17.04.2013 Views

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Natal</strong>.<br />

O <strong>Natal</strong> <strong>da</strong> Margari<strong>da</strong> e <strong>da</strong> <strong>Constança</strong><br />

A <strong>Constança</strong> adora o <strong>Natal</strong>. Todos os anos aju<strong>da</strong> a mãe e o pai a montar o presépio e a árvore <strong>de</strong><br />

A <strong>Constança</strong> <strong>de</strong>ixa sempre um lanchinho para o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

A <strong>Constança</strong> convidou a sua melhor amiga, que se chama Margari<strong>da</strong>, para ver as luzes <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. A<br />

amiga <strong>da</strong> Margari<strong>da</strong> perguntou à sua mãe se a Margari<strong>da</strong> podia passar o <strong>Natal</strong> com ela. A mãe <strong>da</strong> <strong>Constança</strong><br />

<strong>de</strong>ixou; por isso, telefonou à mãe <strong>da</strong> Margari<strong>da</strong> que também <strong>de</strong>ixou.<br />

A Margari<strong>da</strong> e a <strong>Constança</strong> foram ao circo, à magia e ao cinema.<br />

As duas amigas divertiram-se muito. Elas ficaram cansa<strong>da</strong>s e foram para casa. Descansaram durante<br />

um bocado e <strong>de</strong>pois foram fazer coisas <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> como: pintar <strong>de</strong>senhos, fazer o Pai <strong>Natal</strong> e formas do<br />

presépio.<br />

A Margari<strong>da</strong> e a <strong>Constança</strong> fizeram pren<strong>da</strong>s para os parentes e também fizeram uma para a outra,<br />

mas as duas amigas sabiam que o mais importante no <strong>Natal</strong> era o nascimento <strong>de</strong> Jesus.<br />

A Margari<strong>da</strong> pediu à <strong>Constança</strong> para no <strong>Natal</strong> seguinte ser ela a ir à sua casa. Os dias iam passando e<br />

as duas amigas estavam ca<strong>da</strong> vez mais contentes. As meninas só viam televisão, só comiam bolachas <strong>de</strong><br />

<strong>Natal</strong>, viam filmes e brincavam. Ca<strong>da</strong> vez mais contentes.<br />

Foram para a janela ver as estrelas e, <strong>de</strong> repente, viram uma estrela-ca<strong>de</strong>nte. As duas amigas pediram<br />

um <strong>de</strong>sejo alto que foi:<br />

– Espero que o próximo <strong>Natal</strong> também seja divertido! – exclamaram as duas amigas.<br />

Por fim, era <strong>Natal</strong> e abriram as suas pren<strong>da</strong>s. O Pai <strong>Natal</strong> comeu o lanchinho que elas tinham posto.<br />

A Margari<strong>da</strong> voltou para casa e abriu mais pren<strong>da</strong>s. Depois as duas amigas disseram as mesmas<br />

palavras, mas separa<strong>da</strong>s:<br />

– Obriga<strong>da</strong> Pai <strong>Natal</strong>! Obriga<strong>da</strong> Menino Jesus!<br />

Ana Margari<strong>da</strong> <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Albuquerque Brandão Matos nº 2, 3ºC<br />

Escola Básica <strong>de</strong> Montes Claros


O menino bondoso<br />

Era uma vez uma família muito pobre que nem uma migalhinha <strong>de</strong> pão tinha para comer. Essa família, no<br />

<strong>Natal</strong>, só <strong>de</strong>sejava ter alguma coisa para comer; e tinha <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>pressa porque já estavam quase a morrer.<br />

Essa família tinha uns vizinhos muito ricos que não se preocupavam com ninguém, só o filho mais novo é que<br />

se preocupava com os pobres. Ele tentava, às escondi<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>r alguma comi<strong>da</strong> aos pobres, só que era sempre<br />

apanhado pelos seguranças. Mas, neste <strong>Natal</strong>, apareceu-lhe um anjo no seu quarto que lhe disse que o ia aju<strong>da</strong>r a<br />

<strong>da</strong>r a comi<strong>da</strong> aos pobres; contudo, o menino não percebeu como iam passar pelos seguranças. O anjo explicou como<br />

iam fazer isso: disfarçavam-se <strong>de</strong> pai <strong>de</strong>le e assim conseguiam passar pelos seguranças.<br />

Quando chegaram à rua, as primeiras pessoas pobres que visitaram foram os seus vizinhos. Bateram à porta<br />

e entraram. Depois <strong>de</strong> entrarem entregaram um cabaz com bacalhau, água, batatas, frango, arroz, massa e muitas<br />

iguarias.<br />

Foi o seu melhor <strong>Natal</strong>; o menino ficou feliz pela sua boa acção!<br />

FIM<br />

Escrito por: Catarina Mirão Vicente<br />

4ºB- EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O erro <strong>da</strong>s renas<br />

Há muito tempo atrás, vivia o Pai <strong>Natal</strong> no Pólo Norte com as suas doze renas e o Rodolfo, quando<br />

aconteceu o impossível: na noite <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2009 as renas <strong>de</strong>sapareceram!<br />

– Oh! Quem me aju<strong>da</strong>?! Socorro…<br />

Na casa ao lado ouvindo os gritos do Pai <strong>Natal</strong>, abriu-se lentamente uma porta…Despentea<strong>da</strong>, a avó<br />

Prudência saiu <strong>de</strong> casa para saber o que se estava a passar.<br />

– O que se passa, Pai <strong>Natal</strong>?<br />

– As minhas renas fugiram. Como vou distribuir os presentes?<br />

– Tem calma, Pai <strong>Natal</strong>, eu vou aju<strong>da</strong>r-te. Tenho amigos que trabalham em empresas <strong>de</strong> distribuição!<br />

Vou-lhes ligar!<br />

– Obrigado, Prudência! Oxalá consigas!<br />

Passados alguns minutos, chegavam ao armazém do Pai <strong>Natal</strong> os motoristas dos C.T.T. Expresso,<br />

Expresso24 e a empresa Luís Simões. OPai <strong>Natal</strong> ficou radiante.<br />

Carregaram as carrinhas e o camião e o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>u as mora<strong>da</strong>s aos motoristas, que arrancaram a<br />

to<strong>da</strong> a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

dia <strong>de</strong> Reis.<br />

Horas <strong>de</strong>pois, os motoristas <strong>da</strong>vam informação <strong>de</strong> que todos os presentes haviam sido entregues.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> agra<strong>de</strong>ceu a avó Prudência e combinou oferecer-lhes, a ela e aos motoristas, um jantar no<br />

Sabem o que aconteceu às renas? O Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>spediu-as!<br />

Maria Eduar<strong>da</strong> Matos<br />

4ºA<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


A MAGIA DO NATAL<br />

Numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>, havia um rapaz chamado Filipe que era muito simpático e estudioso. Na sua<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> havia uma bruxa que roubou o coração <strong>da</strong>quela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e não havia mais <strong>Natal</strong>, nem outras festas alegres. Até<br />

que um dia, o Filipe saiu <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi para Portugal, distrito <strong>de</strong> Coimbra. E aí encontrou o Rui, amigo <strong>de</strong>le <strong>da</strong><br />

primária e perguntou-lhe com gran<strong>de</strong> satisfação:<br />

– Olá, estás bem?<br />

– Sim, estou! – respon<strong>de</strong>u o Rui.<br />

E ficaram a conversar durante muito tempo, até que o Rui lhe disse:<br />

– Que tal tu vires a minha casa comemorar o <strong>Natal</strong>?! – propôs-lhe com entusiasmo.<br />

– Sim quero. Mas o que é o <strong>Natal</strong>? – perguntou o Filipe, curioso.<br />

– O <strong>Natal</strong> é a celebração do nascimento <strong>de</strong> Jesus e, também, tem o Pai <strong>Natal</strong> que é uma personagem que<br />

entrega presentes.<br />

O Filipe foi passar o <strong>Natal</strong> na casa do Rui e, quando já era <strong>de</strong> noite, os dois saltaram <strong>da</strong> cama e foram ver se<br />

havia pren<strong>da</strong>s junto à lareira. Ao longe, ouviram sons <strong>de</strong> sinos. Subiram a chaminé e viram o trenó do Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Enquanto eles estavam a ver, o Filipe, muito curioso, pegou num pó mágico e, sem querer, <strong>de</strong>ixou-o cair em cima<br />

dos dois e eles transformaram-se em dois duen<strong>de</strong>s. Foram cair no trenó e o Rui, atrapalhado, clicou no botão <strong>de</strong><br />

ejectar e foram parar no Pólo Norte. Quando aterraram, bateram com a cabeça no gelo e viram dois gran<strong>de</strong>s ursos<br />

polares. Os ursos, ao vê-los, acharam que pareciam tão saborosos que correram atrás <strong>de</strong>les; até que os dois duen<strong>de</strong>s<br />

encontraram um portal e, com muita medufa*, entraram no portal que ia <strong>da</strong>r à fabrica <strong>de</strong> brinquedos. Os duen<strong>de</strong>s<br />

do pai <strong>Natal</strong> pensavam que o Rui e o Filipe eram do DCAR.<br />

– O que significa isso? – perguntou o Rui, curioso.<br />

– DCAR significa <strong>da</strong>r comi<strong>da</strong>s às renas – disse um dos duen<strong>de</strong>s.<br />

O Rui e o Filipe começaram a <strong>da</strong>r comi<strong>da</strong> aos animais e <strong>de</strong>ram-lhes tanta comi<strong>da</strong> que as renas explodiram e a<br />

magia do pai <strong>Natal</strong> foi-se. O Filipe, preocupado, <strong>de</strong>ixou cair o pó mágico que tinha no bolso e transformaram-se no<br />

Filipe Rodolfo e no Pai Rui. E eles pu<strong>de</strong>ram entregar as pren<strong>da</strong>s do Pai <strong>Natal</strong> e a melhor parte foi que a magia na<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Filipe tinha voltado.<br />

Escrito por Gabriel Nzamba Kabedy <strong>da</strong> Cunha Cabral<br />

Escola Básica Montes Claros – 3º A


O cão abandonado no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Era dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, o tempo estava chuvoso. A Rita e a sua família estavam à volta <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> a abrir os<br />

presentes. A árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> era gran<strong>de</strong>, estava enfeita<strong>da</strong> com lin<strong>da</strong>s bolas vermelhas, fitas <strong>de</strong> várias cores e, no<br />

cimo, uma lin<strong>da</strong> estrela doura<strong>da</strong>. Por baixo <strong>da</strong> lin<strong>da</strong> árvore estava um presépio que a Rita fez com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> mãe.<br />

A Rita ficou muito contente porque tinha recebido os presentes que tinha pedido.<br />

Começou a ouvir o ladrar <strong>de</strong> um cão. Não lhe parecia um ladrar qualquer, mas sim o ladrar <strong>de</strong> um cão aflito.<br />

Olhou pela janela e viu, no jardim <strong>da</strong> sua casa, um cão branco, com pêlo curto e tamanho pequeno a olhar para ela.<br />

Resolveu ir junto <strong>de</strong>le. Rita reparou que não tinha coleira.<br />

– Seria um cão vadio? – pensou ela.<br />

O cão, ao ver Rita, começou a afastar-se, olhando constantemente para trás. Parecia que pedia aju<strong>da</strong> à<br />

menina. Ela foi buscar o guar<strong>da</strong>-chuva e seguiu-o sempre, até que a rua estreita, que ficava entre dois arranha-céus,<br />

não tinha saí<strong>da</strong>. Olhou melhor e viu que o cão entrou para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um caixote, amachucado e molhado, on<strong>de</strong><br />

estava uma ca<strong>de</strong>la com muitas crias à sua volta. Eram tantas que não as conseguia contar. Pareciam estar com fome<br />

e com muito frio.<br />

Percebeu então que eles estavam sem abrigo e sem dono. Levou-os para sua casa. A sua mãe, como gostava<br />

muito <strong>de</strong> animais, não se importou que os tivesse levado. Eles eram tão lindos e fofos que era difícil não ficar com<br />

eles. Preparou-lhes logo uma caminha feita <strong>de</strong> almofa<strong>da</strong>s e um cobertor cor-<strong>de</strong>-rosa. Ofereceu ao casal dos cães<br />

comi<strong>da</strong> quentinha e água. No fim <strong>de</strong> se terem alimentado, a mãe <strong>da</strong> Rita ajudou a <strong>de</strong>itar a ca<strong>de</strong>la para amamentar os<br />

seus filhotes.<br />

Rita já conseguia contar os cachorrinhos; eram 7 ao todo. Só faltava escolher os nomes para eles. Os nomes<br />

escolhidos foram: Fofinho, para o que tinha um pelo mais farfalhudo, Pantufinha, ao que roeu a pantufa <strong>da</strong> Rita,<br />

Orelhudo, porque tinha gran<strong>de</strong>s orelhas, Pluto, porque era o boneco <strong>de</strong> peluche preferido <strong>da</strong> Rita, Castanhinho,<br />

porque tinha o pêlo castanho, Manchinhas porque tinha uma mancha na cabeça e Branquinha, porque era to<strong>da</strong><br />

branca. A mãe ficou Fani e o pai Bobi.<br />

Foi a melhor pren<strong>da</strong>, quero dizer, pren<strong>da</strong>s que a Rita po<strong>de</strong>ria ter tido. E foi, por isso, o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> Rita e<br />

<strong>da</strong> sua família.<br />

Gabriela Rodrigues Campos - 4º A EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O Pai <strong>Natal</strong> Henrique<br />

No dia 23 <strong>de</strong> Dezembro, o Pai <strong>Natal</strong> ficou doente. Os duen<strong>de</strong>s ficaram preocupados. O Pai <strong>Natal</strong><br />

disse aos duen<strong>de</strong>s para chamarem o outro Pai <strong>Natal</strong>, que se chamava Henrique. O Pai <strong>Natal</strong> Henrique ficou<br />

muito contente.<br />

Logo a seguir, foi encher os sacos com as pren<strong>da</strong>s. Quando estavam todos os sacos cheios, o Pai<br />

<strong>Natal</strong> Henrique foi fazer presentes para os duen<strong>de</strong>s e para o Pai <strong>Natal</strong>, porque se lembrou que eles nunca<br />

recebiam pren<strong>da</strong>s e ficariam muito felizes.<br />

À noite, o Pai <strong>Natal</strong> Henrique estava a ver as estrelas e a pensar no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, e como era tão<br />

bom ver as pessoas contentes!<br />

Finalmente, chegou a véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Todos ficaram felizes por ter chegado o dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

De manhã, às 10:45h, um menino chamado João foi acor<strong>da</strong>r os pais. Depois <strong>de</strong> acor<strong>da</strong>r os pais, o<br />

João disse-lhes que era <strong>Natal</strong>. Logo a seguir, foi fazer a carta para o Pai <strong>Natal</strong>, porque ain<strong>da</strong> não a tinha<br />

feito.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> foi ver a lista dos traquinas e dos bem-comportados. Mas <strong>de</strong>pois viu na sua bola mágica<br />

que o João só tinha pedido uma coisa, que era paz em todo o mundo. O Pai <strong>Natal</strong> achou esquisito um<br />

menino <strong>de</strong> oito anos pedir paz em todo o mundo.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> Henrique não podia realizar esse <strong>de</strong>sejo e <strong>de</strong>pois viu que ele também tinha pedido um<br />

pião e um cor<strong>de</strong>l. Então, com a sua magia, transformou o cor<strong>de</strong>l num cor<strong>de</strong>l mágico. Ca<strong>da</strong> vez que o João e<br />

os seus amigos estivessem a jogar ao pião, os seus corações ficariam cheios <strong>de</strong> paz e seria um momento<br />

muito feliz para todos.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> Henrique, à noite, <strong>de</strong>u comi<strong>da</strong> às renas e foi entregar as pren<strong>da</strong>s. Quando acabou, foi<br />

entregar as pren<strong>da</strong>s aos duen<strong>de</strong>s e ao outro Pai <strong>Natal</strong>. Os duen<strong>de</strong>s ficaram felizes e o outro Pai <strong>Natal</strong> ficou<br />

melhor.<br />

Chegou o dia 25 e foram todos brincar para a rua com a neve. E a neve não era mais que outra<br />

magia do Pai <strong>Natal</strong> Henrique. Ca<strong>da</strong> floco <strong>de</strong> neve que caía no rosto <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa era como se a pessoa<br />

que mais amavam os estivesse a tocar. Assim, o pedido do João seria realizado!<br />

Henrique Malho Marques do 3º Ano, Turma C<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O <strong>Natal</strong> <strong>da</strong> Rita<br />

Na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> a Rita levanta-se e corre para o quarto <strong>da</strong> Mãe e do Pai para os acor<strong>da</strong>r:<br />

– Mãe, Pai, acor<strong>de</strong>m! Temos um longo dia pela frente – disse a Rita.<br />

A Mãe e o Pai acor<strong>da</strong>ram, ain<strong>da</strong> meios a dormir, e foram para a cozinha.<br />

Lá, a Rita disse à Mãe que primeiro coziam a abóbora para fazer as filhoses e <strong>de</strong>pois faziam as<br />

bolachas para o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Enquanto a abóbora estava a arrefecer, e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s bolachas já estarem feitas, a Rita e a Mãe saíram<br />

<strong>de</strong> casa e foram à rua apanhar musgo e comprar as figuras do presépio.<br />

Chegaram a casa com o saco cheiro <strong>de</strong> musgo e foram à cave buscar uma velha mesa que tinham<br />

guar<strong>da</strong>do. Trouxeram a mesa cá para baixo, limparam-na e puseram o musgo e as figuras do presépio lá em<br />

cima.<br />

Almoçaram e, a seguir, a Mãe <strong>da</strong> Rita acabava <strong>de</strong> fazer as filhoses, enquanto a Rita e o Pai<br />

montavam a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

casa.<br />

Quando a Mãe acabou <strong>de</strong> fazer as filhoses, foi ajudá-los a pôr os enfeites <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> na árvore e na<br />

O Pai foi à rua comprar chocolates para pendurar na árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

A seguir, ele foi fazer o jantar que era bacalhau assado e a Rita foi fazer uma carta a dizer o que<br />

queria para pren<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Depois <strong>de</strong> jantarem, a Rita foi buscar o calendário e abriu a janelinha do dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Antes <strong>de</strong> ir dormir, foi buscar as bolachas e o leite para o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

No dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, a Rita acordou muito feliz. A seguir, foi com os seus Pais até à árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e viu<br />

que, afinal, estavam mais pren<strong>da</strong>s para ela que não tinha pedido. Abriu-as to<strong>da</strong>s. Ela recebeu uma trotineta,<br />

uma bola, um jogo <strong>de</strong> cartas, um peluche, uma boneca, etc.<br />

– Eu adorei este <strong>Natal</strong>! – disse a Rita à Mãe.<br />

– Foi o melhor <strong>Natal</strong> que eu já tive! – exclamou ela.<br />

Joana Men<strong>de</strong>s Azevedo<br />

3º Ano C<br />

Escola <strong>de</strong> EB1 <strong>de</strong> Montes Claros<br />

Coimbra, 08 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2011


Era Inverno e a época natalícia aproximava-se.<br />

O espírito do <strong>Natal</strong><br />

Uma menina chama<strong>da</strong> Matil<strong>de</strong> passeava pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e só via enfeites por todo o lado. Nesse mesmo<br />

instante, perguntou à mãe:<br />

– Porque é que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem enfeites por todo o lado?<br />

– Porque está a chegar o <strong>Natal</strong>!<br />

– O que é o <strong>Natal</strong>, mãe?<br />

– É o dia em que se festeja o nascimento <strong>de</strong> Jesus. É o dia em que se comemora o amor e a partilha…<br />

Mais adiante, encontrou a sua amiga Joana e, aproximando-se <strong>de</strong>la, perguntou:<br />

– O que estás aqui a fazer?<br />

– Eu estou aqui porque há pessoas que querem ir ao Pólo Norte e eu estou na organização <strong>de</strong>stas<br />

viagens. Também queres visitar o Pólo Norte? Olha que eu vou contigo!...<br />

<strong>Natal</strong>.<br />

– Sim, sim! – exclamou a Matil<strong>de</strong>.<br />

Ela pegou numa folhinha <strong>de</strong> <strong>papel</strong> branco, saltaram para cima e voaram até ao Pólo Norte.<br />

– Que luzinha é aquela? – perguntou a Matil<strong>de</strong>.<br />

– É a luzinha que nos vai guiar, até ao sítio on<strong>de</strong> o Pai <strong>Natal</strong> vive – respon<strong>de</strong>u a Joana.<br />

Ela, sem perceber na<strong>da</strong>, continuou cheia <strong>de</strong> curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Finalmente chegaram!... Olharam à sua volta e não viram o que <strong>de</strong>sejavam, sobretudo encontrar o Pai<br />

De repente, a Joana disse:<br />

– Se calhar, o Pai <strong>Natal</strong> já foi <strong>de</strong> viagem!<br />

Desiludi<strong>da</strong>s, regressaram a suas casas, na expectativa <strong>de</strong> que o encanto tivesse terminado.<br />

Que surpresa! No quarto <strong>da</strong> Matil<strong>de</strong> havia uma pren<strong>da</strong>! Muito espanta<strong>da</strong>s, olharam à sua volta e<br />

apareceu-lhes o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

– Hou, hou, hou! Eu estou aqui para vos <strong>da</strong>r a vossa pren<strong>da</strong>!<br />

E saindo pela janela, <strong>de</strong>sapareceu…


Aproximaram-se <strong>da</strong> pren<strong>da</strong> e, quando a estavam a abrir, começaram a ver um pó mágico e brilhante a<br />

encher o quarto e a ouvir uma voz meiga a dizer:<br />

– O que mais gostariam <strong>de</strong> ter neste <strong>Natal</strong>?<br />

A primeira i<strong>de</strong>ia que lhes surgiu foi um peluche muito fofo e muito bonito que tinham visto numa loja.<br />

Mas, logo a seguir, pensaram nos gémeos <strong>da</strong> sua escola que lhes tinham dito que não iam ter pren<strong>da</strong><br />

nenhuma no <strong>Natal</strong>, porque eram muito pobres. Pensaram e disseram em coro:<br />

– Queremos que os nossos colegas tenham presentes e um feliz <strong>Natal</strong>.<br />

De imediato, viram, através do pó mágico, os seus amigos muito felizes a abrirem presentes. Ficaram<br />

felizes e encanta<strong>da</strong>s a olhar para eles. Instantes <strong>de</strong>pois, o pó mágico <strong>de</strong>sapareceu e ouviu-se novamente a<br />

voz a dizer:<br />

– Obrigado por acreditarem no Espírito <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>!!! Hou, hou, hou!<br />

Ficaram radiantes com tudo o que se tinha passado e, quando iam contar aos pais, repararam que os<br />

dois peluches que tanto queriam estavam a sua frente.<br />

Não podiam estar mais felizes! …<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros<br />

Joana Neto – 3ºano Turma A


Um conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, uma coisa tinha corrido mal: tinham raptado o Menino Jesus e assim ele não<br />

podia entregar as pren<strong>da</strong>s. A vaca e o burro conversavam sobre quem teria roubado o menino Jesus, até que<br />

a vaca disse:<br />

pren<strong>da</strong>s.<br />

– Só po<strong>de</strong> ter sido o Pai <strong>Natal</strong>! Ele é que an<strong>da</strong>va sempre a resmungar, que queria ser ele a entregar as<br />

– Não, tu sabes muito bem que o Pai <strong>Natal</strong> é boa pessoa e era incapaz <strong>de</strong> fazer isso – disse o burro.<br />

A vaca, <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, falou bem alto:<br />

– Então vamos perguntar-lhe!<br />

– Está bem.<br />

De segui<strong>da</strong> foram os dois procurar ao Pai <strong>Natal</strong> e, quando o encontraram, perguntaram-lhe:<br />

– Viste por aí o Menino Jesus? – questionou o burro.<br />

O Pai <strong>Natal</strong>, muito atrapalhado e com ar <strong>de</strong> quem estava a mentir, disse que não. Quando eles<br />

estavam para ir embora, uma rena apareceu e disse-lhes:<br />

– Não se vão embora! O Menino Jesus está ali escondido pelo Pai <strong>Natal</strong>!<br />

A vaca e o burro, ao ouvir isto, viraram-se para o Pai <strong>Natal</strong> e disseram:<br />

– Tu mentiste e isso é muito feio. Para apren<strong>de</strong>res a lição, não vais receber nenhuma pren<strong>da</strong>.<br />

Eles levaram o Menino Jesus <strong>de</strong> volta. O Pai <strong>Natal</strong>, muito triste e arrependido, foi sentar-se no seu<br />

ca<strong>de</strong>irão vermelho. À meia-noite, quando o Pai <strong>Natal</strong> estava a dormir, ouviu um barulho na chaminé e foi<br />

ver o que se passava. Quando lá chegou, viu uma carta e abriu-a. A carta era do Menino Jesus e dizia que ele<br />

podia ajudá-lo na entrega <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s, mas que o <strong>Natal</strong> era em homenagem a Jesus e não a ele.<br />

Assim o Pai <strong>Natal</strong> apren<strong>de</strong>u que não se <strong>de</strong>ve mentir a ninguém. Apesar <strong>de</strong> não ter recebido nenhuma<br />

pren<strong>da</strong>, ele ficou feliz por Jesus lhe ter perdoado.<br />

João Lopes Teixeira Monteiro nº10, 4º Ano, Turma B, EB1 Montes Claros


Um conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Era uma manhã <strong>de</strong> Dezembro; o António ain<strong>da</strong> estava a dormir até que…!<br />

Pum!<br />

Caiu <strong>da</strong> cama abaixo.<br />

– Bolas, que horas são?<br />

– Acor<strong>da</strong>, António, é quase meio-dia!<br />

– Ó mãe, estou <strong>de</strong> férias.<br />

– Não sou a mãe, sou a tua irmã Jéssica, porque se fosse a mãe não te teria <strong>de</strong>itado <strong>da</strong> cama abaixo.<br />

O António levantou-se, arranjou-se e foi ver o calendário.<br />

– É <strong>Natal</strong>!<br />

Reparando nas horas, disse que já estava pronto e a mãe ficou alivia<strong>da</strong> por ele estar acor<strong>da</strong>do, vestido,<br />

ter lavado os <strong>de</strong>ntes e tomado banho.<br />

O António foi brincar para a rua, até que encontrou um fio dourado no chão; seguiu o fio e encontrou<br />

uma casa velha e abandona<strong>da</strong>. Espreitou lá para <strong>de</strong>ntro e não conseguiu ver na<strong>da</strong> porque lá <strong>de</strong>ntro havia<br />

muita luz. Então <strong>de</strong>cidiu entrar.<br />

– Socorro, ááááááááááááiiii!!!<br />

Puf!<br />

Caiu no chão.<br />

– On<strong>de</strong> estou?<br />

O António tinha mesmo recuado no tempo por aquele portal mágico escondido na velha casa.<br />

Levantou-se e, quando se virou para trás, viu as mulheres com véus na cabeça, os homens <strong>de</strong>scalços<br />

com túnicas e a correrem todos muito assustados <strong>de</strong> um lado para outro.<br />

Estava a anoitecer e as casas estavam ilumina<strong>da</strong>s apenas com velas.<br />

Ali havia um gran<strong>de</strong> reboliço e percebeu que um grupo <strong>de</strong> sol<strong>da</strong>dos an<strong>da</strong>va à procura <strong>de</strong> um bebé. De<br />

repente, avistou uma gran<strong>de</strong> estrela no céu. Então percebeu que estava em Belém. Seria o nascimento <strong>de</strong><br />

Jesus?<br />

Um dos sol<strong>da</strong>dos avistou-o e lançou-lhe uma espa<strong>da</strong>! Mas antes <strong>de</strong> a espa<strong>da</strong> lhe acertar ele<br />

<strong>de</strong>sapareceu e reapareceu ao pé <strong>de</strong> Jesus.<br />

Maria e José olharam para ele com ar aflito e pediram-lhe aju<strong>da</strong>.<br />

Por magia, apareceu o seu berço <strong>de</strong> quando era bebé, a sua manta, o seu peluche e aquele lugar ficou<br />

igual a um quarto <strong>de</strong> bebé, tudo com a sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r.<br />

Nessa mesma altura chegaram os três reis magos e aconchegaram aquele bebé muito especial.<br />

Abriu-se um buraco no céu, o que fez com que ele voltasse para ao pé <strong>da</strong> casa velha.<br />

Correu para casa para o jantar <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e contou a todos os seus familiares, que já se estavam a<br />

preparar para comer a ementa especial: bacalhau, batatas, couve e um ovo cozido; <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>licioso!<br />

Mnham, mnham… Ah! e claro, por fim, as <strong>de</strong>liciosas sobremesas.


