Camilo, I. R., et. al. 1897Autor,Quadro 1: Estudos incluídos na revisão sistemática abordando eletroterapia nas disfunções do músculo retoabdominal.Ano (País)Objetivo Tipo deEstudoAmostra Protocolo Resultados JadadBorges eValentin15, 2002(Brasil).Kamel eYousif,162017(Egito)Descrição decasos de 3pacientes nopuerpério, comdiástaseabdominaltratadas comEENM.Avaliação daEENM narecuperação daforça muscularabdominal emmulheres comdiástase de retoabdominal.Estudocaso.deEstudo decontrolerandomizado.Três pacientesem puerpériode partonormal.60 mulherespuérperas, 2meses após oparto.EENM por 20minutos, 3vezes porsemana,durante seissemanas.Exercíciosabdominais eEENM durante8 semanas.Redução dadiástaseabdominal numtempo menor queo fisiológico epôde-se reduzirmedida peloencurtamento doreto abdominal.A adição daestimulaçãoelétricaneuromuscular aoprograma dereabilitação DRAMmostrouresultadospositivos para arecuperação demúsculosabdominais após oparto.04Dall’Acquaet al.,172017(Brasil)Klefens etal., 2013 18(Brasil).Avaliar ecomparar osefeitos da EENMassociada atratamentofisioterapêuticoem doentescríticos.Verificar aredução doperímetroabdominal emvoluntária pósgestacional,comdiástase do retoabdominal,submetida aEENMEstudo decontrolerandomizadoduplo-cego.Relatocaso.de25 pacienteshospitalizadosem umaunidade deterapiaintensiva.Umaparticipante dosexo femininocom quadro dediástase dereto abdominalpósgestacional.EENM efisioterapiamotoraconvencional.10 sessões deEENM.Houve diferençaestatisticamentesignificativa entrea intervenção e osgruposconvencionais naespessura domúsculoabdominal epeitoral.A EENM trouxebenefícios no quese refere àdiminuição daDMRA.50Legenda: DMRA – Diástase do músculo reto abdominal; EENM – Estimulação Elétrica NeuromuscularESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA DIÁSTASE, FLACIDEZ E TROFISMO DA MUSCULATURA ABDOMINAL:UMA REVISÃO SISTEMÁTICARev. Saúde.Com 2020; 16(3): 1894 – 1900.
Camilo, I. R., et. al. 1898DiscussãoDiante dos efeitos deletérios que asdisfunções da musculatura abdominalproporcionam tanto na estética quanto nafuncionalidade dos indivíduos, faz-se necessárioestudos sobre protocolos de tratamento para taiscasos. Dentre os recursos disponíveis na praticaterapêutica, encontra-se a eletroestimulaçãopara melhora da qualidade da função muscular.Neste estudo foram encontrados 4 ensaiosclínicos com efeitos positivos para o tratamentodas disfunções da musculatura abdominal 15–18 .No estudo de Borges e Valentin 15 , foiutilizada eletroestimulação neuromuscular demédia frequência, com frequência portadora de2.500 Hz, frequência modulada de 100 Hz, fase(ciclo) de 50%, tempo de contração de 6 seg. etempo de repouso de 6 seg., por um tempo totalde estimulação de 20 minutos, numa intensidade(mA) confortável e suficiente para proporcionarcontração visível, três vezes por semana, duranteseis semanas. Após a intervenção foi evidenciadoatravés do uso de perimetria, fotos e o uso depaquímetro clara redução da diástase numperíodo menor que o fisiológico. Os autoressugerem a importância de se analisar o quadroclínico puerperal com o objetivo de planejar eimplementar o tratamento adequado visandouma recuperação mais rápida em relação aotempo normal de restabelecimento pós-parto.Kamel e Yousif16associaram àestimulação elétrica neuromuscular (corrente desaída máxima de 34 ± 5 mA, 500 W, largurade pulso de 100-600 µS e taxa de pulso de 1-500pulsos/s) um protocolo de exercícios parafortalecimento da musculatura abdominal notratamento da diástase, três vezes por semanadurante oito semanas, evidenciando que tanto oexercício físico isolado quanto associado àestimulação elétrica neuromuscular tiveram umadiminuição significativa da DMRA, porém o grupoque associou ambas as terapias, teve umadiminuição e ganho de força consideravelmentemaior.No trabalho de Klefens et al.18, foiutilizado um protocolo de EENM, com frequênciaportadora de 2.500 Hz, modulada em 100 Hz,ciclo de50%, tempo rise de 1 segundo, ON de 6segundos, decay de 1 segundo, e OFF de 6segundos, com intensidade (mA) regulada deacordo com a sensibilidade da participante e queprovocou contração muscular visível, comsessões de 20 minutos, duas vezes por semana,durante cinco semanas. Após a intervenção, foievidenciado diminuição da DMRA. Os autoresimplicam que devido à fraqueza dos músculosretos abdominais no pós-gestacional suareabilitação precoce é de grande valia,principalmente para que a mulher retorne o maisrápido e em boas condições físicas às suasatividades de vida diária. Ressaltam ainda que aEENM é mais eficaz que a contração voluntária,embora a literatura relate que seu usojuntamente com a contração voluntária enobreçao tratamento.Em outro estudo, Dall’Acqua et al.17avaliaram a influência da eletroestimulaçãoneuromuscular (duração do pulso 300 µs, tempode subida 1 segundo, tempo de estímulo (ON) 3segundos, tempo de decaimento 1 segundo etempo de relaxamento (OFF) 10 s) associada aexercícios fisioterapêuticos convencionais noaumento da espessura da musculaturaabdominal e peitoral em pacientes que haviamsido hospitalizados há mais de 15 dias e tinhamrecebido pelo menos 24 h de VMI, mostroudiferença estatisticamente significativa naespessura do músculo abdominal e peitoral entreos grupos intervenção e tratamento convencional.Na comparação entre a avaliação inicial e aavaliação final em cada grupo, não houvealteração na massa muscular no grupo deintervenção, enquanto houve uma diminuiçãodessas medidas no grupo tratamentoconvencional. E ainda os pacientes quereceberam a intervenção permaneceram pormenos tempo internados na UTI. Os autoressugerem que o NMES pode ter um efeitoprotetor contra a perda muscular.O uso da Estimulação ElétricaNeuromuscular no tratamento das disfunções damusculatura abdominal pode ser utilizado paraminimizar ou prevenir tais acometimentos,porém, não há padrões definidos na literaturaquanto aos parâmetros da corrente e duração dautilização. Ensaios clínicos sobre o assunto sãoescassos na literatura e os encontradosevidenciam divergências e precariedades em suametodologia, porém, em suma, a EENMESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA DIÁSTASE, FLACIDEZ E TROFISMO DA MUSCULATURA ABDOMINAL:UMA REVISÃO SISTEMÁTICARev. Saúde.Com 2020; 16(3): 1894 – 1900.