Ápices Poéticos
Ápices Poéticos, um livro genuinamente vigoroso, intrínseco e ardente, em que seus encantadores versos e estrofes, edificaram suas arrebatadoras poesias, para a premiação em dezenas de Concursos Literários. A todos, uma ótima leitura!
Ápices Poéticos, um livro genuinamente vigoroso, intrínseco e ardente, em que seus encantadores versos e estrofes, edificaram suas arrebatadoras poesias, para a premiação em dezenas de Concursos Literários. A todos, uma ótima leitura!
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Título original: ÁPICES POÉTICOS
© Copyright 2021, Alberto dos Anjos Costa
Capa
Sidhney Boreas
Revisão e Correção
Alberto dos Anjos Costa
Sidhney Boreas
Diagramação, Arte Finalização e Publicação
Voc3 Boreas Publicações Editora
Contato com o autor
albertodosanjoscosta@yahoo.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
ISBN 978-65-00-26050-2
1ª Edição 2021
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo desta
obra desde que respeitados os direitos autorais e que se conste o nome
do autor em qualquer parte citada.
A todos que amo!
A verve do autor de Ápices Poéticos, em silente
e eloquente solilóquio perceptivo, manifestouse
sobre os nascentes périplos de ilusões, e de
odisseias em encanto, em que as emoções
suscitaram quimeras que ensejaram sensações
em finitude pelo efêmero pulsar que se
encerra, permeado por incógnitas em que o
nada foi vislumbrado pelo viver em quietude
que agora jaz sepulto, e que num átimo estará
olvidado. E a teatralizada vida, sem os augustos
aplausos sucumbe, sem o revelar dos mistérios;
sem as respostas às suas perguntas,
desvendando que o nada fora reverenciado durante
a jornada concluída, pondo termo a sonhos
e desventuras; açoites e alegrias; medo e
coragem; acertos e enganos, a expor as mãos
vazias que nada levam, a não ser o pó que nos
transverte em arremate pelo fugaz tempo que
foi cravado pelo entronizado fim.
Prefácio
EM UM UNIVERSO COMPLEXO com mais de 300 sextilhões
de estrelas, mais de 2 trilhões de galáxias, e cruzando
a linha dos 7,5 bilhões de seres humanos, seria
quase impensável encontramos uma mente tão específica,
única e brilhante dentro desse vasto mundo misterioso
como se estivéssemos procurando uma gota única,
incomparável, dentro de um imenso mar. Mas, é aqui,
nesse admirável volume de originalidade incontestável,
formado por 31 poemas premiados em várias mídias nacionais,
que podemos saber ser possível sim encontrarmos
essa partícula, um poeta de nome Alberto dos Anjos
Costa.
Quando desde os primeiros contatos com a poesia
de Alberto, ao refazer suas antigas publicações de Odisseias
Poéticas e posteriormente de todas as suas obras,
já tinha notado esse talento incomum de colocar as palavras
em seu nível mais elevado. Um simples mortal
apenas diria “olhar tristonho...”; olhar tristonho, melancólico,
sombrio, mas em Alberto a conotação é outra, ele
utiliza sorumbático: “Sorumbático olhar, visualizando desilusões,
com a vontade a quebrantar, pela conquista de
aflições!”. (Ver poema Catarse). Sorumbático, périplos,
conspurca, plangente, fratricida são algumas das inúmeras
palavras que encontramos em seu grande corpo poético.
Dos mais excelsos pensamentos, fica evidente já na
primeira leitura que sua escrita é para as mentes mais
cultas, contudo, quase que em paradigma, ela também
tem um objetivo direto de esclarecer os menos favorecidos.
Em especial, o proletariado. Embora seja profissional
notório do Estado, funcionário público de carreira, o
seu lado humano não foi corrompido. E isso o fez ser
ainda mais sublime, visto firmar o seu talento artístico,
______
9
Ápices Poéticos
intelectual e poético na formação ética de sua estrutura
profissional, podendo receber e atender todo e qualquer
cidadão na forma humana que ele merece.
Quanto às suas ideias, podemos sentir facilmente
a força como as palavras são expelidas, apresentadas a
todos nós como que em erupções de um imenso vulcão,
“... pelo seu sistema aniquilador que trata as pessoas
como objeto descartável; em que a busca é
pelo especioso ter; e não o ser. Em que o ter (matéria)
é o mais importante. O ser (digno) é irrelevante,
fútil e frívolo.”
. . .
“Se você for do contra e se rebelar, estarás desempregado
e marginalizado! Com sonhos e uma família
para sustentar, serás um subserviente martirizado!”
“Achas que os poderosos, vão querer cair? Até uma
guerra poderão fazer, para jamais perder o poder!
Pouco importa se para isso, muitos inocentes vão
sucumbir!”
Os temas são variados, não somente políticos e focados
na desmedida social, mas também envolta da fé,
da esperança e da mística que permeiam nossas vidas.
A vida, afirma ele baseado nas instruções clássicas da
ciência, nasceu na água, evoluiu em terra firme e foi consolidada
no Universo como algo grandioso. Entre ordem
e desordem de um balé planetário, somos em matéria
praticamente insignificante, mas espiritualmente dignificantes.
Quanto ao amor, canta com toda a sua força, reverbera
as mais íntimas frases e nos faz pensar o porquê
de intempestivas paixões que dentro da alma se recobrem
de leviandades, de egos que cegam a consciência
______
10
Alberto dos Anjos Costa
e nos faz esquecer do amor. Seja onde for, na vida cotidiana
e física, ou nas relações hoje cibernéticas, tão conhecidas
como virtuais, nos mantemos conectados, plugados
e à mercê dos preconceitos. Esse mesmo mundo
de relações interpessoais, cria uma áurea de medo e frustrações,
mas também podemos nos manter mais próximos
daqueles que amamos e se encontram distantes,
tipo em uma viagem ou mesmo daqueles que moram em
outros países. Mas será que algum dia a tecnologia também
poderá nos manter próximos daqueles que já partiram
dessa vida? Seja como for, o autor afirma que somos
almas em agonia, adornando o mundo por emoções. Somos
vulcões adormecidos. Somos detalhes, somos requintes!
Ápices poéticos nasce então como a obra mais madura
do autor, desabrochada de sua verve, regada e cultivada
por pensamentos ao longo de toda a sua vida, não
pode ser encarada apenas como um trabalho poético ao
modo clássico estrutural, com seus jargões e versos rimados.
Alberto dos Anjos Costa é o poeta rebelde brasileiro
mais notório desse século. O Brasil que ele pinta não é
refletido pelo espelho, mas visto de dentro, e sua consciência
ecoará para todo o sempre.
Sidhney Boreas*
* Sidhney Boreas é autor, editor e designer gráfico. Como pesquisador
trabalha com foco na educação mimético-poética e
nos estudos sobre o Realismos e Investigações sobre o Insólito.
Formado em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe, é
autor dos livros: À Beira do Além, e de: Ensinando a Filosofar
com Bertrand Russell. Como editor já publicou vários autores
em todo o país e todos os livros de Alberto dos Anjos Costa.
______
11
Apresentação do Autor
A REALIDADE COTIDIANA consignou a sublime inspiração
para a feitura deste livro, que como um rebento, foi
gerado com grande ansiedade, amor e sentimento. De
forma despretensiosa procurei ensejar a reflexão ao leitor,
diante de temas atuais e realistas.
É uma obra singela, com poesias em rima, tornando
a leitura prazerosa, retratando a vida numa linguagem
simples, direta e sincera, espelhando-se na incerteza
da vivência humana com suas luzes e sombras; lágrimas
e sorrisos; vitórias e derrotas; desesperos e esperanças;
vicissitudes que consolidam o cabal aprendizado
para a maturidade humana nesta magnificente odisseia
que é o viver.
Espero que os amigos leitores, aos quais também
dedico este livro, possam sentir a aura de lirismo, que
modestamente procurei fixar.
A boa acolhida pelo público de meus outros trabalhos
poéticos, trouxe-me grande incentivo para a realização
deste, titulado "Ápices Poéticos"; seguindo a mesma
linha poética, aborda assuntos diferenciados, procurando
transmitir aos leitores, a semente da introspecção, refletindo
sobre a eterna luta da sobrevivência em nosso
mundo.
Procurei apresentar de forma autêntica, as inerentes
imperfeições humanas; o bem e o mal permeando o
paraíso; as aflições na realidade do dia a dia; a natureza
cada vez mais vilipendiada; a vida e suas paixões. Apesar
de revelar dissabores telúricos, procurei alentar a confiança,
o otimismo, a resiliência no viver; o acreditar de
um mundo melhor pelo arbítrio de nossa consciência.
______
13
Ápices Poéticos
Pois, como disse o preclaro poeta Augusto dos Anjos,
“Toda razão sem luz dorme infecunda. E é na consciência
lúcida e profunda que vibra o campo da verdade eterna",
muito embora vivenciamos um mundo de triste inversão
de valores, onde aquele que é honesto é taxado de idiota
e estúpido e o que se utiliza de meios fraudulentos é rotulado
de empresário bem sucedido e respeitado pelos
bens que possui, sem se importarem, se esses meios foram
ilícitos. Dizia o sapiente Ruy Barbosa – "De tanto
triunfarem as injustiças; crescer a desonra; agigantar-se
o poder nas mãos dos maus; - O homem chega a desanimar-se
da virtude, a rir-se da honra, e a ter vergonha
de ser honesto". Hoje na atual sociedade o que importa é
o ter e não o ser; infelizmente esta inversão é o que causa
a falta de moralidade na sociedade como um todo; fomenta
a desigualdade e exclusão social, incitando muitas
vezes na pobreza, a corrosão de nobres valores e dissemina
a iniciação pelo ganho mais fácil, com pequenos
roubos e futuros grandes assaltos na absorção em paralelo
de uso e comércio de drogas, comércio de armas e
latrocínios, os quais estarão amparados pela impunidade
e pela lei processual pusilânime e retrógrada, que estimula
e motiva a prática de novos crimes, pois, não existe
nenhum processo de reinserção e ressocialização daquele
infrator, não há investimentos neste sentido, pois,
para os políticos, o processo de modernização do sistema
penal, não produzem votos eleitorais para seus candidatos
de seu Partido Político, que hoje se assemelha mais
à "Cosa Nostra", do que um verdadeiro Partido idealista,
o qual deveria ter a brasilidade em sua essência. Por isso
o sistema prisional brasileiro já está defasado e ultrapassado
em 80 anos e quem o custeia é o povo, através do
pagamento de seus impostos, pois, hoje o gasto com
cada preso do sistema carcerário, custa aos cofres públicos
cerca de R$ 2.400,00 por mês. Neste país, em que
o poder aquisitivo muitas vezes é quem manda, é bom
ressaltar que se existisse a pena de morte, noventa e nove
______
14
Alberto dos Anjos Costa
por cento seriam para os pobres, que não tem condições
financeiras para contratar um bom advogado (apesar da
lei lhe oferecer um defensor público), pois, o rico, tem
ótimos advogados e posses para torná-lo impune perante
a justiça. Pelo contrário, o homem preso, acaba sendo o
alimento, o sustento para advogados, policiais, promotores,
juízes, assistentes sociais, médicos, delegados e serventuários
da justiça. Verificamos impactados e com toda
naturalidade diariamente a hipocrisia e demagogia, nos
vereadores, deputados, senadores e presidentes, e nisto
somos grandes culpados, pois, foram escolhidos pelo
povo, pelo cidadão que em sua repugnância à política
(apolíticos em sua natureza), herança de uma cultura estulta,
ignóbil, especiosa e anacrônica, não analisa, não
pesquisa, não procura conhecer quem será seu representante
na área municipal, estadual ou federal. Outorga poderes
aos políticos e nem se lembra em quem votou; mais
é capaz de saber a formação completa de seu time de
futebol, pois, isso é o relevante para ele. Pão, circo, demagogia,
dissimulações, teatralidade, arbitrariedades e
engodo; este é o jogo num país que teria tudo para ser
uma potência, pelas suas reservas naturais, pela sua riqueza
em seu subsolo, pelo seu espaço continental e pelo
seu povo com um histórico tão pungente, hospitaleiro e
trabalhador. Mais não podemos olvidar e de enfatizar que
são os latifundiários; grandes usineiros, (a antiga oligarquia,
que hoje recebem bilhões de Euros e Dólares de
capitalistas estrangeiros na compra de ações); acionistas
internacionais que buscam aqui em nosso país (esquemas
de fraudes com laranjas e testas de ferro), para que
eles (acionistas e donos de empresas), não sejam identificados.
São estes que dominam o Poder e faz a pobreza
ser necessária para que esse Poder nunca perca sua riqueza
e ostentação. A pobreza, a miséria se faz mister
para que o povo assuma a forma subserviente, para que
sejam espoliados e oprimidos, alimentando com suas
priva-ções a classe mais abastada. Aqui, não existe
______
15
Ápices Poéticos
nenhuma crítica ou censura para com o capitalismo, para
quem são ricos ou milionários; apenas, em minha singela
opinião, acredito eu, que não deveriam ser hipnotizados
pelos lucros, lucros e mais lucros e que deveria existir um
processo mais humano, mais solidário, mais equânime;
uma parte destes lucros deveriam obrigatoriamente serem
revertidos em obras sociais, filantropia e auxílio à comunidade.
Encontraríamos agora muitos questionamentos,
dizendo que, isto é obrigação do Estado, do Governo
Federal! Sim, poderíamos responder. (Estado que pratica
diariamente a extorsão, com impostos, impostos e mais
impostos, a maioria deles abusivos; e se estes impostos
fossem investidos para o bem do povo; revertidos de
forma justa para quem os paga, se não fossem desviados
sorrateiramente para vereadores, prefeitos, deputados,
senadores e presidentes corruptos, com certeza, teríamos
um transporte profícuo; uma educação exemplar; uma
saúde correta; umas segurança em confiança; uma alimentação
saudável e uma moradia condizente ao respeito
que o contribuinte é merecedor. Mais onde está o
Poder Fiscalizador para essas fraudes (maracutaias) que
o povo é obrigado a engolir? Se o Estado não cumpre seu
papel Constitucional, o ônus não deveria recair sobre o
mais fraco, sobre o mais pobre, sobre aquele que procura
a sobrevivência. Sem o capitalismo selvagem, todos ganhariam,
e ganharia a nação, pois um sistema humanizado
faz forte e alicerça a brasilidade e o patriotismo, hoje
tão desprezado, desprestigiado e esquecido (pois, o socialismo
já fez mostra de sua falibilidade, do que o homem
é capaz, em destruir aquele ideal que quiçá fosse bom;
instituindo em seu sistema: o sórdido, o execrável através
de sua inerente imperfeição, como a cobiça, a ganância,
a entronização de ostentar o poder, priorizando o individualismo,
quando o correto seria o coletivo); mais acredito
que os ricos, milionários, deveriam se sentir envergonhados
e constrangidos (o que me parece utopia) de
serem tão ricos num país de humilhados pela pobreza, e
______
16
Alberto dos Anjos Costa
que a igualdade social arregimentaria um país mais justo,
com um controle e um desenvolvimento para o próprio
país; e que estes mesmos ricos e milionários não precisariam
ficar reféns daquilo que criam, estimulam, incitam
e promovem, como a desestrutura social em um país,
que por mais que se esforce, continua sendo retrógrado
e injusto em muitos setores sociais. A Constituição da
República Federativa do Brasil é um bom exemplo, apesar
de ser moderna e uma das mais avançadas do
mundo, anuncia expressamente um salário mínimo que
atenda às necessidades dos cidadãos brasileiros, como:
moradia, educação, transporte, saúde, segurança e alimentação.
Mas os políticos, eleitos pelo povo, são na
maioria das vezes financiados em suas eleições, por bilhões
de reais da elite (Industriais, Latifundiários, Usineiros,
Pecuaristas, vindo dinheiro até do exterior), para depois,
receberem sua recompensa, porque este investimento
não é de graça; e nesta situação é que por conveniência
é aprovado o salário mínimo que não atende ao
seu propósito; na realidade é um salário mínimo confrangedor,
incongruente, procaz, burlesco, contraproducente
e dissentido; fora do escopo constitucional, divergindo de
forma peremptória o que preceitua e determina "Erga Omnes",
(perante todos) , a Lei Magna; nossa Constituição;
que deveria ser a consolidação em plenitude, da equidade,
da dignidade e de um melhor viver, para os cidadãos
da nação brasileira. Vivificar a poesia é dar-lhe sentido,
no amor, no romantismo, nas fantasias, nas imaginações,
na utopia, no sonhar; mais também cantar o real,
o verídico, o atual; os dissabores e infortúnios que martirizam
diariamente a nossa gente. Podemos afirmar que o
legado que nos foi dado, foi o legado da corrupção, da
vantagem a qualquer preço. Parece-me que este mal institucionalizado
hoje, veio desde o tempo que as naus portuguesas
ancoraram em nossas águas e desembarcando
em terra e já lhe deram o nome de Terra de Vera Cruz e
encantados com os aborígenes e as "vergonhas" que se
______
17
Ápices Poéticos
viam; mandou "cobri-las", mas sem antes suborná-los e
corrompê-los, com espelhos, artimanhas, bugigangas e
quinquilharias de toda espécie para conseguir seus intentos.
De lá para cá este mal foi-se enraizando e hoje aí
está, fazendo parte de nossa cultura. Um exemplo disso,
foi o sucateamento ardiloso e dissimulado das ferrovias;
sepultaram o ideal de Irineu Evangelista de Sousa, "Barão
de Mauá". Num país continental como o nosso, com uma
área de mais de 8.500.000 Km2; o vantajoso, o mais
prático e profícuo seria a construção e utilização de linhas
férreas, às quais deveriam ser implantadas de Norte a
Sul; de Leste a Oeste; o qual seria mais econômico, mais
rápido e mais racional. Mais o que aconteceu com as
ferrovias? Simplesmente o transporte ferroviário foi extinto,
eliminado, descartado, rejeitado; fizeram-no descarrilar,
junto com os propósitos da grandiosa utilidade
que nos seria ofertada. E a quem interessaria o aniquilamento
deste ideal? Aos políticos corruptos que se aliaram
às indústrias de petróleo; indústrias automobilísticas; indústrias
de borracha (pneus); empresários de grandes
transportadoras; grandes construtoras; empresários de
transportes de ônibus; lobistas; sindicatos, etc... Houve
grandes investimentos (Bilhões de Reais), para elegerem,
deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes,
para que o ―"lobby", fosse empossado junto à
Câmara dos Deputados, no Senado, no Congresso Nacional
e no Palácio Presidencial; e conseguiram este modelo
que hoje vigora: de rodovias, de caminhões; de fretes
absurdos que encarecem todo o produto consumido
pela população; de tristes acidentes rodoviários; de poluição
incomensurável à diesel; de um sistema retrógrado
e congestionado; de um transporte lento, caro e muitas
vezes inviável pela pouca carga que transporta. Todo este
irracional processo para premiar e tornar milionários alguns,
em detrimento da maioria da população e da nação
brasileira.
______
18
Alberto dos Anjos Costa
Cantar em poesia é isto, expressar de forma sincera,
objetiva e autêntica, que atualmente o Brasil possui
5.570 municípios, isto quer dizer que tem 5.570 prefeitos
dos mais variados partidos, que devem pensar mais
ou menos assim: tenho 04 anos de mandato, estou legalmente
empossado pelo sistema democrático, fui eleito
pelo povo e agora tenho estes 48 meses para: enriquecer
o meu Partido Político; fazer crescer o meu patrimônio e
de meus parentes; homenagear toda a parentada dando
seus nomes a praças, pontes, ruas e viadutos, e enganar
o Tribunal de Contas com os balanços fraudulentos e superfaturados
que prepararei. Todo este engendrar maquiavélico
e pernicioso, tramado por estes políticos, que foram
legalmente empossados pelo povo através do voto;
faz-nos distanciar de tornar-nos um país sério, responsável
e respeitado. Poderíamos simplesmente dizer a frase
que: "cada povo tem o governo que merece", mais para
refletir, seria melhor esta: "Quem não quer raciocinar é
fanático; quem não sabe raciocinar é tolo; quem não
ousa raciocinar é escravo" Expressar a poesia é desabrochar
nossos sentimentos; nossas emoções; nossas sensibilidades
em versos, em prosa, em soneto, em estrofes,
em estância, em poemas. Cantar o que vem genuíno do
coração, fixando-se a aura de lirismo e a munificente pureza
na alma, irradiando a sublime estesia. Poderíamos
explanar centenas de situações que acontecem nesta
nossa nação de multiplicidade racial, neste nosso povo
trabalhador, hospitaleiro, amável, cordato, generoso; mas
também um povo sofrido; de uma vida plangente; em
que falar de política cria asco; um povo apolítico, néscio
politicamente; muitas vezes decepcionado e sem o sentimento
nacionalista e patriótico, que os desmandos, prepotência,
repressões e mortes de inocentes na ditadura;
a ganância corruptiva e a retórica em hipocrisia na democracia
dos governantes republicanos; fizeram-nos
prostrados, ceifando nossos anseios e esperanças de brasilidade.
Ser poeta é isto, usar de lisura, de probidade, de
______
19
Ápices Poéticos
autenticidade, de sinceridade, de coragem, na propagação
de sua obra. É fazer com que os leitores possam refletir,
pensar, interagir e convergir, para um estado de
consciência, dos direitos e deveres de cidadão. Não é só
cantar versos, mas fazer os versos cantarem uma linguagem
de conhecimento, dos obstáculos e das difíceis situações
que passam nosso manso povo brasileiro; ser poeta
é estar em sintonia, em harmonia com os acontecimentos
diários de seu país, de seu povo, de sua nação.
Ser poeta é extinguir medos e receios e cantar em seus
versos a coragem do desabafo dos problemas sociais que
afligem nossa ― "brava gente brasileira, longe vá temor
servil; ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil". E um
dia quem sabe, cantaremos uníssonos, eliminando o pejorativo,
que nos faz um povo sem visão e sem memória,
sepultando o individualismo; de cada qual só pensando
em si; e exaltando a união, a coletividade, para o bem da
própria nação; no patriotismo edificado e não mais na
dispersão, promiscuidade, omissão e silenciar, que tristes
vivenciamos; ― "Não temais ímpias falanges, que apresentem
face hostil; vossos peitos, vossos braços. São muralhas
do Brasil". Pois, um poeta não revela nada em sua
obra, se não se revela a si mesmo.
Sentir o mundo de uma maneira poética é compreender
que neste nosso mundo tão misterioso e ainda desconhecido;
neste nosso maravilhoso planeta Terra em
que sua população se aproxima de 8 bilhões de pessoas;
temos que ter em mente que a raça humana que o habita,
está diariamente destruindo-o; é triste ver o planeta
paulatinamente definhando; mas isso não é surpresa,
pois ― "todo o projeto de construção do ser humano carrega
paradoxalmente a semente da destruição". Ver o
mundo em poesia, não é encontrar pessimismo na rotina
de cada dia, mas ter a consciência de que a esperança
jamais pode morrer, pois, a vida é o agora vivenciado de
perseverança, otimismo, gratidão e de suor e lágrimas;
______
20
Alberto dos Anjos Costa
pois cada um de nós, se formos ver sob uma visão poética,
já somos vitoriosos, pois lutamos incessantemente
contra milhões e ganhamos a corrida pela vontade de viver,
de estarmos aqui em nossos inescrutáveis devaneios,
sonhos e quimeras. Portanto, já começamos vitoriosos, e
isto é simplesmente extraordinário; não podemos desistir
da luta diária, temos que ser recalcitrantes, pois saber
lidar com as frustrações é o grande desafio da vida.
A mente em poesia é conhecer o lado selvagem, a
animalidade que existe inerente ao ser humano e no
aprendizado da vida com a sabedoria necessária, tornar
este lado selvagem e animalesco, mais humanizado,
bondoso, civilizado, movido pela compaixão, pelo amor
a nós e aos outros; sentirmos a candura, a mansidão, a
placidez em nossos atos e ações em respeito ao nosso
mundo para que as futuras gerações possam usufruí-la
também com o mesmo entusiasmo, sentimento e emoção
de partilharmos desta grandiosidade divina que é ter
a vida neste espetacular paraíso em que setenta e cinco
por cento é de água e vinte e cinco por cento de terra;
por coincidência ou não; estes mesmos setenta e cinco
percentuais de água pertencem ao corpo humano. Vivenciar
a poesia é ter o conhecimento de que "não existe
homem tão bom, que submetidos todos seus pensamentos
e ações à Justiça, não mereça ser enforcado dez vezes
durante sua existência". Por isso, temos que nos aprimorar
sempre como seres humanos e aprender sempre e ter
a humildade de seguir nosso trilhar com gratidão, pois,
cada dia de vida, já é uma vitória. Se compreendermos
isto, já será uma relevante experiência de vida. Temos
que ver e sentir o mundo em poesia, pois, do contrário,
criaria apatia, desânimo, desesperança, desencanto. Por
isso, devemos vivenciar a poesia, que é o sonhar, fantasiar,
promover quimeras em nosso caminhar tão efêmero,
e encontrar em nosso mundo, prazer e deleite em devaneios
que poeticamente traduzem em criar, fomentar
dentro de nós o nosso próprio mundo, mas com a
______
21
Ápices Poéticos
dignidade ancorada; na poesia estruturada; na vontade
espargida; na vida sensitiva; na paixão de sentimentos;
no amor de ígneas ações de resplendor; na confiança de
que o amanhã será sempre melhor. Viver a poesia é assim:
sem apegos; com controle; mente positiva; desesperança
demitida; bondade mensageira; equilíbrio espiritual;
venturoso silenciar; natureza em estesia; sol de esperança;
ventos divinos; poder onipotente; chuva que encanta;
vida que pulsa; mar que inebria pelas ondas de
belo canto; paz que acalma no remanso que desabrocha;
lua de prata que irradia ternura em romantismo; canto
dos pássaros que convida a perseverança; vida que vive
a vida da própria vida; árvores que despontam o reverenciar
aos céus, verde de esperança simbolizando magnificentes
troféus; natureza fecunda, relevante riqueza, encontrando-se
moribunda pela avidez em torpeza; Deus
que abençoa no amor em afetividade, espera não destruirmos
a nossa própria felicidade.
O autor Alberto dos Anjos Costa em sua peculiar
modéstia, tempestivamente enfatiza que ver o mundo em
poesia, é se encantar com o canto das gaivotas; é sentir
o pulsar, a vida no verde que contemplamos; é se encantar
com o desabrochar de uma rosa; é se extasiar pelo
nascer e pôr-do-sol; é se maravilhar pela magnificência
do mar e suas ondas; é saborear a brisa e o vento como
o sopro divino; é entender as nossas inerentes imperfeições;
é vivenciar a vida de forma mais humana e civilizada;
é não se martirizar pelas perguntas de onde viemos?
Porque estamos aqui? Para onde vamos? É entender
que o verdadeiro arquiteto do Universo até prova em
contrário somente pode ser algo que transcende a nós
mesmos e que nossa passagem é efêmera e curta e que
as ilusões e desilusões que encontramos é prova de evolução
espiritual e de relevante aprendizado; é viver intensamente
o agora, o presente; pois, o fim é inexorável, e
o que todos nós olvidamos é do ciclo imutável, começo,
meio e fim e de que o amor é a grande semente que
______
22
Alberto dos Anjos Costa
viceja esperança; suprimindo a maldade, eliminando a
angústia, fomentando o otimismo, galvanizando a felicidade
e promovendo a bondade em nossos corações, em
ações positivas revestidas da doce e resplandecente poesia.
Ver o mundo em poesia é trilhar com a bênção de
Deus, num mundo mais ético, mais civilizado, mais humano;
valorizando o livre-arbítrio num direcionamento de
escolhas mais ponderadas, conscientes e altruísticas; é
compreender e entender que estarmos aqui neste paraíso
tão repleto de animosidades religiosas e humanas,
discórdias, beligerância e guerras; é prova da perseverança
que devemos ter e que a poesia neutraliza estes
sentimentos tão destrutivos, instituindo o lenitivo no dia
a dia, reconfortando-nos, apesar de todo negativismo que
encontramos em nosso mundo. Temos que acreditar
sempre que no amanhã haverá o júbilo e a felicidade que
tanto esperamos (na convergência harmônica entre corpo
e espírito), num mundo mais fraterno, mais humilde,
mais solidário, mais bondoso e afetuoso; isto não é utopia
ou devaneio, mas sim o emergir promovido pela etérea
poesia, a qual podemos chamar de esperança.
Ver a vida em poesia é procurarmos conhecer e refletir
sobre o nosso mundo de hoje, sobre o ser humano
com seus estereótipos, com seus medos interiores, com
sua ganância desenfreada, com sua insaciabilidade insana,
com seu individualismo execrável, com seu egoísmo
estulto, com sua ingratidão latente, onde despreza
o que realmente é importante e entroniza o frívolo, o superficial,
o fútil. Evidentemente o Sistema alicerçado por
sofismas também é culpado, pois, com sua demagogia e
hipocrisia incentiva a insensibilidade desumana, mostra
sua falibilidade inserindo a exclusão social, invertendo
valores, priorizando desigualdades e sepultando esperanças.
Sistema este que pulveriza a isonomia que deveria
existir entre os povos; semeando disputas selvagens e
instituindo o ganho do capital como a essência para a
______
23
Ápices Poéticos
própria vida. O homem é formado pelas circunstâncias e
pelo sistema, e é necessário que essas circunstâncias e
o sistema formem humanamente o homem. Como podemos
nos omitir e fechar os olhos ainda hoje de tantas
mortes de crianças em estado de inanição apenas porque
sua pele é escura e sua nação é pobre. Se entendêssemos
que independente de nossas crenças; de nossas raças;
de nossa cor de pele; de nossas diferenças; de nossas
bandeiras; de nossas línguas; somos um só povo habitando
este planeta, com o mesmo sangue, com a
mesma quantidade de ossos, com a mesma quantidade
de neurônios, células, moléculas, átomos, com os mesmos
desejos e sonhos em busca da ínclita felicidade que
encontraremos sempre num mundo vivenciado pela singela
e abençoada poesia, que faz com que as nefastas
paixões humanas sejam diminuídas, esquecidas e eliminadas
nesta fantástica odisseia que é o viver. Enxergar o
mundo em poesia é ter fé com os olhos emprestados de
Deus. O autor Alberto dos Anjos Costa com a poesia latente
em seu espírito contemplativo e seu perspicaz senso
de observação e reflexão introspectiva foi audaz em expor
seus pensamentos poéticos como escritor; houve a natural
temeridade de um neófito autor, a insegurança foi sobrepujada,
mas estava ciente de quão difícil seria este
nobilitado desafio em escrever um livro de poesias; o afã
de homenagear seus pais, e a vontade de transmitir uma
mensagem poética ao leitor, fez com que o receio fosse
suplantado e a pesquisa foi iniciada, precipuamente à
força de vontade , inspiração e ideal de deixar um pouco
de seus pensamentos, pois, um escritor deve revelar-se
por sua obra, pois, do contrário, não estará sendo verdadeiro
e autêntico.
Desta forma partindo do princípio que a passagem
humana pelo paraíso telúrico é efêmera e que contudo
uma obra literária se perpetua pelo valor do sentimento
emanado pelo autor, conseguiu editar os seus livros, os
quais o absorveu de forma enaltecida e inspiradora; dias
______
24
Alberto dos Anjos Costa
e noites e madrugadas na pesquisa por palavras, por rimas
e na etérea busca da fixação em seu singelo trabalho
poético de conteúdo franco e real de seus sentimentos,
onde o ímpeto, a emoção, o extravasar de seu âmago
cristalino e real, e o receio natural por ser seu primeiro
trabalho foram acompanhantes de sua obra e preponderantes
para sua elaboração. A boa crítica e acolhida positiva
de seus poéticos trabalhos, trouxe a inspiração e a
motivação para a elaboração de seu quinto livro titulado
Ápices Poéticos, editado pela Voc3 Boreas Publicações
Editora, através do talentoso e proficiente editor Sidhney
Boreas. O autor agora mais seguro, maduro e ponderado,
foi mais incisivo em seus pensamentos poéticos; foi polêmico
em alguns temas abordados. Porém, desenvolveu
experiência e maturidade, procurando ser criterioso; depois
de exaustivas pesquisas, alicerçadas em estrofes
mais elaboradas. Em todos os livros do autor Alberto dos
Anjos Costa, o que se notabilizou foi a percepção em detalhes
subjetivos e objetivos; foram as observações minuciosas
em acontecimentos cotidianos em nosso dia a dia.
O autor julga ser um singelo artesão de palavras que com
ingente vontade, abnegação, sacrifício e precípua dedicação,
conseguiu consolidar o seu ideal. Para alcançar o
seu escopo na edição de suas obras, o autor salienta as
dificuldades encontradas. Primeiramente enfatiza que
teve que recorrer a empréstimos financeiros, auxílio de
inesquecíveis amáveis amigos e venda de alguns bens
para editar tais obras; a revisão, capa e divulgação, foram
feitas pelo próprio autor, para não inviabilizar o seu projeto
da edição de suas obras. Por um ideal as forças se
multiplicam; somente um idealista obstinado e que acredita
em seu trabalho pode investir tudo em sua obra, faz
do impossível o possível para a realização cultural e o afã
de levar uma mensagem de interação, de esperança,
otimismo, gratidão, reflexão e alento aos seus leitores,
sem o propósito de almejar lucros financeiros, pois suas
obras ainda são vendidas a preço de custo para repor
______
25
Ápices Poéticos
seus gastos; existe até uma parte de sua obra que é reservada
para doações para públicos centros de cultura,
bibliotecas, centros de leitura e estudos e para a maioria
das escolas públicas de São Paulo. É paradoxal que toda
esta vitalidade cultural do autor exista num país que na
maioria das vezes desprestigia e não valoriza de forma
assaz os escritores anônimos que iniciam neste dedicado
e difícil ofício, esquecendo seus incipientes talentos;
ainda não temos a tradição e consciência da grandiosidade
poética ao olvidarmos nossos promissores autores
poéticos. Mas isto está mudando, pois, vemos hoje, vários
websites incentivando a nobre arte, motivando escritores
que participam de concurso e feiras literárias, incentivando
a leitura e valorizando a literatura. Acredito
que num futuro não muito distante haverá a globalização
cultural que incutirá em cada povo a necessidade da cultura,
correndo o risco do povo que não acompanhar esse
desenvolvimento simplesmente perecer intelectualmente.
Ciente que a unanimidade não existe e que a crítica construtiva
fomenta alento para o aperfeiçoamento da obra, o
autor ressalta o seu júbilo pela ressonância positiva de
seus trabalhos poéticos, pois, os leitores conseguiram
captar a aura de sublime sentimento que o autor procurou
transmitir em suas poesias; motivo de imensurável
satisfação pela identificação do leitor para com a obra que
enseja em sua mensagem à reflexão sobre os temas abordados
e de grande incentivo para o aprimoramento e continuidade
de seu trabalho. O autor adscreve que o escritor
que não exalta em seus pensamentos traços autênticos
de seu caráter e personalidade, de seu eu interior, com
certeza sua obra estará predestinada à superficialidade.
Sem máscaras e sem pedantismo, mas revestido da magnânima
humildade, o autor Alberto dos Anjos Costa, enfatiza
que, o viver vitorioso é feito de discernir o livrearbítrio
de maneira construtiva, obedecendo à ponderação
consciente; à sabedoria no distinguir do autocontrole;
pois, se este caminho que seguimos é feito de escolhas,
______
26
Alberto dos Anjos Costa
temos que ter a paciência e virtude do aprendizado que
estamos dispostos a perseverar. O autor ressalta que procurou
nestes trabalhos poéticos emanar esmero, perspicácia,
acuidade, empatia e a vontade de levar uma mensagem
poética de conscientização e reflexão, para que
possamos espargir a semente de mudanças positivas,
pois, "se continuarmos fazendo o que sempre fizemos,
continuaremos sendo o que sempre fomos; nada muda,
a não ser que façamos mudar". O novo trabalho poético,
fez com que o autor fizesse muitas pesquisas, com pessoas,
com fatos, com relatos de gente como a gente, em
respeito às idiossincrasias de todos nós, para que o leitor
através de sua sensibilidade, sinta o prazer em apreciar
o labor na emoção do enaltecido sentimento poético que
despretensiosamente será ofertada à posteridade. A todos
aqueles que tiverem a virtuosa boa vontade em ler Ápices
Poéticos, transmito o meu sincero obrigado, desejandolhes
uma ótima leitura!
______
27
Sumário
Prefácio ..................................................... 9
Apresentação do Autor .......................................... 13
Erupções do Sentir ...................................... 31
Insopitável Universo ..................................... 37
Atiçada Verve ............................................ 45
Cálidas Notas ............................................ 51
Catarse ................................................... 57
Cintilar de Emoções ..................................... 69
Humano Corpo .......................................... 80
Idiossincrasias ........................................... 88
Indagações ............................................... 95
Lauta Sensações ....................................... 102
Luzente Amor .......................................... 111
Nódoas Vicejantes ..................................... 131
Deuses em Oclusão ................................... 137
Ocaso ................................................... 156
Opróbrios ............................................... 163
Paradigma de Fé....................................... 170
Percepções ............................................. 177
Perscrutar .............................................. 184
Rebentos da Esperança ............................... 190
Revelações ............................................. 200
Sábios Pets ............................................. 206
Sepultar de Ilusões .................................... 219
Simbiose ............................................... 226
Sinceridades ........................................... 239
Sonho em Conquista .................................. 247
Vicissitudes ............................................. 253
Vida Pulsante .......................................... 265
Vilipêndios ............................................. 272
Visceral Ardor .......................................... 278
O Sol da Meia-Noite ................................... 286
Vislumbre Quimérico Olhar ........................... 291
Biografia .......................................................... 297
Alberto dos Anjos Costa
Erupções do Sentir
Neste mundo atual, envolto pela sordidez e corrompido
em sua estrutura pelo seu sistema aniquilador que trata
as pessoas como objeto descartável; em que a busca é
pelo especioso ter; e não o ser. Em que o ter (matéria) é
o mais importante. O ser (digno) é irrelevante, fútil e frívolo.
Vivemos em um mundo de logro; de ardil; de lucro;
de artimanhas e astúcias, em que o dinheiro é o
Deus, pois para a maioria, ele não só fala como faz calar
a boca de muita gente. Dizem que todo o homem
tem o seu preço; uns são mais altos, outros mais baixos;
nossas imperfeições mostram isso. Ao que parece
somos todos corruptos, pois, a ocasião faz o ladrão e a
falta de oportunidade faz a honestidade; é constrangedor
expressar direta, objetiva e honestamente, pois,
causa impacto e polêmica, e cria-se para o autor o estereótipo
de negativista, quando na verdade podemos rotulá-lo
de realista.
Somos confrangidos escravos,
em um sistema consumista;
nossos desejos ensejam travos,
para o sucesso em conquista!
Neste palco de atores,
em que o roteiro é implacável,
vencedores e perdedores,
fazem o show ser deplorável!
Que ordem econômica ordinária,
que produz tantos miseráveis,
tendo uma elite reacionária,
e ascosos políticos imprestáveis!
______
31
Ápices Poéticos
Que puta sacanagem,
destes políticos de merda,
com a imunidade em blindagem,
fazendo a nação ser tão lerda!
Este Brasil sem soberania,
sob às ordens do imperialismo,
trata sua gente com tirania,
pondo em prática seu canibalismo!
O processo de acumulação de capital,
também chamado de capitalismo,
substituiu os vassalos do sistema feudal,
pelos servos empregados do Coronelismo!
Entramos em uma armadilha,
que jamais vamos conseguir sair,
os poderosos são uma matilha,
fazendo de tudo para nos ferir!
Se você for do contra e se rebelar,
estarás desempregado e marginalizado!
Com sonhos e uma família para sustentar,
serás um subserviente martirizado!
Achas que os poderosos,
vão querer cair?
Até uma guerra poderão fazer,
para jamais perder o poder!
Pouco importa se para isso,
muitos inocentes vão sucumbir!
Oligarquia gananciosa,
corrompida pelo poder!
São serpentes ardilosas,
que deixam o povo a perecer!
______
32
Alberto dos Anjos Costa
O que advém da ilação,
é que vivemos de aparências!
