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2022.1 LES. Hebreus

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UMA VIAGEM DE DESCOBRIMENTO ATRAVÉS DA BÍBLIA

Dezembro 25 □ Apocalipse 3

26 □ Apocalipse 4

27 □ Apocalipse 5

28 □ Apocalipse 6

29 □ Apocalipse?

30 □ Apocalipse 8

31 □ Apocalipse 9

janeiro 1" □ Apocalipse 10

2 □ Apocalipse 11

3 □ Apocalipse 12

4 □ Apocalipse 13

5 □ Apocalipse 14

6 □ Apocalipse 15

7 □ Apocalipse 16

8 □ Apocalipse 17

9 □ Apocalipse 18

10 □ Apocalipse 19

11 □ Apocalipse 20

12 □ Apocalipse 21

13 □ Apocalipse 22

14 □ Gênesis 1

15 □ Gênesis 2

16 □ Gênesis 3

17 □ Gênesis 4

18 □ Gênesis 5

19 □ Gênesis 6

20 □ Gênesis 7

21 □ Gênesis 8

22 □ Gênesis 9

23 □ Gênesis 10

24 □ Gênesis 11

25 □ Gênesis 12

26 □ Génesis 13

27 □ Génesis 14

28 □ Gênesis 15

29 □ Génesis 16

30 □ Gênesis 17

31 □ Génesis 18

Fevereiro 1“ □ Gênesis 19

2 □ Gênesis 20

3 □ Gênesis 21

4 □ Gênesis 22

5 □ Génesis 23

6 □ Génesis 24

7 □ Gênesis 25

8 □ Génesis 26

9 □ Gênesis 27

10 □ Gênesis 28

11 □ Gênesis 29

12 □ Gênesis 30

13 □ Gênesis 31

14 □ Gênesis 32

15 □ Gênesis 33

16 □ Gênesis 34 10 □ Êxodo 6

17 □ Gênesis 35 11 □ Exodo7

18 □ Gênesis 36 12 □ Êxodo 8

19 □ Gênesis 37 11 □ Êxodo 9

20 O Gênesis 38 14 □ Êxodo 10

21 □ Gênesis 39 15 □ Êxodo 11

22 □ Gênesis 40 16 □ Êxodo 12

23 □ Gênesis 41 17 □ Êxodo 13

24 □ Gênesis 42 18 □ Êxodo 14

25 □ Gênesis 43 19 □ Êxodo 15

26 □ Gênesis 44 20 □ Êxodo 16

27 □ Génesis 45 21 □ Êxodo 17

28 □ Gênesis 46 22 □ Êxodo 18

1* □ Gênesis 47 23 □ Êxodo 19

2 □ Gênesis 48 24 □ (xodo 20

3 □ Gênesis 49 25 □ Exodo 21

4 □ Gênesis 50

5 □ Êxodo 1

6 □ Êxodo 2

7 □ Êxodo 3

8 □ Êxodo 4

9 □ Êxodo 5

'EuVou'

'EuVou'

'EuVou'

eu Vou"

e s t u d a r e a s s in a r a Lição

à E sc o la S a b a tin a e a o P G

com partilhar estudos bíblicos

ASSINATURA


ESCOLA SABATINA

JAN FEV MAR 2022

AIJIUJUS-PROFESSOR

Pubbraçâo trimestral - n* 507 - ISSN 14M-364X

H e b re u s

mensagem para os últimos dias

A Lição da Escola Sabatina dos Adultos é preparada

pelo Departamento da Escola Sabatina

e Ministério Pessoal da Associação Geral dos

Adventistas do Sétimo Dia.

20% das ofertas de cada sábado são dedicados

aos projetos missionários ao redor do mundo, incluindo

os projetos especiais da Escola Sabatina.

A Casa Publicadora Brasileira é a editora oficialmente

autorizada a traduzir, publicar e distribuir,

com exclusividade, em língua portuguesa, a Lição

da Escola Sabatina, para todas as faixas etárias,

sendo proibida a sua edição, alteração, modificação,

adaptação, tradução, reprodução ou publicação,

de forma total ou parcial, por qualquer pessoa ou

entidade, sem a prévia e expressa autorização por

escrito de seus legítimos proprietários e titulares.

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução

total ou parcial, por quaisquer meios, sejam

impressos, eletrônicos, fotográficos ou sonoros,

entre outros, sem prévia autorização por esorto

da editora.

ÍNDICE

1. A carta aos hebreus e a nós........................8

2. A mensagem de Hebreus......................... 20

3.0 Filho prometido...................................31

4. jesus, nosso Irmão fiel............................. 43

5. Jesus, o Doador do descanso..................... 54

6. Jesus, o Sacerdote fiel............................. 66

7. Jesus, a Âncora da alma............................ 77

8. Jesus, o Mediador da nova aliança.............. 89

9. Jesus, o sacrifício perfeito....................... 100

10.0 caminho através do véu....................... 112

11. Jesus, Autor e Consumador da fé................ 123

12. Recebendo um reino inabalável.................135

13. Permaneça o amor fraternal.................... 146

A u t« : Felix H Cortez-Vaües

Aulot do Auxihar do Professor

Erhard Gailos

Tradutor» Fernanda Andrade

Editor André O live« Santos

Revisoras, losiéli Nóbrega t Adriana Teixeira

Projeto Grafito e Capa

André Rodrigues e Eduardo Olszewski

Program ado Visual: lew Gruber

iluftratto de Capa Thogo Lobo

Ilustrações Internas Marta Irokawa

Serviço de Atendimento ao CWnte

(IS) 3205-8888

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Oiretoi-Gerat )osé Carlos de Uma

Diietoi Financeiro; Uilson Garoa

Redator-Chefr

Marcos Oe Benedicto

Gerente de Produçlo

Reisner Martins

Chef* de Arte: Marcelo de Souza

Gerente de Vendas;

loào Vicente Pereyra

Esta lição pertence a :_________________________________

Igreja:________________________________ Fone:


ÊNFASES ESTRATÉGICAS

PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA

Divisão Sul-Americana, 2021-2025

Vivemos em uma época de rápidas mudanças. Um tempo em que a tecnologia, a informação

e o conhecimento se tornaram os recursos mais importantes das organizações.

Nesse contexto, como igreja devemos ser fiéis aos princípios bíblicos que nos guiaram no

passado e que continuarão nos guiando até a gloriosa manifestação de Jesus.

Dessa maneira, a Divisão Sul-Americana definiu quatro ênfases fundamentais para

nosso trabalho que nos guiarão nos próximos quatros anos. São quatros aspectos que

devem ser considerados importantes e relevantes em tudo que fazemos na igreja. Quatro

ênfases estratégicas que podem fazer a diferença na vida da igreja e/ou em qualquer

esforço evangelístico que tenhamos que realizar. São quatro ênfases concentradas no

membro da igreja e na igreja local. Essas ênfases são as seguintes:

I a Escola Sabatina e Pequenos Grupos. 0 objetivo é que todos os nossos membros participem

ativamente de uma Unidade de Ação da Escola Sabatina e de um Pequeno Grupo,

no sábado e durante a semana. Nenhum adventista pode deixar de ser membro de uma

Unidade de Ação e deixar de participar de todas as suas atividades básicas: oração, estudo

da Bíblia através da Lição da Escola Sabatina e trabalho missionário.

2a Estudos Bíblicos. Nesta ênfase, pretende-se comprometer e envolver cada adventista

para que seja um verdadeiro missionário. Assim, cada adventista deverá permanentemente

buscar e atender os interessados com estudos bíblicos, que podem ser presenciais ou digitais.

A igreja produziu e disponibilizou uma quantidade considerável de estudos bíblicos

para esse fim.

3á Novas Gerações. Seu propósito é integrar, cuidar das novas gerações e desafiá-las para

um maior compromisso com Deus, a igreja e o trabalho missionário.

4a Ancionato. Ninguém pode ignorar que a liderança é um fator-chave na vida da igreja.

Por isso, precisamos intensificar a liderança espiritual e missionária do ancionato. Enquanto

tivermos uma liderança espiritual forte e com foco na missão da igreja, poderemos ter um

povo preparado para o encontro com o Senhor.

K l

Hebreus: mensagem para os últimos dias


N O SSASCREN ÇA S

28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia

O s adventfstds d o sétimo dia aceitam a Bíblia com o seu único credo e acreditam que

certas crenças fundamentais sejam ensinamentos das Escrituras Sagradas. Essas crenças

constituem o entendimento da Igreja e sua expressão desses ensinamentos. Com o referência,

apresentamos a seguir um resumo dessas crenças. Uma versão completa pode ser

encontrada em www.adventist.org/pt/crencas.

O o O r. , o

As Escrituras Sagradas A Trindade OPai 0 Filho

O O O O

0 Espirito Santo A Criação

A Natureza da

Humanidade

0 Grande Conflito

o ’ © ©

Vida, Morte e

Ressurreição de Cristo

A Experiência

da Salvação

Crescimento em Cristo

A Igreja

© --------------- O © ©

0 Remanescente

e sua Missão

^

Unidade no Corpo

de Cristo

| 0 Batismo A Ceia do Senhor

O <D| © ©

Dons a Ministérios

Espirituais

0 Dom de Profecia A Lei da Deus 0 Sábado

O © © ; ^

Mordomia

Conduta Cristã

O Casamento

a a Família

■ > * m - ©

0 Ministério da Cristo

| no Santuário Celestial

rfj r.

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O

O à s f *

O

A Segunda Vinda

da Cristo

Morta a Ressurreição

O Milénio

a o Fim do Parado i

A Nova Terra

Fortaleça sua vida por maio do astudo da Palavra da Deus:

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Mn • Fev a Mar 2022 I5|


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Comunhão diária para ioda a família

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Em 2022. você lerá o oporlunidode de

'conhecer melhor Jesus Crislo, também

ham ado de "Carregador de Fardos",

CGrande Artista Mestre , "M a io r de

Todos os Missionários", ' Am igo dos

Desam parados", "Poderoso M é d ic o

a Alma", "G rande Remédio Contra

Pecado", "Centro de Toda Verdadeira

outrina", entre outros nomes.

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I6| Hebreus: mensagem para os últimos dias


In tro d u ção

Hebreus: mensagem

para os últimos dias

Um jovem ficou impressionado com uma pintura do rosto de uma moça.

O que mais o atraiu foram os olhos dela. Anos depois, o pintor, Arnold

Jim énez, revelou ao jovem que o segredo estava nas pupilas da mulher,

que refletiam o que ela estava olhando: Jesus na cruz.

A descrição de Jesus em Hebreus exerce atração semelhante. Primeiro,

ele é o Governante do Universo, entronizado à direita de Deus. Anjos

O celebram, adoram e servem (Hb 1:5-14; 12:22-24). Ele conquistou o direito

de governar, pois, por Sua própria morte garantiu a destruição do diabo

(Hb 2:14-16). Jesus também é o Sumo Sacerdote. Sem pecado e santo, Ele vive

sempre para m inistrar em nosso favor no santuário celestial (Hb 7:26-8:5).

Ele ganhou o direito a isso porque Se ofereceu como sacrifício perfeito, uma

vez por todas, eficaz para todos e para sempre (Hb 10:1-14). Jesus tam ­

bém mediou uma nova aliança, eterna, entre Deus e Seu povo (Hb 8:6-13).

No caso de Jesus, o que cativa os leitores não é simplesmente o que Ele

fez, mas quem Ele é. Ele nasceu de uma mulher, como nós, e foi tentado e

ridicularizado, como nós. Contudo, Ele está no centro do poder no Universo.

Quando contemplamos a cena celestial, com seus fantásticos seres celestiais,

nossos olhos são atraídos para Aquele que está no centro de tudo, que,

por incrível que pareça, Se assemelha a nós porque Se tornou um de nós.

Jesus, nosso Irmão, está no Céu, nos representando, apesar de nosso pecado.

Em Cristo, vemos três dimensões da redenção: 1. A dimensão local, pessoal.

Para os aflitos (Hb 10:32-34), Ele é o Autor e Consumador da fé. Eles

devem olhar para Aquele que sofreu oposição dos pecadores (Hb 12:1-4);

2. A dimensão nacional, coletiva. Para os que seguem rumo à terra prometida,

Jesus é o novo Josué. É preciso segui-Lo (Hb 3 ,4 ,1 1 ,1 2 ); 3. A dimensão

universal. Jesus é o novo Adão, o Filho do Homem, em quem se

cumprem os propósitos de Deus para a humanidade (Hb 2:5-10; 12:22-28).

O retrato de Jesus e Seu amor é o tema deste trimestre. Assim como a

imagem de Cristo nos olhos da pintura atraiu o jovem, que a imagem de

Jesus em Hebreus atraia nosso olhar e admiração pelo nosso Irmão no Céu.

Félix H. Cortez-Valles é professor na Andrews University.

Notas do editor:

1. As alternativas de múltipla escolha, que aparecem em algumas perguntas da Lição, são elaboradas para dinamizar e

facilitar o estudo. A lição de sexta-feira traz respostas para essas questões. As respostas não excluem a possibilidade

de Interpretações diferentes em pontos para os quais não há uma clara definição bíblica nem uma posição da Igreja.

2. A versão bíblica adotada nesta Lição é a Nova Almeida Atualizada. Outras versões utilizadas são identificadas

como segue: ARA - Almeida Revista e Atualizada; ARC - Almeida Revista e Corrigida no Brasil, NVI - Nova Versão

Internacional; NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

jan • Fev • Mar 2022 17 1


Lição

A carta aos

hebreus e a nós

V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "Vocês

precisam perseverar, para que, havendo

feito a vontade de Deus, alcancem a

prom essa" (Hb 10:36).

Leituras da semana: Hb 2:3,4;

1Pe 4:14,16; Hb 13:1-9,13; 1Rs 19:1-18;

Hb 3:12-14; Nm 13

A no Bíblico: Ap 10,11

|á imaginou como seria ouvir Jesu s, ou um dos apóstolos, pregar? Te-

I mos trechos escritos e resum os de alguns de seus serm ões, mas esses

textos apresentam apenas uma ideia lim itada do que foi dito. No entanto,

Deus preservou nas Escrituras pelo m enos um serm ão completo: a carta

de Paulo aos hebreus.

Paulo, autor de Hebreus, referiu-se à própria obra como “palavra de

exortação” (Hb 13:22). Essa expressão era usada para identificar o sermão,

tanto na sinagoga (At 13:15) quanto no culto cristão (lTm 4:13). Assim,

argum enta-se que a carta aos hebreus é o prim eiro “serm ão cristão com ­

pleto” que tem os. Essa carta foi dirigida aos crentes que aceitaram Jesu s,

mas depois passaram por dificuldades. Alguns foram insultados e perseguidos

publicam ente (Hb 10:32-34), e outros enfrentaram problemas financeiros

(Hb 13:5, 6). Por isso, m uitos estavam cansados e com eçaram a

questionar sua fé (Hb 3 :1 2 ,1 3 ). Alguém no presente se identifica com eles?

Em um serm ão com ovente, o apóstolo os desafiou (e, por extensão, nos

desafia) a perseverar na fé em Jesu s e fixar os olhos Naquele que está agora

no santuário celestial.

I8| Hebreus: mensagem para os últimos dias


D o m in g o , 2 6 de dezem bro

Um começo glorioso

Ano Bíblico: Ap 12-14

Para compreender o sermão e aplicar sua mensagem a nós mesmos,

precisamos entender a história da congregação e sua situação quando

recebeu a carta do apóstolo Paulo.

1. Leia Hebreus 2:3, 4. Qual foi a experiência dos primeiros leitores de

Hebreus quando se converteram?

Essa passagem indica que a audiência de Hebreus não tinha ouvido o

próprio Jesus pregar. Eles receberam o evangelho por meio de outros evangelistas

que lhes anunciaram as boas-novas da salvação.

Paulo também disse que os evangelistas confirmaram a mensagem a

eles e que o próprio Deus havia testemunhado “por meio de sinais, prodígios”

e “vários milagres”. Isso significa que Deus providenciou a confirmação

do evangelho por sinais e obras poderosas - entre elas a distribuição

dos dons do Espírito Santo. O Novo Testamento (NT) relata que sinais,

como curas milagrosas, exorcismos e o derramamento de dons espirituais

com frequência acompanhavam a pregação do evangelho.

No início da igreja, Deus derramou Seu Espírito sobre os apóstolos em

Jerusalém para que anunciassem o evangelho em idiomas desconhecidos

e fizessem milagres (At 2; 3). Felipe realizou maravilhas em Samaria

(At 8), Pedro em Jope e Cesareia (At 9; 10), e Paulo em seu ministério na

Ásia Menor e na Europa (At 13-28). Essas ações confirmaram a mensagem

de salvação - o estabelecimento do reino de Deus, a salvação da condenação

e a libertação do poder do mal (Hb 12:25-29).

O Espírito deu aos primeiros crentes a convicção de que seus pecados

haviam sido perdoados; assim, não temiam o juízo e, como resultado,

suas orações eram ousadas e confiantes, e sua experiência religiosa, alegre

(At 2:37-47). O Espírito também libertou os escravizados pelo mal,

o que era evidência convincente da superioridade do poder divino sobre

as forças malignas e revelava que o reino de Deus havia sido estabelecido

na vida deles.

Qual é a história de sua conversão? De que maneira você foi confirmado na fé e na crença

em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor? Faz bem lembrar como Deus trabalhou

em sua vida para trazê-lo a Ele?

Jan • Fev • Mar 2022

|9|


Segunda, 27 de dezem bro

A luta

Ano Bíblico: Ap 15-17

Quando os crentes confessaram sua fé em Cristo e se uniram à igreja,

estabeleceram uma marca divisória que os distinguia do restante da

sociedade. Infelizmente, isso se tornou uma fonte de conflito, porque

implicitamente emitia um julgamento negativo sobre sua comunidade e

seus valores.

2. Leia Hebreus 10:32-34 e 13:3. Qual foi a experiência dos leitores da carta

de Hebreus após sua experiência de conversão?

É muito provável que os leitores de Hebreus tenham sofrido ataques

verbais e físicos nas mãos de turbas incitadas por oponentes (At 16:19-22;

17:1-9). Foram presos e é possível que também tenham sido espancados,

pois os oficiais tinham poder de autorizar punições e encarceramento,

muitas vezes sem seguir as normas judiciais adequadas, enquanto reuniam

evidências (At 16:22, 23).

3. Leia Hebreus 11:24-26 e 1 Pedro 4:14,16. Como as experiências de M oisés

e dos leitores de 1 Pedro ajudam a entender por que os cristãos eram perseguidos?

“Ser desprezado por causa de Cristo” significava identificar-se com

Cristo e suportar a vergonha e o abuso que essa associação implicava.

A animosidade pública contra os cristãos era resultado de seus compromissos

religiosos distintos. Pessoas podem ficar ofendidas por práticas

religiosas que não entendem ou por aqueles cujo estilo de vida e moral

podem fazer outros se sentirem culpados ou envergonhados. Em meados

do primeiro século d.C, Tácito considerou os cristãos culpados de "ódio

contra a humanidade" (Alfred J. Church e William J. Brodribb, trad., The

Complete Works ofTacitus [Nova York: The Modem Library, 1942], Armais

15.44.1). Não importa qual tenha sido a razão para essa falsa acusação,

muitos dos primeiros cristãos, como aqueles a quem Paulo escreveu a carta

aos hebreus, sofriam por sua fé.

Todos sofrem. No entanto, o que significa sofrer por causa de Cristo? Quanto do nosso

sofrimento é por causa de Cristo e quanto é causado peias nossas próprias escolhas?

I101

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 2 8 de d e ze m b ro

Mal-estar

Ano Bíblico: Ap 18,19

Os leitores de Hebreus tiveram êxito em manter sua fé e compromisso

com Cristo, apesar da rejeição e perseguição. O conflito, no entanto,

cobrou seu preço. Eles lutaram e saíram vitoriosos, mas também cansados.

4. Leia Hebreus 2:18; 3:12,13; 4:15; 10:25; 12:3,12,13; 13:1-9,13. Quais foram

alguns dos desafios que os crentes enfrentaram?

Os cristãos continuaram a ter dificuldades. Ataques verbais e provavelmente

outros tipos de ataques contra sua honra continuaram a ocorrer

(Hb 13:13). Alguns estavam na prisão (Hb 13:3) - algo que pode ter esgotado

a igreja financeira e psicologicamente. Estavam cansados (Hb 12:12,13)

e podiam facilmente desanimar (Hb 12:3).

Passado o ânimo da vitória, é comum entre as pessoas e comunidades

que as defesas psicológicas e de outros tipos sejam afrouxadas e se tornem

mais vulneráveis ao contra-ataque de inimigos. Fica mais difícil reunir

uma segunda vez a força que uma pessoa ou comunidade mobilizou

para enfrentar uma ameaça iminente.

5. Leia 1 Reis 19:1-4.0 que aconteceu com Elias?

“No entanto, a reação que frequentemente se segue aos momentos de

muita fé e glorioso sucesso estava pressionando Elias. Ele temeu que a

reforma iniciada no Carmelo não fosse duradoura, e a depressão tomou

conta dele. Havia sido exaltado ao topo do Pisga; agora estava no vale. Enquanto

esteve sob a inspiração do Onipotente, ele havia resistido à mais

severa prova de fé; mas, naquele momento de desânimo, com a ameaça de

Jezabel ecoando em seus ouvidos e Satanás ainda aparentemente prevalecendo

mediante a trama dessa ímpia mulher, ele perdeu sua firmeza em

Deus. Havia sido grandemente exaltado, e a reação foi terrível. Esquecendo-se

de Deus, Elias fugia cada vez mais, até que se encontrou num árido

deserto, sozinho" (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 161,162).

Pense nas suas falhas na vida cristã e tente entenderas circunstâncias e os fatores que

contribuiram para o colapso. O que você poderia ter feito de diferente?

Jan- Fev* Mar 2022 |11|


Q u a rta , 2 9 de d e ze m b ro

Encorajando uns aos outros

Ano Bíblico. Ap 20-22

Oque o apóstolo aconselhou os leitores a fazer diante da situação que

enfrentavam? O que aprendemos com Hebreus? Além disso, analisemos

como Deus ajudou Elias a se recuperar da experiência de desânimo.

6. Leia 1 Reis 19:5-18.0 que Deus fez para restaurar a fé do profeta Elias?

O modo como Deus tratou Elias depois do evento no Carmelo é fascinante,

pois m ostra o terno cuidado e a sabedoria com que Ele m inistra aos

angustiados, que lutam para recuperar a fé. O Senhor fez várias coisas por

Elias. Primeiro, cuidou de suas necessidades físicas, dando-lhe comida e

descanso. Então, na caverna, gentilmente o reprovou: “O que você está fazendo

aqui, Elias?” Assim, ajudou o profeta a obter uma compreensão mais

profunda de como o Senhor trabalha e cumpre Seus propósitos. Deus não

estava no vento, no terremoto nem no fogo, mas numa voz mansa e suave.

Então, deu a Elias uma obra a fazer e o tranquilizou.

7. Leia Hebreus 2:1; 3:12-14; 5:11-6:3 e 10:19-25.0 que Paulo sugeriu que os

crentes fizessem ?

Em Hebreus, há várias instruções do apóstolo aos leitores para ajudálos

a recuperar sua força e fé originais. Um aspecto que o autor enfatizou

é cuidar das necessidades físicas de seus irmãos na fé. Ele sugeriu que praticassem

hospitalidade e visitassem os presos, o que implicava prover às

suas necessidades. O apóstolo exortou os leitores a ser generosos, lembrando

que Deus não os abandonaria (Hb 13:1-6). Paulo também os reprovou

e encorajou. Ele os advertiu a não se afastarem gradualmente (Hb 2:1), a

não ter “um coração mau e descrente” (Hb 3:12) e os encorajou a crescer

em sua compreensão da fé (Hb 5 :1 1-6:3). Também comentou sobre a im ­

portância da frequência constante às reuniões da igreja (Hb 10:25). Em

resumo, sugeriu que permanecessem unidos, encorajando uns aos outros

e estimulando o amor e as boas obras, mas também exaltou Jesu s e Seu

ministério no santuário celestial em favor deles (Hb 8:1, 2; 12:1-4).

|12| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q u in ta , 30 de dezem bro

Estes últimos dias

Ano Bíblico: Repassar o Novo Testamento

8. Leia Hebreus 1:2; 9:26-28; 10:25,36-38 e 12:25-28. Que ponto Paulo enfatizou,

especialmente em relação ao tempo?

Há um elemento muito importante destacado pelo apóstolo que acrescenta

urgência à sua exortação: os leitores estavam vivendo nos “últimos

dias” (Hb 1:2) e as promessas estavam para se cumprir (Hb 10:36-38).

E interessante, como veremos, que em todo o documento Paulo comparou

sua audiência com a geração do deserto diante da fronteira de Canaã,

pronta para entrar na terra prometida. Ele os lembrou: “Porque, ainda dentro

de pouco tempo, Aquele que vem virá e não irá demorar" (Hb 10:37).

E então os encorajou: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a

perdição, mas somos da fé, para a preservação da alma” (Hb 10:39). Essa

última exortação lembrou aos leitores, e lembra a nós, sobre os perigos

que o povo de Deus tem experimentado através da história pouco antes

do cumprimento das promessas divinas.

O livro de Números fala exatamente disso. O registro bíblico diz que

duas vezes, pouco antes de entrar na terra prometida, Israel sofreu derrotas

importantes. Na primeira vez, registrada em Números 13 e 14, vários

líderes espalharam dúvidas entre a congregação, o que fez com que a

fé do povo de Israel falhasse. Como resultado, a comunidade decidiu nomear

um novo líder e retornar ao Egito, bem no momento em que estavam

prestes a entrar em Canaã.

Na segunda vez, os israelitas se envolveram com a sensualidade e^a falsa

adoração em Baal Peor (Nm 24; 25). Embora Balaão não tivesse sido capaz

de trazer maldição sobre os israelitas, Satanás usou tentações sexuais

para liderar Israel na adoração falsa e no pecado, e assim trazer o desagrado

de Deus sobre eles.

O apóstolo avisou os leitores de Hebreus contra os dois perigos. Primeiro,

ele os exortou a apegar-se à confissão de sua fé e a manter os olhos

fixos em Jesus (Hb 4:14; 10:23; 12:1-4). Em segundo lugar, os exortou contra

a imoralidade e a cobiça (Hb 13:4-6). Finalmente, os exortou a dar ouvidos

e a obedecer a seus líderes (Hb 13:7,17).

Tendo em vista nossa compreensão do estado dos mortos, de que assim que fecharm

os nossos olhos na morte, a próxima coisa que veremos será a segunda vinda de

Cristo, por que podem os dizer que todos vivem nos "últimos dias''’?

Jan• Fev» M a r2022 1131


Sexta, 31 de d e ze m b ro

Estudo adicional

A n o Bíblico: V ista geral de to d a a Bíblia

David A. de Silva explica por que os primeiros cristãos sofriam perseguição:

“Os cristãos adotaram um estilo de vida que [...] teria sido

considerado antissocial e subversivo. A lealdade aos deuses, expressa nos

sacrifícios e atos semelhantes, era vista como símbolo de lealdade ao estado,

às autoridades, aos amigos e à família. A adoração às divindades era

uma espécie de símbolo da dedicação aos relacionamentos que mantinham

a sociedade estável e próspera. Ao se absterem do primeiro, cristãos (e judeus)

eram vistos como potenciais violadores das leis e [como] elementos

subversivos do império” (Perseverancein Gratitude [Eerdmans, 2000], p. 12).

“Para quem está desanimado, há um remédio que funciona: fé, oração e

trabalho. Fé e atividade darão segurança e satisfação que vão aumentar dia

após dia. Você é tentado a dar lugar a sentimentos de ansiedade ou de profundo

desânimo? Nos dias mais escuros, quando tudo parece ameaçador,

não tenha medo. Tenha fé em Deus. Ele conhece suas necessidades; Ele possui

todo o poder. Seu infinito amor e Sua compaixão jamais acabam. Não

tema pensando que Ele falhará em cumprir Sua promessa. Ele é verdade

eterna. Jamais mudará a aliança que fez com os que O amam. Ele capacitará

Seus servos fiéis de acordo com as necessidades deles. O apóstolo Paulo

testificou [...]” (2Co 12:9,10; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 164,165).

Perguntas para consideração

1. É possível ser “diferente” e ainda não ser desrespeitoso com os outros?

2. A palavra “exortação” na Bíblia pode se referir tanto à reprovação quanto

ao encorajamento. Que cuidado devemos ter ao reprovar alguém desanimado

na fé?

3. Que semelhanças há entre a experiência dos leitores de Hebreus e a da

igreja de Laodiceia (Ap 3:14-22)? Nossa experiência se assemelha à deles?

O que aprendemos com isso?

Respostas e atividades da semana: 1. Deus os confirmou por meio de sinais e prodígios. 2. Sofreram insultos, problemas

financeiros, maus-tratos e prisões. 3. Os cristãos andavam na contramão do mundo, pois não acompanhavam

seus costumes. Como Moisés, preferiam ser maltratados a usufruir prazeres transitórios do pecado. 4. Prisões,

insultos, problemas financeiros e desânimo. 5. Jezabel o sentenciou à morte. Ele se sentiu desanimado na fé.

6. Deus o alimentou, o fez descansar e depois mostrou a ele Seus planos. 7. Que fossem hospitaleiros, visitassem

os presos, não deixassem de se reunir e encorajassem uns aos outros. 8. Que estamos vivendo nos últimos dias, em

que a volta de jesus é iminente.

NOTA DO EDITOR

A Casa Publicadora Brasileira está lançando uma nova edição dos livros de Ellen O. White com linguagem

atualizada. Nessa nova edição houve mudança no título dos capítulos, bem como na numeração das páginas.

Para facilitar a localização das citações das novas edições, elas apresentam dois números de páginas:

1. No rodapé está a numeração da nova edição; 2. Na margem está a numeração das páginas das edições anteriores.

A Lição da Escola Sabatina do primeiro trimestre de 2022 citará o número de página das edições

anteriores. Os títulos de capítulos mencionados no Estudo Adicional já estão atualizados. Nos próximos trimestres,

atualizaremos tanto o texto quanto a paginação.

H4| Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇA01

A carta aos hebreus e a nós

T E X T O S -C H A V E S : Hb 2:3,4; IP e 4:14,16; Hb 13:1-9,13; lR s 19:1-18; Hb 3:12-14; Nm 13

ESBOÇO

O livro de Hebreus foi originalmente lido e recebido pela igreja cristã primitiva como

uma carta do apóstolo Paulo. A inclusão de Hebreus entre as epístolas paulinas nos manuscritos

gregos sugere que ele seja seu autor. Nos primeiros manuscritos ainda existentes,

datados em torno de 200 d.C., Hebreus está logo após a epístola de Paulo aos romanos.

No presente, Hebreus está antes das epístolas gerais do Novo Testamento (NT): Tiago;

1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João e Judas.

Hebreus não começa conforme o padrão das cartas (veja Hb 1:1-3). O livro não tem

o nom e de Paulo, nem os destinatários específicos, as saudações, tam pouco a ação

de graças (compare com Fp 1:1-11), porém termina na forma de uma carta. O autor,

apontad o por Ellen G. W hite com o Paulo, dá instruções pertinentes a o s se u s leitores:

“Irmãos, peço que escutem com paciência esta palavra de exortação" (Hb 13:22).

Ele também saúda a igreja, assim como os seus líderes: “Saúdem todos os seus líderes,

bem como todos os santos" (Hb 13:24). Na conclusão, despede-se com votos: “A graça e s­

teja com todos vocês“ (Hb 13:25). Portanto, à luz dessas diferenças, pode-se dizer que

Hebreus é uma epístola um tanto incomum.

Temas da lição

A lição desta sem ana enfatiza três pontos: o “gênero" da epístola, seu público e os

“últim os dias".

COMENTÁRIO

O gênero de Hebreus

O estilo de Hebreus foi identificado como uma homilia ou sermão cristão. Quais são

as razões textuais para se considerar Hebreus um serm ão?

Primeiro, Paulo caracteriza sua obra como uma “palavra de exortação" (Hb 13:22), que

é mais bem entendida como um discurso oral. Durante sua primeira viagem missionária,

Paulo e Barnabé foram à sinagoga no sábado em Antioquia da Pisídia. Os líderes da sinagoga

lhes perguntaram se tinham “algum a palavra de exortação ao povo" (At 13:15, ARA).

Paulo se levantou e fez o serm ão evangelístico, registrado em Atos 13:16-41.

Em segundo lugar, o livro de Hebreus usa pronom es relacionados à primeira pessoa do

plural (nós/nosso), o que permite que o falante se identifique com seu público ao m esm o

tem po em que afirma sua autoridade.

|an • Fev • Mar 2022

|1S|


Terceiro, há várias referências a falar e ouvir, em vez de escrever e ler, características

da com posição paulina em outras obras. Considere os seguintes exemplos: “[...] sobre o

qual estam os falando" (Hb 2:5); “A esse respeito temos muitas coisas a dizer, coisas difíceis

de explicar, porque vocês ficaram com preguiça de ouvir" (Hb 5:11); “Ainda que falemos

desta maneira" (Hb 6:9); “Ora, o essencial das coisas que estam os dizendo é" (Hb 8:1);

“E que mais direi?" (Hb 11:32; ênfases acrescentadas).

Quarto, há uma alternância habilidosa entre explanação e exortação em Hebreus, üm

orador do período greco-romano usaria esse padrão para enfatizar seus pontos sem perder

a atenção do ouvinte. Esse recurso da oratória nos ajuda a identificar prontamente os padrões

de alternância nessa obra. Assim, observam os que a explanação de Hebreus 1 leva

diretamente à exortação de Hebreus 2:1-4. O argumento de Hebreus 2:5-18 se transforma

imediatamente em uma aplicação em Hebreus 3:1. A discussão de Hebreus 3:2-6 é enfatizada

pela palavra “portanto” (Hb 3:1, NVI), que, por sua vez, direciona à exortação de Hebreus

3:7-13. Então, a exposição de Hebreus 3:14-19 é aplicada em Hebreus 4:1, enquanto a exposição

de Hebreus 4:2-10 culmina na exposição de Hebreus 4:11-16, etc. (para mais informações

sobre a alternância entre exposição e exortação em Hebreus, ver: Donald A. Hagner,

Encountering the Book ofHebrews:An Exposition, Encountering Biblical Studies [Baker, 2002], p. 28).

Quinto, a maneira pela qual Paulo introduz os temas fala em favor de uma forma oral

de discurso por meio da qual ele cria um efeito cumulativo. Esses temas são mais bem desenvolvidos

posteriormente. Por exemplo, a com unhão de Jesus com os seres humanos,

m encionada em Hebreus 2:14-18, torna-se temática em Hebreus 5:1-10. Sua fé, retratada

em Hebreus 3:1-6, é explicitada em Hebreus 12:1-3. Seu papel com o Sum o Sacerdote

(Hb 4:14; 5:1-10) é desenvolvido de maneira mais completa em Hebreus 7:1-9:28.

Em suma, ao considerarm os Hebreus com o uma “palavra de exortação”, a conclusão

parece inevitável: a epístola foi escrita, pelo m enos originalm ente, com o um sermão.

O s elem entos da carta que apoiam essa conclusão são: (1) o uso do pronom e da primeira

pessoa do plural, (2) as referências a ouvir e falar, (3) a alternância entre exposição e

exortação, bem com o (4) a maneira pela qual Paulo introduz os temas sutilm ente e mais

tarde os desenvolve.

Perguntas para reflexão: Onde mais na Bíblia, ou no NT, há serm ões registrados, e como

se com param a Hebreus, isto é, que elem entos têm em comum, e quais são as diferenças?

O público de Hebreus

A identidade precisa do público de Hebreus não é claramente revelada, pois o livro não

contém a introdução padrão de escrita de cartas na qual o público era nomeado. O que se

pode dizer com certeza a partir do texto bíblico é que seus destinatários eram cristãos.

Essa conclusão parece ser clara a partir do apelo de Paulo para que se apegassem à sua

confissão: “Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, com o grande Sum o Sacerdote que adentrou

os Céus, conservem os firm es a nossa confissão” (Hb 4:14; veja tam bém Hb 10:23).

Se os destinatários eram cristãos judeus, cristãos gentios ou um público m isto é um assunto

bastante discutido. A epístola não m enciona nem judeus nem cristãos, tam pouco a

circuncisão ou o tem plo (não deve ser confundido com santo, traduzido com o “santuário",

|16|

Hebreus: mensagem para os últimos dias


ou tenda, traduzida com o "tabernáculo"). Além disso, a epístola se abstém de referências

que causem divisão entre judeus e gentios. Esses fatos falam em favor de um público

misto. Assim , o título "aos hebreus" é uma conjectura antiga sobre os destinatários, independentem

ente de quem fossem, esse grupo importante era o “povo de Deus" (Hb 4:9).

A epistola foi dirigida a uma comunidade de cristãos que obviamente passou por pelo

m enos uma experiência de três fases.

A primeira fase foi caracterizada pela evangelização, realizada por aqueles que foram

testem unhas oculares e auditivas de Cristo (Hb 2:3). Essa fase foi acompanhada por sinais

dados por Deus, milagres e a distribuição do Espírito Santo (Hb 2:4). Aqueles que se tornaram

cristãos durante esse período foram “iluminados", “provaram o dom celestial", "se tornaram

participantes do Espírito Santo" e “provaram a boa palavra de Deus e os poderes do

m undo vindouro” (Hb 6:4,5). Por meio dessas experiências, a comunidade desenvolveu sua

identidade de grupo e se destacou do mundo exterior.

A segunda fase foi caracterizada pela perseguição de fora da comunidade, enquanto

os de dentro m ostravam solidariedade entre si (Hb 10:32, 33). A perseguição se tornou

terrivelmente feroz. Ainda assim, Paulo se lembrou de que eles “aceitaram com alegria

a espoliação dos seus bens” (Hb 10:34). Essa perseguição cruel por um longo período de

tem po poderia levar à fadiga, dúvidas e mal-estar.

Essa condição parece ter sido o problema na terceira fase. Foi por isso que Paulo fez um

serm ão tão eloquente. Ele desejava encorajar, exortar e alertar seu público. Advertiu-o a

não se desviar (Hb 2:1), pois desejava que ninguém se afastasse do Deus vivo (Hb 3:12), e

“a fim de que ninguém caia, segundo aquele exemplo de desobediência" (Hb 4:11), como

a geração do Êxodo. O apóstolo encorajou seu público a progredir em vez de regredir. No

entanto, percebeu que os membros de sua audiência “passaram a ter necessidade de leite

e não de alimento sólido" (Hb 5:12). Além disso, seus destinatários estavam deixando de

se congregar, “com o [era] costume de alguns" (Hb 10:25). Paulo os exortou a não abandonar

sua confiança, “porque ela tem grande recompensa" (Hb 10:35).

Em resumo, pode-se concluir que o público de Hebreus era formado por cristãos que passaram

pelas fases de evangelismo entusiástico, depois perseguição feroz e, por fim, estavam

tão cansados e desanim ados que Paulo temeu por sua salvação eterna. Essa experiência

de exaustão espiritual e desânim o foi a razão de o apóstolo proferir esse sermão enérgico.

Perguntas para reflexão: Pense no ciclo de vida da sua igreja. Analise onde você está

em sua jornada com Deus em comparação com a audiência de Hebreus. Você estaria disposto

a sofrer a ponto de aceitar com alegria o saque de seus bens? Cristo observou que

a igreja em Éfeso havia perdido seu primeiro amor (Ap 2:4). Observação sem elhante pode

ser feita da audiência de Hebreus, cujo ardor espiritual diminuiu à medida que seu sofrim

ento se intensificou. Quais são as consequências de tal perda?

“Nestes últimos dias”

A palavra final e decisiva de Deus à hum anidade veio por meio de Jesus, o Filho, “nestes

últimos dias" (Hb 1:1,2). Esses "últim os dias" tiveram inicio com a encarnação de Cristo

e findarão com Sua segunda vinda, quando Seus inim igos se tornarão “estrado" dos Seus

|an • Fev • Mar 2022 1171


pés (Hb 1:13). Deus não apenas falou por meio das palavras de Jesus "nestes últim os dias",

mas também por meio de Suas açòes, especialmente Sua morte, ressurreição e exaltação.

É por isso que o conselho tanto ao público de Hebreus quanto a nós é que "nos apeguem os,

com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviem os" (Hb 2:1).

Pergunta para reflexão: O que a metáfora náutica de Hebreus 2:1 diz sobre “estarm os

à deriva" [ou nos desviarm os]?

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Quando Beethoven tinha 5 anos, tocava violino instruído por seu paí. A os 13, era organista

de concerto. Na casa dos 20 anos, estudou com m úsicos renom ados, com o Haydn

e Mozart. Conform e Beethoven desenvolvia suas habilidades, tornou-se um com p o sitor

prolífico. Seu entusiasm o pela música produziu várias sinfonias majestosas, m uitos

concertos para piano e num erosas peças de música de câmara. Seu am or pela m úsica

o im pulsionou cada vez mais em suas realizações musicais. No entanto, ele passou por

dificuldades. Ainda por volta dos 20 anos, começou a perder a audição. Q uando chegou

aos 50, Beethoven estava com pletam ente surdo. Im agine o que isso sign ificou para

ele com o músico!

Coloque-se no lugar do público de Hebreus. No auge do seu entusiasm o cristão, ocorreu

um desastre inesperado. Como você reagiria ao serm ão do apóstolo?

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118]

Hebreus: mensagem para os últimos dias


A mensagem

de Hebreus

VERSO PARA M EM O RIZAR: "Ora,

o essencial das coisas que estamos

dizendo é que temos tal Sum o Sacerdote,

que Se assentou à direita do trono

da Majestade nos Céus" (Hb 8:1).

Leituras da semana: H b 1:5-14;

Lc 1 :3 0 -3 3 ; S 1 132:1-5; H b 2 :1 4-16; 5:1-4;

1 P e 2:9; H b 8 :8 -1 2

Sábado, 1Qde janeiro Ano Bíblico: Cn 1-3

Um documento judaico escrito algumas décadas depois do surgimento

da carta aos hebreus, por volta de 100 d.C, contém uma oração:

“Tudo isso eu disse diante de Ti, Senhor, porque disseste que foi para nós

que criaste este mundo. [...] E agora, ó Senhor, eis que essas nações, consideradas

nada, dominam sobre nós e nos devoram. Mas nós, Teu povo,

a quem chamaste de primogênito, unigénito, zeloso por Ti e muito querido,

fomos entregues em suas mãos" (James H. Charlesworth, org., The Old

Testament Pseudepigrapha, v. 1 [Hendrickson Publishers, 19831, p. 536).

Os leitores de Hebreus provavelmente tenham sentido algo semelhante.

Se eram filhos de Deus, por que estavam passando por tanto sofrimento?

Paulo escreveu a carta aos hebreus para fortalecer a fé dos crentes em

meio às provações. Ele lembrou a eles (e por extensão a nós) que as promessas

divinas serão cumpridas por meio de Jesus, que está sentado à direita

do Pai e que em breve nos levará para casa. Nesse ínterim, Jesus é o

Mediador das bênçãos do Pai para nós. Portanto, precisamos nos apegar

à nossa fé até o fim.

Í20

Hebreus, mensagem para os últimos dias


Domingo, 2 de janeiro

Jesus é nosso Rei

Ano Bíblico: Gn 4-7

0ponto principal de Hebreus é que Jesus é o Governante, que está sentado

à direita do Pai (Hb 8:1). Como Deus, Jesus sempre foi o Soberano

do Universo, mas quando Adão e Eva pecaram, Satanás se tornou o

príncipe deste mundo (Jo 12:31; 14:30; 16:11). Contudo, Jesus veio e derrotou

Satanás na cruz, recuperando o direito de governar sobre aqueles

que O aceitam como Salvador (Cl 2:13-15).

Os dois primeiros capítulos de Hebreus focalizam Jesus como Rei.

1. Leia Hebreus 1:5-14.0 que é relatado nessa passagem ?

Esses versos estão organizados em três seções. Cada uma apresenta

um aspecto da cerimônia de entronização do Filho. Primeiro, Deus adota

Jesus como Seu Filho real (Hb 1:5). Segundo, Deus apresenta o Filho

à corte celestial, que O adora (Hb 1:6, 8) enquanto o Senhor proclama o

governo eterno do Filho (Hb 1:8-12). Terceiro, Deus entroniza o Filho -

a verdadeira atribuição de poder (Hb 1:13,14).

Uma das crenças mais importantes do NT é que em Jesus Deus cumpriu

Suas promessas a Davi (veja 2Sm 7:8-16; Lc 1:30-33). Jesus nasceu

da linhagem de Davi na cidade de Davi (Mt 1:1-16; Lc 2:10, 11). Durante

Seu ministério, frequentemente O chamavam de “Filho de Davi”. Ele

foi executado sob a acusação de afirmar ser “o Rei dos judeus" (Mt 27:37).

Pedro e Paulo pregaram que Jesus ressuscitou da morte em cumprimento

das promessas feitas a Davi (At 2:22-36; 13:22-37). E João identificou

Jesus como “o Leão da tribo de Judá” (Ap 5:5).

Hebreus, é claro, concorda com esse conceito. Deus cumpriu Suas promessas

a Davi em Jesus: deu a Ele um excelente nome (Hb 1:4), O adotou como

Seu próprio Filho (Hb 1:5), estabeleceu Seu trono para sempre (Hb 1:8-12)

e O assentou à Sua direita (Hb 1:13,14). Além disso, Jesus conduz o povo

ao descanso de Deus (Hb 4) e é o Edificador da casa de Deus (Hb 3:3, 4).

Jesus, então, é o Governante legítimo que faz guerra contra Satanás,

o usurpador, por nossa lealdade.

Em que sentido é confortador saber que Jesus é o Governante do Universo, especialmente

em meio ás provações?

|an • Fev • Mar 2022 1211


Segunda, 3 de janeiro

Jesus é nosso Mediador

Ano Bíblico: Gn8-11

Um conceito interessante da teologia do Antigo Testamento é que o prometido

Rei davídico representaria a nação perante Deus.

2. Compare Êxodo 4:22,23 com 2 Samuel 7:12-14; Deuteronômio 12:8-10 com

2 Sam uel 7:9-11; e Deuteronômio 12:13,14 com Salm o 132:1-5,11-14. Que

prom essas a Israel seriam cumpridas por meio do prometido Rei davídico?

Israel era filho de Deus, e o Senhor lhe daria um lugar em que descansaria

do inimigo. Deus também escolheria um lugar na terra de Israel onde

Seu nome habitaria. Essas promessas foram transferidas para o prometido

Rei davídico, que seria adotado como Filho de Deus, teria descanso de seus

inimigos e construiria um templo para Deus em Sião, onde o nome de Deus

habitaria. Isso significa que o Senhor cumpriria Suas promessas a Israel por

meio desse Rei, que representaria Israel perante Deus.

A inserção de um representante na relação entre Deus e Israel tornou

possível a perpetuação de sua relação de aliança. A aliança mosaica exigia a

fidelidade de Israel para receber a proteção e as bênçãos divinas (Js 7:1-13).

A aliança davídica, no entanto, garantiu as bênçãos da aliança de Deus sobre

Israel por meio da fidelidade de uma pessoa, o Rei davídico.

Infelizmente, na maioria dos casos, os reis davídicos não foram fiéis,

e Deus não pôde abençoar Israel como queria. O Antigo Testamento (AT)

está repleto de exemplos da infidelidade desses reis.

A boa notícia é que Deus enviou Seu Filho para nascer como Filho de

Davi, e Ele é perfeitamente fiel. Portanto, Deus é capaz de cumprir Nele

todas as promessas que fez ao Seu povo. Quando Deus abençoa o rei, todo

o povo compartilha dos benefícios. É por isso que Jesus é o Mediador das

bênçãos divinas para nós. Ele é o Mediador na medida em que é o canal

pelo qual flui a bênção divina. Nossa esperança final de salvação está somente

em Jesus e no que Ele fez por nós.

