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CARINA NIEHUES DA COSTA RETROSPECTIVO: PERFIL ... - unisul

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<strong>CARINA</strong> <strong>NIEHUES</strong> <strong>DA</strong> <strong>COSTA</strong><br />

<strong>RETROSPECTIVO</strong>: <strong>PERFIL</strong> DE LESÕES NOS ATLETAS <strong>DA</strong> EQUIPE DE FUTSAL <strong>DA</strong><br />

UNISUL EM 2005<br />

Tubarão, 2005


<strong>CARINA</strong> <strong>NIEHUES</strong> <strong>DA</strong> <strong>COSTA</strong><br />

<strong>RETROSPECTIVO</strong>: <strong>PERFIL</strong> DE LESÕES NOS ATLETAS <strong>DA</strong> EQUIPE DE FUTSAL <strong>DA</strong><br />

UNISUL EM 2005<br />

Monografia apresentada ao curso de fisioterapia, como<br />

requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

Orientador Professor Alexandre Figueiredo Zaboti<br />

Tubarão, 2005


<strong>CARINA</strong> <strong>NIEHUES</strong> <strong>DA</strong> <strong>COSTA</strong><br />

<strong>RETROSPECTIVO</strong>: <strong>PERFIL</strong> DE LESÕES NOS ATLETAS <strong>DA</strong> EQUIPE DE FUTSAL <strong>DA</strong><br />

UNISUL EM 2005<br />

Essa monografia foi julgada adequada a obtenção do grau de<br />

Bacharelado em Fisioterapia e aprovada em sua forma final<br />

pelo Curso de Bacharelado em Fisioterapia.<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

Tubarão, 07 de novembro de 2005.<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Esp. Alexandre Figueiredo Zaboti<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Esp. Marco Freitas<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Esp. Osvaldo Luiz Pulita<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina


DEDICATÓRIA<br />

Aos meus pais Ademir Nunes da Costa e Ângela Maria<br />

Niehues da Costa, por acreditarem em meu sonho e fazê-lo<br />

realidade. A DEUS, por ter me dado essa oportunidade e<br />

mesmo enfrentando obstáculos, chegar ao fim de mais uma<br />

etapa.


AGRADECIMENTOS<br />

Aos meus pais e meus avós, que me deram esta oportunidade de realizar um sonho,<br />

acreditando que seria capaz.<br />

A minha irmã Camila, pelos dias em que teve que dividir o computador comigo, pelas<br />

noites mal dormidas com a luz acessa e barulho do teclado, além de estar sempre me apoiando e dando<br />

forças para esta etapa realizada.<br />

Às minhas amigas (Anirá, Gabriela, Carol, Renata, Joana, Camila) e mesmo aquelas aqui<br />

não citadas, que com a correria e as minhas ausências em alguns momentos não deixavam de me falar<br />

uma palavra de conforto, motivação, esperança, ou seja, pelo apoio nos momentos difíceis e<br />

simplesmente por serem minhas grandes amigas.<br />

A todas as pessoas que passaram ao longo desta etapa e que contribuíram para o<br />

amadurecimento pessoal e profissional, com certeza saudades vão ficar.<br />

Ao professor Alexandre Zaboti ao qual sempre serei grata, pelo auxílio no desenvolvimento<br />

desse trabalho e pela oportunidade que sempre me deu durante essa trajetória e sua esposa por me<br />

recepcionarem em sua casa quando foi preciso e também sempre dando aquela palavra de motivação.


RESUMO<br />

O futsal é um esporte cada vez mais praticado no mundo e é um dos mais disseminados no Brasil. Ele<br />

vem evoluindo no decorrer das ultimas duas décadas principalmente nos aspectos de preparação física e<br />

princípios técnicos e táticos em decorrência das mudanças das regras, deixando o jogo mais dinâmico.<br />

As lesões dessa prática estão aumentando e tem sido objeto de interesse dos profissionais da saúde. O<br />

presente trabalho tem como objetivo principal levantar os dados referentes ao perfil retrospectivo de<br />

lesões nos atletas do time de futsal da Unisul. Através da análise dos dados obtidos concluiu-se que os<br />

atletas da equipe apresentaram um total de 40 lesões, sendo que quanto ao período de treinamento o<br />

maior número de lesões ocorreu durante a temporada, os treinamentos técnicos/ tácticos foram às<br />

atividades com maiores resultados de lesões, quanto ao período do jogo as lesões ocorreram no final do<br />

primeiro tempo e segundo tempo, foram nas quadras de madeira a grande maioria das lesões, na<br />

categoria da lesão as mais comuns foram aquelas cujo mecanismo é o trauma indireto, o músculo foi o<br />

tecido mais acometido e a localização anatômica que sofreu maior número de lesões foi a coxa. Ficou<br />

evidente a importância do estudo das lesões no esporte para o fisioterapeuta contribuindo para<br />

prevenção de possíveis lesões para uma melhora na qualidade dos treinos e qualidade de vida dos<br />

atletas.<br />

Palavras-chave: futsal, lesões, atletas, epidemiologia.


ABSTRACT<br />

The futsal is a sport that is practiced more and more in the world and is one of the most spread in<br />

Brazil. It is evolving in elapsing of the last two decades mainly in the aspects of physical preparation<br />

and technical and tactical principles in result of the changes of the rules, leaving the game more<br />

dynamic. The injuries of this practice are increasing and have been object of interest of the<br />

professionals of the health. The present work has as main objective to raise the referring data to the<br />

retrospective profile of injuries in the athletes of the futsal teams of Unisul. Through the analysis of the<br />

obtained data has been concluded that the team athletes have presented a total of 40 injuries, for as the<br />

period of training the biggest number of injuries have occurred during the season, the technical/tactical<br />

training has been the activities with bigger results of injuries, for as the period of game, the injuries<br />

have occurred in the end of the first time and second time, most of the injuries have been in wooden<br />

court, in the injury category, the most common ones have been those ones whose mechanism is the<br />

indirect trauma, the muscle has been the tissue more attacked and the anatomical localization that has<br />

suffered the greater number of injuries has been the thigh. The importance of the study of the injuries in<br />

the sport for the physiotherapist has been evident, contributing for prevention of possible injuries for an<br />

improvement in the quality of the practices and quality of life of the athletes.<br />

Key word: futsal, injuries, athlete, epidemiology


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................10<br />

2 LESÕES NO FUTSAL .......................................................................................................12<br />

2.1 A história do futsal............................................................................................................12<br />

2.2 Evolução das regras .........................................................................................................14<br />

2.2.1 Substituições dos atletas..................................................................................................14<br />

2.2.2 Arremesso de meta e situação de goleiro.........................................................................15<br />

2.2.3 Arremesso lateral.............................................................................................................15<br />

2.2.4 Tiros livres.......................................................................................................................16<br />

2.3 Evolução da preparação do atleta no futsal...................................................................16<br />

2.4 Lesões ................................................................................................................................18<br />

2.4.1 Conceito de lesão.............................................................................................................18<br />

2.4.2 Mecanismo de lesão.........................................................................................................18<br />

2.4.3 Lesões mais freqüentes....................................................................................................19<br />

2.4.3.1 Distensão.......................................................................................................................19<br />

2.4.3.2 Tendinite.......................................................................................................................20<br />

2.4.3.3 Contusão.......................................................................................................................21


2.4.3.4 Entorse..........................................................................................................................22<br />

2.4.3.5 Fratura...........................................................................................................................23<br />

2.4.3.6 Excesso de Uso (Overtraining).....................................................................................23<br />

3 DELINEAMENTO <strong>DA</strong> PESQUISA..................................................................................25<br />

