16.08.2022 Views

5ª edição - Revista Anamnese FOUFBA

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.




As Universidades Públicas têm sofrido ataques

ideológicos e cortes orçamentários que minam sua

saúde enquanto espaço de transformação social.

Os cortes no orçamento da educação superior e

da ciência e tecnologia caminham na contramão

da realidade do país, que, ainda em 2019, segundo

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), apenas 8,7% da população possuía nível

superior. Além disso, atacar as instituições de

ensino público superior e impedir que ela exerça

sua função social, política, intelectual, cultural

e científica, é sufocar um patrimônio imaterial

e irrestrito da sociedade, com consequências

incalculáveis que se perpetuarão por gerações.

É urgente a retomada dos investimentos nas

universidades como forma de enfrentamento

ao contexto da crise econômica por meio da

formação cidadã, da produção do conhecimento

e da inovação, somente possíveis por meio da

articulação das atividades de ensino, pesquisa,

extensão e inovação, pilares dessas entidades

Públicas.

O estudante que ingressa na Universidade

não deve considerar apenas que ali ocorrerá a

continuidade de uma trajetória escolar gratuita,

mas todas as possibilidades de um Universo amplo

e inclusivo, de profícuo confronto de saberes e

infinitos caminhos trilhados por uma educação

de qualidade. Estar em uma Universidade Pública

exige engajamento e reflexão. Não se pode

negligenciar a conjuntura política do país, já que

as prioridades orçamentárias refletem concepções

políticas e projetos de governo.

O frágil momento que paira sobre as universidades

clama pela voz e força de seus discentes,

docentes e toda a comunidade que usufrui direta

e indiretamente dessa entidade pública, que

impera educação em sua práxis. Juntos, formamos

uma geração de universitários que descende da

luta de quem sonhou com uma Universidade

Libertadora. Para cada um que resistiu, hoje

existem vários que persistem às custas dessa

energia infinda, que incendeia nossos corações

ávidos por conhecimento. Assim sendo, resistir

é nossa maior forma de luta, contra a tirania de

quem se opõe a liberdade do conhecimento e dos

corpos, da diversidade dos saberes e a importância

do diverso. A balbúrdia que se faz por aqui não

carece de cidadania e respeito para entender

qual a melhor opção de projeto que garanta a

manutenção do nosso patrimônio acadêmico


Entre as diversas possibilidades para o recémformado,

a pós-graduação stricto sensu é uma das

opções para o profissional que deseja seguir carreira

acadêmica. Esta prepara professores e pesquisadores

para atuarem nas diversas universidades dentro e

fora do país. No Brasil, existem vários programas

de excelência, que proporcionam o ingresso do

pós-graduando fora da sua instituição de origem,

promovendo novas experiências e desafios. Ao se

falar de pós-graduação de referência, a Faculdade

de Odontologia de Piracicaba da Universidade

Estadual de Campinas (FOP-UNICAMP) é

sempre almejada.

A FOP-UNICAMP atualmente possui seis

Programas de Pós-Graduação com níveis Mestrado

e Doutorado, e um Programa de Mestrado

Profissional. São eles: Odontologia, Biologia Buco-

dental, Estomatopatologia, Materiais Dentários,

Clínica Odontológica, Radiologia e Gestão de

Saúde Coletiva, todos considerados como de

excelência na Área de Odontologia, sendo que

dois programas possuem conceito máximo da

CAPES. Os programas têm por objetivo formar

docentes, pesquisadores e profissionais altamente

qualificados para atender a demanda da sociedade.

O programa de Clínica Odontológica, conceito

CAPES 7, possui 5 áreas de concentração, sendo

elas Prótese, Dentística, Endodontia, Periodontia

e Cirurgia Bucomaxilofacial. O aluno que

ingressar nesse programa desenvolverá atividades

de pesquisa e ensino, onde terá a oportunidade de

desenvolver e ministrar aulas, orientar alunos da

graduação na prática clínica e realizar pesquisas em

diferentes segmentos; tudo isso sob a supervisão

do Orientador ao qual foi designado. O perfil que

se espera ao profissional formado pelo Programa

é um pesquisador de excelência, de um docente

extremamente qualificado, apto a ingressar em

uma Instituição de Ensino do país ou exterior


e de um profissional da Área de Saúde capaz de

elaborar estratégias de melhoria da qualidade de

vida da comunidade local e/ou de outras regiões.

Além disso, um dos principais focos do programa

é o aumento da internacionalização da mesma,

tanto no sentido de atrair mais estudantes de

outros países, como na geração de publicações

científicas do Programa por seus docentes e

alunos, possibilitando aos alunos matriculados em

nível Doutorado realizar parte de seu trabalho de

tese em instituições de ensino estrangeira.

O programa de Radiologia Odontológica, conceito

CAPES 5, é o único do país com mestrado

e doutorado específico na área e pertence ao

Departamento de Diagnóstico Oral. Tal especificidade

estimula o aluno a possuir um forte vínculo

com áreas técnicas de aparelhos e exames

radiográficos, além de permitir a elaboração de

laudos que auxiliam em um diagnóstico mais preciso.

Também dispõe de uma clínica própria com

equipamentos de alta tecnologia, produzindo radiografias

e tomografias de excelente padrão de

qualidade e um corpo docente com profissionais

radiologistas de excelência. Com diversas linhas

de pesquisa abrangendo características e desenvolvimento

das estruturas do complexo crânio-facial,

imaginologia em odontologia, radiobiologia e radioproteção,

além também da utilização da Inteligência

Artificial, a Radiologia FOP/UNICAMP

é referência no país. Expandindo as fronteiras do

Brasil, também há um grande incentivo à internacionalização

dos pós-graduandos através de parcerias

com diferentes Universidades e Institutos

pelo mundo.

foi primordial para que abrisse meus horizontes

e fizesse enxergar com outros olhos a carreira

acadêmica. Essas atividades não seriam possíveis

sem o grupo PET Odontologia e a equipe docente

da FOUFBA, que desenvolvem e preparam

os alunos para as diferentes possibilidades que

os esperam depois da conquista do diploma,

e estimulam ao máximo para seguir a carreira

acadêmica e ir em busca das melhores instituições

para isso. A FOP - UNICAMP é referência no

Brasil em pós graduação e, quando me propus

a tentar, busquei os melhores conselhos de que

aqui era onde eu queria prestar e me formar

como docente. Hoje atuo na linha de pesquisa de

clareamento dental e desenvolvo pesquisas que

jamais imaginaria poder fazer parte. Realizar tudo

isso fora da sua instituição e cidade de origem pode

ser um grande desafio, porém ao se deparar com a

tecnologia, conhecimento e oportunidades que a

FOP nos oferece, me sinto cada dia mais preparado

e realizado, certo de que estou no caminho certo e

que irei colher bons frutos. Aos que pensam em se

desafiar e sair da zona de conforto e querem seguir

o mestrado e o doutorado, não só encorajo como

recomendo pesquisar bastante sobre a instituição

que você deseja ingressar, a possibilidade de bolsa,

se planejar e conversar muito com os outros

profissionais que já passaram por essa experiência.’’

“Seguir o caminho da pós graduação stricto

sensu nunca passou pela minha cabeça ao ingressar

na graduação, e no decorrer do caminho,

participar de atividades que envolvesse o tripé

da universidade - ensino, pesquisa e extensão -


“Por que escolher uma pós-graduação? Por

que a FOP-UNICAMP? Bom, esses são alguns

questionamentos que devemos nos fazer ao tomar

uma decisão tão importante após a conclusão da

graduação. Desde o início da minha trajetória

sempre soube que queria ser professora e

pesquisadora, por isso tentei aproveitar ao

máximo todas as oportunidades possíveis para

me apropriar desse sonho. Sou muito grata a

tudo que construí na Faculdade de Odontologia

da UFBA, aos professores, monitorias, pesquisas,

estágios, e, sem dúvidas ao grupo PET-Odontologia

que teve uma parcela essencial nesse processo.

Atualmente, sou mestranda do programa de

Clínica Odontológica na área de concentração de

Prótese Dental na FOP-UNICAMP e minha linha

de pesquisa é sobre o efeito antimicrobiano de

tratamentos de superfícies de implantes dentários.

A pós-graduação é cheia de desafios, exige

muita dedicação e também abdicações, mas sem

dúvida é um processo de grande aprendizagem e

muito crescimento profissional e pessoal. Minha

mensagem para aqueles que desejam seguir a

carreira acadêmica é que se dediquem e aproveitem

todas as oportunidades durante a graduação!”

“Em minhas veias sempre correu o desejo

e a paixão pelo ensino, pesquisa e compartilhar

saberes. Sendo filho de professora, parte de

mim sempre soube que o caminho acadêmico

acabaria me encontrando. E na Odontologia não

foi diferente. Na graduação, pouco a pouco, me

enveredei nele e graças às monitorias, às linhas

de pesquisa, aos estágios, aos mestres e amigos

confirmei esse desejo. Além também de uma

parcela de importância significativa do PET

Odontologia UFBA que, em sua essência, exala

não só o ensino e a pesquisa, como também a

extensão. Durante a pandemia, a Radiologia me

puxou pelo braço e disse “aqui é seu lugar”, e

eu apenas me rendi. E quando se pensa em pósgraduação

em Radiologia, a UNICAMP tem um

respaldo e importância enormes. Está sendo uma

experiência incrível estar em Piracicaba, apesar

de fatores como distância da família, saudades e

comida baiana pesarem muito em meu coração.

Porém, respirar pesquisa e ensino a todo momento

tem valido a pena e recomendo a todos que têm

esse desejo. Vale a pena e muito!”


A LAOH-FIP/CG, Liga Acadêmica em Odontologia

Hospitalar, é de origem da Faculdades Integradas

de Patos (FIP) - Campina Grande, situada no Estado

da Paraíba, sendo idealizada e orientada pelo Prof.

William Alves de Melo Júnior. A liga é definida

como inovação, visto que é a pioneira na Paraíba e

visa cobrir um nicho que está ganhando espaço nas

equipes multiprofissionais, que é a introdução do

cirurgião-dentista habilitado dentro do ambiente

hospitalar. Fato esse que ficou mais evidenciado

na pandemia recente da COVID-19, em que a

odontologia hospitalar teve uma demanda mais

alta do que o padrão, para que se cuidasse dos

pacientes internados e minimizasse ou eliminasse

complicações de origem oral.

Sendo assim, busca-se trabalhar de forma mais

integrada possível, baseando-se no tripé ensino,

pesquisa e extensão. Isso porque são desenvolvidas

atividades científicas com os integrantes, como a

escrita de artigos, com temas relevantes para a

área de atuação, sempre reunindo o grupo para

discussão e com isso as experiências são trocadas

nesse processo de ensino compartilhado para

um aprendizado mútuo. Além disso, a extensão

proporciona oportunidades de trocas entre a

comunidade e as produções científicas. Desta

forma, o ensino e a extensão são estabelecidos em

uma perspectiva de busca pelas evidências.

