureza de incomensurável preciosidade.

Contígua, está sua intumescente lua clitoridiana, induzindo

para que sem tabus, sem medos e preconceitos,

despida de repressões; seja executada carícias preliminares,

para que em sua órbita umedecida, o sexo oral se

faça presente; − confiando no clímax, no inefável orgasmo,

o qual tornará profuso o néctar lactescente, que

como magma, verterá de seu vulcão sideral flamejante,

que imperiosamente impõe o corpo e alma, para a interação

convergente da felicidade.

______

267


Ápices Poéticos

Sexo é sentimento em encanto,

sem atos em restrições!

São corpos que não são santos,

que se degustam por concessões!

Ah! Feminina mocidade exuberante!

Que na excitação avassaladora dos seus sentidos, seu

universo ofertará taquicardia; extenuará músculos; o

sangue fluirá em frenesi por suas artérias; mutações químicas

desencadearão explosões neurais; seus órgãos liberarão

assaz quantidade de estrogênios, progesterona e

testosterona; − sairás fora de si, como pura magia, sua

alma levitará pelos incontroláveis gemidos, sussurros e

gritos lancinantes, amalgamados de prazer que farão

você perder a noção de tempo e espaço; − Você simplesmente

se descobrirá como mulher.

Sou orgasmos;

sou o pecado;

sou sentimentos a entorpecer;

sou a vida sem marasmos;

sou a metáfora do prazer.

Depois de atingido o grau máximo do prazer, o ponto

culminante sensorial de seu ser, a consecução de sua vitoriosa

conquista; conhecereis a suavidade do contentamento

na mansidão de seu corpo e da harmonia apaziguadora

de sua alma, pelo saciar e sucesso de seus arroubos

de prazer, virá o esmorecimento natural, porquanto

intimamente satisfeita, pelo deleite de seus corpos,

a quietude espargirá abrandamento de suas sensações.

Por que amar?

porque beijos são energias em sensações,

galvanizam e regozijam corações,

______

268


Alberto dos Anjos Costa

carícias em comunhão de corpos ardentes,

explodindo em orgasmos felizes e contentes.

Oh! Maravilhosa mulher revelada!

Após sua extraordinária proeza, desfrutada pelo ápice de

seus ígneos estímulos sensoriais, em que cálidas emoções

e sensações magnetizaram o seu corpo e galvanizaram

a sua alma, sentirás a plenitude do amor na vida

em deslumbre!

A vida é simplesmente uma maravilha,

de começo, meio e fim!

É uma estrela em sintonia,

com o magnificente universo sem-fim!

A vida é uma odisseia,

de revezes e de conquistas!

É uma sombra que passa!

É uma estrela cadente!

É uma vitória temporária!

É uma chuva complacente!

É uma gota no oceano!

É um grão de areia do deserto!

É um meteoro que vagueia,

sabendo que o seu fim é certo!

Asas indomáveis alçando voos independentes,

périplo da mocidade em aventuras tão vorazes,

inerentes tentações ofertando atos inconsequentes,

noviça navegante, descobrindo mundos, desbravando

mares.

Tórridos desejos,

instigam ditosos beijos!

Torrentes emoções,

rejuvenescem corações!

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269


Ápices Poéticos

Sincero sentimento,

rutila o amor,

dando à vida, alento,

esperança e vigor.

O amor é magia!

Sepulta rancores,

semeia harmonia,

propaga ternura,

carinho e brandura,

galvaniza uniões,

e ardentes paixões.

Pulsante vida!

Doce, em instantes venturosos,

que incentivam ternos sorrisos!

Fel, em momentos desditosos,

afligindo e torturando os sentidos!

Viva! Deveras!

Acredite em você!

Teu pulsar é relevante!

És estrela cintilante!

Faça o dia resplandecer!

Ah! Vigorosa juventude!

A qual foge pelo tempo!