O António saiu <strong>da</strong> mesa e foi para a janela dizer baixinho:<br />

– Obrigado senhor, por esta aventura tão especial, pois assim percebi o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro espírito do <strong>Natal</strong>.<br />

João Pedro Fernan<strong>de</strong>s Costa, 4º A<br />

Escola EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


“O mal-estar dos duen<strong>de</strong>s”<br />

Num país distante, localizado no Pólo Norte, uns dias antes do <strong>Natal</strong>, vivia um homem muito velhinho com<br />

as suas gran<strong>de</strong>s e branquinhas barbas, muito conhecido por ser o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Um dia, <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong>, o Pai <strong>Natal</strong> acordou cheio <strong>de</strong> energia. Ele não viu a Mãe <strong>Natal</strong> na cama. Então,<br />

resolveu tentar encontrá-la. Procurou, procurou, mas não a achou. O único lugar on<strong>de</strong> não tinha investigado era a<br />

cozinha. O Pai <strong>Natal</strong> entrou em bicos <strong>de</strong> pés. Acen<strong>de</strong>u a luz e, <strong>de</strong> repente, saltaram duen<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os cantos e<br />

surgiu a Mãe <strong>Natal</strong> com um enorme e <strong>de</strong>licioso bolo nas mãos, para todos. Houve uma gran<strong>de</strong> festa, que foi<br />

totalmente uma algazarra…<br />

A seguir, o Pai <strong>Natal</strong> começou a ler as cartas <strong>da</strong>s crianças, enquanto os duen<strong>de</strong>s se queixavam: a uns, doía-<br />

lhes a barriga, a outros, a cabeça e uma dúzia <strong>de</strong>les não sabiam dos seus óculos.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> e a Mãe <strong>Natal</strong> ficaram muito angustiados, até que ela teve uma i<strong>de</strong>ia genial! Afirmou que se<br />

ambos fizessem os óculos necessários e se os outros duen<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scansassem, talvez ain<strong>da</strong> estivessem a tempo <strong>de</strong><br />

salvar o <strong>Natal</strong>, com muito esforço e <strong>de</strong>dicação…<br />

Já tinham passado alguns dias e, dos cem duen<strong>de</strong>s, só meta<strong>de</strong> estava saudável, pronta a trabalhar. Mas eles<br />

não <strong>de</strong>sistiram! Mesmo sem meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les, continuaram com fé e esperança a fazer as pren<strong>da</strong>s <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>s pelas<br />

crianças bem-comporta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> todo o mundo.<br />

Faltavam ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>z dias para o <strong>Natal</strong>, mas nessa altura já estariam todos curados...<br />

Cinco dias <strong>de</strong>pois, já estavam todos bem e os presentes prontos. To<strong>da</strong>s as crianças receberam as suas<br />

pren<strong>da</strong>s na noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e, então, o Planeta Azul ficou coberto <strong>de</strong> alegria e ternura!...<br />

E o Pai <strong>Natal</strong> apren<strong>de</strong>u que, com fé e confiança, se consegue tudo…<br />

Autora: Juliana<br />

3º ano A – Escola EB1 <strong>de</strong> Santa Cruz


Nunca ninguém viu um <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>stes!<br />

Os animais e o <strong>Natal</strong><br />

A Dona Maria e o Sr. José tinham ido passar o <strong>Natal</strong> a Belém. Eles tinham muitos animais.<br />

Estes soltaram-se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> acor<strong>da</strong>rem e começaram a perguntar:<br />

– O que vamos fazer hoje?<br />

Só um cão muito velho disse:<br />

– A Dona Maria e o Sr. José costumam festejar o <strong>Natal</strong>!<br />

E um gatinho perguntou:<br />

– O que é o <strong>Natal</strong>?<br />

E o cão respon<strong>de</strong>u:<br />

– O <strong>Natal</strong> é uma festa on<strong>de</strong> estamos todos juntos e recebemos pren<strong>da</strong>s.<br />

Todos resmungaram…<br />

– Mas eu não quero estar com ele… Eu não quero ficar contigo…<br />

E um porquinho <strong>da</strong> Índia disse:<br />

– Parem todos! Esta festa é para partilharmos!<br />

Os animais ficaram um pouco envergonhados do que tinham feito e pediram todos <strong>de</strong>sculpa.<br />

– E se não partilharmos, não recebemos pren<strong>da</strong>s – disse o cão.<br />

E o gato Dj disse:<br />

– Vou pôr música!<br />

O cavalo disse:<br />

– Eu ponho a mesa.<br />

O Ratatuy disse que fazia o jantar.<br />

Todos arranjaram trabalho. Quando tudo estava pronto, foram comer os petiscos do Ratatuy; estava óptimo,<br />

quiseram todos repetir.


O cão disse:<br />

– Os nossos donos costumam ir à Missa do Galo, mas nós po<strong>de</strong>mos rezar em frente à árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Todos concor<strong>da</strong>ram e pediram os seus maiores <strong>de</strong>sejos.<br />

Depois esperaram pelo Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Caiu <strong>da</strong> lareira um pouco <strong>de</strong> carvão e o porquinho <strong>da</strong> Índia disse:<br />

– Portámo-nos mal e o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>u-nos carvão.<br />

Mas uma voz ouviu-se:<br />

– Oh! Oh! Oh! Sou o Pai <strong>Natal</strong>!<br />

E <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> houve uma chuva <strong>de</strong> presentes.<br />

Só não havia nenhum para o porquinho <strong>da</strong> Índia!!! E o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>ixou cair outra pren<strong>da</strong>, com um bilhete, a<br />

dizer: “Obrigado por teres ensinado os animais a partilhar!”<br />

O porquinho abriu-a e era a boneca Sofia que sempre <strong>de</strong>sejara.<br />

Laura Toscano – 3ºano<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O NATAL DE JOÃO E MARIA<br />

O João e a Maria eram dois irmãos que viviam com os tios.<br />

Os seus pais tinham ido para Angola trabalhar e eles ficaram em Portugal para continuarem a estu<strong>da</strong>r,<br />

mas sempre com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos pais.<br />

Quando chegou o dia vinte e quatro <strong>de</strong> Dezembro, pela tardinha, procuravam pela rua um pinheiro <strong>de</strong><br />

<strong>Natal</strong>. Mas tinha <strong>de</strong> ser perfeito!<br />

Tinha <strong>de</strong> ter um raminho mais alto para a estrela ficar e tinha <strong>de</strong> ter forma aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> um coração<br />

para homenagear os pais que este <strong>Natal</strong> não podiam passá-lo com eles. Assim tinham uma lembrança no<br />

canto <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> estar.<br />

Os miúdos an<strong>da</strong>ram pela rua horas e horas à procura do pinheiro perfeito.<br />

O João interrogava-se:<br />

– Será que a mãe e o pai nos vão enviar um postal?<br />

– Claro que vão! – acrescentava a Maria.<br />

Foram para casa. Finalmente tinham encontrado o pinheiro perfeito.<br />

Quando chegaram a casa, foram enfeitar o pinheiro encontrado: o tio tratava <strong>de</strong> colocar as luzes na<br />

pare<strong>de</strong> e a tia <strong>de</strong> fazer o bacalhau e o cabrito.<br />

Antes do jantar, lá pelas <strong>de</strong>zassete horas e trinta minutos, tocaram à campainha. Quem seria?<br />

O João foi abrir. Eram os seus pais que, ao colo, traziam uma ca<strong>de</strong>la chama<strong>da</strong> Coração.<br />

O João nem queria acreditar … À sua frente estavam os seus pais. Que bela surpresa!<br />

– Viemos passar o <strong>Natal</strong> em família – disse a mãe.<br />

O João e os pais foram ter com a Maria e os tios à sala.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, chegaram os avós dos meninos e os seus primos.<br />

Tenho a certeza que este foi o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>sta família!<br />

Mafal<strong>da</strong> Oliveira<br />

4º A<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O <strong>Natal</strong> não é só pren<strong>da</strong>s<br />

No dia 24 <strong>de</strong> Dezembro, estavam o Matias e a sua irmã mais nova, Beatriz.<br />

A Beatriz só pensava nas pren<strong>da</strong>s, tal como os familiares que também pensavam um bocadinho nas<br />

pren<strong>da</strong>s.<br />

O Matias não, ele pensava noutras coisas do <strong>Natal</strong>!<br />

Foi a correr para a sala, on<strong>de</strong> estava o presépio e pegou no Menino Jesus e pensou:<br />

– Se eles pensassem que o <strong>Natal</strong> não é só pren<strong>da</strong>s!..<br />

Ele foi para o quarto muito triste, com o seu gato Bigo<strong>de</strong>s.<br />

– Matias, an<strong>da</strong> jantar! – chamou a mãe.<br />

– Está bem! – exclamou ele.<br />

E lá foi ele.<br />

No fim <strong>de</strong> jantar, Matias foi ver a sua lista <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s e leu o que tinha escrito: roupa, um superherói,<br />

paz e amor.<br />

Depois, chegaram uns amigos dos pais do Matias e <strong>da</strong> Beatriz.<br />

A lareira estava acesa. Era tão quentinho!<br />

O Matias fez um discurso que dizia:<br />

“O <strong>Natal</strong> não é só pren<strong>da</strong>s, também é paz, amor, alegria, e a família to<strong>da</strong> reuni<strong>da</strong>.”<br />

Todos ouviram muito bem. Gostaram tanto que até bateram palmas e os pais do Matias ficaram<br />

emocionados e o Bigo<strong>de</strong>s também gostou muito.<br />

– Obrigado! – agra<strong>de</strong>ceu o Matias.<br />

Quando chegou a meia-noite, todos abriram as pren<strong>da</strong>s e o Matias teve o que queria.<br />

À noite viram no céu uma estrela muito brilhante que fez lembrar a to<strong>da</strong> gente que era a estrela que<br />

guiou os três Reis Magos até ao estábulo on<strong>de</strong> nasceu o Menino Jesus.<br />

Maria Beatriz Girão Abreu nº 11 do 3º ano C<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


A viagem <strong>de</strong> Líria<br />

Era uma vez uma menina chama<strong>da</strong> Líria, que ain<strong>da</strong> tinha 6 anos. Ela não sabia o que era o <strong>Natal</strong>.<br />

Sempre que ia à escola, falavam-lhe do Pai <strong>Natal</strong> e muito mais do <strong>Natal</strong>.<br />

A melhor amiga <strong>da</strong> Líria começou a perceber que ela ain<strong>da</strong> não sabia o que era o <strong>Natal</strong>. Então, quando<br />

vinham as duas para a escola, a melhor amiga <strong>da</strong> Líria dizia-lhe:<br />

– O <strong>Natal</strong> é a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> para as crianças, e há quem diga que, na noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, o Pai <strong>Natal</strong> é que vai lá <strong>da</strong>r as<br />

pren<strong>da</strong>s, se escreveres uma carta a dizer o que queres.<br />

Passaram alguns dias, até que chegou a noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. A Líria pôs a sua carta junto à lareira e foi para a<br />

cama. Mas aconteceu um <strong>de</strong>sastre: a carta voou e queimou-se no fogo <strong>da</strong> lareira. Entretanto, o Pai <strong>Natal</strong> chegou e<br />

não viu nenhuma carta; por isso foi-se embora.<br />

Quando a Líria acordou, foi para a sala muito contente, mas ficou <strong>de</strong>siludi<strong>da</strong> por não ter nenhuma pren<strong>da</strong>.<br />

Bem, foi na mesma para a escola, com uma lágrima no olho. Até que foi divertido porque, no final, as amigas<br />

<strong>de</strong>ram pren<strong>da</strong>s à Líria.<br />

Quando chegou a casa, voltou a fazer uma carta, mas <strong>de</strong>sta vez foi para a cama e tentou ficar acor<strong>da</strong><strong>da</strong>. A<br />

Líria estava quase a adormecer quando, <strong>de</strong> repente, ouviu um barulho:<br />

– Hou, hou, hou! Feliz <strong>Natal</strong>!<br />

Era o Pai <strong>Natal</strong>!<br />

– Olá, Líria! Queres voar no trenó comigo? – perguntou o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

– Claro, claro! – exclamou a Líria.<br />

No dia seguinte, a Líria chegou à escola e contou as suas novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s aos colegas.<br />

E, quando se foi embora, foi a cantar uma canção:<br />

– <strong>Natal</strong>, <strong>Natal</strong><br />

Para mim especial<br />

Tive uma pren<strong>da</strong><br />

Sensacional<br />

Voei no trenó<br />

Do Pai <strong>Natal</strong>!<br />

Fim<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros<br />

Matil<strong>de</strong> Vieira Garcia <strong>de</strong> Oliveira – 3º Ano – Turma A


afun<strong>da</strong>va.<br />

presentes.<br />

S. Nicolau era um senhor barbudo e muito gordo.<br />

A BONDADE DE JESUS<br />

Era muito tímido, calado e às vezes ia visitar a sua mulher, a Sta. Maria.<br />

S. Nicolau era triste, não tinha amigos, nem netos e não tinha filhos.<br />

Um dia, ao passear pela floresta, avistou um riacho e nele havia uma pessoa a pedir socorro porque se<br />

S. Nicolau, ao ver aquilo, foi salvar a pessoa mas reparou que era um anjo!<br />

O anjo apresentou-se:<br />

– Eu sou o anjo Cristiano e vou chamar o meu chefe pela tua bon<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

– E quem é o teu chefe?<br />

– O meu chefe é Jesus. Vou chamá-lo.<br />

Pegou no telemóvel e zás! em sete segundos telefonou a Jesus e este veio.<br />

Jesus, encantado com a sua bon<strong>da</strong><strong>de</strong>, conce<strong>de</strong>u-lhe quatro <strong>de</strong>sejos e S. Nicolau pediu:<br />

– Quero ter amigos, filhos e netos. Quero também que durante o <strong>Natal</strong> haja um Pai <strong>Natal</strong> que distribua<br />

Jesus assim fez: S. Nicolau <strong>de</strong>sapareceu, a sua mulher também e foram parar à Lapónia.<br />

Encontraram uma fábrica e uma casa feita à maneira! Lá <strong>de</strong>ntro, um duen<strong>de</strong> chamava-os e o casal foi para o<br />

quentinho <strong>da</strong> casa. O duen<strong>de</strong> lá se apresentou:<br />

– Olá, chamo-me Joaquim. Quer dizer, duen<strong>de</strong> Joaquim.<br />

– Eu sou S. Nicolau e esta é a minha mulher.<br />

– Eu sou Sta. Maria, mulher <strong>de</strong> S. Nicolau.<br />

– Jesus disse-me que vocês vinham a caminho <strong>da</strong> Lapónia, por isso é que vos chamei cá para <strong>de</strong>ntro.<br />

Conversaram imenso, enquanto bebiam chá. Depois <strong>de</strong> duas horas <strong>de</strong> conversa, foram dormir.<br />

No dia seguinte, chegaram duen<strong>de</strong>s para aju<strong>da</strong>r a fazer pren<strong>da</strong>s, mas S. Nicolau pensava: “Estarei no Mundo<br />

<strong>da</strong> Fantasia?”<br />

Sta Maria <strong>de</strong>u à luz dois filhos: o João e a Isabel.


No dia 24 <strong>de</strong> Dezembro, à noite, todos estavam a carregar o trenó e S. Nicolau percebeu que os seus <strong>de</strong>sejos<br />

se realizavam.<br />

Preparou-se para a viagem e distribuiu todos os presentes.<br />

Chega a casa e fica muito contente ao ver a sua primeira neta: a Catarina!<br />

E foi assim o primeiro <strong>Natal</strong> na Terra…<br />

FIM


Uma pren<strong>da</strong> muito especial<br />

Na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, an<strong>da</strong>va uma menina a passear pelo parque quando olhou bem para as ruas e viu<br />

que elas estavam quase vazias e enfeita<strong>da</strong>s com belos enfeites <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Olhou para a agen<strong>da</strong> e viu que era<br />

24 <strong>de</strong> Dezembro. De repente, os pais ligam-lhe para o telefone e dizem-lhe:<br />

– Oh filha, oh filhinha, já está cá to<strong>da</strong> a tua família!<br />

– Oh pai, oh mãe, esqueci-me. Peço imensa <strong>de</strong>sculpa, já estou a caminho! – disse a menina que se<br />

chamava Beatriz.<br />

– Vem <strong>de</strong>pressa!!! – disseram os pais.<br />

A Beatriz <strong>de</strong>sligou o telefone e foi a correr para casa. Quando ela chegou a casa, já estava to<strong>da</strong> a<br />

gente na mesa. A Beatriz sentou-se mas, antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r comer, brindou dizendo:<br />

– Desejo paz, amor, alegria e saú<strong>de</strong> para to<strong>da</strong> a gente.<br />

To<strong>da</strong> a gente começou a comer. Quando terminaram, faltou a luz. To<strong>da</strong> a família começou a gritar <strong>de</strong><br />

medo. De repente, voltou a luz e os tios maternos disseram:<br />

– Pren<strong>da</strong>s! Prendinhas! Vamos abri-las.<br />

Abriram os presentes e a Beatriz tinha um <strong>papel</strong> a dizer:<br />

De: Amigo Secreto<br />

Para: Beatriz<br />

Ela ficou assusta<strong>da</strong> mas, ao mesmo tempo, estava feliz. Beatriz olhou para a janela e pareceu-lhe ver<br />

uma pessoa. Ela ficou assusta<strong>da</strong> mas tentou não <strong>da</strong>r nas vistas. Beatriz abriu o presente e ficou espanta<strong>da</strong>.<br />

Tinham-lhe <strong>da</strong>do um gato que tinha uma coleira muito brilhante on<strong>de</strong> estava escrito:<br />

ESTRELA


Beatriz percebeu que o gato era uma gata chama<strong>da</strong> Estrela. De repente, a campainha começou a<br />

tocar. A Beatriz abriu a porta e viu outra vez a pessoa que tinha visto pela janela. Era afinal o seu tio que lhe<br />

tinha <strong>da</strong>do uma gata.<br />

Depois foram todos dormir.<br />

No dia 25 <strong>de</strong> Dezembro os pais <strong>da</strong> Beatriz <strong>de</strong>ram à gata uma taça com ração.<br />

Assim foi o <strong>Natal</strong> <strong>da</strong> Beatriz.<br />

Patrícia Alexandra <strong>da</strong> Silva Pinheiro 3.º C<br />

Escola EB1 Montes Claros


Afonso sabe mais sobre o <strong>Natal</strong><br />

Era uma vez um menino chamado Afonso, que tinha 4 anos. Estava a aproximar-se o <strong>Natal</strong> e ele estava<br />

ansioso pela chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s.<br />

Na véspera <strong>da</strong> Noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, a avó do Afonso foi a casa <strong>de</strong>le para aju<strong>da</strong>r na preparação <strong>da</strong> ceia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Quando acabaram <strong>de</strong> fazer os doces, a avó do Afonso leu-lhe uma história sobre o menino Jesus:<br />

«No dia 25 <strong>de</strong> Dezembro, tinha nascido, em Belém, um menino chamado Jesus, filho do carpinteiro José e <strong>de</strong><br />

Maria. Uma estrela anunciou o nascimento do menino. Os reis magos, Baltazar, Belchior e Gaspar, foram visitá-lo e<br />

ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra. A seguir, vieram os pastorzinhos com as suas ovelhinhas e <strong>de</strong>ram uma a<br />

Jesus…»<br />

Quando acabou <strong>de</strong> ler a história, a avó do Afonso explicou-lhe que o presépio retrata o nascimento <strong>de</strong> Jesus.<br />

Por isso é que quase to<strong>da</strong>s as famílias o fazem nas suas casas.<br />

O Afonso ficou muito espantado, porque ele pensava que o <strong>Natal</strong> só existia para receber pren<strong>da</strong>s!<br />

Quando começou a escurecer, a avó foi para casa e o Afonso adormeceu a pensar em Jesus.<br />

No dia seguinte, o Afonso levantou-se e foi a correr para junto do presépio. A mãe foi à sala e perguntou-lhe<br />

porque ele estava a admirar o presépio e lembrou-lhe que à noite ia chegar o Pai <strong>Natal</strong>. O Afonso respon<strong>de</strong>u-lhe que<br />

o <strong>Natal</strong> não é só receber pren<strong>da</strong>s; também se festeja o nascimento <strong>de</strong> Jesus.<br />

A mãe ficou muito feliz por saber que o Afonso tinha aprendido a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira importância do <strong>Natal</strong>!<br />

Patrícia Cruz<br />

4ºA<br />

E.B.1 <strong>de</strong> Montes Claros


Per<strong>de</strong>mos o Pai <strong>Natal</strong><br />

O Pai <strong>Natal</strong> acordou, era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>…<br />

Como tinha recebido muitas cartas, começou a ler a primeira, on<strong>de</strong> estava um pedido <strong>de</strong><br />

uma coisa muito difícil para os duen<strong>de</strong>s construírem: um campo <strong>de</strong> futebol com sete metros <strong>de</strong><br />

altura e quarenta e sete metros <strong>de</strong> largura, com uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> à volta.<br />

Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os duen<strong>de</strong>s começaram a construir aquele brinquedo, mas<br />

<strong>de</strong>pressa viram que não tinham material suficiente.<br />

Todos estavam preocupados com o problema e o Pai <strong>Natal</strong> também, visto que o campo e a<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> brincar eram difíceis <strong>de</strong> concretizar. Então, ele teve <strong>de</strong> tomar medi<strong>da</strong>s drásticas: foi ao<br />

Pólo Sul buscar o que precisava.<br />

Sempre que era necessário, o Pai <strong>Natal</strong> ia arranjar os materiais a uma gruta e,<br />

habitualmente, aterrava perto <strong>de</strong>la; mas <strong>de</strong>sta vez, não. Foi apanhado por uma tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

neve e, por isso, ficou longe <strong>da</strong>quele local. Mas tinha ain<strong>da</strong> problemas maiores: uma <strong>da</strong>s suas<br />

renas tinha uma pata congela<strong>da</strong>. Mesmo assim e, como tinha <strong>de</strong> resolver a situação, <strong>de</strong>cidiu<br />

dirigir-se para a tal gruta e até encontrou pinguins e focas.<br />

Entretanto, na fábrica dos brinquedos, os duen<strong>de</strong>s e a Mãe <strong>Natal</strong> estavam preocupados com<br />

o Pai <strong>Natal</strong>. Tentaram localizá-lo mas a tempesta<strong>de</strong> interferia na localização e o sinal <strong>de</strong>le foi<br />

enfraquecendo… Mas, <strong>de</strong> repente, por um triz, a Mãe <strong>Natal</strong> lembrou-se <strong>de</strong> ter <strong>da</strong>do ao Pai <strong>Natal</strong><br />

uma maquineta que os duen<strong>de</strong>s construíram para comunicar com ele.<br />

Perto <strong>da</strong> gruta, ia o Pai <strong>Natal</strong> já bastante cansado, a maquineta “reagiu” e a Mãe <strong>Natal</strong><br />

perguntou:<br />

caminho.<br />

<strong>Natal</strong>.<br />

– Querido, estás bem? O que se passa?<br />

– Estou; tive apenas um problema por causa <strong>da</strong> neve – respon<strong>de</strong>u ele, continuando o seu<br />

– Tentámos localizar-te, mas a tempesta<strong>de</strong> está a interferir…<br />

– Não te preocupes, eu estou bem. A<strong>de</strong>us e <strong>de</strong>scansa; eu vou chegar bem – terminou, o Pai<br />

Ele continuou a an<strong>da</strong>r, chegou à gruta e colocou no saco o material necessário para fazer<br />

aquele brinquedo tão especial! Claro que também tratou <strong>da</strong> pata <strong>da</strong> sua rena!


