DEMIN/EM/UFOP MIN 746 Estabilidade de Escavações Subterrâneas
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<strong>D<strong>EM</strong>IN</strong>/<strong>EM</strong>/<strong>UFOP</strong><br />
<strong>MIN</strong> <strong>746</strong><br />
<strong>Estabilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Escavações</strong><br />
<strong>Subterrâneas</strong><br />
Prof. José Margarida da Silva<br />
junho/2010
<strong>Escavações</strong> <strong>Subterrâneas</strong>
• Geomecânica<br />
Sumário<br />
• Mecânica das Rochas<br />
• Definições e terminologia<br />
• Tensões em maciços rochosos<br />
• Impactos das escavações subterrâneas<br />
• Suportes naturais e artificiais<br />
• Monitoramento<br />
• Seleção <strong>de</strong> suporte<br />
• Referências Bibliográficas
Introdução: Geomecânica<br />
• Estuda o comportamento <strong>de</strong> todos os<br />
materiais presentes na crosta terrestre.<br />
• Mecânica das Rochas: estuda o<br />
comportamento dos maciços rochosos em<br />
relação a forças externas; na mineração:<br />
escavações.<br />
• Mecânica dos Solos, Geologia <strong>de</strong><br />
Engenharia,...
Introdução<br />
Trabalhos em minas subterrâneas - gran<strong>de</strong>s<br />
aspectos <strong>de</strong> segurança:<br />
• segurança estrutural (técnica) das aberturas,<br />
envolvendo tetos, pisos, pare<strong>de</strong>s e pilares;<br />
• segurança ambiental, que se refere à criação e<br />
manutenção <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />
confortável e a<strong>de</strong>quado à execução das tarefas<br />
pertinentes ao empreendimento.<br />
• A preocupação ambiental, em sentido amplo,<br />
inclui a preocupação com a segurança.
Princípios éticos fundamentais<br />
• Segurança,<br />
• Economia,<br />
• Bom Aproveitamento das Jazidas.
Mecânica <strong>de</strong> Rochas<br />
• A Mecânica <strong>de</strong> Rochas está relacionada com as<br />
proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e o comportamento<br />
das rochas, isto é, como a rocha respon<strong>de</strong><br />
quando sujeita a um campo <strong>de</strong> forças.<br />
• Este campo po<strong>de</strong> ser induzido pela escavação<br />
<strong>de</strong> uma abertura produzida por meios<br />
mecânicos.<br />
• Isto é <strong>de</strong> fundamental importância em<br />
mineração porque a rocha é o principal material<br />
<strong>de</strong> construção e também o principal produto do<br />
processo <strong>de</strong> escavação.
Mecânica <strong>de</strong> Rochas<br />
• Engenharia <strong>de</strong> Minas: interessada no comportamento<br />
mecânico do maciço rochoso quando se realizam<br />
escavações no mesmo, isto é, parte <strong>de</strong>ste é aliviado.<br />
• Engenharia Civil: interessada nas modificações que se<br />
introduzem quando o maciço é carregado pela presença<br />
<strong>de</strong> uma barragem, edifício etc.<br />
• Esses problemas quase opostos po<strong>de</strong>m ser<br />
equacionados conforme:<br />
• quais as tensões atuantes no maciço original?<br />
• quais as alterações das tensões introduzidas pela<br />
escavação ou obra?<br />
• qual o efeito das condições geológicas mais complexas?
Mecânica <strong>de</strong> Rochas<br />
• A rocha constitui um caso particular <strong>de</strong> material<br />
<strong>de</strong> engenharia.<br />
• Nas construções com materiais artificiais, a<br />
resistência dos materiais é composta em função<br />
das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resistência aos esforços<br />
que lhe serão aplicados.<br />
• Já na rocha, a resistência lhe é intrínseca e as<br />
tensões existem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> outras<br />
cargas externas que lhe sejam aplicadas.<br />
• Diante <strong>de</strong>sta limitação e mais os custos<br />
proibitivos em que incorreria obter-se um projeto<br />
<strong>de</strong> construção pronto na prancheta, existirão<br />
fases <strong>de</strong> projeto, e mesmo <strong>de</strong> produção, que<br />
serão ajustadas à realida<strong>de</strong> do maciço rochoso.