Quantas vezes você foi infiel em sua parte na aliança? O que isso nos ensina sobre como

devemos confiar exclusivamente em Jesus para a salvação?

^22 ^

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 4 de janeiro

Jesus é o nosso Campeão

A n o B/blíco; C n 12-15

3. Compare 1 Samuel 8:19,20 e Hebreus 2:14-16.0 que os israelitas procuravam

em um rei e como esses anseios foram satisfeitos em Jesus?

s israelitas queriam um rei para ser seu juiz e líder na batalha porque

se esqueceram de que Deus era seu rei. A restauração completa

do governo de Deus sobre Seu povo aconteceu com Jesus. Como nosso Rei,

Jesus nos lidera na batalha contra o inimigo.

Hebreus 2:14-16 descreve Jesus como o Campeão dos fracos seres humanos.

Cristo enfrenta e derrota o diabo em um combate solo e nos livra

da escravidão. Essa descrição lembra a batalha entre Davi e Golias. Depois

de ungido rei (ISm 16), Davi salvou seus irmãos da escravidão ao derrotar

Golias. Os termos do combate determinavam que o vencedor escravizaria

o povo da outra parte (ISm 17:8-10). Assim, Davi foi o campeão de

Israel. Ele representou a nação.

4. Leia Isaías 42:13 e 59:15-20. Como Yahweh é descrito nessas passagens?

Hebreus 2:14-16 faz referência ao fato de Deus ter livrado Israel em um

combate solo. Observe a passagem de Isaías: "Mas assim diz o S e n h o r :

‘Certamente os presos serão tirados do valente, e o despojo do tirano será

resgatado, porque Eu lutarei contra os que lutam contra você e salvarei os

seus filhos’”(Is 49:25)

Como cristãos, muitas vezes pensamos que lutamos sozinhos contra

Satanás. Quando lemos Efésios 6:10-18, vemos que, sim, estamos em

combate com o diabo, mas Deus é nosso Campeão e vai para a batalha antes

de nós. Somos parte de Seu exército, e é por isso que temos que usar

Sua armadura. Além disso, não lutamos sozinhos. O sujeito em Efésios 6

é plural. Nós, como igreja, pegamos a armadura e lutamos juntos atrás de

nosso Campeão, o próprio Deus.

O que significa vestir a armadura de Deus? Em nossa luta diária com o eu, a tentação e

outros desafios, como podem os nos valer do poder divino, que nos permite ser fiéis?

Jan • Fev • Mar 2022 12 3 1


Q uarta, 5 de janeiro

jesus é nosso Sumo Sacerdote

Ano Bíblico: Gn 16-19

Hebreus 5 -7 apresenta uma segunda função de Jesus. Ele é nosso Sumo

Sacerdote. O autor expiica que isso cumpre uma promessa que Deus

havia feito ao prometido Rei davídico, de que Ele seria “Sacerdote para

sempre, segundo a ordem de Melquisedeque* (SI 110:4, conforme citado

em Hb 5:5, 6).

5. Leia Levítico 1:1-9; 10:8-11; Malaquias 2:7; Números 6:22-26 e Hebreus

5:1-4. Quais eram as funções que o sacerdote cumpria?

Os sacerdotes eram designados para representar os seres humanos e

mediar seu relacionamento com Deus e com o que Lhe pertence. Os sacerdotes

eram mediadores. Isso acontecia em qualquer sistema de sacerdócio,

judeu, grego, romano ou outro. Os sacerdotes tornavam possível nosso relacionamento

com Deus, e o que eles faziam tinha por objetivo facilitar a

relação entre o povo e o Senhor.

Eles ofereciam sacrifícios em nome do povo, visto que o povo nào podia

trazer esses sacrifícios a Deus pessoalmente. Os sacerdotes sabiam como

oferecer um sacrifício “aceitável’ para que as ofertas fossem agradáveis a

Deus ou para que proporcionassem purificação e perdão.

Os sacerdotes também ensinavam a lei de Deus ao povo. Eles eram especialistas

nos mandamentos divinos e responsáveis por explicá-los e

aplicá-los.

Por fim, também tinham a responsabilidade de abençoar em nome de

Yahweh. Por meio deles. Deus mediou Sua boa vontade e propósito benéfico

para o povo.

No entanto, em 1 Pedro 2:9, vemos que nós, crentes em Jesus, somos

chamados de “sacerdócio real*. Essa função implica privilégios incríveis. Os

sacerdotes podiam se aproximar de Deus no santuário. No presente, podemos

nos aproximar de Deus por meio da oração com confiança (Hb 4:14-16;

10:19-23). Existem também responsabilidades importantes. Devemos colaborar

com Deus em Sua obra de salvar o mundo. Ele quer que ensinemos e

expliquemos Suas leis e preceitos aos outros e que ofereçamos sacrifícios de

louvor e boas obras que O agradem. Que privilégio e que responsabilidade!

Som os o “sacerdócio real“ de Deus. Isso deve fazer diferença em nossa vida?

Hebreus, mensagem para os últimos dias


Q u in ta , 6 de janeiro

Jesus é Mediador de uma aliança superior

Ano Bíblico: Gn 20-22

Hebreus 8 -1 0 focaliza a obra de Jesus como Mediador de uma nova

aliança. A antiga era simplesmente um prenúncio das coisas boas

que viriam. Suas instituições foram projetadas para prefigurar e ilustrar

a obra que Jesus faria no futuro. Assim, os sacerdotes prefiguravam Jesus,

mas eram mortais e pecadores, incapazes de oferecer a perfeição que Jesus

ofereceu. E eles ministravam em um santuário que era “figura e sombra”

(Hb 8:5) do santuário celestial.

Jesus m inistra no verdadeiro santuário e nos dá acesso a Deus. Os sacrifícios

de anim ais prefiguravam a morte de Jesus como sacrifício em

nosso favor, mas o sangue deles não podia limpar a consciência. Contudo,

a morte de Cristo purifica a consciência para que possamos nos aproxim

ar de Deus com ousadia (Hb 10:19-22).

6. Leia Hebreus 8:8-12.0 que Deus prometeu na nova aliança?

Ao nomear Jesus como nosso Sumo Sacerdote, o Pai inaugurou uma nova

aliança que cumpre o que a antiga podia apenas antecipar. A nova aliança

oferece o que somente um Sacerdote humano-divino perfeito e eterno é capaz

de entregar. Esse Sumo Sacerdote não apenas explica a lei divina, mas

a implanta no coração. Ele apresenta um sacrifício que nos traz perdão,

nos limpa e transforma o nosso coração de pedra em um coração de carne

(Ez 36:26). Ele de fato nos recria (2Co 5:17). Esse Sacerdote nos abençoa da

maneira mais incrível, dando-nos acesso à presença do próprio Pai.

Deus projetou a antiga aliança a fim de apontar para a obra de Jesus

no futuro. Era linda em seu modelo e objetivo, porém alguns não entenderam

seu propósito. Por não querer deixar os símbolos, as sombras, e abraçar

as verdades indicadas por eles, perderam os benefícios maravilhosos

que o m inistério de Jesus lhes oferecia.

“Cristo era o fundamento e a vida do templo. Os cultos realizados nele

simbolizavam o sacrifício do Filho de Deus. O sacerdócio foi estabelecido

para representar o caráter mediador e a obra de Cristo. Todo o plano do

culto sacrifical era uma representação da morte do Salvador para redimir o

mundo. Não haveria eficácia nessas ofertas quando se consumasse o grande

acontecimento para o qual haviam apontado por séculos” (Ellen G. White,

O Desejado de Todas as Nações, p. 165).

Jan • Fev • Mar 2022

I 2 5 1


S«xta, 7 d£ janeiro

Estudo adicional

Ano Hihiuo tio 25

Apesar de todas as verdades boas e promissoras contidas no livro de

Hebreus, ha também uma serie de advertências cujo chmax esta nos

capítulos 10-12.

Essas seções tèm pelo menos dois elementos em comum. Primeiro,

comparam a geração do deserto aos leitores de Hebreus. Segundo, nos

exortam a ter te.

A geração do deserto viu o poder divino por meio de sinais e maravilhas

na libertação do Egito. Também ouviu Deus talar do Monte Sinai os

Dez Mandamentos, viu a coluna de fogo à noite e a nuvem protetora durante

o dia. comeu o mana, o pão do Ceu. Também bebeu agua que brotava

das rochas onde quer que acampasse. Porem, quando chegou à fronteira

da terra prometida, não confiou em Deus. Ela carecia de fe, que e a essèn

cia do que Deus requer. “Sem fé é impossível agradar a Deus“ (Hb 11:6).

Segundo Paulo, como a geração do deserto, estamos na fronteira da

terra prometida (Hb 10:37-39). No entanto, nossos privilégios e responsabilidades

são maiores. Não ouvimos Deus falar no Sinai, mas vimos

nas Escrituras uma maior revelação divina no Monte Siào: Deus em carne

(Hb 12:18-24). Teremos fé? O autor nos incentiva a seguir o exemplo

de uma lista de personagens, que culmina com Jesus.

Perguntas para consideração

1. Jesus é o nosso Campeão, que vai antes de nos na batalha contra o diabo.

Como podemos lutar unidos atras do nosso Campeão? O que impede essa

unidade? De que maneira Satanas enfraquece a igreja? Como ele entraqueceu

Israel no passado?

2. Somos uma comunidade de sacerdotes sob a direção divina. De que for

ma sua igreja local pode oferecer melhores sacrifícios de louvor e boas

obras a Deus?

3. Nossa situação e semelhante à da geração do deserto pouco antes de tomar

posse da terra prometida? Que lições podemos aprender com as se

melhanças?

R H p o ttM • atividade* da M m iw t. Oue Deus .«dotou Jesus como Seu Filho, eMabetec eu Seu trono poio w m pw

e O assentou á Sua direita 2 .0 Rei prometido ser :,i .«dotado como Filho de Deus. teu* dest anso de Seus mmngos e

construiria um templo par a Deus em Siio 3. Ouenam um rei que os governasse e s.nvm adlantedoles nas suas guei

ras. Jesus nos socorreu, nus livrou da mw te eterna e venceu o diabo. 4. como um Cueireuoqueiutapuia taaei iust«,a

e vingar Seus fithos 5. Oferecia sacrifícios pelos pecados tanto do povo como os seus pi dprios representava o povo

perante Oeus. ensinava a Lei ao povo. abençoava o povo cm nome do Senhor 6 . Prometeu *mpi mm Sua !e» na nos

sa mente e a inscrever no nosso coraç.lo, bem como usar domtsei icôrdwi paia conosco» esquecei nonno-v pecados

is«:

Hebreus mensugem paro os últimos di.«%


RESUMO DA LIÇÃO 2

A mensagem de Hebreus

TEXTO S-CH AVES: Hb 1:5-14; Lc 1:30-33; Sl 132:1-5; Hb 2:14-16; 5:1-4; IP e 2:9; Hb 8:8-12

ESBOÇO

Como observam os na semana passada, os primeiros cristãos do NT leram Hebreus como

uma carta do apóstolo Paulo. Estritamente falando, porém, o escritor da carta aparenta

ser anônimo. Isso gerou um debate que deu origem a pelo menos 13 possíveis candidatos

à autoria, como Lucas, Barnabé, Judas, Estêvão, Priscila e Áquila, Apoio ou mesmo M a­

ria, a mãe de Jesus. Quanto a isso, o que se pode inferir com segurança são quatro fatos:

Em primeiro lugar, o autor deve ter sido bem instruído. Hebreus tem, de longe, o melhor

grego do NT.

Segundo, o autor estava familiarizado com os métodos judaicos de interpretação das

Escrituras, como gezerah shavah (“argumento por analogia") e outras técnicas semelhantes.

Terceiro, o autor conhecia bem as Escrituras Judaicas. Hebreus tem o uso mais extenso

de citações do Antigo Testamento (AT).

Quarto, o autor conhecia Timóteo (Hb 13:23). Todos esses fatos falam em favor, e não

contra, a autoria paulina. Certamente, o autor optou por permanecer anônim o por motivos

não revelados. O anonimato pode até sugerir que sua m ensagem seja mais importante do

que sua identidade. Ao mesmo tempo, seríamos negligentes se deixássem os de reconhecer

que Ellen 6. White atesta a autoria paulina do livro de Hebreus. Seguindo em frente

com fé nessa revelação divina, ao longo das lições iremos nos referir ao autor como Paulo.

Temas da lição

A lição da semana enfatiza dois temas: O primeiro é “Cristo nosso Rei", e o segundo é

"Cristo nosso Mediador".

COMENTÁRIO

Cristo nosso Rei

O primeiro capitulo de Hebreus pode ser resumido em uma curta declaração bíblica:

Cristo é “superior aos anjos” (veja Hb 1:4). O segundo capítulo pode ser resumido nesta

declaração: Cristo Se tornou “menor do que os anjos" por um tempo (veja Hb 2:9). O que

queremos responder em nosso estudo é: O que torna Jesus superior aos anjos e O eleva

à posição de Rei?

"Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,

mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas

e pelo qual também fez o Universo" (Hb 1:1,2). Paulo quis mostrar ao seu público, e a nós.

|an • Fev • Mar 2022 1271


que Deus falou e ainda fala. Ele falou em diferentes períodos de tempo "antigamente" e fala

"nestes últimos dias". Sua mensagem tem diferentes destinatários: os "pais" e “nós". Ele fala

por meio de diferentes agentes: os “profetas" e o “Filho". Deus fala "de muitas maneiras".

Quais sào algumas de Suas vias de comunicação? Deus falou face a face com Adão e Eva

(Gn 3); falou com Moisés no meio de uma sarça ardente, algo que chamamos de teofania, uma

revelação divina (Êx 3:2-6); a Balaão por meio de um jumento (Nm 22:28); ao menino Samuel,

chamando-o pelo nome (ISm 3:10); a Elias em voz mansa e suave (lR s 19:12); a Isaías por meio

de uma visão no templo (Is 6:1-9); e a Oseias por meio de suas circunstâncias familiares (Os 1:2).

Todos esses modos de comunicação têm algo em comum: são incompletos.

Sua declaração final e culminante é apresentada “nestes últimos dias", quando Ele fala

por meio de Seu “Filho". Deus não falou apenas por meio das palavras de Jesus; mas tam ­

bém por meio das ações Dele e do Seu caráter. A revelação divina é progressiva, porém

não é de verdadeiro para mais verdadeiro, de maduro para mais maduro. Em vez disso, é

um movimento para a frente e contínuo em Sua revelação de Si mesmo à humanidade.

Ao falar por meio das palavras e ações de Jesus, o próprio Deus é quem fala.

Imediatamente após a menção do Filho, Pauto fez sete afirmações sobre Ele (Hb 1:2-4)

que O elevam muito acima de qualquer anjo. Primeiro, Cristo é constituído “Herdeiro de todas

as coisas" (Hb 1:2). Se Ele é o Herdeiro principal, Seus seguidores serão coerdeiros com

Ele e “hão de herdar a salvação" (Hb 1:14). Com base no tema da herança, os primeiros cristãos

afirmaram que Cristo, por meio de Sua ressurreição e exaltação, recebeu uma herança

celestial compartilhada com Seus seguidores. “O vencedor herdará estas coisas” (Ap 21:7). Da

mesma forma, a Bíblia afirma que “os injustos não herdarão o Reino de Deus" (ICo 6:9,10).

Em segundo lugar, Cristo foi o Agente da criação do Pai “pelo qual também fez o Universo"

(Hb 1:2). Cristo, como Herdeiro, não é apenas o Agente do tempo do fim (escatológico),

por meio de quem Deus fala nestes últimos dias, mas também o Agente da criação

(protológico). A função protológica do Filho aponta para Sua vitória escatológica. João

confirma isso implicitamente ao dizer que “todas as coisas foram feitas por Ele, e, sem

Ele, nada do que foi feito se fez" (Jo 1:3).

Terceiro, Cristo “é o resplendor da glória de Deus" (Hb 1:3). Algum as versões da Bíblia

preferem a tradução “o brilho da glória de Deus" (NTLH). Além disso, Cristo é “a expressão

exata do Seu Ser" (Hb 1:3). O termo grego para "expressão exata" [charactêr] indica

uma marca impressa em um objeto, especialmente em moedas. Am bas as descrições de

Jesus como o “brilho" de Deus e como a "expressão exata" mostram que Ele é a representação

completa e adequada do divino. Os dois compartilham a mesma “expressão do ser*.

O que Paulo transmite nesse texto é sinônim o do que Jesus testifica: "Quem vê a M im vê

o Pai" (Jo 14:9). Não há melhor revelador de Deus do que Jesus Cristo. Se quiserm os saber

quem é Deus, devem os conhecer Jesus.

Quarto, “sustentando todas as coisas pela Sua palavra poderosa" (Hb 1:3). Cristo não

apenas falou e coisas vieram à existência, mas Ele sustenta as coisas em existência por

Sua palavra poderosa.

Quinto, Cristo fez “a purificação dos pecados" (Hb 1:3). Aquele que foi o instrum ento da

atividade criativa de Deus é também o instrumento de Sua atividade salvifica, purificando

12 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


o arrependido de seus pecados. 0 autossacrifício de Cristo purifica “nossa consciência de

obras mortas, para servirm os ao Deus vivo!” (Hb 9:14).

Sexto, Cristo, depois de realizar Sua obra expiatória, “assentou-Se à direita da M ajestade,

nas alturas" (Hb 1:3). Essa posição é uma alusão direta ao Salm o 110:1, citado no final

do prim eiro capítulo: "Sente-se à M inha direita, até que Eu ponha os Seus inim igos por

estrado dos Se u s pés" (Hb 1:13). Jesus disse ao Sinédrio em Seu julgam ento estas m esm

as palavras: “verão o Filho do Hom em sentado à direita do Todo-Poderoso" (M t 26:64).

Sétim o, Cristo Se tornou “tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nom e

do que eles” (Hb 1:4). Quanto Cristo é superior em relação aos anjos? Essa pergunta é

respondida na sequência de citações seguintes (ver Hb 1:5-14). Cristo merece adoração

(Hb 1:6), ao contrário dos santos anjos, que não aceitam ser adorados (Ap 19:10; 22:8,9);

Cristo tem um trono e um cetro (Hb 1:8); Ele foi ungido Rei (Hb 1:9); criou os céus e a Terra

(Hb 1:10) e está assentado à direita de Deus (Hb 1:13). A frase “Tendo Se tornado tão

superior aos anjos", nesse contexto, aponta para a cerimônia de entronização, conform e

a lição de dom ingo.

Em resumo, o que torna Cristo superior aos anjos? Deus falou de m uitas e diferentes

m aneiras aos pais no passado, mas, nestes últimos dias, Ele fala por meio do Filho, que

Se tornou Herdeiro de todas as coisas, é o Criador de todas as coisas, é o reflexo e a marca

do próprio Deus, sustenta todas as coisas, fez a purificação dos pecados e sentou-Se à

destra de Deus. Assim , Cristo é exaltado acima dos anjos e é superior a eles, que são espíritos

m inistradores a serviço daqueles que herdam a salvação (Hb 1:14). Além disso, Ele

é adorado em Seu trono à direita de Deus. Cristo é nosso Rei.

Cristo nosso Mediador

Um m ediador é alguém que se interpõe entre duas partes para chegar a um acordo ou

estabelecer um relacionamento. No judaísmo, M oisés é o mediador principal da aliança do

Sinai (Gl 3:19,20). Nas epístolas pastorais, Paulo disse que há “um só M ediador entre Deus

e a humanidade, Cristo Jesus" (lTm 2:5). Hebreus afirmou: Jesus “é também M ediador de

superior aliança” (Hb 8:6), ou "M ediador da nova aliança" (Hb 9:15; 12:24). Surgem, então,

duas perguntas: (1) O que é essa aliança em Hebreus? (2) Por que a nova aliança é m elhor?

Sobre a primeira pergunta, a aliança em Hebreus se refere a um acordo vinculante, um

acordo entre suas partes. Paulo falou sobre a aliança antiquada e envelhecida (Hb 8:13) e

a nova ou superior aliança (Hb 7:22; 8:6). Com a primeira, Deus estabeleceu um sistema de

sacrifícios, sacerdotes levitas e cerimônias (Hb 5:1-4). No entanto, a perfeição moral não

poderia ser alcançada por meio desse sacerdócio, pois ele era fraco e ineficaz (Hb 7:11,18).

Por que a perfeição moral não podia ser alcançada? Porque o sangue de touros e bodes

não podia tirar os pecados hum anos (Hb 10:4). Por que a primeira aliança era fraca e ineficaz?

Porque os sacerdotes eram mortais e, portanto, finitos (Hb 7:23). Além disso, os sacerdotes

precisavam apresentar sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados antes

de poderem sacrificar pelos pecados do povo ao qual representavam (Hb 5:3). Assim, a primeira

aliança era falha e se tornou obsoleta com a chegada do sacrifício superior de Cristo

e de Seu sacerdócio.

Jan • Fev • Mar 2022 12 9 1


Sobre a segunda pergunta: na segunda aliança, Deus não escolheu um mero sacerdote

mortal, mas Aquele que vive para sempre (Hb 7:24). Não havia mais ofertas de touros e

bodes que nunca poderiam tirar os pecados do povo. Cristo Se ofereceu uma vez por todas

(Hb 7:27; 9:14; 10:12). Ele veio para remover o pecado por meio de Seu próprio sacrifício

(Hb 9:26) e limpar a consciência das obras mortas (Hb 9:14). Essa é a razão pela qual

a segunda aliança é qualitativamente superior. Cristo é o Mediador dessa aliança superior,

nova e melhor. Cristo é nosso Mediador.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Perguntas para reflexão

1. Se Deus falou no passado, mas também fala no presente, como Ele fala com você? Como

você distingue Sua voz de outras “vozes” que competem por sua atenção?

2. Se som os coerdeiros do reino de Deus com Cristo, como devemos avaliar as coisas transitórias

deste m undo?

3. Se Cristo sustenta todas as coisas com Sua palavra poderosa, como Ele tem sustentado

você em circunstâncias difíceis?

4. Ouça o hino “De Jesus a Doce Voz" (Hinário Adventista do Sétim o Dia, 541). Preste

atenção especialmente ao refrão e reflita sobre o que realmente significa ter Cristo

como nosso Mediador.

CURSO DE LEITURA 2 0 2 2

130 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


O Filho prometido

3

V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "M as, nestes

últim os dias, nos falou pelo Filho, a quem

constituiu herdeiro de todas as coisas e

pelo qual também fez o Universo. O Filho,

que é o resplendor da glória de Deus e a

expressão exata do seu Ser" (Hb 1:2,3).

Leituras da semana: Is 2:2,3; H b 1:1-4;

Ê x 24:16,17; Is 4 4 :2 4 ; H b 1:10; Lc 1:31, 32;

H b 1 :5

Sábado, 8 de janeiro A no Bíblico: Cn 26,27

Logo depois que Adão e Eva pecaram, Deus lhes prometeu uma “semente”,

um Filho que os libertaria do inimigo, recuperaria a herança perdida

e cumpriria o propósito para o qual foram criados (Gn 3:15, ARC).

Esse Filho os representaria e os redimiria tomando seu lugar e, por fim,

destruiria a serpente. “Depois que Adão e Eva ouviram pela primeira vez

a promessa, aguardavam um cumprimento imediato dela. Receberam alegremente

seu primeiro filho, na esperança de que fosse o Libertador. Contudo,

a concretização da promessa demorou” (Ellen G. White, O Desejado

de Todas as Nações, p. 31). A promessa foi posteriormente confirmada a

Abraão. Deus jurou que ele teria um Descendente, um Filho por meio do

qual todas as nações da Terra seriam abençoadas (Gn 22:16-18; G1 3:16).

E fez o mesmo a Davi. Prometeu-lhe que seu Descendente seria como Seu

próprio Filho e seria estabelecido como um Governante justo sobre todos

os reis da Terra (2Sm 7:12-14; SI 89:27-29). Contudo, é provável que nem

Adão nem Eva, nem Abraão nem Davi tenham imaginado que esse Filho

Redentor seria o próprio Deus.

|an • Fev • Mar 2022

1311


Domingo, 9 de janeiro

Nestes últim os dias

Ano Bíblico: Gn 28-30

0prim eiro parágrafo de Hebreus revela que Paulo acreditava esta r vivendo

nos “últim os dias”. As Escrituras empregam duas expressões

sobre o futuro, com significados diferentes. Os profetas usaram a exp ressão

“últimos dias” para falar sobre o futuro em geral (Dt 4 :3 0 ,3 1 ; J r 23:20).

Daniel usou a expressão “tempo do fim ”, para falar sobre os últim os dias

da h istória da Terra (Dn 8:17; 12:4).

1. Leia Números 24:14-19 e Isaías 2:2,3.0 que Deus prometeu fazer por Seu

povo nos "últimos dias”?

Vários profetas do AT anunciaram que nos “últimos dias” Deus levantaria

um Rei que destruiria os inimigos de Seu povo (Nm 24:14-19) e que

atrairia as nações para Israel (Is 2:2, 3). Paulo disse que essas promessas

foram cumpridas em Jesus. Ele derrotou Satanás e atraiu todas as nações

para Si (Cl 2:15; Jo 12:32). Nesse sentido, “os últimos dias” começaram

porque Jesu s cumpriu essas promessas divinas.

Nossos pais espirituais morreram na fé. Eles viram e saudaram as promessas

“de longe”, mas não as receberam. Nós, porém, vimos seu cum primento

em Jesus.

Pensemos por um momento nas promessas de Deus e de Jesus. O Pai

prometeu que ressuscitaria Seus filhos (lTs 4:15, 16). A notícia m aravilhosa

é que essa ressurreição teve início com a ressurreição de Jesu s

(ICo 15:20; M t 27:51-53). O Pai tam bém prometeu uma nova criação

(Is 65:17). Ele começou a cumprir essa promessa criando uma nova vida

espiritual em nós (2Co 5:17; G16:15). Ele prometeu que estabeleceria Seu

reino (Dn 2:44) e o inaugurou libertando-nos do poder de Satanás e estabelecendo

Jesus como nosso Governante (Mt 12:28-30; Lc 10:18-20).

Isso é apenas o começo. O que o Pai começou a fazer na primeira vinda de

Jesus, Ele completará na segunda.

2. Quando foi inaugurado o reino de Deus?

A. ( ) Na crucifixão e ressurreição de Cristo, quando Ele venceu a morte.

B. ( ) Quando Cristo nasceu em Belém.

Veja as prom essas que Deus já cumpriu. Como isso nos ajuda a confiar Nele quanto às

que ainda não se cumpriram?

I3 2 |

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Segunda« 10 de janeiro

Deus nos falou pelo Filho

Ano BibjjcorGn ?i*33

3. Leia Hebreus 11-4. Qual é a ideia central desses versos?

No original grego. Hebreus 1:1-4 é apenas uma frase« e afirm a-se que

é a mais bela de todo o NT do ponto de vista de sua qualidade retórica.

Sua principal afirm açio é que Deus falou conosco por meio de Seu

Filho, Jesus.

Para os judeus do primeiro século d.C. a palavra de Deus n lo era ouvida

havia muito tempo. A última revelaçlo expressa na Palavra divina

escrita foi por meio do profeta Malaquias e dos ministérios de Esdras e

Neemias quatro séculos antes. Porém, por meio de Jesus. Deus falou com

eles novamente.

A revelaçáo divina por meio de Jesus, no entanto, foi superior á revelação

que Deus fes por meio dos profetas, pois Jesus é um meio maior de

revelaçáo. Ele é o próprio Deus. que criou o céu e a Terra e governa o Universo.

Para Paulo, a divindade de Cristo é inquestionável

Além disso, para o apóstolo, o AT era a Palavra de Deus. O mesmo Deus

que falou no passado continua a falar no presente O AT comunica a vontade

divina; porém, só foi possível entender seu sig nt fie ado de maneira

mais completa quando o Filho veio k Terra. Na mente do autor, a revelação

do Pai no Filho ofereceu a chave para a compreensão da verdadeira amplitude

do AT, assim como a imagem na caixa de um quebra-cabeça apresenta

a chave para encontrar o encaixe correto para cada uma das peças.

Jesus trouxe 1 luz muito do AT.

Ele veio para ser nosso Representante e Salvador, tomar nosso lugar na

luta e derrotar a serpente. Da mesma forma, em Hebreus, Jesus é o Pioneiro,

Capitão e “Precursor" dos crentes (Hb 2:10; 6:20). Ele luta por nós e nos

representa. Isso também significa que o que Deus fez por Jesus, nosso Representante,

também quer fazer por nós. Aquele que exaltou Jesus à Sua

direita também deseja que nos sentemos com Jesus em Seu trono (Ap 3:21).

A mensagem de Deus para nós em Jesus inclui náo apenas o que Jesus disse,

mas também o que o Pai fez por meio Dele e para Ele, para nosso benefício

temporal e eterno.

Pense no Significado da vinda de Deus i Terra, na Pessoa de fesus P o r que essa verdade

nos traz tanta esperança>

lan»Fcv* Mar 2022 <331


Terça, 11 de janeiro

Ele é o resplendor da glória de Deus

Ano Bíblico: Cn 34-36

4. Leia Hebreus 1:2-4.0 que essa passagem nos ensina sobre Jesus?

5. Leia Êxodo 24:16,17; Salmo 4:6; 36:9 e 89:15. Como esses textos nos ajudam

a entender o que é a glória de Deus?

No AT, a glória de Deus se refere à Sua presença visível entre o povo

(Êx 16:7; 24:16, 17; Lv 9:23; Nm 14:10). Essa presença é frequentemente

associada à luz ou ao brilho.

As Escrituras nos informam que Jesus é a luz que veio a este mundo

para revelar a glória de Deus (Hb 1:3; Jo 1:6-9,14-18; 2Co 4:6). Pense, por

exemplo, em Jesus na transfiguração. "E Jesus foi transfigurado diante

deles. O Seu rosto resplandecia como o Sol, e as Suas roupas se tornaram

brancas como a luz” (Mt 17:2).

Assim como o Sol não pode ser percebido exceto pelo brilho de sua luz,

Deus é conhecido por meio de Jesus. De nossa perspectiva, os dois são um.

Visto que a glória de Deus é a própria luz, não há diferença entre Deus e

Jesus, assim como não há diferença entre a luz e seu esplendor.

Hebreus também diz que Jesus é a “expressão exata” do Pai (Hb 1:3).

O ponto da metáfora é que existe uma correspondência perfeita no Ser, ou

essência, entre o Pai e o Filho. Observe que o ser humano carrega a imagem

de Deus, mas não Sua essência (Gn 1:26). O Filho, entretanto, compartilha

a mesma essência com o Pai. Não é de admirar que Jesus tenha

dito: “Quem vê a Mim, vê o Pai” (Jo 14:9).

Por que é maravilhoso o fato de Jesus nos revelar o caráter e a glória do Pai? O que

Jesus nos diz sobre como o Pai é?

|3 4 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quarta, 12 de janeiro

Ano Bíblico; Cn 37-39

Por meio Dele Deus fez o Universo

Hebreus afirma que Deus criou o mundo "por meio de” ou “por” Jesu s

e que Jesus sustenta o mundo com Sua palavra poderosa.

6. Leia Isaías 44:24; 45:18 e Neemias 9:6. Visto que no Antigo Testamento o

Senhor disse que criou o mundo “sozinho” e que é o “único D eus”, como

conciliar essa afirmação com as declarações no Novo Testamento de que

Deus criou o Universo por meio de Jesus (Hb 1:2,3)?

Alguns creem que Jesus foi o instrumento por meio do qual Deus criou o

mundo. Isso não é possível. Primeiro, para Paulo, Jesus é o Criador; Ele não

era um ajudante. Hebreus 1:10 diz que Jesus é o Senhor que criou a Terra

e os céus, e Paulo também aplica a Ele o que o Salmo 102:25-27 diz sobre o

Senhor (Yahweh) como Criador. Em segundo lugar, Hebreus 2:10 diz que

o Universo foi criado “por” ou “por meio” do Pai (exatamente as mesmas

expressões aplicadas a Jesus em Hb 1:2). O Pai criou e Jesus Cristo criou

(Hb 1 :2,10; 2:10). Há um acordo perfeito entre Pai e Filho em propósito e

atividade. Isso faz parte do mistério da Trindade. Jesus criou e Deus criou,

mas há apenas um Criador: Deus - o que implica que Jesus é Deus.

Hebreus 4:13 mostra que Jesus também é Juiz. Sua autoridade para

governar e julgar deriva do fato de que Deus criou todas as coisas e sustenta

o Universo (Is 44:24-28).

Hebreus 1:3 e Colossenses 1:17 afirmam que Jesus também sustenta o

Universo. Essa ação provavelmente inclua a ideia de orientação ou governança.

A palavra grega pheron (“sustentar”, “carregar”) é usada para descrever

o vento guiando um barco (At 27:15,17) ou Deus conduzindo os profetas

(2Pe 1:21). Assim, Jesus não apenas nos criou, mas também nos sustenta.

Cada respiração, cada batida do coração, cada momento de nossa existência

encontra-se Nele, Jesus, o fundamento de toda existência criada.

Leia Atos 17:28. O que o texto nos diz sobre Jesus e Seu poder? Reflita sobre as implicações

da morte de Jesus na cruz pelos nossos pecados. O que essa verdade nos ensina

sobre o caráter abnegado de nosso Senhor?

Jan • Fev • Mar 2022 13 5 1


Quinta, 13 de janeiro

Hoje Eu gerei Você

Ano Bíblico: Gn 40-42

Hebreus 1:5 relata as seguintes palavras do Pai a Jesus: “Você é Meu

Filho, hoje Eu gerei Você/' Isso significa que Jesus foi “gerado", mas

quando isso aconteceu? Isso não mostra que Jesus foi de alguma form a

criado por Deus em algum momento no passado, como muitos creem?

7. Leia Hebreus 1:5; 2 Samuel 7:12-14; Salm o 2:7 e Lucas 1:31,32. Que prom essa

feita a Davi Paulo aplicou a Jesus em Hebreus?

Jesu s foi gerado no sentido de que Ele foi “adotado” por Deus como o

G overnante prom etido, o Filho de Davi. O conceito da adoção divina do governante

era comum no mundo greco-romano e no Oriente. Isso dava ao

governante legitimidade e poder sobre a terra.

No entanto, Deus prometeu a Davi que seu Filho seria o Governante

legítimo das nações. Ele iria “adotar” o Filho de Davi como Seu próprio.

Por meio desse processo, o Rei davídico se tornaria o protegido de Deus e

Seu herdeiro. Deus derrotaria Seus inimigos e Lhe daria as nações como

herança (SI 89:27; 2:7, 8).

Conforme lemos em Romanos 1 :3 ,4 e Atos 13:32,33, Jesus foi publicamente

revelado como o Filho de Deus. Seu batismo e a transfiguração foram

momentos em que Deus identificou e anunciou Jesus como Seu Filho

(Mt 3:17; 17:5).

Contudo, de acordo com o NT, Jesus Se tornou o "Filho de Deus com

poder” (Rm 1:4) quando ressuscitou e Se assentou à destra de Deus. Foi

nesse momento que o Senhor cumpriu a promessa feita a Davi de que seu

Filho seria como o próprio Filho de Deus e Seu trono seria estabelecido

para sempre (2Sm 7:12-14).

Desse modo, César (símbolo de Roma) não era o legítimo “Filho de

Deus", governante das nações, mas Cristo. A ideia de Jesus como um Ser

gerado se refere ao início do governo de Jesus sobre as nações, e não ao

início de Sua existência, pois Ele sempre existiu. Nunca houve tempo em

que Jesus não existisse, porque Ele é Deus.

Jesus não tem “princípio de dias nem fim de existência” (Hb 7:3; 13:8),

porque é eterno. A ideia de “Filho unigénito” de Deus não trata da natureza

de Cristo, mas de Seu papel no plano da salvação, visto que Ele cumpriu

todas as promessas da aliança.

136) Hebreus: mensagem para os últimos dias


Sexta, 14 de janeiro

Estudo adicional

Ano Bíblico: Gn 43-45

Avinda de Jesus à Terra cumpriu várias funções. Em primeiro lugar,

como divino Filho de Deus, Jesus veio para nos revelar o Pai. Por meio

de Suas ações e palavras, nos mostrou como o Pai realmente é e por que

podemos confiar Nele e obedecer-Lhe.

Jesus também veio como o Filho prometido de Davi, Abraão e Adão,

por meio de quem Deus prometeu que derrotaria o inimigo e governaria

o mundo. Assim, Jesus veio para tomar o lugar de Adão à frente da humanidade

e cumprir o propósito original do Criador (Gn 1:26-28; SI 8:3-8).

Jesu s veio para ser o Governante justo que Deus sempre quis que este

mundo tivesse.

“As palavras dirigidas a Jesus no Jordão - 'Este é o Meu Filho amado,

em quem Me comprazo* (Mt 3:17) - abrangem a humanidade. Deus falou

a Jesus como nosso Representante. Com todos os nossos pecados e fraquezas,

não somos rejeitados como indignos. Deus nos fez agradáveis a

Si no Amado’ (Ef 1:6, ARC). A glória que veio sobre Cristo é uma garantia

do amor de Deus para conosco. [...] A luz que irradiou dos portais abertos

sobre a cabeça de nosso Salvador brilhará sobre nós ao pedirmos auxilio

para resistir à tentação. A voz que falou a Cristo diz a todo aquele que

crê: ‘Este é o Meu filho amado, em quem Me comprazo”’ (Ellen G. White,

O Desejado de Todas as Nações, p. 113).

Perguntas para consideração

1. Compreender as palavras e ações de Jesus nos ajuda a entender melhor

a Deus, o Pai. Na prática, como isso enriquece seu relacionamento

com o Pai?

2. A maneira pela qual Deus falou com Jesus e O tratou é a mesma com

que Ele deseja falar conosco e nos tratar. O que isso nos diz sobre como

devemos tratar os outros?

3. Pense na importância da divindade eterna de Cristo. O que perdemos

se cremos que Jesus foi apenas uma criatura que foi crucificada? Contraste

esse pensamento com a realidade de que Cristo é o Deus eterno

que foi voluntariamente para a cruz. Qual é a diferença?

4. Dar glória a Deus é parte da verdade presente? (Ap 14:7)

Resposta« e atividades da sam ana: 1. Levantar dentre Seu povo um Rei, que destruiria Seus inimigos e que atrairia

as nações para Israel. 2. A. 3. fesus é a revelação do Pai. 4. Ele é Herdeiro de todas as coisas e superior aos anjos.

5. A glória divina é a luz de Sua presença. 6 .0 Pai criou e Jesus criou, como num acordo perfeito entre Pai e Filho em

propósito e atividade. Há apenas um Criador: Deus; Jesus é Deus. 7. Deus prometeu a Davi que seu Descendente governaria

as nações. Deus adotou Jesus como Filho e fez Dele Seu Herdeiro

Jan • Fev • Mar 2022 1371


RESUMO DA LIÇÃO 3

O Filho prometido

TEXTO S-CH AVES: Is 2:2,3; Hb 4:1-4; Êx 24:16,17; Is 44:24; Hb 1:10; Lc 1:31; Hb 1:5

ESBOÇO

Temas da tição

Ao longo da história da humanidade, pessoas aguardaram com grande expectativa a

vinda do Redentor. Após a queda, nossos primeiros pais, Adão e Eva, pensaram que Caim,

seu filho primogênito, seria o prometido Libertador. Abraão recebeu a promessa de que,

por meio de seu filho Isaque, todas as nações da Terra seriam abençoadas. Davi recebeu a

prom essa de um filho que, se fosse fiel a Deus, seria estabelecido para sempre. Nenhum

desses imaginava que o próprio Deus seria o Redentor prometido.

Profetas do AT fizeram algum as previsões messiânicas enigmáticas usando a expressão

“nos últimos dias" (ver Nm 24:14-17), que é diferente de outras profecias do AT que

usam a expressão “tempo do fim" (ver Dn 8:17,19). Os “últimos dias" tiveram início com

a vinda de Cristo. Depois de um longo período de tempo, algumas vezes chamado de período

intertestamentário, Deus falou mais uma vez. Dessa vez, porém, falou da maneira

mais clara, e qualitativamente, de modo superior por meio de Jesus Cristo. Ele é igual a

Deus, pois é “a expressão exata do Seu Ser" (Hb 1:3), e, sendo divino, também é o Criador,

bem como o Mantenedor do Universo.

Alguém pode perguntar: se Cristo é igual a Deus, como Paulo, ao falar em nome do Pai,

escreveu sobre Jesus: “Você é Meu Filho; hoje Eu gerei Você" (Hb 1:5)? Isso significa que

Jesus foi de algum a forma gerado e, portanto, não é eterno? Explique.

COMENTÁRIO

A natureza de Cristo

A questão da natureza de Cristo tem produzido diferentes interpretações. O texto

de H ebreus 1:1-3 teve a intenção de provar a superioridade de Cristo sobre os

profetas. Na passagem seguinte (Hb 1:4-14), Paulo se preocupou em provar a superioridade

de Cristo obre o s anjos. A razão para enfatizar a superioridade de Cristo

pode ter sido um grande interesse por parte do público nos anjos ou m esm o

na veneração deles, sem elhante ao que se percebe na igreja de C o lo sso s (Cl 2:18).

Para fundam entar seu argumento de que Cristo é superior aos anjos, em Hebreus 1:5,

Paulo citou dois versos do AT, sendo o primeiro deles o Salm o 2:7. Em seu contexto original,

esse salm o fala sobre reis e governantes desta Terra que conspiram contra Deus. No

entanto, Deus ri deles e os aterroriza. Por fim, Ele entronizará Seu divino Rei no Monte

Sião: “Você é M eu filho; hoje Eu gerei Você" (Sl 2:6,7). No sermão em Antioquia da Pisídia,

1381 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Paulo aplicou esse texto à ressurreição de Cristo (At 13:33). Em todo o cristianismo, esse

salm o foi interpretado com o cristológico. Essa interpretação significa que Deus gerou

Jesus em Sua ressurreição?

De form a nenhuma! Deus simplesmente estava chamando Seu Filho da sepultura ao

agir por meio de GabrieL, “o mais poderoso das hostes do Senhor", aquele “que ocupa a

posição da qual caiu Satanás", para remover a pedra do túm ulo de Cristo como se fosse

um seixo. Os soldados que guardavam o túmulo ouviram-no exclamar: 'F ilh o de Deus,

vem para fora! Teu Pai Te chama" (Ellen G. White, 0 Desejado de Todos as Nações, p. 780).

Assim , Deus, o Pai, despertou Seu Filho do sono. Da mesma forma, em 1 Corintios 4:15,

Paulo disse aos corintios: "Eu gerei vocês em Cristo Jesus pelo evangelho". Isso significa

que Paulo literalmente gerou a igreja? Claro que não! Paulo os trouxe à vida espiritual;

ele os gerou em sentido espiritual (o mesmo termo é usado para Onésim o [Filemom 10]

e para os cristãos em D o 2:29; D o 3:9, etc.).

A segunda citação que Paulo usou para mostrar a superioridade de Cristo sobre os anjos

foi 2 Sam uel 7:14. O contexto original fala sobre os planos de Davi para construir o tem ­

plo. No entanto, Natã informou ao rei que seu filho Salom ão construiria a casa de Deus.

O Senhor tam bém prometeu: “Eu lhe serei por Pai, e ele Me será por filho" (2Sm 7:14). Essa

citação em seu contexto original não pode se referir a Cristo por causa do que vem a seguir

nesse verso: “Se vier a transgredir, Eu o castigarei com varas de hom ens e com açoites

de filhos de hom ens” (2Sm 7:14). Por razões óbvias, o verso deve se referir a Salomão,

ser hum ano pecador, em vez de Cristo, sem pecado.

Porém, tanto o Salm o 2:7 quanto 2 Sam uel 7:14 têm algo em comum. Am bos enfatizam

o fato de que o rei de Israel e Salom ão são filhos adotivos de Deus. ‘Você é Meu filho;

hoje Eu gerei você". “Ele M e será por filho". A ênfase desses textos não está na paterni-

1 dade, m as na adoção do rei davídico e na realeza de seu filho, que é transferida, muito

m ais tarde em Hebreus, para Cristo. A frase introdutória em Hebreus 1:5 pergunta: “Pois

a qual dos anjos Deus em algum momento disse: ‘Você é Meu Filho, hoje Eu gerei V o cê?'“

(Hb 1:5). A resposta óbvia é: A nenhum deles. Somente Cristo, “tendo-Se tornado tão superior

aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles" (Hb 1:4). Esse nome é “Meu

Filho", titulo nunca atribuído a algum anjo. A nenhum deles Deus jamais disse: “Sente-Se

à M inha direita, até que Eu ponha os Seus inim igos por estrado dos Seus pés" (Hb 1:13).

Contudo, alguém pode se opor à noção de paternidade como adoção nesse contexto,

contrapondo com Hebreus 1:6: “Ao introduzir o Primogênito no m undo’ (Hb 1:6). Alguém

pode apresentar a seguinte objeção: Esse verso não fala sobre Cristo com o prim ogênito

? Boa pergunta. O term o “prim ogênito" de fato tem o significado de prim ogenitura

em textos com o Gênesis 25:13; 27:19 e 35:23. M as no AT, “prim ogênito“ tam bém é Israel

(Êx 4:22, 23), em contraste com o prim ogênito do Egito. No Salm o 89:27, Davi é cham a­

do de "prim ogênito" de Deus, embora fosse o mais jovem de oito irmãos, não o prim o­

gênito. N o NT, Jesus é o “Prim ogênito" de Maria (Lc 2:7), o “Prim ogênito" entre muitos

irm ãos (Rm 8:29), o "Prim ogênito" de toda a criação (Cl 1:15) e o “Prim ogênito“ dentre

os m ortos (Cl 1:18; Ap 1:5). Esses textos m ostram que o título "prim ogênito" se refere à

preem inência de Cristo na igreja, sobre a criação, o cosm os e os ressuscitados. A relação

I Jan* Fev« Mar 2022 |39|


entre Hebreus 1:5 e o verso 6 indica que o Cristo é esse Rei davídico que D eus ap resentou

ao m undo com a ordem: "E todos os anjos de Deus O adorem " (Hb 1:6). O restante do

capitulo 1, no entanto, toma essas evidências das Escrituras e faz quatro afirm ações: (1)

apenas uma Pessoa é chamada de “Filho" por Deus (Hb 1:5), e essa Pessoa é Cristo; (2) O s

anjos adoram esse Filho (Hb 1:6); (3) O Filho é o Monarca eterno, justo e ungido, que criou

os céus e a Terra (Hb 1:8-10); (4) O Filho reina à direita de Deus, enquanto os anjos são e s­

píritos ministradores em favor daqueles que serão salvos (Hb 1:11-14).

Em resumo, podem os dizer que Cristo não foi gerado por Deus, mas, por meio de Sua

encarnação como Filho de Deus, a humanidade foi “adotada" e “aceita” “no Amado". Assim ,

Cristo recebeu o título de “Primogênito". Como tal, Sua posição está muito acima dos anjos

e merece até a adoração deles. Ellen G. White, ao aconselhar a igreja sobre a m elhor

forma de alcançar outros cristãos, declarou o seguinte sobre a natureza preexistente de

Cristo: “Não saliente os aspectos da verdade que são uma reprovação dos costum es e práticas

do povo enquanto eles não tiverem ocasião de saber que acreditamos em Cristo, em

Sua divindade e preexistência” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 58). Ellen G. W hite ajudou

a então jovem Igreja Adventista do Sétimo Dia a encontrar o equilíbrio bíblico a respeito

da natureza preexistente de Cristo. No contexto da ressurreição de Lázaro, ela escreveu

sobre a natureza do Senhor: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada’

(O Desejado de Todas as Nações, p. 530).

Os últimos dias e o fim dos tempos

Os primeiros escritores cristãos acreditavam que os últimos dias haviam chegado e que

culminariam na segunda vinda. Foi por isso que Paulo disse: “M as nestes últim os dias [em

contraste com os dias dos profetas] nos falou pelo Filho" (Hb 1:2). Da m esm a forma, quando

Pedro e os outros discípulos foram acusados de estar bêbados no Pentecostes, Pedro

afirmou que o milagre de falar em línguas era o cumprimento de uma profecia: “E acontecerá

nos últimos dias, diz Deus, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a hum anidade.

