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Revista Fertilitat

Edição 14 - Dez. 2020.

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Centro de Medicina Reprodutiva | Nº 14 - Dezembro/2020 | www.fertilitat.com.br

R E V I S T A

C I Ê N C I A & A T U A L I D A D E

EMBRYOSCOPE ® PLUS

TIME-LAPSE SYSTEM

COM KIDScoreD5

ISSN:2178-3837

INTELIGÊNCIA

ARTIFICIAL

Tecnologia inovadora

a favor da vida.

NOTÍCIA

SONHAR JUNTOS,

UM PROJETO

ESPECIAL

PÁG. 09

MÃES DO AMANHÃ

FAZENDO CIÊNCIA

ANO INTENSO DE

ATIVIDADES EM

FORMATO VIRTUAL

PÁG. 22

NAS REDES

LIVES EXPLICAM

A REPRODUÇÃO

HUMANA

PÁG. 28


fertilitat.com.br

Edição XIV | 2020

TODA

FAMÍLIA

TEM UMA

HISTÓRIA.

E nós fazemos

parte da história

de muitas

delas.

Há 33 anos, o Fertilitat une inovação científica,

sensibilidade e ética na realização do sonho

de milhares de casais. Isso traz mais do que

pioneirismo ao nosso trabalho, gera novas

esperanças às famílias.

14. Inteligência artificial

Tecnologia que está nos nossos

celulares, computadores e redes

sociais também pode auxiliar nos

processos de reprodução assistida.

7. Oncofertilidade

Congelamento de óvulos beneficia mulheres

com câncer a conservarem o sonho de ter

filhos.

8. Aniversário Fertilitat

Um jeito diferente, mas não menos especial

e emocionante. De forma virtual, a clínica

celebrou seus 33 anos.

20. Tire suas dúvidas

Embriologistas do Fertilitat explicam as

principais questões que surgem sobre a

reprodução assistida.

21. Perfil

“Eu escolhi ser feliz e completa aqui”,

celebra Karin Vasconcellos, enfermeira

assistencial da clínica.

4. Editorial

5. Linha do tempo

6. Artigo | Os refrigerantes

na saúde reprodutiva

9. Sonhar Juntos

10. Artigo | Histeroscopia: como

funciona e quando fazer

11. HLA-C e KIR: um desafio

para a medicina reprodutiva

12. Tire suas dúvidas sobre

parentalidade solo e de casais

homoafetivos

13. Artigo | Fragmentação

do DNA espermático e

fertilidade masculina

18. Artigo | Redefinindo planos

em meio à pandemia

19. FertiEnsino qualifica

profissionais da medicina

reprodutiva

22. Fazendo ciência

28. Redes sociais

30. Artigo | O tempo e o vento:

a reprodução humana e a

infertilidade

32. Artigo | O impacto do HPV

na fertilidade masculina

33. Dicas de séries

34. Gestando com estilo

35. Gastronomia

36. Dica de viagem | Rio

Grande do Sul

38. Crônica | Vanessa Martini

Medplex Santana

Rua Gomes Jardim, 201

Torre Norte - 15º andar

fertilitatrs

fertilitat

Responsável técnica: Dra. Mariangela Badalotti - Cremers 12757

Expediente

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva

Rua Gomes Jardim, 201 - MedPlex Torre Norte - 15º andar, Porto Alegre – RS | Fone: 51 3339.1142 | www.fertilitat.com.br | ISSN: 21783837 Conselho Editorial: Alvaro

Petracco, Débora Farinati e Mariangela Badalotti Jornalista Responsável: Antonio Purcino (MTB 19987/RS) Projeto Gráfico e Editoração: TH Comunicação Fotos:

Divulgação e Arquivo Fertilitat

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 3



Editorial /

/ Linha do tempo

1987

Criação do laboratório

de reprodução

assistida

O ANO DE 2020 FICARÁ NA

HISTÓRIA PELO MAIOR

DESAFIO IMPOSTO À VIDA:

O CORONAVÍRUS.

EM TODO O MUNDO, NOS VIMOS DIANTE DA INCERTEZA DO DESCONHECIDO.

TIVEMOS DE NOS RECOLHER EM CASA, FICAR LONGE DE NOSSOS QUERIDOS.

PLANOS FORAM ADIADOS OU INTERROMPIDOS. TUDO MUDOU DE MANEIRA

AVASSALADORA EM POUCO TEMPO.

Mas é inconteste o dito: cada crise nos traz oportunidades de avanço. A ciência mostrou

sua força, na luta incansável por uma vacina. As inovações tecnológicas fizeram

processos que, antes, levariam anos, serem concluídos em poucos meses. As distâncias

físicas foram encurtadas pelos dispositivos eletrônicos, que nos trouxeram alento e

carinho em meio ao isolamento. E esse mesmo distanciamento deu novos sentidos para

o calor de um abraço, os laços familiares, para o valor da vida.

Não temos dúvida: a vida prevalecerá. Ao longo desses mais de 30 anos, testemunhamos

muitos desafios e transformações. E acreditamos que é possível sonharmos juntos com

um futuro de mais amor, carinho e humanidade. Missão que seguiremos trabalhando

para conquistar, ajudando a trazer novas vidas ao presente.

Nas páginas desta revista, você verá nossas realizações de 2020. E, mesmo diante dos

desafios, seguimos presentes, com afeto e cuidado para os casais, mulheres e homens

que buscam o Fertilitat. Continuamos empenhados, com a mesma determinação e força

de mais de três décadas, em nosso trabalho em nome do amor e da vida.

2013

2011

2015

1989

1990

1993

2010

1988

Primeira gravidez de

reprodução assistida

do RS e sul do país

Nascimento do primeiro bebê,

no dia 23 de fevereiro de 1989

Nascimento dos primeiros bebês

gêmeos de fertilização in vitro do RS

Primeira gravidez por

espermatozoide extraído do

epidídimo da América Latina

1996

Primeiro nascimento

através de espermatozoide

extraído do testículo

2009

1997

Acreditação pela Red Latinoamericana

de Reproducción Asistida

Fertilitat recebe o prêmio

de responsabilidade social ADVB

Fertilitat recebe o Prêmio Top Cidadania

da ABRH, por sua atuação social junto ao

Instituto Assistireh

Primeiro autotransplante

de ovário criopreservado

por câncer

Fundador da Rede Brasileira de

Oncofertilidade (ReBOC) e entra no

Oncofertility Consortium

Fertilitat registra o nascimento

de mais de 4 mil bebês

1999

2007

2002

2005

Primeiro congelamento de tecido ovariano

e primeiro nascimento por espermatozoide

congelado por câncer

Nascimento do primeiro bebê

de congelamento de óvulos por

técnica lenta do Brasil

Primeiro caso utilizando o

Teste Genético

Pré-Implantacional (PGT)

Inauguração do novo laboratório de reprodução

assistida, um dos primeiros do Brasil totalmente

adequado às normas da Anvisa

Que a vida siga cada vez mais forte. Juntos, testemunharemos o nascimento de muitas

vidas mais.

2016

Ampliação das instalações

e nova identidade visual

2017

30 anos do Fertilitat e lançamento do primeiro

aplicativo de apoio à reprodução assistida

Uma ótima leitura.

2018

Fertilitat registra o nascimento de

mais de 5 mil bebês

2019

Inauguração da nova sede e aquisição

do primeiro EmbryoScope ® Plus-

Incubadora Time-Lapse do sul do país

4

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 5



Artigo /

/ Notícia

POR Dr. João Michelon, ginecologista do Fertilitat

O refrigerante é uma bebida não

alcoólica, gaseificada e com alto poder

refrescante, que leva a uma sedução do

paladar e provoca o desejo constante

de consumo. Na sua composição, além

da água, há altas concentrações de

açúcares, acidulantes, antioxidantes,

conservantes, edulcorantes e dióxido

de carbono.

Aqueles açucarados têm alto valor

calórico e contribuem fortemente

para a obesidade. Os aditivos neles

contidos podem levar a processos

alérgicos crônicos. O conservante

benzoato de sódio, em reação com

outros componentes e temperaturas

elevadas, pode levar a cânceres.

Por outro lado, os refrigerantes diet

carregam altas concentrações de

sódio e levam ao risco de hipertensão

e distúrbios renais pelo uso crônico

excessivo. A OMS enfatiza que

há evidências suficientes para

desencorajar o consumo em favor

de uma alimentação saudável. Os

consumidores desta bebida tendem

a ingerir outras dietas pobres, pois

estimula o gosto para alimentos não

nutritivos.

OS REFRIGERANTES NA

SAÚDE REPRODUTIVA

A OMS ENFATIZA QUE HÁ EVIDÊNCIAS SUFICIENTES PARA DESENCORAJAR

O CONSUMO EM FAVOR DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.

O revestimento interno das latas de

refrigerantes possui o bisfenol-A,

um elemento químico industrial

conhecido como alquifenol, que

tem uma ação xenoestrogênica,

pois mimetiza os estrogênios ou

outras moléculas atuantes no

sistema endócrino, interferindo

em todo o imbricado metabolismo

dos hormônios naturais,

responsáveis pelos processos de

desenvolvimento. Embora a ação

estrogênica seja fraca, a exposição

crônica a este elemento pode

resultar em alterações adversas no

processo reprodutivo.

As mulheres em idade reprodutiva

são fortes consumidoras de

refrigerantes ricos em açúcares,

favorecendo o ganho de peso,

aumento da insulina circulante,

indução à síndrome metabólica e

diabetes. Esses efeitos metabólicos

estão relacionados à diminuição da

fecundidade. A resistência insulínica

observada nestas mulheres altera o

ambiente metabólico materno e o

microambiente do líquido folicular,

levando à produção de oócitos e

embriões de menor qualidade.

Estudos recentes demonstraram

que os refrigerantes açucarados e

as bebidas energéticas repercutiram

negativa e significativamente na

produção de oócitos nos processos

de fertilização in vitro, bem como no

grau de maturidade destas células.

As taxas de fertilização e produção de

embriões de boa qualidade também

sofreram decréscimo significativo;

por consequência, quedas nas taxas

de gravidez e nascimentos foram

observadas. Os índices de abortos

triplicaram quando o consumo foi

demasiado. Nos refrigerantes diet,

embora trouxessem repercussão

negativa em alguns destes

parâmetros, isso não foi significativo,

levando a crer que o açúcar seja um

potente tóxico reprodutivo.

Há de se refletir fortemente sobre o

consumo destas bebidas calóricas,

repletas de aditivos tóxicos, naquelas

mulheres em idade reprodutiva

com desejo de engravidar. Hábitos

alimentares saudáveis são

fundamentais para o zelo da saúde

reprodutiva.

ONCOFERTILIDADE:

CONGELAMENTO DE ÓVULOS

BENEFICIA MULHERES

COM CÂNCER

O POTENCIAL REPRODUTIVO FEMININO ESTÁ INTIMAMENTE LIGADO À QUANTIDADE

E QUALIDADE DOS ÓVULOS — E MAIORES SERÃO AS CHANCES DE SUCESSO NA

CONCEPÇÃO, QUANTO MAIS E MELHORES GAMETAS A MULHER TIVER.

A reserva ovariana, contudo, pode ser ameaçada por uma série de condições: o avanço da idade,

cirurgias, infecções, doenças como endometriose, medicamentos e terapias — especialmente

aquelas utilizadas no combate ao câncer, como quimio e radioterapia. Tais condições podem

acelerar a destruição dos folículos primordiais presentes no ovário e, assim, levar à infertilidade

temporária ou permanente.

Estima-se que, somente em 2020, tenham sido diagnosticados 625 mil novos casos de câncer,

sendo o de mama o mais presente entre as mulheres — 66 mil novos casos anuais. Somente no

Rio Grande do Sul, as projeções do Instituto Nacional do Câncer estimam 4 mil novos registros

de tumores mamários malignos para cada 100 mil habitantes. O diagnóstico precoce, associado

a terapias anticâncer cada vez mais eficientes, tem aumentado a remissão e taxas de cura das

pacientes, especialmente entre mulheres jovens em idade reprodutiva.

Dados os impactos negativos dos tratamentos sobre a fertilidade e suas consequências – a

infertilidade traz implicações médicas e psicológicas que podem levar ao isolamento, à depressão

e à estigmatização – é essencial que a paciente com diagnóstico de câncer seja imediatamente

encaminhada para aconselhamento reprodutivo. A discussão sobre as formas de preservar a

fertilidade é fundamental, e o congelamento de óvulos é uma técnica essencial, como explica a

ginecologista Ariane Kira, do Fertilitat. “Ela viabiliza a chance de concepção futura, a despeito

da idade ou de tratamentos agressivos para o ovário, sendo considerada o padrão-ouro para a

preservação”, afirma.

Embora a decisão sobre preservar a fertilidade ocorra num contexto delicado, a oncofertilidade

traz à paciente a perspectiva de planejamento futuro, além da opção de participar das decisões de

seu próprio tratamento. “A mulher que foi avaliada previamente por um especialista em medicina

reprodutiva apresenta

melhor adaptação individual

após a sobrevivência, do

que aquela que não teve

essa experiência”, comenta

Ariane.

A ginecologista, em sua

dissertação de mestrado

pela PUCRS, desenvolveu

um projeto de pesquisa no

Fertilitat para avaliar se

havia diferença na resposta

do congelamento de óvulos

para pacientes com e sem

câncer. Os resultados

obtidos mostraram que, em

ambos os casos, há resposta

adequada à estimulação

ovariana para preservação

da fertilidade, não havendo

diferença entre os grupos no

número de óvulos maduros

congelados.