Mecânica das Rochas<br />
<strong>Estabilida<strong>de</strong></strong> das escavações subterrâneas:<br />
• se os maciços rochosos têm <strong>de</strong>terminadas<br />
características <strong>de</strong> resistência;<br />
• se as aberturas possuem certas formas<br />
geométricas e não exce<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminadas<br />
dimensões.<br />
Mesmo em tais casos, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado:<br />
• a expansão da rocha no sentido dos vazios,<br />
• <strong>de</strong>vido às respectivas características reológicas,<br />
as <strong>de</strong>formações correspon<strong>de</strong>ntes processamse,<br />
em gran<strong>de</strong> parte, ao longo do tempo.
Mecânica das Rochas<br />
• Ações <strong>de</strong> suportes artificiais e <strong>de</strong> revestimentos<br />
das cavida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser muito variadas,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos tipos <strong>de</strong> solicitações que sobre<br />
eles exercem os terrenos.<br />
Solicitações:<br />
• que resultam <strong>de</strong> simples ações <strong>de</strong> peso do<br />
material <strong>de</strong>scomprimido, correspon<strong>de</strong>nte às<br />
zonas aliviadas <strong>de</strong> tensões da vizinhança dos<br />
vazios – em geral, susceptíveis <strong>de</strong> serem<br />
controladas,<br />
• que provêm diretamente dos campos <strong>de</strong><br />
tensões instalados - controladas, em regra,<br />
quando os campos <strong>de</strong> tensões, instalados nos<br />
terrenos antes da abertura das cavida<strong>de</strong>s, têm<br />
intensida<strong>de</strong>s reduzidas.
Mecânica das Rochas<br />
• Indispensável conhecimento do intervalo<br />
<strong>de</strong> tempo durante o qual se preten<strong>de</strong> que<br />
escoramentos ou revestimentos exerçam<br />
convenientemente suas funções.<br />
• Desse tempo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, geralmente, a<br />
importância da <strong>de</strong>formação dos terrenos a<br />
que se aplicam e, portanto,a intensida<strong>de</strong><br />
máxima das reações que têm <strong>de</strong> suportar.
Definições; terminologia<br />
• “escoramento” ou<br />
“sustentação” -<br />
engloba uma série<br />
<strong>de</strong> técnicas que<br />
utilizam elementos<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />
metálicos ou <strong>de</strong><br />
concreto (armado ou<br />
não), <strong>de</strong>stinados a<br />
aumentar a<br />
segurança <strong>de</strong><br />
cavida<strong>de</strong>s.
Definições; terminologia<br />
Sistemas <strong>de</strong> escoramentos:<br />
• <strong>de</strong>s<strong>de</strong> simples elementos isolados<br />
(<strong>de</strong>stinados a segurar blocos<br />
individualizados) até<br />
revestimentos completos da<br />
periferia dos vazios (se a rocha<br />
que os circunda é pouco coerente<br />
ou se encontra muito fraturada).<br />
• Rock support: elementos externos;<br />
• rock reinforcement: elementos<br />
internos.
Estrutura<br />
Terminologia<br />
todo arranjo espacial <strong>de</strong> elementos físicos,<br />
compostos <strong>de</strong> qualquer material, capaz <strong>de</strong><br />
resistir a esforços solicitantes em um horizonte<br />
previsto <strong>de</strong> tempo, com um dado fator <strong>de</strong><br />
segurança e sofrendo <strong>de</strong>formação entre<br />
limites pré-<strong>de</strong>terminados;
Terminologia<br />
Dimensionamento <strong>de</strong> uma estrutura:<br />
<strong>de</strong>finição das dimensões elementos que a<br />
compõem, para que possam resistir aos<br />
esforços solicitantes, conhecendo-se:<br />
• os valores <strong>de</strong>stes esforços,<br />
• os limites aceitáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação,<br />
• o tempo previsto <strong>de</strong> sua utilização,<br />
• o fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>sejado ou<br />
consi<strong>de</strong>rado.
