Revisão Sistemática da Literatura: abordagens e aplicações na Engenharia Civil

Revisão Sistemática da Literatura: Abordagens e aplicações na Engenharia Civil 108

Revisão Sistemática da Literatura:

abordagens e aplicações na Engenharia Civil

Organizadores

Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani

Marília Bezerra Tenório Cavalcanti

Maria Conceição da Costa Silva

Caio Victor Souza Abreu de Vasconcelos

Roberto Muhájir Rahnemay Rabbani

Recife - PE

UFSB

2022

Allívia Rouse Carregosa Rabbani | Projeto gráfico;

Editoração; e Adaptação da capa

Jéssyca Myllene Marques Rondinone | Assistente

de projeto gráfico

Os autores | Revisão

Canva | Capa e foto

Agradecimentos

Os autores agradecem a Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Escola

Politécnica de Pernambuco (POLI) da Universidade de

Pernambuco (UPE), ao Programa de Fortalecimento

Acadêmico (PFA) da UPE, ao Programa de Pós graduação

em Engenharia Civil da UPE e a Universidade

Federal do Sul da Bahia pelo apoio científico.

Consultoria Técnica

Bianca Maria Vasconcelos Valério

Eliane Maria Gorga Lago

Felipe Mendes da Cruz

Márcia Rejane Oliveira Barros Carvalho Macedo

Willames de Albuquerque Soares

Jaime Cabral

Jéssyca Myllene Marques Rondinone

Obra atualizada conforme o novo acordo ortográfico

da língua portuguesa.

Autores

Abmael de Sousa Lima Junior

Ana Paula de Lima Borges

Anna Lúcia Miranda Costa

Bianca M. Vasconcelos Valério

Cíntia Rafaela Lima dos Santos

Cláudia Cândida de Lima Eustáquio


Erivânia Kayelle Lima de Abreu

Geovana Tais da Silva Almeida

Gisellia Muniz da Silva

Helton Thomás de Santana Lima

Kássia Carneiro da Silva Santana

Leonardo Augusto de Oliveira

Márcia Rejane O. Barros Carvalho Macedo

Maria Ana Fonsêca dos Anjos


Maria Cristina Alves de Lima

Pedro Daltro Macêdo de Alencar

Roberta de Melo Guedes Alcoforado

Sabrina Santiago Oliveira

Sanderson de Jesus

Simone Rosa da Silva

Stela Fucale


Yêda Vieira Póvoas

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Universidade Federal do Sul da Bahia—Sistemas de Bibliotecas

R454

Revisão Sistemática da Literatura: abordagens e aplicações na Engenharia

Civil. / Organizadores: Emília Rahnemay Kohlman Rabbani et al. -- Recife:

UFSB, 2022.

106 p.

Vários autores

Inclui bibliografias

ISBN: 9786587232133

doi: 10.36599/ufsb-2022.001

1. Revisão Sistemática - Engenharia Civil. 2. Métodos de Pesquisa. 3.

Métodos Estatísticos. 4. Revisão de Literatura. I. Rabbani, Emília Rahnmeay

Kohlman. II. Título.

Bibliotecário: Lucas Sousa Carvalho—CRB5/1183

CDD: 001.422

Ao estimado professor Dr. Béda Barkokébas Junior, que

nos deixou o legado de amor a engenharia, do respeito

as pessoas e que ensinar é transmitir o que temos de

melhor para contribuir em prol da sociedade. Na certeza

de que seguiremos seus passos certeiros e precisos

agradecemos por todo o tempo de convivência, e em sua

memória dedicamos essa obra.

Béda Barkokébas Junior

Prefácio

Ao completar 15 anos, o Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Escola

Politécnica da Universidade de Pernambuco lança mais um livro. São oito capítulos que

tratam da aplicação da técnica de Revisão Sistemática da Literatura – RSL a temas ligados

à engenharia civil. Os autores são docentes e discentes do programa.

A RSL é a primeira etapa do método científico e tem como objetivo caracterizar o problema

da pesquisa e possíveis lacunas do conhecimento. Por sua vez, os problemas abordados

no livro têm a desejada contextualização com a realidade local, como a questão da drenagem

urbana no Recife; ou com a realidade global do desenvolvimento sustentável.

Com isso, a obra oferece ao leitor uma agradável leitura e compreensão de como a

engenharia pode mudar de modo positivo a vida das pessoas.

O livro passa a ser uma excelente referência para cursos de graduação e pósgraduação

em engenharia civil, arquitetura e áreas afins.

Alexandre Duarte Gusmão

Engenheiro e Professor da Universidade de Pernambuco

Diretor da Escola Politécnica de Pernambuco

Apresentação

Este livro é um convite para caminhar por diferentes áreas da Engenharia Civil por meio

de temas relevantes que podem se relacionar com problemas e situações de trabalho e de pesquisas

acadêmicas, tratados por meio da metodologia de Revisão Sistemática da Literatura (RSL).

A revisão sistemática da literatura é uma ferramenta que auxilia o pesquisador a buscar

e sistematizar publicações sobre determinado tema. Os assuntos pesquisados, por sua

vez, podem indicar soluções de questões importantes ou lacunas de conhecimento, onde a

visão de pesquisadores de diferentes partes do mundo poderá ser testada e aplicada aos

problemas da sociedade local.

O livro foi desenvolvido durante a disciplina de Metodologia de Ensino e Pesquisa

Tecnológica (MEPT), oferecida no primeiro semestre de 2021 pelo Programa de Pósgraduação

em Engenharia Civil (PEC) da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

(POLI/UPE) e pelo Curso de Engenharia Civil aos alunos de graduação como eletiva

intitulada Tópicos Especiais em Engenharia Civil, coordenadas pela professora Dra. Emilia

R. Kohlman Rabbani e que contou com a colaboração de um grupo de discentes e docentes

da POLI, além de professores convidados de outras Instituições de Ciência e Tecnologia.

No contexto da construção civil, os capítulos foram desenvolvidos pelos alunos das disciplinas

e professores convidados, no período de 4 meses, abordando diversas áreas temáticas,

como: Segurança do Trabalho, Materiais de Construção, Saneamento e Recursos Hídricos,

Gerenciamento de Projetos, Educação na Engenharia, Sustentabilidade aplicada às construções,

Geotecnia e Automação. Esses assuntos compõem uma pequena mostra dos campos

da engenharia civil que podem se beneficiar com a utilização da metodologia de RSL.

Sugerimos que você, aluno de graduação ou pós-graduação, professor ou profissional

da área, mergulhe nessa jornada de conhecimento e inicie o aprendizado em RSL para desenvolver

pesquisas atualizadas e coerentes com o estágio de desenvolvimento do tema ao

nível global, o que certamente contribuirá para melhoria da qualidade dos seus trabalhos

acadêmicos e científicos.

Desejamos uma ótima leitura.

Equipe Organizadora

Sumário

Introdução .................................................................................................................7

Drenagem urbana: análise de soluções existentes para atenuar os impactos

causados pelos alagamentos .................................................................................14

Impactos dos investimentos públicos em infraestrutura no desenvolvimento

sustentável em países emergentes .................................................................28

Resíduos de ACM como fonte de matéria para produção de pavimentos flexíveis

sob a ótica da economia circular ..............................................................42

Análise de acidentes por queda em altura em canteiros de obra ..................55

Estratégias de ensino utilizadas para acompanhar avanços tecnológicos na

engenharia ...............................................................................................................65

Uso da técnica da termografia infravermelha para a avaliação de estudos

térmicos em fachada ...............................................................................................79

Avaliação de indicadores associados a eficiência do serviço de saneamento

básico (abastecimento de água e esgotamento sanitário): uma revisão sistemática

.......................................................................................................................90

Sobre os organizadores ........................................................................................103

Sobre os Colaboradores Técnicos.......................................................................104

Índice Remissivo...................................................................................................105


Introdução

Equipe organizadora

O mapeamento do estado da arte se configura como uma etapa comum nas pesquisas

científicas. Inicialmente, para delinear um novo projeto de pesquisa, o pesquisador precisa realizar

uma busca exploratória na literatura sobre o tema, de modo a caracterizar o problema de

pesquisa e possíveis lacunas do conhecimento. Durante a realização da pesquisa, a qualidade

do levantamento e da sistematização da literatura estará diretamente associada à qualidade da

compreensão do pesquisador sobre sua área de pesquisa (BOOTE; BEILE, 2004).

A utilização de métodos sistemáticos de análise de artigos disponibilizados em bases e

periódicos especializados em divulgação de textos científicos se iniciou em pesquisas da

área médica. A Revisão Sistemática de Literatura (RSL) se configura como meio de localizar

e analisar criticamente uma gama de pesquisas relevantes para responder uma questão de

pesquisa específica ou mapear a literatura sobre um assunto de interesse (KITCHENHAM;

CHARTERS, 2007). Desse modo, uma RSL objetiva buscar e selecionar de modo imparcial e

extensivo a literatura sobre um tópico de pesquisa, seguindo um processo planejado previamente,

que permita a replicabilidade por outros pesquisadores (PAI et al., 2004).

A qualidade do processo de RSL e seu relato foi alvo de inúmeros estudos, especialmente

em medicina. Em 1996, um grupo de especialistas criou o QUORUM — Quality of

Reporting Of Meta-analyses, como um guia para o relato de estudos de revisão de literatura,

revisado em 2005, passando a se denominar PRISMA — Preferred Reporting Items for Systematic

Reviews and Meta-Analyses, adequando o guia conforme a Colaboração Cochrane

(GALVÃO; PANSANI; HAR-RAD, 2015). A Cochrane é uma instituição internacional que

disponibiliza informações e evidências em saúde, responsável pela edição do Cochrane

Handbook for Systematic Reviews of Interventions (HIGGINS; GREEN, 2011).

Inspirados nos estudos médicos, Kitchenham e Charters (2007) conceituaram a Engenharia

de Software Baseada em Evidências, passando a utilizar a RSL como método de levantamento

do estado da arte. As práticas de pesquisa entre a engenharia de software e outras

áreas apresentam algumas similaridades, de modo que algumas diretrizes e principais etapas

de revisão sistemática, como o planejamento, a condução e o relato podem ser adotadas por

diversas áreas (BAILEY et al., 2007). Partindo-se de uma pergunta representativa de um determinado

problema de pesquisa, aplicando-se diretrizes explícitas, é possível coletar, avaliar

e sintetizar estudos científicos, com potencial de resposta (PEREIRA; GALVÃO, 2014).

Utilizando relatos científicos existentes e disponíveis, a partir de protocolos específicos, as

Revisões Sistemáticas de Literatura (RSL) podem minimizar a duplicação de esforços de pes-


quisa, e possibilitam a compreensão da produção científica e a visualização possíveis limitações

das evidências encontradas (GALVÃO; RICARTE, 2019). Cada vez mais são encontrados estudos

de revisão sistemática de literatura nas áreas da Engenharia Civil. No Brasil, instituições de

ensino e pesquisa têm produzido chamadas específicas de artigos de RSL em arquitetura e

construção, com a participação de pesquisadores de diversos estados (NEVES et al., 2017).

Estrutura da disciplina

A disciplina Metodologia de Ensino e Pesquisa Tecnológica (MEPT) ministrada aos alunos

de mestrado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil — PEC da Escola Politécnica

da Universidade de Pernambuco — POLI/UPE, produziu em 2019 o livro “Aplicações

do método PRISMA para revisão sistemática da literatura na Engenharia Civil” (ZLATAR;

KOHLMAN RABBANI; BARKOKÉBAS JUNIOR, 2019), com artigos de revisão sistemática

produzidos pelos alunos, e em 2020 o livro “Elaboração de Trabalhos Acadêmicos”

(KOHLMAN RABBANI et al., 2020). Em 2021, uma nova imersão no método Revisão Sistemática

de Literatura foi vivenciada na disciplina de MEPT, atualizando as diretrizes e agregando

softwares e ferramentas facilitadoras no trabalho de RSL, compreendendo que o método

colabora com o desenvolvimento de competências em pesquisa e redação científica.

A disciplina contou com a colaboração de equipe de docentes e discentes de mestrado

e graduação da POLI. As aulas foram divididas em 14 módulos, totalizando 45 horas

de carga horária para alunos de mestrado com 15 horas de atividades complementares e

60 horas para a graduação. O conteúdo ministrado abordou tópicos direcionados para elaboração

do artigo científico de revisão sistemática e o embasamento teórico para a elaboração

de trabalhos acadêmicos de acordo com as Normas da ABNT. Devido ao período pandêmico,

as aulas foram realizadas de forma virtual, complementadas com atividades assíncronas,

como a participação em palestras, leitura de textos, entre outros procedimentos.

Inicialmente, buscou-se explicar sobre o processo de orientação e a importância do

contato constante com os orientadores, sendo recomendadas leituras de artigos, livros,

manuais e normas para uma melhor compreensão dos temas abordados. Em seguida, foram

abordados assuntos relacionados à importância da metodologia científica, além das

etapas e formas de executá-la. Também foram recomendados instrumentos pedagógicos

para auxiliar no registro do desenvolvimento do projeto, como a utilização do Diário de

Bordo – DB para o registro diário das atividades realizadas pelo aluno.

A partir dos conceitos iniciais de metodologia científica e sua importância para a elaboração

de bons trabalhos acadêmicos, iniciou-se a explicação do passo a passo para elaboração

de uma revisão sistemática. Sendo assim, foram abordadas as formas de definir a

questão de pesquisa e os termos de busca, além da escolha das bases de dados e elabora-


ção do planejamento de pesquisa, por meio de protocolo. O protocolo de RSL é o documento

de planejamento de todo o trabalho de revisão, no qual são descritos os critérios

para busca e seleção de artigos.

A metodologia utilizada para a elaboração das RSLs foi executada em três fases: (i)

planejamento, na qual as diretrizes da pesquisa foram apresentadas em protocolo

(Apêndice A), (ii) condução, que consistiu na execução da pesquisa e na seleção dos trabalhos

baseados nos critérios de seleção e exclusão, e por último (iii) a extração de informações

e dados dos artigos. A Figura 1.1 abaixo apresenta o fluxograma das atividades desenvolvidas

em cada etapa.

Figura 1.1 — Fluxograma de atividades

Fonte: Autores

Conforme citado, a etapa de planejamento é realizada com auxílio do protocolo de pesquisa

que contém as definições sobre a questão de pesquisa, as bases de dados a serem utilizadas, os termos

de busca que geram strings, limitações e critérios de inclusão e exclusão dos estudos.

Após a primeira etapa, iniciou-se o processo de identificação dos artigos nas bases de

dados utilizando as strings de busca. Foi possível fazer a triagem dos trabalhos científicos

identificados e selecionar aqueles que se enquadram nos critérios definidos no protocolo. A

partir da seleção, por meio da leitura completa dos artigos, foram extraídos e incluídos na

revisão os estudos que pudessem responder à questão inicial de pesquisa.

A documentação propôs realizar a síntese dos resultados encontrados, indicando as

informações mais relevantes para o entendimento do tema proposto. Nesta etapa da RSL

poderão ser gerados gráficos e tabelas que resumem os resultados obtidos, de modo a

apresentar o estudo bibliométrico contendo os principais países, autores e instituições que

pesquisam sobre o tema, informações que colaboram com a compilação e análise dos dados

dos artigos selecionados.


É importante destacar que a elaboração da RSL pode ser feita de forma manual ou

por ferramentas que auxiliem o processo. Atualmente, existem softwares disponíveis, sendo

alguns gratuitos, eficazes em contribuir para a condução da revisão. Outros programas,

por sua vez, podem colaborar com o desenvolvimento dos artigos de RSL, relacionados

à formatação de texto, correção gramatical, formatação de referências e detecção de

plágio. Nos Quadros 1.1 e 1.2, é possível verificar algumas das ferramentas auxiliares disponíveis

e seus respectivos links de tutoriais.

Quadro 1.1 — Ferramentas auxiliares

Objetivo Ferramentas Links de tutoriais

Condução da

RSL

Formatação

de texto

Correção gramatical

Formatação

de referências

Detecção de

plágio

StArt

Rayyan

Fast Format

Mettzer

Grammarly

Hemingway

Editor

Ginger

Language

Tool

Mendeley

Zotero

Menthor

Plagius

CopySpyder

https://www.youtube.com/watch?v=wUcWRwic8Tg&t=33s

https://www.youtube.com/watch?v=VEkqomg0auY

https://www.youtube.com/watch?v=UOkXmV206xg

https://www.youtube.com/watch?v=m_FhRObnO10

https://www.youtube.com/watch?v=Ike5EgTs6eA

https://www.youtube.com/watch?v=xUzOsKvgRkA

https://www.youtube.com/watch?v=NUJpDO3G9W8&t=471s

https://www.youtube.com/watch?v=LovPJrlB6Y0&t=310s

https://www.youtube.com/watch?v=9w62oI6SUHo

https://www.youtube.com/watch?

v=apBIj0Y0aPs&list=PLm31CGm6Lipcd1dTXLW9BtkTjlmF6GRhd&index=10

https://www.youtube.com/watch?v=Nbmb6sHBbSM&t=321s

https://www.youtube.com/watch?v=dI5bB1Xz1O0&t=459s

https://www.youtube.com/watch?v=LEsE6QB3CPs

https://www.youtube.com/watch?v=ddaBuIzlnUs

https://www.youtube.com/watch?v=nE7AX_xR0hI

https://www.youtube.com/watch?v=WstAsPqPwEs

https://www.youtube.com/watch?v=-7O3sNbkKDo

https://www.youtube.com/watch?v=wPqaDJHzNXo&t=639s

https://www.youtube.com/watch?v=hCOz_3h-nrU

https://www.youtube.com/watch?v=_FkGlvPg4go&t=2536s

https://www.youtube.com/watch?v=g4Uq1E_NvMk

https://www.youtube.com/watch?v=Wh6_1nZ2cEE

https://www.youtube.com/watch?v=-1U7-LHT-Ao

https://www.youtube.com/watch?v=yNSGNAOehhs

https://www.youtube.com/watch?v=B9nFg5hWKjU&t=441s

https://www.youtube.com/watch?v=xQk1WwJTd2M

Fonte: Equipe organizadora


Quadro 1.2 — Produtos das aulas

Aula Tema Link

01 RSL I

https://youtu.be/OdOvJ5FJmhg

(Eng.Civil Maria Conceição da Costa)

02 Técnicas de Pesquisa Científicas

(Profª Drª Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani)

https://youtu.be/D-xYsdicZoI

RSL II

(Eng.Civil Maria Conceição da Costa)

03 Tipos de Pesquisas Científicas


https://youtu.be/WRCOkVcaHFc

Qualis de Artigos

(Eng. Civil Marília Cavalcanti)

04 String de Busca para RSL

(Eng. Civil Caio Victor Vasconcelos)

https://youtu.be/5Q4XxRlMITs

05 Norma sobre Resumo - NBR 6028


Protocolo Start

(Eng. Civil Alexsandro Silva)

06 Norma de Citações - NBR 10520


Ferramentas para RSL

(Eng. Civil Marília Cavalcanti

Protocolo Start

Eng. Civil Alexsandro Silva)

07 NBR 6023 – Referências


08 Artigo Científico


09 Palestra – RSL

(Prof. Dr. Marcus Campos)

10 Palestra – Funcionamento do Comitê de Ética

(Profª Drª Bianca Vasconcelos)

11 Palestra – Leitura e escrita científica

(Prof. Dr. Felipe Cruz)

12 Palestra – Como publicar em periódicos de

alto impacto

(Profª Drª Márcia Macedo)

Fonte: Equipe organizadora

https://youtu.be/RafBUrMEIgE

https://youtu.be/AfecTt2BcJA

https://youtu.be/7Yx7Q4dGwy4

https://youtu.be/Z9SneeoBKX0

https://youtu.be/gIjNDRFHMnU

https://youtu.be/rUS76Km2aKI

https://youtu.be/qnhvAqvnICY

https://youtu.be/V48Y3SF-WkI


Reflexões e aprendizados

A disciplina de MEPT buscou trazer aos alunos o mundo das revisões sistemáticas,

até então tímido para as Engenharias. De início, é importante destacar o papel fundamental

dos docentes do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (PEC) da POLI/

UPE na orientação dos alunos e suas respectivas pesquisas. Uma das principais características

da metodologia aplicada foi justamente propor este contato constante entre aluno e

orientador, sabendo que essa relação é primordial para obter trabalhos de qualidade. Esta

prática, por sua vez, rendeu ótimos frutos, pois fez com que os alunos amadurecessem

nos seus temas, conseguindo compreender de que forma suas pesquisas poderiam responder

às lacunas da ciência.

Durante o desenvolvimento da disciplina, algumas dificuldades foram observadas, como

a necessidade de explorar os termos de busca apropriados para cada área específica. Além disso,

a dificuldade em conseguir acesso aos trabalhos originais e fazer o download dos resultados

das buscas nos formatos exigidos pelos softwares. A equipe responsável pela disciplina

buscou trazer ferramentas e tutoriais que pudessem auxiliar no processo de revisão. A instalação

e o aprendizado dos softwares, no entanto, foi algo que demandou tempo e dedicação por

parte dos alunos, e para que o processo corresse da melhor forma, foi realizado assessoramento

semanal com a equipe de monitores.

Foram evidenciadas também diversas dificuldades em relação às buscas nas bases

de dados, referentes principalmente aos termos utilizados para gerar as strings. Sabendo

que, atualmente, o idioma mais utilizado em pesquisas científicas é o inglês, buscou-se

utilizar esta língua para realizar as buscas nas bibliotecas. No entanto, ao efetuar a tradução

dos termos em português, alguns alunos observaram a necessidade de ajustar as palavras

para que fossem utilizadas as traduções corretas, algo que demandou maior atenção

por parte dos alunos e orientadores.

Durante o desenvolvimento da disciplina, foram realizadas atividades semanais para

acompanhar a evolução dos trabalhos, sejam estas relacionadas às etapas da revisão

sistemática ou compreensão de conceitos, normas, etc. Dessa forma, foi possível acompanhar

de perto o progresso dos alunos, o que colaborou com a qualidade das pesquisas.

Outro fator importante, relaciona-se ao feedback semanal das atividades, tanto por parte

da equipe de monitores, quanto por parte dos alunos. O feedback não só auxiliou na compreensão

mais efetiva das dificuldades relatadas pelos discentes, mas também para que

estes pudessem compreender as falhas identificadas na correção das atividades, visando

corrigi-las e melhorar as próximas etapas.


REFERÊNCIAS

BAILEY, J.; BUDGEN, D.; TURNER, M.; KITCHENHAM, B.; BRERETON, P.; LINKMAN, S. Evidence relating

to Object-Oriented software design: A survey. In: First International Symposium on Empirical Software Engineering

and Measurement (ESEM 2007). Anais […]. 2007, pp. 482-484.

BOOTE, D. N.; BEILE, P. The quality of dissertation literature reviews: A missing link in research preparation.

In: Annual meeting of the American Educational Research Association. Anais […]. San Diego, CA. 2004.

GALVÃO, M. C. B.; RICARTE, I. L. M. Revisão Sistemática da Literatura: Conceituação, Produção e Publicação.

Logeion: Filosofia da Informação, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 57–73, 2019. DOI: 10.21728/logeion.2019v6n1.p57-73.

GALVÃO, T.F.; PANSANI, T.S.A.; HARRAD, D. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Metaanálises:

A recomendação PRISMA. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2015, v. 24, n. 2, pp. 335-342.

HIGGINS, J.P.; GREEN S., editors. Cochrane handbook for systematic reviews of interventions. Version

4.2.6. Chichester (UK): John Wiley & Sons, Ltd.; 2006. Chapter 3, Guide to the contents of a protocol and review;

p. 37-57. 2011.

KITCHENHAM, B.; CHARTERS, S. Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software

Engineering. Technical Report EBSE 2007-001, Keele University and Durham University Joint Report, 2007.

NEVES, L. de O.; BERNARDINI, S. P.; RUSCHEL, R. C.; MOREIRA, D. de C. Revisões sistemáticas da Literatura:

Parte I. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 8, n. 3, p. 141-143, set. 2017.

ISSN 1980-6809.

PAI, M.; MCCULLOCH, M.; GORMAN, J. D.; PAI, N.; ENANORIA, W.; KENNEDY, G.; THARYAN, P.;

COLFORD, J. M. Systematic reviews and meta-analyses: an illustrated, step-by-step guide. The National

Medical Journal of India. 2004.

PEREIRA, M. G.; GALVÃO, T. F. Extração, avaliação da qualidade e síntese dos dados para revisão sistemática.

Epidemiol Serv Saúde, 2014, v. 23, n. 3, pp. 577–578.

ZLATAR, T.; KOHLMAN RABBANI, E. R.; BARKÓKEBAS JUNIOR, B. (orgs.) Aplicações do método PRIS-

MA para revisão sistemática da literatura na Engenharia Civil. Recife: EDUPE, ISBN: 978-85-7856-224-3, 2019.