Os filhos e as filhas de vocês profetizarão” (At 2:17). A profecia de Joel 2 se cum priu

no início dos últimos dias. Além disso, ao falar sobre a encarnação de Cristo, Pedro escreveu:

Cristo “foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês” (IP e 1:20). Estes

últim os dias são caracterizados por zom badores que questionam a prom essa da segu nda

vinda de Cristo (2Pe 3:3,4) e exploram a pobres para enriquecer (Tg 5:3). O s últim os dias

tam bém são caracterizados pelo surgim ento de anticristos (lJo 2:18).

Embora se reconheça que os últim os dias tiveram início com a encarnação de Cristo,

há diferença entre esses “últim os dias" e o “fim dos tempos", conform e descrito por Daniel

e Apocalipse? Considere a profecia de tem po das 2.300 tardes e m anhãs em Daniel 8:14.

Essa profecia se estende muito além dos dias de Cristo, e outras profecias ainda têm v á ­

rios eventos pendentes, do nosso ponto de vista no tempo, com o as “sete últim as pragas"

(Ap 15:1; 21:9). O "últim o inim igo" (IC o 15:26) ainda não foi vencido, nem o u vim os a "ú ltima

trombeta" (IC o 15:52). Resum indo, podem os dizer que os últim os dias chegaram com

Cristo, mas o último grande acontecimento no tem po do fim ainda está pendente. Entre

essas duas vindas, eventos proféticos não cum pridos ainda devem ocorrer.

140 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


APLICAÇÃO PARA A VIDA

Percebe-se que Paulo incluiu muita teologia em Hebreus 1 .0 cristianismo cordial, piedoso

e orientado para a prática é necessário. No entanto, nossa ortopraxia (prática) deriva

de nossa ortodoxia (crenças). Uma teologia sólida estabelecerá as bases para um bom

estilo de vida cristão.

Perguntas para reflexão

1. Na sua opinião, é importante equilibrar a teologia com a prática cristã? Como fazer isso?

2. Como podem os discernir entre nossa "bagagem ” religiosa e cultural e a verdade bíblica?

3. Nesta época em que a autoridade tanto na cultura quanto na igreja está em crise, como

Hebreus 1 pode nos orientar nesse sentido?

EXAMINE AS BASES DA SUA FÉ COM

SÓLIDAS ARGUMENTAÇÕES BÍBLICAS

M*n<íirnnritolivi«riM9q)t) com.br todm « * c U /cpbeditora

Jan • Fev • Mar 2022

1411


Jesus, nosso

Irmão fiel

Lição

4

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "Visto, pois,

que o s filh o s têm participação com um de

carne e sangue, tam bém Jesus, igualmente,

participou d e ssa s coisas, para que, por Sua

m orte, d e stru ísse aquele que tem o poder

da m orte, a saber, o dia b o" (Hb 2:14).

Leituras da semana: L v 2 5 :2 5 -2 7 ;

H b 2 :1 4 -1 6 ; 1 1 :2 4-2 6; 1Co 15:50; H b 5:8, 9;

H b 1 2 :1 -4

S á b a d o , 15 de janeiro

A n o Bíblico: C n 4 6 ,4 7

Os capítulos iniciais de Hebreus falam de Jesus como o Filho de Deus, o

Governante sobre os anjos, “o resplendor da glória de Deus e a expressão

exata do Seu Ser” (Hb 1:3). Jesus é o Filho do Homem, pouco menor

do que os anjos, que adotou a natureza humana com toda a sua fragilidade,

até a morte (Hb 2:7).

Deus diz sobre Jesus: “Você é Meu Filho” (Hb 1:5). Jesus Se referiu

aos filhos humanos como Seus “irmãos” (Hb 2:12). O Pai declarou a soberania

divina do Filho (Hb 1:8-12). O Filho afirmou Sua fidelidade ao Pai

(Hb 2:13, primeira parte).

Em Hebreus 1, Jesus é o divino Senhor, Criador, Sustentador e Soberano.

Em Hebreus 2, Ele é o Sumo Sacerdote humano, misericordioso e

fiel. Em resumo, Sua descrição como Irmão fiel e misericordioso é retratada

na descrição do Filho como a manifestação suprema do Deus Criador

Eterno (Hb 1:1-4).

Jan • Fev • Mar 2022 1431


D o m in g o , 16 de janeiro

Ano Bíblico: Gn 48-50

O Irm ão como Redentor

1. Leia Levítico 25:25-27,47-49. Quem poderia resgatar alguém que tivesse

perdido a propriedade ou a liberdade devido ao empobrecimento?

Alei de Moisés estipulava que, se alguém viesse a empobrecer a ponto

de ter que vender a propriedade, ou a si mesmo, para sobreviver, ele

receberia a propriedade ou a liberdade de volta no ano do jubileu, o quinquagésimo

ano, o “grande” ano sabático em que dívidas eram perdoadas,

propriedades reclamadas e liberdade proclamada.

Porém, como cinquenta anos era muito tempo, a lei de Moisés também

estipulava que o parente mais próximo poderia pagar a parte que ainda

era devida e, assim, resgatar seu parente muito antes.

O parente mais próximo era também quem garantia que a justiça fosse

feita em caso de homicídio. Ele era o vingador do sangue que perseguiria

o assassino de seu parente próximo e o puniria (Nm 35:9-15).

2. Leia Hebreus 2:14-16. Como Jesus e nós somos descritos nessa passagem ?

A passagem nos descreve como escravos do diabo e Jesus como nosso

Redentor. Quando Adão pecou, os seres humanos caíram sob o poder de

Satanás. Como resultado, não temos por nós mesmos poder para resistir

ao pecado (Rm 7:14-24). E, ainda pior, havia uma pena de morte exigida

pela transgressão, a qual não poderíamos pagar (Rm 6:23). Portanto, a situação

do ser humano seria aparentemente desesperadora.

Contudo, Jesus adotou nossa natureza humana e Se tornou carne e

sangue como nós. Tornou-Se nosso Parente mais próximo e nos redimiu;

não teve vergonha de nos chamar de “irmãos” (Hb 2:11).

Paradoxalmente, ao tomar nossa natureza e nos redimir, Jesus revelou

Sua natureza divina. No AT, o Redentor de Israel, seu Parente mais

próximo, é Yahweh (SI 19:14; Is 41:14; 43:14; 44:22; J r 31:11; Os 13:14).

Como experimentar a proximidade de Cristo? isso é importante para a fé?

I ^ I

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Segunda, 17 d e janeiro A n o Bíblico: Ê x 1-4

N ão Se envergonha de chamá-los de irmãos

Hebreus diz que Jesus não Se envergonhava de nos chamar de irmãos

(Hb 2:11). Apesar de ser um com Deus, nos abraçou como parte de

Sua fam ília. Essa solidariedade contrasta com a vergonha pública que os

leitores de Hebreus sofreram em suas comunidades (Hb 10:33).

3. Leia Hebreus 11:24-26. De que form a as decisões de M oisés exemplificam

o que jesus fez por nós?

Você já imaginou o que significava para Moisés ser chamado de “filho da

filha de Faraó”? Ele foi uma figura importante no império mais poderoso da

época, recebeu o mais alto treinamento civil e militar e se tornou notável.

Estevão disse que Moisés era “poderoso em palavras e obras” (At 7:22). Ele

havia se tornado “favorito dos exércitos do Egito” e o faraó “tinha resolvido

fazer de seu neto adotivo seu sucessor no trono” (Ellen G. White, Patriarcas

e Profetas, p. 245). Moisés abandonou esse privilégio ao escolher se identificar

com os israelitas, escravos sem instrução e sem poder.

4. Leia M ate u s 10:32, 33; 2 Timóteo 1:8,12 e Hebreus 13:12-15. O que Deus

nos pede?

Depois de sofrer perseguição e rejeição, muitos dos hebreus começaram

a se sentir envergonhados de Jesus. Por suas ações, alguns correram

o risco de expor Jesus “à zombaria”, em vez de honrá-Lo (Hb 6:6). Assim,

Paulo constantem ente chamou os leitores a conservar firme a confissão

de sua fé (Hb 4:14; 10:23).

Deus quer que reconheçamos Jesus como Deus e nosso Irmão. Como

Redentor, Ele pagou nossa dívida; como nosso Irmão, foi enviado pelo

Pai para m ostrar o caminho para sermos “conformes à imagem de Seu Filho,

a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).

Jesus decidiu n os abraçar com o "irm ãos”. Por que isso foi muito mais significativo do

que a s ações de Moisés, e o que nos diz sobre o amor de Deus por nós?

)an • Fev • Mar 2022

4 5 1


Terça, 18 de janeiro

Ano Bíblico: Êx 5-8

Carne e sangue como nós

Hebreus diz que Jesus adotou a natureza humana para que pudesse

nos representar e morrer por nós (Hb 2:9,14-16; 10:5-10). Eis o fundamento

do plano da salvação e nossa única esperança de vida eterna.

5. Leia M ateus 16:17; Gálatas 1:16; 1 Coríntios 15:50 e Efésios 6:12. A que debilidades

da natureza humana essas passagens relacionam a expressão

"carne e sangue"?

A expressão “carne e sangue” enfatiza a fragilidade humana (Ef 6:12),

falta de compreensão (Mt 16:17; G11:16) e sujeição à morte (ICo 15:50).

Jesus foi feito como Seus irmãos “em todas as coisas” (Hb 2:17), o que significa

que Ele Se tornou humano. Jesus não apenas “parecia” humano, mas

era verdadeiramente um de nós.

No entanto, a carta também diz que o Senhor era diferente de nós em

relação ao pecado. Primeiro, Ele não cometeu nenhum pecado (Hb 4:15).

Segundo, tinha uma natureza humana, mas era "santo, inculpável, sem

mácula, separado dos pecadores” (Hb 7:26). Temos tendências malignas,

a escravidão ao pecado está arraigada em nossa natureza. Somos carnais,

vendidos à escravidão do pecado (Rm 7:14-20). O orgulho e outras motivações

pecaminosas poluem até mesmo nossas boas ações. Contudo, a

natureza de Jesus não foi prejudicada pelo pecado. Se Ele tivesse sido “carnal,

vendido à escravidão do pecado”, como nós, também teria precisado

de um Salvador. Em vez disso, veio como Salvador e Se ofereceu como sacrifício

“sem mácula” a Deus por nós (Hb 7:26-28; 9:14).

Jesu s destruiu o poder do diabo morrendo como a oferta im aculada

pelos pecados, tomando possível o perdão e a reconciliação com Deus

(Hb 2:14-17). Jesus também destruiu o domínio do pecado ao nos dar o

poder para ter vida justa pelo cumprimento da promessa da nova aliança

de escrever a lei em nosso coração (Hb 8:10). Ele derrotou o inimigo e nos

libertou para que servíssemos “ao Deus vivo” (Hb 9:14). A destruição de

Satanás, entretanto, acontecerá no juízo final (Ap 20:1-3,10).

Se temos a prom essa da vitória em Cristo•,por que lutamos contra o pecado? Onde tem

os errado e como podem os viver segundo a alta vocação que temos Nele?

IA61

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quarta, 19 de janeiro

A n n lilblicu (?x 9-11

Aperfeiçoado por meio de sofrimentos

6. Leia Hebreus 2:10,17,18 e 5:8,9. Qual era a função do sofrimento na vida

de )esus?

0apóstolo diz que Deus aperfeiçoou Jesus "por meio de sofrimentos”.

Essa expressão é surpreendente. O autor disse que Jesus é “o resplendor

da glória de Deus e a expressão exata do Seu Ser” (Hb 1:3) e que Ele é

santo, inculpável, sem mácula (Hb 4:15; 7:26-28; 9:14; 10:5-10). Isso significa

que Jesus não teve que superar nenhum tipo de imperfeição moral

ou ética.

No entanto, Hebreus diz que Jesus passou por um processo de “aperfeiçoamento”

que Lhe deu os meios para nos salvar. Ele foi aperfeiçoado

para ser nosso Salvador.

1. Jesus foi “aperfeiçoado" pelos sofrimentos para Se tornar o Capitão

da nossa salvação (Hb 2:10). Teve que morrer na cruz como um sacrifício

a fim de que o Pai pudesse ter os meios legais para nos salvar; foi a oferta

de sacrifício perfeita, a única. Como Deus, Ele pode nos julgar; mas, por

Seu sacrifício, também pode nos salvar.

2. O Filho aprendeu obediência por meio de sofrim entos (Hb 5:8).

A obediência era necessária para duas coisas: tornar Seu sacrifício aceitável

(Hb 9:14; 10:5-10) e torná-Lo nosso exemplo (Hb 5:9). Jesus aprendeu

a obediência porque nunca a tinha experimentado. Como Deus, a quem Ele

teria que obedecer? Como o Filho eterno e Um com Deus, Ele foi honrado

como Governante do Universo. Portanto, Jesus não passou da desobediência

à obediência, mas da soberania e domínio à submissão e obediência.

O exaltado Filho de Deus tornou-Se o obediente Filho do Homem.

3. Os sofrimentos revelaram Jesus como Sumo Sacerdote misericordioso

e fiel (Hb 2:17, 18). Os sofrimentos não O tornaram mais misericordioso,

mas foi por Sua misericórdia que Ele Se ofereceu para morrer na

cruz para nos salvar (Hb 10:5-10; compare com Rm 5:7, 8). Foi por meio

dos sofrimentos que a realidade do amor fraterno de Jesus foi verdadeiramente

expressa e revelada.

Se o Jesus sem pecado sofreu, nós, como pecadores, certamente sofreremos também.

Como aprender a suportar as tragédias da vida e, ao mesmo tempo, obter esperança e

certeza do Senhor, que nos revelou Seu amor de tantas maneiras?

Jan • Fev • Mar 2022

I*7|


Q uinta, 20 de janeiro

O Irmão como modelo

Arv> o fey T?

Outra razão pela qual Jesus adotou nossa natureza humana e viveu entre

nós foi para que pudesse ser nosso exemplo, o único que poderia

ser um modelo da maneira certa de viver diante de Deus.

7. Leia H ebreus 12:1-4. Se gu n d o o apóstolo, com o devem os correr a

corrida espiritual da vida cristã?

Nessa passagem, Jesus é a culminância de uma longa lista de personagens

de exemplos de fé. O texto chama Jesus de “Autor e Consumador da

fé“. A palavra grega archegos (“fundador”) também pode ser traduzida como

“pioneiro”. Jesus é o Pioneiro da corrida no sentido de que corre à frente dos

crentes. Hebreus 6:20 chama Jesus de nosso “Precursor”. A palavra "Autor”

dá a ideia de que Ele demonstrou fé em Deus da maneira mais pura possível.

Essa passagem ensina que Jesus é o primeiro a ter corrido nossa corrida

com sucesso e que aperfeiçoou a arte de viver pela fé.

Hebreus 2:13 diz: “Eu porei Nele a Minha confiança." E ainda: “Eis

aqui estou Eu e os filhos que Deus Me deu.” Essa referência é uma alusão

a Isaías 8:17,18.

Isaías disse essas palavras em face de uma terrível ameaça de invasão

por parte do reino do Norte de Israel e da Síria (Is 7:1, 2). Sua fé contrastava

com a falta de fé de Acaz, o rei (2Rs 16:5-18). Deus exortou Acaz a

confiar Nele e a pedir um sinal de que o livraria (Is 7:1-11). Deus já havia

prometido que protegeria Acaz como Seu próprio filho, e graciosamente

ofereceu-lhe um sinal para confirmar essa promessa. O rei, no entanto,

recusou-se a pedir um sinal e, em vez disso, enviou mensageiros a Tiglate-

Pileser, rei da Assíria, dizendo: "Eu sou seu servo e seu filho“ (2Rs 16:7),

Que triste! Acaz preferiu ser “filho" de Tiglate-Pileser a ser filho de Deus.

Jesus, entretanto, confiou em Deus e em Sua promessa de que Ele colocaria

Seus inimigos sob Seus pés (Hb 1:13; 10:12,13). Deus fez a mesma

promessa a nós, e precisamos crer Nele, assim como Jesus fez (Rm 16:20).

Como podemos confiar em Deus, fazendo escolhas que refletem essa confiança? Qual

è a próxima escolha importante que vocè precisa fazer e como pode ter certeza de que

ela revela confiança em Deus?

48 Hebreus mensagem para os últimos d<as


Sexta, 21 de janeiro

Estudo adicional

Ano Bíblico: Êx 14,15

J

esus disse: “Eis aqui estou Eu e os filhos que Deus Me deu” (Hb 2:13).

Patrick Gray sugere que Jesus é descrito como guardião de Seus irmãos.

O sistema romano de tutela impuberum determinava que, com a morte do

pai, “um tutor, muitas vezes um irmão mais velho, tornava-se responsável

pelo cuidado dos filhos menores e de sua herança até que atingissem

a maioridade, aumentando assim o dever natural do irmão mais velho de

assumir o cuidado de seus irmãos mais novos” (Godly Fear: The Epistle to

the Hebrews and Greco-Roman Critiques o f Superstition [Atlanta: Society of

Biblical Literature, 2003], p. 126). Por isso, Hebreus se refere a nós como

irmãos de Jesus e como Seus filhos. Sendo Irmão mais velho, Jesus é nosso

Tutor, Guardião e Protetor.

“Cristo veio à Terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se

Representante do homem, para mostrar, no conflito com Satanás, que o

homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer

a todo reclamo divino” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 253).

“Em Sua vida e ensinos, Cristo deu um perfeito exemplo do abnegado ministério

que tem sua origem em Deus. Ele não vive para Si. Criando o mundo,

mantendo todas as coisas, Ele está constantemente ministrando em

benefício de outros. ‘Faz o Seu Sol nascer sobre maus e bons e vir chuvas

sobre justos e injustos’ (Mt 5:45). Esse ideal de ministério Deus confiou a

Seu Filho. A Jesus foi dado pôr-Se como Cabeça da humanidade, para que

por Seu exemplo pudesse ensinar o que significa servir” (Ellen G. White,

O Desejado de Todas as Nações, p. 649).

Perguntas para consideração

1. Jesus Se tornou nosso Irmão para nos salvar. Virar as costas para isso

seria trágico?

2. É importante para nós que Jesus não tenha nascido na escravidão do

pecado (Rm 7:14)? Foi importante para os israelitas que Moisés não fosse

escravo como eles? A história de Moisés nos ajuda a entender o que

Jesus fez por nós?

3. Ainda que o sofrimento resulte em algum bem, ele, em si, é algo bom?

Respostas e atividades da semana: 1. Um parente próximo. 2. Nós somos descritos como escravos, e Jesus como

nosso Redentor. 3. Moisés recusou privilégios e preferiu ser maltratado com o povo de Deus. 4. Que não nos envergonhemos

Dele. 5. Limitação, fraqueza, falta de compreensão, sujeição à morte. 6. Aperfeiçoamento, aprendizagem

da obediência e revelação da Sua misericórdia. 7. Com perseverança, tendo Jesus como exemplo e olhando para Ele.

Jan • Fev • Mar 2022

|49|


RESUMO DA LIÇÃO 4

Jesus, nosso Irm ão fiel

T E X T O S -C H A V E S : Lv 25:25-27; Hb 2:14-16; 11:24-26; IC o 15:50; Hb 5:8.9; 12:1-4

ESBOÇO

Temas da lição

Se com pararm os Hebreus 1 com Hebreus 2 tem os um quadro de contrastes. Em H e ­

breus 1, Cristo é superior aos anjos (Hb 1:6), ao passo que em Hebreus 2, Ele é inferior

a eles, ao m enos, por certo tem po (Hb 2:9). Em Hebreus 1, Cristo está próxim o a Deus,

à Sua direita (Hb 1:15); em Hebreus 2, está perto de nós e não Se envergonha de nós,

Seus irm ãos (Hb 2:11). Ao comparar o Cristo pré-encarnado com a natureza hum ana. H e ­

breus afirm a que Cristo adotou a natureza de carne e sangue para ser com o nós (Hb 2:14).

Além disso, m orreu com o nós, seres hum anos (Hb 2:14). M as a grande diferença entre

nossa m orte e a Dele é que Sua morte realizou o que a nossa jamais poderia efetuar: livrou

"todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida"

(Hb 2:15). Cristo é com o nós, mas diferente de nós. Ele foi verdadeiramente hum ano, m as

sem pecado (Hb 4:15). Com o M oisés, que escolheu a vergonha em vez da fama (Hb 11:25),

Cristo não Se im portou em Se tornar hum ano e morrer na cruz. Ele Se tornou com o nós

para que pudéssem os nos tornar com o Ele. Ao nos tornarm os sem elhantes a Ele, Ele não

Se envergonha de nós (Hb 2:11). No entanto, perdemos esse vínculo quando, tendo recebido

a salvação, novam ente O expom os "à zombaria" (Hb 6:6). O s hum anos passam por

provações e testes, que produzem resistência e, finalmente, maturidade de caráter. P aulo

descreveu Jesus de maneira semelhante. Ele "aprendeu a obediência pelas coisas que

sofreu" e foi “aperfeiçoado* (Hb 5:8,9). Com o Jesus aprendeu obediência? Em algum m o ­

mento, Ele foi desobediente? Essa noção iria contradizer Hebreus 4:15, que diz que Jesus

foi provado em tudo, com o nós, mas permaneceu sem pecado.

COM EN TÁRIO

“Tendo sido aperfeiçoado"

O texto de Hebreus 5:7-9 apresenta vários desafios. O texto diz: "Ele, Jesus, nos dias

da Sua carne, tendo oferecido, com forte clam or e lágrimas, orações e súplicas a Quem

O podia livrar da morte, foi ouvido por causa da Sua reverência. Embora fosse Filho, aprendeu

a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o A utor da

salvação eterna para todos os que Lhe obedecem* (Hb 5:7-9).

Essa passagem levanta ao m enos três questões que merecem respostas. Primeira: Paulo

nos diz que Cristo ofereceu orações a Deus, que era capaz de salvá-Lo da morte, e Ele foi

ouvido. Jesus foi ouvido e salvo da m orte? Segunda questão: Jesus aprendeu a obediência.

|50| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Com o Ele aprendeu a obediência? Em algum momento Ele foi um Filho desobediente? Terceira:

Jesus foi aperfeiçoado. Ele não foi perfeito o tempo todo, sem pecado? Trataremos

de cada uma dessas questões em ordem.

Jesus foi ouvido e salvo da morte? O verso 7 começa com a frase “nos dias da Sua carne"

(Hb 5:7), que é uma referência clara à existência humana de Cristo. Ao passar pela experiência

anterior ao Getsêmani e no Getsêmani, os evangelhos nos dizem apenas que

Jesus estava em perigo. Em Mateus 26:38, Ele diz: "A Minha alma está profundam ente triste".

Em M ateus 26:38 e Marcos 14:33, 34, Jesus disse: “A Minha alma está profundam ente

triste". Em Joâo 12:27, Ele disse: “Agora a Minha alma está angustiada". Contudo, nenhum

desses relatos registra que Ele orou com “forte clamor e lágrim as” (Hb 5:7). Esse detalhe

é uma contribuição de Hebreus à narrativa do Getsêmani. A s orações e súplicas de Jesus

foram oferecidas “a quem O podia livrar da morte" (Hb 5:7), mas não foram oferecidas

para que Ele pudesse ser salvo da morte a todo custo. Em que sentido, então, Deus O o u ­

viu? Jesus não orou para ser poupado da morte, mas para que a vontade divina fosse feita

(Mt 26:39). O Pai não livrou Jesus da crucifixão, mas, por meio de Sua ressurreição, O livrou

do poder da morte infligida pela crucifixão. Portanto, Jesus foi ouvido, pois a vontade

divina foi feita, e Jesus foi trazido de volta à vida. Paulo até nos contou o m otivo pelo

qual a oração de Cristo foi ouvida: “por causa da Sua reverência” (Hb 5:7). Por causa do temor

reverente de Cristo pela vontade divina, Sua oração foi ouvida, e Ele foi ressuscitado.

Com o Jesus aprendeu a obediência? Essa pergunta sugere que Cristo pode ter sido

desobediente. Essa possibilidade, no entanto, é claram ente refutada por H ebreus 4:15,

que afirma que Ele foi obediente durante toda a Sua vida. Cristo aprendeu a obediência

por meio da subm issão (Hb 5:7) e do sofrimento (Hb 5:8). O texto grego em prega um jogo

de palavras, emathen/epathen (“aprendeu/sofreu"), no verso 8, sem elhante ao provérbio:

“sem dor, não há ganho" [em inglês, “no pain, no gain"]. Jesus aprendeu a obediência, em

parte, ao Se conformar totalmente à vontade divina no Getsêmani. No entanto, visto que

Cristo não era apenas Deus, mas tam bém humano, Ele teve que aprender a obediência

em Seu papel vocacional com o Salvador. Com o Deus, Ele não tinha pecado, m as com o

humano, precisou aprender a obediência e a subm issão à vontade divina, assim como nós,

seres hum anos. Com o Deus, Jesus nunca precisou aprender a Se submeter. No entanto,

em Sua experiência humana, quando chamado para morrer, teve que superar Seu instinto

hum ano m ais básico de autopreservaçào (“se é possível, que passe de M im este cálice!”

[M t 26:39]) e subm eter-Se. Se n d o assim , aprendeu a obediência subm issa. So b re o

Mestre, Paulo declarou em Filipenses: “tornando-Se obediente até a morte, e m orte

de cruz" (Fp 2:8).

A título de comparação, lem os que a geração do Êxodo se caracterizava por algu ns

elem entos: era rebelde e colocava sem pre D eus à prova; tinha coração endurecido

(Hb 3:8,9); não com preendia os cam inhos de D eus (Hb 3:10). Na carta aos hebreus, Paulo

resume essas características como incredulidade e pecado (Hb 3:12,13,17,19), bem com o

desobediência (Hb 3:18). Rebelião, desobediência, pecado e infidelidade cam inham juntos.

Em contraste, Hebreus aplica a Cristo um conjunto diferente de termos. Ele é “sem

pecado" (Hb 4:15) e “fiel" (Hb 2:17; Hb 3:2,6). Devem os entender a obediência de Cristo

)an • Fev • Mar 2022 1511


<

I

em Hebreus 5:8 à luz desse conjunto de características opostas, conforme evidenciado

pela geração do Êxodo, em Hebreus 5:8-11,15-19. Em seguida, identificarem os prontam

ente a obediência de Cristo com o uma educação que é parte integrante de n o s­

sa própria fé e confiança em Deus (compare com Rm 1:5; 16:26). Assim com o Cristo

aprendeu a obediência com o ser humano, subm etendo-Se à vontade divina e confiando

na vontade de Deus sobre a Sua própria vontade, devem os fazer o m esm o (Ap 14:12).

Resta ainda uma pergunta: Por que Hebreus 5:9 afirma que Cristo foi “aperfeiçoado"?

Afinal, Ele já não era perfeito? 0 verso anterior ajuda a responder a essa indagação: “Em ­

bora fosse Filho, aprendeu a obediência por meio do que sofreu” (Hb 5:8). Paulo concluiu:

Portanto, “tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o Autor da salvação eterna para todos os

Dque Lhe obedecem" (Hb 5:9). Assim, o aperfeiçoamento de Jesus resultou da obediência

que Ele aprendeu por meio do sofrimento, e isso 0 habilitou a ser nosso Sum o Sacerdote

celestial. Em resumo, podemos dizer que a oração de Cristo Àquele que era capaz de

salvá-Lo da morte foi ouvida porque Ele orou para que fosse feita a vontade divina. Com o

resultado, Ele foi trazido de volta à vida. Ele aprendeu a obediência ao Se subm eter a

Deus e confiar Nele. Finalmente, Cristo foi feito nosso Sum o Sacerdote perfeito por meio

da obediência, para que pudesse Se tornar “o Autor da salvação eterna para todos os que

Lhe obedecem", ou seja, nós (Hb 5:9).

Perguntas para reflexão

1. Se Cristo estava sujeito à obediência e a aprendeu em Sua experiência humana, quão

importante é a obediência para nós?

2. Com o poderei andar no Jardim do Éden na nova Terra se nunca experimentar o Jardim

do Getsêmani (isto é, submeter-me à vontade divina aqui e agora)? Por que essas duas

experiências caminham juntas?

3. Em sua opinião, por que o ser humano tem dificuldade em obedecer às autoridades?

Com o poderiam os evitar uma reação negativa semelhante quanto à subm issão à autoridade

divina?

4. Por que muitas vezes há uma tensão no coração humano entre amar a Deus e obedecer-

Lhe? Com o João 14:15 pode nos ajudar a resolver esse problema?

Cristo como nós, mas diferente de nós

Com o vimos, Cristo é retratado como muito superior aos anjos. Na verdade, Ele é descrito

com o a expressão exata do próprio Ser de Deus (Hb 1:3). Portanto, Ele é digno de

adoração (Hb 1:6), de acordo com o primeiro capítulo de Hebreus. No segundo capítulo,

Ele é descrito com o inferior aos anjos por um período de tempo. Porém, não é apenas isso.

Jesus, ao adotar "carne e sangue" e o sofrimento que essa experiência acarreta, com partilhou

plenam ente o destino de Seus irmãos hum anos (Hb 2:14). A maneira pela qual “foi

feito m enor do que os anjos" não foi sim plesm ente por Sua encarnação, m as por Seu so ­

frimento na morte (Hb 2:9). O Filho entrou de tal forma na esfera hum ana que abraçou a

m ortalidade em contraste com os anjos, que não enfrentam a morte.

O que Cristo realizou O capacitou a Se tornar um “misericordioso e fiel Sum o Sacerdo-

I te [...] para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2:17).

1 "

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Pergunta para reflexão: No exato m om ento em que este com entário é escrito, as pesso

a s em todo o m undo estão com m edo de se infectarem e morrer pelo novo coronavirus.

C om o os atos de Cristo ao adotar nossa carne e sangue e com partilhar n o sso destino nos

ajudam quando enfrentam os am eaças tão nefastas e doenças term inais?

APLICAÇÃO PARA A VID A

Considere esta declaração de Ellen G. White sobre a natureza hum ana de Cristo: "M u i­

tos pretendem que era im possível Cristo ser vencido pela tentação. N esse caso, não teria

sido colocado na posição de Adão; não poderia haver obtido a vitória que aquele deixou

de ganhar. Se tivéssem os, em certo sentido, um mais probante conflito do que Cristo teve,

então Ele não estaria habilitado para nos socorrer. M as nosso Salvador Se revestiu da hum

anidade com todas as suas contingências. Tom ou a natureza do hom em com a p o ssibilidade

de ceder à tentação. Não tem os que suportar coisa nenhum a que Ele não tenha

sofrido’ (O Desejado de Todas as Nações, p. 117).

Pergunta para reflexão: Que consolo e esperança há em saber que Jesus suportou tudo

o que som os cham ados a suportar?

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|an • Fev • Mar 2022

I 53


[

Lição

Jesus, o Doador

do descanso

VERSO PARA M EM O RIZAR: "P o rta n to ,

resta um re p o u so sabático para

o p o vo de D e u s" (H b 4:9).

Leituras da semana: G n 15:13-21;

H b 3:12-19; 4:6-11; 4 :1 ,3 ,5 ,1 0 ;

D t 5:12-15; H b 4:8-11

IMS]

Sábado, 22 de janeiro

A n o Bíblico: Ê x 16,17

Os capítulos 1 e 2 de Hebreus enfatizam a entronização de Jesus

como Governante e Libertador do povo de Deus. Os capítulos 3 e 4

apresentam-No como Aquele que nos dará descanso. Essa progressão faz sentido

ao lembrarmos que a aliança davídica afirmava que Deus daria ao Rei

prometido e a Seu povo “descanso” de seus inimigos (2Sm 7:10,11). Esse descanso

está disponível para nós visto que Jesus está sentado à direita de Deus.

Hebreus descreve o descanso tanto como um descanso que pertence

a Deus quanto como um descanso sabático (Hb 4:1-11). Deus tornou Seu

descanso disponível a Adão e Eva. O primeiro sábado foi a experiência da

perfeição com Aquele que a tornou possível. Deus também promete um

descanso sabático, pois a verdadeira observância do sábado incorpora a

promessa divina de trazer de volta essa perfeição.

Quando guardamos o sábado, recordamos que Deus fez uma provisão

perfeita para nós quando criou o mundo e quando o redimiu na cruz.

A verdadeira observância do sábado, entretanto, é mais do que um ato

de lembrança; é um antegozo, neste mundo imperfeito, do futuro que

Deus prometeu.

ISA |

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Domingo, 23 de janeiro

A terra como um lugar de descanso

A n o Bíblico: £ x 18 P O

1. Leia Gênesis 15:13-21.0 que Deus prometeu a Abraão?

Quando Deus libertou Israel da escravidão no Egito, Seu propósito era

levar a nação para a terra de Canaã, onde poderia descansar (Êx 33:14;

Js 1:13). A terra de Canaã era a herança que o Senhor havia prometido

ao patriarca Abraão, por ter obedecido à voz de Deus e deixado seu país

(Gn 11:31-12:4).

O propósito divino ao dar a terra a Israel não era simplesmente que

o povo a possuísse. Deus queria trazer os filhos de Israel para Si m esm o

(Êx 19:4), pois desejava que vivessem em uma terra onde pudessem ter

um relacionamento íntimo com Ele, sem nenhum obstáculo, e fossem

testemunhas para o mundo do verdadeiro Deus e do que Ele oferecia ao

Seu povo. Como o sábado da criação, a terra de Canaã tornava possível

um relacionamento íntimo com o Redentor e permitia que desfrutassem

de Sua bondade.

Em Deuteronômio 12:1-14, o Senhor disse aos israelitas que eles entrariam

no descanso, não apenas quando entrassem na terra, mas quando

a tivessem purificado da idolatria. Depois disso, o Senhor mostraria a

eles, os escolhidos, um lugar onde habitaria entre eles.

2. Leia Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15. Quais são as duas coisas que

o descanso sabático celebra, e como se relacionam?

Deus conectou o sábado da criação com a libertação do Egito. O Senhor

instruiu Israel a observar o sábado como memorial da criação e de sua

redenção do Egito. A criação e a redenção estão ambas consagradas no

mandam ento do sábado. Assim como não nos criamos, não podemos

nos redimir. É uma obra que só Deus pode fazer e, no descanso, reconhecemos

nossa dependência Dele, não apenas para a existência, mas para a

salvação. A guarda do sábado é uma expressão poderosa de salvação somente

pela fé na graça amorosa de Deus.

Como a guarda do sábado nos ajuda a entender nossa total dependência de Deus, não

apenas para a existência, mas também para a salvação?

|an • Fev • Mar 2022 15 5 1


Segunda, 24 de janeiro

Por causa da incredulidade

Ano Bíblico: Êx 21-23

3. Por que Israel não entrou no descanso prometido? Hb 3:12-19

0triste fato é que os que foram libertos do Egito não puderam entrar

no descanso prometido. Quando Israel chegou a Cades-Barneia, na

fronteira da terra prometida, ele não teve a fé de que precisava. Os capítulos

13 e 14 de Números explicam que os espias israelitas “falaram mal

da terra que haviam espiado” (Nm 13:32). Afirmaram que a terra era boa,

mas avisaram que os habitantes eram fortes, as cidades fortificadas, e que

não poderiam conquistá-la.

Josué e Calebe concordaram com a declaração de que a terra era boa

e não contestaram o fato de que seu povo era forte e as cidades fortificadas,

mas afirmaram que Deus estava com eles e os levaria para a terra

(Nm 14:7-9). No entanto, aqueles que viram Deus destruir o Egito por meio

de pragas (Êx 7-12), aniquilar o exército do faraó no Mar Vermelho (Êx 14),

fornecer pão do Céu (Êx 16) e água da rocha (Êx 17), e também manifestar

Sua contínua presença e orientação através da nuvem (Êx 40:36-38),

deixaram de confiar. É uma trágica ironia que a geração que havia visto

tais demonstrações poderosas do poder divino tenha se tornado símbolo

de falta de fé (Ne 9:15-17; SI 106:24-26; ICo 10:5-10).

Deus promete a Seus filhos dons além do alcance humano. É por isso

que se baseiam na graça e são acessíveis apenas por meio da fé. Hebreus 4:2

explica que a promessa que Israel recebeu “não lhes trouxe proveito, porque

não foram unidos por meio da fé com aqueles que a ouviram.”

Israel peregrinou até a fronteira da terra prometida como um povo.

Quando confrontado com relatos contraditórios, se identificou com os

incrédulos. A fé, ou a falta dela, é contagiosa. Por isso Hebreus admoesta

seus leitores: “animem uns aos outros” (Hb 3:13), “cuidemos também de

nos animar uns aos outros no amor e na prática de boas obras” (Hb 10:24),

e “que ninguém fique afastado da graça de Deus” (Hb 12:15).

Continuamos a viajar para a terra prometida como um povo e temos

responsabilidade para com os que viajam conosco.

Suas palavras e ações ajudam a edificar a fé das pessoas? Você pode melhorar nisso?

15 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 25 de janeiro

Hoje, se ouvirem a Sua voz

Ano Bíblico: Êx 24-27

4. Qual é o convite de Deus para nós em Hebreus 4:6-11?

Embora a geração do deserto não tenha entrado no descanso por sua

falta de fé, isso não impediu Deus de trabalhar em favor de Seu povo.

Ele permaneceu fiel (2Tm 2:13). Paulo repetiu várias vezes que a promessa

divina permanece (Hb 4:1, 6, 9). Ele usou os verbos gregos kataleipõ e

apoleipõ, o que significa que a promessa foi “deixada para trás” ou ignorada

pelo povo. O fato de que o convite para entrar no descanso tenha sido

repetido na época de Davi (Hb 4:6, 7, referindo-se ao SI 95) implicava que

a promessa não havia sido reivindicada e que ainda estava disponível. Na

verdade, sugere que o descanso está disponível desde a criação (Hb 4:3,4).

Deus, entretanto, nos convida "hoje” a entrar em Seu descanso. “Hoje”

é um conceito repleto de significado. Quando Moisés renovou a aliança de

Israel com Deus na fronteira da terra prometida, enfatizou a importância

do “hoje” (Dt 5:3; compare com 4:8; 6:6; 11:2). “Hoje” foi um momento

de reflexão em que ele convidou o povo a reconhecer que Deus tinha

sido fiel (Dt 11:2-7). “Hoje” também foi o momento de decidir ser fiel ao

Senhor (Dt 5:1-3). Essa decisão não pode ser adiada.

Da mesma forma, "hoje” é para nós um momento de decisão, de oportunidade,

mas também de perigo, como sempre foi para o povo de Deus.

No livro de Hebreus, o conceito do “hoje” denota o tempo do cumprimento

das promessas divinas. Deus inaugurou esse momento com o

decreto: “Hoje Eu gerei Você” (Hb 1:5), que estabeleceu Jesus como Governante

em cumprimento de Suas promessas (2Sm 7:8-16). Assim, a entronização

de Jesus inaugurou uma nova era de bênçãos e oportunidades

para nós. Jesus derrotou os inimigos (Hb 2:14-16) e inaugurou uma nova

aliança (Hb 8-10). Podemos nos aproximar “ousadamente” da presença

divina (Hb 4:14-16; 10:19-23) e nos regozijar diante do Senhor com sacrifícios

espirituais de ação de graças e louvor (Hb 12:28; 13:10-16). O apelo

feito “hoje” nos convida a reconhecer que Deus é fiel e nos dá todas as razões

para aceitar Seu convite imediatamente, sem tardar.

Que decisões espirituais você deve tomar "hoje"? Como foram suas experiências quando

adiou o que sabia que Deus queria que você fizesse de imediato?

Jan • Fev • Mar 2022 |5 7 1


Q u arta, 2 6 de janeiro

Ano Bíblico: É x 2 8 ,29

Entrando em Seu descanso

5. Leia Hebreus 3:11 e 4:1,3,5,10. Como Deus caracteriza o descanso no qual

nos convida a entrar?

Deus não nos convida simplesmente para descansar. Somos convidados

a entrar em Seu descanso. Na Bíblia, “descanso” pode denotar paz

na terra de Canaã (Dt 3:20), ou o templo em que a arca da aliança descansava

(2Cr 6:41), ou o sábado em que Deus e os israelitas “descansam” de

seu trabalho (Êx 20:11). Porém, nas passagens acima o Senhor os convida

a entrar em Seu descanso.

6. Leia Hebreus 4:9-11,16.0 que som os chamados a fazer?

O descanso sabático celebra o fato de Deus ter terminado ou completado

a obra da criação (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11) ou redenção (Dt 5:12-15).

Da mesma forma, a entronização de Jesus no templo celestial celebra o

fato de que Ele terminou de oferecer o sacrifício perfeito para nossa salvação

(Hb 10:12-14).

Observe, Deus descansa somente quando garante nosso bem -estar.

Na criação, Deus descansou quando terminou a criação do mundo. Depois,

descansou no templo somente depois que a conquista da terra que Ele havia

prometido a Abraão foi completada por meio das vitórias de Davi, e

Israel habitava seguro (lR s 4:21-25; compare com Êx 15:18-21; Dt 11:24;

2Sm 8:1-14). Deus construiu uma casa para Si só depois que Israel e o rei

tinham uma casa.

O descanso final que Deus nos promete é o novo mundo que criará para

nós depois que o grande conflito finalmente terminar. Hebreus se refere a

ele como “a cidade [...] da qual Deus é o Arquiteto e Construtor” (Hb 11:10)

e como uma pátria celestial (Hb 11:14-16). Esse descanso é a restauração

do domínio, glória e honra que Deus originalmente concedeu aos seres humanos

na criação (Hb 2:5-8; 12:28). E o Seu descanso. Não é simplesmente

uma terra perfeita em que teremos paz, mas um novo céu e uma nova terra

onde o trono de Deus estará. Ali teremos o nosso almejado descanso sabático.

Como podem os entrar no descanso de Deus agora mesmo e, pela fé, ter a certeza da

salvação em Cristo, e não em nós m esm os?

1581 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q uinta, 27 de ianeiro A n o Bíbi« o t x v». 3 1

Uma antecipação da nova criação

7. Compare Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15 e Hebreus 4:8-11. Que diferenças

encontramos quanto ao significado do descanso sabático?

Exodo e Deuteronômio nos convidam a olhar o passado e descansar no

sábado para celebrar as obras da criação e da redenção. Hebreus 4:9-11,

no entanto, nos convida a olhar para o futuro. Diz-nos que Deus preparou

um descanso sabático vindouro e sugere uma nova dimensão para a guarda

do sábado. O descanso sabático celebra não apenas as vitórias de Deus

no passado, mas também as promessas divinas para o futuro.

A dimensão futura da observância do sábado sempre existiu, mas muitas

vezes foi negligenciada. Após a queda, passou a ser a promessa de

que Deus um dia restauraria a criação à sua glória original por meio do

Messias. Deus nos ordenou que celebrássemos Seus atos de redenção por

meio da observância do sábado, pois esse dia aponta para a culminação

da redenção em uma nova criação. A observância do sétimo dia é uma antecipação

do céu neste mundo imperfeito.

Isso sempre foi claro na tradição judaica. "Life of Adam and Eve”, The

Old Testament Pseudepigrapha, de James H. Charlesworth, obra escrita entre

100 a.C. e 200 d.C., p. 18, diz: "O sétimo dia é um sinal da ressurreição,

o descanso da era vindoura”. Outra fonte diz que a era vindoura é "o dia que

é descanso sabático para a eternidade” (Jacob Neusner, The Mishnah, a New

Translation [Yale University Press, 1988], p. 873). O thiotofRabbiA kiha, uma

fonte posterior, diz: "Israel disse perante o Santo, ‘Bendito seja Ele, Mestre

do Mundo, se observarmos os mandamentos, que recompensa teremos?’ Ele

lhe disse: ‘O mundo vindouro'. Disse-Lhe: ‘Mostra-nos como ele é\ Ele lhes

mostrou o sábado’" (Theodore Friedman, “The Sabbath Anticipation of Redemption"

[Judaism: A Quarterly Journal, v. 16], p. 4 4 3 ,4 4 4 ).

O sábado é celebração, alegria e ação de graças. Ao observá-lo, demonstramos

que cremos nas promessas de Deus, que aceitamos o dom da graça.

O sábado é a fé vibrante. Quanto às ações, a observância do sábado provavelmente

seja a expressão mais completa da convicção de que somos

salvos pela graça por meio da fé Nele.

Como guardar o sábado mos trando o en tendimen to do que é a salvação pela fé, à parte

das obras da lei? Em que sentido descansar no sábado expressa salvação pela graça?

|an • Fev • Mar 2022 I 5 9 1


Se x ta , 28 de janeiro

Estudo adicional

A n o Bíblico: Êx 32,33

/

Esignificativo que Paulo, em Hebreus, tenha usado o descanso sabático,

e não o domingo, como símbolo da salvação pela graça. O uso do descanso

sabático dessa forma implica que os crentes valorizavam e observavam

o sábado. Contudo, a partir do segundo século d.C., encontramos

evidências de uma mudança decisiva na igreja. A observância do sábado

deixou de ser considerada um símbolo de salvação e passou a ser símbolo

de fidelidade ao judaísmo e à antiga aliança, que deveria ser evitado.

Guardar o sábado tornou-se o equivalente a “judaizar”. Inácio de Antioquia

(por volta de 110 d.C.) observou: “Aqueles que viviam de acordo com

a antiga ordem encontraram uma nova esperança. Eles não mais observam

o sábado, mas o dia do Senhor - o dia em que nossa vida foi ressuscitada

com Cristo e por Sua morte” (Jacques B. Doukhan, Israel and the

Church: Two Voices for the Same God [Hendrickson Publishers, 2002], p. 42).

Marcião ordenou que seus seguidores jejuassem no sábado como sinal de

rejeição aos judeus e ao seu Deus, e Vitorino não queria dar a impressão

de que “observava o sábado dos judeus” (Israel and the Church, p. 41-45).

Foi a perda da compreensão da observância do sábado como um símbolo

da salvação pela graça que levou ao seu desaparecimento na igreja cristã.

“A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de

sentimentos, mas deve existir uma confiança constante e tranquila. Sua

esperança não está em si mesmo, mas em Cristo. [...]” (Ellen G. W hite,

Caminho a Cristo, p. 70, 71).

Perguntas para consideração

1. Qual é a relação entre a observância do sábado e a justificação pela fé?

2. Qual é a diferença entre a verdadeira observância do sábado e a observância

legalista? Como observar o sábado da maneira correta?

Respostas e atividades da semana: 1. Prometeu que daria a terra à sua descendência. 2. A criação e a redenção.

Deus nos criou e nos redimiu. 3. Porque não creu no poder de Deus para entregar a terra nas suas mãos, apesar de

ter testemunhado maravilhas da parte de Deus e ter visto Seu cuidado e amor. 4. Deus nos convida a entrar no Seu

descanso, ou seja, confiar Nele. S. Esse descanso é chamado de "Seu descanso", o descanso que Deus oferece quando

confiamos no sacrifício de Cristo para nos salvar. 6. Entrar no descanso que encontramos no trono da graça por

meio da fé e da oração. 7. Êxodo e Deuteronõmio enfatizam a criação e a redenção, enquanto Hebreus enfatiza a

promessa divina para o futuro: a culminação da redenção em uma nova criação.

160 Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇÃO 5

Jesus, o Doador do descanso

T E X T O S -C H A V E S : Gn 15:13-21; Hb 3:12-19; 4:6-11; 4:1,3,5,10; Dt 5:1-3; Hb 4:8-11

ESBOÇO

Temas da lição

A aliança davídica prometia descanso ao Rei entronizado e a Seu povo. A progressão

lógica de Hebreus concorda com essa ideia. Em Hebreus 1 e 2, vemos a preeminência

de Cristo como Soberano e Libertador de Seu povo. Hebreus 3 e 4 mostra a superioridade

de Cristo em relação a Moisés e Josué como o divino Líder que provê descanso.

