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Uma revista Emo para todos que quiserem saber um pouco sobre esse mundo.
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Muito felizes com o resultado deste projeto, nós da revista
Angst gostaríamos de agradecer você, leitor(a), pela atenção. O
tema escolhido para ser abordado por nós neste projeto foi a
ampla utilização do termo “emo”, e como este pode ser muitifacetado
e signficar uma infinidade de coisas, a depender do contexto
no qual é inserido.
Por ter permeado a vida de nós 3 criadores da revista, de
alguma forma ou de outra, o que hoje se considera emo é algo
muito querido para nós, especialmente pela imensa comunidade
que foi desenvolvida ao redor da utilização do termo. Uma comunidade
que preza pelo cuidado com a saúde mental e pela
inclusão de todos que desejarem dela fazer parte, independente
de qualquer característica externa.
Convidamos você, leitor(a), a conhecer conosco um pouco
mais sobre as bandas que inicialmente foram rotuladas por esse
nome, mas que marcaram suas gerações, as levando a transformar
o emo em um ambiente de respeito, acolhimento, ajuda e amor
pela música.
Esperamos vocês nas páginas ao lado com seus esmaltes
pretos, franjas compridas, camisetas de banda e tênis All-Star.
Boa leitura!
Atenciosamente, Os Criadores:
Agllaya, Júlia e Rafael.
Agllaya
Allana de Oliveira
@agllaya
Júlia
Amâncio Foltran
@jfgraphicss
Rafael
Ferreira Gonçalves
@rafaelfg_0
Criação, edição,
design, ilustração,
fotografia e
entrevista.
Criação, edição,
design, ilustração,
modelação e
pesquisa.
Criação, edição,
design, modelação e
pesquisa.
Todos usam, muitos têm receios e outros se
identificam. Afinal, o que faz de um emo, emo?
Tudo começou no final da década de 80, depois da fusão dos
gêneros musicais Hardcore Punk e Post-Hardcore. Deste ponto em
diante, o que é conhecido como “Emo” (de “Emotional Hardcore”)
viria a se popularizar exponencialmente pós-anos 90. Foi reinventado
pelas bandas de Rock Alternativo, Indie Rock e Pop Punk
como Weezer, Jimmy Eat World, Sunny Day Real Estate, com Weezer
se tornando mainstream nesse período.
Conforme as bandas do emergente “Emo” se popularizavam,
também emergiram bandas menos underground que levariam o
estilo a outros patamares sonoros e de popularidade, como My
Chemical Romance, Panic! at the Disco e Paramore. Por seu sucesso
estrondoso e se utilizarem de letras mais introspectivas, emocionais,
a subcultura emo foi associada estereotípica e vulgarmente
a temas como sensibilidade, angústia, depressão e automutilação.
Por tal, bandas como MCR e Panic! inicialmente rejeitaram o
uso do termo, pelo preconceito, estigma social e controvérsias a
respeito. Seus fãs, notadamente poderiam sofrer agressões verbais
e, em alguns casos, até físicas.
No Brasil, o preconceito com a
subcultura emo cresceu mais do que o próprio
gênero musical em si. Fãs que
seguiam o estereótipo emo poderiam ser
considerados de “sexualidade questionável”
para o Brasil dos anos 2000, um dos
países com o maior número de casos de
homofobia no mundo. O ódio às bandas e à
subcultura se tornou alvo de polêmicas
da sociedade, na qual sua grande maioria
passou a concordar com os grupos considerados
“anti-emo”, fenômeno esse comum a
países como México, EUA, Inglaterra, Alemanha,
Polônia e Rússia.
Todo esse abuso e preconceito obrigou
a subcultura a crescer unida enquanto
praticamente se tornava uma comunidade,
lidando com temas relacionados à
saúde mental, depressão e ao suicídio em
conjunto, coisa que não transparecia à
superfície vista pela mídia tradicional.
Pelos anos subsequentes, a comunidade já
solidificada retornaria ao ambiente mais
underground de onde o estilo surgiu, até
que as bandas principais retornassem de
seus hiatos, e o gênero pudesse ressurgir,
alcançando sua segunda onda de mainstream
próxima ao ano de 2022.
Paramore é uma banda estadunidense formada em Franklin,
Tennessee, em 2004. Atualmente composta pela vocalista Hayley
Williams, pelo guitarrista Taylor York e pelo baterista Zac Farro,
a banda ressignifica desde 2004 o “emo”, enquanto traz uma revolução na
visão feminina do Rock.
Inicialmente formada por
Hayley Williams, pelos irmãos
Josh Farro e Zac Farro e por Jeremy
Davis, a banda permeou tantos estilos
quanto houveram mudanças de
integrantes. Liderada por Hayley
aos 15 anos, a banda é formada em
2004 e lança seu álbum de estreia:
“All We Know Is Falling“ no ano
seguinte, alcançando sucesso considerável,
especialmente para uma
banda nova, com seu som emo pop
punk/pop rock.
Seu segundo álbum, “Riot!“,
vendeu mais de 3 milhões de cópias
apenas nos Estados Unidos, sendo
considerado um marco na história
tanto da banda quanto do próprio
estilo. O visual marcante pra época
muito se encaixa com os temas das
músicas, menos subjetivos e agora
cheios de atitude, tais como as
performances de Hayley.
Com a entrada do guitarrista
Taylor York, mais uma guitarra
contribui para obter o som alternativo
do terceiro álbum, “Brand
New Eyes“, também aclamado pelos
fãs e pela crítica. Letras mais
confessionais soam quase que como
um desabafo da compositora, ao trazê-las
à vida de forma sempre
intensa.
