Ibitipoca - Minas que Transformam
O trabalho foi focado em pessoas, na fauna e na flora do parque, tendo como alvo não apenas a localidade de Conceição de Ibitipoca, mas localidades próximas, a exemplo do Mogol. Como o curador gosta de ressaltar, “cada imagem da mostra é a expressão poética de um momento especial, trazendo à tona experiências como a colheita do arroz e as asas abertas de um pássaro da região, além de paisagens exuberantes”.
O trabalho foi focado em pessoas, na fauna e na flora do parque, tendo como alvo não apenas a localidade de Conceição de Ibitipoca, mas localidades próximas, a exemplo do Mogol. Como o curador gosta de ressaltar, “cada imagem da mostra é a expressão poética de um momento especial, trazendo à tona experiências como a colheita do arroz e as asas abertas de um pássaro da região, além de paisagens exuberantes”.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
IBiTiPOCA
minas que transformam
MINISTÉRIO DA CIDADANIA APRESENTA
IBiTiPOCA
minas que transformam
Dedicado a todas as pessoas que têm a capacidade de transformar.
VALEI-ME, PROFETAS. MINAS GERAIS.
Como pode um lugar ser tão único e especial?
Como pode, nesse cantão de meu Deus águas tão geladas aquecerem
tanto nossos corações e a alma? Tudo flui naturalmente como
deve ser por entre as belíssimas paisagens que foram desenhadas
por uma caprichosa natureza - e transportadas para este livro pelo
olhar e sensibilidade da fotografia de Araquém Alcântara e as
palavras da escritora Isabel Pequeno.
As imagens passeiam por entre as nuvens. Deixam a gente sentir
as cores e os momentos. Vivenciar o olhar das pessoas que transformam
vidas e nossas emoções.
Trazer um pedaço desse cantinho é um tributo à natureza, ao futuro.
E uma deferência a quem dá valor a este espetáculo de vida.
Este livro é também um convite para conhecer tudo isso ao vivo.
Uma experiência única. Em um lugar muito especial.
Ibitipoca é uma bênção. Desde o nascer do sol até suas noites
profundas. Os mares de morros segurando as nuvens que depois
abrem espaço para expor sua flora e fauna exuberantes.
Viaje aqui por uma Ibitipoca diferente. Tenha a certeza de que ainda
tem muito mais para se viver e curtir neste espaço que só Minas
Gerais conseguiria criar, receber, abrigar e cuidar.
Bem-vindos a IBITIPOCA! Este lugar é tudo de bom!
Sergio Gattás Bara
O PODER
DE
REALIZAR
A chuva de dias deixou a estrada quase intransitável. A ponte perto de
Laranjeiras ameaçava cair. Fazia tempo que não chovia tanto. A estrada sempre
trouxe emoção, mesmo não estando em cima de um carro de passeio ou
caminhão de leite e, sim, em um robusto veículo 4x4. O caminho de Lima
Duarte até o distrito de Conceição do Ibitipoca sempre foi um desafio, principalmente
em épocas de chuvas.
Não foi diferente dessa vez. Muitas coisas se transformaram pelas bandas
de Ibitipoca. E o mais importante estava no caminho. As pessoas
que moram ali. Muitas vezes o objetivo final está em chegar ao destino.
Mas quando se tem contato com a vida de pessoas tão especiais, não há
destino que encontre fim. Há sempre um novo universo se abrindo pelas
palavras sinceras, sensatas, simples e experientes que contam histórias
de suas verdades.
Nada é mais veloz que a capacidade da humanidade em mudar e transformar.
Mesmo que o ponto de partida para essa transformação seja permitir
que a própria natureza retome, exuberante, seu posto tomado há
tempos pelas práticas de subsistência do homem - agricultura e pecuária.
Ou simplesmente delimitar uma área linda, cuidar, deixar a natureza reinar
e fazer dali um dos parques naturais mais visitados do Brasil.
Cada um de nós tem o poder de transformar o mundo. Mesmo que seja
apenas o mundo que nos cerca. Pode ser um pouco mais. Ou muito mais.
E as pessoas são mesmo o ponto de partida para que algo novo ou inovador
possa acontecer com agilidade e amor. A capacidade que Ibitipoca
e seu entorno tiveram de se transformar mostra a força da região. “Hoje
não tem mais pobre aqui, tem serviço para todo mundo”, orgulha-se João
Batista Campos, nascido e criado em Conceição de Ibitipoca, agricultor e
guia da região.
A indústria do turismo é a força motriz desta transformação. Ibitipoca é
um paraíso em constante transformação. Por vezes esquecida, outras vezes
explorada. E, nas últimas duas décadas, uma referência em ecoturismo e
investimentos sustentáveis, aliando beleza, desenvolvimento humano e preservação
da natureza.
IBITIPOCA
ENTRA NO
MAPA
Os primeiros registros desta região são do final do século XVII, feitos
pelo padre e bandeirante João Faria Fialho. Os moradores nativos
eram índios da tribo dos Aracis. Mas pouco se sabe sobre eles. Podem
ter sido exterminados durante ocupação das terras do Ciclo do Ouro,
no século XVIII, ou aproveitados na mineração do metal precioso. No
auge da exploração, a vila de Conceição do Ibitipoca se formou, chegando
a ter cinco mil habitantes que debandaram para a antiga Vila
Rica, após o fim do ouro e da descoberta das minas naquela região
que veio a se tornar capital de Minas Gerais. Nesta época, apenas
uma pequena população permaneceu no local. Quem ficou tentou
sobreviver da agricultura e da pecuária de subsistência.
O lugar acabou virando uma das rotas de contrabando do ouro que
partia de São João Del Rei, passava por Santa Rita de Ibitipoca, Conceição
do Ibitipoca, Rio do Peixe, Lima Duarte, prosseguindo para
Rio Preto e Paraíba do Sul.
Mesmo recebendo um importante destaque do botânico francês
Auguste de Saint-Hilaire, Conceição de Ibitipoca ficou praticamente
esquecida durante o século XIX e boa parte do século XX até que, nos
anos 1960, foi despertada por sua beleza natural. O nome Ibitipoca
tem origem nas intensas tempestades de raio que ocorrem acima da
média do país. Em tupi, IBITI significa serra e POCA quer dizer estalo,
estouro.
