SÃO JOÃO BATISTA MISSIONEIRO DE CRUZ ALTA
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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA E TEOLOGIA
RELATÓRIO I
Dr. EDISON HÜTTNER
SÃO JOÃO BATISTA MISSIONEIRO DE CRUZ ALTA
Arte sacra barroca hispano guarani-jesuíta (séc.XVII).
Cruz Alta - RS
A presente pesquisa está vinculada ao Sistema de Pesquisa da PUCRS
(SIPESQ/PUCRS): Projeto de Pesquisa nº. 5294 - Simbologia e Arte Sacra
Jesuítico-Guarani; Linha de Pesquisa: Simbologia e arte Sacra Jesuítico-
Guarani do Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro (CNPQ).
PPGH/TEO/PUCRS.
Porto Alegre
2021
1
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA E TEOLOGIA
RELATÓRIO I
ÉDISON HÜTTNER
SÃO JOÃO BATISTA MISSIONEIRO
DE CRUZ ALTA
Arte sacra barroca hispano guaranijesuíta
(séc.XVII).
“
Cruz Alta - RS
A presente pesquisa está vinculada ao Sistema de
Pesquisa da PUCRS (SIPESQ/PUCRS): Projeto
de Pesquisa nº. 5294 - Simbologia e Arte Sacra
Jesuítico-Guarani; Linha de Pesquisa: Simbologia
e arte Sacra Jesuítico-Guarani do Grupo de Arte
Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro
(CNPQ). PPGH/TEO/PUCRS.
Porto Alegre, 29 de maio de 2021
2
Apresentação
O presente Relatório I – identifica o artefato, como uma escultura de São João Batista
(Profeta). Por ser de origem missioneira e ser localizado no município de Cruz Alta – foi
batizado com o nome de: São João Batista Missioneiro de Cruz Alta (RS).
A peça pertence ao conjunto de peças sacras barrocas missioneiras do tipo Escultura de
Tronco” e/ou “Estátuas Horcones” produzidas na Província Jesuítica do Paraguai, na Redução
de Santa María del Iguazú (Paraguai) – em 1625 - quando se concolidou o Primeiro Estilo
de esculturas missioneiras.
Por isto:
Arte sacra barroca hispano guarani-jesuíta (séc.XVII).
A escultura tem 69 cm Altura. Tem 22 cm de largura. Peso: 3, 700g. Com a cruz
acrescentada: 72cm.
A estimativa de idade: mais de 300 anos. Madeira (cedro) – policromada.
A beleza e detalhes da escultura, nos remete a indicar como os autores: jesuítas e índios
guaranis.
O simbolismo e fontes históricas indicam o local onde foi esculpida: A Redução de São
João Batista – de onde saiu o jesuíta António Sepp em 14 de dezembro de 1698 para cravar a
Cruz na localidade de Benjamin Not, 18 km de Cruz Alta.
__________________________________________
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por
sistemas gráficos, micro fílmicos, fotográficos, reprográficos, ideográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total
ou parcial. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão
e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9. 610, de 10.02.1998. Lei
dos direitos Autorias). Porto Alegre, 29 de maio de 2021.
HÜTTNER, Édison. RELATÓRIO I. SÃO JOÃO BATISTA MISSIONEIRO DE CRUZ ALTA. Arte Sacra Barroca hispano
guarani-jesuíta (séc.XVII). Cruz Alta - RS. PPGH/TEO/PUCRS. Sistema de Pesquisa da PUCRS (SIPESQ/PUCRS): Projeto
de Pesquisa nº. 5294 - Simbologia e Arte Sacra Jesuítico-Guarani; Linha de Pesquisa: Simbologia e arte Sacra Jesuítico-
Guarani do Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro (CNPQPUCRS), Porto Alegre: 2021.
3
SUMÁRIO
Apresentação / 3
SÃO JOÃO BATISTA MISSIONEIRO DE CRUZ ALTA (RS).
1. Início da descoberta / 5
2. São João Batista (tradição-iconografia) / 11
3. A Pomba do Espírito Santo – Festa do Divino Espirito Santo /15
4. Jesuítas Missioneiros e a devoção a São João Batista / 18
5. Devoção de uma Redução que leva o nome de São João Batista / 19
6. Simbologia de um São João Batista Missioneiro / 23
7. Esculturas de Tronco / 32
8. Aplicação de UV contra contaminação da COVID 19 / 43
9. Significado histórico religioso de SJBMCA / 46
10. Pesquisa e exposição pública do SJBMCA em Cruz Alta / 52
11. Viagem para colônia São João / 53
Conclusões / 56
Anexos / 61
Bibliografia / 77
Assinatura / 83
4
1. Início da descoberta
SÃO JOÃO BATISTA
MISSIONEIRO DE CRUZ ALTA (RS).
1.1. Primeiros contatos. Dia 15 de fevereiro de 2020. Era noite (22hs17min) quando
recebi uma ligação telefonia. Primeiramente se apresentou, seu nome: Cléber Roggia Nogueira,
morador de Cruz Alta. Ele contou-me depois que encontrou meu contato no “Portal das
Missões” (SITE). Tendo seu número de celular (55 99138270), inclui-o no meu número de
telefone pelo WhatsApp (51 984281224). Via este aplicativo de comunicação, nos conhecemos
melhor (figuras 1 e 2).
Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3
Fig. 4 Fig. 5
Cleber Roggia Nogueira me disse
que em sua casa existia uma
escultura de madeira antiga de São
João Batista. Nesta conexão –
Cleber me enviou fotos da escultura
do São João Batista (figuras 3, 4 e
5). Assim teve início a pesquisa.
Imediatamente observei que
poderia ser uma escultura
missioneira da época das reduções
jesuíticas. Mas além das fotos, era
necessário fazer uma visita a casa de
Cleber em Cruz Alta. Veríamos um
momento oportuno.
5
1.2. Tempo oportuno. Dia 14 de junho de 2020. O arquiteto
Cristtiano Fabris, restaurado da Catedral de Cruz Alta, estava
navegando no Face book, e observou uma reportagem na RBSTV,
com o tema: “Historiador descobre fonte construída por jesuítas e
índios guaranis na Região Missões.” 1 Uma reportagem feita pelo
jornalista Everton Dornelles onde apareceu o comentário de Edison
Hüttner sobre a descoberta da fonte em São Nicolau. Cristtiano
buscou o perfil do pesquisador no Face book, com a intensão de
mostrar uma peça rara que estava na Catedral de Cruz Alta.
Cristtiano me enviou foto de um Resplendor do Divino Espírito
Santo (fig. 6).
A escultura foi estuda por Hüttner, confirmada como sendo
uma escultura do período das reduções jesuíticas (séc. XVII-XVII).
A exposição oficial do RESPLENDOR DO DIVINO ESPÍRITO
SANTO DE CRUZ ALTA, se deu dentro da Catedral de Cruz Alta,
às 9hs do dia 13 de dezembro de 2020.
Fig. 6.
A exposição acontece durante a Benção do Altar da Catedral. Durante a celebração da
Benção do Altar, da exposição do Resplendor – pensei – é o momento de fazer visita à família
do Cléber Roggia Nogueira para ver, medir e tirar mais fotos da escultura de São João Batista,
pois na noite anterior, já avia enviado uma mensagem ao Cleber, com esta intenção (fig. 7). No
dia 13, pela manhã combinei com o Cleber para ir visitar sua casa à tarde, no endereço: Rua
General João Manoel, 1211 (fig. 7 e 8).
Fig. 7 Fig. 8
1
Reportagem da RBSTV com o tema: “Historiador descobre fonte construída por jesuítas e índios guaranis na
Região Missões”. Disponível em <https://globoplay.globo.com/v/8623895/> atualizado em 04/05/2021.
6
1.3. Rua General João Manoel, 1211 (Cruz Alta).
Na tarde do dia 13 de dezembro, às 17hs30min, Edison Hüttner e Eder Abreu Hüttner
foram de carro até a residência de Cléber Roggia Nogueira. Ao chegarmos na casa, fomos
acolhidos pela sua família do Cleber, filho e esposa. Logo nos dirigimos para uma sala de
conivência onde se encontrava, onde nos esperava, em cima de um balcão a escultura de São
João Batista, a mesma da foto envida por Cleber. Ao observar a escultura percebi o seu valor
de nobreza e arte, surgindo o esplendor de uma obra da arte sacra jesuítico-guarani do séc.
XVII- XVIII. No passo seguinte, medimos a escultura e analisamos cada parte (fig. 9). Edison
em Cleber com o SJBMCA (fig. 10)
Fig. 9 Fig. 10
1.4. Relato de Cleber Nogueira, uma escultura em família
A busca de relatos e informações sobre SJBMCA, tem um sentido de história fundamental
nesta construção de pesquisa e identidade, da própria escultura. Em outras palavras, os relatos
orais e depoimentos de uma obra de arte, representa a expressão da construção de sua própria
identidade e no tempo como obra histórica. Solicite para o Cleber, as primeiras informações
sobre a escultura:
“SÃO JOÃO BATISTA
A parte da história que eu conheço dessa imagem de São João Batista em madeira iniciase
a 26 de abril de 1978, pois no dia em que eu nasci vieram morar conosco na localidade
conhecida como Passo da Divisa, que se encontra a aproximadamente 25km distante no interior
da cidade de Cruz Alta/RS, um senhor chamado Agenor Barreiro e sua companheira Maria
Isabel Oliveira de Matos os quais não tinham filhos, ajudaram meus pais a me criar e assim me
consideravam.
Segundo relatos, essa imagem teria sido herdada por ela de seu pai “Estevão de Matos”
que morou na Colônia São João distrito de Cruz Alta/RS, um curandeiro muito conhecido e de
grandes feitos no passado, e como o costume era passar esse dom de geração em geração coube
a ela esse oficio.
Maria Isabel de Matos era uma pessoa muito simples, gentil e de muita fé, recebia muitas
7
pessoas com problemas que iam desde picada de cobra, rendiduras 2 , quebrante 3 , cobreiro 4 , etc.
nunca cobrou nada em troca de seu conhecimento, mas costumeiramente recebia presentes
como erva mate, fumo, carnes, tecidos, farinha. Outro costume muito forte envolvendo a
imagem de São João Batista naquela localidade do Passo da Divisa é de quando da falta de
chuvas para as lavouras, levavam para suas casas a imagem, davam banho, colocavam fitas e
capas de tecido colorido como agradecimento as graças alcançadas, também realizavam
procissões pelas estradas de chão batido, rezando e agradecendo. Antes do Falecimento dela
ela me confiou a guarda dessa imagem que permanece comigo. ” 5
.
Fig. 11. Maria Isabel Oliveira de Matos e
seu esposo: Agenor Barreiro.
Foto enviada por Cleber Nogueira
2
Rendidura: é um mal de ordem física, geralmente dores musculares e lesão por esforço.
3
Quebrante (ou mau olhado): é um mal de ordem espiritual. Em criança, é aquela que não dorme direito ou dorme
com os olhos abertos. Em bebês, é aquele que só chora. O quebrante funciona assim: quando as pessoas ficam
admirando a criança - ‘Ai, que bonitinha!’-, as próprias pessoas da casa enchem a criança de quebrante. É um tipo
de mau olhado.
4
Cobreiro: é um mal de ordem física. O cobreiro é identificado por pintas avermelhadas e pequenas bolhas de
água na pele. Essa inflamação se apresenta principalmente nas costas, causando forte ardência.”
8
O CURANDEIRO “Estevão de Matos” – da Colônia de São João - possuía o SJBMCA.
Conforme relato de Cleber: O pai de Maria Estevão de Matos era um curandeiro
famoso que morava na Colônia São João, distrito de Cruz Alta. O seu oficio de curandeiro
passou para filha Maria Matos. O SJBMCA ficou com Maria na Colônia de São João,
depois levou para Lajeado (Passo) da Divisa.
A escultura de São João Batista Missioneiro de Cruz Alta fazia parte do contexto religioso
e devocional de seu local:
a) Com o CURANDEIRO “Estevão de Matos” – da Colônia de São João ( ). A
escultura estava junto com um curandeiro, de tradição católica. Que fazia orações,
procissões e também curas. O curandeiro pode contar com a força simbólica do
SJBMCA. Por isto, quando passou seu ofício para filha Maria – o santo foi junto para
continuar toda tradição de curas e orações.
b) Com CURANDEIRA “Maria Isabel Oliveira de Matos” – seguiu o mesmo oficio
do pai em Colônia de São João e Lajeado (Passo) da Divisa. Ao lado de SJBMCA
Maria: benzia, fazias passes, orações, curava: “picada de cobra, rendiduras,
quebrante, cobreiro”. O SJBMCA agia intercedendo para vir chuvas em tempo de
estiagem e grandes secas, desde:
1. Conduziam a escultura do santo para suas casas;
2. Davam um banho com água;
3. Colocavam fitas e capas de tecido colorido para agradecer as graças alcançadas;
4. Realizavam procissões pelas estradas.
a) Com Cléber Roggia Nogueira – em Cruz Alta. Cleber era ainda criança quando
morava em Lajeado (Passo) da Divisa (1978). Maria Estevão Matos ajudou a criar
Cleber neste município. Com o passar do tempo, antes de falecer, Maria confiou o
SJCMCA para Cleber. O SJBMCA na cidade de Cruz Alta – continuou sendo um fator
de devoção e ligação com toda a história destas famílias curandeiras. De modo especial,
SJBMCA se “integrou” no cotidiano da família.
Cleber quando criança (1978) – Morava com seus pais na localidade de Passo (Lajeado)
da Divisa ( ). Fica a 27 km da casa de Cleber, na rua Gen. João Manuel, 1221 em Cruz Alta
( ). A distância do Passo (Lajeado) da Divisa até a Colônia de São João é de 7,6 km ( ).