Regressou à sua terra e foi à fábrica, on<strong>de</strong> todos o esperavam.<br />

Os duen<strong>de</strong>s ficaram felizes por po<strong>de</strong>rem realizar os sonhos <strong>da</strong>s crianças…<br />

O menino que recebeu o campo <strong>de</strong> futebol nem imagina as aventuras que ele “escon<strong>de</strong>”…<br />

Se soubesse, talvez lhe <strong>de</strong>sse ain<strong>da</strong> mais valor!<br />

Paulo <strong>da</strong> Eugénia<br />

3.º B<br />

Escola EB1 <strong>de</strong> Santa Cruz


O <strong>Natal</strong> do Hugo<br />

Era uma vez um menino chamado Hugo.<br />

O Hugo estava muito contente, porque os seus amigos iam passar o <strong>Natal</strong> com ele, mas ain<strong>da</strong> era <strong>de</strong><br />

manhã. A mãe do Hugo disse-lhe que ain<strong>da</strong> tinha muita coisa para fazer na casa <strong>da</strong> tia <strong>de</strong>le.<br />

O Hugo disse-lhe que não lhe apetecia ir e, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a mãe ficou satisfeita com aquela resposta<br />

porque ela ia comprar a pren<strong>da</strong> <strong>de</strong>le.<br />

O Hugo perguntou ao pai o que é que ele ia <strong>da</strong>r-lhe no <strong>Natal</strong> e o pai respon<strong>de</strong>u:<br />

– Não te digo. É uma surpresa.<br />

O Hugo não gostou <strong>da</strong> resposta do pai e disse:<br />

– Vá lá, diz-me qual é a pren<strong>da</strong> que tu me vais <strong>da</strong>r!?<br />

O pai, já farto <strong>da</strong> conversa, disse:<br />

– Já te disse que só posso dizer-te à meia noite e ponto final no assunto.<br />

Quando a mãe chegou, disse ao Hugo que iam os amigos e a família também ia.<br />

Depois foram almoçar os 3 juntos.<br />

À tar<strong>de</strong> foram comprar a pren<strong>da</strong> do primo, <strong>da</strong> tia e do tio do Hugo e a mãe disse:<br />

– Para o teu primo, <strong>de</strong>víamos comprar um jogo para a psp e para o teu tio e a tua tia <strong>de</strong>víamos<br />

comprar roupa.<br />

O Hugo disse que sim, muito rapi<strong>da</strong>mente, porque ele queria ir para casa o mais rápido possível.<br />

Quando o Hugo chegou a casa, foi montar a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> com a mãe.<br />

Quando ele acabou, foi para a televisão e <strong>de</strong>pois foi tentar ver os nomes <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s mas o pai<br />

apareceu e o Hugo teve <strong>de</strong> fingir que estava mal disposto, mas o pai não gostou muito <strong>da</strong> brinca<strong>de</strong>ira e disse:<br />

– Não se brinca com coisas sérias, e tu só po<strong>de</strong>s ver as pren<strong>da</strong>s à meia noite.<br />

O Hugo olhou para o relógio e viu que eram 8 horas <strong>da</strong> noite, quando tocou a campainha.<br />

Eram os amigos do Hugo que, mal chegaram, foram logo comer.<br />

Logo a seguir veio a família do Hugo, com um monte <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s!<br />

Depois <strong>de</strong> terem jantado e <strong>de</strong> ter passado um bocadinho <strong>de</strong> tempo, chegou a meia noite e todos<br />

abriram as pren<strong>da</strong>s.<br />

O Hugo recebeu muitas pren<strong>da</strong>s e até recebeu um postal com 216 euros <strong>da</strong> avó materna que não pô<strong>de</strong><br />

vir. O postal dizia:<br />

“Desejo-te muita paz, alegria, amiza<strong>de</strong>, pren<strong>da</strong>s, e bons momentos com a família e tudo <strong>de</strong> bom!<br />

Desculpa por ter faltado. Mando-te este dinheiro para comprares uma pren<strong>da</strong> e te lembrares <strong>de</strong> mim, a tua<br />

avó amiga. Avó Aldina”<br />

O Hugo muito contente por aquele postal e assim acabou este <strong>Natal</strong> divertido para ele e para a<br />

família.<br />

Pedro Romero Magalhães Pinheiro<br />

Escola EB1 <strong>de</strong> Montes Claros- 3º C


Um Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Vou-vos contar a história <strong>de</strong> um menino chamado Bernardo. Ele vivia numa al<strong>de</strong>ia perto <strong>de</strong><br />

Viana <strong>de</strong> Castelo com os avós, porque os pais estavam a viver em França on<strong>de</strong> tinham trabalho. O<br />

Bernardo já não via os seus pais há três anos, um ano porque nevou muito, outro porque não tinham<br />

dinheiro para viajar e o outro porque a mãe esteve doente. Nesses anos o Bernardo fazia a árvore <strong>de</strong><br />

<strong>Natal</strong> e o presépio com os avós e os pais man<strong>da</strong>vam-lhe muitas pren<strong>da</strong>s pelo correio.<br />

O Bernardo sentia-se bem com os avós, que adorava, aju<strong>da</strong>va a avó a fazer os sonhos e o avô<br />

a fazer a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Todos os anos, o Bernardo recebia imensas pren<strong>da</strong>s, mas sentia que<br />

faltava sempre qualquer coisa.<br />

Este <strong>Natal</strong>, o Bernardo estranhava que as pren<strong>da</strong>s dos pais ain<strong>da</strong> não tivessem chegado. Na<br />

Noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, estavam todos na mesa para jantar, até que alguém bateu á porta. «Quem será a esta<br />

hora <strong>da</strong> noite? Não estamos à espera <strong>de</strong> ninguém?» – pensaram eles.<br />

O Bernardo disse:<br />

– Deixem-se estar! Eu vou abrir a porta.<br />

O Bernardo abriu-a e, qual não foi o seu espanto, quando viu diante dos seus olhos a mãe e o<br />

pai, sem que na<strong>da</strong> o fizesse esperar.<br />

– Mamã! Papá! Que sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s! É tão bom ter-vos aqui este <strong>Natal</strong>! –exclamou o Bernardo.<br />

Nessa noite, o Bernardo não ligou às pren<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> porque a melhor pren<strong>da</strong> já ele tinha: a<br />

família to<strong>da</strong> reuni<strong>da</strong>.<br />

Rita Calhaz Loureiro Nº 21 , 4ºB<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros<br />

-FIM-


A menina do hospital<br />

Era dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e estava muito frio. Numa velha casa moravam duas crianças e seus pais. Era uma família<br />

muito pobre.<br />

As meninas, como eram muito pobres, já estavam habitua<strong>da</strong>s a não receber presentes no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Mas<br />

este <strong>Natal</strong>, era especial porque as meninas se tinham portado bem durante o ano. E, por isso, o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>ixou-lhes<br />

ficar à beira <strong>da</strong>s suas camas uma pren<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> uma.<br />

A irmã mais velha foi a primeira a acor<strong>da</strong>r. Ao reparar que estava um presente à beira <strong>da</strong> cama, acordou a<br />

irmã mais nova. Ao abri-los, viram que os presentes eram duas bonecas iguais. Ficaram muito contentes e<br />

começaram a brincar com elas.<br />

Os pais, ao ouvirem tanto barulho vindo do quarto <strong>da</strong>s meninas, foram ver o que se passava. Ao verem os<br />

presentes, ficaram admirados porque o Pai <strong>Natal</strong> nunca lhes tinha <strong>da</strong>do presentes.<br />

Como todos os anos, saíram para visitar as crianças no hospital. Foram <strong>de</strong> autocarro até ao Hospital<br />

Pediátrico. Entraram e repararam que estava todo enfeitado com coisas <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Tinha uma gran<strong>de</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

e muitas bolinhas pendura<strong>da</strong>s nas pare<strong>de</strong>s.<br />

Entraram no primeiro quarto on<strong>de</strong> estava uma menina a brincar com um jogo que tinha recebido no <strong>Natal</strong>.<br />

Conversaram com ela e <strong>de</strong>ram-lhe força para melhorar. Foram <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> a outros quartos on<strong>de</strong> falaram e<br />

brincaram com as crianças. Era o último quarto e as meninas entraram primeiro, olharam e viram uma menina<br />

pequena, <strong>de</strong>ita<strong>da</strong> na cama, com um ar muito triste. Falando com ela, perceberam que a sua tristeza era porque não<br />

tinha recebido nenhuma pren<strong>da</strong> no <strong>Natal</strong>. Depois <strong>de</strong> brincarem um bocadinho, a menina estava a ficar cansa<strong>da</strong> e<br />

adormeceu. Saíram <strong>de</strong>vagar do quarto, para não a acor<strong>da</strong>r. E como já tinham visitado todos os meninos, resolveram<br />

ir embora.<br />

Já estavam do lado <strong>de</strong> fora <strong>da</strong> porta do hospital, quando a filha mais nova disse aos pais para esperarem um<br />

bocadinho, porque ain<strong>da</strong> tinha <strong>de</strong> fazer uma coisa.<br />

Ao lembrar-se que a última menina com quem tinha falado não tinha nenhum presente, resolveu voltar ao<br />

quarto, entrou <strong>de</strong>vagar e <strong>de</strong>ixou a sua boneca ao lado <strong>da</strong> almofa<strong>da</strong> <strong>da</strong> menina, que se encontrava ain<strong>da</strong> a dormir.<br />

Saiu do quarto a correr e foi ter com os pais, dizendo que já podiam ir embora.<br />

Quando a menina acordou, ficou tão feliz ao ver a boneca, que nunca mais a <strong>de</strong>ixou.<br />

Aquele <strong>Natal</strong> foi o melhor <strong>de</strong> sempre, tanto para a família pobre, como para a criança no hospital, que<br />

recebeu a boneca <strong>da</strong> outra menina.<br />

Rúben Rodrigues Campos, nº 17 do 4º A<br />

EB1 <strong>de</strong> Montes Claros


O MEU MELHOR NATAL<br />

Mário era um menino que adorava jogos. Nesse <strong>Natal</strong> ia pedir uma consola.<br />

O <strong>Natal</strong> chegou e uma consola estava embrulha<strong>da</strong> naquele lindo <strong>papel</strong> azul, às riscas, bem<br />

enfeitado, <strong>de</strong>baixo do pinheiro. Não tardou a montá-la na televisão, com pressa mas com<br />

cui<strong>da</strong>do.<br />

A família preparava o jantar e ele aproveitou para jogar um bocadinho. Ligou-a e não <strong>de</strong>u.<br />

Tentou tirar a ficha e voltar a pô-la, mas não ligava. Então, <strong>de</strong>u uma pancadinha muito leve e<br />

pequenina como uma pena e … estava <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> televisão.<br />

Havia dois túneis: um, com uma porta <strong>de</strong> ferro e uma janela <strong>de</strong> vidro, tranca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> via<br />

a sala; a outra, com uma porta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e ao lado uma chave <strong>de</strong> prata, pendura<strong>da</strong> na pare<strong>de</strong>.<br />

Mário estava confuso, até que apareceu um Pai <strong>Natal</strong> digital e disse-lhe:<br />

– Escolhe o tutorial ou o nível um.<br />

O rapaz assustou-se e o Pai <strong>Natal</strong> ensinou-lhe como se jogava. Abriu a porta com a chave<br />

e, mesmo à sua frente, o nível um piscava. Mário avançava com coragem e pensava: “Já que<br />

estou preso aqui, mais vale divertir-me.” Entrou na porta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e o Pai <strong>Natal</strong>, à sua frente,<br />

passou-lhe o saco dos brinquedos e foi a voar ao seu lado, com as renas, mas subiu e<br />

<strong>de</strong>sapareceu no céu. O menino começou a an<strong>da</strong>r e a procurar os embrulhos escondidos que,<br />

automaticamente, eram postos no seu saco e a ver brinquedos que se mexiam à sua frente para<br />

ele lhes saltar em cima. A <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> altura, pensou alto: “O que acontecerá se me meter à<br />

frente <strong>de</strong>les?”<br />

Então experimentou. Pôs-se à frente <strong>de</strong> um carro <strong>de</strong> cor<strong>da</strong>, sentiu uma pequena vibração e<br />

uma dor, enquanto piscava. Piscou seis vezes. O contador <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>s marcava apenas nove.<br />

Divertido, chegou ao nível cinco e o ecrã marcava o fim do jogo.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> apareceu e Mário abraçou-o dizendo:<br />

– É tão bom vê-lo, mas como saio <strong>da</strong>qui?<br />

O Pai <strong>Natal</strong> só sabia respon<strong>de</strong>r:<br />

– Quer jogar <strong>de</strong> novo?<br />

Mário foi-se abaixo. Sentia-se triste. Enquanto pensava, <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> terra apareceu um<br />

comboio que o levou, numa <strong>da</strong>s carruagens, até aos túneis. O comboio <strong>de</strong>sceu e ele lá ficou,<br />

novamente, naquele lugar.<br />

Apenas num segundo, apareceu um dragão que, com a sua cau<strong>da</strong>, bateu na porta <strong>de</strong> ferro<br />

e partiu-a. No segundo seguinte, evaporou-se. Mário sentiu frio, <strong>de</strong>pois calor e então, um gran<strong>de</strong><br />

furacão apareceu e levou-o pela porta parti<strong>da</strong>.<br />

A tremer, reparou que estava em casa, com o comando na mão, vendo o Pai <strong>Natal</strong><br />

perguntar se ele queria jogar <strong>de</strong> novo. Desligou a consola e dizia baixinho:<br />

– Ain<strong>da</strong> bem que voltei; ain<strong>da</strong> bem que estou vivo; como po<strong>de</strong> aquilo ter sido real?!


A tia chamou-o para comer e lá foi, mantendo a confusão em segredo, sempre sorrindo<br />

com um sorriso feliz e maroto naquele que seria, provavelmente, o seu melhor <strong>Natal</strong>.<br />

Ana Laura Dengucho nº 1 6ºC


NA LAPÓNIA, COM O PAI NATAL<br />

Era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e eu estava com a minha família em casa a <strong>de</strong>sfrutar <strong>da</strong>quele dia maravilhoso. À<br />

tar<strong>de</strong> tinha ido brincar com os meus primos e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> batalha <strong>de</strong> bolas <strong>de</strong> neve fomos todos<br />

jantar. Por fim sentámo-nos nos sofás a conversar uns com os outros.<br />

De repente, ouvimos o relógio a <strong>da</strong>r as doze ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>s, o que significava que o Pai <strong>Natal</strong> vinha aí<br />

para <strong>de</strong>ixar as pren<strong>da</strong>s. Neste ano não pedi na<strong>da</strong> ao Pai <strong>Natal</strong>, porque o que eu queria ter era uma viagem até<br />

à casa do Pai <strong>Natal</strong>, que fica na Lapónia. A Lapónia situa-se na Finlândia, no Norte <strong>da</strong> Europa. Mas,<br />

continuando, nunca tinha visto o Pai <strong>Natal</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro porque lá em casa quem se faz passar por ele é o meu<br />

primo João ou então o meu tio André…<br />

Então eu vi que tanto o meu tio André como o meu primo João estavam lá e não faltava ninguém, o<br />

que queria dizer que este <strong>Natal</strong> ia ver o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro Pai <strong>Natal</strong>!<br />

Ao som <strong>da</strong> última ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>, ouvimos um barulho que vinha do telhado e que foi <strong>de</strong>scendo até à<br />

lareira. A seguir, TUUUMBBA!: viu-se um senhor <strong>de</strong> barbas brancas e <strong>de</strong> fato vermelho a sair <strong>da</strong> lareira,<br />

com o rabo ar<strong>de</strong>r por causa <strong>de</strong> cair em cima do fogo. Pelos vistos, o senhor não tinha reparado que tínhamos<br />

a lareira acesa.<br />

Eu fui buscar o extintor para apagar o fogo que estava no rabo do senhor. E quando o fogo se apagou<br />

o senhor agra<strong>de</strong>ceu-me:<br />

– Obriga<strong>da</strong>, minha jovem. Ho! Ho! Ho!<br />

Depois <strong>de</strong>sta frase é que percebi quem era aquele senhor <strong>de</strong> barbas brancas e <strong>de</strong> fato vermelho: era o<br />

Pai <strong>Natal</strong>. Fiquei tão emociona<strong>da</strong> que não sei explicar o que senti. Então, arranjei coragem para falar:<br />

– O senhor é mesmo o Pai <strong>Natal</strong>?<br />

– Sim, sou. Ao olhares para mim notas logo, a não ser a parte <strong>de</strong> eu ter as calças queima<strong>da</strong>s…<br />

Fui logo buscar um copo <strong>de</strong> leite e bolachinhas para o Pai <strong>Natal</strong>. Quando acabou <strong>de</strong> beber o leite e <strong>de</strong><br />

comer as bolachinhas, disse:<br />

– Ora bem, vou entregar os presentes.<br />

Entregou muitos e muitos presentes, mas na<strong>da</strong> para mim. No fim virou-se para mim e disse:<br />

– Vou levar-te à Lapónia, porque pediste muito.<br />

Dei então um beijo a todos e parti com o Pai <strong>Natal</strong>. Ao entrar no trenó fiz uma festinha em ca<strong>da</strong> rena<br />

e <strong>de</strong>pois disso não sei o que aconteceu, porque adormeci. Se calhar porque já era tar<strong>de</strong>.


Quando acor<strong>de</strong>i estava a chegar à Lapónia, que é um sítio coberto <strong>de</strong> neve. Havia ali uma<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do Pai <strong>Natal</strong> – foi o que ele disse – que tinha quatro pavilhões: a casa do Pai <strong>Natal</strong>, a garagem<br />

do trenó, a fábrica <strong>de</strong> brinquedos e a estação <strong>de</strong> embrulhos.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> levou-me a sua casa para conhecer a Mãe <strong>Natal</strong>. Batemos à porta e apareceu uma<br />

senhora vesti<strong>da</strong> com um fato igual ao do Pai <strong>Natal</strong>. Fiz as contas e, aparentemente, estava a <strong>da</strong>r <strong>de</strong> caras com<br />

a Mãe <strong>Natal</strong>! A senhora foi muito simpática, ofereceu-me chocolate quente e bolachas <strong>de</strong> chocolate e<br />

insistiu, tal como o Pai <strong>Natal</strong>, para que eu me sentasse na poltrona vermelha e não no banco mais pequeno.<br />

Conversámos e fomos ver a casa. Era lin<strong>da</strong> e espaçosa.<br />

A seguir fui ver a garagem do trenó. Quando lá entrei o trenó já tinha sido limpo pelos duen<strong>de</strong>s,<br />

porque eles estavam sentados a comer na mesa <strong>da</strong> garagem. Disse “olá!” a todos e a seguir olhei para as<br />

prateleiras que tinham fotografias <strong>da</strong>s renas voadoras, que também estavam a <strong>de</strong>scansar na sua parte <strong>da</strong><br />

garagem – elas dormem lá.<br />

Depois fui visitar a fábrica dos brinquedos. Era enorme e tinha bancas para fazer os brinquedos, pois<br />

os duen<strong>de</strong>s fazem-nos à mão. Vi bonecas, bicicletas, trotinetas e muito mais. E o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>ixou-me levar<br />

algumas coisas para a minha família. É que ele é muito simpático.<br />

Por último, fui observar a estação <strong>de</strong> embrulhos. Os embrulhos são feitos com muito cui<strong>da</strong>do pelos<br />

duen<strong>de</strong>s. Eles fazem tudo perfeito e a seguir colocam o laço. É um processo difícil <strong>de</strong> fazer.<br />

Acabei, por fim, a visita. Despedi-me <strong>de</strong> todos, entrei no trenó com as pren<strong>da</strong>s para a minha família e<br />

viajei até casa por cima <strong>de</strong> terras completamente cobertas <strong>de</strong> neve. Quando cheguei a casa, <strong>de</strong>i um beijo ao<br />

Pai <strong>Natal</strong> e fui dormir, pois estava estafa<strong>da</strong>.<br />

Ana Luísa Figueiredo – 5.º B


Uma Noite no País do Pai <strong>Natal</strong><br />

Na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, estavam to<strong>da</strong>s as pessoas no País do Pai <strong>Natal</strong>, ansiosas para se reunirem com<br />

as suas famílias, e à meia-noite receberem os presentes.<br />

De repente, numa casa, bateram à porta <strong>de</strong> uma forma muito aflita. Era o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

– Pai <strong>Natal</strong>, o que se passa?! Magoou-se?! Ou alguma <strong>da</strong>s renas está doente e não po<strong>de</strong> viajar?! –<br />

perguntou, muito preocupado, um menino, que vivia naquela casa.<br />

– Não! Não é isso! Esqueci-me que amanhã já é <strong>Natal</strong>, e ain<strong>da</strong> não preparei nenhuns presentes.<br />

Esqueci-me completamente! Não sei o que se passou! Eu acho é que estou muito velho e com Alzheimer!<br />

Por isso vim pedir-lhe aju<strong>da</strong> – disse o Pai <strong>Natal</strong> aflito, quase a chorar.<br />

– Entre e sente-se, Pai <strong>Natal</strong>, beba um copo <strong>de</strong> água e tome uma calmante! – disse o menino, que<br />

correu pela casa a chamar a família.<br />

– Eu só quero que digam a to<strong>da</strong> a gente <strong>de</strong>ste país que me venha aju<strong>da</strong>r e o mais <strong>de</strong>pressa possível!<br />

Se todos os habitantes do meu País se reunirem para fazerem brinquedos e quaisquer outros presentes<br />

improvisados, po<strong>de</strong> ser que não <strong>de</strong>ixe as pessoas <strong>de</strong> todo o Mundo tristes.<br />

– Vamos já tratar disso!<br />

Quando to<strong>da</strong> a gente <strong>da</strong>quela zona do país se reuniu, o Pai <strong>Natal</strong> começou a distribuir tarefas, mas<br />

sem conseguir <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> contar o que lhe tinha acontecido e <strong>de</strong> se lamentar.<br />

Um grupo foi a to<strong>da</strong>s as escolas avisar os professores e os alunos. Não se podiam esquecer <strong>de</strong> avisar<br />

que os coor<strong>de</strong>nadores eram os professores <strong>de</strong> E.V.T. e <strong>de</strong> Área <strong>de</strong> Projecto, porque estas áreas eram as que<br />

tinham mais jeito para fazer brinquedos.<br />

Outro grupo foi ter com os políticos, porque como eles falavam muito, eram bons para escrever<br />

livros e dicionários, alguns até ofereciam as gravatas que eles não precisavam para <strong>da</strong>r como presentes.<br />

rabana<strong>da</strong>s.<br />

O terceiro grupo foi chamar todos os cozinheiros, para fazerem bolos, biscoitos, chocolates, doces e<br />

Os agricultores foram alertados para irem apanhar frutas, legumes, flores, ovos para outro grupo<br />

distribuir estes produtos por cestos que estavam a ser feitos por cesteiros <strong>da</strong>quele país.<br />

Outro grupo pediu aos carpinteiros para aju<strong>da</strong>rem as pessoas que queriam fazer brinquedos em<br />

ma<strong>de</strong>ira e outros materiais.


