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Sistema de drenagem por trincheiras com MacDrain - Maccaferri

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INFORME TÉCNICO<br />

Maio / 2009<br />

SISTEMA DE DRENAGEM POR TRINCHEIRAS COM O GEOCOMPOSTO <strong>MacDrain</strong> ®<br />

Figura 1 - Representação do rebaixamento da superfície freática causado pela utilização <strong>de</strong> <strong>drenagem</strong><br />

<strong>por</strong> trincheira.<br />

Figura 2 – Ábaco <strong>de</strong> McClelland.<br />

Existem muitos métodos para a <strong>de</strong>terminação<br />

do espaçamento e da profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stas <strong>trincheiras</strong>, um dos mais usados é<br />

o Método criado <strong>por</strong> McClelland [4] que<br />

permite obter, além dos parâmetros já<br />

citados a vazão, o tempo <strong>de</strong> escoamento,<br />

que juntos <strong>de</strong>finirão o rebaixamento.<br />

Através do ábaco proposto <strong>por</strong> McClelland (fig. 2) é possível obter a vazão, <strong>por</strong> metro, que cada tubo inserido no dreno irá su<strong>por</strong>tar<br />

e, <strong>com</strong> isso, dimensionar o sistema <strong>de</strong> <strong>drenagem</strong> necessário para captar e trans<strong>por</strong>tar o fluxo <strong>de</strong> águas gerado pelo rebaixamento<br />

do lençol freático.<br />

Será apresentado, a seguir, um exemplo <strong>de</strong> aplicação do <strong>MacDrain</strong> ® que mostra a utilização <strong>de</strong>sse método e também <strong>com</strong>para a<br />

eficiência do geo<strong>com</strong>posto drenante frente a uma trincheira convencional <strong>de</strong> brita + geotêxtil.<br />

Em primeiro lugar será necessário obter a vazão que o sistema <strong>de</strong> <strong>drenagem</strong> <strong>de</strong>verá su<strong>por</strong>tar.<br />

Para a construção <strong>de</strong> obras que apresentam<br />

contato <strong>com</strong> o lençol freático,<br />

se faz necessário o rebaixamento e condução<br />

das águas provenientes <strong>de</strong>ste.<br />

Para isso, empregam-se as <strong>trincheiras</strong><br />

drenantes instaladas em intervalos e<br />

em profundida<strong>de</strong>s especificas, <strong>de</strong>finindo<br />

o rebaixamento do nível freático em<br />

níveis previamente <strong>de</strong>terminados.


Nesse exemplo serão empregados os seguintes parâmetros:<br />

D = 1 = Diferença <strong>de</strong> cotas entre o lençol freático, antes da<br />

<strong>drenagem</strong>, e o N.A. máximo nos drenos [m];<br />

L = 5 = Distância entre os drenos [m];<br />

d = 0,7 = Rebaixamento mínimo do nível freático [m];<br />

k = 10 -3 = Coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> do solo [m/s];<br />

y = 0,05 = Relação entre volume <strong>de</strong> água livre e volume <strong>de</strong><br />

solo, usualmente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,01, po<strong>de</strong>ndo variar <strong>de</strong><br />

0,05 (areias) a 0,02 (argilas).<br />

Calculando a primeira relação:<br />

d<br />

D<br />

Com este valor, é possível entrar no ábaco <strong>de</strong> McClelland<br />

(linha tracejada) e obter o valor <strong>de</strong> tkD / yL 2 = 0,061.<br />

Com isso é possível <strong>de</strong>terminar o tempo para o rebaixamento<br />

da superfície freática na situação proposta.<br />

Para o dimensionamento do sistema é necessário obter o valor<br />

da vazão que é facilmente extraído da relação q/kD no ábaco<br />

<strong>de</strong> McClelland (linha contínua):<br />

então:<br />

=<br />

0 , 7<br />

t = 75,<br />

67 segundos<br />

q<br />

kD<br />

=<br />

0 , 292<br />

−3<br />

−4<br />

3<br />

q = 0,<br />

292 ⋅10<br />

⋅1<br />

= 2,<br />

92 ⋅10<br />

( m / s)<br />

/ m<br />

ou 0,292 (l/s) / m<br />

Eficiência do Geo<strong>com</strong>posto drenante <strong>MacDrain</strong> ®<br />

2L TD <strong>com</strong>parado a uma trincheira convencional<br />

<strong>de</strong> brita+geotêxtil<br />

Para melhor entendimento dos cálculos, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar os<br />

seguintes <strong>com</strong>entários:<br />

• O <strong>MacDrain</strong> ® terá a função <strong>de</strong> captar o fluxo e direcionálo<br />

para o tubo dreno perfurado, sendo sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vazão <strong>de</strong>terminada através <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> laboratório<br />