Tensões em maciços rochosos<br />
• Maciço rochoso: rocha + <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s<br />
+ água.<br />
Tensão:<br />
• relacionada à tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />
relativo das partículas <strong>de</strong> um corpo, em<br />
função <strong>de</strong> solicitações externas;<br />
• gran<strong>de</strong>za que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do plano<br />
consi<strong>de</strong>rado;<br />
• dimensionalmente, é igual a pressão.
Tensões<br />
• Maciços rochosos: comportam-se como<br />
<strong>de</strong>scontínuos; meios anelásticos.<br />
• Müller (1963): redução <strong>de</strong> até 1/30 na<br />
resistência da rocha <strong>de</strong>vido à existência<br />
<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> fraqueza.
Estado <strong>de</strong> tensões<br />
• O estado <strong>de</strong> tensões no interior <strong>de</strong> um<br />
maciço rochoso varia, geralmente, <strong>de</strong><br />
ponto a ponto: valor e direção das<br />
componentes principais que o <strong>de</strong>finem.<br />
• maciço virgem: não está submetido<br />
somente a esforços verticais, mas a um<br />
sistema triaxial <strong>de</strong> tensões.<br />
• antes <strong>de</strong> ser escavado: tensões naturais<br />
ou tensões “in situ”.
Tensões induzidas<br />
• Escavação: ocorre modificação no estado natural <strong>de</strong><br />
tensões, com redistribuição <strong>de</strong> tensões no maciço<br />
circunvizinho (tensões induzidas) .<br />
• Limite: “arco <strong>de</strong> pressão”.<br />
• Ruptura: no caso geral, <strong>de</strong>vida a esforços <strong>de</strong> flexão ou<br />
<strong>de</strong> cisalhamento, porque a resistência da rocha a estes<br />
tipos <strong>de</strong> solicitação é muito menor do que à<br />
compressão.
Tensões em maciços<br />
• Maciço regular e homogêneo: po<strong>de</strong> ser adaptado a<br />
mo<strong>de</strong>lo clássico da Mecânica <strong>de</strong> Rochas (fornece, pelo<br />
menos, o sentido e a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos<br />
fenômenos); o mais simples é o mo<strong>de</strong>lo elástico.<br />
• Rocha não homogênea: po<strong>de</strong> se tentar assimilar o<br />
maciço rochoso a um outro mo<strong>de</strong>lo teórico (plástico,<br />
elasto-plástico etc).<br />
• mo<strong>de</strong>lamento matemático ou mo<strong>de</strong>lagem numérica.
Regra <strong>de</strong> Heim<br />
• Heim, em 1912: maciços rochosos seriam<br />
incapazes <strong>de</strong> suportar gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong><br />
tensões.<br />
• Associando-se aos efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do tempo, levaria a um campo <strong>de</strong><br />
tensões naturais, on<strong>de</strong> as componentes vertical<br />
e lateral ten<strong>de</strong>riam a se igualar (campo uniforme<br />
<strong>de</strong> tensões), ao longo do tempo geológico.<br />
• Hoek & Brown (1980): sugestão <strong>de</strong> Heim é<br />
aplicável a rochas incompetentes, como é o<br />
caso <strong>de</strong> carvão e evaporitos.
Impactos ambientais<br />
Impactos ambientais da lavra<br />
subterrânea:<br />
• impactos no <strong>de</strong>pósito mineral e rochas<br />
encaixantes,<br />
• impactos nas escavações no subsolo,<br />
• impactos na superfície do terreno.<br />
• impactos lavra subterrânea-drenagem<br />
ácida, subsidência, rock bursts.
