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Livro 5

Livro Crianças Constantinenses Escrevendo História!

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ISBN 978-85-89475-85-3

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Constantina (RS). Prefeitura

Crianças constantinenses escrevendo histórias :

crescendo, vivendo e aprendendo : volume V /

Prefeitura do Município de Constantina ;

organização Veronica Boemo Sawaris. -- 1. ed. --

Frederico Westphalen, RS : Litografia Pluma, 2022. --

(Crianças constantineses escrevendo histórias ; 5)

ISBN 978-85-89475-85-3

1. Crônicas - Literatura infantojuvenil I.

Sawaris, Veronica Boemo. II. Título III. Série.

22-108156 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Crônicas : Literatura infantil 028.5

2. Crônicas : Literatura infantojuvenil 028.5

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Toda reprodução de um trecho qualquer deste livro, através de

qualquer processo, é estritamente proibida sem a autorização por

escrito do autor.

Prefeitura Municipal de Constantina

Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo e Desporto

...

ORGANIZADORA

Veronica Boemo Sawaris

PREFEITO MUNICIPAL

Fidelvino Menegazzo

VICE-PREFEITO MUNICIPAL

Adroaldo Araújo

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CULTURA TURISMO E DESPORTO

Adineia Rossetto Santim

Fone (55) 3744-4003

E-mail: pluma@graficapluma.com.br

www.graficapluma.com.br

Rua Duque de Caxias, 385 - Cx. P. 202

CEP 98400-000 - Frederico Westphalen - RS

Impresso no Brasil

Printed in Brazil

COORDENADORAS PEDAGÓGICAS

Clarice Conterato

Dinara Sara Wegner Ferrareze

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Sumário

Prefácio

Prefácio..................................................................................................................5

Introdução.............................................................................................................7

Crianças Constantinenses Escrevendo Histórias -

Crescendo, vivendo e aprendendo...................................................................8

Esc. Municipal de Ensino Fund. Amândio Araújo..........................................9

Esc. Municipal de Ensino Fund. Bento Gonçalves.......................................24

Esc. Municipal de Ensino Fund. Joaquim Nabuco.......................................35

Esc. Estadual de Ensino Fund. Medeiros e Albuquerque...........................55

Esc. Municioal de Ensino Fund. Santa Júlia Billiart.....................................80

Esc. Municipal de Ensino Fund. Santa Terezinha......................................147

Esc. Estadual de Ensino Médio São José.....................................................197

Esc. Estadual de Educação Indígena Tãnhave Kregso.............................217

De Constantina para o Mundo.....................................................................227

Crescendo, vivendo e aprendendo..............................................................245

Não poderia haver temática mais assertiva no 5º volume desta

série de livros quanto a pandemia causada pelo Coronavírus.

Não há como escrever sobre o ano de 2021 sem incluir este

pequeno, nocivo e imperdoável vírus que ceifou a vida de milhares de

indivíduos e ainda anda à espreita. Não há como nossas crianças escreverem

suas memórias de 2021 sem reverberarem em seus textos as brincadeiras

não brincadas com seus amigos, as aulas presenciais não presentes,

a alfabetização detrás de telas de computadores, as perdas dos seus,

o sofrimento de quem, tão cedo, teve de enfrentar tanto.

Fui uma criança constantinense que escreveu muitas histórias

ao longo dos 17 anos em que vivi nesta terra. Retornar a este espaço de

escrita (quase 1 década após), na condição de mulher, médica e amante

nata da literatura é uma tarefa honrosa, porém, não menos delicada e,

porque não dizer, melancólica, doída, visceral.

Na condição de médica formada à jusante da pandemia, lamentei

não ter tido festas e pompas de formatura, contudo, lamentei de verdade

e, mais ainda, as centenas de pacientes que atendi acometidos pela

covid-19, os que se afastaram de seu trabalho e família, os que precisaram

de UTI, os que ingeriram medicações estapafúrdias vítimas de charlatões...

lamentei os que se foram, os que ficaram com sequelas terríveis,

os que ignoraram orientações e violaram isolamento expondo ao risco

aquelas que fizeram seu papel de cidadão.

Por isso é difícil e visceral escrever sobre 2021, pois, no fundo,

todos perdemos, em alguma instância. No entanto, de que nos valeria a

literatura se somente de regozijos e contos de fadas escrevêssemos, sem

fazer dela instrumento de história, registro e memória. Por isso este livro é

tão necessário, grandioso e digno de congratulações.

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Nossas crianças são heróis ao serem capazes de eternizar no papel

suas percepções, suas vivências, suas perdas e suas esperanças, seus vislumbres

sobre como a pandemia interferiu em nosso município, em suas

vidas.

Alenta tê-las escrevendo histórias, alenta tê-las vivendo, crescendo

e aprendendo.

Vanessa Locatelli Pietrobelli

Médica residente em psiquiatria pela Universidade Federal da Fronteira Sul

Introdução

Crianças Constantinenses Escrevendo Histórias chega ao seu

5º volume. É um livro construído de forma coletiva, no qual a dedicação

e o relato de diversas pessoas foram essenciais para que esse trabalho se

concretizasse.

As histórias narradas e os desenhos produzidos, nessa obra, foram

construídos no ano de 2021 e fazem referência aos muitos momentos

vividos durante a pandemia causada pelo Coronavírus, situação já vivida

em outras épocas como a gripe espanhola, no século XX e a gripe suína,

em 2009. Contudo, é uma situação inédita para as crianças e adolescentes,

os autores desse volume. São memórias de vários constantinenses

que, ao longo da pandemia, tiveram de reinventar suas rotinas, seus

trabalhos, suas vidas num período em que a angústia, as dúvidas faziam

parte da vida diária de todos.

Crianças Constantinenses Escrevendo Histórias é, certamente, um

patrimônio cultural e histórico da cidade de Constantina/RS. Nele estão

registradas várias histórias, memórias e relatos que, em tempos vindouros,

poderão nos auxiliar na compreensão dos rumos tomados após este

difícil e peculiar período que passamos. São histórias múltiplas e plenas,

repletas de interpretações, vivências e emoções.

Mais do que isto, são relatos de experiências únicas e preciosas

de um povo simples e trabalhador que nos levam a compreender a vida

social, cultural e econômica de uma pequena cidade do sul do Brasil.

Veronica Boemo Sawaris

Professora da rede pública estadual e municipal de Constantina/RS

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Crianças Constantinenses

Escrevendo Histórias

Crescendo, vivendo e aprendendo

Este livro é dedicado à todas as pessoas que, de alguma forma,

deixaram registrado histórias sobre a pandemia na cidade de Constantina/RS.

“Não quero que a minha vida tenha passado em vão,

como a da maioria das pessoas.

Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas,

mesmo àquelas que jamais conheci.”

Anne Frank

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BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE

BRINCADEIRA

Turma: 1º Ano

Professora responsável: Cirlei Pozza Bressan

Autores: Alicia Pin, Ana Carolina Oliveira Cabral, Andrei Dos Santos, Cristian Barbosa

Mendonça, Emanuelly Ferreira, Felipe Soeiro Da Silva, Gabrieli Carolini De Lima De

Oliveira, Gustavo Eliezer Dos Santos Garmatz, Gusttavo Da Silva De Lima, Herick

Manuel Ferreira Martins, Israel de Moraes Ferreira, Joaquim Gonçalves Moreira, Larissa

Martins Moreira, Maria Eduarda Benedito Mendes, Maria Vitoria Da Silva Rodrigues,

Maria Vitoria Gonçalves Moura Dos Santos, Nicoli Adriane Antunes De Oliveira, Rafael

Sizimbra Oliveira, Sofia Batista Moreira, Victor Emanuel Moreira Ferreira, Wesley De

Oliveira Brizolla, Wenzo Juliano Tonini Alves.

Brincadeira é alegria,

É um direito da criança,

Como é linda a fantasia

e a pureza da infância.

Autora: Emanuelly Ferreira

Turma: 1º Ano

Professora responsável: Cirlei Pozza Bressan

A criança precisa brincar,

Brincar faz parte de seu crescimento,

Brincando aprendem a conviver

E adquirem conhecimento.

Não há coisa mais bonita

Na infância do que brincar,

Reunir-se com os coleguinhas

E fazer o mundo rodar.

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Ilustração: Alicia Pin

Turma: 1º ano

Professora responsável: Cirlei Pozza Bressan

Oliveira, Raullin Tainan Gonçalves De Oliveira, Samuel Henrique Antunes Reis, Thais Da

Silva Lourenço Mendes, Thalia Micheli Fernandes, Vinicius Reis Bueno, Yasmin Turcatto

Ribeiro.

EM TEMPOS DE PANDEMIA

Turma: 2° ano

Professora responsável: Marlei Pozza Riva

Autores: Adiceane Maria Ribeiro Rodrigues, Arthur Rodrigues Ribeiro, Dacksson Cassiel

Brito Alves, Davi Emanuel Dos Santos De Oliveira, Eric Manuel Da Silva Pereira, Giovana

Kamilly Fidelix De Mello, Henrique Gabriel Barbosa De Araujo, Henrique Gabriel Ferreira

Dos Santos, Lucas Da Rosa Oliveira, Maisa Isabeli Borges Sberse, Maria Eduarda Dos

Santos Barros, Nathallye Vargas Cavalli, Nicolas De Oliveira Da Silva, Paloma Ramos De

Pessoal prestem atenção

Naquilo que vou contar

De repente em um tempo diferente

Um vírus tomou conta

Do planeta da gente

Em tempos de pandemia

Surgiram desafios,

Abalaram nossa alegria

Num passe de mágica, tudo fechou

Comércio, escola, rotina mudou...

O vírus avassalador

Isolou pessoas em suas casas

Precisaram se reinventar

Criando estratégias de se relacionar

Em tempos de pandemia

À escola, os colegas, a professora

A gente não via

Mas a aprendizagem

Para quem se dedicava acontecia...

Nossos professores

Com as aulas impressas, online

Nos ensinavam direitinho

Ligações, conversas, explicações

Com dedicação e carinho

Graças a Deus e a Ciência

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A vacina chegou,

E muitas vidas, salvou

O cuidado redobrou: álcool gel, máscara

Nossa vida melhorou

Esses cuidados devemos cultivar

Pois o vírus deu uma trégua

E a rotina aos poucos está voltando ao normal

Temos convicção, essencial

Que acabar com a pandemia é o principal.

UM VÍRUS ASSUSTADOR

Autor: Nicolas De Oliveira Da Silva

Turma: 2° ano

Professora responsável: Marlei Pozza Riva

Ilustração: Nathallye Vargas Cavalli

Turma: 2º ano

Professora responsável: Marlei Pozza Riva

O grande problema da atualidade é um vírus que estamos enfrentando

contaminando crianças, adolescentes, adultos e idosos.

A pandemia isolou as pessoas em suas casas, fechou o comércio,

deixou escolas com salas vazias e os pátios, antes barulhentos, ficaram

silenciosos.

Muitos sentimentos afloraram, entre eles o medo da perda de

pessoas amigas e familiares. Milhares de mortes aconteceram e a incerteza

de dias melhores trouxe o medo para dentro de nossos lares.

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Hoje mais tranquilos com a maioria das pessoas vacinadas e com

os cuidados necessários, estamos aos poucos voltando a nossa rotina.

Ilustração: Emily Vitória Rodrigues da Silva

Turma: 3º ano

Professora responsável: Patrícia Martins Delatorre

CONTOS DE TERROR DO NOSSO FOLCLORE

Turma: 3º ano

Professora responsável: Patrícia Martins Delatorre

Autores: Alisson Gabriel da Rosa da Silva, Ana Clara Martins Antunes, Bernardo Thomas

Rodrigues da Silva, Cauane Daniela de Lima de Oliveira, Emily Vitória dos Santos de

Oliveira, Emily Vitória Rodrigues da Silva, Keisi Radielli Duarte Pereira, Kemilly Ludke da

Silva, Larissa Ambrosio de Oliveira, Luiza Emanuely Silveira de Oliveira, Manoel Adílio

Cavalheiro da Silva, Maria Eduarda Gonsalves da Silva, Mateus Gabriel Ducles Antunes,

Yuri Muriel dos Santos Eleutério Leite.

Quando estudamos o folclore muitas histórias foram contadas,

além dos contos conhecidos também ouvimos alguns contos de terror.

Algumas dessas histórias tinham os personagens que conhecemos e

estudamos na escola e outras tinham personagens mais assustadores e

até desconhecidos.

Essas histórias fazem parte das nossas famílias, pois foram contadas

para nós, pelos nossos pais e avós. Confessamos que com algumas

delas passamos algumas noites sem dormir, mas com outras rimos muito.

Isso é o que elas fazem, despertam nossa imaginação.

HISTÓRIAS DO MEU PAI

Autor: Manoel Adílio Cavalheiro Da Silva

Turma: 3º Ano

Professora responsável: Patrícia Martins Delatorre

Quando meu pai era novo ele morava na cidade de Imbé e os pais

dele no interior. Uma noite ele estava indo visitar os pais dele.

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Ele ia caminhando e por isso levava na mochila comida e, quando

ele ficou com fome, pegou da mochila um salgadinho e um refri. Ele

ouviu barulhos de casco de cavalo e relincho e quando virou para trás viu

um cavalo todo de fogo, sem a cabeça, com um cavaleiro preto em cima,

também sem a cabeça.

Ele correu muito e também ficou muito assustado, o cavalo correu

atrás dele. Quando ele chegou em casa quase derrubou a porta para

entrar em casa. No outro dia ele foi olhar onde viu o cavalo e não achou

nada lá, nem um sinal do que aconteceu na noite anterior.

Ilustração: Ana Clara Martins Antunes

Turma: 3º ano

Professora responsável: Patrícia Martins Delatorre

A ÁGUA EM NOSSO BAIRRO

Turma: 4º Ano

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

Autores: Alice Marina Batista e Silva, Antônio Miguel Marques Gularte, Caliel de

Ávila Pereira, Cauane de Ávila Pereira, Cleberson de Oliveira Luzatto, Emanuel E Silva

Bombana, Endriel Junior de Brito Ferreira, Evelin Maria Soares dos Santos, Igor da

Silva Soares de Oliveira, Keisy Ritiely Gagliotto Eleuterio Leite, Kelvin Vinicius Ludke

Rodrigues, Ketlin Isabeli Lemes Freitas da Rosa, Luiz Henrique da Silva, Maria Clara

de Lima Vargas, Maria Luiza Borges Sberse, Oziel Antunes Gonsalves, Renan Junior

Gonsalves de Oliveira, Taylor Daniel Pequerino, Taymara Gonçalves de Oliveira, Vanessa

Machado Marodin.

No dia 14 de setembro de 2021, recebemos em nossa sala de aula

a visita do senhor João Antônio Lemes de 83 anos de idade.

A vinda dele em nossa escola foi pelo convite feito para que ele nos

contasse sobre como as pessoas do Bairro São Roque eram abastecidos

com água potável desde o início do povoamento deste bairro, sabendo

que seu João Antônio foi um dos primeiros moradores deste bairro.

Seu João Antônio veio residir no bairro São Roque quando tinha

23 anos de idade. Ele veio da linha Cachoerinha, com sua companheira,

trazendo alguns pertences, que naquela época eram muito poucos.

Quando chegaram para residir aqui no bairro não havia água e

nem energia elétrica. Para conseguir água para fazer a comida, beber e

limpar a casa, buscavam a mesma com baldes em um poço que existia

próximo da serraria dos irmãos Farezin. Para tirar a água deste poço, utilizavam

uma manivela, uma corda com um balde, que era lançado até o

fundo do poço e manivelado para cima cheio de água. Desta maneira,

muitas pessoas buscavam e retiravam a água deste poço que era muito

bom em quantidade e qualidade de água, para levarem até suas casas

para consumir.

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Seu João Antônio nos contou que para tomar banho e lavar as

roupas, as pessoas se dirigiam ao rio na baixada. As mulheres, principalmente,

eram as que lavavam as roupas nas pedras ou lajes que tinha

dentro do rio. Aproveitavam também para dar banho nas crianças, depois

que lavavam as roupas e, em seguida, se dirigiam para suas casas para

colocarem as roupas para secar. Outra maneira que algumas mulheres

adotavam era estender as roupas sobre as pedras/lajes para secar e antes

que escurecesse, buscavam as roupas para levar para casa.

Com o passar do tempo seu João Antônio e sua companheira

viram a necessidade de cavar um poço de água em sua propriedade, visto

a necessidade e dificuldade que encontravam em ir buscar a água com

baldes no poço lá na cidade. Nos contou que ele e sua companheira cavaram

com enxada e picão o próprio poço, que mede cerca de 6 metros

de profundidade e ainda hoje este poço tem água e em sua propriedade

fazem o uso da mesma.

A chegada da água potável até as casas do Bairro São Roque

demorou muitos anos, sendo muito importante e fundamental para

todas as famílias residentes aqui neste bairro.

A ÁGUA NO BAIRRO SÃO ROQUE

Autora: Maria Clara De Lima Vargas

Turma: 4º Ano

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

No dia 14 de setembro de 1938, seu João Antônio Lemes, hoje

com 83 anos, nasceu na Linha Scolari - Constantina/RS. Depois se mudou

para a Linha Cachoerinha com sua família. Aos 23 anos de idade ele veio

morar no Bairro São Roque, junto a esposa e a filha mais velha.

Quando chegaram aqui não tinha água, tinham que buscar água

com balde no poço que era longe de sua casa. Para lavar roupa e tomar

banho iam no rio.

Um dia ele e sua esposa decidiram fazer um poço perto de sua

casa, o poço tinha 6 metros de profundidade e, quando já tinha água,

então puderam usar a água deste poço para o consumo da família.

A água do poço de sua casa era limpa e transparente, podiam

beber e usar para tudo, pois nem venenos não existia.

Seu João Antônio também disse que calçou o primeiro chinelo de

dedo com 12 anos de idade e este era feito de madeira ou de borracha.

UM POUCO DA HISTÓRIA DA ESCOLINHA DE FUTEBOL

CHAPECOENSE CLUBE COMERCIAL CMD – CONSTANTINA

Turma: 5º Ano

Professora responsável: Glória Claudete Werkhausen

Autores: Adrieli Antunes Mendonça, Ana Gabriela Rissi Quevedo, Anthoni Rossoni

De Souza, Érika Priscila Fernandes, Iasmin Oliveira Da Silva, João Victor Araujo Ribolli,

Kauã Ludke Rodrigues, Kennedy Rodrigues Freitas, Maikeli Rodrigues Da Silva, Nathan

Roberto Junior Cavalli Lemes, Paulo Henrique Pequerino, Renan Junior Eleuterio Alves,

Vagner Aurelio Barbosa Madaloz, Vitor Gabriel Gonçalves Moura dos Santos, Vitor

Gabriel Rodrigues Da Silva, Weslei Da Rosa Silveira Rodrigues, Victor Willyan Dos Santos

Da Silva.

Nós da turma do 5º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental

Amândio Araujo recebemos a visita de uns dos administradores da

Escolinha de Futebol Chapecoense Clube Comercial CMD- Constantina,

o senhor Cezar Scollari. O mesmo falou sobre projeto de criação da escolinha

de futebol em Constantina que iniciou nos anos de 2002 e 2003,

com a administração do prefeito Francisco Frizzo. Nesta época o nome da

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escolinha era Chutando Alto. Após foi trocado o nome por Escolinha do

Grêmio, porém para manter esse nome os custos eram altos, pois tinham

que repassar um valor para o Grêmio oficial para manter o nome. Então

surgiu a Escolinha Chapecoense Clube Comercial CMD-Constantina.

Hoje em dia tem meninos de vários municípios vizinhos que participam

da escolinha. Os alunos que fazem parte da escolinha precisam

pagar uma mensalidade, porém para os meninos do Bairro São Roque

é gratuito, pois a prefeitura tem uma parceria com a escolinha com um

projeto de ação social com esses meninos.

Todos os anos são escolhidos alguns meninos, para fazer testes

no time Chapecoense oficial. A escolinha Chapecoense Clube Comercial

CMD- Constantina, tem por objetivo formar crianças com educação,

ordem e disciplina. Os treinos são separados por idade de 05 até 17 anos

e sempre persistindo na disciplina de cada criança. Nos treinos existem

várias regras a seguir e isso faz parte da escolinha, por isso algumas crianças

desistem. Nos finais de semana a escolinha participa de torneios em

outros municípios. No Brasil existem 48 escolinhas da Chapecoense,

porém a do nosso município é destaque entre todas. Ao final de cada

torneio os integrantes da escolinha recolhem todo o lixo dos ginásios e

campos, isso já está na rotina da escolinha, e que é aplaudido por muitas

pessoas quando observam essa bela atitude.

Uma vez por ano acontece a Copa Verde e Branco, onde todas as

escolinhas do Brasil da Chapecoense se reúnem em um município, para

fazer uma integração. Esse ano iniciará um projeto com as meninas também.

Hoje em dia, tem jogadores que eram da escolinha da Chapecoense

e jogam em times oficiais do Brasil e até do exterior. Quem administra a

escolinha é um grupo de pais, organizam tudo, desde pagamentos aos

professores até a alimentação dos meninos, eles são exemplos de gestão

para o Brasil inteiro.

O objetivo principal da escolinha da Chapecoense é descobrir

talentos no futebol através de ensinamentos de convivência e socialização,

preparando os meninos para a vida com integridade e disciplina.

SOBRE O FUTEBOL

Autor: Vitor Gabriel Rodrigues Da Silva

Turma: 5º Ano

Professora responsável: Glória Claudete Werkhausen

O futebol é um esporte muito famoso no Brasil e em quase todo o

mundo. Muitas crianças querem jogar futebol, uns querem ser iguais ao

Gabi Gol, uns iguais ao Messi e outros querem ser goleiros profissional.

Existem várias escolinhas pelo mundo, uma delas, é a Chapecoense

Clube Comercial-CMD de Constantina. Nessa escolinha muitas

crianças se esforçam para ser jogadores profissionais. Essa é uma grande

escolinha, pois ajudam os meninos que não possuem renda financeira

para pagar as roupas, chuteiras, mensalidades, entre outras coisas.

A escolinha Chapecoense ajuda muitas pessoas, fazendo visitas a

idosos nos asilos. Quando jogam torneios, no final do dia, todos os integrantes

da escolinha recolhem todo o lixo do local, como papéis, copos

descartáveis, etc., e isso ajuda a preservar o meio ambiente limpo.

Muitas empresas que conhecem o trabalho que é realizado na

escolinha patrocinam a mesma e esse dinheiro é usado para pagamento

dos professores, alimentação e nos jogos que acontecem em outras cidades

também, entre outras coisas.

Teve um menino que era da escolinha da Chapecoense e foi jogar

na França e ganhou um troféu. O primeiro nome da escolinha da Chapecoense

era Chutando Alto. A escolinha foi criada no ano de 2002 e 2003,

antes não era tão grande e hoje em dia é uma das maiores do Brasil.

Quando os alunos da escolinha saem para jogar fora são alguns

pais que controlam e organizam o grupo para que tudo ocorra bem. O

objetivo da Escolinha da Chapecoense Clube Comercial- CMD de Constantina

é formar as crianças na educação com respeito para eles terem

um futuro melhor.

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OS PORQUINHOS DA GRANJA

Turma: 1º ano

Professora responsável: Viviana Paula Almi

Autores: Andrielly Dossiatti, Anna Lyvia Silva Araldi, Cecilia Romansin Mazetti, Clara

Luiza Borth Riboli, Maysa Baggio Troian, Murilo Casanova Brandão, Pietro Troian Zatti e

Rafaela Camargo Barbosa.

Visitamos uma granja

Onde tem porcos e porquinhos

Que depois são transferidos

Quando ficam maiorzinhos.

E em um caminhão carregados

Para outro lugar irão

E assim quando bem gordinhos

Comidinha virarão.

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Ilustração: Murilo Casanova Brandão

Turma: 1º ano

Professora responsável: Viviana Paula Almi

A casa da nossa colega é na Linha Gramado. O nome dos pais dela

são: Vanderlei e Daiane Tomazi. Eles começaram o parreiral em 2008 e a

primeira colheita foi em 2013, continuando com esse trabalho até hoje.

O coronavírus afetou o trabalho deles, pois vendiam a uva para

fazer suco para a merenda escolar, como não teve aulas presenciais a

demanda pelo suco diminuiu.

Também aprendemos que a uva é produzida em vários países,

como Itália, Brasil…

A irrigação ajuda a regar os pés de uva quando falta chuva, o

motivo que os levou a irrigar, foi os danos negativos que a falta de chuva

pode trazer até mesmo para as próximas safras.

A PARREIRA IRRIGADA

Autor: Lorenzo Sabadini Raminelli

Turma: 2º ano

Professora responsável: Sandra Borth

Nós, alunos do segundo e terceiro ano, fomos a casa da nossa

colega Geovana para aprender sobre irrigação, parreiras e uvas. Com a

uva eles fazem sucos, vinhos, entre outros.

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O PARREIRAL DO SEU VANDERLEI

Turmas: 2º e 3º ano

Professora responsável: Sandra Borth

Autores: Gabriel Martini Tres, Geovana Tomazi, Lorenzo Sabadini Raminelli, Nicolly Verdi

de Lima, Thainã Sabadini, João Gabriel Azevedo Guerra, Leonardo Augusto Russ Riboli e

Tiago Batistela Sabadini.

No mês de outubro visitamos

Uma propriedade exemplar

Com parreirais de grande qualidade

Para nosso conhecimento ampliar.

Na casa da colega Geovana

Tivemos uma aula espetacular

Pois seus pais Daiana e Vanderlei

Tinham muito a nos ensinar.

Mas para tudo isso acontecer

Muita coisa é fundamental

Amor, esforço e dedicação

E o trabalho que é essencial.

E o trabalho vem dobrado

Quando a colheita chegar

Mas fácil de resolver

Pois todos irão se esforçar.

As parreiras do seu Vanderlei

Possuem algo muito especial

Elas são totalmente irrigadas

Mudando muito seu potencial.

A família de Vanderlei e Daiane

Agradecemos de coração

Também nossa colega Geovana

Pelos ensinamentos e dedicação.

Ilustração: Thainã Sabadini

Turma: 2º ano

Professora responsável: Sandra Borth

As parreiras desta família

Possuem um diferencial

Seguindo todos os passos

Necessários a um bom parreiral.

Começando pelo cavalo

Seguindo pela enxertia

Plantando enfim a parreira

Para colher com alegria.

Como a família é pequena

É necessário buscar

Ajuda com os vizinhos

Para a colheita realizar.

E as uvas maduras colhidas

são vendidas para produzir

sucos concentrados gostosos

Para a merenda escolar nutrir.

28 29



OS PARREIRAIS DE UVA IRRIGADOS

Autor: Tiago Batistela Sabadini

Turma: 3º ano

Professora responsável: Sandra Borth

A família possui cerca de nove mil pés de uva. Eles plantaram em

2008 e começaram a colheita em 2013. Eles gostam muito do trabalho

que fazem e trabalham em família.

A uva é uma das culturas mais antigas, é colhida e vendida para os

mercados, feito suco, vinho, etc.

O motivo que levou o senhor Vanderlei a irrigar os parreirais, foi

porque quando chove pouco, eles ligam a torneira para a água ir para os

canos da irrigação, pois a falta de chuva pode prejudicar não só no ano de

seca, mas também nas futuras produções.

A GRANJA DO PASSAIA

Autor: Mateus Luis Lansana

Turma: 4º Ano

Professora responsável: Edinara Vedoi Frighetto

No dia 19 de outubro, eu e meus colegas do segundo e terceiro

ano, fomos na casa da nossa colega Geovana, para os pais dela nos explicar

sobre as uvas e como funciona a irrigação dos parreirais.

O nome dos pais da Geovana são Vanderlei e Daiane Tomazi. Eles

moram na comunidade da Linha Gramado, município de Constantina.

Eles explicaram sobre as uvas e nós aprendemos muitas coisas.

Falaram sobre os canos que fazem a irrigação, contaram que usam os

cavalos para fazer o enxerto e também, da importância da qualidade das

uvas, que não podem estar só bonitas, mas doces também.

A construção da granja iniciou em 1997, ou seja, há 24 anos, está

localizada no Distrito de São Marcos Baixo. Quem deu início, foi o senhor

Antônio Passaia, depois seu filho Arno José Passaia passou a ser proprietário

da granja juntamente com sua esposa Joseane Casagrande Passaia.

Além dos proprietários, trabalham mais dois funcionários.

A granja possui 3 pocilgas, onde ficam as porcas e os leitões. Normalmente

o parto é induzido e a inseminação é feita pelos trabalhadores.

Eles pegam as leitoas de uma fornecedora de outra cidade. A ração é feita

de milho, farelo de soja e núcleo, sendo de fabricação própria.

Quando nascem os leitões, um dos cuidados é passar um pó para

secagem do filhote. Os leitões são desmamados com 25 a 28 dias, em

seguida são carregados para a creche, pesando aproximadamente 7 qui-

30 31



logramas. Na granja são alojadas cerca de 300 porcas, sendo que em

média, 60 delas procriam por mês.

No momento a granja está passando por reformas, onde será

automatizada, como também, serão feitas outras mudanças para se adequar

aos padrões exigidos pela empresa.

A GRANJA DO SEU PASSAIA

Tuma: 4º e 5º Anos

Professora responsável: Edinara Vedoi Frighetto

Autores: Allana Luiza Passaia, Ana Cristina Waszkiewicz, Emanueli Rostirolla Bombana,

Mateus Luis Lansana, Erica da Silva Guerra, Henri Troian Martini, Karoline Zorzi Zatti,

Marco Antonio Passaia Flores e Wesley Berlezzi Casanova.

Essa ração é composta

Com misturas diferentes

Milho, farelo e núcleo

São os seus ingredientes.

Depois que acontece a desmama

Eles serão transferidos

Para as creches são levados

Em lugares desconhecidos.

A parte que não gostamos

É sobre o que vai acontecer

Das creches vão para a engorda

E vocês sabem o que vai acontecer.

Na granja do seu Passaia

A qual fomos conhecer

É uma maternidade de porcos

E vimos porquinhos nascer.

Foi o Senhor Antonio Passaia

Quem a granja iniciou

E depois de muito trabalho

O seu filho Arno continuou.

Lá acontece muita coisa

Desde a inseminação

Que é feita por pessoas

E cuidando da gestação.

Até nascer os porquinhos

É preciso muito cuidado

Desde o toque e a massagem

E evitar o bebê machucado.

Outro cuidado fundamental

E muito importante

É colocar o bebezinho

Num balde com pó secante.

E também vamos falar

De sua alimentação

Onde é lá na propriedade

Que é fabricada a própria ração.

A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA

32 33

Autora: Érica da Silva Guerra

Turma: 5º ano

Professora responsável: Edinara Vedoi Frighetto

Meu avô Antônio Guerra me relatou que antigamente não tinha

máquinas agrícolas, era tudo plantado a mão e a boi. Hoje em dia, tem

várias máquinas para ajudar no plantio e na colheita, como trator, colheitadeiras,

caminhões, plantadeira, entre outros.

Alguns anos atrás, a terra antes de ser plantada era lavrada,

pateada e gradeada, hoje é feito o plantio direto. Quando surgiram os

primeiros tratamentos, era passado com máquina manual, anos depois



surgiram os pulverizadores puxados a boi, atualmente os tratamentos são

todos passados com tratores.

Antes uma parte da colheita era guardada para plantar novamente

e o resto era vendido, agora a colheita é toda vendida e compra-se

a maioria das sementes certificadas (tratadas).

Tempos atrás o gado era tratado com pasto, mandioca e milho,

hoje moralmente é tratado com silagem, pasto e rações, antigamente o

gado era para leite e serviços e quando ficava velho era vendido, agora a

maioria das pessoas usam gado para leite e carne.

No começo, nós tínhamos 13 hectares de terra, atualmente temos

cerca de 110 hectares e mais uma parte arrendada.

Nós plantamos culturas de inverno que é trigo e no verão milho,

soja e feijão, o feijão é para venda e para consumo.

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A PRODUÇÃO DE LEITE

VISITA NA PROPRIEDADE DA FAMÍLIA VILLA

Autor: João Augusto Galelli

Turma: 1º ano

Professora responsável: Lenir Tozi Roncaglio

Autor: Matheus Potrich

Turma: 2º ano

Professora responsável: Lenir Tozi Roncaglio

A visita na Linha Guardinha na família Villa, nós vimos muitas

vacas, novilhas e bezerras de raça, o leite é tirado com robô. Lá tudo é

bem organizado e bonito.

No dia 05 de outubro de 2021, nós alunos e professores da escola

Joaquim Nabuco, fizemos uma visita de muito aprendizado e conhecimento

na propriedade da família Villa que residem na Linha Guardinha

no município de Constantina, onde a família possuí a mais avançada tecnologia

do mundo, desenvolvida no trabalho que realizam na produção

de leite.

Naquele dia a família nos contou que a venda de leite se iniciou no

ano de 1994. Antes disso eles faziam queijo e vendiam na cidade.

Quando começaram vender o leite eram quatro ou cinco vacas,

ordenhadas a mão, a alimentação das vacas era a base de pasto, quirera,

milho moído e espigas pequenas.

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Hoje eles possuem noventa e sete vacas em lactação mantidas

fechadas em um galpão com maravalha que é mexida duas vezes por dia

e com sistema de ventilação. A alimentação é feita com silagem, palha de

trigo, caroço de algodão e ração.

A média de leite por vaca é de 35 litros por dia e o sistema de ordenha

é robotizada facilitando assim os trabalhos de manejo e contribuí

para o bem-estar dos animais.

O leite é armazenado e resfriado num tanque de 6.000 mil litros e

recolhido todos os dias no final da tarde pela empresa Cotrisal.

Ilustração: Lucas Gabriel Chiamenti

Turma: 3º ano

Professor responsável: Ademir Villa

A PRODUÇÃO DE LEITE

Autora: Nicoly Vitória Zorzi

Turma: 3º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Antigamente os irmãos Villa tinham em torno de 5 vacas, tiravam

o leite manual a mãe deles fazia o queijo e vendia na cidade.

A alimentação das vacas era quirera pasto e espigas de milho.

Com o tempo o trabalho foi evoluindo e com ele veio a modernidade

e as tecnologias. Agora a ordenha é feita por robôs, a comida é

silagem, caroço de algodão, ração e feno.

Também na propriedade são criadas terneiras.

Todo o trabalho é feito diariamente pela família que conta com

seis pessoas.

PROPRIEDADE DOS IRMÃOS VILLA

Autora: Andressa Bombana Pimentel

Turma: 4º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Nós, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim

Nabuco da Linha Scolari, fizemos uma visita na propriedade dos irmãos

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Valdecir e Rogério Villa, na linha Guardinha para conhecer mais sobre a

tecnologia da produção de leite. Os mesmos nos falaram que iniciaram

com poucas vacas e o leite era tirado a mão. Com o passar do tempo compraram

mais vacas, ordenhadeira e criaram terneiras. Com isso começaram

a vender o leite e assim foi evoluindo a quantidade de vacas, adquiriram

outra ordenhadeira com maior capacidade para diminuir o tempo de

ordenha.

Com o aumento significativo de vacas e novilhas, o trabalho foi

aumentando cada vez mais e com isso pensaram em outra forma de

manejo das vacas, foi quando procuraram uma nova alternativa, visitando

outros produtores de leite com sistema de produção mais avançado, pesquisaram

também na internet o sistema robotizado como seria e o custo

do mesmo.

A partir daí implantaram o sistema de ordenha robotizada que

custou aproximadamente 1 milhão e 300 mil reais, que é feita diariamente

em 97 vacas, conforme a produtividade de cada vaca a mesma é

ordenhada duas a três vezes ao dia.

Visitamos o local onde ficam as terneiras e achamos tudo lindo,

pois eles separam em ordem as terneiras, cada tamanho tem seu lugar:

as pequenas que ainda mamam no bico ficam numa gaiola em torno de

sete dias, depois vão para outro galpão que é cercado, dividido em partes

conforme a idade de cada uma e são alimentadas com leite, feno, silagem

e ração. Todas são identificadas com um número preso na orelha. Junto

a elas estão dois terneiros gêmeos de raça especial para a produção de

carne.

As vacas são separadas as que dão leite ficam num cercado onde

tem acesso ao robô, as que estão secas e para dar cria ficam em outro.

A comercialização do leite já foi feita para a Coopac, Cotrisal, Lactalis e

atualmente para a Cotrisal, e estão recebendo por litro de leite em torno

R$ 2,40. Cada vaca produz em média 35 litros de leite por dia, mas têm

vacas que produzem 65 litros dia.

O trabalho é realizado por seis pessoas da família, cada um é responsável

por um setor, quem faz a inseminação é o Rogério, sua esposa

ajuda nos trabalhos e a filha é formada veterinária e também ajuda. O

Valdecir, sua esposa e filhos são responsáveis por outros setores, onde um

deles é engenheiro agrônomo, responsável pela produção de alimentos,

outros trabalham fora e na medida do possível ajudam também.

Até o ano de 2019 a energia elétrica era fornecida pela RGE, tendo

um custo em torno de 6 mil reais mensal. Vendo que o consumo estava

muito elevado e pensando no meio ambiente colocaram o sistema de

energia solar. Se tivesse continuado com a RGE a despesa seria de aproximadamente

10 mil reais mensais, mas com a implantação do novo sistema

o custo é de mais ou menos 200 reais.

Ficamos satisfeitos com a visita realizada, vimos e aprendemos

que com a tecnologia avançada é exigido menos esforço manual na

ordenha, maior produção de leite e melhor qualidade, mais comprometimento

de cada um, aumento de renda familiar e os filhos dos agricultores

são incentivados a permanecer no meio rural.

EVOLUÇÃO DA BACIA LEITEIRA

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Autora: Luiza Eduarda Bitello

Turma: 5º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Há 64 anos atrás, os pais dos irmãos Valdecir e Rogério Villa vieram

de Roca Sales para Constantina, na época seus pais tinham seis filhos, em

Constantina nasceram outros cinco entre eles Valdecir e Rogério.

Naquele tempo não existia soja, então seus pais para manter a

família tinham algumas vacas que produziam leite para o sustento da

mesma, com o leite que não era consumido na propriedade Dona Dosolina

a mãe fazia queijo e vendia o mesmo na cidade para comprar o que

precisavam na casa.



Alguns anos depois com o surgimento da Coopac (1994), os

irmãos Villa começaram a vender leite, mas a produção era baixa, pois

tinham poucas vacas para a produção do mesmo e a ordenha era feita

manualmente. Venderam por nove anos na mesma cooperativa e depois

entregaram para as empresas Cotrisal e Lactalis.

A alimentação das vacas antigamente era pasto, onde as mesmas

eram conduzidas até o local para fazer o pastoreio e outras vezes os produtores

cortavam o pasto e levavam até elas. Quirera e ração não era o

alimento principal.

Atualmente o trato dos animais é basicamente silagem. Os terneiros

e novilhas são alimentados conforme a idade e as vacas de acordo,

se estão produzindo leite ou não, para todos os animais é oferecida uma

ração diferenciada. Todo o trabalho da produção de alimentos e manejo

dos animais é realizado pela família, somente é terceirizada a colheita do

milho, onde é feita a silagem e estocada em silos horizontais.

Quando iniciaram o sistema de confinamento ou (vacas fechadas)

o piso era de borracha, mas devido ao sofrimento dos animais com

doenças nos cascos e joelhos pois permaneciam muito tempo em pé,

mudaram para piso com maravalha que é removida duas vezes ao dia. O

local também é equipado com ventiladores e aspersores que automaticamente

mantém a temperatura adequada para as vacas. Esta propriedade

possuí no total 229 animais na maioria da raça holandês, sendo 4

para o abate, 35 novilhas, 42 terneiras de 4 a 12 dias, 38 novilhas de 1 a 2

anos, 13 vacas secas e 97 vacas que estão produzindo leite.

As vacas produzem em média 35 litros de leite por dia, a de maior

produção é de 65 litros dia. O leite é armazenado e resfriado em um tanque

com capacidade de 6 mil litros, que é recolhido todos os dias pela

empresa Cotrisal, os produtores recebem por litro vendido R$ 2,40. No dia

29 de julho fez 8 anos que as vacas estão mantidas nesse sistema.

Nesta propriedade, a inseminação é realizada por um dos proprietários,

sendo que possuem sêmen próprio. Para nascer terneiras e

as vacas com pouca produtividade são inseminadas para nascer gado de

corte. Até o ano de 2019 o sistema de energia elétrica era da RGE com

custo de 6 mil reais por mês, vendo que a despesa era muito elevada e

pensando em preservar o meio ambiente resolveram colocar o sistema de

energia solar. Com a tecnologia que existe hoje na propriedade, se o sistema

fosse o mesmo teriam um custo de aproximadamente 10 mil reais,

mas com a energia solar o custo é de apenas 200 reais mensal.

Pensando em diminuir o trabalho manual foi implantado o sistema

de ordenha robotizada, dividida em box um e box dois, este investimento

teve um custo de aproximadamente um milhão e trezentos mil

reais para adquirir o mesmo, na robotização possuem um seguro no valor

de treze mil reais ao ano. A assistência é fornecida por técnicos de Constantina,

mas se eles não conseguem resolver algum problema é consultada

a empresa da Alemanha que é a fabricante.

Existe um sistema integrado no robô que acusa quando as vacas

não fazem o manejo correto, daí os membros da família, os técnicos e a

empresa fabricante ficam sabendo através de um aplicativo conectado

no celular, na maioria das vezes conseguem resolver o problema através

deste aplicativo.

Cada pessoa é responsável na realização das atividades: pela produção

de alimentos, fazer a inseminação, tratar os terneiros, limpeza dos

corredores, remover a maravalha, fazer a mistura da ração com a silagem

e outros. O trabalho realizado nesta propriedade é feito pela família

de Valdecir, sua esposa Eliane, o filho Michel (engenheiro agrônomo),

e esposa Cheila colaboradora da Cresol, que a tardinha e nos finais de

semana ajuda, a filha Micheli quando está em casa auxilia e o filho André

que também trabalha, pela família de Rogério e sua esposa Catiane, a

filha Sílvia (veterinária) que auxilia na parte veterinária e nas tarefas em

geral.

Todos os integrantes da família são empenhados e dedicados no

desenvolvimento dos trabalhos na propriedade para que todos consigam

viver dignamente.

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A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA NA PRODUÇÃO DE LEITE

3º, 4º e 5º ano – Turma multisseriada

Professor responsável: Ademir Villa

Autores: Henrique Della Libera, Lucas Gabriel Chimentti, Nicoly Vitória Zorzi, Andressa

Bombana Pimentel, Lucas Berlezi, Felipe Galelli, Luiza Eduarda Bitello, Luiz Henrique

Taglietti Bonfanti.

Visitamos a propriedade dos irmãos Valdecir e Rogério Villa, na

linha Guardinha, Constantina, onde os mesmos relataram sobre a evolução

da produção de leite.

Iniciaram com algumas vacas e sua mãe Dona Dosolina fazia queijo

para o consumo e vender na cidade. Com o passar do tempo aumentou a

quantidade de vacas e a produção de leite também. Com o surgimento da

Coopac em 1994 iniciaram a venda do leite para essa empresa.