“Esses achados sustentam

a recomendação do

congelamento para essas

pacientes. Reforçam dados

para um aconselhamento

bem embasado, que une

o conhecimento científico

ao enfoque humano,

fortalecendo o vínculo

médico-paciente ao tratar

dignamente um assunto tão

relevante como o potencial

reprodutivo”, enfatiza

Ariane, complementando

que “a paciente que

busca por essa alternativa

de tratamento deseja

conservar, sobretudo, sua

autonomia e perspectivas,

sendo essa intenção de valor

inestimável”.

6 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 7



Notícia /

/ Notícia

anos

Mariangela

Badalotti e

Alvaro Petracco

falaram do

aniversário do

Fertilitat

FERTILITAT

CELEBRA 33

ANOS COM

LIVE ESPECIAL

Um jeito diferente, mas não menos especial e emocionante.

Foi diante de uma tela que os protagonistas da história

do Fertilitat celebraram seu aniversário de 33 anos. Teve

parabéns, vela, bolo, felicidade e emoção. Mesmo que de

forma virtual, foi o momento de comemorar um projeto

que nasceu do amor por quem acredita na vida e no sonho

daqueles que querem ter um filho.

Pelo Instagram, os diretores Alvaro Petracco e Mariangela

Badalotti celebraram a data em uma live especial. Com

os seguidores da clínica, os profissionais compartilharam

histórias desses 33 anos, os desafios enfrentados e as

muitas conquistas obtidas. Além disso, foram exibidos

depoimentos da equipe, que falaram sobre a alegria de ser

parte do Fertilitat.

E no dia 29 de julho, também à distância, o time da clínica

celebrou junto esse aniversário. Através de videoconferência,

os profissionais festejaram as mais de três décadas de

pioneirismo e sonhos realizados. A festa teve ainda um bolo

personalizado, marcando a comemoração.

M Ã E S D O A M A N H Ã

SONHAR JUNTOS: UM PROJETO ESPECIAL PARA AS TENTANTES

A maternidade é um sonho de muitas pessoas. O

nascimento de uma nova vida traz consigo amor,

carinho e renovação. E para ajudar a tornar esse

anseio uma realidade, o Fertilitat lançou, em maio,

o projeto Sonhar Juntos - Mães do Amanhã. Uma

iniciativa solidária que beneficiou dezenas de

futuras mamães e papais.

“REALIZAR O SONHO DA

MATERNIDADE É NOSSA

MISSÃO DIÁRIA. COM

ESSA AÇÃO, BUSCAMOS

CONTRIBUIR PARA QUE

MAIS DO QUE UM SONHO,

SEJA ALGO CONCRETO”,

diz Mariangela Badalotti,

diretora do Fertilitat.

No projeto, as tentantes tiveram a primeira consulta

na clínica de forma gratuita, tendo acesso aos

profissionais do centro.

Nas consultas, foram discutidos todos os aspectos

relevantes sobre as dificuldades para engravidar,

formas de manejo das principais causas de

infertilidade, além de tirar dúvidas sobre como

preservar a fertilidade. “São muitas as questões

que surgem em relação à reprodução assistida.

O Sonhar Juntos foi muito exitoso em levar esse

esclarecimento às tentantes, para que conheçam as

alternativas disponíveis para alcançar a tão esperada

gestação”, ressalta Alvaro Petracco, diretor da

clínica.

“Foi muito gratificante contribuir com tantas

pessoas, oferecendo nossa experiência de mais

de 30 anos em reprodução humana. Logo teremos

outras oportunidades para que possamos sonhar

juntos outros sonhos de uma vida nova”, completa

Mariangela Badalotti.

8 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 9



Artigo /

/ Notícia

HISTEROSCOPIA: COMO

FUNCIONA E QUANDO FAZER

ESTIMA-SE QUE UMA A CADA SEIS PESSOAS EXPERIMENTA ALGUMA

FORMA DE INFERTILIDADE DURANTE SUA VIDA REPRODUTIVA.

POR Dra. Vanessa Devens Trindade, ginecologista do Fertilitat

Sabemos que a impossibilidade de

conceber causa impacto profundo na

qualidade de vida dos casais e, nesse

contexto, a abordagem diagnóstica

e terapêutica na infertilidade é

extremamente importante.

A histeroscopia é um grande aliado

do médico fertileuta, sendo uma

ferramenta nessa abordagem. Consiste

em entrar com uma câmera dentro do

útero, de forma segura e altamente

acurada, para estudar o canal cervical,

cavidade uterina e óstios tubários. É

realizado sem cortes, com a paciente

em posição ginecológica.

Na propedêutica da infertilidade, os

primeiros exames realizados para

rastreio de alterações endometriais

são a histerossalpingografia e a

ultrassonografia. Com a alta acurácia

destes exames, muitas vezes nos

deparamos com patologias que podem

diminuir a chance de gestação ou, até

mesmo, aumentar a chance de perdas

gestacionais. As principais patologias

que podemos encontrar e que

merecem abordagem histeroscópica

são pólipos, miomas submucosos,

malformações congênitas (como os

septos) e sinéquias.

A melhor época para realizar

este procedimento é durante a

fase proliferativa inicial, ou seja,

logo após o fim da menstruação.

Existem duas formas de se fazer

a histeroscopia: ambulatorial ou

cirúrgica. O procedimento realizado

em caráter ambulatorial é feito na

própria clínica e sem anestesia.

Reservamos esta técnica para a

histeroscopia diagnóstica, em que

buscamos descartar uma suspeita

de alterações, ou apenas estudar

de forma mais precisa a cavidade

endometrial. Quando sabemos da

existência de patologias, vamos

nos deparar com a histeroscopia

cirúrgica, e normalmente realizamos

este procedimento em ambiente

hospitalar, com anestesia, para

garantir maior conforto da paciente.

Uma dúvida frequente é se todas

as pacientes que serão submetidas

a fertilização in vitro deveriam

realizar a histeroscopia. A resposta

é: não. Os estudos realizados não

demonstraram aumento da chance de

sucesso na realização rotineira deste

procedimento. Portanto, num primeiro

momento, reservamos a técnica

para situações em que alterações

foram vistas nos exames iniciais. No

entanto, parece haver benefício em sua

realização após falhas de implantação

— quando transferências embrionárias

não resultaram em gestação. Outro

grupo que pode ter benefício é

aquele das pacientes com história de

aborto de repetição. Portanto, além

das indicações clássicas citadas,

podemos também lançar mão desta

ferramenta na busca de patologias não

identificadas previamente, ou para o

estudo da endometrite - inflamação

crônica do endométrio - que pode

diminuir as chances de sucesso na

fertilização in vitro e de concepção

natural.

HLA-C E KIR:

UM DESAFIO

PARA A MEDICINA

REPRODUTIVA

Mesmo o embrião sendo completamente saudável (ou euploide,

no termo médico), há uma chance de sua implantação num útero

normal não ocorrer adequadamente. Entender isso é um dos

grandes desafios para profissionais e pesquisadores da medicina

reprodutiva. Nos últimos anos, uma série de estudos tem

buscado compreender uma possível intolerância genética, que

dificultaria um mecanismo imunológico crucial para a efetividade

do procedimento.

A ginecologista Rafaella Petracco, do Fertilitat, explica que na

gestação há uma complexidade do sistema imune para que o

útero receba o embrião que traz material desconhecido — das

células paternas — para aquele organismo. “É por isso que,

durante a gestação, as mulheres ficam mais imunossupressas,

para permitir que essa ‘aceitação’ ocorra de forma normal.

Essa tolerância imunológica e sua complexa interação tem

mecanismos ainda desconhecidos”, diz.

Os estudos recentes abordam a interação do HLA-C embrionário

e do haplótipo materno KIR. O primeiro é um conjunto de genes

que codificam proteínas relacionadas à histocompatibilidade

(equivalências entre células, órgãos e tecidos), presentes

em quase todas as nossas células — no embrião, expressam

moléculas herdadas do pai e da mãe. Já o segundo são genes

do cromossomo 19, que podem ser expressos de diferentes

maneiras em cada pessoa, nos subtipos (ou haplótipos) A e B.

No útero, as mulheres possuem células chamadas de Natural

Killer, importantes para a implantação. Sua função depende

de receptores, entre eles os KIR, que “aceitarão” as moléculas

HLA-C do embrião. No entanto, essa aceitação depende do

haplótipo da mulher, podendo ser AA, AB ou BB. Essa união pode

ser crucial no processo, dependendo do haplótipo materno e

das moléculas presentes no trofoblasto fetal, células que darão

origem à placenta.

“Quando essa interação não se dá de forma adequada,

essa invasão do trofoblasto pode levar a aborto

recorrente e falha de implantação”, comenta Rafaella,

acrescentando que o processo poderia levar ainda a

complicações obstétricas como pré-eclâmpsia e retardo

de crescimento fetal. “As pacientes que apresentam o

haplótipo AA parecem ser as mais afetadas por essa

alteração”, diz a ginecologista. Em relação aos homens,

pouco se sabe em relação ao KIR, havendo pouca

literatura disponível sobre o efeito desse haplótipo

na qualidade dos espermatozoides. Diferente das

mulheres, o subtipo AA parece ser protetor para a

qualidade seminal, enquanto no AB e BB, dependeriam

mais dos tratamentos de fertilização in vitro para obter

uma gestação.

Dado esse quadro, surge a dúvida: deve-se testar o

KIR nessas pacientes? “Com as evidências que temos,

sugere-se que o teste deve ser feito somente quando

outra explicação não é encontrada naqueles casos

em que nenhuma evidência justifica as falhas de

implantação”, diz Rafaella, ressaltando que deve-se

deixar claro à paciente que é um diagnóstico com poucos

tratamentos disponíveis atualmente.

No entanto, existem estratégias que podem ser

adotadas para aumentar a tolerabilidade do útero, como

a transferência de somente um embrião, diminuindo a

exposição materna ao HLA-C embrionário, e tratamentos

com imunomoduladores. No caso de gametas doados,

sugere-se a troca do doador. “Ainda faltam estudos com

boa metodologia e um grande número de pacientes,

permitindo relacionar esses achados à prática com

evidência científica robusta. Ainda temos muito a

avançar”, conclui Rafaella.

10 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 11



Entrevista /

/ Artigo

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE

PARENTALIDADE SOLO E DE CASAIS

ESPECIALISTAS EXPLICAM QUESTÕES COMUNS QUE SURGEM

NA FORMAÇÃO DE UMA NOVA FAMÍLIA.

Como um casal de pessoas do mesmo sexo pode ter filhos

sem recorrer à adoção? E se um homem ou uma mulher

quiserem ter uma criança de maneira solo, sem um parceiro,

como funciona? São várias as dúvidas que surgem quando

vem o desejo da maternidade ou paternidade nos diferentes

arranjos familiares.

Para cada um desses casos, a medicina reprodutiva pode

ajudar na construção da família. A ginecologista Rafaella

Petracco e a psicóloga Débora Farinati, do Fertilitat,

esclarecem as principais dúvidas desses homens e mulheres.

Confira:

Como funciona a reprodução assistida no caso de um casal

de duas mulheres ou de uma gravidez solo?

Pode ser feita de duas formas: com a inseminação artificial,

em que os espermatozoides obtidos em um banco de sêmen

são introduzidos no útero de uma das mulheres, no momento

da ovulação, para que o processo ocorra naturalmente.

E, também, com a fertilização in vitro, em que o embrião,

gerado em laboratório, é implantado em uma das pacientes.

Os mesmos procedimentos são usados para a gravidez solo.

No caso de um casal homoafetivo feminino, os embriões

provenientes de óvulos de uma das mulheres podem ser

usados no útero da parceira, para que ambas participem

do processo?

Sim. No entanto, é necessária uma avaliação criteriosa das

duas mulheres, para saber as condições reprodutivas de

cada uma e se há fatores que podem facilitar ou dificultar

a gravidez. É igualmente fundamental que os aspectos

emocionais sejam levados em consideração nessa escolha.

É possível saber as características do doador de sêmen,

como altura, peso etc?

Sim, os bancos de sêmen disponibilizam essas informações,

como cor do cabelo, do olho, altura, peso e saúde do doador.

O casal ou a mulher solo tem acesso a esses dados e pode

escolher qual será utilizado. Importante ressaltar que a

identidade do doador é mantida sempre em sigilo.

HOMOAFETIVOS

E no caso de um casal de dois homens ou um homem solo,

como funciona o processo?

A gestação é feita com óvulos doados e um útero de

substituição. A fertilização é realizada in vitro e o embrião

é implantado na mulher que gerará o feto. Como no caso

do casal feminino, é feita uma avaliação das condições

reprodutivas dos homens envolvidos, para identificar

possíveis problemas de fertilidade. É de fundamental

importância avaliar as questões psicológicas e emocionais

que envolvem esse processo.

A gestante substitutiva pode ser uma parente ou uma outra

mulher?

É possível usar o útero de uma parente de até quarto grau,

como mãe, irmã, tia e avó de um dos homens ou do homem

solo. Se for uma pessoa fora da rede familiar, é necessária

uma autorização do Conselho Regional de Medicina. Cabe

destacar que a gestação de substituição requer especial

atenção sobre os aspectos emocionais envolvidos e por isso é

recomendado que todas as partes tenham espaço de escuta

e atenção psicológica.

É possível usar o óvulo da mulher que será a gestante?

Não, o óvulo deve vir de uma doação anônima, obtido em

bancos de gametas ou através da participação em Programas

de Ovorrecepção Compartilhada. Assim como no caso da

doação de sêmen, o casal ou o homem solo tem acesso às

informações da doadora, como altura, peso etc.

Como fica a mulher que gestou de maneira substitutiva em

relação à criança?

