Conversa Pintadas 2
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
PREFÁCIO
A segunda edição de Conversas Pintadas,
quando começou a ser pensada, tinha por
mote a celebração e libertação. Voltar
a experienciar a cultura com o público,
respirar os ateliers e as salas de ensaio.
Pretendia olhar para a sua origem, despir
a carga pandémica e mutar-se.
Com o passar do tempo, o sentimento
onírico de fim de pandemia caiu por terra.
A força do sector cultural, que se fez
sentir em 2020, cheia de vontade de se
reinventar e encontrar formas de subsistir,
foi esmorecendo. Mas a verdade é que a
palavra resignação nunca foi sinónimo de
cultura, como tal, adiamos a celebração e
vestimos o fato da luta outra vez.
Do aconchego do atelier da primeira edição
de Conversas Pintadas, saltamos para
espaço aberto. Embora de forma reduzida,
foi essencial os episódios da segunda
temporada acontecerem para o público de
forma presencial.
De forma controlada e consciente, trocamos
a efusividade dos abraços pela partilha
de um copo de vinho e uma boa conversa.
Conversas pintadas é um projeto de afetos,
de partilha. Durante cinco semanas foi
possível partilhar percursos, histórias
e experiências com cerca de cem pessoas
(vinte pessoas por episódio), de forma a
criar laços e a combater este paradoxo
instalado – parar a vida para viver.
Ainda é cedo para pensar numa terceira
edição, pois, como qualquer projeto, a
necessidade de reformulação e pensamento
do Conversas Pintadas está sempre presente.
Fica por agora o registo de mais uma edição
repleta de talento e irreverência e quem
sabe num futuro próximo celebramos.
– Luís Canário Rocha
Soraia Lemos (Sissa)
Soraia Lemos, também conhecida como Sissa, nascida no
longínquo ano de 1991, é do signo virgem, finalista
no Mestrado Integrado em Engenharia Civil e a música
sempre foi um grande desejo, paixão e refúgio.
A primeira guitarra foi oferecida no Natal de 2002 e aí
começou a sua viagem na busca do que melhor a descrevia.
É frequente emprestar a sua voz a diferentes projetos
musicais, mas sente que não fica por aqui, quer mais,
sentir mais e fazer sentir ainda mais e melhor.
Assume e ama boa comida, é fã de um bom convívio e com
um copo de bom vinho exorta brindar à vida e com quem
dela a faz melhor.
Tem um gosto bastante eclético, não assumindo nenhum
como preferido. Admite que o gosto não tem estilo, tem
sensações e momentos.
Uma das cantoras e compositoras que mais a preencheu e
deslumbrou até hoje foi Silvia Perez Cruz, pelo talento
incrível e pela maneira tão simples e segura com que
faz transparecer tanto.
Um dia ou quem sabe, uma noite… a Sissa estará aí, à
vossa frente, a fazer o que gosta, como gosta, que no
fundo é como quem diz ‘a ser ela própria’!
Rui Afonso
CP_S02_E01
Rui Afonso, homem, produtor, artista!
Nasceu no século passado, em 1975 e desde cedo
mostrou interesse pela música, por tocar diferentes
instrumentos e rapidamente por transmitir algo seu…
Licenciado em Turismo e turista de ambição,
trabalhou maioritariamente na área da produção de
eventos. Foi também dono dum bar, DJ, palhaço e
consta que é um bom ombro para se pousar as mágoas…
No princípio dos anos 90, do seio do seu grupo de
amigos mais próximos nascem os Fragmentos, face
mais visível do seu percurso artístico até hoje,
onde se fez homem, literalmente, crescendo como
ser e como artista, de forma indissociável… ser o
Rui Afonso era ser o Rui dos Fragmentos!
Participa em diferentes projetos, sempre que se
sente à vontade e não hesita em calcorrear outras
artes sendo lhe dada a oportunidade.
Nunca foi de ‘ter’ ou ‘fazer parte’ de muitos
projetos pois acredita no amor à camisola e não
vê como possível que haja no mundo assim tantas
camisolas que lhe sirvam!
CP_S02_E0
Restaurante
Cantina
A Cantina é um restaurante vegetariano inserido no CAAA, Centro
para os Assuntos da Arte e Arquitectura em Guimarães.