Atualmente a propriedade possuí aproximadamente 230 animais,

em sua maioria de raça holandesa, as vacas e novilhas são inseminadas

com sêmen próprio para nascer somente terneiras. No momento em

torno de 100 vacas estão produzindo leite com média diária de 35 litros

por vaca e a que mais produz chegou a 65 litros por dia. Há 8 anos as vacas

estão em confinamento, a primeira cama foi com areia, depois com colchão

de borracha e hoje é com maravalha, sendo que a mesma é removida

duas vezes ao dia.

A alimentação das terneiras, novilhas e vacas é palha de trigo,

feno, silagem, caroço de algodão e ração, sendo acompanhadas por

nutricionista, as vacas que estão dando leite recebem uma ração própria.

Com o aumento dos animais, da produção de leite e do trabalho

resolveram implantar o sistema de ordenha robotizada. Este sistema

é comandado por um computador que controla o funcionamento

e manejo da ordenha. Também é conhecido como ordenha voluntária,

já que a vaca escolhe a frequência e o melhor horário para a ordenha,

em um ambiente tranquilo e calmo que consequentemente aumenta a

produtividade. Assim que a vaca é identificada pelo sistema o processo

de ordenha é iniciado, o cocho do alimento é ajustado automaticamente

de acordo com o tamanho da vaca, a intenção é que o animal fique o

mais confortável possível dentro da ordenhadeira. O alimentador fornece

a quantidade certa conforme a necessidade de cada vaca, pois o sistema

identifica as porções de alimento certas através do número de cada animal

já registrado no sistema. Antes da ordenha é realizada a limpeza de

cada teto individualmente utilizando uma teteira automática de limpeza.

O braço robótico garante detecção precisa e rápida dos tetos, é eficiente,

silencioso e muito resistente, se adapta a tetos de tamanhos e formatos

diferentes. Um laser identifica o local exato que cada teteira deve ser

colocada. No final do processo o leite é enviado para o tanque de resfriamento

a 3ºC, o animal é liberado e todo o equipamento é higienizado

automaticamente. Este sistema também acusa quando alguma vaca está

doente fazendo então a separação do leite.

Neste sistema diminuiu o trabalho de ordenha, mas nos outros

setores continua o mesmo, que é realizado pelas pessoas das famílias

com muito empenho e dedicação.

Todos os dias o leite é recolhido pela empresa Cotrisal.

Até o ano de 2019 a energia elétrica era fornecida pela RGE, como

o consumo estava muito elevado e pensando na preservação do meio

ambiente instalou-se o sistema de energia solar.

Na visita aprendemos que com a tecnologia avançada o trabalho

manual é reduzido e como consequência obtendo assim um aumento e

qualidade na produção leiteira.

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CULTURA DA TERRA

MEMÓRIAS DO PASSADO

Autor: Lucas Berlezi

Turma: 3º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Autora: Andressa Bombana Pimentel

Turma: 3º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Atualmente o trabalho de plantio e colheita dos produtos agrícolas

é feito totalmente diferente de antigamente.

A terra era preparada com arado puxado por uma junta de bois,

plantava-se a semente com máquina de mão, popularmente chamada

de pica-pau, a carpida era feita com a enxada. A soja cortava-se com a

foicinha, amontoava-se, em montes grandes, logo passava a trilhadeira e

trilhava o produto, colocava-se a semente em sacos costurando-os com

agulha e barbante e depois eram levados para casa na carroça puxada por

bois.

O milho era plantado e cultivado da mesma forma que a soja,

quando maduro dobrava-se as espigas, a colheita era feita totalmente

manual jogando-se as espigas num monte, logo após, colocava-se em

cestos e despejava na carroça levando para casa, o mesmo era depositado

no paiol e lá ficava para o consumo dos animais, conforme a necessidade,

uma parte do produto debulhava-se para levar no moinho fazer

farinha, com esta preparava-se a polenta para o consumo das pessoas da

família.

Os casais geralmente tinham muitos filhos, trabalhavam de forma

coletiva ajudando-se nas tarefas da lavoura e da casa e viviam felizes.

Há muitos anos atrás, um menino com apenas nove anos de idade

já trabalhava na roça ajudando seus pais no plantio e colheita dos produtos

da lavoura.

Os anos foram passando, o menino cresceu, ficou um jovem

bonito, arrumou uma namorada casou-se e foram morar na cidade. Lá o

casal trabalhou para ter o que necessitavam para viver, depois de algum

tempo resolveram ter filhos, com a graça de Deus tiveram seis. Os mesmos

cresceram, estudaram e saíram morar em outras cidades. Eles foram

estudando, trabalhando e formaram outras famílias, cada qual lutando

para ter o sustento próprio e de seus familiares. Enquanto seus pais continuaram

morando na mesma cidade e felizes por ver o crescimento e a

realização de seus filhos.

Com o passar do tempo os seus pais envelheceram e acabaram

morrendo, eles ficaram muito tristes, então, resolveram se unir em uma

mesma comunidade trabalhando juntos para conseguirem mais dinheiro

e com isso ter uma vida melhor.

Texto produzido em 2019

Texto produzido em 2019

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Vó Elisa me relatou um passado

Em que as pessoas muito sofriam

Onde pouco ou quase nada

De direitos possuíam.

Pois, quem deveria na verdade,

O agricultor ajudar

Pensavam em assistencialismo

E o povo manobrar.

VÓ ELISA: LUTAS E CONQUISTAS

E em se falar em mulheres

Aí a coisa piorava

Sem vez sem voz não tinha perspectiva

De que a situação melhorava.

Autor: Luiz Henrique Taglietti Bonfanti

Turma: 4º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Viram uma luz no fim do túnel

E assim a primeira possibilidade

Ingressar na Pastoral da Terra

E tudo mudar de verdade.

E assim foram chegando

Questionando determinadas

Por que não podia votar?

E muito menos serem votadas?

Foi necessário fazer mudar

As leis que ali existiam

E finalmente conseguiram

Que seus direitos prevaleciam.

Benefício por acidente de trabalho

E até auxilio doença

Vieram para ajudar

E fazer a diferença.

Após muitas conquistas

Sentiram que era possível

Criar mais coisas ao seu favor

E surgiu uma ideia incrível.

Fundar uma cooperativa de produção

Que de COOPAC resolveram chamar

E uma cooperativa de crédito

Assim a Cresol surgiu para ajudar.

É preciso ressaltar novamente

Que minha vó Elisa muito batalhou

Ao lado de suas companheiras

É tudo isso que ela me contou.

Texto produzido em 2019

Vó Elisa e companheiras decidiram

Aquela realidade mudar

Iniciando uma luta

Que tão cedo não ia parar.

Conquistando a igualdade

Agricultoras reconhecidas

Alcançando finalmente

Suas aposentadorias merecidas.

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RELEMBRANDO OS VELHOS TEMPOS

Autor: Felipe Galelli

Turma: 4º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Hoje em dia muita coisa mudou tem luz elétrica em casa, água

potável encanada nas propriedades, trator e plantadeira para plantar, a

colheita é mecanizada com grandes máquinas e o transporte dos produtos

feitos com os caminhões, muitas coisas mudaram para melhor.

Texto produzido em 2019

Minha nona Santina Galelli me contou como era a vida de antigamente,

disse que hoje em dia muita coisa mudou, casou-se quando tinha

20 anos de idade com Augusto Francio Galelli hoje em memória, desta

união tiveram 8 filhos, 5 meninos e 3 meninas, trabalhavam na lavoura e

o serviço era todo manual, plantavam trigo, soja, feijão e milho, na época

não tinha luz elétrica, quando carneavam um porco tinha que fritar a

carne e deixar junto com a banha para não estragar.

As estradas todos os vizinhos se ajudavam para fazer, cortavam as

árvores com machado e serrote e abriam as picadas para passar, usavam

também o arado puxado pelos bois fazendo as estradas, todos os agricultores

tinham que trabalhar três dias por ano na construção e conservação

das estradas, nas equipes de trabalho existia um capataz que anotava em

um caderno de controle os nomes das pessoas que ajudavam para ter um

controle melhor.

Quando tinham que se deslocar para a cidade iam a cavalo, pois,

era o único meio de transporte da época, compravam querosene para

colocar no lampião que iluminava durante a noite, compravam também

sal, erva e tecido em metros para fazer as roupas que usavam.

Para o sustento da família plantavam arroz e socavam no pilão

descascando os grãos, o feijão era maiado a manguá, deixavam guardado

com o pó para não carunchar, no ano de 1960 começaram a plantar soja,

quando este estava bom para colher cortavam com foicinha e empilhavam,

para trilhar o mesmo esperavam quando alguém que tivesse trilhadeira

passa-se por lá para trilhar, levavam o produto na venda em uma

carroça puxada pelos bois.

HISTÓRIAS DA VOVÓ

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Autora: Luiza Eduarda Bitello

Turma: 4º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Antigamente não existia transporte escolar, minha vó ia de pés

descalços para a escola, pois, não tinha dinheiro para calçado comprar,

sua mochila era uma bolsinha de açúcar, várias séries estudavam juntas,

os alunos não ganhavam merenda da escola.

As crianças eram pequenas, todos ajudavam seus pais na roça

para produzirem os alimentos e assim a família sustentar.

As brincadeiras e os brinquedos que ela brincava eram de peteca,

pedrinha e pega-pega.

Não existia luz elétrica e nem fogão a gás, as lâmpadas eram de

querosene não tinha água encanada, as águas eram de fonte, as roupas

eram lavadas com sabão no rio em cima das pedras ou tábuas, pois,

máquina não tinha para lavar.

O leite não era para vender, as pessoas só tiravam para o consumo

e para o queijo fazer, o que sobrava muitas vezes era trocado com os vizinhos.



A agricultura toda ela era feita de forma manual, aravam a terra

de arado puxado por uma junta de bois, para limpar as lavouras usavam

a enxada para capinar e muitas vezes também para a terra preparar, os

produtos cultivados era trigo, feijão, milho e abóbora que eram usados

para o consumo humano e também para tratar os animais, por exemplo:

os bois, a vaca, o cavalo, os porcos e as galinhas.

CONVERSA COM MEU AVÔ VALDIR JOTTI

Autora: Tamara Oliveira Jotti

Turma: 5º ano

Professor responsável: Ademir Villa

Texto produzido em 2019

MITOS E CRENÇAS DA LINHA SANGA DAS PEDRAS

Autora: Thauani Ribas Da Costa

Turma: 5º ano

Professor responsável: Ademir Villa

As pessoas que residem na Linha Sanga das Pedras contam que

viram um animal muito grande parecendo uma onça parda, que andava

nos arredores das casas e na lavoura, urrava e todos ficavam com medo,

por isso durante a noite quase ninguém saia de dentro de casa.

Meus avós nos falam que a noite um animal faz muito barulho,

parece que corre faz o som das patas troteando dando a impressão que

seja de grande porte, com isso os cachorros se assustam latindo muito e

avançando no mesmo.

Outra história contada é de que muitas pessoas já viram no perau

da Gruta, cobras enormes dando medo às mesmas, fala-se que estas

cobras protegem a Imagem da Santa que lá se encontra, apesar de nunca

ter visto eu acredito nessas histórias.

Texto produzido em 2019

Meu avô Valdir contou-me várias histórias, falou que o modo de

vida e o cultivo da agricultura, tempos atrás era totalmente diferente da

que existe nos dias de hoje.

Na agricultura plantava-se o trigo, fazia-se a colheita a braço e

depois era transformado em farinha que guardavam para ser utilizada na

alimentação da família durante o ano, ou seja, até a próxima safra.

O milho colhia-se a braço também em espigas e guardava-se no

galpão, onde era usado no consumo dos animais e uma parte deste produto

transforma-se em farinha para o consumo da família.

O feijão após ser colhido colocava-se em uma tulha com o pó para

não carunchar, limpava-se conforme a necessidade de consumir.

O arroz quando estava maduro cortavam-se os cachos com a foicinha

depois se batia num banco para desprender a semente, socava-se

no pilão para remover a casca e usar na alimentação das pessoas da família.

Supermercado não existia, mas tinha bodegas ou armazém de

secos e molhados onde as pessoas compravam somente o básico como:

sal, querosene, erva-mate e tecidos em metro.

Ele nos falou de uma história de fantasma que sempre ouvia de

um homem que se afogou no poço chamado de Poço da Cruz do rio Baitaca.

Conta-se que um homem estava caçando durante a noite atirou

numa paca e a mesma caiu no poço, daí ele pulou para pegá-la e acabou

morrendo afogado na água, pelo fato de o poço ser muito fundo. A partir

de quando as pessoas que iam pescar nesse local à noite enxergavam o

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vulto vindo correndo da mata jogando-se na água do rio e desaparecia.

Com isso acredita-se que pelo motivo deste homem ter morrido ali afogado,

desconfiam que fosse o fantasma dele.

Falando em benzedor, não tem como esquecer do senhor Emílio

Graciliano, um senhor velhinho que fazia benzimentos: quem tinha dor

de dente, com seu benzimento passava a dor e o dente quebrava, para

picada de aranha e cobra não precisava ir no médico com seu benzimento

melhorava. Benzia lavouras de terra e fazia as cobras retirarem-se do local

e podia até ter fogo nas matas que com seu benzimento o fogo apagava

na hora.

As pessoas de nossa comunidade não esquecem de uma curandeira

que até hoje vive e reside em Trindade do Sul, chamada de dona

Lucila, ela tem a capacidade de simplesmente colocando a mão na cabeça

da pessoa e observando a circulação do sangue, sabe dizer o que a pessoa

está sentindo no momento, desvendando assim o problema de saúde

que a mesma está enfrentando e para isso ela receita os medicamentos

ou chás feitos por ela mesma com essência das ervas medicinais.

Texto produzido em 2019

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DEIXANDO MARCAS

Turma: 1º ano

Professora responsável: Juciara Riva Previatti

Autores: Alice Riva Previatti, Anthony Zantedeschi, Antony Moacir Gonsalves da Silva,

Caetano Gheler Santini, Emanuely Milan Pazatto, Gustavo Lüdke Rigon, Larissa Brandt

Soares, Laura Machado Stuchi, Lígia Brancher Marcon, Miguel Freitas Martins, Natieli

Rodrigues Mareth, Paloma Suzano Colussi.

Ilustração: Alice Riva Previatti

Turma: 1º ano

Professora responsável: Juciara Riva Previatti

Desde cedo descobriu

A profissão que queria

E apesar das dificuldades

A vocação sobressaía.

Muitas marcas ela deixou

Nos lugares onde passou

Nos alunos e nas escolas

Conhecimento lançou.

Iniciou sua carreira nos anos 60

E ainda na Brizoleta

Mostrou o que é competência.

Para preparar suas aulas

Caneta com tinta usava

E uma vela também,

Sempre a acompanhava.

53 anos de entrega

Propagando a educação,

Uma tarefa árdua

Mas com amor no coração.

As suas filhas também,

Seguiram a profissão

Com o exemplo que ela deu

À futura geração.

Merece bela homenagem

Ana Conterato Riva

Professora dedicada

E exemplo de vida.

Obrigada professora

Por tudo que ensinou

A comunidade agradece

O legado que deixou.

Autor: Gustavo Lüdke Rigon

Turma: 1º ano

Professora responsável: Juciara Riva Previatti

A Professora Ana sempre quis ser professora e quando conseguiu

foi muito feliz.

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Ilustração: Paloma Suzano Colussi

Turma: 1º ano

Professora responsável: Juciara Riva Previatti

Em março de 2020 começamos o 1º ano, estávamos felizes,

porém, por conta da pandemia, as aulas pararam três semanas depois.

Ficamos mais de um ano fazendo aulas remotas. Participei de

todas as aulas online, às vezes deixava algum tema acumular, mas logo

fazia, pois sabia que era para meu aprendizado.

As aulas voltaram, mas diferentes, usando máscara, álcool gel e

mantendo o distanciamento.

Estou muito feliz em ver meus amigos. Agora que a vacina está

pronta, tenho esperança que tudo isso vai passar e poderemos voltar a

nossa vida normal.

Ilustração: Lara Gheller Behm

Turma: 2º ano

Professora responsável: Rochele Fátima De Carli Sartori Brandão

UM VÍRUS QUE MUDOU O MUNDO

Autor: Bernardo Paraboni Menegazzo

Turma: 2º Ano

Professora responsável: Rochele Fátima De Carli Sartori Brandão

Um belo dia veio a notícia que havia um vírus na China, que estava

se espalhando muito rapidamente, o vírus da Covid 19. Passou um tempo

e o vírus foi se alastrando. Se alastrou tanto que chegou no Brasil rapidamente,

embora ainda não tivesse chegado em nosso município.

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UM INIMIGO INVISÍVEL

2º Ano

Professora responsável: Rochele Fátima De Carli Sartori Brandão

Autores: Ana Julia Gonsalves Conterato, Arthur Roncaglio, Arthur Vinícius Martinelli

Lazzaretti, Bernardo Paraboni Menegazzo, Dyana Lazareti Lima, Emanuel Lorenzo

Serws Machado, Flávia Westerich Gheller, Isaque Brizolla Fidelix Ferreira, Jorge Luiz

Soares, Kamilly Vitória Gonçalves Vargas, Laisa Antoniazzi Alba, Lara Gheller Behm, Laís

Angelina Baggio Sabadin, Manoella Francileia dos Santos Rodrigues, Manuella Agatti

Lasta, Maysa Agatti Batistella, Michel Rigo, Miguel Passaia Muneron, Natalli Zamboni da

Fontoura, Nicolas Henrique Dezordi Cardoso, Pyetra Araújo Candido, Rayza Antunes da

Silva, Valentina Menegazzo Zatti, Victória Vequi Rodrigues, Vitor Berton Ioriatti, Yasmim

Florencio Freitas.

Parecia ser mais um ano de muito trabalho para o Prefeito Gerri

Sawaris, quando de repente ouviu-se ao longe, uma notícia que iria

mudar para sempre o rumo de nossas vidas e contra um inimigo invisível

todos nós começamos a lutar, a pandemia do Coronavírus.

E cada vez esse vírus chegava mais perto de nossa cidade, até que

surgiu o primeiro caso de Covid 19 em Constantina. Para o prefeito, uma

grande preocupação, começava ali uma grande batalha e o sinal de que

muitos dias difíceis viriam.

Seu pensamento era: nenhuma vida a menos. Por isso, houve

muita mobilização por parte do poder público, na intenção de conter a

pandemia que até então não se conhecia os estragos que poderia causar.

Mesmo com esse esforço, durante o seu mandato apenas uma vida se

perdeu, ao mesmo tempo, muitas outras foram salvas.

Escolas e comércios não essenciais foram fechados. Todos nós

passamos a usar máscara, álcool gel e manter o distanciamento, passando

a ficar em casa, sem poder ver nossos avós e nossos amigos.

Embora a administração do município tenha se modificado neste

ano, o novo prefeito continua engajado no controle dos protocolos e normas

de prevenção.

Aos poucos, com o avanço da vacinação, as restrições começaram

a diminuir, e até podemos voltar as aulas presenciais, porém de um jeito

diferente, mas revendo nossos colegas e professores que estávamos com

muita saudade.

Ainda temos um longo caminho de cuidados pela frente, mas

com a ajuda de todos, população e poder público, com certeza venceremos

esses tempos difíceis.

Ilustração: Pyetra Araújo Candido

Turma: 2º ano

Professora responsável: Rochele Fátima De Carli Sartori Brandão

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JARDINAGEM COMO FORMA DE TERAPIA E SUPERAÇÃO

Turma: 3º Ano - 31

Professora responsável: Roselaine Casagrande Ficagna

Autores: Afonso Fülber Largo, Ana Livia Lazaretti, Antoni Leitão Fülber, Ariel de Oliveira

Bertoncello, Bernardo de Lima Ribeiro, Davy Antônio Felipetto Oliveira, Emanuel de Oliveira

Bertoncello, Gabriella Giacomolli Giacomini, Joao Gabriel Francio, João Pedro Ferreira

Vargas, Julia Silva Cruz, Luiz Antonio Pan Danelli, Samuel Henrique Romansin Xavier.

O cuidado com o seu jardim foi o ícone de superação de uma

doença chamada depressão, a qual a levou a ficar hospitalizada, e ficar

sem sentido de viver. As flores restauraram o seu equilíbrio emocional.

Hoje, com muita garra e força de vontade dona Zairi recebe turistas

em sua residência para apreciar as belezas do jardim.

Além de deixar os ambientes mais bonitos, o plantio de flores faz

bem para a mente e uma terapia de resultados expressivos para pessoas

com diferentes patologias, reduzindo o estresse, proporcionando

momento de reflexão e paciência. Por esses motivos a jardinagem é uma

aliada no tratamento de pessoas com depressão.

Para entendermos o assunto buscamos o exemplo da senhora

Zairi Alessi Toso, mulher guerreira, batalhadora que conquistou vários

méritos pela sua dedicação e criatividade. Nasceu no dia 05/02/1959,

natural do município de Casca, aos três anos mudou-se para Constantina

RS, filha de Francisco Alessi, empresário e Alba Menancim, costureira.

Frequentou a escola até o segundo ano do ensino médio em Contabilidade.

Aos vinte anos de idade casou-se com Ferdinando Antônio

Toso, dessa união nasceram Fernanda (in memoria), Leonardo e Giovana.

Sempre muito prestativa na comunidade onde hoje reside, linha Guardinha,

Constantina.

Dona Zairi em conversa com os alunos, falou sobre os desafios,

dificuldades e superações enfrentadas ao se tornar esposa, mãe, dona de

casa e agricultora.

Por estar em constante contato com a terra, as flores sempre fizeram

parte de sua vida, mas em um momento de sua trajetória o seu jardim

tornou-se uma terapia, dedicou-se, plantou mais variedades de flores,

aumentando o espaço de cultivo.

Ilustração: João Gabriel Francio

Turma: 3º ano - 31

Professora responsável: Roselaine Casagrande Ficagna

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DA IMAGINAÇÃO A ESCRITA LITERÁRIA:

IDEALIZADORA DO PROJETO CRIANÇAS CONSTANTINENSES

ESCREVENDO HISTÓRIAS

Autora: Julia Silva Cruz

Turma: 3º Ano – 31

Professora responsável: Roselaine Casagrande Ficagna

Professora Veronica Boemo Sawaris, nasceu em Santa Flora, 9º

Distrito de Santa Maria, município situado na região central do estado do

Rio Grande do Sul. Filha mais velha de quatro irmãos, sendo o pai Angelino

Amado Zambom Boemo e mãe Salete Machado Boemo.

Sua infância foi muito feliz, tinha muito contato com a natureza.

Junto com seus irmãos e primos inventavam, produziam seus próprios

brinquedos, regados de respeito e fraternidade.

Residiu em Santa Flora até seus quatorze anos, por ser um lugar

afastado, precisou ir morar na cidade para concluir seus estudos. O sonho

de ser professora veio desde sua infância, o qual se concretizou quando

terminou sua graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de

Santa Maria.

Casou-se com Gerri Sawaris, natural de Constantina, município

que a professora Veronica adotou como sua nova casa. Dessa união, nasceram

três filhos: Gabriel, Gustavo e Davi.

No ano de dois mil e dezessete, Constantina completava 58 anos

de Emancipação Política Administrativa e como primeira-dama do município

lançou o projeto “Crianças Constantinenses Escrevendo Histórias”.

No começo, um projeto tímido, pequeno, uma experiência, mas o sucesso

foi tanto que foi dado sequência nos anos seguintes.

O lançamento da segunda edição aconteceu junto com a primeira

Feira Literária e Cultural do município. Esse ano é a quinta edição. “Um

diferencial do projeto é que todos os alunos do Ensino Fundamental do

município participam”. Diz a professora Veronica.

Por sua grandiosidade o projeto recebeu, em 2019, o prêmio

“Boas Práticas” da FAMURS (Federação das Associações de Municípios do

Rio Grande do Sul) e o Prêmio “Gestor Público” do SINDIFISCO (Sindicato

Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil), reconhecendo

o potencial das crianças constantinenses.

Um dos principais caminhos para a aprendizagem e para a construção

de novos conhecimentos é através da escrita e da leitura, o aluno

tem liberdade para criar, imaginar e expressar sua criatividade.

Ilustração: Ana Lívia Lazaretti

Turma: 3º Ano - 31

Professora responsável: Roselaine Casagrande Ficagna

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SENTIMENTOS E HISTÓRIAS DA PANDEMIA

Turma: 3º Ano - 32

Professora responsável: Edimara Láutia Nervis

Autores: Ágata Vilina Bondan, André Junior Bitello Gheller, Angelina Carol Forte dos

Santos, Arthur Miguel Villa Gonçalves, Emanuely Vitoria Rigo Ferrazza, Heloísa Muller

Lazaretti, Julia Maria Ioriatti Pedrotti, Kyara Eliz Trombetta Pasini, Luiz Felipe Willers

Zanchet, Marco Aurelio Danelli Agatti, Mateus Maraschin Piva, Nicoli Conterato

Vetorazzi, Pedro Henrique de Brito Casarotto, Sofia Gheller Strapasson, Victória Rosalina

dos Santos da Nunciação.

Ainda bem que uns anjos chamados cientistas inventaram a

vacina contra a COVID. No nosso país demorou a chegar, por isso morreu

ainda mais pessoas.

A nossa esperança é que tudo isso acabe e que possamos viver

melhor do que vivemos hoje. Talvez possamos nos recuperar dessa angústia

e das sequelas que essa doença deixou e no futuro contar para nossos

filhos e netos que sobrevivemos a uma terrível pandemia.

Éramos crianças normais, vivendo nossas vidas, brincando, estudando

e sonhando. Mas o mundo ficou doente. Apareceu um vírus que se

transformou em monstro assustador. Na verdade, em muitos monstros.

Então, veio a ordem: “ Fiquem em casa! ” E todos os outros protocolos

que vocês já sabem.

No início era até bom, sair da rotina, fazer coisas diferentes do que

fazíamos. Afinal, os adultos diziam que logo tudo iria terminar. Mas aos

poucos foi ficando ruim: não podíamos ver, abraçar as pessoas que gostamos

e sair para passear. Fomos ficando apavorados.

E estudar online, a coisa mais chata do mundo. Sem falar que não

aprendemos como era para aprender.

Mas o pior de tudo foi o medo: Medo de pegar o “tal” corona. Eram

muitos bichinhos soltos no ar, apareciam em bando, com garras assustadoras,

em nossos sonhos e pensamentos.

O pior eram as mortes em todo o mundo. A televisão mostrava a

todo o momento. Tivemos temor de perder nossos amigos e familiares.

Alguns perderam.

Agora, ainda não acabou, mas já podemos ir voltando ao normal,

mas bem diferente do que fomos antes. Ainda seguem as orientações.

Não podemos tirar a máscara e isso nos sufoca. O medo ainda existe e

esse sufoca ainda mais.

Ilustração: Emanuely Vitoria Rigo Ferrazza

Turma: 3º Ano - 32

Professora responsável: Edimara Láutia Nervis

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MEUS SENTIMENTOS NA PANDEMIA

Autor: Luiz Felipe Willers Zanquet

Turma: 3º Ano - 32

Professora responsável: Edimara Láutia Nervis

Ilustração: Arthur Miguel Villa Gonçalves

Turma: 3º Ano - 32

Professora responsável: Edimara Láutia Nervis

Antes da pandemia chegar todo mundo podia sair sem medo,

sem máscara, sem passar álcool em gel...

Mas daí chegou o coronavírus e todo o mundo começou a ficar

em casa, só saindo para fazer compras e para ir ao hospital.

Muitas pessoas: morrendo, ficando com medo e ficando sem ver

os amigos.

Depois ficamos todos sem aulas presenciais, só com aulas remotas.

Após pesquisas, os cientistas inventaram a vacina contra o coronavírus,

mas poucos se vacinaram porque a vacina não tinha chegado ao

Brasil.

O tempo passou e as aulas presenciais voltaram, mas ainda estamos

usando máscaras.

Eu tenho medo que todas as pessoas do mundo peguem a

COVID-19 e também tenho medo que o vírus mude e os animais também

peguem a doença.

Minha preocupação é que esse vírus nunca acabe.

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SER MULHER E GESTORA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Turma: 4º ano

Professora responsável: Veronica Boemo Sawaris

Autores: Ana Lívia Girotto Sperandio, Arthur Luchetta Grafetti, Arthur Marcon, Brenda

Julya Zancanaro, Brendo Yãn Remonti Chiavagati Schultz, Daniel Durante Marcolan,

Daniela Teodoro da Silva, Giovana Riva Rostirolla, Guilherme Araújo da Rocha, Gustavo

Sampaio de Oliveira, Jhonatam Emanuel Benedito, João Otávio Gasparetto, João Victor

Bassorici Muneron, Joaquim Francisco Luza, Luiz Antônio Ludke Piran, Luiza Emanuelly

Variani Pedro Lopes, Marco Antônio Pauletti Schmidt, Maria Clara Bressan Bratz,

Mariana Krais Prestes, Matheus Milan Pazatto, Mayane Lavinia Serws Machado, Murilo

Largo Berlezi, Pedro Afonso Rossetto Bressan, Pedro Henrique Bueno Stradolini, Pedro

Henrique Conteratto, Pedro Henrique Lazaretti Grade, Pietra Lohana da Silva Martins,

Suiane Noronha Birkhieur, Willian Vinícius de Oliveira Agatti, Yasmim Antunes Terres.

No dia 5 de agosto de 1969, na cidade Planalto/RS, nasceu Janete

Marta Squena, filha de Ângela e Querino Squena.

Janete morava no interior, zona rural de seu município. Seu sonho

era ser professora, porém sua família necessitava da sua ajuda nos trabalhos

da lavoura.

Aos 18 anos, seu pai faleceu e assim retomou seus estudos, sendo

que dividia as horas de estudo com seu primeiro emprego na Paróquia de

Planalto. Muito participativa, sempre procurou se envolver nas atividades

religiosas e da comunidade.

Em 1991, mudou-se para Constantina e começou a trabalhar

como telefonista, na COOPAC (Cooperativa de Produção Agropecuária

de Constantina).

Com empenho e dedicação, Janete foi conquistando espaço no

seu trabalho, o qual era desempenhado apenas por homens. No início

não foi fácil! Enfrentou preconceitos e muitos desafios. Cursou a faculdade

de Direito e em 2016, ganhou o título de “Cidadã Constantinense”.

Hoje, ocupa o cargo de Gerente Financeiro Administrativo da Cooperativa.

Segundo Janete, a maior dificuldade enfrentada durante a pandemia,

causada pela Covid-19, foi a preocupação em como proteger as pessoas

que frequentavam a empresa. Nesse momento foi necessário muita

empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro.

O maior prejuízo, além do financeiro, foi nas relações interpessoais

pois para se proteger era necessário o distanciamento. Assim, as relações

com os associados ficaram, de certa forma, prejudicada.

Janete deixou sua mensagem para as crianças: “Sempre participar

da vida da comunidade, ler muito, escrever e nunca desistir de seus

sonhos”.

A MULHER TAXISTA

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Autor: Murilo Largo Berlezi

Turma: 4º ano

Professora responsável: Veronica Boemo Sawaris

Eliane de Fátima Bariviera Delatorre nasceu no dia 27 de maio de

1965 na cidade de Rodeio Bonito/RS.

Até os 16 anos trabalhou na lavoura, a partir disso começou a trabalhar

como auxiliar de copa no Hospital São José da mesma cidade.

Casou com Armim Pedrinho Delatorre (im memóriam) e desse

casamento teve dois filhos: Fernando e Leonardo.

No dia 15 de junho de 1987 saiu da cidade de Rodeio Bonito para

morar em Constantina, onde reside até hoje.

Seu marido era taxista, mas quando faleceu, seus filhos não quiseram

assumir a profissão do pai. Eliane, que não sabia dirigir, sempre pedia

aos seus filhos para a levarem nos lugares, até que um dia eles cansaram

e solicitaram que ela fizesse a carteira de motorista.



Em 2014, Eliane fez sua primeira habilitação e logo em seguida

assumiu o cargo de taxista que era do seu falecido marido.

No começo, as viagens se resumiam em levar apenas as suas

amigas, que foram passando para outras pessoas, que repassaram para

outras, até que quase toda a cidade a conhecia.

Ela transportava apenas as pessoas da cidade, depois passou a

transportar pessoas para o interior e para fora da cidade. Quando eram

pessoas conhecidas ela viajava sozinha com os passageiros, mas quando

eram pessoas que Eliane não conhecia, seu namorado acompanhava na

viagem.

Durante a Pandemia causada pela Covid-19, Eliane relatou que

sempre seguiu os protocolos de segurança, usando máscaras e álcool gel.

Quando algum passageiro estava positivado, higienizava o carro. A maior

dificuldade enfrentada foi com os lucros, pois as corridas diminuíram e

teve muitos aumentos da gasolina.

E assim, é a história de Eliane de Fátima Bariviera Delatorre, a única

mulher taxista da cidade de Constantina.

CARTA AO LEITOR

Turma: 5º ano - 51

Professora responsável: Lucimara da Silva Hensen

Autores: Dafini Taina Bergmann, Francisco Bonfantti Meotti, Heitor Pin de Carli, João

Paulo Romansin da Silva, Maila Vitoria Porto Ludke, Maria Eduarda Cardoso de Oliveira,

Michel da Silva Terebinto, Nicolas André Hensen, Rian Victor Custodio Dornelles,

Vyctória Cametin de Lima, Yago Emanuel Cruz, Yasmin Fiorentin Farezin

Constantina, 18 de outubro de 2021.

Querido leitor,

Esta carta é para falar um pouco sobre o trabalho de duas pessoas

muito legais. Waldir Eugênio da Silva e Valdemir José Severgnini, funcionários,

já aposentados, da empresa de Correios aqui do município de

Constantina. Ambos estiveram em nossa escola para falar sobre seus trabalhos

e nos contar como era o serviço antes da informatização da agência.

Waldir assumiu a agência de Correios em 1979. Era o responsável

pelo funcionamento da mesma e pelo recebimento e entrega das correspondências.

A primeira agência de Correios funcionava junto à Prefeitura

Municipal. O trabalho do Waldir, além do atendimento ao público, era

buscar os malotes na rodoviária, pois na época vinham pelo ônibus. Após

coletar os malotes, as encomendas e cartas eram classificadas e posteriormente

entregues aos seus destinatários.

Depois de um tempo, em 1983, Waldir recebeu seu primeiro colega

de trabalho, Valdemir, popular Tcheni, o qual foi o primeiro carteiro de

Constantina. A partir daí, Waldir ficou responsável pela parte burocrática

(controle interno) e pelos atendimentos, enquanto Tcheni fazia a entrega

das cartas e encomendas. Nesse período era comum escrever e mandar

cartas, pois era o meio mais fácil e econômico de comunicação. O telegrama

era utilizado para mensagens urgentes e era passado via telefone

na própria agência. Atualmente, esse tipo de comunicação foi substituída

pelos e-mails e aplicativos de mensagens.

Você sabia que além de cartas e encomendas os Correios também

prestavam outros tipos de serviço, como encaminhamento de aposentadoria

por exemplo, e, mais tarde, o Banco Postal?

Todo o trabalho era contabilizado manualmente num grande livro

caixa, conhecido como “língua de sogra”, porque era um livro comprido.

“Tadinha das sogras”! A entrega das cartas eram realizadas a pé, inicialmente.

Anos mais tarde o carteiro ganhou uma bicicleta para realizar seu

trabalho e posteriormente uma moto. Quem não conhece a moto preta e

amarela com uma grande caixa/baú acoplado? Valdemir nos contou que

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as encomendas registradas precisavam de assinatura ao serem entregues

ao destinatário, essa era a forma de comprovar a entrega. Hoje em dia,

com a informatização do sistema, tudo é computadorizado. É possível

rastrear uma encomenda no site dos Correios e o registro de entrega é

feito por fotografia através de um aplicativo.

Atualmente os Correios utilizam caminhão próprio para levar as

encomendas de uma cidade a outra. Tudo é entregue diretamente nas

agências, fornecendo mais segurança e agilidade. Nosso município hoje

conta com uma atendente e dois carteiros. A bicicleta e a moto continuam

sendo utilizadas nas entregas.

Embora o volume de cartas tenha diminuído consideravelmente,

houve aumento no número de pacotes, pois as pessoas compram em

sites e o correio é que faz a entrega.

é?

Você já deve ter ouvido falar sobre o Papai-Noel dos Correios, não

Waldir e Valdemir falaram com muito orgulho sobre isso e ambos

se emocionaram ao falar sobre o assunto. Se você não ouviu, nós vamos

explicar: As crianças, maioria carente, escreviam cartas para o Papai-Noel

com seus pedidos de Natal e entregavam nos Correios. As pessoas que

tinham interesse em “adotar” uma cartinha, atendiam o pedido deixando

o presente na agência e na semana do Natal, Tcheni se vestia de Papai-

-Noel e realizava a entrega na casa da criança. Esse era um momento

muito esperado por todos, tanto os adultos da agência que sentiam muita

alegria em realizar esse trabalho, quanto para as crianças e famílias que

recebiam os presentes. Podemos dizer que os Correios também entregavam

“Felicidade”.

E você? Já ficou à espera de uma carta ou encomenda? Quantas

vezes sorriu para o carteiro ou para o atendente ao receber algo que

estava esperando?

Bem, ficamos por aqui querido leitor. Até breve...

Alunos do 5º ano da manhã, da Escola Medeiros

HISTÓRIA DOS CORREIOS EM CONSTANTINA

Autor: Heitor Pin De Carli

Turma: 5º Ano - 51

Professora responsável: Lucimara da Silva Hensen

Waldir conta sobre sua história nos Correios. Como era o trabalho,

a mudança de localização, como era a entrega de cartas antigamente e

como funcionava o processo para a encomenda chegar ao destino.

Nesse trabalho, Waldir passou por certas dificuldades, principalmente

para encontrar pessoas e endereços, pois a maioria das casas não

tinha número. Assim, as correspondências voltavam à agência onde permaneciam

por um tempo para que o interessado fosse retirar. Depois,

caso não fossem buscar, retornavam ao remetente. Às vezes acontecia de

as pessoas receberem cartas erradas e elas ficavam sem entender nada.

Waldir também falou sobre os selos e os colecionadores. Os selos

eram usados nas cartas e algumas pessoas gostam de colecionar, principalmente

os selos de datas comemorativas.

Nessa história dos Correios em Constantina, temos também os

relatos do senhor Valdemir, que foi o primeiro carteiro da nossa cidade.

Ele também relatou sobre as dificuldades de encontrar os endereços

das pessoas pela falta de número nas casas, o peso dos malotes

e a quantidade de cartas e encomendas que os Correios entregam. Os

livros didáticos nas escolas também eram entregues pelos correios e dava

muito trabalho, pois tinha que anotar os códigos a mão e pegar assinatura

dos responsáveis na escola. Naquela época todo esse trabalho era

realizado a pé, somente alguns anos depois recebeu uma bicicleta para

trabalhar.

Nossos convidados falaram sobre o tamanho e peso máximo permitido

para envio de mercadorias através dos Correios e que já houve

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entregas bem hilárias, inclusive de produtos perecíveis e que certa vez

uma encomenda cheirava muito mal. Quando fizeram a entrega descobriram

que se tratava de ovos. Hoje em dia, com o SEDEX é possível enviar

produtos perecíveis, desde que sejam embalados corretamente e a pessoa

se certifique de que o produto não vai se estragar no caminho. Tem

muitas coisas que podem ser entregues pelos Correios, desde que sejam

embaladas adequadamente e sigam as regras de transporte.

Obrigado Waldir e Valdemir por compartilhar um pouco de suas

histórias e contribuir com nosso aprendizado!

A JOVEM PROFESSORA

Turma: 5º Ano - 52

Professora responsável: Silvana Cristina Gheller

Autores: Ana Clara Gheller Diniz, Antônio Ceccatto da Silva, Denzel Gabriel Ferreira

Brasilista, Eduardo Aimi Benitti, Emanuel Birkhiuer Woss, Flavia Alesandra Gonsalves

da Silva, Gabriela Elisa Rodrigues Rigo, Guilherme Henrique Werkhausen, João Paulo

Zanella, Lucas Rodrigues de Almeida, Luísa Bressan Bongiorno, Mateus Cazarotto dos

Santos, Natalia Rodrigues Marath, Otávio Bressan Giacomini, Regis Borges Antunes,

Ruan Carlos Consoli de Oliveira, Ryan Vitor dos Reis Sutel, Sabrina Agatti, Sthefany

Müller Lazaretti, Willian Lazzaretti Lamoso, Yuri Eduardo de Oliveira Agatti.

Mercedes era uma aluna, quando foi chamada, aos 14 anos, para

trabalhar como auxiliar de professora na turma em que estudava. Ela e a

professora atendiam mais de noventa alunos da 1ª a 5ª série, das mais

diferentes faixas etárias. Grande foi seu susto, no dia em que a professora

não pode ir à escola e Mercedes teve que dar conta de toda a turma sozinha.

Na década de 60, tudo era mais difícil! As escolas eram distantes,

não havia transporte, as estradas eram precárias e não havia incentivo

para os estudos. Mercedes seguiu sua vida de professora cursando o Normal,

o qual habilitava para a profissão que desde seus 14 anos até sua

aposentadoria sempre exerceu: a função de educadora dentro das escolas.

Trabalhou em Carazinho na rede municipal, porém seu sonho era

ser professora estadual. Inscreveu-se na Delegacia de Ensino e recebeu

a proposta para trabalhar em Liberato Salzano, Sarandi e Constantina.

No primeiro momento, pensou em Liberato Salzano. Porém, logo depois,

aceitou o desafio de trabalhar na comunidade de Capinzal, em Constantina.

Conta, que ao falar em Capinzal, imaginava um lindo campo verdejante

coberto de flores. Sua decepção ao chegar, o local fazia jus ao seu

nome. Por longa data, trabalhou na comunidade, sendo que foi residir na

cidade de Constantina e passou a trabalhar na escola Medeiros, escola

esta, onde exerceu a condição de professora, vice-diretora e diretora.

Contou, como era a educação no início do ano 2000 em nossa

escola, dos poucos recursos que haviam para se desenvolver as aulas,

mas que já tinham algumas tecnologias. Porém ressaltou o quanto os

professores tiveram que mudar sua forma de trabalhar com a pandemia

da Covid-19, pois acompanhou a alfabetização de sua neta em um tempo

de aulas remotas.

Apresentou aos alunos a revista dos 65 anos da escola, realizada

no ano de 2004. Foi muito interessante conhecer mais sobre a nossa

escola, como era os prédios e a evolução. Outra curiosidade da revista foi

conhecer o corpo docente da escola.

Mercedes falou da importância de se dedicar aos estudos e de

valorizar seus professores, pois esses se preocupam com cada um de seus

alunos e procuram diferentes maneiras de fazer com que a aprendizagem

aconteça, além de reconhecer os diferentes saberes que cada um desenvolve.

É preciso comprometimento

Para o bom entendimento,

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Estudar é formidável,

Seja sempre um estudante incansável.

Entrevista realizada com a ex-professora Mercedes Rovadorki de Lima

MINHAS VIVÊNCIAS NA PANDEMIA

Autora: Luísa Bressan Bongiorno

Turma: 5º Ano - 52

Professora responsável: Silvana Cristina Gheller

No começo não sabia o que estava acontecendo com o mundo,

nem que existia pandemia. Foi quando eu percebi que um vírus estava

chegando. As aulas foram canceladas e tivemos que ficar em casa. Foi um

momento difícil, pois passamos a ficar longe das pessoas que amamos.