Ver mapa abaixo temos o caminho percorrido por SJBMCA ( Fig. 12).
(fig. 12)
9
A escultura sacra de madeira
de SJBMCA faz parte da
própria história da família.
Cleber me enviou duas fotos
de seu filho: Gabriel Cechin
Nogueira (fig. 13-14), ao lado
da escultura.
Fig. 13. Gabriel C. Nogueira (1 ano)
Fig. 14. Gabriel C. Nogueira (13 anos)
As esculturas missioneiras do séc. XVII-XVIII - com o tempo se desvincularam de seu
espaço (igrejas, capelas...). Muitas se perderam. Outras permaneceram protegidas por índios
guaranis que fugiram das reduções; outras foram acolhidas por e famílias luso-portuguesas que
aos poucos ocupavam o território que antes pertencia a Espanha. E assim, passado para famílias
de etnias italianas, alemãs, polonesas, espanholas...etc. que moravam no interior do Estado do
Rio Grande do Sul. E estas esculturas passaram a significar, em sua essência (sacra), um sentido
profundo espiritual, místico, de cura (bênçãos e benzeduras), de devocional popular e até
mesmo de devoção litúrgica institucional - quando uma escultura missioneira faz parte de uma
paróquia como padroeiro). Em geral, estas esculturas foram aos poucos conduzidas para zonas
urbanas – seguindo o ciclo da povoação de evasão da zona rural. Como é o caso deste SJBMCA
que Cleber trouxe do interior de Cruz Alta.
São João Batista Missioneiro de Cruz Alta tem uma grande história de fé:
a) Na Redução de São João Batista fundada pelo Pe. Antonio Sepp (1697);
b) Em alguma capela de Estância das Reduções, com o nome de São João Batista;
c) Na localidade de “Benjamin Not”, onde o Pe. Sepp cravou a cruz que fundou Cruz Alta.
d) Na Colônia de São João Batista, distrito de Cruz Alta – Devoção popular.
e) Na localidade de “Passo (Lajeado) da Divisa” – perto de Cruz Alta.
f) Na cidade de Cruz Alta.
10
2. São João Batista (tradição-iconografia)
2.1. História de São João Batista
Porque eu vos digo: Entre os nascidos de mulher, não há maior profeta que João Batista;
porém, o que é menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lc 7, 24-28).
São João Batista (2 a.C.–28 d.C.) nasceu na cidade de Aim Karim, a 6 quilômetros de
Israel. Seu pai era Zacarias, sacerdote do templo de Jerusalém. Sua mãe era Santa Isabel, prima
de Maria, Mae de Jesus. Batista se consagrou a Deus como profeta. Pregava o arrependimento
e a conversão. Ela batizava o povo no rio Jordão. Daí o nome Batista, aquele que batiza. Foi o
precursor de Jesus Cristo.
O anjo Gabriel apareceu a Zacarias
anunciando que Isabel, mesmo estéril, teria um
filho, de nome João. Mas Zacarias não
acreditou, por isto ficou mudo. Neste tempo de
espera, o anjo Gabriel também apareceu a
Maria, anunciando que a mesma seria a mãe do
Salvador. Maria foi visitar Isabel, quando as
duas estavam gravidas (Lc 1-41-43). Quando
João nasceu, Zacarias voltou a falar.
João Batista foi morar no deserto, para rezar,
fazer sacrifícios e pregação de conversão das
pessoas. "João usava uma vestimenta de
pelos de camelo e um cinto de couro em
volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos
e mel silvestre." (Mt 3, 4).
Conhecido como profeta foi o anunciador do
Messias: Jesus Cristo. Alguns pensavam que
João era o Messias. Porém, ele sempre dizia: Eu
não sou o Cristo, eu não sou digno de desatar
nem a correia de suas sandálias. (Jo 1-27).
Fig. 15. São João Batista 6
De jesus João diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. (Jo.1-29) No rio
Jordão João diz para Jesus: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt3-14).
João denunciava a vida adultera do rio Herodes Antipas na Galileia. Ele não poupava o rei
local, Herodes Antipas. Sua relação com Herodíades, sua cunhada era um escândalo. A filha
de Herodíades era Salomé. Esta dançou para o rei Herodes. Para agradar a dançarina, Herodes
prometeu cumprir qualquer pedido. O pedido foi a cabeça de João numa bandeja. Foi cumprido
(Mc 6.14-29).
6
Padroeiro. São João Batista. Disponível em < https://diocesedebarreiras.org.br/o-padroeiro> atualizado em
29/05/2021.
11
“Significado e Simbolismo de São João Batista
A mão direita levantada
A mão direita de São João Batista levantada simboliza sua pregação nas margens do Rio Jordão. Ele percorreu
toda a bacia do Rio Jordão pregando a penitência, a conversão, o arrependimento e o perdão dos pecados. João
reunia multidões em torno de si por causa da força de sua pregação. Ele cumpriu sua missão maravilhosamente
‘preparando o caminho do Senhor’, como ‘uma voz que grita no deserto’. Ele é o último dos profetas.
A concha de São João Batista
A concha na mão esquerda de São João Batista simboliza sua missão de batizado. Com efeito, ‘Batista’ não é
propriamente um sobrenome, mas sim uma função: aquele que batiza. A concha também nos relembra que João
Batista foi quem batizou Jesus, o Salvador que ele anunciava. Ao batizar Jesus, João viu a Santíssima Trindade:
o Espírito Santo veio sobre Jesus em forma de pomba e do céu veio uma voz como de trovão: ‘Este é meu Filho
muito amado, em quem coloco toda a minha confiança!’ (Lucas 3, 21-22)
A flâmula de São João Batista
A flâmula de São João Batista contém um texto em latim: ‘Ecce Agnus Dei’, o que quer dizer: ‘Eis o Cordeiro
de Deus’. Diz respeito a uma outra revelação de Deus através de São João Batista. Tempos depois de ter batizado
Jesus, João Batista o viu novamente nas margens do Jordão e disse a seus discípulos: ‘Eis o Cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo’. (João 1, 29) Neste momento, João Batista revela que Jesus é o Cordeiro de
Deus, isto é, o verdadeiro e definitivo sacrifício que será oferecido (com a morte de Jesus) para o perdão dos
pecados.
O cordeiro de São João Batista
O cordeiro de São João Batista completa a mensagem da flâmula e simboliza Jesus Cristo, que João anunciou. A
expressão ‘Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo’. (João 1, 29) é usada até hoje nas
celebrações da Santa Missa.
A cruz de São João Batista
A cruz de São João Batista tem dois significados. Primeiro, representa o anuncio de jesus Cristo como Salvador.
Jesus salva a humanidade como Cordeiro de Deus que se sacrifica através da cruz em favor de toda a
humanidade. Em segundo lugar, a cruz simboliza também o martírio de São João Batista como prefiguração da
morte de Jesus.
O manto vermelho de São João Batista
O manto vermelho de São João Batista simboliza sua morte. João foi um mártir da justiça e da verdade.
Denunciou os desmandos de Herodes Antipas. Por isso, foi preso e degolado, a pedido de Herodíades, amante de
seu próprio cunhado Herodes Antipas.” 7
Oração
Oração a São João Batista
São João Batista, voz que clama no deserto,
endireitai os caminhos do Senhor,
fazei penitência, porque no meio de vós esta quem não conheceis,
e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias.
Ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas, para que eu me torne digno do perdão daquele que vós
anunciaste com estas palavras: Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo. São João
Batista rogai por nós. Amém.
São João, pregador da penitência, rogai por nós.
São João, precursor do Messias, rogai por nós.
São João, alegria do povo, rogai por nós. Amém.
7
Padroeiro. São João Batista. Disponível em < https://diocesedebarreiras.org.br/o-padroeiro> atualizado em
29/05/2021.
12
2.2. Identidade de São João Batista X SJBMCA
A identidade (nome) de um santo é definida pelo vestuário,
objetos (livros, flores, cruzes, etc.), sua fisionomia e postura.
É um padrão. A iconografia da imagem de São João
Batista é representa na história como um homem que
veste pelos de camelo, com descreve: Mt 3, 4. Na cena
do batismo de Jesus – representada pela obra “O Batismo
de Cristo” do pintor Almeida Junior (fig.16), observamos
claramente esta representação iconográfica: a) túnica de pelos
de camelo ( ); b) o sinto de couro ( ); c) uma cruz de madeira
na mão esquerda ( ) e uma concha na mão direita ( ); d)
barba e cabelos cor preta ( ); e) está nu: uma parte do peito,
braços descobertos, parte da cocha e restante das pernas, até
os pés ( ); f) os pés sempre descalços ( ).
Fig. 16 O Batismo de Cristo (1885).
É esta característica da iconografia de São João Batista, está bem definida no
SJBMCA: a) uma túnica de pelos de camelo. Se apresenta como forma de pelego de ovelha ou
cabrito, estilo gaúcho (a pele do animal é tirada com os pelos). A pele do camelo fica no lado
interno da túnica, como é possível ver na dobra ( ); Os pelos de camelo ficam no lado externo,
dos ombros à altura dos joelhos pela parte da frente da túnica, com duas aberturas em forma de
um M ( ) para facilitar o movimento das pernas; a túnica no lado de trás se estende dos ombros
(lado direito), até panturrilha das pernas ( ), do lado esquerdo, das costelas até a panturrilha
das pernas ( ); b) o cinto de couro ( ); c) barba e cabelos cor preta ( ); d) está também nu:
uma parte do peito, costas, braços descobertos, parte da cocha e restante das pernas, até os pés
( ); f) os pés sempre descalços ( ).
Fig.17 Fig. 18 Fig. 19 Fig. 20
13
2.3. O Espírito Santo como pomba
O relato bíblico do batismo de Cristo por
João revela a presença de uma pomba que
desce, como imagem, representação do
Espírito Santo: “Depois de ser batizado,
Jesus saiu logo da água. Então o céu se
abriu e Jesus viu o Espírito de Deus,
descendo como uma pomba e vindo sobre
ele. E do céu veio uma voz que dizia: “Este
é o meu Filho amado, no qual me
comprazo todo” (Mt. 3,16).
Fig. 21. Batismo de Jesus no Jordão. 8
“O símbolo da pomba para significar o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.”
(Catecismo da Igreja Católica, 701).
Acontece no rio Jordão: a primeira vez que a imagem da
pomba surge na presença de Jesus Cristo, como representação
do Espírito Santo. Como vemos na pintura fig. 21: uma pomba
descendo, com raios iluminados, ampliado na fig. 22.
Fig22. Pomba representando E.S.
Ampliação (fig. 21)
Um painel missioneiro do séc. XVII –
representando o Batismo de Cristo foi pintado
no retábulo da igreja de Santiago. Santiago
Paraguai. No painel observamos, o que é
padrão na iconografia da arte sacra sobre S.
João Batista: A Pomba que desce
representando o Espírito Santo, e paira sobre
Cristo (fig.23-23.1)
Fig.23.1. Pomba
representando E.S.
Ampliação (fig. 23)
Fig. 23. Batismo de Cristo no rio Jordão (sec. XVII) 9
8
Batismo de Jesus no Jordão. Imagem retirada do Portal da Diocese de Blumenau. Disponível em <https://
www.diocesedeblumenau.org.br/site/blog/o-noivo-esta-com-eles-odes-de-salomao-texto-cristao-hebraico-doinicio-do-seculo-ii/>
atualizado em 29/05/2021.
9
Batismo de Cristo no Rio Jordão. Pintura do retábulo da igreja de Santiago. Santiago Paraguai. SUSTERSIC,
Bozidar Darko. Imágines Guaraní-Jesuíticas, Paraguay/Argentina/Brasil. Asunción, Paraguay, 2010, p. 126.
14
3. A Pomba do Espírito Santo
3.1. Simbologia da Pomba
A pomba representa a imagem da presença do E.S: a) como terceira pessoa da Trindade;
b) no Batismo de Jesus; b) como de raios luminosos representando os Sete dos Espírito Santo.
Esta tradição iconográfica tem seus fundamentos:
a) Antigo Testamento. No Gênesis. “Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn.
1,2). A Bíblica recuperou este complemento do Talmud da Babilônia como nos escreve
Rowland, a pomba é a representação do Espírito de Deus, pairando sobre as águas: “E o espírito
de Deus pairava sobre a face das águas – como uma pomba que paira sobre os seus filhotes
sem tocá-los” 10 ;
Fig.25. Tapeçaria de Criação 11 Fig.26. Pomba branca (ampliação, fig. 25)
No Museu da Catedral de Catedral de Girona, (Espanha) se encontra uma rara Tapeçaria
de Criação, confeccionada no século XI (fig. 25). Tem a medida de (3,65 x 4,70 m). Trata-se
de um bordado trabalho em lá e linho sobre tecido moído de sarja de lá. A arte descreve o relato
da criação encontrado no Gênesis 1-2. Na a parte superior acima do círculo (simbologia do
relógio 12hs), aparece a imagem da pomba branca que paira sobre as águas da criação (fig. 26).
Noé enviou uma pomba para encontrar terra. A pomba retornou com uma folha de oliveira (Gn.
8,11). O diluvio tem relação com o batismo de Jesus, simbologia da pomba que voa sobre as
águas como sinal de uma nova terra. Na Basílica de São Marcos em Veneza está pintado em
mosaico a imagem de Noé soltando uma pomba branca para buscar terra e observar se as águas
já tinham baixado (fig. 26). 12
10
ROWLAND, Christoper Charle. A realização profética das Escrituras: A dinâmica da experiência
visionária. IN. Religião de visionários: Apocalíptica e misticismos no cristianismo primitivo. NOGUEIRA, Paulo
Augusto (Org). São Paulo: Loyola, 2005, p.49.