É importante que todos os envolvidos tenham bem

identificados seus lugares nessa relação. Os efeitos

emocionais da gestação podem gerar sofrimento no

desprendimento da criança, ao longo do processo e após o

parto. É recomendado um acompanhamento psicológico

para prover segurança emocional a todas as partes.

POR Dr. Claudio Telöken, urologista do Fertilitat

A FERTILIDADE MASCULINA ESTÁ

DIMINUINDO PAULATINAMENTE

EM TODO O MUNDO.

Inúmeros fatores são

responsabilizados, dentre os quais

se incluem modificações no meio

ambiente e estilo de vida. Admite-se há

mais de três décadas que tais eventos

circunstanciais estejam produzindo

fragmentação do DNA espermático*

(FDE), com impacto negativo tanto

na capacidade reprodutiva masculina

espontânea, bem como na fertilização

assistida. A comprovação inicial foi

observada em algumas alterações

do espermograma (diminuição da

motilidade e percentual elevado de

espermatozoides mortos). O mesmo foi

constatado em homens na faixa etária

acima de 45 anos.

Subsequentemente, observou-se a

presença de FDE em tabagistas, obesos,

sedentários, portadores de varicocele

(mesmo com espermograma normal),

bem como em casos de infertilidade

sem causa aparente, em uso de alguns

medicamentos ou drogas recreativas

etc.

O calor (por exemplo, da sauna)

sabidamente produz FDE. Mais

recentemente, demonstrou-se que

FRAGMENTAÇÃO DO DNA

ESPERMÁTICO E FERTILIDADE

MASCULINA

*O DNA ou ADN (ácido desoxirribonucleico) contém as instruções genéticas que coordenam o

desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. A fragmentação é a “quebra”, a “fratura” do

DNA espermático que, quanto mais elevada, mais nociva é para a fertilidade masculina. A dimensão do

FDE pode ser quantificada pelo índice de espermatozoides comprometidos. O exame pode ser efetuado

através de várias técnicas, no mesmo ejaculado do espermograma.

ondas eletromagnéticas emanadas

pelo notebook e telefone celular,

especialmente quando utilizados

próximos à genitália, também são

responsáveis por tal prejuízo à

integridade do DNA espermático.

Por derradeiro, observou-se a

ocorrência, com alguma frequência,

de interrupção espontânea e

recorrente de gravidez, sem

comprovada etiologia de fator

feminino, mas sim decorrente de

Adaptado de Agarwal, 2020.

FDE. Nessas condições, surgiu a

propositura de rotinizar o teste da

fragmentação do DNA espermático,

juntamente com o espermograma.

Destarte, o diagnóstico de FDE

certamente oportunizará aplicação

das necessárias e profícuas mudanças

de atitudes no estilo de vida do homem,

juntamente com tratamento clínico

adequado, mitigando dissabores a

casais que incessantemente buscam

a felicidade de uma prole hígida.

12 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 13



Matéria de capa /

COMO A

INTELIGÊNCIA

ARTIFICIAL

PODE AUXILIAR

A REPRODUÇÃO

ASSISTIDA?

Você pode nem perceber, mas ela está

perto de nós. A inteligência artificial

(IA) é usada em assistentes pessoais

como a Siri, do iPhone, e a Cortana, da

Microsoft.

Algoritmos baseados nessa tecnologia

deduzem o que você quer ver no

seu feed de notícias no Facebook e

Instagram.

Máquinas com alta capacidade de

raciocínio e aprendizado estão sendo

utilizadas na educação, na medicina

e até no desenvolvimento de veículos

autônomos para entrega de pizzas.

E essa tecnologia também pode

auxiliar nos processos de reprodução

assistida. Recentes avanços reforçam

o sonho de muitos casais para ter

filhos.

A diretora do Fertilitat, Mariangela

Badalotti, explica quais são as

perspectivas da IA para essa área, em

um artigo especial para a revista.

CONFIRA!

O surgimento da Reprodução Assistida

(RA), há pouco mais de 40 anos, e

seus avanços nestas últimas décadas

permitiram a muitos casais concretizar

o sonho de ter filhos.

Apesar da fertilização in vitro ser uma

técnica de grande sucesso, acreditase

ser possível aumentar os índices de

gravidez, através do aprimoramento

das decisões clínicas. E é aqui que

entra a inteligência artificial (IA)!

Mas o que é exatamente Inteligência

Artificial?

O termo foi cunhado em 1956 por John

McCarthy, o “pai” dessa tecnologia,

como a ciência e engenharia de

produzir máquinas inteligentes.

Existe uma série de outras definições

mas, no nosso contexto, deve ser

entendida como a capacidade de um

sistema computacional de interpretar

corretamente os dados para atingir os

objetivos de forma mais assertiva.

O conhecimento aplicado à RA ainda

é pequeno, mas acredita-se que a

IA poderá, no futuro, auxiliar nas

decisões de doses de medicações,

procedimentos a serem empregados

para maior chance de gravidez etc.

No presente, ela já pode auxiliar na

escolha do melhor embrião a ser

transferido - o que tem impacto

positivo nos índices de gravidez.

Como a IA pode ajudar

a selecionar o melhor embrião?

Atualmente, pode-se avaliar a

qualidade de um embrião pela sua

morfologia ou pelo estudo genético

- esta uma técnica invasiva com

indicações restritas.

A análise morfológica, por sua

vez, está baseada na avaliação do

embriologista tendo, portanto, certo

grau de subjetividade. Estudos

demonstram divergências na

classificação embrionária entre esses

profissionais. A avaliação objetiva

dos embriões, através de imagens

digitais obtidas por equipamentos de

time-lapse, possibilita, por meio de

cálculos matemáticos, a construção de

algoritmos, os quais podem identificar o

embrião com maior chance de gravidez.

Os equipamentos de time-lapse são

incubadoras especiais que fotografam

continuamente os embriões, fazendo

um filme do seu desenvolvimento, no

seu ambiente de cultivo. O sistema

foi aprovado pelo FDA (Food and Drug

Administration), órgão americano que

regula medicamentos, em 2011 e, no

ano seguinte, mostrou seu êxito com

o nascimento das gêmeas Claire e

Charlotte, em Cleveland, nos Estados

Unidos.

As incubadoras com time-lapse têm

duas grandes vantagens: não é preciso

retirar o embrião da estufa, onde tem

condições ideais de desenvolvimento,

para avaliar sua evolução; além

disso, permite a identificação de todo

o processo de desenvolvimento do

embrião - e não de períodos pontuais,

como nas incubadoras convencionais -

de forma objetiva, registrando imagens

com o auxílio de algoritmos, permitindo

escolher o embrião ideal para

transferência. Trata-se, portanto, de

tecnologia não invasiva e reproduzível a

serviço da gravidez.

14 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 15



Matéria de capa /

fertilitat.com.br

CIÊNCIA BENEFICIA

CASAIS EM TRATAMENTO

POR Dra. Marta Hentschke, ginecologista do Fertilitat

No início de 2020, o Fertilitat fechou uma parceria

científica com a Apricity – A virtual fertility clinic, e passou

a participar do multicêntrico “Apricity Data Hub Project”;

um projeto que envolve ciência de dados e inteligência

artificial.

Estudos como este permitem que clínicas parceiras

possam coletar e contribuir com os seus dados de

forma padronizada, podendo ampliar o número total de

informações e alcançar verdadeiros fatores de sucesso

nos tratamentos de reprodução assistida. A coleta de

dados é realizada de forma anônima, e o aprendizado que

provém do processamento dos dados é muito valioso.

É possível, por exemplo, identificar pontos específicos

nos embriões em desenvolvimento, de forma não

invasiva, visando ajudar os embriologistas na escolha do

melhor embrião a ser transferido para o útero materno,

proporcionando significativa melhora nas taxas de

sucesso do tratamento.

Mais recentemente, também em parceria com

pesquisadores da Apricity, submetemos um artigo de

revisão que aborda a configuração do embrião com

apenas quatro células. Acredita-se que, quando em

formato tetraédrico (como uma pirâmide), o embrião

teria mais chances de chegar ao estágio de blastocisto e,

ainda, estaria associado a melhores taxas de implantação

embrionária e gestação.

Estes achados só foram possíveis graças a estudos com

inteligência artificial e processamento de dados. A partir

de parcerias como esta, o Fertilitat traz a ciência aplicada

à clínica, podendo oferecer condutas ainda mais precisas

para os casais em tratamento.

NO FERTILITAT,

O FUTURO

JÁ CHEGOU.

EMBRYOSCOPE ®

PLUS TIME-LAPSE

SYSTEM COM

KIDScoreD5

Embrião tetraédrico

Embrião planar

Uma incubadora de última geração, para cultivo embrionário

em ambiente ideal e estável, combinado com um software

com Inteligência Artificial que classifica os melhores embriões.

Aumento do índice de implantação

Diminuição do índice de abortamento

Redução do tempo até a gravidez

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Responsável técnica: Dra. Mariangela Badalotti - Cremers 12757

16

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva



Artigo /

/ Notícia

REDEFININDO PLANOS

EM MEIO À PANDEMIA

POR Dra. Talita Colombo, ginecologista do Fertilitat

EM 30 DE JANEIRO DESTE ANO, PELA SEXTA VEZ EM SUA HISTÓRIA, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)

DECRETOU UMA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL. A PANDEMIA POR COVID-19

EXIGIU ADAPTAÇÕES EM DIVERSOS SETORES DA SOCIEDADE E MODIFICAÇÕES EM NOSSO ESTILO DE VIDA; DESEJOS

E PLANOS, INCLUINDO OS DE FORMAÇÃO E EXPANSÃO FAMILIAR, TIVERAM DE SER ADIADOS OU MODIFICADOS.

PROGRAMA FERTIENSINO

QUALIFICA PROFISSIONAIS

DA MEDICINA REPRODUTIVA

PRIMEIRA EDIÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO

CONTINUADA TEVE MAIS DE 500 INSCRITOS.

Em relação à gravidez, havia o temor de

que as gestantes pudessem configurar

um grupo de risco e apresentar quadros

mais graves, sobretudo em virtude das

adaptações fisiológicas à gestação,

como redução da complacência

pulmonar e imunossupressão.

Havia também preocupação

considerável acerca do risco de

transmissão vertical do vírus no

período gestacional, intraparto ou

puerperal e das repercussões na saúde

de parturientes e recém-nascidos.

Diante do cenário de incertezas,

da necessidade de priorização dos

atendimentos de urgência e emergência

e da recomendação de distanciamento

social, diversas sociedades médicas

de reprodução humana, incluindo

ESHRE, ASRM e IFFS, REDLARA e

SBRA, recomendaram que pacientes

com infertilidade considerassem

o adiamento da gravidez e que os

centros de reprodução em todo o

mundo suspendessem o início de

tratamentos, incluindo procedimentos

de fertilizações in vitro e transferências

embrionárias, e de congelamento de

óvulos e espermatozoides eletivos.

Apenas casos de preservação da

fertilidade por motivos oncológicos

e aqueles em que o adiamento

do tratamento poderia ser mais

prejudicial do que sua continuação

deveriam ser mantidos.

Estas recomendações repercutiram

imensamente nos planos de

tratamento e na saúde emocional

de muitos casais que, mais uma vez,

tiveram o sonho da maternidade e

paternidade postergado.

A EQUIPE DO FERTILITAT

AMPLIOU O USO

DAS FERRAMENTAS

DE TELEMEDICINA

E SE MOSTROU

PRESENTE ATRAVÉS DE

TELEFONEMAS, E-MAILS

E VIDEOCHAMADAS,

PROCURANDO AMENIZAR

O IMPACTO DESTE

ADIAMENTO.

A redução das consultas presenciais,

o rodízio de equipes de trabalho, o

uso de equipamentos de proteção

individual, o rastreamento de pacientes

potencialmente contaminados através

de questionário de sintomas e aferição

de temperatura foram algumas das

medidas prontamente adotadas; as

testagens periódicas em todos os

funcionários também contribuíram

para garantir um ambiente seguro.

A longa duração da pandemia

exigiu atualizações acerca das

recomendações referentes aos

tratamentos reprodutivos; a

infertilidade é reconhecida pela OMS

como uma doença e deve ser tratada

como tal; além disso, os pacientes não

podem perder a autonomia em seu

planejamento reprodutivo.

Felizmente, a redução no número de

novos infectados e a retomada gradual

das atividades traz boas perspectivas.

O Fertilitat, em sua nova sede, está

preparado para este novo momento,

atendendo seus pacientes com a

segurança, a qualidade e o cuidado de

sempre.

O Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva deu um importante passo

na área de ensino com o Programa de Educação continuada em Medicina

Reprodutiva, para fortalecer a qualificação dos profissionais e levar mais

conhecimento a quem atua no setor. “Formatamos um programa de temas

atuais e de aplicação prática no dia a dia, nesta edição em especial para o

ginecologista. Afinal, é quem tem sempre o primeiro contato com o casal

infértil”, explica o diretor da clínica, Alvaro Petracco. Em sua primeira

edição, o sucesso da atividade foi tamanho que o curso ofertado teve mais

de 500 inscritos.

De acordo com Petracco, a formação complementar é necessária em função

do rápido avanço da medicina reprodutiva, como, por exemplo, das técnicas

de análises hormonais, do conhecimento cada vez mais preciso sobre a

fisiologia dos gametas, do útero como um órgão endócrino e do domínio da

fertilização in vitro. “Essa especialidade abrange não só tratamento do casal

infértil, através das técnicas de reprodução assistida, mas o diagnóstico e

o tratamento de toda disfunção do eixo endócrino da mulher e do homem”,

completa.