Drenagem Ácida<br />
Lavra <strong>de</strong> materiais sulfetados - po<strong>de</strong><br />
ocasionar formação <strong>de</strong> águas ácidas,<br />
pela oxidação dos sulfetos; estas<br />
águas <strong>de</strong>vem ser tratadas e<br />
neutralizadas (aumento do pH),<br />
antes <strong>de</strong> serem lançadas ao meio<br />
ambiente.<br />
Uma das formas <strong>de</strong> mitigação:<br />
produção <strong>de</strong> ácido sulfúrico.
Subsidência<br />
• Subsidência: conjunto <strong>de</strong> movimentos<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes do maciço rochoso, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do tempo, em direção ao centro <strong>de</strong> uma<br />
abertura subterrânea;<br />
• <strong>de</strong>ve-se principalmente à tendência das rochas<br />
<strong>de</strong> preencherem os vazios criados pelas<br />
aberturas, principalmente após o seu colapso.<br />
• É um problema potencial que, não controlado,<br />
po<strong>de</strong> levar a um dano superficial <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
escala.
Subsidência contínua
Subsidência <strong>de</strong>scontínua
Subsidência<br />
• Para que ocorra subsidência na superfície, é<br />
necessário que <strong>de</strong>terminadas dimensões<br />
críticas das aberturas subterrâneas sejam<br />
ultrapassadas;<br />
• A região afetada po<strong>de</strong> ser esquematicamente<br />
relacionada a um tronco <strong>de</strong> cone invertido que<br />
se alarga do interior do maciço rochoso para a<br />
superfície.<br />
• A forma na superfície é geralmente uma elípse,<br />
com eixo maior paralelo à direção do avanço da<br />
lavra.
Subsidência contínua para camada horizontal<br />
a = ângulo <strong>de</strong> máxima influência
Perfil <strong>de</strong> subsidência<br />
A profundida<strong>de</strong> e a extensão da bacia <strong>de</strong><br />
subsidência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m:<br />
• da potência e do mergulho do corpo lavrado,<br />
• da profundida<strong>de</strong> e das dimensões da<br />
escavação,<br />
• dos tipos <strong>de</strong> suporte empregados,<br />
• da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avanço das frentes <strong>de</strong> lavra,<br />
• do tempo,<br />
• do condicionamento geológico presente no<br />
maciço rochoso.
Subsidência máxima<br />
e Largura crítica<br />
Peng (1992) relaciona a subsidência máxima (S), a<br />
potência do corpo (m), o fator <strong>de</strong> subsidência (a) e o<br />
ângulo da direção da abertura com a horizontal (a):<br />
Largura crítica:<br />
S = a m cos a<br />
Se cos a = 1 -------------S = a m<br />
w c = 1,4 h<br />
h é a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.
Mina <strong>de</strong> Germun<strong>de</strong>, Portugal
Mina <strong>de</strong> Kiruna<br />
(Suécia)
Sismicida<strong>de</strong> em minas<br />
Dos 5 tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> humana que po<strong>de</strong>m<br />
afetar a sismicida<strong>de</strong>, três estão ligados à<br />
mineração: explosão subterrânea, lavra <strong>de</strong><br />
pedreiras, extração <strong>de</strong> líquidos (obsis.unb.br,<br />
2009).<br />
Algumas minas começaram a enfrentar este<br />
problema, realizando trabalhos <strong>de</strong><br />
monitoramento contínuo no entorno da mina.
Rock bursts<br />
• À medida que as escavações subterrâneas<br />
atingem <strong>de</strong>terminadas dimensões críticas, as<br />
intensida<strong>de</strong>s dos novos campos <strong>de</strong> tensões que<br />
se instalam nos seus contornos po<strong>de</strong>m exce<strong>de</strong>r<br />
os limites <strong>de</strong> resistência da rocha, levando o<br />
maciço à cedência ou ruptura, do que resultarão<br />
<strong>de</strong>formações locais e a correspon<strong>de</strong>nte<br />
dissipação das mesmas.<br />
• Fenômenos semelhantes a céu aberto<br />
(Pomeroy et al, 1976; Cook, 1976;Silveira,<br />
1987)
Caracterização do fenômeno<br />
• Quando a dissipação (liberação) <strong>de</strong> energia<br />
armazenada num maciço rochoso se processa<br />
<strong>de</strong> maneira relativamente rápida e violenta, o<br />
fenômeno é <strong>de</strong>signado, genericamente, por<br />
“explosão <strong>de</strong> rocha”.<br />
• Este fenômeno se caracteriza pela influência<br />
acentuada <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> corte e ocorre, quando<br />
da abertura <strong>de</strong> escavações subterrâneas.