11
COSTA, Ricardo da, GRAU-DIECKMANN. El relato del Génesis en el Tapís de la Creació (siglos XI-XII): La
transcendecia en la Estética Medieval. IN: LÈRTORA MENDOZA, Celia (et. al.). Filosofia medieval: continuidad
y rupeturas: XVI Congreso Latinoamericano de Filosofia Medieval – ActasI. Buenos Aires: FEPAL, 2013 (e-
Book), p, 463-481. Disponível em <https://www.ricardocosta.com/artigo/el-relato-del-genesis-en-el-tapiz-de-lacreacion-siglo-xii-la-transcendencia-en-la-estetica>
atualizado em 29/05/2021.
12
O templo de São Marcos teve início no séc. IX, a mando do Giustiniano Partecipazio, por motivo da chegada a
Veneza do corpo de San Marco (828), que fora recuperado no Egito, Alexandria por dois mercadores de Veneza:
Rustico da Torcello e Tribuno da Malamocco. Porém, a atual é a terceira reconstrução, encomendada em 1036
15
Na ampliação do quadro – vislumbramos uma linda pomba branca
(fig. 28). Na arte a pomba do de Noé é sempre branca. Os Padres da Igreja
faziam esta relação do Dilúvio com o Batismo de Jesus Cristo. O
Catecismo da Igreja Católica confere o mesmo significado:
“No final do dilúvio (cujo simbolismo tem a ver com o
Baptismo), a pomba solta por Noé regressa com um ramo
verde de oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez
habitável”. (CIC 701).
Fig. 28. Pomba branca
(ampliação – fig.).
Fig. 27. Mosaico da Criação (Dilúvio -Noé)
Evangelhos: Mateus: “(...) Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como uma pomba e vindo
sobre ele.”(Mt. 3,16); Marcos (Mc. 1,10) e Lucas: "e o Espírito Santo desceu sobre ele em
forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3, 22); João (Evangelista) fala por meio de São João
Batista que revela: “Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele”
(Jo 1,32). A iconografia, simbologia do E.S. descendo em forma de pomba é muito expressa na
arte sacra, como vimos (...). A figura da pomba branca refletida com luzes dos 7 dons do E. S.
tem sua fonte o profeta Isaías:
Despontará um rebento do trono de Jessé, um renovo brotará de sua raiz. Sobre ele
repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de
conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is. 11, 2).
Os Sete dos Dons do Espírito Santo – são citados na tradição católica (Septuaginta e
Vulgata) e na devoção popular são como estão enumerados e “catalogados” em Isaías. 13 A
força do conteúdo carismático dos dons do E.S, força por si só, se plasma na simbologia: o
número 7. João Paulo II em Carta Encíclica diz que Isaías, referindo-se a passagem ((Is. 11, 2),
fala da vinda de uma pessoa (“misteriosa”), que a revelação neotestamentária identifica como
Jesus: “liga a sua pessoas e a sua missão a uma ação particular do Espírito de Deus – Espírito
do Senhor.” 14 De acordo com Pereira: “A pomba representa otimamente o Espírito septiforme,
isto é, seus sete dons, infundidos no Cristo segundo Is. 11,2.” 15
pelo Doge Domenico Contarini. RODA, Anna. A História da Salvação. 2005. Disponível em <https://www.cultu
racattolica.it/attualit%C3%A0/mostre-e-luoghi/luoghi/la-storia-della-salve zza> atualizado em 29/05/2021.
13
Conforme Bárbara: “Note-se que são enumerados apenas seis dons no texto hebraico. O número sete vem da
tradução da Septuaginta, que acrescentou, mediante fonte em uso, “eusébeia” = piedade. A Vulgata, seguindo a
tradução grega, também traz o sétimo dom (pietas = piedade). Assim, como muitas traduções católicas foram feitas
a partir da Vulgata sempre continham o dom da piedade”. BÁRBARA, Júlio César da Costa Santa. Os Sete Dons
do Espírito como caminho de humanização. IN: Revista Teologia em Questão. Faculdade Dehoniana (Taubaté
(SP), TQ 33 (2018/1) 181-194.
14
CARTA ENCÍCLICA. DOMINUM ET VIVIFICATEM, 15. Do Sumo Pontífice João Paulo II. Sobre o Espirito
Santo na Vida da Igreja e do Mundo. Disponível em <https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/enc
yclicals/documents/hf_jp-ii_enc_18051986_dominum-et-vivificantem.html#-1F> atualizado em 29/05/2021.
15
PEREIRA, Ney Brasil. A Pomba e o Espírito Santo: Significado de um símbolo. In. Revista Encontros
Teológico. Florianópolis, nº 24, p. 24-34, 1998.
16
Representações da POMBA – ESPIRITO SANTO
Pomba e Trindade. A iconografia da Trindade: Pai, Filho e
Espirito Santo – são representadas por duas figuras humanas e uma
pomba. Na obra de Etzel, é apresentado um escultura da Trindade,
da Redução de Santíssima Trindade do Paraná, no Paraguai (fig.
29). 16 Na escultura, no centro, está a pomba ao centro é a
representação do E.S ( ).
Fig. 29. Escultura da Trindade Fig. 30. Pomba do E.S. Basílica de São Pedro 17
Pomba – E.S. Na Basílica de São Pedro em Roma o artista
Gian Lorenzo Bernini fez em 1660 uma vidraça (vitral)
reluzente de alabastro, com anjos de bronze que circulam e
embelezam a imagem do E.S. no formato de pomba com 1.62
cm de envergadura (fig. 30).
Pomba - Pentecostes.
O E.S. repousa sobre os discípulos em forma de línguas
de fogo, naquela manhã de Pentecostes: “Então apareceram
línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre
cada um deles” (Atos 2,3) – (fig. 31).
“A tradição espiritual reterá este simbolismo do fogo como
um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo (32).
«Não apagueis o Espírito!” (1 Ts 5, 19).” (CIC 696).
Fig. 31. Pentecostes. 18
No N.T. o texto (Atos 2,3) não dala em pomba, mas em línguas de fogo. Na iconografia
de Pentecostes esta presente a pomba (E.S.) com as chamas de fogo (E.S.). Na liturgia da
Solenidade de Pentecostes, após a segunda leitura se reza ou canta:
a) A “Sequência”. 19 Em dois parágrafos deste canto se menciona os sete dons:
- “Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons”; - “Dai à vossa Igreja,
16
ETZEL. Eduardo,1984, Op. Cit., 116.
17
Pomba do E.S. Basílica de São Pedro. Disponível em <https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-
03/papa-audiencia-geral-espirito-santo-memoria-trinitaria.html> atualizado em 29/05/2021.
18
Pintura: Pentecostes. Dimensão: 498 x 800. Autor. Luis Tristán (Toledo, 1585-1624). Museu de Belas Artes,
Bucareste, Romênia.
19
Trata-se de um termo latino (sequentiae – plural), em português (sequencia) – termo usado para designar um
trecho do canto gregoriano, chamado também de prosa – que se canta durante a missa.
17
que espera e deseja, vossos sete dons. 20
b) O “Veni Creator Spiritus” (Vem Espírito Criador). É um hino em de invocação do
E.S. composto no séc. IX, provavelmente composto por Rabano Mauro. É tradicionalmente
entoado nesta solenidade. Um parágrafo diz: “Sois o doador dos sete dons e sois
poder na mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai”.
4. Jesuítas Missioneiros e a devoção a São João Batista
4.1.Contexto e arte de São João Batista
Os jesuítas em todo mundo adotaram toda devoção da tradição católica, desde seu início,
de modo particular nas suas missões na América, nas suas Reduções Jesuíticas do Paraguai.
Em 1607 é instalada a Província Jesuítica do Paraguai. Dois anos depois era fundada a redução
de San Ignacio Guazú (1609), no atual Paraguai, e assim as 30 reduções. As reduções formavam
uma rede de povoados cujas ruínas se encontram no sul do Paraguai, no nordeste da Argentina,
em parte do Uruguai e no sul do Brasil (noroeste do Rio Grande do Sul) 21 . De acordo com
Barcelos, em 1732 essas reduções chegaram a ter um total de 141.182 habitantes 22 . Este
imaginario atingiu seu apogeu ao mesmo tempo, teve seu fim com o Tradado de Madri em 1750
assinado devido as disputas de território entre as coroas ibéricas. Portugal abriu mão da Colônia
de Sacramento em troca dos Sete Povos das Missões. Os habitantes dos Sete Povos tiveram que
migrar para o domínio espanhol. Este foi o principal fator da dispersão e depredação das
esculturas sacras missioneiras.
As esculturas missioneiras tiveram uma identidade própria, dentro da contingencia de
sua construção e história – expressas em fases. Lizete Dias Oliveira cita Claudete Boff: “A arte
produzida nas missões foi explicada com base em vários conceitos, como Barroco Jesuítico-
Guarani, Barroco Crioulo, Mestiçagem, Barroco Miscigenado, ou Barroco Missioneiro” 23 .
Conforme Hüttner e autores: o barroco hispano-guarani de Josefina Plá amolda-se
valorizando a originalidade de cada arquiteto:
a) o renacentista-manierista – quando Brasinelli atuou em Santa Maria da Fé; b) o
estilo barroco com forte acento europeu, em três versões: rio-grandense itálicoberniniana,
barroco missioneiro-berniniano (Paraná), e o barroco mágicogeométrico.
24
A riqueza da arte e escultura da época jesuítica é valiosa – expostas em museus no Rio
Grande do Sul, em casas de particulares e em outros lugares ainda não identificadas. O número
de peças que compõe este imaginário patrimonial é grande. Segundo Palácios e Zoffoli a
esculturas de madeira inventariadas nos 30 Povos Guaranis em 1768 (após expulsão dos jesuítas
chagam a soma de 1.546. Na Argentina: 762; Brasil: 332; Paraguai: 452. Do total destas
20
Celebrar em Família - Solenidade de Pentecostes (23/05/2021). Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da
CNBB. Disponível em <https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/2021/05/34-Celebrar-em-Fami%CC%81
lia-Solenidade-Pentecostes.pdf> atualizado em 29/05/2021.
21
De 1609 até 1706 foram fundadas 54 reduções. Trinta prosperam. Oito no Paraguai (Inácio Guaçu, Santo Itapuã,
São Cosme, Santa Maria, Santiago, Jesus, Santa Rosa e Trindade), 15 na Argentina (Loreto, Santo Inácio Mini,
Conceição, Corpus, Santa Maria Maior, Candelária, Japeju, Santa Cruz, São Francisco Xavier, São Carlos,
Apóstolos, São Tomé, Sant’Ana, São José, Mártires), sete no Brasil (São Borja, São Nicolau, São Miguel, São
Luiz Gonzaga, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo). BRUXEL, A. 1978, p. 28-31.
22
BARCELOS, A. H. F., 2000, p. 99,
23
OLIVEIRA, L. D., 2007, p. 30.
24
HÜTTNER, Édison, HÜTTNER Eder Abreu, MONGELOS, Rogério, 2016, p. 30.
18
esculturas foram identificadas apenas 44,43 %. 25
Arte jesuítica nas missões sobre São João Batista estão espalhadas no Brasil, Argentina,
Paraguai. Temos um São João Batista Menino no município de São Luiz Gonzaga (fig. 32), e
um lindo quadro pintado sobre o Batismo de Jesus no Jordão (fig. 33).
Fig.32. Batismo de Cristo no rio Jordão 26 Fig.33. São João Batista menino 27
5. Devoção de uma Redução de São João Batista.
A devoção dos jesuítas por São João Batista foi materializada A Redução de São João
foi fundada como uma extensão da Redução de São Miguel, pois a população havia
aumentado, era necessário dividir e expandir. Quem a fundou foi o jesuíta Antonio Sepp
(14/12/1697). Segue abaixo a imagem da redução de São J. B (fig. 34). Abaixo (figuras 35-
36, as ruinas que sobraram).
25
PALACIOS, Silvio. ZFFOLI, Ena. 1991, p. 255-259.
26
São Luiz Gonzaga – Imagens Missioneiras da Igreja Matriz. Fonte: IPHAN. Disponível em < http: //www
.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2017/05/Imagens-missioneiras-Imagem-Acervo-Digital-do-Iphan-9.jpg>
atualizado em 29/05/2021.
27
Batismo de Cristo no Rio Jordão. Pintura do retábulo da igreja de Santiago. Santiago - Paraguai 126.
SUSTERSIC, Bozidar Darko. Imágines Guaraní-Jesuíticas, Paraguay/Argentina/Brasil. Asunción, Paraguay,
2010, p. 126.
19
Com o tempo a Redução de São João Batista foi abandonada e transformada em ruinas
Em geral as casas de novos colonos que ocupavam o lugar, ou viajantes, levavam as pedras
Itacuru para construírem suas casas. Mas ainda existe paredões da Redução de São João
Batista feita de pedra Itacuru (fig. 37 e 38). Os jesuítas foram expulsos das reduções pelos
portugueses e espanhóis, a partir do Tratado de Madri (1750) e com a expulsão da Companhia
em 1768, como falamos antes. Administradores espanhóis na pratica tinham outros
interesses, daquele de continuar o desenvolvimento dos pueblos. Preocuparam-se em saquear
prata, ouro e gado das Reduções e Estâncias. Os índios se dispersaram.
A partir de 1801 as tropas luso-brasileiros e caciques das Missões passaram a administrar
todo território, incorporando tudo a Coroa de Portugal. Na pratica, foram os militares lusobrasileiros
que administravam as Missões passando a fundar cidades. Com o tempo a Redução
de São João Batista foi abandonada e transformada em ruinas. As esculturas missioneiras
foram se dispersando, por roubos e sua recolocação no mundo religioso popular missioneiroluso-brasileiro.