Petracco explica que o curso de educação continuada seguirá em 2021, e o

FertiEnsino deve avançar na sua programação com o curso de pós-graduação

latu sensu em Reprodução Humana, com o selo do Ministério da Educação.

FIQUE LIGADO:

EM BREVE, COMEÇA

A PÓS-GRADUAÇÃO

MULTIDISCIPLINAR DO

FERTILITAT!

AGUARDE MAIS

INFORMAÇÕES!

18

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 19



Entrevista /

/ Perfil

TIRE SUAS DÚVIDAS

SOBRE REPRODUÇÃO

ASSISTIDA

AS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA ESTÃO EM

CONSTANTE APRIMORAMENTO E COM SIGNIFICATIVA

MELHORA NAS TAXAS DE SUCESSO. CADA VEZ MAIS

OS CASAIS TÊM PROCURADO ESTA TECNOLOGIA PARA

REALIZAR O SONHO DE TER FILHOS. AS EMBRIOLOGISTAS

LETÍCIA PROENÇA E SHANA FLACH EXPLICAM ALGUMAS

DAS PRINCIPAIS QUESTÕES DAS TENTANTES.

Qual a diferença entre inseminação artificial e fertilização

in vitro?

A inseminação artificial é quando o material seminal é

preparado em laboratório e depositado diretamente no útero

da paciente, para que a fertilização aconteça de forma natural.

Já a técnica in vitro visa a retirada dos óvulos da paciente, e

o encontro do óvulo com o espermatozoide acontece dentro

do laboratório. Após alguns dias, o embrião desenvolvido é,

então, transferido para o útero.

Consigo saber o sexo do bebê na fertilização? Posso

escolher o sexo do bebê?

No momento em que os óvulos estão sendo inseminados,

não há como saber de qual sexo será o embrião. Somente

com a realização da biópsia embrionária conseguimos ter

acesso a essa informação. O Conselho Federal de Medicina

determina que a biópsia embrionária não deve ser realizada

apenas com intuito de escolha de sexo. A única exceção é

para evitar a transmissão de doenças genéticas relacionadas

aos cromossomos sexuais, previamente conhecidas no casal.

Quantos embriões podem ser transferidos para a paciente?

O Conselho Federal de Medicina traz algumas limitações: em

pacientes de até 35 anos, no máximo dois embriões. De 36

a 39 anos, até três. Acima de 40 anos, no máximo quatro.

No entanto, a tendência mundial é de transferir apenas um,

em virtude da evolução das técnicas, além do estudo da

qualidade do embrião e do histórico da paciente.

O que define um bom embrião?

É aquele que vai levar à gravidez. Existe uma classificação

morfológica que avalia a qualidade do embrião, mas ela por

si só não é decisiva. Um embrião com índice médio pode

resultar em gestação. Atualmente, a aplicação de inteligência

artificial por meio de sistema de time-lapse, em conjunto

com a utilização de softwares, tem permitido uma escolha

mais assertiva de embriões com melhor potencial.

O que é a biópsia embrionária? Quem pode fazer?

É um procedimento que avalia o material genético de cada

embrião, verificando se há alterações. É mais indicado em

pacientes acima de 38 anos ou com histórico de aborto

repetitivo e falha de implantação, além de casais com

histórico de doenças genéticas familiares.

A biópsia pode prejudicar o embrião ou o bebê?

O procedimento não causa alterações genéticas no embrião,

nem provoca sequelas no bebê, caso leve a uma gestação.

Por quanto tempo um embrião pode ficar congelado?

Pelo tempo necessário, não há prazo de validade. Há registros

de embriões que ficaram mais de 10, 15 anos congelados

e geraram gestações de sucesso. O processo mantém a

viabilidade do embrião e não causa prejuízos a ele.

“O QUE VOCÊ QUER SER

QUANDO CRESCER?”

Em meio às bonecas e às brincadeiras de pular, os amiguinhos da pequena

Karin, então com seis anos, respondiam de todas as formas: alguns gostariam

de ser professores ou artistas; outros sonhavam em ser jogadores de futebol ou

apresentar um telejornal. A menina, no entanto, já formava em sua imaginação

um futuro entre clínicas e hospitais, ajudando pessoas e salvando vidas: queria

atuar na área da saúde.

O tempo passou, mas, segundo a agora enfermeira Karin Vasconcellos, “essa

paixão só aumentou pelos ricos exemplos do dia a dia”. “Nunca tive em mente

optar por outra profissão”, contou à equipe da Revista Fertilitat. Graduada pela

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), ela atua na clínica há mais de

12 anos — tendo iniciado sua trajetória como técnica de enfermagem.

O entusiasmo pela profissão e pelos frutos de seu trabalho na vida de tantas

pessoas não é o único sonho realizado pela porto-alegrense. Além de seguir o

caminho profissional que sempre almejou, Karin é casada, feliz por inteiro, tem

dois filhos que são a extensão da sua alegria. “Foram os dois momentos mais

importantes da minha vida: o nascimento das minhas crianças e o dia da minha

formatura”, destacou.

Como Enfermeira Assistencial e Coordenadora há três anos, sua rotina no Fertilitat

congrega a atividade na área da saúde e o desejo de gerar novas vidas. “Atuar na

área de reprodução humana com uma equipe humanizada e tão qualificada, que

busca a realização de sonhos, faz com que o trabalho se torne uma opção de vida.

Eu escolhi ser feliz e completa aqui”, disse.

OBSTINAÇÃO E CRESCIMENTO

A obstinação por resultados é uma das características

marcantes de Karin. “Sou uma pessoa que sempre busca

e alcança os seus objetivos”, pontuou. Tanto é assim que,

segundo a Enfermeira Assistencial do Fertilitat, seus

colegas se referem a ela como sendo alguém “proativa,

resolutiva e dinâmica”. Mesmo assim, há espaço para o

lazer: “nos dias de folga, gosto de estar com a família e

viajar. Me acalma e fez bem”.

Karin Vasconcellos

Enfermeira Assistencial

“SOU UMA PESSOA

QUE SEMPRE BUSCA

E ALCANÇA OS SEUS

OBJETIVOS”

E com tantos sonhos realizados — os seus e os das

pacientes do Fertilitat — será que há espaço para mais

planos no futuro? Karin responde: “Quero buscar ainda

mais crescimento profissional através do conhecimento

científico - aqui, na clínica”. Dessa forma, todos os dias,

a profissional segue seu caminho para ajudar as pessoas

— o que certamente faria abrir um largo sorriso naquela

pequena menina de seis anos. Que, desde o princípio, quis

fazer o que faz: amar e cuidar.

20 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 21



Fazendo ciência /

Em 2020, a pandemia do coronavírus levou os principais eventos e congressos científicos para as plataformas digitais.

Especialistas de todo o mundo compartilhando avanços sobre a reprodução humana, cada um de suas casas ou locais de

pesquisa. E o Fertilitat fez parte desse movimento, presente de forma virtual nos grandes encontros da área, além de participar

de lives e webinars sobre diversos temas. Confira os destaques:

TRABALHOS EM CONGRESSOS

ASCO 2020

O trabalho Human sperm cryopreservation

prior cancer treatment: follow up of 480 males

for 23 years foi apresentado no Congresso da

Sociedade Americana de Oncologia Clínica e

está publicado no Journal of Clinical Oncology.

ESHRE 2020

O Fertilitat foi a única instituição do Sul

do Brasil a fazer a apresentação oral

de um trabalho científico no encontro

da Sociedade Europeia de Reprodução

Humana e Embriologia, um dos mais

importantes do mundo. A ginecologista

Vanessa Trindade falou da pesquisa Risk

factors for ectopic pregnancy after in vitro

fertilization treatment: a case-control

study. Além disso, um outro estudo foi

exibido em formato de pôster virtual: Is the

intravenous lipid emulsion use related to

higher pregnancy and live birth rates in

patients submitted to in vitro fertilization?

ISGE 2020

CONGRESSO GAÚCHO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

O Fertilitat PANDEMIA teve grande POR participação COVID: IMPACTO no CGGO EMOCIONAL 2020. Foram NA apresentados REPRODUÇÃO sete ASSISTIDA trabalhos, incluindo

um sobre Hentschke, os impactos M.R.*; Dornelles, da COVID V.C.; na Telöken, reprodução I.B.; Kira, assistida. A.; Farinati, D.M.; Veja Badalotti, alguns M. pôsteres:

PANDEMIA POR Fertilitat COVID: - Centro IMPACTO de Medicina EMOCIONAL Reprodutiva, Porto NA Alegre, REPRODUÇÃO RS, Brasil, ASSISTIDA

Hentschke, M.R.*; Dornelles, V.C.; Telöken, I.B.; Kira, A.; Farinati, D.M.; Badalotti, M.

PANDEMIA POR COVID: IMPACTO EMOCIONAL NA REPRODUÇÃO ASSISTIDA

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS, Brasil,

Hentschke, M.R.*; Dornelles, V.C.; Telöken, I.B.; Kira, A.; Farinati, D.M.; Badalotti, M.

A NEOPLASIA TESTICULAR

Fertilitat - Centro

CAUSA

de Medicina

MAIS

Reprodutiva,

IMPACTO

Porto

NEGATIVO

Alegre, RS, Brasil,

SOBRE A QUALIDADE

SEMINAL DO QUE AS NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS?

A NEOPLASIA (1,2)Telöken, TESTICULAR I.B.*; (2)Pimentel, CAUSA E.E.; (2)Justo, MAIS F.; IMPACTO (2)Maciel, A.; NEGATIVO (1)Petracco, A.; SOBRE (1,2)Badalotti, A QUALIDADE

M.

SEMINAL DO QUE AS NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS?

A NEOPLASIA TESTICULAR CAUSA MAIS IMPACTO NEGATIVO SOBRE A QUALIDADE

(1,2)Telöken, I.B.*; (2)Pimentel, E.E.; (2)Justo, F.; (2)Maciel, A.; (1)Petracco, A.; (1,2)Badalotti, M.

SEMINAL DO QUE AS NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS?

(1,2)Telöken, I.B.*; (2)Pimentel, E.E.; (2)Justo, F.; (2)Maciel, A.; (1)Petracco, A.; (1,2)Badalotti, M.

USO DE SÊMEN CONGELADO HÁ MAIS DE 15 ANOS COM RESULTADO

POSITIVO DE GESTAÇÃO: RELATO DE DOIS CASOS

USO Arent, DE A.; SÊMEN Telöken, CONGELADO I.B.*; Tagliani-Ribeiro, HÁ MAIS A.; Dornelles, DE 15 V.C.; ANOS Hentschke, COM M.R.; RESULTADO

Badalotti, M.

POSITIVO

Fertilitat - Centro

DE GESTAÇÃO:

de Medicina Reprodutiva,

RELATO

Porto

DE DOIS

Alegre,

CASOS

RS, Brasil

USO DE SÊMEN CONGELADO HÁ MAIS DE 15 ANOS COM RESULTADO

Arent, A.; Telöken, I.B.*; Tagliani-Ribeiro, A.; Dornelles, V.C.; Hentschke, M.R.; Badalotti, M.

INFECÇÃO POSITIVO COMO DE GESTAÇÃO: CAUSA DE RELATO INFERTILIDADE DE DOIS CASOS POR

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS, Brasil

Arent, A.; Telöken, FATOR I.B.*; UTERINO Tagliani-Ribeiro, – A.; RELATO Dornelles, V.C.; DE Hentschke, CASO M.R.; Badalotti, M.

Taurisano, INFECÇÃO MRG*; Fertilitat Rosa, COMO AAS; - Centro Agostini, de CAUSA Medicina AC; Heckmann-Petracco, DE Reprodutiva, INFERTILIDADE Porto Alegre, C; Dibi, RS, POR RP; Brasil Petracco, R.

Pontifícia Universidade Católica FATOR do Rio UTERINO Grande do Sul, – Universidade RELATO Federal DE CASO de Ciências da Saúde de Porto Alegre,

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre - RS

Taurisano, INFECÇÃO MRG*; Rosa, COMO AAS; Agostini, CAUSA AC; Heckmann-Petracco, DE INFERTILIDADE C; Dibi, RP; POR Petracco, R.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre,

FATOR Fertilitat UTERINO - Centro de Medicina – RELATO Reprodutiva, DE Porto CASO Alegre - RS

INFECÇÃO COMO CAUSA DE INFERTILIDADE POR

Taurisano, MRG*; Rosa, AAS; Agostini, AC; Heckmann-Petracco, C; Dibi, RP; Petracco, R.

FATOR UTERINO – RELATO DE CASO

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

(1) Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS, Brasil, (2) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Centro de Medicina Reprodutiva

(1) Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS, Brasil, (2) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Centro de Medicina Reprodutiva

(1) Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS, Brasil, (2) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre,

Taurisano, MRG*; Fertilitat Rosa, AAS; - Centro Agostini, de Medicina AC; Heckmann-Petracco, Reprodutiva, Porto Alegre C; Dibi, - RS RP; Petracco, R.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre,

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre - RS

O Fertilitat teve duas apresentações orais no Congresso da International

Society of Gynecological Endocrinology. A Dra. Victória Dornelles

apresentou Ovarian stimulation and clinical outcomes following in vitro

fertilization: is there effect of overweight and obesity? E a Dra. Marta

Hentschke apresentou Fresh versus frozen-thawed embryo transfers

and the perinatal outcomes.

Is there a better evolutionary outcome in a

4-cell tetrahedron embryo? é o trabalho aceito

para o Congresso da Association of Reproductive

& Clinical Scientists, British Fertility Society

and the Society for Reproduction & Fertility que

ocorrerá em janeiro de 2021.

https://ascopubs.org/doi/abs/10.1200/

JCO.2020.38.15_suppl.e24061

CONGRESSO

BRASILEIRO DE

REPRODUÇÃO

ASSISTIDA

O Fertilitat teve marcada

presença no congresso da SBRA.