Na manhã seguinte, ninguém tinha dormido naquele país, mas estavam felizes, pois o Pai <strong>Natal</strong> podia<br />

distribuir presentes por todo o Mundo. Eram presentes diferentes do habitual, mas também eram mais<br />

económicos, mais amigos do ambiente e <strong>de</strong> certeza que as pessoas iam ficar mais contentes com as suas<br />

pren<strong>da</strong>s muito especiais.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> foi ao sótão <strong>de</strong> sua casa, on<strong>de</strong> tinha guar<strong>da</strong>do pren<strong>da</strong>s que tinham sobrado <strong>de</strong> anos<br />

anteriores, e resolveu <strong>da</strong>r esses presentes às pessoas do País do Pai <strong>Natal</strong>, como recompensa do trabalho<br />

árduo e duro, mas que teve bons resultados, porque todos o aju<strong>da</strong>ram <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>.<br />

A partir <strong>da</strong>quele <strong>Natal</strong>, o Pai <strong>Natal</strong> e os habitantes do seu País <strong>de</strong>cidiram que passariam a ser eles a<br />

fazer as pren<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, porque era uma maneira <strong>de</strong> poupar dinheiro e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o ambiente, sem prejudicar<br />

a festa <strong>da</strong>s famílias.<br />

Ana Teresa <strong>da</strong> Costa Fonseca, 5º B - Nº 6


O MENINO QUE NÃO GOSTAVA DO PAI NATAL<br />

Era uma vez um menino que não gostava do Pai <strong>Natal</strong>, não se sabia porquê. Devia ser por<br />

não lhe <strong>da</strong>r o que ele queria ou porque era uma invenção para animar os mais pequenos. Apenas<br />

o <strong>de</strong>testava.<br />

Os pais, os familiares e os amigos tentavam convencê-lo a dizer a razão, para o po<strong>de</strong>rem<br />

aju<strong>da</strong>r, mas ele não dizia.<br />

Sentia-se infeliz por as pessoas não gostarem <strong>de</strong>le como era. Só uma pessoa tinha<br />

esperança em si e gostava <strong>de</strong>le, o avô que, quando era pequeno, também não gostava do Pai<br />

<strong>Natal</strong>. Um dia disse-lhe:<br />

– Olha, quando eu era pequeno, também não gostava do Pai <strong>Natal</strong> e agora já gosto. Sabes<br />

o que fez com que isso acontecesse?<br />

alegremente.<br />

– Não – respon<strong>de</strong>u, tristemente, o menino.<br />

– Uma viagem ao Mundo do Pai <strong>Natal</strong> para o conhecer melhor – murmurou o avô,<br />

– Levas-me lá? Eu quero ir – disse o menino, já feliz.<br />

E assim foi. No dia seguinte, tal como prometido, o avô e o menino partiram, através <strong>de</strong> um<br />

portal mágico que se encontrava no sótão <strong>da</strong> casa, para o Mundo do Pai <strong>Natal</strong>. Ele tinha trazido<br />

fatos <strong>de</strong> duen<strong>de</strong>s, para passarem <strong>de</strong>spercebidos, pois o Pai <strong>Natal</strong> não o iria reconhecer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

última vez que lá fora.<br />

Deram início à sua caminha<strong>da</strong>, através <strong>de</strong> florestas, ringues <strong>de</strong> gelo, pequenas al<strong>de</strong>ias, até<br />

chegarem à gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong>, lá em cima no monte, se encontrava o Palácio do Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Eles, para chegarem lá, tinham <strong>de</strong> passar pelos guar<strong>da</strong>s. Assim, seriam apanhados e<br />

levados para a prisão. Lá, o Pai <strong>Natal</strong> iria visitá-los, para ver quem entrara no seu mundo. Depois,<br />

contariam a história to<strong>da</strong>, a vez que o avô lá estivera, etc. De certeza que o Pai <strong>Natal</strong> os <strong>de</strong>ixaria<br />

conhecê-lo melhor e o problema ficaria resolvido.<br />

E assim fizeram, tendo acontecido tudo como planearam.<br />

Entretanto, em casa do menino, a família continuava à sua procura.<br />

Primeiro, foram conhecer a casa do Pai <strong>Natal</strong> e os prémios que tinham ganho. O menino<br />

começou a gostar um pouco mais do Pai <strong>Natal</strong>! A seguir, foram <strong>da</strong>r um passeio pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

observar as casas, as famílias <strong>de</strong> duen<strong>de</strong>s, as lojas e as alterações que o Pai <strong>Natal</strong> fizera<br />

naquele Mundo. Depois, foram ver as renas e a forma como ele as tratava. O menino gostava<br />

ain<strong>da</strong> mais do Pai <strong>Natal</strong>! Logo <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, foram ver a fábrica <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s e os duen<strong>de</strong>s a<br />

trabalharem, felizes. Finalmente, o trenó com o saco cheio <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s. O rapaz olhou para as<br />

suas e viu que o Pai <strong>Natal</strong> lhe ia <strong>da</strong>r o que ele queria.<br />

A partir <strong>de</strong>ste dia, o menino nunca mais odiou o Pai <strong>Natal</strong>.


O rapaz e o avô voltaram para o seu mundo, para a sua casa, alegres. A família<br />

reencontrou-os, já preocupa<strong>da</strong>. Eles disseram que estava tudo bem.<br />

André Teixeira nº 5 6ºC


Sofia salva o <strong>Natal</strong><br />

Era uma vez uma menina chama<strong>da</strong> Sofia que tinha onze anos.<br />

Era época <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e, certo dia, os pais <strong>de</strong>cidiram ir viajar para a Finlândia, um país<br />

pequenino e longínquo, pois queriam passar algum tempo longe <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong> todos, ou seja, ter<br />

paz e sossego. Sofia ficou em casa pois os seus pais confiavam nela.<br />

Na <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong>, Sofia foi à janela ver os pais partir. Mal arrancaram, ela começou aos pulos,<br />

muito contente, pois duas semanas em casa sozinha, sem ter <strong>de</strong> fazer o que os pais man<strong>da</strong>vam,<br />

era o seu sonho.<br />

Cinco dias <strong>de</strong>pois, já estava farta <strong>de</strong> estar sozinha; até já sentia sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos pais.<br />

Durante a noite, ouviu um barulho vindo <strong>da</strong> cave. Com medo, levantou-se e <strong>de</strong>sceu as<br />

esca<strong>da</strong>s. Estas rangiam a ca<strong>da</strong> passo que <strong>da</strong>va.<br />

Ao chegar ao fundo <strong>da</strong>s esca<strong>da</strong>s, olhou para a porta <strong>da</strong>s traseiras e reparou que alguém a<br />

tentava abrir. Sentiu um calafrio, subiu as esca<strong>da</strong>s até à arreca<strong>da</strong>ção, tirou <strong>de</strong> lá alguns sacos <strong>de</strong><br />

farinha, foi até ao quarto, pôs-se na varan<strong>da</strong> que ficava por cima <strong>da</strong> cave e viu que alguém<br />

tentava assaltar a casa.<br />

Eram dois homens com gorros pretos <strong>de</strong> flanela, casaco comprido e castanho e com uma<br />

cara <strong>de</strong> malvados.<br />

Sofia abriu os sacos, um por um, muito <strong>de</strong>vagarinho que era para aqueles dois patifes não<br />

repararem que alguém os observava.<br />

Pegou nos sacos cheios <strong>de</strong> farinha e atirou-os contra os dois homens.<br />

Eles, cheios <strong>de</strong> farinha, olharam para cima para ver quem é que tinha feito aquilo, mas só<br />

ouviram uma risa<strong>da</strong> agu<strong>da</strong>.<br />

Depois <strong>de</strong> algum tempo a tentarem abrir a porta, lá conseguiram entrar na casa. Sofia ficou<br />

cheia <strong>de</strong> medo; então foi até ao quarto <strong>de</strong> arrumações e tirou <strong>de</strong> lá vários bal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tinta<br />

vermelha e peganhenta, pois previa uma gran<strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para aqueles patifes.<br />

dizer:<br />

Entraram, subiram as esca<strong>da</strong>s e foram <strong>da</strong>r à sala <strong>de</strong> estar. Foi então que ouviram alguém<br />

– Ei! Vocês aí em baixo.<br />

Olharam para cima, mas já só conseguiram ver bal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tinta vermelha e peganhenta a<br />

cair sobre eles.<br />

Cheios <strong>de</strong> tinta, ouviram algo ranger, olharam outra vez para cima, mas <strong>de</strong> novo não viram<br />

na<strong>da</strong>, apenas um enorme can<strong>de</strong>labro que caiu também sobre eles. Sem se po<strong>de</strong>rem mexer com<br />

tantas dores, ficaram ali <strong>de</strong>itados no chão.<br />

– Ah, ah, ah. – riu-se Sofia.<br />

– Nunca se <strong>de</strong>viam ter metido com Sofia Melo Oliveira – continuou.


Foi então que ouviu carros a pararem em frente <strong>de</strong> sua casa. As pessoas que se<br />

encontravam <strong>de</strong>ntro dos carros saíram e aí ela viu que se tratava dos seus pais e <strong>da</strong> polícia que<br />

tinham sido informados pelos vizinhos <strong>de</strong> que a casa estava a ser assalta<strong>da</strong>.<br />

Os pais, como os polícias, entraram muito preocupados, com medo que tivesse<br />

acontecido alguma coisa à menina.<br />

Entraram e nem queriam acreditar no que viam, pois nunca imaginariam que uma menina<br />

<strong>de</strong> apenas onze anos capturasse os maiores ladrões que estavam a ser procurados pela polícia<br />

há mais <strong>de</strong> quatro anos.<br />

mérito.<br />

Vendo aquilo, agra<strong>de</strong>ceram a Sofia o que tinha feito e até lhe <strong>de</strong>ram uma me<strong>da</strong>lha <strong>de</strong><br />

Deste dia em diante Sofia foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a menina que salvou o <strong>Natal</strong>.<br />

Brigite Lacer<strong>da</strong> 6ºF


O Terrível Pai <strong>Natal</strong><br />

Todos os dias, noutra dimensão, a dimensão <strong>da</strong> Pai <strong>Natal</strong>, os elfos e os duen<strong>de</strong>s<br />

trabalhavam para fazer os brinquedos a tempo para os meninos bem comportados.<br />

Enquanto isso, to<strong>da</strong>s as noites, na gruta do Terrível Pai <strong>Natal</strong>, as bruxas e os feiticeiros<br />

trabalhavam para fazer sustos para os meninos mal comportados.<br />

Durante dois mil anos, os dois Pais Natais lutaram para manter equilíbrio entre as<br />

crianças más e as crianças boas. Mas um dia, o Terrível Pai <strong>Natal</strong> estava zangado com tudo e<br />

<strong>de</strong>cidiu pregar uma parti<strong>da</strong> ao Pai <strong>Natal</strong>. Preparou uns brinquedos <strong>de</strong> guerra e seleccionou os<br />

sustos mais arrepiantes.<br />

Para se po<strong>de</strong>r atravessar <strong>da</strong> dimensão <strong>da</strong> Terra para a dimensão do Pai <strong>Natal</strong>, ou<br />

“Mundo dos Brinquedos”, assim chamado pelos humanos, precisava <strong>de</strong> 48 renas e <strong>de</strong> um<br />

trenó especial.<br />

Chegou à loja <strong>de</strong> produtos mágicos, que só podia ser vista por seres mágicos, e<br />

perguntou ao assistente <strong>da</strong> loja:<br />

– Ó vagabundo, hoje preciso <strong>de</strong> pregar uma parti<strong>da</strong> ao Pai <strong>Natal</strong>. Ven<strong>de</strong>s-me as tuas<br />

melhores renas e um trenó especial?<br />

– Desculpe – respon<strong>de</strong>u o empregado embaraçado – nós não temos o trenó mágico; ele<br />

foi retirado <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s pois causavam dores <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o usarmos.<br />

O Terrível Pai <strong>Natal</strong> ficou tão furioso que levou as renas e esqueceu--se <strong>de</strong> pagar.<br />

Chegou à gruta e foi à válvula do tempo, parou o tempo no Mundo dos Brinquedos e<br />

no mundo real, excepto na sua própria gruta.<br />

Descongelou os elfos e os duen<strong>de</strong>s, que já há dois mil anos tinha recebido como<br />

pren<strong>da</strong> do Pai <strong>Natal</strong>, e mandou que parassem <strong>de</strong> fazer brinquedos malévolos e começassem a<br />

fazer um trenó mágico.<br />

Ao fim <strong>de</strong> duas horas <strong>de</strong> trabalho, veio uma bruxa ter com o Terrível Pai <strong>Natal</strong> e<br />

exclamou o seguinte:<br />

usado.<br />

– Doutor Terrível Pai <strong>Natal</strong>, tenho a honra <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar que o trenó está pronto a ser<br />

Preparando-se para partir, agarrou nas renas e <strong>de</strong>spediu-se <strong>de</strong> todos.


trenó.<br />

De repente, abriu-se um portal no céu, on<strong>de</strong> o Terrível Pai <strong>Natal</strong> iria passar com o<br />

Quando chegou, estava o parque <strong>de</strong> estacionamento secreto cheio.<br />

Depois <strong>de</strong> conseguir um lugar, pensou melhor se <strong>de</strong>via fazer aquilo a um colega, mas<br />

não <strong>de</strong>sistiu. Em vez <strong>de</strong> assustar o Pai <strong>Natal</strong>, iria arruinar o <strong>Natal</strong>, <strong>de</strong>struindo a fábrica.<br />

Entrou no palácio e dirigiu-se à fábrica.<br />

Pensou que o Pai <strong>Natal</strong> nunca lhe iria fazer aquilo; por isso, arrependido, voltou a<br />

correr para o trenó.<br />

Qual não foi o seu espanto quando, ao chegar ao trenó, viu um presente. Abriu e<br />

<strong>de</strong>parou-se com uma lin<strong>da</strong> moldura com uma fotografia dos dois Pais <strong>Natal</strong> a divertirem-se.<br />

Durante to<strong>da</strong> a viagem, chorou e chorou.<br />

Quando chegou à gruta, <strong>de</strong>parou-se com uma festa do Pai <strong>Natal</strong>; estavam lá todos os<br />

seus amigos.<br />

O Terrível Pai <strong>Natal</strong> ficou tão emocionado que jurou nunca mais fazer mal às pessoas.<br />

Flávia Viegas Simões Nº10 6ºF


O Pai <strong>Natal</strong> em minha Casa<br />

No <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> 2005, eu estava senta<strong>da</strong> ao pé do meu avô e pedi-lhe para me contar uma história<br />

diferente. Então ele começou a contar:<br />

“Há alguns anos atrás, o Pai <strong>Natal</strong> do Sul telefonou-me a dizer que o seu irmão gémeo, o Pai <strong>Natal</strong><br />

do Norte, estava doente e, por isso, precisava <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>. Os brinquedos não estavam acabados nem<br />

embrulhados, como habitualmente, e as crianças iriam ficar muito tristes, sobretudo as que tinham pais<br />

pobres e estavam sempre a contar com a visita do Pai <strong>Natal</strong>.”<br />

Como eu fiquei com cara <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> espanto, o meu avô explicou-me que havia dois irmãos gémeos<br />

que viviam nas Terras Altas <strong>da</strong> Etiópia, on<strong>de</strong> existia a magnífica fábrica <strong>de</strong> brinquedos. Eles tinham<br />

escolhido aquele sítio por ficar mais ou menos a meio <strong>da</strong> Terra, perto <strong>da</strong> linha do Equador, o que facilitava a<br />

entrega dos presentes no <strong>Natal</strong>. Um Pai <strong>Natal</strong> fazia a distribuição no hemisfério norte, o outro no sul. Fiz <strong>de</strong><br />

conta que tinha percebido bem o que o meu avô tinha acabado <strong>de</strong> dizer e acenei com a cabeça, embora<br />

estivesse bastante baralha<strong>da</strong> com aquilo tudo dos dois gémeos e <strong>da</strong> Etiópia que fica em África e não na<br />

Lapónia on<strong>de</strong> eu pensava que o Pai <strong>Natal</strong> vivia; mas, enfim, pedi para continuar a história.<br />

“É claro que não podia abandonar os meus amigos naquela situação. Fiz a mala, apanhei o avião <strong>de</strong><br />

Lisboa para a Etiópia, com <strong>de</strong>stino a Adis Abeba, que é a capital <strong>da</strong>quele país.<br />

Infelizmente, surgiu um imprevisto. Quando saí do aeroporto, chamei um táxi e perguntei se me<br />

podia levar à fábrica dos brinquedos. O taxista riu-se e gozou comigo, dizendo que eu era mais um tanso que<br />

ain<strong>da</strong> acreditava no Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Estava <strong>de</strong>sesperado e sentei-me no chão <strong>de</strong> braços cruzados; não havia transporte para as Terras<br />

Altas <strong>da</strong> Etiópia. Ao longe, avistei um burro com um sino ao pescoço que me fez lembrar o Rodolfo. Fui a<br />

correr. O animal, que parecia estar à minha espera, <strong>de</strong>ixou-me montá-lo e começou a an<strong>da</strong>r. Deixei-me guiar<br />

e, em pouco tempo, cheguei à fábrica. Nem queria acreditar!<br />

Bati à porta, porém ninguém a abriu ou respon<strong>de</strong>u. Como estava aberta, empurrei-a e entrei. A<br />

fábrica estava <strong>de</strong>serta e havia um silêncio aterrador, o que me fez pensar que os dois gémeos tinham<br />

adoecido e que não ia haver <strong>Natal</strong> para ninguém, pelo menos como até àquela altura. Mas, atrás <strong>de</strong> mim,<br />

apareceu o meu velho amigo Pai <strong>Natal</strong> do Sul, <strong>de</strong> t-shirt colori<strong>da</strong> e calções às flores. Abraçou-me e<br />

agra<strong>de</strong>ceu-me imenso por ter ido. Convidou-me para almoçar no rico salão on<strong>de</strong> afinal estava to<strong>da</strong> a gente.<br />

Quando entrei, fui recebido como um herói, com uma gran<strong>de</strong> salva <strong>de</strong> palmas.<br />

Sentei-me na mesa entre os dois irmãos e verifiquei que era mesmo impossível ao Pai <strong>Natal</strong> do Norte<br />

an<strong>da</strong>r a distribuir os presentes tão constipado. Começámos a comer. A sopa estava <strong>de</strong>liciosa e o peru com<br />

batatinhas assa<strong>da</strong>s também não estava na<strong>da</strong> mau, mas o que gostei mais foi <strong>da</strong> gelatina <strong>de</strong> folhinhas <strong>de</strong><br />

bambu com manga.<br />

Após o almoço, ca<strong>da</strong> um foi para o seu lugar, trabalhando arduamente.<br />

No final do segundo dia, o trabalho estava mesmo bastante adiantado. Parecia que tudo ia finalmente<br />

correr bem. Só o Pai <strong>Natal</strong> do Norte, coitado, é que continuava cheio <strong>de</strong> febre e embrulhado em grossos


cobertores. Iria ser impossível distribuir os presentes no hemisfério norte. Não havia alternativa: eu tinha<br />

forçosamente que apren<strong>de</strong>r a conduzir o trenó.<br />

Fui ter com o Pai <strong>Natal</strong> do Sul e sentei-me no trenó. Ele explicou-me, por alto, como <strong>de</strong>via fazer<br />

mas, como estava ansioso, levantei logo voo. Mal tinha subido uns vinte metros, o pior aconteceu: não<br />

consegui controlar as renas, o trenó virou-se e caí em cima <strong>de</strong> um monte <strong>de</strong> palha. O meu amigo veio ter<br />

comigo para saber se estava bem e <strong>de</strong>u-me mais umas dicas: <strong>da</strong>r gomas às renas e tratar com especial<br />

atenção o Rodolfo, afinal era o chefe e já se sabia <strong>da</strong> vai<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>le e blá, blá, blá, blá…<br />

Voltei a levantar <strong>de</strong>vagarinho e tudo correu bem. As recomen<strong>da</strong>ções do Pai <strong>Natal</strong> do Sul tinham<br />

resultado. Aterrei com suavi<strong>da</strong><strong>de</strong> e achei que estava preparado. Vesti o fato tradicional vermelho.<br />

Tinha chegado a altura e só precisava <strong>de</strong> acreditar que tudo ia correr bem. Despedi-me e lá fui à<br />

aventura. Distribuí todos os presentes e, no fim, estacionei os animais e o trenó na garagem para <strong>de</strong>pois os<br />

levar <strong>de</strong> volta no dia seguinte. Estava mesmo exausto.”<br />

Eu então perguntei ao avô:<br />

– Quem apareceu naquele <strong>Natal</strong> e ficou a dormir no sofá <strong>da</strong> sala, afinal eras tu, não eras avô?<br />

– Era. Estava tão cansado que nem o fato tirei.<br />

– Que história engraça<strong>da</strong> – disse eu. – Tenho um Pai <strong>Natal</strong> em casa.<br />

Inês Castelo Branco Teixeira <strong>de</strong> Carvalho<br />

N.º 12, 5º C


UM NATAL DIFERENTE<br />

As aulas já tinham acabado e estávamos <strong>de</strong> férias, mas nunca sabíamos on<strong>de</strong>, com quem,<br />

nem como íamos passar o <strong>Natal</strong>. Costumava ser sempre em nossa casa, na casa dos avós, dos<br />

tios e dos primos… Nunca íamos acampar ou passar o <strong>Natal</strong> num hotel <strong>de</strong> cinco estrelas, como<br />

se fosse Verão. A mãe dizia sempre o mesmo; “Meninos, já vos disse que to<strong>da</strong>s as pessoas<br />

passam o <strong>Natal</strong> em casa e nunca num hotel ou num acampamento…”<br />

Faltava uma semana para o <strong>Natal</strong> e, <strong>de</strong> repente, tivemos uma i<strong>de</strong>ia genial: passar o natal<br />

na Lua, com a família to<strong>da</strong> e fatos <strong>de</strong> astronauta. A mãe continuava a implicar, mas contámos ao<br />

pai e ele achou uma boa i<strong>de</strong>ia. Só não sabia on<strong>de</strong> arranjar um foguetão ou um vaivém!...<br />

Entretanto, telefonou a to<strong>da</strong> a família para se encontrarem ao lado <strong>da</strong> UEF – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Espacial <strong>de</strong><br />

Foguetões – na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

No dia combinado, encontraram-se no sítio combinado. Quando chegaram, acharam<br />

estranho mas nós contámos e todos acharam uma óptima i<strong>de</strong>ia, menos a mãe que continuava a<br />

insistir que era apenas em casa que se passava o <strong>Natal</strong>.<br />

Alugámos um foguetão e foi tal o espanto ao entrarmos lá que até a mãe disse que queria<br />

comprá-lo e lá viver! Rimo-nos e dissemos-lhe que era em casa que vivia e não num foguetão.<br />

Ligámos o motor e <strong>de</strong>scolámos em direcção à Lua. Demorámos muitas horas até lá chegar<br />

mas, como o foguetão tinha uma televisão e uma consola, passámos bem esse tempo.<br />

Chegámos à Lua e saímos todos para ver como ela era. Pensávamos que ela não era<br />

muito lin<strong>da</strong> mas, ao sairmos, parecia o paraíso. Colocámos lá a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, tal como<br />

fazíamos todos os anos em casa, e fizemos <strong>de</strong>senhos na Lua. A mãe e a avó puseram os<br />

presentes <strong>de</strong>baixo do pinheiro e, quando nos chamaram, <strong>de</strong>ixámos os <strong>de</strong>senhos e fomos a<br />

saltitar em câmara lenta até à árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> para abrir as pren<strong>da</strong>s.<br />

Enquanto as <strong>de</strong>sembrulhávamos, o pai ia preparando o foguetão para regressarmos à Terra.<br />

Mal entrámos, fomos para a consola.<br />

Chegámos bem. Fomos para casa e conversámos sobre a viagem e os presentes.<br />

Foi o melhor e diferente <strong>Natal</strong>!<br />

Inês Carvalho nº 11 6ºC


ÉRAMOS POBRES, MAS O NATAL ERA SEMPRE UMA ALEGRIA EM NOSSA CASA<br />

Soaram as 24 horas no relógio <strong>da</strong> al<strong>de</strong>ia e a jovem rapariga, ain<strong>da</strong> acor<strong>da</strong><strong>da</strong> no seu<br />

colchão imundo, pensava em como seria o seu <strong>Natal</strong>. Normalmente, a sua família fazia o que<br />

podia: arranjava uma refeição melhor que a <strong>de</strong> um dia normal. Pensava, então, se este ano<br />

alguma coisa mu<strong>da</strong>ria.<br />

Decidiu levantar-se, com cui<strong>da</strong>do, para não acor<strong>da</strong>r o pequeno irmão que estava <strong>de</strong>itado a<br />

seu lado, e acen<strong>de</strong>u uma vela. Esta começou a formar uma pequena chama que irradiava luz,<br />

iluminando a cara <strong>da</strong> rapariga. Ela sabia que era perigoso sair à noite, mas também era perigoso<br />

viver on<strong>de</strong> vivia, uma casa feita <strong>de</strong> cimento, com algumas janelas e pare<strong>de</strong>s cinzentas. A porta<br />

era <strong>de</strong> uma ma<strong>de</strong>ira fraca, que podia ser arromba<strong>da</strong> facilmente. Qualquer turista po<strong>de</strong>ria<br />

confundir aquela casa com uma cela, uma pequena prisão.<br />

sua mão.<br />

Abriu a porta, silenciosamente, com receio <strong>de</strong> acor<strong>da</strong>r os pais, e saiu, segurando a vela na<br />