Fig. 34. Redução de São J. B. 28
28
Redução de São J. B. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADtio_Arqueol%C3%B3gico
_de_S%C3%A3o_J o%C3%A3o_Batista#/media/Ficheiro:Redu%C3%A7 %C3%A3o_de_S%C3%A3o_Jo%C
3% A3o_Batista.jpg> atualizado em 29/05/2021.
20
Um dado importante: conforme Silveira, quando passou a última
vez nesta Redução de São João (1886) – registrou:
“Uma das casas da praça era o depósito das poucas imagens salvas
do incêndio da igreja, falando em padroeiro, talvez envolvia e
consumida nas chamas. Vimos uma imagem de Nossa Senhora das
Dores. (...). Concordou o homem, mas se lhe disséssemos, que todas
as imagens estavam incapazes de culto, talvez se molestasse.” 29
.
Fig. 35. SJBMCA
Fig. 36. Base de madeira de SJBMCA.
Observamos a base queimada, não só chamuscada,
mas com sinal que queimou bastante a superfície (2
milímetros), deixando em cor preta pela textura
encarvoada. E também a ponta dos dedos (fig. 2).
Silveira, como vimos, relatou o acontecido, quando
esteve nesta redução pela segunda vez, em 1886.
Tendo presente esta referência, destacamos as vias dos
acontecimentos e caminho que teria percorrido o
padroeiro: São João daquela redução que leva seu
nome:
Fig.36.1. Base de madeira do SJBMCA
a) Foi queimado com o fogo da igreja;
b) Foi levado por alguém enquanto queimava e/ou após ser queimada a igreja.
c) Foi roubado do deposito onde ficavam outras esculturas tiradas da igreja.
d) Poderia ter sido uma outra escultura desta redução com identidade de São João Batista.
Uma escultura de São João Batista dentro de uma igreja ou capela da Redução de São João
– é a imagem do padroeiro.
e) O Padroeiro é o mesmo SJBMCA. Visto que a base da escultura do SJBMCA tem uma
parte da base queimada pelas chamas (fig. 36 -36.1).
Em outras palavras: Uma rara hipótese:
O SJBMCA poderia ser esta escultura tirada das chamas da igreja.
29
SILVEIRA, Hemeterio José Velloso da. As missões orientais e seus antigos domínios.
Porto Alegre: Carlos Echenique, 1909, p. 181.
21
Fig. 37. Paredes da Redução de São J. B. Fig.38. Pedras da parede da Redução de São J. B.
Fotos: Edison Hüttner
Fotos: Edison Hüttner
No ano de 1824, José Feliciano Fernandes Pinheiro (Presidente da Província de São
Pedro do Rio Grande do Sul), criou a Colônia São João das Missões, para estabelecimento de
colonos alemães da Alemanha (Mecklemburgo-Schwerin. Norte da Alemanhã). A Colônia São
João das Missões foi criada onde hoje está a localidade rural de São João Velho pertencente ao
município de Entre-Ijuís – RS). Nesta localidade rural se encontra as Ruínas da Redução de São
João Batista fundada por Antonio Sepp. Os colonos não se adaptaram. O projeto fracassou. Os
colonos alemães então foram para outras regiões. Uma leva destes colonos foi para Cruz Alta.
Conforme CHRISTILLINO:
“Por outro lado, muitos dos imigrantes alemães que haviam sido instalados na
Colônia São João das Missões, fundada em 1825, migraram para Cruz Alta. Uma
boa parte destes se dedicaram a prestação de serviços e ao comércio. Aqueles que se
dedicaram a “fazendas e molhados” logo obtiveram êxito em seus negócios. Vale
ressaltar que alguns deles, se associaram aos luso-brasileiros para obter capital para
seus estabelecimentos, como foi o caso da Falkembach, Brito & Cia e da Bermann
Barboza & Cia.” 30
Esta fonte nos abre uma nova hipótese: Os colonos alemães que da Colônia de
São João Velho se dirigiram para viver em Cruz Alta levaram consigo a escultura de SJBMC.
Ou mesmo para a Colônia São João. Esta própria Colônia que leva o nome do Santo – também
poderia ter sido fundada, pela presença do SJBMC.
30
CHRISTILLINO, Cristiano Luís. Estratégias de família na ocupação do planalto sul-rio-grandense no XIX.
IN: IX Encontro Estadual de História – Associação Nacional de História. Seção Rio Grande do Sul. – ANPUH-
RS. P. 7.Disponível em < http://eeh2008.anpuh-rs.org.br/resources/content/anais/121 1908706_ARQ UIVO_Estra
tegiasd efami liana ocupacaodoplanaltosul.pdf> atualizado em 20/06/2021.
22
6. Simbologia de um São João Batista Missioneiro
6.1. Detalhes missioneiros da túnica: cinto, corte pelos de camelo.
Fig. 39. Batismo de Cristo no rio Jordão 31
Fig. 40. SJBMCA
Fig. 41.
Fig.42.
Detalhes missioneiros da túnica são bem identificados na: Pintura do retábulo
missioneiro da igreja de Santiago. Santiago – Paraguai (fig. 41) e no SJBMCA (fig. 42):
a) O sinto de couro (largo, inteiriço, em forma de cinta, sem fivela ou tope, nó) - ( ).
b) O corte ( ) na parte de baixo da túnica, iniciando na metade da cocha ( ) até a altura
dos joelhos ( ).
V. Pelos de Camelo ( ).
31
Batismo de Cristo no Rio Jordão. Pintura do retábulo da igreja de Santiago. Santiago – Paraguai. SUSTERSIC,
B.,2010, p. 126.
23
Fig. 43.
A túnica de pelos de camelo apresenta-se em detalhes em relevo na madeira, dentro de
losangos, representando os pelos do camelo (fig. 43,44,45).
Fig.44.
Fig.45.
Os losangos (
) com média de (5,4cm X 3,9 cm) – representam a pele do camelo, conforme
(fig. 46-47)
Fig. 46. Pele de Camelo 32
Fig. 47. Camelo (Camelus bactrianus). 33
32
Pelos de Camelo. Fonte: Mundo Ecologia. Disponível em < https://www.mundoecologia.com.br/ animais/cobe
rtura-do-corpo-do-camelo-como-e-como-funciona/ > atualizado em 29/05/2021.
33
Camelo. Fonte: Infoescola. Disponível em <https://www.infoescola.com/mamiferos/camelo/> atualizado em
29/05/2021. Foto: Yerbolat Shadrakhov /
24
6.2. Uma Cruz na mão esquerda de SJBMCA
Ao analisarmos os as mãos do santo, observamos aberturas circulares, assinaladas em
forma de cilindro, para mostrar com mais evidencia:
a) mão direita (fig. 48) e b) mão esquerda (fig. 49).
Fig. 48. Detalhes das aberturas nas duas mãos.
Cruz (representação)
Fig. 50. SJBMCA com uma Cruz
Representação
Fig. 49. Detalhe da mão esquerda (abertura)
Abertura nas mãos: 1 cm x 6 mm.
Esta característica da arte das mãos do santo, indica que o
mesmo segurava na mão esquerda ou direta, uma cruz. São João
Batista na iconográfica é aprendo portando uma cruz (fig. 50).
É também representado na arte sacra missioneira jesuíticoguarani
como é o caso do deste São João Batista Menino
missioneiro (Séc. XVII-XVIII).
que se encontra na Matriz do município de São Luiz Gonzaga
(RS), com uma cruz na mãe esquerda - (fig. 51). 34 Na mão direita
poderia ter estado uma concha ( ).
Fig. 51
34
São Luiz Gonzaga – Imagens Missioneiras da Igreja Matriz. Fonte: IPHAN. Disponível em <http: //www
.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2017/05/Imagens-missioneiras-Imagem-Acervo-Digital-do-Iphan-9.jpg>
atualizado em 29/05/2021.
25
Fig. 52 Fig. 53.
No dia 12 de junho de 2021 foi realizada mais uma
viagem até Cruz Alta, na residência de Cleber Roggia
Nogueira, para ver mais detalhes da policromia e arte
do SJBMCA.
Ao observamos os detalhes da abertura da mão
esquerda – foi possível observar por dentro da
própria abertura da mão (fig. 52), outra abertura na
base, com circunferência de 1,1 cm (fig. 53).
O furo na base tinha a função de encaixar a ponta
de uma cruz, que perpassava por dentro da abertura
da mão.
Tendo presente estas novas referências de arte
na escultura, foi planejado fazer uma nova cruz para
colocar na mão esquerda, e que ficasse apoiada na
abertura da base.
Cléber fez a cruz de madeira. A madeira é a
Garapeira (nome científico: Apuleia Ieiocarpa).
No dia 15 de junho (12hs9min) - Cleber me
enviou a foto com a cruz no seu lugar (fig. 54).
A Cruz tem 72 cm.
Pensamos em também fazer uma caixa para
proteger a escultura. Cleber fez a caixa para colocar
a escultura, para transportá-la. Enviou a foto da
caixa (fig. 55) junto com esta da cruz na mão.
Fig. 54.
Fig. 55.
26
6.3. Arte em policromia na madeira
Conforme PALACIOS, Silvio e ZOFFOLI, Ena: nos inventários realizados em 1768 na
redução de São João Batista foram identificadas 66 esculturas de madeira policromada,
atribuídas ao pe. Antonio Sepp. A arte da policromia em madeira (influência espanhola) foi a
preferida pelos índios guaranis, em substituição a utilização da cerâmica primitiva utilizavam
antes da chagada dos espanhóis.
Quanto à policromia das esculturas missioneiras, sabe-se que esta técnica foi
utilizada com profusão, apesar de hoje muitas esculturas encontrarem-se com perda
quase total da camada pictórica. Isto se deu pelo processo de degradação que essas
peças sofreram ao longo desses trezentos anos, mas podendo-se ainda observar
resquícios de policromia e douramento em algumas peças. 35
Os jesuítas utilizavam em suas oficinas
pigmentos vegetales y minerales conocidos por los guaraníes, como el urukú para
el color rojo, el genipá a jagua para el castaño, e el yrybú retymá para el negro y
determinadas tierras para amarillo, ocre o marrón”, (...) e também “en espcial
ciertos colores vinían de Europa en forma de polvo (...) y que eran losmismos ya
indicados para la policromia de las esculturas 36 .
Conforme AHERT, J: “A policromia das esculturas era
intensamente explorada nas oficinas missioneiras, conforme a
influência espanhola das cores vivas”. 37
SJBCA apresenta trabalho em arte em policromia, típica das
esculturas missioneiras, em várias partes do corpo e vestes, como
indicados na fig. 54 ( ).
Conforme PALACIOS e ZOFFOLI, s jesuítas utilizavam em suas
oficinas
(...) pigmentos vegetales y minerales conocidos por los guaraníes, como el urukú
para el color rojo, el genipá a jagua para el castaño, e el yrybú retymá para el negro
y determinadas tierras para amarillo, ocre o marrón”, (...) e também “en espcial
ciertos colores vinían de Europa en forma de polvo (...) y que eran los mismos ya
indicados para la policromia de las esculturas 38 .
Fig. 56.
35
BACHETTINI, Andréa Lacerda. Op. Cit., p. 90.
36
PALACIOS, Silvio. ZOFFOLI, Op. Cit., pp. 247-283.
37
AHERT, Jacqueline. Op. Cit., p. 94 e 98. .
38 PALACIOS, Silvio. ZOFFOLI, Ena. Gloria y tragedia de las misiones guaranies: historia de las reducciones
Jesuíticas durante los siglos XVII-XVIII en el Río de la Plata. Bilbao: Mensajero. 1991, pp. 247-283.
27
AHERT fala sobre material (pigmentos de várias cores) utilizado pelos jesuítas, citando
em nota de roda pé (nº 193) o estudo de Anna Olivia do Nascimento e Maria Ivone de Ávila. 39
AHERT fala sobre material (pigmentos de várias cores) utilizado pelos jesuítas, citando em
nota de roda pé (nº 193) o estudo de Anna Olivia do Nascimento e Maria Ivone de Ávila. 40
Análises de EDS – comprovam presença de policromia em SJBMCA.
Fig.57. SJBCA (policromia ) Fig. 58. SJBCA (policromia )
Observamos policromia em praticamente toda cabeça e pescoço do
SJBCA: barba, cabelos, rosto, nariz, orelha e lábios. Na túnica de pelos de camelo
observamos, local escolhido para atirar uma amostra (fig. 57), e amostra tirada
(fig. 59).
Pela manhã (10hs) do dia 14 de junho de 2021– levei. As amostras coletadas
por Edison Hüttner em Cruz Alta (12/06/2021).
Fig. 59.
As amostras foram levadas para a análise no LabCEMM - Laboratório Central de
Microscopia e Microanálise da PUCRS, Prédio 30. 41
39
No inventário realizado por Francisco Bruno Zavala, em 1768, Os ‘Objetos, utensílios e outros materiais
encontrados no armazém’ do povo de São Luiz incluíam tintas, na quantidade de: ‘nove libras de ocre; seis libras
de almagro [argila avermelhada]; seis libras de alvaiade [pigmento branco]; cinco libras de azarcon [pó
alaranjado] e duas libras de pó azul’.
“Fig. 127: Imagem de N. S. da Conceição, 40 cm x 17 cm. Acervo: Museo del Barro. Assunção/PRY”
(AHERT, Jacqueline, p.232).
40
No inventário realizado por Francisco Bruno Zavala, em 1768, Os ‘Objetos, utensílios e outros materiais
encontrados no armazém’ do povo de São Luiz incluíam tintas, na quantidade de: ‘nove libras de ocre; seis libras
de almagro [argila avermelhada]; seis libras de alvaiade [pigmento branco]; cinco libras de azarcon [pó
alaranjado] e duas libras de pó azul’. “Fig. 127: Imagem de N. S. da Conceição, 40 cm x 17 cm. Acervo: Museo
del Barro. Assunção/PRY” (AHERT, Jacqueline, p.232).
