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2017_Destaques

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Avaliações de biodiversidade<br />

A Gorongosa é um Parque com uma enorme diversidade. Enquanto ainda estamos a desenvolver um esforço para reabilitar<br />

as suas grandes populações de fauna bravia, também nos temos concentrado nos “pequenos detalhes”. Como o Professor<br />

E.O. Wilson, um dos líderes mundiais em biologia da conservação, diz: “O segredo para uma permanente diversidade de<br />

espécies no planeta é proteger áreas cruciais como a Gorongosa.” Continuamos a implementar levantamentos sistemáticos<br />

de biodiversidade no Parque e na área da grande Gorongosa para compreender melhor a biodiversidade de toda a área.<br />

Em <strong>2017</strong>, uma expedição fez um levantamento da Coutada 12, uma concessão de caça que faz parte do Ecossistema da<br />

Grande Gorongosa que será formalmente ligada ao Parque. As faunas de roedores e morcegos eram ricas e interessantes<br />

sendo que um dos destaques do levantamento foi encontrar uma família de morcegos (Emballonuridae ou Saccopteryx<br />

bilineata) que nunca foi registada na Gorongosa. As aves estavam igualmente bem representadas, com 165 espécies<br />

registadas. Outro destaque foi encontrar a Pita de Angola que, apesar da sua época de reprodução ter acabado, ainda<br />

estava presente na coutada.<br />

Mais de 30 espécies de anfíbios e répteis foram registados. Nelas estão incluidas quatro espécies de serpentes, incluindo a<br />

maior serpente cega de África, a Afrotyphlops mucroso. A fauna dos insectos era rica e abundante. Alguns dos destaques<br />

incluíram duas espécies de grilos do mato que anteriormente haviam sido conhecidas apenas de alguns espécimes<br />

recolhidos no centro de Moçambique nos anos 50. Um segundo levantamento da biodiversidade teve como alvo as grutas<br />

de pedra calcária do sistema do Rio Codzo no corredor entre o Parque e a Coutada 12. O levantamento incidiu sobre a<br />

fauna das grutas, incluindo os morcegos e incluiu uma triagem virológica de mais de 300 morcegos para a presença de<br />

potenciais agentes patogénicos zoonóticos. Identificámos um número surpreendente de 27 espécies de morcegos,<br />

incluindo uma redescoberta do Pipistrellus grandideri, uma espécie que não era vista há mais de 100 anos. Pelo menos 154<br />

espécies de borboletas diurnas e 300 espécies de mariposas foram registadas. Uma espécie de lagarto subterrâneo, nova na<br />

ciência, foi também descoberta.<br />

Paleontologia<br />

O Projeto Paleo-Primata da Gorongosa (PPG) começou em 2016. Uma equipa que abrange disciplinas tais como<br />

geologia, primatologia, paleobotânica, paleozoologia, arqueologia e espeleologia realizou um levantamento inicial em 2016<br />

e começou com escavações de teste em <strong>2017</strong>. A equipa descobriu novas e importantes localizações paleontológicas dentro<br />

do Parque. Os lugares ainda precisam de ser devidamente datados, mas pensa-se que sejam da idade Mio-Pliocena.<br />

Embora os espécimes paleontólogos descobertos até agora sejam fragmentados e ainda não tenham sido estudados em<br />

detalhe, eles representam as primeiras colecções significativas de ossos e dentes fósseis alguma vez relatados desta parte do<br />

sistema do Rift da África Oriental. Isto indica que é altamente provável que espécimes adicionais e mais completos venham<br />

a ser encontrados uma vez que as escavações apropriadas tenham lugar. Este trabalho é extremamente relevante para a<br />

Gorongosa e ajuda-nos a desenvolver a visão a longo prazo de como a evolução e a ecologia moldaram o nosso meioambiente<br />

actual. Estamos também particularmente entusiasmados por associar a investigação aos desenvolvimentos<br />

culturais desta parte de Moçambique – um aspecto importante da nossa herança local.<br />

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