3.1 Tipo de Pesquisa...............................................................................................................25<br />

3.2 População/Amostra..........................................................................................................26<br />

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados ...............................................................26<br />

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados.................................................................26<br />

3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados..................................................26<br />

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS <strong>DA</strong>DOS .........................................................................28<br />

4.1 Média dos resultados obtidos entre a posição do jogador e a posição que foi acometida por<br />

mais lesões......................................................................................................28<br />

4.2 Resultado do período do ano em que ocorreu a lesão...................................................28<br />

4.3 Resultado da freqüência observada na atividade em que ocorreu a lesão..................29<br />

4.4 Resultado do período do jogo onde ocorreu à lesão......................................................31<br />

4.5 Resultados observados em quais superfícies ocorreram às lesões............................... 32<br />

4.6 Resultado da freqüência obtida na categoria da lesão..................................................33<br />

4.7 Resultado da atividade no momento da lesão................................................................35<br />

4.8 Resultado observado em relação aos tecidos lesados.....................................................36<br />

4.9 Resultado observado em relação à localização anatômica............................................38<br />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................40


REFERÊNCIAS.....................................................................................................................42<br />

ANEXO ...................................................................................................................................44<br />

ANEXO A – Registro de lesões em atletas de futsal...............................................................45


1 INTRODUÇÃO<br />

A atual realidade do mundo esportivo, caracterizado pela forte tendência ao<br />

profissionalismo, traz implícita as variáveis de intensidade, freqüência e duração, aumentadas de forma<br />

não coerente as condições do atleta. Esses fatores acabam ocasionando níveis de estresse físico e<br />

mental, influenciando na saúde, qualidade de vida e futuro desses atletas. Além disso, o treino intenso e<br />

repetitivo, acarreta maior incidência de lesões ortopédicas, justificadas pela maior exposição ao risco<br />

de lesões, além dos fatores psicológicos relacionados ao excesso de jogos e partidas decisivas.<br />

O futebol arte vem sendo substituído pelo futebol força, resultando em estresse físico e<br />

psicológico e conseqüentemente na alta incidência de lesões, principalmente quando se trata de um<br />

esporte competitivo e com alto grau de contato, como é o futsal.<br />

O futsal é um esporte cada vez mais praticado no mundo e é um dos mais disseminados no<br />

Brasil. Entretanto ainda é uma modalidade com características pouco definidas. As lesões dessa prática<br />

estão aumentando e tem sido objeto de interesse dos profissionais da saúde.<br />

A fisioterapia desportiva tem se mostrado indispensável na reabilitação destes atletas, como<br />

objetivo a prevenção e devolver o atleta o mais rápido possível dentro dos limites fisiológicos pós-<br />

lesão.<br />

10


A busca pelo sucesso impõe aos atletas necessária e inevitável condição de serem<br />

submetidos a esforços físicos e psíquicos muito próximos dos seus limites fisiológicos, expondo-os<br />

conseqüentemente, a um nível de treinamento potencialmente patológico, resultando em um alto<br />

número de lesões esportivas. Desta forma a fisioterapia tem representado grande importância nas<br />

recuperações destas lesões propiciando aos atletas uma reabilitação eficaz e um retorno precoce as<br />

atividades.<br />

É evidente a importância do estudo das lesões no esporte para o fisioterapeuta visando o<br />

desenvolvimento de medidas preventivas e de otimização do tratamento precoce e, conseqüentemente<br />

melhora na qualidade de vida e desempenho do atleta.<br />

Considerando essa realidade, é uma das razões que leva a realização da presente pesquisa,<br />

onde as lesões podem prejudicar o desempenho do atleta. Então, qual o perfil de lesões nos atletas de<br />

futsal?<br />

O objetivo geral da presente pesquisa é de conhecer o perfil retrospectivo de lesões nos<br />

atletas de futsal da equipe Unisul, ano 2005.<br />

Os objetivos específicos foram de identificar o período do ano em que ocorreu a lesão,<br />

atividade que ocorreu a lesão, período do jogo que ocorreu a lesão, superfície da quadra que ocorreu a<br />

lesão, mecanismo da lesão (categoria da lesão), atividade no momento da lesão, os tecidos lesados e<br />

localização anatômica.<br />

Unisul.<br />

Este é um estudo retrospectivo de levantamento de dados com atletas da equipe de futsal da<br />

A estrutura do trabalho consta de cinco capítulos, sendo o primeiro a introdução, o segundo<br />

o referencial teórico referente as lesões do futsal, o terceiro consta o delineamento da pesquisa, o quarto<br />

a análise e discussão dos dados e o quinto capitulo com as conclusões da referente pesquisa.<br />

11


2 LESÕES NO FUTSAL<br />

2.1 A historia do futsal<br />

O Futebol de Salão nasceu nos anos 30 e foi criado na Associação Cristã de Moços de<br />

Montevidéu, Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani. Durante o inverno evidenciou-se ainda mais<br />

a necessidade de alguma atividade física para ser praticada em recinto fechado e com luz artificial, uma<br />

vez que os rigores do inverno não permitiam a prática de atividades recreativas ao ar livre<br />

(FERNANDES, 2004). Porém há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que diz que o<br />

Futebol de Salão começou a ser jogado no Brasil por volta de 1940 por freqüentadores da Associação<br />

Cristã de Moços, em São Paulo, pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol<br />

livres para poderem jogar e então começaram a jogar suas "peladas" nas quadras de basquete e hóquei.<br />

No início jogavam-se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe, mas logo definiram o número<br />

de cinco jogadores para cada equipe.<br />

Destaca-se em São Paulo o nome de Habib Maphuz, que muito trabalhou nos primórdios do<br />

Futebol de Salão no Brasil. O professor da ACM de São Paulo, Habib Maphuz no inicio dos anos<br />

cinqüenta participou da elaboração das normas para a prática de várias modalidades esportivas, sendo<br />

uma delas o futebol jogado em quadras, tudo isto no âmbito interno da ACM Paulista.<br />

Nas décadas posteriores, observa-se um crescimento vertiginoso da modalidade. O<br />

12


futebol de salão é praticado, divulgado (década de 40), reconhecido e regulamentado (década de 50).<br />

Surgem as Federações Nacionais (ainda na década de 50), a Confederação Sul-americana (década de<br />

60), Brasileira e a Federação Internacional - FIFUSA (década de 70). O esporte ganha então o<br />

continente e o mundo, internacionalizando-se e despertando o interesse da FIFA em tê-lo sob seu<br />

domínio (na década de 80). No final desta última o Brasil (CBFS) filia-se oficialmente à FIFA (via<br />

CBF), que passa a ter uma Comissão responsável pelo futsal (SANTANA, 2002).<br />

Na década de 90 ocorreu a grande mudança na trajetória do futebol de salão, pois é feita sua<br />

fusão com o futebol de cinco (prática esportiva reconhecida pela Fifa).<br />

Surge então o "Futsal" terminologia adotada para identificar esta fusão no contexto esportivo<br />

internacional.<br />

Com a sua vinculação a Fifa, o futsal dá um grande passo para se tornar desporto olímpico,<br />

tendo na Olimpíada de Sidney-Austrália do ano 2000 o maior momento de toda a sua trajetória<br />

histórica. Porém a batalha continuou e em 2003 a Federação Paulista de Futsal elabora e faz o<br />

lançamento da campanha "EU QUERO FUTSAL OLÍMPICO" e o Futsal é incorporado nos jogos Pan-<br />

Americanos de 2007 no Rio de Janeiro.<br />

Atualmente, o Futsal é o esporte que possui o maior número de praticantes no Brasil, tendo<br />

que ressaltar que o Brasil é Penta - Campeão Mundial, Doze vezes Campeão sul-americano, Tri –<br />