41
Solicitante: Dr. Édison Hüttner. Coordenador do Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e luso brasileiro da
PUCRS. “O Laboratório Central de Microscopia e Microanálise (LabCEMM) da PUCRS é uma estrutura
multiusuário, vinculada ao IDEIA – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que tem como
objetivo oferecer os mais modernos serviços de microscopia e preparação de amostras, para os seguintes
microscópios: Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), Microscópio Eletrônico de Varredura por Emissão
de Campo (MEV-FEG), Microscópio Eletrônico de Transmissão (TEM), Microscópio de Varredura por Sonda ou
Força Atômica (AFM) e Microscópio Confocal.”. Disponível em <https://www.pucrs.br/ideia/labcemm/.>
28
Após preparação das amostras pelo operador Leandro Menezes Baum, teve início o
procedimento de análise.
Fig. 60. Imagem no modo elétron secundário em
100 X de aumento com 1 milímetro da amostra.
Fig. 61. Imagem no modo elétron secundário em 3000 X
de aumento com 50 micrometros da amostra da amostra.
Fig.62. Imagem no modo elétron secundário em 12 000 X
de aumento com 10 micrometros da amostra da amostra.
Resultado das análises de EDS – comprovam presença de policromia.
Os resultados das análises de EDS contendo as informações dos elementos químicos
encontrados.
A análise foi realizada com utilização de Microscópio Eletrônico de Varredura por
Emissão de Campo (MEV-FEG). Em seguida foram feitas imagens da amostra no Microscópio
eletrônico de varredura por emissão de campo - MEV-FEG, no modo elétrons secundários e
espectrometria de raio X de energia dispersiva - EDS para análise dos elementos químicos que
compõe a amostra.
Atualizado em 10/06/2021.
29
O princípio do funcionamento de um microscópio
eletrônico de varredura (MEV-FEG) se dá pela
interação entre um feixe de elétrons e a superfície da
amostra. O resultado desta interação do feixe com a
amostra é a emissão de elétrons secundários, elétrons
retro espalhados, raio-x característico e fótons que são
capturados por detectores localizados na coluna do
microscópio eletrônico de varredura.
Fig. 63. Área selecionada para a análise.
Statistics C O Al Si P Ca
Max 55.84 36.20 1.00 1.17 1.54 4.25
Min 55.84 36.20 1.00 1.17 1.54 4.25
Average 55.84 36.20 1.00 1.17 1.54 4.25
Standard
Deviation
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Fig. 64. Registros de EDS.
Result Type Weight %
Spectrum Spectrum 6
Label
C 55.84
O 36.20
Al 1.00
Si 1.17
P 1.54
Ca 4.25
Total 100.00
Os elementos Ca (Cálcio), com 4.25,81 refere-se a presença de gesso na preparação do trabalho
em policromia. Para a cor amarela se utilizava gema de ovos com pigmentos de cor, o tom
vermelho indica presença de laca vermelha e/ou o urucum. O azul, com produtos trazido pelos
jesuítas das da Europa.
30
6.4. Detalhes dos olhos, e formato do nariz até as sobrancelhas
Um dos detalhes mais marcantes da arte missioneira são o desenho e forma dos olhos,
sobrancelhas estas características artísticas são observadas nas esculturas de Nosso Senhor dos
Passos e São Francisco Xavier do Museu Júlio de Castilhos (ver anexo) estão presentes na
escultura de SJBMCA:
Figura 65. SJBMCA (Cruz Alta )
Figura 66. São Francisco Xavier (MJC)
Figura 67. Nosso Senhor dos Passos (MJC)
As características comuns dos olhos entre as esculturas, pintados:
a) Sobrancelhas salientes (escuras)
b) Íris escura e esclerótica branca.
31
7. Esculturas de Tronco.
7.1. Origens e evolução
Uma escultura missioneira tem seu período de criação, conforme o estilo de arte e
detalhes da montagem da mesma, de seu contexto. A escultura de São João Batista Missioneiro
de Cruz Alta, é do estilo “estátuas de horcon”, termo utilizado por SUSTERSIC para indicar
que esculturas de com corpos rígidos com cabeças e mãos montadas – esculpidas na fase do
Primeiro Estilo de esculturas missioneiras – iniciada em 1625 no Paraguai, na Redução
de Santa María del Iguazú (Paraguai). 42 São as esculturas fundadoras das reduções jesuíticas
do Paraguai. Estas esculturas troncos, “estatuas horcones” 43 .
Conforme SUSTERSIC, nesta redução, o Pe. Jesuíta Viente Badia ensinou os indios
guarani o oficio de esculpir estatuas, mas os indios fizeram esculturas sem imitar as iamgens
européias, esculpiam conforme a forme, em volto do formato cilindrico da áervore. Estas
esculturas eram ideial para serem transportadas, pela possibilidade de montagem. Corpo,
cabeça, braços e mãos poderam ser encaixadas em em otras escuturas. Estas se esplalharam em
todas as Reduções. Este modelo de montagem impressionava os indios. Como a escultura do
Rey Magno, de uma casa de particular, em Assunção no Paraguai, fig.68. 44
Fig.68.
O São João Batista Missioneiro de Cruz Alta é uma escultura feita por índios guaranis.
Podemos dizer uma arte barroca-guarani, e em termos gerais uma arte barroca guarani-jesuíta
– pelo fato da presença jesuíta no: a) ensino das técnicas de fazer esculturas com encaixes, e ao
mesmo tempo; b) propor a identidade e forma da escultura (Santo), levando em conta que este
barroco-guarani não fazia cópias, dando lugar para sua própria expressividade, como que o
guarani quisesse se comunicar com as esculturas. Nas casas dos índios guarani eram utilizados
estes troncos, pilares (Horcones) para sustentar a estrutura da casa (oca), como nos fala
Bartomeu Meliá:
“En aquel "informe de un jesuita anónimo" de 1620 se dice de los Guaraní que "cs
gente labradora, siempre sie1nbra en montes y cada tres anos por lo menos mudan
chácara ... Habitan en casas bien hechas, armadas encima de buenos horcones,
cubiertas de paja; algunas tienen y diez horcones y otras más o menos conforme el
cacique tiene los vasallos porque todos st1elen vivir en una casa”. 45
42
SUSTERSIC, Bozidar, D. Imágines Guaraní-jesuíticas. Paraguai/Argentina/Brasil. Centro de Artes Visuales
/ Museo del Barro. Asunción, Paraguai, 2010, p.18ss.
43
Idem, p.18ss.
44
SUSTERSIC, Bozidar, 2010, Idem, p. 18ss.
45
MELIÁ, Bartomeu. El “Modo de Ser” Guaraní en La Primeira Documentacíon Jesuítica (1594-1639). In:
32
Fig.69. Foto: Emilio Caballero. 46
Na construção da uma casa guarani se observa os horcones (troncos, pilastras) ( ), com a
parte superior em forma de forquilha (fig. 69).
MARCHIORI e CHULZE-HOFER realizaram trabalho de análise de madeira colhida por
escavação arqueológica na antiga Redução de São Lourenço Mártir. O resultado da análise da
amostra conformou: ipê-roxo, Tabebuia heptaphylla. De acordo com estes autores, esta espécie
de madeira foi mencionada nos relatos de cronistas da época das reduções como: Cardiel e
Sepp:
“En "Las Misiones deI Paraguay", Cardiel (1989) informa que para "pilares o
horcones" usava-se preferencialmente a madeira de "arboles muy altos y gruesos
llamados Tajivos", grafia da época para Tají ou Tají-hü, vozes guaranis atribuídas
aos ipês (Peralta & Osuna, 1950; Dimitri, 2000). Na mesma linha, o padre Antônio
Sepp informa que "para las cumbreras de las Iglesias o casa dei padre" usava-se
madeira de "Tuxifo", una clara corruptela de Tají-hü, segundo a moderna grafia
guarani.” 47
No mundo, na cosmovisão guarani, tudo está conectado, de modo particular, a vivência
de seu centro articulador de significados: os rituais, com os mitos. De acordo com ZANIN:
“Segundo o Mito de Criação da Terra (compilado por Cadogan, 1997), NhandeRu
(nosso pai, o criador) fez surgir da escuridão uma coluna de madeira indestrutível
(yvyra ju’y), para apoiar nela a terra que estava criando. A imagem imperfeita dessa
coluna que existe hoje na terra é aju’y mirĩ, o louro. Essa é considerada uma árvore
especial que, assim como o cedro (ygary), deve ser empregada pelos Mbyá na
Revista de Antropologia, vo. 24. 1981, p. 9.
46
VILLALBA, Sara Mabel; GRACIELA Ocáriz; Ortiz Cristóbal; CABALLERO, Emilio; PRIETO, Violeta;
RIVAROLA, Magdalena. “Rescate de la arquitectura vernácula guaraní para el diseño de propuestas de
habitabilidad y viviendas sustentables Rescate de la arquitectura vernácula guaraní para el diseño de
propuestas de habitabilidad y viviendas sustentabiles.”. Enfoque Territorial: Asunción, Paraguay,
2017. Foto da Capa desta obra tirada por Emilio Caballero, p. 1.
47
MARCHIORI, José Newton Cardoso, SCHULZE-HOFER, Maria Cristina. O USO DA MADEIRA NAS
REDUÇÕES JESUÍTICO-GUARANI DO RIO GRANDE DO SUL. 5 - FRAGMENTO DE MADEIRA
PROCEDENTE DE ESCAVAÇÕES ARQUEOLÓGICAS NO ÁTRIO DA IGREJA DE SÃO
LOURENÇO. In: BALDUINIA. 0.16, p. 1-5, l5-1I1-2009.
33
construção de suas casas. Algumas árvores são consideradas inadequadas para a
construção e não devem ser utilizadas pelos homens. Uma dessas árvores é o ipê
(Tabebuia sp.). 48
De acordo com CADOGAN, se referindo ao autor Cantalicio (publicado na Revista de Cultura,
Assunção, X/1946) – que a árvore Aju’y é a imagem da coluna indestrutível criada por NãndeRu para sustentar a
terra; esta árvore foi criada com o Cedro para ser empregada pelos índios em suas vivendas. 49 Idem, p. 37.
Conforme VILLALBA e autores, na tradição dos Avá Guaraní:
“La morada del dirigente religioso (Ñande Ru oy) era el espacio destinado a la danza
y a la oración (jeroky ñembo’e). Generalmente contaba con horcones de yvyra ryakuã
o de yvyra ovi; las vigas de peterevy y los tirantes de katigua o mbavy. En este lugar
se dispone el tatarendy (sitio de las luces y de donde penden objetos rituales, una
especie de altar, constituido por varas de ygary, ubicado en la sección este.
Antiguamente, dicha choza estaba integrada al oy jekutu comunal y luego se
constituyó en una construcción estructuralmente independiente del área
habitacional”. 50
No famoso canto dos Mbýa Guarani do Guaíra – composto pelo antropólogo paraguaio
León Cadogan nos anos 50. O autor reuniu relatos orais dos nativos do Guaíra, de modo
particular, do cacique Pablo Vera. O resultado foi a compilação e publicação da obra em 1959:
Ayvú Rapyta: textos míticos de los mbya-guarani. No Capítulo IX, intitulado: “Arandu porã
ogueno'ã va'e, mba'e mbojaitya, Jakairakuéry pyrõnga” (tradução: Aqueles que são inspirados
pela boa ciência, conjurando maldições: os tenentes do Jakaira”, parte um, parágrafo 6,
observamos a relação mítica e sagrada do os troncos, horcones:
“Quando uma árvore de alma fere alguém, aqueles que possuem boa ciência
conjuram a maldição, eles extraem o mal.
Entre todas as árvores, a quem tem alma mais feroz é o Lapacho.
Mesmo cortando o Lapacho em pedaços, sua alma não desaparece; por isto não
usamos esta árvore como horcones em nossas casas.
A árvore da alma dócil é o cedro, a árvore Ñamandu;
outro é o Aju'y branco.” 51
AHLERT, diz:
“O uso dessa madeira, possivelmente, propiciou aos artesãos elos de sentido e
afinidade, decorrentes da força totêmica ancestral outorgada à árvore. Esta relação
estaria muito visível na composição das esculturas-horcones do século XVII, de
acentuada verticalidade e forma quase cilíndrica. Conforme destacou Affani, a
frontalidade, a verticalidade e a volumetria da escultura missioneira sempre
deixaram mais ou menos exposta a memória da árvore donde emergiu.” 52
48
ZANIN. Nauíra Zanardo. Aspectos simbólico-culturais e continuidade das construções
Mbyá-Guarani, p. 188. In: RS índio: cartografias sobre a produção do conhecimento. org.
Gilberto Ferreira da Silva, Rejane Penna, Luiz Carlos da Cunha Carneiro. – Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2009.
49
CADOGAN, Léon. Ayvú Rapyta: textos míticos de los mbya-guarani. Boletim Nº 227. Antropologia Nº 5.
USP – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. São Paulo: 1959, p. 37.
50
VILLALBA, Sara Mabel.. 2017, p.16.
51
CADOGAN, Léon, idem, p. 37.
52
AHLERT, Jacqueline. Estátuas Andarilhas. Miniaturas na Imaginária Missioneira: Sentidos e
Reminiscências. Tese de Doutorado (PUCRS/2012), p. 94 e 98. Disponível em <http://tede2.pucrs.br/tede2/
bitstream/tede/2444/1/ 444 645.pdf> atualizada em 29/05/2021.