Efeito <strong>de</strong> “escorva”<br />
O “efeito <strong>de</strong> escorva” po<strong>de</strong> se originar através <strong>de</strong>:<br />
• ondas <strong>de</strong> choque <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tonação <strong>de</strong><br />
explosivos;<br />
• elevação <strong>de</strong> temperatura das rochas;<br />
• presença <strong>de</strong> água;<br />
• ruptura <strong>de</strong> um suporte;<br />
• explosão <strong>de</strong> gases;<br />
• execução <strong>de</strong> uma abertura;<br />
• as próprias ondas <strong>de</strong> uma outra explosão <strong>de</strong><br />
rocha.
Projeto <strong>de</strong> suporte<br />
Escolha do suporte<br />
fatores fundamentais:<br />
• custo,<br />
• comportamento do subsolo,<br />
• método <strong>de</strong> lavra a ser empregado.<br />
O principal objetivo no projeto <strong>de</strong> um suporte<br />
subterrâneo é ajudar o maciço a se autosuportar.
Classificação <strong>de</strong> estruturas<br />
Suporte: conjunto <strong>de</strong> elementos resistentes que se<br />
empregam para controlar a <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> e<br />
contrariar os fenômenos <strong>de</strong> ruptura localizada em<br />
aberturas subterrâneas.<br />
• provisórios ou <strong>de</strong>finitivos;<br />
• contínuos ou <strong>de</strong>scontínuos;<br />
• compressíveis ou praticamente in<strong>de</strong>formáveis<br />
(rígidos).<br />
Exemplos <strong>de</strong> suportes <strong>de</strong>scontínuos:<br />
pilares naturais,<br />
esteios,<br />
pilhas,<br />
quadros,<br />
arcos (cambotas) e, <strong>de</strong> certa forma, as ancoragens.
Revestimentos<br />
Revestimento: obra <strong>de</strong> recobrimento <strong>de</strong> zonas<br />
mais ou menos extensas da periferia das<br />
escavações, com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impedir o<br />
<strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> pequenos blocos <strong>de</strong> rocha e<br />
<strong>de</strong> regularizar e mesmo impermeabilizar os seus<br />
contornos.<br />
Exemplos <strong>de</strong> suportes contínuos: revestimento<br />
contínuo <strong>de</strong> galeria em maciço fraturado por<br />
concreto projetado ou pré-moldados <strong>de</strong><br />
concreto armado; pranchões <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (entre<br />
quadros ou arcos); concreto projetado e tela<br />
(associados a tirantes); quadros justapostos;<br />
chapas unindo quadros, com a estrutura<br />
resultante exercendo em alguns casos funções<br />
<strong>de</strong> suporte e revestimento.
Tratamento ou reforço<br />
Tratamento ou reforço: técnica <strong>de</strong> consolidação<br />
do maciço rochoso pela melhoria <strong>de</strong> sua:<br />
• resistência,<br />
• <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong><br />
• e/ou impermeabilida<strong>de</strong>.<br />
Exemplos: Injeções, congelamento <strong>de</strong> terrenos<br />
e, para alguns, as ancoragens.<br />
Últimas décadas: aperfeiçoamento das<br />
ancoragens, substituição progressiva da<br />
ma<strong>de</strong>ira e outras técnicas ou materiais;<br />
aparecimento dos cartuchos, “cable bolt” e<br />
associação <strong>de</strong> concreto reforçado, parafuso<br />
e telas.
