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UMA VIAGEM DE DESCOBRIMENTO ATRAVÉS DA BÍBLIA
Dezembro 25 □ Apocalipse 3
26 □ Apocalipse 4
27 □ Apocalipse 5
28 □ Apocalipse 6
29 □ Apocalipse?
30 □ Apocalipse 8
31 □ Apocalipse 9
janeiro 1" □ Apocalipse 10
2 □ Apocalipse 11
3 □ Apocalipse 12
4 □ Apocalipse 13
5 □ Apocalipse 14
6 □ Apocalipse 15
7 □ Apocalipse 16
8 □ Apocalipse 17
9 □ Apocalipse 18
10 □ Apocalipse 19
11 □ Apocalipse 20
12 □ Apocalipse 21
13 □ Apocalipse 22
14 □ Gênesis 1
15 □ Gênesis 2
16 □ Gênesis 3
17 □ Gênesis 4
18 □ Gênesis 5
19 □ Gênesis 6
20 □ Gênesis 7
21 □ Gênesis 8
22 □ Gênesis 9
23 □ Gênesis 10
24 □ Gênesis 11
25 □ Gênesis 12
26 □ Génesis 13
27 □ Génesis 14
28 □ Gênesis 15
29 □ Génesis 16
30 □ Gênesis 17
31 □ Génesis 18
Fevereiro 1“ □ Gênesis 19
2 □ Gênesis 20
3 □ Gênesis 21
4 □ Gênesis 22
5 □ Génesis 23
6 □ Génesis 24
7 □ Gênesis 25
8 □ Génesis 26
9 □ Gênesis 27
10 □ Gênesis 28
11 □ Gênesis 29
12 □ Gênesis 30
13 □ Gênesis 31
14 □ Gênesis 32
15 □ Gênesis 33
16 □ Gênesis 34 10 □ Êxodo 6
17 □ Gênesis 35 11 □ Exodo7
18 □ Gênesis 36 12 □ Êxodo 8
19 □ Gênesis 37 11 □ Êxodo 9
20 O Gênesis 38 14 □ Êxodo 10
21 □ Gênesis 39 15 □ Êxodo 11
22 □ Gênesis 40 16 □ Êxodo 12
23 □ Gênesis 41 17 □ Êxodo 13
24 □ Gênesis 42 18 □ Êxodo 14
25 □ Gênesis 43 19 □ Êxodo 15
26 □ Gênesis 44 20 □ Êxodo 16
27 □ Génesis 45 21 □ Êxodo 17
28 □ Gênesis 46 22 □ Êxodo 18
1* □ Gênesis 47 23 □ Êxodo 19
2 □ Gênesis 48 24 □ (xodo 20
3 □ Gênesis 49 25 □ Exodo 21
4 □ Gênesis 50
5 □ Êxodo 1
6 □ Êxodo 2
7 □ Êxodo 3
8 □ Êxodo 4
9 □ Êxodo 5
'EuVou'
'EuVou'
'EuVou'
eu Vou"
e s t u d a r e a s s in a r a Lição
à E sc o la S a b a tin a e a o P G
com partilhar estudos bíblicos
ASSINATURA
ESCOLA SABATINA
JAN FEV MAR 2022
AIJIUJUS-PROFESSOR
Pubbraçâo trimestral - n* 507 - ISSN 14M-364X
H e b re u s
mensagem para os últimos dias
A Lição da Escola Sabatina dos Adultos é preparada
pelo Departamento da Escola Sabatina
e Ministério Pessoal da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
20% das ofertas de cada sábado são dedicados
aos projetos missionários ao redor do mundo, incluindo
os projetos especiais da Escola Sabatina.
A Casa Publicadora Brasileira é a editora oficialmente
autorizada a traduzir, publicar e distribuir,
com exclusividade, em língua portuguesa, a Lição
da Escola Sabatina, para todas as faixas etárias,
sendo proibida a sua edição, alteração, modificação,
adaptação, tradução, reprodução ou publicação,
de forma total ou parcial, por qualquer pessoa ou
entidade, sem a prévia e expressa autorização por
escrito de seus legítimos proprietários e titulares.
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução
total ou parcial, por quaisquer meios, sejam
impressos, eletrônicos, fotográficos ou sonoros,
entre outros, sem prévia autorização por esorto
da editora.
ÍNDICE
1. A carta aos hebreus e a nós........................8
2. A mensagem de Hebreus......................... 20
3.0 Filho prometido...................................31
4. jesus, nosso Irmão fiel............................. 43
5. Jesus, o Doador do descanso..................... 54
6. Jesus, o Sacerdote fiel............................. 66
7. Jesus, a Âncora da alma............................ 77
8. Jesus, o Mediador da nova aliança.............. 89
9. Jesus, o sacrifício perfeito....................... 100
10.0 caminho através do véu....................... 112
11. Jesus, Autor e Consumador da fé................ 123
12. Recebendo um reino inabalável.................135
13. Permaneça o amor fraternal.................... 146
A u t« : Felix H Cortez-Vaües
Aulot do Auxihar do Professor
Erhard Gailos
Tradutor» Fernanda Andrade
Editor André O live« Santos
Revisoras, losiéli Nóbrega t Adriana Teixeira
Projeto Grafito e Capa
André Rodrigues e Eduardo Olszewski
Program ado Visual: lew Gruber
iluftratto de Capa Thogo Lobo
Ilustrações Internas Marta Irokawa
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Esta lição pertence a :_________________________________
Igreja:________________________________ Fone:
ÊNFASES ESTRATÉGICAS
PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
Divisão Sul-Americana, 2021-2025
Vivemos em uma época de rápidas mudanças. Um tempo em que a tecnologia, a informação
e o conhecimento se tornaram os recursos mais importantes das organizações.
Nesse contexto, como igreja devemos ser fiéis aos princípios bíblicos que nos guiaram no
passado e que continuarão nos guiando até a gloriosa manifestação de Jesus.
Dessa maneira, a Divisão Sul-Americana definiu quatro ênfases fundamentais para
nosso trabalho que nos guiarão nos próximos quatros anos. São quatros aspectos que
devem ser considerados importantes e relevantes em tudo que fazemos na igreja. Quatro
ênfases estratégicas que podem fazer a diferença na vida da igreja e/ou em qualquer
esforço evangelístico que tenhamos que realizar. São quatro ênfases concentradas no
membro da igreja e na igreja local. Essas ênfases são as seguintes:
I a Escola Sabatina e Pequenos Grupos. 0 objetivo é que todos os nossos membros participem
ativamente de uma Unidade de Ação da Escola Sabatina e de um Pequeno Grupo,
no sábado e durante a semana. Nenhum adventista pode deixar de ser membro de uma
Unidade de Ação e deixar de participar de todas as suas atividades básicas: oração, estudo
da Bíblia através da Lição da Escola Sabatina e trabalho missionário.
2a Estudos Bíblicos. Nesta ênfase, pretende-se comprometer e envolver cada adventista
para que seja um verdadeiro missionário. Assim, cada adventista deverá permanentemente
buscar e atender os interessados com estudos bíblicos, que podem ser presenciais ou digitais.
A igreja produziu e disponibilizou uma quantidade considerável de estudos bíblicos
para esse fim.
3á Novas Gerações. Seu propósito é integrar, cuidar das novas gerações e desafiá-las para
um maior compromisso com Deus, a igreja e o trabalho missionário.
4a Ancionato. Ninguém pode ignorar que a liderança é um fator-chave na vida da igreja.
Por isso, precisamos intensificar a liderança espiritual e missionária do ancionato. Enquanto
tivermos uma liderança espiritual forte e com foco na missão da igreja, poderemos ter um
povo preparado para o encontro com o Senhor.
K l
Hebreus: mensagem para os últimos dias
N O SSASCREN ÇA S
28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia
O s adventfstds d o sétimo dia aceitam a Bíblia com o seu único credo e acreditam que
certas crenças fundamentais sejam ensinamentos das Escrituras Sagradas. Essas crenças
constituem o entendimento da Igreja e sua expressão desses ensinamentos. Com o referência,
apresentamos a seguir um resumo dessas crenças. Uma versão completa pode ser
encontrada em www.adventist.org/pt/crencas.
O o O r. , o
As Escrituras Sagradas A Trindade OPai 0 Filho
O O O O
0 Espirito Santo A Criação
A Natureza da
Humanidade
0 Grande Conflito
o ’ © ©
Vida, Morte e
Ressurreição de Cristo
A Experiência
da Salvação
Crescimento em Cristo
A Igreja
© --------------- O © ©
0 Remanescente
e sua Missão
^
Unidade no Corpo
de Cristo
| 0 Batismo A Ceia do Senhor
O <D| © ©
Dons a Ministérios
Espirituais
0 Dom de Profecia A Lei da Deus 0 Sábado
O © © ; ^
Mordomia
Conduta Cristã
O Casamento
a a Família
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0 Ministério da Cristo
| no Santuário Celestial
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O à s f *
O
A Segunda Vinda
da Cristo
Morta a Ressurreição
O Milénio
a o Fim do Parado i
A Nova Terra
Fortaleça sua vida por maio do astudo da Palavra da Deus:
Ac assa o sita http.//f eevlvedospofsuBpaUvfa.org
Mn • Fev a Mar 2022 I5|
DEVOCIONAIS 2022
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MKT CPB 1Adobe Stock
ELLEN G. WHITE
Em 2022. você lerá o oporlunidode de
'conhecer melhor Jesus Crislo, também
ham ado de "Carregador de Fardos",
CGrande Artista Mestre , "M a io r de
Todos os Missionários", ' Am igo dos
Desam parados", "Poderoso M é d ic o
a Alma", "G rande Remédio Contra
Pecado", "Centro de Toda Verdadeira
outrina", entre outros nomes.
Jovem
Teen
cpb.com.br • 0800-9790606
CPB livraria *©(15) 98100-5073
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I6| Hebreus: mensagem para os últimos dias
In tro d u ção
Hebreus: mensagem
para os últimos dias
Um jovem ficou impressionado com uma pintura do rosto de uma moça.
O que mais o atraiu foram os olhos dela. Anos depois, o pintor, Arnold
Jim énez, revelou ao jovem que o segredo estava nas pupilas da mulher,
que refletiam o que ela estava olhando: Jesus na cruz.
A descrição de Jesus em Hebreus exerce atração semelhante. Primeiro,
ele é o Governante do Universo, entronizado à direita de Deus. Anjos
O celebram, adoram e servem (Hb 1:5-14; 12:22-24). Ele conquistou o direito
de governar, pois, por Sua própria morte garantiu a destruição do diabo
(Hb 2:14-16). Jesus também é o Sumo Sacerdote. Sem pecado e santo, Ele vive
sempre para m inistrar em nosso favor no santuário celestial (Hb 7:26-8:5).
Ele ganhou o direito a isso porque Se ofereceu como sacrifício perfeito, uma
vez por todas, eficaz para todos e para sempre (Hb 10:1-14). Jesus tam
bém mediou uma nova aliança, eterna, entre Deus e Seu povo (Hb 8:6-13).
No caso de Jesus, o que cativa os leitores não é simplesmente o que Ele
fez, mas quem Ele é. Ele nasceu de uma mulher, como nós, e foi tentado e
ridicularizado, como nós. Contudo, Ele está no centro do poder no Universo.
Quando contemplamos a cena celestial, com seus fantásticos seres celestiais,
nossos olhos são atraídos para Aquele que está no centro de tudo, que,
por incrível que pareça, Se assemelha a nós porque Se tornou um de nós.
Jesus, nosso Irmão, está no Céu, nos representando, apesar de nosso pecado.
Em Cristo, vemos três dimensões da redenção: 1. A dimensão local, pessoal.
Para os aflitos (Hb 10:32-34), Ele é o Autor e Consumador da fé. Eles
devem olhar para Aquele que sofreu oposição dos pecadores (Hb 12:1-4);
2. A dimensão nacional, coletiva. Para os que seguem rumo à terra prometida,
Jesus é o novo Josué. É preciso segui-Lo (Hb 3 ,4 ,1 1 ,1 2 ); 3. A dimensão
universal. Jesus é o novo Adão, o Filho do Homem, em quem se
cumprem os propósitos de Deus para a humanidade (Hb 2:5-10; 12:22-28).
O retrato de Jesus e Seu amor é o tema deste trimestre. Assim como a
imagem de Cristo nos olhos da pintura atraiu o jovem, que a imagem de
Jesus em Hebreus atraia nosso olhar e admiração pelo nosso Irmão no Céu.
Félix H. Cortez-Valles é professor na Andrews University.
Notas do editor:
1. As alternativas de múltipla escolha, que aparecem em algumas perguntas da Lição, são elaboradas para dinamizar e
facilitar o estudo. A lição de sexta-feira traz respostas para essas questões. As respostas não excluem a possibilidade
de Interpretações diferentes em pontos para os quais não há uma clara definição bíblica nem uma posição da Igreja.
2. A versão bíblica adotada nesta Lição é a Nova Almeida Atualizada. Outras versões utilizadas são identificadas
como segue: ARA - Almeida Revista e Atualizada; ARC - Almeida Revista e Corrigida no Brasil, NVI - Nova Versão
Internacional; NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
jan • Fev • Mar 2022 17 1
Lição
A carta aos
hebreus e a nós
V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "Vocês
precisam perseverar, para que, havendo
feito a vontade de Deus, alcancem a
prom essa" (Hb 10:36).
Leituras da semana: Hb 2:3,4;
1Pe 4:14,16; Hb 13:1-9,13; 1Rs 19:1-18;
Hb 3:12-14; Nm 13
A no Bíblico: Ap 10,11
|á imaginou como seria ouvir Jesu s, ou um dos apóstolos, pregar? Te-
I mos trechos escritos e resum os de alguns de seus serm ões, mas esses
textos apresentam apenas uma ideia lim itada do que foi dito. No entanto,
Deus preservou nas Escrituras pelo m enos um serm ão completo: a carta
de Paulo aos hebreus.
Paulo, autor de Hebreus, referiu-se à própria obra como “palavra de
exortação” (Hb 13:22). Essa expressão era usada para identificar o sermão,
tanto na sinagoga (At 13:15) quanto no culto cristão (lTm 4:13). Assim,
argum enta-se que a carta aos hebreus é o prim eiro “serm ão cristão com
pleto” que tem os. Essa carta foi dirigida aos crentes que aceitaram Jesu s,
mas depois passaram por dificuldades. Alguns foram insultados e perseguidos
publicam ente (Hb 10:32-34), e outros enfrentaram problemas financeiros
(Hb 13:5, 6). Por isso, m uitos estavam cansados e com eçaram a
questionar sua fé (Hb 3 :1 2 ,1 3 ). Alguém no presente se identifica com eles?
Em um serm ão com ovente, o apóstolo os desafiou (e, por extensão, nos
desafia) a perseverar na fé em Jesu s e fixar os olhos Naquele que está agora
no santuário celestial.
I8| Hebreus: mensagem para os últimos dias
D o m in g o , 2 6 de dezem bro
Um começo glorioso
Ano Bíblico: Ap 12-14
Para compreender o sermão e aplicar sua mensagem a nós mesmos,
precisamos entender a história da congregação e sua situação quando
recebeu a carta do apóstolo Paulo.
1. Leia Hebreus 2:3, 4. Qual foi a experiência dos primeiros leitores de
Hebreus quando se converteram?
Essa passagem indica que a audiência de Hebreus não tinha ouvido o
próprio Jesus pregar. Eles receberam o evangelho por meio de outros evangelistas
que lhes anunciaram as boas-novas da salvação.
Paulo também disse que os evangelistas confirmaram a mensagem a
eles e que o próprio Deus havia testemunhado “por meio de sinais, prodígios”
e “vários milagres”. Isso significa que Deus providenciou a confirmação
do evangelho por sinais e obras poderosas - entre elas a distribuição
dos dons do Espírito Santo. O Novo Testamento (NT) relata que sinais,
como curas milagrosas, exorcismos e o derramamento de dons espirituais
com frequência acompanhavam a pregação do evangelho.
No início da igreja, Deus derramou Seu Espírito sobre os apóstolos em
Jerusalém para que anunciassem o evangelho em idiomas desconhecidos
e fizessem milagres (At 2; 3). Felipe realizou maravilhas em Samaria
(At 8), Pedro em Jope e Cesareia (At 9; 10), e Paulo em seu ministério na
Ásia Menor e na Europa (At 13-28). Essas ações confirmaram a mensagem
de salvação - o estabelecimento do reino de Deus, a salvação da condenação
e a libertação do poder do mal (Hb 12:25-29).
O Espírito deu aos primeiros crentes a convicção de que seus pecados
haviam sido perdoados; assim, não temiam o juízo e, como resultado,
suas orações eram ousadas e confiantes, e sua experiência religiosa, alegre
(At 2:37-47). O Espírito também libertou os escravizados pelo mal,
o que era evidência convincente da superioridade do poder divino sobre
as forças malignas e revelava que o reino de Deus havia sido estabelecido
na vida deles.
Qual é a história de sua conversão? De que maneira você foi confirmado na fé e na crença
em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor? Faz bem lembrar como Deus trabalhou
em sua vida para trazê-lo a Ele?
Jan • Fev • Mar 2022
|9|
Segunda, 27 de dezem bro
A luta
Ano Bíblico: Ap 15-17
Quando os crentes confessaram sua fé em Cristo e se uniram à igreja,
estabeleceram uma marca divisória que os distinguia do restante da
sociedade. Infelizmente, isso se tornou uma fonte de conflito, porque
implicitamente emitia um julgamento negativo sobre sua comunidade e
seus valores.
2. Leia Hebreus 10:32-34 e 13:3. Qual foi a experiência dos leitores da carta
de Hebreus após sua experiência de conversão?
É muito provável que os leitores de Hebreus tenham sofrido ataques
verbais e físicos nas mãos de turbas incitadas por oponentes (At 16:19-22;
17:1-9). Foram presos e é possível que também tenham sido espancados,
pois os oficiais tinham poder de autorizar punições e encarceramento,
muitas vezes sem seguir as normas judiciais adequadas, enquanto reuniam
evidências (At 16:22, 23).
3. Leia Hebreus 11:24-26 e 1 Pedro 4:14,16. Como as experiências de M oisés
e dos leitores de 1 Pedro ajudam a entender por que os cristãos eram perseguidos?
“Ser desprezado por causa de Cristo” significava identificar-se com
Cristo e suportar a vergonha e o abuso que essa associação implicava.
A animosidade pública contra os cristãos era resultado de seus compromissos
religiosos distintos. Pessoas podem ficar ofendidas por práticas
religiosas que não entendem ou por aqueles cujo estilo de vida e moral
podem fazer outros se sentirem culpados ou envergonhados. Em meados
do primeiro século d.C, Tácito considerou os cristãos culpados de "ódio
contra a humanidade" (Alfred J. Church e William J. Brodribb, trad., The
Complete Works ofTacitus [Nova York: The Modem Library, 1942], Armais
15.44.1). Não importa qual tenha sido a razão para essa falsa acusação,
muitos dos primeiros cristãos, como aqueles a quem Paulo escreveu a carta
aos hebreus, sofriam por sua fé.
Todos sofrem. No entanto, o que significa sofrer por causa de Cristo? Quanto do nosso
sofrimento é por causa de Cristo e quanto é causado peias nossas próprias escolhas?
I101
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 2 8 de d e ze m b ro
Mal-estar
Ano Bíblico: Ap 18,19
Os leitores de Hebreus tiveram êxito em manter sua fé e compromisso
com Cristo, apesar da rejeição e perseguição. O conflito, no entanto,
cobrou seu preço. Eles lutaram e saíram vitoriosos, mas também cansados.
4. Leia Hebreus 2:18; 3:12,13; 4:15; 10:25; 12:3,12,13; 13:1-9,13. Quais foram
alguns dos desafios que os crentes enfrentaram?
Os cristãos continuaram a ter dificuldades. Ataques verbais e provavelmente
outros tipos de ataques contra sua honra continuaram a ocorrer
(Hb 13:13). Alguns estavam na prisão (Hb 13:3) - algo que pode ter esgotado
a igreja financeira e psicologicamente. Estavam cansados (Hb 12:12,13)
e podiam facilmente desanimar (Hb 12:3).
Passado o ânimo da vitória, é comum entre as pessoas e comunidades
que as defesas psicológicas e de outros tipos sejam afrouxadas e se tornem
mais vulneráveis ao contra-ataque de inimigos. Fica mais difícil reunir
uma segunda vez a força que uma pessoa ou comunidade mobilizou
para enfrentar uma ameaça iminente.
5. Leia 1 Reis 19:1-4.0 que aconteceu com Elias?
“No entanto, a reação que frequentemente se segue aos momentos de
muita fé e glorioso sucesso estava pressionando Elias. Ele temeu que a
reforma iniciada no Carmelo não fosse duradoura, e a depressão tomou
conta dele. Havia sido exaltado ao topo do Pisga; agora estava no vale. Enquanto
esteve sob a inspiração do Onipotente, ele havia resistido à mais
severa prova de fé; mas, naquele momento de desânimo, com a ameaça de
Jezabel ecoando em seus ouvidos e Satanás ainda aparentemente prevalecendo
mediante a trama dessa ímpia mulher, ele perdeu sua firmeza em
Deus. Havia sido grandemente exaltado, e a reação foi terrível. Esquecendo-se
de Deus, Elias fugia cada vez mais, até que se encontrou num árido
deserto, sozinho" (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 161,162).
Pense nas suas falhas na vida cristã e tente entenderas circunstâncias e os fatores que
contribuiram para o colapso. O que você poderia ter feito de diferente?
Jan- Fev* Mar 2022 |11|
Q u a rta , 2 9 de d e ze m b ro
Encorajando uns aos outros
Ano Bíblico. Ap 20-22
Oque o apóstolo aconselhou os leitores a fazer diante da situação que
enfrentavam? O que aprendemos com Hebreus? Além disso, analisemos
como Deus ajudou Elias a se recuperar da experiência de desânimo.
6. Leia 1 Reis 19:5-18.0 que Deus fez para restaurar a fé do profeta Elias?
O modo como Deus tratou Elias depois do evento no Carmelo é fascinante,
pois m ostra o terno cuidado e a sabedoria com que Ele m inistra aos
angustiados, que lutam para recuperar a fé. O Senhor fez várias coisas por
Elias. Primeiro, cuidou de suas necessidades físicas, dando-lhe comida e
descanso. Então, na caverna, gentilmente o reprovou: “O que você está fazendo
aqui, Elias?” Assim, ajudou o profeta a obter uma compreensão mais
profunda de como o Senhor trabalha e cumpre Seus propósitos. Deus não
estava no vento, no terremoto nem no fogo, mas numa voz mansa e suave.
Então, deu a Elias uma obra a fazer e o tranquilizou.
7. Leia Hebreus 2:1; 3:12-14; 5:11-6:3 e 10:19-25.0 que Paulo sugeriu que os
crentes fizessem ?
Em Hebreus, há várias instruções do apóstolo aos leitores para ajudálos
a recuperar sua força e fé originais. Um aspecto que o autor enfatizou
é cuidar das necessidades físicas de seus irmãos na fé. Ele sugeriu que praticassem
hospitalidade e visitassem os presos, o que implicava prover às
suas necessidades. O apóstolo exortou os leitores a ser generosos, lembrando
que Deus não os abandonaria (Hb 13:1-6). Paulo também os reprovou
e encorajou. Ele os advertiu a não se afastarem gradualmente (Hb 2:1), a
não ter “um coração mau e descrente” (Hb 3:12) e os encorajou a crescer
em sua compreensão da fé (Hb 5 :1 1-6:3). Também comentou sobre a im
portância da frequência constante às reuniões da igreja (Hb 10:25). Em
resumo, sugeriu que permanecessem unidos, encorajando uns aos outros
e estimulando o amor e as boas obras, mas também exaltou Jesu s e Seu
ministério no santuário celestial em favor deles (Hb 8:1, 2; 12:1-4).
|12| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q u in ta , 30 de dezem bro
Estes últimos dias
Ano Bíblico: Repassar o Novo Testamento
8. Leia Hebreus 1:2; 9:26-28; 10:25,36-38 e 12:25-28. Que ponto Paulo enfatizou,
especialmente em relação ao tempo?
Há um elemento muito importante destacado pelo apóstolo que acrescenta
urgência à sua exortação: os leitores estavam vivendo nos “últimos
dias” (Hb 1:2) e as promessas estavam para se cumprir (Hb 10:36-38).
E interessante, como veremos, que em todo o documento Paulo comparou
sua audiência com a geração do deserto diante da fronteira de Canaã,
pronta para entrar na terra prometida. Ele os lembrou: “Porque, ainda dentro
de pouco tempo, Aquele que vem virá e não irá demorar" (Hb 10:37).
E então os encorajou: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a
perdição, mas somos da fé, para a preservação da alma” (Hb 10:39). Essa
última exortação lembrou aos leitores, e lembra a nós, sobre os perigos
que o povo de Deus tem experimentado através da história pouco antes
do cumprimento das promessas divinas.
O livro de Números fala exatamente disso. O registro bíblico diz que
duas vezes, pouco antes de entrar na terra prometida, Israel sofreu derrotas
importantes. Na primeira vez, registrada em Números 13 e 14, vários
líderes espalharam dúvidas entre a congregação, o que fez com que a
fé do povo de Israel falhasse. Como resultado, a comunidade decidiu nomear
um novo líder e retornar ao Egito, bem no momento em que estavam
prestes a entrar em Canaã.
Na segunda vez, os israelitas se envolveram com a sensualidade e^a falsa
adoração em Baal Peor (Nm 24; 25). Embora Balaão não tivesse sido capaz
de trazer maldição sobre os israelitas, Satanás usou tentações sexuais
para liderar Israel na adoração falsa e no pecado, e assim trazer o desagrado
de Deus sobre eles.
O apóstolo avisou os leitores de Hebreus contra os dois perigos. Primeiro,
ele os exortou a apegar-se à confissão de sua fé e a manter os olhos
fixos em Jesus (Hb 4:14; 10:23; 12:1-4). Em segundo lugar, os exortou contra
a imoralidade e a cobiça (Hb 13:4-6). Finalmente, os exortou a dar ouvidos
e a obedecer a seus líderes (Hb 13:7,17).
Tendo em vista nossa compreensão do estado dos mortos, de que assim que fecharm
os nossos olhos na morte, a próxima coisa que veremos será a segunda vinda de
Cristo, por que podem os dizer que todos vivem nos "últimos dias''’?
Jan• Fev» M a r2022 1131
Sexta, 31 de d e ze m b ro
Estudo adicional
A n o Bíblico: V ista geral de to d a a Bíblia
David A. de Silva explica por que os primeiros cristãos sofriam perseguição:
“Os cristãos adotaram um estilo de vida que [...] teria sido
considerado antissocial e subversivo. A lealdade aos deuses, expressa nos
sacrifícios e atos semelhantes, era vista como símbolo de lealdade ao estado,
às autoridades, aos amigos e à família. A adoração às divindades era
uma espécie de símbolo da dedicação aos relacionamentos que mantinham
a sociedade estável e próspera. Ao se absterem do primeiro, cristãos (e judeus)
eram vistos como potenciais violadores das leis e [como] elementos
subversivos do império” (Perseverancein Gratitude [Eerdmans, 2000], p. 12).
“Para quem está desanimado, há um remédio que funciona: fé, oração e
trabalho. Fé e atividade darão segurança e satisfação que vão aumentar dia
após dia. Você é tentado a dar lugar a sentimentos de ansiedade ou de profundo
desânimo? Nos dias mais escuros, quando tudo parece ameaçador,
não tenha medo. Tenha fé em Deus. Ele conhece suas necessidades; Ele possui
todo o poder. Seu infinito amor e Sua compaixão jamais acabam. Não
tema pensando que Ele falhará em cumprir Sua promessa. Ele é verdade
eterna. Jamais mudará a aliança que fez com os que O amam. Ele capacitará
Seus servos fiéis de acordo com as necessidades deles. O apóstolo Paulo
testificou [...]” (2Co 12:9,10; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 164,165).
Perguntas para consideração
1. É possível ser “diferente” e ainda não ser desrespeitoso com os outros?
2. A palavra “exortação” na Bíblia pode se referir tanto à reprovação quanto
ao encorajamento. Que cuidado devemos ter ao reprovar alguém desanimado
na fé?
3. Que semelhanças há entre a experiência dos leitores de Hebreus e a da
igreja de Laodiceia (Ap 3:14-22)? Nossa experiência se assemelha à deles?
O que aprendemos com isso?
Respostas e atividades da semana: 1. Deus os confirmou por meio de sinais e prodígios. 2. Sofreram insultos, problemas
financeiros, maus-tratos e prisões. 3. Os cristãos andavam na contramão do mundo, pois não acompanhavam
seus costumes. Como Moisés, preferiam ser maltratados a usufruir prazeres transitórios do pecado. 4. Prisões,
insultos, problemas financeiros e desânimo. 5. Jezabel o sentenciou à morte. Ele se sentiu desanimado na fé.
6. Deus o alimentou, o fez descansar e depois mostrou a ele Seus planos. 7. Que fossem hospitaleiros, visitassem
os presos, não deixassem de se reunir e encorajassem uns aos outros. 8. Que estamos vivendo nos últimos dias, em
que a volta de jesus é iminente.
NOTA DO EDITOR
A Casa Publicadora Brasileira está lançando uma nova edição dos livros de Ellen O. White com linguagem
atualizada. Nessa nova edição houve mudança no título dos capítulos, bem como na numeração das páginas.
Para facilitar a localização das citações das novas edições, elas apresentam dois números de páginas:
1. No rodapé está a numeração da nova edição; 2. Na margem está a numeração das páginas das edições anteriores.
A Lição da Escola Sabatina do primeiro trimestre de 2022 citará o número de página das edições
anteriores. Os títulos de capítulos mencionados no Estudo Adicional já estão atualizados. Nos próximos trimestres,
atualizaremos tanto o texto quanto a paginação.
H4| Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇA01
A carta aos hebreus e a nós
T E X T O S -C H A V E S : Hb 2:3,4; IP e 4:14,16; Hb 13:1-9,13; lR s 19:1-18; Hb 3:12-14; Nm 13
ESBOÇO
O livro de Hebreus foi originalmente lido e recebido pela igreja cristã primitiva como
uma carta do apóstolo Paulo. A inclusão de Hebreus entre as epístolas paulinas nos manuscritos
gregos sugere que ele seja seu autor. Nos primeiros manuscritos ainda existentes,
datados em torno de 200 d.C., Hebreus está logo após a epístola de Paulo aos romanos.
No presente, Hebreus está antes das epístolas gerais do Novo Testamento (NT): Tiago;
1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João e Judas.
Hebreus não começa conforme o padrão das cartas (veja Hb 1:1-3). O livro não tem
o nom e de Paulo, nem os destinatários específicos, as saudações, tam pouco a ação
de graças (compare com Fp 1:1-11), porém termina na forma de uma carta. O autor,
apontad o por Ellen G. W hite com o Paulo, dá instruções pertinentes a o s se u s leitores:
“Irmãos, peço que escutem com paciência esta palavra de exortação" (Hb 13:22).
Ele também saúda a igreja, assim como os seus líderes: “Saúdem todos os seus líderes,
bem como todos os santos" (Hb 13:24). Na conclusão, despede-se com votos: “A graça e s
teja com todos vocês“ (Hb 13:25). Portanto, à luz dessas diferenças, pode-se dizer que
Hebreus é uma epístola um tanto incomum.
Temas da lição
A lição desta sem ana enfatiza três pontos: o “gênero" da epístola, seu público e os
“últim os dias".
COMENTÁRIO
O gênero de Hebreus
O estilo de Hebreus foi identificado como uma homilia ou sermão cristão. Quais são
as razões textuais para se considerar Hebreus um serm ão?
Primeiro, Paulo caracteriza sua obra como uma “palavra de exortação" (Hb 13:22), que
é mais bem entendida como um discurso oral. Durante sua primeira viagem missionária,
Paulo e Barnabé foram à sinagoga no sábado em Antioquia da Pisídia. Os líderes da sinagoga
lhes perguntaram se tinham “algum a palavra de exortação ao povo" (At 13:15, ARA).
Paulo se levantou e fez o serm ão evangelístico, registrado em Atos 13:16-41.
Em segundo lugar, o livro de Hebreus usa pronom es relacionados à primeira pessoa do
plural (nós/nosso), o que permite que o falante se identifique com seu público ao m esm o
tem po em que afirma sua autoridade.
|an • Fev • Mar 2022
|1S|
Terceiro, há várias referências a falar e ouvir, em vez de escrever e ler, características
da com posição paulina em outras obras. Considere os seguintes exemplos: “[...] sobre o
qual estam os falando" (Hb 2:5); “A esse respeito temos muitas coisas a dizer, coisas difíceis
de explicar, porque vocês ficaram com preguiça de ouvir" (Hb 5:11); “Ainda que falemos
desta maneira" (Hb 6:9); “Ora, o essencial das coisas que estam os dizendo é" (Hb 8:1);
“E que mais direi?" (Hb 11:32; ênfases acrescentadas).
Quarto, há uma alternância habilidosa entre explanação e exortação em Hebreus, üm
orador do período greco-romano usaria esse padrão para enfatizar seus pontos sem perder
a atenção do ouvinte. Esse recurso da oratória nos ajuda a identificar prontamente os padrões
de alternância nessa obra. Assim, observam os que a explanação de Hebreus 1 leva
diretamente à exortação de Hebreus 2:1-4. O argumento de Hebreus 2:5-18 se transforma
imediatamente em uma aplicação em Hebreus 3:1. A discussão de Hebreus 3:2-6 é enfatizada
pela palavra “portanto” (Hb 3:1, NVI), que, por sua vez, direciona à exortação de Hebreus
3:7-13. Então, a exposição de Hebreus 3:14-19 é aplicada em Hebreus 4:1, enquanto a exposição
de Hebreus 4:2-10 culmina na exposição de Hebreus 4:11-16, etc. (para mais informações
sobre a alternância entre exposição e exortação em Hebreus, ver: Donald A. Hagner,
Encountering the Book ofHebrews:An Exposition, Encountering Biblical Studies [Baker, 2002], p. 28).
Quinto, a maneira pela qual Paulo introduz os temas fala em favor de uma forma oral
de discurso por meio da qual ele cria um efeito cumulativo. Esses temas são mais bem desenvolvidos
posteriormente. Por exemplo, a com unhão de Jesus com os seres humanos,
m encionada em Hebreus 2:14-18, torna-se temática em Hebreus 5:1-10. Sua fé, retratada
em Hebreus 3:1-6, é explicitada em Hebreus 12:1-3. Seu papel com o Sum o Sacerdote
(Hb 4:14; 5:1-10) é desenvolvido de maneira mais completa em Hebreus 7:1-9:28.
Em suma, ao considerarm os Hebreus com o uma “palavra de exortação”, a conclusão
parece inevitável: a epístola foi escrita, pelo m enos originalm ente, com o um sermão.
O s elem entos da carta que apoiam essa conclusão são: (1) o uso do pronom e da primeira
pessoa do plural, (2) as referências a ouvir e falar, (3) a alternância entre exposição e
exortação, bem com o (4) a maneira pela qual Paulo introduz os temas sutilm ente e mais
tarde os desenvolve.
Perguntas para reflexão: Onde mais na Bíblia, ou no NT, há serm ões registrados, e como
se com param a Hebreus, isto é, que elem entos têm em comum, e quais são as diferenças?
O público de Hebreus
A identidade precisa do público de Hebreus não é claramente revelada, pois o livro não
contém a introdução padrão de escrita de cartas na qual o público era nomeado. O que se
pode dizer com certeza a partir do texto bíblico é que seus destinatários eram cristãos.
Essa conclusão parece ser clara a partir do apelo de Paulo para que se apegassem à sua
confissão: “Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, com o grande Sum o Sacerdote que adentrou
os Céus, conservem os firm es a nossa confissão” (Hb 4:14; veja tam bém Hb 10:23).
Se os destinatários eram cristãos judeus, cristãos gentios ou um público m isto é um assunto
bastante discutido. A epístola não m enciona nem judeus nem cristãos, tam pouco a
circuncisão ou o tem plo (não deve ser confundido com santo, traduzido com o “santuário",
|16|
Hebreus: mensagem para os últimos dias
ou tenda, traduzida com o "tabernáculo"). Além disso, a epístola se abstém de referências
que causem divisão entre judeus e gentios. Esses fatos falam em favor de um público
misto. Assim , o título "aos hebreus" é uma conjectura antiga sobre os destinatários, independentem
ente de quem fossem, esse grupo importante era o “povo de Deus" (Hb 4:9).
A epistola foi dirigida a uma comunidade de cristãos que obviamente passou por pelo
m enos uma experiência de três fases.
A primeira fase foi caracterizada pela evangelização, realizada por aqueles que foram
testem unhas oculares e auditivas de Cristo (Hb 2:3). Essa fase foi acompanhada por sinais
dados por Deus, milagres e a distribuição do Espírito Santo (Hb 2:4). Aqueles que se tornaram
cristãos durante esse período foram “iluminados", “provaram o dom celestial", "se tornaram
participantes do Espírito Santo" e “provaram a boa palavra de Deus e os poderes do
m undo vindouro” (Hb 6:4,5). Por meio dessas experiências, a comunidade desenvolveu sua
identidade de grupo e se destacou do mundo exterior.
A segunda fase foi caracterizada pela perseguição de fora da comunidade, enquanto
os de dentro m ostravam solidariedade entre si (Hb 10:32, 33). A perseguição se tornou
terrivelmente feroz. Ainda assim, Paulo se lembrou de que eles “aceitaram com alegria
a espoliação dos seus bens” (Hb 10:34). Essa perseguição cruel por um longo período de
tem po poderia levar à fadiga, dúvidas e mal-estar.
Essa condição parece ter sido o problema na terceira fase. Foi por isso que Paulo fez um
serm ão tão eloquente. Ele desejava encorajar, exortar e alertar seu público. Advertiu-o a
não se desviar (Hb 2:1), pois desejava que ninguém se afastasse do Deus vivo (Hb 3:12), e
“a fim de que ninguém caia, segundo aquele exemplo de desobediência" (Hb 4:11), como
a geração do Êxodo. O apóstolo encorajou seu público a progredir em vez de regredir. No
entanto, percebeu que os membros de sua audiência “passaram a ter necessidade de leite
e não de alimento sólido" (Hb 5:12). Além disso, seus destinatários estavam deixando de
se congregar, “com o [era] costume de alguns" (Hb 10:25). Paulo os exortou a não abandonar
sua confiança, “porque ela tem grande recompensa" (Hb 10:35).
Em resumo, pode-se concluir que o público de Hebreus era formado por cristãos que passaram
pelas fases de evangelismo entusiástico, depois perseguição feroz e, por fim, estavam
tão cansados e desanim ados que Paulo temeu por sua salvação eterna. Essa experiência
de exaustão espiritual e desânim o foi a razão de o apóstolo proferir esse sermão enérgico.
Perguntas para reflexão: Pense no ciclo de vida da sua igreja. Analise onde você está
em sua jornada com Deus em comparação com a audiência de Hebreus. Você estaria disposto
a sofrer a ponto de aceitar com alegria o saque de seus bens? Cristo observou que
a igreja em Éfeso havia perdido seu primeiro amor (Ap 2:4). Observação sem elhante pode
ser feita da audiência de Hebreus, cujo ardor espiritual diminuiu à medida que seu sofrim
ento se intensificou. Quais são as consequências de tal perda?
“Nestes últimos dias”
A palavra final e decisiva de Deus à hum anidade veio por meio de Jesus, o Filho, “nestes
últimos dias" (Hb 1:1,2). Esses "últim os dias" tiveram inicio com a encarnação de Cristo
e findarão com Sua segunda vinda, quando Seus inim igos se tornarão “estrado" dos Seus
|an • Fev • Mar 2022 1171
pés (Hb 1:13). Deus não apenas falou por meio das palavras de Jesus "nestes últim os dias",
mas também por meio de Suas açòes, especialmente Sua morte, ressurreição e exaltação.
É por isso que o conselho tanto ao público de Hebreus quanto a nós é que "nos apeguem os,
com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviem os" (Hb 2:1).
Pergunta para reflexão: O que a metáfora náutica de Hebreus 2:1 diz sobre “estarm os
à deriva" [ou nos desviarm os]?
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Quando Beethoven tinha 5 anos, tocava violino instruído por seu paí. A os 13, era organista
de concerto. Na casa dos 20 anos, estudou com m úsicos renom ados, com o Haydn
e Mozart. Conform e Beethoven desenvolvia suas habilidades, tornou-se um com p o sitor
prolífico. Seu entusiasm o pela música produziu várias sinfonias majestosas, m uitos
concertos para piano e num erosas peças de música de câmara. Seu am or pela m úsica
o im pulsionou cada vez mais em suas realizações musicais. No entanto, ele passou por
dificuldades. Ainda por volta dos 20 anos, começou a perder a audição. Q uando chegou
aos 50, Beethoven estava com pletam ente surdo. Im agine o que isso sign ificou para
ele com o músico!
Coloque-se no lugar do público de Hebreus. No auge do seu entusiasm o cristão, ocorreu
um desastre inesperado. Como você reagiria ao serm ão do apóstolo?
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118]
Hebreus: mensagem para os últimos dias
A mensagem
de Hebreus
VERSO PARA M EM O RIZAR: "Ora,
o essencial das coisas que estamos
dizendo é que temos tal Sum o Sacerdote,
que Se assentou à direita do trono
da Majestade nos Céus" (Hb 8:1).
Leituras da semana: H b 1:5-14;
Lc 1 :3 0 -3 3 ; S 1 132:1-5; H b 2 :1 4-16; 5:1-4;
1 P e 2:9; H b 8 :8 -1 2
Sábado, 1Qde janeiro Ano Bíblico: Cn 1-3
Um documento judaico escrito algumas décadas depois do surgimento
da carta aos hebreus, por volta de 100 d.C, contém uma oração:
“Tudo isso eu disse diante de Ti, Senhor, porque disseste que foi para nós
que criaste este mundo. [...] E agora, ó Senhor, eis que essas nações, consideradas
nada, dominam sobre nós e nos devoram. Mas nós, Teu povo,
a quem chamaste de primogênito, unigénito, zeloso por Ti e muito querido,
fomos entregues em suas mãos" (James H. Charlesworth, org., The Old
Testament Pseudepigrapha, v. 1 [Hendrickson Publishers, 19831, p. 536).
Os leitores de Hebreus provavelmente tenham sentido algo semelhante.
Se eram filhos de Deus, por que estavam passando por tanto sofrimento?
Paulo escreveu a carta aos hebreus para fortalecer a fé dos crentes em
meio às provações. Ele lembrou a eles (e por extensão a nós) que as promessas
divinas serão cumpridas por meio de Jesus, que está sentado à direita
do Pai e que em breve nos levará para casa. Nesse ínterim, Jesus é o
Mediador das bênçãos do Pai para nós. Portanto, precisamos nos apegar
à nossa fé até o fim.
Í20
Hebreus, mensagem para os últimos dias
Domingo, 2 de janeiro
Jesus é nosso Rei
Ano Bíblico: Gn 4-7
0ponto principal de Hebreus é que Jesus é o Governante, que está sentado
à direita do Pai (Hb 8:1). Como Deus, Jesus sempre foi o Soberano
do Universo, mas quando Adão e Eva pecaram, Satanás se tornou o
príncipe deste mundo (Jo 12:31; 14:30; 16:11). Contudo, Jesus veio e derrotou
Satanás na cruz, recuperando o direito de governar sobre aqueles
que O aceitam como Salvador (Cl 2:13-15).
Os dois primeiros capítulos de Hebreus focalizam Jesus como Rei.
1. Leia Hebreus 1:5-14.0 que é relatado nessa passagem ?
Esses versos estão organizados em três seções. Cada uma apresenta
um aspecto da cerimônia de entronização do Filho. Primeiro, Deus adota
Jesus como Seu Filho real (Hb 1:5). Segundo, Deus apresenta o Filho
à corte celestial, que O adora (Hb 1:6, 8) enquanto o Senhor proclama o
governo eterno do Filho (Hb 1:8-12). Terceiro, Deus entroniza o Filho -
a verdadeira atribuição de poder (Hb 1:13,14).
Uma das crenças mais importantes do NT é que em Jesus Deus cumpriu
Suas promessas a Davi (veja 2Sm 7:8-16; Lc 1:30-33). Jesus nasceu
da linhagem de Davi na cidade de Davi (Mt 1:1-16; Lc 2:10, 11). Durante
Seu ministério, frequentemente O chamavam de “Filho de Davi”. Ele
foi executado sob a acusação de afirmar ser “o Rei dos judeus" (Mt 27:37).
Pedro e Paulo pregaram que Jesus ressuscitou da morte em cumprimento
das promessas feitas a Davi (At 2:22-36; 13:22-37). E João identificou
Jesus como “o Leão da tribo de Judá” (Ap 5:5).
Hebreus, é claro, concorda com esse conceito. Deus cumpriu Suas promessas
a Davi em Jesus: deu a Ele um excelente nome (Hb 1:4), O adotou como
Seu próprio Filho (Hb 1:5), estabeleceu Seu trono para sempre (Hb 1:8-12)
e O assentou à Sua direita (Hb 1:13,14). Além disso, Jesus conduz o povo
ao descanso de Deus (Hb 4) e é o Edificador da casa de Deus (Hb 3:3, 4).
Jesus, então, é o Governante legítimo que faz guerra contra Satanás,
o usurpador, por nossa lealdade.
Em que sentido é confortador saber que Jesus é o Governante do Universo, especialmente
em meio ás provações?
|an • Fev • Mar 2022 1211
Segunda, 3 de janeiro
Jesus é nosso Mediador
Ano Bíblico: Gn8-11
Um conceito interessante da teologia do Antigo Testamento é que o prometido
Rei davídico representaria a nação perante Deus.
2. Compare Êxodo 4:22,23 com 2 Samuel 7:12-14; Deuteronômio 12:8-10 com
2 Sam uel 7:9-11; e Deuteronômio 12:13,14 com Salm o 132:1-5,11-14. Que
prom essas a Israel seriam cumpridas por meio do prometido Rei davídico?
Israel era filho de Deus, e o Senhor lhe daria um lugar em que descansaria
do inimigo. Deus também escolheria um lugar na terra de Israel onde
Seu nome habitaria. Essas promessas foram transferidas para o prometido
Rei davídico, que seria adotado como Filho de Deus, teria descanso de seus
inimigos e construiria um templo para Deus em Sião, onde o nome de Deus
habitaria. Isso significa que o Senhor cumpriria Suas promessas a Israel por
meio desse Rei, que representaria Israel perante Deus.
A inserção de um representante na relação entre Deus e Israel tornou
possível a perpetuação de sua relação de aliança. A aliança mosaica exigia a
fidelidade de Israel para receber a proteção e as bênçãos divinas (Js 7:1-13).
A aliança davídica, no entanto, garantiu as bênçãos da aliança de Deus sobre
Israel por meio da fidelidade de uma pessoa, o Rei davídico.
Infelizmente, na maioria dos casos, os reis davídicos não foram fiéis,
e Deus não pôde abençoar Israel como queria. O Antigo Testamento (AT)
está repleto de exemplos da infidelidade desses reis.
A boa notícia é que Deus enviou Seu Filho para nascer como Filho de
Davi, e Ele é perfeitamente fiel. Portanto, Deus é capaz de cumprir Nele
todas as promessas que fez ao Seu povo. Quando Deus abençoa o rei, todo
o povo compartilha dos benefícios. É por isso que Jesus é o Mediador das
bênçãos divinas para nós. Ele é o Mediador na medida em que é o canal
pelo qual flui a bênção divina. Nossa esperança final de salvação está somente
em Jesus e no que Ele fez por nós.
Quantas vezes você foi infiel em sua parte na aliança? O que isso nos ensina sobre como
devemos confiar exclusivamente em Jesus para a salvação?