Após a saída de Josh e Zac
Farro em 2010, Hayley e Taylor
escreveriam o que é considerado
como o álbum mais sonoramente
diverso de sua discografia, o
álbum homônimo “Paramore”. Este
também foi recebido positivamente
pela diversidade e liberdade criativa
que possui, não se prendendo a
um gênero específico por mais de 2
músicas seguidas.
4 anos então se passam,
Jeremy enfim deixa a banda em 2015
e Zac retorna, para completar o trio
Hayley - Taylor - Zac (que se
mantém até os dias de hoje) e
também completar seu quinto álbum
de estúdio, “After Laughter”.
Letras que expressam as dificuldades
passadas pela compositora, tratando
de depressão, ansiedade e
exaustão, embora o tom das músicas
seja vibrante e dançante,
divergindo do seu material anterior.
Atualmente, tendo anunciado
seu sexto álbum, “This Is Why“, de
lançamento confirmado para 2023, a
banda segue em turnê após um
hiato de quatro anos, repetindo
pela primeira vez a mesma formação
da banda em dois álbuns seguidos.
My Chemical Romance é
uma banda de Rock formada
em Newark, New Jersey, em 2001.
Formada pelos irmãos Gerard e Mikey Way e pelos guitarristas Frank Iero
e Ray Toro, a banda considerada como a mais influente do emo dos anos
2000 está de volta em 2022 com seu som sempre dramático e visceral.
A banda tem início após o então quadrinista
e vocalista da banda, Gerard Way
presenciar os ataques terroristas do 11 de
setembro, em 2001. É nascido então deste
sentimento de angústia e horror, o seu primeiro
álbum, de 2002, “I Brought You My
Bullets, You Brought Me Your Love”, trazendo
temas que seriam recorrentes por toda a
discografia, como morte, amor e sofrimento.
Após assinarem um contrato com a
gravadora Reprise Records, em 2004 é lançado
o disco “Three Cheers For Sweet
Revenge”, rendendo ao grupo seu primeiro
disco de platina, um ano depois, pela venda
de 2 milhões de cópias nos EUA. O álbum
conceitual conta a história de um casal
fora-da-lei, que é morto em um tiroteio,
após o qual, o protagonista precisa matar
mil homens maus para sair do Purgatório e
retornar à sua amada. O lançamento se dá
em meio a questões controversas pela utilização
do termo emo, por ser um imenso
expoente para o que se considera emo, e
pela dramaticidade atrelada ao termo. Para
muitos fãs, este é o mais importante álbum
do My Chemical Romance, competindo com
seu sucessor por tal posto, pela influência
estrondosa que ambos possuíram no estilo
musical em questão, e no mundo dos anos
2000.
Em 2006 apresentam ao mundo seu
Magnum Opus, álbum de maior sucesso, “The
Black Parade”. O disco mescla suas influências
como Queen, Pink Floyd, Beatles,
Smashing Pumpkins, em uma obra teatral
conceitualmente densa, que conta a trágica
história de um paciente jovem diagnosticado
com câncer, que enxerga a Morte por meio
de uma representação desta parada, como um
desfile. Este álbum é amplamente considerado
como o maior álbum do emo dos anos 2000,
e sua influência é imensurável para inúmeros
outros estilos e artistas que viriam
subsequentemente.
Depois de descartarem em 2009 o que
seria seu quarto álbum, a banda conclui em
2010 o “Danger Days: The True Lives Of The
Fabulous Killjoys”. Este, por sua vez, é esteticamente
discrepante da escuridão anterior
presente nos seus primeiros 3 lançamentos.
Agora com um som vibrante, ainda
visceral, às vezes dançante e sempre melancólico,
a banda mergulha em cores radiantes
ao encapsularem os personagens deste projeto
também conceitual.
Em 2013 a banda lança em partes as
músicas que estariam presentes naquele
projeto descartado de 2009, o “Conventional
Weapons”, pouco tempo antes de anunciarem
o fim da banda. Por enquanto...
Seis anos depois, em 2019, a banda
anuncia seu retorno aos palcos, após inúmeros
rumores, para o êxtase de seus devotos
fãs. Em 2022, a banda lança sua primeira
música em 12 anos, entitulada “Foundations
Of Decay”, indicando um retorno à composição
grandemente conceitual que sempre foi
característica marcante da banda.
Panic! at the
Disco é uma banda
de rock dos Estados
Unidos formada
em 2004 em Las
Vegas, Nevada integrada
inicialmente
pelo vocalista
Brendon
Urie, o baixista
Jon Walker, o guitarrista
Ryan
Ross e o baterista
Spencer Smith.
Após se juntarem e chamarem
muita atenção com suas músicas
no MySpace, o grupo recém-
-formado traria à luz seu álbum
de estreia em 2005, “A Fever You
Can’t Sweat Out”. Até hoje considerado
por muitos seu melhor
lançamento, este sucesso comercial
deixou a marca da banda no
universo pop punk, especialmente
pela sua estética distinta
característica do Panic.
Partindo do pop punk, a
banda lança seu segundo álbum
em 2008, de título “Pretty. Odd.”.
Este difere bastante do antecessor
por adotar um som mais psicodélico,
inspirado em The
Beatles e The Beach Boys. Pela
mudança, recebeu críticas mistas,
embora ainda tenha recebido
certificação de ouro pela RIAA.