Drenagem urbana: análise de soluções

existentes para atenuar os impactos

causados pelos alagamentos

Kássia Carneiro da Silva Santana¹; Gisellia Muniz da Silva¹; Cíntia Rafaela Lima dos Santos¹; Willames de

Albuquerque Soares² & Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani²

1- Mestranda em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

2 - Professor Doutor na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

O crescimento urbano desordenado aliado às mudanças climáticas

e ao aumento de áreas impermeáveis dos solos têm sido fatores

preponderantes que vêm trazendo preocupações para o equilíbrio

ambiental e o balanço hídrico, pelo excesso de precipitações, provocando

assim situações extremas em vários centros urbanos.

Com vistas a atenuar os eventos de abundância de águas pluviais,

diversos pesquisadores vêm se debruçando em analisar, avaliar e

simular, os métodos ou técnicas capazes de mitigar os alagamentos

nas cidades, a partir de estratégias que adotam o gerenciamento

das águas pluviais no sistema de drenagem urbana. Para tanto,

esse trabalho de pesquisa foi elaborado visando apresentar os métodos

ou técnicas compensatórias mais utilizadas para essa finalidade,

por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura – RSL,

fazendo uso do software Start. Essa metodologia permitiu a elaboração

de um protocolo onde foi possível extrair os artigos mais

aderentes ao tema. Dentre os 34 artigos selecionados, o telhado

verde destaca-se como sendo o método ou técnica compensatória

de drenagem urbana mais utilizada, representando 41% dos estudos

e os reservatórios de detenção ou retenção com 24%. Essa revisão

demonstrou que há uma preocupação mundial com o gerenciamento

das águas pluviais urbanas, onde a Espanha tem se destacado

como o país que possui mais estudos.

Palavras-chave: controle de alagamentos; escoamento superficial; chuvas.

INTRODUÇÃO

As áreas verdes e permeáveis dos centros urbanos vêm sendo substituídas por construções

de edificações, rodovias, estradas, calçadas, praças, produtos oriundos da urbanização,

que como consequência resultaram em áreas impermeáveis dos solos. Tal fato vem ocasionando

muitos transtornos para os habitantes das cidades, principalmente durante os períodos

chuvosos (LIU et al., 2021).


O planejamento urbano não acompanhou o crescimento das cidades, nem o desenvolvimento

econômico de algumas delas. Essa ausência contribuiu para formação de áreas

densamente construídas, trazendo uma sobrecarga para o sistema de drenagem urbana

local. Segundo Garofalo et al. (2017), esse excesso no sistema, durante os picos de chuvas,

trouxe consigo diversos contratempos para as cidades. Em busca de soluções, vários gestores

têm procurado desfechos que visem reduzir o escoamento superficial, por meio de métodos

ou técnicas que possibilitem reter, deter, infiltrar, captar, reutilizar as águas das chuvas,

e assim, diminuir o volume de escoamento superficial urbano e consequentemente os

pontos críticos de alagamentos nas cidades, objetivando seu controle (KAMALI, 2016).

Procuram-se dessa forma, alternativas que solucionem esta problemática. Portanto,

diversas estratégias foram desenvolvidas para o gerenciamento de águas pluviais, com foco

na infiltração dessas águas, por meio de métodos ou técnicas, e sua efetiva aplicação.

Assim, podem-se destacar: Desenvolvimento de baixo impacto - Low Impact Development

(LID), Infraestrutura verde - Green infrastructure (GI), Design urbano sensível à água - Water

Sensitive Urban Design (WSUD) e Sistemas de drenagem urbana sustentável - Sustainable

Urban Drainage Systems (SUDS) conforme preconiza (LIU et al., 2021).

O LID tem sido constantemente recomendado como estratégia de adaptação às mudanças

climáticas locais, que tem ocasionado picos de chuvas, a exemplo dos alagamentos

urbanos, visando minimizar os impactos provenientes do escoamento das águas pluviais

(BAE; LEE, 2020). Eles avaliaram a natureza hidrológica e os benefícios da prevenção de

controle de alagamentos por LID, utilizando simulação de modelo de gestão de águas pluviais

- Storm Water Management Model (SWMM) a partir de duas técnicas: telhado verde

e pavimento permeável. A pesquisa foi realizada em Seul, capital da Coreia do Sul, que é

uma das cidades mais densamente povoadas do mundo. Os resultados revelaram que a

junção dos dois métodos elevou o volume de infiltração em até 54,6% (BAE; LEE, 2020).

Xie et al. (2017) adotou a concepção de cidade esponja, que tem como principal objetivo

absorver as águas pluviais urbanas, para analisar a eficiência dos dispositivos de desenvolvimento

de baixo impacto, levando em consideração a manutenção do ciclo hidrológico, por

meio de métodos combinados de infraestrutura LID. Eles utilizaram-se do Modelo de Hidrograma

de Chicago e do modelo computacional SWMM para simulação de eventos de

chuvas com diferentes intensidades e obtiveram como resultados índices de redução do escoamento

superficial de 100% a 27,5% e redução do pico de chuvas que entre 100% a 15,9%.

Zubelzu (2019) apresenta o Sistema de Drenagem Urbana Sustentável (SUDS) como

uma metodologia baseada no balanço hídrico, a partir de uma abordagem holística, visando

atingir uma gestão mais assertiva para as águas pluviais, utilizando-o como um conjunto de

ações e infraestruturas pensadas para a captação, armazenamento e reaproveitamento dessas

águas. Suas análises se deram partir de simulações em quatro bacias hidrográficas urbanas

genéricas, obteve-se uma que além de simular o comportamento das principais variáveis


hidrológicas do balanço hídrico, também foi possível estimar a quantidade ideal de água a

ser armazenada, possuindo solução ideal as bacias hidrográficas que transportam o escoamento

para as áreas permeáveis e usa a água armazenada para irrigação.

García-Terán, Tejero-Monzón e Gil-Díaz (2018) avaliaram as condições para adaptação

da infraestrutura do sistema de drenagem, por meio do SDUS, para amenizar os efeitos advindos

das mudanças climáticas, na cidade de Santander, Espanha, sendo possível simular

um modelo para análises de alguns cenários. Obteve-se a redução do volume de água transportado

pelo sistema convencional, em conjunto com a adaptação da implantação de SDUS,

e a combinação de ambos contribuiu para mitigar os impactos ocasionados pelas alterações

dos fenômenos meteorológicos.

Já Gimenez-Marangues (2020) analisou as mudanças que um sistema SUDS faria em

relação ao controle de alagamentos na União Europeia, e concluiu que mesmo com as mudanças

propostas, o sistema convencional continua sendo predominante e será desafiador

tornar o método analisado, algo global. Além disso seria necessário um engajamento social,

para que através de atividades metodológicas as barreiras existentes fossem quebradas.

Schubert et al. (2017) abordaram como estratégia o uso de Infraestrutura Verde a partir

de reservatório de água da chuva, jardins de chuva e telhados verdes, considerando suas localizações

mais o próximo possível da fonte de escoamento da bacia urbana. Sua simulação se

deu a partir do Model for Urban Stormwater Improvement Conceptualisation (MUSIC), somado a

um modelo de algoritmo hidrodinâmico 2D, Brezo de Begnudelli e Sanders (BreZo) de resolução

final. E concluíram que a instalação completa de GI, para eventos curtos de até 3h duração

da precipitação, proporciona benefícios em relação aos riscos de alagamentos, podendo reduzir

a intensidade do fluxo em 83% em média e a duração das chuvas em 79%.

Fu et al. (2018) avaliaram às mudanças que a urbanização estabelece no sistema de drenagem

urbana a partir das análises de uso da terra e do escoamento superficial, em uma bacia

hidrográfica grande, uma sub-bacia e a uma cidade, considerando o uso do solo como

fator preponderante e com simulações de vários cenários. A avalição se deu na bacia do rio

Zhuoshui em Taiwan, China. Eles consideraram a região como uma cidade esponja, que

tem como finalidade reduzir o escoamento superficial, reestabelecer o ambiente ecológico e

conservar os recursos naturais. A atuação do processo de urbanização no escoamento superficial

foi representada por meio dos modelos HEC-1 e SWMM. O primeiro modelo foi utilizado

na escala da bacia, considerando as mudanças históricas da cobertura do solo e o escoamento

superficial, por meio de classificação das imagens de satélite. Já o segundo foi aplicado

como mecanismo para avaliar o desempenho das instalações LID. As respostas alcançadas

revelaram que os picos de chuvas se intensificaram com aumento da demanda por

edificações e pavimentações, para intervalos de baixos retornos e que o LID reduz satisfatoriamente

o escoamento superficial. As análises das variações do escoamento da precipitação

e as mudanças no uso do solo, causadas pela urbanização, foram consideradas críticas para


a mitigação no controle de alagamentos.

Mediante os fatos e eventos descritos, e a necessidade de aprofundar o tema, devido

sua importância ambiental, sustentável, social e econômica, elaborou-se um artigo de Revisão

Sistemática da Literatura (RSL) com o objetivo de quantificar as pesquisas existentes sobre

técnicas ou métodos de drenagem urbana, que minimizem os impactos causados pelos

alagamentos.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho foi baseada na Revisão Sistemática da Literatura e

estruturada em três estágios, conforme Figura 2.1. Kitchenham (2004) declara que a RSL é um

procedimento de investigação que classifica, examina e elucida todos os estudos relevantes,

disponíveis e correlacionados com a questão da pesquisa, um item ou um evento de interesse.

Figura 2.1: Estrutura da RSL

Fonte: Autores

Existem algumas razões que levam à necessidade de realizar uma RSL, dentre elas:

identificar lacunas existentes na pesquisa atual, fornecer um delineamento para posicionar

novas pesquisas ou apoiar a geração de novas hipóteses sumarizar evidências existentes sobre

um determinado fenômeno.

A elaboração do Protocolo foi fundamentada na questão da pesquisa, que originaram as

palavras chaves, formadora do PICo (População, Interesse, Contexto), de acordo com o Quadro

2.1, finalizando assim o estágio de planejamento, do qual este artigo se propõe a executar.

Seguindo o processo, definiram-se as bases mais adequadas para as escolhas dos artigos,

por publicarem em periódicos voltados para área de engenharia de recursos hídricos,

conforme Quadro 2.2. Os materiais coletados, provenientes da busca via web no portal de

periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

passaram por uma seleção primária, a partir de alguns filtros aplicados para o ano de publicação

e para os idiomas, sendo admitidos os datados entre 2017 a 2021 e da língua Inglesa,

Espanhola e Portuguesa.

Partiu-se então, para a composição dos vocábulos controlados, resultando na seguinte

combinação ou string: ((((((((({hydrology}))) wn all) and (((({urban drainage management}) and

({precipitation (meteorology)}))) wn all)) and (((({drainage }) and ({urban}) and ({civil engineering})))

wn all)) or (((({green roof}) and ({reduction of runoff}))) wn all)) or (((({flood control}) and ({rainfall})))


Quadro 2.1: Descrição dos elementos PICo da pesquisa

Critérios

População

Interesse

Controle

Resultado

Contexto

Descrição

Hidrologia

Técnicas compensatórias de Drenagem Urbana

Artigos que contextualizam o uso de técnicas de drenagem urbana para minimizar os impactos

causados pelos alagamentos nos centros urbanos

Utilização de técnicas de drenagem como efeito mitigatório para controle de alagamentos

Controle de Alagamentos

Fonte: Autores

Quadro 2.2: Base de dados selecionadas

Base

1

2

3

4

5

6

Descrição das bases

Science Direct - http://www.sciencedirect.com - Foi selecionada por ser importante base multidisciplinar

internacional disponibilizada, ofertando acesso a mais de 2 mil periódicos.

Scopus - https://www.scopus.com/home.uri - Foi selecionada por ser a maior base de dados de resumos

e citações de literatura revisada por pares, cerca de 22 mil títulos de diferentes áreas, produzidos

em todo mundo.

Engineering Village – https://www.engineeringvillage.com/home.url?redir=t - Foi selecionada por ser uma

base de referências e resumo de pesquisas em engenharia técnica e científica, com acesso a mais de 3.800 revistas

por pares.

SAGE Journals Online – https://journals.sagepub.com/ - Foi selecionada por ser uma base de referências e

resumos de pesquisas em engenharia técnica e cientifica, com acesso a mais de ofertando acesso a mais 1 mil

periódicos.

Wiley Online Library - https://onlinelibrary.wiley.com/ - Foi selecionada por fornecer acesso ao conteúdo

acadêmico publicado pela editora John Wiley & Sons, Inc. A comunidade acadêmica da UFSCar possui acesso

exclusivo a uma coleção de e-books que foram adquiridos pela universidade. São 386 títulos de todas as

áreas do conhecimento.

EBSCOhost - https://www.ebsco.com/products/ebscohost-research-platform - Foi selecionada por ser

base internacional voltada ao meio ambiente, ofertando acesso a mais de 2 mil periódicos.

Fonte: Autores


wn all)) or (((({sustainable urban drainage}))) wn all)), sendo esta chamada de string genérica.

Assim, foram selecionados os primeiros artigos, nas bases de dados, que tiveram

aderência com o tema, a partir da utilização do software State of the Art through Systematic

Review (StArt). Neste contexto obteve-se 10.328 títulos. Na Figura 2.2 demonstram-se as

correlações entre elas.

Figura 2.2: Correlação entre as bases

Figura 2.3: Status da seleção do Start

Fonte: Autores

Fonte: Autores

Iniciaram-se então, as inserções de informações extraídas do protocolo, utilizando os critérios

de Inclusão (I), Exclusão (E), conforme Quadro 2.3, e os de Qualidades (Q) de acordo

com a Quadro 2.4.

A classificação das pesquisas aconteceu automaticamente por meio do aplicativo, a

partir da geração dos quadrantes (Q), sendo aceitos todos pertencentes ao quadrante Q1,

rejeitados todos do Q4 e em duplicidade. Resultando os artigos dos quadrantes Q2 e Q3,

que foram reclassificados de acordo com os seus scores, pontuação atribuída automaticamente

pelo próprio StArt. Desse modo, na etapa de seleção das 10.328 publicações, restaram:

153 - Accepted Papers; 8.502 - Rejected Papers; 1.673 - Duplicated Papers, conforme destacados

na Figura 2.3.

Dessa forma, reclassificaram-se os artigos com scores superiores a 65, encerrando o

estágio de seleção e iniciando o de extração com 153 artigos selecionados, conforme demonstrado

na Figura 2.4, resultando assim, em: 53 - Accepted Papers; 99 - Rejected Papers; 1 -

Duplicated Papers, que prosseguir para fase de sumarização.

Os artigos selecionados e admitidos passaram pela análise crítica dos pesquisadores,

que exploraram, avaliaram e agruparam, seguindo os critérios de avaliação de qualidade

relatados no protocolo e apresentados no Quadro 2.5. Dessa forma, evidenciou-se a Science

Direct, como base de periódicos, que mais contribuiu com artigos aderidos à temática, destacando

sua relevância nas bases pesquisadas, de acordo com a Figura 2.5.

Na etapa de sumarização foi possível extrair as palavras chave ou vocábulos controlados

mais citados nos artigos, compondo uma nuvem de palavras (Figura 2.6).


Quadro 2.3: Critérios a serem avaliados no protocolo

Cod. Inclusão Cod. Exclusão

CI1

Serão incluídos artigos que usarem ou referenciarem

controle de alagamentos

CE1

Serão excluídos artigos duplicados

CI2

Serão incluídos artigos que usarem ou referenciarem

alguma técnica compensatória de drenagem

urbana

CE2

Serão excluídos artigos que mencionam chuvas

relacionadas à irrigação

CI3

Serão incluídos artigos que usarem ou mencionarem

hidrologia urbana

CE3 Serão excluídos artigos com data (ano) inferior a 2017

CI4

Serão incluídos trabalhos publicados e disponíveis

integralmente nas bases científicas pesquisadas.

CE3

Serão excluídos artigos que não falarem sobre sistema

ou rede de drenagem urbana e alagamentos

CI5 Serão incluídos artigos que datam de 2017 a 2021 CE4 Serão excluídos artigos que mencionam precipitação

relacionada à meteorologia

CI6

Serão incluídos trabalhos que mencionam

eventos danosos provocados pelas chuvas e

precipitação nos centros urbanos

CE5

Serão excluídos artigos que não apresentem os termos

de busca no título, no resumo e nas palavras-chaves

CI7 Serão incluídos artigos que mencionam picos de chuvas . .

CI8

Fonte: Autores

Serão incluídos artigos com score considerado

bom e algum tipo de referência

. .

Quadro 2.4: Critérios de qualidade

Cod.

CQ1

CQ2

CQ3

CQ4

CQ5

CQ6

Qualidade

Estudos que abordem Drenagem Urbana Sustentável

Estudos que utilizem Metodologia clara, objetiva e coesão textual

Estudos que abordem ou mencionam Controle de Alagamentos

Estudos que utilizem Modelagem Hidrodinâmica

Estudos que apresentem tratamento amostral e procedimentos estatísticos adequados

Estudos que apresentem justificativas e relevância com o tema

Fonte: Autores

Quadro 2.5: Avaliação da Qualidade

Campo Tipo de Resposta Resposta

Os estudos abordam técnicas de drenagem urbana, que minimizam

os impactos causados pelos alagamentos?

Pick One List

(Sim / Não)

O texto apresenta clareza e coesão textual? Pick One List (Sim / Não)

O artigo traz alguma abordagem de controle de alagamentos? Pick One List (Sim / Não)

O estudo apresenta modelagem hidrodinâmica? Pick One List (Sim / Não)

No estudo houve tratamento amostral e estatístico adequados? Pick One List (Sim / Não)

O estudo apresenta justificativa e relevância com o tema? Pick One List (Sim / Não)

Qual o score de avaliação qualitativa geral?

Fonte: Autores

Labeled Scale

Muito bom = 10

Bom = 8

Regular = 6

Fraco = 4


Figura 2.4: Status da extração do StArt

Figura 2.5: Base de dados x quantidade de artigos aderidos

Fonte: Autores

Fonte: Autores

Figura 2.6: Nuvem de palavras

Fonte: Autores

Desse modo, encerra-se a etapa de sumarização e uso do aplicativo do StArt. Os artigos,

produto da RSL, que possuíam metodologias aderentes à questão da pesquisa foram

sintetizados através de gráficos utilizando o software Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente trabalho consistiu na elaboração de uma síntese da Revisão Sistemática da Literatura,

quantificando as pesquisas existentes sobre os métodos ou técnicas mais utilizadas

para atenuar os impactos causados pelos alagamentos nos centros urbanos. Pode-se perceber,

de acordo com a Figura 2.7, que o telhado verde foi o dispositivo mais utilizado nas pesquisas,

correspondendo a 41% dos métodos e os reservatórios de detenção ou retenção com 24%.

Qin (2020) relata que os telhados verdes apresentam um conjunto de vantagens ambientais,

como: a retenção da água das chuvas, minimização os pontos críticos de alagamentos, diminuição

do efeito “ilha de calor” e temperaturas urbanas, integração na paisagem urbana, de-


senvolvendo um espaço sustentável e harmonioso. Além disso, esta técnica propicia um isolamento

térmico para as edificações, melhorando a qualidade de vida das pessoas, minimizando

também os ruídos urbanos e as poluições por gases tóxicos, por meio da fotossíntese.

Figura 2.7: Quantificação dos artigos selecionados por técnicas compensatórias

Fonte: Autores

Dos 34 artigos analisados nesta etapa da pesquisa, a Espanha foi o país que mais contribuiu

com artigos científicos, apresentando 10 trabalhos e a China com apenas 7, com

destaque para a temática de atenuação dos impactos causados pelos alagamentos, de acordo

com a Figura 2.8.

Figura 2.8: Correlação entre Países e as Publicações.

Fonte: Autores


Quadro 2.6: Infraestrutura verde

ID Paper

Títulos buscados que mencionaram infraestruturas verdes

110331 Urban flood analysis for Pearl River Delta cities using an equivalent drainage method upon combined

rainfall-high tide-storm surge events

110334 Comparison of urbanization and climate change impacts on urban flood volumes: Importance of urban

planning and drainage adaptation

110464 Extending the Rational Method for assessing and developing sustainable urban drainage systems

110493 Sustainable Drainage Systems for transitioning to sustainable urban flood management in the European

Union: A review

110520 Are Neighborhood-level SUDS Worth it? An Assessment of the Economic Value of Sustainable Urban

Drainage System Scenarios Using Cost-Benefit Analyses

110531 A distributed real-time approach for mitigating CSO and flooding in urban drainage systems

110632 Assessing catchment scale flood resilience of urban areas using a grid cell-based metric

110634 Green infrastructure for sustainable urban water management: Practices of five forerunner cities

110637 Low impact development techniques to mitigate the impacts of climate-change-induced urban floods:

Current trends, issues and challenges

111059 Effects of low-impact development practices for flood events at the catchment scale in a highly developed

urban area

111070 Surface runoff in urban areas: The role of residential cover and urban growth form

111664 A framework for the case-specific assessment of Green Infrastructure in mitigating urban flood hazards

111671 Urbanization impacts on storm runoff along a rural-urban gradient

112020 Evaluation of permeable pavement responses to urban surface runoff

113295 Enhanced denitrification by design modifications to the standard permeable pavement structure

113386 Influence of rainfall intensity and pollution build-up levels on water quality and quantity response of

permeable pavements

117035 Analysis of the Effect of Low Impact Development on Urban Runoff Control Based on the SWMM Model.

117219 Study on storm-water management of grassed swales and permeable pavement based on SWMM

117308 Quantifying the Impact on Stormwater Management of an Innovative Ceramic Permeable Pavement Solution

117343 Actuaciones de mejora frente a la inundabilidad en das zonas urbanas mediante sistemas de drenaje sostenible

117377 Performance of Green Roofs for Rainwater Control

117581 Evaluating the effects of low impact development practices on urban flooding under different rainfall

intensities

117591 Real time controlled sustainable urban drainage systems in dense urban areas

Fonte: Autores


Xie et al. (2017) descreve em sua pesquisa que a infraestrutura verde, vem ganhando espaço

nos programas de gestão com águas de chuvas. O desenvolvimento desta técnica reduz o

escoamento ampliando a área de infiltração, com a finalidade de apresentar as vantagens de

um empreendimento tradicional versus sustentável. Nesta pesquisa foi utilizado o SWMM,

uma modelagem hidrológica que tem a função de simular eventos de precipitações características,

conforme a área estudada, para assim avaliar os efeitos da chuva ou o volume de água ao

longo do tempo e estimar ou extrapolar o efeito para uma grande escala e projetar para uma

bacia hidrográfica (YIRAN et al., 2019).

Pode-se observar a aplicação de diversos modelos computacionais nos trabalhos analisados,

contudo, o mais empregado para simulação de eventos ou cenários foi o SWMM que

se destaca entre os demais modelos existentes, de acordo com a Figura 2.9. A modelagem

computacional tem sido uma ferramenta muito importante para ponderar os fenômenos

físicos existentes na natureza, retratando os acontecimentos reais de um sistema, na busca

de soluções, por meio de modelos matemáticos, que possam descrevê-los, pois as ocorrências

do meio ambiente são de difíceis mensuração. Dessa forma, busca-se conhecer os componentes

hidrológicos através do modelo.

Figura 2.9: Tipos de modelagem

Fonte: Autores

Então, depreende-se de acordo com os estudos analisados, que há um consenso entre

os diversos pesquisadores quanto à importância do gerenciamento das águas pluviais

serem integradas ao planejamento urbano, para que seja mais efetiva. Isso proporciona

maior aproveitamento de recursos financeiros.


Johnson e Geisendorf (2019) confirma que o SUDS oferece diversas soluções para os

transtornos de gerenciamento da qualidade e quantidade de águas pluviais urbanas e retrataram

os aspectos econômicos e eficientes desse sistema e sua avaliação monetária, a partir da

comparação de diferentes cenários e medidas alternativas, na cidade de Berlim, na Alemanha.

Os benefícios quantificados incluíram os privados e sociais. Assim, perceberam que os

custos para instalação do SUDS, embora considerados elevados em comparação ao sistema tradicional,

proporciona um grande valor à sociedade e a multivalência da gestão.

Segundo Sañudo-Fontaneda e Robina-ramírez (2019) as soluções ambientais sustentáveis

são o caminho para romper barreiras e implementar protocolos educacionais, como políticas

pública, conduzindo o caminho para a resiliência em sistemas de águas pluviais e das edificações,

e das áreas ao seu redor, resultando em soluções ambientais éticas.

