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1
Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP)
Cardoso, Vagner, 1967
DIÁRIO DE MINHA MORTE / Vagner A. Cardoso: Poesia –
2ª Edição – Brasília/ DF/ Brasil – 2022
Poesia Brasileira.
2. Poesia: Literatura brasileira
3. Poesia: Vagner Cardoso
2
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição
pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma,
seja mecânico, digital ou eletrônico, por fotocópia, gravação,
etc. – nem apropriada ou estocada em sistemas de bancos de
dados, sem a expressa e formal autorização do autor.
Copyright © 2008 by Vagner Alves Cardoso
2ª Edição 2022
3
Dedico este livro a minha querida tia Idalice Calazans (In
memoriam), a mulher mais importante na minha formação.
4
Para minha doce Kokoro, dedico esta segunda edição. A
minha estranha, que me fez perceber que para a vida existe um
louco e quase sonoro mistério, e que tudo, até mesmo o amor
é um grande despertar para a morte. Que me ensinou que o
amor existe e que não há nada mais incondicional que ele,
mesmo quando vem acompanhado pela morte.
5
CARTA DO AUTOR
Resolvi escrever DIÁRIO DE MINHA MORTE pelo
simples fato de crer que a vida tem de ser dividida, mesmo
que o silêncio seja maior que as palavras ditas.
Aprendi que não podemos ser felizes sozinhos;
precisamos ter alguém "cuidando” de nós todo o tempo. Mas
não pode ser qualquer pessoa; tem que ter algo em comum
conosco. E creio que, se você se deu ao trabalho de estar
lendo este pequeno pedaço de mim, é porque você tem algo
de especial.
Poesia é necessariamente vida. Não aquela que vemos
nos comerciais de televisão, mas aquela que sonhamos e
tentamos trazer para a nossa realidade. A poesia, de certa
forma, é parte da nossa alma.
DIÁRIO DE MINHA MORTE contém alguns “erros”
gramaticais de segunda e terceira pessoa, os quais são
propositais para o que eu desejo enfatizar em cada frase
escrita.
Peço a você, se te for possível, que você leia este livro
não com uma visão de leitor passivo, mas de leitor integrado,
pois o principal é o amor que ele contém, e, sem amor, não
seríamos absolutamente nada. Amar é estar além dos limites
do convencional, já que não existe uma forma específica para
tal, é sentir, tocar, emudecer ou discursar... Amar é abrir o
peito como em louca poesia de existir.
DIÁRIO DE MINHA MORTE é um livro para viajar, em
dó maior, na rota do amor.
6
Capítulo I
De desejo corar
Paixão sem limite
Que com beijos
Afoga-lhe
Desejo de amar
Aquele amor dinamite.
7
Esperar pelo beijo perdido
Pelo amor escanduro
Pelo sonho sem sentido
Esperar pelo abraço apertado.
8
Solitariamente
Fico sonhando
Com teu sorriso
E amor, ardente
E não só eu sinto
Uma falta (tamanha)
Já que esta chuva
Que agora cai
É o choro doce
Que sente nossa ausência,
E lava-me com grossas lágrimas,
A espera de ti.
9
Um coração pulsando
Um olhar ardente
Sonhos e ilusões
Pulsando peito nu
Os olhos ao tempo
E o corpo ao relento
Nos sonhos da vida
Em devaneios d’amor
Amar,
Desejo de teu calor.
10
Enrosquei-me em teus loiros cabelos
E naveguei em teus olhos
Verdes – azuis
Sem ver o mar
Que de amar / se fazia
E nos devaneios das ondas
Embriaguei-me nas,
Doces doses de mel
De teus lábios de luz
Que de amor seduz.
11
Sonhar o tempo passado
E perceber que nada foi sonhado
Tempo perdido
Sonho errado.
12
Amanhece céu azul
Menina – anjo
Amanhece sol dourado
E um menino feliz
Amanhece num novo dia
Um sonho feliz
Amanhece em rosa d’ouro
Crianças sorrindo
Feliz... Feliz.
13
Beijar-te
E sentir
A emoção do
Teu ser.
14
Amarelou o dia
Sem teu sorriso
E escureceu-se
Sem tua palidez
Não havia alegria
Pois você não o olhava
Entristeceram-se
Os minutos e às horas
Que já não passavam
Porque à morte fria
Separou-os.
15
O fim nunca vem;
Nós é que vamos.
16
Amei-te como homem
Nu ao tempo
E as glórias da vida
Evolui-me nas nuvens
Do teu jeito simples
De seduzir
Amei-te assim
Simples e obtuso
Meio sem jeito
Sabendo não saber agir.
17
Vidas vazias
Sentimentos perdidos
Onde o sertão
É árido e seco
É feito ao coração
Paisagens perdidas
Nos desejos d’outrora
Com gosto de solidão.
18
Rolar pelo gramado
E disfarçar a paixão
De amizade e emoção
Rolar pelo céu
E disparar de peito simples
E pura dedicação
E no êxtase querer
E de querer
Apenas amar.
19
Assim começa o sonho
Num peito aberto ao vento
Amar, sonhar...
As tardes felizes
O eterno desejo
O começo de um querer
Desespero sem saber
O prazer de namorar teus olhos
O amar em teu sonhar
O sonho de um desejo
Amar, amor
Num arder d’um sonho em flor.
20
POESIA DA SOLIDÃO
Caminho rouco
Nesta euforia permanente
D’um trago louco
Da bebida quente
Sou ébrio perdido
Um poeta mimado
Com amores esquecidos
Caminho rouco
Pela avenida dos pensamentos
Trazendo no peito
O desejo quente
D’outros sentimentos.
21
Capítulo II
22
O amor disforme
Que me espera
Na cama de pregos
O sonho dolorido
O clamor despedaçado
Meus teus sonhos
Que sucumbem aos sonhos
O olhar do vampiro
Corre na direção da noite
O escombro do peito nu
É meu dilema
Um desejo na solidão.
23
O zumbido do ventilador no teto
O barulho do colchão mesclas de palhas
O eterno silêncio da solidão
Ruídos incógnitos
O vazio sonoro da saudade.
24
Você e eu
Somos algo assim
Feitos e prontos
E perdidos de querer
Amar e desesperar
No peito à paixão
No coração o querer
Assim, assim...
25
A bunda que adorna
Este couro malfeito
Esconde a cadeira
E seus pequenos defeitos
O corpo que encanta
Este anoitecer
É o sonho que alimenta
Meu pequeno ser.
26
PASSATEMPO
Passar o tempo
Olhando estrelas
Desfilando sorrisos
Claros e brilhantes,
Passar o tempo
Sentindo o suave odor
Que exala teus corpos
Lisos e macios,
Passar o tempo
Ouvindo o troar selvagem
Da tua voz melodiosa
De relâmpagos,
Passar o tempo
Sonhando, sonhando
Mulher que amo
E nunca encontro.
27
Sonhar teus lábios
Belos e rosados
Sonhar teu amor
Sonhar e do sonho
Sentir teu desejo
E deste jeito
Sonhar sem acordar.
28
Olhar teus olhos
E embriagar-me pelo desejo
Sonhar e imaginar teus sonhos
E deliciar-me com teus encantos
Beijar tua boca suave
E delirar no desejo de estar
Um gole de você e descobrir
O essencial de viver.
29
Passa o tempo, envolta dos vivos
Sim dos vivos, pois os mortos não
Tem ciência do tempo perdido
Num sonho eterno...
A vida transcorre atoa, enquanto
Aguardamos o sopro sutil do tempo.
30
Na louca paixão
A rosa pura e suave
Abre o coração
Para o desejo sorridente
Que não é breve
Nem transparente
E que se faz mistério
Noturno sem estrelas
Com sorriso sério
Simples à flor
Desabrocha
Sonhando-se amor
Como a canção
Que quando criança ouvia
E ainda guarda no coração.
31
Desejo e paixão
Calor e
solidão.
32
Amar, amar...
Acordar e ver o mar
Nos teus olhos nus
Sonhar, sonhar...
Despertar no eterno amar
Dos teus olhos de luz.
33
PACIÊNCIA
Esperar...
Solidão anciosa
De um acontecer
Sem imaginar
Esperar...
Desejo do novo
Da loucura
Esta suave paixão
Num longo sonhar
Esperar...
Pelo concreto
E pelo incerto
Por amor antigo
E por atração vanguarda
Esperar...
Pela rosa desperta
Pelo carinho suave
Por uma janela aberta
Por um coração de coragem
Esperar...
Com a certeza de quem não conhece
Com todas as palavras por dizer.
Com o abraço que aquece
Com imenso e eterno querer.
34
Estrada afora
Céu acizentado
De noite estrelada
Recordações de dentro
Do íntimo
Saudade, de gosto tenro.
35
Acorrento-me
A saudade que vive
Um peito nu e lacrimoso
Abstrata arte de sofrer
Um gosto ausente
E um nunca esquecer.
36
Um gole da paixão
Um trago de saudade
Uma mordida da solidão.
37
Pensar em você
Mais uma vez sofrer
Sonhar com a loucura
Do amor
E apenas desaparecer.
38
Minha mão na água
Segurando teus cabelos
O beijo sofrido
Doído, doído
Meu olhar abatido
No teu perdido
O desejo esvai-se
Então se fez a escuridão
Na casa mal-assombrada
E meu peito dolorido
Da dor da solidão
Encheu-se com o vazio
Da penúria e da podridão
Beijei as bombas
Que brindaram meu olhar
Um sonho d’alma
Que divaga quando
Vê o mar.
39
ADEUS
Beijei tua boca
E nem percebestes
Vaguei em teus sonhos
E não me sentiste
Despertei-me
Em teu peito
Mas não acordaste
E agora enquanto
Mato esta paixão
Persegues-me
E não me poupa
De nova ilusão
Ah! Grande sonho
De beleza tenra
E olhar cândido
Esquece-me
Para que eu não o faça
Já que o sonho
É-me permitido
E nem por isto esquecido.