34
É bem claro a distinção da arte e escultores
das esculturas missioneiras e seu tempo, como
diz SUSTERSIC, entre outros, para termos uma
ideia:
a) Um Segundo Estilo – de esculturas
missioneiras. São as "estátuas horcones" –
com vestes completas, vazadas. 1670-
1695.
São esculturas que deixaram de ser montadas
com cabeças e mãos, deixando lugar para
expressão total do barroco triunfante europeu.
Como observamos na escultura de São Miguel
que se entra no Museu de Santo Inácio Guazú,
Paraguai (fig. 70).
Fig. 70.
b) Uma Terceiro Estilo – de esculturas
missioneiras. São as "estátuas horcones"
– de mantos com pregas aplainados.
Santa Maria de Fé, vazadas. 1685-
1690. Como se observa neste Anjo do Museu
de Santa Maria da Fé, Paraguai (fig.71).
Fig.71.
c) O período Rio-grandense (1696-1785) – da Reforma de
José Brasanelli.
Revela um estilo livre e gestual, com figuras
exuberantes, cobertas com panos agitados pelo vento, com
expressividade do barroco europeu berniniano e outros
estilos. Da Redução de São Borja (1696 –1705), Brasil –
temos a arte do ARCANJO GABRIEL. Museu Júlio de
Castilhos (fig. 72)
Fig. 72.
35
Fi Fig.
7.2. JSBMCA: “Escultura de Tronco” e/ou “Estátuas Horcones”
Com certa, SJBMCA, segue o padrão de montagem dos ateliês e oficinas do Primeiro Estilo
de esculturas missioneiras – iniciada em 1625 no Paraguai, na Redução de Santa María
del Iguazú (Paraguai). SJBMCA é uma escultura “Estatua de Horcones”. Conferindo assim a idade
de mais de 300 anos de sua criação.
A escultura está montada com pinos de
madeira, nestes ponto (fig. 73):
a) Cabeça e pescoço com o corpo ( ).
Cravado na em abertura escavada na
parte na parte superior, na altura das
clavículas.
b) Ombros e braços. ( ).
c) Braços com antebraços: ( )
73.
36
a) Cabeça e corpo – Encaixado no corpo.
Fig. 74 Fig. 75. Fig. 76.
Cabeça ( )
e
Pescoço ( )
Cabeça e pescoço
se encaixam na
abertura (buraco)
esculpido.
( )
Fig. 77 Fig. 78
Fig. 79.
37
Fig. 80 Fig. 81 Fig. 82
A cabeça neste método se encaixa no corpo – como observamos no experimento: fig.80 a 86.
Fig. 84 Fig. 85 Fig. 86
38
b) Ombros e braços – Encaixe com pinos de madeira.
Encaixe do ombro com o braço com pino de madeira – por meio
de pino de madeira – com diâmetro de 7mm ( ) – fig. 87
Detalhes do pino cravado no antebraço (
na abertura do braço ( ) – Fig. 88-90.
) que será encaixado
Fig. 87.
Fig. 89. Mão e antebraço. Comprimento: 10,1 cm x 5 cm.
Fig.90. Pino de madeira redondo: 3, 9 cm X 7mm
Fig. 88.
39
b.a) Exemplos de esculturas missioneiras da época das
reduções jesuíticas
São Pedro. Arte sacra jesuítico-guarani
(Sec. XVII-XVIII). Ijuí (RS) – fig. 91.
Encaixe com mãos e pinos de madeira.
Fig. 91. Aberturas nos braços Fig. 92. Mão-braço Fig. 93. Mão-pulso e cravo de madeira
Santo Antônio. Arte sacra jesuítico-guarani (sec. XVII-XVIII).
Santa Maria (RS) – fig. 94.
Encaixe com mãos e pinos de madeira (fig. 94-96)
Fig. 94. Fig.95. Fig. 96.
40
Santa Rosa de Lima
Asunción, Paraguay
Característica marcante das peças missioneiras são os encaixes das peças que montam a
escultura, como mostra SUSTERSIC ao estudar a escultura de Santa Rosa de Lima (fig. 99).
E um Santo Inácio de Loyola (Paraguai) – fig. 100.
Figura 97-98. Mão e punho de SRL. Figura 99. Santa Rola de Lima 12. 53
Fig.100. Santo Inácio de Loyola (Paraguai) 54
53
Santa Rola de Lima: 1,85 m. Museu San Ignacio Guazú (SIG). Paraguay. SUSTERSIC, Bozidar Darko.
Imégines Guaraní-Jesuíticas, Paraguay/Argentina/Brasil. Asunción, Paraguay, 2010, p. 34.
54
Idem, p. 21.
41
JSBMCA é uma “Escultura de Tronco” e/ou “Estátuas Horcones”. Este tipo de
escultura teve início em 1625, na Redução de Santa María del Iguazú (Paraguai). Por isto
Indicamos a confecção da escultura de JSBMCA a Redução de Santa María del Iguazú
(Paraguai). Esta foi com o tempo dispersa e levada para as Reduções dos Sete Povos no Rio
Grande do Sul. De moto particular, para a Redução de São João Batista fundada por Antônio
Sepp em 1687. Justamente no início desta fundação.
JSBMCA – foi esculpido por guaranis num tronco de árvore. Este método de fazer arte,
com seus devidos acréscimos de encaixes de cabeça, braços e mãos, define uma identidade
conceitual de vivencia e representatividade: étnico-plástica-religiosa:
a) Uma ligação espiritual dos guaranis com a escultura de santo católico esculpido num
tronco – cuja representatividade tem ligação com a árvore Aju’y é a imagem da coluna
indestrutível criada por NãndeRu, bem como e os horcones das casas dos guaranis que azem
ligação com este mito.
b) Da criação da modelo gênese das esculturas sacras das reduções da Província Jesuítica
do Paraguai: Escultura de Tronco” e/ou “Estátuas Horcones”.
c) Da identificação de um conceito de arte: Arte sacra barroca hispono guarani-jesuíta.
É pura arte de esculpir esculturas. Sacra por se tratar de um santo venerado numa igreja ou
capela de uma redução, seguindo todos as normas liturgicas. Barroca por se tratar do período
da sua divugação ideologica e de estilo, no mundo católico da contraforma. Guarani. Por
manisfestar um barroco tipicamete guarani. Os guaranis não faziam cópias, os modelos de
santos eram inspiradores. Hispoano – pois esta escultura foi criado no atual paraguai, que fazia
parte dos territorios da Coroa da Espanha. A língua que articulava as relações que criava esta
arte era em lingua espanhola e guarani. Jesuíta pela doutrina (catequse), pela tecnica com
utilização de novas ferramentas, a instrução nas oficinas de arte, e os modelos e icones
inspiradores das imagens dos santos trazidos da Europa.
A escultura de (SJBMCA) foi esculpido na Próvincia
Jesuitica do Paraguai que fazia parte do território colonial
da Coroa Espanhola. Por isto indicamos, o melhor conceito
de:
Arte Sacra barroca hispono guarani-jesuíta
(séc.XVII).
O termo hispono é importante. Outro conceito de arte
que valoriza o termo hispano, de Josefina Plá: Barroco
Hispanoguarani. 55 Este termo Hispano é fudamental para
distinguir se um tipo de arte provem de um território da
colonia espanhola ou portuguesa. Quando se diz que uma
escutura é Arte Sacra Barroca Luso-brasileira – ela foi
esculpida em território da colônia portuguesa.
Fig.101.
55
PLÁ, Josefina. El Barroco Hispano Guaraní. ASUNCION: Editorial del Centenario S.R.L., 1975, p. 121.
42
8. Aplicação de UV-C contra contaminação da COVID 19
8.1. UV-C em tempo de Pandemia
Em tempo de Pandemia ocasionada pela COVID 19 o Grupo de Arte
Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro da PUCRS buscou
alternativas tecnológicas apropriadas para proteger e preservar as
esculturas sacras e pesquisadores contra a contaminação da COVID
19. Este método de pesquisa e aplicação de tecnologias tem o objeto
de descontaminação das esculturas sacra para que as mesas não sejam
transmissoras da COVID 19 em seus espaços de preservação e
exposição ao público.
Para esta prevenção contra a COVID 19 foi utilizado o aparelho de
Luz Ultravioleta C (UV-C) Huttech Tower II com 2 lâmpadas UV-C
(fig. 102). O aparelho foi desenvolvido pelo Dr. Eder Abreu Hüttner,
Dentista e coordenador da Startup HUTTECH, sediada no Parque
Tecnológico do TecnoPUCRS.
Fig. 102. Aparelho de Luz Ultravioleta C (UV-C)
Parte de trás. Foto: Eder Abreu Hüttner (20/11/2020)
A utilização do UV-C é eficaz e elimina Fungos, Bactérias, família
Coronavirus, e o próprio COVID 19 – deixando a superfície onde foi
aplicada a luz UV (radiação ultravioleta), completamente esterilizados, sem
contaminação. Os produtos da Huttech foram desenvolvidos no Parque
Tecnológico da PUCRS com testagem por radiometria em ensaio de
simulação em atividade real.
A aplicação do UV-C no SJBMCA foi realizada em Cruz Alta
(12/06/2021) por Edison Hüttner (com orientação – on-line – do Dr. Abreu
Hüttner. Kleber Acompanhou a atividade. Foi aplicado UV-C em todos os
lados e ângulos da escultura, pelo tempo de 9-10 segundos. Tempo
estimados dentro dos padrões estabelecidos pela AMERICAM CHEMICAL
SOCIETY para descontaminação da COVID-19.
Fig. 103. SJBMCA com aplicação de
UV-C.
Foto: Edison Hüttner (12/06/2021)
A esterilização da escultura foi um fator de muita
relevância. Para segurança das pessoas e da própria escultura.
Trata-se da primeira vez na história da arte sacra brasileira e sulamericana:
a utilização deste método, pensado em tempo de
Pandemia: COVID 17.
Fig. 103.1. SJBMCA na Exposição
Foto: Edison Hüttner (24/06/2021)
43
8.2. Imagens de utilização em UV-C em SJBMC
Fig. 104. SJBMCA
Fig. 105. SJBMCA
Foto: Edison Hüttner (12/06/2021) Foto: Edison Hüttner (12/06/2021)
Fig. 106. SJBMCA
Fig. 107-8. SJBMCA
Foto: Edison Hüttner (12/06/2021) Foto: Edison Hüttner (12/06/2021)
44
Fig. 109. SJBMCA
Foto: Edison Hüttner (12/06/2021)
45
9. Significado histórico religioso de SJBMCA
9.1. Da Redução de SÃO JOÃO BATISTA: uma CRUZ que funda CRUZ ALTA
Era um costume, plantar a cruz para demarcar e proteger as áreas das reduções,
estabelecer novas fronteiras. Um (1) ano depois de fundar a Redução de São João Batista, no
mesmo dia, Sepp acompanhado com índios guaranis, ergueu uma grande cruz de madeira,
como o próprio diz:
“No dia seguinte, festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro, 1698), subimos
ao mais alto da colina, e plantei ali uma cruz muito grande, tomando posse desta
terra; depois meus acompanhantes cantaram o “Te Deum” em ação de graças”. 56
O local hoje, denominada de Benjamin Not., existe uma grande cruz de cimento. Deste
ponto, temos a distância por estrada: 16 km da cidade de Cruz Alta e 113 km do Sítio
Arqueológico da Redução de São João Batista.
Na obra de José Hansel se encontra um mapa das reduções, e a imagem da cruz plantada
por Sepp.
Fig. 110.111. Imagem da cruz de Sepp. 57
Em outras palavras, a gênese (fundação) da história do município de Cruz Alta, nos vem
de uma redução que tinha devotado seu destino ao Batista, de onde partiu a primeira Cruz, da
Redução de São João Batista. Antonio Sepp, no mesmo local onde ergueu a cruz, erigiu
também uma capela dedicada ao Menino Jesus.
Em 1855 o Cônego Massa organiza o arquivo da Paróquia Divino Espírito Santo da
Cruz Alta. As fontes de históricas do primeiro pároco Antônio Pompeu Paes de Campos (1824)
confirmam que foi o Antonio Sepp quem erigiu a cruz de madeira. 58 A capela do Menino Jesus
edificada por Sepp está registrada no Manuscrito De Angelis, que descreve a “Lista de
povoações e capelas das jurisdições do Uruguai e Paraguai, com as distâncias entre si. C.
1762.”, onde está mencionado: “Cruz Alta 25 léguas. Todo lo referido caè à Lueste”. 59 Silveira
quando em Cruz Alta, relatou:
56
FURLONG, 1962, p. 44.
57
HANSEL, 1950, p. 3.
58
CASTRO, 1887, p. 92. In: Manuscritos da Coleção de Angelis – Do Tratado de Madri à Conquista dos Sete
Povos (1750-1802).
59
CASTRO, 1887, p. 37.
46
“Contaram-no alguns raros homens deste tempo, inclusive o próprio Moreira, ter
existido uma grande cruz de madeira, carcomida pela intempérie e defronte da
capela do Menino Jesus. A Cruz desabou, não foi substituída, mas no local haviam
dado o nome de Cruz Alta.” 60
Neste local, perto da cruz, segundo Rocha: havia uma capela dedicada ao Menino
Jesus. 61
Havia uma via de deslocação de esculturas da Redução de S. J. B. para a região do local
da fundação e proximidades de Cruz Alta. A escultura de SJBMCA seguiu esta via, talvez o
próprio Antônio Sepp. Para fundar outra capela, não mencionada nos registros.
A cruz de madeira e a capela do Menino Jesus tornaram-se um marco divisor, a
fronteira entre Portugal e Espanha, por onde passou a linha imaginária estabelecida pelo
Tratado de Santo Idelfonso (1777).
