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A atitude mais recomendada às mulheres gestantes.
Alfândega
Filmes
03 - O que é?; Sinopse.
04 - Storyline; Proposta de direção; Visão original.
05 - Público alvo; Relevância.
06 - Poema “vozes-mulheres” - Conceição Evaristo.
07 - Conceito e direção de arte.
Í N D I C E
08 - Abayomi - A voz de minha bisavó; Máscara de Flandres - A voz de
minha avó; Pano de algodão - A voz de minha mãe; Toalha de mão - A
minha voz.
09 - o CADEADO - a VOZ DE MINHA FILHA.
10 - rELEITURA DE aNASTÁCIA.
11 - pALETA DE CORES E FIGURINO.
12 - Pesquisa e Narrativa.
13 - Bibliografia básica e arquivos.
14 - Uma entre cada quatro mulheres brasileiras sofre violência
no parto.
15 - Sobre a diretora
16 - EQUIPE.
17 - CRÉDITOS
18 - CONTATO.
O QUE É?
Docudrama que trata da violação aos direitos
reprodutivos das mulheres negras, a partir do conceito
de violência obstétrica e racismo institucional.
Idealizado e dirigido por Kelly Tiburcio. Conta com o
apoio da Escola de Cinema Darcy Ribeiro!
SINOPSE
Aos 18 anos, Kelly engravida e vive a dualidade entre a
realização de um sonho e o terror da violência obstétrica.
Sua tia lhe dá de presente uma toalhinha de mão, para que
ela suporte a dor e não grite durante o trabalho de parto.
Kelly recorre a uma mulher que, como ela, também foi
silenciada: Anastácia, que ressurge para nos confrontar
com o passado, fazendo uma ponte entre a naturalização
do absurdo e um futuro mais ameno. Esse filme é um grito.
STORYLINE
Uma toalhinha de mão. Uma menina de 18 anos grávida e uma
certeza: Não pode gritar! Essa é a história desconhecida das
várias gerações de mulheres pretas.
PROPOSTA DE DIREÇÃO
Relatos, entrevistas, imagens do cotidiano das personagens,
imagens de toalhas de mão em confecção e no varal de palha da
costa. Performances, vídeo mapping, imagens de arquivo e
reflexões poéticas.
VISÃO ORIGINAL
Não se tem conhecimento de outros projetos audiovisuais
que tenham trabalhado a questão da violência obstétrica
com enfoque na questão étnico-racial e que além dos
relatos tradicionais, mescle performances e o cotidiano
das personagens envolvidas.
PÚBLICO ALVO
Embora o tema seja de interesse do público em geral, nosso público alvo
são as mulheres, os estudantes e formados na área da saúde, pesquisadores
e movimentos sociais.
RELEVÂNCIA
A relevância dessa obra é justamente fomentar a discussão sobre
um tema pouco discutido na sociedade, que é a violência
obstétrica. A partir de um elemento enigmático, uma toalhinha de
mão, pretendemos valorizar os relatos das mulheres que viveram
essa situação, não ignorando a fala intelectual e a pesquisa
científica, que tem grande importância na construção deste
documentário. Trazemos à tona a fala de intelectuais que
normalmente não são ouvidas: As Intelectuais Negras. Elas
poderão nos agregar um olhar bastante original, além de todo
conhecimento acadêmico.
POEMA VOZES MULHERES - Conceição Evaristo
A voz de minha bisavó ecoou
criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
De uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
No fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.
A voz de minha filha
recorre todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem - o hoje - o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.
Conceito e direção de arte
Um dos principais conceitos do filme é um olhar
historiográfico em relação a violência obstétrica
e ao racismo institucional. Na representação que
construímos o varal de palha da costa representa
o orixá obaluaê que, além de deter os
conhecimentos da cura de doenças, também
representa o tempo e transformação. Estão
pendurados no varal símbolos dessa possível
transformação! A referência temporal é
inspirada na própria história das mulheres
negro-africanas no brasil e seus descendentes.