Todos os trabalhadores tiveram que parar e ficar em casa. Os casos

começaram em nossa cidade, para ir no mercado, na farmácia, só podia

ir uma pessoa, a cidade estava quase vazia. A única coisa que tínhamos,

esperança que tudo ia passar.

Eu, dentro de casa preocupada e triste por não poder ir na escola,

ver meus amigos, estudar, brincar e conversar. Não tinha para onde ir,

várias famílias passando por momentos difíceis e eu em casa, brincando

com minha irmã, muitas vezes sem saber o que brincar. Com minha família

brincava com jogos de tabuleiro, conversas e também no celular.

Para sair, tem que usar máscara, mas agora até está virando moda,

álcool em gel e manter distanciamento.

Um tempo depois, em nossa escola e outras escolas do estado

começou as aulas online e os temas pela plataforma, para quem não

tivesse acesso a internet, deveria ir para a escola buscar atividades

impressas e assim seguiu todo o ano de 2020 e parte de 2021. Neste ano,

eu já no 5º ano, meu último ano de escola, recebo a notícia que poderíamos

voltar, claro que de maneira bem diferente, mas voltamos! Primeiro

em escalonamento, em grupos, agora estamos todos na escola e os cuidados

continuam.

O retorno foi muito legal para todos, as mochilas prontas, os

cadernos e os lápis, o acolhimento dos professores na escola, rever os

colegas todos, poder conversar, contar, mas temos que lembrar, que ao

chegar na escola precisamos aferir a temperatura, fazer uso de álcool em

gel e usar a máscara. Agora não temos mais temas na plataforma eu e

meus colegas achamos a aula melhor assim, como está acontecendo.

Entrando na sala de aula, as classes arrumadas com distanciamento,

sem poder abraçar ou ficar próxima dos amigos, mas estávamos

juntos, aulas mais curtas, muito divertidas. E a professora ... ótima!

Na hora do lanche, cada um ia buscar o seu e sentava na sua

classe, até que era divertido, dávamos muita risada.

Para terminar, mal posso esperar para tudo voltar ao normal, poder

andar sem máscara, ficar livre desta pandemia, poder viver normalmente

como antes. Espero que quando eu complete 15 anos, tudo tenha acabado

e só fique lembranças de um tempo difícil, de aprendizados rápidos,

mas que com a união e a responsabilidade de todos conseguimos superar

essa pandemia.

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ADEMAR FRANCIO DA FONTOURA:

A DECISÃO DE LEVANTAR APOIADO EM DEUS

Turma: 6º Ano A

Professora responsável: Andreia Luzatto

Autores: Amanda Bitello, Ana Heloisa Baccin Krais, Angelina Maria Dos Santos, Antônio

Carlos Luzatto Farezin, Arthur Alievi Zanata, Bernardo Lazzaretti Luzza, Bernardo

Rossetto Anziliero, Eduardo Werkhausen Bucchi, Lorenzo Marcon Araujo, Luan Braga

Da Silva, Lucas Perone Ferronatto, Tamara Oliveira Jotti, Thales Fiorentin Mestura,

Thauani Ribas Da Costa.

Constantina, 29 de outubro de 2021.

Querido Diário:

Hoje foi um dia incrível! Tivemos, em nossa sala de aula, uma visita

muito especial. Na verdade, bem mais que especial, recebemos um escritor

de verdade, um herói da vida real, um grande vencedor, ele se chama

Ademar Francio da Foutoura.

Vou te contar um pouco dessa essa história inspiradora, que deve

ser compartilhada. Ademar, hoje, Vereador Ademar e presidente da Casa

Legislativa, nasceu no ano de 1984, na Linha Alto Paraíso. Logo nos primeiros

dias de vida, o menino e a família enfrentaram sérios problemas

pelo diagnóstico de um câncer infantil.

Naquela época, a medicina não era tão avançada, entretanto,

mesmo diante das inúmeras dificuldades, a família decidiu reunir forças

em Deus e lutar. Após muitas viagens a Porto Alegre, muitas internações,

tratamentos e orações, foram, então, agraciados com a cura do menino,

que agora teria uma vida inteira pela frente. Essa doença, porém, deixou

em Ademar algumas marcas que carregaria por toda a vida, que seriam

responsáveis por sofrer bullying. Entretanto, o menino enfrentou corajosamente

todo o tipo de preconceito, pois desde cedo aprendera a ser

humilde e perdoar.

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Ademar chegou à adolescência e depois à juventude com todos os

princípios e valores que herdara de sua honrosa família. Com 17 anos cursava

o Ensino Médio quando, novamente, foi surpreendido pelo retorno

do câncer. Nesse momento, foi necessário abandonar a escola por um

período para dedicar-se ao tratamento. Foram tempos difíceis para o

jovem e sua família, contudo, com a medicina em avanço e a força de

Deus que os guiava, pela segunda vez Ademar vence o câncer.

E assim, chega à vida adulta com uma bagagem de experiências,

lutas e vitórias que lhe serviam de exemplo e motivação para continuar a

buscar seus sonhos e conquistar seus objetivos. Ademar, já com o ensino

médio concluído, decidiu, então, cursar o ensino superior, elegendo o

curso de Tecnólogo em Desenvolvimento Rural para capacitar-lhe profissionalmente.

O que ele não esperava era que em sua fase adulta ainda

teria mais surpresa e que essa não seria boa.

Aos trinta anos, foi diagnosticado com câncer e, dessa vez, ainda

mais agressivo. Nesse momento da vida, Ademar, vivendo os seus piores

dias no leito de hospital, decide ter uma conversa muito franca com o

Deus que tanto confiava e, a partir desse dia, sua vida toma outro rumo.

Aos poucos as terríveis dores vão sendo superadas e o tratamento passa

a apresentar melhores resultados. Entretanto, após o tratamento do câncer,

uma depressão avassaladora desenvolveu-se, agravando ainda mais

a sua saúde. Mais uma vez é necessária muita força divina para erguer-se

e superar o turbilhão de problemas e mais uma vez sair vencedor.

Então, meu diário, você já conheceu uma pessoa que superou o

câncer em três fases diferentes da vida? Pois é, eu não conhecia! Mas tem

mais! Curado do câncer e da depressão, com uma família sempre unida e

devota a Deus, o jovem Ademar sente que necessita fazer algo para retribuir

a sua família, às pessoas que lhe ajudaram e a Deus que nunca lhe

abandonou. Decide assim, escrever um livro e compartilhar suas experiências

de superação com todas as pessoas que possam estar passando

por dificuldades.

No ano de 2018, publica a obra Vivendo, Revivendo e Superando

o Câncer, que é muito bem recebida pela comunidade constantinense.

Acreditando que ainda poderia fazer mais em gratidão a todo o bem

recebido, no ano de 2020 concorre e elegeu-se vereador do município de

Constantina. No ano seguinte, ao tomar posse de seu mandato assume o

compromisso de doar parte de seu salário de legislador para as entidades

da APAE, Liga Feminina de Combate ao Câncer e o Hospital da ACROS,

além de outros grupos. Como vereador, destaca-se sua atuação muito

presente na comunidade e sempre comprometido com o bem comum.

Além de legislar, como lhe cabe a função, desempenha inúmeras atividades

sociais.

Sabe, meu amigo Diário, o que mais chamou minha atenção e que

acho que também vai chamar a sua é que Ademar não se considera um

exemplo, ele é um homem muito humilde, que reconhece a família como

um desígnio de Deus, acredita que é um ser em evolução e tem a absoluta

certeza que sem Deus nada seria. Ele nos fez pensar em muitas coisas,

como viver com simplicidade agradecendo pelo que temos, não ter preconceito

com qualquer tipo de condição, pois todos somos diferentes e o

preconceito destrói os sonhos e até a vida. Ele nos falou sobre ser amigo

de verdade, ser sincero, gentil e generoso com todas as pessoas, pois, às

vezes, a pessoa só quer ser ouvida, só, e isso que é importante.

Meu amigo, eu sei, já está tarde e ainda teria muito a lhe contar,

mas preciso dividir uma coisa muito importante. Nosso visitante falou

algo que me marcou, ele nos disse que o medo existe para todos e que

precisamos ter coragem para superá-lo. E que ser forte não diz respeito

ao tamanho físico e sim a escolha de todo dia tomar a decisão de levantar-se

apoiado por Deus!

Obrigada por ficar comigo e me ouvir.

Até breve, amigo!

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VANDINHO, SINÔNIMO DE SUPERAÇÃO E CONQUISTAS

Turma: 6º Ano C

Professora responsável: Cleci Farezin Guisolfi

Autores: Alan Junior Gagliotto Eleuterio Leite, Bianca Vieira, Brayhan Luccas Soares Brasilista,

Emily Laura Veloso, Gabrieli de Oliveira Campos, Guilherme Eleuterio dos Santos

Leite, Isabelly Fonseca dos Santo, João Paulo Rostirolla Bombana, Julio Cezar Cavalheiro

da Silva, Kevili Barbosa borges dos Santos, Murilo Petor Matias.

Existem pessoas fortes e trabalhadoras, de personalidade marcante,

que lutam por uma comunidade, que enfrentam dificuldades,

sempre colocando a coletividade em primeiro lugar, marcando a história

de um povo significativo. E essas histórias precisam ser realmente conhecidas

por todos. Como é a história de vida do Sr. Vanderlei Ferreira, mais

conhecido na comunidade do Bairro São Roque, como Vandinho. Morador

a quarenta e sete anos deste bairro com muito orgulho. Embora já

precisou por diferentes razões se ausentar deste lugar, mas a vida lhe possibilitou

retornar, por várias vezes.

Hoje, quarenta e nove anos de idade, nos conta uma história de

superação, mesmo diante de várias dificuldades que a vida lhe apresentou.

Não conviveu com seu pai, mas sempre teve os cuidados, orientações

e amor do avô, avó e principalmente da sua mãe. Veio do interior

com 9 anos de idade, juntamente com seus irmãos. Diante das dificuldades

econômicas que vivia, a vida lhe exigiu que desde cedo, trabalhasse

para ajudar no sustento da família.

Inicialmente começou a trabalhar como engraxate (passar graxa

nos calçados de couro e friccionar um pano para dar brilho ao calçado).

Nesse período, era comum os homens usarem sapatos de couro, o que

lhe permitia fazer esse trabalho, principalmente no centro da cidade de

Constantina. Mais tarde, trabalhou como vendedor de picolés e frutas,

também como estafeta (entregar correspondências, equivalente a atividade

de office-boy, hoje). Todos os trabalhos realizados por Vandinho

quando adolescente, eram sempre orientados pelos conselhos de sua

mãe, que sempre lhe falava: “Em primeiro lugar meu filho, o “respeito”, é

tudo, lembre-se sempre disso”.

Quando realizava seu trabalho de engraxate, um dos lugares preferidos

devido ao movimento de pessoas que circulavam no centro da

cidade, era em frente ao Escritório Despachante do Senhor Rieli Rossini,

que era de propriedade do Sr. Claudir Marcolan. Fazia seu trabalho sempre

sorrindo, com dedicação e capricho, recebendo vários elogios. Para

sua surpresa aos doze anos, teve seu esforço reconhecido, foi convidado

pelo Sr. Claudir Marcolan, para trabalhar como estafeta.

Trabalhou no escritório até os dezoito anos, pois tinha um sonho

de ir para o quartel. Alistou-se e foi chamado. Voltou, pois sofreu algumas

decepções, não foi promovido. Quando retornou trabalhou mais 5 anos

no escritório do Sr.Claudir, pois a amizade e a competência lhe possibilitaram

essa parceria.

Em 1998 foi para São Paulo, em busca de novas oportunidades,

pois almejava crescer profissionalmente, e proporcionar um futuro

melhor para sua família. Foi trabalhar em um restaurante, no qual teve

êxito, mas em função de uma tentativa de sequestro da sua filha, que na

época tinha dois anos de idade, retornou para Constantina e, por acaso

do destino, foi trabalhar novamente com o amigo Claudir.

Pelo seu forte envolvimento com a comunidade do Barro São

Roque, e diante das inúmeras necessidades que a maioria dos moradores

viviam, Vandinho resolveu candidatar-se a vereador em dois mil e quatro.

Não foi eleito, ficando segundo suplente.

Após esse período foi para São Paulo novamente, vendeu seu

carro para conseguir algum dinheiro, comprou uma máquina para fazer

sorvetes, que ficava na parte térrea da residência. Essa atividade comercial

gerava uma boa renda, que sustentava a família, porém, em uma

manhã quando chegou para trabalhar, haviam arrombado o local e roubado

a máquina. Mas, Vandinho não desistiu, comprou outra e, como

as vendas estavam boas, conseguiu comprar mais três máquinas que lhe

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possibilitaram melhorar sua condição econômica. Foi então que decidiu

juntamente com um amigo, alugar uma pequena churrascaria para trabalhar,

com a intenção de evoluir ainda mais nos negócios. Mas, é preciso

ter cuidado com os negócios e com a documentação. Pois, eles pagavam

o aluguel, a terceiros, que não repassavam ao proprietário. Diante disso,

foram impedidos de trabalhar. Mais uma decepção, mas, Vandinho não

desanimou.

Voltou para Constantina, e no Bairro São Roque, começou a vender

sorvete e mais tarde conseguiu organizar um espaço para um minimercado,

com o qual sustenta sua família.

No entanto, a realidade do Bairro o fez entender que além do trabalho

e das melhorias físicas, ele necessitava de mudanças sociais, de um

olhar sensível, de acolhimento que oportunizasse mudanças e qualidade

de vida. Foi então, que em dois mil e dezenove, resolveu se candidatar

para uma vaga de Conselheiro Tutelar, sendo eleito. Assim, ele pode ajudar

um pouco mais o seu bairro, olhando, orientando e defendendo principalmente

os direitos das Crianças e Adolescentes.

Histórias como estas nos inspiram a sermos persistentes, a lutarmos

por nossos sonhos, a não desistirmos diante da primeira dificuldade.

Nos colocam o quanto é importante o Estudo em nossas vidas, e o quanto

é valioso uma verdadeira amizade.

FÉ DURADOURA

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Turma: 6º ano D

Professora responsável: Vanusa Troial

Autores: Ana Carolina Lemes Largo, Angelo Dal Alba Sturmer, Antony Samuel

Bitencourt Dos Santos, Bruna Silva De Jesus De Oliveira, Carlos Henrique Conteratto

Drabach, Erik Daniel E Silva Bombana, Gabriel Piovezana Cenci, Heryk Scopel Da Silva,

Layun Gnoatto, Lays Gabrielli Bueno Besquis, Samira Da Silva, Thalita Gonçalves Da

Silva, Vanussa Antunes De Carvalho, Wellinthon Nascimento Rodrigues, Wesley De

Oliveira Da Silva.

Danielson Warpechawski pastor da igreja Metodista de Constantina,

natural de Porto Alegre, nasceu em 28 de março de 1975, filho de

Eduardo Warpechawski e Maril Warpechawski (in memoriam), morou

com seus pais e três irmãos em Guarani das Missões, capital Polonesa do

Rio Grande do Sul.

Danielson cantava desde os seis anos de idade, com doze anos

ministrava curso de violão e teclado, aos catorze anos em sonho enxergou-se

não sendo músico e sim servindo a Deus como missionário, sendo

assim decidiu ir para o seminário católico ajudando e auxiliando a comunidade,

tempos depois saiu do seminário por não concordar com algumas

coisas, então saiu do seminário aos dezesseis anos e dedicou-se a

viagens como cantor e dançarino.

Com o dinheiro que ganhava com a música prestou vestibular

para Psicologia em 1994, durante a faculdade continuou realizando

um show aqui ou ali. Em novembro de 2005 vinha dando tudo errado,

depressão, namoro não dando certo com vontade de tirar a própria vida,

nesse momento lembrou-se do sonho que teve aos catorze anos e a partir

desse dia fechou o consultório, cancelando a gravação do terceiro CD e

mudou-se para Santa Catarina, alugando uma garagem para morar que

dividia com jovens drogados. Durante três anos, passou a trabalhar como

garçom. Nesse tempo conheceu o Pastor Sérgio o qual ensinou-lhe sobre

a bíblia.



Em janeiro de 2006 Danielson foi batizado em nome de Jesus Cristo

nas águas e assumiu o compromisso de ser missionário para servir a Jesus.

Vindo a residir em Panambi no ano de 2008, dedicou-se a faculdade de

psicologia atendendo em seu consultório, bem como cantava, tocava

violão e teclado na igreja, ministrava curso bíblico discipular, mesmo

assim faltava alguma coisa em sua vida, nesse tempo durante um diálogo

com um missionário onde ele dizia: “Deus teve um único filho Jesus nós

somos filhos adotivos de Deus e fez de seu filho um missionário”, nesse

momento lembrou-se novamente do sonho sobre ser missionário.

Entre os anos de 2010 e 2019 realizou estudos teológicos como,

Filosofia, Teologia na faculdade da UNESP – Instituto de Ciência e Tecnologia

de São José do Campo em São Paulo e Antropologia. Em 2014

mudou-se para a cidade de Santa Rosa, juntamente com sua esposa

Queila Warpechawski, passou a congregar um grupo de jovens, nesse

ano foi ungido Pastor. No ano seguinte, veio a conhecer o pastor Sílvio

de Constantina, em uma reunião de pastores em São Leopoldo, o pastor

Silvio falou que estava orando para que ele viesse à Constantina, o qual

veio a falecer em 2017.

No ano de 2019 houve uma reorganização dos pastores, onde o

pastor Danielson e a pastora Queila foram designados a assumir a Igreja

Metodista de Constantina em fevereiro de 2020. “Eu vim viver o meu

sonho, o pastor Silvio orava para eu vir pra cá”, disse ele. Aqui encontramos

um povo acolhedor, diversificado, de cultura rica, mas que também

precisa de ajuda. “Meu chamado é servir a todos que precisam”, missionário

segue as regras de Jesus não nega ajuda a ninguém, meu trabalho é

servir como Jesus serviu.

Ele ainda afirma que a igreja além de nossos cultos também ajudamos

as pessoas a conseguir emprego, alimentos, ofertamos cursos

profissionalizante, destacamos que “Mais importante que colher uma

profissão é descobrir seu proposito”.

UMA VIDA A SERVIÇO DA COMUNIDADE

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Turma: 7° Ano A

Professora responsável: Emanoeli Ballin Picolotto

Autores: Dérik Zatti, Dominyk Pozzebom Zanella, Eder Mariano Anziliero, Henrique

Waszkiewicz De Bortoli, Kananda Natalia Werkiewicz Ayres, Kauã Boff, Lorenzo

Montanha Bitello, Manuela Rosseto Santin, Maria Antônia Gheller Vendrusculo, Natalia

Cenci Dal Magro, Gabriel Lamonato Suzana.

Etelvino Zanella é filho de Hermínio Zanella e Teresa Marcolan

Zanella, nasceu em Liberato Salzano, na linha Peixe. Veio morar em

Constantina com 2 anos e fez parte dos seus estudos na escola Medeiros

de Albuquerque. Desde muito jovem trabalhou com a agricultura, no

período da escola era muito tímido e tinha facilidade em matemática.

Ainda na sua juventude, ao frequentar jogos de futebol, viu a

necessidade em ajudar seus amigos que se fraturavam durante as partidas

de futebol, assim para aprender mais a lidar com os ossos utilizava

a carcaça de suínos para entender como funcionava. Um de seus primeiros

atendimentos foi com um senhor que não conseguia caminhar, desse

modo seu Etelvino o ajudou e ele voltou a andar. Depois desse ocorrido

ficou conhecido por ter facilidade em arrumar os ossos, lotações de outras

cidades vinham até ele para procurar ajuda com seus problemas.

Devido a grande procura, em 2013 ele fez um curso de massoterapia

em Carazinho. Nesse curso ele pediu ao professor se ali possuía um

esqueleto para poder tirar suas dúvidas. Seguindo a profissão do pai, uma

de suas filhas seguiu o ramo da massoterapia também, fazia cursos aos

sábados e domingos e já chegaram a atender até 104 pessoas em um dia.

Nesse período do curso uma de suas principais dúvidas foi sobre o

esporão, com a ajuda do esqueleto humano, conseguiu provar e entender

mais sobre esse assunto, sua descoberta foi tão importante que a UPF

(Universidade de Passo Fundo) veio até ele e o gravou atendendo e explicando

sobre o assunto. Nessa visita da UPF tinha o caso de um homem



que se dizia estar paralítico, com a ajuda do seu Zanella conseguiu melhorar

aos poucos e com o tempo se curou totalmente.

Durante muito tempo não cobrava nada por suas consultas, mas

as pessoas começaram a se aproveitar da sua bondade. Por não aguentar

mais essa pressão se sentia mal e foi ao médico, de acordo com o profissional

ele estava infartando. A partir de então colocou preço em seus

atendimentos, diminuindo assim o fluxo de consultas.

Devido seu reconhecimento em nossa região, universidades

de Porto Alegre, Passo Fundo e até de outros países o procuraram para

conhecer sua história e a maneira que trabalhava. De acordo com Etelvino

esse reconhecimento, por parte das pessoas, se dá porque ele sempre

procura trabalhar animado, fazendo brincadeiras e piadas, essa característica

faz com que as pessoas fiquem tranquilas. Para ele, o cérebro nos

leva para qualquer lugar e nunca devemos desistir.

EMPODERAMENTO FEMININO

Turma: 7º Ano B

Professora responsável: Luciana Rugeri Zanatta Verzeletti

Autores: Andrey Vitor Da Silva Rodrigues, Igor Zanella, Kaiky Wilian Martins Moreira,

Kaua Da Rosa Ferreira, Luiz Fernando Moura Brembatti, Marco Antônio Rabaioli

Tomazelli, Mateus Vieira, Robson Marcolan Gonsalves, Vitor Emanuel Nicolli Dos Santos,

Emanuel Ferreira De Lima, Nickollas Gustavo Delatorre Sichelero, Amanda Brandão

Testa, Joelma Natalia Eleuterio Ferreira De Lima.

Para Cleusa Tomazelli, “Tudo na vida tem o seu tempo, tudo acontece

no tempo certo”.

Com uma vida repleta de vivências e experiências riquíssimas e

com o mérito de ter participado de muitas conquistas em relação aos

Direitos dos Trabalhadores Rurais e principalmente das Mulheres, Cleusa

é uma referência quando se fala em liderança Feminina no Município de

Constantina.

Ela é natural da Linha Gheller, filha de pequenos agricultores,

trabalhou na roça desde pequena, de onde aprendeu e carrega grandes

ensinamentos para sua vida. Iniciou sua vida escolar na mesma comunidade,

sempre com muito esforço, tudo era muito simples, pois os recursos

da época eram poucos. Após concluir a quinta série, foi estudar na

Escola Estadual São José, o acesso era difícil, não havia transporte, mas o

desejo de estudar era muito grande o que fazia com que as dificuldades

fossem superadas.

Como estudante, seu sonho era cursar faculdade de Biologia,

por isso, foi cursar o Ensino Médio em Passo Fundo, na Congregação

Notre Dame – Instituto Menino Deus, pois poderia lhe proporcionar mais

oportunidades para o ingresso em uma faculdade, afirmou. Concluído o

Ensino Médio, fez vestibular, mas não conseguiu aprovação, adiando por

um tempo seu sonho. Voltou à Constantina, trabalhou por um período no

comércio, e após voltou a trabalhar no interior com seu pai, sempre muito

determinada e focada em seus objetivos.

Em 2001 sua vida seguiu novos rumos, casou-se com Claudinei

Tomazelli e, começou a conhecer a verdadeira história dos Movimentos

Sindicais e sua importância na luta pelos direitos dos trabalhadores

rurais. Ao acompanhar o marido nas Mobilizações Sindicais, Cleusa percebeu

que também poderia fazer muito mais pelas mulheres trabalhadoras

rurais. Foi aí, que em 2003, com muita coragem, desafios e dificuldades

ela, e mais algumas mulheres, organizaram o Coletivo de Mulheres

no interior do nosso Município, para lutar pelos direitos das mulheres e

conhecerem suas necessidades. Neste contexto, foram formadas quarenta

lideranças, fundamentais no empoderamento que a mulher possui

hoje em nosso município. Lembra-se desse período com muita emoção,

com muito amor, pois foi uma época de muitas incertezas, conquistas e

de muito aprendizado.

Além da atenção à família, do tempo dedicado ao trabalho junto

ao Sindicato, Cleusa também, neste período, conciliou a faculdade de

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Pedagogia, que lhe proporcionou novos saberes, conhecer novas realidades

e fazer novos amigos.

Pelo seu envolvimento com as pessoas, pela sua doação as causas

sociais, pelo seu apoio a conquista de vários direitos dos trabalhadores

rurais e pela valorização da mulher, conquistaram muita credibilidade

frente a comunidade Constantinense, o que há levou em 2013 a concorrer

como Candidata a Vereadora, pois queria fazer mais pela comunidade.

Neste momento ela se depara com um grande dilema familiar,

pela primeira vez, não seguiu um conselho de seu pai, o qual não queria

que se envolvesse com política. Mas como ela mesma afirma, nós somos

política, tudo passa pela política, e a construímos no dia a dia. Foi eleita,

como uma das primeiras mulheres Vereadoras do nosso Município, cumprindo

seu mandato de quatro anos, sendo reeleita por mais quatro anos.

Durante o tempo em que compôs o Poder Legislativo, teve muitas alegrias,

conquistas, decepções, preconceitos e dificuldades, por ser um

meio ainda muito masculino, não é fácil competir de igual para igual.

Uma experiência extremamente significativa foi a oportunidade de assumir

a Presidência da Câmara de Vereadores por um determinado período

e mostrar a sensibilidade das mulheres na vida política.

Cleusa é uma mulher forte, corajosa e humilde que sempre buscou

formas de alcançar seus ideais, conciliando seu trabalho, com sua

vida pessoal, é mãe de três meninos, e sempre se organizou para atender

a todos, desempenhando com amor seu papel de mãe e esposa, pois em

toda sua caminhada seu marido sempre esteve ao seu lado, lhe apoiando

e incentivando. Fazendo acontecer de fato a igualdade de direitos.

Há 4 anos, juntamente com a família voltou a morar no interior

do município, o que sempre foi seu grande sonho, voltou às origens, buscando

principalmente qualidade de vida e iniciando mais um Projeto.

Hoje, é uma mulher Empreendedora no cultivo de morangos orgânicos,

coordena toda a produção juntamente com os filhos e o marido,

vendo na agricultura familiar uma fonte de renda lucrativa, e que traz

inúmeros benefícios, entre eles a qualidade de vida, para quem trabalha e

para quem consome os produtos.

Cleusa assim como todas as mães, se preocupa muito com o

futuro dos filhos, e tenta transmitir valores, ensinar tudo o que pode, pois

são lições que eles vão levar para a vida. O saber, é o maior legado que

pode ser deixado aos filhos. Para ela, a família está acima de qualquer

bem material. Por este motivo, faz o seu melhor em tudo que realiza e, nos

faz refletir sobre a seguinte frase: “O dia tem vinte e quatro horas e nós

fazemos, desse “tempo”, aquilo que queremos, mas, essas vinte e quatro

horas, não voltam mais. Por isso, devem ser bem planejadas e aproveitadas”.

NEOCADIO DI DOMENICO: UMA VIDA DE SUPERAÇÃO

Turma: 7º Ano C

Professor responsável: Herivelton Antônio Nath

Autores: Augusto Soares Pereira Kuster, Carlos Eduardo Martins Pozenatto, Cedineia

Vargas Da Silva, Emily Luzia Stivanin, Gustavo Voss Pasini, Isadora Tamires Toniazzo

Schwanke, Kauana Trentin Chiamente, Kauane Porto Ludke, Luiza De Oliveira

Malheiros, Mariana Affonso Chiamenti, Murillo Bitello Mietch, Rian Martinelli, Tailine

Ióra Conterato, Vitória Costa Da Silva.

Neocadio Di Domenico nasceu no dia primeiro de maio de 1975,

na comunidade de Barra Curta Alta, município de Constantina - RS, filho

de Jandir Di Domenico e Edite Valandro Di Domencico. Iniciou seus estudos

na escola da comunidade onde nasceu, posteriormente foi junto com

sua família residir na Linha Rodeio Alto, na qual ajudava seus pais na agricultura

e estudava na Escola Estadual Floriano Peixoto de Engenho Velho,

fazendo 8 quilômetros por dia entre ida e volta a pé, terminando assim, o

Ensino Fundamental.

Em 1989 ingressou na Escola Agrícola em Carazinho/RS formando-se

em Técnico Agropecuário e no ano de 1995 iniciou seu primeiro

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emprego na empresa Suitasa onde adquiriu muitos conhecimentos, no

ano seguinte conheceu sua esposa Cleomara Lazzaretti, na qual tiveram

dois filhos: Guilherme e Lorenzo.

Foram trabalhar no ramo da gastronomia em Minas Gerais e Porto

Alegre, onde fez inúmeras amizades e adquiriu novos conhecimentos,

após retornar para Constantina. Iniciou seu trabalho na Coopac, realizando

com muita atenção e amor pela sua profissão, após seis meses

de trabalhado sofreu um acidente, ficando paraplégico, interrompendo

desse modo, suas atividades, mas com muita determinação e força de

vontade superou todas as adversidades com o apoio de sua família e amigos,

pois segundo ele nada pode ser maior que os nossos sonhos.

Neocadio sempre teve um papel fundamental na comunidade

com seu trabalho voluntário seja como catequista junto a Paróquia São

José, seja em ajudar as pessoas na qual sempre deu uma atenção especial,

membro da comunidade do Bairro Santa Lúcia, na qual, ajudou na criação

e fundação do mesmo.

No ano de 2009 iniciou seus estudos na UAB – Universidade

aberta do Brasil Polo de Constantina, onde cursou o curso de Planejamento

e Gestão. Em 2012 criou juntamente com uma comissão o PSB

Partido Socialista Brasileiro aqui no munícipio e concorreu a vereador,

obtendo 199 votos e não tendo êxito, já em 2016 concorreu novamente

e teve uma excelente votação, com 405 votos sendo o primeiro vereador

eleito do referido partido, e presidindo o poder Legislativo no ano de

2020. Sempre defendeu uma inclusão social com respeito às diferenças,

buscando uma harmonia através do diálogo entre os poderes Legislativo

e Executivo e a comunidade.

Em 2020 não conseguiu a reeleição, mas sempre está colaborando

nas suas possibilidades para o melhor da comunidade. Neocadio

deixa uma mensagem de otimismo para os estudantes mostrando que

apesar das suas limitações devemos sempre ter uma autoestima elevada

acreditando que através da educação podemos superar todos os desafios

impostos nos dias atuais.

HISTÓRIA DE VIDA

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Turma: 7º ano D

Professora responsável: Leila Pizzinatto Farezin

Autores: Eleandra De Oliveira De Melo, Emili Eleuterio Leite, Fernando Goulart Da Silva,

Guilherme Augusto Calza Marcolan, Jose Aldemir Carvalho Moura, Marcos Antonio

Felddnan, Miguel De Oliveira Caumo, Pablo Martini.

O senhor Teobaldo Rocha dos Santos é natural do município de

Iraí, morou em Santa Catarina na cidade de Abelardo Luz, por dez anos,

depois veio para Constantina, residir na Linha Espírita, nos meados de

1970. O nome Linha Espírita foi denominado porque existia uma sociedade

espírita lá.

Quando veio de lá para cá, encontrou muitas dificuldades, não

tinha estradas para chegar com sua mudança, teve que ficar em cima do

caminhão por vários dias, até conseguir uma carroça para levar seus pertences

até a casa de seu cunhado, onde iria morar até comprar uma casa.

Para comprar sua casa eles tiveram que vender uma vaca, carroça, guarda

roupa, mesa, serrote traçador e o restante parcelado de safra em safra na

linha espírita

Precisou começar uma vida nova, então, plantava hortaliças

como; alface, moranga, amendoim e vários outros produtos para vender

na cidade e fazer o sustento da família. Mas o transporte dos produtos

era difícil de ser feito, por isso, construiu uma “zorra” (espécie de forquilha

com um assoalho em cima sem roda), puxada por tração animal. O

boi, onde ele colocava seus produtos em cima e levava até a Linha Santa

Maria, Capinzal, ali passava o ônibus, para ir até a cidade. Sua esposa carregava

os produtos em cima do ônibus e ia vender na cidade.

Teobaldo também ensinava a ler e escrever para os vizinhos da

redondeza, o chamado Mobral, pois naquela época a maioria das pessoas

eram analfabetas. As aulas aconteciam num salão da Linha Espírita e

não tinha energia elétrica, eram à noite e a luz era com lampião chamado

naquele tempo de liquinho.



Alguns anos depois surgiram as escolas Brizoletas, criadas pelo

governador Leonel De Moura Brizola e ele passou a lecionar na Escola

Municipal Castelo Branco (uma das Brizoletas), mesmo tendo estudado

pouco, até a terceira série, ensinava o que sabia. Posteriormente, no

mandato do Prefeito Hermeto Araújo, parou de ensinar, porque naquela

escola começaram a trabalhar professores com formação.

O tempo foi passando e algumas coisas foram melhorando, como

as estradas, por exemplo, isso veio a facilitar mais sua vida e a venda de

seus produtos, pois conseguiu comprar uma rural.

Naquela época, iniciou-se o movimento de emancipação do

município de Engenho Velho, que pertencia a este Município. Quando

houve a emancipação desse novo município, ele concorreu a vereador e

não se elegeu por cinco votos.

Sempre preocupado em ajudar a todos, criou a Sociedade Espírita,

que atendia as pessoas que o procuravam. Com o surgimento do movimento

indígena sua propriedade passou a pertencer aos indígenas. Por

isso precisou deixar sua propriedade e voltar a residir em Constantina.

Trouxe seu centro espírita em cima de um caminhão e deu continuidade

ao que sabia fazer, vender hortaliças. Plantava-as num pequeno terreno

que possuía nos fundos de sua casa e sua esposa saia vender no centro da

cidade, contudo continuava atendendo no Centro Espírita, ao lado de sua

casa, não aceitando ter que deixar para trás tudo que havia construído foi

em busca de seus direitos.

E através da leitura do livro da constituição brasileira, onde estava

escrito que ali pertencia a uma área indígena e não havia o que fazer.

Então foi aí que poderia ver uma possibilidade de ser indenizado pelo

que construiu, foi até Porto Alegre estudar e conhecer um pouco das leis.

Assim conseguiu ganhar a tão esperada indenização. E a partir daí todos

os demais, que passaram por essa situação também foram indenizados.

Com muita luta, persistência e dignidade, criou onze filhos e hoje

aos 83 anos, atende a Sociedade Espírita Bezerra de Menezes e faz programas

de rádio aos domingos.

PARA APRENDER NUNCA É TARDE

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Turma: 7° Ano E

Professores colaboradores: Fabiane Catia Ungarato Heimerdinger, Luciana Rugeri

Zanatta Verzeletti e Emanoeli Ballin Picolotto.

Autores: Ana Julia De Bastiani Zanela, André Emanuel da Silva Almeida, Bruno Cesar

Brandão Koproski, Henrique Scopel Colussi, Jhenifer Baccin Chiamentti, Lyvia Mariah

Marcolan, Nicoli Marcotto Dal Magro, Thayllini Pietra Wagner, Vitor Daniel Bergmann

Barbosa, Viviane Lazzaretti Fiorentin, Bruno da Silva.

Com uma trajetória de vida cheia de dificuldades, desafios e conquistas,

Anestor Rodrigues de Almeida ou como é conhecido pelos constantinenses,

Anestor da Corsan, construiu sua história junto ao desenvolvimento

da Corsan em Constantina.

Anestor é descendente de Cantidio Rodrigues de Almeida, natural

da Linha Guardinha, onde estudou até a 4° série, sendo que esta última

repetiu duas vezes para não se afastar dos estudos, pois na época não

tinha condições de vir para a cidade, então ficou trabalhando na lavoura.

Só com 21 anos conseguiu voltar e cursar a 6°, 7° e 8° série.

Seu amor e interesse pelos estudos era tão grande que continuou

e pagou um curso particular para concluir os três anos do segundo grau, e

um curso contábil para poder abrir seu próprio negócio, que infelizmente

não prosperou, então voltou para o interior trabalhar na lavoura.

No decorrer de sua vida, passou por um momento difícil, o falecimento

da sua primeira esposa. Desse casamento teve três filhos: duas

meninas, Camila e Karina, e um menino, chamado Marcos. Mesmo sozinho,

sem sua companheira, conseguiu criar os filhos e pagou o estudo de

todos.

Durante o período que trabalhou na Corsan, um dos aparelhos

que usava para descobrir onde havia água para escavar o poço era o geofone,

relatando que mesmo com o tempo de chuva ou sol eles precisavam

trabalhar, não importando o horário. Por dez anos o trabalho era muito

difícil, por não possuir um carro para locomoção.



Com o passar do tempo, para facilitar o trabalho, a Corsan conseguiu

adquirir uma retroescavadeira, porém só era permitido usá-la

quando o vazamento era muito fundo. Nesse período, a leitura da água

era feita no caderno e eles precisavam passar duas vezes no mês para

fazer a conferência. Depois de vinte anos foi criado o mini computador

(impressora), tornando o serviço mais prático. Para aprender a mexer com

essa nova tecnologia precisou ficar quinze dias em Passo Fundo com um

especialista. O uso dessas novas máquinas ajudou muito na mão de obra.

Hoje em dia Anestor se sente honrado em ter participado da história

da Corsan e mesmo com todas as dificuldades manteve sempre sua

família unida, garantindo que o que importa não são os bens materiais,

mas sim a união entre os filhos. Além disso, acredita que nunca é tarde

para estudar, com vontade, responsabilidade e honestidade se consegue

ir longe.

SUPERAÇÃO: É O QUE DEFINE SUA VIDA!

Turma: 7º Ano F

Professor responsável: Giovana Peruzzo

Autores: Carlos Eduardo Lazzaretti, Emeli Lasta, Eveli Lazaretti, Jaqueline Antunes

Teodoro, Julia Beatriz Funini, Lucas Zafari Di Domenico, Maiara Romansin, Rafaela

Brandao Ludke, Renato Duncke, Sthefani Madrile Ferreira, Amanda Marques Moreira.

Neusa Ana Giacomini Rosa, nasceu dia 29 de setembro de 1957

na Linha Taquaruçu, com 4 kg, às 4 horas e 30 min. da manhã. Quando

tinha 40 dias de vida foi diagnosticada com meningite. Seus pais a levaram

a cavalo no Sete de Setembro, e seu tio chamou um táxi, o único da

cidade para levá-la até Rondinha no hospital, haja visto que o médico da

cidade estava viajando.

Chegando lá os médicos disseram que ela não iria sobreviver, após

vários dias no hospital, numa noite ela choramingou e o doutor Paulo

disse para sua mamãe tentar amamentar e como ela aceitou o mamar,

o médico então comentou: “Seu Giacomini sua filha está salva”. Assim

Neusa sempre reza pelo médico em suas orações.

Ela nasceu em uma família com dez irmãos, seis meninos e quatro

meninas, eles respeitavam muito seus pais, tratando sempre com educação

e carinho. Trabalhavam todos juntos, e não tinha frescura.

Ela conta que quando era menor ia buscar água no poço a balde,

pois não havia encanamento, ajudavam seus pais na lavoura, ainda

pequena já sabia matar galinha e ajudava muito sua mãe Colorinda a realizar

as atividades domésticas. Não existia televisão muito menos celular,

era trabalhar e nas horinhas de folga numa rodinha conversar com os primos

que moravam perto.

Com 15 anos vieram morar no bairro Sete de Setembro e abriram

um comércio. Ela lembra com muita emoção o dia em que seu pai

comprou uma televisão, onde reuniu-se toda a vizinhança desfrutar o

momento o qual os deixava muito felizes. Aprendeu a dirigir com 12 anos,

com a ajuda de seu irmão mais velho. Já com 15 anos ela encontrou seu

grande amor, Nelci Francisco Rosa, vindo a se casar com 21 anos. Aos 22

anos, Neusa resolveu seguir seu sonho de infância, ser professora. Ela trabalhou

nas escolas: Amândio Araújo, Medeiros e Albuquerque, e a atual

Escola Santa Terezinha. Nesta última, foi diretora por oito anos. Ela sente

muito orgulho de ser professora.

No decorrer de sua vida sua família participou ativamente para

o crescimento dessa sociedade, além do comércio, seu pai Domingos

Antônio Giacomini sempre trabalhou em causas públicas, muito envolvido

com a Igreja, participando do conselho Paroquial. Foi vereador, vice-

-prefeito e prefeito em nossa querida Constantina. Em seus mandatos

buscou trazer melhorias para toda a comunidade.

Com 8 anos de casados teve seu primeiro e único filho. Filho este

que Deus lhe deu de presente, haja visto que Marco Antônio Giacomini

Rosa não veio de seu ventre, mas de coração, o qual o receberam com

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muito amor, carinho e dedicação. Marco Antônio lhe trouxe tanto amor,

tantas alegrias, sendo a razão de sua vida.

Neusa juntamente com seu esposo muito fizeram por Constantina

em prol da comunidade, foram parceiros em muitos projetos sociais:

sócios e presidente do Lions Clube de Constantina, sócios e presidentes

do Clube Comercial de Constantina, Neusa foi voluntária na APAE, hoje

voluntária na Liga Feminina de Combate ao Câncer entre tantos outros

projetos.

Agora com 64 anos, está viúva, seu filho mora em Porto Alegre e

seu pai faleceu com 91 anos. A perda de seu marido ocorreu há pouco

tempo, devido a complicações de saúde, contraiu o Covid-19 e veio a

falecer. Sua partida foi muito precoce, ocasionando um grande vazio para

toda a família.

A mensagem que Neusa quer nos passar é que: cada um tente

buscar seu sonho, nunca desistir. Ela sente muito orgulho de ter sido professora,

fechando assim um ciclo maravilhoso em sua vida.

MARIA LUIZA FELINI GASPARETTO

Turma: 8° Ano A

Professor responsável: Charles Paulo Remontti Sperotto

Autores: Ruan Jose Gularte Kaminski, Pedro Junior Romansin Lorini, Paulo Ricardo

Fillipini, Miguel Bueno Tomazi, Marco Antonio Farezin Marcolan, Luana De Paiva Amaral,

Luan Antonio Da Silva Costa, Ezequiel Lamonatto Bressan, Everton Rabaioli Ferrari,

Emanuelly Gonçalves Banaletti, Artur Pin Taglietti, Anthony Gasparetto Schio, Ana

Luiza Rissotto, Eickhoff, Ana Caroline Marques Joriatti.

No dia 18 de outubro de 2021 veio até a turma do 8 ano A, a

ex-professora Maria Luiza Felini Gasparetto. Nasceu em Lagoa Vermelha

no ano de 1950, mas viveu a sua infância na cidade de Tapejara.

Nos relatou que com pouca idade começou a trabalhar na fábrica

do seu avô onde produziam pó de pudim e gelatina, por seu avô ser rigoroso

aprendeu a ter muita responsabilidade e respeito, mas também

como consequência medo de falar em público a não ser com seus alunos.

Durante o Ensino Médio iniciou o curso de contabilidade, após

a finalização do curso ingressou no curso de farmácia onde não obteve

sucesso, então cursou a faculdade para tornar-se professora de português.

Antes seu objetivo era cursar matemática, mas como o curso de

matemática era de duas matérias tendo ciências como segunda formação,

e ela não se dava bem nessa disciplina, optou então pelo curso de

letras.