Os altos e baixos no movimento dos humanos ocupando este espaço
acompanham os movimentos dos mares de morro que caracterizam
a geografia da Serra da Mantiqueira. A vila entrou no mapa e
na história das Minas Gerais pelo ouro. Mas permanece e prospera
devido a sua maior preciosidade - a natureza, esculpida e adornada
por flora endêmica e fauna representativa, mostrando-se como um
dos poucos lugares do mundo com rara paisagem. Diferente do ouro,
sabendo ser sustentável, a beleza jamais vai se esgotar. Como uma
caminhada pelas boas e desafiadoras trilhas, Ibitipoca ruma ao topo,
especificamente para a Lombada (ponto culminante da região).
MINAS
QUE
TRANSFORMAM
Em um fogão a lenha, começava o almoço
de uma manhã chuvosa. Entre as folhas de couve
sendo picadas, o arroz, um suflê de legumes,
abobrinha, feijão e salada, um doce de leite tomava
forma no canto de uma trempe. “Tá quase no
ponto”, sorri Odete Maria do Carmo Silva, viúva,
moradora do Lopes. Ela e sua filha Tatiane Aparecida
da Silva, a Tati, com uma afinidade única,
preparavam delícias para 30 pessoas. “A gente é
‘afundada’ no serviço”, continua sorrindo Odete,
que complementa: “é daqui para a casa de casa
para cá”. “A gente faz o que gosta. Não tem segredo.
É só fazer com carinho. Até arroz e feijão
ficam diferentes”, convence Tati, que acabava de
buscar um tempero na despensa. Elas concordam
com João Batista e dizem que a região mudou
muito e que “no Lopes não existe mais gente pobre.
Pessoas que eram ajudadas com cesta básica
hoje têm até carro na garagem”.
Odete, não aparenta seus 60 anos. Nasceu
na área rural do Pão de Angu, próximo a Lima
Duarte, diz que é “uma mulher sem segredos”.
Tem seis filhos - Fabiana, Tatiana, Flaviana,
Poliana, Rone e Juliana - e seis netos. Trabalha
com carteira assinada meio a contragosto.
“Achava que não ia ser livre. Esse negócio de
ficar presa não é comigo.”
Tati é a segunda filha de Odete. Tem 34 anos e
dois filhos - Rian e Enzo. Elas contam que a transformação
das pessoas, com capacitação e treinamento
para o turismo receptivo trouxe um efeito
colateral inevitável. A oportunidade de mulheres
aprenderem e crescerem acabou desfazendo casamentos.
Os maridos não acompanharam essas
novas mulheres, cujos novos conhecimentos as
transformaram, e os relacionamentos acabaram
ficando insustentáveis. “Isso já melhorou”, disse
Tati. É a necessidade de evoluir e entender que as
coisas mudam.
Ali no Lopes, uma raiz amarga é indicada para
aplacar as dores. Amarga mesmo. É o cipó mil
homens, uma planta que Salvador José Clemente
busca nas cercanias de sua residência. Nascido “ali
perto do Lopes”, na fazenda acima das Três Pontes,
Salvador também cultiva ervas medicinais no seu
quintal. “Os troncos antigos passaram para nós”,
diz Salvador revelando como aprendeu os segredos
das plantas. E explica que “tronco é aquele que
passa a palavra de uma família para outro”.
A esposa Elvanira Salvino da Silva Clemente
lembra que, para garganta inflamada e resfriado,
Salvador juntava folha de laranjeira com azeite
feito com óleo de mamona. “Cipó-uva é boa para
os rins”, afirma Salvador com um exemplar da
planta. “O mundo hoje melhorou muito para nós”,
alegra-se ao lembrar que com 6 ou 7 anos sofria
trabalhando na fazenda onde nasceu. “O gado
machucava muito a gente. Tenho muito riscos nas
pernas e nas costas. Cansei de tomar coice de vaca.
Era um serviço de cativeiro. O fazendeiro pagava
a gente com leite”, revela com um pouco de rara
amargura na voz. Não no olhar que permanece
sempre firme e orgulhoso de quem construiu muitas
casas no Lopes como pedreiro. Ele aprendeu
o ofício com um pedreiro amigo. Salvador recorda-se
do convite. “Você é de uma raça de família
muito inteligente! Você tem vontade de aprender
comigo?” A resposta foi direta. “Tenho”. E lá foi
Salvador erguer muitas casas. Mas a vida não era
fácil no Lopes. Por isso teve que procurar trabalho
em Volta Redonda, deixando Elvanira sozinha,
com seu filho único. Com o aumento do movimento
em Ibitipoca, Salvador não precisou mais deixar
sua esposa. Não parou de ter mais trabalho. Só um
jeito na coluna o obrigou a interromper suas obras.
“Tive que parar há uns oito anos atrás mais
ou menos. Dei um jeito na coluna e tive que
aprender até a sentar e deitar.” Mas é difícil
parar totalmente um homem cheio de energia.
Salvador é um multi tarefa. E tem o poder de
se transformar. Faz placas de sinalização para
o pessoal da região e até ator de teatro já foi
na peça “Romeu e Julieta”, feita na comunidade.
Pedreiro, ator, retireiro, conhecedor de
ervas medicinais, artesão, tecelão. Devoto de
Nossa Senhora Aparecida, tem um oratório na
entrada da sua casa com a imagem da santa.
“Não sei como Salvador conseguiu fazer isso”,
diz admirada a esposa Elvanira, mostrando que
não tem nenhum calço segurando a estrutura.
Salvador vai certamente aprender novas coisas
para fazer. Mas ser um benzedeiro ele não
topou. “Para benzer tem que fechar o corpo”,
finalizou em tom de mistério antes de ajudar a
encontrar a amiga Dona Biá.
Maria do Carmo estava velando o corpo de
um amigo. Com os olhos, marejados, pediu para
aguardar para conversar. Salvador já havia saído
em direção ao cemitério no alto do morro. Além de
todos os afazeres que sabe bem desempenhar, tem
mais um. É o coveiro da comunidade do Lopes.
Biá estava com o coração frágil. Partido, por ter
perdido o amigo. Assustado pelo infarto que sofreu
oito meses antes. “Não sei como estou viva”,
comemora. “Parecia que estavam me enforcando.
