Revista Ed 78_pag 3

Saúde
Muitos os estudos epidemiológicos que
mostram que até 20% da população no Brasil
pode apresentar algum tipo de transtornos
depressivos. A situação fica pior porque
apenas um terço desses casos é
diagnosticado de forma adequada e somente
10% a 30% desses pacientes recebem
tratamento. Esta prevalência pode ser ainda
maior se considerarmos grupos populacionais
especiais. Um estudo realizado no Hospital
Universitário Professor Edgard Santos da
Universidade Federal da Bahia, em Salvador,
identificou uma prevalência de 50% de
sintomas depressivos significativos em
pacientes hospitalizados.
Recentemente, um caso de depressão chamou
a atenção de todo o país. Afastado por duas
semanas das suas atividades na Bandeirantes
(rádio e TV), o jornalista Ricardo Boechat
retornou aos microfones e externou o motivo
da sua ausência. “Acho que devo uma
explicação aos ouvintes que me mandaram
tantas mensagens. Eu tive um surto
Prevalência de depressão atinge a 20% da população geral
depressivo quando estava trabalhando”,
declarou o âncora.
Após atendimento médico e o diagnóstico
do quadro, Boechat acredita que estava
exagerando no ritmo dos afazeres diários.
“Os médicos que estão me tratando disseram
que eu estiquei a corda demais, que fiz mais
coisas do que deveria fazer e em menos
tempo do que seria razoável. Eu fui além
dos limites que minha saúde permitia e
ignorei todos os sinais físicos e avisos
domésticos”, desabafou.
Entretanto torna-se importante ressaltar que
os fatores psicológicos e sociais, muitas
vezes, são consequências e não causas da
depressão. O estresse pode precipitar a
depressão em pessoas com predisposição,
que provavelmente é genética. A
prevalência (número de casos numa
população) da depressão é estimada em
20%, o que significa que, aproximadamente,
2 em cada 10 pessoas no mundo apresentam
o problema em algum momento da vida.
Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de
Os sintomas de depressão são variados e
podem incluir:
- Humor depressivo ou irritabilidade
- Desânimo e cansaço fácil
- Falta de motivação e apatia
- Indecisão, pessimismo, baixa autoestima
- Dificuldade de concentração, raciocínio
mais lento e esquecimento
- Diminuição do desempenho sexual e da
libido
- Dores e outros sintomas físicos não
Tratamento
O tratamento da depressão é essencialmente
feito por medicamentos. Atualmente, existem
mais de 30 antidepressivos disponíveis no
mercado. “Ao contrário do que algumas
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pessoas temem, essas medicações não são
como drogas, que deixam a pessoa viciada
ou dependente”, explica Fabiana Nery. A
psiquiatra complementa. “Alguns pacientes
precisam de tratamento de manutenção ou
preventivo, que pode levar anos ou a vida
inteira, para evitar o aparecimento de novos
Sentimentos que curam As Horas Melancolia
Um novo despertar