As recordações na velhice amiúde,

criam lágrimas, por lindos momentos!

Persevere! Nunca desista!

És, aprendiz em emoções,

seja sempre exímia artista,

neste teatro de ilusões.

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270


Alberto dos Anjos Costa

Ah, como nos faz bem,

cultivar o sublime amor!

Natureza da compaixão e generosidade,

que faz da nossa existência um resplendor,

na paz e harmonia que deveria ser nossa vontade!

Não reprima seus sentimentos!

Pois, reter é perecer!

O amor enseja alento!

Traz sorrisos em seu viver!

A vida é uma contígua sequência,

de mortes e de ressurreições!

Viver é um risco de consequências,

de derrotas, vitórias e ilusões!

Nada igual como o tempo,

para assimilar a maturidade!

Na juventude aprendemos,

o despertar de responsabilidades!

Na velhice compreendemos,

o inerente ardor da vitalidade!

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271


Ápices Poéticos

Vilipêndios

Maltratamos o planeta,

que nos acolhe e nos sustenta!

Alteramos o ecossistema!

O descaso se apresenta!

Cuspimos no mesmo prato,

que nos servem todos os dias!

Somos chamados de ingratos,

pela inconsciência repulsiva!

O individualismo é exacerbado,

pela insipiência que acontece!

O coletivo é desprezado,

pelo egoísmo que recrudesce!

Somos seres civilizados,

nos portando como selvagens!

Construímos o avançado,

para um amanhã de desvantagens!

Já ultrapassamos a Exosfera!

Já chegamos até Marte!

A humanidade sempre espera,

o descobrir da existencialidade!

Se déssemos mais atenção,

ao mundo em que vivemos!

A fome estaria em exclusão,

pelo solidário que esquecemos!

Mais isto é pura utopia!

É esperança de um poeta!

______

272


Alberto dos Anjos Costa

O futuro não é garantia,

de uma vida mais conexa!

O homem é ganancioso!

Sua essência é predatória!

Seu livre-arbítrio é inescrupuloso!

Sua mente é diabólica!

Somos a interação de cosmos e estrelas?

Ou vida incompleta que irradia a ilusão!

somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?

Ou a semente que constrói que lança a destruição!

Estamos num paraíso de exuberante natureza,

o inclemente progresso despreza sua beleza,

maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,

corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.

Ventos que cantam e sopram o ar em poesia,

brisa acarinhando nossos sentidos em estesia,

ventania que mostra sua energia pujante,

atmosfera benquista, benigna e relevante.

O Sol brilha para nosso planeta viver,

seus raios fúlgidos consolida a existência,

edifica a esperança de um lindo amanhecer,

áurea gratidão temos que ter em nossa essência.

O que queremos afinal?

Se desprezamos o importante!

Se nossas guerras são constantes!

Se a religião consolida fanáticos!

Se as bandeiras irrompem lunáticos!

Sente prazer em destruir,

um mundo belo e maravilhoso!

______

273


Ápices Poéticos

Nem se importa em poluir;

pois, o lucro é generoso!

Florestas desmatadas!

Queimadas asseguradas!

Indústrias poluentes,

contaminando conscientemente!

O que somos afinal?

Paradoxos em dicotomia!

Corações em arritmia!

Mentes em despautério!

Espíritos em deletério!

Animais em desrazão!

Sensibilidade em extinção!

Almas trilhando errantes!

Incastos seres beligerantes!

Esperanças que não devem ser sepultadas!

Humanidade de boas ações exaltadas!

Otimismo que não pode ser esquecido!

Um mundo que não deve ser embrutecido!

O ar, benigno e gratuito,

é maculado por atos inglórios!

Ignóbeis seres desdenham muito,

o essencial que é invisível aos olhos!

Rios sucumbindo-se por imundícies!

Escoadouro de esgoto a céu aberto!

Fábricas tacanhas mostram sua estultície,

poluindo rios com seus dejetos!