Não conseguia nem deitar”, recorda com certa angústia
do momento difícil que passou.
Mas Biá já passou por um milagre antes. A
medicina moderna pode tê-la salvado da falha
no coração. Mas como explicar uma menina de
5 anos sair correndo atrás de um sabiá - que deu
origem ao seu apelido? O que pode parecer corriqueiro
para qualquer pessoa não era para esta
criança. “Eu não andava. Ficava sentada numa
bacia tipo uma canoa, vendo as crianças brincarem,
com vontade, mas não podia. Tive paralisia
infantil”, relata Biá. “Foi um milagre. Sim. Foi
um milagre mesmo”, emociona-se.
Artesã, Biá tem 60 anos e faz cestarias com
fibra de bananeira e taboa. Agora está aprendendo
bordado para fazer novos produtos. Tem
duas filhas. Morou em Juiz de Fora e voltou para
o Lopes para se casar com Arlindo José. Foi um
amor de infância. Que quase não deu certo. Mas
deu. Biá tem sete irmãos e estudou até a quarta
série do ensino fundamental. “Meu padrinho
queria que eu estudasse em Lima Duarte, mas
minha mãe não deixou.”
FLORA
ÚNICA
Assim foi com João Batista que também estudou
até a quarta série. Mas, diferente de Biá, não foi estudar
pois o pai não tinha condição de pagar nada para
os seis filhos. João nasceu e vive a um quilômetro de
Conceição de Ibitipoca. Herdou da família um terreno
que, com visão empreendedora, pretende lotear. Seu
pai levava gado para pastar onde hoje é o Parque Estadual
de Ibitipoca. “Todo mundo levava. E perdia muito
gado lá. O animal caía, e a gente nunca mais achava.”
João confirma que em Ibitipoca cai raios demais.
“Já caíram três raios lá em casa. Queimam os aparelhos
mesmo não estando na tomada. Uma vez caiu
perto do galinheiro, e as galinhas sumiram. Não sobrava
nada delas.”
João acompanhou vários desafios, como a chegada
épica das impressionantes estátuas da artista
americana Karen Cusolito. Foram 84 toneladas
de obra de arte divididas em sete figuras humanas
que representam religiões do mundo e chegam a 7
metros de altura - todas construídas com sucatas.
A viagem começou de navio no porto de Oakland,
Estados Unidos, até o destino local final de instalação,
na Pedra do Tatu, área particular da Comuna
do Ibitipoca, que será aberta para a visitação. “Foi
uma loucura”, recorda João.
Como Salvador, João tem filho único, com 20
anos, que já trabalha com turismo receptivo. Nas
suas terras, ele tem um moinho d’água, planta milho
e fala que sua mãe, de 87 anos, “de jeito nenhum”
come um dia sem ter angu. A falta de chuva estava
quase fazendo o moinho parar. As águas que chegaram
não deixaram. Atrapalharam a estrada. Mas
ajudaram a fazer o moinho continuar funcionando.
Ibitipoca é dotada de uma flora em que se
destacam bromélias, orquídeas, cactos e diversas
outras espécies típicas de campos rupestres
e de altitude. O clima típico da região propicia
o aparecimento de vegetações raras com
espécies endêmicas, como o líquen Cladonia
ibitipocae e o cacto Anthocereus melanurus, que
ocorrem nos “areiões” do Parque Estadual de
Ibitipoca, no seu entorno e ainda no lugarejo
conhecido como Mogol.
O especialista em liquens Marcelo Marcelli
diz que Ibitipoca “é a localidade com a maior
importância do ponto de vista liquenológico
do Brasil, especialmente no que se refere aos
gêneros Cladonia e Cladina, que a qualificam
como uma das áreas de maior importância do
Hemisfério Sul”.
No Brasil, é incomum encontrar matas em
altitudes superiores a 1.500 metros, como
ocorre em Ibitipoca. Este componente deixa
ainda mais especial esta pequena região. Trazendo
umidade, as nuvens vindas do litoral
são barradas pelas montanhas e resistem encobrindo
as florestas até o amanhecer, oferecendo
um espetáculo natural até o calor dos
primeiros raios de sol dispersar a névoa.
As nascentes são protegidas por matas ciliares
e de galeria. Quaresmeiras, paineiras,
ipês-da-serra florescem exuberantes no verão.
Exemplares de araucárias, árvores típicas das
florestas do Sul do Brasil, também sobrevivem
na região.
114
FAUNA
DIVERSIFICADA
O soberano voo do gavião-caboclo. As cores do surucuá-de-peito-azul.
O tamanduá-mirim resiste. E o muriqui,
o maior primata das Américas, tem um fio de esperança
para se manter vivo. Habitat de papagaio-de-peito-roxo,
tucanos, gavião-pega-macaco, onça-parda, irara, quati, jaguatirica,
mico-estrela, macacos bugio, sauá, e prego e o
icônico lobo-guará. Ibitipoca tem uma rica fauna que inclui
anfíbios endêmicos como a perereca Bokermannohyla
ibitipoca e outras espécies.
O projeto Comuna do Ibitipoca, originado de outro projeto,
o da Reserva do Ibitipoca, permite que corredores de
matas sejam criados a partir de um cinturão de proteção
no entorno do Parque Estadual, possibilitando um aumento
natural dos indivíduos existentes e ainda a reintrodução de
diversas espécies, inclusive grandes animais. O engenheiro
florestal Beto Nardelli cita projetos para a reintrodução de
aves, como a arara-vermelha, e mamíferos, como o queixada,
o tamanduá-bandeira e a anta. Todos animais que já viveram
na região e desapareceram devido ao desmatamento
no passado.
O caso do muriqui é um exemplo desta batalha pela preservação
da espécie. Os muriquis de Ibitipoca são os mais raros
- os muriquis-do-norte, Brachyteles hypoxhantus, que têm
a despigmentação do rosto. Hoje há três indivíduos cuidados
em cativeiro, e um trabalho em conjunto com outros centros
busca trazer indivíduos isolados para que haja a possibilidade
de cruzamento e o natural crescimento da espécie.
Os muriquis lutam pela sobrevivência com o agravante de
viverem na Região Sudeste, a mais industrializada do Brasil,
consequentemente, a que mais desmatamento sofreu. Estas
grandes espécies, incluindo onças e lobos-guará, sofrem por
não haver grandes áreas de matas contínuas.