Campeão Pan – Americano e Penta Campeão da Taça América, além do Bi-Campeonatos Sul<br />

Americano Juvenil e o Tri-Campeonato Mundial de Clubes Adulto conquistados (FERNANDEZ,<br />

2004).<br />

De acordo com o mesmo autor, no mundo, são mais de 100 países que o praticam em cinco<br />

continentes. Temos de levar em consideração que o rigoroso inverno nos continentes europeus, asiático<br />

e oceânico, contribuem para que o Futsal constitua-se na grande opção desportiva dos ginásios e<br />

quadras cobertas.<br />

Em nossa prática, observamos que o Futsal tem sofrido inúmeras alterações na sua<br />

13


forma de jogo, impostas pelas alterações das regras, pela evolução da preparação física (melhora da<br />

capacidade de marcação das equipes e maior movimentação dos jogadores) e também pela<br />

profissionalização dos atletas e de toda a comissão técnica (FERNANDEZ, 2004).<br />

2.2 Evolução das regras<br />

A Confederação Brasileira de Futebol de Salão é o órgão que determina as regras do futsal.<br />

Para fins desse trabalho, consideramos as principais alterações nas regras de Futsal.<br />

Segundo a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (2003), as regras são as seguintes:<br />

2.2.1 Substituições dos atletas<br />

A partida será disputada entre duas equipes composta, cada uma, por no máximo de<br />

cinco atletas, um dos quais, obrigatoriamente será o goleiro. O inicio de uma partida, é vedado, sem<br />

que as equipes contem com um mínimo de cinco atletas, nem sempre será permitido sua continuação<br />

ou prosseguimento de uma das equipes, ou ambas, ficar reduzida a menos de três atletas. O número<br />

máximo de atletas reservas, para substituição, é de sete. Antigamente, era preciso avisar o anotador na<br />

mesa, quando um atleta fosse substituído, parando o jogo. Hoje em dia pe permitido um número<br />

indeterminado de substituições “volantes”, a qualquer tempo do jogo, sem necessidade de paralisações<br />

da partida, o que tornou mais dinâmico e atrativo esse esporte. Um atleta que tenha sido substituído<br />

poderá voltar a partida em substituição a outro, não tendo a necessidade de avisar o anotador ou<br />

cronometrista das substituições.<br />

2.2.2 Arremesso de meta e situação de goleiro<br />

14


Antigamente, após a bola sair pela linha de fundo, o goleiro não podia lançar a bola com as<br />

mãos fazendo com que essa ultrapassasse a linha média da quadra de jogo, o que ocasionava a<br />

paralisação da partida, tornando-a mais lenta e menos atrativa. Em 2002, o goleiro, passou a poder<br />

repor a bola em jogo, em qualquer lugar da quadra mudando a regra que apenas o possibilitava fazê-las<br />

em sua quadra de defesa.<br />

Além disso, em 1999, o goleiro passou a poder jogar com os pés fora da área, por quatro<br />

segundos, mudando drasticamente a sua atuação ofensiva.<br />

2.2.3 Arremesso lateral<br />

A cobrança do lateral há alguns anos era realizada com as mãos, porém, para dar mais<br />

dinamismo a partida, introduzi-se este tipo de arremesso com os pés. O arremesso do canto era cobrado<br />

de maneira idêntica ao arremesso lateral, sofrendo as mesmas alterações que este ultimo sofreu.<br />

O arremesso lateral será cobrado sempre que a bola atravessar inteiramente as linhas<br />

laterais, quer pelo solo, quer pelo alto.<br />

O retorno da bola à quadra de jogo dar-se-á com a movimentação da mesma com os pés no<br />

exato local onde saiu à bola, em qualquer direção, executado por um atleta adversário daquela equipe<br />

que tocou a bola por ultimo.<br />

O atleta que executar o arremesso deverá fazê-lo voltado de frente para a quadra de jogo<br />

com uma parte do pé apoiada no solo, podendo pisar em partes da linha lateral ou do lado de fora da<br />

mesma.<br />

Se, a bola for arremessada de maneira irregular, o arbitro determinará reversão do lance,<br />

cabendo a um atleta da equipe adversária a execução do novo arremesso.<br />

2.2.4 Tiros livres<br />

15


Tiros livres são os chutes desferidos, quando da reposição da bola em jogo, em razão da<br />

paralisação da partida por assimilação de alguma infração. Os tiros livres classificam-se em duas<br />

categorias: o tiro livre direto, através do qual se pode consignar diretamente um tento contra a equipe<br />

que cometeu a infração e tiro livre indireto, através do qual não se pode consignar diretamente um<br />

tento, salvo se a bola, antes de entrar na meta, seja tocada ou jogada por um atleta que não seja o<br />

executor do chute.<br />

Essa regra foi adicionada ao futsal devido ao número elevado de faltas que ocorriam em<br />

cada partida. No passado, não existiam tiros livres diretos depois do estourado o limite de cinco faltas<br />

acumulativas da equipe. Isso tornava a partida mais lenta e também com um grau excessivo de<br />

violência acarretando assim, mais lesões nos atletas.<br />

2.3 Evolução da preparação do atleta no futsal<br />

O futsal vem evoluindo muito no decorrer das últimas duas décadas principalmente nos<br />

aspectos de preparação física e princípios técnicos e tácticos em decorrência das mudanças das regras,<br />

deixando o jogo mais dinâmico.<br />

De acordo com Sander (apud BUCCO, 2003), as regras foram se atualizando e se<br />

modificando para tornar o futsal mais atrativo, também a conduta de treinamentos mudou. Com o<br />

passar dos anos a velocidade do jogo aumentou, os atletas ficaram mais rápidos e para isto o<br />

treinamento precisou se adequar às novas características do esporte.<br />

Como é de conhecimento de todos os profissionais envolvidos em programas de atividade<br />

física e condicionamento físico no esporte, seja ele, de alto rendimento ou apenas na manutenção da<br />

forma física do individuo, a observação de alguns componentes que norteiam<br />

a montagem destes programas, quase sempre estão focados em uma determinada valência<br />

16


física (ANDRADE, 2004).<br />

Falando mais especificamente sobre os esportes de alto rendimento e no que tange a<br />

preparação física dos atletas envolvidos, quase todos os esportes estão incorporados os elementos de<br />

força, resistência, velocidade, flexibilidade, amplitude dos movimentos, entre outros (ANDRADE,<br />

2004).<br />

Para o mesmo autor, uma combinação dos trabalhos de força máxima e velocidade máxima<br />

irão resultar em potência, aumentando assim as taxas de ativação das unidades motoras, melhorando a<br />

performance do atleta, e por sua vez dando-lhe suporte para realizar movimentos explosivos em curto<br />

espaço de tempo, característico do futsal.<br />

Segundo Bompa (2001), os exercícios de velocidade maximizam a rapidez e a alta<br />

freqüência. Os de longa distância ou duração melhoram a resistência. Uma amplitude máxima resulta<br />

em um movimento de flexibilidade, e os movimentos complexos, em coordenação.<br />

No treinamento físico o grande objetivo é torna os atletas de futsal em jogadores velozes e<br />

que possam manter esta velocidade por um bom, período do jogo. O uso de métodos intervalados é<br />

talvez o mais significativo, trazendo consigo um aumento na intensidade do treinamento (WALTRICK,<br />

2004).<br />

Há alguns anos atrás a corrida contínua e o treino na sala de musculação com grandes<br />

cargas eram os principais métodos para treinamento físico. Hoje o treinamento passou a ter mais<br />

intensidade, a carga na sala de musculação diminuiu, ou seja, o treino passou a ser mais intenso.<br />