Vale destacar que existe uma parte considerável

de alunos externos, inclusive de outros estados

brasileiros, ou seja, que não são da FIP e mesmo

assim integram a liga, o que aumenta ainda mais a

troca entre os ligantes. A prática, ponto-chave do

processo, se dá por meio de visitas ao ambiente

hospitalar, em especial os hospitais da região de

Campina Grande-PB, onde são realizadas várias

atividades: levantamentos sobre a saúde oral e

a qualidade de vida dos pacientes internados,

educação em saúde, terapias com laser de baixa

potência, orientações de higiene oral tanto para as

crianças quanto para os responsáveis.

Outra atividade realizada é a apresentação virtual

dos ciclos de seminários. Eles ocorrem através da

plataforma Google Meet, de maneira semanal,

onde os ligantes contribuem com conhecimentos


Hospitalar, à Oncologia, às Práticas Integrativas e

Complementares em Saúde e à Estomatologia, e

no tema que foi apresentado no ciclo de seminário.

Essa produção é de autoria do ligante e encontrase

disponibilizada na rede para compartilhar o

conhecimento do tema para os alunos, os dentistas

e a população geral.

Com essas atividades, a liga procura alcançar

espaço nacional, ser referência na área, com

inovação, respeito, humanização e abordagem

biopsicossocial. Neste sentido, a LAOH-FIP

vem contribuindo com a formação acadêmica,

humana e social dos seus ligantes, deixando seus

alunos atualizados e preparados para o mercado

de trabalho e às necessidades da comunidade

científica e populacional.

de determinado tema, apresentando-o aos

colegas por em média 30 minutos, por meio da

apresentação em slides e discussão compartilhada

do tema. Essa atividade não possui caráter

avaliativo, apenas de ensino, sendo monitorada

pelo professor coordenador da Liga.

A liga também atua nas redes sociais, como os

posts no Instagram, em que os alunos desenvolvem

uma arte baseada em temáticas relevantes,

em especial relacionadas à Odontologia


10

SE LIGA! - PESQUISA

LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR C

RESUMO

Casos graves de doença periodontal severa,

que geram mobilidade dental e perda no nível

ósseo, ainda são muito recorrentes no dia a dia

do consultório. Atualmente a implantodontia

oferece diversas técnicas para se ter resultados

de excelência. Seguindo essa linha de tratamento,

podemos optar por várias técnicas cirúrgicas, a fim

de aumentar o volume ósseo, por consequência da

ausência de unidades dentárias.

Este trabalho tem como objetivo relatar um

caso de extrações múltiplas, juntamente com

levantamento do seio maxilar e enxerto ósseo, em

um paciente com doença periodontal severa.

Palavras-chave: Nível ósseo, Extrações múltiplas,

Levantamento seio maxilar, enxerto ósseo

ABSTRACT

Severe cases of severe periodontal disease that

generate tooth mobility and loss at the bone level

are still very common in the daily practice of the

office. Currently, implantology offers several

techniques to obtain excellent results. Following

this line of treatment, we can opt for several

surgical techniques in order to increase bone

volume, as a result of the absence of dental units.

This paper aims to report a case of multiple

extractions, together with maxillary sinus lift and

bone graft, in a patient with severe periodontal

disease.

Keywords: Bone level, Multiple extractions,

Maxillary sinus lift, Bone graft

INTRODUÇÃO

Quando o paciente carece de um sorriso com

ausência de falhas, é necessário um planejamento

que visa devolver qualidade e confiança. Diante

disso, em muitos dos casos é proposto uma opção

de reabilitação do protocolo fixo. Seguindo essa

linha de tratamento, podemos optar por várias

técnicas cirúrgicas, a fim de aumentar o volume

ósseo, por consequência da ausência de unidades

dentárias. A técnica mais praticada, previsível e

bem aceita é a dos sinos loft, conhecida também

como Levantamento de Seio Maxilar (LSM). Ela é

feita via janela lateral que foi apresentada em 1977

por Tatum e publicada por Boye e James (1980).

(1)

Este trabalho tem como principal objetivo

relatar um caso clínico de um paciente do sexo

masculino, que demandava de uma técnica de alto

nível de reabilitação da função e da estética, pois

apresentava exodontias múltiplas devido à doença

periodontal severa, seguida de levantamento de

seio maxilar do lado direito, utilizando a técnica

de janela lateral, para possível implante.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, sem alteração

sistêmica, procurou a clínica para relatar como

queixa principal um grande incômodo com o seu

sorriso. Ao exame clínico e de imagem, foram

constatadas mobilidade dentária em toda a região

do arco superior e também em dentes posteriores

do arco inferior, causadas por perda óssea.

ANAMNESE


11

OM ENXERTO ÓSSEO HETERÓGENO

Após as avaliações, foi planejada a abordagem

cirúrgica onde iriam ocorrer as extrações dos

elementos 17, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 21, 22,

23, 24, 25, 26 e 27, o levantamento do seio

maxilar juntamente com o enxerto ósseo, para

posteriormente ser feita a instalação dos implantes.

Já na parte inferior, seriam os elementos 34, 35,

36, 44, 45, 46.

1:100.000. Com o paciente anestesiado, foi feito

o descolamento do tecido utilizando lâmina de

bisturi 15. Após o descolamento, foi feita a extração

dos elementos utilizando a alavanca de seldin reta,

fórceps 01 e 150. Com os elementos já extraídos,

foi feito o acesso para o seio maxilar utilizando

a técnica de Cadwell-Luc (1). Nesta técnica é

realizada uma osteotomia da parede externa

do seio maxilar, a membrana de Schneiderian é

descolada medialmente e impulsionada em direção

A cirurgia foi realizada no dia 16 de fevereiro

de 2022, na clínica Oral Sin, localizada em

Salvador, Bahia. Com o paciente pronto, foi feita

a antissepsia com clorexidina 2%, colocada a

cobertura estéril no paciente para iniciar a técnica

anestésica. Foi utilizada a técnica de bloqueio do

nervo infraorbital além do nasopalatino. Também

foi aplicada a técnica infiltrativa nas papilas. Todas

utilizando o sal anestésico articaína com epinefrina

FOUFBA


12

superior. O espaço criado por essa intervenção

é preenchido com enxerto ósseo, que, neste

relato de caso, foi utilizado o enxerto heterógeno

bovino de Straumman, seguido da colocação de

membrana.

Foram então realizadas as extrações superiores e

o enxerto para posteriormente ter a continuidade

do tratamento. Foram feitas suturas simples e

contínuas com fio de sutura 3-0. O pós-operatório

a paciente cursou sem queixas álgicas e edema

compatível com pós-operatório.

DISCUSSÃO

Casos graves de doença periodontal severa, que

geram mobilidade dental e perda no nível ósseo,

ainda são muito recorrentes no dia a dia do

consultório. Nestes casos, a extração das unidades,

juntamente com o levantamento do seio e o

enxerto, seguem como uma excelente alternativa

de reabilitação de pacientes com esse contexto.

Segundo o hospital da face, existem alguns tipos

de enxertos. Sendo enxerto alógeno, conhecido

também como homógeno, que consiste no uso

de tecido ósseo entre dois indivíduos da mesma

espécie. Ele pontua também a técnica do enxerto

autógeno, que é caracterizado pela retirada do

tecido ósseo do próprio paciente. Nesse caso, o

osso pode ser extraído da mandíbula, maxila ou

de outra parte do corpo, ou seja, o doador e o

receptor são o mesmo indivíduo. Já o enxerto

heterógeno ocorre entre indivíduos de espécies

diferentes, geralmente bovino ou suíno. E, por

fim, os sintéticos como cerâmico, polímero,

hidroxiapatita ou outros materiais, com a finalidade

de induzir o crescimento do osso alveolar, de

origem mineral ou sintética, denominado como

aloplásticos. O presente trabalho concorda com a

literatura já que nele consta a utilização do enxerto

heterógeno bovino Straumman. (2)

A instalação de implantes dentários junto da

utilização de enxertos ósseos em pacientes

periodontais parece ser uma opção viável e

segura. Porém, é sempre necessário lembrar que

seja feita uma boa anamnese, realizar um bom

planejamento para aplicar as melhores técnicas e

manobras cirúrgicas, além de manter um controle

posterior desses implantes.

CONCLUSÃO

A doença periodontal é um dos principais fatores

para a perda do elemento dentário. Sendo

assim, a utilização do enxerto ósseo atrelado ao

levantamento do seio maxilar, para posteriormente

ter a instalação dos implantes, ainda é uma das

melhores alternativas em caso de perda óssea

severa e mobilidade dental.

Autores(as):

Renan Prado Reis da Maia

Camilla Luiza Almeida Costa

Javan Araujo Cunha

Guilherme Antonio Cruz Cabral

Ramon dos Santos Nascimento

ANAMNESE


ODONTO +

LASERTERAPIA E AÇÕES EDUCATIVAS

TRANSDISCIPLINARES NA ONCOPEDIATRIA:

REFLEXÕES DA PRÁTICA EXTENSIONISTA.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA),

o câncer infantojuvenil acomete indivíduos até 19

anos de idade, no Brasil corresponde à primeira causa

entre os óbitos por doença, configurando-se como

uma doença de alta mortalidade. Seu tratamento

diminui a qualidade de vida, interfere nas atividades

diárias e no convívio social, impactando em vários

aspectos os pacientes, seus familiares e a equipe de

profissionais envolvida.

Um dos mecanismos terapêuticos utilizados para

a redução dos desconfortos na cavidade oral é

a fotobiomodulação (Laserterapia), que é uma

terapêutica eficaz, indolor, de baixo custo e de uso

crescente no âmbito hospitalar. Essa é a proposta

do projeto de extensão da Universidade Federal de

Campina Grande (UFCG), que tem como público

alvo pacientes oncopediátricos em tratamento

antineoplásico no Hospital Universitário Alcides

Carneiro (HUAC).

Têm-se utilizadas metodologias ativas, educação

em saúde e atividades lúdicas, a fim de contribuir

para a promoção, a prevenção e a recuperação da

qualidade de vida destes pacientes, envolvendo

também os pais e os cuidadores na atenção e no

cuidado integrado. Além

de contribuir com a equipe

médica, proporciona novas

formas de saberes para

uma formação técnica e

humanística dos discentes

da saúde em ambiente

hospitalar.

O projeto investe no aprendizado

do discente, através

dos ciclos de seminários

baseados nos conhecimentos

adquiridos em: Práticas

Integrativas e Complementares

em Saúde (PICS), Oncologia, Odontologia

Hospitalar, Oncopediatria, Laserterapia e Cuidados

Paliativos, suprindo uma lacuna importante no ensino

universitário. Desta forma, proporciona-se um

redimensionamento dos currículos, pois muitos

desses conteúdos são ausentes nas grades curriculares

e/ou extracurriculares, além do mais o mesmo

incentiva os discentes à produção acadêmica através

das pesquisas e publicações em revistas, livros e periódicos

especializados.

As ações não se limitam só aos assistidos,

configurando-se como um mecanismo de

sensibilização para a humanização do profissional

de saúde em formação e de aperfeiçoamento

científico do mesmo. Neste sentido, salientamos a

importância das ações voltadas para os cuidadores,

que geralmente são os pais, cuja experiência é

traumática e gera desestruturação na dinâmica

familiar, restrições na vida profissional, no lazer e

em projetos de vida da família.