40
Amanhecer na areia da praia
Sentindo tua brisa e teu beijo
Despertar numa beira-mar
E em teu beijo me apaixonar
Na tua voz
Que é suave como a balada dos ventos
Enlouquecer de paixão
Amar – noturno
Estes versos de canção.
41
Capítulo III
Negros
Lisos
Longos
Teus cabelos
São encantos.
42
Canto nossa última canção
Na vã esperança
De não perder esta paixão
Detalhes do passado
Lembrança vivida
D’um beijo apaixonado.
43
Amei teus cabelos
Como amei a mata
Teus olhos e boca
Amei em desespero
Amei-lhe sem pressa
Por puro desejo
Amei mulher sonho
Como num filme d’arte
Que nunca tem fim.
44
Saber onde esta
E como se sente
Saber o que fazer
E como é saber?
Saber tantas coisas
E nem sempre saber
Saber amar
Esperar saber sonhar
Saber perder
Sem saber perdoar.
45
Ficar inteiro
Para poder encontrar-te
Ficar sóbrio
Para aprender amar-lhe
Ficar sonhando
Para não ter que acordar.
46
Olhos floreados
Beijos molhados
Cabelos enrolados
Abraços apertados
Amores sonhados.
47
SENSAÇÕES
Amar
Sem nem saber
Sonhar
Sem ter por que
Acordar
Sem nem perceber
Viver
Por puro prazer
Querer
Pela emoção do acontecer
Ser
Pela emoção de amar.
48
Sonhos de olhares inesquecíveis
Sonhos alucinantes d’amor único
Sonhos desesperados de saudade
Sonhos d’amar-te muito
Sonhos d’um eterno romance
Saudades em sonhos
Da tua falta me esgano
Saudades.
49
Mar d’eterno céu azul – celeste
Flores do teu cheiro inimaginável
Encanto dos encantos das minhas fadas
Minha natureza não me engana
Meu coração que já é teu
Morre com tua falta
Meus céus, agora, são negros
Meus mares escureceram
Morro aos poucos na tua falta
Enquanto meus sonhos de ti florescem
Na gigantesca saudade dos teus abraços
Numa eterna vontade de teus beijos.
50
A UM AMOR
Agora estou aqui pensando
Em você.
Teu jeito suave de
Fazer-me feliz –
Teu sorriso, corpo –
Vejo em imagens
Tuas palavras
Se tornarem
Minhas fantasias.
Agora, aqui pensando
Em você – ouço músicas
Românticas no rádio –
E sou capaz de sentir
Tua presença
Desejei-te tanto
E de forma voraz
Que nem sei como
Dizer
Agora pensando em você –
Gostaria de poder
Tocar-lhe, beijar,
Mergulhar nas formas
Do teu prazer
E fazer um poema
Para você me amar.
51
Nós profetas coxos
Admiramos as belas
Mas não só o corpo
Porque o corpo
Não expressa à verdade
Se os olhos mudam
De cor
E os cabelos perdem
O tom.
52
GOLES
O sonho
E a saudade
Aumentam
Em meu peito
Nu
De paixão
No meio
Da fumaça
Esta solidão
A saudade
Do teu seio
Nu
Assim, assim...
Como sempre
Vi
Perdido
Na ilusão
Da saudade
Da paixão.
53
SABOR DE SONHO
Amo o pecado
Como quem sonha
E sonho acordado
Teus cabelos
Despenteados
Teu corpo desejado
Amo acordado
Como quem ama
Em pecado
Beijando teus lábios
De paixão molhados
Em um sonho apaixonado
Amo um sonho
Que já sonho acordado
De amor sem pecado
E com olhos vidrados
Em seu abraço apertado
Um amor antes sonhado.
54
SONHO DE AMANHÃ
Meu sonho
Só começa amanhã
Quando teus braços
Encontrarem-me
No abraço apertado
Que teu carinho
Traz-me
O sonho
Vem amanhã
Nos beijos e abraços
De corpos molhados
E ardente paixão
Como já não existe mais
O sonho
Que esta a caminho
É de flor
Sem espinho
Morena
Como a paz.
55
Sol de outono
Leva-me daqui
Para onde só sonho
Ter beijos sabor caqui
Sol de outono
Sou poeta perdido
Neste mundo
Escondido
Na saudade do
Meu amor
Sonho de outono
Que é sol
Escarlate
Leva-me ao meu amor
Eu já comprei uma caixa de chocolate.
56
Quero lhe sorver
Toda, todinha...
Sentir teu corpo
De mulher molhadinha
Cheio de querer.
57
NEGRA
Negra
Como o sol
Que inexistente
Negra
Como pérola
Abstrata
Saudade
Inerte e negra
Como a sombra
Do desejo
Que me assola
Teus beijos
Longos...
Negra
Fria e negra
A dor
Desta saudade.
58
No peito o sonho
Do homem feito –
O amor de primavera
O velho olhar do desejo,
Bela flor
Que se aquece
Encolhida sobre o peito
O sonho, rosa – rubro
De amor.
No peito o sonho
Que se desfaz
Dando lugar ao real
A vida se compraz
Uma fome saciada
Um desejo morto.
59
Sol,
Chuva,
Teu olhar brincando
Sob a luz do falar
Na canção dos Deuses
De um eterno amar
A natureza e o desejo
Numa paixão mútua
De uma sensação contínua
D’uma vida que não se esvai
Desejo sombreiro
Do homem só
Num sonho
De sol e chuva
Numa noite
Deveras.
60
CAOS
Iniciou-se o fim
As rosas murcham
As paixões acabam
O estranho começa
O que era chama
Em breve será cinza
O que era belo
Logo será esquecido
As amizades
Perder-se-ão no tempo
As paixões
Acabam-se assim
Fim do fim
Do início também
Já não haverá flores
Não existirão grandes amores
Nem chances para um começo
O que se tornou brasa quente
Logo será cinza do tempo
O vistoso,
Não será lembrado
Os amigos
Calados desaparecem
Como as paixões que acabam
Assim, assim...
61
Amanheceu
Novo luar
No horizonte
Verde
Tão verde mar
Aconteceu
Um breve espaço
Certo toque
De só sonhar.
62
TOQUE
Um copo
Um gole
Um sonho acabando
Um beijo no queixo
Um cigarro
Um trago
Um oi, abafado
Olhando no olho
Cegos de alma
Na mesa de bar
Vazia.
63
OLHAR
Olhei
Do balcão do bar
Suave morena
Canção de amar
Olhei bebericando
Olhos castanhos
Pensando, amando
Coisas de amar.
64
Noite no bar
Acontecendo amar
Noite neon
Olhos paixão
Noite no bar.
65
Olhar
No fundo dos teus olhos
Amar
Do fundo do meu coração
Cantar
A todos uma eterna paixão.
66
Amei seus sonhos
Sem nunca os conhecer
Beijei seus beijos
Sem nunca os sentir
Desejei teu corpo
Assim, assim...
Em sonho.
67
Amar, amar,
Sendo assim
Brilho no olhar
Sem jamais ver o fim
Saltar nos sonhos
Amar nas nuvens.
68
No sonho
O amor descoberto
No amor
Um sonho desperto.
69
O desejo
A pele morena
O beijo vermelho
O toque
Puro ensejo
Do carinho
Perdido, suave
Amor perdido
Saudade.
70
No vergão
Vermelho
De dor e timidez
O sonho
D’amor sem sensatez.
71
Sensual
Como a maçã
Tua boca
Simplesmente sorri.
72
Teu olhar
Vagueia pelo universo
Como poema
Cantado em verso
Poema ou prosa
O que importa
É o teu regresso.
73
Sonho um sonho
Quase esquecido
Perdido e morto
Nada arrependido.
74
Amar assim
É sem jeito
Sonhar assim
Melo sem jeito.
75
Sonho
Pensamentos infames
Quando penso em você
Meu amor cresce
Num desespero ardente
Sonhos, sonhos...
D’um desejo incontrolável
Que me esmurra
Incansavelmente
Sonho-te
Com um sonho
Que nunca sonhei antes.
76
CONFISSÃO
Beijar teu beijo
Cheirar teu cheiro
Respirar em tua nuca
Descaradamente cair
Em tua boca
E te amar
Sem desespero
Eternamente
Este é o meu desejo.
77
COPO
O copo ainda cheio
O beijo escondido
Atrás do olhar
Quase perdido
Sorriso na boca
Amor despercebido
O gole acabado
O peito esfolado
O desejo incerto
O gosto meio amargo
Os olhos vidrados
Os sonhos corados
Nos cabelos enroscados
Em um copo pelo meio.
78
Sonhar
Seus lábios
Sonhar
Seus olhos
Luar
De beijos
Luar
De amar
Olhar
Seus sonhos
Olhar
Seus mundos
Vagar
Seu corpo
Vagar seu amar.
79
Ver sua boca
Estremecendo
Ao meu olhar
Sentir teus olhos
Fechando-se
Ao meu tocar.
80
Capítulo IV
Olhar você
É como ver o crepúsculo
Teus sonhos molhados
E os beijos apaixonados
Noite romântica
Com céu estrelado
Suave sonhar
Ah! Olhar você...
81
Flor suave
Toque gentil
Amor mostarda
De desejo infantil.
82
Desejo começa assim
Um olhar
Um sentir
Um beijo ao vento
E perder-se no amar.
83
Beijos doces
E olhar meigo
Jeito gentil
Desejo suave
Pretexto...
84
No sonho rasgado
De emoções e querer
O desejo molhado
Do beijo e do prazer.
85
O peito chama
O coração reclama
O sonho inflama
O corpo exclama!
86
Meu maior prazer
É amar-te
Meu maior querer
É beijar-te
Meu amor maior
É sonhar-te.
87
O céu azul neon
Com teu olhar
Que de azul
Só o brilho estrelar
Lembra-me o tempo
Que aprendia a amar
Os sonhos
São os mesmos
Os desejos mal de adulto
E os beijos
Melhores no escuro.