^22 ^
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 4 de janeiro
Jesus é o nosso Campeão
A n o B/blíco; C n 12-15
3. Compare 1 Samuel 8:19,20 e Hebreus 2:14-16.0 que os israelitas procuravam
em um rei e como esses anseios foram satisfeitos em Jesus?
s israelitas queriam um rei para ser seu juiz e líder na batalha porque
se esqueceram de que Deus era seu rei. A restauração completa
do governo de Deus sobre Seu povo aconteceu com Jesus. Como nosso Rei,
Jesus nos lidera na batalha contra o inimigo.
Hebreus 2:14-16 descreve Jesus como o Campeão dos fracos seres humanos.
Cristo enfrenta e derrota o diabo em um combate solo e nos livra
da escravidão. Essa descrição lembra a batalha entre Davi e Golias. Depois
de ungido rei (ISm 16), Davi salvou seus irmãos da escravidão ao derrotar
Golias. Os termos do combate determinavam que o vencedor escravizaria
o povo da outra parte (ISm 17:8-10). Assim, Davi foi o campeão de
Israel. Ele representou a nação.
4. Leia Isaías 42:13 e 59:15-20. Como Yahweh é descrito nessas passagens?
Hebreus 2:14-16 faz referência ao fato de Deus ter livrado Israel em um
combate solo. Observe a passagem de Isaías: "Mas assim diz o S e n h o r :
‘Certamente os presos serão tirados do valente, e o despojo do tirano será
resgatado, porque Eu lutarei contra os que lutam contra você e salvarei os
seus filhos’”(Is 49:25)
Como cristãos, muitas vezes pensamos que lutamos sozinhos contra
Satanás. Quando lemos Efésios 6:10-18, vemos que, sim, estamos em
combate com o diabo, mas Deus é nosso Campeão e vai para a batalha antes
de nós. Somos parte de Seu exército, e é por isso que temos que usar
Sua armadura. Além disso, não lutamos sozinhos. O sujeito em Efésios 6
é plural. Nós, como igreja, pegamos a armadura e lutamos juntos atrás de
nosso Campeão, o próprio Deus.
O que significa vestir a armadura de Deus? Em nossa luta diária com o eu, a tentação e
outros desafios, como podem os nos valer do poder divino, que nos permite ser fiéis?
Jan • Fev • Mar 2022 12 3 1
Q uarta, 5 de janeiro
jesus é nosso Sumo Sacerdote
Ano Bíblico: Gn 16-19
Hebreus 5 -7 apresenta uma segunda função de Jesus. Ele é nosso Sumo
Sacerdote. O autor expiica que isso cumpre uma promessa que Deus
havia feito ao prometido Rei davídico, de que Ele seria “Sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque* (SI 110:4, conforme citado
em Hb 5:5, 6).
5. Leia Levítico 1:1-9; 10:8-11; Malaquias 2:7; Números 6:22-26 e Hebreus
5:1-4. Quais eram as funções que o sacerdote cumpria?
Os sacerdotes eram designados para representar os seres humanos e
mediar seu relacionamento com Deus e com o que Lhe pertence. Os sacerdotes
eram mediadores. Isso acontecia em qualquer sistema de sacerdócio,
judeu, grego, romano ou outro. Os sacerdotes tornavam possível nosso relacionamento
com Deus, e o que eles faziam tinha por objetivo facilitar a
relação entre o povo e o Senhor.
Eles ofereciam sacrifícios em nome do povo, visto que o povo nào podia
trazer esses sacrifícios a Deus pessoalmente. Os sacerdotes sabiam como
oferecer um sacrifício “aceitável’ para que as ofertas fossem agradáveis a
Deus ou para que proporcionassem purificação e perdão.
Os sacerdotes também ensinavam a lei de Deus ao povo. Eles eram especialistas
nos mandamentos divinos e responsáveis por explicá-los e
aplicá-los.
Por fim, também tinham a responsabilidade de abençoar em nome de
Yahweh. Por meio deles. Deus mediou Sua boa vontade e propósito benéfico
para o povo.
No entanto, em 1 Pedro 2:9, vemos que nós, crentes em Jesus, somos
chamados de “sacerdócio real*. Essa função implica privilégios incríveis. Os
sacerdotes podiam se aproximar de Deus no santuário. No presente, podemos
nos aproximar de Deus por meio da oração com confiança (Hb 4:14-16;
10:19-23). Existem também responsabilidades importantes. Devemos colaborar
com Deus em Sua obra de salvar o mundo. Ele quer que ensinemos e
expliquemos Suas leis e preceitos aos outros e que ofereçamos sacrifícios de
louvor e boas obras que O agradem. Que privilégio e que responsabilidade!
Som os o “sacerdócio real“ de Deus. Isso deve fazer diferença em nossa vida?
Hebreus, mensagem para os últimos dias
Q u in ta , 6 de janeiro
Jesus é Mediador de uma aliança superior
Ano Bíblico: Gn 20-22
Hebreus 8 -1 0 focaliza a obra de Jesus como Mediador de uma nova
aliança. A antiga era simplesmente um prenúncio das coisas boas
que viriam. Suas instituições foram projetadas para prefigurar e ilustrar
a obra que Jesus faria no futuro. Assim, os sacerdotes prefiguravam Jesus,
mas eram mortais e pecadores, incapazes de oferecer a perfeição que Jesus
ofereceu. E eles ministravam em um santuário que era “figura e sombra”
(Hb 8:5) do santuário celestial.
Jesus m inistra no verdadeiro santuário e nos dá acesso a Deus. Os sacrifícios
de anim ais prefiguravam a morte de Jesus como sacrifício em
nosso favor, mas o sangue deles não podia limpar a consciência. Contudo,
a morte de Cristo purifica a consciência para que possamos nos aproxim
ar de Deus com ousadia (Hb 10:19-22).
6. Leia Hebreus 8:8-12.0 que Deus prometeu na nova aliança?
Ao nomear Jesus como nosso Sumo Sacerdote, o Pai inaugurou uma nova
aliança que cumpre o que a antiga podia apenas antecipar. A nova aliança
oferece o que somente um Sacerdote humano-divino perfeito e eterno é capaz
de entregar. Esse Sumo Sacerdote não apenas explica a lei divina, mas
a implanta no coração. Ele apresenta um sacrifício que nos traz perdão,
nos limpa e transforma o nosso coração de pedra em um coração de carne
(Ez 36:26). Ele de fato nos recria (2Co 5:17). Esse Sacerdote nos abençoa da
maneira mais incrível, dando-nos acesso à presença do próprio Pai.
Deus projetou a antiga aliança a fim de apontar para a obra de Jesus
no futuro. Era linda em seu modelo e objetivo, porém alguns não entenderam
seu propósito. Por não querer deixar os símbolos, as sombras, e abraçar
as verdades indicadas por eles, perderam os benefícios maravilhosos
que o m inistério de Jesus lhes oferecia.
“Cristo era o fundamento e a vida do templo. Os cultos realizados nele
simbolizavam o sacrifício do Filho de Deus. O sacerdócio foi estabelecido
para representar o caráter mediador e a obra de Cristo. Todo o plano do
culto sacrifical era uma representação da morte do Salvador para redimir o
mundo. Não haveria eficácia nessas ofertas quando se consumasse o grande
acontecimento para o qual haviam apontado por séculos” (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 165).
Jan • Fev • Mar 2022
I 2 5 1
S«xta, 7 d£ janeiro
Estudo adicional
Ano Hihiuo tio 25
Apesar de todas as verdades boas e promissoras contidas no livro de
Hebreus, ha também uma serie de advertências cujo chmax esta nos
capítulos 10-12.
Essas seções tèm pelo menos dois elementos em comum. Primeiro,
comparam a geração do deserto aos leitores de Hebreus. Segundo, nos
exortam a ter te.
A geração do deserto viu o poder divino por meio de sinais e maravilhas
na libertação do Egito. Também ouviu Deus talar do Monte Sinai os
Dez Mandamentos, viu a coluna de fogo à noite e a nuvem protetora durante
o dia. comeu o mana, o pão do Ceu. Também bebeu agua que brotava
das rochas onde quer que acampasse. Porem, quando chegou à fronteira
da terra prometida, não confiou em Deus. Ela carecia de fe, que e a essèn
cia do que Deus requer. “Sem fé é impossível agradar a Deus“ (Hb 11:6).
Segundo Paulo, como a geração do deserto, estamos na fronteira da
terra prometida (Hb 10:37-39). No entanto, nossos privilégios e responsabilidades
são maiores. Não ouvimos Deus falar no Sinai, mas vimos
nas Escrituras uma maior revelação divina no Monte Siào: Deus em carne
(Hb 12:18-24). Teremos fé? O autor nos incentiva a seguir o exemplo
de uma lista de personagens, que culmina com Jesus.
Perguntas para consideração
1. Jesus é o nosso Campeão, que vai antes de nos na batalha contra o diabo.
Como podemos lutar unidos atras do nosso Campeão? O que impede essa
unidade? De que maneira Satanas enfraquece a igreja? Como ele entraqueceu
Israel no passado?
2. Somos uma comunidade de sacerdotes sob a direção divina. De que for
ma sua igreja local pode oferecer melhores sacrifícios de louvor e boas
obras a Deus?
3. Nossa situação e semelhante à da geração do deserto pouco antes de tomar
posse da terra prometida? Que lições podemos aprender com as se
melhanças?
R H p o ttM • atividade* da M m iw t. Oue Deus .«dotou Jesus como Seu Filho, eMabetec eu Seu trono poio w m pw
e O assentou á Sua direita 2 .0 Rei prometido ser :,i .«dotado como Filho de Deus. teu* dest anso de Seus mmngos e
construiria um templo par a Deus em Siio 3. Ouenam um rei que os governasse e s.nvm adlantedoles nas suas guei
ras. Jesus nos socorreu, nus livrou da mw te eterna e venceu o diabo. 4. como um Cueireuoqueiutapuia taaei iust«,a
e vingar Seus fithos 5. Oferecia sacrifícios pelos pecados tanto do povo como os seus pi dprios representava o povo
perante Oeus. ensinava a Lei ao povo. abençoava o povo cm nome do Senhor 6 . Prometeu *mpi mm Sua !e» na nos
sa mente e a inscrever no nosso coraç.lo, bem como usar domtsei icôrdwi paia conosco» esquecei nonno-v pecados
is«:
Hebreus mensugem paro os últimos di.«%
RESUMO DA LIÇÃO 2
A mensagem de Hebreus
TEXTO S-CH AVES: Hb 1:5-14; Lc 1:30-33; Sl 132:1-5; Hb 2:14-16; 5:1-4; IP e 2:9; Hb 8:8-12
ESBOÇO
Como observam os na semana passada, os primeiros cristãos do NT leram Hebreus como
uma carta do apóstolo Paulo. Estritamente falando, porém, o escritor da carta aparenta
ser anônimo. Isso gerou um debate que deu origem a pelo menos 13 possíveis candidatos
à autoria, como Lucas, Barnabé, Judas, Estêvão, Priscila e Áquila, Apoio ou mesmo M a
ria, a mãe de Jesus. Quanto a isso, o que se pode inferir com segurança são quatro fatos:
Em primeiro lugar, o autor deve ter sido bem instruído. Hebreus tem, de longe, o melhor
grego do NT.
Segundo, o autor estava familiarizado com os métodos judaicos de interpretação das
Escrituras, como gezerah shavah (“argumento por analogia") e outras técnicas semelhantes.
Terceiro, o autor conhecia bem as Escrituras Judaicas. Hebreus tem o uso mais extenso
de citações do Antigo Testamento (AT).
Quarto, o autor conhecia Timóteo (Hb 13:23). Todos esses fatos falam em favor, e não
contra, a autoria paulina. Certamente, o autor optou por permanecer anônim o por motivos
não revelados. O anonimato pode até sugerir que sua m ensagem seja mais importante do
que sua identidade. Ao mesmo tempo, seríamos negligentes se deixássem os de reconhecer
que Ellen 6. White atesta a autoria paulina do livro de Hebreus. Seguindo em frente
com fé nessa revelação divina, ao longo das lições iremos nos referir ao autor como Paulo.
Temas da lição
A lição da semana enfatiza dois temas: O primeiro é “Cristo nosso Rei", e o segundo é
"Cristo nosso Mediador".
COMENTÁRIO
Cristo nosso Rei
O primeiro capitulo de Hebreus pode ser resumido em uma curta declaração bíblica:
Cristo é “superior aos anjos” (veja Hb 1:4). O segundo capítulo pode ser resumido nesta
declaração: Cristo Se tornou “menor do que os anjos" por um tempo (veja Hb 2:9). O que
queremos responder em nosso estudo é: O que torna Jesus superior aos anjos e O eleva
à posição de Rei?
"Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas
e pelo qual também fez o Universo" (Hb 1:1,2). Paulo quis mostrar ao seu público, e a nós.
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que Deus falou e ainda fala. Ele falou em diferentes períodos de tempo "antigamente" e fala
"nestes últimos dias". Sua mensagem tem diferentes destinatários: os "pais" e “nós". Ele fala
por meio de diferentes agentes: os “profetas" e o “Filho". Deus fala "de muitas maneiras".
Quais sào algumas de Suas vias de comunicação? Deus falou face a face com Adão e Eva
(Gn 3); falou com Moisés no meio de uma sarça ardente, algo que chamamos de teofania, uma
revelação divina (Êx 3:2-6); a Balaão por meio de um jumento (Nm 22:28); ao menino Samuel,
chamando-o pelo nome (ISm 3:10); a Elias em voz mansa e suave (lR s 19:12); a Isaías por meio
de uma visão no templo (Is 6:1-9); e a Oseias por meio de suas circunstâncias familiares (Os 1:2).
Todos esses modos de comunicação têm algo em comum: são incompletos.
Sua declaração final e culminante é apresentada “nestes últimos dias", quando Ele fala
por meio de Seu “Filho". Deus não falou apenas por meio das palavras de Jesus; mas tam
bém por meio das ações Dele e do Seu caráter. A revelação divina é progressiva, porém
não é de verdadeiro para mais verdadeiro, de maduro para mais maduro. Em vez disso, é
um movimento para a frente e contínuo em Sua revelação de Si mesmo à humanidade.
Ao falar por meio das palavras e ações de Jesus, o próprio Deus é quem fala.
Imediatamente após a menção do Filho, Pauto fez sete afirmações sobre Ele (Hb 1:2-4)
que O elevam muito acima de qualquer anjo. Primeiro, Cristo é constituído “Herdeiro de todas
as coisas" (Hb 1:2). Se Ele é o Herdeiro principal, Seus seguidores serão coerdeiros com
Ele e “hão de herdar a salvação" (Hb 1:14). Com base no tema da herança, os primeiros cristãos
afirmaram que Cristo, por meio de Sua ressurreição e exaltação, recebeu uma herança
celestial compartilhada com Seus seguidores. “O vencedor herdará estas coisas” (Ap 21:7). Da
mesma forma, a Bíblia afirma que “os injustos não herdarão o Reino de Deus" (ICo 6:9,10).
Em segundo lugar, Cristo foi o Agente da criação do Pai “pelo qual também fez o Universo"
(Hb 1:2). Cristo, como Herdeiro, não é apenas o Agente do tempo do fim (escatológico),
por meio de quem Deus fala nestes últimos dias, mas também o Agente da criação
(protológico). A função protológica do Filho aponta para Sua vitória escatológica. João
confirma isso implicitamente ao dizer que “todas as coisas foram feitas por Ele, e, sem
Ele, nada do que foi feito se fez" (Jo 1:3).
Terceiro, Cristo “é o resplendor da glória de Deus" (Hb 1:3). Algum as versões da Bíblia
preferem a tradução “o brilho da glória de Deus" (NTLH). Além disso, Cristo é “a expressão
exata do Seu Ser" (Hb 1:3). O termo grego para "expressão exata" [charactêr] indica
uma marca impressa em um objeto, especialmente em moedas. Am bas as descrições de
Jesus como o “brilho" de Deus e como a "expressão exata" mostram que Ele é a representação
completa e adequada do divino. Os dois compartilham a mesma “expressão do ser*.
O que Paulo transmite nesse texto é sinônim o do que Jesus testifica: "Quem vê a M im vê
o Pai" (Jo 14:9). Não há melhor revelador de Deus do que Jesus Cristo. Se quiserm os saber
quem é Deus, devem os conhecer Jesus.
Quarto, “sustentando todas as coisas pela Sua palavra poderosa" (Hb 1:3). Cristo não
apenas falou e coisas vieram à existência, mas Ele sustenta as coisas em existência por
Sua palavra poderosa.
Quinto, Cristo fez “a purificação dos pecados" (Hb 1:3). Aquele que foi o instrum ento da
atividade criativa de Deus é também o instrumento de Sua atividade salvifica, purificando
12 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
o arrependido de seus pecados. 0 autossacrifício de Cristo purifica “nossa consciência de
obras mortas, para servirm os ao Deus vivo!” (Hb 9:14).
Sexto, Cristo, depois de realizar Sua obra expiatória, “assentou-Se à direita da M ajestade,
nas alturas" (Hb 1:3). Essa posição é uma alusão direta ao Salm o 110:1, citado no final
do prim eiro capítulo: "Sente-se à M inha direita, até que Eu ponha os Seus inim igos por
estrado dos Se u s pés" (Hb 1:13). Jesus disse ao Sinédrio em Seu julgam ento estas m esm
as palavras: “verão o Filho do Hom em sentado à direita do Todo-Poderoso" (M t 26:64).
Sétim o, Cristo Se tornou “tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nom e
do que eles” (Hb 1:4). Quanto Cristo é superior em relação aos anjos? Essa pergunta é
respondida na sequência de citações seguintes (ver Hb 1:5-14). Cristo merece adoração
(Hb 1:6), ao contrário dos santos anjos, que não aceitam ser adorados (Ap 19:10; 22:8,9);
Cristo tem um trono e um cetro (Hb 1:8); Ele foi ungido Rei (Hb 1:9); criou os céus e a Terra
(Hb 1:10) e está assentado à direita de Deus (Hb 1:13). A frase “Tendo Se tornado tão
superior aos anjos", nesse contexto, aponta para a cerimônia de entronização, conform e
a lição de dom ingo.
Em resumo, o que torna Cristo superior aos anjos? Deus falou de m uitas e diferentes
m aneiras aos pais no passado, mas, nestes últimos dias, Ele fala por meio do Filho, que
Se tornou Herdeiro de todas as coisas, é o Criador de todas as coisas, é o reflexo e a marca
do próprio Deus, sustenta todas as coisas, fez a purificação dos pecados e sentou-Se à
destra de Deus. Assim , Cristo é exaltado acima dos anjos e é superior a eles, que são espíritos
m inistradores a serviço daqueles que herdam a salvação (Hb 1:14). Além disso, Ele
é adorado em Seu trono à direita de Deus. Cristo é nosso Rei.
Cristo nosso Mediador
Um m ediador é alguém que se interpõe entre duas partes para chegar a um acordo ou
estabelecer um relacionamento. No judaísmo, M oisés é o mediador principal da aliança do
Sinai (Gl 3:19,20). Nas epístolas pastorais, Paulo disse que há “um só M ediador entre Deus
e a humanidade, Cristo Jesus" (lTm 2:5). Hebreus afirmou: Jesus “é também M ediador de
superior aliança” (Hb 8:6), ou "M ediador da nova aliança" (Hb 9:15; 12:24). Surgem, então,
duas perguntas: (1) O que é essa aliança em Hebreus? (2) Por que a nova aliança é m elhor?
Sobre a primeira pergunta, a aliança em Hebreus se refere a um acordo vinculante, um
acordo entre suas partes. Paulo falou sobre a aliança antiquada e envelhecida (Hb 8:13) e
a nova ou superior aliança (Hb 7:22; 8:6). Com a primeira, Deus estabeleceu um sistema de
sacrifícios, sacerdotes levitas e cerimônias (Hb 5:1-4). No entanto, a perfeição moral não
poderia ser alcançada por meio desse sacerdócio, pois ele era fraco e ineficaz (Hb 7:11,18).
Por que a perfeição moral não podia ser alcançada? Porque o sangue de touros e bodes
não podia tirar os pecados hum anos (Hb 10:4). Por que a primeira aliança era fraca e ineficaz?
Porque os sacerdotes eram mortais e, portanto, finitos (Hb 7:23). Além disso, os sacerdotes
precisavam apresentar sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados antes
de poderem sacrificar pelos pecados do povo ao qual representavam (Hb 5:3). Assim, a primeira
aliança era falha e se tornou obsoleta com a chegada do sacrifício superior de Cristo
e de Seu sacerdócio.
Jan • Fev • Mar 2022 12 9 1
Sobre a segunda pergunta: na segunda aliança, Deus não escolheu um mero sacerdote
mortal, mas Aquele que vive para sempre (Hb 7:24). Não havia mais ofertas de touros e
bodes que nunca poderiam tirar os pecados do povo. Cristo Se ofereceu uma vez por todas
(Hb 7:27; 9:14; 10:12). Ele veio para remover o pecado por meio de Seu próprio sacrifício
(Hb 9:26) e limpar a consciência das obras mortas (Hb 9:14). Essa é a razão pela qual
a segunda aliança é qualitativamente superior. Cristo é o Mediador dessa aliança superior,
nova e melhor. Cristo é nosso Mediador.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Perguntas para reflexão
1. Se Deus falou no passado, mas também fala no presente, como Ele fala com você? Como
você distingue Sua voz de outras “vozes” que competem por sua atenção?
2. Se som os coerdeiros do reino de Deus com Cristo, como devemos avaliar as coisas transitórias
deste m undo?
3. Se Cristo sustenta todas as coisas com Sua palavra poderosa, como Ele tem sustentado
você em circunstâncias difíceis?
4. Ouça o hino “De Jesus a Doce Voz" (Hinário Adventista do Sétim o Dia, 541). Preste
atenção especialmente ao refrão e reflita sobre o que realmente significa ter Cristo
como nosso Mediador.
CURSO DE LEITURA 2 0 2 2
130 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
O Filho prometido
3
V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "M as, nestes
últim os dias, nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas e
pelo qual também fez o Universo. O Filho,
que é o resplendor da glória de Deus e a
expressão exata do seu Ser" (Hb 1:2,3).
Leituras da semana: Is 2:2,3; H b 1:1-4;
Ê x 24:16,17; Is 4 4 :2 4 ; H b 1:10; Lc 1:31, 32;
H b 1 :5
Sábado, 8 de janeiro A no Bíblico: Cn 26,27
Logo depois que Adão e Eva pecaram, Deus lhes prometeu uma “semente”,
um Filho que os libertaria do inimigo, recuperaria a herança perdida
e cumpriria o propósito para o qual foram criados (Gn 3:15, ARC).
Esse Filho os representaria e os redimiria tomando seu lugar e, por fim,
destruiria a serpente. “Depois que Adão e Eva ouviram pela primeira vez
a promessa, aguardavam um cumprimento imediato dela. Receberam alegremente
seu primeiro filho, na esperança de que fosse o Libertador. Contudo,
a concretização da promessa demorou” (Ellen G. White, O Desejado
de Todas as Nações, p. 31). A promessa foi posteriormente confirmada a
Abraão. Deus jurou que ele teria um Descendente, um Filho por meio do
qual todas as nações da Terra seriam abençoadas (Gn 22:16-18; G1 3:16).
E fez o mesmo a Davi. Prometeu-lhe que seu Descendente seria como Seu
próprio Filho e seria estabelecido como um Governante justo sobre todos
os reis da Terra (2Sm 7:12-14; SI 89:27-29). Contudo, é provável que nem
Adão nem Eva, nem Abraão nem Davi tenham imaginado que esse Filho
Redentor seria o próprio Deus.
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1311
Domingo, 9 de janeiro
Nestes últim os dias
Ano Bíblico: Gn 28-30
0prim eiro parágrafo de Hebreus revela que Paulo acreditava esta r vivendo
nos “últim os dias”. As Escrituras empregam duas expressões
sobre o futuro, com significados diferentes. Os profetas usaram a exp ressão
“últimos dias” para falar sobre o futuro em geral (Dt 4 :3 0 ,3 1 ; J r 23:20).
Daniel usou a expressão “tempo do fim ”, para falar sobre os últim os dias
da h istória da Terra (Dn 8:17; 12:4).
1. Leia Números 24:14-19 e Isaías 2:2,3.0 que Deus prometeu fazer por Seu
povo nos "últimos dias”?
Vários profetas do AT anunciaram que nos “últimos dias” Deus levantaria
um Rei que destruiria os inimigos de Seu povo (Nm 24:14-19) e que
atrairia as nações para Israel (Is 2:2, 3). Paulo disse que essas promessas
foram cumpridas em Jesus. Ele derrotou Satanás e atraiu todas as nações
para Si (Cl 2:15; Jo 12:32). Nesse sentido, “os últimos dias” começaram
porque Jesu s cumpriu essas promessas divinas.
Nossos pais espirituais morreram na fé. Eles viram e saudaram as promessas
“de longe”, mas não as receberam. Nós, porém, vimos seu cum primento
em Jesus.
Pensemos por um momento nas promessas de Deus e de Jesus. O Pai
prometeu que ressuscitaria Seus filhos (lTs 4:15, 16). A notícia m aravilhosa
é que essa ressurreição teve início com a ressurreição de Jesu s
(ICo 15:20; M t 27:51-53). O Pai tam bém prometeu uma nova criação
(Is 65:17). Ele começou a cumprir essa promessa criando uma nova vida
espiritual em nós (2Co 5:17; G16:15). Ele prometeu que estabeleceria Seu
reino (Dn 2:44) e o inaugurou libertando-nos do poder de Satanás e estabelecendo
Jesus como nosso Governante (Mt 12:28-30; Lc 10:18-20).
Isso é apenas o começo. O que o Pai começou a fazer na primeira vinda de
Jesus, Ele completará na segunda.
2. Quando foi inaugurado o reino de Deus?
A. ( ) Na crucifixão e ressurreição de Cristo, quando Ele venceu a morte.
B. ( ) Quando Cristo nasceu em Belém.
Veja as prom essas que Deus já cumpriu. Como isso nos ajuda a confiar Nele quanto às
que ainda não se cumpriram?
I3 2 |
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Segunda« 10 de janeiro
Deus nos falou pelo Filho
Ano BibjjcorGn ?i*33
3. Leia Hebreus 11-4. Qual é a ideia central desses versos?
No original grego. Hebreus 1:1-4 é apenas uma frase« e afirm a-se que
é a mais bela de todo o NT do ponto de vista de sua qualidade retórica.
Sua principal afirm açio é que Deus falou conosco por meio de Seu
Filho, Jesus.
Para os judeus do primeiro século d.C. a palavra de Deus n lo era ouvida
havia muito tempo. A última revelaçlo expressa na Palavra divina
escrita foi por meio do profeta Malaquias e dos ministérios de Esdras e
Neemias quatro séculos antes. Porém, por meio de Jesus. Deus falou com
eles novamente.
A revelaçáo divina por meio de Jesus, no entanto, foi superior á revelação
que Deus fes por meio dos profetas, pois Jesus é um meio maior de
revelaçáo. Ele é o próprio Deus. que criou o céu e a Terra e governa o Universo.
Para Paulo, a divindade de Cristo é inquestionável
Além disso, para o apóstolo, o AT era a Palavra de Deus. O mesmo Deus
que falou no passado continua a falar no presente O AT comunica a vontade
divina; porém, só foi possível entender seu sig nt fie ado de maneira
mais completa quando o Filho veio k Terra. Na mente do autor, a revelação
do Pai no Filho ofereceu a chave para a compreensão da verdadeira amplitude
do AT, assim como a imagem na caixa de um quebra-cabeça apresenta
a chave para encontrar o encaixe correto para cada uma das peças.
Jesus trouxe 1 luz muito do AT.
Ele veio para ser nosso Representante e Salvador, tomar nosso lugar na
luta e derrotar a serpente. Da mesma forma, em Hebreus, Jesus é o Pioneiro,
Capitão e “Precursor" dos crentes (Hb 2:10; 6:20). Ele luta por nós e nos
representa. Isso também significa que o que Deus fez por Jesus, nosso Representante,
também quer fazer por nós. Aquele que exaltou Jesus à Sua
direita também deseja que nos sentemos com Jesus em Seu trono (Ap 3:21).
A mensagem de Deus para nós em Jesus inclui náo apenas o que Jesus disse,
mas também o que o Pai fez por meio Dele e para Ele, para nosso benefício
temporal e eterno.
Pense no Significado da vinda de Deus i Terra, na Pessoa de fesus P o r que essa verdade
nos traz tanta esperança>
lan»Fcv* Mar 2022 <331
Terça, 11 de janeiro
Ele é o resplendor da glória de Deus
Ano Bíblico: Cn 34-36
4. Leia Hebreus 1:2-4.0 que essa passagem nos ensina sobre Jesus?
5. Leia Êxodo 24:16,17; Salmo 4:6; 36:9 e 89:15. Como esses textos nos ajudam
a entender o que é a glória de Deus?
No AT, a glória de Deus se refere à Sua presença visível entre o povo
(Êx 16:7; 24:16, 17; Lv 9:23; Nm 14:10). Essa presença é frequentemente
associada à luz ou ao brilho.
As Escrituras nos informam que Jesus é a luz que veio a este mundo
para revelar a glória de Deus (Hb 1:3; Jo 1:6-9,14-18; 2Co 4:6). Pense, por
exemplo, em Jesus na transfiguração. "E Jesus foi transfigurado diante
deles. O Seu rosto resplandecia como o Sol, e as Suas roupas se tornaram
brancas como a luz” (Mt 17:2).
Assim como o Sol não pode ser percebido exceto pelo brilho de sua luz,
Deus é conhecido por meio de Jesus. De nossa perspectiva, os dois são um.
Visto que a glória de Deus é a própria luz, não há diferença entre Deus e
Jesus, assim como não há diferença entre a luz e seu esplendor.
Hebreus também diz que Jesus é a “expressão exata” do Pai (Hb 1:3).
O ponto da metáfora é que existe uma correspondência perfeita no Ser, ou
essência, entre o Pai e o Filho. Observe que o ser humano carrega a imagem
de Deus, mas não Sua essência (Gn 1:26). O Filho, entretanto, compartilha
a mesma essência com o Pai. Não é de admirar que Jesus tenha
dito: “Quem vê a Mim, vê o Pai” (Jo 14:9).
Por que é maravilhoso o fato de Jesus nos revelar o caráter e a glória do Pai? O que
Jesus nos diz sobre como o Pai é?
|3 4 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quarta, 12 de janeiro
Ano Bíblico; Cn 37-39
Por meio Dele Deus fez o Universo
Hebreus afirma que Deus criou o mundo "por meio de” ou “por” Jesu s
e que Jesus sustenta o mundo com Sua palavra poderosa.
6. Leia Isaías 44:24; 45:18 e Neemias 9:6. Visto que no Antigo Testamento o
Senhor disse que criou o mundo “sozinho” e que é o “único D eus”, como
conciliar essa afirmação com as declarações no Novo Testamento de que
Deus criou o Universo por meio de Jesus (Hb 1:2,3)?
Alguns creem que Jesus foi o instrumento por meio do qual Deus criou o
mundo. Isso não é possível. Primeiro, para Paulo, Jesus é o Criador; Ele não
era um ajudante. Hebreus 1:10 diz que Jesus é o Senhor que criou a Terra
e os céus, e Paulo também aplica a Ele o que o Salmo 102:25-27 diz sobre o
Senhor (Yahweh) como Criador. Em segundo lugar, Hebreus 2:10 diz que
o Universo foi criado “por” ou “por meio” do Pai (exatamente as mesmas
expressões aplicadas a Jesus em Hb 1:2). O Pai criou e Jesus Cristo criou
(Hb 1 :2,10; 2:10). Há um acordo perfeito entre Pai e Filho em propósito e
atividade. Isso faz parte do mistério da Trindade. Jesus criou e Deus criou,
mas há apenas um Criador: Deus - o que implica que Jesus é Deus.
Hebreus 4:13 mostra que Jesus também é Juiz. Sua autoridade para
governar e julgar deriva do fato de que Deus criou todas as coisas e sustenta
o Universo (Is 44:24-28).
Hebreus 1:3 e Colossenses 1:17 afirmam que Jesus também sustenta o
Universo. Essa ação provavelmente inclua a ideia de orientação ou governança.
A palavra grega pheron (“sustentar”, “carregar”) é usada para descrever
o vento guiando um barco (At 27:15,17) ou Deus conduzindo os profetas
(2Pe 1:21). Assim, Jesus não apenas nos criou, mas também nos sustenta.
Cada respiração, cada batida do coração, cada momento de nossa existência
encontra-se Nele, Jesus, o fundamento de toda existência criada.
Leia Atos 17:28. O que o texto nos diz sobre Jesus e Seu poder? Reflita sobre as implicações
da morte de Jesus na cruz pelos nossos pecados. O que essa verdade nos ensina
sobre o caráter abnegado de nosso Senhor?
Jan • Fev • Mar 2022 13 5 1
Quinta, 13 de janeiro
Hoje Eu gerei Você
Ano Bíblico: Gn 40-42
Hebreus 1:5 relata as seguintes palavras do Pai a Jesus: “Você é Meu
Filho, hoje Eu gerei Você/' Isso significa que Jesus foi “gerado", mas
quando isso aconteceu? Isso não mostra que Jesus foi de alguma form a
criado por Deus em algum momento no passado, como muitos creem?
7. Leia Hebreus 1:5; 2 Samuel 7:12-14; Salm o 2:7 e Lucas 1:31,32. Que prom essa
feita a Davi Paulo aplicou a Jesus em Hebreus?
Jesu s foi gerado no sentido de que Ele foi “adotado” por Deus como o
G overnante prom etido, o Filho de Davi. O conceito da adoção divina do governante
era comum no mundo greco-romano e no Oriente. Isso dava ao
governante legitimidade e poder sobre a terra.
No entanto, Deus prometeu a Davi que seu Filho seria o Governante
legítimo das nações. Ele iria “adotar” o Filho de Davi como Seu próprio.
Por meio desse processo, o Rei davídico se tornaria o protegido de Deus e
Seu herdeiro. Deus derrotaria Seus inimigos e Lhe daria as nações como
herança (SI 89:27; 2:7, 8).
Conforme lemos em Romanos 1 :3 ,4 e Atos 13:32,33, Jesus foi publicamente
revelado como o Filho de Deus. Seu batismo e a transfiguração foram
momentos em que Deus identificou e anunciou Jesus como Seu Filho
(Mt 3:17; 17:5).
Contudo, de acordo com o NT, Jesus Se tornou o "Filho de Deus com
poder” (Rm 1:4) quando ressuscitou e Se assentou à destra de Deus. Foi
nesse momento que o Senhor cumpriu a promessa feita a Davi de que seu
Filho seria como o próprio Filho de Deus e Seu trono seria estabelecido
para sempre (2Sm 7:12-14).
Desse modo, César (símbolo de Roma) não era o legítimo “Filho de
Deus", governante das nações, mas Cristo. A ideia de Jesus como um Ser
gerado se refere ao início do governo de Jesus sobre as nações, e não ao
início de Sua existência, pois Ele sempre existiu. Nunca houve tempo em
que Jesus não existisse, porque Ele é Deus.
Jesus não tem “princípio de dias nem fim de existência” (Hb 7:3; 13:8),
porque é eterno. A ideia de “Filho unigénito” de Deus não trata da natureza
de Cristo, mas de Seu papel no plano da salvação, visto que Ele cumpriu
todas as promessas da aliança.
136) Hebreus: mensagem para os últimos dias
Sexta, 14 de janeiro
Estudo adicional
Ano Bíblico: Gn 43-45
Avinda de Jesus à Terra cumpriu várias funções. Em primeiro lugar,
como divino Filho de Deus, Jesus veio para nos revelar o Pai. Por meio
de Suas ações e palavras, nos mostrou como o Pai realmente é e por que
podemos confiar Nele e obedecer-Lhe.
Jesus também veio como o Filho prometido de Davi, Abraão e Adão,
por meio de quem Deus prometeu que derrotaria o inimigo e governaria
o mundo. Assim, Jesus veio para tomar o lugar de Adão à frente da humanidade
e cumprir o propósito original do Criador (Gn 1:26-28; SI 8:3-8).
Jesu s veio para ser o Governante justo que Deus sempre quis que este
mundo tivesse.
“As palavras dirigidas a Jesus no Jordão - 'Este é o Meu Filho amado,
em quem Me comprazo* (Mt 3:17) - abrangem a humanidade. Deus falou
a Jesus como nosso Representante. Com todos os nossos pecados e fraquezas,
não somos rejeitados como indignos. Deus nos fez agradáveis a
Si no Amado’ (Ef 1:6, ARC). A glória que veio sobre Cristo é uma garantia
do amor de Deus para conosco. [...] A luz que irradiou dos portais abertos
sobre a cabeça de nosso Salvador brilhará sobre nós ao pedirmos auxilio
para resistir à tentação. A voz que falou a Cristo diz a todo aquele que
crê: ‘Este é o Meu filho amado, em quem Me comprazo”’ (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 113).
Perguntas para consideração
1. Compreender as palavras e ações de Jesus nos ajuda a entender melhor
a Deus, o Pai. Na prática, como isso enriquece seu relacionamento
com o Pai?
2. A maneira pela qual Deus falou com Jesus e O tratou é a mesma com
que Ele deseja falar conosco e nos tratar. O que isso nos diz sobre como
devemos tratar os outros?
3. Pense na importância da divindade eterna de Cristo. O que perdemos
se cremos que Jesus foi apenas uma criatura que foi crucificada? Contraste
esse pensamento com a realidade de que Cristo é o Deus eterno
que foi voluntariamente para a cruz. Qual é a diferença?
4. Dar glória a Deus é parte da verdade presente? (Ap 14:7)
Resposta« e atividades da sam ana: 1. Levantar dentre Seu povo um Rei, que destruiria Seus inimigos e que atrairia
as nações para Israel. 2. A. 3. fesus é a revelação do Pai. 4. Ele é Herdeiro de todas as coisas e superior aos anjos.
5. A glória divina é a luz de Sua presença. 6 .0 Pai criou e Jesus criou, como num acordo perfeito entre Pai e Filho em
propósito e atividade. Há apenas um Criador: Deus; Jesus é Deus. 7. Deus prometeu a Davi que seu Descendente governaria
as nações. Deus adotou Jesus como Filho e fez Dele Seu Herdeiro
Jan • Fev • Mar 2022 1371
RESUMO DA LIÇÃO 3
O Filho prometido
TEXTO S-CH AVES: Is 2:2,3; Hb 4:1-4; Êx 24:16,17; Is 44:24; Hb 1:10; Lc 1:31; Hb 1:5
ESBOÇO
Temas da tição
Ao longo da história da humanidade, pessoas aguardaram com grande expectativa a
vinda do Redentor. Após a queda, nossos primeiros pais, Adão e Eva, pensaram que Caim,
seu filho primogênito, seria o prometido Libertador. Abraão recebeu a promessa de que,
por meio de seu filho Isaque, todas as nações da Terra seriam abençoadas. Davi recebeu a
prom essa de um filho que, se fosse fiel a Deus, seria estabelecido para sempre. Nenhum
desses imaginava que o próprio Deus seria o Redentor prometido.
Profetas do AT fizeram algum as previsões messiânicas enigmáticas usando a expressão
“nos últimos dias" (ver Nm 24:14-17), que é diferente de outras profecias do AT que
usam a expressão “tempo do fim" (ver Dn 8:17,19). Os “últimos dias" tiveram início com
a vinda de Cristo. Depois de um longo período de tempo, algumas vezes chamado de período
intertestamentário, Deus falou mais uma vez. Dessa vez, porém, falou da maneira
mais clara, e qualitativamente, de modo superior por meio de Jesus Cristo. Ele é igual a
Deus, pois é “a expressão exata do Seu Ser" (Hb 1:3), e, sendo divino, também é o Criador,
bem como o Mantenedor do Universo.
Alguém pode perguntar: se Cristo é igual a Deus, como Paulo, ao falar em nome do Pai,
escreveu sobre Jesus: “Você é Meu Filho; hoje Eu gerei Você" (Hb 1:5)? Isso significa que
Jesus foi de algum a forma gerado e, portanto, não é eterno? Explique.
COMENTÁRIO
A natureza de Cristo
A questão da natureza de Cristo tem produzido diferentes interpretações. O texto
de H ebreus 1:1-3 teve a intenção de provar a superioridade de Cristo sobre os
profetas. Na passagem seguinte (Hb 1:4-14), Paulo se preocupou em provar a superioridade
de Cristo obre o s anjos. A razão para enfatizar a superioridade de Cristo
pode ter sido um grande interesse por parte do público nos anjos ou m esm o
na veneração deles, sem elhante ao que se percebe na igreja de C o lo sso s (Cl 2:18).
Para fundam entar seu argumento de que Cristo é superior aos anjos, em Hebreus 1:5,
Paulo citou dois versos do AT, sendo o primeiro deles o Salm o 2:7. Em seu contexto original,
esse salm o fala sobre reis e governantes desta Terra que conspiram contra Deus. No
entanto, Deus ri deles e os aterroriza. Por fim, Ele entronizará Seu divino Rei no Monte
Sião: “Você é M eu filho; hoje Eu gerei Você" (Sl 2:6,7). No sermão em Antioquia da Pisídia,
1381 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Paulo aplicou esse texto à ressurreição de Cristo (At 13:33). Em todo o cristianismo, esse
salm o foi interpretado com o cristológico. Essa interpretação significa que Deus gerou
Jesus em Sua ressurreição?
De form a nenhuma! Deus simplesmente estava chamando Seu Filho da sepultura ao
agir por meio de GabrieL, “o mais poderoso das hostes do Senhor", aquele “que ocupa a
posição da qual caiu Satanás", para remover a pedra do túm ulo de Cristo como se fosse
um seixo. Os soldados que guardavam o túmulo ouviram-no exclamar: 'F ilh o de Deus,
vem para fora! Teu Pai Te chama" (Ellen G. White, 0 Desejado de Todos as Nações, p. 780).
Assim , Deus, o Pai, despertou Seu Filho do sono. Da mesma forma, em 1 Corintios 4:15,
Paulo disse aos corintios: "Eu gerei vocês em Cristo Jesus pelo evangelho". Isso significa
que Paulo literalmente gerou a igreja? Claro que não! Paulo os trouxe à vida espiritual;
ele os gerou em sentido espiritual (o mesmo termo é usado para Onésim o [Filemom 10]
e para os cristãos em D o 2:29; D o 3:9, etc.).
A segunda citação que Paulo usou para mostrar a superioridade de Cristo sobre os anjos
foi 2 Sam uel 7:14. O contexto original fala sobre os planos de Davi para construir o tem
plo. No entanto, Natã informou ao rei que seu filho Salom ão construiria a casa de Deus.
O Senhor tam bém prometeu: “Eu lhe serei por Pai, e ele Me será por filho" (2Sm 7:14). Essa
citação em seu contexto original não pode se referir a Cristo por causa do que vem a seguir
nesse verso: “Se vier a transgredir, Eu o castigarei com varas de hom ens e com açoites
de filhos de hom ens” (2Sm 7:14). Por razões óbvias, o verso deve se referir a Salomão,
ser hum ano pecador, em vez de Cristo, sem pecado.
Porém, tanto o Salm o 2:7 quanto 2 Sam uel 7:14 têm algo em comum. Am bos enfatizam
o fato de que o rei de Israel e Salom ão são filhos adotivos de Deus. ‘Você é Meu filho;
hoje Eu gerei você". “Ele M e será por filho". A ênfase desses textos não está na paterni-
1 dade, m as na adoção do rei davídico e na realeza de seu filho, que é transferida, muito
m ais tarde em Hebreus, para Cristo. A frase introdutória em Hebreus 1:5 pergunta: “Pois
a qual dos anjos Deus em algum momento disse: ‘Você é Meu Filho, hoje Eu gerei V o cê?'“
(Hb 1:5). A resposta óbvia é: A nenhum deles. Somente Cristo, “tendo-Se tornado tão superior
aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles" (Hb 1:4). Esse nome é “Meu
Filho", titulo nunca atribuído a algum anjo. A nenhum deles Deus jamais disse: “Sente-Se
à M inha direita, até que Eu ponha os Seus inim igos por estrado dos Seus pés" (Hb 1:13).
Contudo, alguém pode se opor à noção de paternidade como adoção nesse contexto,
contrapondo com Hebreus 1:6: “Ao introduzir o Primogênito no m undo’ (Hb 1:6). Alguém
pode apresentar a seguinte objeção: Esse verso não fala sobre Cristo com o prim ogênito
? Boa pergunta. O term o “prim ogênito" de fato tem o significado de prim ogenitura
em textos com o Gênesis 25:13; 27:19 e 35:23. M as no AT, “prim ogênito“ tam bém é Israel
(Êx 4:22, 23), em contraste com o prim ogênito do Egito. No Salm o 89:27, Davi é cham a
do de "prim ogênito" de Deus, embora fosse o mais jovem de oito irmãos, não o prim o
gênito. N o NT, Jesus é o “Prim ogênito" de Maria (Lc 2:7), o “Prim ogênito" entre muitos
irm ãos (Rm 8:29), o "Prim ogênito" de toda a criação (Cl 1:15) e o “Prim ogênito“ dentre
os m ortos (Cl 1:18; Ap 1:5). Esses textos m ostram que o título "prim ogênito" se refere à
preem inência de Cristo na igreja, sobre a criação, o cosm os e os ressuscitados. A relação
I Jan* Fev« Mar 2022 |39|
entre Hebreus 1:5 e o verso 6 indica que o Cristo é esse Rei davídico que D eus ap resentou
ao m undo com a ordem: "E todos os anjos de Deus O adorem " (Hb 1:6). O restante do
capitulo 1, no entanto, toma essas evidências das Escrituras e faz quatro afirm ações: (1)
apenas uma Pessoa é chamada de “Filho" por Deus (Hb 1:5), e essa Pessoa é Cristo; (2) O s
anjos adoram esse Filho (Hb 1:6); (3) O Filho é o Monarca eterno, justo e ungido, que criou
os céus e a Terra (Hb 1:8-10); (4) O Filho reina à direita de Deus, enquanto os anjos são e s
píritos ministradores em favor daqueles que serão salvos (Hb 1:11-14).
Em resumo, podem os dizer que Cristo não foi gerado por Deus, mas, por meio de Sua
encarnação como Filho de Deus, a humanidade foi “adotada" e “aceita” “no Amado". Assim ,
Cristo recebeu o título de “Primogênito". Como tal, Sua posição está muito acima dos anjos
e merece até a adoração deles. Ellen G. White, ao aconselhar a igreja sobre a m elhor
forma de alcançar outros cristãos, declarou o seguinte sobre a natureza preexistente de
Cristo: “Não saliente os aspectos da verdade que são uma reprovação dos costum es e práticas
do povo enquanto eles não tiverem ocasião de saber que acreditamos em Cristo, em
Sua divindade e preexistência” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 58). Ellen G. W hite ajudou
a então jovem Igreja Adventista do Sétimo Dia a encontrar o equilíbrio bíblico a respeito
da natureza preexistente de Cristo. No contexto da ressurreição de Lázaro, ela escreveu
sobre a natureza do Senhor: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada’
(O Desejado de Todas as Nações, p. 530).
Os últimos dias e o fim dos tempos
Os primeiros escritores cristãos acreditavam que os últimos dias haviam chegado e que
culminariam na segunda vinda. Foi por isso que Paulo disse: “M as nestes últim os dias [em
contraste com os dias dos profetas] nos falou pelo Filho" (Hb 1:2). Da m esm a forma, quando
Pedro e os outros discípulos foram acusados de estar bêbados no Pentecostes, Pedro
afirmou que o milagre de falar em línguas era o cumprimento de uma profecia: “E acontecerá
nos últimos dias, diz Deus, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a hum anidade.