É o especioso em adoração,
na superficialidade da essência!
Mas, neste nosso sistema consumista, individualista e
capitalista, em que o capital é a gana, motivação e entusiasmo;
como pode um chefe de família, que precisa
de comida para prover-se; de pagar aluguel para morar;
filhos e mulher para sustentar; sonhos a realizar; e não
se corromper diante de cabais necessidades, pelo sistema
que devora todos os princípios e valores morais.
Se o homem é formado pelas circunstâncias; é necessário
que essas circunstâncias formem humanamente o
homem. Pois, uma injustiça que se faz a uma pessoa é
uma ameaça que se faz a todas as pessoas. Vivemos
em um mundo em que o ser humano é o maior predador
revestido de desumanidades avassaladoras. O povo
com fome não ouve a razão, não se pacifica com a justiça,
não cede à súplica, pois poderosa é a lei, mas
ainda mais poderosa é a necessidade.
Reverenciamos o nada,
nesta sumária passagem;
a desilusão é venerada,
pelo materialismo tão selvagem!
Oh! Quantas futilidades,
desperdiçaram o nosso tempo!
Somos seres incontroláveis,
querendo mais a todo momento!
Ancorado em transgressões,
pela luta da sobrevivência,
seus princípios sofrem erosões,
que envergonham sua consciência!
______
33
Ápices Poéticos
O jeitinho brasileiro,
só nos fez andar para trás!
Este foi o legado dos forasteiros,
que nos colonizaram tempos atrás!
Não existe homem santo!
Somos todos pecadores!
Não me olhe com espanto!
Você faz parte dos infratores!
Nós começamos a refletir,
sobre a odisseia que vivemos,
e a decepção em nosso sentir,
traz a prostração que não queremos!
É pura utopia, diante de nossa essência predatória,
achar que as pessoas vão mudar para melhor, em sua
evolução, pois, para conseguir nossos intentos; somos
capazes de nos tornar um rolo compressor e passar por
cima de milhares de cabeças, sem sentir qualquer dor
de consciência, pois o interesse individual em nossa
era, está acima de tudo. A civilização não suprimiu a
barbárie: aperfeiçoou-a. Haja vista, que a história dos
grandes feitos da humanidade nada mais é que uma
história de grandes crimes. Sob a máscara da temeridade
escondem-se grandes temores. O ser humano e
suas mesquinhas paixões que de forma angustiante
mostra que todo o seu processo de construção paradoxalmente
carrega a semente de sua destruição. “Raspai
a casca do homem civilizado e o selvagem aparecerá”.
Oh! Dubiedade cáustica,
impondo verdades ao inverossímil!
A raça humana procaz exalta,
ígneos deleites por desatinos!
______
34
Alberto dos Anjos Costa
As escolhas que fazemos;
as oportunidades que perdemos;
mudam nossos destinos;
suscitam vários caminhos!
Todos com suas máscaras,
a mostrar o que não são!
Protagonistas em devassa,
prostituídos pela ambição!
Oh! Silêncio em sentimento,
pela quietude introspectiva;
a eloquência de pensamentos,
traz instantes refletidos!
Como entender o mistério,
do porquê de nossa existência!
Nossa ignorância não é despautério,
pelos enigmas em evidência!
Neste Brasil de rapinagem,
colonizado por sem-vergonhas;
o legado foi a sacanagem,
pois, a pilhagem era boa!
Em nosso país continental,
de imensas riquezas naturais;
sua pobreza é intencional,
forjada por ações do mal!
Por que de suas lágrimas Brasil?
Quiçá, pelos políticos cafajestes!
Pelos hipócritas com seu ardil!
Tendo a demagogia como peste,
fazendo da República um covil!
______
35
Ápices Poéticos
Oh! Multidões em solitude,
magoadas por desventuras!
Sua passagem em finitude,
é presa por grilhões de conjecturas!
Quantos filhos que partiram!
Quantas mães amarguradas!
As feridas não cicatrizam,
pelas lembranças reavivadas!
Neste universo de suicidas,
onde a morte é benquista!
A vida é esperança destituída,
alteando práticas extremistas!
O diabo está em cada um de nós,
agindo sob várias formas!
A barbárie é porta-voz,
da sandice que nos deforma!
Você é o importante arquiteto,
para a sua sorte ou triste azar!
Deus haverá de estar por perto,
se é o amor que você quer achar!
Em todas verdades existem mentiras!
Todas as respostas são muito dúbias!
Em todos sonhos existem utopias!
A morte encerra todas as dúvidas!
______
36
Alberto dos Anjos Costa
Insopitável Universo
A vida que nasceu na água,
evoluiu em terra firme!
Um universo de amálgamas,
consolidou algo sublime!
Neste balé planetário;
na ordem, da desordem do Universo;
somos ingratos locatários,
pulverizando dois hemisférios!
Oh! Misterioso Universo,
que desnuda nossa ignorância!
De planetas orbitando dispersos,
com estrelas de inefáveis distâncias!
Estamos aqui sozinhos,
neste insondável espaço infinito?
Quanto incomensurável pedantismo,
fomentando nosso egocentrismo!
Somos os superiores e os escolhidos?
Quiçá, vulneráveis microrganismos,
amontoados por pífias paixões,
a revelar ingentes desilusões,
sob um grão de poeira cósmica,
à procura de uma existência lógica,
em nosso castigado paraíso,
ressentido por nossa falta de juízo!
Todos em órbita,
em nossa nave espacial!
______
37
Ápices Poéticos
A odisseia é heroica,
nesta viagem descomunal!
Nosso planeta é extraordinário!
É um jardim a céu aberto;
é tão belo, e é o emissário,
do amor, que ele quer ver por perto!
Nós humanos e pequeninos,
somos um paradoxo da criação!
Construindo e destruindo!
Somos a demência em exaltação!
Neste impenetrável Universo!
Neste desconhecido cosmo fecundo!
Quantas vidas em progresso,
estão distantes de nosso mundo!
Oh! Quanto lamento;
pela insanidade civilizada!
punimo-nos a todo momento,
pela desumanidade enraizada!
Imensidão inescrutável,
com segredos abismais!
Seu poder inexpugnável,
mostra que somos pó, e nada mais!
Quantos homens geniais trouxeram inspirações e esperanças!
Eles eram simples mortais que deixaram boas ações
como lembranças!
Não nascemos para desbravar o desconcertante Universo!
Somos impotentes a contemplar nossa fragilidade para
o insucesso!
______
38
Alberto dos Anjos Costa
Oh! Inóspita vastidão em amplitude,
que traz medo aterrador!
Suas explosões sempre amiúde,
ecoam fins e recomeços em ardor!
Somos tão presos ao tempo,
à sua aleatória ordem!
Somos reféns do espaço,
da sintonia em desordem!
Somos um pingo d’água num oceano!
Somos uma efêmera passagem,
conquistando vastos desenganos!
O Universo dança em sincronia,
sob as leis inexoráveis da gravidade!
Estrelas cadentes inspiram poesias,
ensejam devaneios em etérea vivacidade!
Somos seres de inteligência,
cujo esplendor é a sabedoria!
Nossa percepção em decadência,
consente injustiças todos os dias!
A ganância é uma nefasta doença,
que faz a fraternidade ser utopia!
A beligerância em nossa essência,
aflora o infausto ódio irracional!
Cultivam guerras pela inclemência;
aniquilam vidas pela reverência do mal!
Somos micróbios aglomerados,
contaminando nosso ecossistema!
Funestos predadores conscientizados!
Somos o opróbrio de um iníquo sistema!
Pois, o destruir é o nosso lema!
______
39
Ápices Poéticos
Vida e morte na infinitude do espaço!
Com planetas e estrelas que perecem,
sem adornos de epitáfios!
O Universo em expansão,
na magnitude inimaginável,
nunca saberemos, porque a razão,
de sua existência insopitável!
Neste vácuo do espaço,
onde é gélido e sem sons!
O tempo é aprisionado,
pelas desconexas dimensões!
Sem ar e gravidade, sem emoção em sentimento;
a escuridão é a totalidade de mistérios sem argumentos!
Galáxias, planetas e constelações;
afastados por incógnitas e segredos!
Estrelas na infinidade em explosões!
Vida e morte interagindo sem o medo!
Universo de insondável energia;
de impensáveis temperaturas e radiação!
Seu poder não é ficção imaginativa!
Mas, jamais desvendaremos a sua criação!
Nós aqui no planeta Terra,
a viver numa poeira cósmica!
Quase invisíveis! E a soberba é o que impera!
Celebrando a vida de maneira ilógica!
Nossos ódios! Nossas guerras!
Irão pôr termo ao paraíso!
Pois, dentro de nós existem feras,
que dilaceram nosso juízo!
______
40
Alberto dos Anjos Costa
Sob o vácuo do Universo,
a Terra gira em magia!
O seu encanto é um sucesso,
só pode ser obra divina!
Oh! Universo deslumbrante!
Que instiga fantasias e quimeras!
Eleva um romantismo inebriante,
na estrofe que aqui se manifesta:
“certas pessoas não acreditam, que uma única alma,
nascida no Universo; divida-se em duas e se projete
feito estrelas cadentes na Terra; onde pela força magnética
do amor se reunirão novamente”.
Estamos todos em órbita,
junto ao nosso planeta Terra!
Sua atmosfera tão acólita,
presenteia a vida que prospera!
Esplendorosa nave espacial,
que cinge o astro-rei!
Respeitá-la é sabedoria vital;
pois, é o lar que nos convém!
Tempestades solares, e asteroides gigantes;
enigmáticos quasares neste Universo impactante!
Oh! Quão vulneráveis somos pelas causas aleatórias!
Realidade é o despertar de um sonho em que o viver é
uma vitória!
Neste trilhar imprevisível,
em que o amanhã é incerto!
O agora, deste instante é imprescindível,
pois, o fim sempre estará por perto!
Viemos na hora certa,
neste planeta espetacular!
______
41
Ápices Poéticos
Sem as eras glaciais funestas!
Sem os dinossauros a nos espreitar!
Mas o homem é tolo e ignorante,
investindo em arsenais de guerra!
Ogivas nucleares neste instante,
estão prontas para destruir a Terra!
Oh! Surpreendente Universo,
em que somos pífios parasitas!
A paz seria o amor em sucesso!
Mas nosso rancor só provoca vítimas!
Portanto, porque sempre lamentar,
a sorte numa jornada pulsante!
Porquanto, nunca se contentar,
em um viver de aprendizado constante!
Bilhões de anos a engendrar,
nosso planeta agora fascinante!
Nós, cruéis predadores a destroçar,
esta joia do Universo a todo instante!
Ah! Nossa admirada lua;
que nos acompanha noite e dia!
Estabilizando o eixo da Terra;
inclinando-a com maestria!
As marés e estações do ano,
não haveriam sem a sua garantia!
Sem o Sol, e sem a lua,
a raça humana não existiria!
É uma bênção que se perpetua,
anuindo esperanças, vidas e alegrias!
Tão desconhecidos e desconcertantes,
são os buracos negros avassaladores!
______
42
Alberto dos Anjos Costa
Devoradores com um poderio impressionante,
guardam segredos que se deslocam destruidores!
Tempo e espaço em quarta dimensão!
A razão humana não está preparada,
para assimilar este Universo em expansão!
Aqui! Vamos nos destruindo com a empáfia abraçada!
Contudo, nossa ignorância apresenta-se inviolada!
Neste planeta de interações,
em que o ser humano é favorecido;
vamos experimentando exímias emoções,
sem encontrar o elo perdido!
Ah! Em nosso universo de vaidades;
achamo-nos doutos, em nosso âmago inculto!
Somos narcisistas em enfermidade,
e egocêntricos pelo espírito estulto!
Orbitando nesta poeira cósmica,
somos um grão envolvidos pela futilidade!
Neste Universo em que a ordem é contraditória,
vidas alienígenas, quiçá existam em possibilidade!
Oh! Universo assombroso e impenetrável!
De estrelas titânicas em fusão nuclear!
Moléculas gerando radiações inescrutáveis,
numa potência de imensa energia espetacular!
Ah! Que fascínio é a noite de estrelas;
contemplando-as; vendo seu lume de outrora!
Luzem distantes e mesmo assim podemos vê-las!
Inspiram o nosso mundo pelo êxtase que aflora!
Etéreo azul planeta Terra,
com seus rios e mares exuberantes!
______
43
Ápices Poéticos
A vida; bem supremo; não se encerra;
pela água indispensável ao nosso alcance!
Universo extraordinário e inexplicável,
que revela intangíveis conjecturas;
a perplexidade é incomensurável,
por sua incompreensível estrutura!
Universo em sua quietude irrequieta!
Silente em seu desmedido espaço arrebatador!
Cintilante negrura misteriosa e complexa!
Expandindo-se por fusões em ardor!
Cosmos de encanto e inspirações!
Que em sua poeira está o planeta Terra!
A vida que foi feita por ingentes explosões;
irradia esperanças, para ações mais fraternas!
______
44
Alberto dos Anjos Costa
Atiçada Verve
Oh! Intempestivas paixões! Que dentro d'alma galvaniza
leviandades e nos faz rancorosos e cheios de ódio. Por
que nossa consciência e nosso ego são tão estultos e ignóbeis
a ponto de olvidarmos do amor!
Tudo tem o seu tempo!
Tudo que tem vida aflora!
Todo destino tem seu lamento!
Toda esperança um dia vai embora!
Toda escolha traz aprendizados!
Toda bondade enseja compaixão!
Em todo prazer existem pecados,
Em todo trilhar irradia a emoção!
Lutamos por futilidades,
às quais mostram nossas neuroses!
Somos uma raça insaciável,
instigando vontades ferozes!
Tudo que vive morre!
Todo sonho tem seu fim!
Fugaz existência que descobre,
incertezas e dúvidas neste ínterim!
A humildade foi destituída!
A soberba está empossada!
A raça humana é prostituída,
pela ostentação famigerada!
A insensatez é própria da humanidade,
em que o mais forte é o usurpador!
______
45
Ápices Poéticos
As leis tentam evitar a barbaridade,
perante o ser humano destruidor!
O homem é animal perigoso;
as leis procuram domesticá-lo;
seu âmago é feroz e belicoso,
por isso o seu crime é castigado!
Será que nosso instinto primitivo e selvagem sempre
enaltecerá o nefasto lado desumano que há dentro de
nós? Ah! São de corações piedosos que o mundo clama.
Hoje, corações em compaixão se encontram ausentes;
almas insensíveis recrudescem; o agora, se faz mister
de sentimentos nobres, resplandecidos de ternura, de
dignidade, de carinho e respeito para um trilhar de venturas
e esperanças!
Escolhi crer em Deus,
pois, o amor traz a misericórdia!
Somos a grandiosidade de pigmeus;
com o diabo agindo de várias formas!
As guerras que desde o início da humanidade existiram;
existirão sempre e causarão quiçá, a aniquilação da
raça humana, e o que restar dela viverá como no início,
em cavernas e resignados em lamento pela oportunidade
perdida, por viver num mundo benigno; em um
éden que aniquilamos; num paraíso que mereceria o
nosso respeito e amor; pelo ar; pela terra; pela água;
pelo fogo; pela magnânima beleza que até agora não
encontramos em qualquer outro lugar do Universo, e diante
disso vivenciaremos ingentes tormentos pelo sentimento
de culpa!
E Deus em nosso momento de aflição,
vendo-nos tristes a chorar,
______
46
Alberto dos Anjos Costa
exaltará com ínclita emoção,
estes versos que vou cantar:
O que posso fazer por você,
para não te ver sofrer?
Posso lhe dar um carinho?
Um alento em seu caminho?
Uma palavra de conforto,
com um abraço de um para o outro?
Você deprimida, tão triste!
Tenha fé que você resiste!
Supere a amargura,
em sua mente e coração,
pois a vida continua,
para lhe dar amor e emoção!
Você é importante!
É um universo lindo e brilhante!
Não se entregue como muitos,
que não mais estarão aqui juntos!
Tenha força para ver uma nova aurora,
a inspiração deve vir agora!
O seu problema tem solução!
É só olhar para trás,
e você verá uma multidão,
que não desistiu,
e encontrou a paz!
A vida é mesmo assim!
A autoestima não pode ter fim!
Seu amor-próprio é a esperança,
para um novo dia em perseverança!
Chore, o que puder!
Mas, viva pela vontade!
Me procure quando quiser,
pois, sou o amor em cumplicidade!
______
47
Ápices Poéticos
A criança é a inspiração,
de uma bênção em amor!
É uma aura em vibração,
pelo sentimento em primor!
Rebentar de afeto,
que se torna visível,
com trejeitos diletos,
pela candura aprazível!
Seu nascimento na pureza,
como anjo abençoado,
se deturpa pela frieza,
de um sistema contaminado!
A vasta estupidez humana,
insolente em sua insignificância!
Sua insensatez se inflama,
pelas maldades em predominância!
Vivenciamos a vida,
na certeza da morte!
Curta permanência consumida,
por desencantos e dúbia sorte!
Quantas almas aflitas,
por conhecer desilusões!
O relevante desafio da vida,
é suplantar as frustrações!
O homem de posses com sua ostentação, poder e dinheiro,
é visto como homem bem sucedido e respeitado
por isso, a realidade nos mostra que na maioria das vezes,
para ter a sua riqueza, chafurdou-se pelos seus
atos inescrupulosos; pisou e humilhou muitos, sonegou,
fraudou, furtou, corrompeu e até matou muitos sonhos
de muitas famílias; mas diante de seu poderio econômico,
é idolatrado por ávidos séquitos aduladores e
______
48
Alberto dos Anjos Costa
sedentos na busca de seus interesses; estes séquitos
são verdadeiros parasitas, que nada fazem e nada produzem.
Esse abastado homem abjeto, é admirado pela
maioria, e financia políticos que farão dele ainda um
homem mais rico pelos empréstimos que o governo de
forma conivente lhe dará, nas gordas comissões que serão
divididas. Esse é o homem que usa a máscara do
homem de bem, venerado e reverenciado, julgam-lhe
competente, pelas artimanhas, hipocrisias, demagogias
e dissimulações, que em sua plena ganância e ambição
engendra com sua astúcia e ardil o seu iníquo respeito.
Esta casta de pífios empresários,
mamando nas tetas do governo,
pagando percentuais milionários,
para uma Brasília em desgoverno!
Quantos contratos fraudados!
Quantas licitações compradas!
Quanta exploração de assalariados,
vendo sua esperança ser trucidada!
Num país de iletrados,
a sujeição é garantida,
o povo é tratado como gado,
indo para o matadouro todos os dias!
A servidão é bem arquitetada,
em benefício de uns milionários,
assim, a mão de obra fica barata,
em um Brasil de pobres coitados!
Nestes viscerais conceitos,
onde despontam perspicácias;
o ser humano é o eleito,
para deixar o mundo em desgraça!
______
49
Ápices Poéticos
Em suas ações selvagens,
estão suas paixões mesquinhas,
com suas vaidades vorazes,
e seus desejos de ruína!
Em sua gana pelo poder,
onde imperam insanidades;
não lhe interessa quem irá sofrer,
desde que satisfeitas suas vontades!
Desdita odisseia humana,
com seus rancores e vinganças!
Sua essência beligerante se inflama,
fixando incertezas e desesperanças!
Se no homem as imperfeições são inerentes,
o que esperar senão uma ganância constante!
O capitalismo é cruel, injusto e indecente,
privilegiando uma casta de meliantes!
Neste mundo que elegeu a hipocrisia,
em que os mentirosos são respeitados,
a sinceridade aviltada é a garantia,
de que os valores morais foram mudados!
Ao expressar esses conceitos,
elevado pela autenticidade,
a intenção é criar efeitos,
para a reflexão em prioridade!
______
50
Alberto dos Anjos Costa
Cálidas Notas
O mundo entrelaçado por gélidas máquinas; gente interligada
pela rede que impacta. É a Internet em revolução
interagindo pessoas, incentivando a emoção; nos dominando
numa boa!
Nós estamos conectados,
na primeira maravilha!
O virtual sendo consagrado,
pela internet que vicia!
As pessoas estão plugadas,
em notícias e conhecimentos;
músicas sendo baixadas;
com risos e entretenimento!
Todos em redes sociais,
sentindo-se desinibidos;
privacidades já não são essenciais;
pois agora somos todos amigos!
É o cibernético fazendo sucesso!
Despertando pornografia e pedofilia!
As pessoas buscando sexo;
conseguindo realizar suas fantasias!
Encontros sendo marcados,
pela comunicação imediata!
É o mundo conectado,
por sensações que a internet exalta!
A Internet é assim!
Tudo de bom! Tudo de ruim!
______
51
Ápices Poéticos
Ela mostra o que é a raça humana!
Em mentes boas e almas insanas!
Será que seria contraproducente e leviano falar que
“mesmo o melhor homem do mundo, submetidos seus
pensamentos e ações à justiça, mereceria ser enforcado
dez vezes durante sua existência”! “Por isso, não se
deixe enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas
também envelhecem”.
Leis, decretos, normas e ditames;
em defesa dos direitos inalienáveis!
Para formar uma civilização equânime,
impondo limites aos execráveis!
A opção de conviver em sociedade,
obriga às vontades e restrições;
para que o homem tenha dignidade,
no livre-arbítrio de suas ações!
A natureza humana é selvagem,
por isso tem que ser controlada;
a liberdade pode virar libertinagem,
e a comunidade deve ser respeitada!
Ah, liberdade! Agora prisioneira,
em virtude da lei infringida!
A Justiça é mensageira,
de que a maldade deve ser punida!
Porquanto, talvez fosse melhor pensarmos na odisseia
efêmera que trilhamos e descobrirmos o nosso verdadeiro
eu, em nosso âmago, que seremos sempre eternos
pedantes em nossa pífia arrogância, com nossas fragmentadas
e ultrapassados ideais de divisões em bandeiras,
religiões, raça, fronteiras, terras; pois, a terra é uma
só, e somos somente uma raça, mas mesmo assim
______
52
Alberto dos Anjos Costa
complicamos, pelo tétrico e plangente passado que faz
do presente um viver de beligerância, disputas, discórdias
e mortes.
Guerras santas diabólicas,
findando sonhos de esperanças!
Pífias religiões não acólitas,
prostituindo a fé pela ignorância!
Oh! Poder onipotente!
Cubra-nos com seu manto,
da misericordiosa compaixão!
Pois, a raça humana vai enlutando,
pelos rancores no coração!
Oh! Guerras de carnificina;
enlutando pela barbaridade!
Não aprendemos a triste sina;
do ódio que sepultará a humanidade!
Quantas armas comercializadas!
Quantos povos desnutridos!
Quanta comida desperdiçada!
Um mundo assim, nem faz sentido!
Mãe África sendo estuprada,
por comandantes corrompidos!
Suas tribos enfeitiçadas,
vão praticando genocídios!
Invisíveis crianças africanas,
que pela cor são segregadas!
Fome e miséria; o preconceito as acompanha!
Pela omissão e descaso vão ser sepultadas!
Potências imperialistas,
patrocinam mercenários!
______
53
Ápices Poéticos
Poderio armamentista,
com seus planos sanguinários!
Sórdido jogo de hipocrisias,
em retóricas disfarçadas!
Ricos países em demagogia,
promovendo nações desmanteladas!
Deveríamos nos sentires envergonhados, mas a falta de
escrúpulos é uma de nossas tristes marcas. Quanta hipocrisia
anuindo legalizações em desvario. Quanta demagogia
estimulando ganhos por proibições dissimuladas.
O tempo é o mais sábio dos conselheiros a mostrar
rotas transviadas.
Não precisamos ser inteligentes,
para sabermos que há algo errado;
o álcool é liberado para toda a gente,
e é um entorpecente legalizado!
Engana-nos o dilema do proibido,
incentivando tráficos internacionais!
Enriquecendo nefastos bandidos,
que pagam favores a policiais!
Nada nos engana mais,
do que nosso próprio julgamento!
Idiossincrasias são normais!
Diferenças devem vir em acolhimento!
Estamos à procura de verdades;
às quais jamais conheceremos!
Dogmas geram ambiguidades!
Nossa existência desconhecemos!
A expressiva luta pela vida,
é conviver com as provações!
______
54
Alberto dos Anjos Costa
Desenganos deixam pessoas comovidas,
exaltando a fé pelas orações!
Estamos propensos a tantos riscos,
que nos levam aos contratempos!
Viver é uma aventura de perigos,
que nos trazem muitos tormentos!
A vida é feita de fases;
de alternâncias e mudanças,
com venturas e infelicidades,
com desejos em constância!
Sua sublime paz e tranquilidade,
a qualquer hora podem-se quebrantar!
São os reveses que sem piedade,
lágrimas conseguirão derramar!
Em instantes! Tudo num instante!
Circunstâncias alteram seu destino!
Imprevistos são tão angustiantes!
Acidentes deixam você em martírio!
Por mais que tenhas atenção,
num átimo tudo pode mudar!
Fatalidades causam prostração!
É o infortúnio que não se pode olvidar!
Enfim! Vivemos o incerto!
Em que alegrias e tristezas,
estarão sempre por perto!
Deveras, se pensássemos com sabedoria, uma das
enaltecidas qualidades que muito nos falta, agiríamos
resignados em profusos sorrisos, apesar das contrariedades
diárias, das oposições que vivenciamos, das adversidades
que a vida nos impõe, dos obstáculos que
parecem intransponíveis, mas que o tempo faz mitigar,
______
55
Ápices Poéticos
suavizar e nos faz seguir em frente, pois, para tudo tem
solução e renunciar a alguns propósitos é prova de inteligência
para a evolução através de aprendizados que a
vida se encarrega de nos ensinar. Ri e o mundo rirá
contigo, chores e chorarás sozinho. Para que as portas
se abram, para que as pessoas possam lhe ver como
aquela alma magnética, que cativa empatia e sensibilidade.
Sorrir adoça a alma.
Sorrir ajuda a viver,
haja vista, que nada estará fora de seu alcance
se você tiver os braços compridos.
Sorrir só faz bem,
e renova a confiança!
O otimismo advém,
inspirando assaz bonança!
Sorrir suspende a depressão,
estancando o negativismo!
Os hormônios em ebulição,
deixam sua mente em lirismo!
Sorrir é a felicidade,
no sentimento puro!
São instantes em vivacidade,
dando esperanças ao futuro!
Sorrir inspira a cura,
de todas as desventuras!
Luzindo em sua aura a harmonia,
com o seu coração agora em alegria!
______
56
Alberto dos Anjos Costa
Catarse
Rosto esquálido, cabelos longos, barba por fazer,
olhos estáticos, sem vida, a desfalecer,
corpo machucado, dolorido pela insônia,
espírito desalentado, desunificado de forma errônea.
Já teve sonhos e desejos no seu viver,
de vencedor à derrotado agora jaz,
a sua força e energia foi morrer,
pelo desencanto inclemente que não é fugaz.
Desditoso homem,
que esqueceu de viver,
de amar, de sentir,
entronizou o sofrer,
que o fez desistir!
Acalentou a desesperança,
que lhe trouxe o prostrar,
a amargura que lhe alcança,
fez sua alma chorar!
Coração em flagelo,
sentimentos castigados,
seu trilhar não é mais belo,
seus desejos são sepultados!
Abraçado à solidão,
em desespero silente,
aceitou a rendição,
pela apatia plangente!
______
57
Ápices Poéticos
A mente em melancolia,
num viver morrediço;
pensamentos em agonia,
pelo desencanto inteiriço!
Sorumbático olhar,
visualizando desilusões,
com a vontade a quebrantar,
pela conquista de aflições!
Tétricas imagens,
divagando o seu tempo,
desflorido por miragens,
que instigam o seu tormento!
Naquele corpo oprimido,
naquela alma dilacerada,
o desatino é consumido,
pela negatividade ostentada!
O fim parecia iminente,
naquela vida soçobrada,
as trevas estavam presentes;
a morte já era avistada!
Realidade desditosa,
em que o fel era provado;
lenta morte afrontosa,
pelo desamor que foi coroado!
- Era dia de Natal, uma data que significa a celebração
da esperança. E qual o real motivo para que este homem,
diante de sua renúncia para a vida, se apropriasse
de dores tão profundas, numa data tão auspiciosa?
- Num passado não tão distante, em que primícias em
devaneios acalentavam a inspiração, o amor desponta
______
58
Alberto dos Anjos Costa
entre dois enamorados, produzindo eminente sentimento
de ventura, e de sensações maravilhosas às quais promovem
a união sacramental pelo casamento. Aliança
que se consome por carinhos, beijos e afagos. Afetuosidades
que parecem eternizadas pela semente do amor
sacrossanto. Querência sublime que se completa pela felicidade
de dois corações apaixonados. Vidas em junção
que trilham um caminho perfumado pelas flores das estações.
Tudo parecia caminhar bem, quando, como se
fosse a maldição dos sete anos, o tempo vai mostrando a
implacável rotina das desilusões, em carícias que se arrefecem,
intolerâncias que se elevam em altercações intermitentes.
Tempo, tempo, tempo, que põe em prova o
verdadeiro amor. A vida do casal prossegue com as aparências
superficiais e especiosas, em que amigos os
veem como um amável casal, em que o amor é o liame
que os conduzem juntos. A realidade, que infelizmente
era contrária, oferece a discórdia em seu cotidiano!
Espíritos beligerantes, explodindo desamor
desarmonia num átimo, produzindo grande dor.
Angústia refletindo insegurança e receios,
incompreensão permitindo o findar dos desejos.
Medos e frustrações,
ancoram a apatia,
desvanecem emoções,
subtraem a alegria!
A vida nos ensina,
que aprendemos com o fracasso,
quiçá, nem seja sina,
são nossos erros pascácios.
Teatro de ilusões,
a mostrar fragilidades!
______
59
Ápices Poéticos
Inerentes imperfeições,
prostrando nossas vaidades!
Ensaio estertorante,
em almas aplacadas!
Espetáculo lancinante,
nas incertezas convidadas!
Atores em introspecção,
atormentados por suas dores!
Neuroses em reflexão,
com suas dúvidas e temores!
- Incongruências maritais pelo ciúme doentio, que trazem
carências afetivas, e subtração de sentimentos que
deveriam coexistir em reciprocidade, alavancam o vicejar
das decepções do casal para o divórcio realizado, o que
deveras, arrasou aquele desventurado homem.
A lágrima que verte, fazendo o perguntar,
se ele merecia este triste chorar.
Desavenças em seu lar lhe tirando o sentido,
nesse seu caminhar inseguro e aflitivo.
Desencanto no olhar usurpando a beleza,
confundindo sua tolerância com a trágica fraqueza.
Foi o ciúme doentio criando a possessão,
dispersando o partilhar suprimindo a razão.
Contristados corações,
maculando sentimentos,
conhecendo novas emoções,
que ressurtirão fragmentos!
Oh! Quantas desilusões,
com sonhos despedaçados,
em que seres em aflições,
vão vivendo amargurados!
______
60
Alberto dos Anjos Costa
Tenebrosa solidão,
em almas repartidas,
encontraram a decepção,
e a inspiração destituída!
- E esta foi a razão que fez
com que para aquele homem,
viessem as suas novas e lúgubres companhias:
a solidão, o desalento e o desespero!
Mas quando amanheceu,
na aurora de um novo dia,
algo de espetacular aconteceu,
modificando a vida que sofria!
- E assim sucedeu-se naquele dia de Natal:
Estava aquele ser desconsolado,
na quietude da letargia,
quando um ruído inusitado,
fez disparar a campainha!
Ele trôpego abriu a porta,
e avistou uma criança,
que lhe pediu em confiança,
breve atenção como resposta!
Aquela castidade em afeto,
disse-lhe que sentia fome;
que seguiu o rumo certo,
para ajudar um deprimido homem!
Naquele doce olhar angelical,
adornado de luz rutilante,
a pureza em aura era celestial,
a revelar ternura deslumbrante!
______
61
Ápices Poéticos
Aquele homem agoniado,
mortificado pela sua dor,
viu na mãozinha um papel dobrado,
naquele anjo encantador!
- Perguntou-lhe o que era aquilo, e a meiga inocência
disse-lhe, que o
que segurava, haviam-lhe confiado para entregar a alguém
que abrisse
a porta. Ele ressaltou que agora morava sozinho, e manifestou
interesse
em ler. E aquela graciosa candura de criança, entregou o
papel que
segurava àquele atormentado homem.
Aquela alma mortiça,
que vivenciava o infortúnio,
com a inspiração quebradiça,
sem ter motivo pra orgulho!
Oh! Infelicidade!
Que edifica a morte!
Que arranca da vida suas vontades!
Que põe o fel em sua sorte!
Oh! Tristeza!
Que entreabre a escuridão!
Sepulta sonhos de grandeza!
Castiga a alma e o coração!
- Assim, no luzente Natal, aquele homem leu as cinco
frases escritas, que se destacavam salientes:
“Ainda que sintas perdido e sem forças, lembre-se que
cada dia pode ser o início de algo maravilhoso!”
“As escolhas que você faz em sua vida, decidirão o seu
caminho, o seu destino!”
______
62
Alberto dos Anjos Costa
“Saber lidar com as frustrações é o grande
desafio da vida!”
“As lágrimas são as últimas palavras quando o coração
perde a voz; se viver é sofrer; o sobreviver é achar
significado no próprio sofrimento!”
“Se todos os conflitos se iniciam no interior de todos nós;
nós é que determinamos o que somos pelo que fazemos!”
- Naquele abençoado dia de Natal, em que o canto dos
pardais soava como uma melodia harmoniosa; em que o
sol auspicioso resplandecia, emitindo fúlgidos raios que
cingiam a placidez; uma aprazível brisa envolveu o seu
corpo; uma clarividência tomou posse de sua alma; um
despertar de autoconhecimento em uma reestruturação
cognitiva, fez com que aquele contristado homem pudesse
sentir galvanizante energia insólita em seu âmago.
Seus pensamentos irromperam-se lúcidos, convergindo
para um discernimento em que a obscuridade se tornou
compreendida. Avivou-se um entendimento perceptivo,
em que o amor-próprio e autoestima, que haviam sido
subtraídos, entreabriram-se recrudescidos pelo nitente
sentimento, que soterrou o medo, a insegurança, a
culpa, o desvigor, o autodestruir, e que agora, como de
forma mágica e abençoada, aspirava e magnetizava uma
nova perspectiva de vida. Num átimo o que parecia
complicado, confuso e insolúvel, transmudou-se para
algo compreensível.
Discernimento em percepção,
harmonizando corpo, mente e alma,
a segurança em sensação,
derribam as dores de tristes traumas.
______
63
Ápices Poéticos
Você é seu destino,
nesta aventura do viver,
a mente decidindo,
sua derrota ou o vencer.
A vida em odisseia,
como barco no oceano,
tormentas deletérias,
confiança as suplantando.
Pensamentos positivos,
vão fazer você crescer,
seu esforço faz sentido,
belos frutos irás colher.
- O entorpecimento de outrora, com pensamentos mórbidos
em desistência da vida, o comportamento resignado
de autodestruição, dissipava-se paulatinamente, e um
brilho de esperança em resiliência no olhar daquele alquebrado
homem, ressurgiu como o sublime sentimento
que aflora nos corações de quem ama!
Ah! Felicidade!
Que rutila esperanças!
Traz alento e vivacidade!
Faz nos sentir uma criança!
Ah! Intangível alegria!
Que fecunda ígneos desejos!
Galvaniza sentimentos em harmonia,
irradiando o amor com a ventura em festejo.
- De repente, aquele homem transtornado, sentindo o
espírito do Natal, sorriu para aquela carismática e doce
criança; lembrou-se de que aquele anjo, havia dito que
estava com fome, e disse-lhe: vou trazer-lhe algo para
saciar a sua fome! A bondosa criança pôs-se a rir, e
______
64
Alberto dos Anjos Costa
explicou-lhe que a fome que havia dito, significa uma figura
de linguagem, uma metáfora, em que a fome que
tem é de saborear, espargir e despertar a ventura, a esperança,
o amor, a vontade para a vida em corações desiludidos
e desesperançados.
Venha! Me dê a sua mão!
Levante-se do chão!
Você não está sozinho!
Sou o amor em teu caminho!
Não fique quebrantado!
Não se sinta culpado!
Viver são imperfeições,
fraquejando corações!
A fome que havia dito é o desejo ardente de saciar e irradiar
pelo sentimento fraterno e solidário, o propagar do
otimismo, pela busca da felicidade, que é transitória e
fugaz, mas que se encontra na mente de cada um, pois,
felicidade é um estado de espírito; é se apossar de pensamento
positivos em que o entusiasmo possa trazer belas
sensações e emoções em deleite; é aproveitar os
bons momentos que a vida oferece e vivê-los intensamente
de forma harmoniosa e grata. A fome que havia
dito, é a vontade de degustar em olhares antes sombrios,
arruinados e derrotados, a centelha, o ardor, o estímulo
para o recomeçar, com a realização de seus ideais, de
seus sonhos, anseios e desejos, através da determinação
como escolha, para suplantar os obstáculos, decepções
e dificuldades de cada dia, construindo um novo amanhã,
mais evoluído espiritualmente, e alicerçado pela
confiança, perseverança e respeito à dádiva que é a
vida! E disse aquele magnificente anjo, com sua voz maviosa
e pueril, claro que para tudo isso se realizar é
muito difícil, pois do contrário, seria sem graça!
______
65
Ápices Poéticos
A fome em vontade,
do arauto anjo generoso,
é prova que a bondade,
é nosso tesouro mais valioso!
Fluente caridade,
estabelecendo brandura,
exibindo vontade,
dizimando amargura.
- Sim, disse aquele revigorado homem, quando de repente
o telefone da residência toca, ele educadamente
pede licença para atendê-lo, e nota que fora engano. Ao
chegar novamente na porta, repara que aquela virtuosa e
encantadora criança, não mais se encontra, com seus
olhos ele ainda a procura, e seu olhar sobe ligeiramente
para o céu, e surpreendentemente, observa uma luz a
subir vagarosamente até não poder ser mais observada,
diante da infinitude do firmamento. Nisso, duas lágrimas
rolaram pela sua face, a mostrar a emoção e a gratidão
por este bálsamo momento, em que a fé e a esperança
estavam renascidas!
Minha cruz é tão pesada,
que dá vontade de desistir;
olho para trás e vejo sendo carregadas,
cruzes mais pesadas pelo persistir!
Viver é deveras difícil,
pelo sofrimento inerente,
mas a perseverança é indício,
da vontade de seguir em frente!
A vida é bondade,
nascida da compaixão,
o amor em fraternidade,
é ter Deus no coração!
______
66
Alberto dos Anjos Costa
Pratiques o bem,
e serás abençoado;
não prejudiques ninguém,
para não seres desonrado!
Amaldiçoada ganância,
que não suporta o repartir!
A vida em consonância,
é caridade a interagir!
A vida em humildade,
revela candura;
o fogo de vaidades,
semeia desventura!
Muitíssimos são os que amam,
pouquíssimos os que sabem amar;
milhões de casais no mundo reclamam,
contumazes traições que trazem o odiar!
Ninguém está satisfeito,
com a vida que tem;
o lamento é perfeito,
para a ignorância em desdém!
O que é o viver,
senão um pulsar de mistérios,
com o agora a prescrever,
verdades sem critérios!
Na quietude do tempo,
em que a vida é passagem;
somos partículas do vento,
no paraíso em hospedagem!
______
67
Ápices Poéticos
A vida é uma chuva passageira,
que se evapora ao cair;
a vida é uma impiedosa mensageira,
de que um dia todos nós vamos partir!
Natal, tempo de nascer, brotar, fazer crescer,
o sentimento de amor, de paz e fraternidade,
é hora de somar, multiplicar o reconhecer,
incutindo aos homens, o espírito de irmandade.
A vida é esta luta incessante, com
a perseverança em nosso coração;
não se prostrar em nenhum instante,
acreditar sempre com Deus em devoção!
Natal, tempo de esperanças;
de suplantar infortúnios
entronizando a serenidade;
semear a fé, firmando otimismo
e bonança; aprendendo com as
provações que fixam a humildade!
Viver é um risco constante, nesta
passagem de ilusões; sua mente é
guia muito importante, para transpor
obstáculos e desilusões!
______
68
Alberto dos Anjos Costa
Cintilar de Emoções
Somos os versos dessa poesia,
irradiando vida por sensações!