88
Amanhece no horizonte
Dos profetas e magos
Embora a lua
Ainda esteja lá
Branca, suave
E nua
Como teu olhar
Amanhece no coração
De todos os tempos
As horas perdidas
Em branda emoção.
89
Amor amar
Amo, amas, amamos...
Amar, sonhar, amar
Amo, sonho, amo
Devaneios de paixão
Enquanto leio contos
De amor e solidão.
90
COPO
O copo cheio
A cabeça vazia
O desejo latente
O sexo da ironia
A mesa ao lado
O peito em agonia
O sonho inacabado
A morte que sorria
Amar, amar...
O copo ao meio.
91
O
Peito
Nu
Como
Sempre
Foi
O
Seio
Cru
Nem
Sempre
Um
Oi!
92
Amar teus olhos
É brincadeira de criança
Amar teus sonhos
É viver por herança.
93
No sonho louco
Do homem só
Perdido, morto
No sonho de vida
Um desejo perdido
Eterna despedida
Morto
Assim como deve ser
Num sonho louco
Tão louco de doer.
94
O medo do sonho
Abalo da terra
Um parente medonho
Escombros
Fruto do sonho.
95
Cada trago
Um sonho
A cerveja esquenta
Na solidão da noite
Acontecem mil foices
Sem nenhum estrago
Nenhum sonho
Embora não contenta
E busque noite
Afora luzes
No fundo de cada
Copo...
Doce contenda.
96
Anjo mal perdido
Será?
Numa vida verso
E prosa...
Aliás,
Muita prosa.
97
Roubo, roubo
Bobo, bobo
Bobo da corte
Que dança heavy
Sem saber
Quem é o político
Que canta.
98
Mensagem dum
Sonho
d’um show
Perdido nos sonhos
Duma vida sofrida
Mas valida...
99
A força das minhas
Palavras mal (ditas)
Não alcançam teus ouvidos
O baile que extasiados
Assistimos não vês
Convidaram
O amor que queremos
Não apareceu.
100
A luz do olhar
Ilumina meu caminho
Desaparece o amargo
Enche-me de carinho
A luz do encanto
Que teu olhar emana
Enche de graça.
101
DIFÍCIL
Amo o desconhecido
O misterioso e o descabido
Amo o obscuro,
O difícil, o pecaminoso
Amo teus beijos loucos
E tua fúria lasciva.
102
A canção de amor
É como um filme
Paixão e seu calor
Amar, amar de verdade.
103
Olhos que se encontram
Perdidos na imensidão
Amor perdido
Na imensa solidão.
104
Algumas vezes brilho nos olhos
Outros lábios molhados
Vez por outra coração que bate forte
Noutras frios na espinha
Quase sempre paixão
Outras vezes amor
Mas nunca só
Nunca atravessado
Sempre sem prever
Sem saber.
105
Estouram os champanhes
Abrem-se os vinhos
Viva – é Natal
Os sorrisos abrem-se
Palavras amigas
Palavras de amor
Início de viela
Talvez
Quem sabe
Nem eu, nem você
No fundo do coração
Amor
Estacionado
Há muito tempo
Há tanto tempo
Que já nem lembro mais
Como é como foi
Como sonham os arcanjos
Afinal sonhamos de teimosos
Por medo de partir
O coração ou ir
Quem sabe
Mas, é Natal
Hora de sonhar
E amar
Hora de acordar
Para poder sonhar.
106
PAISAGEM
Abandonaste-me
Em tua porta
Deixaste-me a teus pés
Hoje vais lembrar-se de mim
Como um passado
Que irá a tona amanhã
Irá sonhar com meu ser
E irá beijar minh’alma
E eu vou estar ao teu lado
Para protegê-la
D’uma forma que não sabemos
Ao certo.
107
Deprimente
Este estado
Em cujo qual estou
Perdido no sonho.
108
GIN-SODA
No balcão
Deste bar
Luto e reluto
Contra esta tempestade
Um gole... Outro...
O mundo parece pequeno
Diante meu desejo de gritar
Neste balcão
Perdido nas luzes
Bebo e me embriago
Sinto um cheiro
Que mais parece um convite
Caio na bebedeira
Pois não há ninguém aqui
E ainda é cedo
Diante o balcão
Do bar
Bebo e vejo
A chuva
Que cai lá fora
Como pedras sobre mim.
109
SENTIMENTOS PERDIDOS
Sentimento perdido
Entre os sons da música
E as lágrimas
Que caem dos meus olhos
Florescente sonâmbulo
Vazio no peito
Alma em frangalhos
Escuros pensamentos
Perdidas ilusões
Sentimento perdido
Ilhado nas emoções
Desejo e aparições
De um jeito
Que nem sei como
Fazer desaparecer
Frusto o passado
Ao afogá-lo em idéias
Como nos meus
Sentimentos perdidos.
110
OLHAR
Olhei ao vazio
E de repente
Encontrei-lhe
Como n’um pensamento
Meio sem jeito
Forcei o olhar
Percebi um louco brilho
A lhe enfeitar
Meus olhos pararam
No exato momento
Que cruzaram os teus
Percebi a loucura
E como bicho
Sai em evasão
Mas não te esqueci
Nunca vou esquecer
Quando olhar no vazio
Sempre vou te ver.
111
OCULTOS
Este mistério
Que me fascina
Dentro do peito incha-se
Como incerta paixão
Pensamentos escondidos
Que nem sei como dizer
Pois de tão ocultos
Causam-me bloqueios
E de tão incertos
Levam-me a loucura
Uma névoa
Densa e cinza
Envolve a palavra
E causa-nos silêncio
Que não é absoluto
Mas quase ouço os teus pensamentos
Num certo mistério
Que em dúvida
Prefiro a espera
Que muitas vezes
Maltrata-me
E me angustia
Abre minha fome
De desejo
E aumenta minha curiosidade.
112
SEUS OLHOS
Vejo seus olhos
E sinto um frio na espinha
Meu coração bate tão forte
Que não sei explicar
Vejo teu olhar
Amistoso e simples
Como uma flor-do-campo
Sem querer me aproximo
E beijo tua face
E adormeço
E sonho
Um lindo romance
Que nem sei como
É exatamente
Vejo teus olhos
Doces como mel
Aproximo-me
Fico tão perto de Deus
Acho que é mais que simples paixão.
113
Sonho acordado
Um sonho descompassado
De forma inquieta
Quase desajustado
Este sonho isolado
É meio sim meio não
De uma verdade
Que teimo não acreditar.
114
Um jeitinho
Quase alienígena
Tão meigo
Que meu olhar
Perdeu-se no teu
Pequena e delicada
Como uma flor
Alojei-me em teus sonhos
Sorri com tua poesia
Exagerei nas doses de amor
Este jeitinho
Quase inocente
Que inocência não impôs
Desmaio de ternura
Por tão inesperado amor.
115
ILUSÃO
Um brinde (solitário)
Em homenagem ao teu olhar
Que perdido entre as pessoas
Chega-me aos olhos
Um gole por você e por mim
Por existirmos
E por estarmos aqui
Perdidos no tempo
No mundo
E na vida (deste dia)
Ontem (confesso)
Sonhei com você
E nem sabia
Que você existia
Outro gole
Por estarmos aqui
Neste momento
Neste instante
No mesmo pensamento.
116
AFTER DAY
Enquanto a chama viver
Todo dia é de amor
Com a nuvem que se cobriu
Todo momento é de se viver
O calor do teu corpo
Todo instante é puro
Como no paraíso
Que ainda não conheci
Assim como você
Mesmo assim
Encanto-me com a doce música
Mágica do teu olhar
Que me encanta até sem
Cruza-lo
Então enquanto a chama viver
Todo dia é inesperada paixão
É simples emoção
Regada de flores
E sentimento sem razão.
117
LEMBRO-ME
Lembro-me dos dias de sol
Que saíamos a passear
Mãos dadas
Lábios entreabertos
Prontos a beijar
Olhos brilhantes
A tudo observar
Ainda me lembro
Dos passeios em torno
Do lago
Onde havia cisnes
Gansos e patos
Que como nós
Estavam ali para namorar
Lembro-me dos beijos escondidos
Entre árvores
Como o amor perdido
No deserto dos bares.
118
Capítulo V
119
Por entre vultos
Olhamo-nos
Com certa sede
De saber
Olhares cruzados
Pensamentos turvos
Embriagados de desejo
Por entre vitrinas humanas
Um observa ao outro
Com certa vontade
De amar-se
Uma vontade tão grande
Que não cabe no desejo
Desejo de beber
Um mundo de paixão
Que não entra no papel
E não é estável
Como o paraíso
De puro céu.
120
As sombras que vão e vem
Provocadas por meu sol imaginário
Cheias de perfis
E olhos arregalados.
121
Desculpe-me por nunca
Ter ouvido teu falar mudo
E não teu percebido –
Tua heróica manifestação
Desculpe por eu nunca
Ter entendido teu olhar calado.
122
Saudade
Que não passa
E esnoba
Desejo
Que não acaba
E me ensopa
D’um suor
Nem sempre esperado
Saudade
Desejo
Num amante desesperado.
123
Ah! Esta luz do teu corpo
Para o tempo em meus olhos
Tua imagem é tudo o que vejo
Sopra-me uma brisa de felicidade
Que como você enche-me d’alegria
Pulso o coração vorazmente
D’um amor eterno
Saudades...
124
Beijo-te toda
Como antes não havia te acontecido
Abraço-te d’um jeito que jamais te abraçaram
Embriago-me neste amor
Que também não conhecia
Arrebata-me um desejo
Que não posso conter
Tão pouco posso saciar
Morro aos poucos neste sonho impossível
Em que jamais poderei acordar.
125
Quero ter em mim
Teu corpo nu
Teu jeito menina
Meio maroto de ser
Quero ver teus olhos
Brilharem d’amor.
126
Amanhece
Em meus sonhos
Em meus pensamentos
Vejo você
Teus olhos
Ah! Teus olhos doces
Doces como meus sonhos
Sonhos de menino-homem
Homem apaixonado
Apaixonado por você
Por teus olhos
Por teus frutos
Por teus sonhos
Em mim, agora
Amanhece.