Em 2011, posterior à saída
de Ryan e Jon, o então duo de
Brendon e Spencer lançou “Vices
& Virtues”, que reúne sonoridades
comuns aos dois álbuns anteriores.
Liderado pelo single “The
Ballad of Mona Lisa”, o lançamento
chegou ao sétimo lugar na
lista Billboard 200, com críticas
mistas ou positivas. Considerado
o último álbum do grupo en-
quanto banda, em 2013 é lançado
“Too Weird to Live, Too Rare to
Die!”. Este, um álbum pop, deu à
banda sua segunda posição de
número 2 na Billboard 200. Deste
álbum em diante, a antes banda é
creditada como projeto solo de
Brendon Urie.
Em 2016, Brendon consegue a
primeira colocação na Billboard
200 com “Death Of a Bachelor”,
dessa vez, vestido de pop rock.
Com este e seu lançamento subsequente
(2018) também de posição
número 1, “Pray for the Wicked”,
notadamente pop, Brendon se tornaria
um dos artistas mais tocados
nas rádios, por hits como
“High Hopes”, que alcançou a
quarta posição na Billboard Hot
100 dos EUA, superando seu single
de estreia de 2005, “I Write Sins
Not Tragedies”.
Neste ano, o projeto lançou
“Viva Las Vengeance”, seu sétimo
álbum de estúdio. Gravado em
fita. Faz referência a vários momentos
da carreira de Brendon, e
dá um passo na direção pop rock
de onde o artista originalmente
veio, enquanto continua com seu
sucesso comercial estrondoso, de
imensa base de fãs.
Green Day é uma banda americana de punk rock formada em
1987 pelo vocalista e guitarrista Billie Joe Armstrong e pelo
baixista Mike Dirnt. Durante grande parte da carreira da
banda, eles formaram um trio com o baterista Tré Cool, que
substituiu John Kiffmeyer em 1990, antes da gravação do
segundo álbum de estúdio da banda, Kerplunk (1991).
Não punk o suficiente para os fãs punk
tradicionais e não acessível o suficiente
para ser considerado uma banda de rock
convencional, o sucesso do Green Day foi
construído ao forjar um caminho musical
único em seus próprios termos.
Com mais de 85 milhões de álbuns vendidos
e um lugar no Hall da Fama do Rock And
Roll, a história do Green Day se torna nada
menos que milagrosa quando você considera
as origens da banda. Quando Billie Joe
Armstrong e Mike Dirnt tinham apenas 14
anos, eles formaram uma banda chamada
Sweet Children em 1986 trabalhando com um
baterista chamado John Kiffmeyer. A banda
fechou um contrato com a Lookout! Records
dois anos depois, lançando um EP chamado
1,000 Hours e mudando seu nome para Green
Day, uma homenagem ao amor dos músicos
pela maconha. Kiffmeyer deixou a banda
logo depois em 1990 e foi substituído pelo
baterista Tré Cool, um baterista que já
tocou em outra banda da Califórnia, The
Lookouts. Cool tem sido parte integrante do
Green Day desde então.
O álbum marcante Dookie foi lançado em
1994, um disco que a Fuse Magazine chamou
de “o álbum pop-punk mais importante de
todos os tempos”. Com a enorme popularidade
de singles como "Longview", "Basket Case"
e "When I Come Around", o álbum vendeu
mais de 10 milhões de cópias nos Estados
Unidos, tornando o Green Day um verdadeiro
fenômeno musical. Pontos em festivais como
Lollapalooza e Woodstock '94 e um Grammy
de Melhor Álbum Alternativo vieram logo
depois. Um ano depois, em 1995, foi lançado o
quarto álbum de estúdio da banda, Insomniac,
que foi recebido calorosamente pela
crítica.
A banda levou alguns anos para se reagrupar
após o sucesso inesperado que experimentaram
e lançaram Nimrod em 1997, o que
representou uma grande mudança musical
para o grupo. O single folk acústico “Good
Riddance (Time of Your Life)” se tornou um
grande sucesso internacional, aparecendo
em muitos programas de TV, filmes e inúmeros
bailes de formatura e formaturas do
ensino médio. Em 2000, o Green Day lançou
Warning e fez um show gratuito na escadaria
da prefeitura de São Francisco para protestar
contra a prática de artistas serem
despejados de suas casas na cidade. Três anos
depois, a banda gravou um álbum inteiro de
20 faixas, apenas para ter os masters roubados
do estúdio após a conclusão.
Day descartou o álbum, decidindo que não
era seu melhor trabalho. Em vez disso, a
ópera punk rock American Idiot foi lançada
em 2004, impressionando fãs e críticos
não apenas pelo conceito ambicioso do
álbum, mas também por seu sucesso notável.
Vendendo mais de 6 milhões de cópias nos
Estados Unidos, o álbum ganhou o prêmio
Grammy de Melhor Álbum de Rock em 2005 e é
considerado uma das obras de arte de protesto
mais influentes da era Bush.
21st Century Breakdown foi lançado em 2009
após o hiato mais longo do Green Day entre
os álbuns. O álbum foi um sucesso de crítica
e representou o melhor desempenho do grupo
nas paradas de todos os tempos. Uma criação
teatral de American Idiot estreou na Broadway
um ano depois. Uma série de álbuns
chamada ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! foram lançados em
2012 e, em junho de 2013, a banda quebrou um
recorde ao vender 60.000 ingressos para um
show no Emirates Stadium no Reino Unido. O
12º álbum de estúdio do Green Day, Revolution
Radio, foi lançado em 2016, seguido por
uma grande turnê internacional.