A cidadania começa em casa,

na educação de jogar lixo no lixo!

A cidade é sua, e não deve ser destratada,

a civilidade impõe-nos a não agirmos como bichos!

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274


Alberto dos Anjos Costa

Homéricos desastres ecológicos,

mortificando a natureza!

Oceanos enegrecidos por petróleo,

de vazamentos displicentes em crueza!

A humanidade alterando o clima,

com suas ações inconsequentes!

O mundo em dores, declina!

Clama por socorro inutilmente!

A natureza ressente o castigo,

e já iniciou o seu vingar!

Tsunamis, terremotos, fazendo feridos,

mostrando que com ela não se deve afrontar!

O homem néscio é mesmo assim!

Valoriza o que já perdeu!

Água potável está quase no fim,

pelo desperdício que já se empreendeu!

Vivemos numa terra santa,

de propositais lancinantes pecados!

A humanidade ainda não se espanta,

mas o caos no futuro já foi lembrado!

Oh! Natureza pujante!

De criação divina e esplendorosa!

De ímpeto extraordinário! De redenção bondosa!

És beleza e encanto! És a bênção afetuosa!

Oh! Próvida natureza!

De encantos inolvidáveis!

Seus mares são riquezas,

de mistérios inescrutáveis!

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275


Ápices Poéticos

Oh! Éden aquiescente,

de arroubos benquistos!

Sua terra generosamente,

é beneplácito de benefícios!

Oh! Orbe, doce lar!

De atmosfera protetora!

És paraíso a conclamar,

que a poluição é destruidora!

Oh! Terra quebrantada,

pela falta de querença!

Conhecendo ações tábidas,

na insensibilidade truculenta!

Oh! Planeta redentor!

Foste obra da onipotência!

O seu sol é benfeitor!

O seu ar é leniência!

Oh, mundo!

De viço exuberante!

De florestas violentadas,

pela inconsciência aviltante!

Oh! Éden venerável!

De incomensuráveis trovões!

De energia inexpugnável,

nos terremotos e furações!

Oh! Terra! De luculento ecossistema!

De gravidade em baluarte,

garantindo de forma plena,

nossa existência em contraparte!

Indecifráveis mistérios,

permeando nosso trilhar,

______

276


Alberto dos Anjos Costa

a única certeza sem despautério,

é que toda vida tem seu findar.

Perguntas sem respostas,

vão suscitar reflexões,

o esperançar nos reconforta,

neste orbe de ilusões.

Lúdicos momentos,

mostrarão a felicidade,

tristezas virão com o tempo,

oferecendo-nos a maturidade.

Oh! Mundo extraordinário!

Aqui vai meu agradecimento!

Tu és a vida em santuário!

És o maior tesouro do firmamento!

______

277


Ápices Poéticos

Visceral Ardor

Não existem pecados no emergir da paixão,

o amor é abençoado desmerecendo condenação.

Quando almas consentem; corpos se entregam;

desejos não mentem; orgasmos imperam. Pecado é o

rancor que semeia o cruel, pois machuca e cria dor, deixando

vidas em fel.

Vivenciamos hipocrisias; trilhamos inverdades; reprimimos

a

cada dia, o libertar da sexualidade. Ígneos carinhos não

são transgressões! Ódio sim, é o mau caminho, pelo

sentimento mesquinho que fomenta aflições!

Poetizo sobre um tema,

de tabus e preconceitos;

irei cantá-lo em poema,

sem vulgarizar o meu conceito!

Quantas meninas engravidadas,

com o corpo ainda em formação;

como escravas em senzala,

vão conhecer a submissão!

Com o incerto em sentença,

estas doces inocentes meninas,

ainda nem sabem a diferença,

entre o que é vulva e vagina!

Mulheres insatisfeitas,

amargadas pelo fingir,

ardentes e tão perfeitas,

simulando o seu sentir.