Pilares naturais<br />
Dimensionamento<br />
<strong>de</strong> pilares e das câmaras<br />
(Hoek e Brown, 1980)
Tirante expansivo Swellex<br />
• Características: ancoragem interna, mecânica,<br />
coluna total, ativa;<br />
• Vantagens: alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem,<br />
rapi<strong>de</strong>z e simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação, dá suporte<br />
imediatamente após a instalação, provê alguma<br />
protensão;<br />
• Desvantagens: requer dispositivos para<br />
instalação, a corrosão é crítica, custo relativo<br />
elevado;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem –<br />
13tf; diâmetro do tubo- 26mm; diâmetro do furo<br />
– 33 a 39mm; comprimento- 1,5 a 8m, pressão<br />
da água – 300bar (~ 306kgf/cm 2 ).
Parafuso expansivo Hydrabolt<br />
• Características: ancoragem interna, mecânica,<br />
coluna total, ativa;<br />
• Vantagens: média capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem,<br />
instalação é feita com equipamento próprio da<br />
mina, ganhando-se em rapi<strong>de</strong>z;<br />
• Desvantagens: corrosão é crítica, menor faixa<br />
<strong>de</strong> comprimentos disponíveis;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem – 7<br />
a 11tf; diâmetro da haste – 16, 17,19,21,25mm;<br />
diâmetro do furo – 33 a 39mm; comprimento-<br />
1,5 a 4m.
Cavilha Split-set<br />
• Características: ancoragem interna, mecânica,<br />
coluna total, passiva;<br />
• Vantagens: simplicida<strong>de</strong> e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
instalação, dá suporte imediatamente após a<br />
instalação;<br />
• Desvantagens: baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ancoragem, não provê protensão, diâmetro do<br />
furo é crítico, a corrosão é crítica, custo relativo<br />
elevado;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem –<br />
3,8 a 5,5tf; diâmetro do tubo – 32 a 41mm;<br />
diâmetro do furo – 33 a 39mm; comprimento-<br />
0,4 a 3,6m.
Split-set
Tirante com cimento<br />
• Características: ancoragem interna, química,<br />
coluna total, passiva;<br />
• Vantagens: custo mo<strong>de</strong>rado (equivale ao splitset),<br />
alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem,<br />
simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação, não há perda <strong>de</strong><br />
protensão com vibrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>tonações, alta<br />
resistência à corrosão, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
preparação da barra, não exige rigor no<br />
diâmetro do furo;<br />
• Desvantagens: tempo <strong>de</strong> cura maior que 2h,<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenagem a<strong>de</strong>quada,<br />
tempo <strong>de</strong> estocagem limitado;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem –<br />
acima <strong>de</strong> 14tf; diâmetro da haste – a partir <strong>de</strong><br />
13mm; diâmetro do furo – 32 a 38mm;<br />
comprimento- variável.
Tirante com resina<br />
• Características: ancoragem interna, química,<br />
coluna total, ativa ou passiva;<br />
• Vantagens: flexibilida<strong>de</strong>, alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ancoragem, não há perda <strong>de</strong> protensão com<br />
vibrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>tonações, alta resistência à<br />
corrosão, suporte imediato (PUR/PR);<br />
• Desvantagens: custo relativo alto, requer<br />
treinamento prévio <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, necessita<br />
<strong>de</strong> armazenagem a<strong>de</strong>quada, tempo <strong>de</strong><br />
estocagem limitado;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem –<br />
acima <strong>de</strong> 17tf; diâmetro da haste – 17 a 25mm;<br />
diâmetro do furo – 26 a 34mm, comprimento –<br />
variável; pegas: PUR, PR, PM, PL.
Cable bolt<br />
• Características: ancoragem interna, química, coluna<br />
total, passiva ou ativa;<br />
• Vantagens: custo baixo, alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem,<br />
elevada resistência à corrosão, varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
comprimento, <strong>de</strong> altura da escavação, do tipo <strong>de</strong><br />
escavação – temporária ou permanente;<br />
• Desvantagens: tempo <strong>de</strong> cura 24h, tensionamento não é<br />
simples;<br />
• Dados técnicos: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancoragem – acima <strong>de</strong><br />
17tf; diâmetro do cabo – ¾” a 5/8”; diâmetro do furo – 40<br />
a 45mm; comprimento - variável.