Seis trabalhos científicos da

clínica foram apresentados em

pôster virtual no evento, três dos

quais são exibidos ao lado.

Centro de Medicina Reprodutiva

Centro de Medicina Reprodutiva

P148 – THE INCREASE IN BODY MASS INDEX

NEGATIVELY AFFECTS SPERM MOTILITY

Teloken, IB 1 , Teloken, C 1 , Arent, A 1 ; Petracco, A 1 ; Badalotti, M 1 .

1

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre.

P120 – IS THERE ANY PREGNANCY PREDICT FACTOR IN PATIENTS WHO

UNDERWENT INTRAUTERINE INSEMINATION?

13 YEARS OF EXPERIENCE IN A PUBLIC HEALTH UNIVERISITY HOSPITAL

Hentschke, MR 1,2 ; Dornelles, VC 1,2 ; Kobe, LM 2 ; Cunegatto B 1 ; Siqueira DC 2 ;

Trindade, VD 1,2 ; Furlanetti 2 , TM; Petracco, A 1 ; Badalotti, M 1,2 .

1

Fertilitat P120 –- Centro IS THERE de Medicina ANY PREGNANCY Reprodutiva, Porto PREDICT Alegre. 2 FACTOR Serviço de IN Ginecologia PATIENTS HSL/PUCRS WHO

UNDERWENT INTRAUTERINE INSEMINATION?

13 YEARS OF EXPERIENCE IN A PUBLIC HEALTH UNIVERISITY HOSPITAL

HOW OLD IS TOO COLD?

SIC 2020 A relação entre o índice de massa

corporal e os resultados de reprodução assistida

foi o trabalho apresentado por Isadora Telöken, da

Equipe FertiCiência, no Salão de Iniciação Científica

da PUCRS.

INTRODUCTION OF TIME-LAPSE INCUBATOR IN THE LABORATORY: A STRATEGY TO VALIDATE FOR CLINICAL USE

Azambuja, R. 1 ; Cunegatto, B. 1 ; Hentschke, M.R. 1 ; Ribeiro, A. 1 ; Wingert, F.M. 1 ; Dornelles, V.C 1, ; Trindade, V.D. 1 ; Petracco, A. 1 ; Badalotti, M. 1

1

Fertilitat – Reproductive Medical Center, Porto Alegre, Brazil

RESULTS

THE IMPACT OF ADVANCING MALE AGE ON THE ASSISTED REPRODUCTION PROCEDURES:

Centro de Medicina Reprodutiva

Hentschke, MR 1,2 ; Dornelles, VC 1,2 ; Kobe, LM 2 ; Cunegatto B 1 ; Siqueira DC 2 ;

To present a strategy to validate the introduction of time-lapse technology in the Table 1. Outcomes for validation: time-lapse versus conventional incubator.

LIVE BIRTH WITH Trindade, SPERM VD 1,2 ; Furlanetti CRYOPRESERVED 2 , TM; Petracco, A 1 ; Badalotti, FOR M 1,2 . 17 YEARS

laboratory for clinical use.

LABORATORIAL AND GESTACIONAL OUTCOMES G1 G2 p

1

Fertilitat Arent, - Centro Ade 1 ; Medicina Teloken, Reprodutiva, C 1 ; Teloken, Porto IB 1 Alegre. ; Farinati 2 Serviço DF¹; de Colombo Ginecologia C¹; HSL/PUCRS

METHODS Cunegatto, B. 1 ; Badalotti, M. 1 ; Hentschke, M.R. 1 ; Petracco, A. 1 ; Ferreira, Inseminated C.F 2, ; Azambuja, oocytes R.M. 1 ; Teloken, C. 5 1 [4-6] ; Sanseverino, M.T.V.. 5 1 ;[4-7] Jimenez, M.F. 2

0.800

Centro de Medicina Reprodutiva

Azambuja R¹; Petracco A¹; Badalotti, M 1 .

1

Fertilitat – Reproductive Medical Center, Porto Alegre, Brazil | 2 Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), Department of Gynaecology and Obstetrics, Porto Alegre, Brazil

1

Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre.

Retrospective case-control study

Jan/2020 to Feb/2020

Fertilized oocytes 5 [3-6] 4 [3-5] 0.334

OBJECTIVE

Table Fertilized 1. Seminal oocytes parameters rate and83.3 embryo [71.4-100.0] transfer data 83.3 [66.7-100] 0.657

To evaluate if advanced male age is 39 associated patients with unfavorable outcomes on D3 (>6 cells) 4 [2-5] 2 [1-5] 0.028*

assisted reproduction techniques.

G1 (n=1429) G2 (n=696) p

G1 – time-lapse incubador

G2 – conventional incubators

22 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

D5 (blastocyst) Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 23

METHODS

Seminal parameters a

2 [1-3] 1 [0-2] 0.055

HOW OLD IS TOO COLD?

D6 (blastocyst)

N=210 417 inseminated oocytes N=207

Concentration (x10 6 /mL) b 1 [0-1.0] 0 [0-1] 0.513

40,0 [10,0-80,0] 50,0 [12,0-90,0]

OBJECTIVE

ASRM 2020 O tradicional Congresso da Sociedade Americana para a Medicina Reprodutiva

teve, mais uma vez, a participação do Fertilitat, com a exposição de dois trabalhos em pôster virtual.



Fazendo ciência /

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS

WEBINAR SBRH

O papel da psicologia junto às equipes de reprodução assistida

na pandemia foi o tema de palestra da psicóloga Débora

Farinati, em

evento online

da Sociedade

Brasileira de

Reprodução

Humana.

CURSO DE GESTÃO

Em outubro, Débora Farinati foi uma das

palestrantes do curso Gestor 360, atividade

preparatória de gestores em Reprodução

Humana, promovida pela IVF Brasil.

PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE

Em atividade da Associação de Obstetrícia e

Ginecologia do Rio Grande do Sul, a ginecologista

Rafaella Petracco abordou a preservação

da fertilidade, tema

discutido também pela

especialista no Simpósio

Câncer de Mama Brasil.

PARTICIPAÇÃO EM

OUTRAS LIVES

Mariangela Badalotti, Rafaella Petracco e Débora

Farinati participaram de lives do projeto Nós

Tentantes, abordando temas como processo de escuta,

endometriose e diferentes formas de amor.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

SBRH EDUCA

Na série de cursos online da Sociedade Brasileira

de Reprodução Humana, o diretor Alvaro Petracco

ministrou uma aula sobre os protocolos de indução

da ovulação na baixa complexidade.

CBRA O embriologista Ricardo Azambuja

participou de uma sessão interativa do

Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida.

CONGRESSO INTERLIGAS

No primeiro Congresso Online Interligas de

Ginecologia e Obstetrícia do RS,

Mariangela Badalotti ministrou aula sobre

técnicas e indicações de reprodução assistida.

O diretor do

Laboratório de

Embriologia, Ricardo

Azambuja, participou

de debate da Merck

sobre inteligência

artificial, em setembro.

O profissional também

esteve presente no

congresso online

da REDLara (Red

Latinoamericana de

Reproducción Asistida),

em agosto.

BUSCA DA

LONGEVIDADE

O que vai impedir o homem

de chegar aos 100 anos?

O urologista Claudio Telöken

fez o comentário acadêmico

da palestra de Daniel

Freitas Soares, que discutiu

esse tema em setembro

na Academia Sul-Rio-

Grandense de Medicina.

A ginecologista Ariane Kira e a enfermeira Tatiana

Godinho participaram de lives no Instagram com

a nutricionista Jociane Catafesta. Na pauta, o

congelamento de óvulos e a acupuntura como

benefício para fertilidade.

A carreira médica na

área de reprodução

humana foi o tema de live

do Diretório Acadêmico

de Medicina da Feevale,

que contou com a participação do diretor Alvaro

Petracco, em agosto.

24 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 25



Adriana Lima

viver@gruposinos.com.br

ADOBE STOCK

pesar de ser rotina

na vida das mulhe-

em idade fértil, Ares

a menstruação ainda é encarada

com muitas dúvidas

e tabus, por vezes até mesmo

com comparações entre

uma e outra pessoa. Neste

contexto, uma das principais

perguntas é justamente

por quantos dias uma mulher

pode ficar menstruada.

“A maioria das mulheres

menstrua por cerca de

4 a 6 dias, mas é considerado

normal variar entre 2 e 8

Cólicas, uso de anticoncepcional, ovulação, absorventes: menstruação traz muitas dúvidas

dias de duração”, esclarece

a ginecologista e obstetra e anos. “Normalmente a puberdade

inicia com o surgi-

professora na Faculdade de

Medicina da Unisinos, Vanessa

Trindade.

seguido do broto mamário

mento dos pêlos pubianos,

E no início, complementa e, só após, a menstruação,

A idade da primeira

a médica, o corpo precisa ir que normalmente ocorre

menstruação não indica

se ajustando à nova realidade.

“O ciclo menstrual é suto

destes primeiros sinais da

“Um dos fatores que

dois anos após o surgimen-

nenhum cálculo exato.

per complexo, envolve regulação

desde o cérebro até o iniciar antes dos 8 anos, de-

idade que a mãe entrou

puberdade. Se a puberdade

pode ter relação é a

útero. Leva um tempo para vemos realizar investigação

na menopausa. Existem,

atingir maturidade e começar

a funcionar de forma cíberdade

tardia, se a meni-

fatores ambientais e de

complementar. Quanto à pu-

no entanto, muitos

clica. Então, o intervalo entre na não menstruar após os

estilo de vida que podem

as menstruações e a duração 15 anos devemos investigar.

influenciar. Ou seja, o

do sangramento podem ser Mas, se aos 13 anos, a menina

que determina a idade

variáveis nos primeiros anos não tiver menstruado nem Vanessa Trindade,

que vamos entrar na

após a menstruação. Mas, se tiver desenvolvido alguma ginecologista, obstetra e menopausa tem origem

o fluxo for muito intenso - característica sexual - pêlos, professora na Unisinos multifatorial”, diz.

exigindo trocas muito frequentes

de absorventes ou vemos realizar investigação.”

broto mamário - também de-

durar mais de 8 dias - é interessante

realizar avaliação Posso não menstruar?

ginecológica”, cita.

“Quando usamos anticoncepcional

hormonal a mens-

E por que a minha irmã tem

cólica e eu não? “Há liberação

de substâncias que pro-

teremos nenhum prejuízo Medicina” Hipócrates, No entanto, é importante

truação é uma opção. Não Os estudos do “pai da absorvente interno sim.

movem a contração do útero em bloquear a menstruação. que viveu entre 460 e saber que a introdução

para que o sangue seja eliminado

adequadamente. Em trazer prejuízo à saúde é ficar de ganhos para a saúde, pequenas rupturas no

O que não é normal e pode 370 a.C., incluíram, além ou retirada pode causar

algumas mulheres esse processo

fisiológico é mais dolotruar

quando não se utiliza estar das mulheres - ele que seja trocado a cada

longos períodos sem mens-

facilidades para o bem-

hímen. É recomendado

roso. Claro que, frente a cólicas

intensas, que impeçam a

primeiros registros

do seu fluxo menstrual)

anticoncepcionais”, diz.

foi responsável pelos 2 a 6 horas (dependendo

mulher de realizar suas atividades

diárias, temos que

absorvente. Já em 1933, uso é 8 horas. Você

históricos sobre o

e o tempo máximo de

afastar outras causas”, ressalta

Vanessa.

nos Estados Unidos os desde que respeite esse

foram patenteados

pode dormir com ele,

primeiros modelos de intervalo. O risco de

Primeira menstruação

absorventes internos, infecção é associado a

Sobre a idade para o início

produto que só chegou uso acima desse período

do ciclo menstrual, a médica

ressalta que a maioria das

lá pra cá, já foi alvo de o uso correto traz

ao Brasil em 1974 e, de recomendado. Portanto,

meninas vai menstruar pela

muita polêmica. “Meninas baixíssimo risco”, explica a

primeira vez por volta dos 12

virgens podem utilizar médica.

31.08 a 06.09.2020 3

Técnica de Scola trata a hérnia ou a diástase com

mínimos cortes, o que traz rápida recuperação

ADOBE STOCK

As cirurgias de correção de gás, mas sem aquele

grande corte de alto a

de hérnias abdominais,

uma das que mais incomodam,

e também da di-

vez de colocar gás dentro

baixo. “Desta forma, em

ástase - que é a separação do abdome para separar

entre os músculos do abdome,

o que pode chegar vamos fazendo uma dis-

o músculo das vísceras,

até 10 centímetros - pode secção entre o músculo e

ser realizada com uma inovação

que garante resulta-

o gás. Assim, passa a ser

a gordura, colocando ali

do para a saúde e para a possível separar a gordura

para cima e o múscu-

estética do paciente. Conforme

João Couto Neto, cirurgião

e especialista em sões são feitas na linha da

lo para baixo. Essas inci-

cirurgia do aparelho digestivo

em Novo Hamburgo, a ficar esteticamente har-

cintura com o objetivo de

Técnica de Scola traz soluções

muito mais simples car aparecendo. Em resumônico,

ou seja, não fi-

e com mínimos cortes ou mo, conseguimos fazer a

até microfuros, eliminando

de vez a necessidade de do abdome até bem pró-

separação da parte baixa

ADOBE STOCK

um corte enorme no meio ximo às costelas. A partir

daí, fazemos a corre-

da barriga. Adriana Lima

Conforme viver@gruposinos.com.br o médico, a ção da diástase associada

técnica consiste em criar às hérnias, ou só a diástase,

da ou apenas a hérnia ab-

um espaço entre ealizar a gordura

e o músculo maternidade do pacien-

pode dominal”, detalha o espe-

o sonho

te, onde há passar a introdução por diversos cialista.

caminhos, um deles viabilizado

pela doação de gametas.