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278


Alberto dos Anjos Costa

Sexo em submissão,

com mulheres sem prazer,

necessidades em repressão,

sem orgasmos a conhecer.

Cálidas mulheres mal amadas,

descobrindo a frigidez,

suas vontades são castigadas,

pelo machismo em estupidez.

Sexo é vida em saúde,

prevenindo muitas doenças;

é benefício em plenitude;

é deleite em conivência!

Endorfina liberada,

na relação em prazer!

Palpitações aceleradas,

com adrenalina a percorrer!

Corpo e mente em sintonia,

atraindo duas essências!

Química sexual em epifania,

com a dopamina em saliência!

Ah! O desejado orgasmo!

Ápice da excitação sexual;

pondo vidas em entusiasmo,

numa simbiose consensual!

Mulheres! A maioria delas,

desconhecendo o que é orgasmo;

o reprimido se revela,

crendo que o prazer é um pecado!

O ígneo prazer feminino,

vem do clitóris excitado!

______

279


Ápices Poéticos

Pensam que é um órgão pequenino,

mas é bem maior do que o imaginado!

Os músculos clitorianos,

não relaxam após o clímax;

orgasmos múltiplos não são enganos;

porém, são raros, com chances mínimas!

Se o ato da masturbação,

é visto como pecado;

pode-se dizer que é em razão,

de estereótipos de ignaros!

Outrora! A caluniada masturbação,

era vista como prejudicial!

A ciência em evolução,

provou ser uma necessidade natural!

Ainda é vista com preconceitos;

nominada de imoral,

pelos retrógrados satisfeitos,

por sua hipocrisia sexual!

Ah! Masturbação!

Para uma vida sexual saudável!

Seu orgasmo é a percepção,

para um bem estar respeitável!

Ah! Que deleite são as preliminares;

com toques, palavras, olhares e sedução!

É o autoconhecimento de suas vontades,

para atingir o prazer pela excitação!

As preliminares ensejam intimidades,

que desenvolvem autoestima e confiança!

Corpos nus em sublime sensibilidade,

em suaves beijos de desejos em aliança!

______

280


Alberto dos Anjos Costa

Todos os sentidos são instigados,

pela vontade imperativa e pura;

pudores e receios são pulverizados,

pela excitação que beira a loucura!

Pelos mágicos e brandos toques,

a vulva acariciada e umedecida,

vê a lubrificada vagina contraída,

sentindo o prazer fluindo forte!

Ah, prólogos! De efusivos gemidos,

de frases lascivas atiçando fantasias!

A libido energiza todos os sentidos,

incutindo posições ousadas e destímidas!

Apolíneos monumentos afrodisíacos,

entreluzindo e magnetizando olhares!

Proeminências deixando-nos ninfomaníacos!

Vulcânicos seios realçando a feminilidade!

Oh! Seios airosos que despontam,

cobiça pelo par de maravilhas esculturais!

Devaneios voluptuosos inspiram e se encantam,

por mamilos túrgidos em auréolas sensuais!

Estonteantes seios que nos convidam,

para a sucção em beijos inebriantes!

O amar exalta carícias que consolidam,

que a vida é feita de prazeres excitantes!

O sexo oral em ardente sofreguidão,

estimula bocas em carícias impetuosas!

O clitóris excitado pela língua em emoção,

fica lubrificado pela sensação prazerosa!

O fálus enrijecido recebe felação,

da boca desejosa, afetuosa e ardente!

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281


Ápices Poéticos

Tórridas almas rogam penetração,

para um sincrônico orgasmo assaz nitente!

Vidas saboreando

estocadas ardentes,

corpos degustando

líquidos lactescentes.

Loucuras inflamantes,

obscenidades em furor,

gemidos eletrizantes,

no amor em esplendor.

magos adentrados,

em cópulas viscerais!

Palavrões apaixonados,

excitando mais e mais!