É mergulhado nessa realidade que o projeto em tela

à uma década vem, a partir de cada experiência,

ressignificando e reafirmando sua relevância

e contribuição para a formação dos discentes,

transformando positivamente a sociedade. Durante

esses dez anos de atuação, a pertinência e a relevância

do projeto é expressa nos números de sessões vindo

de 284 para 1208 em sua última versão, assim foi

verificado o quanto o projeto tem atuado de forma

positiva na comunidade, proporcionando melhor

qualidade de vida aos pacientes oncopediátricos.

William Alves de Melo Júnior.

Mestre em Laser na Odontologia.

UFCG/ FIP-CG

13

FOUFBA


14

INSIGHTS CIENTÍFICOS

Radioterapia e quimioterapia:

Quais são os efeitos colaterais por trás da terapêutica?

Os cânceres de cabeça e pescoço (CCP)

correspondem a cerca de 10% das neoplasias

malignas que acometem a população. Esses

tumores podem se instalar em diferentes locais da

região, e, aproximadamente, cerca de 40% atingem

a cavidade oral (CO), 25% a laringelaringe, 15% a

faringefaringe, 7% as glândulasglândulas salivares

e 13% as outrasoutras regiões(1).

O crescimento desordenado de células malignas

está associado a diferentes fatores de risco, podendo

ser intrínseco, no caso de herança genética, ou

extrínsecos, como os fatores ambientais e hábitos

de vida do paciente. O etilismo, o tabagismo e

a infecção pelo papilomavírus humano (HPV)

estão entre as principais causas associadas ao

desenvolvimento do CCP(2). Outros hábitos

deletérios como má higiene bucal e alimentação

pobre em frutas e vegetais estão também

relacionados, porém em menor grau(3).

O diagnóstico definitivo é feito através da

biópsia(3). A cirurgia e a radioterapia (RXT)

estão entre os mais eficazes e fundamentais

métodos utilizados para o tratamento dos CCP, e

a quimioterapia e a imunoterapia são importantes

como terapias auxiliares(1).

Apesar da importância terapêutica, o tratamento

radioterápico apresenta muitos efeitos negativos.

As reações podem surgir de forma aguda, durante

o tratamento ou nas semanas que se sucedem a

exemplo da mucosite, xerostomia, disgeusia,

candidose e radiodermite, ou de forma crônica,

meses ou anos após terapia. Nesses casos surgem

hipossalivação, trismo, osteorradionecrose, e a

cárie de radiação(4). Essas complicações tendem

a necessitar do uso de analgésicos e de uma dieta

adequada, pois podem influenciar diretamente

no prognóstico e chance de sobrevivência desse

paciente. As três principais são:[Quebra da

Disposição de Texto]

Mucosite oral (MO)

Reação aguda que ocorre em pacientes que se

submetem a tratamento de RXT para CCP. Apesar

da MO estar anatomicamente relacionada à dose

da RXT, tecidos orais que não são queratinizados

são mais vulneráveis a MO do que aqueles tecidos

orais queratinizados(5). Os locais mais acometidos

são mucosa jugal, assoalho bucal, borda lateral de

língua e palato mole e gera uma desregulação entre

regeneração e destruição celular. Essa instabilidade

resulta numa diminuição da quantidade de

células epiteliais, deixando o epitélio mais

delgado ou mesmo inexistente, exibindo-se como

uma região inflamada ou ulcerada na mucosa

oral(1). Alguns sintomas de MO podem ser tão

dolorosos que levam àa suspensão do tratamento

radioterápico(6).

Xerostomia

As células das glândulas salivares são danificadas

pela radiação podendo resultar em fibrose,

redução do fluxo salivar, alteração na composição

salivar e xerostomia. Essa hipofunção induzida

por radiação pode ocorrer por 2 mecanismos:

afetando diretamente o DNA das células

acinares da glândula, provocando morte celular;

ou provocando alterações microvasculares nas

células endoteliais da glândula, aumentando sua

permeabilidade, levando ao edema intersticial

e progressivamente obstruindo seu ducto. A

hipocelularidade, hipovascularização e hipóxia

induzidas pela radiação tornam as glândulas

ANAMNESE


15

salivares atróficas e fibróticas(7, 8). Como

resultado, a xerostomia aparece como um sintoma

precoce da RXT e tende a durar por vários

meses(9).

Mudanças no osso alveolar

e osteorradionecrose (ORN)

O tratamento com radiação tem efeitos danosos

nos osteócitos e sistema ósseo microvascular

(hipocelularização, hipovascularização e hipóxia).

Três mudanças comuns são: perda óssea (atrofia);

osteíte por radiação e ORN; e a severidade da

resposta óssea depende do grau de maturidade

ósseo e dose de radiação(10). Wright et al.(11)

demonstrou que no osso irradiado houve aumento

no volume de osteoclastos comparado com osso

não irradiado, e essa proliferação osteoclástica é

responsável pelo processo de reabsorção da matriz

óssea gerando atrofia(11). ORN descreve a morte

do tecido ósseo exposto pela falha no processo de

cicatrização, induzida pela radiação, sendo mais

comum na mandíbula do que na maxila devido àa

sua maior densidade óssea e ao menor suprimento

sanguíneo(12). Seus sintomas clínicos incluem

fístulas orais, dor, ulcerações e exposição de osso

necrótico por mais de 3 meses.

Sugestão terapêutica

Apesar de não estar amplamente disponível para os

usuários do SUS, a fotobiomodulação atua como

minimizador dos efeitos colaterais do tratamento

antineoplásico. Este laser faz uso de radiação

não ionizante de alta energia e não invasiva, que

confere efeitos analgésicos, moduladores da

inflamaçãoanti-inflamatórios e fotobiológicos,

podendo auxiliar também na prevenção da

MO(13). Isso porque, ao interagir com tecidos

biológicos, levam ao aumento na produção de ATP,

consequentemente potencializando a biossíntese

de proteína e facilitando o processo de reparação

do tecido. Essas são características que fazem dessa

terapêutica uma promissora aliada na resolução e

prevenção de alguns agravantes(14).

Deste modo, é de fundamental importância

a atuação do cirurgião-dentista na equipe

multidisciplinar em oncologia, atuando na

prevenção e no tratamento desses efeitos

colaterais que acometem as regiões da CO, através

do conhecimento da sua etiologia e patogenia;

além da remoção de fatores agravantes, como

aparelhos ortodônticos e próteses que causem o

acúmulo de biofilme. O conhecimento dos graus

estabelecidos da doença e o manejo terapêutico

adequado são necessários para a escolha precisa

da forma de administração de anti-inflamatórios,

corticóides, analgésicos, uso de laserterapia,

bochechos, orientação de uma dieta adequada

e, em alguns casos, interrupção do tratamento

para a manutenção da vida do paciente devido

à severidade que as lesões secundárias podem

adquirir.

Autores(as):

Felipe Teixeira Costa

Nascimento 1

Isabella Ferreira Borges

dos Santos 1

Murilo Chaves Silva 1

Mariana Caje

Kalil Lion 1

Andressa Agnes

Encarnação de

Moraes 1

Profª. Drª. Manoela

Carrera 2

1

2

Membro(a) da Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral da UFBA (LADO-UFBA)

Tutora da Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral da UFBA (LADO-UFBA)

FOUFBA


16

INSIGHTS CIENTÍFICOS

5ª Edição da Classificação de

Tumores de Cabeça e Pescoço (OMS, 2022):

O que mudou?

A 5ª edição da Organização Mundial da Saúde

(OMS) para a Classificação de tumores de cabeça

e pescoço (CTCP), proposta em 2022, trouxe

atualizações importantes sobre algumas lesões.

Atualizações periódicas permitem refinamentos

de CTCP e adição de novas lesões com base em

achados moleculares em evolução, avanços imunohistoquímicos

e comportamento clínico(1).

Uma nova seção intitulada “Lesões Neoplásicas”

admitiu duas novas entradas: Sialometaplasia

Necrosante e o Melanoacantoma(1). A

Sialometaplasia Necrosante é descrita, para

destacar as características clínicas e histológicas

de uma entidade reativa e autolimitada que pode

mimetizar o carcinoma de células escamosas e

os tumores das glândulas salivares(2, 3, 4). O

Melanoacantoma figura como lesão neoplásica

devido à apresentação clínica alarmante de

uma lesão pigmentada, inicialmente de rápido

crescimento, semelhante ao melanoma da mucosa

oral, mas distingue-se deste pois carece de atipia e

não invade ninhos melanocíticos(5).

A seção de distúrbios potencialmente malignos

orais (DPMO) e displasia epitelial oral, que, na

OMS de 2015, era combinada, foi agora separada

devido aos avanços nos achados diagnósticos(1).

Foram listados como DPMO: as lesões liquenóides,

a ceratose de tabaco, o líquen plano oral (embora

bastante discutido, pois publicações recentes

refinaram as características das lesões liquenoides

orais distinguindo-as do líquen plano oral(6)),

doença do enxerto oral versus hospedeiro, lúpus

eritematoso, as síndromes de câncer familiar; além

disso, houve a exclusão da candidíase crônica,

da glossite sifilítica e da queratose actínica desta

lista. Sobre displasia epitelial oral, essa edição

trouxe a distinção entre queratinização prematura

generalizada e queratinização de célula única,

e, apesar de mantido, admite-se que o sistema

de classificação em três camadas simplifica sua

complexidade(7). Uma adição importante à edição

de 2022 foi a resposta do hospedeiro liquenóide

na Displasia Epitelial Oral, pois características

citológicas ou arquitetônicas de displasia na

presença de um infiltrado linfo-histiocitário em

forma de faixa impedem o diagnóstico de líquen

plano oral(6, 7). O termo carcinoma in situ passou

a ser considerado sinônimo de displasia grave.

A Fibrose submucosa, nas edições anteriores,

aparecia anexada ao grupo de DPMO, hoje é

discutida separadamente. Desde a última edição,

em 2017, houve maior caracterização da Displasia

associada ao HPV, mas, devido à sua distinção

das Displasias Epiteliais Orais convencionais,

foi classificada como uma entidade separada(1).

Outra atualização que merece destaque nesta 5ª

edição é a descrição de Carcinoma cuniculatum

e de carcinoma verrucoso em cortes dedicados,

refletindo que a cavidade oral é a localização

mais comum na cabeça e pescoço para ambas as

entidades, que apresentam características clínicas

e histológicas distintas do carcinoma espinocelular

convencional(1). O Carcinoma cuniculatum

é um CEC raro, localmente destrutivo, bem

diferenciado e com um padrão único de

escavação invasiva pela maxila e raramente em

outros locais da cavidade oral(8). Na edição

anterior, o Carcinoma verrucoso foi abordado no

capítulo Hipofaringe, laringe, traqueia e espaço

parafaríngeo. A apresentação desta lesão difere na

cavidade oral, além disso é responsável por 50 a

75% de todos os casos na cabeça e pescoço(1).

ANAMNESE


17

A 5ª edição da CTCP da OMS incluiu o

ameloblastoma adenoide nas lesões odontogênicas.