MUSIC RADIO PODCASTS
WITH HAYLEY WILLIAMS
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1) O estilo de vida “emo” sempre fez parte de você?
Pessoalmente não. Como alguém que começou a tocar
guitarra aos 17 anos, antes de estudar música e de me
aprofundar, eu não sentia como se me encaixasse em
gênero musical ou grupo algum. Após alguns meses de
estudo e identificação com músicas de Rock e Heavy
Metal e Música Clássica com as quais cresci, a estética,
os temas e os sons trazidos pelo emo muito se
encaixaram com meus gostos, ao ponto de fazerem hoje,
parte indissociável de quem eu sou.
2) E o que te fez procurar e estudar a música aos 17
anos? Alguma inspiração específica? Ou apenas “sem
querer e com isso iniciou um amor pela música?
Inicialmente, porque me interessei pelo Rock, Metal,
Bossa Nova e Música Clássica, estilos todos que me
provocaram a curiosidade de os estudar mais afundo,
e de aprender um instrumento para tal. Mesmo com um
único violonista na família, tanto meu pai quanto
minha mãe, com seus bons gostos musicais, me incentivaram
e apoiaram desde o dia um.
Além disso, eu sentia como
se não tivesse voz, ou como
se minha voz não fosse o
suficiente pra expressar o
que eu sentia. Por isso quis
aprender guitarra, em
específico. Pra ser equivalente
à voz que eu não
tinha.
3) E o quanto te influencia
hoje na sua música?
Suas inspirações,
após anos de estudo, tem mais a ver com o emo? A
influência fica só na música ou no seu estilo de
viver mesmo?
Inicialmente, porque me interessei pelo Rock, Metal,
Bossa Nova e Música Clássica, estilos todos que me
provocaram a curiosidade de os estudar mais afundo,
e de aprender um instrumento para tal. Mesmo com um
único violonista na família, tanto meu pai quanto
minha mãe, com seus bons gostos musicais, me incentivaram
e apoiaram desde o dia um. Além disso, eu sentia
como se não tivesse voz, ou como se minha voz não
fosse o suficiente pra expressar o que eu sentia. Por
isso quis aprender guitarra, em específico. Pra ser
equivalente à voz que eu não tinha.
4) E se você tivesse que definir o emo para uma
pessoa leiga como você definiria? E quais bandas
você indicaria para essa pessoa?
Para uma pessoa leiga, eu o definiria como um estilo
de música, de expressão e de estética que nasceu da
indignação, seja essa com o Estado, com a humanidade,
com o estado do mundo no geral. O emo é pra todos, e
especialmente pra aqueles que sentem desconexos, que
não se encaixam. Caso essa pessoa prefira um som
agressivo, dramático e confessional, My Chemical
Romance. Pra um som mais introspectivo, também
confessional, Paramore. Pra uma indignação pro lado
político, com o estado do mundo e da sociedade, Green
Day.
Rafael Ferreira, 21 anos
5) Perfeito! E o que você tem achado dessa nova Era
do emo? O que você acha das bandas que estão voltando
como Blink 182? Mas ao mesmo tempo, o que
você acha dos artistas que estão migrando para esse
estilo como a Demi Lovato?
Para alguém que está ansiosamente esperando os
álbuns novos do My Chemical Romance e Paramore após
ambas as bandas voltarem de hiatos, como é o caso do
Blink 182 também, o retorno do emo é algo a se celebrar
sem dúvida. Música boa, agora mais madura e com
menos medo de dizer o que se tem a dizer. Quanto aos
artistas que migram, é um movimento natural dos
artistas pop se moldarem à estética ou aos conceitos
que estão mais populares no momento, e pelo que tudo
indica, hoje em dia, o emo é o caminho.
6) E você tem algum “medo” de irem com o emo pelo
lado errado já que hoje 99% das músicas são feitas
para estourarem no tiktok? Ou para você é uma consequência
do que existe hoje na cultura pop?
Acho que é sempre válido separar essas coisas, porque
os trends vão ir e vir, como o emo foi no fim dos anos
90 e começo dos 2000. O motivo
de ter perdurado pelos 2010,
até voltar hoje, foram os fãs,
os conteúdos atemporais e as
bandas. Hoje ele volta à tona
justamente pela atemporalidade
do que é tratado, e uma
dessas consequências é a
explosão nas redes sociais,
veículos mais usados hoje. As
bandas do "emo original" ou
"clássico" se mantém verdadeiras
às suas histórias, e
isso é muito difícil de se
mudar ou se perder.
7) E se eu te entregasse agora uma lâmpada mágica
com três pedidos e você tivesse que escolher: uma
banda para você tocar em um show; uma para você
escrever para eles; uma para você sair jantar e conversar
sobre música. Quais bandas seriam?
Tocar em um show com a banda teria que ser My Chemical
Romance, pelo tanto que amo as músicas, pela energia
no palco e pelos figurinos completamente malucos
que eles têm usado no palco ultimamente. Para escrever
para uma banda, eu provavelmente escolheria
Green Day, porque eles têm um estilo de composição
bem único, e a voz do vocalista é muito característica,
o que seria bem interessante de exlorar. A banda
pra sair jantar e bater papo seria Paramore, pelo
tanto que eles já passaram, enquanto banda e enquanto
pessoas mesmo. Têm influências diversas de diversos
gêneros, e isso transparece muito no som deles,
então além do aspecto musical, parecem muito ser
pessoas adoráveis de se conhecer.