Estrelas em unicidade,

no prazer em deleite,

almas em lubricidade,

com seus desejos em aceite.

Eclosão de ventura,

na paixão partilhada,

frenesi em candura,

de posições imaculadas.

Ígneos sentimentos,

assentindo o autêntico,

orgasmos luculentos,

saciando a contento.

Amantes em afagos,

repartindo esperanças;

beijos apaixonados,

pelo sexo em aliança.

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282


Alberto dos Anjos Costa

Sexo é sentimento em encanto,

sem atos em restrições!

São corpos que não são santos,

que se degustam por concessões!

Para que possamos viver o sentimento de ventura, na

harmonia de nosso corpo e espírito; para que nossos corações

possam ser energizados de estesia e benignidade

é necessário compreender que é a semente do amor que

só constrói, que edifica o homem em sua bondade e nas

afetuosas ações munificentes que ele pode neste instante

consolidar, pela doação em resplendor do adorável

e ardente etéreo amor.

A bondade é o amor,

nascido da compaixão!

Fazer o bem é o indutor,

da felicidade e mansidão!

Deste mundo não levaremos nada, somos uma sombra

que passa, nada mais, simples figurantes em que atravessamos

a cena num breve instante e somos logo esquecidos,

e o que fica são as lembranças para aqueles

que receberam o nosso munificente amor, nos atos piedosos,

caridosos e indulgentes; e isto não tem dinheiro

que paga.

Devemos cultivar o sublime amor!

Natureza da compaixão e generosidade,

que faz da nossa existência um resplendor,

na paz e harmonia que deveria ser nossa vontade!

Semeie o amor, preconizando sorrisos, seu otimismo rejuvenescedor,

atrairá bons amigos. A química do amor,

inebriando aquele par, sentimento granjeador, magnetizando

o entregar. Aprendizado do amor, evoluindo

______

283


Ápices Poéticos

relacionamentos, renovação em esplendor, vida a dois

em renascimento. Diferentes energias, reagindo constantemente,

produzindo alquimias, descobrindo-se espiritualmente.

Pois, na plenitude da felicidade, cada dia é

uma vida inteira.

Ah! O amor!

Que canta e que brinca!

Que encanta e que dança!

Que faz ver linda a caatinga!

Que faz nos sentir criança!

Ah! Que dor!

Em ver o amor,

desprezado neste mundo!

A ínclita sabedoria está em desapegar.

Desapegar não significa que você não deva possuir

nada, mas sim, que nada deve possuir você.

Nada é nosso, tudo que temos é emprestado, até a

nossa própria vida.

Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos

erros. Haja vista, que “o que é a vida, senão uma vitória

temporária sobre o que causa nossa morte inevitável”.

Por isso, a cada dia temos que ser gratos pela conquista;

pelo sucesso em estarmos aqui mais um dia, até chegar

o ciclo final; até que nossos átomos percam as suas

energias, chegando assim o fim das expiações, castigos,

sofrimentos e dos maravilhosos e fantásticos instantes de

felicidades que pudemos também sentir nesta inolvidável

odisseia.

Oh, morte!

Sepultando devaneios e quimeras!

Cobrindo de véu, o pulsar que se encerra!

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284


Alberto dos Anjos Costa

Oh, morte!

Findando incruentas dores e ilusões!

Acalentando a quietude,

cessando pecados e ambições!

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285


Ápices Poéticos

O Sol da Meia-Noite

Sou tudo;

sou nada;

sou a insipiência absorvida;

sou a escravidão sendo castigada;

sou a verve declinada;

sou a estamina reprimida.

Sou vulcão adormecido;

sou o amor em ciúme;

sou espírito carcomido;

sou a rebeldia em queixume.

Sou a orgia se inflamando;

sou a cocaína sendo inalada;

sou o vício inspirando,

a sodomia depravada.

Sou a injustiça nauseabunda;

sou a moralidade a desfalecer;

sou a demagogia bem profunda;

sou a hipocrisia a recrudescer.