Quando foi fazer o curso para lecionar em sua primeira escola

ocorreu um imprevisto e ela teve que substituir outro professor. Maria

ficou nervosa por ser sua primeira turma, os alunos a ajudaram e com o

passar da aula ela foi perdendo a vergonha e conseguiu finalizar a aula

com sucesso.

Ela lecionou em várias cidades como Rondinha, Engenho Velho,

Três Palmeiras, Passo Fundo e Constantina, onde ajudou a criar a “feira do

livro” e o “autor presente”.

A feira do livro surgiu com o intuito de incentivar as crianças e

adolescentes a lerem, Maria e outros professores iam às editoras de Porto

Alegre comprar livros. A feira era realizada na praça de Constantina.

A ideia do autor presente veio a partir de outras escolas que já a

realizaram. Um dos autores que compareceu foi Luiz Antonio de Assis

Brasil, assim como sua esposa e vários outros.

Se aposentou pela primeira vez no ano de 1998, ficou um ano

afastada da escola, neste ano ficou em casa fazendo curso de pintura,

porém voltou a escola Floriano no Peixoto quando a chamaram no ano

de 2000. Se aposentou pela segunda vez em 2010, desta vez definitivamente.

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TRABALHO, UMA HISTÓRIA DE VIDA

Turma: 8° Ano B

Professora responsável: Ionara Terezinha Mattana Carraro

Autores: Antônia Mara Borges da Silva, Carlos Eduardo Gonsalves da Silva, Cristian Juan

Lauxen da Silva, Diogo Antônio da Silva de Oliveira, Kauã Patrick Correia Turra, Kauane

da Silva de Oliveira Pereira, Kiuan Pereira Prestes de Oliveira, Marcelo Rodrigues de

Almeida, Miqueias Antunes Gonçalves Nicole Bonometti Maraskin, Patrícia de Fátima

Benedito de Almeida.

O senhor Ivalino da Silva nasceu na Linha Scolari, Constantina –

RS, em 09 de fevereiro de 1973, morou lá com sua família por um período

de sua infância.

Depois veio morar na cidade com seus pais e irmãos. Então, começou

seus estudos na escola Medeiros e Albuquerque, mas logo foi morar

no bairro São Roque, e lá passou a estudar na escola Amândio Araújo,

contudo, seus familiares por dificuldades financeiras, decidiram retornar

ao interior. Com isso, acabaram tirando-o da escola, para que os ajudassem

em casa, nos afazeres da roça e juntos suprirem as necessidades da

família, nessa época já tinha 09 anos de idade. Novamente seu pai decidiu

retornar com todos para a sede do município.

Mesmo sabendo da importância que a educação tem na vida

das pessoas, não conseguiu concluir seus estudos, pois precisou trabalhar.

Seu primeiro emprego, foi numa chapeação de carros, mas ali ele

ganhava muito pouco, assim, decidiu procurar outro emprego, resolveu

trabalhar num britador do senhor Danilo Muneron (in memoriam), que

extraia pedras em uma pedreira localizada na Linha Sescon, Sarandi, permaneceu

neste novo serviço por algum tempo, no entanto, era bem difícil

de realizar esse tipo de trabalho, por isso, optou por procurar outro.

Logo surgiu uma nova oportunidade de emprego, desta vez numa

borracharia a borracharia Ferronato, lá ele passou a ganhar mais, dessa

forma, conseguiu adquirir seu próprio carro. Quando o dono da borracharia

comprou uma recapadora de pneus continuou trabalhando com

ele, desse modo seu salário foi aumentando.

Com o passar do tempo apareceram novas oportunidades e cursos

na área em que atuava, então, foi trabalhar em outra recapagem de

pneus a Giacomini Pneus, isso permitiu-lhe comprar seu apartamento,

só que para isso, ele teve que vender seu único bem, seu carro. Mesmo

assim, o fez, realizou um sonho, comprar sua casa própria, ou seja, um

apartamento.

Quando ainda pagava pelo imóvel, que havia adquirido, o patrão

de sua esposa Eliane, resolveu desfazer-se de sua loja de móveis, onde

ela trabalhava e fez uma proposta a ela, que de imediato foi falar com seu

marido Ivalino para expor a proposta que havia recebido. Conversando, os

dois decidiram vender seu apartamento, aceitar o desafio e compraram a

Loja de móveis MarMóveis.

Apesar das dificuldades enfrentadas, através dos anos, atualmente,

descreve sua vida, como financeiramente estável e tranquila.

A MARCA DO TEMPO

Turma: 8° ano C

Professora responsável: Nádia Pin Piva

Autores: Aislan Carlos Polaquini, Ana Luiza Martins Rosa, Amanda Julia Durante,

Vitoria Polaquini Lauer, Thaua Mateus Ludke Lazzaretti, Marieli Tironi Borsatti, Mariani

Aparecida Dal’pias, Juliane Borsatti, Jéssica Ludke, Heloisa Lazareti Zanella, Gabriel

Zatti Deon, Eloisa Zatti Anziliero, Ellen Aparecida Rostirolla, Bruno Luis Cenci, Bethania

Gallina.

Uma das pessoas que muito contribuiu para o desenvolvimento

de nosso município foi o senhor Euclides Luiz Pin, figura muito conhecida

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e popular devido seu trabalho desenvolvido como sapateiro no município

de Constantina.

O senhor Euclides Luiz Pin nasceu em 01 de junho de 1930, sendo

natural de Guaporé, e com dois anos e três meses veio residir no interior

do Município de Constantina, mais propriamente na Linha Bressan.

Seu Euclides nasceu em uma família muito trabalhadora, humilde,

trabalhando sempre na agricultura, desde antigamente, quando ainda o

trabalho era todo braçal. Ele teve doze irmãos, seis homens e seis mulheres,

sendo que alguns já estão falecidos.

Com nove anos começou seus estudos, em um capitel (pequena

igreja), na linha Barra Curta Baixa, Constantina, onde estudou até a 3°

série. No mesmo ano realizou a 1° Eucaristia e, após um mês, recebeu o

sacramento da Crisma.

Aos vinte e três anos de idade deu o primeiro passo para começar

a construir sua família, casando-se com Teresinha Madaloz, em 1953.

Após o casamento, morou mais três anos com seus pais no interior, desta

união tiveram seis filhos, sendo um “in memoriam”.

Em 1956, mudou-se para a Linha Barra Curta Baixa, onde começou

a trabalhar como seleiro com o senhor Ermínio Lamonatto, aprendendo

o ofício e lidando com apetrechos para o encilhamento de cavalos.

Para aprender este ofício ele precisou trabalhar um ano sem remuneração

e ainda pagar um salário ao senhor Ermínio Lamonatto que lhe ensinava.

Após esse período, exerceu a profissão de seleiro por dez anos,

onde com muita dedicação produzia encilho para cavalos, já que praticamente

todas as famílias tinham mais que um cavalo.

Em 1966, mudou-se para a cidade de Constantina com toda a sua

família, onde mora atualmente.

E após os cavalos serem substituídos por automóveis, o senhor

Euclides decidiu abrir uma sapataria, onde ele próprio produzia sua matéria

prima, através de trabalho bem artesanal e demorado, com a fabricação

dos mais diversos produtos de couro.

Segundo seu Euclides, ele mesmo comprava o couro e realizava

todo o processo para curtir o couro.

O processamento do couro foi assim descrito por seu Euclides:

era posto em tanques de madeira de cerne, com uma certa quantidade

de água e deixando de molho por oito dias para sair o pêlo, sendo em

seguida lavado com água corrente. Depois, colocava-se o couro novamente

nos tanques com uma substância chamada tanino por trinta dias.

Passado esse período, o couro era colocado para secar por mais dez dias.

Uma ferramenta de ferro era usada para alisar e tirar as imperfeições do

couro.

Com esse couro produziam-se botas, chinelos, guaiacas, cintos,

sapatos, bainhas, sendo o único a produzir as botas ‘’foles de gaita’’.

O Senhor Euclides, depois de ter os filhos já criados, percebeu que

era importante continuar os estudos, pois ao trabalhar com o comércio,

sentiu necessidade e importância do estudo, por isso se dedicou a cursar

o supletivo até a 8° série, que era o que tinha naquela época.

Observa-se que seu Euclides também foi um homem de grande

atuação na comunidade, sendo membro ativo que ajudou a construir a

Igreja Matriz São José, Constantina, além de ser assíduo colaborador nas

entidades sociais, a exemplo do Rotary Club, onde foi um dos fundadores,

sendo presidente por muito tempo e sendo membro ativo até hoje.

Seu Euclides trabalhou por 22 anos como sapateiro e ainda hoje

faz seus pequenos consertos e confecciona bainhas de facas tradicionais

e campeiras.

Hoje, com 91 anos, seu Euclides relembra sua história de vida com

muita alegria e satisfação, sentindo-se honrado em poder compartilhar

suas experiências com todos nós.

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GEFERSON SAMUEL

Turma: 8° ano D

Professor responsável: Zilo Antonio Schmitz

Autores: Ana Laura Vedana Zortea, Cauana Gonsalves Da Silva Cheila Batista Elisiane

De Oliveira Da Silva Evelin Friedrich Pasini Fabiola Pietrobelli Da Silva Gustavo Gabriel

Ribeiro De Vargas Julia Dellatorre Sousa Kauã Smik Dos Santos Manoela Julia Alves Freitas,

Talita Bagio Tananda Bagio, Vanessa Antunes Carvalho e Victor Duarte Willamoski.

Geferson Samuel nasceu no município de Constantina, no dia 26

de novembro do ano de 1974. Concluiu o ensino fundamental na Escola

Medeiros e Albuquerque, e o ensino médio na Escola Estadual São José.

Nesta, foi diretor esportivo e de imprensa do Grêmio Estudantil Casemiro

de Abreu.

No ano de 1991, iniciou os trabalhos na empresa Artes Gráficas

Constantina, exercendo a função de encadernador. Em meados de 1992,

foi residir no município gaúcho de Três Coroas, onde trabalhou como

auxiliar de escritório de uma serralheria, de propriedade de seu tio Auri.

No ano de 1993, com a necessidade do alistamento militar,

retornou ao município de Constantina, sendo dispensado do mesmo.

Na época, tomou conhecimento de que a Rádio Atlântica de Constantina

havia lançado um concurso para a contratação de um operador de

mesa de áudio (sonoplasta). Geferson se inscreveu e obteve a vaga, concorrendo

com dezenas de candidatos, sendo que, no dia 1º de junho de

1993, iniciou os trabalhos na emissora.

Logo assumiu a função de locutor, após a saída do comunicador

Celestino Savaris. Pouco depois, passou a integrar a equipe esportiva da

emissora, juntamente com o narrador Carlinhos Camargo e o comentarista

Justino Volpi, atuando na função de repórter. Foram inúmeros jogos

transmitidos em competições municipais, regionais e estaduais.

Fazendo parte desta equipe percorreu diversos municípios gaúchos

realizando a cobertura dos jogos da SAC, nos campeonatos estaduais

de Futsal.

No ano de 2001, aceitou o convite para comandar o CMD (Conselho

Municipal de Desportos), cargo que exerceu por doze anos, nos governos

dos prefeitos Francisco Frizzo e Bráulio Zatti. Através de seu trabalho

organizou várias competições de diversas modalidades, nas mais variadas

categorias, abrangendo atletas de todas as idades, desde os mais jovens,

até os mais velhos.

Um grande feito do futebol em 2004, foi ter trazido arbítrios da

FIFA, entre eles Carlos Simon, Leandro Vuadem e Leonardo Gaciba.

Neste período também assumiu como membro do Conselho

Municipal dos Direitos da Criança e Adolescentes (CMDCA). Por duas ocasiões

foi presidente do conselho, colaborando para as eleições dos membros

do Conselho Tutelar.

Atualmente dedica-se ao trabalho de locutor junto à Rádio Atlântica

FM de nosso município.

DONA JURACI

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Turma: 8° ano D

Professores responsáveis: Nadia Pin Piva e Eliomar Ficanha

Autores: Ana Bruna Cavalheiro Da Silva, Ana Julia Freitas Ribeiro, Bruna Marques Lima

De Oliveira, Cristiano Ronaldo Barboza Berton, Davi Miguel Noronha Ribeiro, Emily

Eduarda Cardozo Dos Santos, Erica Tailana Do Nascimento Rodrigues, Gabriela Da Silva

Orio, Giovana Aparecida De Oliveira Brasilista, Hugo Plum Tonin Fiorentin, Julya Oliveira

Borges Dos Santos, Lucas Costa Bueno e Verônica Da Silva Bombana.

Nascida no dia 20 de fevereiro de 1948 na cidade de Sarandi,

Juraci Terezinha Ficanha começou sua jornada de vida. Nasceu em uma



família de 8 irmãos, sendo dentre eles a mais velha. Natural de Sarandi,

veio residir em Constantina com apenas 6 meses de idade. Casou-se em

29 de julho de 1967 com Elido Ficanha, hoje em memória e teve 3 filhos,

duas meninas e um menino.

Estudou na escola Santa Terezinha, na época mantida pelas irmãs

de Notre Dame, até seus 10 anos e era uma das melhores alunas da classe.

Deu sequência em seus estudos no antigo Ginásio Escolar.

Sua família tinha uma religiosidade muito forte, e por isso, lembra

e relata muito emocionada de sua 1º Eucaristia aos 8 anos, no dia 28 de

outubro de 1956 na Igreja São José.

Sua vida profissional começou muito cedo, aos 13 anos se tornou

professora, essa oportunidade aconteceu por intermédio de um amigo

de seu pai, na qual foi designada a trabalhar em uma escola muito distante

de sua casa, na comunidade da Linha Pietrobelli, que hoje pertence

ao município de Novo Xingu.

Relata que na época em que começou a lecionar não tinha experiência

devido à idade, as alunas que havia na escola ajudavam-na a cuidar

dos menores. As escolas daquela época possuíam poucos recursos,

não possuíam água encanada, luz elétrica, cadernos, lápis e materiais

que hoje temos. Seus alunos escreviam em uma pequena lousa e quando

cheia, apagavam com um pano.

Contou que sua mãe era costureira e costumava ir para outros

municípios comprar tecidos, em uma viagem dessas, comprou cadernos

e lápis para levar na escola em que trabalhava.

Sua primeira carteira profissional ocorreu em 15 de dezembro de

1962 e em virtude de seu casamento foi transferida para outra escola na

comunidade de São Sebastião, onde trabalhou treze anos com turmas

multisseriadas. Nos demais anos atuou nas escolas dos arredores da Vila

Capinzal onde residia com sua família.

Com o passar do tempo Dona Juraci muito atuou em nosso município,

em 1975 participou da seleção de recenseadores do Censo Econômico

do IBGE. Em meio a isso, continuava lecionando, mas via a necessidade

de buscar mais qualificação, continuou seus estudos e concluiu

o ensino de 1º grau em 03 de junho de 1979. Como continuava trabalhando

como professora realizou o curso magistério, na qual concluiu no

ano de 1982 na cidade de Santa Rosa. Já em 1998 realizou um curso de

qualificação profissional para trabalhar com a Educação Infantil (creche e

pré-escola).

Além do magistério uma de suas grandes habilidades era o artesanato

e em meio a tanta coisa, no ano de 1988 fez cursos para aprimorar

seus conhecimentos.

No exercício profissional atuou na Escola Estadual de 1º grau 14

de abril do ano de 1990 ao ano de 1994, em virtude de uma cedência

realizada entre estado e município.

Em 1994 passou a atuar na Escola General Osório na comunidade

de Linha Savaris onde lecionava as disciplinas de Artes, Ensino Religioso,

Educação Moral e Cívica e Técnicas Agrícolas e Domésticas, para alunos

de 5º a 8 ° série.

De 1999 a 2001, atuou na Escola Municipal Pinto Bandeira da

linha Rodeio São João com alunos de turmas multisseriadas.

Em 2002, com a desapropriação das terras indígenas, deixou

sua propriedade na Vila Capinzal e passou a residir no Centro da cidade

e sendo assim, começou a trabalhar com a Educação Infantil, na Escola

Municipal Amândio Araújo, localizada no Bairro São Roque e na Escola

Agropecuária localizada na comunidade de Linha Barra Curta Alta, onde

atendia os alunos de 1º ao 5º ano.

Chega a um momento que a história nos emocionamos ainda

mais, em 15 de novembro de 2008 foi para Porto Velho visitar sua neta,

que se tornaria mãe, uma emoção muito grande, pois sua neta conviveu

com ela muito tempo, dos 2 aos 17 anos, nessa relação tem amor de mãe

e avó.

Programados para retornar a Constantina, seu neto e neta iriam

vir juntos para visitar os demais familiares que possuem aqui. No dia 19 de

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dezembro, data de retorno, sofreram um grave acidente, Dona Jura teve

várias fraturas, sua neta e neto também sofreram graves acidentes a sua

bisneta veio a óbito, nesse momento a emoção tomou conta de todos

nós. Conta que devido aos ferimentos teve que ficar 3 meses em Rondônia

para tratamento médico. Por causa das consequências do acidente,

Dona Juraci teve que parar de trabalhar, pois não tinha condições de realizar

o exercício de sua profissão, principalmente por atuar na Educação

Infantil e assim, em 2011 aposentou-se.

Hoje aposentada a 12 anos, considera-se uma pessoa muito ativa,

cuida de sua casa, ajuda seus filhos, cuida dos netos e realiza vários trabalhos

artesanais, o que considera muito gratificante. Coloca que em sua

vida teve muitas experiências, umas agradáveis e outras nem tanto, mas

todas lhes foram úteis para seguir melhorando enquanto ser humano.

LIRIO RIGON

Turma: 9º Ano A

Professora responsável: Domingas Sartori Binello

Autores: Alexandre Da Silva Schabuowski, Andrieli Julia Freitas Ferreira, Bruno Baggio

Potrich, Cleizieli De Souza Negrini, Djenifer Ludke, Edinan Luiz Cigognini Durante,

Eduardo Durante Strapasson, Eduardo Gois Dos Santos, Gracielly Grellmann, Henrique

Conteratto Tres, Juliano Chiamentti, Luiz Henrique De Mello De Fraga, Maike Lazzaretti

Bortoli, Mariana Baccin De Almeida, Roberta Waszkiewicz De Bortoli, Taila Regina

Freddo De Carli, Thais Meneguetti Dos Santos, Vitoria Ducles Zanella.

Nas próximas linhas, você conhecerá o poder do empreendedorismo

em pessoas de atitude.

Todos nós nascemos com limitações, sejam elas causadas pela

falta de condições financeiras, apoio emocional, autoconfiança, questões

culturais e qualquer outro fator que possa nos forçar a não evoluir, mas ao

mesmo tempo, todos temos a oportunidade de construir nossa própria

a trajetória de superações e conquistas de Lírio Rigon. história. Conheça

agora

No interior de uma pequena comunidade chamada Engenho

Velho, que na época era apenas distrito da cidade de Constantina, o casal

Fiorelo Rigon e Rosa Boalotin Rigon, trouxeram ao mundo no dia 25 de

abril de 1949, uma criança do sexo masculino, ao qual batizaram com

o nome de Lirio Rigon. Esse casal construiu uma família de oito filhos,

sendo quatro meninas e quatro meninos.

Com todas as dificuldades da época, conseguiram com muita dificuldade,

mas muita dedicação, criar seus filhos. Rosa era dona de casa,

e dava todo o suporte afetivo a família, e era quem cuidava dos filhos e

preparava os alimentos que muitos eram plantados e cultivados pelo seu

marido Fiorelo que atuava como agricultor.

Lirio estudou apenas até a quinta série do primário, na pequena

escolinha da comunidade, chamada Escola Rural Rigon. Com uma família

numerosa, a necessidade fez com que Lirio e seus irmãos, tivessem que

muito cedo começar a trabalhar com o pai na roça, onde teve o seu primeiro

aprendizado de que o esforço traz resultados. Por entender que seu

nível de instrução era muito baixo, Lirio tentou voltar a estudar, e chegou

a fazer inscrição em uma escola de Técnico Agrícola em Ijuí, mas as condições

daquele momento o impediram de avançar. Também se inscreveu

para estudar em um seminário, mas não foi possível avançar com os estudos.

Nascer em uma família numerosa na década de 40 lhe traria

alguns percalços, pois o senso de responsabilidade, colaboração e empatia

é aflorado já na infância. Por passar por essa experiência tão cedo, Lirio

tornou-se um jovem corajoso, pois sabia que dificuldades existem para

serem superadas, e com esse espírito de assumir desafios alistou-se no

quartel.

No ano de 1970, com apenas 21 anos de idade adquiriu o seu

primeiro veículo, uma Kombi que usaria para transportar pessoas. Com

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muito esforço os seus primeiros resultados foram surgindo e pela primeira

vez fez história, sendo a primeira pessoa a adquirir um ônibus na

cidade.

Hoje Lirio conta que a sua maior conquista veio no ano de 1975,

quando se casou com a sua esposa Maria Zanella, que até hoje o acompanha.

Nessa união nasceram três filhos, Leonardo, Vanucia e Leandro.

Maria era costureira, e era o seu braço direito em suas ambições, sempre

dando todo o suporte emocional o incentivando. Maria foi o alicerce

da família, cuidando da criação dos filhos para que Lirio pudesse realizar

com mais tranquilidade seus afazeres.

No mesmo ano do seu casamento, Lírio decidiu empreender em

um novo negócio, foi quando abriu uma funerária que naquela época

atendia também as pequenas cidades da região. Nessa época adquiriu

uma ambulância que usava para socorrer as pessoas da região aos hospitais

de cidades maiores. No ano de 1987 acrescentou um novo nicho ao

seu negócio, abrindo uma fábrica de túmulos.

Lirio sempre foi uma pessoa muito espontânea e comunicativa, e

essas qualidades, aliado aos serviços importantes que prestava à comunidade,

no ano de 1988 entendeu que poderia ajudar ainda mais, então

decidiu lançar-se candidato a vereador. Para a surpresa de todos, logo no

primeiro pleito foi o segundo vereador mais votado. Com seu acesso a

política, nascia ali uma de suas grandes paixões, e conquistou uma carreira

brilhante tornando-se um dos vereadores com mais legislaturas

seguidas no Estado, foi eleito nove vezes pelos anos de 1988, 1992, 1996,

2000, 2004, 2008, 2012, 2016 e 2020. Por mais de 30 anos atuou diretamente

na área da saúde encaminhando e assessorando a todos que precisassem

de atendimentos principalmente nos hospitais de Passo Fundo.

Lírio sempre teve como marca registrada a sua coragem e o espírito

empreendedor, e foi no ano de 1990 que decidiu sonhar alto abrindo

uma fábrica de Urnas Mortuárias (caixões) chamada Urnas Rigon. Alugou

uma peça comercial na Avenida Presidente Vargas onde atualmente está

instalado o Supermercado Minuano, e com apenas quatro funcionários

iniciou o processo de industrialização. Com poucos recursos financeiros,

mas com muita vontade, Lírio encontrou uma solução inusitada para

poder entregar os produtos que fabricava, transportando-os com um

carro “Variant”. Quem já investiu em algum negócio, sabe a dificuldade

de permanecer principalmente no início, mas Lirio acreditava que poderia

vencer mais esse desafio, e foi aí que decidiu investir em uma camionete

F-200 para realizar as entregas. Seguindo a filosofia de seu pai, inseriu

seus filhos no negócio, para que a família pudesse trabalhar juntos, sentia

que seria importante para seus filhos, mas também sabia que precisava

de ajuda.

Já no ano de 2002, construíram uma nova sede da empresa na

Rua Rosa Zanella ao lado de sua casa. E com muito trabalho e a graça de

Deus, em pouco tempo aquela estrutura ficou pequena devido ao grande

crescimento da Urnas Rigon, e no ano de 2012 finalizaram a construção

da atual sede da empresa com quase 14.000m² e posteriormente mais

um galpão de 3.000m². Com uma empresa mais moderna, contando com

máquinas de tecnologia Italiana, Alemã e Chinesa, atualmente com uma

equipe de 235 colaboradores, a empresa chega a fabricar 8.000 urnas por

mês, onde com uma frota própria de 12 caminhões, distribuem suas mercadorias

por todo o território nacional. A Urnas Rigon é considerada hoje

a melhor fábrica de urnas do Brasil, sendo a líder em inovação e qualidade

de seus produtos.

Com 73 anos, Lirio continua ajudando muitas pessoas na área da

saúde, se doa pela satisfação em ajudar quem necessita.

Uma história como essa nos deixa muitos ensinamentos, mas para

Lírio, as lições mais importantes que aprendeu, foi a de que nada para um

objetivo quando você observa as oportunidades e se esforça para fazer

acontecer os seus resultados. Também cita que quando focamos na família,

no respeito e na união, nos tornamos muito fortes. E existe uma frase

que virou a marca registrada dessa grande figura da cidade de Constantina,

que sempre foi seu lema de campanha política “Fazer o bem sem

olhar a quem!”. E em sua vida, destinou boa parte de seu tempo para aju-

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dar as pessoas, independente da condição, raça, religião, partido político

e até mesmo para pessoas de outras cidades, no qual demonstrava não

ajudar por interesse político.

Sobre a empresa que fundou, Lirio conta que se houver uma causa

principal do seu êxito, foi por entender que para ter sucesso é necessário

que as pessoas se sintam valorizadas, desde o colaborador recém contratado

até os líderes da empresa, pois ninguém chega a lugar algum sozinho.

Após muitos anos de trabalho e dedicação total, de conhecimento

adquirido, e depois de ter acompanhado diversos eventos mundiais bons

e ruins, Lírio é um homem agradecido a Deus por tudo.

Por fim, o Sr. Lírio define sua vida com as seguintes palavras: “Meus

ensinamentos, meu caráter e minha simplicidade ninguém pode me tirar.

Não devemos viver pelo “status”, e sim fazer o que faz feliz a nós e as pessoas

que amamos

O DRAMA DO CONSTANTINENSE QUE VENCEU A COVID-19

Turma: 9º Ano B

Professor responsável: Leonardo da Silva Martinelli

Autores: Allan Felipe Da Silva Quevedo, Andrieli Julia Freitas Ferreira, Brenda Fernanda

Barbosa, Daniel Pedrozo Rodrigues, David Dos Santos Da Silva, Dienyfer Gabriela

Quevedo, Guilherme Rodrigues, Iarlei Araujo Engster, Jackson Madaloz De Oliveira,

Jenifer Oliveira Barbosa, Lavinia Elizabete Borges Ribeiro, Luiz Henrique Lourenço De

Oliveira, Marco Antonio Laureano Ribeiro, Renan De Souza Silva.

Patrick Alexander Caumo Savaris é constantinense, tem quarenta

anos de idade, é servidor público municipal e conhecido pelo trabalho

prestado à comunidade. No ano de 2020, por sua vez, teve seu nome

difundido nas redes sociais e imprensa regional, mas não pelo motivo

do qual se orgulharia. Contraiu Covid-19 e virou notícia no município e

na região pela gravidade do seu estado de saúde. Felizmente foi um dos

sobreviventes desta pandemia e gentilmente teve o prazer de compartilhar

e relatar os momentos pelo qual passou até conseguir superar a

doença.

Desde o início da pandemia tinha conhecimento de que a Covid-

19 mais cedo ou mais tarde chegaria até o nosso município, mas não passou

pela sua cabeça que se a contraísse teria um quadro tão grave, pois

não apresentava comorbidades e estava fisicamente bem, saudável. Com

o fechamento do comércio e as demais restrições sanitárias alterou sua

rotina e passou a trabalhar em sua casa, de forma remota, mantendo as

precauções necessárias. Mesmo com muitos cuidados, no início do mês

de junho, por volta do dia 7, passou a apresentar sintomas da doença,

juntamente com sua companheira. Até então apenas uma “ardência na

garganta”. Ao realizar exames constatou que havia sido contaminado.

Num primeiro momento pensou que não seria grave, pois passava

bem, diferente de sua companheira que apresentou mais sintomas da

doença. No entanto, estava enganado, seu pulmão ficou comprometido e

teve que ser internado no hospital local. Como não havia um tratamento

efetivo para a doença, tornou-se necessário administrar medicamentos

conhecidos para tentar reverter o quadro, o que não ocorreu. Diante da

piora expressiva foi levado de ambulância até a cidade de Carazinho e

de lá foi transportado de avião até a capital do estado, Porto Alegre, pois

havia conseguido uma vaga no hospital Conceição, referência no tratamento

dessa doença. Chegou no dia 14 de junho.

Quatro dias depois foi entubado e ficou a maior parte do tempo

inconsciente. Nove dias depois pôde abrir os olhos e foi melhorando com

a ajuda da medicação que demonstrou melhores resultados para o seu

tratamento. Com o passar dos dias os médicos decidiram retirar aos poucos

os aparelhos e observar a sua melhora. No dia 4 de julho tiraram o

tubo de oxigênio e no dia 7 teve alta da UTI. Permaneceu por mais alguns

dias e foi transferido para o hospital da AHCROS, em Constantina, para

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continuar o tratamento. Isto no dia 12 de julho. No dia seguinte foi para

sua casa, mas teve a sua disposição o tubo de oxigênio, que fez uso por

mais três dias, até estar mais confiante psicologicamente para respirar por

conta própria.

Recebeu tratamento de profissionais da área da saúde em seu

domicílio e relatou as dificuldades que teve para voltar a rotina, necessitando

do auxílio de outras pessoas e de muita força de vontade. Devido às

complicações que teve, perdeu peso – cerca de vinte quilos –, força física,

apresentou cansaço contínuo e a sua voz ficou comprometida. Em comparação

a outras pessoas obteve uma melhora acelerada. Emocionado,

Savaris destacou a felicidade por ter saído daquela situação, mas lamenta

que outras pessoas – parte delas amigas e conhecidas – não conseguiram

vencer a doença. Em suas palavras: “Tive sorte, foi Deus, me ajudei e fui

para o lugar certo”.

Atualmente, ainda se recuperando, enfatizou que todo o seu tratamento

foi gratuito e registrou que teve um excelente atendimento.

Destacou seu agradecimento a todas as pessoas que torceram por ele, por

suas orações e por todo apoio que recebeu, parte dele nas redes sociais,

que se tornaram um veículo de notícia e informação para acompanhar o

seu estado de saúde. Já vacinado, Savaris atentou para a necessidade de

maior divulgação sobre as complicações da Covid-19, pois sobreviver à

doença não significa estar isento de eventuais problemas de saúde causados

por ela. Muitas pessoas esquecem disso.

Dessa forma, ter ciência das consequências pós-doença e maior

divulgação pode auxiliar ainda mais no combate à pandemia e impedir

que situações como a de Patrick e/ou ainda piores possam surgir.

RELATO SOBRE A VIDA DE VILSON MENEGAZZO

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Turma: 9º Ano C

Professor responsável: Eliomar Ficanha

Autores: Angela Grizotti Berti, Denner Augusto Conterato, Eduardo Luiz Chiavegatti

Cenci, Emanuele Pozza Riva, Estefani Piran Comin, Geazi Matusalém Dos Santos

Lopes,Gustavo Luiz Sartori, Julia Montanha Maciel, Kauã Guilherme De Oliveira Ferreira,

Luis Henrique Nath, Nicoli Friederich, Nycolle Copini Rossini,Otávio Miguel Fiorentin.

Ao longo de sua história, Constantina sempre contou com pessoas

dedicadas e comprometidas com o desenvolvimento do nosso município.

Nascido na Barra Curta Alta, interior do município de Constantina,

no ano de 1961, Vilson Menegazzo iniciou sua vida estudantil em

uma pequena escola na Linha Taquaruçu Baixo, sendo que ali cursou até

a segunda série do Ensino Fundamental.

Mudou-se para a área urbana do município de Constantina onde

passou a estudar no Colégio Santa Terezinha, na época administrado

pelas irmãs, estudando até a 4ª série.

De 5ª a 8ª série, frequentou a Escola Estadual São José.

Concluiu o Ensino Médio na escola particular de Ensino Médio

Cenecista, localizada na atual Escola Santa Terezinha, sendo que nesta

escola formou-se em técnico administrativo.

Logo em seguida, cursou Ciências Físicas e Biológicas na cidade

de Santo Ângelo/RS.

Em sua Juventude, realizou diversas atividades que o inseriram no

mercado de trabalho sendo inclusive funcionário em uma madeireira.

No ano de 1986, Vilson começou a prestar serviços públicos, trabalhando

por dois anos no CMD (Conselho Municipal de Desportos), em

1988 até 1992 na junta militar, alistando jovens para o exército brasileiro.

Na sequência, em 1993 passou a redigir o jornal municipal e a exercer a

função de secretário administrativo, realizando ambas as funções até o

ano de 2000.



Paralelamente às demais atividades desempenhou a função de

professor, ministrando a disciplina de Matemática no período noturno na

Escola de Ensino Médio São José onde também exerceu o cargo de vice-

-diretor entre 2001 e 2002.

Vilson também exerceu as funções de secretário da saúde e por

dois mandatos foi eleito como vereador pelo Partido Progressista.

Um grande desafio encontrado por Vilson foi quando se separou

de sua primeira esposa ter ficado com os filhos pequenos, teve medo de

não saber conduzi-los, porém relata que é gratificante vê-los realizados

tanto pessoal quanto profissionalmente

Para o futuro Vilson poderá concorrer ao cargo de Prefeito Municipal,

caso haja a indicação de seu nome em consenso com os partidos

políticos, mas não é sua prioridade.

Tem como projeto escrever um livro ou criar uma página nas plataformas

digitais contando sobre a história política de Constantina, pois

o mesmo possui um grande acervo sobre os pleitos eleitorais desde as

primeiras administrações que Constantina já teve.

LUTA E SUPERAÇÃO

Turma: 9º ano D

Professora responsável: Janaina Farezin

Autores: Dinormano Santos Ferreira De Lima, Guilherme Amaral Da Silva, Guilherme

Lazzaretti, Heloísa Depoi Dos Santos Rodrigues, Jéssica Nunes De Oliveira, Sidiani Silva

Da Silva, Vitor Bueno Araldi e Weslei Luiz Bondan Tonin.

Vivemos, crescemos e aprendemos muito todos os dias de nossas

vidas, seja com pessoas conhecidas ou desconhecidas e no dia vinte e um

de outubro, quinta-feira, à tarde, fomos agraciados com a presença do

empresário e radialista Neodi Antônio Brandão, que nos contou sua bela

história de luta e superação. Natural do interior de Tenente Portela, RS,

oriundo de uma família de agricultores, composta por onze irmãos, Neodi

é o filho mais velho.

Teve uma infância voltada para as responsabilidades. Começou a

trabalhar muito cedo, com aproximadamente treze anos, passou a realizar

tarefas rurais com seus pais, conciliando seus estudos com o trabalho.

A partir de mil novecentos e setenta, realizou diversos cursos e

atuou em várias áreas, como: Juiz de Paz, de Menor, professor geral, dava

aula principalmente de português e matemática e iniciou sua carreira

acadêmica, formando-se em Jornalismo.

A partir desta formação, surgiram oportunidades no ramo, onde

teve sua primeira experiência como comunicador na Rádio Ametista de

Planalto, após, Rádio Comunitária de Tenente Portela, onde foi diretor

interino da rádio, posteriormente veio trabalhar na Rádio Atlântica de

Constantina e apesar dos diversos obstáculos, conseguiu implementar

novas ideias que revolucionou a Rádio, trabalhando nesta, por dezesseis

anos.

Em busca de novas oportunidades, foi para o município de Garopaba,

SC, trabalhar na Rádio Garopaba, onde era de frequência AM, tal

modelo de rádio não era ouvida pela população, forçando-os a realizar

intensa propaganda da rádio, como transmissão de jogos locais, fazendo

com que, em pouco tempo a mesma se tornasse a com maior audiência

na região.

Por problemas pessoais, houve a necessidade de regressar para o

RS, onde recebeu proposta para voltar para Constantina, trabalhando por

mais dois anos na Rádio Atlântica, porém, discordâncias o forçaram a sair,

ingressando então, na Rádio Constantina FM, onde se consagrou muito

como ótimo comunicador. Durante dez anos, realizou diversos projetos,

entre eles, realizar debates políticos, ao vivo, no município.

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No ano de dois mil e dezenove, decidiu investir em um negócio

próprio, realizando inúmeras pesquisas para encontrar algo novo na

sua área de atuação, resolveu ingressar na área virtual, fundando assim

a Rádio e TV Web Show de Bola. Atualmente uma das webs rádios mais

ouvidas da região, detendo milhões de visualizações nas plataformas

digitais.

No auge dos seus setenta e dois anos, enfrentou alguns problemas

de saúde, inclusive câncer, o qual o abalou profundamente, pois

temia que não iria vencê-lo.

Brandão, assim carinhosamente chamado, é um exemplo de profissional

e cidadão, apoiando empreendedores locais e divulgando seus trabalhos.

Aconselhou-nos: “Se almejam conquistar algo, sempre se priorize,

pois só nós sabemos o melhor de nós mesmos’’.

Vivendo, crescendo e aprendemos muito neste dia. Nosso eterno

agradecimento!

OLAVO PEREIRA DA CRUZ

Autora: Heloísa Depoi Dos Santos Rodrigues

Turma: 9°ano D

Professora responsável: Janaina Farezin

Após um tempo saiu da pedreira e ficou vivendo apenas do jogo, no qual

ia para vários municípios competir.

No decorrer desses anos, a família foi crescendo e tiveram mais

cinco filhos nos quais são Valdecir, Sidnei, Claudiomiro, Marlene e Vanderlei.

Dezesseis anos de casamento se passaram e com eles vieram a

separação. Ele ficou um tempo sozinho e depois, encontrou uma nova

esposa que se chamava Eronite Feijó, na qual tiveram três filhos chamados

Wilson, Simone e Rosangela, nesta época, seu Olavo trabalhava como

calceteiro e ainda jogava.

Dezessete anos se passaram desta feliz união, quando uma tragédia

acometeu a família: sua esposa Eronite e seu neto estavam indo para

São Paulo, de ônibus e no caminho, o ônibus capotou, 13 pessoas perderam

a vida naquele momento, dentre elas, seu neto e sua esposa. Ela o

deixou com um filho de quatorze anos, um de nove e uma de apenas dois

aninhos. Foi um período muito difícil, pois tinha que cuidá-los e trabalhar.

Depois de um determinado tempo, conheceu a mulher chamada

Ivone de Oliveira que é casado até hoje, que ajudou a criar seus filhos, são

casados a vinte e cinco anos e deste matrimônio, tiveram um filho chamado

João Vitor da Cruz.

Seu Olavo reside em Constantina há 45 anos, está com 73 anos,

com muita saúde e esforço reconstruiu com suas próprias mãos sua casa,

que a última chuva de pedras destruiu.

Olavo Pereira da Cruz nasceu em Palmeiras das Missões, no dia 25

de abril de 1948. Com quatorze anos, começou a trabalhar em uma cooperativa

em Sarandi e ficou oito anos lá. Com vinte e dois anos, já casado

com Rosalina dos Santos e com dois filhos chamados Moacir da Cruz e

Marines, começou a trabalhar em um curtume, no qual ficou dois anos.

Decidiu vir para Constantina e começou a trabalhar em uma

pedreira. Nos tempos vagos, jogava futebol para ter uma renda extra.

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DESAFIOS DA PANDEMIA

Autor: Arthur Alievi Zanata

Turma: 6°ano A

Professora responsável: Andreia Luzato

de viajar, meu pai nunca se contaminou com o covid- 19. Ele continua

muito cuidadoso.

OS TEMPOS MUDARAM

No mês de março de 2020 fomos surpreendidos pela pandemia

do coronavírus. A rotina de todos brasileiros mudou. Vou contar um

pouco de como a pandemia afetou a vida do meu pai, Arilson Zanata, 48

anos, motorista da empresa Urnas Rigon.

Meu pai conta que sentiu muito medo porque como viaja por todo

o país poderia em algum momento se contaminar e passar o covid-19

para a família e também se preocupava por fazer parte do grupo de risco.

Mas sempre exagerou com os cuidados usando máscara e álcool gel. Ao

fazer as entregas fazia a higienização das mãos e braços.

Além do medo e insegurança que eram constantes, meu pai

enfrentou dificuldade em relação a alimentação e a hospedagem em

hotéis. Os restaurantes fecharam e alguns vendiam marmitas na porta

do estabelecimento, então ele comprava e se alimentava na cabine do

caminhão. Muitas vezes precisou rodar muitos quilômetros para conseguir

almoçar.

Como muitas cidades ficaram em quarentena, os hotéis também

fecharam, então era difícil encontrar um local para poder passar a noite.

Por isso, se programava até onde ia chegar naquele dia e bem cedinho já

ligava para fazer a reserva e garantir a pernoite.

Por fazer sempre a mesma rota de entrega nos estados de Goiás,

Minas Gerais e Tocantins fez muitos amigos ao longo destes 15 anos de

trabalho, e ficou muito triste por perder três destes amigos pelo coronavírus.

Hoje ele já está mais tranquilo em realizar seu trabalho porque já

fez duas doses da vacina. E apesar de não ter parado nenhum momento

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Autor: Maria Antônia Gheller Vendrusculo

Turma: 7°ano A

Professora responsável: Emanuele Balin Picolotto

A vida mudou completamente do nada, com um vírus chegando

no mundo todo, em cada continente, país, estado, cidades, bairros, em

cada casa levando vidas e a esperança das pessoas.

E do nada, todo mundo ficou apavorado com medo do que o

futuro nos reservava. E tudo começou a mudar, o comércio fechar, escolas

pararem de funcionar, pessoas ficando em casa, o mundo estava um

caos, um lugar aterrorizante!

As pessoas não sabiam o que fazer, estavam desinformadas do que

estava acontecendo, só vendo pelas redes de comunicações os números

de vítimas dessa fatalidade subindo, famílias ficando desoladas por suas

perdas.

Mas o Brasil estava dividido. Uns achavam que era um simples

vírus que logo ia passar que não era nada, mas eles estavam errados,

quando se deram conta tudo estava perdido, aquilo era realmente sério.

Foi em meados de março de 2020 que o Brasil começou a tomar

medidas contra o COVID-19. Entramos na quarentena que estamos até

hoje, quando estou escrevendo este texto. As coisas só pioraram e os

números de vítimas aumentando, todo mundo em casa.

Imagina a cabeça destas pessoas, principalmente crianças sem

entender o que estava acontecendo, tantas pessoas desenvolvendo pro-



blemas psicológicos por ficarem tanto tempo trancados em casa. Pois

quando as coisas pareciam melhorar acontecia algo e nós voltamos à

estaca zero.

A luz brilhou no fim do túnel e as vacinas chegaram, por mais que

aqui no Brasil a vacinação começou um pouco lenta, mas agora as coisas

começaram a melhorar, escolas voltando, trabalhos, bares e restaurantes.

Mas você está enganado se pensa que acabou, ainda temos um

longo e demorado processo para nos livrarmos do vírus, então eu quis

relatar isso para que as pessoas daqui alguns anos possam ler isto e refletir

sobre o que fizeram nos tempos de pandemia.

NOVO MUNDO

Autor: Manuela Rosseto Santin

Turma: 7°ano A

Professora responsável: Emanuele Balin Picolotto

Tudo começou em outro continente, no ano de 2020. Um novo

vírus surgiu e começou afetar as pessoas, nunca ninguém sequer falou

em covid-19, o assunto ganhou uma proporção mundial, todos falavam

somente nisso.