Todos os artigos aderidos à temática de técnicas compensatórias retrataram alguma estratégia

empregada para a gestão de águas pluviais integrada ao planejamento dos espaços urbano

e o meio ambiente, visando tanto o aproveitamento do recurso hídrico quanto a mitigação,

ou até mesmo prevenção dos impactos gerados pela mudança do uso do solo, buscando envolver

a multidisciplinaridade, permitindo uma visão mais integrada dos processos urbanos e da

consideração de conceitos que os aproximem à sustentabilidade.

CONCLUSÃO

Com a aplicação da Revisão Sistemática da Literatura foi possível ter acesso a estudos

específicos, com abordagens voltadas para o gerenciamento das águas pluviais, a partir

de combinações de estratégias, métodos e técnicas sustentáveis, respondendo ao questionamento

dessa pesquisa.

Dentre os métodos mais utilizados para amenizar os alagamentos nos centros urbanos,

infere-se que o telhado verde vem se destacando como bastante usual, associando-o a alguma

estratégia de gerenciamento de águas das chuvas tais como: Desenvolvimento de baixo impacto

- Low Impact Development (LID), Infraestrutura verde - Green Infrastructure (GI), Design urbano

sensível à água - Water Sensitive Urban Design (WSUD), Sistemas de drenagem urbana sustentável

- Sustainable Urban Drainage Systems (SUDS), que vem sendo o caminho para a resiliência

em sistemas de águas pluviais urbanas. A gestão dessas águas, o planejamento urbano

e as áreas em seu entorno, agregadas aos modelos de dispositivos, tornam-se mais eficazes

para amenizar os alagamentos, resultando em soluções ambientais éticas.

Algumas pesquisas absorvidas nessa Revisão, abordaram o SUDS a partir de outras vertentes

que não diretamente de métodos ou técnicas para gerenciamento das águas pluviais, a

exemplo do trabalho de Sañudo-Fontaneda e Robina-ramírez (2019) que referiu a premissa da

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura – UNESCO acerca da

gestão das águas de precipitação, promovendo a abordagem pelos aspectos humanos dessa


gestão, levando em consideração as percepções de comunidades em relação ao uso do SUDS,

dentro da estrutura da ética da água e abordando os aspectos sociais como amenidade, saúde,

governança ou equidade, que geralmente não são considerados na fase de planejamento dos

sistemas de drenagem urbana.

AGRADECIMENTOS

Os autores desejam expressar sua gratidão à CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior, pelos acessos aos periódicos pesquisados, à FACEPE

– Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco, pela bolsa concedida

à primeira autora e ao PEC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da

Universidade de Pernambuco.

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Impactos dos investimentos públicos em

infraestrutura no desenvolvimento sustentável

em países emergentes: revisão

sistemática

Maria Conceição da Costa Silva¹; Geovana Tais da Silva Almeida²; Helton Thomás de Santana Lima²; Maria

Ana Fonsêca dos Anjos²; Alisson Lopes da Silva 2 & Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani³

1 - Mestranda em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco

2 - Graduando em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco

3 - Professora Doutora da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

Esta Revisão Sistemática da Literatura (RSL) objetivou analisar e

sintetizar a literatura existente sobre os investimentos públicos em

infraestrutura, com o propósito de buscar possíveis impactos desses

investimentos no desenvolvimento sustentável de países emergentes.

O método foi dividido em três etapas: (1) criação do protocolo

para registro e síntese do planejamento, (2) seleção e extração

de artigos por meio de mecanismos de pesquisa online, (3) sumarização

dos dados coletados dos estudos aceitos. Os resultados alcançados

mostraram que os 495 artigos resgatados nas buscas

foram publicados entre os anos de 2017 e 2022, no idioma inglês.

Desse total, aplicados os critérios de inclusão, exclusão e de qualidade,

24 estudos foram aceitos para extração de dados. Da análise

dos artigos aceitos, os autores concluíram que há semelhança nas

perspectivas abordadas, demonstrando a importância da implementação

dos investimentos públicos no setor de infraestrutura,

para o crescimento de países em desenvolvimento, uma vez realizado

o planejamento prévio e adequado.

Palavras-chave: Investimentos Públicos, Infraestrutura, Efeitos

Econômicos e Sociais, Desenvolvimento Sustentável, Países em

Desenvolvimento.

INTRODUÇÃO

O processo de urbanização e a formação de cidades impuseram várias consequências,

não só em relação à mobilidade urbana e sua grande expansão, mas também na necessidade

de implantação de infraestruturas físicas, sociais e econômicas. A expansão nos

setores de infraestrutura, além de gerar empregos, colabora com o desenvolvimento da

área da construção civil (LIU; ZHAN; DENG, 2005). Historicamente coube ao setor públi-


co a incumbência de implantar sistemas que melhorem as condições de vida da população,

a fim não apenas de provocar melhorias nas condições sociais, mas também melhorias

econômicas para o Estado, sendo esses um dos motivos para desenvolvimento do que se

conhece como políticas públicas, e seus investimentos em infraestruturas (DE JONG et al.,

2015).

Desse modo, em países emergentes, os impactos causados pelos investimentos públicos

em infraestrutura se tornam, cada vez mais, um importante vetor de desenvolvimento

socioeconômico. A Agenda 2030 traz os investimentos em infraestruturas e em inovações

como um de seus focos para alcançar melhores condições de crescimento econômico e de

desenvolvimento sustentável das nações. No modelo Triple Bottom line, apresentado por

Elkington (1997), o investimento econômico público seria uma das bases para se obter um

desenvolvimento sustentável. Esse, por sua vez, busca um fortalecimento industrial de

forma eficiente, demandando um setor de construções mais desenvolvido

(ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015).

Em contrapartida, para que haja o avanço de forma significativa na ampliação e manutenção

de infraestruturas sustentáveis, tais como: transporte, energia, abastecimento e

telecomunicações; deverá haver um investimento nacional constante, o que pode resultar

em um possível desequilíbrio na demanda por recursos públicos (ALHUSSEINAWI;

AZEEZ; TUAMA, 2020). Outro fator de extrema importância é o planejamento dos projetos

de infraestrutura, pois, se mal planejados, podem acarretar uma série de impactos negativos

para a economia dos países em desenvolvimento, como o aumento das paralisações

em obras públicas.

Diversos estudos acadêmicos têm abordado a relação entre o financiamento público

para a ampliação e manutenção das infraestruturas e a melhoria econômica e social dos

países, especialmente das nações emergentes. Nesse contexto, a realização de uma revisão

sistemática da literatura, do tipo mapeamento sistemático, se tornou um método viável

para sumariar o estado da arte e embasar a fundamentação teórica de pesquisas na área de

obras e projetos públicos.

Desse modo, a presente Revisão Sistemática da Literatura (RSL) teve como objetivo

analisar e sintetizar a literatura existente sobre os investimentos públicos em infraestrutura,

com o objetivo de buscar possíveis impactos desses investimentos no desenvolvimento

sustentável de países emergentes, buscando responder a seguinte questão de pesquisa: P1:

Quais os impactos dos investimentos públicos em infraestrutura no desenvolvimento sustentável

de países emergentes?

A resposta a esse questionamento permitiu entender o grau e a direção dos impactos

socioeconômicos gerados, bem como permitiu evidenciar possíveis lacunas de conhecimento

e a indicação de pesquisas futuras.


MATERIAIS E MÉTODOS

A Revisão Sistemática de Literatura (RSL) é um estudo que consiste na busca, explanação e

síntese nas várias áreas do conhecimento. Abordando, assim, os estudos primários existentes sobre o

tema em cada estudo, fazendo uma análise crítica a fim de mitigar os vieses (ZOLTOWSKI, 2014).

As fases de desenvolvimento da presente Revisão Sistemática de Literatura foram: (i)

planejamento, que foi realizado com base em um protocolo; (ii) condução, que se refere a

execução da pesquisa, composta de seleção dos artigos, seguindo os critérios de inclusão e

de exclusão, e extração de dados realizada nos artigos aceitos, para finalizar, passou-se

para a fase (iii) sumarização, que é composta pela síntese e relato dos dados coletados nos

estudos aceitos, onde é possível a verificação do estado da arte do tema em estudo.

A princípio, para a execução da revisão sistemática, foram criadas e inseridas strings

de buscas, conforme o protocolo, nas bases de estudos científicos previamente selecionadas:

Science Direct, Scopus, Engineering Village, Web of Science Clarivate Analytics,

American Society of Civil Engineers (ASCE), IEEE Xplore e Emerald Insight. Tais bases

foram selecionadas mediante a relevância para o tema, amplitude e abrangência de periódicos

com bons fatores de impacto e citações, procurando-se incluir bases multidisciplinares

e especializadas. Como limitação das buscas, foram indicados os idiomas inglês e português

e os anos de 2017 em diante.

As buscas foram exportadas no formato RIS e inseridas no aplicativo StArt (State of

the Art through Systematic Review), que é um software disponibilizado gratuitamente pelo

Laboratório de Pesquisa em Engenharia de Software (LaPES) da Universidade Federal de

São Carlos -UFSCar (START, [2012 ou 2013]). A RSL procurou responder aos seguintes

questionamentos de pesquisa baseadas na estratégia PICo:

P1: "Os investimentos públicos em infraestrutura impactam no desenvolvimento sustentável

de países emergentes?"

P2:“Se sim, com qual intensidade? Alta, média ou baixa? E em que direção? Diretamente

ouinversamente proporcional?

P3: Os investimentos melhoram o desenvolvimento econômico dos países?”.

No StArt os estudos foram selecionados de acordo com os critérios de exclusão, inclusão

e qualidade presentes no protocolo (Quadro 3.1 a 3.3). Os artigos foram selecionados

a partir da leitura e análise do título, resumo e palavras chaves. Para a extração, estes

foram eleitos por meio da análise e leitura completa do texto. A estratégia PICo foi utilizada

para a definição da questão e formulação das strings de busca, na qual P se refere à população

do estudo, I ao interesse de pesquisa e Co, ao contexto (Quadro 3.4).


Quadro 3.1- Critérios de inclusão (CI)

Critério

Descrição do critério de inclusão

CI1

CI2

Artigos que apresentem os termos de busca no título, no resumo e nas palavras-chaves

Artigos que abordam os impactos do investimentos públicos em infraestrutura no desenvolvimento

sustentável de países em desenvolvimento

Fonte: Autores

Quadro 3.2- Critérios de exclusão (CE)

Critério

CE1

CE2

CE3

CE4

CE5

Descrição do critério de exclusão

Artigos duplicados

Artigos sem resumo

Estudos secundários e terciários

Artigos que não apresentem os termos de busca no título, no resumo e/ou nas palavras-chaves

Artigos que não abordam os impactos dos investimentos públicos em infraestrutura no desen-

Fonte: Autores

Quadro 3.3- Critérios de qualidade (CQ)

Critério

CQ1

Descrição do critério de qualidade

Estudos que envolvam países emergentes e/ou em desenvolvimento

CQ2

CQ3

CQ4

Estudos que apresentem desenho metodológico replicável

Estudos que apresentem resultados claros e objetivos

Estudos que apresentem coerência e coesão textual

Fonte: Autores

Quadro 3.4- Critério PICo

Critério

P

I

Co

Descrição

Investimentos públicos em infraestrutura

Efeitos econômicos e sociais

Desenvolvimento sustentável de países em desenvolvimento

Fonte: Autores


Para elaborar o relato desta RSL foi utilizada a recomendação PRISMA, que consiste em um

fluxograma e um checklist que auxilia os relatos dos resultados obtidos dentro das revisões sistemáticas,

servindo como uma base para os vários tipos de pesquisa e estudos (PRISMA, 2020).

RESULTADOS

A Revisão Sistemática de Literatura (RSL) resgatou 495 artigos científicos, a partir

das buscas efetuadas nas 7 bases de estudos científicos previamente selecionadas. Ao inserir

os resultados das buscas no aplicativo StArt (State of the Art through Systematic Review),

15 artigos foram detectados como duplicados e excluídos. Sequencialmente, seguiu-se a

análise dos 480 artigos restantes, dos quais 433 foram considerados excluídos por meio da

leitura do título, resumo e palavras-chaves, pelo critério de exclusão 4 (CE4) constante no

protocolo. Após a análise dos textos completos, dos 47 artigos remanescentes, 23 foram

rejeitados no processo de extração por não abordarem o tema da pesquisa. Sendo assim, 24

artigos científicos foram selecionados para compor a fase de extração de dados, conforme

o fluxograma PRISMA (Prefererd Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses)

presente na Figura 3.1. As Figuras 3.1 e 3.2 apresentam a finalização das fases de seleção e

extração no aplicativo.

Figura 3.1 – Fluxograma PRISMA com as buscas realizadas e devidamente registradas.

Fonte: http://prisma-statement.org


Figura 3.2 – Status da Seleção

Figura 3.3 – Status da Extração

Fonte: Extraídos do aplicativo StArt a partir

das informações produzidas pelos autores.

Fonte: Extraídos do aplicativo StArt a partir

das informações produzidas pelos autores.

A Figura 3.6 apresenta que os artigos científicos incluídos no mapeamento foram realizados

entre os anos de 2017 e 2021, havendo uma distribuição equilibrada por ano. A Figura 3.7

representa as palavras-chaves usadas nos artigos aceitos, onde destaca-se os termos:

“construction industry”, “sustainable development” e “economic and social effects”. Os termos mais

citados compunham a estratégia PICO, evidenciando a efetividade do trabalho da RSL.

Os resultados do trabalho de RSL, conforme apresentados nos quadros e figuras acima,

propiciou o resgate de 24 trabalhos relevantes, apresentados no Quadro 3.5, onde estão

relacionados os autores anos de publicação e as principais áreas abordadas, a partir

dos quais foram extraídos os dados qualitativos, por intermédio do uso de técnicas de análise

de conteúdo, permitindo a discussão dos resultados e a avaliação crítica dos achados.

No estudo realizado por Yapicioglu, Nwabueze Mogbo e Yitmen (2017) os autores afirmam,

por meio de provas empíricas, a importância de implantar políticas no setor de infraestruturas

para melhoras no crescimento econômico e sustentável por meio de estratégias inovadoras

no setor de transporte. No mesmo caminho, Ding et al. (2018) e H. Bian et al. (2020) citam

avanços advindos dos investimentos em infraestrutura, porém ressaltam a importância de um


Figura 3.4 – Quantidade de artigos aceitos por base

Fonte: Extraídos do aplicativo StArt a partir das informações produzidas pelos autores.

Figura 3.5 – Percentual de artigos aceitos por base

Figura 3.6 – Estudos aceitos por ano das publicações

Fonte: Extraídos do aplicativo StArt a partir das

informações produzidas pelos autores.

Fonte: Extraídos do aplicativo StArt a partir das informações

produzidas pelos autores.


Quadro 3.5 – Autores, ano e áreas dos estudos aceitos para extração de dados

Autores

Ding et al. (2018)

Rarasati e Octoria (2018)

Liu, Xue e Chen (2020)

Principais áreas abordadas

Países em desenvolvimento; Desenvolvimento sustentável

Desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos e sociais

Desenvolvimento sustentável

H. Bian et al. (2020) Desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos e sociais

Bin Md Salleh, Ismail (2018)

Jorge Lopes et al. (2017)

Yapicioglu, Nwabueze Mogbo e

Yitmen (2017)

Persada et al. (2021)

Rarasati et al. (2017)

Idrus et al. (2019)

Hromádka et al. (2019)

Mourgues et al. (2017)

Yang et al. (2020)

Xu et al. (2021)

Cascettaa et al. (2020)

Lin (2019)

Edward (2020)

Hanif et al. (2020)

Aguado (2019)

Saidi et al. (2018)

Hyršlová et al. (2019)

Wu et al. (2017)

Pujadas et al. (2017)

Li et al. (2018)

Programas institucionais de desenvolvimento de infraestruturas; desenvolvimento

sustentável

Países em desenvolvimento

Infraestrutura; desenvolvimento sustentável

Infraestrutura; desenvolvimento sustentável

Investimentos públicos; infraestrutura; países em desenvolvimento

Investimentos públicos; infraestrutura; efeitos econômicos e sociais; países em desenvolvimento

Investimentos públicos; efeitos econômicos e sociais; desenvolvimento sustentável

Investimentos públicos; infraestrutura; países em desenvolvimento

Investimentos públicos; infraestrutura

Investimentos públicos; infraestrutura; efeitos econômicos e sociais

Investimentos públicos; infraestrutura; efeitos econômicos e sociais

Infraestrutura; efeitos econômicos e sociais; Investimentos públicos; infraestrutura;

Investimentos públicos; infraestrutura; desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos

e sociais

Efeitos econômicos e sociais; infraestrutura; desenvolvimento sustentável

Infraestrutura; efeitos econômicos e sociais; desenvolvimento sustentável

Infraestrutura; países em desenvolvimento; efeitos econômicos e sociais

Desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos e sociais; infraestrutura

Infraestrutura; desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos e sociais

Investimentos públicos; desenvolvimento sustentável; efeitos econômicos e sociais

Investimentos públicos; infraestrutura; desenvolvimento Sustentável

Fonte: Autores.


Figura 3.7 – Word Cloud

Fonte: Extraídos do aplicativo

StArt a partir das informações

produzidas pelos autores.

melhor planejamento no desenvolvimento dos projetos, evitando o desenvolvimento de infraestrutura

inadequadas, visando um maior crescimento econômico por meio de infraestruturas

sustentáveis a longo prazo.

Em Jorge Lopes et al. (2017) os autores descrevem as tendências econômicas de países em

desenvolvimento, mostrando que ao atingirem um certo nível de renda per capita os países

apresentam taxas de crescimento e desenvolvimento econômico sustentável de modo que a

produção de construções, como: transportes, energia e água; acompanham a taxa de crescimento

econômico geral.

Por sua vez, de acordo com Rarasati et al. (2017), a segurança é o fator que mais influencia

os indonésios na escolha de transporte público para os investimentos em infraestrutura.

O impacto desses investimentos seria maior se houvesse um serviço mais confiável

para atrair novos usuários, sendo a segurança necessária para melhorar a facilidade de locomoção

e para promover o uso do transporte público.

Para Idrus et al. (2019), dentre vários esforços para o desenvolvimento de infraestrutura,

a infraestrutura rodoviária foi entendida como o principal meio de acesso ao desenvolvimento

regional, isso porque as estradas passam a ser um meio para a comunidade

realizar diversas atividades econômicas, como a venda de produtos agrícolas.

Hromádka et al. (2019) diz que uma das causas básicas no atraso dos investimentos

públicos na construção, que causa impactos negativos em sua entrega, é a má elaboração

dos projetos. Para ele, o problema também pode estar no prolongamento do período de

licitação em razão da grande quantidade de questões complicadas que exigem explicação

ou preenchimento da documentação comercial por parte das empresas licitantes. O aumento

dos custos aparece como uma consequência às possíveis causas citadas.

Corroborando com a hipótese, Xu et al. (2021) nos mostra que o investimento bem

planejado em infraestrutura da rede elétrica feito nas 30 províncias chinesas, ampliou a

produção econômica regional no logo e no curto prazo, melhorando a geração de emprego.

Além disso, concluiu que o desenvolvimento industrial ainda é a força motriz mais importante

para a evolução econômica, e que as regiões desenvolvidas têm uma base industrial

melhor para tais progressos.


Segundo Barbier (2020), os investimentos públicos em infraestrutura trazem impactos positivos,

pois tais investimentos estão voltados para a infraestrutura limpa, visando o beneficiamento

social, ambiental e econômico. Contudo, os ganhos são maiores quando há participação popular, já

que em uma população engajada os rendimentos são ainda maiores (LI et al., 2018).

Por fim, o estudo de Wu, Wang e Mao (2017) analisou o investimento na infraestrutura

hídrica e o ecossistema e serviços, no qual foi observado o beneficiamento social, pois

foram realizadas obras de gestão de águas pluviais, tratamento de esgoto, saúde das vias

navegáveis e inundações, como também, os autores observam o avanço econômico acarretado

pela ampliação e atração novos de serviços de turismo e lazer nas regiões beneficiadas

pelos investimentos.

O Quadro 3.6 resume a compreensão consensual trazida pela RSL, relacionando autores,

anos de publicação e principais achados, que respondem a questão inicialmente levantada

pelos autores.

Quadro 3.6: Resumo dos principais resultados obtidos

Critérios

Yapicioglu; Nwabueze Mogbo

e Yitmen, (2017)

Jorge Lopes et al., (2017)

Idrus et al., (2019)

Hromádka et al., (2019)

Xu et al., (2021)

Wu, Wang e Mao (2017)

Principais conclusões obtidas

Indicam reflexos positivos e intensos dos investimentos públicos com

melhora do crescimento econômico, de maneira sustentável, quando,

por exemplo, há implantação de infraestruturas e investimentos em tecnologias

inovadoras no setor de transporte.

Descrevem as tendências econômicas de países em desenvolvimento,

indicando que os investimentos públicos em transportes, energia e água,

vêm acompanhados de taxas de crescimento econômico geral.

Afirmam que o desenvolvimento de infraestrutura, especialmente rodoviária,

foi entendida como o principal meio de acesso ao desenvolvimento

regional, isso porque as estradas passam a ser um meio para a comunidade

realizar diversas atividades econômicas, como a venda de produtos

agrícolas.

Indicam que o atraso dos investimentos públicos na construção de das

principais infraestrutura nacionais causa impactos negativos no desenvolvimento

econômico e social dos países.

Mostram que o investimento bem planejado em infraestrutura da rede

elétrica, como foi feito em 30 províncias chinesas estudadas, ampliou a

produção econômica regional no logo e no curto prazo, melhorando a

geração de emprego.

Analisaram o investimento na infraestrutura hídrica e no ecossistema de

serviços, tendo indicado o beneficiamento social com as obras de gestão

de águas pluviais, de tratamento de esgoto, obteve melhoria na saúde,

nas vias navegáveis e na redução de inundações. Os autores descreveram

ainda o avanço econômico acarretado e a atração novos de serviços

de turismo e lazer nas regiões beneficiadas pelos investimentos.

Fonte: Autores


CONCLUSÃO

A realização do estudo possibilitou analisar os impactos dos investimentos públicos

em infraestrutura sustentável, além disso, permitiu compreender a influência dessas aplicações

no setor socioeconômico de países emergentes.

Observou-se um razoável consenso nos dados obtidos que se mostram favoráveis à

vinculação do desenvolvimento sustentável à expansão das infraestruturas nacionais. Fatores

como: ciclo de vida do projeto, investimento a curto-longo prazo e custo-benefício, foram

tópicos abordados por boa parte dos pesquisadores na obtenção de seus resultados. De

modo que, da análise crítica, constatou-se, então, que os impactos dos investimentos públicos

em infraestrutura, desde que possuam um planejamento prévio adequado, podem colaborar

com o desenvolvimento econômico, social e sustentável dos países emergentes.

Como implicações do estudo, ressalta-se a necessidade de aprofundar os resultados,

por meio da realização de estudos qualiquantitativos, com o uso de análises estatísticas

capazes de correlacionar variáveis socioeconômicas, como o Nível de Investimento Público

em Infraestrutura, o Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH), dentre outros, a cada ciclo de investimentos nacionais.

O estudo limitou sua análise nos efeitos socioeconômicos, havendo espaço para estudos

que abordem os aspectos socioambientais, bem como, observa-se espaço para o desenvolvimento

de pesquisas que analisem os impactos advindos da frustração dos investimentos públicos,

materializados pelos recorrentes atrasos, excedentes de custos, e paralisações observados

no desempenho do setor obras públicas em diversos países, dentre esses o Brasil.

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Resíduos de ACM como fonte de matéria

para produção de pavimentos

flexíveis sob a ótica da Economia

Circular: uma revisão da literatura

Sanderson De Jesus¹; Stela Fucale² & Emilia. Rahnemay Kohlman Rabbani²

1 - Mestrando em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco


O atual modelo econômico dominante no segmento da Construção Civil,

na grande maioria dos países é o modelo de economia horizontal. Trata-se

de um modelo que não está alinhado com a busca cada vez mais crescente

de promoção de ações e políticas sustentáveis. Sendo o modelo de Economia

Circular mais convergente com esse movimento mundial, modelo

que promove maior vida útil de materiais, minimizando resíduos, fomentando

o reuso de materiais, práticas que evidenciam consciência acerca

da finitude dos insumos. Este trabalho apresenta uma revisão sistemática

de literatura (RSL) sobre aspectos relacionados ao modelo de economia

circular no segmento da Construção Civil, com o intuito de analisar,

sob o ponto de vista técnico, a viabilidade de implantação deste modelo

na cadeia de Material de Alumínio Composto (ACM), com enfoque nos

resíduos provenientes de revestimentos de fachadas, que vêm sendo largamente

utilizados nas obras brasileiras. São descritos os tipos ACM atualmente

existentes, suas principais características, além do potencial de

aplicabilidade dos resíduos gerados no beneficiamento do material. Os

principais tipos de ACM identificados são os núcleos de Polietileno (PE),

Mineral Misto (FR ou B1) e Mineral 100% (A2). Sendo fruto de nossos estudos

iniciais o de núcleo de polietileno (PE), seguido do de Mineral Misto

tipo “Fire Resistent” (FR) e por último o mineral 100%. O número de

publicações relacionadas ao tema vem crescendo nos últimos quatro anos,

o que deixa evidente que o assunto desperta o interesse mundial. No Brasil,

encontrou-se apenas artigos com a temática do modelo de Economia

Circular, de forma geral, a RSL evidenciou estudos que envolvem a temática

de Economia Circula aplicada na Construção Civil, com estudos fomentando

reutilização de materiais e substituições parciais, de materiais

na obtenção de produtos para área, mas não se evidenciou estudos ou

artigos que envolvesse a temática com o material destacado para o presente

artigo. O que nos aponta a necessidade de serem realizadas pesquisas

futuras sobre o tema no país, bem como a divulgação dos resultados

obtidos em revistas internacionais indexadas.