127
Teus cabelos encaracolados
Escuros
Estes teus olhos brilhantes
Castanhos
Sua boca doce
Vermelha
Seu jeito
Que me perco todo
Quase sem querer
Vez por outra sem saber
Perco-me de vontade
De beijar e beijar-te
Toda
Como merece
Como devo
Como posso
Tocar teu mundo
Teu sonho
Ser verso e prosa
Para alegrar-te
Para fazer-me teu
Encho-me de desejo
Neste esvoaçar de sonhos
Ah! Como quisera eu
Ser o universo
Para poder ser teu
Eternamente!
128
BAR
Um bilhete
Num bar...
Um sonho
Ilusão
Um olhar trocado
Uma imagem viva
Uma resposta
Uma esperança
O retorno d’um sentimento
Há muito perdido
Descobertas confusas
Encontros fatais
Flores perdidas
Em jardins estranhos
Com música breve
Ternura
E desencantos.
129
PALHAÇOS
Amor
Frente à janela
Cabelos soltos
Pensamentos esvaídos
Companheiros de solidão
Todos os palhaços
Perdidos num picadeiro
De pura paixão
Amor
Neste circo de vida
Teus olhos negros
Tua roupa florida
O desejo me invade
De sonho destorcido
Um tanto de loucura
Meio paixão
Como a bebedeira
De minha ilusão.
130
DESEJO
Olho teu rosto
Todos os dias
Penetro teus olhos
Mas não tenho coragem
De dizer-lhe
Quanto te gosto
Peço socorro a Deus
Para dar-me coragem
Mas não consigo
Dizer-lhe minhas emoções
Por favor... Socorro...
Preciso tanto de você
Teu carinho
Tua atenção
Sei que você não me olha
Mas meu amor
É crescente e não deixa
Que eu desista deste sonho
Às vezes penso que os deuses
Brincam comigo
Mas não importa
O que me interessa é que
Olho teu rosto.
131
Uma forma no ar
Dentro do metrô
A cada instante uma nova
E inusitada chance
Rodeios intermináveis
A cada estação
Roteiro de sentimentos
Rodeio de ilusões
Sentimento perdido
Parado na estação.
132
Sonho teus olhos
Pequenos faróis d’amor
Sonho tua boca
Vermelha paixão
Como sonho você
Sem nada
Nem solidão.
133
MÚSICAS
Se você quiser
Eu posso tentar
Fazer-te tão feliz
Quanto sonhamos juntos
Não amávamos
E não sabíamos o que é amor
Se você quiser
Te amo como nunca sonhei
E nem em sonho pensei
Vejo as estrelas
E sonho... Sonho...
Com teu colo macio
Tua pele morena
E teus carinhos
E por isso
Se você quiser
Busco-te como sonho
E te amo como nunca
Sonhamos
Mesmo dormindo
Pois mulher
Te desejo como minha
Se você quiser... Vida.
134
Uma flor
Uma flor pesada
Uma flor real
Flor que me atrai
E me envolve
Flor que me encanta
E absorve
Uma flor.
135
Amei-te hoje desesperadamente
D’uma forma que não sei dizer
Algo alucinante
Meio sem querer
Até mesmo sem saber.
136
Sonhei esta noite
Com teu cheiro
Teus beijos
Sonhei como o luar
E você brilhava nele
Teu perfume
Invadia-me
Os poros d’uma forma que não sei dizer
Amei-lhe meio sem querer
Como mágica.
137
No balcão do bar
Sonho com o amanhã
Teus braços em mim
Gosto doce do teu amar
Um copo um gole
E meu sonho aumenta
D’um jeito
Que não se sabe falar
Já sinto tua boca morena
De sabor adocicado
A me buscar
Vejo teus olhos negros
Que se parece noite
Como estrelas
Teu brilho sangrar.
138
Solidão, membro ativo
Amor, terno de paixão
Saudades perdidas
No peito sofrido
Da doce desilusão.
139
Amar teus beijos
Como um louco
E faminto sonhador
Embriagar-me em teu corpo
Como ébrio de paixão
E sedento poeta
Sonhar em teus seios
O puro e casto sonho
Dos profetas mansos.
140
Amanheço nu
Em meio ao teu corpo
Feito de espumas
E sangue rubro
Amanheço perdido
Em meio aos sonhos
De uma noite fria
Cheia de solidão.
141
BEIJO
Um beijo
Eterno como o universo
Que me faz viver
Uma vida que esqueci
Um passado que não existe mais
Como um eu
Que há muito morreu
Um beijo doce
Que de tão doce
Deixa as frutas com inveja
E de tão simples
Faz o universo delirar
Que de tão louco
Esvazie os manicômios
E por tanta paz
Eleve o espírito à pureza
Somente um beijo
Que por prazer
Se autocontrola
Mas não enxerga seu limite
Onde um refúgio
Seja angelical
E anjos com suas trombetas
Anuncie-nos.
142
Foge do meu olhar
Esconde-se na multidão
Dos teus pensamentos
Teu universo desconheço
Com teu príncipe
Não sei se pareço
Mas gosto do teu brilho
Não sei, acho que suspiro
Deixo correr teu sonho
Sem interferir
Procuro me encontrar
Nos teus cabelos negros
Que agora está aqui.
143
OBSESSÃO
Morena que tanto desejo
Que encanta meu olhar
E faz disparar meu peito
Ah! Como és bela
Neste aquário
Em que lhe vejo
Seduz-me à distância
Leva-me a loucura
Sem ao menos olhar-me
Te desejo apenas
E na verdade nem sei por que
Sou como o menino
Na doceria
Quando te vejo
Morena que nem conheço
Desejo-te de uma forma
Tão louca
Que chego a duvidar
Que existo
E insisto em querer.
144
Subo cadafalso
Ilusões atônitas
Mergulho de cabeça
Desejo d’amar
Asfalto negro
Selva de concreto
Ilusões d’um sonho
De amor distante
Beijo meu eu
Enquanto espero
A morte
Morte do sonho
Que vira realidade
Sem desespero
Sem solidão
Apenas água
N’um lago
De paixão.
145
FLOR
Eu... Não sei ao certo
Sou uma flor
Sim, uma flor
Em teus cabelos
Decorando teu sorriso
Sou a flor dos ventos
A brisa que toca sua pele
O vento que joga teus cabelos
E te arrepia
Sou uma flor de teu prazer
Que te faz serrar os dentes
E te leva à loucura
Uma flor que ornamenta
Tua vida
De um jeito discreto
Mas sincero
Meio louco... Talvez
Mas a beleza da flor
É como amor
Louco e emocionante
Como a vida.
146
CERVEJA
No balcão do bar
Um gole perdido
Na cerveja com gosto
De amor e solidão
No balcão do bar
Um olhar sofrido
Comprido, comprido...
Saudades da paixão
No balcão do bar
As lembranças enchem o peito
De desejo calado
Com gosto de álcool
No balcão do bar
Solidão efeito
D’um jeito maltratado
Com nuanças de saudade.
147
Desejo, desejo
Sonho, som tinhoso
Do desejo ou ensejo
Meio sem jeito
Das minhas palavras
A você, me declarar
Declarar o meu desejo
Eterno desejo
De te amar
Como os pássaros
Ou como os peixes
Do jeito que a natureza ensinou
Desejo, desejo
Sonho tinhoso
De quem quer amar.
148
Quero-te
Deste meu jeito sincero
De dizer-lhe: Amo-Te!
Quero-te, quero!
Mulher, amiga, irmã, mãe
Como só você sabe ser
Deste jeito apaixonado
Mesmo sem me dizer
Quero-te.
149
Menina-mulher
Minha amante – minha mãe (postiça)
Teu jeito me atrai e assusta
Teu beijo me fascina
Teu abraço me assusta
Deste jeito sou sem jeito
Deste modo sou sem modos
Para Ter amor
Só basta teu calor
Para ter paixão
Basta dar-me teu coração
Mulher – menina...
... Apenas Te Amo!
150
Vila Mariana
Queridinha de nós
Paulistaninha da terra
Onde a noite se faz bela
Linda entre nós
Vila Mariana onde nasce o sol mais brilhante de
todos
E o paraíso está perto
A Santa Cruz fica bem do outro lado
Vila Mariana
Que o amor
Não é breve
A paixão é breve seguindo meu
Amor por você.
151
Canto hoje
Como não o fiz nunca
Canto com vontade
Pois o quero fazer
Canto hoje
Como nunca aprendi
Como não ouvi.
152
Tenho como amigo
Meu violão
Tenho no peito
Febre de uma canção
Tenho nos olhos
A imagem de uma paixão
Mas não tenho
A musa que inspira
À vontade
Que arrepia
E nem o fogo
Que antes ardia.
153
Solidão
Abocanhe-me novamente
Esta noite
Mas espero teu
Beijo suave
Como criança
Solidão
Espero-te
Mordaz
Ecálida
Pois sei que
Só tu
Compreende-me.
154
SONHAR
Sonhar
Doce encanto
Sonhar
Mulher que canto
Sonhar
O mais profundo amor
Sonhar
E sem desespero beijar
Sonhar
Todo o seu corpo
Sonhar
Feito de bronze
Sonhar
E pétalas lilás
Sonhar
E nunca mais acordar.
155
Solidão
Eterna paixão
Em mar de tristeza
Não existe correnteza
Que detenha esta dor
Causada pelo simples amor.
156
Os dias distantes
Foram-me doídos
De uma dor saudosa
E honesta
Antes de descobrir que
Sem você não poderia viver
E nesse mar de perpétua
Dor desdenhei o encanto do sorriso
Depois para meu espanto
Descobri que com você
Não poderia viver
O encanto morreu com
A violência dos atos,
Embora a paixão teime
Em resistir
E nessa confusão fiz
Opção, nem paixão, nem razão,
Apenas solidão
Não tenho mais palavras
Rendo-me a tristeza
De um dia
Ter sido feliz,
Sem ser reconhecido.