Segundo Viana et al (apud BUCCO, 2003), o futsal é um jogo de contato no qual o<br />

adversário pode ser empurrado com o corpo e atacado com os pés quando tem a bola, ou no momento<br />

de apoderar-se dela. Por isso o jogador deve se deslocar constantemente. O atleta deste esporte deve ter<br />

qualidades físicas essenciais: resistência aeróbica e anaeróbica dinâmica geral, resistência muscular,<br />

força explosiva, velocidade de impulsão, velocidade de reação, velocidade de decisão e equilíbrio<br />

dinâmico e estático.<br />

17


Para Bompa (2001), o futsal era considerado ate pouco tempo um esporte aeróbio, porém<br />

com sua evolução passou a combinar vários momentos repetidos de máxima intensidade por meio da<br />

alta eficiência fisiológica, combinando momentos aeróbios e anaeróbios, e isso influenciou diretamente<br />

a maneira de preparar o atleta. Portanto a especialização, ou seja, o princípio de treinamento onde usa-<br />

se exercícios específicos para o esporte praticado, não pode ser negligenciado.<br />

Está cada vez mais evidenciada que o treinamento deve imitar e simular as habilidades<br />

esportivas da modalidade, e que gestos ou trabalhos que não atendam estas necessidades não devem<br />

ocupar espaços tão significativos nos programas e planejamentos.<br />

2.4 Lesões<br />

2.4.1 Conceito de lesão<br />

De acordo com Whiting (2001), lesão é o dano causado por traumatismo físico sofrido<br />

pelos tecidos do corpo. Muitas lesões possuem uma causa mecânica. As forças e os fatores<br />

relacionados com as forças podem resultar em lesão e influenciar a gravidade das lesões.<br />

2.4.2 Mecanismo de lesão<br />

A mecânica trata da análise das forças que agem sobre um objeto. O estudo da biomecânica<br />

aplica os princípios da mecânica aos corpos humanos (GOULD, 1993).<br />

A biomecânica é a base da função músculo-esqueletica. Os músculos produzem forças que<br />

agem através do sistema de alavancas ósseas. O sistema ósseo ou move-<br />

se, ou age estaticamente contra uma resistência. Caso uma carga seja aplicada ao sistema de<br />

alavancas, os músculos reagirão para controlar a carga. Os músculos possuem uma variedade de<br />

modos para controlar o corpo. O arranjo das fibras de cada músculo determina a quantidade de<br />

força que o músculo pode produzir e o comprimento no qual os músculos podem se contrair. Os<br />

18


músculos freqüentemente agem juntos para obter uma força resultante com a magnitude<br />

desejada e na direção desejada. (GOULD, 1993, p. 66).<br />

São muito variados os mecanismos responsáveis por uma lesão. Os mecanismos<br />

estabelecem uma relação de causa e efeito. A categorização dos mecanismos de lesão se baseia em<br />

conceitos mecânicos, respostas teciduais ou uma combinação dos dois.<br />

Leadbetter (apud WHINTING, 2001), classifica sete mecanismos básicos da lesão: contato<br />

ou impacto; sobrecarga dinâmica; uso excessivo; vulnerabilidade estrutural; inflexibilidade;<br />

desequilíbrio muscular; e crescimento rápido.<br />

2.4.3 Lesões mais freqüentes<br />

2.4.3.1 Distensão<br />

De acordo com Gould (1993), uma lesão descrita como uma distensão indica que houve<br />

algum grau de ruptura nas fibras musculares, na junção músculo-tendão, no tendão ou na inserção<br />

óssea de uma unidade musculotendinosa.<br />

Segundo Enoka (2000), as distensões musculares são também chamadas de estiramentos e<br />

rupturas. Os músculos mais propensos de distensão são os biarticulares, os que limitam a amplitude de<br />

movimento em um esporte e os usados excentricamente. Eles correm risco de lesão porque podem ser<br />

alongados em duas articulações diferentes.<br />

O resultado de uma distensão muscular ou microrruptura no músculo manifesta-se pela<br />

presença de dor ou dor muscular tardia, edema, possível de deformidades anatômicas e disfunção<br />

atlética (HAMILL, 1999).<br />

“O músculo pode experimentar eventos agudos e dolorosos, como câimbras e<br />

19


distensões. A câimbra muscular é um encurtamento involuntário doloroso do músculo que parece ser<br />

desencadeado por um estimulo periférico.” (ENOKA, 2000, p. 268).<br />

A distensão aguda é provocada por uma força interna aplicada na unidade<br />

musculotendinosa. Ocorre ruptura na unidade do músculo, da junção músculo-tendão ou do tendão<br />

quando a força é maior do que a resistência ou excede a flexibilidade da unidade musculotendinosa.<br />

Ocorre distensão crônica quando forças repetitivas excedem a resistência da unidade<br />

musculotendinosa. Instala-se a ruptura se o músculo ou o tendão não estiverem condicionados para as<br />

solicitações repetitivas.<br />

As distensões, quanto à gravidade, são classificadas, de acordo com Whiting (2001), em<br />

distensões leves, moderadas e graves.<br />

2.4.3.2 Tendinite<br />

tendinite.<br />

A distensão leve se caracteriza por ruptura estrutural negligenciável, hipersensibilidade local e<br />

déficit funcional mínimo. A distensão moderada exibe um defeito estrutural parcial, tumefação<br />

visível, hipersensibilidade extensa, e alguma perda de estabilidade. As distensões graves<br />

demonstram ruptura estrutural completa, hipersensibilidade acentuada e déficits funcionais que<br />

tornam necessária tipicamente uma intervenção cirúrgica corretiva. (WHITING, 2001, p. 122).<br />

As sobrecargas repetitivas de um tendão podem dar origem a uma resposta inflamatória, ou<br />

A tendinite geralmente tem um inicio súbito. Inicialmente o atleta relata uma dor sutil no<br />

tendão após uma demanda de exercícios. Quando o atleta continua com as mesmas atividades físicas,<br />

sem tratamento, a dor passa a aparecer durante os exercícios e persiste até nas atividades diárias. Essas<br />

três fases de sintomas caracterizam as fases aguda, subaguda e crônica da tendinite.<br />

Para Gould (1993), na fase aguda (sintomas inferior a duas semanas) a dor é<br />

20


apidamente aliviada com o repouso. Os tecidos moles em torno dessa área podem apresentar-se<br />

levemente edemaciados, indicando um aumento em largura do tendão lesado em comparação ao tendão<br />

contralateral não lesado. Durante a fase subaguda (de três a seis semanas), a dor é mais difusa e ocorre<br />

durante os exercícios. Os sintomas são semelhantes ao da fase aguda, porém em grau maior. No estágio<br />

crônico (mais de seis semanas) a dor está presente em uma área ainda maior e o atleta é incapaz de<br />

praticar o exercício. As lacerações podem fundir-se nos casos crônicos, levando a uma ruptura<br />

completa do tecido tendinoso.<br />

“Muitos casos crônicos traduzem a existência de um processo degenerativo, de maneira que<br />

seria preferível chamá-los de tendinose, essa se localiza tipicamente na junção entre o tendão e o osso.”<br />

(MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000, p. 151).<br />

2.4.3.3 Contusão<br />

Uma porcentagem elevada de pessoas que praticam esportes está sujeita a apresentar tendinite,<br />

mas a incidência dessa lesão está mais elevada entre praticantes de corrida e outros esportes<br />

similares. O tendão mais freqüentemente afetado é o tendão de Aquiles (tendão calcâneo).<br />

(MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000, p. 151).<br />

Ocorre quando uma articulação recebe um golpe direto, a membrana sinovial reage ao<br />

trauma, os vasos sanguíneos podem romper-se resultando uma hemorragia local. (SALTER, 2001).<br />

A contusão é provocada por trauma direto, como pancadas, colisões e geralmente, acontece<br />

em esportes de contato ou por quedas.<br />

É comum o atleta não se dar conta da lesão, a não ser no dia seguinte quando os sintomas já<br />

estão instalados, o que pode acabar agravando a lesão. “Os sintomas dependem da profundidade da<br />

lesão, e isto esta relacionado com a intensidade da força traumática, leva a<br />

contratura, isquemia, hemorragia e, às vezes, ruptura de tecido.” (RODRIGUES apud<br />

21


BUCCO, 2003, p. 33).<br />

As contusões musculares podem ser leve, moderada e grave. As contusões leves<br />

caracterizam-se por dor localizada e sensibilidade dolorosa circunscrita. A contusão moderada<br />

manifesta-se por edema difuso e dor na massa muscular. O paciente não consegue movimentar<br />

profundamente a articulação e refere dor intensa ao mobilizar a estrutura. A contusão grave produz dor<br />

local acentuada e edema, a ponto de não ser possível delimitar os sintomas do músculo.<br />

Contusão muscular grave, ou contusão com impactos repetidos, podem resultar no<br />

surgimento de uma condição muito mais grave conhecida como miosite ossificante, a qual consiste na<br />

presença de uma massa calcificada dentro do músculo (HALL, 2005).<br />

2.4.3.4 Entorse<br />

Esse termo indica lesão de ligamento. Pode comprometer a capacidade estabilizadora do<br />

ligamento e afetar sua capacidade de controlar os movimentos articulares.<br />

Entorses são lesões dos ligamentos, sendo provocadas por força que distendem algumas ou<br />

todas as fibras do ligamento além do seu limite. Atletas que sofrem entorses apresentam dor<br />

localizada, edema, instabilidade articular, ou dilaceração completa do ligamento. (MALONE;<br />

MCPOIL; NITTZ, 2000, p. 137).<br />

A classificação das entorses baseia-se em dois fatores: primeiro na quantidade de fibras<br />

lesadas e segundo na instabilidade subseqüente da articulação envolvida.<br />

As lesões ligamentares são classificadas como leve, que produzem dor e edema localizados,<br />

sensibilidade dolorosa a palpação. Algumas fibras ligamentares sofrem ruptura, mas não há perda<br />

aparente da integridade do ligamento; moderada quando existe ruptura de muitas fibras, mas não total<br />

e há evidencia clinica de instabilidade articular; e greve que tem<br />

22


uptura completa do ligamento. Essa dilaceração ocorre na inserção óssea ou na estrutura do<br />

ligamento. (GOULD, 1993).<br />

Segundo Hall (2005), as entorses laterais do tornozelo são particularmente comuns, pois<br />

essa é a principal articulação responsável pela sustentação do peso corporal e por existir menos apoio<br />

ligamentar na parte lateral que na parte medial do tornozelo.<br />

2.4.3.5 Fratura<br />

Uma fratura seja de um osso, de uma placa epifisária ou de uma superfície articular<br />

cartilaginosa, é a quebra estrutural do osso em sua continuidade (SALTER, 2001).<br />

Os ossos são circundados por tecidos moles, as forças físicas que produzem uma fratura,<br />

sempre provocam algum grau de lesão dos tecidos moles.<br />

Em um sentido simples, a fratura ocorre quando a carga aplicada ultrapassa a capacidade do<br />

osso em suportar a força.<br />

A resistência do osso à fratura é determinada pelas propriedades materiais do osso como<br />

tecido e pelas propriedades estruturais do osso como órgão.<br />

“A natureza de uma fratura depende da direção, magnitude, intensidade da sobrecarga e<br />

duração da carga mecânica suportada, bem como da saúde e maturidade do osso por ocasião da lesão.”<br />

(HALL, 2005, p. 99).<br />

De acordo com Whiting (2001), uma fratura no local específico de aplicação da força é<br />

chamada uma lesão direta. Quando a fratura ocorre longe do local da aplicação da força é chamada uma<br />

lesão indireta.<br />

As fraturas de estress, também conhecidas como fraturas de fadiga, de força de baixa<br />

magnitude suportadas em bases repetidas. Qualquer aumento na magnitude ou na freqüência da<br />

sobrecarga óssea produz reação de estress, que pode consistir em dano microscópio (HALL, 2005).<br />

23


2.4.3.6 Excesso de Uso (Overtraining)<br />

O supertreinamento está representado por um desequilíbrio homeostático com queda do<br />

desempenho, enquanto que o período de supercompensação é reconhecido como o de igual ou melhor<br />

resultado.<br />

É um distúrbio neuroendócrino (hipotálamo - epifisário), que resulta do desequilíbrio entre a<br />

demanda do exercício e a capacidade funciona, levando a uma diminuição do desempenho ou<br />

de um estado crônico de diminuição do desenvolvimento acompanhado de sinais e sintomas<br />

mais graves e com o tempo de recuperação mais longo. (GHORAYEB, 1999, p. 313).<br />

Segundo Whiting (2001), a lesão pode resultar quando uma única sobrecarga ultrapassa a<br />

tolerância máxima do tecido. O uso corresponde a uma carga funcional normal, enquanto a sobrecarga<br />

repetida corresponde ao uso excessivo (overuse). As lesões por excesso de uso exemplificam uma<br />

extensa classe de condições caracterizadas por uma etiologia de aplicação repetida das forças. Essas<br />

lesões são de natureza crônica que são denominadas de distúrbio por traumatismos cumulativos ou<br />

síndrome de estresse repetitivo.<br />

O treinamento excessivo pode causar lesões devido ao uso excessivo (overuse), tal como o<br />

micro-trauma de uma fricção contínua entre dois ou mais estruturas, conduzindo às condições da<br />

condromalácia, das tendinites, da bursite e mesmo das fraturas (RIBEIRO et al, 2003).<br />

De acordo com Campos (2005), o aumento excessivo do volume e carga de treino, acima<br />

dos limites daquilo a que o organismo é capaz de reagir, chama-se “overtraining” ou supertreino. Os<br />

seus sintomas são diversos, mas, quando surgem, o mais aconselhável é aliviar, ou mesmo interromper,<br />

o processo de treino para que o organismo, por si só, se encarregue de encontrar a resposta adequada à<br />

fadiga instalada.<br />

24


3 DELINEAMENTO <strong>DA</strong> PESQUISA<br />

3.1 Tipo de pesquisa<br />

Esta pesquisa foi realizada através de uma investigação em atletas de futsal da Unisul –<br />

Tubarão – SC, que atualmente participam do campeonato Catarinense de futsal da primeira divisão, ano<br />

2005. A pesquisa a ser realizada é do tipo quantitativa quanto à classificação a abordagem, descritiva<br />

quanto à classificação ao nível e de levantamento quanto à classificação ao procedimento utilizado na<br />

coleta de dados.<br />

Neste estudo a pesquisa é do tipo quantitativa que é a mensuração de variáveis pré-<br />

estabelecidas, com intuíto de explicar a sua influencia sobre outras variáveis com analise de incidência<br />

e correlações estatísticas (STAKE, 1983).<br />

A pesquisa caracteriza-se sendo do tipo descritiva que tem como objetivo segundo Gil<br />