Palavras-chave: Revestimentos; ACM; Resíduo; Economia Circular.


INTRODUÇÃO

Há algumas décadas que o desenvolvimento sustentável tem sido assunto protagonista

das discussões em nível mundial. E esse protagonismo se dá principalmente por problemas de

ordem ambiental, que foram surgindo e se agravando com o tempo, fruto da intensa atividade

humana na extração, processamento e utilização dos recursos naturais existentes. O crescimento

de discussões acerca do tema decorreu, entre outros fatores, pela evidência da finitude desses

recursos, uma vez que as atividades econômicas são em grande parte pensadas e realizadas

sem, levar em conta as externalidades negativas, partindo-se do pressuposto de que a Terra

possui recursos naturais infinitos.

Outro fator importante está no crescimento da construção civil, que gera grande volume

de resíduos de construção e demolição (RCD). Os RCDs são caracterizados por grande

volume e peso, que causam impacto sobre o meio ambiente natural, devido à logística

de destinação e à ocupação do solo urbano (KAMINO; GOMES; BRAGANÇA, 2019).

A indústria da Construção Civil é reconhecida como grande geradora de resíduos,

sejam provenientes de atividades relacionadas a novas obras, reformas e/ou demolições,

esta última que corresponde ao fim de vida da construção (EoLB) na desmontagem da estrutura

(CHENG; MA, 2013). Esse cenário se evidencia em diversas partes do mundo, pois

é potencializado pelo modelo de economia horizontal adotado, onde se extrai recursos e

insumos do meio natural para beneficiamento e produção de produtos para construção

civil, de forma geral em suas várias etapas, e no fim do processo produtivo se tem resíduo

de considerável volume e de alto poder contaminante quando não corretamente segregado

na fonte, que segue para descarte.

Um caminho para a minimização de tal contexto seria a adoção de um novo modelo

de gestão, onde se busca uma utilização de recursos naturais otimizada, com melhoria de

processos de fabricação, tendo uma menor dependência de matéria-prima virgem, onde é

priorizado insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis. O modelo de Economia Circular

é um aperfeiçoamento do sistema econômico atual, que tem como entendimento principal,

estabelecer um novo relacionamento com os recursos naturais e sua utilização pela sociedade.

Esse conceito apresenta potencial aplicabilidade à atividade na Construção Civil.

Diante do cenário apresentado, este artigo busca analisar o cenário atual da construção

civil no Estado de Pernambuco no que se refere a verificar a possibilidade de implementação

do modelo de Economia Circular no segmento da Construção Civil, em especial

na viabilidade técnica de reaproveitamento de resíduos provenientes de revestimentos de

fachadas de ACM (Material de alumínio Composto).


METODOLOGIA

Conforme Siddaway, Wood e Hedges (2019), uma Revisão Sistemática de Literatura

(RSL) pode ser caracterizada como uma investigação científica reconhecida por ser metódica,

transparente e reaplicável, utilizada para identificar sistematicamente todas as publicações

existentes para uma dada questão de pesquisa, e com isso avaliar a qualidade desses

artigos, extrair os dados de busca e sintetizar os resultados encontrados.

O procedimento metodológico empregado para realização da Revisão Sistemática de

Literatura proposta neste artigo consistiu de diferentes etapas, compondo a criação de um

protocolo, conforme apresentado resumidamente na Figura 4.1. Primeiramente, foi necessária

a elaboração da pergunta da pesquisa e do objeto de estudo, além de auxiliar também

na escolha das palavras chaves (com uso do recurso de sinônimos), correspondendo

às etapas 1 e 2, respectivamente. Na etapa de seleção das bases de dados, foram adotadas

as bases disponíveis pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior), fundação brasileira de caráter acadêmico e científico. A etapa 5 trata do String

de busca, composta a partir das bases adotadas, sendo respeitados os critérios estabelecidos

em cada base. Ainda no protocolo, foram compostos os critérios de inclusão e exclusão

de trabalho, sendo eles feitos com base no objetivo final da pesquisa. Uma descrição mais

detalhada de cada etapa é apresentada a seguir,

Figura 4.1 - Fluxograma de Metodologia da Revisão Sistemática da Literatura

Fonte: Autores.


Etapa 1: Elaboração do objetivo e da pergunta que se pretende responder com a revisão

sistemática da literatura (RSL)

Para composição do passo descrito anteriormente, se utilizou a composição do PICo,

instrumento que descreve três elementos essenciais (População; Interesse e Contexto) e,

auxilia na elaboração de uma pergunta de pesquisa, passível de resposta mediante pesquisa

a respeito, Quadro 4.1.

Quadro 4.1: Descrição dos elementos do instrumento PICo

Critérios

População

Interesse

Contexto

Descrição

Obras com pavimentação Flexível

Coleta, processamento e reaplicação de resíduo de revestimento (ACM) como material

ligante para pavimentos flexíveis, atendendo aos conceitos de economia circular

Economia Circular aplicada na atividade da Construção Civil, em específico reutilização

de resíduos de revestimentos de fachadas em Material de Alumínio Composto

(ACM) para confecção de pavimentos asfálticos.

Fonte: Autores.

Com o apoio das descrições apontadas no PICo, foi possível compor a seguinte pergunta

da RSL: Como a utilização de núcleo de ACM em substituição do Cimento Asfáltico

de Petróleo - CAP na produção de pavimentos flexíveis pode contribuir para a aplicabilidade

do conceito de economia circular na cadeia estudada?

Etapa 2: Composição de quadro de palavras-chaves e sinônimos

Nessa etapa foram definidos as palavras-chaves e os sinônimos, conforme o Quadro 4.2.

Quadro 4.2 – Palavras-chaves e sinônimos

Critérios Descrição Termos Sinônimos

População Construção Civil Engenharia Civil Civil Engineering

Interesse

Resíduos da constru-

Resíduos;RDC; Reutilização;

Waste; CDW;

ção Civil; ACM, Eco-

Reciclagem; Modelo Econo-

Waste reuse; Recycling;

nomia Circular

mia Circular

Circular Economy Model

Contexto Pavimentação flexível Rodovias, ciclovias, revestimentos

Highways, bike paths; coatings

Fonte: Autores.


Nessa etapa, com o grupo de palavras, se realizou os arranjos entre elas para se compor

String de busca. Para essa composição se utilizou os termos correlatos em inglês, sendo isso

feito com intuito de promover uma melhor busca de artigos nas bases de dados já definidas.

As palavras utilizadas foram: “Flexible pavements” “Asphalt pavements” “Construction industry”

"Waste utilization" "Aluminium Composite Material" “Construction and Demolition Waste”

"Circular Economy" "Recycling" "Sustainable development".

Etapa 3: Seleção de Fontes (Bases de Buscas)

Foram definidas cinco bases de dados, sendo elas: Scopus, Science Direct, Engineering

Village, Taylor & Francis, Emerald Insight. Vale ressaltar que as três primeiras bases apresentam

temas diversificados. O conjunto de bases aqui colocadas foram escolhidas por serem

bases de dados de expressiva contribuição científica, disponibilizaram acesso facilitado a

base de dados e apresentaram multidisciplinaridades em seus conteúdos, pontos importantes

que pesaram nas suas escolhas, umas vez que, o tema do presente artigo envolve uma

revisão sistemática sobre viabilidade técnica de reuso de materiais, mas sobre olhar conceitual

de um tema de estudo das ciências econômicas. Outro ponto importante que fomentou

o uso das bases foi a abrangência das mesmas, no que se refere a publicações.

Etapa 4: Definição da String de Busca

Constituiu na definição da string de busca, sendo isso feito a partir das palavras chaves

já determinadas, se utilizando os operadores booleanos (OR, AND e NOT) foi possível

compor a string de busca, apresentada no Quadro 4.3, se buscou compor uma string mais

objetiva possível para encontrar os artigos mais interessantes para a temática estudada. No

quadro 4.3 está apresentado a String de busca utilizada.

Quadro 4.3: String de busca e bases utilizadas

Bases de Dados

Scopus, Science Direct, Engineering

Village, Taylor &

Francis, Emerald Insight.

String de busca

(“Flexible Floors” OR “Asphalt pavements” OR “Construction industry”)

AND ("Waste utilization" OR "Aluminium Composite

Material" OR “Construction and Demolition Waste”) AND

("Circular Economy" OR "Recycling" OR "Sustainable development")

Fonte: Autores.


Etapa 5: Definição de perfil de artigos e busca da RSL

Nessa etapa foram definidos requisitos necessários para que os artigos encontrados

nas bases buscadas pudessem ser incluídos para avaliação, todo o processo de pesquisa

nas bases de dados, foi realizado através do portal de periódicos da CAPES (Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), a partir da String de busca definida na

etapa anterior. Nessa etapa é importante pontuar que para se obter uma busca exitosa no

que se refere a resultados, foram utilizados alguns marcos determinantes, como definidores

de perfil de artigos interessantes a pesquisa, tais como:

●Ŝ Área de publicação: Engenharia Civil;

●Ŝ Linguagem dos artigos: Inglês, Espanhol e Português;

●Ŝ Período dos artigos: 2018 a 2021 (últimos 4 anos)

Etapa 6: Utilização dos Critérios de Inclusão / exclusão dos artigos

Definidos no protocolo e utilizados nessa etapa para aceitação ou exclusão dos artigos

encontrados nas buscas das bases, sendo eles utilizados como justificativa para tal definição. Os

quadros 4.4 e 4.5 apresentam respectivamente, os critérios de inclusão e exclusão adotados.

Etapa 7: Extração dos artigos a serem utilizados na revisão

Etapa de elaboração das perguntas que definiram a extração ou descarte dos artigos.

O Quadro 4.6 mostra as perguntas definidas que serviram de base para escolhas dos artigos

que tinham informações relevantes para resolução da pergunta da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A revisão sistemática da Literatura foi desenvolvida durante os meses de Julho a

Agosto de 2021, tendo correspondido ao levantamento inicial de 1.422 artigos. Posteriormente,

com base nas premissas adotadas no protocolo validado, foram aplicados os correspondentes

filtros chegando-se à configuração geral apresentada no fluxograma do modelo

prisma indicado na Figura 4.2. A figura 4.2 apresenta o fluxograma, apresentando um

resumo das atividades da pesquisa.

Ao final da etapa de seleção resultou em 230 artigos passíveis de utilização, conforme

Figura 4.2. Ressalta-se a importante contribuição por parte de duas das bases pesquisadas,

a Sciense Direct e a Emerald Insight que representam 72,1% dos artigos, seguidas da Scopus

com uma contribuição de 15,2%. Um resumo do detalhamento da distribuição do número

de artigos encontrados por Base está mostrado no Quadro 4.7.


Quadro 4.4: Critérios de inclusão de arquivos da revisão

Critérios

CI1

CI2

Descrição do critério de Inclusão

O artigo traz informações de substituição parcial de material na composição de pavimentos

flexíveis por material por resíduos;

Os artigos trazem exemplos de aplicação de preceitos de economia circular na construção

CI3

CI4

Artigos com textos completos;

Pesquisas primárias;

Fonte: Autores.

Quadro 4.5: Critérios de Exclusão de arquivos da revisão

Critérios

CE1

CE2

CE3

CE4

CE5

CE6

Descrição do critério de exclusão

Artigos que não estejam relacionado à área da Engenharia Civil;

Artigos duplicados;

Artigos com título e resumo não contundentes com a pesquisa;

Artigos de revisão de literatura científica;

Artigos que não apresentam resumos;

Artigos sem metodologia bem detalhada.

Fonte: Autores.

Quadro 4.6: Perguntas de extração dos artigos

Campo Tipo de Resposta Respostas

Qual o tipo de ACM utilizado? Text (Texto livre)

Utilizou como substituição? Pick One List (Agregado miúdo, agregado

graúdo, adição)

Qual a porcentagem de substituição? Text (Texto livre)

Houve resposta técnica positiva do pavimento

com a substituição parcial do CAP pelo núcleo

de ACM?

Realizou ensaios específicos para pavimentos

flexíveis?

Analisou os impactos ambientais e técnicos dos

resultados?

Fonte: Autores.

Pick One List

Pick Many List

Pick One List

(Sim, Não)

(Sim, não, ensaios de

pavimentos)

(Sim, Não)


Figura 4.2: Fluxograma da Pesquisa dos Artigos

Fonte: Autores.

Tendo esse número definido o grupo de artigos foi submetido a um novo processo

de filtragem, sendo feita a exclusão de artigos duplicados e pela leitura do Título e Resumo

dos mesmos, ao fim dessa etapa o número de artigos foi de 50 artigos levados a fase de

extração. O Quadro 4.8 apresenta de forma estratificada os resultados após essa análise.

Ao fim dessa etapa e com base nos resultados quantitativos observados após filtragem

aqui descrita, é possível compor entendimento de que os mecanismos de buscas nas

bases apresentaram na presente pesquisa baixa eficiência, sendo isso evidenciado pelo número

significante de artigos excluídos após o processo. No processo de extração aplicado

ao grupo de artigo obtidos até aqui, após análise dos mesmos foi possível fazer aceitação

de 28 trabalhos dos 50 aceitos, o que representa 56% do total de artigos aceitos, analisando


esses aceitos se observa um aumento de publicações envolvendo a temática, como pode

ser evidenciado no Quadro 4.9.

Ainda em análise ao grupo de artigos selecionados, é possível verificar uma distribuição

irregular de estudos com a temática de reaproveitamento de materiais, o mesmo se observa

quando os estudos envolvem também a temática da Economia Circular. Mas o fato de

se evidenciar pesquisas em todos os continentes é um fato animador, pois demonstra que o

entendimento de finitude de recursos naturais e da necessidade cada vez mais urgente de

reformulação do atual modelo de economia mundial é o caminho para se compor um ambiente

onde a atividade humana, em especial as atividades relacionadas à Construção Civil,

podem se sustentar embasadas no conceito de circularidade proposto no modelo de Economia

Circular, promovendo o progresso, de forma sustentável, racional e eficiente. No Quadro

4.10 podemos observar a distribuição dos artigos

Sendo países contribuintes apresentados no Quadro 4.11 a seguir. Como resultado se

evidenciou estudos envolvendo polímeros e polietilenos aplicados na Construção Civil,

envolvendo substituição parcial em materiais como concreto e na produção de asfaltos e

pavimentações, sendo esse último item de estudo do presente artigo. Ainda sob o foco da

presente revisão, foi encontrado artigos envolvendo conceitos da economia circular aplicada

ao setor, é possível destacar entre os artigos vistos os seguintes: AL HAZMI et al (2021),

Lin; YANG et al(2019); GIRI et al (2018) Encontrar artigos científicos voltados para utilização

desses materiais associados ao conceito de Economia Circular é animador, pois evidencia

que a nível global, o entendimento de que o modelo se apresenta como caminho

viável, uma vez que, o entendimento acerca da finitude de recursos para produção em larga

escala é uma realidade.

Ao mesmo tempo que se encontra estudos envolvendo as temáticas buscadas pela presente

RSL, se verifica ao mesmo tempo a falta de estudos associados a reutilização de resíduos

de revestimentos de Material de Alumínio Composto (ACM), um material que como posto anteriormente

apresenta em uma de suas composições o núcleo de polietileno e também o alumínio,

materiais passíveis de reutilização em cadeias produtivas diversas. Apesar do potencial

evidenciado no material, e o mesmo ser utilizado em diversos lugares, não se encontrou estudos

com resíduos do mesmo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análises feitas aplicando-se a metodologia de Revisão Sistemática da Literatura,

permitiu chegar à conclusão de que a nível global pesquisas que envolvem resíduos e outros

materiais estão em alta, o que evidencia uma preocupação global sobre a finitude de

recursos. Nas análises se evidenciou intensa atividade com essa temática no continente


Quadro 4.7: Contribuição da pesquisa por base de dados

Base Quantidade de artigos Representatividade (%)

Eng. Village 21 9,1%

Sciense Direct 106 46,1%

Scopus 35 15,2%

Emerald Insight 60 26,1%

Taylor e Francis 8 3,5%

Totais 230 100,00%

Fonte: Autores.

Quadro 4.8: Estratificação dos artigos após leitura de

Títulos e Resumos

Quadro 4.9: Número de publicações do grupo

de extração x ano de publicação

Status do Artigo

Quantidade

Representatividade

(%)

Aceitos 50 21,7%

Rejeitados 148 64,3%

Duplicados 32 13,9%

Totais 230 100,0%

Anos Publicações % representativo

2018 6 21,4%

2019 3 10,7%

2020 9 32,1%

2021 10 35,7%

Totais 28 100,00%

Fonte: Autores.

Fonte: Autores.

Quadro 4.10: Distribuição de Artigos

por continente:

Publicações por continente

Ásia 19 67,9%

Europa 6 21,4%

África 1 3,6%

América 2 7,1%

Total 28 100,0%

Fonte: Autores.

Quadro 4.11: apresentação de artigos componentes da amostra por

país de origem

Artigos por países

1 Noruega 8 Malasya 15 Japão 22 Nigéria

2 Polônia 9 Índia 16 Índia 23 China

3 Irã 10 China 17 Índia 24 Índia

4 Romênia 11 China 18 Reino

unido

25 Finlândia

5 Indonésia 12 China 19 Índia 26 Eua

6 Índia 13 China 20 Eua 27 Itália

7 Índia 14 Quatar 21 Irã 28 China

Fonte: Autores.


asiático, detentor de 67,9% dos artigos vistos na Revisão, destacando-se a Índia e a China,

com 36,8% e 21,0% respectivamente. Seguindo a Ásia, o Continente Europeu com 21,4%

dos artigos estudados, apresentou linearidade nas pesquisas do tema, evidenciando-se

ainda pesquisas ocorrendo no Continente Americano, com 7,14% dos resultados e no Continente

Africano, com 3,6%.

Avaliando-se os artigos resultantes da RSL, é possível apontar que a temática da Economia

Circular vem ocupando espaço nas discussões e nos estudos acadêmicos, estando

presente em 28,57% dos artigos estudados, com estudos sobre resíduos em 17,86% dos artigos

sobre asfaltos representaram 35,71%, sendo esse associado com resíduos, e Economia

Circular. Do total de artigos obtidos ao fim da RSL se verifica um percentual de 25,00% de

documentos apresentando interação entre as temáticas.

Ainda assim evidencia-se nos estudos e análises um baixo número de pesquisas envolvendo

estudos de reuso de polietileno e/ou polímeros, que representaram apenas

3,57% dos artigos. Não se encontrou estudos envolvendo o ACM (Material de Alumínio

Composto) na RSL, apesar de sua composição em sua totalidade ser de materiais passíveis

de reuso e o material ser amplamente utilizado em várias partes do mundo para revestimentos

internos e externos. A não evidência de estudos envolvendo resíduos do material

em questão aponta para necessidade de estudos com o mesmo, no tocante a potencial contaminante

a partir do descarte sem rastreamento. Vale reforçar aqui que a RSL buscou artigos

dos últimos 4 anos.

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Análise de acidentes por queda

em altura em canteiros de obra:

revisão sistemática da literatura

Sabrina Santiago Oliveira¹; Leonardo Augusto de Oliveira¹; Bianca M. Vasconcelos² & Emilia R. Kohlman

Rabbani²

1 - Mestrando(a) em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco


Após observar o índice de recorrência de acidentes na construção

civil por queda em altura, foi vista a necessidade de fazer um estudo

analítico sobre tal tema. Este trabalho tem como objetivo identificar

as causas mais recorrentes dos acidentes de queda em altura

em canteiros de obras. Para tal análise, foi realizada uma Revisão

Sistemática da Literatura (RSL) que analisou e sintetizou a literatura

existente, no que tange a queda de altura em canteiros de

obras. Para as buscas de artigos científicos foram utilizadas as bases

de dados da Science Direct, Scopus, Engineering Village e Web

of Science. A partir das do uso de palavras chaves “Construction”,

"cause", "fall" e "accident", estabeleceu se o "string" de busca, da

pesquisa, foram estabelecidos limites como a data de publicação

entre os anos de 2016 até 2021, a área de atuação da Engenharia

e excluiu-se artigos que não tratassem especificamente do tema

queda em altura. Constata-se que a condição laboral que envolve

queda de andaime, ausência de equipamentos de segurança, uso

inadequado dos equipamentos de proteção e a supervisão deficiente

dos serviços foram os principais motivadores da ocorrência de

acidentes por queda em altura nos canteiros de obras identificados,

independente da região geográfica.

Palavras-chave: Canteiros de obras, Queda em altura, Acidente de trabalho.

INTRODUÇÃO

A Indústria da Construção Civil (ICC) possui uma grande importância no desenvolvimento

da economia de um país, pois disponibiliza a infraestrutura necessária para o crescimento

de uma comunidade, empregando elevada quantidade de mão de obra e alimentando uma

cadeia produtiva complexa ao seu redor (SOUZA et al., 2015). Contudo, para a construção civil

existe uma multiplicidade de fatores que expõem o trabalhador aos riscos de acidentes, tais como

jornadas de trabalho prolongadas, instalações inadequadas, ausência de treinamento, servi-


ço noturno, uso de maneira incorreta do equipamento de proteção individual (EPI) e a falta de

equipamentos de proteção coletiva (EPC) (CASTRO, 2011; VALERIM JUNIOR, 2014).

Em concordância a isso, Dzeng et al. (2016) afirmam que essa indústria é responsável por

uma quantidade significativa de acidentes de trabalho em todo o mundo, sendo responsável,

no período de 2003 a 2012, por 49,1% das mortes em Taiwan de e 20,2% das mortes nos Estados

Unidos. Deste modo, Cheng et al. (2012) relata que alguns dos fatores que contribuem para essa

elevada ocorrência de acidentes na indústria da construção são: a natureza perigosa de projetos

de construção; fatores humanos como, por exemplo, a idade e a experiência de trabalho de

quem está envolvido; fatores ambientais e equipamentos; fatores de gestão.

Contudo, o acidente de trabalho não pode ser definido apenas como decorrência direta

de fatores humanos, pois estes podem possuir baixa qualificação profissional e escolaridade,

precárias condições de saúde, alimentação e moradia, tornam-se mais vulneráveis

ao risco de acidente (CASTRO, 2011). Além disso, acidentes relacionados a queda, ser atingido

por objetos, eletrocussão e ficar imprensado entre obstáculos são conhecidos como

quatro acidentes mais fatais dos Estados Unidos, sendo responsável por quase 54% de todos

os acidentes fatais do país em 2012 (OSHA, 2011).

Entretanto, uma informação extremamente importante para que a indústria da construção

possa obter um melhor entendimento e uma redução dos índices de letalidade é a

descoberta das verdadeiras causas raízes dos acidentes, tornando-a a chave para corrigir

falhas no sistema organizacional e desenvolver medidas preventivas (WONG et al., 2018).

Como exemplo, em estudo realizado por Arifuddinet al. (2020), analisando 100 acidentes

de queda em altura, mostrou como resultado que as causas raízes dos acidentes por queda

estão relacionadas principalmente as áreas de andaimes (52%), área de estrutura (28%) e

área de estrutura de trabalho (20%), como mostra a tabela disposta a Tabela 5.1.

Tabela 5.1: Acidentes de queda relacionados a área de trabalho.

Área de Trabalho Percentagem (%)

Andaime 56

Escada 20

Estrutura 24

Total 100

Fonte: (ARIFUDDIN et al., 2020)

A tabela 5.1, mostra que as áreas de trabalho que envolvem andaime são responsáveis

por mais da metade dos acidentes estudos pelo autor. Já Dong, Wang e Daw (2012),

que realizou um estudo sobre os acidentes fatais de queda em altura entre os trabalhadores

mais velhos da construção civil, afirma que as quedas de telhados foram responsáveis


por um terço das quedas fatais de construção, contudo as quedas de escadas causaram

uma proporção maior de quedas mortais em idosos mais velhos do que em mais jovens.