O que via lá fora era escuro, mas <strong>da</strong>va para distinguir. Conseguia i<strong>de</strong>ntificar ca<strong>da</strong> loja que<br />

ia vendo e, ao passar por elas, imaginava quem tinha dinheiro para comprar os produtos expostos<br />

nas montras.<br />

Continuou a caminhar, até encontrar um rapaz <strong>da</strong> sua i<strong>da</strong><strong>de</strong> que an<strong>da</strong>va por ali.<br />

Reconheceu-o. Ele era conhecido naquela zona por “P”. Só por P. Houve quem dissesse que ele<br />

se chamava Paulo ou Pedro. Os fanáticos pela mitologia grega e os fãs <strong>da</strong> história <strong>de</strong> Hércules<br />

apostaram em como se chamava Pégaso ou, talvez, Polifemo. Mas nenhum tinha razão. Na<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, chamava-se Johann.<br />

anos.<br />

Quando a viu, dirigiu-se a ela e a rapariga começou a an<strong>da</strong>r para junto <strong>de</strong>le.<br />

– Olá! – disse o rapaz. – O que fazes aqui a esta hora?<br />

– Na<strong>da</strong> <strong>de</strong> especial. Só estou a pensar em como será o meu <strong>Natal</strong>.<br />

– Certamente vai ser igual ao meu: na cozinha pública <strong>da</strong> al<strong>de</strong>ia.<br />

– Sim, tens razão – concordou a rapariga. – Não há-<strong>de</strong> ser muito diferente do dos outros<br />

Nesse momento, o pai <strong>da</strong> rapariga apareceu.<br />

– Queri<strong>da</strong>, estava preocupado. An<strong>da</strong>, vamos para casa.<br />

Despediram-se e a rapariga seguiu o seu pai.<br />

Na manhã seguinte, quando acordou, já a sua família estava a pé.<br />

– Queri<strong>da</strong>, acor<strong>da</strong>! Temos uma surpresa! – Enquanto dizia isto, a mãe <strong>da</strong> menina parecia<br />

explodir <strong>de</strong> alegria.<br />

A rapariga levantou-se e perguntou qual era a surpresa. O pai respon<strong>de</strong>u-lhe com o<br />

mesmo entusiasmo:


– Ganhámos um pequeno prémio no Euromilhões. Acertei em três números e uma estrela<br />

e <strong>de</strong>ram-me 75 euros. Vamos po<strong>de</strong>r ter um pequeno banquete para a consoa<strong>da</strong>!<br />

– Que bom! – gritou a rapariga. – Mas posso pedir-vos um favor?<br />

A rapariga pediu o que queria e os pais concor<strong>da</strong>ram com a i<strong>de</strong>ia.<br />

Pelas onze horas e trinta minutos, a família <strong>da</strong> menina e a <strong>de</strong> “P” estavam senta<strong>da</strong>s no<br />

parque, numa mesa <strong>de</strong> piquenique, a comerem o na<strong>da</strong> comum banquete.<br />

noite!<br />

– Obrigado por convi<strong>da</strong>res a minha família. Estamos muito agra<strong>de</strong>cidos – disse o rapaz.<br />

– Não me agra<strong>de</strong>ças. – Fez uma pausa e apontou para o relógio. – Olha, é quase meia-<br />

As duas famílias, juntamente com as outras que estavam no parque, cantaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>z para<br />

trás. À meia-noite, começaram a aparecer gran<strong>de</strong>s foguetes no céu, que iluminavam to<strong>da</strong> a<br />

al<strong>de</strong>ia.<br />

A rapariga murmurou, baixinho:<br />

– Po<strong>de</strong>mos ser pobres, mas o <strong>Natal</strong> é sempre uma alegria em nossa casa.<br />

Inês Tavares nº 20 6ºC


Se eu fosse um presente <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Se eu fosse um presente <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>…gostava <strong>de</strong> ser gran<strong>de</strong>, colorido…<br />

Bem, mas isso já me aconteceu! Eu vou contar-vos.<br />

Um dia, eu estava no Shooping, com os meus pais a comprar as pren<strong>da</strong>s para oferecer no<br />

<strong>Natal</strong> e ouvi uma voz a chamar-me para uma loja:<br />

– João, João, an<strong>da</strong> cá.<br />

E eu, curioso, fui lá, nem disse na<strong>da</strong> aos meus pais.<br />

Quando entrei, entre duas prateleiras, estava uma senhora muito bonita mas que parecia<br />

que se estava a escon<strong>de</strong>r; no entanto, voltou a chamar-me e eu fui ter com ela.<br />

– O que é que a senhora quer? – perguntei.<br />

Mas ela nem sequer me respon<strong>de</strong>u, transformou-se logo numa bruxa, empurrou-me para<br />

um buraco que fez no chão. Já lá em baixo, a bruxa, com a sua varinha mágica, disse:<br />

– Prilim, pim, pim, transforma-te num presente já!<br />

Fui logo enviado para uma loja <strong>de</strong> brinquedos em Lisboa, acho eu. Colocaram-me na<br />

prateleira dos legos. Tentei sair <strong>de</strong> lá mas, como não tinha braços nem pernas, não consegui.<br />

Passados alguns dias, an<strong>da</strong>va um senhor a ver os legos e ia dizendo:<br />

– Este não, este não,…<br />

Olhou para mim e afirmou:<br />

– Vou levar este.<br />

Colocou-me no seu carrinho <strong>de</strong> compras, foi-me pagar e <strong>de</strong>pois embrulhou-me.<br />

De segui<strong>da</strong>, levou-me para sua casa e colocou-me <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> um pinheiro todo enfeitado.<br />

No dia 24 <strong>de</strong> Dezembro apareceu lá em casa to<strong>da</strong> a família; jantaram, estiveram a ver<br />

televisão e, por volta <strong>da</strong> meia-noite, foram abrir as pren<strong>da</strong>s. Um menino pegou em mim e<br />

começou a rasgar o <strong>papel</strong>. Quando viu o que era ficou muito contente e foi <strong>da</strong>r um abraço ao<br />

senhor que me comprou, penso que era o pai, e eu fiquei igualmente contente.<br />

João David nº 12


do Pai <strong>Natal</strong>.<br />

CONTO DE NATAL<br />

Era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, e a minha turma tinha ganho um concurso, cujo prémio era uma visita à terra<br />

As aulas já tinham acabado. Era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e íamos a caminho do Pólo Norte.<br />

Quando lá chegámos, uma surpresa: fomos informados <strong>de</strong> que tinha acontecido um problema muito<br />

grave, que tinha a ver com a trajectória do nosso planeta Terra, que provocava a existência <strong>de</strong> sol durante<br />

vinte e quatro horas por dia, na terra do Pai <strong>Natal</strong>, transtornando assim a entrega dos brinquedos a todos os<br />

meninos, porque não havia noite e, não havendo noite, a distribuição dos brinquedos estava muito<br />

complica<strong>da</strong>.<br />

Como já só faltavam cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z horas para meia-noite, a turma reuniu-se e discutiu sobre a<br />

resolução do problema. Passado meia hora, chegámos a uma solução!<br />

Fomos falar com o Pai <strong>Natal</strong> e ele disse que sim. Fomos em segui<strong>da</strong> para a sua oficina e, em conjunto<br />

com os duen<strong>de</strong>s, fomos construir uma máquina que colocasse o planeta na sua trajectória correcta.<br />

Com a aju<strong>da</strong> dos “cientistas” <strong>da</strong> turma, construiu-se uma máquina que, ao ser liga<strong>da</strong>, reverteu o<br />

processo e colocou o planeta Terra na trajectória certa.<br />

Assim, a noite ficou correcta, bem como o dia.<br />

Mas, outro problema continuava: só havia uma hora para entregar todos os presentes!<br />

O que po<strong>de</strong>ríamos fazer?<br />

A turma, os duen<strong>de</strong>s e o Pai <strong>Natal</strong> fizeram as entregas em tempo recor<strong>de</strong>.<br />

E assim todos os meninos do planeta Terra tiveram os seus presentes a tempo e a horas.<br />

Como recompensa, to<strong>da</strong> a turma teve mais uma pren<strong>da</strong> no <strong>Natal</strong>!<br />

Qual foi a pren<strong>da</strong>?<br />

Foi o melhor <strong>Natal</strong> para to<strong>da</strong> a gente!!!<br />

Luís António Lima <strong>da</strong> Silva – nº 17 – 5º B


O Pai <strong>Natal</strong> estava atrasado…<br />

Era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e em casa do Pai <strong>Natal</strong> an<strong>da</strong>va tudo muito atarefado a preparar os<br />

brinquedos; mas estava a ser difícil, pois as máquinas estavam avaria<strong>da</strong>s. As máquinas <strong>de</strong> pôr os<br />

olhos nos bonecos punham-nos na barriga, as máquinas <strong>de</strong> fazer carros faziam bonecos…<br />

A Mãe <strong>Natal</strong>, sempre muito preocupa<strong>da</strong>, pensava:<br />

– Ai, meu Deus! E agora como é que nós vamos resolver este problema!?<br />

O dia foi passando. Já era quase <strong>de</strong> noite e o Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> só tinha meta<strong>de</strong> dos<br />

presentes prontos e alguns <strong>de</strong>les eram esquisitos. Estava na hora <strong>de</strong> ir para a cama e o Pai <strong>Natal</strong><br />

disse:<br />

– Bem, estes brinquedos não estão lá muito bons, só espero que as crianças gostem! Era<br />

tão bom se houvesse um milagre!<br />

E lá se foram eles <strong>de</strong>itar.<br />

No dia seguinte, era dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e o Pai <strong>Natal</strong> já tinha os presentes todos; mas realmente<br />

não estavam lá muito bem. Estava na hora, mas o Pai <strong>Natal</strong> queria <strong>da</strong>r só mais um jeitinho aos<br />

presentes. Entretanto, o Pai <strong>Natal</strong> per<strong>de</strong>u-se com o tempo e as crianças já perguntavam aos pais:<br />

– Mamã, será que o Pai <strong>Natal</strong> vem?<br />

E outra criança disse:<br />

– Eu acho que já não vem mana!<br />

Já passava <strong>da</strong> meia-noite e o Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> não tinha chegado!<br />

Quando o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>u conta <strong>da</strong>s horas que já eram, pôs tudo no trenó e arrancou a todo<br />

o “gás”!!<br />

Entretanto, as crianças estavam a ir para a cama quando ouvem alguém a bater à porta.<br />

Os pais foram abrir e era finalmente o Pai <strong>Natal</strong>. Quando as crianças o viram, ficaram muito<br />

felizes e pediram logo o presente <strong>de</strong>las. O Pai <strong>Natal</strong> ficou com receio, mas <strong>de</strong>u os presentes na<br />

mesma. Quando as crianças abriram os presentes, gostaram muito dos brinquedos e nem<br />

reparam que eram esquisitos, pois acharam-nos originais e disseram:<br />

– Obriga<strong>da</strong>, Pai <strong>Natal</strong>!<br />

– De na<strong>da</strong>! – disse ele. E foi-se embora <strong>de</strong>sejando um Feliz <strong>Natal</strong> a to<strong>da</strong> a gente!<br />

– Ho, Ho, Ho, Feliz <strong>Natal</strong>!<br />

Maria Inês Pinto Fernan<strong>de</strong>s<br />

5º A nº 10


Um <strong>Natal</strong>…esquisito<br />

Nevava lá fora. Parecia estar muito frio, pois o ranger <strong>da</strong>s árvores era tão alto que parecia<br />

que vinha um terramoto em direcção <strong>da</strong> minha casa. Não se via o céu com tanta neve que caia.<br />

Mas eu não ligava àquele frio intenso, pois estava senta<strong>da</strong> ao pé <strong>da</strong> minha lareira. Olhava para<br />

aquelas brasas quentes e fortes, parecia que o Mundo estava ali a <strong>da</strong>r-me um abraço<br />

aconchegante e quentinho. Naquela noite, trazia vestido o meu roupão azul e as minhas pantufas<br />

em forma <strong>de</strong> um cão cor-<strong>de</strong>-laranja, com o nariz e as orelhas azuis. Além <strong>da</strong> lareira, as velas<br />

perfuma<strong>da</strong>s estavam acesas, o que aquecia ain<strong>da</strong> mais a casa. A mesa <strong>de</strong> jantar estava posta, à<br />

espera que alguém lá fosse comer os <strong>de</strong>liciosos bolos <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Mas na<strong>da</strong> disso me interessava.<br />

Eu estava à espera <strong>de</strong> uma pessoa, uma pessoa que só aparecia uma vez por ano: eu estava à<br />

espera do Pai <strong>Natal</strong>. Sim, era <strong>Natal</strong>, mas parecia apenas um encontro <strong>da</strong> minha família, pois a<br />

pessoa que <strong>da</strong>va magia ao <strong>Natal</strong> não aparecia.<br />

– Mãe, mãe! On<strong>de</strong> está o Pai <strong>Natal</strong>? – perguntei eu.<br />

– Ò Marta! Tu já sabes que o Pai <strong>Natal</strong> não existe!<br />

– Existe sim!<br />

– Não existe, não!<br />

– Existe sim!<br />

– Está bem, está bem…Acredita no que quiseres. Po<strong>de</strong>s ficar aí a noite to<strong>da</strong>, mas vais<br />

apanhar uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>silusão!<br />

– Eu sei que ele vem!<br />

– Sim, Marta, sim ! – disse a minha mãe, sarcasticamente.<br />

E ali fiquei eu à espera. Estava quase a adormecer quando ouvi um barulho vindo <strong>da</strong><br />

chaminé. Fui ver o que era.<br />

– Au, ui, ai! – dizia aquela pessoa que estava presa na chaminé<br />

– Quem és?! – perguntei, assusta<strong>da</strong><br />

– Sou o Pai <strong>Natal</strong> e fiquei aqui preso! Aju<strong>da</strong>-me!<br />

– Espera, espera. Vou buscar aju<strong>da</strong>.<br />

Chamei a Fa<strong>da</strong> Sininho para ver se ela o conseguia tirar <strong>da</strong> chaminé com o seu pó mágico.<br />

Mas foi em vão. Chamei o Abominável Homem <strong>da</strong>s Neves, mas ele não conseguiu. Chamei o<br />

Popeye, ele estava quase, mas a mulher <strong>de</strong>le teve um AVC e ele teve <strong>de</strong> ir ter com ela.<br />

Já estávamos <strong>de</strong>sesperados! O Pai <strong>Natal</strong> estava tão gordo, tão gordo que ninguém o<br />

conseguia tirar <strong>da</strong> chaminé! An<strong>da</strong>va às voltas na minha a pensar numa solução quando olhei para<br />

um canto <strong>da</strong> sala e vi uma coisa a mexer-se e gritei:<br />

– Ahhh!! Um rato!!<br />

– Um rato?! On<strong>de</strong>?! Eu o<strong>de</strong>io ratos!!! Aju<strong>da</strong>!! – gritou também o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> mexeu-se tanto que saltou <strong>da</strong> chaminé para o céu e nunca mais ninguém o viu.


Marta, 6ºD<br />

– Pai <strong>Natal</strong>? Pai <strong>Natal</strong>?! Quem diria? O Pai <strong>Natal</strong> tem medo <strong>de</strong> ratos!<br />

Bem, não foi o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> sempre, mas pelo menos conheci o Pai <strong>Natal</strong>!


O meu melhor <strong>Natal</strong><br />

Acor<strong>de</strong>i e, como todos os dias, risquei o calendário que correspondia ao dia 24 <strong>de</strong><br />

Dezembro. Quando me <strong>de</strong>i conta, era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Vesti-me, comi, fiz a cama e arranjei-me.<br />

Depois chamei a minha mãe e perguntei-lhe:<br />

– Mãe, on<strong>de</strong> está o livro <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>?<br />

– Está na estante <strong>de</strong> dias especiais.<br />

A estante <strong>de</strong> dias especiais, feita pela nossa família, era on<strong>de</strong> tínhamos os livros para<br />

relembrar os dias mais comemorativos. Dirigi-me à sala. Era uma sala gran<strong>de</strong>, com pare<strong>de</strong>s<br />

baixas, cobertas <strong>de</strong> um manto <strong>de</strong> livros, com apenas uma abertura, a varan<strong>da</strong> on<strong>de</strong> se podia ver<br />

uma lin<strong>da</strong> paisagem. Aquela era a minha divisão favorita, on<strong>de</strong> me sentava a ler e olhava pela<br />

janela para imaginar o que lia. Depois, comecei a ler as placas que tinham o nome <strong>da</strong>s estantes:<br />

“Enciclopédias”, “Contos Tradicionais”, “Ban<strong>da</strong>s Desenha<strong>da</strong>s”, “ Dias Especiais”. Na estante<br />

encontrei o livro que me interessava: “Dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>”.<br />

Abri-o, passei as folhas até à última página e comecei a ler em voz alta:<br />

“Foi sem dúvi<strong>da</strong> o pior <strong>Natal</strong> que já tive. Acor<strong>de</strong>i, fui ver à chaminé e não tinha presentes.<br />

Dei-lhe uma pequena palma<strong>da</strong> e caiu um monte <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s sem embrulhos, nem laços; fiquei<br />

muito zangado porque adorava guar<strong>da</strong>r os laços que vinham nelas.<br />

Abri aquelas caixas sem nenhuma beleza e o meu irmão Guilherme veio ter comigo. A<br />

minha irmã não veio, porque estava a celebrar com as amigas.<br />

Nas caixas havia carros <strong>de</strong> corri<strong>da</strong>, bonecos feios, material <strong>de</strong> cozinha. Na<strong>da</strong> do que eu e o<br />

Gui tínhamos pedido. Desiludidos, fomos para os nossos quartos”.<br />

Fechei o livro, tinha lágrimas a escorregarem pela cara, pela tristeza que sentia. Foi<br />

naquele momento que <strong>de</strong>cidi que o <strong>Natal</strong> não voltaria a ser assim e que iria falar com o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

O resto do dia correu bem. Anoiteceu, esperei que as luzes se apagassem, fui ao quarto <strong>da</strong><br />

minha mãe e dos outros. No quarto do meu irmão ouvi:<br />

– On<strong>de</strong> vais?<br />

– Vou falar com o Pai <strong>Natal</strong> sobre o ano passado.


consegui:<br />

– Posso ir contigo?<br />

– Po<strong>de</strong>s, mas sem barulho.<br />

Fomos à sala, quando chegou o Pai <strong>Natal</strong>. Ia pedir explicações, <strong>da</strong> pior forma, mas não<br />

– Porque é que o ano passado nos <strong>de</strong>ste aqueles presentes?<br />

– Porque não consegui ouvir os vossos <strong>de</strong>sejos.<br />

– Po<strong>de</strong>mos ir contigo entregar os presentes?<br />

– Sim, po<strong>de</strong>m.<br />

No dia seguinte, agarrei no livro <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e comecei a escrever:<br />

“Foi o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> sempre…”.<br />

Melissa Veiga Lopes<br />

6ºF Nº 17


O MEU MELHOR NATAL<br />

Era a véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, todos estavam na sua casa, aconchegados ao calor <strong>da</strong> lareira,<br />

enquanto a minha família convivia à luz <strong>da</strong> lareira e <strong>da</strong> televisão.<br />

Esperei o ano todo para que este dia chegasse, mas no meu cantinho <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s na<strong>da</strong><br />

se encontrava. Será que me iam <strong>da</strong>r os presentes no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>? Mesmo assim, convivia<br />

alegremente com os meus irmãos e a minha mãe. Só faltava o meu pai, porque tinha ido para a<br />

guerra e nunca mais voltara. Nunca mais nos mandou uma carta, um postal ou um mail!<br />

Estava a ver televisão, quando a porta do meu quarto estremeceu. Não fiquei com medo,<br />

como me tinha ensinado o pai, apenas enfrentei aquilo. E os meus irmãos estavam por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong><br />

tudo!<br />

Esqueci-me <strong>de</strong> contar que, por ser o mais novo, era o mais gozado.<br />

Decidi tomar medi<strong>da</strong>s. Tranquei a porta e enfiei-me na cama, a escrever as opções <strong>de</strong><br />

ataque que o meu pai lhes faria se cá estivesse. Acabei por adormecer.<br />

Quando acor<strong>de</strong>i, esperava-me o sermão <strong>da</strong> minha mãe por ter dormido até tar<strong>de</strong>. Era<br />

sempre assim!<br />

Fui à sala e encontrei; no meu espaço <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s, uma pequena caixa rectangular. Tinha<br />

um bilhete do pai. Fiquei feliz por saber que estava bem.<br />

Tocaram à campainha e quem não havia <strong>de</strong> ser? O Pai <strong>Natal</strong>. Tinha muitos presentes!<br />

Depois <strong>de</strong> os entregar, a mãe perguntou-lhe quem estava por trás <strong>da</strong>quelas barbas. Ele<br />

respon<strong>de</strong>u que ela lhe conhecia a cara. Desmascarou-se e… era o meu pai!<br />

Além <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as pren<strong>da</strong>s que recebi, as que estavam no saco do Pai <strong>Natal</strong> e a caixa<br />

rectangular, <strong>de</strong>scobrimos o nosso pai.<br />

Ele contou-nos que, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> guerra, fora para o Pólo Norte e tomara o lugar do Pai <strong>Natal</strong>.<br />

Também disse que este era o último ano que iria distribuir pren<strong>da</strong>s, o que significava que po<strong>de</strong>ria<br />

viver connosco, como uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira família.<br />

Este era o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> sempre. Éramos uma família e sabia que o meu pai tinha sido<br />

um gran<strong>de</strong> herói, quer na guerra, quer no mundo, distribuindo pren<strong>da</strong>s a to<strong>da</strong> a gente e levando a<br />

alegria necessária a to<strong>da</strong>s as casas.<br />

Miguel Teixeira nº 18 6ºC


Eu, Pedro Ventura, sou muito friorento.<br />

Estou a tentar fugir do <strong>Natal</strong>, por causa do frio e vou a caminho <strong>da</strong>s Maldivas<br />

num helicóptero! De repente, surge uma falha na central e tenho que saltar <strong>de</strong> pára-<br />

que<strong>da</strong>s. O piloto diz-me que será difícil encontrar aju<strong>da</strong> e que terei <strong>de</strong> me safar<br />

sozinho.<br />

Mas, pior que isto tudo junto, é que aterro no cume <strong>de</strong> uma montanha cheia<br />

<strong>de</strong> neve e verifico que ain<strong>da</strong> tenho outra pela frente.<br />

Tento arranjar uma maneira <strong>de</strong> me safar <strong>da</strong>quela maldita montanha. Abro a<br />

minha mochila que, em princípio, <strong>de</strong>verá estar cheia <strong>de</strong> roupa, mas, por azar, reparo<br />

que a troquei com a do meu tio-avô, que estava cheia <strong>de</strong> ferramentas! Coitado do<br />

meu tio-avô! Foi para o trabalho com uma mochila cheia <strong>de</strong> roupa!<br />

Avisto perto <strong>de</strong> mim uma árvore solitária que me irá ser útil. Corto-a com o<br />

meu serrote, faço <strong>de</strong>la um trenó e os galhos maiores servem-me para travar e<br />

direccionar a minha <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> pela montanha.<br />

Chego rapi<strong>da</strong>mente ao vale, mas agora tenho que subir a montanha seguinte.<br />

Aquela era tão alta que não me apetecia subi-la a pé. Vejo dois veados ao meu lado<br />

e encontro uma solução para subir.<br />

Ato cui<strong>da</strong>dosamente um cor<strong>de</strong>l muito forte que liga o trenó aos veados e assim<br />

já tenho boleia. Como os veados não gostam que se sentem em cima <strong>de</strong>les, vou antes<br />

no trenó para não haver problemas.<br />

Chego ao topo e vejo uma casinha. Estas pequenas casas situam-se<br />

normalmente nestes sítios para nos aju<strong>da</strong>rem a sobreviver!<br />

Entro e vejo um <strong>papel</strong> com uns óculos em cima. Tenho curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> em ver o que está<br />

lá escrito e começo a ler:<br />

“Olá! Se estás a ler esta mensagem é porque <strong>de</strong>ves estar perdido. Eu chamo-me<br />

Gomez, Alfred Gomez e sou cientista.