LATITUDE
21º42’S
LONGITUDE
43º 53’
O Parque Estadual de Ibitipoca foi criado em 4 de
julho de 1973.
Possui uma área de 1.488 hectares e é uma ramificação
da Serra da Mantiqueira.
O pico da Lombada é o ponto culminante, com
1.784m de altitude, e tem uma belíssima vista panorâmica
da região.
Ibitipoca tem em seu entorno as cidade de Lima Duarte,
Santa Rita de Ibitipoca e Bias Fortes.
Mogol e São José dos Lopes são distritos de Lima
Duarte, bem como Conceição de Ibitipoca, a área
que mais cresce, principalmente por ser a mais próxima
ao Parque Estadual.
A região de Ibitipoca está localizada a 90km da cidade
de Juiz de Fora, a 260km do Rio de Janeiro, a
360km de Belo Horizonte e a 515km de São Paulo.
De Lima Duarte a Ibitipoca, são 26km.
O Parque Estadual de Ibitipoca tem uma grande
área de camping. A indústria do turismo oferece
ótimas pousadas e passeios guiados. A alimentação
é outro ponto de destaque, com lugares sofisticados,
inclusive de alta gastronomia.
Muitos eventos atraem turistas o ano inteiro: do
Ibitipoca Off Road, rali realizado desde 1989, a diversos
festivais de música, como o Ibitipoca Jazz
Festival, em julho, e o Ibitipoca Blues, em agosto.
ATRAÇÕES DO PARQUE
ESTADUAL DE IBITIPOCA
CIRCUITO DAS ÁGUAS
Prainha
Gruta dos Gnomos
Lago das Miragens
Ponte de Pedra
Cachoeira dos Macacos
Paredão Santo Antônio
Prainha das Elfas
Lago Negro
Ducha
Lago dos Espelhos
CIRCUITO DO PIÃO
Monjolinho
Gruta do Pião
Pico do Pião
Gruta dos Viajantes
Cachoeira do Encanto
Poço do Campari
Pedra Furada
CIRCUITO JANELA DO CÉU
Pico do Cruzeiro
Gruta da Cruz
Lombada (ponto mais alto do Parque)
Gruta dos Fugitivos
Gruta dos Três Arcos
Gruta do Moreiras
Janela do Céu
Cachoeirinha
O PODER
DE
TRANSFORMAR
Ibitipoca, como dizem geólogos, há 1,5 milhão
de anos, já foi fundo de mar. Mas as areias
brancas das montanhas, ao contrário do que
muitos contam, não são lembranças das profundezas
dos oceanos. Realmente parecem dunas.
Mas são cristais de quartzo. A região é considerada
uma das maiores reservas de quartzo do
mundo. Este quartzo proporciona o espetáculo
que dá nome à região. As tempestades elétricas
podem ser dezenas de vezes mais intensas que
em qualquer outra parte do Brasil. O quartzo é
o responsável por isso, pois tem a propriedade
de acumular mais energia que qualquer outro
solo comum.
Uma curiosidade de Ibitipoca é que as águas
não têm peixes. A combinação de acidez com
a temperatura é uma das explicações. As cores
incomuns das águas são uma das principais características
do Parque. Em alguns lugares são
cristalinas. Mas a cor marrom cristalina predomina.
O solo poroso não consegue filtrar a água
da chuva, e folhas de árvores e materiais orgânicos
dão o tom das águas de Ibitipoca.
Ibitipoca foi redescoberta várias vezes. Agora
para ser uma referência. Nos últimos 30 anos
parece ter sido definitivamente redescoberta.
O ouro acabou, mas as preciosidades continuam
em suas belezas naturais. Os acessos, ainda
que muito melhores que no passado, continuam
precários. Bom para os aventureiros. Nada
bom para os moradores da região, que se veem
em nuvens de poeira nas secas ou em lamas intransponíveis
nas águas.
Além de suas preciosidades naturais, as pessoas
que vivem ali, verdadeiras minas de sabedoria,
viram a região se transformar - alheia
a situações e variações econômicas do Brasil.
Oportunidades surgiram. E não só para pessoas,
mas também para plantas e animais. A transformação
parece que não vai mais parar, fazendo
parte de um processo de evolução contínuo.
Transformar sucatas em arte. Transformar
desalento em ação. Transformar monotonia em
conhecimento, esperança em vida. Ibitipoca é
referência de sustentabilidade e cuidado com
a natureza e, principalmente, com as pessoas.
Oportunidades surgem e criam realizadores.
Conscientes do seu papel, atuam para sustentar
suas vidas e mostrar que a razão de viver nunca
esteve só no ter. Mas em ser. E saber viver. E
fazer de cada situação minas que transformam.
IBiTiPOCA
mines that transform
Thank you, prophets! Minas Gerais
How can a place be so unique and special?
How, in this land of God, can such icy waters warm our hearts
and souls so much? Everything flows naturally among the
beautiful landscapes that were designed by a capricious nature
- and transported to this book by the look and sensitivity of
Araquém Alcântara’s photography.
The images wander through the clouds. Letting us feel the
colours and moments. Experience the look of people who
transform lives and our emotions. Bringing a piece of that little
corner is a tribute to nature, to the future. And a deference
to those who value this spectacle of life.
This book is also an invitation to get to know all this in person.
A unique experience. In a very special place.
Ibitipoca is a blessing. From sunrise to its deepest nights.
The seas of hills holding the clouds that open space to expose
their exuberant flora and fauna.
Travel here through a different Ibitipoca. And make sure that
you still have much more to live and enjoy in this space that only
Minas Gerais is able to create, receive, shelter and care for.
Welcome to IBITIPOCA! This place is amazing!
THE POWER TO PERFORM
The rain from days left the road almost impassable. The
bridge near Laranjeiras threatened to fall. It has not rained
this much from a long time. The road has always brought excitement,
even when not inside a passenger car or milk truck,
but on a robust 4x4 vehicle. The road from Lima Duarte to the
district of Conceição do Ibitipoca has always been a challenge,
especially in the rainy season.