Deste modo, Wong et al. (2018), que também estudou as causas raízes dos acidentes relacionados

a queda em altura, complementa o assunto afirmando que as quedas de andaimes

foram significativamente associadas à falta de andaimes em conformidade e ação corporal,

enquanto quedas de vigas de construção ou aço estrutural foram associadas ao uso impróprio

de equipamento de proteção individual (EPI) e ação corporal.

Porém, para a obtenção das causas raízes é necessária uma investigação detalhada de acidentes

graves ou letais, contudo, essa informação não é de fácil acesso, pois normalmente ela

não divulgada publicamente devido a barreiras legais (GAMBATESE et al., 2005; GARRETT;

TEIZER, 2009). O objetivo deste estudo é realizar uma revisão sistemática de literatura para obter

um melhor entendimento das causas dos acidentes referentes à queda em altura que ocorrem

na construção civil.

METODOLOGIA

A Metodologia consiste em uma Revisão Sistemática de Literatura, utilizando o Método

de orientações dos Itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Meta-análises

(PRISMA), e a análise dos dados obtidos através desta, objetivando um melhor entendimento

sobre os fatores que contribuem para a ocorrência dos acidentes de queda em altura.

Método PRISMA

A metodologia (PRISMA), criada por Liberat et al. (2009). Para esta revisão foi feito

pesquisas sobre análises de acidentes fatais de queda em altura na construção civil, utilizando

os bancos de dados das bases American Society of Civil Engineers, Science Direct,

Scopus, Engineering Village e Web of Science, escolhidas por sua amplitude, relevância e

especificidade de dados referentes ao tema em questão. As palavras-chave utilizadas para

a coleta desses dados, objetivando obter artigos e periódicos que possuíam o tema em

questão, em inglês, por motivos de abrangência, foram: “Construction”; "cause"; "fall";

"accident". Para a seleção dos artigos e periódicos utilizados, foi feita a utilização de critérios

de exclusão e inclusão.

Critérios de Inclusão

Os artigos incluídos nos casos estudados identificam fatores como: métodos de análise

dos acidentes fatais de queda em altura na construção civil, as falhas ativas que o causaram e as

principais causas deles; os países com maior frequência de estudos dos acidentes; os anos de

coleta dos relatórios de acidentes; frequência dos acidentes fatais de queda em altura por idade.


Critérios de exclusão

Para exclusão, primeiramente foi utilizado os filtros de seleção para separar os possíveis

periódicos que não seriam relevantes ao estudo, eles são: data de publicação (a partir de

2016 até 2021); área de atuação (Engenharia). Posteriormente à utilização dos filtros excluíram-se

os artigos que não citavam análises de acidentes fatais, coleta de relatórios de acidentes

para estudos e não ocorreram em obras de construção civil ou manutenção predial.

Critérios de Inclusão

Os artigos incluídos nos casos estudados identificam fatores como: métodos de análise

dos acidentes fatais de queda em altura na construção civil, as falhas ativas que o causaram e as

principais causas deles; os países com maior frequência de estudos dos acidentes; os anos de

coleta dos relatórios de acidentes; frequência dos acidentes fatais de queda em altura por idade.

Análise dos Dados

O estudo dos artigos foi realizado buscando identificar: o país de coleta dos acidentes;

a idade dos trabalhadores acidentados; a motivação da ocorrência do acidente; o local

mais frequente de ocorrência dos acidentes; o período do dia de trabalho que mais ocorreram

acidentes; o ano dos acidentes coletados; o método utilizado para a análise dos acidentes;

as lesões mais comuns aos trabalhadores acidentados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente, após a busca nos bancos de dados das bases American Society of Civil Engineers,

Science Direct, Scopus, Engineering Village e Web of Science, foram encontrados 24.438

artigos. Depois da aplicação dos critérios de exclusão por área de atuação, data de publicação,

leitura de título e resumo e leitura integral, o número de artigos restringiu-se a 12 artigos.

Os artigos foram selecionados primeiro por ano de publicação e área de atuação

(excluídos 22.482), depois por título (excluídos 1.850). Restaram para leitura do resumo 106

artigos (excluídos 81). Na fase da avaliação por elegibilidade foram excluídos 13 artigos

(sendo 4 deles excluídos por falta de acesso). Por fim, restaram 12 artigos que foram incluídos

nesta revisão. A Figura 5.1 ilustra o fluxograma do processo de seleção dos artigos da pesquisa,

bem como as características dos estudos considerados para a elaboração deste artigo.

Na Figura 5.1 fica exposto os resultados da obtenção dos artigos utilizados para esta

análise. Após essa seleção de artigos foram extraídas as informações presentes neles, objetivando

uma análise e comparação de informações para obter um melhor entendimento

do assunto abordado nos artigos, estas informações estão dispostas no Quadro 5.1.


Figura 5.1: Processo de Seleção dos Artigos

Fonte: Adaptação do Método de

(LIBERATI, A. et al., 2009)

Após a leitura dos artigos, foi possível notar que os dados, em comum, de maior relevância

foram: número de artigos publicados por ano; País/Países com acidentes analisados;

turno de maior ocorrência de acidentes; maior motivos de ocorrência de acidentes;

faixa etária de maior ocorrência de acidentes; Método de análise de acidente utilizado. O

Gráfico 5.1, por exemplo, ilustra os artigos deste tema por ano de publicação.

É possível notar que o ano que mais publicou sobre análise de acidente em queda de

altura, com os parâmetros relevantes para este estudo, foi em 2018 (41%), seguido por

2019 (25%). Contudo, não houve publicações referentes ao tema nos anos de 2020 e 2021.

Já no Gráfico 5.2, é possível ver quais os países de origem dos acidentes, recolhidos nos

artigos e quais foram os mais citados.

Dentre os países de origem dos acidentes estudados, Hong Kong e Estados Unidos da

América – EUA se destacam (22% cada), provavelmente pela facilidade de obtenção dos dados,

pois ambos os países possuem relatórios de acidentes de trabalho, divulgados no site

governamentais, seguidos pela China (14%). Após observar as informações referente aos horários

com maior frequência de ocorrência de acidentes de queda em altura, presentes nos

artigos, foi possível obter o Gráfico 5.3.

Conforme o gráfico 3, 42% dos artigos mencionaram que o turno da noite é o de maior

ocorrência de acidentes, contudo, essa porcentagem se refere ao total de artigos que dispuse-


Quadro 5.1: PRISMA dos Artigos

Nº Artigo Ano País(es) acidentes

analisados

Faixa etária

de maior

ocorrência

de acidentes

Maior motivo

de ocorrência

de

acidentes

Período

de maior

ocorrência

dos

acidentes

Anos da

Coleta

Método de

análise de

acidente

utilizado

1 ARIFUDDIN,

R.; LATIEF, R.

U.; SURAJI, A.

2019 Indonésia Entre 20 e

30 anos

Queda de

andaimes

Período

da tarde

(42%)

2010 -

2017

Teoria da

construção

da causalidade

do

acidente

2 YIN, Z.;

TANG, P.

2018 China NC Ausência dos

equipamentos

de segurança

e violação

da disciplina

e orientações

de

segurança

NC NC modelo

24” e no

HFACS

3 FASS, S.;

YOUSEF, R.;

LIGINLAL, D.;

VYAS, P.

2016 Arabian, Gulf

region

NC

acidentes

com queda e

atropelamento

NC 2012 -

2014

Sistema de

Classificação

e Análise

de

Fator Humano

(HFACS)

4 CHOI, S.D.;

GUO, L.; KIM,

J.; XIONG, S.

2019 U.S., South Korea,

and China

Coréia

(60+). EUA

(45-54)

Queda de

um nível

superior

NC 2011 -

2015

NC

5 WONG, L.;

WANG, P.R.Y.;

LAW, T.; LO,

C.T.

2016 Hong Kong em 45-60

de idade

queda de

andaimes

1999 -

2011

Sistema

de Classificação

e Análise

de Fator

Humano

(HFACS)

Sistema de

Classificação

e Análise

de

Fator Humano

(HFACS)

6 KANG, Y.;

SIDDIQUI, S.;

SUK, A.J.; CHI,

S.; KIM, C.

2017 USA NC quedas de

altura

inferior a

6,10 m

1997 -

2012

NC

NC

Fonte: Autores

Gráfico 5.1: Artigos Publicados por Ano

Gráfico 5.2: Quantidade de estudos por países

Fonte: Autores.

Fonte: Autores.


ram desta informação, pois 58% não abordaram o sobre o assunto. Como confirmação da informação,

segundo o estudo sobre acidentes de queda em um projeto de edifício, realizado

por Arifuddin, Latief e Suraji (2019), os acidentes por queda ocorreram principalmente no

período da tarde (42%), seguido pelo período da manhã (27%) e no período da noite (21%).

Deste modo, objetivando enfatizar os motivos dos acidentes, foi feito o Gráfico 5.4.

Gráfico 5.3: Turno de maior ocorrência de acidentes

Gráfico 5.4: Causas dos acidentes de queda em altura

Fonte: Autores.

Fonte: Autores.

Deste modo, analisando Gráfico 5.4, é possível notar que, dentre os artigos estudados,

o acidente que envolve queda de andaime é o mais citado, portando 25% dos casos, seguido

por ausência de equipamentos de segurança ou violação do mesmo, com 17% dos casos,

contudo, 25% dos casos não mencionaram a causa do acidente. Para uma melhor análise sobre

o tema em questão foi observado os acidentes com relação a faixa etária dos acidentados,

como consta no Gráfico 5.5.

Observando o Gráfico 5.5, é possível notar que 31% dos acidentados em queda em

altura possuíam uma idade entre 45 e 60 anos, mostrando que a maioria dos acidentes

ocorrem entre trabalhadores um uma certa experiencia. Analisando o assunto referente

aos Métodos de Análises de acidentes utilizados, foi obtido o Gráfico 5.6.

Conforme o Gráfico 5.6, dos acidentes que utilizaram métodos de análise de acidentes

para analisar os casos, o mais utilizado foi o Sistema de Classificação e Análise de Fator

Humano - (HFACS), com 23% dos casos, sendo 38% de artigos que não identificaram o

método utilizado. Segundo Eteifa e El-adaway (2017), é uma analisa que categoriza ações

humanas inseguras.

Deste modo, ao avaliar os dados, é notável a indicação de uma necessidade maior de

acompanhamento das frentes de serviço no turno da tarde e em áreas que possuam trabalhadores

com idade entre 45 e 60 anos. Também é possível notar a que as atividades que

utilizam andaimes para a realização dos serviços devem ser monitoras e estes devem está


sempre em conformidade com as normas, visto que é nelas que ocorrem uma quantidade

significativa de acidentes.

Gráfico 5.5: Faixa etária dos acidentados

Gráfico 5.6: Método de Análise de Acidente Utilizado

Fonte: Autores.

Fonte: Autores.


A partir dos dados apresentados neste estudo, observa-se que os acidentes relacionados

com a queda em altura, se constituem de um dos problemas que mais ocorrem no segmento

da construção civil ao redor do mundo, resultando em um elevado índice de acidentes fatais

de trabalhadores, nas faixas etárias mais produtivas, entre os profissionais da construção civil.

Dentre as causas mais comuns de acidentes por queda em altura, destacam-se: queda de

andaimes (25%); ausência dos equipamentos de segurança ou violação do mesmo (17%); queda

de altura inferior a 6,10 metros (8%); falta de supervisão (8%) e queda de nível superior

(8%), causas estas, facilmente evitadas através da implantação de medidas de controle e procedimentos

de trabalho amplamente estabelecidos nos canteiros de obras.

Estas e outras causas secundárias, corroboram para que estas estatísticas tenham

uma similaridade de manifestação em diversos países, como mostrado nos dados levantados

nesta pesquisa, mostrando que foram encontrados estudos de casos de acidentes de

trabalho em altura em: Hong Kong, USA, Polônia, México, Indonésia, China, Região do

Golfo Pérsico, Coreia do Sul e Grécia. Como estudos futuros, sugere-se o enfoque nos custos

envolvidos na prevenção em comparação com os custos advindos do acidente ocorrido

por queda em altura, situação está que traz para o segmento da construção civil custos relevantes,

haja visto que o investimento em prevenção, tende a ser bem menos vultoso que

os custos advindos dos encargos sociais de um acidente de trabalho, seja fatal ou não.


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Estratégias de ensino utilizadas

para acompanhar avanços tecnológicos

na engenharia

Cláudia Cândida de Lima Eustáquio¹; Cynthia de Fátima Porto Araújo Chagas¹; Erivânia Kayelle Lima de Abreu¹;

Maria Cristina Alves de Lima¹; Márcia Macedo²; Anna Lúcia Costa² & Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani²

1 - Mestranda em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco


Atualmente, com o uso da tecnologia predominando em todos os setores

da sociedade, desenvolver habilidades que facilitem sua utilização

torna-se indiscutível. A indústria da construção civil tem utilizado

ferramentas de software cada vez mais sofisticadas, visando melhorar

a qualidade dos seus projetos. Objetiva-se identificar como as

metodologias do ensino superior podem contribuir com a formação

de engenheiros perante a aprendizagem ativa e as transformações

tecnológicas, no setor da construção. A pesquisa é caracterizada como

um estudo exploratório, utilizando-se da Revisão Sistemática da

Literatura (RSL), nas bases de dados Science Direct, Scopus, Engineering

Village e Web of Science. Dos 25 trabalhos aceitos, 21 apresentaram

as metodologias ativas, representando 84%. A Aprendizagem

Baseada em Problemas apareceu como principal método utilizado.

Foram identificadas também ferramentas tecnológicas, como o

Building Information Modeling (BIM), o Podcast e o Big Data. O uso

de metodologias ativas apontou um alto impacto no processo de

aprendizagem, melhorando a qualidade do ensino e, consequentemente,

contribuindo na formação do engenheiro.

Palavras-chave: metodologia ativa; estratégia de ensino; tecnologia 4.0;

Engenharia Civil; educação na engenharia.

INTRODUÇÃO

A transformação digital está mudando a forma como os profissionais de engenharia

estão trabalhando. Assim, as tecnologias estão no centro dessas mudanças, trazendo benefícios

às empresas, ao profissional e ao mundo globalizado. Preparar o futuro engenheiro

tem sido desafiador, considerando-se todas as dificuldades presentes nos processos de ensino.

Atualmente, o papel das instituições de nível superior é preparar os graduandos para

estarem habilitados a atenderem as exigências de um mercado de trabalho cada vez


mais competitivo. Existem alguns empecilhos, que vão da adaptação dos antigos currículos

à própria deficiência das metodologias aplicadas, “porque entre um perfil de formação

desejado (com suas listas de competências), o currículo planejado e o currículo real, há

uma distância”. (SILVEIRA, 2005). A Resolução nº 02 do Ministério da Educação (MEC),

Lei 4.024/1961, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação de

Engenharia e estabelece que deve ser proporcionado ao aluno uso consistente das Tecnologias

Digitais de Informação e Comunicação (TDCI’s), atualizando-se nos métodos e tecnologias

disponíveis (BRASIL, 2019). As universidades têm avaliado até que ponto seus atuais

currículos podem atender a atual demanda, ou seja, oferecer aos alunos as habilidades

necessárias para o desempenho de suas futuras atribuições. Silveira (2005) afirma que a

pesquisa operacional, a informática, as telecomunicações e as biotecnologias, deram origem

a novas ferramentas além de alterar os processos de trabalho.

As metodologias tradicionais adotadas pelas instituições de ensino superior colocam

o professor como agente ativo e o aluno, como passivo, no difícil processo de aprendizagem.

Porém, o mercado, que tem se mostrado cada dia mais exigente, solicita que os métodos

sejam modificados, onde os graduandos passem a ser os protagonistas, e de maneira

ativa, construam o próprio conhecimento. Porque os complexos processos sociais e intelectuais

não podem ser aprendidos sentando-se em uma sala de aula tradicional, as habilidades

devem ser aprendidas, praticadas e refinadas, trabalhando e interagindo com outras

pessoas. Um novo método de ensino dá lugar à evolução de um conceito de estratégias de

aprendizagem, mesclando metodologias e diferentes atividades dentro e fora da sala de

aula (BARGE; SHOCKLEY-ZALABAK, 2008). Essas metodologias, chamadas ativas, são

baseadas em projetos, em problemas, em atividades, em experimentação, na investigação,

na indústria, por meio de jogos ou em salas de aula invertidas e são vistas como um componente

essencial para melhoria da qualidade do ensino, pois impactam o aprendizado.

Love et al. (2021) apontam em seu trabalho as High Impact Pedagogies (HIP’s), pedagogias

de alto impacto, citando inclusive a importância do aprendizado recíproco. Do mesmo

modo, Lubatkin et al. (2001) afirma que a aprendizagem recíproca é um processo pedagógico

que exige dos alunos serem co-criadores de conhecimento onde a troca de conhecimento

é fundamental. Ainda na mesma linha de raciocínio, Love et al. (2021), dizem que

atualmente, a literatura educacional está explorando como os alunos estão aprendendo

uns com os outros. Bringle (2017) afirma que uma estrutura que integra intencionalmente

as múltiplas HIP’s pode criar experiências de aprendizagem mais impactantes que a aplicação

de uma única e que esses métodos são chamados de híbridos. As relações sociais dos

alunos entre si, e destes com os professores, criam um aprendizado com resultados mais

robustos, pois relações sociais positivas melhoram a aprendizagem (STAUB; FINLEY,

2009). Projetos colaborativos são vistos como uma prática de alto impacto, onde cada alu-


no sente que precisa um do outro para ter sucesso, responsabilidade perante o grupo e habilidades

sociais adequadas (KUH, 2008; JOHSON etal., 1998).

Assim como as metodologias ativas contribuem para o aprendizado do engenheiro,

interessante destacar o uso de ferramentas tecnológicas, que têm auxiliado, na aquisição

de habilidades e competências. Alguns estudos comprovam que, no momento da contratação,

as empresas costumam priorizar os Engenheiros que desenvolvem habilidades pessoais,

tais como poder de persuasão, pensamento crítico e comunicação. O podcast pode se

apresentar como uma ferramenta capaz de aprimorar a comunicabilidade do profissional.

O Brasil é o segundo país que mais consome podcasts do mundo e, segundo o Ibope, cerca

de 40% da população de internet do país já ouviu algum podcast. Esse número equivale a

50 milhões de brasileiros (BRASIL DE FATO, 2021). Neste contexto, o Big Data também é

uma ferramenta que auxilia no aprendizado, sendo importante que durante o ensino os

alunos conectem essa inovação tecnológica na Indústria 4.0 a Construction Management Intelligence

– CMI, identificando vantagens e desvantagens na construção civil (GÓRECKI,

2018). Finalmente, o BIM tem se mostrado uma eficiente ferramenta tecnológica, no processo

de aprendizagem do estudante de engenharia.

A construção civil é um grande impulsionador da economia brasileira, tornando-se

indiscutível o papel significativo que o setor representa para o país. Isto justifica a preocupação

das instituições de ensino superior, bem como das empresas públicas e privadas,

com a qualidade das habilidades a serem desenvolvidas pelos Engenheiros. Esta RSL analisa

os métodos de ensino utilizados para acompanhar os avanços conquistados na Engenharia

Civil, cujo objetivo é identificar como as metodologias do ensino superior podem

contribuir com a formação de engenheiros, perante a aprendizagem ativa e as transformações

tecnológicas, no setor da construção.


Estratégia de pesquisa

Este artigo foi estruturado conforme as diretrizes dos Itens de Relatório Preferidos

para Revisões Sistemáticas e Meta-análises – PRISMA (PRISMA, 2018). Os trabalhos selecionados

para este estudo foram encontrados nas bases de dados Science Direct, Scopus, Engineering

Village e Web of Science, disponibilizadas pelo Portal de Periódicos da Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Estas bases foram escolhidas

por serem específicas da área de engenharia, além de terem sido as que trouxeram melhores

respostas para as strings da pesquisa. Primeiramente, foi definido o assunto da pesquisa

para que as perguntas do estudo fossem respondidas:


• Quais metodologias e estratégias estão sendo utilizadas atualmente no curso de

engenharia civil que melhorem a qualidade do ensino perante a aprendizagem ativa,

as transformações tecnológicas e sustentáveis no setor da construção?

• E como estas metodologias e estratégias podem contribuir na formação dos engenheiros

civis?

As etapas da pesquisa consistiram no planejamento, condução e documentação, conforme

ilustrado na Figura 6.1. Na etapa de planejamento foram definidas as questões de estudo,

a seleção das bases de dados, a formulação das strings e o protocolo de busca. Na etapa

de condução, procedeu-se a extração e a análise dos dados. E por último, foi formatada a

documentação, por meio da síntese dos dados, sumarização e conclusão. Houve critérios de

inclusão e exclusão para cada trabalho analisado, a fim de refinar os resultados. As palavraschave

utilizadas foram “civil engineering”, “higher education”, “teaching”, “learning”,

“strategy”, “methodology”, “technology”, “innovation” e “sustainab*”, combinadas com os descritores

booleanos (AND e OR).

Figura 6.1 - Etapas da revisão sistemática de literatura adotada

Fonte: Autores

A ferramenta de protocolo adotada foi o StArt (State of the Art through Systematic Review),

software disponibilizado, de forma gratuita, pelo Laboratório de Pesquisa em Engenharia

de Software (LaPES) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Foram consideradas

as strings encontradas em títulos, resumos e palavras-chave dos trabalhos encontrados

nas bases de dados. A exportação dos papers das bases para o StArt foi realizada

no dia 03 de agosto de 2021.


Critérios de seleção

As buscas levaram em consideração os anos de publicação compreendidos entre 2010

e 2021, artigos escritos em português, inglês e espanhol, artigos publicados em periódicos

e conferências internacionais, além de serem abertos ou terem seus textos completos disponíveis

pelo portal de periódicos CAPES. Os critérios para inclusão dos artigos na RSL,

delimitam estudos feitos sobre metodologias que aprimoram o ensino superior nos cursos

de engenharia civil, estudos que apresentaram estratégias, ferramentas tecnológicas e metodologias,

utilizadas na formação dos engenheiros e trabalhos que abordaram práticas

sustentáveis. Os critérios de exclusão desconsideraram os estudos com metodologias e estratégias

de ensino que não foram desenvolvidos na graduação de engenharia civil.

RESULTADOS DO MAPEAMENTO

Foram encontrados um total de 710 trabalhos considerados aptos para o estudo, dos

quais 298 (42%) da Science Direct, 92 (13%) da Scopus, 128 (18%) da Engineering Village e

192 (27%) da Web of Science.

Após o primeiro filtro, 450 papers foram rejeitados por se enquadrarem nos critérios

de exclusão (ano de publicação fora do período de 2010 à 2021, palavras-chave do string

não aparecer no título, resumo ou nas palavras-chave dos trabalhos).

Outros 51 artigos foram excluídos por serem duplicados, restando apenas 209 nessa

fase de seleção. Na etapa de extração, os artigos foram lidos na íntegra para que os critérios

de elegibilidade e de qualidade fossem respondidos. As principais questões de elegibilidade

foram: Quais as metodologias/ferramentas apresentadas no artigo? Enquanto os

critérios de qualidade foram: O artigo apresentou coerência e coesão? Apresentou desenho

metodológico claro e replicável? Qual o score de avaliação?

Dos 209 papers, 25 foram aceitos e 184 foram rejeitados. E dos 25 artigos aderentes ao

estudo, 3 (12%) foram da Science Direct, 9 (36%) da Scopus, 5 (20%) da Engineering Village e

8 (32%) da Web of Science.

As etapas de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão estão apresentadas no

fluxograma PRISMA e a distribuição das bases e extração dos artigos, nos gráficos retirados

da ferramenta StArt, conforme a Figura 6.2.

Apesar da língua ter feito parte dos critérios de inclusão, 100% (cem por cento) dos

artigos selecionados para esta pesquisa estavam na língua inglesa.


Figura 6.2 – Distribuição e extração dos artigos.

Fonte: Autores a partir da planilha elaborada com o protocolo do Start.

Resultados bibliométricos

Foi verificado que os estudos pertenciam a diferentes localidades, dentre elas a Reino

Unido, Indonésia, Estados Unidos, Portugal, Holanda, China, Espanha, Suíça, Taiwan e

Brasil, como indicado no Quadro 6.1.

Após o processo da RSL, dos 25 estudos selecionados, várias metodologias de aprendizagem

ativas foram encontradas, as mesmas estão abaixo indicadas.

A Problem Based Learning - PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas) apareceu em

8 artigos, correspondendo a 32% dos estudos selecionados. Elzomor et al. (2018) realizaram

uma pesquisa, comparando os períodos da primavera de 2013 e 2016. Em 2013, as metodologias

utilizadas eram as não ativas. Em 2016, foi incorporado ao ensino a PBL, integrada à

verticalização de disciplinas, resultando numa melhoria considerável na nota dos alunos.