O gesto pode beneficiar

mulheres e homens que sofrem

com a infertilidade.

De acordo com a Organização

da recuperação Mundial da Saúde

Além

muito (OMS), mais rápida, a infertilidade atinge

nos cerca de 15% da popula-

comum

procedimentos ção. Um problema por que pode

videolaparoscopia,

ter diferentes causas e, em

a Técnica alguns de casos, Scola ser contornado

a hérnia por meio ou a de mudanças de

Após a doação do óvulo, o tratamento é realizado por meio de uma fertilização in vitro

trata

diástase hábitos com de a mesma vida ou tratamentos

para da cirurgia homens e mulheres. João Couto néticas Neto, e sexualmente médico trans-

eficiência

convencional No entanto, deixando para algumas especialista missíveis, em cirurgia exame do de cariótipo

apenas pacientes, sinais de o sucesso da aparelho reprodução

e discretos assistida exigirá jem, voluntariamente, auxi-

(DNA) digestivo normal, e que dese-

pequenos

cortes. o recurso “São três da ovodoação – liar quem busca realizar esse

é sonho muito da bom maternidade. e A

reprodução assistida no

“Não existe lei para

incisões, quando que estão a fertilização ocorre

com menores, um óvulo doado a alta por do utilização paciente é dos muito óvulos doa-

Brasil. A conduta médica

resultado

cada vez

pelos outra avanços mulher. técnicos Esse processo,

prática. regulado O há alguns cirurgião. anos mo idade materna avançada,

éticas dispostas na

mais rápida”, dos é ressalta indicada o em casos co-

é regulada pelas normas

e pela

pelas normas médicas, é falhas repetidas de fertilização

in vitro, falência ovaria-

do Conselho Federal

Resolução 2168/2017,

uma alternativa cada vez

mais procurada para contornar

problemas de ferti-

situações em que os ovários

estabelece prerrogativas

na prematura, entre outras

de Medicina, que

lidade, conforme explica a não produzem mais óvulos”,

para o uso adequado

ginecologista e especialista

em reprodução assistida, tando que é feita uma avalia-

três condições básicas

detalha a médica, acrescen-

dessas técnicas. As

Mariangela Badalotti, diretora

do Fertilitat, em Porto envolvidos para que enten-

ginecologista

voluntariedade e

ção psicológica prévia nos Mariangela Badalotti, são anonimato,

Alegre. “Esse tratamento é dam bem o procedimento.

gratuidade”, cita.

realizado por meio de uma

fertilização in vitro, na qual é

utilizado o óvulo de uma doadora

e o espermatozoide do

parceiro da mulher que receberá

a doação, ou de um

doador, no caso de maternidade

sozinha ou casais ho-

o sigilo é mantido e as É um procedimento

Mariangela ressalta que criar potencialidades.

moafetivos masculinos. Podem

doar óvulos as mulheres

fornecidas à nova família envolve óvulos e custeio

informações da doadora de doação mútua, que

de até 35 anos, com histórico

negativo de doenças ge-

sanguínea, idade, altura, permite a formação

são apenas tipagem do processo, e assim

cor de pele, cor de olhos, de duas famílias”, cita.

cor e tipo de cabelos e Há ainda a doação de

origem familiar.

embriões. “Durante a

Além de auxiliar a

reprodução assistida,

•Aparelhos auditivos

•Avaliação audiológica

formação de uma família, muitas vezes são gerados

•Acessórios

a doadora pode tornar o mais embriões do que

•Pilhas

seu próprio tratamento serão utilizados no

AGENDE SUA AVALIAÇÃO SEM COMPROMISSO

de fertilização mais

tratamento, que devem

barato. “A doação

ser congelados. Os pais

compartilhada de óvulos biológicos podem doá-los

experiência

é um processo em que e, assim, serem recebidos

Rua Primeiro de Março, 113, sala 503, Centro - SL | (51)98494.2688 se une dificuldades para por tentantes.”

24 a30.8.2020 3

Conhecida como uma das mais intensas, a dor causada a

partir das pedras nos rins nem sempre é reconhecida

facilmente por quem a sente. As pedras nos rins (ou cálculos

renais) consistem em formações sólidas nos rins ou nas vias

urinárias, decorrente do acúmulo de cristais existentes na

urina. Sua presença tanto pode não ser percebida facilmente,

sem sintomas, como também pode desencadear em dores

muito fortes que iniciam nas costas e se irradiam para o

abdômen, na região inguinal. A dor se anuncia como uma

cólica, com um pico de dor intensa seguido de algum alívio,

acompanhadas, ainda, por náuseas e vômitos.

A seguir, Dr. Lucas Lampert* responde dúvidas sobre o

assunto. Confira:

1) Pessoas que sofrem com pedra nos rins costumam ter

dúvida em momentos de crise: como identificar se trata

de cólica renal ou dor nas costas?

Dr. Lampert: “A tão temida e frequente dor nas costas pode

ser causada por uma série de patologias. Mas com certeza,

uma das mais frequentes e que causam muitos problemas,

são as pedras nos rins. A cólica renal costuma se apresentar

através de fortes crises de dor na região lombar lateral

(direita ou esquerda) com irradiação para a região abdominal

lateral, inguinal ou até mesmo testicular em homens,

estando muitas vezes associadas a náuseas e vômitos em

casos onde os cálculos estão migrando do rim para a bexiga

através de um canal chamado ureter. Em casos de cálculos

renais grandes a dor não costuma ser tão intensa e pode

variar de leve desconforto até dores mais fortes que aliviam

e retornam com alguma frequência.”

2) E quem nunca teve histórico de pedras nos rins? Como

identificar a dor nos rins? Existe uma localização exata

da dor?

Dr. Lampert: “Pacientes sem histórico de litíase renal

costumam ter mais dificuldade em identificar a fonte

causadora da dor, justificando assim a consulta a um especialista

para excluir essa etiologia. Dentre os diagnósticos para

dor lombar sempre deve-se aventar a possibilidade de um

cálculo no rim ou no ureter. Não existe uma localização exata

para a dor até porque o cálculo pode migrar por todo o

sistema urinário, mas costuma variar da região lombar,

passando pelo abdômen anterior lateral até a virilha em

alguns casos.”

3) O que é a tão comentada radiação?

Dr. Lampert: “A dor radiada ou ‘radiação’ é como se explica

o fato de você sentir dor em algum local ou órgão a distância

do fator causador. Por exemplo, em alguns homens com

cálculo renal a crise pode se apresentar com dor no testículo,

senda essa classificada como uma ‘dor radiada’.”

4) Qual a recomendação em caso de pedra nos rins?

Dr. Lampert: “Sempre se recomenda uma avaliação médica,

não são todos os casos que necessitam de intervenção, mas

ao menos um acompanhamento faz-se necessário. Existem

casos onde há indicação de procedimento e nos dias atuais

eles são muito modernos e pouco invasivos com excelentes

resultados.”

5) Existem formas de prevenção? Quais?

Dr. Lampert: “Existem formas de prevenção, sim, após uma

adequada avaliação para que se afaste alguma doença

causadora com seu tratamento apropriado. Sugere-se

sempre, como medidas básicas cuidados com a alimentação,

aumento da ingestão hídrica e controle na ingestão de sódio.

Não deixe de procurar o profissional habilitado a fazer esse

tipo de avaliação, os casos podem ser muito simples, mas

com complicações graves e, às vezes, até letais, podendo ser

associadas à presença dos cálculos renais.”

Dr. Lucas Lampert atende no Centro Clínico Regina, em

Novo Hamburgo.

www.drlucaslampert.com.br | Dr.LucasLampert

CENTRO CLÍNICO REGINA: Av. Dr. Mauricio cardoso, 833, sala 504 | NH

(51) 3035.1718 | NH: (51) 3035.1716 | (51) 99396.5468

Fazendo ciência /

FERTILITAT NO JORNAL NH

A diretora Mariangela Badalotti foi fonte de reportagem do

Jornal NH, que abordou como a ovodoação contribui para a

maternidade. Também no veículo, a ginecologista Vanessa

Trindade tirou dúvidas sobre o ciclo menstrual.

Ciclo menstrual sem

dúvidas ou tabus

Sim, é normal menstruar - com períodos que vão de 2 a 8 dias. Sim, é

normal não menstruar - desde que seja com a correta orientação médica

Mulheres têm

ciclos a cada 22

a 35 dias. Em

um ano, devem

menstruar de

10 a 14 vezes.

Há como saber

quando entrarei

na menopausa?

Absorvente interno

Viver com Saúde

Correção de

hérnia é facilitada

pela tecnologia

Vantagens

da Técnica

de Scola

A doação

de óvulos

é anônima;

não pode ser

feita entre

familiares.

PRESENÇA NA MÍDIA

Viver com Saúde

Ovodoação viabiliza o

sonho da maternidade

Entre as alternativas da reprodução assistida, a doação auxilia mulheres

que não produzem mais óvulos e casais homoafetivos masculinos

R

Ouvir bem faz toda a diferença

13

anos de

O que diz a lei

brasileira sobre a

ovodoação?

Doação e tratamento

Cuidado: dor nas

costas pode ser

pedra nos rins

ENTREVISTAS PARA RÁDIO

Em junho, a diretora Mariangela Badalotti concedeu

entrevista ao programa Empreender, da Rádio Guaíba,

onde falou sobre a trajetória pioneira do Fertilitat e

esclareceu dúvidas sobre a reprodução humana. Em

julho, a ginecologista Ariane Kira falou à Rádio ABC,

de Novo Hamburgo, sobre questões de infertilidade.

ARTIGO NA

ZERO HORA

Em junho, o jornal Zero Hora

publicou artigo da ginecologista

Adriana Arent, que trouxe uma

reflexão sobre a espiritualidade

e sua conexão com a medicina.

CAPÍTULOS

DE LIVROS

PARTICIPAÇÃO EM LIVRO SOBRE

COVID-19

Nos primeiros meses da pandemia, a Sociedade Brasileira de

Reprodução Assistida lançou o livro Interfaces: Reprodução

humana e Covid-19.

A obra contou com a

participação de especialistas

do Fertilitat, abordando

temas como a segurança nos

laboratórios de reprodução

assistida e os medicamentos

usados no tratamento do

coronavírus.

TRAUMA MEDULAR

A obra Trauma: uma visão

multidisciplinar, editada pela

PUCRS, conta com o capítulo

“Fertilidade e sexualidade no

paciente com trauma medular”,

com a participação de

profissionais do Fertilitat.

PROAGO

De autoria de profissionais do Fertilitat, o capítulo “O

impacto do microbioma endometrial na fertilidade

e na concepção” integra o Programa de Atualização

em Ginecologia e Obstetrícia, lançado pela Federação

Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

NOVAS MESTRES E PROFESSORAS

ENTREVISTA PARA A RDC TV

Em janeiro, Mariangela Badalotti foi entrevistada

pela RDC TV, participando de um bate papo sobre

medicina reprodutiva, novos perfis de famílias e

congelamento de óvulos.

ARTIGOS NA MÍDIA

Em janeiro, o jornal Gazeta do Sul, do Vale do Rio

Pardo, publicou artigo do urologista Claudio Telöken

sobre a infertilidade masculina. Em fevereiro, texto do

ginecologista João Michelon sobre o sono e a fertilidade

foi veiculado no blog do jornalista André Machado.

As ginecologistas Marta Hentschke

e Vanessa Trindade se tornaram,

respectivamente, professoras

das escolas de Medicina da

PUCRS e da Unisinos. Além disso,

quatro profissionais da clínica

apresentaram suas dissertações

de mestrado, com trabalhos

conduzidos no Fertilitat:

Ariane Kira: Resposta ovariana de

pacientes com e sem neoplasias

submetidas à vitrificação de oócitos

para preservação da fertilidade

(PUCRS)

Bibiana Cunegatto: Impacto da

idade masculina avançada em desfechos de

procedimentos de Reprodução Assistida em

uma Clínica de fertilização do Sul do Brasil

(UFRGS)

Talita Colombo: Fatores preditivos de

nascimento em ciclos de fertilização in vitro

com óvulos doados: uma coorte retrospectiva

(UFCSPA)

Vanessa Trindade: Fatores de risco

associados à gravidez ectópica na fertilização

in vitro: estudo de caso–controle (PUCRS)

26 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

27



Nas redes sociais /

LIVES DO

FERTILITAT

COMPARTILHAM

CONHECIMENTO

SOBRE

REPRODUÇÃO

HUMANA

Com a pandemia do coronavírus, as lives nas redes sociais se integraram à

programação diária da população. Shows, palestras e conversas sobre todos

os assuntos levaram entretenimento e conhecimento para o público, seja pelo

computador ou celular. E o Fertilitat não ficou de fora dessa tendência, oferecendo

aos seus seguidores um conteúdo qualificado a respeito da reprodução humana.

Desde abril de 2020, foram mais de 20 transmissões ao

vivo pelo Instagram da clínica. Em cada live, uma dupla

de especialistas da clínica ou convidados abordou temas

relevantes como a preservação da fertilidade, endometriose,

avaliação genética, câncer de mama e vida sexual. Na

rede, os diretores Alvaro Petracco e Mariangela Badalotti

também conversaram sobre a história do Fertilitat, na

celebração do nosso aniversário. As lives permitiram ainda

que os seguidores conhecessem as instalações, técnicas e

rotinas do centro.