Inicialmente a notícia era veiculada nos meios de comunicação

e nós aqui do outro lado, não estávamos tão preocupados e achávamos

que isso nunca chegaria ou que teríamos que ter tantas mudanças em

nossa rotina.

Mas de fato, tomamos conhecimento que o primeiro caso confirmado

no Brasil ocorreu na cidade de São Paulo, no dia 25 de fevereiro de

2020. A notícia causou pânico na população, logo mais tarde instalou-se

uma pandemia em nosso país, uma situação de caos, medo, de muitas

mudanças e incertezas.

Para começar, tivemos várias orientações, uma delas foi que as

aulas teriam que ser suspensas por um período. Foi no dia 18 de março

de 2020 quando nós nos reunimos no refeitório da escola, para receber

esta notícia, pensávamos que a escola iria fechar somente 15 dias, então

passamos a ter aula à distância. Como assim? À distância?

Éramos acostumados a estar todos os dias na escola, agora através

da tecnologia foi se instalando um novo modelo de estudo, como tínhamos

que ficar em casa, às aulas todos os dias eram enviadas pelos grupos

de whatsapp que a escola organizou. De início estranhamos, nossa rotina

foi alterada, levantar cedo, ir na escola, tudo isso mudou.

O costume de encontrar os amigos para brincar, conversar, isso

não era mais propício, nem se quer manter a rotina da família, a orientação

era sair de casa apenas quando necessário, usar máscara e higienizar

constantemente as mãos com álcool gel. Assim foi se constituindo o ano

de 2020, as aulas que era para ficar suspensas apenas 15 dias durou o ano

inteiro.

Ficamos um ano sem aula presencial, sem poder estar com os

professores, com os colegas, amigos e familiares, a interação que sempre

fomos acostumados a ter foi gradativamente ficando de lado, os contatos

virtuais ganharam espaço e uma nova aprendizagem foi construída

,aprendemos a viver com o vírus, mas também vivenciamos muitas incertezas,

esse tempo muitas pessoas sofreram, adoeceram e perderam a sua

vida.

Neste ano, pensávamos que iríamos iniciar as aulas presenciais

como todos os outros anos, mas novamente tivemos que seguir as orientações

sobre os cuidados sobre a pandemia.

Em maio, as aulas voltaram a ser presenciais, mas nem todos os

alunos retornaram, havia muitas incertezas por parte dos pais, mesmo

sabendo que a escola adotaria e cumpriria os cuidados e orientações. Aos

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poucos começamos a voltar a rotina, encontrar os amigos, nos reunir em

família, algo que tivemos que deixar de fazer para o bem-estar de todos.

Agora, graças a evolução da ciência, as vacinas foram e estão sendo aprimoradas,

quase todos hoje estão vacinados. Lentamente, acredito que

tudo voltará a sua normalidade.

PADRE JOÃO

Autor: Emanuel Ferreira de Lima

Turma: 7°ano B

Professora responsável: Luciana Rugeri Zanatta Verzeletti

O Padre João Ferrari Manfio, nasceu no dia 28 de novembro de

1935, em Linha Base, Paróquia Santíssima Trindade de Nova Palma, Município

de Júlio de Castilhos, onde foi batizado no dia três de dezembro, filho

de Girólamo Noé Manfio e Virgínia Ferrari Manfio. Ele tem muito orgulho

de sua família por quem tem um enorme amor e consideração. Tem

oito irmãos: Mário, Antônio, Jaime, Neli, Luzita, Evaldo, Jovita e, é notável

o bom relacionamento que tem para com a sua amada família. O bom

Deus permitiu ao nosso amável Padre João que ele pudesse celebrar datas

importantes com a sua tão querida família como, Bodas de Prata, Bodas

de ouro e até Bodas de diamante de seus pais.

Desde muito novo, Padre João já pensava em seguir a vida sacerdotal,

seguindo o exemplo dos seus quatro tios. Sua primeira Eucaristia e

sua Crisma aconteceram na antiga Igreja Matriz Santo Antônio de Frederico

Westphalen, ao lado de onde se encontra a Catedral. Cursou o primário

no Grupo Escolar da Sede, em Barril, hoje cidade da nossa diocese, Frederico

Westphalen. E em 1948 entrou no Seminário Menor de São José,

de Santa Maria, onde cursou o Ginásio.

Em 1955, ingressou no Seminário Maior de Viamão. Lá fez o

bacharelado em Filosofia e ingressou na Teologia acompanhado de

outros 18 seminaristas. Nesse período, o Padre João servia à Igreja como

Cerimoniário.

Foi ordenado Diácono no dia 12 de dezembro de 1960, na catedral

de Santa Maria, pelo Bispo daquela diocese, o já falecido Dom Victor

Sartori. Sua ordenação Sacerdotal aconteceu no dia 9 de julho de 1961,

há 60 anos atrás, na Matriz de Ivorá, também pelo Dom Victor Sartori. Seu

lema sacerdotal é “Anunciar a boa nova aos pobres”.

Sua primeira Missa foi celebrada na Igreja Santo Antônio de Frederico

Westphalen, onde concedeu a bênção a seus pais. Logo após concluir

seus estudos em Viamão, trabalhou um mês na Paróquia de Nossa

Senhora da Conceição, de Cachoeira do Sul.

No dia primeiro de março, foi nomeado professor e assistente dos

seminaristas, no Seminário Menor de São José, cargo que por ele foi exercido

até a instalação da diocese de Frederico Westphalen e, posse do primeiro

Bispo Dom João Hoffmann, em 29 de junho de 1962.

No dia 24 de janeiro foi nomeado assistente Diocesano da JAC,-

Juventude Agrária Católica, Movimento por ele mesmo organizado em

várias paróquias. Foi nomeado em 15 de fevereiro de 1964 Vigário Paroquial

da Catedral de Santo Antônio.

No dia primeiro de fevereiro, Padre João assume sua primeira paróquia.

Tornando-se assim, Pároco da Paróquia São Roque de Taquaruçu do

Sul, onde concluiu obras importantes como, Igreja Matriz, Casa Paroquial

e Salão Paroquial. Padre João foi, também por muitos anos, Presidente do

Concílio dos Presbíteros, foi o nosso grande Padre João que deu início à

livraria Diocesana.

Em 10 de janeiro de 1991 foi, nomeado Pároco de Constantina

ajudou muito e, entre suas principais obras estão, Conclusão e ampliação

do Salão Paroquial, reforma na Igreja Matriz, construção da Casa Paroquial.

Mas acima de tudo foi o responsável pela organização pastoral,

colaborando para uma melhor evangelização do povo de Deus.

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Viajou para a Terra Santa, Turquia, Espanha, Portugal, França, Uruguai,

Paraguai, Argentina, Peru, Bolívia, Chile e Itália. Conheceu pessoalmente

São Paulo VI e Santa Dulce.

Enfim, Ad Multos annos Pater Ioannes.

ENSINAMENTOS DE MINHA MÃE

Autor: Emily Luzia Stivanin

Turma: 7°ano C

Professor responsável: Herivelton Antonio Nath

UM FATO UMA HISTÓRIA

Autor: Tailine Iora Conterato

Turma: 7°ano C

Professor responsável: Herivelton Antonio Nath

Gilvania Aparecida Iora Conterato tem 38 anos, hoje casada e com

uma filha. Em 2012, foi diagnosticada com uma doença muito grave, que

não tem cura e que se chama esclerose múltipla (EM), mas que tem tratamento

para não deixar a doença evoluir.

Conta que nessa época sua filha era ainda criança, tinha 4 anos e

não entendia muito bem o que estava acontecendo, dizia a ela que tinha

um “dodoí”.

Na época, via que sua filha sentia muito sua falta, ficou internada

no hospital fazendo tratamento para se recuperar do susto, do pânico e

do medo, o que acontece em pacientes que são identificados com essa

doença. Nesse tempo minha filha ficava aos cuidados dos avós paternos

e nunca faltou o amor e carinho.O meu marido é uma pessoa muito boa,

um grande companheiro, pois me dá suporte, força e coragem diante da

minha doença.

Gilvania, apesar de todas as suas limitações e constantemente faz

fisioterapia Pilates e faz o uso de tratamentos com várias medicações,

mas apesar de tudo, não perde a fé e nem a esperança, considera-se uma

pessoa vitoriosa, pois diariamente enfrenta desafios, ressalta que o apoio

das pessoas queridas é fundamental.

Durante a minha vida inteira venho recebendo os ensinamentos

de minha mãe desde a primeira palavra até o primeiro passo, ela esteve

sempre lá presente, encorajando e incentivando a seguir sempre em

frente.

Uma das coisas mais importante que minha mãe me ensinava é

dar valor às coisas que tem e não ser mal agradecida, mas nosso caminho

não veio só coisas boas, em 2020, descobrimos através de um exame de

que ela estava com câncer de mama.

Isso foi um choque tremendo para todos nós, mas ela seguia firme. Algum

tempo depois, começou o tratamento de quimioterapia e pouco a pouco

seus cabelos começaram a cair.

Foi então que ela começou a fazer toucas para usar durante este

processo quando olhava-se no espelho sempre falou olha ficou bonito

aqueles momento me fizeram aprender e amar me muito mais do jeito

que sou como a doença requer várias restrições e cuidados sua alimentação

seu modo de viver mudou bastante em relação a alimentação ela

queria comer coisas, outras não queria comer pois não sentia o cheiro e

o gosto da comida em função das consequências do tratamento da quimioterapia.

Teve que aprender a comer alimentos que não gostava, pois aquilo

era bom para saúde dela, com isso, tivemos mais um ensinamento, para

incentivá-la começamos também nos alimentar como ela, o mais incrível

é que com isso nos tornamos mais saudáveis melhorando a nossa saúde

e consequentemente a dela. Naquilo aprendi a ser forte e enfrentar os

obstáculos da vida minha mãe a cada dia deixou ensinamento diferente

mas todos eles vou levar para minha vida e agradecer intensamente por

fazer parte da minha vida.

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AS LAVOURAS DE ANTIGAMENTE

Autor: Mariana Afonso Chiamenti

Turma: 7°ano C

Professor responsável: Herivelton Antonio Nath

Antigamente as lavouras eram preparadas manualmente. O trabalho

humano era exercido com rigor, para esse trabalho eles usavam as

juntas de boi ou de cavalo, que puxam o arado, assim a terra era preparada,

muitas vezes esse trabalho demorava vários dias.

O plantio era feito com máquina a mão também chamadas de

máquina das pica pau. Quando tinha necessidade de fazer a limpeza

das plantações , que era constante, os capins ou pestes eram usados

nas inchadas, não se usava veneno como hoje. As famílias dedicavam-se

arduamente dias e dias nestas tarefas, muitas vezes, enfrentando o sol

escaldante. Levantavam cedo e iam para a lida, preparavam os garrafões

para levar água e enrolaram em uma toalha um pedaço de pão.

Quando chegava a época da colheita, acontecia o mesmo ritual.

Às vezes, era necessário fazer um mutirão, era comum na época os vizinhos

se ajudarem ou trocar serviços. Por exemplo, na colheita da soja ou

feijão, primeiro cortava-se o produto, outros recolhiam e conduziam até

o monte próximo a trilhadeira,a máquina mais moderna na época. Essa

funcionava com auxílio de um motor. Nessa época que não possuía esse

recurso usava o mangua, que era feito com dois pedaços de madeira,

uma pedaço de soga ligava um ao outro.

Ao trilhar os produtos, tinha que ter várias pessoas auxiliando, pois

uma era responsável por colocar o produto na “boca” da trilhadeira, outro

era responsável pelo ensacamento do produto e mais uma pessoa era

necessária para tirar a palha. Todo esse trabalho era um processo demorado,

mas era o recurso disponível. Os grãos ensacados eram transportados

dentro de bolsas em cima das carroças puxadas pelas juntas de boi

até os paiol dos agricultores, para em seguida serem comercializados.

Hoje em dia as coisas são diferentes, na hora de preparar as lavouras

não se prepara mais manualmente, são utilizadas máquinas agrícolas

modernas, como tratores, pulverizadores e colheitadeiras com alta

tecnologia de ponta. Engraçado é que os agricultores dizem que os pulverizadores

são suas inchadas modernas. De fato o plantio e a colheita

acontecem de forma dinâmica e rápida, se comparamos como acontecia

antigamente. Hoje, os grãos são transportados a granel até os grandes

silos de armazenamento.

De antigamente ficam as grandes lembranças de um povo que

muito trabalhou para o sustento da família e o crescimento do município.

A carroça e o arado manual, hoje são usados como objetos de decoração,

ou ainda, aqueles que muito usavam nem se quer ainda as possuem.

LOURDES ROSETTO LAZZARETTI

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Autor: Eveli Lazaretti

Turma: 7°ano F

Professora responsável: Fabiane Catia Ungarato Heimerdinger

Lourdes Rossetto Lazaretti nasceu dia 9 de maio de 1949, na

comunidade da Linha Sabadin, onde cresceu ajudando seus pais nas

tarefas diárias, ajudando a cuidar da casa e da lavoura. Na época os pais

possibilitaram a ela a educação, onde estudou até o quarto ano, precisava

ficar em casa ajudando. Ela lembra que quando era criança chamava

as outras crianças da vizinhança e brincavam de brincadeiras sadias, não

as que existem hoje.

Quando jovem, conheceu o seu único amor, Sabino Lazaretti, hoje

em memória. Namoraram durante 01 ano e aos seus 17 anos casou-se



com Sabino e veio morar com ele, juntamente com o seu sogro e sogra na

Linha Savaris. Desse casamento nasceu seus quatro filhos, que considera

a maior herança que o amor e companheirismo entre os dois gerou.

Com 36 anos de idade, ficou viúva. Seus filhos ainda pequenos,

pensou várias vezes o que iria fazer, a tarefa de educar é uma tarefa desafiadora,

aos poucos restabeleceu-se, e por ser uma pessoa muito católica,

nunca perdeu a fé e a coragem para suportar as dificuldades diárias,

manteve sempre sua família sempre unida.

Naquela época, o trabalho na lavoura era todo manual, por isso,

a maior dificuldade relata que era no preparo das terras das roças, a mão

de obra era toda manual, graças aos vizinhos e sobrinhos ajudavam a arar

a terra e plantar.

As crianças eram ainda pequenas, com o passar dos anos foram

crescendo e ajudando a cultivar a terra. Lourdes lembra com emoção das

dificuldades financeiras, mas sempre deu o melhor de si para sustentar

seus filhos.

Apesar de tudo, sempre ajudava e ainda ajuda a sua comunidade.

Atualmente, ainda reside na mesma propriedade, junto ao seu filho, nora

e netos.

Ass seus 72 anos, Lurdes ainda é uma mulher muito ativa, mantém

firme os seus costumes e seus afazeres do dia a dia, cuida da casa e

trata alguns animais e sua propriedade. Uma das características de Dona

Lourdes é sempre se manter otimista, com pensamentos bons e com a

devoção na religião. Gosta de se divertir, de ajudar e colaborar com aqueles

que necessitam principalmente de sua comunidade.

Apesar de todas as dificuldades Lurdes hoje se orgulha muito de

sua história e principalmente de sua família que constituiu, onde transmitiu

seus ensinamentos aos filhos, crescerem em sabedoria e deram

bons frutos, se orgulha em dizer que tem uma filha ministra da Eucaristia

e os outros três filhos exercem ou exerceram setores em sua comunidade

como catequista.São relatos que emocionam dona Lourdes, se enche de

orgulho quando fala de seus 8 netos e 1 bisneto.

Estar relatando esta história é de fato prestar uma grande homenagem

a essa Mulher guerreira e forte, que nos mostra que todos nós,

homens e mulheres, somos capazes de fazer e acontecer e que apesar das

dificuldades da vida, precisamos sempre de cabeça erguida enfrentando

os obstáculos.

DESAFIOS E CONQUISTAS DA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

NA PANDEMIA

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Autor: Arthur Pin Taglietti

Turma: 8°ano A

Professor responsável: Charles Paulo Sperotto

Nascida em Engenho Velho-RS em 04/05/1988 iniciou os estudos

na Escola Estadual Floriano Peixoto e os concluiu na Escola Estadual

São José de Constantina/RS.

Sua formação profissional em nível superior iniciou em fevereiro

de 2006, quando ingressou no curso de graduação em Nutrição em uma

Universidade de Santa Catarina (Unochapecó). Seu primeiro desafio desta

nova etapa foi concorrer a uma bolsa de estudos integral, sendo contemplada

para o curso de Nutrição, o que lhe proporcionou apoio material e

a possibilidade de dedicar-se integralmente à sua formação durante os

4 anos de graduação. Ao ingressar no curso de Nutrição, na 2ª turma do

curso, iniciou seus sonhos quanto à atuação profissional. Desde o início,

se interessava por atividades práticas da atuação do profissional Nutricionista

e foi neste momento que iniciou as suas contribuições próprias para

sua formação profissional. Como atividades práticas que desenvolveu no

curso, como as atividades voluntárias promovidas, como Dias da Saúde

na praça da cidade, onde eram realizadas avaliações e orientações nutri-



cionais à população, palestras voluntárias em entidades diversas, inicialmente

sobre alimentação saudável, e cursos realizados como atividades

de extensão.

Entre as atividades a que se dedicou, destaco a participação

voluntária em um projeto de extensão desenvolvido em um centro terapêutico,

onde semanalmente ela e mais duas colegas realizavam atividades

de Educação Alimentar e Nutricional com os internos. No ano de

2007, como representante discente do curso, começou a participar de um

grupo de estudos pedagógicos organizado pela coordenação do curso.

Quinzenalmente, reuniam-se professores e representantes discentes do

curso para discutir questões relacionadas com o processo de formação

em nível superior. Esta participação lhe permitiu uma avaliação mais crítica

das condutas adotadas na formação no ensino superior, que mostrou

os caminhos que um verdadeiro mestre deve trilhar na busca pela formação

profissional de qualidade e qual o papel do estudante neste processo.

Essa fase foi determinante para se tornar cada vez mais comprometida

com a sua formação e fortalecer seu interesse pela área da docência.

Ainda no ano de 2007, teve a oportunidade de participar como

estudante da pesquisa: “Diagnóstico do Ambiente Escolar como Ambiente

para promoção da Alimentação Saudável”. Nessa época, ela visitou 32

escolas estaduais da região da 4ª Secretaria de Desenvolvimento Regional.

Esta atividade lhe permitiu aproximação com a prática de pesquisa, o

que lhe encantou profundamente, especialmente pelas perspectivas que

abria para a prática docente. Desta pesquisa foram desenvolvidos vários

trabalhos apresentados em congressos e publicados em anais(uma coletânea

com todos os trabalhos, palestras, mesas-redondas e qualquer

outro tipo de conhecimento produzido em um evento científico), o que

fez com que aperfeiçoasse a sua habilidade de comunicação escrita e

oral, e de avaliação crítica de resultados.

No ano de 2008, foi selecionada para um estágio não obrigatório

no Hospital Regional do Oeste na área de Nutrição Clínica, onde atuou

por dois anos em regime de 20 hs/semanais. Este foi um período de

intenso aprendizado, em que desenvolveu atividades que lhe permitiram

concretizar a associação entre teoria e realidade prática, tornando a primeira

cada vez mais relevante e significativa. Foi quando compreendeu a

importância do compromisso com sua educação permanente.

Assim, no ano de 2009, tendo concluído a graduação, ingressou

imediatamente no curso de Especialização em Nutrição Humana na

UNOCHAPECÓ. Mais uma vez, foi contemplada com uma bolsa de estudos.

Concomitantemente ao fim da graduação e início da especialização,

iniciou sua atuação profissional como Nutricionista na área de

produção de refeições em uma cozinha industrial da cidade de Chapecó.

Após algum tempo, foi contratada como Nutricionista em um hospital da

região e, logo em seguida, passou a atuar no Hospital Regional do Oeste

em Chapecó, local em que foi estagiária por dois anos. Foi um tempo de

experiência que lhe proporcionou amadurecimento pessoal e profissional,

lhe capacitando para a compreensão teórica e prática do exercício

profissional.

Estas experiências lhe permitem hoje transitar pela área docente

com maior propriedade das necessidades práticas da atuação.

No ano de 2011, aos 23 anos, ainda como Nutricionista do Hospital

Regional do Oeste, concluiu sua especialização em Nutrição Humana

e alguns meses depois surgiu edital para contratação de professor titular

na UNOCHAPECÓ, para a qual foi selecionada e que permanece atuando

até o momento, completando 10 anos de atuação na docência em 2021.

Apesar de em 2011 ter atingido seu objetivo de ser docente universitárias,

os desafios não pararam, pois a docência é uma área que

exige constante aperfeiçoamento e muita dedicação aos estudos, e logo

surgiu a necessidade de aperfeiçoamento para a prática docente. Diante

desta necessidade iniciou sua busca por Programas de Pós-Graduação

em nível de mestrado, mas devido a sua carga horária de trabalho e a

distância que precisaria percorrer para cursar mestrado em outra cidade,

inviabilizou algumas tentativas. Em 2012 a UNOCHAPECÓ teve a aprovação

para o curso de Mestrado em Ciências da Saúde e foi neste momento

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que iniciou o curso, tendo apoio da Instituição, curso ao qual está vinculada

(Nutrição) e Sindicato dos Professores do Oeste de Santa Catarina. O

curso de mestrado encerrou em 2014, após dois anos de estudo e pesquisa

na área, anos estes que precisaram ser conciliados com uma rotina

de trabalho bastante intensa.

Após a conclusão do mestrado, novamente foi necessário investir

na sua formação profissional, e assim como ocorreu no mestrado, iniciou

sua busca por Programas de Pós-Graduação, mas agora em nível de doutorado.

Foi neste momento que as dificuldades em dar continuidade aos

estudos e conciliar com a rotina de trabalho começaram a surgir, especialmente

porque na cidade em que resido e trabalho ainda não haviam

cursos de doutorado em que ela pudesse aproximar de sua área de formação,

e por este motivo, buscou cursos em capitais próximas, mas não

obteve sucesso imediato em suas tentativas, o que foi frustrante, mas não

o suficiente para desistir de buscar.

Foi em 2017 que o mesmo Programa de Pós-Graduação pelo qual

concluiu o mestrado obteve aprovação para o curso de doutorado em

Ciências da Saúde, para o qual foi selecionada neste ano. Este processo de

seleção também não foi fácil, pois foram inúmeras etapas que incluíam,

além de um currículo que demonstrasse a sua atuação e produção científica

na área, provas de conhecimento da área de ciências da saúde, defesa

de proposta de pesquisa e proficiência em dois idiomas, que neste caso

foram inglês e espanhol, que foram um dos maiores desafios para ela no

processo.

Foram longos quatro anos e alguns meses de dedicação aos

estudos e concomitantemente ao trabalho, que nunca foi interrompido

durante o seu processo de formação, representando um grande desafio,

tendo em vista o tempo necessário de dedicação para conclusão de um

doutorado que ocorreu em 2021 com a defesa da tese: CONTRIBUIÇÃO

ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR PARA A ALI-

MENTAÇÃO ESCOLAR.

Destaco que acrescido dos desafios previstos para um doutorando,

a pandemia promovida pela COVID-19 trouxe consigo a necessidade

de muitas mudanças no trabalho e representou um dos maiores

desafios na docência. O modelo de aulas presenciais foi interrompido e

de imediato passou a ministrar aulas ao vivo de forma remota, uma forma

nunca utilizada por ela como professora e pelos estudantes. Neste sentido,

o processo de adaptação não foi fácil para ambas as partes, pois a

falta de contato presencial muitas vezes inibiu a participação em aula e

consequentemente a interação que o modelo presencial permite. Além

disso, em um período muito curto de tempo, foi necessária a criação e a

adoção de metodologias de ensino e instrumentos para a aulas que nunca

haviam sido usadas antes. Entretanto, passados quase quatro semestres

neste modelo, muitas das dificuldades iniciais foram sendo superadas

progressivamente e isso só foi possível por meio da disponibilidade dos

professores, estudantes e instituição para mudar a forma de ministrar

aulas e estudar, mas com certeza todos precisaram se esforçar para que

este tipo de ensino fosse possível. Entretanto, não é possível negar que

houveram sim, muitos momentos de frustração, insegurança e dúvidas,

mas também muitos de superação e bons resultados, mesmo diante do

cenário imposto pela pandemia.

Os professores têm um compromisso com a formação profissional

qualificada, mas este é um processo complexo, tendo em vista de que trabalham

com uma diversidade muito grande de opiniões, culturas, modos

de vida, expectativas com a profissão escolhida, modos de estudar, pensar,

apreender e reagir aos diversos processos na formação, mas a área da

docência sempre foi sua maior meta como profissional, mesmo sabendo

que é um desafio diário, um compromisso e uma responsabilidade muito

grande com a formação de profissionais que irão para o mercado de trabalho.

Na sua trajetória profissional, a cada momento que me deparava

com uma nova experiência docente a vontade e as perspectivas de

aprender aumentavam, onde descobriu a satisfação que é contribuir com

a formação profissional e o enriquecimento profissional e pessoal que é

a troca constante de conhecimentos entre aluno e professor. Todas estas

experiências instigaram a vontade de se qualificar e se aperfeiçoar em sua

área de atuação.

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O caminho até aqui foi repleto de desafios e dificuldades que

foram superados pela certeza da escolha profissional que fez, mas também

foi um período de muitas conquistas na sua carreira e na sua vida

pessoal, todas fruto de muito trabalho, estudo e apoio familiar.

COVID-19 ISOLAMENTO E MEDO

Autor(a): Ana Laura Vedana Zortea

Turma: 8°ano D

Professor responsável: Zilo Antonio Schmitz

CRESCENDO… VIVENDO... APRENDENDO!

Conforme estamos crescendo…

Vamos nos desenvolvendo

E certas coisas entendendo

Assim vamos aprendendo.

Com o tempo passamos por mudanças,

Tanto mentais, quanto físicas

Também guardamos lembranças…

Porém isso não importa,

Pois a vida não é fictícia.

Crescendo… vivendo…. e aprendendo…

Estamos assim nos desenvolvendo,

E muitas coisas compreendendo!

Autor: Jessica Ludke

Turma: 8°ano C

Professor responsável: Nádia Pin Piva

No início de 2020, Emanuel Vedada começou a sentir os da Covid-

19, no começo sentiu os sintomas da COVID-19, no começo achou que

era apenas um resfriado, mas, um dia depois começou os sintomas, seu

irmão Darlan Vedada teve também alguns sintomas.

Logo foram fazer os testes do Covid, Junto com eles foram, os pais,

os avós e mais alguns familiares que haviam tido contato. Ela, o irmão,

os pais e os avós maternos, positivaram, a avó paterna e os demais não

testaram positivo para a Covid-19.

No dia 9 de julho de 2020, Elaine Vedada, mãe da Emanuel, teve

que ir para o hospital por falta de ar. Ficou por dependência de oxigênio

no hospital AHCROS Aqui de Constantina por 2 dias. Os médicos aqui do

nosso hospital, não vendo melhoras, resolveram optar por sua transferência

para outro hospital com mais recursos. Elaine foi transferida para

Passo Fundo no hospital de Clínicas, onde ficou internada por 12 dias.

Por alguns dias, ficou no CTI. Elaine não pode ter contato com

nenhum familiar, nem pessoalmente, nem por telefone, pois retiraram

seus pertences (anel, brinco, colar, bolsa, roupas, telefone e etc.). Quando

estava lá, Elaine pensou inúmeras vezes que não iria voltar para casa, mas

os poucos iam melhorando, era tudo muito lento.

Enquanto isso em casa, Emanuelle fazia de tudo para ter contato

com sua mãe. Para ter notícias de seu estado clínico, ligava para o hospital,

mandava mensagem, respondiam, mas não mostravam a mãe. Foi

aí que Emanuele se lembrou de uma amiga que tinha um primo que trabalhava

lá, pediu para ele mostrar a mãe com um vídeo ou foto, ele fazia

vídeos e mandava para Emanuele ver e mostrar para os familiares que ela

estava bem.

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Como apresentou melhora pode ir para um quarto, e pelo menos

ter o telefone para se comunicar com sua família, mas, ainda precisava de

cuidados e monitoramento dos médicos e enfermagem.

Quando voltou teve que tomar alguns cuidados extras para não

piorar, como, não fazer muito esforço ou ficar muito tempo em pé,logo

passou e tudo foi se ajeitando. Hoje Elaine e sua família vivem bem, e com

muita alegria e, agradecidos a Deus pela recuperação de todos.

HISTÓRIA UMA GRANDE HISTÓRIA

Autor: Mariani Aparecida Dal Piaz

Turma: 8°ano C

Professora responsável: Nadia Pin Piva

Salete Inêz Berlezi Durante nasceu no ano de 1948, na cidade de

Frederico Westphalen. Filha de Luiz Ângelo Berlezi e Maria Menegati, teve

três irmãos por parte de mãe e cinco por parte de pai.

Quando tinha 7 anos, sua mãe morreu de aborto. Como era

pequena, e o pai, diante daquela situação inusitada, ficou muito preocupado,

assim, pensando no bem estar de Salete Ines, deixou-a morando

na casa de seus avós maternos em Seberi, lá recebeu todos os cuidados

que uma criança necessita para se constituir, amor e educação foram os

pilares fomentados pelos avós maternos, conforme foi crescendo aprendeu

a ser colaborativa com os afazeres, sempre se dedicando e ajudando

os seus avós no que era necessário, inclusive os serviços da roça.

Quando ela tinha 9 anos, seu pai casou-se novamente, agora com

Maria Lazaretti e foram residir no município de Jabuticaba .Após 15 anos,

o casal mudou-se para Constantina, estabelecendo-se no interior do

município na Linha Scolari.

Com 17 anos, conheceu Generoso Durante e com ele casou-se

aos 22 anos de idade, nos primeiros 10 meses após o casamento moraram

junto com os sogros.Em seguida, sua casa própria estava pronta e

foram morar na comunidade de Linha Alto Paraíso. Já estabelecidos em

sua propriedade, começaram a constituir sua família, tiveram seus dois

filhos, Ilonia e Evandro Durante.

No ano de 2010,após muitos anos trabalhando na agricultura,

chegou a idade de se aposentar, deste modo, vieram morar na cidade,

mesmo aposentada continua a trabalhar, possui suas plantações, com

isso produz hortaliças e miudezas para o seu consumo diário. Como foi

sempre uma mulher ativa, começou produzir pães e bolachas para vender

na cidade dedicava, apesar de estar sempre envolvida com seus afazeres,

sempre sobra tempo para cuidar de suas flores.

Em 2020, estava muito feliz pois iria comemorar 50 anos de casamento,

as Bodas de Ouro. Mas como nesta vida não temos certeza de

nada, quando faltavam 7 dias para comemorar esta data, seu marido

veio a falecer, mas Salete Inez considera-se uma pessoa feliz, possui uma

família tem uma abençoada com 4 netos.

O MEU MELHOR

Autor: Amanda Durante

Turma: 8°ano C

Professora responsável: Nadia Pin Piva

Eliane Durante nasceu em 8 de março de 1976 na Linha Scolari

sendo a irmã mais velha de uma família de 3 irmãos.

Começou a estudar com 6 anos e estudou até a quinta série, sempre

sendo uma aluna exemplar, porém parou seus estudos pois tinha que

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ajudar seus pais na lavoura. Após quatro anos voltou a estudar, coisa que

sempre gostou muito de fazer.

Quando terminou o ensino médio começou a fazer faculdade de

administração com uma bolsa de estudo de 70% que ganhou da empresa

onde trabalhava, a Sadia.

No ano de 2000 teve a oportunidade de começar a trabalhar na

MAPFRE, uma empresa multinacional de seguros que estava iniciando a

sua expansão na América Latina. Quando trabalhava na mesma, sempre

deu o seu melhor e assim conseguiu tornar-se gerente desta companhia.

Em 2007, foi morar em Brasília onde foi para o promovida a diretora

territorial na região centro-oeste da companhia, como diretora assumiu

projetos de nível nacional que foi um grande desafio.

Em 2013, essa empresa já estava presente em mais de 40 países e

tinha mais de 46 mil funcionários, destes foram escolhidos 100 nomes a

nível mundial para fazer a internacionalização, entre eles estava o nome

de Eliane.

Em 2015 teve seus dois filhos, Caio e Vitor. No mesmo ano, foi

junto com sua família morar em Portugal onde a empresa precisava de

alguém que ajudasse a resolver os problemas, as questões comerciais e

de mercado de Portugal. Em 2016, foi promovida vice-presidente comercial

da MAPFRE Portugal.

Porém em 2017, questionou-se sobre os seus princípios e valores

e decidiu que era o momento de pedir demissão, decisão que foi muito

difícil, pois abriria mão de um cargo muito importante, um salário alto e

um programa de muitos benefícios. Depois disso, resolveu voltar para o

Brasil, atualmente mora em Florianópolis - Santa Catarina. Com muita

experiência e visão de empreendedorismo abriu sua própria empresa de

seguros chamado a KAVIDA.

Hoje, com 45 anos, está muito feliz com sua vida profissional e

sempre busca através de seu trabalho e esforço diário procura oferecer

conforto e segurança para sua família.

UMA TRAJETÓRIA

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Autora: Fabiola Pietrobelli da Silva

Turma: 8°ano D

Professora responsável: Marilia Bedin Cenci

Celso Silvino da Silva nasceu no dia 28 de janeiro de 1959 em

Sarandi, na comunidade de Linha Águas de Angico, Celso teve 4 irmãos,

sendo ele o segundo fruto do casamento de Dona Ilse e seu Irineu da

Silva.

Seus pais, assim como muitos tiveram que trabalhar desde cedo,

trabalhavam em uma olaria e na agricultura. Conta que, com pouca idade,

começou ajudar os mesmos a fazer os trabalhos diários, tanto os serviços

da olaria como os da a roça. Com 6 anos começou a estudar na escola da

Comunidade.

Não contentes de morar em Sarandi, seus pais no ano de 1965,

decidiram então vir morar para o município de Constantina, instalaram-

-se na Linha Santa Luzia. Celso conta que, quando seus pais chegaram na

nova comunidade, também passaram por momentos difíceis, não ficaram

satisfeitos, pois não havia luz elétrica e uma casa decente para morar,

então a família construiu uma, no período em que a construção foi feita

seu local de abrigo era um paiol.

Celso foi matriculado em uma Escola Estadual Rural, na comunidade

Santa Luzia, por muitos anos estudou nesta escola, porém enfrentando

dificuldades,não aprendia muito bem. Depois de alguns anos, para

fazer a quinta e sexta série, tinha que realizar diariamente uma trajetória

de 7 km a pé, para chegar à nova escola, localizada agora na cidade.

Por certo tempo Ireneu e Ilse decidiram ir morar com seus pais na

comunidade de Linha Progresso, onde havia um alambique para a fabricação

de cachaça. Por volta de 1972, voltaram a morar na Linha Santa

Luzia e tiveram mais uma vez construir outra casa, e o episódio voltou a



se repetir, enquanto a casa não ficava pronta, abrigaram-se em um paiol

até 1979.

Celso começou a trabalhar cedo, em 1979 teve a oportunidade de

trabalhar na empresa Fachin Paludo, desempenhando a função de balconista

por 6 meses, mas teve que largar o emprego pois precisou voltar

ajudar os seus pais na lavoura com as produções agrícolas. Na época a

empresa era referência, vendia e comprava produtos dos agricultores das

redondezas.

Em 18 de março de 1980, foi chamado pelo prefeito Elziário Fachin

e recebeu a proposta para dar aula, pois possuía o curso de magistério. Ao

aceitar a proposta, foi encaminhado para dar aula na Escola Alberto Pasqualini,

na linha Belli. Com muito orgulho e satisfação, Celso conta que

atuou por 14 anos com professor daquela escola, lembra que as classes

eram multisseriadas e todos os dias fazia 14 Km para chegar à escola, dias

de frio, calor, barro e poeira e lá estava ele, pronto todos os dias para cumprir

sua missão.

No ano de 1988, casou-se com Geneci Pizzinato e por alguns

anos continuaram morando com seus pais, só foi por volta de 1990, comprou

uma casa na Linha Guardinha, onde junto a casa havia um bar, que

continuou ativo por 14 anos, o bar do Celso como era chamado era muito

frequentado no sábados e domingos pelos homens da comunidade, reuniram-se

para jogar baralho, tomar o traguinho,uma cervejinha, jogar

sinuca ou simplesmente para uma boa conversa, onde dividiam assuntos.

Como todo casal ao constituir família, surgem os filhos, em 1991

o casal teve seu primeiro filho que se chama Henrique e três anos depois,

tiveram o seu segundo filho Charles.

Em 1994, o secretário de educação do nosso município da época,

convidou Celso para assumir um novo desafio, para mudar o seu local

de trabalho, começaria então, uma nova jornada, passaria dar aula na

cidade, na Escola Amândio Araújo, no Bairro São Roque. Assumiu o cargo

de professor naquela escola, todos os deslocava-se de sua residência

até a escola, por vezes a pé ou de carro, não existia o transporte escolar

naquela época no período da manhã .

É com alegria que Celso fala da sua profissão como professor,

exerceu a tarefa de educar crianças por 27 anos, também desafiou-se na

experiência de gestor, atuou como vice-diretor por 11 anos consecutivos,

hoje aposentado mas o seu regime trabalhista ao qual concedeu sua

aposentadoria,permite que continue atuando, assim ainda atua como

professor na Escola Amândio Araújo.

Também teve participação na política de Constantina. Hoje ainda

reside no interior do município, na Linha Guardinha. Não podemos deixar

de lembrar sua paixão pelos esportes, atuou em muitos clubes da época,

mas em seu coração há um lugar especial para o Esporte Clube Guardinha,

onde por muitas vezes, jogou e defendeu a camisa desse time e com

muito orgulho contribuiu para o mesmo tornasse campeão em 1986,

1889 e em 1990. Hoje conta que não dá mais para jogar bola, “temos que

deixar lugar para os mais novos”, mas consegue com a sua experiência

auxiliar quem está na frente do time da Comunidade, além de ser uma

pessoa muito atuante junto a comunidade.

Professor Celso, como é conhecido por muitos, possui sua família

construída, com muitos desafios vencidos, sua trajetória não foi fácil, mas

teve dedicação e persistência para alcançar seus objetivos.

A vida é composta de fases

Assim mesmo, como a lua

AS FASES DA VIDA

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Autor: Djenefer Ludke

Turma: 9°ano A

Professora responsável: Domingas Sartori Binello



Por vezes estamos alegre

E às vezes, choramos na rua.

Desde o dia em que nascemos

Novas coisas aprendemos

Falar, andar, correr…

Mil coisas podem ser.

Conforme vai passando o tempo

Crescemos e amadurecemos

Tudo o que parecia fácil

Agora não é mais o mesmo.

Às vezes nos bate a saudade

De alguém que nos fez sorrir

Daquela pessoa alegre

Mas que a vida deixou partir.

Nascer, crescer, viver e aprender

Esse é o lema da vida

E para sempre irá ser .

Então faça valer a pena

Viva com intensidade

Ria mais, ame mais, arrisque-se mais

E foque em sua felicidade!

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Texto e ilustração: Raísa Dal Pupo Kaminski

Turma: 1ºAno A

Professora responsável: Elisandra de Almeida

A nossa Igreja Matriz São José é o lugar de encontro de amigos e

famílias para uma conversa com Deus.

A TORRE SEMPRE APONTA DEUS

Turma: 1ºAno A

Professora responsável: Elisandra de Almeida

Autores: Ana Clara Farezin Marcolan, Annalia dos Santos Zatti, Arthur Huppes Juriatti,

Arthur Gabriel Funini, Dalvan Reis, Guilherme Augusto Mori Gheller, Guilherme

Lazzaretti Turra, Laura Verzeletti, Leonardo da Luz Ciarini, Mauéli Correa, Nicolly da

Silva Barbosa, Pedro Dinamar Zanchet, Raíssa Dal Pupo Kaminski, Cauã de Souza Silva,

Eduardo Ardenghi Bitello, Thiago Duranti Stivanin.

Toda a turma empolgada,

Dia de passeio é legal!

Saindo da escola toda comportada,

Para um lugar muito especial.

Com sua torre imponente,

Nossa linda Igreja Matriz.

Foi construída com braços de muita gente,

Que o padre mostra todo feliz!

A pia batismal, as imagens de santos e o mezanino,

Os vitrais e os bancos alternados.

Os fiéis que chegam sentam afastados

E não mais pertinho lado a lado.

Ouvimos histórias incríveis.

O padre mostrou até o confessionário,

Onde as pessoas vão para contar seus pecados.

E saem abençoados!

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A pandemia mudou muito as coisas.

Para quem não pode até a igreja ir,

Com seu celular,

As bênçãos do padre vão chegar.

Em tempos de muitos cuidados,

A fé em nosso senhor permanece

E o espírito santo nos fortalece!

Autora: Laura Gueller Lunardi

Turma: 1ºAno B

Professora responsável: Mônica Apolinário Lazaretti

A escola é alegria, escola é magia, escola é aprender todos os dias!

Ilustração: Laura Verzeletti

Turma: 1º Ano A

Professora responsável: Elisandra de Almeida

Ilustração: Ana Lyvia Jacques dos Santos

Turma: 1 ºAno B

Professora responsável: Mônica Apolinário Lazaretti

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A LINHA DO TEMPO DA EDUCAÇÃO

1º Ano B

Professora responsável: Mônica Apolinario Lazaretti

Autores: Alice Mendonça Cazarotto, Ana Lyvia Jacques dos Santos, Bernardo Viccari

Müller, Davi Luis Pin, Élen Laiz Suzana, Elisa Krais Villa, Heitor Correa Rigo, João

Pedro Soares Pruciano, Laura Gheller Lunardi, Luiz Henrique Silva Falabretti, Miguel

Menegazzo, Miguel Moreira Bombana, Miguel Otavio Beck Moreira, Paloma Fiorentin

Mestura, Sofia Casagrande Polaquini, Sofia Thomazelli Lazaretti, Willian Colares

Lazzaretti.

Todos ajudavam a sala conservar

E para ficar bem limpinha,

Cada um fazia a sua parte

Ajudando o coleguinha.

Para o lanche da escola

De casa podia levar,

Uma fruta da época

Para poder saborear.

O uniforme da escola,

Era obrigatório usar,

Pois aquela Entidade

Era o segundo lar.

E assim ficam-se as lembranças

De quem já foi aluno e professor,

Independente da época,

A Educação se faz com Amor!

Vamos descrever uma história

Da escola de antigamente,

E quem vai nos ajudar

São três professoras excelentes.

As professoras daquele tempo

Precisavam caminhar,

Para chegar a sua escola

Até quilômetros tinham que passar.

A caligrafia era feita

Quase todos os dias.

E, para mostrar para a professora,

A letra tinha que ser bonitinha.

Mochila naquela época,

Não existia!

Os materiais eram levados

Dentro de uma sacolinha.

Colaboração: Dilva Cenci, Nelci Favaretto e Salete Lorini

Ilustração: Alice Mendonça Cazarotto

Turma: 1º Ano B

Professora responsável: Mônica Apolinario Lazaretti

Os alunos eram queridos

E todos muito obedientes.

Já hoje, alguns alunos

São um pouco diferentes.

Quadro negro e caneta de pena

Era o que se usava.

Com esses materiais

A professora seguia sua aula.

No momento da tarefa,

Todos prestavam atenção.

E se não se comportassem

Iam ajoelhar no chão.

Depois de um tempo,

Surgiram as tecnologias,

Que facilitaram os trabalhos

Com o passar dos dias.