O descanso sabático no AT é retratado em duas versões dos Dez Mandamentos (Êx 20;

Dt 5). O primeiro texto enfatiza a criação, o último, a redenção. Em Hebreus 3 e 4, Paulo

usou a geração do Êxodo (não seus filhos) como um exemplo de descrença e desobediência

(Hb 3:19) para mostrar a consequência prejudicial de não poder entrar na terra do

descanso, Canaã. Voltando-se para sua audiência, Paulo a exortou com uma citação do

Salm o 95: “Hoje, se ouvirem a Sua voz, não endureçam o coração” (Hb 4:7), mas entrem

no Seu repouso (Hb 4:9). O que é esse repouso (do grego, sabbatismos) do qual Paulo falou?

Por que o apóstolo incentivou os hebreus a participarem dele? São essas as questões

que abordaremos a seguir.

COMENTÁRIO

A observância do sábado permanece

Comecemos definindo o “repouso" de Hebreus 4:9. De acordo com o Comentário Bíblico

Adventista do Sétimo Dia, a palavra traduzida como “repouso” em Hebreus 4:9 vem do grego

sabbatismos, que significa “descanso”, “cessação" [de atividade anterior]; que mais tarde

passa a significar “observar o sábado”, do verbo sabbatizõ, “descansar", “fazer cessar",

“guardar o sábado".

“Sabbatizõ é usado sete vezes na LX X [a Septuaginta, a tradução grega dos judeus do

AT], uma vez para o sábado literal do sétimo dia (Êx 16:30), uma vez para outros sábados

(Lv 23:32) e cinco vezes para o descanso da terra no ano sabático (Lv 26:34,35; 2Cr 36:21)

[...] Assim, a ideia fundamental expressa por sabbatizõ, na LXX, é a de descansar ou cessar

o trabalho ou outra atividade. A partir disso, conclui-se que o uso das palavras gregas

e hebraicas relacionadas implica que o substantivo sabbatismos pode denotar tanto o

descanso literal do sábado como simplesmente “descanso" ou “cessação" em sentido geral.

Assim, um estudo linguístico da palavra sabbatismos em Hebreus 4:9 não deixa claro

se o autor tinha em mente o descanso do sábado semanal ou se indicava simplesmente

“descanso" ou “cessação" em sentido geral. O contexto, porém, pode elucidar a questão.

)an • Fev • Mar 2022 I 6 1 1


‘0 autor de Hebreus parece usar katapausis ["cessação do trabalho"; ver em Hebreus

3:11) e sabbatismos mais ou m enos como sinônimos:

"1. Pelo fato de que Josué não pôde levar o Israel espiritual ao 'descanso* (katapausis,

v. 8), resta um sabbatismos (v. 9) para os cristãos. 0 que resta deve ser o m esm o que havia

no inicio.

"2. N os versos 1 e 6, o que resta para o povo de Deus no tem po do NT é um katapausis;

no v. 9, é dito que resta um sabbatismos. Assim , dizer que o que resta para “o povo

de D eus" é o sábado sem anal implicaria que Josué não conseguiu levar Israel ao sá b a ­

do semanal.

*3. 0 fato de, na LXX, a Bíblia comum da igreja do NT, katapauõ (Gn 2:2, 3; Êx 20:11) e

sabbatizõ (êx 16:30; Lv 23:32) serem usados intercambiavelmente para o sábado do sétimo

dia tende a negar a ideia de que o autor de Hebreus tivesse a intenção de fazer uma

distinção entre essas palavras em Hebreus 3 e 4.

B

*Os judeus do tempo de Paulo, sendo cristãos ou não, eram criteriosos na observância

do quarto mandamento. Portanto, escrevendo aos judeus, o autor de Hebreus não

considerou necessário provar-lhes que a guarda do sábado “permanece". Se o objetivo

do argumento, iniciado em Hebreus 3:7, fosse provar que a guarda do sábado perm anecia

para o povo de Deus, o autor não estaria sendo lógico em seu raciocínio. Não haveria

nenhum a vantagem em um esforço tão grande para convencer os judeus a fazer algo

que eles já estavam fazendo: observar o sábado do sétimo dia. ALém disso, no contexto

apostólico, o sábado do sétimo dia era observado por todos os cristãos, judeus e gentios,

e qualquer argum ento para provar a validade do sábado naquele contexto do cristianismo

seria desnecessário.

"Deve-se observar ainda que a seção que compreende os capítulos 3 e 4 de Hebreus é

aberta com um convite: 'Considerem atentamente o Apóstolo e Sum o Sacerdote da nossa

confissão, Jesus’ (Hb 3:1), e termina com um apelo fervoroso: ‘Acheguem o-nos [...] confiadamente*

diante Dele, a fim de ‘recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro

em ocasião oportuna’ (Hb 4:16). Assim, uma argumentação prolongada a fim de provar

a obrigação de observar o sábado, para quem já guardava o sábado, não teria uma relação

direta com o tema dominante de Hebreus 3 e 4: o ministério de Cristo como o grande

Sum o Sacerdote no santuário celestial.

“O descanso de que se fala aqui é o descanso da graça” (Ellen G. White, M aterial

Suplem entar sobre Hb 4:9; cf. GC 253). Trata-se do “verdadeiro repouso da fé” (M D C

[O Maior Discurso de Cristo], p. 1).

“O s cristãos entram no ‘descanso’ de Deus quando 'consideram' Jesus (Hb 3:1), ouvem

Sua voz (Hb 3:7,15; 4:7), exercem fé Nele (Hb 4:2,3), abandonam os próprios esforços para

obter a salvação (v. 10), conservam ‘firmes a confissão’ (v. 14) e se aproximam do trono

da graça a fim de ‘receber misericórdia e achar graça para socorro em ocasião oportuna’

(v. 16). Aqueles que entram nessa experiência devem tomar cuidado com o ‘perverso coração

de incredulidade’ (Hb 3:12), evitando endurecer o coração (Hb 3:8,15; 4:7). Devem

se esforçar para entrar no ‘descanso’ de Deus" (Hb 4:11; Comentário Biblico Adventista do

Sétimo Dia, v. 7, p. 454,455, “Repouso" em Hebreus 4:9).

1 6 2 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Ellen G. White abordou o tema do repouso tratado em Hebreus 4:9 em um resum o da

vida do grande reformador inglês João Wesley: “Em tempo de grandes trevas espirituais,

George Whitefield e os irmãos Wesley apareceram como portadores da luz de Deus. Sob

o dom ínio da igreja estabelecida, o povo da Inglaterra havia caldo em tal declínio religioso

que dificilmente se poderia diferenciar do paganismo. A religião natural era o estudo

favorito do clero e incluía a maior parte de sua teologia. As classes mais elevadas zom bavam

da religiosidade e se orgulhavam de estar acima do que diziam ser fanatismo religioso.

A s classes inferiores eram totalmente ignorantes e entregues ao vício, enquanto a igreja

já não tinha coragem nem fé para apoiar a causa esmorecida da verdade.

"A grande doutrina da justificação pela fé, tão claramente ensinada por Lutero, foi quase

completamente perdida de vista e substituída pelo princípio católico de confiar nas boas

obras para a salvação. Whitefield e os Wesley, que eram m em bros da igreja estabelecida,

buscavam sinceramente o favor de Deus e haviam sido ensinados que isso deveria ser conseguido

mediante uma vida virtuosa e pela observância das ordenanças da religião. [...]

“W esley e seus companheiros chegaram a ver que a verdadeira religião está no coração

e que a lei de Deus envolve tanto os pensam entos quanto as palavras e ações. C onvictos

da necessidade de pureza de coração, assim como da correção da conduta exterior,

buscaram com zelo levar uma nova vida. Com oração e diligentes esforços, em penhavam -

se para dom inar os males do coração natural. Levavam uma vida de renúncia, caridade

e auto-hum ilhação, observando com grande rigor e exatidão todas as m edidas que acreditavam

poder ajudá-los a conseguir o que mais desejavam: uma santidade que pudesse

garantir o favor de Deus. Contudo, não alcançaram o objetivo que procuravam. Foram

inúteis seus esforços para se libertarem da condenação do pecado ou para neutralizar seu

poder. Essa foi a mesma luta que Lutero havia experimentado em sua cela no convento

em Erfurt. A mesma questão lhe havia torturado a alma - ‘Como pode o hom em ser justo

para com D e u s?’ (Jó 9:2). [...]

“Ao voltar para a Inglaterra, Wesley, sob a instrução de um pregador morávio, chegou

a um entendim ento mais claro da fé bíblica. Ficou convencido de que deveria renunciar

toda confiança em suas próprias obras para a salvação e que devia confiar com pletam ente

no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m undo” (Jo 1:29). Em uma reunião da S o ­

ciedade Morávia de Londres, foi lida uma declaração de Lutero, descrevendo a m udança

que o Espírito de Deus realiza no coração do crente. Ao ouvi-la, acendeu-se a fé na alma

de Wesley. [...] 'Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação; e foime

concedida a certeza de que Ele havia tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvado

da lei do pecado e da morte’.

“Durante longos anos de exaustivos esforços, de rigorosa renúncia, censura e hum i­

lhação próprias, W esley havia se mantido firme em seu único propósito de buscar a Deus.

Por fim, ele O encontrou; e descobriu que a graça que tinha se esforçado tanto para alcançar,

por meio de orações e jejuns, obras de caridade e abnegação, era um dom que

poderia ser adquirido 'sem dinheiro e sem preço'” (Is 55:1; O Grande Conflito, p. 253-256).

Jan • Fev • Mar 2022

|63|


APLICAÇÃO PARA A V ID A

Perguntas para reflexão

1. Como a história de João Wesley ilustra a diferença entre repousar exclusivamente nos

méritos de Cristo e a futilidade de confiar em nossas próprias obras para a salvação?

2. De acordo com Hebreus 4:9, qual é o repouso que ainda resta para os cristãos?

3. Ellen G. White declarou que o repouso de que Paulo falou em Hebreus 4:9 é o descanso

da graça. Como podem os desfrutar esse descanso?

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/cpbeditora

|64| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Jesus,

o Sacerdote fiel

t

i S

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o rq u e n o s

convinha um S u m o Sace rd ote c o m o Este,

santo, inculpável, sem mácula,

se p a rado d o s p e cadores e e xaltado

acim a d o s C é u s” (Hb 7:26).

Leituras da semana: H b 5:1-10;

G n 1 4 :1 8 -2 0 ; 1 P e 2:9; H b 7:1-3;

7:11-16,22, 2 6

wa

S ábado, 2 9 de janeiro

A n o Bíblico: Ê x 3 4 -3 6

0pecado causou um abismo entre Deus e nós. Esse problema se agravou,

pois o pecado também implica a corrupção da nossa natureza.

Deus é santo, e o pecado não pode existir em Sua presença; assim, nossa

própria natureza corrompida nos separou Dele, como dois ímãs na orientação

errada se repelem. Além disso, nossa natureza corrompida tornou

impossível a nós obedecer à lei divina. O ser humano perdeu de vista o

amor e a misericórdia de Deus e passou a vê-Lo como irado e exigente.

Nesta semana, estudaremos as ações incríveis que o Pai e Jesus realizaram

para superar esse abismo. Hebreus 5 -7 apresentam uma análise

cuidadosa do sacerdócio de Jesus. O autor analisa sua origem e seu propósito

(Hb 5:1-10) e, em seguida, exorta os leitores a não desconsiderá-los

(Hb 5:11-6:8), mas apegar-se à esperança que isso envolve (Hb 6:9-20). Ele

também explica as características desse sacerdócio (Hb 7:1-10) e suas implicações

para o relacionamento de Deus com os crentes (Hb 7:11-28). Nesta

semana vamos nos concentrar especificamente em Hebreus 5:1-10 e 7:1-28.

166 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


Domingo, 30 de janeiro

Sacerdote em favor dos seres humanos

1. Qual é o papel do sacerdote? Como Jesus o cumpre? Hb 5:1-10

Ano Bíblico êx 37, ia

0propósito básico de um sacerdote é mediar entre os pecadores e Deus.

Sacerdotes foram designados por Deus a fim de m inistrar em favor

dos seres humanos; portanto, deviam ser misericordiosos e compreender

as fraquezas humanas.

Em Hebreus 5:5-10, Paulo mostrou que Jesus cumpre perfeitamente

essas características: foi designado por Deus (Hb 5:5, 6) e nos entende,

pois também sofreu (Hb 5:7, 8).

Porém, existem algumas diferenças importantes. Jesus nâo foi “escolhido

dentre os homens” (Hb 5:1). Em vez disso, adotou a natureza humana

para, entre outras coisas, servir como Sacerdote em nosso favor. Ele não

ofereceu sacrifícios pelos Seus próprios pecados (Hb 5:3), mas apenas pelos

nossos, pois Ele não tinha pecado (Hb 4:15; 7:26-28).

Hebreus diz que Jesus orou a quem O podia livrar da morte, e foi ouvido

(Hb 5:7). Deus salvou Jesus da segunda morte quando O ressuscitou

(Hb 13:20). Hebreus também diz que Jesus “aprendeu obediência pelas

coisas que sofreu” (Hb 5:8). A obediência era nova para Jesus, não porque

Ele fosse desobediente, mas porque era Deus. Como Soberano do Universo,

Jesus não obedecia a ninguém; todos Lhe obedeciam.

O sofrimento e a morte não O aperfeiçoaram no sentido de que tenha

progredido moral ou eticamente, nem O tornaram misericordioso. Ao contrário,

Jesus veio à Terra porque sempre foi misericordioso. Por isso, teve

compaixão de nós (Hb 2:17). O que Hebreus quer dizer é que foi por meio

dos sofrimentos que a realidade do amor fraterno de Jesus, a autenticidade

de Sua natureza humana e a profundidade de Sua submissão como

Representante da humanidade conforme a vontade do Pai foram verdadeiramente

expressas e reveladas. Ele foi “aperfeiçoado” no sentido de que

Seus sofrimentos O qualificaram para ser nosso Sumo Sacerdote. Foi Sua

vida de perfeita obediência e depois Sua morte na cruz que constituíram

a oferta de sacrifício que Jesus apresentou ao Pai como nosso Sacerdote.

1 Pedro 2:9 diz que som os "um sacerdócio real". O que a vida de Jesus diz sobre como

deve ser nosso relacionamento com as pessoas ao desempenhar esse papel sagrado?

)an • Fev • Mar 2022 16 7 1


Segunda, 31 de janeiro Ano Bíblico: Êx 39,40

Segundo a ordem de Melquisedeque

2. Leia Gênesis 14:18-20 e Hebreus 7:1-3. Quem foi Melquisedeque e com o

ele prefigurou jesus?

elquisedeque era rei e sacerdote. Ele também era superior a Abraão,

visto que este lhe deu o dízimo. Da mesma forma, Jesu s é Rei e

Sacerdote (Hb 1:3); diferente de Melquisedeque, porém, Jesus não tinha

pecado (Hb 7:26-28).

Hebreus 7:15 explica que Jesus era sacerdote “à sem elhança de

Melquisedeque". Isso é o que significa a expressão anterior, “segundo a ordem

de Melquisedeque" (Hb 5:6). Jesus não foi sucessor de Melquisedeque,

mas Seu sacerdócio era semelhante ao dele.

Por exemplo, Paulo diz que Melquisedeque não tinha pai, mãe, genealogia,

nascimento nem morte. Alguns sugeriram que Melquisedeque foi

uma encarnação de Jesus na época de Abraão, porém isso não se encaixa

no argumento de Hebreus. Melquisedeque “se assemelha” a Jesus, o que

implica que não era igual a Ele (Hb 7:3).

Também se sugeriu que Melquisedeque fosse um ser celestial, mas isso

destruiria o argumento de Hebreus. Se Melquisedeque não teve pai, mãe,

começo nem fim, ele seria o próprio Deus. Isso representa um problema.

O sacerdócio celestial de Melquisedeque, totalmente divino, teria precedido

o ministério de Jesus. Se fosse esse o caso, “que necessidade haveria

ainda de que se levantasse outro Sacerdote” (Hb 7:11)?

Hebreus usou o silêncio das Escrituras a respeito do nascimento, da

morte e genealogia de Melquisedeque para construir uma tipologia, um

símbolo, para o ministério sacerdotal de Cristo (Gn 14:18-20) e para o fato

de que o próprio Jesus era eterno. Em suma, Melquisedeque foi um reisacerdote

cananeu que serviu como um tipo de Cristo.

“Foi Cristo que falou através de Melquisedeque, o sacerdote do Deus

altíssimo. Melquisedeque não era Cristo, mas era a voz de Deus no mundo,

representante do Pai. E através de todas as gerações do passado, Cristo

falou; Cristo dirigiu Seu povo e tem sido a luz do mundo” (Ellen G. W hite,

Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 409).

O que a revelação sobre Melquisedeque nos ensina sobre a forma pela qual Deus trabalha

entre aqueles que nunca ouviram missionários pregando?

16 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 1° de fevereiro

Ano Bíblico: Lv1-4

Sacerdote eficiente

11 r ) ortanto, se a perfeição fosse possível por meio do sacerdócio levítico

\ - pois foi com base nele que o povo recebeu a lei que necessidade

haveria ainda de que se levantasse outro Sacerdote, segundo a ordem de

Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão?” (Hb 7:11).

Sacerdotes são mediadores entre Deus e os seres humanos. No entanto,

os sacerdotes levitas não podiam prover acesso completo e seguro a

Deus, pois não ofereciam perfeição (Hb 7 :1 1 ,1 8 ,1 9 ), visto que eles mesmos

não eram perfeitos.

Os sacrifícios de animais também não poderiam limpar a consciência

do pecador. Seu propósito era apontar para o ministério de Jesus e Seu

sacrifício, o único que proporcionaria a verdadeira purificação do pecado

(Hb 9:14; 10:1-3,10-14). A função dos sacerdotes levitas e seus sacrifícios

era temporária e ilustrativa. Por meio do ministério deles, Deus queria levar

as pessoas a depositar fé no futuro ministério de Jesus, “o Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29).

3. Leia Hebreus 7:11-16. Por que houve necessidade de mudar a lei?

Hebreus 7:12 explica que a mudança do sacerdócio tornou necessária

uma mudança na lei. Por quê? Porque havia uma lei muito rígida que proibia

a pessoa que não fosse da linhagem de Levi por meio de Arão de servir

como sacerdote (Nm 3:10; 16:39, 40). Hebreus 7 :1 3 ,1 4 explica que Jesus

era da linhagem de Judá. Paulo argumenta que Sua designação como sacerdote

significa que Deus mudou a lei do sacerdócio.

A vinda de Jesus também implicou uma mudança na lei dos sacrifícios.

Os pecadores eram obrigados a trazer diferentes tipos de sacrifícios para

obter expiação (Lv 1-7), mas ao vir Jesus e oferecer um sacrifício perfeito,

a lei dos sacrifícios de animais também foi posta de lado (Hb 10:17,

18) como resultado da nova aliança e da revelação mais completa do plano

da salvação.

Pense na infinidade de sacrifícios de animais oferecidos na antiguidade, todos apontando

para Jesus, e ainda assim nenhum deles podia realmente pagar pelos pecados

da humanidade. Por que som ente a morte de Jesus poderia fazer isso?

|an • Fev • Mar 2022 |69|


Q u arta, 2 de fevereiro

Sacerdote eterno

AnoS&Nccr Lv 5-7

4. Leia Hebreus 7:16. Como )esus Se tornou sacerdote?

Jesus recebeu o sacerdócio com base em uma vida que não tem fim e por

possuir um ministério eterno, o que significa que Seu ministério nunca

será superado nem ultrapassado. Jesus salva completamente, eternam ente,

“totalm ente” (Hb 7:25). A salvação que Cristo oferece é total e plena.

Alcança os aspectos mais profundos da natureza humana (Hb 4:12; 9:14;

10:1-4). A intercessão de Jesus diante de Deus abrange todos os benefícios

concedidos sob a nova aliança. Ela inclui muito mais do que o perdão

de pecados; implica colocar a lei em nosso coração, nos tornar novas

pessoas Nele e nos levar a propagar o evangelho ao mundo (Hb 8:10-12).

Como Um com Deus e com os seres humanos, Ele nos representa diante

do Pai. Como Aquele que ofereceu a vida em sacrifício, Jesus tem um favor

inabalável perante Deus.

5. Leia Hebreus 7:22.0 que Jesus Se tornou em relação à nova aliança?

Jesus é o Fiador da nova aliança, pois Deus jurou que Ele seria Sacerdote

“para sempre” (Hb 7:21). É muito fácil não entender a importância

desse juramento. Paulo já havia se referido aos juramentos que Deus fez à

geração do deserto e a Abraão (Hb 3:7-11; 6:13-15). A diferença é que esses

juram entos foram feitos a seres humanos mortais. Os juramentos permanecem

em vigor enquanto os beneficiários estiverem vivos. O juram ento

de Deus à geração do deserto e a Abraão foi válido enquanto houve uma

geração do deserto e descendentes de Abraão (ver G1 3:29).

No caso do juramento ao Filho, entretanto, cuja vida é indestrutível,

será válido para sempre. O fiador de outrem estava sujeito às mesmas penas

que a pessoa a quem ele afiançava, incluindo a morte. O Pai estabeleceu

Jesus como garantia de que Ele não deixará de cumprir Suas promessas.

Por isso, podemos ter certeza da salvação que recebemos em Cristo.

|70| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q u in ta, 3 de fevereiro

Sacerdote sem pecado

Ano Bíblico: Lv 8-10

6. Leia Hebreus 7:26. Quais são as cinco características de Jesus nessa passagem

?

)esus era santo, não havia falhas em Seu relacionamento com Deus

(Hb 2:18; 4:15; 5:7,8). A Septuaginta, tradução do AT para o grego antigo,

usava o mesmo termo para designar aqueles que mantêm sua relação

de aliança com Deus e com os outros.

Jesus não tem mácula. Ele permaneceu puro e intocado pelo mal, apesar

de ser tentado em “todas as coisas” (Hb 4:15; 2:18). A perfeita impecabilidade

de Jesus é importante para Seu sacerdócio. A antiga aliança

estipulava que as vítimas do sacrifício deveriam ser “sem defeito” para

ser aceitáveis (Lv 1:3,10). A obediência perfeita de Jesus durante Sua vida

terrena tornou possível que Ele Se oferecesse como um sacrifício aceitável

a Deus (Hb 9:14).

Jesus foi “separado dos pecadores” quando ascendeu ao Céu. O tempo

verbal grego sugere que esse seja um estado presente para Jesus, que começou

em um ponto específico no tempo. Jesus suportou a hostilidade

dos pecadores durante Sua vida terrestre, mas foi vitorioso e Se assentou

à destra de Deus (Hb 12:2, 3). Jesus também está “separado dos pecadores”

no sentido de que era sem pecado (Hb 4:15).

Jesus Cristo foi “exaltado acima dos céus”, isto é, exaltado acima de

tudo que existe e, portanto, Ele é um com Deus. Nos Salmos, Deus é Aquele

que está “exaltado [...] acima dos céus” (SI 57:5,11; 108:5).

Jesus era totalmente humano, mas não era um ser humano pecador

como nós (Hb 2:14-16; 4:15). Jesus é perfeito, não simplesmente porque

nunca pecou, mas porque não foi corrompido pelo pecado como nós.

No entanto, por ter sido totalmente humano, também é nosso exemplo.

Ele nos mostra como correr a corrida da vida (Hb 12:1-4). Ele é o exemplo

que devemos seguir (IPe 2:21-23). Por ser “santo, inculpável, sem mácula,

separado dos pecadores” (Hb 7:26), Ele é nosso Salvador e nós também

podemos refletir Seu caráter.

Embora Jesus fosse um ser humano como nós, Ele nunca pecou. Consegue entender

quanto Ele é santo? A promessa de que Sua santidade será creditada a nós pela fé ajuda

a nos dar certeza da salvação?

|an • Fev • Mar 2022 1711


Sexta, 4 de fevereiro

Estudo adicional

Ano Bíblico: Lv 11,12

11 risto está vigilante. Ele sabe tudo sobre nossos fardos, perigos e dificuldades;

e apresenta muitos argumentos em nosso favor. Ele adapta

Suas intercessões às necessidades de cada pessoa, como fez no caso de

Pedro. [...] Nosso Advogado enche a boca de argumentos para ensinar os

que são Seus, e que estão sendo provados e tentados, a se prepararem contra

as tentações de Satanás. Ele interpreta todo movimento do inimigo e

conduz os acontecimentos” (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista

do Sétimo Dia, v. 7, p. 1 0 3 6 ,1 0 3 7 [Carta 90,1906]).

“O objetivo de Satanás era causar uma eterna separação entre a humanidade

e Deus. Entretanto, em Cristo ficamos em união mais íntima

com Ele do que se nunca tivéssemos pecado. Ao assumir nossa natureza,

o Salvador Se ligou à humanidade por um laço que jamais se romperá. Ele

estará ligado a nós por toda a eternidade. ‘Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o Seu Filho unigénito’ (Jo 3:16, ARC). Não O deu somente

para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós, deu-0 à raça

decaída. Para assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho

unigénito para que Se tornasse membro da família humana, mantendo

para sempre Sua natureza humana. Essa é a garantia de que Deus cumprirá

Sua palavra. [...] Deus assumiu a natureza humana na pessoa de Seu

Filho e a levou ao mais alto Céu. [....]. O Eu Sou é o Mediador entre Deus

e a humanidade, colocando a mão sobre ambos. [...]. O Céu está abrigado

na humanidade, e ela, envolvida no coração do Amor infinito” (Ellen G.

W hite, O Desejado de Todas as Nações, p. 25, 26).

Perguntas para consideração

1. Vimos que Jesus “apresenta muitos argumentos em nosso favor”. O que

isso significa para você? O que isso ensina sobre o amor de Deus por nós?

Por que precisamos de Alguém argumentando em nosso favor?

2. “Em Cristo chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se

nunca houvéssemos pecado”. O que isso significa? Como experimentar

essa proximidade?

Respostas • atividades da sem ana: 1 .0 sacerdote oferecia dons e sacrifícios pelos pecados do povo e pelos seus

pecados; ele se compadecia dos ignorantes e pecadores, pois ele mesmo tinha fraquezas. Cristo é sem pecado e ofereceu

a Si mesmo como sacrifício pelos pecados da humanidade. 2. Foi rei e sacerdote. A Bíblia não apresenta sua

genealogia. Ele serviu como tipo de Cristo, pois jesus também é Rei e tornou-Se Sacerdote. |esus é eterno. A diferença

é que Jesus não tinha pecado. 3. Porque Jesus não era da linhagem de Levi por meio de Arão. 4. |esus recebeu

o sacerdócio com base em uma vida que não tem fim e por possuir um ministério eterno. O sacrifício que Ele oferece

é perfeito e eficaz. 5. Jesus Se tornou Fiador. 6. Santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado

acima dos Céus.

I72| Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇÃO 6

Jesus, o Sacerdote fiel

T E X T O S -C H A V E S : Hb 5:1-10; Gn 14:18-20; IP e 2:9; Hb 7:1-5; 7:11-16,22,26

ESBOÇO

Temas da lição

O pecado nos separou de Deus. Porém, Cristo veio para transpor esse abismo. Para isso,

Ele Se tornou nosso Sum o Sacerdote. Seu papel tem sem elhanças com o dos sacerdotes

humanos, mas também diferenças. Ele é chamado de Sacerdote “segundo a ordem de

M elquisedeque” (Hb 5:6). Isso significa que Jesus Cristo é “semelhante a Melquisedeque"

(Hb 7:15, NVI). Esse rei e sacerdote era um cidadão contemporâneo de Abrão. Quando uma

coalizão de reis atacou Sodom a e Gomorra, eles não apenas as conquistaram, mas levaram

cativo Ló, o sobrinho de Abrão. Em resposta, Abrão armou um contra-ataque e resgatou

Ló e os outros cidadãos capturados dessas cidades, junto com os bens saqueados.

Q uando Abrão e os resgatados voltaram da batalha, Melquisedeque, rei e sacerdote de

Salém, abençoou Abrão e, em troca, o patriarca deu a Melquisedeque o dízimo de todo o

despojo da batalha (Gn 14). Esse Melquisedeque não era Cristo pré-encarnado, nem um

ser celestial. Ele era apenas um rei e sacerdote humano, um modelo adequado para Paulo.

Melquisedeque, com o um tipo de Cristo, se encaixava no argum ento do apóstolo. Em ­

bora não pertencesse à tribo de Levi, a tribo sacerdotal no antigo Israel, Cristo Se tornou

um sacerdote eficaz e superior, pois Seu sacerdócio estava de acordo com a ordem de

Melquisedeque, o rei-sacerdote de Salém. Observe que Melquisedeque recebeu o dízimo

de Abrão, o que torna seu sacerdócio anterior e superior ao de Levi. Assim, seu sacerdócio

tipifica apropriadamente o sacerdócio real de Cristo.

COM EN TÁRIO

Qualificações sacerdotais

Hebreus 5:1-4 começa listando as qualificações do sum o sacerdote. “Cada sum o sa ­

cerdote, sendo escolhido dentre os homens, é constituído nas coisas relacionadas com

Deus, a favor dos hom ens, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz de

se com padecer dos ignorantes e dos que se desviam do caminho, pois tam bém ele m esm

o está rodeado de fraquezas. Por esta razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados,

tanto do povo com o de si mesmo. E ninguém toma esta honra para si mesmo, a não ser

quando cham ado por Deus, com o aconteceu com Arão" (Hb 5:1-4).

Ao todo, são listadas doze qualidades de um sum o sacerdote em Hebreus 5:1-4. Primeiro,

vem a descrição do ofício: Todo sum o sacerdote é (1) “escolhido dentre os hom ens";

(2) selecionado “a favor dos hom ens”; (3) “constituído nas coisas relacionadas com Deus";

jan • Fev • Mar 2022 17 3 1


(4) nomeado “para oferecer dons e sacrifícios"; (5) apontado para oferecer sacrifícios “pelos

pecados". Em seguida, vêm as características pessoais; (6) “É capaz de se compadecer

dos ignorantes e dos que se desviam do caminho"; (7) está “rodeado de fraquezas". Além

disso, (8) “deve oferecer sacrifícios pelos pecados, tanto do povo"; (9) “como de si m esmo".

Por fim, sobre a vocação; (10) “ninguém toma esta honra para si mesmo"; (11) “a não

ser quando chamado por Deus"; (12) “como aconteceu com Arão".

Quatro características do sumo sacerdote se destacam; ele tem solidariedade para com

as pessoas (qualidades 1-3), capacidade de moderar suas emoções (qualidade 6), está su ­

jeito à fraqueza (qualidade 7) e, finalmente, tem a vocação do sacerdote (qualidade 12).

Discutiremos sobre cada uma antes de voltarmos a atenção às qualificações de Cristo

para essa obra.

Primeiro, o sum o sacerdote era escolhido dentre seu próprio povo. Ele devia ser um israelita

(Êx 29:9,44; Nm 18:1-7) da tribo de Levi. Arão foi nomeado como o primeiro sum o

sacerdote pelo próprio Deus (Êx 28:1). Quando certos indivíduos, como Corá e seu gru ­

po, ousaram nomear a si próprios e a outros para a posição de sum os sacerdotes, Deus

os destruiu (Nm 16:15-40). O sacerdócio e suas prerrogativas não eram uma questão insignificante,

como demonstrado ao rei Uzias por meio de um surto de lepra em seu próprio

corpo quando forçou entrada no templo para queimar incenso no altar (2Cr 26:16-21).

Curiosamente, durante o período do segundo templo, ou período intertestamentário, no

final do reinado asmoneu, Salomé Alexandra assumiu o trono como rainha (76-67 a.C),

mas não o sacerdócio. Por ser mulher, não poderia ser sumo sacerdote. Então, nom eou

seu filho mais velho, ícaro II, para o cargo. Seu irmão mais novo, Aristóbolo II, não aceitou

a nomeação do irmão e disputou o cargo com ele.

Portanto, observam os que o sumo sacerdote terreno sempre foi homem, escolhido do

seu próprio povo. Ele também devia mostrar solidariedade, ser israelita, descendente de

Arão, da tribo de Levi. Seu trabalho era representar outros seres hum anos diante de D eus

e oferecer dons e sacrifícios por si próprio e pelo povo. O tema da solidariedade de Cristo

para conosco surge em Hebreus 2:17,18, ressurge em Hebreus 4:14-16 e é desenvolvido

posteriormente em Hebreus 5.

Em segundo lugar, o sumo sacerdote, como Hebreus o descreve, é uma pessoa capaz de

moderar, ou seja, restringir sua própria emoção para com os ignorantes e os que se desviam.

“Ele é capaz de se compadecer dos ignorantes e dos que se desviam do caminho,

pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas" (Hb 5:2). O sum o sacerdote ideal não

era uma pessoa muito severa, mas também não era indiferente ao pecado. Ele com partilhava

as responsabilidades gerais durante o ano (Êx 29:38-46); mas ele sozinho oferecia

os sacrifícios no Dia da Expiação (Lv 16:1-25) e carregava o Urim e o Tumim (Êx 28:30). Ele

precisava fazer todas essas coisas com autocontrole emocional.

Terceiro, embora pelo m enos às vezes o sum o sacerdote devia sentir-se frustrado com

os pecados com etidos por seu povo (basta lembrar a ocasião em que o sum o sacerdote

Eli acusou erroneamente Ana de estar bêbada [IS m 1:13,14]), ele era sujeito à fraqueza.

Hebreus 5:2 afirma que o sum o sacerdote estava “vestido", ou estava “rodeado” de fraqueza

por baixo de sua elaborada vestimenta externa (Êx 28). Essa distinção importava, pois

|741 Hebreus: mensagem para os últimos dias


sua fraqueza o capacitava a lidar com os malfeitores com brandura. Como sum o sacerdote,

devia ser solidário com seu povo, conter suas emoções quando frustrado e ter a consciência

de que estava sujeito ao pecado. Isso o tornava uma pessoa acessível.

Quarto, não era possível se alistar nem concorrer a esse ofício. O primeiro nomeado,

Arão, foi escolhido por Deus, e ninguém estava autorizado a conferir essa honra a si m esmo.

Um sum o sacerdote era aceito somente quando era divinamente convocado.

Em resumo, ele devia ser solidário com seu povo, controlar suas emoções, estar ciente

de sua fraqueza e assum ir o cargo som ente quando era convocado por Deus.

Pergunta para reflexão: Quando a igreja aplica disciplina corretiva a alguém que comete

algum erro, por que é importante mostrar solidariedade, ter autocontrole em ocional

e estar ciente da própria fraqueza?

Qualificações de Cristo

Em Hebreus 5:5,6, Paulo voltou a falar de Jesus. Ele falou sobre duas das qualificações

do sum o sacerdote, delineadas na seção anterior, a saber, a nom eação divina e a solidariedade

para com os seres humanos.

Primeiro, Cristo não tom ou essa honra para Si, foi Deus quem O designou para essa

posição. Paulo m ostrou isso ao ligar dois salmos. Am bos já haviam sido citados no início

e no final de uma série de citações de Hebreus 1:5-14. A primeira citação é a do Salmo

2:7.0 Salm o 2 é o salm o messiânico que fala sobre a designação de Jesus Cristo com o

o Filho adotivo de Deus. A segunda é a do Salm o 110:4 e mostra que Cristo foi cham ado

por Deus para ser Sacerdote. Suas atividades sacerdotais já haviam sido m encionadas no

texto de Hebreus 1:3: 'D e p o is de ter feito a purificação dos pecados, assentou-Se”. Paulo

com binou o tema da filiação com o tema do sumo sacerdócio de Cristo. Ele é o Filho designado

de Deus e o Sum o Sacerdote perfeito para os seres hum anos, “segundo a ordem

de M elquisedeque" (Hb 5:6), ou, como Hebreus 7:15 declara, “sem elhante a M elquisedeque“

(NVI). Com o Melquisedeque, Cristo é Rei e Sacerdote. Com parado aos sum os sacerdotes

levitas, Jesus Cristo é melhor, pois é capaz de lidar gentilm ente com os ignorantes e

rebeldes. De igual forma, Ele é capaz de “Se compadecer das nossas fraquezas" (Hb 4:15)

e "socorrer os que são tentados" (Hb 2:18). O Senhor “pode salvar totalm ente" (Hb 7:25) e

aperfeiçoar “para sem pre os que estão sendo santificados’ (Hb 10:14).

A segunda qualificação de Cristo, mostrar solidariedade para com os seres hum anos,

é óbvia por Seu sofrimento, aprendizado de obediência e aperfeiçoam ento (Hb 5:7-10).

Pergunta para reflexão: Leia Hebreus 7:23-25. Por que era necessário ter um Sum o S a ­

cerdote m elhor do que os da tribo de Levi?

APLICAÇÃO PARA A V ID A

Paulo descreveu Jesus como superior aos anjos por ser o Filho de Deus entronizado (Hb 1).

No entanto, por um tempo, Jesus foi feito inferior aos anjos, como Aquele que, por meio

de Sua morte, destruiu “aquele que tem o poder da morte”, Satanás (Hb 2). Jesus também

foi descrito como Aquele que não pôde prover descanso para a geração do Êxodo devido á

)an • Fev • Mar 2022 |75|


sua incredulidade (Hb 3), m as podia oferecer descanso para o povo de Deus pós-m essiânico,

conform e vem os em Hebreus 4. Jesus também é um Sacerdote semelhante, porém Ele é

muito diferente dos sacerdotes levíticos (Hb 5), À luz dessas informações, qual seria a etapa

seguinte para a qual Paulo desejava conduzir seu público?

Paulo queria que seus leitores avançassem na com preensão do ministério sum o sacerdotal

de Cristo ao notarem a sem elhança com Melquisedeque. No entanto, havia alguns

obstáculos: os leitores eram preguiçosos para ouvir a palavra; precisavam de leite com o

cristãos imaturos, em vez de alim ento sólido; eram inexperientes na palavra da justiça

(Hb 5:11-14). Em bora o apóstolo tenha usado term os muito fortes, ele equilibrou sua repreensão

exortativa com uma declaração positiva sobre a condição espiritual deles, dizendo:

"ainda que falem os desta maneira, estam os certos de que coisas m elhores os esperam,

coisas relacionadas com a salvação" (Hb 6:9).

Perguntas para reflexão

1. É possível que em nossa jornada espiritual precisemos prestar contas a um terceiro,

além de Deus, pelo nosso progresso ou retrocesso? Comente.

2. Seria possível uma autoridade espiritual nos responsabilizar em nível coletivo, assim

com o Paulo responsabilizou seu público? Por quê?

3. Existem cristãos estáticos ou essa condição seria uma contradição? Explique.

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|76| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Jesus, a Ancora

da alma

V E R SO P A R A M EM O R IZ A R : "Temos esta

esperança por âncora da alma, segura e

firme e que entra no santuário que fica

atrás do véu, onde Jesus, como Precursor,

entrou por nós, tendo-5e tornado Sum o

Sacerdote para sempre, segundo a ordem

de Melquisedeque" (Hb 6:19, 20).

L e itura s d a sem a n a : Hb 6:4-6;

M t 16:24; Rm 6:6; Hb 10:26-29;

6:9-13; 6:17-20

Sábado, 5 d e fe v e re iro Ano Bíblico: Lv 13,14

Paulo, em Hebreus 5:11-6:20, interrompe a exposição teológica sobre

o sacerdócio de Jesus em nosso favor para advertir sobre o perigo de

se afastar de Cristo.

Ao que parece, os crentes corriam o perigo real de descer a ladeira escorregadia

da autopiedade e da falta de fé. A preocupação do apóstolo era

que seus leitores e ouvintes pudessem ter seus sentidos espirituais embotados

devido às situações difíceis que estavam enfrentando e, assim, parassem

de crescer em sua compreensão e experiência no evangelho.

Não é um perigo potencial para todos nós desanimar por causa das provações

e nos afastarm os da fé em Cristo e em Suas promessas?

No entanto, a severa advertência culminou em um encorajamento afetuoso.

Paulo expressou fé em seus leitores e exaltou Jesus como a personificação

da promessa divina inquebrantável de salvação (Hb 6:9-20). Esse

ciclo de advertência e encorajamento é repetido em Hebreus 10:26-39.

Estudaremos esse ciclo e nos concentraremos nas fortes palavras de

encorajamento de Jesus a nós.

Jan • Fev • Mar 2022

1771


Domingo, 6 de fevereiro

Provando a boa palavra

Ano Bíblico: Lv 15,16

1. Leia Hebreus 6:4,5.0 que Cristo concede aos crentes fiéis?

Ter sido “iluminado” significa ter experimentado a conversão (Hb 10:32).

Refere-se àqueles que se converteram das “trevas” do poder de Satanás

para a “luz” de Deus (At 26:17,18). Implica libertação do pecado (Ef 5:11) e

da ignorância (lTs 5:4, 5). A forma verbal nessa passagem sugere que essa

iluminação seja um ato divino realizado por meio de Jesus, “o resplendor

da glória de Deus” (Hb 1:3).

“Provaram o dom celestial” e “se tornaram participantes do Espírito

Santo” são expressões sinônimas. O “dom” de Deus pode se referir à

Sua graça (Rm 5:15) ou ao Espírito Santo, por meio do qual Ele a concede

(At 2:38). Aqueles que “se tornaram participantes” do Espírito Santo

(Jo 7:37-39; ICo 12:13) provaram “o dom celestial”, que inclui o poder de

cumprir a vontade divina (G1 5:22, 23).

Provar “a boa palavra de Deus” (Hb 6:5) é experimentar a verdade do

evangelho (IPe 2:2,3). “Os poderes do mundo vindouro” se referem aos milagres

que Deus fará para os crentes no futuro: ressurreição (Jo 5 :2 8 ,2 9 ),

transformação do corpo e vida eterna. Porém, os crentes provam isso no

presente por meio da ressurreição espiritual (Cl 2 :1 2 ,1 3 ), renovação da

mente (Rm 12:2) e vida eterna em Cristo (Jo 5:24).

É provável que Paulo estivesse falando da geração do deserto, que experimentou

a graça de Deus e Sua salvação. Essa geração foi “iluminada”

pela coluna de fogo (Ne 9:12, 19; SI 105:39), desfrutou do dom celestial

do maná (Êx 16:15), experimentou o Espírito Santo (Ne 9:20), provou a

“boa palavra de Deus” (Js 21:45) e “os poderes do mundo vindouro” nas

“maravilhas e sinais” realizados em sua libertação do Egito (At 7:36). Paulo

sugere, no entanto, que assim como a geração do deserto apostatou de

Deus, apesar dessas evidências (Nm 14:1-35), os leitores de Hebreus estavam

em perigo de fazer o mesmo.

Qual tem sido sua experiência em relação às coisas m encionadas nesses versos de

Hebreus? Por exemplo, com o você tem experimentado a iluminação sobre a qual o

texto se refere?

17 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


S e g u n d a , 7 de fevereiro

Impossível renová-los

Ano Bíblico: Lv 17-19

2. Compare Hebreus 6:4-6, M ateus 16:24, Rom anos 6:6, Gálatas 2:20,5:24

e 6:14. O que essa comparação sugere sobre o significado de crucificar

Cristo?

0texto grego enfatiza a palavra “impossível”. É impossível para Deus

restaurar aqueles que “caíram” pois, “de novo, estão crucificando

para si mesmos o Filho de Deus” (Hb 6:6). Paulo enfatizou que não há outro

meio de salvação exceto por Cristo (At 4:12). A salvação por qualquer

outro meio é tão impossível quanto “que Deus minta” (Hb 6:18) ou agradar

a Deus "sem fé” (Hb 11:6).

Crucificar novamente o Filho de Deus é uma expressão figurativa que

busca descrever algo que acontece na relação pessoal entre Jesus e o crente.

Quando os líderes religiosos crucificaram Jesu s, o fizeram porque

Ele representava uma ameaça à sua supremacia e autonomia. Desejavam

eliminá-Lo e destruir um inimigo poderoso e perigoso. O evangelho desafia

a soberania e autodeterminação de uma pessoa no nível mais fundamental.

A essência da vida cristã é tom ar a cruz e negar a si mesmo

(M t 16:24). Isso significa crucificar “o mundo” (G16:14), a “velha natureza”

(Rm 6:6) e “a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (G1 5:24).

O propósito da vida cristã é que soframos uma espécie de morte. A menos

que experimentemos essa morte para o eu, não podemos receber a nova

vida que Deus deseja nos dar (Rm 6:1-11).

A luta entre Jesus Cristo e o eu é uma batalha espiritual m antida até a

m orte (Rm 8:7, 8; G15:17). É uma batalha difícil que não se ganha de uma

vez. Essa passagem não se refere à pessoa que às vezes falha na batalha

contra a “velha natureza” e a “carne”. Esse pecado se refere à pessoa que,

após ter experimentado a salvação genuína e o que ela envolve (Hb 6 :4 ,5 ),

decide que Jesu s é uma ameaça ao tipo de vida que deseja ter e se dedica

a m atar seu relacionamento com Ele. Ou seja, enquanto a pessoa não escolher

se afastar totalm ente de Cristo, ainda há esperança de salvação.

O que significa morrer para "si m esm o" e tomar a "cruz"? O que é mais difícil para você

entregarão domínio de Cristo?

|an • Fev • Mar 2022 17 9 1


Terça, 8 de fevereiro

|á não resta sacrifício pelos pecados

Ano Bíblico. Lv 20-22

Aadvertência de Hebreus 6:4-6 é muito semelhante à encontrada em

Hebreus 10:26-29. Paulo explicou que rejeitar o sacrifício de Jesus

deixaria as pessoas sem nenhum meio para o perdão dos pecados, porque

não há outra fonte de perdão além de Jesus Cristo (Hb 10:1-14).

3. Leia Hebreus 10:26-29. Como o autor descreve o pecado para o qual não

há perdão?

O autor não disse que não haveria expiação por pecados cometidos

após receber o conhecimento da verdade. Deus designou Jesus como nosso

Advogado (lJo 2:1). Por meio Dele temos o perdão dos pecados (1 Jo 1:9).

O pecado para o qual não há sacrifício ou expiação é pisar o Filho de Deus,

profanar o sangue da aliança e insultar o Espírito Santo (Hb 10:29). Revisemos

o significado dessas expressões.

A expressão “pisou o Filho de Deus” (Hb 10:29) descreve a rejeição do

governo de Jesus. O título “Filho de Deus” relembrava aos ouvintes que

Deus colocou Jesus sentado à Sua direita e prometeu pôr os inimigos por

“estrado” dos Seus pés (Hb 1:13; Hb 1:5-12,14). Pisar Jesus implica que o

apóstata trata Jesus como inimigo. No contexto do argumento da epístola

(Hb 1:13), pode estar implícito que, no que diz respeito à vida do apóstata,

Jesus foi tirado do trono (que agora é ocupado pelo próprio apóstata) e colocado

no estrado. Isso é o que Lúcifer queria fazer no Céu (Is 14:12-14) e o

que o “homem da iniquidade” tentaria fazer no futuro (2Ts 2:3,4).

A expressão “profanou o sangue da aliança” refere-se à rejeição do sacrifício

de Jesus (Hb 9:15-22), isto é, afirmar que o sangue de Jesus é desprovido

de poder purificador.

A expressão “insultou o Espírito da graça” é muito poderosa. O termo

grego enybrisas (“insulto”, “ultraje") envolve manifestação de arrogância,

que se refere à “insolência” ou ao “excesso de orgulho”. Esse termo está em

forte contraste com a descrição do Espírito Santo como “o Espírito da graça”.

Isso implica que o apóstata respondeu à oferta da graça de Deus com

um insulto e que, por isso, está em uma posição insustentável. Ele rejeita

Jesus, Seu sacrifício e o Espírito Santo.