Os filhos e as filhas de vocês profetizarão” (At 2:17). A profecia de Joel 2 se cum priu
no início dos últimos dias. Além disso, ao falar sobre a encarnação de Cristo, Pedro escreveu:
Cristo “foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês” (IP e 1:20). Estes
últim os dias são caracterizados por zom badores que questionam a prom essa da segu nda
vinda de Cristo (2Pe 3:3,4) e exploram a pobres para enriquecer (Tg 5:3). O s últim os dias
tam bém são caracterizados pelo surgim ento de anticristos (lJo 2:18).
Embora se reconheça que os últim os dias tiveram início com a encarnação de Cristo,
há diferença entre esses “últim os dias" e o “fim dos tempos", conform e descrito por Daniel
e Apocalipse? Considere a profecia de tem po das 2.300 tardes e m anhãs em Daniel 8:14.
Essa profecia se estende muito além dos dias de Cristo, e outras profecias ainda têm v á
rios eventos pendentes, do nosso ponto de vista no tempo, com o as “sete últim as pragas"
(Ap 15:1; 21:9). O "últim o inim igo" (IC o 15:26) ainda não foi vencido, nem o u vim os a "ú ltima
trombeta" (IC o 15:52). Resum indo, podem os dizer que os últim os dias chegaram com
Cristo, mas o último grande acontecimento no tem po do fim ainda está pendente. Entre
essas duas vindas, eventos proféticos não cum pridos ainda devem ocorrer.
140 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Percebe-se que Paulo incluiu muita teologia em Hebreus 1 .0 cristianismo cordial, piedoso
e orientado para a prática é necessário. No entanto, nossa ortopraxia (prática) deriva
de nossa ortodoxia (crenças). Uma teologia sólida estabelecerá as bases para um bom
estilo de vida cristão.
Perguntas para reflexão
1. Na sua opinião, é importante equilibrar a teologia com a prática cristã? Como fazer isso?
2. Como podem os discernir entre nossa "bagagem ” religiosa e cultural e a verdade bíblica?
3. Nesta época em que a autoridade tanto na cultura quanto na igreja está em crise, como
Hebreus 1 pode nos orientar nesse sentido?
EXAMINE AS BASES DA SUA FÉ COM
SÓLIDAS ARGUMENTAÇÕES BÍBLICAS
M*n<íirnnritolivi«riM9q)t) com.br todm « * c U /cpbeditora
Jan • Fev • Mar 2022
1411
Jesus, nosso
Irmão fiel
Lição
4
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "Visto, pois,
que o s filh o s têm participação com um de
carne e sangue, tam bém Jesus, igualmente,
participou d e ssa s coisas, para que, por Sua
m orte, d e stru ísse aquele que tem o poder
da m orte, a saber, o dia b o" (Hb 2:14).
Leituras da semana: L v 2 5 :2 5 -2 7 ;
H b 2 :1 4 -1 6 ; 1 1 :2 4-2 6; 1Co 15:50; H b 5:8, 9;
H b 1 2 :1 -4
S á b a d o , 15 de janeiro
A n o Bíblico: C n 4 6 ,4 7
Os capítulos iniciais de Hebreus falam de Jesus como o Filho de Deus, o
Governante sobre os anjos, “o resplendor da glória de Deus e a expressão
exata do Seu Ser” (Hb 1:3). Jesus é o Filho do Homem, pouco menor
do que os anjos, que adotou a natureza humana com toda a sua fragilidade,
até a morte (Hb 2:7).
Deus diz sobre Jesus: “Você é Meu Filho” (Hb 1:5). Jesus Se referiu
aos filhos humanos como Seus “irmãos” (Hb 2:12). O Pai declarou a soberania
divina do Filho (Hb 1:8-12). O Filho afirmou Sua fidelidade ao Pai
(Hb 2:13, primeira parte).
Em Hebreus 1, Jesus é o divino Senhor, Criador, Sustentador e Soberano.
Em Hebreus 2, Ele é o Sumo Sacerdote humano, misericordioso e
fiel. Em resumo, Sua descrição como Irmão fiel e misericordioso é retratada
na descrição do Filho como a manifestação suprema do Deus Criador
Eterno (Hb 1:1-4).
Jan • Fev • Mar 2022 1431
D o m in g o , 16 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 48-50
O Irm ão como Redentor
1. Leia Levítico 25:25-27,47-49. Quem poderia resgatar alguém que tivesse
perdido a propriedade ou a liberdade devido ao empobrecimento?
Alei de Moisés estipulava que, se alguém viesse a empobrecer a ponto
de ter que vender a propriedade, ou a si mesmo, para sobreviver, ele
receberia a propriedade ou a liberdade de volta no ano do jubileu, o quinquagésimo
ano, o “grande” ano sabático em que dívidas eram perdoadas,
propriedades reclamadas e liberdade proclamada.
Porém, como cinquenta anos era muito tempo, a lei de Moisés também
estipulava que o parente mais próximo poderia pagar a parte que ainda
era devida e, assim, resgatar seu parente muito antes.
O parente mais próximo era também quem garantia que a justiça fosse
feita em caso de homicídio. Ele era o vingador do sangue que perseguiria
o assassino de seu parente próximo e o puniria (Nm 35:9-15).
2. Leia Hebreus 2:14-16. Como Jesus e nós somos descritos nessa passagem ?
A passagem nos descreve como escravos do diabo e Jesus como nosso
Redentor. Quando Adão pecou, os seres humanos caíram sob o poder de
Satanás. Como resultado, não temos por nós mesmos poder para resistir
ao pecado (Rm 7:14-24). E, ainda pior, havia uma pena de morte exigida
pela transgressão, a qual não poderíamos pagar (Rm 6:23). Portanto, a situação
do ser humano seria aparentemente desesperadora.
Contudo, Jesus adotou nossa natureza humana e Se tornou carne e
sangue como nós. Tornou-Se nosso Parente mais próximo e nos redimiu;
não teve vergonha de nos chamar de “irmãos” (Hb 2:11).
Paradoxalmente, ao tomar nossa natureza e nos redimir, Jesus revelou
Sua natureza divina. No AT, o Redentor de Israel, seu Parente mais
próximo, é Yahweh (SI 19:14; Is 41:14; 43:14; 44:22; J r 31:11; Os 13:14).
Como experimentar a proximidade de Cristo? isso é importante para a fé?
I ^ I
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Segunda, 17 d e janeiro A n o Bíblico: Ê x 1-4
N ão Se envergonha de chamá-los de irmãos
Hebreus diz que Jesus não Se envergonhava de nos chamar de irmãos
(Hb 2:11). Apesar de ser um com Deus, nos abraçou como parte de
Sua fam ília. Essa solidariedade contrasta com a vergonha pública que os
leitores de Hebreus sofreram em suas comunidades (Hb 10:33).
3. Leia Hebreus 11:24-26. De que form a as decisões de M oisés exemplificam
o que jesus fez por nós?
Você já imaginou o que significava para Moisés ser chamado de “filho da
filha de Faraó”? Ele foi uma figura importante no império mais poderoso da
época, recebeu o mais alto treinamento civil e militar e se tornou notável.
Estevão disse que Moisés era “poderoso em palavras e obras” (At 7:22). Ele
havia se tornado “favorito dos exércitos do Egito” e o faraó “tinha resolvido
fazer de seu neto adotivo seu sucessor no trono” (Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas, p. 245). Moisés abandonou esse privilégio ao escolher se identificar
com os israelitas, escravos sem instrução e sem poder.
4. Leia M ate u s 10:32, 33; 2 Timóteo 1:8,12 e Hebreus 13:12-15. O que Deus
nos pede?
Depois de sofrer perseguição e rejeição, muitos dos hebreus começaram
a se sentir envergonhados de Jesus. Por suas ações, alguns correram
o risco de expor Jesus “à zombaria”, em vez de honrá-Lo (Hb 6:6). Assim,
Paulo constantem ente chamou os leitores a conservar firme a confissão
de sua fé (Hb 4:14; 10:23).
Deus quer que reconheçamos Jesus como Deus e nosso Irmão. Como
Redentor, Ele pagou nossa dívida; como nosso Irmão, foi enviado pelo
Pai para m ostrar o caminho para sermos “conformes à imagem de Seu Filho,
a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).
Jesus decidiu n os abraçar com o "irm ãos”. Por que isso foi muito mais significativo do
que a s ações de Moisés, e o que nos diz sobre o amor de Deus por nós?
)an • Fev • Mar 2022
4 5 1
Terça, 18 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 5-8
Carne e sangue como nós
Hebreus diz que Jesus adotou a natureza humana para que pudesse
nos representar e morrer por nós (Hb 2:9,14-16; 10:5-10). Eis o fundamento
do plano da salvação e nossa única esperança de vida eterna.
5. Leia M ateus 16:17; Gálatas 1:16; 1 Coríntios 15:50 e Efésios 6:12. A que debilidades
da natureza humana essas passagens relacionam a expressão
"carne e sangue"?
A expressão “carne e sangue” enfatiza a fragilidade humana (Ef 6:12),
falta de compreensão (Mt 16:17; G11:16) e sujeição à morte (ICo 15:50).
Jesus foi feito como Seus irmãos “em todas as coisas” (Hb 2:17), o que significa
que Ele Se tornou humano. Jesus não apenas “parecia” humano, mas
era verdadeiramente um de nós.
No entanto, a carta também diz que o Senhor era diferente de nós em
relação ao pecado. Primeiro, Ele não cometeu nenhum pecado (Hb 4:15).
Segundo, tinha uma natureza humana, mas era "santo, inculpável, sem
mácula, separado dos pecadores” (Hb 7:26). Temos tendências malignas,
a escravidão ao pecado está arraigada em nossa natureza. Somos carnais,
vendidos à escravidão do pecado (Rm 7:14-20). O orgulho e outras motivações
pecaminosas poluem até mesmo nossas boas ações. Contudo, a
natureza de Jesus não foi prejudicada pelo pecado. Se Ele tivesse sido “carnal,
vendido à escravidão do pecado”, como nós, também teria precisado
de um Salvador. Em vez disso, veio como Salvador e Se ofereceu como sacrifício
“sem mácula” a Deus por nós (Hb 7:26-28; 9:14).
Jesu s destruiu o poder do diabo morrendo como a oferta im aculada
pelos pecados, tomando possível o perdão e a reconciliação com Deus
(Hb 2:14-17). Jesus também destruiu o domínio do pecado ao nos dar o
poder para ter vida justa pelo cumprimento da promessa da nova aliança
de escrever a lei em nosso coração (Hb 8:10). Ele derrotou o inimigo e nos
libertou para que servíssemos “ao Deus vivo” (Hb 9:14). A destruição de
Satanás, entretanto, acontecerá no juízo final (Ap 20:1-3,10).
Se temos a prom essa da vitória em Cristo•,por que lutamos contra o pecado? Onde tem
os errado e como podem os viver segundo a alta vocação que temos Nele?
IA61
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quarta, 19 de janeiro
A n n lilblicu (?x 9-11
Aperfeiçoado por meio de sofrimentos
6. Leia Hebreus 2:10,17,18 e 5:8,9. Qual era a função do sofrimento na vida
de )esus?
0apóstolo diz que Deus aperfeiçoou Jesus "por meio de sofrimentos”.
Essa expressão é surpreendente. O autor disse que Jesus é “o resplendor
da glória de Deus e a expressão exata do Seu Ser” (Hb 1:3) e que Ele é
santo, inculpável, sem mácula (Hb 4:15; 7:26-28; 9:14; 10:5-10). Isso significa
que Jesus não teve que superar nenhum tipo de imperfeição moral
ou ética.
No entanto, Hebreus diz que Jesus passou por um processo de “aperfeiçoamento”
que Lhe deu os meios para nos salvar. Ele foi aperfeiçoado
para ser nosso Salvador.
1. Jesus foi “aperfeiçoado" pelos sofrimentos para Se tornar o Capitão
da nossa salvação (Hb 2:10). Teve que morrer na cruz como um sacrifício
a fim de que o Pai pudesse ter os meios legais para nos salvar; foi a oferta
de sacrifício perfeita, a única. Como Deus, Ele pode nos julgar; mas, por
Seu sacrifício, também pode nos salvar.
2. O Filho aprendeu obediência por meio de sofrim entos (Hb 5:8).
A obediência era necessária para duas coisas: tornar Seu sacrifício aceitável
(Hb 9:14; 10:5-10) e torná-Lo nosso exemplo (Hb 5:9). Jesus aprendeu
a obediência porque nunca a tinha experimentado. Como Deus, a quem Ele
teria que obedecer? Como o Filho eterno e Um com Deus, Ele foi honrado
como Governante do Universo. Portanto, Jesus não passou da desobediência
à obediência, mas da soberania e domínio à submissão e obediência.
O exaltado Filho de Deus tornou-Se o obediente Filho do Homem.
3. Os sofrimentos revelaram Jesus como Sumo Sacerdote misericordioso
e fiel (Hb 2:17, 18). Os sofrimentos não O tornaram mais misericordioso,
mas foi por Sua misericórdia que Ele Se ofereceu para morrer na
cruz para nos salvar (Hb 10:5-10; compare com Rm 5:7, 8). Foi por meio
dos sofrimentos que a realidade do amor fraterno de Jesus foi verdadeiramente
expressa e revelada.
Se o Jesus sem pecado sofreu, nós, como pecadores, certamente sofreremos também.
Como aprender a suportar as tragédias da vida e, ao mesmo tempo, obter esperança e
certeza do Senhor, que nos revelou Seu amor de tantas maneiras?
Jan • Fev • Mar 2022
I*7|
Q uinta, 20 de janeiro
O Irmão como modelo
Arv> o fey T?
Outra razão pela qual Jesus adotou nossa natureza humana e viveu entre
nós foi para que pudesse ser nosso exemplo, o único que poderia
ser um modelo da maneira certa de viver diante de Deus.
7. Leia H ebreus 12:1-4. Se gu n d o o apóstolo, com o devem os correr a
corrida espiritual da vida cristã?
Nessa passagem, Jesus é a culminância de uma longa lista de personagens
de exemplos de fé. O texto chama Jesus de “Autor e Consumador da
fé“. A palavra grega archegos (“fundador”) também pode ser traduzida como
“pioneiro”. Jesus é o Pioneiro da corrida no sentido de que corre à frente dos
crentes. Hebreus 6:20 chama Jesus de nosso “Precursor”. A palavra "Autor”
dá a ideia de que Ele demonstrou fé em Deus da maneira mais pura possível.
Essa passagem ensina que Jesus é o primeiro a ter corrido nossa corrida
com sucesso e que aperfeiçoou a arte de viver pela fé.
Hebreus 2:13 diz: “Eu porei Nele a Minha confiança." E ainda: “Eis
aqui estou Eu e os filhos que Deus Me deu.” Essa referência é uma alusão
a Isaías 8:17,18.
Isaías disse essas palavras em face de uma terrível ameaça de invasão
por parte do reino do Norte de Israel e da Síria (Is 7:1, 2). Sua fé contrastava
com a falta de fé de Acaz, o rei (2Rs 16:5-18). Deus exortou Acaz a
confiar Nele e a pedir um sinal de que o livraria (Is 7:1-11). Deus já havia
prometido que protegeria Acaz como Seu próprio filho, e graciosamente
ofereceu-lhe um sinal para confirmar essa promessa. O rei, no entanto,
recusou-se a pedir um sinal e, em vez disso, enviou mensageiros a Tiglate-
Pileser, rei da Assíria, dizendo: "Eu sou seu servo e seu filho“ (2Rs 16:7),
Que triste! Acaz preferiu ser “filho" de Tiglate-Pileser a ser filho de Deus.
Jesus, entretanto, confiou em Deus e em Sua promessa de que Ele colocaria
Seus inimigos sob Seus pés (Hb 1:13; 10:12,13). Deus fez a mesma
promessa a nós, e precisamos crer Nele, assim como Jesus fez (Rm 16:20).
Como podemos confiar em Deus, fazendo escolhas que refletem essa confiança? Qual
è a próxima escolha importante que vocè precisa fazer e como pode ter certeza de que
ela revela confiança em Deus?
48 Hebreus mensagem para os últimos d<as
Sexta, 21 de janeiro
Estudo adicional
Ano Bíblico: Êx 14,15
J
esus disse: “Eis aqui estou Eu e os filhos que Deus Me deu” (Hb 2:13).
Patrick Gray sugere que Jesus é descrito como guardião de Seus irmãos.
O sistema romano de tutela impuberum determinava que, com a morte do
pai, “um tutor, muitas vezes um irmão mais velho, tornava-se responsável
pelo cuidado dos filhos menores e de sua herança até que atingissem
a maioridade, aumentando assim o dever natural do irmão mais velho de
assumir o cuidado de seus irmãos mais novos” (Godly Fear: The Epistle to
the Hebrews and Greco-Roman Critiques o f Superstition [Atlanta: Society of
Biblical Literature, 2003], p. 126). Por isso, Hebreus se refere a nós como
irmãos de Jesus e como Seus filhos. Sendo Irmão mais velho, Jesus é nosso
Tutor, Guardião e Protetor.
“Cristo veio à Terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se
Representante do homem, para mostrar, no conflito com Satanás, que o
homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer
a todo reclamo divino” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 253).
“Em Sua vida e ensinos, Cristo deu um perfeito exemplo do abnegado ministério
que tem sua origem em Deus. Ele não vive para Si. Criando o mundo,
mantendo todas as coisas, Ele está constantemente ministrando em
benefício de outros. ‘Faz o Seu Sol nascer sobre maus e bons e vir chuvas
sobre justos e injustos’ (Mt 5:45). Esse ideal de ministério Deus confiou a
Seu Filho. A Jesus foi dado pôr-Se como Cabeça da humanidade, para que
por Seu exemplo pudesse ensinar o que significa servir” (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 649).
Perguntas para consideração
1. Jesus Se tornou nosso Irmão para nos salvar. Virar as costas para isso
seria trágico?
2. É importante para nós que Jesus não tenha nascido na escravidão do
pecado (Rm 7:14)? Foi importante para os israelitas que Moisés não fosse
escravo como eles? A história de Moisés nos ajuda a entender o que
Jesus fez por nós?
3. Ainda que o sofrimento resulte em algum bem, ele, em si, é algo bom?
Respostas e atividades da semana: 1. Um parente próximo. 2. Nós somos descritos como escravos, e Jesus como
nosso Redentor. 3. Moisés recusou privilégios e preferiu ser maltratado com o povo de Deus. 4. Que não nos envergonhemos
Dele. 5. Limitação, fraqueza, falta de compreensão, sujeição à morte. 6. Aperfeiçoamento, aprendizagem
da obediência e revelação da Sua misericórdia. 7. Com perseverança, tendo Jesus como exemplo e olhando para Ele.
Jan • Fev • Mar 2022
|49|
RESUMO DA LIÇÃO 4
Jesus, nosso Irm ão fiel
T E X T O S -C H A V E S : Lv 25:25-27; Hb 2:14-16; 11:24-26; IC o 15:50; Hb 5:8.9; 12:1-4
ESBOÇO
Temas da lição
Se com pararm os Hebreus 1 com Hebreus 2 tem os um quadro de contrastes. Em H e
breus 1, Cristo é superior aos anjos (Hb 1:6), ao passo que em Hebreus 2, Ele é inferior
a eles, ao m enos, por certo tem po (Hb 2:9). Em Hebreus 1, Cristo está próxim o a Deus,
à Sua direita (Hb 1:15); em Hebreus 2, está perto de nós e não Se envergonha de nós,
Seus irm ãos (Hb 2:11). Ao comparar o Cristo pré-encarnado com a natureza hum ana. H e
breus afirm a que Cristo adotou a natureza de carne e sangue para ser com o nós (Hb 2:14).
Além disso, m orreu com o nós, seres hum anos (Hb 2:14). M as a grande diferença entre
nossa m orte e a Dele é que Sua morte realizou o que a nossa jamais poderia efetuar: livrou
"todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida"
(Hb 2:15). Cristo é com o nós, mas diferente de nós. Ele foi verdadeiramente hum ano, m as
sem pecado (Hb 4:15). Com o M oisés, que escolheu a vergonha em vez da fama (Hb 11:25),
Cristo não Se im portou em Se tornar hum ano e morrer na cruz. Ele Se tornou com o nós
para que pudéssem os nos tornar com o Ele. Ao nos tornarm os sem elhantes a Ele, Ele não
Se envergonha de nós (Hb 2:11). No entanto, perdemos esse vínculo quando, tendo recebido
a salvação, novam ente O expom os "à zombaria" (Hb 6:6). O s hum anos passam por
provações e testes, que produzem resistência e, finalmente, maturidade de caráter. P aulo
descreveu Jesus de maneira semelhante. Ele "aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu" e foi “aperfeiçoado* (Hb 5:8,9). Com o Jesus aprendeu obediência? Em algum m o
mento, Ele foi desobediente? Essa noção iria contradizer Hebreus 4:15, que diz que Jesus
foi provado em tudo, com o nós, mas permaneceu sem pecado.
COM EN TÁRIO
“Tendo sido aperfeiçoado"
O texto de Hebreus 5:7-9 apresenta vários desafios. O texto diz: "Ele, Jesus, nos dias
da Sua carne, tendo oferecido, com forte clam or e lágrimas, orações e súplicas a Quem
O podia livrar da morte, foi ouvido por causa da Sua reverência. Embora fosse Filho, aprendeu
a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o A utor da
salvação eterna para todos os que Lhe obedecem* (Hb 5:7-9).
Essa passagem levanta ao m enos três questões que merecem respostas. Primeira: Paulo
nos diz que Cristo ofereceu orações a Deus, que era capaz de salvá-Lo da morte, e Ele foi
ouvido. Jesus foi ouvido e salvo da m orte? Segunda questão: Jesus aprendeu a obediência.
|50| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Com o Ele aprendeu a obediência? Em algum momento Ele foi um Filho desobediente? Terceira:
Jesus foi aperfeiçoado. Ele não foi perfeito o tempo todo, sem pecado? Trataremos
de cada uma dessas questões em ordem.
Jesus foi ouvido e salvo da morte? O verso 7 começa com a frase “nos dias da Sua carne"
(Hb 5:7), que é uma referência clara à existência humana de Cristo. Ao passar pela experiência
anterior ao Getsêmani e no Getsêmani, os evangelhos nos dizem apenas que
Jesus estava em perigo. Em Mateus 26:38, Ele diz: "A Minha alma está profundam ente triste".
Em M ateus 26:38 e Marcos 14:33, 34, Jesus disse: “A Minha alma está profundam ente
triste". Em Joâo 12:27, Ele disse: “Agora a Minha alma está angustiada". Contudo, nenhum
desses relatos registra que Ele orou com “forte clamor e lágrim as” (Hb 5:7). Esse detalhe
é uma contribuição de Hebreus à narrativa do Getsêmani. A s orações e súplicas de Jesus
foram oferecidas “a quem O podia livrar da morte" (Hb 5:7), mas não foram oferecidas
para que Ele pudesse ser salvo da morte a todo custo. Em que sentido, então, Deus O o u
viu? Jesus não orou para ser poupado da morte, mas para que a vontade divina fosse feita
(Mt 26:39). O Pai não livrou Jesus da crucifixão, mas, por meio de Sua ressurreição, O livrou
do poder da morte infligida pela crucifixão. Portanto, Jesus foi ouvido, pois a vontade
divina foi feita, e Jesus foi trazido de volta à vida. Paulo até nos contou o m otivo pelo
qual a oração de Cristo foi ouvida: “por causa da Sua reverência” (Hb 5:7). Por causa do temor
reverente de Cristo pela vontade divina, Sua oração foi ouvida, e Ele foi ressuscitado.
Com o Jesus aprendeu a obediência? Essa pergunta sugere que Cristo pode ter sido
desobediente. Essa possibilidade, no entanto, é claram ente refutada por H ebreus 4:15,
que afirma que Ele foi obediente durante toda a Sua vida. Cristo aprendeu a obediência
por meio da subm issão (Hb 5:7) e do sofrimento (Hb 5:8). O texto grego em prega um jogo
de palavras, emathen/epathen (“aprendeu/sofreu"), no verso 8, sem elhante ao provérbio:
“sem dor, não há ganho" [em inglês, “no pain, no gain"]. Jesus aprendeu a obediência, em
parte, ao Se conformar totalmente à vontade divina no Getsêmani. No entanto, visto que
Cristo não era apenas Deus, mas tam bém humano, Ele teve que aprender a obediência
em Seu papel vocacional com o Salvador. Com o Deus, Ele não tinha pecado, m as com o
humano, precisou aprender a obediência e a subm issão à vontade divina, assim como nós,
seres hum anos. Com o Deus, Jesus nunca precisou aprender a Se submeter. No entanto,
em Sua experiência humana, quando chamado para morrer, teve que superar Seu instinto
hum ano m ais básico de autopreservaçào (“se é possível, que passe de M im este cálice!”
[M t 26:39]) e subm eter-Se. Se n d o assim , aprendeu a obediência subm issa. So b re o
Mestre, Paulo declarou em Filipenses: “tornando-Se obediente até a morte, e m orte
de cruz" (Fp 2:8).
A título de comparação, lem os que a geração do Êxodo se caracterizava por algu ns
elem entos: era rebelde e colocava sem pre D eus à prova; tinha coração endurecido
(Hb 3:8,9); não com preendia os cam inhos de D eus (Hb 3:10). Na carta aos hebreus, Paulo
resume essas características como incredulidade e pecado (Hb 3:12,13,17,19), bem com o
desobediência (Hb 3:18). Rebelião, desobediência, pecado e infidelidade cam inham juntos.
Em contraste, Hebreus aplica a Cristo um conjunto diferente de termos. Ele é “sem
pecado" (Hb 4:15) e “fiel" (Hb 2:17; Hb 3:2,6). Devem os entender a obediência de Cristo
)an • Fev • Mar 2022 1511
<
I
em Hebreus 5:8 à luz desse conjunto de características opostas, conforme evidenciado
pela geração do Êxodo, em Hebreus 5:8-11,15-19. Em seguida, identificarem os prontam
ente a obediência de Cristo com o uma educação que é parte integrante de n o s
sa própria fé e confiança em Deus (compare com Rm 1:5; 16:26). Assim com o Cristo
aprendeu a obediência com o ser humano, subm etendo-Se à vontade divina e confiando
na vontade de Deus sobre a Sua própria vontade, devem os fazer o m esm o (Ap 14:12).
Resta ainda uma pergunta: Por que Hebreus 5:9 afirma que Cristo foi “aperfeiçoado"?
Afinal, Ele já não era perfeito? 0 verso anterior ajuda a responder a essa indagação: “Em
bora fosse Filho, aprendeu a obediência por meio do que sofreu” (Hb 5:8). Paulo concluiu:
Portanto, “tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o Autor da salvação eterna para todos os
Dque Lhe obedecem" (Hb 5:9). Assim, o aperfeiçoamento de Jesus resultou da obediência
que Ele aprendeu por meio do sofrimento, e isso 0 habilitou a ser nosso Sum o Sacerdote
celestial. Em resumo, podemos dizer que a oração de Cristo Àquele que era capaz de
salvá-Lo da morte foi ouvida porque Ele orou para que fosse feita a vontade divina. Com o
resultado, Ele foi trazido de volta à vida. Ele aprendeu a obediência ao Se subm eter a
Deus e confiar Nele. Finalmente, Cristo foi feito nosso Sum o Sacerdote perfeito por meio
da obediência, para que pudesse Se tornar “o Autor da salvação eterna para todos os que
Lhe obedecem", ou seja, nós (Hb 5:9).
Perguntas para reflexão
1. Se Cristo estava sujeito à obediência e a aprendeu em Sua experiência humana, quão
importante é a obediência para nós?
2. Com o poderei andar no Jardim do Éden na nova Terra se nunca experimentar o Jardim
do Getsêmani (isto é, submeter-me à vontade divina aqui e agora)? Por que essas duas
experiências caminham juntas?
3. Em sua opinião, por que o ser humano tem dificuldade em obedecer às autoridades?
Com o poderiam os evitar uma reação negativa semelhante quanto à subm issão à autoridade
divina?
4. Por que muitas vezes há uma tensão no coração humano entre amar a Deus e obedecer-
Lhe? Com o João 14:15 pode nos ajudar a resolver esse problema?
Cristo como nós, mas diferente de nós
Com o vimos, Cristo é retratado como muito superior aos anjos. Na verdade, Ele é descrito
com o a expressão exata do próprio Ser de Deus (Hb 1:3). Portanto, Ele é digno de
adoração (Hb 1:6), de acordo com o primeiro capítulo de Hebreus. No segundo capítulo,
Ele é descrito com o inferior aos anjos por um período de tempo. Porém, não é apenas isso.
Jesus, ao adotar "carne e sangue" e o sofrimento que essa experiência acarreta, com partilhou
plenam ente o destino de Seus irmãos hum anos (Hb 2:14). A maneira pela qual “foi
feito m enor do que os anjos" não foi sim plesm ente por Sua encarnação, m as por Seu so
frimento na morte (Hb 2:9). O Filho entrou de tal forma na esfera hum ana que abraçou a
m ortalidade em contraste com os anjos, que não enfrentam a morte.
O que Cristo realizou O capacitou a Se tornar um “misericordioso e fiel Sum o Sacerdo-
I te [...] para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2:17).
1 "
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Pergunta para reflexão: No exato m om ento em que este com entário é escrito, as pesso
a s em todo o m undo estão com m edo de se infectarem e morrer pelo novo coronavirus.
C om o os atos de Cristo ao adotar nossa carne e sangue e com partilhar n o sso destino nos
ajudam quando enfrentam os am eaças tão nefastas e doenças term inais?
APLICAÇÃO PARA A VID A
Considere esta declaração de Ellen G. White sobre a natureza hum ana de Cristo: "M u i
tos pretendem que era im possível Cristo ser vencido pela tentação. N esse caso, não teria
sido colocado na posição de Adão; não poderia haver obtido a vitória que aquele deixou
de ganhar. Se tivéssem os, em certo sentido, um mais probante conflito do que Cristo teve,
então Ele não estaria habilitado para nos socorrer. M as nosso Salvador Se revestiu da hum
anidade com todas as suas contingências. Tom ou a natureza do hom em com a p o ssibilidade
de ceder à tentação. Não tem os que suportar coisa nenhum a que Ele não tenha
sofrido’ (O Desejado de Todas as Nações, p. 117).
Pergunta para reflexão: Que consolo e esperança há em saber que Jesus suportou tudo
o que som os cham ados a suportar?
Encontre a paz
que só a verdadeira
amizade com
JESUS
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|an • Fev • Mar 2022
I 53
[
Lição
Jesus, o Doador
do descanso
VERSO PARA M EM O RIZAR: "P o rta n to ,
resta um re p o u so sabático para
o p o vo de D e u s" (H b 4:9).
Leituras da semana: G n 15:13-21;
H b 3:12-19; 4:6-11; 4 :1 ,3 ,5 ,1 0 ;
D t 5:12-15; H b 4:8-11
IMS]
Sábado, 22 de janeiro
A n o Bíblico: Ê x 16,17
Os capítulos 1 e 2 de Hebreus enfatizam a entronização de Jesus
como Governante e Libertador do povo de Deus. Os capítulos 3 e 4
apresentam-No como Aquele que nos dará descanso. Essa progressão faz sentido
ao lembrarmos que a aliança davídica afirmava que Deus daria ao Rei
prometido e a Seu povo “descanso” de seus inimigos (2Sm 7:10,11). Esse descanso
está disponível para nós visto que Jesus está sentado à direita de Deus.
Hebreus descreve o descanso tanto como um descanso que pertence
a Deus quanto como um descanso sabático (Hb 4:1-11). Deus tornou Seu
descanso disponível a Adão e Eva. O primeiro sábado foi a experiência da
perfeição com Aquele que a tornou possível. Deus também promete um
descanso sabático, pois a verdadeira observância do sábado incorpora a
promessa divina de trazer de volta essa perfeição.
Quando guardamos o sábado, recordamos que Deus fez uma provisão
perfeita para nós quando criou o mundo e quando o redimiu na cruz.
A verdadeira observância do sábado, entretanto, é mais do que um ato
de lembrança; é um antegozo, neste mundo imperfeito, do futuro que
Deus prometeu.
ISA |
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Domingo, 23 de janeiro
A terra como um lugar de descanso
A n o Bíblico: £ x 18 P O
1. Leia Gênesis 15:13-21.0 que Deus prometeu a Abraão?
Quando Deus libertou Israel da escravidão no Egito, Seu propósito era
levar a nação para a terra de Canaã, onde poderia descansar (Êx 33:14;
Js 1:13). A terra de Canaã era a herança que o Senhor havia prometido
ao patriarca Abraão, por ter obedecido à voz de Deus e deixado seu país
(Gn 11:31-12:4).
O propósito divino ao dar a terra a Israel não era simplesmente que
o povo a possuísse. Deus queria trazer os filhos de Israel para Si m esm o
(Êx 19:4), pois desejava que vivessem em uma terra onde pudessem ter
um relacionamento íntimo com Ele, sem nenhum obstáculo, e fossem
testemunhas para o mundo do verdadeiro Deus e do que Ele oferecia ao
Seu povo. Como o sábado da criação, a terra de Canaã tornava possível
um relacionamento íntimo com o Redentor e permitia que desfrutassem
de Sua bondade.
Em Deuteronômio 12:1-14, o Senhor disse aos israelitas que eles entrariam
no descanso, não apenas quando entrassem na terra, mas quando
a tivessem purificado da idolatria. Depois disso, o Senhor mostraria a
eles, os escolhidos, um lugar onde habitaria entre eles.
2. Leia Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15. Quais são as duas coisas que
o descanso sabático celebra, e como se relacionam?
Deus conectou o sábado da criação com a libertação do Egito. O Senhor
instruiu Israel a observar o sábado como memorial da criação e de sua
redenção do Egito. A criação e a redenção estão ambas consagradas no
mandam ento do sábado. Assim como não nos criamos, não podemos
nos redimir. É uma obra que só Deus pode fazer e, no descanso, reconhecemos
nossa dependência Dele, não apenas para a existência, mas para a
salvação. A guarda do sábado é uma expressão poderosa de salvação somente
pela fé na graça amorosa de Deus.
Como a guarda do sábado nos ajuda a entender nossa total dependência de Deus, não
apenas para a existência, mas também para a salvação?
|an • Fev • Mar 2022 15 5 1
Segunda, 24 de janeiro
Por causa da incredulidade
Ano Bíblico: Êx 21-23
3. Por que Israel não entrou no descanso prometido? Hb 3:12-19
0triste fato é que os que foram libertos do Egito não puderam entrar
no descanso prometido. Quando Israel chegou a Cades-Barneia, na
fronteira da terra prometida, ele não teve a fé de que precisava. Os capítulos
13 e 14 de Números explicam que os espias israelitas “falaram mal
da terra que haviam espiado” (Nm 13:32). Afirmaram que a terra era boa,
mas avisaram que os habitantes eram fortes, as cidades fortificadas, e que
não poderiam conquistá-la.
Josué e Calebe concordaram com a declaração de que a terra era boa
e não contestaram o fato de que seu povo era forte e as cidades fortificadas,
mas afirmaram que Deus estava com eles e os levaria para a terra
(Nm 14:7-9). No entanto, aqueles que viram Deus destruir o Egito por meio
de pragas (Êx 7-12), aniquilar o exército do faraó no Mar Vermelho (Êx 14),
fornecer pão do Céu (Êx 16) e água da rocha (Êx 17), e também manifestar
Sua contínua presença e orientação através da nuvem (Êx 40:36-38),
deixaram de confiar. É uma trágica ironia que a geração que havia visto
tais demonstrações poderosas do poder divino tenha se tornado símbolo
de falta de fé (Ne 9:15-17; SI 106:24-26; ICo 10:5-10).
Deus promete a Seus filhos dons além do alcance humano. É por isso
que se baseiam na graça e são acessíveis apenas por meio da fé. Hebreus 4:2
explica que a promessa que Israel recebeu “não lhes trouxe proveito, porque
não foram unidos por meio da fé com aqueles que a ouviram.”
Israel peregrinou até a fronteira da terra prometida como um povo.
Quando confrontado com relatos contraditórios, se identificou com os
incrédulos. A fé, ou a falta dela, é contagiosa. Por isso Hebreus admoesta
seus leitores: “animem uns aos outros” (Hb 3:13), “cuidemos também de
nos animar uns aos outros no amor e na prática de boas obras” (Hb 10:24),
e “que ninguém fique afastado da graça de Deus” (Hb 12:15).
Continuamos a viajar para a terra prometida como um povo e temos
responsabilidade para com os que viajam conosco.
Suas palavras e ações ajudam a edificar a fé das pessoas? Você pode melhorar nisso?
15 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 25 de janeiro
Hoje, se ouvirem a Sua voz
Ano Bíblico: Êx 24-27
4. Qual é o convite de Deus para nós em Hebreus 4:6-11?
Embora a geração do deserto não tenha entrado no descanso por sua
falta de fé, isso não impediu Deus de trabalhar em favor de Seu povo.
Ele permaneceu fiel (2Tm 2:13). Paulo repetiu várias vezes que a promessa
divina permanece (Hb 4:1, 6, 9). Ele usou os verbos gregos kataleipõ e
apoleipõ, o que significa que a promessa foi “deixada para trás” ou ignorada
pelo povo. O fato de que o convite para entrar no descanso tenha sido
repetido na época de Davi (Hb 4:6, 7, referindo-se ao SI 95) implicava que
a promessa não havia sido reivindicada e que ainda estava disponível. Na
verdade, sugere que o descanso está disponível desde a criação (Hb 4:3,4).
Deus, entretanto, nos convida "hoje” a entrar em Seu descanso. “Hoje”
é um conceito repleto de significado. Quando Moisés renovou a aliança de
Israel com Deus na fronteira da terra prometida, enfatizou a importância
do “hoje” (Dt 5:3; compare com 4:8; 6:6; 11:2). “Hoje” foi um momento
de reflexão em que ele convidou o povo a reconhecer que Deus tinha
sido fiel (Dt 11:2-7). “Hoje” também foi o momento de decidir ser fiel ao
Senhor (Dt 5:1-3). Essa decisão não pode ser adiada.
Da mesma forma, "hoje” é para nós um momento de decisão, de oportunidade,
mas também de perigo, como sempre foi para o povo de Deus.
No livro de Hebreus, o conceito do “hoje” denota o tempo do cumprimento
das promessas divinas. Deus inaugurou esse momento com o
decreto: “Hoje Eu gerei Você” (Hb 1:5), que estabeleceu Jesus como Governante
em cumprimento de Suas promessas (2Sm 7:8-16). Assim, a entronização
de Jesus inaugurou uma nova era de bênçãos e oportunidades
para nós. Jesus derrotou os inimigos (Hb 2:14-16) e inaugurou uma nova
aliança (Hb 8-10). Podemos nos aproximar “ousadamente” da presença
divina (Hb 4:14-16; 10:19-23) e nos regozijar diante do Senhor com sacrifícios
espirituais de ação de graças e louvor (Hb 12:28; 13:10-16). O apelo
feito “hoje” nos convida a reconhecer que Deus é fiel e nos dá todas as razões
para aceitar Seu convite imediatamente, sem tardar.
Que decisões espirituais você deve tomar "hoje"? Como foram suas experiências quando
adiou o que sabia que Deus queria que você fizesse de imediato?
Jan • Fev • Mar 2022 |5 7 1
Q u arta, 2 6 de janeiro
Ano Bíblico: É x 2 8 ,29
Entrando em Seu descanso
5. Leia Hebreus 3:11 e 4:1,3,5,10. Como Deus caracteriza o descanso no qual
nos convida a entrar?
Deus não nos convida simplesmente para descansar. Somos convidados
a entrar em Seu descanso. Na Bíblia, “descanso” pode denotar paz
na terra de Canaã (Dt 3:20), ou o templo em que a arca da aliança descansava
(2Cr 6:41), ou o sábado em que Deus e os israelitas “descansam” de
seu trabalho (Êx 20:11). Porém, nas passagens acima o Senhor os convida
a entrar em Seu descanso.
6. Leia Hebreus 4:9-11,16.0 que som os chamados a fazer?
O descanso sabático celebra o fato de Deus ter terminado ou completado
a obra da criação (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11) ou redenção (Dt 5:12-15).
Da mesma forma, a entronização de Jesus no templo celestial celebra o
fato de que Ele terminou de oferecer o sacrifício perfeito para nossa salvação
(Hb 10:12-14).
Observe, Deus descansa somente quando garante nosso bem -estar.
Na criação, Deus descansou quando terminou a criação do mundo. Depois,
descansou no templo somente depois que a conquista da terra que Ele havia
prometido a Abraão foi completada por meio das vitórias de Davi, e
Israel habitava seguro (lR s 4:21-25; compare com Êx 15:18-21; Dt 11:24;
2Sm 8:1-14). Deus construiu uma casa para Si só depois que Israel e o rei
tinham uma casa.
O descanso final que Deus nos promete é o novo mundo que criará para
nós depois que o grande conflito finalmente terminar. Hebreus se refere a
ele como “a cidade [...] da qual Deus é o Arquiteto e Construtor” (Hb 11:10)
e como uma pátria celestial (Hb 11:14-16). Esse descanso é a restauração
do domínio, glória e honra que Deus originalmente concedeu aos seres humanos
na criação (Hb 2:5-8; 12:28). E o Seu descanso. Não é simplesmente
uma terra perfeita em que teremos paz, mas um novo céu e uma nova terra
onde o trono de Deus estará. Ali teremos o nosso almejado descanso sabático.
Como podem os entrar no descanso de Deus agora mesmo e, pela fé, ter a certeza da
salvação em Cristo, e não em nós m esm os?
1581 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q uinta, 27 de ianeiro A n o Bíbi« o t x v». 3 1
Uma antecipação da nova criação
7. Compare Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15 e Hebreus 4:8-11. Que diferenças
encontramos quanto ao significado do descanso sabático?
Exodo e Deuteronômio nos convidam a olhar o passado e descansar no
sábado para celebrar as obras da criação e da redenção. Hebreus 4:9-11,
no entanto, nos convida a olhar para o futuro. Diz-nos que Deus preparou
um descanso sabático vindouro e sugere uma nova dimensão para a guarda
do sábado. O descanso sabático celebra não apenas as vitórias de Deus
no passado, mas também as promessas divinas para o futuro.
A dimensão futura da observância do sábado sempre existiu, mas muitas
vezes foi negligenciada. Após a queda, passou a ser a promessa de
que Deus um dia restauraria a criação à sua glória original por meio do
Messias. Deus nos ordenou que celebrássemos Seus atos de redenção por
meio da observância do sábado, pois esse dia aponta para a culminação
da redenção em uma nova criação. A observância do sétimo dia é uma antecipação
do céu neste mundo imperfeito.
Isso sempre foi claro na tradição judaica. "Life of Adam and Eve”, The
Old Testament Pseudepigrapha, de James H. Charlesworth, obra escrita entre
100 a.C. e 200 d.C., p. 18, diz: "O sétimo dia é um sinal da ressurreição,
o descanso da era vindoura”. Outra fonte diz que a era vindoura é "o dia que
é descanso sabático para a eternidade” (Jacob Neusner, The Mishnah, a New
Translation [Yale University Press, 1988], p. 873). O thiotofRabbiA kiha, uma
fonte posterior, diz: "Israel disse perante o Santo, ‘Bendito seja Ele, Mestre
do Mundo, se observarmos os mandamentos, que recompensa teremos?’ Ele
lhe disse: ‘O mundo vindouro'. Disse-Lhe: ‘Mostra-nos como ele é\ Ele lhes
mostrou o sábado’" (Theodore Friedman, “The Sabbath Anticipation of Redemption"
[Judaism: A Quarterly Journal, v. 16], p. 4 4 3 ,4 4 4 ).
O sábado é celebração, alegria e ação de graças. Ao observá-lo, demonstramos
que cremos nas promessas de Deus, que aceitamos o dom da graça.
O sábado é a fé vibrante. Quanto às ações, a observância do sábado provavelmente
seja a expressão mais completa da convicção de que somos
salvos pela graça por meio da fé Nele.
Como guardar o sábado mos trando o en tendimen to do que é a salvação pela fé, à parte
das obras da lei? Em que sentido descansar no sábado expressa salvação pela graça?
|an • Fev • Mar 2022 I 5 9 1
Se x ta , 28 de janeiro
Estudo adicional
A n o Bíblico: Êx 32,33
/
Esignificativo que Paulo, em Hebreus, tenha usado o descanso sabático,
e não o domingo, como símbolo da salvação pela graça. O uso do descanso
sabático dessa forma implica que os crentes valorizavam e observavam
o sábado. Contudo, a partir do segundo século d.C., encontramos
evidências de uma mudança decisiva na igreja. A observância do sábado
deixou de ser considerada um símbolo de salvação e passou a ser símbolo
de fidelidade ao judaísmo e à antiga aliança, que deveria ser evitado.
Guardar o sábado tornou-se o equivalente a “judaizar”. Inácio de Antioquia
(por volta de 110 d.C.) observou: “Aqueles que viviam de acordo com
a antiga ordem encontraram uma nova esperança. Eles não mais observam
o sábado, mas o dia do Senhor - o dia em que nossa vida foi ressuscitada
com Cristo e por Sua morte” (Jacques B. Doukhan, Israel and the
Church: Two Voices for the Same God [Hendrickson Publishers, 2002], p. 42).
Marcião ordenou que seus seguidores jejuassem no sábado como sinal de
rejeição aos judeus e ao seu Deus, e Vitorino não queria dar a impressão
de que “observava o sábado dos judeus” (Israel and the Church, p. 41-45).
Foi a perda da compreensão da observância do sábado como um símbolo
da salvação pela graça que levou ao seu desaparecimento na igreja cristã.
“A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de
sentimentos, mas deve existir uma confiança constante e tranquila. Sua
esperança não está em si mesmo, mas em Cristo. [...]” (Ellen G. W hite,
Caminho a Cristo, p. 70, 71).
Perguntas para consideração
1. Qual é a relação entre a observância do sábado e a justificação pela fé?
2. Qual é a diferença entre a verdadeira observância do sábado e a observância
legalista? Como observar o sábado da maneira correta?
Respostas e atividades da semana: 1. Prometeu que daria a terra à sua descendência. 2. A criação e a redenção.
Deus nos criou e nos redimiu. 3. Porque não creu no poder de Deus para entregar a terra nas suas mãos, apesar de
ter testemunhado maravilhas da parte de Deus e ter visto Seu cuidado e amor. 4. Deus nos convida a entrar no Seu
descanso, ou seja, confiar Nele. S. Esse descanso é chamado de "Seu descanso", o descanso que Deus oferece quando
confiamos no sacrifício de Cristo para nos salvar. 6. Entrar no descanso que encontramos no trono da graça por
meio da fé e da oração. 7. Êxodo e Deuteronõmio enfatizam a criação e a redenção, enquanto Hebreus enfatiza a
promessa divina para o futuro: a culminação da redenção em uma nova criação.
160 Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇÃO 5
Jesus, o Doador do descanso
T E X T O S -C H A V E S : Gn 15:13-21; Hb 3:12-19; 4:6-11; 4:1,3,5,10; Dt 5:1-3; Hb 4:8-11
ESBOÇO
Temas da lição
A aliança davídica prometia descanso ao Rei entronizado e a Seu povo. A progressão
lógica de Hebreus concorda com essa ideia. Em Hebreus 1 e 2, vemos a preeminência
de Cristo como Soberano e Libertador de Seu povo. Hebreus 3 e 4 mostra a superioridade
de Cristo em relação a Moisés e Josué como o divino Líder que provê descanso.