(2002), a descrição das características de uma população ou fenômeno, tem uma relação de associação<br />

e não de manipulação e estabelece relações entre variáveis.<br />

Sendo esta uma pesquisa de levantamento, que “[...] procede-se à solicitação de<br />

informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida,<br />

25


mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.”(GIL,<br />

2002, p.50).<br />

3.2 População/Amostra<br />

A população é composta por 14 atletas de futsal masculino da Unisul – Tubarão - SC, com<br />

idade entre 19-35 anos participantes do campeonato Catarinense da primeira divisão no ano de 2005.<br />

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados<br />

Para a realização desta pesquisa o instrumento utilizado para coleta de dados consiste de<br />

um questionário (em anexo A) retrospectivo para identificar o perfil de lesões do atleta.<br />

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados<br />

A pesquisa foi realizada durante o mês de agosto no ano de 2005. Em seguida foi aplicados<br />

pelo pesquisador um questionário com dados retrospectivos, para cada atleta, identificando o período<br />

do ano em que ocorreu a lesão, atividade que ocorreu a lesão, tempo do jogo que ocorreu a lesão,<br />

superfície da quadra que ocorreu a lesão, a condição da quadra em que ocorreu a lesão, mecanismo da<br />

lesão (categoria da lesão), atividade no momento da lesão, lado envolvido da lesão, lado dominante,<br />

fase da lesão, os tecidos lesados e localização anatômica.<br />

3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados<br />

26


Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva e apresentados através<br />

de gráficos, sendo assim agrupados a partir das informações contidas na coleta de dados.<br />

27


4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS <strong>DA</strong>DOS<br />

O plantel da equipe de futsal da Unisul Esporte Clube é composta por três (3) goleiros, três<br />

(3) fixos, seis (6) alas e dois (2) pivôs, totalizando 14 atletas, sendo que um (1) atleta não apresentou<br />

lesão.<br />

4.1 Média dos resultados obtidos entre a posição do jogador e a posição que foi acometida por<br />

mais lesões<br />

A posição com maior freqüência observada das lesões, foram nos jogadores de posição pivô<br />

do time, totalizando oito (8) lesões (média de 4 lesões por jogador) nos dois atletas desta posição,<br />

seguidos pelas posições ala do time, totalizando dezessete (17) lesões nos cinco (5) atletas (média de<br />

3.4 lesões por jogador), goleiros, totalizando oito (8) lesões nos três (3) atletas (média de 2.66 lesões<br />

por jogador) e finalizando com os da posição fixo, totalizando sete (7) nos três (3) atletas (média de<br />

2.33 lesões por jogador).<br />

4.2 Resultado do período do ano em que ocorreu a lesão<br />

28


N. de lesões<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

3<br />

32<br />

Pré Temp. Pós<br />

Gráfico 1 - Dados referentes ao período do ano em que ocorreu a lesão<br />

Das quarenta (40) lesões apresentadas pelos quatorze (14) atletas, trinta e duas (32)<br />

ocorreram durante a temporada, onde o atleta é mais solicitado devido ao excesso de treinos, jogos e<br />

partidas decisivas. Três (3) ocorreram durante a pré-temporada e cinco (5) na pós-temporada onde o<br />

atleta já está com um estresse físico acentuado.<br />

Para Waltrick (2004), a razão para o número elevado de lesões na temporada é a<br />

intensidade dos jogos, sempre maior que aquela encontrada durante os treinamentos. A temporada é um<br />

momento utilizado para que os atletas atinjam um nível de preparação física inicial, sendo que o limite<br />

do atleta será atingido no decorrer da temporada.<br />

4.3 Resultado da freqüência observada na atividade em que ocorreu a lesão<br />

5<br />

29


N. de lesões<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

2<br />

5<br />

15<br />

3<br />

13<br />

1 1<br />

Aq T.F Téc.Tat. J.C J.F T.F A.R.I A.R.E<br />

Gráfico 2 - Dados referentes a atividade em que ocorreu a lesão<br />

As atividades que ocasionaram as lesões foram distribuídas, em aquecimento (Aq),<br />

treinamento físico (T.F), treinamento técnico e táctico (Téc.Tat.), jogo em casa (J.C), fogo fora de casa<br />

(J.F), testes físicos (T.F), atividades recreativas internas (A.R.I) e atividades recreativas externas<br />

(A.R.E), onde, dentre as quarenta (40) lesões, duas (2) ocorreram durante aquecimento, cinco (5)<br />

durante treinamento físico, quinze (15) durante treinamento técnico e táctico, três (3) em jogos em casa,<br />

treze (13) ocasionadas em jogos fora de casa, nenhuma em testes físicos, uma (1) em atividade<br />

recreativa interna e uma (1) em atividade recreativa externa. Os treinamentos técnicos/ tácticos<br />

apresentaram um percentual maior de lesões.<br />

Na pesquisa realizada por Waltrick (2004), quanto a atividade no momento da lesão em<br />

atletas de futsal, de 7 equipes que disputaram a Divisão Especial Catarinense, observou-se que a maior<br />

ocorrência de lesões aconteceram nos jogos em casa (38,7%), seguidos dos jogos fora de casa (26,6%),<br />

treino tático (14,2%), treinamento físico (10,2%), treinamento técnico (8,1%) e por último atividade<br />

recreativa (2%), contrariando assim os dados observados nesta pesquisa.<br />

Os maiores percentuais de lesões ocorreram nos treinamentos técnicos/ tácticos e jogos<br />

fora de casa devido a intensidade dos jogos, onde nesse período de competição o atleta busca o seu<br />

limite nas atividades de treino e jogos. Além dos parâmetros psicológicos, que segundo Whiting<br />

(2001), podem influenciar a incidência de lesões. Esses fatores incluem os níveis de estresses, a<br />

30


distração, a fadiga, a depressão, a excitação, o erro humano, a avaliação dos riscos, fatores da<br />

personalidade e mecanismo de luta.<br />

Para Porto (2004), os jogos fora de casa apresentam um percentual maior que pode ser<br />

atribuído ao estado psicológico do atleta, em virtude da pressão exercida pela torcida local. Outro fator<br />

importante é o overtraining, que é provocado pelo excesso de treinos e jogos.<br />

4.4 Resultado do período do jogo onde ocorreu à lesão<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

3<br />

1` - 5 ` 6` - 10` 11` - 15` 16` - 20`<br />

Gráfico 3a - Dados referentes ao primeiro tempo do jogo<br />

Das dezessete (17) lesões ocorridas durante os jogos em casa e jogos fora de casa, oito (8)<br />

ocorreram no primeiro tempo, sendo três (3) entre o 1º e o 5º minuto, duas (2) entre 11º ao 15º minutos,<br />

e três (3) entre o 16º ao 20º minutos.<br />

2<br />

3<br />

31


10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

1<br />

2<br />

3 3<br />

1` - 5 ` 6` - 10` 11` - 15` 16` - 20`<br />

Gráfico 3b - Dados referentes ao segundo tempo do jogo<br />

Já no segundo tempo ocorreram nove (9) lesões, sendo uma (1) entre o 1º e o 5º minuto,<br />

duas (2) do 6º ao 10º minutos, três (3) entre 11º ao 15º minutos e três (3) entre 16º ao 20º minutos. A<br />

tendência é que as lesões ocorrerem no final do 1º tempo e 2º tempo onde o atleta apresenta um maior<br />

desgaste físico, com redução de depósitos de glicogênio e reduções hídricas ocorrendo uma diminuição<br />

da coordenação motora facilitando a ocorrência de lesões.<br />

Segundo Waltrik (2004), isso indica que o atleta já apresenta um desgaste físico elevado,<br />

necessitando manter suas funções atléticas com a musculatura sob um estado de fadiga.<br />