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PANDEMIA: A INCERTEZA DO AMANHÃ

Turma: 1º Ano C

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

Autores: Amanda L. Zatti, André Moreira Nicolli, Bernardo Z. Correa, Carlos Eduardo V.

Scarsi, Carlos Moyses Nulland da Silva, Frederico Castaman Rabaioli, Gabriel Bombana,

Hellen A. M. Turra, Joana Castaman Rabaioli, João Vitor Barbosa Berton, José Francisco

Vedana Zortea, Laísa Sabadini, Livia Emanuely Cantele Puccinelli, Maria Valentina B.

Guerra, Milena P.T. Fiorentin, Nicoli B. Ludke, Pedro Afonso D. Gallina, Pietra da Costa da

Silva, Rafael Peruzzo Gheller, Rebeca P. Poncio.

Na tarde do dia treze de outubro, recebemos em nossa sala de

aula, o pai do aluno e colega Carlos Eduardo, o Cassiano Vanin, proprietário

da Pizzaria Esquina do Sabor. Ele veio nos contar como decorreu o

atendimento dos trabalhos da pizzaria durante o período de pandemia

Covid-19.

Cassiano nos relatou que é proprietário da pizzaria há quase nove

anos e conta com a colaboração de onze funcionários, incluindo seus

familiares. A equipe de trabalho possui uma boa parceria, sempre prezando

pela colaboração, amizade e companheirismo, sendo que neste

período de pandemia isto foi ainda mais intenso.

Quando iniciou a pandemia em nosso município, a pizzaria necessitou

ser fechada, assim como outros estabelecimentos comerciais. Foi

um período muito delicado, de muita incerteza, tensão, estresse e que foi

preciso sentar com os funcionários e conversar o que seria possível fazer

no momento.

Cassiano precisou planejar com muita cautela o que fazer naquele

momento, se diminuiria os salários dos funcionários ou demitiria alguns,

pois os custos estavam aumentando e as condições financeiras estavam

ficando comprometidas demais. Juntos, decidiram que os salários fossem

diminuídos, assim todos continuariam trabalhando, e o estabelecimento

passaria a atender apenas com tele entrega. Assim, foram quatro meses

bem difíceis, mas aos poucos, as condições foram melhorando.

Com o passar dos dias e seguindo todos os protocolos de segurança,

aos poucos, a pizzaria reabriu as portas para atendimento no local,

com refeições. Mesmo assim, era preocupante a situação, pois atendiam

todas as pessoas que ali buscavam fazer suas refeições e muitas vezes,

não sabiam de onde vinham, pois eram viajantes que passavam pela

nossa cidade.

O empresário nos contou ainda, que atenderam no estabelecimento

pessoas que posteriormente positivaram para a Covid-19, sem

saber, mas contaram com a generosidade destas pessoas, que preocupadas

com o próximo, ligavam no estabelecimento notificando. Mesmo com

todos os cuidados no local de trabalho, uma funcionária positivou para a

covid-19. Neste ocorrido, foram tomados todos os cuidados de proteção

necessários, para que nenhum outro funcionário pudesse se contaminar.

Para finalizar, Cassiano nos contou que agora a pizzaria atende

clientes com um número reduzido para o estabelecimento, continuam

mantendo todos os cuidados necessários para prevenção e proteção de

todos os clientes e funcionários também. A pizzaria está de portas abertas

para atender a todos que quiserem fazer suas refeições, sempre prezando

pelo bom atendimento e bem estar dos clientes.

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Ilustração: Laísa Sabadini

Turma: 1º Ano C

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

Ilustração: Maria Valentina Baccin Guerra

Turma: 1ºAno C

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

Autora: Amanda Lazaretti Zatti

Turma: 1º Ano C

Professora responsável: Silvana Largo Zatti

A pandemia fez a pizzaria fechar as portas e foi muito difícil esse

período.

A MÚSICA É TUDO

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Turma: 1º Ano D

Professora responsável: Mônica Apolinario Lazaretti

Monitora: Elisandra Baccin

Autores: Aline Ribeiro Bandeira da Silva, Ana Luiza Berton Largo, Antonela Tonin Marcolan,

Augusto Sabadini, Cecília Montanha Berton, Davi Martini, Davi Moraes Muller,

Eduardo Costa Delatorre, Eloysa Rodrigues Ribeiro, Emanueli Rodrigues Nunes Ludke,

Evellyn Piran Comin, Francisco Montanha Berton, Livia Montanha Maciel, Luan Vitor



Grizon, Maria Clara Werkhausen Bucchi, Nicolas Sinigaglia Ribeiro, Thiago Walter

Lemos, Valentina Piovesan Botton, Vicente Grapiglia Poglia.

A música faz bem para o corpo e para a mente,

São tantas melodias, que ficam no subconsciente.

Cada instrumento é muito importante.

Juntando todos eles, torna a música interessante.

Ilustração: Ana Luiza Berton Largo

Turma: 1º Ano D

Professora responsável: Mônica Apolinario Lazaretti

A música faz reviver muitas recordações.

Traz com ela a magia, que alegra os corações.

Tudo ia tão bem, até chegar a tal da pandemia.

E com isso, infelizmente, terminou-se a cantoria.

Música é alegria, música transmite amor

Mas, com a pandemia, ela infelizmente parou.

Muitos pensam que música não é profissão

Se enganam! Ela é também um ganha-pão.

A música é composta por ritmo, harmonia e melodia.

Ela tem vários estilos, que escutamos no dia a dia.

Atualmente, aos pouquinhos, a música retorna

Com a chegada da vacina, nossa alegria transborda.

Música inspira sonhos, inspira almas, é emoção.

Muitas vezes, ela é um remédio que acalma o coração.

Composta com sensibilidade, é perfeita, um tipo de arte,

Que ecoa e mexe com os sentimentos por toda parte!

Colaboração: Andreivi Paulo Lazaretti

Ao som de minha voz, busco atrair direção.

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Autor: Luan Vitor Grizon

Turma: 1ºAno D

Professora responsável: Mônica Apolinário Lazaretti

A música que ouço em silêncio, traz alegria, felicidade e emoção!



Ilustração: Aline Ribeiro Bandeira da Silva

Turma: 1ºAno D

Professora responsável: Mônica Apolinário Lazaretti

AHH! SAUDADE...

Turma: 2º Ano A

Professora responsável: Jussara De Martini

Autores: Alessandro Robson Bugs, Anna Julia de lima Muneron, Arthur Francisco

Caumo de Mello, Érica Ferreira de Lima, Felipe da Luz, Gabriela Antoniazzi Zancanaro,

Gabriela Rossetto Santi, Guilherme Riboli Zanella, Gustavo Henrique de Oliveira Vicari,

Gustavo könig Florencio, Isabela dos santos Zorzi Grizon, lara Borges da Silva, Lívia Pin

Taglietti, Lucas Rigo Sabadin, Otávio Miguel Rabaioli Tomazelli, Pedro Henrique Caumo

Fiorentin, Rafaela Rigo Zanella, Raíssa Bavaresco Poletti, Yara Borges de Oliveira, Paloma

de Oliveira Alves, Luis Arthur Gonçalves da Rosa, Amanda Talita Borth, Gabriel José

Ambrósio de Vargas.

Depois de muito tempo de pandemia,

Estamos aqui a relembrar

Do nosso antigo costume

De os amigos visitar;

Nossos encontros tinham abraços

E muitos sorrisos para mostrar

Agora ao invés do sorriso,

Colocamos a máscara em seu lugar.

Somente maior que a saudade,

É a vontade de proteger

Mas a pandemia vai passar

Pois fé há de se ter.

E quando a saudade apertar

Vamos nos esperançar

A ciência fez a sua parte

E o mundo vai salvar.

Lembrança dos almoços em família,

Das visitas à casa dos avós;

Recordar, chega até a dar um nó

Nossa casa virou ilha,

É apenas a nossa família;

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Ilustração: Arthur Francisco Caumo de Mello

Turma: 2º Ano A

Professora responsável: Jussara De Martini

Por causa do vírus, eu não pude brincar com os meus amigos, não

pude ir à escola e também peguei gripe. Senti muita tristeza de não poder

visitar os meus tios, meus avós, os primos e toda a família.

Começamos a usar máscaras e, no começo, eu não gostava muito,

mas depois fui me acostumando.

Sei que quando a pandemia acabar, vou poder voltar a fazer todas

as coisas que eu fazia.

Ilustração: Lara Borges da Silva

Turma: 2º Ano A

Professora responsável: Jussara De Martini

A VIDA NA PANDEMIA

Autor: Felipe da Luz

Turma: 2º Ano A

Professora responsável: Jussara De Martini

A minha família está diferente. Meu tio morreu de Coronavírus. A

minha vó também pegou o vírus, mas ela se recuperou, só que o pé dela

ainda não cicatrizou.

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A COVID-19

A PANDEMIA E A SAUDADE DA ESCOLA

Autora : Bianca Radin Tres

Turma: 2º Ano B

Professora responsável: Jussara De Martini

No ano de 2020, a Covid-19 chegou. As crianças tiveram que ficar

em casa trancadas e ninguém podia sair. O mercado abria só de tarde.

Neste ano, nós tivemos aula pelo celular e os nossos pais tinham

que ir até a escola buscar os temas para fazermos em casa. Não podíamos

ir junto na escola.

Depois de muito tempo, voltou a funcionar a escola. Os mercados,

as lojas, o comércio abriu. Nós voltamos para escola, mas usamos máscaras.

Turma: 2º Ano B

Professora responsável: Jussara De Martini

Autores: Ágatha Duarte de Oliveira, Ana Paula Ribolli de Campos, Ângelo dos Santos

Lazzaretti, Bernardo Romansin Ghedini, Bianca Radin Três, Bianca Witter Bondan,

Brenda Julia Romansin, Giovana Berton Rossetto, Guilherme Galatto Terebinto, Helena

Goulart da Silva, Hellena Silva Kulmann de Vargas Signor, Izabela Freitas Ribeiro, Julia

Maria Ferrazzo Lima, Laís Marcolan Candido, Laiza Ruani Martini, Maria Eduarda da Silva

Nunes, Matheus de Domenico Ramos, Milenna Roberta Smyk Turra, Pedro Henrique

Gonçalves Cazarotto, Pyetro Augusto Apolinário Lazaretti, Ramon Vequi Inacio, Roberto

Dal Alba Sturmer, Sandra Regina Gonçalves da Silva, Yasmim Casagrande Taglietti.

Em março de dois mil e vinte

Aconteceu o fato seguinte

A pandemia do Covid chegou

E o mundo todo se transformou.

As escolas ficaram fechadas

E o que aconteceu com a criançada?

Em casa ficaram isoladas

E de seus colegas e professores distanciadas.

A escola precisou ser reinventada

E na nossa casa a rotina foi modificada

A tecnologia foi a nossa grande aliada

Para que nossas aulas fossem validadas.

O tempo passou devagar

E a gente não acostumou sem junto estar

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A vacina contra o vírus chegou

E a nossa esperança aumentou.

É normal tanta estranheza

Lidar com tantas incertezas

O ser humano aprendendo a se relacionar

Para nos proteger e vidas salvar.

Aluno: Giovana Berton Rossetto

Turma: 2º Ano B

Professora responsável: Jussara De Martini

A PRÁTICA DA YOGA

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Turma: 3º Ano A

Professoras responsáveis: Edimara Láutia Nervis e Veronica Boemo Sawaris

Autores: André Cenci Zanella, Artur Smik Rodrigues, Dérik José Marafon Milan, Evilyn

Leitão Rodrigues Gabriel Conterato Scopel, Gabriel Rossetto, Gustavo Lazzaretti De

Bortoli, Joana Caumo Ceccatto, Juliiny Vitória Marcolan, Kauã Noh Matias da Silva,

Laís Gnoatto Martinelli, Larissa dos Santos Bugs, Luiz Antonio Novello, Luiz Felipe

Mantelli Marcolan, Luiz Gustavo Pedrozo Danelli, Luiza Rossini Carpenedo, Miguel da

Silva Aguirre, Nicoli Durante Suzano, Pedro Vitor dos Santos Carácio, Victor Henrique

Caumo, Vinicius Goppinger da Silva, Vitor Gabriel Pin e Vitória Maria Luchetta Sperotto.

Yoga ou ioga é uma filosofia originária da Índia, que significa controlar

e unir. Com o propósito de trabalhar o corpo e a mente, tem sido

uma terapia para muitas doenças, ajudado muitas pessoas, principalmente

em tempos de pandemia.

Incluída no sistema de saúde, a ioga faz parte das práticas interativas

e complementares.

Essa filosofia possui técnicas e métodos com inúmeros exercícios

que trabalham vários aspectos físicos e emocionais ao mesmo tempo. A

ioga ajuda no equilíbrio, contribuindo para que as pessoas possam organizar

seus pensamentos, sentimentos e ações. Quem a pratica se sente

mais relaxado, se concentra melhor, fica mais tranquilo e com maior flexibilidade

corporal.

Nossa turma teve a oportunidade de praticar uma aula com Altemir

Berti, professor de ioga do nosso município. Aprendemos posturas

específicas para crianças. Também descobrimos que podemos praticar

ioga em diferentes lugares, mas que é importante ter um espaço adequado

onde possamos ficar concentrados e de preferência com o auxílio

de um profissional.

Sugerimos a prática da ioga para desenvolver corpo e mente,

diminuir a ansiedade, dores no corpo e melhorar nossa vida em muitos

aspectos.



Ilustração: Vitor Gabriel Pin

Turma: 3º Ano A

Professoras responsáveis: Edimara Láutia Nervis e Veronica Boemo Sawaris

Essa prática pode ser um tratamento para pessoas depressivas,

pode ser criança ou adulto. A Yoga pode, também, ser um remédio para

diversas dores, como dor nas costas.

A Yoga foi inventada há mais de cinco mil anos, no Oriente. É muito

usada para meditação. A prática da Yoga possui vários tipos de posições

para a nossa saúde.

Semanas atrás, eu fui numa aula de Yoga com meus colegas e com

minhas professoras, Edimara e Veronica. O professor era o Altemir. Ele é

muito simpático e divertido.

Na aula de Yoga aprendemos vários tipos de respirações, como: a

do leão, do canudo, do segredo, entre outros.

Praticar Yoga faz bem para a saúde.

Ilustração: Victor Henrique Caumo

Turma: 3º Ano A

Professoras responsáveis: Edimara Láutia Nervis e Veronica Boemo Sawaris

A YOGA

Autor: Victor Henrique Caumo

Turma: 3º Ano A

Professoras responsáveis: Edimara Láutia Nervis e Veronica Boemo Sawaris

A Yoga é muito boa para relaxar o corpo e a mente. Ela também

pode ser usada para exercitar o seu corpo.

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MOMENTOS QUE NUNCA SERÃO ESQUECIDOS

Turma: 3º Ano B

Professora responsável: Franciele Lauer Werkhausen

Autores: Alan Junior Vieira Barbosa,Amanda Luísa Conteratto Drabach, Amanda Scariot

Bressan, Arthur Henrique Dos Santos Fernandes Richcik, Dhuanny Victória Da Silva

Marinho, Diogo Zatti Zamboni, Emanuel Pastório Poncio, Enrique Brandão Rossetto,

Isabeli Da Silva Alves, Isabelly Menegazzo, Isadora Da Silva Alves, João Pedro Tomas

Rostirolla, José Bernar Maier, João Vitor Zuchello Dos Santos, Natally Danelli Weimer,

Valentim Montanha Bitello, Vicente José Rigo Grade, Vitor Melo Rathke, Vitoria Almeida

Zatti, Yasmim Cazarotto Bombana.

Ilustração: Amanda Scariot Bressan

Turma: 3º Ano B

Professora responsável: Franciele Lauer Werkhausen

Atualmente, passamos por um tempo diferente, que nunca imaginaríamos

vivenciar: mudanças, perdas, situações que ficarão na memória

de muita gente.

Transformações em todas as áreas da sociedade, todos lutando

pelo bem precioso quem é a vida. No setor da saúde, os profissionais sentiram

muitos desafios na caminhada. Em entrevista com a enfermeira

Janis Mantelli Marcolan, a profissional relatou o árduo trabalho que realizam

no Hospital da cidade (AHCROS) sempre em defesa das pessoas.

Ela falou sobre algumas angústias que teve nesse momento de

pandemia, o medo de contrair o vírus e de transmitir às pessoas de sua

família. Outro desafio foi de lidar com algo novo nunca antes vivenciado.

A profissional relatou ter passado por momentos que nunca serão esquecidos.

Sabemos que esses profissionais que atuaram na linha de frente

contra o coronavírus foram grandes heróis. Fizeram o que estava ao

alcance para preservar a saúde e a vida. Gostaríamos de deixar o nosso

sincero agradecimento pelo trabalho que desempenharam e desempenham

todos os dias.

A PANDEMIA

Autora: Isabeli Da Silva Alves

Turma: 3º Ano B

Professora responsável: Franciele Lauer Werkhausen

Os médicos e as enfermeiras sofriam para ajudarem as pessoas

doentes enquanto suas famílias estavam em casa. Quando foi criada a

vacina, ela veio para salvar as pessoas e deu esperança a todos. Nós deve-

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mos continuar nos cuidando, usando máscaras, passando álcool gel e

mantendo o distanciando.

A enfermeira contou que intubaram as pessoas, muita gente

morreu por causa do vírus, está sendo difícil para alguns médicos e enfermeiros

que perderam familiares que pegaram o vírus. Na nossa família,

o vírus entrou. Sofri muito quando minha mãe pegou o covid-19, fiquei

muito sentida e triste.

Neste tempo de pandemia foi muito difícil, muitas coisas foram

canceladas. As aulas eram remotas e tivemos que realizar as atividades

em casa. Devemos continuar cuidando da gente e do próximo, lembrando

que “na festa sempre cabe mais um, na UTI não”.

Ilustração: Amanda Luísa Conteratto Drabach

Turma: 3º Ano B

Professora responsável: Franciele Lauer Werkhausen

UM MÉDICO QUE SALVA VIDAS

Turma: 3° ano C

Professora responsável: Leigui Laura Oliveira de Oliveira

Autores: Arthur MullerTrombeta, Dionata Olcheski Seabra, Emily Vitória Eckartt Alba,

Gian Victor Ozelame, João Victor Carboni, João Victor da Silva Orio, Julia da Silva Potrich,

Julio César Rodrigues Berton, Lais Nicolly de Almeida Peron, Manuela Julia Padilha

Bortoli da Silva, Maria Eduarda da Costa Guilardi, Mayara Isabeli Delalibera, Patricia

Zambiasi, Pietra Duranti Dal Pupo, Rafael Arthur Berndt, Sofia Marcon Araujo, Taline

Sabadini, Wenzo Miguel de Oliveira, Yasmin da Costa da Silva, Yuri Eduardo Fenner de

Moura.

A pandemia provocada pelo Coronavírus trouxe grandes desafios

para todo o mundo, pois era um vírus que as pessoas não tinham conhecimento,

e nunca pensaram que este poderia chegar em nosso município.

No contexto dos desafios, o setor da saúde foi o que teve que se

organizar o mais rápido possível, pois este vírus estava terminando com

vidas e destruindo famílias.

Apesar desse momento desafiador para a saúde exigir um forte

trabalho, grandes nomes se destacaram a salvar vidas no momento da

pandemia. Em nosso município, Dr. Renato Araújo foi um dos médicos

que ficou na linha de frente do combate ao Coronavírus. Médico há muitos

anos em nosso município, teve grandes desafios a serem enfrentados.

Os médicos, diante do cenário da pandemia, diariamente lutavam entre a

vida e a morte para salvarem seus pacientes.

Na entrevista realizada na Escola Municipal Santa Terezinha, com

os alunos da turma do 3° ano C, Dr. Renato relata que em sua carreira

realizou inúmeros atendimentos e várias cirurgias, e que também sente

muita satisfação em sua jornada de trabalho, principalmente quando

consegue aliviar a dor das pessoas.

Relata ainda que quando se deparou com o primeiro caso de

COVID-19, em Constantina, a preocupação com todos e os cuidados

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foram redobrados, pois já se sabia que era um vírus muito perigoso. Além

do risco de contrair o Coronavírus, poderia passar para a sua família e seus

colegas de trabalho. Para aumentar sua proteção e seguir os protocolos

estipulados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), passou a usar

macacão, luvas, touca, máscara N95, e proteção para os calçados, uma

viseira de proteção e a tomar muitos banhos por dia.

Dr. Renato conta que uma das maiores dificuldades enfrentadas

pelos profissionais da saúde foi a falta de conscientização de algumas

pessoas, pois não respeitavam o uso da máscara, o distanciamento

social, e a correta higienização das mãos para se protegerem. Sabemos

que essas são medidas mais importantes e eficazes para reduzir o avanço

da pandemia do COVID-19.

Também explicou que a diferença de um médico das demais profissões

é enfrentar a vida e a morte, se deparar com muitos casos em que

algumas pessoas, infelizmente perdem a vida, causando-lhe sentimento

de tristeza, mas que, de certa forma, vendo outas pessoas reagindo ao

tratamento e lutando pela vida, deixa-o muito feliz.

Relatou ainda sobre Grupo de WhatsApp de médicos chamado

“Tratamento Precoce” dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do

Sul, que trocavam informações com o mundo todo, sobre como tratar o

Coronavírus em pacientes. Essas informações eram muito importantes

para todos os médicos, pois serviam como norte no tratamento, já que

no início da pandemia não havia uma vacina para combater esse vírus e o

perigo de contraí-lo poderia ser fatal para muitas pessoas. Todo o tratamento

bem sucedido era compartilhado com os médicos.

Uma das reflexões que Dr. Renato deixou para todos nós, na entrevista,

é que devemos valorizar a vida, a família, deixar as futilidades e querer

o bem das pessoas, o rancor deixar de lado, pois é muito fácil perder

pessoas que amamos, principalmente em uma pandemia.

Nossa turma ficou muito feliz, pois estavam perto de um herói,

que ajudou salvar muitas vidas. Assim, com todo esse aprendizado, vamos

valorizando a vida, os familiares, a saúde e a vacina. Desta forma, com

todos os cuidados devidos para uma vida saudável, vamos crescendo,

vivendo e aprendendo.

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Ilustração: Laís Nicolly de Almeida Peron

Turma: 3° Ano C

Professora responsável: Leigui Laura Oliveira de Oliveira



A VIDA DE DOUTOR

Eu vou crescendo e aprendendo

Com muitas histórias que ouvi

Têm muitas profissões por aí

Como de um médico que conheci

Ele é o Doutor Renato Araujo

Médico da cidade de Constantina

Com muita capacidade

Atende pacientes de toda as idades

Tanto no posto de saúde, como no hospital

Com uma conversa bem legal

Atende todo o pessoal

Cada um com seus sintomas

Usando o seu diploma

Medica seus pacientes

Mas um dia, chegando de férias

Encontra todos de máscaras

Uma nova doença surgiu

E também um desafio

Que a muita gente atingiu

Então, muitas pessoas morreram

Com a doença do Covid

Uma doença contagiosa

Autora: Taline Sabadini

Turma: 3° Ano C

Professora responsável: Leigui Laura Oliveira de Oliveira

Diziam que era para cuidar das pessoas idosas

Assim, mais trabalho para o Doutor

Mas com muito esforço e amor

Aprendeu a medicar essa doença

Ensinando a população

A valorização da vida e da família.

Ilustração: Taline Sabadini

Turma: 3° Ano C

Professora responsável: Leigui Laura Oliveira de Oliveira

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CAMINHOS DE ROSA

Turma: 4ºAno A

Professora responsável: Glaciara Riva

Autores: Abraham Pietro Kostzycki Bravos, Ana Julia Trevisan Martinelli, Ana Laura Aimi

More, Cauâ Meneghetti Dos Santos, Elisa Cantelli Lazareti, Franchesco Dalmagro Cenci,

Guilherme Panassolo Pinheiro, Helem Caroline Toldo, Henrique Dos Santos Carácio,

Henrique Ferreira De Lima, Joao Vitor Wegner Ferrareze, Julia Zanella Roza, Julio Jotti,

Katarine Bonfanti Gheller, Kauan Celer Da Costa, Kauã Marcolan Alves, Luigi Giacomini

De Carli, Luis Henrique Copini Stivanin, Luis Otavio Greff Davis, Luiz Otavio Madaloz

Panassolo, Marco Aurélio Riboli Zanella, Mayra Da Rosa Laureano, Natasha Benedito

Alves Morreira, Vitória Nunes Sampaio, Yasmin Goncalves Ribeiro.

Rosa Lires Picolotto Caumo era agricultora, porém precisou mudar

sua rotina e resolveu estudar enfermagem, que era uma profissão que

gostava muito.

Depois de ter concluído o curso Técnico em Enfermagem, iniciou

sua carreira no posto de saúde do Bairro São Roque, onde trabalhou 15

anos auxiliando médicos e enfermeiras.

Após a aposentadoria da enfermeira responsável pela sala de

vacinação do posto de saúde central, Rosa Lires aceitou o desafio de exercer

essa função. Há 5 anos é responsável por este setor no nosso município.

Para melhor exercer esta atividade, precisou se adaptar ao novo local,

bem como estudar e fazer cursos para aprender rapidamente a desenvolver

este novo trabalho.

Em seus estudos aprendeu sobre a história da 1ª vacina, a qual foi

produzida por um médico britânico chamado Edward Jenner, que realizou

experimentos em um garoto de 8 anos a partir da lesão de uma mulher

infectada pela varíola bovina, doença muito popular na época. Isso ocorreu

em 1796, iniciando assim a produção de vacinas no mundo.

A partir desta experiência, muitos cientistas continuaram estudando,

pesquisando e fazendo experimentos para fabricar vacinas e

assim prevenir vários tipos de doenças, que por muito tempo vitimaram

a população. Esses esforços ocasionaram a erradicação de muitas dessas

doenças.

A vacinação começa no nascimento e se estende por toda vida,

sendo ofertadas em idades específicas e regulares e também podem se

apresentar através de campanhas.

É muito importante deixar a carteirinha de vacinação em dia, pois

as vacinas são fundamentais para nossa saúde. Na nossa idade também

temos várias vacinas a tomar, como por exemplo HPV e a vacina da gripe.

No final de 2019, com o surgimento do Coronavírus, a vacina

estava muito valorizada e esperada, o mundo inteiro clamava por ela. Em

2021, a possibilidade se concretizou em tempo recorde. Cientistas e pesquisadores

desenvolveram várias marcas de vacinas, na tentativa de imunizar

a população com mais agilidade e eficiência.

Infelizmente, ainda não temos uma vacina 100% eficaz contra o

Coronavírus, mas temos esperança que isso aconteça brevemente. Para

nossa faixa etária, ainda não foram concluídos os testes e estudos, porém,

temos esperança que logo isso aconteça.

Hoje, é com muita gratidão que, a partir das conversas com Dona

Rosa, relatamos um pouco das suas vivências e ensinamentos e agradecemos

por seu importante trabalho, bem como, pelos cuidados com as

crianças, jovens e adultos de nosso município.

GESTÃO DE EX-PREFEITO GERRI SAWARIS

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Turma: 4º Ano B

Professora responsável: Joceli Cazarotto

Autores: Amanda Vitoria Rodrigues Correa,, Amanda Vitoria Rodrigues Correa, Ana

Flávia dos Santos, Ana Luiza da Silva Smyk, Anthony Ludke Rigon, Arthur Lazaretti

Zatti, Carlos Eduardo Montanha, Dafni Emanuelli Lúdke, Eduarda Smik Drabach, Eloisa



da Silva Kaipper, Eloisa da Silva Kaipper, , Emili Casanova Galelli, Gabrieli Montanari

Zanela, Guilherme Carvalho, Gustavo Moreira Borges, Kalebe Ariel Werkhausen

Ayres, Luis Gustavo Tonin Marcolan, Luis Gustavo Tonin Marcolan, Maria Eduarda Orio

Pestana, Maria Valentina Cristiane da Silva, Murilo de Souza Dittrich Antunes, Rafaella

Silva de Jesus de Oliveira, Thayson Gabriel da Silva Orio, Valentina Riva dos Santos, Vitor

Antônio Maraschin, Yago Gabriel da Silva.

Nossa turma do 4º ano B da Escola Municipal de Ensino Fundamental

Santa Terezinha recebeu o Professor Gerri Sawaris, ex-prefeito

de Constantina, na gestão de 2017 à 2020, para conversar com a turma

sobre como foi ser prefeito em um momento tão inesperado, com a pandemia

do Covid -19.

O ex-prefeito Gerri Sawaris iniciou sua conversa contando um

pouco de sua infância, onde desejava ser motorista de trator esteira ou

piloto de avião. Quando criança e adolescente passou por grandes dificuldades

para estudar, para fazer o 2º grau, caminhando muitos quilômetros

para chegar até a escola. Depois ingressou na faculdade, morando em

uma cidade bem distante.

Quando a pandemia chegou, sua grande preocupação era com

a população deste município, pois a contaminação foi muito rápida e

silenciosa, onde em qualquer aglomeração poderia acontecer problemas

graves de saúde e até irreversíveis com a vida de pessoas. Relata que ficou

bastante aflito quando aconteceu a primeira morte por Covid-19, três

meses após o início da pandemia. Estar prefeito era necessário ter equilíbrio,

maturidade e humildade para conduzir um cargo público.

Mas, nem tudo foram preocupações e situações adversas, o

ex-prefeito relata que teve inúmeros momentos satisfatórios, com grandes

objetivos alcançados, dentre eles citou, em 1º lugar, o acordo feito

com a família que era até então proprietária de grande parte do bairro

São Roque, que há muitos anos estava preocupando inúmeros moradores.

A prefeitura conseguiu resolver este problema, deixando os moradores

mais tranquilos, pois agora poderão regularizar sua propriedade. Em

2º lugar, o financiamento para melhorar muitas coisas em nossa cidade.

Em 3º lugar, o momento em que encerrou todas as dívidas de nosso

município e 4º lugar, a insistente busca diária pela recuperação da saúde

de todos os munícipes.

No início da administração aconteceram várias situações não

confortáveis, com muitos dias de chuva, causando inúmeros problemas,

vários estragos em nosso município como: estradas, pontes, casas, asfalto

na cidade, com a natureza, açudes, plantações... e o município não tinha

dinheiro para ajudar as pessoas atingidas. Mesmo com tanta chuva, tinha

falta de água na parte mais alta da cidade com muita frequência, porque

a Corsan, empresa responsável para fornecer água a todos os moradores

da cidade, estava com imensos problemas com bombas e assim a parte

mais alta da cidade tinha grandes dificuldades de abastecimento de água.

Na vida não temos uma receita pronta para usar, mas devemos

procurar da melhor maneira que pudermos ser calmos, educados, respeitosos,

raciocinar sempre será melhor para todos. Nunca devemos ter

raiva de ninguém, porque o cultivo desse sentimento é a mesma coisa

que tomar veneno e achar que vai fazer efeito na pessoa que eu não

gosto. Nada está pronto, determinado em nossa vida.

“Crianças vocês devem ajudar sua família, amar sua família, ser um

bom camarada, ser amigo de todos, não guardar raiva e ódio das pessoas

que não compartilham das mesmas ideias que você, participar em tudo o

que for disponibilizado pela sociedade para crescer em conhecimentos”.

A vida do ex-prefeito Gerri Sawaris, hoje, é como Professor da

Rede Estadual de Ensino, a qual se identifica muito, pois a educação é

tudo o que diferencia um ser humano para viver melhor.

Portanto, não tem outra maneira a não ser estudar, para saber

enfrentar todos os problemas que o decorrer da vida oferecer, com sabedoria

e educação. A pandemia deu um grande susto em todos, pois ninguém

sabia nada sobre a terrível doença que se espalhava com muita

velocidade e a possibilidade do paciente morrer era grande. Mas, graças

a Deus tudo está aos poucos voltando à calma. “Hoje estou tranquilo e

em paz, porque entreguei meu cargo de prefeito de forma pacífica e com

todas as dívidas do município pagas e com dinheiro em caixa.”

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SER AGRICULTOR NA PANDEMIA

Autor: Vitor Antonio Maraschin

Turma: 4° Ano B

Professora responsável: Joceli Cazarotto

Segundo o sociólogo Bauman, não são as crises que mudam o

mundo, e sim nossa ação a elas. Com isso, conclui-se que possuímos o

dever de tirar proveito da pandemia e com muita reflexão mudar o nosso

modo de agir e pensar. Durante esses tempos, a oração em família tornou-se

mais efetiva e percebemos o quão passageiros somos e que o

acúmulo de bens materiais é insignificante. Somos todos iguais e necessitamos

da troca de afeto e do convívio em sociedade.

A agricultura é a base da nação. Merece valorização e respeito,

pois produziu alimentos para a família brasileira mesmo durante da pandemia.

Ser agricultor sempre foi uma tarefa difícil, cheia de obstáculos

e monotonia. Com o passar dos anos e com o avanço das tecnologias,

muito se tem avançado neste ramo, tornando tudo mais fácil e acessível

para os agricultores.

No ano de 2020, o mundo todo “parou” com a pandemia da

Covid-19, que afetou os mais variados setores.

A agricultura, consequentemente, também foi afetada. Porém,

sofreu menos impacto que outros serviços, visto que, apesar da pandemia,

o agricultor continuou seu trabalho normalmente, já que o mesmo

não promove aglomerações.

A rotina do agricultor também foi menos afetada, levando em

consideração que o trabalho nas lavouras e o cuidado com os animais e

a propriedade devem ser diários e demanda tempo. Entretanto, as rodas

de chimarrão, as visitas, o convívio social foram proibido e os estudantes

permaneceram em isolamento, por orientação dos órgãos públicos.

Os agricultores tinham a necessidade de ir até a cidade, no comércio,

onde o mesmo estava parcialmente fechado, havendo filas de distanciamento,

com o uso de máscara, que no início, causava medo e angústia

para todos que viam aquele cenário. Mas, os agricultores precisavam

comprar os insumos, vender os produtos, e manter a propriedade dentro

de sua necessidade.

COMO SER UM EMPREENDEDOR DE SUCESSO

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Turma: 4 ano C

Professora responsável: Cleia Marcolan

Autores: Ana Maria Werkausen, Anna Clara Teodoro da Silva, Anthony José Baraldi

Borth, Arthur de Oliveira Machado Franco, Arthur Guilherme Nunes de Brito, Bernardo

Piovesan Boton, Eduarda Rodrigues Nunes Ludke, Evilin da Luz, Gabrieli Bernardelli

de Souza, Guilherme Bucchi, Haikela Eduarda Maier L da Silva, Helena Grapiglia

Poglia, Heloisa Vitoria Brandão Koproski, Julia Dal Magro Berton, Larissa Favaretto

Cover, Lauren Luisy Velozo dos Santos, Lyan Gnoatto, Nauami Batista de Campos,

Pedro Henrique Dal Magro, Talyson Bueno Costa, Thais Maria Zorzi, Victor Guilherme

Gonçalves dos Santos, Vinicius Lazzaretti, Willian Henrique Benedito Brizolla.

No dia 18 de outubro de 2021, a turma do 4° ano C recebeu a

visita do empreendedor Marcos Cazaroto, que a pedido da professora

Cleia Marcolan, veio falar um pouco de sua trajetória de vida. Iniciando

sua fala, ele relatou as diversas áreas em que atuou, indo de vendedor de

picolé a DJ, até chegar a ser o empreendedor de sucesso que é hoje.

Sua trajetória como empreendedor iniciou no ano de 2006, mas

não obteve sucesso, vindo a fechar em pouco tempo. Marcos parou os

estudos quando achou que estava fazendo sucesso, mas então a empresa

decaiu e não deu certo, pois o mesmo não conseguiu acompanhar o crescimento

que sua empresa estava tendo, porque faltava conhecimentos

para a demanda.



Após essa queda, Marcos percebeu que tinha em suas mãos um

serviço que todos queriam e que poucos tinham conhecimento. Sendo

assim, ele retomou os estudos, se abasteceu de conhecimento sobre o

assunto e começou novamente, agora com a empresa Viva Telecom, a

qual tinha apenas 3 clientes. Atualmente, Viva Telecom passou a ser Forza

Telecom e está em pleno funcionamento, chegando a 6mil a carteira de

clientes, distribuídos em Constantina e em vários outros municípios da

região.

Diante da pandemia da Covid-19, Marcos relata que sua empresa

teve um significativo crescimento, pois a procura pelo serviço cresceu

muito, tendo em vista que as pessoas tiveram que ficar isoladas em casa

e que os trabalhos não puderam parar, então as pessoas trabalhavam de

casa com o suporte da internet. As aulas também foram feitas a distância

e a internet foi fundamental para que isso acontecesse.

Após o relato do nosso convidado, entendemos que empreender

é criar uma empresa, desde ter a ideia, plantar a sementinha, até chegar

ao sucesso. Para isso, é preciso ter persistência, nunca desistir diante das

dificuldades, estudar muito e adquirir conhecimento para acompanhar a

demanda que a empresa exige e assim se manter ativo no mercado.

Marcos relata, que para chegar a ter uma empresa bem-sucedida,

foi necessário passar por vários momentos em sua vida. Momentos estes

que não foram só de sucesso, mas que foi preciso aproveitar oportunidades

diversas.

Muitas dificuldades existiram e foi preciso superá-las para chegar

a empresa que é hoje. Forza Telecom é um provedor de internet, isto é, a

empresa fornece serviços de distribuição de internet para o nosso município

e vários outros municípios da região.

No momento em que a pandemia chegou, Marcos relata que a

empresa teve que se reinventar, pois teve uma função muito grande, as

pessoas passaram a usar ainda mais este serviço e, por este motivo, a

empresa teve que ser mais ágil na distribuição da internet, tornando-se

assim, ainda maior. As aulas aconteceram em casa, muitas pessoas passaram

a trabalhar a partir de suas residências e foi necessário, a quem

ainda não possuía serviços de internet, fazer a aquisição para poder estudar

e trabalhar.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Marcos disse que a

chave para empreender é jamais desistir e aproveitar cada fase difícil, pois

mesmo as dificuldades sempre trazem algum aprendizado, que se transforma

em degraus para o sucesso.

O QUE É NECESSÁRIO PARA SER UM EMPREENDEDOR

Autor: Bernardo Piovesan Boton

Turma: 4° Ano C

Professora responsável: Cléia Marcolan

MINHA VIDA NA PANDEMIA

Autor: Abraham Pietro Kostzycki Bravos

Turma: 4º Ano A

Professora responsável: Glaciara Riva

Conforme conversa realizada com o empresário Marcos Cazarotto,

para ser um empreendedor é necessário estudar, ter conhecimentos,

vontade e persistência. Estar sempre buscando novos aprendizados e

oportunidades são princípios fundamentais para empreender.

A minha vida na pandemia foi muito triste, foi como estar em uma

prisão ou viver em um filme de horror, porque a gente tinha medo de sair,

medo de brincar, medo de viver.

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As ruas, os parques e praças estavam vazias e não faziam barulho

e eu não podia ir brincar com meus amigos. A gente se olhava de portão

a portão, sem poder se divertir.

Na minha família teve um momento muito triste, porque no início

da pandemia a minha vó faleceu e o Coronavírus não permitiu eu e minha

mãe de irmos vê-la e nos despedirmos dela, foi muito triste.

Meses depois morreu mais uma tia da minha mãe com Coronavírus

e muitas outras pessoas choraram por seus entes queridos.

No mundo inteiro, as famílias se afastaram, os abraços foram

proibidos e um desânimo muito grande mudou a vida de todos.

Hoje, em 2021, as coisas já estão melhores, depois de mais de

um ano, mas o medo ainda está presente. Esse medo que faz com que a

gente não viva igual a antes.

Para poder combater esse vírus, a máscara, o álcool e sobretudo, a

consciência devem ser parte de nossas vidas por muito tempo.

CUIDANDO DO MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NO MUNICÍPIO

Autor: Marco Antônio Verzeletti

Turma: 5º Ano A

Professoras responsáveis: Silvana Cristina Gheller e Veronica Boemo Sawaris

Em 1984, há 37 anos, nasceu uma pequena ideia, que aos poucos

ajudaria na sustentabilidade, questões ambientais, geração de emprego

e renda para muitas pessoas de nosso município.

Edemar Muneron, juntamente com seu irmão Danilo, recolhiam

ossos de animais para levar até a cidade de Canoas, onde era transformado

em pó de ossos, a parti daí surge a ideia de recolher latinhas e papelão,

pois Ede, com sua visão empreendedora, percebeu que nos grandes

centros, podia se fazer isso.

Ivânia, esposa de Edemar, foi incansável companheira nesse trabalho.

Muitas foram as noites, que no lugar do divertimento, ficavam nos

bailes recolhendo latinhas e sendo criticados e até mesmo chamados de

“lixeiros.”

No mandato do Prefeito Francisco Frizzo, Edemar adquiriu seu

primeiro caminhão, para iniciar a coleta do lixo na cidade de Constantina.

Com o crescimento da cidade, consequentemente, o lixo produzido

também aumentou, fazendo com que a empresa tivesse mais trabalho e

assim contratando mais pessoas.

Nos últimos dez nos, a empresa Sucatas Muneron cresceu muito,

expandindo seu atendimento para outros municípios, hoje, Ede possui

caminhões, além de outros maquinários modernos e equipados que são

utilizados no processo de reciclagem e emprega 43 funcionários. Seu

filho Tiago, sua nora Lisiane ajudam na gestão da empresa com demais

colaboradores, pois o trabalho exige comprometimento e cada vez mais

as normas ambientais exigidas a nível nacional requerem cuidados com o

destino correto dos resíduos e rejeitos de indústrias de pequeno e grande

porte. As Sucatas Muneron têm essa preocupação e responsabilidade,

fazendo esse trabalho pelo norte do Rio Grande do Sul.

Diariamente a empresa recolhe em média uma tonelada de lixo. O

material reciclado é separado em um dos galpões da empresa e o rejeito

é levado até o aterro sanitário de Trindade do Sul, para ter destino correto.

É muito importante termos uma empresa como essa em nossa

região, preocupada com as questões ambientais e sociais e acima de tudo

auxiliando as empresas a darem o destino correto aos seus resíduos. E nós,

como cidadãos, precisamos fazer uso consciente das coisas, utilizando o

necessário e dando destino correto ao nosso lixo dentro de nossos lares,

assim ajudamos nosso planeta.

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COVID-19 OS DESAFIOS DE UMA DOENÇA

Turma: 5º Ano A

Professores responsáveis: Silvana Cristina Gheller e Roger Giacomini Meneghetti

Autores: Arthur Ludke Madalóz, Carlos Eduardo Zuchello dos Santos, Donavan Cenci

Zatti, Eduardo Zatti Zamboni, Eloise Valentina Juriatti, Emanuelly Vebber Aguirre,

Heloisa Hungaratti Schmitz, Henrique Miguel Sachetti Chiavagatti, Henrique Zanela

Schütz, Isabella Ribas Rathke, Laís Capoani MeneghelloLaura Cenci Sette, Marco Antônio

Verzeletti, Maria Cecília Zanchett da Costa,Miguel Luis Riboldi Tres, Murilo Gustavo

Schoweitzer Cenci, Nicolly Jotti, Otávio Borcioni Garbin,Pietro Pastorio Rigo.

Em uma bela manhã de primavera, a turma do 5º ano recebeu

a visita da farmacêutica Elizete Marcon Araújo para falar um pouco do

período em que esteve na condição de secretária de Saúde no município

de Constantina.