(tab.1), em função da tensão atuante sobre ele.<br />

• Consi<strong>de</strong>rou-se <strong>com</strong>o área <strong>de</strong> captação o trecho h da fig. 3,<br />

sendo assim, <strong>de</strong>sprezamos o trecho <strong>de</strong> captação que envolve<br />

o tubo (a favor da segurança).<br />

Serão empregados os seguintes parâmetros:<br />

- Para a trincheira <strong>de</strong> brita+geotêxtil:<br />

b = 0,3 Largura da trincheira [m]<br />

h = 1 Altura da trincheira [m]<br />

I = 1 Gradiente hidráulico<br />

kb = 10 -2 Coef. <strong>de</strong> Permeabilida<strong>de</strong> da brita 1 [m/s]<br />

- Para o <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD:<br />

h = 1 Altura da trincheira [m]<br />

γ = 18 Peso específico do solo que o <strong>MacDrain</strong> ®<br />

está inserido [kN/m 3 ]<br />

Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão da trincheira <strong>de</strong> brita+geotêxtil<br />

De acordo <strong>com</strong> a Lei <strong>de</strong> Darcy temos:<br />

V = kb.i = 10 -2 .1 = 0,01 (m/s)/m ,<br />

A vazão que escoará pelo dreno, consi<strong>de</strong>rando uma <strong>drenagem</strong><br />

vertical, <strong>por</strong> metro <strong>de</strong> trincheira, será:<br />

Q = b.(1.00m).V = 0.003 m 3 /s = 3 (l/s)/m<br />

Por norma, <strong>de</strong>ve-se aplicar os fatores <strong>de</strong> redução para o geotêxtil<br />

usado na <strong>drenagem</strong>:<br />

FRCR = 1,20 (Fluência – CREEP)<br />

FRCC = 1,30 (Colmatação química)<br />

FRBC = 1,25 (Colmatação biológica)<br />

Com isso obtém-se a vazão admissível (QadmCV) do sistema:<br />

Q admCV<br />

= 1,<br />

54<br />

( l / s ) / m<br />

Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão do <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD<br />

Para se obter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão do <strong>MacDrain</strong> ® é necessário<br />

<strong>de</strong>terminar a tensão a que este estará submetido.<br />

Adota-se, a favor da segurança, um valor aproximado para o<br />

coeficiente <strong>de</strong> empuxo no repouso K0=0.40, obtendo assim a<br />

tensão horizontal efetiva:<br />

P = γ.h.K0 = 18.1.0,4 = 7,2 kPa<br />

Utilizando a ficha técnica do <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD (tabela 1),<br />

tem-se os seguintes valores para o gradiente hidráulico igual a<br />

1:<br />

Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vazão do <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD<br />

Pressão [kPa] Vazão [l/s.m]<br />

10 2,84<br />

20 2,17<br />

50 1,35<br />

100 0,41<br />

Figura 3 - Detalhe do <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD.


Extrapolando o valor obtido <strong>com</strong> os dados da tabela 1, obtêmse,<br />

para P = 7,2kPa, uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão (a favor da segurança)<br />

<strong>de</strong> 3,00 (l/s)/m para o <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD.<br />

Pelas normas, tem-se que aplicar os seguintes fatores <strong>de</strong> redução<br />

para o geo<strong>com</strong>posto <strong>MacDrain</strong> ® :<br />

FRIN = 1,05 (Intrusão do solo)<br />

FRCR = 1,20 (Fluência – CREEP)<br />

FRCC = 1,10 (Colmatação química)<br />

FRBC = 1,15 (Colmatação biológica)<br />

Com isso obtém-se a vazão admissível do sistema utilizando<br />

<strong>MacDrain</strong> ® 2L TD:<br />

Q<br />

3,<br />

00<br />

QadmMD<br />

=<br />

= = 1,<br />

89 ( l / s)<br />

/ m<br />

( FRIN<br />

⋅ FRCR<br />

⋅ FRCC<br />

⋅ FRBC)<br />

1,<br />

59<br />

Portanto, <strong>com</strong>parando-se a vazão <strong>de</strong> ambos os sistemas temos:<br />

Q<br />

Q<br />

admMD<br />

admCV<br />

=<br />

1,<br />

89<br />

1,<br />

54<br />

Observa-se que neste caso o geo<strong>com</strong>posto<br />

<strong>MacDrain</strong> ® , <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicado, apresenta uma capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vazão 23% maior que o sistema <strong>de</strong> <strong>drenagem</strong> convencional.<br />