8) Foi um prazer conversar com você e ver esse
mundo na visão de alguém que gosta de verdade do
estilo, que viveu os anos 2000 do emo e hoje vive a
entrada da cultura pop no mesmo. Obrigada pelo seu
tempo!
O prazer é todo meu! Todos temos muito a aprender com
o estilo, e espero que tenha sido o caso com esta
entrevista, obrigado!
Agllaya Allana, fotógrafa e
entrevistadora. Out/22
Agllaya Allana, fotógrafa e
entrevistadora. Out/22
Júlia Foltran, 20 anos
1) Quando você entendeu que vivia no mundo e
estilo de vida EMO?
Difícil dizer ao certo, na verdade. Desde muito pequena
eu já cantava euforicamente as letras das mais
famosas do NX Zero e Fresno no TVZ, aquele programa
da Multishow. Minha irmã mais velha foi a culpada de
me mostrar todos os benefícios desse canal... ficávamos
o dia todo esperando pra ouvir e ver os videoclipes
no TVZ juntas e gritando cada nota de cada
música. Foi daí que eu consegui ter contato com todo
tipo de música que existe. Mesmo me identificando
muito mais com músicas que se encaixam no espectro
"emo", ainda assim, conheço muito bem todos os trabalhos
de artistas como Britney Spears, Lady Gaga,
Adele, Chris Brown, Taylor Swift, entre um milhão de
outros.
Não posso deixar de mencionar minha maior influência
na música além de minha irmã mais velha, meu
pai. Ele sempre gostou muito de Capital Inicial, Titãs,
Mamonas Assassinas e Engenheiros do Hawaii, além de
AC/DC, Scorpions e Iron Maiden. Acho que a partir daí
meu interesse por música foi se aflorando ainda mais.
Cresci ouvindo de tudo mesmo, mas posso dizer que
realmente entendi que Emo era algo essencialmente
importante na minha vida, lá pelos 11 anos de idade.
Foi quando conheci a banda que contribuiu muito na
formação de quem sou hoje, Paramore.
2) Muito legal, essa influência familiar se
tornando em algo tão importante para você hoje.
Bom, eu ia perguntar qual banda você indicaria
para um leigo no emo mas pelo jeito já sei a
resposta. Sobre o Paramore, o que a banda representa
hoje para você?
Acredito que por eu ter os descoberto quando eu era
muito nova, a vocalista, Hayley Williams impactou
muito minha vida desde muito cedo. No sentido de ser,
pra mim, referência de autoconfiança e inspiração.
Além de entender principalmente com ela sobre o
costume de invalidar minha feminilidade, por diversos
motivos e em como lidar com as situações inconvenientes
que diariamente vivemos como mulheres.
Sempre me identifiquei com as letras das músicas,
desde as mais simples como “still into you”, até as
mais profundas como “In the mourning”. Aprendi sobre
a importância de uma amizade e como é se sentir sozinha
quando essas amizades não te reconhecem da
mesma forma. Aprendi que é importante amar, mas
nunca esquecer de si mesma no processo. Essa banda
foi minha amiga por muito tempo e tem sido até hoje.
Ao decorrer dos anos, alguns integrantes da banda
saíram e outros voltaram e, pra mim, a atual formação
é a melhor. Me orgulho muito de ter feito parte do
crescimento da banda enquanto eu também cresci. Isso
tudo me fez perceber, principalmente na minha
adolescência, que meus sentimentos não são raros e
eles, pessoas muito longe de mim, também sentiam o
mesmo e escreviam sobre isso, o que me ajudou a lidar
com tudo que eu passei da melhor maneira que pude.
3) E o que você acha sobre a "volta do emo" com essa
estética mais pop e atual? Como amante do emo
tradicional, isso te incomoda?
Não me incomoda mais. Pelo menos não o tanto que
antes me incomodava. Acredito, na verdade, que depende
do artista que estamos falando, já que muitos
apenas estão seguindo um "estilo/aesthetic" que está
na moda, mas isso acontece e sempre vai acontecer na
indústria da música.
De qualquer forma, eu sempre acredito que não dá pra
generalizar e por isso, quando penso nessa volta como
um todo, eu fico feliz. Isso desmistifica muita coisa
que foi construída pra reputação do Emo lá atrás. Uma
coisa que o próprio vocalista do Fresno falou uma vez
e eu concordo muito, é que esse resgate tem a ver com
uma redescoberta do que aconteceu há 20 anos e que
muitas pessoas daquela época viviam isso até meio
escondidos, e hoje, adultos e mais seguros de suas
opiniões, não têm mais vergonha e até sentem falta da
juventude. Parte disso traz nostalgia pra quem sempre
amou o Emo e a outra parte introduz novamente o Emo
para pessoas que não tiveram o contato ainda. Com
novas propostas e pautas mais atuais a serem discutidas
nas músicas que têm sido lançadas.
4) Bom, para finalizar, quem do mundo pop você com
certeza acha que se daria bem no emo? Se você
pudesse escolher alguém para ganhar essa vibe no
seu próximo álbum, quem você escolheria?
Logo de primeira me veio uma única pessoa em mente,
é uma aposta ousada, mas que pode ser válida. Pensei
na Billie Eillish. Ela sempre mostrou seu apresso por
bandas como Paramore, My Chemical Romance e até
mesmo Gorillaz e Blur, cuja sonoridade foge do pop. Em
vários projetos feitos por ela e o Finneas, é possível
notar muito bem essas influências e por isso eu acredito
que ela seria a principal candidata a ter um
álbum emo de sucesso.