Relatou que foi um período difícil, de angústias, medos, mas também

de aprendizados e superação. O mundo estava vivendo a Covid-19,

uma pandemia causada pelo Coronavírus. No início, escolas e comércio

foram fechados causando muita incerteza. O trabalho em equipe e as

reuniões diárias com todos os servidores da saúde buscavam soluções e

estratégias para enfrentar um vírus desconhecido, pensando sempre na

proteção e no bem-estar de toda a população.

No dia 18 de março de 2020 foi criado pelo prefeito Gerri Sawaris

o Comitê de Enfrentamento a Covid19. Nesse comitê muitas ações foram

pensadas, elaboradas e executadas.

Constantina foi um dos primeiros municípios a decretar o uso

obrigatório de máscaras e também disponibilizou monitores nas ruas

e no comércio, que orientavam sobre os cuidados preventivos, além de

barreiras de orientação e fiscalização. As unidades de Saúde foram reorganizadas

com o intuito de proteger os cidadãos que buscavam o atendimento

e os profissionais da saúde. Comentou que os testes rápidos e

a parceria com a UFSM contribuíram para agilização dos resultados dos

exames, proporcionando ao município ações rápidas de isolamento, de

cuidados e prevenções, sendo que, no ano de 2020, tivemos o menor

índice de mortalidade pela Covid-19 na região.

A Secretaria Municipal de saúde se preocupou muito com a saúde

mental em tempos de pandemia e disponibilizou uma equipe de psicólogas,

que realizava contato com as pessoas por telefone, pessoas que

faziam parte do grupo de risco e outras que procuravam essa ajuda,

transmitindo uma mensagem positiva, auxiliando na superação das crises

de ansiedade, medos e depressão.

Também a Secretaria Municipal de Saúde, organizou uma equipe

de profissionais, inclusive com acompanhamento de psicólogas, para o

atendimento de pacientes que recebiam o diagnóstico de COVID-19,

esses profissionais faziam contato diário com os pacientes, orientando,

auxiliando e tirando dúvidas, até sua alta.

A farmacêutica Elisete comentou, com grande carinho, a importância

das Práticas Integrativas Complementares em saúde(PICs), a

homeopatia, os fitoterápicos, utilizados principalmente para melhorar a

imunidade, yoga, com aulas presenciais e por vídeo, para o grupo de risco,

onde se trabalhava exercícios de respiração, meditação e mensagens

positivas. Esse grupo recebeu em suas casas, um Kit com chás de propriedades

calmantes, mandalas terapêuticas para colorirem, com o intuito de

contribuírem para a diminuição da ansiedade, dos medos, causados pelas

restrições vividas.

Segundo Elizete, “A oportunidade de ser a primeira mulher secretária

de saúde, num momento em que se iniciou a pandemia, foi um

grande desafio. Mas com certeza, toda a equipe está de parabéns, pois

trabalhamos muito, muitas vezes de segunda a domingo, todas as ações

contribuíram para salvar vidas. Com certeza ficamos mais fortalecidos e

mais humanos. Onde aprendemos o real sentido das palavras solidariedade

e empatia.”

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EM TEMPOS DE REFLEXÃO

A PANDEMIA INICIA

Turma: 5º Ano B

Professora responsável: Vera Denair Carpenedo

Autores: Ana Beatriz Fuzini da Silva, André Martins da Rosa, Carlos Vinicius Ficanha,

Cauã Moraes Grapiglia, Daniel Augusto Casarotto Pietrobelli, Davi Borges da Silva, Emily

Dutra Zanchett, Eric Lazzaretti, Erick Willian Sotoriva dos Santos, Erik Nauã Martins,

Felipe Gauer Ropke, Francisco Dellatorre Sousa, Guilherme Lazzaretti Rosseto, Gustavo

de Oliveira, Iasmin Santin, João Vitor Gonsalves da Silva, Kayllani Gabriele da Silva Oliveira,

Luis Otavio Potrich Fernandes, Manoella Silva Kulmann de Vargas Signor, Maria

Eduarda de Oliveira da Silva, Miguel Augusto Duranti Copini, Paola Smyk, Rayssa Esther

dos Santos Xavier, Stefani de Souza, Wanderlley dos Santos Antunes, William Kuntz de

Oliveira, Willian Paulo Rannov, Quétlen Nataly de Melo, Lucas da Silva Farias

De repente o mundo parou!

Lá na China, um vírus surgiu

E logo se espalhou

E uma pandemia se iniciou.

De repente tudo voltou!

As pessoas vacinadas

A escola retornou

Com as medidas de proteção.

O vírus é um vilão

Precisamos lavar as mãos,

Com água e sabão.

Os animais não pegam não.

A Covid veio para o Brasil

A paz acabou e o medo disparou,

E o estouro começou

E a todos assustou.

Autor: Daniel Augusto Cazarotto Pietrobelli

Turma: 5°ano B

Professora responsável: Vera Denair Carpenedo

O vírus surgiu

Trazendo regras e insegurança

Mas não perdemos a esperança

De lutarmos pela vida

E um dia poder voltar

A visitar e a abraçar.

As nossas aulas mudaram

Para o ensino remoto

Ficamos longe dos colegas

E tivemos que nos acostumar

Há um jeito novo de estudar.

Enfim a vacina chegou

Trazendo com ela a imunização

Enchendo nossos corações

De uma grande esperança

Não esquecendo que a Covid-19

Ainda não acabou!

Use máscara, lave bem as mãos

Com muita água e sabão;

Fique no distanciamento correto

E sempre repita o processo.

Agora nossa esperança

Volta com todo vapor

Pois temos muito a viver.

Os hospitais lotaram

As enfermeiras faltaram,

O vírus se mutou

A delta se iniciou

O susto foi grande e aumentou.

Ouve um surto

O preço disparou

O dinheiro acabou,

No fim tudo inflacionou

E a fome começou.

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TEMPOS DE PANDEMIA

Estabelecimentos fechados

E a Covid se alastrando

Um caos total em uma pandemia

Pessoas saindo só para ir em mercados

Por isso tivemos que lamber os pratos

Autor: Miguel Augusto Duranti Copini

Turma: 5º ano B

Professora responsável: Vera Danair Carpenedo

Não descuidando da proteção

Usaremos máscaras e álcool em gel

Para não pegar esse vilão

Ele é minúsculo

E meche com nossos músculos

Mas lavando as mãos

Com muita água e sabão

Ficamos bem limpinhos

Para esse vilão não entrar em nosso pulmão.

Escolas fecharam

E entraram em ensino remoto

Médicos batalhando, e tudo parando

Esta é a pandemia é a Covid 19

Um vírus vilão

Que nos atrapalhou de montão

Uma coroa que não é de rei

Nem rainha

Com mil mortes por dia

Não é tão boazinha

Para os médicos temos que dar

Uma coroa real

Isso sim, seria uma boa ideia

Desta forma iremos honrar essas pessoas

SUCATAS MUNERON

Turma: 5º Ano C

Professora responsável: Joceli Cazarotto

Autores: Beatriz da Silva Oliveira Silveira, Bianca Batistella Pizzi, Cauã Moraes Grapiglia,

Davi Borges da Silva, Erik Kauã Fogaça Dias, Felipe Gauer Ropke, Gabriel Costa Mena,

Gabriel Durante Strapasson, Manoela S. De Vargas Signor, Paola Smyk, Richard Rannov,

Thaylla da Silva Orio, Vanderson da Silva Bohrer, Willian Junta de Oliveira.

A empresa de coleta de lixo intermunicipal Sucatas Muneron

iniciou suas atividades de uma maneira até mesmo inusitada, no ano

de 1984, com o senhor Edemar Muneron coletando latinhas de cerveja

e refrigerante em festas e bailes, por perceber que ficavam jogadas em

qualquer lugar.

Percebendo que poderia dar um dinheirinho a mais vendendo-as,

convidou seu irmão Danilo Muneron para juntar-se na atividade. Começou

também a perceber que coletar ossos era lucrativo e o maior moti-

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vador, pois, após 45 dias de coleta dos mesmos, conseguiu comprar um

caminhão.

Após isso, a empolgação foi bem maior e tudo começou a ter um

rumo como uma possível pequena empresa. Hoje a empresa está em

plena expansão, atuando em dois municípios (Constantina e Sarandi),

dando emprego e rendimento para mais de quarenta funcionários. A

empresa executa um trabalho muito importante, pois recolhe o lixo. O

lixo orgânico vai direto para o aterro sanitário do município de Trindade

do Sul, o reciclável é levado nas duas sedes da empresa, sendo separado,

prensado em máquinas grandes e potentes, que reduzem esse lixo no

mínimo tamanho possível, sendo pesado onde fica em torno de 15 kg o

fardo e é vendido.

Interessante o que é necessário fazer com as embalagens de

perfume em aerosol, porque se faz necessário retirar as partes plásticas

para prensá-las. A empresa, por inúmeras vezes, enfrenta dificuldades

em conseguir funcionários que aceitem trabalhar por acharem que é um

emprego sem notoriedade. Mas, os que estão lá trabalhando são comprometidos

e contentes com o trabalho, pois não é menos importante

que nenhum.

Hoje a empresa já tem 37 anos de existência, está organizada de

tal forma que se quiserem podem se estabelecer em qualquer cidade do

país, pois possuem todos os documentos necessários para essa atividade.

A empresa atende esses dois municípios, sendo esse um trabalho

de extrema importância, recolhendo o lixo orgânico e reciclável,

tudo é vendido por quilo. Os lixos maiores como carros, colheitadeiras, a

empresa que compra traz até a Sucata Muneron uma máquina específica

para prensá-los, diminuindo de forma bem expressiva seu tamanho.

Portanto, a Sucatas Muneron é um grande diferencial em nossa

região, pois deixa nossa cidade de Constantina mais limpa, colabora com

a natureza, proporciona emprego e renda para muitas famílias e seus

proprietários estão em franco crescimento.

O REIVENTAR DA EDUCAÇÃO

Autora: Manoela S. De Vargas Signor

Turma: 5º Ano C

Professora: Joceli Cazarotto

A Professora Silvana Cristina Gheller iniciou sua infância como

muitas crianças de sua geração, e desde cedo teve o sonho de ser professora.

Foi bem difícil a trajetória de estudos, a vida a obrigou a ser bastante

persistente. A primeira experiência profissional na educação foi como

professora estagiária, onde teve a oportunidade de perceber que realmente

era isso que ela queria: ser professora.

Os desafios foram muitos, mas acreditar que a educação pública

tem a capacidade de mudar a qualidade de vida de um povo é possível e

foi isso que ela teve sempre como motivação. Pensar que educação é uma

missão e dar continuidade no propósito de ser educadora foi sua meta

traçada. Muito trabalho, conquistas e avanços em estrutura e qualidade

no atendimento aos alunos é o maior desafio. No entanto, sempre esteve

rodeada de pessoas que também acreditavam e acreditam na educação.

A gestão como Secretária de Educação foi um enorme desafio,

com inúmeras e até mesmo inesperadas situações, como a pandemia

causada pelo Corona vírus. Esse foi um momento que deteve grandes

preocupações e incertezas, sem a menor noção do que poderia acontecer,

pois era tudo desafiador para todos, ninguém sabia o que fazer e

como fazer. Todos, independentemente da atividade, foram obrigados a

se reinventar, mudar a maneira de desenvolver seu trabalho e os professores

suas aulas. Após inúmeras reuniões e estudos de nossa realidade,

pareceres dos Conselhos Nacional e Estadual de Educação, foi buscado

junto ao Conselho Municipal de Educação a melhor maneira de atender

os alunos no período mais crítico da pandemia. Os professores organizavam

atividades, polígrafos contendo conteúdos para os alunos desen-

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volverem juntamente com suas famílias. Os pais retiravam o material na

escola, desenvolviam em casa, com o aluno e faziam as devolutivas na

escola. Os professores auxiliavam os alunos através do telefone, wathsapp,

e-mail, o tempo todo do dia e até mesmo à noite e finais de semana.

O desejo era encontrar caminhos para, de fato, assegurar o

direito à educação. E para isso as escolas necessitaram de nova postura.

No decorrer dos meses foi introduzido o Google meet, então começou

aparecer melhores resultados. No entanto, nem todos os alunos tinham

acesso ao telefone ou internet.

Também existia a preocupação com o emocional dos professores

e alunos. Foi necessário fazer um acompanhamento desses educadores e

educandos, para que eles tivessem mais segurança e tranquilidade para

trabalhar de forma tão inesperada. A participação dos estudantes não

correspondeu como o esperado, mas a escola continuou se reinventando

o tempo todo.

passar

Portanto, foi vivido um período bem atípico, ninguém imaginava

Escola Estadual de Ensino Médio São José

Endereço: Rua João Mafessoni, 05

E-mail: saojose39cre@educar.rs.gov.br

Telefone: (54)3363 1455

Diretora: Caciana Luzia Ferronatto

Vice-diretores: Rosane Martins Brandão

Sandra Mara Farezin Pin

Ivan Zandoná

Coordenadoras: Rosane Martins Brandão

Marina Corso Volpi

Julia Graciela Bosco Zatti

São José

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COMO GERENCIAR UMA ESCOLA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Turma: 6º ano A

Professores responsáveis: Oscar Farezin, Paulo P. Pasini e Paula Cristina P.C. Baccin

Autores: Ana Clara da Silva, Anthony Bernardo Velozo dos Santos, Antonio Luiz Geraldo

Di Domenico, Bianca Cazarotto Santin, Charlise Rebeca de Oliveira, Daianna Lazzaretti

Consalter, Eduardo Costa Guilardi, Gabriel Galatto Batistella, Gizeli Vieira Zanatta,

Greyssi Paola Caumo de Mello, Guilherme Agatti Strapasson, Guilherme Brizolla

Cassenotte, Gustavo Armando Romansin Gheller, João Bernardo Orio, João Pedro dos

Santos Sabadin, Jorge Antônio Bonez Bitello, Luan da Rosa Ribeiro, Marllon Menegazzo,

Miguel Zanella Rosa, Nicolly de Oliveira Farezin, Nicoly Krais Villa, Pricila Izadora Suzano

Colussi, Rafaela Bortolli Cazarotto, Raqueli Mognol Zamboni, Samantha Osmarin da

Rosa, Stefany Marcolan Alves.

No mês de outubro, do ano 2021, a turma do 6º ano A realizou

uma entrevista, via Meet, com o professor Delmar Ottobeli, sob a coordenação

do professor Oscar Farezin. A entrevista foi realizada a fim de saber

quais foram as mudanças e adaptações que foram necessárias durante a

Pandemia da Covid-19 no Colégio Educador de Caldas Novas – GO, escola

cívico- militar, no qual, atualmente, o professor Delmar ocupa o cargo de

Supervisor Geral.

Para começar a conversa, o professor Delmar nos contou um

pouco sobre a sua experiência como Diretor da Escola São José de Constantina,

em 1990. Segundo ele, foram anos de muito aprendizado e

desafios, porém conseguiram colocar em prática todos os objetivos que

haviam planejado.

Atualmente, ocupando o cargo de supervisor Geral na Escola Cívico-Militar,

em Caldas Novas – GO, o professor Delmar Ottobeli nos contou

como é a rotina desta modalidade de escola, bem como, quais foram

os procedimentos adotados, pela escola, durante a Pandemia da Covid

19.

Na escola, o horário de entrada dos alunos é às 7:00 e a saída é

às 12:35. Toda a semana, entre os alunos, tem um novo líder, que lidera a

turma inteira, que faz a chamada, coloca as disciplinas no quadro com o

objetivo de despertar o espírito de liderança nos alunos. A escola é bem

rigorosa, onde os alunos devem usar uniformes estabelecidos, tanto para

meninas, quanto para meninos, onde consta o nome do aluno, o nome

de guerra e o tipo sanguíneo. Todas as sextas-feiras, os alunos, a partir do

9º ano fazem uma prova semanal, no turno inverso. Além disso uma série

de outras regras devem ser seguidas.

A escola cívico-militar é famosa, pois conserva a tradição pelos

seus desfiles no dia 07 de setembro em todos os anos. Também, rotineiramente,

fazem hasteamento/arriamento da bandeira, cantam o Hino

Nacional e realizam atividades que despertam o civismo dos jovens.

Os alunos sentem orgulho de fazer parte da escola, principalmente em

momentos cívicos.

O corpo docente da escola é formado por alguns militares, que

atuam na parte das atividades físicas e, na parte pedagógica atuam os

professores habilitados na sua área de conhecimento. Também não há

eleição para diretor de escola, sendo o cargo feito por nomeação. Sendo

que, o professor Delmar já assumiu como diretor da escola, durante 60

dias, em razão de licença saúde da diretora.

Durante a Pandemia da Covid 19, a escola precisou se adaptar,

seguir os protocolos de segurança, onde foi preciso fazer aferição de temperatura,

distanciamento, uso de álcool gel e outras medidas de segurança.

As turmas precisaram ser escalonadas. Alguns alunos, por serem

de cidades diferentes, optaram pelas aulas online. Além disso, todos

os professores foram vacinados e os alunos, de acordo com o calendário

vacinal. Tiveram muita colaboração e aceitação tanto pelos alunos,

quanto pelos pais.

Atualmente, o professor Delmar Ottobeli, como Supervisor Geral

da Escola, acompanha toda a parte pedagógica e o processo ensino-

-aprendizagem, onde além de conteúdos programáticos, também trabalham

no sentido de dar ênfase aos valores humanos. Nos deixa a mensagem:

“A Pandemia veio no momento certo para nos fazer refletir, ter

mais cuidado e solidariedade com o próximo, com o meio ambiente, com

a higiene, com o nosso país e com as escolas”.

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A DIFÍCIL TAREFA DE SE REINVENTAR NO COMÉRCIO EM TEMPOS DE

PANDEMIA

Turma: 6º ano B

Professora responsável: Marizete Dezordi Cardoso

Autores: Alana de Souza dos Santos, Braian Lucas Ioriatti Pedrotti, Breno Brizolla Berton,

David Borges da Rosa, Eliane Durante Marcolan, Estefany de Lima, Ezequiel de

Souza Alves, Gabriel Casarotto Pasini, Guilherme Conterato Rabaioli, Kamily Gabrieli

Viana Candido, Lais Alves Tabaldi, Maria Gabriela Baccin Radin, Micheli Ribeiro Freitas,

Natalia Conterato Vetorazzi, Nicolly Danelli Weimer, Nicoly Pizzinatto Roza, Stefani

Potrich Grapiglia, Vitor Manoel Müller Drabach, Naiany Laureano da Silva, Eric Santos,

Gabriel Soeiro da Silva Vanderléia Sales, Cassiane Leopoldino Gonçalves

O ano de 2020 foi difícil para todos, nos surpreendeu, pois, trouxe

a Covid 19 e mudou a vida em todos os sentidos. As pessoas tiveram que

se adaptar e readequar a forma de viver. O comércio foi uma área de grandes

mudanças, precisou ficar um bom tempo fechado, inclusive.

Para saber como se adequaram, a turma do 6° ano B, monitorada

pela professora de Matemática, professora Marizete Dezordi Cardoso,

convidou Salete Vieceli Farezin, comerciante de Constantina que precisou

se reinventar durante esses meses no seu dia a dia.

Os alunos listaram perguntas que foram respondidas pela entrevistada

em uma das aulas de matemática, dia 14 de setembro, numa terça-feira.

Assim Salete relatou:

“No início da pandemia fiquei sem saber o que fazer, pois era

uma ‘doença’ nova, assustadora. Com ela veio o decreto que somente o

comércio dito essencial poderia funcionar. Como minha loja era considerada

não essencial e as regras, em forma de protocolo, vinham das autoridades

superiores, tive que fechar. Para mim, ele (meu negócio) também

seria fundamental já que é através dele que ganho o pão de cada dia e

pago meus funcionários, também deveria funcionar.

‘Bateu’ pavor e muito medo de não conseguir cumprir com os

compromissos perante o meu comércio, uma vez que já haviam sido realizadas

as compras de chocolate para a Páscoa e este é um produto que

tem prazo de validade. Fiquei indignada, logo que o comércio elementar

podia vender os mesmos produtos que eu também oferecia aos meus

clientes, eu não podia sequer entregar a mercadoria no lado de fora do

meu estabelecimento; foi aí que tive que reinventar e umas das formas

foram vendas on-line através da tele entrega e também vendas de novos

produtos, como os EPIs (Equipamento de Proteção Individual), que eram

elementos do momento. Através disso meu comércio se encontrou para

poder sobreviver e ter uma mercadoria diferenciada à venda.

Após a liberação da abertura do comércio, como empresária,

fiquei feliz, dado que meu negócio iria perdurar. Todavia tinha que cuidar

de mim e além disso garantir a segurança dos meus clientes já que eles

são o patrimônio maior, contudo precisava protegê-los, para isso ofereço

até hoje álcool gel na entrada do meu estabelecimento e não é permitido

a entrada sem máscara. Visto que devo pensar no outro cliente que está

ali, na minha funcionária e na família de cada um.

Agora com a vacinação, meu comércio está voltando ao normal,

mas não igual como era antes, uma vez que mais pessoas podem estar

nele ao mesmo tempo, sempre respeitando as normas de segurança

quanto a pandemia. No início da liberação eu, enquanto empresária,

ficava angustiada e apreensiva na chegada dos clientes, como tudo era

novo não se sabia quem tinha e batia uma tenção, agora já estou mais

tranquila.

A pandemia deixou lições quanto dona de um estabelecimento

comercial: que devemos viver um dia de cada vez e bem vivido, pensando

na minha família, no meu cliente. Muitas vezes as pessoas pensam em

ganância, todavia elas têm dinheiro e não têm saúde. Sabemos que hoje

estou aqui amanhã não sei onde estarei, enfim eu aconselho a nos cuidar,

cuidar do outro, viver bem, se dar bem com todos e ter muita fé”.

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INFLUÊNCIA DA COVID-19 NO SUPERMERCADO DURANTE

Turma: 7º Ano A

Professoras responsáveis: Giovana Peruzzo e Paula Cristina P. C. Baccin

Autores: Ana Julia Testa Juriatti, Antonella Rugeri Dall Agnol, Arthur Caumo Ceccatto,

Arthur Zancanaro, Brenda Thaiani de Oliveira Farezin, Bruna Bueno Stradolini, Davi

Boemo Sawaris, Érica Zeppe Fanin, Gabriel Araldi Colossi, Gabrieli Volpi Fiorentin,

Heloisa Cazarotto, Izadora Lanfredi Campelo, João Vitor Mistura Pasini, Julia Ungarato

Heimerdinger, Lara Regina Santos Guilardi, Luis Gustavo Vebber Aguirre, Manuella

Cenci Radin, Maria Eduarda Bacin, Maria Luiza Willers Zanchet, Mariah Rita Enderle

Suzana, Nicolle Gopinger Zanela, Nycole Lima de Brito, Paola Ramos de Oliveira, Paola

Roberta Favaretto da Silva, Rafael Baccin, Ryan Felipe Berndt, Vitor Valduga Rodrigues,

Yasmin Lazzaretti Turra, Yasmyn Mylena Sigognini.

No dia seis de outubro de dois mil e vinte e um, a turma do sétimo

ano A, da Escola Estadual de Ensino Médio São José, realizou uma entrevista

com a empresária do ramo de supermercados Fernanda Durante, a

fim de saber quais foram as adaptações, mudanças necessárias durante a

pandemia da Covid-19 no Supermercado Durante, o qual está em nosso

município há 16 anos.

Em fevereiro de 2020, ouviam-se rumores de um vírus que estava

ameaçando o mundo, em noticiários, internet, em diversos meios de

comunicação, só se ouvia falar sobre uma doença infecciosa causada

pelo coronavírus, síndrome respiratória aguda grave. Em telejornais, via-

-se o aumento de casos já muito aparente e, todavia, acreditava-se que o

vírus não chegaria aqui tão rápido.

No dia 19 de março de 2020, iniciou-se o lockdown. Observando

esse cenário, constatou-se que todos deveriam iniciar por um processo

de adequação/adaptação. As dúvidas começaram a surgir em todos os

setores, mas principalmente nos comércios que, pelos protocolos, permaneceriam

abertos: mercados, farmácias e postos de combustíveis.

Assim, as adaptações no Supermercado Durante ocorreram de forma

rápida, sendo necessário incluir-se entre várias regulamentações. Como

exemplo das exigências tomadas, pode-se citar: o controle do número de

pessoas, o uso de álcool gel e a aferição da temperatura. Devido as medidas

de proteção impostas pelo supermercado, quanto a preocupação em

proporcionar “segurança” para com os clientes, algumas pessoas que não

costumavam frequentar o local, optaram por deslocar-se ao mesmo.

Vale destacar que, a partir deste período, o aplicativo para troca de

mensagens instantâneas foi o WhatsApp. Este recurso foi potencializado

pela empresa para seguir o contato com os clientes e praticamente 15%

das compras eram realizadas por este meio, favorecendo assim mais uma

vez os consumidores.

Também, as medidas protetivas extremas, sendo elas a diminuição

do trânsito de pessoas e o estabelecimento de horários, foram as mudanças

mais prejudiciais ao meio de trabalho. Alguns colaboradores que possuíam

doenças precisaram afastar-se definitivamente do trabalho, em

virtude do risco de saúde. Em vista dos impactos econômicos, pode-se

afirmar o aumento das vendas, justamente em razão do lockdown. Como

consequência do crescimento do número da saída de produtos, ocorreu a

tão temida “inflação”, pois a matéria prima ficou mais escassa, e logo, os

preços de alguns produtos elevaram.

Muitos problemas surgiram, dúvidas, inseguranças, mas a partir de

todas as mudanças que passaram e estão passando em relação a pandemia,

Fernanda nos deixa uma mensagem muito importante, “Tudo passa,

fases boas, fases ruins, inclusive a pandemia passará. Devemos aproveitar

situações boas e situações ruins, pois é nos momentos de dificuldades

que mais aprendemos, evoluímos, crescemos, nos reinventamos e principalmente

melhoramos como seres humanos”.

202 203



A LEITURA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Turma: 7º ano B

Professores responsáveis: Cleci Kich e Valcir Conterato

Autores: Ariel da Silva Marques, Edson Moreira, Evelyn dos Santos Ferreira, Gabrieli dos

Reis Sutel, Graziela Amantino, Ingrid Kiara da Cruz Costa, Jalison Florencio, Kimberli

Laureano Brizola, Nathali Ferreira de Oliveira, Nathiely Soranzo Sabadin, Evelyn Rigo de

Oliveira, Luana Carvalho Carolo, Luisa Aparecida Bugs.

“A leitura reaviva a memória e nos coloca a par do desconhecido”.

Orlando R. Almeida

A leitura, para muitas pessoas, serve como passatempo, lazer,

forma de aprender, melhorar o vocabulário. Com ela muitas pessoas “viajam”

por lugares inimagináveis e distantes.

Quando da proposta de escrever sobre a leitura em tempos de

pandemia, pensamos em uma pessoa que gosta muito de leitura. Por

isso a entrevistada foi a professora de Língua Portuguesa, aposentada 20

horas do Estado do Rio Grande do Sul, que atuou um longo período como

professora municipal, e após prestar concurso no Magistério Estadual,

completou sua carreira como professora na Escola Estadual de Ensino

Médio São José.

A professora Rosilane Farezin Muneron, profe Rosi, como é carinhosamente

chamada, despertou o gosto pela leitura desde os seus 12

anos de idade, tendo como principais gostos, aventuras, histórias em

quadrinhos, investigação criminal e outros tantos.

Ela, durante sua vida docente, sempre buscou incentivar seus

alunos a ler, pois como disse, com a leitura a pessoa viaja por diferentes

lugares, países, ambientes, além de abrir novos horizontes e fruir sua imaginação.

Também, em seu tempo junto à Escola São José, participou ativamente

das Feiras do Livro, do Projeto Autor Presente. Formas que, junto

com suas colegas de área do conhecimento, encontrou para incentivar

jovens, e comunidade, no universo da leitura.

Durante o tempo de pandemia (2020-2021), segundo a professora

Rosi, não foi fácil manter o hábito de leitura, pois o fechamento das

escolas, e consequentemente das bibliotecas, dificultou a retirada e o

empréstimo de livros. Fora isso, a compra de livros esbarrou nas condições

financeiras, pelos custos elevados dos mesmos, apesar de existirem

livros online. O que a auxiliou a continuar com a leitura de livros, foi o

empréstimo de livros pelas amigas e ex-colegas de escola.

No dia de sua visita, trouxe muitos livros e mostrou para a turma,

incentivando a mesma a ler. Ela teve o cuidado de trazer livros para a faixa

etária da turma do 7º ano: contos, aventura, poesia, clássicos em quadrinhos,

e gibis. Afinal, para a professora Rosilane, a leitura pode e deve ser

feita de maneira prazerosa, no estilo que a pessoa gosta.

Também falou que nesses tempos de pandemia houve a necessidade

de se reinventar, inclusive na leitura e nas tecnologias, tendo que se

adaptar aos novos obstáculos por ela impostos.

Mas uma coisa é certa: a leitura faz parte do seu dia-a-dia, é uma

paixão que seguirá com ela para sempre.

Após a conversa com a professora Rosilane, a aluna Nathiely

Soranzo Sabadin produziu o texto:

A LEITURA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Este tempo de pandemia dificultou a vida de muitas pessoas, por

exemplo, alunos não podendo ir para a escola, não conseguindo organizar,

sozinhos, rotina para estudo, prejudicou o aprendizado de muitos

estudantes.

Por outo lado, a necessidade da leitura aumentou. E foi aí que as

pessoas passaram a ler livros, tanto físicos, quanto digitais, e isso ajudou

204 205



muitas pessoas criar o hábito de ler, melhorar sua leitura e, consequentemente,

sua aprendizagem.

Muitas pessoas, durante a Pandemia, desenvolveram depressão,

ansiedade e demais doenças deste tipo. E, em muitos casos, a leitura ajudou

no tratamento de tais doenças que, para se distraírem, passaram a

ler livros, revistas, jornais e outros. Ela ajudou para a melhora da saúde

mental.

Os livros nos fazem pensar muito e, às vezes, podemos nos identificar

com a história ou, até mesmo, com algum personagem. E isso faz

a pessoa se distrair muito, melhorando algum transtorno que a pessoa

possa ter.

Neste período de Pandemia, o livro ajudou muitas pessoas tanto

nos estudos, quanto na sua saúde mental. Por isso, é importante cultivarmos

o hábito da leitura em nossa rotina.

NÃO SOU ALEGRE, NEM TRISTE, SOU POETA

Turma: 8º ano A

Professoras responsáveis: Tânia Maria Agatti Roso e Valquiria Zanella Costa

Autores: Ana Clara Ferrazzo Gomes, Ana Clara Zanella, Arthur Fiori Zanella, Augusto

Cenci Zanella, Cauã Delavusca, Eduarda Vebber Aguirre, Érika Luiza Casarotto Gheller,

Gabrielli Luiza Sanini Ludke, Guilherme Paulo Bressan, Isabeli Piovesan Vargas, Isabelli

Bueno Fiori, Isaias Miquéias da Silva dos Santos, João Francisco Valduga Tasso, João

Victor Rigo Zanella, Kaua Guilherme Montagna, Kauê de Oliveira, Letycia Tomazini

Aguirre, Luis Gustavo Felipetto Oliveira, Luiz Henrique Rodrigues Vieira, Maria Eduarda

Lazaretti, Mariane da Silva Capelli, Nathalie Rigo da Silva, Pedro Henrique Ferreira

Vargas, Pedro Henrique Witter Araújo, Raissa Delarmelin da Silva, Richard Lazzaretti

Cazarotto, Vanessa Marcolan, Yuri Durante Suzano.

No dia vinte e nove de setembro de dois mil e vinte e um, a turma

do Oitavo ano A da escola São José realizou um meet com o professor

Laércio Fernandes dos Santos, sob a coordenação da diretora Caciana

Luzia Ferronatto e das professoras Tânia Maria Agatti Roso e Valquiria

Zanella Costa, a fim de saber como as invasões literárias ocorreram

durante a pandemia da Covid-19, bem como, sobre as mudanças que

aconteceram na educação nesse período e também o professor contou

sobre a sua trajetória de vida.

Quem de nós já sentiu aflorar os sentimentos da razão e da emoção?

Certamente não é fácil estabelecer um equilíbrio, logo o poeta e

professor Laércio desde sua infância percebeu que ambas são combinações

perfeitas para o nascimento de uma boa poesia.

Laércio Fernandes dos Santos conta que a linguagem o constitui

há muito tempo. Uma pessoa divertida e humilde que nasceu na Linha

Cabeceira do Peixe, em Liberato Salzano. O mesmo sabia desde os cinco

anos de idade que queria ser professor. Mas também tinha plena consciência

de que a trajetória não seria nada fácil, pois sua mãe estudou

somente até a quarta série e seu pai é analfabeto.

Naquele tempo, não havia transporte escolar e nem ajuda para

comprar os livros, era uma época muito difícil, precisava caminhar sete

quilômetros para ir até a escola e mais sete para voltar. Tempos mais

tarde, para continuar com os estudos, foi trabalhar na padaria Casagrande

em Constantina, na qual vendia pastéis pelas ruas para poder ter

os seus materiais escolares, o uniforme, um lugar para dormir e a alimentação.

Mas Laércio era determinado e corajoso, assim conseguiu terminar

o Ensino Médio, contudo não se contentou somente com isso e foi para

Mato Grosso trabalhar, a fim de conseguir dinheiro para a tão sonhada

faculdade. Quando retornou prestou vestibular e fez a matrícula no curso

de Letras, porém o dinheiro deu somente para pagar a matrícula, então

trabalhava durante o dia para pagar a mensalidade e estudava à noite.

Desse modo percebeu que o sonho é muito importante e como ele diz“ o

impossível é a gente que faz”.

Quando se formou em Letras regressou para Liberato Salzano e

trabalhou como professor, posteriormente foi diretor na escola Doutor

206 207



Liberato Salzano, também foi suplente de vereador na mesma cidade.

Após um tempo voltou para Passo Fundo para trabalhar e estudar, sendo

que, atualmente, possui cinco Pós-Graduações, Mestrado em Linguística

e cursa doutorado em Linguística.

O seu gosto pela poesia começou muito cedo, ainda criança com

seu pai contando histórias, declamando poesias que ele próprio criava.

Mais tarde, no Ensino Médio, esse gosto foi aumentando à medida que

tinha aulas de Literatura com a professora Sônia Camara Lima e percebeu

a importância da expressão dos sentimentos, das emoções, assim ela o

inspirou a ir além, ir em busca do seu sonho. Um dos trabalhos que Laércio

mais gosta de realizar é o projeto de invasões literárias, o qual consiste

na vocalização do texto poético que desperta a arte de interpretar

personagens como também utilizam a pintura no rosto. O seu projeto de

invasões literárias é denominado Bando de Letras e as invasões ocorrem

quando um grupo de pessoas “invade” um local, por exemplo as salas de

aula e declamam poesias. Segundo o professor Laércio a poesia nos mostra

muito aprendizado e sobretudo que a linguagem é constitutiva e faz

parte do nosso cotidiano.

A pandemia do Covid-19 também afetou as invasões literárias,

foi um momento difícil sendo necessário aprender algo novo, se adaptar,

reinventar, redescobrir. Ninguém sabia como era, todos estavam se

sentindo “perdidos’’, afinal tudo aquilo era novo. Então surgiu a ideia de

começar as invasões online e a partir daquele momento a situação começou

a voltar um pouco ao “normal”. Inicialmente, com as invasões nas

aulas online, através das plataformas digitais da faculdade e das escolas.

Assim a alegria e os bons sentimentos começaram a retornar e a declamação

da poesia foi ganhando mais vida com realce na expressão facial

diante das câmeras para transmitir uma mensagem mais autêntica. Além

disso, os professores conseguiram se reaproximar de seus alunos e reinventar

um novo modo de ensinar para que conseguissem transmitir a

emoção e a alegria por meio da poesia com o intuito de fazer educadores,

alunos e funcionários sonhar e manter viva a esperança de dias melhores.

Aprendizado, batalha e superação são palavras que definem a história

do professor Laércio. Isto é uma lição de vida, pois ele tinha tudo

para não conseguir concluir o Ensino Fundamental, contudo apesar das

situações difíceis não desistiu e acreditou no seu sonho. Com muita força

de vontade chegou em um nível profissional incrível, seus esforços foram

recompensados, uma vez que teve e tem como pensamento norteador

que “o impossível é a gente que faz”.

MULHER GUERREIRA

Turma: 8º ano B

Professoras responsáveis: Marcielli Gai e Rosicler Osmarin

Autores: Amanda Benedito Antunes Ferreira, Amanda da Silva Marques, Gabriel Jose,

Taietti Santin, Gabriel Scarsi Zorzi, Jakson Florencio Freitas, Kauã Luzza, Luciano Luiz

Dezordi Bitello, Pedro Augusto Baccin Radin, Sofia da Silva Bouvie.

Martha Eliane Nunes desde criança já gostava de cantar. Com 4

anos ia à igreja com sua mãe, dormia no colo e, para cantar, sua mãe lhe

acordava. Com sete anos aprendeu a tocar violão sozinha. Então começou

a cantar na escola onde estudava, fazia o curso Magistério.

Muito cedo, com 21 anos de idade, casou e teve dois filhos. Também

muito cedo se separou tendo que parar de estudar e começar a

trabalhar como empregada doméstica para poder criar sozinha os dois

filhos. Mesmo assim, não parou de cantar.

Depois de um tempo, começou a trabalhar no Projeto do Governo

“Mais Educação”, e fazia curso de Regente de Coral Italiano e Alemão,

onde tornou-se professora de música.

Martha trabalhou, com projetos, em sete Municípios, passou por

muitas dificuldades, mas deu a volta, conseguiu se sustentar e sustentar

os filhos.

208 209



Na pandemia, Martha ficou sem trabalhar, e os filhos ajudaram a

prover seu sustento, também ficou doente e, para piorar, perdeu sua mãe.

Mas não perdeu sua fé.

Também, durante a pandemia, e vendo muitas pessoas passando

por necessidades, tomou a iniciativa de organizar lives para arrecadar alimentos.

Na sua primeira tentativa não teve êxito, mas ao procurar a Rádio

104.9 Constantina FM, a qual prontamente a apoiou e, com a live, arrecadou

3.000kg de alimentos, que foram doados para as entidades e escolas

de nosso município.

Animada com o resultado da live anterior, e comovida com outros

acontecimentos ruins (fogo em moradia em Rondinha e temporal em

Sagrada Família, ajuda a moradores de Ronda Alta) organizou novas lives,

que também tiveram resultados surpreendentes. Para Martha, a pandemia

mostrou conhecer como as pessoas realmente são.

Atualmente, Martha está trabalhando com Projeto Canto Coral

Infantil, onde conta com 161 crianças, trabalha também com coral de

adulto, faz trabalho voluntário na APAE, anima as missas, organizadas

pela escola São José, de forma voluntária, entre outras atividades. O que

a motiva a continuar desenvolvendo suas atividades, lutando e fazendo o

bem, é o amor pelo que faz e a fé em Deus.

Hoje, aos 47 anos de idade, Martha é casada com José Antonio

Brunetta. Também suas alegrias são seus três filhos Nayumi, Wesley e

Emanuelle. Martha se sente realizada e feliz, onde, recentemente, recebeu

o Prêmio “Mulher Destaque”, da Rádio e TV Web Show de Bola, de

Constantina e também, realizou um sonho...foi aprovada na seleção para

cursar a Graduação em Pedagogia, pela Universidade Aberta do Brasil –

UAB, polo de Constantina.

Martha deixa como mensagem: “nunca deixes de sonhar”!

PRODUTOS ORGÂNICOS IRMÃOS TONIN

Turma: 9º ano A

Professora responsável: Graciela Caumo Tonin

Autores: Alessandra Ribeiro Signori, Alexandra Naiara Ribeiro Rodrigues, Amanda

Ludke Madaloz, Ana Paula Riva Potrich, Andressa Taffarel, Cleber Jose de Lima vargas,

Eduarda Sartori Lazzaretti, Eduardo Witter Araújo, Eleandro borges Ribeiro, Flávia

Pin Riboli, Guilherme Gabriel Cazarotto Nascimento, Isabel Pereira Menegazzo, João

Manoel Anziliero Mattei, João Vitor Rabaioli Tomazelli, Kauana Lago Benitti, Larissa

Mariani Remontti, Luana Piacentini, Maicon dos Santos Antunes, Mailan Menegazzo,

Maria Eduarda Marcolan Auler, Paulo Afonso Baccin, Raíssa Vitória da Silva dos Santos,

Tamara Batista Farezin.

No município de Constantina muitas pessoas se destacaram

e durante a pandemia tiveram que se adaptar a esse novo cenário. Os

irmãos Tonin são um exemplo disso.

A propriedade dos irmãos Tonin localizada na linha São Marcos

existe há mais de 80 anos. Inicialmente foi povoada pelo patriarca e a

matriarca da família. Em seguida vieram os 11 filhos, sendo que os 2 últimos

são os proprietários atuais, que são eles: Nilo Tonin, Norma Tonin,

Marino Tonin e Noraci Tonin

Essa propriedade é caracterizada pela agricultura familiar e nela

se produzem alimentos orgânicos como verduras e legumes, sendo que

os proprietários são os únicos trabalhadores da propriedade. Além disso,

a propriedade se destaca por conservar os meios naturais como árvores e

fontes de água.

Esse tipo de produção orgânica se iniciou na propriedade há cerca

de 25 anos. Anteriormente a isso, a sua fonte de renda era gado de leite.

Uma doença atingiu o rebanho e a maioria das vacas leiteiras foram sacrificadas.

A partir de então, os irmãos Tonin intensificaram a produção de

alimentos orgânicos que se tornou sua principal fonte de renda.

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A propriedade se destaca pela produção de alimentos orgânicos

e saudáveis. O principal produto é a alface, seguido de outras como

cenoura, repolho, rúcula, beterraba, salsa, mandioca, batata e açúcar de

cana. As entregas são feitas nos municípios de Constantina e Liberato

Salzano.

Durante a pandemia, os proprietários passaram por diversas

mudanças como a entrega de produtos. O que anteriormente era feito

de casa em casa, agora passou a ser entregue em pontos especiais como

mercados e padarias. Os meios tecnológicos nesse período também

foram importantes. Passaram a usar o whatsApp como uma ferramenta

importante para realizar e organizar as reservas e entregas dos produtos.

No período da pandemia a renda mensal da propriedade também

foi afetada. Apesar de ser um período mais difícil, a família conseguiu

superar sem passar por necessidade.

Os produtos orgânicos são muito procurados devido a sua qualidade,

bom preço por não terem adição de produtos químicos. Apesar

do desejo de aumentar a diversidade de seus produtos, a falta de mão-

-de-obra se torna insuficiente, sendo que só os dois casais trabalham na

propriedade.

O processo de adaptação durante a pandemia foi difícil. Apesar

disso, os proprietários tiveram esse momento como um aprendizado,

onde muita garra e determinação superam o momento. Para os mesmos

a pandemia mostrou como e importante valorizar a vida e as pessoas próximas

como a família e amigos e nunca desistir. A lição deixada pela pandemia

é que a fé e a força de vontade são essenciais para superar qualquer

momento difícil na vida das pessoas.