Comparativo <strong>de</strong> custo entre as soluções.<br />

Convencional (Brita+geotêxtil):<br />

Materiais<br />

= 1,<br />

23<br />

Quant. p/<br />

1 m.l.<br />

Custo<br />

unit. R$ /<br />

m<br />

Brita n. 1 0,33 m³ * 42,00 /m³ 13,86 /m<br />

Geotêxtil não-tecido 200g/m 2<br />

2,73 m² ** 2,95 /m² 8,05 /m<br />

Tubo-dreno Ø 100 mm 1,00 m 2,50 /m 2,50 /m<br />

Pedreiro (+ leis sociais) 0,15 h 8,10 /h 1,22 /m<br />

Ajudante geral (+ leis sociais) 1,81 h 5,86 /h 10,61 /m<br />

Custo total <strong>por</strong> metro linear 36,24 /m<br />

(*)Consi<strong>de</strong>rado 10% <strong>de</strong> perdas referente às irregularida<strong>de</strong>s ocorridas durante a execução.<br />

(**)Consi<strong>de</strong>rado 5% <strong>de</strong> perdas referente às sobreposições e cortes.<br />

Custo<br />

total R$ /<br />

m<br />

Custo total + B.D.I. (30%) 47,11 /m<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

[1] Ce<strong>de</strong>rgren H.R. Seepage, Drainage and Flow nets, John Wiley & Sons<br />

Inc., USA, 1967.<br />

[2] Lambe T.W. & Whitman R.V. Soil Mechanics, 119-120, John Wiley,<br />

1979.<br />

[3] Koerner, Robert M. , Designing with Geosynthetics (4th Edition), Prentice<br />

Hall, USA, 1998.<br />

[4] McClelland B., Large Scale Mo<strong>de</strong>l Studies of Highway Subdrainage,<br />

Proceedings Highway Reasearch Board, 23, 1943.<br />

<strong>Maccaferri</strong> do Brasil Ltda.<br />

Rod. Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, Km 66<br />

P.O. BOX 520 - CEP 13201-970<br />

Jundiaí - São Paulo - Brasil<br />

Tel. (+55) 11-45893200 - Fax (+55) 11-45823272<br />

E-mail: maccaferri@maccaferri.<strong>com</strong>.br - Web site:www.maccaferri.<strong>com</strong>.br<br />

<strong>MacDrain</strong> ® 2L TD:<br />

Materiais<br />

Quant. p/<br />

1 m.l.<br />

(**)Consi<strong>de</strong>rado 5% <strong>de</strong> perdas referente às sobreposições e cortes.<br />

Custo<br />

unit. R$ /<br />

m<br />

Custo<br />

total R$ /<br />

m<br />

Geo<strong>com</strong>posto <strong>MacDrain</strong> ® 2L TD 1,00 m 2 * 15,00/m 2 15,00 /m<br />

Tubo-dreno Ø 100 mm 1,00 m 2,50 /m 2,50 /m<br />

Ajudante geral (+ leis sociais) 1,76 h 5,86 /h 10,32 /m<br />

Custo total <strong>por</strong> metro linear 27,82 /m<br />

Custo total + B.D.I. (30%) 36,17 /m<br />

Neste <strong>com</strong>parativo foram utilizados os preços dos insumos para a Região <strong>de</strong> São<br />

Paulo (Abril <strong>de</strong> 2009).<br />

CONCLUSÃO<br />

O geo<strong>com</strong>posto <strong>MacDrain</strong> ® , <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicado, apresenta<br />

uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão maior do que a apresentada pela<br />

trincheira <strong>de</strong> brita (23% maior). Deve-se ainda, consi<strong>de</strong>rar<br />

que no método tradicional, em geral, as <strong>trincheiras</strong><br />

são abertas <strong>com</strong> no mínimo 30cm <strong>de</strong> largura e ainda<br />

é necessário que todo o solo escavado seja levado<br />

para um outro local (pois será substituído pela<br />

brita) gerando “bota fora” <strong>com</strong> conseqüente custo<br />

<strong>de</strong> trans<strong>por</strong>te.<br />

Já no sistema <strong>com</strong> <strong>MacDrain</strong> ® se po<strong>de</strong>, após a abertura<br />

da trincheira (neste caso as <strong>trincheiras</strong> são<br />

abertas <strong>com</strong> uma largura mínima suficiente somente<br />

para possibilitar a entrada do tubo dreno na vala),<br />

simplesmente inserir o tubo na bolsa (que a<strong>com</strong>panha<br />

o produto), posicioná-lo conforme indicado<br />

em projeto e o reaterro já po<strong>de</strong> ser executado<br />

(reutilizando praticamente todo solo escavado).<br />

É simples, fácil, rápido e seguro.<br />

METODOLOGIA E CÁLCULOS REVISADOS POR:<br />

Prof. Dr. Benedito <strong>de</strong> Souza Bueno<br />

Chefe do Lab. <strong>de</strong> Geossintéticos<br />

USP - São Carlos

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