Somos almas em agonia,
adornando o mundo por emoções!
Somos tudo;
somos nada;
somos a insipiência absorvida;
somos a escravidão sendo castigada;
somos a verve declinada;
somos a estamina reprimida.
Somos vulcões adormecidos;
somos o amor em ciúme;
somos espíritos carcomidos;
somos a rebeldia em queixume.
Somos a orgia se inflamando;
somos a cocaína sendo inalada;
somos o vício inspirando,
a sodomia depravada.
Somos frutos do nosso tempo e lugar,
alternando posições em movimento,
pensamentos constantes a nos perguntar,
porque estamos aqui neste momento!
Somos a injustiça nauseabunda;
somos a moralidade a desfalecer;
somos a demagogia bem profunda;
somos a hipocrisia a recrudescer.
______
69
Ápices Poéticos
Somos detalhes;
somos requintes;
somos o minaz a romper;
somos o desconexo em acinte,
pondo o óbvio para morrer.
Somos o Sol da meia-noite;
somos a lua indo embora;
somos a filosofia fomentando açoites,
pervertendo as ideias ditas agora.
O Sol brilha para nosso planeta viver,
seus raios fúlgidos consolida a existência,
edifica a esperança de um lindo amanhecer!
Somos a juventude a envelhecer,
sentindo o fel, perdendo o lume;
somos o fim a antever,
a fragrância sem perfume.
Somos tudo;
somos nada;
somos a pérola partida;
somos riqueza abandonada;
somos a esperança demitida.
Somos anjos carentes;
somos o malefício empreendedor;
somos a inquisição penitente;
somos o vendaval destruidor.
Somos a certeza de lágrimas;
somos a misteriosa maré;
somos a inquietude magna;
somos o firmamento em fé.
______
70
Alberto dos Anjos Costa
Não temos no presente respostas concretas,
nesta efêmera passagem inebriante e secreta,
misteriosa vida fomentando o intrigante,
sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.
Somos orgasmos;
somos pecados;
somos sentimentos a entorpecer;
somos a vida sem marasmos;
somos a metáfora do prazer.
Somos a força oprimida;
somos vontades a falecer;
somos as drogas consumidas;
somos o medo de vencer.
Somos o virtual edificado,
manipulando mentes fragilizadas;
somos computadores contaminados,
pela consciência martirizada.
Nossa íntima natureza nos revela:
Nosso ego, nosso pior inimigo!
Uma fraude que nos engana!
Alimentamos monstros e damos abrigo,
a demônios em nossa mente insana!
Somos a fantasia impura;
somos o cio em sobejo;
somos o sexo em estrutura;
somos o amor sempre em desejo.
Somos a miragem do deserto;
somos a gota no oceano;
somos a inspiração do arquiteto;
somos o porvir em desengano.
______
71
Ápices Poéticos
Viver por viver, quiçá seja a solução,
a natureza é suscetível, bela, divina e violenta,
viçosas florestas adornam a imensidão,
terra abençoada e preciosa que a todos assenta.
Somos estrelas cadentes;
somos a poesia lancinante;
somos a insciência inclemente;
somos o sofrimento torturante.
Somos a interação de cosmos e estrelas?
Ou vida incompleta que irradia a ilusão!
Somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?
Ou a semente que constrói que lança a destruição!
Somos o embate virulento;
somos a rocha fragmentada;
somos o pássaro luculento;
somos a liberdade enclausurada.
Somos mentiras;
somos verdades;
somos segredos de fraquezas;
somos monges em simplicidade;
somos a marca da torpeza.
Somos a água em correnteza;
somos a candura prostituída;
somos a hipocrisia em franqueza;
somos a desrazão enaltecida.
O mar é magnífico mundo inexplorado,
dádiva que provê o alimento consagrado,
oceanos que lançam périplos em devaneios,
alteroso alto-mar navegando aventureiros,
águas impetuosas criando ondas ao vento,
melodiosas águas firmando romantismo luculento,
______
72
Alberto dos Anjos Costa
alvas ondas que enlevam entoado cantar,
salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.
Somos o aborto ocultado;
somos a desonra em companhia;
somos o incesto generalizado;
somos o feto em arritmia.
Somos a bomba hedionda;
somos a inexatidão dos sentidos;
somos o ferimento com a sonda;
somos a fome dos desvalidos.
Somos a verdade que não existe;
somos a dissimulação perpetrada;
somos o dogma que insiste,
em mentiras reveladas.
Nossa íntima natureza nos revela:
Somos com um computador cheio de vírus!
Somos como uma máquina defeituosa!
Somos a inteligência nos destruindo!
Somos a maldade vergonhosa!
Vivemos em conflitos e frustrações,
semeando o caos angustiante!
Deslealdades em nossas ações!
Mentiras amiúde a qualquer instante!
Somos a vergonha do sucesso;
somos errantes navegadores;
somos culpados pelo progresso;
somos humildes sonhadores.
Somos o esperma ejaculado;
somos a magia em comunhão;
______
73
Ápices Poéticos
somos o espermatozoide fecundado;
somos mutantes em conspurcação.
Somos a energia enfraquecida;
somos o trovão cuspindo fogo;
somos a criança em estesia;
somos o destino em malogro.
Estamos num paraíso de exuberante natureza,
o inclemente progresso despreza sua beleza,
maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,
corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.
Somos a transgressão dos costumes;
somos o poder transcendente;
somos a metafísica em negrume;
somos a irreflexão clarividente.
Somos o desalento da pobreza;
somos a anemia homicida;
somos eremitas em tristeza;
somos a pílula fratricida.
Somos a dialética excitante;
somos a retórica dissimulada;
somos a ignorância flagelante;
somos a plêiade alcoolizada.
O que somos afinal?
Bênção divina florindo o jardim!
A erva daninha que usurpa seu igual!
O aleatório começo que conhece o seu fim!
Somos a virgem desvirginada;
somos a paixão em ciúme;
somos a estátua despedaçada;
somos o casamento em azedume.
______
74
Alberto dos Anjos Costa
Somos suicidas em potencial,
com sofrimentos ferindo forte!
Somos o paradoxo enaltecendo o mal,
Um sopro jogado à própria sorte!
A vida é uma odisseia,
de revezes e de conquistas!
É uma sombra que passa!
É uma estrela cadente!
É uma vitória temporária!
É uma chuva complacente!
É uma gota no oceano!
É um grão de areia do deserto!
É um meteoro que vagueia,
sabendo que o seu fim é certo!
Somos a obra escatológica;
somos a política mercenária;
somos a imunidade da escória;
somos a traição incendiária.
O que somos afinal?
Paradoxos em dicotomia!
Corações em arritmia!
Mentes em despautério!
Espíritos em deletério!
Animais em desrazão!
Sensibilidade em extinção!
Almas trilhando errantes!
Incastos seres beligerantes!
Somos o estupro abominável,
fixando trauma e aflição;
somos a pedofilia execrável,
deixando almas em prostração.
______
75
Ápices Poéticos
Somos a chuva laureada;
somos a terra em alegria;
somos palavras interpretadas;
somos momentos de utopia.
Ventos que cantam e sopram o ar em poesia,
brisa acarinhando nossos sentidos em estesia,
ventania que mostra sua energia pujante,
atmosfera benquista, benigna e relevante.
Somos a serpente escamoteada,
assentando ódios bem profundos;
somos a raça eleita estigmatizada,
patrocinando mortes neste mundo.
O que queremos afinal?
Se desprezamos o importante!
Se nossas guerras são constantes!
Se a religião consolida fanáticos!
Se as bandeiras irrompem lunáticos!
Se a raça é discriminada!
Se a cor é estigmatizada!
Se a política é corrupta!
Se a mídia é estulta!
Se a polícia é violenta e mata!
Se a criminalidade nos maltrata!
Se traficantes conhecem a impunidade!
Se a droga já faz parte da menoridade!
Se pedófilos sempre existiram!
Se crianças sucumbiram!
Se as armas são lucro certo!
Se potências fomentam o retrocesso!
Se a fome ainda acontece!
Se a desigualdade recrudesce!
Se a prostituição ficou aceita!
Se a fidelidade foi desfeita!
______
76
Alberto dos Anjos Costa
Se bombas estão sendo armadas!
Se invasões são arquitetadas!
Se a maldade é defendida!
Se a bondade é enfraquecida!
Se a equidade é assassinada!
Se a injustiça é fortificada!
Se a fraternidade está morrendo!
Se o egoísmo está vencendo!
Se a cidade está doente!
Se psicopatas não estão ausentes!
Se o amor é marginalizado!
Se o afeto é pulverizado!
Somos o que desejamos ser;
selvagens domesticados,
que matam a bel-prazer.
Nossas derrotas e vitórias!
Nossas bondades e maldades!
A vida é misteriosa história,
que se escrevem por nossas vontades!
Como podemos sentirmo-nos envergonhados,
se o sistema cria em nós o desonrado!
Como podemos nos achar tão imperfeitos!
se nossas boas ações mostram nosso respeito.
Somos a consciência em aflição,
com incertezas e castigos em nosso viver!
Afã de fazer injustiças com as próprias mãos!
A inexorável certeza é que vamos morrer!
Oh, vida!
De tantos caminhos e atalhos!
Muitas vezes nos desviamos,
por interesses salafrários.
______
77
Ápices Poéticos
Como podemos ter inspirações e vontades,
se o tempo passa sem descobrirmos o que é a verdade!
Como podemos não nos sentirmos desiludidos,
se quem amamos partem para um frio jazigo!
Esperanças que não devem ser sepultadas!
Humanidade de boas ações exaltadas!
Otimismo que não pode ser esquecido!
Um mundo que não deve ser embrutecido!
Somos também o efusivo amor,
cintilando ígneas emoções,
vivenciando átimos de esplendor,
pela bondade em corações!
Ah! O amor!
Que sucumbe rancores!
Que professa o perdão!
Que abraça pecadores,
pela misericórdia e compaixão!
Ah! O amor!
O sempre verdadeiro e sincero amor!
Esquecido! Desprezado! Olvidado!
A percepção é de que escolhemos a dor,
para um mundo que hoje é tão vilipendiado!
Estamos nesta odisseia,
em que o tempo nos vê passar;
vivemos e não temos ideia,
de quando o fim irá chegar!
Oh morte!
De inefáveis mistérios e tétrica comoção!
Transforma em nada o que era crível e relevante!
Suprime encantos expulsa castigos e enterra a emoção!
Quinta-essência quebradiça pulverizada num instante!
______
78
Alberto dos Anjos Costa
De mãos vazias viemos!
Com as mãos vazias partiremos!
A vida foi um mar de ilusões!
Grãos de areia levadas pelo vento,
que sentiram lindos momentos,
que experimentaram sofrimentos,
que conheceram frustrações.
______
79
Ápices Poéticos
Humano Corpo
Num momento de silêncio inerte veio o pensar,
o que significa nossa existência, procurei interrogar,
seus segredos incompreensíveis neste viver interino,
não fazem parte do acaso são guiados pelo destino.
Perguntas sem respostas, são dúvidas, são incógnitas,
mostrando que nossa passagem é o acreditar cheios de
dogmas;
é a vida percorrendo paralelo ao desconhecido,
nossa existência procurando real motivo de seu sentido.
Neste ciclo indecifrável temos que ter a percepção,
de conhecer o nosso corpo para navegar em harmonia;
ele é tão desconhecido por isso vai a explicação,
dessa máquina fantástica que funciona com maestria.
Conquanto, frágil e morrediço, o corpo humano é um milagre
da evolução; é uma máquina incrivelmente complexa
e deslumbrante, cheia de peculiaridades.
Enigmática criação de espetacular funcionalidade, fazendo
com que suas engrenagens sejam maravilhosamente
ajustadas para uma sincronia perfeita e orquestral.
Uma pessoa adulta possui 206 ossos, (O fêmur é o
maior osso do corpo, localiza-se na coxa, no ser humano
adulto de 1,80 m esse osso possui 50 cm. O estribo
(osso que fica na parte interna do ouvido), é o menor
osso do corpo, com cerca de 0,24 cm), porém, o recémnascido
possui 300 ossos, que ao longo do tempo alguns
vão se soldando a outros durante o crescimento,
______
80
Alberto dos Anjos Costa
chegando na vida adulta aos 206 ossos. Os ossos representam
quatorze por cento do peso do corpo. Por dia o
coração de um adulto bate cerca de 100 mil vezes.
O coração humano bombeia cerca de 7.500 litros de
sangue por dia. Uma pessoa normal possui cerca de 5
litros de sangue, que são bombeados por todo o organismo
em apenas um minuto. O sangue fora do corpo
coagula-se em seis minutos.
A principal fábrica de sangue é a medula óssea, produz
duzentos mililitros de sangue por minuto. A maior artéria
do nosso corpo é a aorta. Ela mede 3 cm de diâmetro.
Durante os 70 anos que em média dura uma vida, o coração
bate mais de 2,5 bilhões de vezes, a um ritmo
médio de 70 a 75 pulsações por minuto para o adulto.
Com uma média de 70 batidas por minuto, o coração
bate 37 milhões de vezes por ano. Para o coração do recém-nascido,
até dois anos, a média é de 120 a 140
batidas por minuto; conforme ela for crescendo, a frequência
cardíaca vai diminuindo. O estímulo para a contração
do coração é feito por impulsos elétricos, desse
modo, nossa bomba vital (músculo do tamanho de um
punho, que pesa em média 300 gramas), movimenta o
equivalente a 435 toneladas de sangue até que, enfim,
pare de funcionar. Um ser humano adulto possui em
média 650 músculos no corpo, com funções diferentes.
Há muitos deles no rosto: só para sorrir usamos 17 músculos.
E para fazer uma cara bem feia, perto de 42.
Ao caminhar usamos mais de 200 músculos diferentes.
Por cada sílaba que o homem fala, 72 músculos entram
em movimento, para beijar são utilizados 29. Enquanto
adultos sorriem 25 vezes por dia, crianças sorriem 400
vezes. O corpo humano possui 96.500 quilômetros de
veias, artérias e vasos sanguíneos. Se fossem alinhadas,
______
81
Ápices Poéticos
elas dariam 2,5 voltas em torno da Terra. Setenta por
cento do corpo humano é composto por água. Estima-se
que 96% do nosso organismo se compõe por 4 elementos
em particular: oxigênio, carbono, hidrogênio e nitrogênio,
principalmente em forma de água. Os 4% restantes
se compõe por outros poucos elementos e poderíamos
dizer que 99% do corpo é composto por 6 elementos:
oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e
fósforo. Os principais elementos químicos presentes no
corpo humano são: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio,
magnésio, cálcio, fósforo, zinco, cobre, manganês,
flúor, cromo, selênio, molibdênio, cobalto, potássio,
iodo, sódio e ferro. O sono é essencial: uma pessoa comum
só conseguirá ficar 11 dias sem dormir, depois
disso é a morte.
A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano.
A pele de um adulto é suficiente para cobrir uma área de
2 metros quadrados O peso da pele corresponde a cerca
de quinze por cento do total do corpo e abriga quase 18
km de vasos sanguíneos. As glândulas salivares de um
adulto podem produzir cerca de 1,5 litro de saliva por
dia; o corpo humano, produzirá cerca de 10 mil litros de
saliva durante toda a sua vida. O corpo humano perde
600 mil partículas de pele por hora - algo em torno de
0,7 kg em um ano. Um homem de 70 anos, por exemplo,
já perdeu 47 kg de pele durante sua vida. Estimase
que bilhões de toneladas de micro pedaços de pele
morta estejam na atmosfera do planeta. Os ossos humanos
são tão fortes quanto o granito ao sustentar peso.
O corpo humano de um adulto é composto por, aproximadamente,
10 trilhões de células. Um adulto possui
aproximadamente 100 mil fios de cabelo na cabeça,
cada fio cresce entre 15 a 20 centímetro por ano.
Através do suor, urina e respiração um ser humano
adulto elimina cerca de 3 litros de água por dia. O
______
82
Alberto dos Anjos Costa
cérebro humano pesa em média 1,5 kg. Este consome
25% do oxigênio que respiramos, e abriga 86 bilhões de
neurônios (células nervosas). Cada centímetro quadrado
da sua pele possui 32 milhões de bactérias. Só na sua
boca são 700 espécies, que diferem dependendo do seu
local de origem. A cera no ouvido, seca ou molhada protege
as orelhas de infecção por interceptação de objetos
estranhos.
Ao espirrar o homem expulsa o ar para fora a uma velocidade
de 160 km/. Uma pessoa adulta inspira em média
400 litros de oxigênio por dia. No momento da concepção,
você passou meia hora sendo uma única célula.
A maior célula do corpo é o óvulo, e a menor é o espermatozoide.
Um par de pés humanos contém 250.000
glândulas sudoríparas. Uma única célula do cérebro humano
pode conter 5 vezes mais informação do que a Enciclopédia
Britânica. Uma pessoa passa em média 20
anos de sua vida dormindo. O corpo humano necessita
de 1,5 a 2 litros de água por dia para não desidratar e
evitar pedras nos rins.
As moléculas de água, não só preenchem todos os espaços
entre células como ajudam a formar as macros células
como proteína e glicogênio. Lubrifica tecidos e articulações;
conduz glicose e oxigênio para o interior das células,
e regula a temperatura.
Um terço de nossa pele é constituída de água, portanto,
ingerir líquidos mantém o viço da pele. Por que piscar?
Um adulto normal fecha os olhos 24 vezes por minuto,
para umidificá-los e limpá-los. As pálpebras funcionam
como fossem limpadores de para-brisas.
Uma pessoa pisca os olhos aproximadamente, 25 mil
vezes por dia. Precisamos piscar para espalhar lágrimas
______
83
Ápices Poéticos
pelos olhos. Por dia um adulto produz de 1 a 2 litros de
lágrimas. Todos os pelos em nosso corpo servem como
proteção do corpo; temos cerca de 200 cílios em cada
olho, sendo que um cílio dura de 90 a 150 dias e aí ele
cai, sendo substituído por outro.
A capacidade de ar nos pulmões é de cerca de 5 litros
(seis ou mais nos desportistas), porém somente meio litro
é renovado a cada respiração. Como a frequência
respiratória é de cerca de 15 movimentos por minuto,
respiramos 450 litros de ar em uma hora; 10.800 litros
por dia ou ainda 3,9 milhões de litros em um ano! A
produção diária de gases no ser humano é cerca de 1 a
1,5 litros. A maior parte é de gases que engolimos ao falar
ou comer. Ele vai até o estômago que pode devolvê-lo
pela boca na forma de arroto ou segue para o intestino.
Em média produzimos 150 gramas de fezes por dia.
As unhas das mãos crescem quatro vezes mais rápido
que as dos pés. Nosso estômago produz ácido clorídrico,
ele é necessário para digerir o alimento. Nenhuma superfície
de língua é igual a outra. Assim como a impressão
digital, cada pessoa tem uma única "impressão de
língua". Um homem libera em média 250 milhões de espermatozoide
durante um único ato sexual, produzindo
cerca de 525 bilhões destas células durante toda a sua
vida. A mulher libera apenas cerca de 450 óvulos maduros
durante toda a sua vida. Cada rim contém cerca de
um milhão de filtros individuais. Eles filtram em torno
1,3 litros de sangue por minuto e expelem até 1,4 litros
de urina por dia.
Em nosso corpo, são produzidas pelas glândulas endócrinas
(as principais são a hipófise, a tireoide, as paratireoides,
suprarrenais, o pâncreas e as gônadas {testículos
e ovários}), mais de 50 tipos de hormônios. As principais
proteínas no corpo são: hemoglobina, enzima,
trombina, fibrinogênio, queratina, miosina e actina. O
______
84
Alberto dos Anjos Costa
principal hormônio sexual masculino é a testosterona. Os
hormônios sexuais femininos principais são, o estrógeno
e a progesterona.
O intestino delgado mede entre 6 a 9 metros. O intestino
grosso tem 1,5 metro, mas é 3 vezes mais largo. A comida
leva sete segundos para ir da boca ao estômago.
Como poeta, toda esta interatividade complexa é identificada
com sincronia e afinidade desta maravilhosa máquina
humana, em que tudo que o compõe, interliga a
relevância vital para o seu funcionamento harmonioso, o
que me causa encanto e emoção.
O humano corpo, sempre investigado e pesquisado, oferecendo
sempre novas descobertas. Seu enigma, permanece
inspirando a ciência e a poesia. Indecifrável em sua
essência, fomentando dogmas e fantasias. Como algo
tão exuberante em sua forma e função poderiam simplesmente
ser obra do acaso! Impossível!
O processo evolutivo ao longo de milhões de anos, em
que não sabemos com certeza, quais seriam nossos ancestrais,
suscitam teorias, hipóteses e estudos; mas a
verdade, a certeza, talvez jamais descobriremos. No entanto,
creditamos para uma existência tão fantástica e
espetacular, a um ser onipotente, a uma criação divina e
mística, pois, somente algo que transcende poderia ter o
poder para esta maravilhosa criação que é a vida!
Se Deus não existisse,
teríamos que inventá-lo!
Pois, ele é o amor que persiste,
para um mundo mais civilizado!
Outras suposições advêm de que algo tão sensacional
como o corpo humano, poderia ter sido lançado de microrganismos
interestelares e encontrado em nosso
______
85
Ápices Poéticos
planeta os meios necessários para se desenvolverem.
Enfim, a verdade é que realmente a verdade, quiçá jamais
será conhecida! Por isso o poeta, inebriado de êxtase
e enlevo, em seus versos canta:
Deveras misteriosa,
esta criação inolvidável,
de complexidade grandiosa;
humano corpo admirável!
Porquanto, desconhecemos,
de suas engrenagens interativas,
mormente o que sabemos,
é da máquina em sincronia!
Milagre indecifrável,
na vida que se consagra,
a célula multiplicável,
suscitando a forma abençoada!
A porfia iniciou-se no ventre,
no afã do fecundar,
foste guerreiro sobrevivente,
contra milhões em seu triunfar.
Sua luta tão sublime,
pela vida no querer,
foi prelúdio da valentia firme,
privilegiando o seu vencer.
Universo explorado,
no conquistar uterino,
é seu desejo abençoado,
com o desígnio do divino.
Enigma do firmamento,
na dádiva resplandecida,
______
86
Alberto dos Anjos Costa
um anjo luculento,
em pureza enaltecida!
Seu mundo silente,
é de plena serenidade!
Seus chutes impacientes,
corroboram sua ansiedade!
Sementes fertilizadas,
recrescidas em concessão,
almas sendo presenteadas,
pela incerteza da missão.
Decidido pelo tempo,
a hora é aprazada,
a chegada do rebento,
faz a esperança ser abraçada!
A vida! Em nascença!
A contagem regressiva contemplada,
pela realidade que vaticina o seu fim!
A paciência é agora virtude afiançada,
para desabrochar as rosas do jardim!
O choro lancinante,
é o viver sendo consentido!
Noviço lactante,
em que o amor é assistido!
És corpo!
És humano!
É Deus em sua alma!
És espírito em odisseia!
És promessa em cintilante aura!
______
87
Ápices Poéticos
Idiossincrasias
Qual o preço que se paga?
Por andarmos apressados;
pelo tempo implacável,
que nos vê sempre estressados,
respeitando o execrável!
Protelamos nossos sonhos,
pela correria em necessidade!
As preocupações nos tiram o sono,
pelo exigir da responsabilidade!
Transferimos para o futuro,
os passeios e diversões!
Esquecemos que neste mundo,
a vida é feita de emoções!
Adiamos para o amanhã,
os desejos da felicidade,
desprezando nosso afã,
num viver que é brevidade!
O tempo é lépido amiúde,
implacável e austero!
Nossas renúncias em atitude,
são açoites muito severos!
Esquecemos de nós,
numa vida em segundo plano!
Nos sentimos sempre a sós;
damos relevância a desenganos!
______
88
Alberto dos Anjos Costa
Vivemos nos reprimindo,
retendo nossos sentimentos!
Vontades nos oprimindo,
cimentando desalentos!
O dinheiro limitado,
investido na sobrevivência;
é o labor assalariado,
no temor da insolvência!
Vivenciamos a mediocridade,
num progresso consumista;
que nos oferece oportunidades,
de pagar a crédito e não a vista!
Abraçamos a modéstia,
na virtude da hombridade!
Dispensamos grandes festas,
em razão da inseguridade!
É a vida confrangida,
restringindo nossos anseios!
É a incerteza espargida,
de um porvir sem devaneios!
O medo da inadimplência,
de macular o nosso nome,
faz retrair nossa existência,
pelas obrigações que nos consome!
Resignamos a castigos,
vislumbrando esperanças;
procurando novo sentido,
nas alegrias em lembranças!
Empedernido cáustico sistema,
suprimindo belos prazeres!
______
89
Ápices Poéticos
Dificuldades financeiras em cena,
deprimindo humildes seres!
Somos produtos de consumo,
numa sociedade competitiva!
Sentimo-nos moribundos,
estando a alma carcomida!
Neuróticos por natureza,
vamos à cata de ilusões!
A hipocrisia é a certeza,
vivenciando decepções!
Nossos sonhos protelados,
vão deixando-nos embrutecidos!
O viver é desalentado,
num trilhar sem lenitivo!
O sorrir que é bálsamo;
que desperta o otimismo,
foi sepultado pelo falso,
do esplendor do capitalismo!
Somos simples marionetes;
manipulados por digressões!
Vamos passar por vários testes;
vamos sentir as disfunções!
Conheceremos cínicas trapaças,
que nos abraçarão em demagogia!
Traições são as desgraças,
recrudescendo nossas fobias!
Seremos prostituídos pela ganância,
alimentando nossas imperfeições!
Aprenderemos que a desconfiança,
é o sedimentar de aflições!
______
90
Alberto dos Anjos Costa
Esqueceremos de nós mesmos,
como seres descartáveis!
Nossa vida, nossos anseios,
serão adiados para posteridade!
Fúnebre pressa alucinada,
criando ansiedades paranoicas!
Sobrevivência desorientada,
por farsantes de retóricas!
Somos escravos alforriados,
por um sistema vil e torpe!
Vivemos sempre angustiados,
estamos jogados à própria sorte!
Do que adianta se dopar,
por comprimidos da dependência!
Esta opção irá mostrar,
o existir da decadência!
Acalentar a depressão,
é como pensar em suicídio!
É caminhar na escuridão,
à espera de um precipício.
Mas, aqui vou lhe reconfortar,
pois, viver não é pessimismo!
Vá vivendo sem reclamar,
pois, você é o idealismo!
Amanhã, é uma nova aurora!
Fenecer a apatia é sabedoria!
O seu sorriso abrirá as portas,
pela motivação, alento e simpatia!
A sorte! A maravilhosa boa sorte!
Deixará o seu coração em alegria!
______
91
Ápices Poéticos
Nesta curta passagem,
em que o amor é a esperança!
A bondade não é miragem,
pela fé que nos alcança!
A vida! A sublime vida!
Feita de pulsares de indefinições,
Abraça-nos em afã com venturas e ilusões.
Vitórias e derrotas, neste show em aprendizado,
Deixarão nossos sonhos, quiçá quebrantados!
Não pense na morte pela desesperança,
pense na vida com perseverança!
Faça seu trilhar ser reluzente,
pelas escolhas certas e sapientes!
A total felicidade é utopia,
nessa resignada passagem de ilusões!
Você! Somente você é a garantia,
em aprender com o suplantar das decepções!
Não tenha pífios sentimentos!
Não reverencie a sáfia inveja,
Por quê?
A inveja é pusilanimidade cega!
Ela é despautério sórdido!
É a covardia que carrega,
o desprezível como sólito!
A inveja é tacanha!
Possui anseios tábidos!
É centrada em artimanhas,
para ofender os mais sábios!
______
92
Alberto dos Anjos Costa
A inveja é catatônica!
É o inescrupuloso de estultos!
Entronizada por sem-vergonhas,
expondo pensamentos escusos!
A inveja é especiosa!
Reles almas em baixeza!
É a mente venenosa!
É a frustração em torpeza!
A inveja é repulsiva!
É a vontade patogênica!
É travo! É nociva!
É a rivalização epidêmica!
A inveja gera o ódio!
Deseja mal aos outros!
É fétida pelo opróbrio!
É estigma de escrotos!
A inveja é impenitente!
impingindo a insensatez!
É o estertor do insolente,
instigando sua avidez!
A inveja é inferioridade néscia!
Nefanda, lugente e execrável!
Pútrida réu confessa,
que admite o irracionável!
Enfim!
Conquanto!
Nossas intrínsecas imperfeições!
Porquanto!
Em razão de nossas paixões!
______
93
Ápices Poéticos
Deveras! Uma nefasta fraqueza,
arraigada em nossa essência!
A conclusão com aspereza,
é que a inveja é uma merda!
Porquanto!
Tristezas no coração,
semeiam desventuras,
fornecem a escuridão,
propagam amarguras.
Cintile no seu olhar,
a magia do entusiasmo,
seus desejos irão mostrar,
que a vida é um lindo orgasmo!
______
94
Alberto dos Anjos Costa
Indagações
Como posso pedir perdão porque errei!
Se não houve a intenção de eu pecar.
Como posso sentir a depressiva solidão!
Se a vida sem grilhões anseia o libertar.
Não são as armas que matam! São os homens!
Não são os carros que matam! São os homens!
Não são as drogas que matam! São os homens!
Não são as guerras que matam! São os homens!
Como posso me sentir abandonado!
Se Deus sempre estará ao meu lado.
Como posso seguir insensível e embrutecido!
Se o viver deve ser alegre e enternecido.
São os homens ensandecidos pela ignorância,
em sua nefasta essência beligerante;
a mostrar sempre em constância,
suas imperfeições tão inflamantes!
Como posso desejar mais do que tenho!
Se para a maioria são sepultados seus anseios.
Como posso ser tão ávido e ganancioso!
Se em muitos lares falta o sustento precioso.
Vivemos num mundo de hipocrisias,
em que a falsidade é entronizada!
As virtudes são esquecidas,
pelas vontades contaminadas!
O homem! Sempre o homem!
Com seus pensamentos contraditórios,
______
95
Ápices Poéticos
se transformando em lobisomem,
para ensanguentar por suas vitórias!
Como posso me sentir envergonhado!
Se o sistema cria em mim o desonrado.
Como posso achar que tudo é imperfeito!
Se boas ações mostram dignidade e respeito.
Como posso me arrepender de meus atos!
Se o que vejo são atitudes em descompasso.
Como posso na ira dar gritos lancinantes!
Se enfermos clamam pela cura tão distante.
Os hipócritas são enaltecidos,
os sinceros são desprezados,
a nossa sociedade não faz sentido,
glorificando os mentirosos desgraçados!
Como posso estar contristado e na apatia!
Se o Sol brilha refulgindo estesia.
Como posso conquistar a amizade!
Se desprezo e não compreendo a individualidade.
Vaidades! Sempre vaidades!
Recônditas em nosso ser,
vamos fingindo em castidade,
logrando a vida sem a conhecer!
Como posso recalcitrar contra o amor!
Se o mundo chora em guerras cruentas de muita dor.
Como posso olvidar da pungente orfandade!
Se a inocência conhece cedo a tétrica realidade.
Envelhecer não é privilégio;
é um castigo dolorido,
falar o contrário é despautério,
é mitigar o carcomido!
______
96
Alberto dos Anjos Costa
Como posso entender o misterioso!
Se a ignorância gera em mim o estertoroso.
Como posso aprender, se eu não quero!
Se um porvir sem vigor é o que espero.
Muitos que são adorados em altares,
foram levados para o inferno!
Sepultaram muitas verdades,
pelo embuste do que fizeram!
Quantos médicos culpados,
que mataram seus pacientes,
com seus laudos adulterados,
vão vivendo bem contentes!
Como posso não pensar no findar da vida!
Se a juventude foi embora e a velhice é infligida.
Como posso não exaltar a inveja e a cobiça!
Se a perniciosa imperfeição está sempre à minha vista.
Como posso não me sentir tão culpado!
Se meus medos interiores não foram derribados.
Quantas mortes consentidas,
por bombas autorizadas!
Nações não arrependidas,
pelas crianças destroçadas!
Como posso arrebatar-me por um novo dia!
Se o meu mundo foi erguido por heresias.
Como posso fomentar lindos anseios!
Se a desilusão foi ancorada e o fim do ciclo é derradeiro.
Quantas riquezas consolidadas,
que enterraram muitos pobres!
A ganância foi edificada,
pela desonra dos mais fortes!
______
97
Ápices Poéticos
Tantas iniquidades inescrupulosas,
de humanos sem humanidade;
em ações tão ardilosas,
requintadas pela crueldade!
Como posso prover e fortificar-me de vontades!
Se o tempo passa sem descobrirmos o que é a verdade.
Como posso não me tornar insaciável!
Se o especioso consumismo é inevitável.
Se o homem é a imagem de Deus,
alguma coisa está errada,
pois, não é possível que filhos seus,
tenham a perversidade em sua jornada!
Como posso extinguir minhas inerentes paixões!
Se sou uma pobre alma repleta de digressões!
Como posso não desaprender com a televisão!
Se manipulam nossas mentes e hipnotizam nossa visão.
Nascemos com a pureza,
como anjos celestiais!
O tempo passa e tornamo-nos a torpeza,
corroendo a consciência, agindo como irracionais!
Como posso não me impactar com a violência!
Se a morte foi banalizada pela impiedade em anuência.
Como posso não me sentir um aprendiz!
Se meu saber é limitado e retifico tudo o que refiz.
Como posso me indignar diante de tanta corrupção!
Se nos calamos para que o Brasil saia da contramão!
Como posso ressurtir os gritos dos injustiçados!
Se nossa gente faz descaso pelos seus filhos ameaçados.
______
98
Alberto dos Anjos Costa
Que República de horrores,
que veio a golpe em redenção!
O cidadão sentindo as dores,
desconsolados e em aflição!
Como posso aquiescer com uma nação em desigualdade!
Se " és pátria amada, idolatrada"; "em teu seio ó liberdade".
Como podem macular e prostituir o Congresso Nacional!
Se "nossos bosques têm mais vida", agora jaz seu ideal.
Que educação promíscua é esta?
Que formam despreparados!
Implementando metodologia funesta,
para um futuro de desempregados!
Como negligenciar nossas fronteiras, deixando-as ao léu!
Se contrabando é opróbrio, a droga tem sabor de fel.
Como uma minoria abastada pode ter tanto poder!
Se a maioria de brasileiros têm a servidão para acolher.
A violência recrudescendo,
pela desigualdade coreografada;
negros e pobres desfalecendo,
em prisões desestruturadas!
Como posso silenciar os descalabros que acontecem!
Se faço parte dessa gente, com seus sonhos que se arrefecem.
Como posso propagar nossa cultura magnificente!
Se as escolas consolidadas, encenam aprendizado inconsistente.
Pagamos tantos impostos,
que a maioria são desviados!
Nossos conceitos até estão dispostos,
______
99
Ápices Poéticos
a ver nosso Brasil ser desonrado!
Como posso deixar de falar da burocracia do poder Judiciário!
Se recessos mostram o retrógrado, sem contar o décimo
quarto salário.
Como posso ser omisso de falar do nepotismo no serviço
público!
Se seus altos e privilegiados salários revelam a indecência
pelo absurdo.
Como posso estar "deitado eternamente em berço esplêndido"!
Se os três poderes desta nação, dela se servem de modo
endêmico.
Como posso não lamentar os filhos em ingratidão!
Se seus pais envelheceram e o desamor é a retribuição.
Políticos de ambições dissolutas,
que só mancharam nosso Brasil;
hoje vivem às nossas custas,
ficando ricos pelo ardil!
Como posso não pensar no tempo que passa apressado!
Se o efêmero traz a sina de que o fim já foi lançado.
Como posso ser pedante, soberbo e insipiente!
Se a simplicidade é a sabedoria erigindo o condizente.
Não sabemos de quase nada,
se até somos frutos do acaso,
a sabedoria deve ser abraçada,
pois, viver é um enigma a curto prazo!
Como posso não apregoar a vitória por mais um dia!
Se muitos, não vivenciarão amanhã, a aurora que refulgia.
______
100
Alberto dos Anjos Costa
Como posso não poder possuir o que posso!
Se viver são artimanhas para escamotear o que não é
nosso.
Como "um sonho intenso, um raio vívido", se transforma
em favelas!
Se "dos filhos deste solo", não são donos da sua própria
terra.
Como podes ser "gigante pela própria natureza"!
Se o povo desta nação não conhece sua grandeza.
Como posso!
Como posso!
Como posso!
______
101
Ápices Poéticos
Lauta Sensações
Sinta o Sol nascendo!
Sinta a flor a desabrochar!
Tua sensibilidade aparecendo;
é o amor a despertar!
Plátanos em sua verticalidade se erguem como altivos
monumentos em que seus píncaros em anseio, almejam
adentrar o portal do firmamento, para acarinhar em gratidão
benevolente, pela vida em dádiva, o abraço de
Deus! Majestosas árvores que em Outono em estação,
veem seus ramos brandindo com vento, e seus galhos,
outrora vicejantes, sentem-se contristados pelo cair de
suas folhas secas, pelo ciclo inexorável das vicissitudes,
que alternam compulsoriamente entre a vida e a morte.
Penalizados, sentirão saudades de suas secas folhas que
partiram, na aliança que se extingue pela necessidade
da imperiosa vida, pois não mais acalentarão o acarinhar
celestial do Sol que irradiava-lhes energia em deleite, fazendo-as
refletir difusamente a luz verde do espectro solar,
e nem o enlevo do cingir divinizado pelo beijo de
Deus, envolto por sons prodigiosos, vicejando uma ínclita
melodia aprazível e benigna, proporcionada por brisas
e ventos que abraçavam-nos em dias e noites, fazendo
com que galhos em ventura e folhas em júbilo,
dançassem lépidos e extasiados pela harmoniosa sinfonia
da natureza, fazendo-os sorrir em regozijo intermitentes,
numa interatividade sinérgica de congraçamento ínclito
e sublime.
Vento brando e fresco no Outono a nos acariciar,
sopro vindo do firmamento assobiando o seu cantar,
______
102
Alberto dos Anjos Costa
é a estação da colheita que nos traz a sustentação,
com suas nuvens que permeiam junto à imensidão.
Fantasias sendo moldadas no espírito de sensibilidade,
devaneios manifestando a sublime espirituosidade,
é a brisa de outono com suas nuvens de algodão,
no sentir extasiante, do universo em contemplação,
são as mãos do divino afagando seu corpo e espírito,
afiançando e exibindo viço do onipotente poder místico.
Seres em vivacidade que silentes em seu sentimento, sofrem
em pungente dor; imperceptível à percepção humana;
pela consternação absorvida pelo seu etéreo sentir,
no iminente adeus às folhas secas irmãs, em que
suas auras agora lacrimejam lancinantes a separação de
amável e fraterna companhia, que as absorvia em sua
vida pulsátil, pelo vicejar de sensações, de devaneios,
de sonhos e de alentadores desejos e emoções, quando
a chuva e os raios de sol, cingiam-lhes, adornando-os de
exultação, esperança e de felicidade em magia, nesta
passagem de vida tão efêmera que fizeram luzir em suas
auras, a dádiva de sua existência, na magnificente, inspiradora
e deslumbrante vida, e que agora com o término
de seu ciclo pela idade que se avançou, se retiram
resignadas em leniência, partindo para sempre desta
odisseia de ilusões!
Oh, morte!
Sepultando devaneios e quimeras!
Cobrindo de véu, o pulsar que se encerra!
Oh, morte!
Findando incruentas dores e ilusões!
Acalentando a quietude,
cessando pecados e ambições!
______
103
Ápices Poéticos
Oh, morte!
De inefáveis mistérios e tétrica comoção!
Transforma em nada, o que era crível e relevante!
Suprime encantos, expulsa castigos e enterra a emoção!
Quinta-essência quebradiça, pulverizada num instante!
Como não admirar e se deixar fascinar pela luzente sensibilidade
que permeia nas majestosas árvores, com
seus exuberantes galhos e maravilhosas folhas, com
suas inebriantes flores de eflúvio aprazível, que se reúnem
em inflorescências globosas sobre longos pedúnculos
suspensos, e seus munificentes frutos, que alimentam
a todos, que enfeitam e encantam este nosso paraíso
e inolvidável planeta. Como olvidar de nosso acatamento,
respeito e deferência, pela sua existência em
nosso mundo; o qual nós humanos estamos diariamente
destruindo! Como podemos deixar de reverenciá-las, e
agradecer-lhes pelo convívio florescente e idílico que nos
envolve, e que embeleza o mundo e encanta nossas vidas!