A encruzilhada, batizada popularmente como “Pouso de Cruz Alta” 62 , com o passar do
tempo, tornou-se lugar de invernada e passagem de tropeiros que faziam o percurso desde
Argentina e Uruguai para comercializar em Sorocaba.
O “Pouso de Cruz Alta” representava um lugar sagrado, ponto de encontro de tropeiros,
um lugar seguro para seus habitantes. Conforme Rocha, na medida em que os moradores
foram repelindo os índios, aos poucos se deslocaram para a atual zona urbana de Cruz Alta:
“Acossados pela agressividade dos índios coroados (caingangues), os moradores
esparsos nas terras do futuro município de Cruz Alta, agruparam-se ao redor da
capela onde segundo a tradição, existia uma cruz de madeira. Mais tarde, quando os
pioneiros do povoamento se sentiram suficientemente fortes para repelir a bugreria,
estabeleceram-se na área da atual cidade”. 63
Dentre outros tropeiros que passaram pelo Pouso de Cruz Alta, permaneceu no local,
entre outros, o curitibano Capitão Jose João de Barros que veio morar em 1814 perto dos
vestígios da cruz de madeira e da antiga capela do Menino Jesus. Conforme Rocha:
“A presença desses homens, portadores de recursos, donos de muitos escravos, veio
estabilizar o povoamento nascente, em áreas virtualmente devolutas. JOÃO JOSÉ
DE BARROS que a certo modo liderava aquela gente, reuniu os moradores em
algum ponto, nas proximidades da Capela do Menino Jesus onde fora erigida a
cruz de madeira, para decidir o retorno ao sítio primitivo exatamente onde está
localizada a Cruz Alta de hoje.” 64
Neste caminho chegou um tropeiro de mulas, o futuro fundador da cidade de Cruz Alta:
Cel. Vidal José do Pilar. Vidal tinha feito uma promessa a Virgem do Pilar, de criar um
povoamento. O que de fato aconteceu quando encaminhou (4/07/1821) uma petição dos
povoadores para criação de povoamento do Espirito Santo de Cruz Alta ao Comandante Geral
das Missões Orientais: Antônio José da Silva Paulete, que foi concedida pelo mesmo, em 18
de agosto de 1821.
Vidal nasceu em 1780 na capitania de São Paulo (cidade de Nossa Senhora da luz dos
Pinhais de Curitiba. De família de fazendeiros, fazia comércio de mulas no caminho de
Sorocaba pelos idos de 1800, quando conheceu o “Pouso da Cruz Alta”. Casou-se em Triunfo
(RS) em 1809, com Gertrudes Baptista de Almeida Pilar. Vidal comprou uma sesmaria de
60
SILVEIRA, 1909, p. 273.
61
ROCHA, 1964, p. 13.
62
LESSA, Barbosa, 2002, p. 115.
63
ROCHA, 1964, Op. Cit.,
64
ROCHA, 1964, Op. Cit., p. 12.
47
campo e 14 éguas quadradas à margem direita do Jacuí. Faleceu em 4 de outubro de 1846 na
Villa do Espirito Santo da Cruz Alta.
Com autorização do Comandante Geral das Missões Orientais, Vidal traçou a planta da
povoação, conforme orientação do documento assinado por Paulete e Silva. As primeiras casas
formariam a primeira rua de Cruz Alta, Rua do Comercio, hoje Rua Pinheiro Machado Silveira
nos diz que Vidal traçou a praça e capela com inovação de “(...) Divino Espirito Santo”. 65
Foi com os próprio recursos que Vidal construiu a capela, e que esta capela funcionou como
matriz até 1873. 66
A devoção ao Divino Espirito Santo, a suas
festas, teve início em Cruz Alta por Vidal, com
a criação da capela do Divino Espírito Santo.
Nestas festas, como é de costume se faziam
procissões com um Resplendor do D.E.S. – com
uma pomba representando-o.
Em 2020, Edison Hüttner identificou um
Resplendor do D.E.S. do período das Reduções
Jesuítas (300 anos). Altura: 77, 3cm. Peso: 2.900 kg
(fig. 93). O Resplendo estava dentro da Catedral de
Cruz Alta. Por este motivo foi batizado de
“Resplendor do Divino Espírito Santo de Cruz
Alta” (fig. 112)
Fig. 112.
Resplendor do Divino Espírito Santo Missioneiro de Cruz Alta pode ter percorrido em
uma destas vias:
1º. Teria vindo da Redução de São João Batista, por Antonio Sepp que plantou a Cruz na
região – até a fundação da Capela Cura do Divino Espírito Santo de Cruz Alta (1824). O
Resplendor poderia pertencer a um retábulo do antigo tempo de São João Batista, de um
dos retábulos ou de altar-mor desta Redução. Sepp também teve a formação da arte
sevilhana.
2º. teria vindo juntamente com o SJBMCA – para ficar numa capela.
3.º estaria presente na época da fundação da Capela Cura do Divino Espírito Santo de Cruz
Alta (1824). Pois a devoção é deste próprio Resplendor, o seu símbolo.
65
Idem, p. 275.
66
ROSA, 1981, Op. Cit., p. 178.
48
9.2. Simbolismo do Resplendor.
Pomba no Resplendor do Divino Espirito Santo de Cruz
Alta (fig. 114). Pomba com asas abertas ( ) colocada lugar
do ostensório ( ) - Divino E.S. de Cruzeiro (SP), enfeitado
com resplendor/esplendor – hastes – raios de madeira ( ),
sustentado por um pedestal e/ou suporte ( ), com nuvens
( ).
Dentro do ostensório/custódia
( ) se encontra a Luneta
pequeno objeto em forma de
lua ( ), que sustenta a Sagrada
Hóstia ( ) – fig. 113-115.
Fig. 114.
Fig. X
Fig. 113. 67 Fig. 115.
Conforme GÓIS:
“Ostensório ou custódia: Estojo redondo, dourado ou prateado, quase sempre
artisticamente emoldurado, com um pedestal e suporte, que tem a função de portahóstia.
Serve para expor o Santíssimo Sacramento (a hóstia sagrada) no altar e para
conduzi-lo em procissão pelas ruas.” 68
As nuvens representam a divindade ( ) Fig. 114 - O Espirito santo que desceu em forma
de pomba no batismo de Jesus, desce sobre as nuvens. Da nuvem sai a voz ‘Este é o meu Filho,
o Escolhido. Escutem o que ele diz!’ (Lc 9,34-35).
67
IMAGENS: O NOME DE CADA OBJETO LITÚRGICO DA MISSA E DA ADORAÇÃO EUCARÍSTICA!
Disponível em <https://www.frontcatolico.com.br/2018/09/em-imagens-o-nome-de-cada-objeto.html?m=0>
atualizado em 03/01 /2021.
68
GÓIS, Pe. João de Deus. O Coroinha e a Liturgia. 7ª ed. São Paulo. Loyola: 2007, p. 21.
49
Fig. 116. Esplendor do D.E.S. de Cruz Alta 69
A peça, foi exposta na Catedral de Cruz Alta no dia 13 de dezembro por ocasião da
celebração de dedicação ao altar no local previamente preparado, durante a celebração de
dedicação e bênção do altar. A aí ficou para fazer parte desta linda história da devoção
popular, da própria Igreja Católica em Cruz Alta.
69
Portal da Diocese de Cruz Alta. Pesquisa confirma que esplendor da Catedral é jesuíta de quase 300 anos.
Disponivel em <https://diocesecruzalta.com.br/pesquisa-confirma-que-ostensorio-da-catedral-e-jesuita-de-quase-
300-anos.html> atualizado em 29/05/2021
50
9.3. Simbolismo do Batismo de Jesus: SJBMCA – Resplendor do D.E.S.
O batismo de Jesus no rio Jordão por João Batista revela a iconografia da do Espírito
Santo em forma de pomba, representada na história da arte: a imagem da pomba descendo do
céu – representando o Espírito Santo (fig.: 117-120).
A pomba é também a expressão simbólica: Da arte pela pintura, escultura, mosaicos...
com imagens de pomba representando: o espírito santo em Pentecostes, junto com o fogo, que
também é representação do Espírito Santo (fig. 109); os sete dos do Espírito Santo, na Bandeira
do Divino E.S. (121); ao Divino Espírito (pomba – branca) do Resplendor do Divino E.S.
Missioneiro de Cruz Alta (123). E SJBMCA (fig. 122).
Fig. 117. Fig. 118. Fig. 119. Fig. 120.
Fig. 121 70
Fig. 122. Fig. 123.
70
Na Festa do Divino E.S. de Itanhaém (SP). A pomba branca na ponta do mastro, simboliza o D.E.S – e na
bandeira vermelha, ao centro, a figura da pomba branca com resplendor representeando os 7 dons do Espírito
Santo. Festa do Divino de Itanhaém (SP). Bandeira com Divino (Pomba). Disponível em <http://www2.itanhaem
.sp.gov.br/2019/03/01/tradicional-festa-divino-espirito-santo-tem-programacao-comple ta/ >atualizado em 03/01
/2021.
51
10. Pesquisa e exposição pública do SJBMCA em Cruz Alta
Conforme diálogo com a família
Nogueira e Pe. Marcio Laufer, Pároco da
Catedral do Divino Espírito Santo de Cruz
Alta – foi programado a exposição e
conferência da escultura de São João Batista
Missioneiro de Cruz Alta, dentro da catedral.
Foi escolhido o dia 24 de junho, festa do
Nascimento de São João Batista. O evento se
daria em conjunto com a celebração
eucarística do santo, às 18hs. 71 A conferia de
Edison Hüttner foi programada para as 18hs,
deste dia, via site da Diocese do Divino
Espírito Santo de Cruz Alta. 72
Fig. 124. Convite.
Fig. 125. Exposição na Catedral
Fig. 126. Exposição na Catedral
71
MISSA COM EXPOSIÇÃO DO DIA 24 de JUNHO. Disponível em < https://www.facebook.com/catedralde
cruzalta/videos/179162704166801 >atualizado em 03/01 /2021.
72
CONFERENCIA DE EDISON HÜTTNER. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=iRCh-vpm
7vA >atualizado em 03/01 /2021.
52
Fig. 127. Palavras de Edison Hüttner na Catedral Divino E. S. de Cruz Alta (24/06/2021).
Esteve presente o neste evento, o estudante de pós-gradução em história, o doutorando
Claudio Lopes Preza Junior. Orientando de Édison Hüttner. Demais alunos do PPGH
acompanharam via on-line (Live).
11. Viagem para colônia São João
Ao retornar de Cruz Alta (para Porto Alegre 25/06/2021) por ocasião do lançamento da
pesquisa e exposição da escultura de São João na Catedral Divino Espírito Santo de Cruz Alta
(24/06/2021), me dirigi de carro com o doutorando Claudio Lopes Preza Junior (PPGH) para a
Colônia de São João. Saímos às 10hs de Cruz Alta e chegamos às 11hs30min nesta colônia.
Uma parte era de estrada de chão (fig. 130), assinalado em vermelho o trecho ( ).
Fig. 128.
53
Falei com alguns moradores da
localidade. Todos conheciam o
curandeiro Estevão Matos e sua
filha Maria Isabel Oliveira Matos,
além de outros filhos de Estevão.
Conforme os relatos locais: estes
eram curandeiros e guardavam
consigo o São João Missioneiro.
Depois de algum tempo, estacionou
um carro perto do nosso. Me dirigi
até o carro e perguntei o seu nome.
Ele disse: Alair Cândido Costa.
Perguntei se conhecia o Sr. Estevão
Matos. Ele respondeu com muito
entusiasmos que conhecia muito
bem. Diz que era curandeiro e
curava picadas de cobras venenosas
entre outras. Perguntei se ainda
existia a casa do Estevão. Ele disse
que não existia mais. Mas poderia
nos levar lá. Saímos de carro de
frete de uma Capela ( ). E logo
na distância de 200-300 metros
estacionamos num trevo ( ), onde
o sr. Alair apontou a beira do mato
na subida, ali ficava a casa do
Estevão e sua família ( )
Fig. 129.
Fig. 130.
É propriedade particular, não existe mais nada no local disse Alair. Disse ainda que era
uma casa simples, de chão batido e coberta de capim.
54
Logo depois Alair nos conduziu até outra família. Não muito
distante dali, 550 metros. Ao falamos com esta família, notamos
que os relatos eram os mesmos. Esta família indicou outra
família. Fomos até a casa do o sr. Adilson Barreiro.
Adilson é o neto do sr. Tancredo Barreiro que criou o sr. Agenor
Barreiro, esposa de Maria Isabel Oliveira de Matos.
O Agenor era filho de Criação da família Barreiro, também
conhecido como: Generoso (apelido).
Maria Isabel Oliveira de Matos e
eu esposo: Agenor Barreiro.
Foto enviada por Cleber Nogueira
Fig. 131.
Da esquerda para direita:
Adilson Barreiro,
Esposa de Adilson
Edison Hüttner
Fig. 132.
Muitas pessoas sabiam do valor desta escultura de São João Batista Missioneiro de Cruz
Alta, pertencente ao famoso benzedor: Estevão de Matos e sua filha Maria Isabel Oliveira de
Matos. Era a imagem mais sacra e conhecida do local. Faziam procissões com a escultura,
davam banho com água para pedir chuva em tempo de seca, colocavam fitas de várias cores no
corpo da escultura agradecendo as graças alcançadas (curas ou pedidos diversos recebidos, a
própria chuva). Por este motivo acreditamos que nome Colônia São João é devido a presença
de São João Batista Missioneiro de Cruz Alta.
55
CONCLUSÕES
São João Batista Missioneiro de Cruz Alta (SJBMCA) foi identificado como pertencente às
Reduções Jesuíticas do séc. XVII Arte Sacra barroca hispono guarani-jesuíta da Província
Jesuítica do Paraguai fundada em 1607.
a) Metodologia da pesquisa
I. DO MÉTODO, REFERENCIAS E CONCEITO
1º. Dados históricos: relatos orais da família Nogueira (Cleber Roggia Nogueira).