Sua histopatologia demonstra uma arquitetura

cribriforme, estruturas ductiformes e componente

semelhante ao ameloblastoma (incluindo paliçada

basal e polaridade reversa). Radiologicamente, essa

lesão se apresenta como uma área radiolúcida com

focos radiopacos ocasionais, perfuração da cortical

e margens mal definidas(9, 10, 11). Somado a

isso, foi acrescido um novo rabdomiossarcoma

ósseo com rearranjo TFCP2 e predileção pelos

ossos maxilares(10). No que se refere aos outros

cistos dos maxilares, o cisto ciliado cirúrgico,

embora não seja odontogênico, adentra para

essa classificação após revisadas características

e particularidades dessa patologia(12). Houve

também inserção da displasia odontomaxilar

segmentar para o grupo de lesões de tumores

fibro-ósseos e displasia. Por outro lado, houve a

exclusão do tumor neuroectodérmico melanótico

da infância e o osteoma osteóide da secção dos

tumores ósseos e cartilaginosos benignos(10).

Sobre tumores odontogênicos mesenquimais

benignos, o fibroma odontogênico agora apresenta

subtipos: amiloide, de células granulares,

ossificante e fibroma odontogênico híbrido

com células gigantes centrais granuloma(10).

O fibroma cemento-ossificante que sempre foi

uma lesão fibro-óssea benigna, bem como uma

neoplasia odontogênica, agora é apresentado na

seção de tumores odontogênicos(10). Nos cistos

odontogênicos inflamatórios, em relação ao Cisto

Odontogênico Glandular, as dez características

histopatológicas citadas na edição de 2017 não estão

presentes em todos os casos(10, 13). Além disso,

o cisto odontogênico calcificante é definido como

cisto odontogênico de desenvolvimento(14).

Apesar das atualizações desta edição, alguns

aspectos desafiadores da classificação de 2017 ainda

permanecem incertos, controversos e discutíveis,

como a classificação de ameloblastoma metastático,

fibro-odontoma/dentinoma ameloblástico, e

o tipo mural de unicístico ameloblastoma(10,

15). A patologia é um campo dinâmico e em

rápida evolução, características evidenciadas no

quinto capítulo da edição da Classificação de

Tumores de Cabeça e Pescoço da Organização

Mundial da Saúde de 2022, intitulada Tumores da

cavidade oral e língua móvel. Com descobertas

futuras, serão necessárias mais atualizações,

modificações e reclassificações da OMS(1). Cabe

a nós, Cirurgiões-dentistas, nos mantermos

constantemente atentos a eventuais mudanças,

prestando assim, um serviço qualificado aos nossos

pacientes no diagnóstico das lesões orais.

Autores(as):

Ayalla Magalhães

Souza 1

Bruna Santos

da Silva 1

Kalil Ayres Santana 1

Iracy Marques Reis

Bonfim Conceição 1

Felipe Teixeira

Costa Nascimento 1

Orientador:

Prof. Dr. Leonardo

de Araujo Melo 2

1

Membro(a) da Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral da UFBA (LADO-UFBA)

2

Coordenador de Ensino da Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral da UFBA (LADO-UFBA)

FOUFBA


18

INSIGHTS CIENTÍFICOS

NANOPARTÍCULAS DE PR

APLICAÇÕES E PERS

A prata é um material empregado na Odontologia

desde o século XIX, especialmente como um dos

principais componentes da Amálgama de Prata,

utilizada durante muitos anos em restaurações.

Com o surgimento das resinas compostas, seu uso

foi progressivamente reduzido, mas o interesse

nesse material vem sendo renovado graças ao

desenvolvimento crescente da nanotecnologia.

Esse novo campo da ciência tem demonstrado um

futuro promissor para o uso de nanopartículas

na Odontologia, em especial as nanopartículas

de prata (AgNPs) (1, 2). Além das propriedades

já conhecidas da prata, sua versão nanométrica

fornece atividade antimicrobiana adicional que

pode ser utilizada no desenvolvimento de novos

materiais ou na melhoria de materiais existentes

(2, 3, 4).

O potencial antimicrobiano animador das AgNPs

é resultado de suas propriedades físico-químicas

singulares. Seu tamanho extremamente reduzido,

entre 1 e 100 nanômetros, altera o nível de liberação

de íons de prata capazes de atuar em diferentes

estruturas das células microbianas e interfere na

energia de superfície, proporcionando alto contato

com microrganismos quando comparado com

outros agentes antimicrobianos (1, 3, 5). Além

disso, as AgNPs são capazes de induzir a produção

de espécies reativas de oxigênio, atuando, também,

por meio do dano oxidativo (1, 3, 6, 7).

Na Odontologia, estudos têm indicado o uso

das AgNPs em especialidades como endodontia,

prótese, ortodontia, periodontia, dentística

e implantodontia, podendo desempenhar um

importante papel na saúde bucal. Na endodontia,

as propriedades antimicrobianas das AgNPs

favorecem o seu uso em associação com os diversos

materiais endodônticos, como medicações

intracanal, cimentos endodônticos, soluções

irrigadoras e em recobrimento de materiais

obturadores (1, 2, 6). As AgNPs podem ser

incorporadas, também, em resinas acrílicas para a

confecção de próteses totais e parciais removíveis,

com o objetivo de inibir o crescimento de bactérias

presentes no biofilme bucal como Streptococcus

mutans, Escherichia coli e Staphylococcus aureus

(5, 6, 8). Além disso, as AgNPs podem ser

incorporadas às porcelanas, pois são capazes de

melhorar suas propriedades mecânicas e reforçar

sua dureza e tenacidade à fratura (3, 6, 9).

Na ortodontia, as AgNPs podem ser empregadas

no revestimento de braquetes ortodônticos e em

cimentos e adesivos para melhorar a resistência de

união do material e prevenir a formação de cárie

(4). A periimplantite é um dos grandes desafios

nos tratamentos que envolvem a instalação de

implantes e, nesse sentido, as AgNPs podem

ser utilizadas para modificar as superfícies de

implantes e interferir na aderência de bactérias

nesses dispositivos (3, 6). O controle adequado

da infecção é parte fundamental no tratamento

periodontal, e a utilização das AgNPs em

substituição aos antibióticos tradicionais pode

ser positiva,positivo, visto que seu uso não gera

resistência bacteriana. As AgNPs sintetizadas

com um agente de capeamento adequado são

capazes de inibir bactérias gram-negativas que

predominam em infecções periodontais (3, 6).

Ademais, na dentística, as AgNPs podem ser

empregadas em sistemas adesivos e em resinas

compostas para interferir na formação do biofilme

através da inibição de bactérias cariogênicas,

ANAMNESE


19

ATA NA ODONTOLOGIA:

PECTIVAS FUTURAS

o que consequentemente pode prevenir cáries

secundárias. Sua incorporação em materiais

aplicados sobre o complexo dentino-pulpar se

mostra seguro, uma vez que não apresenta efeito

significativo sobre fibroblastos devido àa baixa

quantidade de íons de prata liberados por dia (5,

6, 7).

Apesar do seu amplo potencial de uso, alguns

estudos sugerem que as AgNPs podem ser

citotóxicas em algumas concentrações, podendo

afetar, por exemplo, células mononucleares do

sangue periférico e células neuroendócrinas.

No entanto, a capacidade citotóxica das AgNPs

ainda não é clara. Estudos apontam ser devido

àa ionização nas células, levando àa ativação de

canais iônicos e à alteração da permeabilidade

da membrana celular (10). O uso maciço de

nanopartículas, pode resultar, ainda, no acúmulo

desse material em órgãos como o coração, fígado,

rim e cérebro. Existe um receio por parte dos

pesquisadores com a capacidade das AgNPs

transpor a barreira hematoencefálica, por meio

do transporte sináptico, e causar um acúmulo no

cérebro (6). Apesar das preocupações, muitos dos

estudos revisados não demonstram toxicidade

significativa e toxicidade sistêmica não foi relatada.

A maioria das investigações foram realizadas em

experimentos celulares in vitro e experimentos

animais de prazo relativamente curto (6, 10).

Com o crescimento da nanotecnologia,

nanomateriais têm sido utilizados para prevenir,

diagnosticar e tratar diversas doenças, ganhando

cada vez mais espaço na medicina moderna. Na

Odontologia, esse campo também vem ganhando

visibilidade, e as AgNPs se mostram como um

caminho promissor para a ampliação do uso desses

materiais no meio odontológico. A literatura é

clara sobre seus benefícios e potenciais aplicações.

No entanto, seus benefícios são contrabalanceados

pela possível toxicidade, mas os dados disponíveis

sobre seu real risco e possíveis reações adversas

são escassos e limitados a evidências laboratoriais.

Ensaios clínicos bem desenhados se fazem

necessários para esclarecer esse aspecto. Se

superada essa questão, é incontestável que as

AgNPs possuem grande potencial para serem

inseridas com sucesso no meio odontológico e

contribuir com avanços significativos.

Autores(as):

Verbrena Lima*,

Cleiton Rios*

Fabiellen Silva*

Ítalo Rodrigues*

Matheus Melo*

Vanessa Gomes*

José Zumaêta*

* Universidade Estadual de Feira de Santana

FOUFBA


20

COLEGIADO/NAPP

Histórico do Núcleo de Apoio

Pedagógico e Psicossocial

NAPP – FOUFBA

O Ensino Superior insere o estudante em um novo

espaço de vivência psicossocial. Esse processo

de conhecimento e de identificação poderá ser

vivido de forma construtiva ou conflitiva exigindo

mudanças que podem implicar em uma série de

reformulações cognitivas e comportamentais.

Assim, se faz oportuna a intervenção

psicopedagógica e social preventiva, facilitando tal

processo.

Uma das propostas de trabalho para a Coordenação

do Colegiado do Curso de Odontologia da UFBA

no período de 2019-2021 foi a necessidade de um

olhar mais atento para os nossos alunos. Neste

período foi percebida a necessidade de melhor

acolher e ajudar. Esse pleito foi levado à Profa.

Denise Nogueira, a mesma sugeriu que criássemos

um núcleo nos moldes existentes na Escola de

Enfermagem.

O NAPP-FOUFBA (Núcleo de Apoio Pedagógico

e Psicossocial) foi constituído pela Portaria

no.06/2020 publicada em 13/05/2020 e nasceu

em meio à Pandemia com o objetivo de acolher e

orientar os estudantes do curso de Odontologia

da UFBA.

A comissão de criação e implantação do NAPP

foi referendada pelo diretor da FOUFBA, Prof.

Marcel L. Arriaga, coordenada inicialmente pelo

então coordenador do Colegiado do Curso, prof.

Luis Rasquin, e, posteriormente, pela profª. Johelle

Soares. Neste processo, alguns foram validando a

proposta e se unindo ao NAPP1.

Diante das instabilidades enfrentadas pela

comunidade acadêmica na pandemia e em pleno

processo de criação do NAPP, os professores

AUTORES: NAPP-FOUFBA

envolvidos sentiram necessidade de compreender

melhor o campo da saúde mental. Nesse contexto,

as Profas Mariângela Matos e Patrícia Suguri

introduziram alguns estudos que ajudaram a

sustentar os processos grupais.