Antes, apenas 11% dos alunos tinham conceito A; após a implementação da PBL esse


Quadro 6.1 – Procedência dos arquivos

Título Tipo* Jornal Ano País

Scienc Direct

Leveraging on work integrated learning to enhance sustainable

design practices in the construction industry

Unido

Procedia engineering 2015 Reino

AJ

Industrial design thinking and innovations propelled by the

Procedia CIRP 2020 Holanda

royal academy of engineering in Sub-Saharan Africa for capacity

AJ

building.

Project–based learning in engineering higher education: two

Procedia – Social and 2010 Holanda

AJ

decades of teaching competences in real environments

Behavioral Sciences

Scopus

An exploration into inquiry-based learning by a multidisciplinary

group of higher education faculty

Higher Education 2010 EUA

AJ

How the use of an internet radio program and podcast

ASEE 2020 EUA

helped Civil Engineering students engaged with local communities

AC

in need

Catalyzing active learning: implementing active learning

ASEE 2016 EUA

AC

across an engineering and science college.

Beneficial reuse of recycled materials for geotechnical applications:

an undergraduate educational experience.

Publication

Geotechnical Special 2014 EUA

AC

Adopting an ACI/ASCE competition as a learning tool in

ASEE 2017 EUA

AC

civil engineering materials class.

Introducing bim into education: opportunities and Challenges. AC EUCEET 2018 Espanha

Engineering sustainable civil engineers. AC ASEE 2011 EUA

Construction of civil engineering teaching system based on

Journal of Physics: 2021 China

AC

data mining algorithm and big data technology.

Conference Series

Design and preliminary data from a partially flipped classroom

(pfc) study in a geotechnical engineering course.

ASEE 2019 EUA

AC

Engineering Village

Benefits and limitations of adopting project-based learning

EUCEET 2018 Espanha

AC

(pbl) in civil engineering education – a review.

Active, experiential and reflective training in civil engineering:

evaluation of a project-based learning proposal.

Engineering Education

European Journal of 2020 Espanha

AJ

Promoting problem solving and high order thinking skills in

CISPEE 2013 Portugal

AC

Geotechnical courses.

Assessment strategies for building information modeling

CSCE-CRC 2017 EUA

AC

skills in problem-based learning pedagogy.

Efficiency of informatics tools to project development in project-based

learning activities for collaborative engineering.

IFIP 2014 Brasil

AC

Web of Science

Teaching hydraulic design: innovative learning in the classroom

and the workplace.

engineering

Journal of hydraulic 2020 EUA

AJ

Beyond problem solving: engineering and the public good in

Journal of Cleaner Production

Unido

2016 Reino

AJ

the 21st century.

Leveraging Vertically Integrated Courses and Problem-Based

Journal of professional 2018 EUA

Learning to Improve Students’ Performance and Skills. AJ issues in engineering

education and practice

Employers’ perceptions of technology competency and graduates’

11th Int Conf. on Educ. 2019 Espanha

readiness: a multi-disciplinary, qualitative analysis in

the southeastern United States.

AC and New Lear. Technologies

Teaching multi-criteria decision making based on sustainability

factors applied to road projects.

Sustainability 2020 Suíça

AJ

Using activity-based learning approach to enhance the quality of

AIP 2017 Indonésia

AC

instruction in civil engineering in Indonesian universities.

A holistic approach to delivering sustainable design education

International Journal of 2018 Reino

in civil engineering.

AJ Sustainability in High-

Unido

er Education

Game-based education for disaster prevention AJ AI e Sociedade 2015 Taiwan

*AJ – Artigo de Jornal

AC – Artigo de Conferência

Fonte: Autores


quantitativo passou para 77%. O conceito B diminuiu de 67% para 23% e o conceito C, de

22% para 0%. A PBL é definida como sendo um método que incentiva o pensamento crítico,

expondo os alunos a problemas do mundo real, que através de suportes desenvolvem

suas próprias técnicas de aprendizagem (ELZOMOR et al., 2018). Esta metodologia contribui

para o aprendizado do graduando por permitir que os problemas apresentados e discutidos

sejam simulados em situações reais, de forma que a aprendizagem se dê através

da prática. Na pesquisa, também foi mostrado que a PBL pode ser integrada a Industial

Based Learning - IBL (Aprendizagem Baseada na Indústria), bem como com outras metodologias

ativas. Nyemba et al. (2020) destaca esta integração como meio de fornecer suporte

ao acadêmico, para que o mesmo seja capaz de ser introduzido na indústria e desenvolva

suas tarefas. Este método representou 4% da pesquisa.

A Aprendizagem Baseada em Projetos – ABP foi citada em quatro dos estudos selecionados,

e correspondeu a 16% dos métodos. Los Rios (2010) destacou sua experiência,

adotando esta metodologia por 20 anos, e apresenta a mesma como a mais adequada para

o desenvolvimento de competências, onde articula o ensino com a esfera profissional, permitindo

ainda que as competências pessoais sejam desenvolvidas, como por exemplo, a

capacidade de trabalhar em grupo. De acordo com o autor a ABP contribui na formação

do Engenheiro por desenvolver criatividade, inovação, pensamento produtivo e motivação

para aprender a resolver problemas. Em dois dos artigos, correspondendo a 8% dos

estudos, utilizou a ABP integrada a ABP.

O material pesquisado identificou a Aprendizagem Baseada em Atividades - ABA.

Priyono, Wena e Rahardjo (2017) apresentaram essa metodologia como forma de desenvolver

os três domínios da aprendizagem: cognitivo, afetivo e psicomotor. Também destacou

em seu trabalho, aquilo que chamou de aprendizagem combinada, onde mais de um

método ativo é utilizado, apresentando melhores resultados, quando comparados a uma

metodologia isolada. Friedman et al. (2010) citam em seu artigo que a Aprendizagem Baseada

na Investigação - ABI é uma metodologia ativa que resolve problemas com o objetivo

de fomentar o pensamento crítico e de integrar a questão teórica com a prática profissional.

Utilizando o mesmo princípio metodológico, porém com nomenclaturas diferentes.

Foram identificadas ainda a Aprendizagem Baseada na Experimentação - ABE e a Aprendizagem

Integrada no Trabalho - AIT. Mazhar e Arain (2015) trouxeram em seu artigo a

AIT apresentando-a como sendo a chave para treinar alunos com competências e habilidades

capazes de ajudá-los a serem membros contribuintes da indústria. Na pesquisa, analisam

um laboratório de projeto e construção sustentável que foi criado, a fim de treinar os

alunos e capacitá-los na transferência do conhecimento para a prática, dentro das empresas.

Mazhar e Arain (2015) finalizam sua pesquisa e afirmam que esta metodologia foi eficaz,

trazendo benefícios aos alunos, através das experiências adquiridas no ambiente de


trabalho, bem como no aumento de empregabilidade, na construção. Essas 4 metodologias

identificadas, somadas, representaram 16% dos artigos.

Warren e Padro (2019) afirmaram que as salas de aula invertidas ganharam força nos

últimos anos por permitirem que o aluno, sob a orientação de um instrutor, inicie o processo

de aprendizagem fora da classe e em seu próprio ritmo. Dentre todos os artigos selecionados

para este trabalho, 01 deles destacou a sala de aula invertida, correspondendo a

4% dos papers, sendo que em outro artigo essa metodologia foi integrada a PBL

(indicando 4% dos estudos realizados). Neste artigo, Bibelnicks et al. (2016) resumem em

seu trabalho, que professores estão empenhados em adotar cada dia mais, métodos ativos,

em suas salas de aula, pois têm trazido muitos benefícios no desempenho dos graduandos.

Mostrou, por exemplo, que alunos de sala de aula invertida apresentaram um aumento

de 3,88% na pontuação média do exame e 5,45% na nota final de semestre, quando

comparados aos demais alunos, que utilizavam metodologias não ativas.

Nesta RSL alguns dos artigos selecionados apontaram o uso de tecnologias 4.0 (ou

ferramentas tecnológicas) que são utilizadas como estratégias para desenvolverem e melhorarem

as habilidades dos Engenheiros. Essas tecnologias estão abaixo identificadas:

O BIM apareceu em 02 dos papers selecionados, representando 8% dos estudos. Pereiro-Baceló

e Meléndez (2018) apontaram em seu artigo que o BIM surge como importante

ferramenta tecnológica, e que introduzida nos cursos de engenharia civil ajuda a equilibrar

a teoria com a prática. Permite uma visão geral do processo, auxiliando na solução

dos problemas. Contribui para que o profissional possa desenvolver habilidades como aumentar

a produtividade das tarefas repetitivas e compilar dados referentes ao projeto, da

concepção ao acabamento.

A tecnologia Podcast representou 4% da pesquisa, correspondendo a apenas 01 dos artigos

selecionados. Este projeto foi desenvolvido no México, envolvendo alunos do curso de

engenharia civil. Segundo Ballinas-gonzalez, et al. (2020), uma das vantagens apresentada

nesta ferramenta foi a sua capacidade de alcance. No seu estudo, o Podcast foi divulgado em

um programa de rádio, aumentando o potencial de divulgação. Soluções de engenharia puderam

chegar a populações carentes, para resolver problemas associados às deficiências de

suas moradias. O uso desta tecnologia acarretou na criação de projetos para ajudar as comunidades

locais, socioeconomicamente desfavorecidas. O estudo demonstrou que o uso do

podcast não apenas desenvolveu as habilidades de comunicação dos estudantes, mas permitiu

aproximação com os moradores da localidade, levando solução aos seus problemas.

A pesquisa também mostrou que 4% dos artigos utilizaram o Big Data. Esta tecnologia

é um agrupamento de dados produzidos por sistemas tradicionais como sensores,

transações online, e-mails, vídeos, entre outras fontes digitais. Na construção civil pode-se

relacionar seu uso com a gestão de riscos.


Com base na pesquisa, dos 25 artigos selecionados, os Estados Unidos da América

(EUA) lideram com mais publicações, seguido do Reino Unido e Espanha. O Brasil aparece

com apenas uma publicação no ano de 2014. Na Figura 6.3, também foi possível observar

que o ano de 2020 apresentou o maior número de produções.

Figura 6.3 – Quantidade de produção por países

Fonte: Autores

As metodologias e tecnologias encontradas nas pesquisas estão mostradas na Figura 6.4.

Figura 6.4 – Resumo das estratégias e metodologias encontradas na pesquisa.

Fonte: Autores



A indústria da Construção Civil tem avançado nos últimos anos, solicitando dos profissionais

competências e habilidades para que acompanhem esse progresso. Com um

mercado de trabalho cada vez mais exigente, verifica-se a necessidade de capacitação

constante da mão de obra, visando atender a projetos cada dia mais complexos. Neste contexto,

as instituições de ensino superior assumem o compromisso de formar engenheiros

que atendam a essas exigências. Ficou demonstrado que as metodologias ativas identificadas

foram utilizadas sozinhas ou de forma integrada. Quando integradas apresentaram

melhores resultados. A aprendizagem baseada em problemas destacou-se dentre as metodologias

ativas encontradas, sendo seu princípio apresentar simulações e contato com situações

reais, permitindo o aluno aprender com a prática.

Apesar de não se enquadrarem como metodologias, o BIM, o Big Data e o podcast

apareceram como ferramentas tecnológicas capazes de contribuir com a formação dos Engenheiros

por desenvolverem habilidades sociais, bem como as técnicas, nos estudantes.

Essa RSL foi desenvolvida de forma exploratória, visando identificar como as metodologias

de ensino, aplicadas nas universidades, podem contribuir com a formação dos

profissionais de Engenharia. O estudo apontou, claramente, os métodos ativos que estão

sendo implantados atualmente. As metodologias contribuíram com a formação dos estudantes,

que aprendendo com a prática, puderam aplicar na profissão criatividade, inovação,

pensamento crítico e ampla capacidade na resolução de problemas. Sugere-se que para

estudos futuros, novas pesquisas sejam realizadas e aprofundadas, identificando, inclusive,

como essas metodologias ativas podem ser aprimoradas no ensino.

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Uso da Técnica da Termografia Infravermelha

para a avaliação de estudos

térmicos em Fachadas: Uma

revisão sistemática

Pedro Daltro Macêdo de Alencar¹ & Yêda Vieira Póvoas²

1 - Mestrando em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco;


Este trabalho visa apresentar discussões acadêmicas sobre o uso da

técnica de termografia infravermelha para a realização de inspeções de

fachada. Para isso foi realizada uma busca em bases de dados Science

Direct, Scopus, SPRINGER, Engineering Village, IEEE e Web Science

pertencente a CAPES para apresentar dados em forma de uma revisão

sistemática. Em virtude das diversas situações ocorreu um aumento

de uso da termografia em fachadas de edifícios para verificar outras

atividades, a exemplo da eficiência energética, além de focar somente

em inspeções. Estudos detalhados nas superfícies utilizando a termografia

podem evitar a formação de problemas que levem a intervenções

mais complexas. Percebeu-se que a construção civil tem muito a

evoluir em conceitos e medidas de prevenção para realizar trabalhos

mais confiável em seus sistemas.

Palavras-chave: Termografia infravermelha, Fachadas, Revisão.

INTRODUÇÃO

A radiação solar é a principal fonte de calor em cidades que é absorvida pela superfície

urbana. O efeito da Ilha de Calor Urbano (UHI) refere-se a temperaturas em áreas urbanas

normalmente mais altas do que em áreas rurais circundantes. Este fenômeno provoca o aumento

da demanda de energia e consumo de fundos para a refrigeração de edifícios e ambientes,

especialmente o pico de demanda de eletricidade no verão quente (XIE et al., 2019).

Os modernos materiais e tecnologias atualmente disponíveis oferecem oportunidades

para melhorar o isolamento térmico das paredes de edifícios históricos e da atualidade.

Um revestimento frio é altamente resistente e absorve menos calor, como membranas e

pinturas com pigmentos claros em comparação a um revestimento mais escuro, quando

usado em uma superfície exposta à radiação solar. Esse tipo de revestimento reduz a


quantidade de energia absorvida pela superfície devido à absorção seletiva do comprimento

de onda espectral (SCHABBACH et al., 2017).

Em áreas urbanas, as superfícies dos telhados de residências geralmente representam

cerca de 20 - 40% da área total exposta à radiação solar e a área pavimentada de pequenos

prédios como calçadas e estacionamentos expostos, 29 - 44% da área total. O uso

de revestimentos frios pode resultar em economia de energia local e global, sendo benéfico

para o meio ambiente (SCHABBACH et al., 2017).

As novas tecnologias apresentaram um método rápido e não destrutivo para avaliar

o desempenho térmico das fachadas, chamado termografia infravermelha (IRT). Ao visualizar

as temperaturas da superfície, o desempenho térmico pode talvez ser estimado. Até

agora, o IRT é usado principalmente de forma qualitativa, por exemplo, para detectar

pontes térmicas, vazamentos de ar em envelopes de edifícios e possíveis manifestações

patológicas (KATRIEN et al., 2017).

Esta técnica aplicada a edifícios pode ser usada para avaliar o conforto do revestimento

do piso, detectar defeitos de isolamento, vazamentos de ar (comumente avaliados

com um teste de porta de ventilador), problemas de umidade (danos nos telhados e teor

de umidade nas paredes), pontes térmicas e detalhes de construção.

Este artigo buscou identificar as principais discussões a respeito dos estudos da termografia

como técnica para inspeção de fachadas, as normas que demonstram técnicas, e trabalhos

sobre a termografia em outros campos de pesquisa e além de realizar uma breve bibliometria

sobre o tema.

METODOLOGIA

Foi realizada uma busca em cinco bases de dados: Science Direct, Scopus, SPRINGER,

Engineering Village, IEEE e Web Science, com as palavras-chave e utilizando a seguinte

String de busca: ("Facades" OR "Building") AND ("Coverings" OR "Coatings" OR "Ceramic coatings")

AND ("Infrared" OR "Thermography" OR "Infrared Thermography" OR "Infrared Imaging"

OR "Thermography Imaging"), entre 01/2015 até 08/2021. Essas

bases foram escolhidas devido à sua abrangência na área de estudo e compatibilidade

com o software Start. Os filtros utilizados, para as cinco bases foram:

• Campos: Título, Resumo e Palavras-chaves;

• Área de estudo: Engenharia Civil e Arquitetura;

• Tipo de documento: somente artigos, excluindo trabalhos de conferências e

outros documentos;

• Período: 01/2015 até 08/2021;

• Entre cada palavra-chave a lógica booleana “AND” foi utilizada.


Após definição do recorte e com o resultado do número total de trabalhos (26 artigos)

conforme Figura 7.1, foi realizada uma breve análise bibliográfica utilizando o software

Start e em seguida, uma síntese dos artigos no Gráfico 7.1.

Figura 7.1: Fluxograma de pesquisa

Fonte: Autores

Gráfico 7.1: Relação base de periódicos,

quantidades encontradas pelo String de busca

e filtragem dos artigos aceitos e rejeitados.

Fonte: Autores


Análise bibliométrica

Dentre os trabalhos analisados constatou-se que algumas palavras-chave se repetiram

com maior frequência, por exemplo, Coatings, Infrared-devices e Durability o que mostra

que o ensaio por Termografia Infravermelha em fachadas tem sido muito utilizado para

controle da eficiência energética em edifícios.

Figura 7.2: Palavraschave

dos autores

Fonte: Autores

RESULTADOS

Inspeção de fachadas e sua relação com o local de estudo

Sobre os estudos a respeito da Termografia infravermelha para inspeção de edificações,

há indicação que as irregularidades térmicas estão presentes tanto interna quanto

externamente, e em alguns casos de pesquisas visando o teto ou laje é possível verificar a

redução do desempenho térmico do edifício.

As avaliações em fachadas não estão somente relacionadas a estruturas em alvenaria

ou concreto, mas também as esquadrias como o caso das unidades de vidro isolante (IGUs

– Isolation Glass Units). Ao visualizar as temperaturas da superfície por meio do IRT, o

desempenho térmico de IGUs pode talvez ser estimado de forma qualitativa, por exemplo,

para detectar pontes térmicas e vazamentos de ar em envelopes de edifícios

(KATRIEN et al., 2017). O Gráfico 7.2 mostra o local dos estudos realizados.

Gráfico 7.2: Local do Estudo

Fonte: Autores


As normativas das pesquisas relativas ao uso da IRT

Os estudos estão amparados em diretrizes seguindo as normas da International Organization

for Standardization (ISO), outros se basearam na norma da American Society for Testing

and Materials (ASTM) e em outras normas assim demostradas no Quadro 7.1 e 7.2. Pode

-se verificar que 31% dos artigos usam as normas da ISO e 35% se baseiam na norma da

ASTM, várias delas dentro da pesquisa do uso da termografia e conforto térmico.

Equipamentos de termografia

A termografia pode ser definida como uma técnica sensorial remota, realizada por meio

de câmeras e sensores infravermelhos que medem a temperatura e a distribuição de calor.

Através dessa tecnologia é possível detectar em estágio inicial, processos de falhas gerados por

anomalias térmicas em um determinado componente. O Quadro 7.3 apresenta as câmeras termográficas

que foram utilizadas nos estudos pelos autores. Nem todos os artigos indicaram o

equipamento utilizado.

A função da paleta de cores na IRT

O objeto aquecido a uma temperatura que excede sua temperatura de absorção é indicado

por cores mais quentes como apresentada na Figura 7.3, de modo que são fáceis de

ver, mesmo quando posicionado em local de difícil acesso. Com a função de paleta de cores

a observação pode ser realizada por uma câmera de baixa resolução (SZAJEWSKA, 2017).

Figura 7.3: Sensores externos e sua imagem IR.

Fonte: Rasooli e Itard (2019)


Quadro 7.1: Normas ISO utilizadas pelos pesquisadores

Norma

Descrição

ISO 6946 (2017) Componentes de construção e elementos de construção - Resistência térmica e transmissão térmica -

Métodos de cálculo

ISO 9869-1 (1994) Isolamento térmico – Elementos de construção – Medição in-situ da resistência térmica e transmissão

térmica – Parte1: Método do medidor de fluxo de calor

ISO 8990 (1996) Isolamento térmico. Determinação de propriedades de transmissão térmica de estado estável. Caixa

quente calibrada e guardada

ISO 18434-1 (2008) Monitoramento de condições e diagnósticos de máquinas – Termografia – Parte 1: Procedimentos gerais

ISO 7726 (1998) Ergonomia do Ambiente Térmico — Instrumentos para medir quantidades físicas

ISO 7730 (2005) Ergonomia do Ambiente Térmico — Determinação analítica e interpretação do conforto térmico utilizando

cálculo dos índices PMV e PPD e critérios de conforto térmico local

ISO 16346 (2013) Desempenho térmico de edifícios. Determinação da permeabilidade aérea dos edifícios

ISO 10211(2007) Pontes térmicas na construção de edifícios - Fluxos de calor e temperaturas da superfície - Cálculos

detalhados

EN ISO 12524 Materiais e produtos de construção – Propriedades higrotérmicas l - Valores de design tabulados

(2000)

ISO 10456 (2007) Materiais e produtos de construção – Propriedades higrotérmicas – valores e procedimentos de projeto

tabulados para determinação de valores térmicos declarados e de projeto

ISO 6781 (2015) Desempenho de edifícios — Detecção de irregularidades de calor, ar e umidade em edifícios por métodos

infravermelhos

ISO 9060 (2018) Energia Solar — Especificação e classificação de instrumentos para medição da radiação solar hemisférica

e solar direta

ISO 11664-1 (2019) Colorimetria — Parte 1: Observadores colorimétricos padrão CIE

Fonte: Autores

Quadro 7.2: Normas ASTM utilizadas pelos pesquisadores

Norma

ASTM C1060-11ª(2015)

ASTM E1993-99ª(2010)

ASTM E1862-97 (2010)

ASTM-C876-09 (2009)

ASTM E1980 (2011)

ASTM E903 (2012)

ASTM C1371 (2015)

ASTM G173 (2012)

ASTM E 308-08 (2008)

ASTM: C1153–10 (2015)

ASTM D 4788-03 (2007)

ASTM E1918-06 (2015)

ASTM D7897 – 18 (2018)

Fonte: Autores

Descrição

Prática padrão para inspeção termográfica de instalações de isolamento em cavidades de

envelopes de edifícios de quadros

Método padrão de teste para medir e compensar a emissividade usando radiômetros de imagem

infravermelha

Método de teste padrão para medir e compensar a temperatura refletida usando radiômetros

de imagem infravermelha

Método padrão de teste para potenciais de corrosão de aço de reforço não revestido em concreto

Prática padrão para calcular o índice de reflectância solar de superfícies opacas horizontais e

baixas inclinadas

Método padrão de teste para absorção solar, reflectância e transmissão de materiais usando

esferas integrantes

Método padrão de teste para determinação de emitância de materiais perto da temperatura

ambiente usando emissômetros portáteis

Tabelas padrão para irradiações espectrais solares de referência: normal direto e hemisférica

em superfície inclinada de 37°

Prática padrão para calcular as cores dos objetos usando o CIESystem

Prática padrão para localização de isolamento úmido em sistemas de cobertura usando imagem

infravermelha

Método padrão de teste para detectar delaminação em decks de ponte usando termografia

inrrarizada

Método de teste padrão para medir a refletância solar de superfícies horizontais e baixas

inclinadas no campo

Prática Padrão para Sujidade de Laboratório e Intemperismo de Materiais de Cobertura para

Simular Efeitos da Exposição Natural na Refletância Solar e Emissão Térmica

Autor

Equipamento para ensaio de Termografia

Rasooli, A.; Itard, L. (2019) FLIR E5

Schabbacha et al. (2017) Emissômetro modelo AE1

Mohseni et al. (2018) Testo 872

Xie et al. (2019)

FLIR E6

Mastrapostoli et al. (2017) AGEMA Thermovision

Munsamia (2017)

FLIR B660

Juniora et al. (2017)

Câmera térmica modelo P640

Zhou et al. (2020)

Fluke TiX520

Edis et al. (2015)

Fluke TiR27 IR

Wang et al. (2017)

FLIR T400

Quadro 7.3: Câmeras térmicas utilizadas

pelos autores

Fonte: Autores


A paleta de cores também facilita a detecção de pontos frios podendo ser definido o

limite inferior de temperatura, além de ser útil para procurar um vazamento de gás, tubulação

de água, os locais de fuga de calor, etc. Como os demais artigos não detalharam o

uso da paleta de cores em suas verificações, não serão detalhados nessa pesquisa.