2º. Visita in-loco na Colônia São João e Casa de Cleber Roggia Nogueira em Cruz Alta.
3º. Referências bibliográficas sobre as Reduções e assuntos interdisciplinares.
4º. Procedimento de analise de Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), Microscópio
Eletrônico de Varredura por Emissão de Campo (MEV-FEG)” do Laboratório Central de
Microscopia e Microanálise (LabCEMM) da PUCRS é uma estrutura multiusuário, vinculada
ao IDEIA – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS.
5º. Utilizado o aparelho de Luz Ultravioleta C (UV-C) Huttech Tower II com 2 lâmpadas UV-
C. O aparelho foi desenvolvido pelo Dr. Eder Abreu Hüttner, Dentista e coordenador da Startup
HUTTECH, sediada no Parque Tecnológico do TECNOPUCRS. Devido a Pandemia do
COVID 19.
5º. Estudo de medição, experimento de partes móveis, coleta de amostras e estudo dos dados
da arte plástica missioneira da escultura SJBMCA.
7º. Elaboração de Relatório dos estudos e registro oficial dos créditos na PUCRS.
8º. Conferencia pública (on-line e presencial) da descoberta e exposição ao público na Catedral
do Divino Espirito Santo de Cruz Alta.
9º. Exposições na PUCRS e outros lugares em parceria com a família de Cleber Roggia
Nogueira).
b) Referencias científicas e técnicos da pesquisa
Identificação das características da Arte Sacra barroca hispono guarani-jesuíta da SJBMCA.
pelos seguintes fatores:
1°. Comparação da cabeça (sobrancelhas, olhos, detalhes da face) do SJBMCA com outras
cabeças de escultura missioneiras já identificadas.
2º. Identificação da túnica de pelos e pele de camelo comparada com imagem de pelos de
camelo e outro São João Batista Missioneiro pinta do em tela no Paraguai.
3º. Detalhes do encaixe da escultura de SJBMCA com pinos de madeira:
Cabeça e pescoço encaixado na arte superior; Ombros com o braço; braço com o
antebraço. Era um método de fazer esculturas montadas, de encaixe, na época das
Reduções.
4º. Foi constado trabalho em Policromia. Trabalho de enfeite da escultura com gesso e tintas
provindas da Europa e daquelas utilizadas pelos índios. A policromia foi constatada por coleta
de amostra e utilização de microscópio.
56
c) Termos conceituais de arte
São João Batista Misioneiro de Cruz Alta
Arte sacra barroca hispano guarani-jesuíta (séc.XVII).
“Escultura de Tronco” e/ou “Estátuas Horcones”
Altura 68 cm - Largura: 22 cm.
Medida com a Cruz: 72 cm.
Peso: 3,7 quilos
Madeira - policromada
Esculpido nas Reduções Jesuíticas (séc. XVII).
Indicação da confecção da escultura de JSBMCA: Redução de Santa María del Iguazú
(Paraguai) – em 1625 - quando se concolidou o Primeiro Estilo de esculturas missioneiras
Esta foi com o tempo dispersa e levada para as Reduções dos Sete Povos no Rio Grande do Sul. De
moto particular, para a Redução de São João Batista fundada por Antônio Sepp em 1687.
Início da Pesquisa: 13/02/2012
Termino (29/05/2021)
Pesquisador: Dr. Édison Hüttner
Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-brasileiro.
Programa de Pós-Graduação em História e Teologia da
PUCRS.
Participaram da pesquisa: Dr. Eder Abreu Hüttner (UV-C)
Cleber Nogueira
Colaboradores: Me. Claudio Lopes Preza Junior.
Doutorando, PPGH
133. SJBMCA
57
II. COORDENADAS, MAPAS CONCEITUAIS
a) O SJBMCA pode ter percorrido em uma destas vias: Da Redução de Sâo João
Batista para Cruz Alta (hipóteses):
1º. Teria vindo da Redução de São João Batista, por Antonio Sepp que plantou a Cruz na
região em Benjamin Not. O SJBMCA o que tudo indica, pertencia: a Redução de São João
Batista – pois era o padroeiro. Procedente da Redução de Santa María del Iguazú (Paraguai),
desde 1625, esculpida por índios guaranis. E o objetivo da missão desta redução era divulgar
a devoção de seu padroeiro, dos novos postos adquiridos. Cruz e SJBMCA tem a mesma via de
partida e objetivos.
2º. Uma rara hipótese. O SJBMCA poderia ser esta escultura tirada das chamas da
igreja.
Conforme da referência de Silveira (1909), apontamos estes eventos e caminhos do padroeiro
da Redução de São João Batista:
f) Foi queimado com o fogo da igreja;
g) Foi levado por alguém enquanto queimava e/ou após ser queimada a igreja.
h) Foi roubado do deposito onde ficavam outras esculturas tiradas da igreja.
i) Poderia ter sido uma outra escultura desta redução com identidade de São João Batista.
Uma escultura de São João Batista dentro de uma igreja ou capela da Redução de São João
– é a imagem do padroeiro.
j) O Padroeiro é o mesmo SJBMCA. Visto que a base da escultura do SJBMCA tem
uma parte da base queimada pelas chamas.
3º. Teria vindo juntamente, na mesma via do Resplendor do Divino Espírito Santo
Missioneiro de Cruz Alta, pois as duas são do mesmo período: 300 anos. Também da Redução
de São João Batista.
4º. Teria vindo da Colônia de São João Velho (Redução de São João Batista) por mãos dos
Os colonos alemães que se dirigiram para viver em Cruz Alta levaram consigo a escultura de
SJBMC. Ou mesmo para a Colônia São João. Esta própria Colônia que leva o nome do Santo
– também poderia ter sido fundada, pela presença do SJBMC.
b) “São João Batista Missioneiro de Cruz Alta” é sem dúvida uma marca para
história e gênese religiosa das Reduções Jesuíticas e do Município de Cruz Alta.
Para Cruz Alta:
1º. Trata-se de um importante e único São João Batista como obra de Arte sacra barroca
hispano guarani-jesuíta (séc.XVII) – com quase 400 anos
com este perfil.
2º. Coloca o município em conexão direta com a grandes obras dos jesuítas e suas
reduções, de modo especial, com a Redução de São João Batista. Pois o santo leva o nome do
padroeiro desta redução – de onde saiu a cruz que fundo a própria cidade.
3º. É uma obra da arte sacra que alcança um simbolismo direto com Resplendor do Divino
Espírito Santo Missioneiro de Cruz Alta que se encontra na Catedral. De modo especial a
simbologia do Espírito Santo. Pois a pomba do Divino Espírito Santo que está no Resplendor
58
– tem sua origem a imagem da pomba do batismo de Jesus por João Batista.
4º. Representa a valorização da devoção popular praticada no interior do município e na
zona urbana.
5º. É um ícone forte – que alcança perspectivas multidisciplinares como: história, arte sacra
e cultura, turismo e educação.
6º. É escultura para ser preservada, celebrada e divulgada na história do município.
Para as Reduções:
1º. É uma escultura missioneira de São João Batista de 300 anos. Não existe outra igual até
o momento registra nos catálogos do Brasil, Argentina, Paraguai e/ou Uruguai, com esta arte
plástica. Existem outras esculturas de São João Batista esculpidos nas reduções, mas de outra
escola de arte missioneira da época.
2º. Manifesta em sua arte sacra a identidade de um São João Batista Missioneiro.
3º. é uma obra sacra de revela a devoção praticada nas Reduções - ligada a figura de São
João Batista e a Redução que leva o seu nome.
4º. Revela um caminho de devoção e missão empreendida por Sepp e famílias indígenas,
pela Redução de São João Batista - que inicia com a definição de uma espaço (atual
município de Cruz Alta), marcado por uma Cruz. É justamente neste espaço que foram
identificados estes símbolos sacros de propagação da fé:
a) Benjamin Not. Região rural - Registros da madeira da Cruz de Sepp: “(...) uma grande
cruz de madeira, carcomida pela intempérie e defronte da capela do Menino Jesus. A
Cruz desabou, não foi substituída, mas no local haviam dado o nome de Cruz Alta”. Esta
capela foi construída por Sepp na encruzilhada de Benjamin Not, perto da Cruz.
b) Catedral do Divino Espírito Santo de Cruz Alta. Foi identificado por HÜTTNER o
Resplendor do Divino Espírito Santo Missioneiro de Cruz Alta de 300 anos – estava
dentro da catedral.
c) Casa de família de Cléber Roggia Nogueira. Foi identificado por HÜTTNER uma
escultura de São João Batista, identificada como Arte sacra barroca hispano guarani-jesuíta
(séc.XVII) missioneira com quase 400 anos.
59
Fig. 133
Via da fé e da arte sacra barroca jesuítico-guarani
a) Cruz de Sepp - até Benjamin Not ( ).
Local onde está o Monumento da Cruz.
b) Resplendor do D.E.S. de Cruz Alta ( )
Indicamos a Redução de S. J. B. Pois é o espaço defido
para propagação da fé – desta redução. Onde foram construidas depois capelas,
pelps próprios jesuitas e de depois comunidade local.
c) Resplendor do D.E.S. de Cruz Alta ( )
Indicamos a Redução de S. J. B. Pelos mesmos motivos do Resplendor. E
principalmente por se tratar de um santo que leva o nome da Redução de S. J. B.
Cruz Alta – tem em sua gênse a devoção a São João Batista Missioneiro.
Estamos diante de uma rara obra de arte do período colonial. Uma arte que se igual e se
anela às grandes obras barrocas de seu tempo, como as de Aleijadinho e outros mestres. Ao
apresentarmos a escultura de SJBMCA – ao olharmos e contemplarmos – a sua imagem
dispensa qualquer explicação. Ao mesmo tempo é uma escultura esculpida em mapa da Coroa
da Espanha, no Rio Grande do Sul, naquele período. E perpassando a história pelo império
português e brasileiro - à República – até hoje, com raízes profundas de 300 anos de devoção,
continua sua perene devoção de fé e arte.
60
ANEXOS
61
VISITA IN LOCO – PESQUISA
Fig. 134.
Edison Hüttner – Elisandra Winck Cechin Nogueira – Cleber Roggia Nogueira
Em Cruz Alta – 12/06/2021 – Foto – SEL.
62
Fig. 135.
Edison Hüttner – Analise de Policromia.
Foto: Leandro Baum
63
Fig. 136. Foto: Edison Hüttner
64
Fig. 137. Foto: Edison Hüttner
65
Fig. 138. Foto: Edison Hüttner
‘
66
Fig. 139. Foto: Edison Hüttner
67
Fig. 140. Foto: Edison Hüttner
68
Fig. 141. Foto: Edison Hüttner
69
Fig. 142. Foto: Cleber Nogueira
70
Anexo (Termo de Cedência de Imagem– Museu Júlio de Castilhos)
71
As esculturas utilizadas para esta comparação estão no Museu Júlio de Castilhos (MJC):
a) Nosso Senhor dos Passos (Fig. 129) e um São Francisco Xavier (Fig. 130). Recebi
autorização para tirar fotos e estudar as esculturas do Museu Júlio de Castilhos.
Fig. 143. Nosso Senhor dos Passos (MJC)
Fig. 144. São Francisco Xavier (MJC)
72
REPERCUSÃO NA MÍDIA
Fig. 145. Bom dia Rio Grande (RBSTV-GLOBOPLAY) – 24/06/2021. 73
Fig. 146.Diocese de Cruz Alta – 24/06/2021 74
73
Bom dia Rio Grande. Disponível em < https://globoplay.globo.com/v/9631789/> atualizado em 24/07/2021.
74
São João Batista: Exposição 300 anos de devoção abre à noite. Disponível em < https://diocesecruzalta.com.
br/sao-joao-batista-exposicao-300-anos-de-devocao-abre-hoje-a-noite.html> atualizado em 24/07/2021.
73
Fig. 147. Jornal do Almoço (GLOBOPLAY) – 26 de junho de 2021 75
Fig. 148. São João Batista Missioneiro – Aventuras da História 76
75
Jornal do Almoço. Disponível em <https://globoplay.globo.com/v/9638656/ > atualizado em 24/07/2021.
76
Aventuras da História. Disponível em <https://globoplay.globo.com/v/9638656/> atualizado em 24/08/2021.
74
Fig. 149. GZH – 01/07/2021 77
Fig. 150. PUCRS – 08/7/2021. 78
77
GZH. Escultura indígena do século 17 é exposta em igreja de Cruz Alta após ser mantida por curandeiros.
Disponível em <https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2021/07/escultura-indigena-do-secu lo-
17-e-exposta-em-igreja-de-cruz-alta-apos-ser-mantida-por-curandeirosckql43xmx00550193werrmi4l.html>atualizado
em 24/07/2021.
78
PUCRS – ACOM. Noticias. Arte missioneira: professor da PUCRS avaliou escultura com mais de 300 anos.
Disponível em <https://www.pucrs.br/blog/escultura-sao-joao-batista-cruz-alta/>atualizado em 24/07/2021.
75
Fig. 151. Instituto de Cultura da PUCRS – 14/7/2021 79
79 Instituto de Cultura da PUCRS. Arte da pesquisa: a escultura de São João Batista Missioneiro. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=5rKaa2cDDxk> atualizado em 24/07/2021.
76
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______________________
Dr. EDISON HÜTTNER
Professor da Escola de Humanidades
Programa de Pós-graduação em História e Teologia da PUCRS
Coordenador do Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-Brasileira
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 40 – Sala 108
CEP: 90619-900
Fone: 3320.3521 Ramal: 7923.
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