Posteriormente, juntou-se ao grupo, na condição

de voluntária, a psicóloga do SMURB, Emilly

Sales Sala Gomes, comGomes com uma proposta

de levantamento de temas os quais foram levados

à Profa. Denise VieiraViera da Silva e a equipe

da Rede de Proteção Psicossocial da UFBA.

Foi criado um curso de educação continuada

“Acolhimento em saúde mental: como promover

um espaço de escuta?” para os professores do

NAPP e professores da FOUFBA não integrantes

da comissão.

Em junho de 2020 foi discutida a primeira versão

do Regimento do NAPP-FOUFBA, enviada para

a direção em fevereiro de 2021 e reenviada em

novembro de 2021.

Em julho de 2020 a equipe disponibilizou e

apresentou o projeto de construção do NAPP

aos professores e ao corpo administrativo e deu

início à primeira versão da atividade “Rodas

de Conversa do NAPP com os estudantes”,

que, posteriormente, foi chamada de “Rodas

Vivas”, estas, consolidando-se como uma

atividade permanente online durante o período

de pandemia e, que atualmente acontecem no

formato presencial, coordenadas pela Assistente

Social do NAPP de Odontologia, um psicólogo e

uma enfermeira do SMURB.

O NAPP-FOUFBA hoje está vinculado à

Direção da FOUFBA, conta com a colaboração

ANAMNESE


21

de docentes, representação discente e com a

Assistente Social Deniz Menezes, transferida do

HUPES para a FOUFBA em 25/08/2022 para

compor esta equipe. Desde o final do ano de

2021, o NAPP encontra-se instalado no 4º andar,

ao lado da Secretaria Acadêmica, um espaço físico

dedicado ao atendimento à comunidade.

Este núcleo tem realizado ações coletivas e

individuais objetivando a promoção da saúde

e bem-estar desta comunidade, a exemplo do

Café e Prosa, das Rodas Vivas, dos acolhimentos

e orientações, atividades guiadas pelo respeito

e fortalecimento da autonomia de todos. O

empenho da comunidade FOUFBA, atualmente,

concentra-se em buscar junto à gestão central da

UFBA, compor esta equipe com a integração de

um psicólogo e um pedagogo.

Comissão fundadora

NAPP FOUFBA:

Comissão docente:

Prof. Dr. Luis Cardoso Rasquin

(Deptº. Propedêutica e Clínica Integrada - FOUFBA)

Profª. Drª. Johelle de Santana Passos Soares

(Deptº. Odontologia Social e Pediátrica - FOUFBA)

Profª. Drª. Flávia Caló

(Deptº. – FOUFBA)

Profª.Drª. Maria Beatriz Barreto de Souza Cabral

(Deptº. Odontologia Social e Pediátrica – FOUFBA)

Profª. Drª. Marcelle Alvarez Rossi

(PET– FOUFBA)

Representantes discentes:

Ianka Verena Ramos dos Santos

Lívia Araújo Silva

Consultoria ad hoc:

Carolina de Melo C Garrido

(Pedagoga da EEUFBA)

Profª. Drª. Mariângela Silva de Matos

(docente aposentada da FOUFBA)

Andrea Luiza da Silva Sestelo

(Assistente Social – EEUFBA)

Viviane de Oliveira Mutti

(Psicóloga – EEUFBA)

Equipe executora:

Assistente Social Deniz Reis dos Santos

Menezes

Profª. Drª. Denise Nogueira Cruz

(Deptº. Odontologia Social e Pediátrica - FOUFBA)

Profª. Drª. Erica dos Santos Carvalho

(Deptº. Clínica Odontológica - FOUFBA)

Profª. Drª. Erika Sales Joviano Pereira

(Deptº. Clínica Odontológica - FOUFBA)

Profª. Drª. Fabíola Bastos de Carvalho

(Deptº. Clínica Odontológica - FOUFBA)

Profª. Ms. Patrícia Suguri Cristino

(Deptº. Odontologia Social e Pediátrica - FOUFBA)

Profª. Drª. Carla Vecchione Gurgel

(Deptº. Odontologia Social e Pediátrica – FOUFBA)

FOUFBA


Especialização? Residência? Lato sensu? Stricto

sensu? Tantos cursos são ofertados quase que

diariamente na internet ou nas redes sociais.

Vamos lá, acho que vale a pena a gente entender

melhor cada um deles para que, no futuro, você

consiga fazer a sua melhor escolha.

Vamos começar com o Lato sensu. No campo

do ensino superior, um curso lato sensu designa

uma pós-graduação a nível de Especialização.

Especificamente na área da saúde, temos

também as Residências, que também são uma

Especialização. A formação lato sensu é um curso

de especialização com o objetivo de oferecer

ao profissional um aperfeiçoamento e uma

atualização dos conhecimentos utilizados em sua

área de atuação. Ou seja, se você deseja ser um

dentista clínico, voltado a uma determinada área da

Odontologia, a Especialização é um bom caminho

para sedimentar e ampliar seus conhecimentos.

E existe curso de Especialização gratuito? Muito

poucos, mas sim! No HRAC/Centrinho-USP tem

vários cursos de Especialização que são gratuitos,

entretanto, necessitam de uma dedicação

semanal exclusiva. E em algumas Faculdades

(principalmente as públicas) pode-se conseguir

uma bolsa de estudos, assim como nas residências.

Mas, caso você queira trabalhar e estudar, existem

muitos cursos pagos no mercado. Nesse caso,

há um menor investimento de tempo, mas com

maior investimento financeiro. Por isso, é muito

importante sempre escolher o curso que melhor

se adapte a sua realidade, sempre buscando, é

claro, o melhor ensino.

Então vamos entender o que é o Stricto sensu.

No âmbito do ensino, se refere ao nível de pósgraduação

que titula o estudante como mestre ou

doutor em determinado campo do conhecimento.

O mestrado tem como objetivo, além de

possibilitar uma formação mais profunda, preparar

professores para lecionar em nível superior. Já

o doutorado é voltado à pesquisa científica, ao

invés da docência, como no caso do mestrado. Ou

seja, o mestrado forma o professor e o doutorado

um pesquisador. O grande problema é que aqui

no Brasil essas titulações se misturaram. Seja no

mestrado ou no doutorado, é preciso se preparar

para ser ambos – professor e pesquisador. E isso

é um problema, pois tem cada dia mais tornado

o doutorado como uma extensão do mestrado,

que na verdade deveria ser mais. O pior é que

ser exclusivamente pesquisador no Brasil é para

muito poucos. Mas se você tem aquele sentimento

da docência correndo nas veias, a pós-graduação

Stricto sensu é uma boa opção. E, hoje, existem

vários cursos – sejam mais generalistas ou mais

específicos – de mestrado e doutorado. Opa, e

ainda é possível ganhar uma bolsa de estudos.

Mas, diante de tantas opções, qual escolher? Essa é

a pergunta de milhões. Escolha a que você mais se

identifica. Clinicar ou ensinar? Ou ambos? Qual

área da Odontologia? São tantas coisas a se pensar.

Mas esqueça o ‘fazer um curso apenas pela bolsa’

ou ‘só para ter uma titulação’. Isso é perda de

tempo e energia. Na dúvida, tome um cafezinho

com um professor que você confia. Tenho certeza

que ele poderá te dar uma luz!


OMBRO AMIGO

Afinal, quem é seu ombro amigo?

23

É com muita alegria que recebi o convite para

escrever esta seção para a Revista Anamnese, que

virei fã desde a primeira edição. Uma honra e um

enorme desafio seguir a trilha de sucesso feita

pelas queridas professoras que me antecederam.

Logo depois do convite, fiquei pensativa sobre que

tipo de abordagem seguiria neste texto, e tomei

como referência justamente o título para iniciar os

meus devaneios e deixar a imaginação seguir... e

por isso me fiz a pergunta e repasso para vocês...

quem é seu ombro amigo?

Nos tempos de redes sociais e amizades

instantâneas, me pego perguntando se realmente

sabemos quem é nosso ombro amigo? As amizades

precisam ser cultivadas, regadas com atenção, boas

conversas, alguns choros e sempre com a leveza de

muitas risadas.

Na faculdade fiz os meus mais profundos e

verdadeiros laços de amizade e imagino que as de

vocês também. Nos corredores da FOUFBA são

forjadas as relações mais profundas, dividimos as

angústias, os medos, as confidências ... é na sala

do DA ou nas escadas e corredores que vocês

guardarão as suas melhores memórias. E não

se esqueçam jamais que é também no caminho

acadêmico que são escritas as suas primeiras linhas

profissionais.

É o seu ombro amigo que vai te acompanhar no

sucesso, mas também nos revezes. Identificamos

um verdadeiro amigo quando ele também é capaz

de discordar da sua opinião e falar exatamente o

que pensa. Os verdadeiros amigos vibram com o

seu sucesso e te dão colo quando você precisa.

As amizades verdadeiras ultrapassam as paredes

da faculdade e ganham as ruas, os bares, os

consultórios depois de formado, os cursos aos

sábados. Os amigos de verdade sabem além do que

você mostra nas redes sociais, sabem dos closes e

dos corres que você dá para que tudo saia dentro

do esperado.

Falar de amizade é tão especial que sempre foi

pauta de diversos filósofos ao longo dos anos. Para

Michel de Montaigne, a amizade não precisa ser

perfeita, não precisa de explicações. Ela existe

porque você é você, e ele é ele. Para Marcelo

Coelho, “há na amizade um ponto de contato

entre a ordem do público e a do privado; entre o

arbítrio subjetivo e a lei comum; e, sem dúvida,

entre o prazer na semelhança e o enriquecimento

pela diferença [...] da liberdade em ser totalmente

o que se é, implica aceitar totalmente, também,

o que o outro tem de diferente; há como que a

confiança em que nem as diferenças, nem as

semelhanças, anulam a própria individualidade;

a diferença enriquece e perdoa, e a semelhança

é antes um campo fértil do que a esterilidade de

uma terra arrasada.

Em suma, seu ombro amigo será aquele que te une

pelo igual e pelo complementar, pelas loucuras

compartilhadas e pelo freio nas suas desventuras

quando necessário. Então agora pare, pense,

reflita e encontre quem são seus ombros amigos.

Que não sejam muitos, mas que sejam profundos.

E aqui, dessa professora, saiba que sempre haverá

o ombro amigo para vocês... pois não existe exprofessor,

nem ex-aluno. Passe o tempo que

passar.

Autora:

Profª Drª Viviane Maia

FOUFBA


24

MOMENTO INTEGRAÇÃO

A cada semestre, ingressam novos alunos no

curso de Odontologia da Escola Bahiana de

Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Assim, o PET

Odontologia Bahiana promove o PET Abraça,

que consiste em uma atividade de acolhimento

institucional aos mais novos discentes, e é uma

oportunidade de lhes apresentar o programa

PET. Em primeira instância, é realizada uma

apresentação para introduzir aos estudantes

as diversas áreas acadêmicas e de atuação da

Odontologia, na tentativa de facilitar a adaptação

ao ensino superior e de esclarecer certas dúvidas.