O verde agonizando,
desmatamentos vão matando,
o viver que triste chora,
no conviver que está indo embora.
O progresso que constrói,
é o mesmo que destrói,
a vida que não querem ver,
no verde a perecer.
Verde que faz parte do mundo,
não merece este sofrer,
cego o homem cria o luto,
ignorando a vida em seu morrer.
______
104
Alberto dos Anjos Costa
Sua sombra, flores e frutos,
é oferecimento de afeição,
seu destruir viceja um grito mudo,
implorando clemência e compaixão,
rogando respeito e sentimento sem hipocrisia,
pois, até na nossa morte estará como companhia.
Ao nascer novas e viçosas folhas, os galhos regozijam-se
felizes, pois, de agora em diante, não conviverão com a
solidão. Solidão essa, que nós humanos cada vez mais
abraçamos, pela desconfiança, pela deslealdade, pela
falta de sinceridade e pelo ódio aviltante que idolatramos,
vociferando em suas idiossincrasias seu ânimo belicoso.
O que somos afinal?
Bênção divina florindo o jardim!
Ou a erva daninha que usurpa seu igual!
Quiçá, a arrogância que conhece o seu fim!
Não temos no presente respostas concretas,
nesta efêmera passagem inebriante e secreta,
misteriosa vida fomentando o intrigante,
sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.
Somos a ganância fomentando a poluição,
conspurcando a natureza bela, divina e opulenta,
viçosas florestas sendo desmatadas pela desrazão,
que nossa terra abençoada e preciosa muito lamenta.
Caminhamos para a superficialidade pelo vício no apego
virtual, desfocando a realidade para mitigar as nossas
dores, em utopias disformes e desumanizadas, estamos
cada vez mais nos distanciando de nossas ações espirituosas,
construtivas, fraternas e solidárias; cada vez mais
cultuamos as nossas mesquinhas e abomináveis paixões
e sepultamos o que poderíamos ter de melhor que é o
______
105
Ápices Poéticos
espírito de humanidade; entronizamos a ganância, glorificando
o frívolo, buscando o dinheiro fácil por meios
sórdidos, invertendo seus valores morais e vangloriando
o conspurcado; pois a vida que hoje vivemos não é a
vida que sonhamos! Oh! Como temos que invejar a vegetação
em verdor, que nos traz alvíssaras sensações e
que deixa crível a auspiciosa esperança!
Fértil paisagem,
assentando a harmonia,
natureza em hospedagem,
reconciliação em companhia.
Nascentes imaculadas,
vertendo virilidade,
são artérias irrigadas,
pela vida em virgindade.
Vastas árvores constituindo
nossos maiores monumentos,
rico legado resistindo,
no progredir tão violento.
Sombras que encantam,
é a mata respeitada,
pássaros que cantam,
é a alegria admirada.
A vida em equilíbrio,
no verde em esperança,
é existência sem martírio,
erigindo a temperança.
Florestas em reverência,
instituindo racionalidade,
é bênção na consciência,
sem o amanhã na mortalidade.
______
106
Alberto dos Anjos Costa
Expresso figurativamente, em que galhos e suas folhas,
nos mostram a interação que deve existir para um todo,
na aliança que arrefece e extingue o individualismo, em
prol do coletivo, tão necessário para a união que se espera
neste mundo que chamamos de civilizado, mas
longe disso, já mostrou a insensatez pela fragmentação
ao longo de sua história; nas milhares de guerras acontecidas;
nas milhões de mortes patrocinadas pelo desvario,
que são provas dos desatinos em barbaridade produzidos
pelos animais racionais, que se dizem em sã consciência,
os eleitos para o domínio do planeta! Dizendonos,
na arrogância e pedantismo ignóbil, serem os seres
superiores, e desprezando qualquer outro tipo de vida!
Tantas insidiosas guerras!
Tantas insanas mortes!
Pelo ódio que impera!
Com a vingança vindo mais forte!
O que queremos afinal?
Se a raça é discriminada!
Se a cor é estigmatizada!
Se a política é corrupta!
Se a mídia é estulta!
Se a polícia é violenta e mata!
Se a criminalidade nos maltrata!
Se traficantes conhecem a impunidade!
Se a droga já faz parte da menoridade!
Se pedófilos sempre existiram!
Se crianças sucumbiram!
Se as armas são lucro certo!
Se potências fomentam o retrocesso!
Se a fome ainda acontece!
Se a desigualdade recrudesce!
Se a prostituição ficou aceita!
Se a fidelidade foi desfeita!
______
107
Ápices Poéticos
Se bombas estão sendo armadas!
Se invasões são arquitetadas!
Se a maldade é defendida!
Se a bondade é enfraquecida!
Se a equidade é assassinada!
Se a injustiça é fortificada!
Se a fraternidade está morrendo!
Se o egoísmo está vencendo!
Se a cidade está doente!
Se psicopatas não estão ausentes!
Se o amor é marginalizado!
Se o afeto é pulverizado!
No milagre da vida em que plátanos em vegetação latejante
se distinguem; a vida em similaridade como a
nossa é engendrada de forma peremptória, incerta e aleatória.
Neste Universo intransponível, desconhecido e infinito,
a raça humana descobriu que o seu maior predador
é ele mesmo, pois, a sua inteligência sabe que este
ciclo pungente, neste trilhar feito de ações impulsivas, de
atos encobertos por mentiras e verdades, tendo por escopo
o sucesso a qualquer preço; o escamotear das vaidades;
a supressão da equidade, tudo recaindo e culpando
a inerente imperfeição, como se não existisse espaço
para a evolução; para o livre-arbítrio; para a percepção;
para o discernir; para o bom senso, e para o
aprendizado em sabedoria que gera a conscientização e
o poder judicioso. Na essência humana consolida-se um
espírito animoso e beligerante, em que a semente redentora
do amor é deixada ao ostracismo, e que a guerra incontinenti,
entre raças, entre religiões, entre irmãos; é
vista como a vitória da derrota humana! Oh, predatória
raça humana que em sua essência minaz e seu ominoso
egoísmo com sua expertise para o mal, destrói a abençoada
vegetação purificante, o qual deu-nos a chance de
nossa sobrevivência neste mundo, graças à sua louvada
fotossíntese que tornou a nossa atmosfera benigna. Essa
______
108
Alberto dos Anjos Costa
nossa existência dependente de inúmeros fatores, como
as variações de nosso satélite, das quatro estações, em
que a lua, em sua relevância espetacular é a protagonista
que faz o planeta cintilar e viver; pelo clima; pelas
marés; pela gravidade e magnetismo que faz nosso planeta
girar na rotação certa; como o astro-rei adornado
com seu majestoso diadema de filigrana, em que seus
rutilantes raios de luz, chegam-nos esplendidamente na
medida certa. Não devemos ser céticos quanto à profusa
vivacidade em árvores com seus galhos e folhas, que exprimem
em sua eloquência silenciosa, sentimentos viscerais
enraizados em sua natureza. Ígneas sensações em
sensibilidade em sua existência milenar. Emoções expressadas
em sua vertical quietude silente, em que nós
humanos não temos o poder para ver, mas que nos corações
em sensibilidade conseguem senti-las!
Não estamos alhures, estamos neste venturoso planeta,
com suas imprescindíveis árvores em vegetação exuberante
merecendo nossa gratidão em benevolência.
Como todo ser pulsante, temos o mesmo ciclo de vida:
nascimento, crescimento e morte!
A vida é feita de escolhas, cabe a cada um de nós fazer
a diferença. A vida pode ser letárgica, moribunda, inerte,
insípida e angustiante; nada muda, a não ser que você
faça mudar! Mas deveras, somente mudará se houver
amor à vida, arraigada pela vontade, ideal, desejo, gana,
arrebatamento, coragem e motivação, que devem estar
ancoradas na alma, no âmago, na mente, no coração.
Com toda essa galvanizante e inspiradora explosão de
pulsativa energia, com certeza o destino da vida irá mudar!
Mas para isso é necessário tentar, e ter a centelha
de algo que será essencial e que está dentro de nós, que
tem raiz amarga mas que proporciona frutos muito doces,
que é a perseverança, em aliança com a virtuosa
paciência; pois, “há muros que só a paciência derruba, e
há pontes que só a perseverança constrói”; que em consonância
com o amor que deve existir à vida, suplantará
______
109
Ápices Poéticos
medos, insegurança, receios, temores, fazendo germinar
a confiança em si que deverá irradiar a impetuosidade
em dar o primeiro passo, na determinação de; tentar;
tentar outra vez; tentar sempre. Pois, “se não existir frutos,
valeu o perfume das flores; se não existir flores, valeu
a sombra das folhas; se não existir folhas, valeu a intenção
da semente.” Como as antigas folhas secas que
se foram, e que sentiram o maravilhar de sua existência;
as novas elevam-se em viço e vicejam o despertar da vivacidade.
Porque a vida, a tão extraordinária vida, é feita
de mortes e de ressurreições!
______
110
Alberto dos Anjos Costa
Luzente Amor
Sua família rica lhe deu um nome,
Giovanni di Pietro di Barnardone,
o qual fez votos de pobreza,
por ter âmago em candidez.
Rebatizado com nome de Francisco,
teve seus rompantes de festeiro,
mas logo decidiu mudar de vida,
e resolve ser intrépido cavaleiro.
Em suas andanças pelos povoados,
em razão de seu novo ofício,
viu pessoas em exclusão,
mendigando em suplício.
E Francisco questionava em objeção:
como pode haver tanta injustiça,
com tantos vivendo em ostentação,
ao lado de tanta paupérie morrediça.
Nessa iminência, acontece a reflexão por ver o mundo
em iniquidades, e Francisco decide-se pela conversão,
consolidando a Ordem da Fraternidade. E Francisco em
apurada eloquência exortava!
Tantas insidiosas guerras!
Tantas insanas mortes!
Pelo ódio que impera!
Com a vingança vindo mais forte!
______
111
Ápices Poéticos
Oh! Poder onipotente!
Cubra-nos com seu manto,
da misericordiosa compaixão!
Pois, a raça humana vai enlutando,
pelos rancores no coração!
Guerras santas diabólicas,
findando sonhos de esperanças!
Pífias religiões não acólitas,
prostituindo a fé pela ignorância!
Francisco de Assis, foi uma alma em bondade, renunciou
à sua boa herança, para abraçar a religiosidade!
Abdicou de sua riqueza, para auxiliar os desvalidos, o
seu amor em franqueza, deixava vidas em abrigo!
E o povo o achava insano por não desejar a riqueza que
vinha de herança. Chamavam-no de louco por escolher a
pobreza. Francisco em sua humildade disse-lhes que a
vida é sabedoria e temperança. E contou a história de
Eclesiastes e de seu infortúnio em razão da riqueza.
Eclesiastes, sábio homem que foi Rei!
Se propôs inquirir em seu coração!
Vaidades, vaidades, foi o que semeei!
Debaixo do sol, o meu trabalho foi em vão!
Gozou de prazeres e de grandes riquezas!
Teve enorme poder e muita sabedoria!
Edificou várias obras de magnificente beleza!
Contemplou o respeito, deleites e hipocrisias!
Recordou todo o seu exaustivo trabalho,
feito por suas mãos e pelo suor perseverante!
Notou que nada é permanente, no labor diário,
observou que tudo são vaidades e aflições inquietantes!
______
112
Alberto dos Anjos Costa
Refletiu sobre a sabedoria e a ignorância,
e reconheceu que o estulto vive na escuridão!
Compreendeu que o saber é luz e relevância,
e que a morte é igual, tanto à tolice como à razão!
Porquanto, pensou!
Se a morte do ignaro,
é igual ao do de sabedoria,
do que me adiantou eu ter aplicado,
tanta dedicação, naquilo que eu desconhecia!
E adverti o meu coração,
conquanto, minha alma sentia,
que todo meu saber era ânimo em aflição,
e que existiam vaidades nas obras que eu fazia.
Porque, as memórias,
tanto do sábio,
quanto do inculto,
serão sepultadas igualmente,
pelo esquecimento tão abrupto!
Eu, que fui poderoso, sábio e rei,
senti pelo suor, imensa lassidão,
pela dedicação que me empenhei,
no trabalho do dia a dia que foi só abnegação!
Agora ávidos aparecem os herdeiros,
adquirindo para cuidar do que conquistei!
São ociosos, indolentes e interesseiros!
Por fim, foram vaidades e injustiças que encontrei!"
E o povo intolerante lhe perguntava, qual a vantagem
para você em abraçar a humildade, se os humildes são
os mais humilhados?
E Francisco em seu autocontrole explicou:
______
113
Ápices Poéticos
Ser humilde é uma virtude e já é prova de
ponderação, consciência e sabedoria; pois,
somos átomos vitalizados; células energizadas;
poeira cósmica vertidas do firmamento;
grãos de areia soprados ao vento, trilhando
o ciclo imutável da finitude inexorável da
vida, que o tempo se encarregará de fragmentar.
E Francisco argumentava:
Infelizmente a realidade nos mostra, que o que prevalece
no mundo, é a deletéria inversão de valores; em que o
homem simples e honesto é desprezado, pois, não possui
bens e para a maioria isto é sinal de incompetência,
quando na realidade, se esquecem que um caráter ilibado
é sinal de candura de espírito.
Francisco também observava naquele povoado, que as
pessoas reclamavam demais da vida que tinham, e que
todos se ajoelhavam a pedir, rogar e suplicar para que o
Divino lhes desse uma vida de fartura. Notou que as
pessoas ficavam insatisfeitas pelos seus pedidos não
atendidos, e se expressou quase que em brados.
Vocês são os arquitetos de seus destinos!
Trabalhem com vontade e determinação!
Só reclamar deixarão vocês desatendidos!
Nenhuma porta se abrirá sem obstinação!
Deus! Anda estressado!
Pelas incontáveis súplicas de auxílio!
Atende sempre aos necessitados!
Nunca se esquece de seus filhos!
A Onipotência roga atenção;
para que haja ações de irmandade!
______
114
Alberto dos Anjos Costa
Porquanto! Deus em lassidão!
Insiste para que cada um faça a sua parte!
O Criador está cansado;
por pedidos egoístas!
Seu Evangelho foi desvirtuado,
por vaidades consumistas!
A Providência fadigosa,
não suporta mais tanta pressão!
Todos implorando-lhe, por uma vida venturosa!
A maioria mentindo; dizendo-se Cristão!
O Supremo encontra-se infeliz!
Vendo fiéis em fé mistificada!
Indo à missa em domingo feliz;
mas praticando maldades em ações dissimuladas!
Deus clama!
Eu faço o que eu posso,
mas vocês não me ajudam!
Também reclama!
O que vale ajoelhar-se e fazer orações;
se vocês não me têm em seus corações!
Francisco de Assis com a sua aura em cintilante compreensão,
e seu coração em sentimento luzindo empatia,
ressaltava: Porquanto, se continuarmos fazendo o que
sempre fizemos, seremos sempre o que sempre fomos!
Nada muda a não ser que façamos mudar! E também
corroborava: não podemos viver felizes senão formos justos,
sensatos e bons; e não podemos ser justos, sensatos
e bons, sem sermos felizes.
Nossas escolhas fazem o trilhar,
ser alegre ou obscuro.
______
115
Ápices Poéticos
Nossas vontades trarão o conquistar,
de anseios para um lindo futuro.
E pelo firmamento Deus vigiava.
Deus ficava em ventura,
vendo suas boas ações;
a fraternidade em semeadura,
enaltecendo a fé em corações!
O amor era seu alimento,
dedicado aos desamparados,
sua ternura sepultava tormentos,
de carentes espíritos desesperados.
Amava os animais e a natureza;
seu sentimento em esplendor,
mostrava toda sua grandeza,
cultivada pelo amor.
Francisco de Assis foi:
Arrebatamento da simplicidade,
irradiando a benevolência,
ser de luz na humildade,
puro anjo da indulgência.
Alma em serenidade,
magnetizando o otimismo,
seu viver em conformidade,
fez conhecer o altruísmo.
Meiguice no semblante,
ofertando seu amor,
respeitando o semelhante,
socorrendo-o em sua dor.
______
116
Alberto dos Anjos Costa
Anjo em caridade,
no existir de rendição.
Espírito em benignidade,
transluzindo sua afeição.
Sua fé foi abnegação,
na entrega sensibilizante,
prantos em consolação,
no reconforto tão atuante.
Prazeres em rejeição,
no amparo em prioridade,
o próximo em aflição,
recebendo sua fraternidade.
Francisco caminhando certa vez em Assis sua cidade natal,
viu um pobre camponês, contristado e muito mal.
Aquele homem doente,
sentindo intermitentes dores,
vivia um pulsar plangente!
Aflito! Vivenciava temores!
Francisco chegou perto daquele homem e disse-lhe:
Demita sua angústia!
Não caia em prostração!
Enalteça sua astúcia,
procure uma razão!
Aprenda com seus erros,
não crie desesperanças!
Não fique em desterro!
Tenha fé e confiança!
Deixe de lado a prostração,
a tristeza e o desalento!
______
117
Ápices Poéticos
Pois, aceitar a depressão,
é ver a vida em tom cinzento!
Enalteça a serenidade,
a esperança e o otimismo!
Aprenda que as adversidades,
serão constantes em seu caminho!
Sua mente é quem decide;
o ensejar de novas mudanças!
Seu coração é que emite,
os batimentos da perseverança!
Plena felicidade é utopia!
As tristezas fazem parte!
São nos momentos em alegria,
que faz o sorriso ser destaque!
Viver! É exímia coragem!
É se arriscar a cada dia!
Pois, é curta sua passagem!
É necessária luta e ousadia!
Fomente imprescindíveis vontades,
que consolidarão aprendizados!
Desistir! É fragilidade covarde!
É se sentir como derrotado!
Desperte o lindo sol,
que se esconde em você!
Saia desta escuridão,
que só faz você sofrer!
Não insista em reclamar,
da vida que você tem!
A ingratidão em seu trilhar,
te deixará sendo refém!
______
118
Alberto dos Anjos Costa
Revezes acontecem!
Desilusões são encontradas!
Seja forte e não se entregue,
para uma vida desolada!
E Francisco de Assis continuou dizendo:
Faça de seu amanhã,
um dia abençoado!
Cultive ânimo em afã!
Não se sinta mais culpado!
Neste viver de emoções,
de êxtases e encantos;
procure abraçar inspirações!
Demita seus tétricos prantos!
Sua mente é a importância,
de estancar esta solidão!
Cultive a confiança,
para abarcar a redenção!
Não seja inclemente!
Não desperdice este instante!
Pensamentos resplandecentes,
irão mostrar sua alma brilhante!
Eleve sua autoestima!
Alteie seu amor-próprio!
Coloque seu astral pra cima!
E sustarás o melancólico!
O amanhã será um novo dia!
Terás uma vida melhor!
Encontrarás paz e harmonia;
e nem lembrarás do seu pior!
______
119
Ápices Poéticos
Que dádiva!
Sinto bálsamo em teu ser!
Vontades a transparecer!
Vejo agora luz em teu olhar,
redenção em seu trilhar,
sua alma em alento,
sentindo Deus neste momento!
Nesse instante, as folhas das árvores dançavam e bailavam
exultantes pelo suave vento em carinho que as
abraçava em deleite.
As atraentes flores emanavam um perfume agradável, e
compraziam-se em arroubos ao verem a contenda entre
as abelhas em busca de seu inebriante néctar, e com as
libertas borboletas em sua graciosidade pelos movimentos
lépidos de suas coloridas asas que se orquestravam a
contento.
Airosas flores com suas nuances cromáticas que criavam
enlevo, dando um toque de inspiração poética com profusas
sensações em magia, com seu eflúvio cativante fomentava
uma atmosfera em concórdia, em que fragrâncias
eram sentidas como emissoras de afeto para a ascensão
da fraternidade.
O Sol auspicioso resplandecia, emitindo lustrosos raios
que adornavam a mansidão, assentindo na paisagem
um tom dourado na admirável e profusa emoção que
emergia perante opimo sentimento.
Os pássaros ressoavam sons harmoniosos, presenteando
com seu trilar, o despertar de refulgentes sensações em
envolvente júbilo.
O céu azul e belo, contemplava maravilhado a natureza
em sintonia, pelo encanto arrebatador do munificente
______
120
Alberto dos Anjos Costa
amor em aliança, que aflorava em corações em bondade.
Em um átimo, aprazível frescor cingiu o corpo daquele
singelo e humilde camponês; uma radiante luz ornamentou-se
em sua aura espiritual; um despertar animador
floresceu naquele penalizado homem, e como por uma
bênção, sentiu revigorante energia e inefável estamina
em sua essência, subtraindo-lhe toda a angústia e aflição.
Seus conceitos despontaram-se reluzentes e otimistas,
convergindo para transparente sabedoria, em que a ínclita
fé e a perfulgente esperança tornaram-se absorvidas
pela harmoniosa e prodigiosa tríade, que convergiam entre
alma, corpo e mente.
Despertou-se uma compreensão em equilíbrio, em que o
autorrespeito e amor-próprio, que lhe haviam sido subtraídos,
entreabriram-se intensificados pelo vívido sentimento
em percepção, que soterrou o temor, a desesperança,
o martírio, a prostração; e que agora, como encantamento
pelas palavras prolíficas de Francisco de Assis,
aquele pacato e modesto homem que antes estava
em desventura, pudesse desejar e projetar um novo e
edificante horizonte em sua vida.
Outrora, o que parecia um cenário desalentador, mortiço
e arruinado, diante da amargura em sua vida, metamorfoseou-se
para algo cristalino, esperançoso, magnetizante
e encorajador.
Uma multidão que presenciou aquele milagre, circundou
Francisco com cândida afetividade rogando-lhe para que
continuasse a falar.
E Francisco de Assis continuou a se expressar:
______
121
Ápices Poéticos
Para vocês que se sentem soçobrados,
não esqueçam de serem resilientes,
se quiserem um porvir contente.
Porquanto, deveras:
o sorrir é relevante,
para ativar o otimismo!
Pois, a vida é inebriante!
Não abrace o pessimismo!
A mente é a propulsora,
de alegrias ou tristezas!
A esperança é a condutora,
por veres o mundo em beleza!
Resplandeça o coração,
no sentimento positivo!
Pois, andar em contramão,
é a certeza de perigos!
Não reclame! Não lamente!
Já que a vida, são sacrifícios!
Não desista! Sempre tente!
O aprendizado é bem difícil!
Não cultive a ingratidão!
Agradeça por mais um dia!
Ser injusto é motivação,
para encontrares a desarmonia!
Hoje! Muitos morreram!
E você aí está!
Deixe de lado o desespero!
Pois, viver é perseverar!
Com luzente amor, Francisco de Assis continuou:
______
122
Alberto dos Anjos Costa
Sinta o Sol nascendo!
Sinta a flor a desabrochar!
Tuas sensibilidades aparecendo;
é o amor a despertar!
Tudo fácil, não teria graça;
seria uma vida sem sentido.
Tua inconsciência é uma ameaça!
É descontrole! É desequilíbrio!
Os dias são diferentes!
O amanhã será melhor!
Hoje! Com tua fé; ficarás contente!
Incutirá desejos! Não pensarás no pior!
Os erros do passado
já passaram; são imutáveis!
Os desacertos são compensados,
por tuas virtudes formidáveis!
Não esmoreça! Não se entregue
às denegridas tentações!
Sejas forte! Nem se apegue;
a esta vida de ilusões!
Galvanize tua mente,
com vontades alentadoras!
Seja sincero e decente,
sem ideias destruidoras!
A plena felicidade,
é subjetiva; é abstrata!
A vida em simplicidade,
traz ventura de forma exata!
Olhe para trás!
E sentirás compaixão!
______
123
Ápices Poéticos
Verás, quanto sofrimento!
Quantos caíram, e ainda estão no chão!
Derrotas e vitórias,
bondades e maldades!
A vida é misteriosa história,
que se escrevem, por nossas vontades!
Você nesta odisseia,
em que o tempo vê passar;
vive e não tem ideia,
de quando o fim irá chegar!
A vida é mesmo assim!
Vivenciaremos as incertezas!
Início, meio e fim!
Pereceremos! Essa é a certeza!
Porquanto! Viva intensamente!
Não desperdice belos momentos!
Não sejas contraproducente!
Viva o agora! Viva a contento!
Ame a si mesmo!
Desfrute deste mundo!
Sois dádiva! Sois uma estrela!
Sois o tempo em segundos!
Hoje, aqui estamos,
amanhã, ninguém sabe,
o viver que desfrutamos,
faz parte da interinidade.
Nada é nosso,
tudo é emprestado,
somos inquilinos pretensiosos,
de um mundo tão fustigado.
______
124
Alberto dos Anjos Costa
Sentimo-nos onipotentes,
colhemos desenganos,
não somos dono do presente,
nem do futuro que esperamos.
Consideramo-nos proprietários
dos bens que possuímos,
pensar assim é temerário,
é presunção que instituímos.
Ah, que homem Santo! Era o que a multidão exaltava!
Em Francisco de Assis, uma luz irradiava. Todos os admiravam
pela sua:
Consciência tranquila,
feição sorridente,
pensar em harmonia,
viver reluzente.
Sobrevivência pobre,
anuindo esperanças,
positividade tão nobre,
perfilhando confiança.
Francisco feliz,
em bondade ativa:
pobreza que diz,
que a riqueza é subjetiva.
Posses tão simples,
mas sentindo realeza,
existir sem requintes,
beneficência em presteza.
______
125
Ápices Poéticos
E mais pessoas simples, em sua maioria, se avolumavam
em torno de Francisco, para ouvi-lo em atenção,
inebriados pela fé em inspiração.
E Francisco de Assis em sua fecunda eloquência dizialhes:
Como posso me sentir abandonado!
Se Deus sempre estará ao meu lado.
Como posso seguir insensível e embrutecido!
Se o viver deve ser alegre e enternecido.
Como posso desejar mais do que tenho!
Se para a maioria são sepultados seus anseios.
Como posso ser tão ávido e ganancioso!
Se em muitos lares falta o sustento precioso.
Como posso estar contristado e na apatia!
Se o Sol brilha refulgindo estesia.
Como posso recalcitrar contra o amor!
Se o mundo chora em guerras cruentas de muita dor.
Como posso não me impactar com a violência!
Se a morte foi banalizada pela impiedade em inclemência.
Como posso não pensar no tempo que passa apressado!
Se o efêmero traz a sina de que o fim já foi lançado.
Como posso ser pedante, soberbo e insipiente!
Se a simplicidade é a sabedoria erigindo o condizente.
Como posso não apregoar a vitória por mais um dia!
Se muitas vidas amanhã, não estarão para vivenciar a
aurora que refulgia.
Francisco de Assis falava de Deus, àquelas almas singelas,
que se sentiam renascidas:
______
126
Alberto dos Anjos Costa
Deus é luz,
amor e crença,
força que produz,
amor em benquerença.
Deus é pai,
remetendo provações,
fecundando augusta paz,
acalentando corações.
Deus é onipotência,
combatendo a maldade,
induzindo indulgências,
promovendo caridades.
Deus é alimento,
entronizando branduras,
é a vida em intento,
ressuscitada por curas.
Deus é sabedoria,
fomentando discernimentos,
inspirando alegrias,
transluzindo sentimentos.
Deus é o silenciar,
reluzindo orações,
propagando o esperançar,
demovendo aflições.
Deus é o firmamento,
resplandecendo o Universo,
espiritualidade em lenimento,
facilitando o difícil acesso.
Francisco viu naquela multidão, outrora contristada pelas
aflições, uma luz galvanizante em seus olhares, e sentiu
______
127
Ápices Poéticos
que o amor agora em seus corações, era Deus ancorando
sonhos aos seus pares.
E disse Francisco de Assis sobre o amor:
Ah! O amor!
Sincero sentimento,
espargindo o esplendor,
dando à vida o alento,
esperança e vigor.
A bondade é o amor,
nascido da compaixão!
Fazer é o bem é o indutor,
da felicidade e mansidão!
Amar ajuda a viver,
amar deixa-nos mais forte,
amar suaviza o sofrer,
quem ama esquece da morte.
Ah! O amor!
Que faz cuidar de uma planta doente!
Auxilia o necessitado no que mais precisa!
Que ancora a bondade em ações indulgentes!
Respeita os animais no sentir que catalisa!
Ah! O amor!
Que sucumbe rancores!
Que professa o perdão!
Que releva detratores,
na humildade em compaixão!
Ah! O amor!
Em que dele falar é fascinante!
Mas que o seu praticar é que é relevante!
É a boa semente para um mundo melhor!
______
128
Alberto dos Anjos Costa
É o casto que produz um sentimento maior!
E Já era noite naquele dia, e aquela multidão em silêncio,
admirava as sublimes palavras de Francisco de Assis:
Cada semente promete uma flor,
cada vida inspira o futuro,
todos caminhos indicam o amor,
para seguirmos a um porto seguro.
Ah! Como é bom sonhar!
Com um mundo em felicidade!
Cândidos sentimentos a despertar,
esperança, poesia e fé na bondade!
Como não admirar e se deixar fascinar pela magnificente
sensibilidade que permeou a essência de Francisco de
Assis, nas suas ínclitas ações de plena bondade, em que
mostrou a sua fraternidade e respeito pelas pessoas; pela
natureza; pelos animais e pela vida!
Como olvidar de sua compaixão; de seu respeito e deferência
que teve ao nosso mundo, o qual nós humanos
estamos diariamente destruindo! Como podemos deixar
de reverenciá-lo e agradecer-lhe pelo seu convívio florescente
e humano que nos envolveu de esperanças, pela
solidariedade vivenciada, que embelezou o mundo e
nossa existência!
O maior legado de Francisco de Assis, foi ter-nos deixado
a percepção em sabedoria de que a humildade é valiosa;
que a fraternidade é abençoada; que a solidariedade é
munificente, e que o amor é a semente de Deus, dandonos
a fé e expectativa para um novo amanhã mais fraterno
e solidário, sem a beligerância e sentimentos pífios
e tacanhos em aflição. Antagonismos e beligerâncias,
______
129
Ápices Poéticos
que nós humanos cada vez mais abraçamos, pela desconfiança,
pela deslealdade, pela falta de sinceridade,
pelo rancor, e pelo ódio aviltante que idolatramos.
Entronizamos maldades; semeamos injustiças; conspurcamos
a realidade em atos desumanos. Para mitigar as
nossas dores, decepções e frustrações, estamos cada vez
mais nos distanciando de nossas ações espirituosas,
construtivas, fraternas e solidárias; cada vez mais cultuamos
as nossas mesquinhas e abomináveis paixões, sepultando
o que poderíamos ter de melhor que é o espírito
de humanidade; escolhendo a ganância, glorificando
o frívolo, buscando o dinheiro fácil por meios sórdidos,
invertendo seus valores morais e vangloriando o abominável.
Francisco de Assis também enfatizava:
Que nossa íntima natureza também nos revela,
que possuímos um outro lado maravilhoso:
É o valioso e esplêndido sentimento,
que nos faz também um ser bondoso!
Que devemos ser também:
o cultivar do sublime amor!
Natureza da compaixão e generosidade,
que faz da nossa existência um resplendor,
na paz e harmonia que deve ser nossa vontade!
______
130
Alberto dos Anjos Costa
Nódoas Vicejantes
Ainda que serôdio, lerdo e pausado, o Judiciário é letárgico,
anacrônico e malogrado; dependente dos terceirizados,
agilizando um poder estagnado! Segue sendo injudicioso
em sua morosidade, mostrando ser um privilegiado
poder desonroso pela vagarosidade. Desdenhável
empáfia e arrogância de serventuários, com sua indolência
em exorbitância; sobrecarregam o labor de estagiárias,
na lerdice processual em destemperança!
Judiciário de benesses e regalias,
com o nepotismo e iniquidades!
Em sua essência carcomida,
aprecia a secular morosidade!
A lei é deveras um engodo,
ao preceituar sem nenhum estorvo,
que perante ela somos iguais,
e que julgamentos justos são vitais!
Mas não é isso que se vislumbra!
Pois, o rico é o privilegiado;
o pobre vive na penumbra,
com seus direitos vilipendiados!
Oh! Promotores de Injustiças;
que parecem resquícios da Inquisição!
Sua ideologia é morrediça,
pela prepotência da acusação!
Ah, vida! De iniquidades profundas,
despojando direitos em atos sem probidade!
______
131
Ápices Poéticos
Eleges almas infamadas e infecundas,
que reprovam o bem, em prol da pravidade!
A injustiça; aprova-a com entusiasmo!
A honradez; deixa-a quebrantada e desfalecida!
Oh, Judiciário! De escopo torto e aleijado!
Por que sua tenção foi prostituída?
Brasil! O que fizeram de ti?
Com seu povo acovardado,
pela submissão em seu sentir!
Com seus anseios postergados,
e o sofrimento a lhe suprir!
Com suas preces sem resposta,
e suas coragens arrefecidas!
A elite sempre disposta,
a fingir que não é bandida!
Política de elites,
financiando governantes,
hipocrisia em acinte,
elegendo o repugnante.
Brasil mistificado,
por partidos em conluio,
anacronismo abençoado,
pelos eleitores do esbulho.
Escolha de fantoches,
em defesa de interesses;
patriotismo em deboche,
protegendo nobres burgueses.
Poucos privilegiados,
dominando grandes riquezas,
milhões de infortunados,
garantindo sonhos da realeza.
______
132
Alberto dos Anjos Costa
Em concordatas e falências,
o seu lucro é descomunal,
empresas falsas em evidência;
notas frias em conluio fiscal.
Corroboram com propinas,
subornando servidores,
são como aves de rapina;
são argutos astutos traidores.
Pobreza destroçada,
prostituída pelo Poder,
a ignorância é semeada;
é o mais forte a vencer.
Os políticos na hipocrisia,
em defesa do despojar,
interessa-lhes a paralisia,
vendo sua gente a se ajoelhar.
E por falar em parasitas!
Como está a saúde pública?
Não tem paciente que resista
à desgraça ingente e túmida!
Oh! Pobreza desvalida!
Vendo os seus filhos a morrer!
Suas lágrimas são espargidas,
por erros médicos a se esconder!
O Estado é o guardião,
da saúde de nosso povo!
Assim diz a Constituição!
Mas nos tratam como bobos!
Pagamos tantos impostos,
para um governo que nos insulta!
______
133
Ápices Poéticos
Lava Jato, Mensalão e outros troços,
faz da nação uma prostituta!
Nossa gente semianalfabeta,
foi estratégia capitalista;
mão de obra barata e certa,
para uma ignorância sufragista!
Manipulação de mentes,
com artimanhas astuciosas!
Nosso povo sempre contente,
na obediência cega e vitoriosa!
Desestruturada Educação,
para formar a subserviência!
O antipatriotismo era a solução,
para não ter heróis em resistência!
Sem identidade e sem cultura,
nossa gente ainda está!
República libertina e espúria,
sustentando marajás!
Notória mácula em advogados,
que participam de imoralidades!
O seu preço é homologado,
em conluio com as duas partes!
Ávidos se locupletam,
por artimanhas latentes!
Más intenções que revelam,
que o dinheiro é onipotente!
Oh! Padres pedófilos,
desonrando pelo prazer!
Os meninos não são mais católicos,
pelas feridas e pelo sofrer!
______
134
Alberto dos Anjos Costa
Oh! Pastores enganadores,
em sermões repetidos e artificiais!
Os dízimos vão para investidores,
afiançando a pobreza de fiéis serviçais!
Vamos ater aos médicos,
com seu o seu voto proeminente!
Seus estudos não formam néscios,
pelo conhecimento complexo e eminente!
Mas em todas as profissões,
têm os bons e os maus!
Existem muitos charlatões,
que são uns putos caras de pau!
Quantos médicos mercenários,
que lucram com as doenças!
São sôfregos pelos honorários!
Doutores negociando a indecência!
Com o juramento hipocrático sepultado,
pela vida de pacientes em comércio!
O seu poder é transplantado,
para fins agora maléficos!
Se quiseres conhecer o dissabor, o arcaico e o mortiço;
envolto em aura de dor, em ambiente não castiço; adentre
a uma Delegacia Policial, e sentirás a pútrida displicência,
em sua maculosa estrutura oficial, corroída pela
fúnebre negligência! Desfilando em jactância, com armas
na cintura; servidores elaboram sindicância pelos
crimes em desventura!
Oh! Que ambiente depressivo,
com seus segredos de horrores;
______
135
Ápices Poéticos
o cidadão se sente constrangido,
pelo torpor incitando temores!
Delegacias de polícias degradadas!
Policiais civis ineficientes!
A retrocessão é corroborada,
pelo Corporativismo impudente!
Para que duas polícias?
Se a insegurança é geral!
Mudanças são benquistas!
Rogamos é por igualdade social!
Abusiva conduta,
deslustrando autoridades,
incompetência tão estulta,
absolvida pela impunidade.
Violência policial,
fomentando injustiças,
prepotência ilegal,
capitaneadas por fascistas.
Oh, recônditos pecados!
Que jamais emergirão!
Guardados a sete chaves;
ninguém o julgarão!
Não se deve generalizar,
pois, seria injusto e insensato!
Bons policiais sempre vão estar,
a favor da retidão em seus atos!
______
136
Alberto dos Anjos Costa
Deuses em Oclusão
Oh! Justiça alquebrada que se esconde!
Oh! Sorte cruenta por asas doutas!
Mortiças vidas seguem avante,
com iniquidades que não são poucas!
Minazes togas sacrossantas,
em Deuses que elegem a mortalha!
Profusas dores em tétrico pranto;
sustando sonhos em vidas soçobradas!
Cesare Beccaria, que em 1764 escreveu o livro "Dos Delitos
e das Penas", onde influenciado pelas ideias dos filósofos
Montesquieu, Diderot, Rousseau e Buffon, se colocava
contra a tradição jurídica e invocava a razão e o
sentimento. Atacava a violência e a arbitrariedade da justiça,
(posicionava-se contra a pena de morte), esta pena
não é baseada em direito algum, é, apenas, uma guerra
considerada necessária contra um cidadão da sociedade;
fora isto, ela nunca pôs fim ao cometimento de delitos.
Este castigo tem menos efeito do que uma pena de longa
duração; uma pena perpétua pode afastar o crime de
qualquer cidadão. O que a pena de morte proporciona é
um arrependimento fácil de última hora, a perpetuidade
da pena daria uma comparação dos males praticados.
Para finalizar, é dito que nenhum homem tem direito legítimo
sobre a vida de outro.
Expressando-me em algumas frases, ratifico e corroboro
a minha opinião! Nada nos engana tanto quanto o nosso
próprio julgamento! Quantos inocentes, pobres e injustiçados,
deverão morrer para que possamos ter a consciência
da iniquidade abominável que se esconde na eliminação
da vida, pela sentença da pena de morte!
______
137
Ápices Poéticos
Você faz seu trilhar,
pelas escolhas feitas,
suas ações irão mostrar,
que sua bondade é bem aceita.
Sua sabedoria é a riqueza,
da relevância de estares aqui,
sua consciência é o que enseja,
o caminho que escolhes a ti.
Não existe homem tão bom, que submetidos todos seus
pensamentos e ações à justiça, não mereça ser enforcado
dez vezes durante sua existência. O ser humano
possui uma linha tênue entre a moralidade e a perversão.
Como dizia Schopenhauer, raspai a casca do homem
civilizado e o selvagem aparecerá. É paradoxal,
mas todo projeto de construção do ser humano carrega
paradoxalmente a semente da destruição.
Oh! Veja ao seu redor!
Um mundo com tantas guerras!
É a rica indústria armamentista,
sepultando irmãos na terra.
Oh! Natureza de expiações!
Que impõe à vida muitas dores!
Fazem do paraíso o inferno de aflições,
pelo ganho aviltante destes impostores!
Olhe em sua volta!
Sinta a sórdida corrupção!
Somos seres tão corruptos!
Sem dignidade e retidão!
Ah, transgressões!
Guardadas em segredo!