It was not different this time. Many things have changed in
the lands of Ibitipoca. And the most important thing was on the
way. The people who live there. Often the final goal is to reach
the destination. But when you have contact with the lives of
such special people, there is no destiny that finds an end. There
is always a new universe opening up with the sincere, sensible,
simple and experienced words that tell stories of their truths.
Nothing is faster than the capacity of humanity to change and
transform. Even if the starting point for this transformation is
to allow nature itself to resume, exuberant, her position taken
for a long time by man’s subsistence practices - agriculture and
livestock. Or simply delimit a beautiful area, care for it, let nature
reign and create one of the most visited natural parks in Brazil.
Each one of us has the power to transform the world. Even
if it is just the world that surrounds us. It can be a little more.
Or a lot more.
And people are really the starting point for something new
or innovative to happen with agility and love. The capacity
that Ibitipoca and its surroundings had to transform shows
the strength of the region. “Today there is no longer poverty
here, there is work for everyone”, says the proud João Batista
Campos, born and raised in Conceição de Ibitipoca, farmer
and guide of the region.
The tourism industry is the driving force behind this transformation.
Ibitipoca is a paradise in constant transformation.
Sometimes forgotten, sometimes exploited. And, in the last
two decades, a reference in ecotourism and sustainable investments,
combining beauty, human development and the
preservation of nature.
IBITIPOCA ENTERS THE MAP
The first records of this region are from the end of the 17th
century, made by the priest and pioneer João Faria Fialho. The
native inhabitants were Indians from the Aracis tribe. However,
little is known about them. They may have been exterminated
during the occupation of the lands during the Gold
Cycle in the 18th century or used in the mining of the precious
metal. At the peak of exploration, the village of Conceição do
Ibitipoca was formed, reaching five thousand inhabitants who
fled to the old Vila Rica, after the end of the gold and the discovery
of the mines in that region which became the capital of
Minas Gerais. At this time, only a small population remained
at the location. Whoever stayed tried to survive from subsistence
agriculture and livestock.
The place ended up becoming one of the routes for the
smuggling of gold that started in São João Del Rei, passed by
Santa Rita de Ibitipoca, Conceição do Ibitipoca, Rio do Peixe,
Lima Duarte, in direction to Rio Preto and Paraíba do Sul.
Even receiving an important highlight from the French botanist
Auguste de Saint-Hilaire, Conceição de Ibitipoca was
practically forgotten during the 19th century and most of the
20th century until, in the 1960s, it was awakened by its natural
beauty. The name Ibitipoca comes from the intense lightning
storms that occur there that are above the country’s average.
In Tupi, IBITI means sierra and POCA means snap, burst.
The ups and downs of the movement from humans occupying
this space accompany the movements of the seas of hills that characterize
the geography of the Serra da Mantiqueira. The village
entered the map and the history of Minas Gerais because of gold.
But it remains and thrives because of its greatest treasure - nature,
sculpted and adorned by endemic flora and representative
fauna, showing itself as one of the few places in the world with a
rare landscape. Unlike gold, knowing how to be sustainable, beauty
will never end. Like a walk along the good and challenging
trails, Ibitipoca reaches for the top, specifically to the Lombada
(the region’s highest point).
Dedicated to all people who have the ability to transform.
MINES THAT TRANSFORM
On a wood-burning stove, lunch started to be made on a
rainy morning. Among the cabbage leaves being chopped, the
rice, a vegetable soufflé, zucchini, beans and salad, a dulce de
leite took shape in the corner of the stove. “It’s almost ready “,
smiles Odete Maria do Carmo Silva, widow, resident of Lopes.
She and her daughter Tatiane Aparecida da Silva, Tati, with
a unique affinity, prepared delicacies for 30 people. “We are
‘sunk’ in work,” continues Odete, who adds: “it’s from here to
home, from home to here”. We do what we like” There’s no
secret. Just do it with affection. Even rice and beans come out
different,” convinces Tati, who had just picked up some spices
from the pantry. They agree with João Batista and say that the
region has changed a lot and that “in Lopes there are no more
poor people. People who were helped with a basic food basket
today even have cars in the garage”.
Odete, who doesn’t look like she is 60 years old. Born in the
rural area of Pão de Angu, near Lima Duarte, she says she is
“a woman without secrets”. She has six children - Fabiana, Tatiana,
Flaviana, Poliana, Rone and Juliana - and six grandchildren.
She works at a regular job with a signed work contract,
somewhat grudgingly. “I thought that I wouldn’t be free. This
business of feeling restrained is not for me.”
Tati is Odete’s second daughter. She is 34 years old and
has two children - Rian and Enzo. They say that the transformation
of people, with qualification and training for receptive
tourism, has brought an inevitable side effect. The opportunity
for women to learn and grow ended up breaking up
marriages. The husbands did not accompany these new women,
whose new knowledge transformed them, and the relationships
ended up becoming unsustainable. “This has already
improved,” Tati said. The need to evolve and understand that
things change.
At Lopes, a bitter root is indicated to ease pains. Bitter indeed.
It is the ‘thousand men’ vine, a plant that Salvador Jose
Clemente seeks in the vicinity of his residence. Born “near
Lopes”, on the farm above Três Pontes, Salvador also grows
medicinal herbs in his backyard. “The ancient trunks passed
to us”, says Salvador revealing how he learned the secrets of
plants. And he explains that “trunk is the person that passes
the word from one family to another.”
His wife Elvanira Salvino da Silva Clemente remembers
that for a sore throat and a cold, Salvador added orange leaves
with olive oil made with castor bean oil. “Cipó-uva is good
for the kidneys”, says Salvador with a sample of the plant.
“The world today has improved a lot for us”, happy to remember
that when she was 6 or 7 years old she suffered from
working on the farm where she was born. “The cattle used to
hurt us a lot. I have a lot of scars on my legs and back. I got
tired of getting kicked by cows. It was slave work. The farmer
paid us with milk”, he reveals with a bit of rare bitterness in
his voice. Not in the look that always remains firm and proud
of those who built many houses in Lopes as a constructor. He
learned the trade from a fellow constructor. Salvador remembers
the invitation. “You are from a very intelligent family!
Do you want to learn with me?” The answer was direct. “I
do.” And there went Salvador to build many houses. But life
was not easy in Lopes. That is why he had to look for work
in Volta Redonda, leaving Elvanira alone, with her only son.