18 0 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quarta, 9 de fevereiro

Coisas melhores

AnoUiMiro !'//! / r,

Após a forte e sincera advertência de Hebreus 6:4-8, Paulo expressou

confiança de que os leitores não haviam se afastado do Filho, nem

o fariam no futuro. Ele acreditava que seu público receberia a advertén

cia e produziria os frutos adequados, como a “terra", que é cultivada por

Deus e produz os frutos que Ele espera. Eles receberiam a bênção divina

(Hb 6:7), que é a “salvação” (Hb 6:9).

4. Leia Hebreus 6:9-12. Quais foram as boas atitudes que os crentes tiveram?

Os crentes mostravam amor a Deus por meio do serviço aos santos. Essas

não foram ações isoladas no passado, mas ações sustentadas que se estenderam.

Atos excepcionais não revelam o verdadeiro caráter de alguém.

A evidência mais importante de amor para com Deus não são atos “religiosos”,

por assim dizer, mas atos de amor para com outros, especialmente

aqueles que estão em desvantagem (Mt 10:42; 25:31-46). Paulo exortou

os crentes a não se esquecerem de fazer o bem (Hb 13:2,16).

Em Hebreus 6:12, ele advertiu contra se tornarem “preguiçosos”, característica

de quem não amadureceu e que está em perigo de cair (Hb 5:11;

6:12). A esperança não é mantida viva por exercícios intelectuais de fé,

mas pela fé expressa em atos de amor (Rm 13:8-10).

Paulo desejava que os leitores imitassem aqueles que, pela fé e paciência,

herdaram as promessas. Ele já havia apresentado a geração do

deserto como um exemplo negativo daqueles que, por falta de fé e perseverança,

falharam em herdar o que lhes foi prometido. Em seguida, apresentou

Abraão (Hb 6:13-15) como um exemplo de alguém que, “depois de

esperar com paciência", herdou as promessas. A lista de exemplos positivos

é ampliada com os heróis da fé em Hebreus 11 e chega ao clímax em

Hebreus 12 com Jesus como o maior exemplo de fé e paciência (Hb 12:1-4).

Em Apocalipse 14:12, fé, paciência e observância dos mandamentos são

características dos santos nos últimos dias.

A s vezes, temos que advertir pessoas que amamos. O que podem os aprender com o

apóstolo a respeito de advertir e encorajar outros?

|an • Fev • Mar 2022 |81|


Quinta, 10 de fevereiro

Jesus, a Âncora da alma

Ano Bíblico- Lv26.27

Paulo alcançou o ponto mais alto de sua advertência contra a apostasia

e do encorajamento ao amor e à fé com uma bela exposição da segurança

e certeza em Cristo.

5. Leia Hebreus 6:17-20. Como Deus garantiu Suas promessas?

Deus garantiu Suas promessas para nós de várias maneiras. Primeiro,

garantiu Sua promessa com um juramento (Hb 6:17). De acordo com as Escrituras,

os juramentos de Deus a Abraão e Davi se tornaram a base fundamental

da confiança no favor permanente do Senhor para com Israel.

Quando Moisés procurou assegurar o perdão divino a Israel após a apostasia

com o bezerro de ouro, ele se referiu ao juramento divino a Abraão

(ver Êx 32:11-14; Gn 22:16-18). A força implícita de seu apelo foi que o juramento

de Deus era irrevogável (Rm 9:4; 11:28, 29).

Da mesma forma, quando o salmista intercedeu diante de Deus por Israel,

ele reivindicou o juramento divino a Davi. Deus disse: “Não violarei a

M inha aliança, nem modificarei o que os Meus lábios prometeram. Uma

vez jurei por Minha santidade que nunca mentiria a Davi. A sua posteridade

durará para sempre, e o seu trono, como o Sol diante de Mim. Ele será

estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha nos Céus”

(SI 89:34-37). De acordo com o NT, ambos os juramentos se cumpriram

em Jesus, a semente de Abraão, que ascendeu e Se assentou no trono de

Davi (G13:13-16; Lc 1:31-33, 54, 55).

Em segundo lugar, Deus garantiu Suas promessas ao colocar Jesus à Sua

direita. A ascensão de Jesus tem o propósito de confirmar a promessa feita

aos crentes, pois ascendeu “como Precursor" em nosso favor (Hb 6:20).

Assim, a ascensão nos revela a certeza da salvação. Deus conduziu o Filho

à glória por meio do sofrim ento da “morte por todos”, para que pudesse

conduzir “muitos filhos à glória” (Hb 2:9,10). A presença de Jesus diante

do Pai é a “âncora da alma” (Hb 6:19), que foi presa ao trono de Deus. De

quais outras garantias precisamos?

O que você sente ao imaginar que Deus fez um juramento a você? Esse pensam ento o

ajuda a ter certeza da salvação, m esm o quando você se sente indigno?

18 2 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Sexta, 11 de fevereiro

Estudo adicional

Ano Bíblico; Ním 1-3

Textos de Ellen G. W hite: Atos dos Apóstolos, p. 53*; 545 ("João, o dis

cipulo amado”); O D esejado de Todas as Nações, p. 7 J 6-722 ("Judas,

o traidor").

"A luta contra o eu é a maior de todas as batalhas. A renúncia ao cu,

sujeitando tudo à vontade de Deus, requer uma luta; mas a pessoa deve

se submeter a Deus antes de ser renovada em santidade” (Ellen G. W hite,

Caminho a Cristo, p. 43).

"João desejava ser semelhante a Jesus; e, sob a transformadora influência

do amor de Cristo, tornou-se manso e humilde. O eu estava escondido

em Jesus. Mais que todos os seus companheiros, João se rendeu ao poder

dessa extraordinária vida. [...]

“Foi o profundo amor de João por Cristo que o levou a desejar estar

sempre ao Seu lado. O Salvador amava todos os Doze, mas o espírito de

João era mais receptivo. Ele era mais jovem que os outros e, com a confiança

de uma criança, abria o coração a Jesus. Assim, João desenvolveu

maior afinidade por Cristo e, por meio dele, os mais profundos ensinos

espirituais do Salvador foram transmitidos ao povo. [...]

“Com adoração e amor, ele contemplou o Salvador até que se assem e­

lhar a Cristo e se familiarizar com Ele se tornaram seu único desejo, e em

seu caráter se refletiu o caráter de seu Mestre” (Ellen G. W hite, A tos dos

Apóstolos, p. 544, 545).

Perguntas para consideração

1. A vida de João e de Judas são contrastantes. Jesus chamou João de Boanerges

(“filho do trovão”). Os defeitos de Judas não eram mais sérios

que os de João. Por que João foi transformado enquanto Judas pecou

contra o Espírito Santo?

2. Jesus nos convida a tomar a cruz e segui-Lo. Existe diferença entre to ­

mar a cruz e se submeter ao ultraje de outras pessoas?

3. Por que Deus exige a entrega total da vida a Ele? Qual é a relação entre

o livre-arbítrio e a salvação?

Respostas e atividades da semana: 1. Luz; o dom do Espirito; a boa Palavra de Deus; os poderes do mundo vindouro.

2. Crucificar a Cristo significa ter experimentado a salvação genuína e mesmo assim decidir afastar se de jesus.

Em vez de andar em novidade de vida, a pessoa decide desfazer seu relacionamento com lesus, decide ser escrava

do pecado 3. É a rejeição a lesus, ao Seu sacrifício e ao Espirito Santo. 4. Demonstraram amor a Deus e serviram aos

santos 5. Com luramento e com a ascensão de Jesus, quando Deus 0 colocou à Sua direita

)an • Fev • Mar 2022

183 I


RESUMO DA LIÇÃO 7

Jesus, a Âncora da alma

T E X T O S - C H A V E S : Hb 6:4-6; Mt 16:24; Rm 6:6; Hb 10:26-29; 6:9-13; 6:17-20

ESB O Ç O

Temas da lição

H ebreus 5 term ina de forma um tanto sombria, com Paulo repreendendo sua audiência

por não progredir na jornada espiritual. No entanto, o apóstolo queria avançar em seu

serm ão para percepções teológicas mais profundas, apesar de uma audiência que tinha

“preguiça de ouvir” (veja Hb 5:11). Som ente se o tempo permitisse, retomaria os ensinam

entos básicos, com o “arrependim ento de obras mortas", “fé em Deus”, “ensino de batism

o s”, “im posição de m ãos”, “ressurreição dos m ortos” e “juízo eterno" (Hb 6:1,2).

Além disso, o público havia experimentado, em algum mom ento no passado, uma série

de bênçãos divinas. Essas bênçãos são enum eradas em Hebreus 6:4, 5. Eles foram

“ilum inados”, “provaram o dom celestial", “se tornaram participantes do Espírito Santo” e

“provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro”, ou seja, haviam experim

entado a conversão, a graça de Deus, o Espírito Santo por meio de sinais e maravilhas,

a verdade do evangelho e a salvação.

Em meio a tudo isso, parece que alguns tinham apostatado da fé. Sobre os que se haviam

afastado, Paulo disse: “É im possível outra vez renová-los para arrependim ento"

(Hb 6:6). Um juízo similarmente devastador foi proferido em Hebreus 10:26-29 contra aqueles

que, de m odo intencional, persistiam no pecado após terem recebido o conhecimento

da verdade. O com portam ento do apóstata é caracterizado por metáforas que equivalem

a rejeitar Cristo, Seu sacrifício e o Espírito Santo.

C O M EN TÁRIO

A impossibilidade de arrependimento

O s textos de Hebreus 6:4-6 e de Hebreus 10:26-29 falam sobre a impossibilidade de arrependim

ento? Isso significa que, se um cristão apostatar, ele não pode ser renovado para o arrependim

ento? Não há como ter uma segunda chance? A ideia de que o arrependimento não

pode ser renovado tem sido o entendimento predominante de Hebreus 6:4-6, mantido pelos

cristãos ao longo da história da igreja, levando alguns a adiar o batismo até o leito de morte.

Com o avaliar essas fortes advertências quando olhamos para a experiência de Pedro após

o Getsêmani (Mt 26:69-75)? No exame que se segue, pretendemos entender a passagem de

Hebreus 6:4-6 e harmonizá-la com a experiência de Pedro, bem como com toda a Escritura.

Primeiro, querem os entender o que o público de Hebreus experimentou. A lgu n s foram

ilum inados, experim entaram o dom celestial, com partilharam do Espírito Santo,

I 8 4 1

Hebreus: mensagem para os últimos dias


experim entaram a boa Palavra d r Deus e entào se afastaram. A primeira metáfora u sa ­

da para descrever a com unidade crista é "iluminados", um termo que aparece em Hebreus

10:3". onde esta escrito "Lem brem -se dos dias passados, quando, depois que foram ilum i­

nados. vocês suportaram qrande luta e sofrim entos* Essa metáfora parece descrever sua

experiência cristà inicial Pelo Espirito de Deus. o público fez .1 transição de 'o b ra s m ortas*

para "fé em Deus* (Hb 6 1) e para 0 'conhecim ento da verdade* (Hb 10;?6).

A segunda metáfora, "provaram 0 dom celestial* (Hb 6 4), m ostra que 0 publico teve um a

experiência espiritual no gracioso dom divino da sa lv a d o . O verbo ’provar* aparece em

H ebreus 2:9, onde está escrito que Cristo, "por causa do sofrim ento da morte, foi coroado

de glória e de honra, para que, pela graça de Deus. provasse a m orte por todos*. Q u a n d o

Cristo experim entou a morte com o ser humano, estava experim entando a lgo até entào

desconhecido para Ele. O s cristãos de Hebreus experim entaram 0 dom celestial, a lgo até

entào desconhecido para eles, a saber, a "tào grande salvação" (Hb 2:3).

Intim am ente associad a à experiência do dom celestial está a terceira m etáfora.

O s cristãos ‘se tornaram participantes do Espirito Santo" (Hb 6:4), evocando a linguage m

da participação, que lembra os textos de Hebreus 3:1 e Hebreus 3:14, em que 0 público é

descrito com o "participantes da vocação celestial" e “participantes de Cristo". A distribuição

do Espirito Santo foi algo que esse público experim entou vividam ente em sua fase

inicial de evangelização (Hb 2:4).

A série de m etáforas continua com uma repetição de im agens de degustação. A d e claração

de que eles “provaram a boa palavra de Deus" (Hb 6:5) refere-se a ouvir o evangelho,

recebido quando aceitaram as boas-novas da salvação (Hb 2:3). A lgu m as vezes, a Bíblia

hebraica com para a Palavra de Deus ao alim ento (veja Dt 8:3). O público não era apenas

0 destinatário da boa Palavra de Deus, mas também tinha experim entado os “poderes do

m undo vindouro" (Hb 6:5), que incluíram “sinais, prodígios" e "vários m ilagres" (Hb 2:4).

D epois de quatro m etáforas longas e positivas, ocorre uma m udança d ram aticam ente

repentina. A última m etáfora transm ite 0 fenôm eno da apostasia: “e caíram ” (Hb 6:6).

O verbo “cair" ou “com eter apostasia" pode significar “pecar" em um sentido geral. M a s

por causa da frase que se segue, a saber, “visto que, de novo, estão crucificando para si

m esm os 0 Filho de D eus e e xp o n d o -0 à zom baria" (Hb 6:6), 0 pecado deve ser e n te n ­

dido no sentido m ais radical de rom per com toda experiência de salvação descrita até

então nos versos 4 e 5. Em term os sim ples, 0 público experim entou a conversão, a sa l­

vação, 0 Espírito Santo por meio de sinais e m aravilhas e a boa palavra de D e u s e, depois,

apostatou.

Uma vez que tenham os com preendido 0 que a audiência de Hebreus experim entou,

exam inarem os a noção da im possibilidade de arrependim ento em H ebreus 6:4-6. Precisam

os ser um pouco técnicos em nossa abordagem. Todas as cinco m etáforas m encionadas

anteriorm ente são adjetivos verbais (participios) em grego que estão no pretérito

(aoristo), tem po que descreve uma ação no passado. A s ações ocorrem um a vez, de um a

vez por todas. A cadeia de participios descreve um e o m esm o grupo de pessoas, de m od o

que esse grupo da audiência passou de “ilum inado" a "apóstata", havendo recebido um a

série de experiências religiosas algum tem po atrás.

)an • Fev • Mar 2022

I 85 i


A última parte de Hebreus 6:6 emprega um segundo bloco de particípios (“de novo, e s­

tão crucificando" e “exp ondo-0 à zombaria" [Hb 6:6]). Dessa vez, Paulo usou os particípios

do tem po presente. Ele repentinamente mudou do tempo passado (aoristo) para o tem po

presente, que expressa a ação em processo. O que isso indica? O tem po presente representa

a ação conforme ela se desenvolve, o que está acontecendo no m om ento da fala.

Am bos os particípios descrevem apostasia no tempo presente. Assim, a ação é vista com o

um crime que impede a renovação para o arrependimento, pois torna o apóstata inim igo

de Cristo. A pessoa crucifica o Filho de Deus novamente e O expõe à vergonha de maneira

contínua. O que isso sugere? Envergonhar Cristo é reencenar a crucifixão. Essa reencenaçào

mostra o impacto devastador e contínuo da apostasia naqueles que já foram ilum inados.

Eles não podem ser restaurados ao arrependimento por causa da atitude presente e

contínua que têm para com Cristo. Suas ações descrevem a causa da apostasia e sua atitude

contínua. Q uando rejeita a Cristo, o apóstata abraça a impossibilidade de arrependimento.

Mas, e quem não tem essa atitude? Essa pessoa tem uma chance? M as é claro! N e s­

se caso, o exem plo de Pedro é útil como ilustração. Enquanto negava a Cristo três vezes,

ele de repente “se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: ‘Antes que o galo cante,

você M e negará três vezes.' E Pedro, saindo dali, chorou am argam ente" (Mt 26:75). Essa

tristeza é uma atitude completamente diferente da dos apóstatas em Hebreus 6, que crucificavam

o Filho de Deus e o envergonhavam abertamente. Além disso, 1 João 2:1 declara:

“Escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, tem os

Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo". O Advogado só pode ser útil se for aceito,

não envergonhado nem crucificado.

Em resumo, Hebreus 6:4-6 deixa claro que o público passou por toda a gama de experiências

religiosas da conversão à apostasia. O que impossibilitou alguns deles de serem renovados

para o arrependimento foi a atitude de envergonhar Cristo e, assim, encenar o processo

da crucifixão. Basicamente, essa atitude equivalia a declarar Cristo como seu inimigo. N o

entanto, com uma atitude de humilde arrependimento, como a de Pedro, o perdão é se m ­

pre possível. O Advogado, Cristo Jesus, está disposto a renovar-nos para o arrependimento.

O m esm o se dá no caso de Hebreus 10:26-29. Essa passagem começa com o pecado

deliberado, arbitrário e intencional. “Porque, se continuarm os a pecar de propósito, depois

de term os recebido o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados”

(Hb 10:26). M ais uma vez, se descreve uma persistência presente, contínua e deliberada

no pecado, o que priva qualquer pessoa do perdão. Um grupo “pisou o Filho de Deus,

profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado e insultou o Espírito da graça"

(Hb 10:29). Suas ações retratavam Jesus como um inimigo, com Seu sangue desprovido de

poder salvífico. Esses indivíduos insultaram e rejeitaram arrogantemente a oferta da graça

divina; e nem m esm o quiseram se arrepender, visto que dem onstraram uma atitude d e safiadora

contra Cristo e Sua obra. Portanto, o arrependimento é impossível.

Coisas melhores os esperam

Depois de uma advertência tão severa, Paulo se voltou para sua audiência com uma m u­

dança de tom e palavras encorajadoras. "Quanto a vocês, meus amados, ainda que falem os

18 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


desta maneira, estamos certos de que coisas melhores os esperam, coisas relacionadas

com a salvação" (Hb 6:9). Esse público era como a terra boa mencionada no verso 7, que

produz uma colheita frutífera. Essas pessoas tinham um histórico de serviço cristão. Deus

não ignora isso (Hb 6:10). Ao se dirigir a eles como “amados", Paulo afirmou implicitamente

que via esperança genuína para seus leitores.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Não é um fenômeno incomum na Igreja Adventista do Sétimo Dia que jovens adolescentes

sejam batizados. Por mais genuína e sincera que tenha sido sua experiência com

Cristo, quando ficarem mais velhos e entrarem na faculdade, sua fé pode enfraquecer e

diminuir. A lguns deixam a igreja aos 19, até que. por volta dos 30 anos, após várias crises,

muitos encontram o caminho de volta para a igreja. Qual é a melhor maneira de lidar com

esses ex-membros que encontram o caminho de volta para casa?

1. O que você diria a essas pessoas se elas lessem Hebreus 6:4-6 e achassem que o arrependimento

não mais é possível?

2 . 0 que podem os fazer individualmente, e de forma coletiva, para evitar a apostasia em

nossa família, bem como em nossa igreja?

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Jan • Fev • Mar 2022

1871


Jesus, o Mediador

da nova aliança

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "M a s agora

Jesus obteve um m inistério tanto m ais

excelente, q u a n to é tam bém M e d ia d o r de

su p e rio r aliança instituída com base em

su p e rio re s p ro m e ssa s" (Hb 8:6).

Leituras da semana: Hb 7:11-19;

8:10-12; Jr 31:31-34; Hb 8:1-6; Êx 24:1-8;

Ez 36:26, 27

S ábado, 12 d e 'fe ve reiro

Ao viver uma vida perfeita e morrer em nosso lugar, Jesus mediou uma

aliança nova e superior entre nós e Deus. Por meio de Seu sacrifício

na cruz, cancelou a pena de morte que nossas transgressões exigiam e tornou

possível a nova aliança.

Em Hebreus 10:5-10, observamos que Jesus manifestou a obediência

perfeita exigida pela aliança. A passagem faz alusão ao Salmo 40, que originalmente

se refere ao desejo de Davi de render a Deus total obediência: “Eis

aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a

Tua vontade, ó Deus meu; a Tua lei está dentro do meu coração” (SI 40:7-8).

O salmo expressou a condição da aliança de Deus com Israel: obediência

como um deleite e uma lei que estivesse escrita no coração (Dt 6:4-6).

O que Davi poderia apenas desejar fazer, Jesus realizou.

Para Paulo, esse salmo adquiriu um significado especial com a encarnação

de Jesus. O Filho personificou a obediência da nova aliança. Ele é

nosso exemplo. Fomos salvos, não apenas por Sua morte, mas também

por Sua obediência perfeita.

|an* Fev« Mar 2022 18 9 1


Domingo, 13 de fevereiro

A necessidade de uma nova aliança

Ano Bíblico: Nm 7,8

1. Leia Hebreus 7:11-19. Porque houve necessidade de uma nova aliança?

De acordo com Hebreus, o fato de Jesus ter sido nomeado Sacerdote

segundo a ordem de Melquisedeque implicava que uma nova aliança

havia sido inaugurada. A antiga foi dada com base no sacerdócio levítico

(Hb 7:11). Os sacerdotes levitas atuavam como mediadores entre Deus e

Israel, e a lei excluía qualquer outra pessoa desse ofício. O autor conclui,

então, que uma mudança do sacerdócio implicaria uma mudança da lei do

sacerdócio, bem como da aliança (Hb 7 :1 2 ,1 8 ,1 9 ).

O problema com a aliança antiga era que ela não podia o ferecer perfeição

(Hb 7:11). Paulo estava falando sobre o sacerdócio levítico e seu

ministério (sacrifícios, festas, etc.). Os sacrifícios de animais oferecidos

nesse sistema não podiam oferecer purificação verdadeira e total do pecado,

nem acesso a Deus (Hb 10:1-4; 9:13,14; 10:19-23).

O fato de que uma nova aliança era necessária não significa que Deus tivesse

sido injusto com Israel quando lhe deu a antiga. O ministério levítico

e os serviços do tabernáculo foram projetados para protegê-los da idolatria

e para apontar-lhes o futuro ministério de Jesus. Hebreus enfatiza que

os sacrifícios eram “uma sombra dos bens vindouros” (Hb 10:1).

Ao encaminhar as pessoas a Jesus, os sacrifícios deviam ajudá-las a

depositar esperança e fé no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”

(Jo 1:29; Is 53). Isso é o que Paulo aponta ao dizer que “a lei se tornou

nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos ju stificados

pela fé” (G1 3:24) ou que “o fim da lei é Cristo, para justiça de todo

aquele que crê” (Rm 10:4).

Em outras palavras, mesmo os Dez Mandamentos, por m elhores e

perfeitos que sejam, não podem prover a salvação (Rm 3:20-28; 7:12-14).

Eles apresentam um padrão perfeito de justiça, mas não oferecem ju stiça,

assim como olhar-se no espelho pode mostrar as rugas da idade, porém

não pode apagá-las. Para uma justiça perfeita, precisamos de Jesus

como nosso Substituto.

Por que a lei não pode nos salvar?Afinal, se guardam os todos os mandamentos, por

que isso não nos salva?

1901 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Segunda, 14 de fevereiro Ano Bíblico: Nm 9-11

Nova e renovada

2. Compare Hebreus 8:10-12 com Deuteronôm io 6:4-6,30:11-14 e Jeremias

31:31-34. Qual é a natureza da nova aliança?

promessa de uma nova aliança em Hebreus remete a Jerem ias. De

acordo com o profeta, a promessa divina de uma nova aliança foi, na

verdade, uma renovação da aliança que Deus havia feito primeiro com

Israel por meio de Moisés (Jr 31:31-34). Pode-se argumentar, então, que

Jerem ias 31 não estava estritamente falando de uma “nova” aliança, mas

de uma “renovação” da original com Israel. A palavra hebraica para nova,

hadashah, pode ter o sentido de “renovar” e de “totalm ente nova”.

O problema com a antiga aliança foi que o povo a tin h a quebrado

(Hb 8:8, 9). A aliança não era defeituosa; as pessoas sim. Se Israel tivesse

visto através dos símbolos a vinda do Messias e depositado fé Nele, a

aliança não teria sido quebrada. No entanto, ao longo da história israelita

houve muitos crentes pelos quais os propósitos da aliança se cumpriram

e que tinham a lei no coração (SI 37:31; 40:8; 119:11; Is 51:7).

Embora a nova aliança seja uma renovação da antiga, há um sentido

em que ela é, de fato, nova. A promessa de Jerem ias de uma “nova aliança”

não previa simplesmente uma renovação das condições que existiam

antes do exílio, que foram quebradas e renovadas várias vezes porque a

nação havia caído constantem ente em apostasia. E isso porque as pessoas

simplesmente não estavam dispostas a cumprir sua parte na aliança

com Deus (Jr 13:23).

Assim, Deus prometeu fazer uma “coisa nova” (Jr 31:22). A aliança não

seria como a que o Senhor havia feito “com seus pais” (Jr 31:32). Por causa

da infidelidade do povo, as promessas que Deus fez sob a aliança mosaica

nunca foram cumpridas. Em virtude da garantia dada pelo Filho (Hb 7:22),

Deus cumpriria os propósitos de Sua aliança. Deus não mudou Sua lei

nem diminuiu Seus padrões; em vez disso, enviou Seu Filho como garantia

(Hb 7:22; 6:18-20). É por isso que essa aliança não tem maldições, só bênçãos,

pois Jesus a cumpriu com perfeição.

Leia 2 Timóteo 2:13. O que podem os aprender com a fidelidade de Deus ao Seu p o vo e

aos Seus planos quando consideramos nosso relacionamento com os outros e n o sso s

planos?

Jan • Fev • Mar 2022 1911


Terça, 15 de fevereiro

A nova aliança tem um Mediador melhor

A no Bíblico: N m 12-14

3. Leia H e b re u s 8:1-6. P o r q u e Jesus é um M e d ia d o r m e lh o r da aliança?

0termo grego mesitès (“mediador”) deriva de mesos (“meio”) e denota

aquele que anda ou fica no meio. Esse termo técnico era usado

para se referir a alguém que cumpria uma ou mais das seguintes funções:

(1) árbitro entre duas ou mais partes; (2) negociador ou corretor de

negócios; (3) testemunha no sentido legal da palavra; ou (4) fiador e, portanto,

alguém que garantia a execução de um contrato.

“Mediador” é uma tradução muito restrita para mesitès, pois focaliza

apenas os dois ou três primeiros usos do termo grego. Entretanto, Hebreus

enfatiza a quarta função. Jesus não é “mediador” no sentido de resolver

uma contenda entre o Pai e os seres humanos nem um pacificador que reconcilia

as partes descontentes, nem uma testemunha que certifica a existência

de um contrato ou seu cumprimento. Em vez disso, Jesus é o Fiador

da nova aliança (Hb 7:22). Em Hebreus, o termo “mediador” é equivalente

a “fiador”. Ele garante que as promessas da aliança serão cumpridas.

A morte de Cristo satisfez as reivindicações da primeira aliança com Israel,

que havia sido quebrada (Hb 9:15-22). Nesse sentido, Jesus é o Fiador

que assumiu todas as obrigações legais violadas. Por outro lado, a exaltação

do Filho no Céu garante que as promessas de Deus aos seres humanos

serão cumpridas (Hb 6:19, 20). Ao ressuscitar Jesus e colocá-Lo à Sua direita,

o Pai mostrou que nos ressuscitará e nos levará para Ele.

Jesu s é um Mediador maior do que Moisés, pois m inistra no santuário

celestial e Se ofereceu como sacrifício perfeito por nós (Hb 8:1-5;

10:5-10). O rosto de Moisés refletia a glória de Deus (Êx 34:29-35), mas

Jesus é a glória de Deus (Hb 1:3; Jo 1:14). Moisés falou com Deus face a

face (Êx 33:11), porém Jesus é a Palavra de Deus (Hb 4 :1 2 ,1 3 ; Jo 1:1-3,14).

Sim, Cristo atendeu às exigências de obediência da aliança. Diante disso,

qual é o papel da obediência em nossa vida?

1921 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q u arta, 16 de fevereiro

A nova aliança tem superiores promessas

Ano Bíblico: Nm 15,16

Podemos ser tentados a pensar que a nova aliança tenha “superiores

promessas” no sentido de que apresenta recompensas maiores do que

a antiga (uma pátria celestial, vida eterna, etc,). A verdade é que Deus

ofereceu aos crentes do AT as mesmas recompensas que nos oferece (leia

Hb 11:10, 13-16). Em Hebreus 8:6, as “superiores promessas” tratam de

diferentes tipos de promessas.

A aliança entre Deus e Israel foi uma troca formal de promessas. Deus

tomou a iniciativa de libertar Israel do Egito e prometeu conduzi-lo à terra

prometida.

4. Compare Êxodo 24:1-8 e Hebreus 10:5-10. Quais são as semelhanças e diferenças

entre essas duas promessas?

A aliança entre Deus e Israel foi ratificada com sangue, aspergido tanto

sobre o altar, que representava Deus, quanto sobre as doze colunas,

que representavam o povo. O povo de Israel prometeu obedecer a tudo o

que o Senhor havia dito.

“A condição para a vida eterna ainda é a mesma que sempre foi: perfeita

obediência à lei de Deus, perfeita justiça, exatamente como era no Paraíso,

antes da queda de nossos primeiros pais. Se a vida eterna nos fosse concedida

sob qualquer condição inferior a essa, a felicidade de todo o Universo

estaria correndo perigo. Estaria aberto o caminho para que o pecado com

toda a sua miséria se perpetuasse” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 62).

Deus satisfez as exigências da nova aliança, pois deu Seu próprio Filho

para vir e viver uma vida perfeita a fim de que as promessas da aliança

pudessem ser cumpridas Nele, e então oferecidas a nós, pela fé em Jesus.

A obediência de Jesus garante as promessas da aliança (Hb 7:22). Ela requer

que Deus dê a Ele Suas bênçãos, as quais então são concedidas a nós.

Aqueles que estão “em Cristo” desfrutarão dessas promessas com Ele. Em

segundo lugar, Deus nos dá Seu Espírito Santo para nos capacitar a cumprir

Sua lei.

Cristo satisfez as exigências da aliança; portanto, o cumprimento das promessas de Deus

para nós não é incerto. Como isso ajuda a entender o significado de 2 Coríntios 1:20-22?

Jan • Fev • M ar 2022 19 3 1


Q uinta, 17 de fevereiro

Ano Bíblico: Nm 17-19

A nova aliança e o novo coração

5. Com pare as prom essas da nova aliança em jeremias 31:33 e Ezequiei

36:26,27. Como elas se relacionam?

0primeiro documento da aliança foi escrito por Deus em tábuas de

pedra e depositado na arca da aliança como testemunha (Êx 31:18;

Dt 10:1-4). Documentos escritos em pedra, no entanto, podem ser quebrados;

e pergaminhos podiam ser cortados e queimados (Jr 36:23).

Entretanto, Deus escreveria Sua lei no coração do povo. O coração se

refere à mente, o órgão da memória e do entendimento (Jr 3:15; Dt 29:4),

onde se tomam as decisões conscientes (Jr 3:10; 29:13).

Essa promessa não simplesmente garantiria a todos o acesso à lei e o

conhecimento dela, mas também promoveria uma mudança no coração

da nação. O problema de Israel era que seu pecado estava “escrito com um

ponteiro de ferro e com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração”

(Jr 17:1). O povo tinha um coração duro (Jr 13:10; 23:17); portanto,

era-lhe impossível fazer o certo (Jr 13:23).

Jerem ias não anunciou uma mudança na lei, pois o problema não era a

lei, mas o coração. Deus queria que a fidelidade de Israel fosse uma resposta

grata ao que o Senhor havia feito por ele; assim, deu-lhe os Dez Mandamentos

com um prólogo histórico, expressando Seu amor e cuidado

(Êx 20:1, 2). Deus queria que Israel obedecesse às Suas leis como um reconhecimento

de que Ele queria seu bem, fato revelado na grande libertação

do Egito. Sua obediência deveria ser uma expressão de gratidão, uma

m anifestação da realidade do relacionamento entre eles.

O mesmo é verdade para nós. O amor e o cuidado de Jesus em morrer

por nós é o prólogo da nova aliança (Lc 22:20). A verdadeira obediência

vem do coração como expressão de amor (Mt 22:34-40). Esse amor é

a marca distintiva da presença do Espírito Santo na vida do crente. Deus

derrama Seu amor sobre nós por meio de Seu Espírito (Rm 5:5), que é expresso

em amor (G1 5:22).

Se o antigo Israel devia am ara Deus, m esm o sem a compreensão da morte de Cristo,

quanto m ais n ó s devem os am á-Lo? Como a obediência manifesta a realidade d esse

am or?

|94| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Sexta, 18 de fevereiro

Estudo adicional

A n o Bíblico: N m 20,21

,(Ç e nosso coração for renovado à semelhança de Deus, se o amor divi-

^ no estiver nele implantado, é claro que viveremos em obediência à

lei de Deus. Quando o princípio do amor domina o coração, quando o ser

humano é renovado segundo a imagem Daquele que o criou, a promessa

do novo concerto é cumprida: ‘Porei no seu coração as Minhas leis e sobre

a sua mente as inscreverei’ (Hebreus 10:16). E se a lei estiver escrita

no coração, claramente ela moldará a vida. A obediência - nosso serviço

e compromisso de amor - é o verdadeiro sinal do discipulado. [...] ‘Aquele

que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso,

e nele não está a verdade’ (1 João 2:4). Em vez de dispensar as pessoas da

obediência, é a fé - e somente a fé - que nos torna participantes da graça

de Cristo, capacitando-nos a obedecer. [...]

"Quanto mais perto você estiver de Jesus, mais cheio de faltas se sentirá

a seus próprios olhos, pois sua visão ficará mais clara, e suas imperfeições

serão vistas em amplo e distinto contraste com a natureza perfeita

de Cristo. Isso é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder,

e que a influência vivificante do Espírito de Deus está despertando você.

“Quem não reconhece a própria pecaminosidade não consegue desenvolver

um amor mais profundo por Jesus. A pessoa que é transformada

pela graça de Cristo passará a admirar Seu caráter divino; mas o fato de

não enxergar a própria deformidade moral é uma inequívoca evidência de

que não tivemos uma visão da beleza e da excelência de Cristo” (Ellen G.

White, Caminho a Cristo, p. 60, 61, 64, 65).

Perguntas para consideração

1. Segundo Ellen G. White, quanto mais nos aproximarmos de Cristo,

mais veremos os nossos pecados. Como evitar que nossos defeitos destruam

nossa fé?

2. A lei está sendo escrita em nosso coração. O que isso significa? A compreensão

e a prática dessa verdade ajudam a evitar o legalismo, as “obras

mortas” (Hb 9:14)?

Respostas e atividades da semana: 1. Porque a antiga aliança não podia oferecer perfeição. 2. Na nova aliança,

a) Jesus é o Fiador que cumpre com perfeição as promessas e reivindicações da aliança; b) a lei é escrita em nosso coração.

3. Ele ministra no santuário celestial; Ele é a glória de Deus; Ele é a Palavra de Deus; Ele oferece um sacrifício

perfeito. 4. A antiga aliança foi ratificada com o sangue de animais, e o povo prometeu obedecer, mas foi infiel; a nova

aliança foi ratificada com o sangue de Cristo, que prometeu obedecer ao Pai salvando a humanidade. 5. Deus imprime

a lei na mente e no coração do povo, dando-lhe um novo coração e o dom do Espírito, que o capacita a obedecer.

Jan» Fev* Mar 2022 |95|


RESUMO DA LIÇAO 8

Jesus, o Mediador da nova aliança

T EXT O S-C H A V ES: Hb 7:11-19; 8:10-12; Jr 31:31-34; Hb 8:1-6; Êx 24:1-8; Ez 36:26,27

ESBOÇO

Temas da lição

A antiga aliança foi dada com base no sacerdócio levítico. Como parte desse acordo,

som ente os levitas atuavam com o mediadores entre Deus e os israelitas. No entanto, o livro

de Hebreus fala sobre com o Jesus foi nom eado Sum o Sacerdote, segundo a ordem de

M elquisedeque. Além disso, Paulo lembrou o fato de que Jesus não era da tribo de Levi

(Hb 7:14), e sim da tribo de Judá. Portanto, de acordo com as leis do sacerdócio levítico,

Ele não era elegível para atuar como sacerdote. Contudo, foi nom eado para esse ofício

pelo próprio Deus: “Você é Sacerdote para sem pre" (Hb 7:21).

Pode-se indagar com legitimidade como Alguém da tribo de Judá poderia Se tornar Sa ­

cerdote, dadas as restrições levíticas. Som ente os levitas deveriam servir no templo. L o ­

gicam ente, uma m udança teria que ocorrer primeiro. Paulo enfatizou que tal m udança no

sacerdócio exigiria uma mudança correspondente nas leis do sacerdócio (Hb 7:12). A m u­

dança nessas leis, por sua vez, levaria à mudança da aliança. A primeira aliança foi com os

levitas e a segunda com Cristo. Por que mudança com pleta? A lição deixa claro que a antiga

aliança não podia limpar a consciência dos pecados (Hb 10:4; 9:14), purificação esta que

é a justiça de Cristo imputada a nós. Esses sacrifícios de animais apontavam para Cristo, o

verdadeiro "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m undo!” (Jo 1:29). Com a nova aliança

tem -se não apenas um Árbitro, um Negociador ou uma Testemunha, mas um Fiador que

garante que as prom essas da aliança serão cumpridas. Finalmente, nessa nova aliança,

D eus internalizará Suas leis nas pessoas escrevendo-as “sobre o seu coração" (Hb 8:10).

COMENTÁRIO

A superioridade de Melquisedeque

Várias vezes em Hebreus (Hb 5:6,10; 6:20), Cristo é retratado como um Sacerdote se ­

gu n d o a ordem de M elquisedeque. Em Hebreus 7, Paulo dedicou um tem po a esse sa ­

cerdote com o propósito de traçar a natureza do sacerdócio de Cristo. Ao m esm o tempo,

afirm ou que o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levítico.

Existem apenas duas referências no AT a Melquisedeque: Gênesis 14:18 e S a lm o 110:4.

H ebreus resum e o relato de Gênesis e estabelece que M elquisedeque é um sacerdote

(Hb 7:1), que é sem elhante a Cristo (Hb 7:3) e que é superior a Abraão (Hb 7:4). A narrativa

de Gênesis descreve a primeira guerra registrada na Bíblia. Abraão perseguiu os quatro

reis invasores que tinham levado cativo seu sobrinho Ló. Depois de libertar os prisioneiros,

19 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Abraão voltou para casa. No caminho, Melquisedeque, o rei-sacerdote de Salém (Jerusalém),

encontrou Abraão com pão e vinho, detalhe que falta no relato de Hebreus. O prim eiro

abençoou o último, e o últim o devolveu o dízimo ao primeiro (Hb 7:1, 2). O que então

torna M elquisedeque superior aos sacerdotes levitas? Primeiro, M elquisedeque é apresentado

"sem pai, sem mãe, sem genealogia" e "não teve princípio de dias nem fim de existência"

(Hb 7:3). N o m undo greco-rom ano, não ter pai significava ser filho ilegítim o e não ter

mãe indicava que o filho era de uma m ulher de baixo nível social. Para os judeus, porém,

não ter genealogia significava que a pessoa não poderia se qualificar para o sacerdócio

levitico. M elquisedeque era uma figura divina, com o alguns concluíram ? Não; ele aparece

de repente em cena, em Gênesis 14, e desaparece com a m esm a rapidez, sem qualquer

m enção à sua origem familiar. Com o o registro de Gênesis não fala de seu pai, mãe, nem

genealogia, Paulo usou M elquisedeque como um exem plo perfeito da natureza eterna de

Cristo, ideia apoiada pela seguinte descrição: “não teve princípio de dias nem fim de existência,

mas feito sem elhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sem pre" (Hb 7:3).

Além disso, os levitas são novamente com parados com M elquisedeque em Hebreus 7:8:

“Aqui", isto é, no sistem a levitico, “hom ens m ortais” recebem os dízim os de seus com panheiros

israelitas, m as “ali", ou seja, no caso de Melquisedeque, os dízim os são recebidos

por “aquele de quem se testifica que vive”. A mortalidade dos levitas é contrastada com

a ausência de registro da morte de Melquisedeque, em Gênesis 14.

M elquisedeque nunca m orreu? Sim, morreu, mas, visto que sua m orte não está registrada

nas Escrituras, Paulo viu nele um exemplo perfeito para a eternidade de Cristo. Essa

ausência era um princípio usado por escritores antigos. 0 silêncio da Escritura sobre determ

inado ponto é tom ado como evidência de que algo não existia. M elquisedeque entra

na narrativa sem ancestralidade e sai sem um relato de sua morte, o que aponta tipologicam

ente para Aquele que é eterno. Dado que M elquisedeque aponta para a eternidade

e os levitas eram finitos, M elquisedeque é superior a eles.

Em segundo lugar, Melquisedeque é superior aos levitas porque abençoou Abraão, o patriarca,

descrito com o aquele que recebeu a prom essa (Hb 6:13; 7:6). Assim , “evidentem ente,

não há dúvida de que o inferior [Abraão] é abençoado pelo superior [M elquisedeque]”

(Hb 7:7). M elquisedeque não é apenas superior aos levitas por causa de seu sacerdócio

perm anente - m as tam bém é superior porque abençoou Abraão.

Terceiro, M elquisedeque é superior aos levitas porque até “Abraão, o patriarca, pagou

o dízim o tirado dos m elhores despojos” (Hb 7:4). O bisneto Levi e seus descendentes basicam

ente devolveram o dízimo por meio de Abraão a esse sacerdote de Deus, não levitico,

M elquisedeque (Hb 7:9,10). A ausência da genealogia levítica não impediu M elq u isedeque

de receber o dízimo de Abraão. Da mesma forma, a ausência da genealogia levítica

não poderia impedir Jesus de servir como Sacerdote. Os levitas foram ordenados pela

lei a receber dízim os de seus com panheiros israelitas e, por sua vez, a devolver os dízim

os dos dízim os recebidos (Nm 18:21-26). Paulo relatou essa tradição (Hb 7:5). A lógica

de seu argum ento é óbvia. M elquisedeque é maior do que Abraão; consequentem ente, ele

deve ser maior do que Levi. Por extensão, o sacerdócio de M elquisedeque é maior do que

o sacerdócio levitico. Se isso é verdade, o sacerdócio de Cristo é superior ao de qualquer

|an • Fev • Mar 2022 I 9 7 1


sacerdote hum ano no tabernáculo ou templo terrestre. Portanto, Ele é chamado de sacerdote

"para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb 7:17).

Em resumo, Melquisedeque é superior aos levitas por causa de seu sacerdócio permanente.

Ele abençoou Abraão, o ancestral dos levitas, e os levitas devolveram os dízimos a

Melquisedeque por meio de Abraão.

A superioridade do sacerdócio de Cristo

Com base no que foi dito, o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levitico por

vários motivos.

Primeiro, Cristo Se tornou Sacerdote pelo “poder de vida que não tem fim" (Hb 7:16) e

por designação divina, conforme o testemunho do Salm o 110:4; não por meio da descendência

física com base nos requisitos legais arônicos (Êx 29). O sacerdócio de Cristo está

intimamente ligado a quem Ele é. Sim, Cristo morreu, mas Ele ressuscitou (Hb 13:20). Ele

foi "exaltado acima dos Céus" (Hb 7:26) e agora está sentado “à direita do trono da M a ­

jestade nos Céus" (Hb 8:1), onde “pode salvar totalmente os que por Ele se aproximam de

Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25).

Além disso, os sacerdotes levitas eram nomeados por herança. Nenhum deles teve um

sacerdócio perpétuo, “porque a morte os impede de continuar" (Hb 7:23). Em contraste,

Cristo “porque continua para sempre, tem Seu sacerdócio imutável” (Hb 7:24) e vive “sem ­

pre para interceder por eles" (Hb 7:25). Cristo é descrito por Hebreus como Alguém que

"continua para sempre", “pode salvar totalmente" e vive sempre (Hb 7:24, 25). Sim plificando,

Ele é superior aos sacerdotes hum anos porque tem imortalidade em com paração

com a transitoriedade humana.

Em segundo lugar, Deus confirmou o sacerdócio de Seu Filho por meio de um juram ento:

“0 Senhor jurou e não Se arrependerá: 'Você é sacerdote para sem pre’" (Hb 7:21). Juram

entos são prom essas solenes que muitas vezes evocam um testem unho divino. Visto

que Deus não podia jurar por um poder maior quando prometeu descendentes a Abraão,

“jurou por Si mesmo, dizendo: ‘certamente Eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes’"

(Hb 6:13,14). Para a geração do Êxodo, Deus jurou: “‘Não entrarão no M eu

descanso'" (Hb 3:11). Quando o Senhor faz um juramento, Ele o cumpre fielmente. É por

isso que Jesus "Se tornou Fiador de superior aliança” (Hb 7:22). Os levitas, por outro lado,

foram introduzidos ao sacerdócio por ordem divina (Êx 28:1), não por um juramento. Portanto,

Cristo é superior a eles.

Finalmente, Ele é superior aos sacerdotes levitas porque é moralmente perfeito. O s sacerdotes

da linhagem de Arão sacrificavam diariamente, embora no final das contas de forma

ineficaz (Hb 10:1-4). Eles ofereciam sacrifício primeiramente por seus próprios pecados

antes de oferecer sacrifício pelos outros. Em contraste, Cristo Se ofereceu como um sacrifício

sem pecado uma vez por todas (Hb 7:27). Esse Sacerdote é apropriado para nós, pois é “santo,

inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos Céus" (Hb 7:26).

Em bora esses term os sejam praticamente sinônim os, possuem nuances ligeiram ente diferentes.

Cristo era m oralm ente separado, inculpável e não era maculado pelo pecado. Esses

atributos 0 tornam superior à linhagem arônica de sacerdotes (ver At 2:27; Hb 4:15).

198 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


Em resumo, Jesus e m elhor do que os levitas porque é imortal, foi confirm ado por um

juram ento divino e é m oralm ente perfeito.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Pense em com o Cristo é comparado com Melquisedeque em Hebreus 7. Melquisedeque

é considerado tanto rei de Salém quanto sacerdote do Deus Altíssim o (Hb 7:1).

1. Por que M elquisedeque é retratado como tendo um papel duplo? Compare essa dualidade

de papéis com a de Cristo, que é, primeiramente, Sacerdote segundo a ordem de

M elquisedeque, mas, em segundo lugar, um membro da tribo real de Judá.

2. A que a tribo de Judá está principalmente associada (ver Gn 49:10)? Com o Cristo cum ­

pre os dois papéis?

3. Com o você veria o pecado, se, cada vez que transgredisse, custasse um cordeiro ou um

touro, dependendo de sua posição social (talvez uma bicicleta ou um carro nos dias

de hoje)?

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jan • Fev • Mar 2022

199 I


Lição

9

Jesus, o sacrifício

perfeito

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o rq u e , com

um a única oferta, ap erfeiçoou para se m p re

os que estão se n d o sa n tific a d o s" (H b 10:14).

Leituras da semana: Hb 9:15; Gn 15:6-

21; Jr 34:8-22; Ef 3:14-19; Hb 7:27; 10:10;

9:22-28

S á b a d o , 19 de feve reiro

A n o Bíblico: N m 22-24

ideia de que um homem considerado culpado e executado na cruz

fosse adorado como Deus era uma ofensa às pessoas da antiguidade.

A referência escassa à cruz na literatura romana mostra a aversão a esse

pensamento. A lei dos judeus declarava que o homem que fosse pendurado

no madeiro era amaldiçoado por Deus (Dt 21:23).

Os primeiros temas encontrados nas pinturas de túmulos cristãos foram

o pavão (que supostamente simbolizava a imortalidade), a pomba, a

palma do atleta vitorioso e o peixe. Mais tarde, surgiram outros temas:

a arca de Noé; Abraão sacrificando o carneiro em lugar de Isaque; Daniel

na cova dos leões; Jonas sendo expelido pelo peixe; um pastor carregando

um cordeiro; ou representações de milagres como a cura do paralítico

e a ressurreição de Lázaro. Esses eram símbolos de salvação, vitória e cuidado.

A cruz, por outro lado, transmitia uma sensação de derrota e vergonha.

No entanto, ela se tornou o símbolo do cristianismo. Paulo chamou

o evangelho de “palavra da cruz” (ICo 1:18).