1. Como você iria pra um rolezinho?
a) O mais confortável possível;
b) Não ligo se é rolê na minha
vó, ou se é um casamento, eu
sempre vou arrumadx;
c) De preto e all star, óbvio;
d) Odeio festas!;
2. Você tem muitos amigos?
a) O suficiente, valorizo uma boa
e longa amizade;
b) Tenho vários, falo com todo
mundo;
c) Não, prefiro a pessoa que eu
namoro;
d) Meio que odeio pessoas;
3. Se existisse a possibilidade de
conversar com a sua banda preferida
da vida, sobre o que vocês
conversariam?
a) Sobre música: técnica, curiosidades
sobre como determinado
álbum foi feito, bandas que
gostam em comum, essas coisas...
b) O impacto que essa banda
causou na sua vida, agradecer
pelo esforço e trabalho deles;
c) Gritar, abraçar e pedir foto!!!
d) Não teria coragem de abordar a
banda pra coversar;
4. Dentre opções de possíveis
colaborações entre bandas, qual
dessas você mais gostaria de ver?
a) Paramore + My Chemical
Romance;
b) NX Zero + Fresno (essa é para
os felizes);
c) Green Day + Linkin Park;
d) Eca, não conheço ninguém!
5. O que você acha sobre piercings
e cabelos coloridos?
a) Acho lindo! Mas só nos outros...
b) Gosto, amo e tenho pelo menos
um dos dois;
c) Piercing é legal, mas cabelo
colorido é estranho;
d) Sei lá...
6. Numa música, o que é mais
importante pra você?
a) A letra/melodia;
b) Os instrumentos/arranjos;
c) A vibe da música, independente
da letra;
d) O videoclipe (se tem ou
não);
7. Você está sozinho no seu
quarto de madrugada, sem sono, o
que você faz?
a) Coloco uma musiquinha delícia
e fico desenhando;
b) Leio um bom livro e fico
pensando na vida ja que não
presto atenção em nenhuma
frase;
c) Fico jogando que nem louco!!!
d) Todas as alternativas anteriores,
depende do dia;
8. O que é melhor para ser produtivo?
a) Manhã;
b) Tarde;
c) Final de tarde;
d) Noite;
9. Você é mais:
a) Gato preto/ Cores escuras/
Chuva/ Melancolia;
b) Cachorrinhos/ Cores claras/
Sol/ Bom humor;
c) Camaleão/ Tudo colorido/
Arco-íris/ Otimismo;
d) Sapinhos/ Cores terrosas/
Natureza/ Comidas saudáveis;
1 - A.1 B.1 C.3 D.2 2 - A.3 B.1 C.1 D.3 3 - A.2 B.3 C.1 D.2
4 - A.3 B.3 C.3 D.1 5 - A.2 B.3 C.1 D.1 6 - A.3 B.3 C.2 D.1
7 - A.2 B.2 C.1 D.3 8 - A.1 B.1 C.2 D.3 9 - A.3 B.1 C.1 D.1
DE 9 A 14 PONTOS!
Você é uma pessoa extrovertida em sua essência, adora passar o
tempo com os amigos e ouve de tudo. Pode ter passado por essa
“fase” quando era mais jovem, mas não se identifica necessariamente
como Emo hoje. Mesmo assim, toda pessoa que já sofreu um
pouquinho já foi Emo pelo menos por 5 minutinhos! <3
DE 15 A 20 PONTOS!
Você é uma pessoa mais calma, pé no chão em sua maioria, mas
sempre acaba tendo uma recaída bastante emocional. Ama ou odeia
tudo e não sente muita dificuldade em tomar decisões.
Aprecia momentos só, mas nunca perde um rolê! Você é um emo da
paz - costuma refletir sobre as coisas da vida, mas não sente
tanto a agonia que os pensamentos trazem ou a necessidade de externalizar
isso. Faz terapia e é por isso que você tá no meio do
caminho e não surta! :)
DE 21 A 27 PONTOS!
Você é, sim, o maior emo da história! Não deixa de ver os amigos
ou as pessoas que ama, mas sempre vai prefirir um momento mais
íntimo para pensar e refletir sobre todos os percalsos da vida
kkk
É uma pessoa mais emotiva e acaba sendo um pouco dramática em
certos momentos. Pra você tudo é uma emoção a ser sentida -
principalmente se tratando de música - e muitas vezes, motivo
pra escrever ou desenhar; externalizar de certa forma.
De qualquer maneira, mesmo que você não se identifique hoje
como Emo, sua alma sempre vai ser.
A partir das bandas que apresentamos nesta edição, montamos uma linha do tempo com seus
álbuns mais característicos. Estes ajudaram a caracterizar o que viria ser chamado de “emo”,
embora na época talvez não fizesse tanto sentido como hoje em dia.
Dividimos a linha do tempo em dois momentos, para ilustrar como as bandas evoluíram seu
som quase que ao mesmo tempo, da metade pro fim dos anos 2000.
1994
Green Day
Álbum: Three Cheers For Sweet Revenge
O lançamento deste álbum conceitual é considerado
emblemático, repleto de temas que envolvem
romance, horror, morte e perda. A estética que
viria a ser considerada “emo” se consolidava,
também pelo tom emotivo das letras, com o figurino
e performance intensos de Gerard Way. O termo
emo se popularizava pejorativamente apesar dos
esforços destas bandas de se distanciarem de tais
questões polêmicas.