______
138
Alberto dos Anjos Costa
Pecados não revelados,
que de pensar nos causam medo.
Nossos erros são inerentes na existência em pecado,
o ser humano infligindo atitudes em transgressões,
pensamos ser doutos, sábios e muito mais civilizados,
ocultamos nosso lado selvagem na impiedade das paixões.
Ah, imperfeições!
Que fazem-nos sentir culpados!
Crassos erros em evidência,
a mostrar caráter maculado.
Quantas injustiças praticamos,
de forma aviltante!
Cerrando os olhos para a verdade;
mentindo com desplante.
Oh, vida!
De tantos caminhos e atalhos!
Muitas vezes nos desviamos,
se comportando como sicários!
Juventude inocente sentindo a agonia,
erigindo o epitáfio pela tragédia em cena,
pesadelos e lágrimas em muitas famílias,
na triste realidade que agora acena.
A imperfeição humana é manifesta, e poderíamos expressar
que todos os homens se enganam, mas só os
grandes homens reconhecem que se enganaram!
A pena de morte é a hipocrisia que em homenagem ao
vício, presta à virtude!
A civilização não suprime a barbárie: aperfeiçoa-a!
______
139
Ápices Poéticos
Se o homem é formado pelas circunstâncias; é necessário
que essas circunstâncias formem humanamente o
homem!
Oh! Famílias contristadas;
pelo vício de seus filhos!
A droga entronizada,
vai puxando o gatilho!
Onde foi que erramos?
Para o mundo está insano!
Pelas drogas em epidemia,
que recrescem a cada dia!
Vidas fugazes!
Almas bandidas!
Maldades vorazes!
Famílias feridas!
Porque são heroínas?
Procuradas em sucesso!
Também a cocaína!
Alimentando o desconexo!
Vidas insanas!
Fúnebres pecados!
Morte é a sua gana!
Pranto é o legado!
Vivemos um mundo solapado,
por drogas lícitas e ilícitas,
o ser humano se vê torturado,
por suas fraquezas recidivas.
Mocidade em tentações,
de sentir o diferente,
se drogando por emoções,
na felicidade inconsequente.
______
140
Alberto dos Anjos Costa
Vidas impiedosas!
Vontades assassinas!
Trevas criminosas!
Luto é a sua sina!
Menores em prostituição!
Latrocínios acontecendo!
O dinheiro é a razão;
do ser humano ensandecendo!
Olhai em vossa volta!
Verás mordazes hipocrisias!
As drogas tomando conta!
Procuradas noite e dia.
Oh! Infelicidade!
Que edifica a morte!
Que arranca da vida suas vontades!
Que põe o fel em sua sorte!
Aqui no Brasil, nossa Constituição, (uma das mais modernas
do mundo), preceitua que, “todos somos iguais
perante a lei “.
Uma frase linda e esplendorosa, que em nosso Brasil,
encontra-se envolta em retórica, dissimulação e sofismas,
pois, aqui o que vemos é a ostentação do poder
econômico; de privilegiados, em que a lei não os atinge,
pois, a iniquidade está arraigada na essência desta linda
nação!
O que vemos aqui é uma desigualdade social monstruosa,
a qual é a grande desencadeadora da violência, crimes
e atrocidades; pois como dizia o preclaro Rui Barbosa,”
de tanto triunfarem as injustiças; crescer a desonra;
agigantar-se o poder nas mãos dos maus;
______
141
Ápices Poéticos
- O homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da
honra, e ater vergonha de ser honesto.” Pois, sim, aqui
no Brasil, muitos dos que são adorados nos altares estão
ardendo no inferno!
O homem e suas demagogias,
se fechardes a porta a todos os erros,
é inevitável que a verdade também fique do lado de fora;
pois, a pobreza incita a promiscuidades, desesperos e
sublevações! Somos uma nação que conheceu o abominável,
injudicioso e repugnante trabalho escravo no período
colonial e imperial, mas é muito triste em saber que
ainda existe o trabalho escravo contemporâneo, conquistado
pela pobreza em razão da desigualdade social. Dados
estatísticos do IBGE de 2020, mostram que 54% da
população brasileira é negra. O povo com fome não ouve
a razão, não se pacifica com a justiça, não cede à súplica!
Mãe África,
ajoelhada em rendição,
lacrimejando sorumbática,
o desterro da nação.
Filhos arrancados,
de tribos tão distantes,
negros sendo destratados,
em porões aviltantes.
Branco egoísmo,
cultuando injustiças,
pele escura sucumbindo,
pela escravidão submissa.
Raízes marginalizadas,
encontrando humilhação,
______
142
Alberto dos Anjos Costa
sua cultura desrespeitada,
sobreviventes em sujeição.
Raça negra castigada,
pelo abandono e segregar,
liberdade enclausurada,
condenação a lhes atormentar.
Alforria dissimulada,
destinando preconceitos,
fome não indenizada,
em subempregos nem sendo aceitos.
Negros em rejeição,
outrora em senzalas,
conhecendo a discriminação,
agora em penitenciárias.
O essencial é invisível aos olhos, e nossas virtudes são,
muitas vezes, filhas bastardas de nossos vícios! (este é o
ser humano, uma raça deveras arrogante!). A vida está
cheia de infinitos absurdos, os quais descaradamente
não precisam parecer verossímeis – pois são verdadeiros,
haja vista, que sempre se ouvirão vozes em discordância,
expressando oposição sem alternativa, descobrindo
o errado e nunca o certo, encontrando escuridão
em toda parte e procurando exercer influência sem aceitar
responsabilidade. É mister sentir a empatia, sensibilidade,
respeitabilidades às diferenças, e acima de tudo,
deferência, acatamento, consideração e apreço ao cidadão;
na humanidade que se deve ter por escopo e propósito,
domar o homem, para obstar em sua essência a
animalidade corrosiva e galvanizando o uso da civilidade,
ancorada em seu equânime livre-arbítrio, sábio
discernimento e enaltecimento da coletividade em prol
do bem comum; sepultando o individualismo tão predador!
Mas o âmago do ser humano está revestido de
______
143
Ápices Poéticos
injustiças, desumanidades, insensibilidades e desamor,
o que gera à formação das tacanhas e pífias paixões, estruturadas
e sedimentadas, na ganância, egoísmo, ódio,
vingança, animosidades, destruição e morte!
Por que negar a pena de morte?
Porque a vida é bênção divina,
e não somos Deuses em oclusão!
Para que injustiças não sejam assistidas,
pelos inocentes que morrerão na prisão.
Humana consciência abjeta e animalesca,
de paixões abomináveis e de ações tão dantescas!
Incruentas mágoas deixarão como legado,
cáusticas dores lembrarão sonhos pulverizados!
O que nossa natureza nos revela?
Que somos um campo minado!
Somos uma Caixa de Pandora!
Somos o pavio sendo detonado!
Somos a explosão que nos devora,
extinguindo uma nova aurora!
O que é a vida senão uma vitória temporária sobre o que
causa nossa morte inevitável!
Já dizia o eminente Rui Barbosa: A justiça atrasada não
é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta. A justiça
tardia nada mais é que do que injustiça institucionalizada!
Oh! Quantas togas maculadas! Pois, o que dizer
senão, que não se deixem enganar pelos cabelos brancos,
que envergam a toga, pois, os canalhas também envelhecem!
Neste país continental, em que uma minoria, pelo bem
próprio, manipula com o engendrar maquiavélico, tudo o
que poderia ser bom, tornando-o pútrido e infame! Em
que a pobreza e miséria são produtos desses senhores
tão respeitados pelas mídias; às quais também se
______
144
Alberto dos Anjos Costa
comportam com parcialidade, sem isenção, e desinformando
através de matérias pagas ao preço de diamantes!
Sim, a miséria é proposital, pois, dá lucro aos ricos!
A miséria para eles é necessária, para sustentar toda a
classe privilegiada desses perversos parasitas!
Oh! Milionários egocêntricos;
que se servem dos miseráveis!
São desavergonhados e peçonhentos;
impondo a penúria e desigualdades!
Carros e mansões,
joias e muito ouro;
o rico em sonegações,
fraudando com desdouro.
Soberbas em imponência,
o seu Deus é o dinheiro;
são hienas em prepotência,
pelo enriquecimento sorrateiro.
Não se importam com ninguém,
são egoístas por natureza,
furtam, roubam e dizem amém,
tem aversão e asco pela pobreza.
Em concordatas e falências,
o seu lucro é descomunal,
empresas falsas em evidência,
notas frias em conluio fiscal.
Corroboram com propinas,
subornando servidores,
são como aves de rapina,
são argutos astutos traidores.
Poder e ostentação,
______
145
Ápices Poéticos
arrogância e riqueza!
Tudo é ingente ilusão;
é o ego em sua pobreza!
Ignaras vaidades,
a mostrar o superficial,
esquecem que a simplicidade,
traz a candura espiritual.
Orgulho materialista,
com seus valores em inversão,
sistema frívolo e elitista,
em sua sórdida contemplação.
São ricos parasitas,
recrudescendo desigualdades,
por eles a nação é malquista,
usurpando-a com improbidades.
Já se provou a ineficácia da pena de morte, aos milhões
de inocentes que sucumbiram perante a tirania e despotismo,
que imperam em sórdido poder! A ressocialização
do preso aqui no Brasil, é uma utopia; uma demagogia;
uma hipocrisia, num sistema penitenciário já falido há
mais de 80 anos. Temos prisões condenadas pelo anacrônico
e retrógrado sistema penal! Hoje o preso é um
relevante auxílio e arrimo a uma enorme classe de profissionais!
É o sustento para juízes, promotores, policiais,
advogados, serventuários, oficiais, agentes, etc...., o
preso acaba sendo um mantenedor de um sistema que
emprega milhões e que se encontra agonizante e moribundo!
Muito se ganha com os detentos, e que se encontram
como carniça, ou carne se deteriorando, onde
os abutres se locupletam com ardis, artimanhas e dissimulações
em saborosos banquetes! Não se interessa
neste país, algo que viesse ser benéfico ao ser humano;
______
146
Alberto dos Anjos Costa
o que mais se interessa é consolidar o sistema penitenciário,
como algo podre; pois, detento não dá votos!
Como posso não ser vil e maldoso,
se nasci do desamor insidioso!
Como posso não esconder meus segredos de horrores,
se meu viver é um teatro martirizando espectadores!
Mentes em descaminho,
em amizades perigosas!
Vontades em desatino,
formam gangues insidiosas!
Quantos espíritos na prisão,
aflitos e desesperançados!
Castigados pela escuridão,
sentindo o inferno ao seu lado!
Sucumbidos pelas grades,
que lhe ofertam humilhação;
veem a morte em toda parte,
ouvem os gritos da oclusão!
No cárcere de desesperos,
em que o tempo é indiferente;
prostram sonhos de prisioneiros,
em martírios deprimentes!
Porquanto! Não faças ao outro,
o que não queres que façam a ti!
Sua liberdade é o seu tesouro!
Seu livre-arbítrio vai decidir!
Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os
homens! É tão óbvio, que clamo pela indignação! O ouro
e a prata purificam-se pelo fogo; e a alma pelas aflições!
Assim, quantas almas oprimidas, quantos corpos
______
147
Ápices Poéticos
doentes, quantas mentes que se tornam insanas, em
presídios funestos que sepultam vidas diariamente; e arregimentam
e alavancam a formação de homens brutos,
insensíveis, perversos e frios; que para eles a prisão serviu
como escola do crime, e sairão piores como monstros
que perderam o sentido moral; em suas veias correm
o ódio, a veneração pelo mal; tornaram-se o próprio
diabo; em que sua vida agora nada significa; para estes,
viver e morrer é a mesma coisa, pois foi-lhes tirado as
esperanças do amanhã, e fixado o sentimento cruel e
abominável em seus atos hediondos que retornarão para
a vulnerável sociedade!
Oh! Brasil miscigenado!
De humilde povo hospitaleiro!
O pobre é que vive encarcerado!
O rico suborna com seu dinheiro!
Como acreditar naquilo que nos hipnotiza, e deixam-nos
como um ser pusilânime e covarde! Sim, a violência é
produzida por ações e omissões, que desejam um país
em menoscabo! Poderíamos falar, que poderosa é a lei,
mas ainda mais poderosa é a necessidade!
Por que não furtar?
Porque o que é de outro não lhe pertence,
sua lisura e retidão serão sua escora,
sua honestidade é tesouro reluzente,
nas atitudes que estarão à prova.
A raça humana não é indulgente! Estamos sempre impetuosos
para aflorar a nossa animalidade, o nosso instinto
destrutivo, através de animosidades, beligerâncias e maldades!
Raça humana com travos e rancores,
sordidez aplicada por insensíveis predadores!
______
148
Alberto dos Anjos Costa
Insana consciência machucando por prazer,
pondo fel e azedume e ancorando o entristecer!
Por que não odiar?
Porque o clemente perdão é humildade,
o desprezível rancor é maldade,
o impudente ressentimento é flagelo,
e ser beligerante em rancor não é belo!
Humana essência que mata por vontade,
crueldade no coração sem remorso e piedade!
Pífias almas fratricidas que sepultam o amor,
a torpeza é idolatrada no afã destruidor!
Esses respeitados senhores que consentem, aprovam e
autorizam a pena de morte, e tem em seu âmago a fé
onipotente pela sua convicção religiosa, são contraditórios
e paradoxais, pois, acreditam que seu Deus abençoa
as suas nefastas ações! Quando na realidade, Deus deveria
fomentar a humanidade e não atos desumanos!
Quem somos nós para que decidamos a vida e a morte
de alguém! Quantos inocentes não pereceram por erros
de julgamentos! Apenas porque eram pobres e na sua
grande maioria, desprotegidos negros! O que é Deus senão
a bondade que nada mais é do que o amor nascido
da compaixão!
Ah! Casto amor!
Que faz cuidar de uma planta doente!
Auxilia o necessitado no que mais precisa!
Que ancora a bondade em ações indulgentes
que respeita os animais pelo sentir que humaniza!
Ressaltaríamos que para o ser humano desajustado psicologicamente,
com sua mente pervertida e doente com
sintomas de sociopatia psicótica, haveria de existir medidas
restritivas para que a sociedade não sofresse pela
______
149
Ápices Poéticos
insegurança da violência iminente e arrebatadora que
poderia causar danos e mortes. Haveria sim, de ter medidas
coercitivas preventivas, para que esses seres carcomidos
pela degeneração mental, tivessem um tratamento
adequado, haja vista, que quiçá não seja mais recuperável
para um processo de ressocialização; nem por
isso teríamos que eliminá-lo, como uma praga ou um
parasita, pois acima de tudo é um ser humano; irrecuperável,
mais é um ser humano!
A natureza humana,
é como um computador cheio de vírus!
Como uma máquina defeituosa!
Com a inteligência se destruindo,
pela maldade vergonhosa!
O que somos afinal?
Bênção divina florindo o jardim!
Ou a erva daninha que usurpa seu igual!
Quiçá, a dádiva que conhece o seu fim!
O crime não compensa!
É verdade já provada!
Tantas vidas com sentenças,
arrependidas e destroçadas!
Almas mortificadas,
por suas ações funestas!
Tristes vidas aprisionadas,
pelas práticas desonestas!
O bem sempre vence!
A maldade é desgraçada!
Praticar o mal é indecente;
é a consciência infernizada!
______
150
Alberto dos Anjos Costa
Como uma minoria abastada pode ter tanto poder!
se a maioria de brasileiros têm a servidão para acolher.
Como posso aquiescer com uma nação em desigualdade,
se " és pátria amada, idolatrada”; "em teu seio ó liberdade".
Como "um sonho intenso, um raio vívido", se transforma
em favelas!
se "dos filhos deste solo", não são donos da sua própria
terra.
O assunto é tão extenso e complexo, que suscita debates
e questionamentos! Mas, diante disso, o que eu poderia
enfatizar senão afiançando! Quem é o dono da verdade?
Quantas verdades corrompidas!
Quantas falsidades entronizadas!
Quantas vidas infligidas!
Por verdades dissimuladas.
O tempo traz a verdade,
na vida a ser vivida,
mentiras em castidade,
porquanto, vão ser seguidas!
Somos a obra escatológica;
somos a política mercenária;
somos a imunidade da escória;
somos traições incendiárias.
Somos o passado,
presente e futuro,
primor marcado,
empossando o impuro.
Lépida brisa,
em telúrico passeio,
______
151
Ápices Poéticos
formando ventania,
no paraíso em esteio.
É certo que os homens em geral julgam mais pelos olhos
que pela inteligência – pois todos são capazes de ver,
mas poucos estão em condições de compreender o que
veem!
Todo pedante,
é recalcitrante,
ignorando a briosa humildade;
tudo que honra,
também desonra,
mostrando corações sem probidade.
Tudo que vive,
é morte livre,
sepultando êxtase em resplendor;
todo querer,
centelha o prazer,
decretando também nímia dor.
Quantos não expressarão através de uma imagem míope,
estereotipada, estreita, distorcida e ignóbil, que matar
seria o certo, o precípuo e coerente; para esses gostaria
de perguntar-lhes, se fossem os seus filhos que a
pena de morte lhe abraçasse, o que fariam? Será que teriam
o mesmo pensamento algoz, cingido pela insensibilidade
atroz e medíocre?
Quantas vozes em discordância;
que não sabem o que falam!
São pessoas na ignorância!
Estultas bocas que não se calam!
Estão sempre em oposição;
mas não sabem o que querem!
______
152
Alberto dos Anjos Costa
Indoutas almas em desrazão,
com pedantismo onde estiverem!
Nestes recalcitrantes cidadãos!
A sabedoria é sepultada!
O discernimento é olvidado!
A ponderação é enclausurada!
O livre-arbítrio é desvirtuado!
Consumidos por preconceitos,
seus pensamentos são arcaicos!
O aprender não é bem aceito!
O discriminar lhe é simpático!
Não reconhecem seus próprios erros!
Dizem não ao aprendizado!
São intolerantes em destempero;
mostram-se o quanto são ignaros!
Suas opiniões são contraditórias;
não aceitam serem contestados;
a intransigência é notória;
julgando o certo como errado!
Ou seriam tão imperativamente injudiciosos e despidos
de humanidade, que em suas idiossincrasias ratificariam
e corroborariam suas tétricas assertivas!
Quantas injustiças praticamos,
de forma aviltante!
Cerrando os olhos para a verdade;
mentindo com desplante.
Teatro de ilusões,
a mostrar fragilidades!
Inerentes imperfeições,
______
153
Ápices Poéticos
abraçando iniquidades!
Ensaio estertorante,
em almas aplacadas!
Espetáculo lancinante,
em ambiguidades fomentadas!
Atores em introspecção,
a mostrar serem detratores!
Neuroses em reflexão,
instigando seus rancores!
Desperte o lado benévolo de nossa natureza: Respeitar a
tudo e a todos, é sinal de evolução, é sentir-se mais humanizado,
pela sensibilidade e empatia aos atos praticados,
espargindo de forma singela e sábia, o maior dos
sentimentos que devemos praticar, que é o amor à vida,
a nós mesmos e a este admirável mundo, o qual abriga
a nossa existência.
Oh! Quantas práticas destrutivas
a este magnificente mundo que nos acolhe e ensina,
que nos dá a oportunidade tão divina,
de desfrutar a dádiva da abençoada vida!
Devemos superar através do controle, ponderação, e discernimento,
os instintos selvagens, os impulsos destrutivos
que existe inerente dentro de nós! Não somos inimigos!
Mas amigos! Ainda que as nefastas paixões venham
a corroer o nosso coração e a nossa mente, não
devemos romper nossos vínculos afetivos! As energias
místicas que possuímos, serão alimentadas pelas nossas
ações de fraternidade, com o revigorar de esperanças e
serão congraçadas pelos melhores anjos da nossa natureza!
A vida é mesmo assim: um árduo e difícil aprendizado,
cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas,
______
154
Alberto dos Anjos Costa
a fé e a esperança não devem estigmatizar frágeis culpados,
o amor é o sublime vencedor pela fraternidade comungada.
Oh! Tristeza!
Que entreabre a escuridão!
Sepulta sonhos de grandeza!
Castiga a alma e o coração!
Faça de seu amanhã,
um dia abençoado!
Cultive ânimo em afã!
Não se sinta mais culpado!
Neste viver de emoções,
de êxtases e encantos;
procure abraçar inspirações!
Demita seus tétricos prantos!
______
155
Ápices Poéticos
Ocaso
O tempo é lépido amiúde,
implacável e austero!
Ingratidões em atitude,
são açoites muito severos!
A vida foi seguindo!
O tempo foi passando!
A velhice foi surgindo!
E o ocaso foi se avistando!
Com idade avançada,
com mais de oitenta anos,
suas rugas foram conquistadas,
por sacrifícios e desenganos.
Semblante vincado,
por rugas do tempo,
olhar macerado,
denunciando sofrimento.
Cabelos grisalhos,
retratando velhice,
prazeres renunciados,
seu viver sendo vice.
Noites inquietantes,
pelo amado rebento,
preocupações desgastantes,
desfalecimento incruento.
______
156
Alberto dos Anjos Costa
Sentiste a dor incomensurável no seu ser,
sofrimento visceral contíguo ao comprazer,
incertezas no futuro do rebento a chorar,
com amor sua renúncia acabou por chegar.
Esqueceste de si mesma pela relevância do criar,
noites mal dormidas acalentando a sua riqueza,
seus sonhos adiados em virtudes do educar,
agregando afeição no seu sentimento em beleza.
Verdadeiro amor,
vendo a semente brotar,
conhecendo grande dor,
iniciando o seu sacrificar.
Rebentar de incertezas,
auferindo carinhos,
sempre pronta em defesa,
de seu fruto divino.
Renuncia à liberdade,
dedicando-se noite e dia,
preterindo suas vontades,
entregando-se com alegria.
Prioriza a educação,
resplandecendo o futuro,
o seu rebento é a significação,
na esperança do orgulho.
Irradia sua luminosidade,
participando com ternura,
sublime santa em simplicidade,
heroica mãe pela bravura.
Coração materno,
vivenciando lágrimas e sorrisos,
______
157
Ápices Poéticos
crucificando-se de modo eterno,
morrendo feliz por seus filhos.
Relevância na existência,
numa vida de trabalho,
seu valor em negligência,
no aposentar sem numerário.
Corajosa ao abandono,
dignificando a sua idade,
és soberana sem um trono,
conhecendo a invisibilidade!
Cabelos brancos a nos ensinar,
clamando a nossa atenção,
é a velhice querendo o amar,
sem o desprezo como rendição.
Santos pais esquecidos,
descobrindo a ingratidão,
seu afligir não é merecido,
pela vida em doação.
Heróis sobreviventes,
necessitando de cuidados,
a saúde tão plangente,
conhecendo hospitais lotados.
Vidas amadurecidas,
por alegrias e tristezas,
decepções foram conhecidas,
e suplantadas com firmeza.
Rugas em proeminência,
evidenciadas pelas circunstâncias,
respeitá-las é incidência,
do reconhecimento de sua importância.
______
158
Alberto dos Anjos Costa
Terceira idade inocente,
voltando a ser criança,
pureza que de repente,
deixarão lágrimas e lembranças.
O tempo passou,
as rosas murcharam,
a velhice chegou,
todos os sonhos prostraram!
Pele vincada,
alvos cabelos,
costas arqueadas,
passos em apelo!
Trêmulas mãos,
olhar tão distante,
mente em confusão,
lucidez claudicante!
Velhice criança,
rogando atenção,
é o Alzheimer que avança,
clamando compreensão!
Doença que impõe,
a clínica em solução,
o sol agora se põe,
na velhice em rendição!
Vida de aflição e agonia,
no findar das ilusões,
a morte já está em vigia,
e sepultará alegrias e desilusões!
______
159
Ápices Poéticos
Oh! Ações fratricidas;
pulverizando a irmandade!
A inveja é homicida!
A herança é a perversidade!
Oh! Hombridade quebrantada;
na retidão em fugacidade!
A ingratidão é exaltada;
anunciando que o dinheiro é a felicidade!
Onde foi que erramos?
Para o mundo está insano!
Pela ganância em epidemia,
que recresce a cada dia!
Quantos asilos lotados!
Quantas mágoas acolhidas!
Quantos pais abandonados!
Quanta frieza infligida!
Gélidos asilos,
presenteados pela solidão,
descaso de pífios filhos,
pondo a velhice em expiação.
Como é triste o envelhecer,
e conviver com a desatenção,
vendo os filhos a embrutecer,
pela impiedade no coração.
Rebentar de insensibilidades,
de rebentos desajuizados,
hoje se esquecem da afetividade,
e do amor para eles ofertados.
______
160
Alberto dos Anjos Costa
Mortificado mundo carcomido,
por filhos que só pensam na herança,
colocando os pais em desabrigo,
pela incompreensão e ganância.
Oh! Velhice em desamparo;
agonizando pelo desprezo!
Seus herdeiros ordinários;
estão pensando só no dinheiro!
Natureza humana, com travos e rancores,
sordidez aplicada por insensíveis predadores!
Insana consciência castigando por prazer,
pondo fel e azedume, ancorando o entristecer!
Tétrico envelhecer no ocaso morredouro,
descartados pais demovendo esperanças,
filhas e genros na intolerância em desdouro,
já criando o epitáfio pelo quinhão da herança.
Contristado avelhentar em desalento,
pelo exílio que agora conhecem,
sua descendência impondo tormentos,
na ingratidão aos pais que perecem.
Cabelos brancos voltando a ser criança,
cândidas almas sentindo o viço desvanecido;
alegrias vão estar em lembrança,
e também dores os deixando desiludidos.
Coração chora pelo reconhecimento esquecido,
mágoa incrustada no sentir entristecido,
abnegação sem reconhecimento da gratidão,
arrancando lágrimas pela triste solidão.
A velhice de seus pais roga empatia e respeitar,
abdicaram de sonhos, deram a vida no seu formar,
você agora independente, com dinheiro e fama,
______
161
Ápices Poéticos
não é bom filho; com sua ingratidão imersa em lama.
Auxílio de um terno filho em vida deve acontecer;
amor aos pais após a morte não adiantará o arrepender,
peça ao Divino para que seus filhos não siga a ingratidão,
é o efeito de uma causa que converteste em educação,
pura colheita do que plantaste; dividendos da desatenção.
Por que amar os bons pais na velhice?
Para que a morte seja postergada,
para que sintas o orgulho pulsante,
para que aprendas que a vida é obra abençoada,
para que nosso viver seja uma missão dignificante,
pois, a vida é um fantástico maravilhar,
até chegar a hora do tempo findar.
Ah! O amor!
O sempre verdadeiro e sincero amor!
Hoje em dia!
Ignorado! Esquecido! Desprezado!
Por filhos que elegem o desolador!
Pelo descaso aos pais desamparados!
______
162
Alberto dos Anjos Costa
Opróbrios
Que Brasil é este?
de políticos tão honestos,
de justiça sem recessos,
de cultura abastada,
de escolas modernizadas!
Onde está a Educação?
Deste país emergente!
Professores sem motivação,
com salários indecentes!
Grande país de hipocrisias!
De aviltantes corrupções!
De políticos em demagogia,
comprando ouro e mansões!
Que Brasil é este?
de pujantes ferrovias,
de metrôs ilimitados,
de ônibus não lotados,
sem caminhões em rodovias!
Que país de contrastes!
Onde ricos proeminentes,
contemplam os miseráveis,
brasileiros sobreviventes!
Que Brasil pujante!
De injustiças sociais!
De pobreza sem saúde,
em corredores de hospitais!
______
163
Ápices Poéticos
Por que o sarcasmo Brasil?
Pelos salários avantajados,
Pelos empregos em plenitude,
Pelos trabalhadores não destratados,
Pelas empresas em licitude!
Oh! Brasil Continental!
De riquezas exuberantes!
O seu povo sente-se mal,
pelo trabalho escravo ultrajante!
Por que o escárnio Brasil?
Por ver repartições públicas produtivas,
com os cidadãos bem atendidos!
Pelas aposentadorias construtivas,
de um povo bem assistido!
Oh! Brasil de aposentados!
Vivenciando a mediocridade!
São contribuintes menosprezados!
Discriminados pela terceira idade!
Que Brasil é este?
de salário-mínimo condizente,
de saúde pública decente,
de governo sem prostituição,
sem policiais em corrupção!
Por que te revoltas Brasil!
Por essa casta de pífios empresários,
mamando nas tetas do governo,
pagando percentuais milionários,
para uma Brasília em desgoverno!
Oh, Brasil!
De tantos contratos fraudados!
De tantas licitações compradas!
______
164
Alberto dos Anjos Costa
Sentindo a exploração de assalariados!
Vendo sua esperança ser trucidada!
Por que lamentas Brasil?
Pelo país de iletrados,
em que a sujeição é garantida,
pelo povo tratado como gado,
indo para o matadouro todo dia!
A servidão é bem arquitetada,
em benefício de uns milionários,
assim a mão de obra fica barata,
em um Brasil de pobres coitados!
Onde está a segurança?
Que preceitua a Constituição!
O cidadão sem esperança,
não sente orgulho da Nação!
Que Brasil é este?
em que a mídia é desmascarada,
a exclusão social é sepultada,
em que as favelas em extinção,
são provas de conscientização!
Oh! Brasil miscigenado!
De humilde povo hospitaleiro!
O pobre é que vive encarcerado!
O rico suborna com seu dinheiro!
Que Brasil é este?
sem prepotências, injustiças e enganos,
de reforma agrária consolidada,
sem abusivos impostos que geram danos,
a uma população que foi tão martirizada!
______
165
Ápices Poéticos
Brasil de extensas terras!
Muitas delas improdutivas!
A reforma agrária que se espera,
é postergada a cada dia!
Que Brasil é este?
de crianças não exploradas,
sem obras públicas superfaturadas,
de violências em extinção,
de brasilidade em exaltação!
Para onde vão os impostos,
que dos cidadãos são recolhidos?
Os opróbrios são tão expostos;
para a corrupção são revertidos!
Por que te decepcionas Brasil?
Por ver um presidente terraplanista,
que entroniza o armamento,
que se abraça com a milícia,
que tem práticas extremistas,
deixando a nação em constrangimento!
Oh! Brasil de tantas caras!
Tire a máscara da vergonha!
O seu povo que tanto trabalha!
Merece que a decência se sobreponha!
Como estamos atrasados,
por não investir em tecnologias!
O futuro do país é declinado,
por só vender matérias-primas!
Minha terra tem fronteiras,
às quais não são fiscalizadas,
a bandidagem sorrateira,
faz a nação ser defraudada!
______
166
Alberto dos Anjos Costa
Nosso Exército é relevante!
Nossa Marinha é equipada!
A Aeronáutica é brilhante!
São sanguessugas! Não fazem nada!
Oh! Governo descarado!
Impondo salário-mínimo ordinário!
O rico com seu ardil já preparado,
consolida o castigo aos proletários!
Por que tu entristeces Brasil?
Por ver um Judiciário corrompido,
com salários aviltantes!
Deputados prostituídos,
e um Senado de farsantes!
O povo clama justiça!
A Justiça roga socorro!
Sua lerdeza gera injustiças!
Sua lentidão afiança seu desdouro!
Brasil tão rico e miserável!
Que é amado e odiado!
A elite é cínica e implacável!
Os excluídos são segregados!
Oh! País de meliantes fardados!
Na prepotência de tiranos!
Inocentes cidadãos executados,
pela iniquidade de insanos!
Terra de néscias ingenuidades!
De religiões edificando torpezas!
Plácido povo em ambiguidade!
Pastores e padres aliciando riquezas!
______
167
Ápices Poéticos
Brasil de mulheres sensuais!
Desejadas por seus peitos e bundas!
São exportadas por enganos formais!
Prostituídas! Voltam moribundas!
Oh, Brasil!
Em que a formação da pobreza,
é dissimulação arquitetada!
Os ricos para garantir sua riqueza,
fomentam a mão de obra escrava!
Tantos impostos arrecadados,
sem relevantes retornos sociais,
hospitais estão sempre lotados,
tratando cidadãos como animais!
Brasil quiçá de indolentes!
Excluem a coletiva interação!
Estultos eleitores inconsistentes!
Elegem o desinteresse, prejudicando a Nação!
Oh, País! De rota de impunidades!
Desempregos, drogas e violências!
Traficantes recrutando a menoridade,
destruindo famílias, viciando a inocência!
Brasil! O que fizeram de ti?
Nestes desvios de retrocessos!
O povo, só pensa em cada um por si!
Sepultam seu lema de Ordem e Progresso!
Por que choras Brasil?
Quiçá pelos insipientes eleitores,
que elegem a corrupção;
somos todos detratores,
por faltar a conscientização!
______
168
Alberto dos Anjos Costa
Que Brasil é este?
de um povo tão politizado,
que sabe escolher seus representantes!
É o Brasil, agora respeitado!
É a nação de heroico brado retumbante!
Ah, Brasil! De sonhos e quimeras!
És a Pátria Amada! Que seu povo espera!
______
169
Ápices Poéticos
Paradigma de Fé
Deprimido e derrotado,
João cultivava a tristeza,
seus desejos destroçados,
pelo revés que lhe trouxe a fraqueza.
Aquele homem casado,
pacato e trabalhador,
estava desesperado,
por perder o seu grande amor!
Conhecera na igreja,
a mulher que tanto amava!
O noivado não foi surpresa!
O casamento se aproximava!
Com a casa já construída,
casaram em felicidade!
Joana era tão divertida!
João era suave humildade!
Aquele homem simples,
honesto e trabalhador,
vivia uma vida sem requintes,
no elo que era feito de amor!
João era mestre pedreiro,
gostava do que fazia!
Trabalhava o mês inteiro,
para poupar suas economias!
Sua inspiração era Joana!
Não lhe deixava faltar nada!
______
170
Alberto dos Anjos Costa
A paixão era tamanha,
pois, adorava a mulher amada!
Dois anos se sucederam,
e Joana conheceu o adultério!
Seu amante era um seresteiro,
e guardava o seu pecado em mistério!
Contou seu segredo chorando,
suplicou a João o seu perdão!
Viu que seu amor era o Fernando,
e foi embora com o amante em paixão!
João não era mais esperançoso!
Amargura agora era a companhia!
Perdeu o alento, ficou desgostoso!
Perdeu o encanto com a alvenaria!
O pedreiro João já não trabalha,
e em casa quase não fica!
É no bar que em farra extravasa,
jogando bilhar e bebendo birita!
Martirizado e frustrado pela funesta traição!
A esposa que tanto amava quebrou o juramento,
trocou-lhe pelo amante oferecendo-lhe a rendição!
Desiludido vê agora seus anseios em fragmentos!
Aquele homem ficou doente,
por perder o seu grande amor,
vivia um pulsar plangente,
acalentando o desamor!
Átimo de desesperanças, de amarguras no presente,
coração desalentado, definhando em sofrimento;
abarcado pela solitude no infortúnio deprimente,
cáustica dor em opressão exteriorizando seu tormento.
______
171
Ápices Poéticos
Pungente tristeza prostrando o homem de seu viver,
desistindo da luta, quebrantando seu sonhar,
derribando a alegria, pulverizando seu querer,
corroendo sua alma, enlutando seu trilhar.
Aquele ser passou a questionar!
Se Deus, deveras tem existência!
Pensou!
Por que estou aqui a me quebrantar?
Deveras!
Vivo em desventura e em consequência,
sinto-me castigado pela solidão a me sepultar!
Perdeu a fé! Não tinha mais crença!
Deixou de acreditar em Deus!
Dizia que a criação da onipotência,
era falácia perniciosa de fariseus!
Arrefecido sentimento,
pela fé esquecida,
desacreditou do firmamento,
deixou sua vida embrutecida.
Aquela fisionomia carrancuda, carregada de tristeza, tinha
ideias absurdas;
suicidas em certeza!
Cultivava agora a depressão,
a melancolia, e vivia sempre a lamuriar;
sua companheira era a solidão,
a lúgubre desesperança era seu mortificar!
Não demonstrava sentimentos,
era frio e sem empatia,
sua vida era tormento,
sua mente, a desarmonia!
______
172
Alberto dos Anjos Costa
Dia e noite estava a sofrer,
se dopando com remédios,
não sabia mais o que fazer,
para sucumbir o ingente tédio!
Aquela alma em fragilidade,
insensível e descrente de tudo,
não acreditava em milagre;
o seu viver era de luto!
Sempre foi bom homem, honrado e trabalhador,
teve instantes de venturas, de sorrisos, de quimeras,
travo, revés e reviravoltas, solaparam o seu vigor,
seu espírito é quebradiço; agora é o vício que lhe macera.
Vida póstuma, de um pobre ébrio carcomido,
tétrica realidade, mortificando o seu tempo,
servo do álcool e drogas, que agora são seu lenitivo,
cruel escolha que atiça fúnebre suplício incruento.
Só e desprezado, com a maldição em companhia,
seu horizonte foi enegrecido, sepultando suas vontades,
pensamentos desvairados pelas narinas brancas da cocaína,
injeta na veia o que envenena; a virulenta insanidade.
Extenuado pelas visões, do irreal desditoso alucinante,
corpo e mente desvanecendo pela dependência solenizada,
a oclusão é sinônimo da vida que é irrelevante,
agora jaz um moribundo elegendo sua mortalha.
Quando tudo parecia martirizar, findar e perecer, o extraordinário
despontou: algo de lindo aconteceu! Naquele
exato momento, o vento pela janela aberta adentrou!
______
173
Ápices Poéticos
Trouxe para perto do homem um alento! Um papel com
várias frases escritas que ele pegou!
No papel, encontrava-se uma oração!
O homem começou a lê-la com atenção!
FRATERNA ORAÇÃO, era como se intitulava!
Agora vou transcrevê-la para vossa apreciação:
Ó poderosa força, abençoai-nos e protegei-nos de todo
mal. Mostrai-nos o caminho iluminado por sua luz divina,
e que vossa presença possa estar sempre junto de
nós; orientando-nos e ensinando-nos, para a evolução
do nosso espírito.
Rogamos para que vós que sois a onipotência, irradie
em nossos corações o sentimento do amor, da compaixão,
da esperança.
Suplicamos clemência para nossos atos de imperfeição;
concedei-nos Senhor o vosso perdão.
Deus, Todo-Poderoso, de força benevolente, abençoenos.
Que nos momentos difíceis possamos sentir a magnitude
de tua presença, para podermos com fé, suplantá-los
e crescer espiritualmente neste aprendizado.
Vós que sois a invisível energia que transcende, benigna
e solidária, não nos desampare nos momentos aflitivos,
e que em nossos instantes de júbilo, não nos esqueçamos
de vós.
És a força do Universo, lenitivo para a vida; ensina-nos,
pois, a colher na seara da vida: fé, alegria, perseverança,
solidariedade e harmonia.
Sigamos sua Luz, sintamos sua aura, para conquistarmos
a cada novo dia a centelha do Alento, da Verdade,
da Retidão e da Justiça; que o nosso espírito possa estar
envolto pelo sentimento da humildade; pois, somos partículas
do Firmamento.
Senhor, abençoe nossos entes queridos. Dê-nos Boa
Sorte, Paz, Saúde; consciência para que nossas ações
sejam de respeito e irmandade para com o mundo.
______
174
Alberto dos Anjos Costa
Vós que sois espírito imaculado, livrai-nos dos seres involuídos
que semeiam a maldade; coloque-nos sempre
no caminho do bem, para abraçado a Ti, trilharmos venturosos
e agradecidos nesta dádiva que é o viver.
南 無 妙 法 蓮 華 経
Inescrutáveis sentimentos, irradiou-se ao homem que se
perdeu,
uma luz do firmamento, um benigno Sol resplandeceu!
Aquele homem sem fé e descrente,
ao ler a Fraterna Oração ficou emocionado,
em prantos absorveu uma energia latente,
seu mergulho n'alma reanimou o amor abandonado!
Seu espírito sentimentalizou o resplendor,
quando com vontade e fé começou a orar!
Sentiu estancar de imediato a sua dor!
Uma reluzente paz e harmonia a lhe abençoar!
Abraçou a fé!
Porque as incertezas são etéreas em mistérios florescidos,
seara de grânulos cultivados por entes desconhecidos!
Deus é necessário para prover-nos de esperanças,
para termos fraternidade e o amor sempre em constância.
