Plano para uma clínica tipo

PLANO PARA UMA CLÍNICA-TIPO
Área: 200 m2
Investimento em equipamento: 186 mil contos (€900.000)
Leasing a cinco anos
Existe uma grande variedade de instituições a que as pessoas chamam "clínicas",
desde unidades hospitalares e de internamento a meros consultórios. Neste caso, a
clínica a que nos referimos é um centro de diagnóstico pela imagem, ou de
imagiologia. Enfim, que faz exames complementares de diagnóstico pela
imagiologia, como as ecografias, as radiografias, os TACs, etc. É boa ideia ter
médicos à frente ou com propriedade da clínica, uma vez que são essenciais, mas
lembramos que, por lei, os médicos ou familiares próximos não podem ter mais de
10% do capital.
O Mercado
Toda a gente é consumidora dos serviços de Saúde, mas nenhum doente faz um
exame sem ordem do médico. Como chegam então os doentes às clínicas de
diagnóstico? Os médicos, quando pedem exames, têm vários tipos de atitude. Há
os que "recomendam" uma clínica, os que "exigem" uma clínica ou os que deixam à
consideração do doente. Logo, é essencial criar reputação e contactos entre os
médicos.
Mas para além disso, há as convenções. Será difícil sobreviver em Portugal sem
convenções, uma vez que toda a gente, de um modo ou de outro, tenha dinheiro
ou não tenha, faz exames através das convenções. Assim, é necessário ter
convenções com a Caixa Geral de Previdência, a ADSE, o SAMS, o Porto de Lisboa,
etc. O que é difícil, mas paciência.
Outro segmento a trabalhar são as Seguradoras, certamente um segmento a
crescer, nomeadamente com linhas como a Medis, do BCP. Neste momento, vale a
pena tentar trabalhar todos os segmentos.
O Produto
O Produto refere-se, neste caso, essencialmente ao tipo de exame a efectuar.
Dentro da imagiologia há certas questões a ter em conta. A ressonância magnética
parece ser o futuro e está cada vez mais implantada, mas o equipamento é
caríssimo (entre €900.000 e €1.500.000) e já existe muita concorrência. Por outro
lado, o raio-x não dá lucro, mas é o cerne do diagnóstico pela imagem e pode ser
essencial para atrair clientes. Por outro lado, os exames de osteodensitometria (que
detecta a osteoporose), valem a pena, pois há pouca concorrência e são os exames
com maior nível de rentabilidade no mercado.
Vamos então tentar fazer alguns dos exames mais avançados, talvez até
prepararmo-nos para comprar uma máquina de ressonância no segundo ou terceiro
ano de actividade, mas ter o mínimo de custos e de recursos.
Assim, propomos que se comece com ecografias, mamografias,
osteodensitometrias, TACs e radiografias.
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O Preço
Aqui não vale a pena inventar, os preços estão mais ou menos estabelecidos. Uma
radiografia pode ir de €15 a €50, um TAC de €100 a €150, uma ecografia poderá ir
até aos €100 e as mamografias ficam pelos €50.
A Distribuição
Vamos apontar para uma loja/clínica de cerca de 200 metros quadrados. Deve ficar
numa boa zona, acessível, mas em todos os centros urbanos pode haver a
necessidade de um centro de diagnóstico. Por outro lado, terá de contar com a
necessidade de licenciamento que é mais fácil em certos locais.
A Promoção
Normalmente, a promoção de uma clínica médica é discreta. Como em grande
parte são os médicos que decidem onde os doentes deverão fazer os exames, vale
a pena investir no contacto com estes profissionais. Não fica mal um anúncio ou
uma notícia numa revista da especialidade, e talvez um simples release para a
comunicação social em geral no início da actividade. Mas a sua reputação é
importante, de modo que tenha cuidado com as sensibilidades.
As Operações
Para uma clínica, mesmo pequena (que não é necessariamente o caso), é preciso
uma equipa de confiança. Pensemos nos equipamentos que escolhemos: dois
ecógrafos, um mamógrafo, duas máquinas de raio-x (uma geral e outra para
"digestivos" – as convenções vão exigi-lo), uma máquina de osteodensitometria,
um TAC, e o equipamento de revelação. Vai ser preciso pessoal administrativo e de
limpeza.
Assim, a equipa deverá ser composta por: três ou quatro técnicos de radiologia (se
a operação for bem montada, um dos técnicos podera ser substituido por um
auxiliar), dois ou três auxiliares, duas pessoas para a recepção, dois ou três
médicos, duas pessoas para o resto da administração, mais um funcionário de
limpeza.
O Orçamento
A maior fatia do orçamento irá para o edifício e para as adaptações necessárias ao
funcionamento dos equipamentos. Isto depende muito do tipo de edifício, da sua
adaptabilidade, da localização, etc. Não vamos arriscar nenhum número. Mas tenha
em linha de conta que pode ser o factor mais importante do seu orçamento.
O equipamento é muito caro. Vamos comprar um ecógrafo de gama baixa e outro
de gama média/alta, ao todo cerca de €100.000. Um mamógrafo a €75.000, dois
raio-x, gerais e digestivo (este último mais caro): €75.000 e €150.00,
respectivamente. A máquina de osteodensitometria: €75.000. O TAC: €400.000. O
equipamento de revelação: para o mamógrafo, €10.000, para o raio-x, €10.000,
mais uma câmara laser para o resto, €50.000. Ao todo uma pequena exorbitância
de €900.000. Mas vamos com calma, isto será pago em leasing a cinco anos, que
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poderá ficar por cerca de €100 por cada €5.000 por mês, ou seja: €200.000 no
primeiro ano. Cerca de 8% do valor das máquinas deverá ser gasto todos os anos
para manutenção, mas no primeiro ano estamos dentro das garantias.
Os médicos e os técnicos de radiologia (com o curso da Escola de Técnicos de
Saúde) serão pagos à percentagem de exame, nomeadamente qualquer coisa como
40% para o médico e 15% para o técnico. Mais 15% das receitas para a
electricidade, películas e químicos, papel e envelopes para os exames.
Agora as boas notícias: vamos imaginar que temos a equipa bem montada e a
trabalhar eficientemente, logo faremos cerca de 60 radiografias, 40 mamografias,
50 ecografias, 20 TACs, e uma ou outra osteodesitometria. Por dia. Fazemos as
contas? Vamos ver se trabalhamos 260 dias por ano. Assim por baixo, vamos
pensar em €2,5 milhões no primeiro ano.
É claro que vai ter muitas despesas e que não vai receber grande parte deste
dinheiro tão cedo pois o Estado não lhe vai pagar para já, mas ainda assim, é um
valor impressionante, não é? Não se esqueça que 55% desse valor vai para os
médicos e técnicos. Mesmo assim, ficamos com cerca de €1 Milhão para gerir. Para
um primeiro ano não é nada mau. Por isso, avança!
Lembre-te que este plano é apenas uma ideia e que não tem valor científico algum,
mas aproveita-o o melhor que puderes.
Se precisares de uma ajuda, contacte a General Electric. Como parte do seu serviço
a clientes, a GE oferece um pequeno estudo de viabilidade das clínicas a montar.
Uma pequena simulação que pode ser muito útil.
Boa sorte!
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