O descanso sabático no AT é retratado em duas versões dos Dez Mandamentos (Êx 20;
Dt 5). O primeiro texto enfatiza a criação, o último, a redenção. Em Hebreus 3 e 4, Paulo
usou a geração do Êxodo (não seus filhos) como um exemplo de descrença e desobediência
(Hb 3:19) para mostrar a consequência prejudicial de não poder entrar na terra do
descanso, Canaã. Voltando-se para sua audiência, Paulo a exortou com uma citação do
Salm o 95: “Hoje, se ouvirem a Sua voz, não endureçam o coração” (Hb 4:7), mas entrem
no Seu repouso (Hb 4:9). O que é esse repouso (do grego, sabbatismos) do qual Paulo falou?
Por que o apóstolo incentivou os hebreus a participarem dele? São essas as questões
que abordaremos a seguir.
COMENTÁRIO
A observância do sábado permanece
Comecemos definindo o “repouso" de Hebreus 4:9. De acordo com o Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia, a palavra traduzida como “repouso” em Hebreus 4:9 vem do grego
sabbatismos, que significa “descanso”, “cessação" [de atividade anterior]; que mais tarde
passa a significar “observar o sábado”, do verbo sabbatizõ, “descansar", “fazer cessar",
“guardar o sábado".
“Sabbatizõ é usado sete vezes na LX X [a Septuaginta, a tradução grega dos judeus do
AT], uma vez para o sábado literal do sétimo dia (Êx 16:30), uma vez para outros sábados
(Lv 23:32) e cinco vezes para o descanso da terra no ano sabático (Lv 26:34,35; 2Cr 36:21)
[...] Assim, a ideia fundamental expressa por sabbatizõ, na LXX, é a de descansar ou cessar
o trabalho ou outra atividade. A partir disso, conclui-se que o uso das palavras gregas
e hebraicas relacionadas implica que o substantivo sabbatismos pode denotar tanto o
descanso literal do sábado como simplesmente “descanso" ou “cessação" em sentido geral.
Assim, um estudo linguístico da palavra sabbatismos em Hebreus 4:9 não deixa claro
se o autor tinha em mente o descanso do sábado semanal ou se indicava simplesmente
“descanso" ou “cessação" em sentido geral. O contexto, porém, pode elucidar a questão.
)an • Fev • Mar 2022 I 6 1 1
‘0 autor de Hebreus parece usar katapausis ["cessação do trabalho"; ver em Hebreus
3:11) e sabbatismos mais ou m enos como sinônimos:
"1. Pelo fato de que Josué não pôde levar o Israel espiritual ao 'descanso* (katapausis,
v. 8), resta um sabbatismos (v. 9) para os cristãos. 0 que resta deve ser o m esm o que havia
no inicio.
"2. N os versos 1 e 6, o que resta para o povo de Deus no tem po do NT é um katapausis;
no v. 9, é dito que resta um sabbatismos. Assim , dizer que o que resta para “o povo
de D eus" é o sábado sem anal implicaria que Josué não conseguiu levar Israel ao sá b a
do semanal.
*3. 0 fato de, na LXX, a Bíblia comum da igreja do NT, katapauõ (Gn 2:2, 3; Êx 20:11) e
sabbatizõ (êx 16:30; Lv 23:32) serem usados intercambiavelmente para o sábado do sétimo
dia tende a negar a ideia de que o autor de Hebreus tivesse a intenção de fazer uma
distinção entre essas palavras em Hebreus 3 e 4.
B
*Os judeus do tempo de Paulo, sendo cristãos ou não, eram criteriosos na observância
do quarto mandamento. Portanto, escrevendo aos judeus, o autor de Hebreus não
considerou necessário provar-lhes que a guarda do sábado “permanece". Se o objetivo
do argumento, iniciado em Hebreus 3:7, fosse provar que a guarda do sábado perm anecia
para o povo de Deus, o autor não estaria sendo lógico em seu raciocínio. Não haveria
nenhum a vantagem em um esforço tão grande para convencer os judeus a fazer algo
que eles já estavam fazendo: observar o sábado do sétimo dia. ALém disso, no contexto
apostólico, o sábado do sétimo dia era observado por todos os cristãos, judeus e gentios,
e qualquer argum ento para provar a validade do sábado naquele contexto do cristianismo
seria desnecessário.
"Deve-se observar ainda que a seção que compreende os capítulos 3 e 4 de Hebreus é
aberta com um convite: 'Considerem atentamente o Apóstolo e Sum o Sacerdote da nossa
confissão, Jesus’ (Hb 3:1), e termina com um apelo fervoroso: ‘Acheguem o-nos [...] confiadamente*
diante Dele, a fim de ‘recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro
em ocasião oportuna’ (Hb 4:16). Assim, uma argumentação prolongada a fim de provar
a obrigação de observar o sábado, para quem já guardava o sábado, não teria uma relação
direta com o tema dominante de Hebreus 3 e 4: o ministério de Cristo como o grande
Sum o Sacerdote no santuário celestial.
“O descanso de que se fala aqui é o descanso da graça” (Ellen G. White, M aterial
Suplem entar sobre Hb 4:9; cf. GC 253). Trata-se do “verdadeiro repouso da fé” (M D C
[O Maior Discurso de Cristo], p. 1).
“O s cristãos entram no ‘descanso’ de Deus quando 'consideram' Jesus (Hb 3:1), ouvem
Sua voz (Hb 3:7,15; 4:7), exercem fé Nele (Hb 4:2,3), abandonam os próprios esforços para
obter a salvação (v. 10), conservam ‘firmes a confissão’ (v. 14) e se aproximam do trono
da graça a fim de ‘receber misericórdia e achar graça para socorro em ocasião oportuna’
(v. 16). Aqueles que entram nessa experiência devem tomar cuidado com o ‘perverso coração
de incredulidade’ (Hb 3:12), evitando endurecer o coração (Hb 3:8,15; 4:7). Devem
se esforçar para entrar no ‘descanso’ de Deus" (Hb 4:11; Comentário Biblico Adventista do
Sétimo Dia, v. 7, p. 454,455, “Repouso" em Hebreus 4:9).
1 6 2 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Ellen G. White abordou o tema do repouso tratado em Hebreus 4:9 em um resum o da
vida do grande reformador inglês João Wesley: “Em tempo de grandes trevas espirituais,
George Whitefield e os irmãos Wesley apareceram como portadores da luz de Deus. Sob
o dom ínio da igreja estabelecida, o povo da Inglaterra havia caldo em tal declínio religioso
que dificilmente se poderia diferenciar do paganismo. A religião natural era o estudo
favorito do clero e incluía a maior parte de sua teologia. As classes mais elevadas zom bavam
da religiosidade e se orgulhavam de estar acima do que diziam ser fanatismo religioso.
A s classes inferiores eram totalmente ignorantes e entregues ao vício, enquanto a igreja
já não tinha coragem nem fé para apoiar a causa esmorecida da verdade.
"A grande doutrina da justificação pela fé, tão claramente ensinada por Lutero, foi quase
completamente perdida de vista e substituída pelo princípio católico de confiar nas boas
obras para a salvação. Whitefield e os Wesley, que eram m em bros da igreja estabelecida,
buscavam sinceramente o favor de Deus e haviam sido ensinados que isso deveria ser conseguido
mediante uma vida virtuosa e pela observância das ordenanças da religião. [...]
“W esley e seus companheiros chegaram a ver que a verdadeira religião está no coração
e que a lei de Deus envolve tanto os pensam entos quanto as palavras e ações. C onvictos
da necessidade de pureza de coração, assim como da correção da conduta exterior,
buscaram com zelo levar uma nova vida. Com oração e diligentes esforços, em penhavam -
se para dom inar os males do coração natural. Levavam uma vida de renúncia, caridade
e auto-hum ilhação, observando com grande rigor e exatidão todas as m edidas que acreditavam
poder ajudá-los a conseguir o que mais desejavam: uma santidade que pudesse
garantir o favor de Deus. Contudo, não alcançaram o objetivo que procuravam. Foram
inúteis seus esforços para se libertarem da condenação do pecado ou para neutralizar seu
poder. Essa foi a mesma luta que Lutero havia experimentado em sua cela no convento
em Erfurt. A mesma questão lhe havia torturado a alma - ‘Como pode o hom em ser justo
para com D e u s?’ (Jó 9:2). [...]
“Ao voltar para a Inglaterra, Wesley, sob a instrução de um pregador morávio, chegou
a um entendim ento mais claro da fé bíblica. Ficou convencido de que deveria renunciar
toda confiança em suas próprias obras para a salvação e que devia confiar com pletam ente
no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m undo” (Jo 1:29). Em uma reunião da S o
ciedade Morávia de Londres, foi lida uma declaração de Lutero, descrevendo a m udança
que o Espírito de Deus realiza no coração do crente. Ao ouvi-la, acendeu-se a fé na alma
de Wesley. [...] 'Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação; e foime
concedida a certeza de que Ele havia tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvado
da lei do pecado e da morte’.
“Durante longos anos de exaustivos esforços, de rigorosa renúncia, censura e hum i
lhação próprias, W esley havia se mantido firme em seu único propósito de buscar a Deus.
Por fim, ele O encontrou; e descobriu que a graça que tinha se esforçado tanto para alcançar,
por meio de orações e jejuns, obras de caridade e abnegação, era um dom que
poderia ser adquirido 'sem dinheiro e sem preço'” (Is 55:1; O Grande Conflito, p. 253-256).
Jan • Fev • Mar 2022
|63|
APLICAÇÃO PARA A V ID A
Perguntas para reflexão
1. Como a história de João Wesley ilustra a diferença entre repousar exclusivamente nos
méritos de Cristo e a futilidade de confiar em nossas próprias obras para a salvação?
2. De acordo com Hebreus 4:9, qual é o repouso que ainda resta para os cristãos?
3. Ellen G. White declarou que o repouso de que Paulo falou em Hebreus 4:9 é o descanso
da graça. Como podem os desfrutar esse descanso?
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/cpbeditora
|64| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Jesus,
o Sacerdote fiel
t
i S
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o rq u e n o s
convinha um S u m o Sace rd ote c o m o Este,
santo, inculpável, sem mácula,
se p a rado d o s p e cadores e e xaltado
acim a d o s C é u s” (Hb 7:26).
Leituras da semana: H b 5:1-10;
G n 1 4 :1 8 -2 0 ; 1 P e 2:9; H b 7:1-3;
7:11-16,22, 2 6
wa
S ábado, 2 9 de janeiro
A n o Bíblico: Ê x 3 4 -3 6
0pecado causou um abismo entre Deus e nós. Esse problema se agravou,
pois o pecado também implica a corrupção da nossa natureza.
Deus é santo, e o pecado não pode existir em Sua presença; assim, nossa
própria natureza corrompida nos separou Dele, como dois ímãs na orientação
errada se repelem. Além disso, nossa natureza corrompida tornou
impossível a nós obedecer à lei divina. O ser humano perdeu de vista o
amor e a misericórdia de Deus e passou a vê-Lo como irado e exigente.
Nesta semana, estudaremos as ações incríveis que o Pai e Jesus realizaram
para superar esse abismo. Hebreus 5 -7 apresentam uma análise
cuidadosa do sacerdócio de Jesus. O autor analisa sua origem e seu propósito
(Hb 5:1-10) e, em seguida, exorta os leitores a não desconsiderá-los
(Hb 5:11-6:8), mas apegar-se à esperança que isso envolve (Hb 6:9-20). Ele
também explica as características desse sacerdócio (Hb 7:1-10) e suas implicações
para o relacionamento de Deus com os crentes (Hb 7:11-28). Nesta
semana vamos nos concentrar especificamente em Hebreus 5:1-10 e 7:1-28.
166 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
Domingo, 30 de janeiro
Sacerdote em favor dos seres humanos
1. Qual é o papel do sacerdote? Como Jesus o cumpre? Hb 5:1-10
Ano Bíblico êx 37, ia
0propósito básico de um sacerdote é mediar entre os pecadores e Deus.
Sacerdotes foram designados por Deus a fim de m inistrar em favor
dos seres humanos; portanto, deviam ser misericordiosos e compreender
as fraquezas humanas.
Em Hebreus 5:5-10, Paulo mostrou que Jesus cumpre perfeitamente
essas características: foi designado por Deus (Hb 5:5, 6) e nos entende,
pois também sofreu (Hb 5:7, 8).
Porém, existem algumas diferenças importantes. Jesus nâo foi “escolhido
dentre os homens” (Hb 5:1). Em vez disso, adotou a natureza humana
para, entre outras coisas, servir como Sacerdote em nosso favor. Ele não
ofereceu sacrifícios pelos Seus próprios pecados (Hb 5:3), mas apenas pelos
nossos, pois Ele não tinha pecado (Hb 4:15; 7:26-28).
Hebreus diz que Jesus orou a quem O podia livrar da morte, e foi ouvido
(Hb 5:7). Deus salvou Jesus da segunda morte quando O ressuscitou
(Hb 13:20). Hebreus também diz que Jesus “aprendeu obediência pelas
coisas que sofreu” (Hb 5:8). A obediência era nova para Jesus, não porque
Ele fosse desobediente, mas porque era Deus. Como Soberano do Universo,
Jesus não obedecia a ninguém; todos Lhe obedeciam.
O sofrimento e a morte não O aperfeiçoaram no sentido de que tenha
progredido moral ou eticamente, nem O tornaram misericordioso. Ao contrário,
Jesus veio à Terra porque sempre foi misericordioso. Por isso, teve
compaixão de nós (Hb 2:17). O que Hebreus quer dizer é que foi por meio
dos sofrimentos que a realidade do amor fraterno de Jesus, a autenticidade
de Sua natureza humana e a profundidade de Sua submissão como
Representante da humanidade conforme a vontade do Pai foram verdadeiramente
expressas e reveladas. Ele foi “aperfeiçoado” no sentido de que
Seus sofrimentos O qualificaram para ser nosso Sumo Sacerdote. Foi Sua
vida de perfeita obediência e depois Sua morte na cruz que constituíram
a oferta de sacrifício que Jesus apresentou ao Pai como nosso Sacerdote.
1 Pedro 2:9 diz que som os "um sacerdócio real". O que a vida de Jesus diz sobre como
deve ser nosso relacionamento com as pessoas ao desempenhar esse papel sagrado?
)an • Fev • Mar 2022 16 7 1
Segunda, 31 de janeiro Ano Bíblico: Êx 39,40
Segundo a ordem de Melquisedeque
2. Leia Gênesis 14:18-20 e Hebreus 7:1-3. Quem foi Melquisedeque e com o
ele prefigurou jesus?
elquisedeque era rei e sacerdote. Ele também era superior a Abraão,
visto que este lhe deu o dízimo. Da mesma forma, Jesu s é Rei e
Sacerdote (Hb 1:3); diferente de Melquisedeque, porém, Jesus não tinha
pecado (Hb 7:26-28).
Hebreus 7:15 explica que Jesus era sacerdote “à sem elhança de
Melquisedeque". Isso é o que significa a expressão anterior, “segundo a ordem
de Melquisedeque" (Hb 5:6). Jesus não foi sucessor de Melquisedeque,
mas Seu sacerdócio era semelhante ao dele.
Por exemplo, Paulo diz que Melquisedeque não tinha pai, mãe, genealogia,
nascimento nem morte. Alguns sugeriram que Melquisedeque foi
uma encarnação de Jesus na época de Abraão, porém isso não se encaixa
no argumento de Hebreus. Melquisedeque “se assemelha” a Jesus, o que
implica que não era igual a Ele (Hb 7:3).
Também se sugeriu que Melquisedeque fosse um ser celestial, mas isso
destruiria o argumento de Hebreus. Se Melquisedeque não teve pai, mãe,
começo nem fim, ele seria o próprio Deus. Isso representa um problema.
O sacerdócio celestial de Melquisedeque, totalmente divino, teria precedido
o ministério de Jesus. Se fosse esse o caso, “que necessidade haveria
ainda de que se levantasse outro Sacerdote” (Hb 7:11)?
Hebreus usou o silêncio das Escrituras a respeito do nascimento, da
morte e genealogia de Melquisedeque para construir uma tipologia, um
símbolo, para o ministério sacerdotal de Cristo (Gn 14:18-20) e para o fato
de que o próprio Jesus era eterno. Em suma, Melquisedeque foi um reisacerdote
cananeu que serviu como um tipo de Cristo.
“Foi Cristo que falou através de Melquisedeque, o sacerdote do Deus
altíssimo. Melquisedeque não era Cristo, mas era a voz de Deus no mundo,
representante do Pai. E através de todas as gerações do passado, Cristo
falou; Cristo dirigiu Seu povo e tem sido a luz do mundo” (Ellen G. W hite,
Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 409).
O que a revelação sobre Melquisedeque nos ensina sobre a forma pela qual Deus trabalha
entre aqueles que nunca ouviram missionários pregando?
16 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 1° de fevereiro
Ano Bíblico: Lv1-4
Sacerdote eficiente
11 r ) ortanto, se a perfeição fosse possível por meio do sacerdócio levítico
\ - pois foi com base nele que o povo recebeu a lei que necessidade
haveria ainda de que se levantasse outro Sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão?” (Hb 7:11).
Sacerdotes são mediadores entre Deus e os seres humanos. No entanto,
os sacerdotes levitas não podiam prover acesso completo e seguro a
Deus, pois não ofereciam perfeição (Hb 7 :1 1 ,1 8 ,1 9 ), visto que eles mesmos
não eram perfeitos.
Os sacrifícios de animais também não poderiam limpar a consciência
do pecador. Seu propósito era apontar para o ministério de Jesus e Seu
sacrifício, o único que proporcionaria a verdadeira purificação do pecado
(Hb 9:14; 10:1-3,10-14). A função dos sacerdotes levitas e seus sacrifícios
era temporária e ilustrativa. Por meio do ministério deles, Deus queria levar
as pessoas a depositar fé no futuro ministério de Jesus, “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29).
3. Leia Hebreus 7:11-16. Por que houve necessidade de mudar a lei?
Hebreus 7:12 explica que a mudança do sacerdócio tornou necessária
uma mudança na lei. Por quê? Porque havia uma lei muito rígida que proibia
a pessoa que não fosse da linhagem de Levi por meio de Arão de servir
como sacerdote (Nm 3:10; 16:39, 40). Hebreus 7 :1 3 ,1 4 explica que Jesus
era da linhagem de Judá. Paulo argumenta que Sua designação como sacerdote
significa que Deus mudou a lei do sacerdócio.
A vinda de Jesus também implicou uma mudança na lei dos sacrifícios.
Os pecadores eram obrigados a trazer diferentes tipos de sacrifícios para
obter expiação (Lv 1-7), mas ao vir Jesus e oferecer um sacrifício perfeito,
a lei dos sacrifícios de animais também foi posta de lado (Hb 10:17,
18) como resultado da nova aliança e da revelação mais completa do plano
da salvação.
Pense na infinidade de sacrifícios de animais oferecidos na antiguidade, todos apontando
para Jesus, e ainda assim nenhum deles podia realmente pagar pelos pecados
da humanidade. Por que som ente a morte de Jesus poderia fazer isso?
|an • Fev • Mar 2022 |69|
Q u arta, 2 de fevereiro
Sacerdote eterno
AnoS&Nccr Lv 5-7
4. Leia Hebreus 7:16. Como )esus Se tornou sacerdote?
Jesus recebeu o sacerdócio com base em uma vida que não tem fim e por
possuir um ministério eterno, o que significa que Seu ministério nunca
será superado nem ultrapassado. Jesus salva completamente, eternam ente,
“totalm ente” (Hb 7:25). A salvação que Cristo oferece é total e plena.
Alcança os aspectos mais profundos da natureza humana (Hb 4:12; 9:14;
10:1-4). A intercessão de Jesus diante de Deus abrange todos os benefícios
concedidos sob a nova aliança. Ela inclui muito mais do que o perdão
de pecados; implica colocar a lei em nosso coração, nos tornar novas
pessoas Nele e nos levar a propagar o evangelho ao mundo (Hb 8:10-12).
Como Um com Deus e com os seres humanos, Ele nos representa diante
do Pai. Como Aquele que ofereceu a vida em sacrifício, Jesus tem um favor
inabalável perante Deus.
5. Leia Hebreus 7:22.0 que Jesus Se tornou em relação à nova aliança?
Jesus é o Fiador da nova aliança, pois Deus jurou que Ele seria Sacerdote
“para sempre” (Hb 7:21). É muito fácil não entender a importância
desse juramento. Paulo já havia se referido aos juramentos que Deus fez à
geração do deserto e a Abraão (Hb 3:7-11; 6:13-15). A diferença é que esses
juram entos foram feitos a seres humanos mortais. Os juramentos permanecem
em vigor enquanto os beneficiários estiverem vivos. O juram ento
de Deus à geração do deserto e a Abraão foi válido enquanto houve uma
geração do deserto e descendentes de Abraão (ver G1 3:29).
No caso do juramento ao Filho, entretanto, cuja vida é indestrutível,
será válido para sempre. O fiador de outrem estava sujeito às mesmas penas
que a pessoa a quem ele afiançava, incluindo a morte. O Pai estabeleceu
Jesus como garantia de que Ele não deixará de cumprir Suas promessas.
Por isso, podemos ter certeza da salvação que recebemos em Cristo.
|70| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q u in ta, 3 de fevereiro
Sacerdote sem pecado
Ano Bíblico: Lv 8-10
6. Leia Hebreus 7:26. Quais são as cinco características de Jesus nessa passagem
?
)esus era santo, não havia falhas em Seu relacionamento com Deus
(Hb 2:18; 4:15; 5:7,8). A Septuaginta, tradução do AT para o grego antigo,
usava o mesmo termo para designar aqueles que mantêm sua relação
de aliança com Deus e com os outros.
Jesus não tem mácula. Ele permaneceu puro e intocado pelo mal, apesar
de ser tentado em “todas as coisas” (Hb 4:15; 2:18). A perfeita impecabilidade
de Jesus é importante para Seu sacerdócio. A antiga aliança
estipulava que as vítimas do sacrifício deveriam ser “sem defeito” para
ser aceitáveis (Lv 1:3,10). A obediência perfeita de Jesus durante Sua vida
terrena tornou possível que Ele Se oferecesse como um sacrifício aceitável
a Deus (Hb 9:14).
Jesus foi “separado dos pecadores” quando ascendeu ao Céu. O tempo
verbal grego sugere que esse seja um estado presente para Jesus, que começou
em um ponto específico no tempo. Jesus suportou a hostilidade
dos pecadores durante Sua vida terrestre, mas foi vitorioso e Se assentou
à destra de Deus (Hb 12:2, 3). Jesus também está “separado dos pecadores”
no sentido de que era sem pecado (Hb 4:15).
Jesus Cristo foi “exaltado acima dos céus”, isto é, exaltado acima de
tudo que existe e, portanto, Ele é um com Deus. Nos Salmos, Deus é Aquele
que está “exaltado [...] acima dos céus” (SI 57:5,11; 108:5).
Jesus era totalmente humano, mas não era um ser humano pecador
como nós (Hb 2:14-16; 4:15). Jesus é perfeito, não simplesmente porque
nunca pecou, mas porque não foi corrompido pelo pecado como nós.
No entanto, por ter sido totalmente humano, também é nosso exemplo.
Ele nos mostra como correr a corrida da vida (Hb 12:1-4). Ele é o exemplo
que devemos seguir (IPe 2:21-23). Por ser “santo, inculpável, sem mácula,
separado dos pecadores” (Hb 7:26), Ele é nosso Salvador e nós também
podemos refletir Seu caráter.
Embora Jesus fosse um ser humano como nós, Ele nunca pecou. Consegue entender
quanto Ele é santo? A promessa de que Sua santidade será creditada a nós pela fé ajuda
a nos dar certeza da salvação?
|an • Fev • Mar 2022 1711
Sexta, 4 de fevereiro
Estudo adicional
Ano Bíblico: Lv 11,12
11 risto está vigilante. Ele sabe tudo sobre nossos fardos, perigos e dificuldades;
e apresenta muitos argumentos em nosso favor. Ele adapta
Suas intercessões às necessidades de cada pessoa, como fez no caso de
Pedro. [...] Nosso Advogado enche a boca de argumentos para ensinar os
que são Seus, e que estão sendo provados e tentados, a se prepararem contra
as tentações de Satanás. Ele interpreta todo movimento do inimigo e
conduz os acontecimentos” (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista
do Sétimo Dia, v. 7, p. 1 0 3 6 ,1 0 3 7 [Carta 90,1906]).
“O objetivo de Satanás era causar uma eterna separação entre a humanidade
e Deus. Entretanto, em Cristo ficamos em união mais íntima
com Ele do que se nunca tivéssemos pecado. Ao assumir nossa natureza,
o Salvador Se ligou à humanidade por um laço que jamais se romperá. Ele
estará ligado a nós por toda a eternidade. ‘Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o Seu Filho unigénito’ (Jo 3:16, ARC). Não O deu somente
para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós, deu-0 à raça
decaída. Para assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho
unigénito para que Se tornasse membro da família humana, mantendo
para sempre Sua natureza humana. Essa é a garantia de que Deus cumprirá
Sua palavra. [...] Deus assumiu a natureza humana na pessoa de Seu
Filho e a levou ao mais alto Céu. [....]. O Eu Sou é o Mediador entre Deus
e a humanidade, colocando a mão sobre ambos. [...]. O Céu está abrigado
na humanidade, e ela, envolvida no coração do Amor infinito” (Ellen G.
W hite, O Desejado de Todas as Nações, p. 25, 26).
Perguntas para consideração
1. Vimos que Jesus “apresenta muitos argumentos em nosso favor”. O que
isso significa para você? O que isso ensina sobre o amor de Deus por nós?
Por que precisamos de Alguém argumentando em nosso favor?
2. “Em Cristo chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se
nunca houvéssemos pecado”. O que isso significa? Como experimentar
essa proximidade?
Respostas • atividades da sem ana: 1 .0 sacerdote oferecia dons e sacrifícios pelos pecados do povo e pelos seus
pecados; ele se compadecia dos ignorantes e pecadores, pois ele mesmo tinha fraquezas. Cristo é sem pecado e ofereceu
a Si mesmo como sacrifício pelos pecados da humanidade. 2. Foi rei e sacerdote. A Bíblia não apresenta sua
genealogia. Ele serviu como tipo de Cristo, pois jesus também é Rei e tornou-Se Sacerdote. |esus é eterno. A diferença
é que Jesus não tinha pecado. 3. Porque Jesus não era da linhagem de Levi por meio de Arão. 4. |esus recebeu
o sacerdócio com base em uma vida que não tem fim e por possuir um ministério eterno. O sacrifício que Ele oferece
é perfeito e eficaz. 5. Jesus Se tornou Fiador. 6. Santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado
acima dos Céus.
I72| Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇÃO 6
Jesus, o Sacerdote fiel
T E X T O S -C H A V E S : Hb 5:1-10; Gn 14:18-20; IP e 2:9; Hb 7:1-5; 7:11-16,22,26
ESBOÇO
Temas da lição
O pecado nos separou de Deus. Porém, Cristo veio para transpor esse abismo. Para isso,
Ele Se tornou nosso Sum o Sacerdote. Seu papel tem sem elhanças com o dos sacerdotes
humanos, mas também diferenças. Ele é chamado de Sacerdote “segundo a ordem de
M elquisedeque” (Hb 5:6). Isso significa que Jesus Cristo é “semelhante a Melquisedeque"
(Hb 7:15, NVI). Esse rei e sacerdote era um cidadão contemporâneo de Abrão. Quando uma
coalizão de reis atacou Sodom a e Gomorra, eles não apenas as conquistaram, mas levaram
cativo Ló, o sobrinho de Abrão. Em resposta, Abrão armou um contra-ataque e resgatou
Ló e os outros cidadãos capturados dessas cidades, junto com os bens saqueados.
Q uando Abrão e os resgatados voltaram da batalha, Melquisedeque, rei e sacerdote de
Salém, abençoou Abrão e, em troca, o patriarca deu a Melquisedeque o dízimo de todo o
despojo da batalha (Gn 14). Esse Melquisedeque não era Cristo pré-encarnado, nem um
ser celestial. Ele era apenas um rei e sacerdote humano, um modelo adequado para Paulo.
Melquisedeque, com o um tipo de Cristo, se encaixava no argum ento do apóstolo. Em
bora não pertencesse à tribo de Levi, a tribo sacerdotal no antigo Israel, Cristo Se tornou
um sacerdote eficaz e superior, pois Seu sacerdócio estava de acordo com a ordem de
Melquisedeque, o rei-sacerdote de Salém. Observe que Melquisedeque recebeu o dízimo
de Abrão, o que torna seu sacerdócio anterior e superior ao de Levi. Assim, seu sacerdócio
tipifica apropriadamente o sacerdócio real de Cristo.
COM EN TÁRIO
Qualificações sacerdotais
Hebreus 5:1-4 começa listando as qualificações do sum o sacerdote. “Cada sum o sa
cerdote, sendo escolhido dentre os homens, é constituído nas coisas relacionadas com
Deus, a favor dos hom ens, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz de
se com padecer dos ignorantes e dos que se desviam do caminho, pois tam bém ele m esm
o está rodeado de fraquezas. Por esta razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados,
tanto do povo com o de si mesmo. E ninguém toma esta honra para si mesmo, a não ser
quando cham ado por Deus, com o aconteceu com Arão" (Hb 5:1-4).
Ao todo, são listadas doze qualidades de um sum o sacerdote em Hebreus 5:1-4. Primeiro,
vem a descrição do ofício: Todo sum o sacerdote é (1) “escolhido dentre os hom ens";
(2) selecionado “a favor dos hom ens”; (3) “constituído nas coisas relacionadas com Deus";
jan • Fev • Mar 2022 17 3 1
(4) nomeado “para oferecer dons e sacrifícios"; (5) apontado para oferecer sacrifícios “pelos
pecados". Em seguida, vêm as características pessoais; (6) “É capaz de se compadecer
dos ignorantes e dos que se desviam do caminho"; (7) está “rodeado de fraquezas". Além
disso, (8) “deve oferecer sacrifícios pelos pecados, tanto do povo"; (9) “como de si m esmo".
Por fim, sobre a vocação; (10) “ninguém toma esta honra para si mesmo"; (11) “a não
ser quando chamado por Deus"; (12) “como aconteceu com Arão".
Quatro características do sumo sacerdote se destacam; ele tem solidariedade para com
as pessoas (qualidades 1-3), capacidade de moderar suas emoções (qualidade 6), está su
jeito à fraqueza (qualidade 7) e, finalmente, tem a vocação do sacerdote (qualidade 12).
Discutiremos sobre cada uma antes de voltarmos a atenção às qualificações de Cristo
para essa obra.
Primeiro, o sum o sacerdote era escolhido dentre seu próprio povo. Ele devia ser um israelita
(Êx 29:9,44; Nm 18:1-7) da tribo de Levi. Arão foi nomeado como o primeiro sum o
sacerdote pelo próprio Deus (Êx 28:1). Quando certos indivíduos, como Corá e seu gru
po, ousaram nomear a si próprios e a outros para a posição de sum os sacerdotes, Deus
os destruiu (Nm 16:15-40). O sacerdócio e suas prerrogativas não eram uma questão insignificante,
como demonstrado ao rei Uzias por meio de um surto de lepra em seu próprio
corpo quando forçou entrada no templo para queimar incenso no altar (2Cr 26:16-21).
Curiosamente, durante o período do segundo templo, ou período intertestamentário, no
final do reinado asmoneu, Salomé Alexandra assumiu o trono como rainha (76-67 a.C),
mas não o sacerdócio. Por ser mulher, não poderia ser sumo sacerdote. Então, nom eou
seu filho mais velho, ícaro II, para o cargo. Seu irmão mais novo, Aristóbolo II, não aceitou
a nomeação do irmão e disputou o cargo com ele.
Portanto, observam os que o sumo sacerdote terreno sempre foi homem, escolhido do
seu próprio povo. Ele também devia mostrar solidariedade, ser israelita, descendente de
Arão, da tribo de Levi. Seu trabalho era representar outros seres hum anos diante de D eus
e oferecer dons e sacrifícios por si próprio e pelo povo. O tema da solidariedade de Cristo
para conosco surge em Hebreus 2:17,18, ressurge em Hebreus 4:14-16 e é desenvolvido
posteriormente em Hebreus 5.
Em segundo lugar, o sumo sacerdote, como Hebreus o descreve, é uma pessoa capaz de
moderar, ou seja, restringir sua própria emoção para com os ignorantes e os que se desviam.
“Ele é capaz de se compadecer dos ignorantes e dos que se desviam do caminho,
pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas" (Hb 5:2). O sum o sacerdote ideal não
era uma pessoa muito severa, mas também não era indiferente ao pecado. Ele com partilhava
as responsabilidades gerais durante o ano (Êx 29:38-46); mas ele sozinho oferecia
os sacrifícios no Dia da Expiação (Lv 16:1-25) e carregava o Urim e o Tumim (Êx 28:30). Ele
precisava fazer todas essas coisas com autocontrole emocional.
Terceiro, embora pelo m enos às vezes o sum o sacerdote devia sentir-se frustrado com
os pecados com etidos por seu povo (basta lembrar a ocasião em que o sum o sacerdote
Eli acusou erroneamente Ana de estar bêbada [IS m 1:13,14]), ele era sujeito à fraqueza.
Hebreus 5:2 afirma que o sum o sacerdote estava “vestido", ou estava “rodeado” de fraqueza
por baixo de sua elaborada vestimenta externa (Êx 28). Essa distinção importava, pois
|741 Hebreus: mensagem para os últimos dias
sua fraqueza o capacitava a lidar com os malfeitores com brandura. Como sum o sacerdote,
devia ser solidário com seu povo, conter suas emoções quando frustrado e ter a consciência
de que estava sujeito ao pecado. Isso o tornava uma pessoa acessível.
Quarto, não era possível se alistar nem concorrer a esse ofício. O primeiro nomeado,
Arão, foi escolhido por Deus, e ninguém estava autorizado a conferir essa honra a si m esmo.
Um sum o sacerdote era aceito somente quando era divinamente convocado.
Em resumo, ele devia ser solidário com seu povo, controlar suas emoções, estar ciente
de sua fraqueza e assum ir o cargo som ente quando era convocado por Deus.
Pergunta para reflexão: Quando a igreja aplica disciplina corretiva a alguém que comete
algum erro, por que é importante mostrar solidariedade, ter autocontrole em ocional
e estar ciente da própria fraqueza?
Qualificações de Cristo
Em Hebreus 5:5,6, Paulo voltou a falar de Jesus. Ele falou sobre duas das qualificações
do sum o sacerdote, delineadas na seção anterior, a saber, a nom eação divina e a solidariedade
para com os seres humanos.
Primeiro, Cristo não tom ou essa honra para Si, foi Deus quem O designou para essa
posição. Paulo m ostrou isso ao ligar dois salmos. Am bos já haviam sido citados no início
e no final de uma série de citações de Hebreus 1:5-14. A primeira citação é a do Salmo
2:7.0 Salm o 2 é o salm o messiânico que fala sobre a designação de Jesus Cristo com o
o Filho adotivo de Deus. A segunda é a do Salm o 110:4 e mostra que Cristo foi cham ado
por Deus para ser Sacerdote. Suas atividades sacerdotais já haviam sido m encionadas no
texto de Hebreus 1:3: 'D e p o is de ter feito a purificação dos pecados, assentou-Se”. Paulo
com binou o tema da filiação com o tema do sumo sacerdócio de Cristo. Ele é o Filho designado
de Deus e o Sum o Sacerdote perfeito para os seres hum anos, “segundo a ordem
de M elquisedeque" (Hb 5:6), ou, como Hebreus 7:15 declara, “sem elhante a M elquisedeque“
(NVI). Com o Melquisedeque, Cristo é Rei e Sacerdote. Com parado aos sum os sacerdotes
levitas, Jesus Cristo é melhor, pois é capaz de lidar gentilm ente com os ignorantes e
rebeldes. De igual forma, Ele é capaz de “Se compadecer das nossas fraquezas" (Hb 4:15)
e "socorrer os que são tentados" (Hb 2:18). O Senhor “pode salvar totalm ente" (Hb 7:25) e
aperfeiçoar “para sem pre os que estão sendo santificados’ (Hb 10:14).
A segunda qualificação de Cristo, mostrar solidariedade para com os seres hum anos,
é óbvia por Seu sofrimento, aprendizado de obediência e aperfeiçoam ento (Hb 5:7-10).
Pergunta para reflexão: Leia Hebreus 7:23-25. Por que era necessário ter um Sum o S a
cerdote m elhor do que os da tribo de Levi?
APLICAÇÃO PARA A V ID A
Paulo descreveu Jesus como superior aos anjos por ser o Filho de Deus entronizado (Hb 1).
No entanto, por um tempo, Jesus foi feito inferior aos anjos, como Aquele que, por meio
de Sua morte, destruiu “aquele que tem o poder da morte”, Satanás (Hb 2). Jesus também
foi descrito como Aquele que não pôde prover descanso para a geração do Êxodo devido á
)an • Fev • Mar 2022 |75|
sua incredulidade (Hb 3), m as podia oferecer descanso para o povo de Deus pós-m essiânico,
conform e vem os em Hebreus 4. Jesus também é um Sacerdote semelhante, porém Ele é
muito diferente dos sacerdotes levíticos (Hb 5), À luz dessas informações, qual seria a etapa
seguinte para a qual Paulo desejava conduzir seu público?
Paulo queria que seus leitores avançassem na com preensão do ministério sum o sacerdotal
de Cristo ao notarem a sem elhança com Melquisedeque. No entanto, havia alguns
obstáculos: os leitores eram preguiçosos para ouvir a palavra; precisavam de leite com o
cristãos imaturos, em vez de alim ento sólido; eram inexperientes na palavra da justiça
(Hb 5:11-14). Em bora o apóstolo tenha usado term os muito fortes, ele equilibrou sua repreensão
exortativa com uma declaração positiva sobre a condição espiritual deles, dizendo:
"ainda que falem os desta maneira, estam os certos de que coisas m elhores os esperam,
coisas relacionadas com a salvação" (Hb 6:9).
Perguntas para reflexão
1. É possível que em nossa jornada espiritual precisemos prestar contas a um terceiro,
além de Deus, pelo nosso progresso ou retrocesso? Comente.
2. Seria possível uma autoridade espiritual nos responsabilizar em nível coletivo, assim
com o Paulo responsabilizou seu público? Por quê?
3. Existem cristãos estáticos ou essa condição seria uma contradição? Explique.
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|76| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Jesus, a Ancora
da alma
V E R SO P A R A M EM O R IZ A R : "Temos esta
esperança por âncora da alma, segura e
firme e que entra no santuário que fica
atrás do véu, onde Jesus, como Precursor,
entrou por nós, tendo-5e tornado Sum o
Sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedeque" (Hb 6:19, 20).
L e itura s d a sem a n a : Hb 6:4-6;
M t 16:24; Rm 6:6; Hb 10:26-29;
6:9-13; 6:17-20
Sábado, 5 d e fe v e re iro Ano Bíblico: Lv 13,14
Paulo, em Hebreus 5:11-6:20, interrompe a exposição teológica sobre
o sacerdócio de Jesus em nosso favor para advertir sobre o perigo de
se afastar de Cristo.
Ao que parece, os crentes corriam o perigo real de descer a ladeira escorregadia
da autopiedade e da falta de fé. A preocupação do apóstolo era
que seus leitores e ouvintes pudessem ter seus sentidos espirituais embotados
devido às situações difíceis que estavam enfrentando e, assim, parassem
de crescer em sua compreensão e experiência no evangelho.
Não é um perigo potencial para todos nós desanimar por causa das provações
e nos afastarm os da fé em Cristo e em Suas promessas?
No entanto, a severa advertência culminou em um encorajamento afetuoso.
Paulo expressou fé em seus leitores e exaltou Jesus como a personificação
da promessa divina inquebrantável de salvação (Hb 6:9-20). Esse
ciclo de advertência e encorajamento é repetido em Hebreus 10:26-39.
Estudaremos esse ciclo e nos concentraremos nas fortes palavras de
encorajamento de Jesus a nós.
Jan • Fev • Mar 2022
1771
Domingo, 6 de fevereiro
Provando a boa palavra
Ano Bíblico: Lv 15,16
1. Leia Hebreus 6:4,5.0 que Cristo concede aos crentes fiéis?
Ter sido “iluminado” significa ter experimentado a conversão (Hb 10:32).
Refere-se àqueles que se converteram das “trevas” do poder de Satanás
para a “luz” de Deus (At 26:17,18). Implica libertação do pecado (Ef 5:11) e
da ignorância (lTs 5:4, 5). A forma verbal nessa passagem sugere que essa
iluminação seja um ato divino realizado por meio de Jesus, “o resplendor
da glória de Deus” (Hb 1:3).
“Provaram o dom celestial” e “se tornaram participantes do Espírito
Santo” são expressões sinônimas. O “dom” de Deus pode se referir à
Sua graça (Rm 5:15) ou ao Espírito Santo, por meio do qual Ele a concede
(At 2:38). Aqueles que “se tornaram participantes” do Espírito Santo
(Jo 7:37-39; ICo 12:13) provaram “o dom celestial”, que inclui o poder de
cumprir a vontade divina (G1 5:22, 23).
Provar “a boa palavra de Deus” (Hb 6:5) é experimentar a verdade do
evangelho (IPe 2:2,3). “Os poderes do mundo vindouro” se referem aos milagres
que Deus fará para os crentes no futuro: ressurreição (Jo 5 :2 8 ,2 9 ),
transformação do corpo e vida eterna. Porém, os crentes provam isso no
presente por meio da ressurreição espiritual (Cl 2 :1 2 ,1 3 ), renovação da
mente (Rm 12:2) e vida eterna em Cristo (Jo 5:24).
É provável que Paulo estivesse falando da geração do deserto, que experimentou
a graça de Deus e Sua salvação. Essa geração foi “iluminada”
pela coluna de fogo (Ne 9:12, 19; SI 105:39), desfrutou do dom celestial
do maná (Êx 16:15), experimentou o Espírito Santo (Ne 9:20), provou a
“boa palavra de Deus” (Js 21:45) e “os poderes do mundo vindouro” nas
“maravilhas e sinais” realizados em sua libertação do Egito (At 7:36). Paulo
sugere, no entanto, que assim como a geração do deserto apostatou de
Deus, apesar dessas evidências (Nm 14:1-35), os leitores de Hebreus estavam
em perigo de fazer o mesmo.
Qual tem sido sua experiência em relação às coisas m encionadas nesses versos de
Hebreus? Por exemplo, com o você tem experimentado a iluminação sobre a qual o
texto se refere?
17 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
S e g u n d a , 7 de fevereiro
Impossível renová-los
Ano Bíblico: Lv 17-19
2. Compare Hebreus 6:4-6, M ateus 16:24, Rom anos 6:6, Gálatas 2:20,5:24
e 6:14. O que essa comparação sugere sobre o significado de crucificar
Cristo?
0texto grego enfatiza a palavra “impossível”. É impossível para Deus
restaurar aqueles que “caíram” pois, “de novo, estão crucificando
para si mesmos o Filho de Deus” (Hb 6:6). Paulo enfatizou que não há outro
meio de salvação exceto por Cristo (At 4:12). A salvação por qualquer
outro meio é tão impossível quanto “que Deus minta” (Hb 6:18) ou agradar
a Deus "sem fé” (Hb 11:6).
Crucificar novamente o Filho de Deus é uma expressão figurativa que
busca descrever algo que acontece na relação pessoal entre Jesus e o crente.
Quando os líderes religiosos crucificaram Jesu s, o fizeram porque
Ele representava uma ameaça à sua supremacia e autonomia. Desejavam
eliminá-Lo e destruir um inimigo poderoso e perigoso. O evangelho desafia
a soberania e autodeterminação de uma pessoa no nível mais fundamental.
A essência da vida cristã é tom ar a cruz e negar a si mesmo
(M t 16:24). Isso significa crucificar “o mundo” (G16:14), a “velha natureza”
(Rm 6:6) e “a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (G1 5:24).
O propósito da vida cristã é que soframos uma espécie de morte. A menos
que experimentemos essa morte para o eu, não podemos receber a nova
vida que Deus deseja nos dar (Rm 6:1-11).
A luta entre Jesus Cristo e o eu é uma batalha espiritual m antida até a
m orte (Rm 8:7, 8; G15:17). É uma batalha difícil que não se ganha de uma
vez. Essa passagem não se refere à pessoa que às vezes falha na batalha
contra a “velha natureza” e a “carne”. Esse pecado se refere à pessoa que,
após ter experimentado a salvação genuína e o que ela envolve (Hb 6 :4 ,5 ),
decide que Jesu s é uma ameaça ao tipo de vida que deseja ter e se dedica
a m atar seu relacionamento com Ele. Ou seja, enquanto a pessoa não escolher
se afastar totalm ente de Cristo, ainda há esperança de salvação.
O que significa morrer para "si m esm o" e tomar a "cruz"? O que é mais difícil para você
entregarão domínio de Cristo?
|an • Fev • Mar 2022 17 9 1
Terça, 8 de fevereiro
|á não resta sacrifício pelos pecados
Ano Bíblico. Lv 20-22
Aadvertência de Hebreus 6:4-6 é muito semelhante à encontrada em
Hebreus 10:26-29. Paulo explicou que rejeitar o sacrifício de Jesus
deixaria as pessoas sem nenhum meio para o perdão dos pecados, porque
não há outra fonte de perdão além de Jesus Cristo (Hb 10:1-14).
3. Leia Hebreus 10:26-29. Como o autor descreve o pecado para o qual não
há perdão?
O autor não disse que não haveria expiação por pecados cometidos
após receber o conhecimento da verdade. Deus designou Jesus como nosso
Advogado (lJo 2:1). Por meio Dele temos o perdão dos pecados (1 Jo 1:9).
O pecado para o qual não há sacrifício ou expiação é pisar o Filho de Deus,
profanar o sangue da aliança e insultar o Espírito Santo (Hb 10:29). Revisemos
o significado dessas expressões.
A expressão “pisou o Filho de Deus” (Hb 10:29) descreve a rejeição do
governo de Jesus. O título “Filho de Deus” relembrava aos ouvintes que
Deus colocou Jesus sentado à Sua direita e prometeu pôr os inimigos por
“estrado” dos Seus pés (Hb 1:13; Hb 1:5-12,14). Pisar Jesus implica que o
apóstata trata Jesus como inimigo. No contexto do argumento da epístola
(Hb 1:13), pode estar implícito que, no que diz respeito à vida do apóstata,
Jesus foi tirado do trono (que agora é ocupado pelo próprio apóstata) e colocado
no estrado. Isso é o que Lúcifer queria fazer no Céu (Is 14:12-14) e o
que o “homem da iniquidade” tentaria fazer no futuro (2Ts 2:3,4).
A expressão “profanou o sangue da aliança” refere-se à rejeição do sacrifício
de Jesus (Hb 9:15-22), isto é, afirmar que o sangue de Jesus é desprovido
de poder purificador.
A expressão “insultou o Espírito da graça” é muito poderosa. O termo
grego enybrisas (“insulto”, “ultraje") envolve manifestação de arrogância,
que se refere à “insolência” ou ao “excesso de orgulho”. Esse termo está em
forte contraste com a descrição do Espírito Santo como “o Espírito da graça”.
Isso implica que o apóstata respondeu à oferta da graça de Deus com
um insulto e que, por isso, está em uma posição insustentável. Ele rejeita
Jesus, Seu sacrifício e o Espírito Santo.
18 0 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quarta, 9 de fevereiro
Coisas melhores
AnoUiMiro !'//! / r,
Após a forte e sincera advertência de Hebreus 6:4-8, Paulo expressou
confiança de que os leitores não haviam se afastado do Filho, nem
o fariam no futuro. Ele acreditava que seu público receberia a advertén
cia e produziria os frutos adequados, como a “terra", que é cultivada por
Deus e produz os frutos que Ele espera. Eles receberiam a bênção divina
(Hb 6:7), que é a “salvação” (Hb 6:9).