Nesta semana, analisaremos a cruz no livro de Hebreus.

|100| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Domingo, 20 de fevereiro

Por que os sacrifícios eram necessários?

Ano Bíblico: Nm 25-27

Hebreus 9:15 explica que a morte de Jesus como sacrifício teve o propósito

de oferecer “remissão das transgressões que foram cometidas

sob a primeira aliança”, a fim de que o povo de Deus pudesse receber “a

promessa da herança eterna”.

No antigo Oriente Próximo, uma aliança entre duas pessoas ou nações

era algo sério que envolvia uma troca de promessas sob juramento,

e isso implicava a suposição de que os deuses puniriam os que quebrassem

o voto. Muitas vezes essas alianças eram ratificadas por meio do sacrifício

de um animal.

Por exemplo, quando Deus fez uma aliança com Abraão, a cerimônia

envolveu o ato de cortar animais ao meio (Gn 15:6-21). As partes caminhariam

entre os pedaços em reconhecimento de que aqueles animais representavam

o destino de quem quebrasse a aliança. Somente Deus andou

entre os animais, com o propósito de comunicar a Abraão que Ele não quebraria

Sua promessa.

1. Compare Gênesis 15:6-21 e Jeremias 34:8-22. O que esses textos ensinam

sobre a aliança?

A aliança com Deus deu a Israel acesso à terra prometida como herança.

Envolvia, no entanto, um conjunto de mandamentos e a aspersão de

sangue sobre um altar, o que apontava o destino da parte que quebrasse

a aliança. Hebreus diz que “sem derramamento de sangue não há remissão”

[dos pecados] (Hb 9:22).

Quando Israel quebrou a aliança, Deus enfrentou um dilema doloroso.

A aliança exigia a morte dos transgressores, mas o Senhor amava Seu

povo. Se Ele simplesmente desviasse o olhar ou Se recusasse a puni-los,

Seus mandamentos seriam invalidados, e este mundo mergulharia no caos.

Porém, o Filho de Deus Se ofereceu como Substituto. Ele morreu em

nosso lugar para que pudéssemos receber “a promessa da herança eterna”

(Hb 9:15, 26; Rm 3:21-26). Isto é, Ele defenderia a santidade de Sua lei e,

ao mesmo tempo, salvaria os que a violassem. Isso só poderia ser realizado

por meio da cruz.

Por que a lei é tão central na m ensagem do evangelho?

Jan • Fev • Mar 2022

|ioi |


Segunda, 21 de fevereiro

Diversos tipos de sacrifícios

Ano Bíblico: Nm 28-30

Amorte de Jesus proporcionou perdão ou remissão de nossos pecados.

Contudo, isso envolve muito mais do que o cancelamento da penalidade

pela quebra da aliança. O sistema sacrifical israelita tinha cinco tipos

diferentes de sacrifícios para expressar a riqueza do significado da

cruz de Cristo.

2. Leia Efésios 3:14-19. Qual foi o pedido de Paulo em favor dos crentes?

O holocausto (ou oferta queimada) exigia que todo o animal fosse consumido

no altar (Lv 1). Ele representava Jesus, cuja vida foi consumida

por nós. Mesmo sendo igual a Deus, Jesus “Se esvaziou, assumindo a forma

de Servo” (Fp 2:5-8).

A oferta de cereais demonstrava gratidão pela provisão divina do sustento

para Seu povo (Lv 2). Também representava Jesus, “o pão da vida”

(Jo 6 :3 5 ,4 8 ), por meio de Quem temos a vida eterna.

A oferta de sacrifício pacífico implicava uma refeição comunitária com

amigos e família para celebrar o bem-estar (Lv 3). Representava Cristo,

cujo sacrifício nos proporcionou paz (Is 53:5; Rm 5:1; Ef 2:14). Também

enfatiza que devemos participar do sacrifício de Jesus comendo Sua carne

e bebendo Seu sangue (Jo 6:51-56).

A oferta pelo pecado ou oferta de purificação provia expiação pelos pecados

(Lv 4:1-5:13). Esse sacrifício enfatizava o papel do sangue do anim al -

que representava sua vida - para oferecer redenção dos pecados (Lv 17:11)

e apontava para o sangue de Jesus, que nos redime dos nossos pecados

(Mt 26:28; Rm 3:25; Hb 9:14).

A oferta pela culpa ou de reparação (Lv 5:14-6:7) proporcionava perdão

nos casos em que a reparação ou restituição era possível. O perdão de Deus

não nos livra da responsabilidade de reparar ou restituir, sempre que possível,

a quem prejudicamos.

Os sacrifícios do santuário nos ensinam que a experiência da salvação

é mais do que apenas aceitar Jesus como nosso Substituto. Também precisamos

“alimentar-nos" Dele, compartilhar Seus benefícios com outros

e reparar a quem prejudicamos.

|102| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 22 de fevereiro

O sacrifício perfeito de Jesus

Ano Bíblico: Nm 31,32

3. Como o sacrifício de )esus é descrito nestas passagens? Hb 7:27; 10:10

Os sacerdotes levitas - que tinham de ser “em maior número, porque a

morte os [impedia] de continuar” (Hb 7:23) - são comparados a Jesus,

que vive para sempre e tem um sacerdócio imutável (Hb 7:24, 25). Os sacerdotes

levitas “todos os dias” (Hb 7:27) e “todos os anos” (Hb 9:25) ofereciam

dons e sacrifícios “ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta

culto” (Hb 9:9; 10:1-4).

Jesus, no entanto, ofereceu a Si mesmo “uma vez por todas”, “um único sacrifício”

(Hb 10:10,12-14) que purifica nossa consciência (Hb 9:14; 10:1-10)

e aniquila o pecado (Hb 9:26). Seu sacrifício é superior ao de animais, pois

Ele era o Filho de Deus (Hb 7:26-28), que cumpriu perfeitamente a vontade

do Pai (Hb 10:5-10).

A descrição do sacrifício de Jesus como tendo ocorrido “uma vez por

todas” tem várias implicações importantes.

Primeiro, Seu sacrifício é eficaz e nunca será superado. Os sacrifícios

dos sacerdotes levitas eram repetidos porque não eram eficazes; caso contrário,

“não teriam deixado de ser oferecidos? Porque os que prestam culto,

tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência

de pecados!” (Hb 10:2).

Em segundo lugar, os diferentes tipos de sacrifícios do AT se cumpriram

na cruz. Jesus não apenas nos purifica do pecado (Hb 9:14), mas provê

santificação (Hb 10:10-14) ao afastar o pecado de nós (Hb 9:26). Antes

que os sacerdotes se aproximassem de Deus no santuário e ministrassem

em favor de seus semelhantes, eles tinham que ser limpos e santificados,

ou consagrados (Lv 8; 9). O sacrifício de Jesus nos limpa e nos consagra

(Hb 10:10-14) para que possamos nos aproximar de Deus com confiança

(Hb 10:19-23) e servi-Lo como “sacerdócio real” (Hb 9:14; IPe 2:9).

O sacrifício de Jesus também alimenta nossa vida espiritual; oferece

um exemplo que precisamos seguir. Hebreus nos convida a fixar os

olhos em Jesus, especialmente nos eventos da cruz, e seguir Sua liderança

(Hb 12:1-4; 13:12,13).

A cruz é a base de todos os benefícios divinos: purificação do pecado, santificação

para servir e alimento para crescer. Como desfrutar o que recebemos de fesus Cristo?

Jan • Fev • Mar 2022 11031


Quarta, 23 de fevereiro

A cruz e o custo do perdão

Ano Bíblico: Nm 33,34

4 .0 que é dito sobre a obra de Cristo no santuário celestial? Hb 9:22-28

Aideia de que o santuário celestial precisava ser purificado fazia sentido

no contexto do santuário do AT, que é um símbolo do governo divino

(ISm 4:4; 2Sm 6:2), e a maneira pela qual Deus lida com o pecado de Seu ®

povo afeta a percepção da justiça de Seu governo (SI 97:2). Sendo Gover- |

nante, Deus é o Juiz de Seu povo e espera-se que Ele seja justo, vindicando

os inocentes e condenando os culpados. Portanto, quando perdoa o pecador,

Ele carrega a responsabilidade judicial. O santuário, que representa o I

caráter e o governo divinos, está contaminado, pois Deus carrega nossos |

pecados quando nos perdoa (Êx 34:7; Nm 14:17-19, a palavra hebraica original

para “perdoar” [nõêê') nesses versos significa "carregar, suportar”). 1

O sistema de sacrifícios no santuário israelita ilustra esse ponto. Quan- j

do alguém buscava perdão, trazia um animal como sacrifício em seu favor,

confessava seus pecados sobre ele e o abatia. O sangue era borrifado nas ^

pontas do altar ou aspergido diante do véu do templo no primeiro com- |

partimento. Desse modo, o pecado era simbolicamente transferido para

o santuário. Deus carregava os pecados do povo.

No sistema israelita, a purificação ou expiação dos pecados ocorria em

duas etapas. Durante o ano, pecadores arrependidos traziam sacrifícios

para o santuário. Esses sacrifícios purificavam as pessoas de seus pecados

e os transferiam para o santuário, para o próprio Deus. No fim do ano, no

Dia da Expiação, que era o dia do juízo, Deus purificava o santuário, liberando

Sua responsabilidade judicial ao transferir os pecados para o bode

expiatório, Azazel, que representava Satanás (Lv 16:15-22).

Esse sistema de duas fases, representadas pelos dois compartimentos

no santuário terrestre, modelo do santuário celestial (Êx 25:9; Hb 8:5), permitia

que Deus mostrasse misericórdia e justiça ao mesmo tempo. Quem

confessava os pecados durante o ano mostrava lealdade a Deus observando

um descanso solene e afligindo-se no Dia da Expiação (Lv 16:29-31).

Aqueles que não mostravam lealdade eram eliminados (Lv 23:27-32).

Pense no que você enfrentaria se tivesse que receber o castigo justo por seus pecados.

Como isso o ajuda a entender o que Cristo fez por você?

11 0 4 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quinta, 24 de fevereiro

O juízo e o caráter de Deus

Ano Bíblico: Nm 35,36

5. Leia Rom anos 3:21-26; 1:16,17 e 5:8.0 que a redenção na cruz para o perdão

dos nossos pecados revela sobre Deus?

0perdão dos pecados envolve duas fases na mediação de Jesus nos dois

compartimentos do santuário celestial. Primeiro, Jesus removeu nossos

pecados e os carregou na cruz a fim de oferecer perdão a todos que crerem

Nele (At 2:38; 5:31). Ele também inaugurou uma nova aliança, que

Lhe permite pôr a lei de Deus no coração dos crentes por meio do Espírito

Santo (Hb 8:10-12; Ez 36:25-27).

A segunda fase desse ministério consiste em um juízo, o juízo préadvento,

que ainda estava no futuro do ponto de vista de Hebreus (Hb 2:1-4;

6:2; 9:27,28; 10:25). Esse juízo se inicia com o povo de Deus e é descrito em

Daniel 7:9-27, Mateus 22:1-14 e Apocalipse 14:7. Seu propósito é mostrar

a justiça de Deus ao perdoar Seu povo. Nele, o registro da vida de cada um

será aberto para o Universo. O Juiz mostrará o que aconteceu no coração

dos crentes, como aceitaram Jesus como Salvador e Seu Espírito na vida.

Ao falar sobre esse juízo, Ellen G. White escreveu: “O homem não

pode por si mesmo defender-se dessas acusações. Em suas vestes manchadas

de pecado, confessando sua culpa, ei-lo perante Deus. Mas Jesus,

nosso Advogado, apresenta um eficaz rogo em favor de todos os que,

mediante arrependimento e fé, confiaram a Ele a guarda de sua vida.

Defende-lhes a causa e derrota seu acusador com os poderosos argumentos

do Calvário. Sua perfeita obediência à lei de Deus, mesmo até à morte

de cruz, conferiu-Lhe todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pleiteia de

Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado. [...] Mas, conquanto

devamos reconhecer nosso estado pecaminoso, temos que confiar

em Cristo como nossa justiça, nossa santificação e redenção. Não podemos

contestar as acusações de Satanás contra nós. Cristo, unicamente,

pode pleitear eficazmente em nosso favor. Ele é capaz de silenciar o

acusador com argumentos fundamentados não em nossos méritos, mas

nos Dele” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 450, 451).

Por que a cruz e o ministério de Jesus em nosso favor sugerem que olhemos para o Juízo

com confiança, m as com humildade e arrependimento?

Jan • Fev • Mar 2022 11051


Sexta, 25 de fevereiro

Estudo adicional

Ano Bíblico: Dt 1-3

T extos de Ellen G. White, O Desejado de Todas as N ações, p. 741-757

(“A Glória do Calvário”); p. 758-764 ("Está Consumado”).

Jiri Moskala explicou a natureza do juízo pré-advento. Deus “não irá

exibir meus pecados como na vitrine de uma loja. Antes de tudo, irá apontar

para Sua incrível graça transformadora e, diante do Universo, como

a verdadeira Testemunha da minha vida, Ele explicará minha atitude,

meus motivos, meu pensamento, minhas ações, minha orientação e direção

de vida. Jesus testificará que cometi erros, transgredi Sua lei, mas

me arrependi, pedi perdão e fui transformado por Sua graça. Ele proclamará:

‘Meu sangue é suficiente para o pecador Moskala, sua orientação

de vida está em Mim, sua atitude em relação a Mim e às pessoas é calorosa

e altruísta, ele é confiável, ele é Meu servo bom e fiel”’ (Toward a Biblical

Theology of God’s Judgment: A Celebration of the Cross in Seven

Phases of Divine Universal Judgment, [Journal oftheA dventist Theological

Society 15, 2004], p. 155).

“Os seres remidos e os não caídos terão na cruz de Cristo seu estudo

e seu cântico. Será visto que a glória que resplandece no rosto de Jesu s

Cristo é a glória do amor abnegado. A luz do Calvário, ficará evidente que

a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu, que o amor

que não procura os seus interesses’ (ICo 13:5) tem sua fonte no coração

de Deus [...]” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19, 20).

Perguntas para consideração

1. Há uma tendência de oferecer sacrifícios em troca de salvação (atos de

penitência, serviço ou autoprivação). Como essas práticas devem ser vistas

à luz do sacrifício de Jesus e do fato de que a cruz pôs fim a todos os

sacrifícios (Dn 9:27; Hb 10:18)?

2. Qual é o papel do sacrifício do cristão? Jesus disse que precisamos to ­

mar nossa cruz e segui-Lo (Mt 16:24); Paulo disse que devemos oferecer

o corpo em “sacrifício vivo” (Rm 12:1). Qual é a relação entre essas

instruções e Hebreus 13:15,16?

Respostas • atividades da semana: 1. A aliança é um compromisso sério. As duas partes devem cumprir seu voto

2. Que Deus lhes fortalecesse, que Cristo habitasse no coração deles, que eles tossem alicerçados em amor e que pudessem

compreender e conhecer o amor de Cristo. 3. Um sacrificlo definitivo, feito uma vez por todas A. Ele comparece

diante de Deus no santuário celestial para oferecer Seu sanyue em nosso favor S. Que Deus é misericordioso e justo.

11 0 6 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇÃO 9

Jesus, o sacrifício perfeito

T E X T O S-C H A V E S: Hb 9:15; Gn 15:6-21; Jr 54:8-22; Ef 5:14-19; Hb 7:27; 10:10; 9:22-28

ESBOÇO

Temas da lição

H ebreus deixa claro que a morte substitutiva de Jesus era inevitável, porque “sem derram

am ento de sangue não há rem issão ’ (Hb 9:22). O sangue representa a vida do substituto.

O s sacrifícios eram necessários porque as alianças em geral eram ratificadas por meio

de sacrifícios de animais. Q uando Israel quebrou a aliança, a exigência de que o transgressor

m orresse cum priu-se em Jesus, que morreu uma vez por toda a hum anidade. O s levitas

ofereciam sacrifícios continuam ente porque estes não eram eficazes.

O AT descreve mais de um tipo de oferta. Levítico enum era ofertas queim adas para

expiação, ofertas de cereais em gratidão pela provisão divina, ofertas de com unhão para

refeições com unitárias com a família e amigos, ofertas pelo pecado para a redenção em

casos de pecados involuntários e ofertas de reparação para casos de restituição (ver

Lv 1-6). Da perspectiva do AT, o santuário era contam inado pelos pecados diários do povo.

Por isso, havia a necessidade do Dia da Expiação, ocasião em que o santuário era purificado

e os pecados eram removidos.

COMENTÁRIO

Como vim os na semana passada, Hebreus 7 fala sobre Melquisedeque, que era superior

à linhagem arônica de sacerdotes. Consequentemente, Cristo é superior ao sacerdócio levítico

porque Ele é Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 8 fala sobre

a superioridade da segunda aliança, cuja eficácia se discute em Hebreus 9:15. A primeira,

estabelecida com os levitas, era defeituosa e não podia remover os pecados (Hb 7:11; 9:9).

Em Hebreus 9, Paulo também falou do sacrifício superior de Cristo. Por que é superior?

Primeiro, Sua oferta não foi aplicada no santuário terrestre, mas no celestial (Hb 9:23,24).

Em segundo lugar, o sangue que Ele ofereceu não foi de um animal, m as o Seu próprio

sangue (Hb 9:25, 26). Finalmente, o sacrifício de Cristo foi definitivo (Hb 9:12, 28; “uma

vez por todas”) e eficaz (Hb 9:14; “purificará a nossa consciência”; Hb 10:14; “aperfeiçoou

para sempre"), em contraste com os sacrifícios de animais (Hb 10:1,4).

O dilema do altar de incenso no santíssimo

Hebreus 9 apresenta o que parece ser uma discrepância. N os versos 3 e 4 está escrito:

“Por trás do segundo véu se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,

ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta

|an • Fev • Mar 2022

1107 |


de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arào, que floresceu,

e as tábuas da aliança." Esse texto parece estar em desacordo com Êxodo 30:6: “Ponha

o altar [o altar de incenso] em frente do véu", o que indica que ele não estava no santíssimo,

m as no lugar santo, junto com o candelabro e a mesa com os pães consagrados. N esse

altar de incenso, Arào deveria queimar incenso “cada m anhã" (Êx 30:7). Outras passagens

no Pentateuco também colocam o altar de incenso no lugar santo, não no lugar santíssim o

(Êx 40:5, 26). Então, por que Paulo situou o altar de ouro do incenso no lugar santíssim o?

Com o explicar essa aparente discrepância?

Paulo pode ter pensado: “Embora localizado no salão maior (isto é, o lugar santo), o altar

de incenso (compare com Êx 30:1-10; lC r 28:18) ‘pertencia ao debir' (o lugar santíssim o

na Septuaginta, tradução grega do AT). Parece que a queima de incenso realizada nesse

altar tinha um efeito direto no lugar santíssim o onde Deus m anifestava Sua presença entre

os querubins. Afinal, a fumaça do incenso provavelm ente se espalhava pela sala interior.

Isso pode explicar por que Hebreus posiciona o altar de incenso no lugar santíssim o"

(The Seventh-day Adventist International Bible Commentary, verbete sobre Hebreus 9:4).

Observe que, em grego, o autor de Hebreus não afirma realmente que o altar de incenso

ficava no segundo compartimento; apenas que o santíssim o “tinha" o altar. A palavra

traduzida com o “tinha” pode ser traduzida como “contido", mas esse não é necessariam ente

seu significado ou o único.

“A conexão entre o altar e o lugar santíssim o indicada aqui pode ser atribuída ao fato

de que sua função estava ligada ao lugar santíssimo. O incenso oferecido nesse altar era

direcionado para o propiciatório no santíssimo. Ali, Deus m anifestava Sua presença entre

os querubins; e, ao subir o incenso com as orações dos adoradores, ele enchia o lugar

santíssim o, bem com o o santo. O véu que separava os dois com partim entos não se estendia

até o teto. Assim , o incenso podia ser oferecido no lugar santo, o único lugar em que

os sacerdotes com uns podiam entrar, e ainda alcançar o segundo com partim ento, para o

qual era indicado" (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 487).

Independentem ente do que se quer dizer em Hebreus 9:4, o foco de Paulo não parecia

estar nos com partim entos e na mobília, uma vez que o verso 5 diz: “D essas coisas não falarem

os, agora, com mais detalhes”. Essa frase indica que mais im portante do que a m o ­

bília e sua localização é o ponto que Paulo queria enfatizar ao se referir a eles, ou seja, a

superioridade do sacrifício de Cristo.

“O incenso que subia com as orações de Israel representa os m éritos e a intercessão

de Cristo, Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo e que é a ú n i­

ca que pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do véu do lugar

santíssim o, estava um altar de intercessão perpétua; e diante do lugar santo, um altar

de expiação contínua. Deveriam se aproxim ar de D eus por meio do sangue e do incenso

- sím b o los que apontam para o grande Mediador, por interm édio de quem os pecadores

podem se aproxim ar de Jeová, e por meio de quem unicam ente a m isericórdia e a

salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente" (Ellen 0. W hite. Patriarcas

e Profetas, p. 353).

1108 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


Morte substitutiva de Cristo

Substituição e satisfação são termos que têm despertado muitas críticas. Deus de fato

precisava de algum tipo de substituição para a penalidade dos pecados da hum anidade?

O que significa substituição? Nesse contexto, substituição significa que Alguém toma o

lugar de outra pessoa a fim de levar sua punição com o propósito de salvá-la.

Quanto ao segundo termo, satisfação, devemos perguntar: o que precisava ser satisfeito?

A Bíblia apoia o conceito de morte substitutiva? A substituição ocorreu no caso de

Abraão. Quando ele estava no Monte Moriá para sacrificar seu filho Isaque, “Abraão pegou

o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gn 22:13, ênfase acrescentada).

Na narrativa da Páscoa, a vida foi poupada por substituição. M as os únicos prim ogênitos

do sexo m asculino poupados foram aqueles cujas famílias sacrificaram um cordeiro

e colocaram seu sangue nas ombreiras das portas (Êx 12:7,13). Todo o sistema sacrificai

tinha por base a substituição. Como a penalidade para o pecado é a morte, o anim al substituto

era morto, poupando assim a vida do pecador (Lv 17:11).

Voltando ao NT, observam os que João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo!" (Jo 1:29, ênfase acrescentada). Paulo declarou: “Pois

tam bém Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado" (IC o 5:7). Na carta aos Efésios, o

apóstolo foi claro: “Cristo nos amou e S e entregou por nós, como oferta e sacrifício de

aroma agradável a Deus" (Ef 5:2, ênfase acrescentada). Em Romanos, Paulo afirmou que

Deus provou Seu am or “pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éram os pecadores"

(Rm 5:8, ênfase acrescentada). A Bíblia está cheia de substituições e linguagem

que denota o pecado. (Para mais exemplos, veja Is 53:12; Mc 10:45; 2Co 5:14; U m 2:6;

Hb 9:28; IP e 2:24). Hebreus coroa esse tópico com a declaração indiscutível, embora frequentemente

ignorada, de que “sem derramamento de sangue não há rem issão" (Hb 9:22).

Que sangue? Não pode ser o sangue de animais, "porque é im possível que o sangue de touros

e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Portanto, tem que ser o sangue, a vida. de Cristo.

Jesus levou n o ssos pecados e morreu por nós. Por isso, não devem os vê-Lo com o alguém

que não tenha interesse direto na nossa salvação, um terceiro, um indivíduo separado

de Deus e da humanidade. Tal visão distorceria m uitíssim o o entendim ento sobre a

expiação. Cristo seria retratado então como Alguém que sim plesm ente aplaca a ira do Pai.

Deus, por Sua vez, seria considerado Alguém que pune o inocente Jesus apenas para que

nós, os culpados, pudéssem os sobreviver. A unidade quebrada entre o Pai e o Filho vem

à tona na forte declaração paulina de reconciliação, na qual o Pai age por meio do Filho:

“Tudo isso [a nova criação em Cristo] provém de Deus, que nos reconciliou C onsigo m esm

o por m eio de Cristo" (2Co 5:18).

N o sso Substituto não foi Cristo sozinho, nem Deus sozinho, mas Deus em Cristo, que

era D eus e Homem. D eus em Cristo Se colocou como Substituto em nosso lugar. Assim ,

as objeções a uma expiação substitutiva desaparecem. Não há nada de imoral (transgressão

da lei) nesse caso, porque o Substituto dos infratores é o Legislador. A cruz não é uma

barganha transacional com o diabo nem uma troca para satisfazer a lei. Mas, com o Deus,

Cristo nos reconciliou C onsigo mesmo. (Para um estudo mais aprofundado sobre substituição,

ver John R. W. Stott, The Cross ofChrist [InterVarsity Press, 1986]).

)an • Fev • Mar 2022 |109|


APLICAÇÃO PARA A V ID A

1. No contexto da substituição feita por Cristo, considere o refrão do hino intitulado “O

Maior M ilagre’ (Hinário Adventista do Sétimo Dia, 198): "M as um maior milagre me com ove

o ser; tão insondável é, não posso compreender; Que o meu eterno Deus, em Seu g ra n ­

de amor, a mim salvasse pobre pecador!’ 0 que isso significa para você pessoalm ente?

2. Por que a substituição é tão central em todo o plano da salvação? 0 pecado exigiu o

autossacrificio de ’Deus em Cristo" para resolver o problema e nos oferecer a esperança

da vida eterna. O que isso nos diz sobre quanto o pecado é m au?

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I110| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Lição

O caminho

através do véu

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "C risto não e n tro u

em santuário feito por m ã o s hum anas, fig u ra

d o verdadeiro santuário, porém n o p ró p rio

Céu, para com parecer, agora, p o r nós, diante

de D e u s" (H b 9:24).

Leituras da semana: H b 9 :2 4 ;

Ê x 1 9 :3 ,4 ; H b 12:18-21; L v 16:1,2;

H b 1 0 :1 9 -2 2 ; Cl 3:1

A n o Bíblico: D t 4 -7

Quando os discípulos voltaram do Monte das Oliveiras, depois que

Jesus ascendeu ao Céu, sentiram-se triunfantes e alegres. Seu Mestre

e Amigo havia ascendido a uma posição de poder sobre o mundo e os havia

convidado a se aproximarem de Deus em Seu nome com a confiança

absoluta de que suas orações seriam atendidas (Jo 14:13,14). Embora

continuassem no mundo, atacados pelas forças do mal, sua esperança era

forte. Eles sabiam que Jesus havia ascendido para preparar-lhes um lugar

(Jo 14:1-3) e que era o Precursor de sua salvação, pois havia aberto um caminho

para a pátria celestial por meio de Seu sangue.

A ascensão de Jesus ao Céu é central para a teologia de Hebreus. Eia

marca o início do governo de Cristo e de Seu ministério sumo sacerdotal

em nosso favor. Finalmente, e mais importante, Sua ascensão marca

a inauguração da nova aliança, que provê os meios pelos quais podemos

nos aproximar de Deus com ousadia mediante a fé, privilégio obtido por

meio dos méritos de Cristo e de Sua justiça.

|112| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Domingo, 2 7 d e fe v e re iro A no Bíblico: Dt 8-10

Jesus diante do Pai

1. Leia Hebreus 9:24. De acordo com essa passagem , qual foi o propósito da

ascensão de Jesus ao Céu?

eus instruiu Israel que os homens fossem três vezes ao ano a Jeru sa ­

lém para “comparecer diante do S e n h o r ” com uma oferta: na festa

da Páscoa (festa dos pães sem fermento), na Festa das Sem anas (Pentecostes)

e na Festa dos Tabernáculos (Êx 23:14-17; Dt 16:16). A Páscoa celebrava

a libertação de Israel do Egito. O Pentecostes celebrava a colheita da

cevada e, na época do NT, estava associada à promulgação da lei no Sinai.

A Festa dos Tabernáculos celebrava o cuidado de Deus com Israel durante

a peregrinação no deserto.

Hebreus 9:24 descreve a ascensão de Jesus à presença do Pai. Ele chegou

ao santuário celestial, “o verdadeiro”, para “comparecer” diante de Deus

com um sacrifício superior (Hb 9:23, 24): Seu próprio sangue.

Jesu s celebrou as festas com incrível precisão. Ele m orreu no dia da

preparação da Páscoa na hora nona, momento em que os cordeiros pascais

eram sacrificados (Jo 19:14; M t 27:45-50). Ressuscitou no terceiro dia e

subiu ao Céu para receber a confirm ação de que Seu sacrifício havia sido

aceito (Jo 20:17; IC o 15:20), quando o sacerdote deveria mover o feixe de

cevada madura como as prim ícias da colheita (Lv 23:10-12). Então, Ele ascendeu

4 0 dias depois para sentar-Se à direita de Deus e inaugurar a nova

aliança no dia de Pentecostes (At 1; 2).

O propósito da peregrinação até Jerusalém era apresentar-se diante

da “face de Deus” (SI 42:2). Isso significava experim entar o favor divino

(SI 17:15). Da mesm a form a, a expressão hebraica “buscar a face de Deus”

significava pedir auxílio divino (2Cr 7:14; SI 27:8; 105:4). Em Hebreus esse

é o sentido da ascensão de Jesus. Ele ascendeu a Deus com o sacrifício perfeito

e como nosso Precursor (Hb 6 :1 9 ,2 0 ) tornou real a promessa para os

crentes que peregrinam “procurando uma pátria”, desejando “uma pátria

superior” e a n sio so s “pela cidade [...] da qual Deus é o A rquiteto e Construtor"

(Hb 1 1 :1 0 ,1 3 -1 6 ).

P o r que a realidade do que Cristo fez; não apenas na cruz, m as o que Ele faz n o Céu,

n o s dá a certeza da salvação?

Jan • Fev • Mar 2022 M13|


S e gu n d a , 28 de fevereiro

Convite divino

Ano Bíblico: Dt 11-13

2. Como foi a experiência de Israel no Monte Sinai? Hb 12:18-21

Quando Deus chamou Israel do Egito, Seu plano era criar um relacionamento

pessoal e íntimo com o povo. Ele disse: “Vocês viram o que

fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para

perto de Mim” (Êx 19:4).

Por meio de Moisés, Deus deu as instruções necessárias para preparar

o povo para se encontrar com Ele. O povo precisava se consagrar primeiro

(Êx 19:10-15). Aqueles que subissem sem preparo morreriam. A instrução

divina foi: "Quando soar longamente a trombeta” no terceiro dia,

então "subirão o monte" (Ex 19:13). Ele queria que tivessem a experiência

que Moisés e os líderes do povo teriam quando subissem o monte e vissem

Deus e comessem e bebessem em Sua presença (Êx 24:9-11). O povo mais

tarde reconheceu que tinha visto a glória de Deus e que era possível Deus

falar “com as pessoas e [elas permanecerem] vivas" (Dt 5:24). Mas, quando

chegou o momento, faltou fé. Moisés explicou anos depois: “Vocês ficaram

com medo do fogo e não subiram o monte” (Dt 5:5). O povo pediu a

Moisés que fosse seu intermediário (Dt 5:25-27, compare com Êx 20:18-21).

A manifestação da santidade divina no Monte Sinai teve como propósito

ensinar o temor ou o respeito a Deus e também levar o povo a conhecer

Sua misericórdia e fidelidade (Êx 34:4-8). O “temor do S e n h o r ” conduz

à vida, sabedoria e honra (Dt 4:10; compare com SI 111:10; Pv 1:7; 9:10;

10:27). Contudo, enquanto Deus queria que Israel fosse até Ele, o povo ficou

com medo. A descrição em Hebreus dos eventos no Sinai é acompanhada

da falta de fé e apostasia do povo com o bezerro de ouro, e como

temia encontrar-se com Deus por causa de seu pecado (Dt 9:19). A reação

do povo não foi o plano de Deus, mas o resultado da falta de fé.

3. Por que o povo teve medo de se encontrar com Deus?

A. ( ) Porque o povo sabia que Deus iria destruí-los.

B. ( ) Porque lhes faltou fé.

Devem os ter medo de nos aproximar de D eus? Quais são as condições para fazê-lo?

I H A |

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 1° de m arço

A necessidade de um véu

Ano Bíblico: Dt 14-17

Os véus têm função dupla. O termo que Hebreus usa para véu (katepetasm

a) pode se referir à cortina do átrio (Êx 38:18), à entrada da área

externa do santuário (Êx 36:37), ou ao véu que separava o lugar santo do

santo dos santos (Êx 26:31-35). Esses véus eram limites que apenas algumas

pessoas podiam cruzar.

4. Leia Levítico 16:1,2 e 10:1-3. Que advertência há nessas passagens?

O véu era uma proteção para os sacerdotes enquanto ministravam diante

de um Deus santo. Depois do pecado do bezerro de ouro, Deus disse a

Moisés que não os acompanharia até a terra prometida para que não os

consumisse, pois eram um "povo teimoso” (Êx 33:3). Assim, Moisés mudou

a tenda do encontro para longe do arraial (Êx 33:7). No entanto, depois

que Moisés intercedeu, Deus concordou em ir no meio deles (Êx 33:12-20),

mas estabeleceu várias medidas para proteger o povo.

Por exemplo, Israel acampava em uma ordem estrita que formava um

quadrado vazio no meio onde o tabernáculo era montado. Além disso, os

levitas acampavam ao redor a fim de proteger o santuário e sua mobília

da invasão de estranhos (Nm 1:51; 3:10). Eles eram, de fato, uma espécie

de véu humano que protegia o povo de Israel: "Mas os levitas acamparão

ao redor do tabernáculo do testemunho, para que não haja ira sobre a

congregação dos filhos de Israel. Os levitas assumirão a tarefa de cuidar

do tabernáculo do testem unho” (Nm 1:53).

Jesus, como nosso Sacerdote, também foi nosso véu. Por meio de Sua

encarnação, Deus armou Seu tabernáculo entre nós e pudemos contemplar

Sua glória (Jo 1:14-18). Ele tornou possível que um Deus santo vivesse entre

um povo imperfeito.

Pense no que significa o Deus Criador habitar entre Seu povo, que era uma nação de

escravos recém-libertados. O que isso ensina sobre quanto Deus está perto de n ó s?

|an* Fev» Mar 2022 |115|


Q u a rta , 2 de m arço

0 novo e vivo caminho através do véu

Ano Bíblico: Ot 18-20

5. Leia Hebreus 10:19-22. Que convite há nessa passagem ?

0livro de Hebreus argumenta que Jesus entrou no santuário celestial e

nos convida a seguir Sua liderança. Essa ideia concorda com a concepção

antes apresentada de que Jesus é o “Precursor” dos crentes (Hb 2:10;

6:19, 20; 12:2). O “caminho novo e vivo” é a nova aliança que Jesus inaugurou

com Seu sacrifício e ascensão. A expressão “novo e vivo” contrasta

com a descrição da antiga aliança, como algo “antiquado e envelhecido”

(Hb 8:13). É a nova aliança, aquela que providenciou o perdão dos pecados

e colocou a lei em nosso coração, que possibilita nos aproximarmos

de Deus com confiança, não por nosso mérito, mas apenas pelo que Jesus

fez por nós, cumprindo todas as obrigações da aliança.

Hebreus indica que a inauguração da antiga aliança envolveu a inauguração

do santuário e a consagração dos sacerdotes (Hb 9:18-21; compare

com Êx 40; Lv 8; 9). Seu propósito era criar um relacionamento íntimo

entre Deus e Seu povo (Êx 19:4-6). Quando Israel aceitou esse relacionamento,

Deus imediatamente ordenou que um santuário fosse construído

para que Ele pudesse viver entre eles. A inauguração do santuário e a presença

de Deus entre Seu povo consumou a aliança.

Essa lógica serve para a nova aliança. Ela também implica a inauguração

do ministério sacerdotal de Jesus em nosso favor (Hb 5:1-10; 7:1-8:13).

A ascensão de Jesus inaugurou uma nova era para o povo de Deus.

Zacarias 3 menciona que Satanás estava na presença de Deus para acusar

Seu povo, o qual era representado pelo sumo sacerdote Josué. Esse acusador

é o mesmo que levantou questões sobre a lealdade de Jó (Jó 1; 2). Com o

sacrifício de Jesus, Satanás foi expulso do Céu (Ap 12:7-12; compare com

Jo 12:31; 16:11). Cristo é quem intercede por nós e, por meio do Seu sacrifício

e Sua fidelidade, clama pela nossa salvação!

Que acusações Satanás podería fazer contra você diante de Deus, se lhe fosse permitido?

Embora ele seja um mentiroso, quanto ele teria que mentir sobre você para b u s­

car sua condenação? Qual é a sua única esperança?

11161 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q u in ta , 3 de m arço

Eles verão o Seu rosto

Ano Bíblico: Dt 21-23

6. Leia Hebreus 12:22-24. Em que sentido chegam os à jerusalém celestial

na presença de Deus?

Argum enta-se que os crentes “chegaram” ao Monte Sião, a Jerusalém

celestial, por meio da fé. Nesse sentido, sua experiência antecipa o futuro.

Assim, a Jerusalém celestial pertence ao reino das “coisas que se esperam”

e “não se veem”, mas que nos são asseguradas mediante a fé (Hb 11:1).

Também chegamos ao Monte Sião, na própria presença de Deus, por

meio de nosso Representante Jesus (Ef 2:5, 6; Cl 3:1). A ascensão de

Jesus não é uma questão de fé, mas de fato. E essa dimensão histórica da

ascensão de Jesus que oferece peso à exortação aos hebreus para se apegar

à confissão da esperança (Hb 4:14; 10:23). Paulo disse: “Tendo, pois, Jesus,

[...] grande Sumo Sacerdote que adentrou os Céus [...] aproximemo-nos [...]

com confiança" (Hb 4:14,16).

Assim, já chegamos à presença de Deus por meio de nosso Representante

e, portanto, devemos atuar em conformidade com esse fato. Por

meio Dele, provamos “o dom celestial", provamos “a boa Palavra de Deus

e os poderes do mundo vindouro” (Hb 6:4, 5). A realidade da ascensão e

do m inistério de Jesus no santuário celestial é a “âncora da alma, segura

e firm e” (Hb 6:19), a garantia de que as promessas têm substância e são

confiáveis (Hb 7:22). Para nós, a fé tem uma âncora histórica.

O propósito divino se cumprirá não apenas em Jesus, mas também em

nós. Dissemos que a ascensão cumpriu a tipologia das primeiras duas peregrinações

anuais de Israel, Páscoa e Pentecostes. De acordo com Hebreus

e o livro do Apocalipse, a última peregrinação, a Festa dos Tabernáculos,

ainda não se cumpriu. Vamos festejar com Jesus, quando estivermos na

“cidade [...] da qual Deus é o Arquiteto e Construtor”, na pátria celestial

(Hb 11:10; 13-16). Não construiremos tabernáculos; o tabernáculo de

Deus descerá do Céu e viveremos com Ele para sempre (Ap 7:15-17; 21:1-4;

22:1-5; Nm 6:24-26).

Como podem os tom ara promessa de vida eterna real para nós no presente, neste m undo

tão cheio de dor e sofrimento? Que resposta podem os dar aos que dizem que tudo

isso é apenas uma fantasia para nos ajudar a nos sentirmos melhor?

)an • Fev • Mar 2022

11171


Sexta, 4 de março

Estudo adicional

Ano Bíblico. Dt 24.25

M^ ara Seus seguidores, a ascensão de Cristo ao Céu foi um sinal de que

I estavam para receber a bênção prometida. Deviam esperar por ela

antes de iniciarem a obra que lhes fora ordenada. Ao atravessar os portais

do Céu, Jesus foi entronizado em meio à adoração dos anjos. Assim

que essa cerimônia foi concluída, o Espírito Santo desceu em abundantes

torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi, de fato, glorificado com aquela

glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento

do Espírito no Pentecostes foi um anúncio do Céu de que a investidura do

Redentor havia sido concluída. De acordo com Sua promessa, Jesus enviou

do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele,

como Sacerdote e Rei, havia recebido todo o poder no Céu e na Terra,

tornando-Se o Ungido que governaria Seu povo. [...]

“Podiam falar do nome de Jesus com segurança, pois Ele era seu Amigo

e Irmão mais velho. Em íntima comunhão com Cristo, assentaram-se

com Ele ‘nos lugares celestiais’ (Ef 2:6). Revestiam suas ideias com linguagem

convincente quando testificavam Dele” (Ellen G. White, Atos dos

Apóstolos, p. 38, 39, 46).

P e r g u n t a s p a ra c o n sid e ra ç ã o

1. “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando irei e me apresentarei

diante da face de Deus?” (SI 42:2). Como ter sede de entrar na

presença de Deus? Se não nos alegrarmos na presença de Deus enquanto

O adoramos e vamos a Ele com fé, quando nos alegraremos? Quais

são os fatores que levam à alegria em Deus?

2. Em um livro que zomba da fé, alguém criou um robô que crê por nós.

Embora isso seja uma farsa, como devemos ter o cuidado de não fazer

o que Israel fez no deserto, ou seja, pedir intermediários entre nós e

Deus? Alguns podem pensar que as orações de outros em seu favor tenham

mais peso diante de Deus do que suas próprias orações. Por que

devemos evitar essa armadilha espiritual? Por que, com base nos méritos

de Cristo, podemos nos aproximar de Deus sem a necessidade de

intermediários?

3. Hebreus trata da certeza da salvação. Porém, como devemos ter cuidado

para não confundir presunção com certeza?

Respostas e atividades da semana: 1. Comparecer em nosso favor diante de Deus 2.0 povo de Israel temeu e pediu

que Moisés fosse seu intermediário 3. B. 4. Deus é santo e devemos temé-Lo. 0 santuário não podia ser profanado.

5. Que nos aproximemos de Deus com confiança nos méritos do sangue de Jesus. 6, Chegamos por meio da fé em |esus.

11181 Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇÃ010

0 caminho através do véu

T EXTO S-C H A V ES: Hb 9:24; Êx 19:3,4; Hb 12:18-21; Lv 16:1,2; Hb 10:19-24; Cl 3:1

ESBOÇO

Temas da lição

Em Hebreus, a ascensão de Cristo marca o início de Seu governo e de Seu m inistério

sum o sacerdotal no Céu. Quando ascendeu ao Céu, com pareceu à presença de D eus

em n o sso favor (Hb 9:24). Na época do AT, todo hom em era obrigado a com parecer à

presença divina três vezes por ano. A s festas dos peregrinos eram a Páscoa, a Festa das

Sem anas e a Festa dos Tabernáculos ( ê x 23:14-17). Seu propósito era contem plar a face

de D eus (leia S l 42:2).

Cristo com pareceu à presença do Senhor no Céu em nosso favor. Em harm onia com

as festas do AT, Jesus morreu na Páscoa. Após Sua ressurreição, Ele ascendeu prim eiramente

a Seu Pai no m om ento em que os sacerdotes m oviam o feixe de cereais, e ascendeu

novam ente pela última vez após 4 0 dias para sentar-Se à direita de Deus. V isto que

a inauguração de Cristo com o nosso Sum o Sacerdote ocorreu no Céu, o Espírito Santo foi

derram ado durante o Pentecostes sobre Seus seguidores na Terra.

Q uando D eus apareceu aos israelitas no M onte Sinai, eles temeram. M o isé s se tornou

seu intermediário. Por toda a história de Israel, os sacerdotes foram os mediadores, porém

até m esm o eles eram proibidos de ir quando quisessem ao lugar santíssim o do tabernáculo.

Os véus funcionavam como limites e proteção para os sacerdotes quando m inistravam

no santuário. Hebreus convida a nos aproxim arm os do santuário através do véu, isto

é, da carne de Cristo (Hb 10:20).

COMENTÁRIO

Os espíritos dos justos aperfeiçoados

Em H ebreus 12:22,23, Paulo se dirigiu à sua audiência com estas palavras: “Vocês chegaram

ao M onte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a m ilhares de a n ­

jos. Vocês chegaram à assem bleia festiva, a igreja dos prim ogênitos arrolados nos Céus.

Vocês chegaram a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados.’ A questão

que buscarem os responder em relação a essa passagem é: Quem são os ’espíritos dos

justos aperfeiçoados’? Ou seja, que tipo de seres são eles?

Ao nos prepararm os para isso, observarem os o contexto de Hebreus 12:22, 23, que é

Hebreus 11. Ali, Paulo ofereceu louvores em hom enagem aos heróis da fé, seguidos de

uma forte exortação no início de Hebreus 12 para que fixem os nosso olhar no “Autor e

Consum ador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a

)an • Fev • Mar 2022

|119|


cruz, sem Se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus"

(Hb 12:2). Logo a seguir, Hebreus 12 fala da disciplina na vida cristã. O fato de que os justos

sofrem não é sinal de descontentam ento da parte de Deus, mas da afeição divina. Por isso,

Paulo afirmou: “O Senhor corrige a quem ama e castiga todo filho a quem aceita" (Hb 12:6).

Logo a seguir está uma dupla exortação à paz e à santidade: "Procurem viver em paz

com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Se n h o r" (Hb 12:14).

Para reforçar a advertência, Paulo apresentou o exem plo de Esaú, descrito com o alguém

‘ im puro ou profano", a própria antítese do exem plo de fé em Hebreus 11, que trocou

seus direitos de herança como prim ogênito pela gratificação imediata de uma refeição

(Hb 12:16). Finalmente, Paulo com parou a geração do Êxodo com seu próprio público.

A primeira foi confrontada com uma teofania no M onte Sião. Paulo afirm ou que M oisés,

diante daquela cena, declarou: “Estou apavorado e trêm ulo" (Hb 12:21). Em contraste,

a audiência de Hebreus não foi até um monte sagrado, que não podia ser tocado fisicamente,

m as à m orada celestial de Deus, a “Jerusalém celestial” (Hb 12:22). Eles têm

acesso a “Deus, o Juiz de todos", à "igreja dos prim ogênitos arrolados nos C éus” “e aos

espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23).

Quem são os “espíritos dos justos aperfeiçoados"? A maioria dos estudiosos do livro de

Hebreus emprega literatura apocalíptica judaica para entender essa expressão (por exem ­

plo, Jubileus 23:30,31; 1 Enoque 22:9; 102:4; 103:3,4; 2 Apocalipse de Baruque 30:2). Com

base nisso, concluem que esses espíritos devam ser almas imateriais, desprovidas de corpo,

que moram no Céu e desfrutam de uma eterna celebração do sábado. Tal conclusão deve

ser contestada pelos dados apresentados no próprio livro de Hebreus. Para tanto, analisarem

os o substantivo “espíritos", o adjetivo "justo" e o verbo (particípio) "aperfeiçoado”.

O substantivo “espíritos" ou "espírito" tem três usos diferentes na carta aos hebreus. Primeiro,

“espíritos" é usado para designar anjos que são espíritos m inistradores (Hb 1:7,14).

Em segundo lugar, “espírito" designa o Espírito Santo que dá dons, fala sobre a nova aliança

e dá testem unho dela (Hb 2:4; 3:7; 6:4; 9:8; 10:15). Algum as vezes, o Espírito Santo parece

ser descrito como o “Espírito da graça" (Hb 10:29) ou o "Espírito eterno" (Hb 9:14).

Terceiro, “espíritos” se refere a seres hum anos vivos que estão sujeitos à atuação incisiva

da Palavra divina viva (Hb 4:12). Da mesma forma, quando Paulo falou a respeito da d isciplina

de Deus sobre Seus filhos, ele disse: "Tínham os os nossos pais hum anos, que nos

corrigiam, e nós os respeitávamos. Será que, então, não nos sujeitaremos m uito m ais ao

Pai espiritual, para viverm os?" (Hb 12:9). Assim, podem os concluir que os "espíritos" na

frase "espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23) não são anjos, nem o Espírito Santo,

m as seres hum anos que se aproximaram do M onte Sião, a cidade do Deus vivo, a Jerusalém

celestial (Hb 12:22).

Em Hebreus, o adjetivo “justo" aparece apenas duas vezes fora da passagem sob in ­

vestigação. Na primeira vez é usado no contexto de perseverança: “O M eu justo viverá

pela fé" (Hb 10:38). Deus não tem prazer naqueles que recuam na dúvida ou na incredulidade.