Aplicação <strong>de</strong> cable bolt prévio à lavra - a colocação em<br />
alargamentos <strong>de</strong> corte e enchimento na Mina Campbell<br />
(Borchier e outros, 1992 apud Hoek e outros, 1995).
Cabos com straps
Instalação <strong>de</strong> cabo mecanizada
Classificações geomecânicas<br />
• De uma forma geral, dão, em função da classe <strong>de</strong>finida<br />
para o maciço, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados parâmetros,<br />
indicativos do vão máximo sem suporte, do tempo <strong>de</strong><br />
auto suporte e da estrutura mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />
sustentação.<br />
• O objetivo é processar informação sobre proprieda<strong>de</strong>s<br />
do material rochoso, características <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s<br />
e geometria <strong>de</strong> escavação para obter valores<br />
representativos que propiciem uma base racional para<br />
<strong>de</strong>cisões acerca da engenharia <strong>de</strong> rochas.<br />
• Os sistemas mais utilizados são o RMR - Rock Mass<br />
Rating, proposto por Bieniawski (1973) e o Q,<br />
<strong>de</strong>senvolvido por Barton e outros (1974).<br />
• Bieniawski (1989): <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> outros<br />
sistemas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> maciços rochosos.<br />
• Modificações posteriores e adaptações locais.
DIMENSIONAMENTO DE SUPORTES<br />
• O DIMENSIONAMENTO DE SUPORTES <strong>EM</strong> <strong>MIN</strong>AS<br />
NAO T<strong>EM</strong> MERECIDO O DESENVOLVIMENTO<br />
TEORICO E PRATICO DESEJAVEL <strong>EM</strong> MUITAS<br />
ABORDAGENS CORRENTES DA MECANICA DE<br />
ROCHAS.<br />
• SEUS PRINCIPIOS DE DIMENSIONAMENTO E<br />
ESCOLHA ESTAO, NAO RARAMENTE, CONTIDOS<br />
<strong>EM</strong> MANUAIS OU PROGRAMAS FECHADOS DE<br />
COMPUTACAO QUE SAO, MUITAS VEZES,<br />
CONSULTADOS S<strong>EM</strong> OS NECESSARIOS CRITERIOS<br />
TEORICOS QUE DEV<strong>EM</strong> BALIZAR A DECISAO<br />
TECNICA DO ENGENHEIRO.
Abordagens <strong>de</strong> dimensionamento<br />
• Tempo <strong>de</strong> auto suporte (Barton);<br />
• Malha <strong>de</strong> tirantes e cabos e comprimento<br />
- Mathews – Potvin;<br />
- Hutchinson – Die<strong>de</strong>richs (1986).
Conceitos<br />
O que po<strong>de</strong> ser monitorado numa mina subterrânea:<br />
• ruptura da rocha no contorno da escavação;<br />
• movimento ao longo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>;<br />
• <strong>de</strong>slocamento relativo entre dois pontos no contorno da<br />
escavação (convergência);<br />
• <strong>de</strong>slocamentos no interior do maciço, fora do contorno<br />
da escavação;<br />
• <strong>de</strong>slocamentos da superfície (subsidência);<br />
• mudança da inclinação <strong>de</strong> um furo (<strong>de</strong>svio);<br />
• nível <strong>de</strong> água, pressões neutras;<br />
• mudanças (variações) <strong>de</strong> tensões (num pilar, por<br />
exemplo);<br />
• pressões normais e <strong>de</strong> água no enchimento;<br />
• <strong>de</strong>formação do material <strong>de</strong> enchimento;<br />
• eventos sísmicos; velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ondas.