With the increase of the movement in Ibitipoca, Salvador no
longer had to leave his wife. He has not stopped having more
and more work. Only a back pain forced him to interrupt his
construction work.
“I had to stop around eight years ago. I hurt my back and
had to even learn how to sit and lie down.” But it is hard to
fully stop a man full of energy. Salvador is a multi-tasker. And
has the power to transform. He makes signs for the people in
the region and even acts in plays like “Romeo and Juliet”, performed
by the community. Bricklayer, actor, retreater, herbal
expert, artisan, weaver. A devotee of Our Lady of Aparecida,
he has an oratory at the entrance of his house with the statue
of the saint. “I don’t know how Salvador managed to do this,”
says his wife Elvanira in admiration, showing that there are
not wedges holding the structure.
Salvador will certainly learn new things to do. But he did
not accept becoming a spiritual healer. “To heal someone you
have to ‘close your body’”, he ended in a tone of mystery before
helping to find his friend Dona Biá.
Maria do Carmo was holding wake over the body of a
friend. With her eyes, in tears, she asked to wait to talk. Salvador
had already left in direction of the cemetery at the top of
the hill. In addition to all the tasks he does so well, he has one
more. He is the gravedigger of the Lopes community.
Biá was fragile. Broken, for having lost her friend. Scared
because of the heart attack she suffered eight months before.
“I don’t know how I’m alive,” she celebrates. “It was like
someone was trying to hang me. I couldn’t even lie down,”
she recalls with a certain degree of anguish from the difficult
moment that she passed.
But Biá has already undergone a miracle. Modern medicine
may have saved her from heart failure. But how do you
explain a 5-year-old girl running after a sabiá – the bird that
originated her nickname? What may seem trivial to anyone
was not for this child. “I couldn’t walk. I would sit in a basin
like a canoe, watching the children play, but I couldn’t. I had
infantile paralysis,” reports Biá. “It was a miracle. Yes. It was a
miracle indeed”, she says full of emotion.
A craftswoman, Biá is 60 years old and makes baskets with banana
and tobacco fibres. Now she is learning embroidery to make
new products. She has two daughters. She lived in Juiz de Fora
and returned to Lopes to marry Arlindo José. It was a childhood
love. Which almost didn’t work out. But it did. Biá has seven brothers
and studied up to the fourth grade. “My godfather wanted
me to study in Lima Duarte, but my mother didn’t let me.”
The same happened with João Batista who also studied
only up to the fourth grade. But, unlike Biá, he did not go to
school because his father could not afford to pay anything for
his six children. João was born and lives one kilometre from
Conceição de Ibitipoca. He inherited from his family a plot of
land that, with entrepreneurial vision, he intends to divide
into lots. His father used to take cattle to graze where today
the Ibitipoca State Park is located. “Everybody used to do the
same. And he lost a lot of cattle there. The animal would fall,
and we would never find it again.”
John confirms that there are a lot of lightning storms in Ibitipoca.
“Three lightning bolts have already fallen on my house.
They burn the electronic devices even when they are not in
the socket. Once it fell near the hen house, and the chickens
were gone. There was nothing left of them.”
João has accompanied several challenges, such as the epic
arrival of the impressive statues of American artist Karen
Cusolito. There were 84 tons of artwork divided into seven
human figures representing world religions and reaching 7
meters high - all built with scrap metal. The trip started by
ship in the port of Oakland, United States, all the way to the
final destination of installation, in Garnet, a private area of
the Ibitipoca Commune, which will be opened to visitation. “It
was crazy,” recalls John.
Like Salvador, João has an only child, 20 years old, who already
works with receptive tourism. On his land, he has a water
mill, plants corn and says that his mother, 87 years old, “no way”
passes a day without eating angu. The lack of rain was almost
making the mill stop. The waters that came did not let it stop.
They messed up the road. But they helped keep the mill running.
DIVERSE FAUNA
The sovereign flight of the caboclo hawk. The colours of the
blue chest surucuá. The tamandua-mirim (collared anteater)
resists. And the muriqui, the biggest primate of the Americas,
has a thread of hope of staying alive. Habitat of purple-breasted
parrots, toucans, hawks, pumas, jaguars, iraras, quatis,
ocelots, mico-estrela (black-tufted marmoset), howler, capuchin
and titi monkeys and the iconic maned wolf. Ibitipoca
has a rich fauna that includes endemic amphibians such as the
Bokermannohyla ibitipoca tree frog and other species.
The Ibitipoca Commune project, originated from another project,
the Ibitipoca Reserve, allows forest corridors to be created
from a protection belt around the State Park, allowing a natural
increase of existing species and also the reintroduction of several
species, including large animals. Forest engineer Beto Nardelli cites
projects for the reintroduction of birds, such as the red plover,
and mammals, such as the queixada (peccary), the giant anteaters
and the tapir. All these are animals that lived in the region
and disappeared due to deforestation in the past.
The case of the muriqui (spider monkey) is an example of
this battle for the preservation of species. Ibitipoca muriquis are
the rarest - the muriquis-do-norte, Brachyteles hypoxhantus, that
present facial depigmentation. Today there are three individuals
being taken care of in captivity, and joint efforts with other centres
seek to bring in isolated individuals allowing for the possibility
of mating and natural growth of the species.
The muriquis struggle for survival with the aggravating factor
of living in the Southeast region, the most industrialized
region of Brazil, and consequently, the one that has suffered
the most from deforestation. These large species, including
jaguars and maned wolves, suffer because there are no large
areas of continuous forest.
UNIQUE FLORA
Ibitipoca is endowed with a flora in which bromeliads, orchids,
cactus and several other typical species of rupestrian and
altitude fields stand out. The typical climate of the region favours
the appearance of rare vegetation with endemic species, such as
the lichen Cladonia ibitipocae and the cactus Anthocereus melanurus,
that occur in the sands of the Ibitipoca State Park, in its
surroundings and also in the village known as Mogol.
Lichens specialist Marcelo Marcelli says that Ibitipoca “is
the most important site from the lichenological point of view
in Brazil, especially in regard to the genera Cladonia and Cladina,
which qualify it as one of the most important areas in the
Southern Hemisphere”.