Em seguida, os petianos apresentam, de forma

sucinta, as atividades e diretrizes do PET, para

que os novos universitários visualizem uma noção

do enriquecimento acadêmico, pessoal e cultural

que o Programa de Educação Tutorial fornece.

Por fim, o campus Cabula da

Escola Bahiana de Medicina e

Saúde Pública será apresentado,

no intuito da familiarização dos

espaços internos e externos da

faculdade.

Atráves de outra atividade,

conhecida como PET Abraça

Ambulatorial, o PET Odontologia

Bahiana, novamente, novamente

evidencia e proporciona uma

integração do grupo com a

comunidade acadêmica, além de

aflorar um papel vinculado ao

acolhimento. O primeiro dia de

atendimento geralmente é causador

de diversos questionamentos por

parte dos alunos, o que adiciona certo nível de

ansiedade ao momento. Por isso, a atividade

consiste em um tour por todas as dependências

ANAMNESE


do centro odontológico da Escola Bahiana de

Medicina e Saúde Pública, de forma a mostrar aos

alunos os ambulatórios, o centrocentro de material

esterilizado, o núcleo interno de regulação

ambulatorial e as outrasoutras dependências.

A atividade busca expandir o conhecimento

dos alunos sobre a dinâmica dos atendimentos

no centro odontológico, bem como tornar a

experiência do primeiro atendimento mais branda

e equilibrada.

Além disso, o grupo desenvolve atividades

que buscam acolhimento e que promovam a

conscientização quanto àa prevenção do suicídio

e à valorizaçãovalorização da vida durante o

mês de setembro, conhecido como Setembro

Amarelo. Dessa forma, os integrantes do grupo

PET Odontologia Bahiana realizam atividades

nas áreas comuns da faculdade, visando reforçar a

importância da campanha através da distribuição

de mensagens de apoio e autocuidado para alunos

e funcionários da EBMSP.

Destarte, outra atividade realizada, com

orgulho, no PET Odontologia Bahiana,

são as Ações de Saúde Bucal. Nelas, o

grupo visita algumas instituições, como

escolas, creches e asilos, no intuito de

ensinar aoo grupo escolhido sobre a

importância da saúde oral e como realizála

adequadamente. Para isso, os petianos

desenvolvem palestras e atividades lúdicas

como peças, jogos, cartazes. Além da

disseminação do conhecimento, a atividade

tem como propósito promover o trabalho

em grupo e permitir que os petianos atuem

em diferentes realidades sócio-econômicas

e culturais.


26

DIAMANTES DA FOUFBA

A presente edição irá homenagear três profissionais

com personalidades bastantes distintas, porém com

algo em comum: estão sempre dispostos a ajudar.

A primeira homenageada é para muitos a calmaria em pessoa. De

um jeito meigo e delicado, a professora Tatiana Frederico consegue

cativar a todos que passam pelas disciplinas de odontologia em

saúde coletiva. Disciplina essa que tanto nos ensina sobre valores e

ética, não poderia ter uma professora melhor e que desempenhasse

sua função com tanta maestria. Sempre muito atenciosa e educada,

a professora Tati nos faz entender na prática a importância de um

olhar atencioso ao próximo dentro da odontologia.

Como disse Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.

O próximo homenageado, professor Frederico Neves, exerce

com excelência tal pensamento. A radiologia é um dos ambientes

mais acolhedores da faculdade e o professor Fred teve um papel

fundamental para que isso se tornasse realidade. Seu bom humor e sua

ótima receptividade a todos que o procura, talvez seja o seu grande

diferencial. Com ele, oportunidades jamais irão faltar para aqueles

que buscam crescer no ambiente acadêmico.

Por fim, mas não menos importante, nossa última homenageada dessa

edição é uma pessoa querida por todos. Seu jeito brincalhão não lhe deixa

passar despercebida por lugar algum. Estamos falando da funcionária

Elizabete Borges. Ela que está sempre presente nos ambulatórios da

faculdade disposta a auxiliar quem for preciso e com um belo sorriso

no rosto. É encantador conviver com uma pessoa tão alegre, feliz e que

transmite tantas coisas boas.

ANAMNESE



28

ANAMNESE CULTURAL

O passo seguinte é fundamental

Para uma correta informação

Mergulhe o filme em cada líquido

Prestando bastante atenção

Pois, para não causar velamento,

Todo o método é feito na escuridão

Depois do citado trabalho,

Chegando ao último nível,

Você verá que o processamento

É uma etapa imprescindível

Para converter o que era latente

Em uma admirável imagem visível

Tendo então explicado

O procedimento por completo

Te digo que nos corredores

Os alunos tratam, com afeto,

O nome da querida disciplina

Como o de um antigo objeto

Chegou a hora do mini teste

Fugir é o que mais se deseja

O assunto já foi dado

Responda a questão sem peleja

Não demore e seja firme

“Aluno de federal não gagueja”

Quero saber qual a matéria

Que traduz tamanha poesia

“Deus me livre de fofoca”

Mas dizem que é pura magia

Esse conhecimento fascinante

Que encontramos na Radiologia

ANAMNESE


CURIOSIDADES

Lesões orais como possíveis indicadores de

violência sexual infantil no pós-pandemia?

A violência sexual infantil trata-se de um tipo

de violência em crianças e adolescentes (grupo

considerado de vulnerabilidade psicossexual),

caracterizada pela satisfação sexual do violentador,

contemplando uma relação desigual de hierarquia,

geralmente praticada por indivíduos do grupo

patriarcal e familiar, bem como a dominação, a

opressão e/ou a exploração das vítimas, que envolve

fatores históricos, socioculturais, biopsicossociais,

de saúde pública, legais e bioéticos (1).

Em um estudo descritivo-analítico, através da

análise das notificações de violências contra

crianças entre 0 a 9 anos no Brasil, observou-se

que a violência sexual infantil foi prevalente em

meninas, dos 6 a 9 anos, da cor de pele parda/preta

e de maior incidência em ambiente domiciliar

(2). Segundo uma análise inédita do Fundo das

Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do

Fórum Brasileiro de Segurança Pública, durante

o período de 2017 a 2020 no Brasil, verificase

média de quase 45 mil casos de estupro ou

estupro de vulnerável por ano, nas vítimas de até

19 anos (3). Em 2021, foram registradas mais de 6

mil denúncias de violência sexual contra crianças

e adolescentes no Brasil, por meio do Disque 100,

conforme o Ministério da Mulher, da Família e

dos Direitos Humanos (MMFDH) (4).

Todavia, durante a pandemia da COVID-19,

percebeu-se registros de aumento da violência

infantojuvenil, embora uma diminuição das

notificações de violências contra crianças e

adolescentes também foi encontrada, sugerindose

as dificuldades encontradas para o acesso

aos serviços de saúde e às instituições públicas

responsáveis, visto que, na maioria dos casos, as

violências acontecem no cenário doméstico (5).

Neste sentido, alguns sinais e sintomas do abuso

sexual infantil nas regiões de cabeça e pescoço

podem ser encontrados e já descritos na literatura,

como: lacerações de freios labiais e linguais, marcas

de mordidas, equimoses de sucção no pescoço

e infecções orais por agentes infecciosos de

natureza sexualmente transmissíveis, destacandose,

então, a fundamental relevância da atuação do

cirurgião-dentista neste contexto. Além disso,

não dependendo da presença de lesões genitais, é

possível observar, em torno da metade das vítimas

de abuso sexual infantil, algumas manifestações de

lesões orais (6,7).

Doenças como gonorréia, sífilis e infecção pelo

HPV na forma do condiloma acuminado são

diagnosticadas, pois abuso sexual pode exibir

lesões na cavidade oral: eritemas e petéquias,

úlceras, vesículas com secreção purulenta ou

pseudomembranosa e lesões condilomatosas (8).

Apesar da associação do abuso sexual infantil com

esses achados clínicos ser desafiante, o exame

clínico e a experiência clínico-científica do

profissional são fundamentais (9).

Em relação ao conhecimento dos cirurgiõesdentistas

e graduandos em odontologia frente

ao abuso infantil, percebe-se que, geralmente,

não apresentam atitude confiante para realizar o

diagnóstico dos maus-tratos infantis, bem como

não se tem uma abordagem adequada da temática

nos projetos políticos pedagógicos dos cursos de

odontologia (10). Sendo assim, é muito importante

a formação científica para o diagnóstico adequado,

a notificação dos casos suspeitos e a procura pelos

setores responsáveis ao atendimento das vítimas

da violência sexual infantil (11).

Joelmir Deivity

Silva Martins 1

Ana Paula Veras

Sobral 2

29

1

Graduando em Odontologia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

2 Professora Associada da Graduação e Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de Pernambuco (UPE)

FOUFBA


30

MANDUME

SAÚDE BUCAL DA POPULAÇÃO NEGRA:

COMO A FOUFBA PODE CONTRIBUIR?

O crescente contingente de doenças que atingem o

complexo bucomaxilofacial gera uma preocupação

que persiste. Países estruturados como França e

Reino Unido, cujos sistemas de saúde são públicos

e universais, desenvolvem políticas norteadoras

de promoção em saúde bucal, envolvendo uma

gama de métodos preventivos, educativos e de

incentivo à escovação e ao autocuidado.

No Brasil, país que é considerado de terceiro

mundo, ou seja, com economia e sociedade

insuficientemente avançadas, diversas em aspectos

étnicos e regionais, o tamanho da população não é

diretamente proporcional às políticas públicas que

garantem educação, saúde, trabalho, previdência

social, lazer, segurança, proteção à maternidade

e à infância e assistência aos desamparados, de

acordo com que está, descrito Constituição de

1988.

Essa condição traz à tona a problemática do

acesso, principalmente quando abordamos o tema

saúde em uma sociedade tão desigual. Segundo

dados do World Inequality Lab (Laboratório

das Desigualdades Mundiais) da Universidade de

Paris, em 2021 mostrou que 50% dos mais pobres

ganham 29 vezes menos do que os 10% mais

ricos, sendo estes últimos são detentores de 59%

da renda nacional total.

As iniquidades historicamente presentes, que

verdadeiramente são muitas, em saúde fazem

referência a uma desigualdade existente entre

grupos sociais ou entre sociedades, de maneira

sistêmica, desenvolvendo-se de forma injusta e

evitável. O cenário brasileiro gera uma condição

dicotômica, onde grande parte da população

não tem acesso adequado às políticas públicas,

incluindo a assistência à saúde (LAMENHA-LINS

et al, 2022).

Nesse contexto devemos considerar, ainda, o

componente racial pois, apesar de representarem

56% da população (IBGE, 2010), as pessoas

negras são as mais atingidas pelas iniquidades

em saúde, a exemplo das mortes maternas, que

atingem 60% das mulheres negras, segundo o

Ministério da Saúde. Além das dificuldades de

acesso à assistência, “a população negra é mais

suscetível a doenças genéticas e hereditárias, caso

da hipertensão, diabetes tipo 2, anemia falciforme

e mioma.” (SOARES; 2018, p. 1). Dantas et al

(2021) em estudo realizado para avaliar o acesso

precário da população brasileira aos serviços de

saúde, encontraram uma prevalência de 18,1%,

sendo ainda mais prevalente em indivíduos pretos

e pardos (23,3%), sem escolaridade (30,4%)

e com idade entre 18 e 24 anos (19,8%). Esses

resultados evidenciam a presença do racismo

estrutural que se materializa nas instituições,

e nega direitos fundamentais a uma parcela da

população, que por fim se encontra totalmente

desassistida.