Sou detalhes;

sou requintes;

sou o minaz a romper;

sou o desconexo em acinte,

pondo o óbvio para morrer.

Sou o Sol da meia-noite;

sou a lua indo embora;

sou a filosofia fomentando açoites,

pervertendo as ideias ditas agora.

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286


Alberto dos Anjos Costa

Sou juventude a envelhecer,

sentindo o fel, perdendo o lume;

sou o fim a antever,

a fragrância sem perfume.

Sou tudo;

sou nada;

sou pérola partida;

sou riqueza abandonada;

sou esperança demitida.

Sou anjo carente;

sou malefício empreendedor;

sou a inquisição penitente;

sou o vendaval destruidor.

Sou a certeza de lágrimas;

sou misteriosa maré;

sou a inquietude magna;

sou o firmamento em fé.

Sou orgasmos;

sou o pecado;

sou sentimentos a entorpecer;

sou a vida sem marasmos;

sou a metáfora do prazer.

Sou a força oprimida;

sou vontade a falecer;

sou a droga consumida;

sou o medo de vencer.

Sou o virtual edificado,

manipulando mentes fragilizadas;

sou o computador divinizado,

instigando servidão generalizada.

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287


Ápices Poéticos

Sou a fantasia impura;

sou o cio em sobejo;

sou sexo em estrutura;

sou o amor sempre em desejo.

Sou miragem do deserto;

sou a gota no oceano;

sou inspiração do arquiteto;

sou o porvir em desengano.

Sou estrela cadente;

sou poesia lancinante;

sou a insciência inclemente;

sou o sofrimento torturante.

Sou o embate virulento;

sou a rocha fragmentada;

sou o pássaro luculento;

sou a liberdade enclausurada.

Sou mentiras;

sou verdades;

sou segredos de fraquezas;

sou um monge em simplicidade;

sou a marca da torpeza.

Sou a água em correnteza;

sou candura prostituída;

sou a hipocrisia em franqueza;

sou a desrazão enaltecida.

Sou o aborto ocultado;

sou a desonra em companhia;

sou o incesto generalizado;

sou o feto em arritmia.

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288


Alberto dos Anjos Costa

Sou a bomba hedionda;

sou a inexatidão dos sentidos;

sou o ferimento com a sonda;

sou a fome dos desvalidos.

Sou a verdade que não existe;

sou a dissimulação perpetrada;

sou o dogma que insiste,

em mentiras reveladas.

Sou a vergonha do sucesso;

sou o errante navegador;

sou o culpado pelo progresso;

sou um humilde sonhador.

Sou o esperma ejaculado;

sou a magia em comunhão;

sou o espermatozoide fecundado;

sou o mutante em conspurcação.

Sou a energia enfraquecida;

sou o trovão cuspindo fogo;

sou a criança em estesia;

sou o destino em malogro.

Sou a transgressão dos costumes;

sou o poder transcendente;

sou a metafísica em negrume;

sou a irreflexão clarividente.

Sou o desalento da pobreza;

sou a anemia homicida;

sou um eremita em tristeza;

sou a pílula fratricida.

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289


Ápices Poéticos

Sou a dialética excitante;

sou a retórica dissimulada;

sou a ignorância flagelante;

sou uma plêiade alcoolizada.

Sou a virgem desvirginada;

sou a paixão em ciúme;

sou a estátua despedaçada;

sou o casamento em azedume.

Sou a obra escatológica;

sou a política mercenária;

sou a imunidade da escória;

sou a traição incendiária.

Sou o estupro abominável,

fixando trauma e aflição;

sou a pedofilia execrável,

deixando almas em prostração.

Sou a chuva laureada;

sou a terra em alegria;

sou palavras interpretadas;

sou momentos de utopia.

Sou a serpente escamoteada,

assentando ódios bem profundos;

sou a raça eleita estigmatizada,

patrocinando mortes neste mundo.

