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O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

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O Pinheiro Encantado<br />

O Sol estava a romper por entre as nuvens. Um pequeno e gordo pinheiro sacudia as gotas <strong>de</strong><br />

água cristalina que dormiam no seu corpo, umas géli<strong>da</strong>s gotas que se tinham formado durante a noite fria,<br />

fazendo lembrar o <strong>Natal</strong>.<br />

Abanava com movimentos ritmados, parecendo que <strong>da</strong>nçava ao som <strong>de</strong> uma alegre melodia, até<br />

que foi surpreendido pela presença <strong>de</strong> um lindo pintassilgo. Vestia um casaco <strong>de</strong> penas castanhas e<br />

estava agasalhado por um cachecol amarelo que lhe cobria todo o peito.<br />

<strong>Natal</strong>.<br />

– Olá, pinheiro, estás muito contente hoje! Vais a algum lado?<br />

– Olá, peito amarelo! Eu estou contente porque chegou a altura <strong>de</strong> fazer feliz uma criança, neste<br />

– E como é que tu vais, se não consegues an<strong>da</strong>r?<br />

– Nestes dias <strong>de</strong> frio, há sempre pais que, na companhia dos seus filhos, aparecem por estes lados<br />

e, como sou o mais bonito e redondo <strong>de</strong> todos os pinheiros, tenho a esperança <strong>de</strong> ser o escolhido.<br />

– E <strong>de</strong>pois? O que é que te vai acontecer?<br />

O pintassilgo mostrava-se algo assustado com to<strong>da</strong>s as palavras que lhe eram dirigi<strong>da</strong>s.<br />

– Em casa do menino, é uma festa que fazem com a minha presença. Têm a casa sempre quente e<br />

vestem-me com lin<strong>da</strong>s ornamentações, na qual fico um rei e colocam aos meus pés uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

infinita <strong>de</strong> presentes com coloridos laçarotes. É um sonho que trago na memória e que quero muito viver.<br />

– Também posso ir? Também queria ser um rei!<br />

– Seria divertido, mas só se prometeres que irás encher a casa com as canções que tu tão bem<br />

cantas.<br />

Então, peito amarelo ficou escondido, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> caruma ver<strong>de</strong>, que parecia estar enverniza<strong>da</strong>, e os<br />

dois permaneceram em silêncio, até que se ouviu o som <strong>de</strong> uma criancinha a chamar pelo pai:<br />

– Pai! Pai! Está aqui a mais encanta<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as árvores, vamos levar esta!<br />

A criancinha pulava e rebolava sobre a caruma seca que permanecia imóvel, parecia que estava<br />

enfeitiça<strong>da</strong> com to<strong>da</strong> a sua alegria.<br />

Com a aju<strong>da</strong> do seu pai, o menino carregou o forte pinheiro, no carro, e levaram-no para sua casa,<br />

que ficava numa rua cheia <strong>de</strong> Sol e ro<strong>de</strong>a<strong>da</strong> por um grandioso jardim. Vestiram-no com gran<strong>de</strong>s bolas<br />

pratea<strong>da</strong>s <strong>de</strong> muitos tamanhos, com bonecos <strong>de</strong> trapos que representavam o Pai <strong>Natal</strong>, com estrelas<br />

doura<strong>da</strong>s e com lâmpa<strong>da</strong>s que projectavam raios <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as cores.<br />

E foi então que o menino <strong>de</strong>u conta <strong>de</strong> uma nota musical que suavemente caminhava em ro<strong>da</strong> do<br />

pinheiro e atrás <strong>de</strong>la vinha outra e mais outra e muitas mais, criando uma música que brilhava por to<strong>da</strong> a<br />

casa. Era a voz do pintassilgo que <strong>da</strong>va origem a um brilhante som.<br />

– Pai, mãe, o nosso pinheiro canta! Que bonito! Vou ficar sentado ao lado <strong>de</strong>le para escutar as<br />

suas maravilhosas canções. É a árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> mais bonita do mundo inteiro!<br />

O pinheiro e o peito amarelo unidos eram os reis <strong>da</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma criança sonhadora.<br />

Renato Leal, nº19, 9ºC

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