Monitoramento<br />
• Estudo <strong>de</strong> Caso - Mina Caraíba, Jaguarari (BA),<br />
cobre<br />
• <strong>de</strong>stress blasting: alterações nos padrões <strong>de</strong><br />
furação, nos arranjos <strong>de</strong> furos, nos explosivos,<br />
carregamento e <strong>de</strong>talhes do <strong>de</strong>smonte, que implica<br />
transferência <strong>de</strong> carga para pilares adjacentes (De<br />
la Vergne, 2000).<br />
• Monitoramento microsísmico (Andra<strong>de</strong> et al, 2003)<br />
- teve, entre 500 e 800m, tensões da mesma<br />
gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> outras minas subterrâneas, com<br />
profundida<strong>de</strong>s entre 1.500 e 2.000m. Surgiram<br />
<strong>de</strong>splacamentos.
Estudo <strong>de</strong> Caso - Caraíba<br />
• Após estudos, foram implementadas<br />
modificações no método <strong>de</strong> lavra,<br />
monitoramento microsísmico <strong>de</strong> superfície e <strong>de</strong><br />
subsolo.<br />
Introdução <strong>de</strong>:<br />
• enchimento (pastefill),<br />
• monitoramento topográfico a laser,<br />
• aumento da mecanização e automação das<br />
operações.<br />
• Primeiros três meses – 2.237 eventos diversos;<br />
• Des<strong>de</strong> a implantação - observados 2 eventos na<br />
escala 2 ou 3 por ano, com lançamento <strong>de</strong><br />
material.
Subsidência (aluimento)<br />
Fato essencial: qualquer ponto na<br />
superfície po<strong>de</strong> continuar a subsidir por<br />
um tempo ao longo da extração <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> uma área crítica abaixo <strong>de</strong>ste ponto.<br />
Além da “subsidência ativa”, po<strong>de</strong> haver<br />
uma subsidência algo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
tempo, <strong>de</strong>vido a fenômenos como a<br />
consolidação ou o comportamento<br />
visco-elástico dos estratos, que<br />
continuam a existir <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o ponto<br />
não estar tão distante da zona <strong>de</strong><br />
influência da face escavada<br />
(“subsidência residual”).<br />
Há <strong>de</strong> se prever então um monitoramento<br />
<strong>de</strong>ssa situação.
Arrancamento (Pull test)<br />
• medição da<br />
resistência da<br />
ancoragem, através<br />
<strong>de</strong> teste no qual o<br />
<strong>de</strong>slocamento do<br />
dispositivo <strong>de</strong><br />
ancoragem é medido<br />
como função da<br />
carga aplicada ao<br />
tirante, o que resulta<br />
na obtenção <strong>de</strong> uma<br />
curva carga –<br />
<strong>de</strong>slocamento;
• medição do<br />
<strong>de</strong>slocamento<br />
relativo entre um<br />
ponto no interior<br />
do maciço e um<br />
ponto no<br />
perímetro<br />
escavado;<br />
• aplicação <strong>de</strong><br />
extensômetros<br />
simples ou<br />
múltiplos.<br />
Extensometria
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Brady e Brown. Rock Mechanics for Un<strong>de</strong>rground Mining. 2004.<br />
Bise. Mining Engineering Analysis, p. 82-86. 2003.<br />
Bieniawski, Z. T. Design Methodology in Rock Engineering. Balkema. 1992.<br />
Hoek, E. & Brown, E. T. 1980. Un<strong>de</strong>rground Excavations in Rock. p.112 -<br />
200.<br />
Hoek et al. Support of Un<strong>de</strong>rground Excavations in Hard Rock, cap. 10.<br />
1995.<br />
Hudson e Harrison. Engineering Rock Mechanics. Pergamon. 2007.<br />
Silveira, T. 1987. Técnicas <strong>de</strong> Sustentação em Minas <strong>Subterrâneas</strong>. <strong>UFOP</strong>.<br />
Villaescusa e Potvin. Ground Support in Mining & Un<strong>de</strong>rground<br />
Construction.Balkema. 2004.<br />
Chang-Yu Ou. Deep excavation. Taylor & Francis. 2006.