157
Você
Sonho e alegria
Você
Desejo em harmonia
Você
Olhando estrelas.
158
Tua voz me consola
Teu olhar me - alegra
Cantar em teus sonhos.
159
A poesia jovem que
Exalta a alma
Em que sofrem
Quase em calma
Aos poetas mortos
Que aqui jazem
Dou-lhes poemas novos
Como agora os fazem.
160
Imaginei-me
Com teu corpo
Esguio, nu em meus braços
Como sonho
De adolescente
Quase sem embaraços
Ah! Desejo enorme
Que me faz sonhar
Com beijos lânguidos
Como brisa do mar.
161
Capítulo VI
162
Amar tua face
Límpida como a luz
Amar tuas cores
Com jeito de anjo
Beber teu sulco
Com vontade
Beber tuas gotas
Como criança
Beijar tua face
Com sonhos decorados
Beijar teus desejos
Como pássaro acorrentado.
163
Sonhar teus olhos mel
Beijar teu corpo nu
Estes desejos de adulto
Já me é viveres
Como desejar o céu
Se ainda sou cru
Como pairo no alto
Desta torre de cárcere.
164
Lembrar o passado
É como sonhar acordado
Lembranças do querer
Recordando um grande prazer.
165
Vai e vem
Vai meu bem
Vai e vem
Que bumbum você tem
Vai e vem
Já estou neném
Vai e vem
Agarrar o seu bem.
166
Nesta de todas as estrelas
Apaixonei-me
Por teus olhos
E agora já não sei mais
Como perdê-los de vista!
167
A rosa é vermelha
O som é azul
O sonho natureza
Você, meu amor...
A rosa tem pétalas suaves
O som um romântico canto
O sonho um mundo próprio
Você, já não sei dizer.
168
Em certa ocasião eu disse:
O vazio é o nada composto pelo vago.
Hoje, creio que:
O vazio é o nada composto de amor.
169
Tudo tem
Começo, meio e fim,
Já passei o começo,
Entristeço com o meio
E espero com desespero o fim.
170
O BAR
O bar
A mesinha na calçada,
O copo quase cheio,
O cigarro ao meio,
O engraxate (garoto) que passa,
As horas, que ainda são as mesmas,
Os anjos que vagueiam
Na busca da paixão.
O bar
As luzes acesas,
As palavras no ar,
O medo no peito,
O garçom que gira a bandeja
O homem que canta e sorri
O mendigo que pede.
O bar
Os tragos voluptuosos,
A fumaça dos cigarros,
Os sonhos perdidos,
As mulheres benditas,
Os pensamentos sagazes,
O gelo e o limão,
A música de amor,
Ilidias de paixão.
171
CIGARRO ACESO
O cigarro aceso,
Queima como paixão
A loucura no peito,
Desaba na ilusão
O amor como ópio
Coroe a solidão
Amor, Ilídio de paixão
A beleza acesa,
Como amor ao luar...
Contravenção do sonho,
Ilusão e paixão
Agora o cigarro aceso,
É brilho e loucura,
Desejo e amor
Como feitiço sem sal,
Destemperado na dor
O amanhã será loucura
O amor desespero
Na baia do desejo
Queima o cigarro aceso.
172
LOUCOS
Loucos,
Somos todos loucos,
Loucos por amor,
Loucos de desejo
E embora loucos nos taxem,
Loucos continuamos a ser
Loucos, muito loucos
Loucos de tanto querer,
Loucos por nem mesmo saber
Loucos por não chorar
Loucos para amar
Loucos,
Somos todos loucos.
173
TRISTEZA AMIGA
Na tristeza,
A solidão não existe
Por não só ser a tristeza
Grande parceira,
Mas por ser motivo
De recordação.
Na tristeza,
Nem sempre é o amor o mal,
Ou o bem luminoso
Apenas traz o velho real,
Ou o sonho quase novo.
174
Ilídio e paixão
Tédio de solidão
Amor sagaz
Desejo que não se faz.
175
Amei teus seios nus,
Os quais jamais toquei
Meus desejos perdidos
Sórdidos ou não,
Mas certamente promíscuos
Beijei teus lábios carnudos,
Que nunca conheci
Deseja-se ou paixão,
Não sei, mas é muito mais excitação.
176
Se houvesse felicidade na distância,
Pombo – correio não seria
Seria preso após o trabalho.
177
Somos o pus
Que contamina o muco
Do fungo
Que se alimenta dos
Vermes.
178
E sobre o amor
Não há mais que dizer,
É só se aquietar do calor
Deste eterno, bem-querer
Não é preciso nenhum favor
Nem existe nada a fazer,
Vem ao peito com êxtase e fervor
D’um jeito que ninguém nunca vai saber.
179
O amor é como
Um raio de sol
Quando menos
Espera-se
Surge ao alto
Uma luz forte e
Quente.
180
Olhos
Boca
Sonhos
Nariz
Desejo
Cabelos
Um beijo
Beijar.
181
Amar, amar, amar
E me perder nos sonhos
De um pouco amar e amar
Sonhar, sonhar, sonhar
E desvendar a vida em sonhos
De te amar e amar.
182
Um beijo perdido
Um sonho escondido
Amar sem saber
E de tanto amar
Um eterno viver...
183
O desejo
Começa assim
Dedo no dedo
Mão na mão
Beijo no beijo
Depois deste tal desejo
Só mesmo a paixão.
184
VOCÊ
Teu sorriso
É minha recompensa
Teu olhar
Minha vontade de amar
Teu desejo
Meu ensejo de amor
Teu querer
Meu eterno desejar.
185
Amei por um longo
E silencioso momento
Teu olhar mimado
De sonho musa.
186
Amor verso temporal,
Que cria desejo
E torna-se imoral
Querer desenfreadamente
Paixão e excitação
Sonho de todo amante.
187
Amei em teus olhos
Um amor que não conhecia
D’um jeito que só você soube
Senti um desejo de te ver novamente
Ver teus olhos
D’aquele jeito
Que um dia eu amei
Ah! Como amei teus olhos!
D’um jeito que não sei explicar.
188
N’um escuro
De nossas sombras,
Onde só existimos nós
Amei por teus olhos
Como um sonho indescritível
Como nenhum sonho mostrou
Apenas amei...
189
Um nome
Molhado de chuva
Um sonho
De encanto e uva
Sonho chuva
Gosto de vinho, na boca
Suave ríspido
Beijo gostoso
Deste teu olhar.
190
Olhares trocados
Desejos largados
Ao bel-prazer
Desejos aparentes,
Nos corações ardentes,
Do tanto querer.
191
Nos beijos largados
Sonhos rasgados
De desejo e prazer.
192
A poética dos sonhos
É a dos teus beijos
A melodia do querer
É a de o teu fazer
A escultura erguida nos mares
É teu amor
O quadro da bela vida
É me perder nas tuas idas.
193
RENATA
Pele macia
Olhos de criança
Beijo perdido
Na face esperança
Cabelos soltos
Desejo suave
Amor perfeito
Muito mais que amizade.
194
No meio da rua um beijo perdido
No peito encardido um sonho
Na visão d’amor esperança
No meio do beijo de sempre criança
Na boca morta de mar-negro
No hálito perdido de sonho desfeito
No mundo cruel de sonhos sem desejos
No sonho de te amar
N’um amor perfeito.
195
Amanhã haverá
Um novo sol
Brilhante, brilhante...
Com teu nome
Nele estampado
O sonho será calor
E a paisagem de eterno amor
Amanhã o sol
Irá vibrar
Como vida nascente
O sonho de amar...
196
Na calçada do bar
Em que bebo
Teus olhos brilham
Iluminando a vida
Dos que passam...
Cada gole que sorvo
Cada copo que bebo
Um novo brinde se faz
Por você.
197
ANOITECER
O véu negro da noite,
Cintila vivo - brilhante,
De suas estrelas floridas
O sonho pertence aos amantes,
Em suas ilusões coloridas
A verdade já não é cega,
Tão pouco a escuridão envolvente
O amor mesmo longe é real,
E infinito como o horizonte
O véu negro da noite,
Aproxima o poeta do mundo,
Na harmonia da paixão,
Do papel bêbado e cantante.
198
O FIM
O lampejo de vida,
Carrega o sonho perdido
Solidão não existe,
Já que a morte se aproxima
Agora o amor não é tudo,
Tem muito menos calor,
O espetáculo é mudo
Sem muita forma ou cor
Apenas o beijo de escudo,
Para defender-nos da dor
O fim é certeiro,
Com seu enorme anjo negro
O adeus não aconteceu,
O suspiro não se ouviu,
Apenas o breve estalar
D’um beijo a acabar.
199
Protegi teu corpo
Com meu suor.
200
Amanhece no céu
Um novo tempo
Cheio de lágrimas e amor
Amanhece o dia
Cheio de canto
E um eterno ardor.
201
O sol do teu corpo
O calor do teu beijo
A vida que voa
No sonho que desaparece
A paixão se esvai
Como a vida sofrida
Do morto de cada dia.
202
Perdi-me na esperança de amar
Perdi-me sem nunca te encontrar
Navegando num verde mar
Mar de eterno amar.
203
Teus olhos são sonhos
Tuas palavras doce canção
Crescendo um amor me ponho
Amanhecendo sempre nova paixão
No teu olhar me perco todo
Nas tuas palavras enlouqueço
Como a ode que componho
Como o sonhador que pareço.
204
O sorriso brota nos lábios
Por acaso, e meio sem jeito
O olhar sorrateiro
O beijo jogado no ar
Amor, paixão ou excitação?
Na mesa de bar.
205
Teus lábios beijei sem querer
Nos teus olhos embriaguei-me
Nesta imensa loucura de ser
Amando, beijando... Sonhei
Amar, assim vale à pena...
206
Amigos, amigos...
Todos perdidos
Na mesa do bar
Ouvidos atentos
Sonhadores e sedentos
Amando, sonhando
Num canto do mundo
Amigos, amigos...