No fundo <strong>de</strong>sta mensagem, ficas encurralado e para saíres <strong>de</strong>la tens <strong>de</strong> usar<br />

estes óculos, que são uma invenção minha. Assim, vais ver uma porta que se escon<strong>de</strong><br />

atrás <strong>da</strong>quele monte <strong>de</strong> neve! Boa Sorte!”<br />

Desço a montanha sentado no meu trenó, mas agora já sem os veados. Agora<br />

encontro-me encurralado, como dizia na mensagem. Ponho os óculos e vejo a tal<br />

porta. Retiro a neve, <strong>de</strong>pois abro-a e vejo uma bela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Vou para um hotel, on<strong>de</strong> me acolheram com todo o respeito e vou dormir.<br />

Coloco os sapatos na varan<strong>da</strong> e, no dia seguinte, quando acor<strong>de</strong>i, fui à varan<strong>da</strong> e os<br />

meus sapatos estavam cheios <strong>de</strong> guloseimas. Era <strong>Natal</strong>!<br />

Pedro Miguel Alves Ventura<br />

6ºB; Nº 18.


O Pai <strong>Natal</strong> esqueceu-se dos presentes<br />

– Outra vez sem pren<strong>da</strong>s… – disse o Rui para os seus botões.<br />

Rui era um menino <strong>de</strong> seis anos, o mais novo <strong>de</strong> uma pequena e pobre família. Naquele<br />

momento, ele estava a olhar pela janela, à espera <strong>de</strong> ver um trenó puxado por renas.<br />

– É quase meia-noite e o Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> não chegou – murmurou ele.<br />

Há três anos que o Rui pedia a mesma coisa – um helicóptero <strong>de</strong> brincar – mas nunca o<br />

tinha recebido. Nesses últimos anos, só tinha encontrado <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> árvore uns chocolates, um<br />

carro, uma bola … coisas mais simples do que o tão <strong>de</strong>sejado helicóptero.<br />

Rui levantou-se e foi queixar-se aos pais:<br />

– Pai! Mãe! O Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> não chegou!<br />

– Vai-te <strong>de</strong>itar, filho – or<strong>de</strong>nou o pai. – É muito tar<strong>de</strong>.<br />

Rui começou a chorar:<br />

– E se o Pai <strong>Natal</strong> não vier? – perguntou ele a soluçar.<br />

– Calma, filho, calma. O Pai <strong>Natal</strong> vem <strong>de</strong> certeza. Vou ligar-lhe para que ele não se<br />

esqueça <strong>de</strong> ti. Agora, vai dormir.<br />

Quando o Rui já estava a dormir, o pai e a mãe começaram a conversar, tristes por<br />

saberem que, mais uma vez, não tinham conseguido comprar o helicóptero do filho.<br />

– Como é que vamos <strong>da</strong>r-lhe aquele helicóptero? – questionava o pai.<br />

– Vamos fazer-lhe uma surpresa! – exclamou a mãe.<br />

Ambos trabalharam to<strong>da</strong> a noite e fizeram um pequeno helicóptero.<br />

Quando o filho acordou, ficou tão contente que não reparou que o brinquedo era feito <strong>de</strong><br />

cartão, ma<strong>de</strong>ira e arame.<br />

Vendo to<strong>da</strong> esta felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, os pais perceberam que todo o seu esforço tinha valido a pena.<br />

António Porto, n.º 4, 5.º I


O Pai <strong>Natal</strong> esqueceu-se dos presentes<br />

Des<strong>de</strong> que o melhor Pai <strong>Natal</strong> saiu do Pólo Norte, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ficou escura e sem brilho. No<br />

entanto, essa locali<strong>da</strong><strong>de</strong> não ficou sem Pai <strong>Natal</strong>: alguns dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o antigo se ter ido<br />

embora, chegou um outro. O novo chamava-se Ambrósio. Tratava-se <strong>de</strong> um senhor gordo e muito<br />

esquecido.<br />

Um dia, Ambrósio estava a passear com as suas renas, como era seu hábito, e viu um<br />

menino a man<strong>da</strong>r bolas <strong>de</strong> neve contra uma árvore. Assustado, foi-lhe perguntar o que tinha, mas<br />

o rapaz continuava calado.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> fez uma bola <strong>de</strong> neve e atirou-a ao rapazinho, pois este parecia-lhe triste.<br />

Entretanto, Ambrósio <strong>de</strong>cidiu falar-lhe no <strong>Natal</strong>, já que se aproximava essa época <strong>de</strong> festas. O<br />

menino ficou especado a olhá-lo.<br />

– Menino, o que tens? – quis saber o Pai <strong>Natal</strong>, bastante preocupado.<br />

– Nunca recebo presentes no <strong>Natal</strong> – respon<strong>de</strong>u o menino. – O Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>ve pensar que<br />

eu sou rico para po<strong>de</strong>r comprar presentes.<br />

mesmo.<br />

alegria.<br />

– Sabes … – começou por dizer Ambrósio.<br />

– Não me lembro do que são presentes – interrompeu-o o rapazinho. – Não me lembro<br />

– Espera! Tu vais ter uma pren<strong>da</strong> – garantiu-lhe o velhinho <strong>de</strong> barbas brancas.<br />

O Pai <strong>Natal</strong>, com a sua magia, fez com que aparecesse uma pren<strong>da</strong>.<br />

– É para ti! – disse o Pai <strong>Natal</strong> com um enorme sorriso.<br />

O menino, muito contente, <strong>de</strong>sembrulhou a sua pren<strong>da</strong> e exclamou:<br />

– Oh! Que lindo!<br />

– Gostas? – quis saber Ambrósio.<br />

– Adoro o meu urso! É gran<strong>de</strong>, castanho e muito fofinho – garantiu o rapazinho cheio <strong>de</strong><br />

– O teu <strong>Natal</strong> já vai ser diferente! – exclamou o velhinho <strong>da</strong>s barbas.<br />

– Obriga<strong>da</strong>, senhor Pai <strong>Natal</strong> – agra<strong>de</strong>ceu o menino, muito feliz.<br />

– De na<strong>da</strong> – respon<strong>de</strong>u Ambrósio todo satisfeito.<br />

Achando que po<strong>de</strong>ria fazer mais qualquer coisa por aquele menino, perguntou-lhe:<br />

– Gostarias <strong>de</strong> ir beber um chocolate quente a minha casa?<br />

– Vamos, vamos – disse logo o rapaz.<br />

E lá partiram os dois.<br />

Maria Marques Gaspar, n.º14, 5.º I


Pantagruel<br />

“Pantagruel”, aquele a que muitos chamam a Bíblia <strong>da</strong><br />

Cozinha Portuguesa. Dizem que transforma qualquer dona <strong>de</strong><br />

casa numa autêntica cozinheira profissional. Dizem que <strong>de</strong>licia<br />

as bocas <strong>de</strong> todos e que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> setenta e cinco anos, está<br />

ain<strong>da</strong> escrito <strong>de</strong> uma forma clara e actual, com as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e com técnicas exequíveis. Mas, em minha casa, o<br />

Pantagruel fez muito mais que isso: uniu a família no <strong>Natal</strong><br />

pela primeira vez em 25 anos.<br />

Na altura tinha 27 anos e ain<strong>da</strong> vivia sozinha, num T2,<br />

em Lisboa. Pela primeira vez o <strong>Natal</strong> ia ser celebrado em<br />

minha casa, na presença <strong>da</strong> minha mãe, <strong>da</strong>s minhas três irmãs mais velhas e respectivos<br />

cônjuges, assim como dos meus nove sobrinhos. Era <strong>de</strong>veras complicado agra<strong>da</strong>r a todos e<br />

a minha família sabia que <strong>de</strong> cozinha eu não fazia muito mais que fritar um ovo.Como é que<br />

ia cozinhar uma consoa<strong>da</strong> inteira? Tirei dois dias <strong>de</strong> férias antes do dia 24 só para preparar<br />

a refeição.<br />

Entrei na <strong>de</strong>spensa e olhei para a prateleira <strong>da</strong>s revistas <strong>de</strong> culinária, aquelas que<br />

cheguei a comprar mas que nunca utilizei. Uma revista, duas, três, sete e um livro. Um livre<br />

bege, amarelado pelo tempo e manchado com gotas <strong>de</strong> manteiga, óleo e azeite. Tinha-me<br />

sido oferecido pela minha bisavó. “Pantagruel”, um livro maior do que um tijolo, com mais<br />

<strong>de</strong> sessenta anos. No tempo em que a banha <strong>de</strong> porco e a manteiga eram utiliza<strong>da</strong>s com<br />

abundância; em que ter um frigorífico era um luxo e em que o micro-on<strong>da</strong>s era<br />

<strong>de</strong>sconhecido. 2189 receitas dividi<strong>da</strong>s por temas: carne, peixe, doces, bolinhos <strong>de</strong> chá e<br />

simples.<br />

Comecei pelas rabana<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>morei quatro horas até conseguir acertar com a<br />

receita. Foi difícil perceber o que era o “banho-maria” ou o que era o “salazar”, mas<br />

consegui chegar lá. Seguiram-se as filhoses; <strong>de</strong>sfiar a abóbora foi um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro <strong>de</strong>safio,<br />

mas o pior ain<strong>da</strong> estava para vir! O bacalhau! Demorei um dia inteiro a cozinhar o peixe e<br />

mais <strong>de</strong> duas horas, no dia seguinte, a cozinhar os legumes.<br />

Depois <strong>de</strong> muito esforço, às seis horas <strong>da</strong> tar<strong>de</strong> do dia 24, tinha tudo preparado para<br />

a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> família.Estava nervosa. As minhas irmãs não toleram uma batata mal cozi<strong>da</strong><br />

ou uma posta <strong>de</strong> bacalhau insonsa.


Trouxe a refeição para a mesa e servi todos. Levaram uma garfa<strong>da</strong> à boca e<br />

permaneceram calados.<br />

– Está maravilhoso! Tenho pena que o teu pai não veja isto – disse a minha mãe<br />

Era a primeira vez que a ouvia falar <strong>de</strong>le, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que me lembro. Divorciaram-se<br />

quando eu tinha apenas dois anos e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aí nunca<br />

mais falara com o meu pai; nem me lembrava <strong>de</strong>le. A<br />

minha mãe foi buscar a carteira, tirou o telemóvel e<br />

marcou um número (que parecia conhecer tão<br />

bem…).<br />

– Está? – ouviu-se do outro lado.<br />

As lágrimas escorriam-me pela face, era a<br />

primeira vez que ouvira a sua voz. As minhas irmãs estavam boquiabertas. A minha mãe<br />

indicou-lhe a mora<strong>da</strong> e em poucos minutos o meu pai chegou. Uma figura completamente<br />

diferente do que eu imaginara. Conversámos como se nos conhecêssemos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre e<br />

nele reconheci algumas parecenças.<br />

Aquela refeição uniu todos, após vinte e cinco anos sem nos falarmos. E tudo por<br />

causa <strong>de</strong> um livro, uma receita, uma consoa<strong>da</strong>!<br />

Ana Cláudia Cava<strong>da</strong>s Pereira <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> (Nº2, 9ºC)


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

A noite estava fria, as estrelas brilhavam no céu e a lua iluminava as ruas. O vento<br />

fustigava o velho José que, melancolicamente, caminhava nas ruas <strong>de</strong>sertas <strong>da</strong> sua vila. Era<br />

noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Conseguia ouvir risos e conversas <strong>da</strong>s casas ilumina<strong>da</strong>s e ornamenta<strong>da</strong>s.<br />

Enquanto arrastava os pés, recor<strong>da</strong>va o quanto já tinha sido feliz neste dia. Nostálgico,<br />

lembrava a noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> passa<strong>da</strong> com a sua família. Aí, os seus filhos pulavam e corriam e ele<br />

sentava-se no sofá a observar tanta felici<strong>da</strong><strong>de</strong>. A sua mulher, atarefa<strong>da</strong> na cozinha, cantarolava,<br />

enquanto ia preparando <strong>de</strong>liciosos manjares. Ah, como ele gostava <strong>de</strong> a ouvir!<br />

A mesa tinha <strong>de</strong> estar perfeita. E estava sempre!<br />

Os seus 4 filhos sentavam-se <strong>de</strong>sajeita<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong>vorando tão saborosos pratos.<br />

Depois do jantar, chegava a hora mais aguar<strong>da</strong><strong>da</strong>: as pren<strong>da</strong>s. Havia sempre uma para<br />

ele, mas ele sabia que já tinha a melhor pren<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s: o amor <strong>de</strong> uma mulher e o carinho dos<br />

filhos.<br />

Agora as coisas eram bem diferentes: passou o dia no hospital com a sua mulher, que<br />

estava gravemente doente. Ficou o dia todo ao pé <strong>de</strong>la a segurar-lhe a mão e a falar com ela.<br />

Não sabia se ela o estava a ouvir, mas tinha <strong>de</strong> ter esta ilusão. Já era noite, quando as<br />

enfermeiras <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>mente lhe pediram para sair e lhe <strong>de</strong>sejaram um bom <strong>Natal</strong>. Amavelmente<br />

agra<strong>de</strong>ceu, mas sabia que isso era impossível. A sua mulher doente, os seus filhos presos no<br />

aeroporto por causa do temporal e ele, simplesmente, só…<br />

Regressou a casa e <strong>de</strong>itou-se na cama ain<strong>da</strong> vestido e chorou, chorou como nunca tinha<br />

chorado. Afinal, os homens também choram!<br />

Pediu um milagre, como uma criança pe<strong>de</strong>: saú<strong>de</strong> para a sua mulher.<br />

Demorou horas a adormecer. Finalmente adormeceu, mas foi acor<strong>da</strong>do pouco tempo<br />

<strong>de</strong>pois pelo telefone. Atordoado e com o coração aos pulos, aten<strong>de</strong>u. Uma voz <strong>de</strong>lica<strong>da</strong> <strong>de</strong>u-lhe a<br />

notícia:<br />

– A sua mulher <strong>de</strong>spertou.<br />

As suas pernas ganharam vi<strong>da</strong>. Correu para o hospital. Já era dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Abraçou<br />

fortemente a sua mulher e as lágrimas corriam-lhe pela cara, mas <strong>de</strong>sta vez era <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

Ain<strong>da</strong> incrédulo com tudo isto, viu os seus filhos entrarem. O tempo melhorara e eles<br />

pu<strong>de</strong>ram vir passar o <strong>Natal</strong> em família.<br />

Foi um <strong>Natal</strong> diferente, passado no hospital, mas com muito amor e carinho. Brevemente a<br />

sua mulher regressaria a casa.<br />

O velho José olhou para o céu e, em voz baixa, exclamou:<br />

– Obrigado, meu Deus!<br />

Daniel Simões, nº 7 (8ºE)


Um <strong>Natal</strong> muito especial<br />

Era numa casa muito nobre on<strong>de</strong> vivia Harry, um rapazinho muito alegre e simpático <strong>de</strong> apenas<br />

sete anos, natural <strong>de</strong> Liverpool, apesar <strong>de</strong> residir com seus pais e avós nos arredores <strong>de</strong> Londres. Era<br />

filho único, fruto <strong>de</strong> um casamento <strong>de</strong> trinta anos <strong>de</strong> um casal <strong>de</strong> professores universitários, e tinha<br />

uma rotina muito rígi<strong>da</strong> e disciplina<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> quase não havia tempo para brincar ou buscar cogumelos<br />

com o avô no bosque ao fundo <strong>da</strong> rua (algo que Harry adorava fazer). Mas, apesar disso, o pequeno<br />

não via mal nenhum em tudo aquilo, pois gostava muito <strong>da</strong>s aulas que tinha em casa, principalmente<br />

as <strong>de</strong> piano e literatura clássica.<br />

Dezembro irrompera e cobria to<strong>da</strong> a casa o e o jardim <strong>de</strong> neve muito branca e macia e Harry<br />

não precisava <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r nos próximos dias, pois o <strong>Natal</strong> aproximava-se. Agora, ao invés <strong>de</strong> estar<br />

ro<strong>de</strong>ado por equações, enciclopédias e pautas musicais, o rapazinho preenchia os seus dias com<br />

passeios com os avós, com guerras <strong>de</strong> neve com Jeffrey (a sua “ama seca” vin<strong>da</strong> <strong>de</strong> Glasgow e que<br />

olhara sempre pelo menino <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua nascença e com o qual mantinha uma relação <strong>de</strong> profun<strong>da</strong><br />

amiza<strong>de</strong> e camara<strong>da</strong>gem), com montarias a cavalos e longos lanches on<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutava <strong>da</strong>s mais belas<br />

fatias <strong>de</strong> brownies e chávenas muito reconfortantes e <strong>de</strong>liciosas <strong>de</strong> chocolate quente.<br />

Os dias foram passando a passo largo e quando o pequeno Harry <strong>de</strong>u por isso já era véspera<br />

<strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Agora os empregados corriam por to<strong>da</strong> a parte e certificavam-se que tudo estava perfeito.<br />

Os copos e taças <strong>de</strong> cristal brilhavam, os talheres <strong>de</strong> prata italiana estavam polidos e os pratos <strong>de</strong><br />

porcelana com umas figuras muito bonitas e doura<strong>da</strong>s já estavam dispostos sobre a toalha <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

vermelha com figuras semelhantes às dos pratos. As cozinheiras preparavam-se para ir comprar tudo<br />

para a ceia, tinham um ar muito alegre e feliz e até parecia que se tinham esquecido <strong>de</strong> todos os seus<br />

problemas e tristezas. A Árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> tinha sido monta<strong>da</strong> pela família com bolas doura<strong>da</strong>s e<br />

pratea<strong>da</strong>s, fitas vermelhas e uma estrela muito gran<strong>de</strong>, que brilhava no topo. A família saiu durante a<br />

tar<strong>de</strong> e foi às compras, mas Harry sentia falta <strong>de</strong> algo. Sabia que não eram brinquedos ou livros que<br />

lhe faltavam, mas sim algo maior.<br />

Iam todos juntos a caminhar e a admirar as montras quando Harry ficou para trás a apertar os<br />

cordões <strong>da</strong>s suas botas. De repente reparou em alguns rapazes que brincavam junto a um beco com<br />

uma bola <strong>de</strong> pano. Ao princípio, achou estúpido o jogo que aqueles rapazes jogavam, mas acabou por<br />

achar pia<strong>da</strong>. Nunca conhecera meninos assim tão sujos e mal vestidos, mas não se importou com<br />

isso.


– Olá! Que jogo tão interessante jogam? Posso brincar?<br />

– Claro que sim! – respon<strong>de</strong> o mais moreno dos cinco que ali estavam. – A minha equipa<br />

estava mesmo a precisar <strong>de</strong> mais um jogador.<br />

Harry esteve ali por mais ou menos meia hora, que<br />

chegou para conversarem e para o pequeno rapaz conhecer<br />

uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> totalmente diferente. Acabou por ser levado <strong>da</strong>li<br />

pelos pais que não podiam acreditar que o filho estivesse a<br />

brincar com aquele grupo <strong>de</strong> meninos. Ninguém o pôs <strong>de</strong><br />

castigo ou ralhou com ele, mas proibiram Harry <strong>de</strong> voltar a<br />

falar com eles ou com crianças como eles, sem apresentarem<br />

motivos ou qualquer explicação. Harry não queria<br />

compreen<strong>de</strong>r o porquê <strong>de</strong> tudo aquilo, pois eram rapazes<br />

muito simpáticos e divertidos e com quem ele queria brincar mais vezes.<br />

Decidiu sair <strong>de</strong> casa e voltar a encontrá-los. Pegou no seu casaco, no gorro, nas botas, tirou<br />

alguns brownies e bombons <strong>da</strong> cozinha e partiu. Não <strong>de</strong>morou muito a chegar ao beco on<strong>de</strong> estivera<br />

naquela tar<strong>de</strong>, mas eles já não estavam lá. Estavam junto a uma loja mais à frente a pedir esmola.<br />

Harry apressou-se a distribuir os brownies e bombons e foram todos juntos passear e brincar por<br />

sítios secretos que os cinco rapazinhos <strong>da</strong> rua conheciam muito bem. Mas começou a fazer-se tar<strong>de</strong><br />

e Harry pensou que po<strong>de</strong>ria levá-los com ele para passar o <strong>Natal</strong> em sua casa.<br />

Quando chegaram, os pais <strong>de</strong> Harry ficaram muito aliviados por Harry estar a salvo, mas não<br />

gostaram <strong>da</strong> história nem do acto do filho que contou tudo e explicou que não queria que os seus<br />

novos amigos passassem o <strong>Natal</strong> nas ruas <strong>de</strong> Londres. A família comoveu-se e aceitou a i<strong>de</strong>ia muito<br />

nobre e solidária do filho e conseguiu encontrar novas famílias para os amiguinhos <strong>de</strong> Harry, que<br />

começaram a frequentar o mesmo colégio e a passar longas tar<strong>de</strong>s a brincar. Agora, finalmente, o<br />

vazio que Harry sentia tinha sido preenchido.<br />

Boas Festas!<br />

Diego Oliveira Alves – 8ºE, Nº23


Um Milagre <strong>Natal</strong>ício<br />

Era Inverno e a neve cobria a terra com um manto branco.<br />

Uma tribo <strong>de</strong> índios sofria uma gran<strong>de</strong> praga e muitos homens, mulheres e crianças morreram.<br />

Ca<strong>da</strong> vez mais índios ficavam doentes e a tribo indígena começava a diminuir. Por conseguinte, o chefe<br />

preocupava-se com a sua tribo. Era a época natalícia. Poucos dias faltavam para o <strong>Natal</strong>. O chefe<br />

interrogava-se como é que morriam tantas pessoas, pois este acreditava que o <strong>Natal</strong> era uma época<br />

mágica e que neste período os milagres eram reais.<br />

Na tribo, a mulher <strong>de</strong> um índio Takema adoeceu. O homem ficou preocupado. Não queria per<strong>de</strong>r a<br />

mulher, visto que já per<strong>de</strong>ra os tios, avós, padrinhos … Quase to<strong>da</strong> a sua família… Com esta situação, fez<br />

uma promessa a si próprio: jurou que ninguém <strong>da</strong> sua família iria morrer outra vez. Estava disposto a<br />

sofrer para salvar os seus entes queridos.<br />

Então, o índio lembrou-se <strong>de</strong> que um dia um chefe <strong>da</strong> tribo que já morrera lhe dissera: “Se algum<br />

dia esta tribo sofrer uma praga ou uma doença incurável, <strong>de</strong>sloca-te para Norte, até encontrares uma fonte<br />

…”<br />

Assim fez. O índio pegou na sua mochila e partiu a caminho. Deslocou-se para Norte, apesar <strong>de</strong><br />

não ver na<strong>da</strong> à sua frente, <strong>de</strong>vido ao nevoeiro.<br />

Caminhou, caminhou, … Passou um dia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixara a sua terra para trás.<br />

Este índio não <strong>de</strong>sistiu e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> an<strong>da</strong>r um pouco mais, começou a ouvir o barulho <strong>de</strong> uma água<br />

a correr e então <strong>de</strong>satou a correr, com pressa <strong>de</strong> chegar ao seu <strong>de</strong>stino. O barulho <strong>da</strong> água ficava ca<strong>da</strong><br />

vez mais forte… E chegou. Viu uma fonte, uma água cristalina a correr por entre a neve …<br />

“ – E agora?” – pensou. Que iria fazer?<br />

Entretanto ouviu uma voz, vin<strong>da</strong> do céu, que lhe dizia: “Se esta água queres levar, a tua situação<br />

terás <strong>de</strong> contar.”<br />

O índio ficou estupefacto … Não sabia o que dizer.<br />

A voz voltou a repetir: “Se esta água queres levar, a tua situação terás <strong>de</strong> contar.”<br />

Amedrontado, o índio contou a sua situação. Falou <strong>da</strong> tribo, <strong>da</strong> sua família, <strong>da</strong> sua mulher, dos<br />

seus filhos, do que lhes aconteceria se a sua mulher morresse e ele não regressasse. As lágrimas<br />

escorriam-lhe pela face e, por mais que quisesse, não conseguia controlá-las. Caíam ca<strong>da</strong> vez mais, até<br />

que o índio se pôs <strong>de</strong> joelhos e chorou durante muito tempo, quando a mesma voz lhe disse: “Leva a água<br />

que precisares. Nunca ouvi história tão comovente como a tua. Leva a água, mas não fales a ninguém<br />

sobre isto.”<br />

O índio agra<strong>de</strong>ceu com to<strong>da</strong> a sua alma. Pegou em to<strong>da</strong> a água que conseguia e pô-la nos potes e<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> mochila.


