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12 SEXTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO 2018<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO<br />

PEDRO SANTOS, FUNDADOR DA ONEBIZ, AFIRMA<br />

Internacionalização é o caminho a seguir pelas PME<br />

“A internacionalização é<br />

sem dúvida o caminho<br />

a seguir pelas pequenas<br />

e médias empresas”,<br />

afirma Pedro Santos,<br />

fundador da Onebiz. “O<br />

franchising é sem dúvida<br />

um modelo de expansão<br />

que permite potenciar<br />

um crescimento<br />

e visibilidade<br />

internacional das nossas<br />

marcas”, acrescenta.<br />

Vida Económica - Quais foram<br />

os momentos mais marcantes<br />

nestes 20 anos de atividade<br />

do grupo Onebiz?<br />

Pedro Santos - Para nós, cada<br />

dia é marcante, pois o nosso<br />

compromisso com a atividade<br />

do grupo é diário e muito absorvente.<br />

De qualquer forma, podemos<br />

sublinhar alguns momentos<br />

marcantes: desde logo o arranque<br />

em 1997; início da expansão em<br />

franchising em 1998; prémio de<br />

master franchise Internacional<br />

em 1999 atribuído pela Fiducial;<br />

criação da holding Onebiz,<br />

“O Estado cria barreiras que devem ser simplificadas”, defende Pedro Santos<br />