Da vida que desprezava passou a dar valor,
o amor-próprio e autoestima brotaram em seu coração,
seu derrotar foi mitigado como o desabrochar de uma
flor, ponderação e vontade ensejaram-lhe a superação.
Nefastos vícios da promiscuidade estão agora em reclusão,
a vida foi renascida pelo milagre em castidade,
a bênção espargida fez-lhe conhecer a provação,
os vícios abandonados fomentaram sua liberdade.
A vida é mesmo assim: um árduo e difícil aprendizado,
cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas,
______
175
Ápices Poéticos
a fé e a esperança, não devem abandonar frágeis culpados,
o amor é o sublime vencedor na fraternidade comungada.
A imperfeição é inerente na existência em pecado,
o ser humano infligindo atitudes em transgressões,
pensamos ser doutos, sábios e muito mais civilizados,
omitimos nosso lado selvagem na impiedade das paixões.
Descobriremos ingentes castigos na sociedade de ilusões,
pois, viver é o iminente perigo diante da vulnerabilidade,
a vida é feita de escolhas de imensuráveis emoções,
como estrelas em esplendor procuraremos a felicidade.
João foi aprendendo,
que o tempo traz a compreensão;
sua resiliência recrudescendo,
mandou embora a rendição!
Em júbilo viu sua aflição diminuir!
Sua mente energizando a gratidão!
O seu coração magnetizou o sorrir!
Estava salvo o homem pelo poder da oração!
______
176
Alberto dos Anjos Costa
Percepções
Quantos doentes no mundo!
Quantos medicamentos fabricados!
A vida virou produto de consumo,
pelo adoecer que é propositado!
A vida é temporária!
É uma vitória efêmera!
A morte é destinatária,
do fim que nos rodeia!
Tudo que vive é morte livre,
sepultando êxtase em resplendor;
todo querer centelha o prazer,
decretando também nímia dor.
Quantos lucros auferidos,
por indústrias farmacêuticas!
Vão viciando por comprimidos,
na convalescença com tarja preta!
Deveras, fábricas poderosas,
com seu lobby no Congresso!
Impondo leis impiedosas,
em patentes de retrocesso!
Anarquia ufanista,
revelando sua estupidez!
Os políticos vigaristas,
vão nos enganando outra vez!
Quantos vírus produzidos,
por laboratórios camuflados!
______
177
Ápices Poéticos
Prometem a cura de combalidos,
mas para o contágio são financiados!
Agora o doente faz parte,
de sórdida cadeia alimentar!
Em que o pobre sem muita sorte,
vai sofrer sem poder se curar!
Errar pela omissão,
é fraqueza de espírito!
Desperte sua compaixão!
Solidarizar-se é tão benigno!
Pare e comece a refletir!
Do porquê de remédios tão caros!
E você poderá assentir,
o ardil e logro destes avaros!
Quantas injustiças praticadas;
engendradas de forma aviltante!
A maldade é entronizada,
pela tétrica avidez infectante!
O silêncio é prudente!
A verdade é virtuosa!
A sabedoria é indulgente!
A mentira é venenosa!
Quanta hipocrisia ocultada,
pelo interesse ganancioso!
A cura é até protelada,
pelo ganho econômico ambicioso!
Não corrigir nossos erros;
é cometer novas faltas!
O aprendizado verdadeiro,
está na percepção que exalta!
______
178
Alberto dos Anjos Costa
É a doença fazendo milionários,
através da desgraça humana!
Risos de acionistas majoritários,
pelo sucesso da doença que emana!
Nunca faças a teu semelhante,
o que não gostarias que fizessem a ti!
A empatia é sentimento brilhante!
Causas e efeitos acontecem aqui!
A cura para muitas enfermidades,
poderiam já ter sido realizadas!
É provável que não existam vontades,
pois a doença deve ser conquistada!
A vida é uma contígua sequência,
de mortes e de ressurreições!
Viver é um risco de consequências;
de derrotas, vitórias e ilusões!
O ouro purifica-se pelo fogo!
A alma pelas aflições!
Viver é um grande jogo,
com lágrimas, sorrisos e emoções!
Indústrias maquiavélicas,
que fomentam doenças e mortes!
Onde o sórdido reveste a sua ética,
por um mundo pior e sem sorte!
Oh! Natureza de expiações!
Que impõe à vida muitas dores!
Fazem do paraíso o inferno de aflições,
pelo ultrajante ganho destes impostores!
______
179
Ápices Poéticos
Onde foi que erramos?
Para o mundo está insano!
Pelo lucro em epidemia,
que recresce a cada dia!
O que não nos mata,
nos deixa mais forte!
A malignidade enfarta!
Persistir é nossa sorte!
A devoção não está no joelho que se dobra,
mas no coração que se vê dobrar!
Ter fé é ter Deus à sua volta,
para boas ações você praticar!
Se o homem não tem certeza,
a que porto é alcançável;
nenhum vento da redondeza,
se incumbirá de lhe ser favorável!
Saber lidar com as frustrações,
é o conquistar da sabedoria!
As derrotas são invocações,
da perseverança em garantia!
O medo que está em sua mente;
tira a vontade de vencer!
A ousadia é o que consente,
confiança a te enaltecer!
A ignorância é atrevida!
A sabedoria é bem modesta!
A evolução pode ser sentida,
no desprezo do que não presta!
Todo pedante é recalcitrante,
ignorando a briosa humildade;
______
180
Alberto dos Anjos Costa
tudo que honra também desonra,
mostrando corações sem probidade.
Não reprima seus sentimentos,
pois reter é perecer!
O encantado amor é luculento,
irradiando orgasmos em seu viver!
O silêncio é tesouro!
É o sol em tua alma!
Falar demais é desdouro;
é tornar-se tolo por palavras!
O céu não conhece a ira!
O inferno desconhece a fúria!
A mulher desprezada destila,
seu veneno por ações impuras!
Sábio é o homem que chega,
a ter consciência de sua ignorância!
A vida é uma odisseia que enseja,
instantes de gratidão em constância!
Tudo que sei é que não sei,
corroborando densa incerteza;
todo mistério instiga prélio,
anuindo respostas sem firmeza.
Ah! Vigorosa ígnea juventude!
A qual foge pelo tempo!
As recordações na velhice amiúde,
criam lágrimas por lindos momentos!
Amar é o resplandecer,
do sentimento em alegria!
Minha amada é o meu prazer!
É minha alma em harmonia!
______
181
Ápices Poéticos
A esperança é um empréstimo,
que se toma à felicidade!
É não achar que o viver é péssimo!
É sentir a estesia em vivacidade!
A bondade é o amor,
nascido da compaixão!
Fazer o bem é o indutor,
da felicidade e mansidão!
Voltar atrás é melhor,
que perder-se no caminho!
A consciência é seu bem maior,
para o sucesso de seu destino!
O povo com fome,
não ouve a razão!
Não crê na Justiça!
Só vê ingratidão!
Toda revolta produz escolta,
edificando cáustica insegurança;
todo engano é espartano,
ensinando virtude em relevância.
Muitos são os que amam;
pouquíssimos os que sabem amar!
O amor não é engano!
É fidelidade a congraçar!
O silêncio é a humildade,
do saber de quando se calar!
É o sol em cálida vivacidade,
com os frutos d'alma a madurar!
Eu peço perdão meu Deus!
______
182
Alberto dos Anjos Costa
Pelos pecados que cometi!
O amor que o Senhor me deu,
não me contive e dividi!
Todo desejo vem em sobejo,
induzindo tentações e pecados;
todo epitáfio finda o estágio,
fixando descanso e absolvendo culpados.
Um escritor não revela nada;
se em sua obra não se revela a si!
Seu sentir deve criar ínclita aura,
na mensagem que se propõe a cumprir!
______
183
Ápices Poéticos
Perscrutar
Fortes explosões,
edificando vidas,
concedendo mutações,
e verdades indefinidas.
Somos poeiras,
escamoteando a humildade,
grãos de areia,
introduzindo tempestades.
Moléculas em sopro,
perdendo o elo,
somos indoutos,
desperdiçando o belo.
Somos o passado,
presente e futuro,
primor marcado,
empossando o impuro.
Lépida brisa,
em telúrico passeio,
formando ventania,
no paraíso em esteio.
Somos estrelas,
nascendo e morrendo,
vontades guerreiras,
que o tempo vai vencendo.
Somos o começo,
meio e fim,
______
184
Alberto dos Anjos Costa
meteoros passageiros,
cintilando o jardim.
Quando nascemos,
já começamos a morrer,
é a verdade que desconhecemos,
nesta odisseia do sobreviver.
O que é a vida?
Senão um mar de ilusões!
Em que esperanças recidivas,
vão suplantando frustrações!
A vida! Em aprazível útero!
Silente na quietude angelical!
Ansiosa em sentir um novo mundo!
Sôfrega pureza desconhecendo o real!
Devaneios e quimeras em um anjo fecundo!
A vida! A efêmera vida!
Que nasce de disputa incessante,
na vontade indômita da semente!
Pináculo da vitória exultante,
em que o tempo será incisivo e inclemente!
Indecifráveis mistérios,
permeando nosso trilhar,
a única certeza sem despautério,
é que toda vida tem seu findar.
Perguntas sem respostas,
vão suscitar reflexões,
o esperançar nos reconforta,
neste orbe de ilusões.
Quiçá quantos vitupérios,
a história adaptou,
______
185
Ápices Poéticos
com mentiras em despautério;
a verdade ela mascarou!
A história! Solerte história,
contracenando ações levianas!
Falsidades cimentando glórias,
forjando heróis que nos enganam!
Oh! Perene ceticismo,
que lança dúvidas producentes!
Fatos adulterados pelo cinismo,
pela impostura vil prevalecente!
Neste universo de incertezas,
onde imperam as leviandades!
As guerras são a certeza,
de que os homens amam a impiedade!
Ah! Instantes aleatórios,
no pulsar de incertezas!
O acaso é peremptório,
anuindo dúvidas indefesas!
Ah! Contíguas casualidades,
que entronizam mistérios!
É a vida em ambiguidades;
amiúde em revertérios!
Vivenciamos o fortuito;
abarcando muitas incógnitas!
Nosso viver irresoluto;
faz a fé ser acólita!
Lúdicos momentos,
mostrarão a felicidade,
tristezas virão com o tempo,
oferecendo-nos a maturidade.
______
186
Alberto dos Anjos Costa
Viver é o começo, meio e fim,
presenteado por enigmas,
somos crianças no pré-jardim,
aceitando dogmas como paradigmas.
Como você reagiria,
se soubesse de seu findar?
Que tens apenas mais um dia,
para a sua vida aproveitar!
Quais seriam as lembranças,
nos instantes que se arrefecem?
Quiçá, dos acertos de esperanças!
Talvez, dos erros que não se esquecem!
Com o seu tempo em extinção!
Acaso, fizesse de você bondoso!
Doando sua riqueza a alguma Instituição!
Tornando-se fraterno e caridoso!
Desapegos são criados,
pelo tempo que se esvai!
Egoísmos são postergados,
pela vida que se vai!
Oh! Que ironia!
A morte trazendo candura!
Inspirando altruísmo e filantropia!
Pela solidariedade que promove ventura!
A vida e suas indefectíveis contradições!
Sabemos que um dia morreremos!
Mas alimentamos nossas imperfeições!
Gerando apegos e ganâncias, na vida que temos!
______
187
Ápices Poéticos
Ah! Se você tivesse só mais um dia de vida!
Sua alma choraria pelas benevolências preteridas!
Seu espírito lamentaria não ter feito o que gostarias!
Você valorizaria o tempo que lhe resta!
Pois, cada minuto valeria uma vida em festa!
Porém, lágrimas seriam vertidas!
Em razão de não poderes no amanhã,
contemplar este nosso planeta exuberante,
de mistérios inescrutáveis e instigantes,
deste paraíso fantástico e extraordinário,
em que você já não seria ator nesse cenário!
Conquanto, esquecestes em dar-lhe importância,
talvez, pela sua ignóbil arrogância!
Porquanto, no amanhã não estarias aqui,
para também amar, por quem amou a ti!
E este inspirador planeta mãe Terra,
com seu Sol e sua Lua, na esperança que impera,
estariam radiantes, existindo e persistindo,
mesmo que você e suas ilusões já tenham partido!
Nosso mundo com suas estesias,
com suas belezas naturais,
com sua inexpugnável energia incomensurável,
continuaria sentindo o descaso abominável!
Pela raça humana, sendo desprezado e maltratado,
razão de ações de ignorantes e de atos insensatos!
Oh! Quantas práticas destrutivas
a este magnificente mundo que nos acolhe e ensina,
que nos dá a oportunidade tão divina,
de desfrutar a dádiva da abençoada vida!
A vida é simplesmente uma maravilha,
de começo, meio e fim!
É uma estrela em sintonia,
com o magnificente universo sem-fim!
______
188
Alberto dos Anjos Costa
Ah! A vida em felicidade!
Que rutila esperanças!
Traz alento e vivacidade!
Faz nos sentir uma criança!
Oh! A vida em tristeza!
Que entreabre a escuridão!
Sepulta sonhos de grandeza!
Castiga a alma e o coração!
Ah! Intangível alegria!
Que fecunda ígneos desejos!
Galvaniza sentimentos em harmonia!
Enaltece o amor! Suscita beijos!
Ah! Vida de inflexões!
Conhecendo altos e baixos!
Vamos seguindo em direções,
que ficarão nossos pedaços!
Oh! Infelicidade!
Que edifica a morte!
Que arranca da vida suas vontades!
Que põe o fel em sua sorte!
A morte nos traz o nada!
Extingue nossas neuroses!
A odisseia é quebrantada,
pelo fim sem apoteose!
______
189
Ápices Poéticos
Rebentos da Esperança
Neste dia em alento,
o sol brilha mais forte,
parabéns aos meus rebentos,
que Deus lhe deem muita sorte!
Filhos!
Amigos e companheiros;
com sua ígnea juventude em pureza;
sois espíritos mensageiros,
de ações em amor irradiando a grandeza!
Anjos iluminados,
recebam um beijo de seu genitor;
a honradez será o meu legado;
desejo-lhes um futuro promissor!
Queridos filhos!
Vocês estão em meu coração!
Deus, colocou-os ao meu lado;
para que seu pai não sentisse a solidão!
Sejais justos e honestos, para um trilhar respeitado!
Hoje é um dia enaltecido,
pela retidão que em vocês aflora;
dádiva celestial; presente do divino;
vocês são o amor que me acompanha agora!
Deveras, o pai em seu amor luculento,
irradiando seu ínclito sentimento,
roga aos seus filhos, para que em seus erros desculpaio;
pois seu desejo pelo carinho em abraço,
era de ter feito por vocês muito mais!
______
190
Alberto dos Anjos Costa
Copioso sentimento,
saboreando o viver,
inserindo meigo alento,
fomentando o resplandecer.
Filhos no coração,
irradiando felicidade,
descobrindo inspiração,
fantasiando a realidade.
Alma enternecida,
ancorando energia,
rotina sendo vencida,
no amor que refulgia.
Vida confiante,
exaltando mansidão,
o amar inebriante,
florescendo conciliação.
Olhar exuberante,
granjeando simpatia;
filhos, sois a bondade,
pelo amor em companhia.
Aura em afeto,
cultivando a sinceridade,
o amor é seu cetro,
rutilando boa vontade.
Como bom pai que quer o melhor para os seus filhos,
ouçam!
Se vocês quiserem sucesso,
façam o bem pela lídima vontade;
______
191
Ápices Poéticos
não criem vaidades em excesso;
cultivem um coração puro e sem maldades!
Não sejais beligerantes,
neste mundo que lhes formarão!
A humildade é virtude relevante;
com ampla fé, nada vos faltarão!
Trilhando o caminho da bondade, e da probidade;
irão sentir o respeito;
sejais amigos, sem animosidades,
e sentirão o dignificar sendo eleito!
Lúdicos momentos,
mostrarão a felicidade,
tristezas virão com o tempo,
oferecendo-nos a maturidade.
Filhos, ser pai é renunciar ao paraíso,
mas acima de tudo é doar-se, e ser amigo!
Porquanto!
Laços de amizade é abrir o coração e partilhar sentimentos;
é respeitar as diferenças, compreendendo a individualidade;
é ser amistoso; é abraçar no sorrir e confortar no sofrimento;
amizade é a simplicidade renunciando a pífias vaidades.
Ser amigo é ser fiel, protetor,
confidente e companheiro;
é suprimir a falsidade e o estulto egoísmo sobranceiro;
amizade é desapego corrigindo erros de atitudes;
é recíproca ponderação acolhida na franqueza em plenitude.
______
192
Alberto dos Anjos Costa
Amizade é como um cristal que deve ser lapidado;
é o sensível intangível, cingido pelo elo sagrado;
amizade são palavras congruentes em aprendizado;
opiniões opostas desconsiderando resistência;
corações que se consagram pelo unir abençoado.
Filhos, o que posso lhes asseverar, senão que:
Agradeça pelas dificuldades,
por oferecer-lhe o aprender,
suplantá-las é a oportunidade,
de valorizar o seu viver.
Esforçar-se é relevante,
para ultrapassar os obstáculos,
pois a luta é incessante,
perseverança é o sustentáculo.
Magnificente é o labor,
arraigado na moralidade,
semeadura do esplendor,
no ser em respeitabilidade.
Tenha fé, seja otimista,
acredite em você,
não esmoreça, sempre insista,
bons resultados irás colher.
A vida sem embaraços,
não tem graça, não faz crescer,
paciência é o grande passo,
que mostrará seu fortalecer.
O destino em facilidade,
não lhe ensinará a grande lição,
que todo sucesso não é gratuidade,
é fruto do suor e da abnegação.
______
193
Ápices Poéticos
Sei que meus filhos queridos,
irão viver embates e muitos perigos.
Deveras!
Jovens são rebeldes,
vivenciando anarquias;
seus pensamentos hereges,
vendo a vida em utopia.
Vidas aladas, adorando perigos,
liberdade desregrada, defendida por amigos.
Anjos neófitos,
volitando em insurreição,
riscos imódicos,
nas peripécias em diversão.
Geração indomável,
impaciente e buliçosa,
de vontade irrefreável,
e impulsividade capitosa.
Juventude soberana,
em tórridas aventuras,
de ações tão insanas,
que espelham sua candura.
Pai, tu és o meu herói;
não és produto da ficção,
és a ponte que constrói,
esses versos em emoção!
Seu afeto em prontidão,
garantindo o confortar,
faz engrandecer sua cessão,
na maestria do educar.
______
194
Alberto dos Anjos Costa
És herói em resplendor,
no dialogar de ensinamentos,
nobre apóstolo do amor,
ofertando seus sentimentos.
Ri com meus sorrisos,
chora com minha tristeza,
ombro amigo que valorizo,
companheiro em minha defesa.
Vidente de meu sentir,
decifrador de meu olhar,
grande sábio a repartir,
sua experiência em meu trilhar.
Dedicação sendo ressarcida,
pelas carícias de seus rebentos;
és espelho para nossas vidas,
revigorando o nosso respeito.
Pai!
Tu que me destes a fantástica dádiva do viver,
que semeastes o amor sob a bênção do firmamento,
fazendo brotar na seara telúrica o encanto do resplandecer,
que como estrela, irradia sonhos e sentimentos.
Fostes intrépido abdicando de seu tempo e liberdade,
encontrando em mim o alento para o seu lutar,
tivestes a paciência, ternura e um pouco de insanidade,
pois, viver é um mistério que só Deus pode explicar.
Dia e noite, noite e dia seu auxílio era entronizado,
encantavas a ver seu rebento angelical,
você depressa envelhecia,
pelo sacrifício do aprendizado,
seu padecer foi sua hombridade, sua doação era total.
______
195
Ápices Poéticos
O desprendimento era a fiança de um porvir de brilhantismo,
pensamentos em devaneios vendo seu tesouro em
vivacidade, revelando a sublime estesia na formação do
companheirismo, carinho do pai herói; instantes que remeterão
saudades.
Pai, és amigo, o confidente o meu abrigo,
és a segurança, o lume do meu trilhar,
espírito protetor, capaz de perder se for preciso,
se para isso tiver que seu filho ganhar.
É, ser pai é um dom divino para um limiar de incertezas,
muitos encontrando afetuosos frutos, promovendo ventura,
afagos e compreensão;
outras vivenciando desamor, solitude, desatenção e pungente
tristeza,
no brado silente do pai que chora por ver seus filhos
abraçando a ingratidão.
Nobres almas infecundas patrocinam o amor,
tomam por filho órfãs crianças, consolidando-se como
verdadeiros pais;
gerar um ser é extraordinário, adotar é o resplendor,
educar é um lapidar contínuo dando brilho aos cristais.
Venerável criador é o pai que se entrega na edificação do
ensinar,
não é só dar existência; mas participar, acolher, amar,
compreender, instituir um ser civilizado, é fazer florescer
na semente germinada a dignidade do seu respeitar,
pelos modos e exemplos de retidão e integridade, que
pelo pai serão realizados.
Filhos, a sapiência é necessária,
diante de nossa imperfeição incendiária!
______
196
Alberto dos Anjos Costa
A percepção nos faz crer que,
viver é tão simples,
mesmo assim complicamos,
entronizamos requintes,
fomentamos enganos.
Doce espirituosidade,
é contemplar a natureza,
radiando sensibilidade,
esperança e firmeza.
Alegria no coração,
sentimentos em sorrisos,
erros em perdão,
ressentimentos esquecidos.
Alma sem apegos,
enaltecendo o presente,
vida em desejo,
egoísmo sempre ausente.
Desilusões em aprendizado,
criando maturidade,
sacrifícios apresentados,
dando mais vivacidade.
Brisas em suavidade,
singeleza em frescor,
otimismo na realidade,
extravasando seu amor.
Vida que refulgia,
nobre simplicidade,
desambição em sabedoria,
na certeza da mortalidade.
______
197
Ápices Poéticos
Nosso viver é de procura,
no universo em dissensão,
são perguntas sem respostas,
invocando a dispersão, na crença espiritual,
irá crescer sua bondade, mostrará que sua vida, é obra
santa da divindade.
Filhos, somos um sopro do firmamento!
Somos grãos de areia levados pelo vento!
Sementes de vida,
rebentando mistérios,
multiplicando-se em rebeldia,
rutilando dois hemisférios.
Partículas de energia,
alindando açoitada orbe,
sopradas em alegria,
antevendo a própria morte.
Estrelas cintilantes,
pulsando fortes sentimentos,
dores e sorrisos incessantes,
conduzindo a descobrimentos.
Cometas lépidos,
perquerindo o seu pretérito,
buscando elos, vivendo périplos,
gerando ilusões de modo etéreo.
Perfulgente criação,
escolhendo vários destinos;
raios de lume na escuridão,
mostrará Deus em seu caminho.
Somos pingos do Universo,
merecendo justa homenagem,
______
198
Alberto dos Anjos Costa
a emoção é o nosso sucesso,
o amor filial é esta mensagem.
Filhos! Amo-vos muito!
______
199
Ápices Poéticos
Revelações
Por que destruir?
Se podemos criar!
Se o amor é o consentir,
do fraterno harmonizar!
Se você não pode
mudar o mundo,
mude o seu mundo!
Se a oportunidade
apareceu e você
a perdeu! Tente!
Não lamente!
Se sentes um
derrotado por não
seres um ser famoso!
Não se esqueça que
convivemos com
fracassos!
Suplantá-los, não é fácil!
Porquanto, se tudo fosse
fácil, a vida não teria graça!
Sua evolução espiritual,
não está nas suas vitórias
e sim em seus momentos
sem glória!
Viverás uma vida de mais
tristezas, do que alegrias!
Portanto, valorize cada dia!
______
200
Alberto dos Anjos Costa
Sentirás decepções! Vazios!
Depressões! Que farão você
debulhar lágrimas!
Mas, cabe a você em seu
livre-arbítrio, seguir a
coragem, na perseverança,
ou a pusilanimidade no desistir!
Controle seu ego, pois ter status
e sucessos, são apenas ilusões!
É você que faz o seu destino!
Não reclame!
Não lamente!
Não seja egoísta!
Olhe para trás e verás
que a sua cruz, não é a
mais pesada!
Verás que a realidade é
dura e implacável!
Verás que pessoas cegas
conseguem enxergar!
Pessoas sem pernas que
conseguem andar!
Pessoas sem braços que
conseguem escrever!
Verás hospitais lotados
por crianças que na esperança,
aguardam seus defeituosos
órgãos, serem transplantados!
Verás mães chorando,
pois, acabaram de perder
seus filhos; e quando arrumarem
o quarto dos filhos que partiram,
______
201
Ápices Poéticos
sentirão as feridas abertas,
que trarão dores, lágrimas e
lembranças dos lindos momentos
de suas crianças!
Conhecerás pessoas
que pensaram em suicídios,
e tiveram coragem para suplantá-los!
O desejo de viver foi mais forte!
Estas pessoas resignaram-se,
pelas provações impostas
pelo aprendizado e pela emoção
venturosa perseverante,
dá vontade de viver!
Revelações de sofrimentos,
os quais nos mostram
que muitos lamentos,
não tem sentido de acontecer!
Porque, o que se passou,
já é passado, não se muda,
pois é imutável; não pode
mais voltar! O agora que é
importante, pois é sempre hora
de recomeçar!
Porque a vida é feita de
mortes e de ressurreições!
Portanto, tenha fé!
Sempre fé!
Tenha fé no que transcende!
Tenha fé sempre em você!
Viver é como carregar
uma montanha nas costas!
Um erro! Um ato! Uma palavra!
______
202
Alberto dos Anjos Costa
Uma ação errada, pode significar
uma vida inteira de sofrimentos!
A vida são instantes aleatórios!
A vida são efeitos de uma causa!
A vida é a lei do retorno!
Em que você é que faz a diferença!
Vai depender exclusivamente de você!
Ter a gana e o entusiasmo, os quais farão
o seu dia reluzente; ou a apatia e prostração,
que sentirás na depressão que trarão uma noite
plangente que parece que nunca acaba!
Lágrimas e sorrisos fazem
parte de sua odisseia! É
relevante e precípuo, você
se amar! Você acreditar e
aprender que seus erros
fazem parte do aprendizado!
É virtude reconhecer quando
se erra e pedir perdão ao
injustiçado! Pois, somos tão
pequeninos; pingos d'água
no oceano! Como meteoros
e cometas, nossa vida se esvai
no tempo que passa!
Nossa passagem neste mundo é tão
efêmera, que vamos perceber
só no final, o quanto perdemos;
o quanto deixamos de fazer o
que gostaríamos de ter feito!
Mas, o tempo dirá que não tem
jeito! Não apegue! Desapegue!
______
203
Ápices Poéticos
Não somos apenas átomos, células,
e profusas alterações químicas!
Somo estrelas! Somos o Universo!
Somos seres revestidos de emoções,
de sentimentos, de sinergias! Somos
a conjunção de estesias, com o nome
de amor!
Por isso, valorize o ser humano que
você é, nas boas ações fraternas; na
compaixão e caridade que se espera!
No altruísmo abençoado que faz a alegria
deste nosso mundo!
O agora é de circunspeção, de atenção
a você! A sabedoria é necessária
para mudar o seu amanhã! Você
é a grandeza, é a magnificente coragem!
Vencer seus medos; seus
enganos; suas fraquezas, mostrará
o quanto neste mundo você
é importante! Pois, no embate com
milhões, você foste o vencedor!
Sua vontade de viver, mostrou que
a vida é competitiva, seja digno;
seja honrado; seja honesto e respeitado!
Vivemos o desenfreado consumismo
em que ter é mais importante que ser!
Seja autêntico, leal e sincero!
Crie positivas energias!
Tente sempre! Tente outra vez!
Mostre a sua nobilitada força
______
204
Alberto dos Anjos Costa
nas adversidades que virão!
Tenha entusiasmo! Tenha vontades!
E lute para que a resplandecida
humanidade dentro de você
não se dissipe!
Somos imperfeitos por natureza!
Temos defeitos! Que são muitos!
Mas, seja razoável! Tenha controle!
Seja ponderado em conviver com
as diferenças e nunca se ache dono
da verdade absoluta, pois, isto é
prova de ignorância! Porquanto, nada
nos engana mais que o nosso próprio
julgamento!
Pois, este mundo! De tantos mistérios!
Tão extraordinário e belo!
Precisa de sua humanidade,
para que ele ainda possa
ter esperança no ser que ele
protege e abriga!
______
205
Ápices Poéticos
Sábios Pets
Aquele país em Pandemia,
envolto em sonhos e quimeras,
o imaginário resplandecia,
em Pets protagonizando odisseias.
Naquela nação distópica,
abaixo da linha do Equador,
a contaminação não era utópica;
o isolamento suscitava pavor!
Lá onde os Pets,
eram animais eruditos,
alguns os chamavam de Nerds,
pelo ínclito saber inaudito!
Outrora terra tupiniquim,
o extremismo era entronizado,
com os Pets indo ao botequim,
como uma plêiade de indignados!
Naquela pátria onde o povo,
eram subservientes pela pobreza,
bradavam pelo seu socorro,
exclamando palavras em franqueza;
que a escolha era por um cachorro amigo,
do que por um amigo cachorro,
e que políticos em desdouro,
eram parasitas em abrigo!
Os Pets em ígnea inspiração,
no botequim reunidos,
com Jack Daniel’s, em degustação,
desabafavam sobre seu país carcomido!
______
206
Alberto dos Anjos Costa
Com os Pets em entusiasmo atiçado, pela sinceridade
florescida, o desabafar foi ativado, por palavras em estrofes
enfurecidas:
Oh! mago humano! O que escondes?
Interesses, covardias,
inseguranças, desonestidades,
injustiças, hipocrisias!
A vasta estupidez humana,
insolente em insignificância!
Sua insensatez se inflama,
pelas maldades em predominância!
Oh! Vida de Tentações!
Num sistema carcomido!
Granjeando decepções!
Ensejando-nos castigos!
A vida é feita de fases;
de alternâncias e mudanças,
com venturas e infelicidades,
com desejos em constância!
Começamos a refletir,
sobre a odisseia que vivemos,
e a decepção em nosso sentir,
traz a prostração que não queremos!
Oh! Dubiedade cáustica,
impondo verdades ao inverossímil!
A raça humana procaz exalta,
ígneos deleites por desatinos!
Judiciário de benesses e regalias,
com o nepotismo e iniquidades!
Em sua essência carcomida,
aprecia a secular morosidade!
______
207
Ápices Poéticos
A lei é deveras um engodo,
ao preceituar sem nenhum estorvo,
que perante ela, todos são iguais,
e que julgamentos justos são vitais!
Mas não é isso que se vislumbra!
Pois, o rico é o privilegiado;
o pobre vive na penumbra,
com seus direitos vilipendiados!
Oh! Ser Humano!
Que põe a velhice em desamparo;
agonizando pelo desprezo!
Seus herdeiros tão ordinários;
estão pensando só no dinheiro!
Você é o importante arquiteto,
para a sua sorte ou triste azar!
Seu Deus haverá de estar por perto,
se é o amor que você quer achar!
Em todas verdades existem mentiras!
Todas as respostas são muito dúbias!
Em todos sonhos existem utopias!
A morte encerra todas as dúvidas!
Oh, raça humana!
Em que virtuosas amizades,
se acabaram por mentiras!
Esqueceram que a lealdade,
não machuca a quem se estima!
Oh! Religiões maquiavélicas;
com seus fiéis hipnotizados!
Com doutrinas deletérias,
e dinheiro sendo furtado!
______
208
Alberto dos Anjos Costa
A devoção não está no joelho que se dobra,
mas no coração que se vê dobrar!
Sua fé deve ter seu Deus à sua volta,
para boas ações você praticar!
Oh! Juramentos mentirosos;
por perfídias conjugais!
O desamor criando destroços,
pela infidelidade de casais!
Todos com suas máscaras,
a mostrar o que não são!
Protagonistas em devassa,
prostituídos pela ambição!
Neste palco de atores,
em que o roteiro é implacável,
vencedores e perdedores,
fazem o show ser deplorável!
Ah, humanos!
Que reverenciam o nada,
nesta sumária passagem;
a desilusão é venerada,
pelo materialismo tão selvagem!
São penitentes escravos,
em um sistema consumista;
seus desejos ensejam laivos,
para o sucesso em conquista!
Oh! Quantas futilidades,
desperdiçadas em seu tempo!
São seres incontroláveis,
querendo mais a todo momento!
Que ordem econômica ordinária,
______
209
Ápices Poéticos
que produz tantos miseráveis,
tendo uma elite eivada e reacionária,
e ascosos políticos imprestáveis!
A natureza humana é selvagem,
por isso tem que ser controlada;
a liberdade pode virar libertinagem,
e a comunidade deve ser respeitada!
A insensatez é própria da humanidade,
em que o mais forte é o espoliador!
As leis tentam evitar a barbaridade,
perante o ser humano tão destruidor!
O homem é animal perigoso;
as leis procuram domesticá-lo;
seu âmago é feroz e belicoso,
por isso o seu crime é castigado!
E a ilustre plêiade de Pets em suas mesas, adornadas
por Chivas Regal, Jack Daniel’s, e Ballantines, desabafavam
em fervor:
O crime não compensa!
É verdade já provada!
Tantas vidas com sentenças,
arrependidas e destroçadas!
Quantos espíritos na prisão,
aflitos e desesperançados!
Castigados pela escuridão,
sentindo o inferno ao seu lado!
Ah, liberdade! Agora prisioneira,
em virtude da lei infringida!
A Justiça é mensageira,
de que a maldade deve ser punida!
______
210
Alberto dos Anjos Costa
Porquanto! Não faças ao outro,
o que não queres que façam a ti!
Sua liberdade é o seu tesouro!
Seu livre-arbítrio vai decidir!
O bem sempre vence!
A maldade é desgraçada!
Praticar o mal é indecente;
é a consciência infernizada!
Anarquia ufanista,
revelando sua estupidez!
Os políticos vigaristas,
enganando-os outra vez!
Oh! Escolas públicas desalentas,
Com seus alunos sem aprendizado!
A Educação tão desatenta,
traz um Presidente iletrado!
Oh! Milícias empossadas;
assassinando por vingança!
Chacinas sendo executadas;
deixando a lei sem importância!
Oh, raça humana!
Edificando milionários egocêntricos,
que se servem dos miseráveis!
São desavergonhados e peçonhentos,
impondo a penúria e desigualdades!
Oh, governantes sem clemência!
Com suas guerras de carnificina;
enlutando pela barbaridade!
Não aprenderam a triste sina;
do ódio que sepultará a humanidade!
______
211
Ápices Poéticos
Oh! Hombridade quebrantada;
na retidão em fugacidade!
A desonestidade é exaltada;
anunciando que o dinheiro é a felicidade!
Quantos doentes no mundo!
Quantos medicamentos fabricados!
A vida virou produto de consumo,
pelo adoecer que é propositado!
Quantos lucros auferidos,
por indústrias farmacêuticas!
Vão viciando por comprimidos,
na convalescença com tarja preta!
Deveras indústrias poderosas,
com seu lobby no Congresso!
Impondo leis impiedosas,
em patentes de retrocesso!
Quantos vírus produzidos,
por laboratórios camuflados!
Prometem a cura de combalidos,
mas para o contágio são financiados!
Oh, atormentada humanidade!
Com seus doentes fazendo parte,
de sórdida cadeia alimentar!
Em que os pobres sem muita sorte,
vão sofrer sem poder se curar!
Parem e comecem a refletir!
Do porquê de remédios tão caros!
E vocês poderão assentir,
o ardil e o logro destes avaros!
______
212
Alberto dos Anjos Costa
Quanta hipocrisia ocultada,
pelo interesse ganancioso!
A cura é até protelada,
pelo lucro econômico ambicioso!
A cura para muitas enfermidades,
poderiam já ter sido realizadas!
É provável que não existam vontades,
pois, a doença deve ser conquistada!
Quantos médicos mercenários,
que lucram com as doenças!
São sôfregos pelos honorários!
Doutores negociando a indecência!
Raça Humana!
Que menospreza o correto!
Desvaloriza a integridade!
O dinheiro é seu Deus funesto;
conspurcando sua sociedade!
A vida é feita de fases;
de alternâncias e mudanças,
com venturas e infelicidades,
com desejos em constância!
Ah, ser humano!
Em que o diabo está em vós,
agindo sob várias formas!
A barbárie é porta-voz,
da sandice que os deforma!
Oligarquia gananciosa,
corrompida pelo poder!
São serpentes ardilosas,
que deixam seu povo a perecer!
______
213
Ápices Poéticos
Nós começamos a refletir,
sobre a odisseia que vivemos,
e a decepção em nosso sentir,
traz a prostração que não queremos!
Desdita odisseia humana,
com seus rancores e vinganças!
Sua essência beligerante se inflama,
fixando incertezas e desesperanças!
Oh! Multidões em solitude,
magoadas por desventuras!
Sua passagem em finitude,
é presa por grilhões de conjecturas!
Estamos à procura de verdades;
às quais jamais conheceremos!
Dogmas geram ambiguidades!
Nossa existência desconhecemos!
A humildade foi destituída!
A soberba está empossada!
A raça humana é prostituída,
pela ostentação famigerada!
A expressiva luta pela vida,
é conviver com as provações!
Desenganos deixam pessoas comovidas,
exaltando a fé pelas orações!
Ah, graciosa estesia!
Em que a criança é a inspiração,
de uma bênção em amor!
É uma aura em vibração,
pelo sentimento em primor!
______
214
Alberto dos Anjos Costa
Seu nascimento na pureza,
como anjo abençoado,
se deturpa pela frieza,
de um sistema contaminado!
Vós humanos!
Estão propensos a tantos riscos,
que induzem aos contratempos!
Seu viver é um aventurar de perigos,
que lhes trazem muitos tormentos!
Sua sublime paz e tranquilidade,
a qualquer hora podem-se quebrantar!
São os reveses que sem piedade,
suas lágrimas conseguirão derramar!
Em instantes! Tudo num instante!
Circunstâncias alteram seu destino!
Imprevistos são tão angustiantes!
Acidentes deixam você em martírio!
Por mais que tenhas atenção,
num átimo, tudo pode mudar!
Fatalidades causam prostração!
É o infortúnio que não se pode olvidar!
Oh! Dubiedade cáustica,
impondo verdades ao inverossímil!
A raça humana procaz exalta,
ígneos deleites por desatinos!
As escolhas que fazeis;
as oportunidades que perdeis;
mudam vossos destinos;
suscitam vários caminhos!
______
215
Ápices Poéticos
Judiciário de benesses e regalias,
com o nepotismo e iniquidades!
Em sua essência carcomida,
aprecia a secular morosidade!
A lei é deveras um engodo,
ao preceituar sem nenhum estorvo,
que perante ela todos são iguais,
e que julgamentos justos são vitais!
Mas não é isso que se vislumbra!
Pois, o rico é o privilegiado;
o pobre vive na penumbra,
com seus direitos vilipendiados!
A vasta estupidez humana,
insolente em sua insignificância!
Sua insensatez se inflama,
pelas maldades em predominância!
Oh, governantes!
Com vossa gente semianalfabeta,
que foi estratégia capitalista;
assim é mão de obra barata e certa,
para uma ignorância sufragista!
Manipulação de mentes,
com artimanhas astuciosas!
Com seu povo sempre contente,
na obediência cega e desastrosa!
Desestruturada Educação,
para formar a subserviência!
O antipatriotismo era a solução,
para não ter heróis em resistência!
______
216
Alberto dos Anjos Costa
Oh, humanidade!
Que vivenciam a vida,
na certeza da morte!
Curta permanência consumida,
por desencantos e dúbia sorte!
Quantas almas aflitas,
por conhecer desilusões!
O relevante desafio da vida,
é suplantar as frustrações!
Oh! Raça Humana!
Como entender o seu mistério,
do porquê de sua existência!
A ignorância não é despautério,
pelos enigmas em evidência!
Vida e morte trilhando juntas!
Neste teatro de ilusões!
A ganância ensejando culpas,
ofertando torpezas em multidões!
Oh, humanos!
O seu Deus deve estar sentido,
pela criação de rebentos insanos;
confidenciando ao seu filho,
que talvez foi um grande engano!
Natureza humana com travos e rancores,
sordidez aplicada por insensíveis predadores!