Acompanhe as

novidades do Fertilitat.

Siga a clínica em

todas as redes.

http://bit.ly/YTfertilitat

fertilitatrs

fertilitat

“Foi uma experiência muito enriquecedora para todos

nós. Pudemos levar ao nosso público uma informação de

qualidade e conhecimento científico de forma didática, tirando

dúvidas comuns sobre a reprodução humana”, celebra

Mariangela. Para quem quiser conferir todas as lives, elas

estão disponíveis em instagram.com/fertilitatrs.

CONFIRA ALGUNS DESTAQUES DAS LIVES FERTILITAT

Dra. Mariangela

Badalotti e Dr. Alvaro

Petracco falaram

sobre infertilidade,

tratamentos e

soluções existentes.

Dr. Claudio

Telöken e Dra.

Marta Hentschke

discutiram sobre a

avaliação masculina

na infertilidade.

Dr. Andrey Boeno

e Dra. Ariane Kira

esclareceram os

mitos e verdades

sobre fertilização.

As embriologistas

Lilian Okada e Fabiana

Wingert apresentaram

o Laboratório de FIV.

Dra. Rafaella

Petracco e Dra.

Débora Farinati

conversaram sobre

parentalidade solo e

homoafetiva.

Dra. Talita Colombo

e Dra. Vanessa

Trindade em live

sobre otimização das

chances de gestação.

Dra. Maria Teresa

Sanseverino e Dr.

João Michelon e

as vantagens da

análise genética

embrionária.

Dr. Ricardo Azambuja

e a convidada Dra.

Cristina Hickman

trouxeram novidades

sobre a tecnologia

time-lapse e a

inteligência artificial.

As embriologistas

Shana Flach e

Letícia Proença

tiraram dúvidas

sobre o dia a dia no

laboratório de FIV.

Dra. Ana Luiza

Berwanger e Dra.

Adriana Arent

bateram um papo

sobre menopausa

precoce.

28 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 29



Artigo /

POR Dra. Adriana Arent, ginecologista do Fertilitat

Como o tempo custa a

passar quando a gente espera!

Principalmente quando venta.

Parece que o vento

maneia o tempo.

Erico Verissimo

A reprodução é o processo biológico

que permite aos seres vivos a

perpetuação da espécie. Já a

fertilidade, historicamente, é percebida

em um contexto biopsicossocial. Em

Sl. 127:3, o filho é representado como

benção divina: “Eis que os filhos são

herança da parte do Senhor, e o fruto

do ventre o seu galardão”.

Vamos abordar questões de

reprodução humana onde surgem

questionamentos quanto a questões

temporais, navegando na objetividade

do tempo e na subjetividade do vento

que permeiam a reprodução e suas

possibilidades.

O TEMPO E O VENTO;

A REPRODUÇÃO HUMANA

E A INFERTILIDADE

1. Uma breve história da Reprodução

Assistida ao longo do tempo

Já faz tempo...Na história da RA, a

primeira inseminação artificial de

que se tem registro foi realizada pelos

árabes em 1332, em equinos. Porém

a primeira inseminação registrada

pelo saber científico foi realizada em

1779, quando um italiano chamado

Lázaro Spalanzani colheu o sêmen

de um cachorro e o aplicou em uma

cadela em cio, a qual pariu três

filhotes. Apenas no final do século

XVIII, o médico inglês Hunter obteve

os primeiros resultados em seres

humanos, com inseminação de sêmen

no útero. Mas a grande revolução foi o

nascimento da inglesa Louise Brown,

em 25 de julho de 1978, o primeiro

bebê de proveta do mundo, através

do trabalho do embriologista Robert

Edwards e do ginecologista Patrick

Steptoe.

Quando os ventos de

mudança sopram,

umas pessoas levantam

barreiras, outras

constroem moinhos de vento.

Erico Verissimo

2. O tic-tac do relógio biológico – até

quando esperar para engravidar?

As mulheres já nascem com uma

quantidade de óvulos, chamada

de reserva ovariana. O feto

feminino carrega em seu ovário

aproximadamente 2 milhões de

folículos na época de seu nascimento.

O folículo contém os óvulos, que são

as células germinativas da mulher. Na

puberdade esse número diminui para

200 ou 400 mil. A mulher utiliza estes

óvulos ao longo da sua vida reprodutiva

- apenas 300 a 400 irão maturar,

chegarão à ovulação durante o período

de vida fértil da mulher.

Quando este estoque de óvulos

termina, a mulher terá a menopausa,

a sua última menstruação. Apesar

da menopausa ocorrer por volta dos

50 anos, anos antes a fertilidade já

começa a diminuir.

O declínio da fertilidade inicia após os

30 anos e, mais marcadamente, após

os 35 anos. Estima-se que dos 31 aos

35 anos a probabilidade de engravidar

é de 15% em cada mês de tentativa,

ou seja, 80% de chances de gravidez

em um período de 12 meses. Com 35

anos, essa taxa cai significativamente

para 9% ao mês e 50% durante o ano.

Já entre os 41 e 42 anos, as chances

são de 4% ao mês e 20% durante o ano,

sendo que dos 43 aos 45 anos essa

probabilidade será de apenas 0,2%

ao mês e de 1% em um ano inteiro de

tentativas.

Somado ao fato da redução do número

de óvulos, após os 35 anos a qualidade

destes óvulos também é afetada,

levando a alterações cromossômicas.

Isso aumenta as taxas de abortos

e diminui a chance de sucesso nos

tratamentos de reprodução assistida.

Soma-se ainda o aumento da

prevalência de doenças ginecológicas

que diminuem a fertilidade.

O tempo faz a

gente esquecer.

Há pessoas que

esquecem depressa.

Outras apenas fingem que

não se lembram mais.

Erico Verissimo

3. Quanto tempo embriões e

gametas podem ficar congelados?

Embriões

O congelamento de embriões existe

desde a década de 80, sendo que em

1984 nasce, na Austrália, a primeira

criança na história humana tendo

sido um embrião congelado. Em

2010, foi reportada uma gravidez com

um embrião que havia passado 20

anos congelado, nos Estados Unidos.

Já em 2017, o National Embryo

Donation Center (NEDC), entidade

norte-americana sem fins lucrativos,

divulgou o nascimento de uma menina

que foi gerada a partir de um embrião

congelado em 1992, e descongelado

em março de 2017, tendo passado

quase 25 anos congelado. Este é

possivelmente o período mais longo

desde a concepção até o nascimento

desde o início da FIV.

Sêmen

O congelamento de sêmen é uma

técnica relativamente simples e

utilizada há mais de 50 anos. A

obtenção dos espermatozoides se

dá através da masturbação, e no

laboratório serão congelados e

mantidos em nitrogênio líquido.

Em nossa clínica, relatamos

recentemente o nascimento de um

bebê saudável, cuja gestação foi

obtida com fertilização in vitro, a

partir de sêmen congelado há 17

anos. Existe outro relato de uma

mulher britânica que deu à luz um

bebê saudável, concebido com o

esperma congelado do marido há 21

anos. Estes relatos trazem evidências

de que o congelamento a longo prazo

pode ser bem sucedido em termos

de preservação da qualidade e da

fertilidade do esperma.

Óvulos

Em 1986, Chen reportou a primeira

gravidez, que resultou no nascimento

de gêmeos, a partir do congelamento

de óvulos. A partir do início dos anos

2000 que a técnica foi aprimorada e

utilizada mais largamente. Atualmente

se utiliza a técnica de vitrificação dos

óvulos, o que garante chances altas

de sobrevivência ao congelamento, de

90 – 95%. Por ser uma técnica mais

recente, ainda não há muitos relatos

de longo tempo de congelamento

de óvulos, a exemplo do observado

com sêmen e embriões. Em 2014, na

Argentina, foi reportado o nascimento

de uma menina saudável com óvulos

congelados há 14 anos. Estima-se

que o mais importante parece ser a

técnica utilizada para o congelamento

dos óvulos e não o tempo, sendo

vitrificação a técnica ideal.

Pelo exposto, provavelmente gametas

e embriões podem permanecer

congelados indefinidamente. Muito

importante para o sucesso do

armazenamento é que não haja

variação de temperatura nas amostras.

És um senhor tão bonito

Quanto a cara do meu filho

Tempo, tempo, tempo, tempo

Vou te fazer um pedido

Tempo, tempo, tempo, tempo

Caetano Veloso

30 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 31



Artigo /

/ Dica de série

SABEMOS QUE A INFECÇÃO PELO HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO) ACOMETE CERCA DE 70 A 80% DOS

HOMENS SEXUALMENTE ATIVOS AO LONGO DAS SUAS VIDAS. JUSTAMENTE PELA SUA CARACTERÍSTICA

ASSINTOMÁTICA, A TRANSMISSÃO SUSTENTADA PARA AS PARCEIRAS DO SEXO FEMININO E A

PERSISTÊNCIA DA INFECÇÃO É UMA REALIDADE.

Atualmente, são conhecidos mais de

150 tipos de HPV, que acometem a pele,

na forma de verrugas, ou as superfícies

mucosas – incluindo os tipos de alto

risco para neoplasias malignas.

Recentemente, estudos sobre a

infecção pelo HPV e o impacto que

ele pode causar na fertilidade têm

chamado a atenção de pesquisadores

ao redor do mundo, visto que é uma das

ISTs mais prevalentes da atualidade.

Diversas pesquisas analisaram

de que forma o HPV afetaria os

espermatozoides. Estas foram

motivadas após se perceber que a

prevalência da infecção pelo vírus era

maior nos casais inférteis, levantando

a questão se haveria relação entre os

fatos.

Uma metanálise recente constatou

que a presença do HPV no sêmen

pode afetar negativamente a qualidade

do espermatozoide, reduzindo sua

motilidade, fragmentando seu DNA e

induzindo alterações no pH seminal.

Já sabemos que o HPV pode estar

presente em diversas regiões do corpo.

Um estudo com 500 homens avaliou

os sítios de infecção mais prevalentes,

sendo eles, em ordem decrescente:

parte interna do prepúcio (44%), sêmen

O IMPACTO DO HPV NA

FERTILIDADE MASCULINA

POR Dr. Bruno Chao, urologista

(33%), uretra (30%), parte externa do

prepúcio (24%), glande (24%), escroto

(12%) e região anal (8%). Se tratando

de fertilidade, nos interessa saber

se o vírus está presente no sêmen

e, principalmente, se está ligado aos

espermatozoides.

Para esta investigação, é realizada

análise do sêmen por PCR para

detectar a presença do HPV e, caso

seja positiva, a análise por hibridização

fluorescente in situ, conhecida como

FISH, detectará se o vírus está ligado

à cabeça do gameta.

Mas qual o prejuízo que a infecção

por HPV em outras regiões, como as

verrugas genitais, pode causar para a

fertilidade? Aparentemente nenhum.

Porém, um estudo italiano constatou

que, em 53,7% dos pacientes com

verrugas genitais, foi detectada a

presença do HPV no sêmen pela

análise de PCR e FISH. Já quando a

parceira era a portadora das verrugas,

a análise seminal foi positiva em

41,3%.

Outro estudo comparou as taxas de

gravidez por reprodução assistida em

dois grupos: um deles positivo para

HPV no sêmen e o outro, não. Ao final

de 12 meses, as taxas cumulativas de

gestação (por inseminação artificial

e ICSI) foram de 38,4% no grupo sem

HPV versus 14,2% no grupo positivo

para o vírus. Foi observado ainda

impacto negativo da infecção nas taxas

de nascimento. O grupo HPV+ teve

uma taxa de aborto de 62,5%, contra

16,7% no grupo controle.

A infecção por HPV é sempre

preocupante sob o ponto de vista

oncológico, pois é um fator de risco

para o câncer de colo de útero, pênis,

canal anal, laringe e vulva. Devemos

também começar a dar relevância

para o HPV no campo da reprodução

humana. Todos os anos, 800 mil ciclos

de reprodução assistida são realizados

na Europa. Levando em conta que

a infecção por HPV no sêmen de

pacientes inférteis chega a 20%, é

possível que 150 mil ciclos sejam

prejudicados por ano no continente.

Esse impacto sobre a carga global

de fertilidade permanece muito

subestimado e pouco explorado.

Parece justificado realizarmos testes

para a presença de vírions do HPV

antes do seu uso, porém atualmente

ainda não dispomos de exames para

sua detecção na prática clínica.

UMA

VIAGEM

AO MUNDO

PELAS

SÉRIES

Nos principais serviços de

streaming, predominam

produções dos Estados

Unidos e Reino Unido. Mas

nos últimos anos, sucessos

de vários países mostraram a

força e a qualidade de séries

feitas ao redor do mundo,

como a aclamada espanhola

La Casa de Papel. Aqui,

apresentamos cinco dicas

de programas que merecem

atenção:

BORGEN (Dinamarca)

A partir da história de Birgitte Nyborg, personagem que

se torna primeira-ministra da Dinamarca, a série narra

os bastidores e jogos de interesse na política daquele

país, além das relações entre a imprensa e os poderes.

3 temporadas - Netflix

DARK (Alemanha)

O desaparecimento de uma criança impacta uma cidade

alemã, expondo os segredos e conexões ocultas entre

quatro famílias locais. A intricada trama ganhou fama

por sua complexidade, que envolve física e viagem no

tempo.

3 temporadas - Netflix

DIX POUR CENT (França)

Numa conceituada agência de talentos de Paris, os

agentes se desdobram para manter os astros satisfeitos

- e os lucros constantes - após uma crise inesperada.

Tem a participação de estrelas como Juliette Binoche e

Isabelle Hupert.