É um projecto de André Pinto e Anelise Delazzeri, um casal
luso-brasileiro de designers - ele designer gráfico e artista
plástico, ela designer de moda.
Decidiram num salto de fé mudar a vida e abraçar a paixão pela
cozinha e pela comida de conforto.
O espaço funciona num conceito de cozinha aberta e mesas
partilhadas e tem um menu de almoço diferente todos os dias.
O coletivo Madrôa está instalado na antiga fabrica de
Couros da Madrôa, na Rua da Liberdade em Guimarães.
É um coletivo artístico formado por 4 artistas visuais
vimaranenses – Luís Canário Rocha, Igor Gonçalves, Zé
Teibão e André Pinto.
Durante os últimos dois anos (de pandemia) cresceu
uma necessidade de reinvenção por parte dos
artistas, como tal, de forma natural foram criados
novos elos de ligação e surgiram novas parcerias.
2
O coletivo Madrôa é um desses exemplos. Depois de
participarem em vários projetos em conjunto, surgiu
a possibilidade e a necessidade de formar um grupo
de criação, de forma a trocar ideias e construir
novos caminhos artísticos.
Da boa vontade da família proprietária do espaço da
Madrôa, surgiu a oportunidade de se estabelecerem nas
antigas salas (amplas) da fábrica. Assumiram assim a
Madrôa como espaço de criação, o espaço cultural deles
querendo fazer dele um local de culto e de passagem.
Coletivo
Madroa
CP_S02_E03
Hélder Guimarães, nasceu 1976, vive e trabalha em
Guimarães. Em 2002 formou-se como tatuador no “Studio
gaby” em Madrid pelo mestre Miguel Fernandez (Luci).
De forma a complementar a sua formação em tatuagem
decide formar-se em higiene sanitária no instituto
de estudos da saúde da Catalunha.
Em Guimarães abre o seu estúdio “Próprios Tattoos”.
Passados 3 anos recebe um convite para fazer parte
da equipa de tatuadores do estúdio “Nakoe” em
Barcelona. Ainda em Barcelona faz parte da equipa
Rui Almeida
Rui Almeida nascido em Guimarães a 7 de junho de 1986.
O seu percurso artístico começa muito ligado ao skate,
que já prática há 22 anos. A cena artística e musical
está intimamente ligada ao skate, daí nasce o amor
pelas artes e inicialmente pelo graffiti.
Entretanto começou a tatuar-se com o seu irmão (Hélder
Guimarães) e também com outros tatuadores do país
ficando assim agarrado a este lifestyle que vive entre
o skate e as tatuagens.
De forma natural, em 2011 e com o seu irmão tatuador virou
aprendiz. É agora tatuador faz já 9 anos em Guimarães
no estúdio “Proprius Tattoos”. Pelo caminho já realizou
algumas residências em outros estúdios pelo país.
Hélder Guimarães
residente da “Blood N Steel” durante 1 ano e depois
muda-se para a “Bom Tattoo” onde permanece até
finais de 2009.
É em 2009 que se dá o regresso a Guimarães para
o seu projeto de vida “Proprius Tattoos” e onde
permanece até aos dias de hoje.
Num passado recente resolveu abraçar uma outra
paixão – o restauro. Aproveitando o confinamento
consequente da pandemia, acaba por tirar uma formação
online em restauro e inicia o projeto MADMOB
CP_S02_E04
José Pedro Caldas Correia (PRODUTOR)
Contando com mais de 15 anos de carreira musical,
Zé Pedro para além de membro da banda Paraguaii já
trabalhou em várias projectos e àreas da Música. De
destacar produziu e gravou no Estúdio Lobo Mau (do
qual é proprietário) os albuns de Paraguaii, Captain
Boy, Orangotang, This Penguin can Fly, Tresor&Bosch...
Também participou em sonoplastias de vários filmes,
mantendo uma relação de parceria contínua com o
realizador Rodrigo Areias. De salientar os filmes:
Fortunato - D ́aqui até S. Torcato, Ornamento e Crime.
A sua última faceta é Mira Quebec. Afirma ser um processo,
uma aprendizagem de como contemplar as coisas, os sons,
as texturas e nuances no etéreo das coisas.
José
Pedro
Caldas
Pedro Bastos
Pedro Bastos, nasceu em Guimarães em 1980.