Somos o que desejamos ser;

selvagens domesticados,

que matam a bel-prazer.

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290


Alberto dos Anjos Costa

Vislumbre Quimérico Olhar

Sonhando acordado,

sentindo estesias,

olhar enveredado,

por entorpecidas fantasias.

Cego de nascença,

ele enxerga muito bem!

De sonhos se sustenta!

Vê o mundo como ninguém!

Não anda se lamentando,

por não poder enxergar;

com sua fé vai suplantando;

imaginando o seu pensar!

Inebriantes devaneios,

apossando aquele ser,

sua mente em passeio,

com arroubos de prazer.

Enlevados pensamentos,

vivendo odisseias,

seu lirismo luculento,

permeado por quimeras.

Mesmo cego ele vê,

pássaros ao seu redor,

em gorjeios de prazer,

inspirando-lhe o melhor!

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291


Ápices Poéticos

O excluir de sua visão,

não o faz desanimar!

Vê estrelas na escuridão!

Vê o luar maravilhar

Silente cegueira,

de périplos e odisseias!

Que já viu muitas baleias!

Que domou já muitas feras!

Realidade olvidada,

na imaginação em deleite,

tristeza alavercada,

no seu mundo de enfeites.

Utopias conquistando,

estrelas tão distantes,

sete mares convidando,

explorações extasiantes.

AIma em quietude,

desbravando o Universo,

delírios em amplitude,

sensibilidade em sucesso.

Vê um mundo belo,

sem o mal que tanto fere!

Vê um mundo mais fraterno!

Vê a bondade que tanto serve!

Ele cego totalmente;

vê gaivotas no céu azul!

Vê que o mar é magnificente,

e que suas ondas são glamour!

A sua vista em supressão,

não extingue devaneios!

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292


Alberto dos Anjos Costa

Dança sempre com emoção!

Vê o sol nascer primeiro!

Sua deficiência não o impede,

de fazer quiméricas viagens!

O seu sentir sempre concede,

lindas aventuras em suas miragens!

Ausência de visão,

perseverando por vontades!

Ígneos sonhos no coração,

com sentimentos em castidade!

Vidas em utopias,

desbravando os sete mares;

rutilando fantasias;

abrindo asas pelos ares!

Em sabedoria maior,

o cego expressa:

eu estou cego - e nunca

vi melhor.

Porquanto, irradiando sapiência,

O cego que tudo sente,

assevera em ínclita anuência,

como vê a vida em sua mente!

A vida é uma odisseia,

de revezes e de conquistas!

É uma sombra que passa!

É uma estrela cadente!

É uma vitória temporária!

É uma chuva complacente!

É uma gota no oceano!

É um grão de areia do deserto!

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293


Ápices Poéticos

É um meteoro que vagueia

sabendo que o seu fim é certo!

A vida é simplesmente uma maravilha,

de começo, meio e fim!

É uma estrela em sintonia,

com o magnificente universo sem-fim!

A vida! A célere vida!

Périplos de inebriantes aventuras!

Dádiva de auspicioso prospério!

Vida e morte trilhando juntas,

com incertezas, inseguranças e mistérios!

A vida! A efêmera vida!

Que nasce de disputa incessante,

na vontade indômita da semente!

Pináculo da vitória exultante.

O que é a vida?

Senão um mar de ilusões!

Em que esperanças recidivas,

vão suplantando frustrações!

Pois, cada semente promete uma flor,

cada vida inspira o futuro,

todos caminhos indicam o amor,

para seguirmos a um porto seguro.

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294


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Biografia

ALBERTO DOS ANJOS COSTA,

é paulistano do bairro da Moóca

na cidade de São Paulo/Capital.