De acordo com Whiting (2001), a fadiga física e mental faz aumentar a probabilidade de<br />

lesão, por causa do comprometimento da força muscular, da coordenação, da atenção mental e da<br />

concentração.<br />

Segundo o mesmo autor, as lesões relacionadas à fadiga costumam acontecer nas fases mais<br />

tardias de um período de atividade; onde foi observado que os atletas também tendem a evidenciar um<br />

maior risco de lesões durante os últimos estágios de um período de treinamento ou de um jogo.<br />

Vários fatores atuando em conjunto com diferentes graus de influência contribuem para o<br />

desenvolvimento da fadiga dependendo do tipo de trabalho realizado. A duração e intensidade<br />

do trabalho, o tipo de fibra muscular recrutada, a forma de contração requisitada, a capacidade<br />

física do indivíduo, além de outros fatores tais como: alimentação, condições ambientais e<br />

motivação que se combinam e podem levar um ou mais elementos envolvidos a um estado de<br />

limitação do desempenho. Os limiares de sofrimento e tolerância são determinados tanto<br />

fisiológica como psicologicamente. (PORTO, 2004, p. 27).<br />

32


Em seguida apareceram as lesões nos primeiros minutos, que para Whiting (2001), fatores<br />

ambientais como temperatura e umidade ambiente contribuem para as lesões. Waltrick (2004), relata<br />

que quando não é realizado um aquecimento adequado, é possível que nos primeiros minutos da<br />

atividade aconteça algum grau de lesão muscular.<br />

4.5 Resultados observados em quais superfícies ocorreram às lesões<br />

N. de lesões<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

35<br />

1<br />

Madeira Emborrachado Outros<br />

Gráfico 4 - Dados referentes as superfícies que ocorreram as lesões<br />

Sendo quarenta lesões ocorridas entre os atletas, trinta e cinco (35) aconteceram em quadra<br />

de madeira, uma (1) em quadra emborrachada e quatro (4) em outros tipos de quadra.<br />

Para determinar qual é o piso adequado para uma quadra deve-se ter em mente que o piso<br />

deve ser responsável pela integridade física do atleta que absorva impacto, não provocando lesões,<br />

principalmente nos ligamentos entre outros. Os pisos esportivos de madeira continuam sendo muito<br />

utilizados, onde a maioria das quadras de futsal é de madeira, sendo o que levou ao resultado desta<br />

pesquisa em que 35 lesões foram na quadra de madeira, além de que, a maioria destes atletas, sempre<br />

fizeram seus treinamentos neste tipo de piso.<br />

Segundo Sports Magazine (2005), no aspecto técnico, os pisos de madeira são encontrados<br />

em três tipos diferentes. Um deles é o piso duro ou rígido, tendo como uma característica importante<br />

4<br />

33


em que o piso rígido não absorve o impacto do atleta quando o mesmo salta sobre ele, além do atleta<br />

não se movimentar em caso de uma parada brusca, o que pode causar lesões nas articulações de quem<br />

pratica esportes continuamente sobre este tipo de piso.<br />

4.6 Resultado da freqüência obtida na categoria da lesão<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

4.6 Resultado da freqüência obtida na categoria da lesão<br />

10<br />

Trauma direto Trauma indireto<br />

Gráfico 5 - Dados referentes a categoria da lesão<br />

Observou-se que a maioria das lesões foi o trauma indireto com trinta (30) lesões, seguido<br />

do trauma direto com dez (10) lesões. Os principais traumas indiretos ocorridos entre os jogadores<br />

foram: torção, excesso de amplitude, desaceleração, aceleração, mudança de direção e excesso de uso.<br />

De acordo com Waltrick (2004), a lesão direta é aquela que ocorre devido a colisão física<br />

entre os jogadores ou entre um jogador e um outro objeto qualquer, já a lesão indireta ocorre sem a<br />

colisão física. O mesmo autor observou em sua pesquisa com atletas de futsal que o mais comum é a<br />

ocorrência de lesões indiretas. “A explicação disso pode ser o número excessivo de jogos, além da<br />

rotina de treinos que podem então sobrecarregar o atleta e ser motivo de problemas físicos e lesões.”<br />

(WALTRICK, 2004, p. 42).<br />

30<br />

34


A lesão direta também é um caso típico do futsal. Para Bucco (2003), este comportamento<br />

de lesão deve-se ao caráter dinâmico do esporte, que exige sempre “dividida” de bola e de espaço,<br />

sendo comum e taticamente necessário o contato vigoroso entre os atletas.<br />

De acordo com Dvorak et al (apud BONETTI; COELHO; FELLIPPA, 2005) em seu estudo<br />

feito com jogadores de futebol, “[...] o fator de risco extrínseco mais importante são as faltas de jogo,<br />

que são causa de aproximadamente 23% a 33% de todas as lesões no futebol. Lesões prévias e<br />

reabilitação inadequada são estabelecidas como os principais fatores intrínsecos de uma futura lesão no<br />

futebol.”<br />

4.7 Resultado da atividade no momento da lesão<br />

N. de lesões<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

24<br />

1 1<br />

Correndo Saltando D.D.S Parado Chutando Outros<br />

Gráfico 6 - Dados referentes a atividade no momento da lesão<br />

A atividade com maior freqüência de lesões observadas no momento da lesão foi correndo<br />

com vinte e quatro (24) lesões, seguido do chute com dez (10), outros momentos com quatro (4),<br />

saltando com uma (1), parado com uma (1) e durante a descida do salto (D.D.S) não registrou nenhuma<br />

lesão.<br />

10<br />

4<br />

35


A biomecânica é o estudo de forças internas e externas e seus efeitos na estrutura humana.<br />

De acordo com Apolo (2003), ela se aplica em todos os esportes, pelo simples fato de o corpo está em<br />

movimento e ser por si só uma carga onde muitas vezes fica quase impossível manter posturas ideais,<br />

até por isso, em alguns modalidades requer maiores atenções devido às cargas altíssimas que a estrutura<br />

tem que suportar.<br />

“Com base em dados cinemáticos, por exemplo, apontaram-se desajustes na pisada do pé<br />

de apoio em tênis de solado baixo, deixando o pé pronado no determinado momento que deveria haver<br />

uma leve supinação.” (APOLO, 2003).<br />

Segundo o mesmo autor através da Dinamometria, pudera-se saber que no simples ato de<br />

caminhar um indivíduo tem 1.5 vezes seu peso corporal, numa corrida (trote, ou com bola no futebol)<br />

tem 2.5 vezes seu peso corporal, numa corrida em velocidade tem 4 vezes seu peso corporal. Foi<br />

observado neste estudo que 24 lesões ocorreram durante a corrida que de acordo com Moreira (2004), o<br />

futsal é uma modalidade esportiva onde a movimentação em quadra requer súbita aceleração e<br />

desaceleração com brusca mudança de direção, expondo as estruturas osteomioarticulares de seus<br />

praticantes a grandes impactos, aumentando o risco de lesões.<br />

Existem varias lesões no joelho associadas com a corrida desde que o joelho e os membros<br />

inferiores fiquem sujeitos a uma força equivalente a aproximadamente o peso do corpo absorvido em<br />

cada contato do pé (HAMILL, 1999).<br />

Em segundo apareceu o chute com 9 lesões, sendo ele um dos principais fundamentos do<br />

futsal. Por ser o futsal um esporte de grande impacto, requer condicionamento físico adequado e infra-<br />

estrutura apropriada; o chute é uma sucessão de movimentos complexos, resultantes da harmonia<br />

articular do tronco e membros inferiores, com suas diferentes fases (aproximação, preparação,<br />

execução e desaceleração), exigindo variados movimentos, principalmente das articulações dos<br />

membros inferiores, que favorecem a precisão e potência deste fundamento (MOREIRA. 2004).<br />