Desempenho e Isolamento Térmico em Fachadas

Segundo Alkhatib et al. (2021), independentemente do tipo de construção, o uso, o

desempenho, o estilo arquitetônico, a ocupação, o local de construção e o período, todos

os edifícios são instâncias de um invólucro genérico. Algumas fachadas são distintas por

possuírem funções a serem determinadas por:

I. Pessoas - como em edifícios residenciais, de escritórios e institucionais;

II. Processos - como em fábricas, armazéns e centros de dados;

III. Fábricas - como na horticultura protegida.

Alguns tipos de fachadas como as que utilizam vidro são amplamente utilizados na

construção civil devido às suas boas contribuições ambientais e estética arquitetônica, no

entanto, em comparação com a estrutura de aço e concreto, o vidro é significativamente

mais propenso a quebrar e cair em caso de incêndio podendo alterar a dinâmica do compartimento,

criando uma abertura para a entrada de ar (WANG et al., 2015).

Devido às inúmeras restrições que surgem da possibilidade de violação de edifícios

históricos, cada um desses edifícios deve ser tratado individualmente, seguindo estritamente

as recomendações de conservação, uma vez que a escolha do método de isolamento

depende da especificidade do objeto de construção. A termografia também tem sido utilizada

como uma ferramenta de avaliação da conservação e restauração deedifícios históricos

(HOŁA; CZARNOTA, 2015).

A durabilidade e o ciclo de vida dos edifícios dependem muito das propriedades dos

materiais utilizados e das condições ambientais, em relação ao seu desempenho a longo

prazo, que assume ainda mais importância ao observar as mudanças climáticas e seu impacto

no edifício, principalmente no verão onde a temperatura superficial envolve a edificação

(EDIS et al., 2015).

O Quadro 7.4 apresenta os objetivos dos estudos que utilizaram a IRT para diagnosticar

o desempenho e isolamento térmico das fachadas.

O uso da Termografia como contribuição para eficiência energética

A indústria da construção é uma grande contribuidora para emissões de CO2, com

os edifícios sendo responsáveis por 40% do consumo total de energia na Europa e 36% na

União Europeia (SYNNEFA et al., 2017).


Quadro 7.4: Objetivos dos estudos – Desempenho e Isolamento Térmico

Autor

Anna Hoła and Martyna Czarnotau,

(2015)

Alkhatib et al. (2021)

Munsamia et al. (2017)

Junior et al. (2017)

Lin et al. (2019)

Wang et al. (2017)

Fonte: Autores

Objetivo da Pesquisa

Melhorar o isolamento térmico das paredes das estruturas, devido

à sua inclusão na proteção de conservação monumental com

uso de elementos de madeira.

Analisar os principais aspectos das tecnologias de fachadas adaptativas

atuais e emergentes.

Verificar o desempenho térmico e realizar um estudo diagnóstico

sobre o aumento do consumo de energia.

Processar compósitos poliméricos realizando misturas com amido

termoplástico e polietileno maleato aplicando sobre blocos de

cerâmica e expondo à luz natural do sol para verificar seu comportamento

térmico usando a termografia infravermelha.

Analisar se os revestimentos aplicados por um spray com nano

fios de Ag resultariam na proteção de bloqueio de raios solares,

diminuindo o consumo de energia.

Apresentar uma nova abordagem de fabricação de espumas sintéticas

compostas por fração de volume máximo de micropartículas

de vidro oco com desempenho de isolamento térmico aprimorado

e resistência mecânica.

O desenvolvimento de tecnologias de energia sustentável e sistemas de gestão de

edifícios permitiram que as novas construções cumprissem os requisitos da Diretiva Europeia

sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD). Os resultados utilizando as

imagens infravermelhas dos monitoramentos para melhoramento do desempenho revelam

melhorias significativas (SYNNEFA et al., 2017).

A redução do consumo de energia foi uma meta essencial da política energética alemã

com várias tentativas para diminuir a emissão de CO 2 para atingir o objetivo do conforto térmico

e economia de energia. Descobriu-se que certas cores de revestimentos são capazes de

influenciar a demanda de energia dos edifícios embora tenha um impacto reduzido em sua

aparência (MALZ et al., 2020).

As janelas podem ser consideradas um dos componentes de construção com maior eficiência

energética que podem reduzir a carga do ar-condicionado para economizar energia devido

à sua capacidade de modular o reflexo ou a transmissão da luz solar (WEI et al., 2019).

Esses autores concluíram que a termografia é uma ferramenta adequada para a identificação

da eficiência energética. O Quadro 7.5 apresenta os resultados dos estudos que

utilizaram esta técnica.


Quadro 7.6: Objetivos e Resultados dos estudos – Emissividade

Autor Objetivo da pesquisa Resultado encontrado

Čmiel et al.

(2016)

Fantucci e

Serra (2020)

Fonte: Autores

Discutir sobre a medição da

temperatura superficial e

emissividade de materiais que são

usados em estruturas externas de

edifícios – por exemplo, janelas,

paredes externas claras ou azulejos.

Analisar o efeito do conteúdo de

tinta de alumínio em telhas

e o impacto sobre os valores finais

de emissividade.

A superfície que está sendo medida é revestida com

um material de emissividade conhecida (como fitas

adesivas ou sprays de latas especiais). A razão é que o

termograma da superfície medida reflete a radiação

IV dos objetos circundantes. Isso pode ser resolvido

pelo método de quatro pontos. Os resultados foram

comprovados por um laboratório e um teste de campo.

Os resultados mostram uma variação da

emissividade de 0,41 a 0,88, dependendo da concentração

da tinta de alumínio. Vale ressaltar que a mistura

de tintas contendo 50% de tinta de alumínio metalizado,

reduzindo o efeito além apresentar uma redução

de emissividade em comparação com uma tinta

fosca de 0,88 a 0,60.

Emissividade

Dentre todos os artigos que utilizaram a termografia para as diversas atividades, somente

dois autores (ČMIEL et al., 2016; FANTUCCI et al., 2020) explicaram um item de

muita importância nas análises de fachadas, a emissividade.

É necessário conhecer ou determinar vários parâmetros termográficos para poder realizar

o ensaio, os quais são tratados por determinados valores ou algoritmos específicos do equipamento,

de modo que a precisão das temperaturas apresentadas no termograma esteja de

acordo com o material. O Quadro 7.6 apresenta os objetivos e os resultados dos estudos que

utilizaram a emissividade.

Quadro 7.5: Resultados dos estudos – Eficiência Energética

Autor

Synnefa et al.

(2017)

Sebastian

Malz et al.

(2020)

Ascione et al.

(2016)

Zhou et al.

(2020)

Fonte: Autores

Principais resultados

Os resultados experimentais mostram melhora significativa das condições ambientais

internas e reduções no consumo de energia. Além disso, por meio de técnicas de simulação

de construção calibrada, usando dados experimentais, a economia global de energia

com o retrofit foi estimada.

A economia de energia, os aspectos da física do edifício, bem como o conforto térmico

foram considerados. Propostas para otimizar o conforto térmico em combinação com economia

de energia foram derivadas das simulações.

Os três tipos de sistema de cobertura foram comparados: membrana betuminosa tradicional;

tinta de alta refletividade; tinta de alumínio polido. Os dados monitorados mostram

que a tinta fria induz as maiores perdas de calor em comparação com a membrana, e o

revestimento de alumínio permite perdas menores que em um dia típico de inverno. Certamente

há benefícios ambientais e a redução do efeito de ilha de calor em termos de temperatura

da superfície externa e a redução do estresse mecânico entre as diferentes camadas

da cobertura.

A adição de um emissor pode diminuir a temperatura da janela reflexiva em até 7 °C em

testes externos e pode fornecer economia de energia de resfriamento extra variando para

um edifício típico localizado em 11 cidades em todo o mundo. Isso é responsável por 3% -

8% de seu consumo anual total de energia de resfriamento e indica o impacto significativo

do resfriamento de janelas na eficiência energética do interior.



As análises dos artigos das bases Science Direct, Scopus, SPRINGER, Engineering Village,

IEEE e Web Science, entre 01/2015 a 08/2021, permitiram avaliar o uso da termografia

como técnica para inspeção de fachadas e outras atividades. Pode-se delinear:

• Ocorreu um aumento de aplicações da termografia em fachadas de edifícios para

solucionar outras atividades além de se focar somente em inspeção de fachadas.

• Realizando um estudo detalhado nas superfícies utilizando a técnica de IRT, podese

evitar a formação de problemas mais complexos de se resolver no futuro oferecendo

mais economia e eficiência em termos energéticos em edifícios.

• A construção civil tem muito que evoluir em conceitos e medidas de proteção para

realizar trabalhos mais confiável em seus sistemas de isolamento e eficiência energética.

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Avaliação de indicadores associados

a eficiência do serviço de saneamento

básico (Abastecimento de

água e Esgotamento sanitário):

Uma revisão sistemática

Abmael de Sousa Lima Junior 1 ; Ana Paula de Lima Borges 2 ; Simone Rosa da Silva 3 ; Roberta de Melo Guedes

Alcoforado 3 & Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani 3

1 - Mestrando em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco

2 - Mestranda em Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco


Este estudo revisa a literatura pertinente e resume os indicadores

operacionais que avaliam a eficiência do setor de Saneamento Básico,

onde esses indicadores são utilizados como referência para

comparação e como guia para medição de desempenho da prestação

de serviços. No geral, a análise revela uma grande variação

entre os indicadores utilizados pelas operadoras de serviço no

Brasil e em diversos países para a determinação da eficiência do

serviço de saneamento, facilitando a comparação entre a prestação

dos serviços para cada tipo de operador, sendo ele público ou

privado. O trabalho identifica os métodos de Análise de Fronteira

Estocástica (FEA) e Análise de Desenvolvimento de Dados (DEA)

como principais ferramentas de análise utilizadas pelas operadoras

de serviço para determinação da eficiência. Fatores responsáveis

pelo baixo ou alto desempenho da eficiência no setor de saneamento

tem relação direta com os investimentos realizados pela

concessionária, questões políticas e bem como a disponibilidade

de água na região.

Palavras-Chave: Indicadores Operacionais; Eficiência; Setor de Saneamento.

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento pode ser definido

como o controle de todas as condições do meio ambiente, que podem exercer efeitos insalubres

sobre o bem-estar físico, mental e social da população. De modo geral, ele tem por


finalidade melhorar a qualidade de vida, promover a saúde e impulsionar o desenvolvimento

de atividades econômicas (BRASIL, 2004, p. 14). Em contrapartida, a noção de saneamento

básico, enfoque principal deste trabalho, é um pouco mais restrita, e abarca especificamente

os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Segundo Nascimento (2009) um Sistema de Abastecimento de Água (SAA) pode ser

concebido e projetado para atender a pequenas e grandes cidades, variando nas características

e no porte de suas instalações. Constitui-se no conjunto de obras que englobam a

captação, adução, tratamento e distribuição de água potável a uma comunidade, em

quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo

doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos.

De acordo com Freire (2017), o Sistema de esgotamento sanitário é constituído pelas

atividades de disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais

necessárias à coleta, ao transporte, ao tratamento e à disposição final adequados dos esgotos

sanitários, desde as ligações prediais até a sua destinação final para produção de água

de reúso ou seu lançamento de forma adequada ao meio ambiente.

O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS é o maior e mais importante

ambiente de informações do setor de saneamento básico brasileiro, sendo disponibilizado

anualmente desde 1995. Esse sistema dispõe de informações de perfil operacional,

gerencial, financeiro e de qualidade dos serviços de Água e Esgoto. As informações

compiladas pelo SNIS permitem a produção de indicadores que são referência para comparação

do desempenho da prestação de serviços e para o acompanhamento da evolução

do setor de saneamento básico no Brasil (SISTEMA..., 2019).

Indicador de desempenho e/ou operações, para o setor de saneamento, são uma medida

quantitativa de aspecto particular da eficiência e da eficácia, onde a eficiência possui

a capacidade de demonstrar até que ponto os recursos existentes são utilizados e a eficácia

possui a capacidade de demonstrar o cumprimento ou não dos objetivos traçados pela

instituição gestora (ALEGRE et al., 2000).

Os indicadores desenvolvidos são, geralmente, calculados pela razão entre duas variáveis,

podendo ser adimensionais (expressos por meio de percentagem) ou intensivos

(como: número de ligações por dia / extensão de rede) (ALEGRE et al., 2006).

Segundo Von Sperling e Von Sperling (2012), os indicadores são utilizados no Brasil e no

mundo como referência para comparação e como guia para medição de desempenho da prestação

de serviços. Internacionalmente, os indicadores de desempenho são utilizados como ferramenta

de avaliação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Para avaliar a eficiência no setor de saneamento, estudos prévios desenvolvidos estimaram

a eficiência utilizando tecnologia paramétrica ou não paramétrica (ABBOT e CO-

HEN, 2009), (WALTER, et al., 2009), (WORTHINGTON, 2013). O primeiro grupo aplica


principalmente a técnica de Análise de Fronteira Estocástica (SFA), enquanto o segundo

utiliza métodos matemáticos, principalmente Análise de Desenvolvimento de Dados

(DEA). A eficiência vinha sendo estudada em relação a políticas específicas como privatização,

consolidação ou fragmentação de empresas, ou a força do órgão regulador.

Destaca-se que a eficiência relativa entre operadores estaduais e autarquias municipais

está relacionada às economias da escala. Diversos estudos constatam que o número

de conexões onde foram encontradas economias de escala varia de 100.000 a 766.000, chegando

até um milhão (FRAQUELLI e MOISO, 2005), entretanto em sua maioria, esses estudos

não utilizaram técnicas de medição de eficiência de fronteira.

Nesse contexto, o objetivo principal do presente estudo é avaliar os indicadores operacionais

que refletem a eficiência do setor de Saneamento Básico (abastecimento de água

e esgotamento sanitário) e analisar as perspectivas e limitações de cada artigo analisado

através de uma revisão sistemática de literatura (RSL).


Metodologia de Pesquisa

Esta revisão sistemática terá por base a pesquisa exploratória em bases bibliográficas,

seguindo as premissas preconizadas na metodologia PRISMA (itens de relatório preferidos

para revisões sistemáticas e Meta-análises) (LIBERATI et al., 2009). Os artigos selecionados

serão devidamente identificados por meio dos critérios de seleção detalhados

nos itens subsequentes. Todos os artigos inclusos ou descartados da pesquisa obedecerão

estritamente aos critérios previamente definidos no protocolo de registro das informações,

para que se possa ter um resultado aderente ao escopo deste estudo.

Para dar suporte ao processo de Revisão Sistemática da Literatura, foi utilizada a ferramenta

StArt, desenvolvida pelo Laboratório de Pesquisa em Engenharia de Software

(LaPES) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os artigos selecionados para revisão foram identificados por meio de banco de dados,

com buscas realizadas no Portal de Periódicos da Capes, Scopus, Science Direct, Web of

Science, Scielo e Engineering Village. As palavras-chave usadas foram “Operational Indicators”,

“Efficiency”, “Water Distribution Systems” e “Sewer System”, combinado com os descritores

booleanos ‘AND’ e ‘OR’ com os sinônimos “Performance Indicators”, “Efficacy”,

“Water Supply” e “Sewerage System”.


Critério de Inclusão

Artigos em inglês, português e espanhol foram incluídos, tendo suas publicações entre

o período de 2010 a 2021, assim como, estudos que contemplem a avaliação de indicadores

de saneamento e abordam sobre eficiência e/ou performance do sistema de distribuição

de água e/ou esgotamento sanitário. No Quadro 8.1 apresenta-se com detalhe os

critérios de inclusão.

Quadro 8.1 - Critérios de Inclusão

Critério

CI1

CI2

Descrição do Critério de Inclusão

Estudos que contemplem a avaliação de indicadores de saneamento.

Abordar sobre eficiência e/ou performance do sistema de distribuição de água e/ou esgotamento

sanitário.

Fonte: Autores

Critério de Exclusão

Artigos que possuem menos de duas páginas, aqueles hospedados em serviços pagos,

não financiados pela universidade, bem como estudos que não abordam indicadores

de eficiência e/ou performance do sistema de distribuição de água e/ou esgotamento sanitário.

No Quadro 8.2, apresenta-se com detalhe cada critério de exclusão definido.

Quadro 8.2 - Critérios de Exclusão

Critério

CE1

CE2

CE3

Descrição do Critério de Exclusão

Artigo possui menos de duas páginas.

Trabalhos hospedados em serviços pagos, não financiados pela universidade.

Trabalhos que não abordem indicadores de eficiência e/ou performance do sistema

CE4 Estudos Anteriores a 2010.

Fonte: Autores

Estudos Selecionados

Os artigos foram selecionados com base em uma leitura dos resumos, posteriormente,

os artigos completos foram analisados. Os dados utilizados na revisão sistemática foram

extraídos independentemente e, em seguida, comparados e separados. Informações

sobre autoria, período de coleta de dados, método utilizado (DEA, SFA, estatística descritiva,

regressão múltipla ou índice de produtividade), local de estudo, número de indicadores

e tipo de serviço.


RESULTADOS

Conforme estratégia de busca descrita anteriormente, um total de 7.227 artigos foram

identificados inicialmente em cada base de pesquisa consultada, conforme observa-se no

Quadro 8.3.

Quadro 8.3: Quantidades de Periódicos Selecionados por Base

Base de dados Quantidade de artigos % do total

Web of Sience 5.514 76,3%

COMPENDEX (Engineering Village - Elsevier) 1.395 19,3%

Sience Direct 300 4,15%

Scopus 17 0,24%

Scientific Electronic Library Online SciELO 1 0,01%

7.227 100%

Fonte: Autores

Com base na aplicação dos critérios de inclusão e exclusão definidos anteriormente,

foi possível reduzir significativamente a quantidade de artigos para 27, entretanto foram

descartados desta pesquisa 11 estudos que estavam duplicados e por fim chegou-se a uma

quantidade de 16 estudos selecionados, no entanto no processo de elegibilidade dos dados

foram descartados mais 3 artigos, e, por fim foram incluídos 13 artigos neste estudo.

O fluxo detalhado da seleção dos artigos pode ser observado na Figura 8.1. Na sequência

observa-se a quantidade de artigos aceitos e rejeitados para cada tipo de critérios definido

nesta revisão sistemática (Quadro 8.4).

Figura 8.1 - Fluxo de Seleção dos Artigos

Fonte: Autores


Quadro 8.4 - Quantidade de Artigos Incluídos e Excluídos por Critério

Quantidade

Critério de Inclusão (I)/Exclusão (E)

de

artigos

(I) Estudos que contemplem a avaliação de indicadores de saneamento. 23

(I) Abordar sobre eficiência e/ou performance do sistema de distribuição de água e/ou esgotamento

sanitário.

24

(E) Artigo que possui menos de duas páginas. 0

(E) Trabalhos hospedados em serviços pagos, não financiados pela universidade. 6

(E) Trabalhos que não abordem indicadores de eficiência e/ou performance do sistema de distribuição

de água e/ou esgotamento sanitário.

5.864

(E) Estudos Anteriores a 2010. 1.331

Fonte: Autores

É importante destacar que a string de busca gerada a partir da combinação das palavras-chaves

resultou em diversos estudos irrelevantes para esta pesquisa, principalmente

em se tratando de eficiência do setor de saneamento.

Após o refinamento dos artigos identificados, foi realizada uma análise detalhada

dos 13 estudos incluídos nesta pesquisa, os quais se mostraram bastante aderentes ao escopo

da análise da eficiência do setor de saneamento (Abastecimento de Água e Esgotamento

Sanitário). Destaque-se ainda que, dentro dos artigos que não atenderam os critérios

de seleção, e, portanto, não passaram no filtro realizado através do software StArt, em

sua maioria foram artigos que tinham seu foco em eficiência energética, que abordavam

outros componentes do saneamento básico e artigos que não se mostraram devidamente

aderentes ao escopo desta revisão sistemática.

DISCUSSÃO

Analisando os estudos selecionados para esta pesquisa, no âmbito de indicadores

operacionais para medir a eficiência do saneamento em diversos países, nota-se que os

dados são bastante heterogêneos dentre os artigos revisados. Observa-se que a quantidade

de indicadores varia significativamente, bem como o seu tipo, em decorrência, principalmente,

da gama de variáveis disponíveis que cada concessionária pode disponibilizar.

Para determinação da eficiência do serviço de saneamento, os autores consideraram

diversos métodos, sendo o Análise de Desenvolvimento de Dados (DEA) e Análise de

Fronteira Estocástica (SFA), os mais utilizados, conforme observa-se no Quadro 8.5.

Os diversos tipos de indicadores analisados, possibilitaram a devida avaliação da

eficiência dos serviços de água e esgoto em diversos países, facilitando a comparação entre

a prestação dos serviços para cada tipo de operador, sendo ele público ou privado.

Conforme já destacado anteriormente, a quantidade e tipo de indicador varia a depender


Quadro 8.5: Principais Características dos Artigos Selecionados

Nº Autores Método Local do

Estudo

Quant. de

Indicadores

Avaliados

Tipo de Serviço

1 Goh e See (2021) DEA Malásia 6 Água

2 Walker et al. (2021) Índice de Reino Unido 5 Água e Esgoto

Produtividade

Hicks-

Moorsteen

3 Sala-Garrido et al. (2021) DEA Inglaterra e 12 Água

País de Gales

4 Lombardi et al. (2019) DEA Itália 9 Água e Esgoto

5 Bezerra, Pertel e Macêdo Estatística Descritiva

Brasil 4 Água

(2019)

6 Nafi e Brans (2018) Regressão Múltipla

França 24 Água

7 Carvalho e Sampaio (2015) DEA Brasil 5 Água e Esgoto

8 Guerrini et al. (2015) DEA Dinamarca 5 Água e Esgoto

9 Ferro (2014) SFA Brasil 9 Água e Esgoto

10 Mbuvi, De Witte e Perelman

DEA África 12 Água

(2012)

11 Al-Assa'd e Sauer (2010) DEA Reino Unido 5 Água e Esgoto

12 Singh, Upadhyay e Mittal DEA Índia 8 Água

(2010)

13 Byrnes et al. (2010) DEA e SFA Austrália 14 Água e Esgoto

Fonte: Autores

da região e dos autores, entretanto é possível afirmar que todos os estudos selecionados

apresentaram indicadores aderentes à questão da eficiência do saneamento, conforme observa-se

no Quadro 8.6.

Goh e See (2021) estudaram o índice de produtividade de Bootstrap Malmquist-

Luenberger (MLPI) para medir o crescimento do total fator productivity (TFP) para 14

operadores de água na Malásia durante os anos de 2000-2017. Com base nos resultados,

eles confirmaram que o setor de água da Malásia teve uma deterioração na produtividade

e na eficiência média de cerca de 1,21% ao ano, tal regressão foi atribuída principalmente

a questões tecnológicas.

Walker et al. (2021) usa o índice de produtividade Hicks-Moorstee, tal método foi

aplicado em 12 concessionárias de água e esgoto no Reino Unido durante cerca de 6 anos

para avaliar sua eficiência do serviço, utilizando diferentes variáveis de saída para avaliação

de eficiência. Observa-se que a escolha das variáveis foi de fundamental importância

para a devida percepção da eficiência operacional entre os operadores de água e esgoto.

No estudo desenvolvido por Sala-Garrido et al. (2021), foram utilizadas técnicas robustas

de análise de envoltório de dados de eficiência cruzada (DEA), onde foi possível medir a

eficiência das concessionárias de água na Inglaterra e no País de Gales. Destaca-se que os


Quadro 8.6 - Detalhamento e Tipo de Indicador Avaliado nos Estudos Selecionados

Nº Autores Tipo de Indicador Avaliado

1 Goh e See

(2021)

2 Walker et al.

(2021)

3 Sala-Garrido

et al. (2021)

4 Lombardi et

al. (2019)

5 Bezerra,

Pertel e Macêdo

(2019)

6 Nafi e Brans

(2018)

7 Carvalho e

Sampaio

(2015)

8 Guerrini et

al. (2015)

Capacidade de Projeto da ETA (103m3/dia); Extensão de Rede (km); Quantidade de Trabalhadores;

Água Entregue (103m3); Perdas de Água (103m3); Outras Entradas Operacionais (mil

unidades em MYR).

Água Fornecida e Esgoto Tratado (Ml/dia); Energia Renovável Autogerada (GWh); Satisfação

do Cliente (Pontuação); Redução de Vazamentos (Ml/dia); Redução do

Consumo Per Capita (L/h/dia).

Volume de Água Entregue (m3/ano); Ligações Ativas de Água (000s/ano); Extensão de Rede de

Água (km); Emissões de Gases de Efeito Estufa (tonCO2eq/ano); Custos de Energia (₤m/ano);

Água Captada nos Rios (%); Perdas (%); Obras de Tratamento de Águas Superficiais (nr); Nível

de Tratamento de Água (%); Altura Manométrica Média (nr); Densidade Populacional (000s/

km); Outros Custos (₤m/ano).