Cúmplices ambíguos
Copos servidos
Anjos sonhados
D’um jeito animado.
207
Amei-lhe
Só e perdido
No sonho
De nunca
Ter-lhe conhecido.
208
AMOU
Amou
Como
Sonhou,
Sonho
Simples
Paixão
De
Estar...
Amou
Assim,
Assim
Como
Poeta
A
Cantar
O
Mar
Amar
Azul
Da
Emoção
Amou
Como
Imaginou
Ser
209
Amado
No
Desenho
Límpido
Da vida
E
Os
Sonhos
Apaixonando
Tantos
E
Amou
Seu
Sonho
Maior
De
Amar
Sendo
Amado
Até
Que
O
Sonho
Acabou.
210
Tantos...
No desejo
Do teu beijo macio
Deslizei pelas
Sombras do prazer
Como um sonho
Que jamais vai acabar
Naufragando num mar
De eterno amar
No desejo
Que ora me alucina
Ora me reanima.
211
SAUDADE
Os olhos lacrimejantes,
Não são mais os mesmos
O azul do céu se perdeu
No imenso olhar saudoso
Minha alma morre na solidão...
Desejo-te solitariamente
Com cada fibra do meu corpo
A esperança me alimenta
Na vontade de sonhar-te
Em todas as estrelas
Ah! Mulher, mulher...
Cuja saudade faz sucumbir
Meus solitários ideais
Quanta saudade tenho
De você.
212
Abre-se no peito vã saudade
Louca e desesperada,
Ouvem-se gritos e clamores
Os bárbaros levantam poeira
Com suas espadas de aço forte
Embora ainda não haja guerra
As fêmeas civilizadas
Sentem seus corações tremerem
Ante tanta virilidade
A paixão mistura-se
Entre várias emoções.
213
Um copo
Um corpo
A mesa vazia
Um sonho
O hoje
Melhor que ontem
O amor que cresce
O desejo que rompe
O anjo que desce
Algo cantante.
214
Amanhã
Amanhecer
Acordar
Ao alvorecer
Um sonho
Perdido
Como homem
Sorrindo, sorrindo.
215
RECORDAÇÕES
Teus olhos morenos,
Que jamais enxerguei –
Teus lábios rosados,
Que dor tantas vezes beijei –
Esta distância,
Que me aniquila –
Este sonho,
Que nunca acaba –
Minha angústia,
É esta saudade –
Que soa em meu peito,
Como a eternidade.
216
SÓ
Tua luz é minha guia
Teu brilho
De estrela
Meu caminho
Como flor
Você é bela
Como sonho
Que se revela
O amor é teu nome
O sonho, meu desespero
A fome é só paixão,
Como um canto de pássaros
Em eterna solidão.
217
Teu brilho
De sol
Cantante
Faz-me feliz
Como poeta
Andante
Sonhando calor
E ser-te...
Amante.
218
Capítulo VII
219
Ah! Quisera eu ser poeta
Para cantar em teus ouvidos
O doce cântico do amor –
Quisera que em lua errante
Tornaste-me teu amante
Terminando assim minha dor. –
220
Teus olhos são estrelas de absinto
Que me embriagam...
Como se fossem hipnóticos
No brilho de cada um deles
Perco-me no céu da tua vida
Procurando flor perdida
Perdida nos sonhos
De um simples pensador
Teus olhos serão eternas
Estrelas
Que me encantam
E me guiam
Como sonho de um poeta
Que algum dia desejou ser.
221
Os teus olhos brilham,
Como estrelas da vida
Burburinho das tuas palavras,
Suaves como o som do mar
Teu perfume chega-me
Como brisa do mar...
Mar que m’entorpece
Ah! Este brilho do teu olhar
Olhar... Olhar
Saudade do teu amar.
222
Toda voz
Em que ouço
Tua canção
Ouço voz
De paixão
Que sem isso
Não haveria
Mais carinho
Calor e emoção
Como toda
Voz que ouço
Tua canção.
223
O homem só
Como sempre
Sonhou estar
A solidão do homem
Tão grande de dar dó
Nenhum passo a frente
Para não se afogar
O homem só
No chão da rua
Sangrando, sangrando.
224
Poeta falido
Procurando palavras
Buscando frases
Homem pálido
De várias vidas outras
E muitos, muitos lares
Homem poeta
Jogado na vida
Tentando ser profeta.
225
Corpos jogados
Perdidos na rua
Sonham passados
E eterna coroa
Corpos jogados
Na rua perdidos
Por sonhos largados
Na vida dos vivos.
226
Sonho assassino
Que a todo tempo mata-me
Sonho imaginário
Que a toda hora minha fantasia constrói
Sonho solitário
Que a solidão me leva
N’um breve espaço de tempo solto
Solto-me nas nuvens deste céu
Céu da tua boca
No beijo desesperado que sonho.
227
AMANHÃ
Amanhã ao anoitecer
Os anjos virão
Aos poucos, me conhecer
Pousando suaves
Como pequenas nuvens
Ou leves naves
Amanhã ao escurecer
Os cantos serão
De homem a renascer
Para uma vida longa
Num eterno
Mar de alvorecer.
228
SOMBRAS
O dia
Passando pela porta
À noite
Entrando pela janela
O peito
Que bate forte
O amor
É tudo que quero dela.
229
PALAVRAS
Palavras no
Papel em branco
Já não tão branco assim
Palavras no eco da mente
Que tonta é dormente
Palavras de flor da boca
Do poema da rosa quente
Palavra largada ao vento
Para amar o mundo nos quatro
continentes.
230
Obscuro
Nefasto
Sinto-me inseguro
Perdido, incerto
Na ansiedade
De todo o desejo
O terrível medo
Medo do conquistar
Medo do perder
Na troca incerta
Que a vida nos causa.
231
Quanto tempo
Eu sonhei com você
Em meus mais infinitos desejos
Na minha intimidade absoluta
Cheguei a ver teu rosto
Tua forma –
De tuas brincadeiras
Sempre participei –
Reaprendi lhe ensinando.
232
ESPERA
Sou um homem só
Na esperança da paixão
Caminhando por longa estrada
Em meio à eterna solidão
Sou homem só
Preocupado com amor
Esperançado de sonhos
Esperando teu calor.
233
Lua
Luar
Olhos
Da
Lua.
234
Na paixão absoluta
Não existe não
Somente sonho e labuta
E a arte da sedução.
235
Capítulo VIII
Loucura
Este querer
Loucura
Esta paixão.
236
Morena de cabelos cacheados
Beijo vermelho envergonhado
Teus olhos pequenos apaixonados
Enternecem-me solitário
Teu sonho é loucura
Meu desejo é amar
Nus e sem frescura
Na praia deserta beira – mar.
237
Amei teus olhos
Sem te conhecer
Amei apenas
Neste escurecer
A lua brilhando
O amor crescendo
Amando, amando...
Solidão morrendo.
238
Anjos, que vão e vem,
Nos céus perdidos,
Das calçadas alheias
Anjos perdidos,
Nos sonhos da madrugada,
Alheia e desconhecida.
239
Ai, que me mata está paixão!
Sussurros, sussurros...
Na madrugada adentro,
Adentro nesta excitação
Sonhos, loucuras, amor...
Desespero, desejo, calor.
Um ninho de loucura,
Um sonho sem pavor.
240
Amanhecem meus sonhos,
Amadurece meus cantos,
Escurecendo a visão,
Ensurdecendo de paixão.
241
Saudade,
À distância me corroí
Saudade,
Como este amor me doe.
242
KYO
Saudade...
Você não veio,
Vou-me embora, só!
Saudade,
Sentimento alheio
Triste de dar dó
Saudade...
243
DIA DOZE
Casais que passam
Namorados...
Amantes...
Desejos sonhados
Eterno prazer
De viver acompanhado
De amor a amado
De paixão a desejado.
244
Homem bizarro
Paixão – Solidão
Merda de vida frouxa
Esta solidão incoerente
O desejo da morte
São estes vermes
Da civilização.
245
Na escada
A mulher amordaçada
Jogada ao sol
Doída e abandonada
Na escada vermelha
De sangue
Homens perdidos
De cabeça ao vento
Procurando abrigo
Na mulher jogada
Doída e largada.
246
A CIDADE
A cidade agitada,
Pelo balançar das pernas
O mundo é sonhado,
Como uma enorme caverna
Passos soturnos,
Beijos honestos,
Rasgos noturnos
A cadeira arrasta-se pelo salão,
O toque correto,
O estouro da paixão,
De um modo discreto
A cidade balança,
Ao som das vozes,
Em cada passar de ancas
E olhares ferozes
Cabelos esvoaçados,
Na mão o tato,
Com sentidos aguçados
O ronco do motor,
Após o último gole,
Demonstra noite de amor,
E nada de morte.
247
Homem na janela
Vê a vida passar
Brisa que vai com o tempo
Com certo gosto de canela
Desjejum do amor
Homem na janela
Vê o pássaro cantar
Lembra-se de áureos tempos
De amor em pó
E caneca de bar em bar
Homem na janela
Já não sabe amar
E nem sabe há quanto tempo
Sua roupa é a chinela
Sua vida é sonhar.
248
O brilho do teu rosto
É como céu
Perdido em
Meu peito
Vazio.
249
Amanhã é um só sol
Ao novo amanhecer.
250
Teus olhos
Castanhos
Teus lábios
De mel
Encanto
De Deus
Na porta
Do céu.
251
O
Sangue
Frio
O
Homem
Morto
O
Calor
Vazio
No
Cais
Do
Porto
O
Amor
Esquecido
O
Beijo
Perdido
Aos
Pés
Do
Morto.
252
Escritos
De bar
Poemas
No mar
De eterno
E doce amar.
253
Sonhar
Acordado
Com teus
Beijos
Nus
Amar
Perdido
De sonhos
Esquecidos.
254
Beber
Sonhar
Querer
Amar
Palavras
Suaves
De
Suave
Olhar.