36


4.8 Resultado observado em relação aos tecidos lesados<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

2<br />

3<br />

1<br />

Osso Cartilagem Caps. Art. Bursa Músculo Tendão Ligamento<br />

Gráfico 7 - Dados referentes aos tecidos lesados<br />

Das lesões apresentadas pelos atletas observou-se que o tecido mais acometido foi<br />

o músculo com dezesseis (16) lesões, seguido dos ligamentos e tendões com doze (12) e nove (9)<br />

respectivamente. “As distensões musculares, principalmente do quadríceps e dos músculos da coxa, são<br />

lesões atléticas comuns [...].” (ANDREWS et al apud BONETTI; COELHO; FELLIPPA, 2005).<br />

“Durante a prática de exercícios, é natural que os músculos sejam alongados e contraídos todo o<br />

tempo.” (CORREIO BRAZILIENSE, apud PORTO, 2004, p. 44). Segundo Malone, Mcpoil e Nitz<br />

(2000), as distensões musculares ocorrem mais comumente nos músculos da virilha (adutores), coxa e<br />

panturrilha.<br />

Pode ocorrer lesão no músculo esquelético durante uma série de exercícios intensos, no<br />

exercício concêntrico ou ao se exercitar um músculo por muito tempo (HAMILL, 1999). De acordo<br />

com o mesmo autor, os músculos usados para terminar uma amplitude de movimento correm risco de<br />

lesões, pois são usados excentricamente para reduzir a velocidade de um membro que está se movendo<br />

muito rapidamente.<br />

16<br />

9<br />

12<br />

37


“As distensões musculares aparecem geralmente relacionadas com movimento de<br />

retificação para recuperar o equilíbrio ou modificar a direção, frear ou acelerar para incrementar a<br />

velocidade.” (RODRIGUES apud PORTO, 2004, p. 45). Sendo estes movimentos muito observados na<br />

prática do futsal.<br />

“A palavra contusão designa a lesão provocada por um golpe que incide diretamente sobre<br />

a barriga do músculo da unidade musculotendinosa, levando a ruptura de capilares e a hemorragia<br />

intramuscular.” (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000, p. 149).<br />

4.9 Resultado observado em relação à localização anatômica<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

pubis<br />

1<br />

coxa<br />

15<br />

joelho<br />

9<br />

tornozelo<br />

6<br />

pé<br />

1<br />

ombro<br />

2<br />

cotovelo<br />

punho<br />

mão<br />

1 1<br />

C.cervical<br />

C.toraxica<br />

Gráfico 8 - Dados referentes à localização anatômica<br />

C.lombar<br />

outros (perna)<br />

A localização anatômica que sofreu maior número de lesões foi a coxa com quinze (15)<br />

lesões, seguido do joelho com nove (9), tornozelo com seis (6), perna com três (3), ombro com duas<br />

(2), púbis com uma (1), pé com uma (1), mão com uma (1) e coluna lombar também com uma (1)<br />

lesão.<br />

Sendo o futsal uma modalidade esprtiva que requer muitas saídas rápidas e mudança de<br />

direção constante, o músculo adutor longo é o mais afetado pelos deslocamentos laterais em alta<br />

velocidade (PORTO, 2004).<br />

3<br />

38


Na prática de esporte são bastante comuns as entorses de joelho e tornozelo. Para Macnicol<br />

(apud BUCCO, 2003), na prática esportiva, o joelho é destinado a realização de movimentos rápidos e<br />

complexos, ao mesmo tempo, comumente tem suas tarefas dificultadas pelo peso do corpo.<br />

Para Hamill (1999), a articulação do joelho é uma área do corpo freqüentemente lesada,<br />

dependendo da modalidade esportiva, responde por 25 a 70% das lesões relatadas. Aproximadamente<br />

97% dessas lesões estão associadas com a atividade atlética.<br />

“O tornozelo sustenta o peso e é imprescindível à marcha, deve ser tanto móvel quanto<br />

estável. As torções em inversão ou eversão podem romper os ligamentos de suporte levando a<br />

instabilidade.” (HOPPENFELD apud BUCCO, 2003, p. 29).<br />

A maioria das lesões de tornozelo e pé ocorrem como resultados de treinamentos<br />

excessivos, e a articulação é lesada freqüentemente em atividade como corrida durante o qual<br />

o pé recebe uma carga súbita e repentinamente (HAMILL, 1999). Ficando comprovado nesta pesquisa<br />

que as localizações anatômicas que foram mais acometidas, estão freqüentemente sendo solicitadas na<br />

prática do futsal.<br />

39


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

De acordo com os objetivos propostos pela pesquisa, procurou-se demonstrar a realidade<br />

desta modalidade esportiva que está em grande evolução e passando por grandes mudanças, deparando-<br />

nos assim com as lesões que acontecem durante a prática do futsal, comprometendo as estruturas físicas<br />

e psíquicas do atleta, intervindo assim no seu potencial.<br />

Com base nos questionários aplicados, observou-se na pesquisa que é característica da<br />

equipe a presença de lesões nestes praticantes.<br />

Analisando os dados obtidos, comprovou-se que, quanto ao período de treinamento o maior<br />

número de lesões ocorreu durante a temporada, sendo estas bem superiores àquelas encontradas na pré-<br />

temporada e pós-temporada.<br />

o trauma indireto.<br />

Os treinamentos técnicos/ tácticos foram às atividades com maiores resultados de lesões.<br />

Quanto ao período do jogo as lesões ocorreram no final do primeiro e segundo tempo.<br />

Foram nas quadras de madeira a grande maioria das lesões.<br />

No resultado obtido na categoria da lesão as mais comuns foram aquelas cujo mecanismo é<br />

O músculo foi o tecido mais acometido.<br />

A localização anatômica que sofreu maior número de lesões foi a coxa.<br />

40


Nesta pesquisa observou-se a escassez de trabalhos científicos para a modalidade de futsal.<br />

Concluímos que há necessidade do desenvolvimento de trabalhos científicos na área de Fisioterapia<br />

Desportiva, principalmente do futsal, contribuindo para prevenção de possíveis lesões para uma<br />

melhora na qualidade dos treinos e qualidade de vida dos atletas.<br />

41


REFERÊNCIAS<br />

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desempenho bem sucedido. 2004. Disponível em: .<br />

Acesso em: 13 out. 2004.<br />

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apresentada ao curso de fisioterapia – Universidade do Sul de Santa Catarina, 2003.<br />

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especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999.<br />

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42


GOULD, J. A. Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina Desportiva. 2. ed. São Paulo: Manole,<br />

1993.<br />

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HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole,<br />

1999.<br />

HISTORIA DO FUTSAL NO BRASIL. 2005. Disponível em:<br />

. Acesso em: 26 out. 2005.<br />

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PORTO, F. Incidência de distensões musculares em atletas de futsal da Unisul. Monografia<br />

apresentada ao curso de fisioterapia – Universidade do Sul de Santa Catarina, 2004.<br />

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WALTRICK, R. D. Incidência de lesões em equipes que disputam a divisão especial em Santa<br />

Catarina. Monografia apresentada ao curso de fisioterapia – Universidade do Sul de Santa Catarina,<br />

2004.<br />

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WORD SPORTS MAGAZINE. Pisos de madeira: tradição e tecnologia. 2005. Disponível em:<br />

. Acesso em: 10 out. 2005.<br />

43


ANEXOS<br />

44


ANEXO A<br />

Registro de lesões em atletas de futsal<br />

45

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