TUDO IGUAL - Destak
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02<br />
www. <strong>Destak</strong> .pt<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
RELACIONAMENTOS A ansiedade e a depressão são consequências da crise que podem inibir o desejo. Mas, anime-se, o efeito provocado também pode ser o oposto<br />
Desejosexual em recessão<br />
Segundo avança um<br />
especialista, a vida<br />
sexual dos ricos<br />
pode sermais<br />
afectada pela crise<br />
económica, pois estão<br />
menos habituados<br />
às dificuldades.<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
INÊS SANTINHOS GONÇALVES<br />
igoncalves@destak.pt<br />
Em questões de amor,<br />
e desejo, manter a<br />
chama nunca é fácil, mas<br />
em tempo de crise tudo se<br />
pode tornar ainda mais<br />
complicado. Aparentemente,<br />
a falência dos bancos e o<br />
desempenho na cama não<br />
estão ligados, mas as<br />
aparências iludem e há muitoquesesabequeacabeça<br />
comanda o corpo.<br />
Como explica ao <strong>Destak</strong> o<br />
médico e sexólogo Vasco<br />
Prazeres, «a instabilidade<br />
económica é capaz de desencadear<br />
estados de espírito<br />
que afectam o desempenho<br />
sexual». A depressão,<br />
por exemplo, pode ser consequência<br />
de uma situação<br />
de instabilidade, provocando«diminuiçãododesejode<br />
coito». Uma correlação lógica<br />
tendo em conta que um<br />
dossintomasé,exactamente,<br />
a incapacidade de sentir<br />
prazer.<br />
Mas se fosse preciso eleger<br />
o ingrediente principal da<br />
crisededesejoapontava-seo<br />
dedo à ansiedade. Quem tem<br />
a cabeça cheia de preocupações<br />
reage muitas vezes<br />
criando uma barreira na comunicação,<br />
estilo «tenho<br />
problemas a mais, não me<br />
chateiem com sexo». Outra<br />
reacção comum, explica o especialista,<br />
é aquela que manifestam<br />
as pessoas que sobreviveram<br />
a doenças graves:<br />
inibem o desejo porque<br />
pensam qualquer coisa como<br />
«devia era estar preocupado<br />
comcoisasmaisimportantes<br />
que sexo», como se uma relação<br />
sexual fosse um capricho<br />
ou mesmo uma futilida-<br />
Em <strong>Destak</strong><br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
Apaixonamo-nosadobrar<br />
Helen Fisheréconsideradaamaiorperitamundial na«químicadoamor».<br />
Segundo abiólogaeantropóloga, o stressagudo provocaalibertação de<br />
mais dopamina no cérebro. E a dopamina, por sua vez, torna-nos mais<br />
susceptíveisaoamorromântico. Ou seja, asuaprevisãoéqueacrisenos<br />
vailevaraapaixonarmo-noscom muitomaisfacilidade.Écomoseoabismo,<br />
diz, nos levasse aagarrarmo-nos àvidacom unhas e dentes.<br />
de. O mesmo pode acontecer<br />
comquemestáàbeirade<br />
perder o emprego ou sem saber<br />
como vai pagar a renda.<br />
Mas é importante perceber<br />
quenãoéfácilestabelecer<br />
uma relação de causa-efeito,<br />
e acima de tudo não esquecer<br />
que em assuntos relacionados<br />
com a sexualidade, cada<br />
um é como cada qual e não<br />
há fórmulas infalíveis.<br />
Elesligammaisàsaparências<br />
A forma de reagir à diminuição<br />
do desejo sexual é<br />
geralmente diferente em<br />
UMAACTIVIDADE ABAIXO CUSTO Otráfego<br />
nos sites de encontros amorosos tem aumentado,<br />
segundo releva a BBC, assim como as vendas das<br />
sex-shops. Conclusão: apesar de tudo, é uma<br />
actividade de baixo custo.<br />
homens e mulheres. «As<br />
probabilidades de sofrer<br />
desse problema são as mesmas,<br />
mas há um factor que<br />
é intransponível: há mundos<br />
distintos no masculino<br />
e no feminino», indica Vasco<br />
Prazeres. «Os homens,<br />
por afirmação da sua masculinidade,<br />
tendem a não se<br />
subjugar a esse tipo de efeitos<br />
da crise, pensando ‘uma<br />
coisa é o dinheiro, outra é a<br />
minhavidacomohomem’».<br />
Já as mulheres «poderão<br />
não fazer esse esforço.<br />
Aceita-se melhor que uma<br />
mulher abane, seja frágil».<br />
Mas, claro, «esta é apenas a<br />
lógica tradicional e haverá<br />
muitos casos em que as coisas<br />
não se passam desta<br />
forma».<br />
Nãoésóodesempenhosexual<br />
que sofre com a crise,<br />
alerta Vasco Prazeres: «as<br />
relações amorosas no geral<br />
podem ser afectadas» e quem<br />
nãoquerqueomundodesabe<br />
todo de uma vez tem mesmo<br />
que procurar encontrar<br />
formas de cultivar a relação,<br />
apesar de todos os contratempos.<br />
Alegrias nacama<br />
«Não é à partida vulgar que<br />
alguém que está deprimido<br />
ou ansioso tenha uma vida<br />
sexual gratificante», diz<br />
Vasco Prazeres, mas a verdade<br />
é que estes sintomas<br />
podem provocar o efeito<br />
oposto ao esperado, já que<br />
«a própria ansiedade pode<br />
JUSTIFIQUEONÃO Se não lhe apetece fazer<br />
amor, deve explicar ao seu parceiro porquê,<br />
recomendam os conselheiros matrimoniais.<br />
O silêncio ou a desculpa da dor de cabeça magoam<br />
e levam o outro a sentir-se rejeitado.<br />
criar euforia» e aumentar o<br />
desejo e o desempenho sexual.<br />
Em tempos de stress, o<br />
sexo pode «funcionar como<br />
reconforto», fazendo as<br />
vezesdeumatábuadesalvação:<br />
‘visto que tudo o resto<br />
corre mal, ao menos que<br />
aqui as coisas corram bem’.<br />
Osricossofrem mais<br />
Embora a situação económica<br />
nos afecte a todos, existe<br />
umafranjadapopulação<br />
quesempreviveucomdificuldades,<br />
sempre teve o empregoemriscoesemprefez<br />
contas para conseguir che-<br />
2ª Feira · 9 de Março de 2009<br />
GETTY IMAGES<br />
gar ao fim do mês, e tem<br />
provavelmente um nível de<br />
resiliência que lhe permite<br />
separar o trigo do joio.<br />
Como arrisca Vasco Prazeres,<br />
ressalvando o facto de<br />
«ser um pouco perverso dizeristo»,averdadeéqueestas<br />
pessoas estão menos vulneráveis<br />
aos efeitos psicológicos<br />
da crise. «Quem está<br />
habituado a viver sempre na<br />
corda bamba sentir-se-á<br />
eventualmente menos abalado<br />
do que aqueles que viviam<br />
muito bem, e muito seguros,<br />
e agora experimentam<br />
o contraste.» �<br />
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />
Disfunçãoeréctil podeaumentar<br />
Quando o stress aumenta, cresce também a probabilidade de aumentar<br />
onúmerodehomenscomdisfunçãoeréctil.SegundoVascoPrazeres,«haverámaisgenteaqueixar-seaomédico,aliásbastaouvirmosaspessoas<br />
ànossavolta, o que dizem os nossos amigos e conhecidos, é muito plausível<br />
que surjam mais casos de disfunção eréctil».