Na segunda vez, o adjetivo é usado no contexto da oferta de A b e l de um sacrifício

m elhor do que o de Caim. Por causa desse sacrifício melhor, Abel recebeu o testem u­

nho de que era “justo" (Hb 11:4). Am bos os casos se referem a pessoas quando estavam

1120| Hebreus: mensagem para os últimos dias


vivas, náo mortas nem prn «m estado em qua estivessem sem corpo. Assim esses md»v»-

duos nèo sáo descritos tomo almas imateriais Portanto. podemos concluir oue 01 >.#v

to»’ são aquelas pessoas que vivam pala fa a a expressam patos sacrlfk ms que farem

0 termo ‘aperfeiçoado* apareça várias vare» am Hebreus. resultando em rrAs díferenta*

usos Primeiro, Cristo foi aperfeiçoado por ma»o da sofrimentos * Se tomou a Forna

da salvação etema (Hb 2.10; 5:9; 7.28) Em segundo lugar, a lai náo poda aperfeiçoar a

consciência do adorador (Hb 7:19. 9 9,10.1). Terreiro, os saras humano» são aperfeiçoados

Em Hebreus 101*, Paulo declarou* *Com uma única oferta, aperfeiçoou paca sempr»

os que estão sendo santificados*, e em Hebreus 12:23, disse que os 'espirito* dos justos*

são aperfeiçoados. Assim, estes sáo Cristo e os seres humanos, náo seres sem corpo am

uma esfera metafísica

Finalmente, a frase ’igreja dos primogênitos* parece ser parte de um paralelismo, smónimo

da frase que se segue: ’arrolados nos Céus* (Hb 12:23). A imagem de pessoas justas

sendo inscritas nos livros celestiais é comum nas Escrituras (Ex 32:32; SI 69 23. Dn 12.1,

Lc 10.20; Ap 13:8; 17:8, compare com Fp 3:20). Moisés contendeu com Deus para que 0

Senhor perdoasse 0 pecado de Israel ou apagasse seu próprio nome do livro da vida. Consequentemente,

os ’espíritos dos justos aperfeiçoados* devem ser interpretados como seres

humanos, em vez de almas incorpóreas de pessoas que morreram.

Em suma, a evidência textual aponta para 0 fato de que o substantivo 'espíritos* é

usado para anjos, para o Espirito Santo e para seres humanos. O adjetivo ‘justo* é usado

para pessoas fiéis como Abel e 0 público de Hebreus. O termo 'aperfeiçoado* e usado

para descrever Jesus sendo aperfeiçoado, para se referir à incapacidade da lei para tornar

qualquer coisa perfeita e em relaçáo aos seres humanos que foram aperfeiçoados pelo

sacrifício de Cristo. Assim, podemos concluir com segurança que os ‘espíritos dos justos

aperfeiçoados* não são almas imateriais, desprovidas de forma corporal, que estão

morando no Céu após sua permanência terrena e subsequente morte, e que depois desfrutam

de uma celebração eterna do sábado. Em vez disso, os “espíritos dos justos aperfeiçoados’

sáo seres humanos cujos nomes foram registrados no Ceu. Os destinatários de

Hebreus se aproximaram de Deus, de Jesus, 0 Mediador de uma nova aliança, da Jerusalém

celestial, dos inúmeros anjos e desses seres humanos que foram aperfeiçoados pela

fé e cujos nomes estão registrados no Ceu. Essa passagem deve ser entendida como uma

exortação aos crentes, semelhante á exortação do autor ao seu publico quando disse

*Aproximemo-nos do trono da graça com confiança’ (Hb 4:16).

APUCAÇÀO PARA A VIDA

Como adventtstas do sétimo dia. temos muitas crenças em comum com outras denominações

cristãs, como a oração, 9 justificação pela fe, a santificação, a divindade, 0 dizimo,

etc No entanto, existem cinco crenças que são distintas, embora nem todas sejam exclusivas

do adventismo. São elas. (a) o santuãrio, (b) 0 sabado, (c) a segunda vinda de Cristo,

(d) 0 estado dos mortos e (e) o Espirito de Profecia conforme expresso na vida e no ministério

de EUen G. White Com exceção de nossa doutrina do santuário, que e exclusiva

Jan • F«v • Mar 202Z

|121!


do adventism o, há denom inações cristãs que com partilham nossas crenças quanto ao sábado,

à segunda vinda, ao dom de profecia e ao estado dos mortos. Durante a lição d e s­

ta sem ana, analisam os o estado dos m ortos por meio da passagem de Hebreus 12:22,23.

Com o adventistas do sétim o dia, nos diferenciamos de outros grupos cristãos, em bora

não exclusivam ente, por acreditarm os que a alma não é imortal. Crem os que D eus criou

Adão “do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o hom em se tornou um

ser vivente" (Gn 2:7). Outras versões traduzem a frase "ser vivente" com o "alma vivente".

Com a morte, o vivente deixa de existir. Por meio da influência da filosofia grega, a m aioria

dos cristãos ao longo da história tem acreditado que os hum anos nascem im ortais e

que, quando alguém morre, seu espírito vai para o Céu, para viver com Deus, ou para o inferno,

onde queimará eternamente.

1. Que perigos surgem quando sobrepom os nossas pressuposições ao texto bíblico, em

vez de permitir que a Bíblia fale por si mesma?

2. Podem os de fato ser completamente objetivos e livres de pressuposições? Por quê?

Você pode aprender mais

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I

11221

Hebreus mensagem para os últimos dias


11

Lição

Jesus,

Autor e

Consumador da fé

V E R SO P A R A M EM O R IZ A R : "Olhando

firmemente para o Autor e Consum ador

da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que

Lhe estava proposta, suportou a cruz,

sem Se im portar com a vergonha, e agora

está sentado à direita do trono

de D eus" (Hb 12:2).

Leituras da semana: Hb 10:35-39;

Rm 1:17; H b 11; Js 2:9-11; H b 12:1-3

Sábado, 5 de março Ano Bíblico: Dt 26-28

Os capítulos 11 e 12 de Hebreus provavelmente sejam os capítulos mais

amados dessa carta de Paulo. Eles descrevem a vida cristã como uma

corrida em que todos participamos e em que os que permanecerem fiéis

receberão a recompensa. Também descrevem o drama da redenção como

uma corrida em que as pessoas de fé do passado perseveraram, apesar dos

sofrimentos, mas ainda não receberam a recompensa.

Por isso, a história term ina com nossa participação, não apenas com a

deles. Nós fazemos parte do ato final. Corremos a última parte da corrida,

e Jesus está sentado na linha de chegada à direita de Deus. Ele é nossa

inspiração e o melhor exemplo de como realizar a corrida. Ele é a Testemunha

suprema de que a recompensa é verdadeira. Ele é o Precursor que

nos abre o caminho (Hb 6:19, 20; 10:19-23).

Hebreus 11 explica que fé é confiança nas promessas divinas, mesmo

que ainda não possamos vê-las. Esta lição explora o que é a fé e como esta

pode ser obtida por meio de exemplos do passado, mas, de maneira especial

e central, por meio do exemplo de Jesus, "o Autor e Consumador da

fé" (Hb 12:2).

|an • Fev • Mar 2022 1123 |


Domingo, 6 de março

O justo viverá pela fé

Ano Bíblico: Dt 29-31

1. Leia Hebreus 10:35-39.0 que Deus nos diz nesses versos?

Aperseverança é uma característica do povo de Deus no tempo do fim,

sem a qual não serão capazes de receber as promessas (Ap 13:10;

14:12). Para perseverar, porém, os crentes precisam “conservar” a fé

(Hb 10:23; 4:14). Paulo mostrou que a geração do deserto não recebeu a

promessa porque lhes faltou fé (Hb 3:19). Hebreus retrata os crentes no

limiar do cumprimento das promessas (Hb 9:28; 10:25, 36-38) e mostra

que eles precisam exercer fé para recebê-las (Hb 10:39).

Paulo apresentou sua exposição sobre a fé citando Habacuque 2:2-4.

Esse profeta perguntou a Deus por que Ele tolerava os perversos que oprimiam

os justos (Hc 1:12-17). Habacuque e o povo estavam sofrendo e queriam

que Deus agisse. Porém, o Senhor respondeu que havia um tempo

determinado para o cumprimento de Sua promessa, e eles precisavam esperar

(Hc 2:2-4). Habacuque e seu povo viveram, como nós, entre o tempo

da promessa e o tempo de seu cumprimento. A mensagem divina continua

em Hebreus: “Aquele que vem virá e não irá demorar” (Hb 10:37; ver

também Hc 2:3). A mensagem se refere a Jesus. Ele é o Justo, a personificação

da fé que agrada a Deus e vivifica (Hb 10:5-10).

Por que, então, Ele Se demoraria? Ele já veio para m orrer por nós

(Hb 9:15-26) e certamente virá outra vez no tempo determinado (Hb 9:27,

28; 10:25).

Deus disse: “O Meu justo viverá pela fé” (Hb 10:38). Essa mesma verdade

é afirmada em Romanos 1:17 e Gálatas 3:11. Romanos 1:16,17 esclarece

que a justiça divina se revela “de fé em fé”. O que Paulo quis dizer é que

a fidelidade de Deus às Suas promessas vem em primeiro lugar, e Sua fidelidade

produz, como resultado, nossa fé e fidelidade. Visto que Deus é fiel

às Suas promessas (2Tm 2:13), os justos, em resposta, permanecerão fiéis.

Por que é importante reconhecer que nossa fé resulta da fidelidade divina e dela se

alimenta? Como confiar mais na fidelidade de Deus para conosco e em Suas p rom essas

para n ó s?

11 2 41 Hebreus: mensagem para os últimos dias


I

Segunda, 7 de março

Pela fé Abraão

Ano Bíblico: Dt 32-34

Hebreus define fé como “a certeza de coisas que se esperam, a convicção

de fatos que não se veem" Hb 11:1). Em seguida, lista algumas

pessoas fiéis da história de Israel que exemplificam o que é a fé e mostra

como a manifestaram por meio de seus atos.

2. Leia Hebreus 11:1-19.0 que os "heróis" da fé fizeram que exemplifica sua

fé? Suas ações se relacionam com a esperança de coisas não vistas?

Abraão provavelmente seja o personagem mais importante nesse capítulo.

Seu último ato de fé é bastante instrutivo em relação à verdadeira

natureza da fé.

Hebreus observa que a instrução divina a Abraão de que oferecesse

seu filho como sacrifício parecia implicar uma contradição (Hb 11:17,18).

Isaque não era o único filho de Abraão; Ismael era seu primogênito, mas

Deus disse ao patriarca que aceitasse o pedido de Sara e expulsasse Ismael

e sua mãe, porque Ele cuidaria deles e porque a descendência de Abraão

seria nomeada por meio de Isaque (Gn 21:12,13). No capítulo seguinte,

porém, o Senhor pediu a Abraão que oferecesse Isaque como holocausto.

Essa instrução contida em Gênesis 22 parecia contradizer categoricamente

as promessas divinas em Gênesis 12-21.

Hebreus afirma que Abraão surpreendentemente resolveu o enigma

ao chegar à conclusão de que Deus ressuscitaria Isaque depois que ele o

oferecesse. Isso é incrível porque ninguém ainda havia sido ressuscitado.

No entanto, parece que a experiência anterior de Abraão com Deus o

levou a essa conclusão. Hebreus 11:12 observa que Isaque foi concebido

pelo poder divino por meio de alguém “praticamente morto”. Paulo também

observou que, apesar de Abraão estar “praticamente morto” e Sara

ser estéril, ele “creu, para vir a ser pai de muitas nações”, pois acreditava

que Deus “vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”

(Rm 4:17-20). Portanto, Abraão deve ter presumido que, se Deus, em

certo sentido, já havia concedido vida a Isaque, Ele podería fazê-lo novamente.

Pelo modo como Deus tinha agido no passado, Abraão viu uma sugestão

do que Ele poderia fazer no futuro.

Medite sobre com o D e u s conduziu sua vida no passado. E sse exercício é im portante

para m anter sua fé e confiança Nele no presente?

|an* Fev» Mar 2022 |125|


Terça, 8 de março

Moisés: crendo no invisível

Ano Bíblico: Js 1-4

3. Leia Hebreus 11:20-28.0 que essas pessoas de fé fizeram? Como suas

ações se relacionam com a convicção de fatos que não se veem?

Moisés é o segundo grande exemplo nesse capítulo sobre a fé. Seus

pais o esconderam quando ele nasceu, porque “não temeram o decreto

do rei” (Hb 11:23), e Moisés deixou o Egito, “não ficando amedrontado

com a ira do rei" (Hb 11:27). A ação mais significativa de Moisés foi

que ele "recusou ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb 11:24). A referência

à sua mãe adotiva como “filha de Faraó” sugere que ele seria o próximo

governante. Moisés, no entanto, estava disposto a deixar para trás a

perspectiva de se tornar o rei da nação mais poderosa da época e, em vez

disso, se tornar líder de escravos recém-libertos.

4. Compare Hebreus 11:24-27 e 10:32-35. Que semelhanças há entre a situação

dos destinatários originais de Hebreus e a experiência de M oisés?

A grandeza de Moisés é que ele foi capaz de ver além das promessas do

faraó, para o invisível, a saber, as promessas divinas. Hebreus diz que a visão

de Moisés estava fixada na “recompensa”, não nas riquezas do Egito.

Essa recompensa é a mesma mencionada em Hebreus 10:35, a qual Deus

prometeu a todos os que creem Nele.

As palavras de Paulo sobre a decisão de Moisés devem ter ecoado poderosamente

no coração de seus primeiros leitores. Eles haviam suportado

reprovações e insultos por causa de sua fé em Cristo, foram afligidos e

perderam bens (Hb 10:32-34). Alguns estavam na prisão (Hb 13:3). Moisés

escolheu ser maltratado com o povo de Deus e trocou a riqueza do Egito

pelos insultos associados a Cristo, pois acreditava que a recompensa era

maior do que qualquer coisa que o Egito pudesse oferecer.

Quais são algumas das lutas que você enfrentou por causa de sua fé? Do que você teve

que desistir? Por que a recompensa vale a pena, mesmo que não possa vê-la agora?

11261 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quarta, 9 de março

Ano Bíblico:)s 5-8

Raabe e outros heróis da fé

5. Leia Hebreus 11:31 e Josué 2:9-11. Porque Raabe, uma prostituta pagã, foi

incluída nessa lista de personagens bíblicos?

aabe é provavelmente a personagem mais inesperada que encontra­

em Hebreus 11. Ela é uma das duas mulheres mencionadas pelo

Rmos

nome e está na décima posição na lista, sendo que os primeiros eram antepassados

e patriarcas de Israel, e cada um foi considerado justo. Ao lermos

sobre ela, descobrimos que era uma prostituta gentia.

O mais surpreendente é que ela também é o centro temático e o clímax

do capítulo. A lista é organizada de forma única. Cada introdução começa

com a frase “pela fé”. O padrão básico é “pela fé, fulano...” Essa repetição

aumenta a expectativa do leitor de ouvir que “pela fé, Josué conduziu

o povo à terra prometida”.

Mas não é isso que o texto diz. A prostituta toma o lugar de Josué. Após

a menção de Raabe, o padrão repetitivo termina abruptamente com “E que

mais direi?” (Hb 11:32). Em seguida, Paulo lista alguns nomes e eventos

sem mencionar detalhes.

O ato de fé de Raabe foi que ela ouviu, creu e obedeceu, embora não tivesse

visto. Ela não viu as pragas do Egito, nem a libertação no Mar Vermelho,

nem a água fluindo da rocha, nem o pão descendo do céu; ainda

assim, creu. Ela foi um bom exemplo para os leitores de Hebreus, que não

ouviram Jesus pregar nem 0 viram fazer milagres, e também para nós,

que não vimos nenhuma dessas coisas.

“Raabe era uma prostituta que morava numa casa sobre o muro de Je ­

rico. Ela ocultou dois espias israelitas enviados para verificar as defesas

daquela cidade. Por causa de sua bondade para com eles, e de sua declaração

de crença em Deus, os espias prometeram que a vida de Raabe e de

seus familiares seria poupada quando ocorresse o ataque a Jerico” (Ellen G.

White, Filhas de Deus [MM 1956/2005], p. 23).

Paulo prosseguiu (Hb 11:35-38) com uma lista das dificuldades que

muitos enfrentaram. A frase “não aceitando seu resgate" (Hb 11:35) indica

que eles tiveram a possibilidade de escapar, mas escolheram não fazê-lo,

pois sua visão estava na recompensa divina.

Embora não tenhamos visto nada disso acontecer (a criação em seis dias, o Êxodo, a

crucifixão de Cristo), por que temos tantos bons motivos para crer?

)an* Fev« Mar 2022 |127|


Quinta, 10 de m a rço

Jesus, Autor e Consumador da fé

Ano Bíblico. )s 9-13

6. Leia Hebreus 12:1-3.0 que esses versos nos pedem?

0ponto alto da exposição sobre a fé está em Hebreus 12. Paulo começou

a carta com Jesus, que é o “que vem” e que “não irá demorar”

(Hb 10:37), e a concluiu com o “Autor e Consumador” da nossa fé (Hb 12:2).

Isso significa que Cristo é Aquele que torna a fé possível e é o exemplo

que personifica perfeitamente o que é uma vida de fé. Com Ele, a fé atingiu

sua expressão perfeita.

Jesus é o “Autor” (ou “Precursor”) de nossa fé em pelo menos três sentidos.

Primeiro, Ele é o único que terminou a corrida em seu sentido mais

completo. Os outros mencionados no capítulo anterior não alcançaram seu

objetivo (Hb 11:39, 40). Jesus, no entanto, entrou no descanso de Deus

no Céu e está sentado à direita do Pai. Nós, juntamente com esses outros,

reinaremos com Jesus no futuro (Ap 20:4).

Em segundo lugar, a vida perfeita de Jesus tornou possível a esses outros

correrem a corrida (Hb 10:5-14). Se Jesus não tivesse vindo, a corrida

de todos teria sido inútil.

Finalmente, Jesus é a razão pela qual temos fé. Sendo Um com Deus,

Ele expressou a fidelidade divina para conosco. O Senhor nunca desistiu

de Seus esforços para nos salvar, e é por isso que alcançaremos a recompensa

no final, se não desistirmos. Jesus correu com paciência e perm a­

neceu fiel, mesmo quando éramos infiéis (2Tm 2:13). Nossa fé é apenas

uma resposta à Sua fidelidade.

Jesus é o “Consumador” da fé porque exemplifica perfeitam ente como

a corrida da fé deve ser executada. Como Ele a correu? Pôs de lado todo

peso ao abrir mão de tudo por nós (Fp 2:5-8), nunca pecou, manteve firmemente

Sua visão na recompensa, que era a alegria proposta a Ele de ver

a humanidade redimida por Sua graça. Ele suportou oposição e abusos;

não Se importou com a vergonha da cruz (Hb 12:2, 3).

Agora é a nossa vez de correr. Embora não possamos alcançar o que

Jesus fez com nossas próprias forças, temos Seu exemplo perfeito diante

de nós, e assim, pela fé Nele e mantendo nossos olhos Nele (como os outros

fizeram antes de nós), seguimos em frente com fé, confiando em Suas

promessas de uma grande recompensa.

1128| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Sexta, 11 de março

Estudo adicional

Ano Bíblico: Js 14-17

1f ^ e l a fé, você passou a ser de Cristo, e pela fé, deve crescer Nele - dando

\ e recebendo. Você tem de entregar-Lhe tudo - o coração, a vontade,

a disposição de servir. Deve dar-se, enfim, a si mesmo para então obedecer

a todos os Seus mandamentos. Você receberá tudo - Cristo, a plenitude

de todas as bênçãos, para habitar em seu coração, ser sua força, justiça

e esperança eterna - para que tenha o poder necessário para obedecer”

(Ellen G. W hite, Caminho a Cristo, p. 70).

“Deus nunca pede que creiamos sem que nos dê suficientes provas sobre

as quais possamos alicerçar nossa fé. Sua existência, Seu caráter e a

veracidade de Sua Palavra se baseiam em testemunhos que falam à nossa

razão; [...] Apesar disso, Deus nunca removeu a possibilidade de dúvida.

Nossa fé deve se basear em evidências, não em demonstrações. Os que

desejam duvidar terão a oportunidade de fazê-lo, enquanto os que realmente

desejam conhecer a verdade poderão encontrar muitas provas em

que apoiar sua fé.

“É impossível para mentes finitas entender de maneira plena o caráter

das obras Daquele que é Infinito. Para o intelecto mais esclarecido e a

mente mais educada, o santo Ser ainda será um mistério. [...]” (Caminho

a Cristo, p. 105).

Perguntas para consideração

1. Anselmo de Cantuária escreveu em latim: Credo ut intelligam (“Eu creio

para que possa entender"). Hebreus 11:3 diz: “Pela fé entendemos”. Qual

é a relação entre fé e compreensão? Por que a fé, em geral, vem antes do

entendimento? Por que devemos alcançar com fé o que, pelo menos no

início, não entendemos?

2. A palavra grega pistis significa “fé” e “fidelidade". Por que ambos os significados

são importantes para entender o que é viver “pela fé”? Como

os heróis da fé (Hb 11) mostraram, por sua fidelidade, a realidade de

sua fé? Podemos fazer o mesmo?

3. A fé é dom de Deus (Rm 12:3). Qual é o nosso papel em recebê-lo e

mantê-lo?

Respostas e atividades da semana: 1. Que devemos perseverar com fé para recebermos as promessas. 2. Abel,

Enoque, Noé, Abraão e Sara confiaram no que ainda não podiam ver. 3. Isaque, |acó, José e Moisés acreditaram em

coisas que ainda ocorreriam. 4. Moisés e os leitores de Hebreus passaram por insultos, humilhação e privações e

foram afligidos por causa de sua fé em Cristo. 5. Raabe ouviu, creu e obedeceu, embora não tivesse visto as maravilhas

que Deus havia realizado. 6. Que não desanimemos, mas que corramos com perseverança a carreira, olhando

firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus.

|an • Fev • Mar 2022

11291


RESUMO DA LIÇÃ011

Jesus, Autor e Consumador da fé

T E X T O S -C H A V E S : Hb 10:32-39; Rm 1:17; Hb 11; Gn 22:1-14; Js 2:8-11; Hb 12:1-3

ESBOÇO

Temas da lição

Para uma definição bíblica de fé, não é necessário ir além de Hebreus 11:1: “A fé é a

certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem." Todo o capítulo

explica e exemplifica em que consiste apegar-se às promessas divinas apesar de não se

ter evidências visíveis para a fé. O capítulo da fé é apresentado com uma citação de Habacuque

2:2-4. Esse profeta perguntou a Deus por que Ele não intervinha na destruição

dos justos pelos ímpios (Hc 1:13; 2:1). Em resposta, Deus lembrou a Habacuque que haveria

um lapso de tempo antes que Ele agisse. Ao contrário do que parecia, esse Lapso não

era demora da parte de Deus. Nesse ínterim, o profeta precisava exercer fé. A fé anda de

mãos dadas com a perseverança (Hb 10:36-38). Os heróis de Hebreus 11 mostraram perseverança

e fé no invisível. Abraão acreditava que Deus poderia ressuscitar Isaque dos

mortos (Hb 11:19), dado que estava praticamente morto quando se tornou pai de Isaque

(Hb 11:12). Moisés, embora predestinado a se tornar o monarca do maior império da antiguidade

desde o dilúvio, escolheu maus-tratos, abuso e sofrimento com o povo de Deus

em lugar dos fugazes prazeres palacianos dos faraós. Moisés tomou essa decisão porque

olhou para a recompensa futura prometida por Deus (Hb 11:26). A audiência de Hebreus

se identificou com esse profeta, pois estava passando por circunstâncias semelhantes.

Esses cristãos também precisavam olhar para a recompensa futura. Outro exem plo n o ­

tável em Hebreus 11 é Raabe, uma prostituta gentia. Embora gentia, ela ouviu sobre as

ações de Deus, creu Nele e agiu de acordo com sua crença ao esconder os espias hebreus

(Js 2:8-11). Da mesma forma, o público de Hebreus não tinha visto Jesus, mas foi cham a­

do a crer e agir com fé em resposta às palavras de Deus.

COMENTÁRIO

Creatio ex Nihilo (do latim,“criação a partir do nada”)

A frase Creatio ex Nihilo retrata a ideia de que o Universo foi criado por Deus a partir

do nada. Um dos textos clássicos para apoiar esse conceito é Hebreus 11:3: “Pela fé, entendem

os que o Universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio

a existir das coisas que não são visíveis." Essa passagem pode ser interpretada assim, p o­

rém, analisarem os uma com preensão alternativa desse texto.

Após a definição de fé em Hebreus 11:1, Paulo passou a falar de pessoas da antiguidade

que foram elogiadas por sua fé (Hb 11:2). A lista dos fiéis não começou com Abel,

1130 | Hebreus: mensagem para os últimos dias


su rp re e n d e n te m e n te , m as co n o sco (isto é, com os leitores) e com Paulo, o autor da carta.

Pela fé, e n te n d e m o s (H b 11:3). E ssa s palavras exp re ssam um a perspectiva intelectual

de um a realidade de fé. E n te n d e m o s que o U niverso (literalm ente os m undos) foi criado

p e la p a la vra de D eus. A criação só pode ser com preendida m ediante a fé, afirm ava P aulo.

A lé m disso , o que é visív e l não foi feito de coisas que são visíveis. Em outras palavras,

o m u n d o da criação é visível, m as sua origem , não. Sua origem é com preendida intelectu

a lm e n te a p e n a s pela fé.

Q u a l é e ssa o rig e m in v isív e l? Foi ex nihilo, “do nada", que D eus criou o U niverso v isív

e l? O te x to diz: “O v isív e l v e io a existir das coisas que não sã o visíveis" (Hb 11:3), o que

sig n ific a q u e as c o isa s que não sã o visíve is não sã o necessariam ente inexistentes. Por

e xem p lo, s ó p o rq u e não v e m o s o vento, não significa que ele não exista. Será que as cois

a s in visíve is d a s q u a is o s m u n d o s visíveis foram feitos sã o um a referência à “palavra de

D e u s *? S e a ssim fo r, e ssa é um a a lu sã o clara ao relato da criação em G ênesis í, onde a palavra

de D e u s é a fo n te da criação (a e xp re ssã o “Então D e u s d isse " se repete em Gn 1:3,6,

9 ,1 1 ,1 4 , 20, 24, 2 6 ). Em o u tra s palavras, o m undo se n so ria l deriva de um poder que perm

anece in a c e ssív e l a o s n o sso s sentidos: a poderosa palavra criativa de Deus. N e ssa p e rspectiva,

há um a e x p lica ção m e lh o r para o verso 3.

Em vez de se referir à criação a partir do nada, P aulo u so u um a estrutura paralela para

enfatizar a in visib ilid a d e da palavra divina. O bserve o s três conjuntos de ideias corresp

o n d e n te s e in ter-relacionad as em H ebreus 11:3:

A “o U n iv e rso " (3a) - A ' “o v isível” (3b )

B “foi fo rm a d o " (3a) - B ' “veio a e xistir" (3b)

C “pela p alavra de D e u s" (3a) - C “coisas que não são visíve is” (3 b )

Ou, de outra form a: [A] “Pela fé, e n te n d e m os que o U n ive rso [B] foi form ado [C] pela

p a la vra de D eus, [A'] de m aneira que o visível [B’J veio a existir das coisas [C ] que não

sã o v isív e is" (H b 1 1 :3 ). A ssim , ve m o s que a palavra in visíve l de D e u s criou o U n iverso v i­

sível. E ssa co m p re e n sã o d o verso corrobora a preocupação de P aulo de que seu público

se o rie n ta sse p e la s c o isa s não vistas, porém esperadas. “Ora, a fé é a certeza de coisas

que se esperam , a convicção de fatos que não se ve e m " (H b 11:1). Em sum a, p o d e m o s d i­

zer q u e a p a la vra in v isív e l de D e u s produziu m u n d o s visíve is e n o sso U niverso. Isso não

sig n ific a q u e D e u s n ã o criou, nem poderia criar ex nihilo, m as ap e n a s que e sse texto parece

dizer o u tra coisa.

P e rg u n ta s para re fle xão: P ela fé, nós, a ssim com o P a u lo e a audiência de H ebreus, e n ­

te n d e m o s q u e D e u s criou o s m u n d o s por m eio de Su a palavra poderosa, porém invisível.

1 . 0 q u e você acha q u e m o tivou N o é a co n stru ir um a arca, a p e sa r de não ter h avid o a n ­

tes enchente, nem c h u v a ?

2. O q u e você a cha q u e m o tivo u A b ra ã o a partir para um país que ele não tinha conhecid

o nem e x p lo ra d o ?

3 .0 que você acha q u e m o tivo u M o is é s a trocar um a vida de “p re stígio " no palácio do

E g ito por u m a vid a “m ise rá ve l" com a g e ra ção d o Ê x o d o ?

Jan • Fev • M ar 2022

11311


Esaú nào achou lugar d* arrependimento

Hebreus 12:17 di2 a respeito de Esaú: ‘Vocês sabem também que, posteriormente, querendo

herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora,

com lágrimas, o tivesse buscado.' Esse verso, como outros em Hebreus (Hb 64-6; 10:26-29)

parece falar de um arrependimento impossível (na lição 7, hã um comentário sobre Hebreus

6:4-6;"Impossível renová-los*). Deus de fato rejeitou Esaú?

Hebreus 12 fala sobre a corrida na qual Cristo é nosso exemplo de perseverança, que

resulta da disciplina, e esta fortalece as màos fracas e os joelhos débeis Além disso. Paulo

admoestou sua audiência a buscar paz e santidade, *sem a qual ninguém verá o Senhor*

(Hb 12:14). Todo cristão é exortado a viver em paz e manter harmonia com todos,

desde que esteja ao seu alcance (Rm 12:18). Não apenas a paz, mas também a santidade

são atributos essenciais que os cristãos devem buscar. Qual é o objetivo da disciplina

que Deus inflige a Seus filhos? Ele deseja que eles participem de Sua própria santidade

(Hb 12:10). A ausência de santidade e paz equivale à ausência da visão do Senhor. A ausência

da santidade é ilustrada na vida da pessoa sexualmente imoral (grego: pomos) e na

impiedade de Esaú (Hb 12:16). Paulo comentou tanto sobre o desprezo de Esaú pela prtmogenitura

(Gn 25:29-34) quanto sobre a perda da bênção do primogênito (Gn 27:1-40).

Com esse contexto em mente, indagamos: Esaú não achou lugar de arrependimento, embora

o tivesse buscado com lágrimas?

Algumas versões bíblicas como a ARA, ACF. NAA dão a impressão de que Esaú não encontrou

arrependimento. Além disso, essas versões nos fazem imaginar que Esaú desejava

o arrependimento, mas, por alguma razão, Deus negou a ele essa chance. Para solucionar

isso, precisamos questionar: A que se refere o pronome “o" na frase “com lágrimas o

tivesse buscado"? Seu antecedente é "arrependimento* ou “bênção*? Em grego, o pronome

que está antes do verbo ‘tivesse’ é feminino. Portanto, seu antecedente deve ser um

substantivo feminino também. Na tradução para o português, o substantivo mais próximo

desse pronome é ‘arrependimento*: essa proximidade é o motivo da confusão. Em

grego, tanto 'arrependimento* quanto 'bênção* são substantivos femininos. No entanto,

"arrependimento* faz parte de uma expressão fixa e vem junto com 'lugar/oportunidade*,

razão pela qual também se traduz a frase em questão como "oportunidade de arrependimento*.

Então, se Esaú não encontrou uma 'oportunidade de arrependimento*, o que ele

buscava com lagrimas? Como o substantivo 'lugar* é masculino, o pronome feminino não

pode se referir a ele. Assim, a única opção é o substantivo *bénçáo*,que se encontra mais

afastado Esau não encontrou oportunidade para se arrepender, embora tenha buscado

a bênção com lagrimas. Algumas traduções como a NVI captam a gramatica grega corretamente

ao traduzir o verso da seguinte forma 'Como vocês sabem posterrormeme,

quando quis herdar a bênção, foi rejeitado, e não teve como alterar a sua decisão, embora

buscasse a bênção com lágrimas' (Hb 1217, NVI).

Essa tradução tarnbem concorda com a narrativa em Gênesis 27 34 38.0 relato nos diz

que Jacó enganou seu pai fingindo ser Esau Quando Esaú foi ate seu pai com o alimento

saboroso, isaque ficou surpreso porque pensou que já havia abençoado seu primogênito

Ao perceber que havia sido enganado por seu filho Jacó. ele 'estremeceu, sentindo

Hebreus m ensagem par» o s úhim o» dias


um a violenta com oção" (Gn 27:33). Esaú, por outro lado, percebendo que a bênção havia

sido concedida, “deu um grito cheio de amargura e disse: - Abençoe também a mim, meu

pai! (Gn 27:34). Após o diálogo com seu pai, "levantando Esaú a voz, chorou" (Gn 27:38).

Em suma, podem os dizer que Esaú não chorou por uma oportunidade de se arrepender

de tudo o que havia feito por seu estilo de vida ímpio; em vez disso, chorou pelas bênçãos

perdidas, que seu irmão havia roubado dele. Foi exatamente isso o que Paulo quis dizer

ao afirmar: “Não teve com o alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrim

as" (Hb 12:17, NVI). Deus oferece oportunidade de arrependimento a todos que desejam

se arrepender (Rm 2:4; 2Co 7:9,10; 2Tm 2:25; 2Pe 3:9).

APLICAÇÃO PARA A VID A

Ao longo de sua história, nossa igreja sobreviveu a várias crises. Durante o século 20,

enfrentam os controvérsias sobre as questões da inspiração, o papel de Ellen G. White,

a natureza de Cristo, a Divindade, a igreja remanescente, criação versus evolução, etc.

O século 21 parece ter trazido todas essas questões simultaneamente.

1. Q uais seriam as consequências se nós, adventistas do sétim o dia, cedêssem os ao sistema

de crenças da evolução ou evolução teísta?

2. O relato da criação se harmoniza com uma criação ex nihilo (“criação a partir do nada")?

3. Por que é im portante consultar mais de uma tradução/versão bíblica ao se deparar

com um texto difícil?

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Jan • Fev • Mar 2022

|133


Recebendo um

reino inabalável

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "P o r Isso,

re c e b e n d o n ó s u m re in o inabalável,

re te n h a m o s a graça, pela qual sirv a m o s a

D e u s de m o d o agradáve l, com reverência

e t e m o r " (H b 12:28).

Leituras da sem ana: H b 1 2 :1 8 -2 9 ;

Ê x 32:32; D n 7 :9 ,1 0 ,1 3 -2 2 ; A g 2 : 6 - 9 , 2 0 - 2 2 ;

S 1 15:5; 1 6 :8 ; H b 1 3 :1 5 ,1 6

I6AUI

Sábado, 1 2 de março * A n o Bíblico: js 1 8 - 2 1

Hebreus 12:18-29, a passagem desta semana, é o ápice da epístola e resume

sua preocupação principal, repetindo a ideia com a qual começou:

Deus nos falou na pessoa de Seu Filho, e devemos dar muita atenção

(Hb 1 :1 ,2; 12:25) a Ele. A descrição de Jesus em Hebreus 12:22-24 resume

as afirm ações da carta: Jesus é o Mediador da nova aliança, e Seu sangue

provê salvação para os crentes. Seu m inistério sacerdotal e real em nosso

favor é um motivo de celebração para as hostes celestiais. E, finalm ente,

Hebreus 12:25-29 contém a última e culminante exortação: o juízo de

Deus se aproxima e trará destruição para Seus inimigos, mas vindicação

e um reino para Seu povo (Hb 12:28, 29).

O final reafirma a importância das conquistas de Jesus na cruz e direciona

os crentes à consumação da vitória de Cristo. Paulo usou Daniel 7 para

lembrar aos leitores que Jesus recebeu um reino de Deus, o Juiz (Dn 7:9-14),

e vai compartilhá-lo com os crentes, “os santos do Altíssimo", que o possuirão

para todo o sempre (Dn 7:18).

)an • Fev • Mar 2022

|135|


Domingo, 13 de março

Ano Bíblico: )s 22-24

Vocês chegaram ao Monte Sião

1. Leia Hebreus 12:22-24.0 que Paulo descreve aqui?

Hebreus afirma que chegamos ao Monte Siào e participamos de uma

grande festa. “Vocês chegaram ao Monte Siào e à cidade do Deus vivo,

a Jerusalém celestial, e a milhares de anjos. Vocês chegaram à assembleia

festiva" (Hb 12:22). Chegamos pela fé na Pessoa de nosso Representante,

Jesus. Nessa celebração encontramos uma multidão inumerável de anjos,

o próprio Deus e Jesus, que é o centro da celebração. Viemos como parte

da “igreja dos primogênitos arrolados no Céu" (Hb 12:23). Nossos nomes

estão registrados nos livros do Céu (Êx 32:32; SI 56:8; Dn 12:1; Ml 3:16;

Lc 10:20; Ap 13:8; Ap 17:8).

Somos os “primogênitos” porque compartilhamos a herança do Primogênito

por excelência, Jesus (Hb 1:6). Portanto, não somos hóspedes, mas

cidadãos (compare com Fp 3:20). Também somos descritos como “espíritos

dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23). Essa expressão é uma figura de

linguagem em que uma dimensão da nossa natureza humana representa

o todo. É análoga à expressão “Pai espiritual” em Hebreus 12:9, que se refere

a Deus como o Pai de todos nós.

A reunião festiva celebra a inauguração do governo de Jesus, de Seu sacerdócio

e da nova aliança. Em Hebreus, é no Monte Sião que esses eventos

acontecem. Três dos salmos citados em Hebreus 1:5-14 descrevem a

entronização do Filho e o Monte Sião como o lugar em que isso ocorre

(SI 2:6, 7; 110:1, 2; 102:21-27).

Ali também é o lugar em que o Filho foi nomeado “sacerdote para sem ­

pre” (Hb 5:6), uma citação do Salmo 110:4. De acordo com o Salmo 110, a

nomeação do Filho como Sumo Sacerdote ocorre também no Monte Sião

(SI 110:2). Finalmente, Hebreus argumenta que a inauguração do sacerdócio

de Jesus marca a inauguração da nova aliança (Hb 7:11-22). Portanto,

o Monte Sião também é o lugar em que a nova aliança foi ratificada.

Hebreus 12:22-24 descreve a reunião festiva que ocorreu no Céu quando

Jesus ascendeu.

Na prática, como podem os celebrar o ministério sacerdotal de Jesus e a nova aliança

em nossa adoração? Por que regozijar-se nessa grande verdade é uma afirmação de fé?

11361 Hebreus: mensagem para os últimos dias


S e g u n d a , 14 de março

Chegando a Deus, o Juiz de todos

Ano Bíblico: Jz 1-3

2. Leia Hebreus 12:23. Se isso é uma celebração, por que Deus é descrito

como Juiz? Como um juiz pode fazer parte de uma festa? Leia também

Daniel 7:9,10,13-22.

Acelebração descrita em Hebreus 12:22-24 alude a um juízo futuro.

Deus, o Juiz, preside, os livros são abertos, e o resultado é que o povo

de Deus recebe o reino (Hb 12:28).

A cena evoca o grande juízo pré-advento descrito em Daniel 7, que retrata

Deus, o “Ancião de Dias” (Dn 7:9), assentado em um trono de fogo,

rodeado por “milhares de milhares” de anjos (Dn 7:10). Os livros foram

abertos (Dn 7:10), e o juízo decidido em favor dos “santos do Altíssimo”,

que “possuíram o reino” (Dn 7:22).

Hebreus 12:22-29 descreve uma cena de juízo no Monte Sião, a Jeru ­

salém celestial, onde Deus, “o Juiz de todos” (v. 23), está rodeado por “milhares

de milhares” de anjos (v. 22, NVI). Ali também há fogo (Hb 12:29)

e há livros, porque os santos estão “arrolados” neles (Hb 12:23), o que sugere

um juízo favorável aos santos.

Jesus está no centro da cena (Hb 12:24). Ele foi descrito como o Filho

do Homem em Hebreus 2, "coroado de glória e de honra” depois de

ter provado a “morte” em nosso favor (Hb 2:9). De acordo com Hebreus

2:10, o Filho do Homem (veja Hb 2:6) sofreu para que pudesse conduzir

“muitos filhos à glória"; isto é, para que os crentes também pudessem ser

“coroados de glória e de honra”. Por meio dos benefícios da nova aliança

(Hb 12:22-24), o “Filho” conduziu crentes a Sião, a Jerusalém celestial,

onde receberão o reino (Hb 12:28).

Esse juízo é, portanto, uma boa notícia para os crentes, pois lhes é favorável

e os vindica. E um julgamento que derrotará seu adversário, o dragão,

que está por trás das terríveis feras que perseguiram os crentes no

passado (Dn 7) e perseguirão no futuro (Ap 13).

Como este estudo nos ajuda a entender que o juízo de Deus nas três m ensagens angélicas

são boas-novas para este tempo (Ap 14:6, 7; compare com D t32:36; 1Cr 16:33-35)?

) a n - F e v Mar 2022 |137|


Terça, 15 de m arço

Ano Bíblico: Jz 4, 5

Deus fará tremer os Céus e a Terra

Depois de descrever a reunião festiva no Céu, Paulo advertiu os leitores

que prestassem atenção à voz de Deus, pois Ele fará tremer “mais

uma vez [...] não só a Terra, mas também o Céu” (Hb 12:26). Paulo disse

que, embora Jesus tenha sido entronizado no Céu, nossa salvação não foi

consumada. Precisamos estar atentos porque um evento importante ainda

está para acontecer.

3. Compare Ageu 2:6-9, 20-22; Salm o 96:9,10; 99:1 e Hebreus 12:26, 27.

Qual é o propósito divino de fazer tremer os Céus e a Terra, e o que isso

significa?

No AT, fazer a terra tremer era uma figura comum para representar a

presença de Deus, que aparece para libertar Seu povo. Quando Débora e

Baraque lutaram contra Sísera, Deus lutou desde o Céu por eles (Jz 5:20).

Isso é descrito como um poderoso terremoto, um abalo na terra e nas montanhas

por causa da presença divina (Jz 5:4,5). Encontramos essa mesma

imagem em todo o AT quando Deus aparecia para libertar os oprimidos

(Sl 68:7,8; 60:2; 77:17,18). Assim, um tremor se tornou um sinal do juízo

de Deus quando Ele afirma Sua autoridade sobre os povos da Terra. Os profetas

previram que isso aconteceria no Dia do Senhor (Is 13:13; 24:18-23).

Para os hebreus, esse abalo se refere à destruição dos inimigos de Deus.

O Senhor disse: “Sente-Se à Minha direita, até que Eu ponha os Seus inimigos

por estrado dos Seus pés” (Hb 1:13). Assim, Jesus derrotou o inimigo

(Hb 2:14-16) e foi entronizado (Hb 1:5-14), mas os inimigos ainda

não foram destruídos (Hb 10:11-14; ICo 15:23-25). Deus irá destruí-los

no futuro, quando sacudir os céus e a Terra. Esse abalo significa a destruição

dos poderes terrestres que perseguem o povo de Deus e, mais importante,

a destruição dos poderes celestiais (Satanás e seus anjos) que estão

por trás dos poderes terrestres e os controlam.

P o r que a prom essa de que um dia a justiça será feita e o mal que prevalece no m u n ­

do será destruído é tão esperançosa, especialmente para o s que sofreram diretam ente

nas m ãos do mal?

11 3 8 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Quarta, 16jde março

Ano Bíblico: Jz 6-8

Um reino inabalável

Deus anunciou que sacudirá os céus e a Terra, o que significa que destruirá

as nações inimigas. No entanto, existem algumas coisas que

nào serão abaladas.

4. Compare Salm os 15:5; 16:8; 21:7; 62:2; 112:6 e Hebreus 12:27. Quais coisas

não serão abaladas?

Muitas traduções modernas de Hebreus 12:27 sugerem que o tremor

dos céus e da Terra signifique que eles serão removidos e desaparecerão

para sempre. No entanto, a Bíblia afirma que Deus criará novos céus e uma

nova Terra (Is 65:17; Ap 21:1-4), os que morreram em Cristo serão ressuscitados

e todos os salvos terão um novo corpo (lTs 4:13-17; Fp 3:20). Assim,

o “abalo” implica a purificação e a renovação da criação, não em sua

remoção completa. O que existe será recriado, e esta Terra será o lar dos

remidos.

Contudo, os justos não serão abalados, pois confiam em Deus. O Criador

os sustenta e garante sua sobrevivência.

Observe que, em Hebreus, permanência e estabilidade estão associadas

a Jesus. Hebreus 1:10-12 diz: “No princípio, S e n h o r , lançaste os fundamentos

da Terra, e os céus são obra das Tuas mãos. Eles perecerão, mas

Tu permaneces; todos eles envelhecerão como veste; como manto Tu os

enrolarás, e, como roupas, serão igualmente mudados. Tu, porém, és o

mesmo, e os Teus anos jamais terão fim”. Hebreus também diz que o sacerdócio

de Jesus permanece para sempre (Hb 7:3, 24), assim como a herança

dos remidos (Hb 10:34). No juízo final, os que estão “em Jesu s” não

serão abalados (SI 46:5).

Hebreus 12:28 diz que receberemos “um reino inabalável”. Essa é uma

referência a Daniel 7:18, que diz que os santos “o possuirão para todo o

sempre”. Esse é o reino que “jamais será destruído”, mencionado em Daniel

2:44. Esse reino pertence ao Filho, mas Ele o compartilhará conosco.

Apocalipse 20:4 diz que julgaremos com Ele os poderes do mal que nos

perseguiram (ICo 6:3).

Que escolhas você pode fazer para permanecer inabalável até o fim?

(Veja Ef 4:14).

|an • Fev • Mar 2022

|139|


Q u in ta, 17 de m arço

Sejamos gratos

Ano Bíblico: Jz 9,10

Hebreus conclui essa seção indicando que a resposta devida a Deus por

tudo o que Ele fez por nós é mostrar gratidão oferecendo-Lhe um tipo

apropriado de adoração.

5. Compare Hebreus 12:28 e 13:15,16. Como oferecer adoração aceitável

a Deus?

No sistema da antiga aliança, o sacrifício de animais era a maneira pela

qual as pessoas mostravam arrependimento e gratidão. Mas Deus deixou

claro nos Salmos e por meio dos profetas que o que realmente Lhe agradava

não era o sangue de animais, mas a gratidão, as boas ações e a justiça

dos adoradores (SI 50:7-23; Is 1:11-17).

Paulo nos convida a adorar a Deus no santuário celestial, oferecendo

sacrifícios de louvor, confissão, ação de graças e boas obras, que é a verdadeira

adoração que Lhe agrada. Oferecemos esses sacrifícios na Terra,

que são aceitos como agradáveis a Deus no Céu. Essa exortação abrange

todos os apelos que o autor fez ao longo da carta para a confissão do nome

de Jesus (Hb 3:1; 4:14; 10:23) e as exortações para que continuemos a fazer

boas obras (Hb 6:10-12; 13:1, 2,16).

O convite de Paulo para que os cristãos servissem “a Deus de modo

agradável” (Hb 12:28) implica que os crentes eram uma nação sacerdotal

que foi aperfeiçoada e santificada por meio do sacrifício de Jesus

(Hb 10:10-14,19-23). Isso cumpre o propósito original de Deus para Israel,

de ser uma nação sacerdotal por meio da qual Ele anunciaria as boasnovas

da salvação ao mundo (Êx 19:4-6; IPe 2:9,10; Ap 1:6; 5:10).

Hebreus 13:1-6 descreve em termos práticos o que significa fazer o bem:

mostrar amor fraternal, assim como Jesus mostrou por nós (Hb 2:11,12), ser

hospitaleiro, visitar os que estão na prisão ou foram maltratados (Hb 13:3)

e rejeitar o adultério e a cobiça.

