Revista_PUCRS_193
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Especial
“O FUTURO DA SAÚDE PÚBLICA
TENDE A SE TORNAR CADA VEZ
MAIS DIGITAL, INCLUINDO O
ALINHAMENTO DE ESTRATÉGIAS
INTERNACIONAIS PARA A
REGULAMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO
E USO DE TECNOLOGIAS
DIGITAIS PARA FORTALECER
A GESTÃO DE CRISES
FUTURAS.”
THIAGO VIOLA,
PROFESSOR DA ESCOLA DE MEDICINA
disseminação do novo coronavírus,
predizendo locais geográficos
de alto risco.
“O futuro da saúde pública
tende a se tornar cada vez
mais digital, incluindo o alinhamento
de estratégias internacionais
para a regulamentação,
avaliação e uso de tecnologias
digitais para fortalecer a
gestão de crises futuras”, avalia
Thiago Viola.
Sobre os impactos da Covid-19
na saúde da população,
os professores destacam que as
principais implicações negativas
em adultos incluem o aumento
de sintomas de fadiga crônica,
sofrimento psicológico, problemas
de sono, sintomas de depressão
e ansiedade. É importante
considerar, também, que
pesquisas apontam que os fatores
de risco para os sintomas
acima são “ser do sexo feminino,
apresentar preocupações com a
família, medo de infecção, contato
próximo com a Covid-19,
sentimento de luto e/ou ter sofrido
algum impacto socioeconômico
familiar, como a perda do
emprego”.
Em relação ao comportamento
da sociedade sobre a saúde
pública, os pesquisadores Alexandre
e Thiago afirmam que alguns
laboratórios de pesquisa já
estão mapeando o que foi mais
efetivo em termos de cuidados
sanitários, visando à futura prevenção
de novos casos.
TEMPO PARA CURAR
Manoela Ziebell de Oliveira,
coordenadora do Programa de
Pós-Graduação em Psicologia
da Escola de Ciências da Saúde
e da Vida, afirma que, diante da
realidade de outros países, já
são esperados os impactos da
pandemia na saúde mental da
população de forma geral.
O medo da contaminação, a
ansiedade com relação ao desempenho
nos múltiplos papéis
que as pessoas tiveram que conciliar
(como trabalhar, cuidar de
casa, auxiliar os filhos com ensino
remoto, entre outros), o aumento
nos níveis de depressão e
de ansiedade, além do aumento
da violência doméstica e suas
consequências, são alguns deles.
Além disso, aumentaram as
incertezas relacionadas ao futuro
como um todo – seja no âmbito
profissional, econômico ou de
saúde – especialmente, entre as
pessoas que se encontravam em
situações mais vulneráveis antes
da pandemia.
Mesmo entre pessoas per-
cebidas como saudáveis, observaram-se
sintomas de definhamento
(sensação de estagnação,
vazio, abatimento) após tantos
meses de isolamento. Para driblar
medos e inseguranças, Manoela
alerta para a importância
de manter os cuidados como o
uso de máscara e de álcool em
gel e evitar as aglomerações.
“Uma dica também é a prática
de mindfulness (exercício
de atenção plena no momento
presente), para aqueles com dificuldade
de concentração ou ansiedade.
Também será preciso
renegociar limites e tarefas do
dia a dia conforme uma maior
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