3 temporadas - Netflix

LOVE 101 (Turquia)

Quatro jovens tentam manter sua professora favorita

na cidade, fazendo com que ela se apaixone pelo

novo treinador de basquete. Nessa jornada, acabam

aprendendo sobre o próprio amor e a força das relações.

1 temporada - Netflix

TUDO BEM NÃO SER NORMAL (Coreia do Sul)

Um trabalhador comunitário e uma autora de livros

infantis compartilham suas experiências e dores,

enquanto buscam superar os problemas emocionais

que ambos enfrentam.

1 temporada - Netflix

32 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 33



Moda /

/ Gastronomia

GESTANDO

COM ESTILO

POR Andressa dos Anjos Borges Adam,

estilista e mãe do Benjamin

Ninguém nasce mãe. Desde o momento em que

recebemos o positivo ou até mesmo quando ainda

estamos sonhando com ele, vamos pouco a pouco nos

conectando ao universo da maternidade.

O processo de gestar é uma das fases mais esperadas

para a maioria das mulheres que desejam ser mães.

Um momento sublime e cheio de transformações, tanto

físicas como psicológicas. Durante os três trimestres,

passamos por inúmeras mudanças e diversas

sensações novas — e o guarda-roupas também precisa

se adaptar a isso, garantindo conforto e bem-estar à

gestante.

O que usar em cada trimestre

No primeiro trimestre, muitas mulheres nem sentem

que estão grávidas. Por outro lado, há quem se lembre

disso o tempo todo devido aos constantes enjoos. Nesse

período, a mulher ainda usa as mesmas roupas de

antes da gravidez, pois a barriga quase não aparece.

O segundo semestre é o auge da disposição

Geralmente, é quando param os enjoos e a barriguinha

começa a despontar! É possível que as calças já não

fechem, e aí é preciso começar a usar peças que se

adequem às novas formas. Além da barriga, o ganho de

peso é outra questão importante: é essencial optar por

roupas de tecidos com elastano que possibilitam essa

adaptação e trazem maior conforto.

O terceiro e último trimestre — mais conhecido

como reta final — pode trazer consigo um pouco ou

muito cansaço. E, é claro, há certa ansiedade pela

proximidade do parto. Se o fim da gravidez ocorre no

verão, os vestidos soltos e fluidos são uma ótima opção

para enfrentar as altas temperaturas. Eles serão seus

melhores amigos, acredite! Se está no inverno, os tricôs

com elastano são aliados quentinhos e confortáveis.

Nova visão

Até há pouco tempo, o guarda-roupa da gestante era muito restrito.

Não havia opções com apelo estético para esse público. Se você

estava grávida, ou adaptava as roupas que já tinha ou se contentava

com meia dúzia de modelos que padronizavam as mulheres como

se todas tivessem o mesmo estilo - o estilo “grávida”. Felizmente,

esse cenário está mudando. De lá pra cá, muitas marcas vêm

surgindo.

O estilo de cada mulher precisa acompanhá-la durante esse ciclo.

O conforto é essencial, mas não se pode deixar a essência de lado

nessa fase especial e única que é o início de uma nova vida.

PERFUME NO PRATO

POR Rejane Martins

São tantos os encantos da região da Provence, no

sul da França. Mas um dos que mais me chama a

atenção é o perfume que se espalha pelos campos,

vilarejos e cozinhas. A mistura das folhas de

tomilho, alecrim, louro, manjericão e salsa produz

um efeito inebriante, mágico. É assim com um

de seus pratos mais emblemáticos, cuja receita

compartilhamos aqui. O Daube é um cozido de

carne que varia de acordo com o gosto e a herança

familiar de cada um. Pode ser feito com javali, boi,

cordeiro ou porco. Aqui, vamos de carne vermelha.

Experimente com vazio, contrafilé ou patinho.

MODO DE PREPARO

Misture o vinho, o conhaque,

as azeitonas fatiadas, as ervas,

sal, pimenta, a canela e o cravo

em uma tigela. Adicione metade

das azeitonas, duas cebolas em

gomos e as cenouras em rodelas

não muito finas. Corte a carne em

cubos grandes e deixe na marinada

durante a noite. No dia seguinte,

separe a carne da marinada e deixe

escorrer em uma peneira.

Aqueça uma panela grande e de

DAUBE PROVENÇAL

(para seis pessoas)

INGREDIENTES

• 1,6kg de carne vermelha

• 300g de bacon

• ½ copo de azeite

• 5 dentes de alho

• Raspas de uma laranja

• 1 cebola grande

PARA A MARINADA

• 2 cebolas grandes

• 4 cenouras

• 1 garrafa de vinho tinto

• ½ copo de conhaque

• Bouquet de ervas: alecrim,

louro, tomilho, manjericão,

manjerona e salsa

• Sal, pimenta do reino, canela

em pau e cravo

• 150g de azeitonas picadas

fundo grosso, derreta o bacon picado e

doure uma cebola grande cortada em

tiras. Coloque um pouco de azeite e

sele a carne por uns 3 minutos. Quando

estiver corada em todos os lados,

adicione a marinada, o alho, as raspas

de laranja, e cozinhe em fogo alto até

reduzir em um terço. Adicione meio

litro de água quente. Tampe a panela

e deixe cozinhar em fogo bem baixo

por umas duas horas. Olhe de vez em

quando para ver se a água não está

secando. Se isso ocorrer, adicione mais

água quente.

Depois de duas horas ou um pouquinho

mais, a carne deve estar muito macia e

o molho espesso. Adicione as azeitonas

restantes e sirva com arroz branco ou

batatas cozidas. Abra um bom tinto e

seja feliz!

34 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 35



Dica de viagem /

ROTEIROS

PARA

DESBRAVAR

AS BELEZAS

DO RIO

GRANDE

Lugares que combinam

natureza, aconchego e

infraestrutura para quem

quer desfrutar de um final

de semana ou feriado. Há

inúmeras opções e aqui

elencamos algumas:

COM MONTANHAS, VALES,

SERRA, LITORAL E REGIÕES DE

PLANÍCIE, O RIO GRANDE DO

SUL TEM PASSEIOS PARA TODOS

OS GOSTOS E QUE PODEM SER

CURTIDOS A DOIS.

PARQUE ESTADUAL DO TURVO (DERRUBADAS)

Localizado no noroeste do Estado, foi o primeiro parque criado

no Rio Grande do Sul. A principal atração é o Salto do Yucumã,

considerada a maior queda d’água longitudinal do mundo, com

1.800 m de extensão e até 20 m de altura. O parque abriga

muitas espécies ameaçadas de extinção como a onça-pintada,

o puma, o cateto, o pica-pau-rei e a jacutinga.

ESTRADA DO SABOR DE GARIBALDI

Criada inicialmente com a proposta de

incentivar o turismo rural, em 2001,

o roteiro permite aos turistas entrar

em contato com a bela paisagem da

Serra, caminhar pelos vinhedos, provar

vinhos e espumantes produzidos pelas

famílias e degustar pratos como a

galinha recheada assada no forno à

lenha, além de produtos coloniais da

região como copas, salames, queijos,

pães e sucos.

TRÊS COROAS

Com aproximadamente 25 mil habitantes, a cidade se destaca

no turismo, principalmente pelos parques de aventura e pelo

templo budista Chagdud Gonpa Khadro Ling. O rafting no Rio

Paranhana é a principal atividade, que pode ser feita o ano

todo, sendo mais procurada nos meses mais quentes.

CAMINHOS DE PEDRA (BENTO GONÇALVES)

O trajeto foi criado para resgatar o patrimônio cultural dos

imigrantes italianos que chegaram ao Rio Grande do Sul em 1875.

Na rota rural de cerca de 12 quilômetros, original da época da

imigração, o visitante encontra restaurantes, prédios históricos e

atrações para todas as idades.

SÃO FRANCISCO DE PAULA

Localizada entre a Serra

Gaúcha e os Campos de Cima

da Serra, tem opções para

quem quer descansar, passear

e praticar esportes. Entre as

Foto: Larissa Fraga

atrações estão o Lago São

Bernardo e o Parque das Oito

Cachoeiras.

CÂNIONS DE CAMBARÁ DO SUL

O Parque Nacional de Aparados da Serra e o Parque

Nacional da Serra Geral encantam os visitantes pelas

belezas naturais, onde chamam atenção os imensos

paredões e as cachoeiras, a quase mil metros de

altitude e em um dos lugares mais frios do Brasil.

PRAIA DE TORRES

A paisagem da cidade

se destaca por ser

a única praia do Rio

Grande do Sul em que

sobressaem paredões

rochosos à beira-mar,

e por ter à sua frente

a única ilha marítima

do estado, a Ilha dos Lobos. Outros destaques são o

Parque da Guarita e a praia de Itapeva.

CAMPANHA GAÚCHA

A região está se destacando pela produção de vinhos.

Diferente da Serra Gaúcha, onde é possível visitar

várias vinícolas no mesmo dia e as distâncias são

curtas, a Campanha tem grandes distâncias entre

as regiões de vinhedos. Em contrapartida, o Pampa

Gaúcho mescla vinho, campo e as raízes da história

da Revolução Farroupilha.

36 Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva

Revista do Fertilitat | Centro de Medicina Reprodutiva 37



Crônica /

fertilitat.com.br

AMOR ALÉM

DA PANDEMIA

POR Vanessa Martini, mãe do Theo, de 6 anos, jornalista e

• Avaliação feminina

• Avaliação masculina

• Aconselhamento genético

• Apoio psicológico

• Acompanhamento nutricional

colunista de maternidade da Revista Donna, do Grupo RBS.

Estamos vivendo um momento muito diferente de tudo o que

imaginamos. Piscamos e lá se foram 8 meses daqueles que

seriam apenas 15 dias de isolamento. O cansaço e a exaustão de

todas essas mudanças estão cada dia mais presentes na rotina

das famílias.

Home-office, quando é possível, filhos sem escola e pais tendo

que equilibrar a jornada de trabalho com as contas, incertezas e

os cuidados com os filhos. É, não está sendo fácil para ninguém!

Mas será que é possível diante desse cenário, vermos um lado bom

disso tudo? Eu acredito que sim e te convido a fazer essa reflexão

comigo. Se pararmos para pensar, nunca estivemos tão próximos

dos nossos filhos, não apenas fisicamente, mas, pela primeira vez,

tivemos a oportunidade de olhar para eles de verdade.

Cada um, dentro da sua casa, pode ressignificar o convívio,

reforçando os vínculos e buscando formas de criar memórias em

família.

Por aqui resgatamos jogos antigos, intensificamos a leitura – aliás,

tivemos um gurizinho aprendendo a ler em meio a quarentena –

nos rendemos ao TikTok (risos), nos aventuramos na

cozinha, Theo está aprendendo a tocar bateria com o

pai. Aproveitando a companhia um do outro. Coisas

que lembraremos para sempre.

E eu, que sempre pensei que tinha uma conexão com

meu filho antes, pude de fato enxergar as angústias

daqueles olhos azuis brilhantes e estar lá quando a

saudade dos amigos apertou. Foi aí que entendi o que

é estar conectada de verdade.

E é incrível como as crianças podem nos ensinar, né?

Na semana quando o assunto do retorno a escola veio

à tona, e conversamos com Theo sobre ele não poder

voltar agora, para poder proteger a saúde e o convívio

com as avós, ele simplesmente nos olhou e disse: “eu

sei, mamãe”.

Mesmo com o desejo de voltar e rever a escola,

professores e amigos, ele entendeu que estamos

unidos por um objetivo maior: o cuidado com os

outros. Outro ensinamento que colocamos na conta.

Dias desses me disseram que “precisamos pouco

para sermos felizes”, e por mais clichê que essa frase

possa parecer, não existe verdade maior.

TÉCNICAS EM REPRODUÇÃO ASSISTIDA

• Fertilização in vitro (FIV)

• Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)

• Diagnóstico pré-implantacional (PGT)

• Inseminação artificial

• Aspiração de espermatozoides do epidídimo (PESA)

• Aspiração de espermatozoides do testículo (TESA)

• Recuperação microcirúrgica de espermatozoides

do testículo (microTESE)

• Assisted hatching

• Preparo espermático para doenças virais

• EmbryoScope® Plus Time-Lapse

CRIOPRESERVAÇÃO (VITRIFICAÇÃO)

• Sêmen

• Óvulos

• Embriões

• Tecido ovariano

• Tecido testicular

TRATAMENTO CLÍNICO E CIRÚRGICO

• Indução da ovulação

• Ecografia intervencionista

• Microcirurgia endoscópica

• Tuboplastia radiológica

• Reversão microcirúrgica de vasectomia

• Correção microcirúrgica de varicocele

• Acupuntura

• Video-histeroscopia

• Videolaparoscopia

• Transplante de tecido ovariano

PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS

• Dosagens hormonais

• Histerossalpingografia

• Histerossonografia

• Análise seminal (espermograma)

• Preparo seminal (capacitação)

• Fragmentação do DNA espermático

• Biópsia de testículo

• Microdeleções do cromossomo Y

• Estudo molecular do endométrio

• Pesquisa de endometrite subclínica

• Teste de compatibilidade genética do casal

• Avaliação genética do espermatozoide (FISH)

Quer trilhar o

caminho da

fertilidade?

Nós temos o

passo a passo.

E a boa notícia é que, depois que tudo isso passar,

vamos ter colecionado momentos que estamos

construindo – mesmo que alguns ruins, pois esses

também nos ensinam - e que, para quem entender

de verdade, vai durar muito mais do que apenas um

período de pandemia.

Medplex Santana

Rua Gomes Jardim, 201

Torre Norte - 15º andar

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fertilitat

Responsável técnica: Dra. Mariangela Badalotti - Cremers 12757

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