Insana consciência machucando por prazer,
pondo fel e azedume, ancorando o entristecer!
Natureza humana, que mata por vontade,
crueldade no coração sem remorso e piedade!
Pífias almas fratricidas que sepultam o amor,
______
217
Ápices Poéticos
a torpeza é idolatrada no afã destruidor!
Natureza humana abjeta e animalesca,
de paixões abomináveis e de ações tão dantescas!
Incruentas mágoas deixarão como legado;
cáusticas dores lembrarão sonhos pulverizados!
Já era de madrugada quando os Pets terminaram os
seus desabafos, e não se davam conta do botequim lotado;
obedecendo-se o distanciamento. Dos olhares admirados,
em rostos mascarados para escapar ao contágio,
e das saudações que ressoavam a magnitude de sua
autenticidade pelos desabafos tão contundentes.
De repente, num silêncio casual, um senhor de idade
avançada, de barba branca e jeito simpático, ri e se levanta
apoiando-se em sua bengala, e em pé com suas
costas arqueadas pelo tempo, levanta o seu copo de cerveja
e diz: uma coisa nesse mundo me causa grande admiração:
é a humanidade dos animais e a animalidade
dos homens. E ele faz um brinde a todos!
______
218
Alberto dos Anjos Costa
Sepultar de Ilusões
Espectros em amálgamas pérfidas,
solapam ilusões quiméricas,
por ciladas que se elevam lépidas,
no embate de ações tétricas!
Devaneios alteiam-se intrusos,
na quietude silente em brandura;
cingindo refletir obtuso,
na introspecção que agora vislumbra!
Vertigens vesânicas recrescem,
ações estertorantes figadais;
soçobram ímpetos e arrefecem,
o viço em rompantes temporais!
Dores alçam-se profusas,
em apatias e prosternação difusas,
obliterando vontades reclusas,
pela pandemia que tanto assusta!
A verve que foi inumada,
fomenta letargia e oclusão!
A vida morrediça e quebrantada,
susta esperanças; denegando a emoção!
Cáustica pandemia beligerante,
de temores e aflições subsidiárias,
de suplícios apavorantes,
e de incertezas incendiárias!
O isolamento ancorando a solidão,
metamorfoseando-se em dores!
______
219
Ápices Poéticos
O repulsivo tormento em amplidão,
cinge o nefasto em olhares estertores!
Abismais medos em consistência,
a mostrar nossa vulnerabilidade,
pondo a reflexão em evidência,
de sermos um sopro de brevidade.
Perniciosas fobias em privacidade,
incitando segregação epidêmica,
tratando a velhice com perversidade,
por algozes neuroses sistêmicas.
Ah! Esperança vivificante,
que rejubila e rejuvenesce,
destitua essa dúvida angustiante,
do minaz contágio que nos falece!
Como castigo por nossas ações,
o vírus se eleva copioso,
contaminando corações,
tornando-se um réu insidioso.
Seria uma provação?
Por sermos confessos predadores,
criando nódoas e azedume!
Quiçá, por sermos conscientes destruidores,
vertendo ódios em costume!
Tantas iniquidades inescrupulosas,
de humanos sem humanidade;
em ações tão ardilosas,
requintadas pela crueldade!
Deveras prostituídos,
por egoísmos e futilidades!
______
220
Alberto dos Anjos Costa
Sentimo-nos confrangidos,
por olvidarmos da fraternidade!
Inerentes vaidades!
Presunçosa! Convencida!
Soberba em disfarce!
Vaidades consumidas,
pelo individualismo em enlace!
Vaidades! Sempre vaidades!
Recônditas em nosso ser,
vamos fingindo em castidade,
logrando a vida sem a conhecer!
Oh, ambições!
Desprezíveis e necessárias!
Idealizadora de ações,
instigantes e arbitrárias!
Somos seres insaciáveis;
no afã de ter sempre mais!
As conquistas inadiáveis,
deixam-nos brutos animais!
Se o homem é a imagem de Deus,
alguma coisa está errada,
pois, não é possível que filhos seus,
tenham a perversidade em sua jornada!
Somos poeiras,
escamoteando a humildade,
grãos de areia,
introduzindo tempestades!
Moléculas em sopro,
perdendo o elo,
______
221
Ápices Poéticos
somos indoutos,
desperdiçando o belo!
Somos o passado,
presente e futuro;
primor marcado,
empossando o impuro!
Lépida brisa,
em telúrico passeio,
formando ventania,
no paraíso em esteio!
Somos estrelas,
nascendo e morrendo,
vontades guerreiras,
que o tempo vai vencendo!
Oh, morte! Que tudo finda!
Que nos exime de toda culpa!
Ensina-nos, que a vida ainda;
é perseverança até o fim da luta!
A vida é uma plêiade de estrelas;
de ígneas sensações em ardor!
A pandemia veio voraz e sorrateira,
adornando a morte e içando a dor!
Vivenciaremos instantes funestos,
que despertarão lágrimas e temores!
O vírus em seu invisível gesto,
empossou incertezas e dissabores!
Quantas ilusões sepultadas!
Quantos desejos subtraídos!
Quantas quimeras encerradas!
Quantos sonhos rescindidos!
______
222
Alberto dos Anjos Costa
Oh, vírus que nos aflige,
deixando-nos mudo de estupor;
infecção que nos inflige,
ingente açoite em furor!
Oh! Heróis que sucumbem,
pelo contágio que se difunde!
A pandemia se incumbe,
de promover cortejos fúnebres!
Muitos serão os escolhidos,
dentre séquitos de atores!
Muitos óbitos serão assistidos,
suscitando desgraça e estertores!
Quanta falta de empatia,
de um governo em deboche,
para ele a morte é a garantia,
de que alguns não tiveram sorte.
Quanta discriminação aviltante,
para pessoas em avançada idade,
muitos dizem que já viveram o bastante,
e de que a morte faz parte da interinidade.
Oh, vírus! Revelastes o desumano,
em nossa própria espécie!
Mostrastes egoísmos e o modo insano,
em gélidos corações que embrutecem!
Desventuras abraçam o isolamento,
com a pútrida ação contra o idoso,
que sente o travo do confinamento,
pelo desprezo tão doloroso!
______
223
Ápices Poéticos
Injustiças! Quantas injustiças!
O mundo já fomentou!
Esperanças morrediças,
pelo desamor que se alastrou!
Nesse sistema de hipocrisias,
onde a indignidade é o deslumbre!
Solapa a sapiência e a põe em paralisia;
excitando o insano que a transfunde!
Como posso não me impactar com a pandemia!
Se a morte nos observa noite e dia!
Como posso não me sentir destroçado!
Se o que vejo é o alento sendo derrotado!
Oh! Quanta insegurança,
num trilhar cáustico e pungente!
O dia a dia com a esperança,
traz o coração sempre contente!
Oh! Imperdoável engodo;
em um mundo dividido!
Este paraíso é um todo!
O amor é decisivo!
Túmulos erigidos pela virulência,
mostram-nos como somos fragilizados!
Consternados ratificamos em penitência,
de que nosso pedantismo é inadequado!
Pensar que uma vida é dispensável,
é desconhecer um universo de querença!
Ilusões fazem parte do inefável!
São sentimentos ornando nossa presença!
Que torpe politicagem,
nas artimanhas pela vacinação!
______
224
Alberto dos Anjos Costa
As mortes são as homenagens,
pelos votos na eleição!
Dois Brasis dentro do Brasil,
com seu povo e suas diferenças!
A Pandemia em seu ardil,
criou a vacinação com desavenças!
E o vírus disse incontinenti!
Brasil, sois uma nação dividida,
em que sua brava gente,
faz a desunião ser acolhida!
Quantos brasileiros partiram,
sepultando suas ilusões!
Silentes pranteiam em seus jazigos,
o findar de suas emoções!
Será que aprenderemos,
nessa angustiosa provação?
Que a pandemia faz nós sofrermos,
se não tivermos o amor no coração!
Porquanto, lutamos tanto,
para não levarmos nada!
A vida é um terno encanto!
A morte é o fim da jornada!
______
225
Ápices Poéticos
Simbiose
No romantismo do enamorar,
floresce a inebriante paixão;
luculentos sentimentos a inspirar,
renitente vontade para a união!
Em dois tudo é melhor,
destituindo a solitude,
o congraçar é bem maior,
pelos desejos em amplitude!
Respeitando individualidades,
diferenças e imperfeições!
A conquista da confiança,
engrandece a fidelidade!
A vida de um casal é volúvel,
feito de instantes que se alternam;
seu trilhar parece dúbio,
pelas fases que se revelam!
A harmonia está na lealdade;
no diálogo em compreensão;
nos carinhos em autenticidade,
no amor em interação!
Viver em aliança,
ensejará renúncia e aprendizado;
meiguices em consonância,
deverão ser ancorados!
Ternura em corações,
que se doam em doces beijos,
______
226
Alberto dos Anjos Costa
sublimes emoções,
vão criar ígneos desejos.
Voluptuosos sentimentos,
inspirando a felicidade,
abraços a contento,
vão despertar a sensualidade.
Os corpos em sedução,
irão sentir a arritmia,
vontades e sofreguidão;
a concupiscência afluía.
O sexo em prazer,
excitará lindas emoções;
recuos também vão acontecer,
pois, fazem parte das presunções!
Segredos entre paredes,
ressonarão orgasmos e gemidos;
frenéticas posições ardentes,
ensandecerão cálidos sentidos;
excitantes palavrões inocentes,
na junção de corpos destímidos!
Ah! Como é mavioso,
quando chegamos ao lar!
Com nosso espírito ditoso,
um beijo vem a nos acalentar!
Contrariedades também existem,
para nos indicar a sabedoria!
Intolerâncias sempre persistem,
pelo egoísmo em sintonia!
As vaidades tão pedantes,
que enganam nosso ego;
______
227
Ápices Poéticos
deixam casais recalcitrantes,
sem ver o lume, porque estão cegos!
Complexo é a convivência,
que traz à tona muitos defeitos;
incompatibilidades na essência,
murchando sonhos, desunindo leitos!
Oh! Como é angustiante,
assistir desavenças entre casais!
É um show impactante,
pelo morrediço de ideais!
Nesta curta passagem,
em que abraçamos as ilusões;
é mister ter coragem,
para o despertar das emoções!
O amor em semeadura,
é lenitivo para o viver!
É estesia na estrutura,
felicitando o conviver!
Quantos relacionamentos duradouros,
envoltos em latentes traições,
que serão sepultados sem desdouro,
pela magnificência das paixões!
Como ludibriar os sentimentos,
pelo fascínio da juventude!
A hipocrisia do juramento,
quebrantarão sua virtude!
Ah! Reluzente juventude!
De ninfas sensualizadas!
De corpos sublimes e ardentes,
que encantam pela beleza irradiada!
______
228
Alberto dos Anjos Costa
Seu aroma sedutor, faz criar utopias,
inspirando canções e lindas poesias!
Ah! Nefastos enganos,
que entronizam inverdades!
A dissimulação de puritanos,
põe a demagogia na moralidade!
Quantos diabos viraram santos,
que hoje são idolatrados!
A verdade não traz encantos,
para casais desapaixonados!
Oh! Morfética rotina,
que faz prostrar o alento!
Arrefece vontades repentinas,
sucumbindo ígneos sentimentos!
Quantos casais em desamor,
convivendo por conveniências!
O patrimônio é o ardor,
pela segurança em indulgência!
No jogo de interesses,
que acontece muitas vezes!
Velho rico, com mulher nova;
ou corno ou cova!
O tempo é assaz inclemente!
Deveras inexorável!
A lei da gravidade mutuamente,
soçobra o viço inefável!
Oh! Verdades inverídicas,
a mostrar nossa ignorância!
As mentiras são benquistas,
no perpetuar de alianças!
______
229
Ápices Poéticos
Porquanto! A paternidade é uma carreira que um belo
dia nos é imposta sem que ninguém tenha feito
antes a menor pesquisa quanto à nossa idoneidade:
aí está a razão de existirem tantos pais que têm
filhos e tão poucos filhos que têm pais.
A menstruação atrasada,
cria a metamorfose!
A simbiose é abençoada!
É a vida em apoteose!
Júbilos incomensuráveis,
pela gravidez que desponta!
Mortificações infindáveis,
por casais que não se deram conta!
Poderíamos até expressar,
que é um egoísmo entre dois!
Pois, medos e castigos irão abraçar,
a vida uterina que nascerá depois!
Prelúdio da resignação!
Preliminares da paciência!
Nove meses de gestação,
nas provações em iminência!
O rebento chegou!
Venturas são encetadas!
A família conquistou,
a descendência almejada!
Intróito em que tudo são flores,
desabrochando temperança!
Afetuosidades em primores,
com as diversidades em concordância!
______
230
Alberto dos Anjos Costa
Variações na rotina,
pelos cuidados imperiosos;
As responsabilidades do dia a dia,
estressa casais, outrora viçosos!
Desmedida dedicação,
ao renovo que enseja ternura!
Noites mal dormidas pela atenção,
participando com candura!
Infinitas preocupações,
para que o rebento não tenha o pior!
São casais com sensações,
de que o porvir pode ser melhor!
Sonhos protelados!
Vontades em distância!
Anseios renegados,
em prol de sua criança!
Amores repartidos!
Casais divididos!
Afagos diminuídos!
Companheirismo retraído!
Após muitas primaveras,
constelações perderam o brilho,
a esperança não se encerra,
pois, a dádiva é seu filho!
Quanto tempo despendido!
Quanto amor doado!
Quantos pensamentos atribuídos,
para o educar ser venerado!
Doces pais exaltando o participar!
Meigas mães louvando o seu amor!
______
231
Ápices Poéticos
Puberdades galvanizando o aventurar!
Alvoradas atando-se ao destemor!
Fantasias que se perdem,
pelas desilusões apossadas!
Lembranças que refletem,
quimeras aprisionadas!
O inexorável tempo avança e seu fruto amadurece,
desabrochar de sua criança, na adolescência de mutações,
rugas vincadas emergidas pela abnegação que
enaltece, filho criado, trabalho dobrado, fomentando inquietações.
Luas que passaram,
para o filho agora em mocidade!
Rugas vincaram,
para genitores sentindo a idade!
Asas indomáveis alçando voos independentes,
emoções da mocidade em aventuras tão vorazes,
inerentes tentações ofertando atos inconsequentes,
noviço navegante, descobrindo mundos, desbravando
mares.
Ah, libertos! Nos filhos içam asas,
para périplos em estreia!
Intermitentes ações devassas,
compondo parte de sua odisseia!
Como anjos que alçam voo,
os filhos são gerados para o mundo!
A liberdade é como o ouro,
que reluz sob o sol fecundo!
Cristais quebradiços,
não podem ser lapidados!
______
232
Alberto dos Anjos Costa
Ideais postiços,
jamais serão alcançados!
Contristada e iníqua realidade,
que permeia nosso mundo,
decepcionando a terceira idade,
que sente o desapreço tão imundo!
Como é triste o envelhecer,
e conviver com a desatenção,
vendo os filhos a embrutecer´
pela impiedade no coração.
Rebentar de insensibilidades,
de rebentos desajuizados,
hoje se esquecem da afetividade,
e do amor para eles ofertados.
Quantas filhas de merda,
que pela herança descartam seus pais!
A ganância é a morte certa,
da família que agora jaz!
Seria leviano generalizar;
pois, existem filhos muito amáveis!
O bem e o mal sempre vão estar,
neste universo de vulneráveis!
Somos protagonistas em cena,
neste teatro real e profundo,
trilhando de forma plena,
as incertezas do mundo!
Indecifráveis mistérios,
permeando nosso trilhar,
a única certeza sem despautério,
é que toda vida tem seu findar.
______
233
Ápices Poéticos
Perguntas sem respostas,
vão suscitar reflexões,
o esperançar nos reconforta,
neste orbe de ilusões.
Conquanto desilusões fazem parte do viver, suplantá-las
é imperativo para continuar a sobreviver!
Na dicotomia de alianças quem vencerá?
A insípida rotina do dia a dia, que enseja, fastio, enfado,
tédio; pois, subtrai afagos e põe fel na cumplicidade! Ou
o amor que perdoa, falhas, imperfeições e erros, aceita
as diferenças e põe a brandura, indulgência, mansidão e
ternura em prol da felicidade!
Plena felicidade é utopia!
As tristezas fazem parte!
São nos momentos em alegria,
que faz o sorriso ser destaque!
Viver! É exímia coragem!
É se arriscar a cada dia!
Pois, é curta sua passagem!
É necessária luta e ousadia!
Neste viver de emoções,
de êxtases e encantos;
procure abraçar inspirações!
Demita seus tétricos prantos!
Por que sorrir?
para sua alma se alegrar,
para sua depressão estancar,
para as portas se abrirem,
para as pessoas sorrirem.
______
234
Alberto dos Anjos Costa
Por que cantar?
porque o cantar encanta e rejuvenesce,
cria sinergia e o júbilo recrudesce,
sepulta o amargor e a tristeza vai embora,
harmoniza sua mente na emoção que aflora.
O Sol dentro d'alma,
irradia cantorias,
sublimes sentimentos,
inspiram um novo dia!
Corpo e mente em mansidão,
despertam a esperança,
demitindo a prostração,
pela vontade em aliança!
O Sol dentro d’alma,
semeia o amor,
celebra a harmonia,
espargindo o esplendor!
O Sol dentro d'alma,
cimenta a etérea gratidão,
por estarmos aqui agora,
com bondade no coração.
O Sol dentro d'alma,
gera a estesia do sonhar,
com um mundo mais fraterno,
sem a maldade a nos conspurcar!
Por que reclamar?
se você é são e perfeito,
se sua avidez insaciável é defeito,
se tens mais do que mereces,
se tudo que te satisfaz lhe aborrece.
______
235
Ápices Poéticos
Por que odiar?
se o clemente perdão é humildade,
se o desprezível rancor é maldade,
se o impudente ressentimento é flagelo,
ser beligerante e hostilizar não é belo.
Por que trair?
se ser íntegro e leal é honrado,
se o fiel e a probidade são abençoados,
se a traição é uma dissimulada punhalada,
é golpe sem sangue, é ferida não cicatrizada.
Por que mentir?
se a verdade vai chegar,
se a falsidade vai maltratar,
se a mentira é repugnante,
se o enganar é aviltante.
Por que a inveja?
se é sentimento tacanho,
que te deixa em cobiça,
no desejo pífio e insano,
pela conduta quebradiça.
Por que o medo?
se a mente é quem determina,
se a neurose está por dentro,
dominá-la é coragem que anima,
vencê-lo é o suplantar do tormento.
Por que nunca desistir?
porque viver é um eterno lutar,
perseverança cintilará seu trilhar,
porque as dificuldades sempre aparecerão,
e a vontade de tentar ultrapassará a provação.
______
236
Alberto dos Anjos Costa
Por que manter o equilíbrio?
porque a ponderação é relevante,
é sabedoria revigorante,
é livre-arbítrio em discernimento,
nem mais e nem menos, transigindo a contento.
Por que não furtar?
porque o que é de outro não lhe pertence,
sua lisura e retidão serão sua escora,
sua honestidade é tesouro resplendente,
nas atitudes que estarão `a prova.
Por que trabalhar?
porque a ociosidade é o que mata,
sua utilidade é o que te exalta,
no labor que é producente,
que traz o respeito proeminente.
Por que sonhar?
porque a realidade é cruel e insensível,
intento de criar lúdico mundo invisível,
de deleites, de fantasias, de candura,
de um viver de devaneios em semeadura.
Por que amar?
porque beijos são energias em sensações,
galvanizam e regozijam corações,
carícias em comunhão de corpos ardentes,
explodindo em orgasmos felizes e contentes.
Por que a fé?
porque as incertezas são etéreas em mistérios florescidos,
seara de grânulos cultivado por entes desconhecidos,
Deus é necessário para prover-nos de esperanças,
______
237
Ápices Poéticos
para termos fraternidade e o amor sempre em constância.
Por que viver?
para que a morte seja postergada,
para que sintas a dádiva pulsante,
para que aprendas que a vida é obra abençoada,
para que nosso viver seja uma missão dignificante.
pois, a vida é um fantástico maravilhar,
até chegar a hora do tempo findar.
Ah, vida! Em simbiose sorvida!
Casais, vivenciando emoções apaixonantes!
A morte também ama a vida!
Levando-a! Libertando-a de aflições lancinantes!
Oh, viver! Em seus mistérios e fascínios!
Oh, morte! Findando o espetáculo em desígnio!
______
238
Alberto dos Anjos Costa
Sinceridades
O que faz um casal, que se encontra na paz da união,
na tranquilidade e na reciprocidade do amor, na interação
de pleno convívio entre carinhos, afetos e ternura,
seduzidos pela
impetuosidade sexual de dois jovens enamorados, que
se entregam na sinceridade de seus sentimentos; que de
forma lúdica, se divertem e se acarinham como crianças,
na cumplicidade, e afinidade sentimental; na afetividade
participativa, em lídimos ditosos beijos; em um partilhar
repleto de alegrias, de paz e harmonia, e de olhares resplandecidos
em desejos sublimes por sentirem em seus
corações, o êxtase da etérea felicidade.
No tempo em que o casal destituído de grilhões, de
amarras, livres, leves e soltos; cingidos pela sua sagrada
liberdade, que lhe oferta independência e autonomia,
para compartilharem entre si de regozijos, diversão, passeios,
sem o tempo a lhes cobrar a imperativa responsabilidade
que o rebento há de suscitar. Dois corações em
que o amor cria a mansidão, que galvaniza afetos, meiguices
e afagos, e a renovação de duas almas que se
descobrem no afã de se eternizarem no ígneo sentimento,
que os constrói, que os edifica e os consolida,
como dois amantes deveras apaixonados.
Portanto, o que faz com que estes dois seres, que desfrutam
do verdadeiro e cintilante amor, conectados por
um cálido sentimento de estesia, apossados de ingente
júbilo e ventura, possam, renunciar a tudo isto, ou por
egoísmo, ou vaidade, ou para manterem a linhagem, ou
pela inocência, ou pela procriação da espécie, ou por
sendo seres imperfeitos, e por já terem experimentado o
______
239
Ápices Poéticos
ápice do amor em tórrida paixão, se esgotaram, e a rotina,
o fastio, o tédio e até uma vida a dois insípida, os
incutiram a gostarem de experimentar e de saborear as
incertezas, as dúvidas, o indeterminado e o impreciso,
através dos sofrimentos, das aflições, dos tormentos; intrínsecos
na imperfeição humana; admitindo desta
forma, o estresse, as dissonâncias, as insônias, os antagonismos,
a beligerância, o temerário; e ensejarem a divisão
do amor que outrora era único e indivisível; fragmentando
o relacionamento, com discussões, antipatias,
aborrecimentos, cobranças, discórdias, e pulverizando
o amor, que antes era deleitável, gracioso,
franco, radiante e de uma beleza cândida e magnetizante!
Por tudo isso! O que faz com que este casal, desfrutando
de tanto amor, ainda pensem em serem pais? Excetuando-se
a esta situação, a concepção acidental, aleatória,
que envolve o acaso ou sem intencionalidade!
Seria o amor feito de incomensurável coragem? De um
ato intrépido? De uma escolha heroica? De uma opção
homérica? De ousadia e destemor? Ou seria simplesmente,
certa dose de insanidade e o gosto pelas dores
que o mundo fomenta, na incerteza do amanhã?
O que é a vida?
Senão um mar de ilusões!
Em que esperanças recidivas,
vão suplantando frustrações!
A vida! Em aprazível útero!
Silente na quietude angelical!
Ansiosa em sentir um novo mundo!
Sôfrega pureza desconhecendo o real!
Devaneios e quimeras em um anjo fecundo!
______
240
Alberto dos Anjos Costa
A vida! A efêmera vida!
Que nasce de disputa incessante,
na vontade indômita da semente!
Pináculo da vitória exultante,
em que o tempo será incisivo e inclemente!
A vida! Estressante!
Quantas noites de insônia!
Quanto choro retumbante!
O rebento sem cerimônia,
quer o colo aconchegante!
A vida! A célere vida!
Périplos de inebriantes aventuras!
Dádiva de auspicioso prospério!
Vida e morte trilhando juntas,
com incertezas, inseguranças e mistérios!
A incipiente vida!
O rebento que se ama é tão puro!
Faltar o amor é carência perigosa!
Educar é promessa de um bom futuro!
Cultivar o respeito é dignidade briosa!
A vida! Em inconstâncias!
Renúncias e sofrimentos de pais,
que veem um mundo demente e descontrolado!
O perigo estampado em jornais,
pelos assaltos que os deixam desolados!
A vida! Em tom real!
Vitórias e derrotas acontecem sempre!
Lágrimas e sorrisos afluirão de repente!
Decepções conhecerás pela confiança em engano!
Nos sofrimentos aprenderás, o escárnio de insanos!
______
241
Ápices Poéticos
A vida! Em perseverar!
As adversidades servirão para conheceres a ti!
Os obstáculos mostrarão que são úteis e necessários!
Dependerá de você, seguir ou desistir!
A perseverança incutirá sua coragem ao temerário!
A vida! Recompensando os pais!
Tanta abnegação e desprendimento,
pela devoção e renúncia auferida!
E qual será a retribuição do rebento,
quando a missão estiver cumprida?
Para muitos a gratidão,
será o pleno reconhecimento!
Para outros a ingratidão;
que invocará lágrimas em desalento!
Quais seriam suas atitudes Pais?
Se o seu filho se tornasse alcoólatra?
Perdendo o emprego e a dignidade!
Fechariam a ele todas as portas?
Ou tentariam lhe recuperar a hombridade?
Oh! Que demagogia dolorida!
Do especioso álcool ingerido,
que é droga consentida!
Funestos narcóticos consumidos,
por receitas permitidas!
Pais! O que vocês fariam?
Se visse que seu rebento é homossexual!
O preconceito seria rigoroso e realçado?
Ou, abraçaria pelo amor o desigual,
compreendendo que a escolha não tem culpados?
Respeitar as diferenças;
é o semear da sabedoria;
______
242
Alberto dos Anjos Costa
suprimindo desavenças;
valorizando a harmonia!
Como vocês agiriam Pais?
Se sua filha estivesse em prostituição?
Que a inconsciência gerou a promiscuidade!
A intolerância e abandono entraria no coração?
Ou, acolhê-la-ia, tendo amor e piedade?
Oh! Infaustas almas morrediças!
Que escolheram o errado!
Adentraram em areia movediça;
onde sairão desajustadas!
Pais! Como vocês se sentiriam?
Se descobrisse que seu filho é ladrão?
Que se juntou a amizades dissimuladas!
Denunciá-lo-ia para as grades da prisão?
Ou, fingiriam que não existem vítimas assaltadas?
O crime não compensa!
É verdade já provada!
Tantas vidas com sentenças,
arrependidas e destroçadas!
Como vocês ficariam Pais?
Se soubesse que seu filho é viciado?
Que aleivosos convites levaram-no para a escuridão!
Procurariam Instituição para ele ser desintoxicado?
Ou, deixá-lo-ia em desamparo; em rendição?
Porque as viagens em seus périplos alucinantes?
Reina o vício suicida em venturas angustiantes!
Porque o desejo de tantos em fugir da realidade?
Injetando a própria morte na ilusão da felicidade!
______
243
Ápices Poéticos
Pais! Como vocês estariam?
Se aos prantos seu filho viesse a dizer,
que embriagado atropelou um inocente?
Vocês se omitiriam para lhe absolver?
Ou, obrigá-lo-ia a se culpar publicamente?
Os bons tem consciência,
das lágrimas de suas vítimas!
Os maus não tem clemência,
pois, veneram injustiças!
Oh, recônditos pecados!
Que jamais emergirão!
Guardados a sete chaves;
ninguém o julgarão!
Como vocês se comportariam Pais?
Se um pervertido que mora em sua rua,
abusasse de sua filha pelo estupro?
Perdoaria o agressor, mas pedindo sua clausura?
Ou, furtivamente matá-lo-ia num beco escuro?
Oh! Selvagens pervertidos;
estuprando cândida pureza!
É o sexo sem sentido;
fixando traumas e cáustica tristeza!
Esta nua realidade despida de sorte,
exibe o perverso manifestando tragédias!
Acontece mesmo aos que se julgam fortes,
são fatos amargos que se encontram na odisseia!
Sorte! Sorte! Sorte!
Bem aventurada sorte!
Deixando-nos, no lugar,
hora e tempo certo,
______
244
Alberto dos Anjos Costa
para que desventuras,
não estejam por perto!
Pais! Em reflexão!
Despertar o instinto selvagem e primitivo,
que se esconde dentro de nós!
Ou usar de ponderação e controle construtivo,
nos riscos que fazem ver o sofrimento atroz!
Pais em suas conclusões finais!
Que a vida tem cenas dantescas!
Que o inferno está nestas tétricas tragédias!
Que ninguém está imune destas ações grotescas!
Que o purgatório é aqui nesta Divina Comédia!
Quantas verdades corrompidas!
Quantas falsidades entronizadas!
Quantas vidas infligidas!
Por verdades dissimuladas.
O tempo traz a verdade,
na vida a ser vivida,
mentiras em castidade,
porquanto, vão ser seguidas!
Você faz seu trilhar,
pelas escolhas feitas,
suas ações irão mostrar,
se suas virtudes foram eleitas.
Conhecerás risos e alegrias!
Conhecerás prantos e tristezas!
Sua ponderação será a garantia,
de livre-arbítrio sem torpezas!
Lutarás por ilusões!
Sentirás a insegurança!
______
245
Ápices Poéticos
Viverás intensas emoções!
Com tempestades e bonança!
O tempo trará a suprema verdade,
de que um dia irás partir,
seu coração em fraternidade,
será Deus a te conduzir!
______
246
Alberto dos Anjos Costa
Sonho em Conquista
Trabalhava a terra para suprir nosso sustento,
o corpo esquecido no sentir do desalento,
as mãos calejadas pela dureza do seu labor,
o espírito enfraquecido pelos sonhos em torpor.
Vida lépida como um raio que num átimo se dissipa,
mística, bela e enigmática, parecendo infinita;
era sobrevivente num trilhar entre o azar e a sorte,
revelando no seu pulsar desilusões antes da morte.
O suor sendo vertido parecia não ter valor,
da aurora ao crepúsculo não lamentava a sua dor,
cultivando alimentos para abastecer a cidade,
foste colono sobrevivendo num trilhar de simplicidade,
servidão a céu aberto num porvir em desesperança,
seu valor foi olvidado na grandeza de sua importância.
Depois de mais de um dia de agitado fragor,
nascem as estrelas, prostrando-se a quimera,
irradiando vida, mostrando o fulgor,
desabrochando o descanso, esquecendo-se da guerra.
As estrelas, falam, gritam e suplicam,
de que o tempo não passa, quem passa é você,
para que reflitas um pouco sobre a eterna ilusão,
da distante luz estelar que vemos na escuridão!
Cai a noite, descansa e refresca a alma,
zomba da morte, adoça o sofrer,
seu silêncio é prédica, é brio, é calma,
a noite é esperança que ajuda a viver!
______
247
Ápices Poéticos
A pobreza faz brotar novas mudanças,
procurar na cidade a sorte que não alcança,
com coragem, sem dinheiro e algumas trouxas,
carrega pesada cruz na aventura que agora incursa.
Desorientado com seu presente em confusão,
a favela é moradia da simplicidade em retidão,
a resiliência é abraçada pela vontade da conquista,
a alfabetização é indispensável, respeitada e benquista.
O seu despertar é de alento e esperançar;
um novo dia acontecendo a lhe abençoar,
agora ele trabalha e estuda com dedicação,
seu viver tem a ínclita vontade em consideração.
Adversidades hão de estar no percorrer deste caminho!
Obstáculos vão mostrar a superação em seu destino,
fortificando no viver a esperança em seu sonhar,
construindo o seu amanhã pelo afinco de estudar.
O amanhã é de procura na transformação do viver,
o tempo lhe vai cobrando persistência em seu trilhar,
o triunfo todos querendo, muito dinheiro e poder,
sua vitória é diferente, seu objetivo é se formar.
Na educação consolidada
pelo respeito e honestidade,
sua palavra é dignificada,
no sepultar da improbidade.
Num mundo de descaminhos,
de incorreções e incongruências,
seu bom caráter vai construindo,
o forte homem em sua eminência.
Aquele jovem muito aplicado,
agora gostava de ler livros,
______
248
Alberto dos Anjos Costa
à escola ia entusiasmado!
Boas notas eram seu incentivo!
Conseguiu entrar para a Universidade,
para estudar o curso de Letras!
Frequentava as aulas com assiduidade!
Sua abnegação era perfeita!
Seu sonho era ser professor!
Seu idealismo era apaixonado!
O porvir era reluzente e promissor,
pelo saber em que estava focado!
De família honesta e simples,
por isso não tinha recursos!
Vivia uma vida sem requintes!
Trabalhava para pagar o seu curso!
Foram instantes de dificuldades,
num esforço inefável e desmedido;
conseguiu superar adversidades;
diplomar-se era o seu objetivo!
Chamavam-no de Caxias,
por só pensar nos estudos!
Dinheiro quase não tinha!
Não nasceu em berço de luxo!
Baladas em convites,
apareciam a todo momento!
Belas alunas em acintes,
lhe ofereciam divertimento!
Não abraçava a devassidão,
em prol de seu propósito!
Os prazeres em exclusão,
mostrava seu foco heroico!
______
249
Ápices Poéticos
Viu vários amigos desistindo,
do curso e de boas oportunidades!
Ele lá, sempre persistindo,
através de sua força de vontade!
Jovem numa luta incessante,
noite e dia; dia e noite!
Por um desejo edificante!
Quanta renúncia! Quanto açoite!
Tinha em sua mente,
o lema dos pioneiros:
os covardes nunca começam;
os fracos morrem no caminho;
somente os fortes chegam.
Estudava! Estudava! De modo incansável!
De segunda a segunda! Sem fins de semana!
Seu afã! Seu desejo! Seu ideal inquebrantável,
fizeram-no ter uma dedicação quase insana!
Aquele jovem entendia:
que ele era o arquiteto,
de seu próprio destino!
E refletia que a vida, é
feita de escolhas e que
preferia a dor de não ter
vencido, à vergonha de
não ter lutado!
Seu desprendimento valeu a pena,
com o sucesso para o almejado!
A primeira etapa em vitória plena!
O respeito havia conquistado!
E o dia da glória chegou,
para o jovem que investiu na sabedoria!
______
250
Alberto dos Anjos Costa
O bacharelado ele conquistou,
pelo sacrifício e suor em cada dia!
O coração do jovem percebia que:
por um ideal as forças se multiplicam!
Compreendia que para lecionar,
enfrentaria grandes adversidades!
Sua primeira aula fez-lhe emocionar,
por ver-se professor, diante das dificuldades!
Aquele jovem obstinado com seu idealismo,
consolida hoje seu apreço e dignidade!
Exerce seu ofício com maestria e profissionalismo;
fez o sonho realizar-se por sua gana e vontade!
Porquanto!
Ficar na inércia,
esperando sucesso,
é vontade egressa,
apeando seu progresso.
Pulsar em desambição,
tolhendo conquistas,
vivência sem emoção,
aceitando a preguiça.
Portas fechadas,
não sendo batidas,
sorte prostrada,
oportunidades perdidas.
A vida em labuta,
de lágrimas e sorrisos,
lassidão na disputa,
sacrifícios recidivos.
______
251
Ápices Poéticos
Apatia é regressão,
incentivando desalento,
você é a aplicação,
seu esforço é o suprimento.
Estancar a desistência,
é renovar o ideal,
empreender em afluência,
alicerçando vigor total.
Agradeça pelas dificuldades,
por oferecer-lhe o aprender,
suplantá-las é a oportunidade,
de valorizar o seu viver.
Esforçar-se é relevante,
para ultrapassar os obstáculos!
Ser guerreiro é extenuante!
Perseverança é o sustentáculo!
Tenha fé, seja otimista,
acredite em você,
não esmoreça, sempre insista,
bons resultados irás colher!
A vida sem embaraços,
não tem graça, não faz crescer,
paciência é o grande passo,
que mostrará seu fortalecer.
O destino em facilidade,
não lhe ensinará a grande lição;
que toda conquista não é gratuidade,
é fruto do suor e da abnegação!
______
252
Alberto dos Anjos Costa
Vicissitudes
Neste tempo de evoluções,
de tecnologias avançadas;
a depressão em multidões,
faz a morte ser acalentada!
Oh! Tristeza!
Que entreabre a escuridão!
Sepulta sonhos de grandeza!
Castiga a alma e o coração!
Estuário de dor,
na aflitiva solitude,
desânimo avassalador,
exasperando vicissitudes.
Átimo de desesperanças no amargor presente;
pulsar desalentado definhando em sofrimento;
abarcada solitude no infortúnio deprimente;
cáustica opressão exteriorizando o tormento.
Pungente depressão prostrando o viver,
arrefecendo a luta, quebrantando o sonhar,
derribando a alegria, pulverizando o querer,
corroendo a alma, enlutando o trilhar.
Medos e frustrações,
ancoram azedume,
desvanecem emoções,
pela apatia em queixume!
Cruzes pesadas,
marcando destinos,
______
253
Ápices Poéticos
pessoas angustiadas,
experimentando desatinos.
Esperanças desfalecidas,
promovendo tristezas!
Venturas esquecidas,
instituindo fraquezas!
Fel em provação,
desnudando lágrimas,
entronizando mortificação,
cimentando almas pálidas.
Vidas despetaladas,
sentindo o esmorecer,
realidade martirizada,
patrocinando o desviver.
Encantos desmoronando,
alteando a desilusão,
via-crúcis irradiando,
cicatrizes no coração.
Vivenciamos tantas frustrações,
que suprime nossas vontades!
Nosso mundo em dissensões,
abraça enganos e inverdades!
Interroga-me!
O que é a verdade?
Dogmas de convenientes ilações?
Enganosas conjecturas da realidade?
Absoluta incerteza sem contestações!
Oh! Veja ao seu redor!
Um mundo com tantas guerras!
É a rica indústria armamentista,
______
254
Alberto dos Anjos Costa
sepultando irmãos na terra.
Oh, raça humana que destrói,
tudo aquilo que constrói!
Suas incorreções em hospedagem,
espargem ações muito selvagens!
Nossa existência revela!
Que somos suicidas em potencial!
Com sofrimentos ferindo forte!
Somos o paradoxo enaltecendo o mal!
Um sopro jogado à própria sorte!
Teatro de ilusões,
a mostrar fragilidades!
Inerentes imperfeições,
anunciando nossas vaidades!
Ensaio estertorante,
em almas aplacadas!
Espetáculo lancinante,
nas incertezas convidadas!
Atores em introspecção,
atormentados por suas dores!
Neuroses em reflexão,
de seus receios e temores!
Você faz seu trilhar,
pelas escolhas feitas,
suas ações irão mostrar,
que sua bondade é bem aceita!
Sua sabedoria é a riqueza,
da relevância de estares aqui;
sua consciência é o que enseja,
o caminho que escolhes a ti.
______
255
Ápices Poéticos
A vida é uma efêmera passagem!
É um instante para lhe admirar!
Viver é fulgente coragem,
é uma incógnita a decifrar.
Nossa existência nos revela;
células galvanizadas,
por antagonismos obscuros!
Sentindo a vida violentada,
pelas guerras em nosso mundo!
Oh! Aleivoso Sistema,
que incita pessoas à prostituição!
Violências e drogas agora em cena,
matando o futuro pela perdição!
Vivemos em conflitos e desilusões,
semeando o caos angustiante!
Infidelidades em nossas ações!
Mentiras amiúde a qualquer instante!
Tantas insidiosas guerras!
Tantas insanas mortes!
Pelo ódio que impera!
Com a vingança vindo mais forte!
Oh! Poder onipotente!
Cubra-nos com seu manto,
da misericordiosa compaixão!
Pois, a raça humana vai enlutando,
pelos rancores no coração!
Onde foi que erramos?
Para o mundo está insano!
Pelas guerras em epidemia,
que recrescem a cada dia!
______
256
Alberto dos Anjos Costa
Oh, âmago humano! O que escondes?
Interesses, covardias,
inseguranças, desonestidades,
injustiças, hipocrisias,
idolatrias e deslealdades!