2004
Green Day
Álbum: All We Know Is Falling
O álbum de estreia da banda, já conseguindo uma
certificação de ouro no Reino Unido, uniu o punk
rock ao emo emergente, com suas melodias e temas
melancólicos e confessionais. A jovem e promissora
banda, liderada pela vocalista Hayley
Williams, viria em peso nos anos seguintes a
preencher um grande espaço na cena, especialmente
por ressignificar o espaço feminino no
rock.
2005
Panic! at the Disco
Álbum: The Black Parade
Por muitos considerado o maior álbum emo de
todos os tempos, esta obra teatral majestosa une
inspirações de peso como Queen, Beatles, Pink
Floyd e Smashing Pumpkins. Ao contar a história
de um jovem personagem que pode ter passado por
quimioterapia e sua relação com a morte, a sono-
ridade ópera-rock do trabalho mais pesado da
banda até agora fez destes a 5ª banda mais
influente dos últimos 30 anos.
Álbum: Dookie
Aqui começamos com o lançamento de Dookie. Na
época, a banda (juntamente com Sublime, The
Offspring e Rancid) reintroduziu e popularizou
o punk rock nos EUA, sendo premiados por músicas
como Basket Case e When I Come Around. A
partir deste álbum, a banda se popularizou
consideravelmente, e viria a servir de ção para muitas outras no
inspirafuturo.
2004
My Chemical
Romance
Álbum: American Idiot
Considerado um dos maiores álbuns de rock da
história, este sucesso absoluto continua a inspi-
rar as gerações seguintes até os dias de hoje.
Conta a história de Jesus Of Suburbia, ou St.
Jimmy, enquanto tece críticas sociais motivadas
por uma geração que se sentia abandonada, desconexa,
agora personificada. Os temas, o visual e a
atitude muito contribuíram para o que viria a
ser considerado emo, de raízes punk rock.
2005
Paramore
Álbum: A Fever You Can’t Sweat Out
Famosos pelas demos publicadas na internet, os
também estreantes chamaram atenção com seu
primeiro trabalho. Embora considerado um sucesso
comercial, o álbum dividiu os críticos, com
alguns louvando as peças contagiantes e outros
questionando sua originalidade. O grupo desde
então juntava uma grande base de fãs, inspirados
pelos visuais e temas explorados neste álbum.
2006
My Chemical
Romance
2007
Paramore
Álbum: 21st Century Breakdown
Seguindo o sucesso e o estilo de seu predecessor,
este álbum vencedor do Grammy de Melhor Álbum
de Rock é ainda mais ambicioso e operático,
contando a história de um casal que “lida com a
sujeira que nosso 43° presidente deixou”. Estreou
em primeiro lugar nas paradas em mais de 14
países, portanto cimentando ainda mais o grupo
no patamar das maiores bandas das últimas décadas,
especialmente se tratando de sua influência
no público e nos artistas.
2009
Paramore
Álbum: Danger Days: The
True Lives Of The Fabulous Killjoys
O último lançamento antes do hiato de 6 anos,
este álbum, além de idolatrado pelos fãs, foi
muito bem recebido pela crítica. Conta a história
de um grupo de foras-da-lei, em uma Califórnia
distópica de 2019, que lutam contra uma
grande corporação do mal. Seu visual colorido
misturado às músicas mais energéticas da banda,
pintam um cenário diferente dos anteriores, mas
mentem a sua grandiosidade.
2011
Panic! at the Disco
Álbum: Riot!
Segundo a própria vocalista, este álbum
é como uma explosão desenfreada de emoções,
mais claro e direto ao ponto do que seu lançamento
anterior. Seu hit single Misery Business
alcançou a 26ª posição na Billboard 100, sendo até
hoje considerado um marco para o estilo, assim
como o maior sucesso da banda. Ainda mantém
traços de seu predecessor, e cria laços futuros
2009
Green Day
Álbum: Brand New Eyes
Ainda com muito da sonoridade punk rock que se
tornou marca registrada da banda, neste lançamento
são adotadas cores alternativas, com o
próprio título indicando os “novos olhares”
daquela fase do grupo. Com muito boas críticas
dos especialistas e os fãs mais engajados do que
nunca, o álbum alcançaria a posição de n°2 na
lista do Billboard 200, e é considerado um “must
have” por grande parte do estilo no qual se
insere, levando a banda a um novo patamar.
2010
My Chemical
Romance
Álbum: Vices & Virtues
O terceiro álbum da banda, após algumas mudançças
de formação, recebeu críticas mistas, embora
majoritariamente positivas. Com seu visual
característico, a banda transita por vários
estilos musicais, e precedido pelo seu single
principal, “The Ballad Of Mona Lisa”, o lança-
mento estreou na sétima posição da lista Billbo-
ard 200, vendendo 56.000 cópias na sua primeira
semana.
My Chemical Romance, Paramore, e como o retorno de duas das
maiores bandas dos anos 2000 impactou o mundo da música.
O ano é 2013, e o universo emo está
em ruínas após os meninos do My Chemical
Romance (MCR) anunciarem seu término
de atividades via redes sociais.
Seis anos se passaram, até que eles
enfim confirmaram os rumores: a banda
se reuniria em 2019, com uma turnê que
precederia o lançamento de músicas
novas!
Apesar das boas notícias, o grupo
conseguiria fazer apenas um show, antes
da Pandemia de Covid-19, que os obrigou
a cancelar o restante dos shows. Passadas
as restrições de shows, finalmente
eles puderam continuar sua turnê, em
2022, inclusive apresentando seu primeiro
lançamento em quase 10 anos,
“Foundations Of Decay”, single que provavelmente
estará no próximo álbum da
banda.