Interiormente, estava a contar os dias para o <strong>Natal</strong>. Faltava um apenas. Não queria <strong>de</strong>cepcionar a<br />

sua família, nem a sua tribo. Nem o seu chefe! Este espírito <strong>de</strong>u-lhe forças para voltar para trás.<br />

Caminhou, caminhou …<br />

Desesperado, com fome, sem forças, começa a avistar a sua al<strong>de</strong>ia. Viu a sua tribo em redor <strong>da</strong><br />

sua mulher, <strong>de</strong> cabeça baixa. Logo percebeu o que acontecera. Deitou-lhe uma pouco <strong>da</strong> sua água e ela<br />

começou a recuperar. O mesmo fez com todos os doentes.<br />

Na tribo, o índio foi consi<strong>de</strong>rado um herói. Tinha conseguido!<br />

Na noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, numa <strong>da</strong>s conversas com o chefe, este disse: “Eu pensava que neste <strong>Natal</strong> não<br />

haveria milagres, mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que em todos os Natais há milagres, porque o <strong>Natal</strong> é uma época<br />

milagrosa e <strong>de</strong>vemos estar gratos por isso. Nunca <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> acreditar na magia do <strong>Natal</strong>!”<br />

Edite Patrícia Ravella<br />

Ano: 9º, Nº: 06


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Algures por aí<br />

Numa terra azara<strong>da</strong><br />

Havia uma família<br />

Que estava separa<strong>da</strong>.<br />

O bebé chamava-se João.<br />

A bebé chamava-se Ana,<br />

O filho Sebastião<br />

E a filha Mariana.<br />

Depois era o tio chamado António<br />

A tia chama<strong>da</strong> Belmira,<br />

O pai chamado Teotónio<br />

E a mãe chama<strong>da</strong> Palmira.<br />

Vieram todos passar o <strong>Natal</strong>,<br />

Todos juntos ao pé <strong>da</strong> lareira<br />

Traziam muitas pren<strong>da</strong>s<br />

Até parecia uma feira.<br />

Começaram por jantar,<br />

Bacalhau com batatas<br />

E, por fim, para terminar<br />

Bacalhau com natas.<br />

Depois <strong>de</strong> jantar,<br />

foram para a sala esperar<br />

que as doze ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>s<br />

se fizessem soar.


Depois <strong>da</strong>s doze ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>s,<br />

É hora <strong>de</strong> se abrir as pren<strong>da</strong>s,<br />

Debaixo do gran<strong>de</strong> pinheiro,<br />

Que vinha do estrangeiro.<br />

O João recebeu um carro,<br />

A Mariana maquilhagem,<br />

O Sebastião, que gostava <strong>de</strong> cantar,<br />

Uma gran<strong>de</strong> aparelhagem.<br />

A Ana que não gostou <strong>da</strong> sua pren<strong>da</strong>,<br />

Uma boneca “careca”;<br />

Começou a reclamar<br />

Que queria uma ursinha Beca.<br />

O tio António recebeu um martelo,<br />

A tia Belmira uma gran<strong>de</strong> mala,<br />

O pai Teotónio um perfume<br />

E a mãe Palmira uma ca<strong>de</strong>ira para pôr na sala.<br />

Depois <strong>de</strong> se ter distribuído tudo,<br />

Todos comeram bolo rei<br />

Menos a bebé e o bebé<br />

Que comeram as empa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mãe.<br />

No fim foram-se <strong>de</strong>itar,<br />

Com um sorriso na cara;<br />

O mais importante era o amor<br />

Que a todos unira.<br />

Joana Veiga, nº16 7ºB


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Era noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Tinha acabado <strong>de</strong> chegar a casa dos meus pais. As crianças brincavam, correndo pela<br />

casa, e os tios, primos e avós preparavam a mesa. Todos corriam <strong>de</strong> um lado para o outro, transportando consigo<br />

pratos, copos, talheres e, no meio <strong>de</strong> mesa, figurava um belíssimo peru acabado <strong>de</strong> cozinhar. Todos estavam felizes.<br />

Todos… menos eu.<br />

– Queri<strong>da</strong>, estás bem? Pareces-me um pouco em baixo… – disse o Bernardo, beijando- -me.<br />

– Não, é só impressão tua – respondi.<br />

– Bom, está bem. Se não me queres contar… – e afastou-se, sorrindo.<br />

Mas eu sabia tão bem como ele que não estava tudo bem. Eu sabia que havia um vazio em mim, uma certa<br />

tristeza. E, no entanto, tentava mostrar-me alegre, só para não ver o meu marido sofrer. Ele era uma óptima pessoa.<br />

Era maravilhoso, muito simpático e atencioso. Mas eu não o amava. Nunca o amara e há muito que o sabia. O único<br />

homem que eu alguma vez amara <strong>de</strong>saparecera <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> há muitos anos atrás… No entanto, não queria<br />

magoar o Bernardo. Ele era uma excelente pessoa, não o merecia.<br />

Subi as esca<strong>da</strong>s e dirigi-me ao sótão. Abri a porta, fazendo-a ranger, e entrei <strong>de</strong>vagarinho. Cheguei-me ao pé<br />

do poeirento baú que estava encostado à pare<strong>de</strong> e abri-o. De lá <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, tirei um álbum <strong>de</strong> fotografias que pousei<br />

cui<strong>da</strong>dosamente no colo e comecei a folhear. Ao olhar para as fotografias, uma lágrima escorreu pela minha face.<br />

Oh, como tinha sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>queles tempos! Como tinha sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Rui! O único homem que alguma vez amara<br />

não passava agora <strong>de</strong> meras memórias. Quantas vezes o avisei que não fosse para aquele campo <strong>de</strong> refugiados, que<br />

era perigoso. Mas ele insistia. Era muito generoso e na<strong>da</strong> do que eu dissesse o impediria <strong>de</strong> ir aju<strong>da</strong>r os refugiados<br />

<strong>de</strong> guerra. E, apesar <strong>da</strong>s minhas insistências, ele partiu para o campo <strong>de</strong> refugiados e aí… acabou por morrer.<br />

– Filha, o que fazes aqui? – perguntou a minha mãe, entrando no sótão.<br />

– Estou a… recor<strong>da</strong>r o passado.<br />

– Minha filha, o Rui morreu há mais <strong>de</strong> vinte anos… Já <strong>de</strong>vias ter ultrapassado essa tua paixãozinha<br />

adolescente.<br />

– Não era uma paixãozinha adolescente, mãe! Eu amava-o! Amava-o tanto…<br />

– Sabes, queri<strong>da</strong>, acho que chegou a hora <strong>de</strong> te contar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> – disse, ajoelhando-se a meu lado.<br />

– Ver<strong>da</strong><strong>de</strong>? Mas que ver<strong>da</strong><strong>de</strong>? Que estás a dizer?<br />

– O Rui… O Rui não morreu, filha. Naquela noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, quando saíste para ir comprar qualquer coisa com<br />

a tua irmã, não vieram anunciar a sua morte. Ele mesmo veio cá, dizendo que voltara para ti.<br />

– O quê? - disse eu, chorando. – Ele não morreu?<br />

– Não, ele esteve vivo este tempo todo… Mas eu não te disse na<strong>da</strong> porque achava que ele não era o teu<br />

gran<strong>de</strong> amor…<br />

– E quem te <strong>de</strong>u o direito <strong>de</strong> teres controlo sobre a minha vi<strong>da</strong>? Todos estes anos a chorar a sua morte…<br />

Todos estes anos a suportar esta vi<strong>da</strong> miserável…<br />

– Mas tu tens uma vi<strong>da</strong> perfeita! Tens um marido que te ama, duas filhas lin<strong>da</strong>s, uma casa belíssima…<br />

– Mas eu não amo o Bernardo, mãe! Não o amo e nunca o amei! E pensar que a minha vi<strong>da</strong> po<strong>de</strong>ria ser bem<br />

melhor agora se… se não fosses tu! – disse, chorando. – E o que é feito <strong>de</strong>le agora? Sabes on<strong>de</strong> está?


– Acho que vive no mesmo sítio… – quando acabou <strong>de</strong> proferir estas palavras, levantei-me e corri para a<br />

porta <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>. No entanto, não fui capaz <strong>de</strong> a abrir, sair e ir procurar o Rui. Olhei para a sala, para o Bernardo.<br />

Conformar-me-ia com a minha infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> e com a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos outros ou partiria em busca do meu ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />

amor? Chorando, sussurrei: "Desculpa, Bernardo." E saí.<br />

Corri até à casa on<strong>de</strong> ele vivia quando namorávamos. Estava exausta, custava-me respirar, mas não era<br />

capaz <strong>de</strong> parar. A minha felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pendia <strong>da</strong>quilo.<br />

Ao chegar à casa do Rui, olhei pela janela. Estava abraçado a uma mulher e um bebé gatinhava no chão <strong>da</strong><br />

sala. Sentei-me no <strong>de</strong>grau e comecei a chorar. O que tinha eu ido lá fazer, afinal? Já <strong>de</strong>via saber que ele tinha<br />

seguido com a sua vi<strong>da</strong>… On<strong>de</strong> tinha eu a cabeça?<br />

Levantei-me e segui pelas pedras <strong>da</strong> calça<strong>da</strong>. Olhava em redor, via as luzes, a alegria. Só eu <strong>de</strong>stoava <strong>da</strong>quele<br />

cenário magnífico. Pensando bem, acho que fiz bem em ter ido a casa do Rui. Assim, tinha a certeza <strong>de</strong> que não<br />

haveria mais esperanças, <strong>de</strong> que aquele era o meu <strong>de</strong>stino. O meu triste, triste <strong>de</strong>stino.<br />

Mariana Rajado, n.º 18, 9.ºD


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Era assim todos os Natais… Acor<strong>da</strong>va cedo, vestia a sua melhor roupa e ficava à janela com um olhar<br />

penetrante em todos aqueles que iam passando na rua. Depois ia com a mãe comprar os presentes para a<br />

noite. Eram às <strong>de</strong>zenas naquela casa! Mas não eram apenas os presentes que faziam a festa.<br />

A noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> Maria baseava-se sempre no mesmo: um gran<strong>de</strong> banquete em casa <strong>de</strong> um importante<br />

diplomata inglês, com uma <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> convi<strong>da</strong>dos que teriam a função <strong>de</strong> substituir a família. Mas tal era impossível,<br />

pois <strong>de</strong> todos apenas conhecia três ou quatro. Fazia-lhe falta o pai, que falecera, os avós e os primos, que viviam na<br />

zona pobre e não falavam com a mãe, fazia-lhe falta amor e afecto, um sorriso <strong>da</strong> mãe, nem que fosse com o olhar.<br />

– Menina Maria, já chegou o seu vestido para a noite <strong>de</strong> hoje. Pu-lo em cima <strong>da</strong> sua cama – disse a cria<strong>da</strong>,<br />

sorrindo. Era uma <strong>da</strong>s poucas pessoas <strong>de</strong> quem Maria gostava naquela casa.<br />

Apetecia-lhe rasgar o tal vestido e não ter <strong>de</strong> fingir adorar aquela festa natalícia sem ponta <strong>de</strong> alegria e na<strong>da</strong><br />

espontânea. Mas, para felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua queri<strong>da</strong> mãe, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a morte do seu marido estava triste e chorosa,<br />

tinha <strong>de</strong> ir.<br />

Foi para o quarto. Longe estavam os tempos<br />

em que costumava ficar empolga<strong>da</strong> com o vestido<br />

novo. Agora o vestido, a festa e os presentes não tinha<br />

sentido, só queria po<strong>de</strong>r ter um <strong>Natal</strong> normal.<br />

Vestiu-se. Estava mesmo bonito! O vestido<br />

vermelho <strong>de</strong> se<strong>da</strong> combinava com os enfeites <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

que tinham sido colocados na casa do Sr. Smith, o<br />

anfitrião <strong>da</strong> festa.<br />

Era agora <strong>de</strong> noite e os convi<strong>da</strong>dos iam<br />

chegando, os homens <strong>de</strong> smoking e as mulheres <strong>de</strong><br />

vestido. Era tudo tão perfeito, quase parecia retirado<br />

<strong>de</strong> um filme; mas era tão artificial! Eram poucos os que se conheciam bem ou eram amigos.<br />

– Maria, vamos para a mesa – anunciou a mãe, que envergava um longo vestido preto, <strong>de</strong> tecido brilhante.<br />

Dirigiu-se para a mesa sem sequer respon<strong>de</strong>r. Aproveitou o aglomerado <strong>de</strong> pessoas junto à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> sala<br />

<strong>de</strong> jantar e esgueirou-se para a cozinha, <strong>de</strong> modo a sair pela porta <strong>da</strong>s traseiras. Quando saiu, arrepiou-se com a<br />

massa <strong>de</strong> ar gélido que engrossava o ar. Viu alguém sentado sobre a neve, encostado à pare<strong>de</strong> <strong>da</strong> casa do vizinho.<br />

Não se lhe conseguia ver a cara, pois tinha o capuz enfiado pela cabeça abaixo, tapando-lhe os olhos.<br />

Aproximou-se para ver quem era. No momento em que ia falar, a pessoa <strong>de</strong>stapou a cara. Soltou um<br />

pequeno grito <strong>de</strong> admiração e <strong>de</strong>pois tomou a palavra.<br />

– Olá! Quem és tu e o que fazes aqui na noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>? – perguntou Maria.<br />

O rapaz tinha um ar pensativo e compenetrado. Os seus olhos azuis, parecidos com cristais, percorriam<br />

Maria <strong>de</strong> alto a baixo.<br />

– Hummm… O meu nome é Franz. Estou aqui porque não tenho mais nenhum sítio para on<strong>de</strong> ir, não achas!?<br />

– respon<strong>de</strong>u com um tom <strong>de</strong> voz agressivo, que não parecia correspon<strong>de</strong>r àquela pessoa que ali estava senta<strong>da</strong>.<br />

Maria sentou-se ali com ele. Olhavam para a pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> tijolo sem propósito. Maria olhou Franz nos olhos e<br />

abriu a boca para falar.


– Vem comigo, Franz! Entra comigo nesta festa e faz-me feliz – pediu com emoção. – Eu sei que acabas <strong>de</strong><br />

me conhecer, mas não quero que fiques sozinho aqui, nesta noite.<br />

Franz apenas sorriu e anuiu com a cabeça. Levantou-se e entrou com Maria pela cozinha. Quando seguiram<br />

para a sala todos os olharam com <strong>de</strong>sdém; porém Maria não queria saber.<br />

É certo que estavam ali, num sala cheia <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> presentes <strong>de</strong>sinteressantes, mas<br />

juntos, Maria e Franz, iriam aju<strong>da</strong>r-se a passar uma bela e feliz noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

Raquel Ferreira, nº 16 9ºD


O Pinheiro Encantado<br />

O Sol estava a romper por entre as nuvens. Um pequeno e gordo pinheiro sacudia as gotas <strong>de</strong><br />

água cristalina que dormiam no seu corpo, umas géli<strong>da</strong>s gotas que se tinham formado durante a noite fria,<br />

fazendo lembrar o <strong>Natal</strong>.<br />

Abanava com movimentos ritmados, parecendo que <strong>da</strong>nçava ao som <strong>de</strong> uma alegre melodia, até<br />

que foi surpreendido pela presença <strong>de</strong> um lindo pintassilgo. Vestia um casaco <strong>de</strong> penas castanhas e<br />

estava agasalhado por um cachecol amarelo que lhe cobria todo o peito.<br />

<strong>Natal</strong>.<br />

– Olá, pinheiro, estás muito contente hoje! Vais a algum lado?<br />

– Olá, peito amarelo! Eu estou contente porque chegou a altura <strong>de</strong> fazer feliz uma criança, neste<br />

– E como é que tu vais, se não consegues an<strong>da</strong>r?<br />

– Nestes dias <strong>de</strong> frio, há sempre pais que, na companhia dos seus filhos, aparecem por estes lados<br />

e, como sou o mais bonito e redondo <strong>de</strong> todos os pinheiros, tenho a esperança <strong>de</strong> ser o escolhido.<br />

– E <strong>de</strong>pois? O que é que te vai acontecer?<br />

O pintassilgo mostrava-se algo assustado com to<strong>da</strong>s as palavras que lhe eram dirigi<strong>da</strong>s.<br />

– Em casa do menino, é uma festa que fazem com a minha presença. Têm a casa sempre quente e<br />

vestem-me com lin<strong>da</strong>s ornamentações, na qual fico um rei e colocam aos meus pés uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

infinita <strong>de</strong> presentes com coloridos laçarotes. É um sonho que trago na memória e que quero muito viver.<br />

– Também posso ir? Também queria ser um rei!<br />

– Seria divertido, mas só se prometeres que irás encher a casa com as canções que tu tão bem<br />

cantas.<br />

Então, peito amarelo ficou escondido, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> caruma ver<strong>de</strong>, que parecia estar enverniza<strong>da</strong>, e os<br />

dois permaneceram em silêncio, até que se ouviu o som <strong>de</strong> uma criancinha a chamar pelo pai:<br />

– Pai! Pai! Está aqui a mais encanta<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as árvores, vamos levar esta!<br />

A criancinha pulava e rebolava sobre a caruma seca que permanecia imóvel, parecia que estava<br />

enfeitiça<strong>da</strong> com to<strong>da</strong> a sua alegria.<br />

Com a aju<strong>da</strong> do seu pai, o menino carregou o forte pinheiro, no carro, e levaram-no para sua casa,<br />

que ficava numa rua cheia <strong>de</strong> Sol e ro<strong>de</strong>a<strong>da</strong> por um grandioso jardim. Vestiram-no com gran<strong>de</strong>s bolas<br />

pratea<strong>da</strong>s <strong>de</strong> muitos tamanhos, com bonecos <strong>de</strong> trapos que representavam o Pai <strong>Natal</strong>, com estrelas<br />

doura<strong>da</strong>s e com lâmpa<strong>da</strong>s que projectavam raios <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as cores.<br />

E foi então que o menino <strong>de</strong>u conta <strong>de</strong> uma nota musical que suavemente caminhava em ro<strong>da</strong> do<br />

pinheiro e atrás <strong>de</strong>la vinha outra e mais outra e muitas mais, criando uma música que brilhava por to<strong>da</strong> a<br />

casa. Era a voz do pintassilgo que <strong>da</strong>va origem a um brilhante som.<br />

– Pai, mãe, o nosso pinheiro canta! Que bonito! Vou ficar sentado ao lado <strong>de</strong>le para escutar as<br />

suas maravilhosas canções. É a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> mais bonita do mundo inteiro!<br />

O pinheiro e o peito amarelo unidos eram os reis <strong>da</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma criança sonhadora.<br />

Renato Leal, nº19, 9ºC


Especialmente especial...<br />

Eram nove horas, tinha acabado <strong>de</strong> chegar. O vento soprava por todos os cantos, as<br />

estrelas brilhavam como o fogo e a Lua tinha um ar diferente <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as épocas do ano.<br />

Tinha vindo estu<strong>da</strong>r para uma <strong>da</strong>s melhores universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Mundo. Deixei a minha<br />

família, os meus amigos e a minha vi<strong>da</strong> to<strong>da</strong> para trás, naquela al<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> qual ninguém se<br />

lembrava, naquela al<strong>de</strong>ia em que tudo era igual sem tristeza, sem felici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Entrei na residência que me indicaram. Mal conseguia ler o nome<br />

"Ma...ri...a...gg...eent...ill.", era complicado! Receberam-me com um sorriso nas caras e, após<br />

termos "discutido" o preço, entregaram-me a chave <strong>de</strong> um pequeno quartinho que ficava no<br />

segundo an<strong>da</strong>r, primeiro corredor à direita. Era um quartinho confortável com uma cama, um<br />

guar<strong>da</strong>-roupa e uma mesinha-<strong>de</strong>- cabeceira pinta<strong>da</strong> com verniz, mas o melhor <strong>de</strong> tudo era a vista<br />

<strong>da</strong> varan<strong>da</strong>...Ah! que encanto! Vi logo que seria o meu cantinho nos próximos meses ou mesmo<br />

anos.<br />

Na porta tinham pendurado uma espécie <strong>de</strong> coroa com plantinhas ver<strong>de</strong>s; achei lhe graça<br />

mas não percebi o seu significado.<br />

Tinha começado uma nova vi<strong>da</strong>, uma nova aventura pois senti que o cheiro <strong>da</strong>s coisas e a<br />

maneira como tudo olhava para mim era diferente.<br />

Depois <strong>de</strong> me ter ajustado no pequeno quartinho, saí à rua, reparei que em to<strong>da</strong>s as<br />

portas estavam pendura<strong>da</strong>s as coroas ver<strong>de</strong>s. Que estranho!...O mais espantoso foi o porteiro, ai<br />

que rico rapaz!<br />

Já cá fora, tudo estava iluminado, porém na<strong>da</strong> ultrapassava o brilho cintilante <strong>da</strong>s estrelas.<br />

As crianças brincavam <strong>de</strong> um lado ao outro, outros <strong>de</strong>slizavam sobre a neve gela<strong>da</strong> e alguns<br />

idosos bebiam o café quentinho sentados nos bancos ao lado <strong>da</strong>s árvores. Tudo me era<br />

<strong>de</strong>sconhecido, menos uma árvore que estava no meio <strong>da</strong> praça, com uma estrela no topo.<br />

Reconheci-a porque nas épocas <strong>de</strong> Ano Novo, lá em casa, também se fazia algo <strong>de</strong> semelhante<br />

com aquela árvore. Mas era bizarro! Naquela altura estar uma árvore enfeita<strong>da</strong> na praça?! Não<br />

era Ano Novo, ain<strong>da</strong> faltavam três semanas…<br />

Voltei para a residência, estava frio lá fora.<br />

As semanas foram passando, como se fossem segundos e eu sem <strong>da</strong>r conta. Tinha<br />

chegado o dia vinte e quatro <strong>de</strong> Dezembro e foi nesse dia que <strong>de</strong>scobri que se festejava o <strong>Natal</strong>!<br />

A dona <strong>da</strong> residência disse-me que era uma época em que se comia muito e as pessoas<br />

ficavam felizes, o rapaz do portão disse que era época <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s; porém a senhora <strong>da</strong> porta ao<br />

lado <strong>da</strong> minha, uma senhora idosa com cerca <strong>de</strong> 80 anos, <strong>de</strong>u-me uma resposta a tudo que tinha<br />

visto: a árvore naquela época, a coroa <strong>de</strong> plantinhas ver<strong>de</strong>s e as luzinhas cintilantes nas ruas.<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo, a resposta não justificava o comportamento <strong>de</strong> algumas pessoas. Ela tinha-me<br />

dito que o <strong>Natal</strong> é amor, é carinho, é paixão pelo Menino Jesus que nascera naquela época, <strong>Natal</strong>


é fé, alegria e felici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ela explicara que o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro valor do <strong>Natal</strong> se apagara, já há alguns<br />

anos e que agora era apenas ven<strong>da</strong>, compra, presentes e comi<strong>da</strong>. Já ninguém se lembrava <strong>da</strong><br />

razão pela qual existia o <strong>Natal</strong> e por que se celebrava.<br />

Aos poucos fui observando <strong>da</strong> minha varan<strong>da</strong> que era mesmo assim. As pessoas corriam<br />

<strong>de</strong> um lado ao outro com sacos <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s e comi<strong>da</strong> nas mãos. A multidão estava apressa<strong>da</strong>,<br />

era Véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>!<br />

Mas porquê tanto alarido e aflição? Só para comer e receber presentes? Naquele<br />

momento, sim, eu percebi realmente as palavras <strong>da</strong> velha idosa. Compreendi que no <strong>Natal</strong> as<br />

pessoas não <strong>de</strong>veriam apenas <strong>da</strong>r pren<strong>da</strong>s para receber também, mas sim <strong>da</strong>r por soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e alegrar o outro. Aquela era a época <strong>de</strong> relembrar que alguém muito querido tinha nascido.<br />

<strong>Natal</strong>, <strong>Natal</strong>, <strong>Natal</strong>...<strong>Natal</strong> não se festeja! <strong>Natal</strong> sente-se com alma e coração! Nesse dia eu<br />

<strong>de</strong>scobri algo <strong>de</strong> novo, diferente e especialmente… especial! Descobri o <strong>Natal</strong> e nunca me<br />

esquecerei <strong>da</strong>s palavras senhora idosa: "No <strong>Natal</strong> as pombas brancas voam, pois <strong>Natal</strong> é<br />

compaixão, <strong>Natal</strong> é sentimento!"<br />

Vinte e cinco <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2005.<br />

Shirin Chorshanbaeva 8ºC nº 26


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Hoje dizem que é o dia mais frio do ano, dia 24 <strong>de</strong> Dezembro.<br />

O pai partiu para a guerra há exactamente um mês, dia 24 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1915, o<br />

dia em que fiz 10 anos. Não falta muito para eu ser uma mulherzinha.<br />

Na última carta que ele escreveu disse que no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> entraria por aquela porta<br />

e nunca mais voltaria a sair. Quando a mãe a leu foi a correr para o quarto a <strong>de</strong>satou a<br />

chorar. Eu não, já sou forte e sei que quando o papá promete, cumpre. Eu sei que ele<br />

vem.<br />

A lareira está acesa e o fumo escapa-se pela chaminé. Gosto <strong>de</strong> ver a ma<strong>de</strong>ira a<br />

ar<strong>de</strong>r e a estalar, parece que me aquece a alma e, por momentos, o calor envolve o meu<br />

corpo e sinto que o pai me abraça.<br />

Eu sei que a mãe está a tentar <strong>da</strong>r o seu melhor para que o ambiente <strong>da</strong> casa seja<br />

mais acolhedor, mas ambas sabemos que as sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s não o permitem.<br />