4. Leia Hebreus 6:9-12. Quais foram as boas atitudes que os crentes tiveram?
Os crentes mostravam amor a Deus por meio do serviço aos santos. Essas
não foram ações isoladas no passado, mas ações sustentadas que se estenderam.
Atos excepcionais não revelam o verdadeiro caráter de alguém.
A evidência mais importante de amor para com Deus não são atos “religiosos”,
por assim dizer, mas atos de amor para com outros, especialmente
aqueles que estão em desvantagem (Mt 10:42; 25:31-46). Paulo exortou
os crentes a não se esquecerem de fazer o bem (Hb 13:2,16).
Em Hebreus 6:12, ele advertiu contra se tornarem “preguiçosos”, característica
de quem não amadureceu e que está em perigo de cair (Hb 5:11;
6:12). A esperança não é mantida viva por exercícios intelectuais de fé,
mas pela fé expressa em atos de amor (Rm 13:8-10).
Paulo desejava que os leitores imitassem aqueles que, pela fé e paciência,
herdaram as promessas. Ele já havia apresentado a geração do
deserto como um exemplo negativo daqueles que, por falta de fé e perseverança,
falharam em herdar o que lhes foi prometido. Em seguida, apresentou
Abraão (Hb 6:13-15) como um exemplo de alguém que, “depois de
esperar com paciência", herdou as promessas. A lista de exemplos positivos
é ampliada com os heróis da fé em Hebreus 11 e chega ao clímax em
Hebreus 12 com Jesus como o maior exemplo de fé e paciência (Hb 12:1-4).
Em Apocalipse 14:12, fé, paciência e observância dos mandamentos são
características dos santos nos últimos dias.
A s vezes, temos que advertir pessoas que amamos. O que podem os aprender com o
apóstolo a respeito de advertir e encorajar outros?
|an • Fev • Mar 2022 |81|
Quinta, 10 de fevereiro
Jesus, a Âncora da alma
Ano Bíblico- Lv26.27
Paulo alcançou o ponto mais alto de sua advertência contra a apostasia
e do encorajamento ao amor e à fé com uma bela exposição da segurança
e certeza em Cristo.
5. Leia Hebreus 6:17-20. Como Deus garantiu Suas promessas?
Deus garantiu Suas promessas para nós de várias maneiras. Primeiro,
garantiu Sua promessa com um juramento (Hb 6:17). De acordo com as Escrituras,
os juramentos de Deus a Abraão e Davi se tornaram a base fundamental
da confiança no favor permanente do Senhor para com Israel.
Quando Moisés procurou assegurar o perdão divino a Israel após a apostasia
com o bezerro de ouro, ele se referiu ao juramento divino a Abraão
(ver Êx 32:11-14; Gn 22:16-18). A força implícita de seu apelo foi que o juramento
de Deus era irrevogável (Rm 9:4; 11:28, 29).
Da mesma forma, quando o salmista intercedeu diante de Deus por Israel,
ele reivindicou o juramento divino a Davi. Deus disse: “Não violarei a
M inha aliança, nem modificarei o que os Meus lábios prometeram. Uma
vez jurei por Minha santidade que nunca mentiria a Davi. A sua posteridade
durará para sempre, e o seu trono, como o Sol diante de Mim. Ele será
estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha nos Céus”
(SI 89:34-37). De acordo com o NT, ambos os juramentos se cumpriram
em Jesus, a semente de Abraão, que ascendeu e Se assentou no trono de
Davi (G13:13-16; Lc 1:31-33, 54, 55).
Em segundo lugar, Deus garantiu Suas promessas ao colocar Jesus à Sua
direita. A ascensão de Jesus tem o propósito de confirmar a promessa feita
aos crentes, pois ascendeu “como Precursor" em nosso favor (Hb 6:20).
Assim, a ascensão nos revela a certeza da salvação. Deus conduziu o Filho
à glória por meio do sofrim ento da “morte por todos”, para que pudesse
conduzir “muitos filhos à glória” (Hb 2:9,10). A presença de Jesus diante
do Pai é a “âncora da alma” (Hb 6:19), que foi presa ao trono de Deus. De
quais outras garantias precisamos?
O que você sente ao imaginar que Deus fez um juramento a você? Esse pensam ento o
ajuda a ter certeza da salvação, m esm o quando você se sente indigno?
18 2 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Sexta, 11 de fevereiro
Estudo adicional
Ano Bíblico; Ním 1-3
Textos de Ellen G. W hite: Atos dos Apóstolos, p. 53*; 545 ("João, o dis
cipulo amado”); O D esejado de Todas as Nações, p. 7 J 6-722 ("Judas,
o traidor").
"A luta contra o eu é a maior de todas as batalhas. A renúncia ao cu,
sujeitando tudo à vontade de Deus, requer uma luta; mas a pessoa deve
se submeter a Deus antes de ser renovada em santidade” (Ellen G. W hite,
Caminho a Cristo, p. 43).
"João desejava ser semelhante a Jesus; e, sob a transformadora influência
do amor de Cristo, tornou-se manso e humilde. O eu estava escondido
em Jesus. Mais que todos os seus companheiros, João se rendeu ao poder
dessa extraordinária vida. [...]
“Foi o profundo amor de João por Cristo que o levou a desejar estar
sempre ao Seu lado. O Salvador amava todos os Doze, mas o espírito de
João era mais receptivo. Ele era mais jovem que os outros e, com a confiança
de uma criança, abria o coração a Jesus. Assim, João desenvolveu
maior afinidade por Cristo e, por meio dele, os mais profundos ensinos
espirituais do Salvador foram transmitidos ao povo. [...]
“Com adoração e amor, ele contemplou o Salvador até que se assem e
lhar a Cristo e se familiarizar com Ele se tornaram seu único desejo, e em
seu caráter se refletiu o caráter de seu Mestre” (Ellen G. W hite, A tos dos
Apóstolos, p. 544, 545).
Perguntas para consideração
1. A vida de João e de Judas são contrastantes. Jesus chamou João de Boanerges
(“filho do trovão”). Os defeitos de Judas não eram mais sérios
que os de João. Por que João foi transformado enquanto Judas pecou
contra o Espírito Santo?
2. Jesus nos convida a tomar a cruz e segui-Lo. Existe diferença entre to
mar a cruz e se submeter ao ultraje de outras pessoas?
3. Por que Deus exige a entrega total da vida a Ele? Qual é a relação entre
o livre-arbítrio e a salvação?
Respostas e atividades da semana: 1. Luz; o dom do Espirito; a boa Palavra de Deus; os poderes do mundo vindouro.
2. Crucificar a Cristo significa ter experimentado a salvação genuína e mesmo assim decidir afastar se de jesus.
Em vez de andar em novidade de vida, a pessoa decide desfazer seu relacionamento com lesus, decide ser escrava
do pecado 3. É a rejeição a lesus, ao Seu sacrifício e ao Espirito Santo. 4. Demonstraram amor a Deus e serviram aos
santos 5. Com luramento e com a ascensão de Jesus, quando Deus 0 colocou à Sua direita
)an • Fev • Mar 2022
183 I
RESUMO DA LIÇÃO 7
Jesus, a Âncora da alma
T E X T O S - C H A V E S : Hb 6:4-6; Mt 16:24; Rm 6:6; Hb 10:26-29; 6:9-13; 6:17-20
ESB O Ç O
Temas da lição
H ebreus 5 term ina de forma um tanto sombria, com Paulo repreendendo sua audiência
por não progredir na jornada espiritual. No entanto, o apóstolo queria avançar em seu
serm ão para percepções teológicas mais profundas, apesar de uma audiência que tinha
“preguiça de ouvir” (veja Hb 5:11). Som ente se o tempo permitisse, retomaria os ensinam
entos básicos, com o “arrependim ento de obras mortas", “fé em Deus”, “ensino de batism
o s”, “im posição de m ãos”, “ressurreição dos m ortos” e “juízo eterno" (Hb 6:1,2).
Além disso, o público havia experimentado, em algum mom ento no passado, uma série
de bênçãos divinas. Essas bênçãos são enum eradas em Hebreus 6:4, 5. Eles foram
“ilum inados”, “provaram o dom celestial", “se tornaram participantes do Espírito Santo” e
“provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro”, ou seja, haviam experim
entado a conversão, a graça de Deus, o Espírito Santo por meio de sinais e maravilhas,
a verdade do evangelho e a salvação.
Em meio a tudo isso, parece que alguns tinham apostatado da fé. Sobre os que se haviam
afastado, Paulo disse: “É im possível outra vez renová-los para arrependim ento"
(Hb 6:6). Um juízo similarmente devastador foi proferido em Hebreus 10:26-29 contra aqueles
que, de m odo intencional, persistiam no pecado após terem recebido o conhecimento
da verdade. O com portam ento do apóstata é caracterizado por metáforas que equivalem
a rejeitar Cristo, Seu sacrifício e o Espírito Santo.
C O M EN TÁRIO
A impossibilidade de arrependimento
O s textos de Hebreus 6:4-6 e de Hebreus 10:26-29 falam sobre a impossibilidade de arrependim
ento? Isso significa que, se um cristão apostatar, ele não pode ser renovado para o arrependim
ento? Não há como ter uma segunda chance? A ideia de que o arrependimento não
pode ser renovado tem sido o entendimento predominante de Hebreus 6:4-6, mantido pelos
cristãos ao longo da história da igreja, levando alguns a adiar o batismo até o leito de morte.
Com o avaliar essas fortes advertências quando olhamos para a experiência de Pedro após
o Getsêmani (Mt 26:69-75)? No exame que se segue, pretendemos entender a passagem de
Hebreus 6:4-6 e harmonizá-la com a experiência de Pedro, bem como com toda a Escritura.
Primeiro, querem os entender o que o público de Hebreus experimentou. A lgu n s foram
ilum inados, experim entaram o dom celestial, com partilharam do Espírito Santo,
I 8 4 1
Hebreus: mensagem para os últimos dias
experim entaram a boa Palavra d r Deus e entào se afastaram. A primeira metáfora u sa
da para descrever a com unidade crista é "iluminados", um termo que aparece em Hebreus
10:3". onde esta escrito "Lem brem -se dos dias passados, quando, depois que foram ilum i
nados. vocês suportaram qrande luta e sofrim entos* Essa metáfora parece descrever sua
experiência cristà inicial Pelo Espirito de Deus. o público fez .1 transição de 'o b ra s m ortas*
para "fé em Deus* (Hb 6 1) e para 0 'conhecim ento da verdade* (Hb 10;?6).
A segunda metáfora, "provaram 0 dom celestial* (Hb 6 4), m ostra que 0 publico teve um a
experiência espiritual no gracioso dom divino da sa lv a d o . O verbo ’provar* aparece em
H ebreus 2:9, onde está escrito que Cristo, "por causa do sofrim ento da morte, foi coroado
de glória e de honra, para que, pela graça de Deus. provasse a m orte por todos*. Q u a n d o
Cristo experim entou a morte com o ser humano, estava experim entando a lgo até entào
desconhecido para Ele. O s cristãos de Hebreus experim entaram 0 dom celestial, a lgo até
entào desconhecido para eles, a saber, a "tào grande salvação" (Hb 2:3).
Intim am ente associad a à experiência do dom celestial está a terceira m etáfora.
O s cristãos ‘se tornaram participantes do Espirito Santo" (Hb 6:4), evocando a linguage m
da participação, que lembra os textos de Hebreus 3:1 e Hebreus 3:14, em que 0 público é
descrito com o "participantes da vocação celestial" e “participantes de Cristo". A distribuição
do Espirito Santo foi algo que esse público experim entou vividam ente em sua fase
inicial de evangelização (Hb 2:4).
A série de m etáforas continua com uma repetição de im agens de degustação. A d e claração
de que eles “provaram a boa palavra de Deus" (Hb 6:5) refere-se a ouvir o evangelho,
recebido quando aceitaram as boas-novas da salvação (Hb 2:3). A lgu m as vezes, a Bíblia
hebraica com para a Palavra de Deus ao alim ento (veja Dt 8:3). O público não era apenas
0 destinatário da boa Palavra de Deus, mas também tinha experim entado os “poderes do
m undo vindouro" (Hb 6:5), que incluíram “sinais, prodígios" e "vários m ilagres" (Hb 2:4).
D epois de quatro m etáforas longas e positivas, ocorre uma m udança d ram aticam ente
repentina. A última m etáfora transm ite 0 fenôm eno da apostasia: “e caíram ” (Hb 6:6).
O verbo “cair" ou “com eter apostasia" pode significar “pecar" em um sentido geral. M a s
por causa da frase que se segue, a saber, “visto que, de novo, estão crucificando para si
m esm os 0 Filho de D eus e e xp o n d o -0 à zom baria" (Hb 6:6), 0 pecado deve ser e n te n
dido no sentido m ais radical de rom per com toda experiência de salvação descrita até
então nos versos 4 e 5. Em term os sim ples, 0 público experim entou a conversão, a sa l
vação, 0 Espírito Santo por meio de sinais e m aravilhas e a boa palavra de D e u s e, depois,
apostatou.
Uma vez que tenham os com preendido 0 que a audiência de Hebreus experim entou,
exam inarem os a noção da im possibilidade de arrependim ento em H ebreus 6:4-6. Precisam
os ser um pouco técnicos em nossa abordagem. Todas as cinco m etáforas m encionadas
anteriorm ente são adjetivos verbais (participios) em grego que estão no pretérito
(aoristo), tem po que descreve uma ação no passado. A s ações ocorrem um a vez, de um a
vez por todas. A cadeia de participios descreve um e o m esm o grupo de pessoas, de m od o
que esse grupo da audiência passou de “ilum inado" a "apóstata", havendo recebido um a
série de experiências religiosas algum tem po atrás.
)an • Fev • Mar 2022
I 85 i
A última parte de Hebreus 6:6 emprega um segundo bloco de particípios (“de novo, e s
tão crucificando" e “exp ondo-0 à zombaria" [Hb 6:6]). Dessa vez, Paulo usou os particípios
do tem po presente. Ele repentinamente mudou do tempo passado (aoristo) para o tem po
presente, que expressa a ação em processo. O que isso indica? O tem po presente representa
a ação conforme ela se desenvolve, o que está acontecendo no m om ento da fala.
Am bos os particípios descrevem apostasia no tempo presente. Assim, a ação é vista com o
um crime que impede a renovação para o arrependimento, pois torna o apóstata inim igo
de Cristo. A pessoa crucifica o Filho de Deus novamente e O expõe à vergonha de maneira
contínua. O que isso sugere? Envergonhar Cristo é reencenar a crucifixão. Essa reencenaçào
mostra o impacto devastador e contínuo da apostasia naqueles que já foram ilum inados.
Eles não podem ser restaurados ao arrependimento por causa da atitude presente e
contínua que têm para com Cristo. Suas ações descrevem a causa da apostasia e sua atitude
contínua. Q uando rejeita a Cristo, o apóstata abraça a impossibilidade de arrependimento.
Mas, e quem não tem essa atitude? Essa pessoa tem uma chance? M as é claro! N e s
se caso, o exem plo de Pedro é útil como ilustração. Enquanto negava a Cristo três vezes,
ele de repente “se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: ‘Antes que o galo cante,
você M e negará três vezes.' E Pedro, saindo dali, chorou am argam ente" (Mt 26:75). Essa
tristeza é uma atitude completamente diferente da dos apóstatas em Hebreus 6, que crucificavam
o Filho de Deus e o envergonhavam abertamente. Além disso, 1 João 2:1 declara:
“Escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, tem os
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo". O Advogado só pode ser útil se for aceito,
não envergonhado nem crucificado.
Em resumo, Hebreus 6:4-6 deixa claro que o público passou por toda a gama de experiências
religiosas da conversão à apostasia. O que impossibilitou alguns deles de serem renovados
para o arrependimento foi a atitude de envergonhar Cristo e, assim, encenar o processo
da crucifixão. Basicamente, essa atitude equivalia a declarar Cristo como seu inimigo. N o
entanto, com uma atitude de humilde arrependimento, como a de Pedro, o perdão é se m
pre possível. O Advogado, Cristo Jesus, está disposto a renovar-nos para o arrependimento.
O m esm o se dá no caso de Hebreus 10:26-29. Essa passagem começa com o pecado
deliberado, arbitrário e intencional. “Porque, se continuarm os a pecar de propósito, depois
de term os recebido o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados”
(Hb 10:26). M ais uma vez, se descreve uma persistência presente, contínua e deliberada
no pecado, o que priva qualquer pessoa do perdão. Um grupo “pisou o Filho de Deus,
profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado e insultou o Espírito da graça"
(Hb 10:29). Suas ações retratavam Jesus como um inimigo, com Seu sangue desprovido de
poder salvífico. Esses indivíduos insultaram e rejeitaram arrogantemente a oferta da graça
divina; e nem m esm o quiseram se arrepender, visto que dem onstraram uma atitude d e safiadora
contra Cristo e Sua obra. Portanto, o arrependimento é impossível.
Coisas melhores os esperam
Depois de uma advertência tão severa, Paulo se voltou para sua audiência com uma m u
dança de tom e palavras encorajadoras. "Quanto a vocês, meus amados, ainda que falem os
18 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
desta maneira, estamos certos de que coisas melhores os esperam, coisas relacionadas
com a salvação" (Hb 6:9). Esse público era como a terra boa mencionada no verso 7, que
produz uma colheita frutífera. Essas pessoas tinham um histórico de serviço cristão. Deus
não ignora isso (Hb 6:10). Ao se dirigir a eles como “amados", Paulo afirmou implicitamente
que via esperança genuína para seus leitores.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Não é um fenômeno incomum na Igreja Adventista do Sétimo Dia que jovens adolescentes
sejam batizados. Por mais genuína e sincera que tenha sido sua experiência com
Cristo, quando ficarem mais velhos e entrarem na faculdade, sua fé pode enfraquecer e
diminuir. A lguns deixam a igreja aos 19, até que. por volta dos 30 anos, após várias crises,
muitos encontram o caminho de volta para a igreja. Qual é a melhor maneira de lidar com
esses ex-membros que encontram o caminho de volta para casa?
1. O que você diria a essas pessoas se elas lessem Hebreus 6:4-6 e achassem que o arrependimento
não mais é possível?
2 . 0 que podem os fazer individualmente, e de forma coletiva, para evitar a apostasia em
nossa família, bem como em nossa igreja?
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Jan • Fev • Mar 2022
1871
Jesus, o Mediador
da nova aliança
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "M a s agora
Jesus obteve um m inistério tanto m ais
excelente, q u a n to é tam bém M e d ia d o r de
su p e rio r aliança instituída com base em
su p e rio re s p ro m e ssa s" (Hb 8:6).
Leituras da semana: Hb 7:11-19;
8:10-12; Jr 31:31-34; Hb 8:1-6; Êx 24:1-8;
Ez 36:26, 27
S ábado, 12 d e 'fe ve reiro
Ao viver uma vida perfeita e morrer em nosso lugar, Jesus mediou uma
aliança nova e superior entre nós e Deus. Por meio de Seu sacrifício
na cruz, cancelou a pena de morte que nossas transgressões exigiam e tornou
possível a nova aliança.
Em Hebreus 10:5-10, observamos que Jesus manifestou a obediência
perfeita exigida pela aliança. A passagem faz alusão ao Salmo 40, que originalmente
se refere ao desejo de Davi de render a Deus total obediência: “Eis
aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a
Tua vontade, ó Deus meu; a Tua lei está dentro do meu coração” (SI 40:7-8).
O salmo expressou a condição da aliança de Deus com Israel: obediência
como um deleite e uma lei que estivesse escrita no coração (Dt 6:4-6).
O que Davi poderia apenas desejar fazer, Jesus realizou.
Para Paulo, esse salmo adquiriu um significado especial com a encarnação
de Jesus. O Filho personificou a obediência da nova aliança. Ele é
nosso exemplo. Fomos salvos, não apenas por Sua morte, mas também
por Sua obediência perfeita.
|an* Fev« Mar 2022 18 9 1
Domingo, 13 de fevereiro
A necessidade de uma nova aliança
Ano Bíblico: Nm 7,8
1. Leia Hebreus 7:11-19. Porque houve necessidade de uma nova aliança?
De acordo com Hebreus, o fato de Jesus ter sido nomeado Sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque implicava que uma nova aliança
havia sido inaugurada. A antiga foi dada com base no sacerdócio levítico
(Hb 7:11). Os sacerdotes levitas atuavam como mediadores entre Deus e
Israel, e a lei excluía qualquer outra pessoa desse ofício. O autor conclui,
então, que uma mudança do sacerdócio implicaria uma mudança da lei do
sacerdócio, bem como da aliança (Hb 7 :1 2 ,1 8 ,1 9 ).
O problema com a aliança antiga era que ela não podia o ferecer perfeição
(Hb 7:11). Paulo estava falando sobre o sacerdócio levítico e seu
ministério (sacrifícios, festas, etc.). Os sacrifícios de animais oferecidos
nesse sistema não podiam oferecer purificação verdadeira e total do pecado,
nem acesso a Deus (Hb 10:1-4; 9:13,14; 10:19-23).
O fato de que uma nova aliança era necessária não significa que Deus tivesse
sido injusto com Israel quando lhe deu a antiga. O ministério levítico
e os serviços do tabernáculo foram projetados para protegê-los da idolatria
e para apontar-lhes o futuro ministério de Jesus. Hebreus enfatiza que
os sacrifícios eram “uma sombra dos bens vindouros” (Hb 10:1).
Ao encaminhar as pessoas a Jesus, os sacrifícios deviam ajudá-las a
depositar esperança e fé no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1:29; Is 53). Isso é o que Paulo aponta ao dizer que “a lei se tornou
nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos ju stificados
pela fé” (G1 3:24) ou que “o fim da lei é Cristo, para justiça de todo
aquele que crê” (Rm 10:4).
Em outras palavras, mesmo os Dez Mandamentos, por m elhores e
perfeitos que sejam, não podem prover a salvação (Rm 3:20-28; 7:12-14).
Eles apresentam um padrão perfeito de justiça, mas não oferecem ju stiça,
assim como olhar-se no espelho pode mostrar as rugas da idade, porém
não pode apagá-las. Para uma justiça perfeita, precisamos de Jesus
como nosso Substituto.
Por que a lei não pode nos salvar?Afinal, se guardam os todos os mandamentos, por
que isso não nos salva?
1901 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Segunda, 14 de fevereiro Ano Bíblico: Nm 9-11
Nova e renovada
2. Compare Hebreus 8:10-12 com Deuteronôm io 6:4-6,30:11-14 e Jeremias
31:31-34. Qual é a natureza da nova aliança?
promessa de uma nova aliança em Hebreus remete a Jerem ias. De
acordo com o profeta, a promessa divina de uma nova aliança foi, na
verdade, uma renovação da aliança que Deus havia feito primeiro com
Israel por meio de Moisés (Jr 31:31-34). Pode-se argumentar, então, que
Jerem ias 31 não estava estritamente falando de uma “nova” aliança, mas
de uma “renovação” da original com Israel. A palavra hebraica para nova,
hadashah, pode ter o sentido de “renovar” e de “totalm ente nova”.
O problema com a antiga aliança foi que o povo a tin h a quebrado
(Hb 8:8, 9). A aliança não era defeituosa; as pessoas sim. Se Israel tivesse
visto através dos símbolos a vinda do Messias e depositado fé Nele, a
aliança não teria sido quebrada. No entanto, ao longo da história israelita
houve muitos crentes pelos quais os propósitos da aliança se cumpriram
e que tinham a lei no coração (SI 37:31; 40:8; 119:11; Is 51:7).
Embora a nova aliança seja uma renovação da antiga, há um sentido
em que ela é, de fato, nova. A promessa de Jerem ias de uma “nova aliança”
não previa simplesmente uma renovação das condições que existiam
antes do exílio, que foram quebradas e renovadas várias vezes porque a
nação havia caído constantem ente em apostasia. E isso porque as pessoas
simplesmente não estavam dispostas a cumprir sua parte na aliança
com Deus (Jr 13:23).
Assim, Deus prometeu fazer uma “coisa nova” (Jr 31:22). A aliança não
seria como a que o Senhor havia feito “com seus pais” (Jr 31:32). Por causa
da infidelidade do povo, as promessas que Deus fez sob a aliança mosaica
nunca foram cumpridas. Em virtude da garantia dada pelo Filho (Hb 7:22),
Deus cumpriria os propósitos de Sua aliança. Deus não mudou Sua lei
nem diminuiu Seus padrões; em vez disso, enviou Seu Filho como garantia
(Hb 7:22; 6:18-20). É por isso que essa aliança não tem maldições, só bênçãos,
pois Jesus a cumpriu com perfeição.
Leia 2 Timóteo 2:13. O que podem os aprender com a fidelidade de Deus ao Seu p o vo e
aos Seus planos quando consideramos nosso relacionamento com os outros e n o sso s
planos?
Jan • Fev • Mar 2022 1911
Terça, 15 de fevereiro
A nova aliança tem um Mediador melhor
A no Bíblico: N m 12-14
3. Leia H e b re u s 8:1-6. P o r q u e Jesus é um M e d ia d o r m e lh o r da aliança?
0termo grego mesitès (“mediador”) deriva de mesos (“meio”) e denota
aquele que anda ou fica no meio. Esse termo técnico era usado
para se referir a alguém que cumpria uma ou mais das seguintes funções:
(1) árbitro entre duas ou mais partes; (2) negociador ou corretor de
negócios; (3) testemunha no sentido legal da palavra; ou (4) fiador e, portanto,
alguém que garantia a execução de um contrato.
“Mediador” é uma tradução muito restrita para mesitès, pois focaliza
apenas os dois ou três primeiros usos do termo grego. Entretanto, Hebreus
enfatiza a quarta função. Jesus não é “mediador” no sentido de resolver
uma contenda entre o Pai e os seres humanos nem um pacificador que reconcilia
as partes descontentes, nem uma testemunha que certifica a existência
de um contrato ou seu cumprimento. Em vez disso, Jesus é o Fiador
da nova aliança (Hb 7:22). Em Hebreus, o termo “mediador” é equivalente
a “fiador”. Ele garante que as promessas da aliança serão cumpridas.
A morte de Cristo satisfez as reivindicações da primeira aliança com Israel,
que havia sido quebrada (Hb 9:15-22). Nesse sentido, Jesus é o Fiador
que assumiu todas as obrigações legais violadas. Por outro lado, a exaltação
do Filho no Céu garante que as promessas de Deus aos seres humanos
serão cumpridas (Hb 6:19, 20). Ao ressuscitar Jesus e colocá-Lo à Sua direita,
o Pai mostrou que nos ressuscitará e nos levará para Ele.
Jesu s é um Mediador maior do que Moisés, pois m inistra no santuário
celestial e Se ofereceu como sacrifício perfeito por nós (Hb 8:1-5;
10:5-10). O rosto de Moisés refletia a glória de Deus (Êx 34:29-35), mas
Jesus é a glória de Deus (Hb 1:3; Jo 1:14). Moisés falou com Deus face a
face (Êx 33:11), porém Jesus é a Palavra de Deus (Hb 4 :1 2 ,1 3 ; Jo 1:1-3,14).
Sim, Cristo atendeu às exigências de obediência da aliança. Diante disso,
qual é o papel da obediência em nossa vida?
1921 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q u arta, 16 de fevereiro
A nova aliança tem superiores promessas
Ano Bíblico: Nm 15,16
Podemos ser tentados a pensar que a nova aliança tenha “superiores
promessas” no sentido de que apresenta recompensas maiores do que
a antiga (uma pátria celestial, vida eterna, etc,). A verdade é que Deus
ofereceu aos crentes do AT as mesmas recompensas que nos oferece (leia
Hb 11:10, 13-16). Em Hebreus 8:6, as “superiores promessas” tratam de
diferentes tipos de promessas.
A aliança entre Deus e Israel foi uma troca formal de promessas. Deus
tomou a iniciativa de libertar Israel do Egito e prometeu conduzi-lo à terra
prometida.
4. Compare Êxodo 24:1-8 e Hebreus 10:5-10. Quais são as semelhanças e diferenças
entre essas duas promessas?
A aliança entre Deus e Israel foi ratificada com sangue, aspergido tanto
sobre o altar, que representava Deus, quanto sobre as doze colunas,
que representavam o povo. O povo de Israel prometeu obedecer a tudo o
que o Senhor havia dito.
“A condição para a vida eterna ainda é a mesma que sempre foi: perfeita
obediência à lei de Deus, perfeita justiça, exatamente como era no Paraíso,
antes da queda de nossos primeiros pais. Se a vida eterna nos fosse concedida
sob qualquer condição inferior a essa, a felicidade de todo o Universo
estaria correndo perigo. Estaria aberto o caminho para que o pecado com
toda a sua miséria se perpetuasse” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 62).
Deus satisfez as exigências da nova aliança, pois deu Seu próprio Filho
para vir e viver uma vida perfeita a fim de que as promessas da aliança
pudessem ser cumpridas Nele, e então oferecidas a nós, pela fé em Jesus.
A obediência de Jesus garante as promessas da aliança (Hb 7:22). Ela requer
que Deus dê a Ele Suas bênçãos, as quais então são concedidas a nós.
Aqueles que estão “em Cristo” desfrutarão dessas promessas com Ele. Em
segundo lugar, Deus nos dá Seu Espírito Santo para nos capacitar a cumprir
Sua lei.
Cristo satisfez as exigências da aliança; portanto, o cumprimento das promessas de Deus
para nós não é incerto. Como isso ajuda a entender o significado de 2 Coríntios 1:20-22?
Jan • Fev • M ar 2022 19 3 1
Q uinta, 17 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 17-19
A nova aliança e o novo coração
5. Com pare as prom essas da nova aliança em jeremias 31:33 e Ezequiei
36:26,27. Como elas se relacionam?
0primeiro documento da aliança foi escrito por Deus em tábuas de
pedra e depositado na arca da aliança como testemunha (Êx 31:18;
Dt 10:1-4). Documentos escritos em pedra, no entanto, podem ser quebrados;
e pergaminhos podiam ser cortados e queimados (Jr 36:23).
Entretanto, Deus escreveria Sua lei no coração do povo. O coração se
refere à mente, o órgão da memória e do entendimento (Jr 3:15; Dt 29:4),
onde se tomam as decisões conscientes (Jr 3:10; 29:13).
Essa promessa não simplesmente garantiria a todos o acesso à lei e o
conhecimento dela, mas também promoveria uma mudança no coração
da nação. O problema de Israel era que seu pecado estava “escrito com um
ponteiro de ferro e com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração”
(Jr 17:1). O povo tinha um coração duro (Jr 13:10; 23:17); portanto,
era-lhe impossível fazer o certo (Jr 13:23).
Jerem ias não anunciou uma mudança na lei, pois o problema não era a
lei, mas o coração. Deus queria que a fidelidade de Israel fosse uma resposta
grata ao que o Senhor havia feito por ele; assim, deu-lhe os Dez Mandamentos
com um prólogo histórico, expressando Seu amor e cuidado
(Êx 20:1, 2). Deus queria que Israel obedecesse às Suas leis como um reconhecimento
de que Ele queria seu bem, fato revelado na grande libertação
do Egito. Sua obediência deveria ser uma expressão de gratidão, uma
m anifestação da realidade do relacionamento entre eles.
O mesmo é verdade para nós. O amor e o cuidado de Jesus em morrer
por nós é o prólogo da nova aliança (Lc 22:20). A verdadeira obediência
vem do coração como expressão de amor (Mt 22:34-40). Esse amor é
a marca distintiva da presença do Espírito Santo na vida do crente. Deus
derrama Seu amor sobre nós por meio de Seu Espírito (Rm 5:5), que é expresso
em amor (G1 5:22).
Se o antigo Israel devia am ara Deus, m esm o sem a compreensão da morte de Cristo,
quanto m ais n ó s devem os am á-Lo? Como a obediência manifesta a realidade d esse
am or?
|94| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Sexta, 18 de fevereiro
Estudo adicional
A n o Bíblico: N m 20,21
,(Ç e nosso coração for renovado à semelhança de Deus, se o amor divi-
^ no estiver nele implantado, é claro que viveremos em obediência à
lei de Deus. Quando o princípio do amor domina o coração, quando o ser
humano é renovado segundo a imagem Daquele que o criou, a promessa
do novo concerto é cumprida: ‘Porei no seu coração as Minhas leis e sobre
a sua mente as inscreverei’ (Hebreus 10:16). E se a lei estiver escrita
no coração, claramente ela moldará a vida. A obediência - nosso serviço
e compromisso de amor - é o verdadeiro sinal do discipulado. [...] ‘Aquele
que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso,
e nele não está a verdade’ (1 João 2:4). Em vez de dispensar as pessoas da
obediência, é a fé - e somente a fé - que nos torna participantes da graça
de Cristo, capacitando-nos a obedecer. [...]
"Quanto mais perto você estiver de Jesus, mais cheio de faltas se sentirá
a seus próprios olhos, pois sua visão ficará mais clara, e suas imperfeições
serão vistas em amplo e distinto contraste com a natureza perfeita
de Cristo. Isso é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder,
e que a influência vivificante do Espírito de Deus está despertando você.
“Quem não reconhece a própria pecaminosidade não consegue desenvolver
um amor mais profundo por Jesus. A pessoa que é transformada
pela graça de Cristo passará a admirar Seu caráter divino; mas o fato de
não enxergar a própria deformidade moral é uma inequívoca evidência de
que não tivemos uma visão da beleza e da excelência de Cristo” (Ellen G.
White, Caminho a Cristo, p. 60, 61, 64, 65).
Perguntas para consideração
1. Segundo Ellen G. White, quanto mais nos aproximarmos de Cristo,
mais veremos os nossos pecados. Como evitar que nossos defeitos destruam
nossa fé?
2. A lei está sendo escrita em nosso coração. O que isso significa? A compreensão
e a prática dessa verdade ajudam a evitar o legalismo, as “obras
mortas” (Hb 9:14)?
Respostas e atividades da semana: 1. Porque a antiga aliança não podia oferecer perfeição. 2. Na nova aliança,
a) Jesus é o Fiador que cumpre com perfeição as promessas e reivindicações da aliança; b) a lei é escrita em nosso coração.
3. Ele ministra no santuário celestial; Ele é a glória de Deus; Ele é a Palavra de Deus; Ele oferece um sacrifício
perfeito. 4. A antiga aliança foi ratificada com o sangue de animais, e o povo prometeu obedecer, mas foi infiel; a nova
aliança foi ratificada com o sangue de Cristo, que prometeu obedecer ao Pai salvando a humanidade. 5. Deus imprime
a lei na mente e no coração do povo, dando-lhe um novo coração e o dom do Espírito, que o capacita a obedecer.
Jan» Fev* Mar 2022 |95|
RESUMO DA LIÇAO 8
Jesus, o Mediador da nova aliança
T EXT O S-C H A V ES: Hb 7:11-19; 8:10-12; Jr 31:31-34; Hb 8:1-6; Êx 24:1-8; Ez 36:26,27
ESBOÇO
Temas da lição
A antiga aliança foi dada com base no sacerdócio levítico. Como parte desse acordo,
som ente os levitas atuavam com o mediadores entre Deus e os israelitas. No entanto, o livro
de Hebreus fala sobre com o Jesus foi nom eado Sum o Sacerdote, segundo a ordem de
M elquisedeque. Além disso, Paulo lembrou o fato de que Jesus não era da tribo de Levi
(Hb 7:14), e sim da tribo de Judá. Portanto, de acordo com as leis do sacerdócio levítico,
Ele não era elegível para atuar como sacerdote. Contudo, foi nom eado para esse ofício
pelo próprio Deus: “Você é Sacerdote para sem pre" (Hb 7:21).
Pode-se indagar com legitimidade como Alguém da tribo de Judá poderia Se tornar Sa
cerdote, dadas as restrições levíticas. Som ente os levitas deveriam servir no templo. L o
gicam ente, uma m udança teria que ocorrer primeiro. Paulo enfatizou que tal m udança no
sacerdócio exigiria uma mudança correspondente nas leis do sacerdócio (Hb 7:12). A m u
dança nessas leis, por sua vez, levaria à mudança da aliança. A primeira aliança foi com os
levitas e a segunda com Cristo. Por que mudança com pleta? A lição deixa claro que a antiga
aliança não podia limpar a consciência dos pecados (Hb 10:4; 9:14), purificação esta que
é a justiça de Cristo imputada a nós. Esses sacrifícios de animais apontavam para Cristo, o
verdadeiro "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m undo!” (Jo 1:29). Com a nova aliança
tem -se não apenas um Árbitro, um Negociador ou uma Testemunha, mas um Fiador que
garante que as prom essas da aliança serão cumpridas. Finalmente, nessa nova aliança,
D eus internalizará Suas leis nas pessoas escrevendo-as “sobre o seu coração" (Hb 8:10).
COMENTÁRIO
A superioridade de Melquisedeque
Várias vezes em Hebreus (Hb 5:6,10; 6:20), Cristo é retratado como um Sacerdote se
gu n d o a ordem de M elquisedeque. Em Hebreus 7, Paulo dedicou um tem po a esse sa
cerdote com o propósito de traçar a natureza do sacerdócio de Cristo. Ao m esm o tempo,
afirm ou que o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levítico.
Existem apenas duas referências no AT a Melquisedeque: Gênesis 14:18 e S a lm o 110:4.
H ebreus resum e o relato de Gênesis e estabelece que M elquisedeque é um sacerdote
(Hb 7:1), que é sem elhante a Cristo (Hb 7:3) e que é superior a Abraão (Hb 7:4). A narrativa
de Gênesis descreve a primeira guerra registrada na Bíblia. Abraão perseguiu os quatro
reis invasores que tinham levado cativo seu sobrinho Ló. Depois de libertar os prisioneiros,
19 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Abraão voltou para casa. No caminho, Melquisedeque, o rei-sacerdote de Salém (Jerusalém),
encontrou Abraão com pão e vinho, detalhe que falta no relato de Hebreus. O prim eiro
abençoou o último, e o últim o devolveu o dízimo ao primeiro (Hb 7:1, 2). O que então
torna M elquisedeque superior aos sacerdotes levitas? Primeiro, M elquisedeque é apresentado
"sem pai, sem mãe, sem genealogia" e "não teve princípio de dias nem fim de existência"
(Hb 7:3). N o m undo greco-rom ano, não ter pai significava ser filho ilegítim o e não ter
mãe indicava que o filho era de uma m ulher de baixo nível social. Para os judeus, porém,
não ter genealogia significava que a pessoa não poderia se qualificar para o sacerdócio
levitico. M elquisedeque era uma figura divina, com o alguns concluíram ? Não; ele aparece
de repente em cena, em Gênesis 14, e desaparece com a m esm a rapidez, sem qualquer
m enção à sua origem familiar. Com o o registro de Gênesis não fala de seu pai, mãe, nem
genealogia, Paulo usou M elquisedeque como um exem plo perfeito da natureza eterna de
Cristo, ideia apoiada pela seguinte descrição: “não teve princípio de dias nem fim de existência,
mas feito sem elhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sem pre" (Hb 7:3).
Além disso, os levitas são novamente com parados com M elquisedeque em Hebreus 7:8:
“Aqui", isto é, no sistem a levitico, “hom ens m ortais” recebem os dízim os de seus com panheiros
israelitas, m as “ali", ou seja, no caso de Melquisedeque, os dízim os são recebidos
por “aquele de quem se testifica que vive”. A mortalidade dos levitas é contrastada com
a ausência de registro da morte de Melquisedeque, em Gênesis 14.
M elquisedeque nunca m orreu? Sim, morreu, mas, visto que sua m orte não está registrada
nas Escrituras, Paulo viu nele um exemplo perfeito para a eternidade de Cristo. Essa
ausência era um princípio usado por escritores antigos. 0 silêncio da Escritura sobre determ
inado ponto é tom ado como evidência de que algo não existia. M elquisedeque entra
na narrativa sem ancestralidade e sai sem um relato de sua morte, o que aponta tipologicam
ente para Aquele que é eterno. Dado que M elquisedeque aponta para a eternidade
e os levitas eram finitos, M elquisedeque é superior a eles.
Em segundo lugar, Melquisedeque é superior aos levitas porque abençoou Abraão, o patriarca,
descrito com o aquele que recebeu a prom essa (Hb 6:13; 7:6). Assim , “evidentem ente,
não há dúvida de que o inferior [Abraão] é abençoado pelo superior [M elquisedeque]”
(Hb 7:7). M elquisedeque não é apenas superior aos levitas por causa de seu sacerdócio
perm anente - m as tam bém é superior porque abençoou Abraão.
Terceiro, M elquisedeque é superior aos levitas porque até “Abraão, o patriarca, pagou
o dízim o tirado dos m elhores despojos” (Hb 7:4). O bisneto Levi e seus descendentes basicam
ente devolveram o dízimo por meio de Abraão a esse sacerdote de Deus, não levitico,
M elquisedeque (Hb 7:9,10). A ausência da genealogia levítica não impediu M elq u isedeque
de receber o dízimo de Abraão. Da mesma forma, a ausência da genealogia levítica
não poderia impedir Jesus de servir como Sacerdote. Os levitas foram ordenados pela
lei a receber dízim os de seus com panheiros israelitas e, por sua vez, a devolver os dízim
os dos dízim os recebidos (Nm 18:21-26). Paulo relatou essa tradição (Hb 7:5). A lógica
de seu argum ento é óbvia. M elquisedeque é maior do que Abraão; consequentem ente, ele
deve ser maior do que Levi. Por extensão, o sacerdócio de M elquisedeque é maior do que
o sacerdócio levitico. Se isso é verdade, o sacerdócio de Cristo é superior ao de qualquer
|an • Fev • Mar 2022 I 9 7 1
sacerdote hum ano no tabernáculo ou templo terrestre. Portanto, Ele é chamado de sacerdote
"para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb 7:17).
Em resumo, Melquisedeque é superior aos levitas por causa de seu sacerdócio permanente.
Ele abençoou Abraão, o ancestral dos levitas, e os levitas devolveram os dízimos a
Melquisedeque por meio de Abraão.
A superioridade do sacerdócio de Cristo
Com base no que foi dito, o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levitico por
vários motivos.
Primeiro, Cristo Se tornou Sacerdote pelo “poder de vida que não tem fim" (Hb 7:16) e
por designação divina, conforme o testemunho do Salm o 110:4; não por meio da descendência
física com base nos requisitos legais arônicos (Êx 29). O sacerdócio de Cristo está
intimamente ligado a quem Ele é. Sim, Cristo morreu, mas Ele ressuscitou (Hb 13:20). Ele
foi "exaltado acima dos Céus" (Hb 7:26) e agora está sentado “à direita do trono da M a
jestade nos Céus" (Hb 8:1), onde “pode salvar totalmente os que por Ele se aproximam de
Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25).
Além disso, os sacerdotes levitas eram nomeados por herança. Nenhum deles teve um
sacerdócio perpétuo, “porque a morte os impede de continuar" (Hb 7:23). Em contraste,
Cristo “porque continua para sempre, tem Seu sacerdócio imutável” (Hb 7:24) e vive “sem
pre para interceder por eles" (Hb 7:25). Cristo é descrito por Hebreus como Alguém que
"continua para sempre", “pode salvar totalmente" e vive sempre (Hb 7:24, 25). Sim plificando,
Ele é superior aos sacerdotes hum anos porque tem imortalidade em com paração
com a transitoriedade humana.
Em segundo lugar, Deus confirmou o sacerdócio de Seu Filho por meio de um juram ento:
“0 Senhor jurou e não Se arrependerá: 'Você é sacerdote para sem pre’" (Hb 7:21). Juram
entos são prom essas solenes que muitas vezes evocam um testem unho divino. Visto
que Deus não podia jurar por um poder maior quando prometeu descendentes a Abraão,
“jurou por Si mesmo, dizendo: ‘certamente Eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes’"
(Hb 6:13,14). Para a geração do Êxodo, Deus jurou: “‘Não entrarão no M eu
descanso'" (Hb 3:11). Quando o Senhor faz um juramento, Ele o cumpre fielmente. É por
isso que Jesus "Se tornou Fiador de superior aliança” (Hb 7:22). Os levitas, por outro lado,
foram introduzidos ao sacerdócio por ordem divina (Êx 28:1), não por um juramento. Portanto,
Cristo é superior a eles.
Finalmente, Ele é superior aos sacerdotes levitas porque é moralmente perfeito. O s sacerdotes
da linhagem de Arão sacrificavam diariamente, embora no final das contas de forma
ineficaz (Hb 10:1-4). Eles ofereciam sacrifício primeiramente por seus próprios pecados
antes de oferecer sacrifício pelos outros. Em contraste, Cristo Se ofereceu como um sacrifício
sem pecado uma vez por todas (Hb 7:27). Esse Sacerdote é apropriado para nós, pois é “santo,
inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos Céus" (Hb 7:26).
Em bora esses term os sejam praticamente sinônim os, possuem nuances ligeiram ente diferentes.
Cristo era m oralm ente separado, inculpável e não era maculado pelo pecado. Esses
atributos 0 tornam superior à linhagem arônica de sacerdotes (ver At 2:27; Hb 4:15).
198 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
Em resumo, Jesus e m elhor do que os levitas porque é imortal, foi confirm ado por um
juram ento divino e é m oralm ente perfeito.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Pense em com o Cristo é comparado com Melquisedeque em Hebreus 7. Melquisedeque
é considerado tanto rei de Salém quanto sacerdote do Deus Altíssim o (Hb 7:1).
1. Por que M elquisedeque é retratado como tendo um papel duplo? Compare essa dualidade
de papéis com a de Cristo, que é, primeiramente, Sacerdote segundo a ordem de
M elquisedeque, mas, em segundo lugar, um membro da tribo real de Judá.
2. A que a tribo de Judá está principalmente associada (ver Gn 49:10)? Com o Cristo cum
pre os dois papéis?
3. Com o você veria o pecado, se, cada vez que transgredisse, custasse um cordeiro ou um
touro, dependendo de sua posição social (talvez uma bicicleta ou um carro nos dias
de hoje)?
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jan • Fev • Mar 2022
199 I
Lição
9
Jesus, o sacrifício
perfeito
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o rq u e , com
um a única oferta, ap erfeiçoou para se m p re
os que estão se n d o sa n tific a d o s" (H b 10:14).
Leituras da semana: Hb 9:15; Gn 15:6-
21; Jr 34:8-22; Ef 3:14-19; Hb 7:27; 10:10;
9:22-28
S á b a d o , 19 de feve reiro
A n o Bíblico: N m 22-24
ideia de que um homem considerado culpado e executado na cruz
fosse adorado como Deus era uma ofensa às pessoas da antiguidade.
A referência escassa à cruz na literatura romana mostra a aversão a esse
pensamento. A lei dos judeus declarava que o homem que fosse pendurado
no madeiro era amaldiçoado por Deus (Dt 21:23).
Os primeiros temas encontrados nas pinturas de túmulos cristãos foram
o pavão (que supostamente simbolizava a imortalidade), a pomba, a
palma do atleta vitorioso e o peixe. Mais tarde, surgiram outros temas:
a arca de Noé; Abraão sacrificando o carneiro em lugar de Isaque; Daniel
na cova dos leões; Jonas sendo expelido pelo peixe; um pastor carregando
um cordeiro; ou representações de milagres como a cura do paralítico
e a ressurreição de Lázaro. Esses eram símbolos de salvação, vitória e cuidado.
A cruz, por outro lado, transmitia uma sensação de derrota e vergonha.
No entanto, ela se tornou o símbolo do cristianismo. Paulo chamou
o evangelho de “palavra da cruz” (ICo 1:18).
Nesta semana, analisaremos a cruz no livro de Hebreus.
|100| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Domingo, 20 de fevereiro
Por que os sacrifícios eram necessários?
Ano Bíblico: Nm 25-27
Hebreus 9:15 explica que a morte de Jesus como sacrifício teve o propósito
de oferecer “remissão das transgressões que foram cometidas
sob a primeira aliança”, a fim de que o povo de Deus pudesse receber “a
promessa da herança eterna”.