SGPS no ano 2000, primeiro<br />

franchisado internacional em<br />

2002, em 2005 Onebiz atinge<br />

250 franchisados, entrada no capital<br />

da Exchange pela multinacional<br />

GE (General Eletric) em<br />

2006, celebração dos 10 anos do<br />

grupo em 2007, integração das<br />

nossas marcas financeiras (NBB,<br />

Exchange e Accive) no projeto<br />

Sartorial em 2011, abertura da<br />

primeira filial no estrangeiro em<br />

2012 (Onebiz Angola), prémio<br />

de empreendedores do Ano em<br />

2013; em 2014 aquisição da área<br />

Turística do resort Bom Sucesso,<br />

Onebiz integra ranking do top<br />

30 de internacionalização em<br />

“São muito poucas<br />

as marcas portuguesas<br />

com visibilidade<br />

no mundo”<br />

2015; em 2016 entrada no setor<br />

do Futebol com aquisição de participação<br />

na SAD do Leixões, em<br />

2017 aquisição de participação<br />

em indústria alimentar, no caso<br />

de chocolate, com a marca Casa-<br />

Grande, e, mais recentemente, a<br />

celebração dos 20 anos do grupo.<br />

VE - Atualmente, o Estado impõe<br />

mais obstáculos à atividade<br />

das empresas com o aumento<br />

constante das obrigações declarativas<br />

e o peso dos encargos<br />

fiscais e administrativos?<br />

PS - Sempre fomos a favor<br />

de uma liberalização do mercado<br />

e simplificação dos processos<br />

administrativos. O Estado cria<br />

barreiras que devem ser simplificadas,<br />

obviamente mantendo a<br />

necessidade de cumprimento fiscal<br />

e legal das empresas.<br />

VE - Nos últimos 20 anos<br />

houve um crescimento acentuado<br />

do segmento das microempresas<br />

entre as empresas<br />

exportadoras. Considera que as<br />

pequenas empresas têm um<br />

papel mais relevante em termos<br />

de atividade fora do mercado<br />

nacional?<br />

PS - Sim, porque hoje muitos<br />

dos negócios, nomeadamente<br />

os de base tecnológica, são<br />

cada vez mais pensados para<br />

o mercado global. O mercado<br />

português é reduzido e muitos<br />

desses negócios precisam de<br />

uma maior amplitude de mercado.<br />

Assim, a internacionalização<br />

é sem dúvida o caminho a<br />

seguir pelas pequenas e médias<br />

empresas. A qualidade dos nossos<br />

produtos e serviços é muito<br />

admirada lá fora, sendo este, na<br />

minha opinião, o maior desafio<br />

para os empresários portugueses,<br />

o de desenvolver e criar<br />

valor com a exportação e internacionalização.<br />

Aqui considero<br />

que estamos ainda num patamar<br />

muito baixo e o exemplo disso é<br />

que são muito poucas as marcas<br />

portuguesas com visibilidade<br />

no mundo. O franchising é sem<br />

dúvida um modelo de expansão<br />

que permite potenciar um crescimento<br />

e visibilidade internacional<br />

das nossas marcas.<br />

ANTÓNIO GODINHO, CO-CEO DO GRUPO ONEBIZ, CONSIDERA<br />

“Hoje temos uma melhor cultura empreendedora”<br />

“Hoje temos uma melhor<br />

cultura empreendedora<br />

e empresários melhor<br />

informados e preparados<br />

para os novos desafios”,<br />

afirma António Godinho,<br />

co-CEO do grupo Onebiz.<br />

E o facto de os bancos terem<br />

aumentado a sua carteira<br />

de crédito no segmento das<br />

microempresas favorece quer<br />

a criação do próprio emprego,<br />

nomeadamente através dos<br />

negócios de franchising, quer o<br />

empreendedorismo na área da<br />

tecnologia e da inovação.<br />

“Os bancos encaram estes<br />

créditos [microempresas]<br />

como uma forma de<br />

mitigarem o risco”<br />

A Onebiz contribuiu nestes 20 anos para<br />

o desenvolvimento de uma cultura empreendedora<br />

em Portugal. O franchising<br />

desenvolveu-se como alternativa à criação<br />

de empresas e empreendedorismo. A Onebiz<br />

criou o movimento “empreendaporfavor!”,<br />

tendo efetuado dezenas de seminários<br />

e eventos em todo o país. Hoje temos<br />

uma melhor cultura empreendedora e empresários<br />

melhor informados e preparados<br />

para os novos desafios.<br />

VE - O que mudou no país em 20 anos<br />

ao nível do empreendedorismo e da iniciativa<br />

privada? Hoje temos mais ou menos<br />

cultura empreendedora?<br />

António Godinho - Hoje a palavra empreendedorismo<br />

já entrou no léxico comum<br />

das pessoas. Existe mais informação,<br />

mais sensibilização e mais formação para<br />

quem quer tornar-se empreendedor, mas a<br />

atitude empreendedora não evoluiu assim<br />

tanto, pois hoje existe mais sensibilidade<br />

ao risco do que existia há 20 anos. Por outro<br />

lado, dificultou-se o acesso ao crédito<br />

bancário para novos empresários, o que<br />

dificulta o arranque de muitos projetos.<br />

O Estado também impõe mais obstáculos,<br />

não apenas fiscais, mas muitas das vezes<br />

de natureza burocrática no que toca, por<br />

exemplo aos processos de licenciamento.<br />

VE - Pensando no setor “parapúblico”<br />

o que pensa sobre o papel da Ordem dos<br />

Contabilistas? A nova direção da OCC<br />

que sair das eleições deve ter uma atitude<br />

mais favorável às empresas e menos<br />

restritiva em relação à oferta dos serviços<br />

de contabilidade no mercado?<br />

AG - Sem dúvida! O OCC deve pugnar<br />

,acima de tudo, pela qualidade dos serviços<br />

no mercado. E essa preocupação não<br />

é contrária a uma atitude favorável às empresas<br />

de contabilidade e à divulgação dos<br />

seus serviços. Não há conflito entre uma<br />

coisa e outra, antes pelo contrário.<br />

VE - Ao nível do crédito bancário, o<br />

segmento das microempresas continua<br />

a representar a maior fatia de financiamento<br />

dos bancos e é também o único<br />

que está a crescer em termos de carteira<br />

“O OCC deve pugnar, acima de tudo, pela qualidade dos serviços no mercado”, adianta António<br />

Godinho.<br />

total. Considera que o aumento do peso<br />

das microempresas no crédito deve ser<br />

visto como um sinal de força ou de fraqueza<br />

da nossa economia?<br />

AG - O aumento do peso do crédito<br />

às empresas, independentemente da sua<br />

dimensão, é um sinal de vitalidade para<br />

a economia. Os bancos aumentaram claramente<br />

a sua carteira de crédito no segmento<br />

das microempresas basicamente<br />

por dois motivos: por um lado, este tipo<br />

de empresas são dominantes no tecido empresarial<br />

português e, por outro lado, os<br />

bancos encaram estes créditos como uma<br />

forma de mitigarem o risco, pois não concentram<br />

o crédito em grandes empresas,<br />

onde o risco é manifestamente maior. Este<br />

foi um dos novos paradigmas a partir da<br />

crise de 2008.<br />

A economia ganha com esta tendência,<br />

pois estes projetos são, na maioria dos casos,<br />

orientados para a criação do próprio<br />

emprego, onde o modelo de franchising<br />

tem algum peso, ou projetos de empreendedores<br />

na área da tecnologia e inovação<br />

que apenas precisam de um pequeno investimento<br />

para arrancarem e testarem o<br />

mercado.

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