Olhe em sua volta!
Verás políticos conspurcando!
Num país de miseráveis,
com os poderosos nos furtando!
Na essência de nossa alma,
vicejam paixões mórbidas;
inveja, mentiras, vingança e rancores,
constrangendo Deus pelo circo de horrores!
Oh! Tudo que não presta!
Acaba por si mesmo!
É a lei da causa e efeito!
É o justo mistério sendo feito!
Como não se deprimir,
com esse mundo em apatia!
Com o desamor a descobrir,
uma raça humana sem empatia!
Oh! Infausta depressão!
A qual sucumbe as vontades!
Que nos deixa em prostração!
Que faz esquecer o que é felicidade!
Ela vem lenta e sorrateira,
instalando o desânimo;
sua tristeza é mensageira,
de dor inserida na alma em pânico!
______
257
Ápices Poéticos
Ela suprimi o sorrir!
Tira o desejo de cantar!
Deixa o letárgico lhe assistir,
no afã do desesperançar!
Gera péssima energia,
que retrai os sentimentos!
Deixa o sol escurecendo o dia;
pelo desânimo feito por lamentos!
Oh! Desventurada depressão!
Que solapa todo encanto!
Invoca a solitude e a aflição!
Inflige o ominoso convertido em pranto!
Medra na vida a oclusão!
Prescinde o valor da autoestima!
Traz pensamentos em desorientação!
Faz o pessimismo ir lá para cima!
O amor-próprio é macerado;
deixando você irrelevante!
Seu olhar é contristado,
não deixando ver o exuberante!
Oh, desditosa depressão;
por favor vá embora!
Quero de volta a emoção;
para viver um sublime agora!
Deixe de lado a prostração,
a tristeza e o desalento!
Pois, aceitar a depressão,
é ver a vida em tom cinzento!
Sua mente é quem decide,
o ensejar de novas mudanças!
______
258
Alberto dos Anjos Costa
Seu coração é que emite,
os batimentos da perseverança!
Teu sorrir é relevante,
para ativar o otimismo!
Pois, a vida é inebriante!
Não abrace o pessimismo!
Valorize bem o tempo,
nesta odisseia de incertezas,
com sabedoria e sem lamentos,
na humildade que é a riqueza.
Persevere, nunca desista!
És aprendiz em emoções!
Seja sempre exímio artista,
neste teatro de ilusões!
Plena felicidade é utopia!
As tristezas fazem parte!
São nos momentos em alegria,
que faz o sorriso ser destaque!
Fomente imprescindíveis vontades,
que consolidarão aprendizados!
Desistir é pusilanimidade!
É se sentir como derrotado!
Desperte o lindo sol,
que se esconde em você!
Saia desta escuridão,
que só faz você sofrer!
Não insista em reclamar,
da vida que você tem!
A ingratidão em seu trilhar,
te deixará sendo ninguém!
______
259
Ápices Poéticos
Revezes acontecem!
Desilusões são encontradas!
Seja forte e não se entregue,
para uma vida desolada!
Faça de seu amanhã,
um dia abençoado!
Cultive ânimo em afã!
Não se sinta mais culpado!
O amanhã será um novo dia!
Terás uma vida melhor!
Encontrarás paz e harmonia,
e nem lembrarás do seu pior!
Resplandeça seu coração,
no sentimento positivo!
Pois, andar em contramão,
é a certeza de perigos!
Não reclame! Não lamente!
Já que a vida são sacrifícios!
Não desista! Sempre tente!
O aprendizado é bem difícil!
Não cultive a ingratidão!
Agradeça por mais um dia!
Ser injusto é motivação,
para encontrares a desarmonia!
Hoje! Muitos morreram!
E você aí está!
Deixe de lado o desespero!
Pois, viver é perseverar!
______
260
Alberto dos Anjos Costa
Contemple o Sol nascendo!
Sinta a flor a desabrochar!
Tua sensibilidade recrudescendo,
é o amor a lhe inspirar!
Tudo fácil, não teria graça;
seria uma vida sem sentido.
Tua inconsciência é uma ameaça!
É descontrole! É desequilíbrio!
Os dias são diferentes!
O amanhã será melhor!
Hoje! Com tua fé ficarás contente!
Incutirá desejos! Não pensarás no pior!
Os erros do passado,
já passaram, são imutáveis!
Os desacertos são compensados,
por tuas virtudes formidáveis!
Não esmoreça! Não se entregue
às denegridas tentações!
Sejas forte! Nem se apegue,
a esta vida de sensações!
Galvanize tua mente,
com vontades alentadoras!
Seja sincero e decente,
sem ideias destruidoras!
A plena felicidade,
é subjetiva; é abstrata!
A vida em simplicidade,
traz ventura de forma exata!
Olhe para trás!
E sentirás compaixão!
______
261
Ápices Poéticos
Verás quanto sofrimento!
Quantos caíram, e ainda estão no chão!
Derrotas e vitórias,
bondades e maldades!
A vida é misteriosa história,
que se escrevem por nossas vontades!
Você nesta odisseia,
em que o tempo vê passar;
vive e não tem ideia,
de quando o fim irá chegar!
Tua mente é a propulsora,
de alegrias ou tristezas!
A esperança é a condutora,
por veres o mundo em beleza!
A vida é mesmo assim!
Vivenciaremos as incertezas!
Início, meio e fim!
Pereceremos! Essa é a certeza!
Vivemos nos reprimindo,
retendo nossos sentimentos!
Vontades nos oprimindo,
cimentando desalentos!
Porquanto! Viva intensamente!
Não desperdice belos momentos!
Não sejas contraproducente!
Viva o agora! Viva a contento!
Ame a si mesmo!
Desfrute deste mundo!
Sois dádiva! Sois uma estrela!
Sois o tempo tão fecundo!
______
262
Alberto dos Anjos Costa
Esquecemos de nós,
numa vida em segundo plano!
Nos sentimos sempre a sós;
damos relevância a desenganos!
Esperanças não devem ser pulverizadas!
Humanidade de boas ações exaltadas!
Otimismo que não pode ser esquecido!
Um mundo que não deve ser embrutecido!
As poesias devem ser cantadas,
por estrofes de inspiração abençoada!
Os poetas que cantam alegrias e tristezas,
são tristes pela realidade que sepulta a beleza.
A vida é mesmo assim; um árduo e difícil aprendizado!
Cada um com sua cruz; algumas leves, outras pesadas!
A fé e a esperança não devem estigmatizar frágeis culpados!
O amor é o sublime vencedor na fraternidade comungada!
Viver é um risco constante,
nesta passagem de ilusões!
Sua mente é guia relevante,
para transpor obstáculos e decepções!
Dialogue com você;
crie o seu entusiasmo;
viver não é desanimar,
é despertar a vontade;
o sorriso é necessário
para estancar o marasmo;
sua autoestima e amor-próprio,
promoverão a vitalidade!
______
263
Ápices Poéticos
Devemos sorrir!
Para sua alma se alegrar,
para sua depressão estancar,
para as portas se abrirem,
para as pessoas sorrirem.
Viva! Deveras!
Acredite em você!
Teu pulsar é relevante!
És estrela cintilante!
Faça o dia resplandecer!
______
264
Alberto dos Anjos Costa
Vida Pulsante
Choremos a juventude,
e a velhice também;
pois, a primeira sempre foge,
e a segunda sempre vem!
O tempo é implacável,
neste viver de aventuras,
juventude bela e saudável,
ancorada por loucuras!
Átimos extasiantes,
no vigor de energias,
juventude excitante,
de sonhos e utopias!
Mocidade competitiva,
saboreando ígneos prazeres!
Sexualidade intumescida,
pela concupiscência que refulgia!
Arrebatada juventude,
de insanas vontades sexuais,
o sexo em amplitude,
revelando vontades abissais.
Ah, transgressões!
Guardadas em segredo!
Pecados não revelados,
pela juventude em desejo!
______
265
Ápices Poéticos
Ah! Revigorante juventude!
Que neste benigno paraíso tropical praiano, cingido pelo
ínclito e primoroso mar e marchetado por veneráveis e
fascinantes montanhas.
Oh! Impetuoso Mar!
De perigos ocultos e iminentes,
insólitas vidas a nadar,
em silente universo magnificente!
Ah! Proeminente Mar!
Como é lindo teu contemplar!
O mar é magnífico mundo inexplorado,
dádiva que provê o alimento consagrado,
oceanos que lançam périplos em devaneios,
alteroso alto-mar navegando aventureiros,
águas impetuosas criando ondas ao vento,
melodiosas águas firmando romantismo luculento,
alvas ondas que enlevam entoado cantar,
salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.
Neste virtuoso e laureado beneplácito climático litorâneo,
impõe-se exíguas indumentárias, as quais fazem vicejar
e recrescer impetuosos sentimentos e lauta sensualidade,
pela inebriante e noviça mocidade, que refulge e
exalta poesia e encanto; − divinizadas ninfas esculturais
sugerem pensamentos voluptuosos, libidinosos e lascivos;
envoltos em terna tentações e benquista luxúria;
resplandecido pelo cálido prazer concupiscente em corpos
torneados pela inspiração e alento divino; engendrado
pela vontade dos Deuses, extasiados pelo júbilo da
estesia e do etéreo amor.
Desponta nessa juventude bela e sedutora, a feminilidade,
entreabrindo por decotes sumários o vislumbrar
afrodisíaco de robustecidos seios de aroma virginal, que
______
266
Alberto dos Anjos Costa
rutilam a libido e ensejam devaneios em carícias, beijos
e afagos, que quiçá pelo magnetismo de auras cósmicas,
convida-os à sucção de aréolas e de mamilos em eminência,
enrijecidos pelo aprazer que a vida lateja em
seus corpos e fazem-se sentir no despertar de latentes
emoções.
Porquanto! Complexo!
O sexo é espontaneidade!
São os sentidos conexos;
sem proibições das ansiedades!
Tórridas sensações,
em anseios sensuais!
Almas em emoções,
satisfazendo paixões carnais!
Ah! Exuberante feminilidade jovial!
Em que no epicentro de seus corpos, destacam-se suas
curvas arrebatadoras que nos remetem a voos quiméricos
e suas inebriantes coxas roliças, lisas como seda; −
algures, encoberta pelo véu do pudor, cintila o seu Sol,
magnânimo, − porta de entrada para o seu âmago, −
que irradia envolvente fragrância em sua ardente atmosfera;
− o qual fascina olhares furtivos e pecaminosos em
sua pureza de incomensurável preciosidade.
Contígua, está sua intumescente lua clitoridiana, induzindo
para que sem tabus, sem medos e preconceitos,
despida de repressões; seja executada carícias preliminares,
para que em sua órbita umedecida, o sexo oral se
faça presente; − confiando no clímax, no inefável orgasmo,
o qual tornará profuso o néctar lactescente, que
como magma, verterá de seu vulcão sideral flamejante,
que imperiosamente impõe o corpo e alma, para a interação
convergente da felicidade.
______
267
Ápices Poéticos
Sexo é sentimento em encanto,
sem atos em restrições!
São corpos que não são santos,
que se degustam por concessões!
Ah! Feminina mocidade exuberante!
Que na excitação avassaladora dos seus sentidos, seu
universo ofertará taquicardia; extenuará músculos; o
sangue fluirá em frenesi por suas artérias; mutações químicas
desencadearão explosões neurais; seus órgãos liberarão
assaz quantidade de estrogênios, progesterona e
testosterona; − sairás fora de si, como pura magia, sua
alma levitará pelos incontroláveis gemidos, sussurros e
gritos lancinantes, amalgamados de prazer que farão
você perder a noção de tempo e espaço; − Você simplesmente
se descobrirá como mulher.
Sou orgasmos;
sou o pecado;
sou sentimentos a entorpecer;
sou a vida sem marasmos;
sou a metáfora do prazer.
Depois de atingido o grau máximo do prazer, o ponto
culminante sensorial de seu ser, a consecução de sua vitoriosa
conquista; conhecereis a suavidade do contentamento
na mansidão de seu corpo e da harmonia apaziguadora
de sua alma, pelo saciar e sucesso de seus arroubos
de prazer, virá o esmorecimento natural, porquanto
intimamente satisfeita, pelo deleite de seus corpos,
a quietude espargirá abrandamento de suas sensações.
Por que amar?
porque beijos são energias em sensações,
galvanizam e regozijam corações,
______
268
Alberto dos Anjos Costa
carícias em comunhão de corpos ardentes,
explodindo em orgasmos felizes e contentes.
Oh! Maravilhosa mulher revelada!
Após sua extraordinária proeza, desfrutada pelo ápice de
seus ígneos estímulos sensoriais, em que cálidas emoções
e sensações magnetizaram o seu corpo e galvanizaram
a sua alma, sentirás a plenitude do amor na vida
em deslumbre!
A vida é simplesmente uma maravilha,
de começo, meio e fim!
É uma estrela em sintonia,
com o magnificente universo sem-fim!
A vida é uma odisseia,
de revezes e de conquistas!
É uma sombra que passa!
É uma estrela cadente!
É uma vitória temporária!
É uma chuva complacente!
É uma gota no oceano!
É um grão de areia do deserto!
É um meteoro que vagueia,
sabendo que o seu fim é certo!
Asas indomáveis alçando voos independentes,
périplo da mocidade em aventuras tão vorazes,
inerentes tentações ofertando atos inconsequentes,
noviça navegante, descobrindo mundos, desbravando
mares.
Tórridos desejos,
instigam ditosos beijos!
Torrentes emoções,
rejuvenescem corações!
______
269
Ápices Poéticos
Sincero sentimento,
rutila o amor,
dando à vida, alento,
esperança e vigor.
O amor é magia!
Sepulta rancores,
semeia harmonia,
propaga ternura,
carinho e brandura,
galvaniza uniões,
e ardentes paixões.
Pulsante vida!
Doce, em instantes venturosos,
que incentivam ternos sorrisos!
Fel, em momentos desditosos,
afligindo e torturando os sentidos!
Viva! Deveras!
Acredite em você!
Teu pulsar é relevante!
És estrela cintilante!
Faça o dia resplandecer!
Ah! Vigorosa juventude!
A qual foge pelo tempo!
As recordações na velhice amiúde,
criam lágrimas, por lindos momentos!
Persevere! Nunca desista!
És, aprendiz em emoções,
seja sempre exímia artista,
neste teatro de ilusões.
______
270
Alberto dos Anjos Costa
Ah, como nos faz bem,
cultivar o sublime amor!
Natureza da compaixão e generosidade,
que faz da nossa existência um resplendor,
na paz e harmonia que deveria ser nossa vontade!
Não reprima seus sentimentos!
Pois, reter é perecer!
O amor enseja alento!
Traz sorrisos em seu viver!
A vida é uma contígua sequência,
de mortes e de ressurreições!
Viver é um risco de consequências,
de derrotas, vitórias e ilusões!
Nada igual como o tempo,
para assimilar a maturidade!
Na juventude aprendemos,
o despertar de responsabilidades!
Na velhice compreendemos,
o inerente ardor da vitalidade!
______
271
Ápices Poéticos
Vilipêndios
Maltratamos o planeta,
que nos acolhe e nos sustenta!
Alteramos o ecossistema!
O descaso se apresenta!
Cuspimos no mesmo prato,
que nos servem todos os dias!
Somos chamados de ingratos,
pela inconsciência repulsiva!
O individualismo é exacerbado,
pela insipiência que acontece!
O coletivo é desprezado,
pelo egoísmo que recrudesce!
Somos seres civilizados,
nos portando como selvagens!
Construímos o avançado,
para um amanhã de desvantagens!
Já ultrapassamos a Exosfera!
Já chegamos até Marte!
A humanidade sempre espera,
o descobrir da existencialidade!
Se déssemos mais atenção,
ao mundo em que vivemos!
A fome estaria em exclusão,
pelo solidário que esquecemos!
Mais isto é pura utopia!
É esperança de um poeta!
______
272
Alberto dos Anjos Costa
O futuro não é garantia,
de uma vida mais conexa!
O homem é ganancioso!
Sua essência é predatória!
Seu livre-arbítrio é inescrupuloso!
Sua mente é diabólica!
Somos a interação de cosmos e estrelas?
Ou vida incompleta que irradia a ilusão!
somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?
Ou a semente que constrói que lança a destruição!
Estamos num paraíso de exuberante natureza,
o inclemente progresso despreza sua beleza,
maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,
corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.
Ventos que cantam e sopram o ar em poesia,
brisa acarinhando nossos sentidos em estesia,
ventania que mostra sua energia pujante,
atmosfera benquista, benigna e relevante.
O Sol brilha para nosso planeta viver,
seus raios fúlgidos consolida a existência,
edifica a esperança de um lindo amanhecer,
áurea gratidão temos que ter em nossa essência.
O que queremos afinal?
Se desprezamos o importante!
Se nossas guerras são constantes!
Se a religião consolida fanáticos!
Se as bandeiras irrompem lunáticos!
Sente prazer em destruir,
um mundo belo e maravilhoso!
______
273
Ápices Poéticos
Nem se importa em poluir;
pois, o lucro é generoso!
Florestas desmatadas!
Queimadas asseguradas!
Indústrias poluentes,
contaminando conscientemente!
O que somos afinal?
Paradoxos em dicotomia!
Corações em arritmia!
Mentes em despautério!
Espíritos em deletério!
Animais em desrazão!
Sensibilidade em extinção!
Almas trilhando errantes!
Incastos seres beligerantes!
Esperanças que não devem ser sepultadas!
Humanidade de boas ações exaltadas!
Otimismo que não pode ser esquecido!
Um mundo que não deve ser embrutecido!
O ar, benigno e gratuito,
é maculado por atos inglórios!
Ignóbeis seres desdenham muito,
o essencial que é invisível aos olhos!
Rios sucumbindo-se por imundícies!
Escoadouro de esgoto a céu aberto!
Fábricas tacanhas mostram sua estultície,
poluindo rios com seus dejetos!
A cidadania começa em casa,
na educação de jogar lixo no lixo!
A cidade é sua, e não deve ser destratada,
a civilidade impõe-nos a não agirmos como bichos!
______
274
Alberto dos Anjos Costa
Homéricos desastres ecológicos,
mortificando a natureza!
Oceanos enegrecidos por petróleo,
de vazamentos displicentes em crueza!
A humanidade alterando o clima,
com suas ações inconsequentes!
O mundo em dores, declina!
Clama por socorro inutilmente!
A natureza ressente o castigo,
e já iniciou o seu vingar!
Tsunamis, terremotos, fazendo feridos,
mostrando que com ela não se deve afrontar!
O homem néscio é mesmo assim!
Valoriza o que já perdeu!
Água potável está quase no fim,
pelo desperdício que já se empreendeu!
Vivemos numa terra santa,
de propositais lancinantes pecados!
A humanidade ainda não se espanta,
mas o caos no futuro já foi lembrado!
Oh! Natureza pujante!
De criação divina e esplendorosa!
De ímpeto extraordinário! De redenção bondosa!
És beleza e encanto! És a bênção afetuosa!
Oh! Próvida natureza!
De encantos inolvidáveis!
Seus mares são riquezas,
de mistérios inescrutáveis!
______
275
Ápices Poéticos
Oh! Éden aquiescente,
de arroubos benquistos!
Sua terra generosamente,
é beneplácito de benefícios!
Oh! Orbe, doce lar!
De atmosfera protetora!
És paraíso a conclamar,
que a poluição é destruidora!
Oh! Terra quebrantada,
pela falta de querença!
Conhecendo ações tábidas,
na insensibilidade truculenta!
Oh! Planeta redentor!
Foste obra da onipotência!
O seu sol é benfeitor!
O seu ar é leniência!
Oh, mundo!
De viço exuberante!
De florestas violentadas,
pela inconsciência aviltante!
Oh! Éden venerável!
De incomensuráveis trovões!
De energia inexpugnável,
nos terremotos e furações!
Oh! Terra! De luculento ecossistema!
De gravidade em baluarte,
garantindo de forma plena,
nossa existência em contraparte!
Indecifráveis mistérios,
permeando nosso trilhar,
______
276
Alberto dos Anjos Costa
a única certeza sem despautério,
é que toda vida tem seu findar.
Perguntas sem respostas,
vão suscitar reflexões,
o esperançar nos reconforta,
neste orbe de ilusões.
Lúdicos momentos,
mostrarão a felicidade,
tristezas virão com o tempo,
oferecendo-nos a maturidade.
Oh! Mundo extraordinário!
Aqui vai meu agradecimento!
Tu és a vida em santuário!
És o maior tesouro do firmamento!
______
277
Ápices Poéticos
Visceral Ardor
Não existem pecados no emergir da paixão,
o amor é abençoado desmerecendo condenação.
Quando almas consentem; corpos se entregam;
desejos não mentem; orgasmos imperam. Pecado é o
rancor que semeia o cruel, pois machuca e cria dor, deixando
vidas em fel.
Vivenciamos hipocrisias; trilhamos inverdades; reprimimos
a
cada dia, o libertar da sexualidade. Ígneos carinhos não
são transgressões! Ódio sim, é o mau caminho, pelo
sentimento mesquinho que fomenta aflições!
Poetizo sobre um tema,
de tabus e preconceitos;
irei cantá-lo em poema,
sem vulgarizar o meu conceito!
Quantas meninas engravidadas,
com o corpo ainda em formação;
como escravas em senzala,
vão conhecer a submissão!
Com o incerto em sentença,
estas doces inocentes meninas,
ainda nem sabem a diferença,
entre o que é vulva e vagina!
Mulheres insatisfeitas,
amargadas pelo fingir,
ardentes e tão perfeitas,
simulando o seu sentir.
______
278
Alberto dos Anjos Costa
Sexo em submissão,
com mulheres sem prazer,
necessidades em repressão,
sem orgasmos a conhecer.
Cálidas mulheres mal amadas,
descobrindo a frigidez,
suas vontades são castigadas,
pelo machismo em estupidez.
Sexo é vida em saúde,
prevenindo muitas doenças;
é benefício em plenitude;
é deleite em conivência!
Endorfina liberada,
na relação em prazer!
Palpitações aceleradas,
com adrenalina a percorrer!
Corpo e mente em sintonia,
atraindo duas essências!
Química sexual em epifania,
com a dopamina em saliência!
Ah! O desejado orgasmo!
Ápice da excitação sexual;
pondo vidas em entusiasmo,
numa simbiose consensual!
Mulheres! A maioria delas,
desconhecendo o que é orgasmo;
o reprimido se revela,
crendo que o prazer é um pecado!
O ígneo prazer feminino,
vem do clitóris excitado!
______
279
Ápices Poéticos
Pensam que é um órgão pequenino,
mas é bem maior do que o imaginado!
Os músculos clitorianos,
não relaxam após o clímax;
orgasmos múltiplos não são enganos;
porém, são raros, com chances mínimas!
Se o ato da masturbação,
é visto como pecado;
pode-se dizer que é em razão,
de estereótipos de ignaros!
Outrora! A caluniada masturbação,
era vista como prejudicial!
A ciência em evolução,
provou ser uma necessidade natural!
Ainda é vista com preconceitos;
nominada de imoral,
pelos retrógrados satisfeitos,
por sua hipocrisia sexual!
Ah! Masturbação!
Para uma vida sexual saudável!
Seu orgasmo é a percepção,
para um bem estar respeitável!
Ah! Que deleite são as preliminares;
com toques, palavras, olhares e sedução!
É o autoconhecimento de suas vontades,
para atingir o prazer pela excitação!
As preliminares ensejam intimidades,
que desenvolvem autoestima e confiança!
Corpos nus em sublime sensibilidade,
em suaves beijos de desejos em aliança!
______
280
Alberto dos Anjos Costa
Todos os sentidos são instigados,
pela vontade imperativa e pura;
pudores e receios são pulverizados,
pela excitação que beira a loucura!
Pelos mágicos e brandos toques,
a vulva acariciada e umedecida,
vê a lubrificada vagina contraída,
sentindo o prazer fluindo forte!
Ah, prólogos! De efusivos gemidos,
de frases lascivas atiçando fantasias!
A libido energiza todos os sentidos,
incutindo posições ousadas e destímidas!
Apolíneos monumentos afrodisíacos,
entreluzindo e magnetizando olhares!
Proeminências deixando-nos ninfomaníacos!
Vulcânicos seios realçando a feminilidade!
Oh! Seios airosos que despontam,
cobiça pelo par de maravilhas esculturais!
Devaneios voluptuosos inspiram e se encantam,
por mamilos túrgidos em auréolas sensuais!
Estonteantes seios que nos convidam,
para a sucção em beijos inebriantes!
O amar exalta carícias que consolidam,
que a vida é feita de prazeres excitantes!
O sexo oral em ardente sofreguidão,
estimula bocas em carícias impetuosas!
O clitóris excitado pela língua em emoção,
fica lubrificado pela sensação prazerosa!
O fálus enrijecido recebe felação,
da boca desejosa, afetuosa e ardente!
______
281
Ápices Poéticos
Tórridas almas rogam penetração,
para um sincrônico orgasmo assaz nitente!
Vidas saboreando
estocadas ardentes,
corpos degustando
líquidos lactescentes.
Loucuras inflamantes,
obscenidades em furor,
gemidos eletrizantes,
no amor em esplendor.
magos adentrados,
em cópulas viscerais!
Palavrões apaixonados,
excitando mais e mais!
Estrelas em unicidade,
no prazer em deleite,
almas em lubricidade,
com seus desejos em aceite.
Eclosão de ventura,
na paixão partilhada,
frenesi em candura,
de posições imaculadas.
Ígneos sentimentos,
assentindo o autêntico,
orgasmos luculentos,
saciando a contento.
Amantes em afagos,
repartindo esperanças;
beijos apaixonados,
pelo sexo em aliança.
______
282
Alberto dos Anjos Costa
Sexo é sentimento em encanto,
sem atos em restrições!
São corpos que não são santos,
que se degustam por concessões!
Para que possamos viver o sentimento de ventura, na
harmonia de nosso corpo e espírito; para que nossos corações
possam ser energizados de estesia e benignidade
é necessário compreender que é a semente do amor que
só constrói, que edifica o homem em sua bondade e nas
afetuosas ações munificentes que ele pode neste instante
consolidar, pela doação em resplendor do adorável
e ardente etéreo amor.
A bondade é o amor,
nascido da compaixão!
Fazer o bem é o indutor,
da felicidade e mansidão!
Deste mundo não levaremos nada, somos uma sombra
que passa, nada mais, simples figurantes em que atravessamos
a cena num breve instante e somos logo esquecidos,
e o que fica são as lembranças para aqueles
que receberam o nosso munificente amor, nos atos piedosos,
caridosos e indulgentes; e isto não tem dinheiro
que paga.
Devemos cultivar o sublime amor!
Natureza da compaixão e generosidade,
que faz da nossa existência um resplendor,
na paz e harmonia que deveria ser nossa vontade!
Semeie o amor, preconizando sorrisos, seu otimismo rejuvenescedor,
atrairá bons amigos. A química do amor,
inebriando aquele par, sentimento granjeador, magnetizando
o entregar. Aprendizado do amor, evoluindo
______
283
Ápices Poéticos
relacionamentos, renovação em esplendor, vida a dois
em renascimento. Diferentes energias, reagindo constantemente,
produzindo alquimias, descobrindo-se espiritualmente.
Pois, na plenitude da felicidade, cada dia é
uma vida inteira.
Ah! O amor!
Que canta e que brinca!
Que encanta e que dança!
Que faz ver linda a caatinga!
Que faz nos sentir criança!
Ah! Que dor!
Em ver o amor,
desprezado neste mundo!
A ínclita sabedoria está em desapegar.
Desapegar não significa que você não deva possuir
nada, mas sim, que nada deve possuir você.
Nada é nosso, tudo que temos é emprestado, até a
nossa própria vida.
Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos
erros. Haja vista, que “o que é a vida, senão uma vitória
temporária sobre o que causa nossa morte inevitável”.
Por isso, a cada dia temos que ser gratos pela conquista;
pelo sucesso em estarmos aqui mais um dia, até chegar
o ciclo final; até que nossos átomos percam as suas
energias, chegando assim o fim das expiações, castigos,
sofrimentos e dos maravilhosos e fantásticos instantes de
felicidades que pudemos também sentir nesta inolvidável
odisseia.
Oh, morte!
Sepultando devaneios e quimeras!
Cobrindo de véu, o pulsar que se encerra!
______
284
Alberto dos Anjos Costa
Oh, morte!
Findando incruentas dores e ilusões!
Acalentando a quietude,
cessando pecados e ambições!
______
285
Ápices Poéticos
O Sol da Meia-Noite
Sou tudo;
sou nada;
sou a insipiência absorvida;
sou a escravidão sendo castigada;
sou a verve declinada;
sou a estamina reprimida.
Sou vulcão adormecido;
sou o amor em ciúme;
sou espírito carcomido;
sou a rebeldia em queixume.
Sou a orgia se inflamando;
sou a cocaína sendo inalada;
sou o vício inspirando,
a sodomia depravada.
Sou a injustiça nauseabunda;
sou a moralidade a desfalecer;
sou a demagogia bem profunda;
sou a hipocrisia a recrudescer.
Sou detalhes;
sou requintes;
sou o minaz a romper;
sou o desconexo em acinte,
pondo o óbvio para morrer.
Sou o Sol da meia-noite;
sou a lua indo embora;
sou a filosofia fomentando açoites,
pervertendo as ideias ditas agora.
______
286
Alberto dos Anjos Costa
Sou juventude a envelhecer,
sentindo o fel, perdendo o lume;
sou o fim a antever,
a fragrância sem perfume.
Sou tudo;
sou nada;
sou pérola partida;
sou riqueza abandonada;
sou esperança demitida.
Sou anjo carente;
sou malefício empreendedor;
sou a inquisição penitente;
sou o vendaval destruidor.
Sou a certeza de lágrimas;
sou misteriosa maré;
sou a inquietude magna;
sou o firmamento em fé.
Sou orgasmos;
sou o pecado;
sou sentimentos a entorpecer;
sou a vida sem marasmos;
sou a metáfora do prazer.
Sou a força oprimida;
sou vontade a falecer;
sou a droga consumida;
sou o medo de vencer.
Sou o virtual edificado,
manipulando mentes fragilizadas;
sou o computador divinizado,
instigando servidão generalizada.
______
287
Ápices Poéticos
Sou a fantasia impura;
sou o cio em sobejo;
sou sexo em estrutura;
sou o amor sempre em desejo.
Sou miragem do deserto;
sou a gota no oceano;
sou inspiração do arquiteto;
sou o porvir em desengano.
Sou estrela cadente;
sou poesia lancinante;
sou a insciência inclemente;
sou o sofrimento torturante.
Sou o embate virulento;
sou a rocha fragmentada;
sou o pássaro luculento;
sou a liberdade enclausurada.
Sou mentiras;
sou verdades;
sou segredos de fraquezas;
sou um monge em simplicidade;
sou a marca da torpeza.
Sou a água em correnteza;
sou candura prostituída;
sou a hipocrisia em franqueza;
sou a desrazão enaltecida.
Sou o aborto ocultado;
sou a desonra em companhia;
sou o incesto generalizado;
sou o feto em arritmia.
______
288
Alberto dos Anjos Costa
Sou a bomba hedionda;
sou a inexatidão dos sentidos;
sou o ferimento com a sonda;
sou a fome dos desvalidos.
Sou a verdade que não existe;
sou a dissimulação perpetrada;
sou o dogma que insiste,
em mentiras reveladas.
Sou a vergonha do sucesso;
sou o errante navegador;
sou o culpado pelo progresso;
sou um humilde sonhador.
Sou o esperma ejaculado;
sou a magia em comunhão;
sou o espermatozoide fecundado;
sou o mutante em conspurcação.
Sou a energia enfraquecida;
sou o trovão cuspindo fogo;
sou a criança em estesia;
sou o destino em malogro.
Sou a transgressão dos costumes;
sou o poder transcendente;
sou a metafísica em negrume;
sou a irreflexão clarividente.
Sou o desalento da pobreza;
sou a anemia homicida;
sou um eremita em tristeza;
sou a pílula fratricida.
______
289
Ápices Poéticos
Sou a dialética excitante;
sou a retórica dissimulada;
sou a ignorância flagelante;
sou uma plêiade alcoolizada.
Sou a virgem desvirginada;
sou a paixão em ciúme;
sou a estátua despedaçada;
sou o casamento em azedume.
Sou a obra escatológica;
sou a política mercenária;
sou a imunidade da escória;
sou a traição incendiária.
Sou o estupro abominável,
fixando trauma e aflição;
sou a pedofilia execrável,
deixando almas em prostração.
Sou a chuva laureada;
sou a terra em alegria;
sou palavras interpretadas;
sou momentos de utopia.
Sou a serpente escamoteada,
assentando ódios bem profundos;
sou a raça eleita estigmatizada,
patrocinando mortes neste mundo.
Somos o que desejamos ser;
selvagens domesticados,
que matam a bel-prazer.
______
290
Alberto dos Anjos Costa
Vislumbre Quimérico Olhar
Sonhando acordado,
sentindo estesias,
olhar enveredado,
por entorpecidas fantasias.
Cego de nascença,
ele enxerga muito bem!
De sonhos se sustenta!
Vê o mundo como ninguém!
Não anda se lamentando,
por não poder enxergar;
com sua fé vai suplantando;
imaginando o seu pensar!
Inebriantes devaneios,
apossando aquele ser,
sua mente em passeio,
com arroubos de prazer.
Enlevados pensamentos,
vivendo odisseias,
seu lirismo luculento,
permeado por quimeras.
Mesmo cego ele vê,
pássaros ao seu redor,
em gorjeios de prazer,
inspirando-lhe o melhor!
______
291
Ápices Poéticos
O excluir de sua visão,
não o faz desanimar!
Vê estrelas na escuridão!
Vê o luar maravilhar
Silente cegueira,
de périplos e odisseias!
Que já viu muitas baleias!
Que domou já muitas feras!
Realidade olvidada,
na imaginação em deleite,
tristeza alavercada,
no seu mundo de enfeites.
Utopias conquistando,
estrelas tão distantes,
sete mares convidando,
explorações extasiantes.
AIma em quietude,
desbravando o Universo,
delírios em amplitude,
sensibilidade em sucesso.
Vê um mundo belo,
sem o mal que tanto fere!
Vê um mundo mais fraterno!
Vê a bondade que tanto serve!
Ele cego totalmente;
vê gaivotas no céu azul!
Vê que o mar é magnificente,
e que suas ondas são glamour!
A sua vista em supressão,
não extingue devaneios!
______
292
Alberto dos Anjos Costa
Dança sempre com emoção!
Vê o sol nascer primeiro!
Sua deficiência não o impede,
de fazer quiméricas viagens!
O seu sentir sempre concede,
lindas aventuras em suas miragens!
Ausência de visão,
perseverando por vontades!
Ígneos sonhos no coração,
com sentimentos em castidade!
Vidas em utopias,
desbravando os sete mares;
rutilando fantasias;
abrindo asas pelos ares!
Em sabedoria maior,
o cego expressa:
eu estou cego - e nunca
vi melhor.
Porquanto, irradiando sapiência,
O cego que tudo sente,
assevera em ínclita anuência,
como vê a vida em sua mente!
A vida é uma odisseia,
de revezes e de conquistas!
É uma sombra que passa!
É uma estrela cadente!
É uma vitória temporária!
É uma chuva complacente!
É uma gota no oceano!
É um grão de areia do deserto!
______
293
Ápices Poéticos
É um meteoro que vagueia
sabendo que o seu fim é certo!
A vida é simplesmente uma maravilha,
de começo, meio e fim!
É uma estrela em sintonia,
com o magnificente universo sem-fim!
A vida! A célere vida!
Périplos de inebriantes aventuras!
Dádiva de auspicioso prospério!
Vida e morte trilhando juntas,
com incertezas, inseguranças e mistérios!
A vida! A efêmera vida!
Que nasce de disputa incessante,
na vontade indômita da semente!
Pináculo da vitória exultante.
O que é a vida?
Senão um mar de ilusões!
Em que esperanças recidivas,
vão suplantando frustrações!
Pois, cada semente promete uma flor,
cada vida inspira o futuro,
todos caminhos indicam o amor,
para seguirmos a um porto seguro.
______
294
______
___
Biografia
ALBERTO DOS ANJOS COSTA,
é paulistano do bairro da Moóca
na cidade de São Paulo/Capital.
É Jornalista, Bacharel em Direito
e Escritor com vários livros
de poesias publicados; sendo
consagrado nacionalmente pelas
dezenas de premiações de
seus trabalhos poéticos em
Concursos Literários. Ressalta o
autor, que esses títulos não significariam nada, se não houvesse
em sua essência, munificente sentimento e proeminente
dignidade, para enaltecê-lo como homem. Todas as
suas publicações possuem código ISBN e são registrados na
Câmara Brasileira do Livro dignificando suas obras. O dileto
leitor encontrará em Ápices Poéticos, poesias que retratam a
vida em sua plenitude; suas estrofes elaboradas com sublime
sentimento remeterão o leitor a versos intensos e de espirituosa
sensibilidade, os quais ensejarão percepção para a visceral
e sincera mensagem de reflexão que o autor irradia em seu
escopo. E o que é a vida senão uma vitória temporária sobre
o que causa nossa morte inevitável. Nessa edição o leitor poderá
apreciar em regozijo, dezenas de trabalhos poéticos premiados
em Concursos Literários Nacionais em que o autor
participou, motivo de ínclito júbilo do autor pelo honorável reconhecimento
de seu trabalho envolto por ínclita dedicação e
desprendimento. É edificante sentir os elogios do público,
para o que se faz com carinho,
______
297
Ápices Poéticos
abnegação e vontade; o que mostra o conspícuo respeito ao
trabalho do autor, desenvolvido com enlevo e atenção. O autor
Alberto dos Anjos Costa, com sua idiossincrasia em evidência,
destaca da impossibilidade de se obter do público a
unanimidade para a avaliação de seus trabalhos, e que a crítica
construtiva fomenta alento para o aperfeiçoamento da
obra. O autor ressalta o seu entusiasmo e inspiração pela ressonância
positiva de seus trabalhos poéticos já publicados,
pois os leitores mostram que conseguiram captar a aura de
lirismo; a sentimentalidade; as emoções; a autenticidade em
estrofes prolíficas que procurou transmitir em suas poesias,
galvanizadas de forma objetiva, direta e contundente, suscitando
etéreas sensações; o que proporcionou ao autor imensurável
satisfação pela identificação e valorização dos leitores
para com a sua obra, trazendo ingente incentivo e fomentando
magnetizante estímulo para o aprimoramento e continuidade
de seus efusivo trabalho abraçado pelo amor à poesia. O autor
adscreve que o escritor que não exalta em seus pensamentos
traços autênticos de seu caráter e personalidade; de seu eu
interior em essência, com certeza sua obra estará predestinada
à superficialidade. Despido de grilhões formais; sem
máscaras; sem pedantismo, e revestido de magnânima humildade,
o autor Alberto dos Anjos Costa adita que o brioso
viver é consolidado pela hombridade de fomentar no livre-arbítrio,
ações construtivas, alavancando a equidade em sua
ponderação consciente, pois, se este caminho que trilhamos
é feito de escolhas, temos que ter o controle, equilíbrio e sabedoria,
ancorado pela paciência em virtude para assimilarmos
o relevante aprendizado para a nossa evolução humana,
entronizada pela solidariedade em amor, pois não podemos
viver felizes, se não formos justos, sensatos e bons; e não
podemos ser justos, sensatos e bons sem sermos felizes. O
autor enfatiza que procurou neste novo livro titulado Ápices
Poéticos, emanar esmero, acuidade e empatia, com a vontade
de se aperfeiçoar como ser humano, com seus vitais aprendizados,
que nos animam para a evolução inexorável. O autor
______
298
Alberto dos Anjos Costa
esteve atento às pesquisas e à observância ao respeito das
individualidades e diferenças universais de todos, para que o
público leitor sinta o prazer em contemplar envolventes poesias
cimentadas por ígneo sentimento poético que despretensiosamente
será ofertada à posteridade, pois, como dizem os
exímios escritores, o homem só é eterno quando o seu trabalho
permanece. Boa leitura e muito obrigado!
______
299
BOREAS PUBLICAÇÕES EDITORA