Outro gigante do emo que voltou
em peso em 2022 foi Paramore. Seu
último álbum de 2017 e sua turnê subsequente
se mostraram bastante desgastantes
para o trio, pois Hayley, a vocalista,
passava por problemas pessoais,
obrigando-os a darem um tempo com a
banda. Neste tempo, a cantora compôs e
lançou dois álbuns solo com grande
diversidade de estilos musicais, de
temas mais introspectivos e pessoais,
aludindo aos ocorridos e ao seu crescimento
individual.
Em 2022, a banda voltou ao estúdio
e aos palcos com seu single e faixa-título
de seu próximo álbum, “This Is
Why”, participando de festivais de
grande nome e realizando sua própria
turnê. O álbum “This Is Why” tem lançamento
previsto para fevereiro de 2023.
Motivados pelos retornos emblemáticos,
foram vistos eventos e festivais
de imenso porte, ou priorizarem o
emo em algum momento, ou completamente
dedicados a ele, como é o caso do
“When We Were Young”, festival que
reuniu MCR, Paramore, Bring Me The
Horizon, Jimmy Eat World, Avril Lavigne,
entre muitos outros. No Rock In Rio,
maior festival de música do mundo, teve
um dia dedicado só para essas bandas.
Além do retorno destas grandes
potências da música internacional,
conseguimos perceber uma série de
“trends” nas redes sociais, que fazem
uso das maiores músicas consideradas
emo dos anos 2000, juntamente do figurino
característico normalmente relacionado
ao público em questão.
Como reação a esta recente repopularização,
pudemos ver artistas pop
mudando sua estética e som, para se
encaixarem no emo. Como por exemplo:
Demi Lovato, Olivia Rodrigo, Yungblud,
Willow Smith, Miley Cyrus, Avril Lavigne,
Anitta e muitos outros. Willow
Smith, que inclusive utilizou um
sample retirado da música “Never Let
This Go”, do primeiro álbum do Paramore
na música “Where You Are”, juntamente
da artista PinkPantheress.
Daqui do Brasil, o vocalista da
banda Fresno, uma das mais fortes
bandas do movimento no país, explica a
redescoberta por sua ótica. Lucas Silveira
diz que possivelmente as pessoas
que ouviam essas músicas 20 anos atrás,
escondiam tal costume, por medo de
serem julgadas. Diz também que o retorno
desmistifica o emo e o populariza
para aqueles que não o consumiram por
algum motivo exterior ou estético.
Em um domingo de outubro de 2005, foi ao ar uma matéria no Fantástico que
falava de bandas que faziam um som “pesado” mas, ao mesmo tempo, encontravam
espaço para falar de amor e sentimentos. O emotional hardcore, ou emo, como o
programa dominical definiu, ganhava tração no Brasil e era facilmente identificável
por suas roupas, cabelos, maquiagem e all star no pé. Surgido em meados
dos anos 80 em Washington D.C., pelas mãos de bandas como Embrace e Rites of
Spring, o emo já embarcava em sua terceira ou quarta onda em seu país de origem
quando finalmente deu as caras no Brasil.
Mesmo que ninguém soubesse direito sua nomenclatura, do começo dos anos 2000
pra frente, o som melódico e sensível do emo foi aparecendo cada vez mais nas
cenas hardcore não só de São Paulo. Por volta de 2001, a Fresno já despontava no
underground de Porto Alegre com lançamentos como O Acaso do Erro e Quarto dos
Livros. Uma banda emo brasileira de destaque até os dias de hoje e que surgiu
em 1999 e que até hoje faz novos lançamentos. Amigos de colégio, Lucas (guitarra
e teclado), Gustavo (guitarra), Pedro (bateria) e Leandro (vocal) tiveram a ideia
de montar uma banda em novembro de 1999.
E o emo, de fato, chamou a atenção. Em 2006, o NX Zero se tornou a primeira banda
independente a alcançar a primeira posição do agora extinto programa de videoclipes
Disk MTV com a faixa “Apenas um Olhar” e a Fresno ganhou ainda mais
tração com o lançamento do álbum Ciano.
Com o fim do sucesso estrondoso, as bandas seguem tocando, conquistando fãs e
aproveitando algumas consequências do lugar ao sol que ocuparam por alguns
anos. O NX Zero entrou em hiato com o vocalista Di Ferrero e o guitarrista Gee
Rocha trabalhando em projetos solo, mas a Fresno segue em atividade.
Imagem da matéria representada pela banda Fresno.
Para aqueles que amam um bom entretenimento
além da música, semparamos aqui
algumas recomendações de filmes, séries e
podcasts, além de bons álbuns que esse
mundo enorme do Emo engloba. Anota aí!
Mais músicas como essas podem ser encontradas numa playlist que nós da
ANGST criamos para você no sportify: my 90’s in 2000. Confere lá!
OK COMPUTER - RADIOHEAD
LINKIN PARK - HYBRID THEORY
WET LEG - WET DREAM
THE KOOKS - NAIVE
BOX CAR RACER - FEEL SO
HAYLEY WILLIAMS - PETALS FOR ARMOR
INCUBUS - MAKE YOURSELF
PHOENIX - LONG DISTANCE CALL
GORILLAZ - DEMON DAYS
BLINK-182 - SELF-TITLED
AMERICAN FOOTBALL
FENDER
Agllaya Allana, 2022