Quanto à saúde bucal, o acesso da população negra

torna-se ainda mais restrito, como demonstrou a

pesquisa “A boca travada no racismo: desigualdades

raciais nas condições de saúde”, publicada em

2021, e que avaliou as condições de saúde e acesso

aos serviços odontológicos considerando cor da

pele, raça e gênero da população de Campinas.

Dentre os resultados encontrados estão que as

consultas avaliadas como ruins e/ou com maiores

indicações de extração dentária foram mais

prevalentes em pacientes negros, além de duas

vezes mais chance de perda dentária da população

feminina e autodeclarada preta e parda quando

comparada a homens brancos. (DELMONDES,

2022).

ANAMNESE


31

O serviço de atendimento odontológico da

Faculdade de Odontologia da Universidade

Federal da Bahia (FOUFBA) representa uma

importante via de atendimento do Sistema

Único de Saúde (SUS) no município de Salvador,

atendendo em média 500 pacientes por dia e

realizando cerca de 4000 exames radiológicos

por semestre, além de ser o único serviço público

de prótese bucomaxilofacial e o único centro de

oclusão e articulação temporomandibular pelo

SUS na Bahia. Por se tratar de um serviço público,

a maior parte dos pacientes atendidos na Faculdade

são negros, o que torna a sua existência ainda

mais importante e significativa, por representar,

muitas vezes o primeiro acesso a algum tipo de

atendimento odontológico para alguns usuários.

Nesse sentido, os serviços de atendimento da

FOUFBA são cada vez mais necessários como

porta de entrada para uma assistência à saúde

bucal. No entanto, é imprescindível que este

espaço esteja preparado para receber e atender de

forma adequada essa população que possui tantas

demandas e particularidades, através da formação

de docentes, discentes e demais servidores.

Partindo do entendimento que o racismo se

apresenta de forma estrutural no Brasil e que e

a graduação em Odontologia é completamente

integrada ao SUS, atendendo uma maioria negra,

a instituição também reproduz nuances racistas

em seu arranjo docente, quando menos de 7% do

quadro de professores são negros.

Diante disso, temos um cenário de enfrentamento,

onde precisamos não só lutar contra o racismo

estrutural internamente, mas também nos

aquilombar na universidade para incentivar a

continuidade dos atendimentos. Hoje, assistimos

aos ataques que o ensino público superior

vem sofrendo, ameaçando sua permanência e

consequente existência. Cabe a nós, estudantes

Autores(as):

e também toda a sociedade, enfrentarmos esse

contexto de tantas dificuldades, nos esforçando

para fortalecer a universidade pública, garantindo

a oferta de serviços gratuitos e de excelência.

Maria Luiza Santos de Oliveira 1

Rodrigo Alves Menezes Sanches 2

1- Bacharela em Saúde, Graduanda em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

2 Bacharel em Saúde, GraduandO em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

FOUFBA


32

MATÉRIA DE CAPA

A UTILIZAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E

COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS)

COMO ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO

E PROCESSO TERAPÊUTICO

As Práticas Integrativas e Complementares em

Saúde (PICSPICs), a exemplo da musicoterapia,

dança circular e reiki, podem servir de importante

mecanismo nas intervenções em saúde, sendo

adotadas, inclusive, pelo Ministério da Saúde

no serviço público no Brasil. São recursos

terapêuticos que buscam a prevenção de doenças

e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta

acolhedora, no desenvolvimento do vínculo

terapêutico e na integração do ser humano com o

meio ambiente e a sociedade.

Sendo assim, diante do contexto pós pandêmico

em que a sociedade se encontra, através dos

colaboradores, professores e alunos, serão

realizados atendimentos terapêuticos para

a comunidade interna e externa através do

projeto de extensão intitulado “A utilização das

práticas integrativas e complementares em saúde

(PICS) como estratégia on-line e presencial de

acolhimento e processo terapêutico”.

As PICS contribuem para que se tenha uma

visão ampliada do processo saúde/doença e da

promoção do cuidado humano, especialmente

do autocuidado. O indivíduo é visto como um

todo, considerando-o em seus vários aspectos:

físico, psíquico, emocional e social. E é através

dessa abordagem que o projeto visa auxiliar a

comunidade nos serviços prestados de forma

gratuita e contínua nos atendimentos de: Reiki,

terapia floral, meditação, rapport, musicoterapia

e também em alguns casos com avaliação para

encaminhamentos de tratamento odontológico no

módulo de odontologia da UESB.

Qualquer pessoa poderá participar, tanto

presencialmente quanto nas atividades virtuais (online),

desde que tenhamdesde tenham interesse

em fazer parte. O projeto de extensão realiza

técnicas de rapport, bem como musicoterapia,

meditação e Reiki, Terapia Floral, voltadas para

criar ligação de sintonia e empatia com o outro,

visando a reduzir o estresse tão evidenciado nos

tempos atuais, principalmente pós-pandemia.

Os interessados devem entrar em contato através do e-mail

(grupoespia@outlookcom ) e preenchimento do formulário

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf0ejQEK3v-sNb3d_

THAOSH61lmzPwZaQpptwvSeFZLRRPvoA/viewform?usp=sf_link

ANAMNESE


33

RELATOS DE

ALGUNS PARTICIPANTES

“Participar das PICSPICs me fez enxergar

um universo que ainda não conhecia.

Trabalho na área de terapias integrativas,

porém não vislumbrava conhecer e

aprender mais assuntos dessa área. Um dos

que chamou minha atenção, foi o tantra,

depois de participar desse momento, tive

um percepção diferente desse tema e fez

desconstruir vários tabus e preconceitos,

abrindo a minha visão para enxergar as

coisas fora da caixas de discriminação

que ainda temos na sociedade. As

PICSPICs são uma ótima oportunidade

para aqueles que buscam expansão

de consciência, olhar a vida a partir da

totalidade e não da separatividade.”

Ulla Carla

“Estou cursando Práticas Integrativas e

Complementares em Saúde na Uninter.

Através da minha filha, que é estudante

de Odontologia da UESB, fui informada

sobre a Oficina de PICS. A cada semana nos

reuníamos e era apresentada uma dasum

das práticas, trazendo na maioria das vezes

convidados onde explanavamesplanava

sobre a técnica e ali podíamos conhecer

mais sobre cada um e tirar as dúvidas

também. Eu enquanto estudante de PICS

me abriu horizontes para entender mais

sobre as terapias e assim começar a criar

alguma afinidade com uma ou outra.

Posso então afirmar que para mim a oficina

de PICS foi de grande valia e proveito!”

Juliana Flores

“A Oficina PICS 2021 me proporcionou

momentos inesquecíveis. Os encontros

foram enriquecedores com bastante

conhecimentos proporcionados por

pessoas da área, além dos momentos

de prática que permitiam que eu

me conectasse com o meu interior,

trabalhando o sentir. Os encontros

eram como uma válvula de escape nas

minhas semanas, permitia que eu ficasse

presente sem nenhuma preocupação ou

agonia, como também promovia a auto

escuta, a calmaria e os conhecimentos

trabalhados eficientemente. A oficina

foi uma grande oportunidade para que

eu pudesse conhecer mais e entrar em

contato, mesmo remotamente, com as

práticas integrativas e complementares.

Gratidão a Nilton, a Ulla, a Ana e a

todos que fizeram parte da oficina!”

FOUFBA

Carlos Gabriel

Nilton Cesar

Nogueira dos Santos,

(Mestre Interior Reiki e

Terapeuta Floral)


34

REFERÊNCIAS

LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR COM ENXERTO ÓSSEO HETERÓGENO

BLOCK, Michael S. Atlas Cirúrgico na Implantodontia. 3. ed. New Orleans, Louisiana: Elsevier, 2012.

MISCH, Carl E. Implantes Dentais Contemporâneos. 3. ed. Philadelphia, Pennsylvania: Elsevier, 2008.

RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA: QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS POR TRÁS

DA TERAPÊUTICA?

Freitas DA et al. A saúde oral e a radioterapia de cabeça e pescoço Arquivos Catarinenses de Medicina. 2011;40(3):12-

16.

Galbiatti ALS et al. Head and neck cancer: Causes, prevention and treatment. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology.

2013;79(2):239–247.

Campana IG, Goiato MC. Tumores de Cabeça e Pescoço: Epidemiologia, Fatores de Risco, Diagnóstico e Tratamento.

Revista Odontológica de Araçatuba. 2013;34(1):20–26.

Jham BC, Freire ARS. Oral complications of radiotherapy in the head and neck. Revista Brasileira de

Otorrinolaringologia. 2006;72(5):704-708.

Sroussi HY et al. Common oral complications of head and neck cancer radiation therapy: mucositis, infections, saliva

change, fibrosis, sensory dysfunctions, dental caries, periodontal disease, and osteoradionecrosis. Cancer medicine.

2017:1–14.

Gómez GJA et al. Alteraciones em la cavidade bucal em pacientes tratados com radioterapia de cabeza y cuello.

Medellín, Colombia. Revista Odontológica Mexicana. 2017;21(2):87-97.

Mizrachi A, Cotrim AP, Katabi N, Mitchell JB, Verheij M, HaimovitzFriedman A. Radiation-Induced Microvascular

Injury as a Mechanism of Salivary Gland Hypofunction and Potential Target for Radioprotectors. Radiat Res.

2016;186(2):189-95.

Stramandinoli-Zanicotti RT, Sassi LM, Schussel JL, Torres MF, Funchal M, Smaniotto GH, et al. Effect of

fractionated radiotherapy on the parotid gland: an experimental study in Brazilian minipigs. Int Arch otorhinolaryngol.

2013;17(02):163-7.

Plemons JM, Al-Hashimi I, Marek CL. Managing xerostomia and salivary gland hypofunction: executive summary

of a report from the American Dental Association Council on Scientific Affairs. J Am Dent Assoc. 2014;145(8):867-73.

Chan KC. Jaw bone changes on panoramic imaging after head and neck radiotherapy: University of Toronto; 2012

Wright LE, Buijs JT, Kim H-S, Coats LE, Scheidler AM, John SK, et al. Single-Limb Irradiation Induces Local and

Systemic Bone Loss in a Murine Model. J Bone Miner Res. 2015;30(7):1268-79

Reuther T, Schuster T, Mende U, Kübler A. Osteoradionecrosis of the jaws as a side effect of radiotherapy of head and

neck tumour patients—a report of a thirty year retrospective review. Int J Oral Max Surg. 2003;32(3):289-95

Oton-Leite AF, Silva GBL, Morais MO, et al. Effect of lowlevel laser therapy on chemoradiotherapy-induced oral

mucositis and salivary inflammatory mediators in head and neck cancer patients. Lasers Surg Med. 2015;47:296-305.

Karu T. Photobiology of low-power laser effects. Health Phys. 1989;56:691-704.