In Brazil, it is unusual to find forests at altitudes above
1,500 meters, as occurs in Ibitipoca. This component makes
this small region even more special. Bringing moisture, the
clouds coming from the coast are barred by the mountains
and resist by covering the forests until dawn, offering a natural
spectacle until the heat of the first rays of sun disperse
the mist.
The springs are protected by gallery and riparian forests.
Lent, bell, ipês-da-serra bloom exuberantly during summer.
Examples of araucaria trees, typical of the forests of southern
Brazil, also survive in the region.
LATITUDE 21º42’S LONGITUDE 43º 53’
Ibitipoca State Park was created on July 4, 1973.
It has an area of 1,488 hectares and is a branch of the Serra da
Mantiqueira.
The Lombada peak is the highest point, with 1,784m of altitude,
and has a beautiful panoramic view of the region.
Ibitipoca is surrounded by the cities of Lima Duarte, Santa Rita de
Ibitipoca and Bias Fortes.
Mogol and São José dos Lopes are districts of Lima Duarte, as well
as Conceição de Ibitipoca, the area that grows the most, mainly
because it is the closest to the State Park.
The Ibitipoca region is located 90km from the city of Juiz de
Fora, 260km from Rio de Janeiro, 360km from Belo Horizonte
and 515km from São Paulo. From Lima Duarte to Ibitipoca, the
distance is 26km.
Ibitipoca State Park has a very good camping area. The tourism
industry offers great inns and tours. The food is another
highlight, with sophisticated places, including high gastronomy.
Many events attract tourists all year round: from the Ibitipoca Off
Road, a rally held since 1989, to several music festivals, such as
the Ibitipoca Jazz Festival in July and the Ibitipoca Blues Festival
in August.
IBITIPOCA STATE PARK ATTRACTIONS
Circuito das Águas (Water Circuit)
Prainha
Gruta dos Gnomos
Lago das Miragens
Ponte de Pedra
Cachoeira dos Macacos
Paredão Santo Antônio
Prainha das Elfas
Lago Negro
Ducha
Lago dos Espelhos
Circuito do Pião (Pine Kernel Circuit)
Monjolinho
Gruta do Pião
Pico do Pião
Gruta dos Viajantes
Cachoeira do Encanto
Poço do Campari
Pedra Furada
THE POWER OF TRANSFORMATION
1.5 million years ago, Ibitipoca, as geologists say, was once
a sea bed. However, the white sands of the mountains, contrary
to what many say, are not memories of the depths of
the oceans. They really look like dunes. But they are quartz
crystals. The region is considered one of the largest quartz
reserves in the world. This quartz provides the spectacle that
gives name to the region. Electrical storms can be dozens of
times more intense than anywhere else in Brazil. Quartz is responsible
for this, as it has the property of accumulating more
energy than any other common soil.
A curiosity of Ibitipoca is that the waters have no fish. The
combination of acidity and temperature is one of the explanations.
The unusual colours of the waters are one of the main
characteristics of the Park. In certain places they are crystal
clear. But the crystalline brown colour predominates. The porous
soil cannot filter rainwater and leaves from trees and organic
materials give the tone of the Ibitipoca waters.
Ibitipoca was rediscovered several times. This time to become
a reference. For the last 30 years it seems to have been definitely
rediscovered. The gold is gone, but the gems remain in
their natural beauty. The access, although much better than in
the past, remains precarious. Good for adventurers. Not good
for the locals, who see themselves in clouds of dust in the dry
season or in impassable muds in the rainy season.
In addition to their natural treasures, the people who live
there, true mines of wisdom, have seen the region transformed
- alien to the economic situations and variations of Brazil.
Opportunities have arisen. And not only for the people, but
also for plants and animals. The transformation seems to be
ever-lasting, being part of a process of continuous evolution.
Transform scrap into art. Transform discouragement into
action. Transform monotony into knowledge, hope into life.
Ibitipoca is a reference of sustainability and care for nature
and, especially, for people. Opportunities arise and create
achievers. Aware of their role, they act to sustain their lives
and show that the reason for living has never been only in
having. But in being. And knowing how to live. And turning
every situation into mines that transform.
Circuito Janela do Céu (Window in the Sky Circuit)
Pico do Cruzeiro
Gruta da Cruz
Lombada, highest point of the park with 1,784 meters
Gruta dos Fugitivos
Gruta dos Três Arcos
Gruta do Moreiras
Janela do Céu
Cachoeirinha
Legendas Captions
OS MARES DE MORROS DA
REGIÃO DE IBITIPOCA
Nesta foto, um pedaço da área urbana de
Lima Duarte
VISTA DO PICO DO GAVIÃO
PARTE DA MATA ATLÂNTICA EM
IBITIPOCA
A REGIÃO DE IBITIPOCA
encontra-se com densas florestas da serra da
Mantiqueira e é um ecossistema entre a mata
Atlântica e os campos de altitude
The sea of hills of the Ibitipoca region
In this photo, a part of the urban area
of Lima Duarte
View from Pico do Gavião
Part of the Atlantic Forest in Ibitipoca
THE IBITIPOCA REGION
meets the dense forests of the
Mantiqueira mountain range and is an
ecosystem located between the Atlantic
rainforest and the altitude fields
A VIA LÁCTEA NO CÉU DE IBITIPOCA
ARTE E NATUREZA CONVIVENDO
JUNTAS
COLHEITA DE ARROZ ORGÂNICO
ESCULTURAS METÁLICAS DA ARTISTA
NORTE-AMERICANA KAREN CUSOLITO
Esculturas feitas com sucatas industriais estão na
Pedra do Tatu, dentro da Comuna do Ibitipoca
The milky way in the Ibitipoca sky
Art and nature living together
Organic Rice Harvest
METAL SCULPTURES BY THE
AMERICAN ARTIST KAREN CUSOLITO
Sculptures made with industrial scrap
are located at Pedra do Tatu, inside the
Ibitipoca Commune
SALVADOR JOSÉ
CLEMENTE
Cultiva ervas medicinais
no seu quintal e busca
outras nas matas de
Ibitipoca
Grows medicinal herbs
in his backyard and
searches for others in
the Ibitipoca woods
ARLINDO JOSÉ DE
ÁVILA
Agricultor
Farmer
SEBASTIÃO DE
OLIVEIRA COELHO
- TIÃO
Mudou de São Paulo
para Ibitipoca para viver
perto da natureza e se
dedicar à agricultura
Moved from São Paulo
to Ibitipoca to live closer
to nature and dedicate
himself to agriculture.