255
Amanhece
No meio da noite
No meu peito
Perdido
Ao encontrar
Teus olhos
Desejos
Fervidos
Amanhece
Assim sem saber
Beijos
Apaixonados
De bem
Querer.
256
O ENGRAXATE
Slap, slap, slap...
Faz o engraxate
Com a flanela
Slap, slap, slap...
É o samba
De baixa canela
Slap, slap, slap...
É o trocado
De encher panela
Slap, slap, slap...
Olha só
A língua dela
Slap, slap, slap...
Passa o dia
E Dona Maria na janela
Slap, slap, slap...
Canção solitária,
De flanela amarela
Slap, slap, slap...
Quente é esta mulher,
Quente é o beijar dela
Slap, slap, slap...
Faz o engraxate,
Com a flanela.
257
Capítulo IX
Beber em tua boca
Como um amante romântico
Morrer nos teus braços
Como solitário autêntico.
258
Os contos não são de fadas
Os poemas serão cachoeiras
D’uma água que é espada
Que perfura – o amor – e mata.
259
Oh! Dores firmadas
No sol do arquejar
Na lua do amor
Amaldiçoar esta dor
De entrelinhas.
260
Na rua
No caminho perdido
Dos pensamentos íntimos...
Caminho, caminho –
Como querendo atravessar o mundo
Pela rua caminho ferido
Como se sonhasse dormindo.
261
AMARGO
Mulher reima
Homem merduniano
Relapsos são d’amor
Ao beijo e a dor.
262
MEDOS
O medo me faz só
E por isso morro!
O medo me assusta
E por isso também morro!
O medo de amar e sofrer
Um medo de ganhar e perder
Não ceder ao medo!
Mas, morro assim mesmo
Embora vença o medo –
Quase sempre me embrulho na solidão
De uma cidade grande.
263
Olhar largado ao vento
Sonho largado no momento.
264
Beijos suaves
Venenos tímidos
Do luar de dezembro
Morte que espreita
Lábios descuidados
Da noite de dezembro
Movimento moleque
De beira mar – as ondas –
Do mar em dezembro.
265
Este longo dia
Que não me encanta
Longa jornada até a noite
Lívida do amargo pão.
266
ENCANTO
Teu encanto
Traduz o meu amor
Então choro nos cantos
O não sentir do teu calor –
Teus olhos belos e negros
Como canção de amor, triste
Que parece querer falar aos cegos
Do amor que existe.
Teus lábios molhados, vermelhos
Como céu, de sol raiar
No mar que também é espelho
Que quero e quero... Beijar.
267
Estou homem e só
Feliz talvez (envelheço)
Não sei dizer
Vou do tédio ao pó.
268
TRISTEZA
Se já não há amor
Só lhe resta chorar
E sentir a dor.
Se agora não há querer
Algum dia haverá
Quem sabe, noutro amanhecer
Se hoje não há olhar
Vamos apenas sonhá-lo
Passeando a beira mar.
269
POEIRA
Cai poeira...
Sobre o corpo imóvel
Largado na cama
Há teias d’aranha
Cai poeira...
Sobre a solidão infinita
E o eterno tédio
Perdido nas sombras da manhã
Cai poeira...
Escondendo assim o coração
Da mágoa do amor perdido
E das lembranças da paixão
Cai poeira...
Assim sem mais nem menos
Cai por cair
Como que para tolos cobrir.
270
Teus beijos
Luares azuis
Sonhos de verão
Sonhos e desejos
Neste céu azul
De doce paixão.
271
Em sonhos
Luares e paixões
Incitei o desejo
Anarquia feita
Naveguei nuvens
Assim, assim.
272
NOITE
Nesta sensualidade
Que teus lábios emanam
Floresceram meus sentimentos
Casual, quase banal
Noite estrelada
Quase sem vaidade
Do jeito dos que se apaixonam
Menor ordem, maior atrevimento
Como um ritual
Na noite calada.
273
Passam horas
Momentos perdidos
No espaço vago das lembranças
O desejo enorme no peito
O vazio d’alma.
274
Beijos doces
Largados, jogados
Ao vento
Beijos loucos
Apaixonados, alucinados
Intimamente.
275
A música no fundo
Das palavras ditas
Palavras perfumadas
Saídas da boca
Que não conhece
A alma.
276
Já é uma e pouco; ando meio agitado
E nem consigo dormir direito
Acho que por causa da “poeira”
Tenho feito muitas coisas; acredito
Que sou de ferro, mas estou enferrujando.
277
Luar você
É algo (assim) abstrato
Tristezas não existem
Carinhos é o retrato.
278
Eu aqui, virgem
De você
Que nem me olha
Na cara
Mulher, que odeio
E amo
Quero-te nua
Corada
Amando-me
Descarada.
279
COMPANHIA
Talvez não seja eu
Teu perfeito guia
Por isso não me siga
Pois posso não te levar
A lugar algum
Talvez não sejas tu
Melhor orientadora
Que eu
Pois talvez eu não queira
Ir a lugar algum
Talvez sejamos
Apenas companheiros
Por isso peço-te
Andemos juntos
Lado – a – lado
Como amantes
Que somos...
280
Maldade
Sonhos maus
Ilusões, fantasias
Pesadelos bons
Mal
Sinto mal
Só de pensar
Maldade
Ilusões
Pensamentos constantes
Sonhos
Derramados pelo peito afora
Fantasias
Que me fazem fugir
Da maldade.
281
Sou caipira
Por nascimento
Roceiro nasci
Gosto do mato
E seus conhecimentos.
282
Comecei, meio sem querer,
E agora, já no fim, não sei o que fazer?!
283
Palavras saem boca afora
Caem no papel
Como poemas vivos.
Deslumbrante e dourado
Como um imenso campo
De trigo.
Os anos caminham lentos
Sem percalços.
284
Eu tenho e tive
Muitos e muitos amigos
E jamais imaginei
Classifica-los
Poucos são mais
Que irmãos – amigos
Muitos são apenas
Uns conhecidos
A maioria ainda tímidos.
285
Capítulo X
Quo vadis...
286
Tem medo da paixão
Outros são bandidos
Destruidores de corações
Alguns já se foram
Nós iremos depois
Mas todos têm uma certeza.
287
Agora lá fora
Um frio imenso
Aqui uma voz sonhadora
Com uma vontade imensa de desabotoar tua
blusa
E simplesmente te amar.
288
Moleques, mendigos
Garotos sorrindo
Na rua te pedindo
Uma moeda um pão
Esperando ver sua compaixão
Uma dor na barriga
Homens, crianças e raparigas
A fome! Só aparece para quem
O que comer não tem.
289
FLÁVIA
Se todas as noites
Eu beijasse tua boca
- Como primeira vez –
Em todos meus sonhos
Anárquicos e famintos
E se todas as manhãs
Eu acordasse com teus beijos
Como uma ardente chama
De todos meus desejos
De papel e caneta
E se ainda, todos os dias
Com sol ou com chuva
Meu pensamento lhe encontrasse
Como meu coração clama
Como um poema de se ler na cama
Eu seria poema de louco
Como só imagina
- Nas telas de cinema –
De tanta alegria
De eterna paixão.
290
Beijo teus lábios
Desejo teus braços.
291
Meu mais profundo
Desejo
É agora roubar-lhe
Um beijo.
292
Morder-te toda
Fazer da noite
Mais que a simples fuga
E não usar o teu açoite
Que ainda incomoda.
293
A escada é o sonho
O sonho de cada um
Em busca do palácio
Sempre a subir, subir.
294
30 DE ABRIL
Parabéns pela comemoração
Deste teu dia
Embora todos os dias
Sejam dedicados a você...
Parabéns pela data
Que sejas sempre feliz
Que haja tantos motivos para agradecer
Quanto há estrelas no universo...
Obrigado por ter me permitido te conhecer
Mesmo que por pouco tempo
Foi realmente bom
Ter vivido esta experiência
Obrigado pelo carinho de despedida
Pela poesia que pude escrever
Pelo amor que pude expressar
E pelos risos que ainda guardo.
295
DORMIR
No percurso indireto do sonho
No dissimular das palavras
Na velocidade do pensamento
Uivando no desejo estridente,
O desespero da paixão
No encontro da saudade
O desespero é cruel
Na vida dos urbanos – sertanejos
Perdidos nas palavras
Carregadas de desejo
Num último suspiro indireto de sonho.
296
Saudades, saudades...
Sonhos de criança
Que jamais esquecemos
Desejos de adolescência
Que sempre recordamos
Como a saudade
Que os arremete alheio
Ao passado, a memória
Arrematando num único golpe
Todas as alegrias sentidas
Saudades, saudades...
297
Queria beijar tua boca
Enquanto me aconchegava
Em teus braços
Queria amar de jeito simples
Enquanto teu corpo
Afastava-se
Queria ser teu
No exato instante
Em que você sorria.
298
Encanta-me
O encanto dos teus olhos
Enquanto me espanto
Com esta saudade
De ver meus
Olhos te olhar.
299
A solidão já é menor
Um novo copo de vinho
Um sorriso ao longe
O poder do desconhecido
Numa mesa de bar
Com um copo de vinho
O eu esquisito
Abandonando a razão
Momento insólito
Diálogos molhados
Ao vinho
Sonhando paixão.
300
Agora chove,
Faz frio lá fora –
Sinto saudade
E tu tão distante –
Tenho vontade imensa
De beijar-te
E apertar-te contra meus braços
A chuva fina, lá fora
Lembra-me à noite
Que nos conhecemos
Quando o orvalho nos alegrava
Ah! Quanta saudade,
Como gostaria eu
De estar ao teu lado agora.
301
No sonho
Não há razão
No desejo
Também não
Viva as vidas crivadas
Pelas balas do coração
Este casamento de eterna festa
Selando a harmonia da paixão
À Mara e ao Bento
Os parabéns deste irmão.
302
Amar
O
Mundo
Cantando
A
Vida,
Como
Anjo
Perdido
Na
Solidão
Do
Mar
Amar
Sozinho
Até
Mesmo
Chorando
A
Paixão
Perdida
Como
Poeta
Sonâmbulo.