No antigo Oriente Próximo, uma aliança entre duas pessoas ou nações
era algo sério que envolvia uma troca de promessas sob juramento,
e isso implicava a suposição de que os deuses puniriam os que quebrassem
o voto. Muitas vezes essas alianças eram ratificadas por meio do sacrifício
de um animal.
Por exemplo, quando Deus fez uma aliança com Abraão, a cerimônia
envolveu o ato de cortar animais ao meio (Gn 15:6-21). As partes caminhariam
entre os pedaços em reconhecimento de que aqueles animais representavam
o destino de quem quebrasse a aliança. Somente Deus andou
entre os animais, com o propósito de comunicar a Abraão que Ele não quebraria
Sua promessa.
1. Compare Gênesis 15:6-21 e Jeremias 34:8-22. O que esses textos ensinam
sobre a aliança?
A aliança com Deus deu a Israel acesso à terra prometida como herança.
Envolvia, no entanto, um conjunto de mandamentos e a aspersão de
sangue sobre um altar, o que apontava o destino da parte que quebrasse
a aliança. Hebreus diz que “sem derramamento de sangue não há remissão”
[dos pecados] (Hb 9:22).
Quando Israel quebrou a aliança, Deus enfrentou um dilema doloroso.
A aliança exigia a morte dos transgressores, mas o Senhor amava Seu
povo. Se Ele simplesmente desviasse o olhar ou Se recusasse a puni-los,
Seus mandamentos seriam invalidados, e este mundo mergulharia no caos.
Porém, o Filho de Deus Se ofereceu como Substituto. Ele morreu em
nosso lugar para que pudéssemos receber “a promessa da herança eterna”
(Hb 9:15, 26; Rm 3:21-26). Isto é, Ele defenderia a santidade de Sua lei e,
ao mesmo tempo, salvaria os que a violassem. Isso só poderia ser realizado
por meio da cruz.
Por que a lei é tão central na m ensagem do evangelho?
Jan • Fev • Mar 2022
|ioi |
Segunda, 21 de fevereiro
Diversos tipos de sacrifícios
Ano Bíblico: Nm 28-30
Amorte de Jesus proporcionou perdão ou remissão de nossos pecados.
Contudo, isso envolve muito mais do que o cancelamento da penalidade
pela quebra da aliança. O sistema sacrifical israelita tinha cinco tipos
diferentes de sacrifícios para expressar a riqueza do significado da
cruz de Cristo.
2. Leia Efésios 3:14-19. Qual foi o pedido de Paulo em favor dos crentes?
O holocausto (ou oferta queimada) exigia que todo o animal fosse consumido
no altar (Lv 1). Ele representava Jesus, cuja vida foi consumida
por nós. Mesmo sendo igual a Deus, Jesus “Se esvaziou, assumindo a forma
de Servo” (Fp 2:5-8).
A oferta de cereais demonstrava gratidão pela provisão divina do sustento
para Seu povo (Lv 2). Também representava Jesus, “o pão da vida”
(Jo 6 :3 5 ,4 8 ), por meio de Quem temos a vida eterna.
A oferta de sacrifício pacífico implicava uma refeição comunitária com
amigos e família para celebrar o bem-estar (Lv 3). Representava Cristo,
cujo sacrifício nos proporcionou paz (Is 53:5; Rm 5:1; Ef 2:14). Também
enfatiza que devemos participar do sacrifício de Jesus comendo Sua carne
e bebendo Seu sangue (Jo 6:51-56).
A oferta pelo pecado ou oferta de purificação provia expiação pelos pecados
(Lv 4:1-5:13). Esse sacrifício enfatizava o papel do sangue do anim al -
que representava sua vida - para oferecer redenção dos pecados (Lv 17:11)
e apontava para o sangue de Jesus, que nos redime dos nossos pecados
(Mt 26:28; Rm 3:25; Hb 9:14).
A oferta pela culpa ou de reparação (Lv 5:14-6:7) proporcionava perdão
nos casos em que a reparação ou restituição era possível. O perdão de Deus
não nos livra da responsabilidade de reparar ou restituir, sempre que possível,
a quem prejudicamos.
Os sacrifícios do santuário nos ensinam que a experiência da salvação
é mais do que apenas aceitar Jesus como nosso Substituto. Também precisamos
“alimentar-nos" Dele, compartilhar Seus benefícios com outros
e reparar a quem prejudicamos.
|102| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 22 de fevereiro
O sacrifício perfeito de Jesus
Ano Bíblico: Nm 31,32
3. Como o sacrifício de )esus é descrito nestas passagens? Hb 7:27; 10:10
Os sacerdotes levitas - que tinham de ser “em maior número, porque a
morte os [impedia] de continuar” (Hb 7:23) - são comparados a Jesus,
que vive para sempre e tem um sacerdócio imutável (Hb 7:24, 25). Os sacerdotes
levitas “todos os dias” (Hb 7:27) e “todos os anos” (Hb 9:25) ofereciam
dons e sacrifícios “ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta
culto” (Hb 9:9; 10:1-4).
Jesus, no entanto, ofereceu a Si mesmo “uma vez por todas”, “um único sacrifício”
(Hb 10:10,12-14) que purifica nossa consciência (Hb 9:14; 10:1-10)
e aniquila o pecado (Hb 9:26). Seu sacrifício é superior ao de animais, pois
Ele era o Filho de Deus (Hb 7:26-28), que cumpriu perfeitamente a vontade
do Pai (Hb 10:5-10).
A descrição do sacrifício de Jesus como tendo ocorrido “uma vez por
todas” tem várias implicações importantes.
Primeiro, Seu sacrifício é eficaz e nunca será superado. Os sacrifícios
dos sacerdotes levitas eram repetidos porque não eram eficazes; caso contrário,
“não teriam deixado de ser oferecidos? Porque os que prestam culto,
tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência
de pecados!” (Hb 10:2).
Em segundo lugar, os diferentes tipos de sacrifícios do AT se cumpriram
na cruz. Jesus não apenas nos purifica do pecado (Hb 9:14), mas provê
santificação (Hb 10:10-14) ao afastar o pecado de nós (Hb 9:26). Antes
que os sacerdotes se aproximassem de Deus no santuário e ministrassem
em favor de seus semelhantes, eles tinham que ser limpos e santificados,
ou consagrados (Lv 8; 9). O sacrifício de Jesus nos limpa e nos consagra
(Hb 10:10-14) para que possamos nos aproximar de Deus com confiança
(Hb 10:19-23) e servi-Lo como “sacerdócio real” (Hb 9:14; IPe 2:9).
O sacrifício de Jesus também alimenta nossa vida espiritual; oferece
um exemplo que precisamos seguir. Hebreus nos convida a fixar os
olhos em Jesus, especialmente nos eventos da cruz, e seguir Sua liderança
(Hb 12:1-4; 13:12,13).
A cruz é a base de todos os benefícios divinos: purificação do pecado, santificação
para servir e alimento para crescer. Como desfrutar o que recebemos de fesus Cristo?
Jan • Fev • Mar 2022 11031
Quarta, 23 de fevereiro
A cruz e o custo do perdão
Ano Bíblico: Nm 33,34
4 .0 que é dito sobre a obra de Cristo no santuário celestial? Hb 9:22-28
Aideia de que o santuário celestial precisava ser purificado fazia sentido
no contexto do santuário do AT, que é um símbolo do governo divino
(ISm 4:4; 2Sm 6:2), e a maneira pela qual Deus lida com o pecado de Seu ®
povo afeta a percepção da justiça de Seu governo (SI 97:2). Sendo Gover- |
nante, Deus é o Juiz de Seu povo e espera-se que Ele seja justo, vindicando
os inocentes e condenando os culpados. Portanto, quando perdoa o pecador,
Ele carrega a responsabilidade judicial. O santuário, que representa o I
caráter e o governo divinos, está contaminado, pois Deus carrega nossos |
pecados quando nos perdoa (Êx 34:7; Nm 14:17-19, a palavra hebraica original
para “perdoar” [nõêê') nesses versos significa "carregar, suportar”). 1
O sistema de sacrifícios no santuário israelita ilustra esse ponto. Quan- j
do alguém buscava perdão, trazia um animal como sacrifício em seu favor,
confessava seus pecados sobre ele e o abatia. O sangue era borrifado nas ^
pontas do altar ou aspergido diante do véu do templo no primeiro com- |
partimento. Desse modo, o pecado era simbolicamente transferido para
o santuário. Deus carregava os pecados do povo.
No sistema israelita, a purificação ou expiação dos pecados ocorria em
duas etapas. Durante o ano, pecadores arrependidos traziam sacrifícios
para o santuário. Esses sacrifícios purificavam as pessoas de seus pecados
e os transferiam para o santuário, para o próprio Deus. No fim do ano, no
Dia da Expiação, que era o dia do juízo, Deus purificava o santuário, liberando
Sua responsabilidade judicial ao transferir os pecados para o bode
expiatório, Azazel, que representava Satanás (Lv 16:15-22).
Esse sistema de duas fases, representadas pelos dois compartimentos
no santuário terrestre, modelo do santuário celestial (Êx 25:9; Hb 8:5), permitia
que Deus mostrasse misericórdia e justiça ao mesmo tempo. Quem
confessava os pecados durante o ano mostrava lealdade a Deus observando
um descanso solene e afligindo-se no Dia da Expiação (Lv 16:29-31).
Aqueles que não mostravam lealdade eram eliminados (Lv 23:27-32).
Pense no que você enfrentaria se tivesse que receber o castigo justo por seus pecados.
Como isso o ajuda a entender o que Cristo fez por você?
11 0 4 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quinta, 24 de fevereiro
O juízo e o caráter de Deus
Ano Bíblico: Nm 35,36
5. Leia Rom anos 3:21-26; 1:16,17 e 5:8.0 que a redenção na cruz para o perdão
dos nossos pecados revela sobre Deus?
0perdão dos pecados envolve duas fases na mediação de Jesus nos dois
compartimentos do santuário celestial. Primeiro, Jesus removeu nossos
pecados e os carregou na cruz a fim de oferecer perdão a todos que crerem
Nele (At 2:38; 5:31). Ele também inaugurou uma nova aliança, que
Lhe permite pôr a lei de Deus no coração dos crentes por meio do Espírito
Santo (Hb 8:10-12; Ez 36:25-27).
A segunda fase desse ministério consiste em um juízo, o juízo préadvento,
que ainda estava no futuro do ponto de vista de Hebreus (Hb 2:1-4;
6:2; 9:27,28; 10:25). Esse juízo se inicia com o povo de Deus e é descrito em
Daniel 7:9-27, Mateus 22:1-14 e Apocalipse 14:7. Seu propósito é mostrar
a justiça de Deus ao perdoar Seu povo. Nele, o registro da vida de cada um
será aberto para o Universo. O Juiz mostrará o que aconteceu no coração
dos crentes, como aceitaram Jesus como Salvador e Seu Espírito na vida.
Ao falar sobre esse juízo, Ellen G. White escreveu: “O homem não
pode por si mesmo defender-se dessas acusações. Em suas vestes manchadas
de pecado, confessando sua culpa, ei-lo perante Deus. Mas Jesus,
nosso Advogado, apresenta um eficaz rogo em favor de todos os que,
mediante arrependimento e fé, confiaram a Ele a guarda de sua vida.
Defende-lhes a causa e derrota seu acusador com os poderosos argumentos
do Calvário. Sua perfeita obediência à lei de Deus, mesmo até à morte
de cruz, conferiu-Lhe todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pleiteia de
Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado. [...] Mas, conquanto
devamos reconhecer nosso estado pecaminoso, temos que confiar
em Cristo como nossa justiça, nossa santificação e redenção. Não podemos
contestar as acusações de Satanás contra nós. Cristo, unicamente,
pode pleitear eficazmente em nosso favor. Ele é capaz de silenciar o
acusador com argumentos fundamentados não em nossos méritos, mas
nos Dele” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 450, 451).
Por que a cruz e o ministério de Jesus em nosso favor sugerem que olhemos para o Juízo
com confiança, m as com humildade e arrependimento?
Jan • Fev • Mar 2022 11051
Sexta, 25 de fevereiro
Estudo adicional
Ano Bíblico: Dt 1-3
T extos de Ellen G. White, O Desejado de Todas as N ações, p. 741-757
(“A Glória do Calvário”); p. 758-764 ("Está Consumado”).
Jiri Moskala explicou a natureza do juízo pré-advento. Deus “não irá
exibir meus pecados como na vitrine de uma loja. Antes de tudo, irá apontar
para Sua incrível graça transformadora e, diante do Universo, como
a verdadeira Testemunha da minha vida, Ele explicará minha atitude,
meus motivos, meu pensamento, minhas ações, minha orientação e direção
de vida. Jesus testificará que cometi erros, transgredi Sua lei, mas
me arrependi, pedi perdão e fui transformado por Sua graça. Ele proclamará:
‘Meu sangue é suficiente para o pecador Moskala, sua orientação
de vida está em Mim, sua atitude em relação a Mim e às pessoas é calorosa
e altruísta, ele é confiável, ele é Meu servo bom e fiel”’ (Toward a Biblical
Theology of God’s Judgment: A Celebration of the Cross in Seven
Phases of Divine Universal Judgment, [Journal oftheA dventist Theological
Society 15, 2004], p. 155).
“Os seres remidos e os não caídos terão na cruz de Cristo seu estudo
e seu cântico. Será visto que a glória que resplandece no rosto de Jesu s
Cristo é a glória do amor abnegado. A luz do Calvário, ficará evidente que
a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu, que o amor
que não procura os seus interesses’ (ICo 13:5) tem sua fonte no coração
de Deus [...]” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19, 20).
Perguntas para consideração
1. Há uma tendência de oferecer sacrifícios em troca de salvação (atos de
penitência, serviço ou autoprivação). Como essas práticas devem ser vistas
à luz do sacrifício de Jesus e do fato de que a cruz pôs fim a todos os
sacrifícios (Dn 9:27; Hb 10:18)?
2. Qual é o papel do sacrifício do cristão? Jesus disse que precisamos to
mar nossa cruz e segui-Lo (Mt 16:24); Paulo disse que devemos oferecer
o corpo em “sacrifício vivo” (Rm 12:1). Qual é a relação entre essas
instruções e Hebreus 13:15,16?
Respostas • atividades da semana: 1. A aliança é um compromisso sério. As duas partes devem cumprir seu voto
2. Que Deus lhes fortalecesse, que Cristo habitasse no coração deles, que eles tossem alicerçados em amor e que pudessem
compreender e conhecer o amor de Cristo. 3. Um sacrificlo definitivo, feito uma vez por todas A. Ele comparece
diante de Deus no santuário celestial para oferecer Seu sanyue em nosso favor S. Que Deus é misericordioso e justo.
11 0 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇÃO 9
Jesus, o sacrifício perfeito
T E X T O S-C H A V E S: Hb 9:15; Gn 15:6-21; Jr 54:8-22; Ef 5:14-19; Hb 7:27; 10:10; 9:22-28
ESBOÇO
Temas da lição
H ebreus deixa claro que a morte substitutiva de Jesus era inevitável, porque “sem derram
am ento de sangue não há rem issão ’ (Hb 9:22). O sangue representa a vida do substituto.
O s sacrifícios eram necessários porque as alianças em geral eram ratificadas por meio
de sacrifícios de animais. Q uando Israel quebrou a aliança, a exigência de que o transgressor
m orresse cum priu-se em Jesus, que morreu uma vez por toda a hum anidade. O s levitas
ofereciam sacrifícios continuam ente porque estes não eram eficazes.
O AT descreve mais de um tipo de oferta. Levítico enum era ofertas queim adas para
expiação, ofertas de cereais em gratidão pela provisão divina, ofertas de com unhão para
refeições com unitárias com a família e amigos, ofertas pelo pecado para a redenção em
casos de pecados involuntários e ofertas de reparação para casos de restituição (ver
Lv 1-6). Da perspectiva do AT, o santuário era contam inado pelos pecados diários do povo.
Por isso, havia a necessidade do Dia da Expiação, ocasião em que o santuário era purificado
e os pecados eram removidos.
COMENTÁRIO
Como vim os na semana passada, Hebreus 7 fala sobre Melquisedeque, que era superior
à linhagem arônica de sacerdotes. Consequentemente, Cristo é superior ao sacerdócio levítico
porque Ele é Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 8 fala sobre
a superioridade da segunda aliança, cuja eficácia se discute em Hebreus 9:15. A primeira,
estabelecida com os levitas, era defeituosa e não podia remover os pecados (Hb 7:11; 9:9).
Em Hebreus 9, Paulo também falou do sacrifício superior de Cristo. Por que é superior?
Primeiro, Sua oferta não foi aplicada no santuário terrestre, mas no celestial (Hb 9:23,24).
Em segundo lugar, o sangue que Ele ofereceu não foi de um animal, m as o Seu próprio
sangue (Hb 9:25, 26). Finalmente, o sacrifício de Cristo foi definitivo (Hb 9:12, 28; “uma
vez por todas”) e eficaz (Hb 9:14; “purificará a nossa consciência”; Hb 10:14; “aperfeiçoou
para sempre"), em contraste com os sacrifícios de animais (Hb 10:1,4).
O dilema do altar de incenso no santíssimo
Hebreus 9 apresenta o que parece ser uma discrepância. N os versos 3 e 4 está escrito:
“Por trás do segundo véu se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta
|an • Fev • Mar 2022
1107 |
de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arào, que floresceu,
e as tábuas da aliança." Esse texto parece estar em desacordo com Êxodo 30:6: “Ponha
o altar [o altar de incenso] em frente do véu", o que indica que ele não estava no santíssimo,
m as no lugar santo, junto com o candelabro e a mesa com os pães consagrados. N esse
altar de incenso, Arào deveria queimar incenso “cada m anhã" (Êx 30:7). Outras passagens
no Pentateuco também colocam o altar de incenso no lugar santo, não no lugar santíssim o
(Êx 40:5, 26). Então, por que Paulo situou o altar de ouro do incenso no lugar santíssim o?
Com o explicar essa aparente discrepância?
Paulo pode ter pensado: “Embora localizado no salão maior (isto é, o lugar santo), o altar
de incenso (compare com Êx 30:1-10; lC r 28:18) ‘pertencia ao debir' (o lugar santíssim o
na Septuaginta, tradução grega do AT). Parece que a queima de incenso realizada nesse
altar tinha um efeito direto no lugar santíssim o onde Deus m anifestava Sua presença entre
os querubins. Afinal, a fumaça do incenso provavelm ente se espalhava pela sala interior.
Isso pode explicar por que Hebreus posiciona o altar de incenso no lugar santíssim o"
(The Seventh-day Adventist International Bible Commentary, verbete sobre Hebreus 9:4).
Observe que, em grego, o autor de Hebreus não afirma realmente que o altar de incenso
ficava no segundo compartimento; apenas que o santíssim o “tinha" o altar. A palavra
traduzida com o “tinha” pode ser traduzida como “contido", mas esse não é necessariam ente
seu significado ou o único.
“A conexão entre o altar e o lugar santíssim o indicada aqui pode ser atribuída ao fato
de que sua função estava ligada ao lugar santíssimo. O incenso oferecido nesse altar era
direcionado para o propiciatório no santíssimo. Ali, Deus m anifestava Sua presença entre
os querubins; e, ao subir o incenso com as orações dos adoradores, ele enchia o lugar
santíssim o, bem com o o santo. O véu que separava os dois com partim entos não se estendia
até o teto. Assim , o incenso podia ser oferecido no lugar santo, o único lugar em que
os sacerdotes com uns podiam entrar, e ainda alcançar o segundo com partim ento, para o
qual era indicado" (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 487).
Independentem ente do que se quer dizer em Hebreus 9:4, o foco de Paulo não parecia
estar nos com partim entos e na mobília, uma vez que o verso 5 diz: “D essas coisas não falarem
os, agora, com mais detalhes”. Essa frase indica que mais im portante do que a m o
bília e sua localização é o ponto que Paulo queria enfatizar ao se referir a eles, ou seja, a
superioridade do sacrifício de Cristo.
“O incenso que subia com as orações de Israel representa os m éritos e a intercessão
de Cristo, Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo e que é a ú n i
ca que pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do véu do lugar
santíssim o, estava um altar de intercessão perpétua; e diante do lugar santo, um altar
de expiação contínua. Deveriam se aproxim ar de D eus por meio do sangue e do incenso
- sím b o los que apontam para o grande Mediador, por interm édio de quem os pecadores
podem se aproxim ar de Jeová, e por meio de quem unicam ente a m isericórdia e a
salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente" (Ellen 0. W hite. Patriarcas
e Profetas, p. 353).
1108 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
Morte substitutiva de Cristo
Substituição e satisfação são termos que têm despertado muitas críticas. Deus de fato
precisava de algum tipo de substituição para a penalidade dos pecados da hum anidade?
O que significa substituição? Nesse contexto, substituição significa que Alguém toma o
lugar de outra pessoa a fim de levar sua punição com o propósito de salvá-la.
Quanto ao segundo termo, satisfação, devemos perguntar: o que precisava ser satisfeito?
A Bíblia apoia o conceito de morte substitutiva? A substituição ocorreu no caso de
Abraão. Quando ele estava no Monte Moriá para sacrificar seu filho Isaque, “Abraão pegou
o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gn 22:13, ênfase acrescentada).
Na narrativa da Páscoa, a vida foi poupada por substituição. M as os únicos prim ogênitos
do sexo m asculino poupados foram aqueles cujas famílias sacrificaram um cordeiro
e colocaram seu sangue nas ombreiras das portas (Êx 12:7,13). Todo o sistema sacrificai
tinha por base a substituição. Como a penalidade para o pecado é a morte, o anim al substituto
era morto, poupando assim a vida do pecador (Lv 17:11).
Voltando ao NT, observam os que João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!" (Jo 1:29, ênfase acrescentada). Paulo declarou: “Pois
tam bém Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado" (IC o 5:7). Na carta aos Efésios, o
apóstolo foi claro: “Cristo nos amou e S e entregou por nós, como oferta e sacrifício de
aroma agradável a Deus" (Ef 5:2, ênfase acrescentada). Em Romanos, Paulo afirmou que
Deus provou Seu am or “pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éram os pecadores"
(Rm 5:8, ênfase acrescentada). A Bíblia está cheia de substituições e linguagem
que denota o pecado. (Para mais exemplos, veja Is 53:12; Mc 10:45; 2Co 5:14; U m 2:6;
Hb 9:28; IP e 2:24). Hebreus coroa esse tópico com a declaração indiscutível, embora frequentemente
ignorada, de que “sem derramamento de sangue não há rem issão" (Hb 9:22).
Que sangue? Não pode ser o sangue de animais, "porque é im possível que o sangue de touros
e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Portanto, tem que ser o sangue, a vida. de Cristo.
Jesus levou n o ssos pecados e morreu por nós. Por isso, não devem os vê-Lo com o alguém
que não tenha interesse direto na nossa salvação, um terceiro, um indivíduo separado
de Deus e da humanidade. Tal visão distorceria m uitíssim o o entendim ento sobre a
expiação. Cristo seria retratado então como Alguém que sim plesm ente aplaca a ira do Pai.
Deus, por Sua vez, seria considerado Alguém que pune o inocente Jesus apenas para que
nós, os culpados, pudéssem os sobreviver. A unidade quebrada entre o Pai e o Filho vem
à tona na forte declaração paulina de reconciliação, na qual o Pai age por meio do Filho:
“Tudo isso [a nova criação em Cristo] provém de Deus, que nos reconciliou C onsigo m esm
o por m eio de Cristo" (2Co 5:18).
N o sso Substituto não foi Cristo sozinho, nem Deus sozinho, mas Deus em Cristo, que
era D eus e Homem. D eus em Cristo Se colocou como Substituto em nosso lugar. Assim ,
as objeções a uma expiação substitutiva desaparecem. Não há nada de imoral (transgressão
da lei) nesse caso, porque o Substituto dos infratores é o Legislador. A cruz não é uma
barganha transacional com o diabo nem uma troca para satisfazer a lei. Mas, com o Deus,
Cristo nos reconciliou C onsigo mesmo. (Para um estudo mais aprofundado sobre substituição,
ver John R. W. Stott, The Cross ofChrist [InterVarsity Press, 1986]).
)an • Fev • Mar 2022 |109|
APLICAÇÃO PARA A V ID A
1. No contexto da substituição feita por Cristo, considere o refrão do hino intitulado “O
Maior M ilagre’ (Hinário Adventista do Sétimo Dia, 198): "M as um maior milagre me com ove
o ser; tão insondável é, não posso compreender; Que o meu eterno Deus, em Seu g ra n
de amor, a mim salvasse pobre pecador!’ 0 que isso significa para você pessoalm ente?
2. Por que a substituição é tão central em todo o plano da salvação? 0 pecado exigiu o
autossacrificio de ’Deus em Cristo" para resolver o problema e nos oferecer a esperança
da vida eterna. O que isso nos diz sobre quanto o pecado é m au?
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I110| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Lição
O caminho
através do véu
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "C risto não e n tro u
em santuário feito por m ã o s hum anas, fig u ra
d o verdadeiro santuário, porém n o p ró p rio
Céu, para com parecer, agora, p o r nós, diante
de D e u s" (H b 9:24).
Leituras da semana: H b 9 :2 4 ;
Ê x 1 9 :3 ,4 ; H b 12:18-21; L v 16:1,2;
H b 1 0 :1 9 -2 2 ; Cl 3:1
A n o Bíblico: D t 4 -7
Quando os discípulos voltaram do Monte das Oliveiras, depois que
Jesus ascendeu ao Céu, sentiram-se triunfantes e alegres. Seu Mestre
e Amigo havia ascendido a uma posição de poder sobre o mundo e os havia
convidado a se aproximarem de Deus em Seu nome com a confiança
absoluta de que suas orações seriam atendidas (Jo 14:13,14). Embora
continuassem no mundo, atacados pelas forças do mal, sua esperança era
forte. Eles sabiam que Jesus havia ascendido para preparar-lhes um lugar
(Jo 14:1-3) e que era o Precursor de sua salvação, pois havia aberto um caminho
para a pátria celestial por meio de Seu sangue.
A ascensão de Jesus ao Céu é central para a teologia de Hebreus. Eia
marca o início do governo de Cristo e de Seu ministério sumo sacerdotal
em nosso favor. Finalmente, e mais importante, Sua ascensão marca
a inauguração da nova aliança, que provê os meios pelos quais podemos
nos aproximar de Deus com ousadia mediante a fé, privilégio obtido por
meio dos méritos de Cristo e de Sua justiça.
|112| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Domingo, 2 7 d e fe v e re iro A no Bíblico: Dt 8-10
Jesus diante do Pai
1. Leia Hebreus 9:24. De acordo com essa passagem , qual foi o propósito da
ascensão de Jesus ao Céu?
eus instruiu Israel que os homens fossem três vezes ao ano a Jeru sa
lém para “comparecer diante do S e n h o r ” com uma oferta: na festa
da Páscoa (festa dos pães sem fermento), na Festa das Sem anas (Pentecostes)
e na Festa dos Tabernáculos (Êx 23:14-17; Dt 16:16). A Páscoa celebrava
a libertação de Israel do Egito. O Pentecostes celebrava a colheita da
cevada e, na época do NT, estava associada à promulgação da lei no Sinai.
A Festa dos Tabernáculos celebrava o cuidado de Deus com Israel durante
a peregrinação no deserto.
Hebreus 9:24 descreve a ascensão de Jesus à presença do Pai. Ele chegou
ao santuário celestial, “o verdadeiro”, para “comparecer” diante de Deus
com um sacrifício superior (Hb 9:23, 24): Seu próprio sangue.
Jesu s celebrou as festas com incrível precisão. Ele m orreu no dia da
preparação da Páscoa na hora nona, momento em que os cordeiros pascais
eram sacrificados (Jo 19:14; M t 27:45-50). Ressuscitou no terceiro dia e
subiu ao Céu para receber a confirm ação de que Seu sacrifício havia sido
aceito (Jo 20:17; IC o 15:20), quando o sacerdote deveria mover o feixe de
cevada madura como as prim ícias da colheita (Lv 23:10-12). Então, Ele ascendeu
4 0 dias depois para sentar-Se à direita de Deus e inaugurar a nova
aliança no dia de Pentecostes (At 1; 2).
O propósito da peregrinação até Jerusalém era apresentar-se diante
da “face de Deus” (SI 42:2). Isso significava experim entar o favor divino
(SI 17:15). Da mesm a form a, a expressão hebraica “buscar a face de Deus”
significava pedir auxílio divino (2Cr 7:14; SI 27:8; 105:4). Em Hebreus esse
é o sentido da ascensão de Jesus. Ele ascendeu a Deus com o sacrifício perfeito
e como nosso Precursor (Hb 6 :1 9 ,2 0 ) tornou real a promessa para os
crentes que peregrinam “procurando uma pátria”, desejando “uma pátria
superior” e a n sio so s “pela cidade [...] da qual Deus é o A rquiteto e Construtor"
(Hb 1 1 :1 0 ,1 3 -1 6 ).
P o r que a realidade do que Cristo fez; não apenas na cruz, m as o que Ele faz n o Céu,
n o s dá a certeza da salvação?
Jan • Fev • Mar 2022 M13|
S e gu n d a , 28 de fevereiro
Convite divino
Ano Bíblico: Dt 11-13
2. Como foi a experiência de Israel no Monte Sinai? Hb 12:18-21
Quando Deus chamou Israel do Egito, Seu plano era criar um relacionamento
pessoal e íntimo com o povo. Ele disse: “Vocês viram o que
fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para
perto de Mim” (Êx 19:4).
Por meio de Moisés, Deus deu as instruções necessárias para preparar
o povo para se encontrar com Ele. O povo precisava se consagrar primeiro
(Êx 19:10-15). Aqueles que subissem sem preparo morreriam. A instrução
divina foi: "Quando soar longamente a trombeta” no terceiro dia,
então "subirão o monte" (Ex 19:13). Ele queria que tivessem a experiência
que Moisés e os líderes do povo teriam quando subissem o monte e vissem
Deus e comessem e bebessem em Sua presença (Êx 24:9-11). O povo mais
tarde reconheceu que tinha visto a glória de Deus e que era possível Deus
falar “com as pessoas e [elas permanecerem] vivas" (Dt 5:24). Mas, quando
chegou o momento, faltou fé. Moisés explicou anos depois: “Vocês ficaram
com medo do fogo e não subiram o monte” (Dt 5:5). O povo pediu a
Moisés que fosse seu intermediário (Dt 5:25-27, compare com Êx 20:18-21).
A manifestação da santidade divina no Monte Sinai teve como propósito
ensinar o temor ou o respeito a Deus e também levar o povo a conhecer
Sua misericórdia e fidelidade (Êx 34:4-8). O “temor do S e n h o r ” conduz
à vida, sabedoria e honra (Dt 4:10; compare com SI 111:10; Pv 1:7; 9:10;
10:27). Contudo, enquanto Deus queria que Israel fosse até Ele, o povo ficou
com medo. A descrição em Hebreus dos eventos no Sinai é acompanhada
da falta de fé e apostasia do povo com o bezerro de ouro, e como
temia encontrar-se com Deus por causa de seu pecado (Dt 9:19). A reação
do povo não foi o plano de Deus, mas o resultado da falta de fé.
3. Por que o povo teve medo de se encontrar com Deus?
A. ( ) Porque o povo sabia que Deus iria destruí-los.
B. ( ) Porque lhes faltou fé.
Devem os ter medo de nos aproximar de D eus? Quais são as condições para fazê-lo?
I H A |
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 1° de m arço
A necessidade de um véu
Ano Bíblico: Dt 14-17
Os véus têm função dupla. O termo que Hebreus usa para véu (katepetasm
a) pode se referir à cortina do átrio (Êx 38:18), à entrada da área
externa do santuário (Êx 36:37), ou ao véu que separava o lugar santo do
santo dos santos (Êx 26:31-35). Esses véus eram limites que apenas algumas
pessoas podiam cruzar.
4. Leia Levítico 16:1,2 e 10:1-3. Que advertência há nessas passagens?
O véu era uma proteção para os sacerdotes enquanto ministravam diante
de um Deus santo. Depois do pecado do bezerro de ouro, Deus disse a
Moisés que não os acompanharia até a terra prometida para que não os
consumisse, pois eram um "povo teimoso” (Êx 33:3). Assim, Moisés mudou
a tenda do encontro para longe do arraial (Êx 33:7). No entanto, depois
que Moisés intercedeu, Deus concordou em ir no meio deles (Êx 33:12-20),
mas estabeleceu várias medidas para proteger o povo.
Por exemplo, Israel acampava em uma ordem estrita que formava um
quadrado vazio no meio onde o tabernáculo era montado. Além disso, os
levitas acampavam ao redor a fim de proteger o santuário e sua mobília
da invasão de estranhos (Nm 1:51; 3:10). Eles eram, de fato, uma espécie
de véu humano que protegia o povo de Israel: "Mas os levitas acamparão
ao redor do tabernáculo do testemunho, para que não haja ira sobre a
congregação dos filhos de Israel. Os levitas assumirão a tarefa de cuidar
do tabernáculo do testem unho” (Nm 1:53).
Jesus, como nosso Sacerdote, também foi nosso véu. Por meio de Sua
encarnação, Deus armou Seu tabernáculo entre nós e pudemos contemplar
Sua glória (Jo 1:14-18). Ele tornou possível que um Deus santo vivesse entre
um povo imperfeito.
Pense no que significa o Deus Criador habitar entre Seu povo, que era uma nação de
escravos recém-libertados. O que isso ensina sobre quanto Deus está perto de n ó s?
|an* Fev» Mar 2022 |115|
Q u a rta , 2 de m arço
0 novo e vivo caminho através do véu
Ano Bíblico: Ot 18-20
5. Leia Hebreus 10:19-22. Que convite há nessa passagem ?
0livro de Hebreus argumenta que Jesus entrou no santuário celestial e
nos convida a seguir Sua liderança. Essa ideia concorda com a concepção
antes apresentada de que Jesus é o “Precursor” dos crentes (Hb 2:10;
6:19, 20; 12:2). O “caminho novo e vivo” é a nova aliança que Jesus inaugurou
com Seu sacrifício e ascensão. A expressão “novo e vivo” contrasta
com a descrição da antiga aliança, como algo “antiquado e envelhecido”
(Hb 8:13). É a nova aliança, aquela que providenciou o perdão dos pecados
e colocou a lei em nosso coração, que possibilita nos aproximarmos
de Deus com confiança, não por nosso mérito, mas apenas pelo que Jesus
fez por nós, cumprindo todas as obrigações da aliança.
Hebreus indica que a inauguração da antiga aliança envolveu a inauguração
do santuário e a consagração dos sacerdotes (Hb 9:18-21; compare
com Êx 40; Lv 8; 9). Seu propósito era criar um relacionamento íntimo
entre Deus e Seu povo (Êx 19:4-6). Quando Israel aceitou esse relacionamento,
Deus imediatamente ordenou que um santuário fosse construído
para que Ele pudesse viver entre eles. A inauguração do santuário e a presença
de Deus entre Seu povo consumou a aliança.
Essa lógica serve para a nova aliança. Ela também implica a inauguração
do ministério sacerdotal de Jesus em nosso favor (Hb 5:1-10; 7:1-8:13).
A ascensão de Jesus inaugurou uma nova era para o povo de Deus.
Zacarias 3 menciona que Satanás estava na presença de Deus para acusar
Seu povo, o qual era representado pelo sumo sacerdote Josué. Esse acusador
é o mesmo que levantou questões sobre a lealdade de Jó (Jó 1; 2). Com o
sacrifício de Jesus, Satanás foi expulso do Céu (Ap 12:7-12; compare com
Jo 12:31; 16:11). Cristo é quem intercede por nós e, por meio do Seu sacrifício
e Sua fidelidade, clama pela nossa salvação!
Que acusações Satanás podería fazer contra você diante de Deus, se lhe fosse permitido?
Embora ele seja um mentiroso, quanto ele teria que mentir sobre você para b u s
car sua condenação? Qual é a sua única esperança?
11161 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q u in ta , 3 de m arço
Eles verão o Seu rosto
Ano Bíblico: Dt 21-23
6. Leia Hebreus 12:22-24. Em que sentido chegam os à jerusalém celestial
na presença de Deus?
Argum enta-se que os crentes “chegaram” ao Monte Sião, a Jerusalém
celestial, por meio da fé. Nesse sentido, sua experiência antecipa o futuro.
Assim, a Jerusalém celestial pertence ao reino das “coisas que se esperam”
e “não se veem”, mas que nos são asseguradas mediante a fé (Hb 11:1).
Também chegamos ao Monte Sião, na própria presença de Deus, por
meio de nosso Representante Jesus (Ef 2:5, 6; Cl 3:1). A ascensão de
Jesus não é uma questão de fé, mas de fato. E essa dimensão histórica da
ascensão de Jesus que oferece peso à exortação aos hebreus para se apegar
à confissão da esperança (Hb 4:14; 10:23). Paulo disse: “Tendo, pois, Jesus,
[...] grande Sumo Sacerdote que adentrou os Céus [...] aproximemo-nos [...]
com confiança" (Hb 4:14,16).
Assim, já chegamos à presença de Deus por meio de nosso Representante
e, portanto, devemos atuar em conformidade com esse fato. Por
meio Dele, provamos “o dom celestial", provamos “a boa Palavra de Deus
e os poderes do mundo vindouro” (Hb 6:4, 5). A realidade da ascensão e
do m inistério de Jesus no santuário celestial é a “âncora da alma, segura
e firm e” (Hb 6:19), a garantia de que as promessas têm substância e são
confiáveis (Hb 7:22). Para nós, a fé tem uma âncora histórica.
O propósito divino se cumprirá não apenas em Jesus, mas também em
nós. Dissemos que a ascensão cumpriu a tipologia das primeiras duas peregrinações
anuais de Israel, Páscoa e Pentecostes. De acordo com Hebreus
e o livro do Apocalipse, a última peregrinação, a Festa dos Tabernáculos,
ainda não se cumpriu. Vamos festejar com Jesus, quando estivermos na
“cidade [...] da qual Deus é o Arquiteto e Construtor”, na pátria celestial
(Hb 11:10; 13-16). Não construiremos tabernáculos; o tabernáculo de
Deus descerá do Céu e viveremos com Ele para sempre (Ap 7:15-17; 21:1-4;
22:1-5; Nm 6:24-26).
Como podem os tom ara promessa de vida eterna real para nós no presente, neste m undo
tão cheio de dor e sofrimento? Que resposta podem os dar aos que dizem que tudo
isso é apenas uma fantasia para nos ajudar a nos sentirmos melhor?
)an • Fev • Mar 2022
11171
Sexta, 4 de março
Estudo adicional
Ano Bíblico. Dt 24.25
M^ ara Seus seguidores, a ascensão de Cristo ao Céu foi um sinal de que
I estavam para receber a bênção prometida. Deviam esperar por ela
antes de iniciarem a obra que lhes fora ordenada. Ao atravessar os portais
do Céu, Jesus foi entronizado em meio à adoração dos anjos. Assim
que essa cerimônia foi concluída, o Espírito Santo desceu em abundantes
torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi, de fato, glorificado com aquela
glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento
do Espírito no Pentecostes foi um anúncio do Céu de que a investidura do
Redentor havia sido concluída. De acordo com Sua promessa, Jesus enviou
do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele,
como Sacerdote e Rei, havia recebido todo o poder no Céu e na Terra,
tornando-Se o Ungido que governaria Seu povo. [...]
“Podiam falar do nome de Jesus com segurança, pois Ele era seu Amigo
e Irmão mais velho. Em íntima comunhão com Cristo, assentaram-se
com Ele ‘nos lugares celestiais’ (Ef 2:6). Revestiam suas ideias com linguagem
convincente quando testificavam Dele” (Ellen G. White, Atos dos
Apóstolos, p. 38, 39, 46).
P e r g u n t a s p a ra c o n sid e ra ç ã o
1. “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando irei e me apresentarei
diante da face de Deus?” (SI 42:2). Como ter sede de entrar na
presença de Deus? Se não nos alegrarmos na presença de Deus enquanto
O adoramos e vamos a Ele com fé, quando nos alegraremos? Quais
são os fatores que levam à alegria em Deus?
2. Em um livro que zomba da fé, alguém criou um robô que crê por nós.
Embora isso seja uma farsa, como devemos ter o cuidado de não fazer
o que Israel fez no deserto, ou seja, pedir intermediários entre nós e
Deus? Alguns podem pensar que as orações de outros em seu favor tenham
mais peso diante de Deus do que suas próprias orações. Por que
devemos evitar essa armadilha espiritual? Por que, com base nos méritos
de Cristo, podemos nos aproximar de Deus sem a necessidade de
intermediários?
3. Hebreus trata da certeza da salvação. Porém, como devemos ter cuidado
para não confundir presunção com certeza?
Respostas e atividades da semana: 1. Comparecer em nosso favor diante de Deus 2.0 povo de Israel temeu e pediu
que Moisés fosse seu intermediário 3. B. 4. Deus é santo e devemos temé-Lo. 0 santuário não podia ser profanado.
5. Que nos aproximemos de Deus com confiança nos méritos do sangue de Jesus. 6, Chegamos por meio da fé em |esus.
11181 Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇÃ010
0 caminho através do véu
T EXTO S-C H A V ES: Hb 9:24; Êx 19:3,4; Hb 12:18-21; Lv 16:1,2; Hb 10:19-24; Cl 3:1
ESBOÇO
Temas da lição
Em Hebreus, a ascensão de Cristo marca o início de Seu governo e de Seu m inistério
sum o sacerdotal no Céu. Quando ascendeu ao Céu, com pareceu à presença de D eus
em n o sso favor (Hb 9:24). Na época do AT, todo hom em era obrigado a com parecer à
presença divina três vezes por ano. A s festas dos peregrinos eram a Páscoa, a Festa das
Sem anas e a Festa dos Tabernáculos ( ê x 23:14-17). Seu propósito era contem plar a face
de D eus (leia S l 42:2).
Cristo com pareceu à presença do Senhor no Céu em nosso favor. Em harm onia com
as festas do AT, Jesus morreu na Páscoa. Após Sua ressurreição, Ele ascendeu prim eiramente
a Seu Pai no m om ento em que os sacerdotes m oviam o feixe de cereais, e ascendeu
novam ente pela última vez após 4 0 dias para sentar-Se à direita de Deus. V isto que
a inauguração de Cristo com o nosso Sum o Sacerdote ocorreu no Céu, o Espírito Santo foi
derram ado durante o Pentecostes sobre Seus seguidores na Terra.
Q uando D eus apareceu aos israelitas no M onte Sinai, eles temeram. M o isé s se tornou
seu intermediário. Por toda a história de Israel, os sacerdotes foram os mediadores, porém
até m esm o eles eram proibidos de ir quando quisessem ao lugar santíssim o do tabernáculo.
Os véus funcionavam como limites e proteção para os sacerdotes quando m inistravam
no santuário. Hebreus convida a nos aproxim arm os do santuário através do véu, isto
é, da carne de Cristo (Hb 10:20).
COMENTÁRIO
Os espíritos dos justos aperfeiçoados
Em H ebreus 12:22,23, Paulo se dirigiu à sua audiência com estas palavras: “Vocês chegaram
ao M onte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a m ilhares de a n
jos. Vocês chegaram à assem bleia festiva, a igreja dos prim ogênitos arrolados nos Céus.
Vocês chegaram a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados.’ A questão
que buscarem os responder em relação a essa passagem é: Quem são os ’espíritos dos
justos aperfeiçoados’? Ou seja, que tipo de seres são eles?
Ao nos prepararm os para isso, observarem os o contexto de Hebreus 12:22, 23, que é
Hebreus 11. Ali, Paulo ofereceu louvores em hom enagem aos heróis da fé, seguidos de
uma forte exortação no início de Hebreus 12 para que fixem os nosso olhar no “Autor e
Consum ador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a
)an • Fev • Mar 2022
|119|
cruz, sem Se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus"
(Hb 12:2). Logo a seguir, Hebreus 12 fala da disciplina na vida cristã. O fato de que os justos
sofrem não é sinal de descontentam ento da parte de Deus, mas da afeição divina. Por isso,
Paulo afirmou: “O Senhor corrige a quem ama e castiga todo filho a quem aceita" (Hb 12:6).
Logo a seguir está uma dupla exortação à paz e à santidade: "Procurem viver em paz
com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Se n h o r" (Hb 12:14).
Para reforçar a advertência, Paulo apresentou o exem plo de Esaú, descrito com o alguém
‘ im puro ou profano", a própria antítese do exem plo de fé em Hebreus 11, que trocou
seus direitos de herança como prim ogênito pela gratificação imediata de uma refeição
(Hb 12:16). Finalmente, Paulo com parou a geração do Êxodo com seu próprio público.
A primeira foi confrontada com uma teofania no M onte Sião. Paulo afirm ou que M oisés,
diante daquela cena, declarou: “Estou apavorado e trêm ulo" (Hb 12:21). Em contraste,
a audiência de Hebreus não foi até um monte sagrado, que não podia ser tocado fisicamente,
m as à m orada celestial de Deus, a “Jerusalém celestial” (Hb 12:22). Eles têm
acesso a “Deus, o Juiz de todos", à "igreja dos prim ogênitos arrolados nos C éus” “e aos
espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23).
Quem são os “espíritos dos justos aperfeiçoados"? A maioria dos estudiosos do livro de
Hebreus emprega literatura apocalíptica judaica para entender essa expressão (por exem
plo, Jubileus 23:30,31; 1 Enoque 22:9; 102:4; 103:3,4; 2 Apocalipse de Baruque 30:2). Com
base nisso, concluem que esses espíritos devam ser almas imateriais, desprovidas de corpo,
que moram no Céu e desfrutam de uma eterna celebração do sábado. Tal conclusão deve
ser contestada pelos dados apresentados no próprio livro de Hebreus. Para tanto, analisarem
os o substantivo “espíritos", o adjetivo "justo" e o verbo (particípio) "aperfeiçoado”.
O substantivo “espíritos" ou "espírito" tem três usos diferentes na carta aos hebreus. Primeiro,
“espíritos" é usado para designar anjos que são espíritos m inistradores (Hb 1:7,14).
Em segundo lugar, “espírito" designa o Espírito Santo que dá dons, fala sobre a nova aliança
e dá testem unho dela (Hb 2:4; 3:7; 6:4; 9:8; 10:15). Algum as vezes, o Espírito Santo parece
ser descrito como o “Espírito da graça" (Hb 10:29) ou o "Espírito eterno" (Hb 9:14).
Terceiro, “espíritos” se refere a seres hum anos vivos que estão sujeitos à atuação incisiva
da Palavra divina viva (Hb 4:12). Da mesma forma, quando Paulo falou a respeito da d isciplina
de Deus sobre Seus filhos, ele disse: "Tínham os os nossos pais hum anos, que nos
corrigiam, e nós os respeitávamos. Será que, então, não nos sujeitaremos m uito m ais ao
Pai espiritual, para viverm os?" (Hb 12:9). Assim, podem os concluir que os "espíritos" na
frase "espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23) não são anjos, nem o Espírito Santo,
m as seres hum anos que se aproximaram do M onte Sião, a cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial (Hb 12:22).
Em Hebreus, o adjetivo “justo" aparece apenas duas vezes fora da passagem sob in
vestigação. Na primeira vez é usado no contexto de perseverança: “O M eu justo viverá
pela fé" (Hb 10:38). Deus não tem prazer naqueles que recuam na dúvida ou na incredulidade.