É Jornalista, Bacharel em Direito

e Escritor com vários livros

de poesias publicados; sendo

consagrado nacionalmente pelas

dezenas de premiações de

seus trabalhos poéticos em

Concursos Literários. Ressalta o

autor, que esses títulos não significariam nada, se não houvesse

em sua essência, munificente sentimento e proeminente

dignidade, para enaltecê-lo como homem. Todas as

suas publicações possuem código ISBN e são registrados na

Câmara Brasileira do Livro dignificando suas obras. O dileto

leitor encontrará em Ápices Poéticos, poesias que retratam a

vida em sua plenitude; suas estrofes elaboradas com sublime

sentimento remeterão o leitor a versos intensos e de espirituosa

sensibilidade, os quais ensejarão percepção para a visceral

e sincera mensagem de reflexão que o autor irradia em seu

escopo. E o que é a vida senão uma vitória temporária sobre

o que causa nossa morte inevitável. Nessa edição o leitor poderá

apreciar em regozijo, dezenas de trabalhos poéticos premiados

em Concursos Literários Nacionais em que o autor

participou, motivo de ínclito júbilo do autor pelo honorável reconhecimento

de seu trabalho envolto por ínclita dedicação e

desprendimento. É edificante sentir os elogios do público,

para o que se faz com carinho,

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297


Ápices Poéticos

abnegação e vontade; o que mostra o conspícuo respeito ao

trabalho do autor, desenvolvido com enlevo e atenção. O autor

Alberto dos Anjos Costa, com sua idiossincrasia em evidência,

destaca da impossibilidade de se obter do público a

unanimidade para a avaliação de seus trabalhos, e que a crítica

construtiva fomenta alento para o aperfeiçoamento da

obra. O autor ressalta o seu entusiasmo e inspiração pela ressonância

positiva de seus trabalhos poéticos já publicados,

pois os leitores mostram que conseguiram captar a aura de

lirismo; a sentimentalidade; as emoções; a autenticidade em

estrofes prolíficas que procurou transmitir em suas poesias,

galvanizadas de forma objetiva, direta e contundente, suscitando

etéreas sensações; o que proporcionou ao autor imensurável

satisfação pela identificação e valorização dos leitores

para com a sua obra, trazendo ingente incentivo e fomentando

magnetizante estímulo para o aprimoramento e continuidade

de seus efusivo trabalho abraçado pelo amor à poesia. O autor

adscreve que o escritor que não exalta em seus pensamentos

traços autênticos de seu caráter e personalidade; de seu eu

interior em essência, com certeza sua obra estará predestinada

à superficialidade. Despido de grilhões formais; sem

máscaras; sem pedantismo, e revestido de magnânima humildade,

o autor Alberto dos Anjos Costa adita que o brioso

viver é consolidado pela hombridade de fomentar no livre-arbítrio,

ações construtivas, alavancando a equidade em sua

ponderação consciente, pois, se este caminho que trilhamos

é feito de escolhas, temos que ter o controle, equilíbrio e sabedoria,

ancorado pela paciência em virtude para assimilarmos

o relevante aprendizado para a nossa evolução humana,

entronizada pela solidariedade em amor, pois não podemos

viver felizes, se não formos justos, sensatos e bons; e não

podemos ser justos, sensatos e bons sem sermos felizes. O

autor enfatiza que procurou neste novo livro titulado Ápices

Poéticos, emanar esmero, acuidade e empatia, com a vontade

de se aperfeiçoar como ser humano, com seus vitais aprendizados,

que nos animam para a evolução inexorável. O autor

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298


Alberto dos Anjos Costa

esteve atento às pesquisas e à observância ao respeito das

individualidades e diferenças universais de todos, para que o

público leitor sinta o prazer em contemplar envolventes poesias

cimentadas por ígneo sentimento poético que despretensiosamente

será ofertada à posteridade, pois, como dizem os

exímios escritores, o homem só é eterno quando o seu trabalho

permanece. Boa leitura e muito obrigado!

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299


BOREAS PUBLICAÇÕES EDITORA

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