Água Distribuída (m3); Água bombeada (m3); Extensão da Rede (km); Residentes(un); Custo de

Materiais (euros); Custo dos Serviços (euros); Custo das Locações(euros); Custo de Capital

(euros).

Micromedição; Perdas de Faturamento; Perdas Totais na Distribuição; Perdas Totais por Ligação.

Volume Anual de Água Distribuída (m3); Volume Anual de Água Faturada (m3); Volume Anual

de Perda de Água (real/m3); Volume Anual de Água Produzida (m3); Volume Anual de

Água Importada (m3); Volume Anual de Água Exportada (m3); Volume Anual de Água não

autorizada (m3); Número de Quebras/ Vazamentos nas Tubulações por Ano; Número de Quebras/Vazamentos

nas Conexões por Ano; Extensão da Rede (sem comprimento das conexões);

Número de Vazamentos Ocultos por Ano; Débito Médio por Vazamento na Tubulação (L/s);

Débito Médio por Vazamento na Conexão (L/s); Débito Médio por Vazamento Oculto (L/s);

Tempo Médio para Reparar o Vazamento Visível (S); Tempo Médio para Reparar Vazamentos

Ocultos (S); Taxa de Eficiência de Detecção de Vazamentos (número de vazamentos detectados

por km); Taxa de Renovação Anual das Tubulações de Água (%); Taxa de Renovação Anual das

Ligações (%); Taxa de Quebra de Tubos; Custo de Reparação de Tubo ou Ligação (€ por reparação);

Custo de Renovação da Tubulação (€/km); Custo de Reparação de Ligação (€ por reparação);

Custo de Detecção de Vazamento (€/km de detecção de vazamento).

Despesas Operacionais (R$/ano) FN015; Índice Bruto de Perdas Lineares (m3/(dia.km)) IN050;

Volume de Água Faturado (1000 m3/ano) AC011; Clientes Ativos de Água (número de clientes)

AG003; Clientes Ativos de Esgoto (número de clientes) AG003.

Número de Operadores; Custos Operacionais Médios; Comprimento Médio da

Rede/esgoto; População Média Atendida; Volume Médio de Água Vendida.

9 Ferro (2014) Custo Operacional Total; Clientes de Água; Percentual da População Atendida/ População Urbana

dos Municípios Atendidos; Custo Total do Salário/Número de Funcionários em Tempo

Integral; Preço por kwh Consumido (numerário); Outros Custos Unitários (custos excluindo

salários e energia elétrica rateados por quilómetros de rede de água e esgotos); Ligações de

Água/Quilômetros da Rede de Água; Proporção de Clientes Micrômetros; Água não contabilizada.

10 Mbuvi, De

Witte e Perelman

(2012)

11 Al-Assa'd e

Sauer (2010)

12 Singh, Upadhyay

e Mittal

(2010)

13 Byrnes et al.

(2010)

Fonte: Autores

Funcionários (números); Extensão de Rede (km); População Atendida com Água Encanada; Total

de Conexões de Água Encanada; Horário Diário de Abastecimento de Água; População Atendida/População

Alvo; Água Vendida/População Alvo; Total de Ligações de Água/População

Alvo; Regulamentação Independente (IR,

dummy); Uso do Contrato de Desempenho (PC, manequim); Produto Interno Bruto per capita

Paridade do Poder de Compra (PIB); Densidade da Rede (m/ligação).

Densidade (Capita/km2); No de Ligações Ativas (Água e Esgoto); Água Faturada de Assinantes

não Residenciais (%); Custo médio de O&M (JD / m3 faturado); Água não Faturada (NRW).

Água Produzida (MLD); Número Total de Conexões; Extensão de Rede (km); % Água Tratada;

% de Cobertura do Serviço; Água Fornecida Líquida (MLD); Receita Total de Receitas

(R$.Milhões/ano).

Consumo Residencial; Perdas de Água; Densidade de Produção; Densidade do Cliente; Grande

Utilidade; Utilitário Muito Grande; Lençóis Freáticos; Reticulador;

Fornecimento não filtrado; Barragens; Temperatura; Dias de Chuva; Intensidade das Chuvas;

RUWA.


resultados mostraram que os custos com energia poderiam ser reduzidos em cerca de 25% e

não impactando na qualidade dos serviços prestados nem na eficiência do sistema.

Lombardi et al. (2019) avaliou a eficiência sustentável do setor de água da Itália, no

âmbito do abastecimento de água. Os principais resultados desse estudo apontaram que

concessionárias públicas apresentaram maior eficiência quando comparado com as empresas

privadas ou de operação mista. Avaliando as perdas de água no conjunto de dados

estudado, concluiu-se que as concessionárias localizadas no norte da Itália são mais eficientes

do que as localizadas no centro e no sul do país, além disso empresas menores mostraram

altos índices de eficiência.

O trabalho desenvolvido por Bezerra, Pertel e Macêdo (2019), diferente dos autores

anteriores, baseou-se em estatística descritiva, comparando os valores dos indicadores do

SNIS com valores de referência a fim de analisar a eficiência dos sistemas de abastecimento

de água no agreste brasileiro. A Empresa Baiana de Saneamento (EMBASA) apresentou

os melhores índices de eficiência, com cerca de 43% dos municípios com performance superior

aos limites de referência adotados. Constatou-se nesse estudo que os dados avaliados

ratificam que a boa prestação dos serviços de abastecimento de água não é determinada

somente pela escassez hídrica, embora essa questão seja frequentemente citada como

um forte motivo.

Nafi e Brans (2018) desenvolveu um modelo de suporte à decisão da forma ex-ante,

com objetivo de definir uma política comprometida entre custos e desempenho, foi aplicado

uma regressão múltipla para se estabelecer uma taxa de eficiência da rede em relação a

um conjunto de variáveis. No estudo desenvolvido por Carvalho e Sampaio (2015), foi

analisada a atuação das entidades regulatórias na promoção da eficiência dos prestadores

de serviços de água e esgoto no Brasil. A pesquisa detectou ineficiências significativas e a

média da eficiência técnica pura foi maior entre os fornecedores não regulamentados.

Guerrini et al. (2015) analisou 101 concessionárias de água na Dinamarca, através do

método DEA de dois estágios. Observou-se que os resultados obtidos neste estudo se mostraram

bem aderentes no âmbito do abastecimento de água, já no esgotamento sanitário os

resultados sofreram pequenas distorções principalmente para concessionárias menores. Ferro

(2014) executou o modelo Análise de Fronteira Estocástica (SFA) para 127 operadores no

Brasil que cobriam mais de 70% da população urbana na época do estudo. Foi usado o banco

de dados construído sobre o SNIS. O modelo é adequado e mostra uma eficiência média

dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Foi constatado, nesta pesquisa,

que concessionárias que prestam serviço de água e esgoto apresentam custos mais

baixos em comparação às que operam somente com água, tais custos implicam diretamente

na eficiência do serviço prestado. Entretanto, chegou-se à conclusão, após a análise dos indicadores,

que existiam pequenas variações nos níveis de eficiência em cada região.


Mbuvi, De Witte e Perelman (2012) concentraram suas análises no desempenho das

concessionárias de água na África, além disso, foi verificada a eficácia do serviço em atender

as demandas existentes. Os resultados apontaram que grande parte das concessionárias

enfrentam desafios de ineficiência técnica. Salienta-se que o desenvolvimento econômico

está diretamente ligado aos níveis de eficiência no âmbito do abastecimento de água.

Al-Assa'd e Sauer (2010) utilizaram o método não paramétrico DEA com objetivo de avaliar

a eficiência das concessionárias e investigar o efeito de escala dos utilitários sobre a eficiência

das concessionárias de água e esgotamento sanitário na Jordânia. Os resultados deste estudo

mostraram que existe um potencial para se reduzir custos e despesas operacionais, reduzindo

cerca de 15% no abastecimento de água e 23% no esgotamento sanitário, inicialmente tais

reduções não afetariam a eficiência dos serviços prestados pelas concessionárias.

Singh, Upadhyay e Mittal (2010) desenvolveram uma estrutura baseada em sustentabilidade

para avaliar a eficiência de 18 concessionárias de água na Índia, aplicando o método

DEA. A avaliação do desempenho das concessionárias mostrou a necessidade de

uma maior atenção em relação ao serviço prestado, bem como na confiabilidade. O estudo

também mostra um escopo significativo para redução de perdas de água, tamanho da

equipe e gastos com eletricidade.

Byrnes et al. (2010) utilizaram também o método DEA para medir a eficiência relativa

das concessionárias de água em Nova Gales do Sul e Victoria. Neste estudo, foi demonstrado

que a política de restrição de água provavelmente reduz a eficiência relativa das

concessionárias maiores localizadas em Victoria.

CONCLUSÃO

A análise dos dados apresentados mostra que existe uma grande variação de indicadores,

isso ocorre devido à grande diversidade de operadores nos países em que os artigos

avaliam a eficiência do saneamento, no âmbito do abastecimento de água e esgotamento

sanitário. Nos artigos analisados, os principais indicadores utilizados para avaliar a

eficiência do serviço de saneamento básico (abastecimento de água e esgotamento sanitário)

são extensão de rede de água / esgoto, população atendida, perdas na distribuição,

volume de água distribuída e entre outros.

É importante destacar que a eficiência do serviço de saneamento básico seja analisada

de forma geral, investigando os efeitos das tarifas de água, das condições climáticas e

das características geográficas e demográficas. Uma compreensão adequada dos fatores

listados é essencial para o desenvolvimento e implementação de políticas adequadas para

este tipo de estudo.


Conclui-se, portanto, que através desta RSL foi possível realizar uma avaliação macro

dos indicadores que estão associados a eficiência do saneamento no Brasil, bem como

em outros países. É possível afirmar também que alguns fatores responsáveis pelo baixo

ou alto desempenho da eficiência no setor de saneamento tem relação direta com os investimentos

realizados pela concessionária, bem como a disponibilidade de água na região.

Pesquisas futuras podem considerar um estudo detalhado sobre o consumo de água

e tratamento de esgoto no estado de Pernambuco, Brasil, que incluiria uma combinação

de medidas para reduzir o consumo de água e verificar as ações mais adequadas a serem

tomadas em cada situação, assim como a verificação de medidas para ampliação da rede

de tratamento de esgoto.

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Sobre os organizadores


Doutora em Engenharia Civil pela University of Pittsburgh (EUA)

Professora Associada e Livre Docente da Universidade de Pernambuco (UPE)

Gerente de Formação Superior da SECTI PE

http://lattes.cnpq.br/6968054878935534

emilia.rabbani@upe.br


Engenheira civil pela Universidade de Pernambuco (UPE)

Mestranda em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (UPE)


mccs1@poli.br

Marília Bezerra Tenório Cavalcanti

Engenheira civil pela Universidade de Pernambuco (UPE)

Mestranda em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (UPE)


mbtc@poli.br

Caio Victor Souza Abreu de Vasconcelos

Engenheiro civil pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Mestrando em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (UPE)


cvsav@poli.br

Roberto Muhájir Rahnemay Rabbani

Doutorado em Direito pela Universidad de Santiago de Compostela (USC-Espanha)

Professor Adjunto da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)


robertorabbani@gmail.com


Sobre os consultores técnicos

Bianca Maria Vasconcelos Valério

Doutorado em Engenharia Civil pela Universidade do Porto (UPorto) de Portugal

Professora Adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE)


bianca.vasconcelos@upe.br

Eliane Maria Gorga Lago

Doutorado em Engenharia Industrial e de Sistemas pela Universidade do Minho, (UMinho) de

Portugal

Professora adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE)


elianelsht@poli.br

Felipe Mendes da Cruz

Doutorado em Engenharia Industrial e de Sistemas pela Universidade do Minho (UMinho) de

Portugal

Professor adjunto da Universidade de Pernambuco (UPE)


felipemendeslsht@poli.br

Márcia Rejane Oliveira Barros Carvalho Macedo

Doutorado em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Professora adjunta II da Universidade de Pernambuco (UPE)


marcia.macedo@poli.br


Doutorado em Tecnologias Energéticas Nucleares pela Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE)

Professor associado da Universidade de Pernambuco (UPE)


was@poli.br

Jéssyca Myllene Marques Rondinone

Graduanda em Engenharia Civil

Bolsista da integração do ensino, extensão e pesquisa para a promoção de valores e práticas

de educação para a sustentabilidade com foco na gestão de resíduos sólidos -

DESS@POLI


jmmr@poli.br


Índice Remissivo

A

Água(s), 6, 14, 15, 16, 21, 24, 25, 26, 36, 37, 85, 90, 91, 92, 93, 95, 96, 97,

98, 99, 100, 101.

Águas pluviais, 14, 15, 24, 25, 37.

Alagamento(s), 6, 14, 15, 16,17, 18, 20, 21, 22, 25.

Automação, 5.

Anais, 13.

Aulas, 11.

Automaticamente, 19.

Ambiental, 14, 17, 37, 43.

Artigo(s), 7, 8, 9, 10, 11, 14, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 25, 28, 30, 31, 32, 33, 34,

42, 43, 44, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 55, 57, 58, 59, 60, 61, 67, 69, 70, 71, 72,

73, 74, 80, 81, 83, 85, 87, 88, 92, 93, 94, 95, 96, 99.

Armazenamento, 15.

Análise(s), 6, 7, 9, 13, 14, 15, 16, 19, 28, 30, 32, 33, 38, 49, 50, 52, 55, 57,

58, 59, 60, 61, 62, 64, 67, 68, 81, 82, 87, 88, 90, 92, 95, 96, 98, 99, 101.

Amostra, 20, 51.

Agenda 2030, 29.

American Society of Civil Engineers (ASCE), 30, 53, 57, 58, 101.

Avaliação, 6, 13, 19, 20, 25, 33, 47, 58, 63, 69, 79, 85, 90, 91, 93, 95, 96, 99, 100.

ACM (Material de Alumínio Composto), 6, 42, 43, 45, 48, 50, 52.

Acidentes, 6, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62.

B

Barragens, 97.

Bacia(s), 15, 16, 24.

Brezo de Begnudelli e Sanders (BreZo), 16.

Bibliométrico(s), 9, 70.

Building Information Modeling (BIM), 65, 67, 71, 73, 75, 77.

Big Data, págs.: 65, 67, 71, 73, 75, 78.

C

CAPES, 2, 17, 26, 44, 47, 67, 69, 79, 92, 100.

Crescimento urbano, 14.

Crescimento econômico, 29, 33, 36, 37.

Chuva(s), 14, 15, 16, 20, 21, 24, 25, 97,

Captação, 15, 91.

Comportamento, 15, 86.

Critérios, 9, 19, 20, 28, 30, 31, 37, 44, 45, 47, 48, 57, 58, 68, 69, 84, 93, 94, 95.

CopySpyder, 10.

Construção civil, 5, 28, 42, 43, 45, 50, 55, 56, 57, 58, 62, 64, 65, 67, 73, 75,

79, 85, 88.

Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), 45.

D

Dados, 2, 4, 5, 8, 9, 12, 13, 18, 19, 21, 28, 30, 32, 33, 35, 38, 44, 46, 47, 51, 52,

52, 57, 58, 59, 61, 62, 65, 67, 68, 73, 79, 85, 87, 90, 92, 93, 94, 95, 96, 98, 99.

Desenvolvimento, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 15, 24, 25, 28, 29, 30.

Desenvolvimento sustentável, 4, 6, 28, 29, 30, 31, 35, 38, 39, 43.

Drenagem, 4, 6, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 25, 26.

Detenção, 14, 21.

Desempenho, 16, 38, 66, 73, 80, 82, 84, 85, 86, 90, 91, 97, 98, 99, 100.

E

Engenharia Civil, 1, 2, 4, 5, 8, 12, 13, 14, 26, 28, 42, 45, 47, 48, 55, 65, 67,

68, 69, 73, 79, 80, 90, 103, 104.

Emergentes, 6, 28, 29, 30, 31, 38, 86.

Estudo(s), 7, 8, 9, 14, 17, 20, 24, 25, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 38, 42, 44,

46, 50, 52, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 65, 67, 68, 69, 70, 72, 73, 75, 79, 80, 82,

83, 85, 86, 87, 88, 90-100.

Ensino, 5, 6, 8, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 72, 75, 76, 104.

Economia, 6, 29, 42, 43, 45, 48, 50, 52, 55, 67, 80, 86, 87, 88, 92, 101.

Econômico, 15, 25, 28, 29, 30,31,33,35, 36, 37, 38, 42, 43, 64, 99.

Esgotamento, 6, 90, 91, 92, 93, 95, 98, 99, 101.

Escoamento, 14, 15, 16, 24.

Estratégia, 6, 14, 15, 16, 25, 30, 33, 65, 66, 67, 68, 69, 73, 74, 94.

Engineering Village, 18, 30, 46, 55, 57, 58, 65, 67, 69, 71, 79, 80, 88, 92, 94.

SAGE Journals Online, 18.

EBSCOhost, 18.

Emerald Insight, 30, 46, 47, 51.

Economia circular, 6, 42, 43, 45, 48, 50, 51.

Equipamento de Proteção Individual (EPI), 56, 57.

F

Ferramenta(s), 5, 8, 10, 11, 12, 24, 65, 66, 67, 68, 69, 73, 75, 85, 86, 90, 91,

92, 100.

Fluxo, 16, 84, 94,

Fluxograma(s), 9, 32, 44, 47, 49, 58, 69, 81.

Fast Format, 10.

G

Gerenciamento, 5, 14, 15, 24, 25, 101.

Gestão, 15, 24, 25, 26, 37, 43, 56, 73, 77, 86, 101, 104.

Geotecnia, 5.

Grammarly, 10.

Ginger, 10.

Globalizado, 65.

H

Hídrico, 5, 14, 15, 16, 17, 25.

Hidrológico(a), 15, 24.

Hidrograma, 15.

Hidrodinâmico, 16.

Hemingway Editor, 10.

I

Impacto, 6, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 25, 28, 29, 30, 31, 36, 37, 38,

43, 48, 63, 65, 66, 85, 86, 87.

Impacto(s) socioeconômico(s), 29,

Indicadores, 6, 64, 90, 91, 92, 93, 95, 96, 98, 99, 100.

Impermeáveis, 14.

Infraestrutura, 6, 15, 16, 23, 24, 25, 28, 29, 30, 31, 33, 35, 36, 37, 38, 39,

55, 91.

Infraestrutura verde, 15, 16, 23, 24, 25.

Instalação/Instalações, 12, 16, 25, 55, 84, 91.

Isolamento térmico, 22, 79, 84, 85, 86.

Inovação/inovações, 29, 39, 67, 72, 75.

IEEE Xplore, 30.

Investimento(s) público(s), 6, 28, 29, 30, 31, 35, 36, 37, 38.

Índice de recorrência de acidentes, 55.


J

Jardins de chuva, 16.

L

Laboratório(s), 30, 68, 72, 84, 87, 92.

Laboratorial, 89.

Literatura, 1, 2, 4, 5, 7,

Language Tool, 10.

M

Manutenção, 15, 29, 58, 91.

Mapeamento, 7, 29, 33, 69.

Método, 2, 4, 7, 8, 13, 14, 15, 16,17, 25, 28, 29, 30, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 65, 66,

67, 72, 73, 75, 77, 80, 84, 87, 90, 92, 93, 95, 96, 98, 99,

Metodologia, 5, 8, 9, 12, 14, 15, 17, 20, 21, 44, 48, 50, 57, 65, 66, 67, 68, 69, 70,

72, 73, 74, 75, 80, 92.

Metodologia de Ensino e Pesquisa Tecnológica (MEPT), 5, 8, 12,

Mudanças climáticas, 14, 15, 16, 85.

Modelo, 15, 16, 24, 25, 29, 42, 43, 45, 50, 60, 84, 98.

Modelagem, 20, 24.

Mettzer, 10.

Menthor, 10.

Mendeley, 10.

Medidas preventivas, 56.

N

Normas da ABNT, 8.

Nações emergentes, 29.

O

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura –

UNESCO, 25.

Organização Mundial de Saúde (OMS), 90.

Ocupação do solo, 43.

P

Públicos, 6, 28, 29, 30, 31, 35, 36, 37, 38, 91, 101.

Pesquisas Científicas, 7, 11, 12.

Projeto, 2, 5, 7, 8, 29, 36, 38, 56, 61, 65, 66, 72, 73, 75, 84, 97.

PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-

Analyses, págs.: 7, 8, 13, 32, 40, 47, 57, 60, 67, 69, 92, 101.

Pernambuco, 2, 3, 4, 5, 8, 14, 26, 28, 42, 43, 55, 65, 79, 90, 100, 101, 103, 104, 105, 106.

Pesquisador, 5, 7, 8, 14, 19, 24, 38, 84.

Planejamento, 7, 9, 15, 17, 24, 25, 26, 28, 29, 30, 36, 38, 68.

Planejamento urbano, 15, 24, 25.

Pontos críticos, 15, 21.

Prevenção, 15, 25, 62, 78, 79.

Poluições, 22.

Paisagem, 21.

Plagius, 10.

Protocolo, 7, 9, 11, 14, 17, 19, 20, 25, 28, 30, 32, 44, 47, 68, 70, 92.

Países emergentes, 6, 28, 29, 30, 31, 38.

Países em desenvolvimento, 28, 29, 31, 35, 36, 37.

Pavimentos flexíveis, 6, 42, 45, 48.

Pavimento(s), 6, 15, 42, 45, 48.

Pavimentação/ pavimentações, 16, 45, 50.

Q

QUORUM (Quality of Reporting Of Meta-analyses), 7.

Qualis, 11.

Questão de(da) pesquisa, 7, 8, 9, 17, 21, 29, 44.

R

Resíduo, 6, 42, 43, 45, 48, 50, 52, 104.

Resíduos de ACM, 6, 42.

Resíduos de construção e demolição (RCD), 43.

Recursos hídricos, 5, 17.

Recursos naturais, 16, 43, 50.

Recursos públicos, 29.

Recursos financeiros, 24.

Reuso, 42, 46, 52.

Reaproveitamento, 15, 43, 50.

Revestimento, 42, 43, 45, 50, 52, 79, 80, 86, 87.

Revisão Sistemática, 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 12, 13, 14, 17, 21, 25, 28, 29, 30, 32, 42,

44, 45, 46, 47, 50, 52, 55, 57, 65, 68, 79, 90, 92, 83, 94, 95, 100.

Reservatório(s), 14, 16, 21.

Retenção, 14, 21.

Risco(s), 16, 55, 56, 64, 73.

Risco(s) de acidente(s), 55, 56.

Redação científica, 8,

Rayyan, 10.

S

Software, 7, 8, 10, 12, 13, 14, 19, 21, 27, 30, 40, 65, 68, 80, 81, 92, 95.

Strings, 9, 12, 30, 67, 68.

Sustentabilidade, 5, 25, 77, 99, 104.

Sustentável, 3, 4, 6, 15, 17, 20, 22, 24, 25, 28, 29, 30, 31, 33, 35, 36, 37, 38, 39,

43, 50, 72, 77, 86, 98.

Segurança, 5, 36, 55, 60, 61, 62, 63.

Sanitário, 6, 64, 90, 91, 92, 93, 95.

Saneamento, 5, 6, 90, 91, 92, 93, 95, 96, 98, 99, 100, 101.

Segurança do trabalho, 5, 63.

Solo(s), 14, 16, 25, 43, 53.

Solo urbano, 43.

Sistema de drenagem urbana sustentável (SUDS), 15.

StArt, 15.

Simulação, 15, 16, 24, 87.

Scopus, 18, 30, 46, 47, 51, 55, 57, 58, 65, 67, 69, 71, 79, 80, 88, 92, 94.

Science Direct, 18, 19, 30, 46, 55, 57, 58, 65, 67, 69, 79, 80, 88, 92.

Sistema de Abastecimento de Água (SAA), 91.

T

Tecnologia, 5, 26, 37, 65, 66, 73, 74, 79, 80, 83, 86, 91, 104.

Tecnológicos, 6, 65.

Térmico, 6, 22, 79, 80, 82, 83, 84, 85, 86, 87.

Tutoriais, 10, 12.

Técnica(s), 11, 14, 15, 17, 18, 20, 21, 22, 25, 33, 72, 75, 80, 87, 92, 96.

Telhado verde, 14, 15, 21, 25.

Termo(s) de busca, 8, 9, 12, 20, 31.

Telecomunicações, 29, 66.

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDCI’s), 66.

U

Urbano(s), 14, 15, 18, 20, 21, 22, 24, 25, 43, 79.

Urbana(s), 4, 6, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 23, 25, 26, 28, 79, 80, 97, 98.

Urbanização, 14, 16, 28.

Uso da terra, 16.

Uso do solo, 16, 25.

W

Wiley Online Library, 18.

Web of Science Clarivate Analytics, 30.

Z

Zotero, 30.

Revisão Sistemática da Literatura: abordagens e aplicações na Engenharia Civil

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