Na segunda vez, o adjetivo é usado no contexto da oferta de A b e l de um sacrifício
m elhor do que o de Caim. Por causa desse sacrifício melhor, Abel recebeu o testem u
nho de que era “justo" (Hb 11:4). Am bos os casos se referem a pessoas quando estavam
1120| Hebreus: mensagem para os últimos dias
vivas, náo mortas nem prn «m estado em qua estivessem sem corpo. Assim esses md»v»-
duos nèo sáo descritos tomo almas imateriais Portanto. podemos concluir oue 01 >.#v
to»’ são aquelas pessoas que vivam pala fa a a expressam patos sacrlfk ms que farem
0 termo ‘aperfeiçoado* apareça várias vare» am Hebreus. resultando em rrAs díferenta*
usos Primeiro, Cristo foi aperfeiçoado por ma»o da sofrimentos * Se tomou a Forna
da salvação etema (Hb 2.10; 5:9; 7.28) Em segundo lugar, a lai náo poda aperfeiçoar a
consciência do adorador (Hb 7:19. 9 9,10.1). Terreiro, os saras humano» são aperfeiçoados
Em Hebreus 101*, Paulo declarou* *Com uma única oferta, aperfeiçoou paca sempr»
os que estão sendo santificados*, e em Hebreus 12:23, disse que os 'espirito* dos justos*
são aperfeiçoados. Assim, estes sáo Cristo e os seres humanos, náo seres sem corpo am
uma esfera metafísica
Finalmente, a frase ’igreja dos primogênitos* parece ser parte de um paralelismo, smónimo
da frase que se segue: ’arrolados nos Céus* (Hb 12:23). A imagem de pessoas justas
sendo inscritas nos livros celestiais é comum nas Escrituras (Ex 32:32; SI 69 23. Dn 12.1,
Lc 10.20; Ap 13:8; 17:8, compare com Fp 3:20). Moisés contendeu com Deus para que 0
Senhor perdoasse 0 pecado de Israel ou apagasse seu próprio nome do livro da vida. Consequentemente,
os ’espíritos dos justos aperfeiçoados* devem ser interpretados como seres
humanos, em vez de almas incorpóreas de pessoas que morreram.
Em suma, a evidência textual aponta para 0 fato de que o substantivo 'espíritos* é
usado para anjos, para o Espirito Santo e para seres humanos. O adjetivo ‘justo* é usado
para pessoas fiéis como Abel e 0 público de Hebreus. O termo 'aperfeiçoado* e usado
para descrever Jesus sendo aperfeiçoado, para se referir à incapacidade da lei para tornar
qualquer coisa perfeita e em relaçáo aos seres humanos que foram aperfeiçoados pelo
sacrifício de Cristo. Assim, podemos concluir com segurança que os ‘espíritos dos justos
aperfeiçoados* não são almas imateriais, desprovidas de forma corporal, que estão
morando no Céu após sua permanência terrena e subsequente morte, e que depois desfrutam
de uma celebração eterna do sábado. Em vez disso, os “espíritos dos justos aperfeiçoados’
sáo seres humanos cujos nomes foram registrados no Ceu. Os destinatários de
Hebreus se aproximaram de Deus, de Jesus, 0 Mediador de uma nova aliança, da Jerusalém
celestial, dos inúmeros anjos e desses seres humanos que foram aperfeiçoados pela
fé e cujos nomes estão registrados no Ceu. Essa passagem deve ser entendida como uma
exortação aos crentes, semelhante á exortação do autor ao seu publico quando disse
*Aproximemo-nos do trono da graça com confiança’ (Hb 4:16).
APUCAÇÀO PARA A VIDA
Como adventtstas do sétimo dia. temos muitas crenças em comum com outras denominações
cristãs, como a oração, 9 justificação pela fe, a santificação, a divindade, 0 dizimo,
etc No entanto, existem cinco crenças que são distintas, embora nem todas sejam exclusivas
do adventismo. São elas. (a) o santuãrio, (b) 0 sabado, (c) a segunda vinda de Cristo,
(d) 0 estado dos mortos e (e) o Espirito de Profecia conforme expresso na vida e no ministério
de EUen G. White Com exceção de nossa doutrina do santuário, que e exclusiva
Jan • F«v • Mar 202Z
|121!
do adventism o, há denom inações cristãs que com partilham nossas crenças quanto ao sábado,
à segunda vinda, ao dom de profecia e ao estado dos mortos. Durante a lição d e s
ta sem ana, analisam os o estado dos m ortos por meio da passagem de Hebreus 12:22,23.
Com o adventistas do sétim o dia, nos diferenciamos de outros grupos cristãos, em bora
não exclusivam ente, por acreditarm os que a alma não é imortal. Crem os que D eus criou
Adão “do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o hom em se tornou um
ser vivente" (Gn 2:7). Outras versões traduzem a frase "ser vivente" com o "alma vivente".
Com a morte, o vivente deixa de existir. Por meio da influência da filosofia grega, a m aioria
dos cristãos ao longo da história tem acreditado que os hum anos nascem im ortais e
que, quando alguém morre, seu espírito vai para o Céu, para viver com Deus, ou para o inferno,
onde queimará eternamente.
1. Que perigos surgem quando sobrepom os nossas pressuposições ao texto bíblico, em
vez de permitir que a Bíblia fale por si mesma?
2. Podem os de fato ser completamente objetivos e livres de pressuposições? Por quê?
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I
11221
Hebreus mensagem para os últimos dias
11
Lição
Jesus,
Autor e
Consumador da fé
V E R SO P A R A M EM O R IZ A R : "Olhando
firmemente para o Autor e Consum ador
da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que
Lhe estava proposta, suportou a cruz,
sem Se im portar com a vergonha, e agora
está sentado à direita do trono
de D eus" (Hb 12:2).
Leituras da semana: Hb 10:35-39;
Rm 1:17; H b 11; Js 2:9-11; H b 12:1-3
Sábado, 5 de março Ano Bíblico: Dt 26-28
Os capítulos 11 e 12 de Hebreus provavelmente sejam os capítulos mais
amados dessa carta de Paulo. Eles descrevem a vida cristã como uma
corrida em que todos participamos e em que os que permanecerem fiéis
receberão a recompensa. Também descrevem o drama da redenção como
uma corrida em que as pessoas de fé do passado perseveraram, apesar dos
sofrimentos, mas ainda não receberam a recompensa.
Por isso, a história term ina com nossa participação, não apenas com a
deles. Nós fazemos parte do ato final. Corremos a última parte da corrida,
e Jesus está sentado na linha de chegada à direita de Deus. Ele é nossa
inspiração e o melhor exemplo de como realizar a corrida. Ele é a Testemunha
suprema de que a recompensa é verdadeira. Ele é o Precursor que
nos abre o caminho (Hb 6:19, 20; 10:19-23).
Hebreus 11 explica que fé é confiança nas promessas divinas, mesmo
que ainda não possamos vê-las. Esta lição explora o que é a fé e como esta
pode ser obtida por meio de exemplos do passado, mas, de maneira especial
e central, por meio do exemplo de Jesus, "o Autor e Consumador da
fé" (Hb 12:2).
|an • Fev • Mar 2022 1123 |
Domingo, 6 de março
O justo viverá pela fé
Ano Bíblico: Dt 29-31
1. Leia Hebreus 10:35-39.0 que Deus nos diz nesses versos?
Aperseverança é uma característica do povo de Deus no tempo do fim,
sem a qual não serão capazes de receber as promessas (Ap 13:10;
14:12). Para perseverar, porém, os crentes precisam “conservar” a fé
(Hb 10:23; 4:14). Paulo mostrou que a geração do deserto não recebeu a
promessa porque lhes faltou fé (Hb 3:19). Hebreus retrata os crentes no
limiar do cumprimento das promessas (Hb 9:28; 10:25, 36-38) e mostra
que eles precisam exercer fé para recebê-las (Hb 10:39).
Paulo apresentou sua exposição sobre a fé citando Habacuque 2:2-4.
Esse profeta perguntou a Deus por que Ele tolerava os perversos que oprimiam
os justos (Hc 1:12-17). Habacuque e o povo estavam sofrendo e queriam
que Deus agisse. Porém, o Senhor respondeu que havia um tempo
determinado para o cumprimento de Sua promessa, e eles precisavam esperar
(Hc 2:2-4). Habacuque e seu povo viveram, como nós, entre o tempo
da promessa e o tempo de seu cumprimento. A mensagem divina continua
em Hebreus: “Aquele que vem virá e não irá demorar” (Hb 10:37; ver
também Hc 2:3). A mensagem se refere a Jesus. Ele é o Justo, a personificação
da fé que agrada a Deus e vivifica (Hb 10:5-10).
Por que, então, Ele Se demoraria? Ele já veio para m orrer por nós
(Hb 9:15-26) e certamente virá outra vez no tempo determinado (Hb 9:27,
28; 10:25).
Deus disse: “O Meu justo viverá pela fé” (Hb 10:38). Essa mesma verdade
é afirmada em Romanos 1:17 e Gálatas 3:11. Romanos 1:16,17 esclarece
que a justiça divina se revela “de fé em fé”. O que Paulo quis dizer é que
a fidelidade de Deus às Suas promessas vem em primeiro lugar, e Sua fidelidade
produz, como resultado, nossa fé e fidelidade. Visto que Deus é fiel
às Suas promessas (2Tm 2:13), os justos, em resposta, permanecerão fiéis.
Por que é importante reconhecer que nossa fé resulta da fidelidade divina e dela se
alimenta? Como confiar mais na fidelidade de Deus para conosco e em Suas p rom essas
para n ó s?
11 2 41 Hebreus: mensagem para os últimos dias
I
Segunda, 7 de março
Pela fé Abraão
Ano Bíblico: Dt 32-34
Hebreus define fé como “a certeza de coisas que se esperam, a convicção
de fatos que não se veem" Hb 11:1). Em seguida, lista algumas
pessoas fiéis da história de Israel que exemplificam o que é a fé e mostra
como a manifestaram por meio de seus atos.
2. Leia Hebreus 11:1-19.0 que os "heróis" da fé fizeram que exemplifica sua
fé? Suas ações se relacionam com a esperança de coisas não vistas?
Abraão provavelmente seja o personagem mais importante nesse capítulo.
Seu último ato de fé é bastante instrutivo em relação à verdadeira
natureza da fé.
Hebreus observa que a instrução divina a Abraão de que oferecesse
seu filho como sacrifício parecia implicar uma contradição (Hb 11:17,18).
Isaque não era o único filho de Abraão; Ismael era seu primogênito, mas
Deus disse ao patriarca que aceitasse o pedido de Sara e expulsasse Ismael
e sua mãe, porque Ele cuidaria deles e porque a descendência de Abraão
seria nomeada por meio de Isaque (Gn 21:12,13). No capítulo seguinte,
porém, o Senhor pediu a Abraão que oferecesse Isaque como holocausto.
Essa instrução contida em Gênesis 22 parecia contradizer categoricamente
as promessas divinas em Gênesis 12-21.
Hebreus afirma que Abraão surpreendentemente resolveu o enigma
ao chegar à conclusão de que Deus ressuscitaria Isaque depois que ele o
oferecesse. Isso é incrível porque ninguém ainda havia sido ressuscitado.
No entanto, parece que a experiência anterior de Abraão com Deus o
levou a essa conclusão. Hebreus 11:12 observa que Isaque foi concebido
pelo poder divino por meio de alguém “praticamente morto”. Paulo também
observou que, apesar de Abraão estar “praticamente morto” e Sara
ser estéril, ele “creu, para vir a ser pai de muitas nações”, pois acreditava
que Deus “vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”
(Rm 4:17-20). Portanto, Abraão deve ter presumido que, se Deus, em
certo sentido, já havia concedido vida a Isaque, Ele podería fazê-lo novamente.
Pelo modo como Deus tinha agido no passado, Abraão viu uma sugestão
do que Ele poderia fazer no futuro.
Medite sobre com o D e u s conduziu sua vida no passado. E sse exercício é im portante
para m anter sua fé e confiança Nele no presente?
|an* Fev» Mar 2022 |125|
Terça, 8 de março
Moisés: crendo no invisível
Ano Bíblico: Js 1-4
3. Leia Hebreus 11:20-28.0 que essas pessoas de fé fizeram? Como suas
ações se relacionam com a convicção de fatos que não se veem?
Moisés é o segundo grande exemplo nesse capítulo sobre a fé. Seus
pais o esconderam quando ele nasceu, porque “não temeram o decreto
do rei” (Hb 11:23), e Moisés deixou o Egito, “não ficando amedrontado
com a ira do rei" (Hb 11:27). A ação mais significativa de Moisés foi
que ele "recusou ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb 11:24). A referência
à sua mãe adotiva como “filha de Faraó” sugere que ele seria o próximo
governante. Moisés, no entanto, estava disposto a deixar para trás a
perspectiva de se tornar o rei da nação mais poderosa da época e, em vez
disso, se tornar líder de escravos recém-libertos.
4. Compare Hebreus 11:24-27 e 10:32-35. Que semelhanças há entre a situação
dos destinatários originais de Hebreus e a experiência de M oisés?
A grandeza de Moisés é que ele foi capaz de ver além das promessas do
faraó, para o invisível, a saber, as promessas divinas. Hebreus diz que a visão
de Moisés estava fixada na “recompensa”, não nas riquezas do Egito.
Essa recompensa é a mesma mencionada em Hebreus 10:35, a qual Deus
prometeu a todos os que creem Nele.
As palavras de Paulo sobre a decisão de Moisés devem ter ecoado poderosamente
no coração de seus primeiros leitores. Eles haviam suportado
reprovações e insultos por causa de sua fé em Cristo, foram afligidos e
perderam bens (Hb 10:32-34). Alguns estavam na prisão (Hb 13:3). Moisés
escolheu ser maltratado com o povo de Deus e trocou a riqueza do Egito
pelos insultos associados a Cristo, pois acreditava que a recompensa era
maior do que qualquer coisa que o Egito pudesse oferecer.
Quais são algumas das lutas que você enfrentou por causa de sua fé? Do que você teve
que desistir? Por que a recompensa vale a pena, mesmo que não possa vê-la agora?
11261 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quarta, 9 de março
Ano Bíblico:)s 5-8
Raabe e outros heróis da fé
5. Leia Hebreus 11:31 e Josué 2:9-11. Porque Raabe, uma prostituta pagã, foi
incluída nessa lista de personagens bíblicos?
aabe é provavelmente a personagem mais inesperada que encontra
em Hebreus 11. Ela é uma das duas mulheres mencionadas pelo
Rmos
nome e está na décima posição na lista, sendo que os primeiros eram antepassados
e patriarcas de Israel, e cada um foi considerado justo. Ao lermos
sobre ela, descobrimos que era uma prostituta gentia.
O mais surpreendente é que ela também é o centro temático e o clímax
do capítulo. A lista é organizada de forma única. Cada introdução começa
com a frase “pela fé”. O padrão básico é “pela fé, fulano...” Essa repetição
aumenta a expectativa do leitor de ouvir que “pela fé, Josué conduziu
o povo à terra prometida”.
Mas não é isso que o texto diz. A prostituta toma o lugar de Josué. Após
a menção de Raabe, o padrão repetitivo termina abruptamente com “E que
mais direi?” (Hb 11:32). Em seguida, Paulo lista alguns nomes e eventos
sem mencionar detalhes.
O ato de fé de Raabe foi que ela ouviu, creu e obedeceu, embora não tivesse
visto. Ela não viu as pragas do Egito, nem a libertação no Mar Vermelho,
nem a água fluindo da rocha, nem o pão descendo do céu; ainda
assim, creu. Ela foi um bom exemplo para os leitores de Hebreus, que não
ouviram Jesus pregar nem 0 viram fazer milagres, e também para nós,
que não vimos nenhuma dessas coisas.
“Raabe era uma prostituta que morava numa casa sobre o muro de Je
rico. Ela ocultou dois espias israelitas enviados para verificar as defesas
daquela cidade. Por causa de sua bondade para com eles, e de sua declaração
de crença em Deus, os espias prometeram que a vida de Raabe e de
seus familiares seria poupada quando ocorresse o ataque a Jerico” (Ellen G.
White, Filhas de Deus [MM 1956/2005], p. 23).
Paulo prosseguiu (Hb 11:35-38) com uma lista das dificuldades que
muitos enfrentaram. A frase “não aceitando seu resgate" (Hb 11:35) indica
que eles tiveram a possibilidade de escapar, mas escolheram não fazê-lo,
pois sua visão estava na recompensa divina.
Embora não tenhamos visto nada disso acontecer (a criação em seis dias, o Êxodo, a
crucifixão de Cristo), por que temos tantos bons motivos para crer?
)an* Fev« Mar 2022 |127|
Quinta, 10 de m a rço
Jesus, Autor e Consumador da fé
Ano Bíblico. )s 9-13
6. Leia Hebreus 12:1-3.0 que esses versos nos pedem?
0ponto alto da exposição sobre a fé está em Hebreus 12. Paulo começou
a carta com Jesus, que é o “que vem” e que “não irá demorar”
(Hb 10:37), e a concluiu com o “Autor e Consumador” da nossa fé (Hb 12:2).
Isso significa que Cristo é Aquele que torna a fé possível e é o exemplo
que personifica perfeitamente o que é uma vida de fé. Com Ele, a fé atingiu
sua expressão perfeita.
Jesus é o “Autor” (ou “Precursor”) de nossa fé em pelo menos três sentidos.
Primeiro, Ele é o único que terminou a corrida em seu sentido mais
completo. Os outros mencionados no capítulo anterior não alcançaram seu
objetivo (Hb 11:39, 40). Jesus, no entanto, entrou no descanso de Deus
no Céu e está sentado à direita do Pai. Nós, juntamente com esses outros,
reinaremos com Jesus no futuro (Ap 20:4).
Em segundo lugar, a vida perfeita de Jesus tornou possível a esses outros
correrem a corrida (Hb 10:5-14). Se Jesus não tivesse vindo, a corrida
de todos teria sido inútil.
Finalmente, Jesus é a razão pela qual temos fé. Sendo Um com Deus,
Ele expressou a fidelidade divina para conosco. O Senhor nunca desistiu
de Seus esforços para nos salvar, e é por isso que alcançaremos a recompensa
no final, se não desistirmos. Jesus correu com paciência e perm a
neceu fiel, mesmo quando éramos infiéis (2Tm 2:13). Nossa fé é apenas
uma resposta à Sua fidelidade.
Jesus é o “Consumador” da fé porque exemplifica perfeitam ente como
a corrida da fé deve ser executada. Como Ele a correu? Pôs de lado todo
peso ao abrir mão de tudo por nós (Fp 2:5-8), nunca pecou, manteve firmemente
Sua visão na recompensa, que era a alegria proposta a Ele de ver
a humanidade redimida por Sua graça. Ele suportou oposição e abusos;
não Se importou com a vergonha da cruz (Hb 12:2, 3).
Agora é a nossa vez de correr. Embora não possamos alcançar o que
Jesus fez com nossas próprias forças, temos Seu exemplo perfeito diante
de nós, e assim, pela fé Nele e mantendo nossos olhos Nele (como os outros
fizeram antes de nós), seguimos em frente com fé, confiando em Suas
promessas de uma grande recompensa.
1128| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Sexta, 11 de março
Estudo adicional
Ano Bíblico: Js 14-17
1f ^ e l a fé, você passou a ser de Cristo, e pela fé, deve crescer Nele - dando
\ e recebendo. Você tem de entregar-Lhe tudo - o coração, a vontade,
a disposição de servir. Deve dar-se, enfim, a si mesmo para então obedecer
a todos os Seus mandamentos. Você receberá tudo - Cristo, a plenitude
de todas as bênçãos, para habitar em seu coração, ser sua força, justiça
e esperança eterna - para que tenha o poder necessário para obedecer”
(Ellen G. W hite, Caminho a Cristo, p. 70).
“Deus nunca pede que creiamos sem que nos dê suficientes provas sobre
as quais possamos alicerçar nossa fé. Sua existência, Seu caráter e a
veracidade de Sua Palavra se baseiam em testemunhos que falam à nossa
razão; [...] Apesar disso, Deus nunca removeu a possibilidade de dúvida.
Nossa fé deve se basear em evidências, não em demonstrações. Os que
desejam duvidar terão a oportunidade de fazê-lo, enquanto os que realmente
desejam conhecer a verdade poderão encontrar muitas provas em
que apoiar sua fé.
“É impossível para mentes finitas entender de maneira plena o caráter
das obras Daquele que é Infinito. Para o intelecto mais esclarecido e a
mente mais educada, o santo Ser ainda será um mistério. [...]” (Caminho
a Cristo, p. 105).
Perguntas para consideração
1. Anselmo de Cantuária escreveu em latim: Credo ut intelligam (“Eu creio
para que possa entender"). Hebreus 11:3 diz: “Pela fé entendemos”. Qual
é a relação entre fé e compreensão? Por que a fé, em geral, vem antes do
entendimento? Por que devemos alcançar com fé o que, pelo menos no
início, não entendemos?
2. A palavra grega pistis significa “fé” e “fidelidade". Por que ambos os significados
são importantes para entender o que é viver “pela fé”? Como
os heróis da fé (Hb 11) mostraram, por sua fidelidade, a realidade de
sua fé? Podemos fazer o mesmo?
3. A fé é dom de Deus (Rm 12:3). Qual é o nosso papel em recebê-lo e
mantê-lo?
Respostas e atividades da semana: 1. Que devemos perseverar com fé para recebermos as promessas. 2. Abel,
Enoque, Noé, Abraão e Sara confiaram no que ainda não podiam ver. 3. Isaque, |acó, José e Moisés acreditaram em
coisas que ainda ocorreriam. 4. Moisés e os leitores de Hebreus passaram por insultos, humilhação e privações e
foram afligidos por causa de sua fé em Cristo. 5. Raabe ouviu, creu e obedeceu, embora não tivesse visto as maravilhas
que Deus havia realizado. 6. Que não desanimemos, mas que corramos com perseverança a carreira, olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus.
|an • Fev • Mar 2022
11291
RESUMO DA LIÇÃ011
Jesus, Autor e Consumador da fé
T E X T O S -C H A V E S : Hb 10:32-39; Rm 1:17; Hb 11; Gn 22:1-14; Js 2:8-11; Hb 12:1-3
ESBOÇO
Temas da lição
Para uma definição bíblica de fé, não é necessário ir além de Hebreus 11:1: “A fé é a
certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem." Todo o capítulo
explica e exemplifica em que consiste apegar-se às promessas divinas apesar de não se
ter evidências visíveis para a fé. O capítulo da fé é apresentado com uma citação de Habacuque
2:2-4. Esse profeta perguntou a Deus por que Ele não intervinha na destruição
dos justos pelos ímpios (Hc 1:13; 2:1). Em resposta, Deus lembrou a Habacuque que haveria
um lapso de tempo antes que Ele agisse. Ao contrário do que parecia, esse Lapso não
era demora da parte de Deus. Nesse ínterim, o profeta precisava exercer fé. A fé anda de
mãos dadas com a perseverança (Hb 10:36-38). Os heróis de Hebreus 11 mostraram perseverança
e fé no invisível. Abraão acreditava que Deus poderia ressuscitar Isaque dos
mortos (Hb 11:19), dado que estava praticamente morto quando se tornou pai de Isaque
(Hb 11:12). Moisés, embora predestinado a se tornar o monarca do maior império da antiguidade
desde o dilúvio, escolheu maus-tratos, abuso e sofrimento com o povo de Deus
em lugar dos fugazes prazeres palacianos dos faraós. Moisés tomou essa decisão porque
olhou para a recompensa futura prometida por Deus (Hb 11:26). A audiência de Hebreus
se identificou com esse profeta, pois estava passando por circunstâncias semelhantes.
Esses cristãos também precisavam olhar para a recompensa futura. Outro exem plo n o
tável em Hebreus 11 é Raabe, uma prostituta gentia. Embora gentia, ela ouviu sobre as
ações de Deus, creu Nele e agiu de acordo com sua crença ao esconder os espias hebreus
(Js 2:8-11). Da mesma forma, o público de Hebreus não tinha visto Jesus, mas foi cham a
do a crer e agir com fé em resposta às palavras de Deus.
COMENTÁRIO
Creatio ex Nihilo (do latim,“criação a partir do nada”)
A frase Creatio ex Nihilo retrata a ideia de que o Universo foi criado por Deus a partir
do nada. Um dos textos clássicos para apoiar esse conceito é Hebreus 11:3: “Pela fé, entendem
os que o Universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio
a existir das coisas que não são visíveis." Essa passagem pode ser interpretada assim, p o
rém, analisarem os uma com preensão alternativa desse texto.
Após a definição de fé em Hebreus 11:1, Paulo passou a falar de pessoas da antiguidade
que foram elogiadas por sua fé (Hb 11:2). A lista dos fiéis não começou com Abel,
1130 | Hebreus: mensagem para os últimos dias
su rp re e n d e n te m e n te , m as co n o sco (isto é, com os leitores) e com Paulo, o autor da carta.
Pela fé, e n te n d e m o s (H b 11:3). E ssa s palavras exp re ssam um a perspectiva intelectual
de um a realidade de fé. E n te n d e m o s que o U niverso (literalm ente os m undos) foi criado
p e la p a la vra de D eus. A criação só pode ser com preendida m ediante a fé, afirm ava P aulo.
A lé m disso , o que é visív e l não foi feito de coisas que são visíveis. Em outras palavras,
o m u n d o da criação é visível, m as sua origem , não. Sua origem é com preendida intelectu
a lm e n te a p e n a s pela fé.
Q u a l é e ssa o rig e m in v isív e l? Foi ex nihilo, “do nada", que D eus criou o U niverso v isív
e l? O te x to diz: “O v isív e l v e io a existir das coisas que não sã o visíveis" (Hb 11:3), o que
sig n ific a q u e as c o isa s que não sã o visíve is não sã o necessariam ente inexistentes. Por
e xem p lo, s ó p o rq u e não v e m o s o vento, não significa que ele não exista. Será que as cois
a s in visíve is d a s q u a is o s m u n d o s visíveis foram feitos sã o um a referência à “palavra de
D e u s *? S e a ssim fo r, e ssa é um a a lu sã o clara ao relato da criação em G ênesis í, onde a palavra
de D e u s é a fo n te da criação (a e xp re ssã o “Então D e u s d isse " se repete em Gn 1:3,6,
9 ,1 1 ,1 4 , 20, 24, 2 6 ). Em o u tra s palavras, o m undo se n so ria l deriva de um poder que perm
anece in a c e ssív e l a o s n o sso s sentidos: a poderosa palavra criativa de Deus. N e ssa p e rspectiva,
há um a e x p lica ção m e lh o r para o verso 3.
Em vez de se referir à criação a partir do nada, P aulo u so u um a estrutura paralela para
enfatizar a in visib ilid a d e da palavra divina. O bserve o s três conjuntos de ideias corresp
o n d e n te s e in ter-relacionad as em H ebreus 11:3:
A “o U n iv e rso " (3a) - A ' “o v isível” (3b )
B “foi fo rm a d o " (3a) - B ' “veio a e xistir" (3b)
C “pela p alavra de D e u s" (3a) - C “coisas que não são visíve is” (3 b )
Ou, de outra form a: [A] “Pela fé, e n te n d e m os que o U n ive rso [B] foi form ado [C] pela
p a la vra de D eus, [A'] de m aneira que o visível [B’J veio a existir das coisas [C ] que não
sã o v isív e is" (H b 1 1 :3 ). A ssim , ve m o s que a palavra in visíve l de D e u s criou o U n iverso v i
sível. E ssa co m p re e n sã o d o verso corrobora a preocupação de P aulo de que seu público
se o rie n ta sse p e la s c o isa s não vistas, porém esperadas. “Ora, a fé é a certeza de coisas
que se esperam , a convicção de fatos que não se ve e m " (H b 11:1). Em sum a, p o d e m o s d i
zer q u e a p a la vra in v isív e l de D e u s produziu m u n d o s visíve is e n o sso U niverso. Isso não
sig n ific a q u e D e u s n ã o criou, nem poderia criar ex nihilo, m as ap e n a s que e sse texto parece
dizer o u tra coisa.
P e rg u n ta s para re fle xão: P ela fé, nós, a ssim com o P a u lo e a audiência de H ebreus, e n
te n d e m o s q u e D e u s criou o s m u n d o s por m eio de Su a palavra poderosa, porém invisível.
1 . 0 q u e você acha q u e m o tivou N o é a co n stru ir um a arca, a p e sa r de não ter h avid o a n
tes enchente, nem c h u v a ?
2. O q u e você a cha q u e m o tivo u A b ra ã o a partir para um país que ele não tinha conhecid
o nem e x p lo ra d o ?
3 .0 que você acha q u e m o tivo u M o is é s a trocar um a vida de “p re stígio " no palácio do
E g ito por u m a vid a “m ise rá ve l" com a g e ra ção d o Ê x o d o ?
Jan • Fev • M ar 2022
11311
Esaú nào achou lugar d* arrependimento
Hebreus 12:17 di2 a respeito de Esaú: ‘Vocês sabem também que, posteriormente, querendo
herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora,
com lágrimas, o tivesse buscado.' Esse verso, como outros em Hebreus (Hb 64-6; 10:26-29)
parece falar de um arrependimento impossível (na lição 7, hã um comentário sobre Hebreus
6:4-6;"Impossível renová-los*). Deus de fato rejeitou Esaú?
Hebreus 12 fala sobre a corrida na qual Cristo é nosso exemplo de perseverança, que
resulta da disciplina, e esta fortalece as màos fracas e os joelhos débeis Além disso. Paulo
admoestou sua audiência a buscar paz e santidade, *sem a qual ninguém verá o Senhor*
(Hb 12:14). Todo cristão é exortado a viver em paz e manter harmonia com todos,
desde que esteja ao seu alcance (Rm 12:18). Não apenas a paz, mas também a santidade
são atributos essenciais que os cristãos devem buscar. Qual é o objetivo da disciplina
que Deus inflige a Seus filhos? Ele deseja que eles participem de Sua própria santidade
(Hb 12:10). A ausência de santidade e paz equivale à ausência da visão do Senhor. A ausência
da santidade é ilustrada na vida da pessoa sexualmente imoral (grego: pomos) e na
impiedade de Esaú (Hb 12:16). Paulo comentou tanto sobre o desprezo de Esaú pela prtmogenitura
(Gn 25:29-34) quanto sobre a perda da bênção do primogênito (Gn 27:1-40).
Com esse contexto em mente, indagamos: Esaú não achou lugar de arrependimento, embora
o tivesse buscado com lágrimas?
Algumas versões bíblicas como a ARA, ACF. NAA dão a impressão de que Esaú não encontrou
arrependimento. Além disso, essas versões nos fazem imaginar que Esaú desejava
o arrependimento, mas, por alguma razão, Deus negou a ele essa chance. Para solucionar
isso, precisamos questionar: A que se refere o pronome “o" na frase “com lágrimas o
tivesse buscado"? Seu antecedente é "arrependimento* ou “bênção*? Em grego, o pronome
que está antes do verbo ‘tivesse’ é feminino. Portanto, seu antecedente deve ser um
substantivo feminino também. Na tradução para o português, o substantivo mais próximo
desse pronome é ‘arrependimento*: essa proximidade é o motivo da confusão. Em
grego, tanto 'arrependimento* quanto 'bênção* são substantivos femininos. No entanto,
"arrependimento* faz parte de uma expressão fixa e vem junto com 'lugar/oportunidade*,
razão pela qual também se traduz a frase em questão como "oportunidade de arrependimento*.
Então, se Esaú não encontrou uma 'oportunidade de arrependimento*, o que ele
buscava com lagrimas? Como o substantivo 'lugar* é masculino, o pronome feminino não
pode se referir a ele. Assim, a única opção é o substantivo *bénçáo*,que se encontra mais
afastado Esau não encontrou oportunidade para se arrepender, embora tenha buscado
a bênção com lagrimas. Algumas traduções como a NVI captam a gramatica grega corretamente
ao traduzir o verso da seguinte forma 'Como vocês sabem posterrormeme,
quando quis herdar a bênção, foi rejeitado, e não teve como alterar a sua decisão, embora
buscasse a bênção com lágrimas' (Hb 1217, NVI).
Essa tradução tarnbem concorda com a narrativa em Gênesis 27 34 38.0 relato nos diz
que Jacó enganou seu pai fingindo ser Esau Quando Esaú foi ate seu pai com o alimento
saboroso, isaque ficou surpreso porque pensou que já havia abençoado seu primogênito
Ao perceber que havia sido enganado por seu filho Jacó. ele 'estremeceu, sentindo
Hebreus m ensagem par» o s úhim o» dias
um a violenta com oção" (Gn 27:33). Esaú, por outro lado, percebendo que a bênção havia
sido concedida, “deu um grito cheio de amargura e disse: - Abençoe também a mim, meu
pai! (Gn 27:34). Após o diálogo com seu pai, "levantando Esaú a voz, chorou" (Gn 27:38).
Em suma, podem os dizer que Esaú não chorou por uma oportunidade de se arrepender
de tudo o que havia feito por seu estilo de vida ímpio; em vez disso, chorou pelas bênçãos
perdidas, que seu irmão havia roubado dele. Foi exatamente isso o que Paulo quis dizer
ao afirmar: “Não teve com o alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrim
as" (Hb 12:17, NVI). Deus oferece oportunidade de arrependimento a todos que desejam
se arrepender (Rm 2:4; 2Co 7:9,10; 2Tm 2:25; 2Pe 3:9).
APLICAÇÃO PARA A VID A
Ao longo de sua história, nossa igreja sobreviveu a várias crises. Durante o século 20,
enfrentam os controvérsias sobre as questões da inspiração, o papel de Ellen G. White,
a natureza de Cristo, a Divindade, a igreja remanescente, criação versus evolução, etc.
O século 21 parece ter trazido todas essas questões simultaneamente.
1. Q uais seriam as consequências se nós, adventistas do sétim o dia, cedêssem os ao sistema
de crenças da evolução ou evolução teísta?
2. O relato da criação se harmoniza com uma criação ex nihilo (“criação a partir do nada")?
3. Por que é im portante consultar mais de uma tradução/versão bíblica ao se deparar
com um texto difícil?
APRENDA A SER
UM MORDOMO FIEL
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conhecer os princípios bíblicos
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Jan • Fev • Mar 2022
|133
Recebendo um
reino inabalável
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o r Isso,
re c e b e n d o n ó s u m re in o inabalável,
re te n h a m o s a graça, pela qual sirv a m o s a
D e u s de m o d o agradáve l, com reverência
e t e m o r " (H b 12:28).
Leituras da sem ana: H b 1 2 :1 8 -2 9 ;
Ê x 32:32; D n 7 :9 ,1 0 ,1 3 -2 2 ; A g 2 : 6 - 9 , 2 0 - 2 2 ;
S 1 15:5; 1 6 :8 ; H b 1 3 :1 5 ,1 6
I6AUI
Sábado, 1 2 de março * A n o Bíblico: js 1 8 - 2 1
Hebreus 12:18-29, a passagem desta semana, é o ápice da epístola e resume
sua preocupação principal, repetindo a ideia com a qual começou:
Deus nos falou na pessoa de Seu Filho, e devemos dar muita atenção
(Hb 1 :1 ,2; 12:25) a Ele. A descrição de Jesus em Hebreus 12:22-24 resume
as afirm ações da carta: Jesus é o Mediador da nova aliança, e Seu sangue
provê salvação para os crentes. Seu m inistério sacerdotal e real em nosso
favor é um motivo de celebração para as hostes celestiais. E, finalm ente,
Hebreus 12:25-29 contém a última e culminante exortação: o juízo de
Deus se aproxima e trará destruição para Seus inimigos, mas vindicação
e um reino para Seu povo (Hb 12:28, 29).
O final reafirma a importância das conquistas de Jesus na cruz e direciona
os crentes à consumação da vitória de Cristo. Paulo usou Daniel 7 para
lembrar aos leitores que Jesus recebeu um reino de Deus, o Juiz (Dn 7:9-14),
e vai compartilhá-lo com os crentes, “os santos do Altíssimo", que o possuirão
para todo o sempre (Dn 7:18).
)an • Fev • Mar 2022
|135|
Domingo, 13 de março
Ano Bíblico: )s 22-24
Vocês chegaram ao Monte Sião
1. Leia Hebreus 12:22-24.0 que Paulo descreve aqui?
Hebreus afirma que chegamos ao Monte Siào e participamos de uma
grande festa. “Vocês chegaram ao Monte Siào e à cidade do Deus vivo,
a Jerusalém celestial, e a milhares de anjos. Vocês chegaram à assembleia
festiva" (Hb 12:22). Chegamos pela fé na Pessoa de nosso Representante,
Jesus. Nessa celebração encontramos uma multidão inumerável de anjos,
o próprio Deus e Jesus, que é o centro da celebração. Viemos como parte
da “igreja dos primogênitos arrolados no Céu" (Hb 12:23). Nossos nomes
estão registrados nos livros do Céu (Êx 32:32; SI 56:8; Dn 12:1; Ml 3:16;
Lc 10:20; Ap 13:8; Ap 17:8).
Somos os “primogênitos” porque compartilhamos a herança do Primogênito
por excelência, Jesus (Hb 1:6). Portanto, não somos hóspedes, mas
cidadãos (compare com Fp 3:20). Também somos descritos como “espíritos
dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23). Essa expressão é uma figura de
linguagem em que uma dimensão da nossa natureza humana representa
o todo. É análoga à expressão “Pai espiritual” em Hebreus 12:9, que se refere
a Deus como o Pai de todos nós.
A reunião festiva celebra a inauguração do governo de Jesus, de Seu sacerdócio
e da nova aliança. Em Hebreus, é no Monte Sião que esses eventos
acontecem. Três dos salmos citados em Hebreus 1:5-14 descrevem a
entronização do Filho e o Monte Sião como o lugar em que isso ocorre
(SI 2:6, 7; 110:1, 2; 102:21-27).
Ali também é o lugar em que o Filho foi nomeado “sacerdote para sem
pre” (Hb 5:6), uma citação do Salmo 110:4. De acordo com o Salmo 110, a
nomeação do Filho como Sumo Sacerdote ocorre também no Monte Sião
(SI 110:2). Finalmente, Hebreus argumenta que a inauguração do sacerdócio
de Jesus marca a inauguração da nova aliança (Hb 7:11-22). Portanto,
o Monte Sião também é o lugar em que a nova aliança foi ratificada.
Hebreus 12:22-24 descreve a reunião festiva que ocorreu no Céu quando
Jesus ascendeu.
Na prática, como podem os celebrar o ministério sacerdotal de Jesus e a nova aliança
em nossa adoração? Por que regozijar-se nessa grande verdade é uma afirmação de fé?
11361 Hebreus: mensagem para os últimos dias
S e g u n d a , 14 de março
Chegando a Deus, o Juiz de todos
Ano Bíblico: Jz 1-3
2. Leia Hebreus 12:23. Se isso é uma celebração, por que Deus é descrito
como Juiz? Como um juiz pode fazer parte de uma festa? Leia também
Daniel 7:9,10,13-22.
Acelebração descrita em Hebreus 12:22-24 alude a um juízo futuro.
Deus, o Juiz, preside, os livros são abertos, e o resultado é que o povo
de Deus recebe o reino (Hb 12:28).
A cena evoca o grande juízo pré-advento descrito em Daniel 7, que retrata
Deus, o “Ancião de Dias” (Dn 7:9), assentado em um trono de fogo,
rodeado por “milhares de milhares” de anjos (Dn 7:10). Os livros foram
abertos (Dn 7:10), e o juízo decidido em favor dos “santos do Altíssimo”,
que “possuíram o reino” (Dn 7:22).
Hebreus 12:22-29 descreve uma cena de juízo no Monte Sião, a Jeru
salém celestial, onde Deus, “o Juiz de todos” (v. 23), está rodeado por “milhares
de milhares” de anjos (v. 22, NVI). Ali também há fogo (Hb 12:29)
e há livros, porque os santos estão “arrolados” neles (Hb 12:23), o que sugere
um juízo favorável aos santos.
Jesus está no centro da cena (Hb 12:24). Ele foi descrito como o Filho
do Homem em Hebreus 2, "coroado de glória e de honra” depois de
ter provado a “morte” em nosso favor (Hb 2:9). De acordo com Hebreus
2:10, o Filho do Homem (veja Hb 2:6) sofreu para que pudesse conduzir
“muitos filhos à glória"; isto é, para que os crentes também pudessem ser
“coroados de glória e de honra”. Por meio dos benefícios da nova aliança
(Hb 12:22-24), o “Filho” conduziu crentes a Sião, a Jerusalém celestial,
onde receberão o reino (Hb 12:28).
Esse juízo é, portanto, uma boa notícia para os crentes, pois lhes é favorável
e os vindica. E um julgamento que derrotará seu adversário, o dragão,
que está por trás das terríveis feras que perseguiram os crentes no
passado (Dn 7) e perseguirão no futuro (Ap 13).
Como este estudo nos ajuda a entender que o juízo de Deus nas três m ensagens angélicas
são boas-novas para este tempo (Ap 14:6, 7; compare com D t32:36; 1Cr 16:33-35)?
) a n - F e v Mar 2022 |137|
Terça, 15 de m arço
Ano Bíblico: Jz 4, 5
Deus fará tremer os Céus e a Terra
Depois de descrever a reunião festiva no Céu, Paulo advertiu os leitores
que prestassem atenção à voz de Deus, pois Ele fará tremer “mais
uma vez [...] não só a Terra, mas também o Céu” (Hb 12:26). Paulo disse
que, embora Jesus tenha sido entronizado no Céu, nossa salvação não foi
consumada. Precisamos estar atentos porque um evento importante ainda
está para acontecer.
3. Compare Ageu 2:6-9, 20-22; Salm o 96:9,10; 99:1 e Hebreus 12:26, 27.
Qual é o propósito divino de fazer tremer os Céus e a Terra, e o que isso
significa?
No AT, fazer a terra tremer era uma figura comum para representar a
presença de Deus, que aparece para libertar Seu povo. Quando Débora e
Baraque lutaram contra Sísera, Deus lutou desde o Céu por eles (Jz 5:20).
Isso é descrito como um poderoso terremoto, um abalo na terra e nas montanhas
por causa da presença divina (Jz 5:4,5). Encontramos essa mesma
imagem em todo o AT quando Deus aparecia para libertar os oprimidos
(Sl 68:7,8; 60:2; 77:17,18). Assim, um tremor se tornou um sinal do juízo
de Deus quando Ele afirma Sua autoridade sobre os povos da Terra. Os profetas
previram que isso aconteceria no Dia do Senhor (Is 13:13; 24:18-23).
Para os hebreus, esse abalo se refere à destruição dos inimigos de Deus.
O Senhor disse: “Sente-Se à Minha direita, até que Eu ponha os Seus inimigos
por estrado dos Seus pés” (Hb 1:13). Assim, Jesus derrotou o inimigo
(Hb 2:14-16) e foi entronizado (Hb 1:5-14), mas os inimigos ainda
não foram destruídos (Hb 10:11-14; ICo 15:23-25). Deus irá destruí-los
no futuro, quando sacudir os céus e a Terra. Esse abalo significa a destruição
dos poderes terrestres que perseguem o povo de Deus e, mais importante,
a destruição dos poderes celestiais (Satanás e seus anjos) que estão
por trás dos poderes terrestres e os controlam.
P o r que a prom essa de que um dia a justiça será feita e o mal que prevalece no m u n
do será destruído é tão esperançosa, especialmente para o s que sofreram diretam ente
nas m ãos do mal?
11 3 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Quarta, 16jde março
Ano Bíblico: Jz 6-8
Um reino inabalável
Deus anunciou que sacudirá os céus e a Terra, o que significa que destruirá
as nações inimigas. No entanto, existem algumas coisas que
nào serão abaladas.
4. Compare Salm os 15:5; 16:8; 21:7; 62:2; 112:6 e Hebreus 12:27. Quais coisas
não serão abaladas?
Muitas traduções modernas de Hebreus 12:27 sugerem que o tremor
dos céus e da Terra signifique que eles serão removidos e desaparecerão
para sempre. No entanto, a Bíblia afirma que Deus criará novos céus e uma
nova Terra (Is 65:17; Ap 21:1-4), os que morreram em Cristo serão ressuscitados
e todos os salvos terão um novo corpo (lTs 4:13-17; Fp 3:20). Assim,
o “abalo” implica a purificação e a renovação da criação, não em sua
remoção completa. O que existe será recriado, e esta Terra será o lar dos
remidos.
Contudo, os justos não serão abalados, pois confiam em Deus. O Criador
os sustenta e garante sua sobrevivência.
Observe que, em Hebreus, permanência e estabilidade estão associadas
a Jesus. Hebreus 1:10-12 diz: “No princípio, S e n h o r , lançaste os fundamentos
da Terra, e os céus são obra das Tuas mãos. Eles perecerão, mas
Tu permaneces; todos eles envelhecerão como veste; como manto Tu os
enrolarás, e, como roupas, serão igualmente mudados. Tu, porém, és o
mesmo, e os Teus anos jamais terão fim”. Hebreus também diz que o sacerdócio
de Jesus permanece para sempre (Hb 7:3, 24), assim como a herança
dos remidos (Hb 10:34). No juízo final, os que estão “em Jesu s” não
serão abalados (SI 46:5).
Hebreus 12:28 diz que receberemos “um reino inabalável”. Essa é uma
referência a Daniel 7:18, que diz que os santos “o possuirão para todo o
sempre”. Esse é o reino que “jamais será destruído”, mencionado em Daniel
2:44. Esse reino pertence ao Filho, mas Ele o compartilhará conosco.
Apocalipse 20:4 diz que julgaremos com Ele os poderes do mal que nos
perseguiram (ICo 6:3).
Que escolhas você pode fazer para permanecer inabalável até o fim?
(Veja Ef 4:14).
|an • Fev • Mar 2022
|139|
Q u in ta, 17 de m arço
Sejamos gratos
Ano Bíblico: Jz 9,10
Hebreus conclui essa seção indicando que a resposta devida a Deus por
tudo o que Ele fez por nós é mostrar gratidão oferecendo-Lhe um tipo
apropriado de adoração.
5. Compare Hebreus 12:28 e 13:15,16. Como oferecer adoração aceitável
a Deus?
No sistema da antiga aliança, o sacrifício de animais era a maneira pela
qual as pessoas mostravam arrependimento e gratidão. Mas Deus deixou
claro nos Salmos e por meio dos profetas que o que realmente Lhe agradava
não era o sangue de animais, mas a gratidão, as boas ações e a justiça
dos adoradores (SI 50:7-23; Is 1:11-17).
Paulo nos convida a adorar a Deus no santuário celestial, oferecendo
sacrifícios de louvor, confissão, ação de graças e boas obras, que é a verdadeira
adoração que Lhe agrada. Oferecemos esses sacrifícios na Terra,
que são aceitos como agradáveis a Deus no Céu. Essa exortação abrange
todos os apelos que o autor fez ao longo da carta para a confissão do nome
de Jesus (Hb 3:1; 4:14; 10:23) e as exortações para que continuemos a fazer
boas obras (Hb 6:10-12; 13:1, 2,16).
O convite de Paulo para que os cristãos servissem “a Deus de modo
agradável” (Hb 12:28) implica que os crentes eram uma nação sacerdotal
que foi aperfeiçoada e santificada por meio do sacrifício de Jesus
(Hb 10:10-14,19-23). Isso cumpre o propósito original de Deus para Israel,
de ser uma nação sacerdotal por meio da qual Ele anunciaria as boasnovas
da salvação ao mundo (Êx 19:4-6; IPe 2:9,10; Ap 1:6; 5:10).
Hebreus 13:1-6 descreve em termos práticos o que significa fazer o bem:
mostrar amor fraternal, assim como Jesus mostrou por nós (Hb 2:11,12), ser
hospitaleiro, visitar os que estão na prisão ou foram maltratados (Hb 13:3)
e rejeitar o adultério e a cobiça.