A PANDEMIA NAS ESCOLAS DE IDIOMAS:

HALL’S ENGLISH SCHOOL E HAL’S CONNECT

Turma: 9º ano B

Professoras responsáveis: Laura F. Lazzaretti Guilardi e Janete F. Casarotto

Autores: Alan carlos Brandt Soares, Ana Clara Riboli, Camila Forte, Carlos Gabriel

Amaral Sales, Giovana Vitória Antunes Ducles, Guilherme Martins da Silva, João Vitor

dos Santos Gobbi, Letícia da Rosa Oliveira, Luan Petrick Gobbi Ramos, Luiz Henrique de

Bastiani Zanella, Luiza Machado Stuchi, Mariana Moreira Batista, Paulo Henrik Fonseca

Sampaio, Suéllita Muneron Ferreira, Thayná Schwarz dos Santos, Valmor Junior de

Oliveira Antunes.

As escolas de idiomas, Hall’s English School, da professora Janete

Casarotto e HAL’S Connect do professor Horácio Antônio Lorini, tiveram

grandes impactos durante a pandemia do Corona Vírus no ano de 2020

e também 2021. Os professores, estavam acostumados a trabalhar de

forma presencial, com aulas descontraídas, divertidas, dinâmicas, dando

destaque também à pronúncia oral e à integração dos alunos. Porém,

com o início da pandemia, os dois professores tiveram que se reinventar.

Logo no início das aulas, final de março de 2020, a notícia de

que as aulas não poderiam ser mais de forma presencial, a princípio, de

acordo com a entrevista feita com os mesmos, pensaram que seriam por

poucos dias, então os professores iniciaram suas atividades à distância,

mandando as aulas pelo WhatsApp, Messenger, e-mail, porém, no decorrer

dos meses foi se agravando e assim também começaram a enfrentar

mais problemas.

Alguns alunos começaram a se sentir desmotivados, ou até

mesmo terem dificuldades na compreensão do conteúdo passado desta

forma, principalmente os novos. Os menores, até faziam, mas, os pais

tinham que se dedicar mais tempo com eles e repassar os conteúdos, ajudando

nas tarefas, que foram aumentando nas escolas também e assim,

muitos alunos começaram a desistir de fazer o curso.

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Aqueles que continuaram, tiveram uma aprendizagem até que

razoável, alguns até mais, aqueles que gostavam de ficar em casa, se

dedicavam e davam o retorno das atividades de forma bem completa e

significativa, alguns até mais do que os professores esperavam.

As coisas foram ficando mais difíceis a partir do momento que a

expectativa de retorno e os medos com a pandemia aumentava, e vendo

que a volta estaria longe de acontecer muitos dos alunos, tanto da Hall’s

English School, quanto da HAL’S Connect começaram a desistir. Alunos e

professores começaram a ficar frustrados e desmotivados. Os professores

começaram a elaborar aulas através do curso digital, dar desconto na

mensalidade, fazer vídeos, gravar aulas, entre outros para conquistar seus

alunos a não perder o foco, mas foram momentos bem complicados, a

parte financeira fazia muita diferença, pois teve que se fazer novos investimentos

em tecnologia e na medida que o tempo passava também mais

alunos desistiam do curso.

Foi muito tempo gasto, criando, gravando, imaginando algo

para que os alunos não perdessem o foco e não desistissem. Que bom,

que existem aqueles que são persistentes, aqueles que buscam o saber,

mesmo diante das dificuldades e não desanimam. Que bom, que mesmo

assim, alguns alunos novos buscaram estudar inglês nesta época de aula

à distância e pandemia. Que bom que as aulas à distância oportunizaram

alguns de outras cidades a terem acesso às aulas. Que bom, que os

professores, mesmo às vezes frustrados, com menos alunos nas turmas,

não deixavam de inovar e buscar novas metodologias, com pesquisas na

internet e no conhecimento e experiências de trabalho e vida. Que bom

que muitos são persistentes e continuaram seus estudos.

Quando começaram as aulas pelo Meet, foi muito bom, aos poucos

todas as turmas foram aprendendo a trabalhar com esta ferramenta,

foi mais produtivo do que antes, porque, mesmo à distância, conseguiam

rever os colegas, os professores e os alunos que estavam um pouco perdidos

começaram a se motivar mais, se reencontrar no conteúdo, conseguiam

fazer conversações, assistir explicações em tempo real, através

dos vocabulários ilustrados, vídeos, explicações, porém o tempo foi se

prolongando e às vezes a internet era fraca, os alunos e os professores se

desmotivavam e também se cansavam de ficar em frente às câmeras e,

assim, se passou mais um tempo. Dependendo da turma, se conseguia

ter sucesso, porém algumas vezes alunos e professores se sentiam frustrados

e cansados com as aulas.

No início de 2021, as coisas pareciam que iriam mudar, houve

publicidade para reconquistar os alunos que tinham parado, para conquistar

alunos novos, houve propagandas no facebook, WhatsApp, rádio

entre outros. Porém, quando as turmas estavam organizadas, tiveram que

recomeçar mais uma vez pela forma Meet, fazendo com que alguns alunos

ou turmas nem começassem.

Entretanto, os professores foram persistentes, é claro que alguns

alunos que pensaram em estudar inglês em 2021, acabaram nem fazendo

sua matrícula, porém aqueles que retornaram ficaram felizes, pois as turmas

ficaram menores e o acompanhamento também melhorou, teve

mais alunos de forma VIP.

Finalmente, aquilo que era esperado aconteceu no mês de junho,

o retorno das aulas presenciais, e a diminuição de casos da pandemia

Coronavírus. No início, com um pouco de medo, mas aos poucos, os alunos

foram retornando às aulas presenciais e saindo de sua zona de conforto.

Aos poucos, os professores Janete e Horácio foram reconquistando

os alunos e ganhando seu espaço, podendo trabalhar com as aulas de

forma presencial, mas é claro com todos os cuidados necessários para a

proteção de todos.

Os professores, estão ansiosos mais do que nunca, para que o ano

de 2022 e os outros que estão por vir, sejam cheios de conquistas e de

novos alunos, para que possam recuperar o tempo e os investimentos

perdidos e também fazem um convite especial a todos nós, para juntar-

-se a eles na busca do conhecimento da língua inglesa, a fim de ampliar

nossos conhecimentos, aumentar nosso estímulo, raciocínio e vocabulário

e agradecem a direção da Escola São José , a nós, alunos do 9º ano B e

214 215



ao poder público pela oportunidade que eles tiveram de relatar um pouco

de sua experiência neste tempo de pandemia.

A todos nosso muito obrigada. Com carinho, Hall’s English School e

HAL’S Connect. Professora Janete Casarotto e professor Horácio Antônio

Lorini.

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Ilustração: Alissi Melissa Fortes

Turma: 2º Ano

Professora responsável: Ana Paula Fortes

Ilustração: Willian Luiz dos Santos

Turma: 2º Ano

Professora responsável: Ana Paula Fortes

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TRISTEZA NA NOSSA ALDEIA: CAPINZAL TERRA INDÍGENA DA

SERRINHA COM A CHEGADA DA PANDEMIA

Autora: Cassieli Floriano

Turma: 6°Ano

Professora responsável: Marlise Cristina Gheler

Colaboradores: Professor Vilmar Ferreira, Joana Portela, Vanderlei de Oliveira

ESPERANDO A VIDA NORMAL NA SERRINHA SEM O CORONA VÍRUS

Autores: Alinara Anabel Fortes e Jhonatan Junior Forte

Turma: 7°Ano

Professora responsável: Marlise Cristina Gheler

Colaboradores: Professor Vilmar Ferreira, Joana Portela, Vanderlei de Oliveira

Vivíamos bem quando fomos surpreendidos pelo Covid-19,

mudou completamente nossa rotina, começamos a usar com muita frequência

máscaras e higienizar as mãos. A pandemia foi se espalhando

muito rápido, com isso não demorou muito para chegar na nossa área

indígena, paramos de vender artesanato, tivemos que ficar em casa, sem

ir ver nossos amigos, familiares e principalmente nossos avós, com isto

também ficou difícil conseguir dinheiro sem vender nossos artesanatos,

por isso a FUNAI e outros órgãos doaram cestas básicas para as famílias.

Aqui na nossa aldeia, muita gente contraiu o vírus, uns até morreram

e as famílias ficaram muito tristes. Com o tempo chegaram as vacinas

para nós e também começou a diminuir os casos. Quando diminuiu

os casos, começamos ir na escola novamente, mas também ali mudou

muita coisa na sala de aula, tivemos que usar máscaras e ficar longe um

do outro, ter distanciamento dos amigos, colegas e professores para nos

cuidarmos.

Mesmo com as vacinas, temos que seguir nos cuidando, usando

máscara, e nos higienizando porque a pandemia ainda não acabou,

mesmo com as pessoas vacinadas, aqui em casa mesmo, contraímos a

doença e foi muito triste e ruim.

O Covid-19 trouxe muita tristeza para nós povo indígena com

tanta gente doente e pessoas que perderam seus familiares. Se cuidem

pessoal!

Em um dia normal na Serrinha vivíamos tranquilamente. Podíamos

passear nas casas dos parentes, tomar chimarrão juntos e ir pra

escola, jogar bola, se misturar com os amigos e fazer brincadeiras, mas no

mês de março de 2020, mostrou no Jornal Nacional um vírus que estava

se espalhando rapidamente e não demorou pra chegar na nossa aldeia.

Com a chegada da pandemia na comunidade indígena, tivemos

que parar de nos visitar, tivemos que dobrar o nosso cuidado, começamos

a usar máscaras, passar álcool gel nas mãos para nos prevenirmos, para

não contrairmos a doença. Tivemos que mudar os nossos hábitos de passear,

não podíamos mais tomar chimarrão juntos, cada um na sua cuia, e

a escola ficou muito tempo sem ter aula presencial, as atividades foram

sendo entregues nas casas dos alunos, mas, mesmo assim, muitos foram

infectados pelo Covid-19, perdemos alguns parentes indígenas por causa

deste terrivel vírus, deixando suas famílias muito tristes.

Jogos e festas que saíam frequentemente antes da pandemia,

também foram todos cancelados. Este vírus está sendo difícil para todos

nós, inclusive para a nossa comunidade indígena aqui do Capinzal. As

pessoas que antes saíam vender artesanatos tiveram que parar de ir.

Os indíos que saíam para as colheitas não puderam ir também. A nossa

comunidade está passando por um momento muito difícil, instituições

de doações estão doando cestas básicas para nós aqui da Serrinha, como

a FUNAI, o governo do Estado também doou cestas básicas para os alunos.

A comunidade começou a receber as vacinas no ano de 2021,

mas, alguns não querem fazer. Não podemos parar de nos cuidar, temos

220 221



que continuar seguindo as orientações dos médicos, evitar aglomerações,

usar máscara, álcool gel e o distanciamento controlado, para que

logo voltemos ter a nossa vida normal na nossa terra indígena, como era

antes deste vírus.

A comunidade começou a receber as vacinas também mas, não

podemos parar de se cuidar, temos que continuar seguindo as orientações

dos médicos, evitar aglomerações , usar máscara, alcool gel e o distanciamento

controlado para que logo voltemos ter a nossa vida como

era antes deste vírus chegar até nós.

A TERRA INDÍGENA DA SERRINHA E SUA ALDEIA CAPINZAL

SOFRENDO AS CONSEQUÊNCIAS DO COVID-19

Autora: Alinara Anabel Fortes

Turma: 7°ano

Professora responsável: Marlise Cristina Gheler

Colaborador: Professor Vilmar Ferreira

O COVID-19 NA NOSSA ALDEIA -

CAPINZAL TERRA INDÍGENA DA SERRINHA

Autora: Daira Carmelinda Portela

Turma: 9°Ano

Professora responsável: Marlise Cristina Gheler

Colaboradores: Professor Vilmar Ferreira, Joana Portela e Vanderlei de Oliveira

Com a chegada da pandemia na comunidade indígena, tivemos

que parar de nos visitar uns aos outros, tivemos que dobrar o nosso

cuidado, começamos a usar máscaras, passar alcool gel nas mãos para

prevenirmos para não contrairmos a doença, mas mesmo assim muitos

foram infectados pelo Covid- 19, perdemos alguns parentes indígenas

por causa deste terrivel vírus.

Jogos e festas que saiam frequentemente antes da pandemia

foram todos cancelados e ficamos sem ir pra escola, tendo aula remotas

em casa. Esse vírus está sendo difícil para todos nós, inclusive para

a nossa comunidade indígena aqui do Capinzal , as pessoas que antes

saiam vender artesanatos tiveram que parar de ir, os indíos que saiam

para as colheitas não puderam ir também , a nossa comunidade está

passando por um momento muito difícil, instituições de doações estão

doando cestas básicas para nós aqui da Serrinha, como a FUNAI, o governo

do Estado também doou cestas básicas para os alunos.

Apesar de nos cuidarmos tanto o corona vírus chegou à nossa

aldeia, muitos indígenas adoeceram e até morreram.

Tínhamos o costume de sair em festas, bailes, jogos e também sair

vender nosso artesanatos e nem tínhamos medo de pegar doenças graves,

mas, com a chegada do vírus, tivemos que mudar nossos hábitos de

viver, como: ficar em casa, não ficar aglomerado, usar máscara e sempre

álcool gel, o vírus chegou e mudou nossas vidas.

Aqui na aldeia, aprendemos nesta pandemia que temos que

valorizar as pessoas, se cuidar e cuidar das outras pessoas. Queremos a

nossa vida normal de volta. Segundo o senhor Vanderlei de Oliveira que

conversamos, a comunidade recebeu auxílio da FUNAI e outros órgãos

que ajudaram também com cestas básicas para aquelas famílias que não

puderam sair vender seus artesanatos para ganhar o sustento.

Estamos ansiosos esperando que o Covid-19 vá logo embora para

voltarmos com nossos hábitos antigos, sair viajar, tomar chimarrão juntos,

visitar nossos parentes, não usar mais máscaras e a voltar a fazer bailes,

festas e jogos. Índio Kaingang quer viver livre e feliz com sua família.

Muna jag ke rirjé!

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AS MUDANÇAS DE HÁBITOS E COSTUMES

NA ALDEIA DE CAPINZALTERRA INDÍGENA DA SERRINHA,

MUNICÍPIO DE CONSTANTINA

Turmas: 6°, 7°, 8° e 9° Ano

Professora responsável: Marlise Cristina Gheler

Colaboradores: Professor Vilmar Ferreira, Joana Portela e Vanderlei de Oliveira

Autores: Alexsandro Lopes, Cassieli Floriano, Cassio Oliveira, Guilherme dos Santos,

Mikaéli Nascimento, Mirela Cardoso, Nilmar Ferreira, Tauane Cardoso, Vanderléia

Barbosa, Vinícius de Oliveira, Gabriela Silva, Alinara Fortes, Everton Cadete, Hélen

Loureiro, Itamar Nascimento, Jhonatan Forte, Kauê Forte, Mateus Loureiro, Tauana

Venrog, Gustavo de Oliveira, Kauã Ferreira, Luciano dos Santos, Renato dos Santos,

Ruan Ferreira, Ueslen Ferreira, Sidimar Ferreira, Chaiane Lopes, Daira Portela, Fernanda

Ferreira, Sabrina Isaías.

Medo, isolamento e incertezas, foi assim que a pandemia de

Covid19 chegou na Terra Indígena da Serrinha, aldeia Kaingang no qual

Capinzal faz parte.

Sabemos que historicamente os povos indígenas lutavam para

sobreviver e agora vivem mais um desafio na saúde- a corona vírus. Os

costumes da comunidade indígena Kaingang como: estar próximo dos

familiares e habitualmente suas comemorações em família e pessoas da

aldeia, a venda de artesanato na região e cidades do nosso estado e país,

bem como, a saída de muitos indígenas para trabalhar costumeiramente

nas plantações de frutas, hortaliças e grãos também nas comunidades

vizinhas e estado foram afetadas.

A terra indígena Serrinha, mesmo tomando todas medidas de

prevenção e isolamento, não foi possível evitar o contagio do seu povo

Kaingang. Com a chegada do Covid-19 e o isolamento, a aldeia obteve

ajuda de entidades de apoio aos indígenas para auxiliar com cestas

básicas aqueles que não conseguiram buscar o sustento da família neste

período de pandemia.

Podemos dizer que os costumes antigos serviram de suporte para

enfrentar este mal que nos assola, porém fora observado que as ervas

medicinais e chás que sempre os indígenas recorriam não surtiram efeito

na tentativa de curar a doença, pois o vírus era muito mais potente

que qualquer preparo vindo dos ancestrais, graças a vacina que chegou a

aldeia, Capinzal que obedeceu e obedece a escala de vacinação em massa

nos seus habitantes, apesar disso, segue-se com os protocolos sanitários

na terra indígena para que a doença não se propague ainda mais e venha

a ceifar mais vidas do povo Kaingang.

As Terras indígenas não serão mais a mesma com a chegada desta

pandemia ficará com a lição de valorizar cada vez mais a vida, os nossos

familiares, a nossa família, de cuidarmos uns dos outros, pois somos vulneráveis

as doenças e precisamos zelar as nossas vidas, da nossa aldeia

para que sigamos firmes, unidos na luta por dias melhores seguindo nossas

tradições.

Ky venh kirir há han jé, jo venh kaga tag ty eg teg mo eg venh kirir

tug ky.

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Marcieli Delatorre

Cabelereira

De Constantina para Caxias do Sul/RS

Constantina, terra querida! Onde deixei minha família, aos 17

anos de idade sai de casa para ir em busca dos meus sonhos.

Sempre me lembro com muito carinho da minha infância e adolescência

onde fui muito feliz. Os valores que carrego comigo onde quer

que eu esteja, são com certeza as boas memórias de uma vida simples e

cheia de histórias.

Um dos momentos mais marcantes da minha vida foi quando

participei dos festivais da canção de Constantina: o Fercan. Fiz duas participações,

a primeira era estudante da escola Medeiros e Albuquerque e

a segunda na Escola São José. Um evento ao meu ponto de vista além de

engrandecer a cidade, incentiva as crianças e adolescentes a desenvolver

seus talentos e culturas.

Parabéns a todos os envolvidos pela iniciativa em nunca deixar

morrer as histórias de Constantina, pois nela tenho o doce passado de

infância que sempre levarei comigo. Grata por ter nascido nessa terra!

Hoje moro na cidade de Tabaí, aposentada e empresária no ramo

alimentício, mas frequentemente volto a minha querida e amada Constantina

para reunir e matar a saudade da família e da boa infância que

tivemos.

Glaucia Grellmann

Doutoranda em Administração – UNIVALI

De Constantina para Blumenau/SC

Quem conhece suas origens, conhece sua identidade. Quem

conhece sua identidade, sabe onde quer chegar. É louvável a iniciativa

da construção desse livro, pois resgatar aspectos históricos diz respeito

a resgatar o “meu eu”, o que contribui para compreender a formação do

indivíduo e construção de seu futuro. Para mim, Constantina foi o lugar

onde pude me preparar, em todos os aspectos, para poder bem representá-la

fora dela. Hoje, mesmo estando longe, Constantina continua sendo

a “querência amada”, a terra do coração. Que o passado, com suas lições

que não devem ser esquecidas, seja memorial para a construção de um

futuro promissor a todos os constantinenses!

Miriam Lizete Gheller Ferreira

Empresária

De Constantina para Tabai/RS

Que felicidade fazer parte deste projeto! Nasci e cresci na linha

Gheller em Constantina, minha infância sempre foi ajudar meus pais na

roça, tínhamos bastante dificuldade ao acessar a cidade, mas hoje me

orgulho por todo aquele esforço feito, tantas lembranças que ficaram na

história e que jamais vamos esquecer as nossas raízes.

Juliana Lamonatto

Professora da Rede Pública Municipal e Estadual

De Constantina para Santa Cruz do Sul/RS

Nem nos meus maiores sonhos de criança poderia eu pensar nas

vivências e memórias que possuo hoje. Filha de pequenos agricultores da

Linha Barra Curta Baixa, Seu Tranquilo e Dona Armelinda, caçula de uma

família de seis irmãos, conseguir fazer um curso superior. Mas em tempos

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difíceis, ter a oportunidade de ir pra Santa Maria, não pestanejei, saí de

coração partido e com muitos medos da cidade grande, mas meu sonho

de “ser alguém na vida” foram maiores.

No primeiro ano de idas e vindas de Santa Maria muitas caronas

com placas do próximo destino nos trevos sempre na companhia de

um conterrâneo, enfrentando qualquer tempo. Depois, com um maior

número de Constantinenses já estabelecidos naquela cidade, surgiu a

ideia da Associação Universitária e o ônibus passou a fazer parte das nossas

idas e vindas. Quando o “ verdão” chegava o sorriso se estampava

em nossos rostos, pois era chegada a hora de rever nossa família e amigos,

encher nossas sacolas de comida na casa de nossa preciosa família.

Numa época em que a comunicação era feita apenas por cartas, o peito

ficava apertado de muita saudade.

A gente sai de Constantina em busca de oportunidades profissionais,

mas as nossas origens, raízes e ensinamentos simples como o valor

a família, honestidade nunca são esquecidos, sempre que posso volto

a minha cidade natal para rever a família e amigos, mas por onde quer

que eu vá jamais esqueço de onde vim. Faço sempre questão de ressaltar

minhas origens em qualquer lugar que eu ande.

De lá do meu interior tenho as melhores lembranças: subir no pé

da árvore frutífera para apanhar e comer as frutas, das brincadeiras nos

potreiros com os carrinhos de lomba, dos jogos de vôlei no campo aos

finais de semana, de dar valor ao dinheiro que dava prá comprar apenas

um sorvete no final de semana, do Ensino Fundamental na Escola Cristóvão

Colombo, da vivência na comunidade, depois no Ensino Médio na

Escola São José, das idas nas festas no interior de ônibus com o grupo de

jovens ao aos jogos de futebol de caminhão. Enfim, uma vida muito simples

mas de muito envolvimento e amor, coisas que a cidade grande não

proporciona.

Parabenizo a iniciativa do Livro, pois precisamos deixar registrado

as nossas histórias para que virem memórias, o que carregamos para

sempre.

Leonel Giacomini Delatorre

Professor do Magistério Superior (UNIPAMPA)

De Constantina para Itaqui/RS

Nossos caminhos são traçados a partir de nossas escolhas e,

principalmente, oportunidades. Minha trajetória acadêmica me levou a

outros lugares, outras culturas, mas a minha educação foi moldada em

Constantina. Parabéns a todos os responsáveis por esse brilhante projeto

que engrandece a nossa cultura e educação!

Que os jovens estudantes constantinenses se sintam inspirados

por esta iniciativa e aproveitem esta valorosa oportunidade.

Gabriela Casali Spiger

Professora de Geografia

De Constantina para Nova Petrópolis/RS

Das tantas lembranças que tenho da minha querida Constantina,

sem dúvidas, as memórias das vivências escolares são as que mais me

acompanham. Lembro-me com carinho e saudades de todos os espaços

de aprendizagem que percorri, desde a pré-escola, no Colégio Santa

Terezinha, até o terceiro ano do Ensino Médio, na Escola São José. As salas

de aula, a biblioteca, as explicações dos professores, ainda são memórias

muito vivas em mim. Cada professora e professor que tive, contribuíram

imensamente para o que sou hoje, como pessoa e profissional. Professoras

e professores, que despertaram em mim o prazer por aprender.

Fizeram- me entender que o conhecimento transforma destinos e que

devemos estar preparados para os desafios da vida, com coragem e ética.

Tenho muito orgulho de dizer que sou constantinense. Sou eternamente

agradecida às minhas professoras e professores que tanto me apoiaram

e até hoje são minha inspiração. Parabéns estudantes e professores de

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Constantina, pelo lindo projeto, por manterem vivas a valorização da leitura

e escrita, a paixão pelo conhecimento e a identidade do povo constantinense.

Vida longa a este projeto!

tudo era diferente, no primeiro momento sempre havia uma comparação

de como era em Constantina e como é em Charqueadas. O tempo

foi passando e com ele também nos envelhecendo, mas o que realmente

permanece são as boas lembranças dos tempos que não voltam mais.

Gabriel Santini

Fisioterapeuta do Eléctrico FC

De Constantina para Ponte de Sor - Portugal

Gregori Picolotto Conterato

Mestre em Engenharia Mecânica.

De Constantina para Florianópolis/SC

Constantina é uma cidade que tem meu carinho pois lá vivi as

melhores lembranças de infância, adolescência e onde começou me formar

como um cidadão. Sai muito cedo para estudar fora da cidade, porém

sempre voltava, pois tenho minha família que reside lá. Muitas lembranças

dos amigos que tenho, dos professores que sempre me incentivaram

e principalmente de ser uma criança/adolescente feliz.

Sempre gostei da prática da leitura e no meu ensino fundamental

e médio ela se despertou ainda mais. Tive mestres que me auxiliaram nos

caminhos, e hoje cheguei onde estou graças a todos aqueles que participaram

da minha caminhada.

Sou grato a Constantina e que siga sempre formando cidadãos

críticos, que visem a justiça, a igualdade e principalmente o respeito.

Augustinho Picolotto e Fátima Carolina Lazaretti Picolotto

Agricultores Assentados da Reforma Agrária

De Constantina para Charqueadas/RS

Nascemos, crescemos e casamos em Constantina, em busca de

um pedaço de chão saímos do conforto da casa dos pais para construir

nossa família, porém sempre com o coração ligado a terra natal. Aqui

Desde pequeno sempre tive confiança que a chave para ter uma

vida melhor é o conhecimento, a educação, a formação, não importando

o quão alto uma pessoa consiga chegar, a base ainda é a mesma. Em

minha caminhada para encontrar “a minha praia”, passei por diversas

cidades, falei diversos idiomas, mas a essência da base de Constantina,

sempre permaneceu comigo. O espirito e exemplo de pessoas acolhedoras,

perseverantes e resilientes que acreditam no que fazem foi a base

para alcançar meus objetivos profissionais e pessoais.

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Neridiana Fabia Stivanin

Professora da Rede Estadual de Ensino

De Constantina para Porto Alegre/RS

Constantina foi e continua sendo um município muito precioso

pra mim. Foi lá que construí memórias muito lindas até meus 18 anos,

nos diferentes espaços que frequentei. Saí para estudar e pra este lugar

volto para visitar minha família. Quando estou em Constantina me sinto

em casa. Minhas filhas amam este lugar. De acordo com elas poderíamos

morar para sempre lá.



Lembro com carinho da escola que estudei na linha São Marcos.

Tempo da infância maravilhoso.

Considero Constantina a minha segunda casa, me sinto muito

acolhida quando lá estou.

Gostei muito de ler as experiências de outros Constantinenses

que, assim como eu estão compartilhando suas memórias neste livro.

Parabéns aos envolvidos.

Eliane Durante

Administradora de Empresas

De Constantina para Florianópolis/SC

Quanto orgulho em dizer que sou constantinense.

Já morei em diferentes lugares do Brasil. Também tive a oportunidade

de seguir carreira internacional como executiva de grandes empresas.

Tive a oportunidade de estudar, de falar outros idiomas além do Português.

Tive a oportunidade de empreender no meu próprio negócio.

Constitui família, tenho conhecidos e alguns amigos pelo mundo afora.

Mas a principal oportunidade da minha vida atribuo ter nascido,

vivido, estudado, trabalhado e feito amigos em Constantina até meus 20

anos de idade.

Constantina me ensinou a ser gente de bem e para fazer o bem.

Esta formação é a prioridade para se ter sucesso em qualquer profissão,

em qualquer lugar e em tudo que se faça na vida.

Sou grata por ser filha de Constantina, por ainda ter amigos verdadeiros

por aqui, por andar nas ruas desta encantadora cidade de cabeça

erguida. Os olhos se enchem de lágrimas pela emoção de estar escrevendo

estas palavras.

Valmor Bastian

Técnico Agrícola

De Constantina para Boa vista/RR

Lembrar de constantina é muito gratificante, emocionante, cidade

onde nasci e cresci até minha adolescência, lembrar dos amigos que o

destino faz com que nos distanciamos, dos professores do colégio São

José, enfim, de todas as pessoas que fizeram parte da formação pessoal,

ainda mais compartilhando experiência através de um livro.

Rodrigo Romanini

Arquiteto

De Constantina para Santa Maria/RS

Muitos, assim como eu, anseiam encontrar seu lugar no mundo.

Caminhamos na estrada da vida desejando sentirmo-nos pertencentes a

um grupo, uma tribo, uma família…

Buscamos, quase sempre “do lado de fora” algo que nos preencha,

que dê sentido à vida, que nos devolva aquele sentimento de que em

algum momento fomos apartados uns dos outros, que vivemos quase que

por acidente, um acaso. Nietzsche, em seu conceito de “eterno retorno”

nos diz que somos movidos pelo excesso, que lutamos para nos expressar

e sermos eternamente melhores do que somos e fomos.

A escola, os livros, os colegas e os amigos que encontramos pelo

caminho nos conecta, envolve, expande e ilumina. Esses contatos jogam

luz sobre aspectos nossos que até então eram desconhecidos. Trazem à

consciência conteúdos inconscientes. Olhamos para o outro e temos a

ilusão que queremos algo que não sabemos o que é, e que ao encontrarmos

finalmente seremos felizes, assim como imaginamos que o mundo

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aí fora é. Procuramos respostas olhando para fora. Para mim, mais do que

as respostas, interessam as perguntas. Ao invés de me perguntar: O que

quero da vida? a pergunta essencial é: O que a vida quer de mim? Quais

meus dons, potencialidades e habilidades que não estou utilizando e

seriam úteis para fazer um mundo melhor? Não precisa ser nada grandioso,

que tenha impacto planetário. Talvez seja escrevendo, limpando

a rua, consertando algum objeto, prestando um serviço de qualquer

natureza. O importante é que ali haja entrega, amor, alegria. Às vezes

nos enganamos buscando conhecimento de forma quase compulsiva.

Conhecimento é libertador, mas é preciso transformá-lo em sabedoria.

Como? Compartilhando, colocando-o à serviço dos outros. A escola nos

traz conhecimento, a vida Sabedoria. Encontrar o ponto de equilíbrio

entre ambos é nossa tarefa. Não podemos permanecer como um observador,

desvinculado, que olha através de uma lente própria. Experimentar

outras lentes e descobrir novos olhares, novas perspectivas, novos

pontos de vista e novas cores faz-se necessário. Viver é uma jornada que

não sabemos onde (e se) termina. Não há podium, não se chega a lugar

algum, somente caminhamos. E quanto mais consciência colocarmos

nesse trajeto, melhor. Quando descobrimos que “nossa casa” é nosso

próprio corpo podemos voltar, olhar para aquela criança, suas raízes, suas

relações, suas alegrias e seus traumas lembrando que velhas chaves não

abrem novas portas! Como dizia Mark Twain, a história não se repete, mas

rima. “MITAKUYE OYASIN”

de todas as pessoas, que um dia moraram e fizeram parte da história da

comunidade constantinense.

Sou natural de Constantina, nasci na comunidade de Rodeio Alto,

saí de lá ainda jovem e depois retornei ao município, onde permaneci por

mais algum tempo. Agora são 21 anos de moro em outra cidade, mas

mesmo distante, retorno com bastante frequência a esta terra querida,

da qual carrego muitas lembranças e saudades.

As memórias que tenho, são de uma infância alegre, e que me

enchia ainda mais de alegria, toda vez que meus pais me levavam até à

cidade. Como eu residia no interior, ir à “sede”, e ver a igreja matriz, a

praça Getúlio Vargas, o Kibar, a escola São José, a farmácia Domingas, o

colégio das Irmãs ... sempre era um evento. Estes são os lugares que mais

sinto saudades, pois ficaram marcados com significados muito especiais.

Agora o município está muito diferente visualmente, pois evoluiu,

cresceu, ganhou características modernas e atuais, mudaram as paisagens,

os contornos das ruas, das casas e deram lugar a novos espaços,

mas continua sendo uma cidade acolhedora, aconchegante e tranquila

para se viver.

Também trabalhei neste município como professora, e com certeza

aprendi muito. Foi ali que descobri o gosto pela educação e o caminho

que queria seguir. Me sinto imensamente feliz e lisonjeada por contribuir

com esta história. Constantina, minha cidade natal.

Jussara Dal Pupo

Professora

De Constantina para São Leopoldo/RS

Parabenizo os responsáveis envolvidos na produção desta linda

obra, e que através deste belíssimo trabalho mostram o carinho e o

orgulho de fazerem parte desta cidade, e também reconhecem o valor

André Luiz Mognol Drabach

Mestre em Educação Matemática pela UFPR, professor e empresário.

De Constantina para Curitiba/PR

São muitas as boas lembranças da minha cidade natal, Constantina.

Apesar de ter saído com aos 17 anos, lembro-me com muita alegria

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dos detalhes de minha infância e juventude. Das partidas de futebol no

Ginásio Municipal, das salas de aula do Colégio São José, dos meus professores

e colegas. Quantas lembranças na memória!

De recordações podemos construir histórias, contadas e registradas,

transcritas ou transcriadas, e eternizá-las em livros. As histórias que

constroem nossa existência não só contribuem para definir nossa maneira

de ser no mundo, mas representam ao longo da nossa caminhada a construção

da nossa identidade. Contar histórias para crianças, por exemplo,

estimula diversos aspectos, tais como, a imaginação, o lúdico, favorece o

desenvolvimento intelectual, afetivo e de habilidades sociais. O hábito da

leitura e escrita, por sua vez, ajuda no desenvolvimento da criatividade e

raciocínio lógico.

Enquanto professor, constantinense, alegro-me ao ler histórias

contadas por crianças constantinenses, nesse livro. Parabéns aos que

pesquisaram, escreveram, leram, releram e organizaram cada uma das

histórias que aqui estão. Com muito carinho, um grande abraço!

que adquirimos conhecimentos e assim poderemos mudar a realidade do

nosso país, estado e município.

Parabéns a todos os envolvidos que deixam suas histórias registradas

através desse livro.

Cleci Voss

Funcionária Pública

De Constantina para São Borja/RS

Parabéns aos idealizadores deste maravilhoso projeto, que oportuniza

aos cidadãos constantinenses participar na construção de sua própria

história, preservando e cultivando os valores de seus antepassados.

Deolmir Variani

Comerciante

De Constantina para Carazinho/RS

Na minha época de estudante foi muito difícil. Precisava me deslocar

da Linha Bressan até a cidade, percorrendo 12 km a pé para poder

estudar. Quando chovia, ia a cavalo. Naquela época, devido as faltas

de condições, eram poucas pessoas que moravam na zona rural e que

tinham a oportunidade de estudar. As famílias eram numerosas e na agricultura

todo o trabalho era braçal. Acreditava que com o estudo poderíamos

mudar aquela realidade e ter uma vida melhor.

Deixo minha mensagem as crianças e aos jovens constantinenses:

Aproveitem a oportunidade e estudem bastante. É através do estudo

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Adelar Anacleto Tres

Membro do Tribunal de julgamentos Fiscais/TATE/SEFIN – Secretaria da Fazenda

De Constantina para Ariquemes/Rondônia

Nasci em 15 de abril de 1961, na Linha Tres. Sou o primogênito

de quatro filhos de Ido e Graciema Zatti Tres. Em seguida, nos mudamos

para a cidade de Constantina. Na infância lembro-me de diversas façanhas,

fazíamos bonecos de neve, muitas brincadeiras saudáveis, já que

não havia internet.

Depois de Constantina, moramos em diversa cidades do Paraná e

Mato Grosso. Atualmente sou auditor fiscal do estado de Rondônia, em

vias de me aposentar. Sou formado em Direito e Matemática. Sou casado

com Rosane Walter Tres e dessa união tivemos três filhos: Alyne De Constantina,

Debhora e Alexandre.



Fico gratíssimo pelos momentos que vivi nessa querida e acolhedora

cidade. Obrigado por deixar tantas histórias registrada nesse livro.

Milton Ricardo Laureano

Instalador de fibra ótica 5G

De Constantina para Paris/França

Cumprimento aos meus amigos e familiares constantinenses!

Constantina, terra amada onde passei minha infância! Muito

jovem fui para a cidade para São Paulo em busca de novas oportunidades.

Segui novos caminhos! Fui trabalhar em Portugal, onde morei

por 20 anos e construí minha família. Tenho 2 portuguesinhos, David e

Mariana.

Atualmente moro na França. Em todos os lugares que passamos

temos a oportunidade de conhecer pessoas e culturas diferentes.

Através da leitura também é possível viajar e conhecer outros

lugares e culturas sem sair de casa. A leitura nos traz sabedoria e conhecimento,

abre os nossos horizontes para coisas que nunca imaginávamos.

Agradeço e me sinto honrado pela oportunidade de contar um

pouco da minha história através desse livro.

Angélica Berton

Micropigmentadora e empreendedora

De Constantina para Caxias do Sul/RS

Sou filha de suinocultores da Linha Savaris, fiz o Ensino Fundamental

na Escola Municipal General Osório e conclui o Ensino Médio na

Escola São José. Iniciei minha primeira graduação na UPF de Passo Fundo,

comecei minhas atividades profissionais na área da estética em Sarandi.

Logo em seguida me transferi para Caxias do Sul para atuar no mesmo

ramo onde busquei mais aperfeiçoamentos.

Hoje sou empreendera na área da estética, estudante de Bio Medicina,

proprietária da Clínica Lá Finezza, juntamente com meu marido. Os

ensinamentos passados pelos meus pais, familiares, as amizades e a cultura

adquirida junto à comunidade constantinense ajudou no para meu

aprendizado e me deu preparo para construir minha carreira pessoal e

profissional.

Sou muito grata pelas minhas origens pois me tornou a pessoa

que sou hoje. Que bom ver tantos relatos reunidos em um só livro.

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Andrio Lazaretti Sartori e Giseli Pescador

Coordenador da Agencia da Cresol em Petrolina e atendente de crédito

De Constantina para Petrolina/PE

Com muita alegria agradeço a oportunidade de fazer parte desta

obra e parabenizo a todos pela iniciativa de construir este livro.

Constantina, lugar cheio de boas recordações, lugar aonde nasci e

neste lugar aprendi muita coisa que me ajudou profissionalmente e pessoalmente.

Me orgulho em dizer que sou filho de agricultores, Adecir e Marlei,

sou formado em administração, hoje trabalho como coordenador da

agência da Cresol em Petrolina/PE. E com ajuda da minha companheira

Giseli Pescador estamos tentando expandir o papel do cooperativismo

para o nordeste do Brasil.

Sempre que podemos retornamos para Constantina para matar a

saudade dos familiares e amigos.



Carmem Roncaglio Zanella

Extensionista Rural - Emater/RS – Ascar

De Constantina para Gramado dos Loureiros/RS

É muito bom ver iniciativas como essas que oportunizam eternizar

lembranças, e por falar em lembranças, falar de Constantina vem

em mente a Linha Capinzal, comunidade onde nasci e lá vivi com minha

família até o ano de 2001. Comunidade acolhedora onde se preservava

muitos bons costumes. A religiosidade era muito forte, as famílias se reuniam

em pequenos grupos ou na Capela Nossa Senhora de Fátima para

juntos rezarem. Havia muita colaboração entre os vizinhos e amigos.

Filha de agricultores tive uma infância muito boa. Sempre gostei

muito de estudar e sou muito grata pelos excelentes professores que tive,

ainda muito jovem, tive oportunidade de trabalhar como professora, profissão

que exerci por 5 anos e que muito contribuiu para minha vida profissional.

Hoje trabalho na extensão rural e me realizo como profissional

por poder continuar próxima das famílias agricultoras e poder contribuir

no fortalecimento da agricultura familiar.

Parabéns aos idealizadores deste lindo trabalho! Parabéns, Constantina!

Neivo Mari Durante

Comerciário

De Constantina para Passo Fundo/RS

Nasci na Linha Scolari no ano de 1966. Aos 11 anos fui para o

Seminário, como não deu certo voltei para casa para ajudar meus pais na

lavoura. Casei com 19 anos. Fui agricultor, comerciante, motorista, motorista

do transporte escolar e trabalhei na construção asfáltica de Constantina

a Liberato Salzano.

Mas foi como escultor, motivado pelas palavras do amigo Gilmar

Ferrarezi que segui minha vida como artista. E assim, com muitas dificuldades

enfrentadas, deixei Constantina para me aperfeiçoar.

Muitas histórias poderia contar para as crianças, mas o fato que

mais marcou foi uma conversa com o saudoso Padre Guilherme. Antes

de falecer, Padre Guilherme pediu para que esculpisse a cruz de madeira

para ser colocada em sua sepultura. No dia do seu falecimento eu e minha

esposa, Marizete Scarci Durante, viramos a noite trabalhando para que

seu pedido fosse atendido. Ao pé da cruz está com minhas iniciais, NMD.

Tenho muita devoção e fé no Padre Guilherme.

Agradeço a oportunidade em deixar registrado uma parte da

minha história e feliz por ver tantas histórias eternizadas nesse livro.

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Claudiomiro de Oliverira

Agricultor Assentado da Reforma Agrária

De Constantina para Herval do Sul/RS

Passei minha infância na Linha Savaris, estudei na Escola Municipal

General Osório e Idalino Conteratto foi meu professor o qual tenho

uma grande estima e reconhecimento. Por ser de uma família muito

pobre, precisava estudar e trabalhar na roça.

Para melhorar de vida, saí pelo mundo. Passei fome, frio e por

muitas dificuldades. Hoje valorizo tudo o que tenho, sou feliz com a família

que constituí, a minha esposa Lúcia, o meu querido enteado Emerson

e aos meus filhos amados, Clemer e Camila.

Agradeço por ser lembrado nesse livro e deixo meu recado para

todas as crianças de Constantina, estudem bastante e sigam na luta pelos

seus sonhos, valorizem seus professores e reconheçam a sua importância

dos seus mestres na sociedade.



Crescendo Vivendo e

Aprendendo

Do antigo povoado de Taquaruçu, surge Constantina, município

localizado na região do Alto Uruguai, distante 365Km de Porto Alegre.

Seu nome é oriundo da última denominação de Benjamin Constant.

Possui uma extensão de 203Km². A população estimada, segundo

IBGE/2021, é de 9.903 habitantes e sua densidade demográfica, de 48,08

hab/km². A economia da cidade baseia-se no comércio e agricultura.

Constantina é a terra do povo organizado onde a cultura, educação,

cidadania e a solidariedade fazem parte do seu dia-a-dia.

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UMA CANÇÃO PARA CONSTANTINA

Letra: Jaci Rodrigues

Constantina terra fértil que abrigastes

Bravas famílias de colonos migrantes

Construíram capelas e escolas, surgiu o ensino,

Nasceu a história tão linda e muito importante.

Em tuas terras, as sementes produzem frutos.

Agricultura e pecuária são abundantes.

O escudo em formato de cuia

Traduz as riquezas, o progresso e a tradição.

É um desenho magistral em tua Bandeira,

Que traz a data da tua emancipação.

A coroa com quatro torres de prata

Revela os nomes que tiveste até então.

Refrão: Terra querida...

Terra querida teu povo é forte

Florão do Norte do Rio Grande

Meu berço idolatrado, meu torrão

És tu Constantina

Vizinha e mãe de Municípios da Região

Apicultura se torna flor pelas flores,

Teu comércio, tua indústria são pujantes,

És o destaque do Alto Uruguai gaúcho

Com os teus filhos a ti exaltando o amor constante.

A cor da paz das lindas matas e do ouro

Em teu pendão são cores vivas e relevantes.

Refrão: Terra querida...

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