Por que é importante consideraras boas obras e compartilhar o que temos com o parte

de nossa adoração a Deus? Ao mesmo tempo, de que maneiras nossos sacrifícios

espirituais a Deus podem ser corrompidos (Is 1:11-17)?

11401 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Sexta, 18 de março

Estudo adicional

A no Bíblico: Jz 11,12

11 p i urante os m il anos entre a primeira e a segunda ressurreições ocor-

L s rerá o julgam ento dos ímpios. O apóstolo Paulo falou desse juízo

como um acontecim ento que se seguirá ao segundo advento. [...] (ICo 4:5).

Daniel declarou que “veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do

Altíssim o” (Dn 7:22). Nessa oportunidade, os justos reinarão como reis

e sacerdotes diante de Deus. [...] (Ap 20:4, 6). É nesse tempo que, conforme

foi predito por Paulo, “os santos hão de julgar o mundo” (ICo 6:2). Em

união com Cristo, eles julgarão os ímpios, comparando seus atos com o

código - as Escrituras Sagradas - e decidindo cada caso segundo as ações

praticadas nesta vida. Então o destino que os ímpios devem sofrer, segundo

suas obras, é determinado e registrado em frente ao seu nome, no livro

da morte.

De idêntica maneira, Satanás e os anjos maus serão julgados por Cristo

e Seu povo. [...] (ICo 6:3). E Judas afirmou que os anjos “que não guardaram

o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio,

[Deus] tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande

dia” (Jd 6; Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 660, 661).

Perguntas para consideração

1. Os santos participarão do juízo dos ímpios (ICo 6:3; Jd 6). O que isso

diz sobre a transparência, bondade e justiça de Deus ao lidar com o pecado

e o mal?

2 . 0 que está registrado nos livros do Céu? (Êx 32:32; Sl 56:8; 69:28; 139:16;

Is 4:3; Dn 12:1; Ml 3:16; Lc 10:20; Ap 13:8; 17:8). É importante que Deus

registre as nossas lágrimas (Sl 56:8)? Se Deus sabe tudo, qual é o propósito

dos livros?

3. E importante que Hebreus termine com as promessas de Daniel 7, no

contexto do m inistério de Jesus no Céu? O que Daniel 7 ensina sobre

o fim do pecado?

Respostas e atividades da semana: 1. Os crentes chegando pela fé ao Monte Sião e a Jesus, o Mediador da aliança.

2. Essa celebração tem Deus como nosso Juiz em um juizo favorável aos santos. 3 .0 tremor da Terra mostra a

presença divina. O abalo dos céus e da Terra significa a destruição dos poderes terrestres que perseguem o povo de

Deus e a destruição dos poderes celestiais (Satanás e seus anjos) que estão por trás desses poderes U. A Terra não

será abalada, ou seja, destruída completamente. O reino de Cristo não será abalado, nem os que estiverem em Jesus.

5. Apresentando o louvor que é o fruto de lábios que confessam Seu nome. fazendo o bem e servindo aos outros.

|an • Fev • Mar 2022 |141|


RESUMO DA LIÇA012

Recebendo um reino inabalável

T E X T O S - C H A V E S : Hb 12:18-29; Êx 32:32; Dn 7:9,10,13-22; Ag 2:6-9; St 15:5; 16:8;

Hb 13:15,16

ESBOÇO

Temas da lição

A Lição desta sem ana trata principalmente de Hebreus 12:18-29. N essa passagem ,

Jesus é retratado como o Mediador da nova aliança, e Deus, como o Juiz de todos. Hebreus

12:18-29 está inserido no contexto de Êxodo 19, a reunião de Israel no M onte Sinai para a

entrega da lei. Esse evento é contrastado com a experiência da audiência de Hebreus, que

não foi ao M onte Sinai, o qual o povo de Deus foi proibido de tocar, mas ao M onte Sião, a

cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial. O Monte Sião não é um lugar de terror, m as de

reunião festiva, pois ali os crentes tinham acesso a Deus. A base de sua alegre confiança

é Jesus, o M ediador da nova aliança. O Monte Sião também foi o lugar em que ocorreu a

cerimônia de dedicação de Jesus como Rei (Sl 2:6,7; ver Hb 1:5).

Deus é retratado como o Juiz de todos (Hb 12:23). Quando o Senhor desceu ao M o n ­

te Sinai, a Terra estremeceu (Êx 19:18). A imagem do tremor é uma linguagem figurativa

para o juízo divino. Mais uma vez, no fim dos tempos, a Terra e o céu serão abalados

(Hb 12:26). Som ente as coisas inabaláveis sobreviverão, ou seja, os justos, aqueles que

confiam no Senhor. Em resposta a tal advertência, os justos devem levar ofertas a Deus,

as quais consistem em louvar o Seu nome, praticar boas obras e com partilhar o que têm

para beneficiar outros (Hb 13:15,16).

COMENTÁRIO

Juízo pré-advento e Hebreus

Na lição 10, a identidade dos “espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:23) foi definida.

A s perguntas deste estudo são: O que o livro de Hebreus diz sobre o santuário no Céu?

Qual é a base bíblica para o juízo pré-advento?

O livro de Hebreus apresenta algum as das afirm ações mais claras sobre a existência

de um santuário celestial. Paulo afirm ou inequivocamente: “Ora, o essencial das coisas

que estam os dizendo é que tem os tal Sum o Sacerdote, que Se assentou à direita do

trono da Majestade nos Céus, com o M inistro do santuário e do verdadeiro tabernáculo

que o Senhor erigiu, e não o hom em " (Hb 8:1, 2). N esse verso, Paulo afirmou, sem so m ­

bra de dúvida, o ponto principal de seu sermão: Cristo é nosso Sum o Sacerdote no sa n ­

tuário celestial, não no terrestre. Se Cristo ministra no santuário celestial, esse santuário

deve, portanto, existir.

|142| Hebreus: mensagem para os últimos dias


N o capítulo seguinte é feita, novamente, a reivindicação do ministério sum o sacerdotal

de Cristo no Céu: “Não pelo sangue de bodes e de bezerros, mas pelo Seu próprio

sangue, Ele entrou no santuário, uma vez por todas, e obteve uma eterna redenção"

(Hb 9:12). Outra vez é declarado que Cristo ministra em um tabernáculo superior ao santuário

feito por m ãos humanas. Em uma declaração ainda mais forte, Paulo disse: ‘Cristo

não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém

no próprio Céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" (Hb 9:24). Assim, som ente

pela nossa leitura de Hebreus, parece indiscutível que existe um santuário no Céu no

qual Cristo ministra. A aparência exata desse santuário não está definida com precisão.

0 último verso citado afirma que o santuário é o próprio Céu. Devemos, no entanto, ser

cuidadosos ao definir as dim ensões do santuário celestial. O que podem os dizer com forte

convicção é que Hebreus, sem dúvida, apoia a existência de um santuário celestial no

qual Cristo ministra como nosso Sum o Sacerdote. Estudiosos protestantes e católicos rom

anos aceitam a existência desse santuário.

O que intriga os estudiosos é a seguinte afirmação de Paulo: “Era necessário, portanto,

que as figuras das coisas que estào nos Céus fossem purificadas com tais sacrifícios,

mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores àqueles" (Hb 9:23). Por

que as coisas celestiais precisam de sacrifícios de purificação? Afinal, o Céu é limpo e santo,

certo? Vários estudiosos têm tentado resolver o enigma das coisas celestiais que precisam

ser purificadas. Eles argumentam que a consciência precisa ser purificada (Hb 9:9,14).

Outros defendem que a purificação significa a inauguração do santuário. Ambas as sugestões

parecem estar aquém do argumento desenvolvido em Hebreus 8:1-10:18, que se concentra

na contaminação e purificação do santuário, bem como no ministério celestial de Cristo.

Como adventistas, com preendem os esses textos em relação a Daniel 7 e 8. Entendem

os que o Céu e a Terra estão interligados. O fato de termos estudado o serviço do santuário

no AT nos deu uma ideia de como esse serviço funciona. Junto com Daniel 8:14, que

diz: “Ele me disse: - Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será

purificado", o significado da declaração de Hebreus 9:23 se resolve. Também precisam os

reconhecer que Hebreus 9:23 não fala sobre o tempo da purificação celestial. Isso é algo

que aprendem os no livro de Daniel. Em suma, pode-se dizer que a existência do santuário

celestial é um fato incontestável no livro de Hebreus. Além disso, m esm o uma lim peza

das coisas celestiais com melhores sacrifícios é indiscutível. Entretanto, o que o livro

de Hebreus não diz é quando essa purificação acontece. Não devem os forçar a carta a articular

algo sobre o que ela faz silêncio.

Agora vam os nos voltar para a seguinte pergunta: Qual é a base bíblica para o juízo

pré-advento? Nesse caso, precisamos consultar o livro de Daniel. (Para um estudo mais

profundo do juízo pré-advento, o Apocalipse também deve ser consultado.) A passagem -

chave para o juízo pré-advento é Daniel 7. Esse capítulo mostra uma sucessão de reinos,

simbolizada por uma série de bestas, a saber, o leão, o urso, o leopardo e um animal terrível,

espantoso e multo forte. Daniel 2 e 7 deixam claro que tratam do m esm o assunto:

profecias a respeito da ascensão e queda de quatro grandes potências mundiais do M editerrâneo.

Essas potências m undiais podem ser prontamente identificadas como Babilônia,

Jan • Fev • Mar 2022 11431


M edia-Pérsia, Grécia e Roma. D epois que Daniel viu a besta espantosa, terrível e extrem a­

m ente forte com se u s dez chifres, um ‘chifre p e q u e n o ' apareceu entre eles. De repente,

a visã o m udou da Terra para o Céu, e surgiu um a brilhante sala do trono (D n 7:9-14).

A cena se dese nrolou em três estágios: (1) uma cena do tribunal em que foram p o stos

tro n o s (D n 7:9,10); (2) o resultado do juízo no qual a besta foi executada (Dn 7:11,12);

e (3) a transferência do reino para o Filho do H om em (Dn 7:13,14). O s eventos cro n o ló ­

gico s do capítulo m ostram Babilônia, M édia-Pérsia (ver Dn 8:20), Grécia, Roma, o chifre

pequeno, o juízo e a posse do reino pelos santos.

Na segu nda metade de Daniel 7, a curiosidade do profeta se voltou para a atividade da

quarta besta, bem com o do chifre pequeno que ‘falava com arrogância* (Dn 7:19,20). Ele

fazia guerra contra o s santos *até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do

Altíssim o" (Dn 7:22) e, finalmente, ‘o s santos possuiram o reino* (Dn 7:22). Pela segunda

vez, a sequência a partir do quarto anim al é: chifre pequeno, juizo e posse do reino pelos

santos. Essa sequência se repete uma terceira vez em Daniel 7, possivelm ente para certificar

que entendem os. De acordo com a profecia, o chifre pequeno ‘falará contra o Altíssimo,

oprim irá os santos do A ltíssim o e tentará mudar os tempos e a lei" (Dn 7:25). Essa atividade

é seguida pela garantia de que o tribunal divino julgará (Dn 7:26) e. finalmente, “o reino,

o dom ínio e a majestade (...] seráo dados ao povo dos santos do Altíssim o* (Dn 7:27).

Ao revisar Daniel 7, a cronologia é clara: Babilônia é seguida pela Média-Pérsia, depois

pela Grécia e por Roma. O que constitui o conteúdo da segunda parte de Daniel 7 é

a atividade do chifre pequeno, o juizo e o recebimento do reino, seja pelo Filho do H o ­

mem ou pelos santos. O remo de Cristo é o reino deles. Esse juizo celestial inclui livros,

que obviam ente são abertos com o propósito de apresentar evidências. Eles indicam que

há um juizo investigativo antes de D eus agir contra o ‘chifre pequeno* e a favor dos sa n ­

tos (Dn 7:21, 22,27). O s últim os três eventos em Daniel 7 são repetidos três vezes, o que

deve deixar claro o suficiente que o juizo acontece entre a atividade do chifre pequeno e

a posse do reino. Portanto, é cham ado de |uizo pre-advento.

APLICAÇÃO PARA A VID A

O conceito de um juizo investigativo não e estranho à Bíblia. Antes de Deus pronunciar

um veredito. Ele investiga cada caso. Isso é visto claramente na queda de Adão e Eva em

G ênesis 3. A ntes que uma m aldição fosse pronunciada sobre a serpente e a Terra, Deus

investigou a condição de Adão e Eva, bem como sua conduta.

N o caso de Sodom a e Gomorra, D eus é retratado descendo á Terra para investigar “se,

de fato, o que têm praticado corresponde a esse clam or que veio até (Ele]" (Gn 18:21).

Som ente ap ós ter investigado a situação, Deus revelou Seus planos a Abraão, deu o aviso

e libertou Ló e sua fam ília de Sodom a. Então, o Senhor fez chover enxofre e fogo do

céu sobre Sodom a e Gom orra (Gn 19:24). Tanto a narrativa da queda quanto a narrativa

de Sodom a e Gom orra estabeleceram um precedente bíblico para uma avaliação investigativa

que precede o juízo executivo. O m esm o padrão prevalece no caso do juizo

investigativo ou pré-advento.

11441 Hebreus: mensagem para os últimos dias


1. Por que tantas pessoas temem o juízo investigativo? Como podemos deixar clara a im ­

portância do evangelho para o juízo?

2. Por que esse juízo é bom para nós? Se é bom, devemos nos preocupar com ele? Explique.

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)an • Fev • Mar 2022

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Lição

Permaneça o

amor fraternal

V E R S O P A R A M E M O R IZ A R : "Seja con stante

o am or fraternal" (Hb 13:1).

Leituras da semana: Hb 13; Rm 12:13;

E f 5:3-5; 1Pe 5:1-4; Hb 2:9; 4:16; Gl 2:20

I6AZ21

Sábado, 19 de março

A n o Bíblico: Jz 13-16

Hebreus 13 traz o último conselho do apóstolo Paulo: “Seja constante

o amor fraternal” (Hb 13:1). Ele afirmou em toda a epístola que

somos parte da família do Rei e Sumo Sacerdote, Jesus, e somos Seus irmãos

e irmãs. O autor não considerava os leitores apenas como um grupo

de indivíduos que trabalhavam pela própria salvação com base em um relacionamento

individual com Jesus, mas como uma família, ou lar, sendo

salvos na família da fé. Paulo caracterizou a obra de Jesus por nós como

“amor fraternal”, pois Ele “não Se envergonha” de nos chamar de irmãos

(Hb 2:11). Os crentes devem fazer uns pelos outros o que Jesus fez por eles.

Ao longo da carta, vemos que o amor fraternal envolvia animar uns

aos outros para que ninguém ficasse afastado da graça de Deus (Hb 3:13;

10:24, 25; 12:15-17). No capítulo 13, o amor fraternal engloba vários elementos:

ser hospitaleiro (Hb 13:2), visitar e apoiar os encarcerados e aqueles

que foram maltratados (Hb 13:3), honrar o casamento (Hb 13:4), evitar

a cobiça (Hb 13:5, 6), obedecer aos líderes da congregação (Hb 13:7-17) e

orar pelo próprio autor da epístola (Hb 13:18,19).

|146| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Domingo, 20 de março

Cuidando do povo de Deus

Ano Bíblico: Jz 17-19

1. Leia Hebreus 13:1,2; Rom anos 12:13; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:8 e 1 Pedro 4:9.

Qual foi o papel da hospitalidade na igreja primitiva?

cristianism o foi um movimento peregrino que muitas vezes dependia

da hospitalidade de cristãos e não cristãos. A instrução de não se

esquecer de m ostrar hospitalidade provavelmente não se refira apenas à

falha em acolher alguém, mas à negligência intencional.

Paulo não tinha em mente a hospitalidade apenas para os irmãos na

fé. Ele lembrou a seus leitores que, ao receberem estranhos, alguns sem

querer receberam anjos (Hb 13:2). É provável que estivesse falando da visita

dos três homens a Abraão e Sara (Gn 18:2-15). Oferecer hospitalidade

implica compartilhar bens e sofrer com outras pessoas, que é o que Jesus

fez por nós (Hb 2:10-18).

O apelo ao amor fraternal para com os encarcerados sugeria não apenas

que os crentes se lembrassem dos prisioneiros em suas orações, mas

também oferecessem alívio por meio de apoio material e emocional. Havia

o risco da negligência intencional dos prisioneiros. Aqueles que davam

apoio material e emocional aos condenados pela sociedade se identificavam

com eles. Em certo sentido, se tornavam “coparticipantes” com eles

e consequentemente vulneráveis ao abuso social (Hb 10:32-34).

A exortação de Paulo usa imagens e linguagem para encorajar os leitores

a respeito dos prisioneiros. Primeiro, o autor relembrou o apoio que

eles deram a seus irmãos encarcerados no passado. Eles se tornaram “coparticipantes”

ou “parceiros” daqueles que foram “insultados e maltratados

publicamente” (Hb 10:33, NTLH). Em segundo lugar, o termo “m altratados”

ecoa o exemplo de Moisés, que escolheu “ser maltratado junto com

o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hb 11:25).

Finalmente, Paulo captou o ideal do amor fraternal. Ele lembrou aos leitores

que deviam tratar os outros como gostariam de ser tratados se estivessem

nas mesmas circunstâncias; isto é, na prisão. Portanto, deviam

dar suporte material e emocional aos presos, mostrando-lhes que não tinham

sido abandonados.

O que mais podem os fazer pelos que estão na prisão, sejam membros da igreja ou não?

jan • Fev • M ar 2022 |147|


Segunda, 21 de março

Avareza e imoralidade sexual

Ano Bíblico: jz 20,21

2. Leia Hebreus 13:4, 5; Lucas 16:10-18; 1 Coríntios 5:1; Efésios 5:3-5 e Co-

lossenses 3:5. Quais são os dois males relacionados nessas p assagens?

Paulo advertiu seus leitores contra a imoralidade sexual e a avareza, visto

que eram duas graves ameaças ao amor fraternal.

A admoestação de Paulo para honrar o casamento sugeria evitar qualquer

coisa que pudesse menosprezá-lo, o que incluía abster-se tanto da

violação do juram ento matrimonial quanto de divórcios injustificados

(Mt 19:9). A exortação para manter o leito conjugal imaculado refere-se a

evitar a profanação do matrimônio por meio de relações sexuais fora dele.

No NT a palavra “imorais” refere-se a pessoas que praticam formas de imoralidade

sexual (ICo 5:9-11; 6 :9 ,1 0 ; Ef 5:5; lTm 1:9, 10; Ap 21:8; 22:15).

A sociedade greco-romana era negligente em relação à ética sexual. Um

duplo padrão era comum; os homens tinham liberdade em seus relacionamentos

sexuais, desde que fossem discretos. Paulo avisou, no entanto,

que Deus julgará os adúlteros. Os crentes não devem permitir que as convenções

sociais estabeleçam seus padrões éticos.

O “amor ao dinheiro” era um dos principais vícios no mundo grecoromano.

Em outra carta, Paulo se referiu a ele como a raiz de todos os m a­

les (lTm 6:10). A luta contra esse vício é uma atitude que o apóstolo incentivou

em várias epístolas. Primeiro, os cristãos deveriam “viver contentes”

com o que tinham (2Co 9:8; Fp 4:1 1 ,1 2 ). Além disso, deviam confiar na

seguinte promessa divina: “De maneira alguma deixarei você, nunca ja ­

mais o abandonarei” (Hb 13:5). Essa promessa foi repetida várias vezes

ao povo de Deus e está disponível para nós (Gn 28:15; Dt 31:6, 8; Js 1:5;

lC r 28:20). Os crentes são convidados a responder a essa promessa com as

palavras do Salmo 118:6: “O S e n h o r é o meu auxílio, não temerei. O que

é que alguém pode me fazer?” Essa referência é apropriada, pois o salm ista

expressou ali sua confiança em Deus, apesar do sofrimento infligido a

ele pelos incrédulos.

De que forma a sociedade contemporânea mina a pureza sexual e, ao m esm o tempo,

alimenta o am or ao dinheiro? Na prática, como podem os fortalecer n ossas defesas

contra esses dois vícios perigosos?

|148| Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terça, 22 de março

Lembrem-se dos seus líderes

Ano Bíblico: Rute

3. Leia Hebreus 13:7-17. Qual deve ser nosso relacionamento com os nossos

líderes?

Hebreus 13:7-17 contém a exortação de respeitar e obedecer aos líderes

da congregação. Começa com um convite para “lembrar-se” dos líderes

do passado que falaram a palavra de Deus a eles e termina com um

chamado para obedecer aos líderes no presente (Hb 13:17). Os líderes do

passado provavelmente sejam aqueles que primeiro pregaram a palavra

e fundaram a congregação. Lembrar-se deles não se refere simplesmente

a um exercício mental, nem a alguma homenagem. Paulo explica que devem

considerar o resultado de sua conduta e imitar sua fé.

Para Paulo, o maior ato de lembrança e louvor é a imitação. Dessa forma,

acrescentou os líderes fundadores da congregação à lista de heróis fiéis

que os crentes devem considerar cuidadosamente. Essa lista inclui os heróis

da fé de Hebreus 11 e Jesus, o exemplo consumado de fé, em Hebreus 12.

O autor ainda observa que Jesus é “o mesmo ontem, hoje e para sempre”

(Hb 13:8). Ele está em forte contraste com os falsos mestres que mudam

com o tempo e cujas doutrinas se tornam “diferentes e estranhas" (Hb 13:9).

O convite para se lembrar dos líderes é reafirmado em termos mais vigorosos

no final da seção. Os crentes são exortados a obedecer aos líderes,

pois eles cuidam das pessoas. Os líderes são descritos como pastores

responsáveis pelo bem-estar espiritual da congregação, seu rebanho, que

prestarão contas a Deus por isso (ver também IPe 5:1-4; ICo 3:10-15). Certamente,

também, a ideia deve se aplicar a todos os nossos líderes de igreja,

bem como a todos os níveis de administração da igreja hoje.

O contexto sugere que esses líderes são subpastores que servem sob

a liderança de Jesus, “o grande Pastor das ovelhas” (Hb 13:20). A combinação

de cuidado e fidelidade dos líderes e a obediência ou confiança dos

membros resultará em alegria. Isso pode significar que os líderes serão

capazes de servir a congregação com “alegria" ou que prestarão contas da

congregação a Deus com alegria e não com pesar.

O que você pode fazer para fortalecer ou melhorar o relacionamento Uder-membro

em sua congregação, bem como com líderes em todo o m undo?

|an • Fev • Mar 2022 |149|


Quarta, 23 de março

Ano Bíblico: 1Sm 1-3

Cuidado com doutrinas diferentes e estranhas

4. Leia Hebreus 13:9; 2:9; 4:16 e 6:19,20. Onde se obtém a graça? Como nosso

coração é fortalecido?

Arelação entre falsos ensinos e alimentos, mencionada em Hebreus

13:9, provavelmente não se refira à distinção entre alimentos limpos

e impuros. Por quê?

Primeiro, Paulo não parecia preocupado na epístola com a distinção

entre alimentos limpos e impuros. Sabemos que a igreja cristã primitiva

pregava a salvação pela graça (At 15:7-11) e que os crentes deveriam continuar

a observar alguns regulamentos alimentares (At 15:19, 20). A distinção

entre alimentos limpos e impuros e outros regulamentos bíblicos

não se opõe à graça. Na verdade, Paulo argumentou que a nova aliança

colocou a lei no coração (Hb 8:10-12). O que o autor deixa muito claro, no

entanto, é que os sacrifícios de animais e a mediação sacerdotal levítica

no santuário foram substituídos pelo sacrifício superior e pela mediação

sacerdotal de Jesus (Hb 8 :4 ,5 ; 10:1-18).

Em segundo lugar, o contexto sugere que Paulo não estava criticando

ninguém por se abster de certos alimentos, mas pelo fato de consumi-los

com a esperança de obter graça de alguma forma (Hb 13:9). É provável

que estivesse alertando contra a participação em rituais judaicos ou refeições

que eram celebradas como uma extensão dos sacrifícios de animais

no templo e que deveriam fornecer benefícios espirituais, ou graça. Mas

a graça não é mediada por meio dessas refeições; a graça vem somente

por meio do sacrifício e da mediação sacerdotal de Jesus Cristo. Os crentes

têm um altar (Hb 13:10), a cruz de Cristo, da qual podem se alimentar

(Jo 6:47-58).

Em Hebreus, “graça” vem do trono de Deus (Hb 4:16). Essa graça, mediada

por Cristo, é a “âncora”, “segura e firme”, presa ao próprio trono de

Deus (Hb 6:19,20; compare com 4:16). Essa graça, que recebemos por meio

do sacrifício de Cristo, dá estabilidade e segurança ao coração. Quando o

coração é “confirmado” dessa forma, não será levado por novas doutrinas

(Hb 13:9), nem se desviará da verdade de Deus (Hb 2:1).

P e n se n o sacrifício de Cristo. P o r que "acre scentar“ algo a e sse sacrifício é contrário

ao evange lho e à graça que e n contram os em Jesus?

115 0 1 Hebreus: mensagem para os últimos dias


Q u in ta, 24 de m arço Ano Bíblico: ISm 4-6

Indo a Cristo fora do acampamento

5. Compare Hebreus 13:10-14; Marcos 8:34; Mateus 10:38; Lucas 14:27 e Gála-

tas 2:20.0 que significa ir a Jesus fora do acampamento?

lugar fora do portão era o mais impuro do acampamento. Era ali que

os cadáveres dos animais do sacrifício eram queimados (Lv 4:12),

aonde os leprosos eram levados (Lv 13:46) e onde blasfemadores e outros

criminosos eram executados (Lv 24:10-16, 23; lR s 21:13; At 7:58). Esses

regulamentos pressupunham que a presença de Deus estava no acampamento.

Qualquer coisa impura era lançada para fora porque Deus não queria

ver nenhuma coisa “impura” ou “indecente” nele (Nm 5:3; Dt 23:14).

Jesus sofreu na cruz fora de Jerusalém (Jo 19:17-20), o que enfatiza

a vergonha lançada sobre Ele (Hb 12:2). Ele foi condenado como alguém

que blasfemou de Deus e, portanto, foi repudiado e executado fora da cidade

(Mc 1 4 :6 3 ,6 4 ; Lv 24:11,16). Foi lançado fora do acampamento como

algo “vergonhoso”, “impuro” e "indecente”. Paulo, no entanto, exorta os

crentes a seguir Jesus fora do portão e suportar a vergonha que Ele suportou

(Hb 12:2; 13:13). Moisés escolheu esse caminho, sendo “desprezado

por causa de Cristo” em vez de usufruir os tesouros do Egito (Hb 11:26).

Paradoxalmente, Hebreus sugere que a presença divina agora está

fora do acampamento. Seguir Jesus fora do acampamento significa não

apenas levar a mesma desonra ou vergonha, mas também ir ao Salvador

(Hb 13:13), assim como os israelitas que buscavam o Senhor iam para

“fora do arraial” no deserto, quando Moisés havia removido a tenda de

Deus do acampamento após a controvérsia do bezerro de ouro (Êx 33:7).

Esse relato sugere que a rejeição de Jesus pelos incrédulos também im ­

plicava a rejeição de Deus, como Israel fez em sua apostasia e adoração

ao bezerro de ouro (Êx 32; 33). Assim, o caminho do sofrim ento e da

vergonha também é o caminho para Deus.

Paulo convida os leitores a seguir Jesus, “Autor e Consumador” da fé

(Hb 12:2), im plicitam ente convidando-os a considerar seus sofrim entos

uma disciplina momentânea que produzirá o fruto pacífico da justiça

(Hb 12:11). Desse modo, deixam para trás uma cidade ou acampamento

corrompido em busca da “que há de vir”, cujo Arquiteto é Deus (Hb 13:14;

11:10,16).

O que significa se g u ir fe su s "fo ra d o a ca m p a m e n to "? O q u e traz "v e r g o n h a "a o s f ié is ?

Jan • Fev • Mar 2022 11511


Sexta, 25 de março

Estudo adicional

Ano Bíblico: 1Sm 7-10

n HV epois da vinda do Espírito Santo, [...] os crentes se rejubilavam na

U graça da comunhão com os santos. Eram amorosos, prestativos, abnegados

e voluntários em fazer qualquer sacrifício pelo amor à verdade.

Em seu contato diário entre si, revelavam aquele amor que Cristo lhes havia

ordenado. Por palavras e obras de altruísmo, procuravam fazer nascer

esse amor em outros corações. [...]

“No entanto, pouco a pouco, houve uma mudança. Os crentes começaram

a olhar os defeitos uns dos outros. Concentrando-se nos erros e dando

lugar a severas críticas, perderam de vista o Salvador e Seu amor. Tornaram-se

mais estritos na observância de cerimônias exteriores e mais rigorosos

na teoria do que na prática da fé. Em seu zelo para condenar os

outros, passavam por alto os próprios erros. Perderam o amor fraternal

que Cristo havia ordenado que tivessem; e, o que é mais triste, não tinham

consciência dessa perda. Não reconheceram que a felicidade e a alegria estavam

abandonando sua vida e que, tendo excluído o amor de Deus do coração,

em breve passariam a andar em trevas.

"Percebendo que o amor fraternal estava diminuindo na igreja, João

insistiu com os crentes sobre a constante necessidade desse amor. [...]. Ele

escreveu: ‘Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de

Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele

que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. [...]’” (lJo 4:7-11;

Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 547, 548).

Perguntas para consideração

1. Embora a vida cristã envolva o relacionamento individual com Jesus, por

que é importante lembrar que Deus nos lidera como um grupo? Quais

são nossas responsabilidades para com o grupo? O que podemos esperar

do grupo?

2. Quais são os melhores indicadores de que o amor fraternal é forte na

congregação?

3.0 que é o amor fraternal? Quais são suas características, causas e resultados?

Respostas e atividades da semana: 1. Visto que o cristianismo primitivo era peregrino, a hospitalidade era essencial

na época. 2. Amor ao dinheiro e imoralidade sexual. 3. Devemos considerar sua conduta, imitar sua fé e

obedecer-lhes 4. A graça vem do trono de Deus, mediada por Cristo Nosso coração é fortalecido pela fé no sacrifício

de Jesus e no Seu amor por nós. S. Ser coparticipante das ofensas e dos maus-tratos que Cristo sofreu e buscar

a Deus em arrependimento e humildade

11521 Hebreus: mensagem para os últimos dias


RESUMO DA LIÇA013

Permaneça o amor fraternal

T E X T O S-C H A V E S: Hb 13; Rm 12:13; Ef 5:3-5; IP e 5:1-4; Hb 2:9; 4:16; Gl 2:20

ESBOÇO

Temas da lição

Paulo concluiu sua carta com várias adm oestações para seu público: "Seja constante o

am or fraternal" (Hb 13:1), “Não se esqueçam da hospitalidade" (Hb 13:2) e “Lem brem -se

dos presos” e “dos que sofrem maus-tratos" (Hb 13:3). Além disso, ele aconselhou sobre

outros assuntos: “D igno de honra entre todos seja o m atrim ônio” (Hb 13:4), “Que a vida

de vocês seja isenta de avareza” (Hb 13:5), “Obedeçam aos seus líderes e sejam subm issos

a eles” (Hb 13:17) e “Orem por nós" (Hb 13:18). Ao longo da carta, o apóstolo repetidamente

exortou os hebreus: “animem uns aos outros todos os dias” (Hb 3:13), "Cuidem os

também de nos anim ar uns aos outros no amor e na prática de boas obras. Não deixem

os de nos congregar” (Hb 10:24,25), “Cuidem para que ninguém fique afastado da graça

de Deus, e que nenhum a raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio

dela, m uitos sejam contam inados" (Hb 12:15). A epístola, como um todo, é uma “palavra

de exortação" (Hb 13:22).

Embora Paulo incentivasse seu público a praticar o am or mútuo, ele não esperava so ­

mente o sentimento, m as os exortou a ações específicas, como m ostrar hospitalidade,

com partilhar do sofrim ento dos que estão presos, praticar a fidelidade no casam ento e

evitar a ganância. Da mesma forma, quando exortou seu público a se lembrar de seus líderes,

não falava de mera contemplação. Em vez disso, desejava que, ao m ostrar sua fidelidade

a Deus, eles se submetessem, respeitassem e obedecessem aos líderes. Finalmente,

Paulo advertiu sua audiência a não seguir ensinam entos estranhos, m as ao Mestre, Cristo.

COMENTÁRIO

Ensinamentos e alimentos estranhos

Em Hebreus 13:9, Paulo advertiu sua audiência: “Não se deixem levar por doutrinas diferentes

e estranhas, porque o que vale é ter o coração confirm ado com graça e não com

alimentos, que nunca trouxeram proveito aos que se preocupam com isso." Esse verso constitui

um dos textos mais difíceis do livro de Hebreus. O que o torna difícil é a vaga referência

ao seu contexto histórico. Com o não podem os apontar exatam ente a situação precisa

em que todo o discurso foi transmitido, devem os evitar tirar conclusões muito decisivas.

O verso anterior ao citado acima diz: “Jesus Cristo é o m esm o ontem, hoje e para sem ­

pre" (Hb 13:8). Em contraste com a constância de Cristo está a adm oestação para não se

deixar levar por todos os tipos de ensinam entos estranhos. Os dizeres “não se deixem

|an • Fev • Mar 2022 |153|


levar" (Hb 13:9) evocam imagens de vento e água, que arrastam as coisas. O uso dessa figura

lembra a metáfora náutica usada por Paulo em Hebreus 2:1: “para que não nos desviemos",

ou não fiquemos à deriva. Ali, Paulo fez questão de alertar seu público a prestar

atenção ao que ouviam daqueles que testemunhavam de Cristo. Naquela época, o público

corria o risco de se afastar do Senhor. Paulo lembrou à sua audiência daqueles grandes

mestres e líderes e pediu que imitassem sua fé (Hb 13:7). Enquanto os líderes vêm e vão,

Cristo é constante. Entretanto, erros espirituais sempre existiram. Por isso, o público corria

o risco de ser levado por doutrinas que pareciam estar em oposição ao que ouviram de

seus mestres e líderes e são descritas por dois adjetivos: “diferentes e estranhas” (Hb 13:9).

Paulo diz à sua audiência que o coração é fortalecido pela graça, não pela comida.

A antítese entre alimento (um símbolo do que é temporal) e graça (um símbolo do que é

eterno) é empregada com frequência pelos escritores da Bíblia para mostrar a diferença

entre esta existência temporária e algo muito melhor. Paulo, por exemplo, afirmou:

“O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo"

(Rm 14:17). Da mesma forma, ele admoestou os cristãos em Corinto: “Não é a comida que

nos torna agradáveis a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos,

se comermos" (ICo 8:8). Na verdade, o alimento muitas vezes trouxe divisão na igreja

primitiva (Rm 14:1-3), assim como no presente.

Qual é o problema específico que Paulo abordou em Romanos 14:1-3? Alguns estudiosos

afirmam que os membros da comunidade de fé na igreja de Roma defendiam o consumo

de carne oferecida a ídolos, algo semelhante ao problema enfrentado pela igreja

em Corinto (ICo 8 e 10). A comparação entre Hebreus e 1 Coríntios mostra claramente

que Paulo usou uma linguagem muito mais contundente a respeito do alimento oferecido

aos ídolos (ICo 8:12) do que em Hebreus (“o que vale é ter o coração confirmado com

graça e não com alimentos" [Hb 13:9]). Portanto, muito provavelmente, a questão em

Hebreus não seja alimento oferecido a ídolos.

Outra opção mais provável, que inspirou o alerta em Hebreus 13:9, seria uma refeição

de culto. 0 que há em favor dessa ideia? Consideremos três possibilidades escriturísticas.

Em primeiro Lugar, o contexto imediato parece aludir ao consumo de alimentos ligados

às refeições sacrificais judaicas. Paulo declarou: “Temos um altar do qual os que ministram

no tabernáculo não têm o direito de comer" (Hb 13:10). Aqui, Paulo estava fazendo

uma alusão aos sacerdotes do AT que comiam das ofertas sacrificais no tabernáculo.

Em segundo lugar, a mesma palavra “alimento" é usada em Hebreus 9:9,10, onde lemos:

“Isso é uma parábola para a época presente, na qual se oferecem dons e sacrifícios"

que “não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, bebidas e diversas

cerimônias de purificação, impostas até o tempo oportuno de reforma." Paulo enfatizou

o mesmo ponto de Hebreus 13:9, em que os sacrifícios cerimoniais não podem

aperfeiçoar a consciência; em vez disso, tratam de comida e bebida e várias purificações

cerimoniais. Essa é a razão pela qual o público não devia seguir ensinamentos estranhos,

pois essas refeições cerimoniais de sacrifício eram inúteis até mesmo para aqueles que as

praticavam (literalmente, andavam nelas). Os cristãos participam de um sacrifício muito

superior a qualquer refeição sacrifical (compare com Hb 13:10-12).

|1S4|

Hebreus: mensagem para os últimos dias


Terceiro, o termo grego "alimento" (na Septuaginta, a tradução do AT em grego) é usado

em Malaquias 1:7,12 em referência a alimentos sacrificais no altar. Os sacerdotes ofereciam

alimento impuro, definidos como animais cegos, coxos ou doentes em sacrifício

(M l 1:7,8). Em suma, todas as três razões - o contexto imediato, o contexto mais amplo

e o contexto do AT - parecem apontar para o fato de que os ensinos estranhos sobre comida

têm relação com as refeições do culto judaico.

Obedeça e submeta-se aos seus líderes

Em sistem as políticos democráticos ou em um sistema democrático deficiente da igreja,

uma exortação para obedecer e se submeter aos líderes soa um tanto autoritária. Uma

reivindicação como essa deveria ser feita no presente? Em caso afirmativo, como devemos,

sendo membros de uma igreja mundial, reagir a isso?

Como outras igrejas cristãs, a congregação à qual a carta aos hebreus foi dirigida tinha

alguma forma de liderança. O s líderes foram mencionados três vezes (Hb 13:7,17,24). No

verso 7, eles são mencionados como aqueles que “pregaram a palavra de Deus" à comunidade

(Hb 13:7). Esses indivíduos provavelmente fossem os evangelistas m issionários de

Hebreus 2:3. Por causa de sua pregação e ensino, o público foi confrontado com “a palavra

de Deus" “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gum es” (Hb 4:12).

Três verbos chamam a atenção para esses líderes: “lembrar", “considerar" e "imitar"

(Hb 13:7). Como a carta indica, Paulo apresentou ao seu público exem plos negativos a

evitar (Hb 4:11) e exem plos positivos a imitar (Hb 11:4-38). O público deveria considerar

o resultado do modo de vida deles. Essa contemplação indicava que os objetivos dos líderes

foram alcançados e seu serviço concluído. Assim, o público podia rever o curso de

seus líderes do início ao fim e imitar sua conduta fiel.

Mais adiante no capítulo, os líderes parecem ser indivíduos que estavam vivos e ativos

na ocasião em que o sermão foi transmitido: “Obedeçam aos seus líderes e sejam subm issos

a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam

fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum

para vocês" (Hb 13:17). A autoridade dos líderes residia em cumprir fielmente sua função,

pois zelavam pela alma dos fiéis (Hb 13:17).

Quando os líderes assum em sua responsabilidade com seriedade, evitam que seus

membros sejam levados por todo tipo de ensinamentos estranhos e pelo consum o de alimentos

que não beneficiam nem mesmo aqueles que os ingerem. Ao mesmo tempo, bons

líderes estão cientes de que liderar exige responsabilidade, como ficou claro na reprovação

ao administrador da parábola de Jesus (Lc 16:2).

Por fim, Paulo exortou seus ouvintes a obedecer e se submeter a seus lideres espirituais

para que o dever deles fosse cumprido com alegria e não com lamento. A ideia de

alegria lembra o modo pelo qual os ouvintes encararam o saque de seus bens (Hb 10:34).

Essa alegria é a própria razão pela qual Jesus suportou a cruz e desconsiderou seu opróbrio

(Hb 12:2) e a consequência da disciplina aplicada pelo Pai celestial (Hb 12:11). O trabalho

dos líderes se torna alegre quando seus membros se submetem a eles e lhes obedecem.

Quando não é esse o caso, o trabalho se torna árduo. De acordo com Paulo, sob

|an • Fev • Mar 2022 11551


U is condições. os líderes gemem, e os membros n lo colhem nenhum benefício. Portan

to, um * colaboração bem-sucedida entre líderes e membros requer confunde e altruísmo

APUCAÇÀO PAJtA A VtDA

Se * liderança da Igreja sofreu abusos no passado em diferentes circunstJnoas. ou so ­

fre em partes do mundo em que os regimes políticos séo mais autocráticos, como é possível

encontrar a harmonia entre lideres e membros mencionada em Hebreus?

1. Por que existe tanta aversio à autoridade na cultura de hoje?

2. A liderança deve ser seguida somente se a pessoa concordar com o líder? Explique

S. Quais critérios Paulo nos deu em Hebreus 13 para seguir os lideres?

LEITURAS INDISPENSÁVEIS PARA DESENVOLVER

OS RELACIONAMENTOS EM SUA IGREJA

M n c n > 'M u ta w < 'i

IK 6 I

Habieus mensagem para o * ufomos dias


Lição 1

Lição do próximo trimestre: Gênesis

Autor: Jacques B. Doukhan

26 de março a 1o de abril

A criação

V E R SO P A R A M E M O R IZ A R : "N o princípio, Deus criou os céus e a Terra" (Cn 1:1).

Leituras da semana: S1100:1-3; Gn 1-2; Ê x 20:8-11; 40:33; Mt 25:14-30; 19:7-9

1. Leia o Salmo 100:1-3. Qual é a reação humana ao Deus da criação e por quê?

2. Leia Gênesis 1:4,10,12,18,21,25,31; 2:1-3. Qual é o significado da expressão

"era bom " nesses versos? Qual é a lição implícita na conclusão da criação

(Gn 2:1-3)?

3. Leia Gênesis 2:2,3; Êxodo 20:8-11. Por que o sábado está relacionado com

a criação? Como essa conexão afeta nossa observância desse dia?

4. Leia Gênesis 1:26-29 e 2:7. Qual é a conexão entre essas duas versões diferentes

da criação da humanidade?

5. Leia Gênesis 2:15-17. Qual é o dever do ser humano para com a criação e

para com Deus? Como esses deveres se relacionam?

Jan • Fev • Mar 2022

|157|


Estudo adicional

Textos de Ellen G. White: Educação, p. 128,129 ("A ciência ea Bíblia"),

e História da Redenção, p. 21,22 ("A criação").

"Já que o livro da natureza e o da revelação apresentam indícios da mesma

mente superior, eles não podem deixar de estar em harmonia. Com

diferentes métodos e linguagens, dào testemunho das mesmas grandes

verdades. A ciência está sempre descobrindo novas maravilhas; mas nada

traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito

com a revelação divina. O livro da natureza e a palavra escrita lançam luz

um sobre o outro. Servem para nos familiarizar com Deus, ensinando-nos

algo das leis por meio das quais Ele age.

"Entretanto, conclusões equivocadas, tiradas dos fenômenos observados

na natureza, têm dado lugar a supostas divergências entre a ciência e

a revelação; e, nos esforços para restabelecer a harmonia, tem-se adotado

interpretações das Escrituras que abalam e destroem a força da Palavra

de Deus. Tem-se pensado que a geologia contradiz a interpretação literal

do relato da criação feito por Moisés. Alega-se que milhões de anos tenham

sido necessários para que a Terra evoluísse do caos; e, a fim de acomodar

a Bíblia a essa suposta revelação da ciência, admite-se que os dias

da criação tenham sido períodos longos, indefinidos, abrangendo milhares

ou mesmo milhões de anos.

“Essa conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em

harmonia consigo mesmo e com o ensino da natureza" (Ellen G. White,

Educação, p. 128,129).

Perguntas para consideração

1. Nossa fé seria afetada se acreditássemos que os relatos das origens fossem

lendas para nos instruir em lições espirituais, mas sem veracidade

histórica? Quais pistas bíblicas sugerem que o autor sabia que os eventos

eram "históricos" assim como o restante de Gênesis? Qual é o testemunho

de Jesus sobre a veracidade histórica desses relatos?

2 .0 que o relato de Gênesis ensina sobre a importância de cuidar da Terra?

Como podemos ser bons mordomos do planeta e, ao mesmo tempo,

evitar adorar a criação? (Rm 1:25)

3. Apesar da devastação do pecado ao longo dos milénios, a beleza e a majestade

originais do “muito bom" ainda se manifestam e falam conosco

sobre a bondade e o poder de Deus?

««ttvtdod»» d» 1. S*i v*r* Doo» <om u * «Jo*á>l©, poH EWê o nosso Criado« i . Tudo* a

fMvled'.' o lêUnfrj tu 4 multo bom A e r ^ à o u*o oromru longo» pariodo» d* avolutía 1. Po»qu# no» ttk w b tè

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Manaus

Porto

Velho

Tabela do pôr do sol

1° Trimestre de 2022

Belém Santarém Fortaleza Recife Salvador Vitória

31 dez 18h11 18h32 18h20 17h46 17h43 17h36 17H59 18h22

7jan 18h14 18h35 18h23 17h49 17h46 17h39 18h02 18h25

14 jan 18h17 18h37 18h26 17h52 17h49 17h41 18h04 18h25

21 jan 18h19 18h38 18h28 17h53 17h51 17h43 18h05 18h26

28 jan 18h20 18h39 18h29 17h55 17h52 17h43 18h05 18h25

4 fev 18h21 18h39 18h31 17h56 17h53 17h43 18h04 18h23

11 fev 18h21 18h38 18h31 17h56 17h53 17h42 18h02 18h20

18 fev 18h20 18h37 18h31 17h55 17h52 17h41 18h00 18h16

25 fev 18h19 18h34 18h29 17h54 17h51 17h38 17H57 18h11

4 mar 18h17 18h31 18h28 17h52 17h49 17h35 17h53 18h05

11 mar 18h14 18h28 18h26 17h50 17h46 17h32 17h49 17h59

18 mar 18h12 18h24 18h24 17h48 17h44 17h28 17h44 17h53

25 mar 18h09 18h20 18h22 17h46 17h41 17h25 17h40 17h47

Cuiabá

Brasília

Campo

Grande

Belo

Horizonte

Rio de

janeiro

São Paulo

Curitiba

Porto

Alegre

31 dez 18h20 18h41 18h19 18h32 18h38 18h55 19h09 19h28

7 jan 18h23 18h43 18h20 18h34 18h40 18h57 19H10 19h29

14 jan 18h24 18h44 18h22 18h35 18h41 18h57 19h11 19h29

21 jan 18h25 18h45 18h22 18h36 18h41 18h57 19h10 19h28

28 jan 18h24 18h45 18h20 18h35 18h40 18h55 19h08 19h25

4 fev 18h23 18h44 18h19 18h33 18h38 18h52 19h06 19h22

11 fev 18h20 18h42 18M6 18h31 18h34 18h48 19h02 19h17

18 fev 18h17 18h39 18h12 18h27 18h30 18h44 18h57 19h11

25 fev 18h13 18h35 18h07 18h23 18h25 18h38 18h52 19h04

4 mar 18h07 18h31 18h01 18h17 18h18 18h31 18h44 18h55

11 mar 18h02 18h26 17h55 18h11 18h12 18h25 18h37 18h47

18 mar 17h57 18h21 17h49 18h05 18h05 18h18 18h30 18h38

25 mar 17hS2 18h16 17h43 17h59 17h59 18h11 18h23 18h30

Reflexão: M a is im portante d o que saber a hora exata d o início d o sá b a d o é ter a

consciência de que a verdadeira santificação d e sse dia deve com eçar no princípio

de cada sem ana. V iva cada m om e n to preparando o coração para o dia d o Senhor.

Você pode obter o horário do pôr do sol específico de sua cidade nos seguintes sites: www.cptec.inpe.br/;

www.accuweather.com/default.aspx; www.timeanddate.fasterreader.eu/pages/pt/sunrlse-calc-pt.html;

www.floridaconference.com/lnfo/sunset.


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