303
ESCREVO
Escrevo
Pensando em ti
Sublinho palavras
Sonhando assim
Campos, campos em flor
Sonhos, sonhos d’amor
Mulher amada
Que sonho apaixonada
E foge de mim
Correndo assim
O beijo, o medo
Amo-te sem jeito
Como um menino
Que escreve...
Escrevo
Por ti
Sonhando palavras
Amando assim
Amor flor
Flor d’amor
Minha amada...
Por ti escrevo
Quase sem parar.
304
Esbarro na porta
Que abre e fecha
Encontro-a de frente
Moleque ausente
Que sonho jamais ser
Quando encontrar teus lábios
De ouro mel d’amar.
305
BRINDEMOS
Um brinde,
Ao amor...
Que podemos sentir,
Um pelo outro,
Bem no fundo do coração
E mostramos no olhar
Meio escondido
Entre os óculos –
Um brinde,
Ao calor que chega
Ao olhar desejoso...
Que vejo agora,
Ao brotar do querer
Que penetra meu coração,
Ao delicioso aroma
Do amor,
Que me entope as narinas –
Um brinde
Ao existir do teu ser,
E teu corpo
E teus sonhos
E teu mundo
Ou apenas, um brinde por você.
306
TARA
Lambendo-te
Meus pensamentos desaparecem
Beijando-te
Meus sonhos escarnecem
Amando-te
Sonhos... Sonhos...
Lamber-te-ei loucamente
Beijar-te-ei unicamente
Amar-te-ei desesperadamente
Com sonhos e pensamentos
Com músculos e nervos
Com excitação e ternura
Com uma paixão sem frescura
Amar
Beijar
Desejar você...
307
Sonho,
Sonho sem parar
Um sonho medonho
De tu não me amar –
Sonho d’um jeito tal
Que me perturbo sem querer
Como assustado animal
Que não consegue correr –
Ainda bem que só sonho
Quase neste pesadelo (terrível)
No teu rosto risonho
Tenho teu beijo sensível
Beijo de bem-querer.
308
SOMBRAS
Corpo nu
Porta adentro
Percebo pelo som dos passos
Dos pés descalços
Suaves como música
A escuridão
Deste quarto frio
Aquece-se com teu transpirar
Já quase posso sentir seus lábios quentes
Encostarem-se nos meus...
Sinto o cheiro do batom
Do corpo
Posso sentir calor
O calor do seu corpo
Não posso ver totalmente
Mas sinto o toque
Dos bicos dos teus seios
Teus longos cabelos me tocam o peito,
As carícias das tuas mãos...
Teu resfolegar...
Ah! Meu doce refúgio,
Sonho-te todos os dias
Vivo-te todas as noites.
309
DEVANEIOS
Ruas
Esquinas
Mulheres
Mulheres nas ruas
Nas esquinas
Mulheres
Mulheres de rua
D’esquina em esquina
Noites
Amor
Dor
Noites d’amor
De dor
Noites
De dor e amor
Mulheres nas ruas
Noite d’amor
Mulheres nas esquinas
Noites de dor
Noites
Ruas
Mulheres
Amor
Esquinas
Mulheres
Dor.
310
JANELA
Janela
Janela de meu quarto
Que por entre vidros
Vejo-te em tua janela
Bela princesa só
Observo-te todo meu tempo
Olho teus olhos
Que não vejo
Mas, belos, imagino
Olho teu rosto
Que não conheço a forma
Mas, os traços desenho
Janela de meu quarto
Que por entre vidros
Noites e estrelas
Vejo-te
Bela e quieta mulher,
Mulher que jamais conhecerei
Mas, que sonho todas as noites,
Mulher distante
Mas, que me enche d’esperança
D’um amanhecer feliz
Menina – mulher
Da janela em frente a minha.
311
SONHOS ERÓTICOS
Desço meus olhos
Pelo a pelo
Por teu corpo esguio
Paro e reparo
Estanco meus olhos
Em cada curva
Cada início
Teus mamilos
Que me apontam o céu
Céu de todo meu desejo
Transpiro meu ardor
Até teu umbigo
Me regojiso
Com o perfume
Próximo do teu sexo
Peregrino como sou
Exato...
Desço e desvendo
Perturbo-me
Absoluto senhor,
De tua relva
E de cada gota
De teu calor
Passo meus olhos
Por teu corpo
Escancarando teu amor.
312
SOMBRAS
Sombras, afoitas ao se tempo
Começa a paixão
Tenra, quente, forte...
Declínio da solidão
Sombras, perdidas na noite
No desejo o sonho
Da mulher perfeita
Como tempo do so-ho
E nas sombras
Perdidas por um olhar
O desejo, a paixão...
Num eterno mal de amar.
313
OLHOS
Por entre perfumes suaves
Levo meus devaneios
Ao doce cântico
Dos seus beijos faceiros
No suave lembrar
De até sonhos enfeitiçar
Teus olhos brilhantes
A me mirar.
314
PENSAMENTOS
Subindo
Tornozelo
A
Fora
Descubro
Paixão
No
Desejo
Que
Me
Devora
Mulher
Meu
Sonho
É
Só
Teu
Agora.
315
PAIXÃO
Amar teus sonhos
Sem nunca me esquecer deles
Beijar teus lábios
Sem nunca saber o porquê
Desejar teu corpo
Sem nunca esquecer teu calor
Amar, apenas por amar
Sem compreender
Vivendo cada desejo teu
Como se fosse também meu
Amar, assim amando
Como se tudo fosse sonho.
316
PECADO MORENO
Amigos
Assim, assado...
Amigos sim
De olho no pecado
Pecado moreno
Na mesa ao lado
Amigos
E já se passou
Tanto tempo
E nenhum sonho mudou
Sonho moreno
De lábios mel
E corpo ardendo
Amigos
Amigos unidos
Vários amores
E por um remido
De olho na morena
Que nem lhes vê.
317
Você é simplesmente
Linda como um
Sonho de verão!
318
Amar
Amar
Sonhar
Sonhar
Amar e sonhar
Sonhar e amar
Breve tom
De apaixonar.
319
Sonhei acordado
Teu beijo
Acordei escaldado
Por puro
Desejo
De amar.
320
O sonho da paz
O desejo do amor
A fome de esperança.
321
Amanhece na vida alheia
O sol da tua saudade
O desejo escrito na areia
Por tenra puberdade
O calor é maior que o sol
E a paixão
De sonho em sonho
Desarmou a solidão.
322
Na flor da paixão
A cotovia canta e dança
Por teu amor e excitação
Torno-me eterna criança.
323
O beijo
Extremo de paixão
E desejo
Ardor
Que sobe ao peito
Feito amor
Num sonho
De meia – noite.
324
Desejei teus sonhos
Como se fossem teu corpo
Balbuciei palavras perdidas
Num amor romântico
De paixão sem fim
Perdi-me no desejo
De te amar assim...
325
O
Canto
O
Pranto
Numa
Noite
De
Lua
O
Amor
Quase
Santo
Que
Agora
Acaba
Num
Canto
Quase
Só
Cheio
De
Pranto.
326
A música
Romântica
Que ouço
O beijo
Que ainda sinto
O breve
Insinuar
Teu perfume
Faz-me sonhar
O beijo
Não existe
É apenas
A música
Romântica
Que ouço.
327
À noite
Dum sonho
Extremo amor
O dia
Duma grande
Paixão
Ardor.
328
Quero lhe amar
Como somente os pássaros
Poderiam amar
Quero lhe sonhar
Como somente os poetas
Poderiam sonhar.
329
Sonhar
Apenas sonhar
Com a paz
De te amar
E amar, e amar...
Sonhar
Com teus beijos
E em teus beijos
Perder-me
Até voltar
A sonhar.
330
VERDE MAR AZUL
Verde mar azul
Ver o mar verde de esperança
Num eterno desejo
Como simples criança
Mar de amar
E tanto beijar e querer
Que o mar nunca irá deixar
Meu coração lhe perder
Azul – mar, azul céu
Na eternidade da vida
Cobrir-lhe com o amor e seu véu
Num mar de estrelas céu.
331
FIM.
332
Vagner A. Cardoso é um baiano que desenvolveu o gosto
pela poesia desde criança, quando descobriu os grandes
nomes da literatura nacional. Publicou seu primeiro livro
“Diário de um Órfão” em 1992 e desde então nunca mais
deixou de colocar no papel suas ideias, expressões e
sentimentos.
Nunca tive muita competência com o amor, mas penso
que aprendi a escrevê-lo e acho que é desta maneira que
o irei carregar, em forma de poema. Cada
relacionamento uma nova musa, até que surgia algo
além do encantamento, da paixão... Ganhei muito mais
do que perdi, quando o assunto é relacionamento. Tive
muita sorte, muita mesmo. Conheci mulheres fantásticas,
guerreiras valorosas, amantes incendiárias. Infelizmente
nenhuma está aqui agora, embora eu desconfie que
333
alguma delas gostaria de ter permanecido. E eu me
cansei da busca pela utópica pelo “até que a morte os
separe”, algumas pessoas como eu, nunca terão esta
sorte.
Em 1992, no dia do lançamento do meu primeiro livro,
tive uma pequena amostra deste que foi e é meu destino,
a solidão. Lá no antigo Bar Paulicéia, uma noite cheia de
glória já que era o lançamento de um livro, do meu livro
de poemas, afinal o parto se concluíra e, apesar de haver
ali tanta gente amiga, sorrindo e brindando comigo eu
estava só. Assim cheguei e assim fui embora.
São muitas as coisas que descobri nesta caminhada,
como o perfume da tinta da esferográfica e do papel
antigo, como apreciar o cachimbo e o conhaque, o
charuto e o uísque, o romance e o vinho, a noite e a
música, a estrada e a motocicleta, e tantas outros
pequenos e grandes prazeres.
334
Contato:
vagner.poeta@gmail.com
@vagneracardoso
335