A comi<strong>da</strong> está a faltar. Hoje em dia, com a guerra, todos os campos <strong>de</strong> cultivo foram<br />

<strong>de</strong>struídos e nos seus lugares ficaram as trincheiras; por isso, as mulheres cujos maridos<br />

partiram para a guerra e que têm <strong>de</strong> se alimentar e alimentar os seus filhos optaram por<br />

criar pequenos campos <strong>de</strong> cultivo nas traseiras <strong>da</strong>s suas casas, apenas com os alimentos<br />

essencias.<br />

A mãe tentou essa hipótese, mas <strong>de</strong>vido à sua falta <strong>de</strong> jeito e ao seu temperamento<br />

impaciente acabou por <strong>de</strong>sistir.<br />

Hoje <strong>de</strong> manhã, como é véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, a mãe acordou-me com muitos abraços e<br />

beijos e <strong>de</strong>sejou-me um Feliz <strong>Natal</strong>, esforçando-se para que o seu sorriso mostrasse uma<br />

alegria que a guerra há muito levara.<br />

O pequeno-almoço foi melhor do que o habitual; em vez <strong>de</strong> uma fatia <strong>de</strong> pão, a mãe<br />

<strong>de</strong>ixou-me comer duas e bebi uma caneca inteira <strong>de</strong> leite que me <strong>de</strong>u a sensação <strong>de</strong><br />

alegria e <strong>de</strong> barriga cheia, o que há muito não sentia.<br />

O sol já se pôs e o sino <strong>da</strong> Igreja acabou <strong>de</strong> soar a meia-noite. Estou senta<strong>da</strong> num<br />

banco <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira velha junto à lareira, quando ouço o som <strong>de</strong> passos vindos lá <strong>de</strong> fora e,<br />

poucos segundos <strong>de</strong>pois, alguém bate à porta. Pela janela podia avistar-se a sombra <strong>de</strong><br />

uma figura masculina. A mãe e eu olhámos uma para a outra com um olhar que jorrava


esperança e excitação. Levantei-me <strong>de</strong> um salto, eu e a mãe corremos as duas para a<br />

porta e abrimo-la. Do outro lado, estava o pai com um gran<strong>de</strong> sorriso a olhar para nós.<br />

Desejou-nos um Feliz <strong>Natal</strong> e, com gran<strong>de</strong> alegria, abraçámo-nos os três.<br />

Sofia Seguro 9ºD Nº22


Era uma vez um rapaz chamado Fred. Ele via muitas coisas que os outros não viam: bonecas a<br />

falar, livros <strong>de</strong> dragões a voar… Todos o achavam muito estranho.<br />

Certo dia, Fred, ao regressar a casa <strong>da</strong> viagem que ele e to<strong>da</strong> a família faziam na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, viu um<br />

buraco mesmo à frente <strong>da</strong> porta <strong>de</strong> casa.<br />

– Mãe! Mãe! Está aí um buraco, cui<strong>da</strong>do! – avisou Fred ao ver a mãe a avançar direitinha ao buraco.<br />

– Ó filho – respon<strong>de</strong>u a mãe ao verificar que não havia ali nenhum buraco – já te disse que não <strong>de</strong>ves<br />

mentir, tens <strong>de</strong> parar <strong>de</strong> vez! Ontem, eram as bonecas <strong>da</strong> tua irmã que te invadiam o quarto, hoje é um buraco no<br />

chão…<br />

Ela continuou a pregar-lhe um sermão sobre mentiras durante a meia hora que se seguiu, do lado <strong>de</strong> fora,<br />

ao frio.<br />

Acabaram por entrar em casa mas, ao passar por cima do buraco, Fred sentiu algo a puxá-lo para baixo e<br />

foi “absorvido”. Enquanto caía, a temperatura ia diminuindo. A escuridão que anteriormente o ro<strong>de</strong>ava, agora<br />

tornava-se branca como a neve e Fred estava a pensar se este seria o seu fim. O que haveria no fundo? Um<br />

animal? Terra dura? Antes <strong>de</strong> começar a ficar seriamente preocupado com o seu fim, começou a abran<strong>da</strong>r e mal se<br />

<strong>de</strong>u conta que estava, agora, sentado sobre neve fofa (apesar <strong>de</strong> fria). Avistou ao longe uma casa (provavelmente<br />

a única num raio <strong>de</strong> cem quilómetros) que tinha muita luz e parecia quentinha. Caminhou até lá e, para sua<br />

gran<strong>de</strong> surpresa e alegria, quando se aproximou <strong>da</strong> casa, as portas abriram-se e ele entrou.<br />

– Bom dia, Fred! – exclamaram todos os que se encontravam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa.<br />

Lá <strong>de</strong>ntro havia duen<strong>de</strong>s, elfos, anões … e muitas pren<strong>da</strong>s embrulha<strong>da</strong>s que estavam num trenó.<br />

– Olá Fred, acompanhas-me até ao meu escritório? – perguntou um homem gordo vestido <strong>de</strong> vermelho: o<br />

Pai <strong>Natal</strong>.<br />

– S…Sim… – respon<strong>de</strong>u Fred, com um misto <strong>de</strong> medo e surpresa.<br />

Seguiu-o até ao seu escritório e sentou-se numa <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>iras articula<strong>da</strong>s. Ele e o Pai <strong>Natal</strong> falaram muito.<br />

A princípio, Fred estava hesitante, mas, <strong>de</strong>pois, as palavras fluíam rapi<strong>da</strong>mente pela sua boca. O Pai <strong>Natal</strong><br />

também falou: histórias sem fim…<br />

A favorita <strong>de</strong> Fred foi a do Urso Polar: ele era o aju<strong>da</strong>nte do Pai <strong>Natal</strong> e, como sempre, foi meter o nariz<br />

on<strong>de</strong> não <strong>de</strong>via e encontrou a reserva <strong>de</strong> foguetes do Pai <strong>Natal</strong>: vinte mil. Começou a brincar com eles e friccionou<br />

dois para (dizia ele) imitar os pratos <strong>de</strong> uma bateria. Resultado: tudo foi pelos ares, as estrelas partiram-se, a Lua<br />

ficou to<strong>da</strong> negra e o Homem <strong>da</strong> Lua caiu (comeu seis pastéis <strong>de</strong> nata e <strong>de</strong>pois regressou à Lua para pôr tudo em<br />

or<strong>de</strong>m). A história acabou com o urso envolto em ligaduras e a casa to<strong>da</strong> queima<strong>da</strong>.<br />

Quando o Pai <strong>Natal</strong> acabou dizendo que tinha <strong>de</strong> ir entregar as pren<strong>da</strong>s, propôs a Fred acompanhá-lo.<br />

Fred aceitou e juntos foram distribui-las. Quando chegaram a casa <strong>de</strong> Fred, <strong>de</strong>spediram-se e Fred ficou convi<strong>da</strong>do<br />

a regressar, quando quisesse, ao Pólo Norte: bastava seguir o seu coração…<br />

Quando Fred contou a sua aventura aos pais, eles não acreditaram e man<strong>da</strong>ram-no para a cama.<br />

Zoé Arnaut (nº22, 8ºE)


Eu não gosto do <strong>Natal</strong><br />

Não é um dia especial<br />

Traz-me más recor<strong>da</strong>ções<br />

E a memória <strong>de</strong> muitas aflições.<br />

Foi num dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Há 12 meses atrás<br />

A notícia transtornou-me<br />

Des<strong>de</strong> aí não tenho paz<br />

Nesse dia se foi minha avó<br />

Nesse dia fiquei muito mais só.<br />

Não há chocolates que me alegrem<br />

Não há luzes que me façam brilhar<br />

Gostava era <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ficar com ela outra vez<br />

E com ela partilhar<br />

Todos os dias ser <strong>Natal</strong>.<br />

Quando chega Dezembro<br />

Fico triste e muito mal<br />

Porque minha avó muita falta me faz.<br />

Falta para me <strong>da</strong>r o que eu mais preciso<br />

que é amor e paz.<br />

Choro no <strong>Natal</strong> porque ela era a minha paixão<br />

Quem me faz falta


já não me faz companhia,<br />

Sem ela a minha vi<strong>da</strong> ficou vazia<br />

Senti-me sem rumo, meti-me em sarilhos,<br />

fiz batota, perdi a rota.<br />

É por isso também<br />

Que estou aqui<br />

Mais do que mãe<br />

Ela era para mim<br />

A pren<strong>da</strong> certa<br />

A porta aberta.<br />

Digo e repito<br />

Eu não gosto do <strong>Natal</strong><br />

Não é um dia especial.<br />

Carlos Cal<strong>da</strong>s - CEO


Era uma vez uma noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> feliz…<br />

Um <strong>Natal</strong> Feliz<br />

Certa noite, um rapazinho chamado Alexandre queria ter um <strong>Natal</strong> feliz mas<br />

houve coisas que o impediram, por momentos, <strong>de</strong> ter um <strong>Natal</strong> feliz.<br />

O rapazito an<strong>da</strong>va triste por não ter a família ao pé <strong>de</strong>le e chegou a pensar que,<br />

por essa razão, o seu <strong>Natal</strong> iria ser monótono como os anteriores. Então, <strong>de</strong>cidiu<br />

sair para arejar a cabeça e começou a pensar para com os seus botões: “Não sei<br />

o que se passa nesta noite tão lin<strong>da</strong>. A minha família <strong>de</strong>ve ter-se esquecido <strong>de</strong><br />

mim e sinto-me tão triste <strong>de</strong> isto me estar a acontecer!”.<br />

Alexandre voltou para casa porque não tinha outra opção. Estava sozinho e<br />

sentia-se triste. Olhou para a árvore <strong>de</strong> natal e observou as várias pren<strong>da</strong>s que<br />

tinha comprado para oferecer à família. Mas ele estava sozinho! Sentiu-se a<br />

<strong>de</strong>sanimar!<br />

Acen<strong>de</strong>u a lareira e começou a preparar o jantar. Entretanto, ouviu um barulho e<br />

abriu a porta para ver o que se passava. Qual não foi o seu espanto ao ver a sua<br />

família: pais, irmãos, tios, primos. Ficou tão radiante que só foi capaz <strong>de</strong> dizer:<br />

”Feliz <strong>Natal</strong> a todos. Obrigado por terem vindo. Adoro-vos!<br />

Esta é a noite mais feliz <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>!”<br />

Alexandre Batista – B2 CEO


Conto <strong>de</strong> <strong>Natal</strong><br />

Era uma vez um menino que era pobre. Não tinha mãe nem pai, só tinha uma tia muito má e,<br />

quando ele fazia alguma coisa erra<strong>da</strong>, a tia batia-lhe. Mas, como o <strong>Natal</strong> estava próximo, a atitu<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

tia começou a mu<strong>da</strong>r e o Miguel passou a ser mais bem tratado.<br />

Na véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, à noite, à hora <strong>de</strong> jantar, como a família era pobre, não tinham que<br />

comer. De repente, tocaram à campainha e a tia do Miguel disse:<br />

– Quem será agora?<br />

E apareceu um velhinho que disse:<br />

– Tome esta comi<strong>da</strong>, minha senhora, e aproveite bem a noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>.<br />

A tia do Miguel começou a chorar. Entretanto, sentaram-se à mesa e soube-lhes tão bem<br />

aquela comi<strong>da</strong> quentinha.<br />

Eram já quase onze horas e o velhinho voltou a aparecer. Desta vez, trazia a sobremesa:<br />

rabana<strong>da</strong>s, sonhos e bolo-rei. E foi-se embora.<br />

À meia noite, o velhinho voltou mais uma vez a tocar à porta.<br />

– Posso entrar, minha filha? Eu vim buscar o meu neto.<br />

Naquele momento, a tia percebeu que ain<strong>da</strong> tinha o pai vivo. Então, o velhote disse:<br />

– Venham para minha casa e vamos passar o <strong>Natal</strong> juntos, como uma família uni<strong>da</strong>.<br />

Então, quando entraram em casa do velhote, tinham <strong>de</strong> tudo um pouco. Ele pegou numa pren<strong>da</strong><br />

e <strong>de</strong>u-a ao Miguel. Pegou noutra e <strong>de</strong>u-a à tia, e disse:<br />

– Este era o <strong>Natal</strong> que eu queria ter, com a minha família junta e uni<strong>da</strong>.<br />

E passaram a noite mágica a conversar.<br />

Flávio Rentim – B3 CEO


Para lá <strong>da</strong>quela porta…<br />

Era uma vez uma porta branca com nove quadradinhos <strong>de</strong> vidro. Tinha uma fechadura. A porta tinha um aro<br />

azul <strong>de</strong> metal. Era uma porta com um tapete sempre à frente.<br />

Para lá <strong>da</strong>quela porta, estava uma família com cinco filhos. Estava a mesa posta para a ceia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. A<br />

árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> tinha pren<strong>da</strong>s para as crianças. Na sala, o gato e o cão dormitavam preguiçosamente.<br />

Nos quartos: as camas, as cómo<strong>da</strong>s e os can<strong>de</strong>eiros pareciam esperar pacientemente a meia-noite. No<br />

quarto dos filhos estava a cama <strong>de</strong>les, era um beliche branco e preto, e os brinquedos… tantos! Um <strong>de</strong>les estava a<br />

brincar com carros. A irmã mais nova, no quarto <strong>de</strong>la, brincava com as barbies.<br />

No corredor, o pai, Bruno, a <strong>da</strong>r comi<strong>da</strong> aos peixes. Depois foram os dois, o Bruno e a mãe Sofia, para a<br />

televisão. Entretanto, os outros filhos, na televisão do quarto dos pais, viam um filme cómico.<br />

Perto <strong>da</strong> meia-noite, foram todos para a sala, jantaram e <strong>de</strong>pois, ao pé <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, preparavam-se<br />

para o momento alto <strong>da</strong> noite: abrir as pren<strong>da</strong>s. Estavam muito felizes.<br />

Passavam cinco minutos <strong>da</strong> meia-noite quando se ouviram três panca<strong>da</strong>s na porta.<br />

Sofia foi abrir e o que viu? O rosto aflito <strong>de</strong> uma senhora que pedia aju<strong>da</strong>. Morava perto <strong>da</strong>li e a sua casa<br />

estava a ar<strong>de</strong>r. To<strong>da</strong> a família se prontificou a ir aju<strong>da</strong>r. O cenário era terrível. A casa estava to<strong>da</strong> em chamas e perto<br />

<strong>de</strong>la já mal se conseguia respirar.<br />

Quando o pai Bruno perguntou se estaria alguém lá <strong>de</strong>ntro, estava longe <strong>de</strong> imaginar a angustiante resposta<br />

que recebeu <strong>da</strong> senhora:<br />

– Está lá <strong>de</strong>ntro o meu bebé <strong>de</strong> três meses!!! Por favor, aju<strong>de</strong>m-me!<br />

Enrolado num cobertor, Bruno foi lá <strong>de</strong>ntro e conseguiu salvar o menino. Lava<strong>da</strong> em lágrimas a senhora<br />

agra<strong>de</strong>cia e repetia:<br />

– O meu menino! O meu menino!<br />

Sem casa, sem roupa, sem “vi<strong>da</strong>” ,a mãe, com o filho nos braços, olhava agora o seu lar que, como uma<br />

gran<strong>de</strong> montanha ilumina<strong>da</strong>, se <strong>de</strong>sfazia em chamas. Não reagia.<br />

Então, Bruno e a família levaram-nos para casa. Cui<strong>da</strong>ram <strong>de</strong> ambos.<br />

Naquela noite, na sala aqueci<strong>da</strong> e ilumina<strong>da</strong>, as pren<strong>da</strong>s esqueci<strong>da</strong>s viram o <strong>Natal</strong> ganhar um sentido novo: a<br />

mãe chamava-se Maria. O menino podia muito bem ser Jesus.<br />

Quando se ouviram novamente três panca<strong>da</strong>s na porta e a mãe Sofia foi abrir, viu o seu pai e os seus dois<br />

irmãos. Traziam pren<strong>da</strong>s para a mãe e para o menino. Era um presépio vivo. Na<strong>da</strong> faltava.<br />

Bruno Maciel – CEO


CONTO DE NATAL<br />

Era uma vez um velhote muito endinheirado mas <strong>de</strong> solidário não tinha na<strong>da</strong>.<br />

Era rezingão e muito mal humorado. Estávamos no <strong>Natal</strong>. O velhote tinha um escritório on<strong>de</strong><br />

trabalhava um senhor chamado Torga, um homem pobre com muitos problemas em casa. O<br />

velhote troçava do Torga e obrigava-o a trabalhar até tar<strong>de</strong>.<br />

Na antevéspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, o velhote acordou <strong>de</strong> noite com a sua consciência a repreendê-lo<br />

pelas suas atitu<strong>de</strong>s em relação ao Torga. Fez uma viagem no tempo ao ano anterior, no<br />

escritório <strong>de</strong>le. Ele pô<strong>de</strong> ver a sua discussão com o Torga, a fazê-lo trabalhar até bastante<br />

tar<strong>de</strong>. Viajou também à casa <strong>de</strong>le, muito fria e pobre, on<strong>de</strong> ele vivia com a sua família. Não<br />

havia <strong>de</strong>corações <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> nem presentes.<br />

O velhote ficou bastante sensibilizado. A viagem no tempo trouxe-o <strong>de</strong> volta para casa e<br />

adormeceu rapi<strong>da</strong>mente.<br />

No dia seguinte, véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, quando chegou ao escritório, foi ter com o Torga e <strong>de</strong>u-lhe<br />

um saco com dinheiro para ele comprar comi<strong>da</strong> e presentes para a família. O Torga sentiu–se<br />

tão feliz que convidou o velhote a passar essa noite com ele e a família.<br />

À noite, o velhote apareceu antes <strong>da</strong> hora <strong>de</strong> jantar e passou a noite mágica com o Torga e a<br />

família. Foi o <strong>Natal</strong> mais feliz <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, tendo-se tornado gran<strong>de</strong>s amigos para sempre!<br />

David Cardoso – B3 CEO


O irmão gémeo do Pai <strong>Natal</strong>…<br />

Estávamos no dia 22 <strong>de</strong> Dezembro. Eram 22 horas. Eu estava a olhar a rua ilumina<strong>da</strong> pela janela quando vi o<br />

Pai <strong>Natal</strong> a passar na minha rua. Ele estava sem trenó e chorava.<br />

Eu <strong>de</strong>sci a correr e perguntei-lhe o que se passava. Respon<strong>de</strong>u ele:<br />

– O meu irmão gémeo não só me roubou a receita e a máquina do chocolate como ain<strong>da</strong> conseguiu fazer<br />

<strong>de</strong>saparecer <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as lojas esse produto maravilhoso. Como vai ser este <strong>Natal</strong>? Como enfrentar as crianças do<br />

mundo sem chocolate para lhes oferecer?<br />

Prontifiquei-me logo a ajudá-lo.<br />

– Em que posso aju<strong>da</strong>r? – perguntei-lhe.<br />

– A única solução é ir a casa <strong>de</strong>le e recuperar tudo. Acontece que as minhas renas sem chocolate não an<strong>da</strong>m.<br />

– Mas eu tenho carro! Vamos lá! On<strong>de</strong> mora ele?<br />

– O meu irmão é o meu inimigo número um, on<strong>de</strong> eu quero alegria e felici<strong>da</strong><strong>de</strong> ele traz a tristeza e o vazio.<br />

Passa a vi<strong>da</strong> a tentar boicotar o <strong>Natal</strong>. É ele o responsável pelos milhares <strong>de</strong> brinquedos trocados e esgotados <strong>de</strong><br />

todos os Natais. É assim há muitos anos mas, <strong>de</strong>sta vez, ele ultrapassou todos os limites.<br />

Nesse dia, viajámos 3 horas sem parar e a fome a apertar. Chegámos a Barroco, a terra do irmão gémeo do Pai<br />

<strong>Natal</strong>, on<strong>de</strong> era tudo muito feio e cinzento. Exactamente como eu imaginara o inferno. Íamos a passar numa rua<br />

estreita e ouvíamos vozes tenebrosas a dizer:<br />

– Vão-se embora! É muito perigoso an<strong>da</strong>r aqui a esta hora!<br />

Eu estava com medo mas, como estava com o Pai <strong>Natal</strong>, sentia-me muito importante e au<strong>da</strong>z. Sim, porque não<br />

é todos os dias que po<strong>de</strong>mos caminhar ao lado <strong>de</strong> uma pessoa tão importante. De repente, um forte cheiro a<br />

chocolate indicou-nos o caminho. Andámos um bocado e não tardou que se avistasse uma enorme fábrica <strong>de</strong><br />

chocolate. Entrámos pelas gra<strong>de</strong>s e penetrámos no edifício. Havia umas gran<strong>de</strong>s esca<strong>da</strong>s que percorriam todo o<br />

espaço. Eu e o Pai <strong>Natal</strong> <strong>de</strong>cidimos separar-nos. Eu fui para baixo e ele para cima. Estava eu a <strong>de</strong>scer, quando vi dois<br />

homens <strong>de</strong> volta <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> máquina que lançava chocolate para uma gran<strong>de</strong> caixa, mesmo aos meus pés. Um<br />

<strong>de</strong>les po<strong>de</strong>ria ser o Pai <strong>Natal</strong>, não fora o fato cinzento e roxo que vestia. Por cima <strong>da</strong> caixa, um enorme botão<br />

vermelho que coman<strong>da</strong>va a máquina. No momento em que carreguei no botão, a máquina parou e fui <strong>de</strong>scoberto.<br />

Valeu-me o Pai <strong>Natal</strong> que, entretanto, apareceu com a receita do chocolate na mão e pregou um valente sermão ao<br />

seu irmão gémeo e o trancou num quarto.<br />

De volta ao nosso mundo iluminado, passámos dois dias inteiros a fazer chocolate para repor o stock. A doçura<br />

do natal estava outra vez garanti<strong>da</strong> e o melhor <strong>de</strong> tudo era que EU tinha aju<strong>da</strong>do a Pai <strong>Natal</strong> a recuperá-la.<br />

Fernando António


Presépio Vivo<br />

Era uma vez um casal muito pobre cujo gran<strong>de</strong> sonho era ter um filho. Há muitos anos tentavam concretizar<br />

este sonho e, à medi<strong>da</strong> que os anos passavam, o seu <strong>de</strong>sespero aumentava. Viviam num bairro <strong>de</strong> lata mas, apesar<br />

<strong>da</strong> pobreza que os ro<strong>de</strong>ava, tinham a riqueza dos vizinhos que se mostravam muito solidários e tentavam <strong>da</strong>r-lhes<br />

força e esperança. To<strong>da</strong> a gente se conhecia naquele bairro.<br />

Faltavam exactamente 10 meses para o <strong>Natal</strong> quando, sentados à porta <strong>da</strong> barraca, marido e mulher, viram<br />

mesmo à sua frente uma estrela ca<strong>de</strong>nte. Aquela estrela ca<strong>de</strong>nte e mu<strong>da</strong> era <strong>de</strong>certo um sinal. Parecia dizer-lhes:<br />

“Eu sei que vocês gostavam <strong>de</strong> ter filhos, por isso vou concretizar o vosso sonho.”<br />

Assim foi. Já perto do <strong>Natal</strong>, o sorriso iluminado <strong>de</strong> ambos <strong>de</strong>nunciava uma gran<strong>de</strong> alegria e o ventre <strong>da</strong><br />

mulher crescia. O casal preparava-se para o nascimento do filho mas muita coisa faltava. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, tinham que<br />

reconhecê-lo, não tinham dinheiro para o sustentar.<br />

Na noite em que a mulher <strong>de</strong>u à luz um menino era <strong>Natal</strong>. Os vizinhos juntaram-se e, numa on<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, trouxeram tudo o que a família precisava para receber aquele bebé. Não faltaram mantas nem<br />

fral<strong>da</strong>s, água quente e perfuma<strong>da</strong> para receber o menino. Numa enorme fogueira que aquecia o ambiente<br />

prepararam a ceia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> e, todos juntos, cearam. Nessa noite especial, à volta <strong>da</strong> mesa farta, juraram tudo fazer<br />

para garantir a saú<strong>de</strong> e a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>quela criatura recém-nasci<strong>da</strong>.<br />

E assim foi, Jesus cresceu feliz e saudável no bairro pobre. Tornou-se treinador <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> equipa <strong>de</strong><br />

futebol e na<strong>da</strong> lhe falta.<br />

Hoje é noite <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Quarenta e dois anos passaram. Da janela <strong>da</strong> sua luxuosa sala, Jesus avista o bairro <strong>de</strong><br />

lata on<strong>de</strong> um dia nasceu e prepara-se para sair. Irá, como se habituou a fazer em noite <strong>de</strong> consoa<strong>da</strong>, cear com os<br />

amigos e assegurar-se <strong>de</strong> que ca<strong>da</strong> bebé nascido naquele bairro terá conforto e comi<strong>da</strong>.<br />

Carlos Tavares - CEO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!