ABAYOMI - A VOZ DE minha
bisavó.
MÁSCARA DE FLANDRES
- a voz DE MINHA AVÓ.
Pano de algodão - a
voz de minha mãe.
TOALHA DE MÃO -
A MINHA VOZ.
Para acalentar seus filhos durante as terríveis
viagens a bordo dos tumbeiros – navio de
pequeno porte que realizava o transporte de
escravos entre África e Brasil – as mães africanas
rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles
criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou
nós, que serviam como amuleto de proteção. As
bonecas, símbolo de resistência, ficaram
conhecidas como Abayomi, termo que significa
‘Encontro precioso’. Sem costura alguma (apenas
nós ou tranças), as bonecas não possuem
demarcação de olho, nariz nem boca, isso para
favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias
africanas.
Essa máscara é a representação da
máscara de Anastácia. Representa
o silenciamento histórico das
mulheres negras. Se a boneca
abayomi serve para consolar essas
crianças, também serve para calar
a dor. E nesse sentido se
aproximam do objeto principal: a
toalhinha de mão. A máscara é
feita de forma jocosa, pois a ideia
é não valorizá-la fisicamente.
Esse tecido representa uma
temporalidade anterior, onde
se constrói esse saber da
toalhinha para aguentar a dor.
É uma contradição, já que a
toalhinha não denuncia o
absurdo, contribuindo para sua
reprodução, mas também revela
o caráter trágico de como se dá
a formação desse
conhecimento, já que mulheres
foram e são vítimas da
violência obstétrica.
A toalha de mão que a tia
de Kelly lhe deu,
representa a perpetuação
da violência e ao mesmo
tempo o cuidado e a
proteção. Ao estender
esta toalha, Kelly busca
romper com este ciclo.
O CADEADO - A VOZ DE MINHA
FILHA.
O cadeado representa o futuro. Representa
o rompimento desse ciclo de violência. É
um cadeado, pois a personagem LetÍcia
carrega em seu pescoço um colar com
uma chave. É uma personagem que recolhe
as vozes silenciadas das gerações
anteriores e rompe de vez com esse ciclo!
RELEITURA DE ANASTÁCIA
A proposta é a evocação da escravizada Anastácia. Essa personagem
será interpretada pela Atriz Angela Correa, que
interpretou uma outra leitura desta personagem nos anos 90, na
rede manchete, na minissérie “Escrava Anastácia”. Nessa nova
concepção artística, para o filme não grita, não cabe a
representação física da máscara de ferro que silenciou Anastácia.
então, essa representação será feita através de vídeo mapping, o
qual buscamos apoio para realização. Nessa releitura, Anastácia
ressurge muito mais como uma mulher do meio urbano do que
como“santa”, mas mantemos também essa dimensão!
A principal referência que temos em relação ao video mapping está representada na
imagem acima, link: https://www.youtube.com/watch?v=71L5uHcYZLo&t=15s
PALETA DE CORES E FIGURINO
Vermelho fechado, branco e preto: essas são as principais cores do filme não grita.
O figurino é inspirado no estilo afro-urbano. O figurino conta com a consultoria da
estilista Eliana Rosa.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA E ARQUIVOS
❏ SÍLVIA ALEXIM NUNES, Histeria e psiquiatria no Brasil da Primeira República.
❏ ANA PAULA VOSNE MARTINS, Visões do feminino: a medicina da mulher nos séculos XIX e XX, 2004.
❏ MARIA LÚCIA BARROS MOTT, A parteira ignorante: um erro de diagnóstico médico?
❏ MARIA LÚCIA BARROS MOTT, Parteiras: o outro lado da profissão.
❏ MARIA DO CARMO LEAL, Nascer no Brasil: Inquérito nacional sobre parto e nascimento, 2010.
❏ NÚCLEO ESPECIALIZADO DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, Cartilha conversando sobre
violência obstétrica, 2015.