É artista plástico, cineasta, poeta e
argumentista. Os seus filmes, “Ao Lobo da
Madragoa”, “Cabeça D’Asno” e “Ambulatório.
através da Poesia de Augusto dos Anjos &
António Nobre”, têm sido apresentados em
vários festivais nacionais e internacionais,
tais como Tyger-Internacional Film Festival
of Rotterdam; Mostra de São Paulo, Festival
du Nouveau Cinéma Montreal, IndieLisboa,
Curtas de Vila do Conde, Bucharest
Internacional Experimental Film Festival,
Oberhausen ISFF, etc.
Trabalhou como argumentista em filmes dos realizadores
Rodrigo Areias, Jorge Quintela, David Doutel & Vasco
Sá e Tânia Dinis.
Expõe regularmente desde 2012, em exposições individuais
e colectivas, tendo sido seleccionado para a Biennale
D’Art Contemporain - Jeune Création Européenne 2015/17.
As suas obras fazem parte de coleções privadas nacionais
e internacionais.
José
Caldeira
José Caldeira - Fotógrafo Institucional, de Cena e
Artes Performativas
Nasceu a 02 de Setembro de 1979. Começou a fotografar
aos 14 anos no Clube de Fotografia do Liceu de Guimarães
(Escola Secundária Martins Sarmento), tendo participado
em várias atividades e concursos que lhe valeram alguns
prémios.
Aos 19 anos iniciou carreira como fotógrafo profissional
explorando assim as várias formas tanto comerciais como
culturais da fotografia. Ao longo dos anos procurou
inspiração nas artes performativas, trabalhando com
atores, bailarinos, músicos, produtores, companhias e
escolas, tendo também participado em várias exposições
coletivas e a solo.
Em 2012, fotógrafo na Capital Europeia da Cultura, e em
2013 na Cidade Europeia do Desporto.
Desde 2012 a colaborar com o encenador/coreografo
Victor Hugo Pontes nas suas várias criações, tem também
colaborado com várias companhias e criadores.
Em 2016, orador no TEDx Guimarães e desde a mesma
data a colaborar com a produtora de cinema Bando à
Parte em algumas rodagens “Caminhos Magnéticos” e “The
Nothingness Club” de Edgar Pêra e “A Pedra Espera dar
Flor” de Rodrigo Areias.
Co-autor de alguns livros como “Histórias atrás das
portas”, “Guimarães Top-Secret”, “Guimarães – Pessoal
e Transmissível” com o jornalista Samuel Silva (jornal
Público), participação fotográfica em vários outros
títulos como “Castelo em 3 Actos” de Paulo Cunha e
Silva”, “CEC 2012 em imagens”, “2015 Imagens Teatro
Municipal do Porto”, “Bodied Spaces”, “Memórias
Coletivas Singulares”, “30 Anos de Nicolinas”, “FITEI 40
– Livro dos Exílios Reais e Imaginários”, “Intensified
Bodies – From the Performing Arts in Portugal (EUA)”
entre outras edições. Apresenta trabalhos publicados
tanto na imprensa nacional como internacional. As
suas fotografias têm também, acompanhado companhias
nacionais e internacionais na divulgação de espetáculos
por todo o Mundo.
Desde 2015 até ao presente, fotógrafo do Teatro Municipal
do Porto. Tem trabalhado em vários Festivais, DDD –
Dias da Dança, FITEI, Fórum do Futuro entre outros.
CP_S02_E05
Carlos Correia (Kaka)
Carlos A. Correia (n.a. 1979, França) - É licenciado
em Engenharia Eletrónica Industrial e Computadores
pela Universidade do Minho. Em 2010, integrou a Área
de Comunidade da Guimarães CEC - 2012 como um dos
mentores do projecto de comunidade “Outra Voz” com
Suzana Ralha e Amélia Muge. Integrou a equipa artística
de criação do espectáculo de comunidade “Então Ficamos”
encenado por António Durães com José Mário Branco,
Mão Morta, Amélia Muge e Fernando Lapa. Desde 2013,
é coordenador, compositor, produtor e presidente da
direcção da associação cultural - “Outra Voz”. Como
performer já integrou criações de Moncho Rodriguez,
Victor Hugo Pontes, Jonathan Uliel Saldanha, Catarina
Miranda, Jean-Baptiste Veyret-Logerias, Máquina
Agradável, Bruno Martins, Footsbarn Théâtre. Em 2014
integrou o côro virtual de performers vocais da ópera
“There is no why here” de Andrea Molino e David Moss.
