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ELLOS in revista

Julia Dias é uma sobrevivente da

poliomielite, com apenas um ano

de vida contraiu o vírus, deixando-a

paralisada da cintura para baixo.

Mesmo com algumas limitações, viveu

muito bem durante a infância, adolescência

e juventude.

Formou-se Técnica em Contabilidade

e foi ali que conheceu o Sr. Zeul Fedrizzi

que era paraninfo de sua turma.

“Nunca esquecerei o dia 13 de dezembro

de 1996, foi quando o senhor Zeul

falou para meu pai que se eu quisesse

estudar, ele estaria pronto para me ajudar”,

relembra Julia.

Trabalhou nos Correios durante um

ano e sete meses, mas seu sonho era

trabalhar no Fórum Municipal. “Sempre

que eu passava na frente do Fórum

desejava e pedia a Deus que me

ajudasse a realizar esse sonho”, confessou

ela.

Decidida, pediu contas e começou

a estudar para concurso. Ingressou

no Fórum como voluntária, foram

dois meses de dedicação e finalmente

prestou o concurso concorrendo a

uma única vaga e passou. Ela frisa que,

na época, não haviam cotas para defi-

24

INSPIRE FUNDO

Conheça a história de

amor e vitalidade de

Julia e

Judmar

cientes. Porém Julia não era chamada

para assumir seu cargo. Preocupada,

questionou as razões e cogitou se o

motivo seria sua deficiência. Devido o

questionamento, no dia seguinte Julia

foi convocada para assumir sua vaga e,

aí sim, ela foi efetivada com funcionária

do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.

O amor surgiu na vida de Julia

Judmar que também teve pólio

quando criança entrou na vida de Julia

no mês de outubro do ano 2000, quando

participavam de um Seminário para

Jovens Portadores de Deficiência, promovido

pelo Rotary Club de Cuiabá e

em janeiro do ano seguinte já estavam

namorando. “Ele veio para ficar, somar

e trazer mais alegria à minha vida”, declara

Julia, com brilho no olhar.

Com 3 anos de namoro, Judmar

conseguiu meia bolsa de estudos em

uma faculdade em Cuiabá, para ele

que já residia lá e para ela. Mas como

pagar os demais 50%? Por orientação

de seu pai, Julia decide procurar seu

padrinho, o Sr. Zeul, e como prometido

ele a ajudou. Julia pediu

transferência e se mudou para

capital, casou e, durante um ano,

contou com a ajuda dele na faculdade.

Após esse período, foi promovida

e estabeleceu-se, conseguindo

assim, manter-se por conta

própria. “Não tenho palavras para

agradecer ao meu padrinho, ele

foi fundamental para que eu realizasse

esse sonho e foi ele, a pedido do meu

pai, que entrou comigo na minha formatura”,

disse agradecida.

Estava tudo indo muito bem até que

o casal começou a sentir dores insuportáveis

pelo corpo. Procuraram vários

especialistas, mas não obtiveram um

diagnóstico exato. Por sites e conversas

com outros portadores da doença, Julia

chegou a conclusão de que sofriam

da Síndrome da Pós-Poliomielite (SPP),

considerada a segunda batalha de alguns

que foram infectados pela pólio.

Essa nova condição vem carregada de

complicações graves aos pacientes e

não é conhecida por muitos médicos,

o que dificulta ainda mais o tratamento.

“A medicina não se preparou para o

nosso futuro”, lamentou Julia.

“O nosso mundo desabou. Pensamos

que havíamos nadado, nadado e

morrido na praia”, relembra Julia, explicando

que essa doença é degenerativa,

progressiva e sem cura, afetando

braços, pernas, pulmão, deglutição,

bexiga, intestino e muitos outros órgãos.

O casal precisou se aposentar por

invalidez e reaprender a viver, mais

uma vez. “Tivemos que mudar nossos

sonhos. Mas fomos e continuamos

sendo otimistas e nunca deixamos de

sonhar”, conta Julia, salientando que

novos projetos profissionais tiveram

início naquele momento e decidiram

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