❏ FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, Pesquisa Mulheres brasileiras e Gênero nos espaços público e privado, 2010.
❏ CIDADANIA, ESTUDO, PESQUISA, INFORMAÇÃO E AÇÃO, As mulheres e os Direitos Humanos.
❏ CONCEIÇÃO EVARISTO, Vozes-mulheres.
❏ hemeroteca digital, Diversos jornais que datam de 1813 a 1976.
❏ CULTNE , Título: I Encontro Nacional De Saúde Da Mulher - Parte I e II.
❏ Cultne, Título; Lélia Gonzalez - Parte I e II.
❏ Banco de conteúdos culturais da TV TUPI, LINHA DE PRODUÇÃO DE FÁBRICA DE BRINQUEDOS; POSTO DE VACINAÇÃO EM FAVELA: FILA DE CRIANÇAS COM
MÃES.
❏
Material iconográfico diverso, a luta do médico contra a morte e amas de leite.
PESQUISA E NARRATIVA
O recorte principal da pesquisa foi mulheres negras e
direitos reprodutivos. Verificou-se a construção do discurso
médico sobre o corpo feminino no Brasil, durante o século
XIX e XX, racismo institucional, criminalização da parteira
“leiga”, entre outros.
A personagem Kelly é a narradora de sua própria história. Ela
percorre as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, nos
endereços em que mulheres negras foram alugadas ou
vendidas como amas de leite, com um turíbulo aceso,
revisitando sua própria história, na busca se libertar desse
passado.
1 em cada 4 mulheres brasileiras sofre violência no parto
Fundação Perseu Abramo.
SOBRE A DIRETORA
KELLY TIBURCIO é mãe, graduanda em história pela
UFRJ, ativista dos direitos humanos e encontrou na
arte a possibilidade de tratar de temas difíceis,
como a maternidade compulsória (Atriz e produtora
- Curta-metragem “ventre” - filme de fábio limah),
violência obstétrica e racismo institucional
(pesquisa, direção, produção e direção de arte -
Longa-metragem “Não Grita”). Além disso, Kelly é
comunicadora popular e está dirigindo seu primeiro
filme com o apoio da escola de cinema Darcy Ribeiro!
equipe!
A equipe envolvida neste projeto são alunos e ex-alunos da escola de cinema darcy ribeiro
que, depois de aprender bastante durante o curso intensivo de realização e produção
audiovisual, acreditaram que poderiam fazer um longa-metragem! E assim seguimos cheios de
sonhos e muito trabalho!
Roteiro e Direção: Kelly Tiburcio.
CRÉDITOS
Maquiagem: Alline Katyuza.
Figurino:Darlon Silva e eliana rosa.
Argumento e pesquisA: Kelly Tiburcio.
Produção executiva: Kelly Tiburcio.
Apresentação: Alfândega filmes (Escola de cinema darcy ribeiro).
Direção de produção: Kelly Tiburcio.
Produção: kleber blumer e Murilo Miranda.
Direção de arte: Kelly Tiburcio e Darlon Silva.
Direção de Fotografia: Sérgio Augusto e Hrane Franco.
Assistente de fotografia: Igor Lima.
Montagem: Kelly Tiburcio e Rafael Carvalho.
Técnico de som: Taís Sales, Raphael Neves, Rafael Carvalho e Kelly Tiburcio.
Preparação de elenco: Fábio Limah e Kelly Tiburcio.
Assistentes de produção: Wellington nASCIMENTO, felipe Pinto e Isabel Barbosa.
video mapping: alan de souza.
Still: Kely Gomes.
Logger: Kelly Tiburcio.
Social media: Sérgio Augusto e Kelly Tiburcio.
Design gráfico: Luma Rodrigues e Kelly Tiburcio.
campanha “Não grita?”: Kelly tiburcio.
A atitude mais recomendada às mulheres gestantes.
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