Realizou um vídeo-poema “Recon”, selecionado para o
4th Braga International Video Dance Festival. Co-criou
“Auto da Máscara” com João Pedro Vaz e a coreógrafa
Joana Castro e “Syde-by-Side” com a artista plástica
Ann Hamilton para a Outra Voz. Como performer vocal
integrou o projeto Mater do “Teatro da Didascália” e interpretou a performance “Arquivo Público” de Manuela
Ferreira para além de colaborar regularmente com o projecto “Dada Garbeck”. Em Abril de 2020 lançou a componente
sonora da sua criação performativa “Síncope” em formato EP e em 2021, a componente visual e performativa desta
criação na mostra Guimarães Project Room. Estreou a instalação “O Pesar” no GNRation com Diogo Mendes e integrou
o coletivo de música experimental dirigido por João Mortágua para musicar ao vivo o filme “Os que nele habitam”
de Pedro Bastos e Rui Souza.
RUI SOUZA, 1990
Segundo as ordens mais recentes da filosofia: Rui Souza
é um ser, talvez um ser humano e, quem sabe, até
pessoa. Ele prefere ser ruído branco, ser esse paradoxo
de existir e não existir ao mesmo tempo. Rui Souza é
compositor, performer, artista visual e investigador
de variedades.
É desde muito cedo que Rui Souza, natural de Guimarães,
começa a sua descoberta sonora, iniciando os seus
estudos pelo órgão de tubos. Mais tarde arrisca-se
no piano e é aos 16 anos que conclui o curso de piano
(erudito) no CCM/ARTAVE. Posteriormente, por teimosias
libertadoras, muda-se para a Escola de Jazz do Porto,
continuando assim o seu périplo pianístico.
Em 2008 inicia a licenciatura em Filosofia na UCP
de Braga, tendo frequentado as classes de ilustres
pensadores como Manuel Sumares ou Alfredo Dinis, duas
figuras incontornáveis do pensamento filosófico europeu.
Durante este período, termina com excelência um módulo
sobre filosofia da mente na Universidade de Edimburgo.
No terceiro ano, muda-se para a Universidade do Minho
para o mesmo curso e, por desilusão e convicção, não
termina. Vale mais uma boa obra mal acabada…
Desde 2014 que faz investigação sobre órgão de tubos
ibéricos, tendo já composto algumas peças experimentais
para o mesmo. Destacam-se a peça “Vox Humana - Monólogos
para atriz e órgão de tubos” e “Audax Viator”, escritas
por Rui Pereira e Afonso Cruz, respetivamente.
Como compositor, já desenvolveu centenas de peças
para os mais variados ensembles: desde composições
eletrónicas até composições para filarmónicas ou coros.
Tem desenvolvido um trabalho de pesquisa de novas formas
de composição para voz em movimento e este caminho
leva-o até às artes performativas. As suas composições
Rui Souza
para voz humana, “Prelúdio - A Mulher Selvagem” de
Bruno Martins e “Os velhos também querem viver” de
Pedro Lucas em colaboração com o escritor Gonçalo M.
Tavares, ressoam os seus mais recentes estudos a partir
das metodologias de composição de Murray Schaffer.
Até à data já participou como compositor/diretor musical
ou sonoplasta em dezenas de produções artísticas, tendo
colaborado em projetos comuns com artistas como, Bruno
Martins, John Mowat, António Julio, António Durães,
Afonso Cruz, Gonçalo M. Tavares, Jonathan Uliel Saldanha,
Amélia Muge, José Mário Branco, Selma Uamusse, Carlão,
Pedro Lucas, Carlos Medeiros, Ricardo Martins, Carlos
A. Correia e muitos outros. Como músico e criador
já fez digressões por países como Alemanha, Áustria,
Suíça, Itália, Malta, Grécia, Lituânia e E.U.A..
Atualmente trabalha como compositor/ensaiador na
Associação Outra Voz e, recentemente, funda a mais que
uma editora Discos de Platão. Continua a viagem com
o seu alter-ego Dada Garbeck e, paralelamente a tudo
isto, mantém viva a pesquisa sobre órgãos de tubos
ibéricos. As criações com a comunidade continuam a ser
a resposta de Rui Souza à pergunta: Afinal, o que vale
a pena?