ODETE MARIA DO CARMO SILVA
Cozinheira desde a sua juventude
MARIA DO CARMO
- BIÁ
Artesã
A cook since her youth Craftswoman Farmer
JOÃO LÁZARO DE
OLIVEIRA
Agricultor
TATIANE APARECIDA DA SILVA - TATI
Descobriu sua vocação de cozinheira, como
sua mãe Odete.
She discovered her calling as a cook, just
like her mother Odete.
LAUDELINA SALODIA
Moradora do Mogol
MARIA CAROLINA DE OLIVEIRA -
DONA MARIA PRETA
Em sua casa, em Bias Fortes
JOÃO LÁZARO DE OLIVEIRA
Usa o cavalo como seu principal meio de
transporte
Mogol resident At her home in Bias Fortes Uses his horse as his main means
of transportation
INTERIOR DA CASA DA DONA
LOURDES - QUITA
Próximo ao Mogol
Next to Mogol
GERLANE DE
OLIVEIRA
Residente em São José
dos Lopes, em uma trilha
do rancho Garnet.
Resident of São José dos
Lopes, on a trail of the
Garnet ranch.
CONGADAS
A herança de negros descendentes de escravos
na região está na formação sociocultural de
várias comunidades locais.
The heritage of black slave descendants
in the region is part of the socio-cultural
formation of several local communities.
TRADIÇÃO
Grupo de Santana do Garambéu mantém as
Congadas, tradicional manifestação cultural
afro-brasileira, muito comum no interior de
Minas Gerais
The Santana do Garambéu Group maintains
the Congadas, a traditional Afro-Brazilian
cultural manifestation, very common in the
Minas Gerais countryside.
CRIAÇÃO DE GADO
GAVIÃO PEGA MACACO
Spizaetus tyrannus
GAVIÃO CABOCLO
Heterospizias
meridionalis
PAPAGAIO-DE-
PEITO-ROXO
Amazona vinacea
SURUCUÁ-DE-PEITO-AZUL
Trogon surrucura
Cattle breeding in the region of Ibitipoca
Black hawk-eagle
Savanna hawk
Vinaceous-breasted
parrot
Surucua trogon
SANHAÇO-DE-
ENCONTRO-AZUL
Thraupis cyanoptera
ÁGUIA SERRANA
Geranuaetos melanoleucosa
CORUJA-
BURAQUEIRA
Athene cunicularia
SUIRIRI-DE-GARGANTA-BRANCA
Tyrannus albogularis
MURIQUI-DO-NORTE
Brachyteles hypoxanthus
Azure-shouldered
tanager
Black-chested buzzard-eagle
Burrowing owl
White-throated Kingbird
Northen muriqui
TAMANDUÁ-MIRIM
Tamandua tetradactila
HELICONIA
Heliconia sp.
VERBENA DO
BRASIL
Verbena brasiliensis
BROMÉLIA
Nidularium Fradense
VULVÁCEA COM BICHO PAU
Oncidium blachetii
Exocnophila sp.
Southern tamandua
ORQUÍDEA CHUVA DE OURO
Oncidium blachetii
FLOR DE BROMÉLIA
Billbergia vittata
LIQUENS BARBA DE BODE EM
ÁRVORE DE CANDEIAS
Usnea barbata
LIQUENS DO COPO
Cladonia sp.
RIO DO SALTO POÇO NO RIO DO SALTO ÁGUA E A ESPUMA NATURAL
No Lago dos Espelhos
Well in Rio do Salto
Water and Natural Foam in the Lago
dos Espelhos
LAGO DOS ESPELHOS
GRUTA DO MONJOLINHO
Monjolinho Grotto
GRUTA ANTES DO LAGO DAS
MIRAGENS
Grotto before Lago das Miragens
POÇO PRÓXIMO À PRAINHA
Well near the Prainha
CACHOEIRA DA PEDRA FURADA
Pedra Furada Waterfall
ARRAIAL DE CONCEIÇÃO
DE IBITIPOCA
Arraial de Conceição de Ibitipoca
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA
DA CONCEIÇÃO DE IBITIPOCA - 2013
Main Church of Nossa senhora da
Conceição de Ibitipoca - 2013
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA
DA CONCEIÇÃO DE IBITIPOCA - 2016
Main Church of Nossa senhora da
Conceição de Ibitipoca -2016
ESCULTURAS DE KAREN CUSOLITO
No total, o conjunto tem sete obras da artista
norte-americana
KAREN CUSOLITO’S SCULPTURES
In total, the exposition includes seven
works by the American artist
JANELA DO CÉU
Um dos mais impressionantes cenários do
Parque Estadual de Ibitipoca
One of the most impressive sceneries in
the Ibitipoca State Park
IBiTiPOCA
minas que transformam
Fotos
ARAQUÉM ALCÂNTARA
Textos
ISABEL PEQUENO
Fotos Adicionais
LIQUE GÁVIO (PÁGINAS 74 A 105)
Apuração/Pesquisa
ISABEL PEQUENO
Curadoria e Design Gráfico
SERGIO GATTÁS BARA - IDC
Tratamento de Imagens
LABORATÓRIO SILVIO PINHATTI
Tradução
LERSCH TRADUÇÕES
Assistentes de Fotografia
GABRIEL JACQUES
VANDER TELLES
MATIAS QUINTEROS
Assessoria do Projeto
FRIDA PROJETOS CULTURAIS
Secretária
GRACE MATTOS
Premedia e Impressão
IPSIS GRÁFICA E EDITORA
Agradecimento a todas as pessoas que se envolveram direta ou indiretamente na realização deste projeto.
minasquetransformam.com.br
IBiTiPOCA
minas que transformam
Livro composto com as fontes Charter (textos) e Arlette (marca e títulos) entre 2019
e 2020 e impresso no final do verão de 2020 pela Ipsis Gráfica e Editora.
C 2020 IBAPGB
IBiTiPOCA
minas que transformam
Ibitipoca revelada em plena forma.
Fauna, flora e pessoas - verdadeiros
tesouros que transformam a região.