ANAMNESE


35

5ª EDIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO (OMS, 2022):

O QUE MUDOU?

Muller S, Tilakaratne WM. Update from the 5th Edition of the World Health Organization Classification of Head and

Neck Tumors: Tumours of the Oral Cavity and Mobile Tongue. Head and Neck Pathology. 2022;16:54–62.

Carlson DL. Sialometaplasia necrosante: uma abordagem prática para o diagnóstico. Arch Pathol Lab Med.

2009;133(5):692–8.

Abrams AM, Melrose RJ, Howell FV. Sialometaplasia necrosante. Uma doença que simula malignidade. Câncer.

1973;32(1):130–5.

Fowler CB, Brannon RB. Sialadenite necrosante subaguda: relato de 7 casos e revisão da literatura. OralSurg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;89(5):600–9.

Fornatora ML, et al. Melanoacantoma oral: relato de 10 casos, revisão da literatura e análise imuno-histoquímica

para reatividade ao HMB-45. Am J Dermatopathol. 2003;25(1):12–5.

Muller S. Lesões liquenóides orais: distinguindo o benigno do mortal. Mod Pathol. 2017;30(s1):S54-s67.

Odell E, et al. Displasia epitelial oral: reconhecimento, graduação e significância clínica. Dis. Oral. 2021;27(8):1947–

76.

Farag AF, Abou-Alnour DA, Abu-Taleb NS. Carcinoma oral cuniculatum, uma variante desconhecida do carcinoma

de células escamosas oral: uma revisão sistemática. Imaging Sci Dent. 2018;48(4):233–44.

Loyola AM, Cardoso SV, de Faria PR, Servato JP, Eisenberg AL, Dias FL, Thavaraj S, Gomes CC, Gomez RS.

Ameloblas adenoideanas: descrição clínico-patológica de cinco casos e revisão sistemática do conhecimento atual. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2015;120:368–77.

Odontogenic and maxilofacial bone tumours. In: El-naggar ak, Chan JkC, Grandis Jr, Takata T, Slootweg P, editors.

WHO classification of head and neck tumours. 4th ed. lyon: IARC; 2017. 205-60.

Conselho Editorial de Classificação de Tumores da OMS. Tumores de cabeça e pescoço. Lyon (França): Agência

Internacional de Pesquisa sobre o Câncer; 2022. (série de classificação de tumores da OMS, 5ª ed.; vol. 9). https://

publications.iarc.fr/

Kahn A, Matalon S, Bassam Salem R, Kats L, Chaushu L, Vered M, Rosen E. Cistos ciliados cirúrgicos associados ao

aumento do seio: série de casos e revisão sistemática da literatura.

Bishop JA, Yonescu R, Batista D, Warnock GR, Westra WH. Glandular odontogenic cysts (GOCs) lack MAML2

rearrangements: A finding to discredit the putative nature of GOC as a precursor to central mucoepidermoid carcinoma.

Head Neck Pathol. 2014;8:287-90

Yukimori A, Oikawa Y, Morita KI, Nguyen CT, Harada H, Yamaguchi S, Kayamori K, Yamaguchi A, Ikeda T, Sakamoto

K. Genetic basis of calcifying cystic odontogenic tumors. PLoS One. 2017;12:e0180224.

Soluk-Tekkein M, Wright JM. The World Health Organization classification of odontogenic lesions: A summary of

the changes of the 2017 (4th) edition. Turk Patoloji Derg. 2018;34(1).

FOUFBA


36

REFERÊNCIAS

NANOPARTÍCULAS DE PRATA NA ODONTOLOGIA: APLICAÇÕES E PERSPECTIVAS

FUTURAS

1. Noronha VT, Paula AJ, Durán G, Galembeck A, Cogo-Müller K, Franz-Montan M, Durán N. Silver nanoparticles

in dentistry. Dent Mater. 2017 Out;33(10):1110-1126. DOI: 10.1016/j.dental.2017.07.002.

2. Telles ISF, Prado M, Simão RA. Nanopartículas e aplicações endodônticas: uma revisão da literatura. Rev Bras

Odontol. 2017 Abr;74(2):167-175. DOI: 10.18363/rbo.v74n2.p.167.

3. Fernandez CC, Sokolonski AR, Fonseca MS, Stanisic D, Araújo DB, Azevedo V, Portela RD, Tasic L. Applications

of Silver Nanoparticles in Dentistry: Advances and Technological Innovation. Int J Mol Sci. 2021 Mar;22(5):2485. DOI:

10.3390/ijms22052485.

4. Bapat RA, Chaubal TV, Joshi CP, Bapat PR, Choudhury H, Pandey M, Gorain B, Kesharwani P. An overview of

application of silver nanoparticles for biomaterials in dentistry. Mater Sci Eng C Mater Biol Appl. 2018 Out;91:881-

898. DOI: 10.1016/j.msec.2018.05.069.

5. Song W, Ge S. Application of Antimicrobial Nanoparticles in Dentistry. Molecules. 2019 Mar;24(6):1033. DOI:

10.3390/molecules24061033.

6. Yin IX, Zhang J, Zhao IS, Mei ML, Li Q, Chu CH. The Antibacterial Mechanism of Silver Nanoparticles and Its

Application in Dentistry. Int J Nanomedicine. 2020 Abr;15:2555-2562. DOI: 10.2147/IJN.S246764.

7. Agnihotri R, Gaur S, Albin S. Nanometals in Dentistry: Applications and Toxicological Implications-a Systematic

Review. Biol Trace Elem Res. 2020 Set;197(1):70-88. DOI: 10.1007/s12011-019-01986-y.

8. Li Z, Sun J, Lan J, Qi Q. Effect of a denture base acrylic resin containing silver nanoparticles on Candida albicans

adhesion and biofilm formation. Gerodontology. 2016 Jun;33(2):209-16. DOI: 10.1111/ger.12142.

9. Meng M, Li XC, Guo JW, Zhou M, Niu LN, Tay FR, He L, Zhang SF. Improving the wear performance of

feldspathic veneering porcelain by ion-exchange strengthening. J Dent. 2019 Nov;90:103210. DOI: 10.1016/j.

jdent.2019.103210.

10. Ge L, Li Q, Wang M, Ouyang J, Li X, Xing MM. Nanosilver particles in medical applications: synthesis,

performance, and toxicity. Int J Nanomedicine. 2014 Mai;9:2399-407. DOI: 10.2147/IJN.S55015.

LESÕES ORAIS COMO POSSÍVEIS INDICADORES DE VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL

NO PÓS-PANDEMIA?

Sanches L da C, Araujo G de, Ramos M, Rozin L, Rauli PMF. Violência sexual infantil no Brasil: uma questão de

saúde pública. Revista Iberoamericana de Bioética [Internet]. 2019 Feb 21 [cited 2022 Jul 8]; (9):1–13. Disponível em:

https://revistas.comillas.edu/index.php/bioetica-revista-iberoamericana/article/view/9654/1042

Rates SM, Melo EM, Mascarenhas MD, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of

violence, Brazil 2011. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. Mar 2015 [citado 8 jul 2022]; 20(3):655-65. Disponível em:

https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014

Fundo das Nações Unidas para a Infância; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Panorama da violência letal e

sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. 2021.

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos [homepage na internet]. Disque 100 tem mais de 6 mil

denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2021 [acesso em 30 jun 2022]. Disponível em: https://

www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/maio/disque-100-tem-mais-de-6-mil-denuncias-de-violenciasexual-contra-criancas-e-adolescentes-em-2021.

ANAMNESE


37

Platt VB, Guedert JM, Coelho EB. Violence against children and adolescents: notification and alert in times of

pandemic. Revista Paulista de Pediatria [Internet]. 2021 [citado 8 jul 2022]; 39. Disponível em: https://doi.

org/10.1590/1984-0462/2021/39/2020267

Alves MA, Fonseca BA, Soares TR, França AK, Azevedo RN, Tinoco RL. Importância do cirurgião-dentista no

diagnóstico de abuso sexual infantil - revisão de literatura. RBOL- Revista Brasileira de Odontologia Legal [Internet].

2016 [citado 8 jul 2022]:92-9. Disponível em: https://doi.org/10.21117/rbol.v3i2.9

Crespo M, Andrade D, Alves ALS, Magalhães T. O papel do médico dentista no diagnóstico e sinalização do abuso de

crianças. Acta Med Port. 2011; 24: 939-948.

Massoni AC, Ferreira M, Aragão AK, Menezes VA, Colares V. Aspectos orofaciais dos maus-tratos infantis e da

negligência odontológica. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. Mar 2010 [citado 8 jul 2022];15(2):403-10. Disponível

em: https://doi.org/10.1590/s1413-81232010000200016

Belo Morais R, Valério M, Amaro C. Verrugas anogenitais na criança - um desafio diagnóstico. Journal of the

Portuguese Society of Dermatology and Venereology [Internet]. 1 jan 1970 [citado 8 jul 2022];73(1):97-104. Disponível

em: https://doi.org/10.29021/spdv.73.1.348

Salazar TS, Sá MM, Martins Veloso KM. Percepção de profissionais de profisionais e estudantes de odontologia sobre

abuso infantil: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Odontologia Legal [Internet]. 27 set 2021 [citado 8 jul

2022];8(2). Disponível em: https://doi.org/10.21117/rbol-v8n22021-364

Loiola NG, Dietrich L, Andrade CM. Notificação e identificação do abuso sexual de vulnerável por meio de alterações

orofaciais e aspectos comportamentais no ambiente odontológico. Research, Society and Development [Internet]. 10

nov 2021 [citado 8 jul 2022];10(14):e479101422370. Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22370

SAÚDE BUCAL DA POPULAÇÃO NEGRA: COMO A FOUFBA PODE CONTRIBUIR?

DANTAS, M. N. P. et al. Fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde no Brasil. Revista Brasileira de

Epidemiologia [online]. 2021, v. 24

Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1980-549720210004>. Epub 18 Dez 2020. ISSN 1980-5497. https://

doi.org/10.1590/1980-549720210004.

DELMONDES, C. A boca travada no racismo. Pesquisa da FCM aponta desigualdade racial nas condições de saúde

bucal da população de Campinas. 2022. Disponível em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/relacoes-publicas/

saladeimprensa/boca-travada-no-racismo-pesquisa-da-fcm-aponta-desigualdade-racial-nas-condicoes-de-saude-bucalda>

LAMENHA-LINS, R M. et al. Racismo estrutural e saúde bucal. Belo Horizonte: FAO UFMG, 2022. ISBN:978-85-

93368-41-7

Política Nacional de Saúde Integral da População Negra : uma política para o SUS / Ministério da Saúde, Secretaria

de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. – 3. ed. –

Brasília :Editora do Ministério da Saúde, 2017. ISBN 978-85-334-2515-6

SOARES, V. Saúde da população negra: racismo e condições sociais limitam acesso a serviços e tratamentos. 2018.

Disponível em: <https://www.geledes.org.br/saude-da-populacao-negra-racismo-e-condicoes-sociais-limitamacesso-servicos-e-tratamentos/?gclid=Cj0KCQjwrs2

FOUFBA


ANAMNESE

F O U F B A

ISSN 2763-8863

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!