Por que é importante consideraras boas obras e compartilhar o que temos com o parte
de nossa adoração a Deus? Ao mesmo tempo, de que maneiras nossos sacrifícios
espirituais a Deus podem ser corrompidos (Is 1:11-17)?
11401 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Sexta, 18 de março
Estudo adicional
A no Bíblico: Jz 11,12
11 p i urante os m il anos entre a primeira e a segunda ressurreições ocor-
L s rerá o julgam ento dos ímpios. O apóstolo Paulo falou desse juízo
como um acontecim ento que se seguirá ao segundo advento. [...] (ICo 4:5).
Daniel declarou que “veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do
Altíssim o” (Dn 7:22). Nessa oportunidade, os justos reinarão como reis
e sacerdotes diante de Deus. [...] (Ap 20:4, 6). É nesse tempo que, conforme
foi predito por Paulo, “os santos hão de julgar o mundo” (ICo 6:2). Em
união com Cristo, eles julgarão os ímpios, comparando seus atos com o
código - as Escrituras Sagradas - e decidindo cada caso segundo as ações
praticadas nesta vida. Então o destino que os ímpios devem sofrer, segundo
suas obras, é determinado e registrado em frente ao seu nome, no livro
da morte.
De idêntica maneira, Satanás e os anjos maus serão julgados por Cristo
e Seu povo. [...] (ICo 6:3). E Judas afirmou que os anjos “que não guardaram
o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio,
[Deus] tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande
dia” (Jd 6; Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 660, 661).
Perguntas para consideração
1. Os santos participarão do juízo dos ímpios (ICo 6:3; Jd 6). O que isso
diz sobre a transparência, bondade e justiça de Deus ao lidar com o pecado
e o mal?
2 . 0 que está registrado nos livros do Céu? (Êx 32:32; Sl 56:8; 69:28; 139:16;
Is 4:3; Dn 12:1; Ml 3:16; Lc 10:20; Ap 13:8; 17:8). É importante que Deus
registre as nossas lágrimas (Sl 56:8)? Se Deus sabe tudo, qual é o propósito
dos livros?
3. E importante que Hebreus termine com as promessas de Daniel 7, no
contexto do m inistério de Jesus no Céu? O que Daniel 7 ensina sobre
o fim do pecado?
Respostas e atividades da semana: 1. Os crentes chegando pela fé ao Monte Sião e a Jesus, o Mediador da aliança.
2. Essa celebração tem Deus como nosso Juiz em um juizo favorável aos santos. 3 .0 tremor da Terra mostra a
presença divina. O abalo dos céus e da Terra significa a destruição dos poderes terrestres que perseguem o povo de
Deus e a destruição dos poderes celestiais (Satanás e seus anjos) que estão por trás desses poderes U. A Terra não
será abalada, ou seja, destruída completamente. O reino de Cristo não será abalado, nem os que estiverem em Jesus.
5. Apresentando o louvor que é o fruto de lábios que confessam Seu nome. fazendo o bem e servindo aos outros.
|an • Fev • Mar 2022 |141|
RESUMO DA LIÇA012
Recebendo um reino inabalável
T E X T O S - C H A V E S : Hb 12:18-29; Êx 32:32; Dn 7:9,10,13-22; Ag 2:6-9; St 15:5; 16:8;
Hb 13:15,16
ESBOÇO
Temas da lição
A Lição desta sem ana trata principalmente de Hebreus 12:18-29. N essa passagem ,
Jesus é retratado como o Mediador da nova aliança, e Deus, como o Juiz de todos. Hebreus
12:18-29 está inserido no contexto de Êxodo 19, a reunião de Israel no M onte Sinai para a
entrega da lei. Esse evento é contrastado com a experiência da audiência de Hebreus, que
não foi ao M onte Sinai, o qual o povo de Deus foi proibido de tocar, mas ao M onte Sião, a
cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial. O Monte Sião não é um lugar de terror, m as de
reunião festiva, pois ali os crentes tinham acesso a Deus. A base de sua alegre confiança
é Jesus, o M ediador da nova aliança. O Monte Sião também foi o lugar em que ocorreu a
cerimônia de dedicação de Jesus como Rei (Sl 2:6,7; ver Hb 1:5).
Deus é retratado como o Juiz de todos (Hb 12:23). Quando o Senhor desceu ao M o n
te Sinai, a Terra estremeceu (Êx 19:18). A imagem do tremor é uma linguagem figurativa
para o juízo divino. Mais uma vez, no fim dos tempos, a Terra e o céu serão abalados
(Hb 12:26). Som ente as coisas inabaláveis sobreviverão, ou seja, os justos, aqueles que
confiam no Senhor. Em resposta a tal advertência, os justos devem levar ofertas a Deus,
as quais consistem em louvar o Seu nome, praticar boas obras e com partilhar o que têm
para beneficiar outros (Hb 13:15,16).
COMENTÁRIO
Juízo pré-advento e Hebreus
Na lição 10, a identidade dos “espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23) foi definida.
A s perguntas deste estudo são: O que o livro de Hebreus diz sobre o santuário no Céu?
Qual é a base bíblica para o juízo pré-advento?
O livro de Hebreus apresenta algum as das afirm ações mais claras sobre a existência
de um santuário celestial. Paulo afirm ou inequivocamente: “Ora, o essencial das coisas
que estam os dizendo é que tem os tal Sum o Sacerdote, que Se assentou à direita do
trono da Majestade nos Céus, com o M inistro do santuário e do verdadeiro tabernáculo
que o Senhor erigiu, e não o hom em " (Hb 8:1, 2). N esse verso, Paulo afirmou, sem so m
bra de dúvida, o ponto principal de seu sermão: Cristo é nosso Sum o Sacerdote no sa n
tuário celestial, não no terrestre. Se Cristo ministra no santuário celestial, esse santuário
deve, portanto, existir.
|142| Hebreus: mensagem para os últimos dias
N o capítulo seguinte é feita, novamente, a reivindicação do ministério sum o sacerdotal
de Cristo no Céu: “Não pelo sangue de bodes e de bezerros, mas pelo Seu próprio
sangue, Ele entrou no santuário, uma vez por todas, e obteve uma eterna redenção"
(Hb 9:12). Outra vez é declarado que Cristo ministra em um tabernáculo superior ao santuário
feito por m ãos humanas. Em uma declaração ainda mais forte, Paulo disse: ‘Cristo
não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém
no próprio Céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" (Hb 9:24). Assim, som ente
pela nossa leitura de Hebreus, parece indiscutível que existe um santuário no Céu no
qual Cristo ministra. A aparência exata desse santuário não está definida com precisão.
0 último verso citado afirma que o santuário é o próprio Céu. Devemos, no entanto, ser
cuidadosos ao definir as dim ensões do santuário celestial. O que podem os dizer com forte
convicção é que Hebreus, sem dúvida, apoia a existência de um santuário celestial no
qual Cristo ministra como nosso Sum o Sacerdote. Estudiosos protestantes e católicos rom
anos aceitam a existência desse santuário.
O que intriga os estudiosos é a seguinte afirmação de Paulo: “Era necessário, portanto,
que as figuras das coisas que estào nos Céus fossem purificadas com tais sacrifícios,
mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores àqueles" (Hb 9:23). Por
que as coisas celestiais precisam de sacrifícios de purificação? Afinal, o Céu é limpo e santo,
certo? Vários estudiosos têm tentado resolver o enigma das coisas celestiais que precisam
ser purificadas. Eles argumentam que a consciência precisa ser purificada (Hb 9:9,14).
Outros defendem que a purificação significa a inauguração do santuário. Ambas as sugestões
parecem estar aquém do argumento desenvolvido em Hebreus 8:1-10:18, que se concentra
na contaminação e purificação do santuário, bem como no ministério celestial de Cristo.
Como adventistas, com preendem os esses textos em relação a Daniel 7 e 8. Entendem
os que o Céu e a Terra estão interligados. O fato de termos estudado o serviço do santuário
no AT nos deu uma ideia de como esse serviço funciona. Junto com Daniel 8:14, que
diz: “Ele me disse: - Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será
purificado", o significado da declaração de Hebreus 9:23 se resolve. Também precisam os
reconhecer que Hebreus 9:23 não fala sobre o tempo da purificação celestial. Isso é algo
que aprendem os no livro de Daniel. Em suma, pode-se dizer que a existência do santuário
celestial é um fato incontestável no livro de Hebreus. Além disso, m esm o uma lim peza
das coisas celestiais com melhores sacrifícios é indiscutível. Entretanto, o que o livro
de Hebreus não diz é quando essa purificação acontece. Não devem os forçar a carta a articular
algo sobre o que ela faz silêncio.
Agora vam os nos voltar para a seguinte pergunta: Qual é a base bíblica para o juízo
pré-advento? Nesse caso, precisamos consultar o livro de Daniel. (Para um estudo mais
profundo do juízo pré-advento, o Apocalipse também deve ser consultado.) A passagem -
chave para o juízo pré-advento é Daniel 7. Esse capítulo mostra uma sucessão de reinos,
simbolizada por uma série de bestas, a saber, o leão, o urso, o leopardo e um animal terrível,
espantoso e multo forte. Daniel 2 e 7 deixam claro que tratam do m esm o assunto:
profecias a respeito da ascensão e queda de quatro grandes potências mundiais do M editerrâneo.
Essas potências m undiais podem ser prontamente identificadas como Babilônia,
Jan • Fev • Mar 2022 11431
M edia-Pérsia, Grécia e Roma. D epois que Daniel viu a besta espantosa, terrível e extrem a
m ente forte com se u s dez chifres, um ‘chifre p e q u e n o ' apareceu entre eles. De repente,
a visã o m udou da Terra para o Céu, e surgiu um a brilhante sala do trono (D n 7:9-14).
A cena se dese nrolou em três estágios: (1) uma cena do tribunal em que foram p o stos
tro n o s (D n 7:9,10); (2) o resultado do juízo no qual a besta foi executada (Dn 7:11,12);
e (3) a transferência do reino para o Filho do H om em (Dn 7:13,14). O s eventos cro n o ló
gico s do capítulo m ostram Babilônia, M édia-Pérsia (ver Dn 8:20), Grécia, Roma, o chifre
pequeno, o juízo e a posse do reino pelos santos.
Na segu nda metade de Daniel 7, a curiosidade do profeta se voltou para a atividade da
quarta besta, bem com o do chifre pequeno que ‘falava com arrogância* (Dn 7:19,20). Ele
fazia guerra contra o s santos *até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do
Altíssim o" (Dn 7:22) e, finalmente, ‘o s santos possuiram o reino* (Dn 7:22). Pela segunda
vez, a sequência a partir do quarto anim al é: chifre pequeno, juizo e posse do reino pelos
santos. Essa sequência se repete uma terceira vez em Daniel 7, possivelm ente para certificar
que entendem os. De acordo com a profecia, o chifre pequeno ‘falará contra o Altíssimo,
oprim irá os santos do A ltíssim o e tentará mudar os tempos e a lei" (Dn 7:25). Essa atividade
é seguida pela garantia de que o tribunal divino julgará (Dn 7:26) e. finalmente, “o reino,
o dom ínio e a majestade (...] seráo dados ao povo dos santos do Altíssim o* (Dn 7:27).
Ao revisar Daniel 7, a cronologia é clara: Babilônia é seguida pela Média-Pérsia, depois
pela Grécia e por Roma. O que constitui o conteúdo da segunda parte de Daniel 7 é
a atividade do chifre pequeno, o juizo e o recebimento do reino, seja pelo Filho do H o
mem ou pelos santos. O remo de Cristo é o reino deles. Esse juizo celestial inclui livros,
que obviam ente são abertos com o propósito de apresentar evidências. Eles indicam que
há um juizo investigativo antes de D eus agir contra o ‘chifre pequeno* e a favor dos sa n
tos (Dn 7:21, 22,27). O s últim os três eventos em Daniel 7 são repetidos três vezes, o que
deve deixar claro o suficiente que o juizo acontece entre a atividade do chifre pequeno e
a posse do reino. Portanto, é cham ado de |uizo pre-advento.
APLICAÇÃO PARA A VID A
O conceito de um juizo investigativo não e estranho à Bíblia. Antes de Deus pronunciar
um veredito. Ele investiga cada caso. Isso é visto claramente na queda de Adão e Eva em
G ênesis 3. A ntes que uma m aldição fosse pronunciada sobre a serpente e a Terra, Deus
investigou a condição de Adão e Eva, bem como sua conduta.
N o caso de Sodom a e Gomorra, D eus é retratado descendo á Terra para investigar “se,
de fato, o que têm praticado corresponde a esse clam or que veio até (Ele]" (Gn 18:21).
Som ente ap ós ter investigado a situação, Deus revelou Seus planos a Abraão, deu o aviso
e libertou Ló e sua fam ília de Sodom a. Então, o Senhor fez chover enxofre e fogo do
céu sobre Sodom a e Gom orra (Gn 19:24). Tanto a narrativa da queda quanto a narrativa
de Sodom a e Gom orra estabeleceram um precedente bíblico para uma avaliação investigativa
que precede o juízo executivo. O m esm o padrão prevalece no caso do juizo
investigativo ou pré-advento.
11441 Hebreus: mensagem para os últimos dias
1. Por que tantas pessoas temem o juízo investigativo? Como podemos deixar clara a im
portância do evangelho para o juízo?
2. Por que esse juízo é bom para nós? Se é bom, devemos nos preocupar com ele? Explique.
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0
S
)an • Fev • Mar 2022
|145|
Lição
Permaneça o
amor fraternal
V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "Seja con stante
o am or fraternal" (Hb 13:1).
Leituras da semana: Hb 13; Rm 12:13;
E f 5:3-5; 1Pe 5:1-4; Hb 2:9; 4:16; Gl 2:20
I6AZ21
Sábado, 19 de março
A n o Bíblico: Jz 13-16
Hebreus 13 traz o último conselho do apóstolo Paulo: “Seja constante
o amor fraternal” (Hb 13:1). Ele afirmou em toda a epístola que
somos parte da família do Rei e Sumo Sacerdote, Jesus, e somos Seus irmãos
e irmãs. O autor não considerava os leitores apenas como um grupo
de indivíduos que trabalhavam pela própria salvação com base em um relacionamento
individual com Jesus, mas como uma família, ou lar, sendo
salvos na família da fé. Paulo caracterizou a obra de Jesus por nós como
“amor fraternal”, pois Ele “não Se envergonha” de nos chamar de irmãos
(Hb 2:11). Os crentes devem fazer uns pelos outros o que Jesus fez por eles.
Ao longo da carta, vemos que o amor fraternal envolvia animar uns
aos outros para que ninguém ficasse afastado da graça de Deus (Hb 3:13;
10:24, 25; 12:15-17). No capítulo 13, o amor fraternal engloba vários elementos:
ser hospitaleiro (Hb 13:2), visitar e apoiar os encarcerados e aqueles
que foram maltratados (Hb 13:3), honrar o casamento (Hb 13:4), evitar
a cobiça (Hb 13:5, 6), obedecer aos líderes da congregação (Hb 13:7-17) e
orar pelo próprio autor da epístola (Hb 13:18,19).
|146| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Domingo, 20 de março
Cuidando do povo de Deus
Ano Bíblico: Jz 17-19
1. Leia Hebreus 13:1,2; Rom anos 12:13; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:8 e 1 Pedro 4:9.
Qual foi o papel da hospitalidade na igreja primitiva?
cristianism o foi um movimento peregrino que muitas vezes dependia
da hospitalidade de cristãos e não cristãos. A instrução de não se
esquecer de m ostrar hospitalidade provavelmente não se refira apenas à
falha em acolher alguém, mas à negligência intencional.
Paulo não tinha em mente a hospitalidade apenas para os irmãos na
fé. Ele lembrou a seus leitores que, ao receberem estranhos, alguns sem
querer receberam anjos (Hb 13:2). É provável que estivesse falando da visita
dos três homens a Abraão e Sara (Gn 18:2-15). Oferecer hospitalidade
implica compartilhar bens e sofrer com outras pessoas, que é o que Jesus
fez por nós (Hb 2:10-18).
O apelo ao amor fraternal para com os encarcerados sugeria não apenas
que os crentes se lembrassem dos prisioneiros em suas orações, mas
também oferecessem alívio por meio de apoio material e emocional. Havia
o risco da negligência intencional dos prisioneiros. Aqueles que davam
apoio material e emocional aos condenados pela sociedade se identificavam
com eles. Em certo sentido, se tornavam “coparticipantes” com eles
e consequentemente vulneráveis ao abuso social (Hb 10:32-34).
A exortação de Paulo usa imagens e linguagem para encorajar os leitores
a respeito dos prisioneiros. Primeiro, o autor relembrou o apoio que
eles deram a seus irmãos encarcerados no passado. Eles se tornaram “coparticipantes”
ou “parceiros” daqueles que foram “insultados e maltratados
publicamente” (Hb 10:33, NTLH). Em segundo lugar, o termo “m altratados”
ecoa o exemplo de Moisés, que escolheu “ser maltratado junto com
o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hb 11:25).
Finalmente, Paulo captou o ideal do amor fraternal. Ele lembrou aos leitores
que deviam tratar os outros como gostariam de ser tratados se estivessem
nas mesmas circunstâncias; isto é, na prisão. Portanto, deviam
dar suporte material e emocional aos presos, mostrando-lhes que não tinham
sido abandonados.
O que mais podem os fazer pelos que estão na prisão, sejam membros da igreja ou não?
jan • Fev • M ar 2022 |147|
Segunda, 21 de março
Avareza e imoralidade sexual
Ano Bíblico: jz 20,21
2. Leia Hebreus 13:4, 5; Lucas 16:10-18; 1 Coríntios 5:1; Efésios 5:3-5 e Co-
lossenses 3:5. Quais são os dois males relacionados nessas p assagens?
Paulo advertiu seus leitores contra a imoralidade sexual e a avareza, visto
que eram duas graves ameaças ao amor fraternal.
A admoestação de Paulo para honrar o casamento sugeria evitar qualquer
coisa que pudesse menosprezá-lo, o que incluía abster-se tanto da
violação do juram ento matrimonial quanto de divórcios injustificados
(Mt 19:9). A exortação para manter o leito conjugal imaculado refere-se a
evitar a profanação do matrimônio por meio de relações sexuais fora dele.
No NT a palavra “imorais” refere-se a pessoas que praticam formas de imoralidade
sexual (ICo 5:9-11; 6 :9 ,1 0 ; Ef 5:5; lTm 1:9, 10; Ap 21:8; 22:15).
A sociedade greco-romana era negligente em relação à ética sexual. Um
duplo padrão era comum; os homens tinham liberdade em seus relacionamentos
sexuais, desde que fossem discretos. Paulo avisou, no entanto,
que Deus julgará os adúlteros. Os crentes não devem permitir que as convenções
sociais estabeleçam seus padrões éticos.
O “amor ao dinheiro” era um dos principais vícios no mundo grecoromano.
Em outra carta, Paulo se referiu a ele como a raiz de todos os m a
les (lTm 6:10). A luta contra esse vício é uma atitude que o apóstolo incentivou
em várias epístolas. Primeiro, os cristãos deveriam “viver contentes”
com o que tinham (2Co 9:8; Fp 4:1 1 ,1 2 ). Além disso, deviam confiar na
seguinte promessa divina: “De maneira alguma deixarei você, nunca ja
mais o abandonarei” (Hb 13:5). Essa promessa foi repetida várias vezes
ao povo de Deus e está disponível para nós (Gn 28:15; Dt 31:6, 8; Js 1:5;
lC r 28:20). Os crentes são convidados a responder a essa promessa com as
palavras do Salmo 118:6: “O S e n h o r é o meu auxílio, não temerei. O que
é que alguém pode me fazer?” Essa referência é apropriada, pois o salm ista
expressou ali sua confiança em Deus, apesar do sofrimento infligido a
ele pelos incrédulos.
De que forma a sociedade contemporânea mina a pureza sexual e, ao m esm o tempo,
alimenta o am or ao dinheiro? Na prática, como podem os fortalecer n ossas defesas
contra esses dois vícios perigosos?
|148| Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terça, 22 de março
Lembrem-se dos seus líderes
Ano Bíblico: Rute
3. Leia Hebreus 13:7-17. Qual deve ser nosso relacionamento com os nossos
líderes?
Hebreus 13:7-17 contém a exortação de respeitar e obedecer aos líderes
da congregação. Começa com um convite para “lembrar-se” dos líderes
do passado que falaram a palavra de Deus a eles e termina com um
chamado para obedecer aos líderes no presente (Hb 13:17). Os líderes do
passado provavelmente sejam aqueles que primeiro pregaram a palavra
e fundaram a congregação. Lembrar-se deles não se refere simplesmente
a um exercício mental, nem a alguma homenagem. Paulo explica que devem
considerar o resultado de sua conduta e imitar sua fé.
Para Paulo, o maior ato de lembrança e louvor é a imitação. Dessa forma,
acrescentou os líderes fundadores da congregação à lista de heróis fiéis
que os crentes devem considerar cuidadosamente. Essa lista inclui os heróis
da fé de Hebreus 11 e Jesus, o exemplo consumado de fé, em Hebreus 12.
O autor ainda observa que Jesus é “o mesmo ontem, hoje e para sempre”
(Hb 13:8). Ele está em forte contraste com os falsos mestres que mudam
com o tempo e cujas doutrinas se tornam “diferentes e estranhas" (Hb 13:9).
O convite para se lembrar dos líderes é reafirmado em termos mais vigorosos
no final da seção. Os crentes são exortados a obedecer aos líderes,
pois eles cuidam das pessoas. Os líderes são descritos como pastores
responsáveis pelo bem-estar espiritual da congregação, seu rebanho, que
prestarão contas a Deus por isso (ver também IPe 5:1-4; ICo 3:10-15). Certamente,
também, a ideia deve se aplicar a todos os nossos líderes de igreja,
bem como a todos os níveis de administração da igreja hoje.
O contexto sugere que esses líderes são subpastores que servem sob
a liderança de Jesus, “o grande Pastor das ovelhas” (Hb 13:20). A combinação
de cuidado e fidelidade dos líderes e a obediência ou confiança dos
membros resultará em alegria. Isso pode significar que os líderes serão
capazes de servir a congregação com “alegria" ou que prestarão contas da
congregação a Deus com alegria e não com pesar.
O que você pode fazer para fortalecer ou melhorar o relacionamento Uder-membro
em sua congregação, bem como com líderes em todo o m undo?
|an • Fev • Mar 2022 |149|
Quarta, 23 de março
Ano Bíblico: 1Sm 1-3
Cuidado com doutrinas diferentes e estranhas
4. Leia Hebreus 13:9; 2:9; 4:16 e 6:19,20. Onde se obtém a graça? Como nosso
coração é fortalecido?
Arelação entre falsos ensinos e alimentos, mencionada em Hebreus
13:9, provavelmente não se refira à distinção entre alimentos limpos
e impuros. Por quê?
Primeiro, Paulo não parecia preocupado na epístola com a distinção
entre alimentos limpos e impuros. Sabemos que a igreja cristã primitiva
pregava a salvação pela graça (At 15:7-11) e que os crentes deveriam continuar
a observar alguns regulamentos alimentares (At 15:19, 20). A distinção
entre alimentos limpos e impuros e outros regulamentos bíblicos
não se opõe à graça. Na verdade, Paulo argumentou que a nova aliança
colocou a lei no coração (Hb 8:10-12). O que o autor deixa muito claro, no
entanto, é que os sacrifícios de animais e a mediação sacerdotal levítica
no santuário foram substituídos pelo sacrifício superior e pela mediação
sacerdotal de Jesus (Hb 8 :4 ,5 ; 10:1-18).
Em segundo lugar, o contexto sugere que Paulo não estava criticando
ninguém por se abster de certos alimentos, mas pelo fato de consumi-los
com a esperança de obter graça de alguma forma (Hb 13:9). É provável
que estivesse alertando contra a participação em rituais judaicos ou refeições
que eram celebradas como uma extensão dos sacrifícios de animais
no templo e que deveriam fornecer benefícios espirituais, ou graça. Mas
a graça não é mediada por meio dessas refeições; a graça vem somente
por meio do sacrifício e da mediação sacerdotal de Jesus Cristo. Os crentes
têm um altar (Hb 13:10), a cruz de Cristo, da qual podem se alimentar
(Jo 6:47-58).
Em Hebreus, “graça” vem do trono de Deus (Hb 4:16). Essa graça, mediada
por Cristo, é a “âncora”, “segura e firme”, presa ao próprio trono de
Deus (Hb 6:19,20; compare com 4:16). Essa graça, que recebemos por meio
do sacrifício de Cristo, dá estabilidade e segurança ao coração. Quando o
coração é “confirmado” dessa forma, não será levado por novas doutrinas
(Hb 13:9), nem se desviará da verdade de Deus (Hb 2:1).
P e n se n o sacrifício de Cristo. P o r que "acre scentar“ algo a e sse sacrifício é contrário
ao evange lho e à graça que e n contram os em Jesus?
115 0 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias
Q u in ta, 24 de m arço Ano Bíblico: ISm 4-6
Indo a Cristo fora do acampamento
5. Compare Hebreus 13:10-14; Marcos 8:34; Mateus 10:38; Lucas 14:27 e Gála-
tas 2:20.0 que significa ir a Jesus fora do acampamento?
lugar fora do portão era o mais impuro do acampamento. Era ali que
os cadáveres dos animais do sacrifício eram queimados (Lv 4:12),
aonde os leprosos eram levados (Lv 13:46) e onde blasfemadores e outros
criminosos eram executados (Lv 24:10-16, 23; lR s 21:13; At 7:58). Esses
regulamentos pressupunham que a presença de Deus estava no acampamento.
Qualquer coisa impura era lançada para fora porque Deus não queria
ver nenhuma coisa “impura” ou “indecente” nele (Nm 5:3; Dt 23:14).
Jesus sofreu na cruz fora de Jerusalém (Jo 19:17-20), o que enfatiza
a vergonha lançada sobre Ele (Hb 12:2). Ele foi condenado como alguém
que blasfemou de Deus e, portanto, foi repudiado e executado fora da cidade
(Mc 1 4 :6 3 ,6 4 ; Lv 24:11,16). Foi lançado fora do acampamento como
algo “vergonhoso”, “impuro” e "indecente”. Paulo, no entanto, exorta os
crentes a seguir Jesus fora do portão e suportar a vergonha que Ele suportou
(Hb 12:2; 13:13). Moisés escolheu esse caminho, sendo “desprezado
por causa de Cristo” em vez de usufruir os tesouros do Egito (Hb 11:26).
Paradoxalmente, Hebreus sugere que a presença divina agora está
fora do acampamento. Seguir Jesus fora do acampamento significa não
apenas levar a mesma desonra ou vergonha, mas também ir ao Salvador
(Hb 13:13), assim como os israelitas que buscavam o Senhor iam para
“fora do arraial” no deserto, quando Moisés havia removido a tenda de
Deus do acampamento após a controvérsia do bezerro de ouro (Êx 33:7).
Esse relato sugere que a rejeição de Jesus pelos incrédulos também im
plicava a rejeição de Deus, como Israel fez em sua apostasia e adoração
ao bezerro de ouro (Êx 32; 33). Assim, o caminho do sofrim ento e da
vergonha também é o caminho para Deus.
Paulo convida os leitores a seguir Jesus, “Autor e Consumador” da fé
(Hb 12:2), im plicitam ente convidando-os a considerar seus sofrim entos
uma disciplina momentânea que produzirá o fruto pacífico da justiça
(Hb 12:11). Desse modo, deixam para trás uma cidade ou acampamento
corrompido em busca da “que há de vir”, cujo Arquiteto é Deus (Hb 13:14;
11:10,16).
O que significa se g u ir fe su s "fo ra d o a ca m p a m e n to "? O q u e traz "v e r g o n h a "a o s f ié is ?
Jan • Fev • Mar 2022 11511
Sexta, 25 de março
Estudo adicional
Ano Bíblico: 1Sm 7-10
n HV epois da vinda do Espírito Santo, [...] os crentes se rejubilavam na
U graça da comunhão com os santos. Eram amorosos, prestativos, abnegados
e voluntários em fazer qualquer sacrifício pelo amor à verdade.
Em seu contato diário entre si, revelavam aquele amor que Cristo lhes havia
ordenado. Por palavras e obras de altruísmo, procuravam fazer nascer
esse amor em outros corações. [...]
“No entanto, pouco a pouco, houve uma mudança. Os crentes começaram
a olhar os defeitos uns dos outros. Concentrando-se nos erros e dando
lugar a severas críticas, perderam de vista o Salvador e Seu amor. Tornaram-se
mais estritos na observância de cerimônias exteriores e mais rigorosos
na teoria do que na prática da fé. Em seu zelo para condenar os
outros, passavam por alto os próprios erros. Perderam o amor fraternal
que Cristo havia ordenado que tivessem; e, o que é mais triste, não tinham
consciência dessa perda. Não reconheceram que a felicidade e a alegria estavam
abandonando sua vida e que, tendo excluído o amor de Deus do coração,
em breve passariam a andar em trevas.
"Percebendo que o amor fraternal estava diminuindo na igreja, João
insistiu com os crentes sobre a constante necessidade desse amor. [...]. Ele
escreveu: ‘Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de
Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele
que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. [...]’” (lJo 4:7-11;
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 547, 548).
Perguntas para consideração
1. Embora a vida cristã envolva o relacionamento individual com Jesus, por
que é importante lembrar que Deus nos lidera como um grupo? Quais
são nossas responsabilidades para com o grupo? O que podemos esperar
do grupo?
2. Quais são os melhores indicadores de que o amor fraternal é forte na
congregação?
3.0 que é o amor fraternal? Quais são suas características, causas e resultados?
Respostas e atividades da semana: 1. Visto que o cristianismo primitivo era peregrino, a hospitalidade era essencial
na época. 2. Amor ao dinheiro e imoralidade sexual. 3. Devemos considerar sua conduta, imitar sua fé e
obedecer-lhes 4. A graça vem do trono de Deus, mediada por Cristo Nosso coração é fortalecido pela fé no sacrifício
de Jesus e no Seu amor por nós. S. Ser coparticipante das ofensas e dos maus-tratos que Cristo sofreu e buscar
a Deus em arrependimento e humildade
11521 Hebreus: mensagem para os últimos dias
RESUMO DA LIÇA013
Permaneça o amor fraternal
T E X T O S-C H A V E S: Hb 13; Rm 12:13; Ef 5:3-5; IP e 5:1-4; Hb 2:9; 4:16; Gl 2:20
ESBOÇO
Temas da lição
Paulo concluiu sua carta com várias adm oestações para seu público: "Seja constante o
am or fraternal" (Hb 13:1), “Não se esqueçam da hospitalidade" (Hb 13:2) e “Lem brem -se
dos presos” e “dos que sofrem maus-tratos" (Hb 13:3). Além disso, ele aconselhou sobre
outros assuntos: “D igno de honra entre todos seja o m atrim ônio” (Hb 13:4), “Que a vida
de vocês seja isenta de avareza” (Hb 13:5), “Obedeçam aos seus líderes e sejam subm issos
a eles” (Hb 13:17) e “Orem por nós" (Hb 13:18). Ao longo da carta, o apóstolo repetidamente
exortou os hebreus: “animem uns aos outros todos os dias” (Hb 3:13), "Cuidem os
também de nos anim ar uns aos outros no amor e na prática de boas obras. Não deixem
os de nos congregar” (Hb 10:24,25), “Cuidem para que ninguém fique afastado da graça
de Deus, e que nenhum a raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio
dela, m uitos sejam contam inados" (Hb 12:15). A epístola, como um todo, é uma “palavra
de exortação" (Hb 13:22).
Embora Paulo incentivasse seu público a praticar o am or mútuo, ele não esperava so
mente o sentimento, m as os exortou a ações específicas, como m ostrar hospitalidade,
com partilhar do sofrim ento dos que estão presos, praticar a fidelidade no casam ento e
evitar a ganância. Da mesma forma, quando exortou seu público a se lembrar de seus líderes,
não falava de mera contemplação. Em vez disso, desejava que, ao m ostrar sua fidelidade
a Deus, eles se submetessem, respeitassem e obedecessem aos líderes. Finalmente,
Paulo advertiu sua audiência a não seguir ensinam entos estranhos, m as ao Mestre, Cristo.
COMENTÁRIO
Ensinamentos e alimentos estranhos
Em Hebreus 13:9, Paulo advertiu sua audiência: “Não se deixem levar por doutrinas diferentes
e estranhas, porque o que vale é ter o coração confirm ado com graça e não com
alimentos, que nunca trouxeram proveito aos que se preocupam com isso." Esse verso constitui
um dos textos mais difíceis do livro de Hebreus. O que o torna difícil é a vaga referência
ao seu contexto histórico. Com o não podem os apontar exatam ente a situação precisa
em que todo o discurso foi transmitido, devem os evitar tirar conclusões muito decisivas.
O verso anterior ao citado acima diz: “Jesus Cristo é o m esm o ontem, hoje e para sem
pre" (Hb 13:8). Em contraste com a constância de Cristo está a adm oestação para não se
deixar levar por todos os tipos de ensinam entos estranhos. Os dizeres “não se deixem
|an • Fev • Mar 2022 |153|
levar" (Hb 13:9) evocam imagens de vento e água, que arrastam as coisas. O uso dessa figura
lembra a metáfora náutica usada por Paulo em Hebreus 2:1: “para que não nos desviemos",
ou não fiquemos à deriva. Ali, Paulo fez questão de alertar seu público a prestar
atenção ao que ouviam daqueles que testemunhavam de Cristo. Naquela época, o público
corria o risco de se afastar do Senhor. Paulo lembrou à sua audiência daqueles grandes
mestres e líderes e pediu que imitassem sua fé (Hb 13:7). Enquanto os líderes vêm e vão,
Cristo é constante. Entretanto, erros espirituais sempre existiram. Por isso, o público corria
o risco de ser levado por doutrinas que pareciam estar em oposição ao que ouviram de
seus mestres e líderes e são descritas por dois adjetivos: “diferentes e estranhas” (Hb 13:9).
Paulo diz à sua audiência que o coração é fortalecido pela graça, não pela comida.
A antítese entre alimento (um símbolo do que é temporal) e graça (um símbolo do que é
eterno) é empregada com frequência pelos escritores da Bíblia para mostrar a diferença
entre esta existência temporária e algo muito melhor. Paulo, por exemplo, afirmou:
“O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo"
(Rm 14:17). Da mesma forma, ele admoestou os cristãos em Corinto: “Não é a comida que
nos torna agradáveis a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos,
se comermos" (ICo 8:8). Na verdade, o alimento muitas vezes trouxe divisão na igreja
primitiva (Rm 14:1-3), assim como no presente.
Qual é o problema específico que Paulo abordou em Romanos 14:1-3? Alguns estudiosos
afirmam que os membros da comunidade de fé na igreja de Roma defendiam o consumo
de carne oferecida a ídolos, algo semelhante ao problema enfrentado pela igreja
em Corinto (ICo 8 e 10). A comparação entre Hebreus e 1 Coríntios mostra claramente
que Paulo usou uma linguagem muito mais contundente a respeito do alimento oferecido
aos ídolos (ICo 8:12) do que em Hebreus (“o que vale é ter o coração confirmado com
graça e não com alimentos" [Hb 13:9]). Portanto, muito provavelmente, a questão em
Hebreus não seja alimento oferecido a ídolos.
Outra opção mais provável, que inspirou o alerta em Hebreus 13:9, seria uma refeição
de culto. 0 que há em favor dessa ideia? Consideremos três possibilidades escriturísticas.
Em primeiro Lugar, o contexto imediato parece aludir ao consumo de alimentos ligados
às refeições sacrificais judaicas. Paulo declarou: “Temos um altar do qual os que ministram
no tabernáculo não têm o direito de comer" (Hb 13:10). Aqui, Paulo estava fazendo
uma alusão aos sacerdotes do AT que comiam das ofertas sacrificais no tabernáculo.
Em segundo lugar, a mesma palavra “alimento" é usada em Hebreus 9:9,10, onde lemos:
“Isso é uma parábola para a época presente, na qual se oferecem dons e sacrifícios"
que “não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, bebidas e diversas
cerimônias de purificação, impostas até o tempo oportuno de reforma." Paulo enfatizou
o mesmo ponto de Hebreus 13:9, em que os sacrifícios cerimoniais não podem
aperfeiçoar a consciência; em vez disso, tratam de comida e bebida e várias purificações
cerimoniais. Essa é a razão pela qual o público não devia seguir ensinamentos estranhos,
pois essas refeições cerimoniais de sacrifício eram inúteis até mesmo para aqueles que as
praticavam (literalmente, andavam nelas). Os cristãos participam de um sacrifício muito
superior a qualquer refeição sacrifical (compare com Hb 13:10-12).
|1S4|
Hebreus: mensagem para os últimos dias
Terceiro, o termo grego "alimento" (na Septuaginta, a tradução do AT em grego) é usado
em Malaquias 1:7,12 em referência a alimentos sacrificais no altar. Os sacerdotes ofereciam
alimento impuro, definidos como animais cegos, coxos ou doentes em sacrifício
(M l 1:7,8). Em suma, todas as três razões - o contexto imediato, o contexto mais amplo
e o contexto do AT - parecem apontar para o fato de que os ensinos estranhos sobre comida
têm relação com as refeições do culto judaico.
Obedeça e submeta-se aos seus líderes
Em sistem as políticos democráticos ou em um sistema democrático deficiente da igreja,
uma exortação para obedecer e se submeter aos líderes soa um tanto autoritária. Uma
reivindicação como essa deveria ser feita no presente? Em caso afirmativo, como devemos,
sendo membros de uma igreja mundial, reagir a isso?
Como outras igrejas cristãs, a congregação à qual a carta aos hebreus foi dirigida tinha
alguma forma de liderança. O s líderes foram mencionados três vezes (Hb 13:7,17,24). No
verso 7, eles são mencionados como aqueles que “pregaram a palavra de Deus" à comunidade
(Hb 13:7). Esses indivíduos provavelmente fossem os evangelistas m issionários de
Hebreus 2:3. Por causa de sua pregação e ensino, o público foi confrontado com “a palavra
de Deus" “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gum es” (Hb 4:12).
Três verbos chamam a atenção para esses líderes: “lembrar", “considerar" e "imitar"
(Hb 13:7). Como a carta indica, Paulo apresentou ao seu público exem plos negativos a
evitar (Hb 4:11) e exem plos positivos a imitar (Hb 11:4-38). O público deveria considerar
o resultado do modo de vida deles. Essa contemplação indicava que os objetivos dos líderes
foram alcançados e seu serviço concluído. Assim, o público podia rever o curso de
seus líderes do início ao fim e imitar sua conduta fiel.
Mais adiante no capítulo, os líderes parecem ser indivíduos que estavam vivos e ativos
na ocasião em que o sermão foi transmitido: “Obedeçam aos seus líderes e sejam subm issos
a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam
fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum
para vocês" (Hb 13:17). A autoridade dos líderes residia em cumprir fielmente sua função,
pois zelavam pela alma dos fiéis (Hb 13:17).
Quando os líderes assum em sua responsabilidade com seriedade, evitam que seus
membros sejam levados por todo tipo de ensinamentos estranhos e pelo consum o de alimentos
que não beneficiam nem mesmo aqueles que os ingerem. Ao mesmo tempo, bons
líderes estão cientes de que liderar exige responsabilidade, como ficou claro na reprovação
ao administrador da parábola de Jesus (Lc 16:2).
Por fim, Paulo exortou seus ouvintes a obedecer e se submeter a seus lideres espirituais
para que o dever deles fosse cumprido com alegria e não com lamento. A ideia de
alegria lembra o modo pelo qual os ouvintes encararam o saque de seus bens (Hb 10:34).
Essa alegria é a própria razão pela qual Jesus suportou a cruz e desconsiderou seu opróbrio
(Hb 12:2) e a consequência da disciplina aplicada pelo Pai celestial (Hb 12:11). O trabalho
dos líderes se torna alegre quando seus membros se submetem a eles e lhes obedecem.
Quando não é esse o caso, o trabalho se torna árduo. De acordo com Paulo, sob
|an • Fev • Mar 2022 11551
U is condições. os líderes gemem, e os membros n lo colhem nenhum benefício. Portan
to, um * colaboração bem-sucedida entre líderes e membros requer confunde e altruísmo
APUCAÇÀO PAJtA A VtDA
Se * liderança da Igreja sofreu abusos no passado em diferentes circunstJnoas. ou so
fre em partes do mundo em que os regimes políticos séo mais autocráticos, como é possível
encontrar a harmonia entre lideres e membros mencionada em Hebreus?
1. Por que existe tanta aversio à autoridade na cultura de hoje?
2. A liderança deve ser seguida somente se a pessoa concordar com o líder? Explique
S. Quais critérios Paulo nos deu em Hebreus 13 para seguir os lideres?
LEITURAS INDISPENSÁVEIS PARA DESENVOLVER
OS RELACIONAMENTOS EM SUA IGREJA
M n c n > 'M u ta w < 'i
IK 6 I
Habieus mensagem para o * ufomos dias
Lição 1
Lição do próximo trimestre: Gênesis
Autor: Jacques B. Doukhan
26 de março a 1o de abril
A criação
V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "N o princípio, Deus criou os céus e a Terra" (Cn 1:1).
Leituras da semana: S1100:1-3; Gn 1-2; Ê x 20:8-11; 40:33; Mt 25:14-30; 19:7-9
1. Leia o Salmo 100:1-3. Qual é a reação humana ao Deus da criação e por quê?
2. Leia Gênesis 1:4,10,12,18,21,25,31; 2:1-3. Qual é o significado da expressão
"era bom " nesses versos? Qual é a lição implícita na conclusão da criação
(Gn 2:1-3)?
3. Leia Gênesis 2:2,3; Êxodo 20:8-11. Por que o sábado está relacionado com
a criação? Como essa conexão afeta nossa observância desse dia?
4. Leia Gênesis 1:26-29 e 2:7. Qual é a conexão entre essas duas versões diferentes
da criação da humanidade?
5. Leia Gênesis 2:15-17. Qual é o dever do ser humano para com a criação e
para com Deus? Como esses deveres se relacionam?
Jan • Fev • Mar 2022
|157|
Estudo adicional
Textos de Ellen G. White: Educação, p. 128,129 ("A ciência ea Bíblia"),
e História da Redenção, p. 21,22 ("A criação").
"Já que o livro da natureza e o da revelação apresentam indícios da mesma
mente superior, eles não podem deixar de estar em harmonia. Com
diferentes métodos e linguagens, dào testemunho das mesmas grandes
verdades. A ciência está sempre descobrindo novas maravilhas; mas nada
traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito
com a revelação divina. O livro da natureza e a palavra escrita lançam luz
um sobre o outro. Servem para nos familiarizar com Deus, ensinando-nos
algo das leis por meio das quais Ele age.
"Entretanto, conclusões equivocadas, tiradas dos fenômenos observados
na natureza, têm dado lugar a supostas divergências entre a ciência e
a revelação; e, nos esforços para restabelecer a harmonia, tem-se adotado
interpretações das Escrituras que abalam e destroem a força da Palavra
de Deus. Tem-se pensado que a geologia contradiz a interpretação literal
do relato da criação feito por Moisés. Alega-se que milhões de anos tenham
sido necessários para que a Terra evoluísse do caos; e, a fim de acomodar
a Bíblia a essa suposta revelação da ciência, admite-se que os dias
da criação tenham sido períodos longos, indefinidos, abrangendo milhares
ou mesmo milhões de anos.
“Essa conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em
harmonia consigo mesmo e com o ensino da natureza" (Ellen G. White,
Educação, p. 128,129).
Perguntas para consideração
1. Nossa fé seria afetada se acreditássemos que os relatos das origens fossem
lendas para nos instruir em lições espirituais, mas sem veracidade
histórica? Quais pistas bíblicas sugerem que o autor sabia que os eventos
eram "históricos" assim como o restante de Gênesis? Qual é o testemunho
de Jesus sobre a veracidade histórica desses relatos?
2 .0 que o relato de Gênesis ensina sobre a importância de cuidar da Terra?
Como podemos ser bons mordomos do planeta e, ao mesmo tempo,
evitar adorar a criação? (Rm 1:25)
3. Apesar da devastação do pecado ao longo dos milénios, a beleza e a majestade
originais do “muito bom" ainda se manifestam e falam conosco
sobre a bondade e o poder de Deus?
««ttvtdod»» d» 1. S*i v*r* Doo» <om u * «Jo*á>l©, poH EWê o nosso Criado« i . Tudo* a
fMvled'.' o lêUnfrj tu 4 multo bom A e r ^ à o u*o oromru longo» pariodo» d* avolutía 1. Po»qu# no» ttk w b tè
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Hetxeus mensagem pata os ultunos du»
Manaus
Porto
Velho
Tabela do pôr do sol
1° Trimestre de 2022
Belém Santarém Fortaleza Recife Salvador Vitória
31 dez 18h11 18h32 18h20 17h46 17h43 17h36 17H59 18h22
7jan 18h14 18h35 18h23 17h49 17h46 17h39 18h02 18h25
14 jan 18h17 18h37 18h26 17h52 17h49 17h41 18h04 18h25
21 jan 18h19 18h38 18h28 17h53 17h51 17h43 18h05 18h26
28 jan 18h20 18h39 18h29 17h55 17h52 17h43 18h05 18h25
4 fev 18h21 18h39 18h31 17h56 17h53 17h43 18h04 18h23
11 fev 18h21 18h38 18h31 17h56 17h53 17h42 18h02 18h20
18 fev 18h20 18h37 18h31 17h55 17h52 17h41 18h00 18h16
25 fev 18h19 18h34 18h29 17h54 17h51 17h38 17H57 18h11
4 mar 18h17 18h31 18h28 17h52 17h49 17h35 17h53 18h05
11 mar 18h14 18h28 18h26 17h50 17h46 17h32 17h49 17h59
18 mar 18h12 18h24 18h24 17h48 17h44 17h28 17h44 17h53
25 mar 18h09 18h20 18h22 17h46 17h41 17h25 17h40 17h47
Cuiabá
Brasília
Campo
Grande
Belo
Horizonte
Rio de
janeiro
São Paulo
Curitiba
Porto
Alegre
31 dez 18h20 18h41 18h19 18h32 18h38 18h55 19h09 19h28
7 jan 18h23 18h43 18h20 18h34 18h40 18h57 19H10 19h29
14 jan 18h24 18h44 18h22 18h35 18h41 18h57 19h11 19h29
21 jan 18h25 18h45 18h22 18h36 18h41 18h57 19h10 19h28
28 jan 18h24 18h45 18h20 18h35 18h40 18h55 19h08 19h25
4 fev 18h23 18h44 18h19 18h33 18h38 18h52 19h06 19h22
11 fev 18h20 18h42 18M6 18h31 18h34 18h48 19h02 19h17
18 fev 18h17 18h39 18h12 18h27 18h30 18h44 18h57 19h11
25 fev 18h13 18h35 18h07 18h23 18h25 18h38 18h52 19h04
4 mar 18h07 18h31 18h01 18h17 18h18 18h31 18h44 18h55
11 mar 18h02 18h26 17h55 18h11 18h12 18h25 18h37 18h47
18 mar 17h57 18h21 17h49 18h05 18h05 18h18 18h30 18h38
25 mar 17hS2 18h16 17h43 17h59 17h59 18h11 18h23 18h30
Reflexão: M a is im portante d o que saber a hora exata d o início d o sá b a d o é ter a
consciência de que a verdadeira santificação d e sse dia deve com eçar no princípio
de cada sem ana. V iva cada m om e n to preparando o coração para o dia d o Senhor.
Você pode obter o horário do pôr do sol específico de sua cidade nos seguintes sites: www.cptec.inpe.br/;
www.accuweather.com/default.aspx; www.timeanddate.fasterreader.eu/pages/pt/sunrlse-calc-pt.html;
www.floridaconference.com/lnfo/sunset.