17.04.2013 Views

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Um <strong>Natal</strong>…esquisito<br />

Nevava lá fora. Parecia estar muito frio, pois o ranger <strong>da</strong>s árvores era tão alto que parecia<br />

que vinha um terramoto em direcção <strong>da</strong> minha casa. Não se via o céu com tanta neve que caia.<br />

Mas eu não ligava àquele frio intenso, pois estava senta<strong>da</strong> ao pé <strong>da</strong> minha lareira. Olhava para<br />

aquelas brasas quentes e fortes, parecia que o Mundo estava ali a <strong>da</strong>r-me um abraço<br />

aconchegante e quentinho. Naquela noite, trazia vestido o meu roupão azul e as minhas pantufas<br />

em forma <strong>de</strong> um cão cor-<strong>de</strong>-laranja, com o nariz e as orelhas azuis. Além <strong>da</strong> lareira, as velas<br />

perfuma<strong>da</strong>s estavam acesas, o que aquecia ain<strong>da</strong> mais a casa. A mesa <strong>de</strong> jantar estava posta, à<br />

espera que alguém lá fosse comer os <strong>de</strong>liciosos bolos <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Mas na<strong>da</strong> disso me interessava.<br />

Eu estava à espera <strong>de</strong> uma pessoa, uma pessoa que só aparecia uma vez por ano: eu estava à<br />

espera do Pai <strong>Natal</strong>. Sim, era <strong>Natal</strong>, mas parecia apenas um encontro <strong>da</strong> minha família, pois a<br />

pessoa que <strong>da</strong>va magia ao <strong>Natal</strong> não aparecia.<br />

– Mãe, mãe! On<strong>de</strong> está o Pai <strong>Natal</strong>? – perguntei eu.<br />

– Ò Marta! Tu já sabes que o Pai <strong>Natal</strong> não existe!<br />

– Existe sim!<br />

– Não existe, não!<br />

– Existe sim!<br />

– Está bem, está bem…Acredita no que quiseres. Po<strong>de</strong>s ficar aí a noite to<strong>da</strong>, mas vais<br />

apanhar uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>silusão!<br />

– Eu sei que ele vem!<br />

– Sim, Marta, sim ! – disse a minha mãe, sarcasticamente.<br />

E ali fiquei eu à espera. Estava quase a adormecer quando ouvi um barulho vindo <strong>da</strong><br />

chaminé. Fui ver o que era.<br />

– Au, ui, ai! – dizia aquela pessoa que estava presa na chaminé<br />

– Quem és?! – perguntei, assusta<strong>da</strong><br />

– Sou o Pai <strong>Natal</strong> e fiquei aqui preso! Aju<strong>da</strong>-me!<br />

– Espera, espera. Vou buscar aju<strong>da</strong>.<br />

Chamei a Fa<strong>da</strong> Sininho para ver se ela o conseguia tirar <strong>da</strong> chaminé com o seu pó mágico.<br />

Mas foi em vão. Chamei o Abominável Homem <strong>da</strong>s Neves, mas ele não conseguiu. Chamei o<br />

Popeye, ele estava quase, mas a mulher <strong>de</strong>le teve um AVC e ele teve <strong>de</strong> ir ter com ela.<br />

Já estávamos <strong>de</strong>sesperados! O Pai <strong>Natal</strong> estava tão gordo, tão gordo que ninguém o<br />

conseguia tirar <strong>da</strong> chaminé! An<strong>da</strong>va às voltas na minha a pensar numa solução quando olhei para<br />

um canto <strong>da</strong> sala e vi uma coisa a mexer-se e gritei:<br />

– Ahhh!! Um rato!!<br />

– Um rato?! On<strong>de</strong>?! Eu o<strong>de</strong>io ratos!!! Aju<strong>da</strong>!! – gritou também o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

O Pai <strong>Natal</strong> mexeu-se tanto que saltou <strong>da</strong> chaminé para o céu e nunca mais ninguém o viu.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!